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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ___a VARA DO TRABALHO DE

BENTO GONÇALVES (RS) - POSTO DE NOVA PRATA (RS)

JANETE VON MUHLEN , brasileira, solteira, recicladora, portadora do RG Nº 00000-00, inscrita


sob CPF nº 000.000.000-00, CTPS 2724210, Série 001-0 RS, NIT: 00000-00-9, residente e
domiciliado Travessa do Oleiro, nº 210, bairro São Cristóvão, na cidade de Nova Prata/RS,
através de sua advogada infra-assinada, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA em face de

RENOVVO RECICLAGEM COMERCIO DE SUCATA E TRANSPORTES LTDA , inscrita no CNPJ Nº


02.633.156/0001-35, com sede na Estrada Linha Bento Goncalves, 540, Pavilhão 01, Bairro
Retiro, na cidade de Nova Prata (RS), CEP: 95.320.000, pelos seguintes motivos de fato e de
direito adiante transcritos:

1. JUSTIÇA GRATUITA E DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

A parte Reclamante não tem condições de arcar com as custas do processo, honorários
advocatícios e periciais, ou quaisquer outras despesas sem prejuízo do sustento próprio e de
sua família.

Assim, a Reclamante preenche o requisito objetivo e, desde já, requer seja concedido o
benefício da justiça gratuita, nos termos do artigo 5º, incisos XXXV, LIV e LXXIV da CF, artigo
790, § 3º, da CLT e na aplicação subsidiária dos artigos 98 e 99 do CPC, c/c Súmula nº.463 do
Egr. TST e nas disposições da Lei 1060/50.

2. CONVENÇÕES COLETIVAS E SUA APLICABILIDADE

Junta-se ao feito as Convenções Coletivas de Trabalho 2019/2020, 2020/2021 e 2021/2022, as


quais são aplicáveis ao caso sub judice.

3. CONTRATO LABORAL E DA REMUNERAÇÃO

A parte Reclamante foi contratada em 06/04/2018 para exercer a função de "selecionadora de


matéria reciclável". Apesar da efetiva prestação de serviços e a evidente pessoalidade,
subordinação, a não eventualidade e a contraprestação, caracterizadores inequívocos da
relação de emprego, a Reclamada anotou a CTPS somente na data 13/04/2020, deixando de
realizar os depósitos do FGTS, bem como dos encargos sociais junto ao INSS.
Laborava pelo regime de jornada de 44 horas semanais, de segunda à sexta-feira, e pelos
serviços prestados recebia a títulos de salário, a importância de R$ 00.000,00.

Assim, requer seja reconhecido o vínculo empregatício desde a data em que a Reclamante foi
contrata, ou seja, em 06/04/2018 com o pagamento do FGTS na conta vinculada junto à Caixa
Federal e INSS, na forma da Lei.

O contrato de trabalho encontra-se suspenso desde a data de 22/03/2022, pois está em gozo
de benefício previdenciário.

4. DA DOENÇA OCUPACIONAL EQUIPARADA A ACIDENTE DE TRABALHO

No desempenho de suas tarefas na função de auxiliar de produção, a parte Reclamante foi


exposta a riscos decorrentes da própria atividade desenvolvida junto à Reclamada, que lhe
exigiam grande esforço físico.

O trabalho desenvolvido pela Reclamante junto ao setor de produção da Reclamada era


pesado e repetitivo, durante toda a jornada de trabalho, demandando força física e má postura
laboral, tendo em vista que a Reclamante laborava na posição em pé durante toda a jornada de
trabalho.

Manuseava peças que pesavam cerca de 60 kg, ainda, o trabalho era realizado de forma
manual.

Em razão desse trabalho que era realizado de forma repetitiva, em meados de setembro de
2021 a parte Reclamante começou a apresentar problemas em sua coluna cervical e lombar,
além disso, apresentou quadro crônico dos ombros direito e esquerdo, procurou auxílio
médico, primeiramente com Dr. Renato Mantovani e após com o Dr. Nome.

