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VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE NO


REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL -
RGPS
Prof. Rodrigo Moreira Sodero Victório
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Prof. Rodrigo Moreira Sodero


Victório
Advogado. Especialista em Direito
Previdenciário e do Trabalho.
Coordenador da pós-graduação em
Direito Previdenciário do Instituto de
Estudos Previdenciários - IEPREV.
Diretor de prática previdenciária e
acompanhamento dos recursos
repetitivos do Instituto de Estudos
Previdenciários - IEPREV. Professor de
diversos cursos de pós-graduação e
extensão. Membro da Comissão de
Direito Previdenciário da OAB/SP.
Coautor de obras doutrinárias e autor
de artigos jurídicos para revistas
especializadas em Direito
Previdenciário.
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no RGPS
Introdução aos benefícios por incapacidade
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Benefícios por incapacidade no RGPS

Ø Quais são os benefícios por incapacidade oferecidos pelo RGPS?

• Aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por invalidez (art. 201,


inciso I, da CF; art. 42 e ss. da 8.213/91; art. 43 e ss. do Decreto 3.048/99; art. 213 e ss.
da IN INSS/PRES 77/2015; Ofício Circular 64/2019/DIRBEN INSS; Portaria 450/20
PRES/INSS).

• Auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença (art. 201, inciso I, da CF; art. 59 e


ss. da Lei 8.213/91; art. 71 e ss. do Decreto 3.048/99; art. 300 e ss. da IN INSS/PRES
77/2015; Ofício Circular 64/2019/DIRBEN INSS; Portaria 450/20 PRES/INSS).

• Auxílio-acidente (art. 201, inciso I, da CF; art. 86 da Lei 8.213/91; art. 104 e ss. do
Decreto 3.048/99; art. 333 e ss. da IN INSS/PRES 77/2015; Ofício Circular
64/2019/DIRBEN INSS; Portaria 450/20 PRES/INSS).
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Aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria


por invalidez
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Aposentadoria por incapacidade permanente

ØReferências legislativas

• Art. 201, inciso I, da CF.


• Art. 42 e ss. da 8.213/91.
• Art. 43 e ss. do Decreto 3.048/99.
• Art. 213 e ss. da IN INSS/PRES 77/2015.
• Ofício Circular 64/2019/DIRBEN INSS.
• Portaria 450/20 PRES/INSS.
• Manual de Perícias Médicas do INSS (2018).
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Aposentadoria por incapacidade permanente

Ø Quais são os pressupostos de concessão da aposentadoria por incapacidade


permanente/aposentadoria por invalidez?

• Incapacidade total e permanente para o trabalho.

• Carência de 12 contribuições mensais, com exceções previstas em lei.

• Qualidade de segurado na data de início da incapacidade.

Ø Beneficiários: todos os tipos de segurado. Inclusive o segurado facultativo? Alteração


do risco social pela EC 103/19.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

ØIncapacidade total e permanente para o trabalho

• Incapacidade total: toda e qualquer atividade laborativa; impossível


a reabilitação profissional, nos termos da lei (arts. 42 e 89 e ss. da
Lei 8.213/91).

• Incapacidade permanente para o trabalho: imprevisibilidade de


recuperação da capacidade laborativa; não necessariamente deve
ser definitiva; impossível a reabilitação profissional, nos termos da
lei (arts. 42 e 89 e ss. da Lei 8.213/91).
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Aposentadoria por incapacidade permanente

• Análise da incapacidade sob o prisma biopsicossocial: consideração das


condições socioeconômicas, profissionais e culturais do segurado (STJ,
AgRg no AREsp 136.474/MG, AgRg no REsp 1.000.210/MG, REsp
196.053/MG e Súmulas 47 e 78 da TNU (HIV/aids)).

• Súmula 47 da TNU. Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o


trabalho, o juiz deve analisar as condições pessoais e sociais do segurado
para a concessão de aposentadoria por invalidez.

• Súmula 78 da TNU. Comprovado que o requerente de benefício é


portador do vírus HIV, cabe ao julgador verificar as condições pessoais,
sociais, econômicas e culturais, de forma a analisar a incapacidade em
sentido amplo, em face da elevada estigmatização social da doença.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

• Tema 274. Se é possível a concessão de aposentadoria por invalidez,


após análise das condições sociais, pessoais, econômicas e culturais,
existindo incapacidade parcial e permanente, no caso de outras
doenças, que não se relacionem com o vírus HIV. PENDENTE DE
JULGAMENTO.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

• Reabilitação profissional e tratamento dispensado gratuitamente: na forma do art. 101


da Lei 8.213/91, o segurado em gozo de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e
o pensionista inválido estão obrigados, sob pena de suspensão do benefício, a
submeter-se a exame médico a cargo da Previdência Social, processo de reabilitação
profissional por ela prescrito e custeado, e tratamento dispensado gratuitamente,
exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos.

• Tema 272 da TNU. Saber se a circunstância de o laudo pericial judicial ter registrado a
possibilidade de recuperação laborativa condicionada à realização de procedimento
cirúrgico, ao qual o segurado não está obrigado a se submeter, autoriza a concessão de
aposentadoria por invalidez. PENDENTE DE JULGAMENTO.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

ØCarência (número mínimo de contribuições mensais – art. 24 e ss.


da Lei 8.213/91)

• Regra: 12 contribuições mensais (art. 25, inciso I, da Lei 8.213/91). A


carência deve ser cumprida até a data de início da incapacidade?

• Exceções: a carência é inexigida nos casos de incapacidade


decorrente de acidente do trabalho ou de acidente não relacionado
ao trabalho e de incapacidade decorrente de doença grave.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

• Acidente de trabalho ou acidente não relacionado ao trabalho (acidentes


de qualquer natureza) x inexigência de carência: art. 26 da Lei 8.213/91.

• Acidente de trabalho em sentido amplo: acidente de trabalho típico,


doença do trabalho, doença profissional, concausalidade; arts. 19 e ss. da
Lei 8.213/91. Atenção ao disposto no art. 21-A da Lei 8.213/91, quanto
ao nexo técnico epidemiológico (NTEP – CID x CNAE).

• Novidade: A MP 955/20 (publicada em 20.04.2020) revogou a MP 905,


publicada em 12.11.2019 (revogação da alínea d do inciso IV do art. 21 da
Lei 8.213/91 - acidente de trajeto deixava de ser equiparado a acidente
de trabalho).
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Aposentadoria por incapacidade permanente

• Doenças graves: art. 151 da Lei 8.213/91 (esclerose múltipla – Lei


13.135/15), Portaria MPAS/MS 2.998/01 e anexo XLV da IN 77/15.

• Caráter taxativo do rol de doenças graves (STF, RE 656.860/MT (tema 524


da repercussão geral ) e RE 1.160.883 AgR/SP - RPPS).

• Caráter exemplificativo do rol de doenças graves: tese com fundamento


no princípio da universalidade de cobertura e de atendimento, pois à
ciência médica, e somente a ela, incumbe qualificar determinado mal
como incurável, contagioso ou grave, não à jurídica, sob pena de
desproteção social indevida (STJ, REsp 942.530/RS - RPPS).
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Aposentadoria por incapacidade permanente

• Tema 220 da TNU (tese) - 1. O rol do inciso II do art. 26 da lei


8.213/91 é exaustivo. 2. A lista de doenças mencionada no inciso II,
atualmente regulamentada pelo art. 151 da Lei nº 8.213/91, não é
taxativa, admitindo interpretação extensiva, desde que
demonstrada a especificidade e gravidade que mereçam tratamento
particularizado. 3. A gravidez de alto risco, com recomendação
médica de afastamento do trabalho por mais de 15 dias
consecutivos, autoriza a dispensa de carência para acesso aos
benefícios por incapacidade.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

Ø Utilização como carência das contribuições vertidas antes da perda da


qualidade de segurado

• Na redação original da Lei 8.213/91, o art. 24, parágrafo único, previa que
havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa
data seriamcomputadas para efeito de carência depois que o segurado
contasse, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 do
número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida
para o benefício a ser requerido (até 07.07.2016).

• Esse dispositivo foi revogado pela MP 739/16 que passou a exigir a


integralidade dos períodos de carência. Entretanto, esta MP, que acrescia o
parágrafo único ao art. 27 da Lei 8.213/91, não foi convertida em Lei (de
08.07.2016 a 04.11.2016).
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Aposentadoria por incapacidade permanente

• De 05.11.2016 a 05.01.2017 = 1/3.

