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São Paulo
2010
CAIO AUGUSTO DE MELO
DENIS AFFONSO CHAGAS SOARES
EDUARDO GREGORIO PINTO MAAL
JULIANA BIANCHINI ORTONA
São Paulo
2010
i
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Prof. Dr. Francisco Ferreira Cardoso por nos orientar nesse
trabalho de formatura, proporcionando-nos contato com o CBCS e o projeto SUSHI.
Ao CBCS, por auxiliar-nos no contato e obtenção de informações junto à CDHU,
especialmente à Dra. Vanessa Montoro Taborianski e à Arquiteta Diana Csillag que
nos instruíram em diversas etapas na elaboração desse presente trabalho.
À CDHU, por nos receber, provendo-nos com valiosas informações através de
reuniões com seus técnicos e administradores, disponibilizando relatórios e dados.
Ao Prof. Dr. José Carlos Mierzwa, ao Prof. Dr. Roque Passos Piveli e à Profa. Dra.
Lúcia Helena de Oliveira por nos ajudarem na pesquisa sobre reúso de água cinza.
À Prof. Dra. Eliane Aparecida Faria Amaral Fadigas e ao Prof. Dr. José Aquiles
Baesso Grimoni por nos ajudar na pesquisa de painéis fotovoltaicos.
ii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1
1.1 Objetivo .......................................................................................................... 1
1.2 Justificativa ..................................................................................................... 1
1.2.1 Habitação de interesse social (HIS)......................................................... 1
1.2.2 Sustentabilidade ...................................................................................... 4
1.2.3 Sustentabilidade aplicada à Habitação de interesse social ..................... 5
1.3 Contexto ......................................................................................................... 6
1.3.1 Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de
São Paulo - CDHU ............................................................................................... 6
1.3.2 Programa de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar e do
Sistema de Mosaicos da Mata Atlântica............................................................... 9
1.3.3 Sushi...................................................................................................... 11
1.3.4 Oportunidade – Trabalho de Formatura e Sushi ................................... 11
1.4 Escopo ......................................................................................................... 12
1.5 Metodologia .................................................................................................. 12
1.5.1 Revisão bibliográfica.............................................................................. 12
1.5.2 Entrevistas na CDHU............................................................................. 12
1.6 Estrutura do texto ......................................................................................... 13
2 Caracterização dos temas.................................................................................. 14
2.1 Água ............................................................................................................. 14
2.2 Energia ......................................................................................................... 22
2.2.1 Contexto mundial ................................................................................... 22
2.2.2 Contexto brasileiro ................................................................................. 22
2.2.3 Habitação de interesse social e energia ................................................ 24
2.2.4 A influência do projeto de arquitetura na eficiência energética da
habitação............................................................................................................ 28
2.2.5 Sistemas alternativos de obtenção de energia ...................................... 34
2.3 Materiais de construção ............................................................................... 38
2.3.1 Consumo de materiais na construção civil ............................................ 38
2.3.2 Seleção de materiais na construção civil ............................................... 41
2.4 Canteiro........................................................................................................ 44
2.5 Social ........................................................................................................... 50
2.5.1 Situação brasileira ................................................................................. 50
3 Lições aprendidas no âmbito do projeto Sushi................................................... 55
3.1 Método de análise ........................................................................................ 55
3.2 Lições aprendidas em eficiência energética e conforto térmico ................... 56
3.2.1 Aquecedor solar de água ....................................................................... 56
3.2.2 Equipamentos e eletrodomésticos eficientes ......................................... 60
3.2.3 Uso de painel fotovoltaico ...................................................................... 63
3.2.4 Pé direto mais alto ................................................................................. 64
3.2.5 PLC – Power Line Communication ........................................................ 65
3.2.6 Uso de forro ........................................................................................... 67
3.2.7 Uso de telha de barro ............................................................................ 68
3.3 Lições aprendidas em gestão da água......................................................... 69
3.3.1 Medição individualizada ......................................................................... 69
3.3.2 Chuveiro híbrido .................................................................................... 71
iii
RESUMO
ABSTRACT
When applied to Brazil, especially in a low income project, there are generally
financial barriers to the implementation of sustainable technologies. The objective of
this paper is to study these initiatives, studying their technical and financial feasibility.
Through interviews and research within the CDHU – São Paulo State Urban and
Residential Development Company, we developed a database of the main
technological solutions that have been adopted, enabling a critical analysis
containing the main advantages and disadvantages of each solution, relative to its
environmental and social impact, and cost (implementation, operational and
maintenance). With this stage concluded, we chose two solutions that hadn’t been
adopted in the studied project: Grey water reuse in lavatories, gardening and
washing common areas, and; the use of photovoltaic panels for the energy demand
in the common areas. We designed the implementation of both technologies in the
studied project, and we estimated the implementation, operational and maintenance
costs.
The project we studied was CDHU’s Residencial Rubens Lara, located in Cubatão,
SP. It is a part of the Socio-environmental Revival Program of the Serra do Mar e
Mosaics’ system of Mata Atlântica.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO
1.1 Objetivo
Este trabalho tem como objetivo a implementação de tecnologias sustentáveis em
um edifício de quatro pavimentos do condomínio Rubens Lara no município de
Cubatão-SP, construído pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano
(CDHU) dentro do projeto Programa de Recuperação Socioambiental da Serra do
Mar e do Sistema de Mosaicos da Mata Atlântica.
1.2 Justificativa
Conceito
Dessa população, 86,12% reside em área urbana e o Produto Interno Bruto (PIB)
per capita (2007) é de U$6.852, porém o país sofre com desigualdades sociais e
apresenta 7,5% da população em situação de extrema pobreza, que ganha menos
de U$1 por dia.
1.2.2 Sustentabilidade
É neste cenário que o presente trabalho pretende atuar, e para tanto, num primeiro
momento, busca entender o que já foi realizado, como foi implantado, o que pode
ser melhorado e os impactos dessas soluções no orçamento final da edificação,
servindo como referência para pesquisas futuras, poupando tempo e esforços no
levantamento das alternativas viáveis a este tipo de projeto. Em um segundo
momento, vai integrar estes conhecimentos em um projeto de conjunto habitacional
da CDHU.
