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PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO

PARAOPEBA – SF3

Relatório Final
Governo do Estado de Minas Gerais
Romeu Zema Neto
Governador

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – Semad


Germano Luiz Gomes Vieira
Secretário

Instituto Mineiro de Gestão das Águas – Igam


Marília Carvalho de Melo
Diretora Geral

Diretoria de Planejamento e Regulação


Marcelo da Fonseca
Diretor

Gerência de Planejamento de Recursos Hídricos


Maria de Lourdes Amaral Nascimento
Gerente

Equipe Técnica / Instituto Mineiro de Gestão das Águas – Igam

Coordenação
Maria de Lourdes Amaral Nascimento
Rodrigo Antônio Di Lorenzo Mundim

Colaboradores

Albert Antônio Andrade de Oliveira


Allan de Oliveira Mota
Clarissa Bastos Dantas
Erika Alonso Bastos Berbert
Katiane Cristina de Brito Almeida
Maria Goretti Haussmann
Matheus Duarte Santos
Robson Rodrigues dos Santos
Wagner Antunes de Oliveira
Grupo de Acompanhamento Técnico /GAT– Comitê de Bacia Hidrográfica do rio
Paraopeba

Cleverson Ulisses Vidigal – Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias
Hidrográficas - FONASC
Deivid Lucas de Oliveira - Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais- FIEMG
Fernando Silva de Paula – Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água
e Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais- ARSAE
Guilherme da Silva Oliveira – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas
Gerais - FAEMG
Leonardo Gomes Lara –Prefeitura Municipal de Betim
José Antônio Melo – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental- ABES
Mauro da Costa Val - Associação Ambiental Veredas e Cerrados
Wilson Pereira Barbosa – Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM
Winston Caetano de Souza – Associação Ambiental Veredas e Cerrados
Elaboração e Execução
COBRAPE – Cia. Brasileira de Projetos e Empreendimentos

Responsável Técnico pela Empresa


Alceu Guérios Bittencourt

Coordenação Técnica
Carlos Eduardo Curi Gallego

Coordenação Geral
Rafael Decina Arantes
Rafael Fernando Tozzi

Coordenação Executiva
Bruna Kiechaloski Miro Tozzi

Diagramação
Alessandra Gava
Cristine de Noronha

Equipe Técnica
Adriana Sales Cardoso
Andrei Stevanni Goulart Mora
Andreia Schypula
Bruno de Lima e Silva Soares Teixeira
Camila de Carvalho Almeida de Bitencourt
Cláudio Marchand Krüger
Christian Taschelmayer
Fabiana de Cerqueira Martins
Giovanna Reinehr Tiboni
José Antônio Oliveira de Jesus
José Maria Almeida Martins Dias
Juliana Cristina Jansson Kissula
Luís Eduardo Gregolin Grisoto
Luis Gustavo Christoff
Marianna Botelho de Oliveira Dixo
Maurício Marchand Krüger
Paula Pandolfo Bertol
Raissa Vitareli Assunção Dias
Robson Klisiowicz
Rodolpho Humberto Ramina
Rodrigo Pinheiro Pacheco
Sávio Mourão Henrique
Thaís Cristina Pereira da Silva
Wagner Jorge Nogueira

Apoio Técnico
Beatriz Modesto
Nathália Sbrissia Santos
Sidnei Novack Junior

C737p Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos.


Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba /
Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos. --- São Paulo:
Cobrape, 2020.
856 p.; il.

Conteúdo: RF01 - Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio


Paraopeba - SF3. .

1. Plano Diretor. 2. Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba.


I. Título. II. Instituto Mineiro de Gestão das Águas.

CDU: 556.18

Ficha catalográfica elaborada por Márcia Beatriz Silva de Azevedo – CRB 1934.
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 11

LISTA DE QUADROS ................................................................................................. 18

LISTA DE SIGLAS ...................................................................................................... 24

APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 30

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 31

2. MEIO FÍSICO ...................................................................................................... 33

2.1. Hipsometria e Declividade ........................................................................................... 41

2.2. Clima e Precipitação .................................................................................................... 44

2.3. Geologia e Geomorfologia ........................................................................................... 47

2.4. Tipo de Solo e Aptidão do Solo ................................................................................... 51

3. MEIO BIÓTICO .................................................................................................... 56

3.1. Biomas e Vegetação .................................................................................................... 56

3.2. Fauna ........................................................................................................................... 61

3.3. Ecossistema Aquático .................................................................................................. 63

3.4. Áreas Protegidas ......................................................................................................... 67

4. MEIO SOCIOECONÔMICO E CULTURAL .......................................................... 78

4.1. Dinâmica econômica .................................................................................................... 78

4.2. Dinâmica demográfica ............................................................................................... 139

4.3. Condições de vida ..................................................................................................... 149

5. INFRAESTRUTURA DE SANEAMENTO AMBIENTAL...................................... 169

5.1. Abastecimento de Água ............................................................................................. 169

5.2. Esgotamento Sanitário ............................................................................................... 177

5.3. Resíduos Sólidos ....................................................................................................... 186

5.4. Drenagem Urbana ..................................................................................................... 196

6. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ......................................................................... 199

7. EVENTOS CRÍTICOS........................................................................................ 204

7.1. Inundações, alagamentos e enxurradas .................................................................... 205

7.2. Secas e estiagens ...................................................................................................... 224

7.3. Movimento de massa ................................................................................................. 252


8. PRECIPITAÇÕES.............................................................................................. 260

8.1. Dados Existentes ....................................................................................................... 260

8.2. Precipitação Média Anual .......................................................................................... 267

8.3. Tendências Sazonais ................................................................................................. 272

9. REDE DE MONITORAMENTO .......................................................................... 277

9.1. Análise de Suficiência da Rede de Monitoramento Existente ................................... 277

10. DISPONIBILIDADES HÍDRICAS SUPERFICIAIS ....................................... 294

10.1. Metodologia ........................................................................................................... 294

10.2. Vazões Médias ...................................................................................................... 298

10.3. Vazões Mínimas .................................................................................................... 300

10.4. Evapotranspiração................................................................................................. 307

10.5. Análise Sedimentológica ....................................................................................... 309

11. DISPONIBILIDADES HÍDRICAS SUBTERRÂNEAS ................................... 314

11.1. Apresentação ........................................................................................................ 314

11.2. Introdução e Objetivos........................................................................................... 314

11.3. Caracterização dos Sistemas Aquíferos ............................................................... 315

11.4. Metodologia ........................................................................................................... 320

11.5. Resultados Calculados .......................................................................................... 324

11.6. Considerações Finais ............................................................................................ 327

12. QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL ...................................................... 328

12.1. Avaliação histórica dos parâmetros de qualidade de água................................... 328

12.2. Cargas Poluidoras ................................................................................................. 347

12.3. Estimativa da Condição Atual da Qualidade da Água .......................................... 365

12.4. Estimativa de Impacto do Setor Minerário ............................................................ 376

13. QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA ................................................... 395

14. DIAGNÓSTICO DAS DEMANDAS HÍDRICAS ............................................ 399

14.1. Usos Consuntivos .................................................................................................. 399

14.2. Usos Não Consuntivos .......................................................................................... 469

15. BALANÇO HÍDRICO ................................................................................... 499

15.1. Balanço Hídrico Superficial Quantitativo ............................................................... 499

15.2. Balanço Hídrico Subterrâneo Quantitativo ............................................................ 503


15.3. Balanço Hídrico Superficial Qualitativo ................................................................. 506

15.4. Áreas Críticas ........................................................................................................ 509

16. CONCLUSÕES DA ANÁLISE DE DIAGNÓSTICO...................................... 519

17. METODOLOGIA DE CENARIZAÇÃO ......................................................... 522

17.1. Conceito de Cenários ............................................................................................ 522

17.2. Referência da Legislação de Recursos Hídricos de Minas Gerais ....................... 523

17.3. Organização dos Dados ........................................................................................ 524

17.4. Análise Prospectiva ............................................................................................... 541

17.5. Cenários Tendenciais ............................................................................................ 542

17.6. Cenários Alternativos ............................................................................................ 561

17.7. Resumo dos Cenários ........................................................................................... 568

17.8. Análise de Riscos .................................................................................................. 572

18. ESTIMATIVAS DOS CENÁRIOS ................................................................ 576

18.1. Projeções das Demandas Hídricas ....................................................................... 576

18.2. Projeções das Cargas Poluidoras ......................................................................... 587

18.3. Estimativas das Disponibilidades .......................................................................... 591

18.4. Balanço Hídrico Quantitativo ................................................................................. 594

18.5. Balanço Hídrico Qualitativo ................................................................................... 606

19. RECOMENDAÇÕES PARA OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO DE


RECURSOS HÍDRICOS ........................................................................................... 617

19.1. Riscos e Impactos da Atividade Minerária ............................................................ 617

19.2. Enquadramento ..................................................................................................... 623

19.3. Cobrança ............................................................................................................... 627

19.4. Outorga .................................................................................................................. 634

20. ROMPIMENTO DA BARRAGEM I DE BRUMADINHO ............................... 637

20.1. Barragem I de Brumadinho ................................................................................... 637

20.2. Barragens de Alteamento a Montante................................................................... 642

20.3. Acompanhamento dos Rejeitos ............................................................................ 645

21. ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE AÇÕES ................................................ 650

22. DIRETRIZES ............................................................................................... 657

22.1. Regionalização por Sub-bacias ............................................................................. 658


22.2. Áreas Sujeitas a Restrição de Uso ........................................................................ 662

22.3. Preservação de Recursos Hídricos ....................................................................... 667

22.4. Cobrança pelo Uso da Água ................................................................................. 670

22.5. Agência de Bacia ou Entidade Equiparada ........................................................... 673

22.6. Fortalecimento da Atuação do Comitê .................................................................. 678

22.7. Plano Diretor de Recursos Hídricos ...................................................................... 680

22.8. Enquadramento de Corpos D’Água ...................................................................... 682

22.9. Outorgas pelo Uso da Água .................................................................................. 685

22.10. Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos ................................ 689

22.11. Fiscalização de Recursos Hídricos ....................................................................... 690

22.12. Penalidades ........................................................................................................... 692

22.13. Rateio de Custos das Obras de Uso Múltiplo, de Interesse Comum ou Coletivo. 693

22.14. Compensação a Municípios .................................................................................. 693

23. ESTRATÉGIAS DO PLANO ........................................................................ 695

24. HIERARQUIZAÇÃO DOS PROGRAMAS ................................................... 765

24.1. Índice de Relevância (IR) ...................................................................................... 766

24.2. Índice de Prioridade (IP) ........................................................................................ 769

24.3. Índice de Oportunidade e Ameaça (IOA) .............................................................. 771

24.4. Classificação do Índice de Hierarquização (IH) .................................................... 773

25. CUSTOS ASSOCIADOS ÀS INTERVENÇÕES .......................................... 777

25.1. Metodologia ........................................................................................................... 777

25.2. Estimativas da Cobrança....................................................................................... 778

25.3. Orçamento Estratégico .......................................................................................... 780

25.4. Orçamento Executivo ............................................................................................ 784

25.5. Marco Lógico ......................................................................................................... 797

26. COMUNICAÇÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL .............................................. 806

26.1. Comunicação Social .............................................................................................. 807

26.2. Mobilização Social ................................................................................................. 812

27. CONCLUSÃO ............................................................................................. 814

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 822

APÊNDICES ............................................................................................................. 846


APÊNDICE A - METODOLOGIA DE DEFINIÇÃO DAS ÁREAS SUJEITAS A RESTRIÇÃO DE
USO ....................................................................................................................................... 846

APÊNDICE B – MODELO DE FOLDER ............................................................................... 853

APÊNDICE C – MODELO DE CARTAZ ............................................................................... 855

APÊNDICE D – MODELO DE CONVITE .............................................................................. 856


LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Limite da Bacia do Rio Paraopeba e Área de Abrangência do PDRH ...... 36
Figura 2.2 - Limite da Sub-bacias ............................................................................... 38
Figura 2.3 - Principais Acessos ................................................................................... 40
Figura 2.4 - Hipsometria e Declividade ....................................................................... 43
Figura 2.5 - Clima e Precipitação ................................................................................ 46
Figura 2.6 - Unidades e Domínios Geomorfológicos e Geocronologia ........................ 50
Figura 2.7 - Composição das classes de solo ............................................................. 52
Figura 2.8 - Tipos de Solo ........................................................................................... 53
Figura 3.1 - Representação dos Biomas ..................................................................... 56
Figura 3.2 - Caracterização dos Biomas ..................................................................... 58
Figura 3.3 - Remanescentes Florestais....................................................................... 60
Figura 3.4 - Áreas de Preservação Permanente ......................................................... 69
Figura 3.5 - Unidades de Conservação ....................................................................... 74
Figura 3.6 - Unidades de Conservação x Remanescentes Florestais ......................... 75
Figura 3.7 - Áreas Prioritárias a Conservação da Biodiversidade ............................... 77
Figura 4.1 - Produção da Lavoura Permanente .......................................................... 81
Figura 4.2 - Área da Lavoura Permanente .................................................................. 84
Figura 4.3 - Produção da Lavoura Temporária............................................................ 87
Figura 4.4 - Área da Lavoura Temporária ................................................................... 90
Figura 4.5 - Produção da Silvicultura .......................................................................... 93
Figura 4.6 - Produção de Origem Animal .................................................................... 96
Figura 4.7 - Produção de Rebanhos ........................................................................... 99
Figura 4.8 - Produção de Rebanhos de Pastoreio .................................................... 102
Figura 4.9 - Produção de Rebanhos de Confinamento ............................................. 105
Figura 4.10 - Produção da Aquicultura ...................................................................... 108
Figura 4.11 - Número de Unidades Locais ................................................................ 111
Figura 4.12 - Lavras por Município............................................................................ 113
Figura 4.13 - Valores de CFEM ................................................................................ 115
Figura 4.14 - Número de Unidades Locais ................................................................ 118
Figura 4.15 - Número de Unidades Locais ................................................................ 121
Figura 4.16 - Número de Unidades Locais ................................................................ 124
Figura 4.17 - Número de Unidades Locais ................................................................ 127
Figura 4.18 - Valores do PIB ..................................................................................... 130

11
Figura 4.19 - Valor Total Comercializado de Diesel .................................................. 136
Figura 4.20 - Valor Total Comercializado de Gasolina e Etanol ................................ 138
Figura 4.21 - População por Município ..................................................................... 142
Figura 4.22 - Taxas de Crescimento 2000-2010 ....................................................... 146
Figura 4.23 - Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) .......................................... 153
Figura 4.24 - Razão da População sem Instrução .................................................... 156
Figura 4.25 - Taxas de Analfabetismo em 2010 ........................................................ 158
Figura 4.26 - IDH-M - Educação em 2010................................................................. 160
Figura 4.27 - Coeficiente de GINI em 2010 ............................................................... 163
Figura 4.28 - Número de Empregados com Carteira Assinada em 2010................... 166
Figura 4.29 - IDH-M - Renda em 2010 ...................................................................... 168
Figura 5.1 - Índice de Abastecimento de Água.......................................................... 175
Figura 5.2 - Tipos de Captação por Município........................................................... 176
Figura 5.3 - Índice de Coleta de Esgoto .................................................................... 181
Figura 5.4 - Índice de Tratamento de Esgoto ............................................................ 182
Figura 5.5 - Índice de Coleta de Resíduos Sólidos ................................................... 189
Figura 5.6 - Destinação final dos Resíduos Sólidos .................................................. 193
Figura 5.7 - Alagamentos/ Inundações/ Enxurradas e Deslizamentos (1991 – 2012) 198
Figura 6.1 - Uso e Ocupação do Solo ....................................................................... 201
Figura 6.2 - Lavras de Mineração ............................................................................. 202
Figura 6.3 - Uso e Cobertura do Solo (%) ................................................................. 203
Figura 7.1 - Frequência Anual de Registros de Desastres por Inundações e Enxurradas
................................................................................................................................. 207
Figura 7.2 - Inundações entre 1991 e 2012 .............................................................. 209
Figura 7.3 - Enxurradas entre 1991 e 2012............................................................... 210
Figura 7.4 - Frequência Anual de Registros de Desastres por Alagamentos e Enxurradas
................................................................................................................................. 212
Figura 7.5 - Alagamentos entre 2013 e 2017 ............................................................ 213
Figura 7.6 - Enxurradas entre 2013 e 2017............................................................... 214
Figura 7.7 - Classificação da Vulnerabilidade a Inundação ....................................... 215
Figura 7.8 - Vulnerabilidade a Inundações ................................................................ 217
Figura 7.9 - Exemplo de Prancha de Identificação de Áreas de Risco ...................... 219
Figura 7.10 - Áreas de Risco a Inundações e Alagamentos ...................................... 220
Figura 7.11 - Série História de Alagamentos, Inundações e Enxurradas................... 221
Figura 7.12 - Análise Integrada de Alagamentos, Inundações e Enxurradas ............ 223
Figura 7.13 - Tempos de Recorrência da Precipitação Anual no Brasil para o Ano
Hidrológico 2015 ....................................................................................................... 227

12
Figura 7.14 - Tempos de Retorno de Vazões para o Ano Hidrológico 2015 .............. 229
Figura 7.15 - Frequência Anual de Registros de Desastres por Secas e Estiagens no
Brasil ........................................................................................................................ 230
Figura 7.16 - Definição da Vulnerabilidade no Contexto das Mudanças Climáticas .. 232
Figura 7.17 - Exposição à seca ETA-HadGEM 4.5 (2011-2040) ............................... 235
Figura 7.18 - Exposição à seca ETA-MIROC 4.5 (2011-2040) .................................. 236
Figura 7.19 - Exposição à seca ETA-HadGEM 8.5 (2011-2040) ............................... 237
Figura 7.20 - Exposição à seca ETA-MIROC 8.5 (2011-2040) .................................. 238
Figura 7.21 - Sensibilidade à Seca ........................................................................... 240
Figura 7.22 - Capacidade Adaptativa à Seca ............................................................ 242
Figura 7.23 - Vulnerabilidade à seca ETA-HadGEM 4.5 (2011-2040) ....................... 244
Figura 7.24 - Vulnerabilidade à seca ETA-MIROC 4.5 (2011-2040) .......................... 245
Figura 7.25 - Vulnerabilidade à seca ETA-HadGEM 8.5 (2011-2040) ....................... 246
Figura 7.26 - Vulnerabilidade à seca ETA-MIROC 8.5 (2011-2040) .......................... 247
Figura 7.27 - Série História de Secas e Estiagens .................................................... 249
Figura 7.28 - Análise Integrada de Secas e Estiagens .............................................. 251
Figura 7.29 - Frequência Anual de Registros de Desastres por Deslizamentos e Corridas
de Massa nos Municípios do PDRH do Rio Paraopeba ............................................ 255
Figura 7.30 - Análise Integradas de Deslizamentos .................................................. 259
Figura 8.1 - Estações Pluviométricas Existentes....................................................... 261
Figura 8.2 - Diagrama de Barras dos Dados Pluviométricos ..................................... 262
Figura 8.3 - Estações Pluviométricas Selecionadas ................................................. 266
Figura 8.4 - Exemplo das Curvas Duplo-Acumulativas (01944004) .......................... 267
Figura 8.5- Precipitação Total Anual Média .............................................................. 271
Figura 8.6 - Precipitação Média Mensal .................................................................... 276
Figura 9.1- Rede de Monitoramento Fluviométrica ................................................... 281
Figura 9.2 - Rede de Monitoramento Sedimentométrica ........................................... 283
Figura 9.3 - Rede de Monitoramento Pluviométrica .................................................. 286
Figura 9.4 - Rede de Monitoramento de Qualidade de Água .................................... 292
Figura 10.1 - Vazões Médias .................................................................................... 299
Figura 10.2 - Sobreposição das Curvas de Permanência de Vazões........................ 300
Figura 10.3 - Vazões com 95% de Permanência ...................................................... 302
Figura 10.4 - Vazões com 90% de Permanência ...................................................... 303
Figura 10.5 - Vazão de Referência (Q7,10) .............................................................. 306
Figura 10.6 - Evapotranspiração ............................................................................... 308
Figura 10.7 - Medições de Descarga Sólida da Estação Ponte Nova do Paraopeba
(40800001) ............................................................................................................... 309

13
Figura 10.8 - Classificação da Erosão Específica Média ........................................... 313
Figura 11.1 - Sistemas Aquíferos com Poços ........................................................... 319
Figura 11.2 - Recarga Potencial Direta ..................................................................... 325
Figura 11.3 - Recarga Potencial Explotável .............................................................. 326
Figura 12.1 – Número de Amostragens Analisadas no PDRH Paraopeba por ano ... 330
Figura 12.2 – Avaliação Histórica dos Coliformes Totais para o Período Seco e Chuvoso
................................................................................................................................. 332
Figura 12.3 – Avaliação Histórica de Escherichia coli para o Período Seco e Chuvoso
................................................................................................................................. 333
Figura 12.4 – Avaliação histórica de DBO para o Período Seco e Chuvoso ............. 335
Figura 12.5 – Avaliação histórica de Oxigênio Dissolvido para o Período Seco e Chuvoso
................................................................................................................................. 336
Figura 12.6 – Avaliação Histórica de Nitrato para o Período Seco e Chuvoso .......... 339
Figura 12.7 – Avaliação Histórica de Fósforo Total para o Período Seco e Chuvoso 340
Figura 12.8 – Avaliação Histórica de Turbidez para o Período Seco e Chuvoso ....... 341
Figura 12.9 – Avaliação Histórica de pH para o Período Seco e Chuvoso ................ 343
Figura 12.10 – Índice de Qualidade da Água (IQA) do PDRH Paraopeba................. 346
Figura 12.11 - Lançamentos Pontuais Domésticos ................................................... 353
Figura 12.12 - Lançamentos Pontuais Industriais e Tipologias Adotadas.................. 356
Figura 12.13 - Localização dos Empreendimentos Minerários .................................. 358
Figura 12.14 - Uso do Solo ....................................................................................... 360
Figura 12.15 - Cargas Remanescentes por Fonte de Poluição ................................. 362
Figura 12.16 - Cargas Remanescentes..................................................................... 363
Figura 12.17 - Enquadramento Vigente ................................................................... 367
Figura 12.18 - Esquema de Análise Acumulada do Modelo Matemático .................. 368
Figura 12.19 - Resultado da Modelagem na Q7,10 ................................................... 373
Figura 12.20 - Resultado da Modelagem na Q95% .................................................. 374
Figura 12.21 - Comparativo de Classes .................................................................... 376
Figura 12.22 - Média Histórica de Cromo Total ......................................................... 384
Figura 12.23 - Média Histórica de Ferro Dissolvido ................................................... 384
Figura 12.24 - Média Histórica de Manganês Total ................................................... 385
Figura 12.25 - Média Histórica de Cádmio Total e de Mercúrio Total ........................ 387
Figura 12.26 - Classes Resultantes da Análise de Metais na Q7,10 ........................... 393
Figura 12.27 - Classes Resultantes da Análise de Metais na Q95% ........................... 394
Figura 13.1 - Uso da Água dos Poços Subterrâneos ................................................ 396
Figura 13.2 - Localização dos Poços Subterrâneos .................................................. 398
Figura 14.1 - Demanda para Abastecimento Público ............................................... 415

14
Figura 14.2 - Demanda do Setor Industrial ............................................................... 420
Figura 14.3 - Demanda do Setor Agrícola ................................................................. 430
Figura 14.4 - Demanda do Setor Pecuário ................................................................ 436
Figura 14.5 - Demanda do Setor de Extração Mineral ............................................. 442
Figura 14.6 - Mineração: Áreas (km²) por Recurso Mineral ....................................... 446
Figura 14.7 - Lavras de Mineração ........................................................................... 450
Figura 14.8 - Exportações de Minérios, Escórias e Cinzas ....................................... 451
Figura 14.9 - Destino dos Minerais Extraídos............................................................ 452
Figura 14.10 – Demanda do Setor de Aquicultura .................................................... 459
Figura 14.11 - Demandas de Urbanização e Paisagismo ......................................... 464
Figura 14.12 - Demandas Captadas Totais............................................................... 467
Figura 14.13 - Empreendimentos em Operação e Previstos ..................................... 474
Figura 14.14 - Circuitos Turísticos, Cavernas e Geossítios ....................................... 498
Figura 15.1 - Balanço Hídrico Superficial Quantitativo (Q95%) ................................. 501
Figura 15.2 - Balanço Hídrico Superficial Quantitativo (Q7,10) .................................... 502
Figura 15.3 - Balanço Hídrico Subterrâneo Quantitativo ........................................... 505
Figura 15.4 - Balanço Hídrico Superficial Qualitativo ................................................ 508
Figura 15.5 - Índice de Criticidade Quantitativa Reservatório – IS ............................ 511
Figura 15.6 - Índice de Criticidade Qualitativa – IQ ................................................... 513
Figura 15.7 - Índice de Criticidade Quali-Quantitativa – ISQ ..................................... 515
Figura 15.8 - Áreas Críticas ...................................................................................... 517
Figura 17.1 - Exemplo de Codificação de Ottobacias................................................ 532
Figura 17.2 – Limite das Sub-bacias ......................................................................... 533
Figura 17.3 - Células de Análise ............................................................................... 540
Figura 17.4 - Vista da Área Urbana de Ouro Preto ................................................... 543
Figura 17.5 - Pivô de Irrigação de Grama em Paraopeba ......................................... 549
Figura 17.6 - Evolução das Áreas Agrícolas e Culturas nas Microrregiões da bacia do
Rio Paraopeba (2000-2016)...................................................................................... 550
Figura 17.7 - Área plantada nas Microrregiões da Bacia do Paraopeba em 2016 ..... 550
Figura 17.8 - Séries Históricas dos Rebanhos nas Microrregiões da Bacia do Rio
Paraopeba (2000-2017) ............................................................................................ 553
Figura 17.9 - Distribuição das Minas por Município em Minas Gerais ....................... 556
Figura 17.10 - Plantação de Eucalipto no Baixo Paraopeba ..................................... 557
Figura 17.11 - Indústria de Carvão no Baixo Paraopeba ........................................... 558
Figura 17.12 - Caminhão com Carga de Carvão Vegetal na BR-040, em Ribeirão das
Neves ....................................................................................................................... 558
Figura 17.13 - Mina de Ardósia no Município de Paraopeba, no Baixo Paraopeba ... 560

15
Figura 17.14 - Restrição Ambiental ........................................................................... 563
Figura 17.15 - Áreas de Mineração ........................................................................... 565
Figura 17.16 - Áreas Críticas .................................................................................... 567
Figura 17.17 - Cenários Tendenciais e Alternativos .................................................. 568
Figura 17.18 - Cenário Alternativo 1 ......................................................................... 569
Figura 17.19 - Cenário Alternativo 2 ......................................................................... 570
Figura 17.20 - Cenário Alternativo 3 ......................................................................... 571
Figura 18.1 - Curva de Permanência de Vazões Específicas do Rio Paraopeba ...... 593
Figura 18.2 - Ottobacias Nível 6 ............................................................................... 595
Figura 18.3 - Níveis de Risco do Balanço Quantitativo nos Cenários Tendenciais .... 601
Figura 18.4 - Níveis de Risco do Balanço Quantitativo nos Cenários Alternativos 1 . 602
Figura 18.5 - Níveis de Risco do Balanço Quantitativo nos Cenários Alternativos 2 . 603
Figura 18.6 - Níveis de Risco do Balanço Quantitativo nos Cenários Alternativos 3 . 604
Figura 18.7 - Distribuição da Área da Bacia do Rio Paraopeba em Níveis de Risco . 606
Figura 18.8 - Níveis de Risco do Balanço Qualitativo nos Cenários Tendenciais ...... 612
Figura 18.9 - Níveis de Risco do Balanço Qualitativo nos Cenários Alternativos 1 ... 613
Figura 18.10 - Níveis de Risco do Balanço Qualitativo nos Cenários Alternativos 2 . 614
Figura 18.11 - Níveis de Risco do Balanço Qualitativo nos Cenários Alternativos 3 . 615
Figura 19.1 - Barragens de Rejeitos ......................................................................... 619
Figura 19.2 - Influência das Barragens de Rejeitos ................................................... 621
Figura 19.3 - Áreas de Mineração Entre os Municípios de Belo Vale, Congonhas e Ouro
Preto ......................................................................................................................... 622
Figura 19.4 - Mineradora em Congonhas.................................................................. 623
Figura 19.5 - Enquadramento Vigente ...................................................................... 625
Figura 19.6 - Percentual de Arrecadação por Setor .................................................. 633
Figura 20.1 – Imagem da Região Pré-Rompimento .................................................. 639
Figura 20.2 – Imagem da Região Pós-Rompimento.................................................. 640
Figura 20.3 – Comparativo 1 - pré e pós rompimento – Ponte sobre o rio Betim ...... 640
Figura 20.4 – Comparativo 2 - pré e pós rompimento – rio Paraopeba em Brumadinho
................................................................................................................................. 641
Figura 20.5 – Comparativo 3 - pré e pós rompimento – rio Paraopeba em Brumadinho
................................................................................................................................. 641
Figura 20.6 – Alteamentos sucessivos: método da linha de montante ...................... 643
Figura 20.7 – Principais riscos de ruptura causados pelo alteamento segundo o método
de montante.............................................................................................................. 644
Figura 20.8 – Espalhamento do rejeito até a confluência com o rio Paraopeba ........ 648
Figura 21.1 – Temas da Análise SWOT .................................................................... 652

16
Figura 21.2 – Análise SWOT .................................................................................... 653
Figura 22.1 – Diretrizes para a Bacia do Rio Paraopeba .......................................... 657
Figura 22.2 – Ottobacias Nível 6 ............................................................................... 659
Figura 22.3 – Áreas Sujeitas a Restrição de Uso ...................................................... 665
Figura 22.4 – Áreas a Serem Recuperadas .............................................................. 669
Figura 23.1 – Programas da Bacia do Rio Paraopeba .............................................. 695
Figura 25.1 – Distribuição do Investimento Total por Estratégia ............................... 787
Figura 25.2 – Distribuição dos Investimentos da Estratégia 1 ................................... 788
Figura 25.3 – Distribuição dos Investimentos da Estratégia 2 ................................... 788
Figura 25.4 – Distribuição dos Investimentos da Estratégia 3 ................................... 789
Figura 25.5 – Distribuição dos Investimentos da Estratégia 4 ................................... 790
Figura 25.6 – Distribuição dos Investimentos da Estratégia 5 ................................... 791
Figura 25.7 – Distribuição dos Investimentos da Estratégia 6 ................................... 792
Figura 25.8 – Distribuição dos Investimentos da Estratégia 7 ................................... 792
Figura 25.9 – Distribuição dos Investimentos do Plano ............................................. 793
Figura 25.10 – Distribuição dos Investimentos ao Longo do Tempo por Estratégia .. 794
Figura 25.11 –Percentual dos Investimentos ao Longo do Tempo por Estratégia ..... 794
Figura 25.12 – Distribuição Total dos Recursos em Ação Imediata, Médio Prazo e Longo
Prazo ........................................................................................................................ 795
Figura 25.13 – Distribuição Total dos Recursos em característica do investimento .. 796
Figura 26.1 – Imagem do Site Oficial do PDRH Rio Paraopeba ................................ 808
Figura 26.2 – Imagem da página oficial do PDRH Rio Paraopeba no Facebook....... 809
Figura 26.3 – Imagem da página oficial do PDRH Rio Paraopeba no Instagram ...... 810
Figura 26.4 – Imagem da página oficial do PDRH Rio Paraopeba no Twitter ........... 811
Figura 26.5 – Imagem do convite virtual do PDRH Rio Paraopeba ........................... 812
Figura 27.1 - Resumo da Análise de Sensibilidade dos Cenários - Balanço Quantitativo
Acumulativo .............................................................................................................. 821
Figura 0.1 – Áreas com Critérios de Restrição .......................................................... 849
Figura 0.2 – Áreas Sujeitas a Restrição de Uso ........................................................ 851
Figura 0.3 – Folder Frente ........................................................................................ 853
Figura 0.4 – Folder Verso ......................................................................................... 854
Figura 0.5 – Cartaz ................................................................................................... 855
Figura 0.6 – Convite ................................................................................................. 856

17
LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1 - Municípios pertencentes à bacia ............................................................ 33


Quadro 2.2 - Geocronologia das Unidades Litoestratigráficas .................................... 48
Quadro 2.3 - Classes de solos encontradas no SF3: Rio Paraopeba.......................... 51
Quadro 3.1 - Lista atual das espécies de peixes registradas na Bacia do Rio Paraopeba
................................................................................................................................... 64
Quadro 3.2 - Unidades de Conservação na BHP ........................................................ 71
Quadro 4.1 - Valores da Lavoura Permanente ............................................................ 80
Quadro 4.2 - Valores da Área Destinada à Colheita das Culturas Permanentes ......... 83
Quadro 4.3 - Valores da Lavoura Temporária ............................................................. 86
Quadro 4.4 - Valores da Área Destinada à Colheita das Culturas Temporárias .......... 89
Quadro 4.5 - Valores de Extração Vegetal .................................................................. 91
Quadro 4.6 - Valores de Silvicultura............................................................................ 92
Quadro 4.7 - Produção de Origem Animal .................................................................. 95
Quadro 4.8 - Total de Rebanhos para a Bacia do Rio Paraopeba .............................. 98
Quadro 4.9 - Total de Rebanhos de Pastoreio para a Bacia do Rio Paraopeba ........ 101
Quadro 4.10 - Total de Rebanhos de Confinamento para a Bacia do Rio Paraopeba
................................................................................................................................. 104
Quadro 4.11. Valores da Atividade de Aquicultura .................................................... 107
Quadro 4.12 - Número de Unidades Locais .............................................................. 110
Quadro 4.13 - Valores das Lavras para a Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba ...... 112
Quadro 4.14 - Valores de Compensação Financeira pela Exploração Minerária....... 114
Quadro 4.15 - Número de Unidades Locais .............................................................. 117
Quadro 4.16 - Número de Unidades Locais .............................................................. 120
Quadro 4.17 - Número de Unidades Locais .............................................................. 123
Quadro 4.18 - Número de Unidades Locais .............................................................. 126
Quadro 4.19 - Valores de PIB ................................................................................... 129
Quadro 4.20 - Valores por Setor Econômico e por Região ....................................... 131
Quadro 4.21 Valores por Setor Econômico e por Região .......................................... 132
Quadro 4.22 - Comercialização de Diesel ................................................................. 135
Quadro 4.23 - Comercialização de Gasolina e Etanol ............................................... 137
Quadro 4.24 - Quantidade de Habitantes Totais, Rurais e Urbanos.......................... 141
Quadro 4.25 - Grau de Urbanismo e Taxas Anualizadas de Crescimento da População
Urbana ...................................................................................................................... 144
Quadro 4.26 - Taxas de Crescimento Anualizadas ................................................... 145
Quadro 4.27 - Taxas de Crescimento Anualizadas ................................................... 145

18
Quadro 4.28 - Valores dos Indicadores de Modificação em Parâmetro de Fecundidade
da População Total ................................................................................................... 147
Quadro 4.29 - Valores dos Indicadores de Modificação em Parâmetro de Fecundidade
da População Urbana ............................................................................................... 148
Quadro 4.30 - Valores dos Indicadores de Modificação em Parâmetro de Fecundidade
da População Rural .................................................................................................. 149
Quadro 4.31 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Geral ........................ 151
Quadro 4.32 - Indicadores de Educação ................................................................... 155
Quadro 4.33 - Taxas de Analfabetismo Ponderadas pela População ....................... 157
Quadro 4.34 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - Educação ............... 159
Quadro 4.35 - Indicadores da Razão da População que tem Rendimento de até um
Salário Mínimo em Relação ao Total de Pessoas com Rendimentos ....................... 161
Quadro 4.36 - Indicador para o Total da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba ........ 162
Quadro 4.37 - Indicador para o Total da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba ........ 165
Quadro 4.38 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - Renda .................... 167
Quadro 5.1 - Índice de Atendimento de Água e Tipo de Captação............................ 170
Quadro 5.2 - Relação de Mananciais Superficiais..................................................... 172
Quadro 5.3 - Índice de Coleta de Esgoto dos Municípios .......................................... 177
Quadro 5.4 - Índice de Tratamento de Esgoto dos Municípios .................................. 179
Quadro 5.5 - Relação das ETEs dos Municípios que Possuem Tratamento de Esgoto
................................................................................................................................. 184
Quadro 5.6 - Índices de Atendimento Urbano Referente aos Resíduos Sólidos e Coleta
Seletiva ..................................................................................................................... 186
Quadro 5.7 - Relação Unidades de Destinação Final dos Resíduos Sólidos ............ 190
Quadro 5.8 - Geração per capita de Resíduos Sólidos ............................................. 194
Quadro 5.9 - Geração de Lixo Mensal por Município ................................................ 194
Quadro 5.10 - Relação de Municípios que Sofreram Problemas Relacionadas a
Drenagem Urbana .................................................................................................... 196
Quadro 6.1 - Distribuição das Classes do Uso e Ocupação do Solo ......................... 203
Quadro 7.1 - Classificação dos Graus de Risco a Inundação ................................... 218
Quadro 8.1 - Estações Pluviométricas Selecionadas ................................................ 263
Quadro 8.2 - Precipitação Total Anual por Estação .................................................. 268
Quadro 8.3 - Médias Pluviométricas Mensais ........................................................... 273
Quadro 9.1 - Densidade Mínima da Rede de Monitoramento ................................... 278
Quadro 9.2 - Panorama Geral da Rede Fluviométrica .............................................. 279
Quadro 9.3 - Análise da Densidade da Rede Fluviométrica por Sub-bacia ............... 280
Quadro 9.4 - Análise da Densidade da Rede Sedimentométrica por Sub-bacia........ 282

19
Quadro 9.5 - Panorama Geral da Rede Pluviométrica .............................................. 284
Quadro 9.6 - Análise da Densidade da Rede Pluviométrica por Sub-bacia ............... 285
Quadro 9.7 - Rede de monitoramento de qualidade da água superficial ................... 288
Quadro 10.1- Estações Utilizadas ............................................................................ 297
Quadro 10.2 - Descarga Sólida Total por Estação .................................................... 311
Quadro 10.3 - Parâmetros de Análise da Descarga Sólida ....................................... 312
Quadro 11.1 - Resultados RPD e RPE Específicos .................................................. 324
Quadro 12.1 – Padrões de Qualidade de Água da Resolução CONAMA nº 357/05 e
Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG nº 01/08 para os Parâmetros de
Análise ...................................................................................................................... 329
Quadro 12.2 – Faixas de IQA Utilizada em Minas Gerais ......................................... 344
Quadro 12.3 - Informações de Índices de Atendimento por Município ...................... 350
Quadro 12.4 - Concentrações Típicas de DBO e Taxa Média de Retorno por Tipologia
Industrial ................................................................................................................... 354
Quadro 12.5 - Coeficientes de Exportação por Tipo de Uso do Solo ........................ 361
Quadro 12.6 - Cargas Estimadas por Município....................................................... 364
Quadro 12.7 - Dados de Entrada do Modelo e Suas Respectivas Fontes ................. 370
Quadro 12.8 - Período de Dados Disponíveis dos Metais Analisados ...................... 379
Quadro 12.9 - Concentrações de Poluentes da Mineração ....................................... 388
Quadro 12.10 - Carga de Metais Estimada por Município em kg/dia......................... 389
Quadro 12.11 - Concentrações Limites de Metais em mg/L ...................................... 391
Quadro 13.1 - Classificação da Água Quanto aos Valores de Condutividade Elétrica
................................................................................................................................. 397
Quadro 14.1 - Consolidação do Cadastro de Outorgas............................................. 401
Quadro 14.2 - Municípios Atendidos pela COPASA .................................................. 402
Quadro 14.3 - Demandas de Abastecimento Público Urbanas - COPASA................ 403
Quadro 14.4 - Municípios Não Atendidos pela COPASA .......................................... 405
Quadro 14.5 - Faixas de População Urbana ............................................................. 405
Quadro 14.6 - Demandas de Abastecimento Público Urbanas - Autônomos ............ 406
Quadro 14.7 - Demanda de Abastecimento Rural..................................................... 408
Quadro 14.8 - Demandas Totais para Abastecimento Público .................................. 412
Quadro 14.9 - Demandas do Setor Industrial ............................................................ 417
Quadro 14.10 - Comparativo de Vazões do Setor Industrial – Estudos Regionais .... 421
Quadro 14.11 - Outorgas do Setor Industrial – Maiores Concentrações ................... 422
Quadro 14.12 - Demandas do Setor Agrícola ........................................................... 425
Quadro 14.13 - Principais Culturas por Município ..................................................... 428
Quadro 14.14 - Valores de BEDA por Tipo de Rebanho ........................................... 431

20
Quadro 14.15 - Demandas do Setor Pecuário .......................................................... 433
Quadro 14.16 - Demandas do Setor de Extração Mineral ......................................... 438
Quadro 14.17 - Barragens de Rejeitos por Município................................................ 441
Quadro 14.18 - Mineração: Áreas (km²) por Recurso Mineral ................................... 444
Quadro 14.19 - CFEM: Arrecadação por Município .................................................. 447
Quadro 14.20 - CFEM: Arrecadação por Substância ................................................ 449
Quadro 14.21 - Espécies Registradas ...................................................................... 453
Quadro 14.22 - Aquicultura – Produção Efetiva e Valor da Produção ....................... 455
Quadro 14.23 - Demandas de Aquicultura ................................................................ 456
Quadro 14.24 - Demandas de Urbanização e Paisagismo ........................................ 461
Quadro 14.25 - Demandas Consuntivas Totais......................................................... 465
Quadro 14.26 - Demandas Captadas Totais ............................................................. 466
Quadro 14.27 - Demandas Captadas Totais ............................................................. 468
Quadro 14.28 - Quantidade de Empreendimentos em Operação ............................. 470
Quadro 14.29 - Relação de Aproveitamentos Energéticos em Operação ................. 471
Quadro 14.30 - Parâmetros Médios Utilizados para a Categorização dos Municípios
................................................................................................................................. 476
Quadro 14.31 - Categorização dos Municípios ......................................................... 477
Quadro 14.32 - Locais Ligados ao Turismo .............................................................. 479
Quadro 14.33 - Circuitos Turísticos........................................................................... 494
Quadro 14.34 - Cavernas e Geossítios ..................................................................... 496
Quadro 15.1 - Taxas de Consumo ............................................................................ 500
Quadro 15.2 - Vazão Necessária para Diluição ........................................................ 507
Quadro 15.3 - Classes de Criticidade adotadas pela NTC 002/2012/SPR/SER ........ 516
Quadro 17.1 - Estatísticas da Dimensão Administrativa ............................................ 528
Quadro 17.2 - Estatísticas da Dimensão Hidrológica ................................................ 535
Quadro 17.3 - Estatísticas das Células De Análise ................................................... 539
Quadro 17.4 - Projeções Populacionais (Horizonte 2040) ......................................... 545
Quadro 17.5 - Taxas de Projeção Tendencial da Indústria ....................................... 547
Quadro 17.6 - Taxas de Projeção Tendencial da Agroindústria e Agricultura ........... 551
Quadro 17.7 - Séries Históricas dos Rebanhos nas Microrregiões da Bacia do Rio
Paraopeba (2000-2017) ............................................................................................ 552
Quadro 17.8 - Taxas de Projeção Tendencial da Pecuária ....................................... 555
Quadro 17.9 - Taxas de Projeção Tendencial da Mineração..................................... 559
Quadro 17.10 - Expectativas de Exaustão das Minas ............................................... 559
Quadro 17.11 - Classes de Criticidade Adotadas pela NTC 002/2012/SPR/SER...... 566
Quadro 17.12 – Níveis de Risco e sua Caracterização ............................................. 573

21
Quadro 18.1 - Demandas de Abastecimento Público – Cenários Tendenciais .......... 576
Quadro 18.2 - Demandas de Abastecimento Público – Cenários Alternativos .......... 578
Quadro 18.3 - Demandas Industriais – Cenários Tendenciais .................................. 579
Quadro 18.4 - Demandas Industriais – Cenários Alternativos ................................... 580
Quadro 18.5 - Demandas Agroindustriais – Cenários Tendenciais ........................... 581
Quadro 18.6 - Demandas Agroindustrial – Cenários Alternativos ............................. 582
Quadro 18.7 - Demandas de Pecuária– Cenários Tendenciais................................. 583
Quadro 18.8 - Demanda Pecuária – Cenários Alternativos ....................................... 584
Quadro 18.9 - Demandas de Mineração – Cenários Tendenciais ............................. 585
Quadro 18.10 - Demandas de Mineração – Cenários Alternativos ............................ 586
Quadro 18.11 - Informações dos Planos Municipais de Saneamento Básico ............ 588
Quadro 18.12 - Informações de Investimento Previsto da COPASA ......................... 590
Quadro 18.13 - Cargas de DBO Estimadas para os Cenários Tendenciais .............. 591
Quadro 18.14 - Cargas de DBO Estimadas para os Cenários Alternativos ............... 591
Quadro 18.15 - Estações Fluviométricas Utilizadas no Estudo ................................. 592
Quadro 18.16 - Vazões Específicas por Trecho ........................................................ 593
Quadro 18.17 - Níveis de Risco do Balanço Quantitativo nos Cenários .................... 597
Quadro 18.18 - Níveis de Risco do Balanço Qualitativo nos Cenários ...................... 608
Quadro 19.1 - Consumo de Água por Habitante com Base nas Demandas .............. 628
Quadro 19.2 - Valores Unitários de Cobrança .......................................................... 631
Quadro 19.3 - Valores dos Coeficientes Multiplicadores de Cobrança ...................... 631
Quadro 19.4 - Resultados da Simulação de Cobrança ............................................. 632
Quadro 20.1 - Características da Barragem .............................................................. 638
Quadro 22.1 – Sub-bacias da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba ........................ 659
Quadro 22.2 – Diretrizes para as Áreas Sujeitas a Restrição de Uso ....................... 662
Quadro 22.3 – Nomenclatura das Áreas Sujeitas a Restrição de Uso ...................... 666
Quadro 24.1 – Pontuação do Índice de Relevância .................................................. 767
Quadro 24.2 – Resultado do Índice de Relevância ................................................... 767
Quadro 24.3 – Pontuação do Índice de Prioridade.................................................... 769
Quadro 24.4 – Resultado do Índice de Prioridade..................................................... 769
Quadro 24.5 – Pontuação Índice de Oportunidade e Ameaça .................................. 771
Quadro 24.6 – Resultado do Índice de Oportunidade e Ameaça .............................. 772
Quadro 24.7 – Resultado Índice de Hierarquização .................................................. 774
Quadro 25.1 – Resultados da Simulação (Metodologia CBHSF) .............................. 779
Quadro 25.2 – Resultados da Simulação (Metodologia COALIAR) ........................... 779
Quadro 25.3 – Meta para Abastecimento Público Urbano ........................................ 780
Quadro 25.4 – Meta para Coleta e Tratamento de Efluente Doméstico Urbano ........ 782

22
Quadro 25.5 – Estimativa de Investimento para Infraestrutura de Saneamento ........ 784
Quadro 25.6 – Resumo dos Investimentos Previstos ................................................ 785
Quadro 25.7 – Resumo Anual dos Investimentos Previstos por Ação ....................... 786
Quadro 25.8 – Marco Lógico..................................................................................... 798
Quadro 27.1 – Análise de Sensibilidade dos Cenários.............................................. 819
Quadro 0.1 – Graus de Restrição ............................................................................. 848
Quadro 0.2 – Nomenclatura das Áreas Sujeitas a Restrição de Uso ........................ 852

23
LISTA DE SIGLAS

AAF Autorização Ambiental de Funcionamento

ANA Agência Nacional de Águas

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

ANM Agência Nacional de Mineração

ANP Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

APA Área de Proteção Ambiental

APCB Área Prioritária para Conservação da Biodiversidade

APP Área de Preservação Permanente

BEDA Bovinos Equivalentes para Demanda de Água

BH Bacia Hidrográfica

BHRP Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba

BHSF Bacia Hidrográfica Do Rio São Francisco

BHTCOMG Base Hidrográfica Topologicamente Consistente Ottocodificada do


Estado de Minas Gerais

BIG Banco de Informações de Geração

CBH Comitê da Bacia Hidrográfica

CBHSF Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco

CCE Cadastro Central de Empresas

CDB Convenção sobre a Diversidade Biológica

CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais

CEMIG Companhia Energética de Minas Gerais

CENAD Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres

CERH Conselho Estadual de Recursos Hídricos

CFEM Compensação Financeira de Recursos Minerais

CGH Central Geradora Hidrelétrica

CIBAPAR Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba

CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas

24
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos

COBRADE Classificação e Codificação Brasileira de Desastres

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

COPAM Conselho Estadual de Política Ambiental

COPASA Companhia de Saneamento de Minas Gerais

CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais

CRI Categoria de Risco

CT Câmara Técnica

DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio

DEGET Departamento de Gestão Territorial

DFAU Diretoria de Proteção à Fauna

DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral

DPA Dano Potencial Associado

DQO Demanda Química de Oxigênio

DRO Despachos de Registro de Recebimento de Requerimento de Outorga

DRS Despacho de Registro de Adequabilidade do Sumário Executivo

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EPA Environmental Protection Agency U.S

ETA Estação de Tratamento de Água

ETE Estação de Tratamento de Esgoto

FAEMG Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais

FEAM Fundação Estadual do Meio Ambiente

FIEMG Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais

FONASC Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas

FUNASA Fundação Nacional de Saúde

GAM Grupo de Acompanhamento Multidisciplinar

GAT Grupo de Acompanhamento Técnico

25
GPRH-UFV Grupo de Pesquisa em Recursos Hídricos do Departamento de
Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa

IAGE International Association for Engineering Geology and the Enviromment

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais


Renováveis

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBRAM Instituto Brasileiro de Mineração

ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

ICS International Commission on Stratigraphy

ICT Índice de Coleta e Tratamento

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

IDHm Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

IEF Instituto Estadual de Florestas

IGAM Instituto Mineiro de Gestão das Águas

INA Indicador de Nível D´Água

INNET Instituto Nacional de Meteorologia

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IPCC Intergovernamental Panel on Climate Change

IQA Índice de Qualidade da Água

IVDNS Índice de Vulnerabilidade aos Desastres Naturais Relacionados às Secas

LO Licença de Operação

MCTI Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

MG Minas Gerais

MI Ministério da Integração Nacional

MMA Ministério do Meio Ambiente

MME Ministérios de Minas e Energia

MOP Manual Operativo

MPT Ministério Público do Trabalho

26
MTur Ministério do Turismo

NR Nível de Risco

OD Oxigênio Dissolvido

OLAP On Line Analytical Process

ONG Organização Não Governamental

ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico

ONU Organização das Nações Unidas

PAC Programa de Aceleração do Crescimento

PAE Plano de Ação de Emergência

PAEBM Plano de Ações Emergenciais de Barragem de Mineração

PAM Pesquisa Agropecuária Municipal

PCH Pequena Central Hidrelétrica

PDRH Plano Diretor de Recursos Hídricos

pH Potencial Hidrogeniônico

PI Proteção Integral

PIB Produto Interno Bruto

PIN Programa de Integração Nacional

PLANSAB Plano Nacional de Saneamento Básico

PMSB Plano Municipal de Saneamento Básico

PNQA Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas

PNRH Plano Nacional de Recursos Hídricos

PNT Plano Nacional de Turismo

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PPM Pesquisa Pecuária Municipal

PPP Princípio Poluidor Pagador

PPU Preços Públicos Unitários

PROBIO Nacional de Ações Integradas Público-Privadas para a Biodiversidade

PRONABIO Programa Nacional da Diversidade Biológica

27
PSB Plano de Segurança de Barragens

RAIS Relação Anual de Informações Sociais

RMBH Região Metropolitana de Belo Horizonte

RPPNs Reservas Particulares do Patrimônio Natural

S2ID Sistema Integrado de Informações sobre Desastres

SAAE Sistema Autônomo de Água e Esgoto

SEDEC Secretaria Nacional de Defesa Civil

SEMAD Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

SES Sistemas de Esgotamento Sanitário

Setur-MG Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais

SGM Mineração e Transformação Mineral

SIAGAS Sistema de Informações de Águas Subterrâneas

SIG Sistema de Informações Geográfica

SIGBM Sistema Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração

SIN Sistema Interligado Nacional

SisCAH 1.0 Sistema Computacional para Análises Hidrológicas

SISEMA Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

SNISB Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens

SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza

SPE Sociedade de Propósito Específico

SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats

TCN Terceira Comunicação Nacional do Brasil

TR Termo de Referência

UC Unidade de Conservação

UF Unidades da Federação

UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

28
UHE Usina Hidrelétrica

UPGRH Unidade de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos

US Uso Sustentável

UTE Usina Termoelétrica

WMO World Meteorological Organization

WWF World Wide Fund for Nature

ZCAS Zona de Convergência do Atlântico Sul

29
APRESENTAÇÃO

O presente documento corresponde ao RF01 - Plano Diretor de Recursos Hídricos da


Bacia do Rio Paraopeba SF3; que reúne todo conteúdo elaborado e revisado dos
produtos RP02, RP03 e RP04, relativos ao Contrato celebrado entre o IGAM e a
Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos (COBRAPE). Este documento
concentra todos os conteúdos apresentados no plano, revisados e consolidados.

O Termo de Referência, parte integrante do contrato, estabeleceu o desenvolvimento


dos seguintes produtos:

• RP01 - Plano de Trabalho para Elaboração do PDRH do Rio Paraopeba;

• RP02 - Revisão do Relatório do Diagnóstico da Bacia do Rio Paraopeba;

• RP03 - Relatório dos Cenários e Prognósticos da Bacia do Rio Paraopeba;

• RP04 - Plano de Ação e Diretrizes e Critérios para Aplicação dos Instrumentos


de Gestão dos Recursos Hídricos na Bacia do Rio Paraopeba;

• RP05 - Relatório Parcial do PDRH do Rio Paraopeba;

• RF01 - Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba: SF3;

• RF02 - Resumo Executivo do Plano Diretor de Recursos Hídricos;

• RF03 - Sistema de Informações Geográficas (SIG) para o Plano Diretor de


Recursos Hídricos.

30
1. INTRODUÇÃO

O presente relatório - RF01 - Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio


Paraopeba SF3 - apresenta o conteúdo dos relatórios anteriores: RP02 - Revisão do
Relatório do Diagnóstico da Bacia do Rio Paraopeba, TOMO I e II; RP03 - Relatório dos
Cenários e Prognósticos da Bacia do Rio Paraopeba; e RP04 - Plano de Ação e
Diretrizes e Critérios para Aplicação dos Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos
na Bacia do Rio Paraopeba. Desta forma, neste relatório poderá ser observado todo
conteúdo apresentado dentro do âmbito do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia
do Rio Paraopeba, revisado e consolidado.

O conteúdo disponibilizado entre os Capítulos 2 e 16 são decorrentes da etapa de


Diagnóstico, produto do relatório RP02 - Revisão do Relatório do Diagnóstico da Bacia
do Rio Paraopeba, TOMO I e II, no qual são apresentados temas ligados à
caracterização geral da Bacia do Paraopeba, o qual compreende a caracterização das
disponibilidades e demandas hídricas, além dos resultados de balanço hídrico e áreas
de conflito. O objetivo em geral foi atualizar e complementar as informações já existentes
do PDRH, a partir da espacialização das informações apresentadas em mapas
temáticos, de forma a facilitar uma análise que integre os componentes inerentes à
bacia, e assim, subsidiar a consolidação de um diagnóstico realista da região.

É importante destacar que todos os mapas foram elaborados com a base cartográfica
disponibilizada pelo IGAM, em escala 1:50.000. Todos os shapefiles utilizados ao longo
do Plano serão incluídos no RF03: Relatório Final, contendo a arquitetura do Sistema
de Informações Geográficas.

Já o conteúdo apresentado entre os Capítulos 17 e 19 caracterizam a etapa de


Prognóstico, produto do relatório RP03 - Relatório dos Cenários e Prognósticos da Bacia
do Rio Paraopeba, que consiste na construção de alternativas de análise e,
consequentemente, escolha para o encaminhamento de projetos e propostas de
desenvolvimento, em função das variáveis estudadas e analisadas na etapa de
diagnóstico, e também de acordo com os anseios locais, sempre em consonância com
os horizontes de planejamento de 5 anos (curto prazo), 10 anos (médio prazo), 15 e 20
anos (longo prazo). O resultado desta etapa é a consolidação de uma “visão de futuro”,
a partir da análise de um conjunto de cenários que resultaram numa envoltória de
soluções para compatibilização das demandas e disponibilidade hídricas, nas áreas
estratégicas da bacia, em função das variáveis estabelecidas como eixos estratégicos
da cenarização.

31
Na sequência, o conteúdo apresentado entre os Capítulos 20 e 25 formam o Plano de
Ações, produto do relatório RP04 - Plano de Ação e Diretrizes e Critérios para Aplicação
dos Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos na Bacia do Rio Paraopeba, que
teve como objetivo traçar os objetivos e as metas do Plano, considerando horizonte de
20 anos, alinhados às suas necessidades, subsidiando assim, a formulação de meios
para que se alcance o futuro desejado.

O Capítulo 26 disponibiliza o relatório das Consulas Públicas, que descreve como


estes eventos ocorreram, formas de divulgação que foram utilizadas, datas,
localidades, dúvidas dos participantes.

Por fim, o Capítulo 27 apresenta todas as Conclusões relativas ao PDRH


Paraopeba.

As Referências Bibliográficas utilizadas ao longo da elaboração do PDRH são


apresentadas ao final deste relatório, bem como o Apêndice I relativo ao RP04 - Plano
de Ação e Diretrizes e Critérios para Aplicação dos Instrumentos de Gestão dos
Recursos Hídricos na Bacia do Rio Paraopeba.

Sendo assim, este documento refere-se ao Plano Diretor como um todo, é a versão final
e consolidada, que tem como horizonte de planejamento 20 anos, para a Bacia do Rio
Paraopeba. Aqui estão reunidos todos os temas estudados, metodologias empregadas
e resultados obtidos. Este documento deverá guiar a Gestão de Recursos Hídricos na
Bacia, e deverá ser revisado sempre que o Comitê apontar essa necessidade.

32
2. MEIO FÍSICO

A Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba encontra-se na região sudeste do Estado de


Minas Gerais, e corresponde a cerca de 2% da área da Bacia do Rio São Francisco, o
qual engloba parcialmente mais seis Unidades Federativas: Bahia, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe, Goiás e o Distrito Federal.

Abrangendo uma área de 13.643 km², equivalente a 2,5% da área total de Minas Gerais,
a Bacia do Rio Paraopeba compreende 48 municípios, dos quais 35 possuem suas
sedes municipais dentro da Bacia, 21 são englobados parcialmente e 14 fazem parte da
Região Metropolitana de Belo Horizonte (FEAM, 2011). O Quadro 2.1 apresenta um
resumo das características espaciais dos municípios na bacia hidrográfica do rio
Paraopeba.

Quadro 2.1 - Municípios pertencentes à bacia


Área
População Está
dentro da População Tem sede
Município Área (km²) dentro da completo
bacia Total (hab.) na bacia?
bacia (hab.) na bacia?
(km²)1
Belo Vale 365,93 365,29 7.536 7.530 Não Sim
Betim 343,86 343,48 378.089 377.228 Não Sim
Bonfim 301,87 301,87 6.818 6.818 Sim Sim
Brumadinho 639,44 635,76 33.973 33.520 Não Sim
Cachoeira da
61,38 61,38 3.654 3.654 Sim Sim
Prata
Caetanópolis 156,04 156,04 10.218 10.218 Sim Sim
Casa Grande 157,73 145,39 2.244 2.133 Não Sim
Congonhas 304,07 303,22 48.519 48.519 Não Sim
Conselheiro
370,25 359,17 116.512 116.418 Não Sim
Lafaiete
Contagem 195,05 110,15 603.442 173.859 Não Não
Cristiano Otoni 132,87 122,60 5.007 4.927 Não Sim
Crucilândia 167,17 166,86 4.757 4.753 Não Sim
Curvelo 3.296,22 1.210,95 74.219 5.998 Não Não
Desterro de
377,17 204,17 7.002 1.843 Não Não
Entre Rios
Entre Rios de
456,80 456,41 14.242 14.240 Não Sim
Minas
Esmeraldas 909,69 841,25 60.271 46.058 Não Sim
Felixlândia 1.554,64 211,96 14.121 331 Não Não
Florestal 194,24 185,89 6.600 6.541 Não Sim
Fortuna de
198,71 198,71 2.705 2.705 Sim Sim
Minas
Ibirité 72,57 71,60 158.954 151.981 Não Sim
Igarapé 110,94 110,94 34.851 34.851 Sim Sim
Inhaúma 245,00 245,00 5.760 5.760 Sim Sim

1 Área calculada pelo software ArcGIS 10.5.1.

33
Área
População Está
dentro da População Tem sede
Município Área (km²) dentro da completo
bacia Total (hab.) na bacia?
bacia (hab.) na bacia?
(km²)1
Itatiaiuçu 295,15 153,64 9.928 8.650 Não Sim
Itaúna 495,77 58,74 85.463 565 Não Não
Itaverava 284,22 16,97 5.799 210 Não Não
Jeceaba 236,25 236,25 5.395 5.395 Sim Sim
Juatuba 97,17 97,17 22.202 22.202 Sim Sim
Lagoa
476,70 293,54 12.256 3.466 Não Não
Dourada
Maravilhas 261,61 179,22 7.163 5.773 Não Sim
Mário Campos 35,20 35,20 13.192 13.192 Sim Sim
Mateus Leme 301,38 301,18 27.856 27.855 Não Sim
Moeda 155,11 151,81 4.689 4.636 Não Sim
Ouro Branco 258,73 150,14 35.268 33.544 Não Sim
Ouro Preto 1.245,87 63,70 70.281 375 Não Não
Papagaios 553,58 442,70 14.175 4.409 Não Não
Pará de Minas 551,25 172,98 84.215 4.309 Não Não
Paraopeba 625,63 540,91 22.563 22.272 Não Sim
Pequi 203,99 203,07 4.076 4.073 Não Sim
Piedade dos
259,64 259,39 4.640 4.638 Não Sim
Gerais
Pompéu 2.551,09 714,96 29.105 1.468 Não Não
Queluzito 153,56 153,56 1.861 1.861 Sim Sim
Resende
618,32 131,01 10.913 462 Não Não
Costa
Rio Manso 231,54 231,42 5.276 5.275 Não Sim
São Brás do
110,02 110,02 3.513 3.513 Sim Sim
Suaçuí
São Joaquim
71,76 71,76 25.537 25.537 Sim Sim
de Bicas
São José da
205,50 205,33 4.198 4.196 Não Sim
Varginha
Sarzedo 62,13 62,13 25.814 25.814 Sim Sim
Sete Lagoas 536,65 176,96 214.152 6.224 Não Não
Total 21.489,45 12.021,86 2.349.024 1.299.802 - -
FONTE: COBRAPE, 2018.

A área de estudo abrangida pelo PDRH do Rio Paraopeba corresponde a cerca de 90%
da extensão total da bacia hidrográfica, englobando 12.054 km²2 desde as nascentes
do Rio Paraopeba até seu desague na represa se Três Marias, em Felixlândia (IGAM,
2013), correspondendo a Unidade de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos –
UPGRH SF3: Rio Paraopeba.

A unidade, por sua vez, faz divisa a noroeste com a UPGRH-SF4: Entorno da represa
de Três Marias; a leste com a UPGRH-SF5: Rio das Velhas; a oeste com a UPGRH-

2 Área apresentada em http://portalinfohidro.igam.mg.gov.br/publicacoes-tecnicas/qualidade-


das-aguas/6023-qualidade-das-aguas-superficiais.

34
SF2: Rio Pará; e ao Sul com as UPGRH-DO1: Rio Piranga e com a UPGRH-GD2: Rios
das Mortes.

O corpo principal da Bacia é o rio homônimo, o qual tem sua nascente localizada no
extremo sul da Serra do Espinhaço, no município de Cristiano Otoni, e que percorre uma
distância de 550 km aproximadamente até seu exutório no Rio São Francisco, entre os
limites dos municípios de Felixlândia e Pompéu. Seus principais afluentes são: Rio
Maranhão, Rio Pequeri, Ribeirão Casa Branca, Ribeirão Grande, Ribeirão Sarzedo,
Ribeirão Betim, Ribeirão Macacos, Ribeirão Cedro e Ribeirão São João na margem
direita; e Rio Brumado, Rio da Prata, Rio Macaúbas, Rio Manso, Ribeirão Serra Azul e
Rio Pardo na margem esquerda (IGAM, 2013).

As diferenciações entre os limites da Bacia Hidrográfica e a área abrangida pelo PDRH


do Rio Paraopeba podem ser visualizados na Figura 2.1.

35
45°0'0"O 44°0'0"O

Limite da Bacia do Rio


Paraopeba e Área de
Abrangência do
PDRH

UPGRH SF4
Entorno de Três Marias Curvelo
!
P
BA
MT
DF
GO

19°0'0"S 19°0'0"S
UPGRH SF5 Belo Horizonte ES
Rio das Velhas ^
MS

SP
RJ
Pompéu
!
P

Sete Lagoas UPGRH DO3


!
P Rio Santo
Antônio

UPGRH SF2
Rio Pará
UPGRH SF1
Esmeraldas
!
P
R io

Afluentes do Alto
São Francisco
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P UPGRH DO2
Rio Piracicaba
20°0'0"S UPGRH SF5 Ibirité 20°0'0"S
Rio das Velhas
!
P
Itaúna
!
P

Rio Par ao
pe Ouro Preto
ba
!
P
UPGRH SF4
Entorno de Três Marias Congonhas
!
P

Conselheiro Lafaiete
UPGRH SF3 !
P
Rio Paraopeba
UPGRH DO1
Rio Piranga

±
0 10 20 40 km
UPGRH SF2 UPGRH GD2 1:1.450.000
21°0'0"S
Rio Pará Rio das Mortes e Rio Jacaré DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Limite UPGRH !
P Principais Sedes Municipais

Diferença entre a delimitação da Bacia Limite Municipal


Hidrográfica do Rio Parapeba e a UPGH SF3 Hidrografia Principal
Limite da Bacia Hidrográfica Limite SF3: Rio Paraopeba
do Rio Paraopeba Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba

FONTE: IGBE, 2014; IBGE, 2015;


IGAM, 2009 adaptado; IGAM 2015.
Segundo os fundamentos da Lei 9.433/97 apresentados no seu Capítulo I, a bacia
hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Desta
forma, este aspecto é fundamental para a proposta de subdivisão de sub-bacias, não
podendo as mesmas ser divididas pelos limites municipais. Outro aspecto relevante é a
futura possibilidade de cotejamento entre as disponibilidades e demandas, respeitando
a continuidade da hidrografia da região. Além disso, foram observadas as características
físicas, as quais estão apresentadas a seguir. Assim, considerando todos esses critérios
a Figura 2.2 apresenta a subdivisão da bacia hidrográfica do rio Paraopeba em sub-
bacias.

37
45°0'0"O 44°0'0"O

Limite das Sub-bacias

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Sub-Bacias !
P Principais Sedes Municipais
Alto Limite Municipal
Médio Hidrografia Principal
Limite SF3: Rio Paraopeba
Baixo
Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
FONTE: COBRAPE, 2018.
Quanto ao acesso à região, apresentado na Figura 2.3, as principais rodovias federais
localizadas nesta são a BR-040, que liga a Bacia de Norte a Sul, ligando Minas Gerais
aos estados de Goiás e Rio de Janeiro; a BR-262 que corta de forma longitudinal a
Bacia e o Estado, ligando estes a Goiás e Espírito Santo, enquanto o acesso aos
estados da Bahia e São Paulo se dão pelas BR-135 e 251, e BR-040 e BR-381 até a
BR-116, respectivamente (DNIT, 2016).

Já as principais rodovias estaduais presentes na área de estudo são a MG-420, MG-


423, MG-238, MG-155, além das MG-060, MG-050 e MG-040, que ligam os eixos ao
norte, centro e sul, respectivamente, à capital do estado, Belo Horizonte por meio da
BR-262 e BR-381.

Encontram-se, também, na Bacia a ferrovia transversal EF-262, que liga os estados de


Minas Gerais e Espírito Santo passando pelas capitais e transporta principalmente
derivados de petróleo, cimento, calcário, farelo de soja, trigo e soja; e dá acesso a EF-
040, ferrovia longitudinal que inicia no Distrito Federal e cruza o estado mineiro até a
capital do Rio de Janeiro.

39
45°0'0"O 44°0'0"O

Principais Acessos

MG-25
9
5
-41
MG

MG-259 Curvelo
!
P

MG-229

19°0'0"S 19°0'0"S

MG
-0
60
BR

1
-1

MG-23
0
Pompéu MG-42 35
!
P
MG
-32
MG-176

38
-2
0
-01

G
MG

M
164

Sete Lagoas MG
M

!
P
MG-

-4
-0

24
60

0
-02
434
BR
MG-

MG
Esmeraldas
1

!
P -0
-43

R io

BR 40
MG

Pa

- 26 MG-818
MG-0

436
ra

MG 2 Pará de Minas
o
70

!
P
pe

-25

MG-
-1

60
ba

2
MG

MG-252 Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte

MG-12
BR -

20°0'0"S MG 040 20°0'0"S


-42
9 MG- !
P
!
P
494

Ibirité

9
Itaúna MG-4 BR
31 - 35
6
0
-05
MG
MG

MG
-26 Ouro Preto
0 !
P
-16
4

MG-260 3
CongonhasG-44
81 !
P M
BR - 4

-3 MG
BR -2
70
94
BR

Conselheiro Lafaiete
!
P
- 35
4

9
-36

±
MG 0 10 20 40 km
MG
-3
5 35 1:1.450.000
-33
21°0'0"S MG DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Ferrovias Rodovias Estaduais !
P Principais Sedes Municipais
Rodovias Federais Duplicada Limite Municipal
Duplicada Em duplicação Hidrografia Principal
Em duplicação Pavimentada Limite SF3: Rio Paraopeba
Pavimentada Em pavimentação Reservatório
Em pavimentação Implantada Municípios SF3: Rio Paraopeba
Implantada Em implantação
Leito natural Leito natural
Planejada Planejada FONTE: DNIT, 2016.
2.1. Hipsometria e Declividade

Outro tema importante, que interfere em diversas características da bacia é a


hipsometria e a declividade. Esses dados foram obtidos através do projeto Brasil em
Relevo, elabora pela Embrapa Monitoramento por Satélite. Este produto foi gerado a
partir de dados de radar, obtidos de sensores a bordo do ônibus espacial Endeavour,
no projeto SRTM (em inglês, Shuttle Radar Topography Mission), uma parceria das
agências espaciais dos Estados Unidos (NASA e NIMA), Alemanha (DLR) e Itália (ASI),
com escala de 90 metros e dispõe-se de uma medida altimétrica precisa.

Através da análise da carta hipsométrica, observa-se que a porção norte da bacia - no


Domínio Geomorfológico da Depressão do São Francisco - concentra as menores
altitudes topográficas da área de estudos. Esse baixo altimétrico ocorre ao longo do
canal principal do rio Paraopeba. Já os pontos de maior altitude estão localizados ao sul
da bacia, representados geomorfologicamente pelo Planalto dos Campos das
Vertentes. É importante destacar que aproximadamente na porção média da bacia do
Paraopeba ocorre a chamada Serra do Quadrilátero Ferrífero, caracterizada por uma
seção de grande altitude logo após da afluência do Rio Veloso e do Ribeirão Casa
Branca (Figura 2.4). A apresentação da hipsometria também tem como intuito a
identificação de altitudes superiores a 1.800 m, que caracterizariam de acordo com o
Código Florestal as chamadas APPs (Áreas de Preservação Permanente), no entanto,
a máxima altitude registrada na área não ultrapassou a cota 1603m.

Com relação às declividades verificadas na área da Bacia Hidrográfica do Rio


Paraopeba, a elaboração da chamada “carta de declividades” (Figura 2.4) foi feita
através dos dados de relevo, utilizando o software de geoprocessamento. A declividade
também pode possibilitar a identificação de possíveis APPs que, de acordo com o
Código Florestal, são caracterizadas por áreas com inclinação superior a 45° (encosta),
e são apresentadas no item 3.4.

Além desta caracterização, esta carta também possui grande utilidade na análise das
regiões com maior propensão à geração de escoamento superficial (run off) - neste caso
referindo-se às áreas de maior declividade – ou com maior propensão à infiltração direta
– neste caso referindo-se às porções planas da bacia ou ao menos de menor
declividade.

Valendo-se destas correlações e observando a carta de declividades gerada,


percebemos que as maiores declividades se concentram na porção média da bacia,
justamente na Serra do Quadrilátero Ferrífero, com densidade muito fraca de
aprofundamento da drenagem e consequente prevalecimento do escoamento

41
superficial. Este tema apresenta forte correlação com os eventos críticos que serão
apresentados no Capítulo 7.

Já os terrenos de baixa declividade estão localizados principalmente no curso baixo do


rio Paraopeba e ao longo do curso do Rio Pardo - correlacionados fortemente com a
existência de materiais geológicos pertencentes ao período fanerozóico.

42
45°0'0"O 44°0'0"O 45°0'0"O 44°0'0"O

Hipsometria Declividade

Curvelo Curvelo
!
P !
P

19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu Pompéu
!
P !
P

Sete Lagoas Sete Lagoas


!
P !
P

Esmeraldas Esmeraldas
!
P
R io

!
P

R io
Pa

Pa
ra

Pará de Minas

ra
Pará de Minas
op

!
P

op
!
P
eb

eb
Belo Horizonte Belo Horizonte
a

Contagem

a
!
P !
P Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S Ibirité
!
P 20°0'0"S
!
P
20°0'0"S
Itaúna Itaúna
!
P !
P

Ouro Preto Ouro Preto


!
P !
P
Congonhas Congonhas
!
P !
P

Conselheiro Lafaiete Conselheiro Lafaiete


!
P !
P

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000 DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S 21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O 45°0'0"O 44°0'0"O


Legenda Legenda
Convenções Cartográficas
Altimetria (m) 960 - 1.060 Declividade (%) 20 - 30 !
P Principais Sedes Municipais
560 - 660 1.060 - 1.160 30 - 40
0-6 Limite Municipal
660 - 760 1.160 - 1.260 40 - 50
6 - 12 Hidrografia Principal
760 - 860 1.260 - 1.360 50 - 80
12 - 20
860 - 960 >1360 Limite SF3: Rio Paraopeba
> 80
Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
FONTE: EMBRAPA, 2006 FONTE: COBRAPE, 2018
2.2. Clima e Precipitação

Este subitem trata de elementos que possuem relação com o ciclo hidrológico da bacia
hidrográfica. O estudo do clima da região é fundamental para se conhecer a dinâmica
do ciclo hidrológico, pois a partir do estudo de características como o grau de umidade
e da temperatura, é possível associar tais comportamentos ao regime de precipitação
observado que, além de possibilitar a determinação dos períodos seco e chuvoso em
função da sazonalidade, possui uma relação direta com as disponibilidades hídricas,
superficial e subterrânea, da bacia hidrográfica.

Desta forma, a área de estudo do PDRH do Rio Paraopeba encontra-se em dois


subtipos climáticos, conforme a classificação de Köppen: Cwa e Cwb (Alvares et al.,
2013), ambos correspondendo a clima temperado úmido com inverno seco, porém
diferenciados quanto ao verão quente e temperado, respectivamente. Já segundo
classificação climática proposta pelo IBGE (2002), apresentada na Figura 2.5, a bacia
encontra-se localizada na zona climática Tropical Central, classificada como semi-úmido
toda a região da bacia. Próximo ao exutório encontra-se a área identificada com as
maiores temperaturas, acima de 18º C durante todo ano. Já na porção central, a média
fica entre 15º e 18º C, sendo então denominada de subquente. Tais áreas
corresponderiam, aproximadamente, às áreas de clima Cwa segundo Köppen;
enquanto na região das nascentes a temperatura média cai para entre 10º e 15º C,
classificando-a, portanto, como mesotérmica branda e coincidente com o subtipo Cwb
já citado.

Quanto à precipitação média anual, esta varia na faixa entre 1200 mm e 1600 mm
(CPRM, 2013), sendo ao norte da bacia a região mais seca, mais especificamente o
município de Curvelo apresenta os menores índices. No outro extremo encontra-se o
sul da bacia, onde se verificam o maior número de dias chuvosos, atingindo a marca de
130 dias chuvosos por ano e a porção central da área de estudo, com valores de 1500
mm anuais na extensão das serras da Moeda, Três Irmãos, Serra Azul e na região de
Resende Costa e Lagoa Dourada (IGAM, 2005). Ou seja, nota-se que de maneira geral,
a parte alta da bacia é mais úmida com clima mesotérmico, evoluindo para um clima
quente, com precipitação menor na parte baixa da bacia. Dessa forma, é notável que o
relevo da região tem grande influência, tanto no clima como na disposição das chuvas
na bacia, como mostra a Figura 2.5.

Analisando conjuntamente o Atlas Digital das Águas de Minas (2010), verifica-se


comportamento semelhante das chuvas para a região, sendo a porção do médio
Paraopeba o que apresenta os maiores volumes precipitados, registrando de 1380 mm

44
a 1505 mm anuais. Da mesma forma, também avaliado o Estudo de Avaliação da
Precipitação em Bacias do Estado (IGAM, 2014), porém tanto neste como no Altas
Digital, os dados generalizados para o Estado ou para a Bacia do Rio São Francisco,
além da ausência de dados georreferenciados não permitiu que uma análise mais
profunda fosse realizada.

45
45°0'0"W 44°0'0"W
45°0'0"W 44°0'0"W

Precipitação Clima

Curvelo Curvelo
P
! P
!

19°0'0"S 19°0'0"S
19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu Pompéu
P
! P
!

Sete Lagoas Sete Lagoas


P
! P
!

Esmeraldas Esmeraldas
P
!
R io

P
!

R io
Pa

Pa
ra

Pará de Minas

ra
Pará de Minas
op

P
!

op
P
!
eb

Belo Horizonte

e
Belo Horizonte
a

ba
Contagem
P
! P
! Contagem
P
!
P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S Ibirité
P
! 20°0'0"S
P
!
20°0'0"S
Itaúna Itaúna
P
! P
!

Ouro Preto Ouro Preto


P
! P
!
Congonhas Congonhas
P
! P
!

Conselheiro Lafaiete Conselheiro Lafaiete


P
! P
!

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000 DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda Legenda
Precipitação Convenções Cartográficas
Clima Tropical Brasil Central
1.200 mm P Principais Sedes Municipais
!
Quente - média > 18° C em todos os meses, semi-
1.300 mm úmido 4 a 5 meses secos Limite Municipal
1.400 mm Subquente - média entre 15 e 18 ° C em pelo menos Hidrografia Principal
1.500 mm 1 mês, semi-úmido 4 a 5 meses secos Limite SF3: Rio Paraopeba
1.600 mm Mesotérmico brando - média entre 10 e 15° C, semi- Reservatório
úmido 4 a 5 meses Municípios SF3: Rio Paraopeba
FONTE: CPRM, 2013. FONTE: IBGE, 2002.
2.3. Geologia e Geomorfologia

O conhecimento da geologia e geomorfologia da região permite a interpretação do


comportamento de diversas características físicas de uma bacia hidrográfica, como a
pedologia, hipsometria, suscetibilidade à erosão, dentre outras. Além disso, exercem
grande influência na formação geológica dos aquíferos artesianos, que por sua vez
permitem o estudo da potencialidade dos mesmos, do ponto de vista da exploração
econômica das águas subterrâneas.

Assim, a Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba encontra-se no contexto fisiográfico do


Alto São Francisco: inserida na porção meridional do Cráton do São Francisco, o qual
compreende uma grande área da parte mineira da Bacia do Rio São Francisco, quase
a totalidade da parte baiana, além das porções nos estados de Goiás, Pernambuco e
Sergipe (CARVALHO, 2014).

Ao analisar a geocronologia da formação da região, verifica-se que a porção central do


é predominantemente de idade arqueana, onde se encontram as duas principais
unidades litoestratigráficas da Bacia: o Complexo Belo Horizonte e o Complexo do
Bonfim. Já nas cabeceiras do Paraopeba, verifica-se principalmente a formação da
Suíte Alto Maranhão que é de idade proterozóica e do arqueano de Nova Lima em
menor área, enquanto no exutório da bacia há dominância da Formação Serra de Santa
Helena também de idade proterozóica e de Cobertura Detrito-Laterítica Neo-
Pleistocênica. A listagem das unidades, agrupadas conforme suas respectivas idades
de formação, pode ser verificada no Quadro 2.2.

47
Quadro 2.2 - Geocronologia das Unidades Litoestratigráficas

Éon Era Período – Época Unidade Litoestratigráfica


Complexo Monsenhor Isidro
-* -* Nova Lima
Rochas Metaultramáficas Arqueanas
Complexo Bonfim
Complexo Divinópolis
Mesoarqueana -*
Maquiné
Rio das Velhas
Caraça
Arqueano

Complexo Belo Horizonte


Complexo Lavras
Formação Santo Amaro
Gnaisse Souza Noschese
Granito Itaúna
Neoarqueana -*
Granitóides sin a tarditectônicos
Neoarqueanos
Granodiorito Santana do Paraopeba
Piracicaba
Quartzo-Monzodiorito Bom Jardim
Tonalito Samambaia
Complexo Serra da Jabitacá
-* Grupo Sabará
Minas
Formação Cauê
Formação Gandarela
Paleoproterozóica
Sideriano Itabira
Proterozóico

Rochas metabásicas proterozóicas


indiferenciadas
Itacolomi
Riaciano
Suíte Alto Maranhão
-* Formação Três Marias
Formação Serra de Santa Helena
Neoproterozóica Lagoa do Jacaré
Criogeniano
Membro Lagoa Santa
Membro Pedro Leopoldo
Paleógeno Oligoceno Cobertura Detrito-Laterítica Paleogênica
Fanerozóico

Neógeno Formação Juatuba


Quaternário Cobertura Detrito-Laterítica Neo-
Cenozóica
Pleistoceno Superior Pleistocênica
Quaternário Aluviões Holocênicos
Holoceno Terraços Holocênicos
Observação -*: sem especificação de era e/ou período-época.
FONTE: IBGE, 2017; ICS, 2017; CPRM, 2010.

Quanto às unidades geomorfológicas, as unidades de Depressão do Alto e Médio Rio


São Francisco são as que apresentam os terrenos mais díspares do restante da bacia:
encontram-se, nestas, especificamente o domínio das coberturas Cenozóicas Detrito-
Lateríticas e Sedimentares Proterozóicas não ou muito pouco dobradas e
metamorfizadas.

48
As demais apresentam configuração similar, ou seja, maior presença do domínio do
Complexo Granito-gnaisse-Migmatítico e Granulitos encontram-se nos Patamares de
Belo Horizonte e de Oliveira. O domínio dos Complexos Granitóides deformados
também é verificado nestas unidades, entretanto, são encontrados principalmente na
unidade dos Planaltos dos Campos de Vertentes e ocupam grande área na unidade de
Serranas de Pará de Minas.

Nas Serras do Quadrilátero Ferrífero localiza-se, ao longo de toda unidade, o domínio


das Sequências Vulcanossedimentares Proterozóicas dobradas metamorfizadas de
baixo a alto grau.

As configurações geomorfológicas descritas, bem como a geocronologia da bacia já


apresentada, podem ver visualizadas na Figura 2.6.

49
45°0'0"O 44°0'0"O 45°0'0"O 44°0'0"O

Unidades e
Geocronologia Domínios
Geomorfológicos

Depressão do Médio
São Francisco
Curvelo Curvelo
P
! P
!

19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu Pompéu Depressão do


P
! P
! Alto São Francisco

Sete Lagoas Sete Lagoas


P
! P
!

Patamares de
Belo Horizonte
Serranias de
Esmeraldas Pará de Minas Esmeraldas
P
!
R io

P
!

R io
Pa

Pa
ra

Pará de Minas

ra
Pará de Minas
op

P
!

op
P
!
eb

eb
Belo Horizonte Belo Horizonte
a

Contagem

a
P
! Contagem
P
! P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S 20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
! P
!
Itaúna Itaúna Serras do
P
! P
! Quadrilátero Ferrífero

Ouro Preto Ouro Preto


P
! P
!
Planalto de Oliveira
Congonhas Congonhas
P
! P
!

Conselheiro Lafaiete Conselheiro Lafaiete


P
! P
!
Planalto dos
Campos das Vertentes

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000 DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S 21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O 45°0'0"O 44°0'0"O


Legenda Convenções Cartográficas Legenda
Arqueano Fanerozóico P Principais Sedes Municipais
! Limites das Unidades Morfológicas Sequências Vulcanossedimentares Proterozóicas
Arqueano Cenozóica Paleógeno Oligoceno Limite Municipal dobradas metamorfizadas de baixo a alto grau
Domínio
Arqueano Mesoarqueana Cenozóica Neógeno Coberturas Sedimentares Proterozóicas, não ou muito
Hidrografia Principal Sequências Vulcanossedimentares tipo Greenstone Belt,
Arqueano Neoarqueana Cenozóica Quaternário Pleistoceno pouco dobradas e metamorfizadas.
Limite SF3: Rio Paraopeba Arqueano até o Mesoproterozóico
Superior Sequências sedimentares Proterozóicas dobradas,
Proterozóico Reservatório Complexo Granito-gnaisse-Migmatítico e Granulitos metamorfizadas em baixo grau a médio grau
Cenozóica Quaternário Holoceno
Paleoproterozóica Municípios SF3: Rio Paraopeba Complexos Granitóides intensamente deformados: Coberturas Cenozóicas Detrito-Lateríticas
Paleoproterozóica Sideriano ortognaisses
Sedimentos Cenozóicos inconsolidados ou pouco
Paleoproterozóica Riaciano Corpos Máficos-Ultramáficos (suítes komatiiticas, suítes consolidados, depositados em meio aquoso.
toleíticas, complexos bandados)
Neoproterozóica Domínio dos sedimentos Cenozóicos pouco a
Complexos Granitóides deformados moderadamente consolidados associados a Tabualeiros
Neoproterozóica Criogeniano
FONTE: IBGE, 2017. FONTE: IBGE, 2017; CPRM, 2010.
2.4. Tipo de Solo e Aptidão do Solo

Conforme mencionado anteriormente, os tipos de solo e, consequentemente, sua


aptidão agrícola, estão associados às províncias geológicas que compõem a região da
bacia hidrográfica. As formações mais antigas, predominantemente compostas por
rochas metamórficas, costumam ter menos aptidão à agricultura, em função de
possuírem solos pouco profundos, que não costumam ser muito férteis. Por outro lado,
as formações geológicas mais recentes se caracterizam por serem compostas por
rochas ígneas e sedimentares, que se traduzem em solos profundos, com porosidades
mais elevadas, sendo bem drenados, e associados às regiões com poucas declividades.
Esse tema poderá ser fundamental na definição de áreas de expansão agrícola, na
etapa de prognóstico.

A classe de solo mais presente na área do PDRH do Rio Paraopeba é o Latossolo,


verificado em cerca da metade da extensão do SF3, sendo o Cambissolo Háplico
também encontrado em grande parte da bacia. O Quadro 2.3 e a Figura 2.7 -
apresentam as classes e distribuição de solos identificados na área de estudo, enquanto
a Figura 2.8 apresenta a espacialização e suas respectivas abrangências na bacia.

Quadro 2.3 - Classes de solos encontradas no SF3: Rio Paraopeba

Tipo solo Área (km²) Composição

Argissolo Vermelho Distrófico 167,7 1,4%


Argissolo Vermelho Eutrófico 290,7 2,4%
Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico 1.338,5 11,1%
Cambissolo Háplico Alumínico 620,0 5,2%
Cambissolo Háplico Perférrico 272,3 2,3%
Cambissolo Háplico Tb Distrófico 3.006,1 25,0%
Gleissolo Háplico Tb Distrófico 92,1 0,8%
Latossolo Vermelho Ácrico 154,8 1,3%
Latossolo Vermelho Distrófico 3.694,9 30,7%
Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico 1.792,8 14,9%
Neossolo Litólico Distrófico 215,0 1,8%
Plintossolo Pétrico Litoplíntico 39,2 0,3%
Área urbana 316,4 2,6%
Corpos d’água continental 29,7 0,2%
TOTAL 12.030,2 100,0%
FONTE: IBGE, 2017.

51
Figura 2.7 - Composição das classes de solo

FONTE: IBGE, 2017.

A variação Latossolo Vermelho Distrófico é a mais presente, encontrada em


aproximadamente 31% da localização, principalmente nas regiões de Depressão do
Médio e Alto São Francisco. Estes são solos profundos e bem a acentuadamente
drenados, que embora tenham baixa fertilidade, são em geral muito bem aproveitados
com calagem e adubação. Ainda do mesmo grupo, verifica-se em grande área (cerca
de 15% do SF3), o Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico, no qual o maior impedimento
para seu aproveitamento é a presença de alumínio tóxico para plantas e a também baixa
fertilidade (EMBRAPA, 2004 adaptado; IBGE, 2017).

O Cambissolos, observado majoritariamente nos Planaltos de Oliveira e dos Campos


das Vertentes, são solos mal a moderadamente drenados, poucos profundos e
apresentando fase cascalhenta, pedregosa e/ou rochosa em muitos casos, de forma
que estes são os obstáculos para sua utilização, juntamente com a baixa fertilidade e a
ocorrência em relevos mais acidentados.

Outra classe também identificada em considerável abrangência, sobretudo na porção


central da área de estudo, são os Argissolos, especialmente a variedade Argissolo
Vermelho-Amarelo Distrófico. Esta é caracterizada por solos profundos a pouco
profundos, bem a moderadamente drenados.

52
45°0'0"O 44°0'0"O

Tipos de solo

Curvelo
!
P

CXa
19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P
LVd

PVe
Sete Lagoas
GXbd !
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

PVAd Belo Horizonte


ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna LVw
!
P FFlf

PVd Ouro Preto


!
P
LVAd
RLd CXj
!
P
Congonhas

CXbd Conselheiro Lafaiete


!
P

±
0 10 20 40 km

1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
PVAd - Argissolo Vermelho- GXbd - Gleissolo Háplico Tb !
P Principais Sedes Municipais
Amarelo Distrófico Distrófico Limite Municipal
PVd - Argissolo Vermelho LVAd - Latossolo Vermelho- Hidrografia Principal
Amarelo Distrófico
PVe - Argissolo Vermelho Limite SF3: Rio Paraopeba
CXa - Cambissolo Háplico LVw - Latossolo Vermelho Ácrico Reservatório
Alumínico LVd - Latossolo Vermelho Distrófico Municípios SF3: Rio Paraopeba
CXbd - Cambissolo Háplico Tb RLd - Neossolo Litólico Distrófico
Distrófico
FFlf - Plintossolo Pétrico Litoplíntico
CXj - Cambissolo Háplico Perférrico Área urbana FONTE: IBGE, 2017.
Para a análise de aptidão do solo, encontrou-se duas fontes que abrangem tal tema na
área de estudo: Mapeamento de Solos e Aptidão Agrícola das Terras do Estado de
Minas Gerais, da EMBRAPA (2004); e Geodiversidade do Estado de Minas Gerais
(CPRM, 2010). Visto que o primeiro não possui dados vetoriais disponibilizados e que,
devido a abrangência deste, as análises contidas são demasiadamente generalizadas
para uma melhor avaliação da Bacia do rio Paraopeba, optou-se inserir apenas as
considerações do estudo de Geodiversidade, que possui dados georreferenciados e faz
uma análise aprofundada do Estado.

Dessa forma, verifica-se que, segundo o estudo, as áreas onde se encontra o domínio
de coberturas Cenozóicas Detrito-Lateríticas possuem aspectos positivos para obras de
engenharia já que possuem boa estabilidade em taludes de corte e alta capacidade de
suporte, porém cuidados devem ser tomados quanto à corrosão de estruturas
enterradas devido às altas concentrações de ferro e alumínio. Quanto à agricultura, por
serem constituídos por materiais demasiadamente lixiviados, originam solos de baixa
fertilidade natural, e sua acidez de difícil correção são empecilhos para o
desenvolvimento de tal prática.

Ainda sobre este domínio, ressalta-se que possui alta vulnerabilidade à contaminação
de aquíferos subjacentes, devido suas características químicas e estruturais e por
funcionarem como área de recarga ou estoque temporário para estes.

Já o domínio das coberturas Sedimentares Proterozóicas, não ou muito pouco dobradas


e metamorfizadas possui características desfavoráveis à execução de obras de
engenharia em razão, dentre outras causas, do relevo colinoso na região. O solo
apresenta boa capacidade de retenção de nutrientes e de água, favorecendo a
agricultura. Destaca-se nessa área o potencial turístico proporcionado pela formação de
cavernas, grutas, paredões rochosos expostos e lapiás, muitas destas na região de Sete
Lagoas (CPRM, 2010).

Nesse domínio está inserida a Região do Sinclinal da Moeda, onde possui grande
relevância na história da Bacia do rio Paraopeba, visto que possui grande destaque na
produção do minério de ferro, por estar localizada na região do Quadrilátero Ferrífero.
Além disso, é grande produtor de água por seus aquíferos, uma vez que está inserida
na região do aquífero Cauê.

No domínio dos Complexos Granito-Gnaisse Migmatítico e Granulitos os solos possuem


boa fertilidade natural e não necessitam de irrigação frequente, conveniente ao cultivo
agrícola. Todavia é necessário o manejo adequado do solo, visto que a utilização
contínua de maquinário pesado o compacta excessivamente, tornando-o erosivo. A

54
ocorrência de terrenos montanhosos decorrente do tectonismo atuante nas rochas
locais favorece a exploração turística.

Ainda segundo o estudo, as rochas do domínio dos Complexos Granitóides deformados


apresentam elevado potencial para utilização na construção civil, com aplicações
diversificadas. Para a execução de obras, escavações e perfurações podem ser
dificultadas por causa existência de blocos de rocha conservados em meio ao manto de
alteração.

O ambiente geológico existente no domínio das Sequências Vulcanossedimentares


Proterozóicas dobradas metamorfizadas de baixo a alto grau apresenta potencial para
a exploração de areia e quartzito para em revestimento, rocha ornamental, cimento, cal
e além de oportuno à existência de depósitos de ferro e manganês.

55
3. MEIO BIÓTICO

3.1. Biomas e Vegetação

Os biomas e as vegetações observados na bacia possuem uma associação direta com


o clima da região, sendo elementos importantes para a sustentabilidade do balanço
hídrico, do ponto de vista do ciclo hidrológico. Alterações significativas nestes elementos
podem gerar distorções no microclima, em decorrência das condições físicas
específicas, e como consequência alterar o comportamento das precipitações e das
vazões ao longo do tempo. Outro aspecto importante se dá pela caracterização
socioeconômica, ou seja, a sua ligação com a aquicultura e turismo.

Assim, a Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba encontra-se na área de transição dos


Biomas Cerrado e Mata Atlântica, no entanto, o bioma predominante é o Cerrado, sendo
este 54% da superfície total da bacia, conforme é ilustrado no gráfico da Figura 3.1. A
bacia é bem dividida, sendo a parte alta da mesma o cerrado e a baixa a mata atlântica
(Figura 3.2).

Figura 3.1 - Representação dos Biomas

FONTE: COBRAPE, 2018.

A região do cerrado apresenta uma grande heterogeneidade de ambientes,


compreendendo diversos tipos de comunidades bióticas, condicionadas pela origem
geológica, composição e profundidade do solo, altura do lençol freático e outros fatores,
e cujas fisionomias variam desde formas campestres até florestais (EITEN, 1994).

56
Em relação à vegetação, o cerrado é característico de regiões de clima semiúmido,
formado pela presença marcante de árvores de galhos tortuosos e de pequeno porte
com cascas grossas e raízes profundas. Constata-se nesse bioma a presença de
gramíneas e vegetação espaçada. O solo do cerrado caracteriza-se por apresentar cor
avermelhada em função da grande presença de óxido ferroso. Outra característica do
solo do cerrado é o fato de apresentar pH baixo. A vegetação do Bioma do Cerrado não
possui uma fisionomia única em toda a sua extensão, apresentando desde formas
campestres bem abertas, como os campos limpos de cerrado, até formas relativamente
densas, florestais, como os cerradões (RIBEIRO e WALTER, 2001).

A Mata Atlântica se encontra hoje reduzida a 22% de sua superfície original no Brasil,
com um grande desflorestamento causado pelas atividades humanas. Mesmo reduzida
e muito fragmentada, estima-se que ela abrigue cerca de 20.000 espécies vegetais
(cerca de 35% das espécies existentes no Brasil), incluindo diversas espécies
endêmicas e ameaçadas de extinção.

Em relação à vegetação, a Mata Atlântica é formada por um conjunto de formações


florestais (Florestas: Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Estacional Semidecidual,
Estacional Decidual e Ombrófila Aberta) e ecossistemas associados, como as restingas,
manguezais e campos de altitude. As principais características da Mata Atlântica são:
árvores de médio e grande porte, formando uma floresta fechada e densa; a grande
biodiversidade, com presença de diversas espécies animais e vegetais; árvores de
grande porte responsáveis pela formação de um microclima na mata; e uma fauna rica,
composta por diversas espécies de mamíferos, anfíbios, aves, insetos, peixes e répteis.

57
45°0'0"O 44°0'0"O

Caracterização
dos Biomas

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

BR
-1
Pompéu 35
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
BR - 262
!
P BR
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-0
40
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ra

Pará de Minas
o

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pe
ba

Contagem
!
P P Belo Horizonte
!
20°0'0"S 20°0'0"S
!
P
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Itaúna
!
P
-

Ibirité
494

BR
-3 56
BR - 494

1
- 38
BR

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
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DF Conselheiro Lafaiete
BR

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!
P
-
354

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Biomas !
P Principais Sedes Municipais
Cerrado Limite Municipal
Mata Atlântica Hidrografia Principal
Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Rodovias Federais
Reservatório

FONTE: IBGE, 2006.


Em função das atividades antrópicas desenvolvidas na Bacia a área de cobertura
vegetal nativa vem sendo gradativamente reduzida. Infelizmente, ambos os biomas
apresentam grau avançado de desmatamento, fazendo com que pouca vegetação
nativa seja observada na bacia.

O cerrado, também conhecido como savana tropical brasileira, se encontra em maior


estado de preservação nas unidades de conservação e nas regiões de relevo mais
acidentado, enquanto que nas regiões mais planas da bacia, vem sendo
crescentemente substituído por pastagens e culturas agrícolas.

A Figura 3.3 apresenta a evolução da cobertura vegetal na Bacia, a partir da


comparação da situação original dos biomas (Cerrado e Mata Atlântica) com a situação
atual, a partir do mapeamento realizado em 2008 para o Cerrado e 2013/2014 para a
Mata Atlântica.

A divergência de anos utilizada para cada bioma se deve ao fato de que para a Mata
Atlântica existe a ONG SOS Mata Atlântica que desenvolve periodicamente projetos de
conservação ambiental, produção de dados, mapeamento e monitoramento da
cobertura florestal. No entanto, para o cerrado, o ultimo levantamento encontrado foi
elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente em 2008.

59
45°0'0"O 44°0'0"O

Remanescentes
Florestais

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
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Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
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Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
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BA
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DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Biomas !
P Principais Sedes Municipais
Cerrado Limite Municipal
Mata Atlântica Hidrografia Principal
Remanescentes Limite SF3: Rio Paraopeba
Cerrado Municípios SF3: Rio Paraopeba
Mata Atlântica Reservatório

FONTE: SOSMA, 2013 e MMA, 2008.


3.2. Fauna

A caracterização da fauna nos Planos de Recursos Hídricos trata mais de um elemento


da caracterização biótica da bacia que ajuda a entender melhor o comportamento
hidrológico da região ao longo dos tempos. Apesar de não ter nenhuma aplicação
prática nas estimativas que ocorrerão ao longo do estudo, a caracterização da fauna é
importante para a delimitação de áreas sujeitas à restrição de uso, com vistas à proteção
dos recursos hídricos e de ecossistemas aquáticos.

Da mesma forma que a vegetação varia na vastidão das paisagens do Cerrado, a fauna
local também impressiona pela diversidade de animais que podem ser encontrados
dentro do bioma. Segundo relatório da Conservação Internacional (CI-Brasil), o Cerrado
apresenta uma particularidade quanto à sua distribuição espacial que permite o
desenvolvimento e a localização de diferentes espécies. Enquanto a estratificação
vertical da Mata Atlântica proporciona oportunidades diversas para o estabelecimento
das espécies, em uma mesma árvore, por exemplo, no Cerrado a heterogeneidade
espacial no sentido horizontal seria fator determinante para a ocorrência de um variado
número de exemplares, de acordo com a ocorrência de áreas de campo, floresta ou
brejo, em um mesmo macroambiente.

Sabe-se, contudo, que a fauna do Cerrado também possui grande percentual de


endemismo, estimado em 30% para anfíbios, 20% para répteis, 12% para mamíferos e
1,4% para aves, o que, para Scariot et al.(2005) é o resultado de uma longa e dinâmica
história evolutiva. Esses dados fazem do Cerrado um dos mais distintos biomas sul-
americanos.

No Cerrado podem ser encontradas cerca de 840 espécies de aves, 161 espécies (67
gêneros) de mamíferos, sendo 19 endêmicas; 150 espécies de anfíbios (45 só
encontrados aqui); 120 espécies de répteis, dos quais 45 também endêmicas e cerca
de 90 mil espécies conhecidas de insetos.

Muitas espécies do Cerrado possuem adaptações especiais para ocuparem os


diferentes ambientes que compõem este ecossistema. Apresentam desde colorações
que os confundem com o meio, tornando-os praticamente "invisíveis", até mecanismos
para a coleta de alimento como línguas compridas como no caso dos tamanduás
(Família Myrmecophagidae; Género: Tamanduá), além de garras para escavarem e
defenderem-se.

Entre os vertebrados de maior tamanho se identificam tanto répteis como mamíferos e


aves. Dentre tantos, o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e a ema (Rhea americana)

61
aparecem como animais símbolo do bioma. Entre os répteis estão o teiú (Tupinambis
sp), jibóia (Boa constrictor), cascavel (Crotalus durissus) e jararaca (Bothrops
alternatus). Entre as aves estão os papagaios (Família Psittacidae, principalmente do
gênero Amazona), tucanos (Família Ramphastidae, gêneros Aulacorhynchus,
Pteroglossus, Andigena, Selenidera e Ramphastos), ema (Rhea americana), seriema
(Cariama cristata), pica-pau-do-campo (Colaptes campestres), urubú (Coragyps atratus)
e o gavião (Elanoides forficatus). Entre os mamíferos estão o cachorro-vinagre
(Speothos venaticus), cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), tatu-canastra (Priodontes
giganteus), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), anta (Tapirus terrestris),
jaritataca (Conepatus semistriatus) e diversas espécies de cervo, como o veado
campeiro (Ozotoceros bezoarticus bezoarticus, também chamado veado-branco,
veado-galheiro, suaçutinga e suaçuapara).

No grupo dos invertebrados destaca por sua riqueza em espécies e seu papel no fluxo
de energia a Classe Insecta do Phylum Arthropoda. O Cerrado abriga 90.000 espécies
de insetos, sendo 13% das borboletas (Ordem Lepidoptera), 35% das abelhas (Ordem
Hymenoptera) e 23% dos cupins (Ordem Isoptera) dos trópicos. Três gêneros de
Drosophilidae foram identificados no bioma Cerrado: Drosophila, o maior desses três
géneros na região Neotropical, contempla 55 das 57 espécies listadas, enquanto
Scaptodrosophila e Zaprionus estão representados por apenas uma espécie cada.
Dentre as 57 espécies de drosofilídeos reconhecidas, 48 são endêmicas da região
Neotropical e nove nela introduzidas. Várias dessas espécies são sinantrópicas e
colonizaram a área após a chegada do homem, alterando a composição da fauna
drosofiliana da região.

Para o bioma Mata Atlântica, a biodiversidade animal encontrada também é de grande


riqueza, com imensa variedade de mamíferos (macacos, preguiças, capivaras, onças),
de aves (araras, papagaios, beija-flores), de répteis, de anfíbios e diversos
invertebrados.

Existem cerca de 261 espécies conhecidas de mamíferos, 1.020 espécies de pássaros,


197 de répteis, 340 de anfíbios e 350 de peixes. A fauna da Mata Atlântica também é
marcada por grande endemismo, ou seja, presença de espécies que só existem em
ambientes específicos dentro do bioma. Das 1.711 espécies de vertebrados
encontradas no bioma, 700 são endêmicas, sendo 55 espécies de mamíferos, 188 de
aves, 60 de répteis, 90 de anfíbios e 133 de peixes. Dentre as espécies com risco de
extinção no bioma Mata Atlântica destacam-se: o mico-leão-dourado, bugio, tamanduá
bandeira, tatu canastra, arara azul pequena e a onça pintada

62
3.3. Ecossistema Aquático

Por se tratar de um elemento da fauna local que depende da água em quantidade e


qualidade para se desenvolver, sua caracterização é bastante importante para um plano
de bacia. Para a questão quantitativa, a análise do ecossistema aquático deve envolver
a disponibilidade hídrica superficial da região, mais precisamente a vazão ecológica,
representada pela vazão que é mantida nos rios para garantir a sustentabilidade
socioambiental da região. Do ponto de vista qualitativo, é fundamental o cruzamento da
informação do ecossistema aquático com as áreas de preservação da bacia, para a
delimitação de áreas sujeitas à restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos
hídricos e de ecossistemas aquáticos.

Estudos e pesquisas realizados pelo Centro de Estudos de Peixes da Universidade


Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo CETEC indicam que o Rio Paraopeba possui
expressiva riqueza e diversidade em sua ictiofauna. No Atlas da Biodiversidade de
Minas Gerais consta que o Rio Paraopeba é um dos prioritários para conservação dos
peixes no Estado de Minas Gerais, devido à sua grande importância biológica
(DRUMOND et al., 2005). Os peixes representam o grupo mais estudado e,
consequentemente, os melhores indicadores de padrões zoogeográficos dentro do
ecossistema aquático. As principais ameaças a conservação da biodiversidade e a
extinção das espécies aquáticas dão-se, principalmente, devido:

• Instalação de usinas hidrelétricas (reservatórios);

• Assoreamento dos rios;

• Degradação da qualidade da água (emissão de efluentes);

• Desmatamento;

• Agricultura (percolação de pesticidas e fertilizantes);

• Crescimento populacional; e,

• Introdução de espécies exóticas e/ou alóctones.

Como apresentado anteriormente, percebe-se na bacia um desmatamento


indiscriminado - apenas 25% da área da bacia se mantem preservado, sendo que nas
unidades de conservação esse número reduz para 19% (item 3.4.3) - e isso em conjunto
com o manejo inadequado do solo criou condições favoráveis à formação de processos
erosivos, que somado a ocorrência de exploração de areia e de argila e a atividade das
mineradoras, desencadeou o aumento do assoreamento do leito dos rios da bacia
(MATOS E DIAS, 2012).

63
Até meados de 1990 não havia sido realizado nenhum estudo sistematizado de
levantamento da ictiofauna na bacia do Rio Paraopeba. No entanto, devido à construção
da Escada Experimental para Peixes do Rio Paraopeba (UTE Igarapé – CEMIG), foram
elaborados estudos que demonstraram alta riqueza e diversidade de peixes e a
presença de várias espécies migradoras (de piracema) (ALVES e VONO, 1995; 1996;
1997; 1998a; 1998b). Devido a isso e demais motivos, a bacia foi determinada como
área prioritária para conservação no Estado de Minas Gerais (COSTA et al., 1998;
DRUMOND et al., 2005).

Segundo CEMIG (2010), no rio Paraopeba já foi detectada a presença de 95 espécies


de peixes, como pode ser observado no Quadro 3.1 a seguir.

Quadro 3.1 - Lista atual das espécies de peixes registradas na Bacia do Rio Paraopeba

Taxón Nome Popular Espécie Exótica

ORDEM CLUPEIFORMES
Familia Engraulidae
Anchoviella vaillanti (Steindachner 1908) Sardinha
ORDEM CHARACIFORMES
Família Parodontidae
Apareiodon hasemani Eigenmann 1916 Canivete
Apareiodon ibitiensis Campos 1944 Canivete
Apareiodon piracicabae (Eigenmann 1907) Canivete
Família Curimatidae
Curimatella lepidura (Eigenmann & Eigenmann 1889) Manjuba
Cyphocharax gilbert (Quoy & Gaimard 1824)
Steindachnerina elegans (Steindachner 1875) Saguiru
Família Prochilodontidae

Prochilodus argenteus Spix & Agassiz 1829 Curimbatá- pacu

Prochilodus costatus Valenciennes 1850 Curimbatá- pioa

Família Anostomidae
Leporellus vittatus (Valenciennes 1850) Piau-rola
Leporinus macrocephalus Garavello & Britski 1988 Piauçu x

Leporinus obtusidens (Valenciennes 1837) Piau-verdadeiro

Leporinus piau Fowler 1941 Piau-gordura

Leporinus reinhardti Lütken 1875 Piau-três-pintas

Leporinus taeniatus Lütken 1875 Piau-jejo

Schizodon knerii (Steindachner 1875) Piai-campineiro

Família Crenuchidae
Characidium fasciatum Reinhardti 1867 Mocinha
Família Characidae

64
Taxón Nome Popular Espécie Exótica

Lambari-do-rabo-
Astyanax bimaculatus (Linnaeus 1758)
amarelo
Lambari-do-rabo-
Astyanax fasciatus (Cuvier 1819)
vermelho
Astyanax rivularis (Lütken 1875) Lambari
Astyanax scabripinnis (Jenyns 1842) Lambari
Astyanax spp. Lambari
Astyanax taeniatus (Jenyns 1842) Lambari
Bryconamericus stramineus Eigenmann 1908 Piaba
Bryconops affinis (Günther 1864)
Colossoma macropomum (Cuvier 1816) Tambaqui x
Compsura heterura Eigenmann 1915
Hemigrammus marginatus Ellis 1911 Piaba
Hysteronotus megalostomus Eigenmann 1911 Piaba
Metynnis cf. maculatus (Kner 1858) Pacu x
Moenkhausia costae (Steindachner 1907) Piaba
Myleus micans (Lütken 1875) Pacu

Oligosarcus argenteus Günther 1864 Peixe-Cachorro

Orthospinus franciscensis (Eigenmann 1914) Piaba


Phenacogaster franciscoensis Eigenmann 1911 Piaba
Piabina argentea Reinhardt 1867 Piaba
Psellogrammus kennedyi (Eigenmann 1903) Piaba
Pygocentrus piraya (Cuvier 1819) Piranha
Roeboides xenodon (Reinhardt 1851)
Salminus franciscanus Lima & Britski 2007 Dourado
Salminus hilarii Valenciennes 1850 Tabarana
Serrapinnus heterodon (Eigenmann 1915) Piabinha
Serrapinnus piaba (Lütken 1875) Piabinha
Serrasalmus brandtii Lütken 1875 Pirambeba

Tetragonopterus chalceus Spix & Agassiz 1829 Piaba-rapadura

Triportheus guentheri (Garman 1890) Piaba-facão


Família Acestrorhynchidae

Acestrorhynchus lacustris (Lütken 1875) Peixe-Cachorro

Família Erythrinidae
Hoplias intermedius (Günther 1864) Trairão
Hoplias malabaricus (Bloch 1794) Traíra
ORDEM SILURIFORMES
Incertae sedis
Conorhynchos conirostris Valenciennes 1840 Pirá
Família Cetopsidae
Cetopsis gobioides Kner 1858 Babão
Família Aspredinidae

65
Taxón Nome Popular Espécie Exótica

Bunocephalus sp.n.1
Família Callichthyidae
Callichthys callichthys (Linnaeus 1758)
Hoplosternum littorale (Hancock 1828) Tamboatá x
Família Loricariidae

Harttia longipinna Langeani, Oyakawa & Montoya-Burgos 2001 Cascudo

Hisonotus sp.n.1 Cascudinho


Hypostomus alatus Castelnau 1855 Cascudo
Hypostomus francisci (Lütken 1874) Cascudo
Hypostomus spp. Cascudo
Otocinclus xakriaba Schaefer 1997 Cascudinho
Família Pseudopimelodidae
Cephalosilurus fowleri Haseman 1911 Bagre-sapo
Lophiosilurus alexandri Steindachner 1876 Pacamã
Pseudopimelodus charus (Valenciennes 1840) Bagre-sapo
Família Heptapteridae
Cetopsorhamdia iheringi Schubart & Gomes 1959 Bagrinho
Imparfinis minutus (Lütken 1874) Bagrinho
Pimelodella lateristriga (Lichtenstein 1823) Chorão
Pimelodella cf. laurenti Fowler 1941 Bagrinho
Pimelodella sp. Bagrinho
Pimelodella vittata (Lütken 1874) Bagrinho
Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard 1824) Bagre
Família Pimelodidae
Bergiaria westermanni (Reinhardt 1874) Mandi
Duopalatinus emarginatus (Reinhardt 1874) Mandi-açu
Pimelodus fur (Lütken 1874) Mandi-prata
Pimelodus maculatus La Cepède 1803 Mandi-amarelo
Pimelodus pohli Ribeiro & Lucena 2006 Mandi
Pseudoplatystoma corruscans (Spix & Agassiz 1829) Surubim

Pseudoplatystoma sp. (híbrido) Pintado (híbrido)

Família Doradidae
Franciscodoras marmoratus (Reinhardt 1874) Mandi-serrudo
Família Auchenipteridae
Trachelyopterus galeatus (Linnaeus 1766) Cangati
Família Clariidae
Clarias gariepinus (Burchell 1822) Bagre-africano x
ORDEM GYMNOTIFORMES
Família Gymnotidae
Gymnotus carapo Linnaeus 1758 Sarapó
Família Sternopygidae
Eigenmannia virescens (Valenciennes 1842) Sarapó

66
Taxón Nome Popular Espécie Exótica

Sternopygus macrurus (Bloch & Schneider 1801) Sarapó


Família Apteronotidae
Apteronotus brasiliensis (Reinhardt 1852) Sarapó
ORDEM CYPRINODONTIFORMES
Família Poeciliidae
Phalloceros uai Lucinda 2008 Barrigudinho
Poecilia reticulata Peters 1859 Barrigudinho x
ORDEM SYNBRANCHIFORMES
Família Synbranchidae
Synbranchus marmoratus Bloch 1795 Mussum
ORDEM PERCIFORMES
Família Sciaenidae
Pachyurus francisci (Cuvier 1830) Corvina
Pachyurus squamipennis Agassiz 1831 Corvina
Família Cichlidae
Australoheros facetum (Jenyns 1842) Cará
Cichla ocellaris Schneider 1801 Tucunaré x
Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard 1824) Cará
Oreochromis niloticus (Linnaeus 1758) Tilápia x
Tilapia rendalli (Boulenger 1897) Tilápia x
ORDEM CYPRINIFORMES
Família Cyprinidae
Cyprinus carpio Linnaeus 1758 Carpa
Total 95 9
FONTE: Adaptado de CEMIG (2010).

3.4. Áreas Protegidas

A existência de áreas protegidas na bacia representa um indicador importante sobre a


quantidade e qualidade do recurso hídrico da região. A manutenção das áreas de
preservação permanente (APPs), por exemplo, garante que não haverá o assoreamento
do leito principal do rio (não afetando na sua quantidade de água disponível) e atua
como agente inibidor de poluição, uma vez que serve como barreira natural dos corpos
hídricos. Além das APPs, a partir da observação do histórico de desmatamento e dos
remanescentes florestais, a partir da situação original dos biomas, é possível vislumbrar
quais áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade (APCBs) podem ser
viabilizadas na área da bacia, e quais exigiriam um esforço maior em função da
ocupação atual existente. Por último, a identificação de corredores ecológicos, cujo
objetivo é interligar ecossistemas florestais biologicamente prioritários e viáveis para a
conservação da biodiversidade, também poderá contribuir para a proposição, ou ainda,
a viabilização das APCBs na área da bacia.

67
3.4.1. Áreas de Preservação Permanente (APP)

A Lei Federal n°12.651, de 25 de maio de 2012 (Novo Código Florestal), estabeleceu


normas gerais sobre a proteção da vegetação, Áreas de Preservação Permanente e
Áreas de Reserva Legal, dentre outras premissas. Para os efeitos desta lei, considera-
se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas:

• As faixas marginais de qualquer curso d’água natural, desde a borda da calha


do leito regular, com distância de 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de
menos de 10 (dez) metros de largura;

• As áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima
de: 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20
(vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;
e 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;

• As áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, na faixa definida na


licença ambiental do empreendimento;

• As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água, qualquer que seja a sua
situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;

• As encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a


100% (cem por cento) na linha de maior declive;

• As bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa


nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;

• No topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100


(cem) metros e inclinação média maior que 25, as áreas delimitadas a partir da
curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação
sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal
determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos
ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;

• As áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que


seja a vegetação.

O mapeamento das Áreas de Preservação Permanente (APP) na Bacia Hidrográfica do


Rio Paraopeba é de grande importância para orientar a tomada de decisões referentes
ao planejamento dos recursos hídricos na região. Para a elaboração do mapeamento
dessas APPs foi considerada a legislação vigente, tanto em nível federal quanto
estadual, conforme pode ser observada na Figura 3.4 a seguir.

68
45°0'0"O 44°0'0"O

Áreas de Preservação
Permanente

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

BR
-1
Pompéu 35
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
BR - 262
!
P BR
-0
40
Pará de Minas
!
P
Contagem
!
P P Belo Horizonte
!
20°0'0"S 20°0'0"S
!
P
BR

Itaúna
!
P
-

Ibirité
494

BR
-3 56
BR - 494

1
- 38
BR

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
BR

GO
!
P
-
354

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Reservatórios !
P Principais Sedes Municipais
Declividade > 45º Limite Municipal
Hidrografia Hidrografia Principal
Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Rodovias Federais
Reservatório

FONTE: COBRAPE, 2018


3.4.2. Corredores Ecológicos

Por definição, Corredor Ecológico é um instrumento de gestão e de ordenamento


territorial, legalmente definido pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza – SNUC (Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000) com o objetivo de garantir a
integridade dos processos ecológicos nas áreas de ligação entre unidades de
conservação (UCs), permitindo assim, o fluxo gênico e a livre dispersão das espécies
entre estas áreas naturais protegidas.

Uma das premissas básicas em estratégias de conservação é que a biodiversidade não


está distribuída de forma homogênea no planeta. Assim, os Corredores Ecológicos (ou
Corredores de Biodiversidade) são estabelecidos em áreas de grande importância
biológica, ou seja, onde se concentra a maior parte da diversidade biológica. Estes
também têm como função de contribuir para a recuperação e a conexão dos fragmentos
de vegetação, em áreas de alta fragmentação.

Na área de abrangência da bacia do rio Paraopeba não há nenhum Corredor Ecológico


oficialmente reconhecido, no entanto está em debate a implementação para formação
do Corredor Ecológico Rio das Velhas-Paraopeba que ligaria o ecossistema do Rio
Paraopeba ao ecossistema do Rio da Velhas, no município de Nova Lima (MG). Através
de uma faixa de mata em torno do Ribeirão do Mutuca é possível ligar importantes
remanescentes florestais separados pelas atividades antrópicas, propiciando a livre
mobilidade e o deslocamento entre as espécies animais e a permuta genética entre a
fauna e a flora da região.

3.4.3. Áreas de Proteção Ambiental (APA)

A Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000 instituiu o Sistema Nacional de Unidades


de Conservação da Natureza (SNUC), estabelecendo critérios e normas para a criação,
implantação e gestão das unidades de conservação. Para os fins previstos nessa Lei,
entende-se por unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais,
incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente
instituído pelo Poder Público com objetivos de conservação e limites definidos, sob
regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

Segundo a mesma lei, a Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com
certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou
culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das
populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica,

70
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos
naturais.

A Lei ainda estabelece dois grupos de Unidades de Conservação (UC), conforme o tipo
de manejo: as de proteção integral e as de uso sustentável. As primeiras UCs objetivam
a manutenção dos ecossistemas, excluídas as alterações causadas por interferência
humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais. As de uso
sustentável servem à exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos
recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade
e demais características ecológicas, de forma socialmente justa e economicamente
viável. As características de uma área a ser protegida e os objetivos almejados na
conservação da mesma devem ser considerados no estabelecimento do tipo de manejo
e da categoria de Unidade de Conservação a ser criada.

Já as RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural) são áreas de conservação


ambiental em terras privadas, também reconhecidas pelo SNUC como uma categoria
de Unidade de Conservação. A RPPN é criada a partir da vontade do proprietário, que
assume o compromisso de conservar a natureza, garantindo que a área seja protegida
em caráter de perpetuidade.

Para a bacia hidrográfica Paraopeba foram levantadas as áreas destinadas à


preservação e conservação ambiental, e que contribuem com a proteção e o
desenvolvimento da fauna. O Quadro 3.2 apresenta o levantamento das Unidades de
Conservação (UCs) presentes na bacia.

Quadro 3.2 - Unidades de Conservação na BHP


Nome Categoria Grupo Esfera Ato Legal
Decreto munic.
Monumento Natural Municipal Proteção
MONA Municipal 087/2012 alt. Decreto
Mae D'Agua Integral
munic. 138/2013
Reserva Biologica Municipal
Proteção Decreto Municipal
Campos Rupestres de Moeda REBIO Municipal
Integral 10/2008
Sul
Reserva Biologica Municipal
Proteção Decreto Municipal
Campos Rupestres de Moeda REBIO Municipal
Integral 09/2008
Norte
Parque Municipal Natural Proteção Lei 5704/14 (e Lei
PAR Municipal
Felisberto Neves Integral 2245/92)
APE Municipal UHE Florestal APE Outros Municipal Lei 293 de 13/06/84
APA Municipal Vale do Rio Uso
APA Municipal Lei 564 de 15/04/02
Macaubas Sustentável
Uso
APA Municipal Rio Manso APA Municipal Lei 523 de 15/12/1998
Sustentável
Monumento Natural Municipal Proteção
MONA Municipal Decreto 5320/13
Serra da Calcada Integral

71
Nome Categoria Grupo Esfera Ato Legal
Uso
APA Municipal Igarape APA Municipal Lei 1036 de 16/05/03
Sustentável
Uso Lei 22428 de
APA Parque Fernao Dias APA Estadual
Sustentável 20/12/2016
APE Estadual Bacia
Hidrografica do Ribeirao do APE Outros Estadual Decreto 22055/82
Verissimo
APE Estadual Bacia
APE Outros Estadual Decreto 27928/88
Hidrografica do Rio Manso
APE Estadual Bacia
Hidrografica do Corrego do APE Outros Estadual Decreto 22109/82
Taboao
APE Estadual Bacia
Hidrografica do Reservatorio APE Outros Estadual Decreto 20793/80
de Vargem das Flores
Uso Decreto 35624/94 e
APA Estadual Sul RMBH APA Estadual
Sustentável Decreto 37812/96
Decreto 36071/94 e
Parque Estadual da Serra do Proteção
PAR Estadual Decreto 44116/05 e
Rola Moca Integral
Decreto 45890/12
APE Estadual Bacia
Hidrografica do Sistema APE Outros Estadual Decreto 22110/82
Balsamo_Rola Moca
APE Estadual Bacia
Hidrografica do Ribeirao Serra APE Outros Estadual Decreto 20792/80
Azul
Decreto 21224/81 e
APE Estadual Ouro
APE Outros Estadual Decreto 21945/82 e
Preto/Mariana
Decreto 23043/83
APE Estadual Sub-bacia
Hidrografica do Ribeirao APE Outros Estadual Decreto 22092/82
Catarina
Monumento Natural Estadual Proteção
MONA Estadual Decreto 45472/10
da Serra da Moeda Integral
Monumento Natural Estadual Proteção
MONA Estadual Decreto 45471/10
Serra do Gamba Integral
Monumento Natural Estadual Proteção
MONA Estadual Lei 18348/09
Gruta Rei do Mato Integral
Floresta Estadual Sao Judas Uso
FLOE Estadual Decreto 41809/01
Tadeu Sustentável
Parque Estadual Serra do Proteção
PAR Estadual Decreto 45180/09
Ouro Branco Integral
APE Estadual Bacia
Hidrografica do Corrego APE Outros Estadual Decreto 22091/82
Barreiro
APE Estadual Bacia
Hidrografica do Ribeirao do APE Outros Estadual Decreto 21280/81
Urubu
APE Estadual Sub-bacia
Hidrografica do Corrego dos APE Outros Estadual Decreto 22327/82
Fechos
APA Estadual de Vargem das Uso Lei 16197/06 e Lei
APA Estadual
Flores Sustentável 21079/13
Floresta Nacional de Uso Portaria 248 de
FLONA Federal
Paraopeba Sustentável 18/07/2001
Uso
RPPN Inhotim RPPN Federal Portaria ICMBio 41/10
Sustentável

72
Nome Categoria Grupo Esfera Ato Legal
Uso Portoria IBAMA 108-
RPPN Sitio Grimpas RPPN Federal
Sustentável N/95
RPPN Sociedade Mineira de Uso
RPPN Estadual Portaria IEF 75/00
Cultura Nipo Brasileira Sustentável
Uso
RPPN Grota da Serra 03 RPPN Estadual Portaria IEF 71/2013
Sustentável
Uso
RPPN Grota da Serra 01 RPPN Estadual Portaria 70/2013
Sustentável
Uso
RPPN Olga Coelho Ulman RPPN Estadual Portaria IEF 82/01
Sustentável
Uso
RPPN Ville Casa Branca RPPN Estadual Portaria IEF 9/12
Sustentável
Uso
RPPN Vale Verde RPPN Estadual Portaria IEF 10/12
Sustentável
Uso
RPPN Jurema RPPN Estadual Portaria IEF 73/99
Sustentável
Uso
RPPN Riacho Fundo I e II RPPN Estadual Portaria IEF 6/12
Sustentável
RPPN Luiz Carlos Jurovsk Uso
RPPN Estadual Portaria IEF 17/08
Tamassia Sustentável
Uso
RPPN Herculano RPPN Estadual Portaria IEF 11/12
Sustentável
Uso Portaria IEF 125/03 e
RPPN Fazenda Bau RPPN Estadual
Sustentável Portaria IEF 34/12
Uso
RPPN Sao Francisco de Assis RPPN Estadual Portaria IEF 100/09
Sustentável
Uso IEF 03 de 05/01/07 e
RPPN Serra da Moeda RPPN Estadual
Sustentável 184 de 29/09/09.
Uso
RPPN Tambasa RPPN Estadual Portaria IEF 148/10
Sustentável
Uso
RPPN Vila Amanda RPPN Federal Portaria IBAMA 55/05
Sustentável
Portaria IBAMA 36/95
RPPN Fazenda Joao Pereira / Uso
RPPN Federal e Portaria IBAMA
Poco Fundo Sustentável
103/01
APA - Área de Proteção Ambiental / APE - Área de Proteção Especial / FLOE - Floresta Estadual
/ FLONA - Floresta Nacional / MONA - Monumento Natural / PAR - Parque / REBIO - Reserva
Biologica / RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural.
FONTE: IDE-SISEMA, 2018.

Na Figura 3.5 pode se observar a localização das Unidades de Conservação existentes


na Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba, em relação ao Quadro 3.2 mostrado acima,
totalizando uma área preservada de 590.723 hectares, sendo somente 184.380
hectares dentro do limite da bacia.

Na sequência, é apresentada a Figura 3.6 com a finalidade de verificar o grau de


conservação dessas unidades de conservação.

73
45°0'0"W 44°0'0"W

Unidades de
Conservação

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

P
!
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda Convenções Cartográficas
RPPN UCs Estaduais P Principais Sedes Municipais
!
Uso Sustentavel Outros Limite Municipal
UCs Municipais Protecao Integral Hidrografia Principal
Outros Uso Sustentavel Limite SF3: Rio Paraopeba
Protecao Integral UCs Federais Municípios SF3: Rio Paraopeba
Uso Sustentavel Uso Sustentavel Reservatório

FONTE: IDE-Sisema, 2002.


45°0'0"W 44°0'0"W
Unidades de
Conservação
x
Remanescentes
Florestais

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

P
!
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda Convenções Cartográficas
Remanescentes UCs Estaduais P Principais Sedes Municipais
!
RPPN Outros Limite Municipal
Uso Sustentavel Protecao Integral Hidrografia Principal
UCs Municipais Uso Sustentavel Limite SF3: Rio Paraopeba
Outros UCs Federais Municípios SF3: Rio Paraopeba
Protecao Integral Uso Sustentavel Reservatório
Uso Sustentavel
FONTE: MMA, 2008; SOSMA, 2013 e
IDE-Sisema, 2002.
Conforme ilustrado na Figura 3.6, pode-se verificar que em relação à situação original
do bioma, as áreas de preservação ambiental estão pouco conservadas. De uma área
total de 184.380 hectares de unidade de conservação, apenas 34.137 hectares se
mantém preservados, representando cerca de 19%.

3.4.4. Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade (APCB)

O principal instrumento formal para garantir a conservação da biodiversidade é a


Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), documento que foi adotado e
aprovado durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento no Rio de Janeiro em junho de 1992. Para sua aplicação, o governo
brasileiro criou, através do Decreto 1.354, de 29 de dezembro de 1994, o Programa
Nacional da Diversidade Biológica (PRONABIO), cujo mecanismo de execução é o
denominado Projeto para a Conservação e Uso Sustentável da Diversidade Biológica
do Brasil (PROBIO I), e sua continuação, o Projeto Nacional de Ações Integradas
Público-Privadas para a Biodiversidade (PROBIO II).

Neste contexto, o Decreto 5.092 de 21 de maio de 2004, estabelece que o Ministério do


Meio Ambiente é o organismo responsável pela identificação de áreas prioritárias para
a conservação, uso sustentável e distribuição de benefícios da biodiversidade. Mediante
o Decreto 126, de 27 de maio de 2004, o Ministério do Meio Ambiente estabeleceu as
áreas de prioridade que se mostram no mapa "Áreas prioritárias para a conservação,
uso sustentável e distribuição de benefícios da biodiversidade brasileira", que para a
bacia do rio Paraopeba define as áreas apresentadas na Figura 3.7.

76
45°0'0"W 44°0'0"W

Áreas Prioritárias
a Conservação
da Biodiversidade

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

P
!
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda Convenções Cartográficas
Áreas Prioritárias P Principais Sedes Municipais
!
Alta Limite Municipal
Especial Hidrografia Principal
Extrema Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório

FONTE: BIODIVERSITAS, 2005


4. MEIO SOCIOECONÔMICO E CULTURAL

A análise das dinâmicas socioeconômicas visa identificar os mais agudos rebatimentos


econômicos, demográficos e de condições de vida sobre o território da bacia
hidrográfica do rio Paraopeba. A dinâmica espacial que se impõe ao território envolve
aspectos complexos e diversos, oriundos de programações específicas que não
necessariamente respeitam os desígnios naturais que perfazem o recorte geográfico da
bacia do rio Paraopeba.

Não obstante, a compreensão de seus rebatimentos se torna fundamental para embasar


futuras estratégias e ações que se concretizam na organização espacial deste estudo.
Deste modo, para que estas dinâmicas sejam melhor compreendidas, este capítulo foi
dividido em três áreas: Dinâmica Econômica; Dinâmica Demográfica; e Condições de
Vida, descritas na sequência.

4.1. Dinâmica econômica

A análise da condição socioeconômica nesta etapa permite a identificação das


atividades econômicas que estão presentes na bacia, primeiramente baseadas no seu
valor. É importante destacar que nem sempre as atividades econômicas são refletidas
em uso de água, como por exemplo, a presença de uma indústria automotiva, a qual
tem grande porte econômico, porém baixo uso dos recursos hídricos. Desta forma, o
presente capítulo se concentra em apresentar as atividades econômicas que poderão
ter impacto futuro nos recursos hídricos da região. Com isso, nas etapas posteriores do
PDRH será possível avaliar a sustentabilidade de todos os usos, ou então, definir as
prioridades de cada região, levando em consideração a dinâmica econômica e os trade-
offs necessários para garantir o recurso para as futuras gerações em quantidade e
qualidade.

Portanto neste capítulo, sistematiza dados e análises específicas da performance e


situação econômica dos municípios da bacia hidrográfica do rio Paraopeba, seguindo a
metodologia proposta de se compilar indicadores relativos intra-municípios e intra-bacia
hidrográfica para subsidiar a análise integrada que endereça o diagnóstico.

Para tanto, trata-se de apresentar dados de forma coerente e sequencial, mediante


comparações entre as três regiões da bacia: Alto Paraopeba; Médio Paraopeba e Baixo
Paraopeba. A análise é subdividida nos seguintes itens:

• Setor Primário (atividades agrosilvopastoris) e suas atividades componentes,


quais sejam: agricultura (segregada por sua vez em lavouras permanentes e

78
lavouras temporárias), extração vegetal, silvicultura, produção animal e por fim
aquicultura;

 Setor Secundário por meio da quantidade de indústrias extrativas, de


transformação e de construção; atividades minerárias; e indústrias de
eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e
descontaminação;

 Setor Terciário por meio das participações público e privado; empresas de


transporte, alojamento e correlatos (transporte, armazenagem e correio,
alojamento e alimentação; empresas de educação, saúde e correlatos
(educação, saúde humana e serviços sociais, artes, cultura, esporte e
recreação);

 Porte Agregado da Economia por meio do resultado agregado dos três setores
de atividades.

Embora a atividade minerária na Bacia do Rio Paraopeba seja de caráter mais


extrativista e, portanto, ligada ao setor primário, na análise econômica decidiu-se
associá-la ao setor secundário considerando a afinidade da mesma com as indústrias,
que também são significativas na Bacia.

4.1.1. Setor Primário

4.1.1.1. Agricultura

Lavoura Permanente:

A análise do valor da produção da lavoura permanente e a elaboração de suas


classificações (Figura 4.1) considerou três conjuntos de dados, quais sejam: i) valor
médio dos últimos 3 anos (sendo o último dado disponível aquele para o ano de 2016),
ii) valor médio dos últimos 3 anos per capita (pela população de 2010), e iii) o
crescimento percentual anualizado na última década no intervalo de 2007 a 2016.

Considerando-se o valor do último ano (2016) da lavoura permanente na totalidade da


bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se R$ 129.617.000,00. A região que mais
produz este item é a do Alto Paraopeba, com um valor total de produção para o ano de
2016 de R$ 79.209.000,00. O valor representa 61,1% do total produzido. Na sequência
aparece a região do Médio Paraopeba, com um total de R$ 36.245.000,00 para o ano
de 2016, representando 28,0% do total produzido. Por outro lado, a região do Baixo
Paraopeba é a que menos produz, com um total de R$ 14.163.000,00 para o mesmo
ano, representando apenas 10,9% do total produzido.

79
Já quando se analisa o indicador médio da lavoura permanente para os últimos três
anos, (agregados em suas regiões), tem-se as seguintes situações (em mil reais): i) R$
3.767,94 para o Alto Paraopeba (maior valor relativo); ii) R$ 1.228,39 para o Médio
Paraopeba (menor valor relativo); e iii) R$ 1.391,14 para o Baixo Paraopeba. O valor
médio da bacia hidrográfica do rio Paraopeba é de R$ 2.151,55 (mil reais).

Por fim, quando se analisa o crescimento percentual anualizado na última década da


lavoura permanente, tem-se a seguinte situação em cada uma das regiões: i)
crescimento de 33,1% para o Alto Paraopeba (maior crescimento); ii) crescimento de
8,9% para o Médio Paraopeba (menor evolução); e iii) crescimento de 19,3% para o
Baixo Paraopeba.

O Quadro 4.1 a seguir traz os valores da lavoura permanente para o total da bacia
hidrográfica e também por cada uma de suas regiões.

Quadro 4.1 - Valores da Lavoura Permanente


Valor da
produção da Crescimento
Valor total da lavoura percentual
Valor médio dos
Região produção no permanente anualizado na
últimos 3 anos
Fisiográfica último ano (dados em mil última década
per capita
(2016) (R$) reais) (valor (de 2007 a
médio dos 2016)
últimos 3 anos)
Alto Paraopeba 79.209.000,00 3.767,94 10,59 33,1%
Médio Paraopeba 36.245.000,00 1.228,39 0,67 8,9%
Baixo Paraopeba 14.163.000,00 1.391,14 8,11 19,3%
TOTAL 129.617.000,00 2.151,55 0,92 19,7%
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em PAM/IBGE (2007 a 2016).

80
45°0'0"O 44°0'0"O

Produção da Lavoura
Permanente

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Valor da Produção (R$ mil) !
P Principais Sedes Municipais
0 - 107 Limite Municipal
108 - 422 Limite SF3: Rio Paraopeba
423 - 996 Municípios SF3: Rio Paraopeba
997 - 2.130
2.131 - 40.186 FONTE: PAM/IBGE, 2016.
A análise da área destinada à colheita (em hectares) das culturas permanentes e a
elaboração de suas classificações (Figura 4.2) considerou três conjuntos de dados,
quais sejam: i) valor médio dos últimos 3 anos (sendo o último dado disponível aquele
para o ano de 2016), ii) valor médio dos últimos 3 anos per capita (pela população de
2010), e iii) o crescimento percentual anualizado na última década no intervalo de 2007
a 2006.

Considerando-se o valor do último ano (2016) de área destinada à colheita na totalidade


da bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se 6.128 (ha). A região que mais detém
área destinada à colheita das culturas permanentes é a do Alto Paraopeba, com um
valor total para o ano de 2016 de 3.647 (ha) O valor representa 59,5% do total produzido.
Na sequência aparece a região do Médio Paraopeba, com um total de 1.850 (ha) para
o ano de 2016, representando 30,2% da área total. Por outro lado, a região do Baixo
Paraopeba é a que detém menor área, com um total de 631 (ha) para o mesmo ano,
representando apenas 10,3% da área total.

Já quando se analisa o indicador relativo da área destinada à colheita das culturas


permanentes para os últimos três anos, (agregados em suas regiões), tem-se as
seguintes situações (em hectares): i) 207,65 para o Alto Paraopeba (maior valor
relativo); ii) 72,97 para o Médio Paraopeba (menor valor relativo); e iii) 82,57 para o
Baixo Paraopeba. O valor médio da bacia hidrográfica do rio Paraopeba é de 122,07.

Por fim, quando se analisa o crescimento percentual anualizado na última década da


área destinada à colheita das culturas permanentes, tem-se a seguinte situação em
cada uma das regiões: i) crescimento de 6,7% para o Alto Paraopeba; ii) decréscimo de
-2,5% para o Médio Paraopeba; e iii) crescimento de 11,5% para o Baixo Paraopeba
(maior crescimento).

O Quadro 4.2 abaixo traz os valores da área destinada à colheita das culturas
permanentes para o total da bacia hidrográfica e também por cada uma de suas regiões.

82
Quadro 4.2 - Valores da Área Destinada à Colheita das Culturas Permanentes

Área destinada à Crescimento


Área total colheita (em hectares) Valor médio percentual
Região destinada à das culturas dos últimos 3 anualizado
Fisiográfica colheita (2016) permanentes (valor anos per na última
(ha) médio dos últimos 3 capita década (de
anos) 2007 a 2016)
Alto Paraopeba 3.647,00 207,65 0,00 6,7%
Médio Paraopeba 1.850,00 72,97 0,00 -2,5%
Baixo Paraopeba 631,00 82,57 0,00 11,5%
TOTAL 6.128,00 122,07 0,00 3,3%
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em PAM/IBGE (2007 a 2016).

83
45°0'0"O 44°0'0"O

Área da Lavoura
Permanente

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Área Destinada a Colheita (ha) !
P Principais Sedes Municipais
0-6 Limite Municipal
7 - 22 Limite SF3: Rio Paraopeba
23 - 50 Municípios SF3: Rio Paraopeba
51 - 106 FONTE: PAM/IBGE, 2016.
107 - 1.824
Lavoura Temporária:

A análise do valor da produção da lavoura temporária (dados em mil reais) e a


elaboração de suas classificações (Figura 4.3) considerou quatro conjuntos de dados,
quais sejam: i) Valor total da produção no último ano (2016), ii) valor médio dos últimos
3 anos (sendo o último dado disponível aquele para o ano de 2016), iii) valor médio dos
últimos 3 anos per capita (pela população de 2010), e iv) o crescimento percentual
anualizado na última década no intervalo de 2007 a 2016.

Considerando-se o valor do último ano (2016) da lavoura temporária na totalidade da


bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se R$ 398.424.000,00. A região que mais
produz este item é a do Alto Paraopeba, com um valor total de produção para o ano de
2016 de R$ 172.781.000,00. O valor representa 43,4% do total produzido. Na sequência
aparece a região do Baixo Paraopeba, com um total de R$ 140.222.000,00 para o ano
de 2016, representando 35,2% do total produzido. Por outro lado, a região do Médio
Paraopeba é a que menos produz, com um total de R$ 85.421.000,00 para o mesmo
ano, representando apenas 21,4% do total produzido.

Já quando se analisa o indicador médio da lavoura temporária para os últimos três anos,
(agregados em suas regiões), tem-se as seguintes situações (em mil reais): i) R$
7.483,45 para o Alto Paraopeba; ii) R$ 3.638,29 para o Médio Paraopeba (menor valor
relativo); e iii) R$ 17.615,29 para o Baixo Paraopeba (maior valor relativo). O valor médio
da bacia hidrográfica do rio Paraopeba é de R$ 7.038,43.

Por fim, quando se analisa o crescimento percentual anualizado na última década da


lavoura temporária, tem-se a seguinte situação em cada uma das regiões: i) crescimento
de 8,4% para o Alto Paraopeba; ii) crescimento de 3,4% para o Médio Paraopeba
(menor evolução); e iii) crescimento de 8,7% para o Baixo Paraopeba (maior
crescimento).

O Quadro 4.3 abaixo traz os valores da lavoura temporária para o total da bacia
hidrográfica e também por cada uma de suas regiões.

85
Quadro 4.3 - Valores da Lavoura Temporária

Valor da produção Crescimento


Valor total da da lavoura Valor médio percentual
Região produção no temporária (dados dos últimos 3 anualizado
Fisiográfica último ano em mil reais) (valor anos per na última
(2016) (R$) médio dos últimos capita década (de
3 anos) 2007 a 2016)
Alto Paraopeba 172.781.000,00 7.483,45 21,04 8,4%
Médio Paraopeba 85.421.000,00 3.638,29 2,00 3,4%
Baixo Paraopeba 140.222.000,00 17.615,29 102,67 8,7%
TOTAL 398.424.000,00 7.038,43 3,00 7,2%
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em PAM/IBGE (2007 a 2016).

86
45°0'0"O 44°0'0"O

Produção da Lavoura
Temporária

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Valor da Produção (R$ mil) !
P Principais Sedes Municipais
0 - 1.024 Limite Municipal
1.025 - 2.513 Limite SF3: Rio Paraopeba
2.514 - 4.632 Municípios SF3: Rio Paraopeba
4.633 - 8.103
8.104 - 102.470
FONTE: PAM/IBGE, 2016.
A análise da área destinada à colheita (em hectares) das culturas temporárias e a
elaboração de suas classificações (Figura 4.4) considerou quatro conjuntos de dados,
quais sejam: i) Área total destinada à colheita no último ano (2016), ii) valor médio dos
últimos 3 anos (sendo o último dado disponível aquele para o ano de 2016), iii) valor
médio dos últimos 3 anos per capita (pela população de 2010), e iv) o crescimento
percentual anualizado na última década no intervalo de 2007 a 2006.

Considerando-se o valor do último ano (2016) de área destinada à colheita temporária


na totalidade da bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se 60.761 (ha). A região que
mais detém área destinada à colheita das culturas temporárias é a do Alto Paraopeba,
com um valor total para o ano de 2016 de 29.646 (ha). O valor representa 48,8% do
total da área plantada da bacia. Na sequência aparece a região do Baixo Paraopeba,
com um total de 23.621 (ha) para o ano de 2016, representando 38,9% da área total.
Por outro lado, a região do Médio Paraopeba é a que detém menor área, com um total
de 7.494 (ha) para o mesmo ano, representando apenas 12,3% da área total.

Já quando se analisa o indicador relativo da área destinada à colheita das culturas


temporárias para os últimos três anos, (agregados em suas regiões), tem-se as
seguintes situações (em hectares): i) 1.746,06 para o Alto Paraopeba; ii) 363,35 para o
Médio Paraopeba (menor valor relativo); e iii) 3.546,57 para o Baixo Paraopeba (maior
valor relativo). O valor médio da bacia hidrográfica do rio Paraopeba é de R$ 1.317,28.

Por fim, quando se analisa o crescimento percentual anualizado na última década da


área destinada à colheita das culturas temporárias, tem-se a seguinte situação em cada
uma das regiões: i) decréscimo de -1,3% para o Alto Paraopeba; ii) decréscimo de -
5,3% para o Médio Paraopeba (maior decréscimo); e iii) crescimento de 0,5% para o
Baixo Paraopeba (maior crescimento).

O Quadro 4.4 abaixo traz os valores da área destinada à colheita das culturas
temporárias para o total da bacia hidrográfica e também por cada uma de suas regiões.

88
Quadro 4.4 - Valores da Área Destinada à Colheita das Culturas Temporárias

Área destinada à Crescimento


Área total colheita (em Valor médio percentual
Região destinada à hectares) das dos últimos anualizado na
Fisiográfica colheita (2016) culturas temporárias 3 anos per última década
(ha) (valor médio dos capita (de 2007 a
últimos 3 anos) 2016)

Alto Paraopeba 29.646 1.746,06 0,00 -1,3%


Médio Paraopeba 7.494 363,35 0,00 -5,3%
Baixo Paraopeba 23.621 3.546,57 0,02 0,5%
TOTAL 60.761 1.317,28 0,00 -1,3%
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em PAM/IBGE (2007 a 2016).

89
45°0'0"O 44°0'0"O

Área da Lavoura
Temporária

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Área Destinada a Colheita (ha) !
P Principais Sedes Municipais
0 - 189 Limite Municipal
190 - 338 Limite SF3: Rio Paraopeba
339 - 656 Municípios SF3: Rio Paraopeba
657 - 1.267
1.268 - 17.814
FONTE: PAM/IBGE, 2016.
4.1.1.2. Extração Vegetal
A análise do valor da produção da extração vegetal (dados em mil reais) e a elaboração
de suas classificações considerou quatro conjuntos de dados, quais sejam: i) Valor total
da produção no último ano (2016), ii) valor médio dos últimos três anos (sendo o último
dado disponível aquele para o ano de 2016), iii) valor médio dos últimos três anos per
capita (pela população de 2010), e iv) o crescimento percentual anualizado na última
década no intervalo de 2007 a 2016.

A bacia hidrográfica do rio Paraopeba não se mostrou muito expressiva em termos de


extração vegetal. Considerando o valor médio dos últimos 3 anos da extração vegetal
na totalidade da bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se R$ 40.000. A região que
mais produz este item é a do Baixo Paraopeba, com um valor total de produção para o
ano de 2016 de R$ 3.167.000,00. O valor representa 95,4% do total produzido. Na
sequência aparece a região do Médio Paraopeba, com um total de R$ 152.000,00para
o ano de 2016, representando 4,6% do total produzido. A região do Alto Paraopeba não
apresentou valores de extração vegetal.

Já quando na análise do indicador médio da extração vegetal para os últimos três anos
(agregados em suas regiões), têm-se as seguintes situações (em mil reais): i) sem
produção para o Alto Paraopeba; ii) R$ 11,65 para o Médio Paraopeba (menor valor
relativo); e iii) R$ 234,33 para o Baixo Paraopeba (maior valor relativo).

Por fim, analisando o crescimento percentual anualizado na última década da extração


vegetal, tem-se a seguinte situação em cada uma das regiões fisiográficas: i) o Alto
Paraopeba não possui produção, e como consequência não apresenta variação; ii)
decréscimo de -12,6% para o Médio Paraopeba; e iii) decréscimo de -19,7% para o
Baixo Paraopeba.

O Quadro 4.5 traz os valores da extração vegetal da bacia hidrográfica do rio Paraopeba
para o total da bacia e também por cada uma de suas regiões.

Quadro 4.5 - Valores de Extração Vegetal


Valor da produção da Valor Crescimento
Valor total da
extração vegetal médio dos percentual
Região produção no
(dados em mil reais) últimos 3 anualizado na
Fisiográfica último ano
(valor médio dos anos per última década
(2016) (R$)
últimos 3 anos) capita (de 2007 a 2016)
Alto Paraopeba 0,00 0,00 0,00 0,0%
Médio Paraopeba 152.000,00 11,65 0,01 -12,6%
Baixo Paraopeba 3.167.000,00 234,33 1,37 -19,7%
TOTAL 3.319.000,00 40,00 0,02 -19,5%
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em PEV/IBGE (2007 a 2016).

91
4.1.1.3. Silvicultura
A análise do valor da produção da silvicultura (dados em mil reais) e a elaboração de
suas classificações (Figura 4.5) considerou três conjuntos de dados, quais sejam: i)
valor médio dos últimos três anos (sendo o último dado disponível aquele para o ano de
2016), ii) valor médio dos últimos três anos per capita (pela população de 2010), e iii) o
crescimento percentual anualizado na última década no intervalo de 2007 a 2016.

Considerando o valor do último ano (2016) da silvicultura na totalidade da bacia


hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se R$ 312.008.000,00. A região que mais produz
este item é a do Baixo Paraopeba, com um valor total de produção para o ano de 2016
de R$ 224.741.000,00. O valor representa 72,0% do total produzido. Na sequência
aparece a região do Alto Paraopeba, com um total de R$ 80.549.000,00 para o ano de
2016, representando 25,8% do total produzido. Por outro lado, a região do Médio
Paraopeba é a que menos produz, com um total de R$ 6.718.000,00 para o mesmo ano,
representando apenas 2,2% do total produzido.

Já quando se analisa o indicador médio da silvicultura para os últimos três anos,


(agregados em suas regiões), tem-se as seguintes situações (em mil reais): i) R$
2.857,90 para o Alto Paraopeba; ii) R$ 379,24 para o Médio Paraopeba (menor valor
relativo); e iii) R$ 29.849,00 para o Baixo Paraopeba (maior valor relativo). O valor médio
da bacia hidrográfica do rio Paraopeba é de R$ 5.554,77.

Por fim, quando se analisa o crescimento percentual anualizado na última década da


silvicultura, tem-se a seguinte situação em cada uma das regiões: i) crescimento de
21,5% para o Alto Paraopeba (maior crescimento); ii) crescimento de 5,8% para o Médio
Paraopeba (menor evolução); e iii) crescimento de 6,5% para o Baixo Paraopeba.

O Quadro 4.6 abaixo traz os valores da silvicultura para o total da bacia hidrográfica e
também por cada uma de suas regiões.

Quadro 4.6 - Valores de Silvicultura

Crescimento
Valor total da Valor da produção
Valor médio percentual
produção no da Silvicultura
Região dos últimos 3 anualizado
último ano (dados em mil reais)
Fisiográfica anos per na última
(2016) (valor médio dos
capita década (de
(R$) últimos 3 anos)
2007 a 2016)
Alto Paraopeba 80.549.000,00 2.857,90 8,04 21,5%
Médio Paraopeba 6.718.000,00 379,24 0,21 5,8%
Baixo Paraopeba 224.741.000,00 29.849,00 173,98 6,5%
TOTAL 312.008.000,00 5.554,77 2,36 8,8%
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em PEV/IBGE (2007 a 2016).

92
45°0'0"O 44°0'0"O

Produção da Silvicultura

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Valor da Produção (R$ mil) !
P Principais Sedes Municipais
0 - 45 Limite Municipal
46 - 240 Limite SF3: Rio Paraopeba
241 - 916 Municípios SF3: Rio Paraopeba
917 - 3.021
FONTE: PEVS/IBGE, 2016.
3.022 - 110.950
4.1.1.4. Produção Animal
A análise do valor da produção de origem animal (dados em mil reais) e a elaboração
de suas classificações (Figura 4.6) considerou quatro conjuntos de dados, quais sejam:
i) valor total da produção animal no último ano (2016), ii) valor médio dos últimos três
anos (sendo o último dado disponível aquele para o ano de 2016), iii) valor médio dos
últimos três anos per capita (pela população de 2010), e iv) o crescimento percentual
anualizado na última década no intervalo de 2007 a 2016.

Considerando o valor do último ano (2016) da produção de origem animal na totalidade


da bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se R$ 759.628.000,00. A região que mais
produz este item é a do Baixo Paraopeba, com um valor total de produção para o ano
de 2016 de R$ 303.987.000,00. O valor representa 40,0% do total produzido. Na
sequência aparece a região do Médio Paraopeba com um total de R$ 272.342.000,00
para o ano de 2016, representando 35,9% do total produzido. Por outro lado, a região
do Alto Paraopeba é a que menos produz, com um total de R$ 183.299.000,00 para o
mesmo ano, representando apenas 24,1% do total produzido.

Já quando se analisa o indicador médio da produção de origem animal para os últimos


três anos, (agregados em suas regiões), tem-se as seguintes situações (em mil reais):
i) R$ 8.284,88 para o Alto Paraopeba (menor valor relativo); ii) R$ 10.546,50 para o
Médio Paraopeba; e iii) R$ 41.206,86 para o Baixo Paraopeba (maior valor relativo). O
valor médio da bacia hidrográfica do rio Paraopeba é de R$ 14.216,81.

Por fim, quando se analisa o crescimento percentual anualizado na última década da


produção de origem animal, tem-se a seguinte situação em cada uma das regiões: i)
crescimento de 16,1% para o Alto Paraopeba (maior crescimento); ii) crescimento de
5,6% para o Médio Paraopeba (menor evolução); e iii) crescimento de 8,2% para o Baixo
Paraopeba.

O Quadro 4.7 traz os valores da produção de origem animal para o total da bacia
hidrográfica e também por cada uma de suas regiões.

94
Quadro 4.7 - Produção de Origem Animal

Valor da produção Crescimento


Valor total da Valor médio
de origem animal percentual
Região produção de dos últimos
(dados em mil reais) anualizado na
Fisiográfica origem animal no 3 anos per
(valor médio dos última década
último ano (2016) capita
últimos 3 anos) (de 2007 a 2016)
Alto Paraopeba 183.299.000,00 8.284,88 23,29 16,1%
Médio Paraopeba 272.342.000,00 10.546,50 5,79 5,6%
Baixo Paraopeba 303.987.000,00 41.206,86 240,18 8,2%
TOTAL 759.628.000,00 14.216,81 6,05 8,5%
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em PPM/IBGE (2007 a 2016).

95
45°0'0"O 44°0'0"O

Produção de Origem
Animal

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Valor da Produção (R$ mil) !
P Principais Sedes Municipais
351 - 3.414 Limite Municipal
3.415 - 5.094 Limite SF3: Rio Paraopeba
5.095 - 13.946 Municípios SF3: Rio Paraopeba
13.947 - 20.090
FONTE: PPM/IBGE, 2016.
20.091 - 142.861
Rebanhos:

A análise do tamanho dos rebanhos bovino, bubalino, equino, caprino, ovino, suíno,
galináceo e de codorna (em quantidade de animais) e a elaboração de suas
classificações (Figura 4.7) considerou quatro conjuntos de dados: i) valor total da
produção animal no último ano (2016), ii) valor médio dos últimos dois anos (sendo o
último dado disponível aquele para o ano de 2016), iii) valor médio dos últimos dois anos
per capita (pela população de 2010), e iv) o crescimento percentual anualizado na última
década no intervalo de 2007 a 2016.

Considerando-se o valor do último ano (2016) do total de rebanhos na totalidade da


bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se 22.680.897 cabeças. A região que mais
detém total de rebanhos é a do Médio Paraopeba, com um total de produção para o ano
de 2016 de 20.094.285 cabeças. O valor representa 88,6% do total produzido. Na
sequência aparece a região do Alto Paraopeba, com um total de 1.380.619 cabeças
para o ano de 2016, representando 6,1% do total produzido. Por outro lado, a região do
Baixo Paraopeba é a que menos produz, com um total de 1.205.993 cabeças para o
mesmo ano, representando apenas 5,3% do total produzido.

Já quando se analisa o indicador médio do total de rebanhos para os últimos dois anos,
(agregados em suas regiões), tem-se as seguintes situações (em número de cabeças):
i) 54.643 para o Alto Paraopeba (menor valor relativo); ii) 824.571 para o Médio
Paraopeba (maior valor relativo); e iii) 184.128 para o Baixo Paraopeba. O valor médio
da bacia hidrográfica do rio Paraopeba é de 476.185 cabeças.

Por fim, quando se analisa o crescimento percentual anualizado na última década do


total de rebanhos, tem-se a seguinte situação em cada uma das regiões: i) crescimento
de 13,9% para o Alto Paraopeba (maior crescimento); ii) crescimento de 4,8% para o
Médio Paraopeba; e iii) crescimento de 1,7% para o Baixo Paraopeba (menor evolução).

O Quadro 4.8 abaixo traz os valores do total de rebanhos para o total da bacia
hidrográfica e também por cada uma de suas regiões.

97
Quadro 4.8 - Total de Rebanhos para a Bacia do Rio Paraopeba

Total do Total de
Valor médio Crescimento
rebanho no rebanhos
Região dos últimos percentual na
último ano (valor médio
Fisiográfica 3 anos per última década
(2016) (N° de dos últimos 2
capita (de 2007 a 2016)
cabeças) anos)
Alto Paraopeba 1.380.619 54.643 0,15 13,9%
Médio Paraopeba 20.094.285 824.571 0,45 4,8%
Baixo Paraopeba 1.205.993 184.128 1,07 1,7%
TOTAL 22.680.897 476.185 0,20 5,0%
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em PPM/IBGE (2007 a 2016).

98
45°0'0"O 44°0'0"O

Produção de Rebanhos

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Total de Rebanhos (Cabeças) !
P Principais Sedes Municipais
1.042 - 13.105 Limite Municipal
13.106 - 33.568 Limite SF3: Rio Paraopeba
33.569 - 107.193 Municípios SF3: Rio Paraopeba
107.194 - 354.589
354.590 - 10.468.924 FONTE: PPM/IBGE, 2016.
Rebanhos típicos de produção extensiva (pastoreio):

A análise do tamanho dos rebanhos de animais típicos de pastoreio, ou seja, criação


extensiva (bovino, bubalino, equino, caprino, ovino) e a elaboração de suas
classificações (Figura 4.8) considerou quatro conjuntos de dados: i) Total do rebanho
no último ano - 2016 (em número de cabeças) ii) valor médio dos últimos dois anos
(sendo o último dado disponível aquele para o ano de 2016), iii) valor médio dos últimos
dois anos per capita (pela população de 2010), e iv) o crescimento percentual
anualizado na última década no intervalo de 2007 a 2016.

Considerando-se o número do último ano (2016) do total de rebanhos típicos de


pastoreio na totalidade da bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se 906.009 cabeças.
A região que mais detém total de rebanhos é a do Baixo Paraopeba, com um total de
produção para o ano de 2016 de 351.010 cabeças. O valor representa 38,7% do total
produzido. Na sequência aparece a região do Médio Paraopeba, com um total de
348.267 cabeças para o ano de 2016, representando 38,4% do total produzido. Por
outro lado, a região do Alto Paraopeba é a que menos produz, com um total de 206.732
cabeças para o mesmo ano, representando 22,8% do total produzido.

Já quando se analisa o indicador médio do total de rebanhos para os últimos dois anos,
(agregados em suas regiões), tem-se as seguintes situações (em número de cabeças):
i) 11.584 para o Alto Paraopeba (menor valor relativo); ii) 14.076 para o Médio
Paraopeba; e iii) 49.433 para o Baixo Paraopeba (maior valor relativo). O valor médio
da bacia hidrográfica do rio Paraopeba é de 18.229 (em número de cabeças).

Por fim, quando se analisa o crescimento percentual anualizado na última década do


rebanho típico de pastoreio, tem-se a seguinte situação em cada uma das regiões: i)
crescimento de 2,9% para o Alto Paraopeba (maior crescimento); ii) decréscimo de 0,2%
para o Médio Paraopeba; e iii) decréscimo de 0,5% para o Baixo Paraopeba (maior
decréscimo).

O Quadro 4.9 abaixo traz os valores do rebanho típico de pastoreio para o total da bacia
hidrográfica e também por cada uma de suas regiões.

100
Quadro 4.9 - Total de Rebanhos de Pastoreio para a Bacia do Rio Paraopeba
Total do Crescimento
Total de
rebanho de percentual
rebanhos de Valor médio
Região pastoreio no anualizado
pastoreio (valor dos últimos 3
Fisiográfica último ano na última
médio dos anos per capita
(2016) década (de
últimos 2 anos)
(N° de cabeças) 2007 a 2016)
Alto Paraopeba 206.732 11.584 0,03 2,9%
Médio Paraopeba 348.267 14.076 0,01 -0,2%
Baixo Paraopeba 351.010 49.433 0,29 -0,5%
TOTAL 906.009 18.229 0,01 0,3%
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em PPM/IBGE (2007 a 2016).

101
45°0'0"O 44°0'0"O

Produção de Rebanhos
de Pastoreio

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Total de Rebanhos (Cabeças) !
P Principais Sedes Municipais
352 - 3.851 Limite Municipal
3.852 - 9.506 Limite SF3: Rio Paraopeba
9.507 - 16.738 Municípios SF3: Rio Paraopeba
16.739 - 24.851
24.852 - 112.777 FONTE: PPM/IBGE, 2016.
Rebanhos típicos de produção intensiva (confinamento):

A análise do tamanho dos rebanhos de animais típicos de confinamento, ou seja, criação


intensiva (suíno, galináceo, codorna) e a elaboração de suas classificações (Figura 4.9)
considerou quatro conjuntos de dados, quais sejam: i) Total do rebanho no último ano -
2016 (em número de cabeças) ii) valor médio dos últimos dois anos (sendo o último
dado disponível aquele para o ano de 2016), iii) valor médio dos últimos dois anos per
capita (pela população de 2010), e iv) o crescimento percentual anualizado na última
década no intervalo de 2007 a 2016.

Considerando o número do último ano (2016) do total de rebanhos típicos de


confinamento na totalidade da bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se 21.774.888
cabeças. A região que mais detém total de rebanhos é a do Médio Paraopeba, com um
total de produção para o ano de 2016 de 19.746.018 cabeças. O valor representa 90,7%
do total produzido. Na sequência aparece a região do Alto Paraopeba, com um total de
1.173.887 cabeças para o ano de 2016, representando 5,4% do total produzido. Por
outro lado, a região do Baixo Paraopeba é a que menos produz, com um total de 854.983
cabeças para o mesmo ano, representando apenas 3,9% do total produzido.

Já quando se analisa o indicador médio do total de rebanhos para os últimos dois anos,
(agregados em suas regiões), tem-se as seguintes situações (em número de cabeças):
i) 43.060 para o Alto Paraopeba (menor valor relativo); ii) 810.495 para o Médio
Paraopeba (maior valor relativo); e iii) 134.695 para o Baixo Paraopeba. O valor médio
da bacia hidrográfica do rio Paraopeba é de 457.957 (em número de cabeças).

Por fim, quando é analisado o crescimento percentual anualizado na última década do


rebanho típico de pastoreio, tem-se a seguinte situação em cada uma das regiões: i)
crescimento de 17,8% para o Alto Paraopeba (maior crescimento); ii) crescimento de
4,9% para o Médio Paraopeba; e iii) crescimento de 2,7% para o Baixo Paraopeba
(menor evolução).

O Quadro 4.10 abaixo traz os valores do rebanho típico de confinamento para o total da
bacia hidrográfica e também por cada uma de suas regiões.

103
Quadro 4.10 - Total de Rebanhos de Confinamento para a Bacia do Rio Paraopeba

Crescimento
Total de rebanhos
Total de rebanhos Valor médio percentual
de confinamento
Região de confinamento dos últimos anualizado na
no último ano
Fisiográfica (valor médio dos 3 anos per última década
(2016) (N° de
últimos 2 anos capita (de 2007 a
cabeças)
2016)
Alto Paraopeba 1.173.887 43.060 0,12 17,8%
Médio Paraopeba 19.746.018 810.495 0,44 4,9%
Baixo Paraopeba 854.983 134.695 0,79 2,7%
TOTAL 21.774.888 457.957 0,19 5,2%
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em PPM/IBGE (2007 a 2016).

104
45°0'0"O 44°0'0"O

Produção de Rebanhos
de Confinamento

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Total de Rebanhos (Cabeças) !
P Principais Sedes Municipais
0 - 5.381 Limite Municipal
5.382 - 13.100 Limite SF3: Rio Paraopeba
13.101 - 78.520 Municípios SF3: Rio Paraopeba
78.521 - 333.259
333.260 - 10.423.812 FONTE: PPM/IBGE, 2016.
4.1.1.5. Aquicultura
A análise do valor de produção da aquicultura (dados em mil reais) e a elaboração de
suas classificações (Figura 4.10) considerou dois conjuntos de dados, quais sejam: i)
valor total da produção da aquicultura no último ano – 2016, i) valor médio da produção
dos dois últimos anos, iii) valor médio da produção dos últimos dois anos per capita (pela
população de 2010), e iv) o crescimento percentual anualizado no intervalo de 2013 a
2016. Não se pode repetir para a atividade de aquicultura a mesma análise comparativa
do ritmo de evolução nos últimos dez anos devido ao início recente de coleta desta
informação. Não obstante, os valores encontrados revelam que a atividade, apesar de
nascente, é bastante bem significativa nos municípios onde ocorre.

Considerando-se o valor do último ano (2016) da atividade de aquicultura na totalidade


da bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se R$ 3.556.000,00. A região que mais
produz este item é a do Médio Paraopeba, com um valor total de produção para o ano
de 2016 de R$ 2.081.000,00. O valor representa 58,5% do total produzido. Na sequência
aparece a região do Baixo Paraopeba, com um total de R$ 1.286.000,00 para o ano de
2016, representando 36,2% do total produzido. Por outro lado, a região do Alto
Paraopeba é a que menos produz, com um total de R$ 189.000,00 para o mesmo ano,
representando apenas 5,3% do total produzido.

Já quando se analisa o indicador médio do valor da aquicultura para os últimos dois


anos, (agregados em suas regiões), tem-se as seguintes situações (em mil R$): i) R$
124,67 para o Alto Paraopeba (menor valor relativo); ii) R$ 312,95 para o Médio
Paraopeba; e iii) R$ 1.058,17 para o Baixo Paraopeba (maior valor relativo). O valor
médio da bacia hidrográfica do rio Paraopeba é de R$ 452,46.

Por fim, quando se analisa o crescimento percentual anualizado da aquicultura, no


período de 2013 a 2016, tem-se a seguinte situação em cada uma das regiões: i)
crescimento de 2,2% para o Alto Paraopeba; ii) crescimento de 116,5% para o Médio
Paraopeba (maior crescimento); e iii) decréscimo de 53,5% para o Baixo Paraopeba
(menor evolução).

O Quadro 4.11 abaixo traz os valores da atividade de aquicultura para o total da bacia
hidrográfica e também por cada uma de suas regiões.

106
Quadro 4.11. Valores da Atividade de Aquicultura

Valor total de Valor


Crescimento
produção da Valor médio dos médio dos
Região percentual
aquicultura no últimos 2 anos últimos 2
Fisiográfica anualizado (de
último ano (2016) (mil R$) anos per
2013 a 2016)
(R$) capita
Alto Paraopeba 189.000,00 124,67 0,35 2,2%*
Médio Paraopeba 2.081.000,00 312,95 0,17 116,5%
Baixo Paraopeba 1.286.000,00 1.058,17 6,17 -53,5%
TOTAL 3.556.000,00 452,46 0,19 -35,1%
*A região do Alto Paraopeba apresenta informações da aquicultura somente para os anos de 2015 e 2016.
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em PPM/IBGE (2013 a 2016).

107
45°0'0"O 44°0'0"O

Produção da
Aquicultura

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
Pará de Minas
P
!
Contagem Belo Horizonte
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Município Valor (R$ mil) Convenções Cartográficas
Mateus Leme 2,0
Valor da Produção (R$ mil) Itaverava 4,0 P Principais Sedes Municipais
!
2 - 15 Pequi 15,0 Limite Municipal
Sete Lagoas 18,0
16 - 33 Rio Manso 26,0 Limite SF3: Rio Paraopeba
34 - 112 Contagem 33,0 Municípios SF3: Rio Paraopeba
Maravilhas 47,0
113 - 185 Paraopeba 57,0
Inhaúma 112,0
186 - 1.752 Brumadinho 123,0
0 Resende Costa 185,0
Felixlândia 1182,0
Itaúna 1752,0 FONTE: PPM/IBGE, 2016.
4.1.2. Setor Secundário

Para as considerações do setor secundário (indústrias), fez-se uso dos seguintes dados:

• Número de unidades locais do setor secundário total;

✓ Número de unidades locais de indústrias extrativas, de transformação e de


construção

✓ Número de unidades locais de indústrias de eletricidade e gás, água, esgoto,


atividades de gestão de resíduos e descontaminação

• Atividades de mineração (concessões e requerimentos de lavras e seus


licenciamentos);

• Quantidade de empresas no setor secundário.

4.1.2.1. Indústrias extrativa, de transformação e de construção


A análise do número de unidades locais de indústrias extrativas, de transformação e de
construção e a elaboração de suas classificações (Figura 4.11) considerou três
conjuntos de dados, quais sejam: i) número de unidades locais (sendo o último dado
disponível para o ano de 2015), ii) pessoal ocupado total (também de 2015), e iii) o
número de unidades locais por 10 mil habitantes (indicador relativo intra-município).

Os dados de unidades locais e pessoal ocupado, embora resultem em análises bastante


ricas e, via de regra, pouco utilizadas, é obtido ao nível de detalhamento do município
somente para aqueles com população superior a 50 mil habitantes. Dessa forma,
apenas onze municípios apresentam informações. Não obstante, para estes municípios
a análise se torna pertinente, pois ilustra polos agregadores da atividade.

