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São Paulo
2016
CAMILLA GERALDI MENEGON
LETICIA YAMADA BOTELHO
LUIZ GUILHERME M. S. MELO
São Paulo
2016
Catalogação-na-publicação
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
RESUMO EXECUTIVO
O presente trabalho tem como objetivo a análise e comparação de três tipos de
tecnologia diferentes e a escolha de uma delas para dimensionamento de uma
Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) na cidade de Mogi das Cruzes. Escolheu-se
essa cidade por ser uma das maiores do Brasil e por apresentar carência em relação
ao tratamento de suas águas residuárias: 50% da cidade lança seu esgoto bruto
diretamente no rio Tietê. A metodologia utilizada foi a análise do crescimento
populacional e a projeção das áreas que a nova ETE irá atender para o ano de 2040,
considerando 20 anos de projeto. Em seguida foi feito o levantamento de dados do
esgoto doméstico da cidade tendo como base o Plano Diretor de Esgoto de Mogi das
Cruzes e o cálculo da eficiência do tratamento a ser aplicado a partir da resolução
CONAMA 357 e de dados obtidos de pontos de monitoramento da CETESB e Sabesp
junto aos dados do Plano Diretor de Esgoto. Após definir o grau de tratamento que as
águas residuárias deveriam receber, foram escolhidas três tecnologias que
atendessem aos padrões de qualidade exigidos: lagoa aerada, lodos ativados e reator
UASB seguido de filtro biológico. Para comparar os diferentes tipos de tratamento e
escolher a melhor alternativa utilizou-se o método PROMETHEE II & GAIA que realiza
uma análise multicritério cuja decisão resultou no uso de reator UASB seguido de filtro
biológico. O local de instalação da ETE escolhido foi o ponto onde os padrões de
qualidade permitiam que fosse feita a descarga do efluente tratado, respeitando a
capacidade de autodepuração e a classe do trecho do rio. Além disso, foram levadas
em consideração as Áreas de Proteção Ambiental e seus limites de distância da
várzea do rio e uma região industrial onde não fosse causar interferência extrema para
a população. O dimensionamento realizado resultou em 6 unidades de reator UASB e
4 de filtro biológico para a ETE que contempla à demanda de tratamento atualmente
não atendida de Mogi das Cruzes. Além do dimensionamento das unidades de
tratamento, também foram escolhidas bombas de esgoto que atendem aos
parâmetros de projeto e outros equipamentos como centrífuga de desidratação de
lodo e queimadores de biogás. Calculadas as dimensões das unidades, foi
estabelecido um layout para a ETE e, por fim, custos de implantação de operação da
Estação foram estimados.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO E OBJETIVO
1.2 ESGOTOS
Odor pH Helmintos
Turbidez Alcalinidade
Cloretos
Óleos e graxas
Sól. Sedimentáveis 5 – 20
OD 0
Nitrogênio total 20 - 85
Nitrogênio orgânico 10 - 35
Amônia livre 10 - 50
Nitrito 0 - 0,10
Fósforo total 5 - 20
Fósforo inorgânico 3 - 13
pH 6,7 - 8
Nutrientes
Material recalcitrante
Organismos patogênicos
Metais pesados
Terciário
Sólidos suspensos remanescentes
Sólidos inorgânicos dissolvidos
Escolheu-se a cidade de Mogi das Cruzes como local de estudo por ser uma das
maiores cidades do Brasil e ainda possuir uma grande área carente de tratamento de
suas águas residuárias. Além disso, ela já apresenta um Plano Diretor de Esgoto com
as informações pertinentes para o presente trabalho e é relativamente próxima à
cidade de São Paulo, viabilizando, dessa forma, visitas técnicas a fim de coletar dados
primários. Segundo o Plano Diretor de Esgoto de Mogi das Cruzes, apenas 50% do
esgoto da cidade é tratado e, desse valor, 37% são tratados pela Estação de
Tratamento de Esgoto (ETE) do SEMAE (empresa concessionária de tratamento e
abastecimento de água e tratamento de esgoto) e os outros 13% pela ETE da cidade
vizinha de Suzano. O mapa ilustrado na Figura 3 representa um esquema simplificado
das regiões da cidade que recebem tratamento de suas águas residuárias, a região
verde indica a área tratada pela ETE da SEMAE, a azul a área tratada pela ETE de
Suzano e em amarelo a região que não recebe tratamento e na qual o efluente é
lançado in natura.
26
Figura 3 - Regiões atendidas pelas ETEs (tratamento em Mogi – área verde e tratamento em
Suzano – área azul) e região carente de atendimento (área amarela)
De acordo com o Plano Diretor de Esgoto, Mogi das Cruzes está inserida em
sua maior parte na UGRHI (Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos) do
Alto Tietê, no sub-comitê Tietê-Cabeceiras e o distrito de Sabaúna está na UGRHI da
Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba do Sul. No mapa da Figura 5, a região do Alto
Tietê está indicada pelo número 6.
28
1.8 OBJETIVO
1.9 METODOLOGIA
8) Dimensionamento do sistema
O dimensionamento das unidades necessárias ao tratamento teve base nos
materiais de JORDÃO e PESSÔA (2014) e de PIVELI (2013) e nos critérios
preconizados pela NBR 12.209. Conhecendo as unidades que viriam a compor a ETE,
puderam ser escolhidos equipamentos (como bombas) que satisfizessem as
necessidades do sistema.
