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DECLARATÓRIA – TEMPO DE SERVIÇO – RURÍCOLA – INSS - NOVO CPC

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ____________ DA COMARCA DE


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......................, brasileiro, casado, pintor, portador do CPF nº .............. E RG


nº ..............., CTPS nº .............., residente e domiciliado na Praça ......., nº ..., nesta cidade, por
seu advogado e bastante procurador, vem respeitosamente perante V. Exa. Propor AÇÃO
DECLARATÓRIA POR TEMPO DE SERVIÇO RURAL C/C PRECEITO
CONDENATÓRIO, contra o INSTITUTO
NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, representado pela Procuradoria Regional de ..............,
localizada na Avenida ........., nº ..., na cidade e comarca de ................ - ..., fundamentando seu
pedido no artigo 318 do NCPC e artigo 19 do mesmo dispositivo legal, pelos motivos
seguintes:
1. O Requerente nasceu e cresceu na zona rural, filho e neto de trabalhadores rurais,
passou toda sua infância em contato direto com a lida na lavoura. Começou a trabalhar no
Sítio .................., neste município, inscrito no INCRA sob nº ................., de propriedade do
Sr. ......................... . Desde pequeno acostumou-se a ajudar os pais e os irmãos nas pequenas
atividades rurais, tais como trato dos porcos e galinhas, aparte de bezerros, etc., sempre com
o objetivo de ajudar no trabalho e sustento da numerosa família. Conforme o tempo passava,
ele e os irmãos iam assumindo responsabilidades maiores, como ir para a roça, no cultivo da
lavoura do café e laranja, onde passavam a laborar por todo o dia. Ali faziam todo tipo de
serviço, desde a carpa, adubação, colheita, abano, ensaque, transporte, etc. Além da lavoura
do café e laranja, havia também na propriedade da família, entre outras, plantação de milho,
arroz, mandioca, além de gado, criação de porcos e galinhas.
2. O Requerente trabalhou em mencionada atividade, mediante remuneração, de
segunda a sábado, e nunca gozou férias, no período de 01 de junho de 1958 a 17 de julho de
1968, ou seja, esteve na lida rurícola por 10 (dez) anos, 01(um) mês e 15 (quinze) dias.
3. Não tinha registro em CTPS, posto que naquela época a fiscalização era ineficaz e
não se exigia o registro em Carteira de Trabalho, e, consequentemente, a obrigação do
Empregador ficava diminuída, principalmente quando se tratava de pai, como empregador ou
meeiro.
4. A atividade de trabalhador rural vem demonstrada pelo Título Eleitoral e Certificado
de Reservista do Requerente, Declaração da Prefeitura Municipal de ................ - ...,
Declaração de Exercício de Atividade Rural, expedida pelo SINDICATO DOS
TRABALHADORES RURAIS DE ................... - ..., Declaração do Proprietário Rural,
CCIR dos anos .........................., documentos ora anexados, onde ficou constando o exercício
de RURÍCOLA, que, segundo o saber do Mestre AURÉLIO BUARQUE DE HOLLANDA
FERREIRA, no Dicionário de Língua Portuguesa, é “Relativo ao trabalhador do campo ou à
vida agrícola; campestre; próprio do campo; campesino, camponês, rústico, roceiro, colono,
sitiante, agricultor, agregado, lavrador”.
5. Referindo-se a trabalhador rural (lavrador), diz Celso Ribeiro Bastos, ao comentar o
artigo 7º, “caput”, da CF, que:
Este não vinha Anunciado na Constituição anterior, como benefício necessário das Garantias
Constitucionais na matéria.
É uma novidade, pois, do atual texto constitucional, ter equiparado o Trabalhador Urbano ao
Rural.

6. Considere-se, ainda, que a legislação vigente define empregado rural (lavrador) como
a pessoa física que presta serviços de natureza rural a empregador, mediante remuneração de
qualquer espécie.
7. Finalmente, estabelece o artigo 201, § 9º, da CF, redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, que:
Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na
administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos
regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios
estabelecidos em lei.

8. O Requerente tentou via administrativa a contagem do mencionado período,


entretanto não obteve êxito, conforme pode ser verificado junto à Previdência Social estatal,
do Resumo de Documentos para Cálculo de Tempo de Serviço, expedido pelo INSS em
21.05.1999, NB: 123.456.789-0, DIB: 19.12.2003.
9. Inegável, portanto, o direito da Requerente de ver contado o tempo em que laborou na
atividade rural, ou seja, de 01 de junho de 1958 a 17 de julho de 1968, valendo-se da
legislação citada e utilizando-se deste procedimento para demonstrar que exerceu referida
atividade de forma remunerada, sem que o Empregador tivesse recolhido a contribuição
devida à Previdência Social, no período não abrangido pelo Registro Profissional, sendo-lhe
absolutamente de atividade prevista na legislação.
10. O Requerente, conforme provas documentais, portanto, faz jus ao pedido pleiteado,
ou seja, possui farta documentação que expressa a profissão de RURÍCOLA, bem como as
provas testemunhais, em conformidade com a legislação em vigor, e que de acordo com os
nossos Tribunais são pacíficos ao assunto em tela, onde são válidos os depoimentos
testemunhais prestados quanto ao período de atividade rural exercida pelo postulante, desde
que corroborados com início razoável de prova material, constando expressamente a
profissão de rurícola do autor, início de prova documental para fim de reconhecimento e
averbação de tempo de serviço, ainda que esta somente comprove tal exercício durante uma
fração do tempo exigido em lei, valendo-se de prova material indireta do tempo de serviço
rural, os documentos em nome de seu pai, uma vez que o período postulado corresponde à
menoridade do demandante, na qual se pode inferir que o trabalho era exercido em condições
de mútua dependência e colaboração.
DIANTE DO EXPOSTO, após satisfeito o pedido, vem requerer a citação do Réu,
através de seu Procurador-Regional, no mesmo endereço declinado no preâmbulo da inicial,
via CARTA PRECATÓRIA, para responder aos termos da presente Ação, no prazo legal, e as
advertências legais, sob pena de revelia, e que V. Exa. Se digne julgar procedente a presente
ação, para o fim de DECLARAR que o Autor efetivamente trabalhou como RURÍCOLA, no
período indicado, a final condenando o Réu na averbação do período requerido pelo
Requerente, para efeitos de Concessão da Aposentadoria por Tempo de Contribuição Integral,
retroagindo os efeitos à época da Concessão da Aposentadoria Proporcional que lhe foi
deferida, vez que, apesar de requerida, o INSS deixou de reconhecer administrativamente
seus direitos.
Requer, ainda, a V. Exa. Conceder, de plano, os benefícios da ISENÇÃO DE CUSTAS,
nos termos do que dispõe a legislação vigente.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, sem
exceção, juntada de documentos, oitiva das testemunhas, cujo rol segue anexo, que deverão
ser intimadas na forma da Lei, para comparecimento no momento oportuno.
Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ .......... (.........................).

Nestes termos,

Pede deferimento.

[Local] [data]

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[Nome Advogado] - [OAB] [UF].

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