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Revista Brasileira de Recursos Hídricos


Revista Brasileira de Recursos Hídricos
Versão On-line ISSN 2318-0331
RBRH, Porto Alegre, v. 23, e30, 2018
Artigo Científico / Técnico

https://doi.org/10.1590/2318-0331.231820170074

Avaliação da incerteza na modelagem hidrodinâmica de enchentes geradas pelo rompimento de barragens

Avaliação de incertezas em simulações hidrodinâmicas de ondas geradas por


rompimento de barragens

Arthur da Fontoura Tschiedel1 e Rodrigo Cauduro Dias de Paiva1

Instituto de Pesquisas Hidráulicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil
1

E-mails: arthur.tschiedel@gmail.com (AFT), rodrigocdpaiva@gmail.com (RCDP)

Recebido: 18 de setembro de 2017 - Revisado: 14 de março de 2018 - Aceito: 15 de maio de 2018

RESUMO

O objetivo do presente trabalho foi avaliar fontes de incerteza em simulações de rompimento de barragens para áreas com características contrastantes:
uma em um vale estreito com altas encostas e outra em um vale aberto com baixas encostas. Foi realizada uma análise de sensibilidade do modelo
hidrodinâmico Hec-Ras 5.03, variando os dados de entrada do modelo (coeficiente de Manning, configurações de rompimento, volume do reservatório,
tipo de topografia de vale e equação considerada). Essas variações causam diferentes mudanças no fluxo de pico, horário de pico, profundidade máxima e
velocidade máxima para diferentes seções do curso de água a jusante. Concluiu-se que existem incertezas na determinação dos dados de entrada que
impactam de várias formas na onda de inundação gerada, considerando-se tanto uma variável hidráulica de interesse, a distância do troço à barragem e a
característica geomorfológica média do vale a jusante. A topografia nem sempre é o dado de entrada mais importante, o que permite a possibilidade de
utilização de topografias de baixa resolução para estimar o horário de pico em alguns trechos, dependendo do vale. Por fim, são sugeridos coeficientes de
segurança para estudos de rompimento de barragens, visando representar as incertezas dos dados de entrada nos resultados gerados.

Palavras-chave: Geoprocessamento; Hec-Ras 5.03; Modelagem hidrodinâmica 2D; Quebra da barragem; Coeficientes de segurança.

RETOMAR

O presente trabalho teve como objetivo realizar uma avaliação de fontes de incerteza em simulações de onda de cheia de rompimentos de barragens para áreas de características contrastantes:

uma em vale encaixado e altas declividades e outro com vale aberto e baixas declividades. Uma análise da sensibilidade do modelo hidrodinâmico Hec-Ras 5.03 foi realizada, perturbando-se os

dados de entrada do modelo (coeficiente de tripulação, configurações da brecha, volume do reservatório, topografia do vale de jusante e tipo de equacionamento considerado). Após observado-se

como essa variação alterava a vazão de pico, tempo de pico, profundidade máxima e a velocidade máxima para diferentes antes do período dos cursos hídricos. Concluiu-se que as incertezas

existentes na determinação dos dados de entrada impactam de forma variada na onda de gerada cheia, considerando tanto a variável hidráulica de interesse como o distanciamento da seção em

relação ao barramento e a característica geomorfológica média do vale de jusante. A topografia nem sempre é o dado de entrada de maior importância, o que permite, até certo ponto, a utilização

de topografias de baixa resolução para estimar o tempo de pico em algumas aumentadas, dependendo do valor. Por fim, obter os coeficientes de segurança para estudos de rompimento de

barragens, que visam representar as incertezas dos dados de entrada nos resultados gerados. a utilização de topografias de baixa resolução para estimar o tempo de pico em algumas fontes,

dependendo do valor. Por fim, obter os coeficientes de segurança para estudos de rompimento de barragens, que visam representar as incertezas dos dados de entrada nos resultados gerados. a

utilização de topografias de baixa resolução para estimar o tempo de pico em algumas fontes, dependendo do valor. Por fim, ganhar-se coeficientes de segurança para estudos de rompimento de

barragens, que visam representar como incertezas dos dados de entrada nos resultados gerados.

Palavras-chave: Geoprocessamento; Hec-Ras 5.03; Modelagem hidrodinâmica 2D; Rompimento de barragens; Coeficientes de
segurança.

Este é um artigo de acesso aberto distribuído nos termos da Creative Commons Attribution License, que permite o uso irrestrito, distribuição e reprodução em
qualquer meio, desde que o trabalho original seja devidamente citado.
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Avaliação da incerteza na modelagem hidrodinâmica de enchentes geradas pelo rompimento de barragens

