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Valença-Ba
2023
Gleiciane Santana dos Santos
Luzia dos Santos Lacerda
Valença-Ba
2023
Trabalho de Conclusão de Curso
Importância da Afetividade entre Professor-aluno na Educação Infantil
Gleiciane Santana
Luzia Lacerda
_______________________________
Professor (a)
____________________________ _________________________
Professor Professor
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus por nos fortalecer e nos ajudar a alcançar todas as nossas
metas de vida. Sua presença em nossas vidas nos deu força e direção para
enfrentar os desafios do TCC. Em segundo lugar, gostaria de expressar minha
gratidão aos nossos queridos familiares, em especial Jonatas Souto, Maria das
Graças e Sebastião e Maria. Seu apoio incondicional e incentivo foram fundamentais
para nossa jornada acadêmica.
Também não posso deixar de agradecer à nossa estimada professora Cristiane.
Sua orientação, conhecimento e dedicação foram essenciais para o sucesso do
nosso trabalho. Ela nos incentivou a buscar o melhor de nós mesmos, desafiou
nossas ideias e nos ajudou a superar obstáculos.
Por fim, gostaria de expressar minha imensa gratidão à nossa parceira de TCC.
Sem sua colaboração, comprometimento e trabalho em equipe, nada disso seria
possível. Juntas, enfrentamos os momentos de incerteza, compartilhamos ideias e
superamos os desafios que surgiram ao longo do caminho.
A todos vocês, meu mais profundo agradecimento por fazerem parte dessa
jornada tão especial. Seu apoio e presença fizeram toda a diferença em nosso TCC.
Que essa conquista seja apenas o começo de muitas outras realizações em nossas
vidas. Muito obrigado!
RESUMO
O presente estudo apresenta e discute a relação entre a afetividade e a educação infantil, o objetivo
geral desta pesquisa é compreender como a afetividade contribui de forma significativa na relação
professor-aluno no processo de ensino-aprendizagem. Problema e os objetivos específicos são:
Utilizamos a abordagem qualitativa e uma pesquisa bibliográfica utilizando fontes como livros, artigos
e produções textuais que abordam o tema proposto. Dialogamos sobre a temática proposta a
afetividade conforme alguns autores, como Freire (2021), Wallon, Lev Vygotsky e outros relevantes
para o estudo. O trabalho realizado pode contribuir para o aprofundamento dos estudos sobre a
afetividade na sala de aula e no desenvolvimento de práticas pedagógicas mais humanizadas.
Palavras-chave: Afetividade. Educação infantil. Relação Professor-aluno
ABSTRACT
This article presents and discusses the relationship between affectivity and early
childhood education through a bibliographical survey using sources such as books,
articles and textual productions that address the proposed theme. Initially, the
concept of affectivity is presented according to some authors, such as Freire (2021),
Wallon, Lev Vygotsky and other relevant ones. The general aim of this research is to
understand how affectivity contributes significantly to the teacher-student relationship
in the teaching-learning process. The work carried out can contribute to further
studies on affectivity in the classroom and to the development of more humanized
teaching practies.
1.INTRODUÇÃO-------------------------------------------------------------------------------7
2. CONCEITO DE AFETIVIDADE-----------------------------------------------------
10
2.1. BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL -------------------------
18
2.2. AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL ----------------------------------
18 6
3. RELAÇÃO AFETIVA ENTRE PROFESOR E ALUNO PROCESSO
DE ENSINO E
APRENDIZAGEM--------------------------------------------------------------------19 7
3.1. ALGUNS CRITÉRIOS QUE FAVORECEM O ENSINO
APRENDIZAGEM PEDAGÓGICAS-----------------------------------------------------------23
8
4.1. ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS QUE PROMOVAM A
CONSTRUÇÃO DE VEÍCULOS AFETIVOS NA RELAÇÃO PROFESSOR X
ALUNO DA EDUCAÇÃO INFANTIL-----------------------------------------------------------
25 9
5.CONCLUSÃO-------------------------------------------------------------------------------------32
6.REFERÊNCIAS-------------------------------------------------------------------------------------35
1. INTRODUÇÃO
8
cognição, auxiliando na compreensão da inteligência, aprendizado e
desenvolvimento humano, esses autores são especialistas na área da
educação e deram à afetividade uma importância elevada no processo
pedagógico.
