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Admiro Joaquim Nhatave

Fernando Madeira Luis

Shaquil Nordino Pires

PROJECTO DE SAA DO BAIRRO INCASSANE

Licenciatura em Engenharia Civil

4˚ Ano / Laboral

Universidade Pedagógica

Maputo

2021
Admiro Joaquim Nhatave

Fernando Madeira Luis

Shaquil Nordino Pires

Licenciatura em Engenharia Civil

4˚ Ano / Laboral

Trabalho a ser apresentado na cadeira de


Projecto em Construções Hidráulicas
lecionada pelo Eng. Jose Dinis Simbine

Universidade Pedagógica

Maputo

2021
5

Índice
1. Introdução.................................................................................................................. 8
2. Objectivos.................................................................................................................. 9
2.1. Objectivos Gerais ............................................................................................... 9
2.2. Objectivos específicos ....................................................................................... 9
3. Metodologia .............................................................................................................. 9
4. Características da agua de estudo ............................................................................ 10
4.1. Localização geográfica da área em estudo....................................................... 10
4.2. População ......................................................................................................... 11
4.3. Demografia ...................................................................................................... 11
4.4. Morfologia da área em estudo ......................................................................... 11
4.5. Clima ................................................................................................................ 11
4.6. Infra-estruturas ................................................................................................. 12
4.7. Economia e Serviços ........................................................................................ 13
4.8. Situação actual de abastecimento de água ....................................................... 13
5. Revisão bibliográfica............................................................................................... 13
5.1. Sistema de abastecimento de água ................................................................... 13
5.2. Análise do Funcionamento Hidráulico do sistema .......................................... 14
5.3. Sistema de abastecimento ................................................................................ 14
5.4. Manancial......................................................................................................... 14
5.5. Captação (superficial ou subterrânea) .............................................................. 14
5.6. Adução ............................................................................................................. 14
5.7. Estação de tratamento ...................................................................................... 14
5.8. Reservatório ..................................................................................................... 15
5.9. Estação Elevatória ............................................................................................ 15
5.10. Rede de distribuição ......................................................................................... 15
5.11. Elementos complementares de um SAA ......................................................... 15
5.12. Medidor de Caudal ........................................................................................... 16
5.13. Ramal de Ligação ............................................................................................ 16
5.14. Redutor de Pressão ........................................................................................... 16
5.15. Válvula de Seccionamento............................................................................... 16
5.16. Válvula de Retenção ........................................................................................ 16
6. Demanda de água .................................................................................................... 17
6.1. Horizonte de projecto e vida útil dos empreendimentos .................................. 17
6

6.2. Caudal de projecto ........................................................................................... 17


6.3. Factor de ponta ................................................................................................. 17
6.4. Fenómenos a evitar num SAA ......................................................................... 19
6.5. Manobra rápida (sobre pressão máxima) ......................................................... 22
6.6. Cálculo da subpressão máxima ........................................................................ 22
7. Memória de cálculo ................................................................................................. 23
7.1. Demanda de água ............................................................................................. 23
7.2. Determinação do índice de crescimento da população do bairro de Incassane 23
7.3. Determinação da população Presente, Intermédia e Futura do bairro de
Incassane ..................................................................................................................... 24
7.5. Caudais............................................................................................................. 26
7.6. Caudal de dimensionamento da conduta adutora no ano início do projecto ... 28
8. Captação .................................................................................................................. 29
8.1. Cenário para Captação de água ........................................................................ 29
8.1.1. Captação por meio de furos.......................................................................29
8.1.2. Captação superficial na estação de tratamento de águas em Boane ......... 29
8.2. Principais Vantagens e desvantagens dos dois cenários .................................. 29
9. Dimensionamento da conduta adutora .................................................................... 30
9.1. Dimensionamento da adutora considerando o inicio do funcionamento do
sistema ........................................................................................................................ 30
9.1.1. Verificação da velocidade ........................................................................ 32
9.1.2. Dimensionamento da conduta adutora no ano horizonte (2042) do projecto
32
9.1.3. Verificação das velocidades ..................................................................... 32
9.1.4. Calculo da perda de carga unitária real .................................................... 33
9.1.5. Resistência da Adutora ao golpe de Ariete ............................................... 33
9.1.6. Cálculo da celebridade.............................................................................. 34
9.1.7. Cálculo do Tempo de fechamento ............................................................ 34
9.1.8. Cálculo das sub-pressões .......................................................................... 34
10. Reservatório ......................................................................................................... 35
10.1. Calculo do Volume de consumo ...................................................................... 36
11. Rede de distribuiçao ............................................................................................ 37
11.1. Dimensionamento da Rede de Distribuição ..................................................... 37
12. Conclusão ............................................................................................................ 42
7

13. Bibliografia .......................................................................................................... 43


Anexos ............................................................................................................................ 44
8

1. Introdução

Sabemos nos que um dos bens mais precisos existentes é a agua, existe uma necessidade
diária de busca e procura de agua potável em diferentes lugares do mundo, para
consumo humano e necessário garantir que a qualidade seja adequada para o uso
humano, e necessário também garantir que a agua seja fornecida quantidade suficiente
para diversos usos, baseado no consumo de agua pela população sabendo que as aguas
devem chegar nas nossas torneiras com pressão e deve ser fornecida no sistema com
continuidade.

Diversas são as fontes onde a água pode ser extraída, no entanto a água disponível para
o consumo humano representa uma minúscula fracção da quantidade global de água
existente no planeta daí a necessidade de que o consumo seja racional.

O projecto em questão é referente a concepção de um sistema de Abastecimento de


Agua (SSA) para o Bairro de Incassame em Katembe.

No seu desenvolvimento, serão apresentados alguns conceitos básicos, far-se-á uma


breve descrição do distrito que o posto faz parte, seguir-se-á com o estudo da população,
será apresentada uma memória descritiva e uma memória de cálculo.

A memória descritiva e de cálculo descreve de forma resumida os aspectos técnicos e


diversos elementos que ajudaram na execução dos trabalhos a serem efectuados na
implantação do projecto do sistema de abastecimento de agua.
9

2. Objectivos
2.1. Objectivos Gerais
 Disponibilizar agua potável em quantidade e qualidade a população do bairro de
Incassane;
2.2. Objectivos específicos
 Calcular a demanda da água;
 Dimensionar a adutora;
 Dimensionar a estação elevatória;
 Dimensionar a bomba de Elevação;
 Dimensionar o reservatório;
 Dimensionar a rede de distribuição;
 Analisar as várias fontes de água lá existentes e escolher a mais conveniente.