9) Estimativa de custos
Os custos referentes ao projeto foram divididos em custos de implantação e custo
de operação. Os primeiros foram obtidos a partir de valores médios de insumos para
o Estado de São Paulo, de levantamentos de valores de equipamentos realizados
pelos autores e de estimativas baseadas em planilhas orçamentárias de outras ETEs.
Os custos operacionais são majoritariamente compostos por custos referentes à
energia elétrica gasta na operação dos equipamentos. Para sua estimativa, foi
definido a que grupo de consumidor a ETE pertence e então calculado seu gasto, de
acordo com a tarifa vigente.
31
2.1 POPULAÇÃO
Tabela 5 - População projetada pelo Plano Diretor de Esgoto de Mogi das Cruzes
ZH-48 134,6 0% 0 0 0 0
2.2 CUSTOS
Para uma estimativa dos custos da ETE, é preciso, antes, estabelecer uma
vazão de projeto. Esta, por sua vez, é composta de duas vazões parciais: a vazão
média da população local (Qm) e a vazão de infiltração (Qi), portanto:
𝑄𝑝 = 𝑄𝑚 + 𝑄𝑖 (1)
1. Obtenção de Qm
Para a obtenção de Qm, analisou-se cada ZH separadamente, atribuindo a cada
uma a magnitude da contribuição, de acordo com a ocupação local. Para isso, foram
utilizados os valores de esgoto (L/d) por atividade/usuário fixados pela NBR 7229,
ABNT, ref. 3.2, e as descrições de cada ZH do Plano Diretor de Esgoto.
Tomando a porcentagem de participação de cada ZH como referência, é obtida
a população de 132.626 habitantes para final de plano. Para fins de dimensionamento,
a população de 133.000 habitantes é adotada.
Os resultados dessa etapa podem ser visualizados na Tabela 7.
37
𝑄𝑚 = 199,2 𝐿/𝑠
2. Cálculo de Qi
𝐿
𝑇𝐼 = 0,2 (2)
𝑠 × 𝑘𝑚
38
Este valor foi recomendado por BRUNO e TSUTIYA (1983), após análises de
reais infiltrações na cidade de São Paulo, seja em redes secas ou em carga, esta
última pelas vazões mínimas noturnas.
O valor de Qi é obtido multiplicando-se o comprimento da rede, C, pela taxa de
infiltração, TI:
𝑄𝑖 = 𝐶 × 𝑇𝐼 (3)
Dados
Comprimento da
C 191,137 km
rede
Cálculos
Vazão de projeto
Qp 237,43 L/s
média
2.3 EFLUENTES
Nitrogênio
15,8 10 20
orgânico
N-NH4+ 15,8 10 20
OD 0 0 0
Figura 7 - Possíveis localizações da nova ETE, nas proximidades da ETE existente, das
indústrias Gerdau e Kimberly-Clark e da ETA de Mogi das Cruzes
Figura 8 - Mapa de zona de centro meândrico. A área hachurada ilustra que a região escolhida
para a implantação da nova ETE se encontra nessa zona
4 EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO
Para obtenção dos valores, foram utilizadas curvas com permanência de 90%
para o fósforo, nitrato, DBO5 a 20°C, nitrito, nitrogênio amoniacal e OD. Os resultados
podem ser encontrados na Tabela 12 como Prio.
Os parâmetros de qualidade do afluente, que é o esgoto que chegará à ETE,
foram retirados do Plano Diretor de Esgoto da cidade de Mogi das Cruzes e podem
ser encontrados na Tabela 11 e identificados na Tabela 12 como Pafluente.
Já os parâmetros máximos e mínimos de qualidade da água no corpo hídrico
foram obtidos da resolução CONAMA 357 para rios de classe 2 e são identificados na
Tabela 12 como Plegislação.
Para determinar os parâmetros de qualidade do lançamento do esgoto tratado
pela ETE, utilizou-se uma equação de balanço de massa, em que:
𝑃𝑒𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒
𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = (5)
𝑃𝑎𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒
Dados
Resultados
Eficiência
Parâmetro Pafluente Prio Plegislação Pefluente
necessária
Nitrogênio
15,80 0,144 1,00 12,001 24%
amoniacal
Resolução 430
Parâmetro Decreto 8468
do CONAMA
pH Entre 5 e 9 Entre 5 e 9
Sólidos
Inferior a 1,0 mL/L Inferior a 1,0 mL/L
sedimentáveis
Inferior a 60 mg/L
DBO5 a 20°C ou 80% de -
redução
Sólidos em
suspensão mg/L 100-300 70-200 3000-5000
totais
Tempo de
dias <5 4 – 12 1 – 20
detenção
Eficiência de 90-95 70 – 80
remoção de % Com lagoa de Apenas com 95 – 98
DBO sedimentação lagoa aerada
Densidade de
W/m³ > 10 >3 > 20
potência
Uma vez que no tanque de aeração é contínua a entrada de alimento (em forma
de DBO dos esgotos), ocorre o crescimento e a reprodução contínua dos
microrganismos presentes. Para evitar que sejam atingidas concentrações excessivas
de biomassa no reator, fator que dificultaria a transferência de oxigênio a todas as
células, e que aconteça uma sobrecarga do decantador secundário, parte do lodo da
recirculação é extraído do processo. O tratamento recebido pelo lodo excessivo pode
ser sequencialmente descrito da seguinte forma:
Adensamento: remoção de umidade/redução de volume;
Estabilização: remoção da matéria orgânica;
52
Carga de DBO
aplicada por Faixa de idade do Denominação
Idade do lodo
unidade de lodo usual
volume
Lodos ativados
Reduzida Alta 4 a 10 dias
convencional
Aeração
Elevada Baixa 18 a 30 dias
prolongada
Em geral, uma ETE que faz uso do sistema descrito conta com pelo menos dois
tanques, que funcionam simultaneamente, mas em fases de operação diferentes.