1.3 Contexto
Em 1975, através da Lei 905, a CECAP passou a atuar em um setor mais específico,
de baixa renda, levando a uma mudança no significado da sigla para Companhia
Estadual de Casas Populares. O objetivo foi agilizar a produção de casas. Em 1980,
através do Decreto 29.335, a CECAP foi desativada, e em 1981 foi reativada com
outro nome, CODESPAULO (Companhia de Desenvolvimento de São Paulo). O
escopo de atuação e a fonte de financiamento não mudaram.
A CDHU trabalha com o enfoque de providenciar moradia aos que não a tem, ou a
obtém ilegalmente. Entretanto, isto significa, em grande parte dos casos, que estas
pessoas moram em áreas de interesse público: terrenos de alto valor de mercado,
terrenos de risco (áreas com risco de desabamento ou fortes inundações), terrenos
de importância para a população (fontes de água, reservas ecológicas, entre outros).
Sob esta luz, a CDHU vem ganhando importância perante a sociedade, pela
magnitude dos benefícios de suas iniciativas. Com maior exposição, há maior
pressão para que demonstre resultados, mas ao mesmo tempo, tem maior
autonomia para buscá-los.
Desde que iniciou suas atividades, construiu e comercializou por volta 396 mil
habitações, número que compõe cerca de 2.349 conjuntos habitacionais em 609
municípios (94%) de um total de 645 em todo o Estado (dados de 2006).
Aspectos sociais
• Quando a pessoa se muda para uma moradia regular, ela passa a pagar as
contas de eletricidade e água, que muitas vezes eram obtidas
clandestinamente. No caso dos edifícios, há despesas condominiais que se
somam às outras despesas.
A Lei no. 6556, de 1989, define que “os recursos financeiros que vierem a ser
atribuídos à Caixa Econômica do Estado de São Paulo S.A., para o fim indicado
nesta lei, serão destinados obrigatoriamente ao financiamento de programas
habitacionais de interesse da população do Estado.
1
Informação fornecida pela arquiteta Ana Maria Antunes Coelho, técnica de projetos de paisagismo
da CDHU, em entrevista em 6 de maio de 2010
9
o
Renda Familiar (n . de Limite Máximo de
Salários Mínimos) Comprometimento de Renda
1a3 15%
3a5 15% a 20%
5 a 8,5 20% a 25%
8,5 a 10 25% a 30%
Para famílias com renda muito baixa, que não conseguem atingir as prestações
necessárias de acordo com a tabela 2, estabeleceu-se um subsídio para completar a
diferença. Isto é feito através de uma bonificação diretamente à família, e é
intransferível, temporária, e seu valor diminui com o tempo. (Fonte: Portal CDHU)
Aspectos econômicos
A Serra do Mar, formação montanhosa no Estado de São Paulo, abriga grande parte
do restante da Mata Atlântica, hoje reduzida a 7,6% do original. Atualmente 15% de
suas áreas são protegidas em alguma categoria de proteção ambiental.
1.3.3 Sushi
A implantação local do projeto piloto será feita em duas cidades: São Paulo e
Bangkok - Tailândia, com isso serão desenvolvidas metodologias e ferramentas
flexíveis para aplicação em outros países. O projeto será desenvolvido em três
fases, com duração de dezoito meses, a partir de Janeiro de 2009:
A oportunidade de parceria com o projeto SUSHI foi proposta pelo orientador deste
presente trabalho, Prof. Dr. Francisco Ferreira Cardoso, dada às semelhanças do
projeto com as expectativas do grupo sobre o tema a ser abordado – soluções
sustentáveis para habitações de interesse social.
12
1.4 Escopo
1.5 Metodologia
Para determinar os dados relevantes de cada solução, foi necessário pesquisar junto
aos fornecedores, em casos de produtos industrializados – sempre buscando
publicações científicas, para analisar os dados de maneira crítica – ou estudos, nos
casos de outras soluções, como o macadame hidráulico e sombreamento, onde os
benefícios são menos tangíveis.
Nos capítulo seguinte, elucida-se o estado da arte dos temas envolvidos. No terceiro
capítulo apresenta-se o fruto do estudo elaborado em conjunto com o projeto
SUSHI, onde se analisa a questão da sustentabilidade aplicada à CDHU.
2.1 Água
Introdução
A água no Brasil
Como se pode ver, no Nordeste brasileiro, assim como algumas regiões no Sudeste
e Sul, há uma relação crítica ou muito crítica, enquanto nas regiões Centro-Oeste e
Norte, a relação é predominantemente excelente.
Figura 3 - Relação entre Demanda e Disponibilidade, para cada uma das principais regiões
brasileiras
(Fonte: site da Agência Nacional de Águas)
A situação brasileira foi estudada de acordo com três padrões (Site da Agência
Nacional de Águas), IQA (Índice de Qualidade das Águas), IET (Índice de Estado
Trófico) e a Capacidade de Assimilação das Cargas de Esgoto. O IQA reflete
principalmente a contaminação dos corpos hídricos pelo lançamento de esgoto
doméstico, visando avaliar a qualidade da água para o abastecimento público.
Busca-se prever os aspectos relativos ao tratamento da água (não ideal para avaliar
a água para outros usos, como recreação ou preservação de vida aquática).
O IQA tem nove parâmetros: oxigênio dissolvido, coliformes fecais, pH, demanda
bioquímica de oxigênio (DBO5,20), temperatura, nitrogênio total, fósforo total,
turbidez e resíduo total. A cada valor é atribuído um peso e uma nota, para cada
região estudada, e a soma dessas notas multiplicadas pelo respectivo peso
representa a pontuação total. As pontuações são avaliadas da seguinte maneira:
O Índice de Estado Trófico (IET) mede a eutrofização dos corpos d’água, um grande
problema pois provoca crescimento de plantas aquáticas, o qual compromete os
usos d’água. É uma ameaça à saúde pública reconhecida pela UNEP-IETC (2001).