Paulo Régis Neves Freire, educador pernambucano, nasceu em 1921 na
cidade do Recife. É conhecido por sua abordagem revolucionária da educação
e é considerado o brasileiro com mais títulos de doutorados honoris causa.
Este trabalho fará uso do livro "Pedagogia da autonomia".
Para embasar nossa pesquisa, utilizaremos a metodologia bibliográfica
como base de análise e fundamentação teórica pois,
“A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de
referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e
eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites.
Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica,
que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o
assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam
unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas
publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos
prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta”
(FONSECA, 2002, p. 32 apud Gerhardt e Silveira, 2009, p.37)
Para Gil (2007, p. 44, apud Gerhardt e Silveira, 2009, p.37), os exemplos
mais característicos desse tipo de pesquisa são sobre investigações sobre
ideologias ou aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca
de um problema.
A Pesquisa bibliográfica é considerada
[...] mãe de toda pesquisa, fundamenta-se em fontes bibliográficas; ou
seja, os dados são obtidos a partir de fontes escritas, portanto, de
uma modalidade específica de documentos, que são obras escritas,
impressas em editoras, comercializadas em livrarias e classificadas
em bibliotecas. (GERHARDT; SIVEIRA, 2009, p.69).
9
em consideração também a sua importância no desenvolvimento emocional,
cognitivo e social das crianças, bem como na construção de vínculos afetivos
saudáveis. A afetividade pode ser compreendida de várias maneiras, incluindo
as perspectivas filosófica, psicológica e pedagógica. Vamos nos concentrar
exclusivamente na perspectiva pedagógica e psicológica, que se dedica ao
estudo e compreensão das emoções.
Também foi relatado sobre como afetividade desempenha um papel
fundamental na nossa forma de nos relacionar com os outros e de lidar com os
desafios da vida. É através da afetividade que expressamos nossas emoções,
estabelecemos conexões emocionais significativas e encontramos equilíbrio
emocional. Portanto, cultivar uma afetividade saudável é essencial para o
nosso bem-estar emocional e mental.
Capítulo II: Relação Afetiva Entre Professor e Aluno no Processo de
Ensino e Aprendizagem;
No capítulo, destacamos a infância é percebida como uma fase
transitória sem uma atenção especial às necessidades ou características
específicas das crianças. A história da infância em uma época em que não
havia uma ênfase na preservação de sua memória histórica. Isso se deve, em
parte, à ausência do sentimento de infância tal como o conhecemos
atualmente.
Nesse capítulo foi feito um levantamento histórico acerca da relação
entre professor-aluno através de uma perspectiva histórica do conceito de
infância. É preciso levar em consideração também que muitos educadores
evoluíram bastante no conceito de ensino e aprendizagem.
Capítulo III: Estratégias que Promovam a Construção de Vínculos
Afetivos na Relação Professor X aluno da Educação Infantil
No 3º e último capítulo, foi abordado a cerca da relação afetiva entre
professor e aluno que pode desempenhar um papel crucial no processo de
ensino e aprendizagem. É por meio dessa conexão que os estudantes se
sentem valorizados, motivados e encorajados a se envolverem ativamente na
busca do conhecimento. Antes de explorar sua importância, é necessário
compreender o significado da aprendizagem e como ela se desenvolve.
