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GETUSSP

Direitos das Crianças e


Adolescentes no Brasil

ECA – Lei 8.069 de 1990

Ariel de Castro Alves


APRESENTAÇÃO

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Ariel de Castro Alves: advogado desde 2000, com pós-
graduação em gestão de políticas públicas de direitos humanos e
segurança pública pela PUC-SP.
Membro do INDICA- Instituto Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente
Foi conselheiro do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da
Criança e do Adolescente) e também cofundador e vice- presidente
da Comissão Especial da Criança e do Adolescente do Conselho
Federal da OAB. Ex- Conselheiro do Condepe -SP (Conselho
Estadual de Direitos Humanos) e do Condeca - SP
Foi presidente da Fundação Criança de SBC

Já lecionou na Faculdade Paulista de Serviço Social, na Faculdade


Mauá e na Universidade Metodista de São Paulo.
ECA
• ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

• Lei nº 13.431, de 04 de abril de 2017

• CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Resolução nº


299, de 05 de novembro de 2019

• DECRETO FEDERAL Nº 9603, DE 10 DE DEZEMBRO


DE 2018 - PLANO NACIONAL DE ENFRENTAMENTO
À VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES


Antecedentes

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DIREITOS HUMANOS

Direitos Humanos: Necessidades Humanas: Vida/


Liberdade/ Saúde/ Educação/ Assistência Social ETC

Todos os seres humanos devem ter asseguradas, desde o


nascimento, as mínimas condições necessárias para se
desenvolverem, como também devem ter as
possibilidades de receberem os benefícios que a vida em
sociedade pode proporcionar (Dalmo Dallari).

Se essas condições/ direitos não são asseguradas é muito


possível que essa pessoa não se torne útil à sociedade
(exercício da cidadania) e até pode vir a se tornar uma
ameaça à sociedade.

Por isso que a garantia dos direitos humanos está


intrinsecamente vinculada à infância e a juventude, aos
seres humanos em fase peculiar de desenvolvimento, em
Antecedentes

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Dependendo da forma que a criança é tratada pela família,
pelo estado e pela sociedade nessa fase de
desenvolvimento; da forma que são garantidos os
próprios direitos fundamentais, isso vai repercutir na sua
atuação pessoal, profissional e na sua intervenção social.

Esse conjunto de condições e de possibilidades,


associados às características naturais dos seres
humanos, a capacidade natural de cada pessoa, também é
resultante das influências do contexto social

Quando se associa o jovem à violência (torcidas organizadas/


homicídios, a criminalidade juvenil), não é ele o violento, mas
é a sociedade, a família e o Estado que também são violentos
por ação ou omissão.
DIREITOS DA CRIANÇA

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MOVIMENTO PELOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
Década de 80 - debates no país em torno da proteção da
infância e juventude;
Encontros do Colégio Arquidiocesano/ MNMMR /Pastoral
do Menor;
Fórum Nacional/ Fóruns Estaduais;
Convenção da ONU aprovada em 89
Princípio da Proteção Integral e Especial;
Crises Econômicas/ Meninos de Rua/ Grupos de
extermínio/ Anistia Internacional/ Redemocratização;
Movimento Criança na Constituição
DIREITOS DA CRIANÇA

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“CARROCINHA DE MENORES” / “MENOR ASSALTA CRIANÇA”
A CONSTRUÇÃO DE UMA POLÍTICA
DE GARANTIA DE DIREITOS

Os direitos de crianças e adolescentes, como prevê


hoje o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
são resultantes, além de um conjunto de avanços na
legislação e na concepção de criança e adolescente
de cada época, principalmente de um conjunto de
lutas sociais dos movimentos organizados e da
sociedade civil.
A CONSTRUÇÃO DE UMA POLÍTICA
DE GARANTIA DE DIREITOS

O primeiro Código de Menores de 1927,


conforme seu próprio texto, era uma legislação
voltada a atender o “menor abandonado ou
delinquente”, e apresentava características de
criminalização da pobreza, tratando da situação
irregular do denominado “menor”. Foi durante a
vigência desta legislação que em 1964, foi criada a
Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor -
FUNABEM - em substituição ao Serviço de
Assistência ao Menor - SAM.
A CONSTRUÇÃO DE UMA POLÍTICA
DE GARANTIA DE DIREITOS

O segundo Código de Menores (1979), não foi muito diferente, e também


sofreu influências do período no qual foi criado, durante o Regime Militar. Ele
vigorou até 1990, quando, por conta das pressões e mobilizações populares, fruto
também da Constituição de 1988, principalmente do artigo 227, surge o ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente), a Lei 8.069 de 1990. O período de 1927 a
1990 foi marcado pela Legislação Menorista.
A CONSTRUÇÃO DE UMA POLÍTICA
DE GARANTIA DE DIREITOS

O ECA reformula todo o


paradigma que tratava a
criança e o adolescente como
sujeitos em “situação
irregular”, e traz uma nova
concepção de crianças e
adolescentes como sujeitos
de direitos, consolidando
como uma lei que dispõe
sobre a Proteção Integral, e
configurando a Infância e
Adolescência como
Prioridade Absoluta.
Doutrina da Proteção Integral
A Doutrina da Proteção integral significa reconhecer as crianças e adolescentes como
sujeitos de direitos e pessoas que precisam de cuidados especiais devido a condição
peculiar de desenvolvimento. O artigo 227 da Constituição Federal de 1988 dispõe que:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e


do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de
toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.
DIREITOS DA CRIANÇA

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A Lei 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da
Criança e do Adolescente- regulamentou os
dispositivos constitucionais. Os artigos 3o, 4o e 5o
do ECA, reproduzem o mesmo artigo 227 da
Constituição de forma desmembrada, deixando
evidente no artigo 3o que “a criança e o adolescente
gozam de todos os direitos inerentes à pessoa
humana”.

A prioridade absoluta representa também a


primazia e/ou preferência para as políticas sociais
públicas na área da infância e juventude.
DIREITOS DA CRIANÇA

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DIREITO INTERNACIONAL

A proteção integral, especial e a prioridade absoluta


são inspiradas na Declaração de Genebra de 1924,
na Declaração Universal dos Direitos Humanos da
ONU de 1948, na Declaração Universal dos Direitos
da Criança de 1959, na Convenção Americana de
Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa
Rica) e, especialmente, na Convenção Internacional
dos Direitos da Criança da ONU, de 1989, que
consagrou a Doutrina da Proteção Integral.
DIREITOS DA CRIANÇA

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Pela Doutrina da Proteção Integral, os direitos humanos
fundamentais (Artigos 5º e 227- CF) são inerentes à todas as
crianças e adolescentes, independentemente de raça, etnia,
sexo, idade ou condição social e econômica.