Para rios ou reservatórios, o cálculo do IET foi realizado de acordo com a fórmula de
Lamparelli (2004), e entende-se pela pontuação do IET o seu potencial de
eutrofização, como apresentado na tabela 4.
As famílias que são incapazes de adquirir sua própria residência sem a ajuda do
Estado em geral são famílias de baixíssima renda. Em casos de moradia irregular,
temos o agravante que estas famílias em geral não pagam por suas utilidades.
21
A retenção de água da chuva é uma medida que tem duas funções. A principal é
diminuir o consumo de água potável fornecido pelas concessionárias (no caso, a
Sabesp), através da utilização da água de chuva tratada para fins não potáveis.
Usualmente, tem sido utilizada principalmente para lavagem dos pátios, calçadas e
armazenamento para posterior irrigação dos jardins.
Aparelhos economizadores
2.2 Energia
O setor industrial é o que mais consome energia, em 2008 foram 197,2 TWh. Em
2009 houve uma redução e o consumo foi de 186,7TWh.
2
Tonelada equivalente de petróleo (tep): Corresponde a 10 000 Mcal, energia contida em uma
tonelada de petróleo.
24
Em 1993 foi criado o Selo Procel, a fim de identificar os produtos que apresentam os
melhores índices de eficiência energética, para a melhor escolha do consumidor.
Em 24 de julho de 2.000, após a crise energética, foi criada a Lei 9.991/2.000 uma
iniciativa do governo federal para aumentar o investimento em pesquisa e
desenvolvimento.
A lista dos projetos é pública e pode ser obtida no site da Agência reguladora. A
seguir, pode-se observar a tabela 7 com os projetos mais recentes que já tiveram
início ou estão aguardando o parecer da ANEEL:
26
Data de Custo do
Título do Projeto Inicio
Empresa Cadastro Projeto
Desenvolvimento de IED de
Central Geradora comunicação padrão IEC61850
22/6/2010 R$ 2.161.456,85 -
Termelétrica nacional para ambiente de
Fortaleza S/A subestações
Desenvolvimento e Construção de
Centrais Elétricas Sistema Robotizado para Reparos
22/6/2010 R$ 1.178.149,03 -
do Norte do Brasil de Falhas de Cavitação em
S/A. Turbinas Hidráulicas - FASE II
Desenvolvimento de Plataforma
Computacional para Integração
Centrais Elétricas Física e Lógica de Sistemas de
24/6/2010 R$ 1.431.333,28 -
do Norte do Brasil Proteção e Controle de
S/A. Subestações Baseado na Norma
IEC61850
27
Projeto e desenvolvimento de
Eletropaulo equipamento eletrônico e
Metropolitana metodologia de ação para auxílio na 24/6/2010 R$ 2.030.350,00 01/05/2010
Eletricidade de São detecção de fraudes e roubo de
Paulo S/A energia elétrica
APOGEU-Sistema Inteligente de
Light Serviços de Apoio à Gestão de Contratação em 28/6/2010 R$ 1.045.100,00 -
Eletricidade S/A. Unidades de Suprimento da Light
Tabela 7 - Projetos mais recentes que já tiveram início ou estão aguardando o parecer da
ANEEL
(Fonte: site da ANEEL)
Como pode ser analisado pela tabela apresentada, dos últimos projetos de pesquisa
e desenvolvimento, nenhum pode ser considerado promissor para a redução do
consumo de energia da população de baixa renda.
Com o propósito de reverter este quadro, o artigo citado da lei 9.991 foi modificado
pela Lei Nº 12.212, de 20 de janeiro de 2010, em seu artigo 11, que estabelece que
as concessionárias devem aplicar no mínimo 60% dos recursos dos programas de
P&D para as unidades consumidoras beneficiadas pela Tarifa Social.
Neste mesmo artigo são citadas as dívidas de algumas empresas de capital aberto,
como a Cemig, que possui um estoque a ser investido de R$ 400 milhões e a
Eletropaulo que totaliza R$200 milhões.
Segurança:
• Segurança estrutural
• Segurança contra fogo
• Segurança no uso e na operação
29
Habitabilidade:
• Estanqueidade
• Conforto térmico
• Conforto acústico
• Conforto lumínico
• Saúde, higiene, qualidade do ar
• Funcionabilidade e acessibilidade
• Conforto tátil e antropodinâmico.
Sustentabilidade:
• Durabilidade
• Manutenibilidade
• Impacto ambiental.
Conclui-se com este subitem que o projeto de habitações no geral deve seguir
algumas diretrizes para que a eficiência da casa seja a melhor possível, reduzindo-
se gastos energéticos com sistemas de aquecimento/ar condicionado além de
reduzir o consumo de energia elétrica através de um melhor aproveitamento da
iluminação natural.
Painéis fotovoltaicos
O preço de cada módulo no mercado gira em torno de R$150 (5W) a R$950 (65W).
Aquecedores solares
Os coletores são compostos por uma camada externa de vidro, por onde passam os
raios solares atingindo as aletas, feitas de cobre ou alumínio e cobertas com uma
tinta escura que facilita a absorção da energia solar.
Das aletas o calor passa pela serpentina, geralmente feita em cobre, que é
percorrida pela água. A água recebe então o calor e é destinada ao reservatório.
Devido à variação da radiação solar durante o ano e durante o dia, é desejável que o
sistema de aquecimento solar seja apoiado por algum outro sistema de aquecimento
seja ele elétrico ou a gás. O sistema resultante pode ser chamado de híbrido e
consiste numa alternativa de elevado custo-benefício, ideal para as HIS.
37
Perdas
Esta pode ser quantificada como a diferença entre o total de materiais realmente
demandados para dado empreendimento (Qreal ) e a quantidade de materiais que
teoricamente seria necessária para realizá-lo (Qteo ), podendo ser expressa da
seguinte maneira:
= −
−
% = . 100
= . 1+ %
Além do impacto gerado pela extração e transformação das matérias primas, deve
se levar em conta o impacto gerado ao longo do ciclo de vida do material, desde a
energia necessária para seu transporte até o fim de sua vida útil, onde este se torna
um resíduo e novamente acarreta em impactos ambientais e sociais.