Os sistemas que aplicam aeração prolongada no tratamento possuem tempo de
detenção hidráulica no reator maior que os demais sistemas. Isso implica em custos
operacionais e custos de construção mais elevados, uma vez que mais energia
elétrica é requerida na operação e que esses reatores acabam precisando de maiores
áreas para implantação. A Tabela 16 apresenta um breve comparativo entre alguns
processos dos lodos ativados em relação à ordem da remoção de DBO observada e
ao tempo de detenção no reator.
56
Ordem da remoção de
Processo Tempo de detenção (h)
DBO (%)
Convencional 85 – 95 4–8
Aeração prolongada 90 – 95 16 – 36
Modificado 60 – 75 1–2
Por fim, embora o tratamento por lodos ativados vise, principalmente, à remoção
de matéria orgânica, ele também pode desempenhar a remoção de nutrientes. Neste
caso, a remoção de matéria nitrogenada ocorre, em geral, em função de reações
convencionais de nitrificação e desnitrificação, que consistem na conversão de
amônia a nitrato e na conversão de nitrato a nitrogênio gasoso, respectivamente.
Apesar de a nitrificação ser uma reação aeróbia, a desnitrificação deve ocorrer em
condições anóxicas. Isso acarreta na necessidade de algumas adaptações nos
sistemas, como a criação de zonas anóxicas e recirculações internas. A remoção de
fósforo pela via biológica em sistemas de tratamento desse tipo carece da existência
de zonas anaeróbias e zonas aeróbias na linha de tratamento (VON SPERLING,
2005b). Nesse caso, a função da zona anaeróbia é funcionar como um seletor
biológico para microrganismos seletores de fósforo, que são favorecidos na
assimilação desse substrato nessa zona em relação a outros microrganismos.
A última alternativa para o projeto seria o uso de reator UASB seguido de filtro
biológico. O Reator de Manta de Lodo, mais conhecido como reator UASB (Upflow
Anaerobic Sludge Blanket) é um tratamento anaeróbio dado ao lodo através da
granulação ou floculação dele, que facilita a sedimentação do fundo do reator,
permitindo que a sua operação seja feita com enormes cargas hidráulicas (relação
entre a vazão do esgoto aplicado e a área superficial útil do reator). Como a velocidade
57
A alternativa escolhida para este projeto como pós tratamento do reator UASB
é o filtro biológico convencional. O filtro biológico é caracterizado pela oxidação
bioquímica do esgoto afluente com a massa microbiológica contida no meio suporte.
Essa reação ocorre em meio aeróbio no meio suporte, que é uma massa de sólidos
grosseiros (tais como: pedra britada, plástico ou escória de alto forno) depositados em
um tanque circular que agregam a biomassa que reagirá com o esgoto que irá percolar
por ele.
Nesse processo, a biomassa adere ao material do meio suporte através do
fenômeno da adsorção, preenchendo os espaços vazios entre o material e ficando
59
retida tempo suficiente para a sua estabilização (VON SPERLING, 2005a). Essa
adsorção dificulta a aeração do sistema, que é feita de forma natural, e a oxigenação
das camadas mais internas da massa biológica, que sofre oxidação anaeróbia. As
reações geram subprodutos como: gás carbônico (CO2), que pode permanecer em
solução ou ir para a atmosfera, ácido sulfúrico (H2SO4) e ácido nítrico (HNO3), que
acabam sendo neutralizados pelas substâncias alcalinas que compõem o esgoto e
formam sais solúveis em água (JORDÃO E PESSÔA, 2014).
A produção de gases na camada anaeróbia do filme biológico causa o
desprendimento do lodo do material do meio suporte, que é arrastado junto com o
fluxo de esgoto até chegar ao sistema de drenagem que é ligado ao decantador
secundário (JORDÃO E PESSÔA, 2014).
O meio suporte é alimentado constantemente por um mecanismo de
distribuição de esgotos, que possui braços distribuidores móveis dispostos na
horizontal que jorram o afluente transportado pela coluna de alimentação, como
mostra a Figura 14 (JORDÃO E PESSÔA, 2014).
Após o esgoto percolar por todo o tanque, ele é captado pelo sistema de
drenagem, que pode ser formado por blocos ou calhas dispostos no fundo do tanque.
