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PLANO DE MANEJO DE FAUNA SILVESTRE

RESGATE E AFUGENTAMENTO

PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS


PROGRAMA SANTOS NOVOS TEMPOS

SABOÓ – LENHEIROS ALEMOA


OFÍCIO CETESB nº 0879/2018/CMN
Ref. Processo Digital CETESB n.º 021123/2017-03

SANTOS/SP
NOVEMBRO DE 2018

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INDICE

1- DADOS GERAIS .....................................................................................................4


2- APRESENTAÇÃO ...................................................................................................5
2.1. OBRA DE INTERVENÇÃO, AFUGENTAMENTO E RESGATE DA FAUNA ........6
3- OBJETIVOS ............................................................................................................8
4- ASPECTOS JURÍDICOS ........................................................................................9
4.1. INSTRUÇÃO NORMATIVA FEDERAL (IBAMA) N.º 146, DE 10 DE JANEIRO DE
2007 9
4.2. PORTARIA MMA Nº 444, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2014 – que revoga a
Instrução Normativa nº 03, de 27 de maio de 2003 ........................................................9
4.3. DECRETO Nº 60.133, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2014.......................................9
4.4. DECISÃO DA DIRETORIA Nº 167/2015/C DE 13 DE JULHO DE 2015 ..............9
4.5. RESOLUÇÃO SMA Nº 92, DE 14 DE NOVEMBRO DE 2014 ..............................9
4.6. RESOLUÇÃO SMA Nº 36, DE 29 DE MARÇO DE 2018. ....................................9
5- ÁREA DE ESTUDO...............................................................................................10
5.1. DELIMITAÇÃO DA ÁREA ..................................................................................10
6- METODOLOGIA ...................................................................................................14
6.1. FAUNA PRESENTE NA ADA – ÁREA DIRETAMENTE AFETADA ...................14
6.2. ÁREA DE ABRANGÊNCIA ................................................................................15
6.3. TREINAMENTO DA EQUIPE DE OPERAÇÃO .................................................15
6.4. METODOLOGIA DE SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO ......................................16
6.4.1. Direção da supressão de vegetação...........................................................16
6.5. ÁREAS DE AFUGENTAMENTO E SOLTURA ..................................................17
6.6. TENDA DE ATENDIMENTO E EQUIPAMENTOS .............................................18
6.6.1. Tenda de atendimento ................................................................................18
6.6.2. Equipamentos.............................................................................................19
6.6.3. Veículos......................................................................................................21
6.7. EQUIPE TÉCNICA ............................................................................................21
6.8. MÉTODO DE AFUGENTAMENTO E CAPTURA DA FAUNA ............................22
6.8.1. Afugentamento ou Resgate Brando da Fauna ............................................22
6.8.2. Captura e resgate .......................................................................................23
6.9. MARCAÇÃO DOS ESPÉCIMES CAPTURADOS ..............................................31
6.10. TRIAGEM, COLETA E DESTINAÇÃO ...........................................................32
6.10.1. Triagem...................................................................................................32

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6.10.2. Destinação de animais feridos ................................................................33
6.10.3. Destinação de exemplares mortos ..........................................................33
6.11. CRONOGRAMA.............................................................................................33
7 RESULTADOS E MONITORAMENTO .........................................................................34

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1 - DADOS GERAIS

DADOS DO INTERESSADO
Nome: PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS
SECRETARIA DE GOVERNO – GERENCIA DO PROGRAMA SANTOS
NOVOS TEMPOS / GPSNT
Endereço: Praça dos Expedicionários, 10 - 2º andar, Gonzaga, Santos/SP
CEP: 11.065–922

LOCAL DO ESTUDO
Local: Bairro do Saboó, área do Rio Lenheiros/Saboó entre as Avenidas
Martins Fontes e Engenheiro Augusto Barata – incluindo a Foz do rio até o
estuário

RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO ESTUDO


Razão social: PRÓ-AMBIENTE ASSESSORIA AMBIENTAL LTDA.
CNPJ: 05.492.205/0001-55
Inscrição Municipal: 95.323-7
CRBio: 0177-01-01
Cadastro no IBAMA Nº 272.943 – Consultoria Ambiental – classe 6
Endereço: Rua Otávio Machado, 120, Taquaral Campinas SP
CEP: 13076-160
Fone/Fax: (19) 3201 - 6896
Email: proambiente@proambientecampinas.com.br

COORDENAÇÃO GERAL E RESPONSÁVEL TÉCNICO


Maria de Fátima Tonon
Bióloga, Especialista em Gestão e Manejo Ambiental em Sistemas Florestais
CRBio 035901/01-D

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2 - APRESENTAÇÃO

O Programa conhecido como Santos Novos Tempos é o Programa de


Desenvolvimento Estratégico e Infraestrutura Urbana e Habitacional da Zona
Noroeste e dos Morros, no Município de Santos-SP. A reestruturação do
gerenciamento do programa foi estabelecida pelos Decretos n.º 6.358, de 8 de
março de 2013 e n.º 6.400, de 6 de maio de 2013.

A fim de solucionar o problema de alagamentos na Zona Noroeste de Santos e


suprir carências sociais e de infraestrutura na Zona Noroeste, o Programa reúne
os projetos relativos a obras de macrodrenagem de águas pluviais e de marés
para reduzir alagamentos, consistentes na construção de Estações Elevatórias,
Comportas, Galerias, Canais, Travessias, Reservatórios de Retenção,
desassoreamento de rios, entre outros.

