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Excelentíssimo Juízo da Vara Cível da Comarca de XXX-XXXXX,

Juversino xxxxx-xxxx, casado, portador do CPF/MF XXX-XXX-XXX, residente e domiciliado na


rua XXXXX, Bairro XXXXX, em Pimenta Bueno-RO, venho, por meio do meu advogado Lucas
Filisbino de Morais Teixeira, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o número xxxxxx,
e com escritório situado na rua XXXX-XXX, número XXXX-XXX, Bairro XXX-XXX, em Cacoal-RO,
apresentar respeitosamente a esta nobre autoridade a seguinte petição:

AÇÃO DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA RURAL POR IDADE

A presente ação é proposta em face do INSS - Instituto Nacional do Seguro Social, pessoa
jurídica de direito público, com sede administrativa na rua XXXXXX, CEP XXXX,
fundamentando-se nos seguintes fatos e fundamentos jurídicos:

I - Do Pedido de Assistência Judiciária Gratuita

O requerente, sob as penas da lei, afirma, neste ato e com base na declaração de
hipossuficiência em anexo, que não tem condições financeiras para arcar com as despesas
processuais sem prejuízo do próprio sustento e de sua família. Diante disso, requer a concessão
dos benefícios da assistência judiciária gratuita, prevista no artigo 5º, inciso LXXIV da
CRFB/1988.

II - DOS FATOS

O autor pleiteou administrativamente a concessão do benefício previdenciário de


aposentadoria por idade rural em XXXXX de XXXXX de 2022, mas teve seu pedido negado na
primeira instância administrativa. Portanto, é evidente o interesse de agir do autor em propor
a presente ação perante o Poder Judiciário.
A requerida não apresentou especificamente o motivo e a base legal que justificou a negativa
do benefício, conforme consta da cópia do processo administrativo do INSS anexado à
presente petição inicial.Em resposta ao pedido de aposentadoria, a requerida negou o
benefício sem justificativa legal e clara, desconsiderando os documentos apresentados pelo
autor, inclusive aqueles assinados e com firma reconhecida pelo requerente e seus ex-
parceiros agrícolas, que comprovam o exercício de atividade rural do autor de XXXX de XXXX a
XXX XXXXX. Portanto, é manifesta a existência de interesse de agir do autor em propor a
presente ação visando à concessão do benefício previdenciário correspondente.

III - II - DA PROVA MATERIAL INICIAL APLICÁVEL

Cumpre salientar que, conforme enunciado nº 14 da Turma Nacional de Uniformização da


Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais, não se exige a correspondência integral da
prova material com todo o período de carência para a concessão de aposentadoria rural. Em
outras palavras, a existência de início de prova material pode ser complementada por outros
meios de prova, inclusive a testemunhal.

Ademais, tal entendimento é ratificado pela TNU, uma vez que a prova testemunhal pode
suprir eventuais lacunas da prova material, como se depreende das seguintes decisões:
"Esta Turma já pacificou o entendimento de que para a concessão de aposentadoria rural por
idade não se exige que o início de prova material corresponda a todo o período equivalente à
carência do benefício." [...]

"Tendo já sido produzida e valorada a prova testemunhal, é imperioso o restabelecimento da


sentença de primeiro grau que reconheceu a inequívoca prova testemunhal, a atestar que o
autor viveu por quase toda a sua vida na Comunidade Rural São Rafael, na companhia de seu
marido, da agricultura de subsistência."
Turma Nacional de Uniformização da Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais (TNU) -
Relatora: Juíza Federal Simone dos Santos Lemos Fernandes, em 29/02/2013. Processo
originário nº XXXXX-83.2010.4.01.3200, Comarca de Atalaia do Norte, Amazonas.
Por conseguinte, comprovada a condição de trabalhador rural e o tempo de atividade rural
através das declarações anexas ao procedimento, estão preenchidos os requisitos legais para a
concessão da aposentadoria por idade.

O requerente, por sua vez, já alcançou a idade mínima exigida pela lei previdenciária e possui
mais de XXXXXX contribuições comprovadas de atividade rural na data do preenchimento do
requerimento administrativo.
Desse modo, ante as injustiças e ilegalidades perpetradas, é necessária a intervenção do Poder
Judiciário para a regularização da situação.

O Requerente, devidamente qualificado nos autos, pleiteia o reconhecimento do seu direito à


concessão de aposentadoria rural por idade, tendo em vista que preenche todos os requisitos
legais, tanto em relação à idade quanto ao tempo de contribuição na atividade rural.