Esse sistema direciona o efluente do filtro biológico para o decantador secundário e
dele o lodo gerado retorna para o reator UASB e o restante do efluente é despejado
no corpo receptor, como mostra a Figura 16.
61
6 ESCOLHA DA ALTERNATIVA
A partir da escolha dos critérios e sua parametrização, foi feita a pesagem deles
por meio da comparação dois a dois, obtendo-se o resultado da Figura 17.
66
Seria precipitado dizer que a opção do UASB com filtros biológicos é a melhor
opção e, por isso, foram utilizadas outras ferramentas de análise para realizar o
desempate.
UASB
Lodos
ativados
Lagoas
aeradas
Figura 23 - Gráfico em “teia de aranha” ressaltando os pontos fortes e fracos de cada tecnologia
7 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA
k1: 1,2
k2: 1,5
k3: 0,5
7.1.1 Escolha da Calha Parshall
Para atender vazões de 101,75 L/s a 427 L/s, usou-se a Tabela 22 para
determinar a largura nominal da Calha Parshall:
𝑄𝑚í𝑛 𝐻𝑚í𝑛 − 𝑧
= (7)
𝑄𝑚á𝑥 𝐻𝑚á𝑥 − 𝑧
𝑄𝑚á𝑥
𝐴𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 = (8)
𝑉𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎
Acaixa= 1,4244 m ²
Largura da caixa:
𝐴
𝐵= = 2,44 𝑚 (9)
𝐻𝑚á𝑥 − 𝑧
Comprimento da caixa:
Adotou-se L= 13,5 m.
Área superficial:
𝐴𝑠 = 𝐿 × 𝐵 = 33,75 𝑚 (14)
366,3 × 86,4
𝑞𝐴 = = 937,73 𝑚³/𝑚². 𝑑𝑖𝑎 (15)
𝐴𝑠
397,8 × 86,4
𝑞𝐴 = = 1018,37 𝑚³/𝑚². 𝑑𝑖𝑎 (16)
𝐴𝑠
427,32 × 86,4
𝑞𝐴 = = 1093,94 𝑚³/𝑚². 𝑑𝑖𝑎 (17)
𝐴𝑠
𝐿
𝑉𝑎𝑐 = 0,03 × 𝑄𝑚é𝑑 × 86,4 = 615,34 (18)
𝑑𝑖𝑎
𝑉𝑎𝑐 𝑚
ℎ= = 0,018 (19)
𝐵×𝐿 𝑑𝑖𝑎
7.1.3 Grade
Eficiência:
𝑎
𝐸= = 0,75 (20)
𝑎+𝑡
𝑄𝑚á𝑥
𝐴𝑢 = = 0,53 𝑚² (21)
1000 × 0,8
Área total:
𝐴𝑢
𝑆= = 0,71 𝑚2 (22)
𝐸
𝑆
𝑏= = 1,22 𝑚 (23)
𝐻𝑚á𝑥 − 𝑧
Velocidade de chegada:
𝑄𝑚á𝑥 𝑚
𝑉0 = = 0,6 (24)
1000𝑥𝑆 𝑠
𝑏+𝑎
𝑛𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 = 1000⁄𝑡 + 𝑎 = 61,64 (25)
1000
𝑉02 𝑉𝑗 2
𝑦0 + = 𝑦𝑗 + + ∆𝐻 (27)
2𝑔 2𝑔
1 𝑉𝑔2 𝑉02
∆𝐻 = ( ) × ( − ) (28)
0,7 2𝑔 2𝑔
A NBR determina que a mínima perda de carga que deve ser considerada no
cálculo para estudar o escoamento de montante é de 0,15 m para grades de limpeza
manual e 0,10 m para grades de limpeza mecanizada.
7.2 UASB
Apesar da vazão máxima de projeto ser Qmáx= 427,4 L/s, a vazão máxima
horária de esgoto foi de Qmáx= 428,8 L/s devido às recirculações provenientes do
decantador secundário e da centrífuga, que foram adicionadas ao Qmáx, que foi
iterado em todos os cálculos, resultando nesta vazão.
No qual:
Qretorno: Vazão retirada da centrífuga que é separada da torta de lodo;
Qlodo: Vazão de lodo restante do decantador secundário.
O volume útil dos reatores será:
𝑉ú𝑡𝑖𝑙
𝑉𝑟𝑒𝑎𝑡𝑜𝑟 = = 1544 𝑚3 (31)
6
De acordo com a NBR 12209, a profundidade útil do UASB deve estar entre 4
m e 6 m.
A área unitária será de:
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎 = 292,4 𝑚² (34)
7.2.2 Sistema de distribuição do esgoto afluente
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎
𝐴𝑖𝑛𝑓𝑙𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = = 1,73 𝑚2 /𝑡𝑢𝑏𝑜 (35)
169
Conclui-se que a área de influência é adequada pois 1,73 < 3,0 m²/tubo, valor
este recomendado por JORDÃO e PESSÔA, 2014.
