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AO JUÍZO DA ____ VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO

JUDICIÁRIA DE ANÁPOLIS-GO.

PEDIDO DE URGÊNCIA - TUTELA DE URGÊNCIA

EVA MOREIRA FARIA, brasileira, viúva, lavradora, portadora do RG


nº. 4727899 SSP-GO, devidamente inscrita no CPF nº. 400.419.721-04, residente e
domiciliada na Fazenda Barreiro, Zona Rural de Alexânia-GO, através de seu
procurador e que esta subscreve, com endereço profissional constante no rodapé
desta página, onde recebe citações e intimações, vem com o devido respeito e
acatamento, perante a presença de Vossa Excelência, nos moldes da Lei n.º 8.213,
de 24 de julho de 1991 e alterações posteriores; e demais legislações aplicáveis à
espécie, propor a presente

AÇÃO ORDINÁRIA DE APOSENTADORIA POR IDADE –


SEGURADO ESPECIAL RURAL

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, Procuradoria


Regional, com endereço na Rua 15 de Dezembro, nº. 249, Centro, Anápolis-GO,
CEP: 75024-070, para fins de concessão de APOSENTADORIA POR IDADE
segurado (a) especial rural, pelos seguintes fundamentos de fato e de direito os
quais passa a apresentar:
I - DA AUSÊNCIA DE ENDEREÇO ELETRÔNICO

A parte autora esclarece desde já que não possui acesso à rede de


internet e não possui nenhum conhecimento ou interesse em adquirir um endereço
eletrônico como o e-mail, a fim de evitar a inépcia da inicial por falta de tal requisito
previsto no artigo 319, inciso II, do Código de Processo Civil. O Escritório de
Advocacia que representa os interesses da parte autora disponibiliza desde já o
seguinte endereço eletrônico: abrantes_advocacia@hotmail.com.

Neste sentido, requer a Vossa Excelência que em caso de necessidade


seja encaminhado ao e-mail acima quaisquer documentos, citações ou intimações
destinadas à parte autora, pois o escritório procederá com a devida comunicação e
entrega de cópia integral do mencionado e-mail a parte interessada.

II - DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO PREVISTA NO NOVO CPC:

O novo Código de Processo Civil tem como função primordial a busca


pela auto composição em fase processual em que os ânimos ainda não estejam tão
acirrados. Tendo em vista promover a celeridade e não abarrotar o judiciário o Novo
Código de Processo Civil dispõe em seu art. 334, in litteris:

Art. 334.  Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e


não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará
audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima
de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20
(vinte) dias de antecedência.

No presente caso, a parte autora manifesta interesse na auto


composição. Neste trilhar, REQUER A VOSSA EXCELÊNCIA QUE SEJA
DESIGNADA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO.

III - DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA.

Segundo o artigo 4.º da Lei n.º 1.060, de 05 de fevereiro de 1950, com a


redação dada pela Lei n.º 7.510, de 04 de julho de 1986, bem como art. 8º da
mesma Lei, c/c o art. 5.º, inciso XXXV, da Constituição Federal, o juiz poderá
conceder a isenção de pagamento das custas judiciais, pelo que a parte Autora
declara, sob as penas da lei, não poder arcar com as custas iniciais do processo,
requerendo os benefícios da Assistência Judiciária, desde já, conforme declaração
de hipossuficiência anexa.

IV – DA TUTELA DE URGÊNCIA

O Código de Processo Civil, no que tange o capítulo acerca das tutelas de


urgência, trouxe grandes inovações, dentre elas a tutela de urgência, que tem como
escopo garantir o resultado útil do processo, desde que existam elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e do perigo de dano ou risco ao resultado útil
do processo. Sendo assim destaca-se o art. 300, §2, do Código de Processo Civil de
2015, in litteris:

Art. 300 A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou risco ao resultado útil do processo.
§2º. A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após a
justificação prévia.

Em miúdos, o Juiz poderá, sempre que houver prova inequívoca e


verossimilhança das alegações conceder em juízo de cognição sumária a
antecipação dos efeitos da tutela, com o fito de proporcionar a segurança jurídica.

