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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ANTONIA MAYARA ALVES REIS

PROJETO EDUCATIVO
CONTRIBUIÇÕES DA AFETIVIDADE PARA A EDUCAÇÃO
INFANTIL

Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade

SÃO MIGUEL DO GUAMÁ


2021
ANTONIA MAYARA ALVES REIS

PROJETO EDUCATIVO
CONTRIBUIÇÕES DA AFETIVIDADE PARA A EDUCAÇÃO
INFANTIL

Projeto Educativo apresentado à Universidade


Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito
parcial à conclusão do Curso de Licenciatura
em Pedagogia.

Docente supervisor: Prof. Maria Madalena


Peres Sanches.

SÃO MIGUEL DO GUAMÁ-PA


2021
INTRODUÇÃO
Muitos questionamentos surgem na atualidade acerca da educação das
crianças. O que percebemos é que as crianças estão vivenciando a cultura da
tecnologia, ou seja, algumas delas, comumente, recebem de presente dos genitores
um aparelho celular ou um tablet. Esses modos de vida têm repercutido na
educação e nos processos de ensino-aprendizagem dos pequenos. É comum os
familiares dizerem que a criança não está aprendendo os conteúdos na escola, ou
que não consegue alcançar os níveis de desenvolvimento esperados para sua
idade. Desse modo, surgem alguns questionamentos: como tem sido o espaço da
escola e qual a papel do professor e da família nesse processo?
Para Sanches (2004) a formação do profissional para atuar na Educação
Infantil é um assunto urgente e que demanda a devida atenção. Ela destaca que “há
clara evidencia de que a qualidade do professor é um determinante central na
qualidade e eficiência dos programas de Educação Infantil [...]”, esse trecho sugere
a relação da qualidade da educação com a figura do professor que teve uma
formação transformadora, em que se priorizou essa formação teórica alinhada às
práticas pedagógicas atuais (metodologias ativas).
A literatura da área da educação cita diversos fatores importantes para a
aprendizagem, e neste trabalho, por afinidades pessoais, elegeu-se para foco de
análise a afetividade, que é descrita como um fator importante na formação das
crianças. A criança com mais disponibilidade afetiva para o aprender é aquela
criança que possui um lar protegido e seguro. É aquela criança que tem seu espaço
para brincar, se alimentar e descansar de forma digna. Para que a criança possa
vivencia de forma satisfatória a sala de aula e que possa se tornar uma pessoa
capaz de viver neste mundo, que é desafiador, é fundamental que tenha sido criada
sob vínculos familiares positivos e que a escola em seu caráter pedagógico possa
lapidar essas vivencias.
Considerando minha formação e pessoal interesse por esta área da
pedagogia, em que verifiquei na literatura a importância da afetuosidade em sala de
aula. Para alcançar tal intento teórico, ou seja, para a analisar a afetividade e suas
contribuições para a Educação Infantil, realizou-se uma pesquisa bibliográfica tendo
como foco de análise as contribuições de Henri Wallon, o qual discorre em seus
achados teóricos a relação entre a aprendizagem e afetividade, e destacando esta
última como ponto chave nos processos de aprendizagem.
OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL:
Descrever o conceito de afetividade, relacionando-o com o desenvolvimento da
aprendizagem de alunos da Educação Infantil, além da utilização da metodologia da
gamificação, que objetiva gerar maior engajamento, motivar e promover a
aprendizagem.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Refletir sobre o conceito de afetividade, considerando a perspectiva de Henri


Wallon;
 Analisar o papel do professor nos processos de ensino-aprendizagem, quais as
habilidades ele desenvolve;
 Utilizar a metodologia de gamificação na pratica pedagógica.
PROBLEMATIZAÇÃO
Nos dias atuais a escola tem o caráter socializador, ou seja, suas estratégias
de intervenção direcionam-se do desenvolvimento pessoal de seus alunos até os
contextos culturais e sociais. Essa visão reforça o que orienta a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (LDB), publicada no ano de 1996. Nesse sentido a família tem
papel fundamental, pois, ela enquanto primeiro local de sociabilização irá
desenvolver valores e princípios que serão importantes para que a criança se
desenvolva positivamente na escola. Ambas são importantes, porém a função que
cada uma desempenha é diferente. É valido ressaltar que os pais devem conhecer a
instituição para que conhecer e verificar se a metodologia empregada reforça os
valores sob os quais educam seus filhos.