Foram adotados 13 tubos no comprimento e 13 na largura de cada reator. Além
disso, o material de cada tubo será de PVC com diâmetro de 75 mm, que é o valor de
diâmetro mínimo exigido pela NBR 12209. Além disso, a mesma Norma também
determina que o sistema de distribuição possua algum modo para identificar
entupimentos e este deve impedir o arraste de ar para o interior do reator. A seção de
cada tubo é:
𝜋 × 0,0752
𝑆= = 0,0044 𝑚2 (36)
4
A velocidade de escoamento deve ser menor do que 0,2 m/s (JORDÃO e
PESSÔA, 2014) e fazendo a verificação:
81
𝑄𝑚á𝑥 𝑚 𝑚
𝑣= = 0,10 ≤ 0,2 (37)
𝑆 × 169 × 6 𝑠 𝑠
𝑄𝑚á𝑥
𝑉𝑎𝑠𝑐 = = 0,88 𝑚/ℎ (38)
𝐴𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎 × 6
A velocidade ascensional para Qmáx deve ser menor que 1,2 m/h para a vazão
máxima, segundo a NBR 12209.
Verificação do tempo de detenção hidráulico:
𝑉𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 × 6
𝑡𝑑 = = 6,02 ℎ (39)
𝑄𝑚á𝑥
O tempo de detenção hidráulico deve ser maior do que 6 horas para Qmáx
(JORDÃO e PESSÔA, 2014).
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑛𝑑 = = 5,06 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 (40)
0,4 + 3
𝐴𝑠𝑢𝑝 = 17 × 6 = 51 𝑚2 (41)
82
𝑄𝑚á𝑥 𝑚
𝑣𝑑 = = 0,99 (43)
6 × 𝐴𝑑 ℎ
O fator de conversão de DBO para DQO está dentro do número definido por
Jordão e Pessôa, que está entre 1,7 a 2,5 vezes a DBO. O mesmo ocorre com a
produção de lodo em esgotos domésticos, o qual o número está entre 0,15 e 0,20
kg/kg DQO afluente (JORDÃO e PESSÔA, 2014).
𝑚𝑔
𝐷𝑄𝑂 = 158 × 2 = 316 (44)
𝐿
𝐷𝑄𝑂 𝑘𝑔
𝐷𝑄𝑂𝑡 = × 𝑄𝑚á𝑥 = 11708,1 (45)
1000 𝑑𝑖𝑎
𝑆𝑆𝑇
𝑀 = 𝐷𝑄𝑂𝑡 × 0,18 = 2107,5 𝑘𝑔 (46)
𝑑𝑖𝑎
𝑀
𝑉𝑙𝑜𝑑𝑜 = = 51,7 𝑚3 /𝑑𝑖𝑎 (47)
1020 × 0,04
56° × 𝜋
Â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑎 ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 = = 0,802 𝑟𝑎𝑑 (49)
180°
𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑒𝑝𝑎𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑚 𝑎 ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 = 𝑡𝑔(0,802) × (3,0 − 0,3) = 2,8 𝑚 (50)
Em que:
0,3 m é a abertura superior do separador trifásico.
Piveli (2013) recomenda que o separador trifásico tenha suas abas um ângulo
de, no mínimo, 55º com a horizontal.
𝐷𝐵𝑂𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 𝐷𝐵𝑂
𝐷𝐵𝑂𝑎𝑓𝑙𝑢 = = 5854 𝑘𝑔 (51)
𝑄𝑚á𝑥 𝑑𝑖𝑎
Carga de DBO efluente:
Foi escolhido o filtro biológico de alta taxa para este projeto. O meio suporte
utilizado neste projeto será um enchimento estruturado de plástico da marca GEA, da
Linha BIOdek, que está em acordo com a norma, que permite a utilização de materiais
plásticos no meio suporte.
Dados iniciais:
𝑚3
𝑄𝑚é𝑑 = 𝑄𝑈𝐴𝑆𝐵 − 𝑄𝐶𝐸𝑁𝑇𝑅𝐼𝐹𝑈𝐺𝐴 = 36988,8 (53)
𝑑𝑖𝑎
Sendo:
Qméd: Vazão média de final de plano, utilizada no dimensionamento do filtro;
QUASB: Vazão total efluente ao UASB;
QCENTRIFUGA: Vazão do UASB que se dirige às centrífugas
𝑘𝑔
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝐷𝐵𝑂 = (𝑄 + 𝑄𝑟) × 𝑆𝑖 = 2048,93 (54)
𝑑𝑖𝑎
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝐷𝐵𝑂
𝑉𝑓𝑏 = = 1707,44 𝑚3 (55)
1,2
𝑉𝑓𝑏
𝐴𝑓𝑏 = = 632,38 𝑚2 (56)
𝑃𝑢
𝐴𝑓𝑏
𝑛𝑓𝑏 = = 3,58 (57)
𝐷𝑓𝑏2
𝜋× 4
86
𝐷𝑓𝑏²
𝑉 = 𝑃𝑢 × 𝜋 × = 477,13 𝑚³ (58)
4
𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑜 = 𝑉 × 4 = 1908,52 𝑚3 (59)
Área por filtro:
𝐷𝑓𝑏²
𝐴= 𝜋× = 176,71 𝑚² (60)
4
𝑄𝑚é𝑑
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑠𝑢𝑝 = = 116,07 𝑚3 /𝑚²/𝑑𝑖𝑎 (61)
𝐴
𝑄𝑚á𝑥
𝑄𝑠 = = 52,33 𝑚3 /𝑚²/𝑑𝑖𝑎 (62)
𝐴×4
A NBR exige que para filtros biológicos que utilizam material plástico como
enchimento do meio suporte, o valor da taxa de aplicação hidráulica deve ser
compreendido entre 10 e 75 m³/m²/dia.
