Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PATOS DE MINAS
2023
1
ANA LUÍSA SILVA SOARES
ARTHUR COTA FIGUEIREDO
EMANUELY PAULINO PEREIRA
GISELE ALVES TOTORO
LAURA ARAÚJO SOUSA LELES
NATHAN OLIVEIRA MOTA
PEDRO FELIPE REIS DO CRATO
PATOS DE MINAS
2023
2
DIREITOS E DEVERES DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Resumo: A proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes é uma das prioridades em
qualquer sociedade que se preocupa com o bem-estar e a segurança dos mais vulneráveis. Diante
desse cenário, o presente artigo dedicou-se à análise do direitos das crianças e dos adolescentes a
fim de conscientizar a sociedade sobre a importância de inseri-los em um contexto de
responsabilidade social. A importância do estudo fica evidenciada diante da falta de
conscientização da sociedade sobre os direitos das crianças e dos adolescentes e a forma como
tal ato prejudica a inserção desses indivíduos em um contexto de social. Para tanto, iniciou-se o
estudo referindo-se aos impactos da violência na infância e adolescência, sendo destacado como
agressões físicas e psicológicas podem gerar danos irreparáveis, afetando negativamente o
desenvolvimento emocional e cognitivo das vítimas. Ademais, é discutido o tema do bullying e a
sensação de incapacidade e como essas práticas podem prejudicar a autoestima e o
desenvolvimento social. Por conseguinte, buscou-se analisar como a sociedade e as autoridades
reagem perante a tais expostos e como os mesmos tem encarado a questão. Como metodologia
de estudo, adotou-se, através do método dedutivo, a pesquisa bibliográfica efetuando análises e
verificações sobre a temática.
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Sobre o artigo citado acima, Guilherme de Souza Nucci (2021, p. 86) observa:
Portanto, vale ressaltar que a lei não diz que a forma como se cria uma criança deve ser
sempre fiscalizada, mas a violência de adultos contra crianças não pode ser assistida sem a
intervenção de terceiros porque, bem, estes são indivíduos em desenvolvimento e devem crescer
com responsabilidade em um ambiente seguro e estimulante. Isso não significa que essas
crianças e jovens devam ser criados sem a devida orientação, o dever dos pais é educar da
melhor forma possível, mas os delitos não podem passar despercebidos e devem ser efetivamente
punidos.
Dentro desse conceito, também deve ser feita referência à prática de bullying (ou
intimidação sistemática), que a Lei 13.185/2015 conceitua como: “Todo ato de violência física
ou psicológica, deliberada e repetitiva, praticado por indivíduos ou grupos contra uma ou mais
pessoas com o objetivo de intimidá-los ou atacá-los, causando dor e sofrimento às vítimas, numa
relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.” (Brasil, 2015) . Esse tipo de
violência é muito comum entre crianças e adolescentes, mas a maioria dos adultos e responsáveis
Graduandos do 1º período do curso de Direito do Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM.
não dá a devida atenção a ela, achando que é uma “brincadeira de criança”, o que leva ao
acirramento dos casos.
As vítimas de bullying tendem a procurar adultos ou figuras de autoridade,
principalmente na escola, para se protegerem de tais ameaças e violências, mas o descaso dos
responsáveis faz com que esses comportamentos sejam vistos quase como algo natural da idade,
um problema que poderiam (e deveriam) ser resolvidos tornam-se problemas maiores, levando
essas vítimas ao desenvolvimento de doenças mentais e até, com consequências irreversíveis, ao
suicídio.
Embora a maioria dos incidentes de bullying entre adolescentes e crianças aconteça entre
si, os casos de violência contra menores também são frequentemente cometidos por seus
responsáveis, enquanto o resto da sociedade não intervém por medo de interferir na vida dos
filhos de outras pessoas, criando sem sabendo que ele estava cooperando com um crime previsto
na lei.
A Lei da Infância e Juventude em conjunto com o Ministério da Mulher, Família e
Direitos Humanos (MMFDH) também é idealizadora do programa Protege Brasil.
