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EXCELENTÍSSIMO JÚIZO FEDERAL DA 1ª VARA DA SUBSEÇÃO

DE (NOME DA CIDADE) – SEÇÃO JUDICIÁRIA DE (NOME DO


ESTADO).

ESTANISLAU SIL, brasileiro, casado, motorista de caminhão,


portador da carteira de identidade nº _____, e do CPF nº ______,
residente e domiciliado na Localidade Rural de ______, nº_____,
Bairro ____, no município de ____, CEP ____-___, vem
respeitosamente à Vossa Excelência, por seus procuradores infra-
firmados, conforme procuração anexa e endereço ao rodapé indicado,
propor a presente:

AÇÃO PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DE


APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Em desfavor do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS,


Autarquia Federal com CNPJ nº 29.979.036/0314-53, situada na Rua
____, nº ___, CEP ___-__, Bairro ____, Município de ____, pelos
fatos e fundamentos de direito aduzidos:

I – DA JUSTIÇA GRATUITA

A parte autora é pessoa simples que exerce a atividade de


motorista de caminhão rodoviário, onde boa parte de seu salário
mensal (aproximadamente R$ 2.500,00 reais) é consumido com
despesas de viagem, em geral sobra ao final do mês pouco mais de 1
(um) salário mínimo.

Vejamos que, nos termos exigidos pela legislação aplicável à


espécie, a parte autora firmou declaração de hipossuficiência
econômica, fatos que somados legitimam a concessão dos benefícios
legais da justiça gratuita conforme adiante pleiteado pela parte.

II – DOS FATOS
O autor nascido em 17.03.1958 completou 53 anos em 2011 e
assim requereu em DER 12.11.2014, a concessão do benefício
previdenciário de aposentadoria por tempo de contribuição,
entretanto, na decisão administrativa o mesmo restou indeferido.

Segundo consta da decisão do INSS (Cf. processo administrativo e


anexo), a recusa se deu em razão de reconhecimento de somente 25
anos, 10 meses e 23 dias de serviço/contribuição até a DER-11/2014.

Em DER-18.07.2017 o autor requereu novamente o benefício


previdenciário, sendo este indeferido sob argumento de
reconhecimento de somente 28 anos, 06 meses e 29 dias de
serviço/contribuição até a DER – 07/2017.

Insatisfeito, com as denegatórias de concessão de sua


aposentadoria por tempo de serviço pelo INSS, lutando por seu
direito a sua aposentadoria, visto que atualmente conta com 61 anos
busca através deste juízo, provar suas atividades rurícolas, para
assim, ser deferida por esta respeitável jurisdição sua tão sonhada
aposentadoria.

A – DOS PERÍODOS DE ATIVIDADE RURAL

O segurado nos períodos pleiteados de 17.03.1970 à 28.09.1979,


sempre exerceu atividade rural em regime de economia familiar
juntamente com pais, irmãos e demais familiares em terras próprias.

Todavia, o INSS não considerou a atividade rurícola no período


mencionado, mesmo existindo robusta documental e testemunhal.

Deste modo, o segurado possui vários documentos comprobatórios


da atividade rural entre os anos de 1970 a 1979 e produzirá se
necessária idônea prova testemunhal, vejamos abaixo:
1) Certidão de nascimento do autor datada de 17.03.1958, onde
atesta-se a residência do grupo familiar à época em área rural,
e a profissão do seu PAI como sendo à época LAVRADOR,
prova robusta da atividade rural tida como início de prova
material;
2) Histórico escolar do autor junto a Escola Isolada Municipal de
Serra da Garganta datado dos anos de 1969 a 1971;
3) Escrituras de terras rurais do grupo familiar do autor datadas
de 1970, onde seu pai é qualificado como profissão à época
LAVRADORA, e consequentemente a residência do grupo
familiar em área rural;
4) INCRA da área rural acima destacada dos anos de 1971 a
1988;
5) Comprovantes de filiação e pagamento de SINDICATO RURAL
DO AUTOR referente aos anos de 1977 e 1979, documentação
que qualifica o autor como TRABALHADOR RURAL residente em
Serra Garganta;
6) Notas rurais do autor datadas de 1977 e 1978, onde se destaca
o cultivo de FUMO;
7) Certidão de casamento do autor datada de 28.09.1979, onde
atesta-se a residência do grupo familiar à época em área rural,
no caso, Serra da Garganta, e a profissão do AUTOR como
sendo à época LAVRADOR, prova robusta da atividade rural tida
como início de prova material;

De maneira complementar para prova da vocação rural do


autor;

