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, ALFABETIZAR E LIBERTAR

444

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, 1990

I ANO I NTERNACIONAL DA
ALFABET I ZAÇÃO

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INTRODUÇÃO

EM 1985, o
APELO LANÇADO NA 23! REUNIÃO DA CONFEREN-
tIA GERAL DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, Ci
ENCIA E CULTURA(UNESCO) ENCONTROU ECO NA ASSEMBLEIA GERAL DAS
NAÇÕES .UNIDAS QUE. ATRAVES DA RESOLUÇÃO42/104, PROCLAMOU 1990
,¡domo
1 0.ANOINTERNACIONAL DA ALFABETIZAÇÃO(A.I.A.), A
FIM DE
:
"
CONTRIBUIR PARA AUMENTAR A COMPREENSÃO DA OPINIÃO PUBLICA
:MN
DIAÇ. SOBRE OS DIVERSOS ASPECTOS DA ALFABETIZAÇÃO E OPORTUNIZAR
A INTEN S IFICAÇÃO DOS ESFORÇOS POR DIFUNDIR A ALFABETIZAÇAO f A
4
'OUCAÇÃO."*.

REGISTRANDO ,A DRAMATICA SITUAÇÃO DO ANALFABETISMO E/


OU ANALFABETISMO FUNCIONAL PARTICULARMENTE NOS"PAíSES EM DE -
NVOLVIMENTO", AUNESCO DESFAZ QUALOUER.PRETENSÃO COMEMORATI-
VA E VINCULA A PROCLAMAÇAO'DO M.A. A PREPARAÇÃO DE UM PIANO
DE AÇÃO PARA AJUDAR OS ESTADOS MEMBROS A ERRADICAR O ANALFABE
-
TISMO ANTES DO AN0 . 2000. **
ESTADO
MEMBRO, DO TERÇEIRO MUNDO E COM ALARMANTES IN
DICES DE ANALFABETISMO, O BRASIL, NÃO PODENDO SE OMITIR, RES -
PONDEU, NO NÍVEL DA SOCIEDADE POLÍTICA, EM DOIS MOMENTOS:
I - A ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE DETERMINOU A
ELIMINAÇÃO DO ANALFABETISMO E A UNIVERSALIZAÇAO
DO ENSINO FUNDAMENTAL NOS DEZ PRIMEIROS ANOS DE PROMULGAÇÃO DA
CARTA MAGNA DO PAIS.

II - O PRESIDENTE DA REPUBLICA CRIOU, NO


MINISTERIO
DA EDUCAÇÃO, A COMISSÃO NACIONAL DO ANO INTERNA -
CIONAL DA ALFABETIZAÇÃO, ENCARREGADA DE COORDENAR, NACIONALMEN
4TE, OS PROGRAMAS E ATIVIDADES DO A.I.A.
POREM, A PRIMEIRA RESPOSTA PODE SE TORNAR LETRA MOR -
TA SE A SOCIEDADE CIVIL NÃO EXIGIR O CUMPRIMENTO DOS DISPOSITI

VOS CONSTITUCIONAIS E NÃO SE SOMAR AO


ESFORÇO GOVERNAMENTAL PA
,RA ENFRENTAR O DESAFIO, TAMBEM A SEGUNDA PODE SER COMPROMETIDA
r

*UNÉbdOilg9Õi Ago Internacional de


la'Alfabetizacion(A.I.A.)
ÊtVILY/88,10, Documento de Informaci6n, out. 1988, p.1.
14*4 ±aem, ibidem.
111 í
SE NÃO PUDER CONTAR COM A REFLEXÃO E A CONTRIBUIÇÃO CRÍTICA DE
TODA A COMUNIDADE EDUCACIONAL BRASILEIRA,
NÃO TEMOS PORQU'E NOS ORGULHAR DE QUASE
30 EILHÕES.DE
ANALFABETOS, EM TORNO DE 6 MILHÕES DE CRIANÇAS FORA DA ESCOLA
DE MILHARES DE ANALFABETOS FUNCIONAIS,

ENTRE PROPOR UMA POLITICA NACIONAL DE ALFABETIZAÇA0


E APOIAR,
; MOBILIZAR E PROVOCAR O DEBATE EM TORNO DA QUESTÃO ,
COMBSA0 OPTOU PELA SEGUNDA ALTERNATIVA, CONVICTA DE QUE í
PESSOAS E DOS GRUPOS INTERESSADOS OU
QUE MILITAM NA EDUCA-
ÇÃO QUE DEVEM SURGIR AS PROPOSTAS E
DIRETRIZES PARA A FORMULA -
ÇÃO PE POLÍTICAS DE ALFABETZAÇÃO E
, , -DE EDUCAÇÃO BÃSICA PARA TO
i
DA A SOCIEDADE BRASILEIRA.