No caso em apreço, verifica-se a necessidade da concessão da tutela de


urgência, tendo em vista que a parte autora preenche todos os requisitos
estabelecidos na legislação vigente para concessão do benefício de Aposentadoria
por Idade – Segurado Especial Rural, tendo vista, possuir o requisito etário, bem
como fez juntar aos autos provas materiais que evidenciam sua qualidade de
trabalhador(a) rural e urbano, portanto, possui o nítido direito de receber o benefício
de Aposentadoria por Idade – Segurado Especial Rural.

Portanto, é de hialina clareza que a parte autora necessita da tutela de


urgência, com o fito reluzente de frear os atos arbitrários da parte requerida, sendo
que a demora na resolução do feito poderá acarretar graves prejuízos irreparáveis a
parte autora, tendo em vista que a mesma não possui outra fonte de renda, e
consequentemente necessita urgentemente do benefício requerido para promover
seu próprio sustento e de sua família.

Desta forma, requerer que seja concedida a tutela de urgência, com o


escopo de promover a implantação imediata do benefício requerido, a fim de garantir
a aplicabilidade dos princípios da equidade e da dignidade da pessoa humana, com
fundamento no art. 301, do Novo Código de Processo Civil:

Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada


mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de
protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea
para asseguração do direito.

É de fácil percepção que o legislador infraconstitucional simplificou a


aplicação das tutelas de urgência, uma vez que a colocou como gênero que deve se
esvair diversas espécies, tendo inclusive inserido a possibilidade de requerimento de
medidas cautelares, sendo necessário, tão somente, a demonstração do periculum
in mora e o fumus boni iuris (requisitos caracterizadores da medida cautelar).

Nessa toada, tal previsão nada mais é do que uma simplificação do


processo cautelar, visando assegurar o direito daquele que clama por justiça.

Diante do cumprimento de todos os requisitos necessários para a


concessão da tutela de urgência, quais sejam: Probabilidade de direito e o perigo de
dano ou risco ao resultado útil do processo, os quais estão devidamente
comprovados por meio dos documentos acostados aos autos, a parte autora pleiteia
o deferimento da tutela de urgência para determinar a parte requerida a imediata
implantação do benefício requerido.

V – DOS FATOS

A parte Requerente nasceu em 28/02/1961, contando atualmente com


61 (sessenta e um) anos de idade, exerceu atividade laboral no meio rural ao longo
dos anos.

Cumpre ressaltar que a parte autora nasceu no município de Alexânia,


interior do Estado de Goiás, onde residiu com seus genitores na propriedade Rural
denominada Fazenda Capão, até a idade de 16 (dezesseis) anos, seus genitores,
bem como a parte autora exerciam a profissão de Lavradores em regime de
economia familiar, conforme demonstram os documentos anexos.

Posteriormente a parte autora contraiu matrimonio como o senhor


PEDRO PINTO DE FARIAS e teve filhos, a mesma juntamente com seus filhos e
esposo exploravam a pequena propriedade rural denominada Fazenda Mutum
cultivando: milho, feijão, mandioca, aboboras, plantio de hortaliças como: alface,
couve, cheiro verde, jiló, tomate dentre outras, além de manter as seguintes
criações: galinhas, patos e suínos, conforme demonstram os documentos anexos.

Toda a produção de seus trabalhos rurícolas era destinada ao


consumo próprio, outro ora utilizadas como objeto de trocas com a vizinhança, ou,
ainda, comercializado em feiras municipais de produtos agrícolas, porém toda
comercialização era praticada informalmente sem emissão de notas fiscais fato
comumente praticado em pequenas feiras de cidades interioranas.

Neste contexto, e possível concluir com base na documentação


acostada e provas testemunhas que serão ouvidas em momento processual
oportuno, que a parte autora laborou no meio rural entre os seguintes períodos
01/01/1976 até a presente data, totalizando desta forma 468 (quatrocentos e
sessenta e oito) mês de qualidade de segurado especial rural.

