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AO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL CÍVEL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SALVADOR – BAHIA

Kit com mais de 120 modelos de petições previdenciárias.Adquira:


https://bit.ly/3PCyuHh
XXXXXXXXXX, nacionalidade, estado civil, profissã o, portador da cédula de identidade RG
nº xxxxxxxxxxx– SSP/UF, inscrito no cadastro nacional de pessoas físicas CPF sob o nº
xxxxxxxxxxx, residente e domiciliado na Rua xxxxxxxx, nú mero xxx, Bairro xxxxxx, CEP
xxxxx-xxx, Cidade–UF, por seu Advogado, devidamente constituído, conforme procuraçã o
em anexo, Inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil sob o nº OAB/UF sob o nº xxxxxxx,
com endereço profissional na Rua xxxxxxxxx, nú mero XXXX, CEP: XXXXX-XXXX, Cidade - UF,
onde recebe as devidas intimaçõ es, e indica como correio eletrô nico o endereço de e-
mail:XXXXXXXXXXXXXXXXX, vem, respeitosamente a este juízo, propor:
AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA POR IDADE HÍBRIDA
Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, inscrita no CNPJ sob o nº
xxxxxxxx, com Sede na Capital Federal, endereço na St Saus Quadra xx, Bloco O, Nú mero xx,
Andar, Asa Sul, Brasília – DF, CEP: xxxxxxx-xxxx, endereço eletrô nicoxxxxxxxcxxxxx, pelas
razõ es fá ticas e jurídicas que passa a expor:
1 – DOS FATOS
O Autor, nascido em xx/xxxx/xxxxxx, contando atualmente com xx anos (xxxxxxxxxx
anos) de idade, desempenhou atividade rural em regime de economia familiar, nos
períodos de xxxx a xxxx, em mú tua e reciproca colaboraçã o com os seus pais e irmã os.
Em vista disso, o Autor no dia 03 de fevereiro de 2022, pleiteou junto à Autarquia o
benefício de aposentadoria por idade híbrida, que tramitou sob o nú mero de benefício NB
nº xxxxxxxxxxxx, tendo em vista as atividades rurais exercidas, bem como as urbanas na
modalidade de contribuinte individual.
Em 18 de abril de 2022, o INSS abriu exigência requerendo a juntada ao processo
administrativo, de certidã o de inteiro teor extraída do Cartó rio onde era registrada a terra
do pai do Requerente (XXXXXXXXXXX), a exigência foi cumprida. (Certidões fls. 210 a
212 ). Na mesma oportunidade, o Autor juntou có pia do contrato de
XXXXXXXXXXXXXXXXXXX (fls. 214 a 223), uma vez que, a terra foi vendida antes do seu
pai falecer (cer. Ó bito anexa).
Nã o obstante, ainda no cumprimento da exigência, o Autor também fez o seguinte pedido: o
de processamento de justificaçã o administrativa (fls. 209 e 225), O pedido nã o foi
atendido .
Em que pese as documentaçõ es apresentadas, os pedidos realizados, bem como a juntada.
comprovando o labor nas dependências rurais e urbanas, o pedido foi indeferido sob os
seguintes argumentos:
1. TRANSCREVER
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXX
Contudo, percebe-se a malograda tentativa da Autarquia para tentar se desincumbir de sua
responsabilidade.
Muito embora nã o mais exista cadastro na base governamental do Sr.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, CPF nº xxxxxxxxxxxxx, cabe ressaltar que, o progenitor do
Autor já faleceu (Óbito em 16/08/2011). É obvio que toda e qualquer informaçã o
referente a ele, já foram apagadas da base de dados governamentais, inclusive da receita
federal.
Embora o nome do pai do Autor seja simples, houve a juntada da có pia de um contrato de
Cessã o de Herança/compra e venda do imó vel rural, (xxx a xxxxxx), o que faz prova de que
era ele o proprietá rio do imó vel situado na zona rural, Município de xxxxx, FAZENDA
SETE VOLTAS. Excelência, a terra foi vendida pelo pai do Autor antes mesmo de ele vier a
ó bito.
