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SIMULAÇÃO NUMÉRICA DA EROSÃO LOCALIZADA NO ENTORNO

DE PILARES DE PONTE USANDO CFD

Adilar Titon Neto 1* & Ana Cristina Strava - DSc 2

Resumo – O presente estudo utiliza da técnica CFD (Computational Fluid Dynamics), com o auxílio
do software Flow 3D® da empresa Flow Science, com o objetivo de realizar a simulação e
desenvolvimento dos processos erosivos que ocorrem no entorno de um pilar de ponte. Dessa forma,
identificando como a interrupção do fluxo natural de um canal pode produzir cavidades de erosão,
criando situações de risco. Assim sendo, foi adotada uma metodologia similar à realizada em
laboratório, criando-se um canal hidráulico digital, com dimensões de 20m de largura; 100 m de
comprimento e 4 pilares cilíndricos verticais, semelhantes aos da ponte do Rio Madeira (BR-319),
com 2,50m de diâmetro e 9,5 m de altura. Esse estudo contribui para o entendimento da formação das
cavidades de erosão, e ainda mostra como a variação da velocidade da água pode influenciar na
formação de dunas, tornando o rio mais raso a jusante dos pilares. Assim como, validar o uso da
ferramenta CFD como ferramenta de solução da dinâmica dos sedimentos e do fluxo de água para os
projetos com este fim. Os resultados da simulação apontaram um potencial de movimentação de 352,3
m3 de sedimentos, e uma profundidade de erosão de 2,61m.

Palavras–chave: (simulação. Flow3d. erosão localizada. pilares complexos)

SIMULATION NUMÉRIQUE D'ÉROSION SITUÉE SUR DES PILIERS DE


PONT À L'AIDE DE CFD

Abstract – La présente étude utilise la technique CFD (Computational Fluid Dynamics), avec l'aide
du logiciel Flow 3D® de la société Flow Science, afin d'effectuer la simulation et le développement
des processus érosifs qui se produisent autour d'un pilier de pont. De cette façon, identifier comment
l'interruption de l'écoulement naturel d'un canal peut produire des cavités d'érosion, créant des
situations à risque. Par conséquent, une méthodologie similaire à celle réalisée en laboratoire a été
adoptée, créant un canal hydraulique numérique, avec des dimensions de 20 m de large; 100 m de
long et 4 piliers cylindriques verticaux, similaires à ceux du pont de la rivière Madère (BR-319), 2,50
m de diamètre et 9,5 m de hauteur. Cette étude contribue à la compréhension de la formation des
cavités d'érosion et montre également comment la variation de la vitesse de l'eau peut influencer la
formation des dunes, rendant la rivière moins profonde en aval des piliers. De plus, valider l'utilisation
de l'outil CFD comme un outil pour résoudre la dynamique des sédiments et l'écoulement de l'eau
pour des projets dans ce but. Les résultats de la simulation ont montré un potentiel de mouvement de
352,3 m3 de sédiments et une profondeur d'érosion de 2,61 m.

Keywords – ( simulation. Flow3d. érosion localisée. piliers complexes )

1 eng.adilartiton@gmail.com
2 e-mail de contato do orientador
FICHA CATALOGRÁFICA