VI – DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO

Em 27/09/2022 a parte autora requereu junto ao Instituto Nacional de


Seguridade Social – INSS o benefício de aposentadoria por idade rural, contudo o
mesmo restou INDEFERIDO.
Número do Benefício: 189.521.511-8
DER: 27/09/2022

VII – DA CÓPIA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO


A parte autora esclarece que requereu junto ao Instituto Nacional de
Seguridade Social – INSS cópia integral do processo administrativo, contudo foi
informada que a disponibilização das cópias solicitada leva em media 45 (quarenta e
cinco) dias úteis para serem disponibilizadas devido os mesmos estarem
arquivados, ou seja, existe a necessidade de busca e desarquivamento do mesmo.

Cumpre esclarecer ainda, que para obter as mencionadas cópias a


parte autora terá que arcar com a despesa de aproximadamente R$ 0,7 (sete
centavos) por cópia.

Neste viés a parte autora deixa de apresentar cópia integral do


processo administrativo, em virtude de a mesma não possuir recursos financeiros
para custear as despesas do mesmo, além de ter que ser necessário aguardar
período superior a 45 (quarenta e cinco) dias para ser atendida junto a agência do
INSS.

Caso Vossa Excelência entenda ser indispensável à apresentação da


cópia integral do processo administrativo, a parte autora requer desde já que Vossa
Excelência determine a intimação do Instituto réu para apresentar o referido
documento, tendo em vista que este se encontra sob seu poder, nos termos do
artigo 380 do Código de Processo Civil, in verbis:

Art. 380. Incumbe ao terceiro, em relação a qualquer causa:

II - exibir coisa ou documento que esteja em seu poder.

Parágrafo único. Poderá o juiz, em caso de descumprimento,


determinar, além da imposição de multa, outras medidas
indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias. (grifo
nosso).

Ante o exposto requeremos a intimação do Instituto Nacional de


Seguridade Social – INSS para a presentar cópia integral do processo administrativo
da parte autora no prazo legal.

VIII - DO DIREITO

O Regime Geral da Previdência Social, até a edição da Lei n.


11.718/2008, prevê duas modalidades de aposentadoria por idade: a aposentadoria
dos trabalhadores rurais, e a aposentadoria dos demais segurados (trabalhadores
urbanos e contribuintes individuais), tratada como "aposentadoria urbana por idade".

A aposentadoria por idade rural, em seu turno, tem como requisitos a


idade mínima de 60 ou 55 anos, para homens e mulheres respectivamente, e a
prova do exercício da atividade rural pelo número de meses equivalente ao da
carência do benefício, no período anterior ao implemento da idade, dispensando o
efetivo recolhimento de contribuições.

Inicialmente a parte promovente aduz, que pretende aposentadoria por


idade na qualidade de Segurado Especial Rural, ao amparo da Lei nº. 8.213/91 (arts.
11, VII, 48 e 143), in verbis:

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as


seguintes pessoas físicas:

VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel


rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que,
individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que
com o auxílio eventual de terceiros, na condição de: Grifo nosso.

a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor,


assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou
arrendatário rurais, que explore atividade: Grifo nosso.

1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais;


(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008). Grifo nosso.

Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao segurado que,


cumprida a carência exigida nesta Lei, completar 65 (sessenta e
cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher.
(Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 1º Os limites fixados no caput são reduzidos para sessenta e


cinquenta e cinco anos no caso de trabalhadores rurais,
respectivamente homens e mulheres, referidos na alínea a do
inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do art. 11.
(Redação Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99). Grifo nosso.

§ 2º Para os efeitos do disposto no § 1o deste artigo, o trabalhador


rural deve comprovar o efetivo exercício de atividade rural,
ainda que de forma descontínua, no período imediatamente
anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número
de meses de contribuição correspondente à carência do benefício
pretendido, computado o período a que se referem os incisos III a
VIII do § 9o do art. 11 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
11,718, de 2008). Grifo nosso.

