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CÁLCULO DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA:

TESES PACIFICADAS E EM DISCUSSÃO


A LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA
FALAR DO CÁLCULO NA INICIAL

FALAR DA PERÍCIA CONTÁBIL

SÓ DEPOIS IR PARA A LIQUIDAÇÃO


CÁLCULOS NO PROCESSO JUDICIAL PREVIDENCIÁRIO

CÁLCULO NA INICIAL

CÁLCULO PERICIAL

LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA

IMPUGNAÇÃO À LIQUIDAÇÃO
O VALOR DA CAUSA
Lei 13.105 (nCPC), Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da
reconvenção e será:
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do
principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até
a data de propositura da ação; [...]
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas
pelo autor; [...]
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à
soma dos valores de todos eles;
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.
O VALOR DA CAUSA
Lei 13.105 (nCPC), Art. 292, § 1º Quando se pedirem prestações vencidas e
vincendas, considerar-se-á o valor de umas e outras.
§ 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a
obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano,
e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações.
§ 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando
verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao
proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao
recolhimento das custas correspondentes.
CÁLCULOS NO PROCESSO JUDICIAL PREVIDENCIÁRIO

CÁLCULO NA INICIAL

CÁLCULO PERICIAL

LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA

IMPUGNAÇÃO À LIQUIDAÇÃO
O CÁLCULO PERICIAL
Lei 13.105 (nCPC), Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da
perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo.
§ 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do
despacho de nomeação do perito:
I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II - indicar assistente técnico;
III - apresentar quesitos.
§ 3º As partes serão intimadas da proposta de honorários para, querendo,
manifestar-se no prazo comum de 5 (cinco) dias, após o que o juiz arbitrará o valor,
intimando-se as partes para os fins do art. 95.
§ 5º Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a
remuneração inicialmente arbitrada para o trabalho.
O CÁLCULO PERICIAL
Lei 13.105 (nCPC), Art. 473. O laudo pericial deverá conter:
I - a exposição do objeto da perícia;
II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito;
III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser
predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da
qual se originou;
IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas
partes e pelo órgão do Ministério Público.
§ 1º No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em linguagem
simples e com coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões.
CÁLCULOS NO PROCESSO JUDICIAL PREVIDENCIÁRIO

