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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO TRABALHO DA __ VARA DO

TRABALHO DE SÃ O PAULO/SP
, brasileiro, casado, motorista, com inscriçã o no RG sob o nº , inscrito no CPF sob o nº , PIS
nº , , nº 14351, Série 00202 - SP, residente e domiciliado na CEP , por meio de sua advogada
infra-assinada (procuraçã o anexa), vem mui respeitosamente à presença de Vossa
Excelência com fundamento no art. 840 da Clt propor a presente
RECLAMAÇÃ O TRABALHISTA/ LIMBO PREVIDENCIÁ RIO
Em face de ERL COMÉ RCIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃ O LTDA, inscrita no CNPJ sob o
nº , situada na CEP , pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:
DA GRATUIDADE JUDICIÁ RIA
Requer os benefícios da gratuidade de justiça, com base na lei 1060/50, por nã o estar em
condiçõ es de arcar com custas e demais despesas processuais, sem prejuízo do pró prio
sustento e de sua família, conforme § 3º do art. 790 da Clt, ressaltando que se encontra
totalmente desamparada por mais de ano sem receber quaisquer valores.
DOS FATOS
O reclamante ingressou aos serviços da reclamada em 02/01/2001, na funçã o de
motorista, tendo percebido como ú ltimo salá rio o valor de .
O reclamante em 30/09/2019 foi afastado de suas atividades laborais em decorrência de
atestado médico, passando a perceber auxílio-doença por incapacidade.
O reclamante informa que ficou do dia 25/09/2019 até 31/05/2020, conforme (declaraçã o
anexa) recebendo o benefício de nº , cessou o benefício e o médico do trabalho considerou
inapto, para retornar suas atividades laborais.
Diante disso já ficou um período sem salá rios, pois o benefício novo foi deferido em
15/07/2020, época em que os benefícios estavam sendo deferido por aná lise documental e
sendo pago um salá rio-mínimo de , nisso ficou 45 dias à mercê da pró pria sorte.
A autarquia novamente cessou o benefício, o reclamante volta a empresa e novamente é
encaminhado a retornar ao INSS por se encontrar INAPTO as suas atividades laborais.
O reclamante informa que em 01/04/2021, solicitou junto à autarquia a reativaçã o do
benefício, que foi negado deferimento cabendo ao mesmo entrar com recurso
administrativo ou aguardar 30 dias para requerer outra perícia inicial. O recurso foi feito e
enquanto aguardava resposta continuava sem salá rios. Com a demora no julgamento do
recurso e com a negativa da empresa por inaptidã o ao trabalho, fez outro requerimento,
passando por perícia em julho de 2021, sendo indeferido novamente, esperando 30 dias
para requerer outro, sendo deferido novo benefício em 21/09/2021.
O reclamante em 13/01/2022, foi submetido a nova perícia e para sua surpresa, mais uma
vez lhe foi negado o benefício, sob a alegaçã o que a patologia nã o tinha agravamento
estando estabilizada com medicaçã o, conforme laudo em anexo.
o reclamante informa, que nã o consegue um acompanhamento com cardiologista por parte
do SUS, e em funçã o disso e por nã o ter condiçõ es de fazer acompanhamento particular,
fica impedido de comprovar sua incapacidade.
Tendo em vista a dificuldade em consulta com cardiologista, pois estava com
encaminhamento de 2020 e a vaga nã o saia, o requerente arrumou dinheiro emprestado e
fez um exame específico, na esperança de retornar o benefício e ter seu salá rio para prover
o sustento de sua família, mesmo assim voltou a ter seu benefício indeferido em razã o de