100 − 80
𝐶𝑒𝑓𝑙 = = 409,8 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎 (65)
100 × 𝐶𝑎𝑓𝑙
A carga removida é:
𝑄𝑚é𝑑
𝐴𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = = 854,64 𝑚2 (68)
𝑞𝐴
𝐴𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐴𝑑𝑒𝑐 = = 427,32 𝑚2 (69)
2
4 × 𝐴𝑑𝑒𝑐
𝐷𝑑𝑒𝑐 = √ = 23,33 𝑚 (70)
𝜋
24² × 𝜋
𝐴𝑑𝑒𝑐 = = 452,39 𝑚2 (71)
4
89
𝑄𝑚é𝑑
𝑞𝐴 = = 22,67 𝑚³/𝑚². 𝑑𝑖𝑎 (72)
2 × 𝐴𝑑𝑒𝑐
A NBR indica que para filtros biológicos a taxa de escoamento superficial deve
ser inferior a 24 m³/m².dia. Portanto, o projeto está de acordo com a norma exigida.
Foi adotada uma altura útil h= 3,5 m, mínimo valor determinado pela norma.
𝑄𝑚é𝑑
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 = = 136,02 𝑚3 /𝑚². 𝑑𝑖𝑎 (73)
𝜋 × 𝐷𝑑𝑒𝑐 × 2
O valor está de acordo com os padrões exigidos, que deve ser abaixo de 380
m³/m².dia (NBR 12209).
𝑆𝑆𝑇
𝑄𝑙𝑜𝑑𝑜 = = 75,0 𝑚3 /𝑑𝑖𝑎 (76)
𝑇𝑠 × ρlodo
7.5 CENTRÍFUGA
𝑄𝑐𝑒𝑛𝑡
𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = = 8,6 𝑚3 /ℎ (77)
𝑡𝑜
𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙, 𝑟
𝐶𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟 = = 5 𝑚3 /ℎ (79)
2
7.5.2 Pré-condicionamento
𝑀
𝑉𝑡𝑜𝑟𝑡𝑎 = = 6,6 𝑚3 /𝑑𝑖𝑎 (81)
1060,0 × 0,3
A NBR 12209 exige que se faça uso de polímeros para uma adequada
recuperação dos sólidos. Neste caso, o projeto contará com o uso de polieletrólitos
para essa finalidade. Além disso, consta na referida Norma que o efluente líquido da
centrífuga deve retornar para o início do tratamento e que sua vazão seja contabilizada
nos cálculos, como foi feito no projeto.
8 PÓS TRATAMENTO
De acordo com a NBR 12209, a remoção de fósforo pode ser feita por adição
de produtos químicos, como sais de ferro trivalente e alumínio. Além disso, é possível
usar polieletrólitos para facilitar a separação dos sólidos em suspensão do líquido
efluente. Para o projeto, a aplicação será feita na entrada do decantador secundário,
que é uma das recomendações da norma.
A determinação da dosagem seguirá a relação molar para processos aeróbios
ou anaeróbios de íon Fe/P total de 1,5 e de íon Al/P total de 1,5.
A referida Norma exige que em decantadores secundários, a taxa de
escoamento superficial deve ser no máximo de 40 m³/m².dia quando há uso de
polieletrólitos.
9 EQUIPAMENTOS
Este projeto conta com quatro casas de bombas: uma para fazer a recirculação
de lodo da centrífuga para o UASB, outra do decantador secundário para o UASB e
mais duas cujos objetivos não são para recirculação: uma para o UASB e outra para
o filtro biológico.
Cálculo de velocidades
para bomba
Vazão Velocidade (m/s)
(l/s)
0 0
0,2 0,03
0,4 0,05
0,6 0,08
0,8 0,10
1 0,13
1,2 0,15
1,4 0,18
1,6 0,20
1,8 0,23
2 0,25
2,2 0,28
2,4 0,31
2,6 0,33
2,8 0,36
3 0,38
3,2 0,41
3,4 0,43
∑ 𝑘 × 𝑉2
ℎ𝐿 = (85)
2𝑔
Sendo hL = somatório de perdas localizadas, k = coeficiente de perda, V =
velocidade e g = aceleração da gravidade, adotada como 9,81 m²/s. A Tabela 34
mostra as perdas de carga resultantes.
k = 0,02 mm;
D = 100 mm;
L = 10 m.
O cálculo das perdas localizadas foi realizado com o auxílio da expressão 85.
A Tabela 42 mostra as perdas de carga resultantes.
109
Para o cálculo das perdas de carga distribuídas, foi utilizada a fórmula universal
(86 e 87). Para os cálculos, adotaram-se:
k = 0,02 mm;
D = 100 mm;
L = 10 m.
110
O cálculo das perdas localizadas foi realizado com o auxílio da expressão 85.
A Tabela 50 mostra as perdas de carga resultantes.
117
Para o cálculo das perdas de carga distribuídas, foi utilizada a fórmula universal
(86 e 87). Para os cálculos, adotaram-se:
k = 0,02 mm;
D = 500 mm;
L = 8,5 m.