A prioridade absoluta e consideração especial devem


também compreender que a proteção à infância e juventude
deve, inclusive, se sobrepor às crises e medidas de ajustes
econômicos.

Ainda devemos destacar o princípio do interesse maior da


criança, pelo qual os pais, ou responsáveis, têm o dever e
responsabilidade de garantir às crianças a proteção e
cuidados especiais e, na falta destes, é obrigação do Estado
assegurar que instituições e serviços de atendimento
garantam a proteção e os cuidados, com apoio de toda a
sociedade.
DIREITOS DA CRIANÇA

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A família é reconhecida como o grupo social primário e o
ambiente natural para o desenvolvimento e bem estar de
seus membros, principalmente das crianças e adolescentes,
ressaltando o direito de receberem a proteção e as
assistências necessárias.

Toda atitude e decisão a ser tomada com relação à criança /


adolescente deve ter em vista a garantia do seu melhor
interesse.

Pelo ECA, as crianças e adolescentes são sujeitos de


direitos humanos fundamentais, reconhecidos
universalmente, mas não apenas os direitos comuns aos
adultos, mas além desses, os direitos especiais, decorrentes
da sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento,
que devem ser assegurados pela família, pelo Estado, pela
DIREITOS DA CRIANÇA

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LEI 8.069 DE 1990- ECA

São consideradas em condição peculiar de


desenvolvimento por não terem acesso ao
conhecimento pleno de seus direitos; não terem
atingido condições de defenderem seus direitos frente
às omissões e transgressões capazes de violá-los; não
contarem com os meios próprios para a satisfação de
suas necessidades básicas e não poderem responder
pelo cumprimento das leis, deveres e obrigações da
mesma forma que os adultos e por se tratarem de
seres em fase de desenvolvimento físico, emocional e
sociocultural.
DIREITOS DA CRIANÇA

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LEI 8.069 DE 1990- ECA

A Prioridade Absoluta, conforme o artigo 4o do


ECA, compreende:

“- A primazia em receber proteção e socorro em


qualquer circunstância;
Precedência no atendimento por serviço ou órgão
público de qualquer poder;
Preferência na formulação e execução de políticas
sociais públicas;
Destinação privilegiada de recursos às áreas
relacionadas com a proteção à infância e
juventude.”
DIREITOS DA CRIANÇA

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MUDANÇA DE PARADIGMA (Antonio Carlos Gomes da
Costa):

A grande mudança é que, anteriormente, no Código de


Menores, vigorava a doutrina da situação irregular, pela
qual o menino de rua, a criança negligenciada
educacionalmente, a menina explorada sexualmente, a
criança trabalhando, o adolescente infrator, o menino
vítima de tortura, entre outros exemplos de violações,
estavam em “situação irregular” e deveriam ser “objeto”
de intervenção dos adultos e do Estado, já que não eram
considerados “sujeitos de direitos”. Com o ECA, nessas
situações acima mencionadas, quem está irregular é a
família, o Estado e toda a sociedade que não garantiram a
proteção integral às crianças e aos adolescentes,
colocando- os a salvo de qualquer violação de seus
direitos fundamentais.
DIREITOS DA CRIANÇA

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Incompreensões sobre o ECA
- Direitos e Deveres

- “Lei para a Suíça”

Multidisciplinariedade

Art. 6º do ECA:

Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta


os fins sociais a que ela se dirige, as exigências
do bem comum, os direitos e deveres individuais
e coletivos, e a condição peculiar da criança e do
adolescente como pessoas em desenvolvimento.
(LEGALIDADE E JUSTIÇA).
DIREITOS DA CRIANÇA

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Sistema de Garantia de Direitos - SGD:
Para garantir a proteção integral, o ECA criou um
Sistema de Operacionalização e Efetivação das
Políticas Públicas para Crianças e Adolescentes:
DIREITOS DA CRIANÇA

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SGD
Um Sistema próprio, criado em 1990, pelo ECA, que deve
atuar integradamente aos demais Sistemas de Políticas
Públicas. Parâmetros do SGD foram definidos por resoluções
do Conanda.

O artigo 86 do ECA dispõe: A Política de Atendimento dos


Direitos da Criança e do Adolescente se realizará através
de um conjunto articulado de ações governamentais e não
governamentais, da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.

O Art. 88 do ECA trata da Integração Operacional, entre


Judiciário, Ministério Público, Defensorias Públicas,
Segurança Pública, Conselhos Tutelares e os órgãos
governamentais e não governamentais de atendimento e
de Assistência Social.
DIREITOS DA CRIANÇA

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SGD

Sistema: Um Sistema sempre é composto por um


conjunto de Princípios, Regras e Ações.

O Sistema de Garantia de Direitos é fruto da articulação e


da integração das instâncias públicas governamentais
(Secretarias de Governo: saúde, assistência social,
educação, esportes, cultura, trabalho, fundações públicas,
etc), com o Judiciário, Ministério Público, Conselhos
Tutelares, Conselhos de Direitos da Criança e do
Adolescente, defensorias públicas e delegacias
especializadas, com as iniciativas da Sociedade Civil,
através de Organizações Não Governamentais, Institutos,
Associações, com creches, abrigos, Centros de Defesa da
Criança e do Adolescente, entre outras.
DIREITOS DA CRIANÇA

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SGD

O Sistema de Garantia de Direitos articula-se e deve atuar


integradamente com os demais Sistemas de
Operacionalização de Políticas Públicas, como os
Sistemas de Saúde, Educação, Assistência Social, Justiça,
Segurança Pública, entre outros.