• A mesma tentativa foi feita na edição da MP 767/17 (carência integral). De 06.01.2017


a 26.06.2017.

• Mas quando foi convertida na Lei 13.457/17 (publicada em 27.06.2017), inseriu-se no


texto a exigência de apenas a metade (1/2) dos períodos de carência (art. 27-A da Lei
8.213/91). De 27.06.2017 a 17.01.2019.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

• A MP 871/19 (publicada em 18.01.2019) passou a exigir a integralidade dos períodos


de carência, o que foi modificado pela Lei 13.846/19 (de 18.01.2019 a 17.06.2019).

• Neste ponto a MP não foi convertida em Lei, sendo que, quando publicada a Lei
13.846/19, em 18.06.2019, houve o retorno da exigência do cumprimento da metade
da carência exigida para a concessão do benefício após o reingresso ao sistema
(18.06.2019 em diante).
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Aposentadoria por incapacidade permanente

• Tema 176 da TNU (tese). Constatado que a incapacidade do(a) segurado(a) do Regime
Geral da Previdência Social (RGPS) ocorreu ao tempo da vigência das Medidas
Provisórias 739/2016 e 767/2017, aplicam-se as novas regras de carência nelas
previstas.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

ØSegurados especiais

• Os segurados especiais estão isentos do cumprimento do período de


carência (número mínimo de contribuições mensais), devendo, no
entanto, comprovar o exercício de atividade rural nos 12 meses
imediatamente anteriores ao requerimento da aposentadoria por
invalidez.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

ØQualidade de segurado na data de início da incapacidade (DII)

• Doença ou lesão preexistente (art. 42, § 2º, da Lei 8.213/91).

• Diferença entre data de início da doença (DID) e data de início da


incapacidade (DII); a questão do agravamento.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

ØNatureza da aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria


por invalidez: comum/previdenciária (B-32) ou acidentária (B-92).

¢Acidente de trabalho: acidente de trabalho típico, doença do trabalho,


doença profissional, concausalidade; arts. 19 e ss. da Lei 8.213/91.

¢Atenção ao disposto no art. 21-A da Lei 8.213/91, quanto ao nexo técnico


epidemiológico (NTEP – CID x CNAE); deve ser observada a Lista C, do
Anexo II, ao Decreto 3.048/99. O empregador ou empregador doméstico
poderão interpor recurso com efeito suspensivo ao CRPS, contra a
decisão do INSS que caracterizar o NTEP, na forma do § 2º, do art. 21-A,
da Lei 8.213/91.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

¢Comunicação do acidente de trabalho (CAT): na forma do art. 22 da Lei


8.213/91, a empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o
acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte
ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade
competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite
máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas
reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.

¢Da CAT receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem


como o sindicato a que corresponda a sua categoria.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

¢Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o


próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o
médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública,
independentemente de prazo. A comunicação feita nestas condições não
exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento do
disposto na lei.

¢Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar


a cobrança, pela Previdência Social, das multas previstas no art. 22 da Lei
8.213/91, sendo certo ainda que a multa a que se refere o mesmo
dispositivo, não se aplica na hipótese de NTEP.
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Aposentadoria por incapacidade permanente


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Aposentadoria por incapacidade permanente

• Cálculo do B-32 após a EC 103/19 (art. 26): média aritmética simples de


todos os salários-de-contribuição existentes a partir de julho/1994,
devidamente corrigidos, com aplicação de alíquota de 60% mais 2% a
cada ano de tempo de contribuição completo além dos 20 anos de
contribuição, no caso de segurado do sexo masculino e além dos 15 anos
de contribuição, no caso de segurado do sexo feminino. A alíquota pode
superar 100%. Atenção para a PEC 133/19.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

PEC 133/19. PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE REGRA DE


TRANSIÇÃO PARA A MÉDIA DOS SALÁRIOS-DE-
CONTRIBUIÇÃO.
PERÍODOS SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO (SALÁRIOS-DE-
CONTRIBUIÇÃO EXISTENTES A PARTIR DE DESDE
07/1994)
Até 31.12.2021 Média dos 80% maiores

De 01.01.2022 até 31.12.2024 Média dos 90% maiores


A partir de 01.01.2025 Média de 100%
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Aposentadoria por incapacidade permanente

• Cálculo do B-32 antes da EC 103/19 (art. 29 da Lei 8.213/91): média


aritmética simples dos 80% maiores salários-de-contribuição
existentes a partir de julho/1994, devidamente corrigidos, com
aplicação de alíquota fixa de 100%.

• Competência para julgamento da ação judicial envolvendo o B-32:


Justiça Federal, na forma do art. 109, inciso I, da CF. Possível o
ajuizamento perante a Justiça Estadual quando a Comarca de
domicílio do segurado estiver localizada a mais de 70 km de
Município sede de Vara Federal (competência federal delegada),
conforme § 3º do art. 109 da CF c/c art. 3º da Lei 13.876/19).
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Aposentadoria por incapacidade permanente

¢Cálculo do B-92 após a EC 103/19 (art. 26): média aritmética simples de


todos os salários-de-contribuição existentes a partir de julho/1994,
devidamente corrigidos, com aplicação de alíquota fixa de 100%.

¢Atenção para a PEC 133/19: além de criar uma regra de transição para a
apuração do salário-de-benefício, como já visto, a PEC 133/19 propõe
que, caso a aposentadoria por incapacidade permanente gere deficiência
ou seja decorrente de doença neurodegenerativa, a alíquota utilizada no
cálculo do benefício também seja de 100%.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

• Cálculo do B-92 antes da EC 103/19 (art. 29 da Lei 8.213/91): média


aritmética simples dos 80% maiores salários-de-contribuição existentes a
partir de julho/1994, devidamente corrigidos, com aplicação de alíquota
fixa de 100%.

• Competência para julgamento da ação judicial envolvendo o B-92: Justiça


Estadual na forma do art. 109, inciso I, parte final, da CF, ressalvados os
casos de mandando de segurança.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

• Atenção especial para benefícios concedidos após a publicação da EC


103/19:

1. O auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença pode possuir


valor superior à aposentadoria por incapacidade permanente!
2. A comprovação de existência da incapacidade total e permanente para
o trabalho (DII) ATÉ 13.11.2019 (art. 3º, da EC 103/19), data de
publicação da EC 103/19, pode alterar a forma de cálculo da
aposentadoria por incapacidade permanente.
3. A comprovação do nexo causal ou concausal da doença ou lesão com a
atividade laborativa do segurado, ou seja, da natureza acidentária do
benefício, impacta no cálculo da renda mensal inicial (RMI).
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Aposentadoria por incapacidade permanente

ØObrigações do aposentado por incapacidade permanente/por invalidez


sob pena de suspensão do benefício (art. 101 da Lei 8.213/91):

• Submeter-se a exame médico (perícia médica) a cargo da Previdência


Social (também há previsão no art. 43, § 4º, da Lei 8.213/91).
• Submeter-se a processo de reabilitação profissional por ela prescrito e
custeado.
• Submeter-se a tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico
e a transfusão de sangue, que são facultativos.
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Aposentadoria por incapacidade permanente


• O aposentado por invalidez que não tenha retornado à atividade estará
isento da perícia médica nas seguintes situações:

1. Após completar 55 anos ou mais de idade e quando decorridos 15 anos


da data da concessão da aposentadoria por incapacidade
permanente/aposentadoria por invalidez ou do auxílio por
incapacidade temporária/auxílio-doença que a precedeu (inciso I do §
1º, do art. 101 da Lei 8.213/91). A MP 871/19 havia excluído esta
possibilidade, entretanto, o fim desta possibilidade não foi mantido
quando da conversão da MP na Lei 13.846/19.
2. Após completar 60 anos de idade (inciso II do § 1º do art. 101 da Lei
8.213/91).
3. Se tratar de pessoa com HIV/aids (art. 43, § 5º, da Lei 8.213/91 com
redação dada pela Lei 13.847/19 (publicada em 21.06.2019).
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Aposentadoria por incapacidade permanente