Neste sentido, a Prefeitura do Município prevê uma obra de desassoreamento e


retificação do Rio Lenheiros/Saboó, implantação de Estação Elevatória com
comporta 06 – EEC6, e estruturas associadas, no intuito de solucionar eventuais
alagamentos na entrada de cidade de Santos.

Para a operação da obra na região, será necessário a intervenção na área do Rio


Lenheiros/Saboó e sua APP (área de preservação permanente), localizado entre
as Avenidas Martins Fontes e Engenheiro Augusto Barata, na área do Porto de
Santos, com supressão de vegetação contígua a APP do rio, conectada com
Fragmentos Florestais de vegetação nativa e área de mangue, conforme figura
abaixo.

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FOTO 1: Imagem elaborada com auxílio do programa Google Earth, com delimitação da do Rio
Saboó e sua APP, onde haverá intervenção pela obra (traçado vermelho).

2.1. OBRA DE INTERVENÇÃO, AFUGENTAMENTO E RESGATE DA FAUNA


A obra de intervenção no local não afetará substancialmente a fauna existente,
pois não irá suprimir além do necessário ao redor da margem do rio.

A área da margem esquerda do Rio Saboó, não terá qualquer barreira física que
impedirá o transito da fauna existente, do rio para o mangue, sendo que a
margem não terá sua altura modificada, mantendo a margem do rio da mesma
altura do nível do mangue.

Já a margem direita do Rio Saboó, serão instalados bags espaçados de 5 em 5


m, absorventes com enchimento com o próprio leito do rio que será
desassoreado. Esses bags serão instalados para receber os sedimentos
provenientes do desassoreamento do Rio Lenheiros/Saboó. Porém, espaços
serão mantidos entre os bags, justamente para facilitar o transito da fauna local,

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onde proporcionarão caminhos para o deslocamento da fauna de um lado para o
outro do mangue, usando o rio como travessia.

MARGEM ESQUERDA DO RIO MARGEM DIREITA DO RIO


FIGURA 1: Layout do corte em perpendicular da área do Rio Saboó, mostrando a intervenção no local após a
obra.

Sendo assim, a obra não impedira o transito dos animais ali existentes de um lado
para o outro da vegetação ciliar do rio. Além disso, a obra será temporária, sendo
que após a finalização das obras não haverá mais intervenção no local.

As atividades contidas no atual Plano de Afugentamento e Resgate de Fauna


proporcionarão maior segurança aos operadores e também aos animais ali
existentes, evitando o contato entre eles e direcionando a fauna silvestre para
longe da área de intervenção.

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3 - OBJETIVOS

O objetivo principal é realizar o salvamento e o resgate da fauna silvestre,


inclusive da melissofauna nativa, caso ocorra na área intervinda. Para isso, os
objetivos específicos são:
• Orientar os trabalhadores da obra quanto aos procedimentos corretos para
evitar acidentes, caso se deparem com ninhos ou enxames de abelhas
nativas, de Apis (abelhas com ferrão) e de marimbondos e vespas;
• Afugentar a fauna silvestre por meio de métodos passivos não invasivos;
• Identificar, durante as atividades de resgate e afugentamento, cavidades,
ninhos e tocas de mamíferos, herpetofauna, aves e enxames de abelhas
nativas e exóticas e, eventualmente, de outros vertebrados terrestres
durante o período reprodutivo;
• Resgatar o maior número possível de espécimes afetados pelas atividades
das obras;
• Translocar os espécimes aptos e sadios, para as áreas do entorno com
fisionomias similares aos habitats afetados;
• Capturar animais feridos em decorrência das atividades da supressão da
vegetação e encaminhá-los a Centro de Triagem de Animais Silvestres
(CETAS), para fins de tratamento e relocação, quando possível;
• Encaminhar à Museus e/ou Instituição parceiros como Universidades, os
animais que porventura sofrerem óbito durante as atividades de supressão
de vegetação ou pela execução da obra na área.

A elaboração desse plano atende ao Processo Digital CETESB n.º 021123/2017-


03 (oficio 17/18/CTN de 19/03/2018 e OFÍCIO CETESB nº 0879/2018/CMN, de
04/06/18).

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4 - ASPECTOS JURÍDICOS

4.1. INSTRUÇÃO NORMATIVA FEDERAL (IBAMA) N.º 146, DE 10 DE


JANEIRO DE 2007
Estabelece critérios e padroniza os procedimentos relativos à fauna no âmbito do
licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades que causam impactos sobre a
fauna silvestre. É o instrumento legal que direciona quais as informações devem ser
coletadas durante a etapa de operação de empreendimentos.

4.2. PORTARIA MMA Nº 444, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2014 – que revoga a


Instrução Normativa nº 03, de 27 de maio de 2003
Reconhecer como espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção aquelas constantes
da "Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção" - Lista, conforme
Anexo I da presente Portaria, em observância aos arts. 6º e 7º, da Portaria no 43, de 31 de
janeiro de 2014.

4.3. DECRETO Nº 60.133, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2014


Listagem estadual das espécies da fauna silvestre ameaçadas de extinção.