O cálculo das perdas localizadas foi realizado com o auxílio da expressão 85.
A Tabela 58 mostra as perdas de carga resultantes.
Tabela 58 - Cálculo das perdas de carga localizadas totais
Vazão (L/s) Perda de carga (m)
1 bomba 2 bombas 3 bombas
1 bomba 2 bombas 3 bombas D 300 mm D 500 mm D 500 mm Total
20 40 60 0,02 0,00 0,02 0,04
40 80 120 0,08 0,01 0,06 0,14
60 120 180 0,18 0,01 0,14 0,33
80 160 240 0,31 0,02 0,24 0,58
100 200 300 0,49 0,03 0,38 0,90
120 240 360 0,71 0,05 0,55 1,30
140 280 420 0,96 0,06 0,75 1,77
160 320 480 1,25 0,08 0,98 2,31
180 360 540 1,59 0,10 1,23 2,93
200 400 600 1,96 0,13 1,52 3,61
220 440 660 2,37 0,15 1,84 4,37
240 480 720 2,82 0,18 2,20 5,20
260 520 780 3,31 0,21 2,58 6,10
280 560 840 3,84 0,25 2,99 7,08
Para o cálculo das perdas de carga distribuídas, foi utilizada a fórmula universal
(86 e 87). Para os cálculos, adotaram-se:
k = 0,02 mm;
D = 500 mm;
L = 7,5 m.
9.7 CENTRÍFUGA
Fonte: Pieralisi
10 LAYOUT DA ETE
11 CUSTOS
A estimativa dos custos de implantação da nova ETE em Mogi das Cruzes foi
dividida em custos construtivos e custos de equipamentos.
Os custos construtivos são majoritariamente referentes a gastos com volume
de concreto para construção das unidades de tratamento e área construída de prédios
como administração, laboratório e casas de bombas e centrífugas. A cotação utilizada
para o metro cúbico de concreto armado e para metro quadrado de área construída
tem como fonte dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São
Paulo (Sinduscon/SP) que constam do site da Associação Brasileira de Engenharia e
Consultoria Estrutural (ABECE). Os valores considerados nas estimativas são
referentes ao mês de outubro de 2016 e são de R$ 1.985,08/m³ de concreto armado
e R$ 1.586,61/m² de área construída.
130
Queimadores
20.000,00 1 20.000,00
de biogás
cano PVC para
Braços
esgoto de 50mm de 19,99 20 399,80
rotativos
3 m cada
Material de
512,94 2261,95 1.160.242,95
preenchimento
Removedor de
24 m de diâmetro 120.000,00 2 240.000,00
lodo
Capacidade de 6
Centrífuga 201.510,00 2 403.020,00
m³/h
Bomba para
Capacidade de
subida na 15.000,00 4 60.000,00
1512 m³/h
unidade
Bomba para Capacidade de 4,5
20.000,00 6 120.000,00
recirculação m³/h
Total 2.321.283,00
O aterro sanitário mais próximo da cidade de Mogi das Cruzes fica localizado
na cidade de Jambeiro, a uma distância de aproximadamente 87,5 km, conforme a
Figura 37.
Figura 37 - Distância da ETE até o aterro sanitário
Fonte: Google
O preço do frete do transporte do lodo até Jambeiro foi cotado pela Sinapi pelo
valor de R$ 0,81/ton·km para transporte de material de qualquer natureza para
distâncias acima de 10 km. A disposição do lodo foi obtida consultando-se a Essencis
Soluções Ambientais SA por R$ 70 a tonelada de lodo.
Tabela 66 – Valores das tarifas utilizados para cálculo de custos com energia
Subgrupo Tarifa na ponta (R$/kWh) Tarifa fora da ponta (R$/kWh)
A4 0,40717 0,25814
conversão de dólar para real foi obtida pelo site da Bovespa como R$ 3,3565 no dia
21/11/2016. O total de custos anuais de operação encontra-se na Tabela 68.
12 CONCLUSÃO
Uma vez identificada a demanda de Mogi das Cruzes por uma melhora em seu
sistema de saneamento, que tem 37% de seu esgoto doméstico tratado em uma
Estação de Tratamento de Esgotos no próprio município e 13% tratado no município
vizinho de Suzano, este projeto se propôs a dimensionar uma ETE com o objetivo de
suprir o atual déficit de 50% de tratamento de esgoto do município.
Estabelecido um horizonte de projeto de 20 anos, foram levantados dados
demográficos que contemplaram o crescimento populacional neste período e dados
relativos à qualidade do esgoto de Mogi. Também foi necessário selecionar um local
para a instalação da Estação de Tratamento de Esgotos e estes dois últimos fatores
combinados permitiram que, para cada parâmetro de qualidade do esgoto, fosse
calculada a eficiência de tratamento necessária. O principal parâmetro avaliado nos
dimensionamentos realizados foi a remoção de DBO5 a 20°C, que deveria ser de
80%.