• Tema 266 da TNU (tese). A dispensa de avaliação a que se refere o art. 43


§ 5º da Lei n. 8.213/91, com a redação dada pela Lei n. 13.847/19, não
alcançará os benefícios cessados antes da sua edição.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

• Mesmo que ocorra uma das situações anteriormente abordadas, o segurado


deverá se sujeitar às avaliações periciais do INSS, quando o exame for
destinado a verificar (§ 2º do art. 101, da Lei 8.213/91):

1. Verificar necessidade de assistência permanente de outra pessoa para a


concessão do acréscimo de 25% sobre o valor do benefício, conforme
dispõe o art. 45 da Lei 8.213/91.
2. Verificar recuperação da capacidade de trabalho, mediante solicitação do
aposentado ou pensionista que se julgar apto.
3. Subsidiar autoridade judiciária na concessão de curatela.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

ØAposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por


invalidez concedida judicialmente e a submissão à avaliação pericial
administrativa do INSS

• O § 4º do art. 43 da Lei 8.213/91, com redação dada pela Lei


13.457/17, diz que segurado aposentado por invalidez poderá ser
convocado a qualquer momento para avaliação das condições que
ensejaram o afastamento ou a aposentadoria, concedida judicial ou
administrativamente, observado o disposto no art. 101 da Lei de
Benefícios.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

• Algumas ponderações: princípio do paralelismo das formas; revisão ou


cessação do benefício somente por outra decisão da mesma natureza, ou
seja, judicial (art. 505, inciso I, do CPC e art. 71 da Lei 8.212/91).

• Precedente: STJ, REsp 1.408.281/SC (decisão monocrática publicada em


07.03.2017, transitada em julgado); STJ, AREsp 1.228.973/SP (decisão
monocrática de 2019); STJ, REsp 120.1503/RS (acórdão publicado em
2012); TRF1, AG 1034339-36.2019.4.01.0000).
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Aposentadoria por incapacidade permanente

ØAposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por


invalidez concedida por tutela provisória e a submissão à avaliação
pericial administrativa do INSS, sem trânsito em julgado

• O Estado detém o monopólio da atividade jurisdicional, sendo, portanto,


a cessação administrativa do benefício concedido judicialmente, ilegal.
(TRF4, APELREEX 0011668-33.2016.404.9999 e AG 5010194-
29.2017.404.0000).
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Aposentadoria por incapacidade permanente

ØObservações importantes sobre a renda mensal inicial (RMI) da


aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por
invalidez

• Metodologia de cálculo alterada pela EC 103/19, importando, a partir de


então, a natureza, comum ou acidentária, do benefício.

• Valor mínimo da renda mensal: 1 salário-mínimo (art. 201, § 2º, da CF).

• Valor máximo: R$ 6.433,57 (teto, na forma da Portaria ME 477/21).


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Aposentadoria por incapacidade permanente

ØComplemento de acompanhante/auxílio-acompanhante (acréscimo de


25% sobre a aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria
por invalidez)

• Hipótese legal: “grande invalidez”; necessidade da assistência


permanente de outra pessoa (art. 45 da Lei 8.213/91; art. 45 do Decreto
3.048/99, Quadro Anexo I ao Decreto 3.048/99).
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Aposentadoria por incapacidade permanente

• Importante:

1. O segurado poderá receber a integralidade dos benefícios, mesmo


quando a soma dos valores do complemento e da aposentadoria
ultrapassar o valor-teto;
2. O complemento de acompanhante é reajustado juntamente com a
aposentadoria;
3. O complemento de acompanhante cessará com o óbito do segurado,
sendo, portanto, intransferível.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

ØComplemento de acompanhante sobre outras aposentadoria diferentes


da aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria por
invalidez

• O STF, no julgamento do tema 1.095 da repercussão geral, decidiu pela


impossibilidade da extensão da acréscimo de 25% para outras
aposentadorias. O STJ, no julgamento do tema repetitivo 982, havia
entendido pela viabilidade da tese.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

ØData de início (DIB) da aposentadoria por incapacidade


permanente/aposentadoria por invalidez

• Data de início (DIB) quando decorrente da transformação de auxílio por


incapacidade temporária/auxílio-doença: dia seguinte ao da cessação
deste benefício.
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Aposentadoria por incapacidade permanente

• Data de início (DIB) quando não decorrente da transformação de auxílio


por incapacidade temporária/auxílio-doença:

• Para os segurados empregados (exceto o doméstico): a contar do 16º dia


de afastamento da atividade ou a partir da entrada do requerimento
(DER), quando postulada após o 30º dia do afastamento da atividade (os
15 primeiros dias de afastamento são de responsabilidade da empresa,
que deverá pagar ao segurado empregado o “salário”).
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Aposentadoria por incapacidade permanente

• Para o segurado empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte


individual, especial, facultativo e intermitente: a partir da data do início
da incapacidade, ou da data de entrada do requerimento (DER), quando
ocorrido após o 30º dia da incapacidade.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Aposentadoria por incapacidade permanente

• DIB na hipótese em que a aposentadoria por incapacidade


permanente/aposentadoria por invalidez é solicitada exclusivamente na
via judicial, sem prévio requerimento administrativo: a data da citação
válida é que deve ser considerada como termo inicial do benefício.

• Isso porque a citação, além de informar o litígio, constitui o INSS em mora


quanto à cobertura do evento causador da incapacidade, tendo em vista
a aplicação do art. 240 do CPC (Súmula 576 do STJ).
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Aposentadoria por incapacidade permanente


ØCessação da aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria
por invalidez (art. 47 da Lei 8.213/91)

¢Hipótese 1: quando a recuperação ocorrer dentro de 5 anos, contados da


data do início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a
antecedeu sem interrupção, o benefício cessará:

ü De imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à


função que desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da
legislação trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado
de capacidade fornecido pela Previdência Social.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Aposentadoria por incapacidade permanente

üApós tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença


ou da aposentadoria por invalidez, para os demais segurados.

vExemplo: 4 anos de benefício(s) por incapacidade nas condições acima


especificadas, darão direito ao segurado, considerado apto pelo INSS, ao
recebimento da aposentadoria por incapacidade
permanente/aposentadoria por invalidez por mais a 4 meses após a
verificação da recuperação da capacidade laborativa.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Aposentadoria por incapacidade permanente


• Hipótese 2: quando a recuperação ocorrer após o prazo de 5 anos ou
ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho
diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida,
sem prejuízo da volta à atividade:

ü No seu valor integral, durante 6 meses contados da data em que for


verificada a recuperação da capacidade.
ü Com redução de 50%, no período seguinte de 6 meses.
ü Com redução de 75%, também por igual período de 6 meses, ao término
do qual cessará definitivamente.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

auxílio-doença
Auxílio por incapacidade temporária
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária


ØReferências legislativas:

• Art. 201, inciso I, da CF.


• Art. 59 e ss. da Lei 8.213/91.
• Art. 71 e ss. do Decreto 3.048/99.
• Art. 300 e ss. da IN INSS/PRES 77/2015.
• Ofício Circular 64/2019/DIRBEN INSS.
• Portaria 450/20 PRES /INSS.
• Manual de Perícias Médicas do INSS (2018).
• Lei 13.982/20 e Portaria Conjunta 9.381/20 SEPRT/INSS.
• Lei 14.131/21 e Portaria Conjunta 32/21 SEPRT/ME/INSS.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária


ØQuais são os pressupostos de concessão do auxílio por incapacidade
temporária/auxílio-doença?

• Incapacidade temporária para o trabalho ou para a atividade habitual,


que perdure por mais de 15 dias.

• Carência de 12 contribuições mensais, com exceções previstas em lei.

• Qualidade de segurado na data de início da incapacidade.

Ø Beneficiários: todos os tipos de segurado. Inclusive o segurado


facultativo? Alteração do risco social pela EC 103/19.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

ØIncapacidade temporária para o trabalho ou para a atividade habitual, que


perdure por mais de 15 dias

• Para fins de concessão do auxílio por incapacidade temporária/auxílio-


doença, a incapacidade para o trabalho não necessariamente deve ser total,
ou seja, para toda e qualquer atividade laborativa.