10
2. CONCEITO DE AFETIVIDADE
12
o aluno e desejar que ele seja feliz em suas aprendizagens, crescendo junto
com ele nessa jornada. De acordo com Amorim et al. (2012, p.1)
"A Educação Infantil é uma das mais complexas fases do
desenvolvimento humano no que tange aos aspectos de
desenvolvimento intelectual, emocional, social e motor da criança, e,
por essa razão a escola que oferta essa modalidade de ensino
organizar-se num ambiente estimulante, educativo, seguro e afetivo,
com profissionais qualificados para acompanhar as crianças nesse
processo de descoberta e conhecimento, propiciando uma base
sólida para seu desenvolvimento [...]”
13
pensamento e as emoções, desempenham papéis fundamentais na vida
psíquica e no comportamento humano.
14
A família começou então a se organizar em torno da criança e a lidar
uma tal importância, que a criança saiu do seu antigo anonimato, que
se tornou impossível perdê-la ou substituí-la sem uma enorme dor,
que ela não pode mais ser reproduzida muitas vezes, e que se tornou
necessário limitar seu número para melhor cuidar dela ponto, portanto
não surpreende que essa revolução escolar sentimental”. (ARIÉS,
1978, p. 12).
15
instituições de educação infantil. A distinção entre ambas é feita
apenas pelo critério de faixa etária”
Percebemos, portanto, que a criança deve ser vista como a figura central
do planejamento educacional, um indivíduo que possui interpretações do
mundo, detém direitos e, por meio de suas interações e vivências, adquire
conhecimento, indaga, forma sua identidade e se diverte, sendo assim, ela está
em constante contato com o laço afetivo no meio em que está inserido. A
educação infantil passou por um longo processo até se tornar o que é
atualmente, por isso é importante perceber como os laços que são criados ao
decorrer do processo educacional são eixos indispensáveis para avançar ainda
mais no que se refere a mudanças cruciais para romper o modelo tradicional de
ensino.
17
2.2 Afetividade na Educação Infantil
Quando o docente não possui uma compreensão mais ampla dos seus
alunos, estes não atingem o nível de aprendizado esperado e o interesse nas
aulas tende a diminuir. Assim, adotar uma abordagem diferenciada para cada
estudante cria um ambiente seguro e faz uma grande diferença durante todo o
processo educativo.
19
formação e retenção de memórias, tanto das experiências significativas
vivenciadas quanto de dados práticos. Para Prado e Oliveira a aprendizagem:
é compreendida como a organização e o armazenamento de
informações e conhecimentos a partir da memória. E a
geração da memória pode ainda ser subdividida em memória
de longo prazo e memória de curto prazo” (Prado e Oliveira
2022).
20
mudança. Portanto, o educador deve interferir minimamente, pois o
conhecimento surge de dentro para fora.
Por outro lado, Aristóteles apresentou uma perspectiva oposta,
elaborando a teoria do empirismo. Nessa teoria, acredita-se que o
conhecimento está no mundo ao nosso redor e é adquirido através dos nossos
sentidos. A mente humana é considerada como uma "tábula rasa", um espaço
em branco a ser preenchido. Para (LOCKE, 1978, p. 159)
“Todas as ideias derivam da sensação ou reflexão. Suponhamos,
pois, que a mente é, como dissemos, um papel branco, desprovida de
todos os caracteres, sem quaisquer ideias; como ela será suprida?
De onde lhe provém este vasto estoque, que a ativa e que a ilimitada
fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase infinita? De
onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A
isso respondo, numa palavra, da experiência. Todo nosso
conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o
próprio conhecimento. ” (Apud Rodrigues, 2016, p.106).
22
entre professor e aluno”. Esse diálogo não é apenas intelectual, mas também
envolve a compreensão das experiências, sentimentos e perspectivas dos
alunos, esse tipo de interação pode contribuir para o estabelecimento de uma
relação afetiva positiva. Podemos ressaltar ainda que para que o processo de
ensino e aprendizagem ocorra é preciso seguir alguns critérios que serão
listados a seguir.
23
Ou seja, os conflitos dentro da sala de aula sempre irão existir, cabe ao
professor mediar de forma afetiva cada situação e fazer os alunos
compreenderem a importância da boa relação tanto dentro e fora da escola.