Ressalta-se ainda que, à Autarquia dispensou o pedido de justificaçã o administrativa, sem
sequer justificar detalhadamente o motivo, caracterizando assim, flagrante cerceamento de
defesa, por violaçã o aos princípios do contraditó rio e da ampla defesa.
No que tange as certidõ es de INTEIRO TEOR, elas saíram com efeito negativo porque a
propriedade foi vendida pelo pró prio (fls. 214 a 223) xxxxxxxxxxxx, antes do seu
falecimento. As provas rurais apresentadas, sã o aptas para o reconhecimento do direito,
sã o contemporâ neas, razã o pela qual, devem caírem por terra todos os argumentos
apresentados pela parte requerida.
Neste sentido, Excelência, diante da negativa da Autarquia, para conceder o benefício de
aposentadoria por idade híbrida, realizar a justificaçã o administrativa, juntar a có pia do
processo administrativo de aposentadoria do pai do Autor, bem como de nã o considerar
todas as provas constantes no processo administrativo, a parte autora ingressa com a
presente açã o previdenciá ria, consoante demonstram as razõ es jurídicas que abaixo passa
a colacionar.
2 - DAS PRELIMINARES
Antes da aná lise material desta açã o, seguem abaixo as preliminares a que faz jus nesta
exordial.
2.1 - DA JUSTIÇA GRATUITA
Inicialmente, requer o Autor que todas as intimaçõ es e comunicaçõ es de estilo do presente
processo dirigidas a si sejam realizadas em nome do seu procurador legal XXXXXXXXXXX,
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, sob nº OAB/UF nº XXXXXX, e indica como
correio eletrô nico o endereço de e-mail: XXXXXXXXXX para recebimento das intimaçõ es
comunicaçõ es de estilo por meio digital.
Ultrapassada tal questã o, requer o Autor a concessã o dos benefícios da Justiça Gratuita
assegurado pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e artigos 98 e 99 do CPC, tendo
em vista que momentaneamente, nã o pode arcar com as despesas processuais, sem
prejuízo de seu sustento pró prio e de sua família.
Afinal, à parte autora declarou sua miserabilidade jurídica, sendo hipossuficiente, estando
na condiçã o de desempregado no momento como se percebe, o Autor faz jus a Gratuidade
de Justiça, nã o podendo, data vênia, ser afastado o seu direito à prestaçã o jurisdicional.
2.2 - DA PRIORIDADE PROCESSUAL
O Autor é idoso, contando atualmente com XX (xxxxxxxxxxxx), anos de idade, conforme
documento de identificaçã o anexo, motivo pelo qual faz jus a tramitaçã o preferencial do
processo, nos termos dos artigos 1.048, I, do Código de Processo Civil e artigo 71, caput,
da Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso).
2.3 - DO CERCEAMENTO DE DEFESA – VIOLAÇÃO AO CONTRADITÓRIO E A AMPLA
DEFESA
Preliminarmente, requer seja anulada a decisã o administrativa que indeferiu o pedido de
produçã o de prova testemunhal, tendo em vista o flagrante cerceamento de defesa,
violaçã o aos princípios do contraditó rio e da ampla defesa, art. 5º, inciso LV, da
Constituição Federal de 1988.
Verifica-se nos autos administrativos houve o indeferimento/dispensa pelo servidor da
produçã o de prova testemunhal para averiguar a real situaçã o fá tica do processo
administrativo.
Ora, a nã o realizaçã o de prova testemunhal no curso da instruçã o processual no â mbito
administrativo ou judicial, acarreta cerceamento de defesa, eis que inviabilizou a plena
comprovaçã o do quanto alegado na inicial, já que houve indeferimento expresso, conforme
despacho de fls. 236 item 7 do processo administrativo.
A Autarquia nã o deu oportunidade ao Requerente em comprovar a caracterizaçã o de
atividade rural/especial nos interstícios relacionados na exordial e, assim, permitir a
aferiçã o dos requisitos legais necessá rios a concessã o do benefício almejado.
A Constituiçã o Federal da Repú blica Federativa do Brasil, em seu artigo 5º, inciso LV,
dispõ e que:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Comunga-se com o entendimento de que o indeferimento da produçã o de prova nã o pode
obstar à parte a comprovaçã o do direito alegado, sob pena de acarretar cerceamento de
defesa.