• Neste sentido, caso o segurado exerça mais de uma atividade abrangida


pelo RGPS, o benefício será devido mesmo no caso de incapacidade apenas
para o exercício de uma delas, devendo a perícia médica ser conhecedora de
todas as atividades que o mesmo estiver exercendo, conforme dispõe o art.
73 do Decreto 3.048/99.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária


¢Reabilitação profissional e tratamento dispensado gratuitamente: do
mesmo modo que ocorre na aposentadoria por incapacidade
permanente/aposentadoria por invalidez, na forma do art. 101 da Lei
8.213/91, o segurado em gozo de auxílio-doença, está obrigado, sob
pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo
da Previdência Social, processo de reabilitação profissional por ela
prescrito e custeado, e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o
cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos.

¢Caso o processo de reabilitação seja concluído sem sucesso, deverá ser


concedida a aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria
por invalidez (arts. 62 e 89 e ss. da Lei 8.213/91).
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária


ØDuração do benefício e alta programada (Cobertura Previdenciária Estimada
– COPES)

¢Duração do benefício: nos termos dos arts. 60 e 62 da Lei 8.213/91, o auxílio


por incapacidade temporária/auxílio-doença deve ser pago ao segurado
enquanto estiver incapaz para o trabalho ou atividade habitual.

¢O que é “alta programada”? O perito médico realiza, a partir do diagnóstico,


um prognóstico de cessação da incapacidade, com base no tempo
supostamente necessário para a reaquisição da capacidade para o trabalho.
Previsão legal: §§ 8º e 9º do art. 60 da Lei 8.213/91, inseridos pela Lei
13.457/17, que, por sua vez, resultou da conversão da MP 767/17.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• A alta programada administrativa, que é adotada pelo INSS sem qualquer tipo
de ressalva desde o ano de 2005, encontrou respaldo na lei somente a partir da
publicação da MP 767/17, convertida na Lei 13.457/17, que também previu a
possibilidade alta programada judicial. Vejamos:

• Art. 60, § 8º, da Lei 8.213/91: Sempre que possível, o ato de concessão ou de
reativação de auxílio-doença, judicial ou administrativo, deverá fixar o prazo
estimado para a duração do benefício.

• Art. 60, § 9º, da Lei 8.213/91: Na ausência de fixação do prazo de que trata o §
8º deste artigo, o benefício cessará após o prazo de cento e vinte dias, contado
da data de concessão ou de reativação do auxílio-doença, exceto se o segurado
requerer a sua prorrogação perante o INSS, na forma do regulamento,
observado o disposto no art. 62 desta Lei.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária


• Antes da inserção do procedimento da alta programada na Lei 8.213/91, o STJ havia se
manifestado sobre a sua ilegalidade. Vejamos:

• PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. ALTERAÇÃO DO REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA


SOCIAL PELO DECRETO 5.844/2006. CRIAÇÃO DA DENOMINADA "ALTA PROGRAMADA".
ILEGALIDADE. CONTRARIEDADE AO ART. 62 DA LEI 8.213/1991. 1. O acórdão recorrido está
no mesmo sentido da compreensão do STJ de que a inserção da chamada "alta
programada" para auxílio-doença concedido pelo INSS pelo art. 78, §§ 1º a 3º, do Decreto
3.048/1999 (mediante modificação operada pelo Decreto 5.844/2006) é ilegal, pois
contraria o art. 62 da Lei 8.213/1991. A propósito: REsp 1.717.405/PB, Rel. Ministro
Francisco Falcão, Segunda Turma, DJe 17.12.2018; AgInt no AREsp 968.191/MG,
Rel.Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 20.10.2017;AgInt no REsp
1.546.769/MT, Rel. Ministro Gurgel de Faria, Primeira Turma, DJe 3.10.2017; AgInt no
AREsp 1.049.440/MT, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 30.6.2017.2.
Recurso Especial não provido. (REsp 1.597.725/MT, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, julgado em 25/06/2019, DJe 01/07/2019)
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária


• Isso porque, segundo o STJ, não é possível que um sistema
previdenciário, cujo pressuposto é a proteção social, se abstenha de
acompanhar a recuperação da capacidade laborativa dos segurados
incapazes, atribuindo-lhes o ônus de um auto exame clínico, a
pretexto da diminuição das filas de atendimento na autarquia.

• As decisões são fundamentadas na violação ao art. 62 da Lei


8.213/91 e o art. 1º, inciso III, da CF.

• Em recente decisão monocrática, proferida após a inserção do


procedimento da alta programada em lei, nos autos do REsp
1.754.934/PR, a sua posição foi reiterada pelo STJ.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• Pedido de prorrogação: para os casos em que o prazo fixado não for


suficiente para a recuperação da capacidade de trabalho, a Previdência
instituiu o pedido de prorrogação (PP). O objetivo é evitar o fim do
auxílio-doença antes da recuperação efetiva do segurado, submetendo-o
a nova avaliação para analisar se é necessária a continuidade da licença e
do pagamento.

• O Pedido de Prorrogação poderá ser protocolado nos últimos 15 dias do


período indicado para a cessação do benefício.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

¢A solicitação pode ser repetida, desde que o segurado, ao fim do novo


prazo de licença, ainda se considere incapaz de voltar ao trabalho.

¢Resolução 97/2010 do INSS: estabelece que no procedimento de


concessão do benefício de auxílio-doença, inclusive aqueles decorrentes
de acidente do trabalho, uma vez apresentado pelo segurado pedido de
prorrogação, mantenha o pagamento do benefício até o julgamento do
pedido após a realização de novo exame médico pericial (ACP
2005.33.00.020219-8, 14ª Vara Federal de Salvador – BA).
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

ØAlta programada judicial:

¢O entendimento do TRF4 tem se firmado no sentido de que, em se


tratando de benefício de natureza temporária, não há como determinar
o seu termo final, já que não se pode prever até quando estará o
segurado incapacitado (TRF4, AC 0021056-28.2014.404.9999, D.E. de
29.01.2015).

¢É que a cessação do benefício só ocorrerá quando ficar demonstrado


pelo INSS que o segurado recuperou a capacidade laboral, mediante
realização de perícia médica (TRF4, AC 0018542-05.2014.404.9999, D.E.
de 05.02.2015).
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• Conforme salientou o Desembargador Federal Celso Kipper, quando do


julgamento da AC 0003073-11.2017.4.04.9999/SC, mesmo tendo o benefício
sido concedido após a edição da MP 739/16, não é “possível o estabelecimento
de um prazo para sua cessação quando há clara impossibilidade de um
prognóstico seguro acerca da total reabilitação da parte autora para o exercício
de suas atividades laborativas. Com efeito, é necessária toda a cautela antes de
se antecipar uma situação futura que pode não refletir o real estado de saúde
do segurado, haja vista que o quadro clínico de cada trabalhador demanda um
diagnóstico específico. O tempo de recuperação de cada segurado poderá
oscilar sensivelmente dependo das suas condições pessoais, mesmo que se
considere segurados portadores de idêntica moléstia e com mesma faixa etária.
Tanto é assim que a própria disposição legal prevê que tal prazo seja estipulado
sempre que possível, o que não quer dizer, obviamente, em todos os casos”.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• Assim, havendo impedimento para o trabalho, deve ser concedido


auxílio-doença até a melhora do quadro, ou eventual reabilitação
profissional, não sendo possível, no processo judicial, fixar o termo final
do benefício, ou um período máximo para a cura da moléstia.Nada
impede, ademais, que o INSS convoque o segurado para avaliação das
condições que ensejaram a concessão do benefício. (TRF4, AC 5022996-
64.2019.4.04.9999/SC, juntada aos autos em 19/02/2020).
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• Recurso Ordinário: se a nova perícia confirmar a capacidade para voltar


ao trabalho, o beneficiário ainda pode dar entrada em recurso, num
prazo de 30 dias, a contar da data da ciência, na própria agência que
concedeu o benefício. Nesses casos não são aceitos recursos pela internet
ou por chamadas ao telefone 135. Esse recurso é avaliado pelo setor de
perícia médica e será encaminhado para a Junta de Recursos do CRPS,
que dará a decisão final sobre o assunto.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

ØCarência (número mínimo de contribuições mensais – art. 24 e ss. da Lei


8.213/91)

• Regra: 12 contribuições mensais (art. 25, inciso I, da Lei 8.213/91).