O Sistema de Garantia de Direitos articula-se e pode


acionar também, quando necessário, os Sistemas
Internacionais de Proteção dos Direitos Humanos,
vinculados à Organização dos Estados Americanos (OEA)
e à Organização das Nações Unidas (ONU), desde que os
processos e procedimentos nacionais tenham sido
esgotados ou que tenham sido impactados por “demora
injustificada”.
DIREITOS DA CRIANÇA

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SGD

O Sistema de Garantia de Direitos tem por objetivo


promover, defender e controlar a efetivação dos direitos
civis, políticos, econômicos, sociais, culturais, coletivos
e difusos em favor de todas as Crianças e
Adolescentes, de modo que sejam reconhecidos
enquanto sujeitos de direitos, pessoas em condição
peculiar de desenvolvimento, colocando os a salvo de
ameaças e violações de direitos ou garantindo a
apuração, responsabilização e reparação diante de
ameaças e violações.
Conselhos Tutelares
• A Lei criou em 1990 um órgão especial incumbido pela própria sociedade
de defender os direitos da infância e juventude: Os Conselhos Tutelares,
que na prática são os articuladores do Sistema de Garantia de Direitos da
Criança e do Adolescente. (mandatos de 4 anos). Artigos 131-137 ECA.
• Papel deles:

• Zelar pelos Direitos da Criança e do Adolescente


• Atender Crianças e Adolescentes em Situação de Risco / Aplicar Medidas
de Proteção (Artigos 98-101 ECA)
• requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social,
previdência, trabalho e segurança;
• representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento
injustificado de suas deliberações.
• encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração
administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;
• encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
TIPIFICAÇÃO E FORMAS DE VIOLAÇÕES DOS DIREITOS DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES E AS POLÍTICAS DE
GARANTIAS
Exploração do Trabalho Infantil

Segundo o ECA, no seu


artigo 60, e a Constituição Federal
(Art. 7º, XXXIII): “É proibido qualquer
trabalho a menores de 16 anos de
idade, salvo na condição de
aprendiz”, e a exploração do trabalho
de crianças e adolescentes “é uma
das mais perversas formas de
violação de direitos humanos, pois
lhes retiram a formação escolar, o
desenvolvimento saudável e a
cidadania.” (Ministério Público do
Trabalho).
TIPIFICAÇÃO E FORMAS DE VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES E AS POLÍTICAS DE
GARANTIAS DE DIREITOS
Abusos e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Trocas sexuais: Oferecer práticas sexuais para conseguir favores e ajuda. Algumas crianças e
adolescentes que fogem de suas casas e permanecem nas ruas, mantêm relações sexuais
com pessoas adultas em troca de drogas, comida ou mesmo de uma noite numa cama de
hotel/motel/ pensão/casa;

Pornografia: Consiste da exposição de crianças e adolescentes com as partes sexuais visíveis,


ou a exibição de práticas sexuais entre crianças, adolescentes e pessoas adultas ou ainda,
práticas sexuais com animais.

Turismo sexual para fins de exploração sexual: oferecer relações de prazeres sexuais com
crianças e adolescentes aos turistas de outras regiões do Brasil e também do exterior;

Tráfico de crianças e adolescentes para fins de exploração sexual: Consiste no aliciamento,


subtração, rapto ou hospedagem de pessoa para esta finalidade. É uma das piores
modalidades e das mais cruéis formas de exploração sexual. Alguns aliciadores convencem
jovens e seus familiares com promessas de um futuro promissor e que poderão ajudar suas
famílias.
Abuso Sexual
• Violência Sexual: Todos os atos ou jogos
sexuais com a finalidade estimular ou usar a
criança ou adolescente para obter prazer
sexual, tais como: pronunciar palavras
obscenas, expor os órgãos genitais
(exibicionismo), olhar a criança em sua
intimidade (voyeurismo), pornografia, carícias
eróticas, além do estupro, exploração sexual e
outros.
Pedofilia
• A pedofilia é classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
como uma desordem mental e de personalidade do adulto, e
também como um desvio sexual, portanto, uma doença.
• Trata-se de um distúrbio psíquico que se caracteriza pela obsessão
por prática sexual com Crianças e Adolescentes. O pedófilo é, na
maioria das vezes, um indivíduo que aparenta normalidade no meio
profissional e na sociedade em geral. Ele se torna criminoso quando
utiliza o corpo de uma criança ou adolescente para sua satisfação
sexual, com ou sem o uso da violência física. O comportamento
pedófilo é mais comum no sexo masculino.
• A indicação da doença só pode ser afirmada após um diagnóstico
especializado. É importante saber que nem todo abusador sexual é
pedófilo e nem todo pedófilo será, necessariamente, um
explorador da sexualidade de crianças.
VIOLAÇÕES DOS DIREITOS DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
• “As crianças, quando estão bem cuidadas, são
sementes de paz e esperança. Não existe ser
humano mais perfeito, mais justo, mais solidário
e sem preconceitos que as crianças. Como os
pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um
ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe
de predadores, ameaças e perigos, e mais perto
de Deus, devemos cuidar de nossos filhos como
um bem sagrado, promover o respeito a seus
direitos e protegê-los.” (ZILDA ARNS)
Crimes Sexuais

Leis que alteraram e


complementaram o ECA
LEI Nº 11.829, DE 25 DE NOVEMBRO
DE 2008.
• Art. 241-A do ECA. Oferecer,
trocar, disponibilizar, transmitir,
distribuir, publicar ou divulgar
por qualquer meio, inclusive por
meio de sistema de informática
ou telemático, fotografia, vídeo
ou outro registro que contenha
cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança
ou adolescente:
• Pena – reclusão, de 3 (três) a 6
(seis) anos, e multa.
Lei 11.829 de 2008
• Art. 241-B do ECA. Adquirir, possuir ou
armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo
ou outra forma de registro que contenha cena de
sexo explícito ou pornográfica envolvendo
criança ou adolescente:
• Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa.

• Art. 241-D do ECA. Aliciar, assediar, instigar ou


constranger, por qualquer meio de comunicação,
criança, com o fim de com ela praticar ato
libidinoso:
• Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e
multa.
• Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre
quem:
Lei 12.015/2009
alterou o CP
• Estupro de vulnerável
• Art. 217-A CP. Ter conjunção carnal ou
praticar outro ato libidinoso com menor de 14
(catorze) anos:
• Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.

