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Desde o começo de suas atividades, nos finais do século XIX, a empresa Maccaferri esteve presente
no setor de hidráulica fluvial com seus produtos. Não é uma coincidência que a primeira obra construída com
gabiões metálicos em 1882 foi um dique longitudinal para proteger das inundações uma margem do rio Reno na
Itália perto da primeira fábrica da Maccaferri.
Em breve tempo os gabiões passaram a formar parte das obras fluviais em espigões nas quais eram
usados com a assessoria técnica da Maccaferri.
Desde então Maccaferri acumulou uma grande experiência neste setor como demonstram as milhares
de obras similares realizadas até hoje.
Na busca por conhecer melhor o comportamento das estruturas construídas com seus produtos, desde
a segunda metade do século passado realizou estudos e investigações em laboratórios próprios, particulares
e de universidades como: Sogreah (Grenoble, França), Hydraulic Laboratory - Engineering Research Center,
Colorado State University (Fort Collins, EUA), I.N.A. Instituto Nacional del Agua (Ezeiza, Buenos Aires, Argentina),
Università di Bologna (Itália), Università de Brescia (Itália), Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (São
Paulo, Brasil).
No caso dos espigões, a maioria dos estudos foi realizado no INCyTH (atualmente INA). Alguns dos
resultados da investigação foram apresentados em congressos e atualmente usados nos pré-projetos que
geralmente a Maccaferri oferece aos seus clientes. Podemos mencionar:
Este manual está baseado numa minuciosa revisão da literatura existente sobre espigões, a experiência
pessoal no projeto e acompanhamento da construção, assim como nas observações do comportamento destas
estruturas ao longo do tempo. A intenção do autor é reunir em um único documento uma variedade de informações
úteis para que se ter em conta num projeto.
Lembramos que em todos os casos é sempre preferível, antes de assumir o projeto como final, verificar
as hipóteses usadas em um modelo de teste, devido à natureza dificilmente previsível do comportamento dos
rios. No caso em que isto não seja possível, é sempre recomendável acompanhar o comportamento dos espigões
durante algumas situações de cheias para que, a partir da observação de seu comportamento, se possam tomar
as medidas corretivas necessárias. Por este motivo, recomenda-se prever no orçamento da obra um adicional
para eventuais intervenções posteriores.
APRESENTAÇÃO
Quando criança passava parte de minhas férias de verão nas montanhas, o que mais me trazia admiração
não era tanto a vista magnífica das montanhas mas as torrentes que delas desciam borbulhantes e o ruído que
estas produziam. O mesmo efeito tinham os cursos d’água menores, os pequenos canais com poucos centíme-
tros de profundidade que os camponeses haviam cavado para regarem seus campos. Passava horas acompa-
nhando o percurso da água, pulando de uma pedra para outra, espalhadas no leito das torrentes, acompanhando
suas sinuosidades, observando as pedras maiores que haviam sido transportadas na primavera durante o degelo
e que mostravam a força da água. Eu me perguntava como estas mesmas águas que transportavam rochas
enormes podiam transportar os diminutos grãos de areia das minúsculas praias que às vezes encontrava em
suas margens. Nada era mais divertido que colocar pequenos obstáculos e desviar a correnteza até onde eu
quisesse ou mesmo represá-la, poder controlar uma força tão grande me dava uma sensação de poder e, ao
mesmo tempo, de paz.
Este interesse me conduziu, anos depois, aos estudos de Engenharia Hidráulica e o destino me levou a
trabalhar na Maccaferri que me permitiu continuar a “brincar com a água” num ambiente de campo, a céu aberto,
possibilitando olhar, tocar, colocar as mãos dentro dela, ao contrário da hidráulica de tubulações que nunca me
despertou interesse, pois a água encontrava-se aprisionada nos tubos, oculta e distante.
Não foi somente o que estudei na faculdade e durante o meu trabalho na Maccaferri que me permitiu
aprender a entender como trabalhar nos rios e com estes, mas também com as experiências de dezenas de en-
genheiros que conheci em toda a América Latina. Desde a minha primeira viagem à America Central no começo
dos anos 80 consegui confrontar minhas teorias com suas experiências. Uma das primeiras perguntas que me
fizeram foi sobre espigões e precisamente quando estes deviam ser inclinados águas acima e quando águas
abaixo; minha resposta foi baseada no sentido comum, mas coincidiu com suas experiências de campo, o que
fez aumentar minha autoconfiança e me fez aprender a interrogar-me, questionar o que eu sabia e comparar
minhas convicções baseadas na teoria com as observações feitas na prática. Algumas das valiosas informações
que recopilei em todos estes anos fazem parte deste manual e lamento não ter anotado todas pois naturalmente
muitas foram esquecidas.
Quero então agradecer a todos estes engenheiros que me ajudaram a aumentar minha experiência,
muito proveitosa nas decisões que tive a oportunidade de tomar posteriormente, e evitaram que incorresse em
erros demasiados no curso destes anos.
Antes de entrar no tema deste manual é importante relembrar alguns conceitos relativos à erosão e sedi-
mentação em cursos d’água naturais.
A erosão do fundo verifica-se quando a força de tração da água supera a força resistente do material que
constitui o fundo. A distribuição de velocidades em uma mesma seção, sua direção e a baixa homogeneidade do
material de fundo podem provocar a instabilidade deste e seu posterior deslocamento para a jusante. Ao mudar
as condições das correntes de jusante, pode-se criar condições para que o material transportado encontre con-
dições de ser depositado.
As erosões nas margens provocam deslocamentos laterais destas e podem ter origem por diferentes
fatores:
1.Nas curvas são geralmente provocadas pela aparição neste local de uma força centrífuga que provoca
a sobrelevação do nível d’água na margem externa. Isto por sua vez causa uma corrente próxima ao fundo, da
margem côncava para a margem convexa da curva. O encontro desta corrente com a do escoamento longitudinal
do rio cria um movimento helicoidal na água. Como mencionado, se a força resultante das correntes superar a
força resistente (força mínima a qual se produz o movimento do material de fundo) existirão as condições para
que se produza o deslocamento do material de fundo para a margem convexa da curva e consequentemente
para jusante. Este mecanismo é facilmente perceptível nas curvas, nas quais podemos observar que a margem
externa (côncava) está exposta a processos erosivos enquanto na margem oposta se formam depósitos. O eixo
da corrente principal se desloca ao mesmo tempo para a margem côncava, aumentando a profundidade nas
proximidades da margem. Por consequência do aumento da profundidade, aumentará a inclinação da margem,
facilitando assim sua desestabilização e acelerando o deslocamento do material de fundo para o centro do rio e
o arraste do mesmo para a jusante.
2.Nos trechos retilíneos, com mais frequência os deslocamentos são provocados por modificações do regi-
me hidráulico do rio, o surgimento de meandros, a distribuição de velocidades na seção, a presença de materiais
de diferentes resistências ao arraste, a presença de obstáculos naturais (grandes pedras) ou artificiais (árvores
derrubadas, pilares de pontes, tomadas de água, etc.) que obstruem a seção provocando o aumento da veloci-
dade da água. Também nestes casos o desvio do fluxo da corrente principal e o surgimento de correntes radiais
pode redirecionar a corrente para um determinado ponto no qual, se a sua força supera a força de arraste, poderá
produzir o deslocamento do material de fundo para jusante.
Para evitar ou controlar as erosões nas margens, em trechos curvos ou retos normalmente se recorre
a estrutura longitudinais paralelas às mesmas, que se interpõem entre o fluxo e a margem e, por terem maior
resistência, interrompem o fenômeno da erosão. Alternativamente é possível implantar estruturas transversais
que atravessam a seção do rio de uma margem a outra (diques) cuja função é reduzir a velocidade da corrente
a níveis que não somente deixem de provocar erosões mas também causem sedimentações. Uma outra forma
de contenção do processo erosivo é implantar estruturas localizadas apenas numa margem (espigões) com a
função de desviar a corrente para afastá-la da área sujeita a erosão.
A escolha entre uma ou outra solução se dá em função das condições locais e das necessidades do pro-
jeto: largura, inclinação e regime do rio, conformação das margens, necessidade de manter acesso à água, etc.
Finalmente, a erosão pode ser uma exigência do projeto, por exemplo em rios navegáveis onde se queira
aumentar o calado de um setor; nestes casos, a solução a se escolher são os espigões.
