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https://doi.org/10.1590/2318-0331.231820170074
Instituto de Pesquisas Hidráulicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil
1
RESUMO
O objetivo do presente trabalho foi avaliar fontes de incerteza em simulações de rompimento de barragens para áreas com características contrastantes:
uma em um vale estreito com altas encostas e outra em um vale aberto com baixas encostas. Foi realizada uma análise de sensibilidade do modelo
hidrodinâmico Hec-Ras 5.03, variando os dados de entrada do modelo (coeficiente de Manning, configurações de rompimento, volume do reservatório,
tipo de topografia de vale e equação considerada). Essas variações causam diferentes mudanças no fluxo de pico, horário de pico, profundidade máxima e
velocidade máxima para diferentes seções do curso de água a jusante. Concluiu-se que existem incertezas na determinação dos dados de entrada que
impactam de várias formas na onda de inundação gerada, considerando-se tanto uma variável hidráulica de interesse, a distância do troço à barragem e a
característica geomorfológica média do vale a jusante. A topografia nem sempre é o dado de entrada mais importante, o que permite a possibilidade de
utilização de topografias de baixa resolução para estimar o horário de pico em alguns trechos, dependendo do vale. Por fim, são sugeridos coeficientes de
segurança para estudos de rompimento de barragens, visando representar as incertezas dos dados de entrada nos resultados gerados.
Palavras-chave: Geoprocessamento; Hec-Ras 5.03; Modelagem hidrodinâmica 2D; Quebra da barragem; Coeficientes de segurança.
RETOMAR
O presente trabalho teve como objetivo realizar uma avaliação de fontes de incerteza em simulações de onda de cheia de rompimentos de barragens para áreas de características contrastantes:
uma em vale encaixado e altas declividades e outro com vale aberto e baixas declividades. Uma análise da sensibilidade do modelo hidrodinâmico Hec-Ras 5.03 foi realizada, perturbando-se os
dados de entrada do modelo (coeficiente de tripulação, configurações da brecha, volume do reservatório, topografia do vale de jusante e tipo de equacionamento considerado). Após observado-se
como essa variação alterava a vazão de pico, tempo de pico, profundidade máxima e a velocidade máxima para diferentes antes do período dos cursos hídricos. Concluiu-se que as incertezas
existentes na determinação dos dados de entrada impactam de forma variada na onda de gerada cheia, considerando tanto a variável hidráulica de interesse como o distanciamento da seção em
relação ao barramento e a característica geomorfológica média do vale de jusante. A topografia nem sempre é o dado de entrada de maior importância, o que permite, até certo ponto, a utilização
de topografias de baixa resolução para estimar o tempo de pico em algumas aumentadas, dependendo do valor. Por fim, obter os coeficientes de segurança para estudos de rompimento de
barragens, que visam representar as incertezas dos dados de entrada nos resultados gerados. a utilização de topografias de baixa resolução para estimar o tempo de pico em algumas fontes,
dependendo do valor. Por fim, obter os coeficientes de segurança para estudos de rompimento de barragens, que visam representar as incertezas dos dados de entrada nos resultados gerados. a
utilização de topografias de baixa resolução para estimar o tempo de pico em algumas fontes, dependendo do valor. Por fim, ganhar-se coeficientes de segurança para estudos de rompimento de
barragens, que visam representar como incertezas dos dados de entrada nos resultados gerados.
Palavras-chave: Geoprocessamento; Hec-Ras 5.03; Modelagem hidrodinâmica 2D; Rompimento de barragens; Coeficientes de
segurança.
Este é um artigo de acesso aberto distribuído nos termos da Creative Commons Attribution License, que permite o uso irrestrito, distribuição e reprodução em
qualquer meio, desde que o trabalho original seja devidamente citado.
1/17
Avaliação da incerteza na modelagem hidrodinâmica de enchentes geradas pelo rompimento de barragens
serem aplicados em estudos desse tipo, quando os dados de entrada usados não são
totalmente confiáveis.
MODELAGEM HIDRÁULICA 2D
Figura 1. Abordagem Geral da Metodologia Aplicada.
Os modelos bidimensionais em águas rasas trabalham com
velocidade média em profundidade, após integrar as equações de
Navier-Stokes ao longo do eixo vertical e resolver as equações de
equação de conservação de massa (Equação 1) e equação de
conservação de massa e conservação de momento nos eixos xey do
conservação de momento nos eixos xey (Equação 2), de acordo
curso d'água modelado (MARTIN ; MCCUTCHEON, 1998), originando
com USACE (2016).
as equações 2D de Saint Venant.
