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PROJETO DE PESQUISA: DIAGNÓSTICO ARQUEOLÓGICO INTERVENTIVO

NA LT 138 KV JÚLIO DE CASTILHOS 1 – JÚLIO DE CASTILHOS 2, MUNICÍPIO


DE JÚLIO DE CASTILHOS (RS).

Processo IPHAN nº 01512.001391/2015-67 - Portaria nº 53, de 25/09/2015

Publicado em DOU em 28/09/2015, nº 185, Anexo I, item 09, p. 15

EXECUÇÃO:
SCIENTIA CONSULTORIA CIENTÍFICA LTDA.
Unidade Florianópolis
Rua 23 de Março, nº 536.
Bairro Itaguaçu
88.085-440 – Florianópolis – SC
Tel./Fax: (48) 3248 8450
Gestora: Drª. Ana Lucia Herberts
E-mail: ana.herberts@scientiaconsultoria.com.br

EMPRENDEDOR:
RGE - Rio Grande Energia S/A
Concessionária de Distribuição de Energia Elétrica
Rua Mario de Boni, nº 1902.
Bairro Floresta
95.012-580 - Caxias do Sul - RS
Responsável pelo Departamento de Meio
Ambiente: Mônica Leite
E-mail: mleite@rge-rs.com.br

INSTITUIÇÃO DE APOIO:
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO - UPF
NÚCLEO DE PRÉ-HISTÓRIA E ARQUEOLOGIA –
NuPHA
Campos I _ BR 285, km 292
99.001-970 – Passo Fundo – RS
Tel./Fax: (54) 3316 8339 / 3316 8337
Coordenador: Prof. Dr. Luiz Carlos Tau Golin
E-mail: pghis@upf.br

FLORIANÓPOLIS, FEVEREIRO DE 2016.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7

2. LOCALIZAÇÃO, CARACTERÍSTICAS E ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO


EMPREENDIMENTO .................................................................................................. 8

2.1. Localização do Empreendimento ................................................................................................. 8

2.2. Características do Empreendimento ............................................................................................ 9

2.3. Áreas de Influência do Empreendimento .................................................................................. 11

3. CONTEXTO AMBIENTAL .................................................................................... 13

3.1. MEIO BIÓTICO .............................................................................................................................. 13


3.1.1. Diagnóstico da Cobertura Vegetal .......................................................................................... 13
3.1.1.1. Apresentação ................................................................................................................... 13
3.1.1.2. Caracterização da Cobertura Vegetal Original ................................................................ 13
3.1.1.3. Região Estepe Gramíneo Lenhosa .................................................................................. 13
3.1.1.3.1 Região Estepe Gramíneo Lenhosa com Floresta de Galeria .................................. 14
3.1.1.4. Caracterização da Cobertura Vegetal Atual..................................................................... 15
3.1.1.5. Estudo Fito sociológico .................................................................................................... 16
3.1.1.6. Espécies Endêmicas, Raras, Ameaçadas de Extinção e Protegidas do Corte ............... 20
3.1.2. Fauna ...................................................................................................................................... 21
3.1.2.1. Diagnóstico da Fauna com Ênfase na Avifauna .............................................................. 21
3.1.2.2. Fauna Terrestre ................................................................................................................ 27

3.2. MEIO FÍSICO ................................................................................................................................. 30


3.1.3. Geologia, Geomorfologia e Pedologia .................................................................................... 30
3.1.3.1. Introdução......................................................................................................................... 31
3.1.3.2. Geologia ........................................................................................................................... 31
3.1.3.2.1 Formação Serra Geral .............................................................................................. 31
3.1.3.2.2 Formação Tupanciretã ............................................................................................. 32
3.1.3.3. Geomorfologia .................................................................................................................. 32
3.1.3.4. Pedologia.......................................................................................................................... 33
3.1.3.5. Considerações ................................................................................................................. 33
3.1.4. Clima ....................................................................................................................................... 34
3.1.5. Hidrologia ................................................................................................................................ 37

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 3
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................. 41

4.1. PROCEDIMENTOS DE CAMPO ................................................................................................... 41

4.2. ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL ............................................................................ 45

5. CONTEXTO ARQUEOLÓGICO, ETNOHISTÓRICO E HISTÓRICO REGIONAL 46

5.1. HISTÓRICO DAS PESQUISAS ARQUEOLÓGICAS ................................................................... 46


5.1.1. 3.1.1. Fase Toropi ................................................................................................................... 48
5.1.2. 3.1.2. Fase Vacacaí ................................................................................................................ 49
5.1.2.1. 3.1.2.1. Subfase Vacacaí “A” ........................................................................................... 49
5.1.2.2. 3.1.2.2. Subfase Vacacaí “B” ........................................................................................... 49
5.1.3. 3.1.3. Fase Canhemborá......................................................................................................... 50
5.1.4. 3.1.4. Fase Missões ................................................................................................................ 52
5.1.5. Sítios Arqueológicos Registrados no CNSA/IPHAN ............................................................... 53
5.1.6. Ocupação Pré-Histórica da Área de Pesquisa........................................................................ 54
5.1.6.1. Caçadoras e Coletoras ..................................................................................................... 54
5.1.6.2. Agricultoras e Horticultoras .............................................................................................. 55

5.2. CONTEXTO ETNOHISTÓRICO .................................................................................................... 57

5.3. CONTEXTO HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE JÚLIO DE CASTILHOS ...................................... 58


5.3.1. Breve Histórico do Município de Júlio de Castilhos ................................................................ 58

6. PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARQUITETÔNICO E CULTURAL NA ÁREA DE


INFLUÊNCIA INDIRETA ........................................................................................... 61

6.1. LEVANTAMENTO DO PATRIMÔNIO CULTURAL ...................................................................... 61


6.1.1. Patrimônio Material ................................................................................................................. 61
6.1.1.1. Patrimônio Material da Cidade de Júlio de Castilhos ...................................................... 61
6.1.1.1.1 Monumento a Convenção da Reserva ..................................................................... 61
6.1.1.1.2 Fazenda da Reserva ................................................................................................ 62
6.1.1.1.3 Fonte Pública ............................................................................................................ 63
6.1.1.1.4 Águas de Santo Antônio ........................................................................................... 64
6.1.1.1.5 Jardim das Esculturas .............................................................................................. 64
6.1.1.1.6 Patrimônio Ferroviário .............................................................................................. 65
6.1.1.2. Patrimônio Imaterial ......................................................................................................... 67
6.1.1.2.1 Invernada de Trova .................................................................................................. 68
6.1.1.2.2 EXPOJUC ................................................................................................................. 68
6.1.1.2.3 Jantar das Etnias ...................................................................................................... 68
6.1.1.2.4 CTG Júlio de Castilhos ............................................................................................. 68

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 4
6.2. LEVANTAMENTO DAS INSTITUIÇÕES CULTURAIS ................................................................ 69
6.2.1. Museu Vila Rica ...................................................................................................................... 69
6.2.2. Centro Cultural Álvaro Pinto .................................................................................................... 70
6.2.3. Biblioteca Pública Municipal Francisco Salles ........................................................................ 71

6.3. LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÃO ORAL .............................................................................. 72

7. PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA - AID ... 75

7.1. VISTORIA DO TRAÇADO ............................................................................................................. 76

7.2. SONDAGENS ARQUEOLÓGICAS ............................................................................................... 84

8. LEVANTAMENTO DE BENS ARQUITETÔNICOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA


INDIRETA – AII ......................................................................................................... 89

8.1. Cemitério Maidana ....................................................................................................................... 90

8.2. Cemitério Portela .......................................................................................................................... 91

8.3. Casa de pedra ............................................................................................................................... 92

8.4. Muro de pedra ............................................................................................................................... 92

8.5. Capela ............................................................................................................................................ 93

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 95

10. EQUIPE TÉCNICA .............................................................................................. 97

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 98

12. ANEXOS ........................................................................................................... 101

Anexo 1: Fichas de Identificação das Instituições Culturais ....................................................... 102

Anexo 3: Fichas de Informação Oral ............................................................................................... 109

Anexo 4: Mapa de Caminhamento na AID DA LT 138 KV JCA 1 – JCA 2 .................................... 117

Anexo 5: Mapa de Vistoria na AID da LT 138 KV JCA 1 – JCA 2 .................................................. 119

Anexo 6: Fichas de Diagnóstico Arqueológico .............................................................................. 121

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 5
Anexo 7: Mapa de Sondagens na LT 138 KV JCA 1 – JCA 2 ........................................................ 124

Anexo 8: Fichas de Sondagem Arqueológica ................................................................................ 126

Anexo 9: Mapa de Localização dos Bens Edificados na AII ......................................................... 137

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 6
1. INTRODUÇÃO

A Linha de Transmissão de Energia Elétrica (LT) 138 kV Júlio de Castilhos 1 (JCA 1) – Júlio
de Castilhos 2 (JCA 2 ), de propriedade da RGE, tem como finalidade a ligação entre as
SE’s JCA 1 (compartilhada entre CEEE-GT e RGE) e JCA 2 (de propriedade da RGE) em
circuito dupla. Esta possui a Licença Prévia de Ampliação concedida pela Fundação
Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), através da LPA nº 583 / 2014-DL, Processo n.º
5094-05.67 / 14-4, expedida em 20/10/2014.

Para a implantação da Linha de Transmissão de Energia Elétrica (LT) 138 kV Júlio de


Castilhos 1 (JCA 1) – Júlio de Castilhos 2 (JCA 2 ), estão sendo realizados estudos
ambientais, buscando mitigar os impactos do empreendimento sobre o meio ambiente,
dentre eles os estudos arqueológicos.

Para a elaboração e execução do projeto de Diagnóstico Arqueológico Interventivo da Área


de Influência Indireta da Linha de Transmissão de Energia Elétrica (LT) 138 kV Júlio de
Castilhos 1 (JCA 1) – Júlio de Castilhos 2 (JCA 2), a empresa RGE - Rio Grande Energia
S/A Concessionária de Distribuição de Energia Elétrica contratou a Scientia Consultoria
Científica, empresa especializada em estudos do patrimônio arqueológico e histórico-
cultural, sediada em São Paulo (SP) e com Unidade em Florianópolis (SC), para realizar os
estudos arqueológicos.

Este projeto tem como objetivo licenciar do ponto de vista da arqueologia, atendendo à
legislação ambiental e de proteção ao patrimônio arqueológico, conforme preconizam a Lei
nº 6.938/81, as Resoluções do CONAMA 01/1986 e 237/1997, e, especialmente, a Portaria
IPHAN 230/2002, considerando os dados disponíveis e os levantamentos necessários à
emissão da licença ambiental.

O Projeto de Pesquisa Diagnóstico Arqueológico Interventivo na LT 138 KV Júlio de


Castilhos 1 - Júlio de Castilhos 2 (SCIENTIA, 2015) foi protocolado no IPHAN em
11/03/2015 (Monica confirmar no original do IPHAN), através do oficio SS 007/2015 na
Superintendência Estadual do IPHAN no Rio Grande do Sul; tendo recebido o número de
Processo IPHAN nº 01512.001391/2015-67. A autorização de pesquisa foi concedida e
publicada pelo IPHAN no Diário Oficial da União através da Portaria nº 53, de 25/09/2015 e
publicada em 28/09/2015, nº 185, Anexo I, item 09, p. 15, tendo validade de seis meses. Os
estudos de campo e as visitas técnicas foram realizadas em dezembro de 2015.

O presente relatório apresenta os resultados deste estudo através da rubrica “Diagnóstico


Arqueológico Interventivo”, contemplando os dados secundários e os primários levantados
em campo.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 7
2. LOCALIZAÇÃO, CARACTERÍSTICAS E ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO
EMPREENDIMENTO

2.1. LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O traçado da LT 138 kV JCA 1 – JCA 2 situa-se integralmente no município de Júlio de


Castilhos, no Estado do Rio Grande do Sul, em zona rural, conforme apresentado na Figura
1.

Figura 1: Localização da LT 138 kV JCA 1 – JCA 2, no município de Júlio de Castilhos (RS).


Elaboração: Scientia, 2015

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 8
Esta LT terá tensão nominal 138 KV, circuito duplo (projeto), circuito simples (lançado),
comprimento de 16.100 metros com aplicação de 44 (quarenta e quatro) estruturas
metálicas a serem instaladas em propriedades particulares. Estão projetados seis vértices
(ver Quadro 1). A largura da faixa de servidão será de 25,00 metros, sendo apenas uma
faixa para ambos os circuitos, e o percurso da linha de transmissão será exclusivamente em
área rural.

COORDENADAS GEOGRÁFICAS
VÉRTICES Datum: SIRGAS 2000
LATITUDE (S) LONGITUDE (W)
V01 -29.275170 -53.498996
V02 -29.280010 -53.510802
V03 -29.271252 -53.567639
V04 -29.255160 -53.601605
V05 -29.245659 -53.648123
V06 -29.240951 -53.653072

Quadro 1: Localização dos vértices da LT 138 kV JCA 1 – JCA 2. Fonte: RGE.

2.2. CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO

A LT 138 kV JCA 1 – JCA 2 será constituída por um circuito duplo trifásico com somente um
terno instalado, tendo a extensão do trecho da LT em projeto é de 16,1 km.

A faixa de passagem será de 25,0 m (2 semi-faixas de 12,5 m a partir do eixo dos cabos
condutores).

SAÍDA DA SE JÚLIO DE CASTILHOS 1

Partindo do pórtico da SE Júlio de Castilhos 1, no município de Júlio de Castilhos - RS, com


coordenadas N= 6758906.130 e E= 257232.300 com uma deflexão de 00º00’00’’, numa
distância de 41,85 metros até o vértice V01. Nesse alinhamento, o eixo da LT em questão,
cruza numa distância aproximada de 29,04 metros sobre a divisa da SE; deste, segue por
12,81 metros até o V01. Seguindo nesse alinhamento, o eixo da LT em questão, segue por
uma área de cultivados.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 9
ENTRE O VÉRTICE V01 E VÉRTICE V02

Partindo do V01, com coordenadas N= 6758938.200 e E= 257205.420 com uma deflexão


76°19'58" E, numa distância de 1267,61 metros até o Vértice V02. Nesse alinhamento, o
eixo da LT em questão, passa por uma área de campo, cultivados e mata nativa.

ENTRE O VÉRTICE V02 E VÉRTICE V03

Partindo do V02, com coordenadas N= 6758376.660 e E= 256068.970 com uma deflexão


35°02'26"D, numa distância de 5609,09 metros até o Vértice V03. Nesse alinhamento, o eixo
da LT em questão, cruza numa distância aproximada de 3012,55 metros sobre uma Estrada
Municipal; deste, segue por 2596,54 metros até o V03. Seguindo nesse alinhamento, o eixo
da LT, passa por terreno de campo, cultivados e mata nativa.

ENTRE O VÉRTICE V03 E VÉRTICE V04

Partindo do V03, com coordenadas N= 6759229.550 e E= 250525.100 com uma deflexão


18°19'54" D, numa distância de 3753,23 metros até o Vértice V04. Nesse alinhamento, o
eixo da LT em questão, cruza numa distância aproximada de 2659,57 metros sobre uma
Estrada Municipal; deste, segue por 1093,66 metros até o V04. Seguindo nesse
alinhamento, o eixo da LT, passa por terreno de campo, cultivados e mata nativa.

ENTRE O VÉRTICE V04 E VÉRTICE V05

Partindo do V04, com coordenadas N= 6760938.020 e E= 247183.260 com uma deflexão


15°14'08" E, numa distância de 4644,07 metros do vértice V05. Nesse alinhamento, o eixo
da LT em questão, cruza numa distância aproximada de 67,40 metros sobre uma Estrada
Municipal; deste, cruza numa distância aproximada de 3580,74 metros sobre uma Estrada
Municipal; deste, cruza numa distância aproximada de 617,23 metros sobre uma Estrada
Municipal; deste, segue por 378,70 metros até o V05. Seguindo nesse alinhamento, o eixo
da LT em questão, passa por terreno de campo, cultivado e mata nativa.

ENTRE O VÉRTICE V05 E VÉRTICE V06

Partindo do V05, com coordenadas N= 6761891.050 e E= 242638.030 com uma deflexão


34°12'59" D, numa distância de 709,94 metros do vértice V06. Nesse alinhamento, o eixo da
LT em questão, passa por terreno de cultivados.

CHEGADA NA SE JÚLIO DE CASTILHOS 2

Partindo do V06, com coordenadas N= 6762402.240 e E= 242145.390 com uma deflexão


52°56'07"D. Seguindo nesse alinhamento, o eixo da LT em questão, segue numa distância
de 35,01 metros até a chegada no Pórtico da SE Júlio de Castilhos 2, com coordenadas N=

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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 10
6762436.820 e E= 242150.860, cruzando sobre a divisa da SE a 14,09 metros; deste segue
por uma distância de 20,92 metros até o pórtico da SE.

2.3. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO

As áreas de influência seguem o padrão para os empreendimentos de LTs da RGE


(conforme a Figura 2), a saber:

a) AII: 500 metros no entorno do empreendimento (limite do mapeamento de uso e


ocupação);

b) AID: servidão (planta);

c) ADA: acessos e locais pontuais das estruturas (mapa de acessos, planta).

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 11
Figura 2: Mapa com as áreas de influência do empreendimento. Elaboração: Scientia, 2015.

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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 12
3. CONTEXTO AMBIENTAL1

3.1. MEIO BIÓTICO

3.1.1. Diagnóstico da Cobertura Vegetal

3.1.1.1. Apresentação

Este capítulo apresenta um diagnóstico da cobertura vegetal nas Áreas de Influência Direta
e Indireta da futura LT 138 kV Júlio de Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2.

Este material segue a metodologia proposta no item 9 do formulário para linhas de


transmissão da FEPAM, e tem como principal objetivo descrever e apresentar as
características ambientais do local que receberá o empreendimento visando a obtenção de
Licença Prévia.

3.1.1.2. Caracterização da Cobertura Vegetal Original

O projeto RADAMBRASIL foi a principal fonte de consulta para esta caracterização, pois é
um dos trabalhos que descreve as formações vegetais do estado o mais próxima do original.
Segundo o RADAMBRASIL o empreendimento transcorre, em sua totalidade, a região
fitogeográfica denominada Estepe gramíneo lenhosa (campestre) com floresta de galeria.

3.1.1.3. Região Estepe Gramíneo Lenhosa

A formação Gramíneo-Lenhosa representa a quase totalidade da Região da Estepe no


território rio-grandense, recobrindo uma superfície de 26.518 km2. A fitofisionomia atual
desta formação espelha um “Clímax-de-fogo” que foi acentuado no período pós-colombiano
pela introdução da pecuária

Nos locais de relevo aplainado com drenagem lenta e nas áreas submetidas a intensa
lotação de gado, predominam as gramíneas rizomatosas (geófitas), principalmente dos
gêneros Paspalum e Axonopus, que formam um tapete graminoso baixo e denso. Dentre as
inúmeras espécies dos gêneros acima citados merecem destaque Paspalum notatum
(grama-forquilha) e Axonopus fissifolius (grama-jesuíta). A primeira, com larga dispersão em
todos os "campos-sul-brasileiros", é de grande importância forrageira e ocupa
preferencialmente terrenos secos e bem drenados. A segunda, também com expressiva
dispersão, é preferencial de terrenos aplainados, úmidos, e de solos profundos.

