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Assistente Administrativo
1 Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como recursos hídricos, segurança,
transportes, política, economia, sociedade, educação, saúde, cultura, tecnologia, energia,
relações internacionais, desenvolvimento sustentável e ecologia............................................. 1
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação.
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados,
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até
cinco dias úteis para respondê-lo(a).
Recursos Hídricos
Vazamentos e 'gatos' fazem 8 estados perderem metade ou mais da água que produzem, diz
estudo1
Prejuízo com a perda de faturamento da água desperdiçada passa dos R$ 11 bilhões em todo o país,
valor superior ao total investido em saneamento, aponta Instituto Trata Brasil e GO Associados. Perda na
distribuição em Roraima chega a 75%; média nacional é de 38%.
Oito estados do país perdem metade ou mais da água que produzem com problemas de vazamentos,
ligações clandestinas e falhas de leitura de hidrômetro, segundo estudo do Instituto Trata Brasil com a
GO Associados, obtido pelo G1 e divulgado nesta quarta-feira (05/06).
Em Roraima, estado com o pior índice, a perda na distribuição chega a 75%, o que significa que, a
cada 100 litros de água captada, tratada e pronta para ser distribuída, 75 litros ficam pelo caminho. Em
seguida, estão Amazonas (69%) e Amapá (66%).
Dos oito estados, cinco estão no Norte e três, no Nordeste, regiões que, historicamente, apresentam
os piores índices de saneamento do Brasil.
Enquanto 83,5% dos brasileiros são atendidos com abastecimento de água tratada, a média da região
Norte para o mesmo indicador é de 57,5%. A do Nordeste é a segunda pior, com 73%. Em relação ao
acesso à coleta de esgoto, a situação é ainda mais grave: apenas 10,2% da população do Norte e 26,9%
da do Nordeste são atendidas, contra a média nacional de 52,4%.
O estudo utiliza os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
(SNIS), referentes ao ano de 2017.
1
Clara Velasco. Vazamentos e 'gatos' fazem 8 estados perderem metade ou mais da água que produzem, diz estudo. G1.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/06/05/oito-estados-do-pais-perdem-metade-ou-mais-da-agua-que-produzem-com-vazamentos-e-gatos-diz-
estudo.ghtml. Acesso em 05 de junho de 2019.
Quase 90% dos poços artesianos do Brasil são clandestinos, aponta estudo2
Água seria suficiente para abastecer país por 1 ano, segundo Instituto Trata Brasil. Estudo feito em
conjunto com a USP aponta que o país tem 2,5 milhões de poços. Caso todo o volume de água fosse
regularizado e cobrado pelas operadoras públicas, a receita chegaria a R$ 59 bilhões por ano.
A grande maioria dos mais de 2,5 milhões de poços artesianos do Brasil é clandestina e, por conta
disso, está sujeita a contaminações e problemas sanitários e ambientais. É o que aponta um estudo do
Instituto Trata Brasil em parceria com o Centro de Pesquisa de Águas Subterrâneas da Universidade de
São Paulo (USP), obtido pelo G1 e divulgado nesta quinta-feira (14/02).
O estudo destaca a importância da extração das águas subterrâneas no país e as consequências da
falta de regularização e de acompanhamento desses poços, que são os grandes responsáveis pela
captação subterrânea. Para ter uma ideia, o total de água extraída dos poços chega a 17.580
Mm³/ano, valor suficiente para abastecer toda a população brasileira durante um ano.
Além disso, caso toda a água subterrânea extraída fosse oferecida ao preço médio praticado pelos
operadores de água, que era de R$ 3,36/m³ segundo o último levantamento nacional, de 2016, a receita
total chegaria a R$ 59 bilhões por ano para os cofres públicos.
"A água somada dos poços é suficiente para abastecer toda a população, mas essa quantidade ainda
é pequena frente ao potencial de água subterrânea que nós temos", diz o professor Ricardo Hirata, que
coordenou o estudo na USP. "Além disso, os aquíferos são mais resilientes às mudanças climáticas. São
uma super caixa d'água."
Mesmo estando abaixo da sua capacidade, o estudo destaca que o Brasil já está entre os países que
mais captam água subterrânea do mundo. Segundo dados de 2010, a Índia estava em primeiro lugar,
seguido por China e Estados Unidos. O Brasil aparece na nona posição.
2
Clara Velasco. Quase 90% dos poços artesianos do Brasil são clandestinos, aponta estudo. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/02/14/quase-90-dos-pocos-artesianos-do-brasil-sao-clandestinos-aponta-estudo.ghtml. Acesso em 14 de fevereiro de
2019.
O estudo ainda aponta que 52% dos municípios brasileiros são abastecidos total (36%) ou
parcialmente (16%) por águas subterrâneas. A água subterrânea é, inclusive, a única opção de 48% das
cidades com população menor que 10 mil habitantes.
Além disso, como muitos poços são clandestinos, os números oficiais podem não representar a
realidade das cidades. Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, os números indicam que 99%
do abastecimento público é realizado com água superficial. Em 2015, porém, estimou-se a existência de
cerca de 13 mil poços privados extraindo mais de 11 m³/s. Isso significa que, do total de água utilizada na
cidade, 18% são subterrâneas, e não apenas 1%. Ou seja, a clandestinidade é um elemento primordial
na análise dos recursos hídricos subterrâneos.
Muitos moradores e donos de empresas e fazendas constroem os poços e não pedem licenças e
registros por não verem vantagem nessa regularização. As consequências disso, segundo Hirata, são
diversas. Uma das principais é a superexploração dos aquíferos, que acontece por conta do acúmulo
exagerado de poços em um mesmo local.
"Ter um poço não tem problema, mas um poço ao lado do outro causa interferência hidráulica. Os
níveis de água podem cair muito. Quando os poços são clandestinos, perfurados ao acaso sem ninguém
controlar, muitos poços podem ser perfurados na mesma região. O aquífero pode secar", diz Hirata.
Estima-se que, por ano, o subsolo do país receba 4.329 Mm3/ano de esgotos, volume equivalente ao
lançamento na natureza de 1,8 milhão de piscinas olímpicas por ano de esgoto, ou quase 5 mil piscinas
por dia.
Isso porque, quando uma cidade ou parte dela não tem rede de esgoto, uma parte é jogada nos rios,
mas a grande maioria acaba indo para fossas sépticas e fossas negras, atingindo a água subterrânea.
"Quase que todas as cidades brasileiras tem algum nível de contaminação por esgoto, e, como tem
uma gigantesca quantidade de poços clandestinos, que não passam por análises periódicas, você tem
um potencial de contaminação muito grande para a população", diz Hirata.
Problema da água no Brasil não é técnico e sim cultural, diz especialista em recursos hídricos
israelense3
O projeto de Bolsonaro de dessalinização de água no Nordeste foi um dos temas mais discutidos no
fim de 2018. Em uma mensagem no Twitter, no dia 25 de dezembro, Jair Bolsonaro anunciou que o futuro
ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, buscará uma parceria com
Israel na área de dessalinização de água salobra. A RFI conversou com especialistas israelenses que
vêm uma parceria com o Brasil com bons olhos, mas ressaltam que resolver o problema hídrico do
Nordeste necessitará planejamento a longo prazo.
A dessalinização é o processo de remoção dos sais dissolvidos na água do mar ou nas águas salobras
subterrâneas, produzindo água doce, para ser utilizada, principalmente, no consumo humano ou em
aplicações industriais.
Mas para Diego Berger, coordenador de projetos internacionais da Companhia Nacional de Água de
Israel (Mekerot), não deveríamos estar falando somente em dessalinização. “Primeiro é preciso estudar,
por exemplo, a redução da perda nas redes de água das cidades. Uma das leis que existem em Israel é
que todo o consumo da água é medido. Até mesmo a água que é usada na agricultura. Geralmente, no
resto do mundo, essa água usada na agricultura não é medida. Quando eu falo em colocar um medidor
de água nesses casos, reclamam dizendo que o objetivo é somente cobrar por um serviço”, explicou.
“Antes, Israel era um país muito pobre e também não se media, mas é preciso lembrar que sem uma
medição correta fica impossível gerenciar o sistema. Como se pode fazer a gestão de um recurso que
você ignora a quantidade que tem”, questionou Berger.
Questões
01. (CETESB – Advogado – VUNESP) No que tange aos recursos hídricos, é possível afirmar que
(A) a água é um recurso natural ilimitado, dotado de valor econômico.
(B) em situações de escassez, o uso prioritário da água deve ser o consumo humano e a dessedentação
de animais.
(C) a extração da água de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo
independe de outorga pelo Poder Público.
(D) não será cobrado o seu uso sujeito à outorga.
(E) a outorga do direito ao seu uso implica sua alienação parcial.
02. (Metrô/SP – Agente de Segurança – FCC/2019) Segundo a mídia, em 2018, cerca de 100 milhões
de habitantes, quase metade da população brasileira, NÃO usufruíam de coleta de esgoto em sua
residência.
Os maiores déficits de rede de esgoto são encontrados nas regiões
(A) Nordeste e Sul.
(B) Sul e Centro-Oeste.
(C) Norte e Nordeste.
(D) Centro-Oeste e Norte.
(E) Norte e Sul.
03. (Prefeitura de São José/SC – Engenheiro Civil – IESES/2019) De acordo com dados do Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e das estimativas populacionais calculadas pelo
Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE), 34,4 milhões de pessoas no Brasil ainda não têm
acesso à rede de distribuição de água. Assinale a alternativa INCORRETA:
(A) As taxas de doenças transmitidas por inseto vetor se concentram também nas Regiões mais
deficitárias no que tange ao acesso ao abastecimento de água e coleta de esgoto.
(B) Má qualidade da água, destino inadequado do lixo, má deposição de dejetos e ambientes poluídos
são decorrências da falta de saneamento e fatores cruciais para proliferação de doenças.
(C) São principais doenças associadas à falta de saneamento básico: febre tifoide, cólera, hepatite A,
leptospirose.
(D) As Regiões Sul e Sudeste são as que apresentam as maiores taxas de internações hospitalares
por doenças relacionadas à falta de saneamento, em especial as doenças de transmissão feco-oral.
Comentários
01. Resposta: B
Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:
I - a água é um bem de domínio público;
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a
dessedentação de animais;
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder
Público, dos usuários e das comunidades.