O uso do módulo bidimensional Hec-Ras 5.03 permite o ∂H / ∂t + ∂(Uh) / ∂x + ∂(vh) / ∂y +q = 0 (1)
uso de duas opções de equações: As equações de Saint Venant 2D
(também chamadas de “Equações de Momentum Completo”) ou (2)
∂V / ∂t +V .∇V = -g∇H + v ∇t2V - c f V + fk ×V
sua simplificação: o Modelo de Difusão 2D (ou Onda de Difusão),
que se origina da supressão de certos termos da equação de
Na Equação 1, “t” é o tempo; “U” e “v” são os componentes de
conservação do momento 2D (USACE, 2016). O modelo dado
velocidade nos eixos “x” e “y” respectivamente, e “q” é o termo de
pelas equações de Saint Venant 2D é composto pelo
entrada ou saída de fluxo.
Estação Total e GPS, tem a vantagem de fornecer dados representadas pela Figura 4, que mostra, para a Barragem da Canastra,
uma zona de inundação da ordem de 400 metros de extensão transversal
extremamente precisos, mas em contrapartida o trabalho
ao longo de um trecho de 8,5 km de rio, caracterizando um vale estreito e
de campo exige altos custos por ponto adquirido.
íngreme. No caso da Barragem da Lomba do Sabão, a extensão transversal
Levantamentos topográficos realizados por
da zona de inundação vai de 600 metros a 4000 metros ao longo de um
Aerofotogrametria e LiDAR (Light Detection and Ranging)
troço de rio de 13 km, caracterizando-se assim um vale plano e amplo. Essa
apresentam-se como alternativas interessantes quando se
definição segue recomendações de Silva, Gonçalves e Tanajura (2012), que
deseja levantar grandes áreas altimétricas com bom nível
classificam os vales estreitos e íngremes como aqueles que levam a
de precisão (JENSEN, 2009). Porém, com o avanço
maiores velocidades de escoamento no rio principal, por estar mais
tecnológico na área de sensoriamento remoto,
próximo das áreas côncavas do relevo. Os vales planos e largos, no
entanto, são aqueles em que as planícies de inundação se tornam mais
Volume do reservatório largas, proporcionando geralmente velocidades de fluxo mais baixas.
O contraste entre as duas áreas estudadas envolve também o
Muitas vezes, em estudos de rompimento de barragens, a tamanho dos reservatórios de ambas as barragens. Já a Barragem da
curva elevação-volume de um reservatório é bem definida, visto que é Lomba do Sabão possui uma albufeira com um volume de cerca de 3 hm3
importante para a empresa proprietária da barragem monitorar o (MAIZONAVE et al., 2005), o volume do reservatório da Barragem da
assoreamento para fins de geração de energia (BARBOSA; PINTO; Canastra é da ordem de 0,3 hm.3 (CEEE, 2011).
CASTRO, 2014). No entanto, existem incertezas na determinação dos O próximo item mostrará como os dados de entrada usados para cada área
dados de entrada e geralmente estão relacionadas a imprecisões nos de estudo foram definidos.
Tipo de equação usada Para identificar o impacto da escolha de uma ou outra equação nos
resultados, foram realizadas duas simulações, igualando todos os
Conforme apresentado no item “Modelagem Hidráulica dados de entrada e variando apenas o tipo de equação entre o
2D”, é possível escolher entre dois tipos de equações em Hec-Ras modelo de difusão Saint-Venant 2D e 2D para cada área de estudo.
5.03: as equações de Saint-Venant 2D ou o modelo de difusão 2D.
Assim, existem dois “cenários base” (um para cada área de estudo), que Quanto maior o quociente entre o desvio padrão e a média,
correspondem a simulações onde são utilizados apenas dados de entrada de maior é a representatividade que esse desvio padrão possui, em
referência (informações em negrito nas Tabelas 4, 5 e 6). A partir desses relação à média, o que representa menor convergência em torno de
“cenários de base”, cenários adicionais foram criados, que são aqueles em que um valor central.
quatro dados de entrada são fixados como referência e um dado de entrada Os resultados deste estudo são apresentados de três formas:
varia de acordo com as informações apresentadas na Tabela 4, Tabela 5, Tabela Inicialmente, uma seção transversal é escolhida arbitrariamente na primeira área
6, Figura 7 e Figura 8. Tabela 7 mostra o número de cenários adicionais de estudo e, para esta seção, é mostrado como a perturbação de diferentes
simulados pela variação dos dados de entrada considerando apenas o modelo dados de entrada impacta no hidrograma da seção.