nã o constataçã o de incapacidade laborativa.
O reclamante agenda nova perícia para 24/02/2022, tendo consigo afastamento do médico
do trabalho que o torna INAPTO as atividades laborais e retorna mais uma vez com a
negativa por parte da autarquia, alegando nã o possuir elementos novos para a manutençã o
de b31.
O reclamante informa que a ú ltima tentativa em requerer o benefício foi em 21/07/2022,
onde por mais uma vez lhe foi negado por falta de incapacidade laborativa, em 11/08/2022
em seu retorno ao médico do trabalho, constatou-se inapto ao retorno de suas atividades.
Já cansado de ir e vir e nã o ter dinheiro para nada, ingressou com açã o previdenciá ria e
continua jogado a pró pria sorte.
Diante dos fatos relatados, o reclamante informa ter ficado sem salá rios os meses de: junho
de 2020; maio, junho, julho e agosto de 2021; o ano todo de 2022 e 2023 até o presente
momento.
Desta forma, o reclamante ao ser considerado apto para retorno de suas atividades
habituais pela autarquia (INSS), se apresentou a empresa a cada indeferimento, sendo
encaminhado ao departamento médico da empresa que que na ocasiã o considerou o
reclamante inapto, informando que deveria voltar ao INSS (conforme doc. Anexo).
Em vista de todo o ocorrido, ingressou com açã o previdenciá ria em agosto de 2023, teve
sua perícia agendada apenas e tã o somente para 09/05/2023, onde foi constatada a
incapacidade permanente para o trabalho, tornando sua reabilitaçã o profissional inviá vel,
(laudo médico pericial anexo), processo nº 5007481-51.2022.4.03.6332, que tramita
perante a 1a Vara Gabinete JEF Guarulhos.
Cumpre salientar, que a situaçã o do reclamante se agravou em virtude de ter contraído a
covid-19, passou por mais de 20 dias internado, tanto é verdade que foi realizado dois
exames de ECODOPPLERCARDIOGRAMA COMM DOPPLER COLORIDO, um em 17/03/2022
o qual era apresentado ao perito da autarquia e nã o constatava incapacidade e outro em
03/05/2023 que foi solicitado para a realizaçã o do perito médico judicial, onde restou
demostrado o avanço, assim como apresenta atestado que nã o constava antes a doença de
chagas.
O reclamante se encontra com 62 anos de idade, incapacitado permanentemente para o
trabalho, ficou abandonado a pró pria sorte por mais de um ano, nã o conseguiu sequer
participar do benefício de auxílio emergencial oferecido pelo Governo Federal em época
pandêmica, por está vinculado a reclamada, se viu em momentos críticos, todos os exames
que precisou fazer dependeu de dinheiro emprestado de terceiros, exames esses caros por
serem específicos, nã o teve nenhum suporte por parte da reclamada, pois a mesma nã o
concordando com a decisã o da autarquia, poderia ter feito algo, porém deixou o reclamante
totalmente desamparado, sem nada.
DO DIREITO
Ora, Excelência, a situaçã o precá ria, a que foi submetida o reclamante, é totalmente
inaceitá vel e fere de "morte" a dignidade da pessoa humana, uma vez que o reclamante foi
inserido num cená rio de emergência e miserabilidade por fatores alheios a sua vontade,
sendo, inobstante ser o hipossuficiente, o ú nico prejudicado pelas decisõ es antagô nicas
tomadas pela autarquia federal e seu empregador.
O art. 476 da Clt preconiza que:
Art. 476. Em caso de seguro-doença ou auxílio- enfermidade, o empregado é considerado em licença não
remunerada, durante o prazo desse benefício.