FOI BASEADA .NESTA CONCEPÇÃ6 DE TRABALHO QUE SE ELABO


ROU ESTE DOCUMENTO, COMPOSTO, NAO DE,PROPOSTAS, MAS DE INFORMA
ÇÕES SOBRE O CONTEXTO, DEiDISCUSSA0 DE CONCEITOS E PRECONCEI -
TOS E DE QUESTÕES SUSCITADORAS DE RESPOSTAS AO IMENSO DESAFIO
8 DO ANALFABETISMO,NESTE LIMIAR DE SE-CULO XXI.

BRASILIA, NOVEMBRO DE 1989.

A COMISSAO

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(AO TENTAR LER O •QUE ESTA "ESCR 1

5 . ; TO" ACIMA, VOCL CERTAMENTE, ACA

.1301I POR TER A SENSAÇA0 QUE UM A-

NALFABETO TEM., DI AR LAMENTE, NAS

RELAÇOES 'COM .UM .MUNDO CADA VEZ


. ,11ALS• SRAF:DiCT-
ENTRICO,.)
4
c1

.4 _
DOCUMENTO _BÁSICO
a

4
ESTE DOCUMENTO SE DIRIGE A TODOL OUL:

1
JOL4 - COMPÕEM OS QUADROS DO MíGISTERIO EM TODO O TERRI

TORIO NACIONAL, SEM OS OVAIS QUALQUER PROGRAMA E


DUCAC1ONAL ESTARA,. FATALMENTE, FADADO AO FRACASSO.
2 , EXIGEM O COMPROMISSO DO PODER PUBLICO COM A UNI
-
VERSALIZAÇÃO DA ALFABETIZAÇÃO E DA EDUCAÇÃO BAS1
CA NO PAíS,

3 ADMITEM NÃO ESTAREM AINDA IMUNIZADOS PELA iNSEN -


'SIBILIDADE E PELO INDIVIDUALISMO,

4 , ENTENDEM QUE A .DIVIDA SOCIAL' DO


ANALFABETISMO
NAO DEVE SER DEBITADA NA CONTA DOS ANALFABETOS
MAS NA DOS RESPONSAVEIS PELA SITUAÇAO A QUE SE CHEGOU,
5 , RECONHECEM QUE TODO SER HUMANO E CAPAZ DE APREN
-
DER E DE ENSINAR,
6 . PERCEBEM QUE A EISUCAÇÃO E UM PROCESSO, NO QUAL

SE TROCAM EXPERIENCJAS E INFORMAÇOES E, POR IS -


ri":
0, APRESENTA PLURALIDADE DE CONCEPÇOES,
7 , ACEITAM A ESCOLA COMO ESPAÇO
ORGANIZAÇÃO DA RE
'FLEXAO SOBRE AS DETERMINAÇOES SOCIAIS, ONDE
SE
INSTRUMENTALIZAM OS EDUCANDOS .
PARA NELAS INTERFERIREM, NO SEN -
TIDO DE SEUS INTERESSES E DIREITOS.
8 . CONSIDERAM A SUPERAÇÃO DO DESAFIO DA ALFABETIZA-
_
ÇAO DE CRIANÇAS, JOVENS E.ADULTOS COMO PRE
-CONDI
.0 DA -
EQUIDADE, DO DESENVOLVIMENTO E DA DEMOCRACIA.
9 . ESTÃO CONVENCIDOS DE QUE SOMENTE PELA MOBILIZA -

ÇA0 E PELA ORGANIZAÇÃO POPULARES EM TORNO DA DIS


XUSSAO . DO
_ ANALFABETISMOÃ QUE SE PODE FORMULAR UMA NECESSÃRIA
,VPOLITICA DE EDUCAÇÃO PARA A SOCIEDADE BRASILEIRA.
10 . TEM COMPROMISSO COM UMA LUTA SEM TRE- GUAS PELA U
-
NIVERSALIZAÇAO DA EDUCAÇA0 BASICA NO BRASIL, ATE
ANO 2000.
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A PERVERSIDADS DO CONTEXTO

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DADOS DE UMA REALIDADE
Embora recbhileCi -
do cómo a'ultava economia do mundo e
cidental, o Brasil apresenta um triste cen'ario educacional, no

conjunto de todas as neçoes do mundo:


110:H4H
" ! a) Contribui com cerca de 415%14,4 mil libes) do total
1 mundial de crianças que'nao tem acesso a escola.

b) Possui, aproximadamente, 3,5%(30 milhes) de to

1 Ops os analfabetos do mundo.


A

c) Constitui parcela significativa das centenas


de
milhares de crianças e adultos que:tem acesso á escola,mas que

no completam programas de Educaçao Fundamental.

'Estas carencias e distorções tem relaçao direta com


,problemas mais globais:

Uma divida externa de quase 120 biIhOes de dola -


res.

Uma dívida interna que caminha para a proximidade


do valor da divida externa_

Uma dívida social que supera as anteriores soma


das_e que se manifesta em_vãrios aspectos da vida dá
ma ioria
da população., apresentando:

uma das mais injustas distribuiçOes de renda e


da
propriedade -agrarla do mundo.

remuneraçao. do trabalho abaixo do salario defini-

do em.lei(29,3% da populaça° economicamente ativa).