02. Resposta: C
Enquanto 83,5% dos brasileiros são atendidos com abastecimento de água tratada, a média da região
Norte para o mesmo indicador é de 57,5%. A do Nordeste é a segunda pior, com 73%. Em relação ao
acesso à coleta de esgoto, a situação é ainda mais grave: apenas 10,2% da população do Norte e 26,9%
da do Nordeste são atendidas, contra a média nacional de 52,4%
03. Resposta: D
A média nacional da rede coletora de esgoto no Brasil é de 34,7%, e os cinco piores registros foram
constatados no Amapá, Piauí, Rondônia, Pará e Maranhão, nenhum deles pertencente às regiões sul e
sudeste.
Segurança
Governo de Minas Gerais adota racionamento de água em presídios a partir deste domingo4
Segundo secretaria, detento gasta em média 88% mais água que cidadão em liberdade. Água nos
presídios poderá ser utilizada por seis horas diárias.
O racionamento de água em unidades prisionais do estado como uma medida para gerar economia
aos cofres públicos é adotada em Minas Gerais a partir deste domingo (01/12).
Atualmente, o estado tem 72 mil presos em 197 unidades.
A medida foi anunciada pelo governo do estado nesta sexta-feira (29).
De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a água nos presídios
poderá ser utilizada por seis horas diárias. A medida foi definida, pois segundo a secretaria, dados do
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento mostram que um detento gasta em média 88% a
mais de água do que um cidadão em liberdade.
“É uma medida de gestão que busca eficiência no setor público, sem desperdício do dinheiro do
contribuinte e com a garantia da manutenção dos direitos dos presos e da pessoa humana”, afirmou o
governo.
A Secretaria de Justiça garante que “a restrição do uso da água não trará prejuízos aos trabalhos de
humanização e ressocialização realizados dentro das unidades prisionais”.
Atualmente, o gasto médio mensal com água nas unidades prisionais de todo o estado é de R$ 7,5
milhões. O governo espera economizar 10% desde valor com o racionamento.
De acordo com a Sejusp, com outras ações implantadas já houve redução de R$ 500 mensais nos
gastos com água.
Em nota, a Defensoria Pública de Minas Gerais disse que discorda da medida e estuda ingressar com
ação extrajudicial ou judicial ainda no início da semana para evitar o racionamento.
4
G1 Minas. Governo de Minas Gerais adota racionamento de água em presídios a partir deste domingo. G1 Minas Gerais. https://g1.globo.com/mg/minas-
gerais/noticia/2019/12/01/governo-de-minas-gerais-adota-racionamento-de-agua-em-presidios-a-partir-deste-domingo.ghtml. Acesso em 02 de dezembro de 2019.
Governador disse que fronteiras deveriam ser fechadas e que vai pedir sanções aos países vizinhos
por venderem armas ao Brasil. Ele criticou a atuação da PF e do MPF: "estão neste momento em débito
com a sociedade".
O governador do RJ, Wilson Witzel, disse neste domingo (29/09) que vai recorrer à ONU para
combater a violência no RJ, que chamou de "genocídio". Em fala a jornalistas durante o Rock in Rio, ele
afirmou que vai pedir sanções aos países vizinhos que vendem armas ao Brasil,
como Paraguai, Bolívia e Colômbia.
"Todas essas ações. Trabalhando para tirar as armas...trabalhando agora junto às Nações
Unidas...levar realmente a causa do genocídio do Rio de Janeiro, que não é o governador", disse Witzel.
Witzel defendeu o fechamento de fronteiras e que a ONU deveria impor sanções aos países por
venderem armas ao Brasil.
"O próprio Conselho de Segurança da ONU pode tomar essa decisão: retaliar Paraguai, Bolívia e a
Colômbia no que diz respeito às armas em si. Ou seja, países que vendem armas para esses países têm
que ser proibidos de fazê-lo sob pena de continuar esse massacre essa situação sangrenta que nós
vivemos hoje nas comunidades do Rio de Janeiro. E fechar a fronteira."
O governador disse que já está em contato para levar o pleito à ONU. "Eu já pedi para que nós
entremos em contato agora nessa semana com o Conselho de Segurança da ONU para que eu possa
expor o que está acontecendo no Rio de Janeiro e pedir providências junto a esses países", afirmou.
Caso Ágatha
Em seu discurso, Witzel repetiu que o Rio de Janeiro é a segunda capital mais segura do Brasil e
criticou a imprensa por só mostrar o lado negativo da cidade. Ele rechaçou críticas de que adote uma
política de confronto, que promova a violência.
"Eu não quero celebrar a morte de ninguém. Muito pelo contrário, nós queremos celebrar a vida e
exatamente para que a vida seja celebrada é que nós vamos ter que agir de forma muito rigorosa contra
o tráfico de armas e drogas no nosso estado no Brasil", disse.
Questionado sobre o protesto da cantora Lellê, que lembrou a morte da menina Ágatha e da vereadora
Marielle Franco no primeiro dia de Rock in Rio, Witzel afirmou que estão "fazendo palanque" com a morte
5
G1 Rio. Witzel cita 'genocídio' no RJ e diz que vai à ONU pedir punições a Paraguai, Bolívia e Colômbia. https://g1.globo.com/pop-arte/musica/rock-in-
rio/2019/noticia/2019/09/29/witzel-diz-que-ha-genocidio-no-rj-e-que-vai-a-onu-pedir-punicoes-a-paises-vizinhos.ghtml. Acesso em 30 de setembro de 2019.
Presos de Altamira são mortos dentro de caminhão durante transferência para Belém; Segup e
MP apuram o caso6
Quatro participantes da briga entre facções foram encontrados mortos com sinais de sufocamento,
segundo a Susipe. Eles pertenciam à facção que começou a briga e atacou rivais em prisão.
Quatro envolvidos na briga entre facções que resultou no massacre do presídio de Altamira foram
mortos durante o transporte para Belém, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup).
Com isso, o número de mortos no confronto chega a 62.
O governo do Pará apura as circunstâncias em que os crimes ocorreram. As mortes foram entre os
municípios de Novo Repartimento e Marabá, entre as 19h terça-feira (30/07) e 1h desta quarta (31/07).
Os presos eram levados algemados dentro de um caminhão, dividido em duas celas.
Os corpos foram encontrados na manhã desta quarta (31/07) com sinais de sufocamento, conforme
informou a Superintendência do Sistema Penitenciário (Susipe). O órgão não deu detalhes de como
ocorreu o sufocamento.
Por volta de 16h de quarta-feira, o governo divulgou o nome dos mortos:
- Dhenison de Souza Ferreira
- José Ítalo Meireles Oliveira
- Valdenildo Moreira Mendes
- Werik de Sousa Lima
De acordo com a Segup, os mortos são da mesma facção (Comando Classe A) e ocupavam a mesma
cela no Centro de Recuperação Regional de Altamira. Foi essa facção que atacou integrantes do
Comando Vermelho, facção rival. Os outros 26 presos que estavam no veículo e que seriam levados para
a capital foram colocados em isolamento e serão ouvidos pela polícia.
O caminhão tem quatro celas e a capacidade para até 40 presos –no momento dos crimes, 30 eram
transportados. O Estado informou que não possui caminhão com celas individuais.
De acordo com a Segup, 21 presos já estão em Belém. Todos chegaram na terça-feira (30/07).
Dezesseis são líderes de facções e dez deles irão, posteriormente, para o regime federal, os demais
serão redistribuídos nas penitenciárias estaduais.
O governo do Estado confirmou a chegada de 40 agentes da Força-Tarefa de Intervenção
Penitenciária (FTIP) em Belém na tarde desta quarta, para atuarem em atividades de guarda, vigilância
e custódia de presos.
MP acompanha o caso
O Ministério Público do Pará (MPPA) divulgou uma nota informando que está acompanhando as
investigações sobre a rebelião e que instaurou um inquérito civil para apurar as mortes ocorridas no
presídio. A nota disse ainda que o MP passou a acompanhar as investigações sobre a morte dos quatro
detentos durante a transferência. "O MP reforça ainda que acompanha de perto todos os desdobramentos
e investigações necessários ao esclarecimento dos fatos e responsabilização criminal, cível e
administrativa conforme apurado", disse.
Massacre no presídio
Um confronto entre facções criminosas dentro do presídio de Altamira causou a morte de 58 detentos.
Na segunda-feira (29/07), líderes do Comando Classe A (CCA) incendiaram cela onde estavam internos
do Comando Vermelho (CV). De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará
(Susipe), 41 morreram asfixiados e 16 foram decapitados. Na terça, mais um corpo foi encontrado
carbonizado nos escombros do prédio.
Após as mortes, o governo do estado determinou a transferência imediata de dez presos para o regime
federal. Outros 36 seriam redistribuídos pelos presídios paraenses.
6
Thais Rezende. Gabriela Azevedo. Presos de Altamira são mortos dentro de caminhão durante transferência para Belém; Segup e MP apuram o caso. G1
Pará. https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2019/07/31/presos-de-altamira-sao-mortos-dentro-de-onibus-durante-transferencia-para-
belem.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 01 de agosto de 2019.
Em cinco meses, Brasil registra 17,9 mil mortes violentas; queda é de 22% em relação ao ano
passado7
No mesmo período de 2018, houve 23.015 assassinatos. Índice nacional de homicídios criado pelo G1
acompanha os crimes violentos mês a mês. Queda nos assassinatos foi antecipada pelo Monitor da
Violência.
O Brasil registrou uma queda de 22% nas mortes violentas nos primeiros cinco meses deste ano em
comparação com o mesmo período de 2018. É o que mostra o índice nacional de homicídios criado
pelo G1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.
Somente em maio, houve 3.521 assassinatos, contra 4.327 no mesmo mês do ano passado. Já no
período que engloba os cinco meses, foram 17.907 mortes violentas — 5,1 mil a menos que o registrado
nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e maio de 2018.
A tendência de queda nos homicídios do país foi antecipada pelo G1 no balanço dos dois primeiros
meses do ano, que apresentaram redução de 25% em relação ao mesmo período do ano passado, e
no balanço das mortes violentas de 2018, que teve a maior queda dos últimos 11 anos da série histórica
do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com 13%.
O número de assassinatos, porém, continua alto.
O levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1com o Núcleo de Estudos da
Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
7
G1. Em cinco meses, Brasil registra 17,9 mil mortes violentas; queda é de 22% em relação ao ano passado. G1 Monitor da Violência.
https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2019/07/13/em-cinco-meses-brasil-registra-179-mil-mortes-violentas-queda-e-de-22percent-em-relacao-ao-ano-
passado.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 15 de julho de 2019.