de difusão 2D como uma equação. Além disso, conforme mostrado Como exemplo, um conjunto de 5 simulações realizadas com
anteriormente, para verificar a influência do tipo de equação escolhida nos base na variação do coeficiente de Manning e manutenção dos outros
resultados da simulação, foram realizadas duas simulações utilizando as dados de entrada gera 5 hidrogramas com 5 valores de pico de fluxo
equações 2D de Saint Venant, uma para cada área de estudo, utilizando apenas diferentes (Figura 9a).
os dados de entrada de referência. A partir deste grupo de 5 valores de pico de fluxo, é possível,
Os resultados dessas simulações são intitulados “parâmetros de portanto, para gerar quantidades estatísticas, como média e
avaliação” e referem-se a: (i) Pico de Fluxo; (ii) Tempo de pico de fluxo; percentis e apresentá-los como um gráfico de box plot (Figura
(iii) Profundidade Máxima e; (iv) Velocidade local máxima. Essa abordagem nos 9a). Além destes, também é possível obter, para este grupo de 5
permitiu obter grupos de valores (para um determinado parâmetro de avaliação) valores de pico de fluxo, o desvio padrão e consequentemente o
a partir da variação de um único dado de entrada. Por exemplo, os 5 valores de coeficiente de variação.
pico de fluxo (para uma determinada seção de interesse) obtidos através de 5 Assim, a obtenção das médias, percentis e do coeficiente de
variações do coeficiente de Manning podem ser agrupados estatisticamente, variação pode ser aplicada a todas as seções de análise, gerando assim
gerando um grupo de valores que contém um máximo, um mínimo, uma média
e um desvio padrão. Tabela 7. Número de cenários adicionais.
A fim de avaliar a importância dos dados de entrada na simulação Lomba fazer
Dados de entrada Barragem de Canastra
realizada, em comparação com outros dados de entrada, o coeficiente de Barragem do Sabão
45 56 11 1 72º 100
45 56 11 0,3 45º 125
45 56 11 0,3 45º 75
45 56 11 0,3 45º 50 Figura 8. Volumes para a Barragem da Canastra.
Figura 13. Hidrogramas obtidos a partir da variação do coeficiente de Figura 14. Hidrogramas obtidos da variação da
Manning a 7,2 km da barragem. equação a 7,2 km da barragem.
O impacto das variações em locais mais próximos da ruptura é quase usando o MDE_AEROGEO (considerada aqui a topografia mais
nulo. Por outro lado, quando as configurações de ruptura são precisa). Para isso, basta que o coeficiente de Manning
variadas, observa-se grande influência nos trechos mais próximos à adotado nas simulações utilizando o SRTM_30M seja um
barragem e pouca influência nos locais mais distantes. Observa-se pouco menor que o adotado quando o MDE_AEROGEO é
que as variações da curva elevação-volume são as que menos alteram utilizado para representar a topografia a jusante.
o tempo de pico de fluxo, seguidas de alterações na topografia, cujas
modificações geraram tempos de pico de fluxo com diferença da
Comparação cruzada
ordem de 20 minutos, a 8,5 km da barragem. .
A interpretação desses resultados também mostra que é
Nesta seção são apresentados os coeficientes de variação de
possível obter valores de tempo de fluxo de pico iguais em uma seção
todos os parâmetros de avaliação, comparando as duas áreas de estudo
de interesse usando diferentes topografias a jusante da variação de
nos primeiros 8,5 km de rio e avaliando os diferentes aspectos que os
outros dados de entrada. Por exemplo, é possível obter valores de
dados de entrada exercem em simulações realizadas em bacias íngremes e
pico de fluxo iguais na seção 8,5 km de distância da barragem, usando
estreitas (representadas por Área de Estudo I - UHE Canastra) e em bacias
SRTM_30M (considerada uma topografia de baixa precisão) ou
planas e largas (representadas pela Área de Estudo II - Barragem Lomba
do Sabão).
Conclui-se da Figura 17 e Figura 18 que em bacias íngremes e
estreitas, as variações são impostas na formação do impacto da ruptura no
pico de vazão apenas nos trechos mais próximos da barragem, enquanto
para trechos mais distantes as incertezas são desprezíveis. Em contraste,
para bacias largas e planas, a configuração da violação impacta
diretamente a vazão de pico para todas as seções do rio.