Outro significado foi dado à data, 18 de maio de 2022, quando o ex-presidente Jair
Bolsonaro assinou o plano Protege Brasil, dia considerado o Dia Nacional de Combate ao Abuso
e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
O objetivo do programa é dar visibilidade a este tema (abuso e exploração de crianças e
jovens) que não é um fato recente, mas nunca recebeu a atenção que merece, apesar de ser um
tema tão delicado e inserido na sociedade. É frágil e não tem capacidade de se defender sozinho.
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022, “Pela primeira vez
desde 2019, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública conseguiu separar os dados de estupro e
estupro de um grupo vulnerável, onde podemos constatar que 53,8% da violência foi cometida
contra crianças menores de 13 anos, meninas. Esse número sobe para 57,9% em 2020 e 58,8%
em 2021”. Com esta informação, fica claro que a situação é terrível e que milhares de crianças
são abusadas todos os anos, enquanto muitas fecham os olhos para isso.
O Plano Protege Brasil é composto por 4 ações a saber: Programa Nacional de Riscos
Sexuais Precoces e Prevenção Primária da Gravidez na Adolescência, Plano Nacional de
Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes, Plano de Ação para Crianças e
Adolescentes Indígenas em Situação de Vulnerabilidade e Plano de Ação Nacional de Proteção à
Criança e ao Adolescente Adolescentes. Prevenir e combater a violência letal contra crianças e
jovens; cada um dos quais trabalha para prevenir a violência contra crianças e jovens na
Dentre seus diversos direitos, a liberdade também é um deles, sendo um campo amplo e
que abrange diversos aspectos, desde a liberdade de pensamento e expressão, até a liberdade de
escolha e de participação na vida política e social do país. Este direito significa que crianças e
jovens podem viver em um ambiente livre de violência, abuso e negligência, promovendo uma
infância e juventude saudável e feliz, com acesso a saúde, educação, orientação, cultura, esportes
e lazer, onde são capazes de expressar suas opiniões e serem ouvidos. O ECA assume que as
crianças e os jovens têm direito a um acesso seguro de ir e vir para que possam desenvolver e
aprender as suas capacidades. No entanto, este direito deve ser exercido com responsabilidade e
respeito pelas pessoas na sociedade. “ Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao
respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de
direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis”. O direito ao respeito e à dignidade
é um dos princípios fundamentais estabelecidos pela legislação brasileira para proteger a integridade
física e psicológica da criança e do adolescente.
A Constituição Federal de 1988 estabelece o princípio da dignidade da pessoa humana
como fundamento da República Federativa do Brasil, e o Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) garante a proteção à infância e à adolescência, proibindo qualquer tipo de violência,
discriminação ou exploração.
Os direitos das crianças e dos adolescentes incluem o direito à vida, à integridade física e
psicológica, à igualdade, à não-discriminação, ao respeito e à proteção contra qualquer forma de
negligência, violência, crueldade e opressão. Esses direitos são assegurados tanto pela
Constituição Federal quanto pelo ECA, e devem ser respeitados e garantidos pelo Estado, pela
sociedade e pela família.
A legislação brasileira estabelece medidas de proteção e assistência à criança e ao
adolescente em situação de risco, visando garantir sua integridade física e psicológica. Essas
medidas incluem:
Medidas de proteção: são medidas tomadas para proteger a criança ou o adolescente em
situação de risco iminente, podendo incluir, por exemplo, a retirada da criança ou do adolescente
do ambiente de violência ou negligência, o afastamento do agressor ou a internação em
instituição adequada.
Medidas socioeducativas: são medidas aplicadas a adolescentes em conflito com a lei,
com o objetivo de ressocialização, podendo incluir a internação em instituição adequada, a
prestação de serviços à comunidade ou a liberdade assistida.