. dualidade monetãria para a remuneração do capital

(com vantagens) e do trabalho(com arrocho.

11 milhães.de habitantes sem moradia decente.

quase metade dos lares brasileiros sem ãgua potã -


vel e apenas 2E1% deles com esgoto.

apenas um médico por 2.500 habitantes e 9% de mor-


tal idade infantil.

; tilb-'nutrição, com tendencia -.a se agravar, pela que


da 02 6greSS- iVa de determinados alimentos

OkEàn béVina de 19 k§/habitante ano em 1985 para 11kg em


I

.
1988;
de 56,1 kg de trigo "per capite; em 1980, para 42,9 kg ,
em 1988)* *

E TAREFA DOS EDUCADORES/LIBERTADORES ERA

SILEIROS DE HOJE GARANTIR O LER - ESCREVER

CALCULAR CRITICAMENTUESTA REALIDADE; OR

GANIZAR A REFLEXÃO SISTEMATiCA SOBRE ELA

E PROPICIAR O ACESSO AO CONHECIMENTO ACU.

MULADO, A PRODUÇAO DE NOVOS CONHECIMEN -

TOS, AS HABILIDADES 'QUE


PwiNIIIILITEM
UMA NOVA INTERVENÇAO DOS EDUCANDOS NES -

TAS DETERMINAÇOES SOCIAIS, NA BUSCA DA


REVERSÃO DE SEU SENTIDO.

,0 CONHECIMENTO E AF1RMAÇAO,D0 QUE SE E E

CONTÍNUA TRAVESSIA PARA O QUE SE PODE SER,

-
Especificamente, no setor educacional, a ause.
ncia de
,pOlit.icas consistentes e articuladas, a falta de planejamento
_
organico, D aumento das areas de sombra na aplicaça
- o dos recur
a centralização das decisões e da
ges4ão provocar: am
— clientelismo e fisíologismo na distribuição
dos re
. cursos vinculadosa educaçao;

improvisações e imediatiSmos, ãs vezes


inspirados
em modismos administrativos;

descontextualização e despOlitização do
ato pedago
, gico; ,

. timidez mos processos de inovação educacional;

relações rigidamente hierarquizadas no sistema edu


' .cacional, com a consequente exacerbação
burocrãtica;

Todos os dados, absolutos e relativos, foram extraídos e/ou


composdÊ" dáS InformaçSes fornecidas por EOUA1SS, AntSnio e
I COUTTO, .-PetiPo do. Brasil: xJ fracasso .
do conservadorismo. São
Paulo, Átitá i 1.989; por 1PEA/CEC. RelatOrio Anual de Acompanha
mento - 198OUréa: Educaç4). Brasília, IPEA, 1987; e por MEC/
EDUCAR. .j.Dli:ietr:
izeS_Paa uma política nacional de educação bã-
sica. de joven:s g adultos ara:si:na, MEC/EDUCAR, 1988.
-
sitematiza-se nela e prolonga-se em toda a vida da pessoa, dón-

- do-se em ritmos diversos, em decorrencia (is, diferenças peso -

tis e das experiencias que cada um traz de seu meio.Não tem sen
!I
ido punir uma criança que precisa de mais tempo.

I, 7
A REPROVAÇA0 NAO ELIMINA AS CAUSAS DAS
DIFICULDADES QUE. SE
ERGUEM NO CAMINHO DA
APRENDIZAGEM:PELO CONTRARIO,EXACERBA-AS,

2° MITO
,illIPROMOVER TODOS OS ALUNOS TIRA O ESTIMULO DOS
MIS ESTUDIOSOS
E FAVORECE O DESINTERESSE DOS MENOS ESTUDIOSOS,"
-
NAO E VERDADE I Este preconceito estã vinculado ã nao
; funcionalidade do saber escolar,isto e, ao estimulo "estudar pa

rafazer prova e passar de ano". Incentiva-se a busca do conhe-

cimento, no para a construçao de projeto de vida, mas


como
preocupaçao constante e superficial na corrida para o nota. Nes
11 se clima,- desde as series iniciais, o aluno _ _
. mao e levado a per-
ceber a relação entre.o que aprende na escola e a vida.

ESTUDAR PARA APROVA E.


UMA MOTIVAÇA0 AR
TIFICIAL QUE DEVE SER DESENCORAJADA.

32 MITO
y,A 'QUALIDADE DO ENSINO DIMINUI QUANDO TODOS OS ALUNOS SAO_PRO -
:MOVIDOS."
_
NAO E VERDADE 1 A pesquisa e a pratica tem comprovado
a baixa
qualidade do ensino se deve a outras causas:

falta de transparncia nos propãsitos pedagOoicos;

. desinformação e equívocos sobre teorias e prãticas


pedagiigiças;

.. isolamento do professor mo traLalho,

. apego aos sistemas tradicionais em que o professor


foi formado.
-O SISTEMA DE PROMOÇÃO NÃO TEM RELAÇÃO

COM A QUALIDADE DE ENSINO, hA, COm


CRITíRIOS DE DISCRIMINAÇÃO.