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INTRODUÇÃO
A erosão localizada ocorre na base de pilares inseridos frente ao fluxo natural de drenagem de
um determinado canal, gerando um escoamento descendente que forma vórtices, conhecidos como
“turbilhões”, semelhante a uma ferradura, movimentando e escavando os sedimentos no entorno
destes. O fenômeno da erosão é local e muito difícil de se prever dada a variabilidade de configurações
presentes neste processo, podendo ser: a graduação dos sedimentos; velocidade do escoamento;
variação natural de caudal; e características topográficas do curso de água (MAIA et al., 2011), como
visto na Figura 01. Dessa forma, vê-se que os modelos de tratamentos matemáticos, estudos teóricos
e experimentais são extremamente necessários para quantificar e identificar estes fenômenos
próximos a pilares de pontes. (SILVA, 2017).
A remoção dos sedimentos pode expor as estacas de fundação à pressão hidrodinâmica da
água, inserindo a estrutura a carregamentos não previstos em projeto (PATRÍCIO, 2012), podendo
ocasionar esforços que ultrapassam seu estado limite último, levando a estrutura a ruina sem aviso
prévio. Entre 1989 e 2000, cerca de 16% dos acidentes envolvendo pontes nos Estados Unidos da
América, com menos de 50 anos de utilização, estava ligado a alteração geomorfológica ocasionada
pela erosão, localizada justamente no entorno dos pilares (WARDAHNA & HADIPRIONO, 2003).
Assim sendo, este artigo consiste em uma investigação numérica simulada da movimentação
destes sedimentos que atuam no entorno dos pilares fixados no leito de um canal com solo não
coesivo, modelados a partir do conceito da fluidodinâmica computacional, sigla CFD, do acrônimo
em inglês “Computational Fluid Dynamics”, tecnologia que tem com base a aplicação de algoritmos
e técnicas numéricas para resolver problemas de mecânica dos fluidos com muitas variáveis
(VERSTEEG & MALALASEKERA, 2007).
O objetivo desta pesquisa é realizar uma simulação computacional que indique a profundidade
de erosão do leito sob as condições de escoamento dos sedimentos, bem como validar o modelo
computacional através de correlações empíricas e critérios numéricos. Os métodos aplicados na
modelagem da simulação assemelham-se ao realizado por Brethour & Burnham (2010). Os
resultados também devem apresentar uma linearidade com ensaios realizados em laboratórios, assim
auxiliando na validação dos dados de verificação da cavidade de erosão no entorno dos
pilares/estacas, permitindo uma avaliação a riscos significativos. Para isso, será desenvolvido um
modelo digital de um canal, tal como de um pilar. Após, será utilizado um software CFD capaz de
simular as condições do fluxo causador da erosão. Dessa forma, o autor pretende contribuir para a
compreensão do fenômeno da erosão na base de pilares de pontes.

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Nesse sentido, esse artigo justifica-se, uma vez que a compreensão hidrodinâmica destes
sedimentos, através do CFD, pode auxiliar no aumento da vida útil das pontes e, além disso, ser
escalonada para aplicações científicas envolvendo bacias de sedimentação, lavagem de reservatórios
e morfologia fluvial, fomentando, portanto, novas pesquisas.

Figura 01 – Processo de formação dos vórtices que provocam a erosão no leito do rio.

Fonte: Autor, (2020).

O RIO
Com o intuito de estabelecer uma motivação para futuros trabalhos, será utilizado dados
numéricos semelhantes aos obtidos de pesquisas realizadas no Rio Madeira, este que é o maior
tributário dentre todos os afluentes do Rio Amazônas, também sendo o rio com a maior carga de
transportes de sedimentos do mundo. A escolha deste canal deu-se, sobretudo, por trata-se de um rio
volúvel em decorrência das modificações anuais de sua seção transversal, ocasionada pelas condições
meteorológicas da floresta amazônica (ADAMY, 2014), bem como por possuir duas usinas
hidrelétricas à montante da área urbana da cidade de Porto Velho – RO, modificando o seu fluxo de
escoamento natural. Em virtude do que foi mencionado, é um rio cujos estudos se fazem necessários.
Afinal, o mesmo está em constante mudança de sua geomorfologia.

