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A INFÂNCIA NO

BRASIL

PROF. MAYCON TODESCATO


• No início do século XX restavam somente as rodas de
expostos de São Paulo, Salvador, Porto Alegre e Rio de
Janeiro, pois as demais haviam sido extintas.
Começaram a surgir então, a partir de 1930, outros tipos
de instituições, com caráter filantrópico, para acolher as
crianças abandonadas. Algumas delas tinham grande
amplitude de ação, como a Liga das Senhoras Católicas
e o Rothary Club.
• Somente em 1960 ocorrem mudanças significativas de
assistência à infância. Em 1964 foi criada a FUNABEM,
Fundação Para o Bem Estar do Menor, com o objetivo de
criar e implantar programas para menores em situação
de risco de marginalização, oferecendo-lhes
oportunidades de integração social.
• Na Constituição elaborada em 1988 é explicitada uma série
de direitos do cidadão que incluem, é claro, a criança e o
adolescente, bem como a responsabilidade das famílias em
relação à proteção e educação do menor de dezoito anos. O
ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente, na Lei 8069, de
13 de julho de 1990, apresenta considerações importantes,
entre elas, no Título I - Das Disposições Preliminares, a
determinação da faixa etária da criança e do adolescente:
• Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa
até doze anos de idade incompletos e, adolescente, aquela entre
doze e dezoito anos de idade.
• Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e
um anos de idade.
Ainda no Título I, a lei estabelece a garantia ao desenvolvimento
integral da criança enquanto pessoa que é e aos privilégios de
proteção, e deve ter como direito:

• Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos


fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por
lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim
de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual
e social, em condições de liberdade e de dignidade.
• Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade
em geral e do poder público assegurar, com absoluta
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária.
• Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância
pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com
a proteção à infância e à juventude.
• Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de
qualquer forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão, punido na
forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos
seus direitos fundamentais.
• Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta
os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem
comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a
condição peculiar da criança e do adolescente como
pessoas em desenvolvimento.
No Título II sobre os Direitos Fundamentais, o Capítulo I
trata do Direito à Vida e à Saúde e explicita que todo
cidadão deve ter direito à vida:

• Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à


vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais
públicas que permitam o nascimento e o
desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições
dignas de existência.
Ou seja, atualmente, os governos
precisam dar condições para que
as mães realizem o pré-natal, a
fim de que a criança seja
acompanhada na fase gestacional
e possa nascer com saúde.
Também é obrigatório o exame
laboratorial ou triagem neonatal,
popularmente chamado de teste
do pezinho, assim que a criança
nasce.
.Além disso, a mãe que abre mão de
seu filho deve contar com o
respaldo do serviço social no
próprio hospital em que deu à luz,
pois os casos de abandono que
coloquem em risco a sobrevivência
do bebê serão considerados atos
criminosos.
Ainda no Título II sobre os Direitos Fundamentais, o
Capítulo I, que trata do Direito à Vida e à Saúde, esclarece
a responsabilidade do poder público:

• Art. 9º O poder público, as instituições e os


empregadores propiciarão condições adequadas
ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de
mães submetidas a medida privativa de liberdade.
• Isso significa que toda e qualquer criança tem direito de ser
amamentada pela mãe. Mesmo no caso de mães presidiárias, os
bebês devem ser amamentados pelo período que reza a lei,
permanecendo em sua companhia. Portanto, é inadmissível que
sejam apresentados casos em que a mulher corra o risco de
perder seu emprego por conta da amamentação, pois é um duplo
direito, o dela e o da criança.
Também no Título II sobre os Direitos Fundamentais, o Capítulo I,
que trata do Direito à Vida e à Saúde, esclarece o direito da criança
aos serviços gratuitos de assistência à saúde:

• Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de


assistência médica e odontológica para a prevenção das
enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e
campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
• Parágrafo único. É obrigatória a vacinação das crianças nos casos
recomendados pelas autoridades sanitárias.
• Além desses documentos, também a LOAS, Lei Orgânica da
Assistência Social, dispõe sobre a organização da assistência
social no Brasil, incluindo a infância e a adolescência. Assim, o
estado acaba por assumir suas responsabilidades sobre a infância
e a adolescência desamparadas e, pelo menos nos aspectos
legais, as crianças passam a ser cidadãs com direitos na história
do país. Mas, apesar da importância das leis, na prática ainda há
muito o que se fazer para melhorar a qualidade de vida das
crianças, não só no Brasil, mas no mundo.
• Em 2005, a UNICEF, Fundo das Nações Unidas para a
Infância, desenvolveu uma pesquisa em oito
comunidades brasileiras localizadas nas periferias de
grandes cidades, regiões de fronteiras, do semiárido e
comunidades indígenas, com o objetivo de levantar
informações acerca do tratamento destinado às crianças
entre o nascimento e os seis anos de idade.
• Nos resultados da pesquisa observa-se que a maioria das crianças
possui acesso à água potável, porém, o mesmo não se aplica ao
saneamento básico: Em todas as comunidades estudadas, o
direito à proteção da criança, no que se refere ao saneamento
básico, está sendo violado. Muitas moram em casas sem sanitário
ou sem ligação com a rede de esgoto, o que não assegura a
destinação adequada do esgoto doméstico, contaminando o meio
ambiente e aumentando o risco de se contrair doenças infecciosas,
particularmente diarréia (UNICEF, 2005, p. 25).
• Para que tenha boa saúde, a primeira necessidade de uma pessoa
é dispor dos serviços básicos, mas nem sempre é o que acontece
com nossas crianças: Como era de se esperar, as comunidades
rurais apresentaram menor acesso aos serviços públicos de água,
esgoto e energia elétrica. Mas, nem mesmo nas áreas urbanas,
onde esses serviços estão amplamente disponíveis, a cobertura é
universal.
• Provavelmente, muitas famílias pobres não conseguem pagar a
taxa mínima por esses serviços. É importante ampliá-los para toda
a população, assegurando o direito de toda criança a morar em
uma casa com acesso aos serviços básicos de água, esgoto e
energia elétrica (UNICEF, 2005, p. 25).
01) (Conselho Tutelar) - A garantia de prioridade expressamente
estabelecida no Estatuto da Criança e do Adolescente compreende:

(A)possibilidade de receber conforto e estímulo em algumas circunstâncias.


(B) precedência de atendimento nos estabelecimentos privados de recreação.
(C) preferência no atendimento nos estabelecimentos bancários e no comércio.
(D) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a
proteção à infância e à juventude.
(E) identificação, por meio de carteira a ser emitida pela Secretaria de Justiça,
para livre acesso aos meios de transportes coletivos.
De acordo com o ECA, considera-se:
• (A) criança – pessoa até dez anos de idade incompletos; adolescente – pessoa entre dez e
dezessete anos de idade.
• (B) criança – pessoa até doze anos de idade incompletos; adolescente – pessoa entre doze e
dezoito anos de idade.
• (C) criança – pessoa até treze anos de idade incompletos; adolescente – pessoa a partir de
treze anos até dezesseis anos completos.
• (D) criança – pessoa até quatorze anos de idade incompletos; adolescente – pessoa que tem
entre quatorze e dezoito anos completos.
• (E) criança – pessoa até quatorze anos de idade completos; adolescente – pessoa entre
quatorze e dezoito anos completos.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), institui no seu artigo 4.º, que é dever da
família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com
absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Para tanto, a garantia de
prioridade compreende:
I. primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
II. precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
III. preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
IV. destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude;
V. proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais que assegurem o desenvolvimento físico.
Está correto o contido em
(A)I, II e III, apenas.
(B)I, III e IV, apenas.
(C) I, II, III e IV, apenas.
(D) II, III, IV e V, apenas.
(E) I, II, III, IV e V.

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