INTRODUÇÃO Muitas pesquisas envolvendo o tema dambreaks já foram


desenvolvidas sob os mais diversos aspectos e objetivos. A título
A construção de barragens no Brasil tem crescido ano a ano,
de exemplo, tanto no cenário nacional (TUCCI; COLLISCHONN,
aumentando o risco associado à implantação dessas estruturas. Até o ano de
1997; BRASIL, 2005; MENDES, 2008; ABREU JÚNIOR, 2015; ROCHA,
2016, um total de 22.920 barragens havia sido contabilizado no Relatório Anual
2015) e no nível internacional (ZAGONJOLLI, 2007; XU; YANG;
de Segurança de Barragens de 2016 (ANA, 2017), considerando tanto as
ZHOU, 2017 ; HUANG et al., 2017) softwares e modelos
barragens utilizadas para fins energéticos quanto aquelas utilizadas para
hidráulicos têm sido usados nesses estudos. Esses modelos são
abastecimento, aquicultura, captação de água, regularização, uso industrial e
aplicados para prever variáveis hidráulicas (níveis, fluxos,
armazenamento de lixo.
velocidades máximas e profundidades máximas), por exemplo,
Independentemente do arranjo e da finalidade da barragem,
DAMBRK (usado por, entre outros, Tucci e Collischonn (1997) e
possíveis rupturas dessas estruturas têm alto potencial de danos,
George e Nair (2015)), e Hec-Ras (usado por, entre outros, Rocha
envolvendo não apenas danos econômicos, mas também muitas
(2015), Yakti et al. (2018) e Basheer et al. (2017). Outros modelos
perdas humanas nas localidades a jusante dessas barragens (BRASIL,
como Lisflood-FP, Telemac-2D, MIKE, XPSWM, cada um com sua
2010). Embora esse tipo de acidente não seja frequente, diversos
simplificação e dimensionalidade características, também são
casos já foram observados em nível internacional e nacional (AGUIAR,
2014), sendo o mais catastrófico no Brasil, no distrito de Mariana, em
considerados consolidados no mercado e são amplamente
Minas Gerais (BRASIL, 2015). utilizados em estudos hidráulicos de rompimentos de barragens
Silveira e Machado (2005) apontam que os aspectos construtivos
(TENG et al., 2017; KUMAR et al., 2017). As informações utilizadas
das estruturas de barragens são realizados de forma a tornar a como dados de entrada nesses modelos são, em sua maior parte:
probabilidade anual de rompimento equivalente a 0,1%, sendo, portanto, (i) Coeficiente de população do vale a jusante; (ii) Configuração de
aceito que a barragem pode romper em um período de violação; (iii) Volume do reservatório; (iv) Topografia do vale a
10.000 anos. Assim, considerando que a realidade brasileira já jusante e; (v) Tipo de equação considerada.
ultrapassa 10.000 barragens existentes, pode-se esperar uma Além desses dados de entrada, as definições do tamanho
probabilidade cumulativa de pelo menos um rompimento de aterro da malha bidimensional ou distanciamento entre seções (dx) e a
brasileiro por ano. Essa ocorrência é apresentada na Tabela 1, que etapa de cálculo (dt), além das condições de contorno a montante
apresenta uma compilação dos acidentes registrados por Lauriano e a jusante também devem ser definidas. No entanto, essas
(2009), Carvalho (2015) e ANA (2015a, b, 2016a) nas últimas duas definições não fazem parte do escopo deste artigo.
décadas. Na tabela mencionada, são apresentados os nomes das A obtenção de dados de entrada precisos em estudos de
barragens ou (ou locais onde ocorreram as rupturas), de forma que rompimento de barragens não é, na maioria dos casos, simples e
foram observados 19 acidentes nos últimos 17 anos. Essa compilação geralmente incerto, uma vez que não pode ser garantido com qualquer
também apontou 11 grandes acidentes ocorridos em solo brasileiro certeza que, por exemplo, o coeficiente de Manning usado para
entre os anos 1950 e 2000 (TSCHIEDEL, 2017). representar a rugosidade de um vale que nunca foi inundado está correto
Não apenas a frequência de acidentes observados, mas também considerando que a possibilidade de calibração é zero, neste exemplo.
os potenciais danos relacionados ao rompimento dessas estruturas têm Outro exemplo, considerando a incerteza dos dados de entrada usados
levado à necessidade de implementação de regulamentação no setor nos estudos dambreak que podem ser citados, está relacionado à
(WILLINGHOEFER, 2015; VERÓL, 2010). Essa regulamentação foi aprovada topografia do vale a jusante, que pode não ser representativa do mundo
pelo Plano Nacional de Segurança de Barragens - PNSB, (BRASIL, 2010). O real. Essas incertezas associadas à precisão dos dados de entrada nos
PNSB destaca que os estudos de previsão de possíveis danos causados estudos de rompimento de barragens podem, portanto, gerar variações
pelo rompimento de barragens são muito importantes e são elaborados significativas nos resultados obtidos ao final das simulações.
por meio de modelagem hidráulica para subsidiar Planos de Ação Essas relações têm sido objeto de estudo por vários
Emergencial (EAPs) a serem acionados em caso de rompimento de pesquisadores, que às vezes encontram comportamentos diferentes.
barragens (BRASIL, 2010). Tucci e Collischonn (1997) e Gallegos, Schubert e Sanders (2009)
afirmam que o volume do reservatório é um dos dados de entrada
que mais impactam a onda de inundação a jusante, seguido pelo
Tabela 1. História de interrupções desde os anos 2000.
coeficiente de Manning. Huokuna (2001) e Hooshyaripor, Tahershamsi
Década
e Razi (2017), entretanto, mostram que a configuração da ruptura é
2000 2010
um dos principais determinantes da forma e intensidade do
Rio Verde Itabirito
hidrograma formado a jusante, bem como do volume do reservatório
Cataguases Fundão
(em caso do segundo autor). Kuhlkamp (2016), Souza (2016) e Kim e
Miraí Laranjal do Jari
Sanders (2016) afirmam que os hidrogramas gerados a partir de
Espora Herculano
diferentes configurações de ruptura tendem a convergir para valores
Apertadinho Camocim
Algodões Analândia semelhantes no vale a jusante, com diferenças maiores para seções
Camará Boa Vista do Uru próximas à barragem. Souza (2016) também menciona o impacto que
Nova Lima Vacaro diferentes coeficientes de Manning aplicados no vale de inundação
Coronel Sapucaia podem gerar nos resultados em relação ao pico de vazão. Por outro
Zampieri lado, Rocha (2015) e Alvarez et al. (2017) afirmam que a topografia
Buritis pode ser o principal fator de influência na previsão de várzea, entre
Fonte: Adaptado de Tschiedel (2017). outras variáveis hidráulicas de interesse. Nisso

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Tschiedel e Paiva

sentido muitas pesquisas têm sido desenvolvidas que conectam o uso da


topografia estimada por sensores orbitais e modelagem hidrodinâmica em
grande escala, apresentando bons resultados (YAN et al., 2015; ALSDORF et
al., 2005; SCHUMANN et al., 2010). Ainda, no âmbito dos estudos de
rompimento de barragens, a ANA (2016b) considera a utilização da
topografia na escala 1: 250.000 a partir do Modelo Digital de Elevação
(DEM) gerado a partir da missão SRTM (Shuttle Radar Topography Mission),
com 90 metros de extensão espacial resolução, como adequada para
subsidiar estudos de rupturas de pequenas barragens, de forma a atender
alguns estudos aplicados em grande escala e à luz de estudos aplicados
em pequena escala. Nestes casos, mesmo considerando a existência de
DEMs mais detalhados (como o DEM SRTM com 30 metros de resolução
espacial), topografias mais detalhadas devem ser necessárias, já o erro
altimétrico do DEM SRTM (FARR et al., 2007) é da ordem de 6 metros para a
América do Sul (RODRÍGUEZ; MORRIS; BELZ, 2006). E esse erro altimétrico
pode ser da mesma ordem da altura da barragem em questão.

Observa-se, portanto, que existem diversos estudos


enfatizando que, para diferentes casos, diferentes dados de entrada
impactam de forma distinta nos resultados obtidos nas simulações.
No entanto, eles não propõem como essas incertezas devem ser
levadas em consideração na avaliação dos resultados finais.
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o impacto da incerteza sobre

diferentes fatores nos resultados da simulação de cheias a partir do rompimento de

barragens. A partir dessas análises, propomos coeficientes de segurança preliminares a

serem aplicados em estudos desse tipo, quando os dados de entrada usados não são

totalmente confiáveis.

Para tanto, foram avaliadas duas áreas de características


contrastantes: uma em um vale estreito e íngreme a jusante e outra
em um vale largo e plano a jusante. Para cada área, várias simulações
foram realizadas utilizando diferentes dados de entrada para fatores
como Coeficiente de Manning, Volume do Reservatório, Configuração
de Violação e Topografia, bem como o tipo de modelo de simulação, a
fim de avaliar o impacto da incerteza de cada um desses fatores nos
resultados de saída do modelo, como fluxo de pico, tempo de fluxo de
pico, profundidade máxima e velocidade máxima. Um fluxograma da
abordagem geral adotada neste estudo é apresentado na Figura 1.

A seguir, no item “Modelagem Hidráulica 2D”, são explicadas as equações

consideradas no modelo Hec-Ras 5.03. Posteriormente, os dados de entrada usados

nos estudos de rompimento de barragens são melhor apresentados.

MODELAGEM HIDRÁULICA 2D
Figura 1. Abordagem Geral da Metodologia Aplicada.
Os modelos bidimensionais em águas rasas trabalham com
velocidade média em profundidade, após integrar as equações de
Navier-Stokes ao longo do eixo vertical e resolver as equações de
equação de conservação de massa (Equação 1) e equação de
conservação de massa e conservação de momento nos eixos xey do
conservação de momento nos eixos xey (Equação 2), de acordo
curso d'água modelado (MARTIN ; MCCUTCHEON, 1998), originando
com USACE (2016).
as equações 2D de Saint Venant.
O uso do módulo bidimensional Hec-Ras 5.03 permite o ∂H / ∂t + ∂(Uh) / ∂x + ∂(vh) / ∂y +q = 0 (1)
uso de duas opções de equações: As equações de Saint Venant 2D
(também chamadas de “Equações de Momentum Completo”) ou (2)
∂V / ∂t +V .∇V = -g∇H + v ∇t2V - c f V + fk ×V
sua simplificação: o Modelo de Difusão 2D (ou Onda de Difusão),
que se origina da supressão de certos termos da equação de
Na Equação 1, “t” é o tempo; “U” e “v” são os componentes de
conservação do momento 2D (USACE, 2016). O modelo dado
velocidade nos eixos “x” e “y” respectivamente, e “q” é o termo de
pelas equações de Saint Venant 2D é composto pelo
entrada ou saída de fluxo.