“A ACV é uma ferramenta para a avaliação quantitativa dos impactos originados por
um produto durante todo o seu ciclo de vida. A base de uma ACV é o Inventário do
Ciclo de Vida (ICV), uma quantificação de todas as cargas ambientais “do berço ao
túmulo” ou “berço ao berço” de um produto. A ACV é normalizada pela série ISO
14040-14042 e é amplamente documentada”. (FINEP – Seleção de materiais).
Esta visa contemplar as etapas que vão desde a retirada da natureza das matérias-
primas elementares que entram no sistema produtivo (berço) até a disposição do
produto final (túmulo), tendo como considerações mais significativas os seguintes
aspectos:
2.4 Canteiro
Para obras de edificações que não se enquadram nos requisitos descritos acima, o
relatório da FINEP – Levantamento do estado da arte: Canteiro de obras,
recomenda o agrupamento dos aspectos ambientais em quatro categorias:
Tabela 12 - Matriz Aspectos & Impactos ambientais para as atividades de produção dos
canteiros de obras – subsetor edificações.
(DEGANI, 2003; ENVIRONMENT AGENCY, 2005; PULASKI, 2004; CASTEGNARO, 2003;
ENTERPRISE, 2002) - (Fonte: FINEP – Canteiro de obras)
46
Tabela 14 - Matriz Aspectos & Impactos ambientais para as atividades de produção dos
canteiros de obras – subsetor edificações. Tema: Incômodos e Poluição
(DEGANI, 2003; ENVIRONMENT AGENCY, 2005; PULASKI, 2004; CASTEGNARO, 2003;
ENTERPRISE, 2002) - (Fonte: FINEP – Canteiro de obras)
48
Tabela 15 - Matriz Aspectos & Impactos ambientais para as atividades de produção dos
canteiros de obras – subsetor edificações. Tema: Incômodos e Poluição
(DEGANI, 2003; ENVIRONMENT AGENCY, 2005; PULASKI, 2004; CASTEGNARO, 2003;
ENTERPRISE, 2002) - (Fonte: FINEP – Canteiro de obras)
49
Tabela 16 - Matriz Aspectos & Impactos ambientais para as atividades de produção dos
canteiros de obras – subsetor edificações. Tema: Incômodos e Poluição
(DEGANI, 2003; ENVIRONMENT AGENCY, 2005; PULASKI, 2004; CASTEGNARO, 2003;
ENTERPRISE, 2002) - (Fonte: FINEP – Canteiro de obras)
Essas tabelas visam apenas listar os impactos ambientais que uma obra pode
apresentar. Para estudá-los mais a fundo, de maneira que seja possível mitigá-los
caso haja a necessidade, uma bibliografia específica e técnicos especializados
devem ser consultados.
Para que esse Sistema de Redução dos Impactos Ambientais funcione, ele deve ser
implementado em cada obra da empresa, levando em conta os aspectos
anteriormente discutidos, as particularidades da obra em questão e deve-se ter bem
definidas as responsabilidades e obrigações de cada um dos envolvidos. Para que
isso ocorra, é necessário que a empresa construtora possua todas as informações
50
A comunicação da empresa, tanto interna quanto externa, deve ser eficiente para
que todos conheçam os objetivos de redução de impactos ambientais e como eles
devem ser alcançados. A relação com fornecedores deve ser boa e de confiança,
para que com o tempo fiquem alinhados os sistemas de gestão das empresas,
trazendo assim uma maior naturalidade ao Sistema de Redução dos Impactos
Ambientais, com o qual todas as partes já devem estar acostumadas.
2.5 Social
2. Modelo psicossocial
3. Corrente Institucionalista
4. Método ZOPP
5. Agenda 21 global
Aspectos positivos
Aspectos negativos
Experiência na CDHU
Caracterização
Aspectos positivos
Aspectos negativos
Além dos problemas técnicos e econômicos encontrados, deve-se ter cuidado com o
aspecto sanitário do aquecedor de água solar, onde pode ocorrer o crescimento de
bactérias na água quente dos reservatórios dos aquecedores. Segundo Taborianski
(2002) apud George (1999), temperaturas de água aquecida, mas abaixo de 58°C,
podem ajudar o desenvolvimento da bactéria responsável pela legionelose e pela
febre de Pontiac, a Legionella Pneumophila. Em temperaturas maiores que 58°C
essas bactérias morrem.
58
Experiência na CDHU
Até o ano 2000, o segmento residencial era responsável por 33% do consumo
energético nacional, o que incentivou campanhas de conscientização da população
e consequente aumento na demanda por projetos sustentáveis.
Caracterização
Aspectos positivos
Aspectos negativos
Experiência na CDHU
Caracterização
Aspectos positivos
Aspectos negativos
Experiência na CDHU
Caracterização
Aspectos positivos
Aspectos negativos
Experiência na CDHU
Caracterização
Aspectos positivos
Aspectos negativos
Experiência na CDHU
O primeiro caso onde esta tecnologia foi implantada foi em um projeto piloto no
empreendimento no subdistrito Mooca – São Paulo, em 2003, através da tecnologia
da empresa Mobix S.A. A tecnologia foi utilizada para medição do consumo de água,
energia e gás, podendo ser feita a medição individualizada do consumo de cada
unidade do conjunto, para posterior rateio pela administração do condomínio.
Caracterização
O uso de forro cria uma camada isolante térmica que separa o ambiente ocupado
pelo usuário do calor irradiado através do telhado durante o dia e diminui a perda de
calor durante a noite. Consiste em aplicar camada de revestimento, como gesso,
madeira, PVC entre outros, de modo a isolar a cobertura da residência do ambiente
em que o usuário se encontra. Tem melhor resultados em casas, particularmente
nas térreas.
Aspectos positivos
Além dos benefícios trazidos em relação ao conforto térmico, o uso de forro cria um
ambiente mais agradável e aconchegante ao morador, ocultando componentes
como telhas, fiação e tubulações hidráulicas. O fato de se morar em um ambiente
mais agradável cria maior vínculo do morador com sua moradia, fazendo com que
este tenha maior apreço e cuidados como manutenção por sua moradia.