3. Metodologia

Para elaboração do presente projecto teve-se como metodologia:

 Uso do programa Google Earth para: localização da vila; identificação de fontes


de captação; determinação de áreas, comprimentos e cotas; representação da
adutora e rede de distribuição;
 Consulta bibliográfica;
 Pesquisa na Internet;
 Visita a INE-Maputo;
 Elaboração e compilação do relatório
10

4. Características da agua de estudo


4.1. Localização geográfica da área em estudo

O bairro de Incassane localiza se no distrito municipal Katembe na Cidade de Maputo.


Limita se a norte com o bairro Guachene e uma parte pelo rio Tembe, a este pelos
bairros Chale e Chamissava e a oeste é banhado pelo rio Tembe.

Figura 01: localização geográfica e / area do bairro Incassane, (imagens adaptadas do


Google).
11

4.2. População

O bairro de Incassane, alberga cerca de 20,4 % da população total do distrito de


katembe.
Segundo os Resultados Definitivos do Censo de 2017 (INE), o bairro tinha um total de
5867 habitantes.

4.3. Demografia
A densidade demográfica é de aproximadamente a 162.9 hab/km². O bairro constitui o
maior do distrito de katembe com uma área aproximada aos 36 km². Composto por 18
quarteirões.
A família é constituída, em média, por 4 membros, com parentes para além dos filhos.
A língua materna dominante é o Xichangana.
A maior parte da população residente nesse bairro e jovem com idades compreendida
entre 12 a 27 anos.

4.4. Morfologia da área em estudo


Morfologicamente, o território do bairro apresenta um relevo pouco acentuado é
caracterizado por solos planos, com um declive até 4.2% e uma altura até 45 metros
acima do nível do mar, com terras arenosas.
A superfície do bairro é homogénea, variando entre as altitudes 7 m e os 45 m;
Toda a área do bairro é caracterizada pela predominância de Planícies.

4.5. Clima
Os dados aqui apresentados sobre o clima são referentes a temperatura e precipitação
media mensais registadas no ano 2019 cidade de Maputo, uma vez que Incassane é um
bairro de um dos distritos da cidade de Maputo.
12

Temperatura média e precipitação mensal registadas em 2019

180
170
160
150
140
130
120
110
100
90
80 temperatura (mm)
70 precipitaçao (mm)
60
50
40
30
20
10
0

Figura 02: Adaptado do anuário estatístico Maputo cidade 2019

4.6. Infra-estruturas

No interior do bairro Incassane, encontra se duas características distintas: uma com


tendência agrupada, apresentando apenas uma estrada principal, sem ruas, onde as
habitações são construídas num sistema de autoconstrução, quer seja com uso de
material precário quer de material convencional

A população residente nesta área, uma parte dela fixou-se durante a época colonial
tendo-se refugiado na área urbanizada durante a guerra civil e com o fim desta voltaram
para as zonas de origem. No entanto, actualmente tem-se notado uma substituição
gradual das habitações de caniço por habitações construídas com material convencional,
mas sem o grau técnico exigido para as características físicas da área (Give 2016).
13

4.7. Economia e Serviços


Sendo uma localidade com um défice infra-estrutura, e por estar próximo ao mar a
agricultura, o comércio e a pesca são os principais indicadores para a economia na
localidade, uma vez que a agricultura maioritariamente praticada é familiar, o
desenvolvimento económico é muito baixo.

Instituições públicas:
As instituições públicas que lá podemos encontrar nesse momento são:
 Centro de saúde
 Posto policial
 Escola primária
 Quartel

4.8. Situação actual de abastecimento de água


Actualmente o bairro de incassene não possui nenhuma rede segura de abastecimento de
água, sendo abastecidos por fornecedores privados através de alguns furos
independentes, sendo que no passado foi abastecido através de fontanários, através de
bombas Afrodef que actualmente não funcionam.

Importa referir que toda água fornecida através dos furos lá existente apresenta um certo
teor de salubridade, sobre tudo os furos mas recentes. Presume-se que esse problema
deve se ao facto de que a principal recarga dos aquíferos naquele local é o oceano
Indico.

5. Revisão bibliográfica
5.1. Sistema de abastecimento de água
Um sistema de abastecimento de água consiste no conjunto de obras, equipamentos e
serviços com o objetivo de levar água potável para uso no consumo doméstico, indústria
e comercial, e serviço público. O sistema de abastecimento de água é um sistema em
“alta” se é constituído por um conjunto de componentes a montante da rede de
distribuição de água, fazendo a ligação do meio hídrico ao em “baixa”. O sistema de
abastecimento de água é um sistema em “baixa” se é constituído por um conjunto de
componentes que ligam o sistema em “alta” ao utilizador final. O sistema de
abastecimento de água presta um serviço em “alta” e em “baixa” sempre que vincula o
meio hídrico a um utilizador final (IP, 2008).
14

5.2. Análise do Funcionamento Hidráulico do sistema


O funcionamento hidráulico consiste na forma mais eficiente de previsão do
comportamento do sistema – caudais e perdas de carga nos trechos, pressões e cargas
hidráulicas nos nós – quando existem certas alterações devido a incrustações, mudança
da rugosidade em virtude do envelhecimento dos tubos, fugas e quebras, entre outras
situações às redes.

5.3. Sistema de abastecimento


Um sistema de abastecimento de água é constituído pelas seguintes unidades:

5.4. Manancial
Manancial é a fonte onde se retira a água para abastecimento da região.

5.5. Captação (superficial ou subterrânea)


É o local ou ponto onde é captada a água bruta em forma bruta para a alimentação do
sistema de abastecimento de água. A captação dum sistema depende das condições
hidrogeologias da zona ou região em que se insere este sistema podendo ser superficial
ou subterrâneo. Após a análise de aspectos envolventes do Bairro de Incassane acha-se
conveniente o uso do rio como fonte de captação da água a distribuir para esta
população. A captação consiste nos equipamentos e instalações que retiram a água do
manancial e a joga no sistema de abastecimento.

5.6. Adução
Adutora é um conjunto de peças especiais e obra de arte destinados a promover o
transporte de agua em um sistema de abastecimento entre captação e reservatórios de
distribuição; captação e estação de tratamento (ETA); captação a rede de distribuição e
ETA e reservatórios; ETA e rede; reservatório a rede; reservatório a reservatório.

5.7. Estação de tratamento


Nem sempre a água captada é boa para o consumo isto é, é possível, mesmo quando
captada do subsolo. Para tornar esta água potável deve se efectuar um tratamento
podendo ser físico ou químico assim como a combinação das duas coisas dependendo
dos resultados de análises laboratoriais efectuada nela. A estação de tratamento de água
pode ser em filtros compactos e rápidos como também ser a céu aberto com aeração
15

(filtros de areia lentos). Esta será captada do lago, para tal será necessário construir uma
ETA para tratamento das aguas brutas.