. 4' MITO
ri
pr fi'
i QUANDO TODOS OS.ALUNOS SÃO PROMOVIDOS ,
ACONTECE QUE MUITOS PAS
SAM SEM SABER NADA,"

NÃO í VERDADE 1 Saber é a capacidade de imaginar, de


.War, de indagar, de exercer competências decorrentes da hist?)
l N'
a .
de vida de cada um, de estarem paz, de viver. Não há pra -
1 izos pré - determinados para suas etapas.

1 . Sistematizar conhecimentos em um currículo pode


ser
j c!ritério único para julgar o que uma criança sabe
? Além disso,
não é na sequência regular de seu
curso que a criança vai preen
chendo as lacunas e consolidando o que
aPrendeu '7 O contrãrio
mio é o bloqueio deste processo ?

A CRIANÇA CONSTRÓI -CONHECIMENTOS NO CO


-
- TIDIANO DA ESCOLA E DO SEU MEIO FAMILI -

Alí? ! AR SEM PRAZO MARCADO. COMO AFIRMAR QUE


ELA NÃO SABE NADA ?

5' MITO
.p
'OS PAIS NÃO CONCORDAM QUE SEUS FILHOS PASSEM SEM SABER NADA, li
g

- . .r.. 'NÃO É VERDADE 1 "Informados" pelo preconceito da auto


_
'HCracla
r , • -, do
: rgis.ttina de Promoção, DS
-,, pais se preocupam, claro
Pilrem, informado. de, que os filhos sabem algo; de que,
4

apesar
: das dificuldades, alcançaram progressos em outros aspectos, de-
, senvolveram-se empclonalmente, nas relaçães humanas, na aquisi-

'ção de habitoS importantes para a sua formação; não reagirão de


'1111 'i n
maneira difêrénte,

INFORMADOS SOBRE OS SUCESSOS E DIFICULDA


DÊS DOS FILHOS, OS PAIS SÃO EXCELENTES

COLABORADORES DO PROCESSO ESCOLAR,


6 MITO
í um
BEM QUE SI FAZ AO ALUN6, OBRIGANDO-0 A REPETIR A SERIE,
[(CHEGA-
SE MESMO A ADMITIR QUE O PROFESSOR COMPETENTE E O QUE
MAIS REPROVA.)

NAO E VERDADE ! Pesquisas tem demonstrado que a garan


tia de recuperaçao e de melhor aprendizagem e prejudicada pela
ep ovaçao, porque gera no aluno:

perda de interesse e de auto-confiança;

afastamento dos colegas de idade prõxima;

111 tendencia í exc)usão e ao isolamento;

introjeção do rótulo de "fracassado";


movimento tendencial •evasão.

NOS. PAI-
SES EM QUE SE ADOTAM CRITíRIOS FIXOS
E -
RÍGIDOS DE PROMOÇÃO, A MAIORIA DOS ALUNOS
OU NAO CONCLUI A EDUCAÇAO BASICA SEM REPE
TiR OU ABANDONARA ESCOLA.

7' MITO
.., - _.
E 1
MPOSSIVEL TRABALHAR COM TURMAS HETEROGENEAS, EM QUE ALGUNS
1SABEM LER E OUTROS, NAO "

-
NAO E VERDADE! Separar alunos "fortes" de "fracos" ,
"rãpidos" de "lentos', 'promovidos" de "c
:. t::, , "novatos "
-
de "antigos", formar enfim, "turmas homogeneas", tem permitido

uma ne1bor aprendizagem 7 "Reclassificar" é "remanejar" alunos


.
elimina•suas diferenças pessoais .? Por outro lado,
a tentativa
de separação em grupos ou turmas fixas gera
rotulaçoes discrl,
tivilnatõrias:
• „. "bons" e "maus"; "inteligentes" e "burros"; "recupe

raveis" e "irrecuperiveis"; "melhores" e "piores"; "vencedores"


e "fracassados'. E -
o que e mais grave: sao as crianças
pobres
que formam O tontitgente do lado "perdido". Trabalhar com tur
..â. J,

mas hetérbgefleaS ja e, portanto,.. uma realidade constatada, inde


-
pendenteffiente da organização quese.de na escola, parque as cri-
ónça3 chegam, continuam e saem heterogéneas, por sua própria
condiçio de sujeitos particulares e que deve se, respeitada. A-
lem disso, vale destacar que
e benefico para
'1 is crianças e os
jovens a convivencia de desiguais, pelo estimulo intelectual da
troca, pela aprendizagem das relações i
.nterpessoais e pela soul
dariedade social que se _
forja. 0 professor, sim,
deve estar
_
çpnsciente dessa diversificaçao
3 e trabalhar esse potencial. Ce-
,do ele vai descobrir que as crianças nilo sõ aprenderam
... _ suas li-
çoes, mas tambem, e com grande sucesso, umas das outras.