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índice
1 - INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................7
2 - OS ESPIGÕES ...............................................................................................................................................9
3 - DIMENSIONAMENTO....................................................................................................................................11
3.1 - Localização em planta dos espigões................................................................................................12
3.2 - Separação ou espaçamento entre espigões (S)...............................................................................12
3.2.1 - Trechos retos............................................................................................................................14
3.2.2 - Trechos em curva.....................................................................................................................16
3.3 - Quantidade de espigões...................................................................................................................18
3.4 - Comprimento dos espigões..............................................................................................................18
3.5 - Forma dos espigões.........................................................................................................................19
3.6 - Seção longitudinal e transversal do espigão....................................................................................22
3.6.1 - Seção longitudinal.....................................................................................................................22
3.6.2 - Seção transversal.....................................................................................................................23
3.6.3 - Cabeça dos espigões...............................................................................................................24
3.7 - Ancoragem nas margens..................................................................................................................24
3.8 - Ângulo de orientação em relação às correntes................................................................................26
3.9 - Tipo e dimensões da proteção antierosão no entorno do espigão...................................................27
4 - ESPIGÕES EM GABIÕES.............................................................................................................................33
4.1 - No projeto.........................................................................................................................................33
4.2 - Na construção...................................................................................................................................39
5 - ESPIGÕES PERMEÁVEIS CONSTRUÍDOS COM TRONCOS, MALHAS E CABOS...................................43
6 - CASOS HISTÓRICOS...................................................................................................................................45
Rio Challuayacu - SAN MARTÍN - PERÚ .................................................................................................46
Rio Huallabamba - SAN MARTÍN - HUICUNGO - PERÚ.........................................................................48
Rio Huallaga - SAN MARTÍN - CAMPANILLA - PERÚ..............................................................................50
Rio Huallaga - SAN MARTÍN - JUANJUI - PERÚ.....................................................................................52
Rio Huallaga - SAN MARTÍN - PICOTA - PERÚ.......................................................................................54
Rio Sisa - SAN MARTÍN - SAN PABLO - PERÚ.......................................................................................56
Carretera Trinidad - SAN BORJA - BENI - BOLIVIA.................................................................................58
Rio Chimore - COCHABAMBA - BOLIVIA.................................................................................................60
Rio Bermejo - TARIJA - BOLIVIA..............................................................................................................62
Rio Azul - CHUBUT - ARGENTINA...........................................................................................................64
Rio Lules - TUCUMÁN - ARGENTINA......................................................................................................66
Rio Pescado - SALTA - ARGENTINA........................................................................................................68
Rio Jiboa - SAN VICENTE - EL SALVADOR.............................................................................................70
Rio Lempa - USULUTÁN - EL SALVADOR...............................................................................................72
Rio Paz - AHUACHAPÁN - EL SALVADOR..............................................................................................74
7 - BIBLIOGRAFIA..............................................................................................................................................77
8 - SIGLAS E SÍMBOLOS...................................................................................................................................79
9 - ÍNDICE DAS FOTOS E DESENHOS.............................................................................................................81
2 - os espigões
Desde o início dos tempos, o homem estabeleceu sua moradia às margens de rios para tirar proveito
para o abastecimento de água, para a pesca ou para sua facilidade de locomoção. Desde então a necessidade
de construir proteções nas margens como consequência da instabilidade fluvial se mostrou necessária e continua
ainda hoje na maioria dos cursos d´água naturais.
Assim como outras obras de engenharia, os espigões provavelmente começaram a serem usados
depois da observação de fenômenos naturais, por exemplo, a queda de uma árvore a partir da margem. Os
efeitos produzidos pela queda na água de uma árvore ou de uma pedra são facilmente perceptíveis; o obstáculo
na correnteza criado pelos ramos da árvore ou por qualquer outro objeto produzem em geral vários efeitos:
1. Desvio do fluxo para o centro do canal.
2. Aumento local da velocidade da corrente devido a redução da seção e consequente aumento
da turbulência com a criação de vórtices.
3. Sedimentação do material de transporte imediatamente à jusante do mesmo nas proximidades
da mesma margem, interrompendo sua eventual erosão.
4. Erosão local do fundo que evolui para o centro do canal com consequente aumento da lâmina
d’água.
5. Surgimento de outras fossas de erosão, ao lado do obstáculo, geralmente localizadas a
montante.
Possivelmente por estas razões, os primeiros espigões que se tem notícia foram construídos na Europa
no século XIX para aprofundar o leito e manter assim um calado suficiente para a navegação.
Os espigões são estruturas construídas a partir das margens para o centro do rio com o objetivo de:
1. Estabilizar o curso do rio.
2. Reduzir a velocidade do fluxo nas imediações da margem, a montante e jusante, para valores
tais que não possam produzir erosão.
3. Favorecer a sedimentação do material de arraste entre os mesmos, e neste caso e no anterior
usualmente são definidos como espigões retardadores de fluxo.
4. Desviar o fluxo para o centro do canal desviando de eventuais zonas críticas, para prevenção
de erosões.
5. No caso de rios navegáveis, centralizar a corrente para aprofundar o canal; neste caso
geralmente é definido como espigões defletores.
Nos dois primeiros casos temos uma interessante alternativa para as proteções longitudinais visto
que, a diferença destas, permitem o acesso ao rio de animais e pessoas. De maneira geral requerem um menor
volume de investimentos. No terceiro temos a solução mais econômica disponível hoje.
Os espigões são classificados como de repulsão ou de sedimentação, em função de seu comportamento.
Podem ser do tipo permeável ou impermeável, dependendo se deixam ou não fluir água através de seu corpo.
Os permeáveis, por facilitar a sedimentação, são mais indicados em rios com transporte sólido importante.
Neste caso a água, carregada de sedimentos finos, passa através dos mesmos e, devido à redução de sua
velocidade, deposita os sedimentos na zona compreendida entre os espigões que irá ser preenchida e criando
assim uma nova linha de margem. Alguns autores afirmam que, por esta razão, nesta concepção, pode ser
aumentada a distância entre espigões quando comparados aos impermeáveis.
Geralmente para sua construção são utilizados materiais vegetais como troncos de árvores, galhos e
ramos ou soluções mistas nas quais são usados troncos unidos por malhas metálicas e cabos de aço ou varas.
Essas soluções não têm uma grande vida útil, porém são utilizadas devido ao seu menor custo.
Os espigões impermeáveis, por provocar maior erosão, são mais indicados quando se deseja aumentar
a profundidade do canal ou no caso de rios navegáveis. Sua principal função é centralizar o fluxo; simultanea-
mente afastam o fluxo da margem criando condições para que esta fique protegida da erosão.
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2- Os espigões
Podem ser construídos com rip-rap (pedras soltas), concreto, estacas, geocontendores (tubos de geo-
têxtil) ou gabiões. Esta última solução é a preferida na maioria dos países latino-americanos pela facilidade de
execução e por permitir, quando necessário, o uso intensivo da mão de obra não qualificada, reduzindo ao míni-
mo o uso de máquinas.
A disponibilidade de materiais perto do local de implantação por muitas vezes condiciona a escolha do
projetista. Por exemplo, independentemente de considerações econômicas, a falta de pedras de grandes dimen-
sões nas proximidades impede o uso de rip-rap, enquanto a disponibilidade de pedras de menor tamanho favore-
ce a utilização de gabiões, da mesma forma a disponibilidade ou falta de areia condiciona o uso de geocontendo-
res. De mesma maneira a existência de programas governamentais de erradicação da pobreza que requer o uso
intensivo de mão de obra pode influir na decisão, fazendo descartar soluções com grande uso de maquinários,
como no caso do rip-rap e preferir outras que podem requerer o uso massivo de operários não-qualificados, que
podem ser treinados rapidamente no lugar, como no caso dos gabiões.
O projeto dos espigões foi muito estudado no último século, e tem sido apresentados vários trabalhos
sobre este tema; porém ainda existe muito pouca literatura disponível, talvez porque dificilmente os resultados
obtidos em laboratórios ou em um caso prático possam ser generalizados. Por esta razão, até hoje, a experiência
e o senso comum são as melhores fontes de inspiração para o projetista.
A intenção desta publicação, como mencionado anteriormente, é resumir alguns conceitos básicos – fru-
to da experiência da Maccaferri e do autor em obras hidráulicas.
A seguir serão usadas as seguintes definições para especificar as distintas partes que constituem um
espigão independentemente do material usado para sua construção (figura 2.1)
• Ponta, cabeça, nariz ou extremidade externa;
• Barra, corpo central ou parte média;
• Crista, coroa ou superfície superior;
• Ancoragem, engastamento ou extremidade enterrada;
• Face lateral de montante;
• Face lateral de jusante;
• Base de proteção contra erosão, formado através do aprofundamento da estrutura ou por uma
proteção horizontal (cobrindo o leito).
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3 – DIMENSIONAMENTO
Para um correto dimensionamento dos espigões, em geral devem ser considerados os seguintes aspectos:
a. Variáveis do fluxo
i. Altura de níveis mínimos, médios e máximos;
ii. Quantificação do material de arraste e sua tipificação;
iii. Regime hidráulico.
b. Parâmetros do canal
i. Declividade;
ii. Dimensões e forma;
iii. Características morfológicas.
Uma vez disponibilizadas tais informações, é possível projetar o conjunto da obra, para o que deverão ser
definidos os seguintes elementos:
11
3 – Dimensionamento
de tal maneira que não fique totalmente submersa durante a mesma e exerça sua função para qualquer
enchente.