Considerando-se o número de unidades locais de indústrias extrativas, de


transformação e de construção na totalidade da bacia hidrográfica do rio Paraopeba,
tem-se 8.172 unidades locais. A região que mais detém número de unidades locais é a
do Médio Paraopeba, com um valor de 7.229. O quantitativo representa 88,5% do total
da bacia. Na sequência aparece a região do Alto Paraopeba, com um total de 726
unidades locais, representando 8,5% do total da bacia. Por outro lado, a região menos
expressiva neste item é a do Baixo Paraopeba, com um número de 217 unidades locais,
o que representa apenas 2,7% do total da bacia.

Já quando se analisa o indicador de pessoal ocupado total do número de unidades


locais, têm-se as seguintes situações: i) 15.122 pessoas ocupadas para o Alto
Paraopeba; ii) 160.234 pessoas ocupadas para o Médio Paraopeba (maior valor); e iii)
3.503 pessoas ocupadas para o Baixo Paraopeba (menor valor).

109
Por fim, quando se analisa o número de unidades locais por 10 mil habitantes, tem-se a
seguinte situação da importância relativa em cada uma das regiões: i) 20,41 para o Alto
Paraopeba; ii) 39,68 para o Médio Paraopeba (maior valor); e iii) 12,65 para o Baixo São
Paraopeba (menor valor).

O Quadro 4.12 traz os valores do número de unidades locais para o total da Bacia
Hidrográfica e também por cada uma de suas regiões.

Quadro 4.12 - Número de Unidades Locais

Número de unidades Pessoas ocupadas Por 10 mil


Região Fisiográfica
locais (2015) (2015) habitantes

Alto Paraopeba 726 15.122 20,41


Médio Paraopeba 7.229 160.234 39,68
Baixo Paraopeba 217 3.503 12,65
TOTAL 8.172 178.859 34,79
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em CCE/IBGE (2015).

110
45°0'0"W 44°0'0"W

Número de Unidades
Locais

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
Pará de Minas
P
!
Contagem Belo Horizonte
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda Município N° de Indústrias Convenções Cartográficas
Unidades Locais Congonhas 140 P Principais Sedes Municipais
!
140 - 217 Esmeraldas 202 Limite Municipal
Curvelo 217
218 - 349 Limite SF3: Rio Paraopeba
Ouro Preto 237
350 - 514 Municípios SF3: Rio Paraopeba
Conselheiro Lafaiete 349
515 - 1017 Ibirité 420
1018 - 3060 Pará de Minas 514
0 Itaúna 624
Sete Lagoas 1017
Betim 1392
Contagem 3060 FONTE: CCE/IBGE, 2016.
Atividades minerárias:

A análise da atividade de mineração considerou os quantitativos das seguintes


categorias de títulos minerários do DNPM: i) concessão de lavra; ii) requerimento de
lavra; iii) requerimento de licenciamento; e iv) licenciamento. A elaboração das
classificações (Figura 4.12) considerou, assim, dois conjuntos de dados, quais sejam: i)
quantidade de lavras (requerimento e licenciamento), dados de 2016, ii) e a quantidade
de lavras (requerimento e licenciamento) por 10 mil habitantes (pela população de
2010), compondo assim um indicador relativo intra-município.

Considerando-se a atividade de mineração pelos quantitativos das categorias de: i)


concessão de lavra; ii) requerimento de lavra; iii) requerimento de licenciamento; e iv)
licenciamento, na totalidade da bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se 1.009
lavras. A região que mais detém quantidade de lavras (requerimento e licenciamento) é
a do Médio Paraopeba, com um valor de 588. O quantitativo representa 58,3% do total
da bacia. Na sequência aparece a região do Alto Paraopeba com 264 lavras,
representando 26,1% do total. Por outro lado, a região menos expressiva no item é a do
Baixo Paraopeba, com um número de 157 unidades locais, o que representa 15,6% do
total da bacia.

Quando se analisa o indicador relativo, lavras por 10 mil habitantes, tem-se a seguinte
situação em cada uma das regiões: i) 7,42 para o Alto Paraopeba; ii) 3,23 para o Médio
Paraopeba (menor valor); e iii) 9,15 para o Baixo Paraopeba (maior valor).

O Quadro 4.13 traz os valores das lavras para o total da bacia hidrográfica e também
por cada uma de suas regiões.

Quadro 4.13 - Valores das Lavras para a Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba

Mineração, considerando os
quantitativos das categorias de: i)
Lavras por 10 mil
Região Fisiográfica concessão de lavra; ii) requerimento de
habitantes
lavra; iii) requerimento de
licenciamento; e iv) licenciamento

Alto Paraopeba 264 7,42


Médio Paraopeba 588 3,23
Baixo Paraopeba 157 9,15
TOTAL 1.009 4,3
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em ANM (2017).

112
45°0'0"O 44°0'0"O

Lavras por Município

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Número de Lavras !
P Principais Sedes Municipais
1-6 Limite Municipal
7 - 10 Limite SF3: Rio Paraopeba
11 - 18 Municípios SF3: Rio Paraopeba
19 - 37
38 - 112 FONTE: ANM, 2016.
Compensação Financeira de Recursos Minerais - CFEM

A análise dos valores de compensação financeira pela extração de recursos minerais


(CFEM) e a elaboração de suas classificações (Figura 4.13) considerou dois conjuntos
de dados, quais sejam: i) receitas tributárias com o CFEM (sendo o dado disponível
mais recente e que contempla a maior parte dos municípios com informação é aquele
para o ano de 2017), e ii) receitas tributárias com o CFEM por 10 mil habitantes (pela
população de 2010).

Considerando-se as receitas tributárias com o CFEM na totalidade da bacia hidrográfica


do rio Paraopeba, tem-se R$ 176.145.995. A região que mais detém receitas tributárias
com o CFEM é a do Alto Paraopeba, com um valor de R$ 118.478.784. O quantitativo
representa 67,3% do total da bacia. Na sequência aparece a região do Médio Paraopeba
com R$ 57.147.702, representando 32,4% do total da bacia. Por outro lado, a região
menos expressiva no item é a do Baixo Paraopeba, com um número de R$ 519.510
receitas tributárias com o CFEM, o que representa apenas 0,3% do total da bacia.

Quando se analisam as receitas tributárias com o CFEM por 10 mil habitantes, tem-se
a seguinte situação da importância relativa em cada uma das regiões: i) R$ 3.331.078,02
para o Alto Paraopeba (maior valor); ii) R$ 313.691,05 para o Médio Paraopeba; iii) R$
30.280,84 para o Baixo Paraopeba (menor valor).

O Quadro 4.14 traz os valores de compensação financeira pela exploração minerária


para o total da bacia hidrográfica e também por cada uma de suas regiões.

Quadro 4.14 - Valores de Compensação Financeira pela Exploração Minerária

Receitas tributárias com o


Receitas tributárias com o
Região Fisiográfica CFEM por 10 mil habitantes
CFEM (2017) (R$)
(R$)
Alto Paraopeba 118.478.784 3.331.078,02
Médio Paraopeba 57.147.702 313.691,05
Baixo Paraopeba 519.510 30.280,84
TOTAL 176.145.995 749.868,86
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em DNPM (2017).

114
45°0'0"O 44°0'0"O

Valores do CFEM

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Valor da Compensação (R$ mil) !
P Principais Sedes Municipais
0,00 Limite Municipal
0,01 - 9.230,52 Limite SF3: Rio Paraopeba
9.230,52 - 98.727,96 Municípios SF3: Rio Paraopeba
98.727,96 - 331.485,48
331.485,48 - 52.149.125,09 FONTE: DNPM, 2016.
4.1.2.2. Indústrias de eletricidade, gás, água, esgoto, atividades de gestão de
resíduos e descontaminação
A análise do número de unidades locais de indústrias de eletricidade e gás, água,
esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação e a elaboração de suas
classificações (Figura 4.14) considerou três conjuntos de dados, quais sejam: i) número
de unidades locais (sendo o último dado disponível aquele para o ano de 2015), ii)
pessoal ocupado total (também para 2015), e iii) o número de unidades locais por 10 mil
habitantes (indicador relativo intra-município).

O dado de unidades locais e pessoal ocupado, embora resulte em análises bastante


ricas e via de regra pouco utilizadas, é obtido ao nível de detalhamento do município
somente para aqueles com população superior a 50 mil habitantes. Dessa forma,
apenas onze municípios apresentam informações. Não obstante, para estes municípios
a análise se torna pertinente pois ilustra polos agregadores da atividade.

Considerando-se o número de unidades locais de indústrias de eletricidade e gás, água,


esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação, na totalidade da bacia
hidrográfica do rio Paraopeba tem-se 187 unidades locais. A região que mais detém
número de unidades locais é a do Médio Paraopeba, com 166 unidades, que representa
88,8% do total da bacia. A região do Alto Paraopeba aparece na sequência com 19
unidades locais, o que representa 10,2% do total da bacia. Por outro lado, a região
menos expressiva no item é a do Baixo Paraopeba, com apenas 2 unidades locais, o
que representa 1,0% do total da bacia.

Já quando se analisa o indicador de pessoal ocupado total do número de unidades


locais, tem-se as seguintes situações: i) 64 pessoas ocupadas para o Alto Paraopeba;
ii) 3511 pessoas ocupadas para o Médio Paraopeba (maior valor); e iii) 0 pessoas
ocupadas para o Baixo Paraopeba (menor valor), totalizando 3.575 pessoas na bacia
do rio Paraopeba.

Por fim, quando se analisa o número de unidades locais por 10 mil habitantes, tem-se a
seguinte situação da importância relativa em cada uma das regiões: i) 0,53 para o Alto
Paraopeba; ii) 0,91 para o Médio Paraopeba (maior valor); e iii) 0,12 para o Baixo
Paraopeba (menor valor).

O Quadro 4.15 traz os valores do número de unidades locais para o total da bacia
hidrográfica e também por cada uma de suas regiões.

116
Quadro 4.15 - Número de Unidades Locais
Número de unidades locais de
indústrias de eletricidade e gás,
Pessoal total Por 10 mil
Região Fisiográfica água, esgoto, atividades de
ocupado (2015) habitantes
gestão de resíduos e
descontaminação (2015)
Alto Paraopeba 19 64 0,53
Médio Paraopeba 166 3.511 0,91
Baixo Paraopeba 2 0 0,12
TOTAL 187 3.575 0,80
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em CCE/IBGE (2015).

117
45°0'0"O 44°0'0"O

Número de Unidades
Locais

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Município N° de Indústrias Convenções Cartográficas
Unidades Locais Curvelo 2 !
P Principais Sedes Municipais
Congonhas 4
2-7 Limite Municipal
Esmeraldas 7
8-9 Limite SF3: Rio Paraopeba
Ouro Preto 7
10 - 17 Conselheiro Lafaiete 8 Municípios SF3: Rio Paraopeba
18 - 35 Pará de Minas 8
36 - 64 Ibirité 10
0 Itaúna 17
Sete Lagoas 25
Betim 35
Contagem 64 FONTE: CCE/IBGE, 2016.
4.1.3. Setor Terciário

Para as considerações do setor terciário (serviços), fez-se uso dos seguintes dados:

• Número de empresas do setor terciário:

✓ Número de empresas do setor terciário de transporte, armazenagem, correio,


alojamento e alimentação;

✓ Número de empresas do setor terciário de administração pública, defesa e


seguridade social;

✓ Número de empresas de educação, saúde humana, serviços sociais, artes,


cultura, esporte e recreação.

4.1.3.1. Empresas de Transporte, Alojamento e Correlatos:


A análise do número de empresas do setor terciário de transporte, armazenagem,
correio, alojamento e alimentação e a elaboração de suas classificações (Figura 4.15)
considerou três conjuntos de dados, quais sejam: i) número de unidades locais (sendo
o último dado disponível aquele para o ano de 2015), ii) pessoal ocupado total (dado de
2015), e iii) o número de unidades locais por 10 mil habitantes (indicador relativo intra-
município).

O dado de unidades locais e pessoal ocupado, embora resulte em análises bastante


ricas e via de regra pouco utilizadas, é obtido ao nível de detalhamento do município
somente para aqueles com população superior a 50 mil habitantes. Dessa forma,
apenas onze municípios apresentam informações.

Considerando-se o número de empresas do setor terciário de transporte, armazenagem,


correio, alojamento e alimentação na totalidade da bacia hidrográfica do rio Paraopeba,
tem-se 7.234 unidades locais. A região que mais detém número de unidades locais é a
do Médio Paraopeba, com um valor de 5.753. O quantitativo representa 79,5% do total
da bacia. A região do Alto Paraopeba aparece na sequência com 1.201 unidades locais,
representando 16,6% do total da bacia. Por outro lado, a região menos expressiva no
item é a do Baixo Paraopeba, com um número de 280 unidades locais, o que representa
3,9% do total da bacia.

Já quando se analisa o indicador de pessoal ocupado total do número de unidades


locais, tem-se as seguintes situações: i) 9.243 pessoas ocupadas para o Alto
Paraopeba; ii) 61.495 pessoas ocupadas para o Médio Paraopeba (maior valor); iii)
1.629 pessoas ocupadas para o Baixo Paraopeba (menor valor). A bacia do Paraopeba
agrega um total de 72.367 pessoas ocupadas na categoria em tela.

119
Por fim, quando se analisa o número de unidades locais por 10 mil habitantes, tem-se a
seguinte situação da importância relativa em cada uma das regiões: i) 33,77 para o Alto
Paraopeba (maior valor); ii) 31,58 para o Médio Paraopeba; e iii) 16,32 para o Baixo
Paraopeba (menor valor).

O Quadro 4.16 traz os valores do número de unidades locais para o total da bacia
hidrográfica e também por cada uma de suas regiões, notando-se que o dado de
unidades locais e pessoal ocupado é obtido ao nível de detalhamento do município
somente para aqueles com população superior a 50 mil habitantes.

Quadro 4.16 - Número de Unidades Locais


Número de empresas do
Pessoal Número de
Região setor terciário de transporte,
ocupado total unidades locais por
Fisiográfica armazenagem, correio,
(2015) 10 mil habitantes
alojamento e alimentação
Alto Paraopeba 1.201 9.243 33,77
Médio Paraopeba 5.753 61.495 31,58
Baixo Paraopeba 280 1.629 16,32
TOTAL 7.234 72.367 30,80
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em CCE/IBGE (2015).

120
45°0'0"O 44°0'0"O

Número de Unidades
Locais

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Município N° de Empresas Convenções Cartográficas
Número de Empresas Esmeraldas 2 !
P Principais Sedes Municipais
97 - 280 Betim 4
Limite Municipal
Conselheiro Lafaiete 4
281 - 375 Limite SF3: Rio Paraopeba
Ibirité 4
376 - 409 Municípios SF3: Rio Paraopeba
Pará de Minas 4
410 - 899 Congonhas 5
900 - 2.417 Itaúna 5
0 Ouro Preto 5
Sete Lagoas 5
Curvelo 9
Contagem 10 FONTE: CCE/IBGE, 2016.
4.1.3.2. Número de empresas do setor terciário de administração pública, defesa
e seguridade social
A análise do número de empresas do setor terciário de administração pública, defesa e
seguridade social e a elaboração de suas classificações (Figura 4.16) considerou três
conjuntos de dados, quais sejam: i) número de unidades locais (sendo o último dado
disponível aquele para o ano de 2015), ii) pessoal ocupado total (dado de 2015), e iii) o
número de unidades locais por 10 mil habitantes (indicador relativo intra-município).

O dado de unidades locais e pessoal ocupado, embora resulte em análises bastante


ricas e via de regra pouco utilizadas, é obtido ao nível de detalhamento do município
somente para aqueles com população superior a 50 mil habitantes. Dessa forma,
apenas onze municípios apresentam informações.

Considerando-se o número de empresas do setor terciário de administração pública,


defesa e seguridade social na totalidade da bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-
se 57 unidades locais. A região que mais detém número de unidades locais é a do Médio
Paraopeba, com 29. O quantitativo representa 50,9% do total da bacia. A região do Alto
Paraopeba aparece na sequência com 14 unidades locais, representando 24,6% do total
da bacia. Por outro lado, a região menos expressiva no item é a do Baixo Paraopeba,
com 9 unidades locais, o que representa 15,8% do total da bacia.

Já quando se analisa o indicador de pessoal ocupado total do número de unidades


locais, tem-se as seguintes situações: i) 8.678 pessoas ocupadas para o Alto
Paraopeba; ii) 44.066 pessoas ocupadas para o Médio Paraopeba (maior valor); iii)
1.717 pessoas ocupadas para o Baixo Paraopeba (menor valor). A bacia do Paraopeba
agrega um total de 54.461 pessoas ocupadas na categoria em tela.

Por fim, quando se analisa o número de unidades locais por 10 mil habitantes, tem-se a
seguinte situação da importância relativa em cada uma das regiões: i) 0,39 para o Alto
Paraopeba; ii) 0,16 para o Médio Paraopeba (menor valor); e iii) 0,52 para o Baixo
Paraopeba (maior valor).

O Quadro 4.17 traz os valores do número de unidades locais para o total da bacia
hidrográfica e também por cada uma de suas regiões, notando-se que o dado de
unidades locais e pessoal ocupado é obtido ao nível de detalhamento do município
somente para aqueles com população superior a 50 mil habitantes.

122
Quadro 4.17 - Número de Unidades Locais

Número de empresas
do setor terciário de Número de
Pessoas ocupadas
Região Fisiográfica administração pública, unidades locais por
(2015)
defesa e seguridade 10 mil habitantes
social
Alto Paraopeba 14 8.678 0,39
Médio Paraopeba 29 44.066 0,16
Baixo Paraopeba 9 1.717 0,52
TOTAL 57 54.461 0,24
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em CCE/IBGE (2015).

123
45°0'0"O 44°0'0"O

Número de Unidades
Locais

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Município N° de Empresas Convenções Cartográficas
Número de Empresas Esmeraldas 2 !
P Principais Sedes Municipais
2 Betim 4 Limite Municipal
Conselheiro Lafaiete 4
3-4 Limite SF3: Rio Paraopeba
Ibirité 4
5 Municípios SF3: Rio Paraopeba
Pará de Minas 4
6-9 Congonhas 5
10 Itaúna 5
0 Ouro Preto 5
Sete Lagoas 5
Curvelo 9
Contagem 10 FONTE: CCE/IBGE, 2016.
4.1.3.3. Empresas de Educação, Saúde e Correlatos:
A análise do número de empresas de educação, saúde humana, serviços sociais, artes,
cultura, esporte e recreação e a elaboração de suas classificações (Figura 4.17)
considerou três conjuntos de dados, quais sejam: i) número de unidades locais (sendo
o último dado disponível aquele para o ano de 2015), ii) pessoal ocupado total (também
de 2015), e iii) o número de unidades locais por 10 mil habitantes (indicador relativo
intra-município).

O dado de unidades locais e pessoal ocupado, embora resulte em análises bastante


ricas e em via de regra pouco utilizado, é obtido ao nível de detalhamento do município
somente para aqueles com população superior a 50 mil habitantes. Dessa forma,
apenas onze municípios apresentam informações.

Considerando-se o número de empresas do setor terciário de educação, saúde humana,


serviços sociais, artes, cultura, esporte e recreação na totalidade da bacia hidrográfica
do rio Paraopeba, tem-se 3.792 unidades locais. A região que mais detém número de
unidades locais é a do Médio Paraopeba, com um valor de 2.894. O quantitativo
representa 76,3% do total da bacia. A região do Alto Paraopeba aparece na sequência
com 690 unidades locais, representando 18,2% do total da bacia. Por outro lado, a
região menos expressiva no item é a do Baixo Paraopeba, com um número de 208
unidades locais, o que representa 5,5% do total da bacia.

Já quando se analisa o indicador de pessoal ocupado total do número de unidades


locais, tem-se as seguintes situações: i) 7.744 pessoas ocupadas para o Alto
Paraopeba; ii) 28.047 pessoas ocupadas para o Médio Paraopeba (maior valor); iii)
1.809 pessoas ocupadas para o Baixo Paraopeba (menor valor). A bacia do Paraopeba
agrega um total de 37.600 pessoas ocupadas na categoria em tela.

Por fim, quando se analisa o número de unidades locais por 10 mil habitantes, tem-se a
seguinte situação da importância relativa em cada uma das regiões: i) 17,27 para o Alto
Paraopeba (maior valor); ii) 15,89 para o Médio Paraopeba (menor valor); e iii) 16,85
para o Baixo Paraopeba.

O Quadro 4.18 traz os valores do número de unidades locais para o total da bacia
hidrográfica e também por cada uma de suas regiões, notando-se que o dado de
unidades locais e pessoal ocupado é obtido ao nível de detalhamento do município
somente para aqueles com população superior a 50 mil habitantes.

125
Quadro 4.18 - Número de Unidades Locais
Número de empresas
de educação, saúde Número de unidades
Pessoal ocupado
Região Fisiográfica humana, serviços locais por 10 mil
total
sociais, artes, cultura, habitantes
esporte e recreação
Alto Paraopeba 690 7.744 19,40
Médio Paraopeba 2.894 28.047 15,89
Baixo Paraopeba 208 1.809 12,12
TOTAL 3.792 37.600 16,14
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em CCE/IBGE (2015).

126
45°0'0"O 44°0'0"O

Número de Unidades
Locais

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Município N° de Empresas Convenções Cartográficas
Número de Empresas Esmeraldas 70 !
P Principais Sedes Municipais
70 - 117 Ibirité 109
Limite Municipal
Congonhas 117
118 - 201 Limite SF3: Rio Paraopeba
Ouro Preto 197
202 - 235 Municípios SF3: Rio Paraopeba
Pará de Minas 201
236 - 542 Curvelo 208
543 - 1.127 Itaúna 235
0 Conselheiro Lafaiete 376
Sete Lagoas 542
Betim 610
Contagem 1127 FONTE: CCE/IBGE, 2016.
4.1.4. Portes Econômicos

Para as considerações da situação econômica geral - porte e valor das atividades


econômicas somadas - fez-se uso dos seguintes dados:

• Produto interno bruto – PIB;

• Valor agregado bruto (VAB) dos setores primário, secundário e terciário;

• Participação dos setores público e privado;

• Empresas por ramos de atividade distinta.

4.1.4.1. Produto Interno Bruto


A análise do Produto Interno Bruto - PIB (mil reais, preços correntes de 2015) e a
elaboração de suas classificações (Figura 4.18) considerou três conjuntos de dados,
quais sejam: i) valor do último ano (sendo o último dado disponível aquele para o ano
de 2015), ii) valor do último ano per capita (pela população de 2010), e iii) o crescimento
percentual anualizado na última década no intervalo de 2006 a 2015.

Considerando o valor do último ano da PIB na totalidade da bacia hidrográfica do rio


Paraopeba, tem-se R$ 88.179.110,00. A região que mais produz este valor econômico
é a do Médio Paraopeba, com um total de R$ 71.562.601,00. O valor representa 81,2%
do total produzido. Na sequência aparece a região do Alto Paraopeba, com R$
13.421.160,00, representando 15,2% do total. Por outro lado, a região que detém a
menor atividade econômica é a do Baixo Paraopeba, com um valor de R$ 3.195.349,00,
o que representa 3,6% do total da bacia.

Já quando se analisa o indicador relativo do PIB, dividindo os valores observados pela


população de cada município (agregados em suas regiões), tem-se as seguintes
situações: i) R$ 37.734,12/hab. para o Alto Paraopeba; ii) R$ 39.281,63/hab. para o
Médio Paraopeba (maior valor relativo); e iii) R$ 18.624,82/hab. para o Baixo Paraopeba
(menor valor relativo). O valor per capita da bacia hidrográfica do rio Paraopeba é de R$
37.538,62/hab.

Por fim, quando se analisa o crescimento percentual anualizado na última década da


PIB, tem-se a seguinte situação em cada uma das regiões: i) crescimento de 11,2%
para o Alto Paraopeba; ii) crescimento de 8,6% para o Médio Paraopeba (menor
evolução); iii) crescimento de 11,4% para o Baixo Paraopeba (maior crescimento). A
bacia hidrográfica do rio Paraopeba obteve um crescimento de 9,1% anualizado para a
década em tese.

128
O Quadro 4.19 abaixo traz os valores de PIB para o total da bacia hidrográfica e também
por cada uma de suas regiões.

Quadro 4.19 - Valores de PIB

Produto interno bruto - Crescimento


PIB (mil reais, preços Valor do último percentual
Região
correntes de 2015) ano per capita anualizado (de
(R$) 2016 a 2015)
Alto Paraopeba 13.421.160,00 37.734,12 11,2%
Médio Paraopeba 71.562.601,00 39.281,63 8,6%
Baixo Paraopeba 3.195.349,00 18.624,82 11,4%
TOTAL 88.179.110,00 37.538,62 9,1%
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em IBGE (2006 a 2015).

129
45°0'0"O 44°0'0"O

Valores do PIB

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Valores (R$ mil) !
P Principais Sedes Municipais
23.774 - 60.645 Limite Municipal
60.646 - 113.453 Limite SF3: Rio Paraopeba
113.454 - 505.878 Municípios SF3: Rio Paraopeba
505.879 - 1.723.765
1.723.766 - 21.784.581

FONTE: IBGE, 2015.


A decomposição do PIB em termos de valor adicionado bruto pelos três principais
setores de atividade econômica coloca em evidência a importância global dos serviços
na economia da bacia, resultado bastante influenciado pela preponderância econômica
das metrópoles e grandes cidades.

A distribuição do valor adicionado bruto pelas atividades agrosilvopastoris sugere a


importância do Médio e Baixo Paraopeba, que concentram 45,3% e 37,3% da produção
da bacia, respectivamente. A região do Alto Paraopeba aparece com apenas 17,4% da
produção total deste setor.

Já no setor secundário, existe um forte domínio da região do Médio Paraopeba,


concentrando 77,3% do total produzido na bacia, seguido do Alto Paraopeba com
21,1%, e por último aparece a região do Baixo Paraopeba, com 1,6% do total produzido
na bacia.

Quando se trata do setor terciário há um predomínio mais significativo ainda da região


do Médio Paraopeba, concentrando 84% do total do setor. As regiões do Alto e Baixo
Paraopeba aparecem na sequência, com 12,1% e 3,9%, do total produzido na bacia,
respectivamente. Os dados gerais estão apresentados no Quadro 4.20.

Quadro 4.20 - Valores por Setor Econômico e por Região

VA do Setor Primário VA do Setor Secundário VA do Setor Terciário


Região
2015 (mil % do VA 2015 (mil % do VA 2015 (mil % do VA
reais) total reais) total reais) total
Alto
197.968,00 17,4% 5.911.338,00 21,1% 4.380.195,00 12,1%
Paraopeba
Médio
514.302,00 45,3% 21.705.015,00 77,3% 30.429.557,00 84,0%
Paraopeba
Baixo
423.008,00 37,3% 458.779,00 1,6% 1.399.272,00 3,9%
Paraopeba

TOTAL 1.135.278 28.075.132 36.209.024


FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em IBGE (2006 a 2015).

4.1.4.2. Indústria de Bebidas, Têxtil, Metalurgia


A análise do número de indústrias de bebidas, têxtil, metalurgia, de produção de ferro-
gusa, de empresas de comércio e manutenção de veículos automotivos e de turismo
foram consideradas de maneira conjunta, mesmo apresentando empresas do setor
secundário e terciário. A elaboração de suas classificações (Figura 4.15) considerou
dois conjuntos de dados, quais sejam: i) número de unidades locais (sendo o último
dado disponível aquele para o ano de 2016), ii) pessoal ocupado total (dado de 2016).

131
Considerando-se o número de empresas do setor secundário e terciário (indústria de
bebidas, têxtil, metalurgia, de produção de ferro-gusa, de empresas de comércio e
manutenção de veículos automotivos e de turismo) da bacia hidrográfica do rio
Paraopeba, tem-se 25.939 unidades locais. A região que mais detém número de
unidades locais é a do Médio Paraopeba, com um valor de 19.185. O quantitativo
representa 74,0% do total da bacia, dos quais 98,3% das unidades locais pertencem ao
setor terciário e apenas 1,7% ao setor secundário. A região do Alto Paraopeba aparece
na sequência com 4.553 unidades locais, representando 17,6% do total da bacia, dos
quais 97,6% das unidades locais pertencem ao setor terciário e apenas 2,4% ao setor
secundário. Por outro lado, a região menos expressiva no item é a do Baixo Paraopeba,
com um número de 2.201 unidades locais, o que representa 8,4% do total da bacia, dos
quais 98,9% das unidades locais pertencem ao setor terciário e apenas 1,1% ao setor
secundário.

Já quando se analisa o indicador de pessoal ocupado total do número de unidades


locais, tem-se as seguintes situações: i) 28.994 pessoas ocupadas para o Alto
Paraopeba; ii) 158.448 pessoas ocupadas para o Médio Paraopeba (maior valor); iii)
13.487 pessoas ocupadas para o Baixo Paraopeba (menor valor). A bacia do Paraopeba
agrega um total de 200.929 pessoas ocupadas na categoria em tela.

O Quadro 4.21 traz os valores do número de unidades locais para o total da bacia
hidrográfica e também por cada uma de suas regiões.

Quadro 4.21 Valores por Setor Econômico e por Região


Região Setor Número de Pessoal
Setor Produtivo
Fisiográfica Econômico Unidades Locais Ocupado

Indústria de Bebidas Secundário 23 80

Indústria têxtil Secundário 69 203

Indústria Metalúrgica Secundário 15 7.487

Alto Paraopeba Produção de ferro-gusa Secundário 3 76

Comércio e Manutenção
Terciário 4.417 21.088
de Veículos

Turismo Terciário 26 60

- Total 4.553 28.994

132
Região Setor Número de Pessoal
Setor Produtivo
Fisiográfica Econômico Unidades Locais Ocupado

Indústria de Bebidas Secundário 38 2.730

Indústria têxtil Secundário 96 4.334

Indústria Metalúrgica Secundário 150 8.551

Médio Paraopeba Produção de ferro-gusa Secundário 37 3.834

Comércio e Manutenção
Terciário 18.773 138.722
de Veículos

Turismo Terciário 91 277

- Total 19.185 158.448

Indústria de Bebidas Secundário 5 14

Indústria têxtil Secundário 11 2.620

Indústria Metalúrgica Secundário 5 53

Baixo Paraopeba Produção de ferro-gusa Secundário 4 50

Comércio e Manutenção
Terciário 2.169 10.735
de Veículos

Turismo Terciário 7 15

- Total 2.201 13.487

Total Geral 25.939 200.929


FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em CCE/IBGE (2016).

4.1.5. Fluxos produtivos

Para a análise dos fluxos produtivos e as malhas de transporte foram realizadas análises
dos volumes de combustível comercializados por município. Em termos de dados
equivalentes aos demais, apenas os de comercialização de combustíveis seguem o
padrão metodológico de padronização com escalas.

• Comercialização de diesel; e

• Comercialização de gasolina e etanol.

4.1.5.1. Comercialização de Combustíveis


A análise da comercialização de diesel (em metros cúbicos) e a elaboração de suas
classificações (Figura 4.19) considerou três conjuntos de dados, quais sejam: i) valor do
último ano (sendo o último dado disponível aquele para o ano de 2015), ii) valor do

133
último ano per capita (pela população de 2010), e iii) o crescimento percentual
anualizado no intervalo de 2007 a 2015.

O dado, que não é utilizado usualmente para análises regionais, traz consigo uma boa
relação com a localização e intensidade das conexões logísticas, sendo assim na Figura
4.19 ele é sobreposto à malha viária nacional. Uma vez que o diesel é o combustível
que move as cargas nacionais, salvo pelo modal aéreo, trata-se de uma aproximação
bastante interessante.

Considerando-se o valor do último ano da comercialização de diesel na totalidade da


bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se 1.284.108,20 metros cúbicos. A região que
mais detém comercialização de diesel é a do Médio Paraopeba, com um valor de
914.725,23 metros cúbicos. O volume representa 71,2% do total do combustível
comercializado na bacia. Na sequência aparece a região do Alto Paraopeba com um
valor de 211.926,63 metros cúbicos, representando 16,5% do total. A região menos
expressiva no item é a do Baixo Paraopeba, com um volume de 157.456,34 metros
cúbicos, o que representa 12,3% do total da bacia.

Já quando se analisa o indicador relativo da comercialização de diesel, dividindo os


valores observados pela população de cada município (agregados em suas regiões),
tem-se as seguintes situações: i) 0,596 metros cúbicos para o Alto Paraopeba; ii) 0,502
metros cúbicos para o Médio Paraopeba (menor valor relativo); e iii) 0,918 metros
cúbicos para o Baixo Paraopeba (maior valor relativo).

Por fim, quando se analisa o crescimento percentual anualizado no período de 2007 a


2015 da comercialização de diesel, tem-se a seguinte situação em cada uma das
regiões: i) decréscimo de 6,45% para o Alto Paraopeba (menor evolução); ii)
crescimento de 2,14% para o Médio Paraopeba; e iii) crescimento de 8,70% para o
Baixo Paraopeba (maior crescimento).

O Quadro 4.22 traz os valores da comercialização de diesel para o total da bacia


hidrográfica e também por cada uma de suas regiões.

134
Quadro 4.22 - Comercialização de Diesel

Crescimento
Comercialização de Valor do último
percentual anualizado
Região diesel (valor do último ano per capita
no período de 2007 a
ano m³) (m³)
2015
Alto Paraopeba 211.926,63 0,596 -6,45%
Médio Paraopeba 914.725,23 0,502 2,14%
Baixo Paraopeba 157.456,34 0,918 8,70%
TOTAL 1.284.108,20 0,547 0,70%
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em com base em ANP (2015).

135
45°0'0"O 44°0'0"O

Volume Total
Comercializado de Diesel

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Volume (m³) !
P Principais Sedes Municipais
125.000 - 590.000 Limite Municipal
590.001 - 2.320.000 Limite SF3: Rio Paraopeba
2.320.001 - 9.875.000 Municípios SF3: Rio Paraopeba
9.875.001 - 30.522.785
30.522.786 - 407.798.650
FONTE: ANP, 2015.
A análise da comercialização de gasolina e etanol (em metros cúbicos) e a elaboração
de suas classificações (Figura 4.20) considerou três conjuntos de dados, quais sejam:
i) valor do último ano (sendo o último dado disponível aquele para o ano de 2015), ii)
valor do último ano per capita (pela população de 2010), e iii) o crescimento percentual
anualizado no intervalo de 2007 a 2015.

Considerando-se o valor do último ano da comercialização de gasolina e etanol na


totalidade da bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se 825.249,56 metros cúbicos. A
região que mais detém comercialização de diesel é a do Médio Paraopeba, com um
valor de 642.320,00 metros cúbicos. O volume representa 77,8% do total do combustível
comercializado na bacia. Na sequência aparece a região do Alto Paraopeba com um
valor de 122.616,48 metros cúbicos, representando 14,9% do total. A região menos
expressiva no item é a do Baixo Paraopeba, com um volume de 60.313,09 metros
cúbicos, o que representa 7,3% do total da bacia.

Já quando se analisa o indicador relativo da comercialização de gasolina e etanol,


dividindo os valores observados pela população de cada município (agregados em suas
regiões), tem-se as seguintes situações: i) 0,345 metros cúbicos para o Alto Paraopeba
(menor valor relativo); ii) 0,353 metros cúbicos para o Médio Paraopeba (maior valor
relativo); e iii) 0,352 metros cúbicos para o Baixo Paraopeba.

Por fim, quando se analisa o crescimento percentual anualizado no período de 2007 a


2015 da comercialização de gasolina e etanol, tem-se a seguinte situação em cada uma
das regiões: i) crescimento de 8,19% para o Alto Paraopeba; ii) crescimento de 7,00%
para o Médio Paraopeba (menor evolução); e iii) crescimento de 8,73% para o Baixo
Paraopeba (maior crescimento).

O Quadro 4.23 traz os valores da comercialização de gasolina e etanol para o total da


Bacia Hidrográfica e também por cada uma de suas regiões.

Quadro 4.23 - Comercialização de Gasolina e Etanol

Crescimento
Comercialização de
percentual
gasolina e etanol Valor do último
Região anualizado no
(valor do último ano ano per capita (m³)
período de 2007 a
em m³)
2015
Alto Paraopeba 122.616,48 0,345 8,19%
Médio Paraopeba 642.320,00 0,353 7,00%
Baixo Paraopeba 60.313,09 0,352 8,73%
TOTAL 825.249,56 0,351 7,29%
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em com base em ANP (2015).

137
45°0'0"O 44°0'0"O
Volume Total
Comercializado de
Gasolina e Etanol

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Volume (m³) !
P Principais Sedes Municipais
205.000 - 965.000 Limite Municipal
965.001 - 2.763.000 Limite SF3: Rio Paraopeba
2.763.001 - 7.232.500 Municípios SF3: Rio Paraopeba
7.232.501 - 18.970.080
18.970.081 - 316.360.466 FONTE: ANP, 2015.
4.2. Dinâmica demográfica

O conhecimento da dinâmica demográfica da bacia é fundamental para atender a


demanda de uso prioritário de recurso hídrico que, de acordo com a Política Estadual
de Recursos Hídricos, é o abastecimento humano. A partir do entendimento das
migrações e do comportamento demográfico, é feita uma análise quali-quantitativa em
função das disponibilidades hídricas (superficial e subterrânea). Dessa forma, é obtido
um diagnóstico dos usos de mananciais e lançamentos domésticos e, paralelamente,
são criados subsídios para as futuras análises do crescimento populacional para a
realização dos cenários. Além disso, apresenta as tendências de aumento de população
ao longo da história da bacia, o que dá subsídios para a projeção populacional a ser
utilizada na etapa de prognóstico.

A análise da dinâmica demográfica intenta sistematizar dados - em sua maior parte


oriundos do censo demográfico - de forma a compor uma visão territorial sobre a bacia
hidrográfica do rio Paraopeba. Segue, tal como a dinâmica econômica, a metodologia
de se compilar indicadores relativos intra-municípios e intra-bacia hidrográfica para
subsidiar a análise integrada que endereça o diagnóstico.

A dinâmica demográfica, conquanto seja de certa forma resultante da dinâmica


econômica e das condições de vida, é uma força estruturante de grande importância.
Sua análise síntese se dá a partir das informações dos 48 municípios da bacia
hidrográfica. Estes se somam às duas outras dimensões socioeconômicas analisadas -
econômica e de condições de vida - para compor o panorama das influências que
sofreram e que sofrerão os municípios em questão.

Para tanto, trata-se de apresentar dados de forma coerente e sequencial, mediante


comparações entre as regiões da bacia hidrográfica do rio Paraopeba. A análise é
subdividida nos seguintes itens:

• Porte Populacional: tamanho da população, dividida por local de domicílio


(urbano ou rural) de acordo com o censo demográfico de 2010;

• Crescimento Populacional: dinâmica das mudanças no perfil demográfico,


também segregadas pela população total e por local de domicílio, tendo como
base os censos demográficos de 1980, 1991, 2000 e 2010.

• Modificação em Parâmetro de Fecundidade: análise do crescimento ocorrido no


passado e da amplitude da modificação na fecundidade (filhos por mulher) por
meio da comparação do número de filhos tidos por mulheres de duas classes
etárias distintas: de 15 a 29 anos e de 30 a 49 anos (ambas com informações do

139
censo demográfico de 2010). Em complemento, apresenta-se a quantidade de
mulheres de 10 a 29 anos na população total, informação relativa que demonstra
o potencial de natalidade para os próximos períodos.

• Taxa de Fecundidade: análise da taxa de fecundidade total (número de filhos


tidos por mulheres) e sua evolução percentual no intervalo entre os dois últimos
censos demográficos.

• Migração: análise do percentual de migrantes, definidos como a população


nascida em outra unidade federativa, na ocasião do censo demográfico de 2010.

4.2.1. Porte Populacional

A análise do porte populacional e a elaboração de suas classificações (Figura 4.21)


considerou um conjunto de dados, quais sejam: i) número de pessoas totais, ii) número
de pessoas em zona urbana, e iii) o número de pessoas em zona rural (todos pelo censo
demográfico de 2010).

Considerando a população total (urbana e rural) na totalidade do território, tem-se


2.349.024 pessoas. A região que mais detém habitantes totais da bacia hidrográfica do
rio Paraopeba é a do Médio Paraopeba, com 1.821.783 habitantes. O quantitativo
representa 77,6% do total da bacia. Por outro lado, a região menos expressiva em
população é a do Baixo Paraopeba, com um número de 171.564 pessoas, o que
representa 7,3% do total da bacia.

Já se considerando apenas a população urbana na totalidade do território, tem-se


2.212.005 habitantes. A região que mais detém população urbana da bacia é também a
do Médio Paraopeba, com 1.760.710 habitantes. O quantitativo representa 79,6% do
total da bacia. Por outro lado, a região fisiográfica menos expressiva em população é a
do Baixo Paraopeba, com um número de 148.912 habitantes, o que representa 6,7% do
total da bacia.

Por fim, em se considerar apenas a população rural na totalidade do território, tem-se


apenas 137.019 pessoas. A região que mais detém população rural da bacia é a do
Médio Paraopeba, com 61.073 habitantes. O quantitativo representa 44,6% do total da
bacia. Por outro lado, a região menos expressiva em população é a do Baixo Paraopeba,
com um total de 22.652 pessoas, o que representa 16,5% do total da bacia.

O Quadro 4.24 traz os valores da quantidade de habitantes totais, rurais e urbanos da


bacia hidrográfica do rio Paraopeba para o total do território e também por cada uma de
suas regiões.

140
Quadro 4.24 - Quantidade de Habitantes Totais, Rurais e Urbanos

População total População urbana População rural


Região
(urbana e rural) Habitantes % Habitantes %
Alto Paraopeba 355.677 302.383 85,02% 53.294 14,98%
Médio Paraopeba 1.821.783 1.760.710 96,65% 61.073 3,35%
Baixo Paraopeba 171.564 148.912 86,80% 22.652 13,20%
TOTAL 2.349.024 2.212.005 94,17% 137.019 5,83%
FONTE: IBGE (2010).

141
45°0'0"O 44°0'0"O

População por
Município

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
Pará de Minas
P
!
Contagem Belo Horizonte
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Número de Pessoas P Principais Sedes Municipais
!
1861 - 4757 Limite Municipal
4758 - 7536 Limite SF3: Rio Paraopeba
7537 - 22563 Municípios SF3: Rio Paraopeba
22564 - 60271
60272 - 603442 FONTE: Censo/IBGE , 2010.
4.2.2. Crescimento Populacional

A análise do crescimento populacional da população (urbana, rural e total) e a


elaboração de suas classificações (visualizadas no mapa subsequente) considerou as
informações dos censos demográficos de 1980, 1991, 2000 e 2010.

4.2.2.1. Crescimento da População Urbana


Quando se analisa o indicador relativo da razão da população urbana, dividindo os
valores observados para a população urbana pela população total de cada município
(agregados em suas regiões), tem-se as seguintes situações: i) 85% de habitantes
urbanos para o Alto Paraopeba (menor valor relativo); ii) 97% de habitantes urbanos
para o Médio Paraopeba (maior valor relativo); e iii) o valor de 87% de habitantes
urbanos para o Baixo Paraopeba.

Quando se analisa o crescimento anualizado nos onze anos entre os censos


demográficos de 1980 a 1991, tem-se a seguinte situação em cada uma das regiões: i)
crescimento de 2,54% para o Alto Paraopeba (menor crescimento); ii) crescimento de
4,58% para o Médio Paraopeba (maior crescimento); e iii) crescimento de 2,65% para o
Baixo Paraopeba.

Já para o crescimento populacional anualizado entre os censos de 1991 e 2000, tem-


se a seguinte situação em cada uma das regiões: i) crescimento de 2,09% para o Alto
Paraopeba (menor evolução); ii) crescimento de 4,22% para o Médio Paraopeba (maior
crescimento); e iii) crescimento de 2,78% para o Baixo Paraopeba.

Por fim, quando se analisa o crescimento percentual anualizado na última década dos
habitantes totais da bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se a seguinte situação em
cada uma das regiões: i) crescimento de 1,28% para o Alto Paraopeba (menor
evolução); ii) crescimento de 1,84% para o Médio Paraopeba (maior crescimento); e iii)
crescimento de 1,37% para o Baixo Paraopeba.

O Quadro 4.25 traz os valores do grau de urbanismo e taxas anualizadas de crescimento


da população urbana da bacia hidrográfica do rio Paraopeba para o total da bacia e
também por cada uma de suas regiões.

143
Quadro 4.25 - Grau de Urbanismo e Taxas Anualizadas de Crescimento da População
Urbana

Razão da população Taxa de crescimento (%)


Região
urbana em 2010 1980-1991 1991-2000 2000-2010
Alto Paraopeba 85% 2,54 2,09 1,28
Médio Paraopeba 97% 4,58 4,22 1,84
Baixo Paraopeba 87% 2,65 2,78 1,37
TOTAL 94% 4,05 3,79 1,73

4.2.2.2. Crescimento da População Rural


Quando se analisa o indicador relativo da razão da população rural, dividindo os valores
observados para a população rural pela população total de cada município (agregados
em suas regiões), tem-se as seguintes situações: i) 15% de habitantes rurais para o Alto
Paraopeba (maior valor relativo); ii) 3% de habitantes rurais para o Médio Paraopeba
(menor valor relativo); e iii) o valor de 13% de habitantes rurais para o Baixo Paraopeba.

Já quando se analisa o crescimento percentual anualizado entre os anos de 1980 e


1991 dos habitantes da zona rural, tem-se a seguinte situação em cada uma das
regiões: i) decréscimo de 0,68% para o Alto Paraopeba (menor evolução); ii)
crescimento de 2,00% para o Médio Paraopeba (maior crescimento); e iii) decréscimo
de 0,23% para o Baixo Paraopeba.

Já para o crescimento populacional anualizado entre os censos de 1991 e 2000, tem-


se a seguinte situação em cada uma das regiões: i) decréscimo de 2,52% para o Alto
Paraopeba; ii) decréscimo de 4,27% para o Médio Paraopeba (maior decréscimo); e iii)
decréscimo de 2,30% para o Baixo Paraopeba (menor decréscimo).

Por fim, quando se analisa o crescimento percentual anualizado na última década dos
habitantes totais da bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se a seguinte situação em
cada uma das regiões: i) decréscimo de 0,70% para o Alto Paraopeba; ii) decréscimo
de 2,56% para o Médio Paraopeba (maior decréscimo); e iii) decréscimo de 0,63% para
o Baixo Paraopeba (menor decréscimo).

O Quadro 4.26 traz os valores do grau de ruralismo e taxas anualizadas de crescimento


da população rural da Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba para o total da Bacia
Hidrográfica e também por cada uma de suas regiões.

144
Quadro 4.26 - Taxas de Crescimento Anualizadas

Razão da população Taxa de crescimento (%)


Região
rural em 2010 1980-1991 1991-2000 2000-2010
Alto Paraopeba 15% -0,68 -2,52 -0,70
Médio Paraopeba 3% 2,00 -4,27 -2,56
Baixo Paraopeba 13% -0,23 -2,30 -0,63
TOTAL 6% 0,72 -3,39 -1,56
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em Censo/IBGE (1980, 1991, 2000 e 2010).

4.2.2.3. Crescimento da População Total


Quando se analisa o crescimento anualizado nos onze anos entre os censos
demográficos de 1980 a 1991, tem-se a seguinte situação em cada uma das regiões: i)
crescimento de 1,63% para o Alto Paraopeba (menor evolução); ii) crescimento de
4,27% para o Médio Paraopeba (maior crescimento); e iii) crescimento de 1,91% para o
Baixo Paraopeba.

Já para o crescimento populacional anualizado entre os censos de 1991 e 2000, tem-


se a seguinte situação em cada uma das regiões: i) crescimento de 1,11% para o Alto
Paraopeba (menor evolução); ii) crescimento de 3,56% para o Médio Paraopeba (maior
crescimento); e iii) crescimento de 1,80% para o Baixo Paraopeba.

Por fim, quando se analisa o crescimento percentual anualizado na última década dos
habitantes totais da bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se a seguinte situação em
cada uma das regiões: i) crescimento de 0,96% para o Alto Paraopeba (menor
evolução); ii) crescimento de 1,65% para o Médio Paraopeba (maior crescimento); e iii)
crescimento de 1,08% para o Baixo Paraopeba.

O Quadro 4.27 traz as taxas de crescimento anualizadas para cada um dos recortes
temporais analisados, tanto para o total da bacia hidrográfica como também por cada
uma de suas regiões.

Quadro 4.27 - Taxas de Crescimento Anualizadas

Taxa de crescimento (%)


Região
1980-1991 1991-2000 2000-2010
Alto Paraopeba 1,63 1,11 0,96
Médio Paraopeba 4,27 3,56 1,65
Baixo Paraopeba 1,91 1,80 1,08
TOTAL 3,49 2,99 1,50
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em Censo/IBGE (1980, 1991, 2000 e 2010)

A Figura 4.22 mostra o ritmo de crescimento da população total para os três períodos
analisados, considerando crescimento acima ou abaixo da média.

145
45°0'0"O 44°0'0"O

Taxas de Crescimento
2000 - 2010

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
Pará de Minas
P
!
Contagem Belo Horizonte
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Taxa de Crescimento (%) P Principais Sedes Municipais
!
-1,23 - 0,48 Limite Municipal
0,49 - 0,99 Limite SF3: Rio Paraopeba
1,00 - 1,40 Municípios SF3: Rio Paraopeba
1,41 - 1,79
1,80 - 4,10 FONTE: Censo/IBGE , 2010.
4.2.3. Modificação em Parâmetro de Fecundidade

4.2.3.1. Modificação em Parâmetro de Fecundidade da População Total


Quando se analisa o indicador relativo da razão das mulheres de 10 a 29 anos na
população total - indicador do vigor no crescimento potencial da próxima geração - de
cada município (agregados em suas regiões), tem-se as seguintes situações: i) 17,13%
de habitantes totais para o Alto Paraopeba (menor valor relativo); ii) 18,08% de
habitantes totais para o Médio Paraopeba (maior valor relativo); e iii) o valor de 17,60%
de habitantes totais para o Baixo Paraopeba.

Já quando se analisa o indicador relativo da razão de filhos por mulheres de 15 a 29


anos de cada município (agregados em suas regiões), tem-se as seguintes situações:
i) 0,31 de filhos por mulher para o Alto Paraopeba (menor valor relativo); ii) 0,32 de filhos
por mulher para o Médio Paraopeba; e iii) o valor de 0,37 de filhos por mulher para o
Baixo Paraopeba (maior valor relativo).

Por fim, quando se analisa o indicador relativo da razão de filhos por mulheres de 30 a
49 anos de cada município (agregados em suas regiões), tem-se as seguintes
situações: i) 0,82 de filhos por mulher para o Alto Paraopeba; ii) 0,82 de filhos por mulher
para o Médio Paraopeba; e iii) o valor de 0,83 de filhos por mulher para o Baixo
Paraopeba (maior valor relativo).

O Quadro 4.28 traz os valores dos indicadores de modificação em parâmetro de


fecundidade da população total da Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba e também por
cada uma de suas regiões.

Quadro 4.28 - Valores dos Indicadores de Modificação em Parâmetro de Fecundidade da


População Total

Mulheres de 10 a 29 Razão de filhos tidos Razão de filhos


Região anos na população por mulheres de 15 a tidos por mulheres
total 29 anos de 30 a 49 anos

Alto Paraopeba 17,13% 0,31 0,82


Médio Paraopeba 18,08% 0,32 0,82
Baixo Paraopeba 17,60% 0,37 0,83
TOTAL 17,90% 0,32 0,82
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em Censo/IBGE (2010).

4.2.3.2. Modificação em Parâmetro de Fecundidade da População Urbana


Quando se analisa o indicador relativo da razão das mulheres de 10 a 29 anos na
população urbana - indicador do vigor no crescimento potencial da próxima geração -

147
de cada município (agregados em suas regiões), tem-se as seguintes situações: i)
17,43% de habitantes totais para o Alto Paraopeba (menor valor relativo); ii) 18,17% de
habitantes totais para o Médio Paraopeba (maior valor relativo); e iii) o valor de 18,06%
de habitantes totais para o Baixo Paraopeba.

Já quando se analisa o indicador relativo da razão de filhos por mulheres de 15 a 29


anos de cada município (agregados em suas regiões), tem-se as seguintes situações:
i) 0,30 de filhos por mulher para o Alto Paraopeba (menor valor relativo); ii) 0,32 de filhos
por mulher para o Médio Paraopeba; e iii) o valor de 0,36 de filhos por mulher para o
Baixo Paraopeba (maior valor relativo).

Por fim, quando se analisa o indicador relativo da razão de filhos por mulheres de 30 a
49 anos de cada município (agregados em suas regiões), tem-se as seguintes
situações: i) 0,81 de filhos por mulher para o Alto Paraopeba (menor valor relativo); ii)
0,82 de filhos por mulher para o Médio Paraopeba; e iii) o valor de 0,83 de filhos por
mulher para o Baixo Paraopeba (maior valor relativo).

O Quadro 4.29 traz os valores dos indicadores de modificação em parâmetro de


fecundidade da população total da bacia hidrográfica do rio Paraopeba e também por
cada uma de suas regiões.

Quadro 4.29 - Valores dos Indicadores de Modificação em Parâmetro de Fecundidade da


População Urbana

Mulheres de 10 a 29 Razão de filhos tidos Razão de filhos


Região anos na população por mulheres de 15 a tidos por mulheres
total 29 anos de 30 a 49 anos

Alto Paraopeba 17,43% 0,30 0,81


Médio Paraopeba 18,17% 0,32 0,82
Baixo Paraopeba 18,06% 0,36 0,83
TOTAL 18,06% 0,32 0,82
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em Censo/IBGE (2010).

4.2.3.3. Modificação em Parâmetro de Fecundidade da População Rural


Quando se analisa o indicador relativo da razão das mulheres de 10 a 29 anos na
população urbana - indicador do vigor no crescimento potencial da próxima geração -
de cada município (agregados em suas regiões), tem-se as seguintes situações: i)
15,42% de habitantes totais para o Alto Paraopeba; ii) 15,42% de habitantes totais para
o Médio Paraopeba; e iii) o valor de 15,58% de habitantes totais para o Baixo Paraopeba
(maior valor relativo).

148
Já quando se analisa o indicador relativo da razão de filhos por mulheres de 15 a 29
anos de cada município (agregados em suas regiões), tem-se as seguintes situações:
i) 0,32 de filhos por mulher para o Alto Paraopeba (menor valor relativo); ii) 0,38 de filhos
por mulher para o Médio Paraopeba; e iii) o valor de 0,48 de filhos por mulher para o
Baixo Paraopeba (maior valor relativo).

Por fim, quando se analisa o indicador relativo da razão de filhos por mulheres de 30 a
49 anos de cada município (agregados em suas regiões), tem-se as seguintes
situações: i) 0,86 de filhos por mulher para o Alto Paraopeba (maior valor relativo); ii)
0,84 de filhos por mulher para o Médio Paraopeba; e iii) o valor de 0,80 de filhos por
mulher para o Baixo Paraopeba (menor valor relativo).

O Quadro 4.30 traz os valores dos indicadores de modificação em parâmetro de


fecundidade da população total da Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba e também por
cada uma de suas regiões.

Quadro 4.30 - Valores dos Indicadores de Modificação em Parâmetro de Fecundidade da


População Rural

Mulheres de 10 a 29 Razão de filhos tidos Razão de filhos


Região anos na população por mulheres de 15 a tidos por mulheres
rural 29 anos de 30 a 49 anos

Alto Paraopeba 15,42% 0,32 0,86


Médio Paraopeba 15,42% 0,38 0,84
Baixo Paraopeba 14,58% 0,48 0,80
TOTAL 15,28% 0,37 0,84
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em Censo/IBGE (2010).

4.3. Condições de vida

A análise das condições de vida é complementar às duas dinâmicas anteriormente


descritas - econômica e demográfica - no sentido de compreender o vasto panorama de
componentes da socioeconomia. Em que pese a interdependência inerente das três
dimensões analisadas, as análises das condições de vida sintetizam características que
perpassam os resultados anteriores ao indicarem fragilidades e potencialidades que se
rebatem nas demais.

Na leitura das condições gerais de vida, antes de se julgar o que é ou não uma condição
ideal ou antes de se construir um indicador relativo de como estão estas situações pelo
território, parte-se da definição de vulnerabilidade social e de como dela sair. De acordo
com Katzman (1999), as situações de vulnerabilidade social devem ser analisadas a
partir da existência ou não de ativos disponíveis e capazes de enfrentar determinadas

149
situações de risco. Logo, a vulnerabilidade refere-se à maior ou menor capacidade de
controlar as forças que afetam as condições de vida e assim o bem-estar de uma
população. Dessa forma, tem-se uma leitura ativa do que está ou não de posse de uma
determinada população que a permita aproveitar oportunidades e superar condições
inadequadas às suas próprias realidades, independentemente de serem afetas ao
próprio estado, ao mercado ou à sociedade em geral.

Segundo Castells (1983), esta vulnerabilidade social é uma zona intermediária e


instável. Conjuga a fragilidade dos suportes de proximidade de uma sociedade com
níveis de precariedade do trabalho. Associado à vulnerabilidade estariam, em especial
nos países menos desenvolvidos, os riscos frente ao desemprego, falta de proteção
social e a pobreza.

Embora não se possa resumir a vulnerabilidade social à certa condição social de


educação e saúde, certamente se pode, na consideração de um território como a bacia
do rio Paraopeba, delas utilizar para identificar condições relativas de vulnerabilidade.

De sorte a compor a almejada visão territorial sobre a bacia hidrográfica do rio


Paraopeba, a análise das condições de vida segue, tal como a dinâmica econômica, a
metodologia de se compilar indicadores relativos intra-municípios e intra-bacia
hidrográfica para subsidiar a análise integrada que endereça o diagnóstico.

Para tanto, trata-se de apresentar dados de forma coerente e sequencial, mediante


comparações entre as regiões da bacia hidrográfica do rio Paraopeba. A análise é
subdividida nos seguintes itens:

• Educação: análise realizada por meio dos seguintes dados:

✓ Grau de instrução da população total, urbana e rural;

✓ Relação entre o grau de instrução e as taxas de crescimento populacional;

✓ Consideração do Índice de Desenvolvimento Humano - IDH para o


componente de educação.

• Emprego e Renda: análise realizada por meio dos seguintes dados:

✓ Nível de renda, com segregação pela população total, urbana e rural;

✓ Nível de emprego formal e sua dinâmica na última década;

✓ Consideração do Índice de Desenvolvimento Humano - IDH para o


componente de renda.

150
O IDH - Índice de Desenvolvimento Humano, indicador utilizado no âmbito internacional
e também pelo Governo Brasileiro para demais estudos e avaliações. É classificado
entre zero e um, indicando o grau composto de desenvolvimento.

4.3.1. Índice de Desenvolvimento Humano

Uma das formas de se retratar as condições de vida é por meio da análise do Índice de
Desenvolvimento Humano - IDH, em seu cálculo por município. Segundo o Atlas do
Desenvolvimento Humano no Brasil (2013), o Índice de Desenvolvimento Humano é
uma medida composta de indicadores de saúde, educação e renda. Já o IDHM - Índice
de Desenvolvimento Humano Municipal ajusta o IDH para a realidade dos municípios e
regiões metropolitanas e reflete as especificidades e desafios regionais no alcance do
desenvolvimento humano no Brasil. O índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais
próximo de 1, maior o desenvolvimento humano.

O Quadro 4.31 e a Figura 4.23 apresentam os dados obtidos no Atlas do


Desenvolvimento Humano no Brasil e contribuem para o entendimento da variação do
IDHM geral nos anos de 2000 e 2010 nas três regiões que compõe a bacia hidrográfica
do rio Paraopeba.

Quadro 4.31 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Geral

Variação
IDHM - Geral IDHM - Geral
Região anualizada entre
2000 2010
2000 e 2010

Alto Paraopeba 0,629 0,739 1,62%


Médio Paraopeba 0,629 0,741 1,65%
Baixo Paraopeba 0,612 0,727 1,74%
GERAL PARAOPEBA 0,626 0,738 1,66%
FONTE: Atlas do Desenvolvimento Humano, 2000 e 2010.

Em sua totalidade, no ano de 2000 a bacia hidrográfica do rio Paraopeba apresentou


IDHM geral de 0,626, com crescimento anualizado de 1,66%, o que levou em 2010 o
indicador a 0,738. A região que detinha o menor IDHM em 2000 foi a que apresentou
um crescimento mais expressivo, o Baixo Paraopeba, com taxa anualizada de
crescimento de 1,74%, seguido do Médio Paraopeba (1,65%) e Alto Paraopeba (1,62%).

Trata-se de uma conquista importante haja vista que o índice vinha de patamares
bastante baixos em 2000. Trata-se, no entanto, de "colher a fruta mais baixa", ou seja,
uma vez que a situação é muito ruim, poucas modificações em serviços públicos ou
ainda pouca melhoria em condições de saúde já elevam o indicador de forma

151
expressiva. Após as primeiras conquistas, no entanto, a tendência é que as próximas
sejam mais difíceis de serem realizadas.

152
45°0'0"O 44°0'0"O

Índice de
Desenvolvimento
Humano (IDH)

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
Pará de Minas
P
!
Contagem Belo Horizonte
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
IDH P Principais Sedes Municipais
!
0,626 - 0,655 Limite Municipal
0,656 - 0,677 Limite SF3: Rio Paraopeba
0,678 - 0,704 Municípios SF3: Rio Paraopeba
0,705 - 0,741
0,742 - 0,764 FONTE: PNUD, 2010.
4.3.2. Condições de Educação

4.3.2.1. Grau de Instrução


A análise da condição de educação dos municípios da bacia hidrográfica do rio
Paraopeba é realizada pela compilação do indicador da percentagem da população que
detém mais de dez anos de idade e que ou não tem instrução nenhuma ou detém o
ensino fundamental incompleto. Esse indicador perfaz uma visão incompleta da
situação de educação no município, pois não capta a dimensão do ensino superior, mas
ao mesmo tempo representa uma informação bastante abrangente sobre a oferta de
ensino onde ele é mais necessário para as bases da sociedade. Os dados são divididos
em população total, urbana e rural. A fonte dos dados e do censo demográfico de 2010.

Quando se analisa o indicador relativo da população total de 10 anos ou mais sem


instrução e fundamental incompleto de cada município (agregados em regiões), tem-se
as seguintes situações: i) 44,5% de pessoas sem instrução/fundamental incompleto
para o Alto Paraopeba; ii) 41,6% de pessoas sem instrução/fundamental incompleto
para o Médio Paraopeba (menor valor relativo); e iii) 49,9% de pessoas sem
instrução/fundamental incompleto para o Baixo Paraopeba (maior valor relativo).

Já quando se analisa o indicador relativo da população urbana de 10 anos ou mais sem


instrução e fundamental incompleto de cada município (agregados em suas regiões),
tem-se as seguintes situações: i) 40,7% de pessoas sem instrução/fundamental
incompleto para o Alto Paraopeba; ii) 40,9% de pessoas sem instrução/fundamental
incompleto para o Médio Paraopeba (menor valor relativo); e iii) 47,8% de pessoas sem
instrução/fundamental incompleto para o Baixo Paraopeba (maior valor relativo).

Por fim, quando se analisa o indicador relativo da população rural de 10 anos ou mais
sem instrução e fundamental incompleto de cada município (agregados em suas
regiões), tem-se as seguintes situações (i) 66,0% de pessoas sem
instrução/fundamental incompleto para o Alto Paraopeba (maior valor relativo); (ii)
61,8% de pessoas sem instrução/fundamental incompleto para o Médio Paraopeba
(menor valor relativo); e (iii) 63,3% de pessoas sem instrução/fundamental incompleto
para o Baixo Paraopeba.

O Quadro 4.32 abaixo traz os indicadores de educação para a bacia hidrográfica do rio
Paraopeba e para suas três regiões, juntamente com suas classificações na Figura 4.24.

154
Quadro 4.32 - Indicadores de Educação
Razão da população Razão da população
Razão da população
total (urbana e rural) rural com 10 anos
urbana com 10 anos ou
com 10 anos ou ou mais que não
mais que não tem
Região mais que não tem tem instrução ou
instrução ou tem
instrução ou tem tem ensino
ensino fundamental
ensino fundamental fundamental
incompleto
incompleto incompleto
Alto Paraopeba 44,5% 40,7% 66,0%
Médio Paraopeba 41,6% 40,9% 61,8%
Baixo Paraopeba 49,9% 47,8% 63,3%
TOTAL 42,7% 41,3% 63,7%
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em Censo/IBGE (2010).

155
45°0'0"O 44°0'0"O

Razão da População
Sem Instrução

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
Pará de Minas
P
!
Contagem Belo Horizonte
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Razão da População (%) P Principais Sedes Municipais
!
37,05 - 43,04 Limite Municipal
43,05 - 49,59 Limite SF3: Rio Paraopeba
49,60 - 54,46 Municípios SF3: Rio Paraopeba
54,47 - 58,99
59,00 - 67,79

FONTE: Censo/IBGE , 2010.


4.3.2.2. Analfabetismo
A análise da taxa de analfabetismo na população com 15 anos ou mais e a elaboração
de suas classificações (Figura 4.25) considerou três conjuntos de dados, quais sejam:
i) taxa de analfabetismo em 2010 (Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil), ii) taxa
de analfabetismo em 2000 (dez anos atrás); e iii) o crescimento percentual anualizado
entre os anos de 2010 e 2000.

Quando se analisa o indicador da taxa de analfabetismo para o ano de 2010 de cada


município (agregado em suas regiões e ponderado pela população total), tem-se as
seguintes situações, todas mais elevadas do que as atuais: i) 5,27% de analfabetismo
para o Alto Paraopeba; ii) 4,95% de analfabetismo para o Médio Paraopeba (menor
valor relativo); e iii) 8,07% de analfabetismo para o Baixo Paraopeba (maior valor
relativo).

Quando se analisa o indicador da taxa de analfabetismo para o 2000 de cada município


(agregado em suas regiões e ponderado pela população total), tem-se as seguintes
situações: i) 8,02% de analfabetismo para o Alto Paraopeba; ii) 7,66% de analfabetismo
para o Médio Paraopeba (menor valor relativo); e iii) 12,24% de analfabetismo para o
Baixo Paraopeba (maior valor relativo).

Por fim, quando se analisa o comportamento da taxa de analfabetismo entre 2000 e


2010 (anualizada), tem-se a seguinte situação em cada uma das regiões: i) decréscimo
de 4,12% para o Alto Paraopeba; ii) decréscimo de 4,27% para o Médio Paraopeba
(maior decréscimo relativo); iii) decréscimo de 4,08% para o Baixo Paraopeba (menor
decréscimo relativo).

O Quadro 4.33 abaixo traz os indicadores de analfabetismo para a bacia hidrográfica do


rio Paraopeba e para suas três regiões (ponderados pela população).

Quadro 4.33 - Taxas de Analfabetismo Ponderadas pela População

Taxa de analfabetismo (%) Evolução anualizada da taxa


Região de analfabetismo entre 2000 e
2000 2010 2010 (%)
Alto Paraopeba 8,02 5,27 -4,12
Médio Paraopeba 7,66 4,95 -4,27
Baixo Paraopeba 12,24 8,07 -4,08
TOTAL 8,07 5,23 -4,25
FONTE: PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano, 2000 e 2010.

157
45°0'0"W 44°0'0"W

Taxas de Analfabetismo
em 2010

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
Pará de Minas
P
!
Contagem Belo Horizonte
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda Convenções Cartográficas
Taxa de Analfabetismo (%) P Principais Sedes Municipais
!
3,54 - 4,95 Limite Municipal
4,96 - 6,38 Limite SF3: Rio Paraopeba
6,39 - 8,12 Municípios SF3: Rio Paraopeba
8,13 - 9,28
9,29 - 15,56
FONTE: PNUD, 2010.
4.3.2.3. Índice de Desenvolvimento Humano - Educação
O IDH - Educação acompanha os anos médios de estudo e os anos esperados de
escolaridade, graduados entre zero (pior) e um (melhor).

Quando se analisa o indicador do IDHM - Educação para o ano de 2010 de cada


município (agregado em suas regiões ponderado pela quantidade de municípios), tem-
se as seguintes situações: i) 0,638 para o Alto Paraopeba (menor valor relativo); ii) 0,712
para o Médio Paraopeba (maior valor relativo); iii) o valor de 0,637 para o Baixo
Paraopeba.

Já quando se analisa o indicador do IDHM - Educação para o ano de 2000 de cada


município (agregado em suas regiões ponderado pela quantidade de municípios), tem-
se as seguintes situações: i) 0,503 para o Alto Paraopeba (maior valor relativo); ii) 0,492
para o Médio Paraopeba (menor valor relativo); iii) o valor de 0,456 para o Baixo
Paraopeba.

Por fim, quando se analisa a evolução do IDHM - Educação entre os anos de 2000 e
2010, em suas variações percentuais anualizados, tem-se a seguinte situação em cada
uma das regiões: i) crescimento de 2,41% para o Alto Paraopeba (menor evolução); ii)
crescimento de 3,77% para o Médio Paraopeba (maior crescimento); iii) crescimento de
3,40% para o Baixo Paraopeba.

O Quadro 4.34 abaixo traz os indicadores do Índice de Desenvolvimento Humano


Municipal, dimensão educação, para a bacia hidrográfica do rio Paraopeba, agregado
pela ponderação da quantidade de municípios para suas três regiões. Já a Figura 4.26
apresenta as classificações do índice.

Quadro 4.34 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - Educação

IDHM - IDHM - Variação


Região Educação Educação anualizada entre
2000 2010 2000 e 2010

Alto Paraopeba 0,503 0,638 2,41%


Médio Paraopeba 0,492 0,712 3,77%
Baixo Paraopeba 0,456 0,637 3,40%
GERAL PARAOPEBA 0,451 0,619 3,22%
FONTE: PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano, 2000 e 2010.

159
45°0'0"W 44°0'0"W

IDH-M - Educação
em 2010

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
Pará de Minas
P
!
Contagem Belo Horizonte
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda Convenções Cartográficas
IDH Educação P Principais Sedes Municipais
!
0,453 - 0,536 Limite Municipal
0,537 - 0,564 Limite SF3: Rio Paraopeba
0,565 - 0,617 Municípios SF3: Rio Paraopeba
0,618 - 0,665
0,666 - 0,707

FONTE: PNUD, 2010.


4.3.3. Emprego e Renda

4.3.3.1. Nível de Renda


Quando se analisa o indicador relativo do percentual da população total com rendimento
de até 1 salário mínimo de cada município (agregados em suas regiões), tem-se as
seguintes situações: i) 25,7% de pessoas de baixa renda para o Alto Paraopeba; ii)
22,2% para o Médio Paraopeba (menor valor relativo); e iii) 33,5% de pessoas de baixa
renda para o Baixo Paraopeba (maior valor relativo).

Já quando se analisa o indicador relativo do percentual da população urbana com


rendimento de até 1 salário mínimo de cada município (agregados em suas regiões),
tem-se as seguintes situações: i) 23,7% de pessoas de baixa renda para o Alto
Paraopeba; ii) 21,9% para o Médio Paraopeba (menor valor relativo); e iii) 33,0% de
pessoas de baixa renda para o Baixo Paraopeba (maior valor relativo).

Por fim, quando se analisa o indicador relativo do percentual da população rural com
rendimento de até 1 salário mínimo de cada município (agregados em suas regiões),
tem-se as seguintes situações: i) 36,7% de pessoas de baixa renda para o Alto
Paraopeba (maior valor relativo); ii) 31,1% para o Médio Paraopeba (menor valor
relativo); e iii) 37,1% de pessoas de baixa renda para o Baixo Paraopeba.

O Quadro 4.35 abaixo traz os indicadores da razão da população que tem rendimento
de até um salário mínimo em relação ao total de pessoas com rendimentos, tanto para
a bacia hidrográfica do rio Paraopeba (agregado pela ponderação da quantidade de
municípios) como para suas regiões três regiões.

Quadro 4.35 - Indicadores da Razão da População que tem Rendimento de até um Salário
Mínimo em Relação ao Total de Pessoas com Rendimentos
População População População
total com urbana com rural com
% da % da % da
rendimento rendimento rendimento
Região população população população
de até 1 de até 1 de até 1
total urbana rural
salário salário salário
mínimo mínimo mínimo
Alto
91.319 25,7% 71.752 23,7% 19.567 36,7%
Paraopeba
Médio
404.475 22,2% 385.466 21,9% 19.009 31,1%
Paraopeba
Baixo
57.513 33,5% 49.098 33,0% 8.415 37,1%
Paraopeba

TOTAL 553.307 23,6% 506.316 22,9% 46.991 34,3%


FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em Censo/IBGE (2010).

161
4.3.3.2. Desigualdade
O coeficiente de GINI, expresso em números de 0 (zero) e 1 (um), indica a distribuição
do indicador analisado entre a população, tal como uma curva de permanência. No caso
do indicador ora analisado, o coeficiente de GINI para a distribuição da renda, o "zero"
corresponderia à completa igualdade (toda a população recebe o mesmo rendimento),
enquanto no extremo oposto o "um" corresponderia à completa desigualdade, onde
apenas uma pessoa receberia toda a renda daquele município.

Quando se analisa o indicador do coeficiente de GINI para a renda em 2000 de cada


município (agregado em suas regiões ponderado pela quantidade de municípios), tem-
se as seguintes situações: i) 0,524 de GINI da renda 2000 para o Alto Paraopeba; ii)
0,517 de GINI da renda 2000 para o Médio Paraopeba (menor valor relativo); e iii) 0,571
de GINI da renda 2000 para o Baixo Paraopeba (maior valor relativo).

Já quando se analisa o indicador do coeficiente de GINI para a renda em 2010 de cada


município (agregado em suas regiões ponderado pela quantidade de municípios), tem-
se as seguintes situações: i) 0,481 de GINI da renda 2010 para o Alto Paraopeba (maior
valor relativo); ii) 0,469 de GINI da renda 2010 para o Médio Paraopeba (menor valor
relativo); e iii) 0,471 de GINI da renda 2010 para o Baixo Paraopeba.

Por fim, quando se analisa a alteração no coeficiente de GINI para a renda entre 2000
e 2010, tem-se a seguinte situação em cada uma das regiões fisiográficas: i) decréscimo
de 0,85% para o Alto Paraopeba (menor evolução); ii) decréscimo de 0,96% para o
Médio Paraopeba; e iii) decréscimo de 1,91% para o Baixo Paraopeba (maior
crescimento).

O Quadro 4.36 abaixo apresenta o indicador para o total da Bacia Hidrográfica do rio
Paraopeba e regiões fisiográficas, ponderado pela quantidade de municípios. Já a
Figura 4.27 apresenta o índice de GINI para o ano de 2010 por município.

Quadro 4.36 - Indicador para o Total da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba


Crescimento do
Coeficiente de GINI Coeficiente de GINI índice de GINI da
Região
da renda em 2000 da renda em 2010 renda entre 2010 e
2000
Alto Paraopeba 0,524 0,481 -0,85%
Médio Paraopeba 0,517 0,469 -0,96%
Baixo Paraopeba 0,571 0,471 -1,91%
TOTAL 0,528 0,474 -1,07%
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em Censo/IBGE (2010).

162
45°0'0"O 44°0'0"O

Coeficiente de GINI
em 2010

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
Pará de Minas
P
!
Contagem Belo Horizonte
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Coeficiente GINI P Principais Sedes Municipais
!
0,396 - 0,436 Limite Municipal
0,437 - 0,464 Limite SF3: Rio Paraopeba
0,465 - 0,486 Municípios SF3: Rio Paraopeba
0,487 - 0,505
0,506 - 0,572

FONTE: Censo/IBGE, 2010.


4.3.3.3. Nível de Emprego Formal
A análise do nível de emprego formal é realizada com base no indicador do IBGE do
grau de formalização da população, considerando os empregados com carteira de
trabalho assinada, incluindo militares e funcionários públicos estatutários, elaborado por
meio de suas classificações (Figura 4.28) que considerou três conjuntos de dados, quais
sejam: i) grau de formalização dos ocupados no ano de 2000; ii) grau de formalização
dos ocupados no ano de 2010; e iii) o crescimento percentual nesse intervalo de tempo.

Considerando-se o grau de formalização dos ocupados no ano de 2000 na totalidade


da bacia hidrográfica do rio Paraopeba, tem-se um grau médio ponderado pela
população de 20,1%. A região que detém o grau mais alto de formalização do emprego
é a do Médio Paraopeba, com a razão de 21,2%. Por outro lado, a região que menos
detém empregos formalizados é a do Baixo Paraopeba, com um valor de 11,8%. A
região do Alto Paraopeba aparece com 20,9%.

Já quando se analisa o grau de formalização dos ocupados no ano de 2010, também


ponderados pela população de cada região, tem-se as seguintes situações: i) grau de
formalidade de 25,7% para o Alto Paraopeba; ii) grau de formalidade de 30,7% para o
Médio Paraopeba (maior valor relativo); e iii) grau de formalidade de 22,8% para o Baixo
Paraopeba (menor valor relativo). O grau médio da bacia hidrográfica do rio Paraopeba
figura com 29,4%.

Por fim, quando se analisa o crescimento percentual na última década do grau de


formalidade dos ocupados, tem-se a seguinte situação em cada uma das regiões: i)
crescimento de 5,44% para o Alto Paraopeba; ii) crescimento de 5,50% para o Médio
Paraopeba (maior crescimento); e iii) crescimento de 4,23% para o Baixo Paraopeba
(menor evolução). De uma maneira geral, a bacia hidrográfica do rio Paraopeba teve
um crescimento médio de 5,41% de empregos formais no período.

O Quadro 4.37 apresenta o indicador para o total da bacia hidrográfica do rio Paraopeba
e pelas três regiões que o compõe, ponderado pela quantidade de municípios.

164
Quadro 4.37 - Indicador para o Total da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba

Crescimento
Empregados - Empregados -
% em % em do grau de
com carteira com carteira de
relação à relação à formalização
Região de trabalho trabalho
população população dos ocupados
assinada em assinada em
total 2000 total 2010 entre 2010 e
2000 2010
2000
Alto
53.731 20,9% 91.290 25,7% 5,44%
Paraopeba
Médio
327.672 21,2% 559.473 30,7% 5,50%
Paraopeba
Baixo
25.904 11,8% 39.182 22,8% 4,23%
Paraopeba
TOTAL 407.307 20,1% 689.945 29,4% 5,41%
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em Censo/IBGE (2010).

165
45°0'0"W 44°0'0"W

Número de Empregados
com Carteira Assinada
em 2010

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
Pará de Minas
P
!
Contagem Belo Horizonte
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda Convenções Cartográficas
Número de Empregados P Principais Sedes Municipais
!
255 - 822 Limite Municipal
823 - 1.607 Limite SF3: Rio Paraopeba
1.608 - 5.803 Municípios SF3: Rio Paraopeba
5.804 - 15.417
15.418 - 196.261 FONTE: Censo/IBGE, 2010.
4.3.3.4. Índice de Desenvolvimento Humano - Renda
O Índice de Desenvolvimento Humano - IDH considera o valor do PIB per capita.
Quando se analisa o indicador do IDHM - Educação para o ano de 2010 de cada
município (agregado em suas regiões ponderado pela quantidade de municípios) tem-
se as seguintes situações: i) 0,735 para o Alto Paraopeba (menor valor relativo); ii) 0,750
para o Médio Paraopeba (maior valor relativo); iii) o valor de 0,739 para o Baixo
Paraopeba.

Já quando se analisa o indicador do IDHM - Educação para o ano de 2000 de cada


município (agregado em suas regiões ponderado pela quantidade de municípios), tem-
se as seguintes situações: i) 0,649 para o Alto Paraopeba (menor valor relativo); ii) 0,660
para o Médio Paraopeba; iii) o valor de 0,692 para o Baixo Paraopeba (maior valor
relativo).

Por fim, quando se analisa a evolução do IDHM - Educação entre os anos de 2000 e
2010, em suas variações percentuais anualizados, tem-se a seguinte situação em cada
uma das regiões: i) crescimento de 1,25% para o Alto Paraopeba; ii) crescimento de
1,29% para o Médio Paraopeba (maior crescimento); iii) crescimento de 0,66% para o
Baixo Paraopeba (menor evolução).

O Quadro 4.38 abaixo traz os indicadores do Índice de Desenvolvimento Humano,


dimensão renda, para a bacia hidrográfica do rio Paraopeba, agregado pela ponderação
da quantidade de municípios para suas três regiões. Já a Figura 4.29 apresenta as
classificações do índice.

Quadro 4.38 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - Renda

Variação
IDHM - Renda IDHM - Renda
Região anualizada entre
2000 2010
2000 e 2010

Alto Paraopeba 0,649 0,735 1,25%


Médio Paraopeba 0,660 0,750 1,29%
Baixo Paraopeba 0,692 0,739 0,66%
GERAL PARAOPEBA 0,657 0,744 1,25%
FONTE: PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano, 2000 e 2010.

167
45°0'0"O 44°0'0"O

IDH-M - Renda
em 2010

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
Pará de Minas
P
!
Contagem Belo Horizonte
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
IDH Renda P Principais Sedes Municipais
!
0,607 - 0,651 Limite Municipal
0,652 - 0,672 Limite SF3: Rio Paraopeba
0,673 - 0,686 Municípios SF3: Rio Paraopeba
0,687 - 0,721
0,722 - 0,761 FONTE: PNUD, 2010.
5. INFRAESTRUTURA DE SANEAMENTO AMBIENTAL

Este capítulo retrata as condições atuais da infraestrutura de saneamento ambiental dos


municípios da Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba, com vistas a subsidiar decisões
referentes ao PDRH. O saneamento básico consiste na atividade de abastecimento de
água, coleta e tratamento de esgoto, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e
drenagem urbana. O intuito principal é, portanto, diagnosticar a condição da
infraestrutura de saneamento existente nos municípios que fazem parte da bacia, de
modo que os dados forneçam subsídios para avaliação da quantidade e da qualidade
das águas utilizadas especificamente para o setor de abastecimento humano, definido
como uso prioritário pela Política Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais. Todas
as informações apresentadas neste capítulo referem-se às sedes urbanas dos
municípios.

É importante destacar que o Plano visa à caracterização geral da infraestrutura de


saneamento ambiental, não incluindo avaliações e projetos específicos para o setor, os
quais devem ser estudados criteriosamente nos Planos Municipais de Saneamento
Básico.

5.1. Abastecimento de Água

O índice de cobertura de atendimento dos municípios e a classificação quanto à


captação de água para consumo humano foram os principais dados levantados sobre
os Sistemas de Abastecimento de Água. Estas informações foram obtidas através de
dados secundários (SNIS e ANA) e dados fornecidos pela concessionária local, a
COPASA.

Nos municípios onde existem dados da COPASA e de fontes secundárias, serão


utilizados os dados da COPASA na sequência do Plano, por se tratarem de dados mais
recentes. Mesmo com as consultas realizadas, as informações do índice de cobertura
de atendimento dos municípios de Casa Grande e Itavevara não foram obtidas.

O Quadro 5.1 apresenta as informações referentes ao indicie de atendimento de água


urbano e a tipologia da captação local, classificada como superficial (captação de rios,
represas e lagos), subterrânea (poços) e mista (ambas os tipos).

169
Quadro 5.1 - Índice de Atendimento de Água e Tipo de Captação

Índice de Atendimento de
Município Tipo de Captação**
Água Urbano (%)

Belo Vale 93,7 Mista


Betim 89,6 Superficial
Bonfim 92,3 Superficial
Brumadinho 90,9 Superficial
Cachoeira da Prata* 93,4 Subterrânea
Caetanópolis 92,5 Subterrânea
Casa Grande N/D Mista
Congonhas 91,1 Mista
Conselheiro Lafaiete 90,3 Superficial
Contagem 88,5 Superficial
Cristiano Otoni 94,4 Subterrânea
Crucilândia 92,6 Superficial
Curvelo 91,5 Subterrânea
Desterro de Entre Rios* 99,3 Mista
Entre Rios de Minas 92,7 Superficial
Esmeraldas* 76,2 Subterrânea
Felixlândia 84,1 Mista
Florestal 91,1 Superficial
Fortuna de Minas* 96,7 Subterrânea
Ibirité 85,9 Superficial
Igarapé 83,7 Superficial
Inhaúma* 99,2 Subterrânea
Itatiaiuçu 88,7 Superficial
Itaúna* 100,0 Superficial
Itaverava N/D Superficial
Jeceaba* 100,0 Mista
Juatuba 83,1 Superficial
Lagoa Dourada 92,0 Subterrânea
Maravilhas 92,7 Subterrânea
Mario Campos 89,3 Superficial
Mateus Leme 82,2 Superficial
Moeda 84,1 Superficial
Ouro Branco 91,7 Superficial
Ouro Preto* 87,8 Mista
Papagaios* 100,0 Subterrânea
Pará de Minas* 98,2 Superficial

170
Índice de Atendimento de
Município Tipo de Captação**
Água Urbano (%)

Paraopeba 93,1 Mista


Pequi* 100,0 Mista
Piedade dos Gerais 90,1 Mista
Pompeu 89,3 Mista
Queluzito* 99,0 Mista
Resende Costa 93,8 Superficial
Rio Manso 90,2 Subterrânea
São Brás do Suaçuí 89,9 Superficial
São Joaquim de Bicas 81,5 Superficial
São José da Varginha* 97,1 Superficial
Sarzedo 87,8 Superficial
Sete Lagoas* 99,9 Subterrânea
FONTE: COPASA (2018); * SNIS (2016) e **ANA (2008) – N/D (Informação Não Disponível).

Analisando os dados coletados na elaboração do Diagnóstico, verificou-se que o índice


de cobertura da Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba é bom, sendo de 92% Esse
resultado é muito influenciado pela população de alguns municípios, como Betim,
Contagem e Sete Lagoas.

Apesar da situação geral ser boa, quatro municípios apresentam índices de atendimento
urbano abaixo de 85%, são eles: Felixlândia, Juatuba, Mateus Leme, Moeda e São
Joaquim de Bicas.

Chama a atenção o município de Sete Lagoas, o qual possui cerca de 210.000 mil
habitantes e possui seu atendimento essencialmente por poços subterrâneos, o que
determina certa vulnerabilidade ao sistema.

Em análise aos dados do SNIS (2016) verificou-se que 67% dos municípios da bacia do
rio Paraopeba são atendidos pela concessionária estadual (COPASA). A Figura 5.1
apresenta a relação dos municípios de acordo com a natureza da concessionária.

A partir dos dados coletados pelo Atlas do Abastecimento Urbano de Água, elaborado
pela ANA, foi possível identificar o tipo de manancial utilizado para captação da água
dos municípios, Figura 5.2, bem como os mananciais dos 36 municípios que utilizam
como fonte de captação superficial. O Quadro 5.2 a seguir apresenta essas
informações.

171
Quadro 5.2 - Relação de Mananciais Superficiais

Município Manancial Vazão captada (L/s)

Beto Vale Córrego Boa Esperança N/D

Ribeirão Betim - Represa


1.443
Vargem das Flores
Betim*
Barragem Rio Manso 6.600
Ribeirão Serra Azul 2.700
Bonfim Ribeirão Águas Claras N/D
Brumadinho Córrego Catarina N/D
Córrego dos Ausentes 5
Casa Grande
Córrego da Carapuça 4
Córrego Engenho 50
Congonhas Córrego Bandeira 25
Córrego João Pereiro 15
Ribeirão Jacuba N/D
Conselheiro Lafaiete Ribeirão Bananeiras N/D
Ribeirão Almeidas N/D

Ribeirão Betim - Represa


1.443
Vargem das Flores
Contagem*
Barragem Rio Manso 6.600
Ribeirão Serra Azul 2.700
Córrego Água Limpa 7
Crucilândia
Córrego Água Clara 7
Córrego Estivado 9
Desterro de Entre Rios
Nascente Mumbeca 8
Entre Rios de Minas Córrego do Luca 26
Felixlândia Represa EPAMIG 15
Florestal Ribeirão Camarão 18
Barragem dos Taboões 250
Barragem do Balsamo 50
Ibirité
Barragem do Rola Moça 100

Ribeirão Betim - Represa


1.443
Vargem das Flores
Igarapé *
Barragem Rio Manso 6.600
Ribeirão Serra Azul 2.700
Itatiaiuçu Ribeirão Veloso 39
Itaúna Barragem Dr. Augusto 320

172
Município Manancial Vazão captada (L/s)

Itaverava Córrego Vassouras 5


Nascente do Grama 12
Jeceaba
Nascente da Buia 20

Ribeirão Betim - Represa


1.443
Vargem das Flores
Juatuba*
Barragem Rio Manso 6.600
Ribeirão Serra Azul 2.700

Ribeirão Betim - Represa


1.443
Vargem das Flores
Mario Campos *
Barragem Rio Manso 6.600
Ribeirão Serra Azul 2.700

Ribeirão Betim - Represa


1.443
Vargem das Flores
Mateus Leme *
Barragem Rio Manso 6.600
Ribeirão Serra Azul 2.700
Moeda Ribeirão Contendas N/D
Ouro Branco Córrego Veríssimo 150

Barragem de Nível Rio Itacolomi 76


Ouro Preto
Barragem de Nível Jardim
46
Botânico
Ribeirão Paciência N/D
Pará de Minas Ribeirão Paivas N/D
Ribeirão Militão N/D
Paraopeba Córrego do Cedro 43
Nascente Paraíso
Nascente da Serra 7
Pequi
Nascente Bateia 9
Nascente do Grotão 1
Piedade dos gerais Córrego Lava Pés 5
Pompeu Rio Pará 55
Nascente 1 N/D
Queluzito
Nascente 2 N/D
Resende costa Córrego do Tejuco 20
São Brás do Suaçuí Córrego da Fazenda 16

Ribeirão Betim - Represa


1.443
Vargem das Flores
São Joaquim de Bicas *
Barragem Rio Manso 6.600
Ribeirão Serra Azul 2.700

173
Município Manancial Vazão captada (L/s)

São José da Varginha Ribeirão Capão do Cavalo 4

Ribeirão Betim - Represa


1.443
Vargem das Flores
Sarzedo *
Barragem Rio Manso 6.600
Ribeirão Serra Azul 2.700
FONTE: ANA (2011) * Municípios pertencentes ao Sistema integrado Paraopeba (Manso,
Vargem das Flores e Serra Azul) - N/D (Informação Não Disponível).

174
45°0'0"O 44°0'0"O

Índice de Abastecimento
de Água

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Índice de Atendimento (%) !
P Principais Sedes Municipais
até 30 Limite Municipal
31 - 50 Limite SF3: Rio Paraopeba
51 - 70 Hidrografia Principal
71 - 90 Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
91 - 100
ND ou Sem Abastecimento

FONTE: COPASA, 2018.


45°0'0"O 44°0'0"O

Tipos de Captação
por Município

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Tipo de Captação !
P Principais Sedes Municipais
Subterrânea Limite Municipal
Superficial Limite SF3: Rio Paraopeba
Mista Hidrografia Principal
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório

FONTE: ANA, 2008.


5.2. Esgotamento Sanitário

No Brasil, pouco mais 50% da população urbana é servida com redes de coleta de
esgotos. A ausência de sistemas de esgotamento sanitário (SES) é um problema
recorrente, principalmente nos municípios de pequeno e médio porte. Na bacia do rio
Paraopeba a situação apresentada é mais favorável: de acordo com os dados
secundários obtidos, cerca de 80% da população da bacia possui serviço de coleta e 50
% possui tratamento de esgotos sanitários.

O Quadro 5.3 e o Quadro 5.4, e a Figura 5.3 - e Figura 5.4 a seguir apresentam os
índices de coleta e tratamento de esgoto dos municípios da Bacia Hidrográfica do Rio
Paraopeba respectivamente. Foram considerados os dados secundários apresentados
pela ANA, COPASA e SNIS. Os dados da ANA foram prioritariamente utilizados para
seguimento do Plano. Todos os índices estão associados à População Urbana das
sedes municipais.

Quadro 5.3 - Índice de Coleta de Esgoto dos Municípios

Município Índice de Coleta de Esgoto Urbano (%)


Belo Vale N/D
Betim 75
Bonfim 67
Brumadinho 83
Cachoeira da Prata 96
Caetanópolis 83
Casa Grande 88
Congonhas 79
Conselheiro Lafaiete 92
Contagem 86
Cristiano Ottoni 83
Crucilândia 92
Curvelo 86
Desterro de Entre Rios 91
Entre Rios de Minas 87
Esmeraldas 21
Felixlândia N/D
Florestal 99
Fortuna de Minas 55
Ibirité 79
Igarapé 64
Inhaúma 22

177
Município Índice de Coleta de Esgoto Urbano (%)
Itatiaiuçu 91
Itaúna 99
Itavevara 57
Jeceaba 71
Juatuba 38
Lagoa Dourada 99
Maravilhas 92
Mateus Leme 60
Mário Campos 44
Moeda 64
Ouro Branco 92
Ouro Preto 82
Papagaios 33
Pará de Minas 95
Paraopeba 83
Piedade Dos Gerais N/D
Pequi 100
Pompéu 78
Queluzito 100
Resende Costa 11
Rio Manso N/D
São Brás Do Suaçuí* 30
São Joaquim de Bicas 37
São José da Varginha 32
Sarzedo 82
Sete Lagoas 93
FONTE: ANA (2016) e * COPASA (2018) - N/D (Informação Não Disponível).

178
Quadro 5.4 - Índice de Tratamento de Esgoto dos Municípios

Município Índice de Tratamento de Esgoto Urbano (%)


Belo Vale N/D
Betim 100
Bonfim N/D
Brumadinho 25
Cachoeira da Prata 30
Caetanópolis 100
Casa Grande N/D
Congonhas N/D
Conselheiro Lafaiete 50
Contagem 88
Cristiano Ottoni N/D
Crucilândia N/D
Curvelo 100
Desterro de Entre Rios N/D
Entre Rios de Minas N/D
Esmeraldas 50
Felixlândia N/D
Florestal 100
Fortuna de Minas N/D
Ibirité* 100
Igarapé N/D
Inhaúma 100
Itatiaiuçu N/D
Itaúna N/D
Itavevara N/D
Jeceaba N/D
Juatuba 100
Lagoa Dourada N/D
Maravilhas 100
Mateus Leme N/D
Mário Campos N/D
Moeda N/D
Ouro Branco 75
Ouro Preto N/D
Papagaios** 100
Pará de Minas 100

179
Município Índice de Tratamento de Esgoto Urbano (%)
Paraopeba N/D
Piedade Dos Gerais N/D
Pequi 100
Pompéu 100
Queluzito 100
Resende Costa* 100
Rio Manso N/D
São Brás Do Suaçuí* 6
São Joaquim de Bicas 20
São José da Varginha 100
Sarzedo 15
Sete Lagoas 3
FONTE: ANA (2016), *COPASA (2018) e **SNIS (2016) - N/D (Informação Não Disponível).

180
45°0'0"O 44°0'0"O

Índice de Coleta
de Esgoto

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Índice de Coleta (%) !
P Principais Sedes Municipais
até 30 Limite Municipal
31 - 50 Limite SF3: Rio Paraopeba
51 - 70 Hidrografia Principal
71 - 90 Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
91 - 100
ND ou Sem Coleta

FONTE: ANA, 2016.


45°0'0"O 44°0'0"O

Índice de Tratamento
de Esgoto

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Índice de Tratamento (%) !
P Principais Sedes Municipais
até 30 Limite Municipal
31 - 50 Limite SF3: Rio Paraopeba
51 - 70 Hidrografia Principal
71 - 90 Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
91 - 100
ND ou Sem Tratamento

FONTE: ANA, 2016.


Dentre os municípios que possuem sistema de coleta e tratamento de esgoto, de acordo
com o Atlas Esgotos despoluição das Bacias Hidrográficas (2016), estão discriminados
a seguir, as estações de tratamento existentes, com seus tipos de tratamento e
eficiência esperada. O Quadro 5.5 a seguir apresenta essas informações.

183
Quadro 5.5 - Relação das ETEs dos Municípios que Possuem Tratamento de Esgoto
Vazão tratamento Eficiência Tratamento
Município ETE Manancial
(L/s) Esperada (%)
Petrovale 8,1 86 Ribeirão Sarzedo
Teixerinha 21 83 Córrego Saraiva
Betim Central 500 94 Rio Betim
Bandeirinhas 98 95 Córrego Santo Antônio
Betim
Santo Antônio 2,5 63 Córrego Santo Antônio
Cidade Verde 7 78 Córrego Lava pés
Cachoeira 13,4 66 Córrego Cachoeira
Salomé 2,3 86 Córrego Cachoeira
Mirante 4,3 54 Ribeirão Retiro das Pedras
Brumadinho
Ecológica 6 41 Córrego do Mirante
Cachoeira da Prata Cachoeira da Prata N/D N/D Ribeirão dos Macacos
Caetanópolis Caetanópolis 9,7 70 Ribeirão do Cedro
Conselheiro Lafaiete Bananeiras 140,9 88 Ribeirão Bananeiras
Contagem 68 85 Córrego Água Suja
Contagem Onça 1800 87 Ribeirão da Onça
Arrudas 3375 83 Ribeirão Arrudas
Curvelo Curvelo 60,1 75 Ribeirão Santo Antônio
Esmeraldas Esmeraldas 48,7 79 Córrego do Meloso
Florestal Florestal 9,5 80 Ribeirão das Lajes
Inhaúma Inhaúma 1,6 84 Córrego Lava pés
Juatuba Nova Esperança 6 66 Ribeirão Serra Azul
Maravilhas Maravilhas 6,4 35 Rio Pardo
Ouro Branco Ouro Branco 123 75 Ribeirão Gurita
Pará de Minas Pará de Minas 150 56 Córrego Paciência
Pequi Pequi 4 70 Rio Vermelho
Pompéu Pompéu 28 71 Córrego Salobro

184
Vazão tratamento Eficiência Tratamento
Município ETE Manancial
(L/s) Esperada (%)
Queluzito Queluzito 1,7 60 Rio Paraopeba
RESENDE COSTA S/I Córrego da Cruz
São Joaquim de Bicas Bivas 7 90 Rio Paraopeba
São José da Varginha São José de Varginha 1 70 Ribeirão dos Morais
Sarzedo Sarzedo 4,8 79 Ribeirão Sarzedo
Flórida 01 4,6 35
Córrego Vargem do Tropeiro
Flórida 02 3,3 78
Sete Lagoas Tamanduá 3,5 35
Primavera 6 78 Ribeirão do Matadouro
Areias 17 65
FONTE: ATLAS (2016) - N/D (Informação Não Disponível).

185
5.3. Resíduos Sólidos

Além dos índices de abastecimento de água e de coleta de esgoto, outro fator


relacionado à infraestrutura de saneamento dos municípios que influencia diretamente
na condição dos recursos hídricos é o resíduo sólido urbano. O Quadro 5.6 apresenta
os órgãos responsáveis pelo serviço de limpeza pública e as taxas de coleta de resíduos
urbanos e de coleta seletiva, em cada município, quando houver.

Quadro 5.6 - Índices de Atendimento Urbano Referente aos Resíduos Sólidos e Coleta
Seletiva
Índice de
Índice de Índice de
cobertura da
cobertura da cobertura da
coleta
coleta resíduos coleta
resíduos
Município Órgão gestor sólidos em seletiva em
sólidos em
relação à relação à
relação à
população total população
população
(%) urbana (%)
urbana (%)
Secretaria
Belo Vale Municipal de Meio 65 100 93
Ambiente
Divisão de Limpeza
Urbana, Serviços e
Betim * 95 95 44
Educação
Ambiental
Prefeitura
Bonfim Municipal de 49 100 100
Bonfim
Prefeitura
Brumadinho Municipal de 99 100 48
Brumadinho
Cachoeira da Prata N/D
Prefeitura
Caetanópolis Municipal de 82 100 N/D
Caetanópolis
Casa Grande N/D
Prefeitura
Congonhas Municipal de 96 97 48
Congonhas
Secretaria De
Conselheiro Lafaiete Obras E Meio 100 100 12
Ambiente
Departamento de
Contagem 100 100 9
Limpeza Urbana
Prefeitura
Cristiano Otoni Municipal de 96 97 N/D
Cristiano Otoni
Prefeitura
Crucilândia Municipal de 75 100 N/D
Crucilândia
Município de
Curvelo 98 100 21
Curvelo
Desterro de Entre Prefeitura
66 100 N/D
Rios Municipal

186
Índice de
Índice de Índice de
cobertura da
cobertura da cobertura da
coleta
coleta resíduos coleta
resíduos
Município Órgão gestor sólidos em seletiva em
sólidos em
relação à relação à
relação à
população total população
população
(%) urbana (%)
urbana (%)
Secretaria
Municipal de
Entre Rios de Minas 85 100 N/D
Desenvolvimento
Sustentável
Prefeitura
Esmeraldas 80 86 N/D
Municipal
Prefeitura
Felixlândia Municipal de 73 94 N/D
Felixlândia
Prefeitura
Florestal Municipal de 95 100 100
Florestal
Prefeitura
Fortaleza de Minas Municipal de 100 100 N/D
Fortaleza De Minas
Secretaria de Meio
Ibirité Ambiente e 90 91 5
Serviços Urbanos
Prefeitura
Igarapé Municipal de 94 100 94
Igarapé
Inhaúma N/D
Itatiauçu N/D
SAAE Gerência
Itaúna Sup. Resíduos 94 100 10
Sólidos Urbanos
Prefeitura
Itaverava Municipal de 44 100 N/D
Itaverava
Secretaria de
Jeceaba Obras e Serviços 87 100 100
Urbanos
Prefeitura
Juatuba 98 100 40
Municipal
Prefeitura
Lagoa Dourada Municipal De 86 96 N/D
Lagoa Dourada
Prefeitura
Maravilhas Municipal de 68 100 N/D
Maravilhas
Secretaria
Municipal de
Mário Campos 94 100 50
Desenvolvimento
Sustentável
Prefeitura de
Mateus Leme 82 82 37
Mateus Leme
Moeda N/D
Prefeitura
Ouro Branco
Municipal de Ouro 100 100 43
Branco

187
Índice de
Índice de Índice de
cobertura da
cobertura da cobertura da
coleta
coleta resíduos coleta
resíduos
Município Órgão gestor sólidos em seletiva em
sólidos em
relação à relação à
relação à
população total população
população
(%) urbana (%)
urbana (%)
Ouro Preto N/D
Papagaios N/D
Prefeitura
Pará de Minas Municipal de Pará 97 100 48
de Minas
Prefeitura
Paraopeba Municipal de 91 100 N/D
Paraopeba
Prefeitura
Pequi 72 100 N/D
Municipal de Pequi
Prefeitura
Municipal de
Piedade dos Gerais 46 99 N/D
Piedade Dos
Gerais
Município de
Pompéu 80 90 N/D
Pompéu
Prefeitura
Queluzito Municipal de 46 99 N/D
Queluzito
Resende Costa N/D
Rio Manso N/D
Secretaria
Municipal de
São Brás do Suaçuí 90 100 100
Agricultura e Meio
Ambiente
São Joaquim de
N/D
Bicas
São José da Prefeitura
100 100 N/D
Varginha Municipal
Sarzedo N/D
Secretaria
Municipal de Meio
Sete Lagoas 98 100 42
Ambiente e
Sustentabilidade
FONTE: SNIS (2016) - N/D (Informação Não Disponível).

A partir dos dados apresentados no anterior, foi elaborada a Figura 5.5 que apresenta
de maneira resumida os índices de atendimento urbano referente aos resíduos sólidos
e coleta seletiva presentes na bacia do rio Paraopeba.

188
45°0'0"O 44°0'0"O

Índice de Coleta dos


Resíduos Sólidos

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Índice de Cobertura da Coleta (%) !
P Principais Sedes Municipais
até 30 Limite Municipal
31 - 50 Limite SF3: Rio Paraopeba
51 - 70 Hidrografia Principal
71 - 90 Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
91 - 100
ND ou Sem Coleta

FONTE: COPASA, 2018.


O Quadro 5.7 e Figura 5.6 - a seguir apresentam informações referentes ao nome da
unidade, tipo e funcionalidades das unidades de destinação final dos resíduos, dentre
outros, lixão, aterros controlados, aterros sanitários e aterros de construção civil, para
cada município da bacia do rio Paraopeba, quando houver.

Quadro 5.7 - Relação Unidades de Destinação Final dos Resíduos Sólidos


Unidade
Licença em
Nome de Início de
Município Tipo de unidade de operação
unidade operação
Operação no ano de
referência
Belo Vale N/D
Aterro
Aterro controlado 2011 Sim Sim
controlado
AR - Serviços Aterro de
Ambientais Ltda Resíduos da 2014 N/D Não
- ME Construção Civil
Aterro de
Aterro de
Resíduos da 2003 Não Sim
Entulho
Construção Civil
Aterro Industrial Aterro industrial 2003 Sim Sim
Betim Aterro Sanitário
Aterro sanitário 2008 não Sim
da Essencis
Aterro Sanitário
do Bairro
Aterro sanitário 1996 N/D Não
Charneca
(desativado)
Radial
Aterro de
Tratamento de
Resíduos da 2014 N/D Não
Resíduos
Construção Civil
Industriais Ltda
Aterro
Bonfim Aterro controlado 2005 N/D Não
controlado
Aterro
Aterro controlado 2015 N/D Não
Brumadinho Controlado
Aterro sanitário Aterro sanitário 2012 Sim Sim
Aterro Sanitário
Cachoeira da Prata Cachoeira da Aterro sanitário 2009 N/D N/D
Prata
Casa Grande N/D
Aterro
Caetanópolis Controlado Aterro controlado 2001 Sim Sim
Grota d''água
Aterro
Controlado de Aterro controlado 2006 N/D Não
Congonhas Congonhas
Aterro sanitário Aterro sanitário 2016 Sim Sim
Aterro Sanitário
Aterro sanitário 2014 Sim Sim
Regional
Conselheiro
Lixão Municipal
Lafaiete
de Conselheiro Lixão 1997 Não Sim
Lafaiete

190
Unidade
Licença em
Nome de Início de
Município Tipo de unidade de operação
unidade operação
Operação no ano de
referência
Aterro de Inertes Aterro de
- Bairro São Resíduos da 2007 N/D Não
Contagem Sebastião Construção Civil
Aterro Sanitário
Aterro sanitário 1997 Sim Sim
Perobas
Aterro
Cristiano Otoni Aterro controlado 2007 Sim Sim
controlado
Aterro
Crucilândia Aterro sanitário 2007 Sim Sim
controlado
Aterro
Aterro controlado 2009 N/D Não
Curvelo Controlado
Aterro Sanitário Aterro sanitário 2012 Sim Sim
Desterro de Entre Aterro
Aterro controlado 2005 N/D Não
Rios controlado
Aterro
Entre Rios de Minas Aterro controlado 2001 Sim Sim
Controlado
Aterro
Esmeraldas Controlado - Lixão 2016 Não Sim
Fernão Dias
Aterro
Felixlândia Aterro controlado 2008 Sim Sim
controlado
Aterro
Florestal Aterro controlado 2014 Sim Sim
Controlado
Fortaleza de Minas N/D
Aterro
Ibirité Controlado do Aterro controlado 2004 N/D Não
Município
Igarapé N/D
Aterro
Inhaúma Aterro controlado 2004 N/D N/D
controlado
Itatiauçu N/D
Aterro Sanitário
Aterro sanitário 2009 Sim Sim
Municipal
Itaúna Unidade De Aterro de
Disposição de Resíduos da 1994 N/D Não
RSD Construção Civil
Lixão de
Itaverava Lixão 1990 Não Sim
Itaverava
Aterro
Controlado Aterro controlado 2006 N/D Não
Municipal
Jeceaba
UTC de Jeceaba
- Vala de Aterro controlado 2015 Sim Sim
Rejeitos
Juatuba Lixão N/D 2012 N/D Não
Aterro
Lagoa Dourada Aterro controlado 2003 Não Sim
Controlado
Maravilhas Sitio Varginha Lixão 2014 Não Sim
Mário Campos N/D
Aterro
Mateus Leme Controlado Aterro controlado 2006 Não Sim
Municipal

191
Unidade
Licença em
Nome de Início de
Município Tipo de unidade de operação
unidade operação
Operação no ano de
referência
Moeda N/D
Aterro Sanitário
Aterro sanitário 2014 Sim Sim
Ouro Branco Regional
Lixão Lixão 1988 N/D Não
Aterro
Ouro Preto controlado de Lixão 1996 Não Sim
Ouro Preto
Papagaios N/D
Aterro
Aterro controlado 2001 N/D Não
Pará de Minas Controlado
Aterro Sanitário Aterro sanitário 2011 Sim Sim
Aterro
Paraopeba Aterro controlado 2006 Não Sim
Controlado
Aterro
Pequi Aterro controlado 2014 Não Sim
controlado
Aterro
Piedade dos Gerais Aterro controlado 2014 Sim Sim
Controlado
Lixão de
Pompéu Lixão 2009 Não Sim
Pompéu
Queluzito N/D
Aterro
Resende Costa Controlado de Aterro controlado 2015 N/D N/D
Resende Costa
Aterro
Rio Manso Controlado de Aterro controlado 2009 N/D Sim
Rio Manso
Aterro
São Brás do Suaçuí Controlado de Aterro controlado 2010 Sim Sim
Rejeitos
São Joaquim de
N/D
Bicas
São José da
Lixão Lixão 2014 Não Sim
Varginha
Sarzedo N/D
Aterro Sanitário
Aterro sanitário 2011 Sim Sim
de Sete Lagoas
Sete Lagoas Disposição Final
de Resíduos Aterro controlado 2011 Sim Sim
Sólidos
FONTE: SNIS (2016) - N/D (Informação Não Disponível).

192
Figura 5.6 - Destinação final dos Resíduos Sólidos

30

25

20

15

10

0
Aterro controlado Aterro de Aterro industrial Aterro sanitário Lixão
Resíduos da
Construção Civil

FONTE: SNIS (2016).

O depósito de resíduos sólidos a céu aberto, ou lixão, é uma forma de deposição


desordenada sem compactação ou cobertura dos resíduos, o que propicia a poluição
do solo, ar e água, bem como a proliferação de vetores de doenças. Mesmo com estes
passivos associados, este tipo de disposição é ainda utilizada por alguns municípios da
bacia, conforme os resultados apresentados no quadro anterior. O aterro controlado é
outra forma de deposição de resíduo, tendo como único cuidado a cobertura dos
resíduos com uma camada de solo ao final da jornada diária de trabalho, com o objetivo
de reduzir a proliferação de vetores de doenças. Este tipo de disposição é a principal
realizada na bacia, sendo aplicada em 25 municípios. A melhor solução para destinação
dos resíduos sólidos urbanos é a utilização do Aterro Sanitário, pois o mesmo possui
uma série de mecanismos que minimizam qualquer tipo de poluição (solo, ar e água),
conforme os dados apresentados 13 municípios da bacia, utilizam esse método para
dispor seus resíduos.

Sobre o volume de lixo produzido na bacia, nenhum estudo consultado possuía esta
informação tabulada. Desta forma, foi estimado o volume a partir da multiplicação da
geração de lixo per capita em áreas urbanas pela população urbana da bacia. O Quadro
5.8 apresenta os valores per capita de geração, de acordo com as faixas populacionais
dos municípios.

193
Quadro 5.8 - Geração per capita de Resíduos Sólidos

População Urbana Geração per capita


(hab) (kg/hab.d)

Até 30 mil 0,5


De 30 mil a 500 mil 0,5 a 0,8
De 500 mil a 5 milhões 0,8 a 1,0
Acima de 5 milhões Acima de 1,0
FONTE: Adaptado de ANA (2009).

O resultado do volume estimado de lixo (ton/mês) gerado em cada município da bacia


é apresentado no Quadro 5.9 a seguir.

Quadro 5.9 - Geração de Lixo Mensal por Município

Município Total (ton/mês)


Belo Vale 113
Betim 7.373
Bonfim 102
Brumadinho 510
Cachoeira da Prata 55
Caetanópolis 153
Casa Grande 34
Congonhas 946
Conselheiro Lafaiete 2.272
Contagem 15.388
Cristiano Otoni 75
Crucilândia 71
Curvelo 1.447
Desterro de Entre Rios 105
Entre Rios de Minas 214
Esmeraldas 1.175
Felixlândia 212
Florestal 99
Fortaleza de Minas 41
Ibirité 3.100
Igarapé 523
Inhaúma 86
Itatiauçu 149
Itaúna 1.282
Itaverava 87
Jeceaba 81
Juatuba 333
Lagoa Dourada 184
Maravilhas 107
Mário Campos 198
Mateus Leme 418
Moeda 70

194
Município Total (ton/mês)
Ouro Branco 529
Ouro Preto 1.370
Papagaios 213
Pará de Minas 1.642
Paraopeba 338
Pequi 61
Piedade dos Gerais 70
Pompéu 437
Queluzito 28
Resende Costa 164
Rio Manso 79
São Brás do Suaçuí 53
São Joaquim de Bicas 383
São José da Varginha 63
Sarzedo 387
Sete Lagoas 4.176
FONTE: COBRAPE, 2018.

195
5.4. Drenagem Urbana

Com o objetivo de avaliar a situação da drenagem urbana nos municípios da bacia,


buscou-se identificar quais municípios sofreram alagamentos, inundações, enxurradas
e deslizamentos e o número de ocorrências. O Quadro 5.10 seguinte mostra estas
informações para o período 1991-2018.

Quadro 5.10 - Relação de Municípios que Sofreram Problemas Relacionadas a Drenagem


Urbana

Município Alagamentos Inundações Enxurradas Deslizamentos

Belo vale 2 1
Betim 1 5
Bonfim 1 2
Brumadinho 1 3 3
Cachoeira da Prata 1 1
Caetanópolis
Casa grande
Congonhas 5 9 4
Conselheiro Lafaiete 3 6 2
Contagem 1 3 11 4
Cristiano Otoni 1
Crucilândia 3 3
Curvelo 1
Desterro de Entre Rios 1 1 1
Entre Rios de Minas 2 2
Esmeraldas 1 1
Felixlândia 1
Florestal 1 1
Fortuna de Minas
Ibirité 7 13 10
Igarapé 4 3
Inhaúma 1
Itatiaiuçu 1
Itaúna 2 2
Itaverava 1 1
Jeceaba 4 4 1
Juatuba 3
Lagoa Dourada 1
Maravilhas 1
Mário Campos 3 1
Mateus leme 1
Moeda 1 1
Ouro branco 1

196
Município Alagamentos Inundações Enxurradas Deslizamentos

Ouro preto 3
Papagaios
Pará de minas 1
Paraopeba 1
Pequi 1
Piedade dos Gerais 2
Pompéu 2
Queluzito 1
Resende Costa
Rio Manso 2
São Brás do Suaçuí
São Joaquim de Bicas 1 1
São José da Varginha 1
Sarzedo 1 2
Sete Lagoas 2 1
FONTE: ANA - Atlas Brasileiro de Desastres Naturais (2012).

Os problemas que dizem respeito ao controle de inundações são decorrentes da


elevação dos picos das cheias, ocasionada tanto pela intensificação do volume do
escoamento superficial direto (causado pelo aumento da densidade das construções, e
consequente impermeabilização da superfície), como pela diminuição dos tempos de
concentração e de recessão. Esta diminuição é também oriunda do acréscimo na
velocidade de escoamento devido à alteração do sistema de drenagem existente,
exigida por este aumento da densidade de construções.

Em análise dos dados acima apresentados, merece atenção os municípios de


Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Contagem e Ibirité, com diversas ocorrências de
alagamentos/enxurradas e deslizamentos de terra, demonstrando ser um problema
crónico nesses municípios. A Figura 5.7 - a seguir apresenta de forma gráfica os dados
acima apresentados.

Uma análise criteriosa dessas situações é apresentada no Capítulo 7, referente aos


Eventos Críticos.

197
45°0'0"O 44°0'0"O

Eventos Críticos
Ocorridos entre
1991 a 2012

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Número de Eventos !
P Principais Sedes Municipais
0-2 Limite Municipal
3-4 Limite SF3: Rio Paraopeba
5-7 Hidrografia Principal
8 - 11 Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
12 - 30

FONTE: ANA, 2012.


6. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

A consolidação de um mapa de uso e ocupação do solo da bacia irá permitir a


espacialização das demandas hídricas que estão sendo calculadas no âmbito do PDRH
e, como consequência, irá subsidiar os cálculos dos balanços hídricos por bacia
hidrográfica. O mapa também permitirá a identificação das áreas de expansão da etapa
de prognóstico.

A ocupação da região iniciou-se nas últimas décadas do século XVII, incentivada,


principalmente, pela atividade minerária advinda da descoberta de ouro no leito do rio,
o que motivou a ocupação do Alto e Médio trecho da bacia. A utilização das águas para
o transporte de mercadorias também favoreceu a instalação de fazendas com atividades
agropecuárias.

Com a decadência da mineração, a agropecuária se tornou uma das atividades mais


importantes e, a partir da segunda metade do século XX, ocorreu o desenvolvimento
acelerado de alguns municípios que vieram a se tornar polos microrregionais, com
destaque para Conselheiro Lafaiete, Betim, Curvelo, Pará de Minas e Sete Lagoas
(SCHVARTZMAN, 2002 e CIBAPAR, 2010). Dentre os principais cultivos, destacam-se
a produção de hortaliças, milho, laranja, mexerica, limão, cana-de-açúcar, mandioca,
feijão, arroz, café e batata.

Apesar da decadência da mineração ao longo dos anos, a Bacia Hidrográfica do Rio


Paraopeba ainda apresenta uma das maiores demandas hídricas devido ao
desenvolvimento desta atividade na bacia (CBHSF, 2015). Merece destaque a extração
de areia, principalmente nos municípios de Cachoeira da Prata e Esmeraldas, de onde
a areia coletada abastece o mercado de construção civil da Região Metropolitana de
Belo Horizonte (RMBH). A lavra de ardósia concentra-se no Baixo curso da bacia,
especialmente nos municípios de Papagaios (maior produtor), Pompéu, Paraopeba,
Curvelo, Caetanópolis e Sete Lagoas (IGAM, 2005). De acordo com o CIBAPAR, os
depósitos de argila em extração são encontrados, principalmente, nos municípios de
Esmeraldas, Inhaúma, Felixlândia e Fortuna de Minas. Dentre as mineradoras e
siderúrgicas instaladas na bacia estão a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a
Companhia Vale, a Gerdau/Açominas, Ferrous e Namisa.

A partir da década de 1950, houve um processo intensivo de industrialização que se


estendeu até os dias atuais, sendo marcante o desenvolvimento ocorrido na década de
1970. Com isso, a Região Metropolitana de Belo Horizonte consolidou-se como centro
de polarização, por meio da expansão, atraindo grandes contingentes populacionais. No

199
caso da UPGRH-SF3 verificou-se a ocorrência de êxodo rural principalmente em direção
aos polos com economia mais desenvolvida ou em desenvolvimento (CIBAPAR, 2012).

O potencial industrial está ligado à proximidade com a RMBH e à disponibilidade de mão


de obra e de matérias primas como minério de ferro, manganês, areia e outros. O parque
industrial é representado pela presença de diversas indústrias importantes para a
economia mineira, ligada à produção de minerais metálicos e não metálicos,
metalúrgicos, siderúrgicos, alimentos, têxtil, vestuário, calçados, artefatos de tecidos,
material de transporte, dentre outros (CIBAPAR, 2012). As atividades industriais, apesar
de estarem distribuídas por toda a bacia, destacam-se nos municípios de Conselheiro
Lafaiete, Ouro Branco, Congonhas, Sarzedo, Ibirité e, principalmente, em Contagem
(indústria de transformação, especialmente metalúrgica e química) e Betim (município
que abriga a Fiat Automóveis S/A, a Petrobras e várias indústrias-satélites).

Com uma área de mais de 1,2 milhões de hectares, os padrões de uso e ocupação do
solo passam a ser determinantes para a caracterização dos tipos de conflitos que podem
ser antecipados na bacia.

Com isso, foram mapeadas 11 classes de Uso e Ocupação do Solo: formações


florestais, formações savanicas, florestas plantadas, vegetação campestre, formações
naturais não florestais, pastagem, agricultura, agricultura ou pastagem, áreas não
vegetadas, infraestrutura urbana e corpos d'água, conforme pode ser observado na
Figura 6.1.

O mapeamento foi elaborado utilizando os dados fornecidos pelo Projeto de


Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil (MapBiomas), através de um
arquivo raster, onde o download foi realizado através do site do MapBiomas.

A classe de mineração não foi inserida no mapeamento, visto que ela não está
representada no levantamento do MapBiomas. Contudo, é de conhecimento o
levantamento do uso e cobertura do solo do Projeto TerraClass, executado pelo INPE
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). No entanto, o levantamento foi realizado
apenas para o Bioma Cerrado, onde neste, a área de mineração levantada foi de 14,13
km². Logo, optou-se por utilizar os dados do MapBiomas.

Entretanto, existe o levantamento realizado pelo DNPM (Departamento Nacional de


Produção Mineral) das Lavras de Mineração, onde se pode ter uma noção da
localização dos pontos de mineração e do tipo da mineração. Com isso, o mapa dessas
lavras é exposto na Figura 6.2.

200
45°0'0"W 44°0'0"W

Uso e Ocupação
do Solo

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

P
!
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda Convenções Cartográficas
USO DO SOLO Pastagem P Principais Sedes Municipais
!
Infraestrutura Urbana Florestas Plantadas Limite Municipal
Áreas não Vegetadas Vegetação Campestre Hidrografia Principal
Corpos d'água Formações Florestais Limite SF3: Rio Paraopeba
Agricultura Municípios SF3: Rio Paraopeba
Formações Savanicas
Reservatório
Agricultura ou Pastagem Formações Naturais não Florestais

FONTE: MAPBIOMAS, 2016.


45°0'0"O 44°0'0"O

Lavras de Mineração

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Lavra por tipo de Substância
!
P Principais Sedes Municipais
AGALMATOLITO COBRE MIGMATITO
ÁGUA MINERAL DADO NÃO CADASTRADO MINÉRIO DE FERRO Limite Municipal
ARDÓSIA DIAMANTE MINÉRIO DE MANGANÊS Hidrografia Principal
AREIA/SÍLICA DOLOMITO MINÉRIO DE NÍQUEL Limite SF3: Rio Paraopeba
ARGILA ESTEATITO MINÉRIO DE OURO
Reservatório
BASALTO FERRO MINÉRIO DE ZINCO
BAUXITA FILITO OUTROS MINÉRIOS Municípios SF3: Rio Paraopeba
CALCÁRIO FOSFATO QUARTZO/ QUARTZITO
CASCALHO GNAISSE SERPENTINITO
CASSITERITA GRAFITA TALCO
CAULIM GRANITO/ MÁRMORE TANTALITA FONTE: Departamento Nacional de
CIANITA MANGANÊS VANÁDIO Produção Mineral (2016).
Conforme mostra o Quadro 6.1, a maior parte da área da bacia é ocupada por pastagem
(38,8%) e agricultura/pastagem (28,4%) e, de forma menos predominante, formações
naturais não florestais (0,01%), e áreas não vegetadas (0,2%). As áreas urbanas
representam o total de 2,9% da cobertura do solo.

Quadro 6.1 - Distribuição das Classes do Uso e Ocupação do Solo


Uso Área (km²) Área (%)
Formações florestais 2.669,21 22,2%
Formações savanicas 113,18 0,9%
Florestas plantadas 485,84 4,0%
Vegetação campestre 215,15 1,8%
Formações naturais não florestais 0,76 0,01%
Pastagem 4.668,77 38,8%
Agricultura 19,81 0,2%
Agricultura ou pastagem 3.419,91 28,4%
Áreas não vegetadas 19,66 0,2%
Infraestrutura urbana 351,20 2,9%
Corpos d'água 66,64 0,6%
TOTAL 12.030,15 100%
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base no MapBiomas, 2016.

Para uma melhor visualização dos usos, na Figura 6.3 abaixo é apresentado um gráfico
com a porcentagem de cada uso na bacia.

Figura 6.3 - Uso e Cobertura do Solo (%)

2,9% 0,6%
0,2%
Formações florestais
Formações savanicas
22,2% Florestas plantadas
Vegetação campestre
28,4% 0,9%
Formações naturais não florestais
4,0% Pastagem
1,8%
Agricultura
0,2% 0,01% Agricultura ou pastagem
Áreas não vegetadas
38,8% Infraestrutura urbana
Corpos d'água

FONTE: COBRAPE, 2018.

203
7. EVENTOS CRÍTICOS

Por definição, são chamados de desastres naturais os danos e prejuízos causados a


uma determinada sociedade, excedendo a sua capacidade de resiliência e convívio com
tais impactos, ocasionados por fenômenos naturais (INPE, 2008).

Em outras palavras, os desastres naturais acarretam impactos significativos sobre a


sociedade e sua infraestrutura instalada, gerando prejuízos sociais, relativos às vidas
perdidas ou afetadas, e prejuízos econômicos, quando a infraestrutura local é danificada
pela ação do evento natural.

O impacto socioeconômico, efetivo ou potencial, que um evento natural pode causar em


determinada localidade ou região é relativo à resiliência do sistema social afetado, ou
seja, a capacidade da população a resistir ao desastre. Em suma, os desastres ocorrem
quando os perigos se encontram com a vulnerabilidade.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), os desastres naturais


podem ser classificados quanto às suas diferentes naturezas, podendo ser:

• Biológicos: epidemias, infestações por insetos, ataques animais;

• Geofísicos: terremotos, vulcões, movimento de massa sem água;

• Climatológicos: secas, temperaturas extremas, incêndios;

• Hidrológicos: inundações, movimento de massa com água; e

• Meteorológicos: tempestades.

Do ponto de vista da segurança hídrica, este estudo tem por objetivo caracterizar e
avaliar os eventos naturais de cunho climatológico, hidrológico e meteorológico, mais
especificadamente as inundações, enxurradas, alagamentos, secas e movimentos de
massa ocorrentes na Bacia do rio Paraopeba no estado de Minas Gerais. Tais eventos
têm se destacado no cenário nacional ao longo dos últimos anos, sendo dada grande
ênfase na região Sudeste, onde podem ser percebidos severos impactos
socioeconômicos, como por exemplo, o número de pessoas desabrigadas por
alagamentos, enxurradas, inundações ou ainda por movimentação de massas de terra,
ou ainda perdas nas produções agropecuárias devido a eventos de seca.

Ainda sobre esta questão paira o advento das mudanças climáticas, cuja hipótese de
ocorrência já é amplamente aceita no meio científico e tende a intensificar eventos
críticos em todo o mundo, alterar temperaturas, precipitações e ciclos hidrológicos locais
ou regionais, tornar algumas regiões mais secas e outras mais chuvosas, elevar o nível

204
médio do mar, entre outras alterações climáticas com potenciais impactos ainda
desconhecidos.

Portanto, a fim de dar um primeiro passo rumo à preparação e adaptação da Bacia do


rio Paraopeba aos diversos cenários que abrangem as questões hídricas, o Plano
Diretor de Recursos Hídricos do rio Paraopeba (PDRH Paraopeba) busca em primeiro
momento a caracterização e avaliação dos processos atualmente ocorrentes em seu
território, para posteriormente projetar sobre essa avaliação algumas hipóteses que
permeiam a segurança hídrica da bacia.

As análises realizadas neste capítulo tangem os 48 municípios que integram a Unidade


de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UPGRH) SF3, pertencentes ao PDRH
Paraopeba.

7.1. Inundações, alagamentos e enxurradas

Muitas vezes confundidas com fenômenos semelhantes, as inundações possuem uma


definição diferenciada de cheias, enchentes ou alagamentos. Segundo a 5ª edição do
Glossário de Defesa Civil: Estudos de Riscos e Medicina de Desastres, as corretas
definições para tais eventos são:

• Alagamentos: água acumulada no leito das ruas e no perímetro urbano por


fortes precipitações pluviométricas, em cidades com sistemas de drenagem
deficientes;

• Cheias: elevação temporária e móvel do nível das águas de um rio ou lago;

• Enchentes: elevação do nível de água de um rio, acima de sua vazão normal;

• Enxurradas: Volume de água que escoa na superfície do terreno, com grande


velocidade, resultante de fortes chuvas; e

• Inundações: transbordamento de água da calha normal de rios, mares, lagos e


açudes, ou acumulação de água por drenagem deficiente, em áreas não
habitualmente submersas (DEFESA CIVIL, 2008).

As inundações, portanto, são os eventos onde a malha hidrográfica recebe uma vazão
superior àquela que pode comportar em sua calha, extravasando água para suas áreas
marginais, comumente conhecidas por planícies de inundação ou áreas de várzea.

Já os alagamentos não dependem de cursos de água para sua ocorrência, visto que
significam um acúmulo de água em determinado ponto, geralmente urbano, onde a
drenagem não consegue disseminar a água ali acumulada, e são usualmente
ocasionados por precipitações intensas.

205
As enxurradas, por sua vez, são eventos de maior intensidade e pouca duração
decorrentes de precipitações em pequenas bacias, que aliadas a uma significativa
velocidade de escoamento causada pela declividade, podem acarretar em impactos
marginais e até inundações com capacidade de arraste.

As cheias ou enchentes representam um aumento da vazão no rio, elevando o nível da


água dentro da sua calha, contudo sem o transbordamento efetivo de água a partir de
suas margens.

Assim, os eventos críticos que representam risco efetivo à população são as


inundações, alagamentos e enxurradas. Enquanto as inundações e enxurradas são
processos naturais que podem ser agravados por ações antrópicas e possuem maior
extensão e duração, os alagamentos são ocasionados por deficiência da infraestrutura
urbana, além de apresentarem menores áreas atingidas e tempo de duração. Para
estudar o comportamento destes fenômenos no território nacional, o governo Federal
desenvolve algumas frentes de estudos e obtenção de dados em parceria com a Defesa
Civil Federal e dos níveis estaduais, além de envolver outros órgãos voltados ao
planejamento, infraestrutura, meio ambiente, entre outros. As principais ações são
descritas a seguir.

7.1.1. Atlas Brasileiro de Desastres Naturais

O Centro Universitário de Estudos e Pesquisas Sobre Desastres da Universidade


Federal de Santa Catarina (UFSC) em parceria com o Ministério da Integração Nacional
(MI) e a Secretaria Nacional de Defesa Civil, elaborou o Atlas Brasileiro de Desastres
Naturais, que compilou as informações sobre eventos críticos em todo o território
brasileiro para o período que compreende os anos entre 1991 e 2012, em sua primeira
versão, e posteriormente (2013) expandiu sua base de informações expandindo o
período analisado. O Atlas também foi subdividido por estados, sendo possível assim
analisar o histórico dos municípios do Estado de Minas Gerais individualmente.

Segundo o Atlas, foram levantados para os municípios da bacia do rio Paraopeba 60


registros oficiais de inundações excepcionais caracterizadas como desastre. Estes
registros abrangeram 30 dos 48 municípios pertencentes ao PDRH. Os municípios que
apresentaram maior número de episódios foram os de Ibirité e Congonhas, o primeiro
com 7 e o segundo com 5 eventos, seguidos pelos municípios de Igarapé e Jeceaba,
cada um com 4 registros. Juntos, estes municípios contabilizaram 33,3% do total de
eventos críticos ocorridos. Entre os anos de 1991 e 2001 não houve registros de
inundações para os municípios analisados. Os anos de 2003, 2005, 2008, 2009, 2011

206
e 2012 foram os que apresentaram maior número de eventos de inundações,
contabilizando 83,3% do total de eventos ocorridos no período.

No que diz respeito aos alagamentos, através da análise dos dados disponíveis no Atlas,
no período de 1991 a 2012 foram verificados apenas dois registros, um para o município
de Contagem e um para Ibirité.

Por fim, as enxurradas representam o maior número de ocorrências registradas no


período levantado, totalizando 93 eventos, principalmente em Ibirité (13), Contagem (11)
e Congonhas (9). Neste caso, torna-se oportuno destacar o caso de Ibirité devido à
influência que o Ribeirão Sarzedo e o Córrego Pintado podem exercer sobre a região
central da cidade, provocando impactos decorrentes da enxurrada. Também merece
destaque a possível influência do Rio Betim e o Riacho das Pedras sobre áreas urbanas
do município de Contagem e a influência do Rio Maranhão em Congonhas, também
provocando impactos negativos decorrentes da enxurrada. Segundo o Atlas, 35 dos 48
municípios avaliados por este estudo foram atingidos por pelo menos um evento de
enxurrada.

A distribuição do total de ocorrências por município pode ser observada na Figura 7.1 a
seguir.

Figura 7.1 - Frequência Anual de Registros de Desastres por Inundações e Enxurradas

25

20

15

10

Inundações Enxurradas

FONTE: UFSC, 2013.

A distribuição dos eventos catalogados ao longo dos anos demonstra uma baixa
frequência de ocorrências de enxurradas até o ano de 2002, exceto por um salto
ocorrido no ano de 1997. Segundo a publicação o início deste ano foi marcado pela
influência de uma Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), responsável por
provocar precipitações chuvosas acima das médias históricas do período precedente,
apresentando valores pluviométricos até 200 mm acima da média. Pode-se observar o

207
aumento da frequência de desastres relacionados às enxurradas a partir do ano de 2002
merecendo destaque o ano de 2012, com maior número de registros.

Em termos totais, o maior número de registros sobre inundações ocorreu em Ibirité


somando sete eventos ao todo, sendo que um evento foi registrado nos anos de 2003,
2005 e 2006, dois no ano de 2007 e dois no ano de 2011. Para Congonhas foram
registrados cinco eventos, sendo que os eventos ocorreram isoladamente em 2003,
2005, 2007, 2008 e 2012. Na sequência aparecem Igarapé e Jeceaba, cada um com 4
eventos.

Com relação aos danos humanos provocados pelas inundações, o município de


Congonhas ficou entre os municípios mais severamente atingidos por este evento. No
ano de 2008, apesar de não terem sido registradas mortes, as inundações fizeram 209
desabrigados e 34.400 pessoas afetadas.

No que tange as informações sobre enxurradas, os municípios de Ibirité, Contagem e


Congonhas são aqueles que mais registraram casos entre 1991 e 2012, sendo que o
primeiro somou 11 ocorrências distribuídas no período entre 2003 e 2012, com exceção
dos anos de 2007 e 2011. Contagem registrou 10 eventos entre 2002 e 2009, com
exceção de 2007. Congonhas registrou 8 eventos de enxurradas, entre 2003 e 2008,
com exceção do ano de 2007. O ano de 1997 foi o que contabilizou o maior número de
registros, totalizando 25.

Cabe destacar, também, os danos humanos relacionados aos eventos extremos de


enxurradas. Em 2012 o município de Betim registrou um total de 334 desabrigados, 891
desalojados e 76.000 afetados. Segundo o Atlas, os eventos de enxurradas podem estar
intimamente associados com a redução da capacidade de infiltração associada à
urbanização descontrolada, frequentes em muitos centros urbanos. Apesar da elevada
frequência de eventos de enxurradas em várias regiões do Estado poucos estudos têm
sido desenvolvidos.

A Figura 7.2 e a Figura 7.3 apresentam o número de inundações e enxurradas ocorridos


nos municípios do PDRH Paraopeba entre 1991 e 2012.

208
45°0'0"O 44°0'0"O

Inundações entre
1991 e 2012

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Número de Inundações !
P Principais Sedes Municipais
0 Limite Municipal
1 Hidrografia Principal
2a3 Limite SF3: Rio Paraopeba
4a5 Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
6a7
FONTE: UFSC, 2013.
45°0'0"O 44°0'0"O

Enxurradas entre
1991 e 2012

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Número de Enxurradas !
P Principais Sedes Municipais
0a1 Limite Municipal
2a3 Hidrografia Principal
4a6 Limite SF3: Rio Paraopeba
7a9 Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
10 a 13

)217(8)6&
O Atlas indica que os registros de ocorrência de desastres aumentaram na última
década em relação à década passada. Contudo, os seus autores ressaltam que não se
pode afirmar se houve um aumento de ocorrências de fenômenos naturais, a partir de
2001, na mesma proporção que houve um aumento do registro de desastres, indicando
que o aumento destes registros pode estar relacionado com aperfeiçoamento na coleta
de dados ao longo dos anos.

Os autores do Atlas afirmam ser importante registrar que, durante a análise dos dados
coletados, foram identificadas algumas limitações da pesquisa e que estas não
comprometeram o trabalho, mas contribuem muito para ampliar o “olhar” dos gestores
públicos com relação às lacunas presentes no registro e no cuidado da informação sobre
desastres. Destacam entre as limitações a clara observação de variações e de
inconsistências no preenchimento de danos humanos, materiais e econômicos.

Ainda é afirmado pelos autores que as inconsistências encontradas retratam certa


fragilidade histórica do sistema nacional de defesa civil, principalmente pela ausência
de profissionais especializados em âmbito municipal e pela falta de unidade e de
padronização das informações declaradas pelos documentos de registros de desastres.

Apesar de não poder assegurar a relação direta entre registros e ocorrências, o Atlas
permite uma série de importantes análises, ao oferecer informações – nunca antes
sistematizadas – que ampliam as discussões sobre as causas das ocorrências e
intensidade dos desastres.

7.1.2. Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID)

A partir de 2013, para continuar o processo de catalogação e agilizar o processo de


comunicação de eventos extremos, o Ministério da Integração Nacional (MI) organizou
um portal eletrônico on-line denominado Sistema Integrado de Informações sobre
Desastres (S2ID), que visa informatizar o processo de transferência de recursos a
grupos impactados por desastres naturais, dinamizando o processo de relato e
organizando uma base de dados nacional sobre o tema.

Portanto, o processo de relato de ocorrência de eventos críticos e seus impactos passou


a ser on-line a partir de 2013, possibilitando assim o complemento das informações
dispostas no Atlas até o momento presente.

Segundo as informações dispostas no sistema, em 2013, dos municípios presentes no


Plano Diretor de Recursos Hídricos do rio Paraopeba, nenhum deles apresentou algum
tipo de informação referente ao número de pessoas afetadas por inundações e
tampouco eventos de inundação foram registrados.

211
Para o período avaliado, houve seis registros de eventos de alagamentos, sendo um
registro para os anos de 2014 e 2015, destacando-se o ano de 2016, com quatro
registros. Merece destaque o fato de todos os eventos de alagamentos terem sido
registrados para o município de Conselheiro Lafaiete. Foram contabilizadas 5 pessoas
afetadas em 2014 e nenhum registro de pessoas afetadas para os demais anos.

Com relação às enxurradas foram apresentados três registros durante o período, um


em 2013 e dois em 2016, sendo que o evento registrado em 2013 ocorreu na cidade de
Mateus Leme, totalizando 46 pessoas afetadas. Dos dois eventos ocorridos no ano de
2016, um deles se deu em Conselheiro Lafaiete, sem registros de pessoas afetadas e
o outro ocorreu em Juatuba, contabilizando 80 habitantes afetados pela enxurrada.

Ressalta-se que, para este levantamento, o número de afetados engloba mortos,


feridos, enfermos, desabrigados, desalojados, desaparecidos e outros. Dos 46
habitantes afetados pelas enxurradas de 2013, 10 foram classificados como
desabrigados, 6 desalojados e 30 como outras situações. Dos 80 habitantes afetados
pela enxurrada de 2016, em Conselheiro Lafaiete, 7 foram classificados como
desabrigados, 43 desalojados e 30 como outras situações, conforme demonstrado no
gráfico anual apresentado na Figura 7.4 a seguir e nos mapas apresentados na Figura
7.5 e na Figura 7.6.

Figura 7.4 - Frequência Anual de Registros de Desastres por Alagamentos e Enxurradas

Alagamentos Enxurradas

FONTE: MI, 2018.

212
45°0'0"O 44°0'0"O

Alagamentos entre
2013 e 2017

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Alagamentos 2013 a 2017 !
P Principais Sedes Municipais
0 Limite Municipal
6 Hidrografia Principal
FONTE: MI, 2017. Limite SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
45°0'0"O 44°0'0"O

Enxurradas entre
2013 e 2017

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Enxurradas 2013 a 2017 !
P Principais Sedes Municipais
0 Limite Municipal
1 Hidrografia Principal
FONTE: MI, 2017.
Limite SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
7.1.3. Atlas de Vulnerabilidade a Inundações

Em outra frente, o governo federal elaborou, através do Ministério do Meio Ambiente


(MMA) e da Agência Nacional de Águas (ANA), o Atlas de Vulnerabilidade a Inundações
no ano de 2014. Este estudo identificou a ocorrência e os impactos das inundações
graduais nos principais rios das bacias hidrográficas brasileiras, agrupando e
consolidando em um único padrão, informações dos Estados, do Distrito Federal e da
União.

A metodologia definida pelo estudo classifica os trechos de rios a partir de uma análise
de vulnerabilidade. Essa, por sua vez, é composta por duas variáveis, impacto e
ocorrência. O impacto das inundações foi considerado alto quando havia grande risco
de dano à vida humana e danos significativos aos serviços essenciais, instalações e
obras de infraestrutura pública e residências; médio quando os danos eram razoáveis
aos serviços essenciais, instalações e obras de infraestrutura pública e residências; e
baixo quando os prejuízos eram pequenos e pontuais.

Quanto à ocorrência, os critérios foram mais diretos, uma vez que foram classificados
como de alto impacto nos trechos de rios onde as inundações ocorriam em intervalos
de até 5 anos, médio impacto naqueles que se repetiam pelo menos a cada 10 anos, e
baixo naqueles eventos acima desta frequência.

Por fim, a metodologia de categorização classifica cada trecho hidrográfico em alta,


média ou baixa vulnerabilidade, segundo as considerações dispostas na Figura 7.7 a
seguir:

Figura 7.7 - Classificação da Vulnerabilidade a Inundação

FONTE: ANA, 2014.

215
O Atlas classificou a vulnerabilidade de 135 trechos de rios na região em estudo, sendo
74 de alta, 39 de média e 22 de baixa. A categoria de alta vulnerabilidade representa
618,4 km de extensão, com trechos variando de 122,1 m a 42,4 km, e uma média de
8,4 km. Pode-se observar que, no geral, a maioria dos trechos classificados como alta
vulnerabilidade passam por centros urbanos populosos, locais onde normalmente a
ação antrópica já alterou as condições de permeabilidade do solo, aumentando as
chances de ocorrência de eventos de inundações e alagamentos.

Já os trechos em classe de média vulnerabilidade somam 346,5 km de extensão,


comprimentos que variam de 248,1 metros a 28,7 km, e uma média de 8,9 km. Por fim,
os 22 trechos de rios com baixa vulnerabilidade totalizam apenas 99,4 km, com variação
de 129,3 metros a 15,9 km, e uma média de 4,5 km.

Como resultado, o trabalho mostra na Figura 7.8 que as regiões sul e central da bacia
são as que apresentam o maior número de trechos vulneráveis à inundação.

216
45°0'0"O 44°0'0"O

Vulnerabilidade a
Inundações

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Vulnerabilidade a Inundações !
P Principais Sedes Municipais
Alta Limite Municipal
Média Hidrografia Principal
Baixa Limite SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
FONTE: ANA, 2014.
Municípios SF3: Rio Paraopeba
7.1.4. Ação Emergencial para Reconhecimento de Áreas de Alto e Muito Alto Risco a
Movimentos de Massa, Enchente e Inundação

Apresentada no PPA Federal de 2012 a 2015, esta ação governamental integra o


Programa Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres, desenvolvido pela
parceria dos Ministérios de Minas e Energia (MME), da Ciência, Tecnologia e Inovação
(MCTI) e da Integração Nacional (MI), juntamente à Secretaria de Geologia, Mineração
e Transformação Mineral (SGM), ao Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e ao
Departamento de Gestão Territorial (DEGET). O projeto de colaboração mútua
executou, em 821 municípios brasileiros prioritários, o diagnóstico e mapeamento das
áreas com potencial de risco alto a muito alto, denominado “Ação Emergencial para
Reconhecimento de Áreas de Alto e Muito Alto Risco a Movimentos de Massa, Enchente
e Inundação”.

Para a caracterização das potenciais áreas de riscos aos processos de deslizamento,


enxurradas, inundações e erosões nos municípios priorizados, conforme o Quadro 7.1.
Foram inicialmente levantadas regiões de destaque por meio de visitas de campo em
áreas com histórico ou de risco iminente, além do uso de imagens de satélite para
identificar potenciais regiões vulneráveis. Posteriormente, as áreas levantadas foram
classificadas conforme os critérios do Ministério das Cidades, e para aquelas com alto
(R3) e muito alto (R4) graus de risco, foram confeccionadas pranchas de caracterização.

Quadro 7.1 - Classificação dos Graus de Risco a Inundação


Drenagem ou compartimentos de drenagem sujeitos a processos com baixo
R1
potencial de causar danos e baixa frequência de ocorrência (sem registros de
BAIXO
ocorrência nos últimos 5 anos).
Drenagem ou compartimentos de drenagem sujeitos a processos com médio
R2
potencial de causar danos e média frequência de ocorrência (1 ocorrência
MÉDIO
significativa nos últimos 5 anos).
Drenagem ou compartimentos de drenagem sujeitos a processos com médio
R3
potencial de causar danos e média frequência de ocorrência (1 ocorrência
ALTO
significativa nos últimos 5 anos), envolvendo moradias de alta vulnerabilidade.
Drenagem ou compartimentos de drenagem sujeitos a processos com alto
R4
potencial de causar danos e alta frequência de ocorrência (pelo menos 3
MUITO
ocorrências significativas nos últimos 5 anos), envolvendo moradias de alta
ALTO
vulnerabilidade.
FONTE: MME, 2015.

Assim, as áreas que apresentavam os graus de risco mencionados foram declaradas


como ”áreas de risco”, com uma delimitação georreferenciada e uma ficha. Essa
prancha é identificada por um código, possuindo uma breve descrição do setor, possui
coordenadas e delimitação da área de risco sobre imagens de satélite, a tipologia do
movimento de massa ou identificação de enchente ou inundação, o número aproximado
de moradias e habitantes no interior do polígono delimitado, fotos tiradas nos locais de

218
destaque, bem como sugestões de intervenções. O modelo da ficha pode ser
visualizado na Figura 7.9.

Figura 7.9 - Exemplo de Prancha de Identificação de Áreas de Risco

FONTE: CPRM, 2018.

Nota-se que as áreas de risco apontadas pela CPRM são estritamente urbanas e que
foram apontadas pela metodologia adotada como alto e muito alto risco a movimentos
de massas e enchentes, não incorporando grandes regiões de estudo, mas sim
localidades pontuais.

No Estado de Minas Gerais foram analisados 170 municípios, sendo que 12 destes são
contemplados pelo PDRH Paraopeba. Todas as informações produzidas e
disponibilizadas ao Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais
(CEMADEN) e ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD)
estão contempladas na base de dados do PDRH Paraopeba para a análise do tema.

Conforme pode ser observado na Figura 7.10 a seguir, os municípios de Belo Vale,
Betim, Brumadinho, Congonhas, Conselheiro Lafaiete e Contagem apresentam a
ocorrências de áreas em alto e muito alto potencial de inundação, que, para facilitar a
visualização, tiveram seus limites ampliados de modo que suas concentrações sejam
mais bem percebidas. A figura ainda apresenta o somatório da quantidade de áreas por
município.

219
45°0'0"O 44°0'0"O

Áreas de Risco
a Inundações
e Alagamentos

!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

!
P

!
P
R io
Pa
ra
o
pe

Belo Horizonte
ba

!
P
Contagem!
P
20°0'0"S 20°0'0"S

!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Áreas de Risco CPRM Número de Áreas de Risco !
P Principais Sedes Municipais
Alagamento/Inundações 0 Limite Municipal
Inundação 1 Hidrografia Principal
Potencial para Inundações 2-4 Limite SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
5-6
Municípios SF3: Rio Paraopeba
7-8
FONTE: CPRM, 2018.
7.1.5. Análise Integrada das Informações sobre Alagamentos, Inundações e
Enxurradas

Por meio da coleta de dados sobre inundações, observou-se que já há uma significava
gama de informações que dizem respeito ao assunto, apresentadas em trabalhos e
projetos em nível federal. Para a realização de uma análise que integre os aspectos
levantados, realizou-se uma visualização conjunta do arcabouço de dados disponíveis,
buscando identificar os locais ou regiões que combinam, simultaneamente, as
características levantadas mais propensas a eventos provocados por precipitações.

Para a representação histórica de ocorrências nos municípios, foi necessário realizar


um ajuste nas informações do Atlas Brasileiro de Desastres Naturais, que contempla a
série entre 1991 e 2012, e aquelas dispostas no Sistema Integrado de Informações
sobre Desastres (S2ID). Para a composição de uma única informação de histórico de
ocorrências, a série do Atlas foi complementada pela apresentada no S2ID, formando
uma única sequência entre 1991 a 2017, conforme a Figura 7.11, e espacializada por
município em uma das camadas na Figura 7.12.

Figura 7.11 - Série História de Alagamentos, Inundações e Enxurradas


1,2

0,8

0,6

0,4

0,2

Análise Integrada Alagamentos, Enxurradas e Inundações

FONTE: Adaptado de UFSC, 2013 e MI, 2018.

Com intuito de se destacar visualmente as regiões com maiores graus de


vulnerabilidade a alagamentos, inundações e enxurradas, os mapas deste capítulo
foram reclassificados em uma escala cujo gradiente varia de verde a vermelho, de
maneira que as classes onde se observava menor risco seriam representadas pelo
verde, e à medida que o risco se eleva, a coloração tende a ficar mais avermelhada.

Posteriormente a esse processo, os mapas foram sobrepostos de maneira translúcida,


e assim a conjugação das transparências possibilita um novo arranjo de cores,
intensificando as cores verdes ou vermelhas, ou ainda esmaecendo alguns pontos
críticos em virtude de outros aspectos. Por exemplo, casos em que há um alto número

221
de áreas de risco potencial para inundações, porém há baixo número de inundações
registradas, podem ter o grau de risco atenuado.

Os mapas utilizados para essa análise espacial foram: (i) somatório do número de áreas
de risco potencial ou instalado para inundações por município levantado pelo CPRM; (ii)
Histórico de ocorrências entre 1991 e 2017 por município. Ademais, sobreposto a eles,
foi alocado o mapa de Vulnerabilidade a Inundações, cuja informação apresentada é
por trecho de rio. O resultado final segue apresentado na sequência.

222
45°0'0"O 44°0'0"O

Análise Integrada de
Alagamentos,
Inundações e Enxurradas

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P
Jeceaba

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Eventos Precipitação Áreas de risco Vulnerabilidade à Inundações !P Principais Sedes Municipais
0a1 0 Alta Limite Municipal
2a4 0a1 Baixa Hidrografia Principal
5a8 2a4 Média Limite SF3: Rio Paraopeba
9 a 16 5a6 Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
17 a 20 7a8
FONTE: CPRM, 2018; S2ID, 2018; UFSC, 2013; ANA, 201.
A sobreposição espacial das informações analisadas, mutuamente visíveis, aponta para
a convergência de fatores naturais que confere a alguns municípios maior
potencialidade quanto à ocorrência de alagamentos, inundações e enxurradas, fato
corroborado pela série histórica de eventos. Por meio da análise visual pode-se observar
que alguns municípios situados mais ao sul da região em estudo, com destaque para
Jeceaba, Congonhas, Entre Rios de Minas e Conselheiro Lafaiete, apresentam maior
propensão. Na porção central o município de Ibirité também se destaca por apresentar
maior vulnerabilidade, e em um grau menor, o município de Contagem.

Cabe ressaltar que, apesar de existirem grandes trechos de rio classificados como alta
vulnerabilidade a inundações na porção central da bacia do rio Paraopeba, não há
municípios com elevado histórico de eventos registrados ou áreas de risco cadastradas
pelo CPRM, por isso, essa região contrasta o vermelho dos trechos de rio com o os tons
em verde, especialmente a região entre Esmeraldas e Pará de Minas.

Evidentemente, todos os municípios pertencentes ao PDRH do rio Paraopeba devem


estar devidamente preparados estruturalmente e institucionalmente para casos de
inundações e alagamentos, a fim de evitar maiores danos à população e ao patrimônio
material. Entretanto, em uma leitura no nível geral da bacia, sugere-se que os polígonos
marcados com destaque deveriam ser priorizados quanto à atenção recebida, em
especial os municípios anteriormente citados, tanto pela recorrência de eventos, quanto
pela população abrangida em seu interior.

Ressalta-se que a análise de risco de inundações e alagamentos contém imprecisões


relacionadas com a base de dados consultada, principalmente a deficiência de registros
e período histórico disponível. Da mesma forma, é importante notar que os estudos
consultados possuem diferentes escalas de análise, apresentando em alguns casos
resultados pontuais, em outros por trechos de rios e também em áreas afetadas. O
mapa apresentado na Figura 7.12 leva em conta as informações oriundas de diferentes
fontes, sem, no entanto, atribuir pesos diferenciados a cada camada de informação.
Essa constatação traz à luz a necessidade de melhorias futuras no sistema de
contabilização e georreferenciamento dos eventos registrados na bacia.

7.2. Secas e estiagens

7.2.1. Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – Relatório 2017 e Informe 2016

A fim de acompanhar a evolução do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e da


Política Nacional de Recursos hídricos, a Agência Nacional de Águas (ANA) tem
reportado desde 2009 relatórios e informes que trazem um panorama de questões
pertinentes aos recursos hídricos no território nacional.

224
Em 2009, 2013 e 2017 foram lançados os Relatórios Conjuntura, que a cada quatro
anos procuram realizar um balanço da situação e da gestão dos recursos hídricos no
Brasil, enquanto que nos intervalos são publicados informes anuais concisos que têm
por objetivo atualizar os relatórios anteriores e subsidiar os futuros.

Entre os temas abordados, são analisadas anualmente as condições e ocorrências de


eventos extremos ocorridos no país, bem como fatores e condições relacionadas às
secas e estiagens, sendo que a Secretaria Nacional de Defesa Civil (SEDEC), vinculada
ao Ministério da Integração Nacional (MI), se constitui como a principal fonte dos dados
relacionados à ocorrência de eventos críticos ao referido estudo da ANA.

Nesse sentido, Informe 2016 do relatório e o Relatório de Conjuntura de 2017 fazem


uma análise da disponibilidade hídrica no território nacional baseada nos regimes de
precipitação e vazão, o que já denota uma situação desfavorável ao volume de água
disponível e por consequência resultando e/ou intensificando os efeitos das secas e
estiagens, conforme abordado na sequência.

O monitoramento hidrológico é realizado ao longo do tempo com o objetivo de fornecer


informações sobre quantidade e qualidade dos recursos hídricos disponíveis em
território nacional. Maior parte deste monitoramento é feito com base em informações
de estações pluviométricas e fluviométricas pertencentes à Rede Hidrometeorológica
Nacional (RHN). A RHN engloba estações hidrometerológicas pertencentes ao território
nacional, que podem ser públicas ou privadas, as quais fornecem dados gratuitamente
por meio do SNIRH. A distribuição destas estações não é homogênea, havendo
diferenças de densidade de distribuição de uma região para outra.

A avaliação do regime de precipitações foi embasada em análises estatísticas


realizadas a partir de dados de estações pluviométricas de todo o país, organizados em
séries históricas de 35 anos e a partir de dados de estações fluviométricas, com séries
históricas de 30 anos.

Estudos demonstram que mudanças na temperatura e das precipitações podem


influenciar diretamente nas características climáticas globais e do Brasil. Isto significa
que em decorrência do aquecimento global, haverá mudanças nos padrões de chuva
em todo país, aumentando a frequência e incidência de eventos chuvosos nas regiões
Sul e Sudeste e intensificação das secas no Nordeste.

A alteração nos padrões de chuvas ocorre de modo natural, porém, eventos extremos
de excesso ou escassez têm sido observados com maior frequência ultimamente.
Segundo o Informe 2017 de Conjuntura dos Recursos Hídricos as secas, estiagens,
enxurradas e inundações representam aproximadamente 84% dos eventos críticos

225
causados por desastres naturais no Brasil. Entre 2013 e 2016 estima-se que 48 milhões
de pessoas foram afetadas por eventos de secas e estiagens, um número seis vezes
superior ao de pessoas afetadas por eventos de excesso de chuvas.

No ano de 2014 houve uma estiagem de grande severidade na região Sudeste, tendo
havido diminuição de vazões em diversos rios do Estado de Minas Gerais. A situação
pode ter se agravado para os 85 municípios do norte de Minas Gerais, que fazem parte
dos 1.133 municípios que compõem a região do semiárido brasileiro.

A avaliação do regime de precipitações foi embasada em análises estatísticas


realizadas a partir de dados de estações meteorológicas de todo o país organizados em
séries históricas de 30 anos. No ano de 2015 apresentou eventos críticos, tanto de
escassez, quanto de excesso de chuvas, sendo que na região Sudeste as precipitações
ficaram abaixo da média para o período.

No caso Minas Gerais, constatou-se que em algumas partes do território estadual houve
secas cujo tempo de recorrência (TR) estava entre 10 a 20 anos pelo menos, visto que
em alguns pontos mais isolados mais ao norte o TR foi maior que 100 anos, como
mostra a Figura 7.13.

226
Figura 7.13 - Tempos de Recorrência da Precipitação Anual no Brasil para o Ano
Hidrológico 2015

FONTE: ANA, 2016.

Alguns dos municípios que fazem parte do PDRH do rio Paraopeba foram englobados
total ou parcialmente em áreas cujo tempo de recorrência de precipitação anual foi
classificada como seca, com TR entre 10 e 20 anos.

Quanto ao regime de vazões, para o mesmo período analisado, foi observado que a
bacia inserida na região hidrográfica do São Francisco apresentou vazões médias
anuais em 2015 inferiores à vazão média histórica.

227
Para complementação da avaliação de vazões, foram realizadas análises estatísticas
das vazões em 156 reservatórios de aproveitamento hidrelétrico do Sistema Interligado
Nacional (SIN), cujas séries históricas foram disponibilizadas pelo Operador Nacional
do Sistema Elétrico (ONS), a fim de se estudar o Tempo de Recorrência das vazões
registradas nos aproveitamentos hidrelétricos.

O resultado apontou que a região Sudeste foi aquela que demonstrou maior TR para as
vazões dentre todo o universo analisado, já que na maioria dos casos apresentou
vazões de seca superiores ao TR de 100 anos, principalmente nas bacias hidrográficas
dos rios Paraíba do Sul, Grande e Doce. Na bacia do rio São Francisco todas as UHEs
registraram TR superior a 100 anos, resultado de seca crítica, excetuando-se Três
Marias. O estado das UHEs nacionais para o ano hidrológico de 2015 pode ser
observado na Figura 7.14 a seguir.

228
Figura 7.14 - Tempos de Retorno de Vazões para o Ano Hidrológico 2015

FONTE: ANA, 2016.

Duas usinas hidrelétricas com diferentes graus de criticidade com relação ao Tempo de
Retorno de vazões de seca estão localizadas à jusante do rio Paraopeba, Três Marias
e Retiro Baixo. A UHE de Três Marias, apesar de situada no rio São Francisco, possui
uma parte de seu reservatório na Bacia do Rio Paraopeba. Conforme pode ser
observado na figura acima apresentada possui TR entre 10 e 20 anos para vazões de
secas, considerado não tão crítico muito provavelmente devido ao tamanho de seu
reservatório.

229
Já a UHE de Retiro Baixo, localiza-se entre os municípios de Curvelo e Pompéu, no
baixo curso do rio Paraopeba, próximo ao município de Felixlândia, aproximadamente
a 5 km de distância do remanso da UHE Três Marias. Apesar da proximidade com a
UHE de Três Marias, a UHE de Retiro Baixo apresenta TR de 100 anos, provavelmente
por apresentar um reservatório com menor capacidade volumétrica e menor recarga
hídrica (RETIRO BAIXO ENERGÉTICA S.A, 2018).

Além da análise da disponibilidade hídrica nacional, o relatório Conjuntura 2016 aborda


os eventos de secas e estiagens, que por sua vez podem ser definidos segundo a
Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE):

• Estiagem: Período prolongado de baixa ou nenhuma pluviosidade, em que a


perda de umidade do solo é superior à sua reposição; e

• Seca: estiagem prolongada durante o período de tempo suficiente para que a


falta de precipitação provoque grave desequilíbrio hidrológico (BRASIL, 2016).

Segundo a avaliação que o estudo faz sobre eventos críticos, resumida na Figura 7.15
e baseada na quantificação de eventos de 2003 a 2015, no ano de 2012 se verificou um
grande aumento na ocorrência de eventos relacionados à secas e estiagens, elevando
significativamente o patamar de ocorrências neste ano. Em 2015, 1.192 municípios
registraram a ocorrência de 1.870 eventos críticos relacionados a estiagens ou secas.
Desse total, 16% dos municípios com ocorrência de secas ou estiagens em 2015 são
pertencentes ao Estado de Minas Gerais.

Figura 7.15 - Frequência Anual de Registros de Desastres por Secas e Estiagens no Brasil
3500

3000

2500

2000

1500

1000

500

0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Estiagens Secas

FONTE: ANA, 2016.

230
7.2.2. Atlas Brasileiro de Desastres Naturais

Segundo o Atlas, foram levantados para a região avaliada neste estudo apenas um
registro oficial de estiagem e seca, entre os anos de 1991 e 2012, mais especificamente
no município de Maravilhas, no ano de 2007.

7.2.3. Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID)

Segundo as informações dispostas no Sistema Integrado de Informações sobre


Desastres, em 2013, dos 48 municípios presentes no PDRH Paraopeba, apenas um
registrou evento de seca ou estiagem, que afetou 100.000 habitantes.

Para o ano de 2014, 4 municípios apresentam registros de desastres relacionados a


secas e estiagens, envolvendo 89.418 pessoas afetadas. O município de Pará de Minas
foi o que contabilizou todos estes habitantes afetados. Os outros municípios também
afetados foram os de Curvelo, Inhaúma e Pompéu.

Similarmente a 2014, o ano de 2017 apresentou o mesmo número de ocorrências de


estiagens, 4 no total, e apenas um relativo a secas com o registro de 7.509 pessoas
afetadas, sendo quase a totalidade destes afetados pertencentes ao município de
Curvelo. Outros municípios afetados neste ano foram Ouro Preto, Pompéu e São José
da Varginha.

Nos anos de 2015, 2016 e 2018 não houve registros de secas e estiagens para os
municípios englobados pelo PDRH do rio Paraopeba.

7.2.4. Índice de Vulnerabilidade aos Desastres Naturais Relacionados às Secas no


Contexto da Mudança do Clima

Durante a elaboração do Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (PNA), sob


a coordenação do Ministério do Meio Ambiente (MMA), foi observada a necessidade de
aprofundamento de estudos sobre a vulnerabilidade do país frente às mudanças
climáticas. Por este motivo, o MMA em conjunto com o Ministério da Integração e o
World Wide Fund for Nature (WWF – Brasil), publicou em 2017 um estudo sobre o
impacto das mudanças climáticas no Brasil.

Em 2016, foi apresentada a Terceira Comunicação Nacional do Brasil à Convenção do


Clima (TCN), ocasião na qual foram levantados dados, informações e estudos sobre
impactos, riscos e vulnerabilidades relacionadas com mudanças climáticas. Muitos
estudos envolvendo vulnerabilidade a fenômenos hidrometeorológicos foram feitos
tendo sido possível estabelecer relações importantes entre a ocorrência dos eventos e
as possíveis causas que levaram à ocorrência destes desastres. Isto somado à

231
avaliação de aspectos socioambientais e econômicos contribuiu positivamente para o
aprofundamento do estudo.

Devido à crescente necessidade de estudos de vulnerabilidade no país em relação a


mudanças climáticas e como estas interferem nas diferentes categorias de desastre, foi
observada a falta de informações no que diz respeito a estudos envolvendo secas e
estiagens. Tendo em vista que as secas e estiagens são os tipos de desastres que mais
atingem a população brasileira e que possuem os maiores registros de ocorrências no
país, observou-se a necessidade de aprofundamento sobre este tema.

Esta publicação tem como propósito partir de um índice composto por variáveis e
subíndices representados por três dimensões: climática, socioeconômica e físico-
ambiental, e apresentar uma análise da vulnerabilidade do país a secas por meio de
uma visão integrada do desastre. Desta forma, a vulnerabilidade do país a secas foi
espacializada, em escala municipal, fornecendo informações sobre a vulnerabilidade no
cenário atual e também trazendo projeções de evolução. Três períodos foram avaliados
neste estudo: 2011-2040, 2041-2070 e 2071-2099, sendo o primeiro período melhor
detalhado.

Esta publicação levou em consideração o impacto da Seca Meteorológica na mudança


do clima, sendo este parâmetro o principal causador dos eventos de secas no país. A
vulnerabilidade foi definida com base em uma função composta por fatores como
exposição, sensibilidade e capacidade adaptativa (Figura 7.16), conforme disposto no
Quarto Relatório de Avaliação do IPCC (Intergovernamental Panel on Climate Change).

Figura 7.16 - Definição da Vulnerabilidade no Contexto das Mudanças Climáticas

FONTE: MMA, 2017.

• Exposição: leva em consideração fatores como médias de precipitação,


equilíbrio hidrológico e níveis de umidade do solo e eventos críticos de secas,
os quais influenciam diretamente na seca meteorológica e mudanças climáticas;

232
• Sensibilidade: efeito das mudanças climáticas no âmbito socioeconômico e
ambiental;

• Capacidade adaptativa: capacidade de adaptação frente às mudanças


climáticas provocadas pela seca.

A base de dados para compor o subíndice de exposição foi obtida a partir de uma série
histórica de dados sobre precipitação e temperatura, compreendida entre 1961 e 1990,
além de outras variáveis climáticas relacionadas às secas, provenientes de dados brutos
de dois modelos climáticos globais diferentes, o Eta-HadGEM2 - ES e o Eta-MIROC5,
por meio dos quais o modelo regional Eta é correlacionado. A versão do Eta utilizada
possui resolução de 20 km para regionalização climática brasileira, tendo sido adaptada
para os estudos dos cenários de mudanças climáticas.

Para compor as projeções dos dados climáticos foram utilizados como base os cenários
4,5 e 8,5 do 5º Relatório Especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas (IPCC – AR5), cujo foco foi a intensificação das mudanças climáticas. Estes
cenários objetivam direcionar as modelagens com intuito de facilitar a compreensão dos
resultados por parte do público em geral.

As RCPs são cenários que descrevem as trajetórias alternativas das emissões de


dióxido de carbono e o resultado da concentração atmosférica destes gases de 2000 a
2100. Também descreve 4 cenários diferentes baseados em diferentes hipóteses sobre
população, crescimento econômico, consumo e fontes de energia e o uso do solo ao
longo deste século. Os cenários não nominados de acordo com o nível de “radiação
forçada ou forçante radioativa” produzidos por cada um, medidos em Watts por metro
quadrado (W/m²).

O RCP 4.5 representa um cenário menos pessimista, indicando picos de emissão de


dióxido mais controlados e com potencial de redução. Este cenário leva em
consideração crescimento populacional e econômico não tão acentuados. Logo,
demonstra como o sistema climático tende a se estabilizar frente às componentes
antrópicas associadas a esta forçante radioativa.

Já o cenário RCP 8.5, mais pessimista, refere-se à estabilização da forçante radioativa


de 8.5 W/m² apenas no ano de 2100, considerando as maiores emissões de gases de
efeito estufa. É sugerido por meio deste cenário um crescimento populacional contínuo
e baixo desenvolvimento tecnológico associado à grande dependência de combustíveis
fósseis, o que levaria às maiores emissões de dióxido de carbono.

233
O subíndice de exposição climática à seca foi baseado nas variáveis supracitadas. Para
ampliar a capacidade de análise, foram espacializadas as informações sobre exposição
para a região alvo deste estudo nos Cenários RCP 4.5 e 8.5, para ambos os modelos
climáticos, da Figura 7.17 a Figura 7.20.

234
45°0'0"O 44°0'0"O

Exposição à seca
ETA - HadGEM 4.5
(2011-2040)

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Exposição HadGEM RCP 4.5 !
P Principais Sedes Municipais
0% a 10% Limite Municipal
10% a 20% Hidrografia Principal
20% a 30% Limite SF3: Rio Paraopeba
30% a 40% Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
40% a 50%
50% a 60% FONTE: MMA, 2017.
45°0'0"O 44°0'0"O

Exposição à seca
ETA - MIROC 4.5
(2011-2040)

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Exposição MIROC RCP 4.5 !
P Principais Sedes Municipais
0% a 10% Limite Municipal
10% a 20% Hidrografia Principal
20% a 30% Limite SF3: Rio Paraopeba
30% a 40% Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
40% a 50%
50% a 60%
FONTE: MMA, 2017.
45°0'0"O 44°0'0"O

Exposição à seca
ETA - HadGEM 8.5
(2011-2040)

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Exposição HadGEM RCP 8.5 !
P Principais Sedes Municipais
0% a 10% Limite Municipal
10% a 20% Hidrografia Principal
20% a 30% Limite SF3: Rio Paraopeba
30% a 40% Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
40% a 50%
50% a 60% FONTE: MMA, 2017.
45°0'0"O 44°0'0"O

Exposição à seca
ETA - MIROC 8.5
(2011-2040)

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Exposição MIROC RCP 8.5 !
P Principais Sedes Municipais
0% a 10% Limite Municipal
10% a 20% Hidrografia Principal
20% a 30% Limite SF3: Rio Paraopeba
30% a 40% Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
40% a 50%
50% a 60% FONTE: MMA, 2017.
Como pode ser observado, no cenário de exposição HadGEM RCP de 4.5 a maioria dos
municípios apresentou exposição baixa, entre 1 e 10%. Os municípios de Curvelo,
Paraopeba, Caetanópolis e Sete Lagoas apresentaram exposição entre 10 e 20% e os
municípios de Felixilândia e Pompéu apresentaram exposição de 20 a 30%.