INDEPENDENTEMENTE DA ORGANIZAÇA0 DADA PELA


ESCOLA, -
AS TURMAS NASCEM E PERMANECEM HETf
ROãNEAS, PORQUE AS CRIANÇAS DIFEREM
NAS
SUAS PECULIARIDADES INDIVIDUA1.5.:

8 MITO
.11

QUANDO TODOS OS ALUNOS SABEM QUE VA0 PASSAR, O PROFESSOR PER
-
DE A AUTORIDADE."

- -
NAO E VERDADE
A afirmação não revela a insegurança
de quem conStri-
yi a príipria autoridade no temor que desperta no
aluno 2 Tambem aqui as pesquisas e a pratica revelam que o res-

peito dós alunos e conquistado quando o professor substitui


o
temor e a ansiedade por est.ímulos positivos, como o reconheci -

, mento do valor do aluno como pessoa. Revelam ainda que maiores

Possibilidades de' aprendizagem ocorrem com á promoção dos alu -

nos do óue com a Pepetencia. O grande desafio e de assegurar a


permane.ntia dos : alunos no
tempo necessãrio a seu
processo educa
rional. A autoridade
, do professornão se sustenta no uso
ÇBS de amea
e de castigos,. mas sim, na sua
atuaçao profissional.
14,-à1S dígno do que reprovar
será' capacitar o professor
para alfabetizar-a criança em qualquer instante de
seu desenvol
vimento.

130R MEDO# O ALUNO ATE ESTUDA. MAS, DIFI

tiLMENTE ASSIMILA O QUE ESTUDA.


-21-

EDUCAÇA0 DE ADULTOS PARA A LIDERTAÇA0 OU PARA


A Ala:JAÇA° 7
'
Movimentos .
iniciados nos anos 40 desce seculo no Bra
sil,como a Campanha Nacional de Alfabetização, inauguraram
a
preocupação do estado Brasileiro com a educaçao em massa de jo

yens e adultos marginalizados da escola na idade prOpria. lnte


1,101;
;
da e simultaneamente, entidades nao governamentais desenvol

Lveram esforços no mesmo sentido, como o Movimento de Cultura


h;1. , Popular e o flovimento de Educação de
Base( final da decada de
11
wip)-
-ApOs o golpe
de 1964,-os governos militares institu
cionalizaram o esforço de
alfabetização C o m
o Movimente Brasi-
leiro de Alfabetização
,
(MOBRAL). Ao mesmo tempo, a Cruzada ABC,
,desencadeada
. , pelos diversos grupos da.lgreja protestante, alia
_ _
va a alfabetizaçao
._ a programas assistenciali-stas ( distribui -
çao de alimentos ).

Enquanto alguns movimentos anteriores ao golpe enten


diam a educação de _
adultos como instrumento de conscientização
e de intervenção transformadora na realidade social, os poste-
riores
revelavam nítida preocupação com a integração social de
_
11111¡Iodos
1 1 os brasileiros, isto e, voltavam-se para o modelo de de-
!senvolvimento
conservador e dependente.

. Esta intencionalidade revela-se mais claramente


no
Ensino Supletivo, instituído e regulamentado
2ffi capitulo espe-
cífricp da Lei n 2
1 5.692, de 15 de agosto. de 1971, que
estabele-
ceu as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Quatro modali-
.dades supletivas foram criadas:

. 1 - Supincia - para os excluídos


e marginalizados
_ .
eS:cola regular na idade propria;
.. de contin
Il - Qualificação Profissional - preparaçao
_
gentes populares para rãpida inserção no mercado de trabalho.
III - Aprendizagem - claramente voltada
para a forma -
çao do exercito trabalhador de reserva.

IV - 50primento - "versão brasileira da educação per-


manente" visava a atualização da
mão-de-obra ãs demandas
tim
diAGAS, Valnir.. Educação Brasileira:o Ensino de 1
9 e 2 9 Graus.
São Paulo, Saraiva, 1978, p. 371.
-22-

progressivamente tecnológicas dos processos produtivos.


Embora a concepçao formal colocasse Suprimento como
a funçao mais importante, a Suplencia tornou-se predominante.

1011 O Sistema Educacional da ditadura proclamou criterios


de ascensão social para as camadas populares, via profissionali

zação e formação de mio-de-obra. Ao mesmo tempo, na prãtica, as


1 ..,
amadas populareS resistiram aos criterios de discriminaçãoso-
t! !Y tial que substituam.os de ascensão.