- Piauí: Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Piauí diz que o aumento no número de crimes
em maio de 2019 "foi considerado atípico" por conta de casos no interior do estado e que, no mesmo
período, houve queda nos números na capital.
- Tocantins: A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins diz que em junho foi registrada uma
redução de 31,41% nos índices de CVLI, "o que representa uma estabilização nos índices destes tipos
criminais no primeiro semestre, sendo buscado por estratégias de integração entre as forças de
segurança locais, conforme preconizado no Plano Estadual de Segurança Pública e Defesa Social
(PESSE)". Segundo a pasta, trata-se de um enfrentamento sistemático e organizado da criminalidade
visando a sua efetiva redução. "A SSP-TO tem realizado estudos e mapeamento dos locais e causas
deste tipo de violência no estado, marcado, em especial, por ações típicas de execução de grupos
criminosos, instituindo uma Diretoria de Combate ao Crime Organizado (DRACCO) para o fortalecimento
das ações de prevenção e repressão, além da intensificação das operações integradas, tanto no âmbito
de investigações qualificadas como no aumento do policiamento ostensivo, nos casos em que isso se
releve a medida mais adequada."
- Roraima: A Secretaria de Segurança Pública de Roraima não informa o motivo para o aumento da
violência e diz ainda que o setor de estatística vai rever os dados de violência do estado.
Tendência de queda
Para entender o que pode estar por trás da tendência de queda, o G1 foi a fundo nos cenários de
segurança pública de três estados que se destacaram por suas reduções desde 2018: Acre, Ceará e Rio
Grande do Norte.
Especialistas, integrantes e ex-integrantes dos governos e entidades foram consultados para levantar
as principais medidas tomadas nos estados que podem ter resultado na queda da violência. Saiba mais.
Entre as medidas adotadas estão:
- ações mais rígidas em prisões, como constantes operações de revistas e implantação do Regime
Disciplinar Diferenciado (RDD)
- isolamento ou transferência de chefes de grupos criminosos para presídios de segurança máxima
Apenas 27% dos entrevistados ouvidos pela pesquisa disseram já ter cogitado a compra de uma arma.
Aproximadamente três meses após a assinatura de decreto presidencial que flexibiliza a posse de
armas, levantamento do Instituto Datafolha concluiu que a maioria da população é contra a medida. Em
pesquisa divulgada, nesta quinta-feira (11/04), pelo jornal Folha de S. Paulo, 64% dos entrevistados
concordam com a afirmação que “a posse de armas deve ser proibida, pois representa ameaça à vida de
outras pessoas”. Já 34% concordam que “possuir uma arma legalizada deveria ser um direito do cidadão
para se defender”.
O Datafolha ouviu 2.806 entrevistados em 130 municípios do país, nos dias 2 e 3 de abril. A pesquisa
tem margem de erro máxima de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de
confiança de 95%.
Em relação à frase “a sociedade brasileira seria mais segura se as pessoas andassem armadas para
se proteger da violência”, 72% das pessoas ouvidas discordaram, enquanto 26% delas concordaram total
ou parcialmente.
Apenas 27% dos entrevistados disseram já ter cogitado a compra de uma arma. E 20% afirmaram que
podem considerar comprar armamentos após o governo ter flexibilizado a legislação.
O pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro, também foi foco da pesquisa, abordando
pontos como a redução de penas a policiais que venham a matar em serviço, alegando legítima defesa.
No levantamento do Datafolha, para 81% dos brasileiros, a polícia não deve ter liberdade para atirar em
suspeitos sob o risco de atingir inocentes. Já 17% admitem esse tipo de ação.
8
Veja. Datafolha: 64% dos brasileiros são contra a posse de armas. https://veja.abril.com.br/brasil/datafolha-64-dos-brasileiros-sao-contra-a-posse-de-armas/.
Acesso em 11 de abril de 2019
Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, invadiram escola na
Grande São Paulo e mataram 8.
A polícia divulgou os nomes dos assassinos que mataram 8 pessoas, sendo 4 adolescentes, na Escola
Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo.
São eles: Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos. Os dois
cometeram suicídio em seguida. Castro completaria 26 anos no próximo sábado.
O ataque ocorreu por volta das 9h30 desta quarta-feira (13/03). Quatro dos mortos no local são alunos
do ensino médio. Outros dois adolescentes foram socorridos, mas morreram no hospital. Duas das vítimas
são funcionárias da escola.
Resumo
Ataque
Os autores do crime chegaram à escola em um carro branco. Eles entraram pela porta da escola, que
estava aberta.
"Eles ingressaram na escola, atiraram na coordenadora pedagógica, atiraram numa outra funcionária.
Estava na hora do lanche, eles se dirigiram ao pátio, atiraram em mais quatro alunos do ensino médio.
Nesse horário, só havia alunos do ensino médio, e [os autores do ataque] dirigiram-se ao centro de
línguas. Os alunos do centro de línguas se fecharam na sala com a professora e eles [criminosos] se
suicidaram no corredor", disse o coronel Marcelo Salles, comandante-geral da PM.
O coronel Salles afirmou que, antes de entrar na escola, os criminosos balearam um homem em um
lava-rápido próximo à escola. Ele passa por cirurgia na Santa Casa de Suzano e está em estado
gravíssimo.
Arsenal
Dentro da escola, a polícia encontrou um revólver 38, quatro jet luders, que são plástico para
recarregamento de arma, uma besta (um tipo de arco e flecha que dispara na horizontal), um arco e flecha
tradicional e garrafas que aparentam ser coquetéis molotov. Guilherme, um dos autores do ataque, tinha
uma espécie de machado na cintura.
Há ainda uma mala com fios. O esquadrão antibombas foi chamado, mas a polícia ainda não informou
se havia material explosivo no local.
Modelo de PPP será adotado em quatro novas penitenciárias que já estão em fase de obras.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (18/01) que vai privatizar
os novos presídios construídos no estado com o modelo de parcerias público-privadas (PPPs).
9
G1. Polícia divulga nomes dos assassinos de Suzano. G1 Mogi das Cruzes. https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2019/03/13/policia-divulga-
nome-dos-atiradores-de-suzano.ghtml. Acesso em 13 de março de 2019.
10
Marina Pinhoni. Doria anuncia que vai privatizar novos presídios do estado de SP. G1. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/01/18/doria-anuncia-
que-vai-privatizar-novos-presidios-do-estado-de-sp.ghtml. Acesso em 21 de janeiro de 2019.
Informação corrigida
Durante o anúncio para a imprensa, Doria chegou a dizer que todos os 171 presídios do estado seriam
privatizados gradativamente ao longo da gestão, mas a informação foi corrigida posteriormente pelo vice-
governador e secretário de Governo, Rodrigo Garcia.
"Nós temos hoje 171 presídios em São Paulo funcionando com 230 mil presos. Esse sistema continua
assim. As melhorias nesse sistema serão de obras complementares. Ele é estatal”, disse Garcia.
“Temos hoje 12 presídios em obras, dos quais oito já têm funcionários públicos concursados
contratados. Não tem sentido racional desistimos disso. Os quatro que ainda não têm funcionários e
qualquer outra decisão de novo presídio é que serão via PPP", acrescentou o secretário.
Cartão de crédito
O governador também anunciou que, a partir de agora, todos os pagamentos de impostos do estado
poderão ser feitos por meio de cartão de crédito.
Questões
Gabarito
01.D / 02.C
Comentários
01. Resposta: D
No caso das armas para defesa pessoal liberadas pelas regras anteriores, o decreto nº 9.797/19
aumentou de 50 para 5.000 o limite de projéteis que podem ser adquiridos por ano.
Já no caso de armas de caçadores, atiradores e colecionadores, que têm um registro especial, o teto
cresceu de 500 para 1.000 balas por arma - dependendo do calibre, o limite também pode chegar a
5.00011.
02. Resposta: C
A percepção da sociedade da ausência do Estado em determinadas regiões já ultrapassa apenas as
grandes cidades. A percepção do fracasso das instituições oficiais só é aumentada pelas notícias
recorrentes a respeito dos problemas de segurança enfrentados no país, vide o exemplo:
< https://oglobo.globo.com/rio/crise-da-seguranca-no-estado-tambem-marcada-por-falhas-na-comunicacao-21849743>
Transporte
saúde
Demanda de voos domésticos cai 50% e de internacionais, 85%, diz Abear12
A queda é associada ao rápido avanço da pandemia de covid-19. Aéreas comunicaram nos últimos
dias reduções de capacidade e suspensão de vários voos.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que representa as empresas Gol, Latam, MAP,
VoePass e Two Flex, informou hoje que as suas associadas já registram, em média, uma queda de 50%
na demanda por voos domésticos e redução de 85% nas viagens internacionais, em relação ao mesmo
período do ano passado. A queda é associada ao rápido avanço da pandemia de Covid-19.
As companhias Gol e Latam comunicaram nos últimos dias reduções de capacidade e suspensão de
vários voos para enfrentar o que a associação classificou como "a maior crise da história da aviação
comercial".
A Gol anunciou a suspensão dos voos internacionais entre 23 de março e 30 de junho e redução da
malha doméstica entre 50% e 60%. A Latam Airlines, por sua vez, anunciou redução de 90% dos voos
internacionais e de 40% nos voos domésticos.
A Azul, que não é associada da Abear, anunciou redução de 20% a 25% na capacidade total em março
e entre 35% e 50% em abril e meses seguintes.
Cuidado com a multa: novas placas do Mercosul vão passar a ser obrigatórias a partir do dia 3113
Depois de vários adiamentos, a partir do dia 31 de janeiro, será obrigatório o uso das placas do
Mercosul em todos os estados brasileiros. O prazo, portanto, atende ao estipulado na Resolução n°
780/2019 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de julho do ano passado. A determinação é de
que as unidades federativas do país devam utilizar o novo padrão de placas de identificação Veicular
(PIV).
Embora a adoção do sistema de placas do Mercosul tenha sido anunciada em 2014, e deveria ter
entrado em vigor em janeiro de 2016, a implantação do registro foi adiada seis vezes. Devido a disputas
judiciais, a implantação ficou para 2017. Depois foi adiada mais uma vez para que os órgãos estaduais
de trânsito pudessem se adaptar ao novo modelo e credenciar as fabricantes das placas.
Dos 26 estados do Brasil, já aderiram à nova PIV: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Paraíba, Piauí,
Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rondônia.
