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ESTATUTO 

DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Prof. Andréia Cordeiro

ASPECTOS HISTÓRICOS
ANTIGUIDADE / IDADE MÉDIA – A criança era objeto/patrimônio dos pais ou do Estado.

IDADE MODERNA –Com o Iluminismo pensando o direito à Dignidade, a criança passa a ser reconhecida
como ser.

Séc. XVIII – Rousseau  Emílio, ou Da Educação.


– Madame Vigee Lebrun  pinturas de mães e filhas
– Igreja Católica  defesa da família e das crianças.

Séc. XIX – surge a ideia de criança. São criadas roupas para as crianças.

Sec. XX – século da infância.

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EMÍLIO, OU DA EDUCAÇÃO
Rousseau

MADAME VIGEE LEBRUM

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EVOLUÇÃO NO BRASIL
• ABSOLUTA INDIFERENÇA  até o início do Séc. XVI. Não havia normas tutelares.

• MERA IMPUTAÇÃO LEGAL  Séc. XVI até 1979, com o Código de Menores. Em 1927, esta ideia
ganha força com o Código Mello Matos. Visa somente a punição de condutas praticadas por crianças
e por adolescentes.

• FASE TUTELAR  de 1979 até a promulgação da CF/1988. Marcada pelo assistencialismo e por
práticas segregatórias de crianças e adolescentes em situação irregular.

• FASE PROTEÇÃO INTEGRAL  A partir de 1988. TODAS as crianças e TODOS os adolescentes


são abarcados por esta fase. Todos se tornam sujeitos de direitos que devem ser assegurados pelo
Estado, sociedade e família. Com absoluta prioridade e em consideração da situação peculiar de
pessoa em desenvolvimento. Aplica-se tratamento diferenciado, por exemplo, com tratamento
infracional e não criminal, dentre outros.

CÓDIGO DE MENORES
X
PROTEÇÃO INTEGRAL
CÓDIGO DE MENORES PROTEÇÃO INTEGRAL (CF + ECA)
• Alcançava somente as vítimas de maus tratos e • Alcança todas as crianças e adolescentes.
infratores.
• Políticas públicas desenvolvidas para prevenir e
• Ação política sobre as consequências. Não impedir maus tratos e delinquências. Crianças e
prevenia as causas de violência e deliquência. adolescentes são sujeitos de direito.
Ações assistencialistas.
• Todos os entes federativos participam da
• Ações determinadas pelo Juiz de Menores. execução das ações (princípio da
Tomadas centralizadoras. municipalização). Tomadas participativas.
• Ações segregatórias. • Juízes, promotores, assistentes sociais,
psicólogos, professores, são agentes.
• Não manutenção dos vínculos familiares.
• Prioridade na manutenção dos vínculos
familiares.

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ORIGEM DO ECA
Após a reabertura democrática do Brasil, a Assembléia Nacional Constituinte de 1987 formada
para promulgar a Constituição Federal, concretizou o conteúdo da Doutrina de Proteção Integral da
Organização das Nações Unidas trazendo os avanços da normativa internacional para a população
infanto-juvenil brasileira.

Art. 227 da CF/88


É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.

A CF delimita os parâmetros das leis infraconstitucionais. A partir das diretrizes da CF, o ECA foi
embasado.

O ESTATUDO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE
• Instituído em 13 de julho de 1990 pela Lei nº 8.069.
• É dividido em 2 livros:
• 1º) proteção da pessoa em desenvolvimento.
• 2º) órgãos e procedimentos protetivos.

Art. 1º - Esta Lei dispões sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.


Art. 3º - A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou
por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento
físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes,
sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou
crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica,
ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias
ou a comunidade em que vivem.

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PRINCÍPIOS BASILARES DO ECA
Princípios Basilares

 Prioridade Absoluta

 Dignidade

 Não discriminação

QUEM É CRIANÇA E ADOLESCENTE?


Art. 2º - Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas
entre dezoito e vinte e um anos de idade.

Aplicabilidade do parágrafo único:


• Art. 40 – referendo de adoção de pessoa com 18 a 21 anos, desde que, à época do pedido, a pessoa
estava sob guarda ou tutela do adotante.
• Art. 121, §5º - um adolescente com 17 anos e 11 meses que cometeu um ato infracional e o
processo demorou 5 meses para ser julgado. Assim, a condenação saiu aos 18 anos do referido
adolescente. Em razão da teoria da atividade, o ECA será aplicado a este adolescente e terá
aplicabilidade, neste caso, até o indivíduo completar 21 anos.

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QUESTÕES DE CONCURSO
MPE/RO (2017) - A legislação brasileira, no que se refere ao tratamento dispensado à criança e ao
adolescente, passou por diferentes períodos, marcados, cada um, por concepções distintas. A partir
disso, é CORRETO afirmar:
a) No período que antecedeu a Constituição Federal de 1988, a legislação garantia à criança e ao
adolescente direitos fundamentais, embasados no princípio do melhor interesse.
b) Com a vigência da Constituição Federal de 1988, do Estatuto da Criança e do Adolescente e da
Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, todos aqueles que não atingiram os
dezoito anos passam a ser considerados sujeitos de direitos, prioridade absoluta e pessoas em fase
especial de desenvolvimento.
c) A doutrina da situação irregular vigorou até a entrada em vigor do Estatuto da Criança e do
Adolescente.
d) A partir do Código Penal de 1890, a idade da responsabilidade penal vem fixada em dezoito anos.
e) A Declaração dos Direitos da Criança é o primeiro documento internacional com força cogente para
os países firmatários.

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QUESTÕES DE CONCURSO
MPE/RR (2017) - De acordo com os princípios orientadores do direito da criança e do adolescente, em
favor deles deve ser dada primazia em todas as esferas de interesse, seja no campo judicial,
extrajudicial, administrativo, social ou familiar. Tal tratamento não comporta questionamentos ou
ponderações, pois foi essa a escolha nacional por meio do legislador constituinte. De acordo com a
doutrina, tal primazia corresponde ao princípio
a) da municipalização.
b) da prevenção especial.
c) da prioridade absoluta.
d) do interesse superior da criança e do adolescente.

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QUESTÕES DE CONCURSO
PUC/PR (2017) A Lei nº 8.069/1990, denominada Estatuto da Criança e Adolescente, prevê nas
disposições preliminares quais os direitos da criança e do adolescente, sendo CORRETO afirmar que
a criança e o adolescente
a) têm direitos fundamentais restritivos. Por esse motivo, elabora-se uma legislação específica
denominada Estatuto da Criança e Adolescente para regular quais os direitos e deveres a serem
cumpridos e respeitados.
b) gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção
integral de que trata o Estatuto da Criança e Adolescente, sendo assegurado por lei, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
social, em condições de liberdade e de dignidade.
c) têm acesso parcial aos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, em que a criança e o
adolescente, por estarem em fase de desenvolvimento, necessitam de legislação especial para acesso e
proteção social.
d) serão assim considerados, para os efeitos do Estatuto da Criança e Adolescente, se tiverem até
treze anos e entre quatorze e dezoito anos, respectivamente.

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