Art. 143. O trabalhador rural ora enquadrado como segurado


obrigatório no Regime Geral de Previdência Social, na forma da
alínea "a" do inciso I, ou do inciso IV ou VII do art. 11 desta Lei, pode
requerer aposentadoria por idade, no valor de um salário mínimo,
durante quinze anos, contados a partir da data de vigência desta Lei,
desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que
descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do
benefício, em número de meses idêntico à carência do referido
benefício. (Redação dada pela Lei nº. 9.063, de 1995) (Vide Lei nº
11.368, de 2006) (Vide Medida Provisória nº 410, de 2007). (Vide Lei
nº 11.718, de 2008).

Neste sentido é o entendimento jurisprudencial pacificado do


SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:

No caso, há início razoável de prova material, conforme


elencado na sentença, consistente na cópia de declaração de
exercício de atividade rural do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais de Botelhos/MG, cópia do Titulo de Eleitor datado de
20/01/1975 onde o autor foi qualificado como lavrador (fl. 25) e
Certificado de Dispensa de Incorporação de 1975 na mesma
profissão. (ACORDAO 00017102120124019199, JUIZ FEDERAL
GRIGÓRIO CARLOS DOS SANTOS, TRF1 - 2ª CÂMARA
REGIONAL PREVIDENCIÁRIA DE MINAS GERAIS, e-DJF1
DATA:12/04/2018 PAGINA). Grifo nosso.

PREVIDENCIÁRIO - TRABALHADOR RURAL - APOSENTADORIA POR


IDADE - COMPROVAÇÃO DE ATIVIDADE RURAL MEDIANTE PROVA
MATERIAL PLENA - CARÊNCIA - ARTS. 26, IV, 39, I, 106, PARÁGRAFO
ÚNICO, III, E 143, II, DA LEI Nº 8.213/91. I - Defere-se a aposentadoria
por idade a trabalhadora rural que comprova o exercício de
atividade rurícola mediante prova material plena, representada
por declaração do sindicato de trabalhadores rurais,
devidamente homologada pelo Ministério Público, anteriormente
à alteração do art. 106, parágrafo único, III, da Lei nº 8.213/91. II -
Improcede a alegação de que falta, à autora, o requisito de carência
necessário à concessão da aposentadoria por idade, seja porque o
benefício está sendo requerido, na espécie, na condição excepcional
prevista no art. 143, II, da Lei nº 8.213/91 e no art. 283, II, do Decreto
nº 611/92, seja porque o art. 26, III, c/c art. 39, I, da Lei nº 8.213/91
dispõe que independe de carência a concessão de aposentadoria por
idade ao segurado especial referido no art. 11, VII, da referida Lei,
situação na qual se enquadra a autora. III - Apelação improvida.À
unanimidade, negar proviment à Apelação. (ACORDAO
00152656719964019199, JUÍZA ASSUSETE MAGALHÃES, TRF1 -
SEGUNDA TURMA, DJ DATA:09/12/1996 PAGINA:94757.) Grifo
nosso.
Neste contexto, e possível concluir com base na documentação
acostada e provas testemunhas que serão ouvidas em momento processual
oportuno, que a parte autora laborou no meio rural entre os seguintes períodos
01/01/1965 até a presente data, totalizando desta forma 660 (seiscentos e sessenta)
mês de qualidade de segurado especial rural.

Ressalta-se, por fim, que a renda mensal inicial da aposentadoria


híbrida é calculada conforme a média aritmética simples dos maiores salários-de-
contribuição do segurado, equivalentes a 80% de todo o período contributivo, de
julho de 1994 em diante, considerando-se como salário-de-contribuição mensal do
período como segurado especial o limite mínimo de salário-de-contribuição da
Previdência Social (art. 48, § 4º, da Lei n. 8.213/91).

Desta forma, mostra-se plenamente possível, além de justa, a


concessão da aposentadoria híbrida por idade em favor da parte Autora.

IX - DO INÍCIO DE PROVA MATERIAL

A parte autora objetivando comprovar a sua condição de


Trabalhador(a) Rural junta aos autos provas documentais robustas de início de
prova material a ser corroborada pela prova testemunhal, a qual não poderia deixar
de ser homologada pois não foram esgotadas todas as formas de pesquisa para
comprovação das atividades rurais desenvolvidas pela parte requerente.