4.4. DECISÃO DA DIRETORIA Nº 167/2015/C DE 13 DE JULHO DE 2015


Aprova o procedimento para a Elaboração dos laudos de fauna para fins de licenciamento
ambiental.

4.5. RESOLUÇÃO SMA Nº 92, DE 14 DE NOVEMBRO DE 2014


Define as autorizações para manejo de fauna silvestre no Estado de São Paulo, e implanta o
Sistema Integrado de Gestão de Fauna Silvestre - GEFAU.

4.6. RESOLUÇÃO SMA Nº 36, DE 29 DE MARÇO DE 2018.


Dispõe sobre a Autorização de Manejo in Situ de animais silvestres prevista no artigo 6º da
Resolução SMA nº 92, de 14 de novembro de 2014, e dá outras providências.

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5 - ÁREA DE ESTUDO

5.1. DELIMITAÇÃO DA ÁREA


A área de estudo é delimitada como a área que compõem o Rio Lenheiro/Saboó,
sendo da Avenida Martin Fontes, próximo a linha férrea administrada pela
Empresa MRS Logística, até a área próxima à Avenida Engenheiro Augusto
Barata, no Porto de Santos, incluindo a foz do Rio que deságua no Estuário. Além
de sua APP e de uma porção do mangue próximo ao rio.

FOTO 2: Imagem elaborada com auxílio do programa Google Earth, com delimitação da APP
do Rio Saboó em verde e o traçado do rio. Da Avenida Martin Fontes até a foz no estuário de
Santos.

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Coordenadas UTM de referência - Datum WGS-84 Fuso 23K

Local X (m) Y (m)

Região do Rio Lenheiro / Saboó 362.717 m E 7.353.030 m S

O entorno da área apresenta uso intensivo de caminhões, por se tratar da área do


Porto de Santos, além da Avenida Augusto Barata ser um dos únicos acessos ao
Porto. O trânsito de veículos pesados (caminhões), advindo principalmente das
Avenidas Eng. Augusto Barata e Presidente Getúlio Dorneles Vargas afetam a
área de estudo com ruídos, vibrações e outros impactos.

A vegetação natural do entorno é formada pelas transições entre Floresta


Ombrófila Densa, Restinga e Manguezal. Trata-se de uma vegetação secundária
degradada sob constante pressão e intervenções antrópicas que, apesar do
estado razoável de conservação das áreas de manguezal, de modo geral,
encontra-se em estágio inicial de regeneração.

Na área do mangue ao redor do Rio Saboó, que ao longo de seu baixo curso
(entre o leito da ferrovia servindo o Porto de Santos e a Avenida Engenheiro
Augusto Barata) possui um manguezal dominado por árvores de mangue-preto
Avicennia schaueriana.

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FOTO 3: Recorte do Atlas da Vegetação original do Estado de São Paulo, elaborado pelo Sinbiota,
indicando a vegetação na região do estudo - Formação arbóreo-arbustiva/arbustiva-herbácea de
terrenos marinhos lodosos (mangue). Perímetro vermelho, área do estudo.

Em função da localização e da antropização da região, a área abriga uma fauna


não muito exigente (principalmente para grupo dos mamíferos).

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A informação acima pode ser comprovada através do diagnóstico da fauna local
(laudo anexo), realizado em novembro de 2018 para o levantamento de fauna,
necessário para subsidiar a obra no Rio Saboó.

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6 - METODOLOGIA

6.1. FAUNA PRESENTE NA ADA – ÁREA DIRETAMENTE AFETADA

Os registros sobre a fauna do entorno do local mostram a existência de uma


fauna mais generalista e de baixa sensibilidade ambiental, muito embora ocorram
algumas espécies em listagens de extinção.

A riqueza de espécies registradas no levantamento de fauna realizado em


novembro de 2018 está mostrada no quadro abaixo. Foram inventariadas na área
58 espécies.

TABELA 1: riqueza acumulada no levantamento.

Nº DE ESPÉCIES OU TAXONS
GRUPO
ACUMULADO

Herpetofauna 07
Mastofauna 02
Avifauna 49
TOTAL 58

Dados de estudos realizados no entorno do local mostram 146 espécies, sendo 5


espécies de mamíferos, 124 de aves, 7 de répteis e 10 anfíbios. Salienta-se que
essa riqueza de espécies não está restrita apenas a região da área do Rio Saboó
(ADA do Rio Saboó), mas também pela região do mangue do Saboó, lagoa do
Saboó e uma parte do Estuário de Santos.

Não há um destaque em relação a riqueza de espécies na área, porém, vale


salientar que há registro da presença de algumas espécies de aves ameaçadas
que transitam pela área (inclusive no Rio Saboó), além da presença do Jacaré-de-
papo-amarelo (Caiman latirostris), que pode ser encontrado tanto na área do
mangue do Saboó como no próprio Rio Saboó.

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6.2. ÁREA DE ABRANGÊNCIA
O presente plano de resgate e afugentamento da fauna, está voltado apenas aos
vertebrados terrestres, sendo que o plano estabelece um resgate e
afugentamento voltado especialmente as espécies presentes na área do Rio
Saboó e do mangue próximo ao rio, onde haverá impacto direto pela obra.

O Programa deverá abranger a Área Diretamente Afetada (ADA) – Rio Saboó.

FOTO 4: Imagem elaborada com auxílio do programa Google Earth. Perímetro em azul – Área
Diretamente Afetada (ADA).

