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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA ÚNICA

DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ........................

NOME DO CLIENTE, naturalidade, estado civil, profissã o, portador do RG


nº ................................., SSP/...., inscrito no CPF sob o nº .................................., residente e
domiciliado na Rua ..................., n°......, Bairro ................., na cidade de ..................., Estado
do ............, CEP ....................., representado neste ato por seus advogados (procuraçã o em
anexo) infra-assinado, com escritó rio profissional na AV. ..................., n°......., Bairro.............,
na cidade de ....................................., Estado do ................. com CEP. ................, endereço
eletrô nico ......................................................., onde recebe intimaçõ es e notificaçõ es, vem,
perante Vossa Excelência, propor:

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE AUXÍLIO POR


INCAPACIDADE TEMPORÁRIA COM CONVERSÃO EM
APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE

Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), Autarquia Federal, com


sede na Praça ...................................., n° ........., na cidade de ..............................., Estado do ...........,
com CEP. ........................., pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:
FATOS

A Autora requereu a prorrogaçã o do seu benefício de Auxílio por incapacidade


temporá ria em .............................. (NB. 31/ .......................), no qual foi indeferida sob a
alegaçã o de PARECER CONTRÁRIO DA PERÍCIA MÉDICA.

Contudo, data vênia, tem-se que o Perito administrativo incorreu em erro ao


constatar pela capacidade do Requerente uma vez que a mesma vem acometida de
sérios problemas salutares que só pioraram ao longo do tempo e lhe incapacitam para o
trabalho, motivo pelo qual se ajuíza o presente processo. Considerando o indiscutível
preenchimento dos requisitos legais, quais sejam a qualidade, o período de carência e
sua incapacidade laborativa, reclama a concessã o do auxílio por incapacidade
temporá ria e sua conversã o em aposentadoria por incapacidade permanente.

De acordo com os atestados e exames anexos, a Parte Autora sofre de...


(descrever a doença ou lesã o que torna a Parte Autora incapaz para o trabalho),
impossibilitando o seu retorno ao trabalho.

Também, in casu, nã o se pode perder de vista o parecer técnico do médico


assistente da Parte Autora, indicando que, atualmente, está incapacitado (a) para o
trabalho. Tudo isto é o que se pode extrair do laudo médico anexo.

Atestado/ Laudo médico – Doutor... (nome do médico, especialidade e nú mero do


CRM)

Conclusã o:... (extrair do atestado/laudo médico o trecho que destaca a


incapacidade temporá ria da Parte Autora para a sua atividade habitual)

O diagnó stico feito pelos peritos médicos do INSS foi realizado de forma
superficial e, inobstante o conhecimento profissional destes profissionais, nã o é crível
que uma mera aná lise superficial da pessoa periciada dê elementos suficientes para fins
de deferimento ou indeferimento do benefício postulado.

Portanto, é certo que o diagnó stico médico da Parte Autora, impede, sem sombras
de dú vidas, que exerça sua atividade laborativa, sob pena de agravamento das moléstias,
uma vez que para se curar necessita de tratamento médico adequado, fazendo jus ao
benefício.

Dados sobre a enfermidade

1. Doença/enfermidade CID 10:

CID 10:
2. Limitaçõ es decorrentes Não possui condições de desenvolver atividades
da moléstia laborativas por apresentar problemas graves de
saúde

Dados sobre o requerimento administrativo

1. Nú mero Benefício 31/ .....................

2. DCB

3. Razã o do indeferimento PARECER CONTRÁRIO DA PERÍCIA MÉDICA

FUNDAMENTOS JURÍDICOS

O Auxílio por incapacidade temporá ria é um benefício previdenciá rio pago pelo
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS à s pessoas que ficarem incapacitadas para o
trabalho ou atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. O valor do
benefício depende das contribuiçõ es realizadas pelo segurado no passado. Art. 59, da Lei
8.213/91. O auxílio por incapacidade temporá ria será devido ao segurado que, havendo
cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado
para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias
consecutivos.

Conforme já elucidado, a parte Autora preenche todos os requisitos que


autorizam a concessã o de benefício por incapacidade na condiçã o de segurada especial,
porquanto, nã o possui condiçõ es de executar suas atividades laborativas, bem como,
enquadra-se de pleno nas regras impostas pelo art. 11, inciso VII, da Lei 8.213/91.
Caso venha a ser apontada sua total e permanente incapacidade, postula a
concessã o/conversã o em aposentadoria por incapacidade permanente a partir da data
de sua efetiva constataçã o.

A carência para o auxílio por incapacidade temporá ria encontra amparo legal nos
Artigos 25 e 26 da lei 8.213/91:

Art. 25. A concessã o das prestaçõ es pecuniá rias do Regime Geral de Previdência
Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no
art. 26:

I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuiçõ es


mensais;

Art. 26. Independe de carência a concessã o das seguintes prestaçõ es:

I - ...