Além dos critérios já citados podemos destacar o apoio emocional:
Professores muitas vezes desempenham o papel de mentores e modelos de
comportamento emocional. Eles podem fornecer apoio emocional aos alunos
em momentos de dificuldade pessoal ou acadêmica, ajudando-os a enfrentar
desafios com resiliência. O feedback construtivo é uma ferramenta importante
entre professor e aluno, mas é importante que o feedback seja percebido como
construtivo em vez de crítico. Os alunos estão mais dispostos a aceitar
sugestões e críticas quando sabem que seu professor se preocupa com seu
sucesso.
No entanto, é importante notar que a relação entre professor e aluno
deve ser equilibrada e respeitosa, os professores têm a responsabilidade de
estabelecer limites apropriados e não cruzar linhas éticas. Além disso, a
qualidade da relação pode variar de aluno para aluno, e nem todos os alunos
terão a mesma afinidade com seu professor.
Freire (1996) enfatiza que é essencial compreender que a forma como
os alunos enxergam o professor pode influenciar sua capacidade de
desempenhar seu papel de forma eficaz. Portanto, é importante adotar uma
abordagem democrática e progressista, evitando práticas reacionárias,
autoritárias e elitistas. Além disso, é fundamental não discriminar nenhum
aluno, pois a percepção que eles têm do professor não depende apenas de
suas ações, mas também de como interpretam suas ações. A relação entre o
professor e o aluno deve ser baseada na empatia, pois a afetividade é parte
dos processos de aprendizagem. Deve ser uma relação horizontal, buscando a
construção conjunta e o compromisso ético e social do professor. É importante
lembrar que essa relação é baseada na dialética e no compromisso de formar
cidadãos ativos e críticos. No entanto, é necessário estar atento aos limites
sutis da afetividade, definidos pela empatia e pelas práticas sociais.
As práticas sutis referem-se às interações e comportamentos diários que
ocorrem na relação professor-aluno. Isso inclui a forma como o professor se
comunica, ouve e respeita os alunos, como lida com suas emoções, como
24
incentiva a participação ativa dos alunos e como promove um ambiente
inclusivo e acolhedor, são essas pequenas ações e atitudes que contribuem
para a criação de uma atmosfera de afetividade e empatia na sala de aula. Em
resumo, a relação afetiva entre professor e aluno é um fator-chave no processo
de ensino e aprendizagem, influenciando a motivação, a confiança e o sucesso
dos alunos na escola, Professores que cultivam um ambiente de sala de aula
positivo e acolhedor podem desempenhar um papel crucial no desenvolvimento
pessoal e acadêmico de seus alunos, no entanto é preciso que algumas
estratégias pedagógicas sejam criadas para que de fato esses vínculos afetivos
aconteçam.
25
os outros. Nesse processo, a comunicação desempenha um papel
fundamental.
Na educação contemporânea, o professor atua como parceiro do
estudante na construção do conhecimento, reconhecendo a importância da
participação ativa e autônoma do aluno. Ao envolvê-lo nesse processo,
fortalece a interação entre professor e estudante, estabelecendo uma relação
de parceria e colaboração, onde ambos têm voz ativa no processo educativo.
Leite (2012, p. 356) afirma que:
a mediação pedagógica também é de natureza afetiva e, dependendo
da forma como é desenvolvida, produz impactos afetivos, positivos ou
negativos, na relação que se estabelece entre os alunos e os diversos
conteúdos escolares desenvolvidos.
