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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA _____ VARA DO TRABALHO

DE SANTARÉM – PARÁ

JOSIVAN PEREIRA MARQUES, brasileiro, operário portadora da


cédula de identidade nº 7309335/SSP-PA, do CPF nº 028.110.922-26, residente e
domiciliada na Comunidade Lago da Praia, s/n – Cachoeira do Aruã, Rio Arapiuns,
68030-650 – Santarém – PA. por sua advogada que esta subscreve, vem perante
Vossa Excelência para propor

AÇÃO TRABALHISTA

em face de ALUMAQ SERVIÇOS E LOCAÇÃO DE MÁQUINAS LTDA,


inscrita no CNPJ/MF sob o nº 00.526.785/0001-30, sediada na Rodovia BR 010, Km
82, CEP 68.632-000 Município de Ulianópolis – PA, pelas razões fáticas e fundamentos
jurídicos a seguir expendidos:

DADOS DA AÇÃO:
Reclamante: Josivan Pereira Marques
Reclamado: ALUMAQ Serviços e Locação de Máquinas Ltda
Admissão: 06.06.2019
Demissão: 19.10.2020
Função: Auxiliar de Produção
Última remuneração: R$-1.126,00 (hum mil, cento e vinte e seis reais).

DOS FATOS – PECULIARIDADES DO CONTRATO DE TRABALHO

O reclamante foi admitido pela reclamada para exercer a função de


auxiliar de produção, iniciando em 06 de junho de 2019, tendo sido afastado em 19.10.2020.

O local de trabalho do reclamante na exploração de madeira localizada


no Rio Arapiuns, Região de Cachoeira do Aruã e sua única remuneração foi R$-1.126,00 (hum
mil, cento e vinte e seis reais).

Ocorreu que no nono dia de trabalho do reclamante ele sofreu um


acidente de trabalho quando cortava árvore e um galho se desprendeu e acertou a perna
direita dele, causando fratura óssea.
A reclamada emitiu a CAT para o INSS, o transportou para Santarém de
avião e custeou todo o tratamento dele, incluindo a cirurgia na perna acidentada.

Em razão disso, o reclamante ficou encostado no INSS até a data de


01.03.2020, recebendo auxílio-doença acidentário.

Depois que o INSS cessou o pagamento do auxílio, o reclamante tentou


agendar uma nova perícia médica para requerer o prosseguimento do auxílio, considerando
que ainda sentia dores na perna e não tinha condições de continuar a trabalhar.

Desde que cessou seu benefício ele ficou sem nenhuma renda, até
receber o aviso prévio do empregador dando conta da sua despedida, considerando a situação
indefinida em relação à concessão de novo benefício e a impossibilidade de ele trabalhar.

Assim sendo, considerando que até a presente data a empresa


reclamada ainda não acertou seus direitos trabalhistas e rescisórios, ele vem à esta
especializada para exigir seus direitos, inclusive a indenização do período de estabilidade a
que faz jus.

ESTABILIDADE PROVISÓRIA ACIDENTÁRIA – MANDAMENTO DO ART. 118. DA LEI.


8.213/91
Conforme prescreve o art. 118, da Lei nº 8.213/91, o empregado
acidentado que recebe alta do INSS e para de receber o benefício auxílio-acidente, tem
estabilidade de emprego por 12 (doze) meses e o fato ensejador do afastamento do
reclamante do trabalho (acidente).
Dessa forma, resta caracterizado Auxílio 91, isto é, Auxílio-doença
acidentário e, por corolário lógico, a estabilidade provisória prevista no art. 118 da Lei n.
8.213/91, se impõe.

Com efeito, o benefício acidentário espécie 91 da Previdência Social é


o benefício que exige a CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho) e é concedido ao
segurado que sofre acidente de trabalho, inclusive o de trajeto, ou para aquele trabalhador que
se torna portador de doença profissional.

DA CONFIGURAÇÃO DA CULPA E RESPONSABILIDADE DA RECLAMADA.

A Constituição Federal prevê no inciso X, do art. 5º, prevê que: X – “são


invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
A Lei Civil, no artigo 186, pontua que: Art. 186. Aquele que, por ação
ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Artigo 927 da mesma Lei, prescreve que: Art. 927. Aquele que, por
ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

No caso vertente, a responsabilidade da reclamada é objetiva, isto é,


caracterizada na forma do comando do parágrafo único do art. 927 do CCB, ou seja, o dano é
inerente à atividade desenvolvida pelo obreiro, porquanto, ao submeter seus colaboradores ao
serviço de corte de árvores na floresta, assume o risco por eventuais acidentes que venham a
ocorrer com seus colaboradores, razão pela qual a obrigação de indenizar os danos materiais
e morais suportados pelo reclamante, no presente caso, é de rigor sua imposição.

