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ARAPIRACA – AL.
I – DOS FATOS
A pretensão da autora está fundamentada no art. 201, I, da Constituição Federal, e nos arts.
39, 48 e 142 da Lei 8.213/91 (LBPS), encontrando-se presentes os requisitos exigidos para a
concessão da aposentadoria rural por idade, a saber: atividade rural pelo período idêntico à
carência do benefício e a idade de 60 anos para os homens.
Por outro lado, não é necessário que o desempenho da atividade rural seja contínua, mas
apenas que o segurado esteja trabalhando no campo no momento da aposentadoria, ou na data em
que satisfaz todos os requisitos para a concessão do benefício. Assim determina a Instrução
Normativa do INSS nº 77/2015 (grifos acrescidos):
Art. 231. Para fins de aposentadoria por idade prevista no inciso I do art.
39 e caput e § 2º do art. 48, ambos da Lei nº 8.213, de 1991 dos segurados
empregados, contribuintes individuais e especiais, referidos na alínea "a"
do inciso I, na alínea "g" do inciso V e no inciso VII do art. 11, todos do
mesmo diploma legal, não será considerada a perda da qualidade de
segurado nos intervalos entre as atividades rurícolas, devendo, entretanto,
estar o segurado exercendo a atividade rural ou em período de graça na
DER ou na data em que implementou todas as condições exigidas para
o benefício.
DO SEGURADO ESPECIAL
Conforme dispõe o art. 11, inciso VII, da Lei 8.213/91, é segurado especial
aquele que:
Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes
pessoas físicas: (Redação dada pela Lei nº 8.647, de 1993) [...] VII –
como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou
em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente
ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual
de
terceiros, na condição de: (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado,
parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais,
que explore
atividade: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) agropecuária em área
de até 4 (quatro) módulos fiscais; (Incluído pela Lei nº11.718, de
2008)
Súmula 14 – Para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de
prova material, corresponda a todo o período equivalente a carência do benefício.
Primeiramente, destaca-se que a atividade rural desempenhada pela parte Autora e sua
família está em estrita consonância com o conceito de “atividade desenvolvida em regime de
economia familiar” constante no § 1 º do art. 11, inciso VII da Lei 8.213/91:
Por conseguinte, resta evidente que as prova é uníssona e convergente com as alegações da
parte Autora no sentido de que exerceu atividade rural, além disso, teve sua propriedade rural
reconhecida através de ação de usucapião em que se reconhece a posse da propriedade por
mais de 19 anos.
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL.
REQUISITOS. AÇÃO DE USUCAPIÃO. INÍCIO DE PROVA
MATERIAL. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. LEI Nº 11.960/09.
CRITÉRIOS DE ATUALIZAÇÃO. DIFERIMENTO PARA A FASE
PRÓPRIA (EXECUÇÃO). CUMPRIMENTO IMEDIATO DO
ACÓRDÃO. 1. O tempo de serviço rural, cuja existência é
demonstrada por testemunhas que complementam início de prova
material, deve ser reconhecido ao segurado em regime de economia
familiar. 2. Ação de usucapião do imóvel utilizado para a exploração
agrícola, quando fundada em documentos e prova testemunhal,
constitui início de prova material, apto à comprovação de tempo de
atividade rural como segurado especial. (grifei) 3. Uma vez completada
a idade mínima (55 anos para a mulher e 60 anos para o homem) e
comprovado o exercício da atividade agrícola no período correspondente
à carência (art. 142 da Lei nº 8.213/1991), é devido o benefício de
aposentadoria por idade rural.4. Deliberação sobre índices de correção
monetária e taxas de juros diferida para a fase de cumprimento de sentença,
de modo a racionalizar o andamento do processo, e diante da pendência,
nos tribunais superiores, de decisão sobre o tema com caráter geral e
vinculante. Precedentes.(TRF4, APELREEX 0012562-
43.2015.4.04.9999, SEXTA TURMA, Relatora SALISE MONTEIRO
SANCHOTENE, D.E. 08/11/2016)
Importa salientar que o início de prova material não deve, necessariamente, abranger todo
o período de exercício da atividade rural, basta ser contemporâneo ao lapso temporal a ser
comprovados, como ocorre no presente caso. Nesse sentido, o entendimento já sumulado do STJ:
Portanto, a autora faz jus a aposentadoria por idade rural por cumprir todas as exigências
legais.
V – DOS PEDIDOS
1. A concessão do benefício da Gratuidade da Justiça, tendo em vista que a parte autora não
possui recursos financeiros suficientes para custear as despesas do processo;
2. A citação do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS na pessoa de seu(s)
representante(s) legal(is), no endereço nomeado, para responder a presente, sob pena de
Confissão;
Dá à causa o valor de R$ 28.646,84 (vinte e oito mil seiscentos e quarenta e seis reais e oitenta e
quatro centavos)
Nesses termos
Pede Deferimento.