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Avaliação da incerteza na modelagem hidrodinâmica de enchentes geradas pelo rompimento de barragens

Na Equação 2, o operador nabla ∇ É dado por DADOS DE ENTRADA


∇ = (∂ / ∂x, ∂ / ∂y), enquanto k é o vetor unitário na direção vertical.
Além da escolha do tipo de equação a ser usada nos estudos de
Nesta equação, os termos representam da esquerda para a direita:
rompimento de barragens no Hec-Ras 5.03 (modelo difusivo 2D ou
(i) aceleração local; (ii) aceleração convectiva; (iii) termo de gravidade; equações 2D de Saint Venant), conforme visto no item anterior, 4 outros
(iv) viscosidade turbulenta; (v) fricção de fundo; e (vi) termo de dados de entrada adicionais devem ser definidos.
Coriolis. O modelo de onda de difusão 2D Hec-Ras vem do uso
da Equação de Conservação de Massa 2D e da Equação de
Coeficiente de tripulação
Conservação de Momento com apenas dois termos considerados: Os
termos de gravidade (iii) e fricção de fundo (v). Ou seja, a Equação de
De acordo com Lyra et al. (2010) uma das maiores dificuldades
Conservação de Momento, no modelo de onda de difusão 2D é
na elaboração de estudos envolvendo modelagem hidráulica reside na
resumido, em sua notação vetorial, a:
correta escolha dos valores de alguns dados de entrada, tais como,
(3) principalmente, o coeficiente de Manning. A variação da natureza em relação
g∇H + c f V = 0
aos valores dos coeficientes de Manning é compilada na Tabela 2 onde se
pode observar que para um mesmo tipo de uso do solo a faixa de variação
Como no modelo difusivo unidimensional (FAN et al., 2014), o
do coeficiente pode ser de até 50% em relação a um determinado valor
modelo de difusão bidimensional não inclui termos de acelerações locais,
central. O trabalho realizado por Kalyanapu, Burian e McPherson (2009)
que se referem a mudanças na velocidade em relação ao tempo (termo i), e
pode ser usado como um exemplo de como os valores relacionados ao
termos de convecção acelerações, que se referem a mudanças na
coeficiente de Manning podem mudar para um mesmo uso do solo. O
velocidade em relação à distância (termo ii). Segundo USACE (2016), esses
autor usou, por exemplo, um coeficiente de 0,4 sm-1/3 para representar
termos podem ser importantes em estudos de rompimento de barragens,
florestas, enquanto o USACE (2016) recomenda o uso de coeficientes da
principalmente no que diz respeito à estabilidade do modelo a jusante da ordem de 0,2 para representar florestas densas. Além disso, é enfatizado
barragem. que a equação de Manning foi desenvolvida para escoamento permanente
A solução do modelo 2D Diffusion Wave e do modelo 2D Saint e uniforme, e é válida para escoamentos hidraulicamente ásperos.
Venant é dada por um algoritmo de volume finito implícito, que
permite intervalos de tempo mais longos do que os métodos
explícitos. O método dos volumes finitos dá ao modelo um aumento
Formação de violação
na estabilidade e robustez quando comparado aos métodos
tradicionais de diferenças finitas. Além disso, o algoritmo é capaz de
As incertezas relacionadas à definição de como uma brecha é formada
resolver regimes subcríticos, supercríticos e mistos (USACE, 2016).
podem ser representadas na Tabela 3, que mostra os valores esperados para o
Os erros das simulações realizadas pelo 2D Hec-Ras 5.03
tempo de formação da brecha, largura da brecha e inclinação da brecha para
são controlados levando-se em consideração a diferença entre os diferentes tipos de barragens, de acordo com USACE (2014), de modo que “ h
volumes inicial e final na área modelada em 2D. Assim, para cada ”refere-se à altura do aterro e“ L ”ao comprimento. Essas informações devem ser
simulação realizada, o Hec-Ras 5.03 fornece a quantidade de usadas apenas como diretrizes gerais para estimar como o rompimento da
volume total criada durante as simulações e o erro percentual barragem pode se formar (USACE, 2014), uma vez que existem equações de
total obtido, considerando entradas e saídas (USACE, 2016). regressão que buscam relacionar os

Mesa 2. Coeficientes de tripulação usados em estudos de ruptura de barragens.

Localização Descrição Min Média Máx.


Betão, para diferentes situações 0,011 0,018 0,027
Canais alinhados ou integrados
Asfalto para várias situações 0,013 0,016 0,016
Limpo, reto, completo, sem fendas ou poços profundos O 0,025 0,030 0,033
mesmo que acima, mas mais pedras e ervas daninhas 0,030 0,035 0,040
Limpo, sinuoso, alguns poços e cardumes 0,033 0,040 0,045
Riachos naturais Limpo, sinuoso, algumas poças e baixios com pedras e ervas daninhas Alcance 0,045 0,050 0,060
lento, cheio de ervas daninhas e poças profundas 0,050 0,070 0,080
Alcances com muitas ervas daninhas, poços profundos ou canais com grandes extensões
0,070 0,100 0,150
de madeira e arbustos

Pasto sem mato 0,025 0,032 0,050


Áreas cultivadas 0,020 0,035 0,050
Pincel médio a denso 0,045 0,085 0,160
Terreno limpo com tocos de árvores e sem brotos 0,030 0,040 0,050
Planícies de Inundação
Arvores e arbustos leves 0,035 0,055 0,080
Pesado suporte de madeira, poucas árvores baixas, pouca vegetação rasteira com fluxo para os
0,080 0,100 0,120
galhos

Salgueiros densos, verão, direto. 0,110 0,150 0,200


Fonte: Adaptado de USACE (2016).

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Tschiedel e Paiva

Tabela 3. Características dos parâmetros de formação de brechas.


Tipo de Barragem Largura de quebra média Rompimento da inclinação lateral Tempo de falha (horas) Agência
Earthen / Rockfill (1 a 5) h 0 a 45º 0,1 a 1 FERC
(2 a 5) h 0,1 a 1 NWS
(0,5 a 5) h 0,1 a 4 USACE
Gravidade do concreto Normalmente <0,5L Vertical 0,1 a 0,3 FERC
Normalmente <0,5L 0,1 a 0,2 NWS
Monólitos Múltiplos 0,1 a 0,5 USACE
Arco de Concreto Represa Inteira 0 a inclinação do natural <0,1 FERC
0,8L a L terreno NWS
0,8L a L USACE
Fonte: Adaptado de USACE (2014).

características da ruptura a atributos da própria barragem, como volume ÁREAS DE ESTUDO


do reservatório, altura e comprimento do aterro, entre outras
A Figura 2 mostra as localizações das duas áreas de estudo
características. Dentre essas equações, pode-se destacar o trabalho de Von
aqui consideradas. A primeira delas, a Barragem da Canastra, está
Thun e Gillette (1990) e Froehlich (1995). Saraiva (2014) apresenta uma
localizada no Rio Grande do Sul, a cerca de 150 km da cidade de Porto
compilação completa de todas as equações preditoras e métodos
Alegre. O reservatório da Barragem da Canastra é considerado
simplificados aplicados em estudos de rompimento de barragens.
pequeno e estreito, enquanto o vale a jusante é íngreme e estreito. Já
a Área de Estudo II, a Barragem da Lomba do Sabão, está localizada
Topografia a jusante em uma região bastante plana do Estado, entre as cidades de Porto
Alegre e Viamão, com um reservatório considerado grande e um vale
Outros dados de entrada exigidos nos estudos de largo e plano a jusante.
ruptura de barragens estão relacionados à topografia a As diferenças hipsométricas entre as duas áreas são
jusante. Essas informações podem ser obtidas de várias representadas pela Figura 3, que mostra a discrepância entre
maneiras, desde a obtenção de informações por meio da os perfis longitudinais dos cursos d'água estudados,
topografia in situ até informações obtidas via satélite. O juntamente com a altura dos respectivos aterros.
levantamento in loco, realizado com instrumentos como As diferenças nas configurações dos vales a jusante são