Aspectos negativos
Experiência na CDHU
Caracterização
Aspectos positivos
Aspectos negativos
Experiência na CDHU
• Medição individualizada
• Chuveiro híbrido
• Retenção e utilização de água da chuva
• Aparelhos hidráulicos economizadores
Caracterização
Aspectos positivos
Como a pessoa é cobrada pelo próprio consumo, ao invés de pagar por rateio do
consumo do condomínio, sua variação de consumo impacta mais na sua própria
conta de água, resultando em uma redução significativa, especialmente em
unidades de baixo padrão. Adicionalmente, há um sentimento de que é cobrado o
preço justo, pois o usuário paga o que consome.
Aspectos negativos
Experiência na CDHU
Para água fria, "todas as edificações deverão possuir equipamentos para medição
de consumo individual. A definição destes equipamentos será feita pela CDHU,
podendo variar para cada edificação. A revisão/instalação de sistema de medição
individual não exclui a obrigatoriedade da instalação de medidor geral à disposição
71
Para água quente "em edificações multi-familiares, onde poderá haver sistema de
aquecimento coletivo, deverá ser estudada juntamente com a CDHU a solução para
se manter a medição de consumo individual".
Para gás natural (GN) - "todas as edificações deverão possuir equipamentos para
medição de consumo. A definição destes equipamentos será feita pela CDHU,
podendo variar para cada edificação. A previsão/instalação de sistema de medição
individual não exclui a obrigatoriedade da instalação de medidor geral à disposição
da concessionária de gás local a qual definirá sua padronização".
Caracterização
Consumo de água
(litros por minuto) Aumento do consumo em
Sistema de Aquecimento de Água
relação ao chuveiro elétrico
Aspectos positivos
Aspectos negativos
Experiência na CDHU
Caracterização
• Coleta
• Tratamento
• Armazenamento
Para adequar a água de chuva coletada aos níveis de qualidade requeridos para o
consumo humano, é exigido um sistema de tratamento mais avançado que um
sistema de tratamento destinado para fins não potáveis. Portanto, levando em conta
o contexto de habitações de interesse social, esta solução é abordada apenas para
fins não potáveis, sendo os principais exemplos:
Aspectos positivos
A retenção de água da chuva é uma medida que tem duas funções. A principal é
diminuir o consumo de água potável fornecido pelas concessionárias (no caso, a
Sabesp), através da utilização da água de chuva tratada para fins não potáveis.
Usualmente, tem sido utilizada principalmente para lavagem dos pátios, calçadas e
armazenamento para posterior irrigação dos jardins.
Aspectos negativos
Experiência na CDHU
Caracterização
Aspectos positivos
Aspectos negativos
Experiência na CDHU
• Piso drenante
• Estacionamento sombreado
Caracterização
Aspectos positivos
Aspectos negativos
Experiência na CDHU
Este piso proporciona a resistência necessária para veículos de baixo peso, e não
tem custo de manutenção. Além disto, em caso de chuvas, as águas são drenadas
pelo próprio piso. Um benefício é que consiste de uma área verde, além de tudo,
providenciando conforto térmico (o piso sempre estará em uma temperatura
agradável, devido à transpiração da grama).
Caracterização
Aspectos positivos
Aspectos negativos
Experiência na CDHU
3
Informação fornecida pela arquiteta Ana Maria Antunes Coelho, técnica de projetos de paisagismo
da CDHU, entrevista em 06 de maio de 2010
79
• Modulação
• Kit hidráulico e elétrico
• Barramento elétrico
• Medição à distância
3.6.1 Modulação
Caracterização
Aspectos positivos
Segundo Razente (2004), "O fato dos blocos possuírem dimensões conhecidas e de
pequena variabilidade, possibilita a aplicação da técnica de coordenação modular.
Essa técnica consiste em se definir todas as dimensões da obra, verticais ou
horizontais, como múltiplos das dimensões da unidade, prevendo-se inclusive as
armações e demais instalações. Dessa forma evitam-se cortes e desperdícios
durante a execução da obra, sendo esse procedimento uma etapa fundamental do
processo de racionalização como um todo".
Aspectos negativos
Experiência na CDHU
A CDHU sempre trabalhou com modulação de todos os sistemas. Uma das diretrizes
técnicas, como definido no Manual Técnico de Projetos da CDHU é "Procurar definir
as dimensões dos ambientes dentro de um sistema de coordenação modular,
80
Caracterização
Aspectos positivos
Ao se utilizar o kit hidráulico como método construtivo, pode-se citar como principais
benefícios trazidos o aumento da produtividade, a melhora da qualidade do serviço
realizado e a redução da quantidade de resíduos gerados no canteiro. A modulação
padronizada da alvenaria estrutural, devido à sua função autoportante, impossibilita
intervenções como quebras e cortes, normalmente feitas em blocos de alvenaria
sem função estrutural.
Aspectos negativos
Experiência na CDHU
3.6.3 QUALIHAB
Suas diretrizes são baseadas em três ações, interligadas entre si: o treinamento de
mão de obra, o desenvolvimento de normatização técnica e a implementação de
sistemas de gestão da qualidade.
Caracterização
Aspectos positivos
Quanto aos aspectos construtivos, também existe redução nos custos com mão de
obra para a instalação das barras rígidas em comparação aos eletrodutos flexíveis,
contribuindo para a viabilidade econômica da solução (CDHU - QUALIHAB, 2005).
Aspectos negativos
Experiência na CDHU
Figura 41 - Detalhe dos barramentos que substituem os três cabos flexíveis que alimentam
cada apartamento
(Fonte: CDHU, 2005)
Caracterização
A CDHU prevê em seu manual técnico o uso de medição remota para água fria e
gás.
