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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA ÚNICA

DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ........................

NOME DO CLIENTE, naturalidade, estado civil, profissã o, portador do RG


nº ................................., SSP/...., inscrito no CPF sob o nº .................................., residente e
domiciliado na Rua ..................., n°......, Bairro ................., na cidade de ..................., Estado
do ............, CEP ....................., representado neste ato por seus advogados (procuraçã o em
anexo) infra-assinado, com escritó rio profissional na AV. ..................., n°......., Bairro.............,
na cidade de ....................................., Estado do ................. com CEP. ................, endereço
eletrô nico ......................................................., onde recebe intimaçõ es e notificaçõ es, vem,
perante Vossa Excelência, propor:

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE

SALÁRIO-MATERNIDADE RURAL

Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), Autarquia Federal, com


sede na Praça ...................................., n° ........., na cidade de ..............................., Estado do ...........,
com CEP. ........................., pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:
DOS FATOS

A parte Autora requereu, em .................................................., junto à Autarquia


Previdenciá ria, a concessã o do benefício de salá rio-maternidade, em razã o do
nascimento de sua filha .............................................., cujo parto ocorreu
em .................................................., conforme certidã o de nascimento carreada nos autos.

Realizado o pedido, a Autora teve sua pretensã o negada na via administrativa,


sob a justificativa de falta de período de carência anterior ao nascimento da criança.

Tal decisã o indevida motiva a presente demanda.

Dados sobre o requerimento administrativo

1. Nú mero 80/..........................

2. Data do requerimento

3. Fato Gerador
(nascimento da criança)
Período de carência anterior ao nascimento da
4. Razã o do indeferimento
criança.

A Autora, nascida em ................................................, no município de .....................................,


labora na atividade rural desde criança com seus pais e posteriormente juntamente com
seu esposo ........................................................ em regime de economia familiar, na forma de
COMODATÁRIA exercendo a atividade rural na propriedade de
................................................, na Localidade ......................., zona rural da cidade
de ............................................., plantando em 2 hectares de terra.

A Autora nunca trabalhou em outra atividade, planta milho, feijã o e cria


galinhas, vale ressaltar que toda a produçã o destina-se para o consumo do grupo
familiar.

Realizado o pedido, a Autora teve sua pretensã o negada na via administrativa,


sob a justificativa de falta de período de carência anterior ao nascimento da criança.

FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Afirma a parte Autora que preenche todos os requisitos que autorizam a
concessã o do benefício de salá rio-maternidade.

Em um primeiro momento, oportuno referir que a circunstâ ncia bioló gica da


maternidade tem proteçã o previdenciá ria garantida pela Constituição Federal. Veja-se
(com grifos):

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de
cará ter contributivo e de filiaçã o obrigató ria, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei,
a: (Redaçã o dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

(...)

II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redaçã o dada pela


Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

No â mbito infraconstitucional, é devido o salá rio-maternidade à segurada da


Previdência Social durante 120 dias, com início no período entre 28 dias antes do parto
e a data de ocorrência deste, perdurando até o 91º dia apó s seu início, nos termos do
artigo 71 da Lei 8.213/91.

O benefício em comento possui natureza de prestaçã o previdenciá ria, tendo por


objetivo fornecer um amparo econô mico à s seguradas que se tornam mã es,
possibilitando a dedicaçã o exclusiva ao infante.

A saber, dois sã o os requisitos para a concessã o de salá rio-maternidade à


segurada especial: a) o nascimento do filho e b) a comprovaçã o do exercício de
atividade rural da mã e, na forma descrita no artigo 11, inciso VII, da Lei 8.213/91, ainda
que descontínuo, nos dez meses imediatamente anteriores ao início do benefício, salvo
em caso de parto antecipado, em que aplicá vel a reduçã o proporcional.

No caso dos autos, a Requerente apresenta a certidã o de nascimento do infante,


de maneira a comprovar a maternidade, tornando tal requisito superado.

Em relaçã o a comprovaçã o da atividade rural suficientes a carência para o


benefício pleiteado é realizada por meio de AUTODECLARAÇÃO ratificado por
entidades pú blicas, conforme Artigo 38-B da Lei n° 8.213/91, que foi alterado
recentemente pela Lei n° 13.846/19.
Art. 38-B...

§ 2º Para o período anterior a 1º de janeiro de 2023, o segurado especial


comprovará o tempo de exercício da atividade rural por meio de
autodeclaraçã o ratificada por entidades pú blicas credenciadas, nos termos do
art. 13 da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, e por outros ó rgã os pú blicos,
na forma prevista no regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)

Enquanto a autodeclaraçã o nã o for ratificada automaticamente será suprida


mediante a comprovaçã o de exercício da atividade rural, conforme artigo 106 da lei
8.213/91 e Artigos 47 e 54 da Instruçã o Normativa do INSS n° 77/2015.