A educação de jovens e adultos,no período pós-golpe ,

introduz, dentre outras distorçóes:

,111 ,Os recursos financeiros ou derivam de instveis re-


i.
sultados de incentivos fiscais ou representam parcela ínfima da
despesa realizada na função Iducação e Cultura(0,5%, de1982
1985).
I, 1-
. Concebido como dispositivo paralelo ao Sistema Regu -
lar de Ensino, .0 Supletivo careceu de or'ganicidade, recursos
humanos específicos, continuidade de açoes, infra-estrutura,_

. O voluntariado e o tímido apoio as entidades não go


vernamentais revelam o descompromisso governamental, alem
de
provocar uma açao meramente pontual e desarticulada no plano na
cional. •

. As funçóes compensatória e equalizadora, presentes,


'inclusive, na diversificação programãtica•do MOBRAL ( educação

para a saude, cultura, profissionalização, educação comunító


ria, e ate pre-escolar !), foram neutralizadas pela falta ou ma

lcação dosrecursos.:
. „
.A aUsencia de acompanhamento, avaliação e pesquisa
H"impediu
! reorientaçao do ensino, no sentido de suas necessida -
.ou mesmo de objetivos proclamados).
Uma -política de educação de Jovens e adultos exige u

ma reflexa° sistematicamente crítica dos esforços ate aqui dis -


_
pendidos, pois a - falta de clarividencia pode transformar as ca

; nadas popularts,de vítimas, em cómplices inconscientes de sua


prdprla aljenaçiio.

J li
Tal como na educaçio de crianças, no Ensino Regular,
a educação de jovens e de adultos é tambem marceie por mitos

.que ferem profundamente o desenvolvimento de


i?i41 • seu processo de
ásfabetização.

Uma reflexão sobre alguns deles poder í desvelar


a
falsidade que os fundamenta e que muita gente aceita
como ver-

12 MITO

DE NADA SERVE AO ADULTO APRENDER A LER E ESCREVER, SE ELE JÁ


"VIVEU A VIDA TODA SEM SER ALFABETIZADO,"

NÃO í VERDADE .1 Antes de qualquer argumento sobre a


Artilidade da leitura e da escrita, e preciso
defender e assegu
Irar o direito que toda pessoa tem
de aprender. Consequentemen-
te., uma divida social a ser
regatada: a esco rlarização incomple
ta ou jamais iniciada. Por outro lado, a
alfabetização é incon
test:avelmente necessaria, enquanto contruçao
de uma compreensao
i-TaalS
! , eficaz da realidade e que possibilita miiidanç,as socíaís.

O DIREITO A EDUCAÇAO'BASICA E INDISPONI


_
VELE ISTO E, NAO PODE SER RENUNCIADO PE

LO SUJEITO. E TAMBEM UM DEVER INDISPONI

VEL DO ESTADO, ISTO E, NÃO PODE DEIXAR

DE SER ATENDIDO.

2 2 MITO

JA. E_TARDE PARA APRENDER


A LER E ESCREVER, BANANEIRA VELHA
NAO DA CACHO.:
)
I
NAO E VERDADE ! Independentemente da idade, qualquer
pessoa em capacidade para aprender e ensinar. Naquele que
e
chamadó dê 4 afiàlfabêtó" existe um alfabetizando, ou seja,
um
tbr 4Uê êtihttr(Si estrategias proprias de abordagem
4 ' do
4tupdo IètfâtI0. jiãiportanto, uM letrado em potencial em
cada a
.11 à 1 fãbêtii4
- ,Altibli 4 cição elfebetlzadora dever tomar
como pon-
:tts de partida
respeito pelo que a pessoa jí tenha construído

-
e no, a sua slgnorincit".
.
Tragicamente, os analfabetos sno margih-)lizados por-
ue no sabem ler; por outro lado, não podem aprender
a ler
'porque sio marginalizados.

O ANALFABETISMO TEM SIDO, SIMULTANEAMENTE.,

CAUSA E CONSEQUíNC1A DA MARGINALIZAÇÃO.

32 MITO
11!
A_IUGAR DE :MULHER E EM CASA. MULHER — PIOR AINDA DEPOIS DA IDA
DE — NAO TEM DE INVENTAR DE ESTUDAR."

NAO E VERDADE ! Este mito reforça uma dupla discrimi


lt0o: ser mulher e ser analfabeta. Contraditoriamente, a mes-
ma sociedade que a discrimina,cobra-lbe
responsabilidade pela
- sobreviv'éncia e bem-estar
de seus filhos, assim como um papel
central na transmissão do património cultural ãs novas gera
- t
çoes.

Se e verdadeiro que "educar uma mãe e educar uma fa-


mília", igualmente verdadeiro que quando a educação da mae
e insuficiente, a'dos filhos tambem o sera.

- Finalmente, a condição de ser mulher nao pode afetar


o direito i cidadania.

_
EDUCAR UM HOMEM E EDUCAR UM INDIViDUO,
EDUCAR UMA MULHER E EDUCAR UMA GERAÇA0

Em, síntese: o enfrentamento do analfabetismo


e uma luta de duas
frentes, lado a lado. Com
Os adultos, a ação vigoro
sa para preencher as lacunas de um processo inacabado. Com
as
crfanças, a ação corajosa de garantir toda a
escolaridade a que
tèn m.direito, eliminando do sistema educacional
a :ropetencia e
a evaSão — expressões evidentes e dramáticas de um processo edu
cacional irrelevante.
ESPERANÇA: SUPERAÇÃO DA MISÉRIA PRESENTE


11, •ii
! • .:!