CÁLCULO NA INICIAL

CÁLCULO PERICIAL

LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA

IMPUGNAÇÃO À LIQUIDAÇÃO
SENTENÇA LÍQUIDA OU ILÍQUIDA?
LIQUIDAÇÃO OU
CUMPRIMENTO

ILÍQUIDA IMPUGNAÇÃO

EXECUÇÃO
SENTENÇA

EMBARGOS
LÍQUIDA
CUMPRIMENTO /
EXECUÇÃO
A LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA
Lei 13.105 (nCPC), Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de
quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou
do devedor:
§ 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o
credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença.
§ 3º O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos
interessados programa de atualização financeira.
§ 4º Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença
que a julgou.
Art. 513, § 1º O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar
quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente.
A LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA
Lei 13.105 (nCPC), Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à
Fazenda Pública o dever de pagar quantia certa, o exequente apresentará
demonstrativo discriminado e atualizado do crédito contendo:
I – o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente;
II – o índice de correção monetária adotado;
III – os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV – o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária
utilizados;
V – a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI – a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados.
IMPUGNAÇÃO À LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA
Lei 13.105 (nCPC), Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu
representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para,
querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a
execução, podendo arguir:
[...]
III – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV – excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
§ 2º Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia
quantia superior à resultante do título, cumprirá à executada declarar de
imediato o valor que entende correto, sob pena de não conhecimento da
arguição.
O CUMPRIMENTO DA SENTENÇA
Lei 13.105 (nCPC), Art. 535, § 3º Não impugnada a execução ou rejeitadas as
arguições da executada:
I – expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente,
precatório em favor do exequente, observando-se o disposto na Constituição
Federal;
II – por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público
foi citado para o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será
realizado no prazo de 2 (dois) meses contado da entrega da requisição,
mediante depósito na agência de banco oficial mais próxima da residência do
exequente.
§ 4º Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela
executada será, desde logo, objeto de cumprimento.
INEXIGIBILIDADE DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA
Lei 13.105 (nCPC), Art. 535, § 5º [...] considera-se também inexigível a
obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato
normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou
fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo
Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em
controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 6º No caso do § 5º, os efeitos da decisão do STF poderão ser modulados no
tempo [...].
§ 7º A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 5º deve ter sido
proferida antes do trânsito em julgado da decisão exequenda.
§ 8º Se a decisão referida no § 5º for proferida após o trânsito em julgado da
decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do
trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
E NOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS?
Lei 9.099, Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Juizado,
aplicando-se, no que couber, o disposto no Código de Processo Civil, com as
seguintes alterações:
I - as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a conversão em
Bônus do Tesouro Nacional - BTN ou índice equivalente;
II - os cálculos de conversão de índices, de honorários, de juros e de outras
parcelas serão efetuados por servidor judicial;
[...]
E NOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS?
Lei 9.099, Art. 52, IV - não cumprida voluntariamente a sentença transitada
em julgado, e tendo havido solicitação do interessado, que poderá ser verbal,
proceder-se-á desde logo à execução, dispensada nova citação;
IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da execução, versando
sobre:
a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à revelia;
b) manifesto excesso de execução;
c) erro de cálculo;
d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, superveniente à
sentença.
A EXECUÇÃO INVERTIDA
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO PROCESSUAL. IMPOSIÇÃO AO
INSS, NOS PROCESSOS EM QUE FIGURE COMO PARTE RÉ, DO ÔNUS DE
APRESENTAR CÁLCULO DE LIQUIDAÇÃO DE SEU PRÓPRIO DÉBITO. TEMA Nº 597
DA GESTÃO POR TEMAS DA REPERCUSSÃO GERAL DO PORTAL DO STF. MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE QUESTÃO CONSTITUCIONAL.
REPERCUSSÃO GERAL INEXISTENTE.
1. Jurisprudência da Corte no sentido de que a alegada violação dos princípios da
legalidade, do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, em virtude
da prolação de sentenças ilíquidas e da definição do ônus de apresentar o cálculo
nos juizados especiais não se encontra na Constituição Federal, mas na legislação
ordinária, e que eventuais ofensas, caso existam, são reflexas.
2. Reconhecimento da inexistência de questão constitucional e, por conseguinte, de
repercussão geral da matéria.
3. Recurso extraordinário do qual não se conhece.
(STF, RE 729.884-RS)
CORREÇÃO OU ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA? JUROS DE MORA?
CORREÇÃO OU ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA? JUROS DE MORA?
CORREÇÃO OU ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA?
“significa trazer um determinado valor do passado para o presente, sem que se
perca o seu poder de compra”
(LEMES, Emerson Costa. Cálculos de Liquidação de Sentença Previdenciária – 2ª ed.
Curitiba: Juruá, 2018)