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As mudanças geomorfológicas podem alterar o seu comportamento hidrológico, causando a
desagregação do leito e das margens, fenômeno conhecido como “terras caídas” (BARBOSA et al.,
2015 apud ADAMY, 2014), além de formações de bancos de areia, indicando a não coesividade do
solo em seu leito. Seu comportamento físico também é um fator determinante, visto que, em
condições normais, a velocidade do Rio Madeira é de 2,0m/s até 3,80 m/s, sendo que, em condições
de cheias, como a cheia histórica de 2014, velocidades superiores a de 4 m/s foram registradas
(BARBOZA et al., 2015).
De modo geral, o comportamento hidráulico do Rio Madeira afeta a configuração de sua seção
transversal, estreitando ou alargando as margens, movimentando os sedimentos no fundo. Trata-se de
um constante processo de migração do canal da esquerda para a direita, em relação ao fluxo do rio,
sentido Rio Amazônas (ADAMY & DANTAS, 2004). Estas alterações dificultam a determinação de
um modelo de cálculo numérico convencional, tendo em vista o grande número de variáveis
envolvidas e sua necessidade constante de atualização das profundidades.
A composição granulométrica presente no leito trata-se de uma camada de sedimento não
coesivo. Esta é composta por uma forte presença de areia fina e média, com até 67% de areia média
(ROSSETO, 2013). Esta composição é rica em feldspato, com grãos angulosos e arredondados com
densidades que variam entre 2100 a 2700 kg/m³ (NBR6120:2019). Ainda, dentro da composição
granulométrica, um percentual pequeno de 16% corresponde a fração de areia grossa e outro
percentual de 17% correspondente a presença de silte e argila, elementos coesivos em pequenas
quantidades no fundo. Em virtude da distribuição granulométrica do ensaio RM-02, realizado nas
proximidades da ponte Rio Madeira, sabe-se que o tamanho das partículas dos grãos de areia são da
ordem de 347,8 μm, cerca de 0,3478mm (ROSSETO, 2013).

UMA BREVE DESCRIÇÃO DA FERRAMENTA CFD


A ferramenta utilizada para desenvolver a modelagem numérica dos modelos hidráulicos
desta pesquisa foi o software Flow 3D® v11.04 (licenciado para pesquisa acadêmica), da empresa
Flow-Science. Este baseia-se nas leis de conservação de massa, momento e energia, resolvendo o
sistema de equações em três dimensões de fluxo de Navier-Stokes. Este software foi desenvolvido
pelo cientista e fundador da Flow Science, Dr. CW Hirt, no Laboratório Nacional de Los Alamos
(Novo México, EUA), sendo utilizado no desenvolvimento de pesquisas da área aeroespacial,
manufatura aditiva, fundição de metais, segurança de reatores e engenharia de recursos hídricos.
Dentro do software, os domínios, ou espaços de renderização, são criados utilizando blocos
de diferenças finitas (malhas), possibilitando a criação de modelos com diversas geometrias. Assim
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que a modelagem do domínio é implementada, pode-se aplicar os fatores físicos da equação
governante. Então, cada célula gerada no modelo passa a agir como um fluido, deformando-se na
medida em que se ajustam ao corpo, possibilitando o estudo da transferência de calor, turbulência,
transporte de partículas, arrastamento de sólidos, porosidade e sedimentação. Essa técnica é chamada
de TruVOFTM(Volume of Fluid), desenvolvida ao longo de 45 anos e sendo aplicada diretamente em
simulações de fluxo de superfície livre, principalmente no estudo de rios e barragens.
O principal critério adotado para escolha do software está ligado à sua interface sendo
extremamente intuitiva, possuindo um design simples que facilita o gerenciamento de dados,
configuração da simulação e pós-processamento. Além disso, o mesmo possui compatibilidade com
o sistema operacional Windows 7 versão 64bits (service pack 1), placa de vídeo Nvidia GT430,
processador Pentium Dual Core E5500 com 6 Gigabytes de memória RAM.

METODOLOGIA
A metodologia consiste em modelar digitalmente um canal hidráulico que simule um trecho
do Rio Madeira e permita mapear a profundidade de erosão onde localiza-se um pilar com geometria
semelhante aos da ponte Rio Madeira, em velocidade de fluxo correspondente as condições normais
e de cheia do mesmo rio. Para isso, os dados necessários para realizar a simulação serão coletados
partindo da metodologia adotada pelo Bridge Scour Manual, desenvolvida por J. Sterling Jones na
FHWA (The Federal Highway Administration) e D. Max Sheppard da Universiade da Flórida, para
o ensaio em pilares complexos (sustentados por estacas). Esta metodologia de coleta de dados
estabelece que o autor deve realizar uma estimativa para os seguintes parâmetros: altura da camada
de sedimento; profundidade do canal; dimensões geométricas dos componentes que compõem o pilar
em relação ao leito; propriedade dos sedimentos (densidade, diâmetro, distribuição); temperatura da
água; e velocidade média do escoamento.
Nesta pesquisa, estes dados foram obtidos através de pesquisas bibliográficas (artigos,
dissertações e relatórios). Como não existe uma normativa brasileira para implementação de dados
em simulações CFD, escolheu-se adotar o padrão implementado por Burnham (2011). Os resultados
obtidos serão apresentados em forma de quadro, gráficos tridimensionais de volume, de superfície,
vetores gradientes, bibliografia e documentos.