Assim sendo, é de se caracterizar a anulaçã o da decisã o administrativa ante o latente
cerceamento de defesa pelo indeferimento da produçã o de prova testemunhal requerida.
Subsidiariamente, requer seja provisoriamente concedido o benefício de aposentadoria por
idade híbrida, em sede de Tutela Antecipada de Urgência.
2.4 - DA TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA
Consoante o art. 300 do Código de Processo Civil, será concedida a tutela de urgência
quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou
o risco ao resultado ú til do processo:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Destarte, os requisitos para concessã o de tutela provisó ria satisfativa de urgência previstos
no artigo citado alhures estã o devidamente preenchidos, a saber:
1) A existência de elementos que evidenciem a probabilidade do direito.
2) O perigo ou dano ao resultado ú til do processo.
O primeiro requisito será preenchido com base em cogniçã o exauriente e nas diversas
provas apresentadas no processo, as quais demonstram de forma inequívoca o direito do
Autor à concessã o do benefício.
No que concerne ao perigo ou dano ao resultado ú til do processo, há que se atentar que o
cará ter alimentar do benefício e a idade avançada do Requerente, que traduzem um quadro
de urgência que exige pronta resposta do Judiciá rio, tendo em vista que nos benefícios
previdenciá rios resta intuitivo o risco de ineficá cia do provimento jurisdicional final.
Deste modo, pelos fatos e fundamentos apresentados nesta exordial, que levam a
incontrovérsia do fato constitutivo da presente lide, demonstrada está a aplicabilidade do
dispositivo contido no artigo 300, do Código de Processo Civil.
Assim, pretende o Autor a concessã o da tutela de forma liminar, para compelir o INSS a
implantar o pagamento da aposentadoria por idade híbrida.
3 - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
3.1 - DO PERÍODO RURAL – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR
O Autor desde os seus 9 (nove) anos de idade, ou seja, ano de xxxxx até xxxx, exerceu
atividade de RURÍCOLA em regime de economia familiar nas propriedades rurais de seus
genitores, no lugar FAZENDA XXXXXX, na Zona Rural, do Município de XXXX, região de
Amargosa/UF.
O período exercido em atividade rural, sem sombra de dú vida deve ser computado como
tempo de serviço rural e averbado junto ao INSS para efeito de carência, para fins de
concessã o de aposentadoria por idade hibrida, independentemente de contribuiçã o, vez
que foi laborado em regime de economia familiar na propriedade rural de seus genitores,
nã o devendo ser confundido com o trabalhador rural declinado no inciso I do artigo 11,
da Lei nº 8.213/91, pois o trabalhador rural declinado no preceito legal é segurado
obrigató rio da Previdência Social, o que nã o é o caso do Autor, que trabalhava em regime
de economia familiar em propriedade rural junto com seus familiares.
Nesse sentido já se manifestaram inú meros julgados, vejamos:
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE HÍBRIDA. TEMPO RURAL E URBANO.
ART. 48, § 3º, LEI 8.213/91. ATIVIDADE RURAL ANTERIOR À LEI 8.213/91.
RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES. DESNECESSIDADE. CÔMPUTO DE CARÊNCIA.
TEMA 1007 DO STJ. ATIVIDADE URBANA. CNIS. CONCESSÃO DEVIDA. CORREÇÃO
MONETÁRIA AJUSTADA DE OFÍCIO. 1. Apelação interposta pelo INSS, em face de sentença
que, julgou procedente para reconhecer o labor rural exercido pela autora e condenar a
autarquia a instituir o benefício de aposentadoria por idade híbrida, a partir do
requerimento administrativo, corrigindo as parcelas atrasadas monetariamente pelo IPCA-E.
