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Faculdade de Ciências Sociais

Departamento de Ciências da Educação

Licenciatura em Educação Básica – 1º ano

1º Semestre 2021/2022

Unidade Curricular: Iniciação à Prática Profissional

Docente: Guida Mendes

Discentes: Ana Alves nº 2140520, Leonor Camacho nº 2109321, Sara Barbeito nº 2109521 e
Nuno Lopes nº 2014218

Fatores Determinantes de um Ambiente Educativo de Qualidade.


Relações e Interações entre o Educador de Infância e as Crianças na
Creche.
Índice

Introdução........................................................................................................................2
Fatores Determinantes de um Ambiente Educativo de Qualidade.............................3
Relações e Interações entre o Educador de Infância e as Crianças na Creche..........5
Importância da Relação entre Educador-Criança para um Bom Ambiente
Educativo..........................................................................................................................6
Conclusão.........................................................................................................................8
Referências.......................................................................................................................9
Introdução

No âmbito da Unidade Curricular de Iniciação à Prática profissional I, foi-nos


proposto pela docente Guida Mendes a realização de um trabalho de grupo sobre os
fatores determinantes de um ambiente educativo de qualidade e as relações entre o
educador de infância e as crianças na creche.
Este permite-nos aprofundar a importância que é dada aos ambientes/espaços e ao
contacto com o profissional no contexto de creche, transpondo também os
conhecimentos retidos do estágio para a sua elaboração.
Será que um ambiente educativo de qualidade e uma relação afável com o
educador são fatores determinantes na fase de creche de uma criança?
O trabalho numa creche é meticuloso, rigoroso e de enorme valor, sendo que nem
todos estão aptos para a tarefa. O perfil de um profissional dessa área tem que ter as
caraterísticas básicas necessárias, como a comunicação e a afetividade, que serão
essenciais para a relação educador-criança. Neste sentido, ao ambiente criado deverá ser
dada uma especial atenção, pois este deverá conter espaços estimulantes, incentivadores
e, naturalmente, apelativos e confortáveis.
Efetivamente, há estudos já realizados que comprovam que o meio frequentado
pelas crianças e as suas interações entre pares e o educador são elementos cruciais para
a qualidade da educação e cuidados, refletindo-se, posteriormente, no seu
desenvolvimento e na sua aprendizagem ao longo da vida. Para que estes sejam
eficientes, eficazes e tenham sucesso, deverão ser tidos em linha de conta os aspetos e
os traços referidos anteriormente.

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Fatores Determinantes de um Ambiente Educativo de Qualidade

As instituições educativas são ambientes que desempenham determinadas


funções, dispondo assim, espaços e tempos apropriados para as crianças que frequentam
estas instituições. Desta forma, estes espaços devem ser apelativos, com zonas de
trabalho e de lazer. Estes serão extremamente importantes na educação das crianças
pois, irão ajudar no processo de desenvolvimento e aprendizagem das mesmas e da
relação com o meio, assim como, nas interações adulto-criança e criança-criança.
Segundo as reflexões de Filgueiras (2010):

É importante que as crianças compreendam como o espaço está organizado e como pode ser
utilizado. É importante que as próprias crianças participem nessa organização e nas decisões
sobre as mudanças a realizar. O conhecimento do espaço, dos materiais e das atividades, é
também condição de autonomia da criança e do grupo (Filgueiras, 2010, p.61).

A creche deverá conter diversas atividades apelativas/lúdicas e relações


interpessoais promovendo a autonomia da criança através de inúmeros materiais, sendo
este suscetível e fomentador.
Normalmente, há uma distinção entre a casa e jardim de infância (entre outros
espaços), pois a criança, eventualmente, irá compreender que em cada um destes
espaços existem diferentes intervenientes (casa- pai, mãe; jardim de infância-
educadores, auxiliares; etc.). Cada estabelecimento tem as suas próprias
individualidades, a nível de dimensão, dos recurso e materiais que dispõem, contudo,
todos devem estar equipados com os aparelhos ou objetos necessários ao
desenvolvimento infantil, materiais de qualidade, variados, seguros e duráveis. É
também muito utilizado materiais recicláveis, como por exemplo, interiores de
embalagens, caixas vazias, bocados de tubos e fios, bem como material natural, folhas,
ramos, pedras, sementes, estes materiais podem ser utilizados para a realização de
inúmeras atividades educativas. As paredes devem ser utilizadas para estabelecer uma
forma de comunicação, representativa dos processos desenvolvidos, estando visível para
as crianças e os adultos, devem também ser coloridas e apelativas de forma a dar vida e
ânimo à sala.
O espaço exterior, tem igual importância a nível educativo, pois permite às
crianças fazerem atividades que normalmente não podem realizar dentro da sala. Para
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além disto, dá-lhes um sentimento de liberdade e autonomia, assim como, permite o
desenvolvimento motor das crianças.