Nesta oportunidade, a parte requerente apresenta a este honroso juízo


os seguintes documentos que posteriormente serão corroborados pela prova
testemunhal, caso Vossa Excelência julgue necessário:

a) Certidão de nascimento da parte autora;

b) Certidão de Nascimentos de filhos da parte autora informando que a sua


profissão ou a de seu cônjuge é de Lavrador;

c) Carteira de Trabalho sem anotações de vínculos urbanos;


d) CNIS – informando a inexistência de vínculos urbanos;

e) Declarações particulares, segundo as quais a parte requerente desenvolve


atividades compatíveis com o pedido que aqui formula;

f) Cópia da Escritura da propriedade rural;

g) Certidões de ITR’s e Darf’s os quais comprovam ser existente e legítima a


propriedade rural onde a parte autora desenvolve a atividade rurícola em regime de
economia familiar;

h) Carteira de Filiação no Sindicato dos Trabalhadores Rurais;

i) Ficha de Cadastro no Sindicato dos Trabalhadores Rurais;

j) Recibos de pagamento de contribuição sindical junto ao Sindicato dos


Trabalhadores Rurais;

k) Declaração de Exercício de Atividade Rural emitida pelo Sindicato dos


Trabalhadores Rurais;

l) Cópia de Notas Fiscais informando a aquisição de produtos agrícolas,


constando o nome da parte autora como adquirente e endereço da propriedade rural
onde reside;

m) Declaração Eleitoral, informando a Profissão de lavrador da parte autora;

n) Declaração Eleitoral informando o endereço da parte autora como sendo da


zona rural;

o) Requerimento de Matricula escolar informando a Profissão da parte autora ou


a de seu cônjuge como sendo de lavrador(a) e endereço da zona rural;

p) Histórico Médico da parte autora onde consta a sua profissão como sendo a
de Lavrador e endereço da zona rural;

É mister ressaltar que todos os documentos acostados aos autos,


constam no processo administrativo, os quais constituem forte início de prova
material.

X – DA CONTEMPORANEIDADE DOS DOCUMENTOS

Quanto à contemporaneidade dos documentos, as jurisprudências


são no sentido de que o fato de os documentos apresentados não serem
contemporâneos à data de realização do período alegado, não descaracteriza a
validade dos mesmos, pois é muito difícil ao trabalhador rural comprovar sua
situação como tal, por meio de prova exclusivamente material. Apelação provida.
DECISÃO UNÂNIME. APELAÇÃO CIVEL N.178453/CE Relator: JUIZ GERALDO
APOLIANO. Turma: 03 Julgamento: 10/02/2000 Publicação: 12/06/00. (grifo nosso). A
prova testemunhal idônea é suficiente à comprovação de tempo de serviço laborado.
IV - Apelação parcialmente provida. (Acórdão proferido na AC n.º 03083385-6/TRF 3ª
Região – 1ª Turma/Relator: Juiz THEOTONIO COSTA/Decisão: 29-06-1994/ DJ DATA: 17-
11-94 PG:066140). (grifo nosso).

Mesmo com provas tão cabais, formulado ao requerimento


administrativo, entretanto, o mesmo foi indeferido, tendo em vista não ter
comprovado o exercício efetivo de atividade rural.

Veja-se ilustre julgador que a prova apresentada pela parte peticionaria


no caso em tela, é robusta, cabal e continuada, mesmo porque a lei sequer exige
que o período de carência seja contínuo, e enseja ao Juiz até mesmo
conhecimento direto do pedido. Assim, não assiste razão ao INSS em obstaculizar a
concessão do benefício aqui pleiteado, o que de resto constitui-se num gesto da
mais robusta JUSTIÇA.

E frente a esse entrave que parte requerente, pessoa sofrida e


humilde, vem bater às portas do Judiciário, no intuito de buscar a tutela de seu
direito à Aposentadoria por Idade – Segurado Especial Rural, advindo de tantos
anos a fio de árduo e desgastante labor rural e urbano.