11
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48391614
12
Valor Online. Demanda de voos domésticos cai 50% e de internacionais, 85%, diz Abear. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/03/18/demanda-de-voos-domesticos-cai-50percent-e-de-internacionais-85percent-diz-abear.ghtml. Acesso em 20 de
março de 2020.
13
Luiz Felipe Kessler. Cuidado com a multa: novas placas do Mercosul vão passar a ser obrigatórias a partir do dia 31. https://seucreditodigital.com.br/novas-
placas-do-mercosul-vao-ser-obrigatorias/. Acesso em 22 de janeiro de 2020.
Código QR
Todas as placas contarão com um código de barras dinâmico do tipo Quick Response Code (QR
Code), com números de série e acesso às informações do banco de dados dos fabricantes e estampador
da placa. O objetivo disso é controlar a produção, logística, estampagem e instalação das placas nos
respectivos veículos, além de verificar a autenticidade.
Com autorização, publicada no 'Diário Oficial da União' desta quinta, motoristas poderão recolher
tributos e ter direito a contar tempo para aposentadoria, entre outros benefícios.
Os motoristas de aplicativo independentes, profissão que vem ganhando adeptos nos últimos anos,
receberam autorização do governo, por meio de resolução publicada no "Diário Oficial da União" desta
quinta-feira (08/08), para serem considerados microempreendedores individuais.
Esse programa foi criado há dez anos atrás para incentivar a formalização de pequenos negócios e de
trabalhadores autônomos como vendedores, doceiros, manicures, cabeleireiros, eletricistas, entre outros,
a um baixo custo.
Podem aderir ao programa os negócios que faturam até R$ 81 mil por ano (ou R$ 6,7 mil por mês) e
que têm no máximo um funcionário.
Atualmente, o custo mensal do registro é de R$ 49,90, que pode ser acrescido de R$ 1 se o ramo
exercido for comércio ou indústria (ICMS), ou de R$ 5, em ISS, se for do ramo de serviços - totalizando
R$ 54,90. Se o negócio envolver essas três atividades (comércio, indústria e serviços), o valor mensal é
de R$ 55,90.
Além de contribuir mensalmente, o microempreendedor também deve entregar anualmente a
Declaração Anual do Simples Nacional – Microempreendedor Individual (DASN SIMEI), manter o controle
mensal do faturamento, emitir notas fiscais para pessoas jurídicas, guardar as notas fiscais de compra e
venda e realizar os recolhimentos obrigatórios (se tiver um funcionário).
Quando estão adimplentes, os pequenos empresários têm direito aos benefícios da chamada rede de
proteção social: salário-maternidade (a partir de 10 meses de contribuição); aposentadoria por invalidez
e auxílio-doença (após 12 meses de contribuição); de auxílio-reclusão e pensão por morte para seus
dependentes. Além disso, também não podem contar esse tempo para a aposentadoria por idade.
O registro de MEIs permite ao microempreendedor ter CNPJ, a emissão de notas fiscais, o aluguel de
máquinas de cartão e o acesso a empréstimos (com juros mais baratos). Além disso, também poderá
vender seus produtos, ou serviços, para o governo, além de ter acesso ao apoio técnico do Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
No Portal do Empreendedor, há quase 500 atividades listadas que podem ser exercidas por
microempreendedores individuais. Entre elas, carreiras mais tradicionais, como cabeleireiros e
açougueiros, algumas mais recentes, como "bikeboys", e outras exóticas, como comerciante de artigos
eróticos, de perucas e humorista e contador de histórias.
Nos últimos 5 anos, desde o período pré-recessão, o número de MEIs no país já cresceu mais de
120%. Segundo avaliação do Sebrae DF, o forte crescimento no número de microempreendedores nos
últimos anos tem relação com o fraco nível de atividade da economia, que registrou recessão em 2015 e
2016.
14
Alexandro Martello. Motorista de aplicativo poderá aderir a programa de microempreendedor individual. G1.
https://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2019/08/08/motorista-de-aplicativo-ganha-autorizacao-para-ser-microempreendedor-individual.ghtml. Acesso em 08 de
agosto de 2019.
Anúncio foi feito pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em entrevista coletiva no Palácio do
Planalto. Dinheiro deverá ser usado para compra de pneus e manutenção dos veículos.
O governo federal anunciou nesta terça-feira (16/04) uma linha de crédito de até R$ 30 mil, via Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para caminhoneiros autônomos. Também
anunciou o investimento de R$ 2 bilhões em rodoviais.
O anúncio foi feito no Palácio do Planalto pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
"O governo anuncia neste momento uma linha de crédito específica para caminhoneiros autônomos
de até R$ 30 mil para compra de pneus e manutenção dos veículos", afirmou Onyx.
De acordo com o ministro, serão liberados R$ 500 milhões na linha de crédito, que poderá ser
acessada pelos caminhoneiros primeiro nos bancos públicos, Banco do Brasil e Caixa, e depois nos
“demais bancos e cooperativas de crédito de todo o Brasil.”
Além disso, segundo Onyx, poderão tomar o empréstimo apenas caminhoneiros autônomos que
tenham até dois caminhões por CPF.
Rodovias
Onyx afirmou que, dos R$ 2 bilhões para as rodovias, cerca de R$ 900 milhões serão usados para
manutenção. Ele afirmou que as chuvas intensas do verão, aliadas ao transporte rodoviário, prejudicaram
estradas em todo o país.
"Historicamente, há muitos anos nós não tínhamos chuvas tão intensas e tão difusas no Brasil. Nós já
não tínhamos uma manutenção das rodovias brasileiras", afirmou Onyx.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, também presente à entrevista coletiva no Palácio do
Planalto, informou que, entre as obras previstas, está a pavimentação da BR-163, que liga o Centro-Oeste
ao Norte do país.
A via é muito usada para transporte de carga até o porto de Miritituba, no Pará, mas enfrenta problemas
como atoleiros, que geram filas de caminhões.
De acordo com o Ministério da Infraestrutura, os investimentos vão para:
- BR-381/MG: conclusão de 66 km
- BR-116/RS: conclusão de 69 km de duplicação
- Entrega da Ponte do Guaíba, no Rio Grande do Sul
- BR-163/PA: pavimentação até o porto de Miritituba
- BR-101/BA: duplicação de 84 km
- BR-242/MT: licenciamento ambiental e construção de 8 pontes de concreto que substituirão pontes
de madeira
- BR-135/MA: complementação do trecho de Estiva a Bacabeira
De acordo com Onyx, o dinheiro a ser usado para as obras nas rodovias deverá ser compensado no
orçamento dos ministérios com cortes de despesas.
15
Luiz Felipe Barbiéri. Elisa Clavery. Governo anuncia crédito de R$ 30 mil para caminhoneiros autônomos e investimento de R$ 2 bi em rodovias. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/16/governo-anuncia-linha-de-credito-via-bndes-de-ate-r-30-mil-para-caminhoneiros-
autonomos.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 17 de abril de 2019
São Paulo já oferece também scooter e bicicletas elétricas nesse sistema. Aumento da circulação
desses veículos alternativos cria desafios de convivência: veja o que diz a lei.
O serviço de compartilhamento de bicicletas e patinetes está se espalhando por todo o Brasil. Um
levantamento do G1 aponta que 13 capitais, além de Brasília, já contam o serviço para bicicletas. Os
patinetes elétricos, mais recentes, já estão em ao menos 9 dessas cidades.
Maior centro de startups de mobilidade do país, São Paulo foi pioneira e agora oferece até scooters
e bicicletas elétricas nesse sistema, o que também deverá se expandir para outras localidades.
Mais concentrado em regiões planas das cidades e onde existem ciclovias, o aumento desses serviços
também tem gerado questões de convivência entre os que recorrem a esses veículos alternativos e os
motoristas, motociclistas e pedestres.
Não é incomum ver patinetes na rua, onde circulam carros e motos, e na calçada. Esses pequenos
veículos também dividem espaço com as bicicletas nas ciclovias. E, como parecem ser simples de usar,
atraem mesmo quem não tem experiência.
16
Rafael Miotto. 14 capitais contam com serviços de compartilhamento de bicicletas; patinetes chegam a 9. G1.
https://g1.globo.com/carros/noticia/2019/03/24/14-capitais-contam-com-servicos-de-compartilhamento-de-bicicletas-patinetes-chegam-a-9.ghtml. Acesso em 25 de
março de 2019.
Bicicletas
Quando não houver ciclovia, ciclofaixa ou acostamento ou não for possível a utilização destes, as
bicicletas devem rodar "nos bordos da pista de rolamento", no mesmo sentido dos outros veículos em
vias urbanas e rurais.
Ou seja: pode andar na rua, junto à calçada, mas nada de bicicleta na contramão.
E na calçada, pode? O Código de Trânsito informa que a circulação de bicicletas será permitida "nos
passeios" com a autorização dos órgãos responsáveis. Então, depende de cada cidade.
Diferente do que acontece com bicicletas elétricas, a lei não obriga o uso de capacete nas comuns.
Mas eles são recomendáveis.
Punições para ciclistas estão previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), mas ainda não
entraram em vigor. A aplicação de multas para usuários de bicicletas e pedestres deveria começar em
2019, mas o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) revogou a resolução que regulamentava as
penalidades.
Bicicletas elétricas
Desde 2012, quando um ciclista foi multado no Rio, existem regras específicas para as bicicletas
elétricas. Até então, elas eram equiparadas aos ciclomotores (por exemplo, as motos "cinquentinhas").
Depois, acabaram se enquadrando na nova categoria, desde que tenham:
- potência nominal máxima de até 350 Watts;
- velocidade máxima de 25 km/h;
- sistema que garanta o funcionamento do motor somente quando o condutor pedalar;
- ausência de acelerador ou de qualquer outro dispositivo de variação manual de potência.
Toda bicicleta elétrica que se enquadre nas características acima pode circular no mesmo ambiente
das bicicletas comuns. Mas ela tem regras extras:
- é obrigatório usar capacete de ciclista;
- é obrigatório que a bicicleta elétrica tenha indicador de velocidade, campainha, sinalização noturna
(dianteira, traseira e lateral), espelhos retrovisores em ambos os lados e pneus em condições mínimas
de segurança.
Bicicletas elétricas com acelerador continuam sendo consideradas ciclomotores e precisam seguir
todas a exigências para veículos motorizados, como emplacamento e ter habilitação.
Scooters
Os scooters elétricos devem seguir exatamente as mesmas regras de trânsito das motocicletas, ou
seja, podem rodar apenas nas vias de trânsito de veículos motorizados e estão proibidos de estar nas
ciclovias.
