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Resumo:
A Base Nacional Comum Curricular, além de apresentar uma série de orientações e recomendações, organiza-se
em diferentes unidades temáticas. Uma delas relaciona-se à conteúdos de Física e Química, denominada “Matéria
e Energia”, e faz parte do componente curricular de Ciências da Natureza. Tendo em vista a relevância do
documento em questão, bem como dos objetos de conhecimento da referida unidade temática, o presente estudo
teve como objetivo realizar um Estado da Arte a respeito da temática “Matéria e Energia” no ensino de Ciências
nos anos finais do Ensino Fundamental. Para isso, foram consultados trabalhos publicados no período de 2015 à
2019 em diferentes Bases de Dados e Periódicos da área de Ensino. Por meio da investigação, obteve-se 14
produções científicas, as quais foram analisadas e discutidas a partir das categorias: Intencionalidade das
pesquisas; Público-alvo das pesquisas; Conteúdos, estratégias e recursos didáticos; Avaliação da aprendizagem; e
Ensino da temática “Matéria e Energia” para além de conteúdos. Considera-se que há diversas possibilidades para
o ensino da temática “Matéria e Energia” no ensino de Ciências no Ensino Fundamental bem como potencialidades
de estratégias de ensino que oportunizam aos alunos, além da construção de conhecimentos, uma atmosfera lúdica
em torno do interesse e da aprendizagem de Ciências.
Palavras-chave: Base Nacional Comum Curricular. Ensino de Ciências. Ensino Fundamental. Estado da Arte.
Matéria e Energia.
1 Introdução
Pesquisas classificadas como Estado da Arte são trabalhos de cunho bibliográfico que
possuem a finalidade de investigar a produção científica acadêmica em áreas específicas de
conhecimento, possibilitando identificar aspectos abordados ou evidenciados nas pesquisas em
lugares e épocas distintas (FERREIRA, 2002; FONSECA, 2002).
Além disso, os assuntos que fazem parte da unidade temática “Matéria e Energia”
colaboram para a compreensão da organização humana e suas relações de sustentabilidade com
o meio. Essa abordagem permeia o tempo em diferentes contextos, bem como considera as
questões éticas, valores socioambientais e ações coletivas coerentes com o bem comum
(BRASIL, 2017).
2 Encaminhamentos metodológicos
3 Resultados e discussões
T3 Lixo Eletrônico “Uso e Descarte”: uma proposta Morozesk; Coelho 6°, 7º, 8º e 9º
de intervenção em uma Escola Pública de Vitória- (2016) Resíduos Eletrônicos
ES
Fonte: Autoras.
Nesta direção, no T1, o autor mencionou como motivação para a sua pesquisa, a
importância de adequar a sua prática pedagógica ao documento “Proposta Pedagógica de 2013
da Rede Municipal de Ensino de Gramado/RS”. Naquela ocasião, os conteúdos a serem
ensinados foram reformulados em função das Diretrizes Curriculares para o Ensino
Fundamental e o eixo temático “Desenvolvimento Científico e Tecnológico”.
Já no T10, os autores abordaram o ensino acerca do processo de geração e distribuição de
eletricidade preconizado pela BNCC (BRASIL, 2017). Por sua vez, no T14 foi mencionado o
Artigo 26 da Lei Nº 11.645 (BRASIL, 2008), a qual estabelece a abordagem da cultura indígena
e afro-brasileira no âmbito escolar.
Para os autores do T9, a escola muitas vezes tem difundido concepções consideradas
simplistas acerca da natureza da Ciência, sendo por isso importante desenvolver nos alunos
determinadas habilidades científicas. Nesta perspectiva, os autores do T7 defendem a utilização
de ferramentas de ensino que oportunizem a construção de conceitos científicos. Este
pensamento também foi observado no T5, quando os pesquisadores sustentam o uso do
conhecimento científico no exercício da cidadania e na promoção do desenvolvimento
intelectual dos estudantes.
A presente revisão permitiu observar que a maior parte dos trabalhos analisados
direciona-se aos 9º Anos do Ensino Fundamental. Dos 14 (catorze) trabalhos investigados, um
total de 09 (nove) voltam-se exclusivamente à turmas de alunos de 9º Anos (T1, T2, T5, T7,
T8, T10, T12, T13 e T14); 02 (dois) trabalhos podem ser considerados multiséries por
considerarem do 6º ao 9º Ano (T3 e T4); e 03 (três) estudos foram dedicados, respectivamente,
aos 8º Anos, 7º Anos e 6º Anos (T6, T9 e T11).
Por meio da pesquisa realizada foi possível perceber que os autores utilizaram diferentes
recursos didáticos voltados ao ensino de Ciências. As Sequências Didáticas foram
contempladas em três trabalhos (T1, T5 e T13) e o desenvolvimento de Oficinas foi uma
estratégia de ensino mencionada em 02 (dois) estudos. A Oficina relatada no T9, intitulada
“Química da Cozinha”, resultou de uma atividade de estágio realizado por licenciandos em
Ciências da Natureza. Já a Oficina denominada “Tintas Indígenas” (T4) possui relação com um
Produto Educacional desenvolvido em um Mestrado da área de Educação em Ciências.
Observou-se, nestes trabalhos, que os conceitos químicos foram contemplados de maneira
contextualizada, possibilitando a desmistificação do ensino da Química, já que muitos alunos
associam essa disciplina com laboratórios sofisticados e fórmulas complexas.
No que tange ao uso de jogos, notou-se que os mesmos foram idealizados e construídos
pelos próprios autores constituindo-se em materiais inéditos. O T9 relata a elaboração do jogo
digital em 3D denominado “Fazenda Eléctron” com a finalidade de promover a compreensão
acerca de conceitos físicos e técnicos relacionados ao processo de geração e distribuição de
eletricidade. Por sua vez, o T8 menciona o “Quizmica”, um jogo de perguntas disponibilizado
na forma de vídeo na Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) onde foram testadas as
nomenclaturas referentes à materiais de laboratório. O mesmo trabalho resultou no “Lab-Libras
Memória”, um jogo de memória impresso que contempla a utilização de sinais e fotos de
equipamentos e vidrarias.
Considerações finais
Referências
CARBO, L.; TORRES, F. S.; ZAQUEO, K. D. Z.; BERTON, A. Atividades práticas e jogos
didáticos nos conteúdos de Química como ferramenta auxiliar no ensino de Ciências. Revista
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K. H. Emprego de um software baseado em mineração de texto e apresentação gráfica
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