11. A crista na zona da ponta deverá ser mais alta que o mínimo nível previsto, de tal maneira que não
fique completamente submersa durante o período de estiagem;
12. Começar a construção dos espigões de montante para jusante. Quando a constru-
ção é feita a seco, os primeiros espigões, já terminados, podem proteger os seguintes em
caso de inundações inesperadas que acontecerem durante sua construção. Quando a cons-
trução é feita em águas profundas, permitem construir os seguintes em águas mais calmas.
Feitas estas considerações preliminares, vamos examinar separadamente os aspectos que foram mencio-
nados anteriormente.
Quando possível, é aconselhável fazer coincidir a localização dos espigões com pontos da margem que
apresentam maior resistência, por exemplo, rochas, para reduzir o comprimento da ancoragem.
Deve-se ter o particular cuidado de não provocar alterações na margem oposta, como será explicado mais
adiante. Por este motivo, quando possível, é recomendável construir espigões curtos, cujo comprimento possa
ser aumentado posteriormente, obviamente se necessário, uma vez verificado seu funcionamento. Ao observar
o comportamento do rio durante as primeiras enchentes, depois da construção dos espigões, é possível verificar
se as hipóteses iniciais estavam corretas fazendo eventuais ajustes à nova situação.
A facilidade de modificar as estruturas posteriormente a sua construção é um dos motivos pelos quais se
prefere o uso de gabiões nesta aplicação.
Também é importante a presença de uma ancoragem adequada, já que sua presença pode permitir um
aumento do espaçamento de até 20% em relação aos espigões não engastados.
A separação se mede no sentido de jusante, entre os pontos de arranque junto às margens, entre dois
espigões consecutivos e depende do comprimento do espigão da montante.
O espaçamento entre os espigões é extremamente importante, porque disso irá depender alguns cenários
de resultados, ou seja:
Uma separação muito curta é uma solução que provoca grande sedimentação entre os espigões e conse-
quentemente a plena recuperação da margem erodida. Com certeza seria uma solução antieconômica.
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3 - Dimensionamento
Uma separação média é uma solução que somente evita o avanço da erosão sobre a margem; caso seja
necessário, pode-se corrigir eventuais falhas, prolongando os espigões ou construindo espigões adicionais, mais
curtos, nos locais ameaçados.
Uma separação grande é uma solução que pode evitar o avanço da erosão sobre a margem em cheias
menores mas não necessariamente nas cheias mais importantes. É uma solução de alto risco e caso seja ne-
cessário pode-se reduzir a separação prolongando os espigões ao detectar falhas em seu comportamento ou
construindo espigões adicionais, mais curtos, nos locais ameaçados. Note que, neste caso, pode ser necessária
a reconstrução de parte dos espigões, consequentemente aumentando os custos.
Uma separação muito grande é uma solução que não altera consideravelmente as condições hidráulicas
do rio, chegando a ser inútil. Neste caso deve ser revisto o projeto.
As investigações realizadas por Adami e De Deppo em 1970 confirmaram que a região de separação à
jusante do espigão está ocupada por um vórtice e que nas proximidades da margem a direção do vetor de velo-
cidade é invertida em relação a corrente e sua intensidade é de aproximadamente 50% da corrente à montante
do obstáculo. Portanto, se for possível estabelecer esta situação, a redução de velocidade provocada pela soma
das duas velocidades no sentido inverso favorecerá a sedimentação entre os espigões.
Para calcular a posição do vórtice entre os dois espigões, existem algumas indicações. No começo do
século passado, Winkel, por exemplo, indicou que o ângulo β entre a reta que une as pontas dos espigões suces-
sivos e a tangente ao vórtice antes mencionado que passa pela ponta do espigão à montante, pode variar entre
os 5° e 7° (figura 3.2.1). Ao impor que a tangente encontre a cabeça do espigão seguinte, é possível calcular a
distância S entre os mesmos.
Fierro, em “L’impiego dei pennelli nelle sistemazioni fluvial: indicazioni e criteri progettuali”, propõe, sob
algumas condições, a seguinte equação:
0,717 q0,66
Smax =
10,33 B0,427 dm0,233
Onde:
Smax = separação entre os espigões.
q = vazão.
B = largura estável do rio.
dm = dimensão característica do sedimento no fundo do rio
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3 – Dimensionamento
~
Alguns autores recomendam que, se a orientação entre os espigões α for entre 70° e 90°, S≈5,2 a 6,4 Lp
~
se a orientação entre os espigões α for de 60°, S≈5,7 a 6,9 Lp.
Maza recomenda, em caso de espigão perpendicular à margem, que a distância está compreendida entre
4-6,3 Lp, equivalente a um ângulo de desvio β = 9° a 14°.
Alguns autores recomendam as seguintes relações entre separação e comprimento dos espigões ou lar-
gura do rio (Tabela 3.2.1.1). A variedade dos valores recomendados permite entender o quão é difícil generalizar
os resultados obtidos em laboratório (em canal de ensaio) ou obtidos em um rio em particular para disto fazer
uma generalização.
Tabela 3.2.1.1 - Algumas fórmulas empíricas propostas para definir a separação entre espigões (Klingeman, P et al/1984)
(Obras fluviais/2001 Giorgio Brighetti), (River Trainng Techniques/1995 B. Przedwojski et al.) - Onde L indica a longitude de
espigão e B o largo do Rio
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3 - Dimensionamento
0,5B Côncava
5/4 Convexa Macura, 1966
3/4 - 1B Diretamente
Dependendo da curvatura e da
3L - 4L Acheson, 1968
inclinação da corrente
Central Bd. Of Irriga-
2L - 2,5L
tion and Power, 1971
2L - 2,5L Joblekar, 1971 Espigões contra a corrente
2L Dois ou mais espigões
Neil, 1973
4L
2L - 6L Para protecção de márgens
Espigões en T para canais nave-
3L - 4L Richardson et al.,
gáveis
1975
Canais profundos para a navega-
1,5L - 2L
ção
1L Côncava Bendegom (Samide
2L - 2,5L Convexa and Beckstead, 1975)
1,5L Mathes, 1975
U.S. Army (Samide
2L Para o rio Mississippi
and Beckstead, 1975)
3,5L Blench et al., 1976
1B - 2B
Jansen, 1979
0,5B - 1B Em rios estreitos
Espigões submergidos ede altura
5L Mohan y Agraval, 1979
um terço da profundidade
1,5L Côncava
Distrito de Los Ánge- Com proteção de margem de
2L Reta
les, 1980 enrocamento
2,5L Convexa
Richard & Simons, A margem pode necessitar de
4L - 6L Côncava
1983 proteção adicional
1L - 2L Kovacs et al., 1983 Rio Danubio
0,9B - 1B Curva Para a = 45° - 50° Ø/B = 8 - 13,5
Akantisz et al., 1983,
1,1B Curva Para a = 55° Ø/B = 8
1986, 1989
1,1B - 0,9B Curva Para a = 55° Ø/B = 13,5
5,1L - 6L Reta Para orientações α = 90° a 70°
5L - 6,9L Reta Para orientacões α = 60°
Álvarez, 1989
2,5L - 4L Curva Espigões com crista em declive
5,1L - 6,3L Diretamente para proteção de margem
>3L Côncava Copeland, 1983
Kondap y Prayag, Para espigões com longitude
3L
1989 ≤ 0,2 B
2,5L - 3L Jica
Mais de dois espigões em gabiões
4L - 5L Reta Fracassi, 2007
de seção transversal decrescente
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3 – Dimensionamento
Alguns dos métodos gráficos mais utilizados são detalhados a seguir (figuras 3.2.2.1 e 3.2.2.2).
Método I
Este método é utilizado desde a década de 80. A seguir apresentamos o processo passo a passo.
Passo 1. Identificada a zona onde se inicia a erosão, o primeiro espigão, que chamaremos I, é posicionado
imediatamente à montante, em geral perpendicularmente à margem e com um comprimento de ordem de 10%
da largura do rio.
Passo 2. Do ponto de arranque do espigão I, é desenhada no sentido de jusante uma reta perpendicular
ao raio da curva. No ponto na qual a reta corta em duas partes iguais o segmento de raio compreendido entre
as linhas de margem atual (erodida) e a desejada, identificamos o ponto de posicionamento do espigão II. Seu
comprimento deverá ser entre 25 e 30% da largura do rio. Sua orientação dependerá da decisão do engenheiro
(a seguir estão algumas considerações sobre isso).
16
3 - Dimensionamento
Passo 3. Passando pela ponta dos espigões I e II é desenhada até jusante uma reta. No ponto a qual a
reta corta em duas partes iguais o segmento de raio compreendido entre as linhas da margem atual a desejada,
identificamos o ponto de posicionamento do espigão III. Seu comprimento deverá ser da mesma ordem que o anterior.
Passo 4. Para identificar a posição do espigão IV deverá ser repetido o processo indicado no passo 3.
Próximos passos. O processo será repetido para localizar os espigões seguintes até chegar nas
proximidades do fim da zona não afetada pela erosão.