Eles devem estar emplacados e o usuário precisa ter carteira de habilitação na categoria A (para
motos) ou ACC (para ciclomotor ou 'cinquentinhas'), caso o scooter tenha potência máxima de 4kw. Sem
ela, não é possível se cadastrar no aplicativo.
Países de mesmo porte utilizam muito mais as ferrovias que o Brasil; compare17
O Brasil é, entre os países de dimensões semelhantes, o que menos utiliza o sistema ferroviário para
o transporte de cargas.
Dados da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários) apontam que, de cada 100
quilos de carga transportados no país, só 15 trafegam em linhas de trem. Outros 65 quilos são levados
por rodovias e 20, por outros modais de transporte.
Os dados diferem de estudo apresentado em 2018 pela CNT (Confederação Nacional do Transporte),
que mostraram que as ferrovias transportam 20,7% das cargas no país, ante 61,1% do volume
transportado por meio de rodovias. A diferença, segundo a ANTF, é explicada pela metodologia.
Mas, independentemente do dado a ser utilizado, o índice é muito inferior aos percentuais registrados
em países como Rússia, Canadá, Austrália, EUA e China.
Na Rússia, 81% das cargas são transportadas em linhas férreas, muito à frente do índice canadense,
de 46%. Na sequência aparecem Austrália e EUA (ambos com 43%) e China (37%).
As rodovias só representam o principal meio de transporte no Brasil e na China – lá, com 50% do total.
EM ALTA
Apesar disso, de acordo com a ANTF, dados de 2017 mostram que a produção ferroviária atingiu 375
bilhões de toneladas por quilômetro no Brasil, alta de 170% em relação ao índice de 20 anos antes,
quando as ferrovias foram concedidas.
Embora o índice brasileiro de transporte de cargas por ferrovia seja baixo, mais de 40% das
commodities agrícolas chegam aos portos em trens. No caso de minérios, o índice chega a 95%.
Entre os obstáculos para que o percentual cresça está a tímida malha ferroviária, que hoje equivale à
existente na década de 1920 –cerca de 29 mil quilômetros. E nem toda a extensão é utilizada.
Um estudo da CNT feito há cinco anos indica que, em valores atualizados, são necessários R$ 1,25
trilhão para as obras de transporte com o presente e o futuro do setor no país. No total, são 2.045 projetos
de infraestrutura em aeroportos, ferrovias, rodovias e portos, cenário difícil de se imaginar quando
constatados os baixos investimentos em infraestrutura.
Questões
17
Marcelo Toledo. Países de mesmo porte utilizam muito mais as ferrovias que o Brasil. Folha de São Paulo.
https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2019/03/11/paises-de-mesmo-porte-utilizam-muito-mais-as-ferrovias-que-o-brasil-compare/. Acesso em 11 de março de
2019.
01.D
Comentários
01. Resposta: D
A Lei 10.233, de 5 de junho de 2001, ao promover uma reestruturação no setor federal de transporte,
estabeleceu, em seu artigo 22, inciso VII, que compete à ANTT (Agência Nacional de Transportes
Terrestres) regulamentar o transporte de cargas e produtos perigosos em rodovias e ferrovias.
O transporte rodoviário, por via pública, de produtos que sejam perigosos, por representarem risco
para a saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente, é submetido às regras e
aos procedimentos estabelecidos pelo Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos, Resolução ANTT nº. 3665/11 e alterações, complementado pelas Instruções aprovadas pela
Resolução ANTT nº. 420/04 e suas alterações18.
Fonte: http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/4961/Produtos_Perigosos.html
Política
saúde
Governo confirma André Mendonça no Ministério da Justiça e Alexandre Ramagem no comando
da PF19
Mendonça era titular da AGU. Ramagem é próximo aos Bolsonaro: ele foi segurança do então
candidato na campanha eleitoral.
O governo federal anunciou na madrugada desta terça-feira (28/04) o advogado André Luiz Mendonça,
atual titular da Advocacia-Geral da União como novo ministro da Justiça. Também foi confirmado que
Alexandre Ramagem, atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e próximo da família
Bolsonaro, vai ser o diretor-geral da Polícia Federal (PF).
As nomeações de Mendonça e Ramagem foram publicadas nesta terça no "Diário Oficial da União", e
são assinadas apenas pelo presidente Jair Bolsonaro. Jose Levi Mello do Amaral Júnior foi nomeado para
o cargo de Advogado-Geral da União.
As vagas no Ministério da Justiça e no comando da Polícia Federal ficaram abertas após a saída do
ex-ministro Sergio Moro e do ex-diretor-geral Maurício Valeixo. Moro decidiu deixar o governo depois
de Bolsonaro exonerar Valeixo. O ex-ministro alegou que o presidente tenta interferir politicamente na
PF – o que Bolsonaro nega.
A PF investiga atualmente, a mando do Supremo Tribunal Federal (STF), um esquema de fake news
contra ministros da Corte e o caso de parlamentares suspeitos de apoiar atos antidemocráticos, que
pregam intervenção militar.
Nos corredores do Palácio do Planalto, conforme mostrou reportagem do Fantástico, há temor de que
os dois inquéritos possam atingir dois filhos de Bolsonaro: o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro
(Republicanos) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
O relator dos inquéritos, ministro Alexandre de Moraes, determinou que os delegados à frente dessas
investigações sejam mantidos na função, depois que Moro denunciou que um dos motivos para Bolsonaro
ter mudado o comando da PF é um incômodo do presidente com os inquéritos.
18
https://www.qconcursos.com/questoes-de-
concursos/questoes/search?utf8=%E2%9C%93&todas=on&q=transportes&instituto=&organizadora=&prova=&ano_publicacao=&cargo=&escolaridade=&modalidad
e=&disciplina=&assunto=&esfera=&area=&nivel_dificuldade=&periodo_de=&periodo_ate=&possui_gabarito_comentado_texto_e_video=&possui_comentarios_gera
is=true&possui_comentarios=&possui_anotacoes=&sem_dos_meus_cadernos=&sem_anuladas=&sem_desatualizadas=&sem_anuladas_impressao=&sem_desatu
alizadas_impressao=&caderno_id=&migalha=&data_comentario_texto=&data=&minissimulado_id=&resolvidas=&resolvidas_certas=&resolvidas_erradas=&nao_res
olvidas=
19
Delis Ortiz. Governo confirma André Mendonça no Ministério da Justiça e Alexandre Ramagem no comando da PF. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/04/28/governo-confirma-andre-mendonca-no-ministerio-da-justica-e-alexandre-ramagem-no-comando-da-pf.ghtml. Acesso
em 28 de abril de 2020.
Perfis
Alexandre Ramagem
Delegado da Polícia Federal, Ramagem entrou na corporação em 2005. Na PF, ele comandou as
divisões de Administração de Recursos Humanos e de Estudos, Legislações e Pareceres.
Ainda na PF, ele também atuou na área de coordenação de eventos como a Copa do Mundo de 2014,
a Olimpíada de 2016 e a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente.
Em 2018, Ramagem foi segurança de Bolsonaro durante a campanha eleitoral. Ele assumiu o
comando da segurança depois de o então candidato ter sido vítima, em setembro, de um atentado a faca
em Juiz de Fora (MG). Desde a campanha, a relação de amizade dele com a família Bolsonaro se
intensificou.
Em julho de 2019, foi nomeado para a direção da Abin. Antes, trabalhou com o ex-ministro Santos
Cruz, chefe da Secretaria de Governo na gestão Bolsonaro nos primeiros meses do mandato.
Segundo o texto, medida vale para pedidos a órgãos cujos servidores estejam em quarentena,
teletrabalho, ou que dependam de acesso presencial para elaboração da resposta.
O presidente Jair Bolsonaro editou uma Medida Provisória (MP) que suspende prazos de pedidos feitos
via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Segundo o texto, a suspensão vale para demandas feitas a órgãos ou entidades da administração
pública cujos servidores estejam sujeitos a regime de quarentena, teletrabalho ou equivalentes e que,
necessariamente, dependam de:
- acesso presencial de agentes públicos encarregados da resposta; ou
- agente público ou setor prioritariamente envolvido com as medidas de enfrentamento da pandemia
do novo coronavírus.
O texto foi publicado nesta segunda-feira (23/03) em edição extra do "Diário Oficial da União" (DOU)
e também é assinado pelo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner de Campos Rosário,
e pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira.
20
G1. Bolsonaro edita MP que suspende prazos de respostas via Lei de Acesso à Informação. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/03/24/bolsonaro-edita-mp-que-suspende-prazos-de-respostas-a-lei-de-acesso-a-informacao.ghtml. Acesso em 24 de
março de 2020.
Suspensão de contratos
Na mesma MP o governo aproveitou para incluir a revogação do dispositivo que permitia a suspensão
dos contratos de trabalho por 4 meses durante a crise do coronavírus.
O dispositivo fazia parte de uma outra medida editada no último domingo (22/03), com a justificativa
de manutenção dos níveis de emprego no país. O texto foi alvo de críticas de políticos e entidades e
provocou um grande debate.
A MP, além da suspensão dos contratos, flexibilizava regras trabalhistas. Entre os pontos estavam os
que autorizavam o trabalho a distância, inclusive de aprendizes e estagiários; a suspensão de férias para
trabalhadores da área de saúde e de serviços considerados essenciais como segurança pública e privada,
transporte de passageiros, transporte e entrega de cargas em geral, produção, distribuição e
comercialização de combustíveis e derivados, distribuição de água e energia, telecomunicação e internet,
e imprensa; e a antecipação de férias individuais, mesmo para quem ainda não tem tempo adquirido.
O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, afirmou na
segunda-feira (23/03), após a polêmica sobre o tema, que Bolsonaro decidiu revogar o trecho em razão
da "má interpretação" do dispositivo.
Em São Paulo, Rio, Recife, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Fortaleza e outros municípios, pessoas
bateram panelas pelo segundo dia seguido contra o presidente. Também houve, em número bem menor,
manifestações a favor de Bolsonaro.
Pelo segundo dia seguido, cidades brasileiras registraram panelaços contra o presidente Jair
Bolsonaro. Na noite desta quarta-feira (18/03), os protestos ocorreram durante e após pronunciamento
no Palácio do Planalto sobre a pandemia do novo coronavírus. Houve também, em número bem menor,
manifestações favoráveis ao presidente.