5.8. Reservatório
O reservatório tem a finalidade de armazenar a água. Seu objetivo é atender as
demandas de emergência, manter uma pressão constante na rede e atender a variação de
consumo. A variação acontece de acordo com os hábitos da comunidade, o clima e até
mesmo a qualidade da água.

5.9. Estação Elevatória


Um sistema de recalque ou elevatório é o conjunto de condutas, acessórios, bombas e
motores necessários para transportar certo caudal de água ou qualquer outro líquido de
um reservatório (ou ponto) inferior para outro reservatório (ou ponto) superior. Nos
casos mais comuns de sistema de abastecimento de água, ambos os reservatórios estão
abertos para a atmosfera e com níveis constantes, o que permite tratar o escoamento
como permanente. Um sistema de recalque é composto, em geral, por três partes:
a) Conduta de Sucção: que é constituída pela canalização que liga o reservatório inferior
à bomba, incluindo os acessórios necessários, como válvula de pé com crivo, registro,
curvas, redução excêntrica etc.
b) Conjunto Elevatório: que é constituído por uma ou mais bombas e respectivos
motores elétricos ou a combustão interna.
c) Conduta de Recalque: que é constituída pela canalização que liga a bomba ao
reservatório superior, incluindo registros, válvula de retenção, manômetros, curvas e,
eventualmente, equipamentos para o controle dos efeitos do golpe de aríete.
(COERDERO, 2013).

5.10. Rede de distribuição


A rede de distribuição é a unidade do sistema que transporta a água do reservatório para
os consumidores.

5.11. Elementos complementares de um SAA


São acessórios da rede de abastecimento de água, que tem a função de expelir do
interior das condutas. A presença de ar das condutas dentro das canalizações pode
acarretar graves perturbações ao escoamento, tais como:
16

 Interrupção total ou parcial por um volume acumulado de ar em um ponto da


canalização;
 Golpes de Aríete, devido à retenção das bolhas de ar ou deslocamento na
canalização;
 Ineficiência das bombas por girarem a seco.
5.12. Medidor de Caudal
É um equipamento cuja finalidade é de obter a medida de fluxo do caudal. Numa rede
de adução e distribuição importa ter o controlo do caudal, daí a necessidade de instalar
um medidor de caudal. Os principais tipos são equipamentos de primogênitos,
mecânicos, eletromagnéticos e ultrassónicos.

5.13. Ramal de Ligação


Componente da rede de distribuição destinado a assegurar o abastecimento predial de
água desde a rede pública até ao limite das propriedades a servir.

5.14. Redutor de Pressão


Elemento da rede de adução e distribuição destinado a reduzir a pressão numa secção
por forma a não se exceder, para jusante, um valor pré-fixado. Pode ser do tipo câmara
de perda de carga ou válvula redutora de pressão.

5.15. Válvula de Seccionamento


Elemento da rede de adução e distribuição destinado a regular, interromper ou permitir
o escoamento em que é instalada. Pode ser de corrediça, de borboleta, de globo, de
macho e de tanque, com funcionamento manual ou motorizado.

5.16. Válvula de Retenção


Elemento da rede, que tem a função de permitir que o líquido se escoe em apenas uma
direção.
17

6. Demanda de água
É a quantidade de água necessária para satisfazer os consumos domésticos, públicos
comerciais, industriais, de segurança contra incêndios.
No cálculo da demanda de água importa ter em conta os seguintes elemento:
 População a servir (presente, intermedia e futura);
 Horizonte de projecto e vida útil dos empreendimentos;
 As flutuações;
 Os costumes e hábitos na utilização de água;
 Factores de ponta;
 Consumos domésticos, públicos comerciais, industriais de segurança contra
incêndios;
 Perdas e fugas de água.

6.1. Horizonte de projecto e vida útil dos empreendimentos


Número de anos durante os quais o sistema de abastecimento de água ou obras de
construção civil, equipamentos eléctricos e eletromecânicos, acessórios as estruturam e
equipamento que o compõem tem que servir em boas condições.

População de projecto
População a servir no horizonte do projecto, podendo se designar como população
futura.

6.2. Caudal de projecto


É a base quantitativa para o dimensionamento dos órgãos que compõem o sistema, e o
caudal com o qual procede-se o dimensionamento.
6.3. Factor de ponta
Considera-se factor de ponta, o valor que visa maximizar o caudal, isto e permitem
calcular os caudais de ponta. Os factores podem ser: factor de ponta mensal, factor de
ponta.
Factor de ponta mensal (𝒇p1) - definido pela razão entre o consumo do mês com maior
consumo pelo consumo médio anual nesse sector da cidade.
𝑄max(ℎ𝑜𝑟𝑎𝑟𝑖𝑜)
𝑓𝑝1 = 𝑄𝑚𝑒𝑑𝑖𝑜(𝑑𝑖𝑎𝑟𝑖𝑜)
18

Factor de ponta diário (𝒇p2) - definido pela razão entre o consumo do dia com maior
Qmáx(horario)
consumo pelo consumo médio semanal nesse sector da cidade. Fp2 =𝑄𝑚𝑒𝑑𝑖𝑜 (𝑑𝑖𝑎𝑟𝑖𝑜)

Factor de ponta horário (𝒇p3) - definido pela razão entre o consumo da hora com
maior consumo no dia, pelo consumo médio diário nessa cidade.

Consumos domésticos
Quantidade de água destinada à utilização na habitação.

Consumos público comercial


Quantidade de água destinada à utilização para lavagem de arruamentos, rega de zonas
verdes e limpeza de colectores, e utilização em unidades comerciais e de serviços.

Consumo Industrial
Quantidade de água destinada à utilização em unidades industriais, caracterizando-se
por aleatoriedade nas solicitações.

Caudal para fazer face aos incêndios


Quantidade de água destinada a utilização pelo Serviço Nacional de Bombeiros no
combate a incêndios, caracterizando-se por solicitações esporádicas, mas significativas
no sistema.
Nesta matéria, o Decreto Regulamentar nº 26/2003 é muito explícito considerando duas
zonas a considerar de acordo com o grau de risco da zona em causa.