Aspectos positivos
Aspectos negativos
Experiência na CDHU
Urbanização de favelas
3.8 Conclusões
Ao analisar grande parte das iniciativas de caráter sustentável utilizadas pela CDHU,
pode-se perceber que é grande a gama de soluções que são passiveis de ser
aplicadas neste tipo de empreendimento. Porém, apesar da dedicação das equipes
técnicas na busca de novas soluções e práticas que visem à sustentabilidade, ainda
existe grande lacuna na comunicação entre as diversas áreas da CDHU, impedindo
a disseminação de conhecimento entre estas e consequentemente desacelerando o
processo de inovação da Companhia, visto que muitas informações valiosas são
mantidas em apenas um departamento ou área em que a informação foi criada,
gerando retrabalho para coletar e reorganizar estas informações. Outro fator que
deve ser fortemente desenvolvido e que levará a bons resultados é o investimento
em trabalhos pós-ocupação, com treinamento e conscientização dos moradores,
visto que diversas soluções dependem fundamentalmente da atenção do usuário
quanto à manutenção e preservação dos componentes do edifício.
86
O loteamento
Os condomínios
As tipologias
O terceiro dormitório foi proposto como cômodo flexível podendo ser utilizado como
dormitório ou acréscimo da sala de estar/área de escritório. Nas figuras 48 e 49 se
observa uma das elevações e planta do pavimento tipo das tipologias de 8 e 4
andares respectivamente.
Casas superpostas
Sistemas construtivos
Foram propostas algumas tecnologias sustentáveis buscando otimização no
consumo de energia e racionalidade e agilidade na construção das obras:
aquecimento solar, medidores individualizados de água e uso de dry-wall para as
divisórias internas das unidades.
5 SOLUÇÕES ESCOLHIDAS
5.1 Justificativa
Deve-se então escolher o local adequado para a instalação dos painéis, aonde
através de simulação computacional pelo programa Ecotect, verifica-se, para a
cobertura do edifício, os locais que apresentam menor sombreamento, ao longo do
ano.
BOMBAS DE RECALQUE
Bomba (cada) - 2 por edif. 1950 W
Vazão bomba 7,2 m³/h
Consumo 150 l/dia/hab
População média por edif. (4habitantes/UH com 20
UHs/edifício) 80 pessoas
Consumo do edifício 12 m³/dia
Tempo de funcionamento da bomba 1,67 h/dia
Consumo diário da bomba 3,25 kW.h
Consumo mensal da bomba 97,5 kW.h/mês
ILUMINAÇÃO DAS ÁREAS COMUNS DO EDIFÍCIO
Luminária completa tipo globo vidro c/lâmpada
100w/220v incandescente 45 unid
Arandela tipo tartaruga c/ lâmpada 100w/220v
incandescente 3 unid
Aparelho de luz de obstáculo com 2 lâmpadas
incandescentes de 60w 1 unid
Latitude: -23°93´
Longitude: 45°33´
Albedo local: 26 (concreto)
Ângulo de orientação das placas: 52° graus em relação ao Norte geográfico. Foi
adotada esta orientação devido à orientação do edifício estudado, de modo a alinhar
as placas com a orientação do edifício, evitando se utilizar suportes ou qualquer
outro elemento de sustentação necessário para um alinhamento ótimo das placas.
Inclinação de 24° em relação ao plano horizontal.
Figura 52 - Gráfico dos resultados obtidos no Radiasol para irradiação média anual diária
1 !
=
0 "#$#0 "
Eg = 9,36 kWh/dia
Faz-se necessário o uso de um artifício que se considere que durante o dia houve
radiação incidente constante de 1.000W/m², durante um período em que o total de
radiação incidida seja de 4,21kWh/m², como ilustra a figura 53, fazendo com que as
áreas de radiação incidida e de radiação equivalente sejam iguais.
Radiação (W/m²)
Figura 53 - Gráfico da radiação solar disponível e equivalente média anual durante um dia
" -.#/012345
= , ,,#/(
+ ,11#678#)89:72345
Cerca de 90% dos painéis solares eléctricos instalados no mundo são feitos de
silício cristalino. Estes possuem uma eficiência de aproximadamente 13%. Existem
ainda fabricantes que produzem painéis em silício amorfo, que possuem uma
eficiência ainda mais baixa.
,.,,0;< = #=#$#>#$#1.000;2?@
, ,,?@
>= = 1 .0#?@
1, +%
Figura 56 - Local de implantação dos painéis fotovoltaicos (com hachura vermelha), com
sombreamento da cobertura durante o mês de Junho
S
R= #E ?TFD #E ?# = S M Q# → = R M Q@
Q
Onde:
R: Resistência elétrica, medida em Ohms ( )
P: Potência dissipada em Watts (W)
U: Diferença de potencial, em Volts (V)
I: Corrente elétrica, em Amperes (A)
O circuito foi dividido em dois trechos: dos painéis até cada inversor, operando em
corrente contínua, e do inversor até a central de medição predial, operando em
corrente alternada, admitindo 22,5W de perda de potência em cada um dos trechos
(1% do total de 2.250W gerados pelos painéis). Com a potência máxima dissipada
permitida e a corrente elétrica prevista para o trecho, determina-se a resistência
elétrica total de cada trecho, para, a partir desta, definir uma seção transversal
mínima para o conduto.
O cálculo da seção mínima de cada trecho do circuito pode ser determinado através
de fórmula que associa propriedades físicas e geométricas do material condutor:
W
R = #V M
>
Onde:
V = # VX M Y1 + Z M [ − [X \
Onde:
Nota-se que a norma NBR 5410 é muito mais restritiva em relação à área da seção
do conduto, portanto esta definiu a bitola mínima admissível para estes, em 2,5mm².
O sistema proposto para o edifício é composto por dois circuitos, cada um composto
por nove painéis fotovoltaicos de 125W e um inversor de frequência de 700W. Cada
circuito possui dois disjuntores termomagnéticos de 15A, um na parte alimentada por
corrente contínua e outro no trecho com corrente alternada. Os dois circuitos se
unem e possuem uma chave seccionadora para ambos, permitindo o desligamento
dos painéis da rede pública, de modo a permitir intervenções seguras em durante as
etapas de manutenção dos equipamentos. No apêndice 1, pode-se observar o
esquema multifilar do sistema projetado.
A fabricante realiza diversos testes do produto tais como: teste de ciclo térmico, de
choque térmico, de isolamento elétrico, de impacto de graniza, resistência mecânica
de vento e torção, salinidade, exposição à água e luz e exposição no campo.