Nos termos do enunciado 14 da Turma Nacional de Uniformização da Jurisprudência dos


Juizados Especiais Federais, para a concessão da aposentadoria rural, não é necessário que a
prova material corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício. É suficiente
que haja início de prova material, que poderá ser complementada por outros meios de prova,
inclusive testemunhal.

Nesse sentido, o Requerente apresenta documentos que comprovam o exercício de atividade


rural durante o período mínimo exigido pela legislação, conforme instruções contidas no
requerimento administrativo anexo.

Assim, diante das provas apresentadas, resta evidente a procedência do pedido formulado pelo
Requerente, razão pela qual se espera que a Justiça reconheça o seu direito à aposentadoria
rural por idade.

III-III – DA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO

Para a concessão da aposentadoria rural por idade, é necessário o cumprimento dos requisitos
previstos no art. 48, § 1º, da Lei nº 8.213/91, quais sejam: idade mínima de 60 anos para
homens e 55 anos para mulheres, além de comprovação do exercício de atividade rural
durante o período de carência exigido pelo referido dispositivo legal.

A carência, por sua vez, é cumprida mediante a comprovação de pelo menos 180 meses de
atividade rural, conforme previsto no art. 143 da referida lei.
No caso em tela, o Requerente comprovou a idade mínima exigida por lei, bem como a
carência necessária através dos documentos juntados aos autos, conforme já mencionado
anteriormente.

No que se refere à comprovação do exercício de atividade rural, é importante destacar que a


prova material é essencial, nos termos do art. 55, § 3º, da Lei nº 8.213/91. No entanto, como já
mencionado, não é necessário que a prova material corresponda a todo o período de carência
exigido, conforme pacificado pelo enunciado 14 da Turma Nacional de Uniformização da
Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais.

Assim, no caso em tela, restou devidamente comprovado o exercício de atividade rural pelo
Requerente, não havendo qualquer motivo para a negativa do benefício.

Ademais, cumpre ressaltar que a jurisprudência é pacífica no sentido de que a concessão da


aposentadoria rural por idade deve ser assegurada em virtude da natureza alimentar do
benefício, independentemente do cumprimento estrito de todos os requisitos formais, desde
que comprovada a atividade rural, nos termos do art. 48, § 3º, da Lei nº 8.213/91.

Nesse sentido, destaca-se o seguinte precedente do Superior Tribunal de Justiça:

"PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL. IDADE.


TRABALHADOR RURAL. PROVA. ATIVIDADE RURAL. BOIA-FRIA. REGISTROS NÃO
ESSÊNCIAIS. DOCUMENTO IDÔNEO. FARTA PROVA TESTEMUNHAL. INÍCIO
RAZOÁVEL DE PROVA MATERIAL. ART. 55, § 3º, DA LEI 8.213/1991. SÚMULA 149/STJ.
(...) 2. Para fins de concessão de aposentadoria rural por idade, não é necessária a
comprovação documental de todo o período correspondente à carência. Admite-se a
utilização de prova testemunhal e/ou de início razoável de prova material, conforme o
caso. (...) 4. O art. 48, § 3º, da Lei 8.213/1991 prescreve que "serão considerados ainda
como períodos de carência os lapsos de tempo (...) durante os quais o segurado esteve
recebendo auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez decorrentes de acidente do
trabalho". Assim, ainda que a aposentadoria por invalidez seja Dessa forma,
considerando que o Requerente preenche todos os requisitos legais para a concessão
da aposentadoria rural por idade, é cabível o deferimento do benefício previdenciário
pleiteado. Além disso, a jurisprudência tem se posicionado favoravelmente à concessão
do benefício mesmo quando a prova material inicial não cobre todo o período de
carência exigido, conforme destacado nos precedentes citados.

Dessa forma, a comprovação da atividade rural por meio de prova material inicial, mesmo que
não abranja todo o período equivalente à carência exigida, aliada a prova testemunhal, é
suficiente para a concessão da aposentadoria rural por idade.

Além disso, a jurisprudência tem se posicionado de forma favorável aos trabalhadores rurais
que comprovam o exercício da atividade rural, mesmo que de forma descontínua, como é o
caso do requerente.

Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já decidiu que "a condição de trabalhador
rural pode ser demonstrada por meio de prova testemunhal e documental, ainda que de forma
descontínua, exceto se a atividade rural se mostrar ínfima ou episódica" (STJ, AgRg no REsp
1.568.474/SP).

