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Estudo Dirigido – Direito da Criança e do Adolescente e da

Pessoa Idosa

Patrick Pithon

Unidade I

 Evolução Histórica do Direito da Criança e do Adolescente: de


menor à criança e adolescente:

A evolução Histórica do Direito da Criança e do Adolescente no Brasil foi


composta em quatro fases sendo essas a, fase da Absoluta Indiferença,
fase da Mera Imputação Criminal ou do Direito Penal Diferenciado, Fase
Tutelar e pôr fim a fase de Proteção Integral.

A fase da Absoluta Indiferença sucedeu quando não haviam leis que


possuísse direito da criança e do adolescente ou sejam eles eram
instrumentos de direitos sujeitos exclusivamente ao pátrio poder (Era
assim chamado pois, o homem ‘da casa’ era então o responsável por
todas as decisões afins à sua família) ou seja não havia nenhum tipo de
proteção estatal a criança e ao adolescente.

A fase da Mera Imputação Criminal ou do Direito Penal Diferenciado


ocorreu quando não existia distinção de tratamento entre crianças e
adultos, ou seja, havia previsão de punição pela pratica crimes que
menores praticassem, punições essas que poderiam ser ate mais
severas do que para adultos a depender do seu crime.

A Fase Tutelar teve vigência durante a época que surgiu o código Mello
Matos e o código de menores, nesse período as crianças e adolescentes
ainda eram tratados como instrumentos de direitos, então com o
surgimento tanto do código Mello Matos como o código de menores que
basicamente em termos legais ressaltavam as mesmas coisas. No
entanto a utilização desses códigos possuía uma abrangência relativa e
até mesmo discriminatória, pois eles não eram aplicados as famílias
abastadas, na pratica só se aplicavam aos pobres, isto é, se o pai ou a
mãe, ainda que involuntariamente não tivessem condições financeiras
de sustentar os filhos era permitido retirar dos pais os filhos, ocorrendo
assim a doutrina da situação irregular.

A fase de Proteção Integral surge com a Constituição Federal no


Art.227, e posteriormente o ECA -Estatuto da Criança e do Adolescente-
então só assim que a criança e o adolescente estão sujeitos de direitos,
e assim possuem uma proteção ampla com os princípios constitucionais
emanando sobre as crianças e adolescente, dessa forma possui toda
uma rede protetiva conforme dispões a Constituição e o ECA.

 Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes

Atualmente, o ECA –Estatuto da Criança e do Adolescente- é o principal


instrumento normativo no Brasil sobre os direitos das crianças e
adolescentes. O Estatuto é uma garantia para que crianças e
adolescentes vivam plenamente os direitos relacionados a educação,
qualidade de vida, moradia, assistência médica, alimentação, entre
diversos outros.
Dentre os diversos existentes, alguns são:

1. Direitos à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade: Segundo a


Lei, as crianças e os adolescentes têm direito à liberdade, ao
respeito e à dignidade, como pessoas humanas em processo de
desenvolvimento. Crianças e adolescentes podem opinar e se
expressar, brincar, ter auxílio, refúgio e orientação.

2.  Direito à convivência familiar e comunitária: Crianças e


adolescentes têm o direito de serem criados e educados no seio
de sua família, com a convivência familiar e comunitária
garantidas, de acordo com a Lei 13.257, de 2016.

3. Direito à profissionalização e à proteção no trabalho: Toda


criança e adolescente tem direito à educação, visando o
desenvolvimento tranquilo e saudável, na forma com que este
item seja um exercício da cidadania, além da qualificação para o
trabalho. Segundo o estatuto, a profissionalização deve oferecer
condições para a frequência regular na escola, tendo a pratica
proibida para menores de 14 anos.
4. Educação, cultura, esporte e lazer: É direito da criança e
adolescente ter acesso à informação, cultura, esporte, lazer
diversões e espetáculos, desde que estes estejam de acordo com
a faixa etária do indivíduo. A garantia está registrada no Artigo 70
da Lei 8.069/1990.
5. Ser protegido de casos de violência, seja ela física ou
psicológica: O Artigo 17 da Lei 8.069/1990 garante o direito à
integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente.
A legislação abrange a preservação da imagem, identidade e
autonomia, além dos valores, ideias e crenças.