Relações e Interações entre o Educador de Infância e as Crianças na


Creche

A relação entre o educador de infância e a criança representam o ponto essencial


do processo pedagógico que engloba todos os momentos transformadores e construtivos
de experiências e vivências partilhadas por cada um dos envolvidos. São estas
interações que depois se traduzirão em processos de ensino/aprendizagens capazes de
estimular e potenciar as competências da criança num ambiente de empatia e estima.
(Quintela, 2015)
O desenvolvimento cognitivo, emocional, motor, a articulação das caraterísticas
individuais de cada criança, a sua herança genética da compilação das suas experiências
de vida, trazem ao de cima a importância da exclusividade de cada criança, que
apresenta características, capacidades e saberes únicos que estarão sempre presentes, ao
qual o educador terá de estar preparado para ajudar e encaminhar para um melhor
processo de aprendizagem.
Porém é necessário entender que este desenvolvimento e aprendizagem não dizem
respeito apenas ao contexto de educação de infância, mas também ao ambiente familiar
onde é aqui que, os pais influenciam e ensinam as crianças a desenvolverem boas
práticas educativas. É neste momento que é possível entender a importância que o
educador de infância tem em consolidar relações próximas com esse meio familiar,
contribuindo deste modo para o sucesso da sua aprendizagem.
Tendo por base as reflexões teóricas de Coelho (2019), é notório que dados
determinados ambientes sociais em que as crianças vivem, as suas aprendizagens
acontecem de forma espontânea, já num contexto de relação criança/educador de
infância, temos uma aprendizagem por meio de um ambiente educativo rico e que
pretender dinamizar as crianças, mediante o recurso a um processo de caráter
pedagógico que visa a consistência, coerência das diferentes experiências e
oportunidades presentes nesse contato próximo entre ambos.
Ao educador de infância compete a tarefa de incutir à criança estes processos
estimulantes para a aprendizagem, aproveitando o contato com o ambiente social
alargado e respetivas interações existentes no quotidiano dos mais variados contextos de

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educação de infância, de tal maneira que as dúvidas, opiniões, ideias, perspetivas e
escolhas de cada criança sejam explicadas e clarificadas. Assim sendo, é desta forma
que cada criança aprende a respeitar a opinião dos outros, a relacionar-se, a defender as
suas opiniões, de grosso modo tudo isto é um contribui para o desenvolvimento das suas
competências e aprendizagens.

Importância da Relação entre Educador-Criança para um Bom


Ambiente Educativo

Para que haja um bom ambiente educativo e de qualidade na creche, são


necessários espaços que proporcionem às crianças estímulos e que as façam sentir-se
bem e integradas.
Antes dos espaços, é essencial que o educador e os pais das crianças, estabeleçam
uma boa relação e fácil contacto para que consiga haver confiança da criança e do pai na
creche durante o dia, isto é, tanto para que a criança se sinta bem ao longo do dia, como
também para os pais, enquanto trabalham e fazem os seus afazeres, saberem que os seus
filhos estão num sítio seguro e de qualidade. Esta relação é igualmente importante para
o desenvolvimento da criança uma vez que, todo o trabalho e aprendizagens na creche,
só poderão ser eficazes se houver uma continuação desta aprendizagem em casa, como
por exemplo, quando introduzem os talheres e estimulam a criança a comer sozinha na
creche, mas em casa os pais, por ser mais «rápido e prático», não dão continuidade a
esse trabalho e acabam por ser os próprios a dar comida na boca da criança. Outro
exemplo da importância desta relação para o desenvolvimento da criança poderá ser o
desfralde, e que no fundo são rotinas que têm que ser trabalhadas em conjunto (quer em
casa, quer na creche).
Um segundo ponto de importância superior, é relação entre educador e criança.
Tendo em conta que a criança passa maior parte das horas do seu dia na creche
acompanhada do educador e das auxiliares, a relação entre estes é significativa pois faz
parte do meio em que a criança está inserida diariamente, uma vez que a convivência
permanente e diária irá proporcionar também aprendizagens sociais.
Como sabemos há diversas situações imprevistas que nos deparamos no nosso dia
a dia, e que conforme a situação temos que agir de maneira imediata e sem possibilidade
de pensar muito. Por exemplo, uma criança ao chegar a chorar à creche, a educadora