JUROS DE MORA
“rendimento auferido pelo uso do dinheiro pelo devedor durante determinado
período, privando-se o credor de seu uso no mesmo período”
(LEMES, Emerson Costa. Manual dos Cálculos Previdenciários: Benefícios e Revisões
– 3ª ed. Curitiba: Juruá, 2016)
HISTÓRICO RECENTE DA CORREÇÃO MONETÁRIA
• 30.11.1964 – Lei 4.506 determina o uso da correção monetária pela
primeira vez
• Desde então, sempre se utilizou índices oficiais de inflação
• Site do BACEN: 96 índices diferentes
• 26.12.2006 – Lei 11.430: INPC
• Lei 11.960/09 e EC 62/09: uso dos índices oficiais da caderneta de poupança
para atualização monetária e juros de mora
• 14.03.2013 – Julgamento das ADI 4357 e 4425
HISTÓRICO RECENTE DA CORREÇÃO MONETÁRIA
ADI 4425 – EMENTA:
5. A atualização monetária dos débitos fazendários inscritos em precatórios segundo o
índice oficial de remuneração da caderneta de poupança viola o direito fundamental de
propriedade (CF, art. 5º, XXII) na medida em que é manifestamente incapaz de preservar o
valor real do crédito de que é titular o cidadão. A inflação, fenômeno tipicamente
econômico-monetário, mostra-se insuscetível de captação apriorística (ex ante), de modo
que o meio escolhido pelo legislador constituinte (remuneração da caderneta de
poupança) é inidôneo a promover o fim a que se destina (traduzir a inflação do período).
7. O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com redação dada pela Lei nº 11.960/09, ao reproduzir as
regras da EC nº 62/09 quanto à atualização monetária e à fixação de juros moratórios de
créditos inscritos em precatórios incorre nos mesmos vícios de juridicidade que inquinam o
art. 100, §12, da CF, razão pela qual se revela inconstitucional por arrastamento, na mesma
extensão dos itens 5 e 6 supra.
HISTÓRICO RECENTE DA CORREÇÃO MONETÁRIA
• 30.11.1964 – Lei 4.506 determina o uso da correção monetária pela
primeira vez
• Desde então, sempre se utilizou índices oficiais de inflação
• Site do BACEN: 96 índices diferentes
• 26.12.2006 – Lei 11.430: INPC
• Lei 11.960/09 e EC 62/09: uso dos índices oficiais da caderneta de poupança
para atualização monetária e juros de mora
• 14.03.2013 – Julgamento das ADI 4357 e 4425
• 25.03.2015 – Modulação de efeitos das ADI 4357 e 4425
HISTÓRICO RECENTE DA CORREÇÃO MONETÁRIA
ADI 4425 – MODULAÇÃO DE EFEITOS – EMENTA:
3. Confere-se eficácia prospectiva à declaração de inconstitucionalidade dos seguintes
aspectos da ADI, fixando como marco inicial a data de conclusão do julgamento da
presente questão de ordem (25.03.2015) e mantendo-se válidos os precatórios expedidos
ou pagos até esta data, a saber: (i) fica mantida a aplicação do índice oficial de
remuneração básica da caderneta de poupança (TR), nos termos da Emenda Constitucional
nº 62/2009, até 25.03.2015, data após a qual (a) os créditos em precatórios deverão ser
corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) e (b) os
precatórios tributários deverão observar os mesmos critérios pelos quais a Fazenda Pública
corrige seus créditos tributários; e (ii) ficam resguardados os precatórios expedidos, no
âmbito da administração pública federal, com base nos arts. 27 das Leis nº 12.919/13 e nº
13.080/15, que fixam o IPCA-E como índice de correção monetária.
HISTÓRICO RECENTE DA CORREÇÃO MONETÁRIA
PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. EX-FERROVIÁRIO. LEIS Nºs 8.186/91 E 10.478/2002
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO
SANADA. MANUTENÇÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS FIXADOS. CORREÇÃO
MONETÁRIA. TR E IPCA. EFEITOS INFRINGENTES AO JULGADO.
1. Recentemente, o STF decidiu no sentido de que, em relação à correção monetária, por
força da conclusão do julgamento da declaração de inconstitucionalidade parcial do art. 5º
da Lei 11.960/09 (ADI nº 4.357-DF e ADI nº 4425-DF, Rel. Min. Ayres Britto), inclusive
quanto à modulação de seus efeitos, fica mantida a aplicação do índice oficial de