Temperatura de operação - 20 a 50 °C
Temperatura de armazenamento - 20 ° C a 70 ° C
Umidade relativa máxima de 95%
Para instalação em paredes,com bracadeiras inclusas.
Dimensões: 92 x 72x 225 mm
Peso: 2 kg
Garantia: 5 anos
Suporte
Estima-se que os custos com as hastes, porcas, isolamento e mão de obra para
confecção do suporte sejam de R$300,00.
Cabeamento e eletrodutos
Segundo Orlando Lisita, os cabos escolhidos devem ser do tipo que limite ao
máximo a queda de tensão. Devem ser unipolares, possuir duplo isolamento, estar
separados por polos e em eletrodutos separados, além de serem dotados de um
isolamento para o funcionamento em temperaturas elevadas, diminuindo a
probabilidade de ocorrência de um curto circuito.
Relógios de medição
Países como Alemanha, Japão e Estados Unidos e Espanha, os quatro com maior
potência acumulada instalada de painéis fotovoltaicos no mundo, possuem
programas de incentivo fiscal e de regulamentação específica para a geração de
energia fotovoltaica interligada à rede pública. Já no Brasil, medidores disponíveis
no mercado geralmente giram em somente um sentido ou possuem uma trava para
evitar que sejam bidirecionais. A escolha do tipo de medidor utilizado pode ser feita
utilizando os seguintes critérios:
Fusíveis e disjuntores
O disjuntor escolhido foi o termomagnético, por ser um sistema que pode apresentar
temperaturas elevadas.
A utilização de água cinza tratada para fins não potáveis consiste em recircular a
água pelo sistema, otimizando sua utilização e destinando um produto menos nobre
a utilizações que não demandam maior qualidade em seu uso.
“O uso de água recuperada para fins não potáveis oferece o potencial para
exploração de um “novo” recurso, que pode ser substituir fontes potáveis existentes.”
(EPA - U. S. ENVIROMENTAL PROTECTION AGENCY, 2004)
O projeto é composto por uma estação de tratamento de esgoto que trata o efluente
de quatro edifícios de quatro andares tipo mais térreo, a ser armazenado e utilizado
em bacias sanitárias, lavagem de áreas comuns e irrigação do paisagismo. São
feitas alterações nos projetos originais do edifício, inserindo as tubulações e
reservatórios necessários à implantação do sistema.
As propriedades da água cinza bruta varia de região para região e também entre
diferentes tipos de usuários. A água cinza clara, proveniente, por exemplo, de
chuveiros e lavatórios, possui menor carga química e orgânica que a água cinza
escura, efluente, por exemplo, de pias de cozinhas e máquinas de lavar pratos, que
liberam restos de alimentos.
O presente trabalho utiliza apenas água cinza clara, proveniente dos chuveiros e
lavatórios dos andares tipo, tratando-a em uma estação de tratamento de esgoto
compacta que recebe o efluente de quatro edifícios e, após o tratamento, recalca a
água cinza tratada para reservatórios superiores específicos de cada edifício. A água
é utilizada na descarga de bacias sanitárias, lavagem de áreas comuns e irrigação e
paisagismo.
No estudo realizado por Simone May (2009), foi instalado um contêiner, com
diferentes aparelhos sanitários, cujos efluentes eram segregados em diferentes
reservatórios para se estudar suas propriedades específicas. Voluntários foram
selecionados buscando-se diversidade, entre eles homens, mulheres, crianças e
idosos, para simular a realidade da população. A tabela 24 resume os valores
máximos, médios e mínimos para efluente de chuveiros e lavatórios encontrados
pela autora. A figura 62 ilustra os reservatórios usados para coletar água cinza.
O estudo realizado por Simone Fiori, Vera Maria Cartana Fernandes e Henrique
Pizzo (2005) coletou amostras de nove apartamentos, representativos da população
de Passo Fundo, RS. Os apartamentos foram divididos em “com crianças”, “com
animais” e “sem crianças e sem animais”, sendo realizadas amostras em três de
cada tipo. O efluente foi coletado exclusivamente de chuveiros.
Classif.
Uso usos/dia acion. (min) vazão (L/min) consumo (L) contribuição
Água
vaso sanitário 5 6,8 34 29% negra
chuveiro 1 9 8 72 62% cinza
lavatório 5 0,5 6 3 3% cinza
pia cozinha 1 0,5 6 3 3% negra
lavagem-roupas 1 4 4 3% cinza
Tabela 26 - Consumo de água por aparelho sanitário
Fonte: (U.S. GREEN BUILDING COUNCIL, 2009)
118
litros/ pessoas/
Demandas litros/ dia m³/dia m³/mês
pessoa/dia edifício
Áreas
2,7 80 214 0,214 6,4
externas/comuns
Áreas privativas
(bacias sanit.) 34,0 80 2720 2,720 81,6
Total demandado 2934 2,934 88,0
Tabela 28 - Resumo da demanda de água em usos passíveis de substituição por água cinza
tratada
litros/ pessoas/
Ofertas litros/ dia m³/dia m³/mês
pessoa/dia edifício
Chuveiros 72,0 80 5760 5,760 172,8
Lavatórios 3,0 80 240 0,240 7,2
Total ofertado 75,0 160 6000 6,000 180,0
Tabela 29 - Resumo da oferta de água a ser tratada para reúso
Percebe-se que o volume ofertado de água cinza a ser tratada para utilização
(180m³/mês) é maior que o volume necessário para utilização em bacias sanitárias e
áreas comuns (88m³/mês). Isso é interessante por garantir uma segurança devido a
diferenças previstas entre os volumes de consumo nos aparelhos e as de fato
apresentadas. A água excedente durante a operação pode facilmente ser
descartada na rede pública de esgoto.
Figura 64 - Equipamento em utilização em área aberta, protegido apenas por uma cobertura
Fonte: (INFINITYTECH, 2008)
Foi feita a opção por centralizar o tratamento de esgoto de quatro edifícios para
diminuir o custo do tratamento, dividindo por quatro o custo de implantação de uma
estação que custa pouco mais do que uma com capacidade para tratar o efluente de
apenas um edifício. Devido à distribuição dos edifícios analisados, que se situam
próximos uns dos outros, o custo de tubulações para levar a água cinza bruta até o
tratamento e para levar a água tratada até os reservatórios superiores é pequeno em
comparação com a economia de escala proporcionada por centralizar o sistema.