1
Os dados foram extraídos das Informações Básicas de Caracterização Ambiental da LT 138 KV
Júlio de Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2. RGE – Rio Grande Energia S.A. (RGE – RIO GRANDE
ENERGIA, 2015).

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 13
Nas áreas de relevo suavemente ondulado e ondulado (coxilhas), não submetidas a um
pastoreio excessivo, a cobertura campestre apresenta uma composição florística mais
diversificada, ocorrendo ali dois estratos graminosos distintos: um baixo e denso e outro alto
e aberto.

3.1.1.3.1 Região Estepe Gramíneo Lenhosa com Floresta de Galeria

No âmbito da Estepe Gramíneo-Lenhosa foram identificadas quatro pequenas áreas


correspondentes à subformação com floresta-de-galeria (Egf), totalizando uma superfície de
908 km2. Estas áreas distribuídas ao longo dos divisores de água entre os rios Negro, Ibicuí
e Quaraí, em relevos ondulados. Fitofisionomicamente, esta subformação apresenta, além
do tapete gramíneo-lenhoso (já descrito), a rede de drenagem flanqueada por galerias
arbóreas.

Ao longo das drenagens que apresentam deposições recentes (terraços), periodicamente


inundáveis, as galerias arbóreas são descontínuas e abertas, formadas por Erythrina
cristagalli (corticeira), Sebastiania klotzschiana (branquilho), Sebastiania schottiana
(sarandi), Salix humboldtiana (salgueiro), Pouteria salicifolia (mata-olho-branco), além de
outras, quase sempre acompanhando os cursos de água encaixados, sem deposições
recentes. Ocorrem fanerófitas xerófitas, características da Estepe, destacando-se Acacia
farnesiana (espinilho), Gleditschia amorphoides (coronda), Acanthosyris spinescens
(sombra-de-touro), Ruprechtia laxiflora (farinha-seca), Parkinsonia aculeata (cina-cina),
Acacia bonariensis (unha-de-gato), Patagonula americana (guajuvira), Luehea divaricata
(açoita-cavalo) e outras. O espinilho e a cina-cina ocorrem de forma esporádica, geralmente
formando pequenos parques, nas áreas de afloramentos rochosos.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 14
Figura 3: Unidades de Vegetação do Rio Grande do Sul: Região da Floresta Estacional
Decidual.

3.1.1.4. Caracterização da Cobertura Vegetal Atual

A ocupação do solo na área de influência do empreendimento é predominante de lavouras,


apenas locais que não permitem a utilização de maquinários agrícolas permanecem com
cobertura vegetal nativa. Os reduzidos fragmentos florestais nativos são predominantemente
ciliares e encontram-se nos estágios inicial e médio de regeneração, conforme a resolução
CONAMA 033/94. Nos períodos mais chuvosos do ano estes fragmentos associam-se a
áreas úmidas e nos períodos de estiagem estas áreas tendem a secar não permitindo a

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 15
presença de vegetação ou fauna associada à vida aquática. Este solo saturado, boa parte
do ano, dificulta a agricultura e normalmente é utilizado para a criação de gado bovino, que
utilizam os fragmentos florestais como abrigo e os recursos hídricos como fonte de água.

A valorizada cultura da soja é predominante na região, sendo que o plantio de espécies


arbóreas exóticas é de menor interesse comercial, os eventuais fragmentos florestais de
espécies exóticas são predominantemente do gênero Eucalyptus e estão ligados à
necessidade do uso de madeira nas propriedades sendo muito raro plantios comerciais.

A fitossociologia encontrada na região do empreendimento é apresentada na forma do


estudo a seguir.

3.1.1.5. Estudo Fito sociológico

A baixa intensidade de matas nativas na área de influência direta (20 m) e indireta (500 m)
do empreendimento forçosamente levou o estudo à procura de formações além desta,
porém na mesma região e condições fito fisionômicas similares. Foram levantadas 12
parcelas amostrais de 100m² (10m x 10m).

Tabela 1: Localização das parcelas amostradas.


Coord. Geográficas Sirgas 2000
Parcela
Latitude Longitude
1 -29,26848 -53,51058
2 -29,27149 -53,55009
3 -29,27980 -53,55000
4 -29,25606 -53,56049
5 -29,26256 -53,58304
6 -29,26268 -53,60041
7 -29,25392 -53,61944
8 -29,25071 -53,61782
9 -29,25130 -53,63166
10 -29,25364 -53,63083
11 -29,24269 -53,63313
12 -29,24521 -53,66196

Na composição florística da área de estudo foram registradas 183 indivíduos de 29


espécies, divididas em 35 gêneros e 23 famílias, sendo incluída a categoria das árvores
mortas e uma espécie que não apresentou características para a identificação. Esta riqueza
florística é inferior àquela encontrada por DIAS et al. (1996), em dois morros testemunhos
na mesma região quando foram observadas 70 espécies de 58 gêneros e 29 famílias.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 16
Figura 4: Curva espécie área.

Nota-se que a curva coletora tende a estabilizar a partir de 700 m² (parcela 7) e a partir 1000
m² (parcela 10) já não mais ocorreram o ingresso de novas espécies. Tendo em vista que
em todas as disposições possíveis a curva tende a estabilizar o número de parcelas
amostradas é considerado suficiente para a representatividade da vegetação amostrada.

A florística encontrada nas parcelas amostradas é apresentada na

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 17
Tabela 2. Esta mostra que a espécie Campomanesia xanthocarpa O.Berg (guabiroba) com
21 indivíduos representando 11% do total, seguida da espécie Sebastiania serrata (Klotzch)
Müll.Arg. (branquilho) com 9,3% e Cupania vernalis Cambess (camboatá-vermelho) com
8,2% do total. A tabela também mostra que 11 espécies representadas apenas por um
indivíduo, somadas representam 5,5% da amostragem.

As famílias com maior riqueza foram a Fabaceae e a Myrtaceae com 10,26% do total cada
uma delas, como mostra a Figura 5.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 18
Tabela 2: Florística das espécies encontradas.

Nome Popular Nome científico Família N %


laranjeira-do-mato Actinostemon concolor (Spreng.) Müll.Arg. Euphorbiaceae 1 0,5
tanheiro Alchornea triplinervia (Spreng.) M. Arg. Euphorbiaceae 5 2,7
chal-chal Allophylus edulis (A.St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk. Sapindaceae 4 2,2
araucária Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze Araucariaceae 6 3,3
cangerana Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Meliaceae 5 2,7
guabiroba Campomanesia xanthocarpa O.Berg Myrtaceae 21 11
guajuvira Cordia americana (L.) Gottshling & J.E.Mill. Boraginaceae 6 3,3
louro Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud. Boraginaceae 2 1,1
camboatá-vermelho Cupania vernalis Cambess. Sapindaceae 15 8,2
rabo-de-bugio Dalbergia frutescens (Vell.) Britton Fabaceae 1 0,5
sucará Dasyphyllum spinescens (Less.) Cabrera Asteraceae 4 2,2
xaxim Dicksonia sellowiana Hook. Dicksoniaceae 2 1,1
aperta-cu Eugenia hiemalis Cambess. Myrtaceae 2 1,1
cerejeira Eugenia involucrata DC. Myrtaceae 4 2,2
figueira Ficus sp. Moraceae 1 0,5
canela-de-veado Helietta apiculata Benth. Rutaceae 5 2,7
guaraperê Lamanonia ternata Vell. Cunoniaceae 1 0,5
cipó Bignonia sp. Bignoniaceae 2 1,1
açoita-cavalo Luehea divaricata Mart. & Zucc. Malvaceae 11 6
farinha-seca Machaerium paraguariense Hassl. Fabaceae 11 6
camboatá-branco Matayba elaeagnoides Radlk. Sapindaceae 7 3,8
jacatirão Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin Melastomataceae 1 0,5
morta morta morta 4 2,2
guabiju Myrcianthes pungens (O.Berg) D. Legrand Myrtaceae 2 1,1
capororoca Myrsine umbellata Mart. Primulaceae 2 1,1
não identificada não identificada não identificada 5 2,7
canela-preta Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez Lauraceae 4 2,2
canela-guaicá Ocotea pulchela (Rich.) Nees Lauraceae 1 0,5
angico-vermelho Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan Fabaceae 1 0,5
pinheiro-bravo Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl. Podocarpaceae 12 6,6
pessegueiro-do-mato Prunus myrtifolia (L.) Urb. Rosaceae 1 0,5
ariticum Annona sylvatica A. St.-Hil. Annonaceae 1 0,5
branquilho Sebastiania serrata (Klotzch) Müll.Arg. Euphorbiaceae 17 9,3
unha-de-gato Senegalia bonariensis (Gillies ex Hook. & Arn.) Seigler & Ebinger Fabaceae 2 1,1
fumo-bravo Solanum mauritianum Scop. Solanaceae 1 0,5
cincho Sorocea bonplandii (Baill.) W.C. Burger, Lanjouw & Boer Moraceae 5 2,7
carne-de-vaca Styrax leprosus Hook. & Arn. Styracaceae 5 2,7
jerivá Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Arecaceae 2 1,1
mamica-de-cadela Zanthoxylum rhoifolium Lam. Rutaceae 1 0,5
TOTAL 183 100
* N – número de indivíduos

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 19
Figura 5: Distribuição das famílias.

3.1.1.6. Espécies Endêmicas, Raras, Ameaçadas de Extinção e Protegidas do Corte

A Tabela 3 mostra as espécies raras, ameaçadas ou protegidas encontradas nas parcelas


amostrais.

Tabela 3: Espécies imunes ao corte.


Coord. Geográfica Sirgas 2000
Nome Científico DAP(cm) Altura(m)
Latitude Longitude
Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze 38 18 -29,25605 -53,56047
Dicksonia sellowiana Hook. 9 2 -29,27983 -53,55093
Dicksonia sellowiana Hook. 5 2 -29,24266 -53,63304
Ficus sp. 41 24 -29,26848 -53,51064
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman 20 12 -29,27974 -53,55108

Estas espécies encontram-se fora da área de efetivo manejo da LT e não sofrerão qualquer
interferência durante a instalação do empreendimento.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 20
Foto 1: Exemplo de parcela com vegetação Foto 2: Exemplo de parcela com vegetação
com indivíduos de grande, local que serve nativa em estágio médio de regeneração.
de abrigo para o gado não permitindo a
regeneração natural.

Foto 3: Vista geral do fragmento de mata Foto 4: Vegetação da parcela 10 com


nativa da parcela 09. elevado nível de antropização.

3.1.2. Fauna

3.1.2.1. Diagnóstico da Fauna com Ênfase na Avifauna

Este levantamento dá ênfase à avifauna, mas inclui os dois principais grupos terrestres
(mastofauna e herpetofauna) e permite identificar os potenciais riscos que a implantação da
LT (cabos e estruturas de sustentação) pode oferecer aos grupos citados.

O traçado proposto para instalação da LT apresenta setores planos e outeiros, entre os


quais ocorrem rios e riachos que cortam os campos e as matas nativas estágios inicial e
médio de regeneração.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 21
Este estudo tem como propósito identificar as espécies da fauna, com ênfase na avifauna e
relacioná-las aos ecossistemas existentes para identificar os possíveis riscos que a
implantação da LT possa lhes oferecer.

A identificação das espécies e a busca por indícios de sua presença (tocas, fezes, ossos,
pegadas e ninhos) se realizou atendendo parte da metodologia sugerida pela FEPAM
descrita no item 10 do formulário para linhas de transmissão.

Esta região está representada por escassas comunidades florestais nativas secundárias,
principalmente em áreas próximas aos rios e riachos, associadas aos campos de pastagens.

Na área estudada há abundante rede de drenagem e áreas úmidas, ao longo do traçado


proposto o relevo mostra leves desníveis topográficos. Devido à baixa declividade do
terreno, a maioria das áreas está ocupada por culturas de ciclo curto e pastagens.

Tecnicamente, a intensa ocupação do solo para fins agrícolas é vista como a principal causa
da redução na diversidade de espécies. Esta redução ocorre principalmente pela redução de
habitats naturais e pelos riscos que a utilização de defensivos oferece quando do consumo
da produção agrícola, pela fauna.

Imagens de satélite fornecidas pelo software Google Earth auxiliaram na definição dos
pontos de observação (PO) para identificação das espécies ocorrentes. A seleção dos
pontos considerou as áreas aparentemente mais atrativas à fauna e mais próximas do eixo
central da LT projetada, entre as quais se incluem ambientes abertos (áreas de campo,
banhados e cursos d’água) e áreas sombrias (interior de matas nativas e exóticas). Áreas
próximas ao perímetro urbano de Júlio de Castilhos não foram incluídas neste estudo.

No total foram definidos sete (07) pontos para identificação das espécies, dentro dos limites
da área de influência do empreendimento pretendido e áreas próximas a esta.

Tabela 4: Coordenadas dos pontos de observação.


Ponto de Coord. Geográfica Sirgas 2000
Observação Latitude Longitude
P 01 -29,2465844 -53,6496690
P 02 -29,2529008 -53,6299381
P 03 -29,2518889 -53,6185355
P 04 -29,2597574 -53,5934398
P 05 -29,2717098 -53,5644812
P 06 -29,2727879 -53,5510505
P 07 -29,2781642 -53,5177849

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 22
A classificação das espécies e das famílias as quais pertencem seguiu a classificação
utilizada por Helmut Sick (SICK, 1997) e Willian Belton (BELTON, 1994).

O levantamento das espécies foi realizado in loco entre os dias 31 de março e 04 de abril de
2014. As observações foram realizadas nos pontos pré-definidos, com uso de Binóculo e por
reconhecimento da vocalização das aves. O registro das espécies e de seus
comportamentos foi feito em caderneta de campo, e o registro fotográfico de algumas
espécies foi feito com uso de câmera marca Canon, modelo Rebel XT 350D. Algumas
gravações de vocalização foram feitas para confirmação posterior da espécie.

Os trabalhos de campo se estenderam das 07h45min às 18h entre os dias de trabalho. O


tempo de observação nos pontos pré-estabelecidos somou 23 horas, além das observações
realizadas em pontos aleatórios durante os deslocamentos de um ponto definido a outro.

Neste levantamento foram identificadas oitenta (80) espécies pertencentes a vinte e oito (28)
famílias. A Tabela 5, a seguir, apresenta a relação destas espécies.

Tabela 5: Informa a relação das espécies identificadas.


Família Táxon Nome Vernáculo
Rupornis magnirostris gavião-carijó
Buteogallus urubitinga gavião-preto
ACCIPTRIDAE
Elanus leucurus gavião-peneira
Elanus forficatus gavião-tesoura
Anas geórgica marreca-parda
Amazonetta brasiliensis marreca-pé-vermelho
ANATIDAE
Dendrocygna viduata irerê
Oxiura dominica marreca-bico-roxo
Egretta thula garça-branca-pequena
ARDEIDAE Syrigma sibilatrix maria-faceira
Casmerodius albus garça-branca-grande
CARADHRIIDAE Vanellus chilensis quero-quero
CARIAMIDAE Cariama cristata seriema
Coragyps atratus urubu-cabeça-preta
CATHARTIDAE
Cathartes aura urubu-cabeça-vermelha
Columba minuta rolinha-de-asa-canela
Zenaida auriculata pomba-de-bando
Columbina passerina rolinha-cinzenta
Leptotila verreauxi juriti-pupu
COLUMBIDAE Columbina picui rolinha-picuí
Leptotila rufaxilla juriti-gemedeira
Columba plumbea pomba-amargosa
Columba cayennensis pomba-galega
Columba picazuro pombão
CORVIDAE Cyanocorax chrysops gralha-picaça
CRACIDAE Penelope obscura jacu-açu
CUCULIDAE Guira guira anu-branco
Lepidocolaptes squamatus arapaçu-escamado
DENDROCOLAPTIDAE
Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde
Basileuterus leucoblepharus pula-pula-assobiador
EMBEREZIDAE Embernagra platensis sabiá-do-banhado
Parula pitiayumi mariquita

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 23
Família Táxon Nome Vernáculo
Coereba flaveola cambacica
Pseudoleistes guirahuro chopim-do-brejo
Paroaria coronata cardeal
Basileuterus culicivorus pula-pula
Molothrus badius asa-de-telha
Sporophila caerulescens coleirinho
Euphonia chlorotica fim-fim
Zonotrichia capensis tico-tico
Sicalis flaveola canário-da-terra-verdadeiro
Poospiza lateralis quete
Haplospiza unicolor cigarra-bambu
Leistes superciliaris polícia-inglesa
Molothrus bonariensis vira-bosta
Thraupis sayaca sanhaço-cinza
Ammodramus humeralis tico-tico-do-campo
Volatinia jacarina tiziu
Mivalgo chimango gavião-chimango
FALCONIDAE
Polyborus plancus carcará
Thamnophilus caerulescens choca-da-mata
FORMICARIIDAE
Thamnophilus ruficapillus choca-boné-vermelho
Furnarius rufus joão-de-barro
FURNARIIDAE Synallaxis spixi joão-teneném-do-brejo
Anumbius annumbi cochicho
MIMIDAE Mimus saturninus sabiá-do-campo
Turdus amaurochalinus sabiá-pardo
MUSCICAPIDAE Turdus rufiventris sabiá-laranjeira
Turdus leucomelas sabiá-barranco
Colaptes campestris pica-pau-do-campo
PICIDAE Picumnus nebulosus pica-pau-anão-carijó
Colaptes melanochlorus pica-pau-verde-barrado
Myiopsitta monachus caturrita
PSITTACIDAE Forpus xanthopterygius tuim
Amazona petrei papagaio-charão
Aramides ypecaba saracuraçu
RALLIDAE Aramides saracura saracura-do-brejo
Gallinula chloropus galinhola
RECURVIROSTRIDAE Himantopus melanurus pernilongo
STRIGIDAE Speotyto cunicularia coruja-buraqueira
Theristicus caudatus curicaca
THRESKIORNITHIDAE
Plegadis chihi maçarico-preto
THROCHILIDAE Anthracothorax nigricollis beija-flor-de-veste-preta
THROGLODYTIDAE Troglodytes aedon corruíra
TINAMIDAE Nothura maculosa perdiz
Pitangus sulphuratus bem-te-vi
Machetornis rixosa suiriri-cavaleiro
TYRANNIDAE
Xolmis irupero noivinha
Phylloscartes ventralis borboletinha-do-mato
VIREONIDAE Cyclarhis gujanensis pitiguari

Durante os trabalhos foi constatada a ocorrência de quinze (15) espécies relevantes neste
estudo, cujos representantes apresentam dimensões corporais e/ou hábitos de voo que lhes
atribuem maior vulnerabilidade a impactar-se com os cabos da LT.