Não suportando as dores, realizou exame de ecografia no ombro direito na data de


21/02/2022, onde ficou constatado que:

(...) Os tendões do supraespinhal, infraespinhal e subescapular apresentam aumento de sua


espessura e ecogenicidade heterogênea relacionados à tendinose. Ruptura parcial de alto grau
das fibras dos tendões do supraespinhal e do infraespinhal.

Tendão da cabeça longa do bíceps braquial de ecogenicidade preservada, normoposicionado


no interior de sua goteira, observando-se aumento de líquido em sua bainha, relacionado à
tenossinovite. Aumento da quantidade de líquido no interior da bursa subacromiodeltoidea,
compatível com bursite (...)

Conforme laudo médico emitido em 25/10/2022 pelo especialista em ortopedia e


traumatologia, Dr. Renato Montovani, CRMRS 15109, ficou constatado que a parte Reclamante
é portadora da moléstia chamada Síndrome do manguito rotador, (CID M75.1), e encontra-se
incapacitada ao trabalho, possuindo restrição no movimento do ombro.

A parte Reclamante também foi atendida pelo Dr. Nome, que indiciou procedimento cirúrgico,
diante do diagnóstico prévio à cirurgia RM - 23 04 2022 - OMBRO DIREITO: ROTURA.

A parte Reclamante foi submetida a cirurgia ortopédica na data de 12/08/2022. A recuperação


não foi aquela esperada, eis que continua com fortes dores no ombro direito. Diante das dores
no ombro esquerdo, a empregada está na fila do SUS para realizar exame de tomografia do
ombro esquerdo e cirurgia.

Enfatiza-se que a parte Autora encontra-se em tratamento médico contínuo, de longo prazo,
conforme demonstram as receitas, exames médicos e atestados, porém, o seu quadro clínico
não apresenta melhoras, deixando-a incapacitada para realizar suas atividades laborativas.

Ao longo do período em que trabalhou na Reclamada permaneceu em gozo de benefício


previdenciário de auxílio-doença.

A ação culposa da Reclamada gera o dever de indenizar as consequências danosas do evento,


sejam materiais, sejam pessoais, consoante artigos 186 e 927 do CC, combinado com o art. 5º,
V, e 7º, XXVIII, da Constituição Federal. Incidem, ainda, sobre o caso os preceitos dos artigos
949 e 950 do Código Civil, que preveem como direito da vítima, reparação dos prejuízos
sofridos no caso de lesão ou outra ofensa à saúde.

5. DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA

As doenças ocupacionais, por seu turno, subdividem-se em doenças profissionais, doenças do


trabalho e doenças com Nexo Técnico Epidemiológico - NTEP, sendo que seus efeitos jurídicos
são equiparados ao acidente típico, e estão previstas no art. 20, I e II da Lei 8.213/91 e no art.
337, § 3o do Decreto 3.048/99, respectivamente:

"Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades


mórbidas:
I - Doença profissional , assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do
trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo
Ministério do Trabalho e da Previdência Social;

II - Doença do trabalho , assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de


condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I." (grifou-se).

Inobstante a Reclamante tenha sido vítima de infortúnio de trabalho, a Reclamada absteve-se


de efetuar a Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT.

Com isso, a parte Reclamante requer a realização de perícia médica e ergonômica , voltada a
demonstrar a existência de DOENÇAS equiparáveis a acidente de trabalho, e constatar o direito
à estabilidade provisória, tornando nula a dispensa e postula sua reintegração no emprego, em
função compatível com sua idade e condição, ou, alternativamente, no pagamento da
indenização correspondente, compreendendo-se aí o pagamento de todos os salários vencidos
e vincendos, e respectivos reflexos nas férias, gratificação natalina e depósitos do FGTS.

6. DOS DANOS.

A parte Reclamante, antes do aparecimento de todas estas doenças ocupacionais, tinha


completa capacidade funcional, que lhe possibilitava desempenhar todas as atividades que
necessitassem o emprego total dos membros afetados.

Diante de tais lesões, teve sua capacidade laborativa reduzida, e se viu impedida de realizar
simples tarefas que outrora exercia, pois sente fortes dores, necessitando tratamento e
ingestão de medicamentos frequentemente.