Método II
Figura 3.2.2.2 – Método gráfico para definir a separação entre os espigões (Mampostería en gaviones en la protección
Hidrológica Forestal, CONAF, setembro de 1982, pág. 18)
Passo 1. Depois de ter identificado o início da erosão, é prolongado o eixo do rio do trecho de mon-
tante. Na intersecção do eixo com a margem externa, identificamos o ponto A, onde será posicionado o
primeiro espigão, que chamaremos de I, geralmente perpendicular à margem e cujo comprimento deve ser
da ordem de 15% - 20% da largura do rio.
Passo 2. Da ponta do espigão, é traçado, no sentido de jusante, a paralela ao eixo anteriormente mencionado.
No ponto em que a reta intercepta a margem atual (erodida) identificamos o ponto B. Multiplicamos por dois a
distância AB e definimos a posição C na qual será posicionado o espigão II. Seu comprimento deverá ser entre
25 e 30% da largura do rio. Sua orientação dependerá da decisão do engenheiro.
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3 – Dimensionamento
Passo 3. Da ponta dos espigões I e II é desenhada uma reta no sentido de jusante. No ponto da intercepção
com a mesma margem, identificamos o ponto de posicionamento do espigão III. Seu comprimento deverá ser da
mesma ordem do anterior.
Passo 4. Repetimos o processo indicado no passo 3 para identificar a posição do espigão IV.
Passos seguintes. O processo é repetido até alcançar a zona da margem não afetada pela erosão.
Último passo. A montante do espigão I à distância AB é localizado o espigão K, cuja função é proteger a
ancoragem do espigão I. Seu comprimento deverá ser menor que a de todos os outros espigões na ordem de
10% da largura do rio e sua ancoragem maior.
Método III
Este método, muito mais simples e conservador, levando em conta as considerações já mencionadas ao
admitir um ângulo de desvio fixo β = 9° a 14°. Posiciona-se o espigão seguinte a jusante na intersecção entre a
margem externa do rio e a reta que se origina da cabeça de cada espigão, formando o ângulo β com a tangente
ao raio de curva nessa posição, de acordo com a representação da figura 3.2.2.3.
18
3 - Dimensionamento
O valor máximo do Lt está sempre relacionado com a largura do rio no qual o espigão está localizado.
Geralmente deve estar compreendido entre 25% a 30% da largura do canal para que sua presença não interfira
na margem oposta.
O menor valor é usado preferencialmente para espigões de altura constante (declividade da coroa p <
20°), geralmente construídos com pedras soltas ou gabiões tipo saco e o maior valor para aqueles cuja crista seja
decrescente da margem até o centro do canal (declividade da coroa p > 20°), geralmente construídos com gabi-
ões. A diferença se deve que, ao aumentar p, diminui a redução da seção molhada do rio durante as enchentes,
consequentemente menores serão as alterações do fluxo durante esta situação, entre as quais a mais relevante
é a velocidade de escoamento que, por sua vez, está diretamente relacionada com a capacidade erosiva no
fundo na margem oposta.
As três primeiras são as mais comuns e diferem entre si pela maior ou menor eficiência na proteção do
talude e na localização das áreas de sedimentação e erosão provocadas pelo espigão.
19
3 – Dimensionamento
Por exemplo, os tipos em L e em T geralmente concentram a erosão ao longo da face paralela ao fluxo e,
por outro lado, promovem maior sedimentação nas áreas entre a cabeça e a margem que ficam mais protegidas
contra o efeito das correntes. O tipo reto por sua vez concentra a erosão na ponta e imediatamente à jusante
desta.
Como é intuitivo, no caso dos espigões em L e em T é possível aumentar a separação entre os espigões, o
aumento é aproximadamente equivalente à projeção sobre a margem dos mesmos ou à extensão de sua cabeça,
respectivamente.
A escolha entre os três tipos é geralmente influenciada pelo tipo de regime do rio e aspectos econômicos.
20
3 - Dimensionamento
21
3 – Dimensionamento
Em geral, a altura do espigão diminui a partir da borda para o centro do rio, em casos muito particulares
têm sido utilizados espigões com crista horizontal. A redução da altura do espigão desde a margem até o centro
do rio é tida como mais adequada devido ao fato que este tipo de conformação com crista decrescente funciona
da mesma maneira se comparado aos espigões de crista horizontal, nas condições de níveis d´água mínimos,
por outro lado interfere menos nos níveis de enchentes. Neste último caso, a presença deste tipo de espigão
causa apenas uma obstrução parcial do fluxo nas águas altas sem contudo reduzir significativamente a seção
do rio durante as cheias maiores, ou seja, será menor o estrangulamento do rio e menor a erosão no fundo do
canal na margem oposta.
É importante recordar que a seção com crista inclinada longitudinalmente pode significar uma economia
de 30% a 60% do volume de material necessário para a construção.
A declividade é definida pela cota da ancoragem (ver item seguinte), o comprimento do espigão e a cota da
extremidade que geralmente é de 0,5 m ou pouco superior à lâmina d´água no período de estiagem. Ao respeitar
esta regra o declive pode variar entre 5% a 25%. Em espigões de material solto ou concreto, o declive pode variar
de 2% a 2,5% (figuras 3.6.1.1 e 3.6.1.2).
No caso de usar gabiões tipo caixa, a crista pode ser escalonada (figura 3.6.1.3), enquanto que nos outros
casos e se o material utilizado permitir, como por exemplo os geocontedores, é retilínea (figura 3.6.1.4).
22
3 - Dimensionamento
A crista tem larguras variáveis de 1,0m a 3,5m, podendo chegar até 6m; no caso dos espigões construídos
com material solto, deve ser suficiente larga para permitir a circulação dos veículos que transportam o material
usado para a construção do espigão.
No caso dos espigões construídos com material solto, geralmente os taludes transversais variam desde
3H:1V na parte mais próxima a borda a 5H:1V. Isto resulta em volumes importantes de material que, em caso
de obras construídas dentro d’água, tendem a aumentar ainda mais. Por esta razão se dá preferência ao uso de
gabiões que permitem uma sensível redução do material utilizado em ambos os casos.
23
3 – Dimensionamento
No caso de obras construídas a seco, os gabiões caixa, por serem amarrados entre si, permitem uma
obra monolítica com uma seção mais esbelta, geometricamente definida e com inclinações laterais da ordem de
2H:1V a 1H:1V (figuras 3.6.2.2 e 3.6.2.3). No caso de construção na água, os gabiões cilíndricos não somente
permitem utilizar pedras de pequeno tamanho, acarretando um transporte e manuseio mais fácil, mas também
possibilitam inclinações laterais mais acentuadas com consequente redução de volume. Neste caso as costuras
entre os gabiões cilíndricos não são necessárias já que o interbloqueio das pedras na superfície do gabião e o
atrito entre os mesmos são suficientes para garantir a estabilidade da obra.
Ao utilizar os geocontedores, sua disposição longitudinal deverá sempre ser de forma piramidal como
apresentado a seguir (figura 3.6.2.4).
É a parte do espigão construída dentro da borda para evitar eventuais solapamentos ou escoamentos no
entorno da estrutura, dentro da margem, que poderiam criar novos caminhos de fluxo, com potencial de com-
prometimento da sua estabilidade (figura 3.7.1). Em terrenos muito rígidos, como rocha, não se faz necessário,
sendo suficiente garantir a continuidade entre o terreno e o espigão. Nos outros casos, seu aprofundamento é
geralmente definido como uma proporção do comprimento do espigão; a experiência mostra bons resultados
24
3 - Dimensionamento
quando o primeiro espigão à montante está engastado dentro da margem com uma distância em planta da ordem
de 25% a 40% do Li enquanto que nos seguintes, este engastamento deve prever um comprimento da ordem
de 15% e 20% do Li (figura 3.7.2). A razão da diferença, é que a função do primeiro espigão é basicamente pro-
teger a ancoragem do seguinte e, no caso de falha, poderia expor a ancoragem do segundo a erosão e assim
comprometê-lo; por sua vez isto poderia gerar o mesmo problema em cadeia aos seguintes. No caso do proces-
so de erosão da margem a ancorar seja caro, é possível reduzir seu volume ao mínimo, diminuindo também a
distância entre os espigões. Como alternativa ao aprofundamento da ancoragem, é possível revestir a margem
em ambos os lados do espigão (montante e jusante), utilizando revestimento com Colchões Reno® ou um muro
longitudinal em gabiões (figura 3.7.3).
25
3 – Dimensionamento
O espigão pode ser desenhado com o seu eixo direcionado contra a corrente (α>90°), perpendicular à
corrente (α=90°) ou a favor (α<90°). O ângulo é medido desde a margem a jusante até o eixo do espigão. A
inclinação do espigão em relação ao eixo do rio é importante porque modificará a área protegida.