Para que esses deveres sejam cumpridos, é necessário que haja uma ampla rede de
proteção e cuidado com as crianças e adolescentes, visando que a garantia dos direitos e
cumprimento dos deveres das crianças e adolescentes são fundamentais para a construção de
uma sociedade mais justa e igualitária. Todos devemos contribuir para que esses preceitos sejam
efetivados e respeitados.
Graduandos do 1º período do curso de Direito do Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM.
4 OS DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE SOB O PRISMA DA DOUTRINA E
DA JURISPRUDÊNCIA.
Sob o prisma da doutrina, esses direitos são definidos como um conjunto de normas e
princípios que buscam assegurar a proteção integral da criança e do adolescente, bem como sua
participação na sociedade de forma ativa e consciente.
A doutrina, nesse contexto, compreende-se como o conjunto de ideias, teorias e
princípios que orientam a interpretação e aplicação das leis. Dessa forma, a doutrina dos direitos
da criança e do adolescente se torna fundamental para o entendimento e aplicação dos
dispositivos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que é a principal legislação
brasileira que trata desse tema.
Em primeiro lugar, é importante destacar que a doutrina dos direitos da criança e do
adolescente tem como base principal a proteção integral. Essa proteção compreende um conjunto
de direitos que devem ser assegurados desde o nascimento até os 18 anos de idade, incluindo o
direito à vida, à saúde, à educação, à cultura, à alimentação, ao lazer, à convivência familiar e
comunitária, entre outros.
Nesse sentido, a doutrina busca a proteção da criança e do adolescente como sujeitos de
direitos, reconhecendo sua vulnerabilidade e necessidade de proteção especial. Isso implica em
um reconhecimento do caráter prioritário desses direitos, de forma que devem ser garantidos de
As crianças e adolescentes possuem direitos assegurados pela lei, mas também possuem
deveres pressupostos que são importantes para o desenvolvimento saudável e o bem-estar
individual e coletivo. Esses deveres vão além dos direitos elencados na Constituição e no
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e têm o objetivo de promover a responsabilidade e
o senso de comunidade nas crianças e jovens.
O primeiro direito pressuposto é o direito ao amor e à afetividade. Todas as crianças e
adolescentes têm o direito de receber amor e carinho, seja dos pais, familiares, amigos ou mesmo
de desconhecidos que cruzam seu caminho. O afeto é essencial para a formação da personalidade
e da autoestima, além de ser um elemento fundamental para a construção de vínculos sociais e
emocionais saudáveis.
Outro direito pressuposto é o direito à liberdade de expressão. As crianças e adolescentes
devem ter a oportunidade de expressar suas opiniões, sentimentos e desejos, sem medo de
retaliações ou censura. Essa liberdade de expressão é fundamental para o desenvolvimento da
autonomia e da personalidade, além de ser um importante instrumento de participação social.
O direito à ludicidade e ao brincar também é um direito pressuposto, pois é através das
brincadeiras e atividades lúdicas que as crianças e adolescentes desenvolvem a criatividade, a
imaginação e as habilidades motoras. Além disso, o brincar é uma forma de expressão e de
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.
REFERÊNCIAS.
BRASIL. Lei nº 13.812, de 16 de março de 2019. Altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente), para estabelecer a obrigatoriedade de notificação
pelos serviços de saúde públicos e privados de casos de suspeita ou de confirmação de maus-
tratos contra crianças e adolescentes atendidos nessas instituições. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13812.htm>. Acesso em: 28
mar. 2023.
PARREIRA, Lúcia Aparecida. PIANA, Maria Cristina. Políticas sociais e conselhos dos
direitos da criança e do adolescente. Unesp, 2016.Disponível em:
<https://www.franca.unesp.br/Home/Pos-graduacao/-
planejamentoeanalisedepoliticaspublicas/iisippedes2016/3.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2023.
PINZ, Ivone Rode, DUARTE, Selma Martins. Os desafios da escola pública paranaense na
perspectiva do professor pde, volume I, ISBN 978-85-8015-093-3, Caderno PDE. Paraná,
2016
STJ tem criado jurisprudência essencial para proteção à criança. Revista Consultor Jurídico.
10/2019