A Tabela 6 a seguir relata quais são estas espécies, e informa suas características:

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 24
Tabela 6: Relação das espécies com tamanho e característica de voo.
Nome científico Nome popular Tamanho Hábito de voo
Rupornis magnirostris gavião-carijó 36cm alto
Buteogallus urubitinga gavião-preto 67cm alto
Elanus leucurus gavião-peneira 43cm alto
Egretta thula garça-branca-pequena 54cm alto, às vezes em grupo
Syrigma sibilatrix maria-faceira 53cm média altura, às vezes em grupo
Casmerodius albus garça-branca-grande 90cm alto, às vezes em grupo
Coragyps atratus urubu-cabeça-preta 62cm alto, em bando
Cathartes aura urubu-cabeça-vermelha 76cm associado a bando distinto
Penelope obscura jacu-açu 66cm baixo, em grupo
Mivalgo chimango gavião-chimango 40cm alto, às vezes em grupo
Polyborus plancus carcará 64cm alto
Myiopsitta monachus caturrita 30cm frequentemente em bando
Amazona petrei charão 32cm alto, em grupo
Theristicus caudatus curicaca 70cm em grupo
Plegadis chihi maçarico-preto 54cm alto, em bando

Foto 5: Molothrus badius (asa-de-telha). Foto 6: Buteogallus urubitinga (gavião-preto).

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 25
Foto 7: Xolmis irupero (noivinha). Foto 8: Nothura maculosa (perdiz).

Foto 9: Phimosus infuscatus (chapéu-velho). Foto 10: Speotyto cunicularia (coruja-


buraqueira) ao lado do ninho.

Foto 11: Ninho de Anumbius annumbi, em Foto 12: Pseudoleistes guirahuro (chopim-do-
uso. brejo).

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 26
3.1.2.2. Fauna Terrestre

Os trabalhos referentes à fauna terrestre e aérea noturna foram realizados por meio de
observações em campanha única, na noite do dia 03 de abril, no ponto de observação PO-
02. O ponto referido apresenta características naturais atrativas para o aporte dos
espécimes, e permite que as observações sejam realizadas com maior segurança para o
observador devido à proximidade de residência. Esta campanha resultou na visualização
das seguintes espécies da fauna terrestre noturna: Conepatus chinga (zorrilho), Didelphis
albiventris (gambá-de-orelha-branca), Dusicyon thous (graxaim-do-mato) e Dasypus
hybridus (tatu-mulita), e da espécie Otus choliba (corujinha-do-mato) integrante da avifauna
noturna, identificada pela vocalização.

Os trabalhos referentes à fauna terrestre noturna seguiram a mesma metodologia utilizada


para o levantamento da fauna diurna, com inclusão do uso de lanterna.

A Tabela 7 informa as espécies identificadas em campo na campanha noturna.

As espécies relatadas resultam de informações adquiridas junto aos moradores da região, e


do registro de pegadas e outros vestígios observados nas campanhas diurnas cuja
ocorrência das espécies foi confirmada com o relato dos moradores. Os relatos também
confirmaram a ocorrência das espécies visualizadas na campanha noturna. A Tabela 8,
informa as espécies e os nomes dos informantes.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 27
Tabela 7: Informa os dados relativos à campanha noturna (avifauna e fauna terrestre).
Modo de Comportamento Qtd. total
Ponto Fixo PO-02 Descrição da área Espécies Nome popular Qtd.
identificação social no ponto
Data 03/04/14 Mata nativa ciliar Otus choliba corujinha-do-mato canto só 01 01
UTM 22J secundária em estágio Dusicyon thous graxaim-do-mato visual só 01 01
Posição Global
médio de regeneração
Lat ponto central 6761127 natural, lavoura de Dasypus hybridus tatu-mulita visual só 01 01
Lon ponto central 244423 soja. Terreno com Conepatus chinga zorrilho visual só 01 01
Lat limite vante 6761105 pouca declividade Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca visual só 01 01
Lon limite vante 244675
Lat limite ré 6761182
Lon limite ré 244179
Lat limite lat dir 6760883
Lon limite lat dir 244391
Lat limite lat esq 6761385
Lon limite lat esq 244467
Temperatura inicial 20ºC
Vento fraco
Céu encoberto
Tempo de obs. 1h30min
Início 20h00min
Fim 21h00min

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 28
Tabela 8: Espécies observadas
Ponto Espécie Nome popular Informante
PO-04 Nasua nasua coati Natalino Stefanelo
PO-04 Dusicyon thous graxaim-do-mato Natalino Stefanelo
PO-04 Euphractus sexcinctus tatu-peludo Natalino Stefanelo
PO-04 Dasypus hybridus tatu-mulita Natalino Stefanelo
PO-04 Mazama americana veado-mateiro Natalino Stefanelo
PO-04 Ozotocerus bezoarticus veado-campeiro Natalino Stefanelo
PO-04 Dusicyon sp. graxaim Natalino Stefanelo
PO-04 Nasua nasua coati Natalino Stefanelo
PO-04 Lepus capensis lebre-europeia Natalino Stefanelo
PO-04 Sylvilagus brasiliensis tapiti Natalino Stefanelo
PO-04 Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Natalino Stefanelo
PO-04 Rhinocerophis alternatus cruzeira Natalino Stefanelo
PO-04 Galictis cuja furão Natalino Stefanelo
PO-04 Micrurus corallinus coral-verdadeira Natalino Stefanelo
PO-04 Bothrops sp. jararaca Natalino Stefanelo
PO-04 Philodryas patagoniensis cobra-papa-pinto Natalino Stefanelo
PO-04 Galictis cuja furão Natalino Stefanelo
PO-05 Leimadophis almadensis jararaquinha-do-campo Ricardo Romagna
PO-05 Alouatta clamitans bugio Ricardo Romagna
PO-05 Coendou villosus ouriço-cacheiro Ricardo Romagna
PO-05 Caudisona durissa cascavel Ricardo Romagna
PO-05 Mazama americana veado-mateiro Ricardo Romagna
PO-05 Ozotocerus bezoarticus veado-campeiro Ricardo Romagna
PO-05 Euphractus sexcinctus tatu-peludo Ricardo Romagna
PO-05 Dasypus hybridus tatu-mulita Ricardo Romagna
PO-05 Dasyprocta azareae cutia Ricardo Romagna
PO-05 Agouti paca paca Ricardo Romagna
PO-05 Hydrochaeris hidrochaeris capivara Ricardo Romagna
PO-05 Myiocastor coypus ratão-do-banhado Ricardo Romagna
PO-05 Felis tigrina gato-do-mato-pequeno Ricardo Romagna
PO-05 Procyon cancrivorus mão-pelada Ricardo Romagna
PO-05 Dusicyon thous graxaim-do-mato Ricardo Romagna
PO-05 Lutra longicaudis lontra Ricardo Romagna
PO-05 Philodryas patagoniensis cobra-papa-pinto Ricardo Romagna
PO-05 Nectomys squamipes rato-d’água Ricardo Romagna
PO-05 Micrurus corallinus coral-verdadeira Ricardo Romagna
PO-05 Bothrops sp. jararaca Ricardo Romagna
PO-05 Lepus capensis lebre-europeia Ricardo Romagna
PO-05 Sylvilagus brasiliensis tapiti Ricardo Romagna
PO-05 Dasypus novemcinctus tatu-galinha Ricardo Romagna

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 29
Foto 13: Toca de Dasypus novemcictus Foto 14: Toca de Dasypus hybridus (tatu-
(tatu-galinha). mulita).

Foto 15: Myiocastor coypus (ratão-do- Foto 16: Pegada de Dasyprocta azareae
banhado). (cutia).

Foto 17: Pegada de Dusicyon thous Foto 18: Pegada de Nectomys squamipes
(graxaim-do-mato). (rato-d’água).

3.2. MEIO FÍSICO

3.1.3. Geologia, Geomorfologia e Pedologia

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 30
3.1.3.1. Introdução

Segundo Kaul (1990), o Rio Grande do Sul é constituído por terrenos rochosos cuja
origem ou transformação recuam aos mais diferentes períodos da história da crosta
terrestre, trazendo o registro de distintos eventos geodinâmicos. Do Arqueano Precoce
aos tempos cenozoicos, os processos magmáticos, metamórficos e sedimentares,
aliados aos movimentos tectônicos, foram engendrando uma crosta cada vez mais
diferenciada e mais estável, com predomínio, de modo geral crescente, da atividade
sedimentogênica sobre as atividades ígneo-metamórficas.

Para a implantação de empreendimentos de infraestruturas, conhecer o arcabouço


geológico torna-se imprescindível para o sucesso das construções. No caso de linhas de
transmissão de energia elétrica, conhecer a geologia, geomorfologia e pedologia local é
imprescindível, pois a definição do melhor traçado está diretamente ligada nestes
aspectos.

As informações contidas neste capítulo não têm como objetivo uma descrição detalhada
do meio físico, necessárias para determinarem os tipos de fundações que serão
utilizados nas torres, mas sim dar ênfase ao contexto ambiental da área de influência do
empreendimento, trazendo as informações necessárias ao processo de licenciamento
ambiental do empreendimento.

3.1.3.2. Geologia

A geologia regional e local foi definida utilizando-se dados bibliográficos disponíveis, bem
como mapas e imagens de satélite. O mapa geológico área de estudo foi elaborado
através da compilação de mapas disponibilizados pelo CPRM – Serviço Geológico do
Brasil, cartas do IBGE e mapas do projeto RADAMBRASIL.

O traçado da LT 138 kV Júlio de Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2 transcorre por duas


formações geológicas distintas: A formação da Serra Geral e a formação Tupanciretã.

3.1.3.2.1 Formação Serra Geral

A Formação Serra Geral pertence ao grupo São Bento, é datada do jurássico, mas pode
ser encontrada entremeada aos depósitos mais recentes.

A designação de Formação Serra Geral refere-se à província magmática relacionada aos


derrames e intrusivas que recobrem 1,2x106 km2 da Bacia do Paraná, abrangendo toda
a região centro-sul do Brasil e estendendo-se ao longo das fronteiras do Paraguai,
Uruguai e Argentina.

Os derrames de lavas da porção centro-sul são diferentes daqueles da porção centro-


norte da Bacia do Paraná. Os derrames da porção centro-norte deram origem a rochas
básicas e ácidas com maiores teores de fósforo, potássio, e titânio, principalmente

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 31
basaltos e basalto-andesitos de filiação toleítica. Já os derrames da porção centro-sul
deram origem a rochas básicas e ácidas mais pobres nesses elementos, como o próprio
basalto e riolitos e riodacitos que caracterizam uma associação litológica bimodal (basalto
- riolito). No Rebordo do Planalto da Bacia do Paraná, na região central do Estado do Rio
Grande do Sul é possível verificar essa associação bimodal.

As rochas da Sequência Inferior da Formação Serra Geral (basaltos-andesitos toleíticos)


apresentam coloração cinza-escura e são constituídas por plagioclásio cálcico,
clinopiroxênio, magnetita e material intersticial de quartzo e material desvitricado.

Na região do empreendimento pode-se dizer que a sequência básica é constituída


predominantemente por rochas efusivas, as quais são reunidas em três grandes grupos:
basaltos, adesitos e basaltos vítreos. As efusivas ácidas normalmente encontradas são
agrupadas em quatro tipos petrográficos: basaltos pórfitos, dalcitos e riodacitos felsíticos,
riolitos felsíticos e fenobasaltos vítreos (FRASCÁ e SARTORI, 1998). As efusivas
básicas, continentais, toleicas comumente basaltos e fenobasaltos. Normalmente
capeando as efusivas básicas, ocorre uma sequência de rochas de composição ácida
constituída por riofilos felsíticos, riodacitos felsíticos, dalciticos felsíticos e seus
correspondentes em termo vítreos (IBGE, 1986).

3.1.3.2.2 Formação Tupanciretã

Esta formação tem sua composição a partir de um conjunto litológico bastante


heterogêneo onde predominam conglomerados, arenitos e intercalações de delgadas
camadas de argila. São constituídos por seixos e blocos de basalto, os arenitos são mal
classificados, com granulometria fina e média de cor vermelha ou rosa. Camadas
argilosas e conglomerados contendo seixos de basalto e diferenciados ácidos que
constituem o litossoma basal. Apresentam normalmente estratificação paralela e cruzada
de pequeno porte, tendo sido depositados em ambiente fluvial, de modo geral ocorre nas
partes mais elevadas da topografia (IBGE, 1986).

3.1.3.3. Geomorfologia

Já do ponto de vista da constituição geomorfológica o traçado da LT encontra-se


plenamente inserido no Domínio Morfoestrutural das Bacias e Coberturas Sedimentares
na Região Geomorfológica do Planalto das Missões na unidade geomorfológica do
Planalto de Santo Ângelo, que se caracteriza por forma bastante homogênea, com
colinas suaves e arredondadas (coxilhas) que são esculpidas em rochas vulcânicas
básicas da Formação Serra Geral e nas rochas sedimentares, em menores proporções,
da formação Tupanciretã.

O Planalto Santo Ângelo é a única unidade da região Geomorfológica do Planalto das


Missões podendo-se dizer que suas características são as mesmas. Estes caracterizam-
se por um relevo de dissecação homogênea, com cota altimétrica na região do

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 32
empreendimento em torno de 400m de altitude, mostrando densidade de drenagem
grosseira, com aprofundamento dos vales fluviais entre 22 e 28 metros. É comum a
ocorrência de arroios, sangas, zonas deprimidas e brejosas. Os arroios referem-se a
cursos fluviais de médio porte, muitas vezes, diretamente ligados ao canal principal dos
rios mais importantes da área e não somente a pequenos rios. As sangas qualificam
cursos fluviais de pequenos calibres, pertencentes às menores ordens de grandeza na
classificação das redes fluviais (IBGE, 1986).

3.1.3.4. Pedologia

Fez-se a inserção do traçado no Mapa de Solos do Rio Grande do Sul (STRECK,


KEMPF, et al., 2002) e na carta SH.22-V-C do IBGE. A partir destas informações é
possível classificar e caracterizar a pedologia regional baseando-se em dados
bibliográficos disponíveis.

A pedologia local foi feita através de trabalho de campo em locais que permitiram a
visualização das características dos perfis do solo, tais como: afloramentos, cortes nas
margens de estrada, locais com presença de intemperismo, erosão dentre outros.

O traçado da LT transcorre por área rural do município de Júlio de Castilhos, onde


predominam o cultivo de lavouras e campos de pastagem, estes campos estão
normalmente associados as áreas mais úmidas que dificultam o manejo do solo por
máquinas agrícolas.

O traçado está inserido em dois tipos de solo, aproximadamente 8 km do início estão


sobre o Latossolo Vermelho-Escuro Álico e o restante está sobre o Podzólico Vermelho-
Escuro Álico.

O Latossolo Vermelho-Escuro Álico da região do empreendimento possui A moderado e


proeminente com textura média com relevo suave ondulado, e o Podzólico Vermelho-
Escuro Álico possui A proeminente textura argilosa/muito argilosa e média argilosa e
solos Litílicos distróficos e álicos, substrato riodacitos com relevo suave ondulado e
ondulado em alguns trechos.

3.1.3.5. Considerações

Na área de influência direta e indireta da LT as condições geotécnicas para a construção


das torres é favorável. A rocha basáltica, para afeitos deste empreendimento, apresenta-
se bastante homogênea apresentando um solo pouco propenso a erosão.

O empreendimento não atinge nenhuma área de solicitação sobre o direito do produto


minerário do DNPM.

Com base nas informações apresentadas, pode-se dizer que não há empecilhos para a
construção das torres da LT, desde que respeitadas às técnicas para evitar a instalação

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 33
de processos erosivos ao redor das estruturas.

3.1.4. Clima

O município de Júlio de Castilhos encontra-se entre os paralelos 28°S e 30°S, e está a


cerca de 353 km do Oceano Atlântico. Esta posição geográfica, associada a um relevo
predominantemente plano à suave ondulado, proporciona uma homogeneidade na
distribuição da maioria dos elementos climáticos no município.

Com base no período 1931-60, publicado no Atlas Agroclimático do Estado do Rio


Grande do Sul (IPAGRO, 1989) (Tabela 9), a estação meteorológica mais adequada para
descrever o clima situa-se em Júlio de Castilhos. Localizada nas coordenadas 29°13’26”S
e 53°40’45”W e com altitude de 513 metros, a estação de Júlio de Castilhos registra uma
temperatura média anual de 18,0°C, tendo em fevereiro seu mês mais quente, com
temperatura média de 23,3°C, e em julho seu mês mais frio, com temperatura média de
12,2°C.

A precipitação total anual é de 1.575 mm, não havendo grandes diferenças de


distribuição entre as estações do ano. A diferença entre a estação mais seca, o verão e a
mais chuvosa, o inverno, é de apenas 32 mm. O mês que registra a maior precipitação é
maio, com 170 mm e o de menor precipitação é março, com 92 mm.

Tabela 9: Dados (1931-1960) mensais e anuais de temperatura e precipitação de Júlio de


Castilhos.

Esses valores quando submetidos à classificação proposta por (KÖPPEN, 1948), indicam
um clima do tipo Cfa. Esse tipo climático é característico das regiões de menor altitude do
Estado, evidenciando condições subtropicais, com verões quentes de temperaturas
médias superiores a 22°C, invernos amenos de temperatura superior a -3°C e distribuição
uniforme de precipitação ao longo do ano (Figura 6).

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 34
Figura 6: Diagrama climático de Júlio de Castilhos (31°26’54”S e 53°06’09”W), para o
período de observação 1931-1960.

A Figura 6 representa o diagrama climático proposto por Walter (1986), para o caso
específico de Júlio de Castilhos. O eixo horizontal representa os meses do ano, iniciando
pelo mês de julho e terminando em junho, de forma que os meses de verão situam-se na
porção central do gráfico. O eixo vertical representa a temperatura (°C) à esquerda e a
precipitação (mm) à direita. A escala utilizada tem uma relação de 1°C para 2 mm de
precipitação. Nesta relação, segundo Walter (1986), meses nos quais a curva da
precipitação encontra-se acima daquela da temperatura são considerados úmidos.

Entretanto, o comportamento da precipitação em Júlio de Castilhos (Figura 6) não


garante uma disponibilidade regular de água no solo para as plantas, em especial nos
meses mais quentes. Através do balanço hídrico climático (CUNHA, 1992), é possível
identificar os períodos de excedente ou déficit hídrico no Município (Figura 7).

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 35
Figura 7: Gráfico do balanço hídrico climático de Júlio de Castilhos (31°26’54”S e
53°06’09”W), onde P é a precipitação, ETP a evapotranspiração potencial e ETR a
evapotranspiração real.

A Figura 7 expressa o curso médio do balanço hídrico climático calculado pelo método de
Thorthwaite e Mather (CUNHA, 1992), para uma capacidade de armazenamento de 75
mm.

Comprova-se a existência de um déficit hídrico de apenas 2 mm nos meses de janeiro e


março, cada mês totalizando um déficit de 1 mm. A associação entre as altas
temperaturas destes meses, a diminuição dos índices de precipitação e a baixa
capacidade de armazenamento de água no solo explicam a ocorrência desta
indisponibilidade de água no verão.

No mês de fevereiro e durante o período de abril a dezembro há excedente hídrico. A


soma do excedente no ano resulta num saldo de 717 mm. Maio é o mês de maior

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 36
excedente, com 127 mm, justificados pelas baixas temperaturas desta época do ano e
precipitação mais elevada, resultado de uma maior atuação de massas polares (frentes
frias) na região.