Três alternativas para o tratamento dos efluentes foram apresentadas neste TF:
lagoas aeradas, lodos ativados e reator UASB seguido de filtro biológico. Para a
escolha do que seria mais vantajoso para o caso de Mogi das Cruzes, optou-se pelo
uso de um sistema de análise multicritério, o PROMETHEE II & GAIA. A atribuição de
notas às alternativas por esse método resultou em um empate técnico para o
tratamento por lodos ativados e o tratamento por reator UASB seguido de filtro
biológico. Uma análise da composição das pontuações recebidas pelas alternativas
mostrou que a pontuação do UASB e do filtro biológico foi formada equilibradamente
por vantagens em critérios como a estimativa do custo, a área necessária, a eficiência
do tratamento e o volume de lodo produzido. Por outro lado, a maior parte da
pontuação recebida pelos lodos ativados é resultado da alta eficiência do sistema.
Outras pequenas parcelas da pontuação se referiram à baixa produção de odores e à
área necessária para implantar esta alternativa. Uma vez que ambos os sistemas
atingiriam a eficiência necessária para o tratamento dos efluentes do município, esse
critério foi preterido. Assim, escolheu-se a alternativa reator UASB seguido de filtro
biológico para dimensionar uma ETE para Mogi das Cruzes.
O dimensionamento das unidades resultou em 6 reatores UASB e 4 filtros
biológicos, seguidos de 2 decantadores secundários. O sistema composto por reator
138
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOTELHO, A. P. A., GOMES, C.C., OMOTE, M.Q. (2016). Estudo de caso: Ampliação
de uma ETE no Município de Indaiatuba – Análise comparativa entre sistemas de
lodos ativados convencional e de aeração prolongada. São Paulo – SP.
BRASIL. (2016). IBGE: Dados sobre Mogi das Cruzes. Disponível em:
<http://cidades.ibge.gov.br>. Acesso em: 13 abr. 2016.
140
EDP. (2016). Tabela de Tarifas de Fornecimento Média e Alta Tensão. Disponível em:
<http://www.edp.com.br/distribuicao/edp-bandeirante/informacoes/grandes-
clientes/tarifas_de_fornecimento/Paginas/default.aspx>. Acesso em: 12 nov. 2016.
141
NOVA IORQUE. (2014). World Urbanization Prospects: The 2014 revision. Disponível
em: <http://esa.un.org/unpd/wup/Publications/Files/WUP2014-Highlights.pdf>.
Acesso em: 20 mai. 2016.
13.500
0.6100
0.8450
0.3050
1.500
A A
1.3709
0.6100
0.005
1.225
1.825
1.3440
0.015
ESPESSURA
ESPAÇAMENTO ENTRE
DAS
BARRAS
GRADES
CORTE A-A
0.9150
1.0000
0.5848
0.7299
0.150
0.6100
0.200
1.3440
N.A.
1.500
0.9150
0.696
0.769
0.0760
0.0300
1.3440
0.2290
0.2290
ESCOLA POLITÉCNICA DA USP
DIMENSIONAMENTO DE UMA ETE
EM MOGI DAS CRUZES
ANEXO 02
TRATAMENTO PRELIMINAR
UNIDADES EM METROS
DESENHO SEM ESCALA
VISTA SUPERIOR
52.8
17.2
UASB
34.9
CORTE A-A
.3
PAREDE VÃO DA TUBULAÇÃO
5.8
DE FUNDO DE ESGOTOS
6.5
0.4
0.3
AFLUENTES
1.2
Ø0.2 1.2
A A
CORTE A-A
02
0.
Ø
0.40
0.4
0.2
0.3
1.3
A A
CORTE A-A
0.9
0.4
2.8
56
3.0
°
3.0
2.7
A A
CORTE A-A
4.3 8.6
1.1
15.4
.6
15
Ø
5 .0
Ø1
A A
3.6
2.7
15.0
0.4
15.6
4.0
Ø2
A A
Ø2
4.6
CORTE A-A
24.0
0.3
4.4
3.5
12.1
DECLIVIDADE DE FUNDO
ESCOLA POLITÉCNICA DA USP
1 DIMENSIONAMENTO DE UMA ETE
12 EM MOGI DAS CRUZES
ANEXO 08
DECANTADOR SECUNDÁRIO
DESENHO SEM ESCALA
UNIDADES EM METROS
VISTA SUPERIOR
1.050
0.200
0.700
0.800
UASB
0.700
0
.05
50
DECANTADOR
SECUNDÁRIO
.0
Ø0
Ø0
030
Ø0.
1.050
0.200
0.700
0.800
UASB
0.700
0
.05
.0 50
CENTRÍFUGA
Ø0
Ø0
030
Ø0.
7.25
0.80
4.00 1.85
Ø0.50
6.30
.3 0
Ø 0
.50
Ø0
7.25
0.80
4.00 1.85
Ø0.50
6.30
.3 0
Ø 0
.50
Ø0
34.9
UASB
RE AS BOMBAS
U DE RETORNO
BOMBAS
FILTROS
6.0
15.0
TRATAMENTO
PRELIMINAR
RI
100.6
O
TI
BOMBAS
ET
DE RETORNO 25.0
Ê
1.3
0.8
LABORATÓRIOS
10.0
10.0
PRÉDIO
10.5
20.0
6.5
ADMINISTRATIVO
GUARITA CASA DE
6.0
DE CENTRÍFUGAS 15.5
SEGURANÇA
5.0
200.6