• Brasil – 107 crianças estupradas por dia (FBSP-


2021)
Lei 12.015/2009

• “Satisfação de lascívia mediante presença de


criança ou adolescente
• Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém
menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a
presenciar, conjunção carnal ou outro ato
libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria
ou de outrem:
• Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.”
Lei 12.015/2009

• “Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração


sexual de vulnerável
• Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra
forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou
que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar
que a abandone:
• Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
• § 2o Incorre nas mesmas penas:
• I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com
alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na
situação descrita no caput deste artigo;
• II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se
verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.
STJ diz que não é crime pagar por
sexo com menores de idade (2009)
• Fabiana Parajara, O Globo, Portal RPC

• SÃO PAULO e CURITIBA - A Procuradoria Geral do Estado de Mato Grosso do Sul vai recorrer
da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que negou ser crime pagar por sexo com
menores de idade que se prostituem. Na semana passada, o ministro Arnaldo Esteves Lima,
relator do caso, e os demais ministros da Quinta Turma do STJ, mantiveram a decisão do
Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul que rejeitou acusação de exploração sexual de
menores contra dois réus, por entender que cliente ou usuário de serviço oferecido por
prostituta não se enquadra no crime previsto no artigo 244-A do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA).

• Segundo o processo, os dois réus, que não tiveram os nomes revelados, contrataram os
serviços de três garotas de programa que estavam em um ponto de ônibus, mediante o
pagamento de R$ 80,00 para duas adolescentes, que na época tinha 12 e 13 anos, e R$ 60,00
para uma mulher. O programa foi realizado em um motel, em 2006. O Tribunal de Mato
Grosso do Sul absolveu os dois por considerar que as adolescentes já eram prostitutas
reconhecidas, mas ressaltou que a responsabilidade penal dos apelantes seria grave caso
fossem eles quem tivesse iniciado as atividades de prostituição das vítimas. Para especialistas
em Direito da Criança e do Adolescente, a decisão abre um precedente perigoso.
• - É uma aberração, uma interpretação equivocada e absurda do Estatuto da Criança e do
Adolescente. O estatuto é claro ao afirmar que a exploração de menores é um crime
permanente. Não importa quem iniciou o processo, mas todos aqueles que se utilizam ou
participam do esquema têm de ser punidos - afirma Ariel de Castro Alves, membro do
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).

STJ agora condena sexo com menor

• Tribunal revê decisão de março de inocentar homem que teve relações com três garotas de
12 anos porque as jovens seriam prostitutas
• 10 de agosto de 2012 | 3h 03
O Estado de S.Paulo
• O Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu decisão que relativizava a presunção de estupro no caso de
sexo com menores de 14 anos. A decisão veio depois de embargo de declaração feito pelo Ministério
Público Federal (MPF). Com isso, um homem que havia sido inocentado pela Justiça estadual após fazer
sexo com três meninas de 12 anos agora pode ser condenado.
• Pela decisão anterior, de março, praticar sexo com menores de 14 anos nem sempre seria crime. No caso
específico que motivou a decisão, as três meninas seriam prostitutas. "A prova trazida aos autos
demonstra fartamente que as vítimas, à época dos fatos, lamentavelmente já estavam longe de serem
inocentes, ingênuas, inconscientes e desinformadas a respeito do sexo", dizia a sentença estadual que
havia sido ratificada pelo STJ.
• Repercussão. O vice-presidente da Comissão Especial da Criança e do Adolescente do Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ariel de Castro Alves, comemorou o novo posicionamento da
Justiça. "Aquela decisão era uma espécie de licença para exploração sexual de crianças e adolescentes.
Abriu um precedente perigoso", afirmou. Segundo o advogado, o posicionamento anterior também havia
causado constrangimento internacional para o País.

TJ CONSIDERA ADOLESCENTE
PROSTITUTA E ABSOLVE FAZENDEIRO
• Um fazendeiro de Pindorama (SP) foi inocentado pelo
Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Ele havia sido
preso em flagrante por estuprar uma garota de 13
anos, em 2011. Os desembargadores do TJ-SP
consideraram que a menina era prostituta e aceitaram
que o fazendeiro errou sobre a idade da garota, crendo
que ela tinha na época, pelo menos, 18 anos de idade.
• Diversas lideranças representantes dos órgãos de
defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes
criticaram a decisão. "É como uma espécie de licença
para a exploração das crianças e adolescentes", afirma
o fundador da Comissão Especial da Criança da Ordem
dos Advogados do Brasil, Ariel Castro Alves.
LEI Nº 12.650, DE 17 DE MAIO DE
2012 (Lei Joanna Maranhão)

• Altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro


de 1940 - Código Penal, com a finalidade de
modificar as regras relativas à prescrição dos
crimes praticados contra crianças e adolescentes.
• V - nos crimes contra a dignidade sexual de
crianças e adolescentes, previstos neste Código
ou em legislação especial, da data em que a
vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a
esse tempo já houver sido proposta a ação
penal.” (NR)
Artigo 130 do Estatuto da Criança e
do Adolescente - Lei 8069/90
• Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos,
opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou
responsável, a autoridade judiciária poderá
determinar, como medida cautelar, o
afastamento do agressor da moradia comum.
• Parágrafo único. Da medida cautelar constará,
ainda, a fixação provisória dos alimentos de que
necessitem a criança ou o adolescente
dependentes do agressor. (Incluído pela Lei
nº 12.415, de 2011).
TIPIFICAÇÃO E FORMAS DE VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES E AS POLÍTICAS DE
GARANTIAS
Violência Doméstica

A Violência Doméstica ocorre de


forma explicita ou velada,
praticada dentro do âmbito
familiar, e que pode aparecer de
diferentes formas:
Negligência e Abandono:
Violência Física
Violência Psicológica ou Verbal
Exploração do Trabalho Infantil
Violência Sexual
Violência Doméstica