26
autor enfatiza a relevância de estabelecer mecanismos para que os discentes
também estejam envolvidos na avaliação, promovendo uma abordagem
educacional mais cooperativa e engajando-os ativamente em sua própria
aprendizagem. Desse modo, a dedicação do professor se concentra no
trabalho junto aos alunos, e não exclusivamente em si próprio. Para Freire:
Não há docência sem sem discência, as duas Se explicam e seus
sujeitos, apesar das diferenças que os Conotam, não se reduzem a
condição de objeto um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e
quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina, ensina alguma
coisa a alguém. (FREIRE, 2021, p. 25)
27
O docente deve adotar uma postura afetuosa durante todas as
atividades, estabelecendo uma relação evidente de carinho com os estudantes,
atentando-se aos seus comportamentos e respondendo de forma próxima e
positiva. O professor precisa ter uma postura sensível com a criança, e isso
não implica apenas estar atento ao comportamento delas para identificar suas
dificuldades, mas também se colocar no lugar delas e se preocupar em ajudá-
las a superar os obstáculos que as impedem de progredir. Além disso, quando
se tem um olhar sensível em relação ao cuidado com o bem-estar e o
progresso dos alunos, o ensino se torna mais autêntico e significativo.
Tendo em vista que alguns professores ainda têm uma postura
tradicional em relação ao desenvolvimento integral da criança, é necessário
pensar em estratégias pedagógicas para promover um dinamismo nas aulas e
tornar o conhecimento prazeroso e eficiente. A Educação Infantil, considerada
a primeira etapa da vida (BRASIL, 2010), requer atenção especial, pois as
ações humanas são desenvolvidas por estímulos afetivos, internos ou
externos, que contribuem para o desenvolvimento da criança em interação com
o mundo ao seu redor, influenciando também toda a sua vida.
Nessa etapa as crianças estão em formação e a escola deve
proporcionar a elas meios para que se desenvolvam de forma autônoma. A
Base Comum Curricular na educação infantil (BNCC, 2018), estabelece seis
direitos de aprendizagem: “conviver, brincar, participar, explorar, expressar e
conhecer-se”. São eles que asseguram as condições para que as crianças
“aprendam em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em
ambientes que as convida a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a
resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o
mundo social e natural.
Entretanto é preciso que os profissionais da educação responsáveis por
essa modalidade criem estratégias pedagógicas que favoreçam o crescimento
cognitivo desses sujeitos, Freire (ano) destaca que é fundamental agir de
acordo com o entendimento de que cada aluno é único e possui sua própria
individualidade, respeitando suas escolhas, opiniões e singularidades, dando a
eles autonomia para trilharem os seus próprios caminhos em busca do
conhecimento. Para Laurindo, Jauris e Oliveira
28
Devemos pensar na criança como um devir-criança, uma forma de
estar no mundo desprovido da ideia dos anos que se tem, mas
levando em contas a experiência de vida que acontece no momento,
na situação, no contexto. Dessa forma, temos a possibilidade de criar
um ambiente educacional diferenciado, sem simplesmente reproduzir
o já aposto. As crianças com sua criatividade encontram-se no tempo,
no movimento, e dentro desse movimento, constroem outras formas
de ver, agir e pensar o mundo (2017, p.108).
29
adulto e a criança está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento saudável e
ao bem-estar emocional, social e cognitivo dos pequenos. Em um contexto
mais amplo, essa proximidade contribui significativamente para moldar as
bases de uma vida emocionalmente equilibrada e relacionamentos
interpessoais saudáveis, a proximidade emocional, especialmente entre pais,
cuidadores e professores, desempenha um papel crucial no desenvolvimento
principalmente na educação infantil. O sentimento de amor, apoio e
compreensão que advém dessa proximidade é fundamental para a construção
de uma base emocional robusta, influenciando positivamente a forma como as
crianças percebem e se relacionam com o mundo ao seu redor.
Além disso, a proximidade física e emocional cria um ambiente seguro
no qual as crianças podem prosperar. A sensação de segurança e confiança
resultante dessa proximidade contribui para o desenvolvimento psicossocial,
permitindo que as crianças explorem seu ambiente com confiança e construam
relacionamentos interpessoais de maneira saudável.