O art. 186 do có digo Civil deixa claro que:


Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem ainda que exclusivamente moral, come ato ilícito.

Ademais, consoante ao elucidado, o reclamante sempre se colocou a disposiçã o da empresa,


conforme doc. anexo do médico do trabalho, o contrato de trabalho mantém a condiçã o
suspensiva enquanto perdurar o benefício previdenciá rio, apó s a cessaçã o, volta a produzir
todos os efeitos legais, com o respectivo computo do tempo de trabalho e direito aos
salá rios e demais direitos decorrentes de vínculo empregatício.
Aliá s, a matéria em contenda envolvendo o denominado "emparedamento" ou "limbo
jurídico" é uma realidade contemporâ nea em nosso ordenamento jurídico, onde os
tribunais especializados vêm se posicionando no seguinte sentido:
LIMBO PREVIDENCIÁ RIO. DANO MORAL. Hipó tese em que caracterizada a conduta ilícita
da ré, na medida em que, uma vez cessado o benefício previdenciá rio, nã o subsiste a
suspensã o contratual prevista no art. 476 da CLT, sendo dever da empresa fornecer
trabalho à trabalhadora e alcançar-lhe a respectiva contraprestaçã o. A omissã o da
demandada no tocante à obrigaçã o de pagar os salá rios à autora, que também nã o estava
recebendo benefício previdenciá rio, torna presumíveis as dificuldades enfrentadas para
prover a sua subsistência, o que por certo acarretou tristeza, angú stia e sofrimento,
ensejando a condenaçã o ao pagamento de indenizaçã o por dano moral.
(TRT-4 - ROT: 00211728820175040511, Data de Julgamento: 10/06/2021, 2a Turma)
RESTABELECIMENTO DO CONTRATO DE TRABALHO APÓ S A ALTA PREVIDENCIÁ RIA.
DOENÇA COMUM OU DO TRABALHO. LIMBO JURÍDICO TRABALHISTA-PREVIDENCIÁ RIO.
RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR PELO PAGAMENTO DOS SALÁ RIOS E DEMAIS
VERBAS DECORRENTES DO CONTRATO DE TRABALHO. 1. Trata-se de hipó tese de "limbo
jurídico" trabalhista- previdenciá rio, situaçã o em que o trabalhador recebe alta do INSS; a
empresa impede o seu retorno imediato aos serviços e deixa de pagar os salá rios e demais
verbas contratuais. 2. Concedida a alta médica pelo ó rgã o previdenciá rio, cessa a suspensã o
e o contrato de trabalho retoma seus efeitos (art. 476 da CLT). Nesse contexto, compete ao
empregador disponibilizar posto de trabalho compatível com eventual limitaçã o aferida
pelo médico da empresa; pagando os salá rios e demais verbas contratuais ainda que
considere que o trabalhador nã o está apto ao labor, caso em que deve recorrer da decisã o
da autarquia previdenciá ria que o considerou apto. O empregador nã o pode, jamais, deixar
o contrato de trabalho no limbo, sem definiçã o, interrompendo os pagamentos, sob pena de
violaçã o à dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CR88). A empresa pode readaptar o
trabalhador de forma célere ou colocá -lo em disponibilidade remunerada até que o INSS
restabeleça o benefício previdenciá rio. 3. Constatado o limbo jurídico- trabalhista
previdenciá rio, o empregador responde por todos os direitos decorrentes do contrato, por
força da funçã o social da empresa, da finalidade social do trabalho e dos princípios de
proteçã o ao trabalhador. Recurso da reclamada nã o provido. LIMBO JURÍDICO-
TRABALHISTA PREVIDENCIÁ RIO. FALTA GRAVE PATRONAL. RESCISÃ O INDIRETA. Ao
deixar o contrato de trabalho no limbo, sem definiçã o, interrompendo o pagamento dos
salá rios e demais direitos contratuais, o empregador cometeu falta grave capitulada no
Artigo 483, letra d, da CLT. Recurso da reclamada nã o provido. LIMBO JURÍDICO-
TRABALHISTA PREVIDENCIÁ RIO. DANOS MORAIS. A conduta ilícita do empregador, ao
impedir o reclamante de retornar ao trabalho apó s o término do benefício previdenciá rio,
deixando de readaptá -lo em funçã o compatível com seu estado de saú de e interrompendo o
pagamento dos salá rios mostra-se arbitrá ria e fere parâ metros éticos e sociais. Evidenciada
a ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, inc. III, da CR), pois a
reclamada desamparou o trabalhador em momento delicado, quando retornava de
afastamento previdenciá rio, conduta passível de reparaçã o por danos morais. Recurso da
reclamada nã o provido.
(TRT-15 - ROT: 00106382820185150064 0010638-28.2018.5.15.0064, Relator: , 11a
Câ mara, Data de Publicaçã o: 23/04/2021)
RECURSO DE REVISTA. ACÓ RDÃ O REGIONAL PUBLICADO NA VIGÊ NCIA DAS LEIS
13.015/14, 13.105/15 E 13.467/17. LIMBO PREVIDENCIÁ RIO. INDENIZAÇÃ O POR DANO
MORAL. DANO IN RE IPSA . Os artigos 186, 187 e 927 do Có digo Civil disciplinam a
responsabilidade civil, sendo aplicados nesta justiça especializada por força do artigo 8º da
CLT. Neles estã o os pressupostos da conduta omissiva ou comissiva, dolosa ou culposa do
agente que cause algum tipo de dano a direito de outrem, seja material ou moral. No caso
do dano moral, além dos artigos 11 e seguintes do CCB, a Constituiçã o Federal, em seu
artigo 5º, V e X, assegura a indenizaçã o. Nã o há dú vidas de que é da empresa a
responsabilidade pela busca de soluçã o do conflito, principalmente para adotar todas as