6.3. TREINAMENTO DA EQUIPE DE OPERAÇÃO


Antes do início das atividades de supressão e intervenção deverá ocorrer
treinamento da equipe envolvida no processo, toda equipe técnica responsável

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pelo resgate e afugentamento de fauna e também deverá abranger o coordenador
da supressão e os operadores de máquinas e outros equipamentos.

No treinamento inicial deverão ser abordados os seguintes temas:


• Importância do afugentamento e do resgate da fauna;
• Procedimentos para as operações de desmatamento;
• Procedimentos a serem adotados quando da visualização de espécimes da
fauna;
• Procedimentos em caso de encontros e/ou possíveis acidentes com
animais peçonhentos, abelhas ou vespas;
• Procedimentos a serem adotados caso de avistamento de enxames de
abelhas nativas.

Caso novos trabalhadores sejam contratados para função, deverão receber


treinamento com os temas acima elencados.

6.4. METODOLOGIA DE SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO

6.4.1. Direção da supressão de vegetação


As atividades de supressão deverão ser desenvolvidas por etapas havendo a
remoção da vegetação da APP do Rio Saboó, na área que será intervinda. O
direcionamento da etapa de supressão será de jusante para montante e da
beirada do rio para dentro do mangue, ou seja, no sentido rio-mangue. Tal
proposta baseia-se no fato que dessa maneira a fauna será direcionada para o
manguezal, onde há recurso e locais para se abrigarem.

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JUSANTE

MONTANTE

FOTO 5: Imagem elaborada com auxílio do programa Google Earth, destacando a área a ser
impactada (perímetro laranja) e as direções da supressão da vegetação, em amarelo indicação
de jusante a montante e setas em vermelho mostrando a proposta de supressão rio-mangue.

Os detalhes operacionais da supressão estarão descritos no Plano de Supressão


de Vegetação, anexo a esse estudo.

6.5. ÁREAS DE AFUGENTAMENTO E SOLTURA


Durante os trabalhos de supressão de vegetação a fauna afugentada e/ou
resgatada deverá ser conduzida às áreas vegetadas do entorno do local do
empreendimento.

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Essas áreas possuem vegetação de transição restinga-floresta ombrófila e de
manguezal, além de áreas alagadas, sendo uma continuidade daquelas que
serão suprimidos, proporcionando boas condições para o desenvolvimento da
fauna translocada. Essas áreas estão representadas na figura a seguir.

FOTO 6: Perímetros em verde – área destinada ao afugentamento e translocação da fauna


(mangue) / Perímetro azul – área de intervenção.

6.6. TENDA DE ATENDIMENTO E EQUIPAMENTOS

6.6.1. Tenda de atendimento


Uma Tenda de atendimento deve ser montada nas proximidades da frente de
serviço, diariamente, sendo montada pela manhã na área onde haverá operação
e, retirada no fim do dia. A tenda será deslocada juntamente com a frente de
supressão e operação da obra no local.

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Essa unidade deve ser equipada com material básico usados como EPI
(equipamento de proteção individual), bancos, mesa, disponibilizado material de
atendimento emergencial para alguma espécie da fauna ferida, além de
equipamento de contenção para uso individual ou coletivo e recipientes para
contenção de algum animal caso necessário.

Deverá ser equipada com pelo menos duas lonas (tipo cortinas) laterais, para
diminuir o stress de algum animal que por ventura precise ser atendido no local.
Essa área dever ter uma estrutura eficiente para o recebimento e atendimento
emergencial dos espécimes feridos.

FOTO 7: Tenda de atendimento que acompanha a frente de trabalho de supressão.

6.6.2. Equipamentos
Os equipamentos necessários para suprir os locais de atendimento na tenda,
deverão atender todas as necessidades básicas de intervenção e contenção da
fauna. Alguns equipamentos e materiais que deverão ser utilizados no dia a dia
de operação nas áreas de trabalho e aqueles disponíveis na tenda de
atendimento, para o atendimento emergencial de algum animal resgatado,
encontram-se elencados abaixo.

ALGUNS MATERIAL E EQUIPAMENTOS PARA USO EM CAMPO E DE CONTENÇÃO


Sacos para serpentes - 50x35cm
Ganchos herpetológicos

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ALGUNS MATERIAL E EQUIPAMENTOS PARA USO EM CAMPO E DE CONTENÇÃO
Cambão com trava
Puçás de contenção
Gaiola pequena para transporte de mamíferos - 40 x 30 x 40
Gaiola de contenção para mamíferos de aço galvanizado 55x60x60cm
Pinção herpetológico - 1 metro
Sacos de contenção
Caixa térmica
Caixas de Ferramentas
Caixa de transporte para anfíbios
Sacos plástico transparente anfíbios
Potes tipo leiteiras para contenção
Comedouro e bebedouro
Gaiola com divisórias
Caixa de madeira para contenção e transporte de colmeia
Cunhas de metal para rachar madeira
Sugador de abelhas (aspirador entomológico)
Fita zebrada
Cera alveolada de uso na apicultura
Caixas de criação racional para melissofauna
Macacão de apicultor
Caixa de transporte de animais

Alguns medicamentos de uso veterinário, também devem estar relacionados nos


itens e devem permanecer junto a tenda de atendimento para algum atendimento
à alguma espécie, caso necessário. Alguns desses materiais estão listados
abaixo.

