Documento assinado via Token digitalmente por PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA ANTONIO AUGUSTO BRANDAO DE ARAS, em 19/11/2020 09:21.

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA

PETIÇÃO 9.240/DF – ELETRÔNICO

RELATOR: MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI
NOTICIANTE: NATÁLIA BASTOS BONAVIDES
NOTICIADOS: JAIR MESSIAS BOLSONARO
FLAVIO NANTES BOLSONARO
AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA
ALEXANDRE RAMAGEM RODRIGUES
PETIÇÃO ASSEP-CRIM/PGR 366526/2020

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Excelentíssimo Senhor Ministro Ricardo Lewandowski,

Trata-se de notícia-crime subscrita pela advogada e Deputada

Federal NATÁLIA BASTOS BONAVIDES, na qual atribui ao Presidente da

República, JAIR MESSIAS BOLSONARO, ao Senador FLÁVIO NANTES

BOLSONARO, ao Ministro de Estado do Gabinete de Segurança Institucional,

AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA, e ao Diretor-Geral da Agência

Brasileira de Inteligência, ALEXANDRE RAMAGEM RODRIGUES, a prática

dos crimes de advocacia administrativa (art. 321 do CP) ou de tráfico de

influência (art. 332 do CP).

Segundo a noticiante, o Senador FLÁVIO NANTES BOLSONARO, o

Ministro AUGUSTO HELENO e o Diretor-Geral da Agência Brasileira de

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Inteligência, ALEXANDRE RAMAGEM, teriam ainda cometido atos de

improbidade administrativa, na forma do art. 11 da Lei 8.429/92.

A noticiante afirma que duas advogadas teriam se reunido com o

Presidente da República e com o Ministro de Estado do Gabinete de Segurança

Institucional e o Diretor-Geral da Agência Brasileira de Inteligência e solicitado a

utilização da estrutura governamental para produzir prova de suposta nulidade

da investigação sobre a prática de “rachadinha” na época em que o Senador

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FLÁVIO BOLSONARO integrava o Poder Legislativo fluminense.

Para fundamentar o seu relato, a noticiante cita matéria veiculada no

sítio eletrônico da Revista Época aos 23/10/20201, bem como notas publicadas

pela defesa do Senador FLÁVIO BOLSONARO e pelo Gabinete de Segurança

Institucional.

A Deputada Federal noticiante argumenta que o fato relatado

representa verdadeira subversão das instituições governamentais e desrespeito

ao princípio da impessoalidade, podendo ainda constituir advocacia

administrativa ou tráfico de influência, caso a produção de prova solicitada pelas

advogadas do Senador tenha sido efetivamente realizada.

Ao final, requer a intimação desta Procuradoria-Geral da República,

para que deflagre persecução penal e ação de improbidade administrativa.

1 https://epoca.globo.com/guilherme-amado/defesa-de-flavio-leva-bolsonaro-suspeita-
que-pode-anular-caso-queiroz-governo-se-mobiliza-para-encontrar-prova-24706926
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É o relatório.

A suposta prática de ato ímprobo por alguma autoridade noticiada

não atrai a competência desse Supremo Tribunal Federal, tendo em vista a

inexistência de foro por prerrogativa de função no caso de ação de

improbidade administrativa.

Por outro lado, a presente notícia-crime deu ensejo à instauração de

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Notícia de Fato no âmbito desta Procuradoria-Geral da República, a fim de

viabilizar a apuração preliminar dos fatos narrados e suas circunstâncias, em

tese, na esfera penal.

Caso, eventualmente, surjam indícios razoáveis de possível(is)

prática(s) delitiva(s) por parte dos noticiados, será requerida a instauração de

inquérito nesse Supremo Tribunal Federal.

Em face do exposto, o PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

manifesta-se pela extinção do pleito, face à perda de seu objeto, arquivando-se

os autos.

Brasília, data da assinatura digital.

Augusto Aras
Procurador-Geral da República
Assinado digitalmente

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