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O ECA para Concursos na Área do

Profissional do Magistério
O ECA PARA CONCURSOS NA ÁREA DO PROFISSIONAL MAGISTÉRIO

PONTOS MAIS IMPORTANTES PARA O CONCURSO

Prof. Paulo Marques

Título I Das Disposições Preliminares

ECA é um CONJUNTO DE NORMAS, convenções e declarações internacionais,


ratificados pelo governo brasileiro, que regulamentam os direitos fundamentais
e a proteção integral de crianças e adolescentes. Portanto, o ECA NÃO É decreto
governamental, lei ordinária ou emenda constitucional.

O ECA foi instituído pela LEI 8.069 de 1990.

O ECA foi inspirado nas Diretrizes trazidas pela Constituição Federal de 1988. São eles:

– Princípio da prioridade absoluta da criança e adolescente (Vide artigo 277 da


CF/88 ).

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança


e ao adolescente,  com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
–  Princípio da descentralização política-administrativa das ações governamen-
tais de assistência social ( Vide artigo 204 da CF/88 ).

Art.  204.  As ações governamentais na área da assistência social serão


realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no
art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes
diretrizes:
I  –    descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação
e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos
respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a
entidades beneficentes e de assistência social;
II  –  participação da população, por meio de organizações
representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em
todos os níveis.
–  Princípio do melhor interesse da criança e do adolescente. (Vide Declaração dos
Direitos da Criança de 1959 e  artigo 5º do Código de Menores de 1979).

Art.  5º  Na aplicação desta Lei, a proteção aos interesses


do  menor  sobrelevará qualquer outro bem ou interesse juridicamente
tutelado.
As Convenções e Declarações internacionais, ratificados pelo governo brasileiros, que
impulsionaram o compromisso social com as crianças e com as pessoas com
deficiência:

– Convenção do Direito da Criança, ONU/1989 ( entre outras coisas, fornece as


bases legais para as ações jurídicas contra órgãos administrativos, entidades civis e
outras de cunho social, escolas e outros que desrespeitarem os direitos das crianças)

– Declaração de Salamanca, Espanha/1994 ( entre outras coisas, reconhece a


necessidade de se garantir a dignidade das pessoas com deficiência e fornece as bases
para se construir uma escola inclusiva e que respeite às diferenças )

O ECA dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente (pessoas até 18


anos completos) – Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este
Estatuto às pessoas entre 18 e 21 anos de idade.

Para efeitos do ECA, considera-se criança, a pessoa até 12 anos de


idade incompletos, e adolescente, a pessoa entre 12 e 18 anos de idade.

A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à


pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata o ECA.

São OBRIGADOS   a família, a comunidade, a sociedade e o poder público a


assegurar, comabsoluta prioridade, às crianças e adolescentes, a efetivação dos
direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária.

A garantia de prioridade absoluta compreende:

a) Prioridade de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;

c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

d) preferência na destinação dos recursos públicos nas áreas relacionadas com a


proteção à infância e à juventude.

O ECA garante que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

O ECA garante que qualquer atentado, por ação ou omissão, aos direitos


fundamentais da criança e do adolescente, deve ser punido na forma da Lei.

Título II Dos Direitos Fundamentais

Capítulo I Do Direito à Vida e à Saúde


A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a
efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o
desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.

Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na primeira


infância receberão formação específica e permanente para a detecção de sinais de
risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se
fizer necessário.

Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento


cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente
serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade,
sem prejuízo de outras providências legais.

Capítulo II Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e


à dignidade como  pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como
sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

– ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as


restrições legais;

– opinião e expressão;   – crença e culto religioso;   – brincar, praticar esportes e


divertir-se;

– participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; – participar da vida


política;  – buscar refúgio, auxílio e orientação.

O direito ao respeito consiste:

– na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente;

– abrange a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias


e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

É DEVER DE TODOS velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a


salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório
ou constrangedor. 

A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados SEM O


USO de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de
correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, incluído pela Lei nº 13.010,
de 2014 ( Esta lei ficou conhecida como Lei da Palmada)

Capítulo IV Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer

A criança e o adolescente têm direito à educação, VISANDO ao pleno


desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da
cidadania e qualificação para o trabalho.

O ECA estabelece o direito à Educação assegurando:

– igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

– direito de ser respeitado por seus educadores;


– direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares
superiores;

– direito de organização e participação em entidades estudantis;

– acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.

É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como


participar da definição das propostas educacionais.

O ECA estabelece que é DEVER DO ESTADO assegurar à criança e ao adolescente:

I – ensino fundamental, OBRIGATÓRIO E GRATUITO, inclusive para os que a ele não


tiveram acesso na idade própria;

II – PROGRESSIVA EXTENSÃO DA OBRIGATORIEDADE e GRATUIDADE ao ensino médio;

III – ATENDIMENTO educacional ESPECIALIZADO aos portadores de deficiência,


preferencialmente na rede regular de ensino;

IV – ATENDIMENTO EM CRECHE E PRÉ-ESCOLA às crianças de zero a cinco anos de


idade; ( Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016 )

V – ACESSO AOS NÍVEIS MAIS ELEVADOS do ensino, da pesquisa e da criação artística,


segundo a capacidade de cada um;

VI – OFERTA DE ENSINO NOTURNO REGULAR, adequado às condições do


ADOLESCENTE TRABALHADOR;

VII – ATENDIMENTO NO ENSINO FUNDAMENTAL, através de programas suplementares


de material didático-escolar, transporte, alimentação e  assistência  à saúde.

Segundo o ECA:

– O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO.

– O NÃO OFERECIMENTO do ensino obrigatório pelo poder público ou SUA OFERTA
IRREGULAR importa responsabilidade da autoridade competente.

– Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-


lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência à escola.

Os PAIS OU RESPONSÁVEL têm a OBRIGAÇÃO DE MATRICULAR seus filhos ou pupilos


na rede regular de ensino.

Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho


Tutelar os casos de: – Maus-tratos envolvendo seus alunos; – Muitas faltas; – Muitas
repetências.

O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas


a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à
inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório. No
processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos
próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a
liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura. Os municípios, com apoio dos
estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para
programações  culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.

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