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17/11/2017 Boletim Trabalhista

Boletim Trabalhista n° 22 - Novembro/2017 - 2ª Quinzena

Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações
legais.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

APOSENTADORIA POR IDADE


Requisitos, Carência, Qualidade de Segurado, Concessão, Valor, Aposentado, 85/95

ROTEIRO

1. INTRODUÇÃO
2. REQUISITOS PARA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO
2.1. Trabalhador Urbano
2.2. Trabalhador Rural
3. CARÊNCIA
4. QUALIDADE E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO
5. DATA DE INICIO DO BENEFÍCIO
6. CONCESSÃO
7. VALOR DO BENEFÍCIO
8. EMPREGADO APOSENTADO
9. REGRA 85/95 - SOMA DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E IDADE

1. INTRODUÇÃO

A aposentadoria por idade foi concebia a partir da publicação da Lei n° 3.807/60, que consolidou a legislação orgânica
da Previdência Social.

Originalmente o benefício era conhecido por aposentadoria por velhice (artigo 30 da Lei n° 3.807/60).

Posteriormente, em 25.07.1991, com a publicação da Lei n° 8.213/91, a Previdência Social passou a denominar de
aposentadoria por idade na tentativa de evitar qualquer discriminação contra o idoso.

Atualmente a aposentadoria por idade tem como fundamento legal o artigo 201, inciso I, da Constituição Federal; a
artigos 48 a 51 da Lei n° 8.213/91; e artigos 51 ao 55 do RPS - Decreto 3.048/99).

2. REQUISITOS PARA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO

2.1. Trabalhador Urbano

De acordo com o artigo 48 da Lei n° 8.213/91, a aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a
carência de 180 contribuições mensais, completar 65 anos de idade, se homem, e 60 anos se mulher,

E nos termos do artigo 3°, § 1° da Lei n° 10.666/2003, na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de
segurado não será considerada para a concessão desse benefício, desde que o segurado conte com, no mínimo, o
tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício.

Carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício,
consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências, conforme esclarece o artigo 24 da
Lei n° 8.213/91.

E, nos termos do artigo 226 da IN INSS/PRES n° 077/2015, a comprovação da idade do segurado será feita por meio de
qualquer documento oficial de identificação com foto, certidão de nascimento ou certidão de casamento.

A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado tenha cumprido a carência, quando
este completar 70 anos de idade, se do sexo masculino, ou 65, se do sexo feminino, sendo compulsória, caso em que
será garantida ao empregado a indenização prevista na legislação trabalhista, considerada como data da rescisão do
contrato de trabalho a imediatamente anterior à do início da aposentadoria. (artigo 54 do RPS - Decreto 3.048/99)

2.2. Trabalhador Rural

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A aposentadoria por idade dos trabalhadores rurais será devida para o segurado que, cumprida a carência exigida,
completar 60 anos de idade, se homem, e 55 anos, se mulher, conforme determina o artigo 230 da IN INSS/PRES n°
077/2015.

Considera-se como trabalhadores rurais aqueles enquadrados nas categorias de segurado empregado, trabalhador
eventual, trabalhador avulso e segurado especial.

E mais, o trabalhador rural deverá comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no
período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, ou, conforme o caso, ao mês em que cumpriu o requisito
etário, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência exigida.

Por outro lado, os trabalhadores rurais que não atendam o disposto acima, mas que satisfaçam a carência exigida
computando-se os períodos de contribuição sob outras categorias, inclusive urbanas, farão jus à aposentadoria por idade
ao completarem 65 anos de idade, se homem, e 60 anos, se mulher.

A aposentadoria por idade rural será aplicada aos trabalhadores que comprovadamente trabalharam na condição de
garimpeiros em regime de economia familiar até 08.01.1992 mediante apresentação dos seguintes documentos: (artigo
100 e § 3° do artigo 230, da IN INSS/PRES n° 077/2015)

I - Certificado de Matrícula expedido pela Receita Federal para períodos anteriores a fevereiro de 1990;

II - Certificado de Matrícula expedido pelos órgãos estaduais competentes para os períodos posteriores ao referido no
inciso I acima;

III - Certificado de Permissão de Lavra Garimpeira, emitido pelo Departamento Nacional da Produção Mineral - DNPM ou
declaração emitida pelo sindicato que represente a categoria, para o período de 01.02.1990 a 31.03.1993, véspera da
publicação do Decreto n° 789/1993.