Consta no processo os seguintes documentos que comprovam a atividade rurícola:

DOCUMENTO DATA DE EMISSÃO

Dessa forma, o requerente possui carência com documentaçã o de comprovaçã o


da atividade rural suficientes para a concessã o do benefício.

O esposo da Autora já trabalhou durante pequenos períodos de entressafra. De


qualquer forma, a jurisprudência firmou entendimento de que pequenos períodos de
atividade urbana nã o sã o suficientes para descaracterizar a condiçã o de segurado
especial da atividade agrícola desempenhada. Note-se:

PREVIDENCIÁ RIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. ATIVIDADE RURAL


COMO "BÓ IA-FRIA". INÍCIO DE PROVA MATERIAL CORROBORADO PELA PROVA
TESTEMUNHAL. EXERCÍCIO EVENTUAL DE ATIVIDADE URBANA.
CONTEMPORANEIDADE DA PROVA. REQUISITOS PREENCHIDOS. CONCESSÃ O
DO BENEFÍCIO. TERMO INICIAL. TUTELA ESPECÍFICA. 1. O tempo de serviço
rural para fins previdenciá rios pode ser demonstrado através de início de prova
material suficiente, desde que complementado por prova testemunhal idô nea. 2.
O exercício eventual de atividade urbana é comum em se tratando de
trabalhadores rurais do tipo diarista, safrista ou boia-fria, visto que nã o possuem
emprego permanente, nã o descaracterizando o trabalho rural, cuja
descontinuidade é, aliá s, admitida expressamente pela LBPS (art. 143). 3. A
contemporaneidade entre a prova documental e o período de labor rural
equivalente à carência nã o é exigência legal, de forma que podem ser aceitos
documentos que nã o correspondam precisamente ao intervalo necessá rio a
comprovar. Precedentes do STJ. 4. Restando comprovado nos autos o requisito
etá rio e o exercício de atividade rural no período de carência, é de ser concedida a
aposentadoria por idade rural à parte autora a contar do requerimento
administrativo, a teor do disposto no art. 49, II, da Lei nº 8.213/91. 5. Determina-
se o cumprimento imediato do acó rdã o naquilo que se refere à obrigaçã o de
implementar o benefício, por se tratar de decisã o de eficá cia mandamental que
deverá ser efetivada mediante as atividades de cumprimento da sentença stricto
sensu previstas no art. 461 do CPC, sem a necessidade de um processo executivo
autô nomo (sine intervallo). (TRF4, AC 0019527-71.2014.404.9999, Sexta Turma,
Relator Joã o Batista Pinto Silveira, D.E. 10/09/2015, com grifos acrescidos)

PREVIDENCIÁ RIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. SEGURADO ESPECIAL.


BOIA-FRIA. REQUISITOS CUMPRIDOS. DESCONTINUIDADE DO LABOR
AGRÍCOLA. 1. A comprovaçã o do exercício de atividade rural pode ser efetuada
mediante início de prova material, complementada por prova testemunhal
idô nea. 2. Cumprido o requisito etá rio (55 anos de idade para mulher e 60 anos
para homem) e comprovado o exercício da atividade agrícola no período
correspondente à carência (art. 142 da Lei n. 8.213/91), é devido o benefício de
aposentadoria por idade rural. 3. O exercício de atividade urbana por período
exíguo nã o descaracteriza a condiçã o de segurada especial da parte autora, isso
porque a atividade rural pode ser exercida de modo descontínuo. (TRF4, AC
5002380-10.2015.404.9999, Sexta Turma, Relatora p/ Acó rdã o Vâ nia Hack de
Almeida, juntado aos autos em 03/09/2015, com grifos acrescidos)
Destarte, fundamental seja deferido o benefício ora pretendido à Requerente,
conforme dispõ em os dispositivos relacionados à matéria, o entendimento
jurisprudencial e doutriná rio.

DOS PEDIDOS

EM FACE DO EXPOSTO, REQUER a Vossa Excelência:

1) A concessã o da Assistência Judiciária Gratuita, pois a parte Autora nã o tem


condiçõ es de arcar com as custas processuais sem o prejuízo de seu sustento e de sua
família;

2) O recebimento e o deferimento da presente petiçã o inicial;

3) A citaçã o do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo, apresentar


defesa;

4) A produçã o de todos os meios de prova, principalmente documental e testemunhal;

5) O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, condenando o INSS a pagar,


de forma indenizada, o benefício de salá rio-maternidade à Postulante, acrescido de
juros de mora e devidamente corrigido;

6) Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honorá rios advocatícios, eis que


cabíveis em segundo grau de jurisdiçã o, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95 c/c art.
1º da Lei 10.259/01.

7) A parte Autora renuncia expressamente aos valores que excederem o limite de 60


(sessenta) salá rios mínimos, definidos como teto fixador da competência dos
Juizados Especiais Federais, nos termos do artigo 3º da Lei nº 10.259/01.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

Dar-se-á causa o valor de R$ .........................


Cidade e Data

Advogado

OAB n°

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