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A GEOMETRIA
A secção de pilar que servirá como base para realizar os estudos situa-se na ponte que transpõe
o Rio Madeira, na Bacia do Rio Amazonas. Localizada no trecho da BR-319, latitude 8°44'16"S,
63°55'21.5"O - interligando os municípios de Porto Velho – RO e Humaitá – AM (figura 06).

Figura 02 – Vista aérea de um trecho do Rio Madeira, onde localiza-se a ponte Rio Madeira.

Fonte: Adaptado do Google Earth (2020).

Segundo o RIMA (Relatório de Impacto Ambiental), realizado pela empresa SD


Consultoria e Engenharia LTDA em 2015, a ponte possui 975,00 m de extensão, fixada com
fundações do tipo estacas com camisas metálicas e concreto submerso ao longo da seção transversal
do rio. Ao todo são 16 pilares, sendo 13 pilares localizados no leito do Rio Madeira, dos quais 12
pilares contam com estacas em grupos de 4, cada estaca contendo 2,50 m de diâmetro e profundidade
variável, sendo, portanto, a opção mais provável para adoção no modelo de cálculo.

O MODELO NUMÉRICO
Nesta etapa é apresentada a metodologia de implementação do modelo no programa Flow
3D®, através da criação de um domínio, desenvolvido apartir de medidas da área de influência do rio
sob um dos pilares da ponte, obtidas com base no leito adaptado das medições batimétricas realizadas
pelo CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), sendo um domínio com dimensões de
100 m de comprimento e 20,0 m de largura; um bloco fixo a jusante e um a montante; um depósito
de sedimentos de dimensões entre os blocos fixos; o pilar 5 ao centro com uma lâmina de água ao
nível de 3,5 m do leito. O critério adotado para a configuração da geometria do canal está relacionado
de forma adaptada com a descrição das instalações hidráulicas da FEUP (Faculdade de Engenharia

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da Universidade do Porto), onde foram desenvolvidos estudos de erosão localizada junto de pilares
complexos (apoiados em estacas), por Maia et al. (2011).
O pilar P5 é composto por 4 estacas com diâmetro de 2,5 m e altura de 19,5 m, com
disposições entre si de 3,8 m no eixo X e 4,8 m no eixo Y. Esta altura foi reduzida do modelo real
para 9,5 m, o motivo dessa redução foi a exigência mínima da capacidade de processamento do
computador, que ocasionaria uma perda de precisão dos resultados. Sendo assim, uma camada de
pressão de 10 mca foi adicionada as condições de contorno para simular essa altura perdida de água.
A figura 9 representa tridimensionalmente a área de influência na base do pilar.
Os blocos fixos são compostos por componentes sólidos. A função dos componentes sólidos
é simular um terreno irregular para sustentar a turbulência do canal até o ponto onde encontra-se a
camada de sedimentos. O primeiro bloco estende-se do início do domínio a até 35 m, preenchendo o
domínio completamente em largura e com 3,5 m de altura, disposto na figura 9 corresponde ao de cor
amarelo. O segundo bloco está localizado a 95 m do início do domínio, preenchendo o domínio
completamente em largura e com 3,5 m de altura, disposto na mesma figura, corresponde ao de cor
vermelha.
A disposição do depósito de sedimentos inicia-se a 35 m do início do domínio, com 60 m de
comprimento, 45 m de largura e 3,5 m de altura. Possuindo uma composição disposta em camadas
percentuais randomizadas de sedimentos com composição granulométrica que varia seus diâmetros
entre 0,37 mm e 0,5 mm e ângulo de repouso das partículas de 31°, com densidade de 2700 kg/m³ e
coeficiente de arrasto de 0,05. O Domínio está composto por uma malha “mesh” que possui 44.856
células, sendo um tamanho médio de 0,3m² por célula. As condições de contorno adotadas foram a
velocidade da água na entrada do modelo (V) e a continuidade do fluxo de água na saída (O), com
simetria (S) nas laterais e um bloqueio de saída no fundo (W), assim como uma carga de pressão
inicial considerada e constante igual a -100Kpa. Estas condições de contorno adotadas no domínio,
devem corresponder à física do problema (BURNHAM, 2007 apud JALAL & HASSAN, 2020).