• Negligência e Abandono: Omissão com relação aos


cuidados básicos necessários às crianças e
adolescentes, podendo apresentar: desnutrição,
falta de higiene corporal, frequência irregular na
escola, falta de vacinação, falta de afeto e atenção,
falta de assistência de saúde e omissão de socorro.
• Tortura: submeter crianças e adolescentes a
intensos sofrimentos físicos e/ou psicológicos
Violências
• Violência Física: Bater e/ou provocar lesões
corporais, tais como: hematomas, queimaduras,
feridas, fraturas ou conseqüências mais graves que
levem à morte.
• Violência Psicológica ou Verbal: Consistem em
promover atitudes, palavras ou ações para
envergonhar, censurar, pressionar, oprimir,
constranger a criança de forma permanente, tais
como: ameaças, humilhações, gritos, rejeição,
isolamento.
Violações
• Exploração do Trabalho Infantil: Expor as
crianças e adolescentes de menos de 16 anos
ao trabalho, ou os adolescentes ao trabalho
insalubre, noturno, sem condições dignas,
sem respeito ao desenvolvimento
biopsicossocial e educacional da criança e do
adolescente, sem garantia de seus direitos
(no caso dos adolescentes).
Maus Tratos
• Art. 136 CP - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob
sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação,
ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de
alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a
trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios
de correção ou disciplina:
• Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
• Resultando em lesão corporal ou morte, pode chegar a 4 ou
12 anos de prisão.
• Quando a vítima tem menos de 14 anos- agravamento de
pena.
Lesão Corporal
• Art. 129 CP. Ofender a integridade corporal ou
a saúde de outrem:
• Pena - detenção, de três meses a um ano.
• Dependendo da gravidade as penas podem
ser de 5 anos, 8 anos ou até 12 anos, no caso
de morte.
Abandono de incapaz
• Art. 133 CP - Abandonar pessoa que está sob
seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade,
e, por qualquer motivo, incapaz de defender-
se dos riscos resultantes do abandono:
• Pena - detenção, de seis meses a três anos.
• Com lesão ou morte, penas chegam a 5 ou 12
anos.
Abandono Intelectual
• Art. 246 CP- Deixar, sem justa causa, de prover
à instrução primária de filho em idade escolar:
• Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou
multa.
Infração Administrativa - ECA
• Art. 245 ECA. Deixar o médico, professor ou
responsável por estabelecimento de atenção à
saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou
creche, de comunicar à autoridade competente
os casos de que tenha conhecimento, envolvendo
suspeita ou confirmação de maus-tratos contra
criança ou adolescente:
• Pena - multa de três a vinte salários de referência,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Omissão de Socorro - CP
• ART. 135 CP. Deixar de prestar assistência,
quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e
iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o
socorro da autoridade pública:
• Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
• Parágrafo único - A pena é aumentada
de metade, se da omissão resulta lesão corporal
de natureza grave, e triplicada, se resulta a
morte.
LEI Nº 13.431, DE 4 DE ABRIL DE 2017
• Estabelece o sistema de garantia de direitos
da criança e do adolescente vítima ou
testemunha de violência e altera a Lei no
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente).
LEI Nº 13.431, DE 4 DE ABRIL DE 2017
Art. 1º - Esta Lei normatiza e organiza o sistema de
garantia de direitos da criança e do adolescente vítima
ou testemunha de violência, cria mecanismos para
prevenir e coibir a violência, nos termos do art. 227 da
Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos da
Criança e seus protocolos adicionais, da Resolução nº
20/2005 do Conselho Econômico e Social das Nações
Unidas e de outros diplomas internacionais, e estabelece
medidas de assistência e proteção à criança e ao
adolescente em situação de violência.