II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de


qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como
nos casos de segurado que, apó s filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das
doenças e afecçõ es especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saú de
e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os
critérios de estigma, deformaçã o, mutilaçã o, deficiência ou outro fator que lhe
confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado.

Em relaçã o a doença a jurisprudência é pacífica que incapacita para o trabalho.


Neste Sentido:

PREVIDENCIÁ RIO. PROCESSO CIVIL. PEDIDO RELATIVO À CONCESSÃ O DE


AUXÍLIO-DOENÇA OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. QUALIDADE DE
SEGURADO E DEFICIÊ NCIA INCAPACITANTE COMPROVADA ENSEJADORA DE
BENEFÍCIO TEMPORÁ RIO. HONORÁ RIOS ADVOCATÍCIOS. CUSTAS. ISENÇÃ O. 1.
Caso em que o autor pleiteia a concessã o de benefício de auxílio-doença ou
aposentadoria por invalidez, tendo sido indeferido sob o fundamento de que
inexistiria incapacidade para a atividade laborativa; 2. O auxílio-doença será
devido à quele que detenha a qualidade de segurado à época do requerimento
do benefício e que demonstre a invalidez, mesmo temporá ria; 3. Demonstrada a
qualidade de segurado urbano do requerente (na funçã o de ajudante geral),
através de CTPS, bem assim a incapacidade alegada (hérnia de disco lombar -
M51.1), considerando que, segundo a perícia judicial, o mal de que padece o
demandante o incapacita temporariamente as respectivas atividades
laborativas, é devida a concessã o de auxílio-doença; 4. Honorá rios advocatícios
mantidos no percentual de 10% do valor da condenaçã o, excluídas as parcelas
vincendas, porque já ajustado a hipó tese prevista no pará grafo 4º , do art. 20 ,
do CPC , considerando, inclusive, que tal verba nã o deve representar quantia
aviltante ao trabalho realizado pelo advogado; 5. Consoante previsto no art. 29,
da Lei Estadual nº 5.672/92, vigente no Estado da Paraíba, a Fazenda Nacional
é isenta de pagamento de custas processuais, nã o incidindo, portanto, a Sú mula
178, do STJ; 6. Apelaçã o parcialmente provida. TRF-5 - AC Apelaçã o Civel AC
17686720144059999 (TRF-5) Data de publicaçã o: 12/06/2014.

PREVIDENCIÁ RIO E PROCESSUAL CIVIL. RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-


DOENÇA. QUALIDADE DE SEGURADO E DEFICIÊ NCIA INCAPACITANTE
COMPROVADAS. REABILITAÇÃ O PROFISSIONAL. CABIMENTO. CORREÇÃ O
MONETÁ RIA E JUROS DE MORA. CUSTAS. ISENÇÃ O. 1. Caso em que o autor
pleiteia a concessã o de aposentadoria por invalidez ou o restabelecimento de
auxílio-doença, tendo sido deferido este ú ltimo benefício; 2. Constatada a
qualidade de segurado do requerente, posto que já percebido idêntico benefício
na via administrativa, fundado no mesmo mal ensejador do presente pleito,
cessado, inclusive, em momento imediatamente anterior ao ingresso em juízo,
bem assim comprovada, por meio de perícia judicial, a incapacidade laborativa
para o exercício das suas atividades antes desenvolvidas (frentista), decorrente
de hérnia discal lombar - CID 10 M 51.1, é devido o restabelecimento do
auxílio-doença, até verificada a efetiva reabilitaçã o profissional; 3. Sobre as
parcelas devidas, aplica-se o critério de atualizaçã o previsto no Manual de
Cá lculos da Justiça Federal, a contar do débito, e juros de mora de 0,5% ao mês, a
contar da citaçã o (Lei nº 9.494 /97, art. 1º-F, dada pela Medida Provisó ria nº
2.180-35, 2001); 4. Honorá rios advocatícios mantidos no percentual de 10% do
valor da condenaçã o, excluídas as parcelas vincendas, como determinado na
sentença, porque já ajustado a hipó tese prevista no pará grafo 4º , do art. 20 , do
CPC , considerando, inclusive, que tal verba nã o deve representar quantia
aviltante ao trabalho realizado pelo advogado; 5. Consoante previsto no art. 29,
da Lei Estadual nº 5.672/92, vigente no Estado da Paraíba, a Fazenda Nacional é
isenta de pagamento de custas processuais, nã o incidindo, portanto, a Sú mula
178, do STJ; 6. Apelaçã o parcialmente provida. TRF-5 - AC Apelaçã o Civel AC
7328720144059999 (TRF-5) Data de publicaçã o: 03/04/2014