Estação Total e GPS, tem a vantagem de fornecer dados representadas pela Figura 4, que mostra, para a Barragem da Canastra,
uma zona de inundação da ordem de 400 metros de extensão transversal
extremamente precisos, mas em contrapartida o trabalho
ao longo de um trecho de 8,5 km de rio, caracterizando um vale estreito e
de campo exige altos custos por ponto adquirido.
íngreme. No caso da Barragem da Lomba do Sabão, a extensão transversal
Levantamentos topográficos realizados por
da zona de inundação vai de 600 metros a 4000 metros ao longo de um
Aerofotogrametria e LiDAR (Light Detection and Ranging)
troço de rio de 13 km, caracterizando-se assim um vale plano e amplo. Essa
apresentam-se como alternativas interessantes quando se
definição segue recomendações de Silva, Gonçalves e Tanajura (2012), que
deseja levantar grandes áreas altimétricas com bom nível
classificam os vales estreitos e íngremes como aqueles que levam a
de precisão (JENSEN, 2009). Porém, com o avanço
maiores velocidades de escoamento no rio principal, por estar mais
tecnológico na área de sensoriamento remoto,
próximo das áreas côncavas do relevo. Os vales planos e largos, no
entanto, são aqueles em que as planícies de inundação se tornam mais
Volume do reservatório largas, proporcionando geralmente velocidades de fluxo mais baixas.
O contraste entre as duas áreas estudadas envolve também o
Muitas vezes, em estudos de rompimento de barragens, a tamanho dos reservatórios de ambas as barragens. Já a Barragem da
curva elevação-volume de um reservatório é bem definida, visto que é Lomba do Sabão possui uma albufeira com um volume de cerca de 3 hm3
importante para a empresa proprietária da barragem monitorar o (MAIZONAVE et al., 2005), o volume do reservatório da Barragem da
assoreamento para fins de geração de energia (BARBOSA; PINTO; Canastra é da ordem de 0,3 hm.3 (CEEE, 2011).
CASTRO, 2014). No entanto, existem incertezas na determinação dos O próximo item mostrará como os dados de entrada usados para cada área

dados de entrada e geralmente estão relacionadas a imprecisões nos de estudo foram definidos.

levantamentos topobatimétricos de reservatórios e processos de


assoreamento (COLLISCHONN; CLARKE, 2016).
Além disso, muitas vezes essas informações referem-se apenas ao
METODOLOGIA
volume útil do reservatório, ou seja, o volume de água utilizado para Os dados de entrada utilizados neste trabalho serão apresentados
geração de energia. Se uma curva elevação-volume desta natureza for neste item em conjunto para as duas áreas de estudo, na seguinte ordem:
usada em um estudo de ruptura, o volume total a ser descarregado pode (i) Tipo de equação usada; (ii) Topografia do vale a jusante; (iii)
ser subestimado ao excluir o armazenamento morto do reservatório. coeficiente de tripulação; (iv) Configuração de violação e;
O próximo item apresentará as duas áreas utilizadas neste (v) Volume do reservatório. Ao final, mostra-se como esses dados de
estudo, destacando as características contrastantes entre elas. entrada foram agrupados no âmbito das simulações.

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Avaliação da incerteza na modelagem hidrodinâmica de enchentes geradas pelo rompimento de barragens

Tipo de equação usada Para identificar o impacto da escolha de uma ou outra equação nos
resultados, foram realizadas duas simulações, igualando todos os
Conforme apresentado no item “Modelagem Hidráulica dados de entrada e variando apenas o tipo de equação entre o
2D”, é possível escolher entre dois tipos de equações em Hec-Ras modelo de difusão Saint-Venant 2D e 2D para cada área de estudo.
5.03: as equações de Saint-Venant 2D ou o modelo de difusão 2D.

Topografia a jusante usada

Diversas topografias foram utilizadas para representar o vale a


jusante das áreas estudadas, variando desde a utilização do DEM do SRTM,
com resolução espacial de 30 metros, até levantamentos via LiDAR, com
resolução espacial de 1 metro. A Tabela 4 mostra todas as variações
utilizadas, cujas nomenclaturas e características estão definidas a seguir.
Nesta tabela, as topografias destacadas em negrito são consideradas como
“dados de referência”.
Considerando o uso do DEM de dados de missão SRTM, 4
versões foram usadas: (i) SRTM_30m, que representa o DEM com
resolução espacial de 30 metros e preenchimento de depressões
de vales a jusante, conforme recomendação de Anornu, Kabobah
e Kortatsi (2012); (ii)SRTM_1m, que representa uma redução de
SRTM_30m para 1 metro de resolução espacial;
(iii) SRTM_1M_CALHA, agregando ao MDE SRTM_1m um riacho
retangular fictício com 3 metros de largura e 1 metro de
profundidade, em linha com a realidade encontrada no campo;
(4)SRTM_1M_CALHA_VANT, que soma ao SRTM_1M_CALHA DEM,
seções transversais obtidas localmente em algumas áreas de
interesse, com o auxílio de Estação Total, GPS RTK (Real Time
Figura 2. Áreas de estudo. Kinematic) e um DJI Phantom II UAV com Go-Pro Hero3 + a bordo.
A Figura 5 mostra a diferença entre o SRTM_1M_CALHA_VANT e o
SRTM_1M_CALHA para o trecho 05, que está distante 7,2 km da
barragem da Canastra. Mais detalhes sobre a obtenção desses
DEMs podem ser obtidos em Tschiedel (2017).
Além de DEMs da missão SRTM, o DEM AW3D_1M, conforme
apresentado na Tabela 4, também foi avaliado excepcionalmente para
a barragem de Canastra. Este produto construído é um downscaling
(para uma resolução espacial de 1m) do DEM AW3D30 global,
disponibilizado pela JAXA (Agência Japonesa de Exploração
Aeroespacial) que tem 30 metros de resolução espacial. Este DEM foi
gerado por estereoscopia a partir do uso de aproximadamente 6,5
milhões de imagens do sensor “Pancromatic Remote Sensing
Instrument for Stereo Mapping” (PRISM), enviado no satélite ALOS
Figura 3. Perfis das áreas de estudo.
(TADONO et al., 2014).
Também consideramos informações altimétricas obtidas localmente
para as duas áreas de estudo. Para a Barragem de Canastra, o DEM

Tabela 4. Topografia a jusante.


Área de estudo
Topografia
Canastra Lomba do Sabão
SRTM 30M X
SRTM_1M X X
SRTM_1M_CALHA X X
SRTM_1M_CALHA_VANT X
AW3D_1M X
MDE_AEROGEO X
MDE_EXERC X
LiDAR_SP X
Figura 4. Seções transversais de montante e jusante. LiDAR_CP X

17/06 RBRH, Porto Alegre, v. 23, e30, 2018


Tschiedel e Paiva

Figura 5. Diferenças entre DEMs (7 km da barragem da Canastra).

Coeficientes de tripulação usados

Os coeficientes de Manning foram definidos com base nos valores


apresentados na Tabela 2, elegendo-se valores de referência para
representar o canal e as margens (em negrito), obtidos a partir da
comparação entre as características dos vales a jusante estudados e as
tabelas publicadas pela USACE (2016). Um fator de multiplicação (Mf) igual
à unidade foi atribuído a esses valores, de modo que outros coeficientes de
Manning foram aplicados pela aplicação de fatores multiplicadores
diferentes. Esses fatores são apresentados na Tabela 5, de forma que “NE”
significa “Não avaliado”.

Configuração de violação adotada

As configurações de violação adotadas seguiram as


recomendações da Tabela 3, em formato trapezoidal. A
largura da base do trapézio (W), o ângulo gerado entre a base
e o gerador trapezoidal e o tempo de formação da brecha (Ft)
foram variados.
Na Tabela 6 são apresentadas as configurações de ruptura
adotadas para ambas as barragens, onde “BE” é a Elevação do Fundo da
Ruptura Final e “DH” é a altura máxima da barragem. Nesta tabela, os
Figura 6. Diferenças entre MDEs a jusante da Barragem da valores destacados em negrito são considerados “dados de referência”.
Lomba do Sabão.