medidas cabíveis para o retorno da autora, além de efetivar o pagamento dos salá rios da
empregada até a soluçã o da pendência. No presente caso, o dano moral é in re ipsa (pela
força dos pró prios atos), ou seja, independe da demonstraçã o do abalo psicoló gico sofrido
pela vítima, exigindo-se apenas a prova dos fatos que balizaram o pedido de indenizaçã o (a
reduçã o da capacidade laborativa e a inércia da ré para solucionar o impasse). Extrai-se da
decisã o regional que a reclamante ficou privada de auferir renda por longo período (cerca
de 9 meses), por estar na incerteza de seu retorno ao trabalho ou ao benefício do INSS
("limbo jurídico judiciá rio"), sem que a empregadora tomasse providências no sentido de
resolver ou ao menos amenizar essa situaçã o. Nesse contexto, constata-se que os danos
sofridos pela autora sã o evidentes. Precedentes. Recurso de revista conhecido por violaçã o
do art. 5º, X, da Constituiçã o Federal e provido.
(TST - RR: 10008071020205020264, Relator: , Data de Julgamento: 16/02/2022, 3a
Turma, Data de Publicaçã o: 18/02/2022)
LIMBO PREVIDENCIÁ RIO. PAGAMENTO DOS SALÁ RIOS. RESPONSABILIDADE DO
EMPREGADOR. A negativa do reclamado em efetuar o pagamento dos salá rios, mesmo
ciente de que o benefício previdenciá rio nã o teve continuidade, demonstra a inércia do
empregador, causando dano ao empregado. De se notar que o indeferimento da
continuidade do pagamento de auxílio-doença previdenciá rio pelo INSS mantém a vigência
das obrigaçõ es inerentes ao liame empregatício, nã o deixando o ordenamento jurídico o
reconhecimento de tal circunstâ ncia ao livre arbítrio do empregador. Nã o pode o
empregador ficar na cô moda situaçã o de recusa em dar trabalho, e carrear aos ombros do
empregado uma situaçã o de limbo previdenciá rio, que fica à pró pria sorte, sem receber
salá rios e tampouco benefício previdenciá rio. Tal conduta nã o se coaduna com os
princípios da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho (art. 1º, III e IV,
CF). Observa-se, ainda, o princípio da funçã o social do contrato, previsto no art. 421, do
CCB, assim como o art. 2º, da CLT, segundo o qual o empregador assume os riscos do
contrato. Ademais, ressalta-se que a responsabilidade do empregador em pagar os salá rios
devidos aos seus empregados independe do nexo de causalidade da doença adquirida pelo
trabalhador, surgindo seu dever de pagar as verbas contratuais simplesmente em razã o da
alta médica concedida pelo INSS, independentemente da efetiva utilizaçã o da mã o de obra
do empregado. Se optou pela manutençã o do vínculo de emprego sem a exigência de labor
pelo empregado, subsiste o dever de cumprir todas as suas obrigaçõ es decorrentes do
contrato, dentre elas a de pagar os salá rios.
(TRT-2 10009148920215020047 SP, Relator: IVETE BERNARDES
VIEIRA DE SOUZA, 18a Turma - Cadeira 2, Data de Publicaçã o:
08/02/2022)
DA INDENIZAÇÃ O POR DANO MORAL
Segundo , em sua obra "curso de direito Civil Brasileiro - Responsabilidade Civil", o dano
moral é "a lesã o de interesses nã o patrimoniais de pessoa física ou jurídica, provocada pelo
ato lesivo". É a lesã o de bem que integra direitos da personalidade, como a honra, a
dignidade, intimidade, a imagem, o bom nome etc., como se interfere dos art. 10, III, e 5º, V
e X da Constituiçã o Federal, e que acarreta ao lesado dor, sofrimento, tristeza, vexame e
humilhaçã o".
Nesse sentido, cabe ainda observar as determinaçõ es do Có digo Civil quanto aos danos e
atos ilícitos.
Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem ainda que exclusivamente moral, come ato ilícito.
Art. 927 do mesmo codex reza que:"aquele que por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano
a outrem, fica obrigado a repará -lo".
Dos atos ilícitos praticados previstos nos arts. 186 e 187 do decorrem a obrigaçã o de
indenizaçã o do dano na forma do art. 927 do mesmo codex, observada a sua dupla
finalidade, qual seja a compensaçã o à vítima pedagó gico-punitiva ao ofensor praticante de
ato ilícito.
Portanto, e razã o de todo o ocorrido, por todos os meses sem salá rios, quando deveria ter
pago, a reclamada extrapolou tudo que podemos dizer como real abandono do reclamante,
mesmo sabendo que valor nenhum irá compensar todo o sofrimento vivenciado pelo
reclamante esse tempo, pois se viu sem um real no bolso, nã o tendo como colocar sustento
dentro de casa, nã o resta dú vida que para um provedor de família essa é a maior
humilhaçã o vivida. Razã o pela qual merece prosperar um dano moral num percentual de
no mínimo 50 mil reais, em favor do reclamante, ou outro valor que Vossa Excelência
arbitrar de forma justa e coerente.
DOS HONORÁ RIOS ADVOCATÍCIOS
O art. 791- A da Clt e seus incisos e pará grafos, prevê a exigência de honorá rios
sucumbenciais pela parte vencida.
Art. 791- A CLT:"Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbências, fixada
entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da
liquidação de sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado
da causa".