ALGUNS MEDICAMENTOS E MATERIAIS


Adrenalina injetável
Antitóxico injetável
Desinfetante pet

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ALGUNS MEDICAMENTOS E MATERIAIS
Diazepam
Ketamina Dopalen Pecuária
Mata bicheira
Soro fisiológico
Tramadol
Agulhas de tamanhos variável
Álcool 70% litro
Algodão hidrofilo
Bandagem elástica
Esparadrapo
Formol
Lâmina bisturi
Luva de procedimento
Seringa de tamanhos variável

6.6.3. Veículos
Haverá também um veículo para o deslocamento da equipe técnica e
equipamentos utilizados em campo até a área de operação. Além disso, o veículo
possui condições de transporte de animais que porventura venham a ser
destinado para atendimento emergencial para o CETAS, para tratamento
especializado.

6.7. EQUIPE TÉCNICA

O Resgate e Afugentamento da fauna deverá ser realizado por uma equipe


técnica especializada, composta por 3 biólogos e 1 veterinário, todos eles com
experiência curricular comprovada em afugentamento e resgate de fauna nativa.

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Os biólogos deverão ser devidamente cadastrados no Conselho Regional de
Biologia e o Veterinário no Conselho Regional de Medicina Veterinária.

6.8. MÉTODO DE AFUGENTAMENTO E CAPTURA DA FAUNA

6.8.1. Afugentamento ou Resgate Brando da Fauna


Esta atividade objetiva afugentar passivamente a fauna com maior capacidade de
deslocamento para as áreas no entorno, antes das atividades de supressão de
vegetação, sem a necessidade de capturas.

O Afugentamento ou Resgate Brando da Fauna Silvestre consistirá na “varredura”


de áreas selecionadas onde haverá supressão da vegetação e intervenção direta
pela obra, com o objetivo de localizar e afugentar a fauna existente no local.

O afugentamento ou resgate brando deverá seguir o cronograma de supressão.

O resgate brando é iniciado com uma vistoria criteriosa em busca de répteis, aves
e mamíferos, que são afugentados para as áreas próximas no interior do mangue,
em um período de cerca de 01 hora antes do início da supressão vegetal, com
vistas ao afugentamento da fauna com maior capacidade de locomoção.

A vistoria prévia da área consiste na procura de animais em atividade ou em


repouso (normalmente abrigos como tocas, embaixo de troncos, rochas, ninhos e
ninhegos, entre outros) e servirá para identificar e localizar possíveis enxames de
abelhas nativas e exóticas que podem estar no interior do mangue.

Após a vistoria prévia, a equipe segue numa mesma direção, emitindo ruídos
estridentes e verificando a efetividade do afugentamento de aves, mamíferos e
demais vertebrados terrestres (sentido rio-mangue).

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O maquinário e as motosserras serão ligadas nesse período de tempo com vistas
a melhorar o afugentamento através do ruído alto.

As áreas vegetadas do entorno representam a continuação do mangue, na


mesma condição de regeneração daquela onde haverá a intervenção, ou seja,
não será deslocada a fauna para uma área com ambiente diferente ao que ela já
habita.

De uma forma geral, a frente de supressão vegetacional trabalhará da beirada do


rio para dentro do mangue, ou seja, no sentido rio-mangue e de jusante para
montante. Tal proposta baseia-se no fato que dessa maneira a fauna será
direcionada para o manguezal, onde há recurso e locais para se abrigarem.

A direção do desmatamento é fundamental para que o afugentamento consiga


deslocar os animais para essas áreas. A direção da supressão é indicada na foto
7.

Será seguida a premissa de que a captura e o manuseio de animais apenas serão


feitos em último caso, quando comprovada a impossibilidade destes se
deslocarem por seus próprios meios ou quando estes encontrarem-se isolados.
No caso de visualização de algum animal, as atividades de supressão deverão
ser interrompidas e esforços deverão ser feitos de modo a possibilitar que ele se
desloque para outro local, sendo esta avaliação feita caso a caso.

6.8.2. Captura e resgate


Durante o desmatamento é realizado o acompanhamento integral da equipe de
resgate, que deverá orientar sobre o direcionamento do corte e realizar as
capturas de animais que não conseguirem deslocar-se por conta própria para
áreas seguras ou que estiverem feridos.

Caso a equipe visualize pequenos animais, como lagartos, anfíbios, serpentes,


quelônios, roedores ou marsupiais, os mesmos deverão ser capturados e

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mantidos em caixas de transporte ventiladas e umidificadas até que possam ser
soltos em áreas próximas não afetadas.

A equipe deve estar equipada com um conjunto de instrumentos específicos à


captura e contenção física da fauna.

Sempre que a equipe se deparar com algum animal silvestre ou em situação de


risco, ele será recolhido, lançando mão de instrumentos adequados para captura
daquele determinado tipo de animal. Isso vale também para enxames de abelhas
que porventura possam ser avistados nas áreas impactadas.

Na ocorrência de captura de animais, a primeira providência deverá ser sempre a


de se avaliar suas condições físicas e verificar a necessidade de
encaminhamento para atendimento veterinário:
− Em caso negativo, o animal deverá ser, sempre que possível encaminhado
imediatamente para soltura nas áreas do próprio mangue.
− Em caso positivo, o animal será capturado (resgatado) e encaminhado a
Tenda de atendimento para a triagem e encaminhamento.