Caudal para fazer face as perdas e fugas


Quantidade de água destinada a colmatar das perdas, isto é para que as perdas e fugas
não possam interferir no consumo útil.
O Decreto nº 26/2003, estipula, no seu artigo 16.º, sobre perdas e fugas, o que a seguir
se indica:
a) 100 Litros por ramal de ligação e por dia, em redes com densidades de ramais iguais
ou superior a 20 ramais por km de rede;
b) 5 m3 por km de rede e por dia, em redes com densidade de ramais inferior a 20
ramais por km de rede.
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Outros factores que influenciam o consumo


A variação do caudal do caudal de consumo está diretamente ligada aos factores abaixo
mencionados:
 Condições climáticas – quanto maior a temperatura maior utilização da água;
 Características da população – hábitos higiénicos, situação económica;
 Características do sistema – quanto mais fácil é a obtenção de água, maior será
a tendência de as pessoas utilizarem mais água, por outro lado, se a fiabilidade
do sistema for grande, maior será o consumo da água.
6.4. Fenómenos a evitar num SAA
Cavitação
Quando a altura de sucção ultrapassando certos limites, podem apresentar problemas
para a bomba hidráulica, com aparecimento do fenómeno da cavitação. Quando a
pressão absoluta em um determinado ponto se reduz a valores abaixo de um certo
limite, alcançando o ponto de ebulição da água (para esta pressão) esse líquido começa
a ferver e as condutas ou peças (de bombas, turbinas ou condutas) passam a apresentar,
em parte, bolhas de vapor dentro da própria corrente. O fenómeno de formação e
destruição dessas bolsas de vapor, ou cavidades preenchidas com vapor, denomina-se
cavitação.

NPSHdisponivel

E uma característica da instalação elevatória, definida como a energia que o líquido


possui em um ponto imediatamente antes do flange de sucção da bomba, acima de sua
pressão de vapor. E a disponibilidade de energia que faz com que o liquido consiga
alcançar as pás do motor (PORTO, 2006)

O valor o NPSHdisponivel e dado pela seguinte expressão, dependendo do


posicionamento da bomba:

 Bomba não afogada:

patm− pvap
𝑁𝑃𝑆𝐻disponível = − 𝑍 − 𝛥𝐻𝑠
𝛾

 Bomba afogada, se o seu eixo estiver em uma cota abaixo do nível de água do
reservatório inferior:
20

𝑝𝑎𝑡𝑚 − 𝑝𝑣𝑎𝑝
𝑁𝑃𝑆𝐻disponível = + 𝑍 – 𝛥𝐻𝑠
𝛾

Onde:
NPSHdisponível l– NPSHrequerido
patm – pressão atmosférica, em função da altitude;
pvap – pressão de vapor, em função da temperatura do fluido;
Z – cota da superfície do nível do reservatório de sucção;
ΔHs – perda de carga total na sucção;

NPSHRequerido
E uma característica da bomba, fornecida pelo fabricante, definida como a energia
requerida pelo líquido para chegar, a partir do flange de sucção e vencendo as perdas
dentro da bomba, ao ponto onde ganhara energia e será recalcado (PORTO, 2006).
O NPSHREQUERIDO depende dos elementos de projecto da bomba, diâmetro do rotor,
rotação específica, sendo em geral fornecido pelo fabricante, através de uma curva em
função da vazão. O NPSHREQUERIDO pela instalação diminui com o aumento da perda de
carga total na conduta de sucção (PORTO, 2006). Para que não haja cavitação o
NPSHDISPONIVEL deve ser maior que NPSHREQUERIDO.
Golpe de ariete
Denominamos golpe de ariete à variação da pressão acima e abaixo do valor de
funcionamento normal dos condutos forçados, em consequência das mudanças das
velocidades da água, decorrente de manobras dos registros e controlo dos caudais. O
fenómeno vem normalmente acompanhado de som que faz lembrar marteladas, facto
que justifica o seu nome. Além do ruído desagradável, o golpe de ariete pode romper as
tubulações, danificar aparelhos e prejudicar a qualidade de produtos fabricados por
máquinas afectadas por meio de sistemas hidráulicos. Por todas estas razões, o
engenheiro deve estudar quantitativamente o golpe de ariete e os meios disponíveis para
evita-lo ou suavizar seus efeitos (CORDERO, 2013).
21

Propagação da onda e aumento da pressão𝑥

 Celeridade da onda (C, em m/s


9000
C=
𝐷
√48 + k × 𝑒

1010
𝐾= E

Onde:
D – diâmetro da conduta, (m);
e – espessura do tubo, (m)
E – módulo de elasticidade do material, (N)
K – coeficiente que leva em consideração o módulo de elasticidade do material.

Material Valor de k Material Valor de k


Aço 0.5 Cimento-amianto 4,0
Ferro fundido 1,0 PVC 18,0
Betão 5,0 Madeira 5,0
Tabela 1. Valores do coeficiente “k” em função do material. Fonte: COSTA, Hidráulica
Aplicada

Para tubagem informáveis, tem-se que k = 0. Dessa forma, a celeridade é de


aproximadamente 1425 m.s-1, valor este que corresponde à propagação do som na água.
Quanto maior for a resistência a deformação do material, menor será o valor do
coeficiente “k”, e por consequência disso maior será o valor da celeridade (COSTA).
Aumento da pressão
Tempo necessário para a onda de pressão ir da válvula ao reservatório e a ela voltar, de
nomina-se de período da conduta ou fase, (σ).
2𝐿
𝜎=
𝐶
22

Onde:
σ – Período da conduta ou fase, (s)
L – comprimento da adutora, (m)
C – celeridade, (m/s)
O tempo de fechamento da válvula ou registro e um importante factor. Se o fechamento
for muito rápido, o registro ficará completamente fechado antes da atuação da onda de
depressão. Por outro lado, se o fechamento for lento, haverá tempo para atuar a onda de
depressão antes da obstrução completa. Portanto classificam-se as manobras de
fechamento em:

6.5. Manobra rápida (sobre pressão máxima)

2𝐿
t<
𝐶

Manobra lenta
2𝐿
t>
𝐶

t – tempo de fechamento da válvula ou registo

6.6. Cálculo da subpressão máxima


Fechamento rápido
𝐶𝑣
ha =
𝑔

onde:
ha – aumento da pressão, (m.c.a)
v- velocidade média, (m/s)
C – celeridade (m/s)

Fechamento lento
23

Fórmula de Michaud
2𝐿𝑣
𝑎=
𝑔𝑡

Para eliminar ou diminuir o golpe de aríete é usado:


 Válvula de alívio
 Câmara-de-ar comprimido
 Chaminé de equilíbrio

7. Memória de cálculo
7.1. Demanda de água

É a quantidade necessária para uma utilização, sem restrições quantitativas. A


população do bairro de Incassane percorre grandes distâncias para poder usar a água do
Rio Umbeluzi para diversos fins. O estudo populacional e socioeconómico garante uma
visão em termos de estimativas de valores a serem usados no que dizem respeito aos
consumos domésticos, público-comerciais e industriais de água.

Previsão de crescimento populacional

Ano População
2007 3.112
2017 5.867
Tabela 2. Crescimento populacional do Bairro de Incassane

Os dados recolhidos não representam de forma clara o comportamento do crescimento


populacional.