Tendo em vista que a Educação Infantil tem como público alvo crianças de 0
até 6 anos, fase essa em que as crianças ainda estão se descobrindo, ou seja, ainda
estão compreendendo suas emoções e se ocupando disso. Muitas vezes as famílias
não destinam tempo e esforços para auxiliá-los a vivenciar esse momento, ou seja, o
desenvolvimento da criança envolve uma série de novos comportamentos
adaptativos ou não. Desse modo reconhecer os próprios sentimentos e identificar
formas saudáveis de lidar com essas sensações é fundamental para a adaptação.
Porém como a criança percebe essa nova realidade, ou seja, como ela se sente na
escola?
Após alguns levantamentos bibliográficos, percebeu-se que um dos
comportamentos-problema mais presentes nas crianças da Educação Infantil é a
birra ou teimosia. Esse comportamento é comum nessa faixa etária e se constitui um
desafio ao professor, quando o pequeno não se sente valorizado na relação, ele
tende a apresentar comportamentos de birra a fim de testar os limites e, é claro,
conseguir o que deseja (Wallon,1975).
Considerando o disposto acima, este estudo discorre sobre a afetividade,
relacionando-a com a aprendizagem, a partir do uso da metodologia de gamificação.
É salutar que a afetividade é um fator importante para a formação cognitiva e seu
desenvolvimento no ambiente escolar. Considerando este contexto, este trabalho
objetiva analisar a importância da afetividade para a educação infantil, analisar o
perfil do educador dessa área, bem como utilizar a gamificação, enquanto
metodologia ativa para facilitar a educação.
REFERENCIAL TEÓRICO
A sala de aula é o espaço de encontro entre o professor e aluno, é nela que
as relações vão se desenvolver. Desse modo, é imprescindível pensar numa sala de
aula que favoreça a aprendizagem, que seja motivadora e que facilite a interação.
Antes de tudo é necessário pensar na sala de aula como um espaço de acolhimento,
principalmente quando se trata de educação infantil. Para Horm (2007) a sala de
aula exerce um papel de grande importância no desenvolvimento e na formação dos
alunos. Juntamente com a família, é responsável pela construção do conhecimento
e pela transmissão de valores sociais e culturais. Quanto melhor for a relação entre
todos os envolvidos – alunos, instituição, pais e responsáveis - mais fluido e
assertivo será todo o processo de ensino-aprendizagem.
A postura do professor e o ambiente físico da escola são elementos
interligados para que a criança se sinta acolhida, respeitada e valorizada. Desse
modo, há o desenvolvimento de diversos comportamentos cognitivos, dentre eles a
afetividade. As interações afetivas toram a aprendizagem significativa, ou seja, um
professor afetivo pode fazer uma leitura dos seus alunos, tanto em aspectos grupais
como em aspectos pessoais. Ele é capaz de reconhecer as motivações da turma. O
afeto por parte do educador evidencia os desejos individuais dos alunos, tornando o
ambiente em sala de aula confortável o suficiente para despertar a curiosidade e
vontade de ir avante nos estudos.
Diante do disposto, pode se dizer que a afetividade é um fator importante para
a formação cognitiva e seu desenvolvimento no ambiente escolar. Considerando
este contexto, este trabalho objetiva analisar a importância da afetividade para a
educação infantil, fazer referência ao perfil do educador dessa área, bem como
utilizar a gamificação, enquanto metodologia ativa.
Para realizar tal feito, ou seja, compreender o conceito de afetividade,
realizou-se uma pesquisa bibliográfica tendo como parâmetro de analise o
referencial teórico discutido pelo autor Henri Wallon que estudos teóricos a inter-
relação entre a capacidade de aprendizagem e as condições para tal, bem como
tratam a afetividade como elemento de suporte nessa relação. Essa relação
baseada na afetividade é algo que contribui para uma Educação Infantil de
qualidade.
O Dicionário Aurélio define acolhimento como “Modo de receber ou maneira
de ser recebido; consideração”, ou seja, pensando numa escola que acolha a
criança deve se sentir querida e protegida pela instituição na figura especial do
professor. Quando se fala em acolher, se fala em cuidar, e cuidar de modo integral,
desde como se trata e enxerga a criança e estendendo-se para o método de ensino
do professor, o dia a dia escolar devem ser no mínimo interessantes aos alunos. Por
isto que a concepção de Educação Infantil deve ser pensada com cuidado e requer
atenção. É na Educação Infantil, primeiro contato das crianças, que as emoções irão
se desenvolver, cada aluno cuidado com afetuosidade será preparado para um
futuro mais proveitoso.
A atenção e o cuidado do qual nos referimos se trata da forma como a sala é
organizada, a ludicidade nela impressa, a forma como o professor nomeia os objetos
ali existentes, tudo deve ser pensado para que os pequenos possam compreender e
que faça parte da história de vida de cada um, que seja algo pertinente à realidade
para dar significado as interações e a troca de experiências. Barbosa e Horn (2001)
nos orientam quanto a isto, ao se referirem as atividades cotidianas em sala, elas
afirmam a necessidade de analisar a realidade da turma e enxergar a necessidade
de cada aluno, o professor sensibilizado por tais questões compreende a criança
como sujeito ativo. Nesta perspectiva, as singularidades são consideradas, assim
como o contexto cultural em que a escola é imersa, conforme descrito abaixo