São Paulo, Rio, Recife, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Salvador, Porto Alegre, Natal, Florianópolis
e Curitiba foram algumas das capitais que tiveram gritos de "fora, Bolsonaro!" a partir das 19h.
No pronunciamento, Bolsonaro disse que gostaria de demostrar "união e harmonia". Estavam ao seu
lado o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, o procurador-geral da
República, Augusto Aras, e outros ministros. Bolsonaro e as demais autoridades voltaram a usar
máscaras.
Em entrevista coletiva mais cedo nesta quarta, o presidente afirmou que o governo "está ganhando de
goleada" e pediu que o trabalho do executivo e ele próprio sejam exaltados. Voltou ainda a defender sua
participação nos atos de domingo (15/03), quando descumpriu a recomendação de monitoramento por
coronavírus e cumprimentou apoiadores no Distrito Federal.
Durante as declarações do presidente, bairros do Rio registraram panelaços e gritos de "fora,
Bolsonaro!" – foi uma repetição dos protestos ocorridos na véspera em cidades como São Paulo, Brasília,
Belo Horizonte e Recife.
21
G1. Cidades registram panelaços contra Bolsonaro durante e depois de pronunciamento. https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/03/18/sao-paulo-rio-recife-
belo-horizonte-e-fortaleza-registram-panelacos-durante-pronunciamento-de-jair-bolsonaro.ghtml. Acesso em 19 de março de 2020.
Projetos reduzem em R$ 9,6 bilhões emendas parlamentares no Orçamento 2020, diz governo22
Números foram divulgados pelo Ministério da Economia. Governo encaminhou três projetos de lei ao
Congresso Nacional na terça; Alcolumbre anunciou votação na próxima semana.
Os projetos de lei orçamentária enviados pelo governo ao Congresso Nacional nesta terça-feira (03/03)
reduzem, em R$ 9,6 bilhões, o total disponível para emendas parlamentares no Orçamento 2020. Os
números foram divulgados nesta quarta (04/03) pelo Ministério da Economia.
Com as mudanças, as emendas totais dos deputados e senadores passariam de R$ 46,2 bilhões,
incluindo a reserva de contingência para as desonerações da MP Verde e Amarela, para R$ 36,6 bilhões
– uma redução de 20,7%.
O ajuste foi feito nas chamadas "emendas de relator", incluídas no orçamento pelo relator do texto
após sugestões de deputados e senadores. Elas passariam de R$ 30,1 bilhões (incluindo desonerações
do Programa Verde e Amarelo, no valor de R$ 1,5 bilhão) para R$ 20,5 bilhões, uma queda de 31,8%.
O secretário-especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse que esses
projetos de lei trazem uma reorganização do processo orçamentário do orçamento impositivo.
As chamadas de emendas do relator passam de R$ 30,1 bilhões (incluindo desonerações do programa
verde e amarelo, no valor de R$ 1,5 bilhão) para R$ 20,5 bilhões – R$ 9,6 bilhões a menos.
- As emendas individuais são mantidas em R$ 9,5 bilhões.
- O mesmo acontece com as emendas de bancada, que somam 5,9 bilhões.
- As emendas de comissão permanecem em R$ 700 milhões.
O secretário-especial-adjunto de Fazenda do Ministério da Economia, Esteves Colnago, explicou que
a área econômica busca, com essas propostas, manter os gastos discricionários (não obrigatórios) no
mesmo patamar do ano passado, de R$ 94,5 bilhões. A cifra inclui R$ 1,5 bilhão em reserva de
contingência, para imprevistos ou calamidades.
"É uma referência natural buscar um nível de discricionariedade [liberdade para alocar recursos] que
fosse equivalente ao ano anterior. Mesmo em nova situação, em um novo ambiente, entendemos que
temos segurança, dado o que aconteceu no ano passado, de transcorrermos esse ano sem dificuldades",
explicou.
Segundo ele, o orçamento impositivo original, com um patamar elevado de emendas impositivas, gera
uma "insegurança grande na execução" das despesas. "Como é que eu pago restos a pagar de anos
anteriores, se o orçamento deste ano é todo impositivo", questionou Colnago.
'Empoçamento' de recursos
O secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Otavio Ladeira, diz que os projetos enviados ao Legislativo
permitirão que os ministérios definam como vão usar os recursos previstos: quitando restos a pagar de
anos anteriores, ou executando os projetos de 2020.
A mudança diminui, segundo ele, a possibilidade de "empoçamento" dos recursos, ou seja, que valores
autorizados não sejam gastos efetivamente. No ano passado, de acordo com o Tesouro, isso aconteceu
com R$ 17,4 bilhões do orçamento.
Esse dinheiro ficou represado e, com isso, ajudou a diminuir o déficit primário nas contas do governo.
Apesar de ajudar a fechar as planilhas, ele representa investimentos que poderiam ter acontecido, mas
foram cancelados ou adiados por falta de programação.
"Os dispositivos dos projetos de lei permitem, aos ministérios, demonstrar que não precisarão de
recursos financeiros, destinando a outros [ministérios] para evitar o empoçamento. Também permitem a
criação de uma reserva ao longo do ano, que terá de ser zerada ao final. Para atender a um ou outro
ministério que precise", disse Ladeira a jornalistas.
22
Alexandro Martello. Projetos reduzem em R$ 9,6 bilhões emendas parlamentares no Orçamento 2020, diz governo. G1.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/03/04/projetos-reduzem-em-r-96-bilhoes-emendas-parlamentares-no-orcamento-2020-diz-governo.ghtml. Acesso em 05
de março de 2020.
País ficou em 106º lugar no estudo da Transparência Internacional, e teve a mesma pontuação de
2018: 35 pontos.
O Brasil caiu uma posição no ranking mundial de percepção da corrupção em 2019 e repetiu sua pior
nota no estudo elaborado pela organização Transparência Internacional, divulgado na madrugada desta
quinta-feira (23/01).
O país teve o 5º recuo seguido e passou a ocupar 106ª posição no Índice de Percepção da Corrupção
(IPC), o que representa o pior resultado desde 2012. Quanto melhor a posição no ranking, menos o país
é considerado corrupto.
A nota brasileira foi a mesma do ranking de 2018: 35 pontos, a pior pontuação da série histórica, que
começou há 7 anos. A nota é a mesma de Albânia, Argélia, Costa do Marfim, Egito, Macedônia e
Mongólia.
Entre os países da América do Sul, o Brasil está atrás de Uruguai, Chile e Argentina, e à frente de
Bolívia, Paraguai e Venezuela.
Dinamarca, Nova Zelândia e Finlândia lideram as primeiras posições do ranking e são os países
considerados mais íntegros, com notas mais próximas de 100.
Com as notas mais próximas de zero, e considerados os países mais corruptos, estão: Síria, Sudão
do Sul e Somália.
O IPC pontua e classifica os países com base no quão corrupto o setor público é percebido por
executivos, investidores, acadêmicos e estudiosos da área da transparência.
O índice analisa aspectos como propina, desvio de recursos públicos, burocracia excessiva, nepotismo
e habilidade dos governos em conter a corrupção.
O Brasil vem caindo no ranking desde 2014. Em 2016, o Brasil ficou em 79º. Em 2017, o país estava
na 96ª colocação.
23
G1. Brasil repete nota e piora em ranking de corrupção em 2019. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/01/23/brasil-repete-pior-nota-em-2019-
e-cai-em-ranking-de-corrupcao.ghtml. Acesso em 23 de janeiro de 2020.
Vice-presidente Hamilton Mourão vai coordenar o conselho. Presidente criou ainda uma Força
Nacional para atuar na proteção do meio ambiente da região.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou a criação do Conselho da Amazônia e de uma Força Nacional
para atuar na proteção do meio ambiente da região. O vice-presidente Hamilton Mourão vai coordenar o
conselho.
O colegiado vai concentrar as ações de todos os ministérios voltadas para a proteção, defesa e
desenvolvimento sustentável da Amazônia.
A Força Nacional Ambiental vai atuar nos moldes da Força Nacional de Segurança Pública para
proteger a região, segundo o governo.
Em entrevista à jornalista Cristiana Lôbo, da GloboNews, o vice-presidente Hamilton Mourão falou que
o governo vai ser mais proativo na preservação da Amazônia.
"A Amazônia desperta o interesse e visões de todas as pessoas do resto do mundo, nós temos que
ter uma atitude, digamos assim, mais incisiva em relação ao que lá acontece", disse o vice-presidente.
O blog do jornalista João Borges no G1 destacou que "gestores de grandes fundos de investimentos
estrangeiros avisaram o governo brasileiro que não mais aplicariam dinheiro no país por causa da política
ambiental para a Amazônia."
O ministro do Meio Ambiente explicou que o conselho vai coordenar todas as estruturas que já atuam
no combate ao desmatamento e incorporar temas como a regularização fundiária. Ricardo Salles disse
que não há prazo para a implementação do conselho ou para a convocação da Força Nacional, nem qual
será o custo.
No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro acabou por decreto com dois órgãos que tinham
atribuições semelhantes ao Conselho da Amazônia. Reuniam e integravam ministérios para ações
voltadas ao combate do desmatamento, mas com a participação da sociedade civil.
24
Jornal Nacional. Bolsonaro anuncia criação do Conselho da Amazônia. G1 Jornal Nacional. https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/01/21/bolsonaro-
anuncia-criacao-do-conselho-da-amazonia.ghtml. Acesso em 22 de janeiro de 2020.
Bolsonaro exonera secretário da Cultura, que fez discurso com frases semelhantes às de
ministro de Hitler25
Em vídeo para divulgar concurso, Roberto Alvim disse que a arte deve ser 'heroica' e 'imperativa', 'ou
não será nada', assim como Goebbels. Secretário disse que caso foi 'coincidência retórica'.
O presidente Jair Bolsonaro exonerou nesta sexta-feira (17/01) o secretário nacional da Cultura,
Roberto Alvim, que fez um discurso no qual usou frases semelhantes às usadas por Joseph Goebbels,
ministro da Propaganda de Adolf Hitler durante o governo nazista. Goebbels era antissemita radical e foi
um dos idealizadores do nazismo.
Assim como Goebbels havia afirmado em meados do século XX que a "arte alemã da próxima década
será heroica” e “imperativa”, Alvim afirmou que a “arte brasileira da próxima década será heroica” e
“imperativa”.
Em nota, Bolsonaro afirmou que a permanência de Alvim no governo ficou "insustentável".