• Exceções: a carência não é exigida nos casos de incapacidade decorrente


de acidente do trabalho ou de acidente não relacionado ao trabalho e de
incapacidade decorrente de doença grave (arts. 26 e 151 da Lei 8.213/91
e Portaria MPAS/MS 2.998/01), sendo as considerações cabíveis ao
auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença, as mesmas
realizadas quando do estudo da aposentadoria por incapacidade
permanente/aposentadoria por invalidez.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

ØQualidade de segurado na data de início da incapacidade (DII)

• Doença ou lesão preexistente (art. 59, § 1º, da Lei 8.213/91).

• Diferença entre data de início da doença (DID) e data de início da


incapacidade (DII); a questão do agravamento.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

Ø Natureza do auxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença:


comum/previdenciária (B-31) ou acidentária (B-91).

• A caracterização da natureza do benefício como comum ou acidentária não


afeta a forma de cálculo do auxílio por incapacidade temporária/auxílio-
doença.

• O art. 118, da Lei 8.213/91, prevê que o segurado que sofreu acidente do
trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do
seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença
acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• O art. 15 da Lei 8.036/90, diz que o depósito do FGTS é obrigatório nos


casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e
licença por acidente do trabalho.

• Segundo o art. 120 da Lei 8.213/91, a Previdência Social ajuizará ação


regressiva contra os responsáveis nos casos de negligência quanto às
normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas para a
proteção individual e coletiva e de violência doméstica e familiar contra a
mulher, nos termos da Lei 11.340/06 (hipótese incluída pela Lei
13.846/19).
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• O reconhecimento da natureza acidentária do benefício previdenciário é


um forte indício da possibilidade de responsabilização civil do
empregador em razão de dano moral e/ou material sofrido pelo
empregado.

• A quantidade de benefícios previdenciários de natureza acidentária é


levada em consideração para a apuração do valor devido pela empresa a
título de Seguro Acidente de Trabalho – SAT, na forma do art. 22, inciso II,
da Lei 8.212/91 (Fator Acidentário de Prevenção – FAP; art. 10, da Lei
10.666/03).
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• Competência para julgamento da ação judicial envolvendo o B-31:


Justiça Federal, na forma do art. 109, inciso I, da CF. Possível o
ajuizamento perante a Justiça Estadual quando a Comarca de
domicílio do segurado estiver localizada a mais de 70 km de
Município sede de Vara Federal (competência federal delegada),
conforme § 3º do art. 109 da CF c/c art. 3º da Lei 13.876/19).

• Competência para julgamento da ação judicial envolvendo o B-91:


Justiça Estadual na forma do art. 109, inciso I, parte final, da CF,
ressalvados os casos de mandado de segurança.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

ØDocumentação administrativa médica relevante

• Laudo Médico Pericial confeccionado pelo perito do INSS (é possível


acessar pelo MEU INSS).
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

ØAuxílio por incapacidade temporária/auxílio-doença concedido


judicialmente e a submissão à avaliação pericial administrativa do INSS

• O § 10 do art. 60 da Lei 8.213/91, com redação dada pela Lei 13.457/17, diz
que segurado em gozo de auxílio por incapacidade temporária/auxílio-
doença, concedido judicial ou administrativamente, poderá ser convocado a
qualquer momento para avaliação das condições que ensejaram o
afastamento, observado o disposto no art. 101 da Lei de Benefícios.

• Neste caso, devem ser aplicadas às mesmas ponderações realizadas quando


do estudo da aposentadoria por incapacidade permanente/aposentadoria
por invalidez sobre o princípio do paralelismo das formas.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

ØRenda mensal inicial (RMI) do auxílio por incapacidade


temporária/auxílio-doença

• Cálculo do B-31 e do B-91 após a EC 103/19 (art. 26): média aritmética


simples de todos os salários-de-contribuição existentes a partir de
julho/1994, devidamente corrigidos, com aplicação de alíquota de 91%
(art. 61, da Lei 8.213/91). Atenção para a PEC 133/19.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

¢Cálculo do B-31 e do B-91 antes da EC 103/19 (art. 29 da Lei 8.213/91):


média aritmética simples dos 80% maiores salários-de-contribuição
existentes a partir de julho/1994, devidamente corrigidos, com aplicação
de alíquota de 91% (art. 61 da Lei 8.213/91).

¢O auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos


últimos 12 salários-de-contribuição, inclusive em caso de remuneração
variável, ou, se não alcançado o número de 12, a média aritmética
simples dos salários-de-contribuição existentes (§ 10 do art. 29 da Lei
8.213/91).
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• Valor mínimo da renda mensal: 1 salário mínimo (art. 201, § 2º, da CF).

• Valor máximo: R$ 6.433,57 (teto, na forma da Portaria ME 477/21).


VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

ØData de início (DIB) do auxílio por incapacidade temporária/auxílio-


doença (art. 60, caput e § 1º, da Lei 8.213/91)

• Para os segurados empregados (exceto o doméstico): a contar do 16º dia


de afastamento da atividade ou a partir da entrada do requerimento
(DER), quando postulado após o 30º dia do afastamento da atividade (os
15 primeiros dias de afastamento são de responsabilidade da empresa,
que deverá pagar ao segurado empregado o “salário”).
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Auxílio por incapacidade temporária

• Para o segurado empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte


individual, especial, facultativo e intermitente: a partir da data do início
da incapacidade, ou da data de entrada do requerimento (DER), quando
ocorrido após o 30º dia da incapacidade.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• Em 31.03.2021 foi publicada a Portaria Conjunta SEPRT/ME/INSS nº


32/21, que estabelece procedimentos especiais a serem observados, até
31 de dezembro de 2021, na análise dos requerimentos do auxílio por
incapacidade temporária com atestado médico, tendo em vista a
publicação da Lei 14.131/21.

• Destacarei alguns aspectos importantes da Portaria:


VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• A Portaria é aplicada para as unidades com atendimento da Perícia


Médica Federal alcançadas por uma das seguintes situações especificadas
no art. 2º: impossibilidade de abertura em razão da pandemia; redução
da força de trabalho dos servidores da Perícia Médica Federal superior a
20%, na unidade; tempo de agendamento da perícia superior a 60 dias.

• O segurado deve residir em localidade em que uma das situações acima


esteja ocorrendo para realizar o pedido do benefício com atestado
médico e documentos complementares.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• O benefício não estará limitado ao valor do salário-mínimo.

• A documentação médica será apresentada no momento do requerimento


do auxílio por incapacidade temporária com a indicação da data estimada
do início dos sintomas da doença, acompanhada da declaração de
responsabilidade quanto a sua veracidade, e contemplará:

• I - obrigatoriamente, o atestado emitido pelo médico assistente,


observados os seguintes requisitos:
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• a) redação legível e sem rasuras;


• b) assinatura e identificação do profissional emitente, com registro do
Conselho Regional de Medicina ou Registro Único do Ministério da Saúde
(RMS);
• c) informações sobre a doença, preferencialmente com a CID; e
• d) período estimado de repouso necessário;

• II - complementarmente, exames, laudos, relatórios ou outros


documentos contemporâneos que comprovem a doença informada na
documentação médica apresentada.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• O benefício terá duração máxima de 90 dias e não estará sujeito a pedido


de prorrogação.

• O INSS notificará o requerente sobre a necessidade de agendamento de


exame médico pericial presencial, quando exigido pela Perícia Médica
Federal.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• Alguns temas relevantes na TNU:

• Tema 177 (questão submetida a julgamento). Saber se a decisão judicial


de concessão/restabelecimento do benefício de auxílio-doença também
pode determinar a submissão do segurado a processo de reabilitação
profissional ou se tal ato se insere no âmbito da discricionariedade do
INSS (arts. 62 e 89, ambos da Lei n. 8.213/1991).
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• Tese firmada: 1. Constatada a existência de incapacidade parcial e


permanente, não sendo o caso de aplicação da Súmula 47 da TNU, a decisão
judicial poderá determinar o encaminhamento do segurado para análise
administrativa de elegibilidade à reabilitação profissional, sendo inviável a
condenação prévia à concessão de aposentadoria por invalidez condicionada
ao insucesso da reabilitação; 2. A análise administrativa da elegibilidade à
reabilitação profissional deverá adotar como premissa a conclusão da
decisão judicial sobre a existência de incapacidade parcial e permanente,
ressalvada a possibilidade de constatação de modificação das circunstâncias
fáticas após a sentença.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• Tema 242 (questão submetida a julgamento). Saber se a demora


excessiva na realização de perícia médica pelo INSS, em razão de
movimento grevista de seus servidores, enseja a responsabilização civil
do Estado por danos suportados pelo segurado ante a negativa do
empregador em admiti-lo ao labor enquanto não liberado o retorno pela
perícia médica administrativa. PENDENTE DE JULGAMENTO.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• Tema 246 (questão submetida a julgamento). A partir da regra constante do art. 60, § 9º, da Lei
nº 8.213/91, saber se, para fins de fixação da DCB do auxílio-doença concedido judicialmente, o
prazo de recuperação estimado pelo perito judicial deve ser computado a partir da data de sua
efetiva implantação ou da data da perícia judicial.
• Tese: I - Quando a decisão judicial adotar a estimativa de prazo de recuperação da capacidade
prevista na perícia, o termo inicial é a data da realização do exame, sem prejuízo do disposto no
art. 479 do CPC, devendo ser garantido prazo mínimo de 30 dias, desde a implantação, para
viabilizar o pedido administrativo de prorrogação. II - quando o ato de concessão
(administrativa ou judicial) não indicar o tempo de recuperação da capacidade, o prazo de 120
dias, previsto no § 9º, do art. 60 da Lei 8.213/91, deve ser contado a partir da data da efetiva
implantação ou restabelecimento do benefício no sistema de gestão de benefícios da autarquia.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• Tema 251 (tese). O início da contagem do período de graça para o


segurado que se encontra em gozo de auxílio-doença, para fins de
aplicação do disposto no artigo 15, inciso II e parágrafos 1º e 2° da lei nº
8.213/91, é o primeiro dia do mês seguinte à data de cessação do
benefício previdenciário por incapacidade.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio por incapacidade temporária

• Tema 259 (tese). É possível a cumulação de benefício de auxílio-doença


(auxílio por incapacidade temporária) com o exercício de mandato eletivo
de vereador, desde que observado o disposto no § 7º do artigo 60 da Lei
nº 8.213/91.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio-acidente
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio-acidente
ØReferências legislativas

• Art. 201, inciso I, da CF.


• Art. 86 da Lei 8.213/91.
• Art. 104 e ss. do Decreto 3.048/99.
• MP 905/19 (REVOGADA).
• MP 955/20.
• Art. 333 e ss. da IN INSS/PRES 77/2015.
• Ofício Circular 64/2019/DIRBEN INSS.
• Portaria 450/20 DIRBEN/INSS.
• Manual de Perícias Médicas do INSS (2018).
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Auxílio-acidente

Ø Quais são os pressupostos de concessão do auxílio-acidente?

¢Incapacidade parcial e permanente para a atividade habitualmente


desenvolvida, advinda de acidente do trabalho ou de acidente não relacionado
ao trabalho (impossibilidade de exercício da atividade habitualmente exercida
à época do acidente ou mais dificuldade no exercício daquela atividade).

¢Qualidade de segurado na data de início da incapacidade.

ü Atenção: o benefício não exige o cumprimento de carência e não é exigido que


necessariamente seja precedido de auxílio-doença!
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio-acidente

ØNatureza do auxílio-acidente

• O auxílio-acidente pode possuir natureza comum/previdenciária (B-


36) ou acidentária (B-94).

• Tema 269 da TNU. Qual o conceito do “acidente de qualquer


natureza” para o fim de obtenção do auxílio-acidente? PENDENTE
DE JULGAMENTO.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio-acidente

Ø Auxílio-acidente no caso de perda auditiva

• É possível a concessão de auxílio-acidente no caso de perda auditiva


desde que haja relação da mesma com o trabalho do segurado e a
comprovação da redução da capacidade laborativa (art. 86, § 4º, da
Lei 8.213/91 e STJ, tema repetitivo 213).
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio-acidente

Ø Beneficiários do auxílio-acidente

• Somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os seguintes


segurados: empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso e
segurado especial, na forma do art. 18, § 1º, da Lei 8.213/91.

• A TNU, no julgamento do Tema 201, decidiu que o contribuinte


individual NÃO faz jus ao auxílio-acidente.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio-acidente
Ø Valor do auxílio-acidente (renda mensal inicial – RMI)

• Cálculo do auxílio-acidente (B-36 ou B-94 antes da MP 905/19 -


REVOGADA): média aritmética simples dos 80% maiores salários-de-
contribuição, devidamente corrigidos, existentes a partir de 07/1994,
multiplicada pela alíquota de 50%.

• Cálculo do auxílio-acidente (B-36 ou B-94 na forma da revogada MP


905/19 (12.11.2019)): aposentadoria por incapacidade permanente
simulada, multiplicada pela alíquota de 50%.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio-acidente

• Cálculo do auxílio-acidente (B-36 ou B-94, na forma do art. 26 da EC


103/19 (13.11.2019)): média aritmética simples de todos os salários-de-
contribuição, devidamente corrigidos, existentes a partir de 07/1994,
multiplicada pela alíquota de 50%.

• Atenção: o cálculo do B-36 é mais vantajoso, via de regra, se observada a


EC 103/19, em detrimento da revogada MP 905/19. O Ofício Circular
64/19 e a Portaria 450/20, dizem que o INSS fará o cálculo de acordo com
a MP. Revisão para benefício calculado na forma da regra prevista na MP
905/19 (REVOGADA).
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio-acidente

• Discussão sobre o valor mínimo do auxílio-acidente. O auxílio-


acidente pode ter valor inferior ao do salário-mínimo (art. 201, § 2º,
da CF)?

ü STF, RE 597.022/SC: precedente favorável.

ü STF, ARE 705.141: não admitiu a repercussão geral do tema

ü STJ, AR 5160/SP: pode ser inferior ao salário-mínimo.


VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio-acidente

ØRedução mínima da capacidade laborativa

• Segundo o posicionamento firmado pelo STJ, no julgamento do


tema repetitivo 416, a redução mínima da capacidade laborativa é
suficiente para a concessão do auxílio-acidente.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio-acidente

ØReversibilidade da doença

• Será devido o auxílio-acidente, sendo irrelevante a possibilidade de


reversibilidade da doença (STJ, tema repetitivo 156).
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio-acidente
Ø Data de início do auxílio-acidente (DIB)

• Dispõe o § 2º do art. 86 da Lei 8.213/91, que o auxílio-acidente será devido a


partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, independentemente
de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado.

• A questão foi julgada pelo STJ (tema repetitivo 862), na mesma linha do texto
legal.

• Quando não precedido de auxílio-acidente a data de início do benefício deve


ser fixada na data da entrada do requerimento ou da citação do INSS no
processo judicial, caso, eventualmente, não exista prévio requerimento
administrativo.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio-acidente
ØDuração do auxílio-acidente

• Dizia o art. 86, § 1º, da Lei 8.213/91, com redação dada pela revogada
MP 905/19 (12.11.2019), que o auxílio-acidente seria pago enquanto
persistissem as condições que lhe deram origem (incapacidade parcial e
permanente para a atividade habitualmente desenvolvida à época do
acidente).

• A MP ainda incluiu o § 1º-A ao art. 86, da Lei 8.213/91, para


expressamente prever que na hipótese de manutenção das condições
que ensejaram o reconhecimento do auxílio-acidente, o auxílio será
devido até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data
do óbito do segurado.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio-acidente
Ø Acumulação com a aposentadoria

• Súmula 507 do STJ: a eclosão da lesão incapacitante e a aposentadoria


devem ser anteriores a 11.11.1997, data de publicação da MP 1.596/97,
que alterou o disposto no art. 86 da Lei 8.213/91, que, por sua vez,
passou a dizer que o auxílio-acidente cessaria com a aposentadoria do
segurado.

• Tema repetitivo 555 no STJ : mesma solução da Súmula 507.

• A questão (similar) será avaliada pelo STF quando julgamento do Tema


599 (RE 687.813/RS, com repercussão geral reconhecida).
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio-acidente

ØConsideração do valor do benefício na composição do salário-de-


contribuição

• O valor mensal recebido à título de auxílio-acidente deve ser


considerado como salário-de-contribuição no respectivo mês, sendo
somado ao valor da remuneração do segurado, na forma do art. 31
da Lei 8.213/91.