Para ambas as áreas de estudo, as variações impostas ao
coeficiente de Manning exercem mais influência nos trechos a jusante
do que a montante. Porém, a influência nas bacias íngremes e
estreitas é maior, como pode ser observado a aproximadamente 8 km
das barragens, nas quais esta bacia possui um coeficiente de variação
da ordem de 0,4 e a bacia larga e plana um coeficiente de 0,15.
Dentre outras características contrastantes observadas nos
gráficos das tabelas citadas, observa-se que para bacias largas e
planas o tipo de equação considerada, juntamente com a topografia a
jusante são os dois dados de entrada que mais influenciam nos
resultados, a partir de distâncias superiores a 4 km. . Para bacias
íngremes e estreitas, os insumos que geram maior influência em
locais distantes da barragem são, por outro lado, o coeficiente de
Manning e a curva volume-volume do reservatório.
Figura 16. Variações no horário de pico. Figura 18. Coeficientes de variação do pico de vazão da Barragem da Canastra.
coeficiente de Manning são as que têm maior influência nos resultados da Lomba do Sabão.
As incertezas na definição do volume do reservatório pouco fazem para influência exercida em média, enquanto para valores acima de 30% foi
alterar os valores das velocidades máximas locais. aceito que as incertezas dos dados de entrada podem gerar um alto índice
de erros nos resultados. Essas informações, que buscam sintetizar os
resultados deste estudo, são apresentadas na Tabela 8, enquanto os
Coeficientes de segurança
valores são apresentados na Tabela 9.
Os coeficientes de variação apresentados na Tabela 9 podem ser
Os diferentes coeficientes de variação gerados por este trabalho
utilizados quantitativamente em estudos de rompimento de barragens (visto que
foram agrupados, criando uma relação qualitativa entre os dados de
há similaridade entre as áreas estudadas), considerando-os como coeficientes de
entrada e as incertezas identificadas para as duas áreas de estudo. Esta
segurança que, multiplicados por um parâmetro de avaliação, resultariam em
relação foi estabelecida considerando que seções transversais “próximas à
“parâmetros de avaliação conservadores”
barragem” estão até 4 km do aterro, enquanto seções transversais
“distantes da barragem” estão localizadas a mais de 4 km de distância (com Assim, é proposto que os coeficientes de segurança (para o tempo
um limite máximo de 12 km de segundo área de estudo e 8 km para a de fluxo de pico) sejam obtidos de um produto de acordo com a Equação 5.
primeira área de estudo). Foi então assumido que se a média dos Para o fluxo de pico, profundidade máxima e velocidade máxima, os
coeficientes de variação gerados dentro das bandas "próximo" e "distante" coeficientes de segurança são obtidos da Equação 6 nestas equações, onde
fosse inferior a 10%, a influência exercida pelos dados de entrada é sc é o coeficiente de segurança, cv (%) é o coeficiente de variação eeu
considerado baixo. Entre 10% e 30% considerou o representa os dados de entrada considerados.
n
sc = ∏ (1- Cveu ) (5)
eu=0
n
sc = ∏ (1+ Cveu ) (6)
eu=0
Tabela 8. Relação entre dados de entrada e incertezas para estudos de rompimento de barragens.
Distância Vales a jusante estreitos e íngremes Vales dowstream largos e planos
Avaliação
do
Parâmetro Volume de topografia de violação de Modelo Violação de tripulação Volume de Topografia Modelo
Barragem
(4 a 12 km) Profundidade Baixo Baixo Alto Médio Baixo Baixo Baixo Médio Baixo Baixo
Velocidade Alto Baixo Alto Médio Alto Médio Alto Alto Baixo Alto
Pico de fluxo 0,222 0,225 0,070 0,214 0,181 0,053 0,312 0,217 0,179 0,178
Perto de
Pico de fluxo
Barragem 0,188 0,354 0,044 0,037 0,104 0,056 0,299 0,070 0,098 0,116
Tempo
(em primeiro
Profundidade 0,117 0,097 0,219 0,105 0,036 0,085 0,118 0,163 0,075 0,171
4 Km)
Velocidade 0,377 0,121 0,187 0,077 0,306 0,204 0,432 0,259 0,032 0,423
Pico de fluxo 0,455 0,029 0,302 0,373 0,262 0,180 0,387 0,443 0,274 0,496
Longe de Pico de fluxo
0,448 0,090 0,137 0,081 0,263 0,188 0,366 0,215 0,015 0,471
Barragem Tempo
(4 a 12 Km) Profundidade 0,024 0,012 0,391 0,164 0,039 0,036 0,040 0,273 0,088 0,057
Velocidade 0,492 0,012 0,387 0,144 0,373 0,275 0,485 0,368 0,050 0,708
Uma vez que o coeficiente de segurança é obtido para uma a configuração geomorfológica do vale a jusante. O uso dessas
dada seção transversal e dado um parâmetro hidráulico, o parâmetro topografias globais para estimar profundidades máximas e
hidráulico conservador é obtido de acordo com a Equação 7. Nesta velocidades máximas em seções transversais, por outro lado, ainda
equação, x é o parâmetro hidráulico de interesse e x * é o parâmetro não é confiável devido ao baixo nível de precisão, mas pode ser usado
hidráulico conservador mais provável. com moderação através da aplicação dos coeficientes de segurança
apresentados neste trabalho. para bacias com características
x* = x.cs (7)
geomorfológicas semelhantes às aqui estudadas. Essa realidade
tende a mudar no futuro com a disponibilidade de topografias globais
mais precisas, como TanDem-X (SCHUMANN; MOLLER; MENTGEN,
Exemplo de aplicação do cs
2016), que tem resolução espacial de 12 metros e AW3D5 (TADONO et
al., 2014) , com resolução espacial de 5 metros.