"Comunico o desligamento de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura do Governo. Um
pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência", afirmou
Bolsonaro.
O presidente disse ainda que repudia ideologias "totalitárias e genocidas".
"Reitero nosso repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, bem como qualquer tipo de ilação às
mesmas.Manifestamos também nosso total e irrestrito apoio à comunidade judaica, da qual somos
amigos e compartilhamos valores em comum", completou o presidente.
Fala do secretário
O discurso do secretário, divulgado em uma rede social na quinta (16/01), se referia ao lançamento de
um concurso de projetos de arte.
O vídeo de Alvim ganhou grande repercussão nas redes sociais e tanto o nome do secretário quanto
o de Goebbels foram parar entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil.
A fala dele também gerou forte repercussão nos meios artístico e político. O presidente do Senado,
Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediram a demissão
imediata do secretário.
Nesta manhã, Alvim afirmou em post no Facebook que a semelhança entre as frases foi "apenas uma
frase do meu discurso na qual havia uma coincidência retórica".
Além da fala semelhante à de Goebbels, o vídeo de Alvim apresenta, ao fundo, uma música do
compositor alemão Richard Wagner (1813-1883), extraída da ópera Lohengrin. O artista escreveu ensaios
nacionalistas e antissemitas, e foi tomado pelos nazistas como exemplo de superioridade musical e
intelecto.
Compare os discursos:
Roberto Alvim:
“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade
de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às
aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada”
Joseph Goebbels:
“A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de
sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não
será nada".
25
Luiz Felipe Barbiéri. Bolsonaro exonera secretário da Cultura, que fez discurso com frases semelhantes às de ministro de Hitler. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/01/17/bolsonaro-exonera-secretario-da-cultura-que-fez-discurso-com-frases-semelhantes-as-de-ministro-de-hitler.ghtml.
Acesso em 17 de janeiro de 2020.
Justificativa do secretário
Em seu esclarecimento no Facebook sobre as declarações semelhantes às de Goebbels, Alvim
afirmou que "o trecho fala de uma arte heroica e profundamente vinculada às aspirações do povo
brasileiro". "Não há nada de errado com a frase", argumentou.
"Todo o discurso foi baseado num ideal nacionalista para a Arte brasileira, e houve uma coincidência
com UMA frase de um discurso de Goebbles... Não o citei e JAMAIS o faria. Foi, como eu disse, uma
coincidência retórica. Mas a frase em si é perfeita: heroísmo e aspirações do povo. É o que queremos ver
na Arte nacional", disse Alvim.
Respeito a Deus, combate à ideologia de gênero e defesa da vida: os princípios do novo partido
de Bolsonaro26
A 1ª Convenção Nacional do Aliança pelo Brasil foi realizada na manhã desta quinta-feira (21/11), em
Brasília. O lançamento oficial da nova legenda, que ainda se encontra em fase de criação, contou com a
presença do presidente Jair Bolsonaro, que já assinou a sua desfiliação do PSL.
Durante o evento, foram lidos os cinco princípios da nova sigla. Destacam-se o respeito a Deus, a
lealdade à pátria, à defesa da vida desde a concepção, o combate ao socialismo e a defesa do livre
comércio.
Confira os principais trechos do documento apresentado nesta quinta e reproduzidos abaixo:
1º- Respeito a Deus e a religião: em primeiro lugar a Aliança pelo Brasil reconhece o lugar de Deus
perante a vida. (...) Povo educado na base do cristianismo, em suas variadas expressões. Contra fatos,
não há argumentos, o primeiro ato em terras brasileiras foi uma missa. (...) lei natural como norteadores.
Combate à hostilidade e ao menosprezo a religião.
2º - Respeito à memória, identidade e cultura do povo brasileiro: o partido compreende que uma
aliança é um elo de lealdade e fidelidade por amor, por isso reconhece como seus predecessores todos
aqueles que amaram e lutaram pelo Brasil. (...) São, aliás, dos compatriotas do passado, do presente e
do futuro, unidos por um vínculo: moral e de lealdade à pátria. (...) Unidade de tradição, de língua e de
cultura. O partido se compromete em lutar pela cultura, pela restauração dos valores tradicionais do Brasil,
consolidados pelo pensamento de grandes mulheres e homens do passado. (...) Podem ser chamados
de fundadores do Brasil. Reconhecimento a tudo de bom que herdamos de outras nações, a exemplo das
tradições luso-hispânicas, do direito romano, da filosofia grega, da moral judaico-cristã e ainda aquilo que
pode aprender com os pivôs. Examinai-vos todas as coisas. A Aliança também se compromete com a
restauração da língua portuguesa e oposição a qualquer iniciativa que vise a sua desconfiguração. (...) O
partido se esforçará por divulgar as verdades sobre os males e os crimes das mais várias faces do
movimento revolucionário: o socialismo, o comunismo, o nazifascismo e o globalismo. Ideologias nefastas
que causaram mal ao Brasil e ainda causam. O partido busca estabelecer bases com países que
venceram o comunismo, como o leste europeu. (...)
3º - Defesa da vida, da legítima defesa, da família e da infância: o partido está convicto de que
nenhum progresso seria obtido sem a defesa da vida humana, desde a concepção. A vida é o primeiro
dos efeitos, sem vida, não há mais o que defender, pois a morte já terá encerrado a possibilidade de
qualquer outro direito. Todas as propostas do partido relacionadas à saúde deverão ter como norte a
defesa da vida humana, em todas as suas fases. (...) A Aliança pelo Brasil defende também o valor da
maternidade como um dos fundamentos da sociedade, para que todas as mulheres gestantes e mães
tenham condições dignas de vida, de gestação e criação de seus filhos. Outrossim, o partido se
compromete a lutar incansavelmente até que todos os brasileiros tenham o direito de possuir e portar
armas para sua defesa e a dos seus. (...) Defesa da família como núcleo fundamental da sociedade. (...)
Combaterá a pedofilia e o tráfico de crianças. (...) Combaterá ainda a erotização da infância e a ideologia
de gênero. (...) tirar o Brasil dos índice de analfabetismo.
4º- Garantia da ordem, da representação da política e da segurança: nunca um país poderá se
dizer próspero enquanto bandidos estiverem no poder, bandidos de armas ou de canetas. (...) Para
garantia da ordem se emprenharam para criar um ambiente de segurança jurídica no Brasil. Não será
26
GaúchaZH. Respeito a Deus, combate à ideologia de gênero e defesa da vida: os princípios do novo partido de Bolsonaro. Gaúcha ZH. Política.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2019/11/respeito-a-deus-combate-a-ideologia-de-genero-e-defesa-da-vida-os-principios-do-novo-partido-de-
bolsonaro-ck38vs5bg03jo01ph13svdht2.html. Acesso em 26 de novembro de 2019.
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou nesta quinta-feira a possibilidade de iniciar a
execução da pena de prisão após condenação em segunda instância, na maior derrota que a corte impôs
à operação Lava Jato nos seus cinco anos e que pode levar à liberdade o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.
Coube ao presidente do STF, Dias Toffoli, o voto de desempate, ao se posicionar a favor da execução
da pena somente após esgotados todos os recursos cabíveis, o chamado trânsito em julgado.
O voto de Toffoli definiu o julgamento com o placar de 6 votos a 5 e pode beneficiar cerca de 4,8 mil
pessoas, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Entre eles, Lula, o mais expressivo
condenado nos processos movidos pela Lava Jato, que cumpre pena de prisão desde abril do ano
passado após ter confirmada sua condenação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no
processo do tríplex do Guarujá (SP).
O julgamento, um dos mais aguardados do ano na corte, representa a maior derrota da Lava Jato
desde que foi iniciada há 5 anos. Os membros da força-tarefa da operação vinham se valendo da
mudança do entendimento do STF de 2016, que permitia a prisão em segunda instância, para garantir a
detenção de investigados na operação e acelerar delações premiadas de réus que buscavam evitar serem
encarcerados.
Conforme reportagem da Reuters do dia 17 de outubro, antes do julgamento, a corte tendia a alterar
sua posição na esteira de derrotas que a própria operação tem sofrido este ano no STF, após reportagens
feitas pelo site The Intercept Brasil que têm mostrado, desde junho, supostas articulações do ex-juiz e
atual ministro da Justiça, Sergio Moro, com procuradores da força-tarefa da Lava Jato. Os dois lados
negam irregularidades.
Essas revelações - nas quais ministros do STF chegaram a ser nominalmente citados - enfraqueceram
o apoio à Lava Jato, maior investigação de corrupção no país, no Supremo.
A análise do caso demandou cinco sessões para ser concluída e foi envolto de pressão pública - os
ministros contrários à mudança do entendimento atual chegaram a ser pressionados pessoalmente e em
redes sociais.
Durante as sessões, ministros esforçaram-se a argumentar que o julgamento era impessoal e que não
era para beneficiar Lula, vez por outra citado em intervenções.
A maioria do STF seguiu o voto do relator, ministro Marco Aurélio Mello, favorável à execução da pena
apenas ao fim de todos os recursos. Na prática, a corte entendeu que é compatível com a Constituição
de 1988 um artigo do Código de Processo Penal de 1941 que ninguém pode ser preso até antes da
condenação transitada em julgado.
Acompanharam Marco Aurélio os ministros Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso
de Mello e Toffoli. Foram contrários - e vencidos - Alexandre de Moraes, Edson Fachin (relator da Lava
Jato no STF), Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
Em seu voto decisivo, Toffoli disse que, para se executar a pena de prisão após condenação em
segunda instância, é preciso que o Congresso aprove uma legislação nesse sentido, o que não há
atualmente.
Ele fez um paralelo ao que ocorreu com a Lei da Ficha Limpa, que só passou a vigorar após a
aprovação de norma pelo Legislativo. Ela garantiu barrar candidaturas de condenados por órgão
colegiado de tribunal.
27
Estadão Conteúdo. Por 6 a 5, STF derruba prisão após segunda instância. Terra. https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica/por-6-a-5-stf-derruba-prisao-
apos-segunda-instancia,559b4530c2f29b1690bc4fb1cf7fd42cvnxghf9h.html. Acesso em 08 de novembro de 2019.
CRÍTICAS
Durante o voto de Toffoli, Gilmar Mendes pediu a palavra fez duras críticas à atuação da Lava Jato.
Segundo ele, há uma "técnica de amedrontamento" da operação e que o grupo virou um "partido político"
porque, destacou, teriam chegado a sugerir candidaturas. Ele chegou a chamar de "bagunça" e "festival
de abusos" a atuação do MPF em casos de investigação.
