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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DE FAMÍLIA

E SUCESSÕES DA COMARCA DE CHAPECÓ - ESTADO DE SANTA CATARIA


AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS
PROCESSO:

AUTOR DA AÇÃO, já devidamente qualificado nos autos acima


em destaque, através de seus advogados devidamente constituídos
nos autos, tudo conforme poder outorgado através da procuração que
acompanha o processo, vem a respeitável presença de Vossa
Excelência propor

AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS


em face do seu filho requerido PARTE CONTRÁRIA, brasileiro,
solteiro, comerciante, residente e domiciliado na ruaXXX, nº XXX,
Bairro XXX, Juazeiro do Norte/Ceará, pelos motivos de fato e de
direito que a seguir expõe:

PRELIMINARMENTE
O Demandante atendente comercial pede que se digne V. Exa. em conceder os benefícios da
gratuidade da Justiça conforme estabelece em nosso Código de Processo Civil em seu Art. 98 e
Art. 99 que segue: Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com

NORTON LUIZ SIQUEIRA RIELLA


OAB/SC 58299
RUA LAURO MÜLLER, 1247-D, SAIC, Chapecó/
SC – CEP 89802155
(55) 984558505 – advogadonorton@gmail.com
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

DOS FATOS

Nos autos da ação número nº ________, Ação de Alimentos, foi homologado acordo
judicial de pensão alimentícia que estabeleceu a título de pensão alimentícia em valor definitivo
o valor de R$ 40%(quarenta por cento) dos rendimentos líquidos do autor, tudo descontado em
folha de pagamento.

Ocorre que o filho já adquiriu a maioridade, conforme se percebe através da Certidão de


Nascimento (documento em anexo). O promovido já possui idade de 18 (dezoito) anos.

O autor nunca se opôs a cumprir com seu compromisso como pai, mas desde que o mesmo
vem tomando ciência de que todos seu dinheiro que é fruto de muito sacrifício, vem sendo
destinado para uso de drogas e uma vida na qual está em desencontro com seus princípios, agora
mais do que nunca acredita merecer que seja atendido a seu pedido. Vale trazer a ressalva que, o
mesmo com sua honestidade e compromisso para com os filhos, não vem restando
absolutamente nada do seu pagamento, ou seja, o autor busca proporcionar uma vida digna aos
seus filhos e o retorno destes são: piadas, chingamentos, falta de respeito, uso de drogas,
tatuagens que fazem apologia ao crime, etc.

Destarte, o autor ganha atualmente aproximadamente o valor de um salário mínimo vigente


no país. É um simples ajudante de entrega, que mal lhe rende o seu sustento, pois o mesmo
constituiu outra família.

Acredita-se que todo ser humano é protegido pelos princípios que a Constituição Federal
expressa, mas neste caso há um descaso com o princípio da dignidade da pessoa humana, onde

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o autor não tem sequer o dinheiro de se alimentar, o mesmo vem sendo sustentado pela sua atual
companheira, isso vem lhe causando muito constrangimento.

Uma vez atingida maioridade e demonstrado que não há mais a obrigatoriedade do


pagamento da pensão alimentícia, ausente os pressupostos que autorizem há de se reconhecer a
exoneração dos alimentos.

A parte adversa de forma proposital se mantem silente a respeito da pensão alimentícia


paga, o que demonstra a locupletação indevida dos alimentos.

Uma vez configurados os requisitos da exoneração, se faz necessário, a intervenção do


Poder Judiciário, para restabelecer a ordem no devido processo.

DO DIREITO

Cumpre analisar o disposto nos arts. 1.694 e 1. 699 do Código Civil, no atine à obrigação
alimentar:

"Art. 1699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na


situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe,
poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as
circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo."
No presente caso o autor teve drástica redução de seus vencimentos pois o mesmo vem
destinando todo o seu salário para pensão alimentícia, conforme comprovante que junta em
anexo.

Desta feita, atualmente o mesmo possui outra família tendo também gastos, na qual não está
tendo uma vida digna, nem para suprir as suas necessidades.

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Considerando que o requerido já alcançou a maioridade, extinta a obrigação de alimentar do
requerente, sendo indispensável a EXONERAÇÃO dos alimentos fixados judicialmente, ante a
maioridade civil do requerido.

Os alimentos fixados pelo juiz são indispensáveis à subsistência, quando a situação de


necessidade esteja devidamente comprovada, em que os alimentos são destinados a suprir todas
as necessidades mais urgentes da criança ou outro parente que dela necessite.