Amparado pelo artigo 106 da Lei n° 8.213/91, a comprovação do exercício da atividade rural será feita, alternativamente,
mediante a apresentação:

- contrato individual de trabalho ou CTPS;

- contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;

- declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou, quando for o caso, de sindicato ou colônia
de pescadores, desde que homologada pelo INSS;

- comprovante de cadastro do INCRA, no caso de produtores em regime de economia familiar;

- bloco de notas do produtor rural;

- notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 7° do artigo 30 da Lei n° 8.212/91, emitidas pela empresa
adquirente da produção, com indicação do nome do segurado como vendedor;

- documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros, com
indicação do segurado como vendedor ou consignante;

- comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social decorrentes da comercialização da produção;

- cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da comercialização de produção rural;
ou

- licença de ocupação ou permissão outorgada pelo Incra.

Juntamente com a Lei n° 8.213/91, o artigo 62, § 2°, inciso II, do RPS - Decreto 3.048/99 confirma a documentação que
será exigida para a comprovação da atividade rural:

a) contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência Social;

b) contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;

c) declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou, quando for o caso, de sindicato ou
colônia de pescadores, desde que homologada pelo INSS;

d) comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA;

e) bloco de notas do produtor rural;


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f) notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 24 do art. 225, emitidas pela empresa adquirente da
produção, com indicação do nome do segurado como vendedor;

g) documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros,
com indicação do segurado como vendedor ou consignante;

h) comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social decorrentes da comercialização da produção;

i) cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da comercialização de produção rural;

j) licença de ocupação ou permissão outorgada pelo INCRA;

l) certidão fornecida pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI, certificando a condição do índio como trabalhador rural,
desde que homologada pelo INSS.

O trabalhador rural ora enquadrado como segurado obrigatório no Regime Geral de Previdência Social, pode requerer
aposentadoria por idade, no valor de um salário mínimo, durante 15 anos, contados a partir da data de vigência da Lei
8.213/1991, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que descontínua, no período imediatamente
anterior ao requerimento do benefício, em número de meses idêntico à carência do referido benefício.

3. CARÊNCIA

Para a concessão do benefício da aposentadoria por idade, o período de carência é de 180 contribuições mensais,
conforme inciso II do artigo 25 da Lei n° 8.213/91.

Destaca-se, por importante, que com a publicação da Lei n° 8.213/91 o legislador trouxe uma regra de transição
condicionando uma carência diferenciada, a ser realizada de forma gradativa, conforme o ano de implementação. Essa
regra consta no artigo 142 e desde o ano de 2011 a carência para a aposentadoria por idade ficou estabilizada em 180
contribuições mensais.

4. QUALIDADE E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO

Enquanto o segurado mantiver o recolhimento previdenciário manter-se-á também a qualidade de segurado.

Por outro lado, há situações em que essa qualidade poderá vir a ser perdida, conforme prescreve o artigo 15 da Lei n°
8.213/91.

Com efeito, mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:

I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;

II - até 12 meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida
pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;

III - até 12 meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;

IV - até 12 meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;

V - até 3 meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar;

VI - até 6 meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.

O prazo do item II acima será prorrogado para até 24 meses se o segurado já tiver pago mais de 120 contribuições
mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.

Os prazos do item II acima ou o prazo de 24 meses citado no parágrafo anterior serão acrescidos de 12 meses para o
segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho
e da Previdência Social.

Durante os prazos acima o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social.

A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por idade desde que o
segurado conte com, no mínimo, o número de contribuições mensais exigido para efeito de carência na data do
requerimento do benefício, conforme determina o § 6° do artigo 13 do RPS - Decreto 3.048/99.

5. DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO

Analisando o artigo 49 da Lei n° 8.213/91, a aposentadoria por idade terá como data de início:
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I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a partir:

a) da data do desligamento do emprego, quando requerida até essa data ou até 90 dias depois dela; ou

b) da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo previsto
na alínea "a";

II - para os demais segurados, da data da entrada do requerimento.