Para o Cenário com RCP de 8.5, considerado mais pessimista, pode-se observar uma
piora nos níveis de exposição para todos os municípios, merecendo destaque
Brumadinho, Bonfim, Moeda e Belo Vale que saíram da margem de exposição entre 1
e 10% e passaram para a margem de 30 a 40%. A maioria dos municípios para o
Cenário RCP 8.5 apresentou níveis de exposição entre 20 a 30%. Os municípios de
Pompéu e Felixlândia foram os que apresentaram maior grau de exposição, entre 40 e
50%. Portanto, de um cenário para outro pode-se notar uma piora generalizada com
relação ao subíndice de exposição.

Avaliando-se o Cenário MIROC RCP 4.5, nota-se que a maioria dos municípios da
porção central da região avaliada apresentou subíndice de exposição acima de 50%.
Os demais municípios apresentaram exposição acima de 30%. Em comparação com o
cenário HadGEM para o mesmo RCP, nota-se uma tendência do Cenário MIROC de
ser mais pessimista quanto aos eventos críticos relacionados à seca na composição do
subíndice.

Avaliando o Cenário MIROC RCP 8.5, que apesar de ser mais pessimista, demonstrou
melhora nos valores de exposição de alguns municípios, como pode ser observado para
Felixlândia e Pompéu, ao norte da região analisada. A distribuição de municípios com
40 a 50% de exposição e acima de 50% foi modificada, havendo piora da maioria dos
municípios na porção mais ao sudoeste da região analisada. Nota-se melhora nos
índices de exposição para os municípios da região mais central.

Pode-se dizer, portanto, que as análises para o cenário MIROC não convergem para
um ponto em comum, havendo muitas disparidades na distribuição das exposições entre
os municípios. Neste sentido, os Cenários HadGEM 4.5 e 8.5 mostraram-se mais
complementares e mostraram realmente a possível evolução dos níveis de exposição.

Para a construção do subíndice de Sensibilidade foram utilizadas variáveis relacionadas


a dados socioeconômicos, demográficos de uso do solo e gestão dos usos da água com
objetivo de verificar o efeito da seca nos sistemas humanos. Na montagem deste índice
foram levados em consideração a taxa de mortalidade infantil, porcentagem da
população abaixo da linha de indigência, densidade demográfica dos municípios, oferta
de demanda de água e tipo de mananciais para abastecimento público e o uso do solo
(Figura 7.21).

239
45°0'0"O 44°0'0"O

Sensibilidade à Seca

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Sensibilidade !
P Principais Sedes Municipais
de 20% a 25% Limite Municipal
de 25% a 30% Hidrografia Principal
de 30% a 35% Limite SF3: Rio Paraopeba
de 35% a 40% Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
de 40% a 45%
Acima de 45%
FONTE: MMA, 2017.
Com relação aos dados de sensibilidade disponibilizados para os municípios mineiros
que fazem parte do PDRH do rio Paraopeba, nota-se que sete municípios apresentaram
valores entre 20 a 30%. Nove municípios apresentaram porcentagem de sensibilidade
entre 30 e 35%. Dez municípios situados na porção sul, central e norte apresentaram
sensibilidade entre 35 e 40%. A maioria dos municípios da porção sul e alguns da porção
norte da região em estudo apresentou sensibilidade entre 40 e 45%, totalizando 17
municípios nesta faixa. Os municípios de Varginha e Itaverana apresentaram
sensibilidade entre 45 e 50%. Por fim, os municípios de Moeda e Pará de Minas foram
os que apresentaram sensibilidade acima de 50%.

É importante salientar que o subíndice de sensibilidade, representado por informações


socioeconômicas e ambientais, faz parte na composição do IVDNS e impacta na forma
como as alterações climáticas poderão afetar a população nos municípios avaliados.

Por fim, o subíndice de Capacidade Adaptativa foi criado com base em fatores que
indicam a capacidade de organização e resposta da população frente aos desastres
provocados pelas secas. Para tal, as variáveis índice de Desenvolvimento Humano
Municipal (IDHm), índice Gini e taxa de analfabetismo foram utilizadas. A Figura 7.22
permite observar o mapa da Capacidade Adaptativa da região em estudo.

241
45°0'0"O 44°0'0"O

Capacidade Adaptativa
à Seca

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Capacidade Adaptativa !
P Principais Sedes Municipais
de 62% a 65% Limite Municipal
de 65% a 70% Hidrografia Principal
de 70% a 73% Limite SF3: Rio Paraopeba
de 73% a 75% Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Acima de 75%

FONTE: MMA, 2017.


Pode-se observar que em uma escala de 0 a 100%, os municípios apresentaram
capacidade adaptativa acima de 62% chegando a valores superiores a 75%. Isto pode
demonstrar que os municípios avaliados possuem, com certos padrões de organização,
boa capacidade para minimizar e de se recuperar de possíveis eventos críticos
relacionados com as secas.

Assim como o subíndice de sensibilidade, torna-se importante ter conhecimento da


capacidade de adaptação dos municípios frente às mudanças climáticas, pois isto pode
auxiliar na atenuação destes efeitos a longo prazo. Diante do exposto, o resultado final
é apresentado pelo Índice de Vulnerabilidade aos Desastres Naturais Relacionados às
Secas no Contexto da Mudança do Clima (IVDNS) composto pela associação das
informações dos índices acima detalhados, apresentados da Figura 7.23 a Figura 7.26.

243
45°0'0"O 44°0'0"O

Vulnerabilidade à seca
ETA - HadGEM 4.5
(2011-2040)

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
IVDNS HadGEM RCP 4.5 !
P Principais Sedes Municipais
0% a 10% Limite Municipal
10% a 20% Hidrografia Principal
20% a 30% Limite SF3: Rio Paraopeba
30% a 40% Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
40% a 50%
50% a 60%
60% a 70% FONTE: MMA, 2017.
45°0'0"O 44°0'0"O

Vulnerabilidade à seca
ETA - MIROC 4.5
(2011-2040)

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
IVDNS MIROC RCP 4.5 !
P Principais Sedes Municipais
0% a 10% Limite Municipal
10% a 20% Hidrografia Principal
20% a 30% Limite SF3: Rio Paraopeba
30% a 40% Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
40% a 50%
50% a 60%
60% a 70% FONTE: MMA, 2017.
45°0'0"O 44°0'0"O

Vulnerabilidade à seca
ETA - HadGEM 8.5
(2011-2040)

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
IVDNS HadGEM RCP 8.5 !
P Principais Sedes Municipais
0% a 10% Limite Municipal
10% a 20% Hidrografia Principal
20% a 30% Limite SF3: Rio Paraopeba
30% a 40% Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
40% a 50%
50% a 60%
60% a 70% FONTE: MMA, 2017.
45°0'0"O 44°0'0"O

Vulnerabilidade à seca
ETA - MIROC 8.5
(2011-2040)

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
IVDNS MIROC RCP 8.5 !
P Principais Sedes Municipais
0% a 10% Limite Municipal
10% a 20% Hidrografia Principal
20% a 30% Limite SF3: Rio Paraopeba
30% a 40% Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
40% a 50%
50% a 60%
60% a 70% FONTE: MMA, 2017.
Considerando o Cenário HadGEM RCP 4.5 pode-se observar que a maioria dos
municípios apresentam vulnerabilidade entre 10 e 20%, correspondendo a quase dois
terços da área estudada. Alguns municípios mais na porção meridional, central e norte
da bacia hidrográfica do rio Paraopeba apresentaram vulnerabilidade de 20 a 30% e
apenas dois apresentaram vulnerabilidade entre 30 e 40%. Isto já era de certo modo
esperado, uma vez que a análise para o RCP 4.5 é menos pessimista.

Considerando Cenário HadGEM RCP 8.5, nota-se que houve piora na vulnerabilidade
de quase todos os municípios, observando-se a prevalência das classes de 20 a 30% e
de 30 a 40% para os municípios. Isto já era previsto uma vez que o Cenário 8.5 prevê
maiores exposições, gerando condições mais pessimistas.

Comparando-se os Cenários MIROC 4.5 e 8.5, pode-se notar uma piora na


vulnerabilidade para quase todos os municípios da porção central e sul da região
analisada, como esperado, dados os índices de exposição adotados na composição de
cada um dos Cenários.

Em geral pode-se notar que os Cenários HadGEM RCP 4.5 e 8.5 apresentam condições
menos pessimistas quando comparados com os Cenário MIROC 4.5 e 8.5 e isto pode
se dar pelas próprias diferenças entre as avaliações de exposição dos métodos.

Os cenários MIROC representam melhor localizações mais secas e os cenários


HadGEM locais mais úmidos. Ambos os modelos trazem certa dificuldade na
representação das regiões Norte e Sudeste por estas apresentarem zonas de transição
entre biomas mais secos e mais úmidos, podendo haver algumas disparidades. Para a
região analisada, na porção mais ao sul há predomínio do bioma de Mata Atlântica e a
porção mais ao norte apresenta o bioma de cerrado, logo, a transição de um bioma mais
úmido para um mais seco pode implicar em algumas divergências entre os Cenários.

7.2.5. Análise Integrada de Secas

Igualmente à análise do conjunto de dados sobre inundações e alagamentos, considera-


se que a gama de informações disponíveis para a avaliação das condições de secas e
estiagens, bem como seu potencial, é razoavelmente adequada em quantidade e
qualidade, uma vez que não se configuram como eventos pontualmente localizados,
sendo ainda complementadas por visões mais abrangentes, como as apresentadas na
Conjuntura dos Recursos Hídricos de 2016, pela ANA.

A análise integrada de secas e estiagens também demandou o agrupamento das


informações dispostas no Atlas Brasileiro de Desastres Naturais, que abarca registros
entre 1991 e 2012, e aquelas apresentadas no Sistema Integrado de Informações sobre

248
Desastres (S2ID), que compila os registros realizados entre 2013 e 2017. Como
resultado, a Figura 7.27 a seguir apresenta a série de dados agrupada. Ressalta-se que
os valores do Atlas não fazem distinção entre secas e estiagens, portanto, mesmo para
os valores do S2ID, estes aparecerão somados.

Figura 7.27 - Série História de Secas e Estiagens

Eventos de Secas e Estiagens

FONTE: Adaptado de UFSC, 2013 e MI, 2018.

A metodologia aplicada para inundações e alagamentos é novamente utilizada no tema


das secas e estiagens, onde os mapas são sobrepostos de maneira translúcida, de
modo que a conjugação das transparências possibilite um novo arranjo de cores,
intensificando as cores verdes ou vermelhas, ou ainda esmaecendo alguns pontos
críticos em virtude de outros aspectos. Por exemplo, nos casos onde há um grande
déficit hídrico, mas um baixo histórico de ocorrência de secas ou estiagens as regiões
correspondentes tiveram seu grau de risco geral atenuado.

Os mapas utilizados para essa análise espacial foram: (i) Histórico de ocorrências entre
1991 e 2017 e (ii) IVDNS por município, cujo resultado final é apresentado na sequência.

A sobreposição de mapas relacionados à secas e estiagens apresenta menor


convergência quanto à delimitação regional em comparação com a análise visual
realizada para inundações e alagamentos. Através do mapa apresentado na Figura 7.28
a seguir, é possível se observar que a região norte do estado apresenta maior
recorrência histórica desses eventos. Contudo, toda a bacia apresenta um índice
significativo do IVDNS para o cenário 8.5 do IPCC para mudanças climáticas,
especialmente aquele simulado pelo modelo Eta – Miroc. Isto significa que municípios
que atualmente não experimentam tais fenômenos, possam começar a sentir seus
impactos em um futuro próximo.

249
Foram testadas várias combinações de ordem e intensidades de transparência para os
mapas, porém é nítida a delimitação norte com potencial mais elevado para tais eventos
críticos. Assim, os munícios inseridos nessa porção da bacia deveriam ser priorizados
nas ações de mitigação e adaptação a esses eventos extremos.

250
45°0'0"O 44°0'0"O

Análise Integrada de
Secas e Estiagens

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe
ba

Contagem
!
P !
P
Belo Horizonte
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
IVDNS MIROC RCP 8.5 Secas 1991 a 2017 !
P Principais Sedes Municipais
0% a 10% 0 Limite Municipal
10% a 20% 1 Hidrografia Principal
20% a 30% 2 Limite SF3: Rio Paraopeba
30% a 40% Reservatório
Municípios SF3: Rio Paraopeba
40% a 50%
50% a 60%
60% a 70% FONTE: MMA, 2017; MI, 2018; UFSC, 2013.
7.3. Movimento de massa

Na seção referente ao Movimento de massa do Atlas Brasileiro de Desastres Naturais,


esse tipo de evento é classificado como desastres naturais do tipo geológico, de acordo
com a COBRADE. Segundo Terzaghi (1952), esses movimentos estão associados a
deslocamentos rápidos de solo e rocha de uma encosta onde o centro de gravidade
deste material se desloca para fora e para baixo desta feição.

Os movimentos de massa estão relacionados a aspectos climáticos e hidrológicos,


vegetação, a ação do homem relativa às formas de uso e ocupação do solo, bem como
a condicionantes geológicos e geomorfológicos (TOMINAGA, 2007). Estes últimos
condicionantes são indicadores dos locais mais suscetíveis a esse tipo de evento, cujas
principais associações em relação ao movimento de massa são:

• Fraturas e Falhas – afetam a dinâmica hidrológica, favorecem o intemperismo


e podem também gerar uma barreira ao fluxo de água quando esses planos de
fraqueza forem silicificados ou colmatados.

• Foliações e Bandeamento – são importantes em locais com afloramentos de


rochas metamórficas e estas descontinuidades interceptam da encosta com uma
atitude desfavorável.

• Descontinuidades – estão presentes nos solos residuais no horizonte


saprolítico, também conhecido como horizonte residual jovem, tem como
principal característica a estrutura reliquiar herdada da rocha de origem e
geralmente tem uma condutibilidade hidráulica maior, atuando muitas vezes
como dreno para os horizontes mais superficiais (FERNANDES; AMARAL,
1996). Essas estruturas reliquiares são planos de fraqueza que podem
condicionar o movimento.

• Morfologia – a geometria da encosta pode influenciar de forma direta ou indireta


os movimentos de massa. Existe uma correlação direta entre a declividade e os
locais de ocorrência, no entanto os escorregamentos não ocorrem
necessariamente nas encostas mais íngremes. A influência indireta da
morfologia está relacionada ao formato que determina a convergência ou
divergência dos fluxos de águas subterrâneas e superficiais.

• Depósitos – depósitos de tálus e de colúvio são heterogêneos e geralmente


apresentam um lençol d’água suspenso. A desestabilização desses depósitos
ocorre por intervenção humana por meio de desmatamento ou algum corte para
execução de obras civis.

252
Os movimentos de massa são classificados levando-se em consideração diferentes
critérios como a velocidade, o tipo de material e a geometria da massa mobilizada.
Augusto Filho (1992) ajustou a classificação dos movimentos de massa proposta por
Varnes (1978), definição adotada pela International Association for Engineering Geology
and the Enviromment (IAGE), à dinâmica ambiental brasileira conforme apresentado no
Quadro 7. a seguir.

Quadro 7.2. Características dos Principais Tipos de Escorregamento

Processos Características do movimento, material e geometria


Vários planos de deslocamento (internos)
Velocidades muito baixas (cm/ano) a baixas e descendentes com a
profundidade
Rastejo ou influência
Movimentos Constantes, sazonais ou intermitentes
Solo, depósitos, rocha, alterada/fraturada
Geometria indefinida
Poucos planos de deslocamento (externos)
Velocidades médias (km/h) a altas (m/s)
Pequenos a grandes volumes de material
Geometria e materiais variáveis
Escorregamentos Planares ou translacionais em solos pouco espessos, solos e
rochas com um plano de fraqueza
Circulares em solos espessos homogêneos e rochas muito
fraturadas
Em cunha quando em solo e rochas com dois planos de fraqueza
Sem planos de deslocamento
Movimentos do tipo queda livre ou em plano inclinado
Velocidades muito altas (vários m/s)
Material rochoso
Quedas
Pequenos a médios volumes
Geometria variável: lascas, placas, blocos
Rolamento de matacões
Tombamento
Muitas superfícies de deslocamento (internas e externas à massa
em movimentação)
Moimento semelhante ao de líquido viscoso
Desenvolvimento ao longo de drenagens
Corridas
Velocidades de média a altas
Mobilização de solo, rocha, detritos e água
Grandes volumes de material
Extenso raio de alcance, mesmo em áreas planas
FONTE: AUGUSTO FILHO, 1992.

As causas dos movimentos de massa podem ser divididas em causa externas e


internas. As externas são solicitações que provocam um aumento das tensões
cisalhantes no maciço. Esse aumento pode estar relacionado ao aumento da
declividade por processos erosivos ou escavações feitas pelo homem ou a deposição
de material na parte superior das encostas (TERZAGHI,1952).

As internas estão relacionadas principalmente à presença de água que pode afetar a


estabilidade da encosta. A água que se infiltra na encosta reduz as forças de contato

253
entre as partículas de solo, e consequentemente provoca uma redução da resistência
disponível no maciço.

O Quadro 7. a seguir apresenta a ação desses fatores associados aos fenômenos


deflagradores do movimento de massa.

Quadro 7.3. Principais fatores Deflagradores de Movimento de Massa

Ação Fatores Fenômenos geológicos/antrópicos

Remoção de massa (lateral


Erosão, escorregamentos, cortes
ou da base)

Peso da água da chuva, neve, granizo


etc.

Acúmulo natural de material


Sobrecarga
(depósitos)
Aumento da
Peso da vegetação
solicitação
Construção de estruturas, aterros etc.

Terremotos, ondas, vulcões etc.


Solicitações dinâmicas
Explosões, tráfego, sismos induzidos

Água em trincas, congelamento,


Pressões laterais
material expansivo

Características inerentes ao
Características geomecânicas do
material (geometria,
material, tensões
estruturas)
Redução da
resistência Intemperismo – redução da coesão e
Mudanças ou fatores
atrito
variáveis
Elevação do nível d’água

FONTE: VARNES, 1978.

Na Bacia do rio Paraopeba, a ocorrência de movimentos de massa está associada,


principalmente, à influência das chuvas, que conjugando a saturação do solo ao
escoamento superficial e à declividade, eleva a probabilidade de ocorrência e o
potencial impacto à população vulnerável. Tais fatores são agravados por intervenções
realizadas pelo homem, como a ocupação desordenada, interferindo na drenagem dos
terrenos inclinados, ocupando-se áreas naturalmente susceptíveis a deslizamentos.

254
7.3.1. Atlas Brasileiro de Desastres Naturais

Segundo o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais foram registrados 23 eventos de


movimentação de massa nos municípios que formam a Bacia do rio Paraopeba. Através
de análise feita, pode-se observar que os eventos de movimentos de massa
concentraram-se entre os anos de 2002 e 2011 (exceto o ano de 2010), apresentando
maior recorrência de eventos nos anos de 2004 e 2006, sendo cinco em 2004, quatro
em 2005 e quatro em 2006. Nos anos de 1991 a 2001 e em 2010 não foram registrados
eventos de deslizamento de massa. Por meio da Figura 7.29 a seguir é possível
observar a distribuição dos eventos ao longo dos anos.

Figura 7.29 - Frequência Anual de Registros de Desastres por Deslizamentos e Corridas


de Massa nos Municípios do PDRH do Rio Paraopeba

Deslizamentos/Corridas de Massa

FONTE: UFSC, 2013.

O município de Ibirité tem o maior número de registros (10), sendo que cinco destes
foram entre os anos de 2005 e 2006. Os municípios de Congonhas e Contagem estão
na sequência, cada um com 4 registros.

7.3.2. Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID)

Segundo as informações fornecidas pelo Sistema Integrado de Informações sobre


Desastres, durante o período de 2013 a 2018, foi registrada apenas uma ocorrência de
deslizamento, ocorrida em 2016 na cidade de Betim, os demais municípios que formam
a Bacia do rio Paraopeba não apresentaram registros deste tipo de desastre.

255
7.3.3. Ação Emergencial para Reconhecimento de Áreas de Alto e Muito Alto Risco a
Movimentos de Massa, Enchente e Inundação

A CPRM, em sua ação emergencial para reconhecimento de áreas de alto e muito alto
risco a movimentos de massa, identificou ao todo 164 locais de risco alto e muito alto
para os municípios do rio Paraopeba.

Betim, Ibirité e Contagem são os municípios que contém o maior número de áreas com
risco para deslizamentos, totalizando juntas 94 áreas. Destas, 34 estão no município de
Betim, 32 em Ibirité e 28 em Contagem.

No município de Contagem as áreas de risco estão todas em locais de possíveis


deslizamentos de terra, havendo ocupações em calhas de drenagem, ocupações em
áreas de talvegue com amplitudes elevadas e declividades acima de 45º, ocupações de
áreas de encosta com amplitudes superiores a 10 m e ocupações em áreas de
cabeceira de rios.

Em Betim, as áreas críticas estão sujeitas a deslizamentos do tipo planar,


desmoronamentos ou por queda de blocos. Há ocupações em encostas com declividade
superior a 45º e amplitudes superiores a 10 m e ocupações em área de cabeceira e em
planície de inundação dos rios Paraopeba e Bandeirinhas. Estas residências localizadas
na planície de inundação sofrem constantemente com a cheia do rio Paraopeba.

Em Ibirité as áreas de risco estão concentradas em locais onde há elevada possibilidade


de deslizamento de solo, com a presença de ocupações densas em encostas íngremes
com declividades elevadas.

No município de Igarapé predominam áreas de alto risco, as quais estão concentradas


em áreas de deslizamento de solo, inundação e inundação com solapamento de
margem. Existem ocupações em áreas de talude com declividade de 45º ou superior e
na planície de inundação do córrego Roseiras.

Em Brumadinho há predomínio de áreas de alto e muito alto risco para escorregamento


planar e inundação. As áreas com risco de inundações também estão suscetíveis a
enxurradas e estão localizadas na planície de inundação do rio Paraopeba. Em alguns
locais foi observado que o nível do rio chegou a atingir dois metros. As áreas sujeitas a
deslizamentos apresentam taludes de composição relativamente instável e com altas
inclinações. A sugestão de intervenção do CPRM é a remoção das famílias de dentro
do polígono de inundação. Também existem imóveis instalados em planícies com risco
de deslizamento.

256
Em Belo Vale há predomínio de áreas com alto a muito alto risco em decorrência da
grande potencialidade de deslizamentos e inundações. Existem ocupações na planície
de inundação do rio Paraopeba, sujeitas constantemente à inundações. Também há
ocupações em áreas de encosta suscetíveis a desmoronamentos.

No município de Entre Rios de Minas as áreas classificadas em sua maioria como sendo
de alto risco encontram-se, principalmente, entre os rios Brumado e Camapuã. Estas
áreas estão suscetíveis a deslizamentos de solo, inundações e solapamento de margem
de rio, havendo ocupações nas áreas inundáveis dos córregos Moinhos e Brumado.
Também existem ocupações em áreas de encostas com processos erosivos já
instalados e encostas e taludes com médias declividades.

No município de Jeceaba há predomínio de áreas com risco alto para inundações.


Existem ocupações das planícies de inundação dos rios Camapuã e Paraopeba. Em
períodos chuvosos o rio Camapuã não consegue desaguar no rio Paraopeba, o que
provoca as inundações em seu entorno. O CPRM sugere o alargamento da passagem
do rio Camapuã para o rio Paraopeba, bem como a retirada das famílias das áreas com
alto risco para inundações.

Em Congonhas, predominam áreas de alto e muito alto risco para inundações e


deslizamentos. Existem muitas encostas sujeitas a deslizamentos, sendo estas com
amplitudes superiores a 20 m e declividades superiores a 45º, sendo sugerido pelo
CPRM obras de contenção. As áreas sujeitas à inundação estão concentradas nas
porções marginais do rio Maranhão e ao longo da calha do rio Bananeiras. Como
sugestão de intervenção pelo CPRM sugere-se a retirada das moradias construídas
próximas ou junto às calhas dos rios mencionados previamente neste parágrafo.

Em Conselheiro Lafaiete predominam áreas de alto e muito alto risco para


escorregamentos planares, deslizamentos com processos erosivos e inundação e/ou
alagamento. Existem muitas residências instaladas em locais com indícios de
movimentação de solo e erosão, conferindo riscos potenciais. O transbordamento do rio
Maranhão em decorrência da expansão urbana, o assoreamento e a deposição de lixo
tem trazido riscos e prejuízos para a população que vive em seu entorno.

No município de Sete Lagoas existem áreas de alto e muito alto risco para
deslizamentos e erosão de margem de rio por solapamento, instaurando riscos potencial
e instalado para ocorrência de catástrofes.

Por fim, no município de Ouro Preto existem áreas de alto e muito alto risco para
deslizamento de solo e enchentes e/ou alagamentos. Existem muitas habitações em
morros com histórico de deslizamentos, habitações em encostas íngremes densamente

257
construídos sobre solo instável, ocupações desordenadas de encostas sem sistema de
drenagem apropriado para águas pluviais, construções em morros ou topos de morros
que apresentam blocos soltos e registros prévios de deslizamentos. Também existem
residências instaladas em áreas de drenagem com risco de alagamentos e enchentes
em épocas de alta pluviosidade.

7.3.4. Análise Integrada de Deslizamentos/Movimentos de Massa

Com o objetivo de enfatizar as áreas de risco em potencial ou instalado em municípios


pertencentes à bacia do rio Paraopeba, foi realizada uma análise integrada de
informações para apontar se há convergência de informações. Para tal, as informações
disponíveis sobre deslizamentos e movimentos de massa, disponíveis no Atlas e no
S2ID foram agrupadas para a composição de um mapa que mostre o número de eventos
ocorridos por município entre 1992 e 2017.

Como pode ser observado no mapa, os municípios de Ibirité, Contagem e Congonhas


são os que se destacam por número de registros de deslizamentos/corridas de massa.
Somado a isto também se pode considerar as declividades para os municípios de Ibirité
(variando de 0 a 35º) e Congonhas (variando de 0 a 40º), que pode levar a um
agravamento deste tipo de evento.

As informações sobre o número de áreas suscetíveis a deslizamentos, fornecidas pelo


CPRM, também foram espacializadas e somadas por município para permitir uma
melhor visualização de distribuição destes eventos (Figura 7.30). Neste sentido,
destacam-se os municípios de Contagem e Ibirité, corroborando com os dados
disponíveis no Atlas e no S2ID.

Outros municípios que merecem atenção são Ouro Preto e Conselheiro Lafaiete, que
apresentam um moderado número de deslizamentos registrados e declividade variando
de 0º a 53º, refletindo no número de áreas suscetíveis a deslizamentos.

258
45°0'0"O 44°0'0"O

Análise Integrada
de Deslizamentos

Curvelo
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P

19°0'0"S 19°0'0"S

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Sete Lagoas
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Congonhas
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DF Conselheiro Lafaiete
GO
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±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Áreas de risco Deslizamentos 1991 a 2017 !
P Principais Sedes Municipais
0a3 0 Limite Municipal
4 a 13 1 Hidrografia Principal
14 a 21 2 Limite SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
22 a 28 3a4
Municípios SF3: Rio Paraopeba
29 a 34 5 a 10

FONTE: CPRM, 2018; MI, 2018; UFSC, 2013.


8. PRECIPITAÇÕES

A caracterização climática da bacia é realizada com ênfase na variabilidade anual de


longo termo da precipitação, considerando que o regime pluviométrico pode ser
considerado umas das variáveis mais importantes para o estudo climático regional.
Como afirma VANHONI e MENDONÇA (2008), além de influenciar significativamente o
balanço hídrico da bacia hidrográfica por afetar o regime de escoamento superficial e
as recargas das unidades aquíferas.

8.1. Dados Existentes

Para a realização dos cálculos envolvendo dados de precipitação foram coletadas


informações do banco de dados Hidroweb operado pela Agência Nacional de Águas
(ANA). Segundo essas informações, a rede pluviométrica da Bacia do rio Paraopeba é
composta de 134 postos pluviométricos cadastrados, sendo que 55 possuem dados
disponíveis. Além disso, como forma de garantir a consistência de dados e identificar as
características pluviométricas de toda a região, consideraram-se as estações limítrofes
da bacia em um raio de 50 km, resultando em um total de 335 estações, entretanto,
apenas 125 possuem dados disponíveis. Na Figura 8.1 podem ser observadas as
estações existentes.

A partir das informações existentes nas 180 estações pluviométricas com dados
disponíveis, foi elaborado um diagrama de barras (Figura 8.2), com o objetivo de
apresentar o período contemplado pelas séries históricas de chuvas disponíveis.

260
45°0'0"O 44°0'0"O

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( Estações Pluviométricas
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0 10 20 ( 40 km
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( 1:1.450.000
21°0'0"S
!
( DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S
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45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Estações Pluviométricas !
P Principais Sedes Municipais
!
( Sem Dados
Limite Municipal
!
( Com Dados
Hidrografia Principal
Limite SF3: Rio Paraopeba
FONTE: HIDROWEB, 2018.
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
Figura 8.2 - Diagrama de Barras dos Dados Pluviométricos
ANO
1889 1890 1891 1892 1893 1894 1895 1896 1897 1898 1899 1900 1901 1902 1903 1904 1905 1906 1907 1908 1909 1910 1911 1912 1913 1914 1915 1916 1917 1918 1919 1920 1921 1922 1923 1924 1925 1926 1927 1928 1929 1930 1931 1932 1933 1934 1935 1936 1937 1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945 1946 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Estação_Código

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+ X X + + X X + @ @ X X + + + X X X X X X X + X X X X X X X X X X X X X X X + + X + + X + X X X X X + X X X X X X X X X X X X X X X + X X X X X X X X X X @

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02043013
Paraopeba

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02044008
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02044010
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01943010
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01943011
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01943031
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01944011
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01944021
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Limítrofe

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01945021
@ X + X X +

01945022
X X X X X X X X + X X X X X X X X X X

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01945039
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02043003
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02043019
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02044036
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02044042
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02044050
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@

02143003
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02143005
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02143006
+ X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X @ X X X X X X X X X X X X X + X + + X + + + X X + X X X + @

02143007
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02143010
@ X + X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

02143026
X + + +

02143055
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X + + + X X + X X + + +

02143060
+ X X +

02144002
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X + X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X @ X X X X X X X X X X X X X X X + + X + + + X + X + + + @

02144009
+ X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X @ X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X @ X X X X X X X X X X X X X X X + + @ + X + + X + X X + X @

02144020
@ X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X @ X X X X X X X X X X X X X X X X + X + + + X X + X X X X @

02144024
+ X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X @ X X X X X X X X X X X X + X X X + X + + + + X + + + X + @

02144032
@ @ X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X + X + + + + X X X X X X X + X X X + + + +

02144073
@ X X X

De 0 a 6 leituras @
de 6 a 11 leituras +
12 leituras X

262
Desta forma, a partir das 180 estações pluviométricas existentes com dados disponíveis,
selecionaram-se aquelas com períodos com menos falhas e com pelo menos 30 anos
de dados observados entre o período de 1941 a 2018. Com isso, formou-se um conjunto
final de 83 estações, as quais estão apresentadas no Quadro 8.1 abaixo.

Quadro 8.1 - Estações Pluviométricas Selecionadas


Latitude Longitude
Código Estação Nome Período
(°) (°)
01944003 MATEUS LEME 1941-1976 -19,98 -44,42
PONTE NOVA DO
01944004 1941-2018 -19,95 -44,47
PARAOPEBA
01944005 BETIM 1943-1976 -19,97 -44,20
FAZENDA ESCOLA
01944007 1941-2018 -19,88 -44,42
FLORESTAL
01944010 HORTO FLORESTAL 1941-2005 -19,27 -44,40
01944026 BARRO PRETO 1970-2018 -19,96 -44,45
01944027 JUATUBA 1970-2018 -19,96 -44,33
01944031 PONTE DA TAQUARA 1973-2018 -19,42 -44,55
01944048 MATEUS LEME 1973-2001 -19,99 -44,42
01944049 PAPAGAIOS 1975-2017 -19,43 -44,72
01944055 BETIM - COPASA 1976-2018 -19,97 -44,19
01944059 FORTUNA DE MINAS 1984- 2018 -19,56 -44,45
01944062 FAZENDA SANTA RITA 1988-2018 -19,98 -44,49
02043005 CONSELHEIRO LAFAIETE 1940-2017 -20,63 -43,75
Paraopeba 02043013 CONGONHAS - LINIGRAFO 1941-2018 -20,52 -43,83
02044007 ENTRE RIOS DE MINAS 1941-2018 -20,66 -44,07
02044008 MELO FRANCO 1941-2017 -20,20 -44,12
02044012 IBIRITÉ 1945-2015 -20,04 -44,04
02044019 FAZENDA VISTA ALEGRE 1970-2018 -20,05 -44,45
02044020 CALAMBAU 1970-2018 -20,07 -44,49
02044021 ALTO DA BOA VISTA 1972-2018 -20,11 -44,40
02044024 FAZENDA CURRALINHO 1972-2018 -20,01 -44,33
02044026 FAZENDA COQUEIROS 1974-2018 -20,13 -44,47
02044040 USINA JOÃO RIBEIRO 1973-2010 -20,64 -44,05
FAZENDA LARANJEIRAS -
02044041 1976-2018 -20,10 -44,48
JUSANTE
02044043 ESTIVA 1977-2018 -20,00 -44,46
02044047 SERRA DA SAUDADE 1978-2010 -20,02 -44,47
02044052 JARDIM 1982-2018 -20,05 -44,41
02044053 ESCOLA DE VETERINÁRIA 1986-2018 -20,07 -44,35
02044054 SERRA AZUL 1987-2018 -20,09 -44,43

263
Latitude Longitude
Código Estação Nome Período
(°) (°)
01844003 PONTE DO LICÍNIO 1941-1979 -18,68 -44,68
PONTE DO LICÍNIO -
01844010 1973-2005 -18,67 -44,19
JUSANTE
01844015 CURVELO 1912-1998 -18,77 -44,43
01844017 CORINTO 1984-2005 -18,37 -44,44
01844019 MORRO DA GARÇA 1988-2018 -18,54 -44,60
01943004 JABOTICATUBAS 1941-2017 -19,52 -43,74
01943010 CAETÉ 1941-2018 -19,90 -43,67
01943011 INSTITUTO AGRONÔMICO 1941-1971 -19,92 -43,90
01943022 CAIXA DE AREIA 1940-2016 -19,95 -43,91
01943023 TAQUARAÇU 1942-2018 -19,66 -43,69
01943049 PONTE RAUL SOARES 1973-2018 -19,56 -43,92
BELO HORIZONTE
01943055 1961-2017 -19,90 -43,92
(HORTO)
01944000 PRUDENTE DE MORAIS - A 1941-1978 -19,48 -44,15
01944009 PEDRO LEOPOLDO 1941-2018 -19,63 -44,05
01944011 JAGUARUNA - JUSANTE 1941-2018 -19,73 -44,81
01944020 PIRAPAMA 1958-2018 -19,01 -44,04
01944021 VELHO DA TAIPA 1959-2018 -19,70 -44,93
FAZENDA VARGEM
01944024 1961-2018 -19,24 -44,12
BONITA
01944032 SE PITANGUI 1941-2004 -19,68 -44,88
01944052 SETE LAGOAS 1941-1998 -19,47 -44,25
ESTAÇÃO ALVARO DA
01945004 1941-2018 -19,75 -45,12
SILVEIRA
01945038 PORTO DAS ANDORINHAS 1983-2018 -19,28 -45,29
01945039 MARTINHO CAMPOS 1983-2018 -19,33 -45,23
02043010 PIRANGA 1941-2017 -20,69 -43,30
02043018 CARANDAÍ 1941-2017 -20,96 -43,80
02043026 BRAZ PIRES 1967-2018 -20,85 -43,24
REPRESA DAS CODORNAS
02043042 1976-2018 -20,16 -43,89
(MMV)
REPRESA DO MIGUELÃO
02043043 1976-2018 -20,13 -43,95
(MMV)
FAZENDA ÁGUA LIMPA
02043056 1984-2018 -20,30 -43,62
JUSANTE
PCH CODORNA
Limítrofe 02043057 1950-1981 -20,17 -43,89
BARRAMENTO
02043058 MIGUELÃO 1950-1981 -20,17 -43,90
02043059 COLÉGIO CARAÇA 1983-2018 -20,10 -43,49
02043060 ITABIRITO LINIGRAFO 1984-2018 -20,29 -43,80
02044002 ITAÁNA - MONTANTE 1941-2017 -20,07 -44,57
02044003 CARMO DO CAJURU 1941-2018 -20,19 -44,79
02044005 CARMO DA MATA 1941-1977 -20,56 -44,87
02044006 DIVINÓPOLIS 1941-2018 -20,14 -44,89
02044009 FAZENDA CAMPO GRANDE 1942-2018 -20,63 -44,43
FAZENDA BENEDITO
02044016 1970-2017 -20,17 -44,52
CHAVES
02044038 RESENDE COSTA 1975-2017 -20,92 -44,24
CARMO DA MATA (ETA -
02044042 1977-2018 -20,56 -44,87
COPASA)
02044050 SÃO TIAGO 1984-2018 -20,90 -44,50
02143003 DESTERRO DO MELO 1941-2018 -21,15 -43,52

264
Latitude Longitude
Código Estação Nome Período
(°) (°)
02143005 CAMPOLIDE 1941-2018 -21,28 -43,82
02143006 BARROSO 1941-2018 -21,19 -43,98
02143007 VARGEM DO ENGENHO 1941-2018 -21,19 -43,61
02143010 BARBACENA 1941-1976 -21,22 -43,77
02143055 BARBACENA 1961-1998 -21,25 -43,77
Limítrofe 02144002 PORTO TIRADENTES 1941-2018 -21,12 -44,23
02144009 PORTO DO ELVAS 1941-2018 -21,17 -44,14
02144020 USINA SÃO JOÃO DEL REI 1961-2018 -21,06 -44,21
02144024 VILA RIO DAS MORTES 1967-2018 -21,19 -44,33
02144032 SÃO JOÃO DEL REI 1889-1998 -21,13 -44,27
FONTE: Hidroweb, 2018.

A Figura 8.3 apresenta a distribuição espacial das estações pluviométricas selecionadas


para o estudo.

265
45°0'0"O 44°0'0"O

Estações Pluviométricas
! Selecionadas

! !
Curvelo
!
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S
!

Pompéu
!
P !
! !
!

! ! Sete Lagoas
!
P
! !
!
! !
!
!
! !
! Esmeraldas
! !
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

! Belo Horizonte!
ba

Contagem !
!
P P !!
!
!! !
! ! !! !!
20°0'0"S ! Ibirité 20°0'0"S
! !
P!
Itaúna! !
!
!
P ! !
! !! !
! ! !
! !!
! !

! !
Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P!
MT
BA !
DF ! ! !
Conselheiro Lafaiete
GO
! !
P
!

Belo Horizonte ES
^ !

±
MS
0 10 20 40 km
!
SP !
RJ ! 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
! Estações Pluviométricas !
P Principais Sedes Municipais
Limite Municipal
FONTE: HIDROWEB, 2018.
Hidrografia Principal
Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
Após a seleção das estações, com os dados de precipitação total mensal de cada uma
das 83 estações pluviométricas selecionadas foram elaborados os gráficos das Curvas
Duplo-Acumulativas, conforme o exemplo apresentado na Figura 8.4 abaixo, a fim de
verificar a continuidade e aplicabilidade dos dados.

Figura 8.4 - Exemplo das Curvas Duplo-Acumulativas (01944004)

Todas as 83 estações apresentaram distribuições coerentes das curvas duplo-


acumulativas, sendo então definida a utilização desse conjunto para o cálculo da
precipitação total anual.

8.2. Precipitação Média Anual

Com a consistência dos dados confirmada, foram calculadas as precipitações totais


anuais, utilizando a média aritmética da precipitação total de cada ano para cada
estação e desconsiderando os anos que apresentassem falta de dados. Com isso, foi
elaborado o Quadro 8.2 contendo o nome, código e o valor da precipitação total anual
de cada estação.

267
Quadro 8.2 - Precipitação Total Anual por Estação
Precipitação
Código Nome Total Anual
Média (mm)
01944003 MATEUS LEME 1.429,6
01944004 PONTE NOVA DO PARAOPEBA 1.390,0
Paraopeba 01944005 BETIM 1.365,5
01944007 FAZENDA ESCOLA FLORESTAL 1.390,6
01944010 HORTO FLORESTAL 1.283,8
01944026 BARRO PRETO 1.426,4
01944027 JUATUBA 1.417,1
01944031 PONTE DA TAQUARA 1.276,3
01944048 MATEUS LEME 1.468,8
01944049 PAPAGAIOS 1.283,8
01944055 BETIM - COPASA 1.424,4
01944059 FORTUNA DE MINAS 1.259,9
01944062 FAZENDA SANTA RITA 1.370,0
02043005 CONSELHEIRO LAFAIETE 1.370,5
Paraopeba 02043013 CONGONHAS - LINIGRAFO 1.382,8
02044007 ENTRE RIOS DE MINAS 1.371,0
02044008 MELO FRANCO 1.322,5
02044012 IBIRITÉ 1.734,5
02044019 FAZENDA VISTA ALEGRE 1.445,4
02044020 CALAMBAU 1.417,4
02044021 ALTO DA BOA VISTA 1.542,3
02044024 FAZENDA CURRALINHO 1.471,9
02044026 FAZENDA COQUEIROS 1.427,7
02044040 USINA JOÃO RIBEIRO 1.443,7
02044041 FAZENDA LARANJEIRAS - JUSANTE 1.473,3
02044043 ESTIVA 1.490,1
02044047 SERRA DA SAUDADE 1.439,4
02044052 JARDIM 1.438,5
02044053 ESCOLA DE VETERINÁRIA 1.430,8
02044054 SERRA AZUL 1.396,9
01844003 PONTE DO LICÍNIO 1.181,4
01844010 PONTE DO LICÍNIO - JUSANTE 1.103,4
01844015 CURVELO 1.294,6
01844017 CORINTO 1.066,8
01844019 MORRO DA GARÇA 1.088,9
01943004 JABOTICATUBAS 1.268,6
Limítrofe 01943010 CAETÉ 1.408,9
01943011 INSTITUTO AGRONÔMICO 1.471,1
01943022 CAIXA DE AREIA 1.728,0
01943023 TAQUARAÇU 1.300,8
01943049 PONTE RAUL SOARES 1.254,6
01943055 BELO HORIZONTE (HORTO) 1.547,7
01944000 PRUDENTE DE MORAIS - A 1.350,0

268
Precipitação
Código Nome Total Anual
Média (mm)
01944009 PEDRO LEOPOLDO 1.291,3
01944011 JAGUARUNA - JUSANTE 1.266,0
01944020 PIRAPAMA 1.229,2
01944021 VELHO DA TAIPA 1.371,3
01944024 FAZENDA VARGEM BONITA 1.228,7
01944032 SE PITANGUI 1.423,6
01944052 SETE LAGOAS 1.381,7
01945004 ESTAÇÃO ALVARO DA SILVEIRA 1.241,7
01945038 PORTO DAS ANDORINHAS 1.234,9
01945039 MARTINHO CAMPOS 1.159,8
02043010 PIRANGA 1.374,0
02043018 CARANDAÍ 1.433,7
02043026 BRAZ PIRES 1.294,0
02043042 REPRESA DAS CODORNAS (MMV) 1.612,7
02043043 REPRESA DO MIGUELÃO (MMV) 1.651,2
02043056 FAZENDA ÁGUA LIMPA JUSANTE 1.320,9
02043057 PCH CODORNA BARRAMENTO 1.205,1
02043058 MIGUELÃO 1.377,6
Limítrofe 02043059 COLÉGIO CARAÇA 1.975,4
02043060 ITABIRITO LINIGRAFO 1.388,8
02044002 ITAÁNA - MONTANTE 1.437,5
02044003 CARMO DO CAJURU 1.376,9
02044005 CARMO DA MATA 1.367,3
02044006 DIVINÓPOLIS 1.326,5
02044009 FAZENDA CAMPO GRANDE 1.494,6
02044016 FAZENDA BENEDITO CHAVES 1.494,7
02044038 RESENDE COSTA 1.556,3
02044042 CARMO DA MATA (ETA - COPASA) 1.441,3
02044050 SÃO TIAGO 1.464,1
02143003 DESTERRO DO MELO 1.580,8
02143005 CAMPOLIDE 1.418,3
02143006 BARROSO 1.327,8
02143007 VARGEM DO ENGENHO 1.528,0
02143010 BARBACENA 1.408,6
02143055 BARBACENA 1.435,7
02144002 PORTO TIRADENTES 1.471,2
02144009 PORTO DO ELVAS 1.473,7
02144020 USINA SÃO JOÃO DEL REI 1.455,2
02144024 VILA RIO DAS MORTES 1.282,5
02144032 SÃO JOÃO DEL REI 1.498,3
FONTE: COBRAPE, 2018.

269
A partir dos valores pontuais apresentados no Quadro 8.2, foi realizada a interpolação
através do software ArcGis 10.5.1, extensão Spatial Analyst, módulo Topo to Raster. O
módulo Topo to Raster foi escolhido por utilizar uma técnica de interpolação por
diferenças finitas, que combina a eficiência de uma interpolação local (por exemplo, o
método do Inverso do Quadrado da Distância), com métodos de interpolação global que
utilizam uma superfície de continuidade, como o interpolador Kriging (Mccoy e Johnston,
2002). Os arquivos de saída são no formato de imagens raster, como apresenta a Figura
8.5 a seguir.

270
45°0'0"O 44°0'0"O

Precipitação Total
! Anual Média

! !
Curvelo
P
!
!

19°0'0"S 19°0'0"S
!

Pompéu
P
! !
! !
!

! ! Sete Lagoas
P
!
! !
!
! !
!
!
! !
! Esmeraldas
! P
!
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

P
!
pe

!
ba

!!
Contagem !
! P
! !
!
20°0'0"S ! !! !! !!
Ibirité 20°0'0"S
! ! P!
!
Itaúna! !
!
P
! ! !
! !! !
! ! !
! !!
! !

! !
Ouro Preto
P
!
Congonhas
P!
!
MT
BA !
DF ! ! !
Conselheiro Lafaiete
GO
! P
!
!

Belo Horizonte ES
^ !

±
MS
0 10 20 40 km
!
SP !
RJ ! 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
! Estações Pluviométricas P Principais Sedes Municipais
!
Precipitação Total Anual Média (mm) Limite Municipal
1.100 - 1.300
Hidrografia Principal
1.300 - 1.400
Limite SF3: Rio Paraopeba
1.400 - 1.450
Municípios SF3: Rio Paraopeba
1.450 - 1.550
Reservatório
1.550 - 1.750

FONTE: COBRAPE, 2018.


Observa-se que os valores de precipitação média anual crescem na direção mais alta
da bacia. As estações limítrofes são as que apresentam os maiores intervalos, sendo a
estação pluviométrica Colégio Caraça (02043059) que apresenta a maior precipitação
média anual. O intervalo vai de aproximadamente 1.050 mm no município de Corinto, a
aproximadamente 2.000 mm no município de Santa Bárbara. Dentro da bacia, a estação
Ibirité é a que apresenta os maiores índices pluviométricos.

8.3. Tendências Sazonais

Com o objetivo de verificar a existência de sazonalidade mensal no regime de


precipitação da Bacia do rio Paraopeba foram analisadas as médias de precipitação de
cada mês do ano. O Quadro 8.3 a seguir apresenta esses dados para cada uma das
estações, bem como o índice médio mensal.

272
Quadro 8.3 - Médias Pluviométricas Mensais
Meses
Código Estação
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
01944003 251,40 184,50 180,10 61,90 24,70 15,30 11,80 7,50 44,60 126,60 204,00 302,90
01944004 273,47 169,36 170,45 57,35 27,27 12,82 10,31 9,65 45,54 107,95 205,13 298,37
01944005 257,82 162,84 147,71 52,25 23,44 18,30 9,18 12,85 49,50 126,61 213,36 291,62
01944007 277,90 170,00 161,80 59,40 25,10 12,40 12,00 8,30 41,20 101,50 214,40 303,50
01944010 258,80 169,60 147,20 50,40 24,50 7,50 10,70 8,60 37,80 98,80 214,10 259,00
01944026 282,36 146,41 163,62 63,61 28,12 17,44 11,13 11,40 52,33 98,13 228,90 310,97
01944027 268,22 138,98 186,19 53,92 28,44 12,28 12,01 12,86 46,41 102,46 221,77 326,15
01944031 247,63 151,62 157,40 48,27 28,47 8,72 10,38 9,00 36,59 95,71 204,78 273,64
01944048 291,30 144,60 171,20 53,50 34,10 12,90 13,20 17,60 53,50 102,00 220,90 352,80
01944049 253,00 141,76 171,29 51,52 27,35 7,70 9,45 9,65 39,21 86,80 196,68 273,30
01944055 298,72 144,24 174,18 60,17 30,38 14,59 9,12 13,16 53,79 89,69 208,89 321,79
01944059 254,30 151,40 158,50 43,50 24,00 9,40 9,40 10,40 39,30 82,40 202,40 277,20
01944062 270,46 163,22 178,39 55,19 31,42 15,59 8,76 12,64 48,03 79,45 203,90 303,48
Paraopeba

02043005 257,82 162,84 147,71 52,25 23,44 18,30 9,18 12,85 49,50 126,61 213,36 291,62
02043013 247,86 174,20 164,03 61,55 26,78 16,63 14,44 13,63 53,08 121,25 200,37 275,42
02044007 267,16 172,52 159,71 55,33 34,82 16,68 11,79 14,76 54,38 118,39 185,95 279,44
02044008 261,79 149,59 153,50 55,61 26,49 13,62 10,12 10,91 43,69 106,84 202,55 275,45
02044012 355,49 211,50 202,93 73,52 35,39 18,80 11,68 12,49 50,79 130,16 257,16 371,72
02044019 280,79 162,62 166,64 62,65 32,75 17,14 12,78 15,89 47,69 100,51 224,97 315,43
02044020 263,73 154,01 160,41 63,23 29,76 15,95 12,50 13,12 47,94 99,89 224,28 306,42
02044021 312,66 163,74 181,09 62,49 34,24 17,62 12,58 11,49 49,74 101,93 225,16 344,77
02044024 302,38 156,01 184,86 61,82 34,21 15,12 13,06 12,53 51,68 95,35 223,36 319,03
02044026 295,80 156,39 156,13 63,50 33,68 16,34 12,51 11,90 50,04 95,28 203,50 309,74
02044040 293,51 155,38 163,32 67,21 38,71 16,21 17,38 20,29 64,42 114,19 193,59 296,19
02044041 293,62 160,26 174,93 67,90 34,50 18,67 11,36 12,53 49,80 95,30 218,28 324,23
02044043 298,47 158,19 182,15 66,64 34,38 20,87 10,79 13,60 48,68 95,56 230,79 328,16
02044047 288,24 179,97 165,19 67,47 29,54 12,43 12,09 15,29 49,61 91,22 209,50 337,56
02044052 298,03 151,14 165,07 60,53 32,37 16,57 8,10 13,73 51,95 91,42 217,31 338,38

273
Meses
Código Estação
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
02044053 299,51 159,16 166,03 52,06 32,16 13,46 7,43 9,86 45,55 82,40 211,56 330,96
02044054 286,54 164,92 171,40 49,37 32,36 19,73 8,60 10,41 47,06 91,06 205,28 313,59
01844003 204,10 152,00 123,60 59,40 23,60 7,40 6,90 5,60 27,80 113,90 197,40 272,20
01844010 241,60 125,80 125,10 48,90 25,30 4,50 7,60 7,80 35,40 82,10 175,90 225,10
01844015 231,70 153,10 145,60 63,80 20,40 5,40 5,60 7,30 29,50 101,00 189,10 279,00
01844017 213,50 127,60 134,20 46,10 12,20 4,20 8,60 8,30 34,60 64,60 199,90 221,10
01844019 179,62 121,79 144,97 44,03 19,34 7,34 4,58 10,07 28,61 70,93 184,16 252,92
01943004 239,60 145,18 140,48 50,95 23,18 8,43 9,09 7,49 38,25 94,57 213,24 288,54
01943010 274,40 165,93 152,67 53,81 27,04 11,87 10,38 10,66 44,01 109,55 218,35 331,48
01943011 289,70 196,30 162,80 64,20 21,10 11,90 8,70 8,60 31,60 132,40 219,50 323,70
01943022 344,09 203,40 197,52 77,13 30,69 14,39 11,99 11,28 49,01 120,83 259,14 393,98
01943023 252,48 154,44 144,24 49,80 24,14 9,05 8,16 7,51 36,13 94,60 215,14 309,39
01943049 250,52 135,55 155,59 55,13 24,32 8,24 8,76 8,84 38,83 80,92 201,80 270,80
Limítrofe

01943055 305,60 181,20 174,20 71,90 28,40 12,90 11,00 13,30 44,90 116,30 239,30 334,00
01944000 255,20 185,70 155,40 54,70 21,20 8,20 11,40 5,40 31,80 109,10 213,30 304,00
01944009 242,45 153,33 152,13 48,43 21,65 8,50 8,79 8,25 36,84 97,42 210,52 300,55
01944011 242,25 158,46 156,15 54,95 25,52 10,31 9,35 8,32 41,53 103,90 185,95 255,57
01944020 245,11 148,04 143,60 49,81 24,98 7,06 7,39 7,10 29,18 91,45 194,18 268,66
01944021 270,98 177,70 157,94 49,05 30,86 11,65 9,51 10,65 42,37 109,56 205,04 283,23
01944024 234,65 133,57 148,90 48,83 20,91 7,39 6,72 8,23 35,18 98,09 214,25 262,54
01944032 286,06 178,88 172,84 70,60 32,22 11,21 10,94 11,40 42,55 101,24 206,28 302,08
01944052 275,30 180,40 158,00 59,10 24,80 10,60 10,80 8,20 38,30 101,30 218,40 297,30
01945004 250,90 151,96 166,94 49,95 27,06 7,88 9,12 8,22 38,97 88,89 173,82 267,88
01945038 228,31 161,58 170,78 66,64 31,87 9,68 9,76 10,19 40,87 84,88 183,88 248,92
01945039 239,68 151,04 144,16 61,37 28,88 6,68 11,49 8,52 34,94 74,99 169,68 233,58
02043010 255,15 157,25 161,51 63,97 29,61 16,32 11,46 15,26 53,52 117,30 207,49 280,26
02043018 258,89 188,07 169,96 60,05 36,89 19,70 12,98 16,52 61,12 122,46 204,95 288,94
02043026 240,95 139,11 146,14 57,86 30,47 15,15 14,13 14,47 55,81 112,50 204,95 255,33
02043042 324,24 176,42 196,98 71,23 34,69 15,08 11,94 15,17 58,12 117,43 238,22 336,66

274
Meses
Código Estação
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
02043043 341,42 192,22 202,42 76,59 40,88 19,45 12,29 16,23 56,74 111,09 236,98 342,30
02043056 262,25 133,31 152,11 66,14 32,96 14,49 9,83 17,65 55,08 92,46 193,35 285,26
02043057 230,60 165,70 154,80 55,10 22,20 11,80 13,90 10,30 33,10 104,00 191,10 255,70
02043058 262,80 191,90 163,90 59,40 26,90 14,10 13,80 10,80 34,70 124,10 212,30 267,70
02043059 357,37 224,86 223,10 90,24 45,24 13,98 11,31 17,15 58,77 125,09 289,06 482,66
02043060 256,40 150,93 175,09 66,04 36,04 16,70 7,99 16,84 51,86 98,70 211,54 299,45
02044002 254,86 161,62 173,77 65,56 28,15 16,33 12,09 12,78 48,20 107,34 221,61 296,50
02044003 266,49 164,70 155,30 61,08 27,56 15,57 11,46 11,25 47,33 112,88 208,71 288,74
02044005 258,00 186,70 160,30 50,70 29,80 14,60 11,50 9,30 42,10 128,40 200,20 275,60
02044006 269,50 162,65 150,99 54,46 25,06 16,29 10,89 10,85 45,38 105,95 195,16 278,94
02044009 291,74 196,10 177,33 64,87 35,96 20,75 10,90 13,65 54,29 123,94 204,36 311,13
02044016 288,72 163,52 176,29 66,77 35,10 20,00 13,91 13,43 53,91 108,89 234,85 310,69
Limítrofe

02044038 308,23 178,40 164,95 71,59 40,74 17,28 13,22 15,73 65,73 118,39 209,37 297,30
02044042 301,88 145,68 169,53 64,39 40,89 19,39 12,08 14,53 53,31 116,24 192,35 299,49
02044050 293,11 169,41 167,43 63,72 39,73 17,40 10,85 16,46 60,46 104,92 197,48 305,05
02143003 295,04 207,56 192,95 88,01 38,02 18,71 17,16 16,73 57,74 125,42 225,42 303,02
02143005 276,75 180,32 172,17 60,89 39,76 18,84 14,17 17,52 61,23 122,20 213,21 257,57
02143006 248,03 178,62 165,61 57,17 32,55 18,73 11,94 15,27 53,95 113,85 192,15 252,42
02143007 285,36 196,06 191,24 74,39 40,90 21,77 19,43 21,53 69,08 131,18 210,04 280,43
02143010 252,50 204,40 165,60 55,10 31,60 20,60 14,90 18,90 53,50 135,00 201,40 263,40
02143055 279,20 175,70 136,90 63,70 39,70 19,90 16,60 20,80 65,10 128,70 217,00 239,10
02144002 283,46 182,95 182,94 64,12 35,69 19,45 13,66 15,40 55,59 120,01 211,01 289,81
02144009 272,68 185,86 190,29 57,42 34,67 21,93 13,93 11,38 57,15 117,50 209,76 301,92
02144020 283,26 178,61 168,62 54,49 39,12 19,76 13,56 18,42 58,57 124,51 213,55 287,94
02144024 274,86 151,34 161,78 53,88 30,71 19,20 14,52 14,37 57,02 101,77 189,92 257,45
02144032 287,80 207,00 186,20 65,40 32,80 18,40 11,60 18,00 54,90 140,30 191,30 288,00
MÉDIA 271,66 165,91 165,27 59,96 30,20 14,28 11,19 12,37 47,32 106,15 209,68 295,88
FONTE: Hidroweb, 2018.

275
A Figura 8.6 a seguir apresenta graficamente a variação das médias mensais da bacia
do rio Paraopeba.

Figura 8.6 - Precipitação Média Mensal

FONTE COBRAPE, 2018.

Pode-se observar na Figura 8.6 que os menores índices médios pluviométricos estão
entre os meses de abril a setembro, considerado como período seco, com precipitações
médias mensais entre 11 mm a 60 mm.

A partir da análise da tabela e gráfico apresentados, verifica-se que a pluviosidade


média mensal, em grande maioria das estações, possuem os maiores índices nos
meses de dezembro e janeiro, com médias de 296 mm e 272 mm, respectivamente.

A distribuição da precipitação na Bacia do rio Paraopeba, de maneira geral obedece à


dinâmica das estações do ano, apresentando no verão as maiores médias, diminuindo
nas estações de outono e primavera, chegando aos valores mínimos nos meses de
inverno.

276
9. REDE DE MONITORAMENTO

9.1. Análise de Suficiência da Rede de Monitoramento Existente

Uma rede de monitoramento com objetivo de apoiar o sistema de gestão dos recursos
hídricos deve atender a diversos requisitos, tais como a localização adequada dos
pontos de controle, o número de pontos de controle suficiente para atender as condições
de monitoramento da bacia, a frequência adequada de amostragens, e a análise dos
parâmetros de qualidade da água efetivamente representativos para a área de
intervenção, entre outros. A análise de suficiência da rede de monitoramento existente
considera, primordialmente, a densidade de postos fluviométricos, sedimentométricos,
de qualidade da água e pluviométricos existentes. Visando a avaliação da rede de
monitoramento atual na área da bacia foram utilizadas as informações disponíveis no
Hidroweb, Banco de Dados Hidrometeorológicos gerenciado pela Agência Nacional de
Águas, que reúne informações de monitoramento de todo o país (ANA, 2018).

Segundo Soares (2001), existem dificuldades em se definir uma densidade de estações


uniforme que seja aplicável para cada região. Estudos têm demonstrado que entre os
fatores mais importantes que definem uma densidade ótima estão as condições
geográficas e hidrológicas; a natureza da hidrografia; a necessidade de dados
hidrológicos ou meteorológicos para projeto, a construção e operação de estruturas
hidráulicas e a densidade de ocupação populacional e o nível de atividade econômica
da região.

Apesar da dificuldade em se definir uma densidade ótima de estações fluviométricas,


sedimentométricas e pluviométricas, a World Meteorological Organization (WMO) criou
normas quanto à rede mínima de monitoramento, que são definidas segundo o tipo de
estação e as características de relevo e de clima da região. Com isso, a análise da
densidade da Bacia do rio Paraopeba levou em consideração os critérios definidos pela
WMO. O Quadro 9.1 apresenta esses critérios, que são especificados por tipo de região
e são correlacionados por área de drenagem.

277
Quadro 9.1 - Densidade Mínima da Rede de Monitoramento
Normas Provisórias
Normas para Rede Mínima de Toleradas para
Tipo de Região Monitoramento - Condições Difíceis de
Área (km²) por Estação Monitoramento -
Área (km²) por Estação (1)
I. Regiões planas de zonas
temperada, mediterrânea e 1.000 - 2.500 3.000 - 10.000
tropical
II. Regiões montanhosas de
zonas temperada,
mediterrânea e tropical;
Pequenas ilhas montanhosas 300 - 1.000
1.000 - 5.000 (4)
com precipitação muito 140 - 300
irregular e com grande
concentração de redes
hidrográficas.
III. Regiões áridas e polares(2). 5.000 - 20.000 (3) Não Apresenta
(1) Somente para circunstâncias excepcionalmente difíceis.
(2) Grandes desertos não estão incluídos.
(3) Dependendo da praticidade.
(4) Sob circunstâncias muito difíceis o valor poderá ser estendido para 10.000km².

FONTE: WMO, 2008

A avaliação da adequação do número de estações, considerando que a Bacia


Hidrográfica do rio Paraopeba se enquadra na região tipo II, foi realizada a partir das
seguintes informações:

• Normas para as regiões montanhosas de zonas temperada, mediterrânea e


tropical, com densidade mínima indicada de 300 a 1.000 km² por estação;

• Estações de Monitoramento em operação;

• Divisão das estações de monitoramento pelas Áreas Estratégicas de Gestão.

Já para a rede de monitoramento de qualidade da água, foi adotada a densidade


proposta para a região sudeste do Brasil no estudo “Projeto da Rede Nacional de
Monitoramento da Rede de Qualidade das Águas Superficiais” (ANA, 2012). O padrão
em questão adota como referência para representatividade espacial da rede de
monitoramento o valor mínimo de 1 estação por 1.000 km². Ainda com relação à rede
qualitativa, é apresentada uma análise quanto aos parâmetros de qualidade a serem
monitorados, respeitando os parâmetros mínimos de ANA (2012), sendo estes:

• Físico-químicos: condutividade elétrica, temperatura do ar e da água, turbidez,


oxigênio dissolvido, pH, sólidos totais dissolvidos, sólidos em suspensão,
alcalinidade total, cloreto total (regiões estuarinas), transparência (ambientes
lênticos), demanda bioquímica de oxigênio (águas doces) ou carbono or gânico
total (águas salobras e salinas) e demanda química de oxigênio;

278
• Microbiológicos: coliformes termotolerantes;

• Biológicos: apenas para ambientes lênticos, clorofila-a e fitoplâncton;

• Nutrientes: fósforo (solúvel reativo e total) e nitrogênio (nitrato, nitrogênio


amoniacal e nitrogênio total).

Por fim, com a análise de suficiência das redes de monitoramento, é apresentado um


veredito quanto à densidade, para todas as redes, e quanto aos parâmetros para a rede
qualitativa. Para isso as análises serão divididas quanto à característica da rede de
monitoramento.

9.1.1. Rede Fluviométrica

A rede fluviométrica é responsável pela medição dos dados de cotas (cm), vazões
(m³/s), qualidade de água, resumo de descarga, sedimentos e perfil transversal.

Apesar dos dados de sedimentos estarem relacionados à rede fluviométrica, a análise


de suficiência da rede sedimentométrica é apresentada no item 9.1.2, uma vez que
apresentam informações e objetivos específicos, assim como os dados referentes à
rede de qualidade da água, apresentados no item 9.1.4.

O Quadro 9.2 apresenta um panorama geral da rede fluviométrica como um todo na


região da bacia, demonstrando a quantidade de estações e as características de
medição por Sub-bacia.

Quadro 9.2 - Panorama Geral da Rede Fluviométrica

Registro Descarga Qualidade


Sub-bacia Total Operantes Escala Sedimentos Telemétrica
Nível Líquida da água
Alto 36 21 12 0 9 5 13 11
Médio 79 40 20 1 11 2 28 7
Baixo 17 15 6 0 5 2 12 5
Total Geral 132 76 38 1 25 9 53 23

FONTE: Hidroweb, 2018.

A rede fluviométrica na Bacia do Rio Paraopeba é composta por 132 estações, conforme
detalhado no Anexo 1. Dentre estas, 50 apresentam dados referentes a vazões (m³/s)
e apenas 12 estão operando. A distribuição das estações fluviométricas pode ser
observada na Figura 9.1.

Pode-se analisar que existe na bacia um total de 76 estações operantes, no entanto, 64


não apresentam dados. Isso acontece provavelmente porque existem empresas que
operam as estações, contudo, não fornecem os dados.

279
A bacia do rio Paraopeba tem 12.030,15 km² com 12 estações operando, resultando em
uma densidade de 1.002,51 km²/estação, o que não estaria em conformidade com os
parâmetros estabelecidos para uma rede mínima, visto que o máximo é de 1.000
km²/estação. Se analisar para as 50 estações que tem dados referentes a vazões (m³/s),
a densidade estaria em conformidade, pois apresentaria um valor de 240,60
km²/estação.

Quando detalhada a análise para o nível de sub-bacias, verifica-se que apenas a sub-
bacia do baixo Paraopeba não se enquadra nos parâmetros estabelecidos para uma
rede mínima, conforme pode ser observado no Quadro 9.3, que apresenta a densidade
das estações de monitoramento de vazão por sub-bacia em relação às estações
operantes.

Quadro 9.3 - Análise da Densidade da Rede Fluviométrica por Sub-bacia

Estações de Operantes Densidade


Sub-bacia Área (km²)
Fluviometria Com dados (km²/estação)
Alto 16 4 3.629,25 907,31
Médio 31 7 5.097,93 728,28
Baixo 3 1 3.302,97 3.302,97
Total Geral 50 12 12.030,15 1.002,51
FONTE: COBRAPE, 2018.

280
45°0'0"O 44°0'0"O

Rede de Monitoramento
Fluviométrica

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda
Convenções Cartográficas
Estações Fluviométricas [132]
!
P Principais Sedes Municipais
! Não Operante [56]
Limite Municipal
! Operante [76]
Hidrografia Principal
FONTE: ANA, 2018. Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Limite das Sub-bacias do Paraopeba
Reservatório
9.1.2. Rede Sedimentométrica

Em relação à rede sedimentométrica, a Bacia do rio Paraopeba contempla 9 estações,


sendo que as 9 encontram-se operando, no entanto, apenas 3 possuem dados
disponíveis. A Figura 9.2 apresenta a distribuição espacial das estações na região.

Considerando as 9 estações operantes na área total da bacia, de 12.030,15 km², o


resultado é uma densidade de 1.336,68 km²/estação, o que não estaria de acordo com
o solicitado para rede mínima. Quando a análise é refinada para nível de sub-bacia,
essa inconformidade se mantem para as três sub-bacias (alto, médio e baixo
Paraopeba).

O Quadro 9.4 apresenta a relação da densidade das estações sedimentométricas em


operação por sub-bacias. Novamente, nota-se que a rede, tanto para um cenário macro
quanto para a escala das sub-bacias, não é suficiente quanto às normas da WMO.

Quadro 9.4 - Análise da Densidade da Rede Sedimentométrica por Sub-bacia

Operantes Densidade
Sub-bacia Total Área (km²)
com Dados (km²/estação)

Alto 5 1 3.629,25 3.629,25


Médio 2 2 5.097,93 2.548,96
Baixo 2 0 3.302,97 -
Total Geral 9 3 12.030,15 4.010,05
FONTE: COBRAPE, 2018.

282
45°0'0"O 44°0'0"O

Rede de Monitoramento
Sedimentométrica

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda
Convenções Cartográficas
Estações Sedimentométricas
!
P Principais Sedes Municipais
! Operando [9]
Limite Municipal
FONTE: ANA, 2018. Hidrografia Principal
Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Limite das Sub-bacias do Paraopeba
Reservatório
9.1.3. Rede Pluviométrica

A rede pluviométrica é responsável por monitorar as informações de chuva (mm), e na


região da Bacia do rio Paraopeba são observadas 134 estações no total, das quais 95
estão aptas a realizar o monitoramento dos dados de chuva e constam como operantes
no Hidroweb (ANA, 2018). No entanto, das 134 estações observadas, apenas 53
possuem dados disponíveis para consulta e análise.

Assim como na rede fluviométrica, pode-se verificar que das 53 estações que possuem
dados disponíveis, apenas 28 estão em operação. Essa divergência, em relação as 95
estações que constam como operantes no Hidroweb, ocorre visto que existem empresas
que operam as estações, contudo, não fornecem os dados.

O Quadro 9.5 apresenta a relação geral da rede pluviométrica e o Anexo 1 apresenta


detalhadamente as estações, enquanto a Figura 9.3 apresenta sua distribuição espacial
na Bacia do rio Paraopeba.

Quadro 9.5 - Panorama Geral da Rede Pluviométrica


Tanque
Registro
Sub-bacia Total Operantes Pluviometria Evapotrans- Climatológica Telemétrica
Chuva
piração
Alto 28 22 21 3 1 1 18
Médio 92 65 62 12 9 9 41
Baixo 14 8 8 1 0 0 4
Total Geral 134 95 91 16 10 10 66

FONTE: Hidroweb, 2018.

Quanto à densidade das estações, a Bacia do rio Paraopeba apresenta um valor


suficiente de estações em um cenário geral, possuindo 429,65 km²/estação quando
observadas as 28 estações operantes, e 226,98 km²/estação quando são consideradas
as 53 estações com dados disponíveis. Quando a análise é realizada na escala das sub-
bacias, verifica-se que o médio Paraopeba não está de acordo com as normas mínimas
de rede de monitoramento. O Quadro 9.6 apresenta a relação da densidade das
estações operantes por sub-bacia.

Novamente a densidade da rede pluviométrica da Bacia do Rio Paraopeba atende os


critérios estabelecidos pela WMO, o que garante dados suficientes para uma análise
macro da região, porém se a análise for feita por sub-bacia, os critérios de
monitoramento não são integralmente atendidos.

284
Quadro 9.6 - Análise da Densidade da Rede Pluviométrica por Sub-bacia

Densidade
Sub-bacia Total Operantes Área (km²)
(km²/estação)
Alto 7 4 3.629,25 907,31
Médio 41 21 5.097,93 242,76
Baixo 5 3 3.302,97 1.100,99
Total Geral 53 28 12.030,15 429,65
FONTE: COBRAPE, 2018.

285
45°0'0"O 44°0'0"O

Rede de Monitoramento
Pluviométrica

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda
Convenções Cartográficas
Estações Pluviométricas [134]
!
P Principais Sedes Municipais
! Não Operante [39]
!
Limite Municipal
Operante [95]
Hidrografia Principal
FONTE: ANA, 2018. Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Limite das Sub-bacias do Paraopeba
Reservatório
9.1.4. Rede de Qualidade da Água

A qualidade da água superficial na região do PDRH Paraopeba foi avaliada com base
nos dados de monitoramento disponíveis em duas fontes distintas: sistema Hidroweb e
IGAM. Por um lado, essa maior quantidade de informações permitiu a análise de um
número maior de trechos de rio, melhorando assim o monitoramento da qualidade
hídrica da região. Por outro lado, exigiu uma compatibilização das informações, de modo
a resultar em uma única base de dados.

Inicialmente, essa unificação da rede de monitoramento foi realizada por meio do


georreferenciamento dos dados recebidos, que possibilitou a espacialização de todos
os 84 pontos com parâmetros de qualidade de água monitorados. Nessa etapa, foram
ainda verificados pontos do Hidroweb e IGAM que, segundo a base de dados do
Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas (PNQA), apresentam
informações idênticas acerca de seus índices.

Em consequência desse fato, 66 pontos duplicados foram reduzidos a 33 estações de


monitoramento. Foram analisados ainda 14 pontos exclusivamente da base do
Hidroweb e mais 4 exclusivamente do IGAM. Totalizando assim, 51 pontos de
monitoramento da qualidade da água superficial na região do PDRH Paraopeba.

O Quadro 9.7 mostra o compilado de informações dos pontos de monitoramento


analisados quanto à sua fonte, nomenclatura utilizada pelas duas bases de dados, corpo
hídrico monitorado, município no qual está localizado e sua presença ou não no banco
de dados do Programa Nacional de Avaliação da Qualidade da Água. É, ainda, descrita
a série histórica geral de dados disponíveis para cada estação, o que não implica
necessariamente que existam informações de monitoramento para todos os anos
descritos no período.

287
Quadro 9.7 - Rede de monitoramento de qualidade da água superficial
Código Códigos originais
Fonte Período de dados Corpo hídrico Município PNQA
adotado Hidroweb IGAM
BP088 * Hidroweb e IGAM 40790001 BP088 2000 - 2018 Rio Betim Betim Sim
BP071 Hidroweb e IGAM 40790100 BP071 1997 - 2018 Rio Betim Betim Sim
40680000 Hidroweb 40680000 1977 - 2018 Rio Brumado Entre Rios de Minas Sim
BP024 Hidroweb e IGAM 40678000 BP024 2007 - 2018 Rio Brumado Entre Rios de Minas Sim
BP026 * Hidroweb e IGAM 40684000 BP026 1997 - 2018 Rio Camapuã Jeceaba Sim
BP094 Hidroweb e IGAM 40818900 BP094 2003 - 2018 Ribeirão Catarina Brumadinho Sim
BP092 Hidroweb e IGAM 40818800 BP092 2003 - 2018 Ribeirão Casa Branca Brumadinho Sim
BP098 Hidroweb e IGAM 40801000 BP098 2006 - 2018 Ribeirão do Cedro Caetanópolis Sim
41190100 Hidroweb 41190100 2016 - 2016 Ribeirão Cortesia Rio Acima Sim
BP090 Hidroweb e IGAM 40818700 BP090 2000 - 2018 Ribeirão Grande Esmeraldas Sim
BP081 Hidroweb e IGAM 40800005 BP081 2013 - 2018 Ribeirão Ibirité Ibirité Sim
BP085 Hidroweb e IGAM 40800200 BP085 2013 - 2018 Ribeirão Ibirité Ibirité Sim
BP074 Hidroweb e IGAM 40792000 BP074 2007 - 2018 Ribeirão dos Macacos Cachoeira da Prata Sim
BP018 IGAM BP018 2015 - 2018 Córrego Mãe-D’água Congonhas Não
BP096 Hidroweb e IGAM 40760000 BP096 2005 - 2018 Rio Manso Brumadinho Sim
BP084 * Hidroweb e IGAM 40579500 BP084 2000 - 2018 Rio Maranhão Conselheiro Lafaiete Sim
40579995 Hidroweb 40579995 2002 - 2018 Rio Maranhão Congonhas Sim
BP080 Hidroweb e IGAM 40580100 BP080 1997 - 2018 Rio Maranhão Congonhas Sim
BP032 Hidroweb e IGAM 40713000 BP032 2007 - 2018 Rio Macaúbas Alto Rio Doce Sim
BP020 * IGAM BP020 2015 - 2018 Córrego Maria-José Congonhas Não
40810400 Hidroweb 40810400 2009 - 2018 Córrego Mato Frio Itaúna Sim
40822995 Hidroweb 40822995 1987 - 2018 Ribeirão Mateus Leme Mateus Leme Sim
40823500 Hidroweb 40823500 2002 - 2018 Ribeirão Mateus Leme Juatuba Sim
BP073 Hidroweb e IGAM 40790070 BP073 2007 - 2018 Riacho das Pedras Betim Sim
BP075 Hidroweb e IGAM 40793000 BP075 2013 - 2018 Córrego Pintado Ibirité Sim
BP016 IGAM BP016 2015 - 2018 Rio Preto Congonhas Não

288
Código Códigos originais
Fonte Período de dados Corpo hídrico Município PNQA
adotado Hidroweb IGAM
BP022 Hidroweb e IGAM 40537000 BP022 2007 - 2018 Rio Paraopeba Cristiano Otoni Sim
40549998 Hidroweb 40549998 2002 - 2018 Rio Paraopeba São Brás do Suaçuí Sim
BP079 Hidroweb e IGAM 40797500 BP079 1997 - 2018 Rio Paraopeba São João del Rei Sim
BP027 Hidroweb e IGAM 40701000 BP027 1997 - 2018 Rio Paraopeba Jeceaba Sim
BP029 Hidroweb e IGAM 40701500 BP029 1997 - 2018 Rio Paraopeba Belo Vale Sim
40710000 Hidroweb 40710000 1982 - 2018 Rio Paraopeba Belo Vale Sim
BP036 Hidroweb e IGAM 40720003 BP036 1997 - 2018 Rio Paraopeba Belo Vale Sim
40740000 Hidroweb 40740000 1978 - 2018 Rio Paraopeba Brumadinho Sim
BP068 Hidroweb e IGAM 40750000 BP068 1997 - 2018 Rio Paraopeba São Joaquim de Bicas Sim
BP070 Hidroweb e IGAM 40787000 BP070 1997 - 2018 Rio Paraopeba São Joaquim de Bicas Sim
BP072 Hidroweb e IGAM 40791000 BP072 1997 - 2018 Rio Paraopeba Betim Sim
40800001 ** Hidroweb 40800001 1985 - 2018 Rio Paraopeba Juatuba Sim
BP082 Hidroweb e IGAM 40800010 BP082 1997 - 2018 Rio Paraopeba Esmeraldas Sim
4085000 Hidroweb 40850000 2002 - 2018 Rio Paraopeba Paraopeba Sim
BP083 Hidroweb e IGAM 40800100 BP083 1997 - 2018 Rio Paraopeba Esmeraldas Sim
BP078 Hidroweb e IGAM 40797000 BP078 1997 - 2018 Rio Paraopeba Pompéu Sim
BP099 * Hidroweb e IGAM 40867000 BP099 2007 - 2018 Rio Paraopeba Felixlândia Sim
BP086 Hidroweb e IGAM 40786100 BP086 2000 - 2018 Ribeirão Sarzedo Mário Campos Sim
40810800 Hidroweb 40810800 2002 - 2018 Ribeirão Serra Azul Mateus Leme Sim
40811100 Hidroweb 40811100 2002 - 2018 Ribeirão Serra Azul Mateus Leme Sim
BP069 Hidroweb e IGAM 40817500 BP069 2007 - 2018 Ribeirão Serra Azul Carangola Sim
40821900 Hidroweb 40821900 2009 - 2018 Ribeirão Sesmaria Mateus Leme Sim
BP076 Hidroweb e IGAM 40795000 BP076 1997 - 2018 Ribeirão São João Inhauma Sim
BP014 IGAM BP014 2015 - 2018 Ribeirão Soledade Conselheiro Lafaiete Não
BP066 Hidroweb e IGAM 40771000 BP066 2007 - 2018 Rio Veloso Itatiaiuçu Sim

289
* Estações com incompatibilidade entre o corpo hídrico citado pelo Hidroweb e/ou IGAM e a hidrografia analisada. Segundo a nomenclatura da hidrografia
enviada pelo IGAM, os trechos monitorados pelas estações são: BP088 (Córrego Praia do Batatal); BP026 (Córrego Sem Nome de cobacia 74969112); BP084
(Ribeirão Bananeiras); BP020 (Rio sem nome de cobacia 749693613); BP099 (Rio Manso).

** Segundo os dados do Hidroweb, a estação 40800001 monitora um trecho do rio Paraopeba. No entanto, o georreferenciamento deste ponto mostra que o
trecho monitorado é nomeado como Córrego Morro Grande e existe uma distância de aproximadamente 13 km entre a estação e o trecho mais próximo da
calha principal do rio Paraopeba.

FONTE: COBRAPE, 2018.

290
É válido ainda ressaltar que, quando espacializados, os pontos comuns às duas bases
apresentaram certo espaçamento entre si. Como essas distâncias poderiam ser
originadas da mera diferença entre sistemas de georreferenciamento utilizados pelas
fontes de dados, foi atribuído um valor limite aceitável de distanciamento entre os pontos
de monitoramento do Hidroweb e do IGAM de 150 metros. Durante essa análise, 7 dos
33 pontos extrapolaram essa distância, sendo: BP088 (2.927,587 m), BP026 (3.419,111
m), BP094 (1.894,582 m), BP092 (608,858 m), BP036 (622,258 m), BP099 (1.651,373
m) e BP080 (496,326 m).

Mesmo com essa inadequação quanto às coordenadas geográficas estabelecidas pela


base de dados do Hidroweb e do IGAM para um mesmo ponto, essas estações foram
atribuídas como duplicadas, uma vez que todas as informações acerca dos parâmetros
de qualidade da água apresentaram valores exatamente iguais. Essa falha no
geoferrenciamento das estações indica a necessidade de uma adequação e conferência
das bases de dados utilizadas pelas duas fontes.

Por fim, foi realizada a análise da suficiência da rede de monitoramento de qualidade da


água, com o objetivo de verificar se atende aos padrões básicos. Para isso, adotou-se
o proposto para o estado de Minas Gerais no Projeto da Rede Nacional de
Monitoramento da Rede de Qualidade das Águas Superficiais (ANA, 2012). O padrão
em questão adota como referência para representatividade espacial da rede de
monitoramento o valor mínimo de 1 ponto/estação por 1.000 km².

Dessa forma, para a região do PDRH Paraopeba foram consideradas as 47 estações


ativas listadas no PNQA para a área de 12.054 km², o que resulta em 3,9 estações por
1.000 km², que de acordo com o padrão adotado seria suficiente para a região e
atenderia ao Projeto da Rede Nacional de Monitoramento da Rede de Qualidade das
Águas Superficiais.

A distribuição espacial das estações de monitoramento com dados de monitoramento


de qualidade de água superficial encontra-se indicada na Figura 9.4.

291
45°0'0"O 44°0'0"O

Rede de Monitoramento
da Qualidade da Água

Curvelo
!
P
PRP-06
PRP-05
(!
(
PRP-17
!
( !
PRE-01
!
(
MAD-01
!
(
19°0'0"S MJO-01
19°0'0"S
PRP-04
!
( !
( MAR-03 MAR-02
!
( !
(
CAM-01
!
( !
(
SOL-01

PRP-16
!
(
Pompéu R io MAR-01
!
P Pa
ra
PRP-02 PRP-03
!
(!
( !
(
o pe CED-01
b !
( BRU-02
!
a
(
BRU-01
PRP-15 !
(
!
(
PRP-14 SJO-01
!
(!( Sete Lagoas
!
P
MAC-01
!
(

PRP-13
!
(
GRA-01
!
( Esmeraldas
GRA-01
!
P
!
(
Pará de Minas
!
BET-01 !
P
( !
(
BET-01
Belo Horizonte
Contagem
PRP-11 PRP-12 PRP-11
!
P !
P
(!(
PRP-12
!
( MTL-01 MTL-02 ! BET-02 PED-01
!
( MTL-01 ! !
( (
MTL-02 BET-02 PED-01 SES-01 !
( !
(SEA-03 !
( !
( PIN-01
SES-01!
( !
( SEA-03 !
( !
( !
( !
(
20°0'0"S PIN-01 !
( Ibirité
ITB-02 20°0'0"S
!
( !
( ITB-01 SEA-02 PRP-10 ITB-01 !
!
( P
!
(
ITB-02 Itaúna !
( !
( !
( SAR-01
SEA-02 PRP-10 SAR-01 !
( !
P !
(
MTF-01
SEA-01

!
PRP-09
(MAN-01
CBR-01 CAT-01 COR-01

! !
( !
( !( !
(! (
( !
(
!
( PRP-08
SEA-01 VEL-01
!
( PRP-07
!
(
MTF-01 PRP-09 CBR-01 CAT-01 COR-01 !
(
!
( !
( !
(! !
( !
(
(
MAN-01
!
( PRP-08
VEL-01 !
( MCB-01
!
( PRP-07 !
(
!
( Ouro Preto
PRP-05
!
(
PRP-06 !
P
!
(
!
(
(MAD-01
! Congonhas
!
MJO-01
!
(
( PRP-04
! !
P
( MAR-03
!
MAR-02
( SOL-01
!
( !
(
BA CAM-01
MT PRP-03 MAR-01
( PRP-02 !
!
!
( (
DF BRU-02
Conselheiro Lafaiete
!
((
BRU-01
GO
! !
P

Belo Horizonte ES
^ !
(
PRP-01

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Programa Nacional de Avaliação da !
P Principais Sedes Municipais
Qualidade das Águas Limite Municipal
!
( Sim Hidrografia Principal
!
( Não Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório

FONTE: IGAM, 2018 e Hidroweb, 2018.


No que se refere aos parâmetros a serem monitorados, ainda de acordo com o
Panorama (ANA, 2012), deve-se, no mínimo, monitorar:

• Físico-químicos: condutividade elétrica, temperatura do ar e da água, turbidez,


oxigênio dissolvido, pH, sólidos totais dissolvidos, sólidos em suspensão,
alcalinidade total, cloreto total (regiões estuarinas), transparência (ambientes
lênticos), demanda bioquímica de oxigênio (águas doces) ou carbono orgânico
total (águas salobras e salinas) e demanda química de oxigênio;

• Microbiológicos: coliformes termotolerantes;

• Biológicos: apenas para ambientes lênticos a clorofila-a e o fitoplâncton

• Nutrientes: fósforo (solúvel reativo e total) e nitrogênio (nitrato, nitrogênio


amoniacal e nitrogênio total).

O banco de dados disponível no Hidroweb e no IGAM para o PDRH Paraopeba contém


114.842 informações para 58 parâmetros diferentes, porém o número de amostras para
um mesmo parâmetro é muito variável (de 0 a 4.357). Dos parâmetros supracitados,
encontram-se dados de: condutividade elétrica (3.257), temperatura do ar (3.229),
temperatura da água (4.357), turbidez (4.092), oxigênio dissolvido (4.224), pH (4.308),
sólidos totais dissolvidos (2.359), cloreto (2.933), demanda bioquímica de oxigênio
(3.886), demanda química de oxigênio (2.147), coliformes termotolerantes (1.353),
fósforo total (3.535), nitrato (3.896), nitrogênio amoniacal (3.774).

Pela diferença entre o número de dados apresentados para cada parâmetro, é nítido o
fato de que a frequência mínima trimestral de amostragens, planejada pela ANA (2012),
ainda não conseguiu ser estabelecida em todos os pontos de monitoramento Quando
analisados os dados a partir de 2012, todos os 51 pontos mapeados no estudo
apresentam pelo menos um ano com quantidade de informações abaixo da frequência
mínima estabelecida.

Tais fatos, apesar de permitirem uma visão geral das alterações que ocorrem ao longo
do tempo na região hidrográfica, dificultam a avaliação da qualidade da água com maior
precisão, sendo importante a adequação da rede quanto à frequência e parâmetros
monitorados.

293
10. DISPONIBILIDADES HÍDRICAS SUPERFICIAIS

O cálculo das disponibilidades hídricas superficiais é fundamental para o Plano de


Recursos Hídricos. É ele que apresenta, a partir das vazões características escolhidas,
o potencial hídrico da região e, consequentemente, a vazão passível de ser captada
para consumo. Portanto, este capítulo tem como objetivo apresentar as vazões
características da bacia do rio Paraopeba, de modo que seja possível identificar quais
regiões da bacia possuem maior ou menor potencial para a utilização das
disponibilidades hídricas superficiais.

De antemão sabe-se, de acordo com os resultados apresentados anteriormente, que a


região ao sul da bacia possui condições climáticas mais favoráveis à produção de
escoamento superficial, do que a sua parte norte. Assim, espera-se com os resultados
confirmar as tendências climáticas já apresentadas.

No Capítulo 3 do presente relatório também foram apresentadas as estações


fluviométricas - nas quais se faz a medição da vazão nos rios. Elas apresentam os dados
brutos de vazão, medidas em pontos específicos do rio. Porém, para uma análise
robusta de planejamento é ideal que os dados estejam apresentados de forma espacial,
onde se possa ter uma visão global da disponibilidade na bacia. Sabe-se que o Estado
de Minas Gerais em geral possui um grande arcabouço de informações sobre recursos
hídricos, em especial para a bacia hidrográfica do rio Paraopeba, visto que é a bacia
que abastece a região metropolitana de Belo Horizonte. Desta forma, foram consultados
diversos estudos sobre o tema, e pela qualidade dos dados encontrados, optou-se da
utilização de estudos já existentes para a caracterização das disponibilidades hídricas
da bacia.

10.1. Metodologia

A escolha do estudo a ser utilizado nas estimativas baseou-se nas observações feitas
por Moreira e Silva (2013). Esse artigo analisa diversas metodologias de regionalização
de vazões, as quais espacializam os dados das estações fluviométricas, visando
fornecer ao órgão gestor de recursos hídricos do Estado de Minas Gerais subsídios para
escolha de um método para a estimativa das vazões na bacia do rio Paraopeba. Para
isso o artigo teve por objetivo analisar as estimativas dos valores da vazão mínima com
sete dias de duração e período de retorno de dez anos (Q7,10) e da vazão média de longa
duração (Qmld) obtidas pelo estudo “Deflúvios Superficiais no Estado de Minas Gerais”
e os métodos de regionalização tradicional, proporcionalidade de vazões e conservação
de massas.

294
O estudo “Deflúvios Superficiais no Estado de Minas Gerais” (COPASA, 1993), o qual
foi desenvolvido pela Hidrosistemas com o apoio da Companhia de Saneamento de
Minas Gerais (COPASA), é o atualmente utilizado pelo Instituto Mineiro de Gestão das
Águas (IGAM) para a estimativa da Q7,10 e Qmld.

Segunda a análise realizada por Moreira e Silva (2013), os maiores erros nas
estimativas das vazões (Q7,10 e Qmld) ocorreram nas regiões de cabeceiras da bacia; na
estimativa da Qmld não foram observadas diferenças expressivas entre os métodos de
regionalização de vazões; e dentre os métodos de regionalização utilizados no estudo,
o método tradicional permite melhor estimativa dos valores de Q7,10 e Qmld para a bacia
do rio Paraopeba.

Desta forma, nesta etapa do Plano, optou-se pela utilização de um estudo de


regionalização tradicional, o qual foi desenvolvido pelo Instituto Mineiro de Gestão das
Águas (IGAM) e pelo Grupo de Pesquisa em Recursos Hídricos do Departamento de
Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa (GPRH-UFV). Para a
estimativa de regionalização identificou-se que as estações situadas na UPGRH - SF3
-objeto de estudo do presente Plano - contemplam uma região hidrologicamente
homogênea.

Segundo UFV/IGAM (2012), o procedimento metodológico utilizado no estudo envolveu


as seguintes etapas: (i) as variáveis dependentes e independentes analisadas; (ii) os
modelos de regressão analisados; (iii) os critérios para a seleção do modelo de
regionalização; (iv) a espacialização das vazões; e (v) a proposta de minimizar o uso da
extrapolação das equações de regionalização obtidas.

As variáveis dependentes utilizadas para a regionalização de vazões foram as vazões


médias anuais de longa duração (Qmld), as mínimas associadas à permanência de 95%
(Q95), de 90% (Q90) e a vazão mínima com sete dias de duração e período de retorno
de 10 anos (Q7,10), todas obtidas nas estações fluviométricas para as quais foi realizado
o estudo. Para obtenção das vazões médias e mínimas foi utilizado o programa SisCAH
1.0 -Sistema Computacional para Análises Hidrológicas (SOUSA, 2009), utilizando os
dados das estações fluviométricas de 1968 a 2005, sendo que antes do cálculo destas
vazões foram descartados os anos da série histórica que apresentaram mais de 5% de
falhas, como mostra o Quadro 10.1.

As variáveis independentes utilizadas no estudo representam as características físicas


e climáticas da bacia, utilizou-se, ao invés de área de drenagem e da precipitação, uma
única variável, representada pela equação:

295
𝑃∗𝐴
𝑃𝑒𝑞 = ,
𝑘

onde:

𝑃𝑒𝑞 = vazão equivalente ao volume precipitado, m3 s-1;

𝑃 = precipitação média anual na área de drenagem considerada, mm;

𝐴 = área de drenagem, km2;

𝑘 = fator de conversão, o qual é igual a 31.536.

Além da área e da precipitação, o estudo incluiu o conceito de inércia hídrica, proposto


por Novaes (2005), o qual estabelece que, para que ocorra o escoamento no leito do rio
advindo da contribuição subterrânea é necessário que, primeiramente, a precipitação
supra o déficit de água existente ao longo da zona de aeração, que é dependente das
características do solo, da cobertura vegetal e da demanda evapotranspirométrica. Para
tanto, utilizou-se o valor de 750 mm, proposto por Novaes (2005), valor esse compatível
com os valores de evapotranspiração da bacia, apresentados no item 10.4.

Assim como para a precipitação, para a consideração da precipitação menos a inércia


hídrica de 750 mm também se utilizou uma única variável, representada pela equação:

(𝑃−750)∗𝐴
𝑃𝑒𝑞 = ,
𝑘

onde:

𝑃𝑒𝑞 = vazão equivalente ao volume precipitado, m3/s;

𝑃 = precipitação média anual na área de drenagem considerada, mm;

𝐴 = área de drenagem, km2;

𝑘 = fator de conversão, o qual é igual a 31.536.

296
Quadro 10.1- Estações Utilizadas

Área Qmld Q90% Q95% Q7,10 Peq750


Código Peq (m³/s)
(km²) (m³/s) (m³/s) (m³/s) (m³/s) (m³/s)
4054999
462,00 7,68 2,61 2,21 1,38 20,77 9,75
8
4068000
487,00 9,73 2,81 2,24 1,34 22,00 10,46
0
4071000
2.770,00 52,21 18,36 15,20 11,36 124,74 58,94
0
4074000
4.120,00 59,82 21,84 18,93 13,74 188,67 90,92
0
4080000
5.690,00 83,62 28,70 24,08 17,10 261,37 126,37
1
4085000
8.750,00 125,25 40,68 33,81 24,12 393,51 185,88
0
FONTE: COBRAPE, 2018.

Os modelos de regressão analisados no estudo foram: linear, potencial, exponencial,


logarítmico e recíproco. A escolha do melhor modelo de regressão foi baseada no maior
coeficiente de determinação (R²), menor erro padrão e menores valores dos resíduos.

Visando uma análise mais criteriosa do comportamento físico das vazões obtidas pelos
modelos de regionalização aplicados utilizou-se o coeficiente de escoamento para a
análise das vazões, conforme proposto por Rodriguez (2008). Portanto, considerou-se
um valor de coeficiente de escoamento superficial para a bacia como um limitador para
as estimativas de todas as vazões calculadas, sendo este valor limite obtido pelos dados
observados nas estações fluviométricas.

Ainda segundo UFV/IGAM (2012), para a representação espacial das variáveis


hidrológicas analisadas houve a necessidade de inserção das variáveis independentes
(Peq e Peq750) no banco de dados da Base Hidrográfica Topologicamente Consistente
Ottocodificada do Estado de Minas Gerais (BHTCOMG) para posterior cálculo das
vazões em cada trecho da hidrografia.

Assim, como produto final, se tem para qualquer seção fluvial, as vazões características
Qmld; Q7,10; Q90 e Q95 e a área de drenagem correspondente para todas as Unidades de
Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UPGRH) do Estado de Minas Gerais.

É importante destacar alguns pontos relevantes na metodologia de cálculo das vazões


apresentadas em UFV/IGAM (2012). Primeiramente, o estudo não cita a utilização de
séries naturalizadas de vazões, e leva a crer que a regionalização foi realizada através
de dados observados, portanto, sem a consideração das vazões naturalizadas. Sabe-
se que a naturalização de vazões é um processo complexo, porém na bacia hidrográfica
do rio Paraopeba uma avaliação seria importante, visto que a retirada de água do
Sistema de Abastecimento da RMBH acaba se tornando uma transposição significativa

297
de água que não retorna para a bacia, através dos reservatórios de Vargem das Flores,
Rio Manso e Serra Azul.

Outro ponto relevante é que a espacialização realizada não permite o cálculo das
vazões características incrementais, pois não há continuidade na malha hidrográfica,
gerando alguns resultados negativos.

Desta forma, apesar do presente relatório apresentar os resultados obtidos através de


dados secundários, na etapa de prognóstico algumas análises adicionais e até o cálculo
de vazões a partir de outras metodologias poderão ser utilizadas. Apesar dessas
ressalvas, isso não inviabiliza os dados apresentados no relatório, apenas levantam
questões que deverão ser discutidas tecnicamente nas próximas etapas do plano.

10.2. Vazões Médias

As vazões médias de longo período (Qmld) representam a média aritmética das vazões
diárias de todo período das séries disponíveis, ela também é o limite teórico de
regularização de uma bacia. Sua análise e de profunda importância para conhecer o
comportamento médio das disponibilidades hídricas da região.

Partindo dos resultados apresentados em UFV/IGAM (2012), para a bacia do rio


Paraopeba o melhor ajuste estatístico para representar as vazões médias foi o potencial.
Portanto, a Qmld pode ser obtida pela seguinte equação:

𝑄𝑚𝑙𝑑 = 0,0308390135398044 ∗ 𝐴0,91777825986436 ,

onde:

𝑄𝑚𝑙𝑑 = vazão média de longo termo, m3 s-1;

𝐴 = área de drenagem, km2.

Os resultados das vazões médias apresentam vazões específicas com valores que
ficam aproximadamente entre 14 e 23 L.s/km² (Figura 10.1). Esses resultados são
compatíveis com a distribuição de precipitação e indicam uma produtividade alta em
relação ao resto da Bacia do Rio São Francisco. Comparando com outros estudos,
considerando “Deflúvios Superficiais no Estado de Minas Gerais” (COPASA, 1993); o
Atlas Digital de Minas Gerais (2007); e a Base Físico-Territorial do Plano Nacional de
Recursos Hídricos, de acordo com os dados apresentados no Plano Estadual de
Recursos Hídricos (IGAM, 2011) os valores de vazões médias variam de 8 a 22 L.s/km²,
intervalo semelhante ao obtido pelo estudo no qual a metodologia de obtenção de
vazões do presente Plano foi baseada.

298
45°0'0"O 44°0'0"O
45°0'0"O 44°0'0"O

Vazões Médias Vazões Médias


Acumuladas (m³/s) Específicas (L.s/km²)

Curvelo Curvelo
!
P !
P

19°0'0"S 19°0'0"S
19°0'0"S 19°0'0"S

BAIXO BAIXO
Pompéu Pompéu
!
P !
P

Sete Lagoas Sete Lagoas


!
P !
P

Esmeraldas Esmeraldas
!
P !
P

R io
Pa
Pará de Minas

ra
!
P Pará de Minas

op
Belo Horizonte !
P

e
Belo Horizonte

ba
MÉDIO Contagem
!
P !
P MÉDIO Contagem
!
P
!
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
Ibirité
!
P 20°0'0"S
!
P
20°0'0"S
Itaúna Itaúna
!
P !
P

Ouro Preto Ouro Preto


!
P !
P
Congonhas Congonhas
!
P !
P

ALTO ALTO
Conselheiro Lafaiete Conselheiro Lafaiete
!
P !
P

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000 DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Legenda
Vazões Médias Acumuladas Vazões Médias Específicas Convenções Cartográficas
(m³/s) (L/s.km²) !
P Principais Sedes Municipais
0,00 - 5,00 Limite Municipal
14,24 - 16,00
5,00 - 25,00 16,00 - 18,00 Hidrografia Principal
25,00 - 100,00 Limite SF3: Rio Paraopeba
18,00 - 20,00
100,00 - 150,00 Reservatório
20,00 - 22,00
150,00 - 170,87 Municípios SF3: Rio Paraopeba
22,00 - 23,07
FONTE: UFV/IGAM, 2012. FONTE: UFV/IGAM, 2012.
10.3. Vazões Mínimas

10.3.1. Curva de Permanência

A curva de permanência é a distribuição das frequências acumuladas de vazões. As


frequências podem ser interpretadas como a percentagem de tempo em que uma
determinada vazão foi igualada ou superada no histórico de vazões. Para analisar o
comportamento das curvas de permanência na bacia, as mesmas foram traçadas para
vazões específicas diárias, para 28 estações fluviométricas, as quais possuíam mais e 20
anos de dados compreendidos entre os anos de 1965 e 2018. O traçado a partir das vazões
diárias é mais preciso, pois ele demonstra melhor as variações de vazões ocorridas.

A partir dos valores, foram sobrepostas as curvas de permanência de todas as estações,


destacando as três maiores e três menores áreas de drenagem. Observa-se com esta
sobreposição que o comportamento da distribuição de vazões é muito similar em toda a
bacia como mostra a Figura 10.2 abaixo:

Figura 10.2 - Sobreposição das Curvas de Permanência de Vazões

Da mesma forma que as vazões médias, o estudo UFV/IGAM (2012) foi o utilizado como
resultado das vazões mínimas da curva de permanência, quais sejam: vazão média com
permanência de 95% e vazão média com permanência de 90%.

Para a vazão média com permanência de 95%, o ajuste potencial também foi o que
resultou um melhor coeficiente de determinação, e o coeficiente limitador retirado a partir
dos dados das estações fluviométricas foi de 0,005488. Desta forma, a equação está
apresentada a seguir:

𝑄95 = 0,00632232506055118 ∗ 𝐴0,957788203263311 ,

300
onde:

𝑄95 = vazão com permanência de 95%, m3 s-1;

𝐴 = área de drenagem, km2.

Já para a vazão média com permanência de 90%, a equação também obtida pelo ajuste
potencial é apresentada a seguir:

𝑄90 = 0,00812936618827924 ∗ 𝐴0,948714929036166 ,

onde:

𝑄90 = vazão com permanência de 90%, m3 s-1;

𝐴 = área de drenagem, km2.

Para esta vazão, o coeficiente limitador retirado a partir dos dados das estações
fluviométricas foi de 0,006627.

Os resultados das vazões com 95% de permanência apresentam vazões específicas


com valores que ficam aproximadamente entre 4,2 e 5,5 L.s/km² (Figura 10.3). Já os
resultados das vazões com 90% de permanência, da Figura 10.4, apresentam vazões
específicas ligeiramente maiores que as vazões com 95% de permanência, conforme
esperado, com valores que ficam aproximadamente entre 5,0 e 6,5 L.s/km².

Novamente comparando com outros estudos, considerando “Deflúvios Superficiais no


Estado de Minas Gerais” (COPASA, 1993); o Atlas Digital de Minas Gerais (2007); e a
Base Físico-Territorial do Plano Nacional de Recursos Hídricos, de acordo com os
dados apresentados no Plano Estadual de Recursos Hídricos (IGAM, 2011) os valores
de vazões com 95% de permanência variam de 2,2 a 6,2 L.s/km². Considerando ainda
o Diagnóstico do Macrozoneamento Ecológico-Econômico da Bacia Hidrográfica do Rio
São Francisco (MMA, 2011), pode-se dizer essa vazão é alta se comparada ao restante
da Bacia do Rio São Francisco.

301
45°0'0"O 44°0'0"O
45°0'0"O 44°0'0"O
Vazões com 95% Vazões com 95%
de Permanência de Permanência
Acumuladas (m³/s) Específicas (L.s/km²)

Curvelo Curvelo
!
P !
P

19°0'0"S 19°0'0"S
19°0'0"S 19°0'0"S

BAIXO BAIXO
Pompéu Pompéu
!
P !
P

Sete Lagoas Sete Lagoas


!
P !
P

Esmeraldas Esmeraldas
!
P !
P

R io
Pa
Pará de Minas

ra
!
P Pará de Minas

op
Belo Horizonte !
P

e
Belo Horizonte

ba
MÉDIO Contagem
!
P !
P MÉDIO Contagem
!
P
!
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
Ibirité
!
P 20°0'0"S
!
P
20°0'0"S
Itaúna Itaúna
!
P !
P

Ouro Preto Ouro Preto


!
P !
P
Congonhas Congonhas
!
P !
P

ALTO ALTO
Conselheiro Lafaiete Conselheiro Lafaiete
!
P !
P

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000 DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Legenda
Vazões com 95% de Vazões com 95% de Convenções Cartográficas
Permanência Acumuladas Permanência Específicas !
P Principais Sedes Municipais
(m³/s) (L/s.km²) Limite Municipal
0,00 - 0,50 4,25 - 4,50 Hidrografia Principal
0,50 - 5,00 4,50 - 4,75 Limite SF3: Rio Paraopeba
5,00 - 10,00 4,75 - 5,00 Reservatório
10,00 - 25,00 5,00 - 5,25 Municípios SF3: Rio Paraopeba
25,00 - 51,00 5,25 - 5,49
FONTE: UFV/IGAM, 2012. FONTE: UFV/IGAM, 2012.
45°0'0"O 44°0'0"O
45°0'0"O 44°0'0"O
Vazões com 90% de Vazões com 90% de
Permanência Permanência
Acumuladas (m³/s) Específicas (L.s/km²)

Curvelo Curvelo
!
P !
P

19°0'0"S 19°0'0"S
19°0'0"S 19°0'0"S

BAIXO BAIXO
Pompéu Pompéu
!
P !
P

Sete Lagoas Sete Lagoas


!
P !
P

Esmeraldas Esmeraldas
!
P !
P

R io
Pa
Pará de Minas

ra
!
P Pará de Minas

op
Belo Horizonte !
P

e
Belo Horizonte

ba
MÉDIO Contagem
!
P !
P MÉDIO Contagem
!
P
!
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
Ibirité
!
P 20°0'0"S
!
P
20°0'0"S
Itaúna Itaúna
!
P !
P

Ouro Preto Ouro Preto


!
P !
P
Congonhas Congonhas
!
P !
P

ALTO ALTO
Conselheiro Lafaiete Conselheiro Lafaiete
!
P !
P

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000 DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Legenda
Vazões com 90% de Vazões com 90% de Convenções Cartográficas
Permanência Acumuladas Permanência Específicas !
P Principais Sedes Municipais
(m³/s) (L/s.km²) Limite Municipal
0,00 - 5,00 Hidrografia Principal
5,02 - 5,25
5,00 - 10,00 Limite SF3: Rio Paraopeba
5,26 - 5,50
10,00 - 25,00 Reservatório
5,51 - 6,00
25,00 - 50,00
6,01 - 6,25 Municípios SF3: Rio Paraopeba
50,00 - 60,22
6,26 - 6,50
6,51 - 6,63
FONTE: UFV/IGAM, 2012. FONTE: UFV/IGAM, 2012.
10.3.2. Vazão de Referência

Segundo a Portaria IGAM nº 49, de 01 de julho de 2010, a qual estabelece os


procedimentos para a regularização do uso de recursos hídricos do domínio do Estado
de Minas Gerais, validada pela Resolução Conjunta SEMAD-IGAM nº 1.548, de 29 de
março 2012, que dispõe sobre a vazão de referência para o cálculo da disponibilidade
hídrica superficial nas bacias hidrográficas do Estado, a vazão de referência de outorga
condições naturais será de 30% (trinta por cento) da Q7,10 (vazão mínima de sete dias e
período de 10 anos de recorrência).

Portanto, o conhecimento da Q7,10 na bacia é fundamental para auxiliar na política de


outorga. Além disso, o conhecimento das vazões mínimas das bacias é básico em
estudos de disponibilidade hídrica e preservação ambiental, pois estão naturalmente
vinculadas a períodos críticos de oferta d’água pelo curso d’água que condicionam a
demanda (PAIVA et al., 2001).

Novamente foram utilizados os dados do estudo UFV/IGAM (2012), para cálculo da


vazão de referência. Para a vazão mínima de sete dias e período de 10 anos o melhor
ajuste também foi o potencial, o qual está apresentado na equação a seguir:

𝑄7,10 = 0,00271111137535627 ∗ 𝐴1,01852622440283 ,

onde:

𝑄7,10 = vazão mínima de sete dias e período de 10 anos, m3 s-1;

𝐴 = área de drenagem, km2.

Para as vazões mínimas considerou-se um valor de coeficiente de escoamento


superficial de 0,004102 para a bacia como um limitador para as estimativas, sendo este
valor limite obtido pelos dados observados nas estações fluviométricas (UFV/IGAM,
2012).

Os resultados das vazões Q7,10 apresentam vazões específicas com valores que ficam
aproximadamente entre 2,5 e 3,5 L.s/km². Segundo os dados apresentados em MINAS
GERAIS (2008), a vazão de referência na bacia do Rio Paraopeba pode ser classificada
com média (Figura 10.5).

Comparando com outros estudos, considerando “Deflúvios Superficiais no Estado de


Minas Gerais” (COPASA, 1993); o Atlas Digital de Minas Gerais (2007); e a Base Físico-
Territorial do Plano Nacional de Recursos Hídricos, de acordo com os dados
apresentados no Plano Estadual de Recursos Hídricos (IGAM, 2011) os valores de

304
vazões Q7,10 variam de 1,4 a 5,3 L.s/km², intervalo que contempla os resultados de
UFV/IGAM, (2012).

305
45°0'0"W 44°0'0"W
45°0'0"W 44°0'0"W

Vazões de Referência Vazões de Referência


(Q7,10) (Q7,10)
Acumuladas (m³/s) Específicas (L.s/km²)

Curvelo Curvelo
P
! P
!

19°0'0"S 19°0'0"S
19°0'0"S 19°0'0"S

Baixo Baixo
Pompéu Pompéu
P
! P
!

Sete Lagoas Sete Lagoas


P
! P
!

Esmeraldas Esmeraldas
P
! P
!

R io
Pa
Pará de Minas

ra
P
! Pará de Minas

op
Belo Horizonte P
!

e
Belo Horizonte

ba
Madio Contagem
P
! P
! Madio Contagem
P
!
P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S Ibirité
P
! 20°0'0"S
P
!
20°0'0"S
Itaúna Itaúna
P
! P
!

Ouro Preto Ouro Preto


P
! P
!
Congonhas Congonhas
P
! P
!

Alto Alto
Conselheiro Lafaiete Conselheiro Lafaiete
P
! P
!

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000 DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda Legenda
Vazões de Referência Vazões de Referência Convenções Cartográficas
Acumuladas (m³/s) Específicas (L/s.km²) P Principais Sedes Municipais
!
0,00 - 1,00 2,55 - 2,75 Limite Municipal
1,00 - 10,00 2,76 - 3,00 Hidrografia Principal
10,00 - 20,00 3,01 - 3,23 Limite SF3: Rio Paraopeba
20,00 - 30,00 Reservatório
30,00 - 38,69 Municípios SF3: Rio Paraopeba

FONTE: UFV/IGAM, 2012. FONTE: UFV/IGAM, 2012.


10.4. Evapotranspiração

A quantificação da evapotranspiração é uma tarefa essencial para o gerenciamento dos


recursos hídricos em uma bacia hidrográfica, já que é variável importante no ciclo
hidrológico.

Entretanto, estimar a evapotranspiração real é uma tarefa difícil, e os pesquisadores


usam, geralmente, mais de um método a fim de validar os resultados (BARRETO et al.,
2009). Visto o escopo do presente projeto e dos dados existentes sobre recursos
hídricos, optou-se por calcular a evapotranspiração pela equação do balanço hídrico
simplificado.

Segundo Tucci (1993), a evapotranspiração ocorre quando a água líquida é convertida


em vapor de água e transferida, neste estado, para a atmosfera. Assim, a
evapotranspiração média anual pode ser estimada pela equação do balanço hídrico
simplificado.

𝑃 = 𝐷 + 𝐸𝑉𝑇 + ∆𝑉,

onde:

𝑃 = precipitação média anual (mm);

𝐷 = deflúvio médio anual (calculado com a vazão média de longo período, em mm);

𝐸𝑉𝑇 = evapotranspiração média anual (mm);

∆𝑉 = variação do volume de água armazenado na bacia.

Se o intervalo de tempo considerado for longo (vários anos, por exemplo), o termo ∆𝑉
será o resultado da soma de vários armazenamentos positivos e negativos, portanto é
possível desprezar o termo ∆𝑉. Logo, a evapotranspiração pode ser avaliada por:

𝐸𝑉𝑇 = 𝑃 − 𝐷

A partir dessa equação, consideraram-se os valores já apresentados, com base nos


estudos UFV/IGAM (2012). Os resultados obtidos são apresentados na Figura 10.6 a
seguir. Observa-se que os valores mais altos estão no médio Paraopeba, na região
metropolitana de Belo Horizonte, e os valores mais baixos estão no baixo Paraopeba,
na região do município de Curvelo.

307
45°0'0"O 44°0'0"O

Evapotranspiração

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda
Convenções Cartográficas
Evapotranspiração (mm)
!
P Principais Sedes Municipais
665 - 700
Limite Municipal
700 - 800
Hidrografia Principal
800 - 900
Limite SF3: Rio Paraopeba
900 - 977
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
FONTE: calculado a partir
de UFV/IGAM, 2012.
10.5. Análise Sedimentológica

Conforme já descrito em item anterior, a bacia do rio Paraopeba possui 9 estações


sedimentométricas sendo que destas, apenas 4 contam com registros de medições de
descarga sólida disponíveis no banco de dados da ANA. Entretanto, apenas 1 estação
apresenta medição significativa, possibilitando a utilização da mesma para análise.
Assim, o primeiro passo para a elaboração da análise foi a construção da curva-chave,
cujo objetivo é avaliar a relação entre a descarga sólida e a líquida no ponto de
monitoramento, como é exemplificado na Figura 10.7. A curva apresentada nessa figura
correlaciona a descarga de sedimentos com as vazões escoadas nos mesmos pontos.
Por meio da análise das equações, é possível verificar bons índices e boa correlação,
demonstrando que é possível obter a descarga sólida em função dos dados de vazões
escoadas.

Para maior credibilidade dos resultados foi determinado que o coeficiente de


determinação (R²) da curva deveria apresentar um valor de, no mínimo, 0,8. Esse
coeficiente varia de 0 a 1, sendo que, quanto mais próximo da unidade, significa que
melhores são explicados os valores da descarga sólida em função das vazões
escoadas. Dessa forma, foi adotado o valor mínimo de 0,8, usualmente utilizado em
função de mostrar boa correlação entre os dados avaliados.

Figura 10.7 - Medições de Descarga Sólida da Estação Ponte Nova do Paraopeba


(40800001)

FONTE: COBRAPE, 2018.

309
A partir da curva-chave obtida, a descarga sólida pode ser calculada a partir da
utilização da série histórica de vazões. Como somente uma estação foi utilizada, foram
utilizados todos os anos da mesma (1938 a 2018). Primeiramente, foi obtido o valor da
descarga sólida para cada dia dentro do intervalo estipulado, por meio da série histórica
de vazões, através da equação da curva-chave. Posteriormente, foi calculada a erosão
específica média, apresentada no Quadro 10.2, por meio da razão entre o somatório
das descargas sólidas diárias com a quantidade de anos no intervalo e a área de
drenagem de cada estação. Como somente uma estação foi analisada, devido à falta
de dados, não tem como fazer uma comparação entre os resultados das estações. No
entanto, o resultado da estação 40800001 é apresentado no Quadro 10.2 abaixo.

310
Quadro 10.2 - Descarga Sólida Total por Estação

Área de Qss (ton)


Código da Qss esp
Nome da Estação Município Drenagem Curva-Chave R²
Estação 1938 - 2018 (t/km².ano)
(km²)
PONTE NOVA DO
40800001 Juatuba 5690 y = 0,0033x2,9058 0,8381 14.911.827,87 32,76
PARAOPEBA
(R² = Coeficiente de Determinação. Qss = Descarga Sólida em Suspensão)
FONTE: COBRAPE, 2018.

311
Finalmente, a erosão específica média foi classificada de acordo com os parâmetros
para análise dos valores do fluxo de descarga sólida em suspensão específica conforme
Carvalho (2000), sendo apresentada espacialmente na Figura 10.8. O Quadro 10.3
apresenta os parâmetros utilizados na análise.

Quadro 10.3 - Parâmetros de Análise da Descarga Sólida

Classificação Qss esp. (ton/km².ano)


Baixa < 70
Moderada 70 a 175
Alta 175 a 300
Muita alta > 300

FONTE: Adaptado de Werneck Lima et al., 2001.

312
45°0'0"O 44°0'0"O

Classificação da Erosão
Específica Média

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

40800001 Contagem
!
P !
P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Classificação da Erosão Específica Média !
P Principais Sedes Municipais
! Baixa - < 70 ton/km².ano Limite Municipal
Hidrografia Principal
FONTE: HIDROWEB, 2018.
Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
11. DISPONIBILIDADES HÍDRICAS SUBTERRÂNEAS

11.1. Apresentação

Este capítulo tem por finalidade apresentar os cálculos finais das reservas ativas e
disponibilidades hídricas subterrâneas, realizados como subsídio ao Plano de Recursos
Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba – afluente do Rio São Francisco, e
localizado no estado de Minas Gerais.

O Plano de Trabalho já apresentado também compreendeu a metodologia proposta e


as técnicas de cálculo a serem utilizadas no projeto, desta forma, este relatório tem por
objetivo a apresentação dos resultados obtidos e das condicionantes hidrogeológicas
que balizaram o estudo.

11.2. Introdução e Objetivos

O presente capítulo tem por objetivo o detalhamento da metodologia utilizada para o


cálculo das reservas hídricas subterrâneas - com destaque para a sua parcela renovável
ou ativa, que é considerada por muitos estudos como a mais adequada e de rápida
resposta para a gestão dos recursos hídricos, em especial no âmbito da integração entre
as componentes superficiais e subterrâneas – bem como trazer os primeiros resultados
calculados para a reserva ativa e consequentemente para a disponibilidade hídrica
subterrânea por ambiente hidrogeológico.

A presente metodologia foi inicialmente proposta por Costa (1998), no que tange ao
cálculo da reserva ativa, também chamada de reserva reguladora ou renovável, sendo
também posteriormente empregada pela ANA – Agência Nacional de Águas, mais
especificadamente no relatório de “Avaliação da Disponibilidade Hídrica na Bacia do Rio
Paranapanema (2014)”, onde se demonstrou adequada, não só em função da
comparação e equivalência dos resultados apresentados com aqueles calculados por
outros métodos, para as mesmas áreas de levantamento, em outros trabalhos
realizados pela Cobrape, mas porque também considera condicionantes de vazão
superficial para a determinação das vazões subterrâneas adequadas de utilização.

Também pode-se destacar que esta metodologia possui como vantagem adicional, uma
relativa facilidade na obtenção dos dados secundários que compõem a sua matriz de
cálculo, já que se baseia em históricos da pluviometria, porosidade média do solo e
dados básicos de vazão, que representem em separados os diversos ambientes
hidrogeológicos estudados.

314
11.3. Caracterização dos Sistemas Aquíferos

Os contínuos avanços nas pesquisas geológicas e geocronológicas já nos possibilitam


o conhecimento de boa parte da história geológica da crosta terrestre, reservando ao
estado de Minas Gerais, uma série de acontecimentos tectônicos de relevância.

A área de estudo, neste quesito, agrega rochas antigas do estado, e que compõem a
porção meridional do chamado Cráton do São Francisco.

Ao analisar a geocronologia da formação da região, verifica-se que a porção central da


bacia hidrográfica é a mais antiga, predominantemente de idade arqueana, onde se
encontram as duas principais unidades litoestratigráficas da Bacia: o Complexo Belo
Horizonte e o Complexo do Bonfim. Já nas cabeceiras do Paraopeba, verifica-se
principalmente a formação da Suíte Alto Maranhão que é mais recente e de idade
proterozóica, e do arqueano de Nova Lima em menor proporção, enquanto no exutório
da bacia há dominância da Formação Serra de Santa Helena também de idade
proterozóica bem como de formações superficiais mais recentes, como as Coberturas
Detrito-Lateríticas Cenozóicas.

No que diz respeito propriamente dito à hidrogeologia local, na área de estudo podem
ser individualizados cinco Sistemas Aquíferos de maior representatividade, sendo eles:
a) Sistema Aquífero Embasamento Cristalino; b) Sistema Aquífero Granular / Fissural,
c) Sistema Aquífero Cárstico, d) Sistema Aquífero Formações Cenozóicas, bem como,
e) Sistema Aquífero Ferrífero, conforme a Figura 11.1.

a) Sistema Aquífero Embasamento Cristalino

As rochas granitóides presentes em boa parte da área de estudo, representam a


unidade mais significativa na Bacia do Paraopeba em termos geográficos (cerca de 2/3),
ocupando a sua porção centro sul, mais especificadamente, até os limites das
cabeceiras do Rio Paraopeba.

A infiltração e a percolação das águas de chuva e de escoamento superficial nesta


unidade se fazem, em geral, através de geoestruturas, tais como fraturas, falhas e
diáclases, que se caracterizam hidraulicamente como geradoras da porosidade
secundária verificada neste sistema. Cabe destacar que a literatura técnica cita este
sistema como sendo de baixo grau de fraturamento.

A recarga natural deste sistema aquífero se dá em decorrência principalmente das


chuvas que ocorrem na bacia hidrográfica, e que escoam através das camadas de rocha
alterada e zonas fraturadas, sendo dessa forma armazenada num primeiro momento na
reserva ativa, e num maior intervalo temporal, na reserva secular ou permanente. Muito

315
menos significativa, recargas também podem ocorrer através do próprio curso d`’agua,
em especial em momentos de maior vazão superficial, e em especial quando o corpo
hídrico porventura cruza algumas destas estruturas acima citadas.

Em geral, este sistema demonstra uma camada superior intemperizada, com espessura
que varia de 5 a 15 metros, o que favorece uma recarga contínua através de drenança
vertical descendente, das camadas mais íntegras e por vezes confinadas, localizadas
estratigraficamente mais abaixo, sendo o sistema que conta com a grande maioria dos
poços tubulares instalados e cadastrados no Banco de Dados Hidrogeológicos do
SIAGAS.

Em geral, a baixa transmissividade desse sistema aqüífero e a ausência de fluxos


regionais subterrâneos pode condicionar a formação de unidades independentes de
menor dimensão, com regimes de escoamento próprio - sem relacionar-se a áreas mais
distantes dentro da própria bacia - sustentando por vezes o escoamento básico de rios
e riachos que drenam esses terrenos.

Seu potencial hídrico é limitado à ocorrência dessas zonas favoráveis à recarga e


acumulação, o que resulta em grande variação das condições de produção, com valores
extremos de 2 a 20 m3/h, mas com médias inferiores a 10 m3/h.

(b) Sistema Aquífero Granular Fissural

Este sistema aquífero está vinculado às rochas terrígenas do Grupo Bambuí, e também
faz parte do chamado domínio fraturado, devido ao predomínio de pelitos - que são
rochas detríticas, cujos componentes principais são provenientes da fração argilosa e
silte, e que se origina, pela litificação de lamas – e são formados por sistemas de fraturas
em sedimentos submetidos a baixíssimo grau metamórfico, ou seja, que foram
submetidos a baixas pressões e temperaturas durante seus processos formacionais
pretéritos.

O mesmo ocupa a porção norte da bacia hidrográfica, girando geograficamente em torno


de 1/3 de sua área total, sendo composto principalmente por quartzitos, metapelitos,
ardósias, arcóseos, arenitos, ritmitos, margas, folhelhos, e principalmente por siltitos e
argilitos, que compõem a camada superficial do Grupo Bambuí.

Possui espessuras variáveis, recobrindo o embasamento cristalino, mas por também


possuir somente porosidade secundária, acaba por se comportar hidraulicamente de
forma muito similar, o que faz com que água só se acumule e tenha circulação nas
zonas de fraturas, após ter sofrido a infiltração de eventos de precipitação.

316
Apesar de tal característica, sua reologia é relativamente distinta das rochas granitoides
que compõem o embasamento cristalino, permitindo-lhe um maior grau de fraturamento,
o que por conseguinte se nota também em maiores vazões disponíveis, e que giram em
torno de 10 a 25 m3/hora.

(c) Sistema Aquífero Cárstico

Este sistema aquífero também está vinculado às rochas do Grupo Bambuí, no entanto
corresponde à sua porção formada por rochas carbonáticas e que propiciam a formação
de ambientes cársticos – excelentes para o acúmulo e circulação das águas
subterrâneas - decorrente de sua dissolução química, como os calcáreos, calcarenitos,
metacarbonatos siltosos e carbonatitos.

O mesmo aflora em pequenas áreas da bacia, em sua porção norte, e nos contatos com
o sistema aquífero embasamento cristalino, não sendo considerando, neste ambiente
geográfico em especial, um sistema aquífero significativo devido à sua pequena
representatividade areal.

Apesar de sua pequena representatividade na bacia hidrográfica, é o sistema aquífero


que propicia as maiores vazões, que giram em torno de 25 a 50 m3/hora.

(d) Sistema Aquífero Formações Cenozóicas

Este sistema, de composição granular, faz parte do chamado domínio poroso e se


encontra disposto em meio aos materiais sedimentares recentes, originários dos
processos erosivos-deposicionais do período Cenozóico, com ocorrência na porção
norte da bacia hidrográfica, nas rochas pelíticas do Grupo Bambuí, em especial nas
depressões do terreno.

Constituem-se de aquíferos intergranulares descontínuos, sendo classificados como


livres, ou seja, a sua superfície potenciométrica se encontra sob pressão atmosférica.
Pode ocorrer tanto pela sobreposição de coberturas arenosas indiferenciadas, sobre
coberturas detrítico-lateríticas terciário-quaternárias, ou apenas como coberturas
detrito-lateríticas.

Sua espessura é variável, a depender de sua posição geográfica, mas comumente se


apresenta em estratos de 2 a 20 metros. Sua permeabilidade varia de média a alta, e
sua utilização pode ser realizada por poços escavados de grande diâmetro (também
chamados de poços cacimba ou amazonas), ou através de poços tubulares rasos.

Apesar de não ser um aquífero estratégico em termos de utilização, não deixa de ser
importante como uma camada responsável pelo acúmulo e recarga dos aquíferos
subjacentes, após os eventos de chuva.

317
Por este mesmo motivo, é considerado um aquífero vulnerável, mas servindo de barreira
aos aquíferos sotopostos em maior profundidade. Em geral possui vazões médias que
chegam a 1 m3/h em poços rasos escavados.

e) Sistema Aquífero Formações Ferríferas

As rochas Itabiríticas (classificadas como metavulcânicas) representam a unidade


menos expressiva em termos de área na Bacia do Paraopeba, ocupando uma estreita
faixa transversal ao sentido principal do rio, mais especificadamente de direção leste-
oeste, em meio às rochas graníticas que dominam a porção centro sul da bacia.

Por se comportarem hidraulicamente de forma similar aos granitoides que as circundam,


a infiltração e a percolação das águas de chuva e de escoamento superficial nesta
unidade se fazem da mesma forma, através de geoestruturas, tais como fraturas, falhas
e diáclases.

A recarga natural deste sistema aquífero – assim como em outros aquíferos de natureza
fissural - se dá em decorrência das chuvas que escoam através das camadas de rocha
alterada e zonas fraturadas. De forma menos significativa – em especial devido a sua
baixa expressão em termos de área - recargas também podem ocorrer através do
próprio curso d’agua, em especial em momentos de maior vazão superficial, e em
especial quando o corpo hídrico porventura cruza algumas destas estruturas acima
citadas.

Este sistema aquífero está correlacionado na área da bacia hidrográfica do Rio


Paraopeba sobretudo aos Itabiritos da Formação Cauê, que pertencem ao Grupo Itabira,
Supergrupo Minas. Apesar de pouco significativo na área em estudo, é importante se
destacar que a unidade aquífera Cauê é o principal reservatório de água subterrânea
da região do Quadrilátero Ferrífero.

Em geral, quando este sistema demonstra uma camada superior intemperizada, acaba
por apresentar um comportamento hidrodinâmico compatível com um sistema granular,
o que favorece uma recarga mais efetiva das camadas localizadas estratigraficamente
mais abaixo.

Estudos de rebaixamento na mineração apontam um grande potencial o mesmo, com


altos valores de transmissividade e coeficiente de armazenamento.

Seu potencial hídrico é limitado à sua zona de ocorrência, que na bacia compreende
uma estreita faixa alongada na direção leste – oeste. Com relação à condições de
produção, parte de valores medianos de 20 m3/h, chegando a valores superiores a 100
m3/h.

318
45°0'0"O 44°0'0"O

Sistemas Aquíferos
com Poços

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda
Convenções Cartográficas
! Poços
!
P Principais Sedes Municipais
Sistemas Aquíferos
Cárstico Limite Municipal
Hidrografia Principal
Cristalino
Limite SF3: Rio Paraopeba
Formações Cenozóicas
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Metassedimentos-Metavulcânicas
Limite das Sub-bacias do Paraopeba
Poroso/Fissural Reservatório
FONTE: IGAM, 2018; SIAGAS, 2018.
11.4. Metodologia

Antes do detalhamento da metodologia empregada, e sempre importante destacar que


as reservas hídricas subterrâneas – sejam elas renováveis ou seculares - estão
armazenadas em sistemas aquíferos, que são formações subterrâneas resultantes da
junção de ambientes geológicos com natureza constituinte e respectivas características
hidráulicas similares, e que possuem capacidade para armazenar e permitir a migração
da água subterrânea através de sua parte permeável, seja ela representada pela
chamada porosidade primária, vinculada aos poros da própria rocha, ou da porosidade
secundária, resultante da existência de falhas e/ou fissuras, ou em espaços
provenientes da dissolução química, como no ambiente cárstico por exemplo.

Também é relevante frisar que estas reservas de água subterrânea, em especial as


mais superficiais, denominadas de “reserva ativa”, são essenciais em grande parte das
vezes para a manutenção do regime hídrico e das vazões de base dos cursos d’água
superficiais, em especial nos períodos sem chuva e que resultam em estiagem; sendo
também de fundamental importância para o abastecimento, seja ele público ou privado,
como em indústrias ou propriedades rurais.

Partindo dessas premissas e em acordo a variadas pesquisas já efetivadas, apesar de


que seja possível ser utilizado nos dimensionamentos da reserva explotável, de um
pequeno percentual da reserva secular ou permanente - localizada de forma
subterrânea por sob a reserva ativa ou reguladora, e que também acaba sendo
abastecida por esta via drenança vertical - estudos mais atuais realizados em diversos
estados, além da própria ANA, tem sugerido a utilização de somente uma parte da
reserva ativa, visando um uso mais racional e de longo prazo aos recursos hídricos
subterrâneos.

O seguimento desta recomendação permite uma maior margem de segurança nos


balanços hídricos que envolvem conjuntamente as parcelas subterrâneas e superficiais,
pois comumente as outorgas de superfície possuem vazões de referência que se
referenciam na vazão de base, que por sua vez é mantida comumente pela própria
reserva ativa subterrânea, já que a mesma é mais superficial.

Neste sentido, a metodologia que foi utilizada para o cálculo da reserva ativa dos
sistemas aquíferos presentes na área de estudos é lastreada em dados pluviométricos
e coeficientes de infiltração, para os distintos tipos geológicos e respectivos ambientes
hidrogeológicos que compõe cada sistema aquífero, uma vez que o volume de chuva
percolado pelo solo superficial em direção aos aquíferos subjacentes é denominado pela
ANA de RPD – Recarga Potencial Direta.

320
Desta forma, inicialmente foram obtidos os dados disponíveis de chuva existentes para
esta região do estado de Minas Gerais. Superfícies com valores de precipitações médias
anuais (mm) foram criadas visando subsidiar os cálculos da recarga subterrânea em
determinado sistema aquífero. Para tanto, a utilização dos respectivos coeficientes de
infiltração referentes a cada formação geológica foi então necessária, sendo utilizados
os valores já planilhados pela ANA, no relatório intitulado “Conjuntura dos Recursos
Hídricos no Brasil, 2013”, bem como algumas proposições empíricas.

Para o sistema aquífero embasamento cristalino (denominado pela ANA de Fraturado


Centro-Sul) foi utilizado um CI de 4%; para o sistema aquífero granular/fissural foi
utilizado um CI de 5%, já que possui características similares ao embasamento
cristalino, em termos estruturais, no entanto com um maior grau de fraturamento. Para
o sistema aquífero cárstico (denominado pela ANA de Bambuí Cárstico) foi utilizado um
CI de 10%, para o sistema aquífero formações cenozoicas foi utilizado um CI de 15%,
considerando uma média entre a permeabilidade comumente encontrada em coberturas
sedimentares (20%) e em formações detrito-lateríticas (10%), e para o sistema aquífero
formações ferríferas utilizou-se um CI de 30%, que representa o maior coeficiente da
bacia, devido a sua intrínseca constituição física e mineralógica.

Os dados de precipitação foram obtidos a partir das séries de chuvas disponibilizadas


pelo Hidroweb, que compõe o banco de dados da Agência Nacional de Águas (ANA),
onde os mesmos já foram apresentados no Capítulo 2 do presente relatório.

Partindo dos dados pluviométricos já descritos, a metodologia utilizada considera que


um percentual da precipitação se infiltra no solo, alcançando primeiramente os aquíferos
livres superficiais, valendo-se para tanto de um Coeficiente de Infiltração (CI) específico
para cada tipo de ambiente geológico, sendo que o restante não infiltrado compõe parte
do chamado escoamento superficial (run off), bem como da evapotranspiração.

Como já abordado, os percentuais de CI não foram calculados in situ, mas sim obtidos
da literatura técnica, neste caso em especial, do relatório da “Conjuntura dos Recursos
Hídricos no Brasil (ANA, 2013)”, visando a uniformidade dos resultados.

Em continuidade, a parcela da chuva que infiltra-se no solo e subsolo, passa a compor


a chamada RPD (recarga potencial direta), que, conforme melhor detalhado nos
próprios materiais técnicos da ANA, é composta por quatro componentes, assim
chamadas: Qb (escoamento de base dos rios em superfície); Qp (extração proveniente
dos poços); Rp (recarga profunda de aquíferos subjacentes) e CL (contribuição lateral),
cabendo destacar que estas duas últimas não são consideradas no cálculo, por

321
demandarem avaliações hidrogeológicas mais específicas e fora do contexto do estudo,
podendo então a equação ser resumida da seguinte forma.

RPD = Qb + Q p

Onde:

RPD = Recarga Potencial Direta (m3/seg)

Qb = escoamento de base (m3/seg)

Qp = vazão extraída dos poços (m3/seg)

Na sequência, por sobre esta parcela da RPD aplica-se ainda um coeficiente de


sustentabilidade, com base em critérios hidrológicos (CS) - como melhor descrito
adiante - de forma que se possa chegar nos valores de disponibilidade hídrica final,
descrita pela ANA como RPE - Reserva Potencial Explotável.

No projeto, optou-se somente pelo cálculo da RPE específica, com fins à sua utilização
nos balanços hídricos entre as parcelas superficial e subterrânea, não se descontando
da mesma a vazão bombeada dos poços.

Esta metodologia foi aplicada para a parcela renovável da recarga subterrânea, e para
todos os sistemas aquíferos da bacia hidrográfica, partindo da premissa de que a RPE
– Reserva Potencial Explotável é tida como um percentual da RPD - Recarga Potencial
Direta, que pode ser utilizada, de forma a não interferir nas vazões mínimas ecológicas
e de referência para outorga.

O cálculo da RPE – Reserva Potencial Explotável é por fim realizado através da seguinte
forma:

RPE = RPDxCS

Onde:

RPE = Reserva Potencial Explotável (m3/seg)

RPD = Recarga Potencial Direta (m3/seg)

CS = Coeficiente de Sustentabilidade

Como pode ser observado, o Coeficiente de Sustentabilidade (CS) é quem define qual
o percentual máximo da RPD que pode ser explotado sem causar efeitos adversos nos
aquíferos subjacentes e em especial numa eventual alteração significativa das vazões
do escoamento de base, visando em especial não comprometer a disponibilidade hídrica
superficial nos períodos de estiagem.

322
Com relação ao coeficiente de sustentabilidade, os aquíferos com uma elevada
participação no fluxo de base, demandam um CS inferior àqueles onde essa
participação não é tão significativa.

No estudo da ANA realizado para o Paranapanema (2014), sugere-se um CS médio de


0,4, considerando que 40% dos cenários são favoráveis. Já em aquíferos com
transmissividade elevada, ou seja, onde uma significativa parte do escoamento de base
é mantida pelo próprio aquífero superficial, recomenda-se a utilização de um coeficiente
de 0,2.

A definição do CS (coeficiente de sustentabilidade) proposta pela ANA e utilizada neste


trabalho parte de dados hidrológicos superficiais, mais especificadamente da relação
Q90/Q50, sendo este considerado um parâmetro adequado para o seu estabelecimento,
já que demonstra a participação do escoamento superficial com origem unicamente
subterrânea (Q90 = vazão que é excedida em 90% do tempo) perante o escoamento
superficial que já engloba outras variantes, como o run off (Q50 = vazão que é excedida
em 50% do tempo). Desta forma a metodologia da ANA recomenda que se adotem os
seguintes valores:

• Para Q90/Q50 ≥ 0,6 → usar CS = 0,2;

• Para Q90/Q50 < 0,6 → usar CS = 0,4;

• Para aquíferos cársticos → usar CS = 0,3

Cabe frisar que devido à espacialidade das estações fluviométricas não ter sido a mais
adequada possível, tentou-se utilizar aquelas que apresentam séries consistentes, e
que se localizavam o mais próximo possível de zonas de contato entre dois sistemas
aquíferos distintos.

Tal sistemática propiciou a seleção de cerca de 6 estações para avaliação e obtenção


dos dados de vazão superficial, necessários ao cálculo dos coeficientes de
sustentabilidade, em especial nas cabeceiras do rio Paraopeba, e que se localizam logo
após um grande trecho sob o regime do embasamento cristalino; a jusante de uma
significativa porção ocupada por metassedimentos e metavulcânicas e, por fim, após
um relativo trecho de curso hídrico por sobre os materiais geológicos do Grupo Bambuí
e que compõem o sistema aquífero granular/fissural.

Pode-se dizer por fim que os valores calculados para a razão Q90/Q50 foram
relativamente homogêneos entre si, independente do sistema aquífero analisado
perfazendo magnitudes que giraram entre 0,49 e 0,56, ou seja, ambas dentro do
intervalo inferior a 0,6 e que remete a um coeficiente de sustentabilidade de 0,4 (40%).

323
Destaca-se que apesar da recomendação da utilização em ambiente cárstico de até
30% (CS = 0,3), no presente estudo, devido à pequena representatividade geográfica
do mesmo, optou-se pela utilização de um CS de 0,4 igual aos outros sistemas
existentes na bacia hidrográfica.

11.5. Resultados Calculados

O Quadro 11.1 retrata os valores finais de RPD e RPE específicos obtidos para cada
um dos cinco sistemas aquíferos em estudo, frisando entretanto que estes valores
retratam uma média e foram obtidos em separado para cada sistema aquífero e seus
respectivos ambientes geológicos que o compõe.

Adicionalmente, optou-se por incluir os dados de RPD e RPE (específicos), para a


porção do sistema aquífero granular/fissural sotoposta pelos sedimentos cenozoicos
superficiais, alertando que neste caso, o valor considerado como disponível para
infiltração, já é o resultante do percentual de infiltração do sistema sobreposto.

Desta forma, empiricamente considerou-se que dos 15% infiltrados nos ambientes
sedimentares cenozoicos, apenas 5% deste percentual ainda teve a capacidade de
infiltrar-se no sistema aquífero sotoposto e representado pelos materiais geológicos do
Grupo Bambuí, sendo que neste caso em particular, não foi usado um coeficiente de
sustentabilidade, já que a vazão de base dos rios superficiais já estaria sendo
preservada pelo coeficiente (CS) do sistema aquífero superficial.

Quadro 11.1 - Resultados RPD e RPE Específicos


Área RPD esp médio RPE esp médio
Sistema Aquífero
(km²) (L/s.km²) (L/s.km²)
Cárstico 116,46 4,46 1,78
Cristalino 6.374,44 0,89 0,36
Formações Cenozóicas 1.336,36 9,54 3,82
Formações Ferríferas 65,02 4,98 1,99
Metassedimentos-Metavulcânicas 1.960,23 0,97 0,39
Poroso/Fissural - Aflorante 2.139,52 2,13 0,85
Poroso/Fissural - Não Aflorante 1.287,54 0,48 0,19
FONTE: COBRAPE, 2018.

As vazões específicas de RPD e RPE por sistema aquífero pode ser observada na Figura 11.2
e Figura 11.3, respectivamente.

324
45°0'0"W 44°0'0"W

Recarga Potencial
Direta

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

P
!
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda
Convenções Cartográficas
RPD (L/s.km²)
P Principais Sedes Municipais
!
< 1,00
Limite Municipal
1,00 - 2,00
Hidrografia Principal
2,00 - 3,00
Limite SF3: Rio Paraopeba
> 3,00
Municípios SF3: Rio Paraopeba
FONTE: COBRAPE, 2018 Reservatório
45°0'0"W 44°0'0"W

Recarga Potencial
Explotável

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

P
!
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda
Convenções Cartográficas
RPE (L/s.km²)
P Principais Sedes Municipais
!
< 1,00
Limite Municipal
1,00 - 2,00
Hidrografia Principal
2,00 - 3,00
Limite SF3: Rio Paraopeba
> 3,00
Municípios SF3: Rio Paraopeba
FONTE: COBRAPE, 2018 Reservatório
11.6. Considerações Finais

Apesar de muitos planos de gerenciamento de recursos hídricos e até mesmo a ANA


preverem a utilização de apenas uma parcela da reserva ativa subterrânea - como
demonstrado no presente trabalho, onde se adotou um coeficiente de sustentabilidade
de 40% da recarga potencial direta - salienta-se que esta parcela de utilização poderá
ser definida caso a caso.

Em certos casos, e, dependendo do sistema aquífero explotado, aceita-se até mesmo


uma pequena parcela de utilização da reserva permanente – caso os poços operantes
estejam de fato nela instalados – entretanto sempre se valendo da prerrogativa de que
as vazões mínimas de fluxo de base e de outorga de recursos hídricos superficiais
devam ser preservadas. Este valor final disponível poderá ser então confrontado em
áreas de déficit hídrico com as atuais vazões explotadas pelos poços registrados nos
órgãos competentes, ou pelas vazões outorgadas totais de cada sistema aquífero em
particular.

Esta análise final também poderá ser realizada individualmente em áreas distintas de
um sistema aquífero em particular, bem como a integração com os volumes calculados
dos recursos hídricos superficiais, quando da realização do balanço hídrico final. Estas
situações poderão eventualmente ser decorrentes de ambientes geológicos e sistemas
aquíferos onde as velocidades de escoamento do aquífero superficial sejam muito
grandes e onde a geologia hospedeira seja relativamente homogênea, ou onde os
fatores pedológicos interfiram nos coeficientes de infiltração superficial (CI).

327
12. QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL

Este capítulo tem como intuito realizar um diagnóstico quanto à qualidade das águas
superficiais da região do PDRH Paraopeba, uma vez que por meio disso é possível
identificar problemas relacionados não só ao meio ambiente, como também às
atividades desenvolvidas na região e à saúde da população.

Na primeira versão do Plano, os aspectos qualitativos foram abordados por meio da


análise dos dados de monitoramento e da modelagem matemática, utilizando o software
QUAL2E e o QUAL-UFMG, para o parâmetro oxigênio dissolvido em alguns trechos da
bacia do Paraopeba. Na ocasião, observou-se redução desse parâmetro em
decorrência das cargas de matéria orgânica, apontando a necessidade de investimentos
em tratamentos de esgotos. Além disso, foi destacado o fato dos aspectos qualitativos
estarem tão críticos quanto os quantitativos, precisando serem abordados de forma
conjunta.

Nessa revisão do Plano, o diagnóstico da qualidade hídrica superficial foi elaborado por
meio de três abordagens: avaliação histórica dos parâmetros monitorados, com ênfase
aos indicadores mais utilizados; estimativa da condição atual, por meio das cargas
poluidoras calculadas para DBO e um modelo matemático quali-quantitativo; e, a
estimativa do impacto do setor minerário, considerando a expressividade dessa
atividade na região.

Cabe destacar que essa avaliação contribui para identificar as atividades mais
impactantes e as possíveis soluções a serem adotadas dentro do planejamento da
gestão de recursos hídricos no PDRH Paraopeba.

12.1. Avaliação histórica dos parâmetros de qualidade de água

A análise da água superficial está diretamente relacionada com a avaliação histórica


dos diferentes parâmetros de qualidade das estações de monitoramento de uma região.
Isso porque permite a verificação dos impactos, tanto positivos quanto negativos, das
áreas urbanas e demais atividades de uso do solo nos corpos hídricos.

Conforme descrito no item 9 deste produto, a rede de monitoramento da água superficial


da região do Paraopeba foi avaliada com base em 51 estações, sendo que 14 delas
estão na base de dados disponibilizada pelo Hidroweb, 4 na base do IGAM e 33 são
comuns às duas bases.

O estudo qualitativo desses pontos foi realizado por meio da análise dos parâmetros e,
posterior comparação com os padrões de qualidade e uso definidos na Resolução
CONAMA nº 357/05 e reiterados pela Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-

328
MG nº 01/08. No Quadro 12.1, estão descritos os limites estabelecidos para os principais
parâmetros analisados, estando presentes apenas as condições para águas doces
(salinidade inferior a 0,5%).

Quadro 12.1 – Padrões de Qualidade de Água da Resolução CONAMA nº 357/05 e


Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG nº 01/08 para os Parâmetros de
Análise
Águas Doces
Parâmetros
Classe
1 2 3 4
Turbidez [NTU] - 40 100 100 -
Oxigênio Dissolvido (OD)
≥ 6,0 ≥ 5,0 ≥ 4,0 > 2,0
[mg/L O2]
Potencial Hidrogeniônico
6a9 6a9 6a9 6a9
(pH)
Sólidos Totais Dissolvidos
(STD) 500 500 500 -
[mg/L ]
Cloreto Total (Cl)
250 250 250 -
[mg/L Cl]
Demanda Bioquímica de
Oxigênio (DBO5,20) < 3,0 < 5,0 < 10,0 -
[mg/L O2]
Ambiente lêntico 0,020 0,030 0,050 -
Ambiente intermediário
(tempo de residência
entre 2 e 40 dias) e 0,025 0,050 0,075 -
Fósforo Total
tributários diretos de
[mg/L P]
ambiente lêntico
Ambiente lótico e
tributários de ambientes 0,1 0,1 0,15 -
intermediários
Coliformes Recreação secundária ≤ 200 ≤ 1.000 ≤ 2.500 -
Termotolerantes Dessedentação de animais ≤ 200 ≤ 1.000 ≤ 1.000 -
[Nº coliformes / 100mL] * Demais usos ≤ 200 ≤ 1.000 ≤ 4.000 -
pH ≤ 7,5 3,7 3,7 13,3 -
Nitrogênio Amoniacal total 7,5 < pH ≤ 8,0 2,0 2,0 5,6 -
[mg/L N] 8,0 < pH ≤ 8,5 1,0 1,0 2,2 -
pH > 8,5 0,5 0,5 1,0 -
Nitrato [mg/L N] Nitrato 10 10 10 -
Turbidez [UNT] Turbidez ≤ 40 ≤ 100 ≤ 100 -

329
* Em 80% ou mais de pelo menos seis amostras coletadas durante o período de um ano, com frequência
bimestral;
FONTE: CONAMA, 2005.

No caso da região do PDRH Paraopeba, a série histórica de monitoramento dos pontos


teve início em 1977 e segue sendo realizada, no entanto, apesar desses mais de 30
anos, a quantidade total de amostragens analisadas nem sempre foi satisfatória.
Respeitando o Panorama da Qualidade das Águas Superficiais, estabelecido pela ANA
(2012), a frequência mínima trimestral por estação exigiria, nessa área, um total de 204
análises a cada ano.

É importante destacar que amostras realizadas no mesmo dia e hora foram avaliadas
segundo a consistência de dados, caso uma amostragem fosse de dados brutos e a
outra de dados consistidos, esta última seria a única amostragem considerada no
estudo. Nesse sentido, a Figura 12.1 mostra o número total de medições realizadas no
Paraopeba desde 1977 até 2018, bem como a frequência mínima total para a região.

Figura 12.1 – Número de Amostragens Analisadas no PDRH Paraopeba por ano

FONTE: COBRAPE, 2018.

Como pode ser visto, a quantidade de amostras analisadas foi relativamente flutuante
nesse período, apresentando quantitativo satisfatório ou próximo disso a partir de 2001.
Isso contribuiu para que o estudo acerca dos indicadores de qualidade fosse feito
conforme três perspectivas: média das amostragens de 2018, média dos últimos cinco
anos (2014 a 2018) e média dos últimos dez anos (2009 a 2018). Além disso, a análise
foi realizada conforme período seco (abril a setembro) e chuvoso (outubro a março).

A seguir, essa análise é descrita para os parâmetros considerados como indicadores da


qualidade da água e que apresentaram medição pelo menos nos últimos dez anos, os

330
mesmos foram destacados por estarem relacionados às atividades humanas
identificadas na bacia.

12.1.1. Coliformes Totais e Escherichia coli

O monitoramento da quantidade de micro-organismos na água é de extrema


importância, uma vez que nela podem estar presentes vetores causadores de doenças
e sua ingestão pode ser prejudicial para a saúde humana. Como o aumento desses
contaminantes é potencializado pela falta de esgotamento sanitário, os três parâmetros
fundamentais a serem verificados são: coliformes totais, coliformes termotolerantes e
bactérias heterotróficas (como por exemplo Escherichia coli).

Apesar da análise conjunta desses indicadores possibilitar uma melhor avaliação da


região, no monitoramento do PDRH Paraopeba, o parâmetro de coliformes
termotolerantes foi determinado apenas de 1997 a 2012. Isso inviabiliza a determinação
da sua média em 2018 e nos últimos cinco anos, comprometendo o estudo. Por outro
lado, os indicadores de Coliformes totais e E. coli possuem série história satisfatória nos
últimos dez anos (2009 a 2018) e possibilitam uma análise mais aprofundada.

Assim, mesmo com a falta de valores limites de coliformes totais estabelecidos pela
Resolução CONAMA nº 357/05 e pela Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-
MG nº 01/08, a Figura 12.2 mostra a tendência de haver um decréscimo nesse indicador
na maioria das estações durante o período de dados analisados, tanto para o período
seco quanto para o período chuvoso.

A Figura 12.3, por sua vez, mostra que a média observada para Escherichia coli em
2018, nos últimos cinco e dez anos ultrapassam o limite de 1.000 e. coli por 100 mL
estabelecido pela Deliberação Normativa nº 1 para Classe 2 (corpos hídricos que podem
ser destinados a abastecimento para consumo humano após tratamento convencional).
Dos 23 pontos que apresentaram discrepância com esta classe, todos estão a jusante
de sedes municipais, o que indica a falta de coleta de esgotamento sanitário e a baixa
eficiência das ETEs da região. Essa questão foi também diagnosticada na primeira
versão do PDRH e apontada em demais estudos de qualidade da água na bacia, como
o próprio Plano da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF, 2015) e estudos
como de Simões (2015) e Soares (2017).

331
Figura 12.2 – Avaliação Histórica dos Coliformes Totais para o Período Seco e Chuvoso

FONTE: COBRAPE, 2018.

332
Figura 12.3 – Avaliação Histórica de Escherichia coli para o Período Seco e Chuvoso

FONTE: COBRAPE, 2018.

333
12.1.2. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Oxigênio Dissolvido (OD)

Outro indicador do despejo de efluentes domésticos sem tratamento ou com tratamentos


de baixa eficiência em corpos d’água é a matéria orgânica. Devido à dificuldade de
determinação precisa desse indicador, as análises dos outros parâmetros de qualidade
foram realizadas, como a Demanda Bioquímida de Oxigênio (DBO) e o Oxigênio
Dissolvido (OD).

Essa metodologia foi utilizada uma vez que a quantidade de efluentes lançados nos
corpos hídricos é diretamente proporcional a quantidade de matéria orgânica ali
presente. A decomposição desses compostos orgânicos, por sua vez, favorecerá o
consumo de oxigênio por parte dos micro-organismos, reduzindo o OD e elevando a
DBO. É evidente que esse oxigênio dissolvido, quando em decréscimo, pode trazer
diversas implicações do ponto de vista ambiental. (VON SPERLING, 2005)

Segundo a análise da região do PDRH Paraopeba, das 51 estações de monitoramento


de qualidade da água superficial, 6 apresentaram amostragens de DBO em
desconformidade com o limite máximo estabelecido pela Resolução CONAMA nº 357/05
e pela Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG nº 01/08 para Classe 2 (5
mg/L) no período seco e/ou chuvoso, como mostra a Figura 12.4. São eles: BP071,
BP073, BP075, BP080, BP081 e BP096.

Quando a análise é feita sob a perspectiva do oxigênio dissolvido nos corpos hídricos,
a desconformidade com a Classe 2 se mantêm para quase todos esses pontos citados.
Nesse sentido, a Figura 12.5 mostra as estações com média de amostragens de OD
abaixo do limite mínimo exigido, ou seja, 5 mg/L, são elas: BP071, BP073, BP076,
BP081, BP084, BP088, BP090, BP096, BP098, 40823500 e 40810800.

Todas essas estações de monitoramento que indicaram alterações em algum dos dois
indicadores, ou em ambos, possuem proximidade com centros urbanos, principalmente
de: Betim, Brumadinho, Caetanópolis, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Contagem,
Esmeraldas, Ibirité, Juatuba, Mario Campos e Sete Lagoas.

Essa situação é compreendida melhor quando é feita a análise dos índices de


atendimento desses municípios. Salva exceção de Betim e Contagem, os demais
apresentam índices de coleta e tratamento abaixo de 35%, o que indica a grande
quantidade de despejo bruto de esgotamento sanitário na região e o impacto negativo
nos corpos hídricos, inviabilizando sua utilização para abastecimento urbano sem que
haja um tratamento mais complexo.

334
Figura 12.4 – Avaliação histórica de DBO para o Período Seco e Chuvoso

FONTE: COBRAPE, 2018.

335
Figura 12.5 – Avaliação histórica de Oxigênio Dissolvido para o Período Seco e Chuvoso

FONTE: COBRAPE, 2018.

336
12.1.3. Nitrato, Fósforo total e Turbidez

Em termos socioeconômicos, é de ampla utilização no setor agrícola adubações


fosfatadas e/ou nitrogenadas, que apresentam grandes interações com partículas do
solo. Além disso, os compostos ali depositados chegam aos corpos hídricos por
infiltração e ainda por lixiviação da água de chuva. No entanto, quando em excesso,
podem ocasionar problemas na qualidade da água e no meio ambiente.

De acordo com Von Sperling (2007), apesar de naturalmente escasso, o fósforo nos
corpos hídricos pode ter origem não só das áreas agrícolas como também da drenagem
de áreas urbanas e cargas veiculadas pelos esgotos. Caso em grandes quantidades
nas águas superficiais, contribuem para o desenvolvimento do fitoplâncton, aumentando
a turbidez e potencializando o processo de eutrofização.

O impacto do ciclo do nitrogênio na natureza também deve ser avaliado. Isso porque os
compostos amônio e amônia, quando em contato com o solo, são oxidados por bactérias
a nitrito, que em um novo processo de oxidação é transformado em nitrato. Este último
é a principal forma de nitrogênio encontrado nas águas superficiais e sua concentração
elevada está diretamente associada a doenças como metaemoglobinemia, também
conhecida como síndrome do bebê azul.

Para a avaliação da qualidade da água segundo as perspectivas de nitrato, fósforo total


e turbidez, são indicadas a Figura 12.6 a Figura 12.8. Como pode ser observado, mesmo
com estações de monitoramento próximas da área urbana da região, não houveram
quaisquer medições de nitrato acima do limite da Classe 2, segundo a CONAMA nº 357
e a Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG nº 01, nos últimos dez anos.
Isso indica a qualidade desse parâmetro para o abastecimento urbano tanto para o
período seco quanto para o período chuvoso.

No entanto, a análise de fósforo total e turbidez não mostram qualidade tão satisfatória,
principalmente na calha do rio Paraopeba e em seus afluentes diretos próximos de
sedes municipais. A média das medições de 2018 mostrou, para fósforo total, uma
desconformidade com a Classe 2 em 24 dos 38 pontos com informações nos últimos
dez anos, enquanto a turbidez ultrapassou o limite em 9 estações de 50 monitoradas a
partir de 2009.

Apesar da menor quantidade de pontos fora dos padrões estabelecidos para a Classe
2, o período chuvoso mostrou-se o mais crítico quanto a turbidez na região do PDRH
Paraopeba. Pode-se observar que as estações 40710000 e BP014 indicaram média de
monitoramento em 2018 quase 5 vezes superior ao limite em norma. Ainda mais

337
preocupante, os pontos 40810400, 40710000, 40810800 e 40811100 apresentaram
valores até 8 vezes maiores que os 100 UNT nos últimos cinco anos de monitoramento.

Os pontos de alteração, tanto de fósforo quanto de turbidez, são distribuídos ao longo


de toda a extensão analisada do Paraopeba, o que mostra o impacto não só do despejo
de efluentes domésticos, mas também a interferência do uso do solo da região, baseada
predominantemente em mineração. Esta atividade em especial coloca a Bacia em um
estado em que a probabilidade da violação de turbidez é esperada, conforme destacado
por Soares (2017).

338
Figura 12.6 – Avaliação Histórica de Nitrato para o Período Seco e Chuvoso

FONTE: COBRAPE, 2018.

339
Figura 12.7 – Avaliação Histórica de Fósforo Total para o Período Seco e Chuvoso

FONTE: COBRAPE, 2018.

340
Figura 12.8 – Avaliação Histórica de Turbidez para o Período Seco e Chuvoso

FONTE: COBRAPE, 2018.

341
12.1.4. Potencial Hidrogeniônico (pH)

A determinação do pH é de fundamental importância para a avaliação da qualidade da


água superficial, uma vez que indica a concentração de íons hidrogênio dissolvidos,
como mostra a Figura 12.9. Conforme a variação dessa quantidade, a solução pode ser
categorizada de três maneiras distintas: básica (valores entre 7 e 14), neutra (7) e ácida
(entre 1 e 7).

O caráter ácido-básico dos corpos hídricos pode ter impactos tanto no ecossistema local
quanto na qualidade de vida da população que capta a água desses locais sem
tratamento adequado. No organismo humano, o excesso de ácido pode reduzir a
capacidade de absorção de nutrientes e minerais, podendo provocar a desnutrição e
aumentar a probabilidade de doenças, como osteoporose.

Na região do PDRH Paraopeba, todas as 50 estações com medições de monitoramento


de pH nos últimos dez anos apresentaram valores intermediários, respeitando o limite
estabelecido pela Classe 2 da CONAMA nº 357/05 e da Deliberação Normativa nº 01.
Nesse sentido, os corpos hídricos da região se mostraram não prejudiciais à saúde da
população, uma vez que os valores médios de pH das estações estão entre 6 e 8.

342
Figura 12.9 – Avaliação Histórica de pH para o Período Seco e Chuvoso

FONTE: COBRAPE, 2018.

343
12.1.5. Dados de monitoramento da COPASA

Segundo dados recebidos da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA),


22 municípios tiveram seus corpos hídricos monitorados desde 2015: Belo Vale, Betim,
Bonfim, Brumadinho, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Crucilândia, Entre Rios de
Minas, Felixlândia, Florestal, Ibirité, Igarapé, Itatiaiuçu, Itaverava, Juatuba, Moeda, Ouro
Branco, Paraopeba, Piedade dos Gerais, Pompeu, Resende Costa e São Brás do
Suaçui.

Os pontos de amostragem, em sua maioria localizados em regiões de captação ou


próximos a Estações de Tratamento de Água (ETAs), apresentaram análise físico-
química em conformidade com a Classe 2 da CONAMA nº 357/05 e da Deliberação
Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG nº 01. A análise microbiológica, no entanto,
indicou por diversas vezes incompatibilidade com a Classe 2 segundo o parâmetro
Escherichia coli, o que reitera o impacto dos despejos de esgotamento sanitário dos
maiores centros urbanos da dinâmica hídrica do PDRH Paraopeba.

12.1.6. Índice de Qualidade da Água (IQA)

O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), desde 1997, monitora seus 37 pontos
internos ao PDRH segundo o Índice de Qualidade da Água (IQA). Esse parâmetro é
fundamental para a análise da qualidade da água superficial, uma vez que pondera
alguns dos indicadores físico-químicos e biológicos citados no item 12.1, dentre eles:
oxigênio dissolvido, coliformes fecais, pH, DBO, temperatura da água, nitrogênio total,
fosfato total, turbidez e sólidos totais.

Os valores obtidos para IQA são categorizados em faixas, sendo a avaliação da


qualidade da água realizada conforme a classificação indicada no Quadro 12.2.

Quadro 12.2 – Faixas de IQA Utilizada em Minas Gerais


Valor do IQA Nível de qualidade da água
90 < IQA ≤ 100 Excelente
70 < IQA ≤ 90 Bom
50 < IQA ≤ 70 Médio
25 < IQA ≤ 50 Ruim
0 ≤ IQA ≤ 25 Muito ruim
FONTE: IGAM, 2009.

Desde 1997, houve um significativo aumento de estações com Índice de Qualidade da


Água calculado na região do estudo. No último ano da base de dados, 2017, 25 dos 37
pontos foram determinados como média e outros 2 com qualidade boa. Essas duas
categorias juntas representam quase 73% das estações monitoradas pelo IGAM.

344
Esse cenário mostra a boa condição de qualidade dos corpos hídricos monitorados,
exceto dos trechos localizados a jusante dos municípios de Congonhas, Conselheiro
Lafaiete, Contagem, Ibirité e Sete Lagoas, como por exemplo: BP071, BP073, BP074,
BP075, BP080, BP081, BP084, BP096, BP098, e 40810800. Todos esses pontos foram
citados anteriormente no item 12.1 como estações que apresentaram discrepância, em
pelo menos um indicador, no limite estabelecido para a Classe 2.

A Figura 12.10 mostra a classificação dos 37 pontos categorizados pelo IGAM segundo
o IQA. É válido ressaltar que os demais pontos, presentes apenas no banco de dados
do Hidroweb, não foram categorizados por falta de informações suficientes.

345
45°0'0"W 44°0'0"W
Índice de Qualidade da
Água (IQA) do PDRH
Paraopeba

Curvelo
!
P
BP099

19°0'0"S 19°0'0"S

BP078
Pompéu R io
!
P Pa
ra
op
e BP098
b !
(
a
BP076
Sete Lagoas
!
P
BP074
!
(

BP082
!
(
Esmeraldas
!
P
BP090
Pará de Minas
!
P
Belo Horizonte
BP088 Contagem
BP069 BP072!
( !
P !
P
(!
! (
!
BP073
( BP081 BP075
!
( BP071
!
(
20°0'0"S !
( Ibirité 20°0'0"S
!
BP086 !
P
Itaúna BP070 (
!
P BP092 BP094
BP096 !
!
( (
BP066

BP032

Ouro Preto
!
P
BP018
(!
! ( BP016
Congonhas
!
(
BP027
! !
P
( BP080 BP014
BP026 !
(
BA
MT BP084
!
(
DF BP024
!
( Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS BP022
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda Convenções Cartográficas
Nível de Qualidade da Água !
P Principais Sedes Municipais
( Excelente
!
Limite Municipal
( Bom
!
Hidrografia Principal
( Médio
!
Limite SF3: Rio Paraopeba
( Ruim
!
Municípios SF3: Rio Paraopeba
( Muito ruim
!
Reservatório

FONTE: IGAM, 2018.


12.2. Cargas Poluidoras

A qualidade da água, além de ser reflexo das condições naturais de onde os corpos
hídricos se encontram, é diretamente influenciada pelo uso e ocupação do solo da
região hidrográfica, bem como pelas atividades desenvolvidas na mesma. Dessa forma,
a interferência humana, por meio de atividades concentradas (despejos domésticos ou
industriais) ou dispersas (uso de defensivos agrícolas) tem uma implicação direta na
qualidade da água (VON SPERLING, 2005).

Sendo assim, num diagnóstico hídrico qualitativo é importante a estimativa das cargas
poluidoras geradas por cada tipo de atividade, a maneira como essa carga chega aos
corpos hídricos e qual o reflexo e possíveis implicações sobre os mesmos. Isto posto, é
possível identificar as áreas afetadas, destacando as mais críticas para traçar medidas
de redução de cargas a fim de tornar as condições compatíveis com o desejado ou
mesmo necessário para o desenvolvimento de atividades que requerem boas condições
de qualidade da água, tal como o abastecimento humano.

As fontes de poluição, ou geradoras de cargas poluidoras, podem ser separadas em


pontuais ou difusas, conforme Von Sperling (2005):

• Fontes pontuais: quando as cargas atingem o corpo d’água de forma


concentrada no espaço. É o caso dos lançamentos das estações de tratamento
de efluentes domésticos ou industriais;
• Fontes difusas: quando as cargas atingem o corpo d’água de forma distribuída
ao longo de toda sua extensão. É o caso da poluição veiculada pela drenagem
pluvial.

Para as estimativas de cargas das fontes pontuais costuma-se utilizar taxas per capita
ou coeficientes padrão por tipo de atividade, enquanto que para as fontes difusas as
taxas são relativas às áreas de cada tipo de uso do solo.

A partir das cargas estimadas e de modelagem matemática, pode-se calcular a


concentração do poluente no corpo hídrico, encontrada pela razão entre a carga e a
vazão disponível. Apesar da condição da qualidade da água ser representada por
diversos parâmetros, cujas concentrações padrões são definidas pela legislação por
meio de concentrações máximas ou mínimas é comum a utilização de apenas um
parâmetro, como indicador, para a estimativa das cargas e respectivas concentrações.
Nesse caso, a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) é a mais utilizada, por ser de
fácil determinação, apresentar monitoramento espaço-temporal mais significativo e
metodologias de estimativas mais consolidadas na literatura.

347
Assim sendo, é possível relacionar as concentrações encontradas com as classes de
qualidade da água definidas pela Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH nº
1/08 e Resolução CONAMA nº 357/05 para verificar a compatibilidade das mesmas com
os usos d’água identificados, com o enquadramento vigente (Deliberação Normativa
COPAM nº 14/95), e com as condições desejadas. Com base nisso é factível o
planejamento de ações de melhoria da qualidade da água.

12.2.1. Metodologia de Estimativa

No PDRH Paraopeba foram consideradas como fontes de poluição pontual as cargas


de origem doméstica, industrial, de mineração e pecuária e como difusa a oriunda do
uso do solo. O parâmetro escolhido para análise das cargas poluidoras foi a DBO, que
representa de forma indireta a estimativa da matéria orgânica presente na água
(TUNDISI e TUNDISI, 2008), que está ligado às fontes de poluição identificadas na
região.

A base de cálculo das cargas foi trabalhada no nível das 11.477 células de análise,
formadas pelo cruzamento das ottobacias nível oito da base hidrográfica do IGAM
(2010), com os setores censitários dos municípios da bacia, traçados pelo IBGE para o
ano de 2010, considerando a distribuição por ‘tipo’ (urbano e rural).

A seguir é descrito, para cada tipo de fonte de poluição, a metodologia de cálculo


utilizada para estimativa das cargas poluidoras de DBO.

12.2.1.1. Origem Doméstica


Essa fonte refere-se aos efluentes domésticos gerados nos municípios do PDRH e está
diretamente ligada às características de esgotamento sanitário dos mesmos.

Para a estimativa da carga gerada pela população urbana, foram compilados os índices
de coleta e tratamento disponibilizados pela COPASA (2018), declarados no SNIS
(2018)3 e disponibilizados no Atlas Brasil de Despoluição de Bacias Hidrográficas:
Esgotos Urbanos (ANA, 2017a). A adoção dos valores seguiu essa mesma ordem,
priorizando os dados recebidos.

Para a população rural, cujas informações são mais escassas, estimou-se o índice de
fossa séptica a partir da pesquisa de domicílios do Censo (2010), cujo resultado
apresenta o tipo de destinação do esgoto: fossa rudimentar; fossa séptica; rede geral
ou pluvial; rio, lago ou mar; vala; outro tipo ou sem destinação. Essa informação,
juntamente com os dados de habitante por domicílio rural (IBGE, 2010), permitiu estimar

3 Ano de referência 2016.

348
quantas pessoas possuem cada tipo de destinação do efluente e então calcular a
porcentagem em relação à população rural total. Uma vez que apenas a fossa séptica
é considerada como um tipo de tratamento adequado, as demais destinações foram
agrupadas na categoria não tratado.

No Quadro 12.3 estão listadas as informações reunidas e a fonte da mesma.