Sempre que houver o resgate de um animal deverá ser preenchida uma ficha de
campo contendo o local de resgate (com coordenadas geográficas), hora,
espécie, informações sobre a situação geral do animal (exibindo as condições de
saúde do exemplar), e sempre que possível deverão ser obtidos registros
fotográficos.

No caso de soltura imediata, o exemplar será encaminhado para a área próxima,


com características ambientais semelhantes e compatíveis com a sobrevivência
da espécie resgatada.

Animais que porventura sejam encontrados mortos ou que venham a morrer


durante as atividades serão acondicionados e fixados de acordo com as técnicas
adequadas para cada grupo e posteriormente serão encaminhados para
instituição parceira.

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6.8.2.1. Anfíbios
Conforme laudo de fauna realizado, não há grande representatividade de anfíbios
no local. Mesmo assim devem ser aplicadas metodologias de procura para esse
grupo, a fim de evitar um impacto nessa fauna caso ocorra alguma espécie na
área intervinda. A metodologia utilizada para realização do resgate dos anfíbios
será a Busca Ativa e Encontros Ocasionais.

• Busca Ativa
Será realizada no local de supressão através de deslocamentos lentos a
pé, revirando troncos, pedras, tocas, folhiços e qualquer outro ambiente
que seja caracterizado como micro-habitat e/ou refúgio para as espécies
ocorrentes na região. Bromélias devem ser vasculhadas a procura desse
grupo. A busca será realizada com a procura visual destes animais em
atividade ou em repouso. O foco principal é o afugentamento dos animais
em direção a áreas contíguas não previstas no desmatamento.

• Encontros Ocasionais
Serão para os anfíbios feridos ou mortos encontrados durante os
deslocamentos e supressão. A captura dos anfíbios será realizada
manualmente com o uso de luvas. Os animais coletados serão
acondicionados em sacos plásticos de tamanhos variados, atendendo à
necessidade de cada indivíduo coletado. Os sacos plásticos serão
umedecidos, e receberão, na medida do possível, substrato para fixação e
esconderijo, além de proteger os animais de raios solares e choques
mecânicos.

Os anfíbios vivos capturados serão acondicionados em sacos plásticos


umedecidos em água a fim de se evitar a desidratação, sendo encaminhados
para soltura imediata.

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6.8.2.2. Répteis
A metodologia utilizada para realização do resgate de répteis se dará através da
Busca Ativa e Encontros Ocasionais, além de Chamados de Emergência
atendidos para animais encontrados nas dependências.

• Busca Ativa
A busca ativa será realizada acompanhando as frentes de supressão,
através de deslocamentos lentos a pé, revirando troncos, pedras, tocas,
folhiços e qualquer outro ambiente que seja caracterizado como micro-
habitat ou refúgio para as espécies ocorrentes na região, com a procura
visual desses animais em atividade ou repouso. O afugentamento dos
animais deverá ser feito em direção a áreas internas do mangue, não
previstas no desmatamento. Apenas animais que não demonstrem
possibilidade de afugentamento ou estiverem em risco de morte pela
atividade de supressão serão resgatados.

• Encontros Ocasionais
Serão utilizados para os répteis feridos ou mortos encontrados nas áreas
durante a Fase de Supressão.

Os répteis, em especial o Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris), registrado


no local, representa o grupo que mais oferece riscos aos profissionais envolvidos
nas atividades de resgate de fauna nesse ambiente. Assim, o afugentamento será
prioridade, porém, caso ocorra necessidade de resgate, a captura será feita com
equipamento correto para manipulação do animal, sem ocasionar infortúnios,
tanto para a espécie como para o profissional. Os indivíduos capturados serão
translocados para as áreas do mangue ou da lagoa contigua ao mangue (lagoa
do Saboó), áreas essas já utilizadas pela espécie.

No caso de répteis como serpentes, serão utilizados ganchos herpetológicos,


pinções e/ou cambão, sendo acondicionadas em caixas de transporte. No caso de
serpentes peçonhentas, as caixas deverão ser marcadas, caracterizando o risco

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envolvido e fechadas, trancadas com cadeados e mantidas em local seguro até
seu encaminhamento para soltura.

Os demais representantes da Classe Reptilia (lagartos, quelônios e anfisbenas)


serão capturados manualmente utilizando luvas de raspa e acondicionados em
caixas plásticas para o transporte, exceto para indivíduos de maior porte da
espécie Salvator merianae, que, por apresentarem maior perigo aos profissionais
da Equipes de Resgate, serão capturados utilizando puçá de rede e luvas de
raspa e acondicionados em caixas de madeiras.

Os animais capturados serão encaminhados para soltura imediata ou


encaminhados para a tenda de atendimento para tratamento e destinação, caso
necessitem de atendimento emergencial.

6.8.2.3. Aves
As aves representem um grupo que possui grande mobilidade e por isso devem
se deslocar espontaneamente do local de supressão durante a fase de
afugentamento. Entretanto, ninhos e eventualmente aves machucadas deverão
ser manejadas. Para isso a metodologia aplicada será a busca ativa e encontros
ocasionais

• Busca Ativa
A busca ativa será realizada acompanhando as frentes de supressão,
através de deslocamentos lentos a pé, a procura de eventuais ninhos em
troncos, galhos e no chão. Apenas animais que não demonstrem
possibilidade de afugentamento ou estiverem em risco de morte pela
atividade de supressão serão resgatados.