2. A aposentadoria por idade híbrida ou mista é devida ao segurado que completar 65 anos
de idade, se homem, ou 60 anos de idade, se mulher, nos termos do art. 48, § 3º, da Lei
8.213/1991, onde o ordenamento jurídico passou a admitir expressamente a soma do tempo
de exercício de labor rural ao período de trabalho urbano, para fins de carência legalmente
exigida, nos termos do art. 142, da mesma Lei de Benefícios. 3. O Superior Tribunal de Justiça
(STJ) em julgamento sob o rito dos recursos repetitivos (Tema 1007) fixou a seguinte tese: "O
tempo de serviço rural, ainda que remoto e descontínuo anterior ao advento da Lei
8.213/1991 pode ser computado para fins da carência necessária à obtenção da
aposentadoria híbrida por idade, ainda que não tenha sido efetivado o recolhimento das
contribuições, nos termos do art. 48, § 3º, da Lei 8.213/1991, seja qual for a predominância
do labor misto exercido no período de carência ou o tipo de trabalho exercido no momento do
implemento do requisito etário ou do requerimento administrativo" (REsp XXXXX/SP, Rel.
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Seção, julgado em 14/08/2019, DJe
04/09/2019). 4. Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, são aceitos, como início de
prova material, os documentos em nome dos pais da parte autora, que os qualificam como
lavradores, desde que acrescido por prova testemunhal convincente. (AgRg no AREsp
XXXXX/RS, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado em 17/12/2013, DJe
4/2/2014). No mesmo sentido: AgRg no REsp XXXXX/SC, Rel. Ministro Moura Ribeiro, Quinta
Turma, julgado em 19/9/2013, DJe 25/9/2013 e AgInt no AREsp XXXXX/SP, Rel. Ministro
Francisco Falcão, Segunda Turma, julgado em 13/08/2019, DJe 19/08/2019. 5. No presente
caso, verifica-se que a autora completou 60 anos em 05/04/2016. Para comprovar o trabalho
rural, como início de prova material, trouxe aos autos certidão de casamento de seus pais na
qual consta a profissão do como sendo lavrador, sua própria certidão de nascimento
indicando como local do nascimento o endereço rural onde moravam; sua certidão de
casamento (1976); CTPS com registros de vínculos urbanos de 1993 a 2016. Os depoimentos
colhidos no Juízo de origem corroboram as condições fáticas, no sentido que a autora
trabalhava desde os 12 anos com seus pais até casar-se. Dessa forma, deve ser reconhecido
que a autora exerceu a atividade rural, no período de 1968 a 1976. 6. Considerando que a
autora atendeu ao requisito etário exigido para a aposentadoria por idade urbana, e a
soma do período rural e urbano ultrapassa 15 anos ou 180 contribuições, faz jus à
aposentadoria híbrida, desde a data do requerimento administrativo. 7. Os juros
moratórios e a correção monetária incidentes sobre as parcelas vencidas devem observar as
orientações do Manual de Cálculos da Justiça Federal, cujos parâmetros harmonizam-se com
a orientação que se extrai do julgamento do RE XXXXX/SE (Tema XXXXX/STF) e do REsp.
1.495.146-MG (Tema XXXXX/STJ). Critério de atualização ajustado de ofício. 8. Honorários
advocatícios recursais arbitrados no montante de 1% sobre o valor da causa ou da
condenação, conforme a base de cálculo adotada na sentença (§ 11 do art. 85 do CPC/2015).
9. Apelação do INSS a que se nega provimento.
Na época em que o Autor laborou exercendo atividade de RURÍCOLA em regime de
economia familiar, na propriedade rural de seus genitores, era ele excluído do Regime
Geral de Previdência Social, bastando apenas comprovar o efetivo tempo de serviço.
Para comprovar o exercício da atividade rurícola no período de xxxx a xxxx, o Autor junta
aos autos início de prova material, qual seja:
1–
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxx
Assim é de rigor o reconhecimento e averbaçã o do tempo de serviço rural, laborado na
propriedade rural de seus genitores, no lugar FAZENDA xxxxxxxx, na Zona Rural, do
Município de XXXX, região de Amargosa/BA, em regime de economia familiar, nos
períodos de xxxx até xxxx, junto ao INSS, para efeitos de carência para a concessã o de
aposentadoria por idade híbrida, uma vez que existe início de prova material
contemporâ nea para o reconhecimento e averbaçã o de todo o período rural.