A pretensã o exordial vem amparada nos artigos 42, 59 e 86 da Lei 8.213/91 e a


data de início do benefício deverá ser fixada nos termos dos artigos 43 e 60 do mesmo
diploma legal.
QUALIDADE DE SEGURADO

A qualidade de segurado perante a Previdência Social normalmente se mantém


enquanto o segurado está contribuindo, porém existem algumas exceçõ es a esta regra. O
Artigo 13 do Decreto 3.048/99, elenca os casos em que mesmo sem contribuir mantem-
se a qualidade de segurado. Vejamos:

Art. 13. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de


contribuiçõ es:

I - sem limite de prazo, o segurado que estiver em gozo de benefício, exceto na


hipó tese de auxílio-acidente; (Redaçã o dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

II - até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou das


contribuiçõ es, observado o disposto nos § 7º e § 8º e no art. 19-E; (Redaçã o
dada pelo Decreto nº 10.491, de 2020)

Logo, além da incapacidade laboral (do que se postula a realizaçã o de perícia


judicial para fins de comprovaçã o), a Autora satisfaz os critérios legais exigidos para
a concessão do benefício, pois esteve em gozo de benefício de auxílio por
incapacidade temporária até 22/01/2020, mantendo a qualidade até.....................

TUTELA DE URGÊNCIA:

O Requerente necessita da concessã o do benefício em tela para custear a sua vida,


tendo em vista que nã o reú ne condiçõ es de executar atividades laborativas e,
consequentemente, nã o pode patrocinar a pró pria subsistência.

Assim, apó s a realizaçã o da perícia pertinente ao caso, ficará claro que a parte
Autora preenche todos os requisitos necessá rios para o deferimento da Antecipaçã o de
Tutela, tendo em vista que o laudo médico fará prova inequívoca quanto à incapacidade
laborativa, tornando, assim, todas as alegaçõ es verossímeis. O periculum in mora se
configura pelo fato de que se continuar privada do recebimento do benefício, a
Demandante terá seu sustento prejudicado.

De qualquer modo, a moléstia incapacitante e o cará ter alimentar do benefício


traduzem um quadro de urgência que exige pronta resposta do Judiciá rio, tendo em
vista que nos benefícios por incapacidade resta intuitivo o risco de ineficá cia do
provimento jurisdicional final, exatamente em virtude do fato da parte estar afastada do
mercado de trabalho e, consequentemente, desprovida financeiramente, motivo pelo
qual se tornará imperioso o deferimento deste pedido antecipató rio.

PERÍCIA MÉDICA

Considerando que a prova pericial é fundamental para o deslinde das questõ es


ligadas aos benefícios por incapacidade e para uma adequada aná lise do nexo de
causalidade e da consequente incapacidade, faz-se mister que o Médico Perito observe o
Có digo de É tica da categoria e especialmente em relaçã o ao tema, a Resoluçã o 1.488/98
do CFM, que dispõ e sobre as normas específicas de atendimento a trabalhadores.
Portanto, requer a Parte Autora que quando da realizaçã o da prova pericial sejam
observadas as referidas disposiçõ es legais, como médico especialista, uma vez que se
trata de norma cogente e – portanto – vincula a atividade do médico, sob pena de
nulidade do laudo pericial.

PEDIDOS

FACE AO EXPOSTO, requer a Vossa Excelência:

1) O recebimento e o deferimento da presente peça inaugural, bem como o deferimento


da gratuidade da justiça, pois a parte Autora nã o tem condiçõ es de arcar com as
custas processuais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família;
2) A citaçã o do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo, apresentar
defesa;
3) A produçã o de todos os meios de prova, principalmente documental, testemunhal e
pericial. Com relaçã o à ú ltima, que seja observada a Resoluçã o 1.488/98 do Conselho
Federal de Medicina;
4) O deferimento da tutela de urgência, com a apreciaçã o do pedido de implantaçã o do
benefício em sentença;
5) O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, condenando o INSS a:
5.1) Conceder o benefício de auxilio por incapacidade temporá ria com conversã o em
aposentadoria por incapacidade permanente à parte Autora, a partir da constataçã o
da incapacidade.

5.2) Pagar as parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde o


respectivo vencimento e acrescidas de juros legais e morató rios, incidentes até a
data do pagamento.

5.3) Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honorá rios advocatícios, eis que cabíveis
em segundo grau de jurisdiçã o, com fulcro no art. 55 da lei 9.099/95 c/c art. 1º da Lei
10.259/01.

6) A parte Autora renuncia expressamente aos valores que excederem o limite de 60


(sessenta) salá rios mínimos, definidos como teto fixador da competência dos
Juizados Especiais Federais, nos termos do artigo 3º da Lei nº 10.259/01.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

Dar-se-á causa o valor de R$ .........................

Cidade e Data

Advogado

OAB n°

ULISSES JOSÉ DA SILVA NETO JÚ NIOR


OAB/PI 11.350

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