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AO JUÍZO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE ..............

Processo nº:

JOSE TRINDADE, já devidamente qualificado nos


autos da Execução Fiscal ajuizada pela Fazenda Pública Estadual, vem
perante o juízo, por intermédio de sua advogada que esta subscreve
(procuração anexa), oferecer:
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EMBARGOS À EXECUÇÃO

fundados nos fatos e no direito a seguir deduzidos:

I- DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Inicialmente pleiteia o benefício da Justiça Gratuita


assegurado pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV, e art. 98 e ss do
CPC. A autora não possui condições de arcar com as custas do
processo sem prejuízo de seu próprio sustento, tal como de sua família,
fazendo jus ao benefício da justiça gratuita.

Resta claramente comprovado a impossibilidade de


arcar com as custas e despesas processuais. Conforme art. 98 do CPC 1
a Requerente faz jus a Assistência Judiciária Gratuita.

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Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da
justiça, na forma da lei.
§ 1o A gratuidade da justiça compreende:
I - as taxas ou as custas judiciais;
II - os selos postais;
Diante de todo o exposto requer a concessão dos
benefícios previstos no Art. 98 e ss. do CPC.

II- DA TEMPESTIVIDADE

Os presentes embargos são tempestivos, pois


distribuídos dentro do prazo legal.

III- DOS FATOS

O Embargante foi surpreendido com a Execução do Título


Executivo Extrajudicial movida pela Fazenda pública Estadual, de um pretenso
débito relativo ao acordão nº. 00000 do Tribunal de Contas do Estado do ....,
onde julgou irregular a prestação de contas do Convênio SEPOF 00000,
firmado entre Sindicato dos Trabalhadores Rurais ..................

No caso em apreço, o Estado condenou o embargante, a


devolver a importância de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), devendo ser
corrigidos e aplicados juros até o seu efetivo recolhimento, mais multa de R$
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1.000,00 (mil reais) pelo dano que supostamente teria causado ao Erário
Estadual.

III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se


a publicação em outros meios;
IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada,
receberá do empregador salário integral, como se em serviço
estivesse;
V - as despesas com a realização de exame de código genético -
DNA e de outros exames considerados essenciais;
VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do
intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação de versão
em português de documento redigido em língua estrangeira;
VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando
exigida para instauração da execução;
VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para
propositura de ação e para a prática de outros atos processuais
inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório;
IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em
decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro
ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à
continuidade de processo judicial no qual o benefício tenha sido
concedido.
Portanto, o embargante está sendo executado no importe
de R$ 244.993,39 (duzentos e quarenta e quatro mil, novecentos e noventa e
três reais e trinta e nove centavos), por executar política pública de incentivo
à produção naquela municipalidade, uma vez que cumpriu seu dever ao
executar o plano de trabalho.

IV- DO MÉRITO
IV. I- DA INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO

Como é sabido, o processo executivo deve ser sempre


fundado em título certo, líquido e exigível, ou seja, na falta de qualquer desses
pressupostos, tem-se por inexistente o mesmo.

No caso em tela, o embargado diz-se possuidor de título


executivo extrajudicial.

Acontece que, a execução foi instaurada sem que o título


tenha eficácia de título executivo. Vejamos.

O embargante propôs Pedido de Rescisão (conforme


documento em anexo) em face do v. ACORDÃO nº. 00000 prolatada pelo 3
Tribunal de Contas do Estado do......, pedido este pendente de análise.

Se há recurso pendente de julgamento, a cártula


apresentada para execução carece do elemento de exigibilidade, uma vez
que ainda na quadra administrativa poderá haver alteração dos elementos
contidos no documento executivo. Logo, o acórdão do Colendo TCE, não
reúne os atributos de título executivo previstos na legislação adjetiva civil.

É que ao interpor o recurso, o ora embargante levou


elementos que poderão alterar substancialmente a decisão, uma vez que, em
nada disse o acórdão acerca de não cumprimento na aquisição do referido
barco. Ou seja, a devolução estabelecida no v. acórdão, tem como base
primeira, a simples dissonância de natureza formal nos documentos fiscais.