7.2. Determinação do índice de crescimento da população do bairro de


Incassane

𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 5.867−3.112


𝑘9𝑎𝑛𝑜𝑠 = × 100 = × 100 = 88,53%, portanto em cada ano,
𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 3.112

88,53
a população cresce cerca de 9 𝑎𝑛𝑜𝑠 = 9,84%.
24

NB: Tendo-se obtido o Índice de crescimento da população igual a 8.27%, este valor
está acima do normal e optamos por assumir 2.4% de acordo com o último censo feito
em 2017.

7.3. Determinação da população Presente, Intermédia e Futura do bairro de


Incassane

População Presente:

𝑃(2022) = 𝑃(2017) × (1 + 𝑘 ∗ 𝑡)

𝑃(2022 ) = 5867 × (1 + 0,024 ∗ 5) = 6571 ℎ𝑎𝑏

População intermédia:

𝑃(2032) = 𝑃(2017) × (1 + 𝑘 ∗ 𝑡)

𝑃(2032 ) = 5867 × (1 + 0,024 ∗ 15) = 7979 ℎ𝑎𝑏

População futura:

𝑃(2042) = 𝑃(2017) × (1 + 𝑘 ∗ 𝑡)

𝑃(2042 ) = 5867 × (1 + 0,024 ∗ 25) = 9387 ℎ𝑎𝑏

7.4. Crescimento da cobertura das ligações

O crescimento da cobertura de ligações é de acordo com as percentagens fornecidas no


bairro: 2%/ano – ligações domiciliares e 1.5%/ano – ligações de quintal.

Assume-se que com o decorrer dos anos os consumos das actividades comercial e
industrial, irá crescer. Por conseguinte, suas percentagens para o presente e futuro serão
diferentes.
25

Ano presente (2022)

%𝑈𝑟𝑏𝑎𝑛𝑎 = %𝐿dom = 10%

%𝐿P⁄Q = %𝑝𝑒𝑟𝑖𝑢𝑟𝑏𝑎𝑛𝑎 = 40%

%𝐿font = %𝑟𝑢𝑟𝑎𝑙 = 50%

𝐶ind = 10%𝐶𝑑𝑜𝑚

𝐶P⁄Q = 15%𝐶𝑑𝑜𝑚

Ano intermédio (2032)

%𝑈𝑟𝑏𝑎𝑛𝑎 = 10 ∗ (1 + 0.02 ∗ 15) = 13%

%𝐿P⁄Q= 40 ∗ (1 + 0.015 ∗ 15) = 52%

%𝐿font = 45%

𝐶ind = 11.5%𝐶dom

𝐶P⁄C= 16.5%𝐶dom

Ano horizonte (2042)

%𝑈𝑟𝑏𝑎𝑛𝑎 = 10 ∗ (1 + 0.02 ∗ 25) = 13%

%𝐿P⁄Q= 40 ∗ (1 + 0.015 ∗ 25) = 52%

%𝐿font = 25%

𝐶ind = 13%𝐶dom

𝐶P⁄C= 18%𝐶dom
26

Factores de ponta

Factor de Ponta Mensal (fp1)

A população da localidade tem hábitos de uso de água de forma rotineira, portanto, ao


longo do ano não haverão variações significativas do consumo de água, observando-se
uma ligeira variação nos meses de verão que coincidem com o período húmido no país,
portanto toma-se para valor de ponta mensal, fp1 = 1.10.

Factor de Ponta Diário (fp2)

A maior parte da população da do Posto tem a agricultura e comércio informal como


suas principais actividades de geração de rendimentos, sendo estes os que mais
influenciam no consumo semanal, verificando-se uma ligeira variação aos finais de
semana causada pela percentagem laboral que usa os finais de semana para executar
algumas actividades caseiras, então toma-se para factor de ponta diário, fp2 = 1.20.

Factor de Ponta instataneo (fp3)

Ao longo do dia verifica-se maior consumo no final da tarde, quando massa laboral terá
regressado as suas casas e verifica-se maior afluência aos fontanários por parte da
população que regressa das suas actividades agrárias, então o factor de ponta horário,
fp3 = 1.50

7.5. Caudais

Ano Presente (2022)

 𝑄𝐷𝑜𝑚𝑒𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜(2022) = 𝑃(2022) × (80 ∗ %𝐿𝑑𝑜𝑚 + 50 ∗ %𝐿𝑃 𝑄 + 30 ∗ 𝐿𝑓𝑜𝑛𝑡)

𝑄𝐷𝑜𝑚𝑒𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜(2022) = 6571 × (80 ∗ 10% + 50 ∗ 40% + 30 ∗ 50%)

𝑄𝐷𝑜𝑚𝑒𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜(2022) = 282.6 𝑚3/𝑑


27

 𝑄𝐼𝑁𝐷(2022) = 10% × 𝑄𝑑𝑜𝑚(2022)


𝑄𝐼𝑁𝐷(2022) = 10% × 282.6 = 28.3𝑚3/d

 QP/C(2022) = 15% × Qdom(2022)


QP/C(2022) = 15% × 282.6 = 42.4 m3/d
 𝑄𝑈𝑡𝑖𝑙(2021) = 𝑄𝑑𝑜𝑚𝑒𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜(2014) + 𝑄𝐼𝑁𝐷(2014) +𝑄𝑃/C(2014)
𝑄𝑈𝑡𝑖𝑙(2021) = 282.6 + 28.3 + 42.4 = 353.3 𝑚3/𝑑
 Qdim(2022) = fp1 × 𝑓𝑝2 × 𝑄𝑢𝑡𝑖𝑙 + %𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠
Qdim(2022) = 1.1 × 1.2 × 353.3 + (0.1 × 353.3) = 501.7 m3/d

Ano intermédio (2032)

 𝑄𝐷𝑜𝑚𝑒𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜(2032) = 𝑃(2032) × (80 ∗ %𝐿𝑑𝑜𝑚 + 50 ∗ %𝐿𝑃 𝑄 + 30 ∗ 𝐿𝑓𝑜𝑛𝑡)

𝑄𝐷𝑜𝑚𝑒𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜(2032) = 7979 × (80 ∗ 13% + 50 ∗ 52% + 30 ∗ 45%)

𝑄𝐷𝑜𝑚𝑒𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜(2032) = 398.2 𝑚3/𝑑

 𝑄𝐼𝑁𝐷(2022) = 10% × 𝑄𝑑𝑜𝑚(2032)