No âmbito do aprendizado e desenvolvimento cognitivo, a interação
próxima entre adultos e crianças desempenha um papel crucial. Conversas,
brincadeiras e atividades compartilhadas proporcionam oportunidades ricas
para o desenvolvimento da linguagem, habilidades motoras, pensamento crítico
e resolução de problemas, além de possibilitar alunos autônomos, Dias (2005,
p. 307).
Propõem entender a autonomia como um processo que se constitui
relacionado aos modos de vida das crianças em interação social
mediante a um trabalho de reflexão e ação a partir das experiências
interativas que cada criança vai vivenciando no dia a dia. (apud
Laurindo, Jouris e Oliveira, 2017, p. 109).
30
Adicionalmente, a proximidade facilita a identificação e a abordagem de
desafios enfrentados pelas crianças. Seja emocional, social ou acadêmico,
adultos próximos têm maior probabilidade de reconhecer e oferecer o suporte
necessário para superar esses desafios, em suma, a proximidade entre adultos
e crianças é essencial para o florescimento holístico dos pequenos. Essa
conexão ativa e envolvente desempenha um papel fundamental na formação
de indivíduos equilibrados, capazes de construir relacionamentos saudáveis e
enfrentar os desafios da vida com resiliência e confiança.
Uma outra estratégia pedagógica é a importância de motivar os alunos a
descobrir e inventar, incentivando-os a construir conceitos por conta própria,
essa abordagem pedagógica busca não apenas transmitir informações, mas
também promover o desenvolvimento do pensamento crítico e a autonomia do
aluno. Ainda sobre a importância da autonomia Laurindo, Jouris e Oliveira diz
que:
A construção de uma educação para a autonomia deve proporcionar
a organização de um processo educacional em que a participação de
cada criança se torne indispensável nas interações, emanando
significados para seus alunos, partindo da realidade e da construção
dos mesmos (2017, p. 109).
31
construção de conceitos próprios e o autodescobrimento dos alunos. Essa
perspectiva visa promover um aprendizado mais significativo e alinhado com o
desenvolvimento individual de cada estudante.
Os meios que podem ser utilizados para o desenvolvimento de um bom
trabalho pedagógico são variados e vastos. Os espaços escolares podem ser
organizados para proporcionar alegria e prazer, deve ser pensado como um
espaço que as crianças possam interagir e brincar, isso proporciona também
um momento de interação entre os alunos e os professores.
5. CONCLUSÃO
32
professores e alunos no contexto do processo de ensino e aprendizagem pode
proporcionar uma riqueza de perspectivas valiosas, repercutindo de maneira
positiva na prática educativa.
Um dos desdobramentos mais significativos é a melhoria no desempenho
acadêmico. A construção de uma relação afetiva positiva entre educadores e
estudantes cria um ambiente mais motivador, estimulando uma participação
mais ativa nas aulas e um desejo mais forte de adquirir conhecimento. Esse
engajamento mais profundo, por sua vez, tende a refletir em um desempenho
acadêmico aprimorado. Além disso, a pesquisa pode evidenciar o papel crucial
dessa interação na promoção não apenas para os desafios acadêmicos, mas
também para os desafios da vida.
Outro aspecto relevante que pode emergir é a redução de
comportamentos agressivos em sala de aula, relações afetivas positivas
tendem a criar um ambiente mais harmônico, diminuindo a incidência de
comportamentos indisciplinados e fomentando um espaço propício para a
aprendizagem, construção de autoconfiança também desponta como um
resultado expressivo. Alunos que se sentem apoiados emocionalmente por
seus professores tendem a desenvolver maior autoconfiança, encorajando-os a
enfrentar desafios acadêmicos com segurança e uma postura mais proativa. A
pesquisa pode revelar que alunos que experimentam uma conexão emocional
positiva com seus professores tendem a se engajar mais nas atividades
escolares e participar ativamente das discussões em sala de aula. Esse
engajamento contribui não apenas para o desenvolvimento individual do aluno,
mas também para a criação de um clima escolar geral mais positivo.