Volumes de reservatório usados

MDE_AEROGEO foi utilizado, que se refere a um DEM de 1 metro de


Os volumes dos dois reservatórios estudados foram variados
resolução espacial gerado a partir das curvas de nível de um
com base na definição de uma curva elevação-volume mais provável.
levantamento aerofotogramétrico 1: 30.000 realizado na região pela
Esta variação baseou-se na multiplicação dos valores de volume por
empresa AEROGEO. O MDE_EXERC também foi utilizado para o DAM
fatores que variaram de 0,6 a 1,4 conforme se pode observar na
Canastra, e se refere a uma topografia com resolução de 1 metro
Figura 7, para a Barragem da Lomba do Sabão e na Figura 8 para a
gerada a partir do levantamento topográfico 1: 50.000 realizado pelo Barragem da Canastra. As curvas de elevação-volume com Mf = 1 são
Exército Brasileiro no final dos anos 1970, a partir de um extenso as curvas de referência.
estudo envolvendo técnicas e pontos de aerofotogrametria citado no A seguir está a metodologia usada para agrupar esses dados
campo. de entrada nas simulações.
Para a barragem da Lomba do Sabão, adicionalmente, foi
utilizado um levantamento LiDAR (ZANARDI et al., 2013) para Cruzamento de simulações
caracterizar o vale a jusante. A partir desse material, foi gerado o
chamado LiDAR_SP, no qual foram consideradas apenas as Este estudo teve um total de 38 simulações em Hec-Ras 5.03,
configurações topográficas do terreno, excluindo os prédios e árvores (20 para a Barragem da Canastra e 18 para a Barragem da Lomba do
do DEM, bem como LiDAR_CP, que levou em consideração as Sabão). A lógica por trás da organização das simulações consiste, para cada
edificações e o próprio terreno (Figura 6). uma, em variar um dado de entrada e consertar todos os outros.

RBRH, Porto Alegre, v. 23, e30, 2018 17/07


Avaliação da incerteza na modelagem hidrodinâmica de enchentes geradas pelo rompimento de barragens

Assim, existem dois “cenários base” (um para cada área de estudo), que Quanto maior o quociente entre o desvio padrão e a média,
correspondem a simulações onde são utilizados apenas dados de entrada de maior é a representatividade que esse desvio padrão possui, em
referência (informações em negrito nas Tabelas 4, 5 e 6). A partir desses relação à média, o que representa menor convergência em torno de
“cenários de base”, cenários adicionais foram criados, que são aqueles em que um valor central.
quatro dados de entrada são fixados como referência e um dado de entrada Os resultados deste estudo são apresentados de três formas:
varia de acordo com as informações apresentadas na Tabela 4, Tabela 5, Tabela Inicialmente, uma seção transversal é escolhida arbitrariamente na primeira área
6, Figura 7 e Figura 8. Tabela 7 mostra o número de cenários adicionais de estudo e, para esta seção, é mostrado como a perturbação de diferentes
simulados pela variação dos dados de entrada considerando apenas o modelo dados de entrada impacta no hidrograma da seção.
de difusão 2D como uma equação. Além disso, conforme mostrado Como exemplo, um conjunto de 5 simulações realizadas com
anteriormente, para verificar a influência do tipo de equação escolhida nos base na variação do coeficiente de Manning e manutenção dos outros
resultados da simulação, foram realizadas duas simulações utilizando as dados de entrada gera 5 hidrogramas com 5 valores de pico de fluxo
equações 2D de Saint Venant, uma para cada área de estudo, utilizando apenas diferentes (Figura 9a).
os dados de entrada de referência. A partir deste grupo de 5 valores de pico de fluxo, é possível,
Os resultados dessas simulações são intitulados “parâmetros de portanto, para gerar quantidades estatísticas, como média e
avaliação” e referem-se a: (i) Pico de Fluxo; (ii) Tempo de pico de fluxo; percentis e apresentá-los como um gráfico de box plot (Figura
(iii) Profundidade Máxima e; (iv) Velocidade local máxima. Essa abordagem nos 9a). Além destes, também é possível obter, para este grupo de 5
permitiu obter grupos de valores (para um determinado parâmetro de avaliação) valores de pico de fluxo, o desvio padrão e consequentemente o
a partir da variação de um único dado de entrada. Por exemplo, os 5 valores de coeficiente de variação.
pico de fluxo (para uma determinada seção de interesse) obtidos através de 5 Assim, a obtenção das médias, percentis e do coeficiente de
variações do coeficiente de Manning podem ser agrupados estatisticamente, variação pode ser aplicada a todas as seções de análise, gerando assim
gerando um grupo de valores que contém um máximo, um mínimo, uma média
e um desvio padrão. Tabela 7. Número de cenários adicionais.
A fim de avaliar a importância dos dados de entrada na simulação Lomba fazer
Dados de entrada Barragem de Canastra
realizada, em comparação com outros dados de entrada, o coeficiente de Barragem do Sabão

variação, cv, pode ser usado e é apresentado na Equação 4. Topografia 6 3


Coeficiente de Manning 4 3
Cv =
Desvio padrão (4) Volume 4 4
Quer dizer Violação 4 6
Total 18 16
Tabela 5. Coeficientes de tripulação usados.
Coeficiente de Manning
Multiplicador
Canastra Lomba do Sabão
Fator
Principal Principal
(Mf) De outros De outros
Canal Canal
1 0,075 0,15 0,020 0,030
1,50 NE NE 0,030 0,045
2,00 0,15 0,30 NE NE
0,50 0,0375 0,075 NE NE
1,25 0,09375 0,1875 0,025 0,038
0,75 0,05625 0,1125 0,015 0,023

Tabela 6. Configurações de violação adotadas.


Figura 7. Volumes para a Barragem da Lomba do Sabão.
SEJA DH Altura Ft C
Ang
(m) (h) (m)
Barragem
(milímetros)
548 570,5 22,5 0,1 45º 68
Barragem de Canastra

548 570,5 22,5 0,3 45º 68


548 570,5 22,5 0,5 45º 68
548 570,5 22,5 0,5 45º 85
548 570,5 22,5 0,1 45º 102
45 56 11 0,3 72º 100
45 56 11 0,1 72º 100
Lomba do Sabão

45 56 11 0,5 72º 100


Barragem

45 56 11 1 72º 100
45 56 11 0,3 45º 125
45 56 11 0,3 45º 75
45 56 11 0,3 45º 50 Figura 8. Volumes para a Barragem da Canastra.

17/08 RBRH, Porto Alegre, v. 23, e30, 2018


Tschiedel e Paiva

Figura 10. Hidrogramas obtidos a partir da variação da topografia em


7,2 km da barragem.

Figura 9. Progresso espacial das análises: (a) Hidrogramas e agrupamento


de variáveis de interesse para uma dada seção transversal;
(b) Análise estatística por parâmetros de avaliação, por seção;
(c) Parâmetros de avaliação.

gráfico que mostra diferentes coeficientes de variação para cada


seção transversal, considerando apenas o pico de fluxo como
Figura 11. Hidrogramas obtidos a partir da variação da
parâmetro de avaliação (Figura 9b). Esta abordagem permite verificar,
curva cota-volume do reservatório a 7,2 km da barragem.
portanto, a representatividade da variação dos dados de entrada em
diferentes seções para um determinado parâmetro de avaliação na
área de estudo (no caso do exemplo, como a variação do coeficiente
de Manning impacta o pico de fluxo em diferentes trechos da área a
jusante da Barragem da Canastra).
Esta abordagem é então aplicada aos outros parâmetros de avaliação
(Figura 9c) e não apenas ao parâmetro inicialmente escolhido (fluxo de pico).
Após esse mapeamento, é possível utilizar as informações geradas para a criação
de coeficientes de segurança preliminares a serem utilizados em estudos de
rompimento de barragens.