349
Quadro 12.3 - Informações de Índices de Atendimento por Município
POPULAÇÃO URBANA POPULAÇÃO RURAL
Município Coletado e Não Coletado e Fossa Fossa Sem
Prestador Fonte
Tratado Coletado Não Tratado Séptica Séptica Tratamento
Belo Vale COPASA 0,00 0,13 0,84 0,03 ANA (2017a) 21% 79%
Betim COPASA 0,61 0,37 - 0,02 COPASA (2018) 3% 97%
Bonfim COPASA 0,00 0,25 0,68 0,07 ANA (2017a) 1% 99%
Brumadinho COPASA 0,15 0,20 0,58 0,07 COPASA (2018) 14% 86%
Cachoeira da Prata PM 0,29 0,03 0,67 0,01 ANA (2017a) 73% 28%
Caetanópolis COPASA 0,00 0,14 0,83 0,02 ANA (2017a) 3% 97%
Casa Grande PM 0,00 0,10 0,88 0,02 ANA (2017a) 25% 75%
Congonhas COPASA 0,00 0,19 0,79 0,02 ANA (2017a) 2% 98%
Conselheiro Lafaiete COPASA 0,24 0,75 - 0,01 COPASA (2018) 14% 86%
Contagem COPASA 0,81 0,15 - 0,04 COPASA (2018) 31% 69%
Cristiano Otoni COPASA 0,00 0,16 0,83 0,01 ANA (2017a) 1% 99%
Crucilândia COPASA 0,00 0,06 0,92 0,02 ANA (2017a) 1% 99%
Curvelo COPASA 0,82 0,07 - 0,10 COPASA (2018) 15% 85%
Desterro de Entre Rios PM 0,00 0,09 0,91 0,00 ANA (2017a) 1% 99%
Entre Rios de Minas COPASA 0,00 0,09 0,87 0,03 ANA (2017a) 6% 94%
Esmeraldas COPASA 0,16 0,79 - 0,05 COPASA (2018) 8% 92%
Felixlândia COPASA 0,00 0,99 - 0,01 ANA (2017a) 1% 99%
Florestal COPASA 0,99 0,00 - 0,01 ANA (2017a) 8% 92%
Fortuna de Minas PM 0,00 0,44 0,55 0,01 ANA (2017a) 36% 64%
Ibirité COPASA 0,34 0,62 - 0,04 COPASA (2018) 80% 20%
Igarapé COPASA 0,00 0,33 0,64 0,03 ANA (2017a) 35% 65%
Inhaúma PM 0,91 - - 0,09 ANA (2017a) 24% 76%
Itatiaiuçu COPASA 0,00 0,06 0,91 0,03 ANA (2017a) 32% 68%
Itaúna SAAE 0,00 0,01 0,99 0,00 ANA (2017a) 25% 75%
Itaverava COPASA 0,00 0,40 0,57 0,03 ANA (2017a) 3% 97%

350
POPULAÇÃO URBANA POPULAÇÃO RURAL
Município Coletado e Não Coletado e Fossa Fossa Sem
Prestador Fonte
Tratado Coletado Não Tratado Séptica Séptica Tratamento
Jeceaba PM 0,00 0,27 0,71 0,02 ANA (2017a) 7% 93%
Juatuba COPASA 0,28 0,14 0,52 0,06 COPASA (2018) 3% 97%
Lagoa Dourada COPASA 0,00 0,10 0,90 0,00 ANA (2017a) 1% 99%
Maravilhas COPASA 0,00 0,08 0,92 0,01 ANA (2017a) 1% 99%
Mário Campos COPASA 0,00 0,54 0,44 0,02 ANA (2017a) 9% 91%
Mateus Leme COPASA 0,50 0,43 - 0,07 COPASA (2018) 1% 99%
Moeda COPASA 0,00 0,35 0,64 0,01 ANA (2017a) 7% 93%
Ouro Branco COPASA 0,87 0,12 - 0,01 COPASA (2018) 41% 59%
Ouro Preto SEMAE 0,00 0,18 0,80 0,02 ANA (2017a) 7% 93%
Papagaios PM 0,33 0,64 - 0,03 ANA (2017a) 1% 99%
Pará de Minas COPASA 0,95 0,05 - 0,01 ANA (2017a) 24% 76%
Paraopeba COPASA 0,00 0,12 0,83 0,05 ANA (2017a) 5% 95%
Pequi PM 1,00 - - - ANA (2017a) 1% 99%
Piedade dos Gerais COPASA 0,00 0,95 0,02 0,03 ANA (2017a) 1% 99%
Pompéu COPASA 0,00 0,19 0,78 0,03 ANA (2017a) 15% 85%
Queluzito PM 1,00 - - - ANA (2017a) 1% 99%
Resende Costa COPASA 0,22 0,50 - 0,28 COPASA (2018) 41% 59%
Rio Manso COPASA 0,00 0,95 0,03 0,02 ANA (2017a) 1% 99%
São Brás do Suaçuí COPASA 0,00 0,49 0,02 0,49 ANA (2017a) 19% 81%
São Joaquim de Bicas COPASA 0,02 0,54 0,28 0,16 COPASA (2018) 59% 41%
São José da Varginha PM 0,00 0,51 0,32 0,16 ANA (2017a) 50% 50%
Sarzedo COPASA 0,12 0,19 0,66 0,03 COPASA (2018) 3% 97%
Sete Lagoas COPASA 0,03 0,09 0,87 0,01 ANA (2017a) 2% 98%
FONTE: Adaptado de IBGE, 2010; ANA, 2017; COPASA, 2018.

351
A partir da espacialização da população por tipo (urbano e rural) do Censo Demográfico
de 2010 nas células de análise, foram aplicados os índices de coleta e tratamento dos
municípios, resultando na divisão de quatro parcelas populacionais:

• População com coleta e com tratamento – Grupo A;


• População com coleta e sem tratamento – Grupo B; e
• População com fossa séptica – Grupo C; e,
• População sem coleta – Grupo D.

Para o cálculo da carga gerada, foram utilizados como referência os valores de


contribuição per capita de 54 g/hab.dia para DBO (VON SPERLING, 2005). Em relação
ao cálculo da carga remanescente, a análise foi realizada de forma distinta para cada
um dos Grupos. Para os grupos B e D, não foi considerado abatimento da carga gerada
e, portanto, o valor da carga remanescente é igual ao da carga gerada. Para o Grupo
C, o abatimento considerou uma eficiência de remoção na ordem de 30% para DBO. De
acordo com Von Sperling (2005), essa é a eficiência prevista para efluentes domésticos
encaminhados a fossas sépticas. Para o Grupo A, a carga remanescente foi calculada
considerando as eficiências médias de remoção de DBO para cada tipo de tratamento
das ETEs, cuja localização está na Figura 12.11. O detalhamento dos sistemas no
Apêndice I. Essas informações, quando não fornecidas pela concessionária, foram
retiradas do Atlas Esgoto (ANA, 2017a).

352
45°0'0"O 44°0'0"O

Lançamentos Pontuais
Domésticos

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
(
!
P
!
(

!
(

!
(
!
( Esmeraldas
!
P
R io

!
(
!
(
Pa

!
(!
(
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

!
(
Belo Horizonte
ba

Contagem
!!
( !
P !
P
!
( ( !
!
( ( ! (
!
( ( Ibirité
20°0'0"S ( !(
! ! 20°0'0"S
!
( !
P
Itaúna
!
P !
( !
(!
(

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
!
(
BA
MT
DF !
( Conselheiro Lafaiete
GO
!
P
!
(
Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
!
( Estações de Tratamento de Efluentes Domésticos !
P Principais Sedes Municipais
Limite Municipal
Hidrografia Principal
Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
FONTE: Adaptado de ANA, 2017a;
COPASA, 2018; PM-SJV, 2018.
12.2.1.2. Origem Industrial
Na região do PDRH Paraopeba não há emissão de outorga para lançamento de
efluentes, portanto não se dispõe de informações de vazão e concentração de
lançamento desse setor. Dessa forma, decidiu-se estimar as cargas de origem industrial
a partir das demandas captadas, apresentadas no item 14.1.3, com a respectiva taxa
de retorno. Para tanto, separou-se as indústrias por tipologias, associando a cada uma
delas uma concentração típica de DBO e uma taxa média de retorno, conforme o
Quadro 12.4.

Quadro 12.4 - Concentrações Típicas de DBO e Taxa Média de Retorno por Tipologia
Industrial
DBO Taxa de
Tipologia Fonte Fonte
(mg/L) retorno (%)
Plano Rio das
Água Mineral 0,00 59,1 ANA (2017b)
Velhas (1999)
Alumínio 0,00 - 80 ANA (2017b)
Bebidas Destiladas 44,00 NOAA (1993) 62,1 ANA (2017b)
Beneficiamento de Metais 0,00 NOAA (1993) 80 ANA (2017b)
Cerâmica 21,00 NOAA (1993) 80 ANA (2013)
Cimento 0,00 NOAA (1993) 0 ANA (2017b)
Construção Civil 0,00 - 80 ANA (2013)
Diversos - Outros - - - -
Ferro e aço 12,00 PREND 74,1 ANA (2017b)
Fertilizantes 0,00 NOAA (1993) 70,8 ANA (2017b)
Frigorífico 44,10 NOAA (1993) 87,5 ANA (2017b)
Indústria de Borracha 7,20 NOAA (1993) 80 ANA (2017b)
Plano Rio das Plano Rio das
Indústria Extrativista 0,50 0,9
Velhas (1999) Velhas (1999)
Laticínios 38,60 NOAA (1993) 64 ANA (2017b)
ETCHEPARE
Lavagem de veículos 42,00 80 ANA (2013)
(2012)
Lavanderia 122,90 NOAA (1993) 80 ANA (2013)
Material elétrico, eletrônico
21,40 NOAA (1993) 80 ANA (2017b)
e comunicações
Matérias plásticas 11,70 NOAA (1993) 78,3 ANA (2017b)
Metalúrgica - Geral 0,00 NOAA (1993) 80 ANA (2017b)
Óleos, ceras e gorduras 23,60 NOAA (1993) 100 ANA (2017b)
Produtos alimentares 44,10 NOAA (1993) 79,9 ANA (2017b)
Refino de petróleo 13,50 NOAA (1993) 79,8 ANA (2017b)
Têxteis 22,40 NOAA (1993) 68,22 ANA (2017b)
Transporte e Varejo 22,30 NOAA (1993) 80 ANA (2013)
Veículos 12,60 NOAA (1993) 77,22 ANA (2017b)
FONTE: NOAA, 1993; ANA, 2017b; ETCHEPARE, 2012; Plano Rio das Velhas, 1999.

354
A maior parte das industrias ficaram com tipologias compatíveis com o apresentado no
Estudo para a Gestão do Monitoramento de Efluentes Industriais na Bacia Hidrográfica
do Paraopeba (FEAM, 2016), com destaque para as metalúrgicas.

Dessa forma, as cargas industriais (kg/dia) foram estimadas pelo produto entre a
demanda calculada (L/s), a taxa de retorno (%) e a concentração típica de DBO (mg/L).
Uma vez que segundo estudo da FEAM (2016), na maior parte dos empreendimentos o
efluente tratado é direcionado para a rede pública ou lançado nos cusos d’água,
considerou-se que caso a carga estimada resultasse numa concentração superior à de
60 mg DBO/L, definida como padrão para lançamento de efluentes pela Deliberação
Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG nº 1/2008, adotou-se a carga máxima
permissível, substituindo na equação a concentração típica de DBO pela concentração
máxima de lançamento.

Os empreendimentos abrangidos na análise, conforme as tipologias atribuídas, estão


apresentados na Figura 12.12. Nota-se que para boa parte deles não foi possível uma
identificação de tipologia, por falta de informações no cadastro de outorgas de captação
ou de não associação entre as tipologias de referência. Acredita-se que mesmo assim
a estimativa contribui para a mensuração do impacto do setor sobre a qualidade das
águas, embora, seja subestimada. Isso aponta para a necessidade de atualização do
sistema de outorgas e possível inclusão da necessidade de outorga de diluição a fim de
garantir qualidade compatível com o desejado.

355
45°0'0"O 44°0'0"O

Lançamentos Pontuais
Industriais e Tipologias
Adotadas

!
Curvelo
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0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Indústria por Tipologia !
( Laticínios
!
( Alumínio
!
P Principais Sedes Municipais
!
( Lavagem de veículos
!
( Bebidas Destiladas !
( Lavanderia Limite Municipal
!
( Beneficiamento de Metais !
( Material elétrico, eletrônico e comunicações Hidrografia Principal
!
( Cerâmica !
( Matérias plásticas
!
( Cimento !
( Metalúrgica - Geral
Limite SF3: Rio Paraopeba
!
( Construção Civil !
( Produtos alimentares Municípios SF3: Rio Paraopeba
!
( Diversos - Outros !
( Refino de petróleo Reservatório
!
( Ferro e aço !
( Transporte e Varejo
!
( Fertilizantes !
( Têxteis
!
( Frigorífico !
( Veículos FONTE: Adaptado de IGAM, 2018; NOAA,
!
( Indústria Extrativista !
( Água Mineral 1993; ANA, 2017b; ETCHEPARE, 2012;
!
( Indústria de Borracha !
( Óleos, ceras e gorduras Plano Rio das Velhas, 1999.
12.2.1.3. Origem na Mineração
A área minerária na região do PDRH Paraopeba é bastante significativa, foram
encontradas informações quanto a barragens de rejeito, empreendimentos licenciados
a partir de 2013, ambos por meio do SISEMA (2018), empreendimentos com outorgas
de captação (IGAM, 2018) e os processos minerários (DNPM, 2018), conforme Figura
12.13.

A estimativa de cargas foi realizada por meio da demanda calculada para o setor, item
14.1.6 adotando-se uma taxa de retorno de 90% (ANA, 2013) e uma concentração típica
de DBO de 0,5 mg/L. Essa foi a concentração encontrada por meio de amostragem
realizada durante a elaboração do Estudo de Implantação da Agência de Bacia do Rio
das Velhas (MINAS GERAIS, 1999) para ouro/prata, minerais metálicos, minerais não
metálicos e pedras preciosas.

357
45°0'0"O 44°0'0"O

Localização dos
Empreendimentos
Minerários

#
* Curvelo
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RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
!
( Mineradoras Licenciadas !
P Principais Sedes Municipais
#
* Mineradoras Outorgadas Limite Municipal
Processos Minerários - DNPM Hidrografia Principal
Concessão de Lavras Limite SF3: Rio Paraopeba
Licenciamento Municípios SF3: Rio Paraopeba
Registro de Extração Reservatório

FONTE: Adaptado de IGAM, 2018;


SISEMA, 2018; DNPM, 2018.
12.2.1.4. Origem na Pecuária
Para a análise das cargas pecuárias, foi considerada a demanda estimada para o setor
e conceito BEDA, tomando como referência a taxa de retorno de 20% (ANA, 2013), o
valor unitário de 10 g/BEDA.dia de DBO, conforme apresentado por Omernik (1977) no
estudo do EPA (Environmental Protection Agency U.S).

Como a maior parte destas cargas fica retida no solo, e depende de escoamento
superficial para atingir os cursos d’água, foi considerado um abatimento de 95% para
DBO, conforme outros planos de recursos hídricos (ANA, 2013; SECIMA, 2015;
ÁGUASPARANÁ, 2013a; ÁGUASPARANÁ, 2013b).

12.2.1.5. Origem Difusa


A metodologia utilizada nesse estudo consistiu no cruzamento do uso do solo de cada
célula com um coeficiente de exportação. Para tanto, foi realizada a espacialização do
mapa de uso e ocupação do solo, Figura 12.14, no nível de célula. As onze classes de
uso e ocupação do solo apresentadas no RP02a foram reagrupadas para a obtenção
das áreas agrícolas, de pastagem, campestres, de florestas e urbanas, que entraram no
cálculo das fontes de poluição difusa. Para tanto, foram realizadas as seguintes
considerações de classes:

• Agrícolas: somatório da área de agricultura e agricultura ou pastagem;


• Pastagem e campos: junção das formações savanicas com a vegetação
campestre;
• Florestas: formações florestais adicionadas às florestas plantadas;
• Urbano: equivalente à classe infraestrutura urbana;
• Outros: agrupamento das formações florestais não naturais com as áreas não
vegetadas.

359
45°0'0"O 44°0'0"O

Uso do Solo

Curvelo
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19°0'0"S 19°0'0"S

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SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Uso do Solo Pastagem !
P Principais Sedes Municipais
Infraestrutura Urbana Florestas Plantadas Limite Municipal
Áreas não Vegetadas Vegetação Campestre Hidrografia Principal
Corpos d'água Formações Florestais Limite SF3: Rio Paraopeba
Agricultura Municípios SF3: Rio Paraopeba
Formações Savanicas
Reservatório
Agricultura ou Pastagem Formações Naturais não Florestais

FONTE: MAPBIOMAS, 2016.


O valor do coeficiente de exportação, que reflete a quantidade da substância, no caso
a DBO, que chega aos corpos hídricos é algo complexo, uma vez que o aporte de carga
difusa aos corpos hídricos é dependente do escoamento superficial da bacia que, por
sua vez, apresenta um comportamento variável em função das propriedades da
precipitação na região, do tipo e manejo do solo, da declividade do terreno, entre outras
características. Dessa forma, é ideal que cada região hidrográfica tenha estudos
próprios para a determinação desses coeficientes por tipo de uso do solo, uma vez que
não foram identificados coeficientes de exportação específicos para a área do PDRH
Paraopeba, a Consultora optou por utilizar como referência os valores utilizados na
elaboração de outros Planos de Bacias, dentre eles o Plano das Bacias Hidrográficas
dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (COMITÊS PCJ, 2011); o Plano de Recursos
Hídricos da Bacia do Rio Paranaíba (ANA, 2013); o Plano de Bacia do Rio Tibagi
(AGUASPARANA, 2013a), Plano de Bacia do Rio Jordão (AGUASPARANA, 2013b) e
o Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Goiás (SECIMA, 2015).

Para a carga remanescente de DBO, adotou-se um abatimento de 95% sobre a carga


gerada (ANA, 2013), de modo que representasse o decaimento deste parâmetro ao
longo dos trechos de rio até atingir os cursos d’águas principais nas situações com
menor escoamento superficial.

No Quadro 12.5 são apresentados os critérios adotados para a estimativa das cargas
oriundas do uso do solo.

Quadro 12.5 - Coeficientes de Exportação por Tipo de Uso do Solo


Carga Unitária Taxa de remoção
Uso do Solo Área na Bacia (km²)
(kg/km² dia) (%)
Agricultura 3.439,73 4,91 0,95
Urbano 351,20 16,00 0,95
Pastagem e Campos 4.997,11 1,08 0,95
Cobertura Florestal 3.155,05 1,17 0,95
FONTE: Adaptado de COMITÊS PCJ, 2011; ANA, 2013; AGUASPARANA, 2013a;
AGUASPARANA, 2013b; SECIMA, 2015; Gomes et al., 1998.

12.2.2. Cargas Estimadas para a Situação Atual

Na região do PDRH Paraopeba, a carga total de DBO remanescente estimada, ou seja,


a carga que chega aos corpos hídricos a partir das fontes de poluição consideradas, foi
igual a 65.374 kg DBO/dia, sendo distribuída por origem conforme a Figura 12.15. A
fonte doméstica corresponde a mais da metade da carga gerada na região, a segunda
maior parcela é referente à origem industrial, as duas somam 97% das cargas geradas,
tornando as demais origens (mineração, pecuária e uso do solo) praticamente
insignificantes. Dessa forma, tudo indica que um dos grandes contribuintes para a

361
poluição das águas da região do PDRH Paraopeba sejam os baixos índices de coleta e
tratamento de efluentes domésticos da população urbana. Embora saiba-se ainda que
a mineração é uma atividade altamente impactante e ao mesmo tempo bastante
significativa na região, cujo reflexo é pouco representativo no que se refere à matéria
orgânica, aqui estudada.

Figura 12.15 - Cargas Remanescentes por Fonte de Poluição

FONTE: COBRAPE, 2018.

As menores cargas são observadas nos municípios com a sede urbana fora da bacia,
conforme a Figura 12.16. Em contrapartida, estão Congonhas e Betim, com valores bem
próximos, 10.863 e 10.478 kg DBO/dia, respectivamente, contudo no primeiro caso a
maior fonte é a industrial e no segundo a doméstica, como na maioria dos municípios.
A carga desses municípios é quase metade das cargas dos municípios que ficam em
terceiro e quarto lugar como maiores geradores: Conselheiro Lafaiete (6.211 kg
DBO/dia) e Ibirité (6.061 kg DBO/dia), demonstrando ainda mais a proeminência dos
dois primeiros municípios. Pode-se destacar ainda Esmeraldas, com 4.733 kg DBO/dia
e Igarapé com 2.711 kg DBO/dia.

É interessante notar que embora Congonhas tenha a maior parte da população sem
tratamento de efluentes e Betim tenha apenas 37%, esta possui a maior população
urbana da região, cerca de 31% distribuída em apenas 3% da área total, demonstrando
o impacto da população urbana sem coleta e tratamento como grande problema para
os municípios.

362
45°0'0"O 44°0'0"O

Cargas Remanescentes

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
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20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
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Congonhas
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P
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DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Cargas Remanescentes de DBO (kg/dia) !
P Principais Sedes Municipais
> 100 Limite Municipal
101 - 500 Hidrografia Principal
501 - 1.000 Limite SF3: Rio Paraopeba
1.001 - 2.000 Municípios SF3: Rio Paraopeba
2.001 - 4.000 Reservatório
4.001 - 7.000
> 7000
FONTE: COBRAPE, 2018.
A distribuição dessas cargas por município, Quadro 12.6, mostra ainda que apenas
Congonhas, Crucilândia, Fortuna de Minas, Maravilhas e Rio Manso não possuem a
fonte doméstica como maior geradora de cargas de DBO, sendo a origem industrial a
mais representativa.

Quadro 12.6 - Cargas Estimadas por Município


Uso do
Município Doméstica Pecuária Indústria Mineração Total
Solo
Belo Horizonte 1,39 0,07 - - - 1,46
Belo Vale 390,81 51,03 16,30 1.065,88 3,56 1.527,58
Betim 10.331,34 90,72 11,87 43,64 0,04 10.477,62
Bonfim 363,53 36,04 12,27 9,64 0,04 421,52
Brumadinho 1.642,11 102,43 22,77 7,62 4,48 1.779,42
Cachoeira da Prata 162,53 5,73 3,00 77,18 0,57 249,01
Caetanópolis 547,93 18,98 - 2,62 0,01 569,55
Capim Branco 0,01 0,00 0,01 - - 0,02
Caranaíba 0,01 0,00 - - - 0,02
Carandaí 1,49 0,10 - - - 1,59
Casa Grande 110,83 19,97 6,18 - - 136,97
Congonhas 2.954,36 72,66 3,41 7.826,82 5,62 10.862,86
Conselheiro Lafaiete 5.108,92 69,34 19,31 1.013,80 0,01 6.211,38
Contagem 1.764,69 29,61 1,87 7,87 0,01 1.804,04
Cristiano Otoni 265,62 16,37 9,45 13,26 0,00 304,71
Crucilândia 255,36 18,36 - 534,71 - 808,43
Curvelo 156,40 104,00 34,77 0,81 12,80 308,78
Desterro de Entre
99,31 23,82 8,07 - 0,02 131,23
Rios
Entre Rios de Minas 759,67 68,76 25,16 3,89 0,01 857,48
Esmeraldas 3.428,08 79,77 51,75 1.207,66 5,97 4.773,23
Felixlândia 17,85 16,23 - - 0,22 34,31
Florestal 115,90 15,51 21,74 5,00 0,02 158,18
Fortuna de Minas 140,84 14,77 14,49 827,76 3,05 1.000,92
Ibirité 5.451,54 27,08 - 581,97 - 6.060,59
Igarapé 1.853,22 27,96 - 829,38 0,04 2.710,59
Inhaúma 199,52 20,33 - 3,37 0,10 223,33
Itaguara 0,73 0,23 0,16 - - 1,12
Itatiaiuçu 452,00 30,49 - 77,67 0,83 560,99
Itaúna 28,21 7,68 - - 0,00 35,89
Itaverava 11,24 2,73 0,54 - - 14,51
Jeceaba 287,89 36,37 5,98 0,43 3,83 334,50
Juatuba 912,03 19,36 4,07 284,96 - 1.220,42
Lagoa Dourada 186,82 43,00 18,22 - 0,02 248,06
Maravilhas 311,10 13,11 15,26 411,08 0,18 750,72
Mário Campos 707,52 8,75 - 364,54 2,39 1.083,20
Mateus Leme 906,89 44,62 16,45 504,64 0,10 1.472,69

364
Uso do
Município Doméstica Pecuária Indústria Mineração Total
Solo
Moeda 247,09 25,08 6,30 0,57 0,07 279,11
Nova Lima 9,43 0,13 - - - 9,56
Onça De Pitangui 0,87 0,24 - - - 1,11
Ouro Branco 308,89 31,28 2,04 1,61 - 343,82
Ouro Preto 19,99 13,98 0,10 3,19 0,38 37,64
Papagaios 178,47 36,87 29,72 - 0,18 245,24
Pará De Minas 72,51 13,10 - - - 85,61
Paraopeba 1.184,57 53,92 33,20 35,00 3,28 1.309,97
Pequi 91,09 15,84 21,16 - 10,96 139,05
Piedade Dos Gerais 248,91 29,77 22,94 - 1,44 303,05
Piracema 1,35 0,25 0,26 - - 1,87
Pompéu 75,58 64,84 - - - 140,42
Queluzito 71,78 20,29 7,91 - - 99,98
Resende Costa 21,86 18,68 4,90 - 1,91 47,35
Ribeirão das Neves 5,71 0,02 - - - 5,73
Rio Manso 283,35 28,77 9,58 1.518,00 - 1.839,70
São Brás do Suaçuí 163,64 17,04 - - 0,05 180,73
São Joaquim de
1.248,82 18,36 - 15,95 0,05 1.283,18
Bicas
São José da
205,60 15,15 - 6,01 0,04 226,80
Varginha
Sarzedo 1.258,10 17,59 1,25 14,11 - 1.291,06
Total Geral 45.954,96 1.579,83 471,81 17.305,17 62,28 65.374,05
FONTE: COBRAPE, 2018.

O município com maior carga gerada na mineração é Curvelo, com cerca de 20% do
total dessa fonte poluidora, isso se deve à alta demanda outorgada, conforme
mencionado no Item 14.1.6. Esse é também o município que possui maior carga difusa,
justificável pelo fato do mesmo ser o maior município da região do PDRH Paraopeba.
No que se refere à carga oriunda da pecuária, Esmeraldas é o município com maior
carga de DBO gerada, compatível com seu maior rebanho, conforme PPM (2016).

12.3. Estimativa da Condição Atual da Qualidade da Água

Uma mesma quantidade de carga poluidora pode ter diferentes impactos na qualidade
da água, dependendo do corpo hídrico em que é lançada, pois a assimilação da mesma
depende das características físicas, químicas e biológicas do curso d’água. Sendo que
dentre as características físicas têm-se a vazão, que está diretamente ligada à forma
com que o poluente é diluído.

A legislação brasileira que associa a quantidade de poluentes com qualidade das águas
é a Resolução CONAMA nº 357/05, no estado de Minas Geais o mesmo é definido por
meio da Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG nº1 de 2008. Ambas

365
traçam limites mínimos e máximos de concentrações, que devem ser analisadas numa
vazão de referência, que na região do PDRH Paraopeba é a Q7,10.

Os modelos matemáticos são ferramentas que permitem a representação de um


sistema em uma linguagem de fácil acesso e uso, com o objetivo de entende-lo e buscar
suas respostas perante diferentes entradas (FRAGOSO JR., FERREIRA e MARQUES,
2009).

Conforme apontado anteriormente, na primeira versão do Plano foram utilizados os


modelos QUAL2E e QUAL-UFMG para simulação do parâmetro oxigênio dissolvido,
contudo, conforme destacado no próprio Plano, os mesmos exigem fatores de entrada
complexos e de difícil determinação. Por isso, nesta revisão optou-se por utilizar um
modelo com dados de entrada mais acessíveis e com resultados capazes de facilitar a
interpretação da situação dos corpos hídricos.

Sendo assim, a fim de estimar o impacto das cargas poluidoras apresentadas no Item
12.2.2 sobre os corpos hídricos do PDRH Paraopeba utilizou-se um modelo matemático
quali-quantitativo desenvolvido inicialmente para o Atlas Esgoto (ANA, 2017a) com as
devidas adaptações para a região. O mesmo permite aferir as concentrações resultantes
considerando a carga estimada e as vazões de referência Q7,10 e Q95%, escolhidas para
a presente análise por representarem, respectivamente, a vazão de referência vigente
em Minas Gerais e a mais utilizada no país. A partir disso é possível ainda verificar em
qual classe de qualidade o trecho de rio se enquadraria, se está de acordo com o
enquadramento vigente definido pela Deliberação Normativa COPAM Nº 14/95 e com
os usos identificados. A identificação de trechos críticos ainda no início do plano
contribui para a discussão dos aspectos qualitativos no decorrer do mesmo, bem como
a proposição de diretrizes e medidas de planejamento.

A Figura 12.17 apresenta o enquadramento vigente, com exceção dos trechos


classificados como Especial, visto que os mesmos são trechos pequenos.

366
45°0'0"O 44°0'0"O

Enquadramento Vigente

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Enquadramento Vigente !
P Principais Sedes Municipais
Classe 1 Limite Municipal
Classe 2 Hidrografia Principal
Classe 3
Limite SF3: Rio Paraopeba
Classe 4
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório

FONTE: Adaptado de Deliberação


Normativa COPAM n° 14/95.
12.3.1. Estrutura do Modelo de Qualidade da Água

O modelo é baseado na análise acumulada, considerando como unidade básica a


ottobacia, conforme Figura 12.18. Nessa estrutura, as cargas estimadas são lançadas
no final das ottobacias correspondentes e possuem um abatimento na ottobacia de
jusante. No final da ottobacia de jusante, a carga representa a soma do que foi abatido
de montante mais o que é gerado na própria ottobacia correspondente. A análise de
cada trecho é feita considerando essa carga final.

Figura 12.18 - Esquema de Análise Acumulada do Modelo Matemático

FONTE: Adaptado de ANA, 2017.

O abatimento da carga de DBO é estimado através da solução analítica de decaimento


de primeira ordem, como apresentado por Von Sperling (2007) na Equação 1.

𝐶 = 𝐶0 𝑒 −𝑘𝑑 𝑡

Onde:

C é a concentração da substância (mg/L) no tempo t;

C0 é a concentração inicial da substância (mg/L);

kd é o coeficiente de decaimento (d-1); e,

t é o tempo (dias).

Para a definição do coeficiente de decaimento de DBO, considerou-se que quanto maior


a concentração de matéria orgânica, mais rápido ocorre a sua própria decomposição.
Dessa forma, onde as concentrações de montante são inferiores a 5 mg/L, o valor
estabelecido no trecho é de 0,15 d-1 e quando superior a 5 mg/L, de 0,25 d-1.

Assim é possível calcular a concentração de DBO em cada trecho de rio selecionado


para o enquadramento e então avaliar a classe de qualidade da Resolução CONAMA
357/05 que estaria compatível com essa concentração.

O modelo foi desenvolvido em Excel, com as seguintes planilhas:

368
• Lançamentos Pontuais: é a aba de apoio que contém as informações de vazão
de lançamento por ottobacia N8. Desta aba sai para o modelo a informação se
a ottobacia tem lançamento e a vazão do efluente para ser incrementada à vazão
do trecho;

• Cargas: é a aba que contém as cargas estimadas no Item 12.2.2;

• Concentrações: é a aba do modelo propriamente dito, onde são realizados os


cálculos descritos para as vazões de referências (Q7,10 e Q95%);

• Shape: arquivo que resume por ottobacia N8 os resultados de concentração,


classe de enquadramento equivalente, vazão necessária para que houvesse
diluição e carga que precisa ser reduzida para o trecho ficar enquadrado na
classe atual.

As colunas da aba modelo, bem como a fonte de informação e considerações adotadas


estão listadas no Quadro 12.7.

Cabe destacar que visto que a Classe Especial não possui padão de DBO definido na
Resolução CONAMA nº 357/05 e Deliberação COPAM/CERH nº 1/08, foi considerada
essa classe equivalente quando a concentração no trecho foi igual à concentração
natural de DBO no rio, adotada como igual a 1,0 mg/L.

369
Quadro 12.7 - Dados de Entrada do Modelo e Suas Respectivas Fontes
Sigla Significado Fonte Observação
Base hidrográfica (IGAM,
COBACIA Código da Ottobacia Foi utilizado o nível 8
2010)
Determinado a partir da
BACIAJUSANTE Código da COBACIA de Jusante
Dados da base hidrográfica
Hidrografia Base hidrográfica (IGAM,
NOME_ADO Nome do rio adotado
2010)
Base hidrográfica (IGAM,
COMP (m) Comprimento do trecho de rio em metros
2010)
Q710_M3S Apresentado no Item de
Vazão Vazão de referência na Ottobacia em m³/s
Q95_M3S Disponibilidade Hídrica
Se houver lançamento na ottobacia,
Demanda industrial e vazão esse campo faz a soma da vazão dos
Lançamentos Q_PL_M3S Vazão do ponto de lançamento em m³/s
média das ETEs efluentes que estão sendo lançados
na ottobacia
Enquadramento vigente na região do PDR - Deliberação Normativa Nos trechos não definidos adotou-se
Enq_Vigente Classe
Paraopeba COPAM Nº 14/95 a Classe 2
VELO_Q710 (m/s) Velocidade do rio na referida vazão de
ANA (2017a)
VELO_Q95 (m/s) referência em m/s
Consideração
Adotado como sendo igual a 1 mg/l
CNDBO Concentração natural de DBO em mg/l Consideração
(ANA, 2017a)
TEMPO_Q710 Indica o tempo que a DBO demora pra
Cálculo (dia) percorrer a ottobacia em cada vazão de Calculado vazão/velocidade
TEMPO_Q95 (dia) referência
Carga remanescente de DBO da população
CR_PSCT (kg/dia) Calculado
sem coleta e sem tratamento em kg/dia
Carga remanescente de DBO da populaçao
CR_ETE (kg/dia) Calculado Pode ser utilizada a carga estimada
Carga com coleta e tratamento em kg/dia
para a situação atual e para os
Remanescente Carga remanescente de DBO das indústrias
CR_IND (kg/dia) Calculado cenérios
em kg/dia
Carga remanescente de DBO das
CR_MIN (kg/dia) Calculado
mineradoras em kg/dia

370
Sigla Significado Fonte Observação
Se a carga de montante for inferior ou
igual a 5 mg/l é adotado o valor de
KD (1/dia) Coeficiente de decaimento de DBO em d-1 Consideração
0,15 d-1, se não adota-se 0,25 d-1
(ANA, 2017a)
Análise de carga Calculado com base nas colunas
MONT (kg/dia) Carga de montante de DBO em kg/dia Calculado
na QX Carga Remanescente DBO
Considera-se um decaimento de
ABAT (kg/dia) Carga abatida de DBO no trecho em kg/dia Calculado
primeira ordem
É a carga que vai para a ottobacia
JUSA (kg/dia) Carga de jusante de DBO em kg/dia Calculado
seguinte
CTFDBO_QX Concentração final de DBO na ottobacia em
Calculado
(mg/L) mg/l
Indica a classe que o corpo hídrico de
Análise de
CLDBO_QX água doce seria enquadrado
concentração na Classe de DBO na ottobacia em mg/L Calculado
(mg/L) considerando a DBO em cada vazão
QX
analisada
Número de vezes que a vazão deveria ter
QDILCOT_QX Calculado
para alcançar o enquadramento vigente
Limite_Classe_QX Carga suporte de DBO do trecho para que
Calculado
(kg/dia) ele se mantenha no enquadramento vigente
Carga a ser
Carga que precisa ser removida para que o
reduzida (kg/dia) CR_ENQ_QX
trecho fique na classe do enquadramento Calculado
(kg/dia)
vigente
FONTE: COBRAPE, 2018.

371
12.3.2. Resultados do Modelo de Qualidade da Água

A Figura 12.19 apresenta o resultado da modelagem na vazão Q7,10 e a Figura 12.20


para a Q95%, as duas vazões de referência podem ser associadas a condições de baixa
disponibilidade. Nas figuras é possível identificar qual a classe da Deliberação
Normativa Conjunta COPAM/CERH - MG nº 1/2008, similar à Resolução CONAMA nº
357/05, associada à concentração de DBO resultante do modelo matemático,
representada nos trechos de rios. Também está representada, por ottobacia, quantas
vezes a vazão atual teria que ser acrescida para que pudesse diluir a carga lançada
naquele trecho.

Nas duas vazões simuladas, a maioria dos trechos ficaram compatíveis com a Classe
Especial e a Classe 1, que são as duas melhores classes de qualidade de acordo com
a legislação referente. O número de trechos em Classe 2 e Classe 3 são similares.
Contudo, o que chama bastante atenção são os trechos equivalentes à Classe 4, os de
pior qualidade, sendo que na Q95% isso é mais frequente. Essa ocorrência se dá
principalmente nas áreas urbanas com destaque para as regiões onde essas áreas são
mais densas, formando aglomerados ou corredores com algum tipo de ocupação
humana. É o que ocorre desde Contagem, passando por Betim e indo até Juatuba. Em
paralelo observa-se o mesmo envolvendo os municípios de Ibirité, Sarzedo, Mario
Campos, São Joaquim de Bicas e Igarapé. Mais a sul da bacia, isso se repete entre os
limites de Conselheiro Lafaiete, Congonhas e Jeceaba. Alguns trechos de rio acabaram
sendo associados à essa qualidade da água mais baixa desde a sua nascente, isso
porque as disponibilidades são baixas nessas regiões, dada as vazões de referência, e
quase sempre ocorre a ocupação humana sem acesso à tratamento de efluentes.

Comparando-se os resultados para o IQA, apresentado no Item 12.1.6, o ponto de 2017


na categoria ruim é compatível com um trecho Classe 4 na Q95%, dos nove pontos com
o IQA Ruim, sete estão em trechos com simulação resultante na Classe 4, um na Classe
3 e um na Classe 1, sendo numa região logo a montante de rios com Classe 4.
Analisando as classes resultantes na Q7,10, as compatibilidades são similares,
demonstrando que o modelo simulado é coerente com os dados monitorados na região.

372
45°0'0"O 44°0'0"O

Resultado da Modelagem
Matemática Q7,10

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Belo Horizonte
Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Resultado da Simulação por Resultado da Simulação por Q !
P Principais Sedes Municipais
Equivalência de Classe Diluição Necessária para a Limite Municipal
Classe Especial Classe de Análise Q Suficiente
Hidrografia Principal
Classe 1 > 1Q
Limite SF3: Rio Paraopeba
Classe 2 1Q - 5Q Municípios SF3: Rio Paraopeba
Classe 3 5Q - 10Q Reservatório
Classe 4 10Q - 30Q
> 30Q
FONTE: COBRAPE, 2018.
45°0'0"W 44°0'0"W

Resultado da Modelagem
Matemática Q95%

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
Pará de Minas
P
!
Contagem Belo Horizonte
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT

GO
DF Conselheiro Lafaiete
P
!

Belo Horizonte ES
^
MS

±
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda Convenções Cartográficas
CLDBO_Q95 Resultado da Simulação por Q P Principais Sedes Municipais
!
0 Diluição Necessária para a Limite Municipal
Classe de Análise Q Suficiente
1 Hidrografia Principal
> 1Q
2 Limite SF3: Rio Paraopeba
1Q - 5Q Municípios SF3: Rio Paraopeba
3
5Q - 10Q Reservatório
4
10Q - 30Q
> 30Q
FONTE: COBRAPE, 2018.
Alguns usos de água têm suas classes definidas na Deliberação Normativa Conjunta
COPAM/CERH - MG nº 1/2008: unidades de conservação de proteção integral
associada à Classe Especial; áreas indígenas à Classe 1; abastecimento para consumo
humano à classe especial, após filtração e desinfecção, classe 1 após tratamento
simplificado, classe 2 após tratamento convencional e classe 3 após tratamento
convencional ou avançado.

Na região do PDRH Paraopeba identificou-se dez unidades de conservação de proteção


integral, no Monumento Natural Municipal Mãe D’água, na Reserva Biológica Municipal
Campos Rupestres de Moeda Sul e no Monumento Estadual da Serra da Moeda
ocorreram trechos com concentrações compatíveis com a Classe 3 e Classe 4, além de
Classe 1, que embora seja menos crítica, ainda se caracteriza como fora da legislação.
Essa mesma classe ocorreu também em um trecho do Parque Estadual do Ouro Branco.
Qualidade compatível com a Classe 2 foi encontrada no Monumento Natural Estadual
Serra do Gambá, Reserva Biológica Municipal Campos Rupestres de Moeda Norte e no
Monumento Estadual da Serra da Moeda. No caso da Q95% os não atendimentos à
Classe Especial, foram referentes à Classe 3 em dois trechos no Monumento Natural
Municipal Mãe D’água, trechos em Classe 1 no Monumento Natural Estadual da Serra
da Moeda e nas reservas biológicas municipais campos rupestres de Moeda Norte e
Moeda Sul.

Não foi identificada nenhuma área indígena na região.

No que se refere os pontos identificados como de captação superficial para


abastecimento público, nota-se alguns mais críticos, com Classe 4, incompatível com
esse uso. Tal situação ocorre na Q7,10 para a cidade Caetanópolis (Rio Paraopeba), o
mesmo para Juatuba ( Ribeirão Serra Azul e Rio Paraopeba), Betim (Rio Betim –
Vargem das Flores), Igarapé (Córrego da Estiva), Itaitaçu ( Córrego Vermelho e Ribeirão
das Pedras), Ibirité (Córrego Bálsamo), Brumadinho (Rio Manso e Ribeirão Águas
Claras) e Congonhas (Córrego Macaquinhos). Na Q95%, o mesmo ocorre para os dois
pontos de Juatuba, o de Betim, Igarapé, Ibirité e em Brumadinho no Ribeirão Águas
Claras.

Ao se comparar os resultados das simulações com o enquadramento vigente, Figura


12.21, fica evidente que nas duas vazões de referência ocorre não conformidade, o que
é comum a nível nacional conforme destacado por ANA (2012b). Tal fato reforça a
necessidade da atualização do enquadramento, considerando a legislação atual,
posterior à deliberação, bem como incorporando as alterações de uso e ocupação da
água e do solo na região nos anos posteriores à definição do enquadramento.

375
Figura 12.21 - Comparativo de Classes

FONTE: COBRAPE, 2018.

12.4. Estimativa de Impacto do Setor Minerário

Dada a vocação da região para a atividade de mineração, decidiu-se de forma


complementar à análise de DBO, pouco representativa para o setor, analisar as
informações de metais. Para tanto, analisou-se dados monitorados e estudos
desenvolvidos na região sobre o assunto e realizou-se uma estimativa simplificada de
cargas.

Notou-se que de uma maneira geral há poucos estudos sobre o impacto da mineração
sobre os recursos hídricos, além de existirem poucas informações quanto às
características do tipo de solo e rochas, que interferem diretamente na avaliação da
quantidade de substâncias na água. Abaixo são apontados estudos relevantes quanto
a isso, contudo fica evidente a necessidade de se estudar em mais detalhes essa
questão na região, o que será sugerido no Plano de Ações do PDRH Paraopeba.

O Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF,


2015) em sua análise qualitativa das águas superficiais da bacia do Paraopeba, concluiu
que na maior parte das estações de amostragem, a contaminação por tóxicos se
manteve estável e em níveis baixos nos últimos anos. Contudo, dentre essas
substâncias e as que podem ser relacionadas de forma mais direta com a atividade de

376
mineração, o chumbo total, o arsênio, o zinco e o cianeto apresentaram em pelo menos
uma estação valores acima do estabelecido pelo enquadramento vigente.

Sabino et. al (2008) ao aplicar técnicas de análise estatística multivariada com os dados
de monitoramento do IGAM para a região do Paraopeba encontrou forte relação entre
parâmetros mais significativos para a avaliação da qualidade da água em regiões com
a atividade minerária mais desenvolvida. Com destaque para bário, boro, cobre, cromo,
ferro e zinco. Segundo o estudo, a lixiviação, o carreamento e a presença de metais em
toda a Bacia demonstra não apenas características naturais das rochas, como também
o efeito das atividades antrópicas na qualidade das águas da Bacia. Sendo a remoção
da cobertura vegetal para o desenvolvimento da atividade minerária uma das ações que
torna as encostas e os solos mais expostos, essa desagregação de material torna o
mesmo mais disponível para ser levado para o escoamento superficial, conforme
destacado por Mendonça (2012). Fato que corrobora a relação entre as substâncias
encontradas no estudo e a atividade minerária.

Calazans (2015) também por meio de técnicas de estatística multivariada ao avaliar a


qualidade da água na bacia do Paraopeba encontrou indícios da importância da análise
de metais na variabilidade da qualidade da água na bacia. Embora a maioria dos seus
resultados tenham apontado como parâmetros mais significativos os ligados à poluição
urbana, principalmente efluente doméstico, na maior parte da bacia o ferro dissolvido e
o manganês têm grande peso na variabilidade da qualidade da água. No baixo
Paraopeba se sobressaiu, além dos indicadores de matéria orgânica, fatores que
evidenciam a poluição da mineração: cor, ferro dissolvido e condutividade elétrica. O
autor fez ainda uma ressalva importante quanto ao desconhecimento das
concentrações basais de alguns metais na bacia do rio Paraopeba, e que, portanto, as
altas concentrações de ferro e manganês podem estar associadas ao background dos
solos.

Em estudo desenvolvido por Soares (2017), comparando as bacias dos rios Piracicaba
e Paraopeba, os parâmetros manganês total, ferro e indicador microbiológico foram
considerados os mais relevantes para a caracterização da qualidade da água nas
bacias. O que indica a questão da poluição doméstica (indicadores microbiológicos) já
apontada anteriormente e os metais remetem à mineração. Ainda no estudo, ao se
avaliar o risco de violação de parâmetros pelo enquadramento vigente, os que
apresentaram maior risco foram o alumínio dissolvido, chumbo, cor verdadeira, DBO,
manganês total, sólidos em suspensão e turbidez. Sendo que boa parte deles pode ser
associado à atividade minerária, embora o autor destaque que o maior problema da
bacia concerne ao esgoto doméstico.

377
12.4.1. Dados de metais monitorados

Considerando as informações básicas disponíveis sobre metais nos pontos de


monitoramento de qualidade da água do Hidroweb e do IGAM, foram avaliadas as
médias históricas dos parâmetros: arsênio total, cádmio total, cromo total, ferro
dissolvido, manganês total, mercúrio total, níquel total, sólidos totais e zinco total.

Como já mencionado anteriormente, a variação da quantidade de informações das


amostragens nas estações de monitoramento é oscilante ao longo dos anos. Nesse
sentido, o Quadro 12.8 indica o período de dados disponíveis de cada um dos 51 pontos
segundo os diferentes metais verificados.

378
Quadro 12.8 - Período de Dados Disponíveis dos Metais Analisados
Período de dados
Código
Ferro Manganês Sólidos
adotado Arsênio total Cádmio total Cromo total Mercúrio total Níquel total Zinco total
dissolvido total totais
40549998 - - - - - - - - -
40579995 - - - - - - - - -
40680000 - - - - - - - - -
40710000 1997 - 2002 1997 - 2002 - - - - 1997 - 2002 1997 - 2002 1997 - 2002
40740000 - - - - - - - - -
40800001 - 1985 - 1994 - - - - - 1985 - 1988 -
40810400 - - - - - - - - -
40810800 - - - - - - - - -
40811100 - - - - - - - - -
40821900 - - - - - - - - -
40822995 - 1987 - 1994 - - - - - - -
40823500 - - - - - - - - -
40850000 - - - - - - - - -
41190100 - - 2016 - 2016 - 2016 - 2016 2016 - 2016 2016 - 2016 2016 - 2016 2016 - 2016
BP014 2015 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018 2016 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018
BP016 2015 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018 2016 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018
BP018 2015 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018 2016 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018
BP020 2015 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018 2016 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018 2015 - 2018
BP022 2008 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018 2007 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018 2008 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018
BP024 2008 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018 2007 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018 2008 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018
BP026 1998 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018
BP027 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018
BP029 1998 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018
BP032 2008 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018 2007 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018 2008 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018
BP036 1998 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018
BP066 2008 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018 2007 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018 2008 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018
BP068 1998 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018

379
Período de dados
Código
Ferro Manganês Sólidos
adotado Arsênio total Cádmio total Cromo total Mercúrio total Níquel total Zinco total
dissolvido total totais
BP069 2008 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018 2007 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018 2008 - 2018 2007 - 2018 2007 - 2018
BP070 1998 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018
BP071 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018
BP072 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018
BP073 2008 - 2018 2007 - 2018 2007 - 2018 2007 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018 2007 - 2018 2007 - 2018 2007 - 2018
BP074 2008 - 2018 2007 - 2018 2007 - 2018 2007 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018 2007 - 2018 2007 - 2018 2007 - 2018
BP075 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018
BP076 1998 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018
BP078 1998 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018
BP079 1998 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018
BP080 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018
BP081 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018
BP082 1998 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018
BP083 1998 - 2018 1998 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1998 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018 1997 - 2018
BP084 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018
BP085 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018 2013 - 2018
BP086 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018
BP088 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018
BP090 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018 2000 - 2018
BP092 2003 - 2018 2003 - 2018 2003 - 2018 2003 - 2018 2003 - 2018 2003 - 2018 2003 - 2018 2003 - 2018 2003 - 2018
BP094 2003 - 2018 2003 - 2018 2003 - 2018 2003 - 2018 2003 - 2018 2003 - 2018 2003 - 2018 2003 - 2018 2003 - 2018
BP096 2006 - 2018 2005 - 2018 2006 - 2018 2005 - 2018 2005 - 2018 2006 - 2018 2006 - 2018 2005 - 2018 2006 - 2018
BP098 2006 - 2018 2006 - 2018 2006 - 2018 2006 - 2018 2006 - 2018 2006 - 2018 2006 - 2018 2006 - 2018 2006 - 2018
BP099 2008 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018 2007 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018 2008 - 2018 2007 - 2018 2008 - 2018
FONTE: COBRAPE, 2018.

380
De modo a embasar melhor a análise dos dados de metais nos 51 pontos de
monitoramento da região, foi feita a comparação da localização georreferenciada
dessas estações com duas informações distintas: proximidade com as barragens de
rejeitos e as informações de lavras para exploração mineral local. Apenas dois pontos
de monitoramento (BP080 e BP085) estão próximos em um raio de até 500 metros de
alguma barragem de rejeito, sendo que ambas as estações estão localizadas a jusantes
das barragens.

A primeira verificação foi realizada uma vez que, embora entenda-se que boa parte dos
efluentes gerados na atividade minerária, principalmente as águas utilizadas nas usinas
de beneficiamento, fiquem retidos em barragens de rejeitos, durante o processo de
extração e beneficiamento, as águas provenientes da chuva, dos córregos e dos
aquíferos, assim como as utilizadas em todas as operações e setores da mina, são
potencialmente passíveis de sofrerem alterações e causarem impactos no ecossistema,
conforme destacado por Mendonça (2012). O autor cita ainda que na extração, os
efluentes têm sua origem e composição relacionadas ao escoamento superficial das
águas pluviais e entram em contato com o material rochoso mobilizando os produtos de
oxidação, redução e dissolução dos minerais, incluindo ácidos, bases e metais; aos
óleos e graxas que escorrem dos maquinários e ao esgotamento sanitário das
instalações para funcionários. Sendo assim, todo esse material pode chegar de alguma
forma aos rios e alterar suas características naturais.

Já a verificação das informações acerca das lavras, disponibilizadas pelo DNPM,


auxiliou no embasamento quanto às possíveis fontes de poluição nos trechos
monitorados. Isso porque, além da área de abrangência de cada processo, foi possível
a verificação da fase que este se encontra (disponibilidade, autorização de pesquisa,
requerimento, licenciamento e concessão de lavra), além dos recursos naturais
explorados e o seu uso.

Essas três informações, quando integradas, permitiram o entendimento da dinâmica


minerária e seus possíveis efeitos no ecossistema. Segundo Rodrigues (2007), para os
seres humanos, o cobre, cromo, ferro, manganês e zinco são essenciais, enquanto o
mercúrio, chumbo e cádmio, por exemplo, não têm função biológica definida, sendo
altamente tóxicos. Assim, a análise dos metais da bacia foi subdividida entre as
substâncias prejudiciais e não prejudiciais ao ser humano.

É válido destacar que todas as estações de monitoramento da região do PDRH


Paraopeba estavam em de acordo com a Classe 2 estabelecida pela Resolução

381
CONAMA nº 357/2005 para: arsênio total, níquel total e zinco total. Portanto, essas
substâncias não impactam de maneira significativa nos corpos hídricos da bacia.

12.4.1.1. Cromo total, ferro dissolvido e manganês total


Cromo, ferro e manganês, são, em diferentes graus, necessárias para o organismo dos
seres humanos. No entanto, seus excessos impactam no meio ambiente e, portanto, na
qualidade de vida dos seres vivos que compõem esse sistema. As Figura 12.22 a Figura
12.24 indicam as médias históricas dos pontos de monitoramento quanto a esses três
metais presentes na região do PDRH Paraopeba.

Segundo Piveli (s.d.), o cromo é largamente empregado nas indústrias, especialmente


em galvanoplastias, onde a cromeação é um dos revestimentos de peças mais comuns.
Assim, esse metal pode ocorrer como contaminante de águas sujeitas a lançamentos
de efluentes de curtumes e de circulação de águas de refrigeração. No entanto, os
impactos do cromo podem implicar na maior suscetibilidade dos peixes a infecções em
decorrência de alterações no sistema imunológico, afetando os vários tecidos desses
animais. Na região do PDRH Paraopeba, apenas a estação BP082, monitorada pelo
IGAM, ultrapassou o limite máximo estabelecido pela Classe 2, atingindo 0,053 mg/L.

Já a média de ferro dissolvido extrapolou o limite máximo estabelecido pela Classe 2


em 14 dos 37 pontos com dados disponíveis para o metal, como: BP022, BP024, BP026,
BP032, BP066, BP071, BP074, BP076, BP079, BP081, BP084, BP085, BP088 e BP090.
Essa quantidade significativa de estações com valor excessivo de ferro é justificada uma
vez que 41,7% (6.346 de um total de 15.208) dos processos minerários presentes na
região do PDRH Paraopeba tem como substância citada o ferro ou o minério de ferro.

Segundo Pires et al. (2003), testes realizados em uma mina em Minas Gerais indicaram
que o resíduo acumulado causado pela exploração e pelo beneficiamento do minério de
ferro tem capacidade de retenção de cromo (Cr) e que os sedimentos acumulados
funcionam como retenção de metais pesados e diminuem a dispersão de poluentes. No
entanto, é evidente que seu excesso é prejudicial ao meio ambiente local.

Assim como o parâmetro de ferro dissolvido, o manganês total excedeu 0,1 mg/L (limite
da Classe 2) em várias estações de monitoramento, tais como: BP014, BP016, BP018,
BP020, BP026, BP027, BP029, BP036, BP068, BP069, BP070, BP071, BP072, BP073,
BP075, BP078, BP089, BP080, BP081, BP082, BP083, BP084, BP085, BP086, BP088,
BP096 e BP098. Isso porque, historicamente, o estado de Minas Gerais é grande
exportador de minério de ferro e manganês, dada a importância desses para o
desenvolvimento de indústrias siderúrgicas. Tanto a exploração das substâncias
primárias (ferro e manganês) quanto de seus minérios (minério de ferro e de manganês),

382
estão concentrados na região do Alto e Médio Paraopeba, impactando diretamente nas
nascentes dos rios Brumado, Camapuã, Paraopeba, Pequeri e Maranhão.

Em termos de saúde pública, pessoas que consomem água com níveis de manganês
acima do recomendado apresentam sintomas como rigidez muscular, tremores das
mãos e fraqueza. Em animais, o metal pode causar alterações no cérebro. Por outro
lado, um organismo deficiente em manganês pode ter disfunção pancreática e o
metabolismo de carboidratos pode ficar afetado. Buscando valores de equilíbrio e que
visem a prevenção de danos à saúde da população, a Organização Mundial da Saúde
recomenda concentrações de manganês no organismo de até 400 𝜇g/L.

383
Figura 12.22 - Média Histórica de Cromo Total

Figura 12.23 - Média Histórica de Ferro Dissolvido

384
Figura 12.24 - Média Histórica de Manganês Total

FONTE: COBRAPE, 2018.

385
12.4.1.2. Cádmio total e Mercúrio total
Diferentemente dos outros três metais citados, cádmio e mercúrio são altamente tóxicos
e suas concentrações nos corpos hídricos deve ser constantemente mensurada e
avaliada. A média de cádmio total em todos os pontos de monitoramento da região do
Paraopeba esteve abaixo do 0,001 mg/L, limite máximo estabelecido pela Deliberação
Normativa nº 1/08 para a Classe 2, a exceção dos pontos 40710000 e BP027, que
apresentam valores de 0,0012 e 0,0022 mg/L, respectivamente.

Acredita-se que essa alteração possa ser oriunda do tipo do solo presente na região.
Porém, assim como já citado por Calazans (2015), é essencial o desenvolvimento de
estudos que visem o conhecimento das concentrações basais dos metais da bacia, de
forma que possam ser relacionados seus impactos causados.

Segundo Piveli (s.d.), os malefícios do cádmio para o ser humano permeiam o fato de
esta ser uma substância irritante gastrointestinal, podendo causar intoxicação aguda ou
crônica sob a forma de sais solúveis. Para animais, por exemplo, o excesso de cádmio
no organismo pode causar anemia, retardamento de crescimento e morte.

O mercúrio total, por sua vez, é largamente utilizado nos garimpos, durante o processo
de extração do ouro. Segundo Galvão e Corey (1987), essa amalgamação é fonte de
contaminação do meio ambiente, pois o metal passa na forma de vapor ou por meio dos
rejeitos minerais, que podem chegar às águas e ao solo. Devido sua execução se dar
de maneira pouco desenvolvida tecnologicamente e sem grandes cuidados, o mercúrio
acaba sendo descarregado nos corpos hídricos, o que gera um aumento constante de
sua concentração, uma vez que esse metal apresenta efeito cumulativo.

O padrão de potabilidade fixado pela Portaria n º 36 do Ministério da Saúde para


mercúrio é igual a 0,001 mg/L. Na região do Paraopeba, todas as estações que
apresentaram informações acerca de mercúrio total indicaram uma média superior ao
limite máximo da Classe 2 da Deliberação Normativa nº 1/08 e ao padrão de
potabilidade, como mostra a Figura 12.25. A estação BP086 apresentou média histórica
superior aos demais, chegando a 0,25 mg/L.

386
Figura 12.25 - Média Histórica de Cádmio Total e de Mercúrio Total

FONTE: COBRAPE, 2018.

387
12.4.2. Estimativa de cargas metálicas e seus impactos sobre os corpos hídricos

A metodologia utilizada para a estimativa das cargas de metais foi similar ao descrito no
12.4.1. Para tanto, utilizou-se como base as demandas estimadas no Item 14.1.6, uma
taxa de retorno de 90% (ANA, 2013) e as concentrações descritas no Quadro 12.9.

Quadro 12.9 - Concentrações de Poluentes da Mineração


Substância Concentração (mg/L)
Cádmio 0,0005
Cromo Total 0,0450
Cobre 0,0150
Ferro 0,6000
Chumbo 0,0100
Níquel 0,0138
Prata 0,0016
Zinco 0,1350
Arsênio 0,1775
Mercúrio 0,0003
FONTE: Minas Gerais, 1999.

O Quadro 12.10 apresenta a estimativa realizada para os municípios com demanda para
o setor da mineração, na região o ferro foi o metal que teve maior carga dentre os
analisados, quase três vezes mais que arsênio.

De acordo com a FEAM (2016), minério de ferro é a segunda substância mais extraída
na bacia, ficando atrás apenas da areia. O ferro não constitui um tóxico para o consumo
humano, contudo pode conferir sabor e odor à água, além de trazer problemas
indesejáveis quanto a canalizações, tendo, portanto, a aceitação da água reduzida pela
população (PICANÇO, LOPES e SOUZA, 2002). O arsênio, por sua vez, mesmo em
baixas concentrações caracteriza-se por ser um problema crescente de saúde pública,
uma vez que pode ocasionar lesões cutâneas graves e perturbações neurológicas
(CUNHA, 2008).

388
Quadro 12.10 - Carga de Metais Estimada por Município em kg/dia

Município Cádmio Cromo Cobre Ferro Chumbo Níquel Zinco Prata Arsênio Mercúrio
Belo Vale 0,00 0,32 0,11 4,27 0,07 0,10 0,96 0,01 1,26 0,00
Betim 0,00 0,00 0,00 0,05 0,00 0,00 0,01 0,00 0,02 0,00
Bonfim 0,00 0,00 0,00 0,05 0,00 0,00 0,01 0,00 0,02 0,00
Brumadinho 0,00 0,40 0,13 5,37 0,09 0,12 1,21 0,01 1,59 0,00
Cachoeira da Prata 0,00 0,05 0,02 0,68 0,01 0,02 0,15 0,00 0,20 0,00
Caetanópolis 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Congonhas 0,01 0,51 0,17 6,74 0,11 0,15 1,52 0,02 1,99 0,00
Conselheiro Lafaiete 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00
Contagem 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cristiano Otoni 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Curvelo 0,01 1,15 0,38 15,36 0,26 0,35 3,46 0,04 4,54 0,01
Desterro de Entre Rios 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00
Entre Rios de Minas 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Esmeraldas 0,01 0,54 0,18 7,17 0,12 0,16 1,61 0,02 2,12 0,00
Felixlândia 0,00 0,02 0,01 0,27 0,00 0,01 0,06 0,00 0,08 0,00
Florestal 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00
Fortuna de Minas 0,00 0,27 0,09 3,66 0,06 0,08 0,82 0,01 1,08 0,00
Igarapé 0,00 0,00 0,00 0,04 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00
Inhaúma 0,00 0,01 0,00 0,12 0,00 0,00 0,03 0,00 0,04 0,00
Itatiaiuçu 0,00 0,07 0,02 0,99 0,02 0,02 0,22 0,00 0,29 0,00
Itaúna 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Jeceaba 0,00 0,34 0,11 4,59 0,08 0,11 1,03 0,01 1,36 0,00

389
Município Cádmio Cromo Cobre Ferro Chumbo Níquel Zinco Prata Arsênio Mercúrio
Lagoa Dourada 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00
Maravilhas 0,00 0,02 0,01 0,22 0,00 0,01 0,05 0,00 0,07 0,00
Mário Campos 0,00 0,22 0,07 2,87 0,05 0,07 0,65 0,01 0,85 0,00
Mateus Leme 0,00 0,01 0,00 0,11 0,00 0,00 0,03 0,00 0,03 0,00
Moeda 0,00 0,01 0,00 0,08 0,00 0,00 0,02 0,00 0,02 0,00
Ouro Preto 0,00 0,03 0,01 0,45 0,01 0,01 0,10 0,00 0,13 0,00
Papagaios 0,00 0,02 0,01 0,21 0,00 0,00 0,05 0,00 0,06 0,00
Paraopeba 0,00 0,29 0,10 3,93 0,07 0,09 0,88 0,01 1,16 0,00
Pequi 0,01 0,99 0,33 13,15 0,22 0,30 2,96 0,04 3,89 0,01
Piedade dos Gerais 0,00 0,13 0,04 1,73 0,03 0,04 0,39 0,00 0,51 0,00
Resende Costa 0,00 0,17 0,06 2,29 0,04 0,05 0,51 0,01 0,68 0,00
São Brás do Suaçuí 0,00 0,00 0,00 0,07 0,00 0,00 0,01 0,00 0,02 0,00
São Joaquim de Bicas 0,00 0,00 0,00 0,06 0,00 0,00 0,01 0,00 0,02 0,00
São José da Varginha 0,00 0,00 0,00 0,04 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00
Sete Lagoas 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00
Total 0,06 5,61 1,87 74,74 1,25 1,71 16,82 0,20 22,11 0,03

FONTE: COBRAPE, 2018.

390
Uma vez que a interpretação dos impactos dos metais é facilitada por meio de
concentrações, utilizou-se da estrutura básica do modelo descrito no Item 12.4.1 para
estimar as concentrações desses metais nos trechos de rio do PDRH Paraopeba. Para
tanto, considerou-se que toda carga gerada de metais, chega aos corpos hídricos e que
as mesmas podem ser acumuladas de montante para jusante, sem considerar um
decaimento entre os trechos. Os limites legais previstos para cada metal, base para a
interpretação dos resultados está no Quadro 12.11.

Quadro 12.11 - Concentrações Limites de Metais em mg/L


Substância Classe 1 e Classe 2 Classe 3
Cádmio 0,001 0,010
Cromo Total 0,050 0,050
Cobre 0,009 0,013
Ferro 0,300 5,000
Chumbo 0,010 0,033
Níquel 0,025 0,025
Prata 0,010 0,050
Zinco 0,180 5,000
Arsênio* 0,010 0,033
Mercúrio 0,010 0,020
* Caso seja destinado para captação ou irrigação o limite da Classe 1 é 0,14 µg/L

FONTE: Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG nº 1/2008.

Nas duas vazões de referência, mais de 97% dos trechos não teriam uma concentração
de metais associada, tanto por não possuir demanda quanto por não possuírem carga
de montante dessas substâncias. Os demais 23% dos trechos ficam com concentrações
compatíveis com a Classe 2 ou Classe 3, no caso do Cromo e Níquel, cuja concentração
limite é igual para as duas classes. Menos de 1% dos trechos tem concentrações
compatíveis com a Classe 4, isso ocorreu para cromo, cobre, chumbo, níquel e arsênio,
este último com maior frequência.

A Figura 12.26 apresenta o resultado por trecho de rio para a Q7,10 e a Figura 12.27 para
a Q95%, considerando a pior classe dentre os dez metais considerados, as duas figuras
são bastante similares e a Classe 3 se sobressai na calha principal e em seus principais
afluentes, denotando um alerta quanto à questão dessas substâncias na região.

Cabe destacar, que segundo relatório da FEAM (2016), ocorre recirculação de cerca de
80% do efluente da mineração, dessa forma, os resultados aqui apresentados estariam
superestimados. Porém, o mesmo relatório cita o fato de ser difícil mensurar o volume
real desse tipo de efluente que efetivamente chega aos corpos hídricos. Além disso, o
relatório trabalhou apenas com informações de empreendimentos com algum tipo de

391
regularização ambiental, podendo não refletir a real situação resultante da atividade
minerária. Conforme destacado por Farias (2002), o perfil minerário brasileiro é
composto por 95% de pequenas empresas, sendo a determinação do número de
empreendimentos de pequeno porte uma empreitada complexa devido ao grande
número de empresas que produzem na informalidade, aliada à frequentes paralisações
das atividades.

Dessa forma, acredita-se que os resultados aqui apresentados contribuem para um


alerta quanto aos possíveis impactos da atividade e contribui para as discussões do
PDRH Paraopeba. Reitera-se a necessidade de estudos específicos na região afim de
subsidiar uma melhor interpretação quanto à relação entre os metais, a atividade
minerária e a qualidade da água.

392
45°0'0"O 44°0'0"O
Classes Resultantes
da Análise de Metais
na Q7,10

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Classe Resultante !
P Principais Sedes Municipais
Sem Lançamento Limite Municipal
Classe 2
Hidrografia Principal
Classe 3
Limite SF3: Rio Paraopeba
Classe 4
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório

FONTE: COBRAPE, 2018.


45°0'0"O 44°0'0"O
Classes Resultantes
da Análise de Metais
na Q95%

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Classe Resultante !
P Principais Sedes Municipais
Sem Lançamento Limite Municipal
Classe 2
Hidrografia Principal
Classe 3
Limite SF3: Rio Paraopeba
Classe 4
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório

FONTE: COBRAPE, 2018.


13. QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA

O atual crescimento e adensamento dos municípios implicam, evidentemente, no


aumento da demanda local por água. Isso exige um aumento da captação do recurso
natural tanto a nível superficial quanto subterrâneo. Nesse contexto, a análise da
qualidade da água abaixo do nível do terreno do estudo tem grande importância uma
vez que, além contribuir com o abastecimento da população, afeta diretamente a
qualidade das águas superficiais próximas.

De acordo com os dados do SIAGAS (Sistema de Informações de Águas Subterrâneas),


existe na região do PDRH Paraopeba o total de 699 poços cadastrados. Desses, apenas
286 pontos (40,92% dos registros totais) foram estudados, uma vez que os demais não
possuíam quaisquer informações acerca dos parâmetros de qualidade da água
(condutividade elétrica, turbidez, temperatura, cor ou odor). Essa baixa quantidade de
poços com dados disponíveis dificulta um diagnóstico mais aprofundado e mostra a
necessidade de se estabelecer um monitoramento da rede subterrânea mais
significativo.

Em um primeiro momento, a análise da amostra estudada se deu pela identificação dos


poços quanto a sua natureza e tipologia. Nesse sentido, apenas 10 pontos (15,03%)
foram categorizados como poços escavados e 231 (80,77%) como poços tubulares. Isso
indica a predominância de pontos cuja captação de água advém de uma profundidade
maior, ou seja, que possuem melhor qualidade e, portanto menor suscetibilidade à
contaminação. Foram identificados ainda 43 pontos de nascente, ou seja, poços em
regiões nas quais o fluxo de água está parcialmente subterrâneo e parcialmente na
superfície do terreno, e 2 poços sem tipologia identificada.

Outros dois fatores de grande importância para a utilização da água subterrânea estão
relacionados com a vulnerabilidade do aquífero da região analisada e as suas prováveis
cargas contaminantes. De modo geral, de acordo com Durães (2010), a região do
Paraopeba é dividida em dois sistemas aquíferos: fissurado e fissurado-cárstico. Em
ambos, o fluxo da água se dá por entre as fraturas e falhas nas rochas, o que indica um
sistema poroso e mais susceptível a interferências externas, que podem ser oriundas
de cargas domésticas, industriais, agrícolas, etc.

Na área que corresponde ao PDRH Paraopeba, como indica a Figura 13.1, dos 286
poços analisados, a maioria tem sua utilização para fins de abastecimento urbano
(65,4%). Outros 14 poços tem suas águas destinadas à indústria, agricultura ou
pecuária. Esse panorama expõe a importância do constante monitoramento e avaliação
das águas subterrâneas, uma vez que impactam diretamente na saúde da população.

395
Figura 13.1 - Uso da Água dos Poços Subterrâneos

FONTE: COBRAPE, 2018.

Essas informações preliminares contribuíram para a análise dos parâmetros de


qualidade da água propriamente ditos. Dos 286 pontos internos à área do PDRH, 279
possuem dados de condutividade elétrica, 162 de turbidez, 113 de temperatura, 77 de
cor e 44 de odor.

De todas as avaliações quanto ao odor, apenas em um poço, localizado no município


de Brumadinho, foi percebido a presença de enxofre. Os demais apresentaram
normalidade quanto a esse fator. Visualmente, a maioria das amostras também estava
de acordo com o valor máximo permitido. Dos 77 pontos, apenas 7 apresentaram
resultados acima de 15 UH, o que representa menos de 10% do total de poços com
informações sobre cor.

A análise desses parâmetros permitiu uma avaliação bastante superficial, isso exigiu o
estudo de outros indicadores mais consolidados. Assim, devido à amostra de pontos
com dados sobre condutividade elétrica ser a mais significativa, este foi o parâmetro
central para o diagnóstico da qualidade da água subterrânea da bacia.

Segundo Mendes e Oliveira (2004), a condutividade elétrica da água possibilita a


avaliação do seu grau de mineralização, podendo ser resultado da lixiviação de solos,
de efluentes industriais bem como de resíduos agrícolas. É evidente que essa
mineralização da água está relacionada diretamente com o uso do solo da região, que
implica na alteração da qualidade da água subterrânea. O Quadro 13.1 mostra a relação
entre a condutividade elétrica medida e os demais parâmetros citados.

396
Quadro 13.1 - Classificação da Água Quanto aos Valores de Condutividade Elétrica

Condutividade (𝝁S/cm) Mineralização Qualidade da água


Abaixo de 100 Muito fraca Excelente
100 - 200 Fraca Excelente
200 - 400 Pouco acentuada Excelente
400 - 600 Média Boa
600 – 1.000 Importante Utilizável
Acima de 1.000 Excessiva Não utilizável
FONTE: Mendes e Oliveira, 2004.

Na Figura 13.2 está apresentada a qualidade da água dos 286 poços subterrâneos
analisados na região do PDRH Paraopeba, com base nos dados de condutividade
elétrica. Desses, apenas 1 ponto é categorizado como “não utilizável”, uma vez que está
extremamente próximo a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Todos os demais
poços apresentam qualidade boa ou excelente, o que indica a potabilidade da água
subterrânea para diversos fins socioeconômicos, inclusive para abastecimento urbano.

397
45°0'0"O 44°0'0"O

Localização dos
Poços Subterrâneos

Curvelo
!
P

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(
19°0'0"S 19°0'0"S
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(

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Pompéu
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Contagem
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20°0'0"S !
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MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Qualidade da Água !
P Principais Sedes Municipais
!
( Excelente
Limite Municipal
!
( Boa
Hidrografia Principal
!
( Não Utilizável
Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório

FONTE: SIAGAS, 2018.


14. DIAGNÓSTICO DAS DEMANDAS HÍDRICAS

Este capítulo compreende a caracterização das demandas hídricas: levantamento dos


usos e usuários de recursos hídricos superficiais e subterrâneos na bacia do rio
Paraopeba, tendo como intuito a caracterização dos usos múltiplos, estabelecidos pela
Política Estadual de Recursos Hídricos.

A determinação das demandas foi realizada com base em dados secundários, por meio
de publicações oficiais, de instituições como a Agência Nacional de Águas, o órgão
estadual outorgante – IGAM –, estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), dentre outros,
tendo como um dos pontos de partida, de forma geral, o estudo “Demandas Hídricas
Consuntivas”, da ANA. Complementarmente aos dados supracitados, será utilizado
como subsídio o estudo “Disponibilidade e Demandas de Recursos Hídricos no Brasil”,
da ANA, o qual dispõe de metodologia específica para as demandas hídricas
consuntivas por setor usuário, e também de acordo com a Nota Técnica n°
56/2015/SPR.

Para melhor entendimento deste capítulo, os usos foram separados em consuntivos e


não-consuntivos. O primeiro se refere àqueles que captam certo volume de água dos
corpos hídricos e posteriormente devolvem apenas uma parcela deste montante
captado novamente aos corpos hídricos. Os setores considerados nesta esfera foram o
abastecimento público, industrial, agrícola, pecuário, e extração mineral. Os setores de
pesca e aquicultura e de urbanização e paisagismo, foram incorporados aos usos
consuntivos pelos volumes captados serem mais significativos, porém os mesmos não
são considerados oficialmente como uso consuntivo.

Já os usos não-consuntivos se referem àqueles que captam um certo volume de água,


porém este volume é devolvido integralmente aos corpos hídricos posteriormente, ou
que utilizam os recursos hídricos para algum fim. Para estes usos foram considerados
a geração de energia, e turismo e lazer.

Na sequência está apresentada a metodologia de cálculo para cada um dos setores


usuários listados anteriormente.

14.1. Usos Consuntivos

14.1.1. Processo de Consolidação do Cadastro de Outorgas

A determinação das demandas totais para os setores usuários considerados neste


capítulo exigiu uma base consolidada das captações utilizadas na bacia hidrográfica do
rio Paraopeba. Esta consolidação partiu da análise de todas as entradas contidas no

399
Cadastro de Outorgas do estado de Minas Gerais – total de 259.678 entradas –,
disponibilizado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM, 2018), e filtrado para
a bacia do rio Paraopeba.

Num primeiro momento, o cadastro de outorgas foi georreferenciado por meio de


software de geoprocessamento, com o intuito de selecionar somente as outorgas que
estão localizadas na bacia em tela. Esta operação resultou num total de 8.434 entradas.

O Cadastro de outorgas ainda passou por um refinamento, com o intuito de retirar as


outorgas que, em tese, não estão mais sendo utilizadas na bacia. As outorgas retiradas
foram as seguintes:

• Indeferidas (279);

• Outorgas vencidas a mais de 5 anos (1.433);

• Outorgas vencidas a mais de 5 anos com portarias verificadas (193);

• Outorgas cujo “Status” contido no cadastro aparece como: Cadastro Não


Efetivado; Certidão Vencida; Outorga Arquivada; Outorga Cancelada; Outorga
Vencida (520).

Com este refinamento, o número de outorgas na bacia hidrográfica do rio Paraopeba


ficou em 6.009 no total.

Não obstante, as informações contidas no Cadastro de Outorgas também passaram por


um processo de refinamento. O primeiro deles se deu utilizando as coordenadas
geográficas dos pontos de captação para aferição do local exato da captação em
relação à base cartográfica elaborada pela Cobrape. Num segundo momento foram
aferidas as finalidades das entradas cadastradas. Assim sendo, aquelas entradas cujas
finalidades estavam “em branco”, foram aferidas de acordo com as portarias contidas
no site do IGAM, e também por aferição utilização imagens de satélite.

Num terceiro momento, as finalidades dispostas em cada uma das entradas do cadastro
de outorgas foram aferidas e compatibilizadas em setores usuários singulares, de
acordo com o nome do empreendimento e com a respectiva portaria de outorga – para
aqueles que dispunham desta –, resultando em 12 tipologias de usos, assim como
disposto no Quadro 14.1.

400
Quadro 14.1 - Consolidação do Cadastro de Outorgas

Finalidade ajustada Número de Outorgas cadastradas

Abastecimento público 2.413


Uso industrial 549
Uso agroindustrial 95
Irrigação 840
Dessedentação de animais 726
Extração mineral 464
Aquicultura 276
Urbanização 64
Paisagismo 540
Recreação 38
Geração de energia 3
Lançamento de efluentes4 1
Total 6.009
FONTE: COBRAPE, 2018.

Não obstante, as entradas cujas finalidades que estavam cadastradas como uso
industrial ou demais usos, porém que são relativas a empreendimentos minerários
conhecidos, foram movidas para o setor de “extração mineral”.

Desta forma obteve-se um Cadastro de Outorgas consolidado para a bacia hidrográfica


do rio Paraopeba. Na sequência estão apresentadas as metodologias para obtenção
dos quantitativos de captação por setor usuário na bacia do rio Paraopeba.

14.1.2. Abastecimento Público

Para o setor de abastecimento público foram avaliadas as demandas urbanas, relativas


às populações abastecidas pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais
(COPASA), além das populações referentes aos municípios autônomos. Foram
contabilizadas também as demandas hídricas referentes às populações rurais, as quais
não são atendidas por redes de abastecimento.

14.1.2.1. Abastecimento Urbano


A determinação dos valores das demandas hídricas para abastecimento público
considerou três diferentes metodologias, sendo duas para o abastecimento urbano e
uma para o abastecimento rural.

4 Visto que na bacia do rio Paraopeba não há outorgas para diluição de efluentes, e visto que a referida outorga não
dispõe de portaria específica para conferência, a mesma não será contabilizada nos cálculos das demandas hídricas
bem como no balanço hídrico.

401
A primeira metodologia foi aplicada àqueles municípios que são atendidos pela
Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), num total de 43 dos 61
considerados para o cálculo das demandas hídricas, conforme Quadro 14.2.

Quadro 14.2 - Municípios Atendidos pela COPASA


Belo Horizonte; Belo Vale; Betim; Bonfim; Brumadinho; Caetanópolis;
Capim Branco; Carandaí; Congonhas; Conselheiro Lafaiete; Contagem;
Cordisburgo; Cristiano Otoni; Crucilândia; Curvelo; Entre Rios de Minas;
Esmeraldas; Felixlândia; Florestal; Ibirité; Igarapé; Itatiaiuçu; Itaverava;
Municípios
Juatuba; Lagoa Dourada; Maravilhas; Mário Campos; Mateus Leme;
atendidos
Matozinhos; Moeda; Morro da Garça; Nova Lima; Onça de Pitangui;
Ouro Branco; Paraopeba; Piedade dos Gerais; Pompéu; Resende
Costa; Ribeirão das Neves; Rio Manso; São Brás do Suaçuí; São
Joaquim de Bicas; Sarzedo.
TOTAL 43
FONTE: COBRAPE, com base em COPASA, 2018.

Para os municípios listados no quadro anterior, as demandas hídricas foram calculadas


a partir do cadastro de captações da COPASA. As coordenadas dos locais de captação
foram espacializadas na base cartográfica da bacia, com o intuito de aferir o local exato
da captação.

A quantificação das demandas hídricas captadas para abastecimento público foi


realizada pelo somatório das vazões outorgadas de captação. No total há 144 captações
para abastecimento público da COPASA na bacia hidrográfica do rio Paraopeba,
totalizando 14.256,27 L/s, distribuídos conforme o Quadro 14.3.

O coeficiente de retorno foi de 0,80, desta forma, a demanda urbana consumida equivale
a 20% da demanda urbana captada. A exceção fica por conta das captações que tem
como destino a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Das 144 captações
cadastradas, oito possuem esta característica, e somam 12.551,00 L/s (88% do total
captado). Para estas captações não foi considerado retorno, ou seja, toda a vazão
captada é consumida, visto a existência de transposição de bacias.

402
Quadro 14.3 - Demandas de Abastecimento Público Urbanas - COPASA
Demanda de Abastecimento Urbano
População (L/s)
Município Captada Consumida Total
Urbana na bacia
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Belo Horizonte 260 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Belo Vale 3.295 21,60 5,50 4,32 1,10 27,10 5,42
Betim 374.470 1.390,00 0,00 1.390,00 0,00 1.390,00 1.390,00
Bonfim 3.332 18,00 1,61 3,60 0,32 19,61 3,92
Brumadinho 28.220 7.270,00 0,00 7.190,00 0,00 7.270,00 7.190,00
Caetanópolis 8.389 0,00 36,00 0,00 7,20 36,00 7,20
Capim Branco 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Carandaí 22 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Congonhas 47.236 140,00 123,78 28,00 24,76 263,78 52,76
Conselheiro Lafaiete 111.266 472,00 0,00 94,40 0,00 472,00 94,40
Contagem 171.998 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cordisburgo 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cristiano Otoni 4.156 0,00 13,00 0,00 2,60 13,00 2,60
Crucilândia 2.979 17,50 0,00 3,50 0,00 17,50 3,50
Curvelo 3.500 0,00 22,60 0,00 4,52 22,60 4,52
Entre Rios de Minas 9.878 17,70 8,50 3,54 1,70 26,20 5,24
Esmeraldas 42.048 50,00 71,44 10,00 14,29 121,44 24,29
Felixlândia 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Florestal 5.504 30,00 0,00 6,00 0,00 30,00 6,00
Ibirité 151.618 51,00 0,00 51,00 0,00 51,00 51,00
Igarapé 32.661 35,00 120,00 7,00 24,00 155,00 31,00
Itatiaiuçu 6.221 49,00 1,80 9,80 0,36 50,80 10,16

403
Demanda de Abastecimento Urbano
População (L/s)
Município Captada Consumida Total
Urbana na bacia
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Itaverava 3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Juatuba 21.827 3.940,00 6,00 3.940,00 1,20 3.946,00 3.941,20
Lagoa Dourada 1.254 0,00 10,70 0,00 2,14 10,70 2,14
Maravilhas 4.896 0,00 38,84 0,00 7,77 38,84 7,77
Mário Campos 12.458 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Mateus Leme 24.679 0,00 18,00 0,00 3,60 18,00 3,60
Matozinhos 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Moeda 1.789 14,00 0,00 2,80 0,00 14,00 2,80
Morro da Garça 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Nova Lima 227 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Onça de Pitangui 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ouro Branco 31.609 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Paraopeba 19.663 165,00 33,00 33,00 6,60 198,00 39,60
Piedade dos Gerais 2.122 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Pompéu 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Resende Costa 0 35,00 0,00 7,00 0,00 35,00 7,00
Ribeirão das Neves 115 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Rio Manso 2.810 3,70 12,00 0,74 2,40 15,70 3,14
São Brás do Suaçuí 3.129 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
São Joaquim de Bicas 18.599 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Sarzedo 25.532 14,00 0,00 2,80 0,00 14,00 2,80
TOTAL 1.177.765 13.733,50 522,77 12.787,50 104,55 14.256,27 12.892,05
FONTE: COBRAPE, com base em COPASA, 2018.

404
A segunda metodologia foi considerada sobre os demais municípios (18 no total),
considerados autônomos, ou seja, aqueles que não são atendidos pela rede de
abastecimento da concessionária estadual (COPASA), conforme Quadro 14.4.

Quadro 14.4 - Municípios Não Atendidos pela COPASA

Cachoeira da Prata; Caranaíba; Casa Grande; Desterro de Entre Rios;


Municípios não Fortuna de Minas; Inhaúma; Itaguara; Itaúna; Jeceaba; Ouro Preto;
atendidos Papagaios; Pará de Minas; Pequi; Piracema; Queluzito; Santana dos
Montes; São José da Varginha; Sete Lagoas.
TOTAL 18
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em COPASA (2018).

Para os municípios listados no quadro anterior adotaram-se os valores per capita


(Quadro 14.5) utilizados pelo estudo Atlas do Abastecimento Urbano de Água –
Panorama Nacional (ANA, 2010), e os dados de população urbana do CENSO (2010).

Quadro 14.5 - Faixas de População Urbana

0a 5.000 a 35.000 a 75.000 a 250.000 a Acima de


Região
5.000 35.000 75.000 250.000 500.000 500.000

Valor per capita de


202 217 242 239 239 266
captação (L/hab.dia)
FONTE: Atlas de Abastecimento Urbano de Água: Panorama Nacional – ANA, 2010.

Para a consideração das perdas físicas dos sistemas, foi adotada uma taxa de 40%
para todos os municípios, o mesmo critério utilizado no estudo do Atlas do
Abastecimento Urbano de Água (ANA, 2010). A taxa de retorno adotada foi de 0,80,
desta forma, a demanda urbana consumida equivale a 20% da demanda urbana
captada. A quantificação das demandas de abastecimento urbano dos municípios
autônomos está apresentada no Quadro 14.6.

405
Quadro 14.6 - Demandas de Abastecimento Público Urbanas - Autônomos
Demanda de Abastecimento Urbano
População (L/s)
Município Urbana na Captada Consumida Total
bacia
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Cachoeira da Prata 3.528 0,00 9,24 0,00 1,85 9,24 1,85
Caranaíba 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Casa Grande 1.122 2,83 0,11 0,57 0,02 2,94 0,59
Desterro de Entre Rios 177 0,22 0,25 0,04 0,05 0,46 0,09
Fortuna de Minas 1.865 0,00 4,88 0,00 0,98 4,88 0,98
Inhaúma 4.206 0,00 11,01 0,00 2,20 11,01 2,20
Itaguara 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Itaúna 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Jeceaba 2.988 6,85 0,98 1,37 0,20 7,82 1,56
Ouro Preto 176 0,41 0,14 0,08 0,03 0,55 0,11
Papagaios 3.285 0,00 9,24 0,00 1,85 9,24 1,85
Pará de Minas 3.028 9,50 0,00 1,90 0,00 9,50 1,90
Pequi 2.953 6,44 1,29 1,29 0,26 7,73 1,55
Piracema 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Queluzito 847 2,04 0,18 0,41 0,04 2,22 0,44
Santana dos Montes 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
São José da Varginha 2.372 6,21 0,00 1,24 0,00 6,21 1,24
Sete Lagoas 3.500 0,00 10,84 0,00 2,17 10,84 2,17
TOTAL 30.047 34,50 48,16 6,90 9,63 82,66 16,53
FONTE: COBRAPE, 2018.

406
14.1.2.2. Abastecimento Rural
A terceira metodologia adotada diz respeito à demanda rural. Para o cálculo das
demandas para abastecimento no meio rural, as populações (obtidas do CENSO 2010)
foram multiplicadas pelos coeficientes de demandas per capita disponíveis no Plano
Nacional de Recursos Hídricos (FGV, 1998), o qual dispõe um valor de 125 L/hab.dia.
A taxa de retorno adotada foi de 50%, baseada no estudo “Estimativa das Vazões para
Atividades de Uso Consuntivo da Água nas Principais Bacias do Sistema Interligado
Nacional – SIN”, elaborado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em 2003.
Os resultados das estimativas são apresentados no Quadro 14.7.

407
Quadro 14.7 - Demanda de Abastecimento Rural
Demanda de Abastecimento Rural
População (L/s)
Município Captada Consumida Total
Rural na bacia
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Belo Horizonte 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Belo Vale 4.235 6,13 0,00 3,06 0,00 6,13 3,06
Betim 2.758 3,99 0,00 2,00 0,00 3,99 2,00
Bonfim 3.486 5,04 0,00 2,52 0,00 5,04 2,52
Brumadinho 5.301 7,67 0,00 3,83 0,00 7,67 3,83
Cachoeira da Prata 126 0,18 0,00 0,09 0,00 0,18 0,09
Caetanópolis 1.829 2,65 0,00 1,32 0,00 2,65 1,32
Capim Branco 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Caranaíba 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Carandaí 6 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00
Casa Grande 1.011 1,46 0,00 0,73 0,00 1,46 0,73
Congonhas 1.283 1,86 0,00 0,93 0,00 1,86 0,93
Conselheiro Lafaiete 5.152 7,45 0,00 3,73 0,00 7,45 3,73
Contagem 1.861 2,69 0,00 1,35 0,00 2,69 1,35
Cordisburgo 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cristiano Otoni 771 1,12 0,00 0,56 0,00 1,12 0,56
Crucilândia 1.774 2,57 0,00 1,28 0,00 2,57 1,28
Curvelo 2.498 3,61 0,00 1,81 0,00 3,61 1,81
Desterro de Entre Rios 1.666 2,41 0,00 1,21 0,00 2,41 1,21
Entre Rios de Minas 4.362 6,31 0,00 3,16 0,00 6,31 3,16
Esmeraldas 4.010 5,80 0,00 2,90 0,00 5,80 2,90

408
Demanda de Abastecimento Rural
População (L/s)
Município Captada Consumida Total
Rural na bacia
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Felixlândia 331 0,48 0,00 0,24 0,00 0,48 0,24
Florestal 1.037 1,50 0,00 0,75 0,00 1,50 0,75
Fortuna de Minas 840 1,22 0,00 0,61 0,00 1,22 0,61
Ibirité 363 0,53 0,00 0,26 0,00 0,53 0,26
Igarapé 2.190 3,17 0,00 1,58 0,00 3,17 1,58
Inhaúma 1.554 2,25 0,00 1,12 0,00 2,25 1,12
Itaguara 15 0,02 0,00 0,01 0,00 0,02 0,01
Itatiaiuçu 2.429 3,51 0,00 1,76 0,00 3,51 1,76
Itaúna 565 0,82 0,00 0,41 0,00 0,82 0,41
Itaverava 206 0,30 0,00 0,15 0,00 0,30 0,15
Jeceaba 2.407 3,48 0,00 1,74 0,00 3,48 1,74
Juatuba 375 0,54 0,00 0,27 0,00 0,54 0,27
Lagoa Dourada 2.212 3,20 0,00 1,60 0,00 3,20 1,60
Maravilhas 877 1,27 0,00 0,63 0,00 1,27 0,63
Mário Campos 734 1,06 0,00 0,53 0,00 1,06 0,53
Mateus Leme 3.176 4,59 0,00 2,30 0,00 4,59 2,30
Matozinhos 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Moeda 2.847 4,12 0,00 2,06 0,00 4,12 2,06
Morro da Garça 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Nova Lima 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Onça de Pitangui 19 0,03 0,00 0,01 0,00 0,03 0,01
Ouro Branco 1.935 2,80 0,00 1,40 0,00 2,80 1,40

409
Demanda de Abastecimento Rural
População (L/s)
Município Captada Consumida Total
Rural na bacia
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Ouro Preto 199 0,29 0,00 0,14 0,00 0,29 0,14
Papagaios 1.124 1,63 0,00 0,81 0,00 1,63 0,81
Pará de Minas 1.281 1,85 0,00 0,93 0,00 1,85 0,93
Paraopeba 2.609 3,77 0,00 1,89 0,00 3,77 1,89
Pequi 1.120 1,62 0,00 0,81 0,00 1,62 0,81
Piedade dos Gerais 2.516 3,64 0,00 1,82 0,00 3,64 1,82
Piracema 25 0,04 0,00 0,02 0,00 0,04 0,02
Pompéu 1.468 2,12 0,00 1,06 0,00 2,12 1,06
Queluzito 1.014 1,47 0,00 0,73 0,00 1,47 0,73
Resende Costa 462 0,67 0,00 0,33 0,00 0,67 0,33
Ribeirão das Neves 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Rio Manso 2.465 3,57 0,00 1,78 0,00 3,57 1,78
Santana dos Montes 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
São Brás do Suaçuí 384 0,56 0,00 0,28 0,00 0,56 0,28
São Joaquim de Bicas 6.938 10,04 0,00 5,02 0,00 10,04 5,02
São José da Varginha 1.824 2,64 0,00 1,32 0,00 2,64 1,32
Sarzedo 282 0,41 0,00 0,20 0,00 0,41 0,20
Sete Lagoas 2.724 3,94 0,00 1,97 0,00 3,94 1,97
TOTAL 92.679 134,08 0,00 67,04 0,00 134,08 67,04
FONTE: Elaborado pela COBRAPE, com base em FGV (1998) e IBGE (2010).

410
14.1.2.3. Síntese das Demandas de Abastecimento Público
A síntese das demandas hídricas para abastecimento público levou em consideração a
soma das demandas urbanas e rurais. No Quadro 14.8 as demandas hídricas totais
estão apresentadas por município, e na Figura 14.1 as demandas por municípios estão
espacializadas.

411
Quadro 14.8 - Demandas Totais para Abastecimento Público

Demanda de Abastecimento Público (L/s)


População
Município Captada Consumida Total
Total na bacia
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Belo Horizonte 260 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Belo Vale 7.530 27,73 5,50 7,38 1,10 33,23 8,48
Betim 377.228 1.393,99 0,00 1.392,00 0,00 1.393,99 1.392,00
Bonfim 6.818 23,04 1,61 6,12 0,32 24,65 6,44
Brumadinho 33.520 7.277,67 0,00 7.193,83 0,00 7.277,67 7.193,83
Cachoeira da Prata 3.654 0,18 9,24 0,09 1,85 9,42 1,94
Caetanópolis 10.218 2,65 36,00 1,32 7,20 38,65 8,52
Capim Branco 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Caranaíba 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Carandaí 28 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00
Casa Grande 2.133 4,29 0,11 1,30 0,02 4,40 1,32
Congonhas 48.519 141,86 123,78 28,93 24,76 265,64 53,68
Conselheiro Lafaiete 116.418 479,45 0,00 98,13 0,00 479,45 98,13
Contagem 173.859 2,69 0,00 1,35 0,00 2,69 1,35
Cordisburgo 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cristiano Otoni 4.927 1,12 13,00 0,56 2,60 14,12 3,16
Crucilândia 4.753 20,07 0,00 4,78 0,00 20,07 4,78
Curvelo 5.998 3,61 22,60 1,81 4,52 26,21 6,33
Desterro de Entre Rios 1.843 2,63 0,25 1,25 0,05 2,87 1,30
Entre Rios de Minas 14.240 24,01 8,50 6,70 1,70 32,51 8,40
Esmeraldas 46.058 55,80 71,44 12,90 14,29 127,24 27,19
Felixlândia 331 0,48 0,00 0,24 0,00 0,48 0,24

412
Demanda de Abastecimento Público (L/s)
População
Município Captada Consumida Total
Total na bacia
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Florestal 6.541 31,50 0,00 6,75 0,00 31,50 6,75
Fortuna de Minas 2.705 1,22 4,88 0,61 0,98 6,10 1,58
Ibirité 151.981 51,53 0,00 51,26 0,00 51,53 51,26
Igarapé 34.851 38,17 120,00 8,58 24,00 158,17 32,58
Inhaúma 5.760 2,25 11,01 1,12 2,20 13,26 3,33
Itaguara 15 0,02 0,00 0,01 0,00 0,02 0,01
Itatiaiuçu 8.650 52,51 1,80 11,56 0,36 54,31 11,92
Itaúna 565 0,82 0,00 0,41 0,00 0,82 0,41
Itaverava 210 0,30 0,00 0,15 0,00 0,30 0,15
Jeceaba 5.395 10,33 0,98 3,11 0,20 11,31 3,31
Juatuba 22.202 3.940,54 6,00 3.940,27 1,20 3.946,54 3.941,47
Lagoa Dourada 3.466 3,20 10,70 1,60 2,14 13,90 3,74
Maravilhas 5.773 1,27 38,84 0,63 7,77 40,11 8,40
Mário Campos 13.192 1,06 0,00 0,53 0,00 1,06 0,53
Mateus Leme 27.855 4,59 18,00 2,30 3,60 22,59 5,90
Matozinhos 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Moeda 4.636 18,12 0,00 4,86 0,00 18,12 4,86
Morro da Garça 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Nova Lima 227 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Onça de Pitangui 19 0,03 0,00 0,01 0,00 0,03 0,01
Ouro Branco 33.544 2,80 0,00 1,40 0,00 2,80 1,40
Ouro Preto 375 0,70 0,14 0,23 0,03 0,84 0,25
Papagaios 4.409 1,63 9,24 0,81 1,85 10,87 2,66
Pará de Minas 4.309 11,35 0,00 2,83 0,00 11,35 2,83

413
Demanda de Abastecimento Público (L/s)
População
Município Captada Consumida Total
Total na bacia
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Paraopeba 22.272 168,77 33,00 34,89 6,60 201,77 41,49
Pequi 4.073 8,06 1,29 2,10 0,26 9,35 2,36
Piedade dos Gerais 4.638 3,64 0,00 1,82 0,00 3,64 1,82
Piracema 25 0,04 0,00 0,02 0,00 0,04 0,02
Pompéu 1.468 2,12 0,00 1,06 0,00 2,12 1,06
Queluzito 1.861 3,51 0,18 1,14 0,04 3,68 1,18
Resende Costa 462 35,67 0,00 7,33 0,00 35,67 7,33
Ribeirão das Neves 115 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Rio Manso 5.275 7,27 12,00 2,52 2,40 19,27 4,92
Santana dos Montes 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
São Brás do Suaçuí 3.513 0,56 0,00 0,28 0,00 0,56 0,28
São Joaquim de Bicas 25.537 10,04 0,00 5,02 0,00 10,04 5,02
São José da Varginha 4.196 8,85 0,00 2,56 0,00 8,85 2,56
Sarzedo 25.814 14,41 0,00 3,00 0,00 14,41 3,00
Sete Lagoas 6.224 3,94 10,84 1,97 2,17 14,79 4,14
TOTAL 1.300.491 13.902,08 570,93 12.861,44 114,19 14.473,01 12.975,63
FONTE: COBRAPE, 2018.

414
45°0'0"O 44°0'0"O

Demanda para
Abastecimento Público

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Demanda Captada para !
P Principais Sedes Municipais
Abastecimento Público (L/s) Limite Municipal
0,00 - 0,04 Hidrografia Principal
0,05 - 3,68 Limite SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
3,69 - 14,12
14,13 - 35,67
35,68 - 7.277,67 FONTE: COBRAPE (2018).
14.1.3. Setor Industrial

Para o cálculo das demandas do setor industrial na bacia hidrográfica do rio Paraopeba,
tanto para águas superficiais quanto subterrâneas, foram considerados os dados
contidos no cadastro de outorgas do IGAM.

As principais informações contidas no cadastro de outorgas são: (i) razão social do


empreendimento; (ii) localização da indústria (município e coordenada geográfica); e,
(iii) vazão outorgada. Tais informações permitiram a espacialização do empreendimento
com a respectiva vazão de captação.

O somatório das demandas hídricas do setor industrial, para volume captado e volume
consumido, foram agrupados de forma a possibilitar a visualização espacial, mostrando
em quais regiões o consumo é maior. Os totais estão dispostos no Quadro 14.9 e
espacializados na Figura 14.2.

O coeficiente de retorno adotado foi de 80%, baseado no estudo “Estimativa das Vazões
para Atividades de Uso Consuntivo da Água nas Principais Bacias do Sistema Nacional
– SIN” (ONS, 2003).

416
Quadro 14.9 - Demandas do Setor Industrial
Demanda Setor Industrial
(L/s)
Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Belo Horizonte 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Belo Vale 2.598,90 1,18 519,78 0,24 2.600,08 520,02
Betim 28,00 126,42 5,60 25,28 154,42 30,88
Bonfim 6,70 0,97 1,34 0,19 7,67 1,53
Brumadinho 4,20 3,75 0,84 0,75 7,95 1,59
Cachoeira da Prata 36,80 21,44 7,36 4,29 58,24 11,65
Caetanópolis 0,00 5,22 0,00 1,04 5,22 1,04
Capim Branco 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Caranaíba 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Carandaí 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Casa Grande 0,00 1,03 0,00 0,21 1,03 0,21
Congonhas 6.700,62 14,12 1.340,12 2,82 6.714,74 1.342,95
Conselheiro Lafaiete 2.362,40 18,73 472,48 3,75 2.381,13 476,23
Contagem 2,20 3,33 0,44 0,67 5,53 1,11
Cordisburgo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cristiano Otoni 72,80 6,29 14,56 1,26 79,09 15,82
Crucilândia 253,10 1.332,52 50,62 266,50 1.585,62 317,12
Curvelo 7,34 2,78 1,47 0,56 10,12 2,02
Desterro de Entre Rios 1,00 0,00 0,20 0,00 1,00 0,20
Entre Rios de Minas 2,20 0,14 0,44 0,03 2,34 0,47
Esmeraldas 2.337,68 10,52 467,54 2,10 2.348,20 469,64
Felixlândia 0,00 3,17 0,00 0,63 3,17 0,63

417
Demanda Setor Industrial
(L/s)
Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Florestal 1,50 0,42 0,30 0,08 1,92 0,38
Fortuna de Minas 351,40 0,69 70,28 0,14 352,09 70,42
Ibirité 610,00 7,24 122,00 1,45 617,24 123,45
Igarapé 2.605,00 1,06 521,00 0,21 2.606,06 521,21
Inhaúma 1,30 0,00 0,26 0,00 1,30 0,26
Itaguara 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Itatiaiuçu 73,06 185,75 14,61 37,15 258,81 51,76
Itaúna 5,00 0,00 1,00 0,00 5,00 1,00
Itaverava 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Jeceaba 3,50 0,20 0,70 0,04 3,70 0,74
Juatuba 413,70 67,81 82,74 13,56 481,51 96,30
Lagoa Dourada 1,00 0,00 0,20 0,00 1,00 0,20
Maravilhas 643,66 3,03 128,73 0,61 646,69 129,34
Mário Campos 1.752,00 0,56 350,40 0,11 1.752,56 350,51
Mateus Leme 176,40 4,56 35,28 0,91 180,96 36,19
Matozinhos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Moeda 582,00 3,63 116,40 0,73 585,63 117,13
Morro da Garça 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Nova Lima 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Onça de Pitangui 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ouro Branco 0,00 0,77 0,00 0,15 0,77 0,15
Ouro Preto 12,00 0,00 2,40 0,00 12,00 2,40
Papagaios 955,40 1,29 191,08 0,26 956,69 191,34

418
Demanda Setor Industrial
(L/s)
Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Pará de Minas 2,00 0,00 0,40 0,00 2,00 0,40
Paraopeba 999,90 23,74 199,98 4,75 1.023,64 204,73
Pequi 5,00 0,56 1,00 0,11 5,56 1,11
Piedade dos Gerais 1.160,00 0,00 232,00 0,00 1.160,00 232,00
Piracema 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Pompéu 4,00 3,89 0,80 0,78 7,89 1,58
Queluzito 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Resende Costa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ribeirão das Neves 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Rio Manso 644,20 0,00 128,84 0,00 644,20 128,84
Santana dos Montes 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
São Brás do Suaçuí 0,90 0,00 0,18 0,00 0,90 0,18
São Joaquim de Bicas 4,30 5,76 0,86 1,15 10,06 2,01
São José da Varginha 0,70 2,25 0,14 0,45 2,95 0,59
Sarzedo 582,50 17,68 116,50 3,54 600,18 120,04
Sete Lagoas 3.256,84 0,00 651,37 0,00 3.256,84 651,37
TOTAL 29.261,20 1.882,49 5.852,24 376,50 31.143,69 6.228,74
FONTE: Cadastro de Outorgas IGAM, 2018.

419
45°0'0"O 44°0'0"O

Demanda do Setor
Industrial

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Demanda Captada para Indústria (L/s) !
P Principais Sedes Municipais
0,00 Limite Municipal
0,01 - 3,70 Hidrografia Principal
3,71 - 58,24 Limite SF3: Rio Paraopeba
58,25 - 646,69 Reservatório
646,70 - 6.714,74
FONTE: COBRAPE, com base em Cadastro
de Outorgas IGAM (2018).
A principal dificuldade na estimativa das demandas industriais é sempre a obtenção de
uma base de dados confiável. O consumo de água não é o tipo de dado que consta dos
cadastros do setor, motivo pelo qual os cadastros das federações industriais, por
exemplo, não constituem uma boa fonte. Da mesma forma, tentativas de identificar o
consumo industrial por meio de correlações entre dados, tais como consumo de água
por unidade produzida, ou por funcionário, dificilmente levam a bons resultados. Prova
disto é o recente estudo “Água na Indústria: Uso (Demanda) e Coeficientes Técnicos”
(ANA, 2017), no qual a metodologia adotada é baseada no número de empregados na
indústria de transformação, conforme informações sistematizadas pelo Ministério do
Trabalho na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), sendo os valores resultantes
apresentados em L/empregado.dia, determinado por meio da média de consumo de
água do setor respectivo, contido na Classificação Nacional de Atividades Econômicas
(CNAE).

Os resultados do referido estudo, considerando o total dos municípios da bacia


hidrográfica do rio Paraopeba chegaram a uma vazão captada de 1,58 m³/s. Esta vazão,
na visão da Cobrape, é considerada subdimensionada, visto as vazões do setor
industrial que estão disponíveis no cadastro de outorgas superam facilmente montante.
Não obstante, no Quadro 14.10 estão os comparativos das vazões do setor industrial
nos diversos estudos realizados na região da bacia do rio Paraopeba, ressaltando a
ideia de que há necessidade de desenvolvimento de um controle mais incisivo nas
outorgas destinadas ao setor industrial da bacia.

Quadro 14.10 - Comparativo de Vazões do Setor Industrial – Estudos Regionais


Vazão
ESTUDO Uso (m³/s)
Retirada Consumo Retorno

Estimativa de Demandas e Usos Consuntivos


Industrial 10,03 2,01 8,02
de Água para todo o Brasil (ANA, 2014)

Água na Indústria: Uso (Demanda) e


Industrial 1,58 0,44 1,14
Coeficientes Técnicos (ANA, 2017)

Plano de Recursos Hídricos da Bacia


Industrial 3,89 0,76 3,13
Hidrográfica do rio São Francisco (2016-2025)

Plano Estadual de Recursos Hídricos de


Industrial 11,26 2,25 9,01
Minas Gerais - 2010

Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia


Industrial 6,11 1,22 4,89
Hidrográfica do Rio Paraopeba - 2010
Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia
Hidrográfica do Rio Paraopeba – 2018 Industrial 31,14 6,23 24,91
(Dados do Cadastro de Outorgas IGAM 2018)
FONTE: COBRAPE, 2018.

421
Ainda tratando da questão de outorgas, e diante dos dados do Cadastro de Outorgas, o
Quadro 14.11 ressalta quais as maiores concentrações de captação do setor industrial.
A ideia deste quadro é demonstrar qual o número de empresas, ou o número de
outorgas, que são responsáveis pelo terço maior do total de outorgas, ou seja, 75% do
total captado.

Quadro 14.11 - Outorgas do Setor Industrial – Maiores Concentrações

Nº de
Empreendimento Vazão (L/s)
Outorgas
GERDAU AÇOMINAS S/A 5.000,00 2
DALMO GERALDO DE OLIVEIRA 1.332,00 1
TRANSPORTE SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS LTDA 970,00 1
SLUMP ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES LTDA 1.900,00 2
CONSTRUTORA OAS S.A. 1.900,00 2
A.F. STONE EIRELI - ME 950,00 1
SOLOTRAT ENGENHARIA GEOTECNICA LTDA 1.660,00 2
EMPREENDIMENTOS ESMERALDAS LTDA 830,00 1
INTEGRAL ENGENHARIA LTDA 750,00 1
ITAMINAS COMÉRCIO DE MINÉRIOS S/A 711,00 1
CERÂMICA FERNANDES E MEIRELES LTDA 610,00 1
PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRÁS 1.085,00 2
CONSÓRCIO ATERPA-CAMTER 4.060,00 7
AVAN PLAST COMERCIAL LTDA 460,00 1
PRÓFLORA AGROFLORESTAL LTDA 450,00 1
JORASA EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA 900,00 2
Total 23.568,00 28
% 75,7%
Total do setor industrial/agroindustrial 31.143,69
FONTE: COBRAPE, 2018.

Os resultados do quadro anterior apontam que 28 outorgas, concentradas em apenas


16 empresas, concentram 75,7% da demanda total captada para o setor industrial na
bacia do rio Paraopeba. Destas 28 outorgas, 5 possuem portaria que foram conferidas
junto ao IGAM, e representam 6.796,0 L/s (28,8%) e as 23 demais outorgas, as quais
não possuem portaria identificada no cadastro, totalizam 16.772,0 L/s (71,2% do total).
Nesse sentido sugere-se novamente uma maior atenção e controle frente às outorgas
deferidas para o setor industrial, com o intuito de facilitar tanto a fiscalização quanto a
elaboração de estudos relativos aos recursos hídricos, seja em termos de quantidade
ou de qualidade.

O “Estudo para a Gestão do Monitoramento de Efluentes Industriais na Bacia


Hidrográfica do Paraopeba” (FEAM, 2016), apresenta outro cálculo para a demanda do
setor industrial, avaliando por meio de formulários enviados às empresas que possuíam

422
licença de operação (LO) ou Autorização Ambiental de Funcionamento (AAF). De um
total de 490 formulários enviados, somente 191 obtiveram respostas. Este estudo
apresentou uma demanda total de 5.979,26 L/s, divididos entre captações superficiais,
subterrâneas e mistas. Tal valor é considerado pela Consultora abaixo do esperado,
visto o valor total disponível no cadastro de outorgas do IGAM. Tal fato deve-se,
prioritariamente, ao não recebimento das informações solicitadas às empresas.

14.1.4. Setor Agrícola

A agricultura é hoje a atividade que mais consome água no país. Cerca de 67% de toda
a demanda hídrica consumida é proveniente da agricultura (ANA, 2017). No Estado de
Goiás este efetivo também é muito significativo, sendo responsável por cerca de 68%
da demanda total do Estado.

A demanda para agricultura foi calculada a partir do estudo “Atlas Irrigação: Uso da
Água na Agricultura Irrigada” (ANA, 2017). Neste estudo foram identificados os
principais grupos de áreas irrigadas em larga escala no território nacional. Desta forma,
a irrigação de arroz por inundação, de cana-de-açúcar e de outras culturas por pivôs
centrais foram identificados como os grupos mais expressivos em larga escala,
totalizando da ordem de 70% da área total e ocorrendo de forma concentrada no
território nacional.

Em síntese, o referido estudo apresenta as áreas irrigadas, por municípios, para as


tipologias de arroz inundado, cana-de-açúcar, demais culturas em pivôs centrais, e
demais culturas e sistemas.

Sobre as referidas áreas levantadas no estudo de áreas irrigadas foram aplicados


coeficientes específicos em cada cultura, utilizados no Plano de Recursos Hídricos da
Bacia do Rio Paranaíba (ANA, 2010), conforme segue:

• Arroz inundado: 0,60 L/s.ha;

• Cana-de-açúcar: 0,10 L/s.ha;

• Demais culturas em pivôs centrais: 0,27 L/s.ha; e

• Demais culturas e sistemas: 0,60 L/s.ha.

Esta etapa resultou em uma demanda hídrica total por município.

A etapa posterior consistiu no levantamento das áreas agrícolas totais de cada


município, por meio de georreferenciamento, utilizando o levantamento de uso e
ocupação do solo fornecidos pelo Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do
Solo no Brasil (MapBiomas). Para estas áreas foi calculada, também por meio de

423
geoprocessamento, a proporcionalidade de área agrícola inserida na bacia do rio
Paraopeba, a qual foi multiplicada pela demanda hídrica total do município, resultando
assim na demanda hídrica do setor agrícola na bacia hidrográfica do rio Paraopeba. A
fórmula a seguir exemplifica a metodologia aplicada:

𝐷𝐻𝑇𝐵𝑃 = 𝐴𝑖𝑡 𝑥 𝐶 𝑥 𝐴𝑝

Sendo:

DHTBP: Demanda hídrica total agrícola na bacia do rio Paraopeba;

Ait = Área irrigada total no município (ANA, 2017);

C = coeficiente específico da cultura;

Ap = % de área agrícola do município na bacia.

A demanda para agricultura resultou em um total de 7.277,32 L/s e esta apresentada no


Quadro 14.12. O coeficiente de retorno adotado para a agricultura foi de 0,2 (ONS,
2003), ou seja, apenas 20% do total captado retornam aos cursos d´água.

424
Quadro 14.12 - Demandas do Setor Agrícola
Demanda de Setor Agrícola (L/s)
Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Belo Horizonte 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Belo Vale 51,99 0,00 41,60 0,00 51,99 41,60
Betim 132,80 0,35 106,24 0,28 133,15 106,52
Bonfim 54,60 0,00 43,68 0,00 54,60 43,68
Brumadinho 118,40 0,16 94,72 0,13 118,56 94,85
Cachoeira da Prata 2,40 0,00 1,92 0,00 2,40 1,92
Caetanópolis 119,05 4,34 95,24 3,47 123,39 98,71
Capim Branco 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Caranaíba 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Carandaí 1,49 0,01 1,19 0,00 1,50 1,20
Casa Grande 44,03 0,00 35,23 0,00 44,03 35,23
Congonhas 1,80 0,00 1,44 0,00 1,80 1,44
Conselheiro Lafaiete 59,83 0,17 47,87 0,14 60,00 48,00
Contagem 6,90 0,24 5,52 0,19 7,14 5,71
Cordisburgo 0,01 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01
Cristiano Otoni 0,00 19,26 0,00 15,41 19,26 15,41
Crucilândia 59,23 0,06 47,39 0,05 59,29 47,44
Curvelo 393,37 0,00 314,70 0,00 393,37 314,70
Desterro de Entre Rios 3,23 0,00 2,58 0,00 3,23 2,58
Entre Rios de Minas 90,52 0,00 72,41 0,00 90,52 72,41
Esmeraldas 367,29 0,35 293,84 0,28 367,65 294,12
Felixlândia 72,93 0,00 58,34 0,00 72,93 58,34
Florestal 42,39 0,09 33,91 0,07 42,47 33,98

425
Demanda de Setor Agrícola (L/s)
Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Fortuna de Minas 318,60 0,00 254,88 0,00 318,60 254,88
Ibirité 0,00 117,89 0,00 94,32 117,89 94,32
Igarapé 381,32 0,08 305,06 0,06 381,40 305,12
Inhaúma 229,49 29,05 183,60 23,24 258,54 206,83
Itaguara 0,16 0,00 0,13 0,00 0,16 0,13
Itatiaiuçu 42,49 0,00 33,99 0,00 42,49 33,99
Itaúna 52,91 2,31 42,33 1,84 55,22 44,18
Itaverava 8,67 0,00 6,94 0,00 8,67 6,94
Jeceaba 70,80 0,00 56,64 0,00 70,80 56,64
Juatuba 17,06 7,45 13,65 5,96 24,51 19,61
Lagoa Dourada 269,07 0,00 215,25 0,00 269,07 215,25
Maravilhas 31,98 2,34 25,59 1,87 34,32 27,46
Mário Campos 54,55 0,05 43,64 0,04 54,60 43,68
Mateus Leme 557,25 0,21 445,80 0,17 557,46 445,97
Matozinhos 0,01 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01
Moeda 8,60 2,39 6,88 1,91 10,99 8,79
Morro da Garça 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Nova Lima 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Onça de Pitangui 2,29 0,01 1,84 0,01 2,30 1,84
Ouro Branco 180,68 0,08 144,55 0,07 180,77 144,61
Ouro Preto 8,37 0,00 6,69 0,00 8,37 6,69
Papagaios 388,96 0,85 311,17 0,68 389,81 311,85
Pará de Minas 31,87 0,00 25,49 0,00 31,87 25,50
Paraopeba 1.037,94 9,96 830,35 7,97 1.047,90 838,32

426
Demanda de Setor Agrícola (L/s)
Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Pequi 246,45 0,35 197,16 0,28 246,80 197,44
Piedade dos Gerais 35,99 0,00 28,79 0,00 35,99 28,79
Piracema 0,10 0,00 0,08 0,00 0,10 0,08
Pompéu 176,92 0,00 141,53 0,00 176,92 141,53
Queluzito 62,40 0,00 49,92 0,00 62,40 49,92
Resende Costa 1,01 0,00 0,81 0,00 1,01 0,81
Ribeirão das Neves 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01
Rio Manso 412,47 0,05 329,98 0,04 412,53 330,02
Santana dos Montes 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
São Brás do Suaçuí 11,95 0,05 9,56 0,04 12,00 9,60
São Joaquim de Bicas 415,86 0,06 332,69 0,05 415,92 332,73
São José da Varginha 99,52 0,00 79,62 0,00 99,52 79,62
Sarzedo 55,73 0,07 44,58 0,06 55,80 44,64
Sete Lagoas 203,67 41,61 162,93 33,29 245,28 196,22
TOTAL 7.037,43 239,89 5.629,94 191,91 7.277,32 5.821,85
FONTE: COBRAPE, 2018.

427
Além da demanda foram levantadas as principais culturas de cada município, com sua
respectiva área plantada, com dados da Produção Agrícola Municipal de 2016, realizada
pelo IBGE. Vale destacar que as áreas plantadas se referem ao total do município. O
intuito deste quadro é mostrar a cultura predominante em cada município, bem como
obter uma razão da proporção de área daquela cultura. O Quadro 14.13 mostra as
principais culturas de cada município, com as áreas plantadas, e a Figura 14.3 mostra
as demandas hídricas do setor agrícola espacializadas.

Quadro 14.13 - Principais Culturas por Município


Área Área
Principal % em relação à
plantada plantada da
Município cultura do Área total plantada
total cultura
município do município (ha)
(ha) (ha)
Belo Horizonte 0 - - -
Belo Vale 2.429 Tangerina 1.500 62%
Betim 57 Cana-de-açúcar 20 35%
Bonfim 1.810 Mandioca 710 39%
Brumadinho 1.016 Tangerina 615 61%
Cachoeira da Prata 0 - - -
Caetanópolis 224 Milho (em grão) 180 80%
Capim Branco 186 Cana-de-açúcar 116 62%
Caranaíba 1.036 Milho (em grão) 700 68%
Carandaí 10.073 Milho (em grão) 4.500 45%
Casa Grande 1.387 Milho (em grão) 1.000 72%
Congonhas 304 Milho (em grão) 173 57%
Conselheiro Lafaiete 690 Milho (em grão) 470 68%
Contagem 0 - - -
Cordisburgo 502 Milho (em grão) 200 40%
Cristiano Otoni 846 Milho (em grão) 460 54%
Crucilândia 742 Cana-de-açúcar 328 44%
Curvelo 2.552 Milho (em grão) 1.000 39%
Desterro de Entre Rios 2.945 Milho (em grão) 1.900 65%
Entre Rios de Minas 5.022 Milho (em grão) 2.920 58%
Esmeraldas 376 Cana-de-açúcar 130 35%
Felixlândia 1.216 Milho (em grão) 600 49%
Florestal 281 Mandioca 200 71%
Fortuna de Minas 205 Cana-de-açúcar 96 47%
Ibirité 14 Cebola 8 57%
Igarapé 95 Milho (em grão) 30 32%
Inhaúma 673 Milho (em grão) 370 55%
Itaguara 1.089 Milho (em grão) 450 41%
Itatiaiuçu 317 Milho (em grão) 160 50%
Itaúna 665 Milho (em grão) 400 60%
Itaverava 1.824 Milho (em grão) 1.200 66%
Jeceaba 517 Milho (em grão) 210 41%
Juatuba 257 Milho (em grão) 100 39%
Lagoa Dourada 9.941 Milho (em grão) 5.000 50%
Maravilhas 632 Milho (em grão) 500 79%
Mário Campos 0 - - -
Mateus Leme 424 Cana-de-açúcar 216 51%

428
Área Área
Principal % em relação à
plantada plantada da
Município cultura do Área total plantada
total cultura
município do município (ha)
(ha) (ha)
Matozinhos 1.318 Milho (em grão) 1.000 76%
Moeda 331 Cana-de-açúcar 90 27%
Morro da Garça 163 Milho (em grão) 110 67%
Nova Lima 1 Mandioca 1 100%
Onça de Pitangui 211 Milho (em grão) 80 38%
Ouro Branco 679 Milho (em grão) 600 88%
Ouro Preto 2.010 Milho (em grão) 1.250 62%
Papagaios 1.244 Milho (em grão) 600 48%
Pará de Minas 382 Mandioca 145 38%
Paraopeba 554 Milho (em grão) 300 54%
Pequi 289 Mandioca 60 21%
Piedade dos Gerais 1.277 Tangerina 520 41%
Piracema 1.697 Cana-de-açúcar 650 38%
Pompéu 17.830 Cana-de-açúcar 15.874 89%
Queluzito 408 Milho (em grão) 260 64%
Resende Costa 1.394 Milho (em grão) 680 49%
Ribeirão das Neves 10 Feijão (em grão) 5 50%
Rio Manso 217 Milho (em grão) 100 46%
Santana dos Montes 824 Milho (em grão) 495 60%
São Brás do Suaçuí 1.289 Milho (em grão) 775 60%
São Joaquim de Bicas 76 Cana-de-açúcar 24 32%
São José da Varginha 634 Milho (em grão) 330 52%
Sarzedo 44 Abacate 30 68%
Sete Lagoas 770 Cana-de-açúcar 304 39%
TOTAL 83.999 50.745 60%
FONTE: Produção Agrícola Municipal – IBGE, 2016.

429
45°0'0"O 44°0'0"O

Demanda do Setor
Agrícola

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Demanda Captada para Agricultura (L/s) !
P Principais Sedes Municipais
0,00 - 1,50 Limite Municipal
1,51 - 31,87 Hidrografia Principal
31,88 - 60,00 Limite SF3: Rio Paraopeba
60,01 - 245,28 Reservatório
245,29 - 1.047,90

FONTE: COBRAPE (2018).


14.1.5. Setor Pecuário

A quantificação da demanda do setor pecuária foi realizada de duas maneiras distintas.


A primeira delas considerando o efetivo de rebanhos por município, utilizando dados da
Produção Pecuária Municipal (IBGE, 2016). A demanda total de água para a atividade
pecuária foi o resultado da soma da demanda de água para a dessedentação animal
com a demanda para higiene de criação de rebanhos em confinamento.

Para a estimativa do consumo dos demais rebanhos, aplicou-se a Metodologia BEDA5


- Bovinos Equivalentes para Demanda de Água -, a qual pondera a demanda unitária de
água para a dessedentação de cada espécie em relação ao bovino (Quadro 14.14). O
consumo adotado foi de 50 L/dia para cada cabeça de bovino, sendo este critério
adotado a partir de consulta ao estudo “Águas Doces do Brasil - 20066”.

Quadro 14.14 - Valores de BEDA por Tipo de Rebanho


Tipo de Dessedentação Relação
Rebanho (L/dia) BEDA
Bovinos 50 BEDA/1
Bubalinos 50 BEDA/1
Equinos, Muares e Asininos 40 BEDA/1,25
Suínos 10 BEDA/5
Ovinos e Caprinos 8 BEDA/6,25
Coelhos 0,25 BEDA/200
Avinos 0,20 BEDA/250
FONTE: Águas Doces no Brasil, 2006.

Foi também considerado um consumo adicional de 7,0 L/dia/cabeça para o rebanho de


suínos, para fins de higiene e resfriamento, no rebanho determinado como confinado.
Por segurança, sobre este valor foi acrescida uma taxa de 15%, em virtude de os
criatórios não serem totalmente tecnificados (com o uso de tecnologias de baixo
consumo e de forma mais automatizada), além das altas temperaturas presentes em
grande parte da bacia. O valor total final considerado para a determinação do consumo
no rebanho suíno foi de 8,05 L/dia.

Apenas os rebanhos suínos foram considerados confinados, uma vez que a avicultura
faz uso de camas secas, eliminando a utilização de água para limpeza e, na maioria dos
outros rebanhos, a criação é de forma extensiva, não havendo dados significativos para
quantificação como rebanho confinado.

5 Águas Doces no Brasil: capital ecológico, uso e conservação / organizadores Aldo da Cunha Rebouças, Benedito
Braga, José Galizia Tundisi - 3ª Edição – São Paulo: Escrituras Editora, 2006.
6 Metodologia utilizada no PLIRHINE – Plano de Aproveitamento Integrado dos Recursos Hídricos do Nordeste -1980,
que vem sendo aplicada em todo território nacional.

431
A metodologia ainda agrega uma taxa de retorno, adotada em 20%, baseada no estudo
“Estimativa das Vazões para Atividades de Uso Consuntivo da Água nas Principais
Bacias do Sistema Nacional – SIN”, realizado pela ONS – Operador Nacional do
Sistema Elétrico em 2003. O Quadro 14.15 apresenta as demandas do setor pecuário
por municípios na bacia do rio Paraopeba, e a Figura 14.4 ilustra as demandas hídricas
do setor pecuário espacializadas.

432
Quadro 14.15 - Demandas do Setor Pecuário
Demanda do Setor Pecuária (L/s)
Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Belo Horizonte 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Belo Vale 8,72 0,71 6,98 0,57 9,44 7,55
Betim 4,48 2,39 3,58 1,91 6,87 5,50
Bonfim 7,10 0,00 5,68 0,00 7,10 5,68
Brumadinho 13,13 0,04 10,51 0,03 13,18 10,54
Cachoeira da Prata 1,71 0,03 1,37 0,02 1,74 1,39
Caetanópolis 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Capim Branco 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Caranaíba 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Carandaí 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Casa Grande 3,57 0,00 2,86 0,00 3,57 2,86
Congonhas 0,00 1,97 0,00 1,58 1,97 1,58
Conselheiro Lafaiete 11,14 0,03 8,92 0,03 11,18 8,94
Contagem 1,08 0,00 0,86 0,00 1,08 0,86
Cordisburgo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cristiano Otoni 0,00 5,47 0,00 4,37 5,47 4,37
Crucilândia 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Curvelo 20,01 0,11 16,01 0,09 20,12 16,10
Desterro de Entre Rios 4,67 0,00 3,74 0,00 4,67 3,74
Entre Rios de Minas 14,56 0,00 11,65 0,00 14,56 11,65
Esmeraldas 29,93 0,02 23,95 0,01 29,95 23,96
Felixlândia 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Florestal 12,57 0,01 10,06 0,01 12,58 10,07

433
Demanda do Setor Pecuária (L/s)
Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Fortuna de Minas 8,37 0,01 6,70 0,01 8,39 6,71
Ibirité 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Igarapé 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Inhaúma 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Itaguara 0,09 0,00 0,07 0,00 0,09 0,08
Itatiaiuçu 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Itaúna 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Itaverava 0,31 0,00 0,25 0,00 0,31 0,25
Jeceaba 3,41 0,05 2,73 0,04 3,46 2,77
Juatuba 2,12 0,24 1,70 0,19 2,36 1,88
Lagoa Dourada 0,00 10,54 0,00 8,44 10,54 8,44
Maravilhas 5,32 3,51 4,26 2,81 8,83 7,06
Mário Campos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Mateus Leme 9,51 0,00 7,61 0,00 9,52 7,61
Matozinhos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Moeda 0,00 3,65 0,00 2,92 3,65 2,92
Morro da Garça 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Nova Lima 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Onça de Pitangui 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ouro Branco 1,18 0,00 0,94 0,00 1,18 0,94
Ouro Preto 0,06 0,00 0,04 0,00 0,06 0,05
Papagaios 17,14 0,05 13,72 0,04 17,20 13,76
Pará de Minas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Paraopeba 18,97 0,24 15,17 0,19 19,21 15,37

434
Demanda do Setor Pecuária (L/s)
Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Pequi 12,24 0,01 9,79 0,01 12,25 9,80
Piedade dos Gerais 13,28 0,00 10,62 0,00 13,28 10,62
Piracema 0,15 0,00 0,12 0,00 0,15 0,12
Pompéu 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Queluzito 0,00 4,58 0,00 3,66 4,58 3,66
Resende Costa 2,79 0,04 2,24 0,03 2,84 2,27
Ribeirão das Neves 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Rio Manso 5,52 0,03 4,41 0,02 5,54 4,43
Santana dos Montes 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
São Brás do Suaçuí 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
São Joaquim de Bicas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
São José da Varginha 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Sarzedo 0,71 0,01 0,57 0,01 0,72 0,58
Sete Lagoas 3,85 1,56 3,08 1,25 5,41 4,33
TOTAL 237,72 35,32 190,18 28,25 273,04 218,43
FONTE: COBRAPE, com base em Produção Pecuária Municipal – IBGE, 2016.

435
45°0'0"O 44°0'0"O

Demanda do Setor
Pecuário

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Demanda Captada para Pecuária (L/s) !
P Principais Sedes Municipais
0,00 Limite Municipal
0,01 - 1,97 Hidrografia Principal
1,98 - 5,47 Limite SF3: Rio Paraopeba
5,48 - 11,18 Reservatório
11,19 - 29,95

FONTE: COBRAPE, com base em Produção


Pecuária Municipal - IBGE (2016).
14.1.6. Setor de Extração Mineral

A estimativa da demanda hídrica do setor de mineração foi obtida por meio do Cadastro
de Outorgas (IGAM, 2018). Deste modo, e visto que as outorgas passaram por
geoprocessamento por meio de coordenadas geográficas, cabe salientar que os valores
das demandas por municípios podem diferir da percepção da realidade7. Este fato deve-
se à diferença entre as projeções cartográficas utilizadas e pela diferença na escala de
produção dos arquivos vetoriais utilizados, tanto pela Consultora quanto pelo
Contratante. No entanto este fato não possui nenhuma influência sobre o resultado das
demandas hídricas do setor.

Já as informações de lavras para exploração mineral foram realizadas em consulta ao


Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

O cálculo da vazão captada dos empreendimentos de mineração, por município, por


sub-bacia e por ottobacias, foi realizado através do somatório dos volumes obtidos no
cadastro de outorgas estadual, sendo o mesmo discretizado em captações superficiais
e subterrâneas.

Foi realizada uma análise fina no cadastro de outorgas industrial e algumas entradas
cadastradas eram de empreendimentos conhecidos do setor mineração e água mineral
e, por este motivo, foram movidos e considerados no cálculo da demanda de mineração.

O coeficiente de retorno, que estima quanta água captada para o processo minerário
retorna aos corpos hídricos, varia de 85% a 95% (Águas Doces no Brasil, 2006),
portanto para o diagnóstico foi adotado um valor médio, 90%. Vale ressaltar que o
grande impacto da mineração em relação à água é sobre a sua qualidade, sendo de
baixo consumo, em relação aos outros usos. As demandas do setor de extração mineral
estão relacionadas no Quadro 14.16.

7 Um exemplo são as outorgas das empresas Vale - Córrego de Feijão/Tejuco, a qual possuiu uma outorga de 1.000
m³/h, e a V&M Mineração na mina de Pau Branco, a qual possui uma outra outorga de 700m³/h, ambas cadastradas
como sendo localizadas no município de Brumadinho. Ambas outorgas estão sendo consideradas no cálculo da demanda
para extração mineral. Após o geoprocessamento a outorga da Vale, de 1.000 m³/h continuou localizada no município
de Brumadinho, já a outorga da V&M Mineração, de 700m³/h, localiza-se no município de Mário Campos, muito próxima
da divisa com o município de Brumadinho.

437
Quadro 14.16 - Demandas do Setor de Extração Mineral
Demanda Setor Extração Mineral (L/s)
Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Belo Horizonte 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Belo Vale 914,50 0,39 91,45 0,04 914,89 91,49
Betim 7,74 3,75 0,77 0,37 11,49 1,15
Bonfim 10,96 0,00 1,10 0,00 10,96 1,10
Brumadinho 859,40 292,49 85,94 29,25 1.151,89 115,19
Cachoeira da Prata 16,00 129,36 1,60 12,94 145,36 14,54
Caetanópolis 1,00 0,61 0,10 0,06 1,61 0,16
Capim Branco 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Caranaíba 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Carandaí 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Casa Grande 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Congonhas 998,93 446,28 99,89 44,63 1.445,21 144,52
Conselheiro Lafaiete 3,70 0,00 0,37 0,00 3,70 0,37
Contagem 1,60 0,83 0,16 0,08 2,43 0,24
Cordisburgo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cristiano Otoni 0,90 0,33 0,09 0,03 1,23 0,12
Crucilândia 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Curvelo 3.290,97 1,69 329,10 0,17 3.292,66 329,27
Desterro de Entre Rios 5,40 0,00 0,54 0,00 5,40 0,54
Entre Rios de Minas 1,90 0,00 0,19 0,00 1,90 0,19
Esmeraldas 1.016,70 519,58 101,67 51,96 1.536,28 153,63
Felixlândia 57,80 0,00 5,78 0,00 57,80 5,78
Florestal 5,83 0,00 0,58 0,00 5,83 0,58

438
Demanda Setor Extração Mineral (L/s)
Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Fortuna de Minas 745,81 38,93 74,58 3,89 784,74 78,47
Ibirité 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Igarapé 7,00 2,50 0,70 0,25 9,50 0,95
Inhaúma 0,00 25,50 0,00 2,55 25,50 2,55
Itaguara 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Itatiaiuçu 91,10 121,86 9,11 12,19 212,96 21,30
Itaúna 0,00 0,12 0,00 0,01 0,12 0,01
Itaverava 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Jeceaba 983,90 0,00 98,39 0,00 983,90 98,39
Juatuba 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Lagoa Dourada 4,70 0,00 0,47 0,00 4,70 0,47
Maravilhas 46,86 0,28 4,69 0,03 47,13 4,71
Mário Campos 337,10 277,78 33,71 27,78 614,88 61,49
Mateus Leme 1,80 22,72 0,18 2,27 24,52 2,45
Matozinhos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Moeda 17,00 0,28 1,70 0,03 17,28 1,73
Morro da Garça 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Nova Lima 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Onça de Pitangui 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ouro Branco 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ouro Preto 84,90 11,67 8,49 1,17 96,57 9,66
Papagaios 44,88 1,06 4,49 0,11 45,94 4,59
Pará de Minas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Paraopeba 826,40 16,34 82,64 1,63 842,74 84,27

439
Demanda Setor Extração Mineral (L/s)
Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Pequi 2.815,21 4,34 281,52 0,43 2.819,55 281,95
Piedade dos Gerais 340,00 29,80 34,00 2,98 369,80 36,98
Piracema 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Pompéu 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Queluzito 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Resende Costa 490,00 0,00 49,00 0,00 490,00 49,00
Ribeirão das Neves 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Rio Manso 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Santana dos Montes 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
São Brás do Suaçuí 14,00 0,00 1,40 0,00 14,00 1,40
São Joaquim de Bicas 7,00 5,92 0,70 0,59 12,92 1,29
São José da Varginha 7,90 1,20 0,79 0,12 9,10 0,91
Sarzedo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Sete Lagoas 4,80 0,00 0,48 0,00 4,80 0,48
TOTAL 14.063,69 1.955,60 1.406,37 195,56 16.019,28 1.601,93
FONTE: Cadastro de Outorgas IGAM, 2018.

440
O “Estudo para a Gestão do Monitoramento de Efluentes Industriais na Bacia
Hidrográfica do Paraopeba” (FEAM, 2016), apresenta outro cálculo para a demanda de
mineração, avaliando os empreendimentos outorgados com a ressalva da não
disponibilização de algumas informações. Este estudo apresentou uma demanda total
de 3.854,54 L/s, divididos entre captações superficiais, subterrâneas, mistas,
subterrânea e recirculação, e outros. Tal valor é considerado pela Consultora abaixo do
esperado, visto o valor total disponível no cadastro de outorgas do IGAM.

Acompanhadas das altas demandas para o setor de extração mineral, a bacia do rio
Paraopeba abriga uma grande quantidade de barragens de rejeitos de mineração. No
total são 149 barragens desta categoria na bacia, distribuídas em 19 municípios,
conforme Quadro 14.17. A Figura 14.5 apresenta as demandas hídricas do setor de
extração mineral por município juntamente com a localização das barragens de rejeitos.

Quadro 14.17 - Barragens de Rejeitos por Município

Município N° de barragens

Itatiaiuçu 35
Brumadinho 29
Congonhas 19
Mateus Leme 12
Ouro Preto 9
Itaúna 8
Sete Lagoas 6
Betim 5
Conselheiro Lafaiete 5
Sarzedo 5
Igarapé 4
Mário Campos 3
Belo Vale 2
Contagem 2
Cachoeira da Prata 1
Fortuna de Minas 1
Ibirité 1
Maravilhas 1
Papagaios 1
TOTAL 149
FONTE: Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais – FEAM, 2018.

441
45°0'0"O 44°0'0"O

Demanda do Setor de
Extração Mineral

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P
!
(

!
(
Sete Lagoas
!
( !
P
!
( !
(
!
(

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
op

!
P (!
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Belo Horizonte
ba

Contagem
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20°0'0"S
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( Ibirité 20°0'0"S
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Ouro Preto
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!
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BA
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((
Conselheiro
!
( Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Demanda Captada para Mineração (L/s) !
P Principais Sedes Municipais
0,00 Limite Municipal
0,01 - 5,83 Hidrografia Principal
5,84 - 25,50 Limite SF3: Rio Paraopeba
25,51 - 614,88 Reservatório
614,89 - 3.292,66
!
( Barragens de Rejeitos
FONTE: COBRAPE, com base em Cadastro
de Outorgas IGAM (2018).
Junto ao DNPM, foram obtidas as informações de lavras para exploração mineral na
BHP, referentes ao ano de 2016. Além do local de exploração, foram obtidas
informações dos recursos minerais explorados, a fase atual da lavra e a área da jazida.
O Quadro 14.18 e a Figura 14.6 a seguir mostram o quantitativo, em termos de área,
disponibilizada para cada recurso mineral, contemplados desde a pré-exploração até a
exploração.

443
Quadro 14.18 - Mineração: Áreas (km²) por Recurso Mineral
Área (km²)
Total
Requeri- Requeri-
Substância Registro Requeri- Requeri-
Fase não Autorização Concessão Disponibili- Licencia- mento de mento de Geral
de mento mento de
especificada de Pesquisa de Lavra dade mento Licenciament Registro de
Extração de Lavra Pesquisa
o Extração
Agalmatolito 12,44 4,94 38,84 4,19 60,41
Água Mineral 11,78 5,79 0,56 2,13 0,64 20,90
Ardósia 207,58 40,23 17,18 2,70 63,34 6,02 337,05
1.303,
Areia/sílica 0,00 959,94 12,00 50,09 38,80 0,05 38,17 33,17 171,31 0,00 52
Argila 0,00 196,26 14,66 22,53 1,26 0,00 20,27 0,94 14,61 0,00 270,51
Basalto 0,46 0,46
Bauxita 1,06 1,06
Calcário 0,00 141,63 19,92 13,34 0,00 0,00 26,25 0,00 17,83 0,05 219,02
Cascalho 1,81 0,59 0,09 0,58 7,91 0,15 11,12
Cassiterita 47,25 47,25
Caulim 17,31 0,39 10,10 10,61 13,80 52,20
Cianita 0,36 0,36
Cobre 2,32 2,32
1.144,
Diamante 0,00 861,68 0,00 108,02 0,00 0,00 5,96 0,00 168,46 0,00 13
Dolomito 0,80 0,61 1,41
Esteatito 7,68 4,12 11,80
Ferro 2,96 135,16 1,47 24,00 163,60
Filito 9,54 4,16 2,92 19,97 36,60
Fosfato 154,60 14,23 168,83
Gnaisse 0,49 68,34 7,02 4,63 1,18 5,06 1,53 17,02 105,27

444
Área (km²)
Total
Requeri- Requeri-
Substância Registro Requeri- Requeri-
Fase não Autorização Concessão Disponibili- Licencia- mento de mento de Geral
de mento mento de
especificada de Pesquisa de Lavra dade mento Licenciament Registro de
Extração de Lavra Pesquisa
o Extração
Grafita 2,04 0,59 4,64 1,42 8,68
Granito/márm
355,03
ores 0,00 217,82 5,13 18,60 0,15 0,00 25,75 0,00 87,59 0,00
Manganês 14,06 19,21 8,67 5,50 47,44
Migmatito 8,60 8,60
Minério de 2.316,
1.268,74 51,91 190,82 43,70 761,02
Ferro 19
Minério de
360,21 53,46 21,87 19,90 128,97 584,40
Manganês
Minério de
19,10 61,30 2,42 82,81
Níquel
Minério de 1.168,
0,00 737,04 25,45 145,88 0,49 0,00 16,04 0,00 244,04 0,00
Ouro 95
Minério de
255,73 71,19 326,91
Zinco
Outros
38,23
minérios 0,00 16,06 0,63 19,99 0,00 0,00 0,75 0,00 0,81 0,00
Quartzo/Quar
133,12
tzito 0,00 90,14 3,18 8,55 0,40 0,00 12,12 0,43 18,30 0,00
Serpentinito 3,30 3,26 6,56
Talco 0,41 0,31 5,44 6,17
Tantalita 0,80 0,80
Vanádio 8,47 8,47
Dado não
149,81 149,81
Cadastrado
FONTE: Departamento Nacional de Produção Mineral, 2016.

445
Figura 14.6 - Mineração: Áreas (km²) por Recurso Mineral

FONTE: Departamento Nacional de Produção Mineral, 2016.

O DNPM ainda disponibiliza o CFEM – Compensação Financeira pela Exploração de


Recursos Minerais –, a qual foi estabelecida pela Constituição de 1988, e é devida aos
Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, e aos órgãos da administração da União,
como contraprestação pela utilização econômica dos recursos minerais em seus
respectivos territórios. A bacia do rio Paraopeba arrecadou um total de R$
176.145.995,34 no ano de 2017, considerando os 48 municípios contemplados pela
bacia. O Quadro 14.19 mostra o valor arrecadado total nos últimos 5 anos por município.

446
Quadro 14.19 - CFEM: Arrecadação por Município
Valor Arrecadado/Ano (R$)
Município TOTAL
2013 2014 2015 2016 2017
Belo Vale 6.761.502,8 6.895.429,5 7.735.701,5 12.725.072,4 14.793.434,5 48.911.140,6
Betim 1.063.126,9 1.033.648,3 993.710,7 568.210,9 148.740,9 3.807.437,6
Bonfim 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Brumadinho 77.779.294,0 50.001.650,5 25.626.628,7 29.998.125,1 34.705.156,8 218.110.855,1
Cachoeira da Prata 6.710,3 9.389,3 2.369,6 10.508,3 16.188,1 45.165,5
Caetanópolis 0,0 0,0 246,5 0,0 427,9 674,4
Casa Grande 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Congonhas 67.979.957,6 74.044.400,5 65.395.630,1 68.899.129,0 81.106.393,8 357.425.511,0
Conselheiro
Lafaiete 582.921,9 373.850,8 76.751,0 190.645,6 389.676,7 1.613.845,9
Contagem 1.273.461,6 1.050.694,6 1.068.200,3 873.617,5 133.767,1 4.399.741,1
Cristiano Otoni 15.997,8 48.714,5 58.382,7 68.932,2 62.728,4 254.755,5
Crucilândia 3.070,7 3.124,0 4.236,4 1.584,7 183,0 12.198,8
Curvelo 139.461,5 129.098,9 125.941,6 124.291,3 103.482,1 622.275,3
Desterro de Entre
Rios 0,0 0,0 0,0 589.848,1 1.079.247,6 1.669.095,7
Entre Rios de Minas 14.428,5 8.577,7 4.815,0 3.552,3 14.736,0 46.109,5
Esmeraldas 139.623,5 171.643,6 152.498,1 129.933,0 110.323,7 704.021,9
Felixlândia 50.065,0 22.253,2 15.148,0 18.592,5 20.005,9 126.064,6
Florestal 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Fortuna de Minas 16.191,5 16.534,5 8.715,3 9.549,4 10.920,1 61.910,8
Ibirité 66.417,6 226,1 0,0 0,0 0,0 66.643,7
Igarapé 4.616.368,4 2.126.552,6 27.582,1 79.225,2 524.703,8 7.374.432,1
Inhaúma 66.810,5 57.852,4 91.665,3 287.557,6 309.623,9 813.509,7
Itatiaiuçu 15.908.635,1 20.893.221,9 10.962.127,6 9.696.134,7 11.534.006,0 68.994.125,2
Itaúna 207.490,6 722.809,9 420.626,8 192.921,2 307.184,6 1.851.033,2
Itaverava 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Jeceaba 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Juatuba 30.847,3 17.119,7 14.744,2 13.170,1 11.913,9 87.795,3

447
Valor Arrecadado/Ano (R$)
Município TOTAL
2013 2014 2015 2016 2017
Lagoa Dourada 50,4 0,0 29,9 31,2 0,0 111,5
Maravilhas 363,3 395,7 6.268,7 4.982,8 6.196,6 18.207,1
Mário Campos 276.784,2 317.390,0 627.987,0 398.108,6 598.016,0 2.218.285,9
Mateus Leme 7.539.481,2 2.019.386,7 1.011.501,5 975.898,4 1.145.559,9 12.691.827,8
Moeda 0,0 0,0 0,0 544,2 0,0 544,2
Ouro Branco 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Ouro Preto 41.277.732,6 48.320.807,8 45.227.403,6 51.312.422,3 20.762.936,8 206.901.303,1
Papagaios 161.522,2 202.172,7 248.914,9 248.794,7 234.939,7 1.096.344,0
Pará de Minas 116.789,1 131.223,1 134.105,8 133.033,2 554.304,1 1.069.455,4
Paraopeba 46.000,4 135.373,0 92.359,6 104.870,8 79.830,3 458.434,1
Pequi 3.027,0 5.625,4 5.227,4 2.429,5 3.335,7 19.645,0
Piedade dos Gerais 0,0 604,3 372,5 6.235,6 0,0 7.212,4
Pompéu 72.088,6 80.164,1 70.927,6 102.984,8 74.627,8 400.793,0
Queluzito 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Resende Costa 48.345,4 89.817,6 13.442,6 62.695,6 269.630,0 483.931,2
Rio Manso 871,3 0,0 597,9 358,7 838,6 2.666,5
São Brás do Suaçuí 9.377,9 623,8 418,4 0,0 0,0 10.420,1
São Joaquim de
Bicas 2.480.008,1 1.851.220,4 193.781,0 89.558,9 91.665,9 4.706.234,2
São José da
Varginha 0,0 185,5 345,8 260,5 36,9 828,7
Sarzedo 11.179.311,9 9.638.203,9 7.765.234,9 6.273.978,0 6.239.763,9 41.096.492,6
Sete Lagoas 723.281,2 876.558,2 779.252,0 780.999,6 701.468,6 3.861.559,6
Total 240.657.418,0 221.296.544,6 168.963.892,4 184.978.788,5 176.145.995,3 992.042.638,8
FONTE: Departamento Nacional de Produção Mineral, 2016.

448
Do total arrecadado no ano de 2017, 5 municípios concentram 92,5% do total, são eles:
Congonhas (46,0%), Brumadinho (19,7%), Ouro Preto (11,8%), Belo Vale (8,4%), e
Itatiaiuçu (6,5%). Para estes municípios foram levantados os dados de arrecadação por
substância, conforme mostrado no Quadro 14.20.

Quadro 14.20 - CFEM: Arrecadação por Substância


Total (R$)
Município Substância %
2017
Minério de Ferro 74.861.553,41 92,3%
Congonhas
Ferro 6.244.840,39 7,7%
Minério de Ferro 19.503.691,97 56,2%
Ferro 14.565.861,49 42,0%
Hematita 496.838,51 1,4%
Brumadinho
Água Mineral 101.320,63 0,3%
Granito 31.596,99 0,1%
Areia 17.513,95 0,1%
Minério de Ferro 10.513.535,04 50,6%
Ferro 9.090.908,20 43,8%
Calcário 660.130,88 3,2%
Gnaisse 450.386,07 2,2%
Ouro Preto
Talco 47.102,12 0,2%
Topázio Imperial 635,22 0,0%
Esteatito 203,23 0,0%
Topázio 36,00 0,0%
Areia 100.355,68 0,7%
Granito 4.171,03 0,0%
Belo Vale
Minério de Ferro 14.473.260,50 97,8%
Minério de Manganês 215.647,25 1,5%
Água Mineral 934,27 0,0%
Itatiaiuçu Ferro 5.462.667,78 47,4%
Minério de Ferro 6.070.403,92 52,6%
FONTE: Departamento Nacional de Produção Mineral, 2016.

A Figura 14.7 mostra a localização das jazidas e as principais substâncias exploradas.

449
45°0'0"O 44°0'0"O

Lavras de Mineração

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Lavra por tipo de Substância
!
P Principais Sedes Municipais
AGALMATOLITO COBRE MIGMATITO
ÁGUA MINERAL DADO NÃO CADASTRADO MINÉRIO DE FERRO Limite Municipal
ARDÓSIA DIAMANTE MINÉRIO DE MANGANÊS Hidrografia Principal
AREIA/SÍLICA DOLOMITO MINÉRIO DE NÍQUEL Limite SF3: Rio Paraopeba
ARGILA ESTEATITO MINÉRIO DE OURO
Reservatório
BASALTO FERRO MINÉRIO DE ZINCO
BAUXITA FILITO OUTROS MINÉRIOS Municípios SF3: Rio Paraopeba
CALCÁRIO FOSFATO QUARTZO/ QUARTZITO
CASCALHO GNAISSE SERPENTINITO
CASSITERITA GRAFITA TALCO
FONTE: Departamento Nacional de
CAULIM GRANITO/ MÁRMORE TANTALITA
Produção Mineral (2016).
CIANITA MANGANÊS VANÁDIO
O IBRAM dispõe do “Panorama da Mineração em Minas Gerais”, estudo que revela a
importância da atividade mineral no Estado de Minas Gerais, a partir de dados oficiais
e públicos do setor. O estudo aborda aspectos econômicos, demográficos, geográficos,
ambientais e históricos das atividades do setor no Estado.

Não resta dúvida quanto à importância do setor de extração no estado de Minas Gerais.
A Figura 14.8 demonstra que aproximadamente 45% das exportações brasileiras do
setor, quando se trata de minérios, escória e cinzas, tem como origem o estado de Minas
Gerais.

Figura 14.8 - Exportações de Minérios, Escórias e Cinzas

FONTE: IBRAM, 2016.

No referido estudo, o IBRAM destaca as principais aplicações dos minerais metálicos e


não-metálicos extraídos no estado. Os minerais apresentados no Quadro 14.20, e que
figuram no levantamento do referido estudo, tem seu principal destino destacado na
Figura 14.9.

451
Figura 14.9 - Destino dos Minerais Extraídos

FONTE: IBRAM, 2016.

14.1.7. Pesca e Aquicultura

Por definição, a pesca é toda operação, ação ou ato tendente a extrair, colher, apanhar,
apreender ou capturar recursos pesqueiros, seja em águas continentais ou marítimas.

A legislação pesqueira atualmente em vigor está assentada na Lei da Pesca – Lei n°


11.959, de 29 de Junho de 2009 – que dispõe sobre a Política Nacional de
Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca, com o objetivo de promover:

I – o desenvolvimento sustentável da pesca e da aquicultura como fonte de


alimentação, emprego, renda e lazer, garantindo-se o uso sustentável dos
recursos pesqueiros, bem como a otimização dos benefícios econômicos
decorrentes, em harmonia com a preservação e a conservação do meio ambiente
e da biodiversidade;

II – o ordenamento, o fomento e a fiscalização da atividade pesqueira;

III – a preservação, a conservação e a recuperação dos recursos pesqueiros e


dos ecossistemas aquáticos;

452
IV – o desenvolvimento socioeconômico, cultural e profissional dos que exercem
a atividade pesqueira, bem como de suas comunidades.

Com o passar dos tempos a atividade pesqueira se desenvolveu e pode ser classificada
em várias categorias, dentre elas:

• Pesca de Subsistência: atividade de natureza não comercial, em que seu


produto final se destina ao consumo doméstico ou escambo, sem fins lucrativos;

• Pesca amadora ou esportiva: atividade de natureza não comercial, caracterizada


por hobby ou esporte, em que o praticante não depende desta atividade para
sobreviver, ou seja, a pesca é praticada como recreação;

• Pesca industrial: atividade de natureza comercial, envolvendo pescadores


profissionais, utilizando embarcações de pequeno, médio e grande porte.

Intimamente ligada com o setor que mais cresce no mundo, o setor turismo, a pesca
amadora vem se desenvolvendo largamente, gerando uma ampla atividade econômica,
cuja cadeia produtiva constitui-se de muitos elos, sendo sustentada através da atividade
do pescador amador na exploração sustentável dos recursos pesqueiros.

Esta exploração dos recursos pesqueiros através da pesca amadora ou esportiva é


regida pela Portaria IBAMA n° 02, de 21 de Janeiro de 2014, a qual cita definições para
a atividade e também cotas para captura e transporte de espécies, sempre respeitando
os tamanhos mínimos e máximos estabelecidos pelas normas estaduais e federais.

A pesca amadora ou esportiva aparece de forma significativa na bacia do rio Paraopeba.


Segundo dados do Instituto Estadual de Florestas (2010), existe um rol bastante
diversificado de espécies registradas na bacia, algumas delas (em destaque)
consideradas exóticas, conforme mostrado no Quadro 14.21.

Quadro 14.21 - Espécies Registradas


Espécies Registradas na Sub Bacia Paraopeba Espécies Registradas na Sub Bacia Paraopeba
Nome Científico Nome Popular Nome Científico Nome Popular
Anchoviella vaillanti Sardinha Conorhynchos conirostris Pirá
Apareiodon hasemani Canivete Cetopsis gobioides Babão
Apareiodon ibitiensis Canivete Hoplosternum littorale Tamboatá
Apareiodon piracicabae Canivete Harttia longipinna Cascudo
Curimatella lepidura Manjuba Hisonotus sp.n.1 Cascudinho
Steindachnerina elegans Saguiru Hypostomus alatus Cascudo
Prochilodus argenteus Curimbatá-pacu Hypostomus francisci Cascudo
Prochilodus costatus Curimbatá-pioa Hypostomus spp Cascudo
Leporellus vittatus Piau-rola Otocinclus xakriaba Cascudinho
Leporinus macrocephalus Piauçu Cephalosilurus fowleri Bagre-sapo
Leporinus obtusidens Piau-verdadeiro Lophiosilurus alexandri Pacamã
Leporinus piau Piau-gordura Pseudopimelodus charus Bagre-sapo
Leporinus reinhardti Piau-três-pintas Cetopsorhamdia iheringi Bagrinho

453
Espécies Registradas na Sub Bacia Paraopeba Espécies Registradas na Sub Bacia Paraopeba
Nome Científico Nome Popular Nome Científico Nome Popular
Leporinus taeniatus Piau-jejo Imparfinis minutus Bagrinho
Schizodon knerii Piaucampineiro Pimelodella lateristriga Chorão
Astyanax bimaculatus Lambari do rabo amarelo Pimelodella cf. laurenti Bagrinho
Astyanax fasciatus Lambari do rabo vermelho Pimelodella sp. Bagrinho
Astyanax rivularis Lambari Pimelodella vittata Bagrinho
Astyanax scabripinnis Lambari Rhamdia quelen Bagre
Astyanax spp. Lambari Bergiaria westermanni Mandi
Astyanax taeniatus Lambari Duopalatinus emarginatus Mandi açu
Bryconamericus stramineus Piaba Pimelodus fur Mandi prata
Colossoma macropomum Tambaqui Pimelodus maculatus Mandi amarelo
Hemigrammus marginatus Piaba Pimelodus pohli Mandi
Hysteronotus megalostomus Piaba Pseudoplatystoma corruscans Surubim
Metynnis cf. maculatus Pacu Pseudoplatystoma sp. Pintado (híbrido)
Moenkhausia costae Piaba Franciscodoras marmoratus Mandi serrudo
Myleus micans Pacu Trachelyopterus galeatus Cangati
Oligosarcus argenteus Peixe cachorro Clarias gariepinus Bagre africano
Orthospinus franciscensis Piaba Gymnotus carapo Sarapó
Phenacogaster franciscoensis Piaba Eigenmannia virescens Sarapó
Piabina argentea Piaba Sternopygus macrurus Sarapó
Psellogrammus kennedyi Piaba Apteronotus brasiliensis Sarapó
Pygocentrus piraya Piranha Phalloceros uai Barrigudinho
Salminus franciscanus Dourado Poecilia reticulata Barrigudinho
Salminus hilarii Tabarana Synbranchus marmoratus Mussum
Serrapinnus heterodon Piabinha Pachyurus francisci Corvina
Serrapinnus piaba Piabinha Pachyurus squamipennis Corvina
Serrasalmus brandtii Pirambeba Australoheros facetum Cará
Tetragonopterus chalceus Piaba rapadura Cichla ocellaris Tucunaré
Triportheus guentheri Piaba facão Geophagus brasiliensis Cará
Acestrorhynchus lacustris Peixe cachorro Oreochromis niloticus Tilápia
Hoplias intermedius Trairão Tilapia rendalli Tilápia
Hoplias malabaricus Traíra Cyprinus carpio Carpa
FONTE: Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais – IEF, 2010.

Com relação à aquicultura, a qual é definida como o processo de produção em cativeiro,


de animais ou vegetais que tem como habitat predominante o meio aquático, tais como
peixes, camarões, rãs, ostras, mexilhões, entre outras espécies, a aquicultura vem se
desenvolvendo expressivamente no contexto nacional.

Na bacia do rio Paraopeba o destaque na produção da aquicultura fica por conta dos
municípios de Itaúna e Felixlândia, que juntos somam 66,5% do valor total da produção,
com ênfase na produção de tilápias. O Quadro 14.22 demonstra a produção do setor na
bacia.

454
Quadro 14.22 - Aquicultura – Produção Efetiva e Valor da Produção
Quantidade por tipo de produto (kg)
Pintado, Valor da
cachara, Produçã
Município Pacu e Tambacu, Outros
cachapira e Tilápia Total o
patinga tambatinga peixes mil (R$)
pintachara,
surubim
Brumadinho 0 0 0 12.260 0 12.260 122,60
Contagem 0 0 0 3.300 0 3.300 33,00
Cordisburgo 0 0 0 82.500 0 82.500 635,30
Felixlândia 0 0 0 201.750 0 201.750 1.182,30
Inhaúma 0 0 0 10.000 4.000 14.000 111,50
Itaúna 24.000 21.000 29.000 103.860 24.000 201.860 1.752,20
Itaverava 0 0 0 600 0 600 3,90
Maravilhas 0 0 0 7.800 0 7.800 46,80
Mateus
0 0 0 20.000 0 20.000 200,00
Leme
Paraopeba 0 0 0 7.500 0 7.500 57,20
Pequi 0 0 0 2.550 0 2.550 15,30
Resende
0 0 0 37.000 0 37.000 185,00
Costa
Rio Manso 0 0 0 3.200 0 3.200 26,20
Santana dos
0 0 0 4.000 0 4.000 26,00
Montes
Sete Lagoas 0 0 0 2.400 0 2.400 18,30
TOTAL 24.000 21.000 29.000 498.720 28.000 600.720 4.415,60
FONTE: COBRAPE, com base em PPM/IBGE, 2016.

Quanto à demanda hídrica do setor, a estimativa foi realizada com os dados contidos
no cadastro de outorgas do IGAM, agregados por município, conforme mostrado no
Quadro 14.23. Na Figura 14.10 estão apresentadas as demandas para aquicultura,
espacializadas por município.

455
Quadro 14.23 - Demandas de Aquicultura

Demandas de Aquicultura (L/s)


Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Belo Horizonte 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Belo Vale 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Betim 2,50 0,69 0,00 0,00 3,19 0,00
Bonfim 9,73 0,08 0,00 0,00 9,81 0,00
Brumadinho 111,31 0,00 0,00 0,00 111,31 0,00
Cachoeira da Prata 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Caetanópolis 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Capim Branco 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Caranaíba 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Carandaí 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Casa Grande 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Congonhas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Conselheiro Lafaiete 1,00 0,00 0,00 0,00 1,00 0,00
Contagem 3,90 0,00 0,00 0,00 3,90 0,00
Cordisburgo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cristiano Otoni 0,20 0,00 0,00 0,00 0,20 0,00
Crucilândia 0,50 0,33 0,00 0,00 0,83 0,00
Curvelo 2,00 0,00 0,00 0,00 2,00 0,00
Desterro de Entre Rios 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Entre Rios de Minas 0,30 0,11 0,00 0,00 0,41 0,00
Esmeraldas 122,35 0,00 0,00 0,00 122,35 0,00
Felixlândia 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

456
Demandas de Aquicultura (L/s)
Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Florestal 0,70 0,00 0,00 0,00 0,70 0,00
Fortuna de Minas 0,98 0,00 0,00 0,00 0,98 0,00
Ibirité 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Igarapé 5,79 0,60 0,00 0,00 6,39 0,00
Inhaúma 2,00 0,00 0,00 0,00 2,00 0,00
Itaguara 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Itatiaiuçu 8,35 0,06 0,00 0,00 8,41 0,00
Itaúna 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Itaverava 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Jeceaba 0,10 0,00 0,00 0,00 0,10 0,00
Juatuba 1,77 0,14 0,00 0,00 1,91 0,00
Lagoa Dourada 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Maravilhas 0,90 0,00 0,00 0,00 0,90 0,00
Mário Campos 0,70 0,00 0,00 0,00 0,70 0,00
Mateus Leme 11,82 0,56 0,00 0,00 12,38 0,00
Matozinhos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Moeda 1,14 0,00 0,00 0,00 1,14 0,00
Morro da Garça 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Nova Lima 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Onça de Pitangui 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ouro Branco 2,70 0,06 0,00 0,00 2,76 0,00
Ouro Preto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Papagaios 1,00 0,00 0,00 0,00 1,00 0,00
Pará de Minas 50,00 0,00 0,00 0,00 50,00 0,00

457
Demandas de Aquicultura (L/s)
Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Paraopeba 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Pequi 1,60 0,00 0,00 0,00 1,60 0,00
Piedade dos Gerais 60,00 0,00 0,00 0,00 60,00 0,00
Piracema 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Pompéu 0,80 0,00 0,00 0,00 0,80 0,00
Queluzito 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Resende Costa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ribeirão das Neves 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Rio Manso 90,98 0,50 0,00 0,00 91,48 0,00
Santana dos Montes 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
São Brás do Suaçuí 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
São Joaquim de Bicas 0,80 0,00 0,00 0,00 0,80 0,00
São José da Varginha 48,18 0,00 0,00 0,00 48,18 0,00
Sarzedo 7,00 0,00 0,00 0,00 7,00 0,00
Sete Lagoas 2,00 0,22 0,00 0,00 2,22 0,00
TOTAL 553,10 3,35 0,00 0,00 556,45 0,00
FONTE: Cadastro de Outorgas IGAM, 2018.

458
45°0'0"O 44°0'0"O

Demanda do Setor de
Aquicultura

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Demanda Captada para Pesca e !
P Principais Sedes Municipais
Aquicultura (L/s) Limite Municipal
0,00 Hidrografia Principal
0,01 - 0,83 Limite SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
0,84 - 2,00
2,01 - 9,81
9,82 - 122,35 FONTE: COBRAPE, com base em Cadastro
de Outorgas IGAM (2018).
14.1.8. Urbanização e Paisagismo

O Cadastro de Outorgas do IGAM ainda dispõe de um rol de demandas específicas,


cadastradas com a finalidade de urbanização, paisagismo e recreação, as quais
correspondem a atividades ligadas ao paisagismo de áreas diversas, recreação,
controle de cheias em áreas urbanas, além de atividades como desassoreamento e
limpeza de canais.

As demandas hídricas relacionadas a este setor estão dispostas no Quadro 14.24 e


espacializadas na Figura 14.11.

460
Quadro 14.24 - Demandas de Urbanização e Paisagismo
Demanda de Urbanização e Paisagismo
(L/s)
Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Belo Horizonte 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Belo Vale 11,00 0,00 0,00 0,00 11,00 0,00
Betim 693,10 0,28 0,00 0,00 693,38 0,00
Bonfim 0,60 0,00 0,00 0,00 0,60 0,00
Brumadinho 2.344,60 0,00 0,00 0,00 2.344,60 0,00
Cachoeira da Prata 0,50 0,00 0,00 0,00 0,50 0,00
Caetanópolis 0,00 0,44 0,00 0,00 0,44 0,00
Capim Branco 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Caranaíba 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Carandaí 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Casa Grande 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Congonhas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Conselheiro Lafaiete 91,40 0,00 0,00 0,00 91,40 0,00
Contagem 6,50 0,00 0,00 0,00 6,50 0,00
Cordisburgo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cristiano Otoni 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Crucilândia 135,10 0,00 0,00 0,00 135,10 0,00
Curvelo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Desterro de Entre Rios 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Entre Rios de Minas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Esmeraldas 1.731,80 0,50 0,00 0,00 1.732,30 0,00
Felixlândia 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

461
Demanda de Urbanização e Paisagismo
(L/s)
Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Florestal 0,20 0,00 0,00 0,00 0,20 0,00
Fortuna de Minas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ibirité 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Igarapé 2,00 0,73 0,00 0,00 2,73 0,00
Inhaúma 2,00 12,94 0,00 0,00 14,94 0,00
Itaguara 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Itatiaiuçu 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Itaúna 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Itaverava 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Jeceaba 0,00 0,22 0,00 0,00 0,22 0,00
Juatuba 203,50 0,83 0,00 0,00 204,33 0,00
Lagoa Dourada 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Maravilhas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Mário Campos 0,50 0,00 0,00 0,00 0,50 0,00
Mateus Leme 2,20 0,00 0,00 0,00 2,20 0,00
Matozinhos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Moeda 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Morro da Garça 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Nova Lima 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Onça de Pitangui 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ouro Branco 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ouro Preto 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Papagaios 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

462
Demanda de Urbanização e Paisagismo
(L/s)
Município Captada Consumida Total
Superficial Subterrânea Superficial Subterrânea Captada Consumida
Pará de Minas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Paraopeba 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Pequi 0,20 0,00 0,00 0,00 0,20 0,00
Piedade dos Gerais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Piracema 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Pompéu 1,20 0,00 0,00 0,00 1,20 0,00
Queluzito 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Resende Costa 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ribeirão das Neves 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Rio Manso 25,80 0,00 0,00 0,00 25,80 0,00
Santana dos Montes 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
São Brás do Suaçuí 0,00 0,05 0,00 0,00 0,05 0,00
São Joaquim de Bicas 0,00 0,08 0,00 0,00 0,08 0,00
São José da Varginha 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Sarzedo 0,00 0,50 0,00 0,00 0,50 0,00
Sete Lagoas 0,00 0,28 0,00 0,00 0,28 0,00
TOTAL 5.252,20 16,86 0,00 0,00 5.269,06 0,00
FONTE: Cadastro de Outorgas IGAM, 2018.

463
45°0'0"O 44°0'0"O
Demandas de
Urbanização e
Paisagismo

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Demanda Captada para Paisagismo e !
P Principais Sedes Municipais
Urbanismo (L/s) Limite Municipal
0,00 Hidrografia Principal
0,01 - 0,28 Limite SF3: Rio Paraopeba
0,29 - 1,20 Reservatório

1,21 - 25,80
25,81 - 2.344,60 FONTE: COBRAPE, com base em Cadastro
de Outorgas IGAM (2018).
14.1.9. Síntese das Demandas Hídricas Consuntivas

A síntese das demandas hídricas levou em consideração a soma de todas as demandas


hídricas consuntivas, para os setores de abastecimento público, indústria, agricultura,
pecuária e mineração. As demandas de pesca e aquicultura, e urbanização e
paisagismo não são consideradas consuntivas, e por este motivo serão consideradas
apenas no cálculo das demandas totais captadas.

Os resultados apontam que a vazão total captada na bacia hidrográfica do rio


Paraopeba é de 64.502,12 L/s, com superioridade do consumo de água no setor
industrial, representando cerca de 45,0% da demanda total da bacia. Em seguida, o
setor de extração mineral soma cerca de 23,2% e o abastecimento público com 20,9%.
No Quadro 14.25 as demandas hídricas consuntivas captadas totais estão
apresentadas por setor usuário.

Quadro 14.25 - Demandas Consuntivas Totais

Demandas (L/s)
Setor Usuário % do total
Superficial Subterrânea Total

Abastecimento
13.902,08 570,93 14.473,01 20,9%
Público
Setor industrial 29.261,20 1.882,49 31.143,69 45,0%

Setor pecuário 237,72 35,32 273,04 0,4%

Setor agrícola 7.037,43 239,89 7.277,32 10,5%


Setor de extração
14.063,69 1.955,60 16.019,28 23,2%
mineral
TOTAL 64.502,12 4.684,22 69.186,34 100,0%
FONTE: COBRAPE, 2018.

Quando tratamos de todas as demandas captadas, considerando além dos setores


consuntivos os setores de pesca e aquicultura e urbanização e paisagismo – Quadro
14.26 –, temos uma situação com a mesma superioridade do setor industrial, porém
com 41,5%, seguido do setor de extração mineral e do abastecimento público, com
21,4% e 19,3%, respectivamente. As demandas referentes à urbanização e paisagismo
aparecem de forma significativa, com cerca de 5.269,06 L/s, correspondendo a 7,0% da
demanda total captada na bacia do rio Paraopeba. A Figura 14.12 mostra as demandas
captadas totais espacializadas por município na bacia hidrográfica do rio Paraopeba.

465
Quadro 14.26 - Demandas Captadas Totais

Demandas (L/s)
Setor Usuário % do total
Superficial Subterrânea Total

Abastecimento Público 13.902,08 570,93 14.473,01 19,3%


Indústria 29.261,20 1.882,49 31.143,69 41,5%
Pecuária 237,72 35,32 273,04 0,4%
Agricultura 7.037,43 239,89 7.277,32 9,7%
Mineração 14.063,69 1.955,60 16.019,28 21,4%
Pesca e Aquicultura 553,10 3,35 556,45 0,7%
Urbanização e
5.252,20 16,86 5.269,06 7,0%
Paisagismo
TOTAL 70.307,42 4.704,44 75.011,85 100,0%
FONTE: COBRAPE, 2018.