 Proteção Constitucional de Crianças e Adolescentes; Estatuto da


Criança e do Adolescente: Seus princípios e conceitos.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), sancionado na forma da
Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, garante a proteção integral de
crianças e adolescentes, conferida à sociedade, conselhos, municípios,
estados, de todo o território nacional.

A doutrina da proteção integral é regida, e possuem três princípios


gerais e orientadores de todo o Estatuto da Criança e do Adolescente,
são estes:

1. O Princípio da Prioridade Absoluta: está previsto


na Constituição Federal, em seu artigo 227, e no Estatuto da
Criança e do Adolescente, no artigo 4º e no artigo 100, parágrafo
único, II.
“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,
à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.”

2. O Princípio do Melhor Interesse: Nas ações relativas aos


direitos de crianças, devem ser considerados, primordialmente,
os interesses dos infantes. Os princípios da moralidade e
impessoalidade devem, pois, ceder ao princípio da prioridade
absoluta à infância, insculpido no art. 227 da Constituição
Federal.
“O Brasil, ao ratificar a Convenção Internacional sobre os
Direitos das Crianças, através do decreto 99.710/90, impôs,
entre nós, o Princípio do Melhor Interesse da Criança,
respaldado por princípios legais e constitucionais. O que faz com
que se respeite no caso concreto a guarda de uma criança de 03
anos de idade, que desde o nascimento sempre esteve na
companhia do pai e da avó paterna. Não é conveniente,
enquanto não definida a guarda na ação principal, que haja o
deslocamento da criança para a companhia da mãe que,
inclusive, é portadora de transtorno bipolar. Agravo provido.[7]”

3. O Princípio da Municipalização: Como explicitado nos capítulos


acima, o Estatuto da Criança e do Adolescente adota a doutrina
da proteção integral da infância e da juventude. Nesse passo,
concluímos que todos os membros da sociedade, especialmente
o Poder Público, deve disponibilizar os meios necessários para a
priorização dos direitos fundamentais infantojuvenis.
Uma das providências do Poder Público para tornar viável a
doutrina da proteção integral, é a política assistencial. Com o
advento da Constituição Federal de 1988, a política assistencial
foi descentralizada e ampliada. Seu artigo 203 dispõe sobre a
prestação da assistência social e seus objetivos:
“Art. 203. A assistência social prestada a quem dela necessitar,
independente de contribuição a seguridade social, e tem por
objetivos:
I – A proteção a família, a maternidade, a infância, a
adolescência e a velhice;
II – O amparo as crianças e adolescentes carentes;
III – A promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV – A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de
deficiências e a promoção de sua integração a vida comunitária;
V – A garantia de um salário mínimo de benefício mensal a
pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não
possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la
provida por sua família, conforme dispuser a lei.”

 Direito a Vida e a Saúde

O ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente - diz que crianças e


adolescentes devem ter o seu direito à vida e à saúde protegido com
prioridade pela família, pela comunidade, pela sociedade em geral e
pelo poder público (governantes e autoridades públicas).
As crianças têm primazia para receber proteção e socorro em qualquer
circunstância. Têm também o direito de serem atendidas com
precedência pelos serviços públicos ou de relevância pública.
Além disso, o ECA diz que nenhuma criança ou adolescente sofrerá
qualquer forma de negligência (descuido, desleixo, menosprezo) e
discriminação.
Os governantes devem implementar políticas sociais públicas que
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em
condições dignas de existência.
É o governo que responde pela saúde pública e cuida de questões
fundamentais para que a população viva em um ambiente adequado:
com saneamento básico, coleta de lixo e manutenção de áreas verdes.

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