O zoneamento agrícola (SA/RS, 1978) aponta como culturas preferenciais para o


município, alfafa, arroz irrigado, citrus (bergamota e limões), milho, pessegueiro (leste),
soja, trigo, forrageiras de clima temperado (aveia, azevém, centeio, etc., a leste). É
tolerado o cultivo de citrus (laranja), fumo (leste), mandioca, pessegueiro (oeste), sorgo e
videira americana (leste), forrageiras de clima temperado (aveia, azevém, centeio, etc.,
ao norte e oeste) e forrageiras de clima tropical e subtropical. O município é considerado
marginal para as culturas de batatinha, alho e cebola, feijão, fumo (oeste), videira
americana (oeste), videira europeia (vinho), e inapto para abacaxi, banana.

3.1.5. Hidrologia

A LT Júlio de Castilhos atravessa três bacias hidrográficas (ver Figura 8), a saber:

a) Bacia do rio Baixo Jacuí;

b) Bacia do rio Alto Jacuí;

c) Bacia do rio Ibicuí.

A maior parte de seu traçado será implantada na área corresponde a Bacia do rio Baixo
Jacuí, que abrange além do município de Júlio de Castilhos, os municípios de Agudo,
Arroio dos Ratos, Barão do Triunfo, Butiá, Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul,
Candelária, Cerro Branco, Cerro Grande do Sul, Charqueadas, Dom Feliciano, Dona
Francisca, Eldorado do Sul, Encruzilhada do Sul, Faxinal do Soturno, General Câmara,
Guaíba, Ibarama, Itaara, Ivorá, Júlio de Castilhos, Lagoa Bonita do Sul, Mariana
Pimentel, Minas do Leão, Montenegro, Nova Palma, Novo Cabrais, Pantano Grande,
Paraíso do Sul, Passa Sete, Passo do Sobrado, Pinhal Grande, Porto Alegre, Restinga
Seca, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Santana da Boa Vista, São Jerônimo, São João do
Polêsine, São Martinho da Serra, Sertão Santana, Silveira Martins, Sobradinho, Triunfo e
Vale Verde (ver Figura 9). Esta bacia, assim como a do Alto Jacuí, faz parte da Região
Hidrográfica do Lago Guaíba (ver Figura 10).

Localmente este empreendimento está situado próximo as seguintes drenagens: Arroio


do Engenho, Arroio da Reserva, Arroio Feliciano, Arroio Monduru e Rio Soturno.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 37
Figura 8: Bacias hidrográficas atravessadas pela LT Júlio de Castilhos. Elaboração:
Scientia, 2015.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 38
Figura 9: Municípios localizados na área correspondentes a Bacia Hidrográfica do rio baixo
Jacuí. Elaboração: Scientia, 2015.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 39
Figura 10: Mapa da Região Hidrográfica do Lago Guaíba. Fonte: Secretaria Estadual do
Meio Ambiente (SEMA), DRH, 2008.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 40
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para o diagnóstico arqueológico, foram observadas as recomendações constantes da


Portaria IPHAN 230/2002, que estabelece os procedimentos mínimos a serem seguidos
nos estudos para avaliação de potencial arqueológico de áreas sujeitas à eventual
implantação de projetos de engenharia.

Os dados utilizados no diagnóstico foram oriundos de fontes secundárias, no que


concerne à etnohistória regional, importante por oferecer um quadro da ocupação
indígena mais recente da região, abrindo a possibilidade de, a partir de elementos de boa
visibilidade arqueológica, identificar as etnias e culturas associadas aos remanescentes
arqueológicos mais recentes. Os dados etnohistóricos foram abordados apenas no
contexto da Área de Influência Indireta, uma vez que AII deste empreendimento abrange
somente o município de Júlio de Castilhos. É necessário ter em mente que as populações
indígenas são móveis e sua localização num determinado ponto dos mapas utilizados
não significa que no passado elas não tenham circulado por um território mais amplo
(aliás, certamente o fizeram) que o território do atual município.

No que concerne à arqueologia especificamente, os dados secundários foram obtidos em


especial no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA), constantes do Sistema
de Gerenciamento do Patrimônio Arqueológico (SGPA) do IPHAN (principalmente no que
concerne à AII), mas também em relatórios de arqueologia realizados em regiões do
entorno do empreendimento. Do levantamento de dados secundários, elaborado no
intuito de compreender o contexto regional, foram extraídos e detalhados os dados para
caracterização do Contexto Regional, já que na AII não existem bens arqueológicos
registrados. Os resultados do levantamento extensivo feito em campo forneceram os
dados para a AID.

Esse procedimento encontra respaldo nas exigências da Portaria IPHAN 230/2002, que,
no que concerne aos EIAs/RIMAs, diz:

Art° 1 - Nesta fase, dever-se-á proceder à contextualização arqueológica e


etnohistórica da área de influência do empreendimento, por meio de
levantamento exaustivo de dados secundários e levantamento arqueológico de
campo.

Os procedimentos de pesquisa adotados na etapa do diagnóstico arqueológico da AID


estão expostos a seguir:

4.1. PROCEDIMENTOS DE CAMPO

Para a etapa de diagnóstico, a equipe de pesquisadores percorreu a área da AID,

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 41
adotando as seguintes estratégias:

a) Coleta de informações orais junto à população local, e principalmente dos


moradores das propriedades na área de estudo ao longo do traçado do
empreendimento, sobre achados ou existência de vestígios arqueológicos, a fim
de tomar ciência das informações que os moradores detêm sobre a potencialidade
arqueológica da área (ver Foto 19);

b) Esclarecimento dos entrevistados e/ou moradores ao longo do empreendimento


das razões da presença de arqueólogos no licenciamento ambiental desta obra;
c) Distribuição do livreto informativo intitulado “Obras de Engenharia, arqueologia e
arqueólogos” (COSTA, 2008) da Scientia Consultoria Cientifica, para fixação dos
conceitos informalmente repassados sobre o trabalho dos arqueólogos e sobre
arqueologia (ver Foto 20);
d) Preenchimento das “Fichas de Informação Oral” sistematizando as informações
dos entrevistados (ver Foto 19);
e) Exame dos elementos paisagísticos de interesse arqueológico nas cartas
temáticas ambientais disponíveis sobre a área (relevo, cobertura vegetal, cursos
d’água próximos, usos dos solos atuais, etc.), que poderiam proporcionar as
condições de sobrevivência aos grupos que ocuparam a região;

f) Verificação através de vistorias de superfície, nas áreas onde a visibilidade do


solo seja possível, da existência de vestígios arqueológicos aflorados em
superfície (ver Foto 22 e Foto 23);

g) Vistoria da superfície dos vértices das praças de torres e percorrimento da área do


traçado, para verificação de ocorrências arqueológicas afloradas em superfície,
através de caminhamentos sistemáticos da área (ver Foto 21 e Foto 22);

h) Preenchimento de formulários específicos em campo referente às vistorias


realizadas “Ficha de Diagnóstico Arqueológico” (ver Foto 24);
i) Realização de prospecções assistemática, probabilística e de forma amostral,
tomando como referencia os vértices das torres e o traçado do empreendimento,
para averiguar possíveis vestígios arqueológicos em subsuperficie (ver Foto 25,
Foto 26 e Foto 28);
j) Preenchimento de formulários específicos em campo referente às sondagens
executadas, “Ficha de Sondagem Arqueológica”;
k) Georeferenciamento de todos os dados levantados (trajeto percorrido, locais
vistoriados, sítios arqueológicos localizados, etc.), mapeados e objeto de registro
fotográfico (ver Foto 27);
l) Realização de registro fotográfico dos procedimentos de campo realizados e dos
dados coletados (áreas avaliadas sondagens, sítios arqueológicos, bens

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 42
edificados, entrevistadas, etc.);

m) Preenchimento de formulários específicos em campo para organização dos


registros fotográficos, “Ficha de Legendas de Fotos de Campo”;
n) Levantamento das instituições culturais existentes nos municípios abrangidos
pelos empreendimento e preenchimento da “Ficha de Identificação de Instituição
Cultural”;
o) Sistematização em gabinete dos dados levantados, secundários e de campo,
sempre que possível associado entre si e com os dados ambientais relevantes
para a compreensão da arqueologia da área de estudo.

Foto 19: Coleta de informações orais junto à Foto 20: Distribuição do livreto informativo
população local e sistematização das e esclarecimento dos moradores próximos
informações dos entrevistados em fichas. ao empreendimento. Foto e acervo:
Foto e acervo: Scientia, 2015. Scientia, 2015.

Foto 21: Vistoria da área do solo da área da Foto 22: Vistoria de área com solo lavrado
torre E38. Foto e acervo: Scientia, 2015. (exposto) no traçado do empreendimento.
Foto e acervo: Scientia, 2015.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 43
Foto 23: Avalição de perfil de barranco e Foto 24: Sistematização dos dados em ficha
avaliação arqueológica. Foto e acervo: de diagnóstico arqueológico. Foto e acervo:
Scientia, 2015. Scientia, 2015.

Foto 25: Execução de furo-teste e avaliação Foto 26: Avaliação de sedimento no vértice
do sedimento no vértice 06. Foto e acervo: 02. Foto e acervo: Scientia, 2015.
Scientia, 2015.

Foto 27: Georeferenciamento dos pontos Foto 28: Execução furo-teste vértice 06.
avaliados em campo. Foto e acervo: Foto e acervo: Scientia, 2015.
Scientia, 2015.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 44
4.2. ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

Durante a coleta de informações orais a equipe de pesquisadores conversou com as


pessoas entrevistadas, expondo a elas com conceitos simples e de fácil entendimento, as
razões da presença de arqueólogos no licenciamento ambiental de um projeto de
engenharia. Para melhor fixar os conceitos apresentados informalmente, além de responder
a todos os questionamentos e curiosidades expressos, foi distribuído o livreto intitulado
“Obras de Engenharia, arqueologia e arqueólogos” (COSTA, 2008) da Scientia Consultoria
Cientifica.

Esta atividade foi realizada concomitante ao levantamento de informações orais junto a


moradores próximos do empreendimento.

Para a coleta e registro das informações foi empregada a “Ficha de Informação Oral” tendo
como roteiro norteador, três questões básicas:

a) Pergunta 1: Já viu ou ouviu falar da existência de objetos de índios (potes de


barro, machadinhas, pontas de flecha, boleadeiras) na região? Que tipo de
objeto? Em que local foi(ram) encontrado(s)? Onde (ou com quem) se
encontra(m) atualmente? Quem mais pode dar informações a respeito? Onde
encontrar essa pessoa?
b) Pergunta 2: Já viu ou ouviu falar de desenhos gravados ou pintados em blocos de
rochas, paredes das grutas ou em paredões? Onde? Como são as figuras?
Quem mais pode dar informação a respeito? Onde encontrar essa pessoa?
c) Pergunta 3: Já viu ou ouviu falar em locais antigos, como ruínas, fazendas,
caminhos, taperas ou restos de casa antiga (telhas, azulejos)? Que tipo de
objeto? Em que local foi (ram) encontrado(s)? Onde (ou com quem) se
encontra(m) atualmente? Quem mais pode dar informações a respeito? Onde
encontrar essa pessoa?

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 45
5. CONTEXTO ARQUEOLÓGICO, ETNOHISTÓRICO E HISTÓRICO REGIONAL

Para a elaboração do contexto arqueológico e etnohistórico da área de inserção do


empreendimento, recorreu-se às seguintes fontes:

a) Bibliografia relativa às pesquisas arqueológicas ocorridas na região, publicações


especializadas (livros e artigos em periódicos e anais de simpósios) e relatórios de
pesquisas arqueológicas para licenciamento ambiental de empreendimentos;

b) Bibliografia com informações sobre a etnografia, a etnohistória e a história regionais;

c) Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA) do Instituto do Patrimônio Histórico


e Artístico Nacional (IPHAN).

Como as fontes existentes correspondem a pesquisas localizadas, é preciso ter em


mente que certamente existem lacunas no presente contexto, o qual procura apresentar
uma síntese dos conhecimentos regionais existentes e disponíveis no momento desta
pesquisa.

No que concerne à arqueologia, a região Centro Ocidental Rio-Grandense, apesar de ter


sido objeto de pesquisas arqueológicas assistemáticas e de pouca abrangência, pela sua
dinâmica histórica e pelo ambiente natural possui potencial arqueológico, no que se
refere à presença de vestígios de populações pretéritas.

Essa área pode apresentar rotas de migração e locais de assentamentos indígenas, rotas
de penetração colonial, bandeiras de apresamento, caminhos de tropas de gado,
instalações e aldeamentos jesuíticos, além de estâncias de criação de gado. Esta
dinâmica de ocupação do território por parte dos europeus, iniciada no século XVII, vai se
intensificando progressivamente até o final do século XIX, tendo como consequência a
destruição dos grupos indígenas habitantes deste território, como os Guarani, que serão
aldeados em missões pelos padres jesuítas.

5.1. HISTÓRICO DAS PESQUISAS ARQUEOLÓGICAS

As primeiras pesquisas, próximas à área de estudos, foram realizadas pelo Programa


Nacional de Pesquisas Arqueológicas (PRONAPA), entre os anos de 1967-68 nas
seguintes áreas (BROCHADO, 1969):

a) Entre o Rio Ibicuí Mirim e o Médio Jacuí, na evasão do planalto;

b) Nas nascentes do Rio Ijuí e no Alto Jacuí, e:

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 46
c) No divisor-de-águas entre o Médio Ijuí e o Piratini.

Nesta pesquisa, realizada entre os anos de 1968-67, foram estabelecidas oito fases
arqueológicas (BROCHADO, 1969, p. 33), sendo elas:

a) Três fases não cerâmicas: Jacuí, Panambi, e uma terceira sem denominação;

b) Cinco fases cerâmicas: Vacacaí, Toropi, Induá, Ijuí e Missões.

No ano seguinte, de 1968-1669 estendeu as pesquisas na região, até o Rio Toropi


(BROCHADO, 1971, p. 11), (ver Figura 11 e Figura 12).

Figura 11: Sítios arqueológicos localizados na primeira área de pesquisa do III ano, nos
anos de 1967-68, entre o Rio Ibicuí-Mirim e o Médio Jacuí, Estado do Rio Grande do Sul.
Fonte: Brochado (1969, p. 32). Arte gráfica: Rafael Rizzi.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 47
Figura 12: Sítios arqueológicos nos vales do Jacuí e Ibicuí-Mirim. Quando existem dois
sinais, o da direita identifica os sítios revisitados durante a pesquisa de 1967-68. Fonte:
Brochado (1971, p. 12). Arte gráfica: Rafael Rizzi.

A partir dos estudos de Brochado (1969 e 1971), foram identificadas as seguintes fases
arqueológicas2, próximas aos Rios Toropi e Jacuí, as quais serão detalhadas em seguida.

5.1.1. Fase Toropi

De acordo com Brochado (1969, p. 39-41):

A fase Toropi encontra-se representada por 7 sítios cerâmicos, abertos e


superficiais, como os da fase anterior, situados também na primeira das
áreas prospeccionadas. Os sítios ocupam relativamente às mesmas
situações topográficas que aqueles, distanciados de 100 a 200m dos
locais de aprovisionamento de água, encontrando-se muito mais
distantes dos rios maiores.
[...]
Cerâmica – Os 2852 cacos de cerâmica desta fase foram divididos em
onze tipos: dois tipos simples e nove decorados. O único método de

2
Fases Arqueológicas: “Uma sequência de estilos ou de culturas que se desenvolvem no tempo,
partindo uns dos outros, e formam uma continuidade cronológica” (SOUZA, 1997, p. 124).

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 48
manufatura observado é o acordelado.
Artefatos líticos – compreende talhadores e raspadores grosseiramente
executados sobre seixos, machado lascados, picoteados e polidos,
pequeno, objetos tabulares, discoidais ou oblongos, com o perímetro
convexo ou seus fragmentos, uma mão-de-pilão tronco-cônica polida, e
‘bolas’ esferoides ou piriformes, com sulcos. Finalmente, um machado de
ferro de formato cuneiforme.

5.1.2. Fase Vacacaí

Esta fase foi apresentada por Brochado (1969), sendo posteriormente revisada e
subdividida em “A” e “B”.

5.1.2.1. Subfase Vacacaí “A”

Segundo Brochado (1969, p. 37-39), na subfase Vacacaí “A”:

Os sítios encontram-se predominantemente nos divisores-de-águas


entre pequenos arroios afluentes do Ibicuí-mirim (Ibicuí), Vacacaí e
Soturno (Jacuí), e se situam na encosta de pequenos vales que
representam testemunhos erodidos deste, restantes na planície diante
do alinhamento principal.
[...]
Todos os sítios desta fase parecem ser de habitação; em um único
havendo noticias da retirada de uma urna com tampa, contendo outras
vasilhas menores, demonstrando que constituía também um sítio-
cemitério.
[...]
Cerâmica – Os 1429 cacos de cerâmica desta fase, foram divididos em
onze tipos: dois tipos simples e nove tipos decorados. O único método
de manufatura observado foi o acordelado.
[...]
Artefatos líticos – o material lítico resume-se a um talhador bifacial e um
raspador, muito grosseiros, sobre seixo; um machado polido pequeno,
um objeto tabular, discoidal, com o perímetro convexo e uma depressão
pequena no centro, e lascas de rocha vulcânica, arenito metamorfoseado
ou madeira silicificada, sem sinais de utilização.

5.1.2.2. Subfase Vacacaí “B”

A subfase Vacacaí “B” foi definida por Brochado (1971, p. 16-20) como:

Representada por 6 sítios cerâmicos, abertos e superficiais,


decomponíveis nuns 20 locais de habitações ou núcleos diferentes,
situados nas proximidades da Pedra Grande, já descrita na fase
Canhemborá. [...] O conjunto sugere dois aldeamentos, compostos de
habitações de planta circular ou levemente elíptica, muito próximas uma
das outras. O primeiro contando 11 habitações, rodeia o próprio bloco
dos petróglifos, o segundo está 300m a noroeste, com 7 habitações, e

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 49
outras 4 se encontram isoladas, respectivamente, a 200 e 500m ao sul e
a 700m a oeste.
Cerâmica – Em 1968-69 foram estudados mais 2893 cacos – 732 cacos
da subfase ‘A’ e 2161 da subfase ‘B’ – elevando o total a 4322, os quais
foram divididos em 13 tipos, dos quais 1 simples e 12 decorados. O
único método de manufatura observado foi o acordelado e a queima
provavelmente em fogueira aberta.
[...]
Artefatos Líticos – O material lítico associado a esta fase são
principalmente os objetos discoidais, mais raramente esferoidais ou
ovóides, polidos ou mais comumente picoteados, semelhantes aos
descritos na fase Jacuí, os quais foram encontrados em dois sítios
situados na parte média da sequencia da subfase ‘A’ e são
extremamente comuns em diversos núcleos dos aldeamentos da
subfase ‘B’, assim como espalhados nas suas imediações. Também nas
proximidades da Pedra Grande foram recolhidos dois objetos tabulares,
de arenito, perfurados no centro; um objeto discoidal, perfurado no
centro e com gume periférico (‘taiça’), alguns seixos utilizados e muitas
lascas de rochas vulcânicas da região com ou sem sinais de utilização.
Mais distante foi recolhida uma cunha de ferro.