XI – DO PAGAMENTO DAS PARCELAS EM ATRASO

Com relação ao pagamento das parcelas em atraso, comprovado o


exercício das atividades rurais através de um início razoável de prova material,
corroborada por prova testemunhal, devido é o benefício a partir da data do
Requerimento Administrativo.

O entendimento jurisprudencial vem se posicionando neste mesmo


sentido: Pleiteada a concessão da aposentadoria por tempo de serviço na via
administrativa em 04/12/98 e deferida somente em 27/11/2001, devido o pagamento
das parcelas vencidas desde a data do pedido administrativo, nos termos do art. 54
c/c art. 49 da Lei 8.213/91, como requerido na inicial. Processo AC 2002.38.02.000199-
0 /MG; APELAÇÃO CIVEL Relator DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ GONZAGA BARBOSA
MOREIRA (396). Órgão Julgador PRIMEIRA TURMA Publicação DJ 21 /06 /2004 P.27.

Nesta mesma linha cognitiva, a documentação apresentada é robusta


a comprovar que é devido o direito a Aposentadoria por Idade – Segurado Especial
Rural desde a data do requerimento administrativo.

XII – DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, a parte autora vem humildemente à presença


de Vossa Excelência para requer:

a) A citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, na pessoa de seu


representante legal, via Correios com Aviso de Recebimento, para nos termos da
presente ação, querendo contestar, sob pena de revelia, bem como a determinação
ao INSS para que averbe o tempo de serviço prestado pela parte autora, na
condição de segurada especial rural, no período de carência compreendido entre
01/01/1976 até a presente data;

b) A antecipação preconizada no art. 300, §2º do CPC, em que determine ao


INSS promover a implantação imediata da Aposentadoria por Idade – Segurado
Especial Rural da parte requerente com vigência a partir do requerimento
administrativo, com base nas normas regulamentadoras do assunto, especialmente
arts. 48 e 143, da Lei nº. 8.213/91, já referenciada; com a consequente condenação
do INSS nas custas judiciais e honorários advocatícios que arbitrados forem sobre o
valor dos atrasados devidamente corrigidos a partir da data do 1.º Requerimento
Administrativo realizado pela parte autora, ou seja, 27/09/2022, vez que nesta época
já tinha implementado todas as condições para a concessão do benefício;
c) Requer ainda, se digna Vossa Excelência a julgar, no mérito, procedente
todos os pedidos, para a final seja mantida a Tutela de Urgência requerida,
condenando-se o INSS na obrigação de fazer (conceder a Aposentadoria por Idade
– Segurado Especial Rural à parte promovente), a partir do requerimento
administrativo (27/09/2022); e ao ônus da sucumbência, se for o caso quantificando
os respectivos honorários, bem como ao pagamento das custas processuais;

d) A designação de Audiência de Conciliação ou Mediação, nos termos do artigo


334, caput, do CPC;

e) Caso Vossa Excelência entenda ser necessário a juntada da cópia integral do


processo administrativo, a parte autora requer desde já que seja determinado ao
Instituto réu a apresentação do referido documento, tendo em vista que este
encontra-se sob seu poder, nos termos do artigo 380, inciso II e Parágrafo Único do
Código de Processo Civil;

f) Requer ainda, os benefícios da Justiça Gratuita, nos termos da lei nº.


1.060/50, por ser a Requerente pessoa comprovadamente pobre;

g) Desde já a autora declara que renuncias os valores excedentes a 60


(sessenta) salários mínimos, para que o processo tramite regularmente no Juizado
Especial da Subseção Judiciária de Anápolis-GO;

h) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidas, máxime


pela documental já acostada, depoimento pessoal da parte autora e do
representante legal do requerido, oitiva de testemunhas, as quais deverão ser
regularmente intimadas, e outras provas que se fizerem necessárias.

Dá-se à presente causa o valor de R$ 16.968,00 (dezesseis mil e


novecentos e sessenta e oito reais).

Nestes termos,

Pede deferimento.
Alexânia-GO, 25 de outubro de 2022.
Dr. Kleber Alves da Silva Abrantes
OAB-GO 36.551

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