• Encontros Ocasionais
Serão utilizados para as aves e ninhegos feridos ou mortos encontrados
nas áreas.

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As aves de pequeno porte resgatadas serão acondicionadas para o transporte em
sacos de pano, método considerado o mais eficaz por anular o melhor dos
sentidos das aves, a visão. O acondicionamento nesses resulta em diminuição do
estresse e evita que o espécime se debata, o que pode ocasionar traumas. Já
aquelas de porte mais avantajado serão contidas em caixas.

Aquelas que estiverem em boas condições de saúde serão soltas imediatamente


nas áreas contiguas utilizadas para a soltura de espécies, enquanto aquelas que
estiverem feridas serão encaminhadas a tenda de atendimento para tratamento e
caso necessário posterior destinação.

Manejo de ninhos, ovos e ninhegos


Os ninhos encontrados dentro das áreas de supressão devem ser examinados e
avaliados. Aqueles onde forem encontradas ovos, filhotes ou aves, devem ser
isolados com fita zebrada, informando que aquela área não deve ser removida
naquele momento. O ninho será monitorado durante o tempo da supressão do
local, até o abandono total do ninho pelas aves. Os ninhos não serão removidos e
translocados, apenas isolado o local até o abandono pela espécie, sendo que
após isso a área pode ser liberada para a supressão.

6.8.2.4. Mamíferos
São poucas as espécies de mamíferos presentes na área. Entretanto, constituem
um grupo importante no resgate. Para eles, a metodologia aplicada será a busca
ativa e encontros ocasionais

• Busca Ativa
A busca ativa será realizada acompanhando as frentes de supressão,
através de deslocamentos lentos a pé, a procura de eventuais tocas em
troncos, galhos e no chão, revirando ambientes que sejam caracterizados
como micro-habitat ou refúgio para as espécies ocorrentes na região, com
a procura visual desses animais em atividade, repouso ou fuga das frentes
de supressão. Atenção será dada a possíveis filhotes. Apenas animais que

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não demonstrem possibilidade de afugentamento ou estiverem em risco de
morte pela atividade de supressão serão resgatados.

• Encontros Ocasionais
Serão utilizados para mamíferos feridos ou mortos encontrados nas áreas
de Supressão.

A contenção de espécimes de pequeno porte (roedores murídeos, marsupiais e


morcegos) são feitas com as mãos, geralmente utilizando-se luvas de raspa para
evitar ferimentos ou a transmissão de doenças (via mordedura) aos
manuseadores.

Já para mamíferos de médio porte presentes (capivara de mão-pelada) a captura


e contenção são feitas com uma gama variada de equipamentos,
destacadamente os puçás e cambão. Para a área de estudo acredita-se que
serão raras as ocasiões que necessitem a intervenção da equipe de resgate para
a captura de animais desse porte. Quando diagnosticada in situ a integridade
física do animal e o deslocamento natural para áreas protegidas, evitar-se-á
quaisquer tipos de manejo.

Os animais de pequeno porte serão acondicionados em caixas plásticas com


substrato condizente com a biologia de cada espécie e que não causasse injúrias
aos animais durante o transporte. Animais de médio porte serão acondicionados
em caixas de madeira para o transporte.

Todos os animais capturados e acondicionados que estiverem em bom estado de


saúde serão soltos imediatamente. Aqueles machucados serão encaminhados a
tenda de atendimento para avaliação e destinação.

6.8.2.5. Melissofauna
A metodologia utilizada para realização do resgate dos ninhos e enxames de
abelhas nativas será a Busca Ativa, Encontros Ocasionais e Encontros por
terceiros.

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• Busca Ativa
A Busca Ativa consiste em vasculhar a área de supressão previamente
antes das equipes de supressão chegarem ao local e antes da utilização
das maquinas. Encontrando o enxame localizado em uma árvore íntegra,
esta árvore será marcada com fita zebrada e sua posição geográfica
registrada com aparelho GPS. Será feita a coleta de dados como: altura do
ninho na árvore, orientação da entrada do ninho, espécie desta árvore e a
espécie da abelha, data e horário da coleta. Todos estes dados serão
registrados em fichas de campo para coleta sistemática dos dados.

Posteriormente em momento oportuno (início da manhã ou fim de tarde), o


enxame será resgatado e translocado para área próxima onde não haverá
impacto da obra. O resgate poderá ser efetuado com o tronco íntegro ou
poderá ocorrer transferência do ninho para caixas racionais, caso o tronco
esteja danificado.

• Encontros Ocasionais
Os encontros ocasionais ocorrerão quando a árvore já estiver derrubada e
o próprio operador de motosserra encontrar o ninho com as abelhas
durante as operações de desgalhar e traçar o tronco. Neste caso, será
comunicado para a equipe de resgate, que se deslocará para o local e
efetuará o resgate, coletando os dados possíveis de serem obtidos nesta
situação e transportando o enxame para o Posto fixo.
O resgate poderá ser efetuado com o tronco íntegro ou poderá ocorrer
transferência do ninho para caixas racionais, caso o tronco esteja
danificado.