5.1.3. Fase Canhemborá

Com a expansão das pesquisas na região dos Vales dos Rios Jacuí e Ibicuí-mirim, a
criação da fase arqueológica Canhemborá foi baseada principalmente em relação aos
petróglifos (BROCHADO, 1971, p. 15):

[...] As gravuras, em número tal de algumas centenas, são executadas


com sulcos picoteados e raspados ou polidos, algumas vezes
sublinhados com tinta preta e branca. Os motivos principais são as
pegadas de diversos animais – aves, felinos e anta. Traços retos
verticais ou inclinados, cancelados por um ou mais traços horizontais, as
vezes tomando o aspecto de quadrículos. Traços retos entrecruzados e
“V” sobrepostos. Círculos ou elipses com pontos ou sulco central, as
vezes com raios periféricos, losangos ponteados no interior e numerosas
depressões hemisféricas isoladas ou alinhadas. Na Pedra Grande
observam-se casos de gravuras mais antigas renovadas ou substituídas
parcialmente por outras.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 50
Foto 29: Detalhe das gravuras rupestres no Foto 30: Detalhe das gravuras rupestres no
sítio Pedra Grande, município de São Pedro sítio Pedra Grande, município de São Pedro
do Sul (RS). Fonte: Acervo Scientia (2012). do Sul (RS). Fonte: Acervo Scientia (2012).

Ainda sobre as pesquisas realizadas nos aos de 1968-69, nos petróglifos Brochado
(1971, p. 15) descreve que:

Foram executados três cortes no solo de dois abrigos. A camada


arqueológica alcança até 85 cm de profundidade no primeiro e 40 cm no
segundo, tendo sido decompostas em 5 cm.
Artefatos líticos – Uma ponta-de-flecha do tipo das da fase Panambi
(ibid.: 35, est. 10), semelhante à fase Rio Pardinho (Schmitz et alli,
1967:24-55, est. 5-6), uma lesma de pequenas dimensões, cinco
raspadores verticais sobre lascas intencionais retocadas ou sem retoque,
mas utilizáveis ou utilizadas, principalmente no gume cortante ou
pontiagudo, muitas vezes com sinais de uso. Seixos tabulares utilizados
como percutores ou trituradores e outros intencionalmente partidos,
assim como restos de lascamento, lascas destacadas pelo fogo e seixos
sem sinais de utilização.

Em pesquisa posterior sobre os caçadores pampeanos e a arte rupestre no Rio Grande


do Sul (ver Figura 13), Ribeiro (1997, p. 121) afirma que:

[...] os locais com arte rupestre seriam de rituais mágico-religiosos ou as


‘igrejas’ do homem pré-histórico. Estes ritos deveriam anteceder e/ou
suceder à execução dos petróglifos ou pictografias, como um meio de
pôr em movimento as poderosas forças sobrenaturais e assim controlar
os segredos da caça. Daí a Arqueologia denominar estes lugares de
sítios-cerimoniais.
Na confecção dos petróglifos ou gravados, a Tradição Umbu utilizou a
técnica do alisamento, na grande maioria dos casos, e a do
picoteamento. A primeira era obtida friccionando uma pedra que
produzia sulcos em U ou em V. As paredes ou superfícies onde foram
aplicadas as gravações não dão a impressão de terem sido previamente
preparadas, exceto num abrigo do vale do Caí – Bom Jardim Velho
(MENTZ RIBEIRO, 1972b). Em dois abridos no vale do Jacuí, foram
constatados pigmentos de cor no interior de alguns signos. Utilizaram o

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 51
preto, o verde, o branco, o marrom e o roxo (BROCHADO & SCMITZ,
1972-73 e 1976).

Figura 13: Rio Grande do Sul – áreas com maior ocorrência de sítios arqueológicos da
Tradição Umbu e petróglifos. Fonte: Ribeiro (1997, p. 126). Arte gráfica: Rafael Rizzi.

Ainda referente às pesquisas no PRONAPA na região, Brochado (1969), caracteriza a


fase Missões.

5.1.4. Fase Missões

De acordo com Brochado (1969, p. 44-45):

A fase Missões também foi estabelecida como resultado dos trabalhos


de 1966-67 (ibid.: 19-22). Em 1967-68 foram revisitados três dos Sete
Povos das Missões Orientais do Uruguai – São João Batista, São Miguel
Arcanjo e São Lourenço Mártin – e identificados mais dois sítios desta
fase. Um na escarpa do Planalto, nas cabeceiras do Ibicuí-mirim,
próximo à primeira redução de São Miguel (1632-1637) e de São
Martinho, sede, nos séculos XVII e XVIII, de uma estância de criação de
gado do Povo de São Lourenço (Pôrto, 1954, 1: 99s, 329s). E o
segundo, na várzea do Gravataí, próximo ao estuário do Guaíba e a
antiga Aldeia dos Anjos (1763), povoada com índios dos Povos.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 52
O momento histórico da fase Missões é trabalhado por Schmitz (1997, p. 318), em seu
texto “migrantes da Amazônia: tradição tupi-guarani” (ver Figura 14), como segue abaixo:

Num pequeno espaço do noroeste do Rio Grande do Sul, do norte da


Argentina e do sudeste do Paraguai ficaram concentrados, em 30
reduções, certamente mais de 100.000 guaranis sobreviventes. Alguns
falam em 300.000 [Figura 14]. Estes, de cultivadores neolíticos da mata
subtropical, foram transformados em cidadãos de um mundo em
expansão.

Figura 14: A distribuição da mata subtropical, ocupada pela Tradição Cerâmica Tupiguarani
e as Reduções Jesuíticas. Fonte: Schmitz (1997, p. 325). Arte gráfica: Rafael Rizzi.

5.1.5. Sítios Arqueológicos Registrados no CNSA/IPHAN

No levantamento dos sítios arqueológicos registrados no Sistema de Gerenciamento do


Patrimônio Arqueológico (SGPA) do Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA)
do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) não existem sítios
arqueológicos registrados para o município de Júlio de Castilhos, abrangido pelo referido
empreendimento3. Tal lacuna, não significa estritamente que não existam sítios
arqueológicos no território deste município, mas pode significar que não ocorreram

3
Consulta no Sistema de Gerenciamento do Patrimônio Arqueológico (SGPA) do Cadastro
Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA) do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN) no dia 12/02/2016.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 53
pesquisas arqueológicas que culminaram com o registro deste patrimônio ou mesmo que
o CNSA não esteja atualizado (CNSA/IPHAN, 2016).

5.1.6. Ocupação Pré-Histórica da Área de Pesquisa

A formação sócio espacial do território do Rio Grande do Sul deve ser analisada a partir
das ondas migratórias que este sofre desde a pré-história. Segundo Copé (2008, p. 69), a
ocupação é formada pelas sucessivas migrações humanas, as relações interpessoais
entre estes migrantes e os grupos já estabelecidos e os novos padrões culturais por eles
adotados como contrapartida as adaptações socioambientais. Ainda segundo Copé
(2008, p. 69), foram três as principais ondas migratórias, são elas:

1º. Caçadores-coletores: estabeleceram-se nas barrancas do Rio Uruguai e se


espalharam através dos rios Ibicuí e Jacuí ocupando quase todo o Estado;

2º. Agricultores: com origem, suposta, na Amazônia, essas populações agricultoras


do grupo linguístico Tupi-Guarani, colonizou a planície litorânea e as margens dos
grandes rios;

3º. Colonizadores europeus: migrantes vindos do continente europeu que perduram


até o presente momento.

Considerando os aspectos ligados a pré-história da região da Bacia do Rio Ibicuí, são


descritas a seguir as duas primeiras grandes ondas migratórias, de populações indígenas
caçadoras e coletoras, e agricultores/horticultores:

5.1.6.1. Caçadoras e Coletoras

Com os registros destas populações é possível estimar sua chegada a aproximadamente


13.000 A.P. (ver Figura 15), vindas muito provavelmente do Norte da América, tratavam-
se de grupos nômades, de economia caçadora e coletora, que se adaptavam localmente,
apresentando assim diversificados padrões culturais. Na Bacia do Rio Ibicuí encontram
se alguns dos mais antigos sítios arqueológicos, juntos a confluência com o Rio Uruguai.
Em período posterior estas populações adentraram ao Vale, abrigando se em pequenos
abrigos sob rocha na encosta do planalto; estes abrigos teriam a função de habitação,
bem como de local para atividades cerimoniais, uma vez que gravuras foram
identificadas. Ainda associado a estas populações é possível identificar, “artefatos líticos
bifaciais adaptados ao manejo do meio ambiente florestal, úteis na extração da madeira e
na coleta e processamento de raízes” (COPÉ, 2008, p. 72).

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 54
Figura 15: Figura do Estado do Rio Grande do Sul, com as áreas de dispersão dos
caçadores coletores entre 12.000 A.P. a 4.000 anos atrás. Fonte: Copé (2008, p. 69).

5.1.6.2. Agricultoras e Horticultoras

As populações agricultoras e horticultoras tiveram origem num processo migratório há


cerca de 5.000 A.P., quando um grupo saiu da região amazônica (ver Figura 16). Os
Guaranis adaptaram-se ao meio ambiente do Rio Grande do Sul, instalando-se
inicialmente nos vales florestados e posteriormente dominando um vasto território (ver
Figura 17). Dentre os artefatos destas populações sobressaem às vasilhas cerâmicas,
utensílios diários de grande uso e valor no grupo Guarani (COPÉ, 2008, p. 74).

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 55
Figura 16: Mapa com a expansão dos Tupi na América do Sul. Fonte: Copé (2008, p. 74).

Figura 17: Figura do Estado do Rio Grande do Sul, com a dispersão da população de
horticultores em torno de 2.000 A. P. Fonte: Copé (2008, p. 78).

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 56
5.2. CONTEXTO ETNOHISTÓRICO

Entre os séculos XVI e XVII, os Guaranis dominavam o litoral brasileiro entre a Barra de
Cananéia e o Rio Grande do Sul, bem como do litoral às bacias dos rios Paraná, Uruguai
e Paraguai. Os Guaranis, historicamente, foram eficientes horticultores, com subsistência
complementada por pesca, caça e coleta. Em sítios arqueológicos evidenciaram-se
artefatos cerâmicos – peças utilitárias e urnas funerárias com ou sem tampas – que
podem portar vários tipos de decoração, como incisa, corrugada, ungulada, pintada
(muitas vezes, policroma) e outras; e artefatos líticos, como furadores, cortadores,
batedores, pontas de projétil, lâminas de machado. Por meio de fontes escritas sabem-
se, também, da utilização de madeira, taquara e concha para confecção de armas,
utensílios e adornos; de sementes e plumas para ornamentos; de fibras vegetais para
tecidos e cestaria (MÉTRAUX, 1946).

A Figura 18, apresenta uma reconstituição do ecossistema explorado pelos Guaranis pré-
históricos (antes do ano 1.000 AD).

LEGENDA P2 - Parcela em repouso florestal de 1 ano


P0 – Parcela desmatada no ano P3 – Parcela em repouso florestal de 2 anos
P1 – Parcela com culturas do 2º ano P4 - Parcela em repouso florestal de 3 anos

Figura 18: Representação do ecossistema explorado pelos Guaranis pré-históricos. Fonte:


Adaptado de Couturier e Pernin (2000).

As aldeias típicas constituíam-se de quatro a oito grandes casas retangulares, dispostas


ao redor de uma praça central. Cada casa possuía duas portas e poderia abrigar até 50
famílias. As aldeias eram fortificadas por paliçadas (MÉTRAUX, 1946).

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 57
Entre os antigos Guarani, a unidade social, provavelmente, era a família extensa
patrilinear. Cada comunidade tinha um chefe, mas o sacerdote ou rezador possuía poder,
prestígio e influência; vale ressaltar que esses grupos indígenas alcançaram
desenvolvimento importante no campo religioso, incluindo mitologia estruturada e
movimentos messiânicos.

No Estado do Rio Grande do Sul, o grupo entrou em contato mais intensamente com o
europeu a partir do século XVII, quando os Guaranis aldeados pelos jesuítas começaram
a serem vítimas da predação realizada por bandeirantes paulistas, com o fim de fornecer
mão de obra para as plantações de Piratininga e do nordeste brasileiro.

5.3. CONTEXTO HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE JÚLIO DE CASTILHOS

5.3.1. Breve Histórico do Município de Júlio de Castilhos4

O Município de Júlio de Castilhos tem origem no início do século XVII, com os jesuítas da
Companhia de Jesus que criaram a Redução de Natividade de Nossa Senhora, fundada
em 1633 pelo Padre Pedro Alvarez, localizada dentro dos atuais limites do município.
Temendo os constantes ataques dos bandeirantes, que caçavam índios, foi abandonada
em 1638. Cerca de meio século depois, a Companhia de Jesus acaba fundando os Sete
Povos das Missões (1660 a 1690) e as grandes estâncias jesuíticas. Duas delas estariam
localizadas nas atuais terras: a Estância de São Pedro e a de Santo Antônio,
pertencentes ao Povo de São Lourenço. Estas eram de domínio espanhol até o ano de
1801, quando houve então a Conquista das Missões pelos portugueses.

É neste contexto que inicia o povoamento da região, com a chegada de paulistas e


paranaenses. Entre eles, de 1809 a 1811, André Pereira Garcia e Manuel Moreira Pais.
Em 1812 ou 1813, chega João Vieira de Alvarenga, cujo título de Sesmaria teria recebido
em 1826. Alvarenga, jovem com cerca de 20 anos, vem acompanhado de sua mulher
Maria Rosa de Morais e seu primeiro filho, o menino Manoel, e alguns escravos,
ocupando terras devolutas.

Instalando se no alto da Coxilha do Durasnal, onde estabeleceu seus ranchos e


mangueira de criação de gado, onde hoje é o centro da cidade. O local do rodeio teria
sido o da atual praça que leva seu nome. Este local, entre São Martinho e Cruz Alta, era
ponto de pouso e sesteada de tropeiros de mulas e ele denominou sua fazenda de "Boa
Vista", que pode ser considerado como o primeiro topônimo de Júlio de Castilhos. Com o
tempo, o lugar ficou sendo mais conhecido como "o João Vieira".

4
Informações extraídas da biblioteca do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE, 2015) e
(Informações de Júlio de Castilhos, 2015).

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 58
Em 1834, surgiu o Município de Cruz Alta, desmembrado do de Rio Pardo. O atual
Município de Júlio de Castilhos ficava em terras de seu Distrito de São Martinho.

Em 1857, João Vieira de Alvarenga, doou, por testamento, grandes áreas de terras para
a Câmara de São Martinho, a fim de ali ser criado um núcleo populacional. O curitibano
que se dedicava mais a caretear, levando erva para o Uruguai, deixou que muitos se
estabelecessem junto à sua fazenda, no desejo de vê-la transformada em um povoado.

Após 13 anos de seu falecimento, no ano de 1870, iniciaram as demarcações de ruas e


praças do que viria a constituir o povoado do Povo Novo. Em 1876, com a emancipação
de São Martinho, foi criado o seu 2º Distrito de Povo Novo. Em 17 de junho de 1877,
Manoel Vieira de Alvarenga, filho de João Vieira de Alvarenga, faz a doação oficial da
área de 43 hectares. Essa data pode ser considerada como a de Fundação da Cidade de
Júlio de Castilhos.

Em 1885, a toponímia de Povo Novo é trocada para Vila Rica e, em 14 de julho de 1891,
com a emancipação política, passa a constituir o Município de Vila Rica. De início teve
duas Comissões Administrativas composta de cinco pessoas e, em fins de 1892, foi
nomeado o primeiro intendente (prefeito) provisório, Gonçalo Soares da Silva. Em fins de
1896 houve a Primeira Eleição do Município, com a vitória do Capitão Luiz Gonzaga de
Azevedo.

Foto 31: Júlio Prates de Castilhos. Fonte: (COPACABANA.COM)

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 59
Em 31 de dezembro de 1904, por deliberação do Conselho Municipal, Vila Rica passou a
denominar-se Júlio de Castilhos, em homenagem à memória do Dr. Júlio Prates de
Castilhos, nascido na Estância da Reserva, na então Vila Rica, em 29 de junho de 1860,
conforme consta do Registro de Nascimento. Foi Governador do Estado do Rio Grande
do Sul, tendo falecido, ainda aos 43 anos incompletos, durante a operação de um mal da
garganta a que se submeteu. Hoje dá nome ao município que nasceu e ao Museu da
cidade (IBGE, 2015).

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 60
6. PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARQUITETÔNICO E CULTURAL NA ÁREA DE
INFLUÊNCIA INDIRETA

6.1. LEVANTAMENTO DO PATRIMÔNIO CULTURAL

De acordo com a Constituição Federal de 1988, Artigo 216, constituem patrimônio cultural
brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em
conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos
formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem as formas de expressão; os
modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras,
objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações
artístico-culturais; e os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

6.1.1. Patrimônio Material

O patrimônio material protegido pelo Iphan, com base em legislações específicas, é


composto por um conjunto de bens culturais classificados segundo sua natureza,
conforme os quatro Livros do Tombo: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico;
belas artes; e das artes aplicadas.

Os bens tombados de natureza material podem ser imóveis como cidades históricas,
sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais; ou móveis, como coleções
arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos,
videográficos, fotográficos e cinematográficos.

6.1.1.1. Patrimônio Material da Cidade de Júlio de Castilhos

As informações que foram levantadas correspondem a pontos considerados históricos da


região, grande parte corresponde a antigas edificações, marcos históricos e estações
ferroviárias.

6.1.1.1.1 Monumento a Convenção da Reserva

O monumento foi construído em homenagem à famosa "Convenção da Reserva",


convenção, esta realizada em 21 de Março de 1889. O nome popular do monumento é
Capão da Convenção, ele é localizado na estrada de acesso a Pinhal Grande – a 11 km
do centro de Júlio de Castilhos.

Não possui nenhum nível de proteção, como tombamento em estância municipal,


estadual ou federal.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 61
Foto 32: Capão da Convenção. Fonte: (GERS/UFSM, 2014, p. 5). Fotógrafo: Luis Roberto da
Silva Dutra.

6.1.1.1.2 Fazenda da Reserva

A construção e do Século XIX, depois de 1803. Em Júlio de Castilhos. Antigamente a


área pertencia ao município de São Martinho da Serra. A maior parte das construções,
inclusive a casa em que Júlio Prates de Castilhos nasceu, encontram-se preservadas.
Ainda mostram traços da época, como piso, janelas, portas, telas e paredes. A
propriedade foi o local de nascimento de Júlio Prates de Castilhos, o qual nomeia a
cidade. Antigamente, a cidade se chamava Vila Rica.

Não possui nenhum nível de proteção, como tombamento em estância municipal,


estadual ou federal.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 62
Foto 33: Fazenda da Reserva. Fonte: (COSTA, 2014).