remuneração básica da caderneta de poupança (TR) até 25/03/2015, data da conclusão do
julgamento, após a qual os créditos deverão ser corrigidos pelo IPCA-E, melhor índice que
reflete a inflação do período.
(TRF5, PROCESSO Nº: 0800420-22.2014.4.05.8401 – APELAÇÃO)
HISTÓRICO RECENTE DA CORREÇÃO MONETÁRIA
• 30.11.1964 – Lei 4.506 determina o uso da correção monetária pela primeira vez
• Desde então, sempre se utilizou índices oficiais de inflação
• Site do BACEN: 96 índices diferentes
• 26.12.2006 – Lei 11.430: INPC
• Lei 11.960/09 e EC 62/09: uso dos índices oficiais da caderneta de poupança para
atualização monetária e juros de mora
• 14.03.2013 – Julgamento das ADI 4357 e 4425
• 25.03.2015 – Modulação de efeitos das ADI 4357 e 4425
• 16.04.2015 – Repercussão Geral no RE 870.947 – Tema 810-STF
• 20.09.2017 – Julgamento do Tema 810-STF (RE 870.947)
HISTÓRICO RECENTE DA CORREÇÃO MONETÁRIA
RE 870.947 – TEMA 810 – EMENTA:
1. O princípio constitucional da isonomia (CRFB, art. 5º, caput), no seu núcleo essencial,
revela que o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, na
parte em que disciplina os juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda Pública, é
inconstitucional ao incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-tributária, os quais
devem observar os mesmos juros de mora pelos quais a Fazenda Pública remunera seu
crédito; nas hipóteses de relação jurídica diversa da tributária, a fixação dos juros
moratórios segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança é constitucional,
permanecendo hígido, nesta extensão, o disposto legal supramencionado.
2. O direito fundamental de propriedade (CRFB, art. 5º, XXII) repugna o disposto no art. 1º-
F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, porquanto a atualização
monetária das condenações impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração oficial da
caderneta de poupança não se qualifica como medida adequada a capturar a variação de
preços da economia, sendo inidônea a promover os fins a que se destina.
HISTÓRICO RECENTE DA CORREÇÃO MONETÁRIA
PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE. REQUISITOS. CONSIDERAÇÃO DOS
ELEMENTOS CONSTANTES DOS AUTOS. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA.
[...] 3. O Plenário do STF concluiu o julgamento do Tema 810, consoante acompanhamento
processual do RE 870947 no Portal do STF. Dessarte, a correção monetária incidirá a contar
do vencimento de cada prestação e será calculada pelos índices oficiais e aceitos na
jurisprudência, quais sejam: - INPC (de 04/2006 a 29/06/2009, conforme o art. 31 da Lei n.º
10.741/03, combinado com a Lei n.º 11.430/06, precedida da MP n.º 316, de 11/08/2006,
que acrescentou o art. 41-A na Lei n.º 8.213/91); - IPCA-E (a partir de 30-06-2009,
conforme RE 870.947, j. 20/09/2017). Os juros de mora serão de 1% (um por cento) ao
mês, a contar da citação (Súmula 204 do STJ), até 29/06/2009. A partir de 30/06/2009,
seguirão os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de
poupança, conforme art. 5º da Lei 11.960/09, que deu nova redação ao art. 1º-F da Lei nº
9.494/97.
(TRF da 4ª Região, Proc. 5064698-58.2017.4.04.9999/SC, Rel.: JORGE ANTONIO
MAURIQUE, j. em 05/03/2018)
HISTÓRICO RECENTE DA CORREÇÃO MONETÁRIA
• 30.11.1964 – Lei 4.506 determina o uso da correção monetária pela primeira vez
• Desde então, sempre se utilizou índices oficiais de inflação
• Site do BACEN: 96 índices diferentes
• 26.12.2006 – Lei 11.430: INPC
• Lei 11.960/09 e EC 62/09: uso dos índices oficiais da caderneta de poupança para
atualização monetária e juros de mora
• 14.03.2013 – Julgamento das ADI 4357 e 4425
• 25.03.2015 – Modulação de efeitos das ADI 4357 e 4425
• 16.04.2015 – Repercussão Geral no RE 870.947 – Tema 810-STF
• 20.09.2017 – Julgamento do Tema 810-STF (RE 870.947)
• 22.02.2018 – Julgamento, no STJ, do RE 1.492.221 – Tema 905
HISTÓRICO RECENTE DA CORREÇÃO MONETÁRIA
RE 1.492.221 – TEMA 905 STJ – EMENTA:

1. Correção monetária: o art. 1º-F da Lei 9.494/97 (com redação dada pela Lei
11.960/2009), para fins de correção monetária, não é aplicável nas condenações judiciais
impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza.
1.2 Não cabimento de modulação dos efeitos da decisão. [...]
3.2 Condenações judiciais de natureza previdenciária.
As condenações impostas à Fazenda Pública de natureza previdenciária sujeitam-se à
incidência do INPC, para fins de correção monetária, no que se refere ao período posterior
à vigência da Lei 11.430/2006, que incluiu o art. 41-A na Lei 8.213/91. Quanto aos juros de
mora, incidem segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança (art. 1º-F da Lei
9.494/97, com redação dada pela Lei n. 11.960/2009).
0,00
0,20
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mar/08
mai/08
jul/08
set/08
nov/08
jan/09
mar/09
mai/09
jul/09
set/09
nov/09
jan/10
mar/10
mai/10
jul/10
set/10
nov/10
jan/11
mar/11
mai/11
jul/11
set/11
nov/11
jan/12
mar/12
mai/12
jul/12
set/12
INPC
nov/12
jan/13
mar/13
mai/13
jul/13
set/13
nov/13
IPCA-E

jan/14
mar/14
mai/14
jul/14
set/14
nov/14
INPC x IPCA-E nos últimos 10 anos

jan/15
mar/15
mai/15
jul/15
set/15
nov/15
jan/16
mar/16
mai/16
jul/16
set/16
HISTÓRICO RECENTE DA CORREÇÃO MONETÁRIA

nov/16
jan/17
mar/17
mai/17
jul/17
set/17
nov/17
jan/18
NA PRÁTICA...
Correção monetária:
• ORTN de 10/1964 a 02/1986 • URV (DE 28/02 A 01/04/94) em 03/1994
• OTN (6,17019) de 03/1986 a 01/1989 • URV de 04/1994 a 07/1994
• IPC (IBGE) de 01/1989 a 02/1989 • IPC-R de 07/1994 a 06/1995
• BTN de 03/1989 a 03/1990 • INPC de 07/1995 a 04/1996
• IPC (IBGE) de 03/1990 a 02/1991 • IGP-di de 05/1996 a 08/2006
• INPC de 03/1991 a 12/1992 • INPC a partir de 09/2006
• IRSM de 01/1993 a 02/1994 • INPC ou IPCA-E a partir de 07/2009 ??????

Juros de mora:
• Até 12/2002: 0,5% ao mês • A partir de 07/2009: poupança
• De 01/2003 a 06/2009: 1% ao mês
CASO PRÁTICO
Uma segurada aposentou-se em 17/07/2000, com 27 anos de contribuição (aposentadoria
proporcional, RMI R$ 305,27.
Em 15/10/2009 ajuizou ação pedindo reconhecimento de tempo rural e especial. Sentença
favorável, mantida pelo tribunal. Como consequência, o tempo total passou a ser de 37
anos, 4 meses e um dia de contribuição, e a RMI foi de R$ 392,90. Honorários de
Sucumbência: 15% até a sentença (01/2012). O TRF4 determinou aplicação do IPCA-E.

TR TR + IPCA-E IPCA-E INPC


Parcelas atualizadas: 38.370,41 42.915,36 50.474,45 49.984,14
Juros de mora: 11.906,18 13.596,92 17.036,55 16.873,56
Hon. Sucumbência: 3.911,13 4.491,69 5.936,82 5.881,23
Total da Liquidação: 54.187,73 61.003,97 73.447,83 72.738,93
MUITO OBRIGADO!

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