RESULTADOS Figura 12. Hidrogramas obtidos a partir da variação da configuração


do Rompimento a 7,2 km da barragem.
Este capítulo está dividido em três partes, a primeira referente à
apresentação de alguns dos hidrogramas e coeficientes de variação
e a Figura 13 mostram como o hidrograma varia para a mesma seção transversal
obtidos para a Barragem da Canastra. O segundo refere-se à comparação
quando os dados de entrada de referência são trocados, respectivamente:
cruzada entre todos os coeficientes de variação obtidos para as duas áreas
(i) a topografia de jusante; (ii) a curva elevação-volume;
de estudo. A terceira parte apresenta uma proposta de coeficientes de
(iii) a configuração da violação formada; (iv) o coeficiente de
segurança iniciais a serem aplicados em estudos de rompimentos de
Manning e; (v) o tipo de equação considerada.
barragens localizadas em vales semelhantes aos estudados neste trabalho.
A variação da topografia permite observar um atraso de 9
No geral, todas as 38 simulações realizadas neste trabalho apresentaram
minutos em relação ao horário de pico dos hidrogramas formados a
erros médios de volume da ordem de 0,25%, sendo que o erro máximo
7,2 km a jusante da barragem, enquanto o pico de vazão apresenta
observado foi equivalente a 6%, conferindo confiabilidade aos resultados
uma variação da ordem de 350 m.3/ s de acordo com a Figura 10.
obtidos no balanço hídrico.
Pela Figura 11, pode-se observar que a variação da curva elevação-
volume altera o hidrograma de forma mais intensa do que a variação da
Resultados da Barragem de Canastra topografia. O hidrograma atinge variações de pico de fluxo que diferem
em até 200%. No entanto, as variações relacionadas ao horário de pico não
Os resultados obtidos para a Barragem da Canastra permitiram são tão significativas, com uma defasagem de 5 minutos entre os cenários
identificar como a modificação dos dados de entrada nas simulações estudados.
realizadas altera os valores dos parâmetros de avaliação, como o pico de Além disso, os próximos resultados obtidos permitem inferir
vazão e o tempo de pico de vazão dos hidrogramas formados. Para ilustrar que variações na configuração da brecha alteram o hidrograma de
esses resultados, Figura 10, Figura 11, Figura 12 sítios distantes da ruptura em jusante íngreme e estreito.

RBRH, Porto Alegre, v. 23, e30, 2018 17/09


Avaliação da incerteza na modelagem hidrodinâmica de enchentes geradas pelo rompimento de barragens

Figura 13. Hidrogramas obtidos a partir da variação do coeficiente de Figura 14. Hidrogramas obtidos da variação da
Manning a 7,2 km da barragem. equação a 7,2 km da barragem.

muito pouco. Nesse sentido, a Figura 12 (onde “W” é a largura da


brecha e “t” é o tempo de formação da brecha) mostra variações de
baixa magnitude, especialmente para o pico de fluxo (que gira em
torno de 800 m3/ s para o cenário mais ameno e 850 m3/ s para o
cenário mais catastrófico). Por outro lado, o tempo de pico de fluxo,
relacionado diretamente ao tempo de formação da ruptura, varia um
pouco mais, sendo da ordem de 7 minutos.
A variação do coeficiente de Manning mostrou ter uma
grande influência no hidrograma a jusante, ainda mais do que as
influências causadas pela variação da topografia e pela variação
do volume do reservatório, como pode ser observado na Figura
13. Na nesse sentido, diferentes valores do coeficiente de
Manning podem causar variação no pico de fluxo da ordem de
até 300%, enquanto para os tempos de pico de fluxo observam-se
defasagens de até 32 minutos.
Observou-se, por fim, que a adoção do Modelo de Difusão
2D para prever o comportamento da onda de inundação gerada
tende a superestimar o pico de vazão na ordem de 100% para o
trecho em questão, além de gerar um pico de tempo no ordem
de 65% do horário de pico obtido com a aplicação das equações
de Saint Venant 2D.
Os hidrogramas presentes nas Figuras 10 a 14 mostram os impactos
distintos que variações em diferentes dados de entrada geram nas simulações
de rompimento de barragens apenas para uma seção, localizada
7,2 km da Barragem da Canastra. No entanto, esses impactos também foram

produzidos em 6 outras seções localizadas ao longo da bacia, totalizando 7 seções.

Esses resultados podem ser visualizados a partir de grupos de amostras estatísticas,

conforme mostrado anteriormente na Figura 9.

Assim, para a Barragem de Canastra, a Figura 15 mostra como as


variações nos dados de entrada impactam o fluxo de pico em diferentes locais e
a Figura 16 mostra como as variações nos dados de entrada mudam o tempo de
fluxo de pico em diferentes locais. Vale ressaltar que além do pico de fluxo e do
tempo de pico de fluxo, as profundidades máximas e as velocidades máximas
também foram estudadas da mesma forma.
Para o pico de fluxo (Figura 15), uma tendência de crescimento
(montante para jusante) do coeficiente de variação é observada quando
variações no coeficiente de Manning, curva elevação-volume e topografia
são impostas. Isso significa que em locais próximos à falha, as variações
desses parâmetros não são tão relevantes. O contrário é observado para Figura 15. Variações no pico de fluxo.
mudanças na configuração da ruptura, o que impõe grande variabilidade
no pico de fluxo para os trechos mais próximos da ruptura. Para seções Na Figura 16 observa-se que para o tempo de pico de fluxo,
mais distantes, entretanto, variações na configuração de violação não as variações impostas ao coeficiente de Manning geram resultados
geram muita diferença no fluxo de pico, que tende a convergir para um bastante diferentes de 1 km a jusante da barragem (com diferenças
valor central. que chegam a 45 minutos a 8,5 km de distância da barragem), mas, o

17/10 RBRH, Porto Alegre, v. 23, e30, 2018


Tschiedel e Paiva

O impacto das variações em locais mais próximos da ruptura é quase usando o MDE_AEROGEO (considerada aqui a topografia mais
nulo. Por outro lado, quando as configurações de ruptura são precisa). Para isso, basta que o coeficiente de Manning
variadas, observa-se grande influência nos trechos mais próximos à adotado nas simulações utilizando o SRTM_30M seja um
barragem e pouca influência nos locais mais distantes. Observa-se pouco menor que o adotado quando o MDE_AEROGEO é
que as variações da curva elevação-volume são as que menos alteram utilizado para representar a topografia a jusante.
o tempo de pico de fluxo, seguidas de alterações na topografia, cujas
modificações geraram tempos de pico de fluxo com diferença da
Comparação cruzada
ordem de 20 minutos, a 8,5 km da barragem. .
A interpretação desses resultados também mostra que é
Nesta seção são apresentados os coeficientes de variação de
possível obter valores de tempo de fluxo de pico iguais em uma seção
todos os parâmetros de avaliação, comparando as duas áreas de estudo
de interesse usando diferentes topografias a jusante da variação de
nos primeiros 8,5 km de rio e avaliando os diferentes aspectos que os
outros dados de entrada. Por exemplo, é possível obter valores de
dados de entrada exercem em simulações realizadas em bacias íngremes e
pico de fluxo iguais na seção 8,5 km de distância da barragem, usando
estreitas (representadas por Área de Estudo I - UHE Canastra) e em bacias
SRTM_30M (considerada uma topografia de baixa precisão) ou
planas e largas (representadas pela Área de Estudo II - Barragem Lomba
do Sabão).
Conclui-se da Figura 17 e Figura 18 que em bacias íngremes e
estreitas, as variações são impostas na formação do impacto da ruptura no
pico de vazão apenas nos trechos mais próximos da barragem, enquanto
para trechos mais distantes as incertezas são desprezíveis. Em contraste,
para bacias largas e planas, a configuração da violação impacta
diretamente a vazão de pico para todas as seções do rio.
Para ambas as áreas de estudo, as variações impostas ao
coeficiente de Manning exercem mais influência nos trechos a jusante
do que a montante. Porém, a influência nas bacias íngremes e
estreitas é maior, como pode ser observado a aproximadamente 8 km
das barragens, nas quais esta bacia possui um coeficiente de variação
da ordem de 0,4 e a bacia larga e plana um coeficiente de 0,15.
Dentre outras características contrastantes observadas nos
gráficos das tabelas citadas, observa-se que para bacias largas e
planas o tipo de equação considerada, juntamente com a topografia a
jusante são os dois dados de entrada que mais influenciam nos
resultados, a partir de distâncias superiores a 4 km. . Para bacias
íngremes e estreitas, os insumos que geram maior influência em
locais distantes da barragem são, por outro lado, o coeficiente de
Manning e a curva volume-volume do reservatório.