No primeiro caso (α>90°) diversos autores indicam que esta orientação aumenta a sedimentação e alguns
recomendam ângulos entre 100° e 120° (Beckstead). No segundo caso (α=90°), esta orientação é a preferida
porque permitir a redução o comprimento do espigão em relação aos outros casos ainda que se alguns autores
indicam que é a que produz a maior erosão na ponta (Kwan e Kandasamy) e no longo prazo (Collell, Cardoso,
Martín, Vide e Bateman, 1999). No terceiro alguns autores recomendam ângulos ao redor de 70° (Maza),
especialmente em trechos curvados e, para pequenos raios, valores menores que 70° podendo alcançar até 40°.
Não existe uma clara sugestão para recomendar a direção do espigão que não seja relacionada a indicação da
área a ser protegida em relação ao espigão, como mencionado anteriormente.
Em observações feitas em laboratório e no campo foi possível verificar que no caso de espigões contra a
corrente (figura 3.8.1A) a área mais protegida pelo espigão é distribuída imediatamente à montante do mesmo,
quando é perpendicular (figura 3.8.1B), a área fica distribuída entre montante e jusante e, quando a favor da
corrente (figura 3.8.1C), a área mais protegida fica distribuída imediatamente à jusante.
O autor observa, por outro lado, que os espigões contra a corrente parecem ter um melhor comportamento
em rios de corrente rápida (de montanha) e aqueles a favor em rios de correntes mais lentas (de planície).
Figura 3.8.1 – Espigões a favor da corrente (A), perpendiculares (B) e contra a corrente (C).
Na tabela 3.8.1 está relacionado o ângulo α entre o espigão e a margem recomendado por diferentes
autores (Klingerman, P. et al, 1984).
Na tabela 3.8.1 (o ângulo α entre o espigão e a margem recomendado por diferentes autores).
26
3 - Dimensionamento
Em meados do século passado, Amhad investigou a erosão provocada por obstáculos e mostrou as dife-
rentes conformações das fossas de erosão em um espigão em função de sua inclinação em relação à corrente
e de sua forma, como mostra o desenho (figura 3.9.1).
27
3 – Dimensionamento
Figura 3.9.1 – Distribuição da erosão em volta de um espigão em função de sua inclinação e forma.
Um número importante de investigações foi levada a cabo desde então, entre as quais, são as mais co-
nhecidas: Jansen, Garde, Awazu, Vingé, Mukhameder et al., Gill. Queremos também mencionar as realizadas
por Maccaferri no laboratório do INCyTH. Todas elas ainda que ajudassem para um melhor entendimento do pro-
blema, não possibilitaram chegar a expressões generalizadas que permitam calcular com a precisão suficiente a
máxima profundidade da erosão.
siendo:
28
3 - Dimensionamento
Ky= profundidade;
Kf= intensidade do fluxo, u/uc onde u é a velocidade média e uc a velocidade média crítica ou de início de
movimento;
KD= tamanho do material de arraste;
Kσ= grau de uniformidade do material de arraste;
KS= forma do espigão;
Kθ= alinhamento do espigão;
Kg= geometria do canal.
1,09-0,075(ms+1) x α
0,2
hg 0,41
onde:
H´ = profundidade relativa de erosão = (z+h)/h;
z = profundidade de erosão;
ms = declividade do paramento lateral (1 : ms) do espigão;
n = relação de contração n=La/B;
α = ângulo de inclinação do espigão em relação à corrente;
hg = altura do espigão;
h = profundidade da água sem considerar a erosão;
ƒ1 (Cd ) y ƒ2 (Cd ) = fatores que dependem da tração sobre os grãos;
Fr = Número de Froude.
onde:
Hs max =provocada pelo espigão medida desde a superfície livre da água até o fundo, [m];
h = profundidade d’água na parte do espigão não afetada pela erosão, [m];
q1 = vazão teórica que poderia passar pela zona ocupada pelo espigão;
q = vazão com período de retorno de 25 e 50 anos, [m³/s];
α = ángulo formado por el eje longitudinal del espigón y la dirección de la corriente, medida desde aguas
abajo, [°];
k = k = inclinação do parâmetro da ponta do espigão, k = cotg( );
= ângulo formado pela face da ponta do espigão e a horizontal, [°].
Dependendo do tipo do material utilizado, deverá ser prevista uma proteção que pode assumir diferentes
configurações.
29
3 – Dimensionamento
c. No caso dos gabiões é habitualmente utilizada a colocação de uma plataforma antierosão com a utiliza-
ção de Colchões Reno® ao redor do espigão e cuja largura seja proporcional à máxima profundidade de erosão
prevista, geralmente duas vezes a profundidade (figuras 3.9.5, 3.9.6 e 3.9.7). Pela experiência acumulada em
obras reais e em ensaios de laboratório, foi verificado que a largura da plataforma deve ser sempre maior na late-
ral à montante e na extremidade, por serem estas regiões onde se verificam as máximas erosões. A execução da
plataforma evita a escavação do fundo, geralmente muito cara, para chegar a uma profundidade de segurança,
fora do alcance de uma possível erosão.
30
3 - Dimensionamento
31
3 – Dimensionamento
Para terminar esta breve resenha, cabe mencionar as modalidades de construção dos espigões já que,
por serem localizados dentro do canal do rio, estas são é influenciadas pelo tipo de solo e a eventual presença
d’água.
No caso ser possível trabalhar a seco, para o corpo do espigão é preferível recorrer ao uso dos gabiões
tipo caixa, por serem flexíveis, monolíticos e por permitir seções definidas geometricamente conforme as neces-
sidades. Para as proteções no embasamento se recorre o uso de Colchões Reno® que, por sua flexibilidade e
continuidade, estão em condição de acompanhar as erosões de fundo evitando que estas possam alcançar o
corpo do espigão. O uso dos gabiões permitirá adicionalmente realizar eventuais modificações posteriores da
seção se forem necessárias.
No caso de ser necessário construir o espigão em presença de água, especialmente em águas profundas,
é possível recorrer ao material solto de dimensões adequadas ou a gabiões tipo saco. O material solto é utilizado
quando se dispõe de uma jazida nas cercanias em condição de fornecer as pedras nas dimensões e quantidades
necessárias. Com a necessidade de manter declividades suaves nos taludes laterais se faz necessário o uso de
um volume importante de pedras. Os gabiões saco, ao contrário, permitem utilizar pedras ou seixos de peque-
nas dimensões e permitem realizar seções mais regulares com taludes mais inclinados e controlar o volume de
material lançado.
32
4 – ESPIGÕES EM GABIÕES
Os gabiões se adaptam particularmente à construção de espigões por suas características de: facilidade
e rapidez de construção, permitir a construção a seco e na água, flexibilidade, uso intensivo de mão de obra
(se for necessário), etc. Além das considerações que podem ser feitas visivelmente na obra, um interessante
trabalho “Ricerca sperimentale sul comportamento di pennelli di vario tipo nelle sistemazioni fluviali” Migliorini P.,
Milano V., Viti C. (Istituto di Idraulica della Facoltà di Ingeneria dell’Università di Pisa – L’Energia elettrica N°12,
1984) compara o comportamento hidráulico entre espigões construídos com diferentes materiais ao mudar a in-
clinação, distância e forma dos mesmos chegando a conclusão que a flexibilidade dos gabiões permite absorver
eventuais recalques provocados pela erosão junto à obra, em especial na ponta, decorrentes do comportamento
hidrodinâmico local.
A seguir serão listadas algumas recomendações e sugestões adicionais para o projeto e a construção dos
espigões em gabiões.
4.1 – No projeto
A possibilidade de utilizar elementos modulares permite o projeto das mais variadas seções, com crista
reta ou escalonada; faces laterais verticais, inclinadas ou escalonadas; seções curvas, ângulos, etc. Para maior
rapidez na construção sugerimos que seja dada preferência a uma crista e laterais escalonadas ao invés de
inclinados, já que o corte e adaptação do gabião para ajustá-lo à seção desejada requerem mais tempo que
o habitual (figura 4.1.1). Pelo mesmo motivo é preferível formar curvas com uma sequência de ângulos e não
arredondando os gabiões com dobras ou cortes. Ainda assim, é possível construir estruturas curvas, se for
necessário. Mostramos a seguir algumas maneiras adotadas para criar seções não retangulares (figuras 4.1.1,
4.1.2 e 4.1.3).
Figura 4.1.1 – Desenhos esquemáticos de espigões fabricados com gabiões retangulares e moldados.
33
4 – Espigões em gabiões
34
4 – Espigões em gabiões
Na face de montante é preferível utilizar, no caso de rios com transporte sólido importante, gabiões do tipo
“Caixa Forte®” (elementos especialmente desenvolvidos para estas situações), nos quais a face frontal e uma
das laterais são produzidas com arames mais grossos que os habituais para resistir mais ao impacto do material
transportado pela corrente (figuras 4.1.4 e 4.1.5).
