Você está na página 1de 6

ILUSTRÍSSIMO SENHOR GERENTE DA AGENCIA DA PREVIDENCIA

SOCIAL DE ALEGRE/ES.

xxxxxxxxxxxxxx, residente e domiciliado na Comunidade


Califórnia S/N, Santa Leopoldina/ES, neste ato
representando por sua advogada constituído , vem a presença
de Vossa Excelência interpor o presente

RECURSO ORDINÁRIO PARA A JUNTA DE RECURSO DO


CONSELHO DE RECURSO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL.

Termos em que pede e espera deferimento.

Santa Leopoldina/ES, 26 de novembro de 2022.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA JUNTA DE RECURSOS DO


CONSELHO DE RECURSOS DA PREVIDENCIA SOCIAL.
Nobres julgadores

1-DAS RAZOES DE RECURSO

Estamos diante da seguinte situação:

O recorrente interpôs pedido de aposentadoria por idade


rural vez que exerce atividade campesina como lavrador
desde sua juventude e conta 60 anos de idade completos.

No entanto a decisão de primeira instancia indeferiu o


pedido sob argumento de ausência de documentos que
comprovem a atividade campesina.

Em razão de discordar da decisão de primeira instancia o


Recorrente interpõe o presente recurso e passa a apresentar
suas razões.

2-DAS RAZÕES RECURSAIS

Conforme consta na Autodeclararão DO Segurado Especial


Rural em anexo a este recurso o Recorrente exerceu
atividade rural nos período de 01/01/1982 a 18/12/1997 na
condição de filho do proprietário do imóvel em regime de
economia familiar; 19/12/1997 ´30/04/2004 na condição de
proprietário do imóvel no regime individual. De 01/01/2013
a 31/12/2018 na condição de proprietário em regime de
economia familiar; de 01/01/2019 á 22/08/2022 na condição
de proprietário individual.

O Recorrente exerceu suas atividades rurais no Sítio


Boqueirão, município de Santa Leopoldina/ES, área total do
imóvel 12 hectares, com área explorada 03 hectares. Sitio
do Marceneiro, Santa Leopoldina, propriedade de 8,6 há,
área explorada 3,5 há.
O Recorrente explora atividade de subsistência plantio de
gengibre, palmito, hortaliças, feijão sendo esses produtos
vendidos nas feiras do região da Grande Vitoria, CEASA e
não foi recolhido impostos sobre a venda da produção.

Necessário apontar que no período de 01/05/2004 á 31/12/12


o recorrente excerceu atividade concomitante com o trabalho
rural, ou seja, neste período o recorrente trabalhava na
lavoura e vendendo a produção na feira e também trabalhava
como marceneiro, recolhendo para o INSS nesta atividade.

3-DAS PROVAS DOCUMENTAL

Insta demonstrar para essa Junta de recursos que


anexo a este recurso segue toda documentação hábil
comprobatória de atividade rural campesina.

Ainda importante ressaltar que os últimos 10 (dez)


anos o Recorrente trabalhou exclusivamente na atividade
rural e sobrevivendo de recursos advindos do trabalho no
campesino.

4-DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Cabe destacar a necessidade da aplicação do artigo


158 e 230 da Instrução Normativa 77/2019:
“Art. 158. Para fins de concessão dos
benefícios devidos ao trabalhador rural
previstos no inciso I do art. 39 e caput §
2º do art. 48 ambos da Lei nº 8.213, de 24
de julho de 1991, considera-se como
período de carência o tempo de efetivo
exercício de atividade rural, ainda que de
forma descontínua, correspondente ao
número de meses necessários à concessão do
benefício requerido, computados os
períodos a que se referem as alíneas d e i
do inciso VIII do art. 42 observando-se
que:
I - para a aposentadoria por idade
prevista no art. 230 do trabalhador rural
empregado, contribuinte individual e
especial será apurada mediante a
comprovação de atividade rural no período
imediatamente anterior ao requerimento do
benefício ou, conforme o caso, no mês em
que cumprir o requisito etário,
computando-se exclusivamente, o período de
natureza rural;”
“Art. 230. A aposentadoria por idade dos
trabalhadores rurais referidos na alínea a
do inciso I, na alínea g do inciso V e nos
incisos VI e VII do art. 11, todos da Lei
nº 8.213, de 1991, será devida para o
segurado que, cumprida a carência exigida,
completar sessenta anos de idade, se
homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos, se
mulher.
(...)
Evidencia ainda que a fundamentação para o
indeferimento da aposentadoria pleiteada
se firmou no art. 143 da lei 8.213/1991,
sendo que o teor do artigo versa sobre:

“Art. 143. O trabalhador rural ora


enquadrado como segurado obrigatório no
Regime Geral de Previdência Social, na
forma da alínea a do inciso I, ou do
inciso IV ou VII do art. 11 desta Lei,
pode requerer aposentadoria por idade, no
valor de um salário mínimo, durante quinze
anos, contados a partir da data de
vigência desta Lei, desde que comprove o
exercício de atividade rural, ainda que
descontínua, no período imediatamente
anterior ao requerimento do benefício, em
número de meses idêntico à carência do
referido benefício.”

Destaca que os requisitos necessários para a


concessão deste benefício previdenciário, como a idade,
carência e manutenção da qualidade de segurado, encontra-se
todos devidamente preenchidos pelo recorrente.

Para melhor fundamentar apresenta-se jurisprudência


pátria, sendo ela:
No mesmo sentido, o Tema 131, da Turma
Nacional de Uniformização (Julgado - Tese
reafirmada no Tema XXXXX/STJ), restou
assim ementado:

“Para a concessão da aposentadoria por


idade híbrida ou mista, na forma do art.
48, § 3º, da Lei n. 8.213/91, cujo
requisito etário é o mesmo exigido para a
aposentadoria por idade urbana, é
irrelevante a natureza rural ou urbana da
atividade exercida pelo segurado no
período imediatamente anterior à
implementação do requisito etário ou ao
requerimento do benefício. Ainda, não há
vedação para que o tempo rural anterior à
Lei 8.213/91 seja considerado para efeito
de carência, mesmo que não verificado o
recolhimento das respectivas
contribuições.”

Anota-se que o Superior Tribunal de Justiça-STJ já


decidiu a controvérsia pela sistemática dos recursos
especiais repetitivos, sob o tema nº: 1007 (REsp XXXXX/SP e
REsp XXXXX/PR)
“O tempo de serviço rural, ainda que
remoto e descontínuo, anterior ao advento
da Lei 8.213/1991, pode ser computado para
fins da carência necessária à obtenção da
aposentadoria híbrida por idade, ainda que
não tenha sido efetivado o recolhimento
das contribuições, nos termos do art. 48,
§ 3º. da Lei 8.213/1991, seja qual for a
predominância do labor misto exercido no
período de carência ou o tipo de trabalho
exercido no momento do implemento do
requisito etário ou do requerimento
administrativo.”
A aposentadoria híbrida é uma abrangência
aos casos em que os segurados especiais,
mesmo que tenham se afastado da atividade
rural e exercido atividades diversas da
agricultura durante certos períodos da sua
vida, não venham a ser prejudicados na
obtenção da aposentadoria por idade, em
razão da perda de qualidade de segurado
especial. E dado o caso em comento, o
autor faz jus, uma vez preenchido todos os
requisitos para tanto, fazendo necessário
que a decisão administrativa de
indeferimento seja reanalisada e
devidamente reformada.

II – DOS PEDIDOS

Desta feita, é o presente RECURSO ORDINÁRIO, para


exorar Vossa Senhoria, a fim de que se digne em receber e
dar provimento ao presente recurso, ao fim vindo a Conceder
o direito autoral, resultando na implantação de benefício
de APOSENTADORIA POR IDADE, a contar da Data do
Requerimento Administrativo – DER () em favor do
recorrente.

Protesta provar o alegado por todos os meios de


provas admitidos e direito.
Nesses Termos;

Pede Deferimento.

Santa Leopoldina/ES, 26 de novembro de 2022.

Você também pode gostar