Figura 17. Coeficientes de variação do pico de vazão da Barragem da


Lomba do Sabão.

Figura 16. Variações no horário de pico. Figura 18. Coeficientes de variação do pico de vazão da Barragem da Canastra.

RBRH, Porto Alegre, v. 23, e30, 2018 17/11


Avaliação da incerteza na modelagem hidrodinâmica de enchentes geradas pelo rompimento de barragens

A Figura 19 e a Figura 20 mostram, respectivamente, os


coeficientes de variação obtidos considerando o pico de vazão
para as barragens da Lomba do Sabão e da Canastra. Nestes
gráficos observa-se que a forma como a brecha é gerada impacta
diretamente no pico de fluxo em todo o vale estudado, para
bacias largas e planas. Já para bacias íngremes e estreitas, a
formação da brecha exerce influência no pico de fluxo de forma
decrescente, sendo maior a montante e menor a jusante.
Observa-se também que as incertezas associadas à definição do Figura 19. Coeficientes de variação para o Tempo de Pico do Fluxo da Barragem

coeficiente de Manning são as que têm maior influência nos resultados da Lomba do Sabão.

para bacias íngremes, estreitas e inclinadas, enquanto para bacias largas e


planas, outros dados de entrada como rompimento, tipo de equação e os
resultados de influência da topografia. Enquanto isso, as incertezas na
definição correta da curva de elevação-volume não alteram
significativamente o horário de pico de seções localizadas em distâncias
maiores de barragens desmoronadas. Por outro lado, esses dados de
entrada exercem grande influência no horário de pico para trechos
localizados próximos à barragem, em bacias largas e planas.
Para a profundidade máxima (Figura 21 e Figura 22),
observou-se que a topografia é o dado de entrada de maior influência
ao longo de toda a extensão do rio estudado, independente do tipo de Figura 20. Coeficientes de variação para o tempo de pico de fluxo da Barragem de Canastra.
vale considerado. As incertezas quanto à correta curva elevação-
volume também causam diferenças consideráveis na profundidade
máxima, independente do tipo de vale a jusante, para trechos
localizados a mais de 7 km de distância para bacias largas e planas e a
mais de 2 km para bacias íngremes e estreitas, embora sua influência
não seja comparada à influência da topografia.
Para os trechos mais distantes da barragem, tanto em bacias
íngremes como estreitas ou largas e planas, o tipo de equação
escolhida não tem grande influência na profundidade máxima, mas,
ao contrário, é a que mais influencia na primeira. quilômetros em
vales largos e planos.
Figura 21. Coeficientes de Variação da Profundidade Máxima na Barragem da
A incerteza na formação do rompimento da barragem não
Lomba do Sabão.
altera significativamente a profundidade máxima em trechos
distantes, para os dois tipos de bacias. Por outro lado, para seções
próximas à barragem, esses dados de entrada são importantes. Nota-
se também que para a estimativa de profundidades máximas, as
incertezas na escolha do coeficiente de Manning tornam-se
irrelevantes para as incertezas na definição da curva elevação-volume
e na definição da topografia do terreno.
A velocidade local máxima (Figura 23 e Figura 24) encontrada nos
trechos estudados está fortemente relacionada ao tipo de equação
utilizada nas simulações para ambas as áreas de estudo. Isso se deve
principalmente ao fato de que uma equação considera termos de
Figura 22. Coeficientes de variação da Profundidade Máxima da Barragem da Canastra.
acelerações locais e convectivas, enquanto a outra não considera tais
termos. Para vales largos e planos, o segundo dado de entrada que mais
influencia os resultados é o modo de formação de violação, enquanto para
vales íngremes e estreitos, esses dados de entrada são o que menos
influencia a profundidade máxima para seções mais distantes.
Levando em consideração as velocidades, na Figura 23 e Figura 24,
pode-se observar que, para vales íngremes e estreitos, o coeficiente de Manning
é o dado de entrada que requer maior precisão para a elaboração de estudos
corretos de rompimento de barragens, considerando este parâmetro de
avaliação (quando se analisam seções transversais localizadas a grandes
distâncias da barragem ), enquanto para vales largos e planos, o coeficiente de
Manning não é o dado de entrada cuja variação exerce maior influência nas Figura 23. Coeficientes de variação da Velocidade Máxima da
velocidades máximas. Percebe-se também que o Barragem da Lomba do Sabão.

17/12 RBRH, Porto Alegre, v. 23, e30, 2018


Tschiedel e Paiva

As incertezas na definição do volume do reservatório pouco fazem para influência exercida em média, enquanto para valores acima de 30% foi
alterar os valores das velocidades máximas locais. aceito que as incertezas dos dados de entrada podem gerar um alto índice
de erros nos resultados. Essas informações, que buscam sintetizar os
resultados deste estudo, são apresentadas na Tabela 8, enquanto os
Coeficientes de segurança
valores são apresentados na Tabela 9.
Os coeficientes de variação apresentados na Tabela 9 podem ser
Os diferentes coeficientes de variação gerados por este trabalho
utilizados quantitativamente em estudos de rompimento de barragens (visto que
foram agrupados, criando uma relação qualitativa entre os dados de
há similaridade entre as áreas estudadas), considerando-os como coeficientes de
entrada e as incertezas identificadas para as duas áreas de estudo. Esta
segurança que, multiplicados por um parâmetro de avaliação, resultariam em
relação foi estabelecida considerando que seções transversais “próximas à
“parâmetros de avaliação conservadores”
barragem” estão até 4 km do aterro, enquanto seções transversais
“distantes da barragem” estão localizadas a mais de 4 km de distância (com Assim, é proposto que os coeficientes de segurança (para o tempo

um limite máximo de 12 km de segundo área de estudo e 8 km para a de fluxo de pico) sejam obtidos de um produto de acordo com a Equação 5.

primeira área de estudo). Foi então assumido que se a média dos Para o fluxo de pico, profundidade máxima e velocidade máxima, os

coeficientes de variação gerados dentro das bandas "próximo" e "distante" coeficientes de segurança são obtidos da Equação 6 nestas equações, onde
fosse inferior a 10%, a influência exercida pelos dados de entrada é sc é o coeficiente de segurança, cv (%) é o coeficiente de variação eeu
considerado baixo. Entre 10% e 30% considerou o representa os dados de entrada considerados.

n
sc = ∏ (1- Cveu ) (5)
eu=0

n
sc = ∏ (1+ Cveu ) (6)
eu=0

Este coeficiente de segurança é obtido levando-se em


consideração os valores apresentados na Tabela 9, de acordo com: (i) a
distância do trecho até a barragem; (ii) o tipo de vale a jusante; (iii) os
dados de entrada com baixa precisão usados; (iv) o parâmetro hidráulico
Figura 24. Coeficientes de variação da Velocidade Máxima da Barragem da de interesse, que pode ser fluxo de pico, tempo de fluxo de pico,
Canastra. profundidade máxima e velocidade máxima.