3.2 - DOS DOCUMENTOS RURAIS APRESENTADOS EM NOME DE TERCEIROS (PAI DO
AUTOR)
O tempo de serviço rural pode ser comprovado mediante a produçã o de prova material
suficiente, ainda que inicial, complementada por prova testemunhal idô nea quando
necessá ria ao preenchimento de eventuais lacunas nã o sendo esta admitida
exclusivamente, a teor do artigo 55, parágrafo 3º, da Lei nº 8.213/91, e Súmula 149 do
STJ.
Embora o artigo 106 da Lei de Benefícios relacione os documentos aptos a essa
comprovaçã o, tal rol nã o é exaustivo, sendo certa a possibilidade de alternâ ncia das provas
ali referidas.
Nã o se exige prova plena da atividade rural de todo o período correspondente a carência,
de forma a inviabilizar a pretensã o, mas um início de documentaçã o que, juntamente com a
prova oral, possibilite um juízo de valor seguro acerca dos fatos que se pretende
comprovar.
Os documentos apresentados em nome de terceiros, em nome do Genitor do Autor,
consubstanciam início de prova material do labor rural. Nesse sentido:
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE HÍBRIDA. PERÍODO RURAL. REGIME DE
ECONOMIA FAMILIAR. DOCUMENTOS EM NOME DE TERCEIROS. POSSIBILIDADE.
CÔMPUTO DE TEMPO RURAL ANTERIOR À LEI 8.213/91 PARA FINS DE CARÊNCIA (TEMA
1007, DO STJ). CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. TUTELA ESPECÍFICA. 1. Comprovado o labor
rural em regime de economia familiar, com a produção de início de prova material,
corroborada por prova testemunhal idônea, o segurado faz jus ao cômputo do respectivo
tempo de serviço. 2. Admite-se como início de prova material do efetivo exercício de atividade
rural, em regime de economia familiar, documentos de terceiros, membros do grupo parental
(Súmula n.º 73, deste Tribunal) 3. É devida a aposentadoria por idade mediante conjugação
de tempo rural e urbano durante o período aquisitivo do direito, a teor do disposto na Lei n.
11.718/08, que acrescentou § 3.º ao art. 48 da Lei n. 8.213/91, contanto que cumprido o
requisito etário de 60 (sessenta) anos para mulher e de 65 (sessenta e cinco) anos para
homem e a carência mínima exigida. Preenchimento não simultâneo dos requisitos etário e da
carência. 4. O direito à aplicação da regra do artigo 48, § 3.º, da Lei 8.213/91 abrange todos
os trabalhadores que tenham desempenhado de forma intercalada atividades urbanas e
rurais. O fato de não estar desempenhando atividade rural por ocasião do requerimento
administrativo não pode servir de obstáculo à concessão do benefício. 5. O Superior Tribunal
de Justiça, admitiu a contagem do tempo rural remoto fixando a seguinte tese (Tema 1007):
"o tempo de serviço rural, ainda que remoto e descontínuo, anterior ao advento da Lei
8.213/1991, pode ser computado para fins da carência necessária à obtenção da
aposentadoria híbrida por idade, não tenha sido efetivado o recolhimento das contribuições,
nos termos do art. 48, § 3o. da Lei 8.213/1991, seja qual for a predominância do labor misto
exercido no período de carência ou o tipo de trabalho exercido no momento do implemento do
requisito etário ou do requerimento administrativo." 6. Somado o tempo de serviço rural ao
tempo de serviço urbano, a parte autora preenche a carência e os demais requisitos para
obtenção da Aposentadoria por Idade Híbrida/Mista, fazendo jus ao benefício a contar da
data do requerimento administrativo, nos termos da Lei nº 11.718/2008. 7. Determina-se o
cumprimento imediato do acórdão naquilo que se refere à obrigação de implementar o
benefício, por se tratar de decisão de eficácia mandamental que deverá ser efetivada
mediante as atividades de cumprimento da sentença stricto sensu previstas no art. 497 do
CPC/15, sem a necessidade de um processo executivo autônomo (sine intervallo). (TRF-4 - AC:
XXXXX20204049999 XXXXX-89.2020.4.04.9999, Relator: JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA,
Data de Julgamento: 04/08/2021, SEXTA TURMA)
Ante o exposto, reside nos autos indícios razoá veis de prova da condiçã o de trabalhador
rural do Autor, no período de xxxx até xxxxx.