Ao explorar esses resultados, o estudo oferece uma visão mais profunda
dos mecanismos pelos quais a afetividade influencia o processo educativo.
Tais percepções não apenas aprimoram as práticas pedagógicas, mas também
contribuem para a criação de um ambiente escolar mais enriquecedor, onde os
alunos podem florescer não apenas academicamente, mas também como
indivíduos confiantes e resilientes, prontos para enfrentar os desafios que a
vida apresenta.
Concluímos que a afetividade desempenha um papel fundamental no
processo de ensino-aprendizagem, pois quando os estudantes se sentem
33
valorizados, amados e respeitados, seu potencial de aprendizado é
potencializado. O ambiente escolar acolhedor, onde as emoções são
reconhecidas e os relacionamentos são construídos com base na empatia, cria
uma atmosfera propícia para o desenvolvimento integral dos alunos. Quando
os educadores cultivam relações afetivas com seus alunos, demonstrando
interesse genuíno por suas vidas e necessidades individuais, eles estabelecem
um vínculo de confiança que permite a abertura para o aprendizado. Além
disso, a afetividade promove uma maior motivação intrínseca, pois os
estudantes se sentem mais engajados e conectados com o processo de
aprendizagem. Portanto, ao reconhecer e nutrir a importância da afetividade no
contexto educacional, estamos proporcionando um ambiente favorável para
que os alunos alcancem seu pleno potencial acadêmico e emocional.
Este trabalho argumenta que a afetividade está presente em todas as
áreas da vida humana, incluindo a educação. E o eixo em que focamos em
nossa pesquisa bibliográfica foi a Educação Infantil, que desde os tempos
primórdios a criança era vista como um adulto em miniatura, não se davam o
devido valor a elas, foi após a Segunda Guerra Mundial, documentos
internacionais, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948,
começaram a ressaltar a necessidade de proteger e garantir os direitos das
crianças.
E a educação Infantil é considerada a base da educação, por isso requer
bastante atenção dos envolvidos neste processo, portanto a escola e os
educadores desempenham um papel importante ao compreender o aluno em
sua dimensão humana, tanto afetiva quanto intelectual, o desenvolvimento
integral da criança depende da qualidade das interações sociais no qual a
criança está inserida. No contexto escolar, é fundamental trabalhar a relação
entre afetividade e aprendizagem em diversas situações, considerando-a
essencial na prática pedagógica e não apenas uma atividade diferente. Essa
conexão deve ser buscada constantemente por todos que veem a escola como
um lugar privilegiado para a formação humana, onde o conhecimento é
construído por meio da ação e interação. A sala de aula deve ser um espaço
de formação e humanização, onde a afetividade possa ser utilizada em prol da
34
aprendizagem, pois o afetivo e o intelectual são partes da mesma realidade - o
desenvolvimento do ser humano.
Por fim entende-se ser a afetividade elemento potencializador da
construção de saberes quando presentes no processo ensino aprendizagem,
principalmente se tal processo ocorre na educação infantil, nas quais se
manifestam por meio de várias ações como por exemplo a partir de gestos e
emoções. É essencial que haja formação continuada de professores, em
especial aqueles que lidam com a primeira infância, para potencializar sua
prática educativa por meio da afetividade.
Essa pesquisa visa contribuir para um melhor desempenho por parte dos
profissionais da educação em relação aos seus alunos, tendo como ponto de
partida a afetividade, pois através dessa pesquisa podemos observar, onde
existe laços afetivos as crianças se sentem seguros e motivados a
aprenderem. Recomendamos este trabalho para professores, gestores e futuro
pedagogos que desejam implementar a pratica da afetividade no dia a dia da
sala de aula.
6. REFERÊNCIAS
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Educar FCE / Faculdade Campos Elíseos. Vol. II, n. 01 (Agosto, 2016) -. - , SP.
Publicação Bimestral e multidisciplinar vinculada à Faculdade Campos Elíseos
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