466
45°0'0"W 44°0'0"W

Demandas Captadas
Totais

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

P
!
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda Convenções Cartográficas
Demanda Total Captada (L/s) P Principais Sedes Municipais
!
0,00 - 2,33 Limite Municipal
2,34 - 119,37 Hidrografia Principal
Limite SF3: Rio Paraopeba
119,38 - 576,97
Reservatório
576,98 - 2.396,49
2.396,50 - 11.025,15

FONTE: COBRAPE (2018).


Ainda se tratando de vazões captadas, o Cadastro de Outorgas dispõe do modo de uso
das outorgas cadastradas. Nesse sentido, do total das 6.009 entradas cadastradas,
1.503 se encontram em barramentos, representando cerca de 25% do total de outorgas.
O Quadro 14.27 mostra o modo de uso das outorgas na bacia, com destaque para as
outorgas em barramentos.

Quadro 14.27 - Demandas Captadas Totais


Nº de % das
Modo de Uso
Outorgas outorgas
Aproveitamento de potencial hidrelétrico 3 0,05%
Barramento em curso de água, sem captação 884 14,71%
Barramento em curso de água, sem captação, para fins de
26 0,43%
regularização de vazão
Canalização e/ou retificação de curso de água 48 0,80%
Captação de água em surgência (nascente) 396 6,59%
Captação de água subterrânea para fins de pesquisa hidrogeológica 4 0,07%
Captação de água subterrânea para fins de rebaixamento de nível de
2 0,03%
água em mineração
Captação de água subterrânea por meio de poço manual (cisterna) 1.449 24,11%
Captação de água subterrânea por meio de poço tubular já existente 737 12,26%
Captação em barramento em curso de água, c/ regularização de
87 1,45%
vazão (área máx menor ou igual 5,00 ha)
Captação em barramento em curso de água, com regularização de
10 0,17%
vazão (área máx maior 5,00 ha)
Captação em barramento em curso de água, sem regularização de
496 8,25%
vazão
Captação em corpo de água (rios, lagoas naturais etc) 1.589 26,44%
Desvio parcial ou total de curso de água 11 0,18%
Dragagem de curso de água para fins de extração mineral 64 1,07%
Dragagem em cava aluvionar para fins de extração mineral 87 1,45%
Dragagem, limpeza ou desassoreamento de curso de água 30 0,50%
Travessia rodo-ferroviária (pontes e bueiros) 86 1,43%
TOTAL 6.009 100,00%
FONTE: Cadastro de Outorgas IGAM, 2018.

Vale ressaltar que a totalidade das demandas hídricas consuntivas pode estar
subdimensionada, principalmente no que tange às demandas subterrâneas, visto à
quantidade de poços estar abaixo do esperado. Esta condição já havia sido alertada
pelos técnicos do IGAM no início da elaboração do presente trabalho. Isto posto, cabe
destacar a importância no aprofundamento de estudos de monitoramento das águas,
tanto superficiais quanto subterrâneas, bem como no aperfeiçoamento no processo de
concessão de outorgas e na fiscalização dos usuários, tanto para aqueles já outorgados
quanto para a mitigação das captações ilegais. Tal exposto será objeto de programa
específico a ser elaborado no produto “RP04 - Plano de Ação e Diretrizes e Critérios
para Aplicação dos Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos na Bacia do Rio
Paraopeba”.

468
14.2. Usos Não Consuntivos

A análise dos usos não consuntivos irá contemplar as demandas relativas à geração de
energia, e turismo e lazer, que interfiram diretamente nos recursos hídricos, baseados
em dados secundários de fontes estaduais e federais.

No Setor Elétrico, estão apresentadas a capacidade instalada para geração de energia


hidrelétrica na Bacia, as alternativas de uso múltiplo das águas dos reservatórios, e os
planos de expansão do setor elétrico, Os dados foram obtidos junto às instituições
fornecedoras e órgãos controladores oficiais, especialmente a Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL) e a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG).

No setor de Lazer, foi caracterizado o potencial turístico e de lazer associado aos


recursos hídricos no contexto da bacia hidrográfica e a infraestrutura de suporte às
atividades relacionadas ao meio, através de consultas à Secretaria de Estado do
Turismo e às Prefeituras Municipais e demais órgãos ligados ao setor.

As informações referentes à conservação/preservação ambiental foram apresentadas


no capítulo que trata do meio biótico da bacia do rio Paraopeba, destacando os
ecossistemas aquáticos com elevada biodiversidade, espécies endêmicas e ameaçadas
de extinção.

14.2.1. Energia Elétrica

O Banco de Informações de Geração (BIG) da Agência Nacional de Energia Elétrica


(ANEEL) dispõe em seu cadastro algumas informações importantes para a análise da
distribuição energética do país. As especificações básicas disponíveis no sistema
envolvem diversas diretrizes, como a potência outorgada de cada fonte de energia, as
coordenadas geográficas e até mesmo as empresas responsáveis pelas usinas. Esse
conjunto de dados permite o conhecimento da localização exata dos empreendimentos
e facilita a gestão da geração de energia.

No setor elétrico foi analisada a capacidade instalada para geração de energia na Bacia
do Rio Paraopeba, levando em consideração as Usinas Termoelétricas (UTEs), as
Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), as Usinas Hidrelétricas (UHEs) e as Centrais
Geradoras Hidrelétricas (CGHs), todas em operação. Estas informações totalizaram
uma capacidade de 652,874 MW de geração, considerando a soma das formas de
geração supracitadas.

Cabe destacar que a ANEEL determina como PCH toda usina hidrelétrica de pequeno
porte, cuja capacidade instalada seja superior a 1 MW e inferior a 30 MW. Além disso,
a área do reservatório deve ser inferior a 3 km².

469
O Quadro 14.28 apresenta de maneira discriminada as informações referentes à
quantidade de empreendimentos em operação na Bacia do Rio Paraopeba. Já o Quadro
14.29 apresenta às UHEs, PCHs, UTEs e CGHs (proprietário, potência e localização).

Quadro 14.28 - Quantidade de Empreendimentos em Operação

Tipo Quantidade Potência (kW) %

UHE 1 83.660 12,80%


PCH 3 9.860 1,51%
UTE 21 558.694 85,58%
CGH 2 660 0,10%
Total 27 652.874 100,00%
FONTE: Banco de Informações de Geração – ANEEL - Julho, 2018.

470
Quadro 14.29 - Relação de Aproveitamentos Energéticos em Operação

Área Localização
Potência
Tipo Usina Proprietário reservatório
(MW) Município
(Km²) Município 1 UF UF
2
M
UHE Retiro Baixo Retiro Baixo Energética S.A. 83,66 22,58 Curvelo MG Pompéu
G
Juliões MF Projetos em Energia Ltda. 3,40 - Bonfim MG - -
Congonha M
Salto do Paraopeba Horizontes Energia S.A. 2,46 - Jeciaba MG
PCH s G
Piedade dos M
Caquende Macaúbas Energia Renovável Ltda. 4,00 - MG Bonfim
Gerais G
Mineração Esperança Empresa de Mineração Esperança S.A. 2,88 - Brumadinho MG - -
FRIGOBET - Frigorífico Industrial Betim
Frigobet 1,56 - Betim MG - -
Ltda.
Aureliano Chaves (Antiga Ibirité) Petróleo Brasileiro S.A. 226 - Ibirité MG - -
Rossetti Equipamentos Rodoviários Rossetti Equipamentos Rodoviários
0,728 - Betim MG - -
Ltda. Ltda.
Riachuelo - Unidade Betim Lojas Riachuelo S/A 0,06 - Betim MG - -
Itaminas Itaminas Comércio de Minério Ltda. 3,20 - Sarzedo MG - -
Metalsider Metalsider Ltda. 8,80 - Betim MG - -
Açominas Gerdau Açominas S.A. 102,89 - Ouro Branco MG - -
Empresa de Mineração Esperança S.A -
UTE Empresa de Mineração Esperança S.A. 3,12 - Brumadinho MG - -
EMESA
Ferrous Resources do Brasil S.A.
Ferrous Resources do Brasil S.A 3,00 - Congonhas MG - -
Matriz
Polaris Mineração Mineração Polaris Ltda. 1,224 - Belo Vale MG - -
Gabriel Passos Petróleo Brasileiro S.A. 57,22 - Betim MG - -
Monte Carmo Shopping Rec Betim SA. 1,60 - Betim MG - -
Plantar Plantar Siderúrgica S.A. 5,00 - Sete Lagoas MG - -
AVG I-II AVG Energética S.A. 4,8 - Sete Lagoas MG - -
Igarapé CEMIG Geração e Transmissão S/A 131,00 - Juatuba MG - -
Condomínio do Metropolitan Garden
Metropolitan Betim Shopping 2,544 - Betim MG - -
Shopping

471
Área Localização
Potência
Tipo Usina Proprietário reservatório
(MW) Município
(Km²) Município 1 UF UF
2
Adição Distribuição Express - L26 Adição Distribuição Express Ltda 0,368 - Betim MG - -
Carboval V & M Florestal Ltda. 0,30 - Paraopeba MG - -
Granja Brasília Agroindustrial Avícola
UTE Granja Brasília 1,92 - Betim MG - -
S.A.
Art Plásticos Comércio e Indústria de
Art Plásticos 0,48 - Contagem MG - -
Embalagens Plásticas Ltda.
Cachoeira da
Cachoeira Velonorte Cachoeira Velonorte S.A. 0,16 - MG - -
CGH Prata
Florestal Primo Energética Ltda. 0,50 - Florestal MG - -
FONTE: Banco de Informações de Geração – ANEEL - Julho , 2018.

472
Segundo informações do Sistema Furnas de Geração e Transmissão (FURNAS, 2018),
a Usina Hidrelétrica Retiro Baixo está localizada no rio Paraopeba, na bacia do rio São
Francisco, entre os municípios mineiros de Curvelo e Pompeu. Trata-se de uma obra
integrante do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e que gera energia
suficiente para atender 200 mil habitantes. Operando comercialmente desde março de
2010, a usina foi construída por meio da Sociedade de Propósito Específico (SPE) Retiro
Baixo Energética S/A, que tem a Eletrobrás Furnas (49%) como principal acionista.
Durante a execução das obras foram gerados quase dois mil empregos, diretos e
indiretos, e desenvolvidos cerca de 30 programas socioambientais para mitigar os
impactos causados no ecossistema e na população local. A região onde se localiza a
usina possui uma vocação agrícola, porém ainda não consolidada. Desta forma, pode-
se considerar o reservatório como propulsor de um perímetro irrigado com captações
diretas e negociadas entre os setores de energia elétrica e de agricultura. Outra opção
seria o incentivo, vias políticas públicas de desenvolvimento do turismo na região, visto
que a área do reservatório já se encontra dentro da delimitação de dois circuitos
turísticos do estado: Lago Três Marias e Guimarães Rosa, podendo fomentar assim o
desenvolvimento local, seja por meio da implantação de parques, incentivo ao turismo
náutico, e o desenvolvimento do setor de pesca esportiva.

Outra informação levantada durante a elaboração do Diagnóstico se refere aos


empreendimentos hidrelétricos previstos (inventariado, Despachos de Registro de
Recebimento de Requerimento de Outorga (DRO), despacho de registro de
adequabilidade do sumário executivo (DRS), projeto básico aprovado, e
adequabilidade). No total, 5 novos empreendimentos poderão ser construídos na Bacia
do Rio Paraopeba, sendo 1 PCH, 3 UHEs e 1 UTE. Em termos de potência, caso todos
os 5 empreendimentos sejam construídos, a bacia hidrográfica do rio Paraopeba terá
um acréscimo de 336,26 MW, cerca de 52% de acréscimo da capacidade atual. A Figura
14.13 apresenta a localização espacial dos empreendimentos de geração de energia na
bacia do rio Paraopeba, tanto em operação quanto previstos.

473
45°0'0"O 44°0'0"O

Localização dos
Empreendimentos
Minerários

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* Curvelo
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19°0'0"S #
* 19°0'0"S

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* 0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
!
( Mineradoras Licenciadas !
P Principais Sedes Municipais
#
* Mineradoras Outorgadas Limite Municipal
Processos Minerários - DNPM Hidrografia Principal
Concessão de Lavras Limite SF3: Rio Paraopeba
Licenciamento Municípios SF3: Rio Paraopeba
Registro de Extração Reservatório

FONTE: Adaptado de IGAM, 2018;


SISEMA, 2018; DNPM, 2018.
14.2.2. Turismo e Lazer

O turismo é uma atividade de importância fundamental para o crescimento da economia


do País devido não somente a sua contribuição significativa para o aumento do PIB,
como também pela potencial capacidade de geração de trabalho, ocupação e renda,
com impactos na melhoria da qualidade de vida da população.

O Ministério do Turismo (MTur) atua na condução de políticas públicas com um modelo


de gestão descentralizado, orientado pelo pensamento estratégico. A formulação do
Plano Nacional de Turismo - PNT como um instrumento de ação estratégica, contempla
em seu escopo seus macroprogramas e as metas, visando consolidar o Brasil como um
dos principais destinos turísticos mundiais.

Para melhor compreensão das iniciativas públicas para o turismo, elenca-se abaixo os
principais planos, programas e projetos existentes, em âmbito nacional:

• Política Nacional de Turismo: estabelecida pela Lei N° 11.771/2008, tem


dentre os seus princípios a regionalização do turismo que trabalha sob a
perspectiva de que mesmo um município que não possui uma clara vocação
para o turismo - ou seja, que não recebe o turista em seu território - pode dele
se beneficiar, se esse município desempenhar um papel de provedor ou
fornecedor de mão-de-obra ou de produtos destinados a atender o turista. O
trabalho regionalizado permite, assim, ganhos não só para o município que
recebe o visitante, mas para toda a região.

• Programa de Regionalização do Turismo: trabalha a convergência e a


interação de todas as ações desempenhadas pelo MTur com estados, regiões e
municípios brasileiros. Seu objetivo principal é o de apoiar a estruturação dos
destinos, a gestão e a promoção do turismo no País. Esse programa de enfoque
territorial foi reformulado em 2013, quando foram definidos seus eixos de
atuação, que orientam as ações de apoio à gestão, estruturação e promoção do
turismo nas regiões e municípios:

• Mapa do Turismo do Brasil: o MTur condicionou alguns critérios para que os


municípios possam ser considerados turísticos, estabelecidos na Portaria nº
205/2015, para que sejam atendidos pela administração pública municipal de
turismo, como: estruturação de um departamento, seja secretaria, diretório ou
outro; nomeação oficial do gestor da pasta de turismo; dotação orçamentária em
lei; e participação na oficina de remapeamento do turismo realizada pelo órgão
oficial de turismo do estado.

475
• Categorização dos Municípios Turísticos: onde foram analisados critérios
quantitativos sobre fluxo de visitantes turístico nacional e internacional,
estabelecimentos hoteleiros e profissionais formais e em atividade na área de
turismo. A divisão é feita em cinco categorias (A, B, C, D e E) identificando o
desempenho e potencial econômico do turismo de cada município, que funciona
como um instrumento de orientação para a atuação e desenvolvimento de
políticas públicas para o setor.

Segundo o MTur, as variáveis analisadas para essa classificação estão relacionadas ao


número de estabelecimentos formais, cuja atividade principal é a hospedagem, e a
estimativa do fluxo de turistas a partir do estudo de demanda doméstica e internacional.

Inicialmente, foram excluídos os municípios que não tinham informações relevantes nas
diretrizes de estudo e as capitais das Unidades da Federação (UF). Em uma análise
primária, esses dois casos representam cenários de situações extremas – mínimos e
máximos - e, portanto, influenciariam negativamente na análise dos dados.

Após essa filtragem da amostra inicial, a categorização separou os municípios


brasileiros em 5 grupos base, denominados A, B, C, D e E. O grupo E é composto
apenas por regiões que não possuem fluxo turístico expressivo, portanto, não atendem
aos parâmetros básicos de análise. O grupo D, por sua vez, é composto por municípios
que não possuem grande representatividade turística no âmbito nacional. Já os grupos
A, B e C são grupos de representatividade tanto na esfera nacional quanto na
internacional. A distinção entre esses três grupos é feita conforme a intensidade do
turismo local, sendo o grupo A o mais visitado e o grupo C o menos visitado. Os
parâmetros para construção da referida classificação são mostrados no Quadro 14.30.

Quadro 14.30 - Parâmetros Médios Utilizados para a Categorização dos Municípios


Quantidade Quantidade de
Estimativa de Estimativa
Nº de de empregos estabelecimentos
Categoria turistas de turistas
municípios formais de formais de
internacionais domésticos
hospedagem hospedagem
A 51 2.401 190 140.474 1.775.071
B 155 452 36 7.801 240.797
C 424 99 11 656 59.512
D 1219 11 3 0 9.577
E 326 0 0 0 0
Total 2.175 - - - -
FONTE: Ministério do Turismo, 2016.

Seguindo a categorização elaborada pelo MTur, dos 48 municípios que integram a bacia
hidrográfica do rio Paraopeba, 35 foram classificados seguindo a citada metodologia.
Dentre eles, 23 foram classificados na categoria D, representando cerca de 65% do total

476
dos municípios da bacia. O Quadro 14.31 mostra o número de municípios por categoria
na bacia do rio Paraopeba.

Quadro 14.31 - Categorização dos Municípios


Quantidade Quantidade de
Estimativa de Estimativa
Nº de de empregos estabelecimentos
Categoria turistas de turistas
municípios formais de formais de
internacionais domésticos
hospedagem hospedagem
A 51 2.401 190 140.474 1.775.071
B 155 452 36 7.801 240.797
C 424 99 11 656 59.512
D 1219 11 3 0 9.577
E 326 0 0 0 0
Total 2.175 - - - -
FONTE: Ministério do Turismo, 2016.

Em âmbito estadual, a fim de regulamentar as ações realizadas pelo Conselho Estadual


de Turismo, Circuitos Turísticos e pela própria Setur-MG, em 20 de dezembro de 2017
foi aprovada a Lei N° 22.765, que instituiu a Política Estadual de Turismo de Minas
Gerais, que tem como objetivo implementar mecanismos destinados ao planejamento,
desenvolvimento e estímulo do setor, além de democratizar o acesso ao turismo, reduzir
as disparidades sociais e econômicas de ordem regional, ampliar os fluxos turísticos,
propiciar a prática de turismo sustentável, descentralizar e regionalizar o turismo, dentre
outros objetivos. A lei criou o Sistema Estadual de Turismo, que terá a missão de propor
planos, programas, projetos e ações voltadas para o turismo no estado e para a melhoria
contínua da política pública. Visa reconhecer os circuitos turísticos como representantes
da política de regionalização e institui legalmente o Observatório do Turismo de Minas
Gerais.

Também a nível estadual, e tomando como base que o potencial do segmento de


turismo de natureza em Minas Gerais, que é o segundo mais demandado pelos turistas
que visitam o estado, a Setur-MG iniciou, em 2017, o Projeto de Fomento ao Turismo
nos Parques, desenvolvido em parceria com o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e o
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Icmbio). O projeto tem como
objetivo aumentar o fluxo turístico em 17 unidades de conservação do estado, por meio
da melhoria dos serviços e da estrutura das mesmas e do impulso à promoção e
comercialização destes produtos.

Em termos locais, os municípios que integram a bacia hidrográfica do rio Paraopeba


possuem um rol de atrativos turísticos bastante significativo, variando desde cachoeiras,
lagos e represas até parques municipais e grandes parques estaduais. O Quadro 14.32

477
lista todas as atividades que de alguma forma se conectam ao setor de turismo na bacia
do rio Paraopeba.

478
Quadro 14.32 - Locais Ligados ao Turismo

Município Atrativo Informações Fonte


É a mais frequentada por moradores e turistas. Possui piscinas com águas cristalinas, duchas
Cachoeira Boa Instituto
além de dois tobogãs naturais. A cachoeira possui um poço com densa mata ciliar. Localizada a
Esperança Estrada Real
4,5km da sede.
Cachoeira da Serra /
É a mais perigosa da região. Brasil Channel
das Marés
Cachoeira da
Belo Vale Queda do rio Paraopeba, é propícia à canoagem e à pesca. Brasil Channel
Chacrinha
Cachoeira de Santana - Brasil Channel
Cachoeira da Pedra Queda do Ribeirão dos Paivas, era a usina de luz da Cidade. Brasil Channel
Cachoeira do Zé Pinto Cachoeira com águas límpidas. Brasil Channel
Guia da
Cachoeira do Mascate -
Estrada Real
Oferece diversas atrações de lazer, como passeios de charrete, visita ao viveiro encantado de
Parque Ecológico e
Lóris, trilha ecológica, pedalinho, tirolesa, water ball, arvorismo, escalada e até mesmo uma Vale Verde
Alambique Vale Verde
cachoeira dentro do Bosque do Mestre.
Também conhecida como Vargem das Flores, é um importante reservatório de água potável que
abastece boa parte da região metropolitana de Belo Horizonte. A represa constitui-se também de
Betim Represa Várzea das bonito recurso paisagístico dos municípios de Betim e Contagem. O lugar é interessante para Descubra
Flores passeios apesar de não possuir infraestrutura turística. É permitido usar apenas pequenos barcos Minas
e caiaques. É necessário cuidado com banhos ou mergulhos, pois existem áreas muito profundas
e perigosas.
Floresta Estadual São Descubra
-
Judas Tadeu Minas
Cachoeira de É uma bela queda localizada na região de Macaúbas de Baixo, acessível para quem está disposto Portal Minas
Macaúbas a curtir quedas d'água tranquilas com espaço para acampar e lazer. Gerais
Cachoeiras do Bilé - Férias Tur
Bonfim
Cachoeiras do Zizico - Férias Tur
Cachoeira do
- Férias Tur
Caquende

479
Município Atrativo Informações Fonte
Oferece esportes como o balonismo e voo livre. No parque existem seis importantes mananciais
Parque Estadual da Descubra
(Taboões, Rola-Moça, Bálsamo, Barreiro, Mutuca e Catarina) declaradas áreas de Proteção
Serra do Rola Moça Minas
Especial, está região não está aberta à visitação pública.
Ribeirão do Córrego Ribeirão de águas claras e baixa profundidade. Possui quedas e poços d'água para banho. Não Descubra
do Feijão possui infraestrutura turística. Minas
Além de um Centro de Arte Contemporânea, o Inhotim é um Jardim Botânico. Entre palmeiras,
Brumadinho Inhotim flores, lagos e imensos bancos de madeira estão galerias de arte.
Inhotim
É um trecho do rio Paraopeba, chamado de Toca de Cima, há diversos roteiros ecológicos e áreas
Cachoeira da Toca de Portal de
para a prática de esportes radicais. É formada por uma grande extensão de areia as margens do
Cima Brumadinho
Rio Paraopeba.
Trilha completa com elevado grau de dificuldade em campos abertos, com descida íngreme e Portal de
Cachoeira da Osta
escorregadia, mata densa e fechada, cânyon estreito e subidas quase verticais. Brumadinho
Cachoeira da Represa do Ribeirão Cidades do
-
Prata dos Macacos Meu Brasil
Açude da Cedro Portal Turismo
Caetanópolis -
Cachoeira Brasil
Portal Minas
Gruta do Morcego Uma gruta a ser explorada com corredeiras e algumas duchas.
Gerais
Casa Grande
Portal Minas
Cachoeira do Adão Localizada a 5km do centro da cidade.
Gerais

480
Município Atrativo Informações Fonte
O parque dispõe de trilhas ecológicas sinalizadas e autoguiadas, piscinas naturais, toboáguas e
Parque Ecológico da atividades de aventura como rapel da Cachoeira. É permitida a pesca somente fora do período de Parque da
Cachoeira defeso pelo IBAMA. Não é permitido a prática independente de Esportes de Aventura na área do Cachoeira
Parque.
Cachoeira do Rio Parque da
Localizado no Parque da Cachoeira.
Cará Cachoeira
Parque da
Congonhas Rio Santa Cruz Localizado no Parque da Cachoeira, área permitida para utilização de pedalinhos e caiaques.
Cachoeira
Localizada no Parque da Cachoeira, no final da Trilha da Toca, não é permitido atravessar e nem Parque da
Cachoeira Escondida
mergulhar no rio, pois há partes profundas e com pedras submersas. Cachoeira
Cachoeira da Água Portal Minas
Possui um tobogã natural.
Limpa Gerais
Portal Minas
Lagoa da Água Preta Recebe visitantes em busca do efeito de luz criado pelas luzes da cidade.
Gerais
Prefeitura
Conselheiro Parque Florestal Atualmente conhecido como "Horto Florestal", as instalações do parque contam com trilhas Municipal de
Lafaiete "Erico Figueiredo" abertas dentro da mata e fontes de água recuperada. Conselheiro
Lafaiete
Dentro do parque está o centro de Educação Ambiental Vargem das Flores, espaço onde se reúne
Prefeitura
Parque Municipal mensalmente o Conselho do Meio Ambiente de Contagem. O parque apresenta exemplares do
Municipal de
Gentil Diniz Cerrado, Mata Atlântica e espécies frutíferas, além de nascentes do Córrego das Acácias, que
Contagem
contribui para a represa de Vargem da Flores.
Entre os municípios de Betim e Contagem. É permitido pequenos barcos e caiaques. Bastante
Represa Várzea das Descubra
procurado para tomar banhos e mergulhos, porém é necessário cuidado pois existem áreas muito
Contagem Flores Minas
profundas e perigosas. Local propício para o camping e esportes náuticos e aquáticos.
Parque Municipal
Também conhecido como Parque Municipal Eldorado. Área de lazer, dotado de uma bela área
Ecológico Thiago Mundi Turismo
verde, com nascentes, quadras poliesportivas e pistas para caminhada.
Rodrigues Ricardo
Parque Municipal Portal Minas
-
Sarandi Gerais

481
Município Atrativo Informações Fonte
A força das águas foi utilizada durante alguns anos para gerar energia elétrica para as cidades de Câmara
Cachoeira da Usina Cristiano Otoni e Caranaíba, daí a denominação “Usina”, referência à pequena hidrelétrica existente Municipal de
naquela época. Apesar de a usina já não existir, até hoje o local continua com esta denominação. Cristiano Otoni
Câmara
Cachoeira de Santa
Apesar do pouco volume de água possui grande beleza natural, assim como em seu entorno. Municipal de
Clara
Cristiano Otoni
Está localizada em propriedade particular, aproximadamente cinco quilômetros da Sede do
Câmara
Município, afastada cerca de um quilômetro da estrada que liga a Sede ao Distrito de São
Cachoeira do Paraiso Municipal de
Caetano. A mesma é aberta à visitação, recebendo várias pessoas, de Cristiano Otoni e cidades
Cristiano Otoni
vizinhas, principalmente nos finais de semana.
Cristiano Câmara
Localizada na divisa com Santana dos Montes, é cercada por matas e pastagens. Frequentada
Otoni Cachoeira da Pedra Municipal de
pela população para banhos.
Cristiano Otoni
À sua volta existe toda uma estrutura com restaurante, lanchonete e piscinas, sendo uma delas Câmara
Cachoeira do
natural utilizando-se da queda d'água. Próximo encontra-se a Capela de Nossa Senhora da Municipal de
Engenho
Conceição, no Engenho Velho, por onde também passa a Estrada Real. Cristiano Otoni
Câmara
Cachoeira dos Olhos Situada na localidade de Olhos D`Água, é pouco frequentada. Cercada por matas e pastagens,
Municipal de
D'Água possui pouco volume de água, mas muita beleza natural.
Cristiano Otoni
Câmara
Cachoeira da Casa Localiza-se próximo à fazenda conhecida como "Casa Velha", na divisa com o Município de Casa
Municipal de
Velha Grande. Frequentada ocasionalmente para banhos, possui muita beleza natural
Cristiano Otoni
Popularmente chamada de “cachoeira do Devico” é a que possui maior destaque no município, Câmara
Cachoeira dos
sendo uma das maiores atrações turísticas do lugar. Fica a 4Km da cidade, na região denominada Municipal de
Machados
Almeidas, de propriedade do “Sr. Pantaleão”. Crucilândia
Câmara
Cachoeira do Zé Também conhecida como do Pe. Ângelo, é a maior e mais bela do município, situada a 9Km da
Municipal de
Ventena cidade, no Ribeirão da Cachoeira, povoado que tem o mesmo nome.
Crucilândia
Crucilândia
Câmara
Cachoeira das Grande incidência de formações rochosas no leito do rio em grande extensão, formando um
Municipal de
Bibocas sumidouro.
Crucilândia
Câmara
Cachoeira da Usina
A 5Km da sede, antiga Hidrelétrica da cidade. Municipal de
Antiga
Crucilândia

482
Município Atrativo Informações Fonte
Portal Minas
Rio das Velhas -
Gerais
Curvelo
Portal Minas
Rio Paraopeba -
Gerais
Patrimônio natural, fica dentro de uma área urbana e preservada com fácil acesso com atividades
Cachoeira dos Portal Minas
de banho de rio, com espaços para jogar peteca ou bola, área para churrasco e não a restrições
Carrinhos Gerais
para animais.
Prefeitura
Municipal de
Desterro de Cachoeira do Gil Localizada dentro da Serra do Maludo.
Desterro de
Entre Rios
Entre Rios
Prefeitura
Municipal de
Cachoeira das Pedras -
Desterro de
Entre Rios

483
Município Atrativo Informações Fonte
É uma cachoeira de pequeno porte localizada a cerca de 3km do Centro da cidade. Fica em um Portal Minas
Cachoeira da Usina
lugar tranquilo, e de fácil acesso, oferecendo atividade de lazer em contato com a natureza. Gerais
Localizado em área rural, a cachoeira do Gordo tem água cristalina, corrente forte, uma piscina Portal Minas
Cachoeira do Gorgo
natural para mergulho e amplo espaço para atividade de camping. Gerais
A Cachoeira dos Coqueiros é uma das mais utilizadas pelos turistas e moradores, por ser de fácil
acesso. Recebe também muitos visitantes com crianças pequenas, por não ser funda e ter boa
Cachoeira dos Portal Minas
parte de suas águas areada no fundo, possibilitando também que estas brinquem em sua beira.
Coqueiros Gerais
Muitas famílias e grupos de amigos se reúnem no espaço para fazer picnic e churrasco ao ar livre,
enquanto se divertem nas quedas d'água da cachoeira.
Entre Rios de Cachoeira dos -
Guia da
Minas Feleiros Estrada Real
Guia da
Cachoeira da Mata -
Estrada Real
Cachoeira da Pedra Guia da
-
Negra Estrada Real
Guia da
Cachoeira dos Forros -
Estrada Real
Cachoeira Ponte Guia da
-
Funda Estrada Real
Guia da
Cachoeira da Usina -
Estrada Real
Câmara
Usina da Serra Negra - Municipal de
Esmeraldas Esmeraldas
Recanto das Recanto das
Cachoeira privativa dentro de uma pousada. Propícia a banhos.
Cachoeiras Cachoeiras
Represa de Três Principal atrativo natural da cidade que atrai inúmeros turistas da região, que procuram lazer, Portal Minas
Marias esportes náuticos e pesca na represa, vem para descansar, curtir a praia de água doce. Gerais
Cachoeira da
Local ideal para a prática de Esportes Radicais como Escalada, Pêndulo, Tirolesa e o Rapel. Posuta
Felixlândia Marejada
Cachoeira do Osama Local ideal para a prática de Esportes Radicais como Escalada, Pêndulo, Tirolesa e o Rapel. Posuta
Cachoeira da
Local ideal para a prática de Esportes Radicais como Escalada, Pêndulo, Tirolesa e o Rapel. Posuta
Forquilha

484
Município Atrativo Informações Fonte
Prefeitura
Usina da Barragem de A usina, desativada, ainda contribuiu com seu reservatório de água para a recreação dos
Municipal de
Florestal habitantes de Florestal, e até mesmo para a pesca de subsistência dos seus moradores.
Florestal Florestal
Cachoeira da Portal Minas
-
Barragem Gerais
Prefeitura
Municipal de
Rio Paraopeba -
Fortuna de
Minas
Prefeitura
Municipal de
Ribeirão dos Macacos -
Fortuna de
Fortuna de Minas
Minas Prefeitura
Córrego Carreira Municipal de
-
Comprida Fortuna de
Minas
Prefeitura
Municipal de
Córrego do Tropeiro -
Fortuna de
Minas
Instituto
É uma das mais importantes áreas verdes do Estado. Situado na região metropolitana de Belo
Parque Estadual da Estadual de
Ibirité Horizonte, é o terceiro maior parque em área urbana do país e abriga alguns dos mananciais que
Serra do Rola Moça Floresta -
abastecem a capital.
Minas Gerais
Pedra Grande Atividades de ecoturismo como montanhismo, rapel, escalada, trekking e mountain bike. Férias Brasil
Igarapé Recebe visitantes do Brasil e do exterior, oferece pacotes de terapias denominadas "renascimento
Centro de Vida Madre
humano", incluindo massagens, meditação, banhos, acupuntura... O cenário é inspirador: aos pés Férias Brasil
Clarice
da Serra Itatiaiuçu.
Inhaúma - - -
Prefeitura
Itatiaiuçu Cachoeira do Chaves Cartão postal da Cidade, bastante visitado por apresentar uma paisagem exuberante. Municipal de
Itatiaiuçu

485
Município Atrativo Informações Fonte
Formada pelas águas limpas do Rio São João. A prática de esportes náuticos movimenta a
Barragem do Benfica represa nos finais de semana, enquanto os sítios e clubes instalados nas margens recebem as Férias Brasil
famílias em busca de lazer.
Estância Água Mineira "Estância Hidromineral" Área de preservação ambiental repleta de fontes, trilhas, bosques e Ecoviagem
Viva piscinas naturais da mais pura água mineral. UOL
Cachoeira Escondida na zona rural, com sua beleza natural, quedas de água, formação de poços e grutas,
Férias Brasil
Cachoerinha excelente para um bom banho de cachoeira.
Prefeitura
Parque Ecológico
Conhecido como "Lago do Telmo" Municipal de
Cordovil Fonseca
Itaúna Itaúna
Prefeitura
Parque Ecológico
- Municipal de
Geração do Futuro
Itaúna
Parque Ecológico Prefeitura
Professora Maria - Municipal de
Ivolina Gonçalves Itaúna
Prefeitura
Parque Ecológico
- Municipal de
Sindimei Affonso Lima
Itaúna
Portal Minas
Cachoeira Moinho Propício a banhos.
Gerais
Guia do
Cachoeira Guarará Pequenas quedas d'água formando piscinas naturais. Ela é rodeada por mata nativa.
Turismo Brasil
Cachoeira Itaqui Guia do
Pequenas quedas d'água formando piscinas naturais. Ela é rodeada por mata nativa.
Baixo Turismo Brasil
Itaverava
Cachoeira Pé do Guia do
-
Morro Turismo Brasil
Cachoeira Água Pequenas quedas d'água formando piscinas naturais. Ela é rodeada por mata nativa, e utilizada Guia do
Limpa para pescaria e motociclismo. Turismo Brasil
Guia do
Cachoeira da Usina Cachoeira artificial criada pela barragem da Usina.
Turismo Brasil

486
Município Atrativo Informações Fonte
Piscinas Naturais e
Balneário natural mais visitado de Jeceaba, devido à proximidade com a cidade e à singular beleza Guia da
Cachoeira de Santa
do lugar. Estrada Real
Cruz
Constitui uma das mais aprazíveis áreas de lazer e banho deste município. Composta por
Balneário e
corredeiras, pequenas quedas d’água e praias arenosas, a região da Tartária é formada por dois Guia da
Corredeiras dos
leitos encachoeirados no ribeirão São Mateus. O balneário é cercado por matas nativas e é Estrada Real
Dinizes
Jeceaba perfeito para o ecoturismo, banhos e caminhadas.
Esta é a maior e mais preservada das cachoeiras de Jeceaba e considerada por muitos a mais
Cachoeira São bonita. É composta por trechos verticais com amplas quedas, ideais para hidroterapia, e outros Guia da
Mateus mais suaves que deságuam em praias e ilhas fluviais. As águas são turvas devido à argila e Estrada Real
encontram-se cercadas por matas, clareiras e bosques.
Cachoeiras Santa Guia da
Existem as cachoeiras Santa Cruz Alta e Santa Cruz Baixa.
Cruz Estrada Real
Reserva de Proteção
Portal Minas
Ambiental e -
Gerais
Arqueológica
Circuito
Juatuba Serra do Elefante Um dos cartões postais da cidade. Possui trilhas e fontes d'água. Veredas de
Paraopeba
Circuito
Barragem do Sistema
- Veredas de
Serra Azul
Paraopeba
Lagoa Instituto
Cachoeira Bom Retiro Águas límpidas e gélidas. Muito frequentada por turistas.
Dourada Estrada Real
Maravilhas - - -
A fonte de água Bom jardim é segunda maior do mundo em vazão espontânea os turistas podem
visitar a rocha com agendamento prévio, podem nadar em uma piscina com água mineral e que é
Fonte de Água Portal Minas
renovada constantemente e também tomar uma ducha com a água que jorra ao lado de um
Mario Mineral Bom Jaridm Gerais
moinho com uma temperatura constante de cerca de 26,4º aproximadamente em qualquer época
Campos
do ano.
Portal Minas
Serra dos Três Irmãos -
Gerais

487
Município Atrativo Informações Fonte
Barragem do Horto da
- Férias Tur
Liberdade
Mateus Leme Cachoeira do Zé
- Férias Tur
Nicota
Lagoa Atalaia - Férias Tur
Prefeitura
Cachoeira Pailoinho A cachoeira é uma das mais visitadas de Moeda. Municipal de
Moeda
Instituto
Poço Limoeiro Famoso pela sua exuberante beleza.
Estrada Real
Moeda Prefeitura
Cachoeira Marinho da
- Municipal de
Serra
Moeda
Prefeitura
Rio Paraopeba - Municipal de
Moeda
Possui uma flora e fauna rica e diversificada. Além disso, é uma importante área de recarga das
Prefeitura
Parque Estadual da bacias do rio Paraopeba e rio Doce, por apresentar uma grande quantidade de nascentes e cursos
Municipal de
Serra de Ouro Branco d’água, que, em sua maioria, formam o Lago Soledade. Possui corredeiras, cachoeiras e
Outro Branco
esplêndidos mirantes naturais.
Ouro Branco
Portal Minas
Lago Soledade -
Gerais
Monumento Natural Portal Minas
Apresenta belíssimas paisagens, cachoeiras e uma diversidade imensa da flora.
Estadual de Itatiaia Gerais

488
Município Atrativo Informações Fonte
Site oficial de
Represa Santa Rita Muito utilizada para pesca. Turismo de
Ouro Preto
Site oficial de
Cachoeira São Charmosa queda, não possui piscina natural para mergulho, mas propicia para um banho em meio
Turismo de
Bartolomeu a vegetação nativa.
Ouro Preto
Site oficial de
Cachoeira Três
Não tem piscina que permita mergulho, mas as duchas garantem um delicioso banho. Turismo de
Pingos
Ouro Preto
Parque Natural
Site oficial de
Municipal da Possui lindas paisagens e está repleto de interessantes formações rochosas. Nele está a nascente
Turismo de
Cachoeira das do Rio das Velhas. Uma cachoeira se esconde num curioso e estreito cânion.
Ouro Preto
Andorinhas
Site oficial de
Cachoeira Macaco
É uma das quatros quedas existentes na Fazenda do Macaco Doido. Turismo de
Doido
Ouro Preto
Site oficial de
Ouro Preto Estação Ecológica Área de Preservação Ambiental. Não recebe turistas, visitação apenas para escolas de segundo e
Turismo de
Tripuí terceiro graus.
Ouro Preto
Site oficial de
Cachoeira dos
Uma das mais bonitas de Lavras Novas, com abundância de água. Turismo de
Prazeres
Ouro Preto
Site oficial de
Cachoeira do Falcão Uma das mais frequentadas nos finais de semana com sol. Turismo de
Ouro Preto
Site oficial de
Cachoeira Taboão Linda paisagem, não é permitido banho. Turismo de
Ouro Preto
Site oficial de
Queda com mais de 200 metros, em degraus. Apesar do nome, alguns especialistas afirmam que
Cachoeira do Rapel Turismo de
a cachoeira não é apropriada para a prática. Apropriada para refrescantes banhos.
Ouro Preto
Site oficial de
Cachoeira do
Pequena queda d'água. Turismo de
Castelinho
Ouro Preto

489
Município Atrativo Informações Fonte
Site oficial de
Parque Estadual do O parque preserva este marco na conquista do ouro, proporcionando aos visitantes curiosas
Turismo de
Itacolomi vegetações, vales, rios, formações rochosas e panorâmicas de tirar o fôlego.
Ouro Preto
Papagaios - - -
É um dos cartões postais da cidade e conta com infraestrutura para caminhadas e práticas de Portal Minas
Parque Bariri
Pará de esporte. Gerais
Minas Guia do
Represa de Carioca -
Turismo Brasil
Prefeitura
Instituto Chico
Paraopeba Área de preservação permanente. Municipal de
Mendes
Paraopeba
É formada pelas águas do Rio Vermelho que passam por cima de uma pedra, formando um Prefeitura
Cachoeira do Mato Tobogã e uma piscina natural no final da queda. O turismo no local é explorado pela família Municipal de
proprietária do terreno com a denominação de “Cachoeira do Mato Camping Clube”. Pequi
Prefeitura
Localizado no topo da Serra do Rio do Peixe. Com existência de grutas, grotas, e ainda, rica em
Ponto Chic Municipal de
Pequi vegetação natural.
Pequi
Cachoeira Trilha ecológica na Serra do Rio do Peixe, uma vista maravilhosa, com uma queda d’água, uma Portal Minas
Samambaia cachoeira cristalina. Gerais
Portal Minas
Rio Paraopeba -
Gerais
Cachoeira do É a mais frequentada da cidade, o local é ponto de encontro de crianças, jovens, adultos e da Descubra
Encontro melhor idade. Minas
Também conhecida como cachoeira do Moinho. Por causa dos terrenos íngremes, a cachoeira é Descubra
Cachoeira da Picada
Piedade dos de difícil acesso, mas alguns moradores utilizam as águas do local para a pesca. Minas
Gerais Descubra
Cachoeira do Vento Possui uma forte queda de 30 metros de altura sem barreiras ao redor.
Minas
Cachoeira dos Destaca-se pela exuberância de seu entorno com uma natureza rica e preservada. Por extensos Descubra
Pássaros lajeados, formam quedas d’águas suaves e largas com amplo poço no final. Minas

490
Município Atrativo Informações Fonte
Prefeitura
Represa de Três
- Municipal de
Marias
Pompeu
Prefeitura
Balneário Reino dos
- Municipal de
Lagos
Pompeu
Prefeitura
Cachoeira Olhos
- Municipal de
D'Água
Pompeu
Pompéu
Prefeitura
Rio São Francisco - Municipal de
Pompeu
Prefeitura
Rio Paraopeba - Municipal de
Pompeu
Prefeitura
Cachoeira do Choro - Municipal de
Pompeu
Corredeira de Portal Minas
-
Castelinho Gerais
Cascatinha de Portal Minas
-
Queluzito Gerais
Queluzito
Portal Minas
Cachoeira do Maciel -
Gerais
Cachoeira do Rio Boa Portal Minas
-
Vista Gerais
Cachoeira do Guia da
É uma cachoeira de grande beleza e muito frequentada.
Tabuado Estrada Real
Cachoeira de Guia da
De grande exuberância, é uma das mais altas do município.
Resende Jacarandira Estrada Real
Costa Guia da
Cachoeria dos Pintos É uma das preferidas pelos visitantes.
Estrada Real
Ribeirão de Santo Guia da
-
Antônio Estrada Real

491
Município Atrativo Informações Fonte
Prefeitura
Cachoeira do Morro
- Municipal de
da Onça
Rio Manso
Prefeitura
Cachoeira do Zé
- Municipal de
Velho
Rio Manso
Rio Manso
Prefeitura
Cachoeira das Sete
- Municipal de
Quedas
Rio Manso
Prefeitura
Represa da Copasa - Municipal de
Rio Manso
Prefeitura
Durante o verão, a população se refresca nas águas da pedreira a alguns quilômetros do centro da Municipal de
Pedreira
cidade. São Brás do
São Brás do Suaçuí
Suaçuí Prefeitura
Municipal de
Fonte do Mato Aberta à visitação, possui água cristalina.
São Brás do
Suaçuí
Circuito
São Joaquim
Rio Paraopeba Faz parte do Circuito Veredas do Paraopeba, os Bandeirantes procuravam o ouro de Aluvião. Veredas do
de Bicas
Paraopeba
Prefeitura
Cachoeira do Municipal de
-
Sanhudo São José da
São José da Varginha
Varginha Prefeitura
Municipal de
Rio Paraopeba -
São José da
Varginha

492
Município Atrativo Informações Fonte
É local de visitação de grupos estudantis e acadêmicos para contemplação de uma natureza
Portal Minas
Parque do Verde Gaio realmente preservada, com área de campo aberto, cachoeira, ruínas da antiga hidrelétrica que
Gerais
existia no município.
Oferece caminhadas e trekkings, caminhadas ecológicas e estudos acadêmicos, pequenas
Portal Minas
Serra dos Três Irmãos cachoeiras e cursos d’água, mata atlântica, animais silvestres de pequeno e médio porte, espécies
Sarzedo Gerais
da flora e contemplar a paisagem da região.
Cachoeiras do Capão
- Pousadinhas
do Bálsamo
Cartão postal da cidade, sendo usada ao mesmo tempo como fonte de lazer para a população Portal Minas
Lagoa da Petrobrás
local. Gerais
Está entre os principais cartões postais da cidade. Sua orla possui diversos bares e restaurantes Prefeitura
Lagoa Paulino com que faz que seja um ponto de encontro das pessoas. Há também a opção dos passeios de Municipal de
pedalinhos que fazem a alegria de crianças e adultos. Sete Lagoas
É a segunda lagoa mais visitada do município. A infraestrutura do Parque Náutico envolve um Prefeitura
Lagoa da Boa Vista palco para apresentações diversificadas, com área de eventos e feira, pista de patinação, Municipal de
bicicross, skate, quadras de areia e dois campos de futebol. Sete Lagoas
Prefeitura
Sete Lagoas Gruta Rei do Mato É uma unidade de Conservação de Proteção Integral. Aberto à visitação. Municipal de
Sete Lagoas
Portal Minas
Lagoa da Catarina -
Gerais
Portal Minas
Lagoa do Cercadinho -
Gerais
Portal Minas
Lagoa do Náutico -
Gerais
FONTE: COBRAPE, 2018.

493
A Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais cita ainda alguns circuitos turísticos
no qual os municípios da bacia do rio Paraopeba fazem parte, seja total ou parcialmente,
conforme mostrado no Quadro 14.33.

Quadro 14.33 - Circuitos Turísticos

N° no
Circuitos Municípios
mapa
Alfredo Vasconcelos, Antônio Carlos, Barbacena,
Barroso, Carrancas, Conceição da Barra de Minas,
Coronel Xavier Chaves, Dores de Campos, Entre Rios de
1 Trilha dos Inconfidentes Minas, Ibituruna, Lagoa Dourada, Madre Deus de Minas,
Nazareno, Piedade do Rio Grande, Prados, Resende
Costa, Santa Cruz de Minas, São João del-Rei, São
Tiago e Tiradentes
Caeté, Barão de Cocais, Santa Bárbara e Catas Altas,
2 Ouro Congonhas, Ouro Branco, Ouro Preto, Mariana, Rio
Acima, Itabirito, Nova Lima e Sabará, Itabira e Nova Era.
Capela Nova, Caranaíba, Casa Grande, Catas Altas da
Noruega, Conselheiro Lafaiete, Cristiano Otoni,
3 Vilas e Fazendas de Minas
Itaverava, Lamim, Piranga, Queluzito, Rio Espera,
Santana dos Montes e Senhora de Oliveira
Abaeté, Biquinhas, Felixlândia, Martinho Campos,
4 Lago Três Marias Morada Nova de Minas, Paineiras, Pompéu, São
Gonçalo do Abaeté e Três Marias
Divinópolis, Esmeraldas, Igaratinga, Leandro Ferreira,
5 Verde-Trilha dos Bandeirantes Onça de Pitangui, Pará de Minas, Pequi, Pitangui,
Ribeirão das Neves e São José da Varginha
Araçaí, Buritizeiro, Corinto, Curvelo, Felixlândia,
6 Guimarães Rosa Inimutaba, Morro da Garça, Pirapora, Presidente
Juscelino.
Caetanópolis, Capim Branco, Cordisburgo, Jequitibá,
7 Grutas Lagoa Santa, Paraopeba, Pedro Leopoldo, Sete Lagoas
e Vespasiano
FONTE: Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais, 2009.

A descrição dos circuitos turísticos apresentados no Quadro 14.32 anterior está


apresentada na sequência:

• Trilha dos Inconfidentes: o circuito é um dos mais representativos do Estado,


pois os municípios que o integram possuem grande tradição, abrigando em seus
caminhos muito da história do estado e do Brasil. O circuito abriga belas
paisagens, arte, e manifestações culturais típicas, todas ligadas à cultura do
estado de Minas Gerais. No total são vinte municípios que integram circuito,
sendo 3 deles pertencentes à bacia do rio Paraopeba: Entre Rios de Minas,
Lagoa Dourada, e Resende Costa;

• Ouro: O Circuito do Ouro é uma região turística com afinidades culturais,


históricas e naturais, com grande proximidade geográfica entre os municípios
que o compõe. Alguns dos municípios estão localizados na região metropolitana
de Belo Horizonte, e os mais distantes estão a no máximo 170km da capital

494
mineira. Nele é possível encontrar boa gastronomia, aventura e natureza. O
circuito abriga 3 municípios pertencentes à bacia do rio Paraopeba: Congonhas,
Ouro Branco, e Ouro Preto;

• Vilas e Fazendas de Minas: o circuito assume grande importância regional,


visto que abriga 13 municípios no total, sendo cinco deles inseridos na bacia do
rio Paraopeba: Casa Grande, Conselheiro Lafaiete, Cristiano Otoni, Itaverava, e
Queluzito;

• Lago Três Marias: O circuito se localiza na região Central de Minas e a geografia


da região é marcada por campos, cerrados e encantadoras veredas, conhecidas
como oásis do sertão. Frutos exóticos como o murici, araticum e pequi são
abundantes. A pesca amadora e os esportes náuticos são as principais
motivações para o Turismo na região. O circuito apresenta grande quantidade
de cachoeiras, além de uma grande festa religiosa, a festa do Jubileu de Nossa
Senhora da Piedade, que acontece em agosto no município de Felixlândia, na
bacia do Paraopeba. Além deste, o município de Pompéu, também pertencente
à bacia do Paraopeba é integrante deste circuito;

• Verde-Trilha dos Bandeirantes: o circuito é composto por 10 municípios que


apresentam o turismo como forma de desenvolvimento econômico, social e
cultural. Dentre eles, quatro fazem parte da bacia do rio Paraopeba: Esmeraldas,
Pará de Minas, Pequi, e São José da Varginha;

• Guimarães Rosa: caracterizado como um circuito literário, nasceu de


experiências realizadas por amantes da literatura, que percorrem o sertão de
Minas pelo prazer “de tocar com a mão e ver com os próprios olhos” as
paisagens e os lugares onde se passam as estórias de Guimarães Rosa. Neste
circuito, inspirado na vida e na obra do escritor, são realizadas expedições,
caminhadas eco literárias, momentos de contação de estórias e encontros
culturais, no território iluminado pelas estórias de amor, de humor e de pura
poesia. Os municípios de Curvelo e Felixlândia, integrantes da bacia do rio
Paraopeba, fazem parte deste circuito;

• Grutas: O circuito, como o nome já sugere, é rico em grutas. Dentre as centenas


de grutas existentes no estado de Minas Gerais, grande parte delas está
concentrada neste circuito, incluindo as três mais famosas: a Gruta do Maquiné,
da Lapinha e Rei do Mato. Não obstante, o circuito é rico em matéria de
artesanato, manifestações culturais tradicionais, além de grande variedade de

495
pratos típicos. Os municípios de Caetanópolis, Paraopeba, e Sete Lagoas,
pertencentes à bacia do rio Paraopeba fazem parte deste circuito.

Não obstante, foram levantadas as informações referentes a cavernas e geossítios


presentes na bacia. No total são 56 cavernas e 1 geossítio na bacia, conforme detalhado
no Quadro 14.34.

Quadro 14.34 - Cavernas e Geossítios

Tipo Nome Município Litologia

Caverna MS-11 Brumadinho Canga


Caverna MS-10 Brumadinho Canga
Caverna MS-09 Brumadinho Canga
Caverna MS-08 Brumadinho Canga
Caverna MS-07 Brumadinho Canga
Caverna MS-12 Brumadinho Canga
Caverna SM-04 Brumadinho Canga
Caverna SM-03 Brumadinho Canga
Caverna SM-24 Brumadinho Canga
Caverna SM-23 Brumadinho Canga
Caverna RM-02 Brumadinho Canga
Canga e Formação Ferrífera
Caverna SM-01 Brumadinho
Bandada
Canga e Formação Ferrífera
Caverna SM-02 Brumadinho
Bandada
Canga e Formação Ferrífera
Caverna RM-23 Brumadinho
Bandada
Canga e Formação Ferrífera
Caverna RM-36 Brumadinho
Bandada
Canga e Formação Ferrífera
Caverna RM-13 Brumadinho
Bandada
Canga e Formação Ferrífera
Caverna RM-15 Brumadinho
Bandada
Canga e Formação Ferrífera
Caverna RM-22 Brumadinho
Bandada
Caverna RM-35 Brumadinho Formação Ferrífera Bandada
Caverna RM-12 Brumadinho Formação Ferrífera Bandada
Caverna RM-11 Brumadinho Formação Ferrífera Bandada
Caverna RM-10 Brumadinho Formação Ferrífera Bandada
Caverna RM-09 Brumadinho Formação Ferrífera Bandada
Gruta do Fecho do
Caverna Brumadinho Sem informação
Funil I
Caverna RM-14 Brumadinho Sem informação
Caverna Gruta do Salitre Curvelo Calcário
Caverna Abrigo do Salitre Curvelo Quartzito
Caverna RM-05 Ibirité Formação Ferrífera Bandada
Caverna RM-08 Ibirité Formação Ferrífera Bandada
Caverna RM-07 Ibirité Formação Ferrífera Bandada
Caverna RM-06 Ibirité Formação Ferrífera Bandada

496
Tipo Nome Município Litologia

Caverna Buraco do Inferno Inhaúma Calcário


Caverna MS-21 Itabirito Canga
Caverna MS-22 Itabirito Canga
Caverna MS-23 Itabirito Canga
Caverna RM-24 Nova Lima Canga e Canga estruturada
Caverna Gruta da Igrejinha Ouro Preto Calcário
Caverna Gruta da Cruz Paraopeba Calcário
Caverna Gruta da Cruzinha Paraopeba Calcário
Caverna Gruta da Estiva Paraopeba Calcário
Gruta do Buraco que
Caverna Paraopeba Calcário
Sopra
Gruta Buraco de
Caverna Paraopeba Calcário
Cobra
Caverna Gruta Cascata II Sete Lagoas Calcário
Caverna Gruta da Passagem Sete Lagoas Calcário
Caverna Gruta Cascata I Sete Lagoas Calcário
Caverna Gruta do Trevo I Sete Lagoas Calcário
Caverna Gruta do Trevo II Sete Lagoas Calcário
Gruta Capão do
Caverna Sete Lagoas Calcário
Inferno Superior
Gruta Capão do
Caverna Sete Lagoas Calcário
Inferno Inferior
Caverna Gruta Mil Pedras Sete Lagoas Calcário
Caverna Gruta Mil Pérolas Sete Lagoas Calcário
Caverna Gruta da Taboa Sete Lagoas Calcário
Caverna Gruta do Espelho Sete Lagoas Calcário
Caverna Gruta Jean Louis Sete Lagoas Calcário
Caverna Lapa do Boi Sete Lagoas Calcário
Caverna Gruta Bacupari Sete Lagoas Sem informação
Sítio Inhaúma - Sítio
Geossítio Sedimentar Sete Lagoas -
Paleoambiental
FONTE: Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (2009); SIGEP - Comissão
Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos, 2010.

A Figura 14.14 mostra a localização dos circuitos turísticos, bem como a localização das
cavernas e geossítios na bacia do rio Paraopeba.

497
45°0'0"O 44°0'0"O

Circuitos Turísticos,
Cavernas e Geossítios

Curvelo
!
P

19°0'0"S 6 19°0'0"S

4 !
(
Pompéu
!
P
!
(
!
(!(

!
( Sete Lagoas
!
(!
!
(!
!!
((( P
!
( !
(
!
(
7 ! (

Esmeraldas
!
P
R io
Pa

5
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna !
(
!
(!
!
((!
!
P (
!
(
!
( !
(
!
(
!
(
!
(
!
(
(
!

2
Ouro Preto
!
P
!
(
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P
3
1
Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Circuitos Turísticos !
P Principais Sedes Municipais
1. Trilha dos Inconfidentes Limite Municipal
2. Ouro
Hidrografia Principal
3. Vilas e Fazendas de Minas
Limite SF3: Rio Paraopeba
4. Lago Três Marias
Municípios SF3: Rio Paraopeba
5. Verde -Trilha dos Bandeirantes
Reservatório
6. Guimarães Rosa
FONTE: COBRAPE, com base em Secretaria de
7. Grutas Estado de Turismo de Minas Gerais (2009); Centro
!
( Cavernas Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas
!
( Geossítios (2009); SIGEP - Comissão Brasileira de Sítios
Geológicos e Paleobiológicos (2010).
15. BALANÇO HÍDRICO

Com base no conjunto de dados apresentado nos capítulos demandas e


disponibilidades, foi efetuado o cálculo do balanço hídrico da bacia do rio Paraopeba. O
balanço hídrico foi divido em três partes: (i) balanço hídrico superficial quantitativo; (ii)
balanço hídrico subterrâneo quantitativo; e, (iii) balanço hídrico superficial qualitativo. A
seguir, será realizado o detalhamento de ambas as metodologias e serão apresentados
os resultados obtidos.

15.1. Balanço Hídrico Superficial Quantitativo

O balanço hídrico superficial quantitativo é uma ferramenta bastante significativa para a


verificação de regiões críticas em recursos hídricos, na questão quantitativa. Ele auxilia
no conhecimento das condições de oferta e demandas hídricas de diferentes regiões
dentro de uma bacia hidrográfica, comparando o consumo (demandas hídricas) com a
oferta (disponibilidade hídrica) numa mesma região de análise. De maneira prática, o
resultado do balanço hídrico vem da relação direta entre as demandas e a
disponibilidade, ou seja, quando a relação entre as duas grandezas for maior que 1
(um), a região analisada apresenta um consumo superior à oferta de água, o que
significa dizer que a região apresenta criticidade em relação aos recursos hídricos, do
ponto de vista quantitativo.

No desenvolvimento do balanço hídrico superficial quantitativo serão realizadas quatro


abordagens de balanço hídrico, quais sejam: (i) comparação da demanda de retirada
com a Q95%; (ii) comparação da demanda de retirada com a Q7,10; (iii) comparação da
demanda de consumo com a Q95%; e (iv) comparação da demanda de consumo com a
Q7,10. É importante ressaltar que as demandas utilizadas são compostas pelo somatório
de todas as demandas que consomem os recursos hídricos.

Para a realização do cálculo do balanço hídrico com a demanda consumida, as taxas


de retorno utilizadas para cada uma das demandas estão apresentadas no Quadro 15.1,
conforme os critérios adotados no Capítulo 8. As demandas consideradas são: (i)
abastecimento público urbano e rural; (ii) industrial; (iii) dessedentação animal; (iv)
agrícola; e, (v) mineração. As demandas de pesca e aquicultura, e urbanização e
paisagismo, não são consideradas como demandas consuntivas, desta forma elas não
são consideradas no cálculo da demanda de consumo.

499
Quadro 15.1 - Taxas de Consumo

Pecuária Mineração Indústria Urbano Rural Agricultura

0,8 0,1 0,2 0,2 0,5 0,8

FONTE: COBRAPE, 2018.

Já no caso da disponibilidade hídrica superficial, o valor utilizado refere-se à vazão com


95% de permanência (Q95%) e à vazão de 7 dias de estiagem e tempo de recorrência de
10 anos, essa considerada a vazão de referência de outorga de Minas Gerais. Os
valores de disponibilidade hídrica utilizados são os apresentados no Capítulo 4.

Considerando essas informações, as fórmulas de cálculo dos balanços hídricos são


apresentadas a seguir. Ressalta-se que devido ao critério de emissão de outorga para
captações superficiais, o qual o Estado de Minas Gerais prevê como máximo 30% da
Q7,10, os trechos com balanços hídricos superiores a 0,3 serão considerados como
críticos, já no caso da Q95% o critério adotado é o mesmo da Agência Nacional de Águas
(ANA), onde os trechos com balanços hídricos superiores a 0,5 são os considerados
como críticos.

𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑡𝑖𝑟𝑎𝑑𝑎


𝐵𝐻𝑆𝑢𝑝𝑟𝑒𝑡𝑖𝑟𝑎𝑑𝑎 =
𝑄95% 𝑜𝑢 𝑄7,10

𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎


𝐵𝐻𝑆𝑢𝑝𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎 =
𝑄95% 𝑜𝑢 𝑄7,10

É importante destacar que, em função das disponibilidades hídricas disponibilizadas por


IGAM (2012) estarem acumuladas por trecho de rio, os cálculos referentes aos balanços
hídricos seguirão o mesmo critério, ou seja, levarão em consideração os valores
acumulados ao longo do rio.

Analisando os resultados obtidos, fica evidente que a Q7,10 é uma vazão mais restritiva
que a Q95%, dado o número de trechos de rio que apresentaram criticidade na Figura
15.1 e na Figura 15.2

500
45°0'0"O 44°0'0"O
45°0'0"O 44°0'0"O

Balanço Hídrico Balanço Hídrico


Superficial Quantitativo Superficial Quantitativo
Captado (Q 95%) Consumido (Q95%)

Curvelo
!
P Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S
19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P !
Pompéu
P

Sete Lagoas
!
P Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P !
Esmeraldas
P
Pará de Minas
!
P Pará de Minas
!
Contagem
Belo Horizonte P
! Belo Horizonte
!
P P Contagem
!
P
!
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P 20°0'0"S
!
P
Ibirité 20°0'0"S
Itaúna
!
P Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P !
P
Ouro Preto

Congonhas
!
P !
P
Congonhas

Conselheiro Lafaiete
!
P !
P
Conselheiro Lafaiete

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S
45°0'0"O 44°0'0"O
45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Legenda
Balanço Hídrico Superficial Balanço Hídrico Superficial Convenções Cartográficas
Quantitativo Captado (Q 95%) Quantitativo Consumido !
P Principais Sedes Municipais
0,00 - 0,25 (Q95%) Limite Municipal
0,25 - 0,50 0,00 - 0,25 Hidrografia Principal
0,50 - 0,75 0,25 - 0,50 Limite SF3: Rio Paraopeba
0,75 - 1,00 0,50 - 0,75 Reservatório
> 1,00 0,75 - 1,00 Municípios SF3: Rio Paraopeba
> 1,00
FONTE: COBRAPE, 2018. FONTE: COBRAPE, 2018.
45°0'0"O 44°0'0"O
45°0'0"O 44°0'0"O

Balanço Hídrico Balanço Hídrico


Superficial Quantitativo Superficial Quantitativo
Captado (Q 7,10) Consumido (Q7,10)

Curvelo
!
P Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S
19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P !
Pompéu
P

Sete Lagoas
!
P Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P !
Esmeraldas
P
Pará de Minas
!
P Pará de Minas
!
Contagem
Belo Horizonte P
! Belo Horizonte
!
P P Contagem
!
P
!
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P 20°0'0"S
!
P
Ibirité 20°0'0"S
Itaúna
!
P Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P !
P
Ouro Preto

Congonhas
!
P !
P
Congonhas

Conselheiro Lafaiete
!
P !
P
Conselheiro Lafaiete

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S
45°0'0"O 44°0'0"O
45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Legenda
Balanço Hídrico Superficial Balanço Hídrico Superficial Convenções Cartográficas
Quantitativo Captado (Q 7,10) Quantitativo Consumido !
P Principais Sedes Municipais
0,00 - 0,30 (Q7,10) Limite Municipal
0,30 - 0,50 0,00 - 0,30 Hidrografia Principal
0,50 - 0,75 0,30 - 0,50 Limite SF3: Rio Paraopeba
0,75 - 1,00 0,50 - 0,75 Reservatório
> 1,00 0,75 - 1,00 Municípios SF3: Rio Paraopeba
> 1,00
FONTE: COBRAPE, 2018. FONTE: COBRAPE, 2018.
A utilização das demandas consumidas no cálculo do balanço hídrico acaba
amenizando o resultado do balanço hídrico em toda a calha do rio Paraopeba e no início
do Médio Paraopeba, na região dos municípios de Belo Vale, Moeda e Jeceaba. Tal fato
é justificado pelo fato das taxas de retorno das demandas de mineração e indústria, uso
predominante em ambas regiões. Isso significa dizer que no mínimo 80% da água
captada retorna ao rio após sua utilização. É importante ressaltar que, apesar de
diversas bibliografias adotarem este valor como referência, nem sempre a água que
retorna ao corpo hídrico apresenta a qualidade necessária para ser consumida
novamente, ou seja, tal análise deve ser analisada com ressalvas.

Também se destaca que se considerarmos que a vazão utilizada para cálculo do


balanço hídrico, seria a vazão observada, os retornos já estariam sendo medidos ao
longo do rio. Desta forma, o balanço hídrico que representaria melhor a bacia seria o
que se utiliza a demanda captada e da vazão Q7,10, ou seja, a pior situação. Nela, nos
trechos localizados no Alto Paraopeba, a situação estaria crítica nas sedes de
Congonhas e Conselheiro Lafaiete; nos trechos localizados no Médio Paraopeba, em
toda área dos municípios de Rio Manso, Igarapé e São Joaquim de Bicas, inclusive nos
rios que estão localizados os reservatórios de captação para abastecimento público da
RMBH; e nos trechos localizados no Baixo Paraopeba, nas proximidades de Sete
Lagoas, principalmente o Rio São João, Ribeirão dos Macacos e Ribeirão do Cedro.
Além disso, praticamente toda a calha do Paraopeba estaria comprometida em termos
quantitativos.

Vale ressaltar que, atualmente, não há nenhuma Declaração de Área Crítica (DAC) na
área da bacia do rio Paraopeba. O IGAM define que, quando da verificação de conflito
pelo uso da água, o interessado em realizar captação de água em determinada bacia
ou micro-bacia deverá solicitar, através de oficio encaminhado a Diretoria de
Instrumentalização e Controle, a DAC. Assim, o órgão através destas informações irá
verificar se aquela bacia hidrográfica é uma área de potencial conflito e, se constatada
a situação, é emitida a DAC.

15.2. Balanço Hídrico Subterrâneo Quantitativo

O cálculo do balanço hídrico subterrâneo quantitativo é realizado para verificar o


percentual das reservas ativas subterrâneas, na área de abrangência da Bacia, que
estão comprometidos em função das demandas subterrâneas. Apesar de considerar as
reservas ativas neste cálculo, é importante estabelecer ressalvas dos resultados
obtidos, em função da dificuldade da realização de um amplo monitoramento das águas
subterrâneas que envolva os níveis de água (estático e dinâmico) e sua qualidade; além

503
disso, os limites dos aquíferos não respeitam os limites superficiais de bacias
hidrográficas, o que dificulta o gerenciamento desses recursos.

Para o cálculo, as demandas consideradas foram aquelas que continham a descrição


de “captação subterrânea” no cadastro de outorgas, tanto da COPASA, no caso do
abastecimento público, quando do IGAM, para as outras demandas. As demandas
consideradas no presente balanço são as mesmas do balanço hídrico superficial, ou
seja: (i) abastecimento público urbano e rural; (ii) industrial; (iii) dessedentação animal;
(iv) agrícola; e (v) mineração. Porém, nesse caso o balanço hídrico só é realizado para
a demanda captada, visto que a demanda consumida não retorna para o aquífero de
maneira direta, e sim passa a escoar superficialmente.

No caso da disponibilidade hídrica subterrânea, foram considerados os valores da


Reserva Potencial Explotável (RPE) apresentados no Capítulo 5. As fórmulas utilizadas
para a determinação dos balanços hídricos subterrâneos são apresentadas a seguir.

𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑆𝑢𝑏𝑡𝑒𝑟𝑟â𝑛𝑒𝑎 𝑅𝑒𝑡𝑖𝑟𝑎𝑑𝑎


𝐵𝐻𝑆𝑢𝑏 =
𝐷𝑖𝑠𝑝. 𝑆𝑢𝑏𝑡𝑒𝑟𝑟â𝑛𝑒𝑎 (𝑅𝑃𝐸)

Os resultados dos balanços hídricos subterrâneos quantitativos são apresentados por


ottobacia nível 8, como demonstra a Figura 15.3.

504
45°0'0"O 44°0'0"O
Balanço Hídrico
Subterrâneo
Quantitativo

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
!
P Principais Sedes Municipais
Balanço Hídrico
Subterrâneo Quantitativo Limite Municipal
0,00 - 0,25 Hidrografia Principal
Limite SF3: Rio Paraopeba
0,25 - 0,50
Reservatório
0,50 - 0,75
0,75 - 1,00
> 1,00 FONTE: COBRAPE, (2018).
Observa-se pela Figura 15.3 que principalmente os municípios de Esmeraldas e Ibirité
apresentam altas demandas subterrâneas de captação, que ultrapassam a reserva
potencial explotável. Essas demandas são ligadas à mineração e a agricultura,
respectivamente.

15.3. Balanço Hídrico Superficial Qualitativo

Complementarmente ao balanço hídrico superficial quantitativo cujos resultados foram


apresentados no item anterior, foi realizada uma nova análise, considerando os
aspectos qualitativos.

Primeiramente, para a consideração dos aspectos qualitativos, foram calculadas, a


partir das cargas remanescentes, as vazões necessárias para que os trechos de rios
ficassem, minimamente, no enquadramento vigente definido pela Deliberação
Normativa COPAM Nº 14/95. Isto equivaleria a uma “vazão para diluição”, embora esse
termo não possa ser adotado de forma completa, pois não se trata de uma vazão
retirada do rio.

Considerando essa definição, da mesma forma que o balanço hídrico superficial


quantitativo, o balanço hídrico superficial qualitativo auxilia no conhecimento das
condições de oferta e demandas hídricas de diferentes regiões dentro de uma bacia
hidrográfica, porém em vez das demandas hídricas, comparam-se as vazões de diluição
com a oferta (disponibilidade hídrica) numa mesma região de análise.

Desta forma, o resultado do balanço hídrico qualitativo vem da relação entre as vazões
de diluição e a disponibilidade, ou seja, quando a relação entre as duas grandezas for
maior que 1 (um), a região analisada apresenta uma vazão de diluição superior à oferta
de água, o que significa dizer que a região apresenta criticidade em relação aos recursos
hídricos, do ponto de vista qualitativo.

O Quadro 15.2 apresenta esta “vazão por diluição” por sub-bacia. A sub-bacia do Médio
Paraopeba se destaca, pois é a que possui maior carga remanescente, pois é também
a com maior população da região. Em todos os casos, o que demanda maior vazão é o
setor doméstico.

506
Quadro 15.2 - Vazão Necessária para Diluição
Vazão de Vazão de Vazão de Vazão de Vazão de
Diluição - Diluição - Diluição - Diluição - Diluição - Vazão de
Sub-bacias Origem Origem Origem Origem Origem Diluição -
Doméstica Uso do Pecuária Industrial Mineração Total (L/s)
(L/s) Solo (L/s) (L/s) (L/s) (L/s)
Alto 31.407,15 1.624,23 478,60 29.340,90 42,72 62.893,59
Médio 89.249,81 1.966,46 584,68 18.595,19 263,70 110.659,84
Baixo 7.517,10 910,62 315,19 1.690,93 38,59 10.472,42
Total Geral 128.174,06 4.501,31 1.378,47 49.627,02 345,00 184.025,85
FONTE: COBRAPE, 2018.

Considerando as vazões de diluição apresentadas no Quadro 15.2, no desenvolvimento


do balanço hídrico superficial qualitativo serão realizadas duas abordagens de balanço
hídrico, quais sejam: (i) comparação da carga poluidora remanescente com a Q95%, e
(iv) comparação da carga poluidora remanescente com a Q7,10. É importante ressaltar
que as vazões de diluição utilizadas são compostas pelo somatório de todas as cargas
que consomem os recursos hídricos. Os resultados estão apresentados na Figura 15.4.

507
45°0'0"O 44°0'0"O
45°0'0"O 44°0'0"O

Balanço Hídrico Balanço Hídrico


Superficial Qualitativo Superficial Qualitativo
(Q95%) (Q7,10)

Curvelo
!
P Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S
19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P !
Pompéu
P

Sete Lagoas
!
P Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P !
Esmeraldas
P
Pará de Minas
!
P Pará de Minas
!
Contagem
Belo Horizonte P
! Belo Horizonte
!
P P Contagem
!
P
!
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P 20°0'0"S
!
P
Ibirité 20°0'0"S
Itaúna
!
P Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P !
P
Ouro Preto

Congonhas
!
P !
P
Congonhas

Conselheiro Lafaiete
!
P !
P
Conselheiro Lafaiete

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S
45°0'0"O 44°0'0"O
45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Legenda
Balanço Hídrico Superficial Balanço Hídrico Superficial Convenções Cartográficas
Qualitativo (Q 95%) Qualitativo (Q 7,10) !
P Principais Sedes Municipais
0,00 - 0,25 0,00 - 0,25 Limite Municipal
0,25 - 0,50 0,25 - 0,50 Hidrografia Principal
0,50 - 0,75 0,50 - 0,75 Limite SF3: Rio Paraopeba
0,75 - 1,00 0,75 - 1,00 Reservatório
> 1,00 > 1,00 Municípios SF3: Rio Paraopeba

FONTE: COBRAPE, 2018. FONTE: COBRAPE, 2018.


Observando a Figura 15.4, nota-se que tanto para a vazão com 95% de permanência,
quanto para a vazão de 7 dias de estiagem e 10 anos de recorrência, os resultados são
críticos, principalmente no Médio Paraopeba, onde quase todos os trechos de rio
necessitam de uma vazão de diluição maior do que a vazão de referência de outorga,
para se adequar ao enquadramento previsto.

15.4. Áreas Críticas

A partir dos resultados obtidos, torna-se necessária a realização de uma análise crítica
dos mesmos, de modo a definir eventuais áreas críticas ao longo da bacia do rio
Paraopeba. Para isso, é fundamental a definição de critérios que, a partir dos dados de
oferta, demanda e condição atual da qualidade da água, possibilitem a identificação de
trechos críticos.

Os critérios adotados no presente trabalho basearam-se no conceito de DAC do IGAM


e nos índices de criticidade estabelecidos pelo Estudo de Modelagem Quantitativa e
Qualitativa de Trechos de Rio em Bacias Hidrográficas Consideradas Críticas (Bacias
Críticas), desenvolvido pelo Consórcio COBRAPE-CH2MHILL para a ANA.

Para o IGAM, a caraterização de uma Área Crítica se dá quando uma determinada bacia
hidrográfica, ou uma parte desta, apresenta a demanda de água superior à vazão
outorgável, o que configura uma situação de indisponibilidade hídrica. O estudo das
Bacias Críticas (ANA, 2016), definiu três índices para identificação de criticidade, sendo
eles: (i) Índice de Criticidade Quantitativa Reservatório - ISR; (ii) Índice de Criticidade
Qualitativa – IQ; e, (iii) Índice de Criticidade Quali-Quantitativa – ISQ. A metodologia de
cálculos dos índices de criticidade é apresentada a seguir.

• Índice de Criticidade Quantitativa Reservatório – IS

De acordo com ANA (2016), o índice de criticidade quantitativo IS tem no numerador as


demandas atendidas acumuladas até jusante da ottobacia, somado ao déficit da
ottobacia. Isto é, o índice considera os déficits na ottobacia e a somatória das demandas
atendidas à montante desta. No denominador a vazão disponível é considerada pela
somatória acumulada até jusante da ottobacia da vazão natural, dos lançamentos
existentes, e da vazão armazenada nos reservatórios. A fórmula do índice é:

𝐷𝑎𝑡 + 𝐷𝑒𝑓𝑜𝑡𝑡𝑜
𝐼𝑆 = ,
(𝑄𝑛𝑎𝑡 + 𝐿𝑎𝑐 − 𝑄𝑟𝑒𝑠 )

onde:

𝐼𝑆 = índice de criticidade, calculado por ottobacia;

509
𝐷𝑎𝑡 = vazão acumulada de demandas atendidas até jusante da ottobacia;

𝐷𝑒𝑓𝑜𝑡𝑡𝑜 = vazão de déficit na ottobacia;

𝑄𝑛𝑎𝑡 = vazão natural acumulada até jusante da ottobacia;

𝐿𝑎𝑐 = vazão acumulada de lançamentos até jusante da ottobacia;

𝑄𝑟𝑒𝑠 = vazão inicial armazenada em reservatórios até jusante da ottobacia.

Para o cálculo deste índice, algumas adaptações foram feitas em função das
características da bacia. Primeiramente, a 𝑄𝑛𝑎𝑡 foi considerada como a vazão
observada, e não a naturalizada. Em consequência, o termo 𝐿𝑎𝑐 também foi
desconsiderado, por entender-se que a vazão observada utilizada para o cálculo já
contemplar as vazões de retorno, e também pela bacia não possuir um cadastro de
outorga de lançamentos. Além disso, em função da bacia do rio Paraopeba não possuir
nenhum reservatório que faz regularização de vazão, o parâmetro 𝑄𝑟𝑒𝑠 será desprezado
do cálculo.

Apesar das considerações, o índice continua cumprindo a sua função, a qual é


apresentar o índice de criticidade em relação à quantidade de água, conforme apresenta
a Figura 15.5.

510
45°0'0"O 44°0'0"O
Índice de Criticidade
Quantitativa
Reservatório – IS

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
!
P Principais Sedes Municipais
Índice de Criticidade
Quantitativa Reservatório – Limite Municipal
IS Hidrografia Principal
0,00 - 0,25 Limite SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
0,25 - 0,50
0,50 - 0,75
0,75 - 1,00
> 1,00 FONTE: COBRAPE, (2018).
• Índice de Criticidade Qualitativa – IQ

O índice de criticidade de qualidade adotado é o IQ que tem no numerador a


concentração de DBO no trecho analisado, e no denominador a concentração de DBO
admitida pela classe de enquadramento do trecho. Esta relação indica o número de
vezes necessárias da vazão no trecho para diluir a carga existente no trecho. A fórmula
do índice é:

𝐶𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜
𝐼𝑄 = ,
𝐶𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒

onde:

𝐼𝑄 = índice de criticidade qualitativo, calculado por ottobacia;

𝐶𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 = concentração de DBO calculada no trecho;

𝐶𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒 = concentração de DBO da classe.

Vale ressaltar que, para avaliação qualitativa do PDRH, todos os rios da bacia foram
considerados conforme enquadramento vigente definido pela Deliberação Normativa
COPAM Nº 14/95. Os resultados estão apresentados na Figura 15.6.

512
45°0'0"O 44°0'0"O

Índice de Criticidade
Qualitativa – IQ

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
!
P Principais Sedes Municipais
Índice de Criticidade
Qualitativa – IQ Limite Municipal
0,20 - 0,25 Hidrografia Principal
Limite SF3: Rio Paraopeba
0,25 - 0,50
Reservatório
0,50 - 0,75
0,75 - 1,00
> 1,00 FONTE: COBRAPE, (2018).
• Índice de Criticidade Quali-Quantitativa – ISQ

Este último índice refere-se à uma combinação do IS e do IQ. No numerador do ISQ


soma-se, aos termos do IS, a vazão necessária a ser adicionada ao trecho de rio para
a diluição da carga de DBO até o limite permitido pela classe de enquadramento do
trecho. Esta vazão é considerada como uma captação no rio. As fórmulas a seguir
ilustram a vazão de diluição e o ISQ:

𝐷𝑎𝑡 + 𝐷𝑒𝑓𝑜𝑡𝑡𝑜 + 𝑄𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 + 𝑄𝑑𝑖𝑙𝑢


𝐼𝑆𝑄 = ,
(𝑄𝑛𝑎𝑡 + 𝐿𝑎𝑐 − 𝑄𝑎𝑟𝑚 )

onde:

𝐼𝑆𝑄 = índice de criticidade, calculado por ottobacia;

𝐷𝑎𝑡 = vazão acumulada de demandas atendidas até jusante da ottobacia;

𝐷𝑒𝑓𝑜𝑡𝑡𝑜 = vazão de déficit na ottobacia;

𝑄𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 = vazão natural acumulada até jusante da ottobacia;

𝑄𝑑𝑖𝑙𝑢 = vazão natural acumulada até jusante da ottobacia;

𝑄𝑛𝑎𝑡 = vazão natural acumulada até jusante da ottobacia;

𝐿𝑎𝑐 = vazão acumulada de lançamentos até jusante da ottobacia;

𝑄𝑎𝑟𝑚 = vazão inicial armazenada em reservatórios até jusante da ottobacia.

As adaptações na equação foram realizadas na mesma forma que para o IS, e os


resultados são apresentados na Figura 15.7.

514
45°0'0"O 44°0'0"O

Índice de Criticidade
Quali-Quantitativa – ISQ

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
!
P Principais Sedes Municipais
Índice de Criticidade Quali-
Quantitativa – ISQ Limite Municipal
0,00 - 0,25 Hidrografia Principal
Limite SF3: Rio Paraopeba
0,25 - 0,50
Reservatório
0,50 - 0,75
0,75 - 1,00
> 1,00 FONTE: COBRAPE, (2018).
A partir dos resultados dos três índices de criticidade apresentados em ANA (2016),
foram adotadas 6 classes de criticidade, baseadas na Nota Técnica Conjunta
002/2012/SPR/SRE da ANA, as quais são apresentadas no Quadro 15.3 a seguir.

Considerando que as demandas de indústria e mineração são as mais representativas


na bacia, com aproximadamente 32% e 38% em relação ao total, respectivamente,
optou-se por incluí-las nas 6 classes de criticidade. Para isso, consideraram-se altas
demandas as que estão acima do percentil 75 de distribuição dos valores por ottobacias
do setor. Ainda é importante destacar que foram consideramos balanços hídricos
críticos os que resultaram em índices maiores do 1.

Quadro 15.3 - Classes de Criticidade adotadas pela NTC 002/2012/SPR/SER


Classes de Criticidade
Classe Fatores de Criticidade Identificados
Propriamente Descrição
Dita
Balanço quali ou Balanço quali ou quali-quantitativo crítico + alta
1
quali- demanda para indústria ou mineração
quantitativo
2 crítico Balanço quali ou quali-quantitativo crítico

Balanço Balanço quantitativo crítico + alta demanda para


3
indústria ou mineração
quantitativo
4 crítico Balanço quantitativo crítico

Conflito potencial → alta demanda para indústria ou


5 mineração conjugada com outros fatores (cabeceira
Conflito e/ou captações vulneráveis para abastecimento)
potencial

6 Conflito potencial → cabeceira e/ou captações


vulneráveis para abastecimento
FONTE: Nota Técnica Conjunta 002/2012/SPR/SER, 2016.

O resultado da determinação das áreas críticas baseado nos índices de criticidade é


apresentado a seguir, na Figura 15.8.

516
45°0'0"O 44°0'0"O

Áreas &UtWLFDV

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa

Pará de Minas
ra
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
4 - Balanço quantitativo crítico !
P Principais Sedes Municipais
Análise de Criticidade
1 - Balanço quali ou quali- 5 - Conflito Potencial → alta Limite Municipal
quantitativo crítico + alta demanda para indústria ou Hidrografia Principal
demanda para indústria ou mineração + cabeceira e/ou Limite SF3: Rio Paraopeba
mineração captações vulneráveis para Reservatório
2 - Balanço quali ou quali- abastecimento
quantitativo crítico 6 - Conflito Potencial →
3 - Balanço quantitativo crítico + cabeceira e/ou captações
alta demanda para indústria ou vulneráveis para abastecimento
mineração FONTE: COBRAPE (2018).
Nota-se que a maior parte das áreas críticas se dão pelo balanço hídrico qualitativo
crítico, com áreas distribuídas por toda a bacia. O Alto Paraopeba apresenta uma área
crítica localizada principalmente nos municípios de Congonhas e Conselheiro Lafaiete,
principalmente ligadas às cargas poluidoras de indústria e doméstica, respectivamente.
O Médio Paraopeba apresenta uma sobreposição de áreas críticas, sejam eles
referentes ao balanço hídrico quantitativo ou qualitativo, com altas demandas de
indústria ou mineração. Nessa região quase todos os trechos apresentam criticidade, o
que evidencia uma região com alto conflito, englobando os municípios de Contagem,
Ibirité, Betim, Sarzedo, Mário Campos e Mateus Leme. No Baixo Paraopeba os conflitos
também se sobrepõem, porém de maneira mais esparsa do que o Médio Paraopeba.
Os municípios e Sete Lagoas, Caetanópolis e São José da Varginha se destacam.

518
16. CONCLUSÕES DA ANÁLISE DE DIAGNÓSTICO

Este capítulo tem por objetivo apresentar todas as conclusões referentes ao relatório de
diagnóstico da bacia hidrográfica do Paraopeba, compatíveis com o conteúdo
apresentado do Capítulo 2 ao Capítulo 15 desse Relatório Final. Primeiramente cabe
destacar que a subdivisão por sub-bacias deve ser utilizada para os estudos posteriores,
pois respeita os limites das bacias hidrográficas da região e permite a agregação dos
resultados referentes aos recursos hídricos.

Em relação ao meio físico observaram-se três áreas com características bem definidas
na bacia hidrográfica do rio Paraopeba, todas elas muito ligadas à hipsometria da região.
Assim, as áreas de alto relevo apresentam rochas do período proterozóico,
representadas por domínios geomorfológicos de planalto, predominantemente com
solos do tipo cambissolos, o qual contém obstáculos para sua utilização agrícola. Além
disso, são áreas que possuem alta vulnerabilidade à contaminação de aquíferos
subjacentes. As áreas do Médio Paraopeba possuem altitudes entre 750 e 850 metros,
exceto a região da Serra do Quadrilátero Ferrífero, caracterizada por uma seção de
grande altitude logo após da afluência do Rio Veloso e do Ribeirão Casa Branca, e
compreendem rochas do período arqueano e caracterização geomorfológica de
Planalto, o que torna a região propícia para a exploração de minérios. Essa região
também possui uma grande variedade de solos, incluindo os Latossolos que em geral
são muito bem aproveitados com calagem e adubação. Já as áreas de baixa
declividade, geomorfologicamente chamadas de Depressão do Alto São Francisco, são
compostas em sua maioria de Latossolos que, conforme mencionado anteriormente,
são aproveitados com calagem e adubação, o que caracteriza essa região como a
melhor área da bacia para a agricultura.

No que trata do meio biótico, o que dita a subdivisão é o clima associado aos biomas
existentes na bacia. É possível observar uma divisão bem clara no centro, onde ao norte
está o bioma Cerrado com uma menor pluviosidade, e ao sul o bioma Mata Atlântica
com maior pluviosidade. Essas características, somadas às declividades, ditam os
fenômenos ligados aos eventos críticos, onde ao sul observam-se a ocorrência de
alagamentos, inundações, enxurradas e deslizamentos; e ao norte os eventos críticos
de secas e estiagens.

É importante destacar que a bacia possui pouquíssimas áreas de preservação ambiental


e remanescentes florestais, apesar de possuir diversas áreas com potencial de turismo
ecológico, com atrativos turísticos bastante significativos, variando desde cachoeiras,
lagos e represas. Identifica-se também que não são respeitadas as áreas que deveriam

519
ser consideradas Áreas de Preservação Permanente, e como uma das consequências
a qualidade das águas é prejudicada. Outro fator fundamental de prejuízo à qualidade
das águas é a pequena infraestrutura de saneamento existente, principalmente no que
diz respeito ao tratamento de esgoto. Tudo indica que um dos grandes contribuintes
para a poluição das águas da região da bacia do rio Paraopeba sejam os baixos índices
de coleta e tratamento de efluentes domésticos da população urbana. Embora se saiba
ainda que a mineração é uma atividade altamente impactante e ao mesmo tempo
bastante significativa na região, seu reflexo é pouco representativo no que se refere à
matéria orgânica (DBO), parâmetro utilizado como referência para avaliação qualitativa
no PDRH. De qualquer maneira, como as estimativas de indústria e mineração foram
realizadas através dos resultados de demandas, acredita-se que a implementação de
um cadastro de outorga de efluentes seria fundamental para a sustentabilidade dos
recursos hídricos da bacia.

A análise socioeconômica da bacia hidrográfica do rio Paraopeba apresenta, além de


uma grande diversidade física e biótica, grandes contrastes entre as três regiões – Alto,
Médio e Baixo Paraopeba –, entre os meios rural e urbano e ainda entre as faixas de
população, evidenciando desigualdades, e ressaltando as vocações de cada uma das
regiões. Em suma, a bacia possui acentuados contrastes socioeconômicos, com áreas
geradoras de grande riqueza e com alta densidade demográfica concomitante a áreas
de pobreza crítica e de população bastante dispersa.

No que diz respeito às disponibilidades hídricas superficiais, a utilização dos dados


disponibilizados se mostraram frágeis do ponto de vista do objetivo das análises, com
isso, foi realizado um aprofundamento do tema na etapa de Cenários, de modo a
permitir o cálculo das disponibilidades hídricas incrementais e a realização de análises
em relação às vazões naturalizadas, visto que a retirada de água do Sistema de
Abastecimento da RMBH acaba se tornando uma transposição significativa de água que
não retorna para a bacia, através dos reservatórios de Vargem das Flores, Rio Manso
e Serra Azul.

É importante destacar a análise criteriosa que se fez em relação às vazões de retorno


relativas às demandas hídricas de abastecimento público. Essa consideração faz com
que as estimativas de abastecimento público estejam muito bem consolidadas. Além
disso, a utilização de estudos recentes e comparação de diversas metodologias traz a
estimativa a um novo patamar de confiabilidade.

Os resultados dos balanços hídricos quantitativo e qualitativo deixam claro que a bacia
é altamente ocupada, localizada em uma região com diversos potenciais de utilização,

520
que somadas à baixa infraestrutura de saneamento, acabaram por resultar em um local
com uma situação crítica em relação tanto à quantidade quanto a qualidade de água. É
importante destacar que o instrumento de outorga, se consideradas as estimativas de
demandas, já não seria mais eficiente, visto que praticamente todos os trechos da bacia
já ultrapassariam os limites outorgáveis. Assim, a fiscalização precisa ser intensificada
para a identificação de usuários irregulares, fortalecendo o instrumento de outorga. Além
disso, a bacia do rio Paraopeba precisa que outros instrumentos de gestão de recursos
hídricos, como cobrança e enquadramento, sejam implementados de maneira efetiva.

A metodologia da definição de Áreas de Conflito foi desenhada com foco nos problemas
da bacia, gerando resultados significativos no que diz respeito à identificação de áreas
críticas em relação aos recursos hídricos. Nota-se que a maior parte dos conflitos se
dão pelo balanço hídrico qualitativo crítico, com áreas críticas distribuídas por toda a
bacia. O Alto Paraopeba apresenta uma área crítica localizada nos municípios de
Congonhas e Conselheiro Lafaiete, principalmente ligadas às cargas poluidoras de
indústria e doméstica, respectivamente. O Médio Paraopeba apresenta uma
sobreposição de conflitos, sejam eles referentes ao balanço hídrico quantitativo ou
qualitativo, com altas demandas de indústria ou mineração. Nessa região quase todos
os trechos apresentam criticidade, o que evidencia uma região com alto conflito,
englobando os municípios de Contagem, Ibirité, Betim, Sarzedo, Mário Campos e
Mateus Leme. No Baixo Paraopeba os conflitos também se sobrepõem, porém de
maneira mais esparsa se comparadas ao Médio Paraopeba. Os municípios e Sete
Lagoas, Caetanópolis e São José da Varginha se destacam.

Com o panorama da situação atual da bacia estabelecido, os desafios a serem


enfrentados nas próximas etapas do PDRH foram conhecidos e, a partir da consolidação
do Diagnóstico com as contribuições da equipe técnica do IGAM, do Comitê de Bacia e
da participação da sociedade civil, através das Consultas Públicas, os mesmos foram
caracterizados e avaliados do ponto de vista do horizonte de planejamento estabelecido.

521
17. METODOLOGIA DE CENARIZAÇÃO

17.1. Conceito de Cenários

Os cenários são ferramentas de planejamento utilizadas para dar coerência a uma série
de elementos difusos procurando extrair deles orientações para a proposição de ações,
ou decisões de gestão, que contemplem de alguma forma o que pode vir a acontecer
no futuro. Os processos de decisão em ambientes de gestão de recursos hídricos se
caracterizam pela sua inerente complexidade e imprevisibilidade, exigindo uma
abordagem metodológica que seja capaz de combinar uma quantidade de dados muito
grande para produzir imagens prospectivas coerentes olhando para o horizonte do
Plano.

A abordagem metodológica prospectiva adotada para o PDRH Paraopeba utiliza


cenários como instrumentos para ordenar as percepções acerca dos ambientes
(contexto) nos quais as decisões de gestão devem ser tomadas, reduzindo a
variabilidade das possibilidades ao explicitar a imprevisibilidade inerente ao contexto.
Segundo esta metodologia, os cenários não procuram reduzir a variabilidade projetando
uma realidade “mais provável”. Ao contrário, ao explicitar e articular a imprevisibilidade,
eles representam “futuros alternativos possíveis” (ou plausíveis) e, por isso mesmo, são
ferramentas apropriadas para processos de planejamento de longo prazo, que
envolvem grandes incertezas e medidas de grande impacto econômico e/ou social.

Com foco nos objetivos do Plano de Bacia, a metodologia de elaboração de cenários foi
concebida de forma a permitir a tomada de decisões estratégicas para a gestão de
recursos hídricos, o que a caracteriza como um processo de planejamento estratégico
utilizando cenários prospectivos. No entanto, esse processo de planejamento não tem
a pretensão de prever o futuro e nem de eclipsar ou substituir a responsabilidade dos
órgãos gestores estaduais ou do Comitê de Bacia em sua tomada de decisões. Os
cenários podem subsidiar essas decisões fornecendo informações essenciais de forma
coerente e sintética, mas as decisões não são simuladas nos cenários. Na realidade,
tais decisões dependem de objetivos e de metas que não foram estabelecidas
anteriormente aos cenários, mas o serão depois deles, nas etapas subsequentes do
Plano.

É bom ter sempre em perspectiva que a definição de cenários não esgota nem encerra
o processo de planejamento, mas é somente um passo intermediário na busca de uma
“estratégia robusta” – aquela que define decisões a tomar contemplando todos os
cenários como igualmente possíveis. Os cenários aqui definidos são tão somente
algumas das combinações possíveis de tendências e percepções, aquelas que parecem

522
hoje as mais plausíveis ou mais importantes. Idealmente, o processo de elaboração de
cenários e a revisão periódica de suas implicações sobre as estratégias de gestão
devem ser continuados, de forma a poder sempre instruir e informar um processo de
decisão racional e competente.

Uma das vantagens da metodologia de planejamento estratégico utilizando cenários é


que estes, de certa forma, fornecem os caminhos e o material básico para a explicitação
dos argumentos contraditórios que costumam ocorrer em processos decisórios
participativos. Ao permitir a articulação livre, porém ordenada e coerente de tendências,
os cenários podem representar percepções distintas com as quais os diversos setores
participantes se identificam em maior ou menor grau, positiva ou negativamente,
facilitando a identificação de trade-offs e possíveis focos de negociação entre eles.

Visando a progressão no sentido de tornar claros os diversos posicionamentos setoriais,


será sempre necessária a realização de processos interativos de articulação entre os
setores usuários e intervenientes para poder antecipar os potenciais conflitos de uso,
discutir e apresentar propostas de compatibilização dos interesses setoriais, na busca
de um quadro referencial que seja comum a todos os agentes.

17.2. Referência da Legislação de Recursos Hídricos de Minas Gerais

A metodologia de prospecção nos Planos Diretores de Recursos Hídricos de Bacias


Hidrográficas é orientada pelas diretrizes da Lei Estadual de Minas Gerais nº 13.199 de
29 de janeiro de 1999, que define a Política Estadual de Recursos Hídricos. Segundo a
referida Lei, os planos de bacias hidrográficas deverão “fundamentar e orientar a
implementação de programas e projetos” partindo de um diagnóstico da situação dos
recursos hídricos da bacia hidrográfica e da “análise de opções de crescimento
demográfico, de evolução de atividades produtivas e de modificação dos padrões de
ocupação do solo” e de um “balanço entre disponibilidades e demandas anuais e futuras
dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, com identificação de conflitos
potenciais”. 8

A função dos cenários neste Plano de Bacias é, portanto, projetar situações e


tendências observadas nos dados existentes (os chamados cenários “tendenciais”), ou
trajetórias alternativas às tendências atuais (chamados cenários “alternativos”). Esses
conjuntos de cenários procuram identificar possíveis conflitos ou restrições tanto no
balanço quantitativo (demandas e disponibilidade) quanto no balanço qualitativo
(efluentes e capacidade de diluição) dos recursos hídricos locais. Também é função dos

8 Lei Estadual de Minas Gerais nº 13.199 de 29 de janeiro de 1999, Capítulo 3, Seção 2, Subseção 2.

523
cenários identificar possíveis situações futuras de riscos à integridade dos rios e dos
aquíferos subterrâneas.

17.3. Organização dos Dados

Os sistemas de gestão de recursos hídricos possuem uma expressão espacial


importante, o que exige que as informações elaboradas estejam associadas a variáveis
geográficas, permitindo a análise de áreas e as densidades de ocupação dessas áreas.
Isso é necessário, por exemplo, ao analisar os impactos do desenvolvimento mineral
agroindustrial ou urbano, e na organização territorial e na preservação do patrimônio
natural, onde o uso do solo traz consigo implicações sobre a qualidade e a quantidade
dos recursos hídricos. Outro aspecto importante é a necessidade de agrupar
informações e realizar análises de gestão por bacias e sub-bacias hidrográficas (no
caso, “ottobacias”), satisfazendo implicitamente a Lei 13.199/99 no seu Artigo 3º.

No modelo aqui utilizado para a definição dos cenários e a avaliação do impacto dos
cenários sobre os balanços hídricos, todos os dados e as análises são baseadas em
áreas elementares, aqui chamadas de células de análise. Essas são obtidas através do
cruzamento das unidades elementares provenientes de duas dimensões nas quais
grande parte dos dados secundários fundamentais é produzida:

• Dimensão administrativa, que contempla a estrutura territorial brasileira nos seus


níveis de agregação organizados hierarquicamente em Unidade da Federação
(no caso, Minas Gerais), mesorregiões, microrregiões, municípios, distritos e
setores censitários. Esta dimensão se relaciona essencialmente com as
informações populacionais e econômicas provenientes de institutos de pesquisa
oficiais, como o IBGE;
• Dimensão Hidrológica, que contempla a rede hidrológica natural existente com
níveis de agregação também hierarquicamente organizados de acordo com as
bacias e sub-bacias hidrográficas. Esta dimensão se relaciona com a lógica
natural do fluxo dos rios e contempla informações sobre o regime hidrológico ou
a dispersão de poluentes.

Os dados sobre padrões de uso do solo, disponibilidade hídrica, pedologia, topografia


(altitudes médias e declividades médias), e mesmo as demandas em suas diversas
classes, são projetados nessas células por georreferenciamento. As células, por sua
vez, são organizadas em tabelas com seus atributos, e essas tabelas articuladas em
bancos de dados relacionais, com interfaces entre diversos sistemas de processamento
dessas informações, alguns de georreferenciamento, outros de simulação e outros de

524
visualização, montados com o objetivo de responder a perguntas pertinentes à análise
desejada.

Os bancos de dados assim organizados são conhecidos como “cubos” e se prestam a


um processo analítico específico (OLAP – On Line Analytical Process), que é uma forma
de organizar e de processar grandes bancos de dados com o objetivo de facilitar e tornar
mais rápida a realização de análises agregadas e a criação de relatórios. Os bancos de
dados OLAP organizam dados por nível de detalhe, usando categorias pertinentes ao
tipo de aplicação para analisar os dados e agregá-los em níveis adequados para a
análise. No caso do PDRH - Paraopeba algumas dessas categorias são, por exemplo,
as sub-bacias ou os municípios a que pertence cada célula.

Um conjunto de níveis que abrange um aspecto dos dados, como sub-bacia/bacia, ou


município/unidade de planejamento, é chamado de dimensão. Os bancos de dados
OLAP são chamados de cubos porque combinam diversas dimensões, por exemplo,
divisão administrativa ou hidrológica, permitindo a agregação das informações em
diversos níveis nessas dimensões, como a disponibilidade hídrica ou a demanda. Os
cubos permitem ainda que certas análises que dependem da relação entre variáveis,
como as estimativas de densidade populacional ou os balanços hídricos, possam ser
realizadas em diversos níveis de agregação.

17.3.1. Dimensão Administrativa

A dimensão administrativa contempla a estrutura territorial brasileira, que é dividida em


Unidades da Federação, Mesorregiões, Microrregiões e Municípios.9

As Unidades da Federação do Brasil são entidades autônomas, com governo e


constituição próprias, que em seu conjunto constituem a República Federativa do Brasil.
Atualmente, o Brasil se divide em 27 UF’s, sendo 26 Estados e um Distrito Federal.
Neste plano a unidade federativa pertinente é o estado de Minas Gerais

As Mesorregiões são áreas individualizadas em uma Unidade da Federação que


apresentam formas de organização do espaço geográfico definidas pelo processo
social, como determinante, o quadro natural, como condicionante e, a rede de
comunicação e de lugares, como elemento da articulação espacial. Estes três fatores
possibilitam que o espaço delimitado como mesorregião tenha uma identidade regional.
Esta identidade é uma realidade construída ao longo do tempo pela sociedade que ali
se formou. Criadas pelo IBGE, são utilizadas apenas para fins estatísticos. Não se
constituem em entidades político-administrativas autônomas.

9 Fonte: IBGE - DGEO/DITER. 1990

525
As Microrregiões foram definidas como parte das mesorregiões que apresentam
especificidades quanto à organização do espaço. Essas especificidades não significam
uniformidade de atributos, nem conferem às microrregiões autossuficiência e tampouco
o caráter de serem únicas, devido à sua articulação a espaços maiores, quer à
mesorregião, à Unidade da Federação, quer à totalidade nacional. Essas
especificidades se referem à estrutura de produção: agropecuária, industrial,
extrativismo mineral ou pesca. Essas estruturas de produção diferenciadas podem
resultar da presença de elementos do quadro natural ou de relações sociais e
econômicas particulares.

A organização do espaço microrregional foi identificada, também, pela vida de relações


ao nível local, isto é, pela interação entre as áreas de produção e locais de
beneficiamento e pela possibilidade de atender às populações, através do comércio de
varejo ou atacado ou dos setores sociais básicos. Assim, a estrutura da produção para
a identificação das microrregiões é considerada em sentido totalizante, constituindo-se
pela produção propriamente dita, distribuição, troca e consumo, incluindo atividades
urbanas e rurais. Dessa forma, ela expressa a organização do espaço a nível micro ou
local.

Algumas projeções utilizadas na elaboração dos cenários, como a população por


exemplo, utilizaram os dados agregados em nível municipal. Já as projeções da
evolução do setor agropecuário utilizaram os dados estatísticos agregados em
microrregiões.

A Bacia do Paraopeba contempla o território de 48 municípios, alguns apenas


parcialmente na bacia. Quando observadas as Microrregiões que fazem parte do
território da bacia do Paraopeba são contabilizadas doze, quais sejam: Barbacena, Belo
Horizonte, Conselheiro Lafaiete, Curvelo, Divinópolis, Itaguara, Oliveira, Ouro Preto,
Pará de Minas, Sete Lagoas, São João Del Rei, e Três Marias. Já se consideradas as
Mesorregiões, observam-se quatro regiões: (i) Campo das Vertentes, (ii) Central
Mineira, (iii) Metropolitana de Belo Horizonte, e (iv) Oeste de Minas. A primeira
contempla dois municípios que estão parcialmente presentes na Bacia do Paraopeba:
Resende Costa e Lagoa Dourada. A segunda contempla três municípios que também
estão parcialmente contidos na Bacia, quais sejam: Curvelo, Pompéu e Felixlândia. A
terceira contempla a maioria dos municípios da Bacia, totalizando 42. Já a última
contempla apenas o município de Itaúna, o qual também está, apenas parcialmente,
inserido na região da Bacia.

526
Os municípios ainda podem ser subdivididos em setores censitários, sendo estas
unidades territoriais formadas por áreas contínuas com a finalidade de controle cadastral
(IBGE, 2010). Ainda segundo IBGE (2010), o número de setores censitários presente
nos municípios da Bacia do Paraopeba são os apresentados no Quadro 17.1, onde é
detalhada a relação dos municípios com a população rural, urbana e total, bem como a
área, o número de setores censitários e a densidade populacional.

527
Quadro 17.1 - Estatísticas da Dimensão Administrativa

N° de Rural Urbano Total


N° de
Setores
Setores
Município Censitários Área População Densidade Área População Densidade Área População Densidade
Censitários
(Inseridos na (km²) 2010 (hab.) (hab./km²) (km²) 2010 (hab.) (hab./km²) (km²) 2010 (hab.) (hab./km²)
(total)
bacia)
BELO
9 3.936 0 0 0 0,13 260 1.983,03 0,13 260 1.983,03
HORIZONTE
BELO VALE 16 16 359,60 4.235 11,78 5,69 3.295 579,44 365,29 7.530 20,61
BETIM 647 647 113,97 2.758 24,20 228,50 374.470 1.638,82 342,47 377.228 1.101,50
BONFIM 17 17 295,08 3.486 11,81 6,79 3.332 491,01 301,87 6.818 22,59
BRUMADINHO 87 87 577,22 5.301 9,18 58,54 28.220 482,08 635,76 33.520 52,73
CACHOEIRA DA
8 8 59,05 126 2,13 2,34 3.528 1.510,23 61,38 3.654 59,53
PRATA
CAETANOPOLIS 21 21 148,51 1.829 12,32 7,53 8.389 1.114,47 156,04 10.218 65,48
CAPIM BRANCO 1 16 0,05 0 3,22 0 0 0 0,05 0 3,22
CARANAIBA 2 6 0,03 0 10,92 0 0 0 0,03 0 10,92
CARANDAI 3 34 0,72 6 8,16 0,06 22 387,45 0,78 28 35,73
CASA GRANDE 4 4 143,89 1.011 7,03 1,50 1.122 746,48 145,39 2.133 14,67
CONGONHAS 66 66 142,58 1.283 9,00 160,64 47.236 294,05 303,22 48.519 160,01
CONSELHEIRO
149 149 271,10 5.152 19,00 88,07 111.266 1.263,39 359,17 116.418 324,13
LAFAIETE
CONTAGEM 259 884 46,78 1.861 39,78 63,59 171.998 2.704,71 110,38 173.859 1.575,14
CORDISBURGO 1 20 0,02 0 2,51 - - - 0,02 0 2,51
CRISTIANO
9 9 115,50 771 6,68 7,09 4.156 585,89 122,60 4.927 40,19
OTONI
CRUCILANDIA 12 12 164,57 1.774 10,78 2,29 2.979 1.302,34 166,86 4.753 28,49
CURVELO 18 110 1.205,04 2.498 2,07 5,91 3.500 591,84 1.210,95 5.998 4,95
DESTERRO DE
10 16 202,61 1.666 8,22 1,56 177 113,29 204,17 1.843 9,03
ENTRE RIOS
ENTRE RIOS DE
23 23 449,16 4.362 9,71 7,25 9.878 1.362,19 456,41 14.240 31,20
MINAS

ESMERALDAS 115 131 754,84 4.010 5,31 87,20 42.048 482,19 842,04 46.058 54,70

528
N° de Rural Urbano Total
N° de
Setores
Setores
Município Censitários Área População Densidade Área População Densidade Área População Densidade
Censitários
(Inseridos na (km²) 2010 (hab.) (hab./km²) (km²) 2010 (hab.) (hab./km²) (km²) 2010 (hab.) (hab./km²)
(total)
bacia)
FELIXLANDIA 2 28 211,96 331 1,56 0 0 0 211,96 331 1,56
FLORESTAL 18 18 170,87 1.037 6,07 12,19 5.504 451,34 183,07 6.541 35,73
FORTUNA DE
9 9 196,83 840 4,27 1,88 1.865 993,62 198,71 2.705 13,61
MINAS
IBIRITE 222 222 22,45 363 16,19 49,15 151.618 3.084,66 71,60 151.981 2.122,66
IGARAPE 49 49 84,55 2.190 25,90 25,72 32.661 1.270,11 110,26 34.851 316,07
INHAUMA 11 11 242,29 1.554 6,41 2,71 4.206 1.554,24 245,00 5.760 23,51
ITAGUARA 3 28 1,85 15 7,98 0 0 0 1,85 15 7,98
ITATIAIUCU 17 20 147,66 2.429 16,45 5,98 6.221 1.040,87 153,64 8.650 56,30
ITAUNA 3 133 58,74 565 9,62 0 0 0 58,74 565 9,62
ITAVERAVA 4 10 16,96 206 12,17 0,01 3 280,45 16,97 210 12,36
JECEABA 12 12 221,03 2.407 10,89 15,22 2.988 196,29 236,25 5.395 22,84
JUATUBA 39 39 43,36 375 8,65 56,18 21.827 388,52 99,54 22.202 223,04
LAGOA
12 19 293,00 2.212 7,55 0,54 1.254 2.321,06 293,54 3.466 11,81
DOURADA
MARAVILHAS 10 12 176,33 877 4,97 2,89 4.896 1.692,62 179,22 5.773 32,21
MARIO CAMPOS 17 17 20,65 734 35,55 14,55 12.458 856,41 35,20 13.192 374,81
MATEUS LEME 52 52 247,15 3.176 12,85 55,36 24.679 445,80 302,51 27.855 92,08
MATOZINHOS 1 45 0,01 0 6,52 0 0 0 0,01 0 6,52
MOEDA 11 11 141,66 2.847 20,10 10,15 1.789 176,24 151,81 4.636 30,54
MORRO DA
2 10 0,09 0 1,86 0 0 0 0,09 0 1,86
GARCA
NOVA LIMA 3 118 0 0 0 0,29 227 783,61 0,29 227 783,61
ONCA DE
1 7 2,24 19 8,31 0 0 0 2,24 19 8,31
PITANGUI
OURO BRANCO 43 45 120,69 1.935 16,03 29,46 31.609 1.073,09 150,14 33.544 223,41
OURO PRETO 3 131 61,73 199 3,22 1,96 176 89,63 63,70 375 5,89

529
N° de Rural Urbano Total
N° de
Setores
Setores
Município Censitários Área População Densidade Área População Densidade Área População Densidade
Censitários
(Inseridos na (km²) 2010 (hab.) (hab./km²) (km²) 2010 (hab.) (hab./km²) (km²) 2010 (hab.) (hab./km²)
(total)
bacia)
PAPAGAIOS 14 24 440,20 1.124 2,55 2,51 3.285 1.310,28 442,70 4.409 9,96
PARA DE MINAS 17 141 167,90 1.281 7,63 5,08 3.028 595,67 172,98 4.309 24,91
PARAOPEBA 35 35 530,99 2.609 4,91 9,92 19.663 1.983,08 540,91 22.272 41,18
PEQUI 8 8 197,06 1.120 5,68 6,01 2.953 490,96 203,07 4.073 20,06
PIEDADE DOS
9 9 253,33 2.516 9,93 6,07 2.122 349,72 259,39 4.638 17,88
GERAIS
PIRACEMA 5 13 2,70 25 9,36 0 0 0 2,70 25 9,36
POMPEU 6 37 714,96 1.468 2,05 0 0 0 714,96 1.468 2,05
QUELUZITO 5 5 151,49 1.014 6,69 2,07 847 409,53 153,56 1.861 12,12
RESENDE
3 23 131,01 462 3,52 0 0 0 131,01 462 3,52
COSTA
RIBEIRAO DAS
8 399 0 0 0 0,11 115 1.015,61 0,11 115 1.015,61
NEVES
RIO MANSO 11 11 226,17 2.465 10,90 5,25 2.810 535,55 231,42 5.275 22,79
SANTANA DOS
1 9 0,01 0 2,07 0 0 0 0,01 0 2,07
MONTES
SAO BRAS DO
7 7 104,58 384 3,67 5,44 3.129 575,23 110,02 3.513 31,93
SUACUI
SAO JOAQUIM
40 40 54,52 6.938 127,25 17,04 18.599 1.091,71 71,56 25.537 356,87
DE BICAS
SAO JOSE DA
9 106 200,12 1.824 9,12 5,21 2.372 455,21 205,33 4.196 20,44
VARGINHA
SARZEDO 45 45 43,48 282 6,49 18,66 25.532 1.368,39 62,13 25.814 415,45
SETE LAGOAS 17 300 169,56 2.724 16,06 7,41 3.500 472,63 176,96 6.224 35,17
Total Geral 2.261 8.470 10.920,47 92.679 8,49 1.109,68 1.207.812 1.088,44 12.030,2 1.300.491 108,10
FONTE: COBRAPE, 2018.

530
17.3.2. Dimensão Hidrológica

A dimensão hidrológica é caracterizada pelo traçado das bacias hidrográficas, as quais


são áreas que drenam um rio principal e seus afluentes, definidas através do relevo da
região.

A menor bacia hidrográfica definida para a região são as “ottobacias”10, as quais foram
criadas na década de 80, quando o engenheiro Otto Pfafstetter desenvolveu um método
de divisão e codificação de bacias hidrográficas, hierarquizando seus afluentes e
codificando-os por meio de algarismos, que variam de 1 a 9 (PFAFSTETTER, 1989).

A Figura 17.1 mostra um exemplo de codificação de ottobacias, que é a metodologia


oficialmente utilizada desde a Resolução CNRH nº 30/2002. Nela pode-se observar que
o leito principal do rio utiliza números ímpares para identificação, e os demais são
complementados com números pares, seguindo o sentido da foz à montante do rio. O
Rio Betim, por exemplo, é identificado pelo código 749658. Sua nascente é localizada
no município de Contagem e está classificada como 7496589. Seguindo à jusante,
encontra-se o Córrego Morro Redondo que é identificado como 7496588. Na sequência
o Rio Betim recebe a contribuição do Córrego Água Suja, com código 7496586. Mais à
jusante está o afluente Córrego Imbiridu, com código 7496584. O último rio afluente tem
código 7496582, e é chamado Córrego Saraiva. O trecho mais à jusante encontra-se no
limite do município de Betim, identificado como 7496581.

10 Método de subdivisão e codificação de bacias hidrográficas desenvolvido pelo engenheiro brasileiro Otto Pfafstetter, utilizando dez algarismos,
diretamente relacionado com a área de drenagem dos cursos d’água (Classificação de Bacias Hidrográficas – Metodologia de Codificação. Rio de
Janeiro, RJ: DNOS, 1989. p. 19.).

531
Figura 17.1 - Exemplo de Codificação de Ottobacias

FONTE: COBRAPE, 2018.

A partir da união das ottobacias nível 8, as ottobacias nível 6 foram consideradas como
sub-bacias e caracterizadas pela homogeneidade de fatores hidrográficos e
hidrológicos, permitindo a organização do planejamento e do aproveitamento dos
recursos hídricos.

O estabelecimento de uma regionalização tem como finalidade orientar e fundamentar


a implementação dos instrumentos de gestão da Política Estadual de Recursos Hídricos
e atuação do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Nesta linha
foram utilizadas as sub-bacias para a Bacia do Paraopeba, conforme mostra o mapa da
Figura 17.2.

532
45°0'0"O 44°0'0"O

Ottobacias Nível 6

Curvelo
!
P
749622
749619 749626
749621 749627 749629
749623 749625
749628
749631 749624
19°0'0"S 19°0'0"S

749632 749633

Pompéu 749635
!
P
749636

749637 749638
749634
749639

749641 Sete Lagoas


749642
!
P
749643
749644

749645 749647
749651 749648
749646
749649

Esmeraldas
749652 749653 !
P
749654
Pará de Minas
!
P
749655 Belo Horizonte
749657
749658
!
P !
P
20°0'0"S Contagem Ibirité 20°0'0"S
749656
!
P
Itaúna 749659
!
P
749671
749661
749662 749673

749663
749664
749672
749666 749667 749675

Ouro Preto
749668
749669
749677 !
P
749676
749694
749674 749679 Congonhas
749695
749693 !
P 749696
749678 749691
BA
MT 749697
749681
DF 749682 749683 Conselheiro
749699 Lafaiete
GO
!
P
749685 749698
749692
749688 749687

Belo Horizonte ES 749689 749684


^ 749686

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Convenções Cartográficas
!
P Principais Sedes Municipais
Limite Municipal
Hidrografia Principal
Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório

FONTE: COBRAPE, 2018.


Desta forma, o Quadro 17.2 apresenta a relação de ottobacias, por nível, presentes em
cada uma das sub-bacias, apontando as relativas populações, rurais, urbanas e totais.
A Bacia do Paraopeba foi dividida em 73 sub-bacias e, dentro destas, ainda foram feitas
subdivisões em ottobacias de nível 8 e 7. Na Bacia do Paraopeba existem no total 4.249
ottobacias de nível 8, 599 ottobacias de nível 7 e 73 ottobacias no nível 6.

534
Quadro 17.2 - Estatísticas da Dimensão Hidrológica
N° de Ottobacias Rural Urbano Total

N6 Nome do Rio Populaçã Densidad


Área População Densidade Área População Densidade Área
N7 N8 o 2010 e
(km²) 2010 (hab.) (hab./km²) (km²) 2010 (hab.) (hab./km²) (km²)
(hab.) (hab./km²)

749619 Rio Paraopeba 9 23 163,7 205 1,2 - 163,7 205 1,2


749621 Ribeirão dos Gomes 1 1 1,2 1 0,8 - - - 1,2 1 0,8
749622 Córrego do Meleiro 9 15 174,9 381 2,2 - - - 174,9 381 2,2
749623 Ribeirão das Almas 9 19 129,2 211 1,6 - - - 129,2 211 1,6
749624 Córrego do Gomes 9 19 103,2 56 0,5 - - - 103,2 56 0,5
749625 Ribeirão das Almas 7 7 45,0 114 2,5 - - - 45,0 114 2,5
749626 Córrego Boa Morte 1 1 47,9 134 2,8 - - - 47,9 134 2,8
749627 Ribeirão das Almas 1 1 1,7 5 3,1 - - - 1,7 5 3,1
749628 Córrego da Prata 5 5 76,0 97 1,3 - - - 76,0 97 1,3
749629 Córrego do Falcão 9 13 114,1 251 2,2 - - - 114,1 251 2,2
749631 Ribeirão dos Gomes 9 31 126,1 99 0,8 - - - 126,1 99 0,8
Ribeirão Pedro
749632 9 77 242,7 607 2,5 - - - 242,7 607 2,5
Moreira
749633 Rio Paraopeba 9 81 656,7 1.572 2,4 4,0 1.739 434,2 660,7 3.311 5,0
749634 Rio Pardo 9 81 469,1 1.571 3,3 5,4 8.181 1.515,1 474,5 9.751 20,6
749635 Rio Paraopeba 9 55 198,7 721 3,6 1,9 1.761 922,5 200,6 2.482 12,4
749636 Ribeirão do Chico 9 67 193,3 695 3,6 - - - 193,3 695 3,6
749637 Rio Paraopeba 9 43 122,6 200 1,6 - - - 122,6 200 1,6
749638 Ribeirão do Cedro 9 73 324,5 3.141 9,7 17,3 28.022 1.617,9 341,8 31.163 91,2
749639 Rio Paraopeba 9 45 83,7 154 1,8 - - - 83,7 154 1,8
749641 Ribeirão São João 1 1 0,7 3 4,1 - - - 0,7 3 4,1
749642 Ribeirão São João 9 61 325,8 3.062 9,4 7,0 7.082 1.014,6 332,7 10.144 30,5
749643 Ribeirão dos Macacos 9 71 62,2 199 3,2 - - - 62,2 199 3,2
749644 Córrego Riacho Fundo 9 65 29,3 189 6,4 0,2 334 1.371,0 29,6 523 17,7
749645 Ribeirão dos Macacos 9 69 61,7 258 4,2 4,1 5.225 1.288,9 65,8 5.482 83,4

535
N° de Ottobacias Rural Urbano Total

N6 Nome do Rio Populaçã Densidad


Área População Densidade Área População Densidade Área
N7 N8 o 2010 e
(km²) 2010 (hab.) (hab./km²) (km²) 2010 (hab.) (hab./km²) (km²)
(hab.) (hab./km²)

Córrego Carreira
749646 9 61 20,8 63 3,0 - - - 20,8 63 3,0
Comprida
749647 Ribeirão dos Macacos 3 11 6,6 26 3,9 - - - 6,6 26 3,9
749648 Ribeirão dos Macacos 9 81 150,8 1.417 9,4 9,7 1.629 168,5 160,5 3.046 19,0
749649 Ribeirão do Cipó 9 81 164,5 567 3,4 2,8 592 208,4 167,3 1.159 6,9
749651 Rio Paraopeba 9 73 622,1 2.841 4,6 11,7 3.564 304,3 633,8 6.405 10,1
749652 Ribeirão Cova d'Anta 9 67 203,2 2.280 11,2 9,9 5.298 533,4 213,2 7.578 35,5
749653 Rio Paraopeba 9 73 208,2 1.220 5,9 10,5 955 90,9 218,7 2.175 9,9
749654 Ribeirão Grande 9 81 336,7 2.168 6,4 64,6 40.261 623,2 401,3 42.430 105,7
749655 Rio Paraopeba 9 81 203,5 1.913 9,4 31,0 7.528 242,8 234,5 9.441 40,3
749656 Ribeirão Serra Azul 9 77 359,9 4.387 12,2 85,3 46.628 546,8 445,2 51.014 114,6
749657 Rio Paraopeba 9 61 27,4 581 21,2 47,8 12.545 262,4 75,2 13.126 174,6
749658 Rio Betim 9 81 66,4 2.163 32,6 177,5 465.054 2.620,1 243,8 467.216 1.916,0
749659 Rio Paraopeba 9 79 231,4 11.282 48,8 197,3 307.065 1.556,3 428,7 318.347 742,6
749661 Rio Manso 9 59 42,1 106 2,5 6,8 5.860 863,9 48,9 5.965 122,1
749662 Rio Veloso 9 81 204,7 2.893 14,1 8,3 7.286 881,8 213,0 10.179 47,8
749663 Rio Manso 9 77 116,5 822 7,1 3,0 1.745 589,2 119,5 2.567 21,5
749664 Córrego Barreiro 9 69 29,4 187 6,3 - - - 29,4 187 6,3
749665 Rio Manso 1 1 0,6 66 112,9 - - - 0,6 66 112,9
749666 Córrego do Baú 9 79 64,0 656 10,2 - - - 64,0 656 10,2
749667 Rio Manso 9 59 19,5 409 21,0 - - - 19,5 409 21,0
749668 Córrego Cachoeira 9 69 69,5 743 10,7 - - - 69,5 743 10,7
749669 Rio Manso 9 73 107,5 1.094 10,2 2,3 2.979 1.302,3 109,8 4.073 37,1
749671 Rio Manso 3 3 0,3 5 17,1 0,3 723 2.647,4 0,6 728 1.284,9
749672 Ribeirão Águas Claras 9 81 172,7 2.190 12,7 9,6 6.488 679,4 182,3 8.678 47,6
749673 Rio Paraopeba 9 73 452,8 5.018 11,1 47,5 17.910 377,3 500,3 22.927 45,8
749674 Rio Macaúbas 9 81 470,0 4.546 9,7 7,3 2.411 329,8 477,4 6.957 14,6
749675 Rio Paraopeba 9 73 115,1 2.109 18,3 7,1 1.360 190,4 122,2 3.469 28,4

536
N° de Ottobacias Rural Urbano Total

N6 Nome do Rio Populaçã Densidad


Área População Densidade Área População Densidade Área
N7 N8 o 2010 e
(km²) 2010 (hab.) (hab./km²) (km²) 2010 (hab.) (hab./km²) (km²)
(hab.) (hab./km²)

749676 Ribeirão Cordeiros 9 81 147,2 2.253 15,3 0,8 113 142,4 148,0 2.366 16,0
749677 Rio Paraopeba 9 75 123,0 1.685 13,7 7,9 3.611 456,9 130,9 5.296 40,5
Ribeirão dos Paivas
749678 9 81 159,0 1.323 8,3 2,0 349 174,9 161,0 1.672 10,4
ou Pedra
749679 Rio Paraopeba 9 81 120,9 1.044 8,6 6,0 1.029 172,6 126,9 2.073 16,3
Ribeirão São José da
749681 9 69 71,9 368 5,1 7,4 1.249 169,6 79,3 1.617 20,4
Ponte Nova
Ribeirão Caiuaba de
749682 9 79 216,6 2.258 10,4 - - - 216,6 2.258 10,4
Cima
749683 Rio Brumado 9 55 22,8 181 7,9 - - - 22,8 181 7,9
749684 Rio Camapuã 9 81 291,4 2.712 9,3 2,6 472 182,5 293,9 3.184 10,8
749685 Rio Paraopeba 9 67 131,3 1.486 11,3 4,7 9.407 2.015,9 136,0 10.892 80,1
749686 Rio Brumado 9 81 164,1 1.134 6,9 0,5 1.253 2.322,8 164,6 2.387 14,5
749687 Rio Paraopeba 9 39 9,6 37 3,9 - - - 9,6 37 3,9
Ribeirão São José da
749688 9 63 58,2 242 4,2 - - - 58,2 242 4,2
Ponte Nova
749689 Rio Paraopeba 9 75 124,7 600 4,8 - - - 124,7 600 4,8
749691 Rio Paraopeba 9 59 30,5 233 7,6 7,1 719 101,8 37,5 951 25,4
749692 Rio Paraopeba 9 79 576,7 4.190 7,3 23,0 10.836 471,2 599,7 15.025 25,1
749693 Ribeirão dos Paulos 9 69 19,9 82 4,1 33,2 10.853 327,2 53,1 10.935 206,0
Córrego Santo
749694 9 75 5,8 210 36,5 39,0 9.979 255,6 44,8 10.189 227,4
Antônio ou Lagarto
749695 Rio Maranhão 9 61 59,5 377 6,3 31,9 21.973 689,1 91,4 22.350 244,5
749696 Ribeirão Soledade 9 69 168,3 2.261 13,4 77,3 32.596 421,4 245,6 34.857 141,9
749697 Rio Maranhão 9 55 25,5 413 16,2 6,0 2.974 496,9 31,5 3.387 107,6
749698 Ribeirão Bananeiras 9 73 44,6 489 11,0 54,5 54.181 994,4 99,1 54.670 551,9
749699 Rio Ventura Luís 9 73 128,7 3.428 26,6 25,8 55.994 2.172,5 154,5 59.422 384,6
Total Geral 599 4.249 10.920,5 92.679 8,5 1.109,7 1.207.812 1.088,4 12.030,2 1.300.491 108,1

FONTE: COBRAPE, 2018.

537
A dimensão hidrológica será utilizada como unidade para todas as informações que têm
caráter de bacia hidrográfica, como as disponibilidades hídricas.

As células utilizadas no PDRH - Paraopeba foram determinadas a partir do cruzamento


dos perímetros de 4.249 ottobacias de nível 8 em que foi dividida a bacia hidrográfica,
com os perímetros dos 2.262 setores censitários definidos pelo censo de 2010
agrupados em função do tipo urbano ou rural, resultando em 11.477 células de análise
mostradas na Figura 17.3.

O Quadro 17.3 a seguir mostra algumas estatísticas dessas células com os atributos de
usos do solo agregados por sub-bacias. A utilização da escala dos dados em células de
análise permite sua agregação da maneira que for conveniente.

A utilização desses elementos permite uma avaliação detalhada dos principais fatores
de influência visto que são unidades mínimas de espacialização. A Bacia do Paraopeba
totaliza 11.477 células de análise, as quais estão mostradas na Figura 17.3.

538
Quadro 17.3 - Estatísticas das Células De Análise

Área (km²)
Declividade
Sub-bacias
Média (°) Agricultura Infraestrutura Corpos Vegetação Florestas Áreas não Formações Formações
Agricultura Pastagem
ou Pastagem Urbana d'água Campestre Plantadas vegetadas Florestais Savanicas

Alto 12,92 5,59 1612,54 86,88 5,45 2,21 1316,32 59,58 0,00 539,47 1,20

Médio 9,99 2,54 1280,30 248,35 28,28 14,38 2012,44 27,33 19,37 1462,86 1,33

Baixo 5,55 11,68 527,07 15,97 32,91 198,56 1340,01 398,92 0,29 666,88 110,66

19,81 3419,91 351,20 66,64 215,15 4668,77 485,84 19,66 2669,21 113,18
Total Geral
Obs: Estatísticas baseadas no mapa de uso de ocupação do solo apresentado no RP02 - Revisão do Relatório do Diagnóstico da Bacia do Rio Paraopeba – Tomo I.
FONTE: COBRAPE, 2018.

539
45°0'0"O 44°0'0"O

Células de Análise

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Convenções Cartográficas
!
P Principais Sedes Municipais
Limite Municipal
Hidrografia Principal
Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório

FONTE: COBRAPE, 2018.


17.4. Análise Prospectiva

Como já foi mencionada, a função do exercício de prospecção é produzir estimativas do


comportamento futuro das demandas e das disponibilidades dos recursos hídricos
locais, tanto no que tange ao consumo e abastecimento de água (balanço quantitativo)
como na capacidade de diluição dos efluentes gerados, mesmo depois de tratados
(balanço qualitativo). A prospecção, ao analisar as possíveis condições futuras desses
balanços, pode também identificar conflitos potenciais a que os sistemas de gestão de
recursos hídricos poderão vir a estarem sujeitos.

Os estudos prospectivos que se utilizam de cenários, por força da prática adotada em


grande parte dos Planos de Bacias, costumam dividi-los em dois grandes grupos: os
Cenários Tendenciais e os Cenários Alternativos. Os cenários tendenciais geralmente
articulam extrapolações estatísticas simples, que são como extensões para o futuro do
comportamento passado das variáveis de demandas, procurando caracterizar uma
imaginada situação futura que viria a ocorrer caso nada que alterasse as tendências
atuais ocorresse nessa trajetória.

Os cenários tendenciais, portanto, podem ser considerados como uma “visão míope” do
futuro e do passado. Por um lado, porque não incorporam qualquer novidade no
horizonte do plano e por outro não reconhecem que a trajetória histórica que
desembocou no presente foi construída com fatos que não eram previsíveis no seu
tempo, ou seja, novidades.

No entanto, os cenários tendenciais são muito úteis ao evidenciar os limites da


percepção local, e focada no presente, ao fornecer uma referência que permite aos
sistemas de gestão dar o próximo passo. Nesse sentido, as projeções operacionais são
sempre tendenciais e de curto prazo, por mais que se estendam em horizontes
distantes. Os cenários tendenciais servem também como referência, ou pano de fundo,
contra o qual serão comparadas outras tendências, menos evidentes e ainda não
consolidadas, para que possam ser avaliadas em seus impactos sobre a atual estrutura
dos sistemas de gestão.

Já os cenários alternativos articulam os chamados “fatores de grande incerteza e


motricidade”, que são alterações nas trajetórias “tendenciais” das variáveis sobre as
quais os sistemas de gestão não exercem controle, ou que não existam instrumentos
previstos no arcabouço da legislação de recursos hídricos para controlá-los. São
exemplos os grandes investimentos públicos e privados na infraestrutura produtiva de

541
uma região. Estes nem sempre são previsíveis11, geram muitos postos de trabalho,
impactando o ritmo de crescimento populacional e, por conseguinte, as demandas sobre
os recursos hídricos, qualitativas e quantitativas. Outro exemplo são as variações
climáticas que podem alterar o regime hidrológico regional, impactando os balanços
hídricos pelo lado da disponibilidade.

Ao contrário dos cenários tendenciais, os cenários alternativos articulam o imprevisível,


descolando o foco do planejamento da percepção da conjuntura presente. Se os
primeiros são visões míopes do futuro, os segundos são utopias – ou distopias. Os
cenários alternativos são úteis aos sistemas de gestão, pois evidenciam situações que
podem representar desafios à estrutura dos atuais sistemas de gestão, sinalizando
possíveis mudanças de objetivos, de prioridades ou de meios.

17.5. Cenários Tendenciais

17.5.1. Evolução Demográfica

A trajetória de evolução das populações na bacia hidrográfica é um dos principais focos


dos cenários, uma vez que essa variável traduz aspectos da maior importância para o
Plano. Seja com relação à previsão das demandas de água para abastecimento público
ou das cargas orgânicas geradas, seja pela localização dessa população, os impactos
sobre os sistemas de saneamento e os riscos associados a eventos críticos dependem
das projeções populacionais definidas nos estudos prospectivos.

A ocupação da bacia do rio Paraopeba iniciou-se nas últimas décadas do século XVII,
incentivada, principalmente pela atividade minerária. A descoberta de ouro na região
motivou a ocupação do alto e médio trecho da bacia, nos municípios de Ouro Preto,
Tiradentes e Congonhas.

A cidade de Ouro Preto, apesar de não se situar na bacia do rio Paraopeba (situa-se na
vizinha bacia do rio das Velhas), foi um dos principais focos de atração populacional
durante o “ciclo do ouro”, desde o final do século 17 até meados do século 18 e
demonstra claramente o padrão de ocupação histórico da região. A cidade chegou a ser
a mais populosa da América Latina, contando com cerca de 40 mil pessoas em 1730 e,
décadas após, 80 mil. Àquela época, a população de Nova York era de menos da
metade desse número de habitantes e a população de São Paulo não ultrapassava 8
mil habitantes. Atualmente o município de Ouro Preto (que tem parte do seu território na

11Investimentos privados vagam ao sabor dos ventos do mercado internacional, das taxas de
câmbio e das políticas de incentivo, enquanto que promessas de campanha eleitoral possuem
uma estranha, porém recorrente tendência de não se realizar. Assim como vem, vão embora.

542
bacia) tem pouco mais de 70 mil habitantes (IBGE, Censo 2010) e uma vista da área
urbana da mesma pode ser observada na Figura 17.4.

Figura 17.4 - Vista da Área Urbana de Ouro Preto

FONTE: Rodolpho Ramina, 2018.

Com a decadência da mineração, o crescimento populacional na região estagnou-se e


a agropecuária se tornou uma das atividades mais importantes na bacia, utilizando o rio
Paraopeba como meio de transporte principalmente nos trechos médio e baixo da bacia.
Na segunda metade do século 19, com a fundação de Belo Horizonte, e com a
construção da estrada de ferro Dom Pedro II (e depois Ferrovia do Centro e mais tarde
Central do Brasil) conectando as províncias de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais há um novo surto de povoamento, com o surgimento dos primeiros polos de
industrialização na região. Em 1883 a ferrovia alcança a cidade de Queluz de Minas
(hoje Conselheiro Lafaiete, no médio Paraopeba), e em 1895 chegava a Belo Horizonte
e bifurcando para Sete Lagoas. No início do século 20, em 1905, os trilhos chegavam a
Curvelo.

A partir da segunda metade do século XX ocorreu o desenvolvimento acelerado da


região do chamado “Quadrilátero Ferrífero”, no alto e médio Paraopeba, tanto da
indústria como da mineração, promovendo um crescimento populacional acelerado em
torno da cidade de Belo Horizonte fazendo surgir a Região Metropolitana de Belo

543
Horizonte e que somava mais de 4 milhões de habitantes no censo de 2010. Alguns
municípios vieram a se tornar polos microrregionais, como Conselheiro Lafaiete,
Contagem e Betim.

A dinâmica populacional dos últimos 20 anos não apresenta quaisquer sinais evidentes
de grandes transformações em suas tendências no horizonte deste Plano, e deve
continuar refletindo os movimentos e tendências da indústria mineral, siderúrgica e
automotiva no Alto e Médio Paraopeba, bem como uma desaceleração populacional, e
mesmo uma retração, no Baixo. Sendo assim, as projeções populacionais adotaram os
dados dos três últimos censos nos municípios que possuem algum território na bacia do
rio Paraopeba. Foram definidas duas “projeções tendenciais”, recebendo essa
denominação uma vez que simplesmente extrapolam as taxas de crescimento médio
anual observadas entre os censos:

• Projeção populacional municipal de longo prazo, utilizando as taxas anuais


médias de crescimento entre os censos de 1991 e 2010;

• Projeção populacional municipal de curto prazo, utilizando as taxas anuais


médias de crescimento entre os censos de 2000 e 2010.

Segundo essas projeções tendenciais, a população na bacia do rio Paraopeba, que em


2010 era estimada em 1.300.491 habitantes, poderia vir a se situar entre 2.356.776
habitantes (projeção de longo prazo) e 1.991.259 habitantes (projeção de curto prazo)
em 2040. Isso significa que a população na bacia poderá vir a dobrar até o horizonte do
Plano e que mais de 96% estará situada nas microrregiões de Belo Horizonte (RMBH,
principalmente nos municípios de Betim, Contagem e Ibirité) e Conselheiro Lafaiete.

O Quadro 17.4 abaixo mostra essas projeções e as densidades populacionais


municipais médias correspondentes por município com área na bacia e por microrregião.
A escala entre o vermelho e o azul auxiliam na identificação e comparação entre as
taxas de crescimento.

544
Quadro 17.4 - Projeções Populacionais (Horizonte 2040)

Densidade
Densidade Projeção da Projeção da
Área do Área do População Populacional Taxa Anual Taxa Anual
População População População Populacional População População
Microrregião Nome do Município Município Município na 2010 na 2010 na Média 1996- Média 2000-
1996 (hab.) 2000 (hab.) 2010 (hab.) 2010 2040 (Longo 2040 (Curto
(km²) Bacia (km²) Bacia (hab.) Bacia 2010 2010
(hab./km²) Prazo) Prazo)
(hab./km²)

Belo Horizonte 331,9 0,13 2.091.448 2.238.526 2.375.444 7.157,11 260 1.983,03 0,91% 0,60% 321 298
Contagem 195,2 110,38 492.350 538.017 603.048 3.089,39 173.859 1.575,14 1,46% 1,15% 242.603 226.035
Betim 346,8 342,47 249.451 306.675 377.547 1.088,66 377.228 1.101,50 3,00% 2,10% 745.238 608.524
Ribeirão das Neves 154,6 0,11 197.025 246.846 296.376 1.917,05 115 1.015,61 2,96% 1,85% 225 175
Ibirité 73,3 71,6 106.781 133.044 159.026 2.169,52 151.981 2.122,66 2,89% 1,80% 292.389 229.075
Nova Lima 429,7 0,29 56.960 64.387 81.162 188,88 227 783,61 2,56% 2,34% 406 386
Esmeraldas 912,3 842,04 33.934 47.090 60.153 65,94 46.058 54,7 4,17% 2,48% 117.966 80.884
Belo Horizonte
Igarapé 110,3 110,26 17.903 24.838 34.879 316,22 34.851 316,07 4,88% 3,45% 104.244 76.093
Brumadinho 634,3 635,76 24.336 26.614 34.013 53,62 33.520 52,73 2,42% 2,48% 58.100 58.931
Mateus Leme 303,4 302,51 20.720 24.144 27.856 91,81 27.855 92,08 2,14% 1,44% 45.296 38.704
Sarzedo 62,1 62,13 12.577 17.274 25.798 415,43 25.814 415,45 5,27% 4,09% 84.031 64.938
São Joaquim de Bicas 72,7 71,56 13.160 18.152 25.619 352,39 25.537 356,87 4,87% 3,51% 76.288 56.407
Juatuba 97,1 99,54 12.306 16.389 22.221 228,85 22.202 223,04 4,31% 3,09% 58.617 44.718
Mário Campos 35,3 35,2 7.269 10.535 13.214 374,33 13.192 374,81 4,36% 2,29% 35.215 22.214
Sete Lagoas 539 176,96 167.340 184.871 214.071 397,16 6.224 35,17 1,77% 1,48% 9.328 8.721
Matozinhos 253,6 0,01 26.722 30.164 32.973 130,02 0 6,52 1,51% 0,89% 0 0
Paraopeba 627 540,91 18.623 20.383 22.571 36 22.272 41,18 1,38% 1,02% 30.545 28.159
Papagaios 554,4 442,7 12.817 12.472 14.171 25,56 4.409 9,96 0,72% 1,29% 5.200 5.915
Caetanópolis 156,7 156,04 7.587 8.571 10.227 65,26 10.218 65,48 2,16% 1,78% 16.688 15.340
Capim Branco 94,5 0,05 7.070 7.900 8.880 93,97 0 3,22 1,64% 1,18% 0 0
Sete Lagoas
Cordisburgo 825,7 0,02 8.865 8.522 8.667 10,5 0 2,51 -0,16% 0,17% 0 0
Maravilhas 261,2 179,22 6.066 6.232 7.156 27,4 5.773 32,21 1,19% 1,39% 7.574 7.934
Inhaúma 245,1 245 4.688 5.195 5.781 23,59 5.760 23,51 1,51% 1,07% 8.127 7.365
Pequi 204,7 203,07 3.485 3.717 4.075 19,91 4.073 20,06 1,12% 0,92% 5.266 5.032
Cachoeira da Prata 61,4 61,38 3.713 3.780 3.654 59,51 3.654 59,53 -0,11% -0,34% 3.559 3.380
Fortuna de Minas 198,7 198,71 2.283 2.437 2.701 13,59 2.705 13,61 1,21% 1,03% 3.566 3.427
Conselheiro Lafaiete 371,3 359,17 94.538 102.836 116.527 313,84 116.418 324,13 1,50% 1,26% 164.143 155.191
Congonhas 306,4 303,22 38.767 41.256 48.550 158,45 48.519 160,01 1,62% 1,64% 70.220 70.555
Ouro Branco 260,6 150,14 29.783 30.383 35.260 135,3 33.544 223,41 1,21% 1,50% 44.264 47.240
Entre Rios de Minas 464,1 456,41 12.838 13.114 14.262 30,73 14.240 31,2 0,75% 0,84% 16.926 17.271
Conselheiro Lafaiete
Desterro de Entre Rios 371,2 204,17 6.781 6.807 7.002 18,86 1.843 9,03 0,23% 0,28% 1.943 1.967
Itaverava 283,6 16,97 6.579 6.388 5.798 20,44 210 12,36 -0,90% -0,96% 170 168
Cristiano Otoni 133,2 122,6 4.632 4.905 5.007 37,59 4.927 40,19 0,56% 0,21% 5.600 5.166
Santana dos Montes 197 0,01 4.043 3.944 3.822 19,4 0 2,07 -0,40% -0,31% 0 0

545
Densidade
Densidade Projeção da Projeção da
Área do Área do População Populacional Taxa Anual Taxa Anual
População População População Populacional População População
Microrregião Nome do Município Município Município na 2010 na 2010 na Média 1996- Média 2000-
1996 (hab.) 2000 (hab.) 2010 (hab.) 2010 2040 (Longo 2040 (Curto
(km²) Bacia (km²) Bacia (hab.) Bacia 2010 2010
(hab./km²) Prazo) Prazo)
(hab./km²)

São Brás do Suaçuí 110,7 110,02 3.229 3.282 3.512 31,73 3.513 31,93 0,60% 0,68% 4.033 4.105
Casa Grande 158,4 145,39 2.176 2.264 2.242 14,15 2.133 14,67 0,21% -0,10% 2.241 2.086
Queluzito 153,5 153,56 1.893 1.791 1.866 12,16 1.861 12,12 -0,10% 0,41% 1.818 2.045
Pará de Minas 552,6 172,98 68.585 73.007 84.252 152,46 4.309 24,91 1,48% 1,44% 6.042 5.991
Florestal 194,9 183,07 5.363 5.647 6.603 33,88 6.541 35,73 1,50% 1,58% 9.206 9.373
Pará de Minas
São José da Varginha 205,7 205,33 2.960 3.225 4.201 20,42 4.196 20,44 2,53% 2,68% 7.459 7.708
Onça de Pitangui 247,8 2,24 2.748 2.985 3.197 12,9 19 8,31 1,09% 0,69% 24 22
Curvelo 3.306,10 1.210,95 63.467 67.512 74.184 22,44 5.998 4,95 1,12% 0,95% 7.751 7.450
Curvelo Felixlândia 1.558,20 211,96 12.010 12.784 14.121 9,06 331 1,56 1,16% 1,00% 432 417
Morro da Garça 415,3 0,09 2.952 2.960 2.661 6,41 0 1,86 -0,74% -1,06% 0 0
Divinópolis Itaúna 497,3 58,74 70.919 76.862 85.396 171,72 565 9,62 1,34% 1,06% 766 720
Ouro Preto Ouro Preto 1.248,60 63,7 61.633 66.277 70.227 56,24 375 5,89 0,94% 0,58% 465 429
Itaguara 411,9 1,85 11.225 11.302 12.371 30,03 15 7,98 0,70% 0,91% 17 18
Itatiaiuçu 295,9 153,64 8.243 8.517 9.938 33,59 8.650 56,3 1,34% 1,55% 11.761 12.336
Belo Vale 366,5 365,29 6.955 7.429 7.536 20,56 7.530 20,61 0,57% 0,14% 8.591 7.782
Bonfim 309,7 301,87 7.206 6.866 6.816 22,01 6.818 22,59 -0,40% -0,07% 6.222 6.704
Itaguara Jeceaba 236,3 236,25 6.054 6.109 5.396 22,84 5.395 22,84 -0,82% -1,23% 4.466 4.055
Rio Manso 232,8 231,42 4.276 4.646 5.267 22,62 5.275 22,79 1,50% 1,26% 7.429 7.039
Crucilândia 167 166,86 4.294 4.477 4.749 28,44 4.753 28,49 0,72% 0,59% 5.609 5.444
Moeda 154,7 151,81 4.201 4.469 4.700 30,38 4.636 30,54 0,80% 0,51% 5.575 5.206
Piedade dos Gerais 261,4 259,39 4.037 4.274 4.645 17,77 4.638 17,88 1,01% 0,84% 5.840 5.616
Três Marias Pompéu 2.565,50 714,96 23.250 26.089 29.083 11,34 1.468 2,05 1,61% 1,09% 2.120 1.884
Carandaí 487,7 0,78 20.307 21.057 23.341 47,86 28 35,73 1,00% 1,04% 35 35
Barbacena
Caranaíba 160,5 0,03 3.587 3.478 3.288 20,49 0 10,92 -0,62% -0,56% 0 0
Lagoa Dourada 479,3 293,54 10.862 11.486 12.267 25,59 3.466 11,81 0,87% 0,66% 4.233 4.032
São João Del Rei
Resende Costa 633,3 131,01 9.783 10.336 10.918 17,24 462 3,52 0,79% 0,55% 553 524
Oliveira Piracema 281,1 2,7 6.306 6.509 6.406 22,79 25 9,36 0,11% -0,16% 26 24
Total Geral 25.861,10 12.030,15 4.231.961 4.672.048 5.206.694 201,33 1.300.491 108,1 1,39% 1,08% 2.356.776 1.991.259
FONTE: COBRAPE, 2018.

546
17.5.2. Evolução das Atividades Produtivas e Mudanças no Uso do Solo

A bacia do rio Paraopeba abriga uma intensa atividade produtiva que reflete tanto as
suas origens no setor mineral como a modernização industrial já no final do século 19,
quanto o surgimento da RMBH no século 20. Mais recentemente surge também a
agricultura moderna com incorporação de tecnologia (pivôs de irrigação) e o setor
agroindustrial. Essas atividades se destacam como as que se utilizam intensamente de
recursos hídricos a bacia, juntamente com o setor de saneamento (abastecimento de
água) tanto para as populações locais, mas também com a transposição de vazões para
a RMBH.

17.5.2.1. Industrial

Embora seja de praxe que se classifique de forma genérica os consumidores do setor


industrial, aqui se procurou diferenciar a evolução de três componentes do setor
industrial a partir de uma inspeção detalhada do banco de dados de outorgas e da
segregação das demandas correspondentes, tratando de forma diferenciada também a
sua projeção de evolução associando-os a variáveis distintas.

O primeiro componente do setor industrial, que foi chamado de “industrial convencional”


é aquele associado a dinâmica urbana ou regional e está predominantemente localizado
no Alto e Médio Paraopeba. Considerou-se aqui que este segmento seguiria a ritmo de
crescimento populacional de curto e de longo prazo das microrregiões em que se
inserem (e não dos municípios), apresentado no Quadro 17.5.

Quadro 17.5 - Taxas de Projeção Tendencial da Indústria

Taxa Média Taxa Média


População População População
Microrregião Anual Anual
1996 (hab.) 2000 (hab.) 2010 (hab.)
(1996-2010) (2000-2010)

Barbacena 197.950 205.714 222.054 0,82% 0,77%


Belo Horizonte 3.803.249 4.259.163 4.772.563 1,63% 1,14%
Conselheiro Lafaiete 208.638 220.258 247.310 1,22% 1,17%
Curvelo 138.309 143.703 150.661 0,61% 0,47%
Divinópolis 356.012 391.895 483.524 2,21% 2,12%
Itaguara 56.491 58.089 61.418 0,60% 0,56%
Oliveira 115.522 119.448 125.997 0,62% 0,54%
Ouro Preto 141.052 154.860 173.738 1,50% 1,16%
Pará de Minas 101.822 107.133 123.592 1,39% 1,44%
São João Del Rei 160.541 171.184 182.700 0,93% 0,65%
Sete Lagoas 325.965 353.330 400.704 1,49% 1,27%
Três Marias 85.440 88.628 96.831 0,90% 0,89%

547
Taxa Média Taxa Média
População População População
Microrregião Anual Anual
1996 (hab.) 2000 (hab.) 2010 (hab.)
(1996-2010) (2000-2010)

Total Geral 5.690.991 6.273.405 7.041.092 1,53% 1,16%


FONTE: COBRAPE, 2018.

O segundo segmento industrial seria aquele associado à mineração e siderurgia e está


relativamente distribuído pela bacia com alguma concentração no Médio Paraopeba,
principalmente nas lavras de minério de ferro localizadas no Quadrilátero Ferrífero.
Considerou-se que a trajetória deste segmento segue as tendências do setor de
mineração, cujas hipóteses de crescimento são discutidas mais adiante, numa seção
específica.

17.5.2.2. Agricultura, Pecuária e Agroindústria

O terceiro segmento industrial de importância é o da agroindústria, que naturalmente se


articula com atividades de agricultura e pecuária e que apresenta impactos significativos
sobre a demanda de recursos hídricos e sobre a qualidade da água na bacia. A
agropecuária é uma prática que ocorre em toda a bacia, nos trechos baixos no Alto e
Médio Paraopeba, e em todo o Baixo Paraopeba. Se no Alto e Médio Paraopeba ela
tradicionalmente vinha se caracterizando por pequenas e médias propriedades com
baixo investimento tecnológico, com reduzida capacidade de reprodução, hoje já se nota
a expansão dos cítricos e do rebanho confinado (aves e suínos) e, principalmente no
Baixo Paraopeba, da agricultura tecnologicamente mais avançada, com o
estabelecimentos de pivôs de irrigação (Figura 17.5) e sua infraestrutura associada
(canais, dutos, reservatórios etc.).

548
Figura 17.5 - Pivô de Irrigação de Grama em Paraopeba

FONTE: Rodolpho Ramina, 2018.

Quando se observa a evolução histórica das áreas plantadas nas microrregiões com
territórios municipais na bacia do rio Paraopeba nota-se uma estabilidade marcante.
Observando a Figura 17.7 fica claro que neste século as áreas plantadas somam cerca
de 250 mil hectares, ficando neste patamar com pequenas variações. Nota-se também
uma tendência recente de decréscimo das lavouras de milho e cana, e de crescimento
das áreas plantadas com soja e trigo, principalmente desde 2010.

Destaca-se também a produção de café na microrregião de Oliveira, no Alto Paraopeba.


As culturas de grãos, principalmente o milho, são importantes em todas as microrregiões
da bacia, sendo que a soja e o trigo surgem nesta década com alguma intensidade na
microrregião de São João del Rei, nos trechos do Alto Paraopeba, mas também em Três
Marias, ao norte, no Baixo Paraopeba, como mostra a Figura 17.6.

549
Figura 17.6 - Evolução das Áreas Agrícolas e Culturas nas Microrregiões da bacia do Rio
Paraopeba (2000-2016)

FONTE: Produção Agrícola Municipal, 2000 a 2016.

Figura 17.7 - Área plantada nas Microrregiões da Bacia do Paraopeba em 2016

FONTE: Produção Agrícola Municipal, 2000 a 2016.

As estimativas das demandas do setor agroindustrial e da agricultura foram feitas com


base na evolução da área plantada nas microrregiões que englobam municípios com

550
área na bacia do rio Paraopeba. As séries históricas da área plantada por tipo de cultura
em cada município foram obtidas da PAM – Pesquisa Agropecuária Municipal, IBGE,
para o período de 2000 a 2017.

Foram determinadas duas taxas de crescimento para as projeções tendenciais, uma de


curto prazo (2010 – 2016) e outra de longo prazo (2000 – 2016) aplicadas às demandas
registradas nas categorias de agricultura e agroindústria. Esses valores estão
mostrados no Quadro 17.6.

Quadro 17.6 - Taxas de Projeção Tendencial da Agroindústria e Agricultura

Área Plantada (ha) Taxa Taxa


Média Média
Microrregião Anual Anual
2000 2005 2010 2015 2016 (2000- (2010-
2016) 2016)
Barbacena 22.836 29.069 26.672 27.652 27.197 1,10% 0,33%
Belo Horizonte 11.765 7.863 6.772 3.906 3.383 -7,49% -10,92%
Conselheiro
31.328 21.097 23.148 16.708 17.475 -3,58% -4,58%
Lafaiete
Curvelo 25.623 23.650 23.665 16.065 11.509 -4,88% -11,32%
Divinópolis 17.602 13.618 12.271 8.343 8.037 -4,78% -6,81%
Itaguara 16.211 10.388 10.556 9.682 8.748 -3,78% -3,08%
Oliveira 46.491 46.807 41.405 61.004 56.537 1,23% 5,33%
Ouro Preto 7.398 9.166 9.088 7.405 7.105 -0,25% -4,02%
Pará de Minas 6.453 5.748 5.835 3.209 3.449 -3,84% -8,39%
São João Del
31.677 43.821 46.677 73.899 82.241 6,14% 9,90%
Rei
Sete Lagoas 21.856 19.628 18.437 15.814 12.282 -3,54% -6,55%
Três Marias 25.290 21.821 27.876 29.750 33.678 1,81% 3,20%
Total Geral 264.530 252.676 252.402 273.437 271.641 0,17% 1,23%
FONTE: COBRAPE, 2018 com dados da Produção Agrícola Municipal, 2000 a 2016.

17.5.2.3. Pecuária

A tendência de evolução do setor da pecuária partiu da inspeção das séries históricas


do rebanho existente nas microrregiões da bacia do rio Paraopeba, registradas pelo
IBGE. (IBGE, 2018). O Quadro 17.7 mostra essas informações, que também estão
apresentadas na Figura 17.8.

551
Quadro 17.7 - Séries Históricas dos Rebanhos nas Microrregiões da Bacia do Rio Paraopeba (2000-2017)

N° de Cabeças
Ano
Bovinos Bubalino Equino Caprino Suíno Ovino Galináceos Codornas
2000 2.432.734 3.290 107.699 8.848 431.997 7.250 31.764.049 45.431
2001 2.450.587 3.602 105.003 9.254 460.345 7.183 32.269.827 51.257
2002 2.350.449 4.668 104.324 8.206 486.381 8.138 29.260.441 46.727
2003 2.358.913 4.857 107.983 7.899 485.678 10.698 28.090.938 44.652
2004 2.372.364 5.002 106.183 7.537 498.755 16.027 32.172.059 41.832
2005 2.272.809 5.238 101.703 6.829 502.103 15.623 31.150.964 42.673
2006 2.366.776 6.246 101.254 7.247 502.612 18.726 27.242.071 45.426
2007 2.338.547 8.136 100.613 8.014 521.982 27.792 28.418.623 40.964
2008 2.377.055 8.745 99.516 8.724 529.384 27.609 28.210.727 87.044
2009 2.335.235 8.871 96.934 8.701 568.481 27.585 32.559.336 90.635
2010 2.352.236 9.724 95.780 8.047 561.349 25.409 32.603.812 81.129
2011 2.504.324 12.398 97.913 9.207 605.636 28.204 46.487.860 74.251
2012 2.505.747 13.300 100.041 8.946 652.596 26.994 47.180.562 68.629
2013 2.539.410 14.250 97.250 8.966 671.948 27.190 46.502.814 68.247
2014 2.463.278 14.169 103.926 8.343 689.671 23.891 52.955.215 32.879
2015 2.452.743 16.081 108.722 7.082 671.716 30.759 49.570.838 32.106
2016 2.559.019 14.644 108.251 6.055 713.151 29.169 49.066.758 28.683
2017 2.462.041 15.855 115.338 7.308 818.079 20.032 51.660.946 20.460
FONTE: COBRAPE, 2018 com dados da Pesquisa da Pecuária Municipal, 2000 a 2017.

552
Figura 17.8 - Séries Históricas dos Rebanhos nas Microrregiões da Bacia do Rio
Paraopeba (2000-2017)

FONTE: COBRAPE, 2018 com dados da Pesquisa da Pecuária Municipal, 2000 a 2017.

De acordo com essas séries históricas, percebe-se uma relativa estabilidade no rebanho
em geral, com algumas exceções importantes. Enquanto que o número de cabeças de
bovinos tem evoluído lentamente, situando-se em torno dos 2,5 milhões de cabeças em
todas as microrregiões da bacia, o rebanho de suínos e galináceos tem apresentado
uma aceleração marcante, principalmente na última década.

O número de galináceos ultrapassava os 50 milhões de cabeças e o de suínos já se


aproxima de 1 milhão de cabeças em 2017. Essa tendência ressalta a tendência
crescente dos rebanhos confinados e da agroindústria como um todo, o que se relaciona
de algum modo com a já discutida evolução das lavouras de grãos (milho e soja) na
bacia.

O impacto dessa evolução sobre os recursos hídricos tem diversas dimensões, desde
o crescimento das demandas de água para dessedentação animal até a carga orgânica
gerada pelo rebanho no pasto ou confinado. Ambas podem ser estimadas e projetadas
em sua tendência a partir da determinação do BEDA – Bovino Equivalente para a
Demanda de Água, que aqui foi decomposto em dois componentes: o BEDA referente
ao rebanho de pasto (bovinos, bubalinos, equinos e caprinos); e o BEDA referente ao
rebanho confinado (suínos, galináceos e codornas). O

9
Quadro 17.8 apresenta as taxas de projeção de curto prazo e de longo prazo para
ambas as categorias de demandas.

554
Quadro 17.8 - Taxas de Projeção Tendencial da Pecuária

BEDA - Pastagem (L/s) BEDA - Confinado (L/s)


Taxa Taxa Taxa Taxa
Microrregião Média Média Média Média
2000 2005 2010 2016 Anual Anual 2000 2005 2010 2016 Anual Anual
(2000- (2010- (2000- (2010-
2016) 2016) 2016) 2016)
Barbacena 944,96 736,68 805,77 1.085,97 0,87% 5,10% 4,21 3,07 3,05 13,40 7,50% 27,94%

Belo Horizonte 1.282,41 1.235,92 1.165,20 1.051,77 -1,23% -1,69% 32,62 12,37 9,38 8,94 -7,77% -0,79%
Conselheiro
661,19 609,84 585,01 726,15 0,59% 3,67% 2,16 2,15 1,61 2,89 1,83% 10,25%
Lafaiete
Curvelo 2.731,21 2.914,84 2.924,88 2.675,54 -0,13% -1,47% 4,05 3,11 1,67 5,77 2,23% 22,89%

Divinópolis 2.201,34 2.051,40 2.091,51 2.594,72 1,03% 3,66% 20,90 26,56 27,36 46,97 5,19% 9,43%

Itaguara 738,39 610,71 690,90 824,56 0,69% 2,99% 2,56 2,36 1,75 1,35 -3,94% -4,24%

Oliveira 1.539,56 1.427,18 1.427,73 1.724,70 0,71% 3,20% 4,57 7,00 6,90 9,18 4,46% 4,88%

Ouro Preto 199,43 248,69 267,62 295,13 2,48% 1,64% 0,87 1,01 1,10 2,82 7,63% 16,96%

Pará de Minas 802,61 827,61 855,39 931,63 0,94% 1,43% 33,07 49,36 59,45 71,38 4,93% 3,10%
São João Del
1.542,22 1.031,12 1.190,59 1.507,96 -0,14% 4,02% 4,00 4,22 4,52 7,40 3,92% 8,55%
Rei
Sete Lagoas 2.561,53 2.388,47 2.462,19 2.431,77 -0,32% -0,21% 11,53 14,42 18,79 21,96 4,11% 2,63%

Três Marias 2.328,20 2.327,28 2.504,99 2.663,28 0,84% 1,03% 2,98 4,58 4,86 4,06 1,96% -2,95%

Total Geral 17.533,05 16.409,73 16.971,78 18.513,19 0,34% 1,46% 123,53 130,22 140,44 196,12 2,93% 5,72%
FONTE: COBRAPE, 2018 com dados da Pesquisa da Pecuária Municipal, 2000 a 2017.

555
17.5.2.4. Mineração

Em toda a Bacia do rio Paraopeba, mas com uma grande concentração no médio
Paraopeba, a mineração é uma atividade produtiva da maior importância que
caracteriza, em grande medida, a dinâmica econômica não só da bacia, mas também
do Estado de Minas Gerais e até do Brasil em seu papel global de exportador de
minérios. Embora o portfólio dos minerais explorados na bacia seja extenso, a produção
de minério de ferro é, de longe, a atividade mineral de maior destaque, assim como as
demandas de água e os impactos sobre o uso do solo e do subsolo, com rebatimentos
importantes nos recursos hídricos.

O reflexo da atividade de mineração se manifesta não somente localizado dentro do


“Quadrilátero Ferrífero”, nos trechos Médio e Alto da bacia, onde se situam as maiores
e mais importantes lavras do ferro. Também no Baixo Paraopeba a exploração da
ardósia, da areia e de outros minerais causam impactos significativos. A Figura 17.9
abaixo mostra a distribuição das minas por município em Minas Gerais.

Figura 17.9 - Distribuição das Minas por Município em Minas Gerais

FONTE: Anuário Mineral Estadual de Minas Gerais, 2010-201412.

No que tange à atividade econômica mineral, seus desdobramentos vão além da


extração do minério, se estendendo para um setor industrial associado de
beneficiamento de parte do minério explorado, composto por siderúrgicas onde se

12http://www.anm.gov.br/dnpm/publicacoes/serie-estatisticas-e-economia-mineral/anuario-

mineral/anuario-mineral-estadual/minas-gerais/anuario-mineral-estadual-minas-gerais-anos-
base-2010-2014:

556
produz o ferro gusa, o aço e outros subprodutos (Figura 17.11 e Figura 17.12). Parte
destes produtos é exportada e parte atende ao mercado interno nacional.

O rebatimento dos impactos desse setor sobre os recursos hídricos é importante e muito
variado. As demandas de água das empresas de mineração se caracterizam como os
maiores valores outorgados na bacia, comparados aos valores das outorgas de
abastecimento público da região metropolitana de Belo Horizonte.

O setor mineral do ferro gera também impactos indiretos sobre a bacia do rio Paraopeba
no aspecto qualitativo das águas. A produção do ferro gusa, que é intensa na região,
está associada a extensas áreas de florestas plantadas, ou reflorestamentos, nos
trechos médio e baixo da bacia para a produção de carvão vegetal (principalmente
eucalipto, como pode ser observado na Figura 17.10) utilizado como insumo no
processo. Os reflorestamos produzem modificações da cobertura do solo e por ocasião
dos cortes, contribuem para um aumento de sedimentos, fósforo e nitrogênio que
ocorrem como poluição difusa.

O setor também produz riscos significativos aos rios, aos ecossistemas aquáticos e às
populações ribeirinhas. As barragens dos rejeitos da mineração merecem atenção
constante, visto que acidentes ocorrem e suas consequências são devastadoras, como
recentemente se viu em Brumadinho, e numa bacia vizinha à do Paraopeba, a do rio
Doce.

Figura 17.10 - Plantação de Eucalipto no Baixo Paraopeba

FONTE: Rodolpho Ramina, 2018.

557
Figura 17.11 - Indústria de Carvão no Baixo Paraopeba

FONTE: Rodolpho Ramina, 2018.

Figura 17.12 - Caminhão com Carga de Carvão Vegetal na BR-040, em Ribeirão das Neves

FONTE: Rodolpho Ramina, 2018.

No seu papel de player global, a evolução da atividade mineral segue os desígnios do


mercado globalizado fazendo com que seu ritmo de crescimento ou de retração, embora
desassociado das dinâmicas econômicas ou populacionais locais na origem, as
influenciam profundamente. Como consequência, a projeção das demandas de
recursos hídricos desse setor se subordina, em grande medida, às forças e dinâmicas
do mercado internacional que são de difícil previsão.

558
Com base em relatórios incompletos da ANM – Agência Nacional de Mineração13 foi
possível estimar o ritmo de crescimento da produção do minério de ferro bruto no Estado
de Minas Gerais para os períodos de 1996 a 2008 e de 2010 a 2014. Uma vez que o
minério de ferro é representativo das maiores demandas de água associadas ao setor
de mineração na bacia do rio Paraopeba, e que aparentemente deve continuar assim,
os estudos prospectivos consideraram que o rimo tendencial de crescimento do setor
seria representado pelas taxas médias anuais de crescimento da produção de ferro.
Esses valores estão mostrados no Quadro 17.9.

Quadro 17.9 - Taxas de Projeção Tendencial da Mineração

Taxas Médias
Fator de Evolução
Projeção Período Anuais de Evolução
(2017-2040)
(produção bruta)

Curto Prazo 2014-2010 3,94% 2,43


Longo Prazo 1996-2008 5,15% 3,18
FONTE: COBRAPE, 2018.

Além dessa incerteza sobre a evolução futura dos mercados para a exportação mineral
brasileira, há também os limites de exaustão das lavras em exploração e das
prospecções sobre novas lavras. De acordo com notícias veiculadas em maio de 2018,
a Vale informou à agência controladora das bolsas de valores dos Estados Unidos suas
expectativas de exaustão das minas que operam no Brasil. O Quadro 17.10 apresenta
as datas de exaustão previstas.14

Quadro 17.10 - Expectativas de Exaustão das Minas


Data de
Participação da
Sistema Tipo Operando desde exaustão
Vale (%)
prevista (1)
Sistema Sudeste
Itabira A céu aberto 1957 2028 100
Minas Centrais A céu aberto 1994 2056 100
Mariana A céu aberto 1976 2105 100
Sistema Sul
Minas Itabirito A céu aberto 1942 2118 100
Vargem Grande A céu aberto 1993 2054 100
Paraopeba A céu aberto 2001 2034 100
Sistema Norte
Serra Norte A céu aberto 1984 2040 100

13 http://www.anm.gov.br/dnpm/publicacoes/serie-estatisticas-e-economia-mineral/anuario-
mineral/anuario-mineral-estadual/minas-gerais/anuario-mineral-estadual-minas-gerais-anos-
base-2010-2014
14 https://www.defatoonline.com.br/ao-mercado-internacional-vale-preve-exaustao-das-minas-

de-itabira-em-10-anos/ publicado em 01/06/2018.

559
Data de
Participação da
Sistema Tipo Operando desde exaustão
Vale (%)
prevista (1)
Serra Sul A céu aberto 2016 2046 100
Serra Leste A céu aberto 2014 2060 100
(1)
Indica a vida útil da mina operacional, com a data de exaustão mais longa prevista no
complexo.
FONTE: Relatório ao Mercado Internacional, Vale, 2018.

Segundo as notícias citadas acima, a Vale cita que as minas de Itabira que começaram
a produzir em 1957 e ainda se encontram em operação, têm data prevista de exaustão
em 2028, e que algumas das minas do “Sistema Sul” da Vale poderiam estar chegando
ao fim ainda do horizonte deste Plano. Segundo a reportagem, a Vale deverá concentrar
gradativamente suas atenções para as operações no norte do país (Sistema Norte).

Supondo que a desativação da mina de Itabira possa implicar numa intensificação, ainda
que temporária, das minas do Sistema Sul, com algumas minas situadas na Bacia do
rio Paraopeba, cabe analisar o seu possível impacto. Isso será feito a partir de
simulações do potencial de expansão do setor mineral na bacia, a ser articulado pelos
cenários alternativos.

Figura 17.13 - Mina de Ardósia no Município de Paraopeba, no Baixo Paraopeba

FONTE: Rodolpho Ramina, 2018.

560
17.6. Cenários Alternativos

Enquanto os cenários tendenciais fundamentam-se na premissa de que o


comportamento no passado determina o futuro, os cenários alternativos têm por função
definir situações futuras que possam ocorrer caso novas premissas, ou “hipóteses
criativas”, que difiram das trajetórias inerciais do passado, venham a ocorrer.

Mas, uma vez que tais situações na realidade nunca ocorreram, a dificuldade desses
cenários reside justamente no fato de que não há, essencialmente, registros sobre essa
situação, portanto não há dados concretos e específicos em que basear suas projeções.
Sob esse aspecto os cenários alternativos são especulações acerca do que pode
ocorrer no futuro. No caso da metodologia de prospecção aqui aplicada, isso significa
que as trajetórias diferenciadas em relação aos cenários tendenciais devem ser
baseadas em algum tipo de inferência racionalizável, como vetores de desenvolvimento
e indicadores indiretos de crescimento populacional.