• .
LEI Nº 13.431, DE 4 DE ABRIL DE 2017
• Art. 3º Na aplicação e interpretação desta Lei, serão
considerados os fins sociais a que ela se destina e,
especialmente, as condições peculiares da criança e do
adolescente como pessoas em desenvolvimento, às
quais o Estado, a família e a sociedade devem
assegurara fruição dos direitos fundamentais com
absoluta prioridade.
• Parágrafo único. A aplicação desta Lei é facultativa para
as vítimas e testemunhas de violência entre 18
(dezoito) e 21 (vinte e um) anos, conforme disposto no
parágrafo único do art. 2º da Lei no8.069, de 13 de
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
LEI Nº 13.431, DE 4 DE ABRIL DE 2017
• Art. 4º Para os efeitos desta Lei, sem prejuízo da tipificação
das condutas criminosas, são formas de violência:
• I - violência física, entendida como a ação infligida à criança
ou ao adolescente que ofenda sua integridade ou saúde
corporal ou que lhe cause sofrimento físico;
• II - violência psicológica:
• a) qualquer conduta de discriminação, depreciação ou
desrespeito em relação à criança ou ao adolescente
mediante ameaça, constrangimento, humilhação,
manipulação, isolamento, agressão verbal e xingamento,
ridicularização, indiferença, exploração ou intimidação
sistemática (bullying) que possa comprometer seu
desenvolvimento psíquico ou emocional;
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• b) o ato de alienação parental, assim entendido como
a interferência na formação psicológica da criança ou
do adolescente, promovida ou induzida por um dos
genitores, pelos avós ou por quem os tenha sob sua
autoridade, guarda ou vigilância, que leve ao repúdio
de genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento
ou à manutenção de vínculo com este;
• c) qualquer conduta que exponha a criança ou o
adolescente, direta ou indiretamente, a crime
violento contra membro de sua família ou de sua rede
de apoio, independentemente do ambiente em que
cometido, particularmente quando isto a torna
testemunha;
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• III - violência sexual, entendida como qualquer conduta que
constranja a criança ou o adolescente a praticar ou presenciar
conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso, inclusive
exposição do corpo em foto ou vídeo por meio eletrônico ou não,
que compreenda:
• a) abuso sexual, entendido como toda ação que se utiliza da criança
ou do adolescente para fins sexuais, seja conjunção carnal ou outro
ato libidinoso, realizado de modo presencial ou por meio
eletrônico, para estimulação sexual do agente ou de terceiro;
• b) exploração sexual comercial, entendida como o uso da criança
ou do adolescente em atividade sexual em troca de remuneração
ou qualquer outra forma de compensação, de forma independente
ou sob patrocínio, apoio ou incentivo de terceiro, seja de modo
presencial ou por meio eletrônico;
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• c) tráfico de pessoas, entendido como o recrutamento, o
transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento da
criança ou do adolescente, dentro do território nacional ou para o
estrangeiro, com o fim de exploração sexual, mediante ameaça, uso
de força ou outra forma de coação, rapto, fraude, engano, abuso de
autoridade, aproveitamento de situação de vulnerabilidade ou
entrega ou aceitação de pagamento, entre os casos previstos na
legislação;
• IV - violência institucional, entendida como a praticada por
instituição pública ou conveniada, inclusive quando gerar
revitimização.
• § 1º Para os efeitos desta Lei, a criança e o adolescente serão
ouvidos sobre a situação de violência por meio de escuta
especializada e depoimento especial.
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• § 2º Os órgãos de saúde, assistência social, educação,
segurança pública e justiça adotarão os procedimentos
necessários por ocasião da revelação espontânea da
violência.
• § 3º Na hipótese de revelação espontânea da violência,
a criança e o adolescente serão chamados a confirmar
os fatos na forma especificada no § 1º deste artigo,
salvo em caso de intervenções de saúde.
• § 4º O não cumprimento do disposto nesta Lei
implicará na aplicação das sanções previstas na Lei no
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente).
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• Art. 6º A criança e o adolescente vítima ou
testemunha de violência têm direito a pleitear,
por meio de seu representante legal, medidas
protetivas contra o autor da violência.
• Parágrafo único. Os casos omissos nesta Lei serão
interpretados à luz do disposto na Lei nº 8.069,
de 13 de julho de 1990(Estatuto da Criança e do
Adolescente), na Lei nº 11.340, de 7 de agosto de
2006 (Lei Maria da Penha), e em normas conexas.
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• Art. 7º Escuta especializada é o procedimento de entrevista sobre
situação de violência com criança ou adolescente perante órgão da
rede de proteção, limitado o relato estritamente ao necessário para
o cumprimento de sua finalidade.
• Art. 8º Depoimento especial é o procedimento de oitiva de criança
ou adolescente vítima ou testemunha de violência perante
autoridade policial ou judiciária.
• Art. 9º A criança ou o adolescente será resguardado de qualquer
contato, ainda que visual, com o suposto autor ou acusado, ou com
outra pessoa que represente ameaça, coação ou constrangimento.
• Art. 10. A escuta especializada e o depoimento especial serão
realizados em local apropriado e acolhedor, com infraestrutura e
espaço físico que garantam a privacidade da criança ou do
adolescente vítima ou testemunha de violência.
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• Art. 12. O depoimento especial será colhido conforme o seguinte
procedimento:
• I - os profissionais especializados esclarecerão a criança ou o
adolescente sobre a tomada do depoimento especial, informando-
lhe os seus direitos e os procedimentos a serem adotados e
planejando sua participação, sendo vedada a leitura da denúncia ou
de outras peças processuais;
• II - é assegurada à criança ou ao adolescente a livre narrativa sobre
a situação de violência, podendo o profissional especializado
intervir quando necessário, utilizando técnicas que permitam a
elucidação dos fatos;
• III - no curso do processo judicial, o depoimento especial será
transmitido em tempo real para a sala de audiência, preservado o
sigilo;
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• IV - findo o procedimento previsto no inciso II deste artigo,
o juiz, após consultar o Ministério Público, o defensor e os
assistentes técnicos, avaliará a pertinência de perguntas
complementares, organizadas em bloco;
• V - o profissional especializado poderá adaptar as
perguntas à linguagem de melhor compreensão da criança
ou do adolescente;
• VI - o depoimento especial será gravado em áudio e vídeo.
• § 1º À vítima ou testemunha de violência é garantido o
direito de prestar depoimento diretamente ao juiz, se assim
o entender.
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• § 5º As condições de preservação e de
segurança da mídia relativa ao depoimento da
criança ou do adolescente serão objeto de
regulamentação, de forma a garantir o direito
à intimidade e à privacidade da vítima ou
testemunha.
• § 6º O depoimento especial tramitará em
segredo de justiça.
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• Art. 13. Qualquer pessoa que tenha conhecimento ou presencie
ação ou omissão, praticada em local público ou privado, que
constitua violência contra criança ou adolescente tem o dever de
comunicar o fato imediatamente ao serviço de recebimento e
monitoramento de denúncias, ao conselho tutelar ou à autoridade
policial, os quais, por sua vez, cientificarão imediatamente o
Ministério Público.
• Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão promover, periodicamente, campanhas de
conscientização da sociedade, promovendo a identificação das
violações de direitos e garantias de crianças e adolescentes e a
divulgação dos serviços de proteção e dos fluxos de atendimento,
como forma de evitar a violência institucional.
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• Art. 14. As políticas implementadas nos
sistemas de justiça, segurança pública,
assistência social, educação e saúde deverão
adotar ações articuladas, coordenadas e
efetivas voltadas ao acolhimento e ao
atendimento integral às vítimas de violência.
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• Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios poderão criar serviços de
atendimento, de ouvidoria ou de resposta,
pelos meios de comunicação disponíveis,
integrados às redes de proteção, para receber
denúncias de violações de direitos de crianças
e adolescentes.
LEI Nº 13.431, DE 4 DE ABRIL DE 2017
• Parágrafo único. As denúncias recebidas serão
encaminhadas:
• I - à autoridade policial do local dos fatos, para
apuração;
• II - ao conselho tutelar, para aplicação de
medidas de proteção; e
• III - ao Ministério Público, nos casos que forem
de sua atribuição específica.
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• Art. 16. O poder público poderá criar programas, serviços
ou equipamentos que proporcionem atenção e
atendimento integral e interinstitucional às crianças e
adolescentes vítimas ou testemunhas de violência,
compostos por equipes multidisciplinares especializadas.
• Parágrafo único. Os programas, serviços ou equipamentos
públicos poderão contar com delegacias especializadas,
serviços de saúde, perícia médico-legal, serviços
socioassistenciais, varas especializadas, Ministério Público e
Defensoria Pública, entre outros possíveis de integração, e
deverão estabelecer parcerias em caso de indisponibilidade
de serviços de atendimento.
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• Art. 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão criar, no âmbito do Sistema Único
de Saúde (SUS), serviços para atenção integral à criança
e ao adolescente em situação de violência, de forma a
garantir o atendimento acolhedor.
• Art. 18. A coleta, guarda provisória e preservação de
material com vestígios de violência serão realizadas
pelo Instituto Médico Legal (IML) ou por serviço
credenciado do sistema de saúde mais próximo, que
entregará o material para perícia imediata, observado
o disposto no art. 5º desta Lei.
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• Art. 19. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão estabelecer, no âmbito do Sistema
Único de Assistência Social (Suas), os seguintes
procedimentos:
• I - elaboração de plano individual e familiar de
atendimento, valorizando a participação da criança e do
adolescente e, sempre que possível, a preservação dos
vínculos familiares;
• II - atenção à vulnerabilidade indireta dos demais membros
da família decorrente da situação de violência, e
solicitação, quando necessário, aos órgãos competentes, de
inclusão da vítima ou testemunha e de suas famílias nas
políticas, programas e serviços existentes;
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• Art. 20. O poder público poderá criar delegacias
especializadas no atendimento de crianças e
adolescentes vítimas de violência.
• § 1º Na elaboração de suas propostas orçamentárias,
as unidades da Federação alocarão recursos para
manutenção de equipes multidisciplinares destinadas a
assessorar as delegacias especializadas.
• § 2º Até a criação do órgão previsto no caput deste
artigo, a vítima será encaminhada prioritariamente a
delegacia especializada em temas de direitos humanos.
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• Art. 21. Constatado que a criança ou o adolescente está em risco, a
autoridade policial requisitará à autoridade judicial responsável,
em qualquer momento dos procedimentos de investigação e
responsabilização dos suspeitos, as medidas de proteção
pertinentes, entre as quais:
• I - evitar o contato direto da criança ou do adolescente vítima ou
testemunha de violência com o suposto autor da violência;
• II - solicitar o afastamento cautelar do investigado da residência ou
local de convivência, em se tratando de pessoa que tenha contato
com a criança ou o adolescente;
• III - requerer a prisão preventiva do investigado, quando houver
suficientes indícios de ameaça à criança ou adolescente vítima ou
testemunha de violência;
LEI Nº 13.431, DE 4 DE ABRIL DE 2017
• IV - solicitar aos órgãos socioassistenciais a inclusão da
vítima e de sua família nos atendimentos a que têm direito;
• V - requerer a inclusão da criança ou do adolescente em
programa de proteção a vítimas ou testemunhas
ameaçadas; e
• VI - representar ao Ministério Público para que proponha
ação cautelar de antecipação de prova, resguardados os
pressupostos legais e as garantias previstas no art. 5º desta
Lei, sempre que a demora possa causar prejuízo ao
desenvolvimento da criança ou do adolescente.
• Art. 22. Os órgãos policiais envolvidos envidarão esforços
investigativos para que o depoimento especial não seja o
único meio de prova para o julgamento do réu.
LEI Nº 13.431, DE 4 DE ABRIL DE 2017
• Art. 23. Os órgãos responsáveis pela organização
judiciária poderão criar juizados ou varas
especializadas em crimes contra a criança e o
adolescente.
• Parágrafo único. Até a implementação do
disposto no caput deste artigo, o julgamento e a
execução das causas decorrentes das práticas de
violência ficarão, preferencialmente, a cargo dos
juizados ou varas especializadas em violência
doméstica e temas afins.
LEI Nº 13.431, DE 4 DE ABRIL DE 2017
• Art. 24. Violar sigilo processual, permitindo
que depoimento de criança ou adolescente
seja assistido por pessoa estranha ao
processo, sem autorização judicial e sem o
consentimento do depoente ou de seu
representante legal.
• Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa.
LEI Nº 13.431, DE 4 DE ABRIL DE
2017
• Art. 29. Esta Lei entra em vigor após decorrido
1 (um) ano de sua publicação oficial.
Viagens de Crianças e
Adolescentes
• A Lei 13.812 de 2019, que dispõe sobre a Política Nacional de Busca de Pessoas
Desaparecidas e que também modificou o Estatuto da Criança e do Adolescente visando
evitar os desaparecimentos de crianças e adolescentes, proibindo as viagens e os
deslocamentos de crianças e adolescentes menores de 16 anos Ela entrou em vigor no dia
16 de março de 2019.