Para dispor de tais atividades no tempo é fundamental organizá-las tendo


presentes as necessidades biológicas das crianças como as relacionadas ao
repouso, à alimentação, à higiene, e à sua faixa etária; as necessidades
psicológicas que se referem às diferenças individuais como, por exemplo, o
tempo e o ritmo que cada uma necessita para realizar as tarefas propostas;
as necessidades sociais e históricas que dizem respeito à cultura e ao estilo
de vida, como as comemorações significativas para a comunidade onde se
insere a escola e também as formas de organização institucional da escola
infantil. (BARBOSA e HORN, 2001, p. 68).

A literatura que esmiúça a Educação Infantil, apresenta diversos elementos


essenciais para que se tenha sucesso na aprendizagem, além de um ambiente físico
que acolha, a interação, a troca de experiências, o estímulo, que são essenciais
para garantir à criança o seu desenvolvimento. A construção desse afeto tem papel
relevante, pois, nesse sentido as crianças podem vir a se sentir estimuladas e
apresentam comportamentos relacionados a autonomia. Uma pessoa dita autônoma
é predisposta a se adaptar a diversas situações e adquire outras habilidades. O
afeto pode ser demonstrado de diversas maneiras e vai mais além de trocas físicas
e verbais, como por exemplo abraçar e elogiar. Pensando o afeto entrelaçado a um
viés pedagógico, o mesmo é considerado tão elementar quanto as metodologias de
ensino, considerando o espaço que o mesmo ocupa para o aprender. Convém,
ainda, ressaltar que a afetividade para fins desta análise é entendida como diferente
daquela exercida no convívio familiar, ou seja, a criança precisa compreender que
está numa relação de afetuosidade com uma pessoa de seu convívio social que não
da família, portanto alguns limites devem ser estabelecidos que desempenham
importante movimento cognitivo (Leite e Tassoni, 2021).
Grandes estudiosos, como Jean Piaget e Lev Vygotsk, já atribuíam
importância à afetividade no processo evolutivo do ser humano, mas foi o educador
francês Henri Wallon que se aprofundou nesta questão. Ele valorizou a interação
entre indivíduo/meio social e aprofundou suas analises no tocante a afetividade e
suas repercussões para as diversas aprendizagens. Wallon (1975) comenta sobre
funções básicas constituem a personalidade: afetividade e inteligência. A afetividade
está relacionada às sensibilidades internas e se orienta em direção ao mundo social
e para a construção da pessoa; a inteligência, por sua vez, vincula-se às
sensibilidades externas e está voltada para o mundo físico, para a construção do
objeto. As relações sujeito e objeto do conhecimento a afetividade se fazem
presentes na mediação sutil que incentiva a empatia, a curiosidade, capaz de fazer a
criança avançar em suas hipóteses no processo de desenvolvimento e
aprendizagem. Nesse sentido razão e emoção não se dissociam, visto que uma não
acontece sem a outra. A teoria de Wallon, está baseada basicamente no
afetivo/cognitivo/motor o que nos possibilita pensar em como a afetividade
incorporada ao psiquismo pode interferir na aprendizagem.
Por desenvolvimento psicomotor, compreende-se um processo continuo de
evolução das seguintes áreas: inteligência, comunicação, afetividade, sociabilidade
e aprendizagem. Este autor, em seus estudos, compreende que a relação entre a
personalidade e a emoção é o alicerce para o desenvolvimento psicomotor, destaca
também que a emoção tem importantes reverberações no desenvolvimento dos
infantes
A emoção, segundo Wallon (1986), é a primeira expressão da afetividade. Ela
tem uma ativação orgânica, ou seja, é a primeira necessidade afetiva da criança. O
sentimento, por sua vez, já tem um caráter mais cognitivo. Ele é a representação da
sensação e surge nos momentos em que a pessoa já consegue falar sobre o que lhe
afeta - ao comenta um momento de tristeza, por exemplo. Já a paixão tem como
característica o autocontrole em função de um objetivo. Ela se manifesta quando o
indivíduo domina o medo, por exemplo, para sair de uma situação de perigo ou
antecipá-la.
Para Wallon (1986), a emoção é vista como a forma mais expressiva da
afetividade: “As emoções tem um papel predominante no desenvolvimento da