As tendências observadas na Bacia do rio Paraopeba e que abrigam o potencial de se


transformar em fatores de grande motricidade econômica e populacionais foram
relacionadas com as possíveis articulações de uso do solo, através das áreas de
conservação, mineração e áreas críticas.

Por meio das articulações de cada uma dessas áreas, foram definidos cenários
alternativos de uso e ocupação do solo, que correspondem a hipóteses adotadas em
cada um dos cenários. Os diferentes mapas de uso e ocupação do solo associados aos
cenários alternativos servem para determinar as áreas que cada atividade teria o
potencial de ocupar, em algum horizonte futuro, que pode estar situado muito além do
horizonte do Plano.

O potencial de cada atividade, em cada cenário alternativo, é então comparado com o


crescimento tendencial (cenários e projeções tendenciais) de cada atividade permitindo
uma avaliação do grau de restrição que as tendências observadas sofrerão em função
de limites de área de expansão. Essa comparação é feita na escala de Ottobacias Nível
6, que compreende 73 Ottobacias.

17.6.1. Restrição Ambiental

A existência de áreas protegidas na bacia representa um indicador importante sobre a


quantidade e qualidade do recurso hídrico da região. A manutenção das áreas de
preservação permanente (APPs), por exemplo, garante que não haverá o assoreamento
do leito principal do rio (não afetando na sua quantidade de água disponível) e atua

561
como agente inibidor de poluição, uma vez que serve como barreira natural dos corpos
hídricos.

As Áreas de Proteção Ambiental são geralmente extensas, com certo grau de ocupação
humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente
importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem
como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de
ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

As Unidades de Conservação de proteção integral objetivam a manutenção dos


ecossistemas, excluídas as alterações causadas por interferência humana, admitido
apenas o uso indireto dos seus atributos naturais. As de uso sustentável servem à
exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais
renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e demais
características ecológicas, de forma socialmente justa e economicamente viável.

Desta forma, nos Cenários Alternativos todas as Áreas de Proteção serão consideradas
como Restrição Ambiental, conforme exposto na Figura 17.14. Essa “Restrição
Ambiental” terá como a finalidade gerar as articulações entre os usos do solo
apresentadas no item 17.7.

562
45°0'0"O 44°0'0"O

Restrição Ambiental

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Unidades de Conservação !
P Principais Sedes Municipais
Limite Municipal
Áreas de Preservação Permanente
Hidrografia Principal
Reservatórios
Limite SF3: Rio Paraopeba
Declividade > 45º
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Hidrografia
FONTE: COBRAPE, 2018.
17.6.2. Áreas de Mineração

Devido à importância do setor de mineração na Bacia, esta atividade também será uma
das variáveis articuladas nos cenários. Conforme já apresentado no Produto RP02 -
Revisão do Relatório do Diagnóstico da Bacia do Rio Paraopeba, os principais minerais
extraídos na Bacia são: o minério de ferro, o manganês, a ardósia, a argila e a extração
de areia.

A atividade minerária é desenvolvida em grande parte da bacia, entretanto, a exploração


de minério de ferro e manganês concentra-se na região do Quadrilátero Ferrífero (Médio
Paraopeba) e a exploração de ardósia, argila e extração de areia se concentram na
região de baixo curso da bacia.

Para representar a área de mineração, foi utilizado o levantamento já realizado no


Produto RP02 - Revisão do Relatório do Diagnóstico da Bacia do Rio Paraopeba,
através das lavras de mineração, conforme é exposto na Figura 17.15. Foram
consideradas as lavras referentes ao ano de 2016. Além do local de exploração, foram
obtidas informações dos recursos minerais explorados, a fase atual da lavra e a área da
jazida.

564
45°0'0"O 44°0'0"O

Áreas de Mineração
(Lavras)

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Lavras de Mineração !
P Principais Sedes Municipais
Limite Municipal
Hidrografia Principal
Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório

FONTE: DNPM, 2018.


17.6.3. Áreas Críticas

A terceira articulação que será utilizada nos Cenários Alternativos são as Áreas Críticas
apresentadas no item 9.4 do RP02 - Revisão do Relatório do Diagnóstico da Bacia do
Rio Paraopeba, e replicada no Quadro 17.11.

Quadro 17.11 - Classes de Criticidade Adotadas pela NTC 002/2012/SPR/SER


Classes de Criticidade
Classe Fatores de Criticidade Identificados
Propriamente Descrição
Dita
Balanço quali ou Balanço quali ou quali-quantitativo crítico + alta
1
quali- demanda para indústria ou mineração
quantitativo
2 crítico Balanço quali ou quali-quantitativo crítico

Balanço quantitativo crítico + alta demanda para


3 Balanço
indústria ou mineração
quantitativo
4 crítico Balanço quantitativo crítico

Conflito potencial → alta demanda para indústria ou


5 mineração conjugada com outros fatores (cabeceira
Conflito e/ou captações vulneráveis para abastecimento)
potencial
Conflito potencial → cabeceira e/ou captações
6
vulneráveis para abastecimento
FONTE: Nota Técnica Conjunta 002/2012/SPR/SER, 2016.

Desta forma, foram consideradas como Áreas Críticas todas as ottobacias nível 8 que
estão classificadas como 1 ou 2, no caso do Balanço Hídrico Qualitativo; e que estão
classificadas como 3 ou 4, no caso do Balanço Hídrico Quantitativo. Essas estão
apresentadas na Figura 17.16 abaixo.

566
45°0'0"O 44°0'0"O

Áreas Críticas

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Áreas Críticas !
P Principais Sedes Municipais
Limite Municipal
Hidrografia Principal
Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório

FONTE: COBRAPE, 2018.


17.7. Resumo dos Cenários

A articulação realizada entre os usos do solo, a fim de gerar os diversos cenários, pode
ser exemplificada através da Figura 17.17. E o resultado dessas articulações pode ser
observado através das Figura 17.18, Figura 17.19 e Figura 17.20.

Figura 17.17 - Cenários Tendenciais e Alternativos

FONTE: COBRAPE, 2018.

568
45°0'0"W 44°0'0"W

Cenário Alternativo 1

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
R io
Pa
ra

Pará de Minas
op

P
!
eb

Belo Horizonte
a

Contagem
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda
Convenções Cartográficas
Área Urbana Agricultura ou Pastagem P Principais Sedes Municipais
!
Áreas de Mineração Pastagem Limite Municipal
Áreas de Restrição Ambiental Florestas Plantadas Hidrografia Principal
USO DO SOLO
Vegetação Campestre Limite SF3: Rio Paraopeba
Áreas não Vegetadas
Formações Florestais Municípios SF3: Rio Paraopeba
Corpos d'água
Formações Savanicas Rodovias Federais
Agricultura Reservatório
Formações Naturais não Florestais

FONTE: COBRAPE, 2018.


45°0'0"W 44°0'0"W

Cenário Alternativo 2

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
R io
Pa
ra

Pará de Minas
op

P
!
eb

Belo Horizonte
a

Contagem
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda
Convenções Cartográficas
Área Urbana Agricultura ou Pastagem P Principais Sedes Municipais
!
Áreas de Restrição Ambiental Pastagem Limite Municipal
Áreas de Mineração Florestas Plantadas Hidrografia Principal
USO DO SOLO
Vegetação Campestre Limite SF3: Rio Paraopeba
Áreas não Vegetadas
Formações Florestais Municípios SF3: Rio Paraopeba
Corpos d'água
Formações Savanicas Rodovias Federais
Agricultura Reservatório
Formações Naturais não Florestais

FONTE: COBRAPE, 2018.


45°0'0"W 44°0'0"W

Cenário Alternativo 3

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
R io
Pa
ra

Pará de Minas
op

P
!
eb

Belo Horizonte
a

Contagem
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda
Convenções Cartográficas
Área Urbana Agricultura ou Pastagem P Principais Sedes Municipais
!
Áreas de Restrição Ambiental Pastagem Limite Municipal
Áreas Críticas Florestas Plantadas Hidrografia Principal
Áreas de Mineração
Vegetação Campestre Limite SF3: Rio Paraopeba
USO DO SOLO
Formações Florestais Municípios SF3: Rio Paraopeba
Áreas não Vegetadas
Formações Savanicas Rodovias Federais
Corpos d'água
Formações Naturais não Florestais Reservatório
Agricultura
FONTE: COBRAPE, 2018.
A partir dessas três articulações dos Cenários Alternativos, definiram-se os seguintes
critérios:

• Nas áreas de “Restrição Ambiental” as demandas ou as cargas poluidoras serão


consideradas conforme o Cenário Atual, desta forma nessas regiões as
demandas não sofrerão aumento conforme as taxas médias dos Cenários
Tendenciais;

• As demandas ou cargas poluidoras do uso de mineração e referentes às “Áreas


de Mineração” são as únicas que – no Cenário Alternativo 1 – se sobrepõem à
“Restrição Ambiental”;

• Nas “Áreas Críticas” as demandas ou as vazões necessárias para diluição das


cargas poluidoras serão consideradas equivalentes à Q7,10, assim nesses locais
onde atualmente o consumo é superior à disponibilidade, definiu-se que haverá
um limite para a captação obedecendo a vazão de referência do critério de
outorga;

• Nas demais regiões onde não está imposta nenhuma restrição, as demandas ou
as cargas poluidoras crescem conforme as taxas de projeção dos Cenários
Tendenciais.

17.8. Análise de Riscos

O balanço quantitativo compara as demandas projetadas nos cenários com a


disponibilidade de vazões para atendê-las. Mas tanto as demandas como a
disponibilidade são variáveis aleatórias: as demandas são estimadas a partir de
hipóteses articuladas nos cenários, enquanto que a disponibilidade se caracteriza pela
variabilidade de eventos naturais de precipitação e vazão. As projeções das demandas
possuem uma dispersão por utilizarem taxas diferentes de crescimento populacional,
todas elas provenientes das hipóteses articuladas nos cenários e consideradas
possíveis de ocorrer. Já, a disponibilidade apresenta uma dispersão natural que pode
ser estimada a partir de séries históricas de eventos hidrológicos.

Neste sentido, portanto, os balanços quantitativos se caracterizam como uma análise


de risco, em que as estimativas das demandas são confrontadas com toda a distribuição
probabilística da disponibilidade. Muito além de determinar se está “faltando” ou
“sobrando” água no balanço de uma determinada bacia ou sub-bacias com base em
uma vazão de referência, essa análise permite a avaliação da probabilidade de não
atendimento das demandas, orientando ações no sentido de controlar ou reduzir riscos
inaceitáveis através da aplicação dos instrumentos de gestão previstos em lei. Tais

572
riscos são calculados com base em probabilidades, ou seja, são determinados a partir
de estatísticas de registros de dados.

Desta forma, os diversos cenários serão analisados em termos de riscos de duas


naturezas: a) risco de déficit no balanço hídrico quantitativo e b) risco de déficit no
balanço hídrico qualitativo. As análises de riscos são realizadas a partir de agregação
das informações de disponibilidade hídrica, demandas e carga poluidora que foram
determinadas em cada célula de análise.

Em ambos os casos, os riscos são quantificados em termos da probabilidade da


ocorrência de déficit em cada um desses balanços, baseando-se na permanência da
vazão necessária para equilibrar as demandas projetadas (balanço quantitativo) ou da
vazão necessária para trazer as concentrações de poluentes para dentro da faixa
adotada de enquadramento de cada trecho de rio (balanço qualitativo).

Vale notar também que as demandas consideradas nesta análise de risco incluem as
demandas superficiais e subterrâneas, sem distinção entre elas. Para as cargas
poluidoras admite-se que as condições de poluição de cada célula não se propagam
além dela, assim o Nível de Risco (NR) é calculado a partir da permanência da maior
vazão necessária para a diluição das cargas poluidoras de modo a deixar as
concentrações dentro do enquadramento vigente definido pela Deliberação Normativa
COPAM Nº 14/95 e com os usos identificados (Resolução CONAMA nº 357/2005).

Em função, portanto, da permanência das vazões equivalentes às demandas e cargas


atuais e projetadas, determina-se o NR associado ao balanço hídrico. O Quadro 17.12
apresenta os níveis de risco que serão associados aos balanços hídricos quantitativos
e qualitativos.

Quadro 17.12 – Níveis de Risco e sua Caracterização


Caracterização do Risco
Demanda ou Demanda ou
Nível de Risco Face aos Instrumentos de
Carga Poluidora ≥ Carga Poluidora ≤
Gestão
0 0 30% da Q7,10 Risco nulo
Risco praticamente nulo,
demanda/vazão de diluição
menor que a vazão mínima
1 30% da Q7,10 Q100%
registrada ou da dentro da
faixa de referência para o
instrumento de outorga.
Risco muito baixo,
demanda/vazão de diluição
2 Q100% Q7,10
dentro da faixa de referência
para o instrumento de outorga.

573
Caracterização do Risco
Demanda ou Demanda ou
Nível de Risco Face aos Instrumentos de
Carga Poluidora ≥ Carga Poluidora ≤
Gestão
Risco baixo, mas acima do
3 Q7,10 Q95% limite de aplicação do
instrumento de outorga.

Risco médio, acima da faixa de


referência para o instrumento
4 Q95% Q70%
de outorga, porém abaixo do
limite de regularização.

Risco alto, acima da faixa da


aplicação de volumes de
5 Q70% Q50% regularização intra-anuais e/ou
a criação de políticas de
gestão da demanda
Risco alto e frequente,
exigindo controle da demanda
6 Q50% QMÉDIA e a necessidade de prever
grandes volumes de
regularização.
Risco muito alto, exige gestão
integrada de demanda/vazão
7 QMÉDIA Q10%
de diluição e disponibilidade
em escala regional.

Risco muito alto, incompatível


8 Q10% Sem limite com os sistemas de gestão de
recursos hídricos.

FONTE: COBRAPE, 2018.

Cabem as seguintes observações sobre o Quadro 17.12:

• Q95%, Q70%, Q50% e Q100% se referem às vazões com permanência de 95%, 70%,
50% e 100% do tempo, respectivamente. A Q100% corresponde à vazão mínima;
• A vazão 30% da Q7,10 corresponde ao atual critério de outorga de captações no
Estado de Minas Gerais;
• A vazão Q70% foi adotada como o valor limite da capacidade de regularização
utilizando reservatórios de pequeno ou médio porte, dentro da capacidade de
regularização intra-anual.

As comparações entre as demandas e cargas poluidoras projetadas nos diversos


cenários e a disponibilidade hídrica determinada como descrito acima, assim como a
determinação do Nível de Risco associado, serão feitas inicialmente no nível de
agregação das 73 sub-bacias (ottobacias nível 6).

No nível de resolução das 11.477 células de análise a comparação entre demandas e


disponibilidades pode também ser feita, mas os resultados estariam distorcidos
apresentando situações críticas que não ocorrem necessariamente, uma vez que

574
algumas das células com balanços negativos podem facilmente ser supridas por células
vizinhas, o que realmente se observa. Portanto, esse nível de análise funciona somente
para organização dos dados, como forma de agregação dos dados e facilidade de
utilização da metodologia OLAP. Outros níveis intermediários de agregação podem ser
utilizados, como por exemplo, as ottobacias de níveis 8 ou 9.

575
18. ESTIMATIVAS DOS CENÁRIOS

18.1. Projeções das Demandas Hídricas

A projeção das demandas hídricas teve como ponto de partida as demandas hídricas
captadas totais dispostas no RP02 - Revisão do Relatório do Diagnóstico da Bacia do
Rio Paraopeba, para cada um dos setores usuários: abastecimento público, indústria,
pecuária, agricultura, mineração, pesca e aquicultura e urbanização e paisagismo.

Cabe destacar que as demandas de pesca e aquicultura e de urbanização e


paisagismos não possuem projeções, pois não apresentam consumo, e a suas
captações são insignificantes do ponto de vista de quantidade de água.

18.1.1. Abastecimento Público

As demandas do abastecimento público em geral estão diretamente relacionadas com


o crescimento populacional em cada município. As taxas anuais médias de crescimento
populacional, conforme apresentado no item 17.5.1, e foram aplicadas à demanda
registrada por intermédio das células do cubo para produzir as projeções tendenciais,
uma de longo prazo e outra de curto prazo. Da mesma forma foram projetadas as
demandas da população rural.

Já as projeções tendenciais das demandas dos sistemas que abastecem a RMBH


contemplaram a evolução populacional dos municípios da microrregião de Belo
Horizonte, que inclui não só os municípios da bacia. Da mesma forma, foram definidas
uma projeção de longo prazo e outra de curto prazo com base nos dados censitários da
microrregião dos anos de 1996, 2000 e 2010.

Os resultados das demandas de abastecimento público para os Cenários Tendenciais


estão apresentados no Quadro 18.1.

Quadro 18.1 - Demandas de Abastecimento Público – Cenários Tendenciais

Demanda de Curto Demanda de Longo


Demanda Atual Total
Sub-bacia Prazo Total Captada Prazo Total Captada
Captada (L/s)
(L/s) (L/s)
ALTO 926,08 1.224,14 1.268,21
BAIXO 314,46 410,78 435,23
MÉDIO 13.232,47 18.598,10 21.454,65
Total 14.473,01 20.233,02 23.158,09
FONTE: COBRAPE, 2018.

Para os Cenários Alternativos as demandas de abastecimento público permanecem


variando com as taxas dos Cenários Tendenciais, e somente no Cenário Alternativo 3

576
há uma diminuição baseada na Restrição Ambiental imposta. Desta forma, nas células
onde há restrição ambiental a demanda de abastecimento público permanece conforme
o padrão atual. Os resultados das demandas de abastecimento público para os Cenários
Alternativos estão apresentados no Quadro 18.2.

577
Quadro 18.2 - Demandas de Abastecimento Público – Cenários Alternativos

Cenário Alternativo 1 Cenário Alternativo 2 Cenário Alternativo 3

Demanda Atual
Sub-bacia Total Captada Demanda de Demanda de Demanda de Demanda de Demanda de Demanda de
(L/s) Curto Prazo Longo Prazo Curto Prazo Longo Prazo Curto Prazo Longo Prazo
Total Captada Total Captada Total Captada Total Captada Total Captada Total Captada
(L/s) (L/s) (L/s) (L/s) (L/s) (L/s)

ALTO 926,08 1.224,14 1.268,21 1.224,14 1.268,21 932,10 935,57

BAIXO 314,46 410,78 435,23 410,78 435,23 322,87 322,56

MÉDIO 13.232,47 18.598,10 21.454,65 18.598,10 21.454,65 13.282,85 13.304,54

Total 14.473,01 20.233,02 23.158,09 20.233,02 23.158,09 14.537,81 14.562,67


FONTE: COBRAPE, 2018.

578
18.1.2. Industrial

As demandas associadas ao setor industrial, excluindo-se aquelas do setor mineral,


tiveram suas projeções tendenciais calculadas com base nas taxas médias de
crescimento populacional para as microrregiões onde se inserem. Também para estas
foram traçadas duas projeções tendenciais – uma de longo prazo e outra de curto prazo,
conforme estão apresentados os resultados no Quadro 18.3.

Quadro 18.3 - Demandas Industriais – Cenários Tendenciais


Demanda de Curto Demanda de Longo
Demanda Atual Total
Sub-bacia Prazo Total Captada Prazo Total Captada
Captada (L/s)
(L/s) (L/s)
ALTO 12.762,01 17.130,38 17.399,71
BAIXO 2.625,82 3.828,35 4.084,43
MÉDIO 12.433,99 17.402,63 19.501,84
Total 27.821,82 38.361,36 40.985,98
FONTE: COBRAPE, 2018.

Para os Cenários Alternativos as demandas industriais permanecem variando com as


taxas dos Cenários Tendenciais, havendo uma diminuição baseada nas Restrições
Ambientais e nas Áreas Críticas impostas. Desta forma, nas células onde há restrição
ambiental a demanda industrial permanece conforme o padrão atual, e onde estão
localizadas as Áreas Críticas do Cenário Atual as demandas se restringem à Q7,10. Os
resultados das demandas industriais para os Cenários Alternativos estão apresentados
no Quadro 18.4.

579
Quadro 18.4 - Demandas Industriais – Cenários Alternativos

Cenário Alternativo 1 Cenário Alternativo 2 Cenário Alternativo 3

Demanda Atual
Sub-bacia Total Captada Demanda de Demanda de Demanda de Demanda de Demanda de Demanda de
(L/s) Curto Prazo Longo Prazo Curto Prazo Longo Prazo Curto Prazo Longo Prazo
Total Captada Total Captada Total Captada Total Captada Total Captada Total Captada
(L/s) (L/s) (L/s) (L/s) (L/s) (L/s)

ALTO 12.762,01 13.150,80 13.173,31 13.150,80 13.173,31 5.580,69 5.581,22

BAIXO 2.625,82 3.069,93 3.164,45 3.069,93 3.164,45 168,97 170,30

MÉDIO 12.433,99 14.304,23 15.029,10 14.304,23 15.029,10 2.263,68 2.292,36

Total 27.821,82 30.524,95 31.366,86 30.524,95 31.366,86 8.013,34 8.043,88


FONTE: COBRAPE, 2018.

580
18.1.3. Agroindustrial

As demandas agroindustriais estão associadas ao setor agrícola, desta forma para as


mesmas foram consideradas as taxas anuais médias de crescimento da área plantada
determinadas para cada microrregião conforme apresentado no item 17.5.2.2, e foram
aplicadas à demanda registrada por intermédio das células do cubo para produzir as
projeções tendenciais, uma de longo prazo e outra de curto prazo.

Os resultados das demandas agroindustriais para os Cenários Tendenciais estão


apresentados no Quadro 18.5.

Quadro 18.5 - Demandas Agroindustriais – Cenários Tendenciais


Demanda de Curto Demanda de Longo
Demanda Atual Total
Sub-bacia Prazo Total Captada Prazo Total Captada
Captada (L/s)
(L/s) (L/s)
ALTO 787,33 5.232,17 1.089,16
BAIXO 26,60 1.619,59 57,94
MÉDIO 2.507,94 4.151,61 3.311,96
Total 3.321,87 11.003,37 4.459,06
FONTE: COBRAPE, 2018.

Para os Cenários Alternativos a demanda agroindustrial varia com as taxas dos


Cenários Tendenciais, havendo uma diminuição baseada nas Restrições Ambientais e
nas Áreas Críticas impostas. Desta forma, nas células onde há restrição ambiental a
demanda agropecuária permanece conforme o padrão atual, e onde estão localizadas
as Áreas Críticas do Cenário Atual as demandas se restringem à Q7,10. Os resultados
das demandas agroindustriais para os Cenários Alternativos estão apresentados no
Quadro 18.6.

581
Quadro 18.6 - Demandas Agroindustrial – Cenários Alternativos

Cenário Alternativo 1 Cenário Alternativo 2 Cenário Alternativo 3

Demanda Atual
Demanda de Demanda de Demanda de Demanda de Demanda de Demanda de
Sub-bacia Total Captada
Curto Prazo Longo Prazo Curto Prazo Longo Prazo Curto Prazo Longo Prazo
(L/s)
Total Captada Total Captada Total Captada Total Captada Total Captada Total Captada
(L/s) (L/s) (L/s) (L/s) (L/s) (L/s)

ALTO 787,33 1.174,98 853,11 1.174,98 853,11 91,51 66,69

BAIXO 26,60 477,25 43,90 477,25 43,90 476,06 42,72

MÉDIO 2.507,94 2.510,75 2.513,60 2.510,75 2.513,60 1.403,46 1.404,23

Total 3.321,87 4.162,98 3.410,61 4.162,98 3.410,61 1.971,03 1.513,63


FONTE: COBRAPE, 2018.

582
18.1.4. Pecuária

As demandas de pecuária em geral estão ligadas com o crescimento dos rebanhos em


cada município. As taxas anuais médias foram determinadas para cada microrregião
conforme apresentado no item 17.5.2.3, e foram aplicadas à demanda registrada por
intermédio das células do cubo para produzir as projeções tendenciais, uma de longo
prazo e outra de curto prazo.

Os resultados das demandas de pecuária para os Cenários Tendenciais estão


apresentados no Quadro 18.7.

Quadro 18.7 - Demandas de Pecuária– Cenários Tendenciais


Demanda de Curto Demanda de Longo
Demanda Atual Total
Sub-bacia Prazo Total Captada Prazo Total Captada
Captada (L/s)
(L/s) (L/s)
ALTO 92,91 214,62 105,21
BAIXO 58,95 85,82 55,43
MÉDIO 121,17 116,43 107,55
Total 273,04 416,86 268,18
FONTE: COBRAPE, 2018.

Para os Cenários Alternativos a demanda pecuária varia com as taxas dos Cenários
Tendenciais, havendo uma diminuição baseada nas Restrições Ambientais e nas Áreas
Críticas impostas. Desta forma, nas células onde há restrição ambiental a demanda
agropecuária permanece conforme o padrão atual, e onde estão localizadas as Áreas
Críticas do Cenário Atual as demandas se restringem à Q7,10. Os resultados da demanda
pecuária para os Cenários Alternativos estão apresentados no Quadro 18.8.

583
Quadro 18.8 - Demanda Pecuária – Cenários Alternativos

Cenário Alternativo 1 Cenário Alternativo 2 Cenário Alternativo 3

Demanda Atual
Demanda de Demanda de Demanda de Demanda de Demanda de Demanda de
Sub-bacia Total Captada
Curto Prazo Longo Prazo Curto Prazo Longo Prazo Curto Prazo Longo Prazo
(L/s)
Total Captada Total Captada Total Captada Total Captada Total Captada Total Captada
(L/s) (L/s) (L/s) (L/s) (L/s) (L/s)

ALTO 92,91 134,84 96,24 134,84 96,24 130,80 93,74

BAIXO 58,95 76,52 57,28 76,52 57,28 74,45 55,27

MÉDIO 121,17 119,28 118,20 119,28 118,20 111,61 110,41

Total 273,04 330,64 271,72 330,64 271,72 316,86 259,42


FONTE: COBRAPE, 2018.

584
18.1.5. Mineração

As demandas de mineração estão relacionadas com o ritmo de crescimento da


produção do minério de ferro bruto. As taxas anuais médias foram determinadas para o
curto prazo e longo prazo conforme apresentado no item 17.5.2.4, e foram aplicadas à
demanda registrada por intermédio das células do cubo para produzir as projeções
tendenciais, uma de longo prazo e outra de curto prazo.

Os resultados das demandas de mineração para os Cenários Tendenciais estão


apresentados no Quadro 18.9.

Quadro 18.9 - Demandas de Mineração – Cenários Tendenciais


Demanda de Curto Demanda de Longo
Demanda Atual Total
Sub-bacia Prazo Total Captada Prazo Total Captada
Captada (L/s)
(L/s) (L/s)
ALTO 4.359,53 10.591,91 13.848,72
BAIXO 4.225,75 10.266,87 13.423,74
MÉDIO 7.434,00 18.061,61 23.615,22
Total 16.019,28 38.920,38 50.887,68
FONTE: COBRAPE, 2018.

Para os Cenários Alternativos as demandas de mineração variam com as taxas dos


Cenários Tendenciais, havendo uma diminuição baseada nas Restrições Ambientais e
nas Áreas Críticas impostas. Desta forma, nas células onde há restrição ambiental a
demanda de mineração permanece conforme o padrão atual, e onde estão localizadas
as Áreas Críticas do Cenário Atual as demandas se restringem à Q7,10. Os resultados
das demandas de mineração para os Cenários Alternativos estão apresentados no
Quadro 18.10.

585
Quadro 18.10 - Demandas de Mineração – Cenários Alternativos

Cenário Alternativo 1 Cenário Alternativo 2 Cenário Alternativo 3

Demanda Atual
Demanda de Demanda de Demanda de Demanda de Demanda de Demanda de
Sub-bacia Total Captada
Curto Prazo Longo Prazo Curto Prazo Longo Prazo Curto Prazo Longo Prazo
(L/s)
Total Captada Total Captada Total Captada Total Captada Total Captada Total Captada
(L/s) (L/s) (L/s) (L/s) (L/s) (L/s)

ALTO 4.359,53 9.236,59 12.076,67 4.379,17 4.389,42 1.768,69 1.771,23

BAIXO 4.225,75 9.981,95 13.051,21 4.305,78 4.347,60 1.411,62 1.421,91

MÉDIO 7.434,00 15.649,33 20.461,21 7.643,24 7.752,58 4.391,37 4.499,20

Total 16.019,28 34.867,87 45.589,10 16.328,18 16.489,60 7.571,68 7.692,34


FONTE: COBRAPE, 2018.

586
18.2. Projeções das Cargas Poluidoras

Por meio do processamento das informações disponíveis, a análise das cargas no


prognóstico foi realizada para cinco tipologias de diferentes origens: doméstica;
industrial; de mineração, pecuária e difusa.

Para o cálculo da carga de origem doméstica, além das projeções populacionais,


buscou-se utilizar os dados de planejamento em esgotamento sanitário dos municípios
por meio do levantamento dos projetos indicados nos Planos Municipais de Saneamento
Básico e ações previstas disponibilizadas pelas prestadoras. As informações levantadas
nos PMSB estão resumidas no Quadro 18.11 e as fornecidas pela COPASA no Quadro
18.12.

587
Quadro 18.11 - Informações dos Planos Municipais de Saneamento Básico

Município Situação Prevista


Segundo informações da Prefeitura, existe um projeto de lei para implantação de fossas sépticas em unidades com mais de
Betim
um domicílio. Não há nada específico para ampliação de ETE.
Ainda não há previsão de investimento para o município no que diz respeito à ampliação do sistema de esgotamento sanitário.
Existem projetos para ampliação da rede e implantação do tratamento coletivo dos esgotos nas localidades rurais e distritos.
Congonhas
Sistemas nos Distritos e localidades rurais: foi informado que existe um planejamento para desativar todas as ETE's, para
futuramente construir novas instalações, entretanto não há previsão devido à falta de recursos.
Conselheiro Lafaiete Não há nada específico para ampliação de ETE no PMSB.
Bacia do Arrudas: a COPASA desenvolve projetos para melhorar, ampliar, corrigir e aumentar a capacidade do sistema de
esgotamento sanitário na bacia. No Município de Contagem também estão sendo executadas as seguintes obras: Tratamento
Contagem de esgoto na Bacia de Vargem das Flores e controle do odor da Estação localizada no bairro Nova Contagem. Há um projeto
de implantação de rede coletora e de uma estação de tratamento de esgotos específica para esse bairro (Nova Contagem),
com reversão dos efluentes da ETE para a bacia vizinha, no município de Esmeraldas.
O município dispõe de rede coletora separadora de esgotos, entretanto, não há Estação de Tratamento de Esgotos (ETE).
Cristiano Otoni Objetivo: Ampliar os SES na Sede Municipal, considerando a demanda atual e futura, tendo em vista a ampliação da rede
coletora e ampliação da estação de tratamento para 100% da Sede

A principal deficiência da ETE, apontadas pela prestadora e pela população, é o processo de secagem do lodo e o controle
Curvelo do odor durante o processo. Existem áreas, no perímetro da ETE, que podem servir para uma futura ampliação dos
mecanismos que compõem o sistema.
Segundo a Prefeitura Municipal, o município conseguiu um recurso de R$ 4.390.290,76, disponibilizado pela Fundação
Nacional de Saúde (FUNASA), para a construção de uma ETE na sede municipal, sendo que já conta com um local adequado
Entre Rios de Minas para a sua construção. Entretanto, o projeto não foi aceito por não atender à demanda de efluentes líquidos gerados no
município, devido a um erro de cálculo. Atualmente, já foi liberada a primeira parcela do Termo de Compromisso - TC/PAC
n.º 092/2012 -, que deverá constar como “obras em fase de ajustes com recursos já aprovados”.

Segundo informações disponibilizadas pela COPASA, não são realizadas análises da qualidade da água dos corpos
Igarapé receptores do Município de Igarapé, e até o momento não há previsão de instalação da ETE para tratar os esgotos gerados
pela população.

A construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), no Distrito Industrial – C.D.I, teve seu início em abril de 2012 e
Itaúna
visa a recuperação ambiental do Rio São João.

588
Município Situação Prevista

Não há Estação de Tratamento de esgotos. De acordo com informações da Secretaria, não existem registros ou
Jeceaba
documentos oficiais relacionados ao cadastro das solicitações dos serviços de esgotamento sanitário.

Com relação ao esgotamento sanitário, o maior gargalo do município é o término da construção da Estação de Tratamento
Ouro Preto de Esgoto – ETE e construção dos interceptores para interligação das redes coletoras de esgoto, já instaladas na sede do
município, retirando todo o efluente que hoje é lançado in natura nos corpos hídricos do município.

Distrito Sede: A ETE está em funcionamento contemplando a 1.ª etapa com capacidade de tratamento para 180 l/s. Existe a
Pará de Minas previsão de implantação da 2ª etapa para tratamento de 240 l/s. Além da ampliação necessária, será considerada a
necessidade de investimento na atual ETE para que ocorra a correta queima do gás gerado no processo de tratamento.

Objetivo: Ampliar os SES na Sede Municipal, considerando a demanda atual e futura, tendo em vista a ampliação da rede
Pequi
coletora e ampliação da estação de tratamento para 100% da Sede;

Queluzito O PMSB Indica ao município a ampliação da ETE e da rede coletora, separando-a da rede de drenagem pluvial.

Objetivo do PMSB ao longo do horizonte de planejamento de 20 anos: Instalação de Estação de tratamento de esgoto para
São Bras do Suaçui
a população da Sede.

Sarzedo Não há nada específico sobre ETE no PMSB.


FONTE: Prefeitura Municipal de Betim, 2015; Prefeitura Municipal de Congonhas, 2016; Prefeitura Municipal de Conselheiro Lafaiete, 2015; Prefeitura
Municipal de Contagem, 2013; Prefeitura Municipal de Cristiano Otoni, 2015; Prefeitura Municipal de Curvelo; 2015; Prefeitura Municipal de Entre Rios de
Minas, 2015; Prefeitura Municipal de Igarapé, 2015; Prefeitura Municipal de Itaúna, 2013; Prefeitura Municipal de Jeceaba, 2015; Prefeitura Municipal de
Ouro Preto, 2013; Prefeitura Municipal de Pará de Minas, 2014; Prefeitura Municipal de Pequi, 2015; Prefeitura Municipal de Queluzito, 2015; Prefeitura
Municipal de São Brás do Suaçui, 2015; Prefeitura Municipal de Sarzedo, 2010.

589
Quadro 18.12 - Informações de Investimento Previsto da COPASA

Município ETE Investimento Previsto


ETE Melhoria estrutural do reator UASB em ferrocimento e
Betim
Teixeirinha implantação de interceptor na Vila Kennedy
ETE Mirante Implantação de pós tratamento
ETE Ecológica Implantação de pós tratamento
Brumadinho
Implantação do SES, da rede, constituído por ligações prediais,
ETE Sede redes coletoras, interceptores, estações elevatórias e ETE
(tratamento secundário)
ETE de Nova
Contagem Ampliação da ETE, com ampliação da vazão
Contagem
As duas ETE’s implantadas estão em fase de elaboração de
Conselheiro ETE
projetos para ampliação do atendimento do tratamento de
Lafaiete Bananeiras
esgoto comtemplando: rede, interceptor e possíveis elevatórias
ETE Bairro
Esmeraldas Execução da urbanização e impermeabilização das lagoas
Novo Retiro
Implantação de interceptores, estações elevatórias e
Ibirité ETE Ibirité
travessias
Ampliação do SES, compreendendo a implantação de redes
Mateus ETE Mateus
coletoras, ligações prediais, elevatórias, interceptor e
Leme Leme
ampliação da ETE existente
Implantação do SES, redes coletoras e ETE (tratamento
Juatuba ETE Juatuba
secundário)
Implantação do SES e da rede, constituído por ligações
Sarzedo ETE Sarzedo prediais, redes coletoras, interceptores, estações elevatórias e
ETE (tratamento secundário)
FONTE: COPASA, 2018.

Observou-se que as informações disponíveis são bastante superficiais, dificultando o


uso das mesmas na quantificação das cargas. Dessa forma, para as projeções das
cargas domésticas nos cenários, foram realizadas algumas considerações quanto aos
índices e sistemas de esgotamento sanitário.

No que se refere aos índices de coleta e tratamento urbano, utilizou-se os índices atuais,
com exceção dos municípios com previsão de construção de uma ETE dentro do
horizonte do PMSB e que possuem atualmente o ICT igual a zero. Situação que ocorre
em Entre Rios de Minas, Itaúna, Ouro Preto e São Brás do Suaçui. Nesses casos, foi
considerado que o índice coletado e não tratado atual corresponderia ao ICT no ano de
2035. Nos demais casos não houve alteração.

A estimativa de cargas poluidoras dos cenários tendenciais na etapa do Prognóstico


teve como base a mesma metodologia utilizada na situação atual, descrita no RP2b,
variando-se apenas os fatores ligados aos cenários propostos, tais como população e
uso do solo. Para os cenários alternativos, o cálculo da carga foi conforme a estimativa
das demandas.

O Quadro 18.13 apresenta as cargas estimadas para os cenários tendenciais, onde


nota-se que os valores quase dobram em relação ao calculado para a situação atual,

590
sendo que na projeção de longo prazo, as cargas são pouco maiores que na de curto
prazo. Nos dois cenários, mais da metade da carga gerada é sempre referente ao setor
doméstico e em todas as sub-bacias, sendo que o setor industrial também tem alta
representatividade, sobretudo no Alto Paraopeba.

Quadro 18.13 - Cargas de DBO Estimadas para os Cenários Tendenciais


Carga Atual Total Projeção Curto Prazo Projeção Longo Prazo
Sub-bacia
Captada (kg/dia) (kg/dia) (kg/dia)
ALTO 22.142,40 30.631,84 30.331,44
BAIXO 3.388,82 4.533,72 4.692,96
MÉDIO 40.083,48 69.837,67 84.325,50
Total 65.614,71 105.003,22 119.349,90

FONTE: COBRAPE, 2018.

No que se refere aos cenários alternativos, as estimativas estão descritas no Quadro


18.14, onde a maior carga refere ao Alternativo 2 de longo prazo enquanto que a menor
é observada no Alternativo de curto prazo. Tal situação demonstra que a manutenção
de áreas verdes e de proteção natural contribui para a melhoria da qualidade da água.

Quadro 18.14 - Cargas de DBO Estimadas para os Cenários Alternativos


Cenário Alternativo Cenário Alternativo Cenário Alternativo
Carga 1 2 3
Sub- Atual Projeção Projeção Projeção Projeção Projeção Projeção
bacia Total Curto Longo Curto Longo Curto Longo
(kg/dia) Prazo Prazo Prazo Prazo Prazo Prazo
(kg/dia) (kg/dia) (kg/dia) (kg/dia) (kg/dia) (kg/dia)
ALTO 21.893,82 27.086,15 26.845,10 27.067,26 26.815,21 16.242,29 16.636,85

BAIXO 3.198,16 4.135,35 4.301,03 4.113,28 4.267,19 3.236,27 3.271,01

MÉDIO 39.736,52 68.041,02 82.101,10 68.009,90 82.051,69 47.453,78 51.963,28

Total 64.828,50 99.262,52 113.247,23 99.190,44 113.134,09 66.932,34 71.871,14

FONTE: COBRAPE, 2018.

Em todos os cenários e para todas as bacias, a maior fonte de poluição é novamente a


doméstica, corroborando para a importância no investimento em infraestrutura de
saneamento para a população, sobretudo urbana.

18.3. Estimativas das Disponibilidades

Um dos desafios da etapa do Prognóstico estava relacionado à estimativa das


disponibilidades hídricas superficiais dos três trechos da bacia (Alto, Médio e Baixo) do
rio Paraopeba.

A metodologia de elaboração dos cenários estratégicos, proposta pela COBRAPE no


Plano de Trabalho, se baseia na curva de permanência das vazões, pois entende que

591
todos os usuários de água convivem com um risco de não atendimento da demanda no
sistema de gestão, sendo que esse risco tem uma relação direta com a permanência da
vazão observada na série histórica disponível.

No caso da Bacia do rio Paraopeba, os dados de disponibilidade hídrica superficial


disponibilizados na etapa do Diagnóstico estavam regionalizados por trecho de rio,
estando disponíveis apenas as vazões mínimas de estiagem (Q95% e Q7,10) e as vazões
médias de longo período.

Como o intuito principal da COBRAPE era utilizar a mesma base de dados em todas as
etapas do Plano, para manter a homogeneidade das informações, a equipe técnica
avaliou diferentes formas para se apropriar da regionalização da bacia, sem descartar
as curvas de permanência de vazões.

A solução que apresentou a melhor aderência foi a utilização de um posto fluviométrico


para cada trecho da bacia (Alto, Médio e Baixo), os quais foram utilizados para a
obtenção de curvas de permanência de vazões específicas (L/s.km²), consideradas
como referência para os respectivos trechos.

Os dados das estações fluviométricas utilizadas para a realização dos cálculos, assim
como o período (em anos) das séries históricas, são apresentados no Quadro 18.15.

Quadro 18.15 - Estações Fluviométricas Utilizadas no Estudo

Órgão Período
Código Sub-bacia Nome Latitude Longitude
Responsável (anos)
4071000
Baixo BELO VALE -20,4083 -44,0217 ANA 1967 - 2007
0
4074000 ALBERTO
Médio -20,1545 -44,1643 ANA 1967 - 2007
0 FLORES
4085000 PONTE DA
Alto -19,4226 -44,5474 ANA 1967 - 2007
0 TAQUARA
FONTE: Hidroweb, 2018.

A Figura 18.1 apresenta as curvas de permanência de cada um dos trechos da bacia.

592
Figura 18.1 - Curva de Permanência de Vazões Específicas do Rio Paraopeba

FONTE: COBRAPE, 2018.

Com as curvas de permanência definidas, as vazões de interesse foram obtidas a partir


da consideração das áreas incrementais da bacia, sendo adotada a mesma abordagem
que o estudo de regionalização disponibilizado pelo IGAM. Os resultados finais,
acumulados em cada um dos trechos da bacia, são apresentados no Quadro 18.16
abaixo.

Quadro 18.16 - Vazões Específicas por Trecho

Baixo (40710000) Médio (40740000) Alto (40850000)


Permanência
(L/s.km²) (L/s.km²) (L/s.km²)

100% 1,82 3,32 1,16


95% 5,34 2,89 2,27
90% 6,21 3,26 2,96
85% 6,90 3,63 3,56
80% 7,40 3,93 4,13
75% 7,98 4,22 4,79
70% 8,59 4,67 5,51
65% 9,21 5,19 6,09
60% 10,04 5,78 6,65
55% 10,87 6,07 7,75
50% 11,62 6,96 8,88
45% 12,67 7,41 10,02

593
Baixo (40710000) Médio (40740000) Alto (40850000)
Permanência
(L/s.km²) (L/s.km²) (L/s.km²)

40% 13,86 8,22 11,56


35% 15,34 8,59 13,37
30% 17,11 9,11 15,40
25% 19,28 10,74 17,95
20% 22,42 11,56 21,02
15% 26,14 14,96 25,36
10% 33,03 19,63 32,83
5% 45,85 22,96 43,41
Q7,10 3,33 2,35 0,60
QMED 16,94 8,40 13,60
FONTE: COBRAPE, 2018.

18.4. Balanço Hídrico Quantitativo

O balanço hídrico quantitativo considerou a metodologia de níveis de risco apresentada


no item 17.8 e se trata da comparação entre as disponibilidades hídricas, considerando
a curva de permanência; e as demandas atuais e projetadas.

Embora tanto as demandas como as disponibilidades tenham sido determinados no


nível das 11.477 células do cubo, estas foram agregadas em outros níveis (ou “escalas”)
para a avaliação do Nível de Risco (NR) dos balanços quantitativos. A agregação em
escalas maiores é parte do procedimento utilizado na metodologia dos cenários na
inspeção daquelas sub-bacias que podem apresentar riscos significativos e implica a
utilização da codificação em ottobacias com a qual é montado o banco de dados de
informações georreferenciadas (o “cubo”).

A avaliação dos NRs dos cenários foi feita utilizando as 73 ottobacias no nível 6, como
mostra a Figura 18.2. Esta escala de análise permitiu identificar aquelas sub-bacias
hidrográficas nas quais, segundo os cenários concebidos, os níveis de risco tendem a
aumentar significativamente no horizonte do Plano.

594
45°0'0"O 44°0'0"O

Ottobacias Nível 6

Curvelo
!
P
749622
749619 749626
749621 749627 749629
749623 749625
749628
749631 749624
19°0'0"S 19°0'0"S

749632 749633

Pompéu 749635
!
P
749636

749637 749638
749634
749639

749641 Sete Lagoas


749642
!
P
749643
749644

749645 749647
749651 749648
749646
749649

Esmeraldas
749652 749653 !
P
749654
Pará de Minas
!
P
749655 Belo Horizonte
749657
749658
!
P !
P
20°0'0"S Contagem Ibirité 20°0'0"S
749656
!
P
Itaúna 749659
!
P
749671
749661
749662 749673

749663
749664
749672
749666 749667 749675

Ouro Preto
749668
749669
749677 !
P
749676
749694
749674 749679 Congonhas
749695
749693 !
P 749696
749678 749691
BA
MT 749697
749681
DF 749682 749683 Conselheiro
749699 Lafaiete
GO
!
P
749685 749698
749692
749688 749687

Belo Horizonte ES 749689 749684


^ 749686

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Convenções Cartográficas
!
P Principais Sedes Municipais
Limite Municipal
Hidrografia Principal
Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório

FONTE: COBRAPE, 2018.


A Figura 18.3 representa os Cenários Tendenciais e a Figura 18.4, a Figura 18.5, e a
Figura 18.6 foram elaboradas a partir dos resultados da análise de risco do balanço
quantitativo no horizonte do Plano (2040) para os Cenários Alternativos.

O Quadro 18.17 apresenta a síntese da análise do risco do balanço hídrico quantitativo


para todos os cenários no horizonte do Plano, o ano de 2040. Os Níveis de Risco estão
mostrados para as 73 ottobacias nível 6 em que as estimativas das demandas e das
disponibilidades foram agregadas.

O Quadro 18.17 também mostra o Nível de Risco dos balanços contemplando as


demandas determinadas no diagnóstico. É também mostrada a porcentagem da área
de cada ottobacia nível 6 em relação à área total da Bacia do Paraopeba. Os valores
exibidos foram coloridos de forma a evidenciar aqueles cenários (colunas) e ottobacias
(linhas) em que o NR é mais significativo, utilizando uma escala que vai do verde (NR
zero) ao vermelho (NR 8).

596
Quadro 18.17 - Níveis de Risco do Balanço Quantitativo nos Cenários
Cenários Tendenciais Cenário Alternativo 1 Cenário Alternativo 2 Cenário Alternativo 3

Relação à Área
% da Otto6 em

Longo Prazo

Longo Prazo

Longo Prazo

Longo Prazo
Curto Prazo

Curto Prazo

Curto Prazo

Curto Prazo
Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de
Total
Sub- Ottobacias
Nome do Rio
bacias Nível 6

ALTO 749674 Rio Macaúbas 3,97% 3 4 3 3 3 3 2 2


ALTO 749675 Rio Paraopeba 1,02% 4 4 3 3 3 3 1 1
ALTO 749676 Ribeirão Cordeiros 1,23% 0 0 0 0 0 0 0 0
ALTO 749677 Rio Paraopeba 1,09% 6 5 6 5 6 5 4 4
Ribeirão dos Paivas
749678 1,34% 0 0 0 0 0 0 0 0
ALTO ou Pedra
ALTO 749679 Rio Paraopeba 1,05% 8 8 8 8 8 8 7 7
Ribeirão São José
749681 0,66% 0 0 0 0 0 0 0 0
ALTO da Ponte Nova
Ribeirão Caiuaba de
749682 1,80% 0 0 0 0 0 0 0 0
ALTO Cima
ALTO 749683 Rio Brumado 0,19% 1 2 0 0 0 0 0 0
ALTO 749684 Rio Camapuã 2,44% 3 1 2 1 2 1 0 0
ALTO 749685 Rio Paraopeba 1,13% 0 0 0 0 0 0 0 0
ALTO 749686 Rio Brumado 1,37% 4 3 4 3 4 3 1 0
ALTO 749687 Rio Paraopeba 0,08% 0 0 0 0 0 0 0 0
Ribeirão São José
749688 0,48% 0 0 0 0 0 0 0 0
ALTO da Ponte Nova
ALTO 749689 Rio Paraopeba 1,04% 6 6 3 1 4 4 1 0
ALTO 749691 Rio Paraopeba 0,31% 0 1 0 0 0 1 0 0
ALTO 749692 Rio Paraopeba 4,98% 1 1 1 1 1 1 0 0
ALTO 749693 Ribeirão dos Paulos 0,44% 7 7 7 7 6 6 6 6

597
Cenários Tendenciais Cenário Alternativo 1 Cenário Alternativo 2 Cenário Alternativo 3

Relação à Área
% da Otto6 em

Longo Prazo

Longo Prazo

Longo Prazo

Longo Prazo
Curto Prazo

Curto Prazo

Curto Prazo

Curto Prazo
Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de
Total
Sub- Ottobacias
Nome do Rio
bacias Nível 6

Córrego Santo
749694 0,37% 7 8 7 8 7 7 4 4
ALTO Antônio ou Lagarto
ALTO 749695 Rio Maranhão 0,76% 7 7 7 7 7 7 6 6
ALTO 749696 Ribeirão Soledade 2,04% 7 7 6 6 6 6 1 2
ALTO 749697 Rio Maranhão 0,26% 0 3 0 0 0 0 0 0
ALTO 749698 Ribeirão Bananeiras 0,82% 5 5 4 4 4 4 4 4
ALTO 749699 Rio Ventura Luís 1,28% 8 7 6 6 6 6 3 3
MÉDIO 749641 Ribeirão São João 0,01% 0 0 0 0 0 0 0 0
MÉDIO 749642 Ribeirão São João 2,77% 4 5 4 4 4 4 0 1
Ribeirão dos
749643 0,52% 4 4 4 4 1 1 1 1
MÉDIO Macacos
Córrego Riacho
749644 0,25% 0 0 0 0 0 0 0 0
MÉDIO Fundo
Ribeirão dos
749645 0,55% 3 4 3 3 2 2 2 2
MÉDIO Macacos
Córrego Carreira
749646 0,17% 0 1 0 1 0 1 0 0
MÉDIO Comprida
Ribeirão dos
749647 0,05% 0 0 0 0 0 0 0 0
MÉDIO Macacos
Ribeirão dos
749648 1,33% 7 7 7 7 7 7 0 0
MÉDIO Macacos
MÉDIO 749649 Ribeirão do Cipó 1,39% 2 3 1 2 1 1 1 1
MÉDIO 749651 Rio Paraopeba 5,27% 7 7 6 7 4 4 3 3
Ribeirão Cova
749652 1,77% 0 0 0 0 0 0 0 0
MÉDIO d'Anta

598
Cenários Tendenciais Cenário Alternativo 1 Cenário Alternativo 2 Cenário Alternativo 3

Relação à Área
% da Otto6 em

Longo Prazo

Longo Prazo

Longo Prazo

Longo Prazo
Curto Prazo

Curto Prazo

Curto Prazo

Curto Prazo
Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de
Total
Sub- Ottobacias
Nome do Rio
bacias Nível 6

MÉDIO 749653 Rio Paraopeba 1,82% 1 1 0 1 0 1 0 0


MÉDIO 749654 Ribeirão Grande 3,34% 7 7 7 7 6 7 2 3
MÉDIO 749655 Rio Paraopeba 1,95% 5 5 5 1 5 1 0 0
MÉDIO 749656 Ribeirão Serra Azul 3,70% 6 7 6 6 6 6 5 5
MÉDIO 749657 Rio Paraopeba 0,62% 7 7 7 7 7 7 6 6
MÉDIO 749658 Rio Betim 2,03% 5 6 5 6 5 6 4 4
MÉDIO 749659 Rio Paraopeba 3,56% 8 8 7 8 7 7 5 5
MÉDIO 749661 Rio Manso 0,41% 8 8 8 8 8 8 8 8
MÉDIO 749662 Rio Veloso 1,77% 5 5 5 5 4 4 1 1
MÉDIO 749663 Rio Manso 0,99% 1 1 1 1 1 1 0 0
MÉDIO 749664 Córrego Barreiro 0,24% 1 1 1 1 1 1 1 1
MÉDIO 749665 Rio Manso 0,00% 2 2 1 1 1 1 1 1
MÉDIO 749666 Córrego do Baú 0,53% 0 0 0 0 0 0 0 0
MÉDIO 749667 Rio Manso 0,16% 1 1 0 0 0 0 0 0
MÉDIO 749668 Córrego Cachoeira 0,58% 8 7 7 7 7 7 7 7
MÉDIO 749669 Rio Manso 0,91% 1 0 1 1 1 1 1 1
MÉDIO 749671 Rio Manso 0,00% 0 0 0 0 0 0 0 0
Ribeirão Águas
749672 1,52% 0 7 0 0 0 0 0 0
MÉDIO Claras
MÉDIO 749673 Rio Paraopeba 4,16% 2 3 2 2 1 1 0 1
BAIXO 749619 Rio Paraopeba 1,36% 1 1 1 1 0 0 0 0
BAIXO 749621 Ribeirão dos Gomes 0,01% 0 0 0 0 0 0 0 0

599
Cenários Tendenciais Cenário Alternativo 1 Cenário Alternativo 2 Cenário Alternativo 3

Relação à Área
% da Otto6 em

Longo Prazo

Longo Prazo

Longo Prazo

Longo Prazo
Curto Prazo

Curto Prazo

Curto Prazo

Curto Prazo
Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de
Total
Sub- Ottobacias
Nome do Rio
bacias Nível 6

BAIXO 749622 Córrego do Meleiro 1,45% 3 1 3 0 3 1 3 0


BAIXO 749623 Ribeirão das Almas 1,07% 0 0 0 0 0 0 0 0
BAIXO 749624 Córrego do Gomes 0,86% 0 0 0 0 0 0 0 0
BAIXO 749625 Ribeirão das Almas 0,37% 0 0 0 0 0 0 0 0
BAIXO 749626 Córrego Boa Morte 0,40% 7 0 0 0 0 0 0 0
BAIXO 749627 Ribeirão das Almas 0,01% 0 0 0 0 0 0 0 0
BAIXO 749628 Córrego da Prata 0,63% 0 0 0 0 0 0 0 0
BAIXO 749629 Córrego do Falcão 0,95% 3 0 0 0 0 0 0 0
BAIXO 749631 Ribeirão dos Gomes 1,05% 0 0 0 0 0 0 0 0
Ribeirão Pedro
749632 2,02% 1 0 1 0 1 0 0 0
BAIXO Moreira
BAIXO 749633 Rio Paraopeba 5,49% 1 1 1 1 0 0 0 0
BAIXO 749634 Rio Pardo 3,94% 4 4 4 4 4 4 0 1
BAIXO 749635 Rio Paraopeba 1,67% 8 8 8 8 7 7 4 4
BAIXO 749636 Ribeirão do Chico 1,61% 0 1 0 1 0 1 0 0
BAIXO 749637 Rio Paraopeba 1,02% 1 1 1 1 0 1 0 0
BAIXO 749638 Ribeirão do Cedro 2,84% 4 5 4 4 4 4 1 1
BAIXO 749639 Rio Paraopeba 0,70% 7 7 7 7 6 6 3 3
FONTE: COBRAPE, 2018.

600
45°0'0"O 44°0'0"O 45°0'0"O 44°0'0"O

Curto Prazo Longo Prazo

Curvelo Curvelo
!
P !
P

19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu Pompéu
!
P !
P

Sete Lagoas Sete Lagoas


!
P !
P

Esmeraldas Esmeraldas
!
P !
P
Pará de Minas Pará de Minas
!
P !
P
Belo Horizonte Contagem Belo Horizonte
Contagem !
P
!
P !
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S 20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P !
P
Itaúna Itaúna
!
P !
P

Ouro Preto Ouro Preto


!
P !
P

Congonhas Congonhas
!
P !
P

Conselheiro Lafaiete Conselheiro Lafaiete


!
P !
P

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
45°0'0"O 44°0'0"O
Caracterização do Risco Caracterização do Risco
Legenda Nível de Risco
Demanda ou Carga
Poluidora ≥
Demanda ou Carga
Poluidora ≤
Face aos Instrumentos de Nível de Risco
Demanda ou Carga Demanda ou Carga
Face aos Instrumentos de
Níveis de Risco - Cenários
Gestão Poluidora ≥ Poluidora ≤
Gestão Convenções Cartográficas
Risco alto, acima da faixa da
Tendenciais 0 0 30% da Q7,10 Risco nulo aplicação de volumes de !
P Principais Sedes Municipais
5 Q70% Q50% regularização intra-anuais
0 Risco praticamente nulo,
e/ou a criação de políticas de
Limite Municipal
demanda/vazão de diluição
gestão da demanda
1
1 30% da Q7,10 Q100%
menor que a vazão mínima
registrada ou da dentro da
Risco alto e frequente, Hidrografia Principal
2 faixa de referência para o exigindo controle da demanda

3
instrumento de outorga. 6 Q50% QMÉDIA e a necessidade de prever Limite SF3: Rio Paraopeba
Risco muito baixo, grandes volumes de

4 2 Q100% Q7,10
demanda/vazão de diluição
dentro da faixa de referência
regularização. Reservatório
para o instrumento de Risco muito alto, exige
5 outorga. gestão integrada de Municípios SF3: Rio Paraopeba
Risco baixo, mas acima do 7 QMÉDIA Q10% demanda/vazão de diluição e
6 3 Q7,10 Q95% limite de aplicação do disponibilidade em escala
instrumento de outorga.
regional.
7 Risco médio, acima da faixa
Risco muito alto, incompatível
8 4 Q95% Q70%
de referência para o
instrumento de outorga, 8 Q10% Sem limite com os sistemas de gestão
FONTE: COBRAPE, 2018.
porém abaixo do limite de de recursos hídricos.
regularização.
45°0'0"O 44°0'0"O 45°0'0"O 44°0'0"O

Curto Prazo Longo Prazo

Curvelo Curvelo
!
P !
P

19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu Pompéu
!
P !
P

Sete Lagoas Sete Lagoas


!
P !
P

Esmeraldas Esmeraldas
!
P !
P
Pará de Minas Pará de Minas
!
P !
P
Belo Horizonte Belo Horizonte
Contagem Contagem
!
P !
P !
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S 20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P !
P
Itaúna Itaúna
!
P !
P

Ouro Preto Ouro Preto


!
P !
P
Congonhas Congonhas
!
P !
P

Conselheiro Lafaiete Conselheiro Lafaiete


!
P !
P

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000 DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S 21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O 45°0'0"O 44°0'0"O


Caracterização do Risco
Legenda Nível de Risco
Demanda ou Carga
Poluidora ≥
Demanda ou Carga
Poluidora ≤
Face aos Instrumentos de Nível de Risco
Demanda ou Carga Demanda ou Carga
Caracterização do Risco
Face aos Instrumentos de
Níveis de Risco - Cenários
Gestão Poluidora ≥ Poluidora ≤
Gestão Convenções Cartográficas
Risco alto, acima da faixa da
Alternativos 1 0 0 30% da Q7,10 Risco nulo
5 Q70% Q50%
aplicação de volumes de !
P Principais Sedes Municipais
regularização intra-anuais
0 Risco praticamente nulo,
e/ou a criação de políticas de
gestão da demanda Limite Municipal
demanda/vazão de diluição
1 1 30% da Q7,10 Q100%
menor que a vazão mínima
Risco alto e frequente, Hidrografia Principal
registrada ou da dentro da
exigindo controle da demanda
2 faixa de referência para o
instrumento de outorga. 6 Q50% QMÉDIA e a necessidade de prever Limite SF3: Rio Paraopeba
3 Risco muito baixo, grandes volumes de

2 Q100% Q7,10
demanda/vazão de diluição
dentro da faixa de referência
regularização. Reservatório
4 para o instrumento de Risco muito alto, exige
outorga. gestão integrada de Municípios SF3: Rio Paraopeba
5 Risco baixo, mas acima do 7 QMÉDIA Q10% demanda/vazão de diluição e
6 3 Q7,10 Q95% limite de aplicação do
instrumento de outorga.
disponibilidade em escala
regional.
7 Risco médio, acima da faixa
de referência para o Risco muito alto, incompatível FONTE: COBRAPE, 2018.
8 Q10% Sem limite com os sistemas de gestão
8 4 Q95% Q70% instrumento de outorga,
porém abaixo do limite de de recursos hídricos.
regularização.
45°0'0"O 44°0'0"O 45°0'0"O 44°0'0"O

Curto Prazo Longo Prazo

Curvelo Curvelo
!
P !
P

19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu Pompéu
!
P !
P

Sete Lagoas Sete Lagoas


!
P !
P

Esmeraldas Esmeraldas
!
P !
P
Pará de Minas Pará de Minas
!
P !
P
Belo Horizonte Belo Horizonte
Contagem Contagem
!
P !
P !
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S 20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P !
P
Itaúna Itaúna
!
P !
P

Ouro Preto Ouro Preto


!
P !
P
Congonhas Congonhas
!
P !
P

Conselheiro Lafaiete Conselheiro Lafaiete


!
P !
P

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000 DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S 21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O 45°0'0"O 44°0'0"O


Caracterização do Risco
Legenda Nível de Risco
Demanda ou Carga
Poluidora ≥
Demanda ou Carga
Poluidora ≤
Face aos Instrumentos de Nível de Risco
Demanda ou Carga Demanda ou Carga
Caracterização do Risco
Face aos Instrumentos de
Níveis de Risco - Cenários
Gestão Poluidora ≥ Poluidora ≤
Gestão Convenções Cartográficas
Risco alto, acima da faixa da
Alternativos 2 0 0 30% da Q7,10 Risco nulo
5 Q70% Q50%
aplicação de volumes de !
P Principais Sedes Municipais
regularização intra-anuais
0 Risco praticamente nulo,
e/ou a criação de políticas de
gestão da demanda Limite Municipal
demanda/vazão de diluição
1 1 30% da Q7,10 Q100%
menor que a vazão mínima
Risco alto e frequente, Hidrografia Principal
registrada ou da dentro da
exigindo controle da demanda
2 faixa de referência para o
instrumento de outorga. 6 Q50% QMÉDIA e a necessidade de prever Limite SF3: Rio Paraopeba
3 Risco muito baixo, grandes volumes de

2 Q100% Q7,10
demanda/vazão de diluição
dentro da faixa de referência
regularização. Reservatório
4 para o instrumento de Risco muito alto, exige
outorga. gestão integrada de Municípios SF3: Rio Paraopeba
5 Risco baixo, mas acima do 7 QMÉDIA Q10% demanda/vazão de diluição e
6 3 Q7,10 Q95% limite de aplicação do
instrumento de outorga.
disponibilidade em escala
regional.
7 Risco médio, acima da faixa
Risco muito alto, incompatível
de referência para o
8 Q10% Sem limite com os sistemas de gestão
FONTE: COBRAPE, 2018.
8 4 Q95% Q70% instrumento de outorga,
porém abaixo do limite de de recursos hídricos.
regularização.
45°0'0"O 44°0'0"O 45°0'0"O 44°0'0"O

Curto Prazo Longo Prazo

Curvelo Curvelo
!
P !
P

19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu Pompéu
!
P !
P

Sete Lagoas Sete Lagoas


!
P !
P

Esmeraldas Esmeraldas
!
P !
P
Pará de Minas Pará de Minas
!
P !
P
Belo Horizonte Belo Horizonte
Contagem Contagem
!
P !
P !
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S 20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P !
P
Itaúna Itaúna
!
P !
P

Ouro Preto Ouro Preto


!
P !
P
Congonhas Congonhas
!
P !
P

Conselheiro Lafaiete Conselheiro Lafaiete


!
P !
P

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000 DATUM: SIRGAS 2000
21°0'0"S 21°0'0"S 21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O 45°0'0"O 44°0'0"O


Caracterização do Risco
Legenda Nível de Risco
Demanda ou Carga
Poluidora ≥
Demanda ou Carga
Poluidora ≤
Face aos Instrumentos de Nível de Risco
Demanda ou Carga Demanda ou Carga
Caracterização do Risco
Face aos Instrumentos de
Níveis de Risco - Cenários
Gestão Poluidora ≥ Poluidora ≤
Gestão Convenções Cartográficas
Risco alto, acima da faixa da
Alternativos 3 0 0 30% da Q7,10 Risco nulo
5 Q70% Q50%
aplicação de volumes de !
P Principais Sedes Municipais
regularização intra-anuais
0 Risco praticamente nulo,
e/ou a criação de políticas de
gestão da demanda Limite Municipal
demanda/vazão de diluição
1 1 30% da Q7,10 Q100%
menor que a vazão mínima
Risco alto e frequente, Hidrografia Principal
registrada ou da dentro da
exigindo controle da demanda
2 faixa de referência para o
instrumento de outorga. 6 Q50% QMÉDIA e a necessidade de prever Limite SF3: Rio Paraopeba
3 Risco muito baixo, grandes volumes de

2 Q100% Q7,10
demanda/vazão de diluição
dentro da faixa de referência
regularização. Reservatório
4 para o instrumento de Risco muito alto, exige
outorga. gestão integrada de Municípios SF3: Rio Paraopeba
5 Risco baixo, mas acima do 7 QMÉDIA Q10% demanda/vazão de diluição e
6 3 Q7,10 Q95% limite de aplicação do
instrumento de outorga.
disponibilidade em escala
regional.
7 Risco médio, acima da faixa
de referência para o Risco muito alto, incompatível FONTE: COBRAPE, 2018.
8 Q10% Sem limite com os sistemas de gestão
8 4 Q95% Q70% instrumento de outorga,
porém abaixo do limite de de recursos hídricos.
regularização.
A análise dos resultados do balanço hídrico quantitativo a partir dos Níveis de Risco
(Quadro 18.17) revela uma situação desafiadora para o sistema de gestão de recursos
hídricos na bacia do rio Paraopeba, principalmente nos seus trechos alto e médio. Os
cenários tendenciais, tanto de curto prazo como de longo prazo, justamente por não
considerarem qualquer tipo de restrição à expansão tendencial das demandas, indicam
que somente em cerca de 1/3 da área da bacia (34%) as demandas projetadas ainda
se situariam dentro dos limites dos critérios de outorga adotado pelo IGAM. Em cerca
de 22% da área da bacia as demandas estariam acima desses critérios, mas ainda com
condições técnicas de serem abastecidas mediante o uso de volumes de regularização,
o que implica um nível de complexidade operacional adicional. Nos restantes 44% da
bacia os níveis de risco seriam muito altos, com uma grande probabilidade das
demandas não serem atendidas de forma satisfatória e regular.

Os cenários alternativos procuraram articular situações de restrição à ocupação de


áreas com vistas à proteção dos recursos hídricos na bacia, bem como a possibilidade
de restrição das demandas por critérios de criticidade em áreas específicas, estimadas
com uma alta resolução de análise (ottobacias nível 8). Conforme pode ser observado
no Quadro 18.17, mesmo no Cenário Alternativo 3 que maximiza essas restrições, as
bacias hidrográficas mais impactadas pela mineração e pelas demandas de
abastecimento público (incluindo a transposição para a RMBH) continuam a apresentar
Níveis de Risco acima de 4.

Uma vez que, de acordo com a metodologia adotada, todos os cenários poderiam vir a
ocorrer, selecionou-se em cada das 73 ottobacias nível 6 a pior situação de Níveis de
Risco do balanço quantitativo em todos os cenários para uma análise comparativa
condensada, determinando assim o “cenário do pior caso” em cada ottobacia. A Figura
18.7 abaixo mostra, para o “cenário do pior caso”, a distribuição da área da bacia em
Níveis de Risco para os trechos alto, médio e baixo do rio Paraopeba.

Observando a Figura 18.7 fica evidente a situação particularmente preocupante no


médio Paraopeba onde aproximadamente 30% da área da bacia poderá se situar além
dos instrumentos de controle previsto na legislação, e até mesmo de medidas estruturais
complexas para poder fazer face à evolução das demandas. A situação é um pouco
melhor no Alto Paraopeba, ainda assim com riscos excessivos em algumas áreas, e
menos preocupante no Baixo Paraopeba, embora também sejam previstas algumas
áreas com Nível de Risco excessivo.

605
Figura 18.7 - Distribuição da Área da Bacia do Rio Paraopeba em Níveis de Risco

FONTE: COBRAPE, 2018.

18.5. Balanço Hídrico Qualitativo

O balanço hídrico qualitativo considerou a metodologia de níveis de risco apresentada


no item 17.8. Para esta análise não foi utilizado nenhum modelo, pois no presente
relatório a análise é realizada de maneira simplificada relacionando as vazões de
diluição necessárias para que o rio fique no enquadramento vigente.

A análise do balanço hídrico qualitativo tem como principal objetivo identificar as áreas
onde estarão os maiores riscos de não atendimento do parâmetro de DBO na Bacia
Paraopeba. Embora tanto as cargas poluidoras como as disponibilidades tenham sido
determinados no nível das 11.477 células do cubo, estas foram agregadas no nível 6 de
ottobacia para a avaliação do NR dos balanços qualitativos. Conforme já descrito em
outros itens do presente relatório, a agregação em escalas menores é parte do
procedimento utilizado na metodologia dos cenários na inspeção daquelas sub-bacias
que podem apresentar riscos significativos e implica a utilização da codificação em
ottobacias com a qual é montado o banco de dados de informações georreferenciadas
(o “cubo”).

606
As Figura 18.8 a Figura 18.11 foram elaboradas a partir dos resultados da análise de
risco do balanço qualitativo no horizonte do Plano (2040) para os Cenários Tendenciais
e Alternativos, respectivamente.

O Quadro 18.18 apresenta a síntese da análise do risco do balanço hídrico qualitativo


para todos os cenários no horizonte do Plano, o ano de 2040. Os Níveis de Risco estão
mostrados para as 73 ottobacias nível 6 em que as estimativas das demandas e das
disponibilidades foram agregadas.

O Quadro 18.18 também mostra o Nível de Risco dos balanços contemplando as


demandas determinadas no diagnóstico. É também mostrada a porcentagem da área
de cada ottobacia nível 6 em relação à área total da Bacia do Paraopeba. Os valores
exibidos foram coloridos de forma a evidenciar aqueles cenários (colunas) e ottobacias
(linhas) em que o NR é mais significativo, utilizando uma escala que vai do verde (NR
zero) ao vermelho (NR 8).

Como forma de facilitar a visualização dos resultados, os dados apresentados no


Quadro 18.18 foram espacializados nas Figura 18.8 a Figura 18.11.

607
Quadro 18.18 - Níveis de Risco do Balanço Qualitativo nos Cenários
Cenário Alternativo
Cenários Tendenciais Cenário Alternativo 1 Cenário Alternativo 2

Relação à Área
% da Otto6 em
3

Longo Prazo

Longo Prazo

Longo Prazo

Longo Prazo
Curto Prazo

Curto Prazo

Curto Prazo

Curto Prazo
Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de
Total
Sub- Ottobacias
Nome do Rio
bacias Nível 6

ALTO 749674 Rio Macaúbas 3,97% 2 2 2 2 2 2 2 2


ALTO 749675 Rio Paraopeba 1,02% 3 4 3 4 3 4 3 3
ALTO 749676 Ribeirão Cordeiros 1,23% 2 2 2 2 2 2 2 2
ALTO 749677 Rio Paraopeba 1,09% 8 7 4 4 4 4 3 4
Ribeirão dos Paivas
ALTO 749678 1,34% 1 2 2 2 2 2 1 2
ou Pedra
ALTO 749679 Rio Paraopeba 1,05% 3 3 2 3 2 3 1 2
Ribeirão São José
ALTO 749681 0,66% 2 2 2 2 2 2 2 2
da Ponte Nova
Ribeirão Caiuaba
ALTO 749682 1,80% 1 1 2 2 2 2 1 1
de Cima
ALTO 749683 Rio Brumado 0,19% 1 1 1 1 1 1 1 1
ALTO 749684 Rio Camapuã 2,44% 2 2 2 2 2 2 2 2
ALTO 749685 Rio Paraopeba 1,13% 3 3 3 3 3 3 3 2
ALTO 749686 Rio Brumado 1,37% 2 2 2 2 2 2 2 2
ALTO 749687 Rio Paraopeba 0,08% 0 0 0 0 0 0 0 0
Ribeirão São José
ALTO 749688 0,48% 0 0 0 0 0 0 0 0
da Ponte Nova
ALTO 749689 Rio Paraopeba 1,04% 0 1 0 0 0 0 0 0
ALTO 749691 Rio Paraopeba 0,31% 2 2 2 2 2 2 2 2
ALTO 749692 Rio Paraopeba 4,98% 4 4 4 4 4 4 3 3
ALTO 749693 Ribeirão dos Paulos 0,44% 8 8 8 8 8 8 7 7

608
Cenário Alternativo
Cenários Tendenciais Cenário Alternativo 1 Cenário Alternativo 2

Relação à Área
% da Otto6 em
3

Longo Prazo

Longo Prazo

Longo Prazo

Longo Prazo
Curto Prazo

Curto Prazo

Curto Prazo

Curto Prazo
Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de
Total
Sub- Ottobacias
Nome do Rio
bacias Nível 6

Córrego Santo
ALTO 749694 0,37% 8 8 8 8 8 8 7 7
Antônio ou Lagarto
ALTO 749695 Rio Maranhão 0,76% 8 8 8 8 8 8 7 7
ALTO 749696 Ribeirão Soledade 2,04% 8 8 8 8 8 8 7 8
ALTO 749697 Rio Maranhão 0,26% 7 7 7 7 7 7 6 6
ALTO 749698 Ribeirão Bananeiras 0,82% 8 8 8 8 8 8 8 8
ALTO 749699 Rio Ventura Luís 1,28% 8 8 8 8 8 8 8 8
MÉDIO 749641 Ribeirão São João 0,01% 1 1 1 1 1 1 1 1
MÉDIO 749642 Ribeirão São João 2,77% 7 7 7 7 7 7 7 7
Ribeirão dos
MÉDIO 749643 0,52% 0 0 0 0 0 0 0 0
Macacos
Córrego Riacho
MÉDIO 749644 0,25% 1 1 1 1 1 1 1 1
Fundo
Ribeirão dos
MÉDIO 749645 0,55% 8 8 8 8 8 8 7 7
Macacos
Córrego Carreira
MÉDIO 749646 0,17% 0 0 0 0 0 0 0 0
Comprida
Ribeirão dos
MÉDIO 749647 0,05% 0 0 0 0 0 0 0 0
Macacos
Ribeirão dos
MÉDIO 749648 1,33% 4 4 4 4 4 4 3 4
Macacos
MÉDIO 749649 Ribeirão do Cipó 1,39% 1 3 1 3 1 3 1 1
MÉDIO 749651 Rio Paraopeba 5,27% 5 5 3 3 3 3 1 1
Ribeirão Cova
MÉDIO 749652 1,77% 4 4 4 4 4 4 4 4
d'Anta

609
Cenário Alternativo
Cenários Tendenciais Cenário Alternativo 1 Cenário Alternativo 2

Relação à Área
% da Otto6 em
3

Longo Prazo

Longo Prazo

Longo Prazo

Longo Prazo
Curto Prazo

Curto Prazo

Curto Prazo

Curto Prazo
Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de
Total
Sub- Ottobacias
Nome do Rio
bacias Nível 6

MÉDIO 749653 Rio Paraopeba 1,82% 1 1 1 1 1 1 1 1


MÉDIO 749654 Ribeirão Grande 3,34% 8 8 7 8 7 8 7 7
MÉDIO 749655 Rio Paraopeba 1,95% 4 5 4 5 4 5 3 3
MÉDIO 749656 Ribeirão Serra Azul 3,70% 8 8 7 8 7 8 6 6
MÉDIO 749657 Rio Paraopeba 0,62% 7 8 7 8 7 8 7 7
MÉDIO 749658 Rio Betim 2,03% 8 8 8 8 8 8 8 8
MÉDIO 749659 Rio Paraopeba 3,56% 8 8 8 8 8 8 8 8
MÉDIO 749661 Rio Manso 0,41% 7 7 7 7 7 7 7 7
MÉDIO 749662 Rio Veloso 1,77% 8 8 8 8 8 8 6 6
MÉDIO 749663 Rio Manso 0,99% 3 3 3 3 3 3 3 3
MÉDIO 749664 Córrego Barreiro 0,24% 1 1 1 1 1 1 0 0
MÉDIO 749665 Rio Manso 0,00% 8 8 8 8 8 8 8 8
MÉDIO 749666 Córrego do Baú 0,53% 1 2 2 2 2 2 1 1
MÉDIO 749667 Rio Manso 0,16% 4 4 4 4 4 4 3 3
MÉDIO 749668 Córrego Cachoeira 0,58% 7 7 1 1 1 1 1 1
MÉDIO 749669 Rio Manso 0,91% 4 4 4 4 4 4 4 4
MÉDIO 749671 Rio Manso 0,00% 8 8 8 8 8 8 8 8
Ribeirão Águas
MÉDIO 749672 1,52% 6 6 6 6 6 6 5 5
Claras
MÉDIO 749673 Rio Paraopeba 4,16% 6 6 6 6 6 6 4 4
BAIXO 749619 Rio Paraopeba 1,36% 0 0 0 0 0 0 0 0

610
Cenário Alternativo
Cenários Tendenciais Cenário Alternativo 1 Cenário Alternativo 2

Relação à Área
% da Otto6 em
3

Longo Prazo

Longo Prazo

Longo Prazo

Longo Prazo
Curto Prazo

Curto Prazo

Curto Prazo

Curto Prazo
Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de

Projeção de
Total
Sub- Ottobacias
Nome do Rio
bacias Nível 6

Ribeirão dos
BAIXO 749621 0,01% 0 0 0 0 0 0 0 0
Gomes
BAIXO 749622 Córrego do Meleiro 1,45% 1 1 1 1 1 1 0 0
BAIXO 749623 Ribeirão das Almas 1,07% 0 0 0 0 0 0 0 0
BAIXO 749624 Córrego do Gomes 0,86% 0 0 0 0 0 0 0 0
BAIXO 749625 Ribeirão das Almas 0,37% 0 0 0 1 0 1 0 0
BAIXO 749626 Córrego Boa Morte 0,40% 1 1 1 1 1 1 1 1
BAIXO 749627 Ribeirão das Almas 0,01% 1 1 1 1 1 1 1 1
BAIXO 74 9628 Córrego da Prata 0,63% 0 0 0 0 0 0 0 0
BAIXO 749629 Córrego do Falcão 0,95% 1 1 1 1 1 1 0 0
Ribeirão dos
BAIXO 749631 1,05% 0 0 0 0 0 0 0 0
Gomes
Ribeirão Pedro
BAIXO 749632 2,02% 0 0 0 0 0 0 0 0
Moreira
BAIXO 749633 Rio Paraopeba 5,49% 1 1 1 1 1 1 1 1
BAIXO 749634 Rio Pardo 3,94% 5 5 5 5 5 5 4 4
BAIXO 749635 Rio Paraopeba 1,67% 1 1 1 1 1 1 1 1
BAIXO 749636 Ribeirão do Chico 1,61% 1 1 1 1 1 1 1 1
BAIXO 749637 Rio Paraopeba 1,02% 0 0 0 0 0 0 0 0
BAIXO 749638 Ribeirão do Cedro 2,84% 7 7 7 7 7 7 7 7
BAIXO 749639 Rio Paraopeba 0,70% 0 1 0 0 0 0 0 0
FONTE: COBRAPE, 2018.

611
45°0'0"O 44°0'0"O 45°0'0"O 44°0'0"O

Curto Prazo Longo Prazo

Curvelo Curvelo
!
P !
P

19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu Pompéu
!
P !
P

Sete Lagoas Sete Lagoas


!
P !
P

Esmeraldas Esmeraldas
!
P !
P
Pará de Minas Pará de Minas
!
P !
P
Belo Horizonte Contagem Belo Horizonte
Contagem !
P
!
P !
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S 20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P !
P
Itaúna Itaúna
!
P !
P

Ouro Preto Ouro Preto


!
P !
P

Congonhas Congonhas
!
P !
P

Conselheiro Lafaiete Conselheiro Lafaiete


!
P !
P

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
45°0'0"O 44°0'0"O
Caracterização do Risco Caracterização do Risco
Legenda Nível de Risco
Demanda ou Carga
Poluidora ≥
Demanda ou Carga
Poluidora ≤
Face aos Instrumentos de Nível de Risco
Demanda ou Carga Demanda ou Carga
Face aos Instrumentos de
Níveis de Risco - Cenários
Gestão Poluidora ≥ Poluidora ≤
Gestão Convenções Cartográficas
Risco alto, acima da faixa da
Tendenciais 0 0 30% da Q7,10 Risco nulo
5 Q70% Q50%
aplicação de volumes de
regularização intra-anuais
!
P Principais Sedes Municipais
0 Risco praticamente nulo,
e/ou a criação de políticas de
gestão da demanda Limite Municipal
demanda/vazão de diluição
1 1 30% da Q7,10 Q100%
menor que a vazão mínima
registrada ou da dentro da
Risco alto e frequente, Hidrografia Principal
exigindo controle da demanda
2 faixa de referência para o
instrumento de outorga. 6 Q50% QMÉDIA e a necessidade de prever Limite SF3: Rio Paraopeba
Risco muito baixo, grandes volumes de
3 demanda/vazão de diluição regularização. Reservatório
2 Q100% Q7,10 dentro da faixa de referência
4 para o instrumento de
outorga.
Risco muito alto, exige
Municípios SF3: Rio Paraopeba
gestão integrada de
5 3 Q7,10 Q95%
Risco baixo, mas acima do
limite de aplicação do
7 QMÉDIA Q10% demanda/vazão de diluição e
disponibilidade em escala
6 instrumento de outorga.
regional.
FONTE: COBRAPE, 2018.
Risco médio, acima da faixa
7 4 Q95% Q70%
de referência para o
instrumento de outorga, 8 Q10% Sem limite
Risco muito alto, incompatível
com os sistemas de gestão
porém abaixo do limite de
8 regularização.
de recursos hídricos.
45°0'0"O 44°0'0"O 45°0'0"O 44°0'0"O

Curto Prazo Longo Prazo

Curvelo Curvelo
!
P !
P

19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu Pompéu
!
P !
P

Sete Lagoas Sete Lagoas


!
P !
P

Esmeraldas Esmeraldas
!
P !
P
Pará de Minas Pará de Minas
!
P !
P
Belo Horizonte Contagem Belo Horizonte
Contagem !
P
!
P !
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S 20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P !
P
Itaúna Itaúna
!
P !
P

Ouro Preto Ouro Preto


!
P !
P

Congonhas Congonhas
!
P !
P

Conselheiro Lafaiete Conselheiro Lafaiete


!
P !
P

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
45°0'0"O 44°0'0"O
Caracterização do Risco Caracterização do Risco
Legenda Nível de Risco
Demanda ou Carga
Poluidora ≥
Demanda ou Carga
Poluidora ≤
Face aos Instrumentos de Nível de Risco
Demanda ou Carga Demanda ou Carga
Face aos Instrumentos de
Níveis de Risco - Cenários
Gestão Poluidora ≥ Poluidora ≤
Gestão Convenções Cartográficas
Risco alto, acima da faixa da
Alternativos 1 0 0 30% da Q7,10 Risco nulo
5 Q70% Q50%
aplicação de volumes de
regularização intra-anuais
!
P Principais Sedes Municipais
0 Risco praticamente nulo,
e/ou a criação de políticas de
gestão da demanda Limite Municipal
demanda/vazão de diluição
1 1 30% da Q7,10 Q100%
menor que a vazão mínima
registrada ou da dentro da
Risco alto e frequente, Hidrografia Principal
exigindo controle da demanda
2 faixa de referência para o
instrumento de outorga. 6 Q50% QMÉDIA e a necessidade de prever Limite SF3: Rio Paraopeba
Risco muito baixo, grandes volumes de
3 demanda/vazão de diluição regularização. Reservatório
2 Q100% Q7,10 dentro da faixa de referência
4 para o instrumento de
outorga.
Risco muito alto, exige
Municípios SF3: Rio Paraopeba
gestão integrada de
5 3 Q7,10 Q95%
Risco baixo, mas acima do
limite de aplicação do
7 QMÉDIA Q10% demanda/vazão de diluição e
disponibilidade em escala
6 instrumento de outorga.
regional.
Risco médio, acima da faixa
7 4 Q95% Q70%
de referência para o
instrumento de outorga, 8 Q10% Sem limite
Risco muito alto, incompatível
com os sistemas de gestão
FONTE: COBRAPE, 2018.
porém abaixo do limite de
8 regularização.
de recursos hídricos.
45°0'0"O 44°0'0"O 45°0'0"O 44°0'0"O

Curto Prazo Longo Prazo

Curvelo Curvelo
!
P !
P

19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu Pompéu
!
P !
P

Sete Lagoas Sete Lagoas


!
P !
P

Esmeraldas Esmeraldas
!
P !
P
Pará de Minas Pará de Minas
!
P !
P
Belo Horizonte Contagem Belo Horizonte
Contagem !
P
!
P !
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S 20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P !
P
Itaúna Itaúna
!
P !
P

Ouro Preto Ouro Preto


!
P !
P

Congonhas Congonhas
!
P !
P

Conselheiro Lafaiete Conselheiro Lafaiete


!
P !
P

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
45°0'0"O 44°0'0"O
Caracterização do Risco Caracterização do Risco
Legenda Nível de Risco
Demanda ou Carga
Poluidora ≥
Demanda ou Carga
Poluidora ≤
Face aos Instrumentos de Nível de Risco
Demanda ou Carga Demanda ou Carga
Face aos Instrumentos de
Níveis de Risco - Cenários
Gestão Poluidora ≥ Poluidora ≤
Gestão Convenções Cartográficas
Risco alto, acima da faixa da
Alternativos 2 0 0 30% da Q7,10 Risco nulo
5 Q70% Q50%
aplicação de volumes de
regularização intra-anuais
!
P Principais Sedes Municipais
0 Risco praticamente nulo,
e/ou a criação de políticas de
gestão da demanda Limite Municipal
demanda/vazão de diluição
1 1 30% da Q7,10 Q100%
menor que a vazão mínima
registrada ou da dentro da
Risco alto e frequente, Hidrografia Principal
exigindo controle da demanda
2 faixa de referência para o
instrumento de outorga. 6 Q50% QMÉDIA e a necessidade de prever Limite SF3: Rio Paraopeba
Risco muito baixo, grandes volumes de
3 demanda/vazão de diluição regularização. Reservatório
2 Q100% Q7,10 dentro da faixa de referência
4 para o instrumento de
outorga.
Risco muito alto, exige
Municípios SF3: Rio Paraopeba
gestão integrada de
5 3 Q7,10 Q95%
Risco baixo, mas acima do
limite de aplicação do
7 QMÉDIA Q10% demanda/vazão de diluição e
disponibilidade em escala
6 instrumento de outorga.
regional.
Risco médio, acima da faixa
Risco muito alto, incompatível
7 de referência para o
8 Q10% Sem limite com os sistemas de gestão
4 Q95% Q70% instrumento de outorga,
porém abaixo do limite de
FONTE: COBRAPE, 2018.
8 regularização.
g ç
de recursos hídricos.
45°0'0"O 44°0'0"O 45°0'0"O 44°0'0"O

Curto Prazo Longo Prazo

Curvelo Curvelo
!
P !
P

19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu Pompéu
!
P !
P

Sete Lagoas Sete Lagoas


!
P !
P

Esmeraldas Esmeraldas
!
P !
P
Pará de Minas Pará de Minas
!
P !
P
Belo Horizonte Contagem Belo Horizonte
Contagem !
P
!
P !
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S 20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P !
P
Itaúna Itaúna
!
P !
P

Ouro Preto Ouro Preto


!
P !
P

Congonhas Congonhas
!
P !
P

Conselheiro Lafaiete Conselheiro Lafaiete


!
P !
P

± ±
0 10 20 40 km 0 10 20 40 km
1:1.450.000 1:1.450.000
DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S
21°0'0"S 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
45°0'0"O 44°0'0"O
Caracterização do Risco Caracterização do Risco
Legenda Nível de Risco
Demanda ou Carga
Poluidora ≥
Demanda ou Carga
Poluidora ≤
Face aos Instrumentos de Nível de Risco
Demanda ou Carga Demanda ou Carga
Face aos Instrumentos de
Níveis de Risco - Cenários
Gestão Poluidora ≥ Poluidora ≤
Gestão Convenções Cartográficas
Risco alto, acima da faixa da
Alternativos 3 0 0 30% da Q7,10 Risco nulo
5 Q70% Q50%
aplicação de volumes de
regularização intra-anuais
!
P Principais Sedes Municipais
0 Risco praticamente nulo,
e/ou a criação de políticas de
gestão da demanda Limite Municipal
demanda/vazão de diluição
1 1 30% da Q7,10 Q100%
menor que a vazão mínima
registrada ou da dentro da
Risco alto e frequente, Hidrografia Principal
exigindo controle da demanda
2 faixa de referência para o
instrumento de outorga. 6 Q50% QMÉDIA e a necessidade de prever Limite SF3: Rio Paraopeba
Risco muito baixo, grandes volumes de
3 demanda/vazão de diluição regularização. Reservatório
2 Q100% Q7,10 dentro da faixa de referência
4 para o instrumento de
outorga.
Risco muito alto, exige
Municípios SF3: Rio Paraopeba
gestão integrada de
5 3 Q7,10 Q95%
Risco baixo, mas acima do
limite de aplicação do
7 QMÉDIA Q10% demanda/vazão de diluição e
disponibilidade em escala
6 instrumento de outorga.
regional.
Risco médio, acima da faixa
Risco muito alto, incompatível
7 4 Q95% Q70%
de referência para o
instrumento de outorga, 8 Q10% Sem limite com os sistemas de gestão
porém abaixo do limite de FONTE: COBRAPE, 2018.
8 regularização.
de recursos hídricos.
Como podem ser observadas nas figuras, as células com riscos significativos de não
diluição estão concentradas nas aglomerações urbanas de maiores populações,
apontadas também no Diagnóstico, sobretudo próximo a Contagem, Ibirité, Conselheiro
Lafaiete e Congonhas.

Analisando os resultados, verifica-se que, de maneira geral, os cenários tendenciais


apresentam níveis de risco mais altos que os alternativos, sendo que o Alternativo 1 e
o Alternativo 2 não apresentam distinção entre si, demonstrando que os valores
articulados não têm grande relevância no que se refere às cargas poluidoras. Tal
situação é esperada visto que as cargas domésticas são as que se sobressaem em
relação às oriundas das atividades como pecuária, agricultura, indústria e mineração. O
Cenário Alternativo 3, é o que apresenta melhor situação, contudo a região de
Contagem, Congonhas e Conselheiro Lafaiete permanecem com alto risco de não
diluição.

Dessa forma, entende-se que a densidade populacional somada aos baixos índices de
coleta e tratamento de efluentes são os fatores que mais contribuem para o aumento do
nível de risco, indicando assim que as soluções a serem empregadas para o seu
controle deverão ter um caráter pontual e focado nas áreas urbanas identificadas.

É válido destacar que de acordo com os resultados dos cenários, observou-se também
que a restrição de áreas para manutenção de áreas verdes demonstra-se uma medida
válida na região, sobretudo no aspecto qualitativo dos recursos hídricos.

616
19. RECOMENDAÇÕES PARA OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO DE RECURSOS
HÍDRICOS

19.1. Riscos e Impactos da Atividade Minerária

A atividade de mineração por via de regra utiliza grandes quantidades de água, cujo
retorno aos corpos hídricos se dá com a adição de contaminantes químicos, sedimentos
da atividade, além do próprio metal minerado, em concentrações pequenas por volume,
porém que se acumulam ao longo do tempo. Além disso, a mineração pode trazer fortes
impactos quando causa o rebaixamento de lençóis freáticos e contaminação do solo.

Além dos impactos da atividade, deve-se considerar também os riscos inerentes à


atividade. Na Bacia do rio Paraopeba não houve nenhum ocorrido, no entanto,
destacam-se negativamente dois casos na BHSF – bacia a qual o rio Paraopeba
pertence - que detiveram sérias consequências para a qualidade da água. Não obstante
a Lei nº 12.334 estabeleça a Política Nacional de Segurança de Barragens destinadas
à acumulação de água para quaisquer usos, à disposição final ou temporária de rejeitos
e à acumulação de resíduos industriais (que designa o empreendedor como responsável
legal pela segurança de barragens, cabendo-lhe o desenvolvimento de ações para
garanti-la), citam-se dois graves rompimentos15.

O primeiro deles foi o rompimento ocorrido na barragem de contenção dos rejeitos de


uma mina de ferro, em meados de 2001, localizada na sub-bacia do córrego dos
Macacos, que fica na região das cabeceiras do rio das Velhas, causando desastrosa
poluição.

Já o segundo caso foram os 40 anos de contaminação por metais pesados provocada


pela industrialização de zinco à beira do rio São Francisco pela Votorantim Metais, em
Três Marias – MG. Este fato resultou na mortandade de dezenas de toneladas de
peixes, em especial surubins grandes.

De acordo com a Lei nº 12.334, a segurança de uma barragem influi diretamente na sua
sustentabilidade e no alcance de seus potenciais efeitos sociais e ambientais.

Como muitas minas ou garimpos estão localizados em regiões de difícil acesso e o


controle e fiscalização são negligentes ou ineficientes, ocorrências similares devem ser

15 O maior rompimento de todos ocorreu em 5 de novembro de 2015 no distrito de Bento Rodrigues,


Mariana-MG. A barragem de rejeitos de minério de ferro da mineradora Samarco sofreu uma falha
catastrófica, causando inundações e pelo menos 17 mortes. Cerca de 60 milhões de metros cúbicos de
resíduos de ferro correram pelo rio Doce até o encontro com o Oceano Atlântico, 17 dias depois. Mariana-
MG é município que detém uma ínfima fração de sua área na BHSF, na fronteira com o município de Outro
Preto-MG.

617
muito mais frequentes do que aquilo que realmente chega ao conhecimento da
população em geral.

Segundo o Relatório de Segurança de Barragens (2015) ainda há muita variação nos


cadastros das entidades fiscalizadoras estaduais, tanto com incrementos como
decréscimos nos cadastros, não sendo possível determinar uma tendência precisa. A
elaboração do Plano de Segurança de Barragens e a realização de inspeções de
segurança de barragens são atividades realizadas por poucos empreendedores
identificados.

A Figura 19.1 apresenta as barragens de rejeitos com informações disponíveis durante


a elaboração do PDRH Paraopeba.

618
45°0'0"O 44°0'0"O

Barragens de Rejeitos

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

!
P
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Barragens de Rejeitos !
P Principais Sedes Municipais
Limite Municipal
FONTE: COBRAPE, 2018.
Hidrografia Principal
Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório
Os impactos ambientais da operação de mineração na escala em que se tem do rio
Paraopeba são inúmeros, o que exige estudos ambientais, licenciamentos e um
constante monitoramento e fiscalização, tanto por parte das empresas de mineração
como parte dos órgãos ambientais estaduais.

Nesse sentido, optou-se por realizar uma análise de risco da atividade de mineração na
Bacia do rio Paraopeba, ou seja, quais os tipos de risco que as barragens de rejeitos
presentes na bacia representam sobre os serviços ecossistêmicos de provisão e de
biodiversidade.

O risco prioritário analisado foi um possível rompimento de barragem e quais seriam


suas áreas afetadas caso isso acontecesse, com diferentes raios de atuação, de 15 km,
50 km, 100 km e 200 km, à jusante das barragens e considerando o curso dos rios
afetados. O resultado está apresentado na Figura 19.2 abaixo, e pode-se observar que
se ocorre o pior cenário, que seria com o raio de atuação de 200 km, a bacia inteira
estaria comprometida.

620
45°0'0"W 44°0'0"W

Influência das Barragens

Curvelo
P
!

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
P
!

Sete Lagoas
P
!

Esmeraldas
P
!
R io
Pa
ra

Pará de Minas
o

P
!
pe

Belo Horizonte
ba

Contagem
P
! P
!
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
P
!
Itaúna
P
!

Ouro Preto
P
!
Congonhas
P
!
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
P
!

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda Convenções Cartográficas
Barragens de Rejeitos P Principais Sedes Municipais
!
Influência da Barragem Limite Municipal
15 km Hidrografia Principal
50 km Limite SF3: Rio Paraopeba
100 km Municípios SF3: Rio Paraopeba
200 km Reservatório
FONTE: COBRAPE, 2018.
A destruição da paisagem é outro impacto da mineração, pouco conhecido e menos
ainda disciplinado e combatido. Durante a viagem de campo realizada pela COBRAPE,
essa destruição da paisagem ficou ainda mais evidenciada, principalmente na área do
Quadrilátero Ferrífero, situada entre o Alto e Médio Paraopeba. Conforme a Figura 19.3
e Figura 19.4, observa-se que entre os municípios de Belo Vale, Congonhas e Ouro
Preto existem diversos trechos onde a mineração já retirou boa parte das pontas dos
morros.

Figura 19.3 - Áreas de Mineração Entre os Municípios de Belo Vale, Congonhas e Ouro
Preto

FONTE: Google Earth, 2018.

622
Figura 19.4 - Mineradora em Congonhas

FONTE: Rodolpho Ramina, 2018.

19.2. Enquadramento

O enquadramento dos corpos hídricos em classes segundo os usos preponderantes é


um dos instrumentos de gestão estabelecidos pela Política Nacional de Recursos
Hídricos, Lei 9.433/97. O objetivo desse instrumento é assegurar às águas qualidade
compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas e assim diminuir os
cursos de combate de poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes.

É a Resolução CONAMA Nº 357/05 que estabelece os usos, as classes e as


características que cada uma precisa ter para ser compatível com o nível de qualidade
exigido. Em Minas Gerais, a lei equivalente é a Deliberação Normativa Conjunta
COPAM/CERH - MG nº 1/2008. Onde é estabelecido que nas unidades de conservação
de proteção integral os rios devem ser de Classe Especial; nas áreas indígenas a Classe
1; abastecimento para consumo humano pode ter desde a classe especial, após filtração
e desinfecção, classe 1 após tratamento simplificado, classe 2 após tratamento
convencional até a classe 3 após tratamento convencional ou avançado.

No PDRH Paraopeba há um enquadramento vigente conforme a Figura 19.5, definido


pela Deliberação Normativa COPAM Nº 14/95, representado na Figura 19.6. Ao se
analisar essa deliberação, nota-se que a mesma foi definida com foco na conservação
e proteção das nascentes e mananciais. A Classe 2, considerada como de qualidade da

623
água intermediária, uma vez que permite usos exigentes como o abastecimento, mas
ao mesmo tempo não é muito restritiva foi a mais atribuída. Pouquíssimos trechos foram
definidos como Classe 3, a de pior qualidade dentre as classes propostas.

624
45°0'0"O 44°0'0"O

Enquadramento Vigente

Curvelo
!
P

19°0'0"S 19°0'0"S

Pompéu
!
P

Sete Lagoas
!
P

Esmeraldas
!
P
Pará de Minas
!
P
Contagem Belo Horizonte
!
P !
P
20°0'0"S Ibirité 20°0'0"S
!
P
Itaúna
!
P

Ouro Preto
!
P
Congonhas
!
P
BA
MT
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P

Belo Horizonte ES
^

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"O 44°0'0"O
Legenda Convenções Cartográficas
Enquadramento Vigente !
P Principais Sedes Municipais
Classe 1 Limite Municipal
Classe 2 Hidrografia Principal
Classe 3
Limite SF3: Rio Paraopeba
Classe 4
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatório

FONTE: Adaptado de Deliberação


Normativa COPAM n° 14/95.
Ao se analisar o enquadramento vigente no sistema de ottobacias nível 8 com as
delimitações das unidades de conservação de proteção integral e com os pontos para
abastecimento público não se notou incompatibilidades com o que é previsto na
Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH - MG nº 1/2008. Contudo, dado o fato
do mesmo ter sido estabelecido há 23 anos e nas mudanças de uso da água e do solo
ocorridas desde então, além da própria evolução da legislação, é essencial a
atualização do mesmo. Para tanto, é necessária a identificação detalhada dos usos
existentes, com foco na determinação dos quais são preponderantes em cada trecho,
além disso, é importante a articulação das cargas poluidoras atuais e previstas, seus
efeitos sobre os corpos hídricos e como agir sobre os locais com qualidade inferior ao
necessário.

Na etapa do Diagnóstico, descrita no RP02b, foram identificados, por meio das cargas
estimadas e de simulação matemática, trechos incompatíveis com o enquadramento
vigente ou mesmo com o que deve ser de acordo com a Deliberação Normativa
Conjunta COPAM/CERH - MG nº 1/2008.

No Monumento Natural Municipal Mãe D’água, na Reserva Biológica Municipal Campos


Rupestres de Moeda Sul e no Monumento Estadual da Serra da Moeda ocorreram
trechos com concentrações compatíveis com a Classe 3 e Classe 4, além de Classe 1,
que embora seja menos crítica, ainda se caracteriza como fora da legislação. Essa
mesma classe ocorreu também em um trecho do Parque Estadual do Ouro Branco.
Qualidade compatível com a Classe 2 foi encontrada no Monumento Natural Estadual
Serra do Gambá, Reserva Biológica Municipal Campos Rupestres de Moeda Norte e no
Monumento Estadual da Serra da Moeda. No caso da Q95% os não atendimentos à
Classe Especial, foram referentes à Classe 3 em dois trechos no Monumento Natural
Municipal Mãe D’água, trechos em Classe 1 no Monumento Natural Estadual da Serra
da Moeda e nas reservas biológicas municipais campos rupestres de Moeda Norte e
Moeda Sul.

No que se refere os pontos identificados como de captação superficial para


abastecimento público, ocorreram alguns mais críticos, com Classe 4, incompatível com
esse uso. Tal situação foi diagnosticada na Q7,10 para a cidade Caetanópolis (Rio
Paraopeba), o mesmo para Juatuba (Ribeirão Serra Azul e Rio Paraopeba), Betim (Rio
Betim – Vargem das Flores), Igarapé (Córrego da Estiva), Itaitaçu (Córrego Vermelho e
Ribeirão das Pedras), Ibirité (Córrego Bálsamo), Brumadinho (Rio Manso e Ribeirão
Águas Claras) e Congonhas (Córrego Macaquinhos).

626
Nos cenários tendenciais os resultados apontam para a mesma direção, que é um pouco
otimizada nos alternativos, contudo demonstra que mais do que uma nova proposta de
enquadramento é preciso investimentos para melhoria da qualidade da água, sobretudo
no que se refere ao esgotamento sanitário. No RP04, as questões ligadas ao
enquadramento na região do PDRH Paraopeba serão melhor trabalhadas a fim de se
definir diretrizes para atualização do mesmo.

19.3. Cobrança

Analisando o cadastro de outorgas dos municípios integrantes da Bacia Hidrográfica do


Paraopeba, foi possível perceber que o volume da vazão outorgada é maior que a vazão
captada em 17 de 61 municípios que cruzam a bacia. Sendo assim, é possível identificar
que o total da vazão do cadastro de outorgas representa 65% a mais do total da vazão
captada na bacia. Por este motivo, para estimativa do potencial de arrecadação na
bacia, será utilizado neste estudo, o valor de vazão captada, para que assim os números
apresentados estejam mais próximos da realidade.
A fim de representar a disparidade entre esses dados, calculou-se o consumo por
habitante por dia com base nos valores outorgados e captados, embasados na
população do IBGE de 2010.
O Quadro 19.1 apresenta os dados de consumo em litro por habitante por dia em cada
um dos 61 municípios e assim é possível realizar o comparativo das vazões captadas
em relação às vazões outorgadas pelas companhias de saneamento.

627
Quadro 19.1 - Consumo de Água por Habitante com Base nas Demandas
Demanda Total Consumo Anual
População Total Vazão Outorgada Demanda Total Consumo
Município Consumida per capita
na bacia 2010 (m³/ano) Captada (m3/ano) L/dia/habitante
(m³/ano) (m³/hab)
Belo Horizonte 260 0 0 0 0 0
Belo Vale 7.530 125.940.418 114.179.915 21.101.717 2.802 7.678
Betim 377.228 126.943.587 75.575.831 48.440.677 128 352
Bonfim 6.818 38.990.243 3.639.235 1.842.783 270 740
Brumadinho 33.520 799.683.761 347.689.099 233.870.970 6.977 19.115
Cachoeira da Prata 3.654 33.832.697 6.864.034 991.240 271 743
Caetanópolis 10.218 11.621.796 5.339.483 3.419.783 335 917
Capim Branco 0 0 201 159 1.083 2.967
Caranaíba 0 0 30 20 72 198
Carandaí 28 0 47.415 37.852 1.365 3.740
Casa Grande 2.133 13.289.446 1.672.713 1.249.183 586 1.604
Congonhas 48.519 347.924.416 265.827.853 48.696.820 1.004 2.750
Conselheiro Lafaiete 116.418 162.194.182 95.486.748 19.920.256 171 469
Contagem 173.859 8.802.744 923.317 292.385 2 5
Cordisburgo 0 0 213 170 4.226 11.577
Cristiano Otoni 4.927 27.994.157 3.764.578 1.226.258 249 682
Crucilândia 4.753 98.765.233 56.793.554 11.647.588 2.450 6.713
Curvelo 5.998 237.835.740 118.086.158 21.078.973 3.514 9.628
Desterro de Entre Rios 1.843 458.980 541.522 263.512 143 392
Entre Rios de Minas 14.240 39.197.995 4.485.582 2.936.450 206 565

628
Demanda Total Consumo Anual
População Total Vazão Outorgada Demanda Total Consumo
Município Consumida per capita
na bacia 2010 (m³/ano) Captada (m3/ano) L/dia/habitante
(m³/ano) (m³/hab)
Esmeraldas 46.058 636.587.305 197.540.621 30.543.707 663 1.817
Felixlândia 331 5.946.963 4.237.603 2.049.681 6.185 16.945
Florestal 6.541 247.331.138 3.002.330 1.632.351 250 684
Fortuna de Minas 2.705 72.537.640 46.386.256 12.994.945 4.804 13.162
Ibirité 151.981 21.837.366 24.807.988 8.483.988 56 153
Igarapé 34.851 347.830.626 99.787.604 27.116.708 778 2.132
Inhaúma 5.760 30.180.390 9.951.065 6.716.194 1.166 3.195
Itaguara 15 0 8.784 6.825 462 1.266
Itatiaiuçu 8.650 187.748.848 18.195.440 3.751.684 434 1.188
Itaúna 565 53.974.740 1.928.549 1.437.924 2.546 6.974
Itaverava 210 10.423.261 292.697 231.332 1.103 3.021
Jeceaba 5.395 41.890.495 33.853.593 5.103.955 946 2.592
Juatuba 22.202 132.264.124 146.994.315 128.013.058 5.766 15.797
Lagoa Dourada 3.466 60.204.046 9.435.925 7.193.332 2.075 5.686
Maravilhas 5.773 24.096.537 24.534.524 5.581.081 967 2.649
Mário Campos 13.192 106.448.766 76.452.575 14.387.034 1.091 2.988
Mateus Leme 27.855 316.943.913 25.532.286 15.708.744 564 1.545
Matozinhos 0 0 386 308 6.378 17.475
Moeda 4.636 51.732.303 20.082.086 4.270.606 921 2.524
Morro da Garça 0 0 50 38 235 644
Nova Lima 227 473.040 135 108 0 1
Onça de Pitangui 19 0 73.460 58.514 3.152 8.635

629
Demanda Total Consumo Anual
População Total Vazão Outorgada Demanda Total Consumo
Município Consumida per capita
na bacia 2010 (m³/ano) Captada (m3/ano) L/dia/habitante
(m³/ano) (m³/hab)
Ouro Branco 33.544 20.513.529 5.937.455 4.639.235 138 379
Ouro Preto 375 3.682.354 3.715.869 600.728 1.601 4.387
Papagaios 4.409 87.193.002 44.828.565 16.531.227 3.749 10.272
Pará de Minas 4.309 164.512.804 3.002.924 905.781 210 576
Paraopeba 22.272 369.617.572 98.873.766 37.344.212 1.677 4.594
Pequi 4.073 240.054.418 97.613.638 15.536.625 3.815 10.451
Piedade dos Gerais 4.638 108.791.842 51.804.315 9.782.828 2.109 5.779
Piracema 25 0 9.262 7.063 279 766
Pompéu 1.468 621.018.335 5.958.051 4.546.625 3.098 8.488
Queluzito 1.861 1.058.734 2.228.432 1.726.900 928 2.542
Resende Costa 462 15.452.640 16.698.819 1.873.632 4.058 11.119
Ribeirão das Neves 115 42.924 328 263 2 6
Rio Manso 5.275 245.568.905 37.805.790 14.765.690 2.799 7.669
Santana dos Montes 0 0 27 21 778 2.133
São Brás do Suaçuí 3.513 8.608.014 867.503 361.332 103 282
São Joaquim de Bicas 25.537 67.922.810 14.185.539 10.755.600 421 1.154
São José da Varginha 4.196 189.294.487 5.317.251 2.638.997 629 1.723
Sarzedo 25.814 55.553.993 21.400.666 5.306.231 206 563
Sete Lagoas 6.224 112.204.475 111.309.904 27.011.782 4.340 11.890
Total 1.300.488 6.733.017.734 2.365.573.857 846.633.685 1.596 4.372

FONTE: COBRAPE com base em IBGE, 2010.

630
19.3.1. Simulação de Cobrança

Visto que a recomendação da ONU é de um consumo de 110 l/habitante/dia, podemos


perceber que 22 dos municípios da Bacia do Paraopeba possuem um valor de consumo
acima do recomendado, sendo o consumo no município de Brumadinho, cinco vezes
maior que o recomendado pela ONU.
A fim de realizar a simulação de cobrança pelo uso da água na Bacia Hidrográfica do
Paraopeba, foi utilizada como base a metodologia proposta pela Deliberação nº 40 de
31 de outubro de 2008 do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF).
Para tanto, foram considerados dados de demanda por município e por setor, sendo
considerados os setores de abastecimento público, agricultura, aquicultura, indústria,
mineração, pecuária e urbanização e paisagismo.
O anexo II da deliberação da CBHSF, determina alguns valores unitários de cobrança,
ou seja, os PPU’s ou Preços Públicos Unitários. O Quadro 19.2 apresenta os valores de
PPU’s adotados pela metodologia da CBHFS.

Quadro 19.2 - Valores Unitários de Cobrança

Tipo de uso PPU Unidade Valor (R$)


Captação de água bruta PPUcap m³/s 0,01
Consumo de água bruta PPUcons m³/s 0,02
Lançamento de carga orgânica - DBO5,20 PPUDBO kg/dia 0,07

FONTE: CBHFS, 2009.


A metodologia da CBHFS também apresenta valores tabelados de coeficientes
multiplicadores de cobrança de acordo com o setor usuário, conforme mostra o Quadro
19.3.

Quadro 19.3 - Valores dos Coeficientes Multiplicadores de Cobrança


Termo Classe Valor
1 1,1
2 1
Kcap classe
3 0,9
4 0,8
Kcons irrig 0,8
Kt (para irrigação, criação animal e aquicultura) 0,025
Kt (para demais setores usuários) 1
Klanç 1
Kprioridade (para abastecimento humano) 0,5
FONTE: CBHFS, 2009.
Levando em consideração os coeficientes multiplicadores, foi considerado o valor de
0,025 como fator multiplicador para as estimativas de cobrança do setor de agricultura.

631
19.3.1.1. Simulação por Cobrança de Captação e Consumo

A simulação de cobrança para a Bacia do Paraopeba, levou em consideração 7 setores


usuários, sendo estes: abastecimento público, agricultura, aquicultura, indústria,
mineração, pecuária e urbanização e paisagismo. Para os cálculos de estimativa de
cobrança foram utilizados dados de demanda captada e demanda consumida, além de
informações das cargas e vazões de lançamento dos setores doméstico e industrial que
correspondem a maior parcela de carga gerada quando comparado aos demais setores.

19.3.1.2. Resultados da Simulação

Os valores totais resultantes da estimativa de cobrança estão apresentados no Quadro


19.4. O cadastro que tem maior representatividade de arrecadação é o de lançamento,
considerado o valor de demanda na simulação, seguido de captação e consumo
respectivamente.

Quadro 19.4 - Resultados da Simulação de Cobrança

Classificação Valor total


Captação R$ 18.881.152,02
Consumo R$ 9.124.563,93
Lançamento R$ 21.995.628,27
Total R$ 50.001.344,22

FONTE: COBRAPE, 2018.

O somatório de R$ 50.001.344,22 corresponde ao valor total dos setores de usuários,


levando em consideração os dados estimados das demandas de captação e os valores
estimados de lançamento nos setores de abastecimento público e industrial.
A Figura 19.6 apresenta o resultado estimado de representatividade na arrecadação por
setor.

632
Figura 19.6 - Percentual de Arrecadação por Setor

FONTE: COBRAPE, 2018.

Vale ressaltar que na aplicação da metodologia da Deliberação nº 4 da CBHSF na Bacia


Hidrográfica do Paraopeba, foram considerados os valores de demanda calculados pela
própria consultora, a qual representam um valor bastante inferior em relação ao valor
total do cadastro de outorgas. Além disso, como a bacia não possui cadastro de
outorgas para lançamento, os valores calculados para cobrança de lançamento também
foram baseados nas estimativas da consultora. Por este motivo, o resultado de
simulação de cobrança aqui apresentado, demonstra valores estimados, com vistas a
apresentar resultados próximos a realidade.

No RP04 - Plano de Ação e Diretrizes e Critérios para Aplicação dos Instrumentos de


Gestão dos Recursos Hídricos na Bacia do Rio Paraopeba essa análise será
aprofundada conforme pede o Termo de Referência.

633
19.4. Outorga

A outorga de direito de uso de recursos hídricos é o instrumento legal que assegura ao


usuário o direito de utilizar os recursos hídricos, por prazo determinado e com termos e
condições expressos.

É um dos instrumentos instituído pela Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei nº


9.433/97, e sua importância decorre, dentre outros motivos, da necessidade de sua
implementação para que outro instrumento possa ser utilizado: a cobrança pelo uso de
recursos hídricos.

Esse instrumento tem como particularidade provir diretamente da Constituição Federal


de 1988, que em seu Art. 21, inciso XIX diz que compete à União “instituir sistema
nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos
de seu uso”.

A Lei Federal nº 9.433/97, que regulamentou o inciso anteriormente mencionado da


Constituição Federal, estabelece que o regime de outorga de direito de uso de recursos
hídricos objetiva assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água, assim
como o efetivo exercício dos direitos de acesso à água (artigo 11).

Desse modo, outorga é um ato administrativo de consentimento, autorização, aprovação


ou beneplácito. Não dá ao usuário a propriedade de água, mas o direito de utilização.

Cabe observar a existência de condições prevalentes, conforme previsto na Política


Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais. Com efeito, a Lei Estadual nº
13.199/00, em seu Artigo 19, define:

“A outorga de uso de recursos hídricos respeitará as prioridades de


uso estabelecidas nos Planos Diretores de Recursos Hídricos de
Bacias Hidrográficas, a classe em que o corpo de água estiver
enquadrado e a manutenção de condições adequadas ao transporte
hidroviário, quando for o caso”.

Outro aspecto importante é tratado no Artigo 20 da mesma Lei Estadual, a saber:

“A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa,


parcial ou totalmente, em definitivo ou por prazo determinado, nas
seguintes circunstâncias: I - não-cumprimento, pelo outorgado, dos
termos da outorga; (...) III - necessidade premente de água para
atender a situações de calamidade, inclusive as decorrentes de
condições climáticas adversas; IV - necessidade de se prevenir ou
fazer reverter grave degradação ambiental; V - necessidade de se

634
atender a usos prioritários, de interesse coletivo, para os quais não se
disponha de fontes alternativas; ”.

Observa-se que o dispositivo permite ao agente outorgante restringir os usos


outorgados nas situações previstas na Lei. De maior importância, no entanto, advém o
fato de que, independente das referências (vazões) utilizadas para avaliar a viabilidade
quali-quantitativa do montante a ser outorgado, há sempre a possibilidade de restringir
os usos de forma a assegurar o controle dos recursos hídricos. Não há, portanto, uma
restrição explícita quanto ao limite superior a ser observado na análise e expedição das
outorgas.

Vale lembrar, que neste caso, a interação entre a fiscalização e acompanhamento dos
usos outorgados e as informações provenientes do monitoramento quali-quantitativo e,
quando disponível, de modelos matemáticos de simulação, são de suma importância
para as tomadas de decisão pelo agente outorgante.

Além disso, existem modalidades previstas pela legislação estadual, que são:

• Concessão

Na execução de obras, serviços ou atividades desenvolvidas por pessoa jurídica de


direito público ou quando se destinarem a finalidade de utilidade pública.

• Autorização

Na execução de obras, serviços ou atividades desenvolvidas por pessoa física ou


jurídica de direito privado e/ou não se destinarem a finalidade de utilidade pública.

• Permissão

Na execução de obras, serviços ou atividades desenvolvidas por pessoa física ou


jurídica de direito privado, sem destinação de utilidade pública e quando produzirem
efeitos insignificantes nas coleções hídricas.

Ressalta-se a necessidade de consolidar a outorga, garantindo a melhoria nos


processos de análise com a utilização de critérios técnicos que orientem sua execução
e ampliação do universo de usuários regularizados.

A concessão da outorga mediante uma análise técnica bem estruturada auxilia o


processo de gestão da água, podendo ser utilizado como instrumento estratégico na
preservação de recursos hídricos.

A Resolução nº 17/2001 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos estabelece que os


limites e critérios para a outorga de uso dos recursos hídricos são aspectos a serem

635
observados em programas de implantação dos instrumentos de gestão dos planos de
recursos hídricos.

As diretrizes para consolidação da outorga como instrumento de gestão serão tratadas


posteriormente, no Produto RP04 - Plano de Ação e Diretrizes e Critérios para Aplicação
dos Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos na Bacia do Rio Paraopeba, de
forma que serão estimados investimentos necessários para a execução da atividade.

No entanto, cabe destacar aqui que dentre as principais diretrizes que serão abordadas,
um foco deve ser dado para a outorga de lançamento de efluentes, visto que a mesma
ainda não existe na Bacia do rio Paraopeba.

A regularização da outorga de lançamento de efluentes já se iniciou na bacia piloto do


Ribeirão da Mata (afluente do rio das Velhas, bacia do rio São Francisco), através da
convocação dos empreendimentos para a regularização pelas Portarias IGAM nº
29/2009 e nº 31/2009. A mesma possui Relatórios Técnicos descrevendo os
procedimentos e critérios para a outorga de efluentes que serão validados e
aprimorados, como forma de se utilizar como base para os critérios da outorga de
lançamento de efluentes na Bacia do rio Paraopeba.

636
20. ROMPIMENTO DA BARRAGEM I DE BRUMADINHO

A amplitude de questões relacionadas ao desenvolvimento de uma dada região, face às


suas potencialidades ou vulnerabilidades, é imensa. Concomitantemente ao
desenvolvimento surgem, inevitavelmente, os impactos sobre o meio ambiente. Desta
maneira a questão central passa a ser a forma de abordagem e de mensuração de tais
impactos, uma vez que estes se interferem mutuamente, não são da mesma natureza,
são difíceis de serem avaliados quanto ao seu valor econômico e afetam diferentemente
a sociedade, em intensidade, localização e efeito.

A bacia do rio Paraopeba tem a “mineração” ou “extração mineral” como um de seus


motores econômicos, cuja atividade está intimamente ligada a riscos, com destaque
para o de rompimento das barragens que acumulam os rejeitos gerados pela atividade.
No dia 25 de janeiro de 2019 uma destas barragens de rejeitos se rompeu, tornando
assim o risco em um evento trágico sem precedentes na bacia, porém já vivenciado,
infelizmente, em outras regiões do país.

Neste mesmo mês de janeiro o “Produto RP04 - Plano de Ação e Diretrizes e Critérios
para Aplicação dos Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos na Bacia do Rio
Paraopeba” estava em meados de sua produção e, próximo à apresentação da proposta
do referido relatório (RP04), aconteceu o rompimento da Barragem da Vale, no qual
proporcionou uma suspensão dos trabalhos, visto as alterações ambientais sofridas na
região. Neste sentido, a COBRAPE juntamente com o IGAM/GAT, buscaram
complementar esse produto de forma que as questões relacionadas à barragem e aos
impactos gerados fossem apresentadas à sociedade. Embora não tenha sido possível
inserir um novo cenário de análise, na proposição das ações e diretrizes buscou-se
inserir itens que contribuíssem, no âmbito da gestão de recursos hídricos, para melhorar
informações quanto à segurança de barragens.

Assim sendo, o objetivo deste capítulo é trazer um esclarecimento sobre o ocorrido na


Mina do Córrego do Feijão, por meio da apresentação das informações específicas da
Barragem I de Brumadinho, além de informações relativas à técnica de alteamento à
montante – a mesma utilizada na barragem de Brumadinho –, e o acompanhamento
realizado pós evento.

20.1. Barragem I de Brumadinho

A barragem foi construída em 1976, pela Ferteco Mineração (adquirida pela Vale em 27
de abril de 2001), pelo método de alteamento a montante. Os rejeitos dispostos

637
ocupavam uma área de 249,5 mil m² e o volume disposto era de 11,7 milhões de m³.
(VALE, 2019).

Segundo Ávila (2012), a barragem foi implantada inicialmente com crista na elevação
874,00 m, sofrendo cinco alteamentos sucessivos de 3,00 m de altura cada, atingindo
coroamento na elevação 889,00 m. Posteriormente, teve sua crista alteada até a
elevação 894,00 m, com envelopamento do maciço associado a alteamentos de 5,00 m
(Quadro 20.1). A partir do 4º alteamento, o eixo da barragem foi deslocado para
montante do eixo inicial. Foram complementadas as obras do 9º alteamento pelo
método de montante, com maciço de rejeito compactado sobre a praia de rejeitos,
atingindo a elevação 937,00 m e altura máxima de 81,00 m.

Quadro 20.1 - Características da Barragem


DADOS GERAIS
Contenção de rejeitos, com reaproveitamento da água no
Finalidade
processo industrial.
Empresas Projetistas 8ª Etapa: Tecnosolo, 9ª Etapa: Geoconsultoria
Construção – Etapa Início 9ª Etapa: 2007
Cota da Crista 937,00 m
Altura da Barragem 81,00 m
Comprimento da Crista 610,00 m
Área do Reservatório 0,24 km²
Volume Atual do Reservatório 10.000.000,0 m³
Tipo de Seção Homogênea
Drenagem Interna Filtro vertical associado a tapete drenante
ESTUDOS GEOTÉCNICOS
Sondagens Realizadas nas fases de projeto.
Parâmetros dos Materiais Aterro (Rejeito Compactado): c'=5,00kPa / φ'=37°
HIDROLOGIA / HIDRÁULICA
Área da Bacia 0,88km²
Tempo de Concentração 22,9 minutos
Cheia de Projeto 10.000 anos de tempo de retorno
Vazão Máxima Afluente 2,61 m³/s
Vazão de Projeto 1,77 m³/s
NA Máximo Operacional 935,00 m
NA Máximo Maximorum 935,69 m
Borda Livre (NA máx Max) 1,31 m
ESTRUTURAS VERTENTES
Estrutura em torre, com galeria de fundo e canal a jusante
Vertedouro de Operação
que deságua na Barragem 4
FONTE: Ávila, 2012.

O evento ocorrido na bacia do rio Paraopeba se tratou da Barragem I da Mina Córrego


do Feijão, a qual se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019, liberando cerca de 12 milhões
de metros cúbicos de rejeitos de mineração, ocasionando um efeito devastador sobre
tudo que estava a jusante, varrendo equipamentos operacionais (como trens, veículos
e máquinas de beneficiamento do minério) e o centro administrativo da Vale, soterrando

638
escritórios, vestiário e um refeitório, matando centenas de trabalhadores e trabalhadoras
que trabalhavam e almoçavam no local (CNDH, 2019).

Ainda segundo CNDH (2019), a lama, com velocidade estimada em 70 km/h, seguiu seu
curso vale abaixo soterrando casas, sítios, tapando córregos, destruindo a mata e a
vegetação local, até chegar ao rio Paraopeba, afluente do rio São Francisco. A Figura
20.1 ilustra a região do rompimento da barragem antes do evento, e a Figura 20.2 ilustra
mesma região posterior ao ocorrido.

Segundo dados da Defesa Civil do estado de Minas Gerais (DEFESA CIVIL, 2019), o
desastre da barragem de rejeitos de Brumadinho contabiliza 395 pessoas localizadas,
34 desaparecidos, e 236 óbitos.

Figura 20.1 – Imagem da Região Pré-Rompimento

FONTE: Google Earth (Data da imagem: 21/07/2018).

639
Figura 20.2 – Imagem da Região Pós-Rompimento

FONTE: Google Earth (Data da imagem: 21/07/2019).

A Equipe da COBRAPE realizou uma incursão à campo em dois momentos distintos do


Plano: a primeira em outubro de 2018, ou seja, antes do rompimento da barragem de
Brumadinho, e a segunda incursão em fevereiro de 2019, posterior ao ocorrido. As
Figura 20.3 a Figura 20.5 ilustram um comparativo da região atingida pelos rejeitos.

Figura 20.3 – Comparativo 1 - pré e pós rompimento – Ponte sobre o rio Betim

FONTE: Rodolpho Ramina, 2018-2019.

640
Figura 20.4 – Comparativo 2 - pré e pós rompimento – rio Paraopeba em Brumadinho

FONTE: Rodolpho Ramina, 2018-2019.

Figura 20.5 – Comparativo 3 - pré e pós rompimento – rio Paraopeba em Brumadinho

FONTE: Rodolpho Ramina, 2018-2019.

Em nota, a ANM afirmou que a barragem que se rompeu designada de B1, era uma
estrutura para contenção de rejeitos, de porte médio, que não apresentava pendências
documentais e, em termos de segurança operacional, estava classificada na Categoria
de Risco Baixo e de Dano Potencial Associado Alto (em função de perdas de vidas
humanas e dos impactos econômicos sociais e ambientais) (ANM, 2019). Não obstante,
a Barragem I possuía Declarações de Condição de Estabilidade emitidas pela empresa
TUV SUD do Brasil, empresa internacional especializada em Geotecnia (VALE, 2019).

Segundo a Vale S.A a barragem encontrava-se inativa, ou seja, não recebia rejeitos
desde 2016 (VALE, 2019). A última licença ambiental aprovada pelo Conselho Estadual
de Política Ambiental (COPAM), em dezembro de 2018, autorizou o
descomissionamento da barragem. Isto é, a retirada de todo material depositado e
posterior recuperação ambiental da área. A estabilidade estava atestada pelo auditor
conforme declaração apresentada em agosto de 2018. A competência para fiscalizar a
segurança das barragens de mineração é da Agência Nacional de Mineração (ANM),
segundo a Política Nacional de Segurança de Barragens (Lei n. 12.334/2010). Ainda

641
conforme a Lei, a responsabilidade pela operação adequada das estruturas é do
empreendedor (IGAM, 2019).

A Barragem passava por inspeções de campo quinzenais, todas reportadas à ANM


(Agência Nacional de Mineração) através do SIGBM (Sistema Integrado de Gestão de
Segurança de Barragens de Mineração). Sendo que a última inspeção cadastrada no
sistema da ANM foi executada em 21/12/18. Adicionalmente, a mesma passou por
inspeções em 08/01/19 e 22/01/19, com registro no sistema de monitoramento da Vale.
O cadastramento da inspeção na ANM, conforme legislação, deve ser executado até o
final da quinzena seguinte. Todas estas inspeções não detectaram nenhuma alteração
no estado de conservação da estrutura (VALE, 2019).

Ainda segundo a Vale (2019) a Barragem possuía 94 piezômetros e 41 INAs (Indicador


de Nível D´Água) para seu monitoramento. As informações dos instrumentos eram
coletadas periodicamente e todos os seus dados analisados pelos geotécnicos
responsáveis pela barragem. Dos 94 piezômetros, 46 eram automatizados.

A Barragem possuía PAEBM (Plano de Ações Emergenciais de Barragem de


Mineração), conforme determina portaria DNPM 70.389/2017. O mesmo foi protocolado
nas Defesas Civis Federal, Estadual e Municipal, entre os meses de junho e setembro
de 2018. O PAEBM foi construído com base em um estudo de ruptura hipotética, que
definiu a mancha de inundação. Além disso, a barragem possuía sistema de vídeo
monitoramento, sistema de alerta através de sirenes (todas testadas) e cadastramento
da população à jusante. Também foi realizado o simulado externo de emergência em
16/06/2018, sob coordenação das Defesas Civis, com o total apoio da Vale, e o
treinamento interno com os funcionários em 23/10/18.

20.2. Barragens de Alteamento a Montante

Existem diversos tipos de barragens de disposição de rejeitos, e um deles é chamado


de alteamento a montante, ou método da linha de montante. Segundo Soares (2010)
esse método consiste na construção de diques sobre as áreas formadas pela
decantação do próprio rejeito, os quais servem como fundação para a construção de
um novo alteamento, conforme ilustrado na Figura 20.6.

642
Figura 20.6 – Alteamentos sucessivos: método da linha de montante

FONTE: VALERIUS, 2014, p. 9.

Ainda segundo Soares (2010), as vantagens deste método são: (I) os custos reduzidos
de implantação; (II) a velocidade para execução dos alteamentos; (III) os menores
volumes na etapa de alteamento e; (IV) a baixa necessidade de equipamentos de
terraplenagem. Por outro lado, o autor cita diversas desvantagens do método, tais como:
(I) menor coeficiente de segurança, em função da linha freática, em geral, situada muito
próxima ao talude de jusante (Figura 20.7a); (ii) a superfície crítica de ruptura passa
pelos rejeitos sedimentados, porém não devidamente compactados (Figura 20.7b); (iii)
há possibilidade de ocorrer entubamento, resultando no surgimento de água na
superfície do talude de jusante, principalmente quando ocorre concentração de fluxo
entre dois diques compactados (Figura 20.7c); (iv) há risco de ruptura provocado pela
liquefação da massa de rejeitos, por efeito de sismos naturais ou vibrações causadas
por explosões ou movimentação de equipamentos.

643
Figura 20.7 – Principais riscos de ruptura causados pelo alteamento segundo o método
de montante

FONTE: SILVEIRA; READES (1973 apud SOARES, 2010).

Corroborando, em termos de riscos ambientais:

As barragens de rejeitos baseadas na técnica de aterro têm


proporcionado uma crescente reação dos órgãos ambientais e das
comunidades afetadas, em função dos elevados riscos ambientais
inerentes ao processo e às catastróficas consequências de uma
ruptura. Particularmente as barragens alteadas para montante tendem
a ser potencialmente críticas e a liberação descontrolada das massas
retidas, em eventual ruptura, implica graves consequências não
apenas nas vizinhanças do empreendimento, mas também em áreas
distantes a montante. No contexto dos casos históricos de rupturas de
barragens de contenção de rejeitos construídas pela técnica de aterro
hidráulico, a liquefação estática tem sido um fator determinante
(PEIXOTO, 2012, p. 7).

Ainda segundo Soares (2010) algumas medidas para mitigar os riscos atrelados a esta
tipologia construtiva são o controle do nível d’água do lago de rejeitos por meio de
sistemas de drenagem eficientes que considerem a vazão do rejeito e também o volume
pluviométrico na área; não proceder com tal método construtivo em áreas sujeitas a
vibrações, sejam elas tectônicas ou antrópicas, tais como aquelas provocadas pelo uso
de explosivos, movimentação intensa de veículos pesados, visto que tais vibrações são
o estímulo para a liquefação da massa de rejeito; além da instalação de canaletas de

644
passagem para as águas da chuva e uso de cobertura vegetal, ambas com o intuito de
evitar a erosão do talude de jusante.

20.3. Acompanhamento dos Rejeitos

Face ao rompimento da Barragem B1, no complexo da Mina Córrego Feijão, da


Mineradora Vale/SA, em Brumadinho, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos (SEMAD) divulgou em nota que, em parceria com o Instituto Mineiro
de Gestão das Águas (IGAM) intensificou o monitoramento na Bacia Hidrográfica do rio
Paraopeba, na área atingida pelos rejeitos. O trabalho vem sendo realizado por meio de
um plano de monitoramento emergencial da qualidade das águas e dos sedimentos,
iniciado menos de 24 horas após o acidente. O plano é desenvolvido em conjunto com
a Companhia de Saneamento do Estado de Minas Gerais (Copasa), a Agência Nacional
de Águas (ANA) e a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). O
documento contempla a seleção dos pontos de coleta da água para medição dos
parâmetros analisados e da frequência da coleta das amostras, com o objetivo de avaliar
o grau de interferência nos recursos hídricos afetados, o que permitirá ainda a avaliação
dos níveis de poluição e degradação ambiental. (SEMAD, 2019a).

As análises subsidiaram a elaboração de boletins que foram divulgados diariamente


após a tragédia. O monitoramento contempla parâmetros básicos de qualidade de água
(temperatura, oxigênio dissolvido, turbidez e pH), a série de metais, além de
concentração de sedimentos. A extensão do monitoramento foi do local do acidente,
percorrendo o Rio Paraopeba à jusante, até o reservatório da Usina Hidrelétrica Três
Marias. (IGAM, 2019).

A partir das informações divulgadas entre o Boletim Informativo Nº 1, de 28 de janeiro


de 2019 e o Boletim Informativo Nº 45 de 17 de maio nota-se que a rede de
monitoramento se iniciou com 17 estações e se expandiu para 25, sendo que a mesma
contempla estações existentes previamente e algumas instaladas emergencialmente.
Conforme o deslocamento da pluma de rejeitos a frequência de amostragem em cada
estação foi se alterando entre diária, semanal e mensal.

De acordo com o Boletim Nº 45, os maiores valores encontrados para os parâmetros


monitorados ocorreram logo após o desastre, principalmente nos primeiros 40 km do rio
Paraopeba, complementados por grandes oscilações nas semanas seguintes,
intensificado pela ocorrência de chuvas.

No período desses boletins, os parâmetros que ultrapassaram seus respectivos limites


da Classe 2 definidos na DN COPAM/CERH-MG Nº 01/2008 foram: cádmio, cobre,
mercúrio total, níquel total, pH, zinco, cor verdadeira, ferro dissolvido, manganês total,

645
chumbo e turbidez. Sendo esses cinco últimos os que mais frequentemente violaram os
limites, com destaque para a turbidez, encontrada acima de 10x o limite da Resolução
na maioria das coletas.

De acordo com Von Sperling (2005), a cor verdadeira e a turbidez são parâmetros
físicos, que interferem mais na questão visual da água, contudo no caso das águas que
serão destinadas ao consumo humano, se os valores desses parâmetros estiverem
muito altos podem trazer inconvenientes sanitários, necessitando de tratamentos mais
complexos. A mesma relação com o tratamento é apontada pelo autor para o caso de
ferro dissolvido e manganês que têm valores de potabilidade bem definidos. Dentre
esses parâmetros, o chumbo é o que merece mais atenção, visto que em determinadas
concentrações é tóxico para os seres vivos como um todo.

Visto que medidas emergenciais de suspensão de captação foram tomadas, diminuindo


os riscos para a população, o importante é continuar o monitoramento, identificando os
pontos mais críticos, variáveis que alteram a distribuição desses parâmetros, entre
outros, a fim de subsidiar ações futuras de recuperação do rio Paraopeba.

Conforme informado pela VALE (2019) foram alocadas três membranas para a
contenção de rejeitos a fim de proteger o sistema de captação de água de Pará de Minas
(município localizado a 40km de Brumadinho) e garantir o abastecimento contínuo da
região. Essa iniciativa foi medida preventiva e faz parte do plano apresentado pela Vale
ao Ministério Público e aos órgãos ambientais. A barreira de contenção instalada tem
50 metros de comprimento e profundidade de dois a três metros. A estrutura funciona
como um tecido filtrante, evitando a dispersão das partículas sólidas (argila, silte,
matéria orgânica etc.), que provocam a turbidez da água e alteram sua transparência.

Segundo a UFMG (2019) o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho deixou


impactos significativos à vegetação, que pode demorar anos para se recuperar. Os
dados preliminares divulgados pelo Ibama, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis, indicam a perda de 133,27 hectares de Mata Atlântica.
O órgão chegou a aplicar 250 milhões de reais em multas contra a empresa com base
na Lei de Crimes Ambientais.

Em nota divulgada pelo IGAM, desde o rompimento da Barragem I, em janeiro deste


ano, o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA) deu início a
uma série de ações de avaliação e mitigação de danos ambientais. Uma das medidas
está relacionada ao salvamento de fauna silvestre e doméstica, que vem sendo
monitorado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). O acompanhamento das ações
da empresa está sendo feito por uma equipe da Diretoria de Proteção à Fauna (Dfau),

646
do IEF, composta por biólogos, veterinários e geógrafos. A mineradora é responsável
pelas ações de resgate e cuidados aos animais. A medida foi prevista em autos de
fiscalização lavrados pelo SISEMA. Os profissionais estão atuando no salvamento da
fauna silvestre, incluindo a ictiofauna (conjunto das espécies de peixes que existem
numa determinada região) em articulação com as equipes técnicas designadas pelos
demais órgãos que compõem o SISEMA, ou seja, a Secretaria de Estado de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), o Instituto Mineiro de Gestão das
Águas (IGAM) e a Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM). O trabalho conta
ainda com o apoio de outras instituições, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio) e as Polícias Civil e Militar de Minas Gerais (IGAM, 2019).

Segundo informações repassadas pela Vale S/A, o balanço das operações de


salvamento de animais terrestres e aquáticos, tanto domésticos como silvestres inclui:

• 12 animais silvestres terrestres mantidos sob os cuidados da empresa,


aguardando destinação, e outros 10 reintegrados ao ambiente;
• 262 animais domésticos terrestres resgatados vivos, dos quais 168 continuam
sob os cuidados da empresa;
• 11 carcaças de animais silvestres terrestres encontradas e 26 de animais
domésticos, sendo três outras não identificadas;
• 69 peixes nativos resgatados vivos no rio Paraopeba. Esses peixes foram
transferidos para outro ponto do rio, não atingido pela pluma de rejeitos;
• 1.542 carcaças de peixes nativos encontradas e três de indivíduos exóticos.

O Governo de Minas realiza o monitoramento contínuo do avanço dos rejeitos da


barragem e, segundo dados da SEMAD (2019b), a lama seguiu pelo Ribeirão Ferro-
Carvão até desaguar no Rio Paraopeba, depois de percorrer cerca de 9 km. Nesse
trajeto, o material se espalhou por uma área de aproximadamente 290 hectares para,
na sequência, seguir a calha do rio Paraopeba. A Figura 20.8 ilustra a mancha de
rejeitos até a confluência com o rio Paraopeba.

647
Figura 20.8 – Espalhamento do rejeito até a confluência com o rio Paraopeba

FONTE: Adaptado de SEMAD, 2019b.

Não obstante, em nota divulgada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e


Desenvolvimento Sustentável (SEMAD, 2019c), segundo cálculos de velocidade de
deslocamento e avaliação visual da água do Rio Paraopeba, a pluma de rejeitos já
atingiu a marca de 120 quilômetros de distância do local do rompimento, situando-se na
altura do município de São José da Varginha. Entretanto a extrapolação sistemática de
alguns parâmetros de qualidade da água, de acordo com a legislação ambiental vigente,
restringe-se aos 45 quilômetros iniciais, na divisa de Betim com São Joaquim de Bicas.

O avanço da pluma de rejeitos fez com que as captações de água na calha do rio
Paraopeba fossem suspensas, por tempo indeterminado. Tal recomendação foi exposta
em nota divulgada pela SEMAD em conjunto com as Secretarias de Estado de Saúde
(SES), e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA), na qual a orientação é de
não se utilizar a água BRUTA do rio é válida para qualquer finalidade: humana, animal
e atividades agrícolas. A medida foi adotada após a detecção de metais em níveis acima
do permitido pela legislação ambiental e de avaliação da SES com base em requisitos

648
de vigilância sanitária. Esta orientação é válida desde a confluência do Rio Paraopeba
com o Córrego Ferro-Carvão até o município de Pará de Minas.

Diante do ocorrido, e de forma a preservar a segurança da população residente na bacia


do rio Paraopeba, especialmente aqueles em áreas de risco de serem atingidas pelos
rejeitos de barragens de mineração caso haja um novo rompimento, e também de forma
a prevenção para que tais eventos não ocorram novamente, as diretrizes do PDRH
Paraopeba deverão conter indicações ou petições para o fim de barramentos a
montante na Bacia do Paraopeba. Não obstante, as diretrizes do Plano deverão
estabelecer que o Comitê de Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba reivindique e conheça
onde ocorrem as barragens de contingenciamento de rejeitos (alteamento a montante)
na bacia do rio Paraopeba e, a partir disso, estabeleça medidas pelo seu
descontingenciamento para que não ocorra novas tragédias como a ocorrida.

A estruturação do Plano de Ações e a relação de diretrizes estão expostas nos capítulos


em sequência.

649
21. ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE AÇÕES

Existem diferentes métodos para apoiar o processo de tomada de decisão inerente ao


planejamento estratégico. Mintzberg, Ahlstrand e Lampel, em seu livro Strategy Safari,
de 1998, posteriormente reeditado sob o título Strategy Safari: The Complete Guide
through the Wilds of Strategic Management (AHLSTRAND,2001), tratam das dez
principais escolas do planejamento estratégico, e da forma como cada uma trata da
condução dos processos de planejamento com métodos, ferramentas e atividades
próprias.

Uma das escolas mais adotadas pelas organizações modernas é a chamada Escola do
Design, que define a estratégia como um processo de concepção que busca um ajuste
entre as forças e fraquezas internas de uma organização com as oportunidades e
ameaças existentes no ambiente em que estas se encontram. Uma das principais
ferramentas utilizadas para este ajuste é a chamada Análise SWOT, comum nos meios
administrativos e gerenciais, assim chamada por conta da corruptela do inglês, uma vez
que a sigla significa:

▪ Strengths (Forças);

▪ Weaknesses (Fraquezas);

▪ Opportunities (Oportunidades); e,

▪ Threats (Ameaças).

As Forças e Fraquezas são fatores que estão caracterizados como internos de criação
ou de destruição de valores. Estes valores podem ser ativos, habilidades ou recursos
financeiros e humanos que uma organização possui a disposição em relação aos seus
concorrentes (Value Based Management, 2011).

Já as Oportunidades e as Ameaças são consideradas como fatores externos de criação


ou de destruição de valores, não controlados pela empresa. Estes valores podem ser
fatores demográficos, políticos, sociais, legais e tecnológicos. (Value Based
Management, 2011).

Assim, a análise SWOT busca combinar fatores internos e fatores externos a


organizações, levantando os quatro pontos, marcados pelas iniciais, através da
atribuição de fatores de escala a cada indicador da análise. Esta divisão é necessária
porque a organização tem que agir de formas diferentes em um e em outro caso.

O ambiente interno pode ser controlado pela organização, já que é resultado de


estratégias de atuação definidas. Desta forma, quando se percebe um ponto forte, este

650
deve ser ressaltado, e quando se percebe um ponto fraco, este deve ser controlado ou
minimizar seu efeito.

Já o ambiente externo está totalmente fora do controle da organização, entretanto deve


ser estudado e conhecido. Através do monitoramento constante, é possível aproveitar
as oportunidades da maneira mais ágil e eficiente e evitar as ameaças.

Em português, esta análise também é conhecida como Análise FOFA, embora este
termo ainda não esteja disseminado nos meios empresariais, nem tampouco junto à
comunidade acadêmica. Esta análise é muito utilizada por empresas no planejamento
estratégico de negócios, e, segundo diversos autores, pode ser uma ferramenta de
grande utilidade para as organizações brasileiras.

A COBRAPE já empregou técnicas de Análise SWOT em outros trabalhos de


consultoria, com resultados interessantes16. Ao considerar que programas de
investimentos devem seguir estratégias bem definidas, é possível entender que as
organizações públicas responsáveis pela sua implementação devem ser analisadas sob
o ponto de vista da sua SWOT.

No caso em análise, ou seja, o Plano de Bacia do rio Paraopeba, é possível aplicar,


ainda que com alguma “adaptação metodológica”, o conceito da Análise SWOT a figura
da própria bacia, identificando fatores endógenos (forças e fraquezas) e exógenos
(ameaças e oportunidades) que devem ser considerados para a construção das ações
preconizadas pelo futuro plano de investimentos.

Uma das críticas à metodologia SWOT é a dificuldade de se estabelecer qual é o


principal sujeito para o qual as oportunidades e ameaças, forças e fraquezas serão
definidas. Assim, por exemplo, surge o seguinte questionamento: - Para quem o
conflito entre os usos é uma ameaça? Para resolver esta questão foi definido um foco
- Recursos Hídricos com Base em Cenário Atual e Futuro - que funcionou como uma
diretriz norteadora para a definição dos quadrantes do SWOT.

Além da definição do foco, definiram-se alguns temas, os quais também foram utilizados
para possibilitar uma maior adequação à metodologia, como mostra a Figura 21.1.

16 Destacam-se os estudos de consultoria para a “Avaliação do Programa Paraná Urbano II”,


para o Serviço Social Autônomo Paranacidade, no ano de 2007, “Avaliação do Programa Pará-
Urbe”, para a Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Pará, em 2008, “Avaliação do
PROSAMIM – Programa de Saneamento Ambiental dos Igarapés de Manaus”, para o Banco
Interamericano de Desenvolvimento – BID, ainda em elaboração, “Plano de Recursos Hídricos
da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba”, para a Agência Nacional de Águas, em 2012.

651
Figura 21.1 – Temas da Análise SWOT

FONTE: COBRAPE, 2019.

Considerando essas diretrizes, a análise SWOT foi aplicada para a Bacia do Rio
Paraopeba, o resultado da análise está apresentado na Figura 21.2.

652
Figura 21.2 – Análise SWOT

FONTE: COBRAPE, 2019.

A análise SWOT permitiu a identificação dos fatores internos da bacia, tanto os positivos
(Forças), quanto os negativos (Fraquezas). Do ponto de vista das Forças da bacia do
rio Paraopeba, destaca-se, primeiramente, a infraestrutura da região, que talvez seja o
grande catalisador de seu desenvolvimento. Dentro desse macro-tema estão inseridas
Forças como: (i) Polo Industrial, que desenvolve a região do ponto de vista
socioeconômico e que se privilegia da infraestrutura da bacia para permanecer em
franca expansão; (ii) Estruturação Institucional, caracterizada por instituições fortes que
atuam em setores estratégicos da bacia, e que podem servir de exemplo para fortalecer
outras instituições que atualmente são classificadas como Fraquezas; (iii) Serviços
intermunicipais de abastecimento público, os quais são compartilhados por municípios
que se apropriam da infraestrutura composta por reservatórios, dutos e transposições

653
para serem atendidos por água tratada; (iv) Grandes Centros Urbanos, que movimentam
a economia da região se privilegiam da infraestrutura para gerar negócios; (v) a
existência de gasoduto na bacia; e, (vi) Geração de Energia, que atualmente dispõe de
uma infraestrutura de empreendimentos hidrelétricos que atendem a região através de
linhas de transmissão e, em função do relevo e do número de quedas d’ água naturais,
possui potencial para expansão. O segundo macro-tema das Forças está relacionado
às atividades dos setores primário e terciário da bacia, como mineração, agricultura,
pecuária e turismo. Em relação ao setor primário, a bacia do rio Paraopeba se destaca
na exploração de minérios e no setor agropecuário, em função do potencial observado
na região, decorrente, principalmente, das características de solo, hipsometria, regime
hidrológico e temperatura. No setor terciário, de bens e serviços, destaca-se o potencial
turístico, em função de suas belezas naturais relacionadas aos recursos hídricos da
bacia. O terceiro, e último, macro-tema das Forças da bacia está relacionado à questões
ambientais, como um exemplo de contrapartida socioambiental, que deve servir de
modelo para outras iniciativas que venham a ser implementadas, a concentração de
Oxigênio Dissolvido (OD) observada nos rios da bacia e a integração com o Comitê de
Bacia do rio São Francisco, reconhecido como uma das instituições mais atuantes em
ações relacionadas aos recursos hídricos no Brasil.

Em contrapartida, algumas Fraquezas são observadas, as quais devem ser avaliadas


com intuito de evitar com as mesmas se tornem Ameaças para o sistema de gestão de
recursos hídricos da bacia. Do ponto de vista das instituições, é observada uma
desinformação entre o comitê de bacia e a população, principalmente em relação às
informações dos recursos hídricos, fato que pode gerar uma Ameaça para o bem-estar
da bacia. A falta de integração entre os setores usuários, associado à falta de integração
entre as políticas setoriais e a ausência de fiscalização e monitoramento de atividades
importantes da bacia, como a mineração, também gera um ambiente institucional
inseguro. Mais associado ao sistema de gestão dos recursos hídricos, questões como
poluições difusas, existência de eventos críticos, baixos índices de saneamento e baixo
percentual de áreas protegidas, representam Ameaças para a sustentabilidade da bacia
e, portanto, devem ser previstas ações para neutralizar tais Fraquezas, ou ainda,
transformá-las em Forças. Por último, vale ressaltar que a implementação da primeira
versão do Plano de Recursos Hídricos da bacia também é vista como uma Fraqueza,
pois não há um monitoramento e, por consequência, poucas ações alinhadas com as
estratégias do Plano são observadas. Com a publicação da nova versão do PDRH
Paraopeba, é essencial que o Comitê de Bacia se fortaleça e transforme a

654
implementação do Plano em uma força, a partir da aplicação das estratégias definidas
no âmbito do Plano de Ações.

A partir da análise SWOT foram então definidas sete estratégias para enfrentamento,
isto é, planejamento estratégico, aplicado à gestão de recursos hídricos. As sete
estratégias são as seguintes:

• Proteção dos Recursos Hídricos: busca a proteção dos recursos hídricos e


conservação dos ecossistemas aquáticos, em especial áreas identificadas como
de importância para a manutenção da recarga de aquíferos, considerando a
criação e recuperação de Áreas Protegidas;
• Monitoramento: tem como finalidade aprimorar a base de dados relacionadas
aos recursos hídricos de forma a subsidiar efetivamente o processo decisório,
agindo tanto na coleta de dados, quanto na fiscalização dos usuários;
• Comunicação Social e Educação: estratégia que tem como objetivo propagar as
informações referentes à bacia do rio Paraopeba e aos recursos hídricos em
geral, promovendo uma comunicação efetiva e uma educação ambiental para
toda a população;
• Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos: busca o aprimoramento e
implantação efetiva dos instrumentos de gestão estabelecidos pela Política
Nacional de Recursos Hídricos, Lei 9.433/97;
• Infraestrutura de Saneamento: essa estratégica tem por objetivo orientar o
Comitê quanto à participação nas ações dos municípios e das prestadoras de
serviços de saneamento em relação às questões voltadas aos quatro eixos do
Saneamento Básico;
• Segurança de Barragens: orienta objetivamente sobre as questões afins às
barragens localizadas na Bacia do Rio Paraopeba;
• Revisão do Plano: tem como intuito promover o acompanhamento do Plano de
Ações, bem como orientar o processo de implementação e revisão do mesmo.

Pensando na importância da etapa atual do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia


do Rio Paraopeba, a qual representa a materialização das ações que, se implementadas
de maneira correta, irão promover a sustentabilidade da bacia, os atores estratégicos
preocuparam-se em desenvolver um Plano de Ações que fosse assertivo.

Dessa forma, neste produto, buscou-se a objetividade na definição dos Programas,


focando em ações que de fato são essenciais para a Bacia, considerando a realidade
da mesma. Soma-se ainda a busca pela definição dos atores principais de
implementação do Plano, os quais foram aqui considerados como: (i) o Órgão Gestor

655
de Recursos Hídricos; (ii) o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba; e, (iii) a
Agência de Bacia ou Entidade Equiparada.

Assim, a quebra de paradigmas na concepção do Plano de Ações, iniciou-se a partir de


dois eixos claros, quais sejam: foco as atribuições do Comitê de Bacia; e apropriação
de metodologias de Planejamento Estratégico. Dessa forma, foram definidos dois
pilares de sustentação do Plano de Ações: (i) Diretrizes; e, (ii) Estratégias do Plano.
Cada pilar pode ser analisado de maneira independente pelo Comitê de Bacia, no
entanto, considera-se que o bom funcionamento das ferramentas de gestão e dos
instrumentos de gestão de recursos hídricos, que terão como consequência uma
implementação do Plano de Ações de maneira eficaz, depende da avaliação conjunta
dos dois.

O primeiro pilar, de Diretrizes, atua de maneira conjunta ao segundo pilar, tendo uma
abordagem conceitual e tática. É nele que as diretrizes relacionadas aos instrumentos
de gestão são descritas e pontuadas, podendo ser utilizado como uma cartilha pelos
membros do Comitê de Bacia. Ou seja, as Diretrizes são orientações para prover ou
conduzir a Política Ambiental de Recursos Hídricos, o bom funcionamento das
ferramentas de gestão e dos instrumentos de gestão de recursos hídricos.

O segundo pilar, Estratégias do Plano, que derivam da metodologia SWOT aplicada,


são materializadas através de um conjunto de Programas que compõem o Plano de
Ações. Ele representa a linha de ação estratégica do PDRH e, com indicativo de custo
agregado, ao longo dos próximos 20 anos.

É importante destacar que os eixos principais não foram nomeados de “Componentes”,


como tradicionalmente ocorre nos Planos de Recursos Hídricos. Entende-se que como
o Plano Diretor é um plano estratégico para a bacia do Paraopeba, faz-se necessária a
utilização das suas ferramentas. Assim, a definição de “Estratégias” torna a metodologia
de concepção linear e clara, com foco em utilizar as forças para capturar as
oportunidades, alavancar as oportunidades para superar as fraquezas, utilizar as
fortalezas para evitar ou se proteger das ameaças, e minimizar as fraquezas e evitar as
ameaças, ou seja, os programas propostos estarão visando reforçar pontos fortes e
debelar pontos fracos, de modo a combater as ameaças e explorar as oportunidades.

Os próximos capítulos do presente relatório irão descrever de maneira detalhada os dois


pilares do Plano de Ações e a definição dos três horizontes de implementação dos
Programas: (i) Curto Prazo; (ii) Médio Prazo; e, (iii) Longo Prazo.

656
22. DIRETRIZES

Este capítulo tem como objetivo apresentar as Diretrizes para a implementação do Plano
Diretor da Bacia do Rio Paraopeba, as quais apresentam orientações assertivas que
garantem os preceitos da Política Ambiental de Recursos Hídricos e o bom
funcionamento das ferramentas e instrumentos de gestão.

Para a consolidação dessas Diretrizes, um conjunto de informações advindas das


etapas de trabalho anteriores foi resgatado, assim como já apresentado e
pormenorizado no Capítulo 21 através da Análise SWOT, revelando a interatividade e a
interrelação entre os Relatórios do PDRH-Paraopeba. Desta forma, a Figura 22.1
apresenta as Diretrizes do Plano.

Figura 22.1 – Diretrizes para a Bacia do Rio Paraopeba

FONTE: COBRAPE, 2019

É importante relembrar que as Diretrizes são apresentadas em formato orientativo, com


informações tabulares, as quais possibilitam aos participantes do Comitê e de Órgão
Gestor uma leitura objetiva. Assim, na sequência, são apresentados cada uma das
Diretrizes apresentadas na Figura 22.1.

657
22.1. Regionalização por Sub-bacias

A regionalização é um eixo central para a gestão dos recursos hídricos e orienta a


implementação integrada e harmônica dos instrumentos de gestão da Política Estadual
de Recursos Hídricos, a atuação do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, bem como subsidia todas as ações que se desenvolvam dentro da Bacia.

Dessa forma, define-se que a Bacia do Rio Paraopeba seja subdividida através de uma
regionalização por sub-bacias, respeitando suas regiões homogêneas. A regionalização
deve levar em consideração a delimitação das bacias hidrográficas contribuintes,
respeitando o traçado das ottobacias a fim de facilitar a manipulação dos dados
hidrológicos. Para isso, devem ser adotadas as ottobacias nível 6, pois as mesmas
atendem satisfatoriamente as características de homogeneidade dos fatores
hidrográficos e hidrológicos, permitindo assim a organização do planejamento e do
aproveitamento dos recursos hídricos de forma mais adequada, como mostra a Figura
22.2.

As sub-bacias, apresentadas no Quadro 22.1, devem ser consideradas em todas as


instâncias de planejamento, e devem apoiar a implementação de todos os instrumentos
de gestão. Portanto, os seus códigos e nomenclaturas são utilizados no Plano de Ações
de maneira recorrente.

658
Figura 22.2 – Ottobacias Nível 6

FONTE: Adaptado de IGAM, 2018.

Quadro 22.1 – Sub-bacias da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba

Sub-bacia Nome do Rio

749655 Rio Paraopeba entre Ribeirão Serra Azul e Ribeirão Grande


749656 Ribeirão Serra Azul
749657 Rio Paraopeba entre Rio Betim e Ribeirão Serra Azul
749659 Ribeirão Sarzedo e Rio Paraopeba entre Rio Manso e Rio Betim
749699 Rio Ventura Luas
749696 Ribeirão Soledade
749695 Rio Maranhão entre Ribeirão Soledade e Rio Ventura Luas

659
Sub-bacia Nome do Rio

749692 Rio Pequeri e Nascentes do Rio Paraopeba


749698 Ribeirão Bananeiras
749697 Rio Maranhão após Rio Ventura Luas
749693 Rio Maranhão após Córrego Santo Antônio ou Lagarto
749694 Córrego Santo Antônio ou Lagarto
749675 Rio Paraopeba na divisa dos municípios de Brumadinho, Moeda e Belo Vale
749667 Rio Manso antes do Córrego do Baú
749664 Córrego Barreiro
749662 Rio Veloso antes do Rio Manso
749663 Rio Manso entre Córrego Barreiro e Rio Veloso
749661 Rio Manso entre Rio Veloso e Rio Paraopeba
749658 Rio Betim
749648 Ribeirão dos Macacos
749642 Ribeirão São João
749638 Ribeirão do Cedro
749634 Rio Pardo
749622 Córrego do Meleiro
749621 Rio Paraopeba após Córrego do Meleiro
749672 Ribeirão Águas Claras
749665 Rio Manso entre do Córrego do Baú e Córrego Barreiro
749654 Ribeirão Grande
749632 Ribeirão Pedro Moreira
749631 Rio Paraopeba entre Ribeirão Pedro Moreira e Córrego do Meleiro
749619 Rio Paraopeba antes do Ribeirão dos Gomes
749623 Ribeirão dos Gomes ou Córrego dos Gomes
749624 Córrego dos Gomes
749625 Ribeirão das Almas
749626 Córrego Boa Morte
749627 Ribeirão das Almas
749628 Córrego da Prata
749629 Córrego do Falcão
749633 Rio Paraopeba antes do Rio Pardo
749635 Rio Paraopeba antes do Ribeirão do Chico
749636 Ribeirão do Chico
749637 Rio Paraopeba antes do Ribeirão do Cedro
749639 Rio Paraopeba depois do Ribeirão do Cedro
749641 Ribeirão São João antes do Ribeirão dos Macacos
749643 Ribeirão dos Macacos
749644 Córrego Riacho Fundo

660
Sub-bacia Nome do Rio

749645 Ribeirão dos Macacos


749646 Córrego Carreira Comprida
749647 Ribeirão dos Macacos
749649 Ribeirão do Cipó
749651 Rio Paraopeba antes do Ribeirão Cova do Anta
749652 Ribeirão Cova do Anta
749653 Rio Paraopeba depois do Ribeirão Cova do Anta
749666 Córrego Morro da Onça ou Córrego Canela
749668 Córrego Cachoeira ou Córrego do Sousa
749669 Rio Manso
749671 Rio Paraopeba antes do Ribeirão Águas Claras
749673 Rio Paraopeba antes do Rio Macaúbas
749674 Rio Macaúbas
749676 Ribeirão dos Cordeiros
749677 Rio Paraopeba antes do Ribeirão dos Paiva
749678 Ribeirão dos Paiva
749679 Rio Paraopeba antes do Rio Camapuã
749681 Rio Camapuã
749682 Ribeirão Caiuaba de Cima, Córrego Cachoeira e Córrego Boca da Mata
749683 Rio Camapuã
749684 Rio Camapuã, Rio Grande, Córrego Grande
749685 Rio Brumado
749686 Rio Brumado, Córrego da Lagoa
749687 Ribeirão São José da Ponte Nova ou do Curralinho
749688 Ribeirão São José da Ponte Nova, Córrego Cazumba ou da Cachoeira
749689 Ribeirão dos Paulos
749691 Rio Paraopeba entre Rio Camapuã e Rio Maranhão
FONTE: Adaptado de IGAM, 2018.

661
22.2. Áreas Sujeitas a Restrição de Uso

As Áreas Sujeitas a Restrição de Uso são definidas pela Lei nº 13.199, de 29 de janeiro
de 1999, como áreas com o objetivo de proteção de recursos hídricos e de ecossistemas
aquáticos. Ou seja, a determinação de áreas sujeitas a restrição de uso tem como
objetivo a proteção dos recursos em seus aspectos quantitativos e qualitativos,
viabilizando os recursos para as gerações futuras, para a manutenção da
sustentabilidade das atividades econômicas e da biota.

A diversidade de usos identificada no Diagnóstico (setor minerário e industrial, por


exemplo), o elevado contingente populacional marcado pela urbanização e a falta de
áreas de preservação e conservação ambiental têm como consequência a deterioração
da qualidade e um rebatimento negativo na disponibilidade hídrica da Bacia. Desta
forma, a criação das áreas de restrição de uso se faz mais do que necessária e servirá
como ferramenta para garantir a melhoria da qualidade e, consequentemente, manter a
disponibilidade hídrica dos corpos hídricos da bacia do rio Paraopeba.

A definição dessas áreas de restrição de uso levou em consideração um conjunto de


critérios, estabelecidos a partir da análise das áreas de mananciais de abastecimento
público, áreas turísticas que abranjam conjuntos paisagísticos de rios, cachoeiras e
lagos, áreas consideradas como zonas de recarga direta e afloramento de aquíferos e,
finalmente, as áreas críticas estabelecidas no RP02 – Revisão do Relatório do
Diagnóstico da Bacia do Rio Paraopeba. Quando analisadas de maneira sobrepostas
no software de SIG (sistema de informações geográficas), esse conjunto de áreas
subsidiou a definição dos graus de restrição, apresentados no Quadro 22.2.

Quadro 22.2 – Diretrizes para as Áreas Sujeitas a Restrição de Uso

Graus de Restrição Critérios de Hierarquização

- Rios Enquadrados na Classe 2


- Prioridade 3 na Recuperação de Áreas de
Alto
Degradadas
- Índices de Cobrança Pouco Majorados
- Rios Enquadrados na Classe 1
- Prioridade 2 na Recuperação de Áreas de
Muito Alto
Degradadas
- Índices de Cobrança Majorados
- Declaração de Área de Conflito
- Rios Enquadrados na Classe 1
- Prioridade 1 na Recuperação de Áreas de
Extremamente Alto
Degradadas
- Critério de Outorga Flexível
- Índices de Cobrança Muito Majorados
FONTE: COBRAPE, 2019.

662
De acordo com Camphora (2008), um dos principais serviços ambientais
disponibilizados por áreas protegidas, o acesso à água de boa qualidade, constitui foco
de tensões socioeconômicas, legais, ambientais e institucionais. No Brasil, ainda é
precária a visibilidade e a compreensão sobre o estreito vínculo existente entre unidades
de conservação e a manutenção e recuperação dos serviços hidrológicos.

No caso da bacia do rio Paraopeba, a hierarquização das Áreas Sujeitas a Restrição de


Uso, associadas aos instrumentos de gestão – que são as ferramentas que o sistema
de gestão de recursos hídricos dispõe para garantir sua efetiva implementação – tem
como intuito garantir esse vínculo entre as unidades de conservação e os serviços
hidrológicos. Vale ressaltar que a existência dessas áreas visa a sustentabilidade
ambiental da bacia e está alinhada com a regionalização por sub-bacia estabelecida
pelo PDRH-Paraopeba.

Os critérios do Quadro 22.2 referentes ao Enquadramento deverão ser contemplados


pelo estudo a ser realizado no Programa 4.1. Atualização do Enquadramento de forma
a garantir que seja um dos condicionantes para o estabelecimento de classes e metas
progressivas nas áreas sujeitas a restrição de uso, estabelecendo-se a Classe 2 nas
áreas definidas com grau de alta restrição e a Classe 1 na de grau muito alta e
extremamente alta.

Os parâmetros do Quadro 22.2 referentes à Recuperação de Áreas Degradadas


deverão ser considerados na implementação da Diretriz de Preservação de Recursos
Hídricos e no Programa 1.1. Recuperação de Áreas Protegidas de forma que as essas
áreas sejam as prioritárias a serem recuperadas e protegidas, partindo-se inicialmente
das áreas com grau extremamente alta, em seguida englobando as áreas com restrição
muito alta e então as áreas no grau de alta restrição.

Os critérios de outorga de lançamento também deverão considerar as regras


apresentadas no Quadro 22.2, de forma a garantir que não sejam outorgados
lançamentos que não atendam aos critérios da Classe 2 nas áreas de alta restrição e
impossibilite a emissão desse tipo de outorga nas demais áreas definidas como de
restrição de uso.

Por fim, a Diretriz da Cobrança pelo Uso da Água, deverá considerar esses critérios
apresentados no Quadro 22.2 para a definição da metodologia de cobrança pelo uso da
água, de forma que captações nas áreas de grau extremamente alta sejam mais caras
em relação às de muito alta e alta, respectivamente.

663
Síntese da Diretriz

Ação Competência
• Consideração das Áreas Sujeitas a Restrição de Uso na definição da
Comitê/IGAM
metodologia de cobrança;
• Consideração das Áreas Sujeitas a Restrição de Uso na definição
Comitê/IGAM
dos critérios de outorga;
• Consideração das Áreas Sujeitas a Restrição de Uso na Proposta de
Comitê
Enquadramento;
• Informação da delimitação das Áreas Sujeitas a Restrição de Uso ao
IGAM
Poder Público.

As Áreas Sujeitas a Restrição de Uso definidas estão apresentadas na Figura 22.3, e


detalhados no Quadro 22.3. A metodologia de definição está apresentada no
Apêndice A.

664
45°0'0"W 44°0'0"W

Áreas Sujeitas
à Restrição de Uso

Curvelo
!
P
749622
749619

749631

19°0'0"S 19°0'0"S

749632
Pompéu
!
P

749638
749634

749641 749642 Sete Lagoas


!
P

749648

Esmeraldas
!
P
R io
Pa

749654
ra

Pará de Minas
op

!
P
eb

Belo Horizonte
a

749655 749657 749658 !


P !
P
20°0'0"S Contagem Ibirité 20°0'0"S
749656
749659 !
P
Itaúna
!
P
749661
749662

749664 749663
749665 749672
749675
749667
Ouro Preto
!
P
749694
Congonhas
749695
749693 !
P
749696
BA
MT 749697
DF Conselheiro Lafaiete
GO
!
P 749699
749698

Belo Horizonte ES
^ 749692

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Áreas Sujeitas à Restrição de Uso Convenções Cartográficas
Alto !
P Principais Sedes Municipais
Muito Alto Limite Municipal
Extremamente Alto
Sub-bacias
Limite SF3: Rio Paraopeba
Municípios SF3: Rio Paraopeba
Reservatórios
Quadro 22.3 – Nomenclatura das Áreas Sujeitas a Restrição de Uso

Sub- Graus de
Nome do Rio
bacia Restrição
Extremamente
749655 Rio Paraopeba entre Ribeirão Serra Azul e Ribeirão Grande
Alto
Extremamente
749656 Ribeirão Serra Azul
Alto
Extremamente
749657 Rio Paraopeba entre Rio Betim e Ribeirão Serra Azul
Alto
Extremamente
749659 Ribeirão Sarzedo e Rio Paraopeba entre Rio Manso e Rio Betim
Alto
Extremamente
749699 Rio Ventura Luas
Alto
Extremamente
749696 Ribeirão Soledade
Alto
Extremamente
749695 Rio Maranhão entre Ribeirão Soledade e Rio Ventura Luas
Alto
Extremamente
749692 Rio Pequeri e Nascentes do Rio Paraopeba
Alto
749698 Ribeirão Bananeiras Muito Alto
749697 Rio Maranhão após Rio Ventura Luas Muito Alto
749693 Rio Maranhão após Córrego Santo Antônio ou Lagarto Muito Alto
749694 Córrego Santo Antônio ou Lagarto Muito Alto
Rio Paraopeba na divisa dos municípios de Brumadinho, Moeda
749675 Muito Alto
e Belo Vale
749667 Rio Manso antes do Córrego do Baú Muito Alto
749664 Córrego Barreiro Muito Alto
749662 Rio Veloso antes do Rio Manso Muito Alto
749663 Rio Manso entre Córrego Barreiro e Rio Veloso Muito Alto
749661 Rio Manso entre Rio Veloso e Rio Paraopeba Muito Alto
749658 Rio Betim Muito Alto
749648 Ribeirão dos Macacos Muito Alto
749641 Ribeirão São João antes do Ribeirão dos Macacos Muito Alto
749642 Ribeirão São João Muito Alto
749638 Ribeirão do Cedro Muito Alto
749634 Rio Pardo Muito Alto
749622 Córrego do Meleiro Muito Alto
749619 Rio Paraopeba antes do Ribeirão dos Gomes Muito Alto
749672 Ribeirão Águas Claras Alto
749665 Rio Manso entre do Córrego do Baú e Córrego Barreiro Alto
749654 Ribeirão Grande Alto
749632 Ribeirão Pedro Moreira Alto
Rio Paraopeba entre Ribeirão Pedro Moreira e Córrego do
749631 Alto
Meleiro
FONTE: COBRAPE, 2019.