Por outro lado, é possível proteger a face à montante do espigão que fica exposta ao impacto do fluxo e o
material de arraste com uma proteção de troncos (figura 4.1.6) ou plantando vegetação de arbustos (figura 4.1.7)
que ao crescer, formará uma barreira à ação do fluxo e aumentará a aderência entre os Colchões Reno® e o solo.
35
4 – Espigões em gabiões
A juízo do projetista os Colchões Reno®, que conformam a eventual plataforma antierosão, poderão ser
estendidos ou não por baixo do corpo do espigão; sempre que for possível, recomendamos que, se não totalmente,
pelo menos uma parte da plataforma fique coberta pelo corpo do espigão, para garantir uma continuidade maior
entre as duas partes devido neste caso à amarração, e ao peso dos gabiões sobre os Colchões Reno®, e ao atrito
entre a base do espigão com a parte superior da plataforma (figura 4.1.8).
Figura 4.1.8 – Diferentes posições dos Colchões Reno® para conformar a plataforma antierosão.
A finalidade da plataforma antierosão em Colchões Reno® é dupla. Por um lado desloca para longe do
espigão a erosão, sendo uma estrutura “armada” onde as pedras estão confinadas entre malhas metálicas e
podem resistir sem danos os vórtices ou correntes rápidas; por outro, devido sua flexibilidade, pode acompanhar
o perfil da eventual fossa de erosão adjacente ao espigão, criando assim uma blindagem, evitando com isto que a
erosão possa alcançar o corpo do espigão. Por isso é importante calcular o comprimento da plataforma para que
a erosão não possa passar por baixo e alcançar o espigão. Para evitá-lo, o comprimento deverá ser pelo menos
1,5 vezes a máxima profundidade de erosão prevista.
O valor sugerido de 1,5 é resultado de ensaios realizados pela Maccaferri no laboratório de Sogreah nos
36
4 – Espigões em gabiões
quais foi verificado que a máxima inclinação a qual o Colchão Reno® perde a sua eficiência, é 41°. Considerando
que a configuração alcançada pela plataforma em equilíbrio seja a inclinação da hipotenusa de um triângulo
retângulo, em que um lado seja a profundidade da erosão, por consequência então o comprimento da hipotenusa
e, da plataforma deve medir 1,41 vezes a medida da profundidade da erosão. Ao não permitir que seja superado
este ângulo, temos então a segurança que a plataforma protege o espigão da erosão (figuras 4.1.9 até 4.1.13).
Figura 4.1.9 – Comportamento da plataforma antierosão em Colchões Reno® a proteção de estrutura em gabiões.
Figura 4.1.10 – Plataforma antierosão recém-constru- Figura 4.1.11 – Plataforma depois de uma pequena
ída. enchente.
Figura 4.1.12 – Plataforma depois das primeiras ero- Figura 4.1.13 – Plataforma depois de maiores erosões.
sões.
37
4 – Espigões em gabiões
Se o transporte sólido é importante e pode causar danos ao espigão, não é conveniente o uso de Colchões
Reno®, já que a tampa dos mesmos se desgastaria rapidamente por isto. Nestes casos é preferível usar fundações
diretas aprofundando a estrutura em gabiões até uma profundidade que não possa ser alcançada pela erosão
(figura 4.1.14)
A seguir algumas fotos de espigões construídos na América Latina com plataforma antierosão em Colchões
Reno® (figuras 4.1.15, 4.1.16 e 4.1.17).
Figura 4.1.15 – Espigões em gabiões com plataforma Figura 4.1.16 – Espigões em gabiões com plataforma
antierosão em Colchões Reno®. antierosão em Colchões Reno® durante construção.
38
4 – Espigões em gabiões
Figura 4.1.17 – Espigão em gabiões com plataforma antierosão em Colchões Reno® depois de alguns
meses.
4.2 - Na construção
No caso de rios com vazões que não permitam trabalhar a seco, é comum usar gabiões cilíndricos para
a construção dos espigões. Estes gabiões, como indica o nome, tem o formato de cilindro, são preenchidos em
terra firme com pedras de tamanho adequado e posteriormente içados e colocados em água com uma grua. Na
primeira camada os gabiões cilíndricos são sempre colocados paralelamente ao eixo do rio. No caso em que o
fundo do canal seja constituído por sedimentos finos, é aconselhável estender por cima do fundo um geotêxtil
não tecido, sobre o qual serão colocados os gabiões. A não necessidade de amarras faz a operação ser muito
simples, requerendo somente que os gabiões cilíndricos sejam colocados um ao lado do outro, sem deixar
espaço entre os mesmos. As camadas seguintes são colocadas uma atrás da outra até chegar à cota do nível
d’água; a partir de então poder-se-á continuar com gabiões cilíndricos ou gabiões caixa. No primeiro caso será
suficiente manter o processo utilizado até então ao passo que no segundo os gabiões deverão ser colocados
vazios, amarrados entre si, preenchidos com pedras e fechados. Desta forma será possível obter formas mais
regulares e geométricas reduzindo assim o volume da estrutura. Adicionalmente as amarras tornarão a estrutura
mais monolítica sendo que a sua continuidade será garantida não somente pelo encaixe e o atrito entre os
gabiões, e também pelas amarras (figuras 4.2.1 até 4.2.5). Em alguns casos, mesmo em águas profundas, se
recorreu ao uso de gabiões caixa. Estes gabiões devem ser colocados vazios, fixados ao fundo e preenchidos
sob a água. Neste caso é necessária a utilização de mergulhadores.
Figura 4.2.1 – Colocação na água de gabiões saco. Figura 4.2.2 – Colocação na água de gabiões saco.
39
4 – Espigões em gabiões
Figura 4.2.3 – Colocação na água de gabiões saco. Figura 4.2.4 – Espigão construído na água com
gabiões saco.
No caso de rios que tenham períodos de estiagem que permitam a construção a seco, para a construção
da plataforma de proteção da base é necessária somente a regularização do fundo do canal com a retirada de
0,30m a 0,50m de material do fundo. Em terrenos com sedimentos finos (siltes e argilas) deve-se primeiramente
colocar um geotêxtil não tecido. A seguir, sobre este é montada a plataforma de proteção da base, colocando os
Colchões Reno® e amarrando-os entre si, colocando tensores verticais, preenchendo e fechando os colchões
com as respectivas tampas. Deve-se observar a importância da utilização dos tensores verticais que reduzem
o movimento das pedras no seu interior provocado pelas correntes e aumentam sua vida útil. A seguir, é
construído o corpo do espigão com os gabiões caixa colocados vazios, amarrados uns aos outros, preenchidos
(sem esquecer-se de colocar os tensores horizontais para um melhor acabamento) e finalmente fechados. É
importante recordar que, na medida do possível, é aconselhável não deixar Colchões Reno® ou gabiões sem
preencher no final do horário de trabalho, já que uma cheia imprevista poderia danificá-los.
Muitas vezes, não foram os aspectos técnicos ou econômicos que fizeram a escolha das estruturas de
gabiões e sim um importante aspecto social. Para a construção dos gabiões pode-se escolher desde a alternativa
da utilização de equipamentos até o uso de intensivo de mão de obra. Esta não precisa ser qualificada, pode ser
contratada entre a população local nos arredores da localização dos espigões e ser rápida e facilmente treinada
para alcançar boa produtividade e bom nível de acabamento.
40
4 – Espigões em gabiões
Por esta razão, o uso de gabiões tem sido a escolha preferencial devido a necessidades sociais locais ou
a programas de financiamento de obras com o uso de mão de obra intensiva. Esta característica também leva
a outro benefício: se uma percentagem significativa do custo do trabalho é canalizada para a mão de obra que
vive nas cercanias, consequentemente maiores recursos são gastos localmente, beneficiando assim a economia
da microrregião e, em particular, o comércio, e por consequência, um maior número de pessoas sem custos
adicionais para o poder público.
A seguir são apresentados alguns exemplos de espigões em gabiões construídos em alguns países latino-
americanos (figuras 4.2.6 até 4.2.11).
41
5 – ESPIGÕES PERMEÁVEIS CONSTRUÍDOS COM TRONCOS, MALHAS E CABOS
Como mencionado no item 2, em algumas situações se recorre a estruturas permeáveis de baixo custo.
Geralmente são conformadas com troncos cravados verticalmente no fundo do canal ou formando pirâmides por
sua vez preenchidas de pedras, cabos ou barras de aço estendidas entre os troncos, e malhas metálicas fixadas
a estes para formar uma barreira de retenção do material arrastado pelo rio durante as enchentes. São soluções
não definitivas que requerem constante manutenção. Esta solução é muito usada na Bolívia (figuras de 5.1 a
5.4).
Figura 5.1 – Espigões em material misto. Figura 5.2 – Espigões em material misto.
Figura 5.3 – Espigões em material misto. Figura 5.4 – Espigões em material misto.
43
6 - Casos históricos
A seguir, finalizando esta publicação, reportamos alguns dos projetos de espigões em gabiões e
Colchões Reno® realizados nos últimos anos na América Latina, com a esperança que estas experiências
em países tão diferentes como Argentina, Bolívia, El Salvador e Peru sejam de interesse do leitor.