Tabela 8. Relação entre dados de entrada e incertezas para estudos de rompimento de barragens.
Distância Vales a jusante estreitos e íngremes Vales dowstream largos e planos
Avaliação
do
Parâmetro Volume de topografia de violação de Modelo Violação de tripulação Volume de Topografia Modelo
Barragem

Pico de fluxo Médio


tripulaçãoMédio Baixo Médio Médio Baixo Alto Médio Médio Médio
Perto de
Pico de fluxo
Barragem Médio Alto Baixo Baixo Médio Baixo Médio Baixo Baixo Médio
Tempo
(em primeiro
Profundidade Médio Baixo Médio Médio Baixo Baixo Médio Médio Baixo Médio
4 Km)
Velocidade Alto Médio Médio Baixo Alto Médio Alto Médio Baixo Alto
Pico de fluxo Alto Baixo Alto Alto Médio Médio Alto Alto Médio Alto
Longe de Pico de fluxo
Alto Baixo Médio Baixo Médio Médio Alto Médio Baixo Alto
Barragem Tempo

(4 a 12 km) Profundidade Baixo Baixo Alto Médio Baixo Baixo Baixo Médio Baixo Baixo

Velocidade Alto Baixo Alto Médio Alto Médio Alto Alto Baixo Alto

Tabela 9. Coeficientes de variação para vales estreitos / íngremes e largos / planos.


Distância Vales estreitos e íngremes rio abaixo Vales dowstream largos e planos
Avaliação
do
Parâmetro Manning Breach Topografia Volume Modelo de violação de tripulação Topografia Volume Modelo
Barragem

Pico de fluxo 0,222 0,225 0,070 0,214 0,181 0,053 0,312 0,217 0,179 0,178
Perto de
Pico de fluxo
Barragem 0,188 0,354 0,044 0,037 0,104 0,056 0,299 0,070 0,098 0,116
Tempo
(em primeiro
Profundidade 0,117 0,097 0,219 0,105 0,036 0,085 0,118 0,163 0,075 0,171
4 Km)
Velocidade 0,377 0,121 0,187 0,077 0,306 0,204 0,432 0,259 0,032 0,423
Pico de fluxo 0,455 0,029 0,302 0,373 0,262 0,180 0,387 0,443 0,274 0,496
Longe de Pico de fluxo
0,448 0,090 0,137 0,081 0,263 0,188 0,366 0,215 0,015 0,471
Barragem Tempo

(4 a 12 Km) Profundidade 0,024 0,012 0,391 0,164 0,039 0,036 0,040 0,273 0,088 0,057
Velocidade 0,492 0,012 0,387 0,144 0,373 0,275 0,485 0,368 0,050 0,708

RBRH, Porto Alegre, v. 23, e30, 2018 13/17


Avaliação da incerteza na modelagem hidrodinâmica de enchentes geradas pelo rompimento de barragens

Uma vez que o coeficiente de segurança é obtido para uma a configuração geomorfológica do vale a jusante. O uso dessas
dada seção transversal e dado um parâmetro hidráulico, o parâmetro topografias globais para estimar profundidades máximas e
hidráulico conservador é obtido de acordo com a Equação 7. Nesta velocidades máximas em seções transversais, por outro lado, ainda
equação, x é o parâmetro hidráulico de interesse e x * é o parâmetro não é confiável devido ao baixo nível de precisão, mas pode ser usado
hidráulico conservador mais provável. com moderação através da aplicação dos coeficientes de segurança
apresentados neste trabalho. para bacias com características
x* = x.cs (7)
geomorfológicas semelhantes às aqui estudadas. Essa realidade
tende a mudar no futuro com a disponibilidade de topografias globais
mais precisas, como TanDem-X (SCHUMANN; MOLLER; MENTGEN,
Exemplo de aplicação do cs
2016), que tem resolução espacial de 12 metros e AW3D5 (TADONO et
al., 2014) , com resolução espacial de 5 metros.
Suponha que um estudo de ruptura de barragem foi realizado em uma
bacia estreita e íngreme, com uma geomorfologia semelhante à Área de Estudo
I, de modo que os resultados mostraram um pico de fluxo da ordem de RECONHECIMENTOS
1.500 m3/ s em um trecho localizado a aproximadamente 1,6 km da
barragem. Se os dados de entrada para o coeficiente de Manning, Os autores deste artigo agradecem aos colegas que
configuração de violação e topografia não forem confiáveis (ou seja, deram importantes contribuições para o desenvolvimento desta
a topografia usada é imprecisa, o coeficiente de Manning é inferido pesquisa, como Eng. Ambiental. João Paulo Fialho, o Engenheiro
sem visitas de campo e a configuração de violação é obtida apenas da Civil Camila Dahm, do grupo CEEE e o Professor Dr. Marcelo
literatura), a Equação 5 é aplicada com os coeficientes de variação de Marques, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS. Este
0,222 para o coeficiente de Manning, 0,225 para a configuração de trabalho foi parcialmente financiado pela agência brasileira
violação e 0,070 para a topografia, obtidos na Tabela 9. O coeficiente CAPES.
de segurança obtido com a aplicação da Equação 6 é 1,60, que, sendo
aplicado à Equação 7, resulta em um conservador fluxo de pico de
2.400 m3/ s. REFERÊNCIAS
Por outro lado, se o coeficiente de Manning tiver sido calibrado
ABREU JÚNIOR, V. Simulação numérica da ruptura de barragens.
(com base, por exemplo, no registro de grandes enchentes anteriores) e a
2015. 125 f. Dissertação (Mestrado em Métodos Numéricos em
topografia for considerada precisa (obtida via LiDAR, por exemplo), as
Engenharia) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2015.
incertezas desses dados de entrada podem ser eliminadas e considerado
próximo de zero e, consequentemente, desconsiderado no contexto da
AGUIAR, OPD Contribuição ao Estudo do Índice de Segurança de
Equação 6, resultando em um coeficiente de segurança relativo apenas à
Barragens (ISB). 2014. 166 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
configuração de violação, que seria igual a 1,225. Assim, a taxa de fluxo de
Civil) - Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Estadual de
pico conservadora seria 1837 m3/ s na seção de interesse. Este exemplo
Campinas, Campinas, 2014.
utilizou dados presentes neste trabalho, e pode ser melhor interpretado a
partir da visualização da Figura 15.
ALSDORF, D .; DUNNE, T .; MELACK, J .; SMITH, L .; HESS,
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CONSIDERAÇÕES FINAIS da Amazônia central. Cartas de pesquisa geofísica, v. 32, n. 21, pág. L21405,
2005. http://dx.doi.org/10.1029/2005GL024412.
Este trabalho baseou-se em uma abordagem que analisou a
relação de causa e efeito entre a alteração dos dados de entrada e os
ALVAREZ, M .; PUERTAS, J .; PEÑA, E .; BERMUDEZ, M. Análise bidimensional de
resultados obtidos em simulações hidrodinâmicas utilizadas em estudos de
cheias de rompimento de barragens em regiões com escassez de dados: o
rompimento de barragens para áreas com características contrastantes.
estudo de caso da Barragem de Chipembe, Moçambique.Água, v. 9, n. 6,
Esta análise mostrou que certos dados de entrada exercem
mais influência nos resultados do que outros, e essa influência p. 432, 2017. http://dx.doi.org/10.3390/w9060432.
depende do tipo de vale considerado, da distância entre a barragem e
a seção transversal de interesse e do parâmetro de avaliação de ANA - AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUA. Relatório de segurança de

interesse. barragens 2012/2013. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2015a.


Essas influências foram mapeadas e quantificadas por meio de
coeficientes de variação, que posteriormente serviram de subsídio para a ANA - AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUA. Relatório de segurança de
proposição de coeficientes de segurança a serem utilizados em estudos de barragens 2014. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2015b.
rompimento de barragens. A aplicação desses coeficientes visa, de forma
conservadora, conduzir as incertezas quanto à precisão de um dado de entrada ANA - AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUA. Relatório de segurança de
aos resultados obtidos em simulações cuja sensibilidade não foi avaliada. barragens 2015. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016a.
Foi identificado que o uso de modelos digitais globais de elevação
(como SRTM ou AW3D) em estudos de rompimento de barragens pode ser viável ANA - AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUA. Manual do empreendedor sobre
dentro da estimativa de horário de pico e tempo de fluxo de pico, uma vez que segurança de barragens: guia de orientação e formulários do Plano de
coeficientes de segurança são aplicados aos resultados dependendo de Ação Emergencial (PAE). Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2016b.

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GJP Uma revisão de dados espaciais de baixo custo final do artigo.

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