Assim sendo, requer a condenaçã o da reclamada ao pagamento de 15% do valor da açã o,


ou outro valor estipulado por Vossa Excelência, a títulos de honorá rios sucumbenciais.
DA RESCISÃ O INDIRETA
Considerando o art. 483 da Clt. O empregado poderá considerar rescindido o contrato e
pleitear a devida indenizaçã o quando:
d) nã o cumprir o empregador as obrigaçõ es do contrato;
caberia ao empregador no caso em tela a reintegraçã o do empregado, ao invés de deixar
totalmente desamparado jogado a pró pria sorte, nesse sentido temos diversos julgados,
conforme citados alguns abaixo:
Rescisã o indireta. Limbo previdenciá rio. Empregado que recebe alta do benefício
previdenciá rio, mas é impedido de retornar à s suas funçõ es pela empresa. Nã o é justificado
ou razoá vel que o empregado seja colocado em um limbo, sem proteçã o previdenciá ria e,
ao mesmo tempo, sem os salá rios decorrentes do trabalho. Nã o sendo possível a
reintegraçã o na mesma funçã o, cabe ao empregador propiciar funçã o compatível com as
condiçõ es de saú de do trabalhador. O descumprimento das obrigaçõ es do contrato de
trabalho ( CLT, art. 483, d), configura falta grave, autorizando a rescisã o indireta.
(TRT-2 10005614420205020060 SP, Relator: , 13a Turma - Cadeira 2, Data de Publicaçã o:
10/09/2021)
RESCISÃ O INDIRETA. LIMBO PREVIDENCIÁ RIO. O empregado que é impedido de retornar
ao emprego por decisã o de seu empregador vive a situaçã o denominada"limbo
previdenciá rio", pois nem conta com os recursos da previdência social, nem com os
salá rios. Mantida tal situaçã o ilícita, tem o empregado direito à rescisã o indireta pelo nã o
cumprimento de obrigaçõ es bá sicas como a de dar trabalho e pagar salá rio.
(TRT-1 - RO: 01016215920175010012 RJ, Relator: , Data de Julgamento: 16/10/2019,
Sétima Turma, Data de Publicaçã o: 25/10/2019)
RESCISÃ O INDIRETA. CONFIGURAÇÃ O. Nã o tendo a reclamada cumprido as obrigaçõ es
contratuais ao deixar a parte autora no limbo previdenciá rio, sem recebimento de salá rio,
resta configurada a dispensa indireta reconhecida na sentença, cujos fundamentos a parte
reclamada nã o logrou desconstituir, em razã o do que se mantém por seus pró prios
fundamentos. Recurso ordiná rio conhecido e nã o provido.
(TRT-16 00162098320215160019, Relator: , Data de Publicaçã o: 28/09/2022)
DA MULTA DO ART. 467 DA CLT
A reclamada deixou de pagar as verbas incontroversas, quais sejam: salá rios atrasados.
A multa prevista no art. 467 da CLT incide sobre as verbas incontroversas, aquelas que nã o
existe discussã o ou dú vida sobre o seu pagamento, aquelas que o empregador sabia que
tinha que pagar e nã o pagou.
Desta feita, o reclamante tem direito de receber seus salá rios nã o pagos acrescidos de 50%
(cinquenta por cento) por força do dispositivo legal em comento.
DAS VERBAS RESCISÓ RIAS Considerando a rescisã o indireta do
contrato de trabalho por culpa patronal, faz jus o reclamante ao pagamento das suas verbas
rescisó rias em sua totalidade, bem como FGTS e diferenças + 40% de todo o período:
a) Salá rios atrasados acrescidos de 50% por força do art. 467 da CLT, quais sejam:
ANO MÊ S SALÁ RIO 50% TOTAL
2020 JUNHO 1.062,72 3.188,16 2021 MAIO 1.062,72 3.188,16
JUNHO R$ 2.125,44 1.062,72 3.188,16 JULHO R$ 2.125,44 1.062,72 3.188,16 AGOSTO R$ 2.125,44 1.062,72
3.188,16