Maiores informações sobre tais obras poderão ser solicitadas diretamente nas filiais da Maccaferri
dos distintos países cujos endereços poderão ser encontrados no endereço: www.maccaferri.com.br.
45
6 - Casos Históricos
RIO CHALLUAYACU
PERU, SAN MARTÍN
Problema:
Antes da obra
Solução:
Nome do Cliente:
Proyecto Especial Alto Huallaga
Construtora:
Proyecto Especial Alto Huallaga
Projeto e Consultoria:
Proyecto Especial Alto Huallaga
Produtos utilizados:
Gabiões em malha tipo 10x12 arame 2,7 mm Galfan+PVC: 100t
Colchões Reno ® em malha tipo 10x12 arame 2,7 mm
Galfan+PVC
Período da Obra:
Construção: Dezembro/2005
Término: Setembro/2006 Durante a obra
46
6 - Casos Históricos
CORTE BB
gabiões
Colchão Reno®
CORTE AA
B
gabiões
Colchão Reno®
B
Representação esquemática
47
6 - Casos Históricos
RIO HUALLABAMBA
PERU, HUICUNGO – SAN MARTÍN
Durante a obra
Solução:
Durante a obra
Nome do Cliente:
Municipalidad Distrital de Huicungo
Construtora:
Municipalidad Distrital de Huicungo
Projeto e Consultoria:
HIDROCONSULT E.I.R.L – Maccaferri de Perú S.A.C
Produtos utilizados:
Colchões Reno® em malha tipo 10x12 arame 2,7 mm
Galfan+PVC
Geotêxtil não tecido MacTex® N40.1
Período da Obra:
Construção : 1999
Término: 1999 Durante a obra
48
6 - Casos Históricos
CORTE BB
A
Colchão Reno ®
aterro + pedras
CORTE AA B
Representação esquemática
49
6 - Casos Históricos
RIO HUALLAGA
PERU, CAMPANILLA – SAN MARTÍN
Problema:
Antes da obra
Solução:
Nome do Cliente:
Municipalidad Distrital de Campanilla
Construtora:
Municipalidad Distrital de Campanilla
Projeto e Consultoria:
HIDROCONSULT E.I.R.L – Maccaferri de Perú S.A.C
Produtos utilizados:
Colchões Reno ® em malha tipo 10x12 arame 2,7 mm
Galfan+PVC
Geotêxtil não tecido MacTex® N40.1
Período da Obra:
Construção: 2010
Término: 2010 Durante a obra
50
6 - Casos Históricos
CORTE BB
A
Colchão Reno ®
aterro + pedras
CORTE AA B
Representação esquemática
51
6 - Casos Históricos
RIO HUALLAGA
PERU, JUANJUI – SAN MARTÍN
Problema:
Antes da obra
Solução:
Nome do Cliente:
Municipalidad Distrital de Juanjui
Construtora:
Municipalidad Distrital de Juanjui
Projeto e Consultoria:
HIDROCONSULT E.I.R.L – Maccaferri de Perú S.A.C
Produtos utilizados:
Colchões Reno ® em malha tipo 10x12 arame 2,7 mm
Galfan+PVC
Geotêxtil não tecido MacTex® N40.1
Período da Obra:
Construção: 2010
Término: 2010 Durante a obra
52
6 - Casos Históricos
CORTE BB
A
Colchão Reno ®
Filtro orgânico (palha de arroz)
aterro + pedras
CORTE AA B
Representação esquemática
53
6 - Casos Históricos
RIO HUALLAGA
PERU, PICOTA - SAN MARTÍN
Problema:
Antes da obra
Solução:
Durante a obra
Nome do Cliente:
Tabacalera “Villa Toscano”
Construtora:
Maccaferri Construction S.A.C
Projeto e Consultoria:
HIDROCONSULT E.I.R.L – Maccaferri de Perú S.A.C
Produtos utilizados:
Colchões Reno ® em malha tipo 10x12 arame 2,7 mm
Galfan+PVC
Geotêxtil não tecido MacTex® N40.1
Período da Obra:
Construção 2009
Término: 2009 Durante a obra
54
6 - Casos Históricos
CORTE BB
A
Colchão Reno ®
Filtro orgânico (palha de arroz)
aterro + pedras
CORTE AA B
Representação esquemática
55
6 - Casos Históricos
RIO SISA
PERU, SAN PABLO – SAN MARTÍN
Problema:
Antes da obra
Solução:
Nome do Cliente:
Municipalidad Distrital de San Pablo
Construtora:
HIDROCONSULT E.I.R.L
Projeto e Consultoría:
Maccaferri de Perú S.A.C
Produtos utilizados:
Colchões Reno ® em malha tipo 10x12 arame 2,7 mm
Galfan+PVC
Gabiões caixa em malha tipo 10x12 arame 2,7 mm Galfan+PVC
Geotêxtil não tecido MacTexv N40.1
Período da Obra:
Construção: 2003
Término: 2003 Durante a obra
56
6 - Casos Históricos
CORTE BB
A
Colchão Reno ®
Filtro orgânico (palha de arroz)
aterro + pedras
CORTE AA B
B
CORTE BB
A
gabiões
Colchão Reno®
CORTE AA
B
gabiões
Colchão Reno®
Representação esquemática
57
6 - Casos Históricos
CARRETERA TRINIDAD
BOLIVIA, SAN BORJA – BENI
Problema:
Obra concluída
Solução:
Obra concluída
Nome do Cliente:
Servicio Nacional de Caminos
Construtora:
Servicio Nacional de Caminos
Projeto e Consultoria:
Servicio Nacional de Caminos
Produtos utilizados:
Gabiões em malha tipo 8x10, arame 2,7 mm Zn: 4700 m³.
Colchões Reno® em malha tipo 6x8 arame 2,2 mm Zn: 980 m³.
Período da Obra:
Construção: Março/2009
Término: Junho/2009 Obra concluída
58
6 - Casos Históricos
CORTE BB
A gabiões
Colchão Reno®
CORTE AA talude B
nível de água
gabiões
Colchão Reno®
Representação esquemática
59
6 - Casos Históricos
RIO CHIMORE
BOLIVIA, COCHABAMBA
Problema:
Antes da obra
Solução:
Durante a obra
Nome do Cliente:
Ministerio de Defensa
Construtora:
Ministerio de Defensa y Prefectura de Cochabamba
Projeto e Consultoria:
Ministerio de Defensa y Prefectura de Cochabamba
Produtos utilizados:
Gabiões em malha tipo 8x10, arame 2,7 mm Zn: 4700 m³.
Colchões Reno® em malha tipo 6x8 arame 2,2 mm Zn: 980 m³.
Período da Obra:
Construção: Agosto/2006
Término: Março/2007 Durante a obra
60
6 - Casos Históricos
CORTE BB A
gabiões
Colchão Reno®
CORTE AA B
talude
gabiões
Colchão Reno®
Representação esquemática
61
6 - Casos Históricos
RIO BERMEJO
BOLIVIA, TARIJA
Problema:
Durante a obra
Solução:
Durante a obra
Nome do Cliente:
Prefectura de Tarija
Construtora:
Prefectura de Tarija
Projeto e Consultoría:
Prefectura de Tarija
Produtos utilizados:
Gabiões em malha tipo 8x10, arame 2,7 mm Zn: 16720 m³.
Colchões Reno® em malha tipo 6x8 arame 2,2 mm Zn: 5220 m³.
Período da Obra:
Construção: Maio/2003
Término: Outubro/2006 Durante a obra
62
6 - Casos Históricos
Representação esquemática
63
6 - Casos Históricos
RIO AZUL
ARGENTINA, CHUBUT
Problema:
Antes da obra
Solução:
Nome do Cliente:
Provincia del Chubut y Subsecretaría de Recursos Hídricos
de la Nación
Construtora:
Subsecretaría de Recursos Hídricos de la Nación
Projeto e Consultoria:
IPE S.R.L.
