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Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações
legais.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
ROTEIRO
1. INTRODUÇÃO
2. REQUISITOS PARA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO
2.1. Trabalhador Urbano
2.2. Trabalhador Rural
3. CARÊNCIA
4. QUALIDADE E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO
5. DATA DE INICIO DO BENEFÍCIO
6. CONCESSÃO
7. VALOR DO BENEFÍCIO
8. EMPREGADO APOSENTADO
9. REGRA 85/95 - SOMA DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E IDADE
1. INTRODUÇÃO
A aposentadoria por idade foi concebia a partir da publicação da Lei n° 3.807/60, que consolidou a legislação orgânica
da Previdência Social.
Originalmente o benefício era conhecido por aposentadoria por velhice (artigo 30 da Lei n° 3.807/60).
Posteriormente, em 25.07.1991, com a publicação da Lei n° 8.213/91, a Previdência Social passou a denominar de
aposentadoria por idade na tentativa de evitar qualquer discriminação contra o idoso.
Atualmente a aposentadoria por idade tem como fundamento legal o artigo 201, inciso I, da Constituição Federal; a
artigos 48 a 51 da Lei n° 8.213/91; e artigos 51 ao 55 do RPS - Decreto 3.048/99).
De acordo com o artigo 48 da Lei n° 8.213/91, a aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a
carência de 180 contribuições mensais, completar 65 anos de idade, se homem, e 60 anos se mulher,
E nos termos do artigo 3°, § 1° da Lei n° 10.666/2003, na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de
segurado não será considerada para a concessão desse benefício, desde que o segurado conte com, no mínimo, o
tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício.
Carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício,
consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências, conforme esclarece o artigo 24 da
Lei n° 8.213/91.
E, nos termos do artigo 226 da IN INSS/PRES n° 077/2015, a comprovação da idade do segurado será feita por meio de
qualquer documento oficial de identificação com foto, certidão de nascimento ou certidão de casamento.
A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado tenha cumprido a carência, quando
este completar 70 anos de idade, se do sexo masculino, ou 65, se do sexo feminino, sendo compulsória, caso em que
será garantida ao empregado a indenização prevista na legislação trabalhista, considerada como data da rescisão do
contrato de trabalho a imediatamente anterior à do início da aposentadoria. (artigo 54 do RPS - Decreto 3.048/99)
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17/11/2017 Boletim Trabalhista
A aposentadoria por idade dos trabalhadores rurais será devida para o segurado que, cumprida a carência exigida,
completar 60 anos de idade, se homem, e 55 anos, se mulher, conforme determina o artigo 230 da IN INSS/PRES n°
077/2015.
Considera-se como trabalhadores rurais aqueles enquadrados nas categorias de segurado empregado, trabalhador
eventual, trabalhador avulso e segurado especial.
E mais, o trabalhador rural deverá comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no
período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, ou, conforme o caso, ao mês em que cumpriu o requisito
etário, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência exigida.
Por outro lado, os trabalhadores rurais que não atendam o disposto acima, mas que satisfaçam a carência exigida
computando-se os períodos de contribuição sob outras categorias, inclusive urbanas, farão jus à aposentadoria por idade
ao completarem 65 anos de idade, se homem, e 60 anos, se mulher.
A aposentadoria por idade rural será aplicada aos trabalhadores que comprovadamente trabalharam na condição de
garimpeiros em regime de economia familiar até 08.01.1992 mediante apresentação dos seguintes documentos: (artigo
100 e § 3° do artigo 230, da IN INSS/PRES n° 077/2015)
I - Certificado de Matrícula expedido pela Receita Federal para períodos anteriores a fevereiro de 1990;
II - Certificado de Matrícula expedido pelos órgãos estaduais competentes para os períodos posteriores ao referido no
inciso I acima;
III - Certificado de Permissão de Lavra Garimpeira, emitido pelo Departamento Nacional da Produção Mineral - DNPM ou
declaração emitida pelo sindicato que represente a categoria, para o período de 01.02.1990 a 31.03.1993, véspera da
publicação do Decreto n° 789/1993.
Amparado pelo artigo 106 da Lei n° 8.213/91, a comprovação do exercício da atividade rural será feita, alternativamente,
mediante a apresentação:
- declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou, quando for o caso, de sindicato ou colônia
de pescadores, desde que homologada pelo INSS;
- notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 7° do artigo 30 da Lei n° 8.212/91, emitidas pela empresa
adquirente da produção, com indicação do nome do segurado como vendedor;
- documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros, com
indicação do segurado como vendedor ou consignante;
- cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da comercialização de produção rural;
ou
Juntamente com a Lei n° 8.213/91, o artigo 62, § 2°, inciso II, do RPS - Decreto 3.048/99 confirma a documentação que
será exigida para a comprovação da atividade rural:
c) declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou, quando for o caso, de sindicato ou
colônia de pescadores, desde que homologada pelo INSS;
f) notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 24 do art. 225, emitidas pela empresa adquirente da
produção, com indicação do nome do segurado como vendedor;
g) documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros,
com indicação do segurado como vendedor ou consignante;
i) cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da comercialização de produção rural;
l) certidão fornecida pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI, certificando a condição do índio como trabalhador rural,
desde que homologada pelo INSS.