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Figura 03 – Pilar da ponte Rio Madeira utilizado neste estudo.

Fonte: Autor, (2020).

Para simular o comportamento do rio, adotou-se a configuração de uma turbulência do fluido.


Nesta pesquisa o modelo adotado para esta simulação foi o RNG. A principal característica deste
modelo é a obtenção dos coeficientes numéricos, bem como a normalização da equação da
continuidade, assim como sua adequação para modelagem de vazões turbulentas sobre obstáculos
engastados. Esse modelo é considerado o mais robusto disponível no mercado de softwares CFD,
além de corresponder a proximidade com modelos experimentais realizados em laboratório.
(RAMEZANI et al., 2016).
Para esta simulação, o atrito e a tensão superficial foram negligenciados nas laterais (S), por
conta da simetria e continuidade destas bordas no sentido dos outros pilares. A vazão adotada
correspondeu a diferença da área selecionada em relação a toda seção transversal do canal, bem como
as velocidades identificadas do rio na cota normal, coletada dia 17/02/2020, com 15,4 m de
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profundidade e cota de cheia histórica, coletada no dia 03/03/2014, com 19,5 m de profundidade.
Sendo respectivamente 3,16 m/s e 4,0 m/s (HIDROSIPAM, 2020). Aplicadas em forma de ondas
senoidais para poder criar a turbulência inicial das partículas em repouso, criando dois modelos de
cálculo distinto, sendo um fluxo em condições normais e cheia.

Figura 04 – Modelo numérico do canal composto por 4 estacas.

Fonte: Autor, (2020).

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesta etapa, serão apresentados os resultados obtidos com a simulação, sendo eles os
resultados computacionais.

Quadro 1 – Valores e definições dos parâmetros numéricos adotados nesta simulação.


PARÂMETROS DEFINIÇÃO VALORES UNIDADE
Diâmetro dos sedimentos (d1) -
0,005 mm
Silte e Argila
Diâmetro dos sedimentos (d2) - Dimensão do diâmetro predominante no
0,035 mm
Areia Média leito
Diâmetro dos sedimentos (d3) -
0,05 mm
Areia Grossa
Relação existente entre massa e volume
Densidade dos sedimentos (p) 2100 < p < 2700 kg/m³
de cada sedimento
Relação existente entre massa e volume
Densidade da água (pH) da água. (Para esta pesquisa considerou- 997 kg/m³
se água ±25°C)
Relação entre a força de atrito do fluido Calculado pelo
Parâmetro crítico de Shields -
sobre o grão e o peso do grão submerso Flow 3D
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Flutuação e movimentação dos
sedimentos de acordo com o fluxo que
Coeficiente de arrasto de 0,009 < 0,04 <
prevê a taxa de erosão do sedimento -
sedimentos suspensos (Ce) 0,05
com uma tensão de cisalhamento maior
que a tensão crítica
Coeficiente de arrasto de Resistência das partículas de areia ao
1 < 1,5 < 2 -
sedimentos inertes (Cd) fluxo do fluido
Transporte de partículas pesadas ao
longo da superfície do leito
Coeficiente de carga do leito
compactado, segundo SINHA (2017), 4 < 5,7 < 8 -
(Cb)
para areia e cascalho e Pedregulhos
Cb=5,7.
Ângulo necessário para ocorrer o
Ângulo de repouso das partículas 31° ~ 40° Graus
deslizamento de um solo
Velocidade média do
Velocidade do fluxo da água 2,5 < V < 4,5 m/s
escoamento em m/s
Inclinação gravitacional normal do
Declividade do canal 0.0002 m/m
canal
Força que surge a partir da interação
Força gravitacional mútua entre dois corpos (deve ser - 9,81 m/s
inserida no eixo [-] Z)
Quantidade mínima de particulas
Partículas necessárias para simular a 1000000 Unidade
movimentação dos grãos
Resistência interna para fluir de um
Viscosidade do fluído 1.002E-03 Pa.s
fluido
Escoamento de um fluido em que as
Turbulência partículas se misturam de forma não Modelo (RNG) -
linear
Referente a percentagem passante na
Percentual de Silte e Argila 17 %
peneira
Percentual de Areia Média Referente a percentagem retida 67 %
Percentual de Areia Grossa Referente a percentagem retida 16 %
Fonte: Autor, (2020).