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tem que ser capaz de contornar a situação de maneira que a criança fique na creche bem
e o familiar consiga ir sem ficar preocupado. Como é de prever, seria de extrema
complexidade, resolver esta situação caso a criança não gostasse/confiasse na educadora
com quem convive diariamente, isto é, claro que uma criança é sempre imprevisível e
por vezes até mesmo com uma boa relação educador-criança esta «missão» não é
facilitada. Aqui também entra o perfil do educador, segundo o decreto-lei nº 241/2001,
de 30 de agosto, no anexo um, embora o perfil do educador de infância seja geral, em
relação aos professores do ensino básico e secundário, particularmente o educador de
infância terá de ser uma pessoa paciente e que consiga manter o controlo em diversas
situações. É responsável pela elaboração do respetivo currículo através da planificação,
organização e avaliação do ambiente educativo, mas também por proporcionar
atividades que contribuam para as aprendizagens essenciais da criança e para o seu
desenvolvimento, disponibilizando diversos materiais estimulantes, preservando sempre
a segurança e bem-estar das crianças.
Assim sendo, podemos assumir que, numa creche onde a relação pai-educador e
educador-criança é boa, já temos uma parte de um bom ambiente educativo.
Claro que, para um bom ambiente educativo, como o próprio nome indica, não é
só as relações existentes, mas também o ambiente ao redor da criança. Para isso, a
creche deverá ser um lugar estimulante para o «cérebro» da criança (sentimental,
linguístico, cognitivo e motor, entre outros) e para que esta consiga desenvolver as suas
capacidades essenciais e ter novas experiências cognitivas.
É importante saber que a creche é um lugar onde a criança não só brinca e aprende
como também é educada, principalmente a nível social, isto é, aprende a partilhar, a
trabalhar em equipa e a conviver com os outros.

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Conclusão

Em suma, a creche é indispensável para o desenvolvimento da criança, uma vez


que, há profissionais que são competentes ao ponto de transmitir os conhecimentos
essenciais para as mesmas e são capazes ainda de avaliar e trabalhar com crianças com
necessidades especiais proporcionando um bom ambiente educativo de maneira que
estas, em geral, cresçam a saber o que é viver em sociedade, aprendam a
controlar/dominar o seu corpo (a nível motor) e, também, lhes são transmitidos vários
conhecimentos que serão essenciais no seu futuro. É por isso, um espaço que promove
todos estes saberes de maneira lúdica (adequada à faixa etária) e sem traumas que lhes
poderão afetar posteriormente.
É necessário entendermos que o papel do educador de infância é fundamental para
um bom clima organizacional no contexto educativo, nas aprendizagens e competências
transmitidas à criança que deverão ser significativas, tendo à sua responsabilidade um
leque de atividades enriquecedoras de modo a cativarem as mesmas.
Com este trabalho conseguimos conjugar as aprendizagens retidas no estágio e
transmitidas pela docente Guida Mendes, em contextos educativos de alta qualidade,
promovendo um desenvolvimento da sua autoestima, autoconfiança e segurança, porém
é necessário que as crianças sejam participativas e que existam espaços que potenciem
as suas competências motoras, interesses e necessidades, tendo sempre em conta o seu
bem-estar.

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Referências

Coelho, P. (2019). O papel do educador de infância na promoção da autonomia nos


contextos de creche e de jardim de infância – Tese de Mestrado. Instituto Politécnico de
Setúbal.

Decreto-Lei nº 241/2001, de 30 de agosto disponível em:


https://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Basico/dl241_01.pdf

Filgueiras, M. (2010). O espaço e o seu impacto educativo: quais as principais


características da gestão e organização do espaço sala em Educação Infantil - Tese de
Mestrado. Universidade Aberta.

Quintela, T. (2015). A relação pedagógica no pré-escolar – Tese de Mestrado. Instituto


Superior de Educação e Ciências.

Silva, I., Marques, L., Mata, L., Rosa, M. (2016). Enquadramento Geral/ Organização
do ambiente educativo disponível em: http://www.dge.mec.pt/ocepe/index.php/node/26

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