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AO JUÍZO CÍVEL DA COMARCA DE ALAMOANA – MG

(10 linhas)

MARIA CLARA DA SILVA, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora


do RG nº (xxx) e CPF nº (xxx), e-mail (xxx), residente e domiciliada à Rua, nº (xxx),
Bairro, Alamoana-MG, representada no ato por sua genitora LOURDES SARMENTO,
nacionalidade, divorciada, auxiliar de serviços gerias, portadora do RG nº (xxx) e CPF nº
(xxx), e-mail (xxx), residente e domiciliada à Rua, nº (xxx), Bairro, Alamoana-MG, vem
por seus advogados legalmente constituídos, com procuração em anexo, interpor a este
juízo
AÇÃO DE ALIMENTOS AVOENGOS
Em face de SALETE MARIA DA SILVA, nacionalidade, estado civil, profissão,
portadora do RG nº (xxx) e CPF nº (xxx), e-mail (xxx), residente e domiciliada à Rua, nº
(xxx), Bairro, Januária-MG, CEP (xxx), pelos seguintes fatos e fundamentos de direito
dispostos:

DA PRELIMINAR DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS

A priori, solicita que seja deferido, em sede de liminar, alimentos provisórios a


parte autora, haja visto que a criança necessita da pensão alimentícia para sobreviver, pois
sua mãe, dona Lurdes, trabalha como auxiliar de serviços gerais, e recebe apenas o salário
mínimo, valor insuficiente para suportar todas as despesas da criança. Desse modo, faz-
se necessário a fixação de alimentos provisórios no valor de R$ 1.5000,00 a ser pago, em
benefício de Maria Clara, pela sua única avó, a senhora Salete Maria, com base no artigo
4º da Lei nº 5.478.
Art. 4º. Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo
alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se
o credor expressamente declarar que deles não necessita.

DA PRELIMINAR DE JUSTIÇA GRATUITA

Outrossim, requer a Vossa Excelência que sejam deferidos os benefícios da


gratuidade de justiça, tendo em vista que a parte autora não possui condições de arcar
com as despesas processuais e honorários advocatícios, por ser menor de idade, e
depender de pensão alimentícia para custear o seu próprio sustento, fazendo, desse modo,
jus ao tipificado nos artigos 98 e 99 do Código de Processo Civil.
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da
justiça, na forma da lei.
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na
petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro
no processo ou em recurso.

DOS FATOS

Ocorre que Dona Lourdes Sarmento, divorciada no dia 04/07/2018 de Josué da


Silva, falecido, gerou durante a relação Maria Clara da Silva, nascida em 01/06/2015.
Antes da morte de Josué, ficou certo que ele iria pagar os débitos da pensão alimentícia
para a filha, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), o que o fez, pois pagou essa quantia
até o dia 25/08/2019, data do seu óbito.
Acontece que Josué não deixou bens para que fosse partilhado, a vista disso Maria
Clara não teve o benefício da herança, e decorrente dessa situação a criança passou a
vivenciar uma vida delicada, considerando que sua mãe trabalha como auxiliar de
serviços gerais, não podendo, proporcionar, desse modo, condições financeiras
favoráveis.
Dito isto, percebe-se que dona Lourdes não possui recursos suficientes para suprir
a necessidade da filha. No entanto, a avó paterna de Maria Clara, a senhora Salete Maria,
é possuidora de alto poder aquisitivo, considerando que ela é detentora de muitos bens e
vasto patrimônio na Cidade de Januária-MG, sendo, portanto, capaz de atender todas as
necessidades da neta, por ter excelentes condições recursais.

DO DIREITO

Diante da situação exposta, torna-se perceptível que a parte autora sempre


dependeu de pensão alimentícia para custear a sua subsistência, visto que antes da morte
do seu pai, a criança já recebia essa ajuda de custos do mesmo para contemplar a suas
necessidades.
Assim, após o falecimento de Josué da Silva, pai de Maria Clara, urge a obrigação
da avó, a senhora Salete Maria, continuar a arcar com as despesas da neta, levando em
conta que ela tem total capacidade financeira para isso. Já que, em contrapartida, a dona
Lourdes, mãe da criança não possui esse mesmo patamar, pois conforme demonstrado, a
genitora é apenas assalariada, não tendo fundos de manter sozinha a criança.
Nesse sentido, referente a pensão dos alimentos avoengos, embasa o artigo 1.698
do Código Civil:
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro
lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o
encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato;
sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todos
devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e,
intentada ação contra uma delas, poderão os demais ser
chamados a lide.
Isto posto, é indiscutível a existência da admissibilidade dos alimentos serem
prestados pela avó paterna, cabendo a função de suporte da neta, auxiliando, assim, as
necessidades relacionadas a educação, ao lazer e aos mantimentos da parte.
Outrossim, é importante destacar o previsto no artigo 1.696 do Código Civil:
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é reciproco
entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes,
recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em
falta de outros.
Conforme analisado, entende-se que é perfeitamente possível aplicar a pensão
alimentícia a senhora Salete Maria, pois há a existência desse caráter subsidiário nessa
obrigação. Ocorrendo, principalmente, pelo fato do pai de Maria Clara ser falecido, e ela
necessitar desse auxílio, e tal prestação poder ser concretizada, pois a avó dispõe de
confortável situação financeira para arcar com essas despesas, visto ter um vasto
patrimônio, não podendo, nesse sentido, sua neta, Maria Clara, ficar desamparada.

DOS PEDIDOS

Isto posto, requer a Vossa Excelência:


I. Que receba e julgue procedente a presente ação;
II. Que seja fixado, em sede de liminar, os alimentos provisórios no valor de R$ 1.500,00;
III. Que seja deferido o benefício da gratuidade processual, nos termos dos artigos 98 e
99 do Código de Processo Civil;
IV. Que a parte ré seja condenada a fazer o pagamento mensal de alimentos definitivos
no valor de R$ 1.500,00;
V. Que a parte ré seja condenada a pagar as custas processuais e honorários advocatícios,
fixados em 20% sobre o valor da causa;
VI. A intimação do Ministério Público, conforme artigo 178, inciso II do Código de
Processo Civil, para que apresente as manifestações que julgar pertinentes.

DAS PROVAS

Pretende provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, nos
termos do artigo 369 do Código de Processo Civil, em especial, a prova oral com oitiva
de testemunhas, depoimento das partes e prova documental.

DO VALOR DA CAUSA

Dar-se-á causa o valor de R$ 18.000,00, com fulcro no artigo 292, inciso III do Código
de Processo Civil.

DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO

A parte autora deseja participar de eventual audiência de conciliação ou mediação.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Alamoana – MG
24/09/2021
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ADVOGADO/OAB

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ADVOGADO/OAB

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