4 ,
PERSPECTIVAS
j
Graças ã mobilização e, organização da Sociedade Civil,

mudanças expressivas foram sinalizadas no horizonte brasileiro ,

dado que alcançamos um patamar instituaional consubstanciado em:

restauração do Estado de Direito Democrãtíco;


PO! . eliminação da censura e afirmaçao da liberdade
de
;.pensamento
• e de imprensa;

restituição das liberdades democrític ,


as como o di-
Oto de livre" assoc siação e reivindicação;

. substituição da discriminação pelo pluralismo ideo145


gico;

elaboraçao e promulgaçao de uma nova Constituiçao

04e, embora possa merecer aperfeiçoamentos, apresenta, no conjun


; 11,1;i

o -potencial de uma sociedade pos
- moderna;
,•
. realização de eleições em todos os niveis de governo;

. processo de elaboração de uma nova Lei de Diretrizes


e Bases da Educação e do Plano Nacional de Educação,
com ampla
participação dos diversos segmentos sociais;

. elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente ,


considerados como sujeito
S de direito, pessoas em condição pecu-
liar de desenvolvimento e alvos de prioridade absoluta.

•••• _ O pensamento pedagOgico brasileiro desenvolveu concep-


_
çoes de alfabetização e de educaçao bãsica que
tem sido estuda -
dlas.e aplicadas em outras partes do mundo com grande sucesso.
,
Conquistamos avanços constitucionais no capitulo_ da e-
ducação, dentre os quais se destacam:

géStão democretica da escola pública;

vinculação e subvinculação de recursos pUblicos para


a alfabetização e a educação básica;

responsabilidade, com real possibilidade de punição,


_
'autoridade omissa quanto ao direito publico subjetivo de aces
so ao ehSihá pb1ico, obrigatOrio e gratuito;

Mánütenção do salãrio-educação para financiamento da


Educaçãdtündaffient a
r l;
111.4iPi
I .,
. Acrescente-se o mandado de injunçio, poderoso mecanís-
q mo de garantia do exercício dos direitos e liberdad-,:s constítu -
,
Clonals, na falta de ,norma regulamentadora que o torne ínviãvel.
,
No entanto, as condições em que-se encontra a maioria
,
da 1
sociedade
• brasileira erguem inúmeros obstãculos ã participa -
,çãoHmais efetiva de todos no processo de formulação de políticas
.1 ..planos educacionais. Ampliar a mobilização
e organização da
-comunidade educacional, em especial, e da sociedade civil, como
um todo, até mesmo para eliminar a defasagem
1 entre o plano legal
,e.a,realldade sOcio -
económica, "e-
condição imprescindível para a
!taboração de diretrizes e propostas destinadas a uma consequen-
í te Política de Erradicação do
Analfabetismo
e Universalização do
;Ensino Fundamental.

DIREITOS SAO CONQUISTADOS. NAO SA0 CON

CEDIDOS, A MOBILIZAÇÃO E NECESSARIA PA

RA QUE ESSES DIREITOS SEJAM EFETIVADOS


P••,.

- 28 -

EFEIRIDO OS IESAFIOS

'

. ,

1 I. !, .r•

11

i;
iE t.Y.•


„r!..

ALFABETIZAÇÃO E CIDADANIA
1. )
Por determ inaçoes estruturais mais amplas
econtmic as
4In .0tima instância, mas também políticas, sociais e
culturais —,
.Algunssio excluídos, outros. conseguem'sobreviver e outros lo
-gram melhor íxito no processo de alfabetizaçio.
Assim, fio é possível discutir um projeto de
4. alfabetí-
aoe de educaçio,- sem discutir es interaç6-
es entre os proces-
svs.de.desestruturaço/estruturação económicos,po)ítico-jurídi
cose Culturais e os ,.proces.sos _educacionais.

Cabe. entio,.perguntar:,

[ I - Como desenvolver
essa. discussão, hoje, no Brasil ?
II - É possível uma alfabetização
de crianças„ jovens e
adultos, sem que o Brasil passe por
transformaçóes profundas nos
4flieis económico, político, social e cultural ?
111 - Como construir uma
alfabetização transformadora
que contribua para o exercício da
cidadania, aqui e agora ?
IV - É possível fazer avanços significativos na alfabe-
izaçao„, sem que o Brasil resolva
os impasses relacionados a pro
priedade da terra, ao trabalho, e ã distribuição de
bens .materi-
ais.e culturais ? Como ?

V - - Que projeto de
alfabetização devemos construir, se
queremos o fortalecimento da
sociedade civil e, portanto, a cida
dania de todos — crianças, jovens e adultos?

1 4 ALFABETIZAR E

no e apenas transmitir letras e numeros_ No


se
limita a ensinar códigos. Muito mais do que isso,
ela diz respei
to ia leitura do mundo, ã produção da palavra. Para tanto, sabe
se que crianças, jovens e adultos so aprendem a ler e
escrever
lendo e escrevendo, ou seja, praticando ativamente
a leitura e
escrita.