O trabalhador rural ora enquadrado como segurado obrigatório no Regime Geral de Previdência Social, pode requerer
aposentadoria por idade, no valor de um salário mínimo, durante 15 anos, contados a partir da data de vigência da Lei
8.213/1991, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que descontínua, no período imediatamente
anterior ao requerimento do benefício, em número de meses idêntico à carência do referido benefício.
3. CARÊNCIA
Para a concessão do benefício da aposentadoria por idade, o período de carência é de 180 contribuições mensais,
conforme inciso II do artigo 25 da Lei n° 8.213/91.
Destaca-se, por importante, que com a publicação da Lei n° 8.213/91 o legislador trouxe uma regra de transição
condicionando uma carência diferenciada, a ser realizada de forma gradativa, conforme o ano de implementação. Essa
regra consta no artigo 142 e desde o ano de 2011 a carência para a aposentadoria por idade ficou estabilizada em 180
contribuições mensais.
Por outro lado, há situações em que essa qualidade poderá vir a ser perdida, conforme prescreve o artigo 15 da Lei n°
8.213/91.
II - até 12 meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida
pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;
III - até 12 meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;
V - até 3 meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar;
O prazo do item II acima será prorrogado para até 24 meses se o segurado já tiver pago mais de 120 contribuições
mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.
Os prazos do item II acima ou o prazo de 24 meses citado no parágrafo anterior serão acrescidos de 12 meses para o
segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho
e da Previdência Social.
Durante os prazos acima o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social.
A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por idade desde que o
segurado conte com, no mínimo, o número de contribuições mensais exigido para efeito de carência na data do
requerimento do benefício, conforme determina o § 6° do artigo 13 do RPS - Decreto 3.048/99.
Analisando o artigo 49 da Lei n° 8.213/91, a aposentadoria por idade terá como data de início:
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a) da data do desligamento do emprego, quando requerida até essa data ou até 90 dias depois dela; ou
b) da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo previsto
na alínea "a";
6. CONCESSÃO
O Regulamento Geral da Previdência Social, aprovado pelo RPS - Decreto 3.048/99, em seu artigo 52, traz que a
aposentadoria por idade será devida:
a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90 dias depois dela; ou
b) a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo
acima; e
7. VALOR DO BENEFÍCIO
A aposentadoria por idade consistirá numa renda mensal de 70% do salário-de-benefício, mais 1% deste, por grupo de
12 contribuições, não podendo ultrapassar 100% do salário-de-benefício, com fundamento no inciso III do artigo 197 da
IN INSS/PRES n° 077/2015.
A aplicação do fator previdenciário ocorrerá apenas na condição mais benéfica ao segurado conforme determina o artigo
7° da Lei n° 9.876/1999.
Para o trabalhador rural que se enquadra nas regras do § 1° do artigo 48 da Lei n° 8.213/91 será garantido à
aposentadoria no valor de um salário mínimo.
Já no caso de o trabalhador rural não conseguir a redução dos 5 anos na idade para a concessão da aposentadoria por
idade, o cálculo do benefício terá como base a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição
correspondentes a 80% de todo o período contributivo, conforme disciplina os §§ 3° e 4° do artigo 48 da Lei n° 8.213/91.
Importante relembra que, conforme artigo 188-A do RPS - Decreto 3.048/99, para o segurado filiado à previdência social
até 28 de novembro de 1999, que vier a cumprir as condições exigidas para a concessão dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social, no cálculo do salário-de-benefício será considerada a média aritmética simples dos maiores
salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, 80% de todo o período contributivo decorrido desde a
competência julho de 1994.
Já para os inscritos a partir de 29.11.1999, o salário de benefício será a média aritmética simples dos 80% maiores
salários de contribuição de todo o período contributivo.
8. EMPREGADO APOSENTADO
Amparado pelo § 3° do artigo 11 da Lei n° 8.213/91, o aposentado pelo RGPS que estiver exercendo ou que voltar a
exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às
contribuições de que trata a Lei n° 8.212/91, para fins de custeio da Seguridade Social.
Com efeito, o aposentado não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa
atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado, conforme estabelece o § 2° do
artigo 18 da Lei n° 8.213/91.
Lembramos, ainda, que a aposentada que retornar à atividade também fará jus ao pagamento do salário-maternidade,
nos termos do artigo 103 do RPS - Decreto 3.048/99.
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A Lei n° 13.183/2015 incluiu o artigo 29-C à Lei n° 8.213/91 trazendo mais uma modalidade de aposentadoria para os
segurados inscritos no RGPS.
Nesta nova modalidade o segurado que preencher o requisito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá
optar pela não incidência do fator previdenciário no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de
sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for:
Amparado pelo § 2° do artigo 29-C da Lei n° 8.213/91, as somas de idade e de tempo de contribuição serão majoradas
em um ponto conforme cada ano, a seguir:
A regra 95/85 também será aplicada ao professor. Com efeito, para efeito de aplicação do disposto no caput do artigo 29-
C da Lei n° 8.213/91 e no § 2°, o tempo mínimo de contribuição do professor e da professora que comprovarem
exclusivamente tempo de efetivo exercício de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio será de,
respectivamente, 30 anos e 25 anos, e serão acrescidos 5 pontos à soma da idade com o tempo de contribuição.
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