pessoa. É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades
[...] ”. Pôde-se compreender por afetividade a capacidade do ser humano de ser
afetado positiva ou negativamente tanto por sensações internas como externas. A
afetividade é um dos conjuntos funcionais da pessoa e atua, juntamente com a
cognição e o ato motor, no processo de desenvolvimento e construção do
conhecimento.
Pode se afirmar que, em razão do disposto a afetividade tem fundamental
contribuição e importância nas relações psicossomáticas básicas, ou seja, tem
contribuições indispensáveis para a percepção, memoria, pensamento (Wallon,
1995). A teoria da psicogênese de Wallon, trata da aquisição de conhecimentos e
funções psicológicas do ser humano, essa aquisição é continua, ou seja, ocorre ao
longo de nosso desenvolvimento. Essa teoria apresenta algumas contribuições para
a educação, em especial a afetividade como metodologia que facilita ou favorece a
aprendizagem. O termo chave para esta teoria é o conceito que integração, que
versa sobre integração em dois aspectos: a integração organismo meio e os fatores
ambientais. Ou seja, o que antes era visto como dicotomia, a partir desta teoria seria
enxergado es tudo em constante interação. Segundo Wallon (1999), em sua teoria
psicogenética o indivíduo é um ser corpóreo, concreto e deve ser visto como tal, ou
seja, seus domínios cognitivos, afetivos e motor fazem parte de um todo, a própria
pessoa. Desta forma a criança não pode ser percebida de forma fragmentada.
O autor Henri Wallon (1995) comenta e reforça a ideia de que existem
diferentes situações em diferentes fases do desenvolvimento que relacionadas a
necessidades e oportunidades podem envolver diferentes tipos de reações. Essas
reações a essas estimulações caracterizam evoluções nos comportamentos e na
organização psíquica da pessoa. Logo, essas reações que são as emoções,
proporcionam a comunicação social da criança.
As condições sociais têm impacto quanto ao aparecimento e a evolução das
manifestações de afetividade, é importante compreender este conceito sempre
entrelaçando com a realidade social em que a criança está inserida, pensar a
afetividade a partir de da expressão de sentimentos, de emoções e sensações
(Wallom, 1995).
Considerando estes apontamentos sobre esta importante teoria, um dos
achados a que se faz menção é que a afetividade está interligada a aprendizagem,
pois, as manifestações afetivas transformam em níveis específicos. Desse modo
terá a aquisição de habilidades, de construções e emoções em seu repertório.
Reconhecer, valorar e cuidar da dimensão afetiva dos seres humanos, é a
centralidade da teoria de Henri Wallon. Ele defende que só há desenvolvimento
quando as interações e as emoções não forem pensadas isoladas, mas lado a lado.
Certamente, as interações afetivas que ocorrem em sala de aula são elos
indispensáveis para a aprendizagem. Essas interações são experiências carregadas
de trocas afetivas que, se forem positivas, colaboram para a construção de pessoas
criativas, engajadas e motivadas. Quando pensamos, por exemplo, em alguém
engajado estamos nos referindo a alguém que tem confiança em si para a tomada
de decisão.
Retomando o que já fora discutido aqui, a afetividade equivale as expressões
iniciais de sofrimento/prazer que a criança vivencia, tendo base orgânica em seu
surgimento mas não em sua manutenção. Após esse surgimento, ela é persuadida
pelo meio social, fala-se em afastamento dessa base orgânica com o passar do
tempo e forte relação com o meio ambiente em suas manifestações. Considerando
que a escola é esse elo na relação professor/aluno e demais relações, é
fundamental destacar a importância de se trabalhar a partir da perspectiva da
afetividade, principalmente em Educação Infantil.
A Educação Infantil é a primeira etapa do ensino formal e recebe alunos até
os 06 (seis) anos de idade. É um dos momentos de convívio social que extrapolam a
convivência familiar, ou seja, se configura também como um momento de adaptação
e descobertas. Essas adaptações ocorrem em âmbito físico, pois as crianças
dirigem-se a um local especifico, trajam roupa especifica e utilizam materiais