8) Certidão de nascimento de filho do autor datada de


23.02.1989, onde atesta-se a profissão do AUTOR como sendo
à época LAVRADOR;
9) Comprovante INFBEN de aposentadoria por idade como
SEGURADO ESECIAL DO PAI do autor datado de 2002.
Assim, comprovará À parte autora sua atividade rurícola dos
períodos de 17.03.1970 a 28.09.1979, através da prova
documental acima destacada, da autodeclaração rural juntada
no processo administrativo e se necessário através de
depoimentos de testemunhas da época, para que, ao final, seja
declarado por sentença, ser verdadeiro o alegado e que tal
tempo é computável como tempo de serviço, para fins
previdenciários.

B – CONCLUSÃO

Em conclusão, à parte autora contava até a DER de 12.11.2014,


com 25 anos, 10 meses e 23 dias de tempo de serviço pela contagem
do INSS.

Desta forma, somando-se a este tempo o acréscimo do tempo de


atividade rural a serem reconhecidas judicialmente, ou seja, 09 anos,
06 meses e 12 dias:
RURAL 17.03.1970 28.09.1979 3.432 9 6 12

A parte autora no requerimento administrativo de 12 de novembro


de 2014 possuía a idade, a carência e o tempo de
serviço/contribuição de:

a) A idade mínima de 53 anos, considerando que no caso


concreto, o segurado completou 53 anos em 17.03.2011, e no
requerimento administrativo de 12.11.204 o segurado possuía
56 anos de idade, ou seja, em longevidade superior ao exigido
pela EC n. 20 de 1998;
b) A carência mínima de 180 meses para o ano de 2014, vejamos
que o segurado possui 321 contribuições mensais na DER de
2014;
c) E o tempo de serviço superior a 35 anos para aposentadoria
integral, onde se destaca que o segurado atingiu o tempo de
serviço total de 35 anos, 05 meses e 05 dias no requerimento
administrativo, conforme demonstra a somativa dos períodos
reconhecidos administrativamente e os períodos rurais em
destaque.

Em suma, em 12.11.2014, a parte autora possuía à carência


mínima de 180 meses exigida pelo art. 25, II, da Lei n.
8.213/91, e o tempo de serviço de mais de 35 anos, tendo
direito adquirido a aposentadoria integral nos termos da Lei n.
8.213/91.

III – FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO

A lei previdenciária exige, para comprovação da atividade rural, um


início de prova material, que, à míngua de outros elementos, pode
ser entendido como a presença de quaisquer dos documentos
relacionados no parágrafo único do art. 106 da Lei n. 8.213/91.

No tocante aos meios de prova da atividade rural a jurisprudência


admite:

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. TRABALHADOR


RURAL. REQUISITOS LEGAIS. COMPROVAÇÃO. SÚMULA N. 73 DESTA CORTE. INÍCIO
DE PROVA MATERIAL, COMPLEMENTADA POR PROVA TESTEMUNHAL. 1. É devido o
benefício de aposentadoria rural por idade, nos termos dos arts. 11, VII, 48, §1º e
142, da Lei n. 8.213/1991, independentemente do recolhimento de contribuições
quando comprovado o implemento da idade mínima (sessenta anos para o homem e
cinqüenta e cinco anos para a mulher) e o exercício de atividade rural por tempo
igual ao número de meses correspondentes à carência exigida, mediante início de
prova material complementada por prova testemunhal idônea. 2. Nos termos da
Súmula n. 73 desta Corte, “admite-se como início de prova material do efetivo
exercício de atividade rural, em regime de economia familiar, documentos de
terceiros, membros do grupo parental”. 3. Quando o segurado comprova
judicialmente o efetivo labor rural, na qualidade de segurado especial, e encontram-
se satisfeito os demais requisitos legais, tem ele direito à concessão do benefício de
aposentadoria por idade rural.
Assim, os documentos de todos integrantes do grupo familiar rural
são válidos para comprovação da atividade rural, ademais está a
redação da Súmula n. 73 do TRF 4ª Região: “Admite-se como início
de prova material documentos em nome de integrantes do grupo
envolvido no regime de economia familiar rural.”

IV – DA NECESSIDADE DE CARTA PRECATÓRIA

Considerando a elevada idade das testemunhas superior a 70 anos


conforme comprovantes anexos, a longa distância rodoviária superior
a 140 quilômetros entre a Localidade de Serra da Garganta,
município de S T/SC e o município de R S/SC, e também a
precariedade rodoviária do trajeto, sendo parte do trajeto sem
pavimentação asfáltica, com o objetivo de preservar a saúde das
testemunhas, necessárias a emissão de Carta Precatória à Comarca
Estadual de R C/SC, para realização do ato de coleta da prova
testemunhal.