666
22.3. Preservação de Recursos Hídricos

Na construção desta diretriz, valendo-se do Relatório da Fase de Diagnóstico do PDRH


do Paraopeba e dos resultados encontrados, obteve-se do cruzamento das informações
das áreas protegidas com as áreas remanescentes que dos aproximadamente 1.680
km² da Bacia, apenas 420 km² de áreas estão protegidas de fato, o que corresponde a
somente 25% do total, área muito pequena da Bacia, mesmo contabilizando todas
Unidades de Conservação, que são várias. Inclusive, verificou-se que das diversas
unidades de conservação inseridas na área da bacia, a maioria apresenta
características não condizentes com a preservação ambiental esperada. Observou-se
também que em função das atividades antrópicas desenvolvidas na Bacia, a área de
cobertura vegetal nativa vem sendo gradativamente reduzida.

Desta forma, definiu-se como diretriz para a recuperação de áreas protegidas, o uso de
contrapartidas ambientais de todos os grandes consumidores de água da bacia. Assim,
busca-se promover a recuperação da qualidade ambiental e dos recursos hídricos por
meio destas contrapartidas. Esta medida auxiliará no combate ao aumento das áreas
impactadas na Bacia, por meio da captação de recursos financeiros provenientes as
contrapartidas definidas nas Política de Licenciamento Ambiental e indicamos que
sejam priorizadas as áreas apontadas por esta diretriz.

Para o cumprimento deste Plano Diretor de Bacia Hidrográfica, determina-se ao Comitê


de Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba, que após a aprovação do Plano Diretor de
Recursos Hídricos da Bacia do Paraopeba, seja dada publicidade da indicação das
áreas pelo Plano de Bacia ao Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM) e aos
órgão vinculados, para que as análise dos processos de licenciamentos ambientais
dentro da Bacia do Paraopeba, observem quando for estabelecer as contrapartidas
voltadas à preservação dos recursos hídricos as áreas indicadas neste instrumento.

O Plano estabelece que as áreas prioritárias para receber os incentivos provenientes de


contrapartidas voltadas para preservação dos recursos hídricos sejam as seguintes, em
ordem de prioridade:

• Áreas a Serem Recuperadas apresentadas na Figura 22.4, presentes na


ottobacia 749645, por estarem em Área de Proteção Integral e Áreas Sujeitas à
Restrição de Uso Extremamente Alto;
• Áreas a Serem Recuperadas apresentadas na Figura 22.4, presentes na
ottobacia 749659, por estarem em Área de Proteção Integral e Áreas Sujeitas à
Restrição de Uso Extremamente Alto;

667
• Áreas a Serem Recuperadas apresentadas na Figura 22.4, presentes na
ottobacia 749656, por estarem em Área de Uso Sustentável e Áreas Sujeitas à
Restrição de Uso Extremamente Alto;
• Áreas a Serem Recuperadas apresentadas na Figura 22.4, por estarem em
Áreas Sujeitas à Restrição de Uso Muito Alto;
• Áreas a Serem Recuperadas apresentadas na Figura 22.4, por estarem em
Áreas Sujeitas à Restrição de Uso Muito Alto.

668
45°0'0"W 44°0'0"W

Áreas a
Serem Recuperadas

Curvelo
P
!
749622
749619

749631

19°0'0"S 19°0'0"S

749632
Pompéu
P
!

749638
749634

749641 749642 Sete Lagoas


P
!

749648

P
!
Esmeraldas A3
R io
Pa

749654
ra

Pará de Minas
op

P
!
eb

Belo Horizonte
a

749655 749657 749658 P


! P
!
Contagem Ibirité
20°0'0"S
Itaúna 749656
749659 P
! A4 20°0'0"S

P
!

A1 749662
749661

749664 749663
749665 749672
749667
749675 A2
Ouro Preto
P
!
749694
Congonhas
749695
749693 !
P
749696
BA
MT 749697
DF Conselheiro Lafaiete
GO
! 749699
P
749698

Belo Horizonte ES
^ 749692

±
MS
0 10 20 40 km
SP
RJ 1:1.450.000
21°0'0"S DATUM: SIRGAS 2000 21°0'0"S

45°0'0"W 44°0'0"W
Legenda Convenções Cartográficas
Áreas Sujeitas a Restrição de Uso P Principais Sedes Municipais
!
Alto Limite Municipal
Muito Alto Sub-bacias
Extremamente Alto Limite SF3: Rio Paraopeba
Áreas a Serem Recuperadas Municípios SF3: Rio Paraopeba
Áreas a Serem Recuperadas
Reservatórios
Resumindo, entende-se que as Áreas a Serem Protegidas que se cruzam com as Áreas
de Restrição de Uso Extremamente Alto, devam ter ações prioritárias nessa articulação,
em um outro extremo devem estar as Áreas a Serem Protegidas que não se cruzam
com nenhuma Área de Restrição de Uso. Os incentivos provenientes de contrapartidas
voltadas para preservação dos recursos hídricos devem atuar em conjunto com o
Programa 1.1. Recuperação de Áreas Degradadas, portanto utilizará a mesma definição
de prioridades do Programa.

Síntese da Diretriz

Ação Competência

• Aprovar a indicação das áreas de recuperação dos recursos hídricos; Comitê

• Encaminhar esta diretriz do PDRH Paraopeba para todas as


Unidades Administrativas vinculadas ao meio ambiente (IGAM, IEF,
SUPRAM, COPAM e CERH-MG) e solicitar que estas áreas sejam indicadas Comitê
como prioritárias para preservação e que os técnicos observem este critério;

• Acompanhar os processos de licenciamento no COPAM ou órgãos


de licenciamento municipal e quando solicitado, manifestar pela indicação Agência/Comitê
das áreas.

22.4. Cobrança pelo Uso da Água

A cobrança é um dos instrumentos previstos nas políticas nacional e estadual de


recursos hídricos, instituídas pela Lei Federal Nº 9.433/97 e Lei Estadual Nº 13.199/99,
respectivamente. Em Minas Gerais, adicionalmente à Política Estadual de Recursos
Hídricos há o Decreto Estadual Nº 44.046/05 que regulamenta a cobrança pelo uso de
recursos hídricos de domínio do Estado.

Dentre os objetivos desse instrumento, está a promoção do uso racional da água, sendo
que o mesmo se configura como uma das fontes de recursos financeiros para os
programas e intervenções propostos nos Planos de Recursos Hídricos. Conforme prevê
a legislação, parte dos recursos da cobrança pode ser utilizada para assegurar o
funcionamento das Agências de Água, que são responsáveis pelo apoio técnico,
financeiro e administrativo do Comitê de Bacia.

Do ponto de vista conceitual, conforme destacado em estudo da Adasa (2018), a


intervenção do poder público, por meio da implementação da cobrança pelo uso dos
recursos hídricos, se justifica porque o mecanismo de mercado, em presença de custos
de transação, não é capaz de contabilizar os custos sociais que as decisões individuais

670
de cada usuário impõem aos demais17. Dessa forma, no contexto de uma bacia com
balanço hídrico crítico e com múltiplos usuários, a cobrança pode também colaborar
para uma melhor eficiência produtiva. O estudo destaca que cabe também a esse
instrumento a geração de recursos financeiros para amortizar investimentos realizados
ou previstos e assumir os custos de operação e manutenção da infraestrutura hídrica
implantada ou a ser implantada na bacia. Esse princípio, denominado usuário-pagador,
pode ainda contribuir para uma maior equidade social, tanto pela oneração de
segmentos sociais mais beneficiados por investimentos públicos – princípio beneficiário-
pagador -, quanto pelo amparo a classes sociais menos favorecidas e sem capacidade
de pagamento por meio da atribuição de subsídios na oferta de serviços hídricos.

Assim, a construção de consensos para a definição e implementação da cobrança na


bacia é uma atividade fundamental para garantir o pleno funcionamento da estrutura de
gerenciamento de recursos hídricos e requer uma ação articulada entre o Órgão Gestor
de Recursos Hídricos e Meio Ambiente e o Comitê da Bacia Hidrográfica, contando
também com o envolvimento do Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

No que se refere às diretrizes relacionadas a este tema, considera-se que a cobrança


deva ser implementada logo após a aprovação do PDRH Paraopeba. Para tanto, como
primeiro passo, o Comitê de Bacia Hidrográfica deve oficializar o IGAM para que seja
realizado o estudo de definição de critérios e fórmulas para o cálculo da cobrança, de
forma que sua efetivação possa ocorrer com a maior celeridade possível.

Para que este instrumento seja efetivamente implementado, de forma ampla e hábil, o
mesmo deve estar alinhado ao cadastro dos usuários de recursos hídricos e ao sistema
de informações da bacia. A cobrança deve tanto refletir áreas de criticidade,
relacionadas à pressão por usos, quanto direcionar recursos, estipulando preços de
forma a evitar ou resolver conflitos, além de garantir atualizações dos estudos de
balanço hídrico e de disponibilidade.

Deverão ser estabelecidos critérios baseados nas características da bacia, para que o
objetivo de promover o uso racional seja alcançado, para tanto, cada critério sugerido
deverá apresentar embasamento técnico, cabendo também a proposição de parâmetros
utilizados por bacias com características semelhantes para fundamentação das
fórmulas apresentadas.

17
Apresenta-se um conceito econômico que se reporta aos conceitos básicos de microeconomia: os preços que seriam
obtidos no livre mercado não considerariam os custos sociais da apropriação da água, que incluem a sua degradação e
esgotamento, devido aos custos inerentes às transações, que envolvem o custo da busca de informações e o custo de
eventuais contenciosos entre as partes envolvidas. Devido a isto, os preços de mercado não seriam preços socialmente
eficientes, no sentido de induzir o uso ótimo da água sob o ponto de vista da sociedade como um todo. Textos básicos
de microeconomia sobre externalidades poderão subsidiar o leitor que deseje se aprofundar nesta questão (Adasa,
2018).

671
Um dos critérios a ser considerado indiscutivelmente é o conflito pelo uso da água. Os
conflitos identificados pelo cadastro deverão ser monitorados, cabendo ao Comitê
eleger os usos que terão preferência de outorga para que o valor outorgável não seja
extrapolado e conflitos sejam minimizados. De forma a evitar futuros conflitos, o Comitê
poderá eleger critérios que majorem os usos menos prioritários para forçar os usuários
a racionalizarem os recursos hídricos.

Deverão ser consideradas também as áreas críticas definidas na Diretriz de Áreas


Sujeitas à Restrição de Uso de forma que os usuários localizados nas regiões da
categoria Extremamente Alta sejam majorados de forma ponderada em relação aos que
estão nas categorias Muito Alta e Alta, respectivamente. Dessa forma, quanto mais
restritiva a área de uso mais caro será valor da cobrança, onerando de forma mais
significativa os usuários que fazem uso dos recursos hídricos em áreas com maior risco
de não atendimento à demanda.

O enquadramento também deverá ser um critério a ser considerado na formulação da


cobrança. Quanto à captação, quanto melhor a classificação do corpo hídrico maior
deverá ser o coeficiente de cobrança. O usuário que tiver custos mais baixos para
tratamento de água por usufruir de classes melhores de captação terá seu valor de
cobrança majorado, repassando o valor economizado em tratamento para a bacia, desta
forma os recursos servirão para a preservação e recuperação dos recursos hídricos. Por
sua vez, o usuário que utilizar corpos hídricos enquadrados em classes piores, tendo
custos de tratamento mais elevados, pagará menos pelo uso da água. De forma
semelhante, os lançamentos deverão ser mais caros conforme melhor for a classe de
enquadramento do rio receptor, como forma de proteção dos rios enquadrados em
classes mais restritivas.

Além destes, outro critério que deverá ser considerado são os tipos de usos, cabendo à
metodologia proposta demonstrar os de maior consumo, tais como indústria de bebidas
e tipos de irrigação com maiores volumes de perdas, para que estes sejam majorados
em relação aos demais.

No que se refere aos preços a serem definidos, os mesmos deverão ser embasados
tecnicamente, além de levarem em consideração índices de reajuste dos preços anuais,
tais como o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), INPC (Índice
Nacional de Preços ao Consumidor), IGP (Índice Geral de Preços). Simulações de
potencial de cobrança de acordo com a metodologia aprovada deverão ser realizadas
para que os usuários possam avaliar os impactos da cobrança

672
Com base nessas colocações, os critérios, a fórmula de cálculo e os custos a serem
apresentados nos estudos do IGAM deverão ser discutidas com o Comitê por meio de
grupo de trabalho ou câmara técnica para posterior aprovação pelo Comitê de Bacia e
apresentação em reuniões públicas. Sequencialmente, o IGAM deverá submeter as
condições acordadas para aprovação pelas diferentes instâncias do Conselho Estadual
de Recursos Hídricos.

Os valores arrecadados pela cobrança serão administrados pela Agência de Bacia


contratada e deverão ser aplicados na Bacia do Paraopeba para o financiamento de
estudos, programas, projetos e obras incluídos no PDRH, bem como no financiamento
de despesas de monitoramento de corpos d’água e custeio dos órgãos e entidades
integrantes do SEGRH-MG, na sua fase de implantação, conforme previsto na Política
Estadual de Recursos Hídricos.

Estimativas relacionadas ao potencial de arrecadação da Bacia por meio da


implementação desse instrumento estão descritas no Item 7.2, bem como os critérios
considerados em cada uma a fim de contribuir para a escolha da metodologia a ser
adotada no Paraopeba.

Síntese da Diretriz

Diretrizes Competência
Manifestação do Comitê ao IGAM para que se tenha a Cobrança pelo Uso da
Água, conforme previsto e aprovado pelo Plano Diretor de Recursos Hídricos Comitê
da Bacia do Rio Paraopeba;
Processo para implementação da cobrança pelo uso da água na Bacia do
IGAM / Comitê
Paraopeba definição de fórmula, critérios e metodologia;
Definição de critérios temporais e de valores para reajustes dos critérios de
IGAM / Comitê
Cobrança;
Aprovação da Cobrança pelo Uso da Água pelo CBH Paraopeba; Comitê

Implementação da cobrança pelo uso da Água. IGAM

22.5. Agência de Bacia ou Entidade Equiparada

Os Comitês de Bacia são órgãos deliberativos, propositivos e consultivos, enquanto as


Agências de Bacia Hidrográfica ou Entidades Equiparadas são órgãos executivos
descentralizados que apoiam os respectivos Comitês, respondendo por seu suporte
administrativo, técnico e financeiro, e pela cobrança pelo uso dos recursos hídricos na
sua área de atuação.

Enquanto o Comitê define e aprova critérios, estabelece metas e objetivos, além de ser
o responsável pelas escolhas para a bacia, a Agência de Bacia ou Entidades

673
Equiparadas elabora contratos, propõe mecanismos de cobrança, valores, faz a gestão
dos recursos e implementa as ações definidas pelo Comitê. Dessa forma, a atuação do
Comitê e da Agência de Bacia ou Entidade Equiparada são complementares, sem
disputa de atuação, pois cada órgão tem suas funções claramente definidas e, juntas,
contribuem para a gestão de recursos hídricos numa bacia hidrográfica.

A legislação referente a contratação e atuação da Agência de Bacia ou Entidades


Equiparada na Bacia Hidrográfica do Paraopeba são estabelecidas a nível estadual.
Dentre as leis destacamos as seguintes: Lei Estadual nº 13.199/99, Decreto Estadual
nº 41.578/2001; Decreto Estadual nº 47.633/2019; Deliberação Normativa CERH nº
19/2006; Deliberação Normativa CERH nº 22/2008 e Deliberação Normativa CERH nº
23/2008.

A Lei Estadual nº 13.199/99 estabelece as principais funções e características das


Agência de Bacia ou Entidades Equiparadas, definindo que as mesmas “terão
personalidade jurídica própria, autonomia financeira e administrativa e organizar-se-ão
segundo quaisquer das formas permitidas pelo Direito Administrativo, Civil ou
Comercial, atendidas as necessidades, características e peculiaridades regionais, locais
e multisetoriais”. Além disso, a Lei esclarece que a autorização da Agência de Bacia ou
Entidade Equiparada está sujeita ao CERH, mediante autorização do Comitê e elas
“atuarão como unidades executivas descentralizadas de apoio aos respectivos Comitês
de Bacia Hidrográfica e responderão pelo seu suporte administrativo, técnico e
financeiro, e pela cobrança pelo uso dos recursos hídricos, na sua área de atuação”.

O Decreto Estadual nº 41.578, de 8 de março de 2001, regulamentou a Lei Estadual nº


13.199/1999, ao dispor relativamente ao Sistema Estadual de Gerenciamento de
Recursos Hídricos – SEGRH/MG, o qual é integrado, dentre outros, pelas agências de
bacias hidrográficas e as entidades a elas equiparadas – unidades executivas
descentralizadas (art. 2º, inc. V). Além disso, o Decreto nº 41.578/2001 estabelece que
as agências de bacia hidrográfica ou entidade equiparada deverão apresentar,
semestralmente, ao respectivo Comitê, os balanços de aplicação dos recursos
financeiros.

Neste Decreto também está regulamentado que o IGAM pode firmar contratos de gestão
com as agências de bacia hidrográfica ou unidades executivas a elas equiparadas,
desde que aprovados pelos respectivos comitês, com o objetivo de descentralizar,
fiscalizar e controlar as atividades relacionadas com a gestão de recursos hídricos.

A contratação de Agência de Bacia ou Entidade Equiparada deverá ser realizada por


Chamamento Público, junto ao CERH/MG, que observará os princípios constitucionais

674
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, conforme previsto
no Decreto Estadual nº 47.663/19.

Os requisitos mínimos para a instituição de uma Agência de Bacia ou Entidade


Equiparada são estabelecidos pela Deliberação CERH nº 19/2019, sendo eles:

I - conter como associados mais de cinquenta por cento dos municípios


com sede urbana na sua área territorial de atuação, definida em
estatuto, e que detenham, no mínimo, trinta por cento da população
total desta área; ou,
II - conter número mínimo cinquenta por cento da população total de
sua área territorial de atuação, definida em estatuto, e, como
associados, mais de trinta por cento dos municípios desta área;
III - ter estabelecido em seus estatutos e regimentos internos
disposições sobre, no mínimo:
a. objetivos sociais da entidade;
b. estrutura de suas unidades superiores de administração e
controle, com detalhamento das respectivas atribuições e
responsabilidades;
c. área territorial de sua atuação;
d. o direito de associação e os critérios para inclusão e exclusão
de consorciados;
e. critérios de representação e de votação, regentes de seus
processos decisórios;
f. critérios para a participação dos consorciados nas instâncias
superiores de sua administração e controle;
g. deveres e direitos dos consorciados, inclusive as infrações e
penalidades correspondentes;
h. procedimentos operacionais e normas internas de
funcionamento;
Em caso de Entidade Equiparada, os procedimentos de equiparação e de
desequiparação são estabelecidos pela Deliberação CERH nº 22/2008:

Art. 2º - A equiparação de entidade a Agência de Bacia Hidrográfica


estará condicionada à apresentação ao CERH-MG, por parte de seus
representantes, além do que determina a Deliberação CERH nº 19, de
documentação que comprove sua regularidade jurídica e fiscal,
habilitando-a para a celebração de convênios, contrato de gestão ou
quaisquer outros instrumentos com o Instituto Mineiro de Gestão das
Águas - IGAM.
Art. 3º - No caso de desequiparação, a deliberação aprovada pelo
Comitê de Bacia Hidrográfica e respectivo requerimento deverão ser
encaminhados ao IGAM e à entidade equiparada a Agência de Bacia
Hidrográfica, cuja desequiparação se pretende, para que, em 30 (trinta)
dias da notificação registrada, o IGAM apresente ao CERH-MG o
requerimento de desequiparação acompanhado dos pareceres
técnicos e jurídicos.
A Deliberação Normativa CERH nº 23/2008 preconiza que o IGAM ou Entidades
Equiparadas à Agências de Bacias Hidrográficas deverão estabelecer um Contrato de
Gestão.

675
Dado esse arcabouço legal, entende-se que a implementação da Agência de Bacia ou
Entidade Equiparada na Bacia do Paraopeba é fundamental logo após a aprovação do
PDRH Paraopeba para que as atividades de gestão de recursos hídricos propostas
sejam executadas.

Como ponto de partida, o IGAM deverá auxiliar o Comitê na elaboração de um Termo


de Referência para chamamento público da Agência de Bacia ou Entidade Equiparada
para indicação junto ao CERH/MG. É fundamental que além de atender toda legislação
vigente que possa interferir neste processo de contratação, a implementação e atuação
dessa instituição se dê conforme a legislação supracitada, cada uma dentro da sua
competência.

Aquém da questão legal, recomenda-se que a Agência de Bacia ou Entidade


Equiparada selecionada para atuar na Bacia do Paraopeba tenha sede na bacia, ou no
Estado de Minas Gerais, além de possuir experiência na gestão de recursos hídricos ou
na elaboração de programas de gestão de recursos hídricos e ambientais de no mínimo
2 anos. A instituição deverá também dispor de equipe própria e possuir sustentabilidade
econômica independente dos valores arrecadados pela cobrança na Bacia. Caberá
também à mesma cumprir as diretrizes estabelecidas por este Plano e implementar de
modo prioritário os programas estabelecidos.

Referente aos procedimentos burocráticos, após a definição da Agência de Bacia ou


Entidade Equiparada, esta deverá, junto ao IGAM, estabelecer um Contrato de Gestão,
no qual serão estipulados metas, diretrizes e prazos de acordo com o esperado pelo
órgão gestor e pelo Comitê de Bacia. Com o Contrato de Gestão consolidado, ocorrerá
efetivamente a implementação da Agência de Bacia ou Entidade Equiparada. As
primeiras tarefas desta, será a elaboração de um Plano para estabelecimento da agenda
de atividades e o Plano de Aplicação dos Recursos.

Mais do que gerir os recursos da cobrança, a Agência de Bacia ou Entidade Equiparada


também será responsável por empreender os processos de mobilização e articulação
dos programas e ações de interesse do CBH Paraopeba, bem como por realizar
pesquisas, coleta de dados de interesse do CBH e dar publicidade aos resultados dos
relatórios técnicos e materiais produzidos por ela. Além disso, terá a responsabilidade
de implementar o Plano, planejar e contratar suas atualizações, bem como executar
outras ações deliberadas pelo Comitê. No processo de implementação do Plano, a
Agência deverá informar periodicamente o Comitê sobre o cumprimento dos indicadores
dos programas, e justificar caso não haja cumprimento das ações.

676
De forma complementar, sugere-se que a Agência de Bacia ou Entidade Equiparada
utilize estratégias como as abordadas na Diretiva-Quadro Água da União Europeia, que
é o principal instrumento da Política da União Europeia relativo à água, do qual
destacam-se as seguintes:

• Desenvolvimento de uma política comunitária integrada no domínio das águas;

• Estabelecimento junto à comunidade diretrizes legais transparentes, eficazes e


coerentes com princípios comuns que visem a proteção e a utilização sustentável
da água por toda a comunidade;

• Análise integrada dos aspectos qualitativos e quantitativos das águas


superficiais e subterrâneas, levando em conta as condições de fluxo natural da
água dentro do ciclo hidrológico;

• Redução do impacto dos casos de poluição acidental das águas;

• Fornecimento de informações adequadas acerca das ações previstas e do


progresso alcançado na sua execução no âmbito da gestão de recursos hídricos,
permitindo a participação do público em geral antes da adopção das decisões
finais relativas.

Um dos objetivos da Diretiva é fomentar a inclusão da população e usuários nos


problemas da bacia, para isso, são realizadas atividades de consulta e participação de
duração mínima de 6 meses. Estes ciclos de atuação coletiva visam identificar
problemas, soluções e conscientizar os participantes sobre os custos referentes aos
recursos hídricos, integrando os usuários à realidade da bacia. No caso da Bacia do
Paraopeba, sugere-se a adoção de tal objetivo, sendo que as ações poderão abranger
a conscientização sobre os instrumentos de gestão de recursos hídricos.

677
Síntese da Diretriz

Ação Competência

• Aprovação da cobrança pelo uso da água na bacia do rio Paraopeba. Comitê

• Solicitação ao IGAM para que dê início ao processo para criação da Agência


Comitê
de Bacia ou Entidade Equiparada.
• Realização de 1 (uma) reunião com o Comitê para elaboração do Termo de
Referência para chamamento público da Agência de Bacia ou Entidade IGAM
Equiparada para indicação junto ao CERH/MG.
• Seleção do chamamento público da Agência de Bacia ou Entidade
IGAM
Equiparada.
• Aprovação da seleção do chamamento público da Agência de Bacia ou
Comitê
Entidade Equiparada.
•Assinatura do Contrato de Gestão com estipulação das metas, diretrizes e
IGAM/Agência
prazos.

• Elaboração da Agenda de Atividades e o Plano de Aplicação dos Recursos. Agência

• Aprovação da Agenda de Atividades e o Plano de Aplicação dos Recursos. Comitê/IGAM

• Implementação do Plano e outras tarefas executivas relacionadas à Bacia


Agência
Hidrográfica do Paraopeba.

22.6. Fortalecimento da Atuação do Comitê

Os comitês de bacia hidrográfica, conforme definidos na Política Nacional de Recursos


Hídricos, Lei nº 9.433/97 e na Política Estadual de Recursos Hídricos, Lei nº 13.199/99
são órgãos deliberativos e normativos. A atuação desses órgãos, conforme previsto em
lei, se dá por meio da aprovação, deliberação e acompanhamento da implantação dos
instrumentos de gestão previstos na PERH e pode também aprovar a celebração de
convênios da Agência de Bacia ou Entidade Equiparada com órgãos, entidades públicas
ou privadas, nacionais e internacionais, de interesse da bacia hidrográfica.

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba tem o desafio de atuar na gestão de


recursos hídricos numa bacia de grande complexidade, onde há uma alta demanda para
abastecimento público, múltiplos usuários, sendo alguns de grande porte, tais como
mineradoras e indústrias, conforme destacado no Diagnóstico. Além disso, conforme o
Prognóstico, a Bacia conta com áreas de balanço hídrico crítico já na situação atual e
com tendência a piorar caso ações não sejam tomadas. Essas características somadas
à análise SWOT realizada conforme o Capítulo 3, demonstram a necessidade do
fortalecimento da atuação do Comitê para que a gestão de recursos hídricos na bacia
do rio Paraopeba se dê de forma eficiente. Para tanto, entende-se que inicialmente esse
fortalecimento deva ocorrer internamente de forma a consolidar a atuação de todos os

678
membros e posteriormente se expandir para a representação do CBH em reuniões
estratégicas e demais eventos em que se discutem assuntos que se refletem
diretamente sobre os recursos hídricos.

Como meio de fortalecimento interno, é necessário que se consolide a participação das


diversas esferas setoriais nas reuniões do Comitê, sendo realmente atendido o
regimento interno quanto ao número de participação mínima em reuniões para que o
membro seja considerado ativo. Quando lançar editais eletivos para participação no
CBH, deve-se recomendar que os membros candidatos sejam profissionais qualificados
e entendam da questão ambiental, dando-se preferência aos mesmos. Além disso,
deverão ser privilegiadas pessoas residentes ou que possuem emprego fixo na área da
Bacia.

É importante que se realizem reuniões itinerantes, no Alto, Médio e Baixo Paraopeba e


que sejam emitidos convites formais para que todos os municípios da bacia participem.
Essas reuniões devem ser planejadas de forma que anualmente todas as regiões
tenham pelo menos uma reunião com objetivo e pautas bem definidos.

Considerando ainda a necessidade de igualar o conhecimento referente aos recursos


hídricos entre os membros do Comitê e que capacitações e encontros técnicos voltados
a isso estão previstos no Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental essa
participação mais ativa dos membros é essencial para que o conhecimento seja
realmente apreendido. As capacitações e encontros técnicos deverão ser contínuos,
conforme a demanda por assuntos do próprio Comitê e contar com o apoio do IGAM,
deverão ocorrer também encontros técnicos específicos por setor usuário. De forma
complementar, deverá ser implantada uma comunicação contínua entre os membros,
por meio da elaboração de boletins mensais que sintetizem as ações realizadas no
último mês, próximas reuniões e assuntos de interesse estratégico que irão ocorrer para
que todos regularmente estejam atualizados, mesmo de que forma remota.

Entende-se que essas ações culminarão em um fortalecimento interno capaz de se


expandir para os outros níveis institucionais, que será facilitada pela aprovação do
Plano. Para tanto, após essa aprovação, as diretrizes e estratégias do plano deverão
ser disponibilizadas formalmente aos órgãos que direta ou indiretamente estão
relacionados aos recursos hídricos, por meio de ofício ou encontros presenciais.

Deverá ser realizada uma reunião geral com as entidades ambientais e organizadas
para apresentação do Plano buscando uma atuação conjunta com foco em estudos e
ações para implementação das diretrizes e estratégias.

679
Ainda nesse contexto, o CBH deve se fazer presente nas discussões que envolvem a
infraestrutura em saneamento básico urbano, buscando fomentar e mesmo investir,
quando cabível, em ações que terão reflexo direto sobre a disponibilidade dos recursos
hídricos nessas regiões que se caracterizam sobretudo como de baixa qualidade da
água. O destaque ao saneamento urbano se deve pelo fato de ser um setor que afeta
diretamente os recursos hídricos e envolver altos investimentos, devendo a atuação do
Comitê ser pautada nas informações levantadas no PDRH, nas descrições do Programa
5.2 e no item referente ao Orçamento Estratégico.

Posteriormente, deverá ser estabelecida uma comunicação contínua entre o CBH e os


municípios, o estado, o setor privado, a comunidade e os órgãos colegiados, para que
haja de fato um planejamento eficiente e principalmente um fluxo de comunicação entre
os órgãos para evitar o sombreamento de ações.

Complementarmente, como forma de fortalecimento da entidade, o Comitê da Bacia


Hidrográfica do Rio Paraopeba deverá aderir ao Procomitês, Programa Nacional de
Fortalecimento dos Comitês de Bacias Hidrográficas, instituído pela Resolução ANA nº
1.190/2016. Isso será por meio de protocolo de intenção de adesão ao programa, que
deverá ser realizado junto ao IGAM.

Quando o fortalecimento da atuação do Comitê estiver consolidado, deverá ser


estudada a possibilidade de divisão em subcomitês de forma a facilitar a gestão nas
diferentes regiões da bacia.

22.7. Plano Diretor de Recursos Hídricos

De forma simplificada, o Plano Diretor de Recursos Hídricos (PDRH) é um instrumento


que estabelece as ações de proteção e recuperação de uma bacia hidrográfica e o
controle sobre os usos da água. Os planos de recursos hídricos são concebidos para o
País, para os estados e para as bacias hidrográficas. Conforme previsto pela Política
Estadual de Recursos Hídricos, para uma bacia hidrográfica, a elaboração do PDRH
deve levantar informações de diagnóstico, analisar opções de prognóstico, estimar o
balanço hídrico, incluindo-se a identificação de potenciais conflitos, estabelecer metas
de racionalização de uso, propor medidas a serem tomadas, programas a serem
desenvolvidos e projetos a serem implantados para o alcance dessas metas, definir
prioridade para outorga, estabelecer diretrizes e critérios para a cobrança e propor a
criação de áreas sujeitas à restrição de uso.

Assim, o Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba é


um instrumento de gestão que deverá ser utilizado pelo Comitê como ferramenta para
promover o uso sustentável dos recursos hídricos da bacia nos próximos 20 anos.

680
Dentre os resultados produzidos pelo PDRH-Paraopeba está o Plano de Ações, objeto
do presente relatório, que é constituído por uma série de programas associados a ações,
metas e investimentos.

Desta forma, o Plano de Diretor de Recursos Hídricos deve ser enviado para
conhecimento de todos os atores estratégicos da Bacia, incluindo Poder Público,
Entidades Privadas e Sociedade Civil.

Para que o Plano de Recursos Hídricos seja então aplicado em sua totalidade é
necessário que o mesmo seja permanentemente monitorado e atualizado. Assim, a
atualização do PDRH Paraopeba será realizada no intervalo de 10 anos e envolverá a
análise de êxito, ou não, das metas estabelecidas e das mudanças ocorridas na bacia
no período de vigência do PDRH. No que se refere às metas, serão revisadas as ações
tomadas para realizá-las, avaliando se as mesmas foram atingidas no período proposto
e, caso não tenham sido, identificar o motivo e corrigir o ponto falho.

As diretrizes aqui estabelecidas deverão ser respeitadas pelos empreendimentos que


pretendem se instalar na área da bacia, de modo a garantir a sustentabilidade quali-
quantitativa dos recursos hídricos da bacia.

É primordial que o Comitê acompanhe de maneira eficaz a implementação do Plano de


Ações do PDRH-Paraopeba por meio da avaliação dos indicadores e acompanhamento
das metas traçadas para cada Programa, durante o horizonte de planejamento de 20
anos. Para isso, deve ser criada uma Câmara de Técnica de Acompanhamento do Plano
(CTA) que será responsável por emitir um Relatório Anual do andamento das atividades.
Recomenda-se que a cada 5 anos os resultados dos Relatórios Anuais sejam utilizados
para avaliação da implementação do Plano, cabendo a revisão ou exclusão de
Programas, conforme decisão do CBH. Sendo assim anualmente serão elaborados
relatórios sobre o andamento das ações, esses relatórios serão avaliados a cada 5 anos,
servindo de base para o replanejamento das atividades e a cada 10 anos serão
elaborados novos Planos Diretores.

Também deverá ser realizada uma reunião anual entre o IGAM e o Comitê com o intuito
de apresentar o andamento da implementação do Plano, durante todo o seu horizonte
de 20 anos.

O envolvimento dos atores estratégicos da bacia também é papel do Comitê, pois são
eles os responsáveis pela implementação dos programas, pela obtenção de recursos e
pelo atendimento dos requisitos estabelecidos pelas fontes de recursos identificadas.

681
Síntese da Diretriz

Ação Competência
• Envio do Plano Diretor para Poder Público, Entidades Privadas e
Comitê
Sociedade Civil;

• Criação da Câmara Técnica de Acompanhamento do Plano (CTA); Comitê

• Elaboração de 1 (um) Relatório sobre o monitoramento anual do nível


de implementação e execução das ações através dos indicadores e da CTA
implementação e execução dos Instrumentos de Gestão;

• Avaliação dos Programas a cada 5 anos; Comitê/Agência

• Realização de 1 (uma) reunião anual entre IGAM e Comitê para


IGAM/Comitê
apresentar o andamento da implementação do Plano, durante 20 anos.

22.8. Enquadramento de Corpos D’Água

O enquadramento dos corpos de água em classes, segundo seus usos preponderantes


é um dos instrumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais,
estabelecida pela Lei nº 13.199 de 29 de janeiro de 1999. A classificação e diretrizes
ambientais para o enquadramento são definidas por meio da Deliberação Normativa
Conjunta COPAM/CERH nº 1 de 05 de maio de 2008.

Na Bacia do rio Paraopeba há um enquadramento vigente, promulgado pela


Deliberação Normativa COPAM nº 14 de 28 de dezembro de 1995, onde se considerou
a necessidade de manutenção e/ou melhoria da qualidade das águas da bacia, pelo fato
da mesma ser integrante da Bacia do rio São Francisco e pela importância da utilização
dessas águas como manancial de abastecimento público das populações da Região
Metropolitana de Belo Horizonte e das comunidades locais e demais usos existentes
em sua área de contribuição.

Durante a elaboração do Diagnóstico do PDRH Paraopeba identificou-se problemas


com a qualidade da água. Através da metodologia de estimativa de carga e
concentração adotada, houve a indicação de que alguns trechos não estavam
compatíveis com as condições de qualidade da água referentes às classes previstas na
Deliberação Normativa COPAM nº 14/95. Na etapa do Prognóstico, essa tendência se
manteve, denotando a importância de se planejar ações no âmbito do enquadramento.
Considerando ainda que tanto os usos preponderantes quanto à legislação se
atualizaram desde que o enquadramento vigente foi instituído, é importante que ações
sejam desenvolvidas para implementar de fato o enquadramento na Bacia, tendo como
base os objetivos do enquadramento: assegurar qualidade da água compatível com os
usos mais exigentes e diminuir os custos de combate à poluição da água, mediante
ações preventivas permanentes.

682
Até que a atualização do enquadramento ocorra é fundamental que os demais
instrumentos de gestão relacionados aos recursos hídricos busquem atender ao
enquadramento vigente, prinicipalmente no que se refere à concessão de outorga e
licença ambiental. De forma complementar, o monitoramento e a fiscalização ambiental,
sobretudo nas áreas com melhores classes de qualidade da água devem buscar
identificar usuários e situações que estejam contribuindo para a deteriorização da
qualidade da água.

A atualização do enquadramento, prevista no Programa 4.1, deve buscar estabelecer


metas para o alcance do enquadramento vigente, sobretudo nos trechos definidos como
Classe Especial e Classe 1.

Deve-se ter como premissa a adoção de classes mais restritivas em áreas apropriadas,
pois isso garante melhor qualidade da água nos trechos classificados e
consequentemente propicia melhoria para toda a região a jusante. Dado que a bacia
possui poucas áreas de conservação e que a legislação não prevê classe específica
para as unidades de conservação de uso sustentável, a adoção de Classe 1 nessas
áreas contribuirá para a proteção dos recursos hídricos. O mesmo critério pode ser
adotado nos trechos de rio localizados nas bacias de drenagem dos manancias para
abastecimento público, garantindo proteção e propiciando economia no tratamento de
água. Essas áreas de melhor qualidade da água permitirá que a cobrança seja realizada
de forma diferenciada nesses locais, prevendo-se um maior custo para que a qualidade
dessas águas sejam mantidas. Além disso, pode estimular medidas relacionadas à
pagamento por serviços ambientais, tais como o Programa Produtor de Água.

Outro critério a ser adotado é a compatibilidade com as áreas críticas definidas na


Diretriz de Áreas Sujeitas à Restrição de Uso.

A atualização do enquadramento deve estabelecer metas de melhoria para os trechos


em que as condições observadas estão em desacordo com os padrões estabelecidos
por uso preponderante definidos na DN COPAM/CERH nº 1/08, por mais que a classe
almejada seja a 3. Essas metas devem ser associadas à emissão e renovação de
outorgas, sobretudo de lançamento, que precisam ser adotadas na bacia a fim de
contribuir para o controle dos usos e efetivação do enquadramento. Nesse sentido, cabe
destacar que é primordial que a concessão de outorgas e o licenciamento ambiental
sigam as condições estabelecidas pelo enquadramento e pela legislação supracitada.
Sendo necessário, para tanto, a articulação interna dos órgãos gestores responsáveis
por tais instrumentos e o acompanhamento do Comitê para que isso realmente ocorra.

683
O monitoramento da qualidade da água em pontos estratégicos para acompanhamento
do atendimento ao enquadramento é outro instrumento primordial, bem como a
disponibilização dessas informações no Sistema de Informação a ser adotado.

A atualização do enquadramento deve buscar ainda garantir melhores condições de


qualidade da água nos afluentes diretos do Rio Paraopeba, bem como à montante do
ponto do desastre-crime da Barragem I da Mina do Córrego do Feijão, visto que isso
contribuirá para a recuperação do rio principal da bacia.

Como forma de orientar os atores estratégicos da bacia para a implementação dessa


diretriz, primeiramente deve ser realizada uma reunião entre o IGAM e o Comitê para
apresentar o enquadramento vigente e a importância de uma atualização que busque
alcançar a longo prazo as classes vigentes. Após a realização do Programa 4.1:
Atualização do Enquadramento, é importante que seja articulado junto à diretoria
responsável pela outorga, a emissão de outorga para lançamento, e assim permitir um
maior controle de uso, poluição e melhoria progressiva dos parâmetros de lançamento.
Da mesma forma, é importante a articulação junto à diretoria responsável pelo
monitoramento a importância de pontos chaves de acompanhamento das metas
estabelecidas, principalmente nos trechos de melhor qualidade (Classe Especial e
Classe 1). Por fim, também é necessária a articulação junto ao órgão emissor de
licenças ambientais sobre a importância de se adequar a emissão desses documentos
de acordo com os usos previstos para cada classe de enquadramento estabelecida.

Após a aprovação da atualização do enquadramento é importante que o Comitê dê início


às ações previstas no Programa para Efetivação do Enquadramento, para tanto, é
essencial que no máximo dois meses após essa aprovação, haja uma reunião de
planejamento estratégico, onde se defina como as ações de curto, médio e longo prazo
serão realizadas. Essas ações podem ser diretas, como o financiamento de estudos e
projetos previstos, por exemplo, quanto indiretas, com o acompanhamento e cobrança
das ações previstas para os demais atores que terão metas a serem alcançadas. Essas
ações precisam ser planejadas, avaliadas e revisadas pelo Comitê sempre que
necessário dentro do horizonte do Programa para Efetivação do Enquadramento para
que o mesmo seja bem-sucedido e assim se efetive o almejado, tornando compatível a
qualidade da água com os usos preponderantes da Bacia.

684
Síntese da Diretriz

Ação Competência
• Elaboração de 1 (uma) manifestação em que o Comitê solicite que até a
atualização do enquadramento ser aprovada, seja considerado o
Comitê
enquadramento vigente para os processos de emissão de outorga e de
licenciamento ambiental;
• Realização 1 (uma) reunião com o Comitê para apresentar o
enquadramento vigente e a importância de uma atualização que busque IGAM
alcançar a longo prazo as classes vigentes;
• Aprovação da atualização do enquadramento tendo como base os objetivos
do instrumento, mas com metas tangíveis de serem alcançadas no horizonte Comitê
de planejamento;
• Reunião de planejamento estratégico para definição da atuação frente ao
Comitê
Programa para Efetivação do Enquadramento;
• Destinação de parte dos recursos arrecadados com a cobrança para
investimento em ações previstas no Programa para Efetivação do Comitê
Enquadramento;
• Articulação junto à diretoria responsável pela outorga a emissão de outorga
para lançamento para permitir um maior controle de uso, poluição e melhoria IGAM
progressiva dos parâmetros de lançamento;
• Articulação junto à diretoria responsável pelo monitoramento sobre a
importância de pontos chaves de acompanhamento das metas
IGAM
estabelecidas, principalmente nos trechos de melhor qualidade (Classe
Especial e Classe 1);
• Articulação junto ao órgão emissor de licenças ambientais sobre a
importância de se adequar a emissão desses documentos de acordo com os IGAM
usos previstos para cada classe de enquadramento estabelecida.
• Acompanhamento contínuo das outorgas e licenças ambientais emitidas na
Comitê
Bacia e sua concordância com o enquadramento;
• Planejamento contínuo das ações no âmbito do Programa para Efetivação
Comitê
do Enquadramento.

22.9. Outorgas pelo Uso da Água

Estabelecida pela Lei Federal nº 9.433/97 e Lei Estadual nº 13.199/99, a outorga de


direito de uso de recursos hídricos é o instrumento legal que assegura ao usuário o
direito de utilizar os recursos hídricos. A outorga não dá ao usuário a propriedade de
água, mas o direito de seu uso, partindo-se do princípio legal que a água é um bem
público, de domínio dos Estados e União.

Atualmente esse instrumento é regulamentado pelo Decreto Estadual nº 47.705/19 e


Portaria IGAM nº 48/19. O Plano Estadual de Recursos Hídricos estabeleceu a vazão
de referência para todo o estado como sendo a Q7,10 (vazão mínima de sete dias de
duração e dez anos de recorrência) e o percentual de 30% como o limite máximo de
derivações consuntivas a serem outorgadas em cada seção da bacia hidrográfica
considerada. A Resolução conjunta, por sua vez, estipula que o limite máximo de

685
captações e lançamentos a serem outorgados, nas bacias hidrográficas consideradas
como áreas de conflitos, passa de 30% para 50% da Q7,10.

Dada a definição legal, a outorga é um instrumento de gestão de recursos hídricos que


serve como base aos demais, pois subsidia informações a serem utilizadas no Plano de
Bacia, para análise das demandas de usuários, vazões captadas e lançadas,
localização dos pontos de uso, tipo de uso, entre outros. Essas informações são
fundamentais para o enquadramento, atualizações do plano e para implantação da
cobrança pelo uso da água.

A partir da elaboração do Diagnóstico do PDRH Paraopeba percebeu-se que é


necessária uma padronização das informações do cadastro, tanto no sentido de
informações a serem preenchidas quanto nas unidades a serem utilizadas. Para tanto
o cadastro deverá ter:

• Dados cadastrais do próprio usuário (nome, CPF/CNPJ, contato, etc.);

• Valor de captação autorizado em metros cúbicos por hora (m³/h);

• Tempo de bombeamento em horas (até 24 horas); dias da semana (até 7 dias);


dias do mês (até 31 dias);

• Captações classificadas como superficial ou subterrânea;

• Indicar finalidade e tipo de uso.

• Quando a captação for subterrânea deverá ser informada a profundidade e


diâmetro do poço;

• Quando a captação for superficial deverá ser informado o corpo hídrico,


seguindo codificação do IGAM;

• A localização do ponto informada deverá ser precisa para que o cadastro inclua
em que sub-bacia ocorre a captação.

Deve ser adotado um mecanismo para que obrigatoriamente todos os campos sejam
preenchidos e após a aprovação do Plano, uma campanha de adequação do cadastro
atual deverá ser realizada. Após a aprovação da metodologia de cobrança, deverá ser
avaliada a necessidade de inclusão de novos campos a fim de tornar compatível os dois
instrumentos. É necessário que sempre seja atendida a vazão outorgável, não
permitindo a concessão de outorgas que excedam o limite estabelecido na legislação.

686
Visto que a vazão de referência Q7,10 é bastante restritiva por representar condições
de baixas disponibilidades e a mesma não é atendida na concessão de outorgas, esse
critério deve ser revisto. O PDRH mostrou que a vazão de referência Q95% permitirá
uma certa flexibilização na análise de outorga, ficando mais próxima da condição atual
de autorizações e ao mesmo tempo mantendo uma alta permanência da disponibilidade.

Outro ponto importante sobre a outorga é referente aos usos insignificantes, sendo
obrigatório o atendimento aos critérios estabelecidos na PERH, nas deliberações
normativas CERH nº 09/04 e nº 34/10. O cadastro desses usuários deve ser
disponibilizado, cabendo ao Comitê acompanhar o mesmo a fim de identificar
irregularidades ou na retirada de água irregular por parte dos usuários declarados como
insignificantes. Considerando ainda que dadas as condições de balanço identificadas
na Bacia é possível que mesmo usos de pequeno porte não sejam insignificantes,
devendo o Comitê solicitar ao IGAM a avaliação de que essa categoria de outorga não
possa ser aplicada na Bacia, ou em partes dela, indicando que todos os usos
consuntivos da bacia sejam outorgados.

Uma condicionante a ser adotada para a concessão de outorgas aos grandes usuários
de água, tal como a COPASA, é o monitoramento e disponibilização das informações
de vazões e níveis dos reservatórios de água, de forma que seja possível o Comitê e
demais interessados acompanhar a situação desses reservatórios na Bacia.

A implantação do instrumento de outorgas para lançamentos é um mecanismo essencial


para a manutenção e o controle dos recursos hídricos na bacia, sendo primordial para
a efetivação do enquadramento e o controle da poluição das águas, resultando numa
melhoria para as mesmas no decorrer do tempo. Esse tipo de outorga deve ser
implementado na Bacia do rio Paraopeba logo após a aprovação do Plano. Para tanto,
deve ser avaliada a adoção de uma vazão de referência diferenciada nos trechos de
rios que não possuem usos além da diluição e nem enquadramento restritivo. Conforme
comentado nos balanços hídricos quali-quantitativos e na análise de risco do
Prognóstico, a vazão de referência Q7,10 é consideravelmente restritiva, sendo
importante para garantia de usos primordiais como o abastecimento, mas que limita a
análise de diluição de carga poluidora, exigindo altos padrões de tratamento dos
lançamentos pontuais. Nesse sentido, a adoção da vazão de referência Q70%, estaria
dentro do limite de regularização da Bacia, possibilitaria o controle dos lançamentos
pontuais e exigiria melhorias frente à condição atual e ao mesmo tempo não tornaria
impossível o atendimento aos critérios. De forma complementar, dada a vocação
mineral e industrial da bacia, deve ser adotado como critério na outorga para lançamento
pelo menos um parâmetro representativo de substâncias inorgânicas, tal como um

687
elemento metálico para definição de lançamento para esses setores, além da Demanda
Bioquímica de Oxigênio (DBO), parâmetro mais comumente utilizado. Após a adoção
da outorga de lançamento, o monitoramento da bacia deve ser adequado a fim de
permitir a identificação de irregularidades.

Por fim, como forma de aumentar o controle sobre as quantidades de água efetivamente
captadas, o IGAM, através da Resolução Conjunta SEMAD/IGAM nº 2.302, de 05 de
outubro de 2015, regulamentou critérios para implantação de sistema de medição para
monitoramento dos usos e intervenções em recursos hídricos visando à adoção de
medidas de controle no estado de Minas Gerais. Assim, isso deverá ser adotado na
Bacia do Rio Paraopeba ao longo do horizonte de 20 anos primordialmente nas Áreas
Sujeitas a Restrição de Uso, nas áreas com rios enquadrados em Classe Especial e
Classe, podendo-se expandir para mais áreas conforme surgir a necessidade.

A Resolução CNRH nº 16/2001, em seu artigo 6, estabelece que as outorgas de direito


de uso de recursos hídricos terão prazo máximo de vigência de 35 anos, devendo os
mesmos serem fixados em função da natureza, finalidade e do porte do
empreendimento. De acordo com o contexto das demandas por água na bacia, devem
ser adotados prazos diferenciados para a outorga de determinados tipos de uso, que
estejam de acordo com a estratégia de desenvolvimento da bacia, principalmente nas
Áreas Sujeitas a Restrição de Uso, onde deverá ter uma vigência de10 anos. Nessas
áreas deverão também ser flexibilizados os critérios de outorgas, podendo ser uma
flexibilização quanto à sazonalidade ou vazão de referência nas áreas categorizadas
como de restrição extremamente alta.

Embora a maioria dessas medidas sejam de responsabilidade do IGAM, cabe ao Comitê


de Bacia cobrar e verificar esse processo de forma a contribuir para um cadastro de
outorga consolidado e eficiente.

688
Síntese da Diretriz

Ação Competência

• Padronização das informações do cadastro de outorga; IGAM

• Atendimento ao critério de vazão outorgável IGAM


• Definição dos critérios para usos insignificantes na bacia do Rio Comitê com
Paraopeba; apoio do IGAM
• Adoção do critério de usos insignificantes; IGAM
• Realização de 1 (uma) campanha para adequação dos usuários que se
IGAM
enquadram no critério definido como uso insignificante;
• Solicitação da implementação da outorga para lançamento na Bacia; Comitê
• Definição de critérios para emissão de outorgas para lançamento de Comitê com apoio
efluente; do IGAM
• Realização de 1 (uma) campanha para que usuários que já realizam
lançamento de efluente façam seus pedidos de outorga com essa IGAM
finalidade;
• Emissão das outorgas para lançamento de efluente; IGAM
• Implantação de sistema de medição para monitoramento dos usos e
IGAM
intervenções em recursos hídricos
• Definição de vigências diferenciadas para as outorgas; IGAM

• Acompanhamento e verificação das outorgas emitidas na Bacia. Comitê

22.10. Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos

O Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos é um instrumento de


gestão previsto na Lei nº 13.199/99 e tem por intuito a criação de uma estrutura capaz
de coletar, tratar, armazenar e recuperar informações sobre os recursos hídricos e
fatores relacionados à sua gestão. A implementação de um Sistema de Informações
sobre Recursos Hídricos tem como objetivo orientar a gestão e permitir a comunicação
entre diferentes órgãos estaduais, de modo a auxiliar o processo de tomada de decisões
sobre os demais instrumentos preconizados pela Política Estadual de Recursos
Hídricos. Os sistemas de informações, devidamente implementados e articulados entre
si, devem apoiar os sistemas de monitoramento hidrológico e de qualidade das águas,
a avaliação da implementação do plano, os sistemas de outorga e de controle da
efetivação do enquadramento proposto, dentre outras funções importantes relacionados
ao sistema de gestão.

O Governo do Estado de Minas Gerais está desenvolvendo o Sistema Estadual de


Informações sobre Recursos Hídricos (SEIRH) tendo como entidade gestora o Instituto
Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) e as Agências de Bacia Hidrográfica e entidades
equiparadas em sua área de atuação.

689
Esse sistema deverá ser atualizado com o banco de dados disponibilizado pelo Plano
Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba e atualizado a
cada revisão do PDRH. O Comitê deve solicitar ao IGAM que o mesmo disponibilize ou
ofereça um link com esses dados e conteúdos produzidos e que o acesso à informações
da Bacia seja mais rápido.

O Programa 4.2 Sistemas de Informações trata do sistema a ser desenvolvido para a


Bacia do Rio Paraopeba, portanto as suas especificações estão contidas naquele
escopo.

Síntese da Diretriz

Ação Competência

• Inclusão do Banco de Dados do PDRH no SEIRH; IGAM

• Disponibilização de link para acesso rápido à informações da Bacia; IGAM


• Disponibilização de informações atualizadas sobre a Bacia do Paraopeba
conforme execução dos Programas com foco em levantamento de Comitê
informações.

22.11. Fiscalização de Recursos Hídricos

A fiscalização constitui um dos importantes instrumentos de gestão que controla e


monitora os usos dos recursos hídricos de bacias hidrográficas, visando a conservação
da proteção da vida aquática e o atendimento ao desenvolvimento econômico da região.
Conforme disposto na Lei nº 9.433/97, essa atividade é uma manifestação do Poder
Executivo Federal, Estadual e do Distrito Federal para a implementação da Política
Nacional dos Recursos Hídricos. Nesse sentido, embora não seja um instrumento formal
da Política, é um mecanismo de função estratégica fundamental para assegurar
instrumentos como a outorga, o enquadramento e a cobrança.

Atualmente, em Minas Gerais, a atividade de fiscalização é de competência Secretaria


de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), através da
Superintendência de Estratégia e Fiscalização Ambiental, sob a qual é submetida à
Diretoria de Estratégia em Fiscalização, e os Núcleos de Fiscalização Preventiva e de
Acompanhamento das Fiscalizações de Desmatamento da Mata Atlântica. As
fiscalizações são realizadas de acordo com as disposições do Decreto Estadual nº
47.383/18, que disciplina as infrações ambientais e as respectivas penalidades, além de
atribuir aos fiscais dos órgãos ambientais o poder de polícia administrativa e lhes
garantir o direito de entrada e permanência, pelo tempo que for necessário, em
estabelecimentos e propriedades públicas e privadas. Neste Decreto também é definido

690
que o exercício do poder de polícia administrativa, para fins de fiscalização, de aplicação
de sanções administrativas, de cobrança e de arrecadação de tributos, multas e outras
receitas, será compartilhado entre a SEMAD, a FEAM, o IEF e o IGAM.

A proposição de uma Diretriz de Fiscalização para a bacia do rio Paraopeba visa


fortalecer a implementação de um plano de fiscalização articulado para integrar as
diferentes ações voltadas aos recursos hídricos, favorecendo a eficácia das medidas
corretivas e garantindo aos usuários tratamento igualitário. De forma complementar,
propicia o desenvolvimento da cultura de responsabilidade sobre os recursos hídricos
nos usuários, desenvolvendo consciência sobre a importância do papel individual na
participação e efetivação de um plano de bacia que atenda aos interesses de todos.

Dessa forma o sistema de fiscalização de usuários a ser implantado deve identificar,


quantificar e acompanhar as atividades econômicas da região que demandam o uso da
água. Além de investigar as fontes de poluição a partir dos dados de desconformidade
dos parâmetros de qualidade da água frente à classe proposta e dos parâmetros de
lançamento de efluentes de origem doméstica, agropecuária e industrial.

Nesse contexto, as ações de fiscalização contribuirão para a consolidação do cadastro


de outorgas, pois é por meio de ações de fiscalização que a SEMAD poderá verificar se
a outorga solicitada corresponde à realidade dos usuários.

Primeiramente, é de suma importância que Comitê e Agência se articulem com a


SEMAD, para garantir a efetividade das ações de fiscalização. Para que o sistema de
fiscalização seja eficiente e de fato colocado em prática, a mesma deve ocorrer de forma
ordenada, constante, com caráter educacional, de prevenção e de punição quando
necessário.

Como o panorama atual da bacia, em termos de usuários regularizados, não é


satisfatório, nota-se a necessidade da implementação de campanhas de fiscalização
com o objetivo de identificar usuários de água não outorgados, de modo que os mesmos
sejam regularizados. Paralelamente, é necessário também verificar o atendimento das
outorgas em vigência por parte dos usuários outorgados. Assim, deverá ser realizada
pela SEMAD, no mínimo, uma campanha de regularização dos usuários a cada dois
anos. É fundamental que os usuários outorgados atuem conforme as exigências
pertinentes e que todo o universo da bacia seja regularizado para promover o controle
das condições quantitativas e qualitativas requeridas.

Considera-se que algumas áreas são mais sensíveis e merecem mais atenção, como é
o caso das Áreas Sujeitas a Restrição de Uso. Com a oficialização destas áreas,

691
prevista na Diretriz de Áreas Sujeitas de Restrição de Uso, a Agência poderá tomar
decisões de proteção a estas regiões e propor ações de fiscalização da SEMAD com
enfoque nos usos de recursos hídricos. Além das Áreas de Restrição de Uso, as ações
de fiscalização também deverão ocorrer nas matas e vegetações que delineiam a zonas
de preservação permanente como matas ciliares, topos de morros, áreas de nascentes.

A fiscalização deverá ser intensificada nas áreas críticas identificadas no Diagnóstico e


Prognóstico do Plano, além de outros conflitos que venham a acontecer, sendo que em
situações de seca, as ações de fiscalização devem focar em garantir o abastecimento
humano das cidades.

É importante que o Comitê faça denúncias formais por meio da página eletrônica da
SEMAD18, caso identifique alguma ação irregular relacionada aos recursos hídricos.
Para que a denúncia possa ser atendida é necessário fornecer algumas informações,
quais sejam: dados do denunciado (nome e/ou identificação), localização (endereço,
locais com referências, mapas, croquis ou coordenadas geográficas) e fato denunciado
(de acordo com as competências de atendimento do SISEMA).

Síntese da Diretriz

Ação Competência
• Envio de notificação à SEMAD para apresentar as Áreas Sujeitas a
Comitê
Restrição de Uso e solicitar intensificação de fiscalização;
• Solicitação, junto à SEMAD, para ações de fiscalização nas áreas de conflito
Comitê
pelo uso da água;

• Acompanhamento das ações de fiscalização realizadas pela SEMAD. Comitê

22.12. Penalidades

As penalidades foram instituídas pela Lei Estadual nº 13.199/99 como sendo um dos
instrumentos de gestão de recursos hídricos. Tal instrumento visa punir todo e qualquer
ato que atinja e infrinja as questões de disponibilidade e qualidade dos recursos hídricos
na bacia do rio Paraopeba, através da aplicação de infrações dotadas de valores
econômicos, que geram recursos para recuperação de ambiental da Bacia.

Os recursos financeiros provenientes das penalidades deverão ser direcionados ao


órgão gestor de recursos hídricos para sua estruturação, assim como para a Agência

18 http://www.meioambiente.mg.gov.br/denuncia

692
de Bacia (ou entidade equiparada) responsável por empreender medidas de correção
ou melhoramento das condições ambientais dos recursos hídricos da Bacia.

22.13. Rateio de Custos das Obras de Uso Múltiplo, de Interesse Comum ou


Coletivo

A Lei Federal nº 9.433 de 1997, em seu artigo 38, estabelece que compete aos Comitês
de Bacia Hidrográfica, no âmbito de sua área de atuação, estabelecer critérios e
promover o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo.
Já a Política Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Minas Gerais, Lei nº 13.199
de 1999 traz esse tópico como um dos seus instrumentos de gestão, sendo o mesmo
detalhado no artigo 30.

No caso da Bacia do Paraopeba, o rateio deverá ser trabalhado em conjunto com a


cobrança pelo uso da água, onde o montante cobrado seja atrelado às melhorias na
infraestrutura hídrica, promovendo um fortalecimento no desenvolvimento da região,
principalmente em relação aos recursos hídricos.

O Comitê de Bacia deverá estabelecer os parâmetros e metodologias para um rateio


justo, respeitando e levando em consideração os usos múltiplos, a fim de resolver e
evitar conflitos por uso da água.

Síntese da Diretriz

Ação Competência
• Elaboração de metodologia e parâmetros para o rateio; Agência

• Notificação da Agência e IGAM sobre a metodologia estabelecida; Comitê

• Notificação dos usuários sobre a metodologia estabelecida; Agência

• Implantação da metodologia estabelecida; Agência

• Acompanhamento da implementação e funcionamento do rateio. Comitê

22.14. Compensação a Municípios

A compensação a municípios era um instrumento previsto pela Política Nacional de


Recursos Hídricos, Lei Federal nº 9.433, de 1997, mas foi vetada da legislação. A
Política Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais, porém, considera a
compensação a municípios pela explotação e restrição de uso de recursos hídricos
como um de seus instrumentos, estabelecido pelo artigo 29 da legislação: “Art. 29 - A
compensação a município afetado por inundação causada por implantação de

693
reservatório ou por restrição decorrente de lei ou outorga relacionada com recursos
hídricos será disciplinada pelo Poder Executivo, mediante decreto, a partir de estudo
próprio, aprovado pelo CERH-MG”.

Um exemplo de compensação financeira pela utilização de recursos hídricos é a do


setor elétrico, que faz ressarcimentos aos municípios de acordo com a quantidade de
energia gerada e o preço de venda de energia, com alguns critérios específicos,
definidos em lei.

O instrumento deverá amenizar ou ressarcir as localidades em que existam Áreas


Sujeitas a Restrição de Uso, principalmente aquelas com nível extremamente alto, além
de áreas inundadas ou com outorgas relacionadas a recursos hídricos e que venham
causar a inutilização ou restrição do uso do solo na região.

694
23. ESTRATÉGIAS DO PLANO

Este capítulo tem por objetivo a apresentação das Estratégias propostas para o Plano
de Ação do Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba, de acordo com a
estrutura apresentada no Capítulo 3. Essas estratégias estão divididas em sete
Programas, conforme a Figura 23.1, detalhados a seguir, o Programa 7.1 se inter-
relaciona em todas as estratégias e com todos os programas.

Figura 23.1 – Programas da Bacia do Rio Paraopeba

FONTE: COBRAPE, 2019.

695
1 Proteção dos Recursos Hídricos

A primeira estratégia para promover o desenvolvimento sustentável na bacia do rio Paraopeba está associada à proteção do principal
recurso discutido no âmbito do Plano Diretor de Recursos Hídricos: a água. De acordo com ANA (2011)1 , há três soluções fundamen-
tais para os problemas da água: (1) prevenir a poluição; (2) tratar a água poluída; e (3) restaurar ecossistemas. Nesse contexto, o
estudo afirma que a prevenção/proteção significa reduzir ou eliminar os contaminantes na fonte, antes que possam poluir os recursos
hídricos – sendo esta, quase sempre, a forma mais barata, fácil e efetiva de proteger a qualidade da água.

De acordo com o Diagnóstico do PDRH Paraopeba, há pouquíssimas áreas de preservação ambiental e remanescentes florestais na
bacia, além disso, as Áreas de Preservação Permanente nem sempre são respeitadas, fato que compromete a qualidade das águas. A
infraestrutura de saneamento atual é outro fator que gera prejuízo à qualidade das águas, principalmente no que diz respeito ao
tratamento de esgoto.

A condição atual da bacia, portanto, reforça a necessidade de investir numa estratégia de proteção dos recursos hídricos, uma vez que
os resultados dos balanços hídricos, quantitativo e qualitativo, apresentaram inúmeras regiões com elevada criticidade, as quais deram
origem às Áreas de Conflito da bacia do rio Paraopeba. Vale ressaltar que a maior parte dos conflitos se dão pelo balanço hídrico
qualitativo crítico, com áreas críticas distribuídas por toda a bacia.

Nesse contexto, a estratégia derivada da análise SWOT tem como foco a proteção dos recursos hídricos, por meio da implementação
de programas que visem a recuperação e proteção de áreas estratégicas da bacia, minimização de impactos em áreas urbanas através
da previsão de cheias e caracterização qualitativa dos principais impactos identificados ao longo do PDRH.

OBJETIVO GERAL
Promover a proteção dos recursos hídricos por meio de ações que indiretamente se refletem em melhoria hídrica.

RESUMO DOS PROGRAMAS

Programa Ação Custo

Ação 1: Aprovar Estudo de


Estratégias de Recuperação R$ 1.817.854,27
Ambiental.

Programa 1.1 Recuperação de Áreas Ação 2: Recuperar áreas protegidas


Protegidas degradas a partir das proposições do R$ 259.367.346,00
estudo resultante da Ação 1.

Ação 3: Acompanhar a execução da


R$ 12.968.367,30
Ação 2.

Programa 1.2: Ação 1: Aprovar o Estudo de


R$ 2.797.464,38
Modelo de Previsão de Cheias Modelagem para Previsão de Cheias.

Ação 1: Aprovar o Estudo para


Programa 1.3: Caracterização
Caracterização Qualitativa dos R$ 2.023.341,60
Qualitativa para Avaliação de Impacto
Corpos Hídricos Superficiais.

Ação 1: Aprovar Estudo Estratégicos


Programa 1.4: Estudos Estratégicos relacionados à gestão de recursos R$ 7.933.049,28
hídricos.

TOTAL R$ 274.587.474

1
ANA - Agência Nacional de Águas. Cuidando das águas: soluções para melhorar a qualidade dos recursos hídricos; Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente. -- Brasília: ANA, 2011.
PROGRAMA 1.1: RECUPERAÇÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS
CONTEXTUALIZAÇÃO
Este programa tem como finalidade propor ações que promovam a recuperação das áreas degradadas da Bacia do Rio Paraopeba, e
assim, como consequência, propiciar a melhoria das condições hídricas da bacia. Para isso, foi estabelecida uma metodologia para
identificação das áreas protegidas definidas por lei que, atualmente, encontram-se degradadas e, por consequência, devem ser
recuperadas para assumirem sua função de restrição de uso no contexto da bacia.

Assim, foram destacadas as áreas que deveriam estar protegidas, e que não possuem remanescentes, as quais foram chamadas
“Áreas a Serem Recuperadas” e estão apresentadas na Figura a seguir. Em seguida, fez-se o cruzamento dessas com as Áreas
Sujeitas a Restrição de Uso.

A metodologia de definição das Áreas Sujeitas a Restrição de Uso levou em consideração alguns critérios que, por serem norteadores
de uma série de ações referentes ao Plano de Ação do PDRH Paraopeba, estão detalhados no Apêndice I do presente relatório, no entan-
to, o resumo da mesma é descrito a seguir.
As Áreas Sujeitas a Restrição de Uso da bacia hidrográfica do Rio Paraopeba foram estabelecidas a partir da definição de quatro
camadas, a saber: (i) áreas de mananciais de abastecimento público; (ii) áreas turísticas que abranjam conjuntos paisagísticos de
rios, cachoeiras e lagos; (iii) áreas consideradas como zonas de recarga direta e afloramento de aquíferos; e, (iv) áreas críticas
apresentadas no RP02 – Revisão do Relatório do Diagnóstico da Bacia do Rio Paraopeba. Em seguida, a partir da análise da sobrepo-
sição dessas 4 camadas foi estabelecido o grau de restrição apresentado no Quadro a seguir.

Nº de Camadas Sobrepostas Graus de Restrição

2 Alto

3 Muito Alto

4 Extremamente Alto

FONTE: COBRAPE, 2019.

Em função do caráter voltado aos recursos hídricos, definiu-se que as Áreas Sujeitas a Restrição de Uso são as bacias hidrográficas
que possuem mais de 35% de sua área dentro dos critérios do Quadro acima, sendo o grau de risco da área igual ao máximo encontra-
do na bacia, como mostra a Figura a seguir.
Do cruzamento das Áreas a serem Recuperadas com as Áreas Sujeitas a Restrição de Uso, e considerando as indicações da Diretriz
Áreas Sujeitas a Restrição de Uso replicadas no Quadro a seguir, foram definidas sub-bacias cujas áreas devem ser recuperadas e a
sua hierarquização.

Graus de Restrição Critérios de Hierarquização

- Rios Enquadrados na Classe 2


- Prioridade 3 na Recuperação de Áreas de
Alto
Degradadas
- Índices de Cobrança Pouco Majorados
- Rios Enquadrados na Classe 1
- Prioridade 2 na Recuperação de Áreas de
Muito Alto
Degradadas
- Índices de Cobrança Majorados
- Declaração de Área de Conflito
- Rios Enquadrados na Classe 1
- Prioridade 1 na Recuperação de Áreas de
Extremamente Alto
Degradadas
- Critério de Outorga Flexível
- Índices de Cobrança Muito Majorados

Considerando que o trabalho de recuperação de áreas degradadas é longo, envolvendo em alguns casos cuidado contínuo, acredita--
se ser inviável a contratação de uma única empresa para atender todas as áreas ao longo dos 20 anos de horizonte de planejamento
do Plano. Em contrapartida, os resultados de recuperação de áreas degradadas demoram a aparecer, podendo dificultar o acompa-
nhamento das ações e do cumprimento do contrato a ser firmado.

Dessa forma, propõe-se a recuperação de ao menos 50%, cerca de 640 km², das Áreas a Serem Recuperadas, sendo esse investi-
mento realizado prioritariamente nas áreas apresentadas a seguir:

• Áreas a Serem Recuperadas apresentadas na Figura a seguir, presentes na ottobacia 749645, também destacadas na Área 2 (A2),
por estarem em Área de Proteção Integral e Áreas Sujeitas à Restrição de Uso Extremamente Alto;

• Áreas a Serem Recuperadas apresentadas na Figura a seguir, presentes na ottobacia 749659, também destacadas na Área 4 (A4),
por estarem em Área de Proteção Integral e Áreas Sujeitas à Restrição de Uso Extremamente Alto;

• Áreas a Serem Recuperadas apresentadas na Figura a seguir, presentes na ottobacia 749656, também destacadas na Área 1 (A1),
por estarem em Área de Uso Sustentável e Áreas Sujeitas à Restrição de Uso Extremamente Alto;

• Áreas a Serem Recuperadas apresentadas na Figura a seguir, também destacadas na Área 3 (A3), por estarem em Áreas Sujeitas à
Restrição de Uso Muito Alto;

• Áreas a Serem Recuperadas apresentadas na Figura a seguir, também destacadas na Área 1 (A1), por estarem em Áreas Sujeitas à
Restrição de Uso Muito Alto.
OBJETIVO
Promover a melhoria das condições hídricas da bacia a partir da recuperação de áreas protegidas degradadas.

INTER-RELAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS


Este programa está relacionado ao Programa 2.1: Rede de Monitoramento Superficial, visto que os mesmos contribuirão para avaliar
a efetividade das áreas recuperadas como contribuintes para a melhoria das condições hídricas nas regiões em que o programa for
realizado. Está relacionado também ao Programa 1.3: Caracterização Qualitativa Para Avaliação de Impacto podendo ser uma das áreas
utilizadas para caracterização das condições naturais dos rios da bacia.
PROGRAMA 1.1 - RECUPERAÇÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS
AÇÃO 1.1.1
Aprovar Estudo de Estratégias de Recuperação Ambiental.

ATIVIDADES

Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação de Estudo de Estratégias de Recuperação Ambiental; Comitê

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação do Estudo de Estratégias de Recuperação Agência


Ambiental;

3. Contratação do Estudo de Estratégias de Recuperação Ambiental; Agência

4. Acompanhamento da elaboração do Estudo de Estratégias de Recuperação Ambiental; Agência/Comitê

5. Aprovação do Estudo de Estratégias de Recuperação Ambiental. Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE MANIFESTAÇÃO ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO ESTUDO
MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DO TR DA EMPRESA FINALIZADO
METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo de Estratégias de Recuperação Ambiental até 4 (quatro) meses após
a manifestação do Comitê.
2. Aprovar 1 (um) Estudo de Estratégias de Recuperação Ambiental em até 18 (dezoito) meses após a contratação da empresa.

ESCOPO
O Termo de Referência para contratação do Estudo de Estratégias de Recuperação Ambiental deve contemplar coleta de dados
primários e conter minimamente as seguintes informações por área:
• Caracterização do Meio e Diagnóstico:
- Origem e extensão dos danos;
- Meio físico detalhado, compatível com a escala de estudo;
- Meio biótico detalhado, compatível com a escala de estudo;
- Meio socioeconômico detalhado, compatível com a escala de estudo;
• Proposta de Intervenção e Metodologias a Serem Utilizadas:
- Plano de Implementação;
- Plano de Manutenção;
- Plano de Monitoramento.
• Estimativa de custos associados à Implementação, Manutenção e Monitoramento.
• Escrever áreas prioritárias a serem recuperadas, dentro das previamente estabelecidas na Diretriz de Preservação de Recursos
Hídricos.
• Mobilização dos proprietários para adesão ao programa.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 1: Aprovar Estudo de Estratégias de 4ª


Curto Prazo 1.817.854,27 18 meses
Recuperação Ambiental. (2021)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 1.1 - RECUPERAÇÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS
AÇÃO 1.1. 2
Recuperar áreas protegidas degradas a partir das proposições do estudo resultante da Ação 1.

ATIVIDADES

Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviço especializado em execução de Estratégias de Comitê


Recuperação Ambiental;

2. Elaboração de Termo de Referência para contratação de serviço especializado em execução de Agência


Estratégias de Recuperação Ambiental;

3. Contratação de serviço especializado para realização das Estratégias de Recuperação Ambiental; Agência

4. Acompanhamento das ações realizadas no escopo das Estratégias de Recuperação Ambiental Agência/Comitê
previstas;

5. Verificação do cumprimento das ações previstas no contrato. Agência

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE RECUPERAÇÃO DE RECUPERAÇÃO DE RECUPERAÇÃO DE RECUPERAÇÃO DE
MANIFESTAÇÃO 5% DAS ÁREAS 15% DAS ÁREAS 30% DAS ÁREAS 50% DAS ÁREAS
DEGRADADAS DEGRADADAS DEGRADADAS DEGRADADAS
METAS
1. Recuperar no mínimo 50% das áreas protegidas degradadas na bacia até o final do horizonte do Plano.

ESCOPO
O Termo de Referência para contratação da empresa executora das Estratégias de Recuperação Ambiental deverá incluir no mínimo:
• Cronograma de execução das etapas de implementação, manutenção e monitoramento das áreas a serem recuperadas;
• Delimitação de área por etapa e por tempo de execução;
• Especificação de equipamentos e materiais que serão utilizados;
• Elaboração de relatórios semestrais com o andamento e planejamento das ações previstas, incluindo fotos;
• Apresentações anuais do andamento do trabalho para o Comitê de Bacia.
As reuniões anuais entre o Comitê, a Agência e a empresa contratada deverão contemplar a apresentação do andamento das ações
para que o Comitê possa acompanhar o desenvolvimento das mesmas.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO
Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 2: Recuperar áreas protegidas



degradas a partir das proposições do estudo Curto Prazo 259.367.346,00 20 anos
(2022 – 2040)
resultante da Ação 1.

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 1.1 - RECUPERAÇÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS
AÇÃO 1.1. 3
Ação 3: Acompanhar a execução da Ação 2.

ATIVIDADES

Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico de Comitê
fiscalização da execução da Ação 2;

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviços de consultoria para assessoramento Agência
técnico de fiscalização da execução da Ação 2;

3. Contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução da Agência


Ação 2;

4. Acompanhamento do serviço de fiscalização contratado. Agência/Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO APROVAÇÃO DE 50% APROVAÇÃO DE 100%
MANIFESTAÇÃO DO TR DA EMPRESA DOS RELATÓRIOS DOS RELATÓRIOS

METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execu-
ção da Ação 2 até 4 (quatro) meses após a manifestação do Comitê.
2. Aprovar 1 (um) Relatório de Fiscalização da Ação 2 a cada 3 (três) meses até o final de horizonte do Plano.

ESCOPO
O Termo de Referência para contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução da
Ação 2, deverá contemplar minimamente:
•Plano de Trabalho: Introdução e Contextualização; Justificativa dos serviços a serem executados; Metodologias a serem utilizadas
em todas as etapas de trabalho; Quantificação dos serviços a serem executados;
•Definição das responsabilidades de todos os agentes envolvidos no projeto; Fluxogramas contendo fatores dificultadores e facilita-
dores; Cronograma de Execução; Comprovação de disponibilidade de infraestrutura, equipamentos e materiais para execução do
serviço.
• Acompanhamento e fiscalização dos projetos: Acompanhamento da execução dos serviços em relação ao cronograma físico-fi-
nanceiro definido; Elaboração de relatórios trimestrais de fiscalização e acompanhamento das obras e serviços em execução;
Composição de boletins mensais de medição para aprovação da Agência; Verificação da aplicação das normas de segurança do
trabalho, higiene ocupacional e controle ambiental, quando aplicáveis na execução dos serviços; Verificação da qualidade dos
materiais e equipamentos utilizados; Verificação das execuções dos serviços em relação às especificações técnicas e projeto contra-
tado.
• Relatórios de fiscalização: Introdução e Contextualização; Área de atuação do projeto; Andamento do projeto; Introdução, objetivos,
escopo dos serviços (quantitativos, localização, registro dos serviços, EPI’s, etc.); Cronograma físico-financeiro; Análise do desen-
volvimento dos trabalhos e recomendações, incluindo fotos; Boletim de medição.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO
Custo (R$)
Ação Prioridade Ordem Duração


Ação 3: Acompanhar a execução da Ação 2. Curto Prazo 12.968.367,30 20 anos
(2022 – 2040)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 1.2: MODELO DE PREVISÃO DE CHEIAS

CONTEXTUALIZAÇÃO
No Diagnóstico do PDRH Paraopeba identificou-se alguns eventos relacionados às inundações, alagamentos e enxurradas, sendo que
35 municípios tiveram algum episódio desses tipos entre 1991 e 2001 anos, destacando-se Betim, Ibirité, Congonhas, Conselheiro
Lafaiete, Contagem, Igarapé e Jeceaba, Juatuba, Mateus Leme. Além disso, observou-se aumento de ocorrências na última década,
se comparado à passada.

Foi levantada também a vulnerabilidade a inundações de acordo com metodologia de avaliação nacional, onde 135 trechos de rios
foram indicados como de alta vulnerabilidade, sendo a maioria deles localizados em centros urbanos, conforme detalhado no
Diagnóstico.

Visto que esses desastres comprometem não só os recursos hídricos, mas a vida da população e as atividades desenvolvidas na
região da Bacia, é importante que sejam melhor estudados, com foco sobretudo no planejamento. Sendo assim, a elaboração de um
estudo para definição de um modelo de previsão de cheias específico para a região do Paraopeba, além ser importante para o conheci-
mento do Comitê de Bacia, pode propiciar a melhoria na emissão de alertas para a população e o gerenciamento de risco à desastres.

OBJETIVO
Ter um modelo de previsão de cheias específico para a Bacia do Rio Paraopeba.

INTER-RELAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS


Este programa tem relação com o Programa 2.1: Rede de Monitoramento Superficial visto que está associado à medições de chuva
e vazão e o Programa 4.2: Sistema de Informações sendo uma das informações a serem inseridas no mesmo.
PROGRAMA 1.2 - MODELO DE PREVISÃO DE CHEIAS
AÇÃO 1.2.1
Aprovar o Estudo de Modelagem para Previsão de Cheias.

ATIVIDADES
Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação de Estudo de Modelagem para Previsão de Cheias; Comitê

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação do Estudo Modelagem para Previsão de Cheias; Agência

3. Contratação do Estudo de Modelagem para Previsão de Cheias; Agência

4. Acompanhamento da elaboração do Estudo de Modelagem para Previsão de Cheias; Agência/Comitê

5. Aprovação do Estudo de Modelagem para Previsão de Cheias. Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE MANIFESTAÇÃO ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO ESTUDO
MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DO TR DA EMPRESA FINALIZADO
METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo de Modelagem para Previsão de Cheias até 4 (quatro) meses após a
manifestação do Comitê.
2. Aprovar 1 (um) Estudo de Modelagem para Previsão de Cheias, em 18 (dezoito) meses.

ESCOPO
O Termo de Referência para contratação do Estudo de Modelagem para Previsão de Cheias deverá conter no mínimo as seguintes
atividades:
• Modelo numérico do terreno;
• Mapeamento de solos em escala compatível;
• Mapa de uso e cobertura da terra em escala e resolução compatível;
• Séries históricas de dados diários de precipitação, vazão e descarga líquida em períodos semelhantes;
• Série histórica de dados climatológicos;
• Conjunto de previsões meteorológicas obtidas a partir de algum modelo meteorológico com resolução espacial compatível;
• Escolha de um modelo hidrológico com justificativa, indicando-se previamente o MHD-INPE;
• Calibração e verificação do modelo hidrológico com os dados existentes;
• Correções estatísticas do viés das vazões;
• Avaliação do desempenho das previsões de vazão;
• Mapas com os resultados obtidos de previsão de cheias com a indicação das regiões previstas com vulnerabilidade alta, média e
baixa.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 1: Aprovar o Estudo de Modelagem para 34ª


Longo Prazo 2.797.464 18 meses
Previsão de Cheias. (2031 – 2032)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 1.3. CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVA PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTO

CONTEXTUALIZAÇÃO
Nos estudos de elaboração do PDRH Paraopeba identificou-se que não há muitas informações relacionadas à qualidade da água que
possam ser utilizadas para caracterização natural dos corpos hídricos da bacia e mesmo para a avaliação de impacto das poluições
difusa e pontual.

OBJETIVO
Compreender as características naturais relacionadas à qualidade da água.

INTER-RELAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS


Este programa está relacionado ao Programa 1.1: Recuperação de Áreas Protegidas permitindo a caracterização das condições
naturais dos rios da bacia que se encontram em situação degradada e em recuperação. Está relacionado também ao Programa 2.1:
Rede de Monitoramento Superficial e Programa 4.1: Atualização do Enquadramento, podendo indicar novos pontos chaves de serem
monitorados. Há relação ainda com o Programa 4.2: Sistema de Informações, que deverá incluir as informações da caracterização
qualitativa obtidos.
PROGRAMA 1.3 - CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVA PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTO
AÇÃO 1.3.1
Aprovar o Estudo para Caracterização Qualitativa dos Corpos Hídricos Superficiais.

ATIVIDADES
Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação do Estudo para Caracterização Qualitativa dos Corpos Comitê
Hídricos Superficiais;

2. Elaboração o Termo de Referência para contratação do Estudo para Caracterização Qualitativa dos Agência
Corpos Hídricos Superficiais;

3. Contratação do Estudo para Caracterização Qualitativa dos Corpos Hídricos Superficiais; Agência

4. Acompanhamento da elaboração do Estudo para Caracterização Qualitativa dos Corpos Hídricos Agência/Comitê
Superficiais;

5. Aprovação do Estudo para Caracterização Qualitativa dos Corpos Hídricos Superficiais. Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE MANIFESTAÇÃO ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO ESTUDO
MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DO TR DA EMPRESA FINALIZADO
METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo para Caracterização Qualitativa dos Corpos Hídricos Superficiais até 4
(quatro) meses após a manifestação do Comitê.
2. Aprovar 1 (um) Estudo para Caracterização Qualitativa dos Corpos Hídricos Superficiais, em 12 (doze) meses.

ESCOPO
Escopo do estudo:
• Definição de pontos estratégicos para coleta de campo que representem condições sem interferência antrópica;
• Definição de pontos estratégicos para coleta de campo que representem condições de água afetada por lançamento de efluente
doméstico, industrial, mineral;
• Definição de datas e planejamento de coletas de campo que contemplem os diferentes períodos sazonais;
• Definição de parâmetros-chaves para monitoramento e caracterização da qualidade da água na Bacia, tendo-se no mínimo a
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Oxigênio Dissolvido (OD), Coliformes, Série de Fósforo, Série de Metais, vazão, turbidez e
pH;
• Análise dos resultados das coletas de campo associando-os ao tipo de solo, período sazonal e fonte poluidora próxima;
• Conclusão quanto às características naturais identificadas nos locais sem interferência antrópica e os demais, com apontamento
quanto aos parâmetros e padrões que melhor caracterizam cada tipo de atividade poluidora na Bacia;
• Proposição de ações mitigadoras para os locais em que se identificarem impactos resultantes das atividades antrópicas.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 1: Aprovar o Estudo para Caracterização 14ª


Médio Prazo 2.023.341,60 12 meses
Qualitativa dos Corpos Hídricos Superficiais. (2029)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 1.4: ESTUDOS ESTRATÉGICOS

CONTEXTUALIZAÇÃO
Na elaboração do Plano de Ação buscou-se identificar, com base no Diagnóstico e Prognóstico realizado, estudos que irão contribuir
para o melhor entendimento das características da bacia, bem como para subsidiar na solução de problemas identificados. Contudo,
dado o horizonte do Plano, consideravelmente longo, bem como a complexidade das variáveis e fatores relacionados aos recursos
hídricos, entende-se que possivelmente surgirão demandas para contratação de estudos que até o momento não foram propostos.
Sendo assim, esse Programa pode oportunizar a contratação de estudos que o Comitê identifique como importantes para a gestão de
recursos hídricos na Bacia.

Esses estudos podem ser tanto de caráter técnico, relacionados à hidrologia e meio ambiente, quanto de caráter organizacional,
buscando identificar o arranjo institucional para a gestão, por exemplo. Dentre os estudos que podem ser contratados está a pesquisa
para reutilização dos diferentes tipos de rejeito de mineração decorrentes da atividade minerária na bacia, o potencial de reuso de água
no setor industrial e minerário, estudos de avaliação dos usos insignificantes, avaliação do rebaixamento de lençol freático, estudos
que verifiquem in loco condições de quantidade e qualidade da água quando ocorrerem denúncias ou suspeitas do uso indevido dos
recursos hídricos e a avaliação institucional da gestão, identificando os atores, seus papéis, dificuldades e meios de melhoria.

OBJETIVO
Propiciar a contratação de estudos que contribuam para a gestão de recursos hídricos.

INTER-RELAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS


A relação deste programa com os demais dependerá do conteúdo dos estudos estratégicos a serem escolhidos para realização, contu-
do, é cabível que os mesmos se relacionem de alguma forma com o Programa 2.1: Rede de Monitoramento Superficial, o Programa
2.2: Rede de Monitoramento Subterrânea ou o Programa 5.3: Disponibilidade Hídrica Subterrânea pelo fato dos mesmos precisam
estar ligados à questões de disponibilidade hídrica, qualitativa ou quantitativa. Além disso, se relaciona com o Programa 4.2: Sistema
de Informações, que deverá incluir as informações obtidas nos estudos estratégicos.
PROGRAMA 1.4 - ESTUDOS ESTRATÉGICOS
AÇÃO 1.4.1
Aprovar estudo estratégico relacionado à gestão de recursos hídricos.

ATIVIDADES
Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação de um Estudo Estratégico; Comitê

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de um Estudo Estratégico; Agência

3. Contratação de um Estudo Estratégico; Agência

4. Acompanhamento da elaboração do Estudo Estratégico contratado; Agência/Comitê

5. Aprovação do Estudo Estratégico contratado. Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE MANIFESTAÇÃO ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO ESTUDO
MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DO TR DA EMPRESA FINALIZADO

METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação de um Estudo Estratégico até 4 (quatro) meses após a manifestação do Comitê.
2. Aprovar 1 (um) Estudo Estratégico por ano.

ESCOPO
O escopo do estudo a ser contratado será definido de acordo com a necessidade do mesmo, sendo que deve buscar definir ações a
serem desenvolvidas no âmbito da gestão dos recursos hídricos.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 1: Aprovar Estudo Estratégicos relacionados à 25ª


Médio Prazo 7.933.049,28 15 anos
gestão de recursos hídricos. (2026 – 2040)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 2.1 - REDE DE MONITORAMENTO SUPERFICIAL
AÇÃO 2.1. 1
Aprovar o Estudo de Complementariedade da Rede de Monitoramento Superficial.

ATIVIDADES
Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação do Estudo de Complementariedade da Rede de Comitê


Monitoramento Superficial;

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação do Estudo de Complementariedade da Rede de Agência


Monitoramento Superficial;

3. Contratação do Estudo de Complementariedade da Rede de Monitoramento Superficial; Agência

4. Acompanhamento da elaboração do Estudo de Complementariedade da Rede de Monitoramento Agência/Comitê


Superficial;

5. Aprovação do Estudo de Complementariedade da Rede de Monitoramento Superficial. Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE MANIFESTAÇÃO ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO ESTUDO
MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DO TR DA EMPRESA FINALIZADO

METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo de Complementariedade da Rede de Monitoramento Superficial até 4
(quatro) meses após a manifestação do Comitê.
2. Aprovar 1 (um) Estudo de Complementariedade da Rede de Monitoramento Superficial, em 6 (seis) meses.

ESCOPO
A seguir é realizada uma proposta de rede complementar de monitoramento com base nas falhas de informações e apontamento de
locais estratégicos de monitoramento identificadas. Sugere-se que o estudo a ser contratado se baseie nessa proposta, mas que
procure aprimoramentos a partir do início da execução das ações do PDRH Paraopeba.
Para essa proposta foram considerados dois cenários: Situação Mínima, para atender os critérios internacionais de densidade; e, a
situação Ideal, que considera uma densidade menor, mais refinada, considerando as características da bacia. Ambos os cenários
consideraram a área de cada região estratégica.
• Monitoramento Fluviométrico:
- Situação Mínima: instalar 3 novas estações fluviométricas na sub-bacia do Baixo Paraopeba;
- Situação Ideal: instalar 6 novas estações no Alto Paraopeba; instalar 8 novas estações no Médio Paraopeba; instalar 9
novas estações no Baixo Paraopeba. Total: 23 novas estações fluviométricas;
• Monitoramento Sedimentométrico:
- Situação Mínima e Ideal: instalar 3 novas estações sedimentométricas na sub-bacia do Alto Paraopeba; instalar 4 novas
estações sedimentométricas na sub-bacia do Médio Paraopeba; instalar 4 novas estações sedimentométricas na sub-bacia do
Baixo Paraopeba; Total: 11 novas estações; Total: 11 novas estações sedimentométricas;
• Monitoramento de qualidade da água no Baixo Paraopeba e verificar a distribuição dos pontos no Médio Paraopeba, principal-
mente para análise de metais pesados devido ao desastre-crime da Barragem I do Córrego do Feijão; fixar os pontos que vem
sendo monitorados após o desastre-crime para que seja criada uma série histórica.
- Situação Mínima: atendida;
- Situação Ideal: instalar 12 novas de qualidade da água na bacia, principalmente nas Áreas Sujeitas À Restrição de Uso;
• Monitoramento Pluviométrico:
- Situação Mínima: instalar 1 nova estação pluviométricas na sub-bacia do Baixo Paraopeba;
- Situação Ideal: instalar 3 novas estações no Baixo Paraopeba;
A rede complementar a ser proposta no Estudo deve analisar também os dados de uso e ocupação do solo, principais rios, áreas
críticas, divisão de sub-bacias, áreas urbanizadas, pontos de outorgas, malha rodoviária, malha ferroviária, unidades de conserva-
ção, trechos com enquadramento definido para as classes Especial e 1.
O Estudo contemplará ainda além da localização das estações por tipo, a frequência adequada, sugestão de roteiros e tempo
estimado para instalação das estações e materiais a serem utilizados.
CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 1: Aprovar o Estudo de Complementariedade da 15ª


Médio Prazo 469.793,28 12 meses
Rede de Monitoramento Superficial. (2026)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 2.1 - REDE DE MONITORAMENTO SUPERFICIAL
AÇÃO 2.1.2
Instalar equipamentos para estação de monitoramento superficial de acordo com os resultado do Estudo da Ação 1.

ATIVIDADES

Ação Competência

1. Elaboração de Edital para aquisição de equipamentos fluviométricos e pluviométricos; Agência

2. Aquisição de equipamentos fluviométricos e pluviométricos; Agência

3. Elaboração de Edital para contratação de serviço especializado para instalação das estações e Agência
equipamentos;

4. Contratação de serviço especializado para instalação das estações e equipamentos; Agência

5. Acompanhamento do desenvolvimento do serviço contratado. Agência/Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE A EQUIPAMENTOS ELABORAÇÃO DE EMPRESA PARA REDE
ELABORAÇÃO DO EDITAL ADQUIRIDOS EDITAL DE INSTALAÇÃO COMPLEMENTAR
DE COMPRAS DE CONTRATAÇÃO CONTRATADA INSTALADA
EQUIPAMENTOS

METAS
1. Elaboração do Edital de Compras de Equipamentos até 4 (quatro) meses após a conclusão da Ação 1;
2. Elaboração do Edital de Contratação até 1 (um) mês após a aquisição de equipamentos;
3. Ter 1 (uma) rede complementar de monitoramento superficial, de acordo com o indicado pelo Estudo da Ação 1 em até 12 (doze)
meses.

ESCOPO
A empresa contratada deverá se basear na localização das estações por tipo, a frequência, roteiros e tempo sugeridos no Estudo
aprovado por meio da Estação 1. Contudo deverá entregar antes do início do trabalho um projeto executivo, elaborar relatórios
mensais do andamento das instalações e apresentar nas reuniões com o Comitê o andamento das mesmas.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 2: Instalar equipamentos para estação de


16ª
monitoramento superficial de acordo com os Médio Prazo 1.536.600,00 12 meses
(2027)
resultados do Estudo da Ação 1.

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 2.1 - REDE DE MONITORAMENTO SUPERFICIAL
AÇÃO 2.1.3
Realizar a operação da rede monitoramento superficial complementar.

ATIVIDADES

Atividade Competência

1. Elaboração de Edital para contratação de serviço especializado para operação da rede complementar Agência
de monitoramento superficial;

2. Contratação de serviço especializado para operação da rede complementar de monitoramento Agência


superficial;

3. Acompanhamento do desenvolvimento do serviço contratado. Agência/Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE A HOUVE HOUVE HOUVE HOUVE
ELABORAÇÃO MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO
DO EDITAL EM 5 ANOS EM 10 ANOS EM 15 ANOS EM 20 ANOS

METAS
1. Elaboração do Edital até 1 (um) mês após a conclusão da Ação 2;
2. Ter uma rede complementar de monitoramento superficial operando durante o horizonte do plano.

ESCOPO
A contratação deverá contemplar minimamente:
• Operação da rede das estações fixas, incluindo a medição de descarga líquida com frequência mínima trimestral, medição da
seção transversal com frequência mínima anual, registro diário de no mínimo as cotas fluviométricas e alturas pluviométricas;
• Campanhas de campo para parâmetros como os de qualidade da água, com frequência mínima trimestral;
• Análise e consistência de todos os dados produzidos;
• Elaboração das curvas-chaves das seções de medição;
• Tratamento estatístico segundo definições do Estudo decorrente da Ação 1.
As atividades desenvolvidas no projeto contratado deverão estar de acordo com os critérios de rede, amostragem, medição, coleta,
análise de amostras, metodologia de consistência e análise de dados de acordo com os critérios do IGAM e da ANA, incluindo-se
ainda o tipo de sistema de repasse das informações para que os dados possam ser disponibilizados na mesma plataforma.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO
Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 3: Realizar a operação da rede monitoramento Médio e 17ª


4.673.365,23 13 anos
superficial complementar. Longo Prazos (2028 – 2040)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 2.1 - REDE DE MONITORAMENTO SUPERFICIAL
AÇÃO 2.1.4
Realizar a manutenção da rede monitoramento superficial complementar.

ATIVIDADES
Atividade Competência

1. Elaboração de Edital para contratação de serviço especializado para manutenção da rede Agência
complementar de monitoramento superficial;

2. Contratação de serviço especializado para manutenção da rede complementar de monitoramento Agência


superficial;

3. Acompanhamento do desenvolvimento do serviço contratado. Agência/Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE A HOUVE HOUVE HOUVE HOUVE
ELABORAÇÃO MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO
DO EDITAL EM 5 ANOS EM 10 ANOS EM 15 ANOS EM 20 ANOS

METAS
1. Elaboração do Edital até 12 (doze) meses após o início da operação da rede complementar de monitoramento superficial;
2. Realizar 1 (uma) vez ao ano a manutenção da rede complementar de monitoramento superficial durante o horizonte do plano.

ESCOPO
A contratação deverá contemplar a manutenção de toda a rede complementar de monitoramento superficial.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 4: Realizar a manutenção da rede Médio e 18ª


4.673.365,23 13 anos
monitoramento superficial complementar. Longo Prazos (2028 - 2040)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
Dessa forma, a rede complementar irá subsidiar o acompanhamento das ações de gestão de recursos hídricos, visto que o monitora-
mento é a ferramenta que serve para medir se as ações ligadas à despoluição, reuso, tecnologias limpas, proteção e conservação dos
recursos hídricos, dentre outras têm sido eficazes.

Cabe destacar que essa rede precisa obedecer aos critérios de coleta e amostragem estabelecidos pelo IGAM, para que os dados
possam ser integrados e otimize uma análise das condições da Bacia.

OBJETIVO
Estabelecer uma rede complementar de monitoramento da água superficial para fins de acompanhamento e planejamento.

INTER-RELAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS


Este programa se relaciona com o Programa 1.1: Recuperação de Áreas Protegidas podendo servir para acompanhamento dos benefí-
cios da recuperação das áreas para os recursos hídricos, com o Programa 1.2: Modelo de Previsão de Cheias pois pode subsidiar o
mesmo, o Programa 1.3: Caracterização Qualitativa para Avaliação de Impacto, agregando pontos chaves de monitoramento determi-
nados pelo mesmo, com o Programa 1.4: Estudos Estratégicos que também podem ser subsidiados por esta rede de monitoramento,
com o Programa 4.1: Atualização do Enquadramento, pois será peça chave para acompanhar as classes e metas estabelecidas, se
relaciona também com o Programa 4.2: Sistema de Informações, sendo uma das bases de dados mais importantes do mesmo e com
o Programa 6.2: Alocação de Vazão de Regularização, podendo subsidiar o mesmo.
PROGRAMA 2.1: REDE DE MONITORAMENTO SUPERFICIAL

CONTEXTUALIZAÇÃO
Uma rede de monitoramento tem por objetivo apoiar o sistema de gestão dos recursos hídricos e para isso precisa atender alguns
requisitos, como localização apropriada dos pontos de controle, número de pontos suficiente para atender as condições de monitora-
mento da bacia, frequência adequada de amostragens e análise dos parâmetros de qualidade da água efetivamente representativos para
a área de intervenção.

Conforme levantado no Diagnóstico, a rede de monitoramento superficial administrada pelo IGAM na Bacia do Paraopeba obedece a
critérios de densidade, parâmetros e frequências estabelecidos por organizações de referência, tais como a União Europeia e ANA. Tais
padrões e as considerações de análise de suficiência realizada estão detalhados no RP 02: Diagnóstico da Bacia do Rio Paraopeba –
Tomo II. No entanto, a mesma se mostra insuficiente quando são consideradas questões específicas da realidade da bacia e a divisão
estratégica de administração em Baixo, Médio e Alto Paraopeba. Isso porque, demanda que a distribuição de estações atenda estas
regiões de forma individualizada, ou seja, numa área menor, o que propicia uma análise mais detalhada, sendo enriquecida pelo fato de
cada região ter características intrínsecas.

Uma rede de monitoramento fluviométrica é responsável pela medição dos dados de cotas (cm), vazões (m³/s), qualidade de água,
resumo de descarga, sedimentos e perfil transversal. A rede fluviométrica da Bacia do Rio Paraopeba é composta por 132 estações.
Dentre estas, 76 são estações operantes, no entanto 64 não apresentam dados. Nesta análise o monitoramento de vazões (m³/s) se
mostra ligeiramente insuficiente. A bacia tem uma área total de 12.030,15 km², considerando as doze estações operando, resulta-se
uma densidade de 1.002,51 km²/estação. Como Alto e Médio Paraopeba contam com um número maior de estações, são 16 e 31
estações respectivamente, a sub-bacia que necessita de complementação de monitoramento é o Baixo Paraopeba, que atualmente
conta com apenas uma estação operando. Para atingir os padrões internacionais considerando a divisão estratégica das regiões é
necessário o funcionamento de pelo menos quatro estações com dados, no Baixo Paraopeba.

Dentro da rede fluviométrica está a análise de sedimentos, o monitoramento desse fator serve, entre outros, para acompanhar ações
de desmatamento e degradação, que resultam no aumento de sedimentos nos corpos hídricos. Devido a sua importância esta rede
deve ser analisada de forma individualizada. A BH Paraopeba contempla nove estações de sedimentos, todas operantes, no entanto
apenas três apresentam dados. Para que esta rede atenda os padrões mínimos por região estratégica, com disponibilidade de dados,
são necessárias quatro estações no Alto Paraopeba, que atualmente dispõe de apenas uma, seis estações no Médio Paraopeba, que
atualmente dispões de apenas duas, e quatro estações no Baixo Paraopeba, que atualmente não conta com nenhuma estação com
dados.

A qualidade da água também faz parte do monitoramento fluviométrico. Mais do que padrões internacionais, essa rede deve atender a
critérios estabelecidos pelo Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas (PNQA). A rede atual de monitoramento qualitativo
é suficiente, considerando todos os critérios mínimos, contudo, para fins de complementação poderá ser melhorada no Baixo Paraope-
ba, região que conta com o menor número de estações. Além disso, esse tipo de monitoramento ajuda a acompanhar ações definidas
nas Diretrizes e em outros programas das Estratégias do Plano, como as relacionadas ao enquadramento, às áreas de restrição de uso
e as de recuperação ambiental.

A rede pluviométrica é responsável por monitorar as informações de chuva, sendo observadas 134 estações na Bacia do rio Paraope-
ba, das quais 95 estão aptas a realizar o monitoramento dos dados de chuva e constam como operantes no Hidroweb (ANA, 2018).
No entanto, das 134 estações observadas, apenas 53 possuem dados disponíveis para consulta e análise e destas, apenas 28 estão
em operação. Na distribuição das sub-bacias apenas o Baixo Paraopeba não atende aos padrões de suficiência mínimos, com três
estações operantes, faltando, portanto, mais uma estação.

Considerando que os resultados de uma rede de monitoramento são a base de dados para os estudos de disponibilidade hídrica,
cenários e enquadramento e que o IGAM vem cumprindo seu papel de monitorar a bacia como um todo, propõe-se, a fim de aprimorar
o banco de dados, que o Comitê realize um monitoramento complementar.

Essa rede complementar, a cargo do Comitê, buscará atender a um número adequado de estações funcionando a longo prazo para cada
região estratégica da Bacia e em pontos de controle que julgar importante. Essa complementação da rede pode, além da instalação das
estações supracitadas como necessárias para atender aos padrões mínimos, ser complementada nos pontos de rios afluentes. Além
disso, pode prever monitoramentos diferenciados, tais como a caracterização da biota e da qualidade ecológica. Isso ajudará no acom-
panhamento da recuperação do Rio Paraopeba ao desastre-crime da Barragem I da Mina do Córrego do Feijão. Nesse sentido, ressalta-
se ainda que essa rede será independente da estabelecida pela Vale, cuja localização e dados monitorados não foram incluídas na
análise de suficiência e proposição de novas estações, uma vez que não se sabe quanto tempo a mesma irá operar e os pontos monito-
rados estão localizados em parte da bacia, na calha principal e após o local do desastre-crime.
2 Monitoramento

O grande desafio do Comitê da Bacia do rio Paraopeba está relacionado à implementação da gestão efetiva dos recursos hídricos, uma
vez que, mesmo com importantes instrumentos de gestão em operação, ainda há importantes lacunas no sistema que podem
comprometer a sustentabilidade dos recursos hídricos da bacia a longo prazo. Um passo importante para viabilizar essa gestão efetiva
refere-se ao monitoramento dos recursos hídricos, sendo assim, uma das estratégias propostas para o Plano de Ações está focada
nesse objetivo. Dentre os temas para viabilizar a implementação dessa estratégia está a definição de redes de monitoramento para os
recursos hídricos, superficiais e subterrâneos, e a análise e integração desses dados provenientes do monitoramento.

OBJETIVO GERAL
Estabelecer uma rede de monitoramento eficiente para acompanhamento das condições quali-quantitativas dos recursos hídricos na
Bacia.

RESUMO DOS PROGRAMAS

Programa Ação Custo

Ação 1: Aprovar o Estudo de


Complementariedade da Rede de R$ 469.793,28
Monitoramento Superficial.
Ação 2: Instalar equipamentos para
estação de monitoramento superficial R$ 1.536.600,00
de acordo com os resultados do
Estudo
Ação 3:da Ação 1.
Realizar a operação da rede
Programa 2.1: Rede de
monitoramento superficial R$ 4.673.365,23
Monitoramento Superficial
complementar.
Ação 4: Realizar a manutenção da
rede monitoramento superficial R$ 4.673.365,23
complementar.
Ação 5: Acompanhar a execução das
R$ 544.166,52
ações de monitoramento superficial.

Ação 1: Aprovar o Estudo de Rede de


R$ 469.793,28
Monitoramento Subterrânea.
Ação 2: Instalar equipamentos para
estação de monitoramento R$ 376.324,80
subterrânea de acordo com os
resultados do Estudo da Ação 1.
Programa 2.2: Rede de Ação 3: Realizar a operação da rede
R$ 1.579.189,19
Monitoramento Subterrânea monitoramento subterrânea.

Ação 4: Realizar a manutenção da


R$ 1.579.189,19
rede monitoramento subterrânea.

Ação 5: Acompanhar a execução das


R$ 176.735,16
ações de monitoramento subterrâneo.

Programa 2.3 Análise e Integração Ação 1: Aprovar o Estudo de Análise


R$ 797.160,96
dos dados de Dados Intersetoriais.

TOTAL R$ 16.875.683
PROGRAMA 2.1 - REDE DE MONITORAMENTO SUPERFICIAL
AÇÃO 2.1.5
Ação 5: Acompanhar a execução das ações de monitoramento superficial.

ATIVIDADES

Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico Comitê
de fiscalização da execução das ações do Programa 2.1: Rede de Monitoramento Superficial;

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviços de consultoria para assessoramento Agência
técnico de fiscalização da execução das ações do Programa 2.1: Rede de Monitoramento Superficial;

3. Contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução das Agência
ações do Programa 2.1: Rede de Monitoramento Superficial;

4. Acompanhamento do serviço de fiscalização contratado. Agência/Comitê

INDICADORES

0 0,25 0,50 0,75 1


NÃO HOUVE ELABORAÇÃO DO TR CONTRATAÇÃO DA APROVAÇÃO DE 50% APROVAÇÃO DE 100%
MANIFESTAÇÃO EMPRESA DOS RELATÓRIOS DOS RELATÓRIOS

METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução
das ações do Programa 2.1: Rede de Monitoramento Superficial;
2. Aprovar 1 (um) Relatório de Fiscalização da Ação 2 a cada 3 (três) meses até o final de horizonte do Plano.

ESCOPO
O Termo de Referência para contratação serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução da Ação
2, Ação 3 e Ação 4 do Programa 2.1: Rede de Monitoramento Superficial deverá conter minimamente:
• Plano de Trabalho: Introdução e Contextualização; Justificativa dos serviços a serem executados; Metodologias a serem utilizadas
em todas as etapas de trabalho; Quantificação dos serviços a serem executados; Definição das responsabilidades de todos os
agentes envolvidos no projeto; Fluxogramas contendo fatores dificultadores e facilitadores; Cronograma de Execução; Comprovação
de disponibilidade de infraestrutura, equipamentos e materiais para execução do serviço.
• Acompanhamento e fiscalização da instalação, operação e monitoramento da rede complementar de monitoramento superficial:
Acompanhamento da execução dos serviços em relação ao cronograma físico-financeiro definido;
Elaboração de relatórios trimestrais de fiscalização e acompanhamento das obras e serviços em execução; Composição de boletins
mensais de medição para aprovação da Agência; Verificação da aplicação das normas de segurança do trabalho, higiene ocupacional
e controle ambiental, quando aplicáveis na execução dos serviços; Verificação da qualidade dos materiais e equipamentos utilizados;
Verificação das execuções dos serviços em relação às especificações técnicas e projeto contratado.
• Relatórios de fiscalização: Introdução e Contextualização; Área de atuação do projeto; Andamento do projeto; Introdução, objetivos,
escopo dos serviços (quantitativos, localização, registro dos serviços, EPI’s, etc.); Cronograma físico-financeiro; Análise do desen-
volvimento dos trabalhos e recomendações, incluindo fotos; Boletim de medição.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 5: Acompanhar a execução das ações de Médio e 19ª


544.166,52 14 anos
monitoramento superficial. Longo Prazos (2027 – 2040)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 2.2: REDE DE MONITORAMENTO SUBTERRÂNEA

CONTEXTUALIZAÇÃO
O monitoramento da qualidade e quantidade da água subterrânea são essenciais para uma gestão de recursos hídricos eficiente, pois
permite, entre outros, a avaliação da disponibilidade hídrica, a concessão de outorga subterrânea de forma a não comprometer o
balanço hídrico e a compreensão da relação entre as águas superficiais e subterrâneas.

Na elaboração do PDRH Paraopeba notou-se a ausência de informações consistentes sobre água subterrânea na Bacia e que esse
recurso é uma importante fonte de captação, sendo prudente o estabelecimento de uma rede de monitoramento para os corpos
hídricos subterrâneos. Atualmente, a Bacia do Rio Paraopeba conta com um bom número de poços cadastrados no SIAGAS, contudo
sem monitoramento frequente. A ausência de um monitoramento subterrâneo eficiente e com informações significativas sobre os
aspectos quantitativos e qualitativos dessa água dificulta a gestão de recursos hídricos.

O monitoramento subterrâneo é mais complexo do que o superficial, pois os aquíferos não obedecem aos limites da bacia, mas se
conectam com bacias vizinhas. Problemas de quantidade e/ou qualidade da água em algum aquífero da bacia pode ser decorrente de
ações que ocorreram em bacias vizinhas e, portanto, as informações precisam ser acompanhadas. A Bacia do Rio Paraopeba está
sobre cinco sistemas de aquíferos: Aquífero Embasamento Cristalino, Aquífero Granular Fissural, Aquífero Cárstico, Aquífero Forma-
ções Cenozóicas e Aquífero Formações Ferríferas. Cada sistema possui características químicas, tempos de recarga, profundidades
diferentes, requerendo ainda mais acompanhamento detalhado.

Visto que são os dados obtidos pelo monitoramento subterrâneo que irão subsidiar estudos de disponibilidade hídrica integrada na
bacia é interessante para o Comitê investir em uma rede de monitoramento própria para as águas subterrâneas, que inclua dados de
quantidade e qualidade das mesmas.

OBJETIVO
Implementar uma rede de monitoramento subterrânea capaz de dispor de dados quantitativos e qualitativos sobre os sistemas aquífe-
ros.

INTER-RELAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS


Este programa se relaciona com Programa 1.3: Estratégicos dependendo do conteúdo do mesmo, ao Programa 4.2: Sistema de
Informações, sendo uma das bases de dados mais importante e ao Programa 5.3: Disponibilidade Hídrica Subterrânea podendo
servir de base para o mesmo.
PROGRAMA 2.2 - REDE DE MONITORAMENTO SUBTERRÂNEA
AÇÃO 2.2.1
Aprovar o Estudo de Rede de Monitoramento Subterrânea.

ATIVIDADES
Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação do Estudo de Rede de Monitoramento Subterrânea; Comitê

2. Elaboração o Termo de Referência para contratação do Estudo de Rede de Monitoramento Agência


Subterrânea;

3. Contratação do Estudo de Rede de Monitoramento Subterrânea; Agência

4. Acompanhamento da elaboração do Estudo de Rede de Monitoramento Subterrânea; Agência/Comitê

5. Aprovação do Estudo de Rede de Monitoramento Subterrânea. Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE MANIFESTAÇÃO ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO ESTUDO
MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DO TR DA EMPRESA FINALIZADO

METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo de Rede de Monitoramento Subterrânea até 4 (quatro) meses após a
manifestação do Comitê.
2. Aprovar 1 (um) Estudo de Rede de Monitoramento Subterrânea, em 12 (doze) meses.

ESCOPO
A seguir é realizada uma proposta de rede de monitoramento subterrâneo com base em parâmetros utilizados pelo CPRM e IGAM.
Sugere-se que o estudo a ser contratado se baseie nessa proposta, mas que procure aprimoramentos a partir do início da execução
das ações do PDRH Paraopeba.
A rede de monitoramento subterrâneo deverá atender aos cinco sistemas de aquíferos que estão sob a Bacia Hidrográfica do Rio
Paraopeba: Aquífero Embasamento Cristalino, Aquífero Granular Fissural, Aquífero Cárstico, Aquífero Formações Cenozóicas e
Aquífero Formações Ferríferas. Cada sistema possui características químicas, tempos de recarga, profundidades diferentes, reque-
rendo ainda mais acompanhamento detalhado. No mínimo deverá ser instalado um ponto de monitoramento por Sistema Aquífero em
cada uma das sub-bacias.
A rede de monitoramento deverá ser capaz de quantificar e avaliar o potencial hidrogeológico da bacia e subsidiar estudos de disponi-
bilidade hídrica subterrânea. Deverá ser realizada uma correlação direta entre os parâmetros hidráulicos de capacidade específica e
transmissividade e estudar o comportamento hidrodinâmico de cada sistema, com análise dos parâmetros hidrogeoquímicos.
O estudo para a rede deverá compreender avaliações químico-analíticas quantitativas e qualitativas dos principais constituintes
iônicos presentes nas águas naturais que deverão ser monitorados. Deverão ser considerados estudos e parâmetros já estabelecidos
pelo CPRM e IGAM como padrões mínimos a serem atendidos, e outros estudos complementares já realizados para estes Sistemas
Aquíferos também deverão ser considerados para que suas características individuais sejam incluídas.
Baseado nestas informações o estudo irá apontar os locais mais adequados para o monitoramento, tipo de equipamento adequado
para a coleta destes dados, viabilidade de instalação e manutenção, tempo e custos estimados para instalação e manutenção,
frequência dos dados e frequência de manutenção e materiais a serem utilizados.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prazo Ordem Custo (R$) Duração

Ação 1: Aprovar o Estudo de Rede de Monitoramento 20ª


Médio Prazo 469.793,28 12 meses
Subterrânea. (2026)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 2.2 - REDE DE MONITORAMENTO SUBTERRÂNEA
AÇÃO 2.2.2
Instalar equipamentos para estação de monitoramento subterrânea de acordo com os resultado do Estudo da Ação 1.

ATIVIDADES
Ação Competência

1. Elaboração de Edital para aquisição de equipamentos de monitoramento subterrâneo; Agência

2. Aquisição de equipamentos de monitoramento subterrâneo; Agência

3. Elaboração de Edital para contratação de serviço especializado para instalação das estações e Agência
equipamentos;

4. Contratação de serviço especializado para instalação das estações e equipamentos; Agência

5. Acompanhamento do serviço de contratado. Agência/Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE A EQUIPAMENTOS ELABORAÇÃO DE EMPRESA PARA REDE
ELABORAÇÃO DO EDITAL ADQUIRIDOS EDITAL DE INSTALAÇÃO COMPLEMENTAR
DE COMPRAS DE CONTRATAÇÃO CONTRATADA INSTALADA
EQUIPAMENTOS

METAS
1. Elaboração do Edital de Compras de Equipamentos até 4 (quatro) meses após a conclusão da Ação 1;
2. Elaboração do Edital de Contratação até 1 (um) mês após a aquisição de equipamentos;
3. Ter 1 (uma) rede de monitoramento subterrânea, de acordo com o indicado pelo Estudo da Ação 1 em até 12 (doze) meses.

ESCOPO
A empresa contratada deverá se basear no que for definido no Estudo da Ação 1.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prazo Ordem Custo (R$) Duração

Ação 2: Instalar equipamentos para estação de


21ª
monitoramento subterrânea de acordo com os Médio Prazo 376.324,80 12 meses
(2027)
resultados do Estudo da Ação 1.

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 2.2 - REDE DE MONITORAMENTO SUBTERRÂNEA
AÇÃO 2.2.3
Realizar a operação da rede monitoramento subterrânea.

ATIVIDADES

Ação Competência

1. Elaboração de Edital para contratação de serviço especializado para operação da rede de Agência
monitoramento subterrânea;

2. Contratação de serviço especializado para operação da rede de monitoramento subterrânea; Agência

3. Acompanhamento do serviço de contratado. Agência/Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE A HOUVE OPERAÇÃO HOUVE OPERAÇÃO HOUVE OPERAÇÃO HOUVE OPERAÇÃO
ELABORAÇÃO EM 5 ANOS EM 10 ANOS EM 15 ANOS EM 20 ANOS
DO EDITAL

METAS
1. Elaboração do Edital até 1 (um) mês após a conclusão da Ação 2;
2. Ter uma rede de monitoramento subterrânea operando durante o horizonte do plano.

ESCOPO
A contratação deverá contemplar a operação da rede das estações fixas e as campanhas de campo para parâmetros como os de
qualidade da água. Além disso, o tratamento e consistência dos dados, bem como análises estatísticas dos mesmos.
As atividades desenvolvidas no projeto contratado deverão estar de acordo com os critérios de rede, amostragem, medição, coleta,
análise de amostras, metodologia de consistência e análise de dados de acordo com os critérios do IGAM e do SIAGAS, incluindo-se
ainda o tipo de sistema de repasse das informações para que os dados possam ser disponibilizados na mesma plataforma.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prazo Ordem Custo (R$) Duração

Ação 3: Realizar a operação da rede monitoramento Médio e 22ª


1.579.189,19 13 anos
subterrânea. Longo Prazos (2028 – 2040)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 2.2 - REDE DE MONITORAMENTO SUBTERRÂNEA
AÇÃO 2.2.4
Realizar a manutenção da rede monitoramento subterrânea.

ATIVIDADES

Atividade Competência

1. Elaboração de Edital para contratação de serviço especializado para manutenção da rede de Agência
monitoramento subterrânea;

2. Contratação de serviço especializado para manutenção da rede de monitoramento subterrânea. Agência

3. Acompanhamento do serviço de contratado. Agência/Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE A HOUVE OPERAÇÃO HOUVE OPERAÇÃO HOUVE OPERAÇÃO HOUVE OPERAÇÃO
ELABORAÇÃO EM 5 ANOS EM 10 ANOS EM 15 ANOS EM 20 ANOS
DO EDITAL

METAS
• Elaboração do Edital até 12 (doze) meses após o início da operação da rede de monitoramento subterrânea;
• Realizar 1 (uma) vez ao ano a manutenção da rede de monitoramento subterrânea durante o horizonte do plano.

ESCOPO
A contratação deverá contemplar a manutenção de toda a rede de monitoramento subterrânea.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prazo Ordem Custo (R$) Duração

Ação 4: Realizar a manutenção da rede Médio e 23ª


1.579.189,19 13 anos
monitoramento subterrânea. Longo Prazos (2028 – 2040)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 2.2 - REDE DE MONITORAMENTO SUBTERRÂNEA
AÇÃO 2.2.5
Ação 5: Acompanhar a execução das ações de monitoramento subterrâneo.

ATIVIDADES
Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico


Comitê
de fiscalização da execução das ações do Programa 2.2: Rede de Monitoramento Subterrânea;

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviços de consultoria para assessoramento


Agência
técnico de fiscalização da execução das ações do Programa 2.2: Rede de Monitoramento Subterrânea;

3. Contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução das


Agência
ações do Programa 2.2: Rede de Monitoramento Subterrânea;

4. Acompanhamento do serviço de fiscalização contratado. Agência/Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO APROVAÇÃO APROVAÇÃO
MANIFESTAÇÃO DO TR DA EMPRESA DE 50% DOS DE 100% DOS
RELATÓRIOS RELATÓRIOS
METAS
3. Elaborar o Termo de Referência para contratação serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução
das ações do Programa 2.2: Rede de Monitoramento Subterrânea;
4. Aprovar 1 (um) Relatório de Fiscalização da Ação 2 a cada 3 (três) meses até o final de horizonte do Plano.

ESCOPO
O Termo de Referência para contratação serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução da Ação
2, Ação 3 e Ação 4 do Programa 2.2: Rede de Monitoramento Subterrânea deverá conter minimamente:
• Plano de Trabalho: Introdução e Contextualização; Justificativa dos serviços a serem executados; Metodologias a serem utilizadas
em todas as etapas de trabalho; Quantificação dos serviços a serem executados; Definição das responsabilidades de todos os
agentes envolvidos no projeto; Fluxogramas contendo fatores dificultadores e facilitadores; Cronograma de Execução; Comprovação
de disponibilidade de infraestrutura, equipamentos e materiais para execução do serviço.
• Acompanhamento e fiscalização da instalação, operação e monitoramento da rede de monitoramento subterrânea: Acompanha-
mento da execução dos serviços em relação ao cronograma físico-financeiro definido; Elaboração de relatórios trimestrais de
fiscalização e acompanhamento das obras e serviços em execução; Composição de boletins mensais de medição para aprovação
da Agência; Verificação da aplicação das normas de segurança do trabalho, higiene ocupacional e controle ambiental, quando
aplicáveis na execução dos serviços; Verificação da qualidade dos materiais e equipamentos utilizados; Verificação das execuções
dos serviços em relação às especificações técnicas e projeto contratado.
• Relatórios de fiscalização: Introdução e Contextualização; Área de atuação do projeto; Andamento do projeto; Introdução,
objetivos, escopo dos serviços (quantitativos, localização, registro dos serviços, EPI’s, etc.); Cronograma físico-financeiro; Análise
do desenvolvimento dos trabalhos e recomendações, incluindo fotos; Boletim de medição.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prazo Ordem Custo (R$) Duração

Ação 5: Acompanhar a execução das ações de Médio e 24ª


176.735,16 14 anos
monitoramento subterrâneo. Longo Prazos (2027 – 2040)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 2.3 ANÁLISE E INTEGRAÇÃO DOS DADOS

CONTEXTUALIZAÇÃO
De acordo com o historiador israelense Yuval Harari, os dados estão substituindo as máquinas como o principal capital do século XXI
e o controle dessa infinidade de dados para gerar informações primordiais para o bem-estar e desenvolvimento de uma sociedade,
ou ainda, de um determinado setor. É nesse contexto que é avaliado o setor de gestão de recursos hídricos que, se por um lado é
servido por uma quantidade substancial de dados referentes ao monitoramento hidrológico, por outro observa-se poucas análises
integradas dos dados do setor com atividades correlatas, que deveriam ser consideradas no momento de promover uma gestão
efetiva dos recursos hídricos e de mobilizar a sociedade acerca do tema.

Na elaboração do PDRH Paraopeba foi observado que, além da falta de interrelação entre as Políticas Estaduais, há grande desinfor-
mação da população sobre a efetividade da gestão dos recursos hídricos e suas áreas afins. O preenchimento dessa lacuna de
informações é fundamental para viabilizar a gestão, além disso, deve envolver análises integradas intersetoriais que possibilitem a
realização de uma comunicação mais direta e objetiva com a população, com intuito de mobilizá-los sobre a importância da discus-
são do tema.

Uma vez que os dados hidrológicos estão disponíveis em plataformas acessíveis, o trabalho atual é identificar quais são as áreas
correlatas que devem ser envolvidas nas análises integradas, de modo a gerar fluxos de dados que subsidiem, dentre outros: (i) os
setores usuários na questão do uso racional de água; e, (ii) a população em geral com informações estratégicas que propiciem a
melhoria da qualidade de vida.

A materialização desse conjunto de dados disponíveis em informações estratégicas deve ocorrer por meio da elaboração de estudos
específicos, como por exemplo, a identificação da relação da ocorrência de doenças de veiculação hídrica na população que utiliza
fossa rudimentar e poço subterrâneo, ou ainda, a análise de tendência das séries hidrológicas de precipitação em áreas urbanas e
sua relação com eventos críticos como as cheias.

No longo prazo, o fluxo de dados gerado irá compor um Banco de Dados estratégico para a Bacia do rio Paraopeba que, se utilizado
da maneira correta, irá propiciar uma melhoria significativa na vida da população da bacia, tanto do ponto de vista do acesso ao recur-
so hídrico de qualidade e em quantidade, quanto da diminuição de impactos em meios urbanos decorrentes de eventos críticos que
serão antecipados através de modelos de previsão de cheias. Essa proposição segue a tendência já existente em grandes empresas
e que permite o aprimoramento da tomada de decisões, através de ferramentas tecnológicas existentes.

OBJETIVO
Correlacionar os dados de monitoramento existentes e coletados, com bancos de dados de outros setores afins aos recursos hídricos.

INTER-RELAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS


Este programa se relaciona com todos os demais que produzirão algum tipo de informação sobre a bacia, sendo eles: Programa 1.1:
Recuperação de Áreas Protegidas, Programa 1.2: Modelo de Previsão de Cheias, Programa 1.3: Caracterização Qualitativa para
Avaliação de Impacto, Programa 1.4: Estudos Estratégicos, Programa 2.1: Rede de Monitoramento Superficial, Programa 2.2: Rede
de Monitoramento Subterrânea, Programa 5.1: Saneamento Rural, Programa 5.2: Saneamento Urbano, Programa 5.3: Disponibilida-
de Hídrica Subterrânea, Programa 6.1: Avaliação de Assoreamento de Reservatórios, Programa 6.2: Alocação de Vazão de Regulari-
zação. Além do Programa 4.2: Sistema de Informações, do qual irá contribuir para as informações.
PROGRAMA 2.3 - ANÁLISE E INTEGRAÇÃO DOS DADOS
AÇÃO 2.3.1
Aprovar o Estudo de Análise de Dados Intersetoriais.

ATIVIDADES
Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação do Estudo de Análise de Dados Intersetoriais; Comitê

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação do Estudo de Análise de Dados Intersetoriais; Agência

3. Contratação do Estudo de Análise de Dados Intersetoriais; Agência

4. Acompanhamento do Estudo de Análise de Dados Intersetoriais; Agência/Comitê

5. Aprovação do Estudo de Análise de Dados Intersetoriais. Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE MANIFESTAÇÃO ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO ESTUDO
MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DO TR DA EMPRESA FINALIZADO

METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo de Análise de Dados Intersetoriais até 4 (quatro) meses após a
manifestação do Comitê.
2. Aprovar 1 (um) Estudo de Análise de Dados Intersetoriais, em 12 (doze) meses.

ESCOPO
O Estudo de Análise de Dados Intersetoriais da Bacia do Rio Paraopeba deverá reunir e relacionar todas as informações afins aos
recursos hídricos como, por exemplo, dados de doenças de veiculação hídrica. Esse estudo segue uma tendência já existente em
grandes empresas, que permite o aprimoramento da tomada de decisões, através de ferramentas tecnológicas existentes.
1. Elaboração do Plano de Trabalho;
2. Coleta de Dados: coletar todas as informações existentes no Plano e as afins aos recursos hídricos em formato de banco de dados;
3. Organização e Análise dos Dados: todos os dados captados são organizados em um banco de dados e apresentados de forma
visual, para facilitar a análise dos tomadores de decisão;
4. Elaboração de um Resumo Executivo: as informações deverão ser apresentadas em formato de gráficos, diagramas e tabelas, com
design elaborado para possibilitar o perfeito entendimento dos dados.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 1: Aprovar o Estudo de Análise de Dados 28ª


Longo Prazo 797.160,96 6 meses
Intersetoriais. (2031)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
3 Comunicação Social e Educação Ambiental

Não há desenvolvimento sem a consolidação de programas de educação e ações de comunicação social integrados. Nesse sentido,
para a boa implementação do presente Plano de Ação, entende-se que é necessário fomentar instrumentos de comunicação que
possam ser utilizados como ferramentas estratégicas de mobilização social, assim como fortalecer e apoiar o desenvolvimento de um
programa de educação ambiental estruturado e coerente com as características socioambientais da Bacia.

Compreende-se assim, que a preservação, a racionalização e o uso mais sustentável dos recursos hídricos passa, necessariamente,
por um planejamento socioeducativo sensível, capaz de refletir as potencialidades e fragilidades da Bacia de forma conjunta e contínua
com os usuários de água e com as comunidades existentes. Para tal, cabe definir ações de comunicação/divulgação alinhadas com
a realidade local e capazes de fomentar o desenvolvimento de boas práticas de preservação, de modo a contribuir para a melhoria da
qualidade de vida na Bacia.

Nesse contexto é que foi definida a terceira estratégia do PDRH Paraopeba visando assegurar ainda, as condições necessárias para a
viabilização e legitimação da participação social na gestão das águas.

OBJETIVO GERAL
Promover mobilização, articulação, interlocução, conhecimento e conscientização sobre os recursos hídricos de forma a garantir
acesso à informação e a participação da sociedade e dos múltiplos usuários da Bacia.

RESUMO DOS PROGRAMAS

Programa Ação Custo

Ação 1: Contratação de serviço


especializado para desenvolvimento e
implementação do Programa de R$ 21.178.160,64
Comunicação Social e Educação
Programa 3.1: Programa de Ambiental.
Comunicação Social e Educação
Ambiental
Ação 2: Acompanhar a execução da
R$ 13.266.432,00
Ação 1.

TOTAL R$ 23.348.922
PROGRAMA 3.1: PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

CONTEXTUALIZAÇÃO
O Plano de Bacia é um instrumento de gestão que deve ser implementado no horizonte de 20 anos, para seu bom aproveitamento é
fundamental que haja participação dos diversos setores da sociedade. A Matriz SWOT identificou que entre as principais fraquezas da
bacia estão a falta de integração entre as políticas e a desinformação do Comitê e da população em relação aos recursos hídricos.
Nestas lacunas e fragilidades é que se faz importante o Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental.

Quanto mais integrados e participantes do processo estiverem os usuários da água, mais fácil se torna a implementação de uma ação,
pois o seu engajamento já foi realizado. Considera-se que os usuários diretos são aqueles que possuem outorga ou são passíveis
dela, no entanto, os usuários indiretos incluem toda a população da bacia, pois todas os habitantes da região fazem uso da água,
mesmo que por meio das prestadoras de serviço de saneamento. Este programa inclui, portanto, toda a população da bacia, buscan-
do estreitar as relações entre o Comitê, Agência, IGAM, usuários e sociedade civil, alimentando um papel de co-responsabilidade; e
informando aos diversos públicos a importância da gestão integrada dos recursos hídricos.

OBJETIVO
Promover ações de cunho educativo e informativo ligados aos recursos hídricos para os diversos setores da sociedade, por meio da
divulgação em mídias sociais e canais de comunicação em massa.

INTER-RELAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS


Este programa está relacionado com os demais programas que necessitam de algum contato direto com a população, sendo eles:
Programa 1.1: Recuperação de Áreas Protegidas e Programa 5.1: Saneamento Rural.
PROGRAMA 3.1 - PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
AÇÃO 3.1.1
Ação 1

ATIVIDADES
Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para contratação de serviço especializado para o desenvolvimento e Comitê


implementação do Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental;

2. Elaboração de Edital para contratação de serviço especializado para o desenvolvimento e Agência


implementação do Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental;

3. Contratação de serviço especializado para o desenvolvimento e implementação do Programa de Agência


Comunicação Social e Educação Ambiental;

4. Acompanhamento da atuação do serviço contratado para as ações de Comunicação Social e Agência/Comitê


Educação Ambiental.

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE ATIVIDADES ATIVIDADES ATIVIDADES ATIVIDADES
CONTRATAÇÃO DESENVOLVIDAS DESENVOLVIDAS DESENVOLVIDAS DESENVOLVIDAS
EM 5 ANOS EM 10 ANOS EM 15 ANOS EM 20 ANOS

METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação da Empresa para desenvolvimento e implementação do Programa de Comuni-
cação Social e Educação Ambiental até 4 (quatro) meses após a manifestação do Comitê.
2. Ter uma Empresa contratada atuando dentro do prazo de vigência.

ESCOPO
O planejamento estratégico consolidado do Programa de Comunicação e Educação ambiental deverá ser desenvolvido pela empresa
contratada, considerando ainda, o estabelecimento de uma agenda de implementação das ações e atividades, elaborada de acordo
com um calendário previamente estabelecido junto à Agência e em consonância com a agenda de eventos já consolidada do Comitê,
como as Reuniões Ordinárias mensais. De forma complementar, o planejamento buscará atuar em consonância com a Comissão
Interinstitucional de Educação Ambiental (CIEA/MG) a fim de alinhar as ações. Objetiva-se assim, otimizar recursos e potencializar as
agendas das instituições envolvidas, evitando conflitos e fomentando a participação de um público vasto e diversificado em todas as
etapas do Programa.
O Programa deverá atender, no mínimo, as seguintes diretrizes gerais:
• Realização de uma pesquisa prévia sobre os principais programas, projetos e ações de comunicação, mobilização social e educa-
ção ambiental já desenvolvidos ou em execução na Bacia, apontando as principais potencialidades de cada um;
• Elaboração de um Planejamento Estratégico a partir da Pesquisa realizada anteriormente, de modo a evitar sobreposição de ações,
bem como buscar estratégias diferenciadas e metodologias participativas que ainda não foram aplicadas na região, tornando o
Programa inovador e atraente ao público alvo;
• Elaboração de um Banco de Dados de Mobilização Social contendo contato dos atores sociais estratégicos da Bacia, como mem-
bros e conselheiros do Comitê, Agência, IGAM, lideranças sociais, instituições públicas, privadas, escolas, centros universitários,
associações comunitárias, entre outros, de modo a reconhecer, de forma panorâmica, o perfil do público alvo do Programa;
• Elaboração de um Banco de Dados de Comunicação Social com o levantamento dos principais meios de comunicação existentes
na Bacia (rádios, jornais, redes sociais oficiais, etc.) e profissionais que atuam nos principais veículos de comunicação de massa, a
fim de torná-los parceiros na divulgação das ações do Programa;
• Realização de reunião junto à Agência para apresentação das metodologias sócio participativas a serem empregadas na execução
do Programa à luz das orientações e exigências do TDR, aproveitando o momento para realizar alinhamentos gerais;
• Realização de reunião com o Comitê para apresentação das estratégicas e a metodologias a serem empregadas na realização das
atividades, bem como coletar do Comitê informações gerais, bem como os anseios, expectativas e sugestões para o melhor
andamento do Programa;
• Realização de reunião com o Comitê e a Agência para alinhar as principais estratégias de comunicação social e de educação social
com o intuito de garantir que as informações sejam bem desenvolvidas e transmitidas com eficiência e transparência à todas as
partes interessadas; criação de um espaço digital (site oficial) para divulgação das ações e atividades do Programa, fomentando e
fortalecendo a divulgação relevantes sobre o CBH Paraopeba, as características físicas, ambientais e culturais da Bacia, tornando-se
assim, uma canal educativo e pesquisa para toda a sociedade;
• Criação de um espaço físico para sediar as ações do Programa e receber o público alvo, bem como para realização de parte das
atividades de educação ambiental e reuniões estratégicas, contendo infraestrutura adequada para tais finalidades; criação de uma
Biblioteca no espaço físico (sede) a ser criado, de modo a reunir um número significativo de publicações com temáticas ambientais
relacionadas à Bacia, como, por exemplo, materiais didáticos/institucionais já produzidos e elaborados pelo Comitê e de instituições
que possuem questões afetas à Bacia, como associações, organizações não governamentais, instituições públicas, etc.;
• Elaboração de material informativo, educativo e com orientações gerais sobre gestão das águas e boas práticas ambientais, em
formato impresso e digital, para a sociedade civil, com o intuito de informar as ações relacionadas aos recursos hídricos já executa-
das ou em execução na Bacia, e também as atividades realizadas pelo Programa e pelo Comitê;
• Elaboração de material educativo para os usuários, em formato impresso e digital, com o intuito de informar sobre a importância
do correto uso dos recursos hídricos e sobre a importância dos instrumentos de outorga, enquadramento e cobrança;
• Promover workshops anuais com o Comitê para capacitação dos atores envolvidos sobre questões relacionadas ao Plano, instru-
mentos de gestão. Para esta ação poderão ser utilizadas programas de capacitação em modelos como os aderidos pela ANA e/ou
por Comitês que atuam em outras bacias hidrográficas;
• Elaborar conteúdo midiático coerente com o público alvo, repassando informações de maneira clara e objetiva, acessíveis aos mais
diversos públicos, sobre as atividades e temáticas trabalhadas pelo Programa e suas interfaces com os órgãos responsáveis pela
gestão das águas na bacia;
• Promover ações de Educação Ambiental sobre temáticas ambientais diversas, como uso consciente da água; coleta seletiva;
reciclagem, entre outros, com a comunidade escolar (pais-alunos-professores-funcionários) das instituições de ensino público-priva-
das inseridas na Bacia;
• Promover ações de Educação Ambiental com instituições de ensino superior inseridas na Bacia, adequando as temáticas a esse
perfil de público, utilizando-se de metodologias didáticas como visitas técnicas guiadas e palestras com profissionais de notório
saber na área de preservação de recursos hídricos, gestão ambiental, recuperação de áreas degradadas dentre outras;
• Elaboração de Boletins Informativos virtuais a serem disparados regularmente (mensal ou bimestralmente) ao público alvo, repas-
sando de forma sucinta as principais ações e agendas do Programa.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 1: Contratação de serviço especializado para



desenvolvimento e implementação do Programa de Curto Prazo 22.237.068,67 20 anos
(2021 – 2040)
Comunicação Social e Educação Ambiental.

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 3.1 - PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
AÇÃO 3.1.2
Ação 2: Acompanhar a execução da Ação 1.

ATIVIDADES

Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico Comitê
de fiscalização da execução da Ação 1;

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviços de consultoria para assessoramento Agência
técnico de fiscalização da execução da Ação 1;

3. Contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução da Agência


Ação 1;

4. Acompanhamento do serviço de fiscalização contratado. Agência/Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO APROVAÇÃO DE APROVAÇÃO DE
MANIFESTAÇÃO DO TR DA EMPRESA 50% DOS 100% DOS
RELATÓRIOS RELATÓRIOS

METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da
execução da Ação 1;
2. Aprovar 1 (um) Relatório de Fiscalização da Ação 2 a cada 3 (três) meses até o final de horizonte do Plano.

ESCOPO
O Termo de Referência para contratação serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução do desen-
volvimento e implementação do Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental deverá solicitar minimamente:
• Plano de Trabalho: Introdução e Contextualização; Justificativa dos serviços a serem executados; Metodologias a serem utilizadas
em todas as etapas de trabalho; Quantificação dos serviços a serem executados; Definição das responsabilidades de todos os
agentes envolvidos no projeto; Fluxogramas contendo fatores dificultadores e facilitadores; Cronograma de Execução; Comprovação
de disponibilidade de infraestrutura, equipamentos e materiais para execução do serviço.
• Acompanhamento e fiscalização do Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental: Acompanhamento da execução dos
serviços em relação ao cronograma físico-financeiro definido; Elaboração de relatórios trimestrais de fiscalização e acompanhamento
dos serviços em execução; Composição de boletins mensais de medição para aprovação da Agência; Verificação das execuções dos
serviços em relação às especificações técnicas e projeto contratado.
• Relatórios de fiscalização: Introdução e Contextualização; Área de atuação do projeto; Andamento do projeto; Introdução, objetivos,
escopo dos serviços (quantitativos, localização, registro dos serviços, etc.); Cronograma físico-financeiro; Análise do desenvolvi-
mento dos trabalhos e recomendações; Boletim de medição.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração


Ação 2: Acompanhar a execução da Ação 1. Curto Prazo 1.111.853,43 20 anos
(2021 – 2040)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
4 Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos

Os instrumentos de gestão definidos pela Política Estadual de Recursos Hídricos, Lei Nº 13.199/99, quando implementados de forma
correta propiciam a gestão efetiva das águas no âmbito da bacia hidrográfica. Durante a elaboração do PDRH Paraopeba, foram
avaliados como os nove instrumentos previstos na Lei estavam sendo executados na bacia e a partir de então foram definidas
algumas diretrizes relacionadas a eles. No entanto, identificou-se que dois instrumentos necessitam de uma abordagem também na
forma de programas, sendo eles: o enquadramento e o sistema de informações.

A proposição de um programa específico para o enquadramento se dá pelo fato de que o enquadramento atual da bacia conta com
um longo período de vigência, superior a 20 anos, necessitando, portanto, de uma atualização. Nesse processo será possível planejar
os usos preponderantes e a qualidade da água a ser alcançada ou mantida em cada trecho de rio e ao mesmo tempo criar o compro-
misso dos atores da bacia em trabalhar para o alcance das metas a serem estabelecidas.

O sistema de informações, por sua vez, é um instrumento importante para organizar, tratar e dar publicidade aos dados da Bacia,
sendo que a quantidade de informações geradas após a aprovação do PDRH Paraopeba só tende a crescer, visto que muitas ações
são voltadas à produção de conhecimento. Além disso, um sistema operado pela própria Agência facilitará o acompanhamento da
implantação dos programas propostos.

OBJETIVO GERAL
Constitutir um Sistema de Informação e a atualização do enquadramento de corpos de água da bacia do Paraopeba.

RESUMO DOS PROGRAMAS

Programa Ação Custo


Ação 1: Aprovar o Estudo de
Programa 4.1: Atualização do
Atualização do Enquadramento da R$ 1.434.193,92
Enquadramento
Bacia do Rio Paraopeba.
Ação 1: Contratar serviço
especializado para o desenvolvimento
R$ 1.529.057,00
do Sistema de Informação da Bacia
do rio Paraopeba.
Programa 4.2: Sistema de Informação
Ação 2: Contratar serviço
especializado para manutenção e
R$ 8.458.705,92
atualização do Sistema de Informação
da Bacia do rio Paraopeba.

TOTAL R$ 11.421.957
PROGRAMA 4.1: ATUALIZAÇÃO DO ENQUADRAMENTO

CONTEXTUALIZAÇÃO
Na elaboração do PDRH foram identificados alguns fatores que podem ser associados à desatualização do enquadramento da bacia
do Paraopeba: ausência de programa para efetivação do enquadramento, inexistência de outorgas de lançamento de efluente, falta de
integração entre a classe e uso associado quando na emissão de outorgas para captação, falta de integração entre os instrumentos
de gestão de recursos hídricos e os de licenciamento ambiental. Além disso, dentro das abordagens metodológicas de estimativa de
carga poluidora e seus respectivos impactos sobre os corpos hídricos da bacia identificou-se incompatibilidade entre a classe de
enquadramento vigente, os usos atuais e as condições estimadas. Dentre essas áreas estavam as unidades de conservação de prote-
ção integral Monumento Natural Municipal Mãe D’água, Reserva Biológica Municipal Campos Rupestres de Moeda Sul e Monumento
Estadual da Serra da Moera, que ao invés de estarem com condições da Classe Especial apresentaram concentrações referentes à
Classe 1, Classe 3 e até mesmo a Classe 4, a de pior qualidade. Essa mesma classe foi estimada também para trechos utilizados
como captação dos municípios de Caetanópolis, Juatuba, Betim, Igarapé, Itaitaçu, Ibirité, Brumadinho e Congonhas. No Prognóstico,
identificou-se a mesma tendência, em questão de áreas e usos impactados, principalmente nos cenários tendenciais e de forma
menos intensa nos cenários alternativos, onde variáveis ambientais foram inseridas e demonstraram eficácia na melhoria das condi-
ções de qualidade da água.

Diante do exposto, a atualização do enquadramento dos corpos de água da bacia do Paraopeba se faz necessário. Esse estudo deve
procurar manter os trechos enquadrados na legislação vigente como Classe Especial e Classe 1, além de identificar os usuários de
água, tanto os de captação como os de lançamento, caracterizar a poluição difusa, definir parâmetros de qualidade da água mais
representativos para a bacia, definir metas de melhoria, além da proposição para complementar a rede de monitoramento capaz de
acompanhar essas metas.

OBJETIVO
Atualizar o enquadramento dos corpos de água da bacia hidrográfica do rio Paraopeba.

INTER-RELAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS


Este programa está relacionado ao Programa 1.3: Caracterização Qualitativa para Avaliação de Impacto, podendo indicar áreas priori-
tárias a serem estudadas, ao Programa 2.1: Rede de Monitoramento Superficial, pois precisa de acompanhamento das condições
de qualidade da água referente às classes e metas estabelecidas no enquadramento, ao Programa 4.2: Sistema de Informações
sendo uma das informações a serem inseridas no sistema, ao Programa 4.1: Saneamento Rural e ao Programa 5.2: Saneamento
Urbano, pois irá identificar os locais mais críticos quanto à qualidade da água e que precisam de ações estruturais de saneamento
para atender ao enquadramento proposto.
PROGRAMA 4.1 - ATUALIZAÇÃO DO ENQUADRAMENTO
AÇÃO 4.1.1
Aprovar a Atualização do Enquadramento da Bacia do Rio Paraopeba.

ATIVIDADES

Aç ão C ompetênc ia

1. Manifestação do Comitê para a contratação da Atualização do Enquadramento dos Corpos de Água da


Comitê
Bacia do Paraopeba;

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação da Atualização do Enquadramento dos Corpos


Agência/IGAM
de Água da Bacia do Paraopeba;

3. Contratação da Atualização do Enquadramento dos Corpos de Água da Bacia do Paraopeba; Agência

Agência/Comitê
4. Acompanhamento da Atualização do Enquadramento dos Corpos de Água da Bacia do Paraopeba;
/IGAM

5. Aprovação da Atualização do Enquadramento dos Corpos de Água da Bacia do Paraopeba; Comitê

6. Aprovação da proposta de Atualização do Enquadramento pelo Conselho Estadual de Recursos


IGAM/CERH-MG
Hídricos.

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE MANIFESTAÇÃO ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO PROPOSTA DE
MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DO TR DA EMPRESA ATUALIZAÇÃO DO
ENQUADRAMENTO
METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação da Atualização do Enquadramento até 4 (quatro) meses após a manifestação do
Comitê.
2. Aprovar a Atualização do Enquadramento, em 18 (dezoito) meses.

ESCOPO
O estudo a ser contratado deverá abordar, dentre outros:
• A atualização do Diagnóstico e Prognóstico do PDRH Paraopeba com foco na identificação dos usos preponderantes e nas fontes
de poluição tendo como base a nova divisão de áreas gestão;
• Estimativa das cargas poluidoras associadas à essas situações e o impacto das mesmas sobre os corpos hídricos;
• Modelagem matemática para avaliar diferentes cenários e critérios para a definição do enquadramento, dentre os quais pode-se
citar os parâmetros a serem utilizados como indicadores e a vazão de referência;
• Proposta de enquadramento baseada nos usos preponderantes, tendo como base a manutenção da Classe Especial e Classe 1
atualmente vigente;
• Elaboração de um Programa para Efetivação do Enquadramento (PPE), que associado às classes propostas inclua as metas em
termos de:
- Cargas a serem reduzidas a curto, médio e longo prazo;
- Ações de curto, médio e longo prazo;
- Custos estimados;
- Possíveis fontes de financiamento;
- Metas progressivas de qualidade da água em termos de classes.
- Minuta de resolução do enquadramento.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO
Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 1: Aprovar o Estudo de Atualização do 3ª


Curto Prazo 1.434.193,92 18 meses
Enquadramento da Bacia do Rio Paraopeba. (2021)

FONTES DE INVESTIMENTO
Arrecadação da cobrança
PROGRAMA 4.2: SISTEMA DE INFORMAÇÕES

CONTEXTUALIZAÇÃO
O Sistema de Informações é um dos instrumentos de gestão de recursos hídricos previstos pela legislação e tem por objetivo ser a
base de coleta, tratamento, armazenamento, disponibilização e de divulgação das informações que subsidiam a gestão hídrica das
bacias. A proposta deste programa é que, a partir da Agência, ela disponibilize um Sistema para armazenar todos os dados sobre a
baca e possa dar publicidade de todas as informações a serem produzidas no Paraopeba.

A proposta é que esse sistema seja desenvolvido para a Bacia do rio Paraopeba, compatível com o Sistema Estadual de Informações
sobre Recursos Hídricos (InfoHidro) de Minas Gerais de modo a incorporar a gestão integrada de recursos hídricos no estado. O
desenvolvimento do Sistema de Informações deverá atender corretamente aos interesses técnicos do IGAM e aos usuários de recur-
sos hídricos. Espera-se assim consolidar e organizar todas as informações para auxiliar a gestão e tomada de decisões do Comitê e
dos gestores.

OBJETIVO
Desenvolver um Sistema de Informações para a Bacia do rio Paraopeba.

INTER-RELAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS


Este programa se relaciona com todos os demais que produzirão algum tipo de informação sobre a bacia, sendo eles: Programa 1.1:
Recuperação de Áreas Protegidas, Programa 1.2: Modelo de Previsão de Cheias, Programa 1.3: Caracterização Qualitativa para
Avaliação de Impacto, Programa 1.4: Estudos Estratégicos, Programa 2.1: Rede de Monitoramento Superficial, Programa 2.2: Rede
de Monitoramento Subterrânea, Programa 2.3: Análise e Integração de Dados, Programa 4.1: Atualização do enquadramento,
Programa 5.1: Saneamento Rural, Programa 5.2: Saneamento Urbano, Programa 5.3: Disponibilidade Hídrica Subterrânea, Progra-
ma 6.1: Avaliação de Assoreamento de Reservatórios, Programa 6.2: Alocação de Vazão de Regularização.
PROGRAMA 4.2 - SISTEMA DE INFORMAÇÃO
AÇÃO 4.2.1
Ação 1

ATIVIDADES
Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviço especializado para o desenvolvimento do


Comitê
Sistema de Informação.

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviço especializado para o


Agência
desenvolvimento do Sistema de Informação.

3. Contratação de serviço especializado para o desenvolvimento do Sistema de Informação. Agência

4. Acompanhamento do desenvolvimento do Sistema de Informação; Comitê

5. Participar da oficina de capacitação sobre o Sistema de Informação da Bacia do rio Paraopeba,


Comitê
baseando-se no Manual Técnico Operativo do Sistema.

6. Entrega do Sistema de Informação. Agência

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE MANIFESTAÇÃO ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO SISTEMA DE
MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DO TR DA EMPRESA INFORMAÇÃO

METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação de empresa responsável pelo desenvolvimento do Sistema de Informação até 4
(quatro meses) após a manifestação do Comitê.
2. Ter um Sistema de Informação da Bacia do rio Paraopeba em 12 (doze) meses.

ESCOPO
O Sistema de Informação da Bacia do rio Paraopeba terá como objetivo realizar a gestão do conhecimento produzido pelo PDRH e
suas ações previstas pós aprovação do Plano, permitindo o acesso de forma abrangente ao conjunto de informações a respeito da
Bacia. Para tanto, a contratação a ser realizada deverá armazenar, publicar e manter:
• Dados produzidos na elaboração do PDRH Paraopeba;
• Dados de acompanhamento das outorgas emitidas;
• Dados de monitoramento qualitativo e quantitativo dos corpos hídricos superficiais e subterrâneos;
• Planos Diretores disponíveis;
• Planos Municipais de Saneamento Básico;
• Demais dados geográficos e estudos desenvolvidos na Bacia.
Essas informações permitirão a construção e aplicação de modelos de análise espacial, gestão de conteúdo dos usuários e das
ferramentas que compõem a plataforma. O Termo de Referência para contratação precisará descrever toda a estrutura do Sistema
Web Gerenciador de Informações Geográficas:
• Camada de dados (banco de dados relacional, banco de dados geográficos, banco de dados multimídia, servidor de arquivos);
• Camada de aplicação (servidor GIS, servidor de aplicação, servidor web);
• Camada de apresentação (portal e módulos).
Os módulos por sua vez, poderão ser organizados de acordo com o interesse do Comitê, sendo sugerido ao menos cinco:
• Módulo de gestão e atualização de dados do Plano Diretor;
• Módulo de visualização e análise espacial;
• Sistema de acompanhamento de outorgas;
• Módulo administrativo, que gerencia os acessos, permissões e configurações da plataforma.
Deverão ser previstos também:
• Plano de Trabalho: Estrutura Analítica do Projeto, plano de aquisições e compras, cronograma físico detalhando as atividades a
serem executadas, modelos de relatórios e formulários para controle e acompanhamento do projeto.
• Entrevistas, fluxos de informações e acordos institucionais a serem adotados;
• Fornecimento e configuração do ambiente de nuvem, incluindo serviço, hardwares e softwares;
• Modelagem e implantação do banco de dados;
• Desenvolvimento dos módulos;
• Implantação e configuração do sistema de gestão de conteúdo;
• Abastecimento dos dados no sistema;
• Relatórios mensais de andamento;
• Elaboração de um Manual Técnico Operativo;
• Documentação e treinamento aos interessados, incluindo uma oficina de operacionalização para a Agência e o Comitê;
• Operação assistida, suporte e manutenção do Sistema por pelo menos 12 (doze) meses.
É importante que a interface do Sistema de Informação da Bacia do rio Paraopeba deverá ser intuitiva e de fácil manuseio, de modo
que técnicos e usuários de recursos hídricos possam efetuar consultas e atualizações de informações servindo de subsídio para a
gestão de recursos hídricos na bacia.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 1: Contratar serviço especializado para o


desenvolvimento do Sistema de Informação da Bacia Médio Prazo 8ª 1.529.057,00 12 meses
do rio Paraopeba.

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 4.2 - SISTEMA DE INFORMAÇÃO
AÇÃO 4.2.2
Ação 2: Contratar serviço especializado para manutenção e atualização do Sistema de Informação da Bacia do rio Paraopeba.

ATIVIDADES

Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviço especializado para manutenção e atualização Comitê
do Sistema de Informação;

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviço especializado para manutenção e Agência
atualização do Sistema de Informação;

3. Contratação de serviço especializado para manutenção e atualização do Sistema de Informação; Agência

4. Acompanhamento do serviço contratado. Agência/Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE A HOUVE MANUTENÇÃO HOUVE MANUTENÇÃO HOUVE MANUTENÇÃO HOUVE MANUTENÇÃO
ELABORAÇÃO E ATUALIZAÇÃO E ATUALIZAÇÃO E ATUALIZAÇÃO E ATUALIZAÇÃO
DO TR EM 5 ANOS EM 10 ANOS EM 15 ANOS EM 20 ANOS

METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação de serviço especializado para manutenção e atualização do Sistema de Informa-
ção até 4 (quatro meses) após a manifestação do Comitê.
2. Ter um Sistema de Informação atualizado durante o horizonte do Plano.

ESCOPO
O intuito dessa contratação é garantir que o Sistema de Informação da Bacia do rio Paraopeba esteja sempre atualizado, para tanto,
o termo de referência deverá prever minimamente:
• Plano de trabalho;
• Cronograma físico-financeiro;
• Relatório de andamento;
• Sistema de hospedagem do site, incluindo hardware e software;
• Manutenção e operação do Sistema;
• Atualização do Banco de Dados;

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 2: Contratar serviço especializado para



manutenção e atualização do Sistema de Informação Médio/Longo 8.458.705,92 14 anos
(2027 – 2040)
da Bacia do rio Paraopeba.

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
5 Infraestrutura de Saneamento

No sistema atual de gestão não há como desvincular o setor de recursos hídricos do setor de saneamento, isso porque a interdepen-
dência entre eles é grande, fato que exige que o planejamento de determinada área leve em consideração as ações do outro setor. Tal
relação ocorre tanto no meio urbano, quanto no meio rural, e por essa razão o planejamento do setor de saneamento deve utilizar o
PDRH Paraopeba como um instrumento auxiliar para tomada de decisão, uma vez que o Plano trata das disponibilidades hídricas e
da avaliação da qualidade das águas da bacia. A quinta estratégia derivada da análise SWOT tem justamente essa abordagem, a de
analisar a Infraestrutura de Saneamento sob a ótica do setor de gestão de recursos hídricos.

OBJETIVO GERAL

Fomentar a melhoria da infraestrutura de saneamento para a população da Bacia e consequentemente melhorar as condições hídricas
da Bacia

RESUMO DOS PROGRAMAS

Programa Ação Custo

Ação 1: Contratar projeto para


melhoria de infraestrutura de
R$ 91.692.260,48
saneamento rural e cadastramento
Programa 5.1: Saneamento Rural das propriedades.
Ação 2: Acompanhar a execução da
R$ 4.251.273,76
Ação 1.
Ação 1: Financiar e apoiar os
municípios a elaborarem o Plano R$ 10.815.655,68
Municipal de Saneamento Básico.
Ação 2: Financiar e apoiar os
Programa 5.2: Saneamento Urbano municípios na revisão dos Planos R$ 4.259.132,16
Municipais existentes.
Ação 3: Acompanhar a execução das
ações do Programa 5.2: Saneamento R$ 753.739,39
Urbano.
Programa 5.3: Disponibilidade Hídrica Ação 1: Aprovar o Estudo de
R$ 2.436.568,80
Subterrânea Disponibilidade Hídrica Subterrânea.

TOTAL R$ 114.208.630
PROGRAMA 5.1: SANEAMENTO RURAL
CONTEXTUALIZAÇÃO
No Diagnóstico do PDRH-Paraopeba identificou-se que dentre os residentes na Bacia, cerca de 137 mil vivem em propriedades rurais
de 48 municípios, sendo que metade dessa população está no Médio Paraopeba.

Verificou-se também que não há informações consolidadas quanto às condições de saneamento dessa população, uma estimativa
realizada para o Diagnóstico aponta que 64% da população rural da bacia tem como destinação final de seus efluentes a fossa
rudimentar. Apenas os municípios de Cachoeira da Prata, Ibirité e São João de Bicas possuem mais da metade de sua população rural
com fossa séptica, sistema considerado adequado do ponto de vista de tratamento de efluentes domésticos rurais. Pode-se assim
dizer que a maioria da população da bacia não possui tratamento apropriado para os efluentes sanitários gerados, podendo os
mesmos causarem algum tipo de poluição aos recursos hídricos. No que se refere à captação de água, a estimativa realizada aponta
que 67% das propriedades rurais na Bacia utilizam como fonte de água poço ou nascente. Sendo essas fontes bastante significativas
no meio rural é importante verificar se elas acontecem de forma adequada e sem comprometimento dos recursos hídricos.
Cabe destacar que em propriedades rurais por falta de informação e pela própria distância com os órgãos gestores, podem ocorrer
usos irregulares da água, como captações de grande volume ou pequenos barramentos para aproveitamento de água, ambos sem
outorga. Além disso, as Áreas de Proteção Permanente e Reserva Legal, podem não estar sendo respeitadas, podendo causar proble-
mas com sedimentação e erosão nos corpos hídricos.

Nesse contexto, é importante a realização de ações que visem a melhoria do saneamento rural, a regularização dos usos de água e
o cercamento e revegetação de matas nativas tendo como reflexo a melhoria nas condições hídricas da Bacia.
Como ponto de partida, foram realizadas estimativas de metas e custos para a definição do Programa, com base no Diagnóstico do
PDRH Paraopeba.

No que se refere ao efluente doméstico, foi adotada a fossa séptica como tratamento mais adequado para o ambiente rural, visto que
é a tipologia proposta pela FUNASA no Programa Nacional de Saneamento Rural. Dessa forma, trabalhou-se com os 48 municípios
com população rural e as respectivas estimativas de índice de fossa séptica apresentada no Diagnóstico do PDRH Paraopeba. Obser-
vou-se que o menor índice é 1%, a média entre eles é de 15% e o maior índice é de 80%. Com base nisso estabeleceu-se as seguintes
metas a serem alcançadas até o horizonte do Plano:
• Município com índice estimado <14%, meta de 15%;
• Município com índice estimado entre 15% e 49%, meta de 50%;
• Município com índice estimado entre 50% e 80%, meta de 80%.

No caso de melhoria em captações, considerou-se que todas as propriedades rurais teriam captação (rio, poço, nascente) encanada
e que toda a água captada seria clorada antes de ser utilizada, visto que o menor índice atual é de 78%. Dessa forma o índice seria
de 100% em todos os municípios.

A regularização das propriedades identificadas sem outorgas será realizada por meio das ações previstas na Diretriz de Outorgas pelo
Uso da Água.

Onde se identificar a necessidade de recuperação de Área de Preservação Permanente e Reserva Legal, a atuação será realizada
dentro do contexto das ações do Programa 1.1. Recuperação de Áreas Protegidas.

Dentro dessas ações, está previsto ainda um cadastro rural, com o intuito de identificar as propriedades rurais, possíveis usos irregu-
lares, entre outros.

De forma complementar, campanhas de conscientização de uso da água no meio rural será contemplada nas ações do Programa 3.1:
Comunicação Social e Educação Ambiental.

OBJETIVO
Investir em infraestrutura de saneamento rural.

INTER-RELAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS


Este programa se relaciona com o Programa 1.1: Recuperação de Áreas Protegidas, pois as propriedades que precisarem de ações
de recuperação de vegetação da mata ciliar, área de proteção permanente e reserva legal serão abordadas nesse programa. O Progra-
ma 5.1: está relacionado também ao Programa 3.1: Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental pois está prevista a
mobilização para o cadastramento rural, de forma que os proprietários fiquem cientes do que se trata. Além disso, ações relacionadas
à redução de cargas poluidoras no meio rural poderão ser oriundas do Programa 4.1: Atualização do Enquadramento. O programa
será também fonte de dados para o Programa 4.2: Sistema de Informações.
PROGRAMA 5.1 - SANEAMENTO RURAL
AÇÃO 5.1.1
Contratar projeto para melhoria de infraestrutura de saneamento rural e cadastramento das propriedades.

ATIVIDADES

Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para contratação de serviço especializado para atuação nas propriedades Comitê
rurais do Médio Paraopeba.

2. Elaboração do termo de referência para contratação de serviço especializado para atuação nas Agência
propriedades rurais do Médio Paraopeba;

3. Contratação de serviço especializado para atuação nas propriedades rurais do Médio Paraopeba; Agência

4. Aprovação do projeto executivo elaborado para as propriedades rurais do Médio Paraopeba; Comitê

5. Acompanhamento das ações desenvolvidas no âmbito do serviço contratado; Agência/Comitê

6. Manifestação do Comitê para contratação de serviço especializado para atuação nas propriedades Comitê
rurais do Baixo Paraopeba;

7. Elaboração do termo de referência para contratação de serviço especializado para atuação nas Agência
propriedades rurais do Baixo Paraopeba;

8. Contratação de serviço especializado para atuação nas propriedades rurais do Baixo Paraopeba; Agência

9. Aprovação do projeto executivo elaborado para as propriedades rurais do Baixo Paraopeba; Comitê

10.
. Acompanhamento das ações desenvolvidas no âmbito do serviço contratado Agência/Comitê

11. Manifestação do Comitê para contratação de uma empresa para atuação nas propriedades rurais do Comitê
Alto Paraopeba;

12. Elaboração do termo de referência para contratação de serviço especializado para atuação nas Agência
propriedades rurais do Alto Paraopeba;

13. Contratação de serviço especializado para atuação nas propriedades rurais do Alto Paraopeba; Agência

14. Aprovação do projeto executivo elaborado para as propriedades rurais do Alto Paraopeba; Comitê

15. Acompanhamento das ações desenvolvidas no âmbito do serviço contratado Agência/Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE ELABORAÇÃO INVESTIMENTO NO INVESTIMENTO NO INVESTIMENTO NO
MANIFESTAÇÃO DO TR MÉDIO PARAOPEBA BAIXO PARAOPEBA ALTO PARAOPEBA
METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação de empresa para atuação nas propriedades rurais do Médio Paraopeba até 4
(quatro) meses após a manifestação do Comitê.
2. Investir na infraestrutura de saneamento e caracterizar as propriedades rurais do Médio Paraopeba em 24 (vinte e quatro meses).
3. Elaborar o Termo de Referência para contratação de empresa para atuação nas propriedades rurais do Baixo Paraopeba até 4
(quatro) meses após a manifestação do Comitê.
4. Investir na infraestrutura de saneamento e caracterizar as propriedades rurais do Baixo Paraopeba em 12 (doze meses).
5. Elaborar o Termo de Referência para contratação de empresa para atuação nas propriedades rurais do Alto Paraopeba até 4
(quatro) meses após a manifestação do Comitê.
6. Investir na infraestrutura de saneamento e caracterizar as propriedades rurais do Alto Paraopeba em 12 (doze meses).
ESCOPO
A empresa a ser contratada por área de gestão irá realizar o projeto e a execução das obras de saneamento rural, além do cadastra-
mento rural, apontando as propriedades com necessidade de regularização de uso da água e áreas de proteção.
O projeto a ser elaborado terá como foco definir:
• Cronograma de implantação de fossa séptica e adequação de captação nos municípios, considerando a maior carência e a localiza-
ção para facilitar o trabalho de campo;
• Definir as melhores técnicas de construção e materiais a serem adotados;
• Projeto executivo geral.
O Cadastro de Propriedade Rurais ocorrerá de forma simultânea à execução das obras de saneamento. Sugere-se que sejam coleta-
das no mínimo as seguintes informações:
• Localização da propriedade rural;
• Informações do proprietário (nome, CPF, contato);
• Número de habitantes na propriedade;
• Tipo de uso da água (poço, derivação, rio, etc.);
• Se é cadastrado e/ou outorgado como usuário da água;
• Destinação dos resíduos sólidos;
• Existência de barramento;
• Situação da Área de Proteção Permanente e da Reserva Legal.
É importante que essa atuação no meio rural seja bastante divulgada previamente e explicado que trata-se de uma pesquisa e ação
de melhoria, sem caráter punitivo.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 1: Contratar projeto para melhoria de


29ª
infraestrutura de saneamento rural e cadastramento Longo Prazo 91.692.260,48 4 anos
(2032 – 2035)
das propriedades.

FONTES DE INVESTIMENTO
Arrecadação da cobrança
PROGRAMA 5.1 - SANEAMENTO RURAL
AÇÃO 5.1.2
Ação 2: Acompanhar a execução da Ação 1.

ATIVIDADES
Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico Comitê
de fiscalização da execução da Ação 1;

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviços de consultoria para assessoramento Agência
técnico de fiscalização da execução da Ação 1;

3. Contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização de execução da Agência


Ação 1;

4. Acompanhamento do serviço de fiscalização contratado. Agência/Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO APROVAÇÃO DE 50% APROVAÇÃO DE 100%
MANIFESTAÇÃO DO TR DA EMPRESA DOS RELATÓRIOS DOS RELATÓRIOS
METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução
da Ação1.
2. Aprovar 1 (um) Relatório de Fiscalização da Ação 2 a cada 3 (três) meses até o final de horizonte do Plano.

ESCOPO
O Termo de Referência para contratação serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução da Ação
1 do Programa 5.1: Saneamento Rural deve conter no mínimo:
• Plano de Trabalho: Introdução e Contextualização; Justificativa dos serviços a serem executados; Metodologias a serem utilizadas
em todas as etapas de trabalho; Quantificação dos serviços a serem executados; Definição das responsabilidades de todos os
agentes envolvidos no projeto; Fluxogramas contendo fatores dificultadores e facilitadores; Cronograma de Execução; Comprovação
de disponibilidade de infraestrutura, equipamentos e materiais para execução do serviço.
• Acompanhamento e fiscalização do projeto de melhoria de infraestrutura de saneamento rural e cadastramento das propriedades:
Acompanhamento da execução dos serviços em relação ao cronograma físico-financeiro definido; Elaboração de relatórios trimes-
trais de fiscalização e acompanhamento das obras e serviços em execução; Composição de boletins mensais de medição para
aprovação da Agência; Verificação da aplicação das normas de segurança do trabalho, higiene ocupacional e controle ambiental,
quando aplicáveis na execução dos serviços; Verificação da qualidade dos materiais e equipamentos utilizados; Verificação das
execuções dos serviços em relação às especificações técnicas e projeto contratado.
• Relatórios de fiscalização: Introdução e Contextualização; Área de atuação do projeto; Andamento do projeto; Introdução, objetivos,
escopo dos serviços (quantitativos, localização, registro dos serviços, EPI’s, etc.); Cronograma físico-financeiro; Análise do desen-
volvimento dos trabalhos e recomendações, incluindo fotos; Boletim de medição.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO
Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

30ª
Ação 2: Acompanhar a execução da Ação 1. Longo Prazo 4.251.273,76 4 anos
(2032 – 2035)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 5.2: SANEAMENTO URBANO

CONTEXTUALIZAÇÃO
Na elaboração do Diagnóstico do PDRH Paraopeba, identificou-se baixos índices de saneamento urbano, sobretudo de esgotamento
sanitário e resíduos sólidos, além da ausência de informações de drenagem. Tais fatos foram definidos como fraquezas por meio da
análise SWOT do PDRH, motivando a proposição desse programa. No que se refere ao atendimento de água, a situação não é tão
crítica, visto que, conforme o Diagnóstico elaborado, apenas quatro municípios apresentam índice inferior a 85%. Contudo em
questão de esgoto, apenas de 50% da população urbana residente na bacia possui acesso à coleta e tratamento de seus efluentes de
forma adequada. Ainda no Diagnóstico identificou-se que poucos municípios fazem a disposição de seus resíduos em aterro contro-
lado, considerado como melhor solução dentre as existentes do ponto de vista de poluição. Outra informação importante levantada
durante o Plano foi que 27 municípios não possuem Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) elaborado, o que dificulta ainda
mais ações no âmbito do saneamento urbano, visto que uma etapa importante de planejamento não está sendo cumprida.

Dessa forma, é importante que o Comitê de Bacia se faça presente nas discussões que envolvem a infraestrutura em saneamento
básico urbano, fomente e invista em ações que terão reflexo direto sobre a disponibilidade dos recursos hídricos nessas regiões que
se caracterizam sobretudo como de baixa qualidade da água.

Para tanto entende-se que o Comitê, por meio da Agência invista parte do dinheiro arrecadado com a cobrança para contratação dos
PMSB e a partir de um planejamento mais consolidado por meio desses documentos inicie discussões de implantação de infraestru-
tura em saneamento urbano. A fim de estimativas, considerou-se investimento em contratação de PMSB para os 27 municípios
identificados sem o mesmo.