𝑄𝐼𝑁𝐷(2022) = 11.5% × 398.2 = 45.8 𝑚3/d
 QP/C(2022) = 16.5% × Qdom(2032)
QP/C(2022) = 16.5% × 398.2 = 65.7 m3/d
 𝑄𝑈𝑡𝑖𝑙(2021) = 𝑄𝑑𝑜𝑚𝑒𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜(2014) + 𝑄𝐼𝑁𝐷(2014) +𝑄𝑃/C(2014)
𝑄𝑈𝑡𝑖𝑙(2021) = 398.2 + 45.8 + 65.7 = 509.7 𝑚3/𝑑
 Qdim(2022) = fp1 × 𝑓𝑝2 × 𝑄𝑢𝑡𝑖𝑙 + %𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠
Qdim(2022) = 1.1 × 1.2 × 509.7 + (0.15 × 509.7) = 749.3 m3/d

Ano Horizonte (2042)

 𝑄𝐷𝑜𝑚𝑒𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜(2042) = 𝑃(2042) × (80 ∗ %𝐿𝑑𝑜𝑚 + 50 ∗ %𝐿𝑃 𝑄 + 30 ∗ 𝐿𝑓𝑜𝑛𝑡)

𝑄𝐷𝑜𝑚𝑒𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜(2042) = 9387 × (80 ∗ 17% + 50 ∗ 68% + 30 ∗ 25%)

𝑄𝐷𝑜𝑚𝑒𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜(2042) = 517.2 𝑚3/𝑑

 𝑄𝐼𝑁𝐷(2042) = 10% × 𝑄𝑑𝑜𝑚(2042)


𝑄𝐼𝑁𝐷(2042) = 13% × 517.2 = 67.2𝑚3/d
28

 QP/C(2042) = 18% × Qdom(2042)


QP/C(2042) = 18% × 517.2 = 93.1 m3/d
 𝑄𝑈𝑡𝑖𝑙(2042) = 𝑄𝑑𝑜𝑚𝑒𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜(2014) + 𝑄𝐼𝑁𝐷(2014) +𝑄𝑃/C(2014)
𝑄𝑈𝑡𝑖𝑙(2042) = 517.2 + 67.2 + 93.1 = 677.5 𝑚3/𝑑

7.6. Caudal de dimensionamento da conduta adutora no ano início do projecto


 Qdim(adutora(2022)) = fp1 × 𝑓𝑝2 × 𝑄𝑢𝑡𝑖𝑙 + %𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠

Qdim(adutora(2022)) =1.1 × 1.2 × 353.3 + (0.1 × 353.3) = 501.7 m3/d

Qdim(adutora(2022)) = 5,81 𝒍⁄𝒔 = 0,0058 m3/s

Caudal de dimensionamento da rede distribuidora no ano início do projecto


 Qdim(rede(2022)) = fp1 × 𝑓𝑝2 × 𝑓𝑝3 𝑥 𝑄𝑢𝑡𝑖𝑙 + %𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠

Qdim(rede(2022)) = 1.1 × 1.2 ×353.3 x 1.5 + (0.1 ×353.3) = 734.9m3/d

Qdim(rede(2022)) = 8,50 𝒍⁄𝒔 = 0,0085 m3/s

Caudal de dimensionamento da conduta adutora no ano horizonte do projecto


 Qdim(adutora(2042)) = fp1 × 𝑓𝑝2 × 𝑄𝑢𝑡𝑖𝑙 + %𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠

Qdim(adutora(2042)) = 1.1 × 1.2 × 677.5 + (0.1 × 677.5) = 962.1 m3/d

Qdim(adutora(2042)) = 11,14𝒍⁄𝒔 = 0,01 m3/s

Caudal de dimensionamento da rede distribuidora no ano horizonte do projecto

 Qdim(rede(2042)) = fp1 × 𝑓𝑝2 × 𝑓𝑝3 𝑥 𝑄𝑢𝑡𝑖𝑙 + %𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠

Qdim(rede(2042)) = 1.1 × 1.2 × 677.5 x 1.5 + (0.1 × 677.5) = 1409.2 m3/d

Qdim(rede(2022)) = 16,31 𝒍⁄𝒔= 0,02 m3/s


29

8. Captação
8.1. Cenário para Captação de água

Para abastecer a localidade de Incassane foram analisados dois cenários, para execução
do SAA abaixo citados.

8.1.1. Captação por meio de furos, construindo um campo de furos e construindo


uma estação elevatória numa das extremidades da localidade, para
transportar a água até a entrada da rede da localidade.
8.1.2. Captação superficial na estação de tratamento de águas em Boane
(ETA) que se encontra acerca do 12.4 Km do bairro Incassane percorrendo o
caminho normal da linha férrea que passa da ETA e atravessa o rio Tembe
na extremidade sul da localidade, onde água será transportada por uma
conduta de aço soldado para um reservatório reunião, e através duma estação
elevatória a água será transportada para um reservatório elevado e abastecer
a localidade por gravidade
8.2. Principais Vantagens e desvantagens dos dois cenários
Vantagens Desvantagens

 Água tratada, boa para o  Longas distâncias com terrenos


consumo humano; diferentes camadas arenosa e variações
 Garantia do da declividade que incidem na escolha
abastecimento de água do melhor material da conduta oque
b) por longos anos elevara o custo do projecto;
Captação  Probabilidade de ocorrência de elevadas
superficial perdas de água
(ETA)
 Facilidades de execução e  Não garantia da presença de água nos
manutenção do sistema, lenções freáticos locais;
a) que incide directamente  Águas com muita probabilidade de ser
no baixo custo do salobre devido à localização da área em
Construção de projecto ou sistema estudo
um campo de  Qualidade de água não desejável para o
furos consumo humano.
30

Escolha do melhor cenário

Visto que o principal objectivo do projecto è abastecer a água na localidade de


Incassane de forma segura, optou se pela opção b) Captação superficial na estação de
tratamento de águas em Boane (ETA), achamos que esta opção responde melhor
aquilo que são as necessidades do projecto.

9. Dimensionamento da conduta adutora


O dimensionamento da conduta adutora, deverá ser feito tendo em conta as condições
do horizonte do projecto, neste caso com base no caudal de dimensionamento do tempo
futuro (2042), mas devem satisfazer todas as condições regulamentares no início do seu
funcionamento.
 Perfil do terreno em que será instalada a adutora

Imagem do goole eath

9.1. Dimensionamento da adutora considerando o inicio do funcionamento do


sistema
 Dados a assumir:
Material: Aço soldado: Cw = 120 --- considerando que a conduta ira percorrer
longas distancias até a estacão elevatória com o risco de atravessar terrenos com
diferentes camadas rochosas, achamos melhor o aço soldado também por
facilidades de aquisição do material e facilidades na manutenção do mesmo

J = 0,004 m/m --- valor estipulado através do Google earth.


31

L = 26000 m
Pela fórmula de Hazen-William:

10.65 × 𝑄1.85
j= 1.85 × 𝐷4.87
𝐶𝑤

Onde:

Q – Caudal aduzido (m3/h) ;

Cw — Coef. de resistência ao escoamento, que é igual a 120 para aço soldado;

D – Diâmetro interno da conduta (m);

J – Perda de carga unitária (m/m).