3.3 - DO TRABALHO URBANO
Apó s os períodos de trabalho rural, a parte autora, mudou-se para a cidade de Candeias/BA
e passou a laborar como ajudante de pedreiro (autô nomo), posteriormente, passou a
exercer a atividade de pedreiro (autô nomo) até o momento atual.
Portanto, nesse sentido a parte autora verteu contribuiçõ es ao INSS como contribuinte
individual em razã o de suas atividades nas dependências urbanas (xx anos e x mês), as
quais requer, desde já , sejam acrescidas ao tempo de trabalho rural para fins de concessã o
da aposentadoria por idade híbrida.
3.4 - DO DIREITO AO BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA POR IDADE HÍBRIDA
O benefício da Aposentadoria por Idade híbrida ou mista foi criado em razã o de alguns
segurados nã o conseguirem alcançar a carência necessá ria para aposentadoria por idade,
como é o presente caso.
Nesse sentido, tal modalidade de aposentadoria possibilita que o segurado some o tempo
de trabalho rural com o serviço urbano para atingir a carência para concessã o do benefício.
A pretensã o da parte autora possui previsã o constitucional no inciso I do artigo 201, bem
como no artigo 48, § 3º da Lei 8.213/91, in verbis:
Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida
nesta Lei, completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher.
§ 1º - Os limites fixados no caput são reduzidos para sessenta e cinqüenta e cinco anos no caso
de trabalhadores rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos na alínea a do inciso I,
na alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do art. 11.
§ 2º - Para os efeitos do disposto no § 1º deste artigo, o trabalhador rural deve comprovar o
efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período
imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses
de contribuição correspondente à carência do benefício pretendido, computado o período a
que se referem os incisos III a VIIIdo § 9º do art. 11 desta Lei.
§ 3º - Os trabalhadores rurais de que trata o § 1º deste artigo que não atendam ao disposto no
§ 2º deste artigo, mas que satisfaçam essa condição, se forem considerados períodos de
contribuição sob outras categorias do segurado, farão jus ao benefício ao completarem
65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos, se mulher.
Ressalta-se que o parágrafo terceirodo artigoo supramencionado, incluído pela Lei nº
11.718/08, ensejou o direito à aposentadoria por idade híbrida.
Cumpre mencionar que até mesmo o STJ firmou entendimento sobre a possibilidade de
concessã o de tal aposentadoria, afirmando, inclusive, acerca da viabilidade de computar o
período de trabalho rural remoto anterior a 1991, sem necessidade de recolhimentos, para
fins de carência. Vejamos:
Tema 1007 STJ - O tempo de serviço rural, ainda que remoto e descontínuo, anterior ao
advento da Lei 8.213/1991, pode ser computado para fins da carência necessária à obtenção
da aposentadoria híbrida por idade, ainda que não tenha sido efetivado o recolhimento das
contribuições, nos termos do art. 48, § 3º. da Lei 8.213/1991, seja qual for a predominância do
labor misto exercido no período de carência ou o tipo de trabalho exercido no momento do
implemento do requisito etário ou do requerimento administrativo.
Portanto, o STJ deixou claro que o segurado poderá utilizar qualquer período de atividade
rural, inclusive o período remoto, para fins de carência. Assim, a ú ltima atividade exercida
pelo segurado pode ser urbana ou rural para concessã o da aposentadoria.
Diante de tal julgamento, a TNU revisou a tese do tema 168, realizando a adequaçã o do
tema conforme o julgado pelo STJ:
Tema 168 TNU - O tempo de serviço rural, ainda que remoto e descontínuo, anterior ao
advento da Lei 8.213/1991, pode ser computado para fins da carência necessária à obtenção
da aposentadoria híbrida por idade, ainda que não tenha sido efetivado o recolhimento das
contribuições, nos termos do art. 48, § 3o. da Lei 8.213/1991, seja qual for a predominância
do labor misto exercido no período de carência ou o tipo de trabalho exercido no momento do
implemento do requisito etário ou do requerimento administrativo. (tese firmada no Tema
XXXXX/STJ).