Isto porque, caso mantido o dever de devolução ao


embargante, ser-lhe-á imposto o dever de pagamento por implantação de
política pública, revestindo a decisão, de nítido enriquecimento sem causa do
Estado do Pará, em desfavor do embargante, dado que o barco foi adquirido
e entregue à comunidade.

Ademais, à origem do título, infere–se, sem qualquer


resquício de dúvidas, que o título executivo extrajudicial adveio de situação
fática insólita, sem elementos concretos e seguros, gerados por mera
presunção.

Entretanto Excelência, exsurge no presente caso a falta de


exigibilidade do citado título executivo. Vejamos, art. 783 do Código de
Processo Civil:

Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-


se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e
exigível.

Daí não se admitindo no direito o campo perigoso das


suposições, sem elementos seguros, o título exequendo é nulo uma vez que
pendente de análise o pedido de rescisão de decisão.

Assim, vênia permissa, não há exigibilidade necessária à


instauração do presente processo executivo, impondo se a declaração de
sua extinção, o que se requer.

IV.II- DO EXCESSO DE EXECUÇÃO


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Há excesso de execução. Vossa Excelência balizou na
decisão de recebimento do processo executivo, o Índice Nacional de Preço
ao Consumidor-INPC (fls. 08). No caso, sequer o exequente apresentou o
cálculo pormenorizado, exigência esta, contida na legislação processual civil.

No caso, tem-se que ao aplicar para correção o INPC,


apura-se o valor de R$ 110.573,84, valor este, bem aquém daquele
aleatoriamente apontado como corrigido pela Procuradoria Estadual.

O valor devido caso houvesse descumprimento do


convênio firmado seria o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). No entanto,
os cálculos homologados foram aplicados juros até o seu efetivo
recolhimento, mais multa de R$ 1.000,00 (um mil reais).

O excesso importa em R$ 134.419,55 (cento e trinta e


quatro mil, quatrocentos e dezenove reais e cinquenta e cinco centavos),
atualizado até março de 2018, conforme cálculo em anexo.

Logo, o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais)


devidamente corrigido monetariamente a partir de 24/12/2007 e acrescido de
juros até a data de seu efetivo recolhimento – 05/03/2018, mais R$ 1.000,00 (um
mil reais), tem–se um valor de R$ 111.573,84.

Verifica-se, não estar de acordo com a


proporcionalidade, pois a execução caracteriza verdadeiro excesso, isto é,
existe uma nítida discrepância entre o valor do suposto débito e o valor
executado.

Portanto, o objeto foi integralmente cumprido, não sendo


razoável que impropriedades de quem não possui expertise em prestação de
contas, seja condenado ao pagamento de benfeitorias que atualmente se
encontra servindo a comunidade, o seja, cumpriu a finalidade do plano de
trabalho.

V- DO PEDIDO

Ante o exposto o embargante requer:

a) a CONCCESSÃO benefício da justiça gratuita, uma vez


que, o Embargante não possui meios para arcar com as 5
custas do processo, fundamenta seus pedidos no artigos 98
e seguintes do CPC e art. 5º da Constituição da República
Federativa do Brasil.
b) requer-se sejam recebidos os presentes embargos,
intimando-se a Fazenda, para impugna-los. Rogando –se os
presentes embargos julgados procedentes para se
desconstituir a certidão de dívida ativa em apreço;
c) seja acolhido os embargos para que, reconhecendo a
inexigibilidade da cártula executiva, seja extinto o processo
executivo;
d) Subsidiariamente, seja reconhecido o excesso de execução
com consequência decotação do valor a maior e sua
limitação ao valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais)
e) requer que todas as publicações sejam divulgadas em
nome das advogadas Dr. ...... OAB/, , sob pena de
nulidade.

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas


admitidos pelo Direito.
Dá – se a causa o valor de R$ 244.993,39 (duzentos e
quarenta e quatro mil, novecentos e noventa e três reais e trinta e nove
centavos).

Termos em que, pede deferimento.

Cidade, ...........

advogado
OAB/

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