Suponha que um estudo de ruptura de barragem foi realizado em uma
bacia estreita e íngreme, com uma geomorfologia semelhante à Área de Estudo
I, de modo que os resultados mostraram um pico de fluxo da ordem de RECONHECIMENTOS
1.500 m3/ s em um trecho localizado a aproximadamente 1,6 km da
barragem. Se os dados de entrada para o coeficiente de Manning, Os autores deste artigo agradecem aos colegas que
configuração de violação e topografia não forem confiáveis (ou seja, deram importantes contribuições para o desenvolvimento desta
a topografia usada é imprecisa, o coeficiente de Manning é inferido pesquisa, como Eng. Ambiental. João Paulo Fialho, o Engenheiro
sem visitas de campo e a configuração de violação é obtida apenas da Civil Camila Dahm, do grupo CEEE e o Professor Dr. Marcelo
literatura), a Equação 5 é aplicada com os coeficientes de variação de Marques, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS. Este
0,222 para o coeficiente de Manning, 0,225 para a configuração de trabalho foi parcialmente financiado pela agência brasileira
violação e 0,070 para a topografia, obtidos na Tabela 9. O coeficiente CAPES.
de segurança obtido com a aplicação da Equação 6 é 1,60, que, sendo
aplicado à Equação 7, resulta em um conservador fluxo de pico de
2.400 m3/ s. REFERÊNCIAS
Por outro lado, se o coeficiente de Manning tiver sido calibrado
ABREU JÚNIOR, V. Simulação numérica da ruptura de barragens.
(com base, por exemplo, no registro de grandes enchentes anteriores) e a
2015. 125 f. Dissertação (Mestrado em Métodos Numéricos em
topografia for considerada precisa (obtida via LiDAR, por exemplo), as
Engenharia) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2015.
incertezas desses dados de entrada podem ser eliminadas e considerado
próximo de zero e, consequentemente, desconsiderado no contexto da
AGUIAR, OPD Contribuição ao Estudo do Índice de Segurança de
Equação 6, resultando em um coeficiente de segurança relativo apenas à
Barragens (ISB). 2014. 166 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
configuração de violação, que seria igual a 1,225. Assim, a taxa de fluxo de
Civil) - Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Estadual de
pico conservadora seria 1837 m3/ s na seção de interesse. Este exemplo
Campinas, Campinas, 2014.
utilizou dados presentes neste trabalho, e pode ser melhor interpretado a
partir da visualização da Figura 15.
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2005. http://dx.doi.org/10.1029/2005GL024412.
Este trabalho baseou-se em uma abordagem que analisou a
relação de causa e efeito entre a alteração dos dados de entrada e os
ALVAREZ, M .; PUERTAS, J .; PEÑA, E .; BERMUDEZ, M. Análise bidimensional de
resultados obtidos em simulações hidrodinâmicas utilizadas em estudos de
cheias de rompimento de barragens em regiões com escassez de dados: o
rompimento de barragens para áreas com características contrastantes.
estudo de caso da Barragem de Chipembe, Moçambique.Água, v. 9, n. 6,
Esta análise mostrou que certos dados de entrada exercem
mais influência nos resultados do que outros, e essa influência p. 432, 2017. http://dx.doi.org/10.3390/w9060432.
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