Na área comum, central aos edifícios estudados, foi prevista a instalação da E.T.E.
em abrigo, com base de concreto armado para suportar o equipamento, gradil com
portão de acesso trancado para garantir a entrada somente de pessoas autorizadas
e cobertura em telha de fibrocimento. Trata-se de uma instalação simples e barata
para garantir a proteção do equipamento contra intempéries e acessos indevidos.
O caminhamento da tubulação de coleta de água cinza bruta deve ser feito com
tubulação branca de PVC, de 100 milímetros, declividade mínima de 1% como
recomendado em (PHD 2412, 2009), com o uso de caixas de inspeção em
mudanças de direção e reunião de coletores, estabelecendo como profundidade
mínima 30 centímetros.
Devido à baixa vazão, e modesta altura a ser vencida em cada edifício, decidimos
colocar apenas uma bomba, alimentando os 4 ramais que vão até os edifícios, e
alimentam as caixas d’água superiores. Cada caixa d’água tem uma boia que
bloqueia a vazão caso esteja cheia, e a bomba tem um medidor de vazão. Se não
houver vazão, a bomba desliga.
• Há uma vazão máxima, quando apenas uma caixa d’água está sendo
enchida, de 4m³/h.
• Há uma condição de funcionamento onde as 4 caixas d’água estão sendo
enchidas, com vazão de 1m³/h cada.
Qrec=1m3/h=0.00028m3/s, e
Ab - ! #cIDEF D D
a= = = 0 1,J
,+ ,+ ! #D # F
Drec=12,88mm
+
d= = .0 M .0 = -?2
> P k
e M f ghi j
,
Dmin=21,7mm
1 m no
m no f j
l = 0 000 J M = 0 000 J M .0 M .0p.no = , 0 M 10qk ?2?
Pp no ,J
f j
1000
∆s = l M Wth u , onde:
Lvirtual=Lreal+Lsingularidades 1,5MLreal=1,5M90=135m
Escolha da Bomba
s? D = ∆v + ∆s = ∆v + M 1 J
124
1-J -?
= 0 000 J M ≈ = + +- M 10o
0 0,J p no 0.000, m no
Desta maneira, pode-se construir uma tabela relacionando Hman com Q, como
mostrado na tabela 30.
3 3
Q (m /h) Q (m /s) Hman (m)
- - 20.00
0.50 1.39E-04 20.08
1.00 2.78E-04 20.27
1.50 4.17E-04 20.54
2.00 5.56E-04 20.89
2.50 6.94E-04 21.32
3.00 8.33E-04 21.81
3.50 9.72E-04 22.37
4.00 1.11E-03 23.00
4.50 1.25E-03 23.69
5.00 1.39E-03 24.43
Tabela 30 - Relação entre vazão na tubulação e carga transferida pela bomba ao fluido
A partir destes dados, partiu-se para a escolha da bomba. O objetivo era encontrar a
bomba mais econômica que pudesse oferecer valores próximos da perda de carga
necessária, próximo da vazão de 4m³/h.
A bomba escolhida foi da fabricante Dancor, modelo CAM W-10, de 3/4cv. Esta foi a
menor bomba dentre as estudadas, e alcançou uma vazão de equilíbrio de 4,1m³/h,
e Hman de 23,2m conforme figuras 65 e 66.
125
Figura 66 - Curvas do fornecedor (Dancor) das diferentes potências da bomba CAM W-10
Fonte: (DANCOR)
Verificação da Bomba
Potência Utilizada
xMyMz
A= , onde:
noM{
N= potência (CV)
H= Hman=22,91m,
Resultando em:
N=0,81CV
Verificação de NPSH
Assim:
Cálculo da vazão
•h k
= • #. €• Dh #. ‚ ƒ
}~
•
0 1J k 0, k
= 0 -#. €,0#. ‚ ƒ + +#. ‚ ƒ = 0 #2
}~
0- 0-
128
0 000+1m no
l = 0 000 J#. = 0 0,J#?2?
0 0,1.p no
Wth u =W + W„hi… ≅ W #. 1 J = +- 1 #. 1 J = .+ ?
Ou seja:
Obs - valores estimados para cima, por utilizar a vazão total em trechos após
ramificações.
O cálculo dos custos do sistema de reúso de água cinza projetado foi feito
levantando-se as quantidades de tubos, conexões e equipamentos necessários e
seus respectivos preços praticados no mercado.
MB 20 – SISTEMA MB 30 – SISTEMA
HORIZONTAL HORIZONTAL
Retorno de Lodo Retorno de Lodo
Sistema DAS/EEC High-Speed Automatizado (Reatores Automatizado (Reatores
Estação compacta de tratamento de ESTAÇÃO DE TRATAMENTO
5CON2STEEL20S ESP, anaeróbios + Filtro aeróbio anaeróbios + Filtro aeróbio
efluente sanitário incluindo sistema de (ET) COMPACTA AEROX® –
completo com sistema submerso + Decantador submerso + Decantador
reuso 500 – Reúso de Águas Cinzas
terciário para reuso secundário + Desinfecção por secundário + Desinfecção por
cloro + Soprador de ar + Painel cloro + Soprador de ar + Painel
de comando) de comando)
Mão de Obra
O gasto anual com insumos foi providenciado pela empresa Infinitytech como
descrito na tabela 33.
INSUMOS
Cloro R$ 0,10/m³
LODO
Disposição do Lodo R$ 0,96/m³
MANUTENÇÃO
Manutenção Mensal R$ 0,69/m³
OPERAÇÃO
Supervisão (uma visita
R$ 0,55/m³
mensal)
6 CONCLUSÃO
7 BIBLIOGRAFIA
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134
8 APÊNDICES
8.1 Apêndice 1
Sistema fotovoltaico
140
8.2 Apêndice 2
8.3 Apêndice 3
8.4 Apêndice 4