12.752,64 2022 JANEIRO 1.062,72 3.188,16


FEVERIRO R$ 2.125,44 1.062,72 3.188,16 MARÇO R$ 2.125,44 1.062,72 3.188,16 ABRIL R$ 2.125,44 1.062,72
3.188,16 MAIO R$ 2.125,44 1.062,72 3.188,16 JUNHO R$ 2.125,44 1.062,72 3.188,16 JULHO R$ 2.125,44 1.062,72
3.188,16
AGOSTO R$ 2.125,44 1.062,72 3.188,16 SETEMBRO R$ 2.125,44 1.062,72 3.188,16 OUTUBRO R$ 2.125,44 1.062,72
3.188,16 NOVEMBRO R$ 2.125,44 1.062,72 3.188,16 DEZEMBRO R$ 2.125,44 1.062,72 3.188,16
38.257,92
2023 JANEIRO 1.062,72 3.188,16
FEVEREIRO R$ 2.125,44 1.062,72 3.188,16 MARÇO R$ 2.125,44 1.062,72 3.188,16 ABRIL R$ 2.125,44 1.062,72
3.188,16 MAIO R$ 2.125,44 1.062,72 3.188,16 JUNHO R$ 2.125,44 1.062,72 3.188,16

19.128,96
TOTAL = 73.327,68
b) aviso prévio indenizado de 90 dias no valor de ;
c) férias no total de três, considerando ú ltima exercida em 2018, e proporcional, com
pagamento em dobro por força do art. 137 da clt, no valor de ;
d) décimo terceiro integral e proporcional de todo o período no valor de ;
Total de
DAS PROVAS
Para fins de demostrar o direito ao pleiteado na presente açã o, junta em anexo as seguintes
provas:
A) Indeferimento dos benefícios;
B) Atestado emitidos pelo médico do trabalho da empresa;
C) Extratos dos valores recebidos;
D) Laudo do perito;
E) Exames realizados em rede privada, juntamente com comprovantes;
F) Comprovante do recurso administrativo.
DOS PEDIDOS
a) Seja concedida a justiça gratuita conforme o art. 790 da clt;
b) A citaçã o da reclamada para que, querendo compareça a audiência a ser designada por
Vossa Excelência e apresente defesa;
c) A condenaçã o das verbas rescisó rias descritas acima;
d) A concessã o da rescisã o indireta, por força do art. 483 alínea d, tendo em vista a falta
grave por parte da reclamada;
e) A condenaçã o em danos morais no valor de ;
f) A condenaçã o de honorá rios advocatícios no percentual de 15% sobre o valor da causa,
no valor de ;
g) Expediçã o de ofícios aos ó rgã os CEF, DRT e INSS para que tomem conhecimento das
irregularidades da reclamada;
h) Requer ainda que nã o seja limitado o valor da condenaçã o pelo valor do pedido.
Diante do exposto requer digne-se a Vossa Excelência determinar a notificaçã o da
reclamada no endereço acima citado, para responder a presente reclamató ria, querendo,
sob pena de confissã o e revelia, comparecer à audiência de conciliaçã o, instruçã o e
julgamento, sendo ao final JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE , para condenar a
reclamada ao pagamento das verbas descritas acima, acrescidas de juros, correçõ es
monetá rias e demais cominaçõ es legais.
Protesta por todos os meios de provas em direito admitidas, especialmente pelo
depoimento pessoal da reclamada na pessoa de seu representante legal, nos termos da
sú mula 74 do colendo TST.
Dando-se à presente o valor de R$ 171.972,65, para fins de alçada.
Termos em que
Pede deferimento
Sã o Paulo, 09 de junho de 23

CEP
CONTATOS: / /

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