DA INDENIZAÇÃO DO PERÍODO DE ESTABILIDADE – ART. 118, DA LEI 8.213/91.

O auxílio-doença acidentário do reclamante cessou no dia 01.03.2010.


dessa forma, considerando que ele não recebeu benefício nem salário desde então, devido é a
indenização do período estável correspondente ao período de 02.03.2020 a 01.03.2021, no
total de 12 (doze) salários.
Considerando que o salário contratual é de R$-1.126,00 (um mil, cento e
vinte e seis reais), o montante devido a título de indenização do período estável é de R$-
13.512,00 (treze mil, quinhentos e doze reais).

DANOS MORAIS:
É cediço que em situações da espécie, o obreiro sofra danos morais
inerentes à sua condição psicológica e física, considerando o período em que permanece
inerte, sem poder trabalhar, sem receber salário por mais de seis meses, de não poder realizar
atividades que antes lhes eram corriqueiras como jogar bola e fazer caminhadas,
considerando que as sequelas do acidente persistem por algum tempo, enfim, o dano moral,
neste caso é presumido, independendo de prova, eis que o próprio fato fala por si.

Relativamente aos pressupostos que caracterizam o dano moral se


fazem presentes, na medida em que o acidente ocorreu durante a realização do trabalho, isto
é, quando o obreiro cortava uma árvore um galho se desprendeu e atingiu sua pena direita.
Embora a reclamada lhes tenha prestado toda assistência e arcado com todas as despesas de
seu tratamento, como dito acima, sequelas ficaram, além de o mesmo ficar sem renda por
mais de seis meses enquanto aguardava o INSS retornar às perícias médicas.

Dessa forma, o dano sofrido é inquestionável, tanto quanto a extensão


do dano e o nexo de causalidade, relacionado à atividade que exercia no ato do acidente.

DO QUANTUM INDENIZATÓRIO

O valor da indenização por danos morais é sempre subjetivo,


considerando que o dano moral não tem reparação monetária, eis que avém do sofrimento, da
dor, do sentimento de perda. A alma dói. No entanto, a regra geral é que a indenização por
danos morais seja fixada segundo os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, isto
é, que seja fixado em valor que não seja tão irrisório e incapaz de produzir os efeitos
pedagógicos ao infrator, nem tão elevado que proporcione o enriquecimento sem causa do
favorecido.

Nessa linha, sugere-se o valor de R$-15.000,00 (quinze mil reais), ou


que seja fixado o valor indenizatório ao prudente arbítrio de vossa excelência, sempre em
observância aos princípios acima destacados.

DAS VERBAS RESCISÓRIAS

(Dra. Neste quesito a senhora verifica se ele tem direito a tais verbas e quais)

DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer-se:

1 – A citação do Reclamado no endereço declinado no preâmbulo desta, para, querendo,


contestar os termos da presente ação, com as advertências devidas.

2 – Designação de data e hora para a realização de audiência de tentativa de conciliação.

3 – A condenação do Reclamado a indenizar o período de estabilidade que o reclamante faz


jus, na forma do art. 118, da Lei nº 8.213/91, no total de 12 (doze) remunerações mensais, o
que perfaz o montante de R$-13.512,00 (treze mil, quinhentos e doze reais).

4 – A condenação do Reclamado ao pagamento de indenização por danos morais suportados


pelo reclamante, na forma aduzida acima, no montante de R$-15.000,00 (quinze mil reais),
ou que o valor seja fixado ao prudente arbítrio de vossa excelência, sempre e3m observância
aos princípios da proporcionalidade d=e da razoabilidade.

5 – A concessão do benefício da assistência judiciária ao reclamante, na forma do inciso


LXXIV, do art. 5º da Constituição Federal e Lei 1060/50, considerando que ele se encontra
sem renda, não tendo a mínima condição de custear as despesas processuais, sem prejuízo
do próprio alimento.

6 – A condenação do reclamado ao ônus da sucumbência, inclusive a honorários advocatícios


a serem arbitrados por esse Juízo, sobre o valor total das condenações.

7 – Juros e correção monetária dos valores das condenações.

Protesta-se por todos os meios de prova em direito admitidos,


especialmente pelos documentos juntados, depoimento das partes e oitiva de testemunhas.

Dá-se à causa o valor ....

Pede deferimento
Santarém – PA, 13 de novembro de 2020.

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