Diante do exposto, fica evidente que o requerente cumpre todos os requisitos legais para a
concessão da aposentadoria rural por idade, e não há razão para a negativa do benefício por
parte do INSS. Assim, requer-se que seja concedida a aposentadoria rural por idade ao
requerente, com o pagamento das parcelas retroativas devidas, desde a data do requerimento
administrativo.

Da Aposentadoria por Idade Rural

Conforme preceituado no art. 48, §1º da Lei 8.213/91, a aposentadoria por idade rural será
devida ao segurado que completar 60 anos de idade, se homem, e 55 anos, se mulher, desde
que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período
imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses
de contribuição correspondentes à carência do benefício.

O requisito da carência, por sua vez, é de 180 contribuições mensais (art. 143, inciso II, do
Decreto 3.048/99).

No caso em tela, o Requerente preencheu todos os requisitos para a concessão da


aposentadoria por idade rural, tendo em vista que comprovou o exercício de atividade rural
por mais de 180 meses e a sua atual idade de 60 anos.

Importante destacar que a prova material, embora necessária, não precisa abranger todo o
período de carência. Conforme Enunciado nº 14 da Turma Nacional de Uniformização da
Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais (TNU), "para a concessão de aposentadoria
rural, não exige que o início de prova material corresponda todo o período equivalente à
carência do benefício".

Nesse sentido, a jurisprudência tem entendido que outras provas, como a testemunhal, podem
complementar a prova material. Segue julgado ilustrativo:

"PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. ATIVIDADE RURAL COMPROVADA


POR INÍCIO DE PROVA MATERIAL CORROBORADA POR PROVA TESTEMUNHAL. REQUISITOS
LEGAIS PREENCHIDOS. SENTENÇA MANTIDA.

1. Comprovada a atividade rural do requerente por meio de início de prova material,


consistente em notas fiscais de produtor rural e contrato de arrendamento rural,
corroborada pela prova testemunhal, nos termos do artigo 55, § 3º, da Lei nº
8.213/91, c/c o Enunciado nº 14 da TNU.

2. O requerente preencheu os requisitos necessários para a concessão do benefício de


aposentadoria por idade rural, quais sejam, 60 anos de idade e comprovação de 180
contribuições.

3. Sentença mantida. Recurso improvido." (TRF4, AC 5010293-92.2017.4.04.9999,


TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DO PR, Relator JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA,
juntado aos autos em 03/04/2019)
Dessa forma, resta demonstrado que o Requerente possui todos os requisitos necessários para
a concessão da aposentadoria por idade rural, devendo ser deferido o pedido, com o
consequente pagamento das parcelas vencidas e vincendas.

Assim, considerando que o requerente preenche todos os requisitos legais para a concessã o
do benefício de aposentadoria rural por idade, nos termos do artigo 143 da Lei 8.213/91 e
do artigo 48, §3º, da mesma lei, requer-se a concessã o do benefício, com a fixaçã o do termo
inicial na data do requerimento administrativo (DD/MM/AAAA), a inclusã o do benefício em
folha, bem como o pagamento das parcelas vencidas e vincendas, corrigidas
monetariamente desde as respectivas datas de vencimento e acrescidas de juros
morató rios.

Pelo exposto, espera-se que o Poder Judiciá rio, apó s o regular processamento do presente
feito, julgue procedente o pedido, concedendo a aposentadoria rural por idade ao
requerente.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se:

1. A concessão do benefício de aposentadoria rural por idade em favor do requerente,


com a inclusão do benefício em folha de pagamento;

2. A condenação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ao pagamento das


parcelas vencidas e vincendas, desde a data do requerimento administrativo até a
efetiva implementação do benefício, devidamente corrigidas e acrescidas de juros
moratórios;

3. A condenação do INSS ao pagamento das custas processuais e dos honorários


advocatícios, estes fixados em 20% sobre o valor das parcelas vencidas até a presente
data;

4. A condenação do INSS ao pagamento da diferença de valores das prestações


decorrente da aplicação do reajuste anual do benefício;

5. A condenação do INSS ao pagamento do valor da causa, estimado em R$XXXXXXXX.


Termos em que,

Pede deferimento.

[Pimenta Bueno], [XXXXX-XXXX-XXXX]

[Lucas de morais Filisbino Teixeira], OAB/XX [número da OAB]

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