• A lei prevê que: “Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá
viajar para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis
sem expressa autorização judicial” (artigo 83 ECA).
• § 1º A autorização não será exigida quando:
• a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do
adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da
Federação, ou incluída na mesma região metropolitana; (Redação dada pela
Lei nº 13.812, de 2019)
• b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver
acompanhado: (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
• 1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado
documentalmente o parentesco;
• 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou
responsável.
• § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável,
conceder autorização válida por dois anos.

Viagens de Crianças e
Adolescentes
• Conforme essas hipóteses previstas no ECA, a criança ou adolescente
menor de 16 anos pode se deslocar e viajar desacompanhada para
comarcas “contiguas” (cidades vizinhas e próximas) da residência da
criança ou adolescente, no mesmo estado ou na mesma região
metropolitana. Exemplo: A criança que reside em São Paulo pode ir para
São Bernardo do Campo, Guarulhos, Osasco, Diadema, entre outras,
mesmo desacompanhada dos pais ou responsáveis. Nestes casos, a
criança ou adolescente deve portar comprovante de residência, além do
documento de identidade.
• A criança ou adolescente menor de 16 anos também pode se locomover
para qualquer outra cidade do País, mesmo não acompanhada dos Pais ou
Responsáveis, mas estando acompanhada de avô/avó ou bisavô/bisavó
(ascendentes), assim como de tios/tias ou irmãos/irmãs adultos, mediante
a comprovação documental de parentesco. O que certamente gera
problemas, já que os documentos pessoais, em geral, não comprovam
parentesco, já que o RG tem apenas os nomes dos pais e a certidão de
nascimento tem os nomes dos pais e dos avós.
Viagens de Crianças e
Adolescentes
• Também podem viajar os menores de 16 anos que
estiverem acompanhados de pessoa maior de idade
(mais de 18 anos), desde que este adulto esteja
portando um documento de autorização expressa
fornecido e assinado pelo pai, mãe ou responsável
legal (guardião, tutor ou curador), com as assinaturas
reconhecidas em Cartório por autenticidade. (por
analogia com as exigências previstas na Resolução 131
de 2011, do CNJ).