OBJETIVO
Investir na contratação de PMSB contribuindo para que todos os municípios da Bacia possuam planejamento em saneamento urbano.

INTER-RELAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS


Este programa está mais diretamente relacionado ao Programa 4.1: Atualização do Enquadramento, que resultará em ações relacio-
nadas à redução de cargas poluidoras no meio urbano. O programa será também fonte de dados para o Programa 4.2: Sistema de
Informações.
PROGRAMA 5.2 - SANEAMENTO URBANO
AÇÃO 5.2.1
Financiar e apoiar os municípios a elaborarem o Plano Municipal de Saneamento Básico.

ATIVIDADES

Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação de primeiro lote de PMSB; Comitê

2. Abertura de seleção para municípios que tiverem o interesse em realizar o PMSB; Agência

3. Seleção de municípios para realização do PMSB no primeiro lote; Agência

4. Elaboração do termo de referência para contratação de serviço especializado para realização do Agência
primeiro lote de PMSB;

5. Contratação de serviço especializado para a elaboração do primeiro lote de PMSB; Agência

6. Acompanhamento da execução do primeiro lote de PMSB; Agência/Comitê

7. Manifestação do Comitê para a contratação de segundo lote de PMSB; Comitê

8. Abertura de seleção para municípios que tiverem o interesse em realizar o PMSB; Agência

9. Seleção de municípios para realização do PMSB no segundo lote; Agência

10. Elaboração do termo de referência para contratação de serviço especializado para realização do Agência
segundo lote de PMSB;

11. Contratação de serviço especializado para a elaboração do segundo lote de PMSB; Agência

12. Acompanhamento da execução do segundo lote de PMSB; Agência/Comitê

13. Manifestação do Comitê para a contratação de terceiro lote de PMSB; Comitê

14. Abertura de seleção para municípios que tiverem o interesse em realizar o PMSB; Agência

15. Seleção de municípios para realização do PMSB no terceiro lote; Agência

16. Elaboração do termo de referência para contratação de serviço especializado para realização do Agência
terceiro lote de PMSB;

17. Contratação de serviço especializado para a elaboração do terceiro lote de PMSB; Agência

18. Acompanhamento da execução do terceiro lote de PMSB. Agência/Comitê

INDICADORES

0 0,25 0,50 0,75 1


NÃO HOUVE ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO DO CONTRATAÇÃO DO CONTRATAÇÃO DO
MANIFESTAÇÃO DO TR PRIMEIRO LOTE SEGUNDO LOTE TERCEIRO LOTE
METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do primeiro lote de PMSB até 4 (quatro) meses após a manifestação do Comitê.
2. Contração do primeiro lote de PMSB em 12 (doze) meses;
3. Elaborar o Termo de Referência para contratação do segundo lote de PMSB até 4 (quatro) meses após a manifestação do Comitê;
4. Contração do segundo lote de PMSB em 12 (doze) meses;
5. Elaborar o Termo de Referência para contratação do terceiro lote de PMSB até 4 (quatro) meses após a manifestação do Comitê;
6. Contração do terceiro lote de PMSB em 12 (doze) meses.
7. Elaborar o PMSB de 27 (vinte e sete) municípios para que todos os municípios da Bacia tenham PMSB em atendimento à Política
Nacional de Saneamento Básico.

ESCOPO
Essa ação visa auxiliar os municípios na elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico, a fim de facilitar o planejamento
de ações que impactam diretamente os recursos hídricos.
O projeto a ser contratado deverá conter no mínimo:
• Estratégia para condução dos trabalhos:
- Formação do grupo de trabalho;
- Reunião de partida;
- Reuniões periódicas de alinhamento entre a CONTRATADA e o Grupo de Trabalho;
- Realização das Audiências Públicas;
• Escopo das atividades:
- Plano de Trabalho;
- Plano de Mobilização Social do PMSB;
- Plano de Comunicação Social do PMSB;
- Diagnóstico da Situação do Saneamento Básico;
- Planejamento do Diagnóstico, incluindo os enfoques em saneamento básico, a caracterização geral do município, a carac-
terização geral do saneamento básico, diagnóstico dos setores inter-relacionados com o saneamento básico e os resultados da
audiência pública do Diagnóstico do PMSB;
- Prognósticos e Alternativas para a Universalização, que incluem a projeção populacional, cenários alternativos das deman-
das por serviços de saneamento básico, definição de objetivos e metas, compatibilização das carências de saneamento com as
ações do PMSB, necessidades de serviços públicos de saneamento básico, alternativas de gestão dos serviços públicos de sanea-
mento básico e a hierarquização das ações de intervenção prioritária.
• Programas, Projetos e Ações, incluindo o Programa de Ações Imediatas, Programas de Ações do PMSB (curto, médio e longo
prazo) e os resultados da audiência pública para apresentação dos Programas, Projetos e Ações do PMSB.
• Mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência, eficácia e efetividade das Ações do PMSB;
• Definição de Ações para Emergências e Contingências;
• Relatório Final do PMSB (documento síntese).

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 1: Financiar e apoiar os municípios a


10ª
elaborarem o Plano Municipal de Saneamento Médio Prazo 10.815.655,68 3 anos
(2026 – 2028)
Básico.

FONTES DE INVESTIMENTO
Arrecadação da cobrança.
PROGRAMA 5.2 - SANEAMENTO URBANO
AÇÃO 5.2.2
Ação 2: Financiar e apoiar os municípios na revisão dos Planos Municipais existentes.

ATIVIDADES

Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação de primeiro lote de revisão do PMSB; Comitê

2. Abertura de seleção para municípios que tiverem o interesse em realizar a revisão do PMSB; Agência

3. Seleção de municípios para revisão do PMSB no primeiro lote; Agência

4. Elaboração do termo de referência para contratação de serviço especializado para realização do Agência
primeiro lote de revisão do PMSB;

5. Contratação de serviço especializado para a elaboração do primeiro lote de revisão do PMSB; Agência

6. Acompanhamento da execução do primeiro lote de revisão do PMSB. Agência/Comitê

7. Manifestação do Comitê para a contratação de segundo lote de revisão do PMSB; Comitê

8. Abertura de seleção para municípios que tiverem o interesse em realizar a revisão do PMSB; Agência

9. Seleção de municípios para revisão do PMSB no segundo lote; Agência

10. Elaboração do termo de referência para contratação de serviço especializado para realização do Agência
segundo lote de revisão do PMSB;

11. Contratação de serviço especializado para a elaboração do segundo lote de revisão do PMSB; Agência

12. Acompanhamento da execução do segundo lote de revisão do PMSB; Agência/Comitê

13. Manifestação do Comitê para a contratação de terceiro lote de revisão do PMSB; Comitê

14. Abertura de seleção para municípios que tiverem o interesse em realizar a revisão do PMSB; Agência

15. Seleção de municípios para revisão do PMSB no terceiro lote; Agência

16. Elaboração do termo de referência para contratação de serviço especializado para realização do Agência
terceiro lote de revisão do PMSB;

17. Contratação de serviço especializado para a elaboração do terceiro lote de revisão do PMSB; Agência

18. Acompanhamento da execução do terceiro lote de revisão do PMSB. Agência/Comitê

INDICADORES

0 0,25 0,50 0,75 1


NÃO HOUVE ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO DO CONTRATAÇÃO DO CONTRATAÇÃO DO
MANIFESTAÇÃO DO TR PRIMEIRO LOTE SEGUNDO LOTE TERCEIRO LOTE
METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do primeiro lote de revisão do PMSB até 4 (quatro) meses após a manifestação
do Comitê.
2. Contração do primeiro lote de revisão do PMSB em 12 (doze) meses;
3. Elaborar o Termo de Referência para contratação do segundo lote de revisão do PMSB até 4 (quatro) meses após a manifestação
do Comitê;
4. Contração do segundo lote de revisão do PMSB em 12 (doze) meses;
5. Elaborar o Termo de Referência para contratação do terceiro lote de revisão do PMSB até 4 (quatro) meses após a manifestação
do Comitê;
6. Contração do terceiro lote de revisão do PMSB em 12 (doze) meses.
7. Elaborar a revisão do PMSB de 21 (vinte e um) municípios para que todos os municípios da Bacia tenham PMSB com informações
atualizadas.

ESCOPO
Essa ação visa auxiliar os municípios na revisão dos Planos Municipais de Saneamento Básico a fim de equiparar as condições de
planejamento em infraestrutura urbana. Para tanto, o serviço a ser contratado deverá conter no mínimo:
• Estratégia para condução dos trabalhos: Formação do grupo de trabalho; Reunião de partida; Reuniões periódicas de alinhamento
entre a CONTRATADA e o Grupo de Trabalho; Realização as Audiências Públicas.
• Escopo das Atividades: Plano de Trabalho; Plano de Mobilização Social do PMSB; Plano de Comunicação Social do PMSB; Avalia-
ção do Grau de implementação das estratégias do PMSB vigente; Atualização do Diagnóstico; Atualização do Prognóstico e adequa-
ção das alternativas para a universalização.
• Atualização e adequação dos Programas, Projetos e Ações;
• Mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência, eficácia e efetividade das Ações do PMSB;
• Definição de Ações para Emergências e Contingências;
• Relatório Final do PMSB (documento síntese).

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 2: Financiar e apoiar os municípios na revisão 11ª


Médio Prazo 4.259.132,16 3 anos
dos Planos Municipais existentes. (2029 – 2031)

FONTES DE INVESTIMENTO
Arrecadação da cobrança.
PROGRAMA 5.2 - SANEAMENTO URBANO
AÇÃO 5.2.3
Ação 3: Acompanhar a execução das ações do Programa 5.2: Saneamento Urbano.

ATIVIDADES

Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico Comitê
de fiscalização da execução das ações do Programa 5.2: Saneamento Urbano;

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviços de consultoria para assessoramento Agência
técnico de fiscalização da execução das ações do Programa 5.2: Saneamento Urbano;

3. Contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução das Agência
ações do Programa 5.2: Saneamento Urbano;

4. Acompanhamento do serviço de fiscalização contratado. Agência/Comitê

INDICADORES

0 0,25 0,50 0,75 1


NÃO HOUVE ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO APROVAÇÃO DE 50% APROVAÇÃO DE 100%
MANIFESTAÇÃO DO TR DA EMPRESA DOS RELATÓRIOS DOS RELATÓRIOS

METAS
3. Elaborar o Termo de Referência para contratação serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução
das ações do Programa 5.2: Saneamento Urbano;
4. Aprovar 1 (um) Relatório de Fiscalização da Ação 2 a cada 3 (três) meses até o final de horizonte do Plano.

ESCOPO
O Termo de Referência para contratação serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução das ações
do Programa 5.2: Saneamento Urbano deverá solicitar minimamente:
• Plano de Trabalho: Introdução e Contextualização; Justificativa dos serviços a serem executados; Metodologias a serem utilizadas
em todas as etapas de trabalho; Quantificação dos serviços a serem executados; Definição das responsabilidades de todos os
agentes envolvidos no projeto; Fluxogramas contendo fatores dificultadores e facilitadores; Cronograma de Execução; Comprovação
de disponibilidade de infraestrutura, equipamentos e materiais para execução do serviço.
• Acompanhamento e fiscalização da elaboração e revisão dos PMSBs: Acompanhamento da execução dos serviços em relação ao
cronograma físico-financeiro definido; Elaboração de relatórios trimestrais de fiscalização e acompanhamento dos serviços em
execução; Composição de boletins mensais de medição para aprovação da Agência; Verificação das execuções dos serviços em
relação às especificações técnicas e projeto contratado.
• Relatórios de fiscalização: Introdução e Contextualização; Área de atuação do projeto; Andamento do projeto; Introdução, objetivos,
escopo dos serviços (quantitativos, localização, registro dos serviços, etc.); Cronograma físico-financeiro; Análise do desenvolvi-
mento dos trabalhos e recomendações; Boletim de medição.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 3: Acompanhar a execução das ações do 12ª


Médio Prazo 753.739,39 6 anos
Programa 5.2: Saneamento Urbano. (2026 – 2031)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água
PROGRAMA 5.3: DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUBTERRÂNEA

CONTEXTUALIZAÇÃO
Uma estimativa de disponibilidade hídrica subterrânea foi realizada dentro da etapa de Diagnóstico do PDRH Paraopeba, por meio de
dados secundários para compor a matriz de cálculo, baseando-se em dados históricos de pluviometria, porosidade média do solo e
vazão, que representam em separados os diversos ambientes hidrogeológicos estudados. Isso ocorreu pelo fato de não haver dados
específicos de monitoramento subterrâneo disponíveis para a região ou estudos que possam servir de base para o cálculo das
reservas hídricas subterrâneas. Dessa forma, é importante que seja atualizado a partir de dados de monitoramento hidrogeológico,
com uma série histórica consistente.

Com a implementação do Programa 2.1: Rede de Monitoramento Subterrâneo e com dados e parceria com instituições como o
CPRM, será possível a Agência de Bacia contratar um estudo das disponibilidades, que caracterize os aquíferos em termos de dispo-
nibilidade, incluindo aspectos quantitativos e qualitativos.

Esse estudo servirá de base para a tomada de decisões em relação à gestão de recursos hídricos, na implementação de instrumentos
de gestão, como a emissão de outorgas e cobrança. E, talvez, num horizonte do plano, servir de base para um estudo de enquadra-
mento subterrâneo. Além disso, poderá contribuir para estudos de integração sobre os corpos hídricos superficiais e subterrâneos.
A Lei Estadual nº 13.771, de 11 de dezembro de 2011, dispõe sobre a administração, a proteção e a conservação das águas subterrâ-
neas de domínio do Estado e preconiza que os sistemas aquíferos deverão ser avaliados quantitativamente e qualitativamente e ter
planejamento de seu aproveitamento racional. O estudo de disponibilidade hídrica subterrânea é a ferramenta que irá auxiliar os
órgãos competentes a colocarem os preceitos da Lei em prática.

Além de questões de planejamento, prevenção e preservação é importante que esse estudo seja elaborado com certa celeridade,
visto que alguns municípios da bacia dependem total ou parcialmente de captações subterrânea para abastecimento público.
Vale ressaltar que o estudo de Prognóstico do PDRH Paraopeba identificou que, em virtude das principais lavras do Quadrilátero
Ferrífero estarem situadas na mesma região de expansão urbana da RMBH, a tendência é que se multiplique o potencial de danos
causados por riscos com barragens de rejeitos, escorregamentos, rompimento de tubulações, problemas com o rebaixamento e a
contaminação do lençol subterrâneo, acidentes nas rodovias com caminhões carregados de minério ou de carvão e impactos genera-
lizados em áreas de ocupação urbana. Desta forma, o estudo de Disponibilidades servirá também como meio de acompanhamento
desses danos potenciais e permitindo a preservação dos recursos hídricos subterrâneos.

OBJETIVO
Realizar estudo hidrogeológico de disponibilidade hídrica subterrânea.

INTER-RELAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS


Este programa se relaciona com o Programa 2.2: Rede de Monitoramento Subterrânea, pois terá o mesmo como ponto de partida e
com o Programa 4.2: Sistema de Informações, fazendo parte das informações a serem contidas no mesmo.
PROGRAMA 5.3 - DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUBTERRÂNEA
AÇÃO 5.3.1
Aprovar o Estudo de Disponibilidade Hídrica Subterrânea.

ATIVIDADES

Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação do Estudo de Disponibilidade Hídrica Subterrânea; Comitê

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação do Estudo de Disponibilidade Hídrica Agência


Subterrânea;

3. Contratação do Estudo de Disponibilidade Hídrica Subterrânea; Agência

4. Acompanhamento da elaboração do Estudo de Disponibilidade Hídrica Subterrânea; Agência/Comitê

5. Aprovação do Estudo de Disponibilidade Hídrica Subterrânea. Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE MANIFESTAÇÃO ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO ESTUDO
MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DO TR DA EMPRESA FINALIZADO

METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo de Disponibilidade Hídrica Subterrânea até 4 (quatro) meses após a
manifestação do Comitê.
2. Aprovar 1 (um) Estudo de Disponibilidade Hídrica Subterrânea, em 12 (doze) meses.

ESCOPO
O Estudo de Disponibilidade Hídrica Subterrânea deverá abordar aspectos quantitativos e qualitativos e que sirva de base para a
tomada de decisões em relação à emissão de outorgas. O estudo deverá contemplar as principais características hidrológicas e
hidrometereológicas da região para fundamentar os resultados de disponibilidade hídrica.
A equipe do estudo deverá ser multidisciplinar, formada por no mínimo um hidrogeólogo, um engenheiro hidrólogo e um geólogo e
deverá incluir no mínimo:
• Levantamento e sistematização de dados e informações hidrológicas, hidrogeológicas, climáticas, geológicas e geomorfológicas
existentes;
• Elaboração de bases cartográficas e tratamento de imagens digitais;
• Mapeamento geológico e do uso e ocupação do solo;
• Inventário hidrogeológico e hidrológico;
• Caracterização hidrodinâmica dos sistemas aquíferos;
• Elaboração de modelos hidrogeológicos conceituais de numéricos;
• Calibração e estudo da sensibilidade da modelagem numérica;
• Atualização do banco de dados do SIAGAS – Sistemas de Informações de Águas Subterrâneas;
• Consolidação das informações hidrológicas e hidrogeológicas para a definição das disponibilidades hídricas subterrâneas;
• Definição dos limiares de vazões insignificantes para captação de água subterrânea em poços tubulares.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO
Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 1: Aprovar o Estudo de Disponibilidade Hídrica 26ª


Médio Prazo 2.436.569 12 meses
Subterrânea. (2028)

FONTES DE INVESTIMENTO
Arrecadação da cobrança.
6 Segurança de Barragens

Desde promulgação da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), através da Lei Federal n° 12.334/2010, diversas ações
relacionadas ao tema começaram a ser desenvolvidas, dentre elas os Planos de Segurança de Barragens. Esse Plano é um instru-
mento da PNSB, onde fica estabelecido que é de responsabilidade do empreendedor elaborá-lo com o objetivo de auxiliar sobre a
avaliação da segurança da barragem. O documento deve conter, dados técnicos de construção, operação e manutenção do empreen-
dimento de maneira a minimizar a possibilidade de acidentes.

De acordo com a Resolução Nº 236 de 30 de janeiro de 2017, a ANA como agência reguladora, deve fiscalizar as barragens de água
abrangidas pela Lei nº 12.334/10 para as quais outorgou o direito de uso dos recursos hídricos, exceto para fins de aproveitamento
hidrelétrico. Essas barragens são classificadas pela própria ANA em categorias de risco e de dano potencial, ambas variam entre alto,
médio e baixo. Nessa Resolução estão estabelecidos a periodicidade de atualização, a qualificação do responsável técnico, o conteú-
do mínimo e o nível de detalhamento do Plano de Segurança da Barragem e do Plano de Ação de Emergência (PAE) voltados às barra-
gens de água.

Na esfera estadual, cabe ao IGAM fiscalizar as barragens no domínio do Estado de Minas Gerais através do estabelecido pelas suas
Portarias Nº 002/19 e Nº 003/19. A primeira Portaria estabelece a periodicidade de execução ou atualização, a qualificação dos
responsáveis técnicos, o conteúdo mínimo e o nível de detalhamento do Plano de Segurança da Barragem, da Inspeção de Segurança
Regular – ISR, da Inspeção de Segurança Especial, da Revisão Periódica de Segurança de Barragem - RPSB e do Plano de Ação de
Emergência - PAE. Enquanto a segunda dispõe sobre os procedimentos para o cadastro de barragens em curso d’água no Estado de
Minas Gerais, onde os usuários de recursos hídricos que possuem barragens para acumulação de água, exceto para fins de aprovei-
tamento hidrelétrico no Estado foram convocados para realização de um cadastro no Sistema de Cadastro de Usuários de Recursos
Hídricos do Estado de Minas Gerais (SISCAD).

Em função dessas regulamentações que ficam a cargo da ANA e do IGAM e baseado no fato de que as barragens são propriedades
privadas, cabe ao Comitê de Bacia e demais atores estratégicos acompanhar as informações disponibilizadas pelos órgãos regulado-
res. Contudo, visto a importância desse assunto e o interesse em garantir água para a população da bacia do rio Paraopeba, foi
estabelecida uma estratégia de atuação relacionada à segurança de barragens de água com potencial de regularização de vazão.

OBJETIVO GERAL

Garantir o potencial das barragens atuarem como reguladoras de vazão na bacia do rio Paraopeba de forma segura.

RESUMO DOS PROGRAMAS

Programa Ação Custo

Ação 1: Aprovar o Estudo de


Avaliação de Assoreamento em R$ 3.976.485,12
Reservatórios.
Ação 2: Fomentar e investir nas ações
Programa 6.1: Avaliação de
de controle identificadas no Estudo da R$ 135.000.000,00
Assoreamento de Reservatórios
Ação 1.
Ação 3: Acompanhar a execução das
R$ 6.750.000,00
ações da Ação 2.

Programa 6.2: Alocação de Vazão de Ação 1: Aprovar um Estudo de


R$ 1.523.390,40
Regularização Alocação de Vazão de Regularização.

TOTAL R$ 147.249.876
PROGRAMA 6.1: AVALIAÇÃO DE ASSOREAMENTO DE RESERVATÓRIOS

CONTEXTUALIZAÇÃO
No Diagnóstico do PDRH Paraopeba identificou-se a existência de reservatórios importantes para abastecimento humano e geração
de energia. O processo de formação dessas estruturas normalmente modifica as condições naturais dos corpos hídricos, alterando
sobretudo as velocidades das correntes e se reflete na deposição de sedimentos, podendo ocasionar o assoreamento do reservatório
e até inviabilizar sua operação e utilização. A longo prazo, esse processo pode interferir nas condições de montante e sobretudo de
jusante do corpo hídrico, podendo trazer como consequência alteração de fluxo, perda de qualidade da água e assoreamento.

Considerando tais possibilidades e o fato de que estudos de avaliação de assoreamento em reservatórios não foram identificados na
Bacia, sugere-se que o Comitê, como prevenção, contrate um estudo para a avaliação de assoreamento de reservatórios e assim
subsidie ações no sentido de remediar e/ou prevenir esse problema.

OBJETIVO
Contratar um estudo para a análise da ocorrência de assoreamento nos reservatórios de água e energia existentes para subsidiar
ações preventivas e corretivas.

INTER-RELAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS


Este programa se relaciona com o Programa 2.1: Rede de Monitoramento Superficial por permitir a análise de dados existentes, vai
gerar informações para o Programa 4.2: Sistema de Informações e com o Programa 6.2: Alocação de Vazão de Regularização, pois
ambos são complementares na busca por garantir água de forma segura na Bacia.
PROGRAMA 6.1 - AVALIAÇÃO DE ASSOREAMENTO DE RESERVATÓRIOS
AÇÃO 6.1.1
Aprovar o Estudo de Avaliação de Assoreamento em Reservatórios.

ATIVIDADES

Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação do Estudo de Avaliação de Assoreamento em Comitê


Reservatórios;

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação do Estudo de Avaliação de Assoreamento em Agência


Reservatórios;

3. Contratação do Estudo de Avaliação de Assoreamento em Reservatórios; Agência

4. Acompanhamento do Estudo de Avaliação de Assoreamento em Reservatórios; Comitê

5. Aprovação do Estudo de Avaliação de Assoreamento em Reservatórios. Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE MANIFESTAÇÃO ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO ESTUDO
MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DO TR DA EMPRESA FINALIZADO

METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo de Avaliação de Assoreamento em Reservatórios até 4 (quatro) meses
após a manifestação do Comitê.
2. Ter 1 (um) Estudo de Avaliação de Assoreamento em Reservatórios concluído em 12 (doze) meses.

ESCOPO
O estudo a ser contratado deverá contemplar as seis represas existentes da Bacia, quais sejam: Represa do Taboão, Lagoa da Petro-
brás, Represa Ouro Branco, Represa Rio Manso, Reservatório Serra Azul, Reservatório Vargem das Flores. Em relação ao Escopo
sugere-se, no mínimo:
• Determinação da produção de sedimentos: Avaliação da erosão; Medição de sedimentos por meio de postos sedimentométricos;
Amostragem de sedimento; Determinação do peso aparente; Processamento dos dados; Regionalização dos dados de sedimentos;
• Eficiência de retenção de sedimentos em um reservatório: Medição sistemática de descargas sólidas afluentes ao reservatório e a
jusante da barragem.
• Medição e previsão de assoreamento do reservatório: Avaliação do assoreamento total e do volume morto; Avaliação da vida útil
do reservatório; Distribuição dos sedimentos no reservatório (pontos com mais tendência); Levantamento topo-batimétrico; Mapea-
mento do leito; Cálculo dos volumes de água e de sedimento depositado; Traçado de novas curvas cota x área x volume;
• Medidas de controle: Corretivo; Preventivo.
• Hierarquização de ações a serem realizadas e em quais reservatórios.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 1: Aprovar o Estudo de Avaliação de 31ª


Longo Prazo 3.976.485,12 12 meses
Assoreamento em Reservatórios. (2031)

FONTES DE INVESTIMENTO
Arrecadação da cobrança.
PROGRAMA 6.1 - AVALIAÇÃO DE ASSOREAMENTO DE RESERVATÓRIOS
AÇÃO 6.1.2
Induzir que as ações de controle e mitigação para controlar ou desassorear as barragens sejam empreendidas.

ATIVIDADES
Ação Competência

1. Apresentação das ações preventivas e corretivas previstas no Estudo de Assoreamento com foco em
Agência
destacar os casos de maior gravidade;

2. Reunião entre o Comitê e responsáveis pelos reservatórios identificados com medidas de controle e
Comitê
prevenção;

3. Definição de investimentos a serem realizados para correção e prevenção do assoreamento em


Comitê
reservatórios;

4. Investimento em ações para correção e prevenção de assoreamento em reservatórios. Agência

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE A INVESTIMENTO REALIZADO 50% REALIZADO 75% REALIZADO 100%
DEFINIÇÃO DE DEFINIDO DO INVESTIMENTO DO INVESTIMENTO DO INVESTIMENTO
INVESTIMENTO

METAS
1. Percentual de 40% de práticas de controle nas barragens aprovadas pelo Comitê;
2. Percentual de 60% de práticas de controle nas barragens aprovadas pelo Comitê;

ESCOPO
O Comitê atuará por meio da Agência de Bacia ou Entidade Equiparada como fomentador da importância em se investir em medidas
de correção e prevenção de assoreamento em reservatórios para garantir a disponibilidade hídrica na Bacia. Como forma de incenti-
var a ação dos responsáveis fará investimento de parte do dinheiro arrecadado com a cobrança nessas ações.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO
Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 2: Induzir que as ações de controle e 32ª


mitigação para controlar ou desassorear as Longo Prazo 135.000.000,00 9 anos
(2032 – 2040)
barragens sejam empreendidas.

FONTES DE INVESTIMENTO
Arrecadação da cobrança.
PROGRAMA 6.1 - AVALIAÇÃO DE ASSOREAMENTO DE RESERVATÓRIOS
AÇÃO 6.1.3
Ação 3: Acompanhar a execução das ações da Ação 2

ATIVIDADES
Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico


Comitê
de fiscalização da execução da Ação 2;

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviços de consultoria para assessoramento


Agência
técnico de fiscalização da execução da Ação 2;

3. Contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução da


Agência
Ação 2;

4. Acompanhamento do serviço de fiscalização contratado. Agência/Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO APROVAÇÃO DE 50% APROVAÇÃO DE 100%
MANIFESTAÇÃO DO TR DA EMPRESA DOS RELATÓRIOS DOS RELATÓRIOS

METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução
da Ação 2;
2. Aprovar 1 (um) Relatório de Fiscalização da Ação 2 a cada 3 (três) meses até o final de horizonte do Plano.

ESCOPO
O Termo de Referência para contratação serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da execução das ações
de controle de assoreamento em Reservatórios deverá prever:
• Plano de Trabalho:
- Introdução e Contextualização;
- Justificativa dos serviços a serem executados;
- Metodologias a serem utilizadas em todas as etapas de trabalho;
- Quantificação dos serviços a serem executados;
- Definição das responsabilidades de todos os agentes envolvidos no projeto;
- Fluxogramas contendo fatores dificultadores e facilitadores;
- Cronograma de Execução;
- Comprovação de disponibilidade de infraestrutura, equipamentos e materiais para execução do serviço.
• Acompanhamento e fiscalização dos projetos:
- Acompanhamento da execução dos serviços em relação ao cronograma físico-financeiro definido;
- Elaboração de relatórios trimestrais de fiscalização e acompanhamento das obras e serviços em execução;
- Composição de boletins mensais de medição para aprovação da Agência;
- Verificação da aplicação das normas de segurança do trabalho, higiene ocupacional e controle ambiental, quando aplicá-
veis na execução dos serviços;
- Verificação da qualidade dos materiais e equipamentos utilizados;
- Verificação das execuções dos serviços em relação às especificações técnicas e projeto contratado.
• Relatórios de fiscalização:
- Introdução e Contextualização;
- Área de atuação do projeto;
- Andamento do projeto;
- Introdução, objetivos, escopo dos serviços (quantitativos, localização, registro dos serviços, EPI’s, etc.);
- Cronograma físico-financeiro;
- Análise do desenvolvimento dos trabalhos e recomendações, incluindo fotos;
- Boletim de medição.
CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 3: Acompanhar a execução das ações da 33ª


Longo Prazo 6.750.000,00 9 anos
Ação 2. (2032 – 2040)

FONTES DE INVESTIMENTO
Cobrança pelo uso da água.
PROGRAMA 6.2: ALOCAÇÃO DE VAZÃO DE REGULARIZAÇÃO

CONTEXTUALIZAÇÃO
A bacia do rio Paraopeba possui um perfil diverso, onde as demandas de abastecimento público e de mineração se destacam e predo-
minam boa parte da área ocupada da bacia. Uma das formas de ampliar a oferta da água é através da construção de barramentos
para reservação de água que permitem a regularização de vazão.

Apesar de ser uma alternativa viável para ampliação da reservação de água, a construção dessas barragens deve seguir alguns
critérios construtivos importantes, de modo a evitar acidentes, por questões de erosão e da própria segurança do barramento. Outra
questão importante para se avaliar antes da construção da barragem refere-se aos usuários de água localizados à jusante do barra-
mento, pois podem haver impactos diretos associados a restrição do acesso à água ao longo do rio.

Por estes motivos, a construção de barramentos exige, além da outorga, a elaboração de estudos e projetos, envolvendo todos os
critérios técnicos, como dimensionamento, estudos hidráulicos e hidrológicos, dentre outros. Para atender esta demanda, é necessá-
rio promover a capacitação de técnicos para elaboração de estudos de viabilidade hídrica e para a construção destes pequenos e
médios barramentos. Também é importante observar, antes da elaboração de qualquer projeto, todas as leis e decretos do setor,
principalmente a legislação ambiental, pois a legislação federal impede a construção de barragens em áreas de proteção permanente
(APPs).

OBJETIVO
Elaborar um estudo com vistas à alocação de vazão de regularização.

INTER-RELAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS


Este programa se relaciona com o Programa 2.1: Rede de Monitoramento Superficial e Programa 1.2: Modelo de Previsão de Cheias
que servirão de informações iniciais para o mesmo, com o Programa 4.1: Atualização do Enquadramento, pois esses locais de aloca-
ção de vazão precisarão atender à qualidade prevista para o fim de abastecimento, com Programa 4.2: Sistema de Informações, pois
resultará em informações para o mesmo e com o Programa 5.2: Saneamento Urbano, pois está relacionado ao abastecimento de
água.
PROGRAMA 6.2 - ALOCAÇÃO DE VAZÃO DE REGULARIZAÇÃO
AÇÃO 6.2.1
Aprovar um Estudo de Alocação de Vazão de Regularização.

ATIVIDADES

Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a contratação do Estudo de Alocação de Vazão de Regularização; Comitê

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação do Estudo de Alocação de Vazão de Agência


Regularização;

3. Contratação do Estudo de Alocação de Vazão de Regularização; Agência

4. Acompanhamento da elaboração do Estudo de Alocação de Vazão de Regularização; Comitê

5. Aprovação do Estudo de Alocação de Vazão de Regularização. Comitê

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE MANIFESTAÇÃO ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO ESTUDO
MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DO TR DA EMPRESA FINALIZADO

METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo de Alocação de Vazão de Regularização até 4 (quatro) meses após a
manifestação do Comitê.
2. Aprovar 1 (um) Estudo de Alocação de Vazão de Regularização, em 12 (doze) meses.

ESCOPO
O Estudo de Alocação de Vazão de Regularização deve conter, no mínimo locação e análise de viabilidade técnica, econômica e
ambiental da construção de infraestruturas hídricas de uso comum (grandes barragens e estruturas associadas) e definição de
limites de expansão dos mananciais de abastecimento público.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 1: Aprovar um Estudo de Alocação de Vazão de 7ª


Curto Prazo 1.523.390,40 12 meses
Regularização. (2025)

FONTES DE INVESTIMENTO
Arrecadação da cobrança.
7 Revisão do Plano

O principal instrumento de gestão com vistas a garantir o desenvolvimento de maneira sustentável de uma bacia hidrográfica é o
Plano Diretor de Recursos Hídricos, no entanto, sua efetividade depende de uma série de fatores, dentre os quais destaca-se o seu
acompanhamento. A partir da avaliação das metas estabelecidas é que o Comitê será capaz de avaliar o grau de implementação do
PDRH, sendo fundamental, nesse contexto, a revisão periódica do Plano, que será responsável pelos ajustes de metas existentes,
definição de novas metas e programas de ações, e avaliação da necessidade de inserção de novas estratégias para a bacia. Para que
o Comitê de Bacia não subestime a importância do acompanhamento é que foi definida uma estratégia exclusiva para esse tema, cujo
Programa está relacionado justamente à Revisão do Plano Diretor.

OBJETIVO GERAL

Definir a revisão do Plano Diretor para que as ações propostas tenham continuidade.

RESUMO DOS PROGRAMAS

Programa Ação Custo

Ação 1: Contratar a primeira Revisão


do Plano Diretor de Recursos Hídricos R$ 2.737.704,96
da Bacia do Rio Paraopeba.
Programa 7.1: Revisão do Plano
Ação 2: Contratar a segunda Revisão
do Plano Diretor de Recursos Hídricos R$ 2.737.704,96
da Bacia do Rio Paraopeba.

TOTAL R$ 5.475.409,92
PROGRAMA7.1: REVISÃO DO PLANO

CONTEXTUALIZAÇÃO
A eficiência da gestão de uma bacia hidrográfica está relacionada a atualização permanente do seu Plano de Recursos Hídricos, de
modo que sejam introduzidas as informações geradas e processadas ao longo do tempo e do espaço. Nesse sentido, a atualização do
PDRH-Paraopeba é um Programa essencial para identificar quais soluções previstas anteriormente foram aplicadas com sucesso,
quais metas foram alcançadas e quais podem ser modificadas conforme a situação da bacia no momento da atualização.

A atualização do PDRH-Paraopeba será realizada no intervalo de 10 anos e será feita a partir da análise de êxito ou não das metas
estabelecidas e também das mudanças ocorridas na bacia no período de vigência do PDRH. No que se refere às metas, serão revisa-
das as ações tomadas para realizá-las, avaliando se as mesmas foram atingidas no período proposto e, caso não tenham sido, identifi-
car o motivo e corrigir o ponto falho.

Também cabe destacar que com os dados colhidos dos Programa 4.2: Sistema de Informações, do Programa 2.1: Rede de Monitora-
mento Superficial e Programa 2.2: Rede de Monitoramento Subterrânea, será possível observar as mudanças quali-quantitativas
ocorridas na bacia e, assim, estabelecer novas metas, bem como ações necessárias para alcançá-las. Complementarmente, serão
observadas as áreas de conflitos instalados, ou com potencial de instalação, de modo que constitua o arcabouço sob o qual a gestão
da bacia se fará operacionalizar.

OBJETIVO
Atualizar periodicamente o Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba.

INTER-RELAÇÃO ENTRE OS PROGRAMAS


Esse programa se relaciona com todos os demais.
PROGRAMA 7.1 - REVISÃO DO PLANO
AÇÃO 7.1.1
Contratar a primeira Revisão do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba.

ATIVIDADES

Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a realização da primeira Revisão do Plano Diretor de Recursos Hídricos Agência
da Bacia do Rio Paraopeba;

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação da primeira Revisão do Plano Diretor de Agência
Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba;

3. Contratação da primeira Revisão Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba; Agência

4. Acompanhamento da primeira Revisão Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Agência/Comitê
Paraopeba;

5. Aprovação da primeira Revisão Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba; Comitê

6. Realização da Consulta Pública para apresentação da primeira Revisão do Plano Diretor de Recursos Agência/Comitê
Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba.

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE MANIFESTAÇÃO ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO ESTUDO
MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DO TR DA EMPRESA FINALIZADO

METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação da primeira Revisão do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio
Paraopeba até 4 (quatro) meses após a manifestação do Comitê.
2. Aprovar primeira Revisão do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba, em 18 (dezoito) meses.

ESCOPO
O Termo de Referência para o novo plano deverá conceber a descrição das atividades a serem realizadas na revisão do Plano Diretor
de Recursos Hídricos do Rio Paraopeba. A revisão deve contemplar apenas os itens que sofrem variação com o tempo. Além disso,
a partir dos dados de qualidade de água coletados após o desastre-crime da Barragem I da Mina do Córrego do Feijão, será possível
uma avaliação a longo prazo das suas consequências. Os itens que devem estar contidos no Termo de Referência são:
• Elaboração do Plano de Trabalho;
• Avaliação do Cumprimento de Metas;
• Complementação do Relatório do Diagnóstico da Bacia do Rio Paraopeba
- Compilação e Análise dos Dados Coletados;
- Atualização e Comparação de Áreas Protegidas;
- Atualização e Comparação do Meio Socioeconômico e Cultural;
- Avaliação do alinhamento da Projeção Populacional;
- Atualização e Comparação da Infraestrutura de Saneamento Ambiental;
- Atualização e Comparação da Rede de Monitoramento;
- Atualização do Diagnóstico de Qualidade da Água Superficial;
- Atualização do Diagnóstico de Demandas Hídricas;
- Atualização do Balanço Hídrico;
- Realização de Consultas Públicas.
• Atualização do Relatório dos Cenários e Prognósticos da Bacia do Rio Paraopeba
- Atualização e Comparação dos Cenários Tendenciais;
- Atualização e Comparação dos Cenários Alternativos;
- Atualização das estimativas de demandas para os cenários alternativos;
- Atualização do Balanço Hídrico dos cenários alternativos;
- Atualização das Recomendações da Análise Prospectiva;
- Realização de Consultas Públicas.
• Plano de Ações e Programa para Efetivação de Enquadramento
- Atualização do Plano de Ações;
- Realização de Consultas Públicas.
• Produtos Finais.
CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 1: Contratar a primeira Revisão do Plano Diretor 13ª


Médio Prazo 2.737.704,96 18 meses
de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba. (2030 – 2031)

FONTES DE INVESTIMENTO
Arrecadação da cobrança.
PROGRAMA 7.1 - REVISÃO DO PLANO
AÇÃO 7.1.2
Contratar a segunda Revisão do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba.

ATIVIDADES

Ação Competência

1. Manifestação do Comitê para a realização da segunda Revisão do Plano Diretor de Recursos Hídricos Agência
da Bacia do Rio Paraopeba;

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação da segunda Revisão do Plano Diretor de Agência
Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba;

3. Contratação da segunda Revisão Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba; Agência

4. Acompanhamento da segunda Revisão Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Agência/Comitê
Paraopeba;

5. Aprovação da segunda Revisão Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba; Comitê

6. Realização da Consulta Pública para apresentação da segunda Revisão do Plano Diretor de Recursos Agência/Comitê
Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba.

INDICADORES
0 0,25 0,50 0,75 1
NÃO HOUVE MANIFESTAÇÃO ELABORAÇÃO CONTRATAÇÃO ESTUDO
MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DO TR DA EMPRESA FINALIZADO

METAS
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação da segunda Revisão do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio
Paraopeba até 4 (quatro) meses após a manifestação do Comitê.
2. Aprovar a segunda Revisão do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba, em 18 (dezoito) meses.

ESCOPO
O Termo de Referência para a segunda Revisão Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba deverá contemplar as
mesmas atividades do Termo de Referência já exposto para a primeira Revisão Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio
Paraopeba.

CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO

Ação Prioridade Ordem Custo (R$) Duração

Ação 2: Contratar a segunda Revisão do Plano


27ª
Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Longo Prazo 2.737.704,96 18 meses
(2039 – 2040)
Paraopeba.

FONTES DE INVESTIMENTO
Arrecadação da cobrança.
24. HIERARQUIZAÇÃO DOS PROGRAMAS

Como pode-se observar no Capítulo 5, o Plano de Ações do Plano Diretor da Bacia


Hidrográfica do Rio Paraopeba possui um grande leque de programas, o que explicita a
diversidade das ações voltadas à gestão de recursos hídricos. Mesmo buscando a
objetividade, há uma grande variedade de ações e atividades propostas, que englobam
diversas temáticas e que têm como objetivo cobrir as lacunas que foram identificadas
durante todo processo de elaboração do Plano. Assim, para que haja uma evolução
contínua do processo de planejamento dos recursos hídricos da bacia, é essencial que
todas as ações sejam implementadas.

Se a evidência da necessidade de implantação de todas as ações para que haja um


avanço do sistema de gestão de recursos hídricos é consenso, também se sabe da
dificuldade de implantação simultânea e em curto prazo de todas elas. Em consequência
desta limitação surge a necessidade de hierarquizar com fins de priorização, em relação
ao tempo de implementação, de alguns programas em detrimento de outros.

Visto que, do ponto de vista dos recursos hídricos, todas as ações traçadas no Plano de
Ações têm a sua importância no contexto do Plano, e sabendo do gargalo resultante da
limitação de recursos, entende-se a grande dificuldade intrínseca no processo de
definição destas prioridades.

Assim, para inserir praticidade no processo de priorização, foi definida uma metodologia
para orientar a hierarquização, baseada, primeiramente, na relevância das ações que
fazem parte dos programas. A relevância foi classificada em 3 (três) categorias: (i) Alta;
(ii) Média; e, (iii) Baixa.

A relevância Alta refere-se às ações que interferem diretamente com o sistema atual de
gestão dos recursos hídricos, do ponto de vista operacional, institucional e legal. A
relevância Média refere-se às ações que influenciam indiretamente o avanço do sistema
de gestão, não sendo primordial sua implementação no curto prazo. E a relevância
Baixa refere-se às ações que influenciam localmente o sistema de gestão, ou seja, de
maneira isolada.

Outro elemento que faz parte da matriz de hierarquização é a prioridade da ação, do


ponto de vista do usuário de água e do órgão gestor de recursos hídricos. Para a
definição das prioridades, foi disponibilizado um questionário na reunião dos dias 8 e 9
de outubro de 2019 para preenchimento, tanto pelos usuários de água, quanto pelo
órgão gestor. Esse questionário estabelece a implementação dos programas em três
etapas: (i) curto prazo (2020-2025); (ii) médio prazo (2026-2030); e, (iii) longo prazo
(2031-2040). No total foram obtidas 9 contribuições, as quais foram compiladas de modo

765
a obter o percentual de cada ação por cada período, assim foram adotadas as de maior
percentual para cada ação. De maneira geral, 10 ações (38%) foram classificadas na
categoria curto prazo, 16 ações (62%) na categoria médio prazo e apenas 1 ação (4%)
classificada como longo prazo.

Por último, a matriz também leva em consideração as Oportunidades e Ameaças da


bacia. Para isso, foi utilizada a análise SWOT, apresentada no Capítulo 3 do presente
relatório. Desta forma, todos os programas que possuam relação direta com os
elementos listados no exercício serão classificados como prioritários.

Ressalta-se que a matriz de hierarquização tem como objetivo orientar a priorização dos
programas, entretanto, a mesma não deverá ser analisada como um resultado
matemático, e sim como um instrumento de apoio à tomada de decisão.

A fórmula que será utilizada para determinação da classificação dos programas é


apresentada abaixo.

𝐼𝐻 = (4 × 𝐼𝑅) + (3 × 𝐼𝑃) + (2 × 𝐼𝑂𝐴)

Onde:

IH – índice de hierarquização

IR – índice de relevância

IP – índice de prioridade

IOA – índice de oportunidade e ameaça

Os pesos de cada índice foram definidos a partir da calibração da fórmula. A seguir


serão detalhados cada um dos índices e os critérios de pontuação dos mesmos.

24.1. Índice de Relevância (IR)

O IR classifica os programas em 5 (cinco) categorias: (i) Muito Alta; (ii) Alta; (iii) Média;
(iv) Baixa; e, (v) Muito Baixa. Para cada uma das categorias foi definida uma pontuação,
que será atribuída de acordo com a avaliação do programa, conforme é apresentado no
Quadro 24.1. Os resultados do IR são apresentados no Quadro 24.2.

766
Quadro 24.1 – Pontuação do Índice de Relevância

Índice de Relevância Pontuação

Muito Alta 10
Alta 8
Média 6
Baixa 3
Muito Baixa 1
FONTE: COBRAPE, 2019.

Quadro 24.2 – Resultado do Índice de Relevância

Muito Muito
Ações Alta Média Baixa Total
Alta Baixa
Ação 1.1.1: Aprovar Estudo de Estratégias de
x 8
Recuperação Ambiental.
Ação 1.1.2: Recuperar áreas protegidas
degradas a partir das proposições do estudo x 8
resultante da Ação 1.
Ação 1.1.3: Acompanhar a execução da Ação
x 8
2.
Ação 1.2.1: Aprovar o Estudo de Modelagem
x 1
para Previsão de Cheias.
Ação 1.3.1: Aprovar o Estudo para
Caracterização Qualitativa dos Corpos x 6
Hídricos Superficiais.
Ação 1.4.1: Aprovar Estudos Estratégicos
x 8
relacionados à gestão de recursos hídricos.
Ação 2.1.1: Aprovar o Estudo de
Complementariedade da Rede de x 8
Monitoramento Superficial.
Ação 2.1.2: Instalar equipamentos para
estação de monitoramento superficial de
x 8
acordo com os resultados do Estudo da Ação
1.
Ação 2.1.3: Realizar a operação da rede
x 8
monitoramento superficial complementar.
Ação 2.1.4: Realizar a manutenção da rede
x 8
monitoramento superficial complementar.
Ação 2.1.5: Acompanhar a execução das
x 8
ações de monitoramento superficial.
Ação 2.2.1: Aprovar o Estudo de Rede de
x 8
Monitoramento Subterrânea.
Ação 2.2.2: Instalar equipamentos para
estação de monitoramento subterrânea de
x 8
acordo com os resultados do Estudo da Ação
1.
Ação 2.2.3: Realizar a operação da rede
x 8
monitoramento subterrânea.
Ação 2.2.4: Realizar a manutenção da rede
x 8
monitoramento subterrânea.
Ação 2.2.5: Acompanhar a execução das
x 8
ações de monitoramento subterrâneo.

767
Muito Muito
Ações Alta Média Baixa Total
Alta Baixa
Ação 2.3.1: Aprovar o Estudo de Análise de
x 1
Dados Intersetoriais.
Ação 3.1.1: Contratar serviço especializado
para desenvolvimento e implementação do
x 10
Programa de Comunicação Social e
Educação Ambiental.
Ação 3.1.2: Acompanhar a execução da Ação
x 10
1.
Ação 4.1.1: Aprovar o Estudo de Atualização
do Enquadramento da Bacia do Rio x 10
Paraopeba.
Ação 4.2.1: Contratar serviço especializado
para o desenvolvimento do Sistema de x 8
Informação da Bacia do rio Paraopeba.
Ação 4.2.1: Contratar serviço especializado
para manutenção e atualização do Sistema x 8
de Informação da Bacia do rio Paraopeba.

Ação 5.1.1: Contratar projeto para melhoria


de infraestrutura de saneamento rural e x 3
cadastramento das propriedades.

Ação 5.1.2: Acompanhar a execução da Ação


x 3
1.
Ação 5.2.1: Financiar e apoiar os municípios a
elaborarem o Plano Municipal de Saneamento x 8
Básico.
Ação 5.2.2: Financiar e apoiar os municípios
x 8
na revisão dos Planos Municipais existentes.

Ação 5.2.3: Acompanhar a execução das


x 8
ações do Programa 5.2: Saneamento Urbano.

Ação 5.3.1: Aprovar o Estudo de


x 6
Disponibilidade Hídrica Subterrânea.

Ação 6.1.1: Aprovar o Estudo de Avaliação de


x 3
Assoreamento em Reservatórios.

Ação 6.1.2: Fomentar e investir nas ações de


x 3
controle identificadas no Estudo da Ação 1.

Ação 6.1.3: Acompanhar a execução das


x 3
ações da Ação 2.

Ação 6.2.1: Aprovar um Estudo de Alocação


x 8
de Vazão de Regularização.
Ação 7.1.1: Contratar a primeira Revisão do
Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia x 10
do Rio Paraopeba.

768
Muito Muito
Ações Alta Média Baixa Total
Alta Baixa
Ação 7.1.2: Contratar a segunda Revisão do
Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia x 6
do Rio Paraopeba.
FONTE: COBRAPE, 2019.

24.2. Índice de Prioridade (IP)

O IP classifica os programas em 3 (três) categorias: (i) Início imediato; (ii) Médio Prazo;
e, (iii) Longo Prazo. Para cada uma das categorias deverá ser definida uma pontuação,
que será atribuída de acordo com a avaliação do programa, conforme é apresentado no
Quadro 24.3 abaixo.

Quadro 24.3 – Pontuação do Índice de Prioridade

Índice de Prioridade Pontuação

Início imediato 5
Médio prazo 3
Longo prazo 1
FONTE: COBRAPE, 2019.

O resultado da atribuição da pontuação em cada um dos programas está no Quadro


24.4 e será consolidado após a contribuição dos membros do Comitê e do Órgão Gestor.

Quadro 24.4 – Resultado do Índice de Prioridade

Médio Longo
Ações Imediato Total
Prazo Prazo

Ação 1.1.1: Aprovar Estudo de Estratégias de


x 5
Recuperação Ambiental.
Ação 1.1.2: Recuperar áreas protegidas degradas a
partir das proposições do estudo resultante da Ação x 5
1.
Ação 1.1.3: Acompanhar a execução da Ação 2. x 5

Ação 1.2.1: Aprovar o Estudo de Modelagem para


x 3
Previsão de Cheias.
Ação 1.3.1: Aprovar o Estudo para Caracterização
x 5
Qualitativa dos Corpos Hídricos Superficiais.
Ação 1.4.1: Aprovar Estudos Estratégicos
x 3
relacionados à gestão de recursos hídricos.
Ação 2.1.1: Aprovar o Estudo de
Complementariedade da Rede de Monitoramento x 3
Superficial.
Ação 2.1.2: Instalar equipamentos para estação de
monitoramento superficial de acordo com os x 3
resultados do Estudo da Ação 1.
Ação 2.1.3: Realizar a operação da rede
x 3
monitoramento superficial complementar.

769
Médio Longo
Ações Imediato Total
Prazo Prazo
Ação 2.1.4: Realizar a manutenção da rede
x 3
monitoramento superficial complementar.
Ação 2.1.5: Acompanhar a execução das ações de
x 3
monitoramento superficial.
Ação 2.2.1: Aprovar o Estudo de Rede de
x 3
Monitoramento Subterrânea.
Ação 2.2.2: Instalar equipamentos para estação de
monitoramento subterrânea de acordo com os x 3
resultados do Estudo da Ação 1.
Ação 2.2.3: Realizar a operação da rede
x 3
monitoramento subterrânea.
Ação 2.2.4: Realizar a manutenção da rede
x 3
monitoramento subterrânea.
Ação 2.2.5: Acompanhar a execução das ações de
x 3
monitoramento subterrâneo.
Ação 2.3.1: Aprovar o Estudo de Análise de Dados
x 5
Intersetoriais.
Ação 3.1.1: Contratar serviço especializado para
desenvolvimento e implementação do Programa de x 5
Comunicação Social e Educação Ambiental.

Ação 3.1.2: Acompanhar a execução da Ação 1. x 5

Ação 4.1.1: Aprovar o Estudo de Atualização do


x 5
Enquadramento da Bacia do Rio Paraopeba.
Ação 4.2.1: Contratar serviço especializado para o
desenvolvimento do Sistema de Informação da x 5
Bacia do rio Paraopeba.
Ação 4.2.2: Contratar serviço especializado para
manutenção e atualização do Sistema de x 5
Informação da Bacia do rio Paraopeba.
Ação 5.1.1: Contratar projeto para melhoria de
infraestrutura de saneamento rural e cadastramento x 3
das propriedades.

Ação 5.1.2: Acompanhar a execução da Ação 1. x 3

Ação 5.2.1: Financiar e apoiar os municípios a


elaborarem o Plano Municipal de Saneamento x 5
Básico.

Ação 5.2.2: Financiar e apoiar os municípios na


x 5
revisão dos Planos Municipais existentes.
Ação 5.2.3: Acompanhar a execução das ações do
x 5
Programa 5.2: Saneamento Urbano.
Ação 5.3.1: Aprovar o Estudo de Disponibilidade
x 3
Hídrica Subterrânea.
Ação 6.1.1: Aprovar o Estudo de Avaliação de
x 3
Assoreamento em Reservatórios.

770
Médio Longo
Ações Imediato Total
Prazo Prazo

Ação 6.1.2: Fomentar e investir nas ações de


x 3
controle identificadas no Estudo da Ação 1.

Ação 6.1.3: Acompanhar a execução das ações da


x 3
Ação 2.

Ação 6.2.1: Aprovar um Estudo de Alocação de


x 5
Vazão de Regularização.
Ação 7.1.1: Contratar a primeira Revisão do Plano
Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio x 3
Paraopeba.
Ação 7.1.2: Contratar a segunda Revisão do Plano
Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio x 1
Paraopeba.
FONTE: COBRAPE, 2019.

24.3. Índice de Oportunidade e Ameaça (IOA)

O IOA classifica os programas em 5 categorias: (i) Muito Alta; (ii) Alta; (iii) Média; (iv)
Baixa; e, (v) Muito Baixa. Para cada uma das categorias foi definida uma pontuação,
que será atribuída de acordo com a avaliação do programa, conforme é apresentado no
Quadro 24.5. Os resultados são apresentados no Quadro 24.6.

Quadro 24.5 – Pontuação Índice de Oportunidade e Ameaça

Índice de Oportunidade e Ameaça Pontuação


Muito Alta 5
Alta 4
Média 3
Baixa 2
Muito Baixa 1
FONTE: COBRAPE, 2019.

771
Quadro 24.6 – Resultado do Índice de Oportunidade e Ameaça

Muito Muito
Ações Alta Média Baixa Total
Alta Baixa
Ação 1.1.1: Aprovar Estudo de Estratégias de
x 5
Recuperação Ambiental.
Ação 1.1.2: Recuperar áreas protegidas
degradas a partir das proposições do estudo x 5
resultante da Ação 1.
Ação 1.1.3: Acompanhar a execução da Ação
x 5
2.
Ação 1.2.1: Aprovar o Estudo de Modelagem
x 4
para Previsão de Cheias.
Ação 1.3.1: Aprovar o Estudo para
Caracterização Qualitativa dos Corpos Hídricos x 5
Superficiais.
Ação 1.4.1: Aprovar Estudos Estratégicos
x 1
relacionados à gestão de recursos hídricos.
Ação 2.1.1: Aprovar o Estudo de
Complementariedade da Rede de x 4
Monitoramento Superficial.
Ação 2.1.2: Instalar equipamentos para estação
de monitoramento superficial de acordo com os x 4
resultados do Estudo da Ação 1.
Ação 2.1.3: Realizar a operação da rede
x 4
monitoramento superficial complementar.
Ação 2.1.4: Realizar a manutenção da rede
x 4
monitoramento superficial complementar.
Ação 2.1.5: Acompanhar a execução das ações
x 4
de monitoramento superficial.
Ação 2.2.1: Aprovar o Estudo de Rede de
x 4
Monitoramento Subterrânea.
Ação 2.2.2: Instalar equipamentos para estação
de monitoramento subterrânea de acordo com x 4
os resultados do Estudo da Ação 1.
Ação 2.2.3: Realizar a operação da rede
x 4
monitoramento subterrânea.
Ação 2.2.4: Realizar a manutenção da rede
x 4
monitoramento subterrânea.
Ação 2.2.5: Acompanhar a execução das ações
x 4
de monitoramento subterrâneo.
Ação 2.3.1: Aprovar o Estudo de Análise de
x 4
Dados Intersetoriais.
Ação 3.1.1: Contratar serviço especializado
para desenvolvimento e implementação do
x 4
Programa de Comunicação Social e Educação
Ambiental.
Ação 3.1.2: Acompanhar a execução da Ação
x 4
1.
Ação 4.1.1: Aprovar o Estudo de Atualização
do Enquadramento da Bacia do Rio x 3
Paraopeba.

772
Muito Muito
Ações Alta Média Baixa Total
Alta Baixa
Ação 4.2.1: Contratar uma empresa para o
desenvolvimento do Sistema de Informação da x 2
Bacia do rio Paraopeba.
Ação 4.2.2: Contratar serviço especializado
para manutenção e atualização do Sistema de x 2
Informação da Bacia do rio Paraopeba.
Ação 5.1.1: Contratar projeto para melhoria de
infraestrutura de saneamento rural e x 2
cadastramento das propriedades.

Ação 5.1.2: Acompanhar a execução da Ação


x 2
1.

Ação 5.2.1: Financiar e apoiar os municípios a


elaborarem o Plano Municipal de Saneamento x 2
Básico.
Ação 5.2.2: Financiar e apoiar os municípios na
x 2
revisão dos Planos Municipais existentes.
Ação 5.2.3: Acompanhar a execução das ações
x 2
do Programa 5.2: Saneamento Urbano.
Ação 5.3.1: Aprovar o Estudo de
x 3
Disponibilidade Hídrica Subterrânea.
Ação 6.1.1: Aprovar o Estudo de Avaliação de
x 2
Assoreamento em Reservatórios.
Ação 6.1.2: Fomentar e investir nas ações de
x 2
controle identificadas no Estudo da Ação 1.
Ação 6.1.3: Acompanhar a execução das ações
x 2
da Ação 2.
Ação 6.2.1: Aprovar um Estudo de Alocação de
x 4
Vazão de Regularização.
Ação 7.1.1: Contratar a primeira Revisão do
Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do x 1
Rio Paraopeba.
Ação 7.1.2: Contratar a segunda Revisão do
Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do x 1
Rio Paraopeba.
FONTE: COBRAPE, 2019.

24.4. Classificação do Índice de Hierarquização (IH)

A partir da definição da pontuação de cada programa para cada um dos 3 (três) índices
estabelecidos será aplicada a fórmula do IH para obtenção da Hierarquização Final. O
resultado que será apresentado não tem o intuito de desvalorizar um programa perante
o outro, pelo contrário, é notória a importância de todos os programas, entretanto, a
inviabilidade da implementação de todas as ações ao mesmo tempo obriga a tomada
de decisão em relação à hierarquização.

773
O critério estabelecido para definir o tempo de implementação Planos de Ações,
baseado no resultado IH, será calculado a partir do número absoluto obtido por cada
programa. Com isso, se estabelecerá o seguinte prazo para início das ações:

• Plano de Ações de Curto Prazo - implementação entre 2021 a 2025;


• Plano de Ações de Médio Prazo - implementação entre 2026 a 2030;
• Plano de Ações de Longo Prazo - implementação entre 2031 a 2040.

O resultado da hierarquização é apresentado no Quadro 24.7, cabe destacar que no


caso de várias ações terem resultado num mesmo índice, a ordem das mesmas foi
estabelecida pela equipe técnica e pode ser alterada posteriormente.

Quadro 24.7 – Resultado Índice de Hierarquização

Ordem de
Ações IR IP IOA Total
Execução
Ação 3.1.1: Contratar serviço
especializado para desenvolvimento e
implementação do Programa de 10 5 4 63 1º
Comunicação Social e Educação
Ambiental.
Ação 3.1.2: Acompanhar a execução
10 5 4 63 2º
da Ação 1.
Ação 4.1.1: Aprovar o Estudo de
Atualização do Enquadramento da 10 5 3 61 3º
Bacia do Rio Paraopeba.
Ação 1.1.1: Aprovar Estudo de
Estratégias de Recuperação 8 5 5 57 4º
Ambiental.
Ação 1.1.2: Recuperar áreas
protegidas degradas a partir das
8 5 5 57 5º
proposições do estudo resultante da
Ação 1.
Ação 1.1.3: Acompanhar a execução
8 5 5 57 6º
da Ação 2.

Ação 6.2.1: Aprovar um Estudo de


8 5 4 55 7º
Alocação de Vazão de Regularização.
Ação 4.2.1: Contratar serviço
especializado para o desenvolvimento
8 5 2 51 8ª
do Sistema de Informação da Bacia
do rio Paraopeba.
Ação 4.2.2: Contratar serviço
especializado para o desenvolvimento
8 5 2 51 9º
do Sistema de Informação da Bacia
do rio Paraopeba.
Ação 5.2.1: Financiar e apoiar os
municípios a elaborarem o Plano 8 5 2 51 10º
Municipal de Saneamento Básico.
Ação 5.2.2: Financiar e apoiar os
municípios na revisão dos Planos 8 5 2 51 11º
Municipais existentes.

774
Ordem de
Ações IR IP IOA Total
Execução
Ação 5.2.3: Acompanhar a execução
das ações do Programa 5.2: 8 5 2 51 12º
Saneamento Urbano.
Ação 7.1.1: Contratar a primeira
Revisão do Plano Diretor de Recursos 10 3 1 51 13º
Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba.
Ação 1.3.1: Aprovar o Estudo para
Caracterização Qualitativa dos 6 5 5 49 14º
Corpos Hídricos Superficiais.
Ação 2.1.1: Aprovar o Estudo de
Complementariedade da Rede de 8 3 4 49 15º
Monitoramento Superficial.
Ação 2.1.2: Instalar equipamentos
para estação de monitoramento
8 3 4 49 16º
superficial de acordo com os
resultados do Estudo da Ação 1.
Ação 2.1.3: Realizar a operação da
rede monitoramento superficial 8 3 4 49 17º
complementar.
Ação 2.1.4: Realizar a manutenção da
rede monitoramento superficial 8 3 4 49 18º
complementar.
Ação 2.1.5: Acompanhar a execução
das ações de monitoramento 8 3 4 49 19º
superficial.
Ação 2.2.1: Aprovar o Estudo de
8 3 4 49 20º
Rede de Monitoramento Subterrânea.
Ação 2.2.2: Instalar equipamentos
para estação de monitoramento
8 3 4 49 21º
subterrânea de acordo com os
resultados do Estudo da Ação 1.
Ação 2.2.3: Realizar a operação da
8 3 4 49 22º
rede monitoramento subterrânea.

Ação 2.2.4: Realizar a manutenção da


8 3 4 49 23º
rede monitoramento subterrânea.
Ação 2.2.5: Acompanhar a execução
das ações de monitoramento 8 3 4 49 24º
subterrâneo.
Ação 1.4.1: Aprovar um estudo
estratégico relacionado à gestão de 8 3 1 43 25º
recursos hídricos.
Ação 5.3.1: Aprovar o Estudo de
6 3 3 39 26º
Disponibilidade Hídrica Subterrânea.
Ação 7.1.2: Contratar a segunda
Revisão do Plano Diretor de Recursos 6 1 1 29 27º
Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba.
Ação 2.3.1: Aprovar o Estudo de
1 5 4 27 28º
Análise de Dados Intersetoriais.
Ação 5.1.1: Contratar projeto para
melhoria de infraestrutura de
3 3 2 25 29º
saneamento rural e cadastramento
das propriedades.

775
Ordem de
Ações IR IP IOA Total
Execução

Ação 5.1.2: Acompanhar a execução


3 3 2 25 30º
da Ação 1.
Ação 6.1.1: Aprovar o Estudo de
Avaliação de Assoreamento em 3 3 2 25 31º
Reservatórios.
Ação 6.1.2: Fomentar e investir nas
ações de controle identificadas no 3 3 2 25 32º
Estudo da Ação 1.
Ação 6.1.3: Acompanhar a execução
3 3 2 25 33º
das ações da Ação 2.

Ação 1.2.1: Aprovar o Estudo de


1 3 4 21 34º
Modelagem para Previsão de Cheias.
FONTE: COBRAPE, 2019.

776
25. CUSTOS ASSOCIADOS ÀS INTERVENÇÕES

A partir do estabelecimento das atividades e metas do Plano, foi definido um conjunto


de programas que deveriam ser implementados, sob a forma de ações, para que os
seus objetivos fossem alcançados. Assim, como forma de estimar os investimentos do
Plano de Ações, o presente item reunirá todos os custos associados às intervenções
estabelecidas pelo PDRH-Paraopeba.

Para isso, serão apresentados primeiramente o resumo dos investimentos, por


estratégia, tanto em formato tabular, quanto em formato gráfico. Serão também
descritos os custos associados à cada programa, por estratégia, de forma a avaliar a
contribuição de cada programa no volume total previsto. Em adição, será apresentado
um gráfico com o volume anual de investimentos necessários, distribuídos no horizonte
de planejamento do Plano, de modo que sejam avaliados os custos em curto, médio e
longo prazo.

25.1. Metodologia

A metodologia a ser utilizada para estimativa de custos compreenderá quatro grandes


grupos, quais sejam: (i) referentes aos estudos; (ii) referentes à disponibilização de
técnicos; (iii) referentes às reuniões e viagens de campo; e, (iv) referentes à rede de
monitoramento.

Cada um dos grupos considerará os seguintes itens para cálculo das estimativas:

• Estimativas referentes à estudos:


o Especificação de profissionais;
o Nº horas/mês por profissional;
o Valor por hora por profissional;
o Despesas por profissional;
o Impostos por profissional;
o Número de meses do estudo.
• Estimativas referentes à técnicos:
o Especificação de técnicos;
o Nº horas/mês por técnico;
o Valor por hora por técnico;
o Despesas por técnico;
o Impostos por técnico;
o Número de meses de trabalho.
• Estimativas referentes às reuniões:

777
o Dias de duração da reunião;
o Número de participantes;
o Deslocamento por participante;
o Hospedagem por participante;
o Refeição por participante;
o Número total de reuniões.
• Estimativas referentes à rede de monitoramento:
o Custo unitário das estações;
o Dias de duração da instalação;
o Deslocamento da instalação por técnico;
o Hospedagem da instalação por técnico;
o Refeição da instalação por técnico;
o Número de técnicos para instalação;
o Nº horas/mês por técnico;
o Valor por hora por técnico;
o Despesas por técnico;
o Impostos por técnico;
o Custo de manutenção por estação.

25.2. Estimativas da Cobrança

Uma das principais fontes de recursos de uma bacia hidrográfica, senão a principal, é a
cobrança pelo uso da água. Esta, é responsável pela geração de recursos financeiros
para amortizar os investimentos necessários e financiar os programas do Plano, os
custos do Comitê e da Agência de Bacia.

Conforme a Diretriz Cobrança pelo Uso da Água, o IGAM deverá propor ao Comitê uma
metodologia de cobrança a ser implementada na bacia, com fórmulas, preços e critérios
a serem atendidos. Para fins de estimativa do potencial de arrecadação foram realizadas
duas simulações de cobrança, sendo que as metodologias associadas às mesmas
podem servir de base para a proposição do IGAM. Cabe destacar que qualquer
aplicação de simulação de cobrança no cadastro de outorgas atualmente utilizado no
Paraopeba apresenta dificuldades relacionadas à falta de dados, que por sua vez está
associada às deficiências no cadastro atual, já apontadas na Diretriz de Outorgas pelo
Uso da Água e ao uso de metodologias definidas com base nas características de outras
bacias. Corroborando para a importância de integração dos instrumentos, por meio de
um cadastro de outorgas consolidado e alinhado aos parâmetros de cobrança a serem
adotados.

778
As simulações foram aplicadas com base na análise de Demandas Hídricas
identificadas no RP02 - Relatório do Diagnóstico da Bacia do Rio Paraopeba. Por falta
de dados, tais como especificações de alguns tipos de usuários (indústria de bebidas,
indústria de água, tipos de irrigação, etc.) e à dificuldade de identificação de captações
superficiais ou subterrâneas, as simulações foram estimadas de forma genérica.

O RP03 - Relatório dos Cenários e Prognósticos da Bacia do Rio Paraopeba realizou


uma estimativa de cobrança pelo uso da água baseada na metodologia e preços
adotados pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF). A
simulação, Quadro 25.1, resultou em cerca 50 milhões de reais/ano, sendo 28 milhões
de reais/ano advindos de captação e consumo e quase 22 milhões de lançamentos de
efluentes.

Quadro 25.1 – Resultados da Simulação (Metodologia CBHSF)


Simulação CBHSF Valor total
Captação R$ 18.881.152,02
Consumo R$ 9.124.563,93
Lançamento R$ 21.995.628,27
Total R$ 50.001.344,22
FONTE: COBRAPE, 2018.

Outra simulação utilizada (Quadro 25.2), para fins de comparação, foi a partir da
metodologia utilizada no Paraná pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Iguaçu e
Afluentes do Alto Ribeira (COALIAR). Esta estimativa resultou em um valor aproximado
de 19 milhões de reais/ano para captação e consumo e pouco mais de 2 milhões de
reais/ano para lançamentos, totalizando um potencial de arrecadação na ordem de 21
milhões de reais/ano. A metodologia utilizada pelo COALIAR, ao contrário de outras
metodologias, apresenta diversos índices minoradores, ou seja, diversos descontos são
aplicados. No entanto nem a Resolução nº05/2013 do COALIAR nem o Plano da Bacia
da região explicam os critérios adotados para estes descontos.

Quadro 25.2 – Resultados da Simulação (Metodologia COALIAR)


Simulação COALIAR Valor total
Captação R$ 15.216.102,42
Consumo R$ 3.663.586,07
Lançamento R$ 2.138.021,20
Total R$ 21.017.709,69
FONTE: COBRAPE, 2019.

Por fim, cabe destacar que essa aplicação teve como objetivo apenas analisar um
potencial de arrecadação para a Bacia do Paraopeba, não devendo ser considerada
como valor a ser arrecadado, pois, para isso é necessário que haja uma definição de

779
metodologia própria para a Bacia, conforme destacado na Diretriz de Cobrança no item
4.9.

25.3. Orçamento Estratégico

O orçamento estratégico foi elaborado a fim de englobar ao Plano de Ação a


necessidade do investimento em infraestrutura de saneamento urbano nos municípios
integrantes do PDRH Paraopeba. Isso porque, nas etapas de Diagnóstico e Prognóstico
observou-se o alto impacto das cargas domésticas urbanas sobre os rios da Bacia.
Contudo, para a melhoria dessas condições são necessários altos investimentos, cuja
responsabilidade é do Poder Público Municipal, sendo assim, o orçamento apresentado
serve para destacar a necessidade de investimento no setor e pode servir como base
para que caso o Comitê ache apropriado destine parte dos recursos arrecadados com
a cobrança para colaborar com a melhoria dessa infraestrutura.

No que se refere ao abastecimento, visto que os índices atuais variam de 76,2% a 100%,
sendo, portanto, consideravelmente altos, a meta estabelecida para a estimativa dos
custos foi de que até o horizonte do Plano todos os municípios teriam índice de 100%.
Sendo assim, foram identificados 31 municípios que precisam ter investimentos em
infraestrutura de abastecimento, ou seja, que possuem atualmente índice de
abastecimento inferior a 100%, conforme detalhado no Quadro 25.3.
Quadro 25.3 – Meta para Abastecimento Público Urbano
Município Índice Atual (%) Meta (%)
Belo Vale 93,7 100
Betim 89,6 100
Bonfim 92,3 100
Brumadinho 90,9 100
Cachoeira da Prata 93,4 100
Caetanópolis 92,5 100
Casa Grande Sem informação 100
Congonhas 91,1 100
Conselheiro Lafaiete 90,3 100
Cristiano Otoni 94,4 100
Entre Rios de Minas 92,7 100
Esmeraldas 76,2 100
Florestal 91,1 100
Fortuna de Minas 96,7 100
Ibirité 85,9 100
Igarapé 83,7 100
Inhaúma 99,2 100
Itatiaiuçu 88,7 100
Juatuba 83,1 100
Maravilhas 92,7 100

780
Município Índice Atual (%) Meta (%)
Mario Campos 89,3 100
Mateus Leme 82,2 100
Moeda 84,1 100
Ouro Branco 91,7 100
Paraopeba 93,1 100
Piedade Dos Gerais 90,1 100
Queluzito 99,0 100
Rio Manso 90,2 100
São Joaquim De Bicas 81,5 100
São Jose Da Varginha 97,1 100
Sarzedo 87,8 100
FONTE: COPASA (2018); SNIS (2016) e ANA (2010).

A estimativa de custo para esses índices de abastecimento variou de acordo com as


populações projetadas no RP03 - Relatório dos Cenários e Prognósticos da Bacia do
Rio Paraopeba e teve como base o custo per capita de R$ 888,00 (SANEPAR, 2017).
Dessa forma, o custo estimado para investimento em abastecimento poderá variar entre
R$ 634.025.658 e R$ 929.477.258, considerando a menor e a maior população
projetada, respectivamente.

Para a coleta e tratamento de efluentes foram consideradas duas abordagens, uma que
estabelece uma meta de uniformização dos índices, a partir das condições atuais dos
municípios e outra que está associada à universalização do serviço. Isso foi proposto
para permitir uma análise mais abrangente dos custos, considerando a grande
discussão sobre as metas do Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB
(Ministério das Cidades, 2013) e a distância que muitos municípios estão de alcançá-la.

Na primeira abordagem, foram estimadas melhorias com meta de uniformização visto


que os índices atuais de esgotamento sanitário são bastante distintos entre os
municípios. Para tanto, foi realizada uma ponderação entre os índices mínimos e
máximos, partindo-se do princípio de que todo o esgoto atualmente coletado e não
tratado passaria a ser tratado, o que resultaria num aumentando dos índices de coleta
e tratamento de todos os municípios. Contudo, mesmo com essa consideração, alguns
municípios ainda ficariam com índice de coleta e tratamento abaixo da média atual
(22%), dessa forma, considerou-se que nesses casos, eles aumentarão para pelo
menos o índice médio atual. É importante destacar que essa abordagem contemplou o
investimento em 23 municípios, Quadro 25.4, os demais municípios manteriam os
índices atuais de coleta e tratamento.

781
Quadro 25.4 – Meta para Coleta e Tratamento de Efluente Doméstico Urbano

Coletado e Coletado e não


Meta de coleta e
Município tratado - Atual tratado - Atual
tratamento (%)
(%) (%)
Belo Vale - 84 84
Bonfim - 68 68
Brumadinho 15 58 73
Cachoeira da Prata 29 67 96
Caetanópolis - 83 83
Casa Grande - 88 88
Congonhas - 79 79
Cristiano Otoni - 83 83
Entre Rios de Minas - 87 87
Fortuna de Minas - 55 55
Igarapé - 64 64
Itatiaiuçu - 91 91
Jeceaba - 71 71
Juatuba 28 52 80
Maravilhas - 92 92
Mário Campos - 44 44
Moeda - 64 64
Paraopeba - 83 83
Piedade dos Gerais - 2 22
Rio Manso - 3 22
São Joaquim de Bicas 2 28 30
São José da Varginha - 32 32
Sarzedo 12 66 78
FONTE: ANA (2017), COPASA (2018) e SNIS (2016).

Para a estimativa dos custos relacionados à coleta e transporte de esgoto dentro da


abordagem de universalização utilizou-se o valor per capita de R$ 1.210,00 e de R$
300,00 para tratamento com sistema secundário (ANA, 2017). Esses valores foram
articulados com a variação das populações projetadas no RP03 - Relatório dos Cenários
e Prognósticos da Bacia do Rio Paraopeba. Assim, o custo para coleta e tratamento
poderá variar entre R$ 227.778.106,88 e R$ 300.099.460,69, considerando a menor e
a maior população projetada, respectivamente e a abordagem de uniformização dos
índices.

Considerando-se a universalização de coleta e tratamento de esgoto doméstico para


toda a população urbana do país, pode-se considerar a estimativa realizada no Atlas
Esgoto (ANA, 2017), no qual o investimento necessário para coleta nos 48 municípios
da Bacia seria de R$ 609.807.932,00 e o custo para tratamento com uma variação entre
R$ 152.107.550,93 e R$ 496.681.998,11 a partir das diferentes alternativas de

782
tratamento propostas. Dentre as alternativas de baixo custo, a mais barata é a
proposição da instalação de apenas reator anaeróbio em municípios de pequeno porte,
como Belo Vale e Jeceaba, enquanto a alternativa mais custosa é a referente à adoção
de emissários em municípios com maior aglomeração populacional, como Betim e
Brumadinho.

Tendo em vista que as populações dos municípios que mais demandam investimentos
de captação possuem uma maior concentração populacional que os municípios que
demandam investimentos no sistema de esgotamento sanitário na abordagem de
uniformização, os custos estimados para abastecimento ficaram superiores aos de
esgotamento. Isso porque na abordagem de uniformização os maiores municípios não
foram considerados, pois eles possuem índice mais elevado do que a maioria dos
municípios de pequeno porte. Cabe destacar ainda que os valores per capita
relacionados à coleta e principalmente tratamento de esgoto variam bastante entre
órgãos gestores e concessionárias sendo relativamente complexo estimar com precisão
os mesmos.

No que se refere aos resíduos sólidos, na elaboração do Diagnóstico constatou-se que


boa parte dos municípios possuem índice de coleta igual a 100%, 11 estão abaixo desse
valor, sendo o menor índice igual a 82% (Mateus Leme) e em 11 municípios não foi
possível identificar tal informação. No contexto da estimativa do orçamento estratégico,
estipulou-se a meta de que até o final do horizonte do Plano todos os municípios tenham
100% dos resíduos sólidos urbanos coletados e destinados a aterros sanitários.
Atualmente, foram identificados apenas 12 municípios com esse tipo de destinação para
seus resíduos: Betim, Brumadinho, Cachoeira da Prata, Congonhas, Conselheiro
Lafaiete, Contagem, Curvelo, Itaúna, Ouro Branco, Pará de Minas e Sete Lagoas. Dessa
forma, considerando o custo per capita de R$ 130,89 (Governo do Paraná, 2018) para
coleta de resíduos e R$ 80,00 para implantação de aterros sanitários, a estimativa de
investimento considerando a população mínima projetada é de R$ 240.887.855,28 e a
máxima igual a R$ 296.205.846,03. Pode-se adicionar a essa meta, o critério de que
53% da população de cada município terá coleta seletiva e destinação dos resíduos
para reciclagem, conforme definido no PLANSAB (Ministério das Cidades, 2013). O que
acrescentaria R$ 43.285.339,64 ao orçamento mínimo e R$ 53.225.475,53 ao máximo,
ambos tendo como base o custo per capita de R$ 71,50 (ABRELPE, 2015) para
implantação dos centros de triagem e beneficiamento primário.

Um resumo dos custos estimados para o orçamento estratégico é apresentado no


Quadro 25.5, onde é possível ter uma ideia da magnitude dos investimentos a serem
realizados.

783
Quadro 25.5 – Estimativa de Investimento para Infraestrutura de Saneamento
Número de
Tipo Meta Mínimo (R$) Máximo (R$)
municípios
100% da população
31 634.025.658,00 929.477.258,00
Abastecimento com abastecimento
Uniformização dos
Esgotamento índices de coleta e 23 227.778.106,88 300.099.460,69
Sanitário tratamento
Universalização 48 761.915.483,47 1.106.489.930,65
Coleta de 100% dos
resíduos sólidos
37 240.887.855,28 296.205.846,03
urbanos e destinação
para aterros sanitários
Resíduos
Coleta de 100% dos
sólidos
resíduos sólidos
urbanos e destinação 48 284.173.194,92 349.431.321,56
para aterros sanitários e
centros de reciclagem
FONTE: COBRAPE (2019).

Não foram realizadas estimativas relativas à drenagem urbana visto que não há
informações suficientes sobre o assunto nos municípios da Bacia do Rio Paraopeba.
Dessa forma, sugere-se que o Comitê, por meio do Programa 4.1.4: Estudos
Estratégicos contrate um levantamento das condições atuais dos municípios frente à
drenagem, sendo que os municípios de Ibirité, Contagem, Congonhas e Conselheiro
Lafaiete devem ser priorizados dado o histórico de alagamentos, inundações,
enxurradas e deslizamentos.

25.4. Orçamento Executivo

Este subitem reúne os investimentos associados às intervenções estabelecidas pelo


Plano de Ações do Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba. A partir do
estabelecimento das metas do Plano, foi definido um conjunto de programas que
deveriam ser implementados, sob a forma de ações, para que os objetivos do Plano
fossem alcançados.

O Quadro 25.6 apresenta o resumo dos investimentos, divididos por cada uma das sete
Estratégias, descritas anteriormente.

784
Quadro 25.6 – Resumo dos Investimentos Previstos
Resumo dos Custos dos Programas
Estratégia Custo (R$)
1 286.907.423
2 16.875.683
3 23.348.922
4 11.421.957
5 114.208.630
6 147.249.876
7 5.475.410
Total Geral 605.487.900
FONTE: COBRAPE, 2019.

Como forma de avaliar o investimento anual para cada uma das ações, foi elaborado o
Quadro 25.7 que apresenta os custos subdivididos por ação e por ano, organizados pelo
Índice de Hierarquização.

785
Quadro 25.7 – Resumo Anual dos Investimentos Previstos por Ação
Médio Prazo Longo Prazo
Ordem Ações Total
2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040

1 Ação 3.1.1 1.111.853 1.111.853 1.111.853 1.111.853 1.111.853 1.111.853 1.111.853 1.111.853 1.111.853 1.111.853 1.111.853 1.111.853 1.111.853 1.111.853 1.111.853 1.111.853 1.111.853 1.111.853 1.111.853 1.111.853 22.237.069

2 Ação 3.1.2 55.593 55.593 55.593 55.593 55.593 55.593 55.593 55.593 55.593 55.593 55.593 55.593 55.593 55.593 55.593 55.593 55.593 55.593 55.593 55.593 1.111.853

3 Ação 4.1.1 956.129 478.065 1.434.194

4 Ação 1.1.1 1.817.854 1.817.854

5 Ação 1.1.2 13.650.913 13.650.913 13.650.913 13.650.913 13.650.913 13.650.913 13.650.913 13.650.913 13.650.913 13.650.913 13.650.913 13.650.913 13.650.913 13.650.913 13.650.913 13.650.913 13.650.913 13.650.913 13.650.913 259.367.346

6 Ação 1.1.3 682.546 682.546 682.546 682.546 682.546 682.546 682.546 682.546 682.546 682.546 682.546 682.546 682.546 682.546 682.546 682.546 682.546 682.546 682.546 12.968.367

7 Ação 6.2.1 1.523.390 1.523.390

8 Ação 4.2.1 1.529.057 1.529.057

9 Ação 4.2.2 604.193 604.193 604.193 604.193 604.193 604.193 604.193 604.193 604.193 604.193 604.193 604.193 604.193 604.193 8.458.706

10 Ação 5.2.1 3.605.219 3.605.219 3.605.219 10.815.656

11 Ação 5.2.2 1.648.696 1.648.696 961.740 4.259.132

12 Ação 5.2.3 125.623 125.623 125.623 125.623 125.623 125.623 753.739

13 Ação 7.1.1 1.825.137 912.568 2.737.705

14 Ação 1.3.1 2.023.342 2.023.342

15 Ação 2.1.1 469.793 469.793

16 Ação 2.1.2 1.536.600 1.536.600

17 Ação 2.1.3 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 4.673.365

18 Ação 2.1.4 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 359.490 4.673.365

19 Ação 2.1.5 76.830 35.949 35.949 35.949 35.949 35.949 35.949 35.949 35.949 35.949 35.949 35.949 35.949 35.949 544.167

20 Ação 2.2.1 469.793 469.793

21 Ação 2.2.2 376.325 376.325

22 Ação 2.2.3 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 1.579.189

23 Ação 2.2.4 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 121.476 1.579.189

24 Ação 2.2.5 18.816 12.148 12.148 12.148 12.148 12.148 12.148 12.148 12.148 12.148 12.148 12.148 12.148 12.148 176.735

25 Ação 1.4.1 528.870 528.870 528.870 528.870 528.870 528.870 528.870 528.870 528.870 528.870 528.870 528.870 528.870 528.870 528.870 7.933.049

26 Ação 5.3.1 2.436.569 2.436.569

27 Ação 7.1.2 1.825.137 912.568 2.737.705

28 Ação 2.3.1 797.161 797.161

29 Ação 5.1.1 24.954.865 24.954.865 11.179.342 30.603.188 91.692.260

30 Ação 5.1.2 1.062.818 1.062.818 1.062.818 1.062.818 4.251.274

31 Ação 6.1.1 3.976.485 3.976.485

32 Ação 6.1.2 15.000.000 15.000.000 15.000.000 15.000.000 15.000.000 15.000.000 15.000.000 15.000.000 15.000.000 135.000.000

33 Ação 6.1.3 750.000 750.000 750.000 750.000 750.000 750.000 750.000 750.000 750.000 6.750.000

34 Ação 1.2.1 1.864.976 932.488 2.797.464

Total 3.941.430 15.978.969 15.500.905 15.500.905 17.024.295 22.229.260 22.373.381 23.811.407 21.441.657 21.243.452 26.282.549 60.344.168 59.411.679 45.636.156 65.060.003 33.393.996 33.393.996 33.393.996 35.219.133 34.306.564 605.487.900

FONTE: COBRAPE, 2019.

786
O investimento total previsto pelo Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba,
para o horizonte de projeto (2035), é de R$ 605.487.900. A Figura 25.1 apresentada a
seguir permite avaliar a participação de cada uma das sete Estratégias em relação ao
investimento total previsto.

Figura 25.1 – Distribuição do Investimento Total por Estratégia

FONTE: COBRAPE, 2019.

A seguir serão apresentados os volumes de investimentos, por Estratégia, de modo que


sejam identificados os montantes previstos para os programas do Plano.

25.4.1. Estratégia 1 – Proteção dos Recursos Hídricos

A Estratégia 1 é referente à proteção dos recursos hídricos e áreas naturais, e é


composta por quatro programas: “Programa 1.1: Recuperação de Áreas Protegidas”,
“Programa 1.2: Modelo de Previsão de Cheias”, “Programa 1.3: Caracterização
Qualitativa para Avaliação de Impacto” e “Programa 1.4: Estudos Estratégicos”. O
Programa 1.1 apresenta um custo referente a 95% da Estratégia. O segundo programa
mais representativo é o Programa 1.4, alcançando 3% do curso total dessa Estratégia.
Na sequência estão os Programas 1.2 e 1.3, ambos com representatividade de 1%.

A Figura 25.2 apresenta a distribuição dos investimentos previstos para a Estratégia 1,


divididos entre os dois programas que a contemplam.

787
Figura 25.2 – Distribuição dos Investimentos da Estratégia 1

FONTE: COBRAPE, 2019.

25.4.2. Estratégia 2 – Monitoramento

A Estratégia 2 – Monitoramento teve um investimento estimado de R$ 16.875.683. A


Figura 25.3 apresenta a distribuição dos investimentos entre os programas.

Figura 25.3 – Distribuição dos Investimentos da Estratégia 2

FONTE: COBRAPE, 2019.

788
A Estratégia 2 possui três programas, o “Programa 2.1: Rede de Monitoramento
Superficial”, que corresponde a 70% de todo o investimento da Estratégia, já o
“Programa 2.2: Rede de Monitoramento Subterrâneo” corresponde a 25%. O “Programa
2.3: Análise e Integração dos Dados” corresponde a apenas 5% do curso da Estratégia.

25.4.3. Estratégia 3 – Comunicação Social e Educação Ambiental

Está previsto para a Estratégia 3 – Comunicação Social e Educação um custo de R$


23.348.922, correspondente ao programa único da Estratégia, o "Programa 3.1:
Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental”, que visa ampliar a
comunicação social e educação ambiental, com a instalação de uma câmara técnica
sobre o tema no comitê e implementar planos de educação ambiental e comunicação
social através de um programa contratado, conforme mostra a Figura 25.4.

Figura 25.4 – Distribuição dos Investimentos da Estratégia 3

FONTE: COBRAPE, 2019.

25.4.4. Estratégia 4 – Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos

A Estratégia 4 – Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos teve um custo estimado


de R$ 11.421.957. A Figura 25.5 apresenta a distribuição dos investimentos do
montante total da Estratégia, divididos entre os dois programas que a contemplam.

789
Figura 25.5 – Distribuição dos Investimentos da Estratégia 4

FONTE: COBRAPE, 2019.

O maior investimento é o "Programa 4.2: Sistema de Informações", com 87% do valor


total, seguido do “Programa 4.1: Atualização do Enquadramento”, correspondente a
13% do montante previsto para a Estratégia 4.

25.4.5. Estratégia 5 – Infraestrutura de Saneamento

A Estratégia 5 – Infraestrutura de Saneamento teve um investimento estimado de R$


114.208.630. Os custos são significativos pela necessidade de implementação de
saneamento, tanto nas áreas urbanas quanto rurais.

A Figura 25.6 a seguir apresenta a distribuição dos investimentos entre os três


programas previstos.

790
Figura 25.6 – Distribuição dos Investimentos da Estratégia 5

FONTE: COBRAPE, 2019.

O “Programa 5.1: Saneamento Rural” representa 84% do total previsto para a


Estratégia, já o “Programa 5.2: Saneamento Urbano”, tem previsto 14% dos recursos
para a Estratégia 5. Além dos programas de infraestrutura, o “Programa 5.3:
Disponibilidade Hídrica Subterrânea” representa um percentual de 2% da Estratégia.

25.4.6. Estratégia 6 –Segurança de Barragens

A Estratégia 6 é composta por dois programas, “Programa 6.1: Avaliação de


Assoreamento de Reservatórios”, que corresponde a 99% do custo total da Estratégia,
e o “Programa 6.2: Alocação de Vazão e Regularização”, que corresponde aos demais
1%, conforme mostra a Figura 25.7.

791
Figura 25.7 – Distribuição dos Investimentos da Estratégia 6

FONTE: COBRAPE, 2019.

25.4.7. Estratégia 7 – Acompanhamento do Plano

A última estratégia refere-se ao programa associado ao acompanhamento do Plano da


Bacia. A “Estratégia 7 – Revisão do Plano” teve um custo estimado em R$ 5.475.410,
conforme mostra a Figura 25.8.

Figura 25.8 – Distribuição dos Investimentos da Estratégia 7

FONTE: COBRAPE, 2019.

792
25.4.8. Síntese dos Programas do PDRH-Paraopeba

Quando analisamos todos os programas previstos para o Plano, temos a sensibilidade


que a Estratégia 1, devido ao “Programa 1.1: Recuperação de Áreas Protegidas” tem o
maior valor entre as estratégias. É fundamental promover a melhoria das condições
hídricas da bacia a partir da recuperação de áreas protegidas degradadas, visto que,
conforme relatado no presente Plano, as áreas destinadas a conservação estão com
um grau muito elevado de degradação. A Figura 25.9 mostra todos os programas do
Plano separados por Estratégias.

Figura 25.9 – Distribuição dos Investimentos do Plano

FONTE: COBRAPE, 2019.

Além da análise do investimento necessário para cada programa, é necessário distribuí-


los ao longo do tempo, conforme hierarquização apresentada no presente relatório. A
divisão para o PDRH-Paraopeba foi feita da seguinte forma: i) Plano de Ação de Curto

793
Prazo - implementação entre 2021 a 2025; ii) Plano de Ações de Médio Prazo -
implementação entre 2026 a 2030, e; iii) Plano de Ações de Longo Prazo -
implementação entre 2031 a 2040.

A Figura 25.10 mostra a divisão do custo associado às estratégias ao longo dos três
horizontes de planejamento.

Figura 25.10 – Distribuição dos Investimentos ao Longo do Tempo por Estratégia

FONTE: COBRAPE, 2019.

Olhando o gráfico, podemos perceber que os principais gastos ocorrem no horizonte de


médio e longo prazo, como nas Estratégias 5, 6 e 7 que não possuem metas de curto
prazo. A Figura 25.11 mostra os percentuais por Estratégia, divididos de acordo com os
três prazos.

Figura 25.11 –Percentual dos Investimentos ao Longo do Tempo por Estratégia

FONTE: COBRAPE, 2019.

794
Para curto prazo, está previsto a utilização de 14% de todo o recurso necessário para
implementar as ações do PDRH-Paraopeba, para médio prazo está prevista a utilização
de 42% dos recursos e 44% do investimento total para longo prazo. A Figura 25.12
mostra a divisão da utilização dos recursos entre curto, médio e longo prazos.

Figura 25.12 – Distribuição Total dos Recursos em Ação Imediata, Médio Prazo e Longo
Prazo

FONTE: COBRAPE, 2019.

Também foi realizada uma avalição em relação ao tipo do investimento realizado por
Estratégia, para isso os custos foram divididos em: (i) Estudos, (ii) Serviços e Obras, (iii)
Fiscalização, e; (iv) Comunicação. Destaca-se que 84% dos custos estão concentrados
em Serviços e Obras, que de fato são as atividades que mais consomem recursos, como
mostra a Figura 25.13.

795
Figura 25.13 – Distribuição Total dos Recursos em característica do investimento

FONTE: COBRAPE, 2019.

796
25.5. Marco Lógico

Para que os indicadores possam ser acompanhados durante todo o processo de


implementação do PDRH-Paraopeba, propõe-se a utilização de um marco lógico, que
deve ser atualizado todos os anos até a revisão do Plano. A ferramenta do marco lógico
tem uma importância extremamente relevante para que os atores envolvidos possam
acompanhar a execução dos programas, fortalecendo institucionalmente e auxiliando
na preservação dos recursos naturais.

As metas do PDRH-Paraopeba, consequentemente, as metas de execução dos


programas foram definidas em:

• Plano de Ações de Curto Prazo - implementação entre 2021 a 2025;

• Plano de Ações de Médio Prazo - implementação entre 2026 a 2030;

• Plano de Ações de Longo Prazo - implementação entre 2031 a 2040.

Assim, o Quadro 25.8, a seguir, compilará todos os Programas, relacionando suas


ações e atividades às metas, ordem de execução, e indicadores.

797
Grau de Conformidade
Meio de Tempo de Plano de
Estratégias Programas Ações Atividades Competência Indicadores Metas
Verificação Verificação Análise
Ano 1 Ano 2 Ano 3

1. Manifestação do Comitê para a contratação de Estudo de Estratégias de Recuperação


Comitê
Ambiental;

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de Estudo de Estratégias de


Agência
Recuperação Ambiental;
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo de
Estratégias de Recuperação Ambiental até 4 (quatro) meses após a
manifestação do Comitê.
Ação 1: Aprovar Estudo de Estratégias de Recuperação Ambiental 3. Contratação do Estudo de Estratégias de Recuperação Ambiental; Agência

4. Acompanhamento da elaboração de Estudo de Estratégias de Recuperação Ambiental; Agência/Comitê

2. Aprovar 1 (um) Estudo de Estratégias de Recuperação Ambiental


5. Aprovação do Estudo de Estratégias de Recuperação Ambiental. Comitê
em até 18 (dezoito) meses após a contratação da empresa.

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviço especializado em execução de


Comitê
Estratégias de Recuperação Ambiental;

2. Elaboração de Termo de Referência para contratação de empresa executora de


Agência
Estratégias de Recuperação Ambiental;
PROGRAMA 1.1
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS
PROTEGIDAS
Ação 2: Recuperar áreas protegidas degradas a partir das 3. Contratação de serviço especializado para realização das Estratégias de Recuperação
Agência
proposições do estudo resultante da Ação 1. Ambiental;

4. Acompanhamento das ações realizadas no escopo das Estratégias de Recuperação


Comitê
Ambiental previstas;

1. Proteção dos Recursos


Hídricos

5. Verificação do cumprimento das ações previstas no contrato. Agência

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviços de consultoria para


Comitê
assessoramento técnico de fiscalização da execução da Ação 2; 1. Elaborar o Termo de Referência para contratação de serviços de
consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da
execução da Ação 2 até 4 (quatro) meses após a manifestação do
Comitê.
2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviços de consultoria para
Agência
assessoramento técnico de fiscalização da execução da Ação 2;

Ação 3: Acompanhar a execução da Ação 2.

3. Contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da


Agência
execução da Ação 2;
2. Aprovar 1 (um) Relatório de Fiscalização da Ação 2 a cada 3
(três) meses até o final de horizonte do Plano.

4. Acompanhamento do serviço de fiscalização contratado. Agência/Comitê

1. Manifestação do Comitê para a contratação de Estudo de Modelagem para Previsão de


Comitê
Cheias;

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de Estudo Modelagem para


Agência
Previsão de Cheias;
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo de
Modelagem para Previsão de Cheias até 4 (quatro) meses após a
3. Contratação do Estudo Modelagem para Previsão de Cheias; Agência manifestação do Comitê.
PROGRAMA 1.2: MODELO DE
Ação 1: Aprovar o Estudo de Modelagem para Previsão de Cheias
PREVISÃO DE CHEIAS

4. Acompanhamento da elaboração do Estudo de Modelagem para Previsão de Cheias; Comitê

2. Aprovar 1 (um) Estudo de Modelagem para Previsão de Cheias,


5. Aprovação do Estudo de Modelagem para Previsão de Cheias. Comitê
em 18 (dezoito) meses.
Grau de Conformidade
Meio de Tempo de Plano de
Estratégias Programas Ações Atividades Competência Indicadores Metas
Verificação Verificação Análise
Ano 1 Ano 2 Ano 3

1. Manifestação do Comitê para a realização do Estudo para Caracterização Qualitativa dos


Comitê
Corpos Hídricos Superficiais;

2. Elaboração o Termo de Referência para contratação do Estudo para Caracterização


Agência
Qualitativa dos Corpos Hídricos Superficiais;
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo para
Caracterização Qualitativa dos Corpos Hídricos Superficiais até 4
PROGRAMA 1.3: (quatro) meses após a manifestação do Comitê.
CARACTERIZAÇÃO Ação 1: Aprovar o Estudo para Caracterização Qualitativa dos
3. Contratação do Estudo para Caracterização Qualitativa dos Corpos Hídricos Superficiais; Agência
QUALITATIVA PARA Corpos Hídricos Superficiais.
AVALIAÇÃO DE IMPACTO

4. Acompanhamento da elaboração do Estudo para Caracterização Qualitativa dos Corpos


Comitê
Hídricos Superficiais;

2. Aprovar 1 (um) Estudo para Caracterização Qualitativa dos


5. Aprovação do Estudo para Caracterização Qualitativa dos Corpos Hídricos Superficiais. Comitê
Corpos Hídricos Superficiais, em 12 (doze) meses.
1. Proteção dos Recursos
Hídricos

1. Manifestação do Comitê para a realização de um Estudo Estratégico; Comitê

2. Elaboração o Termo de Referência para contratação de um Estudo Estratégico; Agência

1. Elaborar o Termo de Referência para contratação de um Estudo


Estratégico até 4 (quatro) meses após a manifestação do Comitê.
PROGRAMA 1.4: ESTUDOS Ação 1: Aprovar estudo estratégico relacionado à gestão de
3. Contratação de um Estudo Estratégico; Agência
ESTRATÉGICOS recursos hídricos.

4. Acompanhamento da elaboração do Estudo Estratégico contratado; Comitê

5. Aprovação do Estudo Estratégico contratado. Comitê 2. Aprovar 1 (um) Estudo Estratégico por ano.

1. Manifestação do Comitê para a realização do Estudo de Complementariedade da Rede


Comitê
de Monitoramento Superficial;

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação do Estudo de


Agência
Complementariedade da Rede de Monitoramento Superficial; 1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo de
Complementariedade da Rede de Monitoramento Superficial até 4
Ação 1: Aprovar o Estudo de Complementariedade da Rede de (quatro) meses após a manifestação do Comitê.
3. Contratação do Estudo de Complementariedade da Rede de Monitoramento Superficial; Agência
Monitoramento Superficial.

4. Acompanhamento da elaboração do Estudo de Complementariedade da Rede de


Comitê
Monitoramento Superficial;

2. Aprovar 1 (um) Estudo de Complementariedade da Rede de


5. Aprovação do Estudo de Complementariedade da Rede de Monitoramento Superficial. Comitê
Monitoramento Superficial, em 6 (seis) meses.

1. Elaboração de Edital para aquisição de equipamentos fluviométricos e pluviométricos; Agência


1. Elaboração do Edital de Compras de Equipamentos até 4 (quatro)
PROGRAMA 2.1: REDE DE meses após a conclusão da Ação 1;;
2. Monitorameto MONITORAMENTO 2. Aquisição de equipamentos fluviométricos e pluviométricos; Agência
SUPERFICIAL

Ação 2: Instalar equipamentos para estação de monitoramento 3. Elaboração de Edital para contratação de empresa para instalação das estações e
Agência
superficial de acordo com os resultados do Estudo da Ação 1. equipamentos;
2. Elaboração do Edital de Contratação até 1 (um) mês após a
aquisição de equipamentos;
4. Contratação de empresa para instalação das estações e equipamentos; Agência

3. Ter 1 (uma) rede complementar de monitoramento superficial, de


5. Acompanhamento da atuação da empresa contratada. Agência/Comitê acordo com o indicado pelo Estudo da Ação 1 em até 12 (doze)
meses.

1. Elaboração de Edital para contratação de empresa para operação da rede complementar


Agência 1. Elaboração do Edital até 1 (um) mês após a conclusão da Ação 2;
de monitoramento superficial;

Ação 3: Realizar a operação da rede monitoramento superficial 2. Contratação de empresa para operação da rede complementar de monitoramento
Agência
complementar. superficial.
2. Ter uma rede complementar de monitoramento superficial
operando durante o horizonte do plano.
3. Acompanhamento da atuação da empresa contratada. Agência/Comitê
Grau de Conformidade
Meio de Tempo de Plano de
Estratégias Programas Ações Atividades Competência Indicadores Metas
Verificação Verificação Análise
Ano 1 Ano 2 Ano 3

1. Elaboração de Edital para contratação de serviço especializado para manutenção da 1. Elaboração do Edital até 12 (doze) meses após o início da
Agência
rede complementar de monitoramento superficial; operação da rede complementar de monitoramento superficial;

Ação 4: Realizar a manutenção da rede monitoramento superficial 2. Contratação de serviço especializado para manutenção da rede complementar de
Agência
complementar. monitoramento superficial;
2. Realizar 1 (uma) vez ao ano a manutenção da rede complementar
de monitoramento superficial durante o horizonte do plano.
3. Acompanhamento do desenvolvimento do serviço contratado. Agência/Comitê

PROGRAMA 2.1: REDE DE


MONITORAMENTO 1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviços de consultoria para
SUPERFICIAL assessoramento técnico de fiscalização da execução das ações do Programa 2.1: Rede de Comitê 1. Elaborar o Termo de Referência para contratação serviços de
Monitoramento Superficial; consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da
execução das ações do Programa 2.1: Rede de Monitoramento
2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviços de consultoria para
Superficial;
Ação 5: Acompanhar a execução das ações de monitoramento assessoramento técnico de fiscalização da execução das ações do Programa 2.1: Rede de Agência
superficial. Monitoramento Superficial;

3. Contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da


Agência 2. Aprovar 1 (um) Relatório de Fiscalização da Ação 2 a cada 3
execução das ações do Programa 2.1: Rede de Monitoramento Superficial;
(três) meses até o final de horizonte do Plano.
4. Acompanhamento do serviço de fiscalização contratado. Agência/Comitê

1. Manifestação do Comitê para a realização do Estudo de Rede de Monitoramento


Comitê
Subterrânea;

2. Elaboração o Termo de Referência para contratação do Estudo de Rede de


Agência
Monitoramento Subterrânea; 1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo de
Rede de Monitoramento Subterrânea até 4 (quatro) meses após a
manifestação do Comitê.
Ação 1: Aprovar o Estudo de Rede de Monitoramento Subterrânea. 3. Contratação do Estudo de Rede de Monitoramento Subterrânea; Agência

4. Acompanhamento da elaboração do Estudo de Rede de Monitoramento Subterrânea; Comitê

2. Aprovar 1 (um) Estudo de Rede de Monitoramento Subterrânea,


5. Aprovação do Estudo de Rede de Monitoramento Subterrânea. Comitê
em 12 (doze) meses.

1. Elaboração de Edital para aquisição de equipamentos de monitoramento subterrâneo; Agência


1. Elaboração do Edital de Compras de Equipamentos até 4 (quatro)
meses após a conclusão da Ação 1;
2. Monitorameto 2. Aquisição de equipamentos de monitoramento subterrâneo; Agência

3. Elaboração de Edital para contratação de serviço especializado para instalação das


Ação 2: Instalar equipamentos para estação de monitoramento 2. Elaboração do Edital de Contratação até 1 (um) mês após a
estações e Agência
subterrânea de acordo com os resultados do Estudo da Ação 1. aquisição de equipamentos;
equipamentos;

4. Contratação de serviço especializado para instalação das estações e equipamentos; Agência


3. Ter 1 (uma) rede de monitoramento subterrânea, de acordo com o
indicado pelo Estudo da Ação 1 em até 12 (doze) meses.
PROGRAMA 2.2: REDE DE 5. Acompanhamento do serviço de contratado. Agência/Comitê
MONITORAMENTO
SUBTERRÂNEA
1. Elaboração de Edital para contratação de serviço especializado para operação da rede
Agência 1. Elaboração do Edital até 1 (um) mês após a conclusão da Ação 2;
de monitoramento subterrânea;

2. Contratação de serviço especializado para operação da rede de monitoramento


Ação 3: Realizar a operação da rede monitoramento subterrânea. Agência
subterrânea;
2. Ter uma rede de monitoramento subterrânea operando durante o
horizonte do plano.
3. Acompanhamento do serviço de contratado. Agência/Comitê

1. Elaboração de Edital para contratação de serviço especializado para manutenção da 1. Elaboração do Edital até 12 (doze) meses após o início da
Agência
rede de monitoramento subterrânea; operação da rede de monitoramento subterrânea;

2. Contratação de serviço especializado para manutenção da rede de monitoramento


Ação 4: Realizar a manutenção da rede monitoramento subterrânea. Agência
subterrânea.
2. Realizar 1 (uma) vez ao ano a manutenção da rede de
monitoramento subterrânea durante o horizonte do plano.
3. Acompanhamento do serviço de contratado. Agência/Comitê

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviços de consultoria para


assessoramento técnico de fiscalização da execução das ações do Programa 2.2: Rede de Comitê 1. Elaborar o Termo de Referência para contratação serviços de
Monitoramento Subterrânea; consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da
execução das ações do Programa 2.2: Rede de Monitoramento
2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviços de consultoria para
Subterrânea;
Ação 5: Acompanhar a execução das ações de monitoramento assessoramento técnico de fiscalização da execução das ações do Programa 2.2: Rede de Agência
subterrâneo. Monitoramento Subterrânea;
3. Contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da
Agência
execução das ações do Programa 2.2: Rede de Monitoramento Subterrânea;
2. Aprovar 1 (um) Relatório de Fiscalização da Ação 2 a cada 3
(três) meses até o final de horizonte do Plano.
4. Acompanhamento do serviço de fiscalização contratado. Agência/Comitê
Grau de Conformidade
Meio de Tempo de Plano de
Estratégias Programas Ações Atividades Competência Indicadores Metas
Verificação Verificação Análise
Ano 1 Ano 2 Ano 3

1. Manifestação do Comitê para a realização do Estudo de Análise de Dados Intersetoriais; Comitê


1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo de
Análise de Dados Intersetoriais até 4 (quatro) meses após a
2. Elaboração do Termo de Referência para contratação do Estudo de Análise de Dados manifestação do Comitê.
Agência
Intersetoriais;

PROGRAMA 2.3 ANÁLISE E


2. Monitorameto Ação 1: Aprovar o Estudo de Análise de Dados Intersetoriais. 3. Contratação do Estudo de Análise de Dados Intersetoriais; Agência
INTEGRAÇÃO DOS DADOS

2. Aprovar 1 (um) Estudo de Análise de Dados Intersetoriais, em 12


4. Acompanhamento do Estudo de Análise de Dados Intersetoriais; Comitê
(doze) meses.

5. Aprovação do Estudo de Análise de Dados Intersetoriais. Comitê

1. Manifestação do Comitê para contratação de serviço especializado para o


desenvolvimento e implementação do Programa de Comunicação Social e Educação Comitê 1. Elaborar o Termo de Referência para contratação da Empresa
Ambiental; para desenvolvimento e implementação do Programa de
2. Elaboração de Edital para contratação de serviço especializado para o Comunicação Social e Educação Ambiental até 4 (quatro) meses
desenvolvimento e implementação do Programa de Comunicação Social e Educação Agência após a manifestação do Comitê.
Ação 1: Contratar uma empresa para desenvolvimento e Ambiental;
implementação do Programa de Comunicação Social e Educação
Ambiental. 3. Contratação de serviço especializado para o desenvolvimento e implementação do
Agência
Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental; 2. Ter uma Empresa para o desenvolvimento e implementação do
Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental durante
4. Acompanhamento da atuação do serviço contratado para as ações de Comunicação o horizonte do Plano.
Agência/Comitê
PROGRAMA 3.1: PROGRAMA Social e Educação Ambiental.
3. Comunicação Social e
DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E
Educação Ambiental
EDUCAÇÃO AMBIENTAL 1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviços de consultoria para
Comitê
assessoramento técnico de fiscalização da execução da Ação 1; 1. Elaborar o Termo de Referência para contratação serviços de
consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da
2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviços de consultoria para execução da Ação 1;
Agência
assessoramento técnico de fiscalização da execução da Ação 1;
Ação 2: Acompanhar a execução da Ação 1.
3. Contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da
Agência
execução da Ação 1;
2. Aprovar 1 (um) Relatório de Fiscalização da Ação 2 a cada 3
(três) meses até o final de horizonte do Plano.
4. Acompanhamento do serviço de fiscalização contratado. Agência/Comitê

1. Manifestação do Comitê para a realização do estudo de Enquadramento; Comitê

2. Elaboração do Termo de Referência para contratação do Estudo de Atualização do


Agência
Enquadramento;

1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo de


3. Contratação do Estudo de Atualização do Enquadramento; Agência Atualização do Enquadramento até 4 (quatro) meses após a
manifestação do Comitê.
PROGRAMA 4.1:
Ação 1: Aprovar o Estudo de Atualização do Enquadramento da
ATUALIZAÇÃO DO 4. Acompanhamento do Estudo de Atualização do Enquadramento; Comitê
Bacia do Rio Paraopeba.
ENQUADRAMENTO

5. Aprovação do Estudo de Atualização do Enquadramento; Comitê

6. Realização da Consulta Pública para apresentação do Estudo de Atualização do


Agência
Enquadramento aprovado pelo Comitê;
2. Aprovar 1 (um) Estudo de Atualização do Enquadramento, em 18
(dezoito) meses.
7. Aprovação da proposta de Atualização do Enquadramento pelo Conselho Estadual de
IGAM
Recursos Hídricos.

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviço especializado para o


Comitê
desenvolvimento do Sistema de Informação; 1. Elaborar o Termo de Referência para contratação de serviço
4. Instrumentos de Gestão
especializado para manutenção e atualização do Sistema de
de Recursos Hídricos
2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviço especializado para o Informação até 4 (quatro meses) após a manifestação do Comitê.
Agência
desenvolvimento do Sistema de Informação;

Ação 1: Contratar serviço especializado para o desenvolvimento do 3. Contratação de serviço especializado para o desenvolvimento do Sistema de
Agência
Sistema de Informação da Bacia do rio Paraopeba. Informação;

2. Ter um Sistema de Informação da Bacia do rio Paraopeba em 12


4. Acompanhamento do desenvolvimento do Sistema de Informação; Agência/Comitê
(doze) meses.

PROGRAMA 4.2: SISTEMA DE 5. Participar da oficina de capacitação sobre o Sistema de Informação da Bacia do rio
Comitê
INFORMAÇÕES Paraopeba, baseando-se no Manual Técnico Operativo do Sistema.

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviço especializado para manutenção e


Comitê
atualização do Sistema de Informação;
1. Elaborar o Termo de Referência para contratação de serviço
2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviço especializado para especializado para manutenção e atualização do Sistema de
Agência
manutenção e atualização do Sistema de Informação; Informação
Ação 2: Contratar serviço especializado para manutenção e até 4 (quatro meses) após a manifestação do Comitê.
atualização do Sistema de Informação da Bacia do rio Paraopeba.
3. Contratação de serviço especializado para manutenção e atualização do Sistema de
Agência
Informação;

2. Ter um Sistema de Informação atualizado durante o horizonte do


4. Acompanhamento do serviço contratado. Agência/Comitê
Plano.
Grau de Conformidade
Meio de Tempo de Plano de
Estratégias Programas Ações Atividades Competência Indicadores Metas
Verificação Verificação Análise
Ano 1 Ano 2 Ano 3

1.Manifestação do Comitê para contratação de uma empresa para atuação nas


Comitê
propriedades rurais do Médio Paraopeba; 1.Elaborar o Termo de Referência para contratação de empresa para
atuação nas propriedades rurais do Médio Paraopeba até 4 (quatro)
2.Elaboração do termo de referência para contratação de uma empresa para atuação nas meses após a manifestação do Comitê.
Agência
propriedades rurais do Médio Paraopeba;

3.Contratação de empresa para atuação nas propriedades rurais do Médio Paraopeba ; Agência

2.Investir na infraestrutura de saneamento e caracterizar as


4.Aprovação do projeto executivo elaborado para as propriedades rurais do Médio
Comitê propriedades rurais do Médio Paraopeba em 24 (vinte e quatro)
Paraopeba;
meses.

5.Acompanhamento das ações desenvolvidas pela empresa contratada para atuação nas
Agência/Comitê
propriedades rurais do Médio Paraopeba;

6. Manifestação do Comitê para contratação de uma empresa para atuação nas


Comitê
propriedades rurais do Baixo Paraopeba;

7.Elaboração do termo de referência para contratação de uma empresa para atuação nas
Agência
propriedades rurais do Baixo Paraopeba;

Ação 1: Contratar projeto para melhoria de infraestrutura de


saneamento rural e cadastramento das propriedades. 8. Contratação de empresa para atuação nas propriedades rurais do Baixo Paraopeba ; Agência

9. Aprovação do projeto executivo elaborado para as propriedades rurais do Baixo


Comitê
Paraopeba;
5. Infraestrutura de PROGRAMA 5.1:
Saneamento SANEAMENTO RURAL
10. Acompanhamento das ações desenvolvidas pela empresa contratada para atuação nas
Agência/Comitê
propriedades rurais do Baixo Paraopeba;

11. Manifestação do Comitê para contratação de uma empresa para atuação nas
Comitê
propriedades rurais do Alto Paraopeba;

12. Elaboração do termo de referência para contratação de uma empresa para atuação nas
Agência
propriedades rurais do Alto Paraopeba;

13. Contratação de empresa para atuação nas propriedades rurais do Alto Paraopeba ; Agência

14. Aprovação do projeto executivo elaborado para as propriedades rurais do Alto


Comitê
Paraopeba;

15. Acompanhamento das ações desenvolvidas pela empresa contratada para atuação nas
Agência/Comitê
propriedades rurais do Alto Paraopeba;

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviços de consultoria para


Comitê
assessoramento técnico de fiscalização da execução da Ação 1; 1. Elaborar o Termo de Referência para contratação serviços de
consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da
2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviços de consultoria para execução da Ação1.
Agência
assessoramento técnico de fiscalização da execução da Ação 1;
Ação 2: Acompanhar a execução da Ação 1.
3. Contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização de
Agência
execução da Ação 1;
2. Aprovar 1 (um) Relatório de Fiscalização da Ação 2 a cada 3
(três) meses até o final de horizonte do Plano.
4. Acompanhamento do serviço de fiscalização contratado. Agência/Comitê
Grau de Conformidade
Meio de Tempo de Plano de
Estratégias Programas Ações Atividades Competência Indicadores Metas
Verificação Verificação Análise
Ano 1 Ano 2 Ano 3

1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do primeiro lote


1. Manifestação do Comitê para a contratação de primeiro lote de PMSB; Comitê
de PMSB até 4 (quatro) meses após a manifestação do Comitê.

2. Abertura de seleção para municípios que tiverem o interesse em realizar o PMSB; Agência 2. Contração do primeiro lote de PMSB em 12 (doze) meses;

3. Elaborar o Termo de Referência para contratação do segundo lote


3. Seleção de municípios para realização do PMSB no primeiro lote; Agência
de PMSB até 4 (quatro) meses após a manifestação do Comitê;

4. Elaboração do termo de referência para contratação de serviço especializado para


Agência 4. Contração do segundo lote de PMSB em 12 (doze) meses;
realização do primeiro lote de PMSB;

5. Contratação de serviço especializado para a elaboração do primeiro lote de PMSB; Agência

6. Acompanhamento da execução do primeiro lote de PMSB; Agência/Comitê

5. Elaborar o Termo de Referência para contratação do terceiro lote


7. Manifestação do Comitê para a contratação de segundo lote de PMSB; Comitê
de PMSB até 4 (quatro) meses após a manifestação do Comitê;

8. Abertura de seleção para municípios que tiverem o interesse em realizar o PMSB; Agência

9. Seleção de municípios para realização do PMSB no segundo lote; Agência


Ação 1: Financiar e apoiar os municípios a elaborarem o Plano
Municipal de Saneamento Básico.
10. Elaboração do termo de referência para contratação de serviço especializado para
Agência
realização do segundo lote de PMSB;

11. Contratação de serviço especializado para a elaboração do segundo lote de PMSB; Agência

12. Acompanhamento da execução do segundo lote de PMSB; Agência/Comitê 6. Contração do terceiro lote de PMSB em 12 (doze) meses.

13. Manifestação do Comitê para a contratação de terceiro lote de PMSB; Comitê

14. Abertura de seleção para municípios que tiverem o interesse em realizar o PMSB; Agência

5. Infraestrutura de PROGRAMA 5.2:


15. Seleção de municípios para realização do PMSB no terceiro lote; Agência
Saneamento SANEAMENTO URBANO

16. Elaboração do termo de referência para contratação de serviço especializado para


Agência
realização do terceiro lote de PMSB; 7. Elaborar o PMSB de 27 (vinte e sete) municípios para que todos
os municípios da Bacia tenham PMSB em atendimento à Política
Nacional de Saneamento Básico.
17. Contratação de serviço especializado para a elaboração do terceiro lote de PMSB; Agência

18. Acompanhamento da execução do terceiro lote de PMSB. Agência/Comitê

1. Manifestação do Comitê para a contratação de primeiro lote de revisão do PMSB; Comitê


1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do primeiro lote
de revisão do PMSB até 4 (quatro) meses após a manifestação do
2. Abertura de seleção para municípios que tiverem o interesse em realizar a revisão do Comitê.
Agência
PMSB;

2. Contração do primeiro lote de revisão do PMSB em 12 (doze)


3. Seleção de municípios para revisão do PMSB no primeiro lote; Agência
meses;

4. Elaboração do termo de referência para contratação de serviço especializado para


Agência
realização do primeiro lote de revisão do PMSB; 3. Elaborar o Termo de Referência para contratação do segundo lote
de revisão do PMSB até 4 (quatro) meses após a manifestação do
5. Contratação de serviço especializado para a elaboração do primeiro lote de revisão do Comitê;
Agência
PMSB;

4. Contração do segundo lote de revisão do PMSB em 12 (doze)


6. Acompanhamento da execução do primeiro lote de revisão do PMSB. Agência/Comitê
meses;

7. Manifestação do Comitê para a contratação de segundo lote de revisão do PMSB; Comitê


5. Elaborar o Termo de Referência para contratação do terceiro lote
de revisão do PMSB até 4 (quatro) meses após a manifestação do
8. Abertura de seleção para municípios que tiverem o interesse em realizar a revisão do Comitê;
Agência
PMSB;

9. Seleção de municípios para revisão do PMSB no segundo lote; Agência


Ação 2: Financiar e apoiar os municípios na revisão dos Planos
Municipais existentes.
10. Elaboração do termo de referência para contratação de serviço especializado para
Agência
realização do segundo lote de revisão do PMSB;
6. Contração do terceiro lote de revisão do PMSB em 12 (doze)
meses.
11. Contratação de serviço especializado para a elaboração do segundo lote de revisão do
Agência
PMSB;
Grau de Conformidade
Meio de Tempo de Plano de
Estratégias Programas Ações Atividades Competência Indicadores Metas
Verificação Verificação Análise
Ano 1 Ano 2 Ano 3

12. Acompanhamento da execução do segundo lote de revisão do PMSB; Agência/Comitê

13. Manifestação do Comitê para a contratação de terceiro lote de revisão do PMSB; Comitê

14. Abertura de seleção para municípios que tiverem o interesse em realizar a revisão do
Agência
PMSB;

15. Seleção de municípios para revisão do PMSB no terceiro lote; Agência


7. Elaborar a revisão do PMSB de 21 (vinte e um) municípios para
que todos os municípios da Bacia tenham PMSB com informações
16. Elaboração do termo de referência para contratação de serviço especializado para atualizadas.
Agência
realização do terceiro lote de revisão do PMSB;

PROGRAMA 5.2: 17. Contratação de serviço especializado para a elaboração do terceiro lote de revisão do
Agência
SANEAMENTO URBANO PMSB;

18. Acompanhamento da execução do terceiro lote de revisão do PMSB. Agência/Comitê

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviços de consultoria para


assessoramento técnico de fiscalização da execução das ações do Programa 5.2: Comitê
5. Infraestrutura de Saneamento Urbano;
Saneamento 2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviços de consultoria para
assessoramento técnico de fiscalização da execução das ações do Programa 5.2: Agência
Ação 3: Acompanhar a execução das ações do Programa 5.2: Saneamento Urbano;
Saneamento Urbano.
3. Contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da
Agência
execução das ações do Programa 5.2: Saneamento Urbano;

4. Acompanhamento do serviço de fiscalização contratado. Agência/Comitê

1. Manifestação do Comitê para a contratação do Estudo de Disponibilidade Hídrica


Comitê
Subterrânea; 1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo de
Disponibilidade Hídrica Subterrânea até 4 (quatro) meses após a
2. Elaboração do Termo de Referência para contratação do Estudo de Disponibilidade manifestação do Comitê.
Agência
Hídrica Subterrânea;

PROGRAMA 5.3:
Ação 1: Ação 1: Aprovar o Estudo de Disponibilidade Hídrica
DISPONIBILIDADE HÍDRICA 3. Contratação do Estudo de Disponibilidade Hídrica Subterrânea; Agência
Subterrânea.
SUBTERRÂNEA

2. Aprovar 1 (um) Estudo de Disponibilidade Hídrica Subterrânea,


4. Acompanhamento da elaboração do Estudo de Disponibilidade Hídrica Subterrânea; Agência/Comitê
em 12 (doze) meses.

5. Aprovação do Estudo de Disponibilidade Hídrica Subterrânea. Comitê

1. Manifestação do Comitê para a contratação do Estudo de Avaliação de Assoreamento


Comitê 1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo de
em Reservatórios;
Avaliação de Assoreamento em Reservatórios até 4 (quatro) meses
2. Elaboração do Termo de Referência para contratação do Estudo de Avaliação de após a manifestação do Comitê.
Agência
Assoreamento em Reservatórios;

Ação 1: Aprovar o Estudo de Avaliação de Assoreamento em 3. Contratação do Estudo de Avaliação de Assoreamento em Reservatórios; Agência
Reservatórios.

2. Aprovar 1 (um) Estudo de Avaliação de Assoreamento em


4. Acompanhamento do Estudo de Avaliação de Assoreamento em Reservatórios; Comitê
Reservatórios, em 12 (doze) meses.

5. Aprovação do Estudo de Avaliação de Assoreamento em Reservatórios. Comitê

1. Apresentação das ações preventivas e corretivas previstas no Estudo de Assoreamento


Agência
com foco em destacar os casos de maior gravidade; 1. Definir investimento a ser realizado para correção e prevenção de
assoreamento em reservatórios, até (3) meses após a conclusão da
2. Reunião entre o Comitê e responsáveis pelos reservatórios identificados com medidas Ação 1.
PROGRAMA 6.1: AVALIAÇÃO Comitê
6. Segurança de de controle e prevenção;
DE ASSOREAMENTO DE
Barragens Ação 2: Fomentar e investir nas ações de controle identificadas no
RESERVATÓRIOS
Estudo da Ação 1.
3. Definição de investimentos a serem realizados para correção e prevenção do
Comitê
assoreamento em reservatórios;
2. Realizar o investimento previsto para correção e prevenção de
assoreamento em reservatórios no horizonte o Plano.
4. Investimento em ações para correção e prevenção de assoreamento em reservatórios. Agência

1. Manifestação do Comitê para a contratação de serviços de consultoria para


Comitê
assessoramento técnico de fiscalização da execução da Ação 2; 1. Elaborar o Termo de Referência para contratação serviços de
consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da
2. Elaboração do Termo de Referência para contratação de serviços de consultoria para execução da Ação 2;
Agência
assessoramento técnico de fiscalização da execução da Ação 2;
Ação 3: Acompanhar a execução das ações da Ação 2.
3. Contratação de serviços de consultoria para assessoramento técnico de fiscalização da
Agência
execução da Ação 2;
2. Aprovar 1 (um) Relatório de Fiscalização da Ação 2 a cada 3
(três) meses até o final de horizonte do Plano.
4. Acompanhamento do serviço de fiscalização contratado. Agência/Comitê
Grau de Conformidade
Meio de Tempo de Plano de
Estratégias Programas Ações Atividades Competência Indicadores Metas
Verificação Verificação Análise
Ano 1 Ano 2 Ano 3

1. Manifestação do Comitê para a contratação do Estudo de Alocação de Vazão de


Comitê
Regularização; 1. Elaborar o Termo de Referência para contratação do Estudo de
Alocação de Vazão de Regularização até 4 (quatro) meses após a
2. Elaboração do Termo de Referência para contratação do Estudo de Alocação de Vazão manifestação do Comitê.
Agência
de Regularização;
PROGRAMA 6.2: ALOCAÇÃO
6. Segurança de Ação 1: Aprovar um Estudo de Alocação de Vazão de
DE VAZÃO DE
Barragens Regularização.
REGULARIZAÇÃO 3. Contratação do Estudo de Alocação de Vazão de Regularização; Agência

2. Aprovar 1 (um) Estudo de Alocação de Vazão de Regularização,


em 12 (doze) meses.
4. Acompanhamento da elaboração do Estudo de Alocação de Vazão de Regularização; Comitê

5. Aprovação do Estudo de Alocação de Vazão de Regularização. Comitê

1. Manifestação do Comitê para a realização da primeira Revisão do Plano Diretor de


Agência
Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba; 1. Elaborar o Termo de Referência para contratação da primeira
Revisão do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio
2. Elaboração do Termo de Referência para contratação da primeira Revisão do Plano Paraopeba até 4 (quatro) meses após a manifestação do Comitê.
Agência
Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba;

3. Contratação da primeira Revisão Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio


Agência
Paraopeba;
Ação 1: Contratar a primeira Revisão do Plano Diretor de Recursos
Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba.
4. Acompanhamento da primeira Revisão Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do
Agência/Comitê
Rio Paraopeba;
2. Aprovar primeira Revisão do Plano Diretor de Recursos Hídricos
da Bacia do Rio Paraopeba, em 18 (dezoito) meses.
5. Aprovação da primeira Revisão Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio
Comitê
Paraopeba;

6. Realização da Consulta Pública para apresentação da primeira Revisão do Plano Diretor


Agência/Comitê
de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba.
PROGRAMA 7.1: REVISÃO DO
7. Revisão do Plano
PLANO
1. Manifestação do Comitê para a realização da segunda Revisão do Plano Diretor de
Agência
Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba; 1. Elaborar o Termo de Referência para contratação da segunda
Revisão do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio
2. Elaboração do Termo de Referência para contratação da segunda Revisão do Plano Paraopeba até 4 (quatro) meses após a manifestação do Comitê.
Agência
Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba;

3. Contratação da segunda Revisão Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio


Agência
Paraopeba;
Ação 2: Contratar a segunda Revisão do Plano Diretor de Recursos
Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba.
4. Acompanhamento da segunda Revisão Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do
Agência/Comitê
Rio Paraopeba;
2. Aprovar a segunda Revisão do Plano Diretor de Recursos
Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba, em 18 (dezoito) meses.
5. Aprovação da segunda Revisão Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio
Comitê
Paraopeba;

6. Realização da Consulta Pública para apresentação da segunda Revisão do Plano Diretor


Agência/Comitê
de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba.
26. COMUNICAÇÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL

A comunicação social consiste em sistemas de transmissão de mensagens para um


público vasto, disperso e heterogêneo, abarca processos de informação, persuasão e
entretenimento de indivíduos e grupos. Dessa forma, pode ser caracterizada como uma
ferramenta de integração, instrução, troca mútua e desenvolvimento (LADANISKI,
2010).

De forma pragmática, o processo de comunicação consiste na transmissão de


informação entre um emissor e um receptor que descodifica (interpreta) uma
determinada mensagem (TORO, 2004).

Compreende-se, assim, que o alinhamento de grupos distintos com interesses díspares


sobre determinada pauta exige estratégias capazes de organizar os espaços de debate
para que ocorra a representação de diversos interesses e seja criado um ambiente de
diálogo para todos os atores envolvidos.

Nesse sentido, as atividades de comunicação social do PDRH Paraopeba tiveram início


com a elaboração de um banco de dados que contemplou as principais mídias e canais
de comunicação social existentes nos 48 municípios abrangidos pela bacia. Objetivou-
se assim caracterizar o sistema de comunicação para as três regiões da bacia (Alto,
Médio e Baixo Rio Paraopeba), o que subsidiou a identificação das melhores
ferramentas de comunicação a serem utilizadas no processo de mobilização social.

As informações resultantes do levantamento das principais rádios locais e sua área de


abrangência, em especial aquelas que atendiam áreas rurais, foram fundamentais para
mobilizar os produtores rurais, usuários de recursos hídricos e associações rurais
comunitárias, fazendo com que aqueles que viviam no meio rural pudessem tomar
conhecimento do convite para participação nas Consultas Públicas e se informassem
sobre o calendário da elaboração do PDRH e as formas de contribuição por parte da
população.

A partir da identificação dos principais veículos de comunicação (televisão e de rádio),


foram propostas parcerias com os mesmos, visando difusão das informações
consideradas de utilidade pública sobre a elaboração do PDRH.

A seguir, apresenta-se a relação das principais peças de comunicação e mídias


utilizadas ao longo da execução das Rodadas de Consultas Públicas.

806
26.1. Comunicação Social

As peças de comunicação foram instrumentos necessários para mobilizar os segmentos


sociais de forma a garantir a participação dos mesmos nas Consultas e foram
executadas conforme orientações do Termo de Referência. A seguir apresenta-se o
detalhamento das mesmas.

i. Folder
Os folders foram utilizados para divulgação de apresentação do PDRH e de seu
calendário. A estratégia para distribuição do material impresso, contou com a estrutura
de circulação de documentos das Prefeituras Municipais, as quais foram solicitadas a
distribuir os folders informativos para todas as suas secretarias, em especial às
secretarias de obras, meio ambiente, saúde e educação, cujas atividades estão
relacionadas ao gerenciamento das águas e envolvem grande número de servidores e
de cidadãos.

Ao longo do processo foram elaborados 02 (dois) modelos de folders (Apêndice B).

ii. Cartaz
Os cartazes tiveram como objetivo divulgar as Consultas Públicas realizadas e foram
afixados em instituições e repartições públicas; associações comunitárias; instituições
de ensino e saúde e demais locais que chamam a atenção da população para a
importância da sua participação.

Reitera-se, aqui, mais uma vez, houve necessidade de parceria com as Prefeituras
locais para difusão dos cartazes em suas diversas secretarias e órgãos públicos e/ou
colegiados, como conselhos comunitários, dentre outros. O modelo dessa peça
gráfica encontra-se no Apêndice C.

iii. Convites Impressos


Os convites impressos foram entregues pessoalmente ou enviados via correio para
diversos atores sociais, como lideranças e representantes públicos que pudessem
contribuir para o processo de elaboração do PDRH Paraopeba.

Cabe destacar que os layouts e as diagramações dos convites, tanto virtuais, quanto
impressos foram os mesmos e seguiram as especificações técnicas previstas no TDR.
Os modelos utilizados podem ser visualizados no Apêndice D.

iv. Mídias Virtuais


Foi criado um site do PDRH Paraopeba, Figura 26.1, com o intuito de facilitar e expandir
o acesso às informações relativas ao mesmo. O conteúdo do site contava com sessões
fixas, como “Conheça o Plano”, onde se descreveu os objetivos do estudo, “O Plano”,

807
onde apresentou-se o plano diretor de recursos hídricos como um instrumento de gestão
além de sessões que foram constantemente atualizadas desde o início do trabalho, com
os produtos parciais aprovados, os registros das atividades de mobilização social e
Consultas Públicas, notícias relacionadas à Bacia ou à Gestão de Recursos Hídricos.

Figura 26.1 – Imagem do Site Oficial do PDRH Rio Paraopeba

Fonte: COBRAPE (2019)

Como forma de simplificar o registro de contribuições, no período anterior e posterior às


consultas públicas, foi elaborada uma apresentação de uma aba de trabalho intitulada
“Participe Aqui”, através da qual qualquer pessoa tinha a possibilidade de contribuir de
forma direta para a elaboração do PDRH Rio Paraopeba.

O site também disponibilizou o e-mail (endereço eletrônico) para comunicação direta


com o corpo técnico responsável pela elaboração do trabalho, um campo para que

808
pudessem entrar em contato com a equipe direto pelo site, além de link para as redes
sociais elaboradas.

Dessa forma, o site procurou promover um entendimento rápido e fácil para o público-
alvo quanto à relevância de cada uma das fases do trabalho, além da disponibilização
de calendários, programações e convites para as Consultas Públicas.

As entidades membros da plenária do Comitê de Bacia e as secretarias de comunicação


das Prefeituras dos municípios inseridos na área de abrangência da bacia, foram objeto
de solicitação de parceria para veiculação de link do PDRH nos respectivos sites.

De forma complementar para promover uma interlocução permanente entre a equipe


técnica do Plano e o público, ocorreu ainda a veiculação das informações referentes ao
PDRH nas redes sociais. Para tanto, foram criados perfis temporários nas principais
redes sociais: Facebook, Instagram e Twitter, cujos registros podem ser visualizados na
Figura 26.2, Figura 26.3 e Figura 26.4, respectivamente.

Figura 26.2 – Imagem da página oficial do PDRH Rio Paraopeba no Facebook

Fonte: COBRAPE (2019)

809
Figura 26.3 – Imagem da página oficial do PDRH Rio Paraopeba no Instagram

Fonte: COBRAPE (2019)

810
Figura 26.4 – Imagem da página oficial do PDRH Rio Paraopeba no Twitter

Fonte: COBRAPE (2019)

Ainda no que se refere às mídias virtuais, foram enviados convites via e-mail tanto para
participação nas Consultas Públicas quanto para informar sobre as etapas do trabalho,
conforme exemplo da Figura 26.5.

811
Figura 26.5 – Imagem do convite virtual do PDRH Rio Paraopeba

Fonte: COBRAPE (2019)

Complementarmente, foram distribuídos Boletins Informativos sobre o PDRH na forma


de mensagem eletrônica, enviados por e-mail para todos os interessados na elaboração
do PDRH, incluindo secretarias municipais de comunicação.

26.2. Mobilização Social

A mobilização ocorre quando um grupo de pessoas, uma comunidade ou uma


sociedade decide e age com um objetivo comum, buscando, cotidianamente, resultados
decididos e desejados por todos (TORO; WERNECK, 2004).

Possibilitar o controle socioambiental a partir do fomento das ações de mobilização


social foi primordial para a sustentabilidade das ações propostas no PDRH Paraopeba,
notadamente devido às características do território, da multiplicidade de ações
envolvidas e do fato de se tratar, em última instância, da gestão de um recurso natural
comum – a água.

Nesse sentido foi premissa básica para realização do PDRH Rio Paraopeba uma
mobilização socioambiental bem definida e com estreita relação com os demandantes.

812
Para tal foram realizadas diversas campanhas de mobilização in loco, junto às
comunidades inseridas na bacia e mais particularmente, nas cidades polo.

Para fomentar a participação da comunidade local nas Consultas Públicas a equipe de


mobilização realizou a distribuição de convites, folhetos de divulgação e cartazes para
a população nos dias que antecederam as mesmas. O processo de mobilização social
foi constituído por ações de educação ambiental e de comunicação social intimamente
interligadas, a saber:

• Reuniões de alinhamento junto ao CBH Rio Paraopeba e IGAM;

• Ligações e envio de mensagens via celular: Todos os participantes e interessados


receberam ligações e mensagens no aparelho celular, convidando-os para os
eventos.

• Envio de correios eletrônicos: Todos os envolvidos receberam o convite via e-mail,


bem como um lembrete com as datas dos eventos.

• Conversas informais com moradores locais: Ao longo do processo, vários moradores


demonstraram interesse em conhecer o PDRH e entender melhor a dinâmica e o
papel dos cidadãos durante a sua fase de elaboração. Para explicar essas relações,
os técnicos de mobilização e comunicação social da empresa tiveram várias
conversas e diálogos informais.

• Reuniões setoriais: contato com representantes políticos e sociais atuantes na área


de abrangência das cidades polo.

813
27. CONCLUSÃO

As situações críticas apontadas pelas análises de Níveis de Risco tanto no balanço


quantitativo como no balanço qualitativo merecem algumas reflexões sobre o exercício
de prospecção.

27.1.1. A Expansão do Setor Mineral

Em primeiro lugar e com destaque pela sua importância não só na bacia do rio
Paraopeba, mas para a economia de Minas Gerais como um todo, as implicações e os
impactos gerados pelas atividades de mineração sobre os recursos hídricos na bacia
exigem uma atenção especial dos sistemas de gestão ambiental e de recursos hídricos.
Não só o setor mineral se apresenta como um intenso consumidor de recursos hídricos
e de geração de resíduos de forma direta, toda a cadeia produtiva associada também
traz impactos e riscos sobre o uso e ocupação do solo e, consequentemente, sobre as
águas do Paraopeba.

Os acidentes com barragens de merecem atenção, principalmente após os desastres


de Mariana e Brumadinho, as consequências desse tipo de evento são inúmeras e se
multiplicam sobre outros fatores que não só a devastação dos rios e das populações
ribeirinhas.

Em virtude das principais lavras do Quadrilátero Ferrífero estarem situadas na mesma


região de expansão urbana da RMBH, a tendência é que se multiplique o potencial de
danos causados por riscos com barragens de rejeitos, escorregamentos, rompimento
de tubulações, problemas com o rebaixamento e a contaminação do lençol subterrâneo,
acidentes nas rodovias com caminhões carregados de minério ou de carvão e impactos
generalizados em áreas de ocupação urbana.

Por outro lado, o setor extrativo mineral e siderúrgico representa um dos maiores
componentes da parte positiva do balanço comercial do Brasil, uma das principais
receitas do Estado de Minas Gerais e dos municípios da bacia do Paraopeba, sob a
forma da CFEM – Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais e é
responsável por grande parte da movimentação comercial das cidades na região. Sendo
assim, tudo indica que esse setor continuará a se expandir com muito vigor enquanto o
mercado internacional mantiver suas compras e as reservas existentes não se
extinguirem.

Como já discutido anteriormente, há indícios de que as reservas da mina de Itabira, na


bacia do rio Doce, se esgotem ainda no horizonte deste Plano (2040), o que poderá vir
a implicar uma intensificação da exploração mineral do ferro na bacia do rio Paraopeba,

814
tendo em conta a proximidade destas, a infraestrutura existente e as reservas já
identificadas.

Este estudo prospectivo avaliou essas possibilidades ao articular as taxas de


crescimento do setor na bacia (cenários tendenciais), bem como algumas alternativas
de controle de sua expansão (cenários alternativos). Mesmo assim, caso se mantenha
os padrões de utilização de recursos hídricos e de uso e ocupação do solo que o setor
vem apresentando de forma geral, sem a evolução das condições atuais de gestão
ambiental e de recursos hídricos, o que se pode esperar são situações críticas em
intensidade e frequência crescentes.

Vale notar que um ambiente sem segurança hídrica também impactará de forma
negativa outros setores produtivos na bacia que não estão diretamente relacionados
com o setor mineral, como por exemplo as unidades de geração térmica ou a
agroindústria de base tecnológica avançada, que dependem em grande medida de um
suprimento adequado de água em termos quantitativos e qualitativos.

27.1.2. Abastecimento Público

O setor de saneamento e abastecimento público também se destaca como um grande


utilizador dos recursos hídricos da bacia e com a particularidade da exigência de
parâmetros qualitativos restritivos.

Já foi visto nas análises dos balanços hídricos qualitativos dos cenários uma tendência
que a vazão de diluição necessária para o abastecimento de água seja atendida com
riscos maiores até o horizonte do Plano.

Isto é particularmente notado no trecho médio do rio Paraopeba, onde também se


concentram os problemas discutidos acima referentes ao setor mineral. Mas não só o
abastecimento público local pode vir a sofrer deficiências em termos qualitativos;
também o abastecimento da RMBH, uma vez que da bacia do Paraopeba são
transpostas as vazões que abastecem grande parte da região.

Os rebatimentos da questão da qualidade da água para o setor de saneamento e de


abastecimento são inúmeros, e se tornam ainda mais complexos quando se considera
que grande parte da poluição vem de fontes difusas, como os esgotos não coletados e
não tratados da intensa expansão urbana metropolitana, áreas sem cobertura vegetal,
reflorestamentos (com remoção da cobertura vegetal periódica) e da mineração
(sedimentos e metais pesados).

A questão é agravada quando se considera que não há informações consistentes nem


programas de monitoramento contínuo da qualidade das águas dos rios na bacia que

815
incluam parâmetros como agrotóxicos e fertilizantes, e que há poucos dados de metais
pesados, os quais são monitorados em algumas estações do IGAM.

Os cenários alternativos articularam restrições ao uso e ocupação do solo de forma a


avaliar a eficácia de políticas de restrição de expansão também sob o ponto de vista dos
balanços qualitativos. O Cenário Alternativo 3, o de maior restrição dentre os cenários,
evidencia a resposta positiva que tais restrições poderiam trazer para a qualidade da
água dos rios da bacia em geral. Porém mesmo neste cenário há trechos de bacia que
não estarão enquadrados e continuarão se caracterizando como passivos ambientais a
ser enfrentados. Estes situam-se além do alcance dos instrumentos previstos na
legislação de recursos hídricos, exigindo políticas integradas de saneamento,
licenciamento ambiental, criação de unidades de conservação e dispositivos de controle
de uso e ocupação do solo.

27.1.3. Análises de Sensibilidade

Os estudos prospectivos e os cenários articulam individualmente situações particulares


que combinam projeções, extrapolações e especulações sobre as demandas de
recursos hídricos. Em princípio qualquer uma dessas situações pode vir a ocorrer no
horizonte deste Plano, visto que as variáveis articuladas independem, em grande
medida, das decisões tomadas pelo sistema de gestão de recursos hídricos.19

Se por um lado cada cenário lança luz sobre algum aspecto que pode trazer importantes
consequências para o sistema de gestão de recursos hídricos da bacia, eles também
são úteis na definição de uma “estratégia robusta” quando considerados em conjunto.
Em outras palavras, uma vez que qualquer dos cenários pode vir a ocorrer, ao analisar
a faixa de variação de seus resultados e preparar o sistema de gestão para essa
amplitude de possibilidades tornaria o sistema, em princípio, mais robusto, ou mais
competente, uma vez que contempla explicitamente a variabilidade prevista.

Além disso, os cálculos dos balanços hídricos quantitativos dos cenários em cada uma
das 73 ottobacias Nível 6 foram também articulados para dar conta da imprecisão
intrínseca quando se utilizam as curvas de duração das vazões observadas para
estimativa das disponibilidades hídricas. As séries das vazões observadas nos postos
hidrométricos incorporam as demandas existentes na bacia contribuinte – aquilo que se
observa já é o resultado de um balanço hídrico efetivo. No entanto, é extremamente
difícil recompor as séries das vazões “naturais” nestes postos, uma vez que as

19A única exceção é o Cenário Alternativo 03, que simula o controle das demandas pelo sistema
de gestão ambiental e de recursos hídricos de Minas Gerais em função dos graus de criticidade
dos balanços hídricos, como já foi comentado anteriormente.

816
informações sobre o comportamento das demandas ao longo do período de medições
nem sempre são conhecidas com precisão, como já foi comentado anteriormente.

De forma aproximada podem ser utilizados “fatores de retorno” das demandas em cada
uma de suas categorias (abastecimento urbano, indústria, agrícola, etc.) e proceder a
um balanço quantitativo invertido, porém tais fatores são também muito imprecisos e
não eliminam a questão temporal20, podendo inclusive gerar distorções ou até mesmo
incongruências nessa tentativa de recomposição da série natural.

Na comparação entre todos os cenários, mostrada a seguir, realizou-se então uma


análise de sensibilidade que inspecionou os dois extremos possíveis desse “fator de
retorno” para também avaliar o impacto dessa imprecisão sobre o balanço hídrico
quantitativo:

• Fator de Retorno igual a zero, representando uma situação limite em que não há
qualquer retorno das demandas;
• Fator de Retorno igual a 100%, representando a situação extrema oposta, em
que as demandas são consideradas como retorno em sua totalidade.

O Quadro 27.1 apresenta os resultados da análise de sensibilidade do balanço hídrico


quantitativo nos cenários para cada uma das 73 ottobacias Nível 6 em que a bacia do
rio Paraopeba foi dividida. As informações resumidas no Quadro 27.1 são as seguintes:

a) As primeiras sete colunas identificam cada uma das 73 ottobacias agrupadas


pelos trechos do Alto, Médio e Baixo Paraopeba, mostrando seus respectivos
códigos, a contagem do número de ottobacias nível 8 que as formam, a área de
cada uma individualmente (km²) e a área acumulada a montante, uma vez que
os balanços são realizados de forma cumulativa.
b) As demais colunas apresentam a permanência das vazões correspondentes à
demanda calculada, também cumulativamente, em cada uma das 73 ottobacias
nível 6. As duas primeiras colunas desse conjunto se referem à situação atual e
as demais a cada um dos cenários.
c) Também nessas colunas são mostrados os dois casos de “fatores de retorno”
considerados na análise de sensibilidade (0% e 100%), como descrito acima.
d) As células da tabela estão coloridas em vermelho de acordo com o valor da
permanência das vazões equivalentes às demandas, em cada cenário e

20
As vazões de retorno aconteceriam quanto tempo depois das demandas? E retornariam aonde,
uma vez que grande parte dessas demandas incluem consumos agrícolas e industriais.

817
ottobacia nível 6. Quanto maior a intensidade do tom de vermelho, menor a
permanência, o que significa riscos maiores do balanço quantitativo.
e) Como referência, o valor da permanência da vazão Q7,10, que é a base do critério
de outorga operado hoje pelo IGAM (30% da Q7,10) situa-se entre 99% e 100%
do tempo.

Algumas conclusões podem ser feitas inspecionando o Quadro 27.1:

• A maior parte das bacias com permanências baixas, portanto maior risco, estão
situadas no Alto e no Médio Paraopeba, e pouco variam em relação aos
cenários, o que significa que elas sempre estarão em situação crítica
independentemente das variáveis articuladas nos cenários.
• O valor da permanência da vazão de demanda apresenta uma sensibilidade alta
em relação ao “fator de retorno”, e em geral a situação do balanço quantitativo
melhora com a consideração do retorno das vazões de demanda. No entanto em
nenhum caso a consideração desse fator faz com que a permanência se situe
dentro dos limites do critério de outorgas do IGAM. Isso significa que nos locais
mais críticos as demandas já ultrapassaram a eficácia do sistema de outorgas,
mesmo que se considerem métodos mais precisos para o cálculo do balanço
hídrico.
• Fica evidente a eficácia do controle da demanda com a aplicação dos critérios
de criticidade, como foi simulado no Cenário Alternativo 3. Isso não chega a
surpreender, porque neste cenário as demandas são limitadas à disponibilidade
hídrica ditada pelo critério de outorgas. Mesmo assim, há alguns casos em que
nem neste cenário o balanço hídrico quantitativo, como no Córrego Cachoeira,
Rio Manso e Ribeirão Serra Azul no trecho Médio e Ribeirão Bananeiras e
Córrego Santo Antônio no trecho Alto.
• Há um único caso em que a situação do balanço hídrico quantitativo se torna
crítico em um cenário particular, que é o Córrego Boa Morte, no Baixo
Paraopeba. Esta situação específica está associada a demandas importantes no
setor da agroindústria na região de Curvelo, o que pode representar uma
situação de alerta.

818
Quadro 27.1 – Análise de Sensibilidade dos Cenários

ATUAL ATUAL Tendencial Tendencial Tendencial Tendencial Alternativo 01 Alternativo 01 Alternativo 01 Alternativo 01 Alternativo 02 Alternativo 02 Alternativo 02 Alternativo 02 Alternativo 03 Alternativo 03 Alternativo 03 Alternativo 03
Atual Atual Curto Prazo Curto Prazo Longo Prazo Longo Prazo Curto Prazo Curto Prazo Longo Prazo Longo Prazo Curto Prazo Curto Prazo Longo Prazo Longo Prazo Curto Prazo Curto Prazo Longo Prazo Longo Prazo
0% 100% 0% 100% 0% 100% 0% 100% 0% 100% 0% 100% 0% 100% 0% 100% 0% 100%
Código
Área Área
Cobacia
Sub-bacia Nome do Rio Incremental Acumulada Permanência Permanência Permanência Permanência Permanência Permanência Permanência Permanência Permanência Permanência Permanência Permanência Permanência Permanência Permanência Permanência Permanência Permanência
de
(km²) (km²)
Jusante
749699 Rio Ventura Luís 154,49 154,49 45 81 6 48 30 70 44 81 42 79 44 81 42 79 99 100 99 100
749698 Ribeirão Bananeiras 99,05 99,05 81 96 60 90 59 89 75 95 75 94 75 95 75 94 73 94 73 94
749697 Rio Maranhão 02 31,49 285,04 64 91 15 59 42 79 61 90 60 90 61 90 60 90 96 100 96 100
749696 Ribeirão Soledade 245,61 245,61 30 70 19 61 18 61 31 72 31 72 31 72 31 72 100 100 100 100
749695 Rio Maranhão 01 91,43 622,07 39 77 16 59 24 65 38 76 37 76 39 76 38 76 97 100 97 100
749694 Córrego Santo Antônio ou Lagarto 44,81 44,81 27 67 11 54 9 51 11 54 9 51 17 60 17 60 78 96 78 96
749693 Ribeirão dos Paulos 53,09 719,97 38 76 15 59 21 63 33 73 31 72 36 75 36 75 94 99 94 99
749692 Rio Paraopeba 19 599,67 599,67 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749691 Rio Paraopeba 18 37,52 1.357,15 73 94 38 76 48 83 66 92 64 91 72 94 70 94 100 100 100 100
749689 Rio Paraopeba 17 124,65 124,65 99 100 44 81 40 78 100 100 100 100 81 96 95 100 100 100 100 100
749688 Ribeirão São José da Ponte Nova 02 58,25 58,25 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749687 Rio Paraopeba 16 9,56 192,46 100 100 70 93 65 91 100 100 100 100 97 100 100 100 100 100 100 100
ALTO
749686 Rio Brumado 02 164,61 164,61 100 100 76 95 100 100 76 95 100 100 76 95 100 100 100 100 100 100
749685 Rio Paraopeba 15 136,00 493,07 100 100 91 99 97 100 100 100 100 100 98 100 100 100 100 100 100 100
749684 Rio Camapuã 293,94 293,94 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749683 Rio Brumado 01 22,84 809,85 100 100 97 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749682 Ribeirão Caiuaba de Cima 216,65 216,65 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749681 Ribeirão São José da Ponte Nova 01 79,26 1.105,76 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749679 Rio Paraopeba 14 126,87 2.589,77 89 98 46 81 50 85 66 92 64 91 81 96 85 97 100 100 100 100
749678 Ribeirão dos Paivas ou Pedra 160,99 160,99 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749677 Rio Paraopeba 13 130,92 2.881,69 91 99 49 84 54 86 69 93 66 92 81 96 88 98 100 100 100 100
749676 Ribeirão Cordeiros 148,00 148,00 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749675 Rio Paraopeba 12 122,20 3.151,89 93 99 54 86 59 89 73 94 72 94 86 97 90 98 100 100 100 100
749674 Rio Macaúbas 477,35 477,35 100 100 96 100 93 99 99 100 96 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749673 Rio Paraopeba 11 500,31 4.129,56 96 99 65 91 67 92 83 97 80 96 93 99 95 99 100 100 100 100
749672 Ribeirão Águas Claras 182,28 182,28 100 100 100 100 20 64 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749671 Rio Manso 06 0,57 4.312,40 97 100 67 92 64 91 85 97 82 97 94 99 96 99 100 100 100 100
749669 Rio Manso 05 109,82 109,82 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749668 Córrego Cachoeira 69,54 69,54 15 59 4 47 11 55 15 59 15 59 15 59 15 59 17 61 17 61
749667 Rio Manso 04 19,46 198,83 56 87 26 68 53 85 57 88 58 88 57 88 58 88 63 91 63 91
749666 Córrego do Baú 64,04 64,04 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749665 Rio Manso 03 0,58 263,45 69 93 38 76 68 93 72 94 73 94 72 94 73 94 78 96 79 96
749664 Córrego Barreiro 29,45 29,45 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749663 Rio Manso 02 119,45 412,36 88 98 60 89 88 98 92 98 92 98 92 98 92 98 96 99 96 99
749662 Rio Veloso 213,00 213,00 79 96 60 89 55 86 67 92 60 89 82 97 82 97 100 100 100 100
749661 Rio Manso 01 48,86 674,22 26 68 15 59 14 58 17 61 14 59 18 62 15 60 32 72 32 72
749659 Rio Paraopeba 10 428,69 5.415,31 74 95 44 81 43 79 58 88 53 85 67 92 67 92 98 100 98 100
749658 Rio Betim 243,85 243,85 77 96 58 88 49 83 59 88 50 83 59 88 50 83 77 96 76 95
749657 Rio Paraopeba 09 75,17 5.734,33 73 94 44 81 43 79 57 88 52 85 66 92 65 91 98 100 98 100
MÉDIO
749656 Ribeirão Serra Azul 445,22 445,22 45 81 38 76 30 71 40 77 33 72 40 77 33 73 66 92 65 91
749655 Rio Paraopeba 08 234,48 6.414,03 71 94 44 81 42 78 56 87 52 85 64 91 64 91 97 100 97 100
749654 Ribeirão Grande 401,30 401,30 46 82 25 67 22 65 25 67 19 62 36 75 31 71 100 100 100 100
749653 Rio Paraopeba 07 218,67 7.034,00 71 94 44 81 42 78 55 86 51 84 63 91 63 90 98 100 98 100
749652 Ribeirão Cova d'Anta 213,18 213,18 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749651 Rio Paraopeba 06 633,84 7.881,02 72 94 44 80 40 77 55 87 50 83 66 92 65 91 98 100 98 100
749649 Ribeirão do Cipó 167,30 167,30 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749648 Ribeirão dos Macacos 04 160,49 160,49 30 71 16 60 13 57 16 60 14 58 20 63 18 61 100 100 100 100
749647 Ribeirão dos Macacos 03 6,57 334,36 66 92 41 78 34 73 43 79 36 75 51 84 47 82 100 100 100 100
749646 Córrego Carreira Comprida 20,84 20,84 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749645 Ribeirão dos Macacos 02 65,76 420,96 75 95 51 84 42 78 53 85 45 81 62 90 57 88 100 100 100 100
749644 Córrego Riacho Fundo 29,55 29,55 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749643 Ribeirão dos Macacos 01 62,18 512,70 84 97 59 88 49 83 61 89 52 85 71 94 67 92 100 100 100 100
749642 Ribeirão São João 02 332,74 332,74 87 98 71 94 59 89 94 99 91 98 94 99 92 98 100 100 100 100
749641 Ribeirão São João 01 0,71 846,16 85 97 63 91 53 85 72 94 65 91 81 96 76 95 100 100 100 100
749639 Rio Paraopeba 05 83,74 8.810,92 67 86 44 73 41 71 53 78 48 75 61 83 60 82 95 98 94 98
749638 Ribeirão do Cedro 341,82 341,82 78 91 74 90 67 86 86 95 81 93 88 96 84 94 100 100 100 100
749637 Rio Paraopeba 04 122,57 9.275,30 67 86 45 73 42 72 54 79 49 76 62 84 61 83 95 99 95 98
749636 Ribeirão do Chico 193,34 193,34 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749635 Rio Paraopeba 03 200,61 9.669,25 67 86 44 73 40 70 52 77 46 74 62 83 61 83 95 99 95 98
749634 Rio Pardo 474,47 474,47 91 97 79 92 75 90 85 95 82 94 84 94 82 93 100 100 100 100
749633 Rio Paraopeba 02 660,71 10.804,43 71 88 48 75 43 72 55 79 50 76 66 86 65 85 97 99 96 99
749632 Ribeirão Pedro Moreira 242,74 242,74 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749631 Ribeirão dos Gomes 02 126,11 11.173,27 72 89 49 75 45 73 57 80 52 77 67 86 66 86 97 99 97 99
BAIXO 749629 Córrego do Falcão 114,13 114,13 100 100 97 99 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749628 Córrego da Prata 76,01 76,01 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749627 Ribeirão das Almas 03 1,72 191,87 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749626 Córrego Boa Morte 47,86 47,86 100 100 27 61 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749625 Ribeirão das Almas 02 45,05 284,77 100 100 90 96 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749624 Córrego do Gomes 103,15 103,15 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749623 Ribeirão das Almas 01 129,21 517,13 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749622 Córrego do Meleiro 174,90 174,90 100 100 97 99 100 100 99 100 100 100 97 99 100 100 98 100 100 100
749621 Ribeirão dos Gomes 01 1,15 693,19 100 100 99 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
749619 Rio Paraopeba 01 163,69 12.030,15 75 90 52 77 48 75 60 82 55 79 71 88 70 88 98 100 98 100

FONTE: COBRAPE, 2018.

819
Também é importante ressaltar que existe pelo menos um caso em que os modelos de
balanço quantitativo utilizados não representaram a realidade observada na viagem de
campo. Isso ocorre no Ribeirão do Chico, que segundo os registros de outorgas e das
projeções correspondentes nos cenários não deveria apresentar qualquer problema. No
entanto, as observações locais realizadas nas viagens de campo indicaram que a
situação ali é crítica: o fluxo de água do ribeirão foi simplesmente interrompido por
sistemas de bombas de irrigação de cultura de grama, sem qualquer menção no banco
de outorgas. Podem ocorrer outros casos como esse na bacia.

A Figura 27.1 apresenta um resumo dos cenários para toda a bacia, mostrando a
permanência da vazão equivalente às demandas para todos os cenários calculada
cumulativamente para a última ottobacia nível 6 do rio Paraopeba na sua foz no
reservatório da UHE Três Marias (código 749619). Assim como no Quadro 27.1, os
valores são apresentados para cada um dos cenários e para os dois “fatores de retorno”
considerados.

Aqui também é importante lembrar que a permanência da Q7,10 situa-se entre 99% e
100% do tempo, o que não ocorre na situação atual ou em qualquer dos cenários
desenvolvidos, com exceção do Cenário Alternativo 3, pelas razões já mencionadas
acima.

820
Figura 27.1 - Resumo da Análise de Sensibilidade dos Cenários - Balanço Quantitativo
Acumulativo

FONTE: COBRAPE, 2018.

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845
APÊNDICES

APÊNDICE A - METODOLOGIA DE DEFINIÇÃO DAS ÁREAS SUJEITAS A


RESTRIÇÃO DE USO

Uma das necessidades definidas pelo escopo do PDRH é a definição de Áreas Sujeitas
a Restrição de Uso, baseado na Lei nº 13.199, de 29 de janeiro de 1999, descrita a
seguir:

(...) Art. 11 - O planejamento de recursos hídricos, elaborado por


bacia hidrográfica do Estado e consubstanciado em Planos
Diretores de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas, tem por
finalidade fundamentar e orientar a implementação de
programas e projetos e conterá, no mínimo:
I - diagnóstico da situação dos recursos hídricos da bacia
hidrográfica;
II - análise de opções de crescimento demográfico, de evolução
de atividades produtivas e de modificação dos padrões de
ocupação do solo;
III - balanço entre disponibilidades e demandas atuais e futuras
dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, com
identificação de conflitos potenciais;
IV - metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e
melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis;
V - medidas a serem tomadas, programas a serem
desenvolvidos e projetos a serem implantados para o
atendimento de metas previstas, com estimativas de custos;
VI - prioridade para outorga de direito de uso de recursos
hídricos;
VII - diretrizes e critérios para cobrança pelo uso dos recursos
hídricos;
VIII - propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de
uso, com vistas à proteção de recursos hídricos e de
ecossistemas aquáticos (...).

Para definição das Áreas Sujeitas a Restrição de Uso, os seguintes critérios foram
considerados:

• Áreas de mananciais de abastecimento público;


• Áreas próximas e a montante do ponto de captação previsto ou existente, cujas
águas estejam ou venham a estar classificadas na Classe Especial e na Classe
I; (Lei 10.793/1992, cujo art. 1º);
• Áreas próximas a trechos de cursos de águas enquadrados na Classe Especial,
Classe I ou Classe II;
• Áreas que abranjam conjuntos paisagísticos de rios, cachoeiras e lagos com
paisagens naturais pouco alteradas ou pelo valor de beleza cênica;
• Áreas que contemplem monumentos naturais;

846
• Áreas de balneabilidades utilizadas em polos regionais e pontos turísticos locais,
para práticas de educação ambiental, de recreação aquáticas e/ou esportivas de
contato de primeiro e secundário;
• Áreas que favoreçam condições para pesca amadorística e desenvolvimento da
pesca turística;
• Áreas para proteção da biodiversidade dos ecossistemas aquáticos e marginais,
a manter o equilíbrio ecológico e a preservação da ictiofauna;
• Áreas de interesse da conservação, proteção e manutenção do equilíbrio natural
das águas subterrâneas em seus aspectos de quantidade e qualidade, como
zonas de recarga direta e afloramento de aquíferos e áreas identificadas de
acordo com a Deliberação Normativa Conjunta COPAM-CERH Nº 05, de 14 de
setembro de 2017; e,
• Áreas Críticas apresentadas no RP02 – Revisão do Relatório do Diagnóstico da
Bacia do Rio Paraopeba.
Em adição, o Plano ainda adiciona algumas questões com o objetivo de definir as Áreas
Sujeitas a Restrição de Uso.

Para definição das Áreas Sujeitas à Restrição de Uso deste Plano de Ações foram
considerados o caráter protetivo das áreas próximas a trechos de cursos de águas
enquadrados na Classe Especial, Classe I ou Classe II, além das áreas para proteção
da biodiversidade dos ecossistemas aquáticos e marginais. Considerou-se ainda a forte
relação das áreas que favoreçam condições para pesca amadorística e
desenvolvimento da pesca turística. Atentou-se para a importância das áreas de
proteção da biodiversidade dos ecossistemas aquáticos e marginais, com função de
manter o equilíbrio ecológico e a preservação da ictiofauna. As próprias Áreas de
Proteção Ambiental da Bacia, avaliadas através da disponibilidade dos dados coletados
durante a elaboração do Plano, foram levadas em consideração. Desse conjunto de
características intrínsecas foram estabelecidas as categorias das Áreas Sujeitas a
Restrição de Uso da bacia hidrográfica do Rio Paraopeba, a saber: (i) áreas de
mananciais de abastecimento público; (ii) áreas turísticas que abranjam conjuntos
paisagísticos de rios, cachoeiras e lagos; (iii) áreas consideradas como zonas de
recarga direta e afloramento de aquíferos; e, (iv) áreas críticas apresentadas no RP02
– Revisão do Relatório do Diagnóstico da Bacia do Rio Paraopeba.

As áreas de mananciais foram traçadas a partir das ottobacias nível 8, já utilizadas em


outras etapas do Plano, considerando também os dados do cadastro de outorga

847
classificados como abastecimento público de todas as concessionárias da bacia e das
Prefeituras Municipais.

As áreas turísticas foram selecionadas a partir dos dados de circuitos turísticos da


Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais, apresentadas no RP02 – Revisão do
Relatório do Diagnóstico da Bacia do Rio Paraopeba, considerando somente os que
possuem cachoeiras e lagos com paisagens naturais pouco alteradas ou pelo valor de
beleza cênica.

Para a determinação das zonas de recarga direta e indireta foram consideradas as


informações já apresentadas no RP02 – Revisão do Relatório do Diagnóstico da Bacia
do Rio Paraopeba. A partir dessas informações determinou-se que todas as unidades
aquíferas que não contemplam o Cristalino, podem ser consideradas como áreas de
recarga direta ou indireta.

Por fim, também já apresentadas no RP02 – Revisão do Relatório do Diagnóstico da


Bacia do Rio Paraopeba, foram utilizadas as Áreas Críticas classificadas de acordo com
as classes de criticidade 1 e 2, que representam áreas cujo balanço hídrico qualitativo
ou quali-quantitativo é crítico, somadas às áreas onde há alta demanda para indústria
ou mineração. Da sobreposição dessas camadas definiu-se o critério apresentado no
Quadro 0.1 os quais são espacializados na Figura 0.1.

Quadro 0.1 – Graus de Restrição

Nº de Camadas Sobrepostas Graus de Restrição

2 Alto

3 Muito Alto

4 Extremamente Alto

FONTE: COBRAPE, 2019.

848
   


   

 
  
 


 


  





       



      

   
 
       
 

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Conforme observa-se na Figura 0.1, diversas áreas da bacia são definidas a partir
desses critérios. Assim, devido ao caráter voltado aos recursos hídricos, definiu-se que
serão consideradas como Áreas Sujeitas a Restrição de Uso as bacias hidrográficas
determinadas de acordo com as diretrizes apresentadas na Diretriz Metodológica de
Regionalização por Sub-bacias, que possuem mais 35% de sua área dentro dos critérios
do Quadro 0.1 e que o nível de restrição se dará em relação ao máximo encontrado na
bacia, como mostra a Figura 0.2.

850
A nomenclatura dos rios, bem como à restrição determinada está apresentada no
Quadro 0.2.

Quadro 0.2 – Nomenclatura das Áreas Sujeitas a Restrição de Uso

Sub- Áreas Sujeitas a


Nome do Rio
bacia Restrição de Uso
Rio Paraopeba entre Ribeirão Serra Azul e Ribeirão
749655 Extremamente Alto
Grande
749656 Ribeirão Serra Azul Extremamente Alto
749657 Rio Paraopeba entre Rio Betim e Ribeirão Serra Azul Extremamente Alto
Ribeirão Sarzedo e Rio Paraopeba entre Rio Manso e
749659 Extremamente Alto
Rio Betim
749699 Rio Ventura Luas Extremamente Alto
749696 Ribeirão Soledade Extremamente Alto
Rio Maranhão entre Ribeirão Soledade e Rio Ventura
749695 Extremamente Alto
Luas
749692 Rio Pequeri e Nascentes do Rio Paraopeba Extremamente Alto
749698 Ribeirão Bananeiras Muito Alto
749697 Rio Maranhão após Rio Ventura Luas Muito Alto
749693 Rio Maranhão após Córrego Santo Antônio ou Lagarto Muito Alto
749694 Córrego Santo Antônio ou Lagarto Muito Alto
Rio Paraopeba na divisa dos municípios de Brumadinho,
749675 Muito Alto
Moeda e Belo Vale
749667 Rio Manso antes do Córrego do Baú Muito Alto
749664 Córrego Barreiro Muito Alto
749662 Rio Veloso antes do Rio Manso Muito Alto
749663 Rio Manso entre Córrego Barreiro e Rio Veloso Muito Alto
749661 Rio Manso entre Rio Veloso e Rio Paraopeba Muito Alto
749658 Rio Betim Muito Alto
749648 Ribeirão dos Macacos Muito Alto
749642 Ribeirão São João Muito Alto
749638 Ribeirão do Cedro Muito Alto
749634 Rio Pardo Muito Alto
749622 Córrego do Meleiro Muito Alto
749621 Rio Paraopeba após Córrego do Meleiro Muito Alto
749672 Ribeirão Águas Claras Alto
749665 Rio Manso entre do Córrego do Baú e Córrego Barreiro Alto
749654 Ribeirão Grande Alto
749632 Ribeirão Pedro Moreira Alto
Rio Paraopeba entre Ribeirão Pedro Moreira e Córrego
749631 Alto
do Meleiro
FONTE: COBRAPE, 2019.

852
APÊNDICE B – MODELO DE FOLDER

Figura 0.3 – Folder Frente

FONTE: COBRAPE, 2019.

853
Figura 0.4 – Folder Verso

FONTE: COBRAPE, 2019.

854
APÊNDICE C – MODELO DE CARTAZ

Figura 0.5 – Cartaz

FONTE: COBRAPE, 2019.

855
APÊNDICE D – MODELO DE CONVITE

Figura 0.6 – Convite

FONTE: COBRAPE, 2019.

856
~· ~RXsi L
1 0
ºº lgam
Instituto Mineiro de ~tJo d.ls Ágpas
• MINAS
"'- GERAIS
GOVERNO
DIFERENTE.
EST ADO
EF I CIENTE.
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AGl!NCIANAC IONAL DE ÁGUAS
MINISTÉRIO DO
DESENVOLVIMENTO REGIONAL GOVERNO FEDERAL

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