• Encontros por terceiros


Eventualmente um enxame poderá ser localizado somente na área onde
ficaram as árvores removidas, posteriormente a todo o trabalho de
supressão. Ou ainda, poderá haver comunicação das empresas do entorno
de eventuais enxames que fugiram no momento da supressão. Da mesma

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forma, a equipe será acionada, e efetuará o resgate do enxame de abelhas
nativas. Neste caso, o ponto tomado com as coordenadas geográficas será
o ponto do local de encontro. Nesta situação nem todas as informações e
os dados dos enxames poderão ser recolhidos como, por exemplo, a
identificação da espécie de árvore onde o enxame residia.

Os enxames resgatados nos troncos receberão uma placa de identificação com o


número. Uma planilha digital será constantemente atualizada com o número
tombo e informações básicas dos novos enxames que serão resgatados.

Os ninhos que tiverem que ser acomodados em caixas racionais, que foram
transferidos em campo do tronco original, por este ter sido danificado, receberão
cuidados de limpeza e retirada de insetos predadores e serão identificados com
seu número-tombo.

O enxame resgatado terá destino imediato aos locais de soltura no interior do


mangue e áreas adjacentes.

Caso sejam encontradas abelhas exóticas, como as Apis melífera, serão


encaminhadas para apiários da região, uma vez que trazem risco para a equipe
de resgate e trabalhadores da obra. O mesmo será feito para vespas e
marimbondos encontrados.

6.9. MARCAÇÃO DOS ESPÉCIMES CAPTURADOS


Não haverá marcação dos espécimes capturados para soltura imediata. Os que
forem encaminhados para CETAS terão número de registro, mas não serão
marcados.

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6.10. TRIAGEM, COLETA E DESTINAÇÃO
6.10.1. Triagem
Animais capturados feridos durante as atividades de supressão de vegetação
deverão ser manejados e encaminhados a Tenda de atendimento.

• Coleta de dados do animal


Para todo animal capturado ou coletado deverão ser armazenadas as
informações a seguir:
− Registro de captura - numeração utilizada internamente para controle;
− Local de captura, vias de acesso, margem, etc.;
− Horário e data;
− Responsável pela captura ou coleta;
− Condição física nos momentos da captura, acondicionamento;
− Identificação no mais preciso nível taxonômico e nomenclatura
vernacular;
− Localização geográfica da captura (Coordenadas em UTM);
− Faixa etária e sexagem (quando possível);
− Avaliação clínica;
− Registro fotográficos;
− Destinação (translocação, coleções, instituições receptoras), data e
localização geográfica quando translocados;
− Observações de campo e da Tenda de atendimento.

• Avaliação clínica e triagem


A triagem compreende a avaliação clínica, a identificação da espécie e o
registro fotográfico. Antes de iniciar qualquer atividade relativa à triagem,
será realizada uma avaliação clínica verificando se o animal está apto ao
manuseio necessário a esse procedimento. Serão utilizadas contenção
física para anfíbios e répteis e a associação de contenção física e química
para mamíferos em geral.

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• Tratamento e Anestesias
Indivíduos feridos sofrerão tratamento veterinário na tenda de atendimento
e aqueles que necessitam de intervenção médica e cirúrgica serão
anestesiados.

• Eutanásias
Será feito Segundo a Resolução n.º 1000, de 11 de maio de 2012 do
Conselho Federal de Veterinária.

6.10.2. Destinação de animais feridos


Animais coletados feridos deverão passar pela triagem na tende de atendimento e
dependendo da avaliação veterinária serão encaminhados para CETAS.

6.10.3. Destinação de exemplares mortos


Eventualmente poderá ocorrer mortalidade de algum organismo durante as
etapas de supressão da vegetação. Nesse caso, os animais mortos deverão ser
encaminhados a museus.

6.11. CRONOGRAMA
O cronograma operacional do empreendimento está descrito no Plano de
Supressão de Vegetação, anexo a esse estudo.O afugentamento da fauna aqui
proposto ocorrerá durante todo o tempo de execução da obra.

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7 RESULTADOS E MONITORAMENTO

Os resultados compreenderão o afugentamento e resgate eficiente de todos os


animais ali presentes na área intervinda.

Todas as medidas para que os animais não entrem em contato com os operários
e vias de circulação externas serão desprendidas.

Os técnicos envolvidos realizarão acompanhamento e orientação ao pessoal da


obra, para que todo processo ocorra em acordo.

Ao final dos trabalhos será gerado um relatório sobre as atividades realizadas


sobre o afugentamento e resgate da fauna realizado no local.

Como forma de constatar a eficiência do afugentamento e também das


intervenções realizadas na área após a obra, para a fauna nativa ali existente,
recomenda-se o monitoramento da fauna local, com campanhas trimestrais
durante o primeiro ano e semestrais segundo ano subsequente ao término da
obra.

Os monitoramentos mostraram como está a comunidade faunística existente no


local após a intervenção da obra e servirão para diagnosticar quaisquer
alterações sendo indicadas propostas de mitigação, caso necessário.

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Campinas, 22 de novembro de 2018.

RESPONSÁVEL TÉCNICO

MARIA DE FÁTIMA TONON


Bióloga
CRBio 35.901/01-D
PRÓ-AMBIENTE
ASSESSORIA AMBIENTAL
ART CRBio 2018/08096

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