Através da entrada dos parâmetros hidráulicos, foram realizados todos os ensaios e


procedimentos para obtenção dos resultados desta pesquisa. Alguns destes parâmetros são obtidos
dentro do próprio software.
Usando os resultados obtidos com a simulação dentro do programa Flow 3D®, foram criadas
linhas fluidodinâmicas, conhecidas como streamlines, que representam os vetores de fluxo
observados nesta pesquisa. Estas linhas são reponsáveis por apresentar numéricamente o modelo de
escoamento da água no canal, bem como indicar o comportamento realístico estabelecido desta
simulação com base em situações reais. Com a simulação, as streamlines relevaram que o
comportamento do transporte dos sedimentos realizado pelo fluxo foi verossímil, semelhantes aos
registrados por Maia et al. (2011); Burnham (2011).

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A análise da intensidade do fluxo contornando a estrutura indicou informações relevantes para
este trabalho:
I) O comportamento do rastro d’água pode indicar a intensidade da erosão na base.
II) Pode ocorrer alterações geomorfológicas no leito.
III) O processo de formação da cavidade de erosão ocorre em três fases: inicial, principal
e de equilíbrio.

I) O comportamento do rastro d’água pode indicar a intensidade da erosão na base.


Nesta simulação, a água assumiu o comportamento esperado, ajustando-se a geometria do
cilíndrica do obstáculo, adotando o comportamento de fluxo realístico. Observou-se que um rastro
d’água foi evidênciado na superfície de escoamento, forçando o fluxo a aumentar sua velocidade.
Esse comportamento cria bolsões de estagnação de fluxo a jusante do obstáculo e aumento da pressão
a montante nas estacas, bem como tensões de cisalhamento nas bordas destas. Na figura abaixo, pode-
se observar a formação do rastro d’água a jusante do obstáculo.

Figura 05 – Comportamento simulado do fluxo no Flow 3D® (01); Comportamento real do fluxo no Rio Madeira (02).

Fonte: (1)Autor, (2020); (2)adaptado do Google Earth, (2020).

Conforme apresentado na metodologia, foram estabelecidas duas velocidades distintas, sendo


a primeira velocidade para o canal em condições normais, 3,8 m/s e condições de cheia histórica, 4,5
m/s. A variação da velocidade no fluxo de água possibilitou a visualização de geometrias diferentes
de erosão para cada velocidade.
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TCC II
Figura 06 – Modelo numérico do canal composto por 4 estacas.

Fonte: Autor, (2020).

Como visto na figura 06, a variação de velocidade de fluxo na simulação apresenta novos
comportamentos que deformam a camada de sedimentos de formas distíntas, explicando por que, em
condições de cheia, as situações de risco tornam-se maiores.
Na velocidade máxima do fluxo em condições normais (3,8 m/s), observou-se que a cavidade
de erosão possuia um comprimento maior em relação ao eixo Y, com 16 m de extensão. A observação
do fluxo de água também indicou um ângulo de abertura do rastro d’água mais aberto,
Na velocidade máxima do fluxo em condições de cheia (4,5 m/s), a cavidade de erosão no
entorno da estrutura mostrou-se mais profunda e menos uniforme, bem como desenvolvida em menos
tempo. O fluxo, nestas condições de cheia, apresentou um ângulo mais fechado. Portanto, a
observação do rastro d’água formado pela passagem do fluxo pela estrutura pode indicar como a
cavidade de erosão vai se formar.