- Para que garantir o acesso ã leitura/escrita ?

11 - É possível desencadear umprocesso de alfabetização


sem um projeto que torne efetiva a prãtica da
leitura/escrita?
, III - Ou, ao contrírio, UM/J
alfabetízaçio voltada pare a
, h r
idadania só poçfe existir a partir e em funçáo de uma
twi política
publica que vise, a emancipaçao, a
H' tomada de consciencia crítica
1 sobre ii realidade em que vivemos ?
IV -Como
ler e escrever, a no ser lendo e escrevendo ?
_
1-
RESPONSABILIDADE PELA ALFABETIZAÇÃO

Ao lado da rede pública de ensino, inúmeras são as mi


ativai _
s de agencias'não governamentais que se dedicam
ã alfabe-
lizaçãolde jovens e adultos( e atj de crianças ) no Brasil.Ufun

damentan,promover a melhoria da qualidade, a expans2o e articula.

dessas
, açOes, de modo a congregar esforços e otimizar recur-
sos.. Necessitamos de mais e melhor alfabetização.

I - Quem deverá formular e implementar as políticas ur


gentes de alfabetização ?
11
- De que maneira os órgãos ,públicos da educaçio pode-
rao resolver os graves impasses relativos a suas estruturas
e
funcionamento ?

III
- Como ampliar a jornada escolar garantifido a pena
néncia e continuidade dos alunos, bem como o trabalho em equipe
Ops:professores ?
lv
- Como equipar as escolas e outros espaços
imprescin
díveis para o trabalho da leitura/escrita ?

V - Como articular instãncias governamentai


!! s e no go-
Niernartiêntaís, enfrentando as diverge-ncias existentes ?

' VI - Como atuarão as universidades e os centros de pes-


,40ta., para que o conhecimento sobre _
alfabetizaçao ai desenvolvi
I db.eliffilne a
distíncia que o separa da prática da alfabetização
.1no'enSínd formal e não formal ?

14 . RECURSOS HUMANOS QUALIFICADOS E RESPEITADOS

tiiia polítita cOnsequente de alfabetização exige uma or


gáíliêã Póiltità de CaPáCitação de seus recursos
j um ,—..m.-um40 Sãr humanos, alé- m de
:id tbm a
valorização do magist&rio, tento atra
_
vés da dignidade da remuneraçao, quanto pelas condiçoes neces-sa-
rias de trabalho.

I - Como superar a precariedade de recursos humanos e


a faltí de continuidade das políticas pãblicas para o setor 7

II - Que estrategias serão necessárias para que os pro-


fesspres tenham uma prática coerente e consistente
1 1 i III - De que maneira possív
e el atuar no sentido de
transformar a prática pedagOgica real, considerando-se a exten

sío corhinental e as,diversidades regionais do país

I:1 IV - Como reverter as aviltantes condiçoes de remunera-

ao e de trabalho da maioria dos professores brasileiros ?

.N9 D1A-A-DIA í QUE AS COISAS ACONTECEM

'Dizer 4 uma. criança que ela fala errado, porque cons -

1 truiu a frase "nOis


é violentar o processo cultural em
que ela está inserida. Certamente, passará na cabeça dela que to

dos de sua família e de seu meio esto errados, porque falam des

sa maneira. No entanto, ao lado desse respeito, é preciso levá -

ia ao conhecimento dominante no mundo moderno, e que lhe possibi

lita participar das decisOes. Assim, na alfabetização do serin -


1
gueiro, no interior da AmazOnia, talvez seja importante que ele

aprenda a cõtaçio da borracha na Bolsa de Nova York, para no


ser enganado no preço.

A. alfabetização e a educaçao básica devem propiciar o

acesso ao conhecimento dominante. lias deve, simultaneamente, con

siderar o que o educando traz do que foi produzido no interior

das relações sociais e do cotidiano das práticas do meio social


dle -que procede.

I - Como articular o.conbecimento que deve ser apropri

ado por todos ao conhecimento resultante 'das vivências concretas


dos alfabetizandos ?
U10[
II - Que metodologias as escolas formais e não formais

desenvolvera° para lidar com essa diversidade e esse novo saber?

III - Existirá um 'melhor metodo de alfabetizaçao" ou


ser
. necessírio descobrir a multiplicidade de saídas possíveis ?

IV - Como enfrentar a marginalizaCao, a discrUlnaçíofí


deolOgica, étnica, sexual, por idade, cultural e social) para -
possibilitar o espírito crítico, a criatividade - utonornia ?

"A PRESENÇA DOS OPRIMIDOS NA BUSCA DE SUA

LIBERTAÇÃO, MAIS QUE PSEUDO-PARTICIPAÇÃO,


*
E O QUE DEVE SER:ENGAJAMENTO,-

FREIRE, Páulo. Pedagogia do Oprimido.10/ ed., Rio de janeiro ,


Paz è Tetra, 1981,'p. 61.

e,

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