V – DO PEDIDO
Ex positis, requerer:

a) A concessão dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA com isenção de


custas processual e honorária advocatícios, nos termos do art. 98
do CPC, conforme detalhado no item I “Da justiça gratuita”;

b) Nos termos do art. 319, VII, do CPC, a parte autora informa que,
não tem interesse na designação de audiência de conciliação ou
mediação; pelos seguintes motivos: a parte autora apresentaria
proposta em referida audiência para pagamento de 95% das
parcelas atrasadas e conseqüente implementação do benefício,
entretanto é conhecimento público que o INSS não vem realizando
acordos judiciais por questões técnicas, assim, a presente
audiência acabaria em prejudicar a segurada e o caráter
notoriamente alimentar da prestação;

c) A citação do réu, na pessoa de seu procurador, para querendo,


contestar o feito, sob pena de serem reputados como verdadeiros
os fatos aqui alegados nos termos do art. 344, do CPC;

d) Requer a produção das provas necessárias à comprovação do


direito da parte autora, em especial a prova testemunhal, adiante
arrolada para comprovação dos períodos rurais e ainda a prova
documental acostada em arquivos digitais anexos, e por fim, por
todos os meios de prova admitidos em direito, nos termos do arts.
319 VI, 355 E 369 do CPC;
e) Conforme detalhado no “item iv” da presente, requer-se a coleta
da prova testemunhal, se esta for necessária, mediante emissão
de Carta Precatória a Comarca da Justiça Estadual de R C/SC;
f) Após a produção das provas, seja julgada procedente e através de
sentença declarar a certeza da existência de relação jurídicas de
trabalho;

Períodos rurais: Em regime de economia familiar da parte autora


em relação aos períodos de labor rurícola entre 17.03.1970 a
28.09.1979, e consequentemente determinar a respectiva
averbação e reconhecimento do período rural no benefício
previdenciário objeto da lide;

g) Seja o INSS condenado a implantar o benefício pleiteado pela


parte autora, e pagar na integralidade as parcelas vencidas
referentes à aposentadoria por tempo de contribuição, desde a
data da implementação dos requisitos necessários, ou seja, desde
a DER-12.11.2014 (NB-42/001), ou alternativamente, em caso de
impossibilidade de concessão na DER de novembro de 2014, desde
a segunda DER de 18.07.2017 (NB – 42/002), em ambos os
pedidos, com a devida correção monetária, juros moratórios
mensais e honorários advocatícios de sucumbência em patamar de
10-20% nos termos do art. 85, §3º, I, da Lei n. 13.105/2015;
h) Não sendo possível a concessão da aposentadoria por tempo de
contribuição em data anterior a decisão administrativa de
18.07.2017, requer-se a reafirmação da DER para data de efetiva
concessão do benefício, ou seja, requer-se a concessão do
benefício desde a data de citação do INSS, com pagamento da
integralidade das parcelas vencidas e com a devida correção
monetária, juros moratórios mensais e honorários advocatícios de
sucumbência em patamar de 10-20% no termo do art. 85, §3º, I,
do CPC;
i) Por fim, não sendo possível a concessão do benefício que seja
condenada a Autarquia Federal – INSS a proceder à averbação dos
períodos rurais reconhecidos nestes autos judiciais.

VI – ROL DE TESTEMUNHAS – PERÍODOS RURAIS

1º) ESTANISLAU, brasileiro, casado, agricultor (vizinho – época


rural), portador do RG n. ___/CPF____, residente e domiciliado em
Serra da Garganta s/n. (pessoa conhecida na região), ___/__;

2º) LUDOVICO, brasileiro, casado, agricultor (vizinho – época rural),


portador do RG n. ___/CPF____, residente e domiciliado em Serra da
Garganta s/n. (pessoa conhecida na região), ___/__;

3º) PEDRO, brasileiro, casado, agricultor (vizinho – época rural),


portador do RG n. ___/CPF____, residente e domiciliado em Serra da
Garganta s/n. (pessoa conhecida na região), ___/__;

VII – DO VALOR DA CAUSA


Dá-se à causa o valor provisório de R$ 130.850,30 ( Cento e Trinta
mil oitocentos e cinqüenta reais e trinta centavos).

Pede Deferimento.

Cidade M, 04 de Fevereiro de 2022.

Advogado (A)

OAB, N

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