II) Pode ocorrer alterações geomorfológicas no leito.


Com a criação da cavidade de erosão os sedimentos locais são transportados para jusante da
estrutura, formando dunas. O estudo prévio da movimentação do fluxo de água e dos sedimentos
removidos da cavidade de erosão, podem indicar pontos escavados e sedimentados. Uma vez que o
software fornece indicações de onde ocorre a estagnação e a aceleração do fluxo, fica perceptível os
pontos de deposição dos sedimentos que sairam da cavidade de erosão, bem como sua disposição
limite, no fim do rastro d’água a jusante.

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TCC II
Figura 07 – Formação de dunas a jusante dos pilares.

Fonte: adaptado de KLEINHANS, (2017).

Na figura 07, pode-se observar como ocorre o transporte dos sedimentos. A remoção dos
sedimentos no entorno dos pilares induz sobre as estacas de fundação uma ação hidrodinâmica que
se decompôs em duas componentes: componente normal e tangencial. Estas forças impuseram-se a
capacidade de sustentação das estacas as cargas de pressão, assim como a força de resistência das
estacas ao arrastamento na direção do escoamento.

Figura 08 – Formação de dunas a jusante dos pilares.

Fonte: Autor, (2020).

Na figura 08, observou-se que essa rigidez estrutural formada pela geometria das estacas
forçou o fluxo de água a criar turbilhões a montante das estacas E4 e E2. A formação das dunas
ocorre justamente quando há existência destes turbilhões, ou seja, quando ocorre modificação do
sentido de fluxo da água. Segundo Soltani-Gerdefaramarzi et al. (2013), Essa mudança de sentido
indica que pode ocorrer um efeito de sucção a montante de um obstáculo cilíndrico.

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TCC II
Figura 09 – Formação de dunas a jusante dos pilares.

Fonte: Autor, (2020).

Figura 10 – Redução da profundidade do rio ocasionada pela formação de dunas.

Fonte: CPRM, (2016).

Como visto na figura 10, p. 15. Em 2016 a movimentação do fluxo de água provou um
transporte maior de sedimento a jusante da ponte Rio Madeira, que aumentou a profundidade do leito
do rio, próximo aos pilares centrais da ponte. Na mesma imagem, é possível observar como a também
houve formação das dunas a jusante destes pilares, ocasionadas pela estagnação do fluxo extende-se
pelo trecho mapeado pelo rastro d’água e tornando o canal mais raso.

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TCC II
Figura 11 – Curvas de nível representando a profundidade da cavidade de erosão do modelo em condições de cheia.

As dunas são provenientes do volume escavado de sedimentos no entorno destas estruturas,


nesta pesquisa, para a condição mais crítica, velocidade de fluxo da ordem de 4,5 m/s, ocorreu uma
uma escavação do leito do canal da ordem de 2,61 m de profundidade. Com um transporte de 352,3
m³ de sedimentos.

III) O processo de formação da cavidade de erosão ocorre em três fases: inicial,


principal e de equilíbrio.
Durante a simulação realizada observou-se que nos primeiros 30 segundos não houve uma
mudança significativa da morfologia do canal. Neste início o fluxo simulado de água ainda estava
sob regime do escoamento laminar e com velocidades da ordem de 1.9 m/s a 2.7 m/s. Então, após
estes 30 segundos, o processo de turbulência da água acelerou a movimentação dos vetores, que, por
sua vez, iniciaram o processo de escavação do leito, acelerando o transporte dos sedimentos na zona
lateral das estacas onde as velocidades, como visto anteriormente nesta pesquisa, são maiores, esta
etapa é caracterizada como fase inicial (MAIA et al., 2011).
Com o aumento da velocidade ocorreu uma modificação mais aparente no leito do canal, com
a formação das dunas a jusante das estacas e da cavidade de erosão no entorno da estrutura. Essa
modificação começou com o transporte de sedimentos em suspensão, por arrastamento. Esta fase da
erosão é conhecida como etapa intermediária, ou de risco (MAIA et al., 2011).