Por fim, insta salientar que o artigo 57 do Decreto 10.410/20, também, regulamentou
sobre a possibilidade de concessã o da aposentadoria híbrida:
Art. 57. Os trabalhadores rurais que não atendam ao disposto no art. 56 mas que satisfaçam
essa condição, se considerados períodos de contribuição sob outras categorias de segurado,
farão jus ao benefício ao atenderem os requisitos definidos nos incisos I e II do art. 51. [...]
§ 2º - O disposto neste artigo aplica-se ainda que, na oportunidade do requerimento da
aposentadoria, o segurado não se enquadre como trabalhador rural."(NR)
Em suma, para concessã o da aposentadoria por idade híbrida, é necessá rio, apenas, dois
requisitos, quais sejam: a) Idade: 65 anos de idade, se homem e 62, se mulher (regra
permanente); e b) Tempo de contribuição: comprovaçã o de 15 anos de trabalho em
atividades rurais e urbanas.
Diante disso, conforme mencionado no tó pico anterior, a parte autora exerceu atividade
rural a partir do ano de xxxx até xxxx, bem como exerceu atividades urbanas (xx anos e x
mês), que somadas comprovem o recolhimento de mais de xx anos de tempo de
contribuição e carência.
Pelo exposto, tendo em vista que a parte autora possui xx anos de idade, bem como
cumpriu o período de carência de mais de 180 meses, faz jus a concessão do benefício
de aposentadoria por idade híbrida, o que desde já se requer.
4 - DOS PEDIDOS
Diante do exposto, pleiteia a parte autora:
i. Seja concedida a gratuidade da justiça ao Autor, nos termos do artigo 98 e 99 do
CPC/15 e em razã o da declaraçã o de hipossuficiência em anexo.
ii. Prioridade na tramitaçã o de todos os atos e diligências referentes a este processo, nos
termos da Lei 10.741/03.
iii. A concessã o da tutela provisó ria de urgência, para compelir o INSS a implantar o
pagamento da aposentadoria por idade hibrida.
iv. A citaçã o do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, na pessoa de seu
representante legal, para, querendo, oferecer contestaçã o, sob pena de seu nã o
oferecimento importar na incidência dos efeitos da revelia e na aceitaçã o das
alegaçõ es de fato formuladas.
v. Requer sejam julgados PROCEDENTES os pedidos para CONDENAR o INSS a:
vi. Reconhecer e averbar o período de atividade rural exercido durante os anos de xxxx
a xxxx.
vii. Requer sejam acrescidas ao tempo rural, as contribuiçõ es urbanas (xx anos e x mês)
para fins de concessã o do benefício de aposentadoria por idade híbrida.
viii. Conceder ao Autor o benefício de aposentadoria por idade híbrida, desde a DER
(xx/xx/xxxx).
ix. A pagar as prestaçõ es vencidas e vincendas, corrigidas na forma da lei, acrescidos de
juros de mora, desde quando se tornaram devidas as prestaçõ es, até a data do efetivo
pagamento.
x. Provará o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, notadamente
pela juntada de novos documentos que se fizerem necessá rios e, ainda, qualquer outro
meio que se fizer imperioso.
xi. Em nã o sendo caso de julgamento antecipado do processo, requer a realizaçã o da
audiência de justificaçã o judicial para a oitiva das testemunhas abaixo arroladas.
xii. O Autor nã o tem interesse na audiência de conciliaçã o, conforme previsto no Có digo
de Processo Civil l l l.
xiii. Por fim, a CONDENAÇÃO da autarquia a todas à s custas processuais e honorá rios
advocatícios, na importâ ncia de 20%.
5 - DO VALOR DA CAUSA
Dá – se a causa o valor de R$ xxxxxxxxxxxx (xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx) referente
à s diferenças vencidas e vincendas dos valores nã o recebidos.
6 - ROL DE TESTEMUNHAS
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Nestes termos, pede deferimento.
local, xx de xxxxxxxx de xxxxx
ADVOGADO
OAB/UF
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