específicos. Além disso conhecem e convivem com pessoas diferentes e, portanto,
constroem a visão de si e dos outros. Toda a vinculação afetiva que é construída a
partir daí operam no amadurecimento deles. A Base Nacional Comum Curricular, em
especifico no artigo 29, discorre quanto a isso: “ [...] tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança de até cinco anos em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família [...]” (BNCC,
2017).
Com o intuito de aprimorar a Educação Infantil, a BNCC (2017) em toda a sua
estrutura orienta que a educação deve assegurar condições para o desenvolvimento
socioemocional, a partir dos campos de experiência previstos por ela. Os campos de
experiência são: o eu, o outro e o nós; corpo, gestos e movimento; traços, cores,
sons e formas; escuta, fala, pensamento e imaginação; espaço, tempo, quantidades,
relações e transformações. Nesses campos de experiências, se faz referência a
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, dispostos na seguinte organização:
Bebes (de 0 a 1 ano e 6meses); crianças bem pequenas (1 anos e 7meses a 3 anos
e 11 meses), e crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses).
Considerado essas orientações o professor da educação infantil, precisa
organizar sua rotina de modo a facilitar os aprendizados de forma afetiva. Para isso,
é fundamental organizar essa rotina, a afetividade não ocorre em um momento
especifico, mas nessa interação. Fala-se muito em postura acolhedora que
repercute nessa aprendizagem, portanto, é necessário que o professor realize suas
próprias reflexões éticas sobre seu fazer e qual postura será base em seu
comportamento (Silva,2004). Em virtude dessa necessidade de perfil adequado, fica
claro que ao observar e ouvir as crianças, demonstra-se proximidade e interesse
neles. É salutar que as organizações das atividades estejam em consonância com o
orientado pelas metodologias ativas (Berbel,2021).
MÉTODO
A linha de pesquisa escolhida foi a docência na Educação Infantil, desse
modo, considerando que as crianças estão sendo direcionadas para o uso das
tecnologias, as relações interpessoais têm ainda mais se tornado mecanizadas.
Para que o professor estabeleça uma relação afetiva, em que o aluno se sinta
valorado é primordial que as atividades em sala de aula sejam engajadoras. Como
extrair essa afetividade tão importante para a aprendizagem, tendo em vista que os
alunos demonstram comportamentos de teimosia e birras? Para este fim, buscando
motivar e promover aprendizagem, utilizar-se-à a metodologia da Gamificação, de
forma qualitativa. Essa metodologia se utiliza de elementos comuns para motivar os
alunos a ter determinadas posturas ou até mesmo mudança ou adoção de outros
comportamentos. A Gamificação aprofunda os aprendizados, ainda que na
Educação Infantil não haja essa obrigatoriedade em assimilar os temas estudados.
Para esse público a estratégia utilizada foi o Jogo da Velha da Natureza, com
uma turma de Pré II composta por crianças de 4 a 5 anos. Essa proposta consiste
em algumas orientações em que a criança precisa recolher elementos da natureza.
Esses elementos poderão ser encontrados nas áreas externas da escola, como por
exemplo folhas, galhinhos, pedrinhas e etc. A experiência da gamificação com o
Jogo da Velha da natureza, contempla os campos de experiência da BNCC: O eu, o
outro e o nós; Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações; Traços,
sons cores e formas, pois é por meio das brincadeiras, que a criança fantasia, recria
a realidade e constrói experiências significativas, que serão importantes para
descobrir o mundo e se inserir em um contexto social. Sendo assim esse projeto
visa a promover o brincar, o aprendizado e as interações físicas e afetivas, a partir
de atividades que utilizassem os elementos da natureza, materiais não estruturados
e o jogo para buscar a interação e aprendizagem, a partir de atividades envolventes
e desafiadoras. Oportunizar a criança o contato com os elementos naturais e aguçar
a curiosidade a partir da gamificação, promove uma maior interação das crianças
com seus pares, e proporciona uma aprendizagem significativa.
CRONOGRAMA