6.1.1.1.3 Fonte Pública

A fonte foi construída em 1910, ela é localizada nas imediações da Rua Antônio Carbone,
perto dos trilhos da Viação Férrea. A fonte foi restaurada e reinaugurada no ano de 2008,
sendo um ponto turístico do município. Há mais de 100 anos as lavadeiras utilizavam o
local para seu trabalho diário. Hoje a fonte com estrutura de tanques de água corrente é
considerada ponto turístico da cidade por sua importância na história local.

Não possui nenhum nível de proteção, como tombamento em instancia municipal,


estadual ou federal.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 63
Foto 34: Fonte Pública. Fonte: (GERS/UFSM, 2014, p. 6). Fotógrafo: Luis Roberto da Silva
Dutra.

6.1.1.1.4 Águas de Santo Antônio

Perto do presídio da cidade, em um terreno particular de acesso pela Av. Jorge


Mascaranhas, existe uma vertente natural com água cristalina que nunca secou. Na
época, havia uma capela que anos depois foi destruída. Hoje, outra capela foi construída
no local e recebe peregrinos novamente. Acredita-se que a água e a lama deste lugar
têm poder milagroso. Entre os anos de 1927 e 1930, muitas pessoas do Estado iam de
trem ou carroça até Júlio de Castilhos, em busca da cura de seus males e doenças.

Não possui nenhum nível de proteção, como tombamento em estância municipal,


estadual ou federal.

6.1.1.1.5 Jardim das Esculturas

Destaca-se na região de Júlio de Castilhos as esculturas feitas por um artesão local,


cujas obras encontram-se expostas em sua propriedade no interior do município e podem
ser contempladas pelo público, conhecido como “Jardim das Esculturas”, que conta com

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 64
mais de 600 peças.

Não possui nenhum nível de proteção, como tombamento em estância municipal,


estadual ou federal.

Foto 35: Jardim das Esculturas. Fonte: (Jardim das Esculturas).

6.1.1.1.6 Patrimônio Ferroviário

Em Júlio de Castilhos localizam-se os remanescentes arquitetônicos da Estação


Ferroviária de Júlio de Castilhos (ver Foto 39, Foto 40 e Foto 41) da linha que unia Santa
Maria a Marcelino Ramos, cujo prédio foi inaugurado em 20/11/1894 com os trilhos. Foi
contruída pela SOB – Compagnie des Chemins de Fer Sud-Ouest Brésilien. Trata-se de
uma estação de pequeno porte, construída em alvenaria com cobertura de duas águas
(ver Foto 37 e Foto 38). Esta estação era uma das paradas da linha que foi idealizada em
1889 juntamente com todo o trecho entre Itararé (SP) e Santa Maria (RS) (ver Figura 19),
pelo engenheiro Teixeira Soares, visando à ligação ferroviária do Rio de Janeiro e São
Paulo com o sul do País e também a colonização de boa parte do percurso, locais ainda
virgens (IPHAE, 2002, p. 240).

A Estação de Vila Rica foi inaugurada em 1894 pela Sud-Ouest em meio à pior guerra
civil da história do Rio Grande do Sul. Na virada do século XX, junto a ela existia um
pequeno barracão de madeira, com o nome "Buffet" à frente, restaurante tocado por
Benjamin Marcaldelli e sua esposa Romana (Dona Roma) (ver Foto 36), usado pelos
passageiros que chegavam de trem ao meio-dia. Em 31 de dezembro de 1904, a cidade
e a estação tomaram o nome de Júlio de Castilhos.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 65
A parte da linha férrea correspondente ao Estado do Rio Grande do Sul acabou sendo
construída separadamente do restante do trecho (que seria chamado de linha Itararé-
Uruguai) e entregue em 1894 à Cie. Sud Ouest Brésilien, e em 1907 cedida à Cie.
Auxiliaire au Brésil.

Figura 19: Linha Férrea entre Marcelino Ramos e Santa Maria em 1940. Fonte:
(GIESBRECHT).

Foto 36: A estação de Vila Rica por volta de Foto 37: A estação em 1920, quando da
1900. Junto a ela o pequeno restaurante de inauguração da 7ª Exposição Rural da
madeira ("Buffet"). Acervo: Firmino Costa. cidade. Acervo: Firmino Costa. Jornal Zero
Jornal Zero Hora. Hora.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 66
Foto 38: A estação em 1957. Acervo Foto 39: A estação em 16/2/1995. Foto:
fotográfico (IBGE, 1959). Alfredo Rodrigues.

Foto 40: A estação em 16/2/1995. Foto: Foto 41: A estação, c. 2000. Foto: (IPHAE,
Alfredo Rodrigues. 2002, p. 240).

Em 1920, passou para o Governo, formando-se a Viação Férrea do Rio Grande do Sul,
que, em 1969, teve as operações absorvidas pela Rede Ferroviária Federal Sociedade
Anônima (RFFSA). Com parte do trecho desativada em meados dos anos 1990, em 1996
a América Latina Logística (ALL) recebeu a concessão da linha, bem como de todas as
outras ainda existentes no Estado. Trens de passageiros circularam até os anos 1980
pela linha.

Não possui nenhum nível de proteção, como tombamento em estância municipal,


estadual ou federal. A atual proprietária é a RFFSA/Concessionária ALL (IPHAE, 2002, p.
241).

6.1.1.2. Patrimônio Imaterial

Além das tradições gauchescas, a cidade de Júlio de Castilhos também valoriza


diferentes manifestações culturais e promove eventos a fim de acolher os cidadãos em
torno do engrandecimento da cultura. Tais espaços e movimentos de valorização se dão
em áreas variadas, da literatura às festas populares, do contexto econômico às

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 67
manifestações sociais da diversidade étnica.

Não há nenhum patrimônio imaterial registrado ou protegido em nível municipal, estadual


ou federal.

6.1.1.2.1 Invernada de Trova

A IX Invernada da Trova de Júlio de Castilhos, evento que reúne grandes nomes do


verso de improviso do RS.

A invernada para o gaúcho é um local onde se confina o gado para engorda. Nos CTGs o
termo invernado significa departamento, sendo comum a existência das invernadas
artísticas, culturais e campeiras nas entidades tradicionalistas. Corriqueiramente, quando
se fala apenas em “Invernada”, refere-se ao grupo de danças tradicionais, organizado
pela Invernada Artística.

6.1.1.2.2 EXPOJUC

O evento acontece desde 1961, sempre no mês de outubro no Sindicato Rural Miguel
Waihrich Filho. O evento é organizado por três sindicatos da cidade, ACCIJUC,
COTRIJUC e Sindicato Rural Miguel Waihrich Filho, a exposição tem o objetivo de
melhorar o desenvolvimento econômico, inserção no cenário de comércio e indústria da
região, fazendo exposição de produtos e serviços, remates, shows, apresentações
artísticas.

6.1.1.2.3 Jantar das Etnias

Este evento acontece também no mês de outubro há 10 anos no Rotary Club, com o
intuito de homenagear a diversidade cultural. O evento conta com um jantar com pratos
típicos de diversos países.

6.1.1.2.4 CTG Júlio de Castilhos

Um dos maiores centros de tradições gaúchas do Estado, o CTG Júlio de Castilhos,


fundado em 1952, que conta com uma sede social e campestre bem estruturada e ainda,
um dos grupos de danças da cidade mais reconhecidos no Estado, o Grupo Nativista
Fogo de Chão.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 68
6.2. LEVANTAMENTO DAS INSTITUIÇÕES CULTURAIS

A fim de conhecer o universo cultural da região realizou-se um levantamento das


principais instituições culturais do município de Júlio de Castilhos. O levantamento de
dados contou com o trabalho de pesquisa local realizado por funcionários da Scientia
Consultoria Científica em visita técnica ao município.

Um dos principais objetivos do trabalho de levantamento das instituições culturais foi


possuir um diagnóstico, ainda que inicial e impreciso, dos espaços públicos edificados, de
seus acervos culturais, tipologias, áreas de atuação, estado de conservação e suas
atuações na comunidade, o que fornece informações para a organização de possíveis
ações futuras.

Neste levantamento, privilegiaram-se as instituições públicas, especialmente Museus,


Bibliotecas, Arquivos e Casas de Cultura, quando existiam. Foram cadastradas três
instituições conforme Quadro 2 abaixo:

INSTITUIÇÕES
Museu Vila Rica
Centro de Cultura Álvaro Pinto
Biblioteca Pública Municipal Francisco Salles
Quadro 2: Instituições culturais de Júlio de Castilhos.

As “Fichas de Identificação de Instituição Cultural” estão apresentadas no Anexo 1.

6.2.1. Museu Vila Rica

O Museu Vila Rica da cidade de Júlio de Castilhos foi inaugurado no ano de 1986, fica
hoje localizado no Centro Administrativo Municipal Vicente Mileno de Castro Moreira na
Avenida Getulio Vargas, 23 – Centro. Susiara Montangne Beller é a responsável pelo
espaço, todo o acervo do Museu é de doação de moradores da região.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 69
Foto 42: Museu Vila Rica. Foto e acervo: Scientia, 2015.

6.2.2. Centro Cultural Álvaro Pinto

Inaugurado no dia 31 de outubro de 2012 no Município de Júlio de Castilhos o Centro


Cultural Álvaro Pinto. Álvaro Pinto, teve a iniciativa de construir um teatro para a Vila de
Júlio de Castilhos, inaugurado no dia 31 de dezembro de 1912, nascendo assim, o
Theatro Municipal. Em 1919 foram anunciadas importantes reformas no Teatro,
inauguradas em janeiro de 1920. O Teatro Municipal, no ano de 1925 ficou sob a direção
da Secretaria do Município. Após um quarto de século, o velho Teatro estava em péssimo
estado e sem condições de reformá-lo, a Prefeitura com concordância do Tribunal de
Contas do Estado, doou o mesmo em fevereiro de 1938, a Miguel Waihrich Filho. O novo
prédio foi inaugurado em 8 de fevereiro de 1939, denominado Cine Teatro Palácio,
destinado principalmente a sessões cinematográficas, sendo vendido, em dezembro de
1954, ao genro do casal donatário, senhor Rubens Tatith. Neste ano o prédio completa
103 anos.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 70
Foto 43: Centro Cultural Álvaro Pinto. Foto e acervo: Scientia, 2015.

6.2.3. Biblioteca Pública Municipal Francisco Salles

A Biblioteca Pública Municipal Francisco Salles está localizada na Rua Barão do Rio
Branco, 279 – Centro. Ela tem capacidade para 15.000 obras e espaço para 50 pessoas.
A biblioteca está aberta com espaço para leitura e empréstimo literário há 48 anos.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 71
Foto 44: Biblioteca Pública. Foto e acervo: Scientia, 2015.

6.3. LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÃO ORAL

Durante a coleta de informações orais, a equipe de pesquisadores conversou com


moradores locais, expondo a elas, com conceitos simples e de fácil entendimento as
razões da presença de arqueólogos no licenciamento ambiental de um projeto de
engenharia. Para melhor fixar os conceitos apresentados informalmente, além de
responder a todos os questionamentos e curiosidades expressos, foi distribuído o livreto
intitulado “Obras de Engenharia, arqueologia e arqueólogos” (COSTA, 2008) da Scientia
Consultoria Cientifica.

No decorrer das atividades de campo, foram realizadas sete entrevistas com os


moradores das comunidades do município de Júlio de Castilhos, próximas ou nas
imediações do traçado do empreendimento.

Os dados das Fichas de Informação Oral estão sintetizados no Quadro 3 e apresentadas


na íntegra no Anexo 2.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 72
SI- ENTREVIS
PRINCIPAIS INFORMAÇÕES FOTO
GLA -TADO

E1 Luan Não tinha muitas informações sobre a região,


Portela pois fazia pouco tempo que trabalhava na
fazenda, o dono não estava no local.
Foi reconhecido pelos pesquisadores uma
cerca de pedra no local e registrado com
GPS.

E2 Orestes de Morador a pouco mais de 10 anos na


Souza região, contou durante a entrevista que já
havia avistado a mesma cerca de pedra
vista na primeira fazenda visitada em
meio a mata nativa, próximo a um riacho
que passava ali próximo.

E3 Gilson Morador da região ha muitos anos teve a


Antônio terra dada como herança de seu falecido pai.
Fruet da Sem nenhuma informação sobre objetos
Rosa históricos ou pré-históricos.

E4 Cleimar e Trabalham na Fazenda do Senhor Ricardo


Vicente Moro Romagna, na sede da fazenda existe
um muro de pedras muito parecido com o já
visto pela equipe em uma fazenda próxima.
Toda a terra era de posse de uma só família,
ha alguns anos ela teria sido dividida entre
filhos e familiares.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 73
E5 Cecília Moradora da comunidade Santa Clara, dona
Goulart de uma casa construída a mais de 100 anos
feita de pedra.
Outra informação dada, foi sobre os dois
cemitérios familiares que existem próximos a
sua residência.
Casa: 22J 0247284/6762601
Cemitério Maidana: 22J 0248409/6763332
Cemitério Portela: 22J 0248049/6763517

E6 Natalino Morador a pouco tempo na região não tem


Stefanelo nenhuma informação.

E7 Roberto Família chegou à região em 1913, já havia


Oliveira da os muros de pedra e a capela construídos.
Rosa Filho Dentro da capela também existe um santo
que foi trazido da Espanha até são Paulo e a
família trouxe para Júlio de Castilhos em
1913.

Muro de pedra: 22J 0243683/6761266


Capela: 22J 0243733/6761271

Quadro 3: Entrevistas realizadas durante o diagnóstico. Fonte: Fichas de Informação Oral,


Scientia, 2015.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 74
7. PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA - AID

A Área de Influência Direta deste empreendimento foi considerada a faixa de servidão de


25 m de largura ao longo de toda a extensão das LTs, conforme contemplado no mapa
das áreas de influência apresentada no capítulo 2 (Figura 2).

No Sistema de Gerenciamento do Patrimônio Arqueológico (SGPA) do IPHAN não foram


encontradas referências a sítios arqueológicos no município de Júlio de Castilhos.
Portanto, os dados arqueológicos para a AID do empreendimento são procedentes
somente do levantamento oportunístico realizado com observação da superfície de solo,
procurando visualizar possíveis vestígios ou estruturas arqueológicas que podem ser
atingidas pelo empreendimento.

O diagnóstico arqueológico foi executado através da vistoria in loco, nas Áreas de


Influência Direta que está inserida em Júlio de Castilhos no Estado do Rio Grande do Sul.
O objetivo foi percorrer as áreas da Área Diretamente Afetada (ADA), sendo guiados
pelos vértices predeterminados conforme projeto do empreendimento. Sendo assim,
percorreu-se toda a extensão da linha de transmissão.

Neste percorrimento, fez-se a coleta de informações orais junto aos moradores desta
área, examinando os elementos paisagísticos de interesse arqueológico (relevo,
cobertura vegetal, cursos d’água próximos, usos dos solos atuais, etc.) e verificando, nas
áreas onde a visibilidade do solo foi possível, a existência de vestígios arqueológicos
aflorados em superfície. Faz-se uma breve descrição das características ambientais de
interesse arqueológico observadas nos trabalhos de campo.

Todos os dados foram georreferenciados, mapeados e objeto de registro fotográfico.


Formulários específicos foram preenchidos em campo e, posteriormente, digitados em
computador.

O traçado do caminhamento na área de implantação das LT’s foi registrado através de


um GPS Gamin 62CSX. Para confecção dos mapas temáticos usou-se o programa
MapSource para importar os dados coletados em campo. Após transformou-se tais
informações em arquivos vetoriais no formato dxf. Nesta etapa, em virtude das
configurações do programa utilizado, as curvas e arcos do caminhamento foram
automaticamente convertidas em vértices (linhas retas). Em seguida, com auxílio do
programa ArcGis, os arquivos do traçado foram plotados e georreferenciados sobre a
base cartográfica da respectiva linha de transmissão.

O resultado obtido foi um mapa mostrando o caminhamento sobre a Área de Influência


Direta do empreendimento, estando sinalizada a faixa de servidão através de buffer, de
500 m a partir do eixo do traçado. O detalhe do caminhamento realizado pode ser
conferido na produção cartográfica realizada (ver Figura 20) apresentada no Anexo 3.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 75
O resultado das atividades de vistoria e sondagens é apresentado a seguir:

Figura 20: Mapa de caminhamento da vistoria realizada na faixa de servidão LT 138 kV JCA
1 – JCA 2. Elaboração: Patrícia Casemiro. Fonte: Dados de campo da Scientia (2015) e
IBGE.

7.1. VISTORIA DO TRAÇADO

Nesta etapa de diagnóstico, foram realizadas verificações, em áreas com visibilidade do


solo, a fim de avaliar a existência de vestígios arqueológicos aflorados em superfície.
Foram executadas vistorias de superfície em todos os vértices das praças de torres e
percorrimento da área do traçado, para verificação de ocorrências arqueológicas
afloradas em superfície, através de caminhamentos sistemáticos da área da faixa de
servidão. Além dos locais de implantação dos vértices, foram vistoriadas as áreas com
solo exposto como perfis de corte de barranco, lavouras ou áreas aradas.

Os registros fotográficos realizados em campo (Foto 45 a Foto 52) documentam as


atividades de vistoria da ADA.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 76
Foto 45: Vistoria área de plantação com solo Foto 46: Vista de barranco com solo exposto
exposto entre as torres E13 e E12. Foto e na beira arroio, entre as torres E13 e E14.
acervo: Scientia, 2015. Foto e acervo: Scientia, 2015.

Foto 47: Vistoria de afloramento rochoso, na Foto 48: Vistoria afloramento rochoso
torre E33. Foto e acervo: Scientia, 2015. próximo à torre E37. Foto e acervo: Scientia,
2015.

Foto 49: Vistoria em afloramento rochoso Foto 50: Vistoria nas margens de arroio, entre
próximo a torre E29. Foto e acervo: Scientia, as torres E06 e E07. Foto e acervo: Scientia,
2015. 2015.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 77
Foto 51: Vistoria em afloramento rochoso Foto 52: Vistoria de barranco com solo
entre as torres E24 e E25. Foto e acervo: exposto entre as torre E03 e E04. Foto e
Scientia, 2015. acervo: Scientia, 2015.

Todos os pontos onde foram realizadas as sondagens, os vértices da LT, também foram
vistoriados, além do sedimento decorrente da obra de instalação das torres já em
andamento. Além das vistorias realizadas junto a cada um dos vértices, durante o
percorrimento da área do traçado, os locais identificados como potenciais para
ocupações passadas também foram vistoriados, como áreas de patamar, entre rios ou
com afloramentos rochosos (possíveis áreas de captação de matéria-prima para grupos
com prática culturais de lascamento).

Ao todo foram realizadas oito vistorias em todo trajeto, conforme apresentado no Quadro
4. Sendo que duas destas vistorias ocorreram em perfis de solo em amostra, neste caso
os procedimentos foram registrados através de formulários específicos em campo, cujos
dados foram sistematizados neste relatório no Anexo 5. Nas demais vistorias os locais
tratavam-se de afloramentos rochosos, terreno com solo exposto e margem de arroio. Em
todas as vistorias foram realizados registros fotográficos em campo dos procedimentos.
Todos os locais apresentaram resultado negativo para bens arqueológicos. A localização
dos pontos de vistoria estão contemplados na Figura 21 e no Anexo 4.