Produtos utilizados:
Gabiões em malha tipo 6x8, arame 2,4 mm Zn
Colchões Reno® em malha tipo 6x8 arame 2,2 mm Zn
Geotêxtil MacTex® MT 200 g/m²
Período da Obra:
Período da Obra: 2004
Término: 2004 Antes da obra
64
6 - Casos Históricos
CORTE BB
gabiões
Colchão Reno®
CORTE AA
B
gabião
B filtro geotêxtil
Colchón Reno®
Representação esquemática
65
6 - Casos Históricos
RIO LULES
ARGENTINA, TUCUMÁN
Problema:
Antes da obra
Solução:
Nome do Cliente:
Municipalidad de San Isidro de Lules
Construtora:
UTE CEOSA – INGECO
Produtos utilizados:
Gabiões em malha tipo 8x10, arame 3,0 mm Zn
Colchões Reno® em malha tipo 8x10 arame 2,4 mm Zn
Geotêxtil MacTex® MT 200 g/m²
Período da Obra:
Construção: 2007
Término: 2007 Durante a obra
66
6 - Casos Históricos
CORTE BB
A Gabião Caixa
Colchão Reno®
B filtro geotêxtil
Representação esquemática
67
6 - Casos Históricos
RIO PESCADO
ARGENTINA, SALTA
Problema:
Solução:
Durante la obra
Nome do Cliente:
Subsecretaría de Recursos Hídricos de la Nación
Construtora:
UTE – Ingeniero Medina – INMAC
Projeto e Consultoria:
UTE – Ingeniero Medina – INMAC
Produtos utilizados:
Gabiões em malha tipo 8x10, arame 3,0 mm Zn
Colchões Reno® em malha tipo 6x8 arame 2,2 mm Zn, malha
hexagonal 10x12/3.0mm
Geotêxtil MacTex® MT 200 g/m²
Período da Obra:
Construção: 2006
Término: 2006 Obra concluida
68
6 - Casos Históricos
Representação esquemática
69
6 - Casos Históricos
RIO JIBOA
EL SALVADOR, SAN VICENTE
Durante a obra
Solução:
Durante a obra
Nome do Cliente:
Ministerio de Agricultura y Ganaderia de El Salvador
Construtora:
Fessic
Projeto e Consultoria:
Pastore Orantes Asociados
Produtos utilizados:
Gabiões em malha tipo 8x10, arame 2,7 mm Zn + PVC: 17,8t
Colchões Reno® em malha tipo 6x8 arame 2,2 mm Zn + PVC:
30,3t
Período da Obra:
Construção: Janeiro/2008
Término: Maio/2008 Durante a obra
70
6 - Casos Históricos
CORTE BB
A
espigão
Colchão Reno®
CORTE AA
talude
B
espigão
Colchão Reno®
Representação esquemática
71
6 - Casos Históricos
RIO LEMPA
EL SALVADOR, USULUTÁN
Problema:
Durante a obra
Solução:
Durante a obra
Nome do Cliente:
Ministerio de Agricultura y Ganaderia de El Salvador
Construtora:
Empresa Terracera Nacional (ETERRNA)
Projeto e Consultoria:
Pastore Orantes Asociados
Produtos utilizados:
Gabiões em malha tipo 8x10, arame 2,7 mm Zn + PVC: 78,4t
Colchões Reno® em malha tipo 8x10 arame 2,7 mm Zn + PVC:
67,1t
Período da Obra:
Construção: Fevereiro/2008
Término: Junho/2008 Durante a obra
72
6 - Casos Históricos
CORTE BB
talude
muro de gabião
A
espigão de gabiões
Colchões Reno®
filtro geotêxtil
A
línea de terreno natural
CORTE AA talude
B
contenção
espigão de gabiões
Colchões Reno®
Representação esquemática
73
6 - Casos Históricos
RIO PAZ
EL SALVADOR, AHUACHAPÁN
Problema:
Durante a obra
Solução:
Durante a obra
Nome do Cliente:
Ministerio de Agricultura y Ganaderia de El Salvador
Constructora:
Fessic
Projeto e Consultoria:
Pastore Orantes Asociados
Produtos ulizados:
Gabiões em malha tipo 8x10, arame 2,7 mm Zn + PVC: 35.6t
Colchões Reno® em malha tipo 8x10 arame 2,7 mm Zn + PVC:
60,6t
Período da Obra:
Construção: Fevereiro/2008
Término: Maio/2008 Durante a obra
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6 - Casos Históricos
CORTE BB
Colchões Reno® A
espigões
gabião de ancoragem
filtro geotêxtil
filtro geotêxtil
A Colchões Reno®
CORTE AA B
espigões
Colchões Reno®
Representação esquemática
75
7 - BIBLIOGRAFIA
AKRAM GILL M., Erosion of Sand Beds around Spur Dikes, Journal of the Hydraulics Division, Proceedings of the
American Society of Civil engineers, 1972.
BREA J., HOPWOOD H., YAÑES M., AMORES G., Influencia de la presencia de espigones en la variación del
coeficiente de rugosidad de un canal, XV Congreso Latinoamericano de Hidráulica, 1998.
BRIGHETTI G., Estabilização e Proteção de Margens, Universidade de São Paulo, Escola Politécnica, Departa-
mento de Engenharia Hidráulica e Sanitária, 2001.
CONAF (Corporación Nacional Forestal), Santiago Chile, Mampostería gavionada en la protección hidrológico
forestal
FIERRO V., L’impiego dei pennelli nella sistemazioni fluviali, indicazioni e criteri progetualli, 1986.
KING H. E., Introduction to the Design of Rock Filled Gabion Groynes for Riverbank Protection, Saili Symposium
Pietermaritzburg, 2004.
MIGLIORINI P., MILANO V., VITI C., Ricerca sperimentale sul comportamento di penneli di vario tipo nelle siste-
mazioni fluviali, L’Energia elettrica N°12, 1984.
OFFICINE MACCAFERRI, Relazione técnica n°10, Opere di Sistemazione Idraulica nelle Aste Torrentizie e Flu-
viali, parte seconda, opere repellenti, 1961.
PEREZ F., Diseño de espigones de gaviones para la recuperación de orillas erosionadas, IV Congreso Nacional
de Recursos Hídricos, San José, Costa Rica, 1992.
PRZEDWJSKI B., BLAZEJEWSKI R., PILARCZYK K. W., River Training Techniques, A.A. Balkema / Rotterdam
/ Brookfield / 1995.
ROCA COLELL M., CARDOSO A. H., MARTÍN VIDE J. P., BATEMAN A., Influencia de orientación de estribos y
espigones en los processos de erosión local, Ingenería del Agua, Vol. 7 N° 3, 2000.
ROCHA FELICES A., Consideraciones sobre las defensas fluviales a base de espigones, XVI Congresso Nacio-
nal de Ingenería Civil, Arequipa, 2007.
TERAGUCHI H., NAKAGAWA H., KAWAIKE K., BABA Y., ZHANG H., Morphological Changes induced by River
Training Structures: Bandal-like structures and groins, (Annuals of disas. Prev. Res. Inst., Kyoto Univ., N° 53B,
2010).
77
78
8 - SIGLAS E SÍMBOLOS
β = ângulo de desvio.
h = profundidade da água.
hg = altura do espigão.
hs = profundidade da fossa de erosão provocada pelo espigão medida desde a superfície livre d’água e o fundo
da erosão.
p = declividade da coroa.
q = vazão.
q1 = vazão.
z = profundidade de erosão.
79
9 - índice dAS fotos E dESeNHos
81
Figura 4.1.8 - Diferentes posições dos Colchões Reno® para conformar a plataforma antierosão................................ 36
Figura 4.1.9 - Comportamento da plataforma antierosão em Colchões Reno® a proteção de estrutura em gabiões........ 37
Figura 4.1.10 - Plataforma antierosão recém-construída......................................................................................... 37
Figura 4.1.11 - Plataforma depois de uma pequena enchente.................................................................................. 37
Figura 4.1.12 - Plataforma depois das primeiras erosões........................................................................................ 37
Figura 4.1.13 - Plataforma depois de maiores erosões............................................................................................ 37
Figura 4.1.14 - Aprofundamento da fundação para prevenir solapamentos............................................................... 38
Figura 4.1.15 - Espigões em gabiões com plataforma antierosão em Colchões Reno®............................................... 38
Figura 4.1.16 - Espigões em gabiões com plataforma antierosão em Colchões Reno® durante construção.................. 38
Figura 4.1.17 - Espigão em gabiões com plataforma antierosão em Colchões Reno® depois de alguns meses............. 38
Figura 4.1.18 - Espigões em gabiões apoiados sobre uma camada de pedras soltas................................................. 39
Figura 4.2.1 - Colocação na água de gabiões saco................................................................................................. 39
Figura 4.2.2 - Colocação na água de gabiões saco................................................................................................. 39
Figura 4.2.3 - Colocação na água de gabiões saco................................................................................................. 40
Figura 4.2.4 - Espigão construído na água com gabiões saco.................................................................................. 40
Figura 4.2.5 - Espigão em gabiões construído na água em duas etapas: sob a água com gabiões saco e a seco
com gabiões caixa................................................................................................................................................. 40
Figura 4.2.6 - Espigões em gabiões...................................................................................................................... 41
Figura 4.2.7 - Espigões em gabiões...................................................................................................................... 41
Figura 4.2.8 - Espigões em gabiões...................................................................................................................... 41
Figura 4.2.9 - Espigões em gabiões...................................................................................................................... 41
Figura 4.2.10 - Espigões em gabiões.................................................................................................................... 41
Figura 4.2.11 - Espigões em gabiões.................................................................................................................... 41
Figura 5.1 - Espigões em material misto................................................................................................................ 43
Figura 5.2 - Espigões em material misto................................................................................................................ 43
Figura 5.3 - Espigões em material misto................................................................................................................ 43
Figura 5.4 - Espigões em material misto................................................................................................................ 43
82