• Esta situação somente será possível quando: a. o benefício for


inacumulável com a aposentadoria do segurado; b. quando houver
recebimento concomitante de remuneração no mês de referência.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio-acidente

Ø Majoração da alíquota de benefícios antigos para 50%

• O auxílio-acidente, na redação original da Lei 8.213/91, era concedido ao


segurado quando, após a consolidação das lesões decorrentes do acidente do
trabalho, houvesse seqüela que implicasse:
• I - redução da capacidade laborativa que exigisse maior esforço ou necessidade
de adaptação para exercer a mesma atividade, independentemente de
reabilitação profissional.
• II - redução da capacidade laborativa que impedisse, por si só, o desempenho
da atividade que exercia à época do acidente, porém, não o de outra, do
mesmo nível de complexidade, após reabilitação profissional; ou
• III - redução da capacidade laborativa que impedisse, por si só, o desempenho
da atividade que exercia à época do acidente, porém não o de outra, de nível
inferior de complexidade, após reabilitação profissional.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio-acidente

• Para cada uma dessas hipóteses, o benefício possuía uma alíquota


de cálculo diferente, confirme dispunha originalmente o § 1º do art.
86 da Lei 8.213/91.

• O dispositivo dizia que o auxílio-acidente, corresponderia,


respectivamente às situações previstas nos incisos I, II e III, a 30%,
40% ou 60% do salário-de-contribuição do segurado vigente no dia
do acidente, não podendo ser inferior a esse percentual do seu
salário-de-benefício.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Auxílio-acidente

• Foi com a publicação da Lei 9.032/95 (29.04.1995), que o art. 86, §


1º, da Lei 8.213/91, unificou a alíquota do auxílio-acidente em 50%.

• Em razão disso, surge a tese revisional fundamentada na


possibilidade de majoração das alíquotas de 30% e 40%, de
benefícios nos moldes da legislação anterior, para 50%.

• A tese foi rechaçada pela jurisprudência: STJ, tema repetitivo 18.


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Auxílio-acidente

ØAuxílio-acidente e manutenção da qualidade de segurado

• Nos termos do art. 15, inciso I, da Lei 8.213/91, com redação dada
pela Lei 13.846/19 (publicada em 18.06.2019), o recebimento de
auxílio-acidente (sem contribuição concomitante) não reflete a
manutenção da qualidade de segurado do beneficiário.
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Questões processuais relevantes


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Questões processuais relevantes

ØA incapacidade para o trabalho

• Na petição inicial o advogado deve explorar as atividades laborativas


executadas pelo autor. Os detalhes de cada caso concreto são
importantes.

• O segurado consegue exercer a sua atividade?

• O segurado deve exercer atividade? Há risco de agravamento caso a


execute? O exercício de sua atividade laborativa coloca em risco a sua
saúde/vida e/ou a saúde/vida de terceiros?
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Questões processuais relevantes

ØInteresse de agir

• Atenção ao decidido pelo STF no julgamento do tema 350 da repercussão


geral (RE 631.240/MG).

• Segundo a TNU o pedido de prorrogação do auxílio-doença não é


necessário para a configuração do interesse de agir nas ações de
restabelecimento deste benefício (PEDILEF 5006414-91.2012.4.04.7005,
julgado em 19.08.2015).
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Questões processuais relevantes

ØProdução antecipada da prova pericial

• Recomendação Conjunta CNJ/AGU/MTPS 1/2015.

• Apresente os quesitos e indique assistente técnico na petição inicial!


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Questões processuais relevantes

ØFungibilidade das ações previdenciárias

• A fungibilidade das ações previdenciária tem sido aceita pela


jurisprudência, com fundamento na necessidade de flexibilidade na
análise dos processos desta natureza e no disposto no art. 493 do CPC,
que dispõe que se, depois da propositura da ação, algum fato
constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do
mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a
requerimento da parte, no momento de proferir a decisão.

• Precedentes: STJ, AgRg no REsp 868.911/SP e REsp 847.587/SP.


VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Questões processuais relevantes

Ø Recebimento de valores decorrentes de aposentadoria por incapacidade


permanente/aposentadoria por invalidez ou auxílio por incapacidade
temporária/auxílio-doença quando houver trabalho no mesmo período em que
o direito ao benefício é reconhecido em processo judicial

• Súmula 72 da TNU: é possível o recebimento de benefício por incapacidade


durante período em que houve exercício de atividade remunerada quando
comprovado que o segurado estava incapaz para as atividades habituais na
época em que trabalhou.

• STJ: Tema repetitivo 1.013, julgado pelo STJ (REsp 1.786.590/SP e REsp
1.788.700/SP).
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Questões processuais relevantes

ØLimitação na realização de perícias judiciais gratuitas

• O art. 1º, § 3º, da Lei 13.876/19 (publicada em 23.09.2019), dispõe


que a partir de 2020 e no prazo de até 2 anos após a data de
publicação da referida lei, o Poder Executivo federal garantirá o
pagamento dos honorários periciais referentes a APENAS UMA
perícia médica por processo judicial.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Períodos de recebimento de benefícios


por incapacidade e reflexos
nas aposentadorias voluntárias
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Benefícios por incapacidade x tempo de contribuição

• Por sua vez o art. 55, inciso II, da Lei 8.213/91, prevê que:

• “O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no


Regulamento, compreendendo, além do correspondente às
atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata o
art. 11 desta Lei, mesmo que anterior à perda da qualidade de
segurado: (...) II - o tempo intercalado em que esteve em gozo de
auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez”.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Benefícios por incapacidade x tempo de contribuição

• O art. 60, incisos III e IX e o art. 61, incisos II e III, ambos do Decreto
3.048/99 e o art. 164, inciso XVI, da IN INSS/PRES 77/2015, dizem que
devem ser contados como tempo de contribuição os períodos de
recebimento de benefício por incapacidade, entre períodos de atividade e
o de benefício por incapacidade decorrente de acidente do trabalho,
intercalado ou não.

• O Decreto 10.410/20 revogou os arts. 60 e 61 do Decreto 3.048/99. Agora,


o art. 19-C, § 1º, do Decreto 3.048/99, prevê que será computado o tempo
intercalado de recebimento de benefício por incapacidade, exceto para
efeito de carência.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Benefícios por incapacidade x tempo de contribuição

• No que diz respeito ao intercalamento, a TNU dos JEF`s, no


julgamento do PUIL 0000805-67.2015.4.03.6317/SP, firmou a tese de
que o tempo de gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por
invalidez não decorrentes de acidente do trabalho deve ser
computado para fins de tempo de contribuição, quando intercalado
com períodos de contribuição, independentemente do número de
contribuições vertido e o título a que realizadas.
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Benefícios por incapacidade x carência

• Como já visto, a Lei 8.213/91 expressa que o período de


recebimento de benefício por incapacidade deve ser considerado;
inclusive para fins de carência?
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Benefícios por incapacidade x carência

• Súmula 73 da TNU. O tempo de gozo de auxílio-doença ou de


aposentadoria por invalidez não decorrentes de acidente de trabalho
só pode ser computado como tempo de contribuição ou para fins de
carência quando intercalado entre períodos nos quais houve
recolhimento de contribuições para a previdência social.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Benefícios por incapacidade x carência

• Para o STJ, os períodos de recebimento de auxílio-doença e


aposentadoria por invalidez, desde que intercalados com
contribuição, também devem ser considerados para fins de carência
(vide REsp 1.414.439/RS e REsp 1.334.467/RS).
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Benefícios por incapacidade x carência

• Art. 153, da IN INSS/PRES 77/2015. Considera-se para efeito de


carência: (...) § 1º Por força da decisão judicial proferida na Ação Civil
Pública nº 2009.71.00.004103-4 (novo nº 0004103-
29.2009.4.04.7100) é devido o cômputo, para fins de carência, do
período em gozo de benefício por incapacidade, inclusive os
decorrentes de acidente do trabalho, desde que intercalado com
períodos de contribuição ou atividade, observadas as datas a seguir:
(Nova redação dada pela IN INSS/PRES nº 86, de 26/04/2016)
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Benefícios por incapacidade x carência

• I - no período compreendido entre 19 de setembro de 2011 a 3 de


novembro de 2014 a decisão judicial teve abrangência nacional; e II -
para os residentes nos Estados do Grande do Sul, Santa Catarina e
Paraná, a determinação permanece vigente, observada a decisão
proferida pelo Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial nº
1.414.439-RS, e alcança os benefícios requeridos a partir de 29 de
janeiro de 2009. (Nova redação dada pela IN INSS/PRES nº 86, de
26/04/2016)
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Benefícios por incapacidade x carência

• § 2º Para benefícios requeridos até 18 de setembro de 2011,


somente contarão para carência os períodos de auxílio-doença ou
aposentadoria por invalidez recebidos no período de 1º de junho de
1973 a 30 de junho de 1975.
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Portaria Conjunta nº 12, de 19 de maio de 2020

• PORTARIA CONJUNTA Nº 12, DE 19 DE MAIO DE 2020 (publicada em 25 de


maio de 2020).