Além disso, a rotina da parte Reclamante restou totalmente afetada, uma vez que as lesões se
tornaram empecilhos para o dia-dia. Não bastasse, necessita de sessões de fisioterapia e não
tem condições financeiras para tanto, desta forma, encontra-se incapacitada, devido as suas
limitações, situação ocasionadas por culpa exclusiva da empregadora.

7. DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS

Em decorrência das doenças ocupacionais declinadas, a parte Reclamante teve considerável


redução da capacidade laborativa, sendo esta a principal sequela oriunda das enfermidades
adquiridas no trabalho para a Reclamada.
Essa perda da força de trabalho justifica a condenação da Reclamada no pagamento de valor
pensão vitalícia , que visa à reparação do dano patrimonial sofrido pela trabalhadora em valor
equivalente ao salário percebido pela Autora, desde a data do infausto, utilizando-se, para a
fixação do percentual de indenização, o disposto na tabela trazida pela CIF - Classificação
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde.

No que concerne ao pensionamento vitalício, este visa à reparação do dano patrimonial sofrido
pelo trabalhador e envolve postulação avaliar pecuniariamente a lesão concreta decorrente do
acidente de trabalho, ou seja, de que forma o infortúnio refletiu e irá refletir em seu
patrimônio, com amparo legal no artigo 950 do Código Civil.

Além da reparação desses prejuízos, diante do seu caráter permanente, inclui, além das
despesas dos tratamentos justifica-se sua condenação no pagamento de gastos presentes e
futuros, porventura necessários para completa recuperação da Autora, aí incluído o custeio de
plano de saúde vitalício, que traga segurança a Reclamante, considerando a maior
susceptibilidade e propensão ao desenvolvimento de complicações, decorrentes da doença
ocupacional, conforme preceitua o art. 949 do Código Civil.

A autora permanece em tratamento médico e psiquiátrico em serviços particulares de saúde,


sem nenhuma ajuda da Reclamada, assim requer seja condenada a Ré a costear o tratamento
de saúde da autora até o pleno restabelecimento da mesma nos termos do art. 949 do CPC.

Pelo exposto, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de indenização por danos


materiais, correspondente ao percentual de redução da capacidade laboral, apurado em
perícia médica e ergonômica e aplicado sobre a média salarial da obreira, levando em conta
sua estimativa de vida até os 78 (setenta e oito) anos, conforme tabela atualizada do IBGE, e
convertida em parcela única, nos termos do artigo 950, parágrafo único, do Código Civil ou
mediante constituição de capital necessário ao cumprimento, conforme artigo 533 do CPC,
bem como as diferenças entre o salário mensal e o benefício previdenciário, com a condenação
da empregadora ao pagamento dos gastos já realizados e, futuros que se apresentarem até a
sua total recuperação.

8. DOS LUCROS CESSANTES

A Reclamante deixou de auferir ao seu patrimônio determinado quantum , visto que está
impedido de patrocinar a mesma situação econômica, por não ter mais capacidade havida
antes do evento danoso.

Antes dos infortúnios a parte Reclamante tinha uma remuneração mensal média, no valor de
R$ 00.000,00(um mil, quinhentos, quinhentos e vinte e dois reais), entretanto, os valores
recebidos entre 22/03/2022 até 07/04/2023, oriundos da sua aposentadoria é de 1.212,00 (um
mil, duzentos e doze reais). Assim, a Reclamante teve um prejuízo estimando no valor de R$
00.000,00(quatro mil e trinta reais).

Diante disso, a Reclamada deve ser compelida a indenizar a parte Reclamante a título de
LUCROS CESSANTES , ressaltando que o valor encontrado deve corresponder a remuneração
média do Reclamante, observando às variações salariais, aquênio e percentuais fixados nas
convenções coletivas, a serem pagos mensalmente, desde o ajuizamento do presente feito até
o momento da sua reabilitação para o trabalho (situação a ser averiguada mediante perícia
médica), na forma dos artigos 949 e 950 do CC.