Neste sentido, veja-se as disposições contidas no art. 13 da Lei nº 5.478 - Lei de Alimentos
- no que respeita à possibilidade de se modificar, a qualquer tempo, a pensão estabelecida, em
razão da alteração do binômio necessidade-possibilidade:

"Art. 13. O disposto nesta lei aplica-se igualmente, no que


couber, às ações ordinárias de desquite, nulidade e anulação de
casamento, à revisão de sentenças proferidas em pedidos de
alimentos e respectivas execuções.
§ “1º Os alimentos provisórios fixados na inicial poderão ser
revistos a qualquer tempo, se houver modificação na situação
financeira das partes, mas o pedido será sempre processado em
apartado.”
"Art. 15. A decisão judicial sobre alimentos não transita em
julgado e pode a qualquer tempo ser revista, em face da
modificação da situação financeira dos interessados."
"TJRJ - Acórdão: AC 1336/97 - Registro: 040997 - Código:
97.001.01336 - Comarca: RJ - Câmara: 5ª C.Cív. - Relator:
Des. Humberto Manes - Data de Julgamento: J. 07/08/1997
Ementa:ALIMENTOS - EXONERAÇÃO DA
OBRIGAÇÃO ALIMENTAR - MAIORIDADE DO
ALIMENTANDO - Alimentos. Adquirindo as filhas a
maioridade, incide a regra do art. 392, III, do Código Civil,
ficando o pai desobrigado dos deveres previstos no art. 384
do mesmo ordenamento. Confirmação, por isso, da sentença
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que julgou procedente o pedido, formulado pelo pai, de
exoneração da prestação alimentícia em favor das duas
filhas, agora maiores e com formação universitária. A
eventual pretensão a alimentos somente poderá ser deduzida
em outra ação e observados os parâmetros dos arts. 396 a
2405 do ordenamento Civilístico. Provada com a petição
inicial a extinção, com a aquisição da maioridade, do pátrio-
poder, dispensável afigura-se a realização de audiência, ante
a inutilidade da produção de outras provas. (TJRJ - AC
1336/97 - (Reg. 040997) - Cód. 97.001.01336 - RJ - 5ª C.Cív. -
Rel. Des. Humberto Manes - J. 07.08.1997)"(Informa
Jurídico. Prolink Publicações. Ed. 31, Vol. I)
"TJRS - APELAÇÃO CÍVEL - Número do Recurso:
597182971 - Relator: SÉRGIO FERNANDO DE
VASCONCELLOS CHAVES - Data de Julgamento:
19/11/97 - SÉTIMA CÂMARA CÍVEL - Comarca: PORTO
ALEGRE
Ementa:EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. PROCEDE A
AÇÃO EXONERATÓRIA POIS AUSENTE A
NECESSIDADE. OS ALIMENTOS MOSTRAM-SE
CONVENIENTES PARA A ALIMENTANDA E NÃO UMA
NECESSIDADE. ELA PODE E DEVE TRABALHAR.
DESCABE ETERNIZAR A OBRIGAÇÃO
ALIMENTÁRIA POIS A VIDA E DINÂMICA E A
NINGUÉM É DADO O DIREITO DE LOCUPLETAR-SE
COM O TRABALHO DOS OUTROS. O INSTITUTO DOS
ALIMENTOS NÃO SE PRESTA A FOMENTAR O ÓCIO
E A CONDIÇÃO PARASITÁRIA. O DIREITO A
ALIMENTOS NÃO SE REPRESENTA, PARA MULHER,
UMA ISENÇÃO LEGAL DO DEVER DE TRABALHAR E
DE BUSCAR O PRÓPRIO SUSTENTO, NEM DÁ AO
HOMEM A CONDIÇÃO DE ESCRAVO. MOSTRA-SE
ÉTICA E JURIDICAMENTE INSUSTENTÁVEL A
PRETENSÃO DA ALIMENTANDA EM VER
PRORROGADO AD ETERNUM O SEU DIREITO AO
ÓCIO REMUNERADO. RECURSO DESPROVIDO, POR
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MAIORIA. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 597182971, SÉTIMA
CÂMARA CÍVEL, TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RS,
RELATOR: DES. SÉRGIO FERNANDO DE
VASCONCELLOS CHAVES, JULGADO EM 19/11/97)"
(Informa Jurídico. Prolink Publicações. Ed. 31, Vol. I).
No presente caso, urge seja considerada a existência da responsabilidade de outras pensões,
uma vez que possui, do casamento anterior.

DO PEDIDO

Ante o exposto requer:

1- O julgamento procedente da presente Ação de Exoneração de Alimentos em todos seus


termos, admitindo o intento processual formulado.

2- O deferimento liminar da suspensão da obrigação de pagar alimentos, até que seja


julgado o presente feito, objetivando resguardar o autor dos infortúnios de cobrança da parte
adversa.

3- A intimação do ilustre representante do Ministério Público para acompanhar o processo


até o final.

4- A citação pessoal da parte requerida, no local anteriormente mencionado, para oferecer a


resposta no prazo legal, sob pena de revelia.

5- A fixação de honorários advocatícios e ônus de sucumbência nos termos legais.

- Protesta o alegado por todos os meios admitidos em direito: juntada de documentos,


depoimento pessoal das partes e testemunhas.

- Dá-se a causa o valor de R$ 5.016,00(cinco mil cento e dezesseis reais).

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Nestes termos em que

Pede e espera deferimento.

Chapecó (SC) 25 de outubro de 2021.

pp. NORTON LUIZ SIQUEIRA RIELLA


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