• Comunica para cumprimento a decisão proferida na Ação Civil Pública nº


0216249-77.2017.4.02.5101/RJ - cômputo de benefício por incapacidade
para carência.
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Portaria Conjunta nº 12, de 19 de maio de 2020


• O DIRETOR DE BENEFÍCIOS e o PROCURADOR-GERAL DA PROCURADORIA FEDERAL
ESPECIALIZADA DO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, no uso das
atribuições que lhes confere o Decreto nº 9.746, de 8 de abril de 2019, e considerando o
contido no Processo SEI nº 00695.000164/2020-18, resolvem:

• Art. 1º Comunicar para cumprimento a decisão judicial proferida na Ação Civil Pública-
ACP nº 0216249-77.2017.4.02.5101/RJ, determinando ao INSS que compute, para fins de
carência, o período em gozo de benefício por incapacidade não acidentário intercalado e
o período em gozo de benefício por incapacidade acidentário, intercalado ou não.
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Portaria Conjunta nº 12, de 19 de maio de 2020


• Art. 2º Até que seja julgado o recurso interposto pelo INSS e expedido um parecer de
força executória definitivo, deve ser cumprida a decisão judicial desta ACP nos moldes da
ACP de nº 2009.71.00.004103-4/RS, ou seja, computar, para fins de carência, o período
em gozo de benefício por incapacidade, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho,
desde que intercalado com períodos de contribuição ou atividade,
conforme artigo 153, § 1º, da Instrução Normativa nº 77/PRES/INSS, de 21/01/2015.
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Portaria Conjunta nº 12, de 19 de maio de 2020

produz efeitos para benefícios


• Art. 3º O disposto no artigo 2º desta Portaria
com Data de Entrada de Requerimento -DER a partir de 20/12/2019 e
alcança todo o território nacional.

• Parágrafo único. Não haverá necessidade de comprovação de endereço para aplicação


desta ACP nº 0216249-77.2017.4.02.5101/RJ, podendo ser aplicada inclusive aos
requerentes moradores da Região Sul.
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Portaria Conjunta nº 12, de 19 de maio de 2020


• Art. 4º Para o cumprimento da ACP de nº 0216249-77.2017.4.02.5101/RJ, deverão se
observadas as seguintes regras:

• I - os períodos de gozo de benefício por incapacidade previdenciário e acidentário (B31,


B32, B91 e B92) intercalados, concedidos com base em contribuições, na forma do
art. 24 da Lei nº 8.213/91, poderão ser computados como carência em beneficio que
exija carência em contribuições;

• II - os períodos de B31, B32, B91 e B92 intercalados, concedidos com base em


exercício de atividade rural, na forma do art. 39, I, da Lei nº 8.213/91, poderão ser
computados como carência em benefício que exija carência em meses de atividade rural;
e
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Portaria Conjunta nº 12, de 19 de maio de 2020


• III - os períodos de B31, B32, B91 e B92 intercalados, concedidos para o empregado
doméstico sem contribuições, com base no art. 36 da Lei nº 8.213/91 (DESP 17), poderão
ser computados como carência em benefício a ser concedido também com base no
referido artigo.

• Art. 5º O Sistema Prisma está sendo adequado para permitir que sejam computados
para carência os períodos de benefícios por incapacidade (previdenciários e acidentários)
intercalados entre períodos de atividade/contribuição, sem prejuízo das
demais exigências para reconhecimento do direito ao benefício requerido.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Portaria Conjunta nº 12, de 19 de maio de 2020


• Art. 6º Os requerimentos realizados de acordo com as orientações expressas nesta
Portaria devem ter o tipo de benefício "001" (ação civil pública), informando o número
do processo 02162497720174025101, sem pontos, hífen, barra e UF, e serem decididos
com despacho normal.

• Art. 7º A ACP de nº 2009.71.00.004103-4/RS continua vigente, limitada aos residentes


dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, para benefícios com DER a
partir de 29/01/2009.

• Art. 8º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.


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Portaria Conjunta nº 12, de 19 de maio de 2020

• A Portaria não cumpre integralmente a decisão do TRF2 quanto a desnecessidade de


intercalamento no caso de benefícios de natureza acidentária, bem como limita
indevidamente a aplicação da decisão à benefícios requeridos a partir de 20.12.2019.
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Tema 1.125 da repercussão geral

• Tese fixada: É constitucional o cômputo, para fins de carência, do período no qual o


segurado esteve em gozo do benefício de auxílio-doença, desde que intercalado com
atividade laborativa.

• Há pendência de julgamento de embargos de declaração.


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Período de recebimento de auxílio-acidente

• Em suas mais recentes decisões o STJ e a TNU vem inadmitindo a


contagem do período de recebimento de auxílio-acidente como tempo de
contribuição ou carência (vide: STJ, REsp 1.247.971/PR (2015) e TNU,
Processo 0504317-35.2017.4.05.8302/PE).

• Entretanto, existe precedente (mais antigo – 2013) favorável à


possibilidade do cômputo do período de recebimento de auxílio-acidente
para fins de carência no STJ (vide REsp 1.243.760/PR).
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Benefícios por incapacidade x tempo especial

• Dispunha o art. 65, parágrafo único, do Decreto 3.048/99, que o(s)


período(s) de afastamento decorrentes de gozo de benefícios de
auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez acidentários, bem
como aos de percepção de salário-maternidade, serão considerados
como especiais, desde que, à data do afastamento, o segurado
estivesse exposto aos fatores de risco.

• O dispositivo teve redação alterada pelo Decreto 10.410/20,


deixando de se referir aos períodos de recebimento de benefícios por
incapacidade.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Benefícios por incapacidade x tempo especial

• No mesmo sentido da antiga redação do parágrafo único do art. 65 do Decreto


3.048/99, o art. 291 da IN 77/2015, ainda diz que serão considerados como especiais os
períodos de afastamento decorrentes de gozo de benefícios de auxílio-doença ou
aposentadoria por invalidez acidentários, bem como os de recebimento de salário-
maternidade, desde que, à data do afastamento, o segurado estivesse exercendo
atividade considerada especial.

• O parágrafo único do mesmo dispositivo é explícito ao dizer que os períodos de


afastamento decorrentes de gozo de benefício por incapacidade de espécie não
acidentária não serão considerados como sendo de trabalho sob condições especiais.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Benefícios por incapacidade x tempo especial

• No julgamento do tema repetitivo 998 (REsp 1.759.098/RS e REsp


1.723.181/RS), o STJ firmou a tese de que é possível o cômputo como
especial, para fins de inativação, do período em que o segurado
esteve em gozo de auxílio-doença de natureza não acidentária.

• O STF entendeu pela inexistência de repercussão geral da matéria


(questão infraconstitucional) na análise do tema 1.107.
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Benefícios por incapacidade x tempo especial

• Tema 165 julgado pela TNU: O período de auxílio-doença de


natureza previdenciária, independente de comprovação da relação da
moléstia com a atividade profissional do segurado, deve ser
considerado como tempo especial quando trabalhador exercia
atividade especial antes do afastamento. (PEDILEF 5012755-
25.2015.4.04.7201/SC)
VICTOR CRISTIANO DA SILVA MAIA 06135920693 VICTOR CRISTIANO DA

Referências bibliográficas
ALEXY, Robert. Teoria dos direitos
fundamentais. Tradução de Virgílio Afonso
da Silva. São Paulo: Malheiros, 2008.

DE CASTRO, Carlos Alberto Pereira. LAZZARI,


João Batista. Manual de Direito
Previdenciário. 23. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2020.

SERAU JUNIOR, Marco Aurélio. Seguridade


social como direito fundamental material. 2.
ed. Curitiba: Juruá, 2011.

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