9. DOS DANOS ESTÉTICOS.

Além disso, como espécie autônoma do gênero Dano Moral, a parte Reclamante sofreu Danos
Estéticos, provenientes do procedimento cirúrgico no ombro direito que a legitimam a um
pedido autônomo de reparação, tendo em vista a gravidade estética, geradora de verdadeira
infelicidade, constrangimento e, principalmente, vergonha.

Sinale-se que, a parte Reclamante é uma mulher jovem e para a nossa sociedade, onde a
"beleza" constitui padrão de "boa aceitação", essas deformidades afetam seu "ego e vigor",
ocasionando problemas inevitáveis de socialização e relacionamento.

Todo o dia enfrenta o desgosto e visualização das sequelas aparentes e, consequentemente, a


mágoa profunda de recordar o fatídico. Também, ao transitar entre terceiros e familiares,
enfrenta a vergonha de expor as deformidades e cicatrizes, seja pública, seja particularmente,
quando em relacionamento mais próximo ou íntimo.

Não restam dúvidas, portanto, de que o dano estético advindo do evento foi de gravidade
suficiente a justificar uma reparação, devendo à parte Reclamada ser condenada a indenizar
esse dano em valor capaz de compensar a lesão irreversível provocada a parte Reclamante.

10. DOS DANOS MORAIS

A conduta da Reclamada afetou a parte Reclamante na esfera patrimonial e de ordem


extrapatrimonial, pois alteraram por completo seu cotidiano e bem viver. Esses danos
legitimam a parte Reclamante a formular um pedido de ressarcimento, nos termos do art. 5º
inciso V e X da Constituição Federal e artigos 186 e 927 do Código Civil, dos quais prevê que,
aquele que comete ato ilícito causando danos a alguém, tem o dever de repará-lo.

Logo, o dano moral no caso dos autos, é "in re ipsa", ou seja, é presumido, decorrendo da
própria lesão sofrida, sendo inerente às dores e privações decorrentes da moléstia e, por que
razão, dispensa prova.
Assim, reputa-se inequívoco que as lesões sofridas pela parte Reclamante lhe causaram dor e
sofrimento, sendo devida à indenização por dano moral perseguida, diante da conduta da
empregadora, que afetou sua esfera patrimonial e extrapatrimonial.

Os danos pessoais que a parte Reclamante sofre, vão muito além da dor física,

mas atingiram sua honra e sua dignidade.

No caso da parte autora, é imensurável o sofrimento diante da redução da sua capacidade


física e laborativa, pois sofre a preocupação inerente à sua condição de saúde, pelo fato de que
nunca mais terá a higidez física que possuía antes de ser acometido pelas patologias
ocupacionais, além de todos os transtornos gerados pela mudança do seu cotidiano que se
prolongam até esta data.

Sendo assim, não restam dúvidas, de que os DANOS MORAIS advindos dos eventos foram
profundos, sendo merecedora de reparação que atenue, em parte a dor, preocupação e
tristeza suportada, devendo a Reclamada ser condenada a pagar importância a título destes
danos, considerando o caráter reparatório e a finalidade punitiva/pedagógica em relação ao
ofensor, sem prejuízo dos juros e da correção monetária na forma da lei e da jurisprudência, de
sorte que, provado o fato, provado está o dano moral.

11. DO PAGAMENTO DO FGTS

Reconhecido que a parte Reclamante adquiriu doença ocupacional equiparada a acidente de


trabalho, em razão do exercício de atividade laborativa junto à Reclamada, a mesma deve ser
condenada ao pagamento de depósitos de FGTS, por força do disposto no art. 20 da Lei nº
8.213/91, que se equipara ao acidente de trabalho, atraindo a incidência do art. 15, § 5º, da Lei
8.036/90.

Além disso, a Reclamada deixou de recolher os meses de agosto de 2022, bem como os valores
referentes ao aviso prévio indenizado.

12. DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DA RECLAMADA

A responsabilidade do empregador advém do emprego da atividade exercida pela parte


Reclamante em seu proveito.
A ação culposa da empregadora gera o dever de indenizar as consequências danosas do
evento, sejam materiais ou pessoais, consoante artigos 186 e 927 do CC, combinado com o art.
5º, V, 7º, XXVIII e 225 da Constituição Federal, incidindo, ainda, sobre o caso, os preceitos dos
artigos 949 e 950 do Código Civil, que preveem como direito da vítima, a reparação pelos
prejuízos sofridos no caso de lesão ou ofensa à saúde.

Outrossim, a responsabilidade pelas doenças ocupacionais equiparadas a "acidente de


trabalho" é da parte Reclamada, que não tomou as cautelas a seu encargo, na forma do
disposto pelo artigo 166 da CLT em conformidade com a portaria 3214/78.

Além disso, o artigo 225, parágrafo 3º da constituição, determinada que todos têm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida.

No caso dos autos, a responsabilidade civil é objetiva, levando em conta a Teoria do Risco, em
função do risco da atividade exercida. Assim, resta comprovada a responsabilidade objetiva da
empresa pelos danos ocasionados à saúde do obreiro, pois, diante da conduta omissiva, não se
preocupou em fornecer um ambiente de trabalho digno e adequado ao trabalhador, expondo-
o a condições degradantes de trabalho, que geraram e agravaram o seu quadro clinico.

O dever de indenizar apresenta três elementos, que são representados pelo trinômio ato-fato,
dano e nexo causal, e, em regra, um pressuposto, fator de imputação, consubstanciado na
culpa ou no risco (da atividade, administrativo, etc). Fundamenta-se na manutenção do
equilíbrio social e tem por finalidade o restabelecimento do status quo anterior ao dano.

Quanto ao nexo de causalidade, deve-se esclarecer que é a relação intrínseca que se verifica
entre o agir de alguém, de forma comissiva ou omissiva, e o dano, de modo que se possa
concluir que, sem a ação ou a omissão, o dano não se produziria.

Como regra, não há responsabilidade civil sem culpa, exceto por disposição legal expressa,
casos em que se denomina responsabilidade civil objetiva.

13. DO ÔNUS DA PROVA

Deverá a parte Reclamada comprovar que não foi ela direta ou indiretamente, a causadora dos
danos dirigidos a parte Reclamante, o que desde já requer, uma vez que é seu o ônus da prova.
Deste modo, não lograda prova em contrário, deve a parte Reclamada ser declarada confessa
quanto aos fatos alegados, o que desde já se requer.
14. DOS RECOLHIMENTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS

Os recolhimentos previdenciários deverão ser acompanhados da pertinente GFIP, conforme


determinado no art. 105 da Instrução Normativa RFB n. 971, a fim de que o sistema CNIS do
INSS seja alimentado com tais dados, beneficiando a trabalhadora quando do gozo de eventual
benefício previdenciário, uma vez que os valores pagos deverão integrar seu salário de
contribuição. Nesse sentido o entendimento da OJ 42 da SEEx do TRT da 4a Região e da
Recomendação nº 01/2012 da Corregedoria Regional.

No tocante aos descontos fiscais, postula-se seja observada a Instrução Normativa RFB 1127,
ou seja, calculados mês a mês, não se computando os juros na base de cálculo.

15. DOS DESCONTOS FISCAIS

Sobre as parcelas a serem deferidas em sentença em favor da parte Reclamante, requer não
sejam autorizados os descontos fiscais, e caso forem autorizados, requer que os mesmos sejam
efetuados mês a mês, sobre valores históricos, uma vez que decorrem de única e exclusiva
mora do empregador. Além do mais, se fossem calculados em época própria, tal desconto não
incidiria sobre os proventos da parte Reclamante, pois não atingiria a base legal mínima de
incidência.

Assim, postula-se seja observada a Instrução Normativa RFB 1127, ou seja, calculados mês a
mês, não se computando os juros na base de cálculo.

16. DA COMPENSAÇÃO E/OU DEDUÇÃO.

A parte Reclamante impugna qualquer pedido de compensação, pois inexistem valores a serem
compensados ou deduzidos na presente demanda.

17. DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

Sobre todos os valores pleiteados na presente demanda, devem incidir juros de 1% ao mês
contados da data do ajuizamento da ação, bem como de correção monetária, levando em
conta, o índice mais benéfico à parte reclamante.

18. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Tendo em vista o labor despendido pelo profissional, há que ser cominada a parte Reclamada,
o pagamento de honorários advocatícios a procuradora da parte Reclamante, no percentual de
15% sobre o valor da condenação.

19. DA APLICABILIDADE SUPLETIVA DO ART. 324, §1º, incisos II e III do CPC


Admite-se o pedido genérico em ações indenizatórias, onde a definição do percentual de perda
da capacidade laborativa e, por consequência, do valor do pensionamento, é absolutamente
impossível mensurar. Assim, não há como, desde já, proceder à quantificação dos valores, uma
vez que o grau de perda funcional só pode ser constatado através de perícia médica.

Destarte, a parte Reclamante deixa de liquidar neste ato, a integralidade dos pedidos, com
fulcro no Art. 322 e 324, § 1º, II e III do CPC, aplicável ao processo do trabalho, conforme art.
15 do CPC c/cart. 769 da CLT, apresentando valores meramente estimativos, requerendo que,
ao final da fase de conhecimento ou em liquidação de sentença, seja oportunizada a liquidação
dos valores efetivamente devidos com fulcro no art. 879 da CLT.

20+. DIANTE DO EXPOSTO , a parte Reclamante aponta os valores meramente estimativos,


forte no artigo Art. 324, § 1º, II e III do CPC, combinados com o art. 15 do CPC e 769 da CLT, dos
quais deverá incidir juros e correção monetária, a serem apurados em liquidação de sentença:

a) a realização de perícia médica e ergonômica com profissional especializado em medicina do


trabalho, ortopedia e traumatologia , voltada a determinar o grau das limitações funcionais,
bem como, a existência de nexo causal/concausal entre as patologias e o labor desempenhado
sob as ordens da Reclamada e a consequente responsabilidade da empregadora;

b) seja reconhecido o direito a reintegração ao posto de trabalho em função compatível com as


limitações da parte Reclamante ou em não sendo possível, o direito à estabilidade provisória,
condenando a parte Reclamada ao pagamento de indenização substitutiva relativa ao período
a que a parte reclamante faz, com a retificação da CTPS e incidência sobre as verbas, o
pagamento de todos os salários vencidos e vincendos, e respectivos reflexos nas férias,
gratificação natalina e depósitos do FGTS, bem como, o recolhimento dos valores referentes ao
INSS, conforme lei vigente, em valor estimado em R$ 00.000,00;

c) a condenação da parte Reclamada ao pagamento de indenização por DANOS MATERIAIS ,


correspondente ao percentual de redução da capacidade laboral, apurado em perícia,
utilizando-se, para a fixação do percentual de indenização, o disposto na tabela trazida pela CIF
- Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e aplicado sobre o último
salário corrigido do Obreiro, levando em conta sua estimativa de vida até os 78 (setenta e oito)
anos de idade, sob a forma do art. 950, § único do Código Civil, ou seja, de uma só vez, ou
mediante constituição de capital necessário ao cumprimento, conforme artigo 533 do CPC,
tendo em vista a impossibilidade de sopesar a extensão do dano antes de ser procedida a
prova técnica, consoante o disposto no art. 324, § 1º, inciso II do CPC, no valor meramente
estimativo de R$ 00.000,00;
d) a condenação da Reclamada ao pagamento referente a LUCROS CESSANTES , no valor
estimado de R$ 4.030,00;

e) A condenação da Reclamada a indenizar a Reclamante pelos DANOS ESTÉTICOS sofridos, em


valor estimado de R$ 00.000,00;

f) A condenação da Reclamada a indenizar a parte Reclamante pelos DANOS MORAIS sofridos,


no valor meramente estimado para fins de fixação do valor da causa de R$ 00.000,00;

g) seja a Reclamada condenada ao pagamento de depósitos de FGTS, conforme no art. 20 da