PONTO PONTO VIST. LOCAL FUSO UTMT X UTM Y

P1 Afloramento Rochoso Próximo à torre E37 22J 0243886 6761634

P2 Afloramento Rochoso Torre E33 22J 0245799 6761634

P3 Afloramento Rochoso Torre E29 22J 0246902 6760996

P4 Afloramento Rochoso Entre as torres E24 e E25 22J 0248542 6760264

P5 Perfil barranco de arroio Entre as torres E13 e E14 22J 0252350 6758930

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 78
P6 Solo exposto Torre E13 22J 0252709 6758889

P7 Margem de arroio Entre as torres E07 e E06 22J 0255314 6758479

P8 Perfil exposto Entre as torres E04 e E03 22J 0256542 6758580

Quadro 4: Relação de vistorias realizadas. Datum WGS84. Fonte: Dados de campo. Scientia,
2015.

Figura 21: Pontos vistoriados na faixa de servidão da LT 138 kV JCA 1 – JCA 2. Elaboração:
Patrícia Casemiro. Fonte: Dados de campo da Scientia (2015) e IBGE.

Durante a vistoria foram identificadas várias torres em processo adiantado de


implantação, conforme o registro fotográfico realizado e apresentado a seguir (ver Foto
53 a Foto 79).

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 79
Foto 53: Vista geral das obras de Foto 54: Detalhe da fundação já realizada na
implantação da torre E40. Foto e acervo: torre E40. Foto e acervo: Scientia, 2015.
Scientia, 2015.

Foto 55: Vista geral das obras de Foto 56: Detalhe da fundação já realizada na
implantação da torre E39. Foto e acervo: torre E39. Foto e acervo: Scientia, 2015.
Scientia, 2015.

Foto 57: Vista geral das obras de Foto 58: Detalhe da fundação já realizada na
implantação da torre E38. Foto e acervo: torre E38. Foto e acervo: Scientia, 2015.
Scientia, 2015.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 80
Foto 59: Vista geral das obras de Foto 60: Detalhe da escavação para fundação
escavação da fundação para a implantação já realizada na torre E37. Foto e acervo:
da torre E37. Foto e acervo: Scientia, 2015. Scientia, 2015.

Foto 61: Detalhe da fundação já realizada Foto 62: Detalhe da escavação para fundação
na torre E36. Foto e acervo: Scientia, 2015. já realizada na torre E35. Foto e acervo:
Scientia, 2015.

Foto 63: Detalhe da escavação para Foto 64: Detalhe da fundação já realizada na
fundação já realizada na torre E347. torre E27 Foto e acervo: Scientia, 2015.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 81
Foto 65: Vista geral da fundação já Foto 66: Vista geral da fundação já realizada
realizada na torre E26 Foto e acervo: na torre E25. Foto e acervo: Scientia, 2015.
Scientia, 2015.

Foto 67: Vista geral da fundação já Foto 68: Detalhe da fundação já realizada na
realizada na torre E21. Foto e acervo: torre E 20. Foto e acervo: Scientia, 2015.
Scientia, 2015.

Foto 69: Vista geral da escavação sendo Foto 70: Detalhe da fundação já realizada na
realizada na torre E19 vértice 03. Foto e torre E18. Foto e acervo: Scientia, 2015.
acervo: Scientia, 2015.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 82
Foto 71: Detalhe da fundação já concretada Foto 72: Detalhe da fundação já escavada na
na torre E18. Foto e acervo: Scientia, 2015. torre E18. Foto e acervo: Scientia, 2015.

Foto 73: Vista geral da fundação já Foto 74: Vista geral da fundação já realizada
realizada na torre E17. Foto e acervo: na torre E16. Foto e acervo: Scientia, 2015.
Scientia, 2015.

Foto 75: Vista geral da fundação já Foto 76: Detalhe da fundação já realizada na
realizada na torre E12. Foto e acervo: torre E08. Foto e acervo: Scientia, 2015.
Scientia, 2015.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 83
Foto 77: Vista geral das obras de Foto 78: Vista geral da fundação já realizada
escavação da fundação para a implantação na torre E06. Foto e acervo: Scientia, 2015.
da torre E07. Foto e acervo: Scientia, 2015.

Foto 79: Vista geral da fundação já


realizada na torre E04. Foto e acervo:
Scientia, 2015.

7.2. SONDAGENS ARQUEOLÓGICAS

Conforme mencionado no Projeto de Diagnóstico (SCIENTIA, 2015) deste


empreendimento, foram realizadas prospecções de forma assistemática, tomando como
referência os vértices das torres e o traçado da Linha de Transmissão, para averiguar
possíveis vestígios arqueológicos em subsuperfície. Sendo assim, vistoriou-se todo
traçado da Linha de Transmissão, que possui 16,1 km.

Estava previsto a abertura de sondagem nos seis vértices. Porém foram abertas
sondagens em cinco vértices, pois no vértice V03 as obras de instalação da torre já
estavam em execução. Desta forma foi executada a vistoria do solo retirado pelas
máquinas.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 84
Todas as sondagens atingiram profundidade de 80 cm, apresentaram granulação fina e
solo variando entre argiloso e areno-argiloso. Para identificar estratos ou níveis
verificaram-se, conforme a sondagem era aberta, modificações na textura e coloração do
solo, as quais eram categorizadas através dos Catálogos de Cores The Globe (THE
GLOBE PROGRAM, 2004).

Os registros fotográficos a seguir (Foto 80 a Foto 87) documentam as atividades de


vistoria e realização de sondagens arqueológicas nos vértices do empreendimento.

As fichas preenchidas em campo em cada sondagem estão contempladas no Anexo 7. O


mapa a seguir (ver Figura 22) apresenta a localização das sondagens realizadas nos
vértices e na faixa de servidão da Linha de Transmissão.

Figura 22: Vértices sondados/verificados na faixa de servidão da LT 138 kV JCA 1 – JCA 2.


Elaboração: Patrícia Casemiro. Fonte: Dados de campo da Scientia (2015) e IBGE.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 85
Foto 80: Execução de sondagem no vértice Foto 81: Execução de sondagem no vértice
V06 da LT 138 kV JCA 1 – JCA 2. Foto e V05 da LT 138 kV JCA 1 – JCA 2. Foto e
acervo: Scientia, 2015. acervo: Scientia, 2015.

Foto 82: Execução de sondagem V04 da LT Foto 83: Máquinas trabalhando no vértice V03
138 kV JCA 1 – JCA 2. Foto e acervo: da LT 138 kV JCA 1 – JCA 2. Foto e acervo:
Scientia, 2015. Scientia, 2015.

Foto 84: Detalhe do sedimento vistoriado no Foto 85: Detalhe do buraco para colocação da
vértice V03, já escavado da LT 138 kV JCA 1 torre do vértice V03 já escavado, da LT 138 kV
– JCA 2. Foto e acervo: Scientia, 2015. JCA 1 – JCA 2. Foto e acervo: Scientia, 2015.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 86
Foto 86: Execução de sondagem V02 da LT Foto 87: Execução de sondagem V01 da LT
138 kV JCA 1 – JCA 2. Foto e acervo: 138 kV JCA 1 – JCA 2. Foto e acervo:
Scientia, 2015. Scientia, 2015.

Com relação ao resultado das intervenções, todas as sondagens realizadas


apresentaram resultado negativo para presença de material arqueológico. Destaca-se
ainda que além das obras já terem começado em algumas torres, nas duas subestações
as obras também já haviam iniciado, conforme o registro fotográfico (Foto 88 e Foto 90).

Foto 88: Obras na área da subestação Júlio Foto 89: Sinalização da Subestação Júlio de
de Castilhos 1. . Foto e acervo: Scientia, Castilhos 2. . Foto e acervo: Scientia, 2015.
2015.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 87
Foto 90: Obras em andamento na área da
Subestação Júlio de Castilhos 2. . Foto e
acervo: Scientia, 2015.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 88
8. LEVANTAMENTO DE BENS ARQUITETÔNICOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA
INDIRETA – AII

Neste levantamento foram visitadas algumas edificações com potencial histórico,


arquitetônico e arqueológico como alguns cemitérios, casa antiga, capela, e ainda
edificações e mangueiras construídas em pedra. Estas foram localizadas a partir das
informações orais indicadas por moradores locais. Dessas edificações visitadas foram
georreferenciadas e verifica a distancia em relação ao traçado da LT Júlio de Castilhos,
conforme o quadro a seguir (ver Quadro 5).

A localização dos bens edificados de relevância arquitetônica está apresentada no mapa


a seguir (ver Figura 23) e Anexo 8.

Figura 23: Mapa dos Bens Arquitetônicos e Históricos identificados na AII da LT Júlio de
Castilhos.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 89
UTM DATUM WGS-84
ZONA 22J DISTANCIA EM
Nº NOME
X Y RELAÇÃO AO EIXO

1 Cemitério Maidana 0248409 6763332 3.000 m

2 Cemitério Portela 0248049 6763517 3.100 m

3 Casa Centenária 0247284 6762601 1.500 m

4 Muro de pedra 0243683 6761266 500 m

5 Capela 0243733 6761271 500 m

Quadro 5: Relação de Bens Arquitetônicos e Históricos identificados na AII da LT Júlio de


Castilhos. Datum WGS84. Fonte: Dados de campo. Scientia, 2015.

8.1. CEMITÉRIO MAIDANA

O Cemitério Maidana se situa na Comunidade de Santa Clara, no município de Júlio de


Castilhos, na seguinte coordenada de UTM: 22J 0248409/6763332, Datum WGS-84.
Trata-se de um cemitério familiar, próximo à residência da Sra. Cecília Goulart.

O cemitério encontra-se bastante deteriorado, ainda assim algumas lápides ainda estão
preservadas, onde se podem ver as datas. As mais recuadas são da década de 1930 (ver
Foto 91 e Foto 92).

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 90
Foto 91: Vista geral do Cemitério Maidana. Foto 92: Detalhe de lápide da década de
Foto e acervo: Scientia, 2015. 1930 no Cemitério Maidana. Foto e acervo:
Scientia, 2015.

8.2. CEMITÉRIO PORTELA

O Cemitério Portela se situa na Comunidade de Santa Clara, no município de Júlio de


Castilhos, na seguinte coordenada de UTM: 22J 0248049/6763517, Datum WGS-84.
Trata-se de um cemitério familiar, próximo a residência da Sra. Cecília Goulart.

Foto 93: Vista geral do Cemitério Portela. Foto 94: Detalhe de lápide no Cemitério
Foto e acervo: Scientia, 2015. Portela. Foto e acervo: Scientia, 2015.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 91
8.3. CASA DE PEDRA

A proprietária, Sra. Cecília Goulart, deu algumas informações sobre a casa de pedra.
Embora não se tenha registrado sua idade, aparentava ter mais de 75 anos. Informou
que morou na casa de pedra, porém não foi sua família que construiu. Quando chegou na
região com seu marido, a casa já estava lá. Moraram por um tempo, porém com a
deterioração da casa acabaram mudando para outra casa perto dali. Segunda Sra.
Cecília a construção da casa de taipa, somente com pedra e rejunte a seco, tem mais de
cem anos.

A casa situa-se na Comunidade Santa Clara, no município de Júlio de Castilhos, na


seguinte coordenada de UTM: 22J 0247284/6762601, Datum WGS-84.

Foto 95: Casa de pedra. Foto e acervo: Foto 96: Casa de pedra. Foto e acervo:
Scientia, 2015. Scientia, 2015.

8.4. MURO DE PEDRA

Muro de pedra situado na propriedade do Sr. Roberto Oliveira da Rosa Filho. Segundo o
entrevistado as terras foram compradas pela sua família em 1827 e, quando a família do
proprietário chegou à região, em 1913, o muro já estava lá. Sr. Roberto acredita que o
muro foi construído por trabalho escravo.

Coordenada de UTM: 22J 0243683/6761266, Datum WGS-84.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 92
Foto 97: Muro de pedra. Foto e acervo: Foto 98: Muro de pedra. Foto e acervo:
Scientia, 2015. Scientia, 2015.

8.5. CAPELA

A Capela, assim como o muro de pedra, situa-se na propriedade do Sr. Roberto Oliveira
da Rosa Filho e também já estava construída quando sua família chegou à região.
Segundo o entrevistado, a capela já foi reformada duas vezes. No seu interior há
imagens de Santos (Foto 99), destacando-se a imagem do Santo Isidro (Foto 100),
encomendado da Espanha e trazido com a família do Sr. Roberto em 1913, juntamente
com outros objetos que foram apresentados pelo proprietário, como a carroça também
preservada pela família (Foto 101). O entrevistado não recorda a data, mas já houve
tentativa de roubo do Santo Isidro, por acreditarem haver ouro dentro do mesmo.

Além da capela e dos santos, Sr. Roberto ainda mostrou uma carroça (Foto 102) que,
segundo ele, também foi trazido pelos seus familiares em 1913. A família aparenta ter
muito apreço pelos objetos históricos, demonstrando cuidado com a sua preservação.

Situa-se na coordenada de UTM: 22J 0243733/6761271, Datum WGS-84.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 93
Foto 99: Parte externa da capela. Foto e Foto 100: Imagens de Santos no interior da
acervo: Scientia, 2015. capela. Foto e acervo: Scientia, 2015.

Foto 101: Santo Isidoro Foto e acervo: Foto 102: Carroça preservada pela família
Scientia, 2015. Foto e acervo: Scientia, 2015 desde a sua chegada à região. Foto e
acervo: Scientia, 2015.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 94
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A coleta e sistematização de dados secundários (arqueológicos pré-coloniais e históricos


e ainda dados etnohistóricos) propiciaram a caracterização arqueológica e etnohistórica
da AII e regional. Com base nos dados secundários provenientes das pesquisas
arqueológicas apresentadas anteriormente, pode-se constatar a riqueza e a diversidade
de sítios arqueológicos registrados regionalmente, contudo inexistem de registros no
CNSA/IPHAN na AII.

A ocupação pré-colonial regional está marcada por dois grandes horizontes culturais –
um mais antigo, representado por uma população caçadora-coletora pré-ceramista,
produtora de artefato lítico lascado - e outras duas mais recentes, representadas por
populações agricultoras e produtoras de cerâmica. Se houve uma transição de uma
cultura para outra, com populações caçadoras-coletoras passando a produzir cerâmica e
a cultivar alimentos, a arqueologia ainda não conseguiu confirmar, motivo pelo qual esses
dois grandes horizontes têm sido tratados separadamente, ou seja, como pré-cerâmico e
cerâmico.

Os dados etnohistóricos corroboram os dados arqueológicos da ocupação dos últimos


500 anos por populações indígenas Tupiguarani, denominadas historicamente de grupos
Guaranis.

A cultura material indígena, que emprega em quantidade expressiva matérias-primas


perecíveis (plumária, madeira, cestaria), marca a paisagem principalmente pela
densidade ocupacional, que produz solos e refugos de maior visibilidade arqueológica.
Após o contato, com o rápido declínio da população indígena e a consequente perda de
elementos importantes de sua cultura material, a visibilidade arqueológica de seus
assentamentos passa a ficar cada vez mais comprometida.

Os dados levantados e sumarizados mostram que os bens móveis tradicionais


constituintes do acervo cultural das diversas tribos indígenas registradas historicamente
na área de estudo sofreram severa alteração com o contato com os brancos, em especial
no que se refere àqueles de maior durabilidade (e, portanto, de maior visibilidade
arqueológica). Os primeiros artefatos a desaparecer são exatamente aqueles substituídos
por objetos da cultura do conquistador com função similar: vasilhas de barro são
substituídas por vasilhas de metal; instrumentos cortantes de pedra são substituídos por
facas e machados de metal.

Essa mudança na cultura material de maior visibilidade arqueológica é extremamente


agravada pelo radical decréscimo populacional causado pelo contato. Com populações
reduzidas, a cultura material tende a ficar mais rarefeita, o que também implica em perda
de visibilidade arqueológica. Além disso, no processo de fuga da frente conquistadora, as
sociedades indígenas permanecem muito menos tempo nos seus assentamentos, o que

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 95
diminui sensivelmente o refugo das atividades cotidianas, fonte privilegiada de
informação arqueológica.

Devido à movimentação constante, estes grupos indígenas teriam abdicado da produção


de artefatos de difícil transporte (exatamente os de maior durabilidade física), em prol de
objetos de transporte fácil ou de confecção rápida, à medida das necessidades (caso dos
objetos de fibras vegetais, altamente perecíveis).

Com base na bibliografia arqueológica regional e nas informações orais coletadas em


campo, conclui-se pelo potencial arqueológico positivo da AII do empreendimento, mas
de caráter muito baixo.

Com relação às informações orais, há a indicação somente da existência de vestígios


históricos, edificações de relevância arquitetônica, histórica e arqueológica também,
como cemitérios, habitações, capela e muro de pedra. Destes, dois situam-se na AII do
empreendimento, a aproximadamente 500 m do eixo do traçado da LT, a saber: a Capela
e o Muro de Pedra.

Na AID e na ADA não foram registrados sítios arqueológicos. Contudo não se descarta a
possibilidade de serem encontrados bens arqueológicos durante a execução do
Programa de Prospecções Sistemáticas na próxima etapa do licenciamento, ou seja, no
levantamento arqueológico.

É importante ressaltar, ainda, o potencial arqueológico da área de estudo, no que


concerne ao período histórico. Os sítios arqueológicos históricos com estruturas
edificadas ainda em pé também são importantes fontes de pesquisa sobre a história da
região, como, por exemplo, as sedes de estâncias, os cemitérios e as estações ferrovias,
ambos dos séculos XIX e XX.

Durante a etapa de campo do diagnóstico, tanto nas vistorias quanto nas sondagens
amostrais realizadas na faixa de servidão do empreendimento, não foram identificados
pontos positivos de ocorrência de vestígios arqueológicos (áreas arqueológicas) na Área
Diretamente Afetada (ADA), mas isto não exclui a possibilidade de existirem vestígios
arqueológicos.

Com base nos resultados dos estudos realizados, considerou-se que apenas
prospecções arqueológicas intensivas e sistemáticas poderiam indicar conclusivamente
se existiam ou não sítios arqueológicos nas áreas de intervenção do empreendimento.
Contudo, tal etapa encontra-se prejudicada pela implantação da boa parte das torres do
empreendimento, conforme indicado no subcapitulo referente às vistorias.

Finalmente, os objetivos do diagnóstico arqueológico interventivo previstos no projeto de


pesquisa (SCIENTIA, 2015) foram amplamente alcançado.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 96
10. EQUIPE TÉCNICA

Coordenação Geral: Drª Ana Lucia Herberts

CAMPO:

Pesquisadores: Aléxis Tessele Cruz

Shir Tuann Souza

Educação Patrimonial: Shir Tuann Souza

Auxiliar de campo e Fábio dos Santos Torres


motorista:

RELATÓRIO:

Redação: Drª Ana Lucia Herberts

Aléxis Tessele Cruz

Shir Tuann Souza

Mapas: Patrícia Casemiro

Renato Gonzalez

Revisão: Drª Ana Lucia Herberts

Luiza Lacerda Maciel

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 97
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Teresinha Tesche ROBERTS. São Leopoldo: Ed. UNISINOS, 1994. 584 p.