Hospedagem de Crianças e
Adolescentes
• Art. 82- ECA. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel,
motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou
acompanhado pelos pais ou responsável.
• Infração – ECA
• Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou
responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade
judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere: (Redação dada pela Lei
nº 12.038, de 2009).
• Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
• § 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autoridade
judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até 15
(quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
• § 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o
estabelecimento será definitivamente fechado e terá sua licença cassada.
(Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
COMO ENFRENTAR AS VIOLAÇÕES DE DIREITOS

Com base no artigo 86 do ECA: “A política de atendimento dos direitos da


criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de
ações governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios.” Este modelo de gestão proposto pelo
ECA chama-se SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS. Este sistema
corresponde à articulação das instancias governamentais e da sociedade
civil na aplicação de instrumentos normativos voltados para a efetivação
de mecanismos de PROMOÇÃO, CONTROLE e DEFESA DOS DIREITOS.
DISQUE 100
Disque 100
• Foram recebidas no Disque 100 em 2020,
ligações mais de 95 mil denúncias de
violações aos direitos de crianças e
adolescentes;
• Principalmente: negligência, violência
psicológica, Violência física e violência
sexual.
• - Negligência e Violência Doméstica
Disque 100
• A maioria dos casos denunciados não são
devidamente apurados ( apenas 15% de
retornos). Os próprios disques denuncias não
acompanham o andamento das investigações
e dos processos, o que gera descrédito a
esses serviços
Violência – Acolhimento
• 47 mil crianças e adolescentes em abrigos. –
CNMP 2019

• Reformulação dos serviços de acolhimento


após 2006, com o Resolução Conanda –
Serviços de Acolhimentos.
Brasil: 4º País do Mundo em crianças
“casadas” com menos de 15 anos
• (Agência Brasil- 2015) “A pesquisa foi feita em parceria com a
Universidade Federal do Pará, a Plan International Brasil e Unicef, com o
apoio da Fundação Ford. Segundo pesquisa apresentada no relatório, a
idade média de casamento e de nascimento do primeiro filho de meninas
entrevistadas é 15 anos. Os homens são, em média, nove anos mais velhos.
O trabalho do Promundo tem o objetivo de promover o direito de as
meninas decidirem, livre e plenamente, quando e com quem se casar.”

• São 877 mil mulheres, com idade entre 20 e 24 anos, que se casaram até
os 15 anos (11%).
De acordo com dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), pouco mais de 88 mil meninas e meninos, entre 10 e 14
anos, estão em uniões consensuais, civis e/ou religiosas, no Brasil. Na faixa
etária de 15 a 17, o número chega a 567 mil, e com 18 ou 19 anos, mais de
1 milhão de pessoas já estão em uma união formal ou informal.
Dados

• Conforme o Ministério da Educação e o UNICEF – 2015, 98%


das crianças estão matriculadas no ensino fundamental e
85% dos adolescentes no ensino médio, mas é notória a
baixa qualidade do ensino em boa parte das escolas
públicas. Aumento quantitativo, mas o qualitativo ficou
aquém: estrutura e condições de trabalho e estudo.

• 30% das crianças de 0 a 5 anos tem acesso ao ensino infantil.



• 3,5 MILHÕES FORA DA ESCOLA (4 A 16 ANOS)

• 20% dos jovens Entre 15 e 17 anos não freqüentam a escola (UNICEF)



• 20% dos jovens (16 a 25 anos), segundo IPEA, nem Estudam, nem
Trabalham.


Dados
• 1,7 milhões de crianças e adolescentes, segundo a OIT
(Organização Internacional do Trabalho), são
exploradas no trabalho infantil. Apesar desse alto
número de crianças e adolescentes trabalhando, nos
últimos 30 anos a redução foi de 60%. Desempenho e
Frequência escolar, além do acesso a cultura, ao
esporte, ao lazer, são prejudicados.

• Diminuição do trabalho infantil tradicional e aumento


do trabalho em situação de rua (24 mil, 4 mil no
estado de SP, mais de 800 na Capital) e do trabalho
doméstico.
Dados
Redução da Gravidez na Adolescência
O número de partos realizados na rede pública de saúde em
meninas entre 10 e 19 anos caiu 30,6% nos últimos dez anos.

40% das crianças e adolescentes (17 milhões) com até 14 anos


vivem na Pobreza- renda per capita familiar de R$ 250,00 –
Fundação Abrinq 2017

A mortalidade infantil reduziu mais de 50% nos últimos 20
anos. Atualmente, 16 mortes para cada grupo de 1.000 nascidos
vivos.
SISTEMA DE JUSTIÇA- DIREITO DE MENOR IMPORTÂNCIA
Varas especializadas da Infância e Juventude: 12% DAS
COMARCAS, segundo o CNJ - 2014
Dados
• Morte Adiada
• Porém, enquanto a mortalidade infantil diminuiu,
as mortes violentas de crianças e jovens
aumentaram nos últimos anos. Em média, 29
crianças e adolescentes são assassinados por dia
no País (Flacso- 2017). 16 POR DIA EM 2006.

• Betinho: “Quando uma sociedade deixar matar
crianças, é que começou o seu suicídio enquanto
sociedade”.
DADOS
• Segundo a ONU, 11% dos Homicídios do Mundo
ocorrem no Brasil. 154 pessoas assassinadas por dia.
50% tem menos de 30 anos de idade.

• + DE 61 MIL HOMICÍDIOS EM 2017

• Menos de 10% dos homicídios são esclarecidos


(FBSP).

• CRIANÇAS E ADOLESCENTES: Mais vítimas do que


Autores de Crimes
PROGRAMAS SOCIAIS – ECA
• Rede de Proteção Consolidada/: Cardápio
Social
• PROGRAMAS E NÃO PROJETOS: POLÍTICA DE
ESTADO E NÃO DE GOVERNO
• Programas especializados:
• Atendimento de Famílias;
• enfrentamento ao abuso e exploração;
• erradicação do trabalho infantil
PROGRAMAS SOCIAIS
• Atendimento Psiquiátrico e de Drogadição;
• Atendimento às vítimas de maus-tratos e
violência;
• Convivência Familiar e Comunitária
(fortalecimentos de vínculos; família guardiã;
família acolhedora; apadrinhamento;
repúblicas);
• Medidas Socioeducativas;
• Oportunidades e inclusão (EMANCIPAÇÃO)
Frase
• Se não vejo na criança uma criança, é porque alguém a
violentou antes, e o que vejo é o que sobrou de tudo que
lhe foi tirado.

Essa que vejo na rua sem pai, sem mãe, sem casa, cama e
comida, essa que vive a solidão das noites sem gente por
perto, é um grito, é um espanto.
Diante dela, o mundo deveria parar para começar um novo
encontro, porque a criança é o princípio sem fim e o seu fim
é o fim de todos nós.
• Betinho - Herbert de Souza


Ariel de Castro Alves

Email: ariel.alves@uol.com.br

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