Lei nº 8.213/91 e art. 15, § 5º, da Lei 8.036/90, no valor estimado de R$ 00.000,00;

h) Requer seja reconhecida a responsabilidade civil objetiva da Reclamada quantos aos pedidos
contidos na exordial;

i) Requer seja aplicada a inversão do ônus da prova a Reclamada, referente ao caso em tela;

j) Requer também, não sejam autorizados os descontos fiscais de acordo com a Instrução
Normativa RFB1127, e caso forem autorizados, requer que os mesmos sejam efetuados mês a
mês, não se computando os juros na base de cálculo;

k) Requer que os valores reconhecidos na presente ação, gerem reflexos em todas as parcelas,
em função dos direitos ora reconhecidos a parte Reclamante no valor estimado de R$
00.000,00

l) Requer a incidência de juros legais de 1% ao mês contados da data do ajuizamento da ação,


bem como, correção monetária, levando em conta, o índice mais benéfico à parte reclamante,

m) Não sejam autorizadas as compensações/deduções dos valores supostamente adimplidos


pela Reclamada;

n) Seja a Reclamada condenada ao pagamento dos honorários advocatícios, no percentual de


15% em favor da procuradora do Reclamante, a incidir sobre o valor que resultar da liquidação
da sentença ou do proveito econômico obtido, no valor estimado de R$ 00.000,00

20. DIANTE DO EXPOSTO, REQUER:


I) O deferimento dos benefícios da Justiça Gratuita e da Assistência

Judiciária Gratuita, eis que a parte Reclamante não tem condições de arcar com as custas
judiciais, honorários advocaticios, periciais ou quais outras despesas, conforme declaração de
pobreza juntada aos autos;

II) Requer a notificação da Reclamada, para que, querendo, apresente sua defesa, sob pena de
ser considerada revel e confessa no tocante à matéria de fato, e no final julgar a ação
procedente, condenando todos os pedidos pleiteados na exordial;

III) A juntada aos autos pela Reclamada dos controles de horários, recibos de pagamento
(originais), todos com as devidas assinaturas da Reclamante, comprovante de entrega de EPI’s,
normas coletivas, bem como demais documentos que se fizer necessário, sob pena de
aplicação subsidiária do artigo 400 do CPC, por se tratar de documentos obrigatórios que a lei
exige, não podendo a Reclamada furtar-se de exibi-los sob pena de confissão;

IV) A condenação da Reclamada ao pagamento das parcelas postuladas, acrescidas de juros,


correção monetária, custas processuais e honorários advocatícios ou sucessivamente,
honorários assistenciais e demais cominações legais;

V) Requer, ainda, a produção de todos os meios de prova em direito admitidas, especialmente


testemunhal, pericial, documental, bem como depoimento do representante da Reclamada,
sob pena de confessa;

VI) Seja aplicada interpretação do art. 840, § 1º da CLT conforme a

Constituição Federal, em especial, à luz do Princípio do Acesso à Justiça, para que, ao final da
fase de conhecimento, seja oportunizada a liquidação dos valores efetivamente devidos a
Reclamante, fulcro no art. 879 da CLT;

VII) Declaração de inconstitucionalidade no que diz respeito aos honorários de sucumbência


(artigo 791-A, § 4º, 790,B, § 4ºe 840, § 1º da Lei nº 13.467/2017), sobretudo: a) da expressão
"desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de
suportar a despesa," no § 4º do art. 791-A da CLT; b) reconhecendo-se a impossibilidade de
cobrança dos honorários advocatícios sucumbenciais acaso existentes do crédito desta ação, ou
de qualquer outra, ficando eles na condição suspensiva de dois anos prevista no § 4º. Do art.
791-A da CLT, com a extinção da obrigação a posteriori , requerendo que a presente ação seja
julgada de acordo com o princípio da irrenunciabilidade dos direitos do trabalhador e o
princípio do direito adquirido previsto nos artigos 1º, III, e 5º, incisos XXXV,XXXVI, LIV e LXXIV,
6º e 7º X da CF/88c/c Súmula nº. 263 do Egr. TST.

Dá a causa o valor provisório de R$ 00.000,00

Nestes termos, espera deferimento.

Nova Prata (RS), 24/02/2023.

Nome

00.000 OAB/UF

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