BROCHADO, J. P. Pesquisas Arqueológicas nos Vales do Ijuí e Jacuí. Publicações


Avulsas. Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas – PRONAPA. Resultados
Preliminares do terceiro ano 1967-1968., Belém, v. Vol. 3., 1969.

BROCHADO, J. P. Extensão das Pesquisas Arqueológicas nos Vales do Jacuí e Ibicuí-


Mirim. Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas – PRONAPA. Resultados
Preliminares do quarto ano 1968-1969. Publicações avulsas, Belém, v. Vol. 4, n. 15,
1971.

CNSA/IPHAN. http://portal.iphan.gov.br/portal/montaPaginaSGPA.do. IPHAN, 2016.


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COPACABANA.COM. Rua Júlio De Castilhos, Copacabana, Rio De Janeiro.


Copacabana.com. Disponivel em: <http://copacabana.com/rua-julio-de-castilhos/>.
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COPÉ, S. M. Pré-história e Etnohistória do Rio Grande do Sul. In: HERBERTS, A. L. (. ).


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Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 98
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da LT 138 kV Júlio de Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2. Caxias do Sul. 2015.

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 99
SCIENTIA. Projeto de Pesquisa: Diagnóstico Arqueológico Interventivo na LT 138
KV Júlio de Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS).
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Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 100
12. ANEXOS

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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 101
ANEXO 1: FICHAS DE IDENTIFICAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES CULTURAIS

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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 102
Ficha nº 01

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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 103
Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de
Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 104
Ficha nº 02

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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 105
Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de
Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 106
Ficha n° 3

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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 107
Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de
Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 108
ANEXO 2: FICHAS DE INFORMAÇÃO ORAL

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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 109
Ficha n°1

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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 110
Ficha n° 2

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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 111
Ficha n° 3

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 112
Ficha n° 4

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 113
Ficha n° 5

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 114
Ficha n° 6

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 115
Ficha n° 7

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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 116
ANEXO 3: MAPA DE CAMINHAMENTO NA AID DA LT 138 KV JCA 1 – JCA 2

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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 117
Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de
Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 118
ANEXO 4: MAPA DE VISTORIA NA AID DA LT 138 KV JCA 1 – JCA 2

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 119
Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de
Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 120
ANEXO 5: FICHAS DE DIAGNÓSTICO ARQUEOLÓGICO

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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 121
Ficha 1

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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 122
Ficha 2

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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 123
ANEXO 6: MAPA DE SONDAGENS NA LT 138 KV JCA 1 – JCA 2

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 124
Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de
Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 125
ANEXO 7: FICHAS DE SONDAGEM ARQUEOLÓGICA

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 126
Ficha nº 01 – pag. 1

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 127
Ficha nº 01 – pag. 2

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 128
Ficha nº 02 – pag. 1

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 129
Ficha nº 02 – pag. 2

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 130
Ficha nº 04 – pag. 1

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 131
Ficha nº 04 – pag. 2

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 132
Ficha nº 05 – pag. 1

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 133
Ficha nº 05 – pag. 2

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 134
Ficha nº 06 – pag. 1

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 135
Ficha nº 06 – pag. 2

Relatório Final: Diagnostico Arqueológico Interventivo na LT 138 kV Júlio de


Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 136
ANEXO 8: MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS BENS EDIFICADOS NA AII

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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 137
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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 138
CD ROM – Versão digital

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Castilhos 1 – Júlio de Castilhos 2, município de Júlio de Castilhos (RS). 139
Ficha de Identificação de Instituição Cultural FICHA Nº: 3

Projeto: Diagnóstico LT Júlio de Castilhos 1 - 2


Identificação
1.2.1. Nome da Instituição: Biblioteca Pública Municipal Francisco Salles
Endereço: Rua Barão do Rio Branco, 279 – Centro
Município: Júlio de Castilhos Estado: Rio Grande do Sul
Fone: (55) 32711015/32718148 E-mail: secjc@jcvirtual.com.br
Responsável: Site:

Caracterização da Instituição
( ) Federal ( ) Estadual ( x ) Municipal ( ) Privada

Horário de Funcionamento
8:00 – 11:30 e 13:00 – 17:00

Tipo de acervo
( ) Arqueológico ( ) Artes
( ) Histórico ( ) História natural
( ) Científico ( X ) Bibliográfico
( ) Arquivístico ( ) Outro:

Modo de aquisição do acervo

Descrição
A Biblioteca tem capacidade para 15.000 obras e espaço para 50 pessoas. A biblioteca está aberta com
espaço para leitura e empréstimo literário há 48 anos.

Dados obtidos por fontes secundárias (Fonte: GERS/UFSM. Mapa Cultural - Júlio de Castilhos. Santa
Maria: Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Universidade Federal de Santa Maria, 2014).

Registro de imagem
Tipo: Fachada. Nº: 1

Anexo
( ) Não: ( ) Sim: Tipo:

Registrado por
Nome: Shir Tuann Souza Função: Auxiliar Técnico V
Local: Júlio de Castilhos Data: 12/02/2016
Ficha de Identificação de Instituição Cultural FICHA Nº: 2

Projeto: Diagnóstico LT Júlio de Castilhos 1 - 2


Identificação
Nome da Instituição: Centro Cultural Álvaro Pinto
Endereço: Rua: Antonio Carbone, 200 - Centro
Município: Júlio de Castilhos Estado: Rio Grande do Sul
Fone: (55)32711015 E-mail: ccap@juliodecastilhos.rs.gov.br
Responsável: Vera Jane Machado Appel Site:

Caracterização da Instituição
( ) Federal ( ) Estadual ( x ) Municipal ( ) Privada

Horário de Funcionamento
8:00 – 11:30 e 13:00 – 17:00

Tipo de acervo
( ) Arqueológico ( x ) Artes
( ) Histórico ( ) História natural
( ) Científico ( ) Bibliográfico
( ) Arquivístico ( x ) Outro:

Modo de aquisição do acervo


Doação

Descrição
Espaço contruido para eventos culturais como: exposição de quadros, música, dança, teatro, cinema,
palestras e também formações educativas.

Registro de imagem

Tipo: Fachada. Nº: 1 Tipo: Parte da estrutura Nº: 2


interna do local.
Anexo
( ) Não: ( ) Sim: Tipo:
Registrado por
Nome: Shir Tuann Souza Função: Auxiliar Técnico V
Local: Júlio de Castilhos Data: 16/12/2015
Ficha de Identificação de Instituição Cultural FICHA Nº: 1

Projeto: Diagnóstico LT Júlio de Castilhos 1 - 2


Identificação
Nome da Instituição: Museu Vila Rica
Endereço: O Museu Vila Rica está localizado no Centro Administrativo, próximo à Rótula do Bradesco.
Município: Júlio de Castilhos Estado: Rio Grande do Sul
Fone: (55)32711015 E-mail: museuvilaricajc@gmail.com
Responsável: Susiara Montangne Beller Site:
https://www.facebook.com/profile.php?id=1000091
32824823

Caracterização da Instituição
( ) Federal ( ) Estadual ( x ) Municipal ( ) Privada

Horário de Funcionamento
8:00 – 11:30 e 13:00 – 17:00

Tipo de acervo
( ) Arqueológico ( ) Artes
( x ) Histórico ( ) História natural
( ) Científico ( ) Bibliográfico
( ) Arquivístico ( ) Outro:

Modo de aquisição do acervo


Doação

Descrição
Tudo que existe no museu Vila Rica hoje é de doação dos moradores da região.

Registro de imagem

Tipo: Acervo com Nº: 1 Tipo: Material cerâmico. Nº: 2


algumas ppeças líticas.
Tipo: Doações de Nº: 3 Tipo: Vasilias cerâmicas Nº: 4
variados tipos. e uma pedra retirada da
Praia dos Ingleses –
Florianópolis.

Tipo: Espadas. Nº: 5 Tipo: Peças em ouro e Nº: 6


prata.

Anexo
( ) Não: ( ) Sim: Tipo:
Registrado por
Nome: Aléxis Telessi Função: Assistente Técnico IV
Local: Júlio de Castilhos Data: 16/12/2015
Ficha de Diagnóstico Arqueológico FICHA Nº: 01

Projeto: Diagnóstico LT Júlio de Castilho 1 - 2 DATA: 15/12/2015

Equipe: Aléxis

Localidade: Município: Júlio de Castilhos

Trecho/local vistoriado: Arroio

Coordenada UTM: 22J 0252352/6758931 Datum: WGS 84

Margem de Erro: 3 m Elevação: 415m

Relevo: Vegetação:

( ) Vertente (X) Baixa Vertente ( ) Média vertente ( ) Gramínea ( ) Capoeira

( ) Alta vertente ( ) Topo ( ) Patamar ( ) Planície ( ) Mata Ombrófila ( ) Densa

( ) Platô ( ) Planície de inundação ( ) Mata Mista (X) Ciliar ( ) Plantio: ___________

OBS.:

SOLO: Visibilidade: (X) Boa, solo exposto ( ) Média ( ) Sem visibilidade

Se visível: (X) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: Escura CÓD.: 10 YR 2/2 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Descrição: Barranco do arroio exposto, solo arenoso e camada húmica.

Fotos: 139, 140, 141, 142, 143, 144, 145.

Descrição da área vistoriada: Arroio em área de capão de mato (mata ciliar)

Cultura material localizada: (X) Negativo ( ) Positivo


Descrição:

Resultados: (X) Negativo ( ) Positivo Nº de sítios identificados: _________

Nome do sítio: Sigla:


Ficha de Diagnóstico Arqueológico FICHA Nº:02

Projeto: Diagnóstico LT Júlio de Castilho 1 - 2 DATA: 16/12/2015

Equipe: Aléxis

Localidade: Município: Júlio de Castilhos

Trecho/local vistoriado: Canal de água

Coordenada UTM: 22J 0256540/6758581 Datum: WGS 84

Margem de Erro: 3 m Elevação: 409m

Relevo: Vegetação:

( ) Vertente ( ) Baixa Vertente ( ) Média vertente (X) Gramínea ( ) Capoeira

( ) Alta vertente ( ) Topo ( ) Patamar (X) Planície ( ) Mata Ombrófila ( ) Densa

( ) Platô ( ) Planície de inundação ( ) Mata Mista ( ) Ciliar ( ) Plantio: ___________

OBS.:

SOLO: Visibilidade: (X) Boa, solo exposto ( ) Média ( ) Sem visibilidade

Se visível: (X) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: Escura CÓD.: 10 YR 3/3 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Descrição: Canal para passar água, provavelmente arroio que foi escavado por máquina. .

Fotos: 178, 179, 180.

Descrição da área vistoriada: Planície com gramínea, criação de gado.

Cultura material localizada: (X) Negativo ( ) Positivo


Descrição:

Resultados: (X) Negativo ( ) Positivo Nº de sítios identificados: _________

Nome do sítio: Sigla:


Ficha de Sondagem FICHA Nº:

Projeto: Diagnóstico LT Júlio de Castilhos 1 - 2 DATA:16/12/2015

Equipe: Aléxis, Fábio

Localização da sondagem: Júlio de Castilhos Sondagem: V01

Coordenada UTM: 22J 0257208/6758937 Datum: WGS 84

Margem de Erro: 3m Elevação: 469m

Relevo: Vegetação:

(X) Vertente ( ) Baixa Vertente ( ) Média vertente (X) Gramínea ( ) Capoeira

( ) Alta vertente ( ) Topo ( ) Patamar ( ) Planície ( ) Mata Ombrófila ( ) Densa

( ) Platô ( ) Planície de inundação ( ) Mata Mista ( ) Ciliar ( ) Plantio: _Soja____

OBS.:

Nível 1: 0-20 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: (X) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.:.5 YR 2.4/6 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 2: 20-40 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: (X) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.:.5 YR 2.4/6 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 3: 40-60 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: (X) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.:.5 YR 2.4/6 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 4: 60-80 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: (X) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.:.5 YR 2.4/6 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 5: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux

Nível 6: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux


Ficha de Sondagem FICHA Nº:

Projeto: Diagnóstico LT Júlio de Castilhos 1 - 2 DATA:16/12/2015

Equipe: Aléxis, Fábio

Nível 7: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux

Nível 8: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux

Fotos:

194, 196, 197, 198

Resultados: (x) Negativo ( ) Positivo Nº de sítios identificados: _________

Nome do sítio: Sigla:

Preenchimento da ficha: Aléxis


Ficha de Sondagem FICHA Nº:

Projeto: Diagnóstico LT Júlio de Castilhos 1 - 2 DATA:16/12/2015

Equipe: Aléxis, Fábio

Localização da sondagem: Júlio de Castilhos Sondagem: V02

Coordenada UTM: 22J 0256069/6758377 Datum: WGS 84

Margem de Erro: 3m Elevação: 469m

Relevo: Vegetação:

(X) Vertente ( ) Baixa Vertente ( ) Média vertente (X) Gramínea ( ) Capoeira

( ) Alta vertente ( ) Topo ( ) Patamar ( ) Planície ( ) Mata Ombrófila ( ) Densa

( ) Platô ( ) Planície de inundação ( ) Mata Mista ( ) Ciliar ( ) Plantio: _Soja____

OBS.:

Nível 1: 0-20 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso (X) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: 2.5 YR 2.5/4 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 2: 20-40 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso (X) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: 2.5 YR 2.5/4 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 3: 40-60 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso (X) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: 2.5 YR 2.5/4 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 4: 60-80 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso (X) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: 2.5 YR 2.5/4 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 5: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux

Nível 6: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux


Ficha de Sondagem FICHA Nº:

Projeto: Diagnóstico LT Júlio de Castilhos 1 - 2 DATA:16/12/2015

Equipe: Aléxis, Fábio

Nível 7: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux

Nível 8: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux

Fotos:

171, 172, 173, 174

Resultados: (x) Negativo ( ) Positivo Nº de sítios identificados: _________

Nome do sítio: Sigla:

Preenchimento da ficha: Aléxis


Ficha de Sondagem FICHA Nº:

Projeto: Diagnóstico LT Júlio de Castilhos 1 - 2 DATA:15/12/2015

Equipe: Aléxis, Fábio, Shir

Localização da sondagem: Júlio de Castilhos Sondagem: V04

Coordenada UTM: 22J 0247183/6760938 Datum: WGS 84

Margem de Erro: 3m Elevação: 451m

Relevo: Vegetação:

( ) Vertente ( ) Baixa Vertente ( ) Média vertente ( ) Gramínea ( ) Capoeira

( ) Alta vertente ( ) Topo ( ) Patamar (X) Planície ( ) Mata Ombrófila ( ) Densa

( ) Platô ( ) Planície de inundação ( ) Mata Mista ( ) Ciliar (X) Plantio: _Soja____

OBS.:

Nível 1: 0-20 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso (X) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: 2.5 YR 3/6 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 2: 20-40 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso (X) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: 2.5 YR 3/6 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 3: 40-60 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso (X) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: 2.5 YR 3/6 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 4: 60-80 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso (X) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: 2.5 YR 3/6 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 5: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux

Nível 6: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux


Ficha de Sondagem FICHA Nº:

Projeto: Diagnóstico LT Júlio de Castilhos 1 - 2 DATA:15/12/2015

Equipe: Aléxis, Fábio, Shir

Nível 7: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux

Nível 8: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux

Fotos:

72, 73, 74

Resultados: (x) Negativo ( ) Positivo Nº de sítios identificados: _________

Nome do sítio: Sigla:

Preenchimento da ficha: Aléxis


Ficha de Sondagem FICHA Nº:

Projeto: Diagnóstico LT Júlio de Castilhos 1 - 2 DATA: 15/12/2015

Equipe: Aléxis, Fábio, Shir

Localização da sondagem: Júlio de Castilhos Sondagem: V05

Coordenada UTM: 22J 0242639/6761888 Datum: WGS 84

Margem de Erro: 3m Elevação: 469m

Relevo: Vegetação:

( ) Vertente ( ) Baixa Vertente ( ) Média vertente ( ) Gramínea ( ) Capoeira

( ) Alta vertente ( ) Topo ( ) Patamar (X) Planície ( ) Mata Ombrófila ( ) Densa

( ) Platô ( ) Planície de inundação ( ) Mata Mista ( ) Ciliar (X) Plantio: _Soja____

OBS.:

Nível 1: 0-20 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso (X) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: 2.5 YR 4/4 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 2: 20-40 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso (X) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: 2.5 YR 4/4 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 3: 40-60 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso (X) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: 2.5 YR 4/4 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 4: 60-80 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso (X) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: 2.5 YR 4/4 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 5: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux

Nível 6: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux


Ficha de Sondagem FICHA Nº:

Projeto: Diagnóstico LT Júlio de Castilhos 1 - 2 DATA: 15/12/2015

Equipe: Aléxis, Fábio, Shir

Nível 7: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux

Nível 8: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux

Fotos:

06,07,08,09

Resultados: (x) Negativo ( ) Positivo Nº de sítios identificados: _________

Nome do sítio: Sigla:

Preenchimento da ficha: Aléxis


Ficha de Sondagem FICHA Nº:

Projeto: Diagnóstico LT Júlio de Castilhos 1 - 2 DATA: 15/12/2015

Equipe: Aléxis, Fábio, Shir

Localização da sondagem: Júlio de Castilhos Sondagem: V06

Coordenada UTM: 22J 0242145/6762401 Datum: WGS84

Margem de Erro 3m: Elevação: 499m

Relevo: Vegetação:

( ) Vertente ( ) Baixa Vertente ( ) Média vertente ( ) Gramínea ( ) Capoeira

( ) Alta vertente ( ) Topo ( ) Patamar (X) Planície ( ) Mata Ombrófila ( ) Densa

( ) Platô ( ) Planície de inundação ( ) Mata Mista ( ) Ciliar (X) Plantio: ___Soja____

OBS.:

Nível 1: 0-20 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso (X) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: 2.5 YR 4/4 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 2: 20-40 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso (X) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: 2.5 YR 4/4 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 3: 40-60 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso (X) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: 2.5 YR 4/4 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 4: 60-80 cm Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo (X) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso (X) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: (X) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: 2.5 YR 4/4 REF.: (X) The Globe ( ) Cailleux

Nível 5: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux

Nível 6: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux


Ficha de Sondagem FICHA Nº:

Projeto: Diagnóstico LT Júlio de Castilhos 1 - 2 DATA: 15/12/2015

Equipe: Aléxis, Fábio, Shir

Nível 7: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux

Nível 8: Ocorrência: ( ) Lítico ( ) Cerâmica ( ) Ósseo ( ) Sem ocorrência

Solo: ( ) Arenoso ( ) Areno-argiloso ( ) Argiloso Granulação: ( ) Fino ( ) Médio ( ) Grosso

Cor: CÓD.: REF.: ( ) The Globe ( ) Cailleux

Fotos:

01, 02, 03, 04

Resultados: (X) Negativo ( ) Positivo Nº de sítios identificados: _________

Nome do sítio: Sigla:

Preenchimento da ficha: Aléxis

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