Temos:

10.65 × 𝑄1.85
D≥ j =
𝐶𝑤 1.85 × 𝐷 4.87

1
10.65 × 𝑄𝑎𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟𝑎(2022)1.85 4.87
𝐷≥ ( )
𝑗 × 𝐶𝑤 1.85

1
10.65 × 0.00581.85 4.48
𝐷≥ ( )
0.004 × 1201.85

D≥ 0.1158 = 116𝑚𝑚

D≥ 120𝑚𝑚(comercial)
32

9.1.1. Verificação da velocidade

Segundo o decreto n.º 30/2003, artigo 24, a velocidade mínima é de 0.30 m/s e a
máxima é calculada através da seguinte expressão: 𝑽𝒎𝒂𝒙𝒊𝒎𝒂 = 0,127*D0.4 (D em mm)

𝜋 𝑥 𝐷2 𝜋 𝑥 0.122
A= = = 0.0113 m2
4 4

𝑄 0.0058𝑚3 /𝑠
Vreal = = = 0.513 m/s
𝐴 0.0113𝑚²

𝑉min = 0,30 𝑚⁄𝑠 < 𝑉real 𝑂𝐾!

9.1.2. Dimensionamento da conduta adutora no ano horizonte (2042) do


projecto

10.65 × 𝑄1.85
D≥ j =
𝐶𝑤 1.85 × 𝐷 4.87

1
10.65 × 𝑄𝑎𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟𝑎(2042)1.85 4.87
𝐷≥ ( )
𝑗 × 𝐶𝑤 1.85

1
10.65 × 0.011.85 4.48
𝐷≥ ( )
0.004 × 1201.85

D≥ 0.1425 = 143𝑚𝑚

D≥ 150𝑚𝑚(comercial)

9.1.3. Verificação das velocidades


 Velocidade mínima:
π x D2 π x 0.152
A= = = 0.0177 m2
4 4

𝑄 0.01𝑚3 /𝑠
Vreal = = = 0.566 m/s
𝐴 0.0177𝑚²
33

Vmin = 0,30 𝑚⁄𝑠 < 𝑉real 𝑂𝐾!

 Velocidade máxima:

𝑉𝑚𝑎𝑥𝑖𝑚𝑎 = 0,127*𝐷0.4
𝑉𝑚𝑎𝑥𝑖𝑚𝑎 = 0,127*1500.4
𝑉𝑚𝑎𝑥𝑖𝑚𝑎 = 0.942 m/s

𝑽𝑟𝑒𝑎𝑙 < 𝑽𝒎𝒂𝒙𝒊𝒎𝒂 𝑂𝐾!


Satisfeitas todas as condições, toma-se para adutora, tubos de aço soldado com diâmetro
igual a 150mm.
Mas para garantir que a água chegue com velocidade e pressão desejada, vamos usar a
conduta de 200 mm

9.1.4. Calculo da perda de carga unitária real

10.65 * Q1.85
j 1.85
C w * D 4.87
10.65 𝑋 0.011.85
j=
1201.85 𝑋0.1504.87

j = 0.0031 m/m

9.1.5. Resistência da Adutora ao golpe de Ariete

Dados

Material = aço=0.5

D=200mm

e =20mm

G=9.81m/s
34

9.1.6. Cálculo da celebridade

9900 9900
C= 𝐷 = 0.20
√48.3+𝑘𝑥 𝑒 √48.3+0.5𝑥 0.02

C=828.5m/s

9.1.7. Cálculo do Tempo de fechamento

Manobra rápida

2𝐿
t<
𝐶

2𝑥26000
t<
828.5𝑚/𝑠

t < 62.76s

Manobra Lenta

2𝑥26000
t>
828.5𝑚/𝑠

t > 62.76s

9.1.8. Cálculo das sub-pressões

Fechamento Rápido

𝐶𝑥𝑉𝑟𝑒𝑎𝑙
Ha =
𝑔

828.5𝑚/𝑠𝑥0.566𝑚/𝑠
Ha =
9.81𝑚/𝑠

Ha = 47.80 𝑚. 𝑐. 𝑎
35

Fechamento lento

2𝑥𝑙𝑥𝑉𝑟𝑒𝑎𝑙
Ha =
𝑔𝑥𝑡

2𝑥26000𝑥0.566
Ha =
9.81𝑥62.76

Ha = 47.80 𝑚. 𝑐. 𝑎

10. Reservatório

O reservatório será dimensionado com vista a satisfazer as necessidades até do ano


futuro, cujo caudal aduzido é de 0.019 m3/s = 68.4 m3/h

Consumo diario da população


20 20

15 15
Caudal (m3)

10 10

5 5

0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Horas

Fig. Variação do consumo diário da população do Bairro Incassame


36

10.1. Calculo do Volume de consumo

Opta-se por realizar o regime de adução contínua pois ter- se- á menores custos no
sistema de bombagem a escolher, assim como o reservatório com volume inferior, o que
não seria no caso do uso de regime intermitente. E também porque a bomba escolhida
aduz um caudal que conduz a adução contínua.

Hora t(h) Consumo(m3/s) Consumo Consumo Adução Adução


(m3) Acumulado Acumulada (1) – (2)
(m3) (1) (m3) (2)
0h-2h 2 5 10 10 19 19 -9
2h-4h 2 16 32 42 19 38 4
4h-6h 2 18 36 78 19 57 21
6h-8h 2 14 28 106 19 76 30
8h-10h 2 4 8 114 19 95 19
10h-12h 2 6 12 126 19 114 12
12h-14h 2 4 8 134 19 133 1
14h-16h 2 16 32 166 19 152 14
16h-18h 2 16 32 198 19 171 27
18h-20h 2 11 22 220 19 190 30
20h-22h 2 3 6 226 19 209 17
22h-24 2 1 2 228 19 228 0
Tabela dos consumos da população do Bairro de Incassame

Volume Flutuante = 30 + 24 = 54 m3

Volume de Incêndio = 120 m3

Volume de emergência = 0.50 × 228 = 114 m3

𝑉𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑡𝑜𝑟𝑖𝑜 = 𝑉𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 + 𝑉𝑖𝑛𝑐𝑒𝑛𝑑𝑖𝑜 + 𝑉𝑒𝑚𝑒𝑟𝑔𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎

𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∑ 𝑉𝑖 = 288 m3
37

11. Rede de distribuiçao


11.1. Dimensionamento da Rede de Distribuição
Com o auxílio do software de simulação EPANET foram seguidos os seguintes passos,
de uma forma resumida, para o dimensionamento da rede de distribuição:
 Desenhou-se uma representação esquemática do sistema de distribuição
 Editou-se as propriedades dos objectos que constituem o sistema,
nomeadamente, condutas, nós e o reservatório;
 Descreveu-se as condições de operacionalidade do sistema através da introdução
de dados tais como diâmetros para o pré-dimensionamento, e os consumos-base
em cada nó da malha;
 Fez-se a selecção de um conjunto de opções de simulação: unidades, fórmula de
perda de carga - Hazen-Williams, rugosidade da conduta, etc;
 Executaram-se simulações hidráulicas de modo a verificarem-se as condições
impostas pelo Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de
Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais;

Fig. Rede de distribuição adaptada do bairro de Incassane


38

Tabela da Rede - Nós


Cota Carga Pressão
Hidráulica
ID do Nó m m m
Nó n1 43 58.00 15.00
Nó n2 27 37.72 10.72
Nó n3 21 30.85 9.85
Nó n4 16 45.06 29.06
Nó n5 26 33.17 7.17
Nó n6 10 40.22 30.22
Nó n7 14 21.62 7.62
Nó n8 24 31.87 7.87
Nó n9 26 45.58 19.58
Nó n10 8 26.12 18.12
Nó n11 39 52.49 13.49
Nó n12 6 45.89 39.89
Nó n13 13 54.56 41.56
Nó n14 9 36.14 27.14
Nó n15 30 56.65 26.65
Nó n16 34 39.78 5.78
Nó n17 30 45.91 15.91
39

Nó n18 31 48.31 17.31


Nó n19 7 26.58 19.58
Nó n20 6 36.32 30.32
Nó n21 19 36.30 17.30
Nó n22 31 46.98 15.98
Nó n23 18 45.14 27.14
Nó n25 26 50.13 24.13
Nó n26 31 49.28 18.28
Nó n27 33 51.80 18.80
Nó n28 39 48.03 9.03
Nó n29 8 44.04 36.04
Nó n30 30 51.14 21.14
Nó n31 23 28.39 5.39
Nó n32 26 28.25 2.25
Nó n33 8 34.19 26.19
RNF 1 90 90.00 0.00
RNV 2 55 58.00 3.00
40

Tabela da Rede - Troços


Comprimento Diâmetro Rugosidade Caudal Velocidade Perda
Tubagem de
Carga
m mm LPS m/s m/km
p1 645 30 130 -0.18 0.26 4.03
p2 1400 150 130 12.40 0.70 3.94
p3 1555 50 130 0.49 0.25 2.09
p4 3449 35 130 -0.19 0.20 2.04
p5 2642 45 130 0.49 0.31 3.50
p6 7222 50 130 -0.49 0.25 2.09
p7 3870 40 130 0.49 0.39 6.20
p8 3152 50 130 0.49 0.25 2.09
p10 6254 45 130 -0.49 0.31 3.50
p11 3024 50 130 0.83 0.42 5.58
p12 2110 50 130 0.68 0.35 3.83
p13 765 60 130 -1.00 0.35 3.22
p14 2743 45 130 0.49 0.31 3.50
p15 3056 45 130 -0.49 0.31 3.50
p16 1750 25 130 -0.05 0.11 1.05
p17 2970 50 130 -0.44 0.22 1.68
p18 5176 32 130 0.15 0.18 2.00
p19 1204 50 130 -0.49 0.25 2.09
p20 1800 50 130 0.49 0.25 2.09
p21 3994 45 130 0.49 0.31 3.50
p22 644 50 130 -0.49 0.25 2.09
p23 2380 30 130 0.02 0.03 0.06
p24 1600 45 130 0.49 0.31 3.50
p25 1300 45 130 0.49 0.31 3.50
p26 1660 50 130 0.78 0.40 4.94
p27 865 50 130 0.49 0.25 2.09
p28 1000 30 130 -0.29 0.41 9.47
p29 900 200 130 10.93 0.35 0.77
p30 700 150 130 9.46 0.54 2.38
p31 1200 150 130 7.40 0.42 1.52
41

p32 1400 150 130 5.75 0.33 0.95


p33 1000 130 130 4.22 0.32 1.07
p34 1100 65 130 2.46 0.74 11.58
p35 700 80 130 2.16 0.43 3.31
1 1 200 130 -19.10 0.61 2.16
p36 1000 90 130 1.81
42

12. Conclusão
A rede de distribuição foi dimensionada tendo em conta o ano horizonte, no entanto a
que verificar, que até o ano horizonte a vila poderá crescer em termos de infraestruturas,
podendo haver um alastramento de casas ao redor da vila. Contudo para o
dimensionamento foi considerado apenas o crescimento populacional, quer-se com isso
dizer-se que a rede não foi dimensionada tendo em conta o alastramento das habitações.
Para todos os elementos dimensionados teve-se a atenção na possibilidade de sua
implementação, funcionalidade, durabilidade e viabilidade económica. Para adutora
usaram-se condutas de PVC pela sua ampla aplicação na actualidade e fácil manuseio.
A adução será por recalque, usando-se bombas associadas em paralelo com objectivo
principal de aumentar a altura de elevação para compensar as perdas de carga e a
diferença de cotas entre o ponto de captação e o reservatório de distribuição.
43

13. Bibliografia
 Manual Técnico Para Implementação de Projectos de Abastecimento de Água e
Saneamento Rural; MOPH-DNA.
 PORTO, R. M. (2006). Hidráulica básica. São Paulo: Escola de Engenharia de
São Carlos, Universidade Federal de São Paulo.
 CAUPERS, C. (2007). Hidráulica II, Manual da Disciplina. Maputo Faculdade
de Engenharia, Universidade Eduardo Mondlane.
 CORDERO, Ademar (2013). Hidráulica aplicada. Santa Catarina: Universidade
Regional de Blumenau.
 COSTA, R. N. T. Hidráulica Aplicada. Ceará: Departamento de Engenharia
Agraria, Universidade Federal do Ceará
 MARTINS, T. J. C. (2014). Sistema de Abastecimento de Agua para Consumo
Humano – Desenvolvimento e Aplicação de Ferramenta Informática para a sua
Gestão Integrada. Bragança. Escola Superior Agraria, Instituto Politécnico de
Bragança
 Decreto nº 30/2003 de 21 de Julho-Regulamento dos Sistemas Públicos de
Distribuição de Água e Drenagem de Águas Residuais.
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Anexos
45

Fig. Área em estudo

Fig. Conduta principal


46

Fig. Demonstração do perfil

Fig. Cotas nos nós


47

Fig. Comprimento de cada troco de tubulação

Fig. Diâmetro de cada troco de tubulação na rede

Fig. Pressão de cada ponto na rede de distribuição


48

Fig. Velocidades em cada troco da tubulação

Fig. Caudal aduzido em cada troco da rede

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