A seguir descreve-se, suscintamente, as etapas de realização das atividades


do projeto educativo em tela:

Etapas do Projeto Período


1. Planejamento Video-aula sobre estrutura do projeto
(02.08.2021);
Leitura do Manual do Projeto Educativo
e das Leituras Complementares
(03.08.2021);
Escolha da temática (05.08.2021);
Escolha da metodologia ativa em
subsidio a problemática (24.08.2021);
Estudo do referencial teórico (a partir de
26.08.2021).
Entrega do Portfólio Individual
(02.08.2021)

2. Execução O presente projeto fora executado por


discente de graduação de pedagogia do
período de 02.08 à 02. 11.2021.
Quanto a execução da ação em
resposta a problemática será executada
por professor de series iniciais da
Educação Infantil, tendo como suporte
01 (um) auxiliar em sala. Esta execução
será realizada de forma constante em
sala de aula.
3. Avaliação Será realizada a avaliação após a
finalização da atividade realizada, tanto
em grupo como de forma individual,
além de verificar os relatos das crianças
sobre a interação em sala de aula.
RECURSOS
O primeiro recurso utilizado para este projeto foi o estudo da literatura
pertinente, afim de refletir sobre as teorias que tratam do da aprendizagem facilitada
pelas relações afetivas. Além disso, enquanto recurso humano essencial para o bom
andamento deste trabalho deste elenca-se a figura do professor e de um auxiliar em
sala de aula. Este profissional deve realizar todas observações pertinentes para
propor atividades engajadoras.
No que diz respeito aos recursos materiais, destaca-se a necessidade de 01
(um) computador e 01 (uma) impressora, papel A4, cartolina, giz de cera, lápis de
cor, borracha, tesoura sem ponta, apontador EVA, fio cru e materiais orgânicos
(pedrinhas, folhas, galhos, etc).

AVALIAÇÃO
A avaliação do projeto dar-se-à por meio da análise da reciprocidade dos
alunos em relação á atividade proposta, bem como através de monitoramento junto
aos seus familiares quanto a quais repercussões foram vistas em seus filhos. Ou
seja, será realizado o acompanhamento e registro do desenvolvimento dos
processos de ensino-aprendizagem, afim de qualificar as interações afetivas.
REFERÊNCIAS

BARBOSA, Maria Carmem Silveira; HORN, Maria da Graça Souza. Organização do


Espaço e do Tempo na Escola Infantil. In.: CRAIDY, Maria; KAERCHER, Gládis
Elise P. da Silva. Educação infantil: pra que te quero? Porto Alegre: Artmed Editora,
2001, p. 67-79.

BERBEL, N.A.N. As metodologias ativas e a promoção da autonomia de


estudantes. Disponível em:
http://www.proiac.uff.br/sites/default/files/documentos/berbel_2011.pdf.Acesso em 23
de setembro de 2021.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20


de dezembro de 1996.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. MEC. 2017.


Brasília, DF. 2017. Disponível em: http: basenacionalcomum.mec.gov.br/download-
da-bncc.

HORN, M. da G. S. Sabores, cores, sons, aromas: a organização dos espaços na


Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2007.

LEITE, Sérgio Antônio da Silva; TASSONI, Elvira Cristina Martins. A afetividade em


sala de aula: as condições de ensino e a mediação do professor. Disponível em:
https://www.fe.unicamp.br/alle/textos/SASL-AAfetividadeemSaladeAula.pdf. Acesso
em 10 de setembro de 2021.

SANCHES, E. C. Creche – realidade e ambigüidades. 2.ed. Petrópolis: Vozes,


2004.

SILVA, C. E. (2004). Formação continuada de educadoras infantis: uma


proposta de intervenção. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Educação,
Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais.

________. Psicologia e educação da infância. Lisboa, Editorial Estampa, (1975).

________. Afetividade e aprendizagem – Contribuições de Henry Wallon. São


Paulo: Edições Loyola, 2007.

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