6. CONCESSÃO

O Regulamento Geral da Previdência Social, aprovado pelo RPS - Decreto 3.048/99, em seu artigo 52, traz que a
aposentadoria por idade será devida:

I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico:

a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90 dias depois dela; ou

b) a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo
acima; e

II - para os demais segurados, a partir da data da entrada do requerimento.

7. VALOR DO BENEFÍCIO

A aposentadoria por idade consistirá numa renda mensal de 70% do salário-de-benefício, mais 1% deste, por grupo de
12 contribuições, não podendo ultrapassar 100% do salário-de-benefício, com fundamento no inciso III do artigo 197 da
IN INSS/PRES n° 077/2015.

A aplicação do fator previdenciário ocorrerá apenas na condição mais benéfica ao segurado conforme determina o artigo
7° da Lei n° 9.876/1999.

Para o trabalhador rural que se enquadra nas regras do § 1° do artigo 48 da Lei n° 8.213/91 será garantido à
aposentadoria no valor de um salário mínimo.

O salário-de-benefício do segurado especial consiste no valor equivalente ao salário-mínimo, ressalvado quando


contribua de forma facultativa, situação em que a aposentadoria será calculada conforme os critérios e a forma de
cálculos estabelecidos, qual seja, média dos maiores salários de contribuição equivalente a 80% do período contributivo,
observando, assim, o artigo 39, inciso II, da Lei n° 8.213/91.

Já no caso de o trabalhador rural não conseguir a redução dos 5 anos na idade para a concessão da aposentadoria por
idade, o cálculo do benefício terá como base a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição
correspondentes a 80% de todo o período contributivo, conforme disciplina os §§ 3° e 4° do artigo 48 da Lei n° 8.213/91.

Importante relembra que, conforme artigo 188-A do RPS - Decreto 3.048/99, para o segurado filiado à previdência social
até 28 de novembro de 1999, que vier a cumprir as condições exigidas para a concessão dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social, no cálculo do salário-de-benefício será considerada a média aritmética simples dos maiores
salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, 80% de todo o período contributivo decorrido desde a
competência julho de 1994.

Já para os inscritos a partir de 29.11.1999, o salário de benefício será a média aritmética simples dos 80% maiores
salários de contribuição de todo o período contributivo.

8. EMPREGADO APOSENTADO

Amparado pelo § 3° do artigo 11 da Lei n° 8.213/91, o aposentado pelo RGPS que estiver exercendo ou que voltar a
exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às
contribuições de que trata a Lei n° 8.212/91, para fins de custeio da Seguridade Social.

Com efeito, o aposentado não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa
atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado, conforme estabelece o § 2° do
artigo 18 da Lei n° 8.213/91.

Lembramos, ainda, que a aposentada que retornar à atividade também fará jus ao pagamento do salário-maternidade,
nos termos do artigo 103 do RPS - Decreto 3.048/99.

9. REGRA 85/95 - SOMA DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E IDADE

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A Lei n° 13.183/2015 incluiu o artigo 29-C à Lei n° 8.213/91 trazendo mais uma modalidade de aposentadoria para os
segurados inscritos no RGPS.

Nesta nova modalidade o segurado que preencher o requisito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá
optar pela não incidência do fator previdenciário no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de
sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for:

I - igual ou superior a 95 pontos, se homem, observando o tempo mínimo de contribuição de 35 anos; ou

II - igual ou superior a 85 pontos, se mulher, observado o tempo mínimo de contribuição de 30 anos.

Amparado pelo § 2° do artigo 29-C da Lei n° 8.213/91, as somas de idade e de tempo de contribuição serão majoradas
em um ponto conforme cada ano, a seguir:

Vigência Mulher Homem


31.12.2018 86 pontos 96 pontos
31.12.2020 87 pontos 97 pontos
31.12.2022 88 pontos 98 pontos
31.12.2024 89 pontos 99 pontos
31.12.2026 90 pontos 100 pontos

A regra 95/85 também será aplicada ao professor. Com efeito, para efeito de aplicação do disposto no caput do artigo 29-
C da Lei n° 8.213/91 e no § 2°, o tempo mínimo de contribuição do professor e da professora que comprovarem
exclusivamente tempo de efetivo exercício de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio será de,
respectivamente, 30 anos e 25 anos, e serão acrescidos 5 pontos à soma da idade com o tempo de contribuição.

ECONET EDITORA EMPRESARIAL LTDA


Autor: Márcio José Mocelin

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