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TCC II
No final do fluxo, existe uma fase de equilíbrio em que a cavidade de erosão praticamente
para de evoluir.
Figura 12 – Gráfico de evolução temporal da erosão nas velocidades de cheia e normal.

Fonte: Autor, (2020).

Pela simples observação dos valores e da progressão com o passar do tempo, nota-se que
houve um equilíbrio da profundidade de erosão em 2,2m de profundidade para velocidades da ordem
de 3,8 m/s, e 2,61 m de profundidade para velocidades da ordem de 4,5 m/s.
Esse comportamento dinâmico entre a fase inicial, intermediária e de equilíbrio potencializa
as mudanças morfológicas, aumentando o processo erosivo na base dos pilares de pontes, além disso,
foi observado conformidade com a evolução temporal de erosão realizada no ensaio em laboratório.

CONCLUSÕES
A partir dos resultados destas simulações, foi possível concluir que o processo de erosão da
camada de sedimentos no entorno das estacas se mostrou qualitativamente coerente com os da
literatura. Observou-se que a malha numérica utilizada precisa de um refinamento nas proximidades
com a superfície das estacas, a fim de melhorar os resultados das simulações.
Outro ponto a ser observado foi que as simulações permitiram mostrar como a aplicação do
Flow 3D® para estimar a profundidade de erosão do problema foi relevante para criar as condições
necessárias que permitissem a aplicação da hipótese, no caso deste modelo obteve-se uma
profundidade de erosão de 2,61 m no entorno dos pilares. Além disso, o ensaio realizado através de
uma modelagem numérica do processo de erosão no entorno das estacas, mostrou que o
comportamento do rastro d’água visto na superfície de escoamento pode indicar variações de

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TCC II
velocidade, que por sua vez, apresenta acréscimos na evolução do processo de erosão nestas
estruturas.
Quanto a erosão, esta ocorreu em três etapas definidas: inicial, principal e de equilíbrio. Na
modelagem estabelecida, o equilíbrio foi alcançado após 330 segundos de simulação acelerada. A
compreensão destas etapas, pode auxiliar na elaboração de manuais voltados para a manutenção
destas estruturas, indicando o momento mais crítico e auxiliando na escolha da contenção adequada
destes efeitos.
Além disso, as movimentações dos sedimentos localizados no entorno das estacas
apresentaram um comportamento de transporte que forma dunas a jusante das estacas. Essa
informação pode ser importante para compreensão das mudanças geomorfológicas do canal, tendo
em vista que poderia prever os pontos que ficariam mais profundos ou rasos.
O conhecimento mais aprofundado no comportamento do processo de erosão localizada
propiciado por esse tipo de simulação pode auxiliar na definição de geometrias mais eficientes, bem
como na identificação de cavidades de erosão, ajudando os engenheiros na elaboração de estratégias
preliminares a serem adotadas em projeto ou manutenção de estruturas submersas. A importância das
observações e resultados apresentados por esta ferramenta, aplicados nas características do Rio
Madeira, podem auxiliar na previsão da formação destes bancos de areia, erosão no entorno de pilares
ou estruturas submersas.

REFERÊNCIAS

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TCC II
ADILAR TITON NETO

SIMULAÇÃO NUMÉRICA DA EROSÃO LOCALIZADA NO ENTORNO


DE PILARES DE PONTE USANDO CFD
Este artigo foi julgado adequado para a obtenção do título de Bacharel em ENGENHARIA CIVIL e aprovado
em sua forma final pela Banca Examinadora composta pelos examinadores abaixo relacionados, na data de
____/____/____.

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PROF. MSc. MARIA ANGÉLICA FOES ROCHA
COORDENADORA DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

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ORIENTADOR

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EXAMINADOR(A)

_________________________________
EXAMINADOR(B)

PORTO VELHO
2020.2

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TCC II

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