Cármen Lúcia foi a única a votar pela manutenção da prisão em segunda instância na sessão desta
quinta, destacando que tem adotado essa posição ao menos desde 2009 - quando estava na corrente
minoritária.
Após votar em 2016 a favor da prisão em segunda instância, Gilmar Mendes justificou sua mudança
de posição alegando que tribunais de segundo grau começaram a aplicar essa detenção de forma
automática, desvirtuando o entendimento do STF.
O ministro disse que a discussão foi contaminada pela possibilidade de um eventual benefício a Lula.
Disse que chegou a ser chamado recentemente de "corifeu do petismo" por defender que a pena de
prisão só pode ser executada após o esgotamento dos recursos.
Durante o voto de Mendes, o presidente do Supremo chegou a pedir a palavra e destacou que é o
próprio Ministério Público Federal que agora pede que Lula saia do regime fechado de cumprimento da
pena de prisão.
Órgão, criado após a extinção do Ministério da Cultura, ficava sob a pasta da Cidadania. Filho do pastor
RR Soares é um dos nomes avaliados para assumir o posto.
O presidente Jair Bolsonaro transferiu a Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania para
o Ministério do Turismo, comandada Marcelo Álvaro Antônio. A mudança é feita por decreto publicado
nesta quinta-feira (07/11) no "Diário Oficial da União".
A Secretaria de Cultura foi criada para substituir o Ministério da Cultura (MinC), que foi extinto no início
da gestão do presidente.
Com a mudança, passam a ser de responsabilidade do Ministério do Turismo a política nacional de
cultura; a regulação dos direitos autorais; a proteção do patrimônio histórico, artístico e cultural; o apoio
ao Ministério da Agricultura para a preservação da identidade cultural de comunidades quilombolas; e o
desenvolvimento de políticas de acessibilidade cultural e do setor de museus.
O decreto também transfere para o Ministério do Turismo a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura,
responsável por emitir pareceres sobre os pedidos de artistas que buscam financiamento por meio da Lei
de Incentivo à Cultura, conhecida como Lei Rouanet.
Também são transferidos para o Turismo o Conselho Nacional de Política Cultural, a Comissão do
Fundo Nacional de Cultura, outras seis secretarias não especificadas.
28
Vitor Sorano. Bolsonaro transfere Secretaria de Cultura para Ministério do Turismo. G1 Política. https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/11/07/bolsonaro-
transfere-secretaria-de-cultura-para-ministerio-do-turismo.ghtml. Acesso em 07 de novembro de 2019.
Bolsonaro sanciona dois projetos que ampliam proteção a vítimas de violência doméstica29
Novas leis preveem apreensão da arma do agressor em 48 horas e a garantia de matrícula no ensino
público para filhos de mulher agredida. Ambas alteram trechos da Lei Maria da Penha.
O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta terça-feira (08/10) dois projetos que alteram a Lei Maria
da Penha para ampliar a proteção de mulheres vítimas de violência doméstica. Os textos, que após a
sanção viraram leis, entram em vigor assim que forem publicados no "Diário Oficial da União".
Uma das novas leis determina que a arma de fogo do agressor, se ele possuir uma, seja apreendida
em até 48 horas depois que a ocorrência de violência doméstica chegar à Justiça. Diferentemente das
demais medidas protetivas, nesse caso, a aplicação não depende de avaliação do juiz.
No momento do registro da ocorrência, a autoridade policial deverá verificar a existência de arma de
fogo no nome do suspeito. Se o documento for identificado, a informação será juntada aos autos, e a
instituição responsável pelo registro receberá uma notificação do caso.
O projeto foi apresentado pelo deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) no início do ano. Na justificativa,
o parlamentar disse que o Brasil é o quinto país que mata mais mulheres no mundo e que em 2016,
segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher foi assassinada a cada duas horas.
Saiba como fica a lei do abuso de autoridade após Congresso ter rejeitado 18 vetos de
Bolsonaro30
Principais mudanças serão na lista dos crimes de abuso de autoridade. Alterações serão incluídas na
lei depois de promulgadas e publicadas.
O Congresso Nacional derrubou na noite desta terça-feira (24/09) 18 vetos do presidente Jair
Bolsonaro ao projeto de lei sobre abuso de autoridade, sancionada no início de setembro.
Com isso, os trechos vetados por Bolsonaro e recuperados pelos parlamentares serão incorporados à
legislação quando foram promulgados e publicados no "Diário Oficial da União".
As principais mudanças serão nos crimes e penas previstos para quem comete o abuso de autoridade.
29
Mateus Rodrigues. Guilherme Mazui. Bolsonaro sanciona dois projetos que ampliam proteção a vítimas de violência doméstica. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/10/08/bolsonaro-sanciona-dois-projetos-que-ampliam-protecao-a-vitimas-de-violencia-domestica.ghtml. Acesso em 09 de
outubro de 2019.
30
Fernanda Vivas. Gustavo Garcia. Saiba como fica a lei do abuso de autoridade após Congresso ter rejeitado 18 vetos de Bolsonaro. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/09/24/saiba-como-fica-a-lei-do-abuso-de-autoridade-apos-congresso-ter-rejeitado-18-vetos-de-bolsonaro.ghtml. Acesso
em 25 de setembro de 2019.
Autoridades envolvidas
O texto estabelece quais agentes públicos da União, estados, Distrito Federal e municípios, da
administração direta ou indireta, são capazes de cometer o crime de abuso de autoridade. Entre eles:
- servidores públicos e militares;
- integrantes do Poder Legislativo (deputados e senadores, por exemplo, no nível federal);
- integrantes do Poder Executivo (presidente da República; governadores, prefeitos);
- integrantes do Poder Judiciário (juízes de primeira instância, desembargadores de tribunais, ministros
de tribunais superiores);
- integrantes do Ministério Público (procuradores e promotores);
- integrantes de tribunais e conselhos de conta (ministros do TCU e integrantes de TCEs).
Crimes e penas
A proposta agora prevê as seguintes situações que podem ser enquadradas como crime. São as
seguintes:
- Decretar medida de privação da liberdade (prisão, por exemplo) de forma expressamente contrária
às situações previstas em lei. Pena de um a quatro anos de detenção;
- Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente descabida ou sem
prévia intimação de comparecimento ao juízo. Pena de um a quatro anos de detenção;
- Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal.
Pena de seis meses a dois anos de detenção.
- Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade
de resistência, a: exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública; ou submeter-se
a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei. Pena de um a quatro anos de detenção.
- Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo. Pena de um quatro anos de detenção.
- Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou quando
deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão. Pena de seis meses a dois anos de detenção.
- Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso noturno, salvo se capturado
em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações. Pena de seis
meses a dois anos de detenção.
- Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de preso à autoridade judiciária competente
para a apreciação da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia. Pena de um a
quatro anos de detenção.
- Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado. Pena de
seis meses a dois anos de detenção.
- Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de confinamento. Pena de um a quatro
anos de detenção.
- Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, imóvel
alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação judicial ou
fora das condições estabelecidas em lei. Pena de um a quatro anos de detenção.
- Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação ou de processo, o estado de lugar, de
coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente
alguém ou agravar-lhe a responsabilidade. Pena de um a quatro anos de detenção.
- Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado de instituição hospitalar
pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local
ou momento de crime, prejudicando sua apuração. Pena de um a quatro anos de detenção.
- Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou fiscalização, por meio
manifestamente ilícito. Pena de um a quatro anos de detenção.
- Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou administrativa,
em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração
administrativa. Pena de seis meses a dois anos de detenção.
- Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo
a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado. Pena de um
a quatro anos de detenção.
Interceptações telefônicas
A lei determina que é crime "realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou
telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo de Justiça, sem autorização judicial ou com
objetivos não autorizados em lei. Pena de dois a quatro anos de reclusão.
Efeitos da condenação
Uma vez condenada – e reincidente em crimes do mesmo tipo – a autoridade pode:
- ser obrigada a indenizar o dano pelo crime;
- ser inabilitada para o exercício de cargo, mandato, função pública por um período de um a cinco
anos;
- perder o cargo, mandato ou função pública.
Mudança ocorre dias após órgão declarar que Fernando Santa Cruz, opositor do regime militar, foi
morto pelo Estado. Presidente afirmou, sem apresentar provas, que militante foi assassinado por
organização de esquerda.
O presidente Jair Bolsonaro trocou quatro dos sete integrantes da Comissão sobre Mortos e
Desaparecidos Políticos. A mudança ocorreu uma semana após o colegiado declarar que a morte,
durante a ditadura militar, do pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi
provocada pelo Estado. Segundo Bolsonaro, ele foi morto pelo grupo de esquerda do qual fazia parte.
A alteração na comissão foi publicada no “Diário Oficial da União” desta quinta-feira (01/08), com a
assinatura do presidente e da ministra Damares Alves, da pasta da Mulher, da Família e dos Direitos
Humanos. Segundo Bolsonaro, a mudança ocorreu porque mudou o presidente da República.
"O motivo [é] que mudou o presidente, agora é o Jair Bolsonaro, de direita. Ponto final. Quando eles
botavam terrorista lá [na comissão], ninguém falava nada. Agora mudou o presidente. Igual mudou a
questão ambiental também", afirmou Bolsonaro nesta manhã na saída do Palácio da Alvorada.
De acordo com o decreto publicado nesta quinta-feira, estas são as alterações feitas na composição
da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos:
- Marco Vinicius Pereira de Carvalho substitui Eugênia Augusta Gonzaga Fávero, atual presidente do
colegiado
- Weslei Antônio Maretti substitui Rosa Maria Cardoso da Cunha
- Vital Lima Santos substitui João Batista da Silva Fagundes
- Filipe Barros Baptista de Toledo Ribeiro substitui Paulo Roberto Severo Pimenta
No último dia 24, atestado de óbito emitido pela comissão apontou que a morte de Fernando Santa
Cruz, pai do atual presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, se deu de forma “não natural, violenta, causada
pelo Estado brasileiro”. Nesta segunda-feira (29/07), Bolsonaro afirmou que "um dia" contaria ao filho de
Santa Cruz como o pai dele desapareceu durante a ditadura militar (1964-1985).
Horas após a declaração, Bolsonaro afirmou, sem apresentar provas, que a morte não foi causada
pelos militares, mas pelo "grupo terrorista" — nas palavras de próprio presidente — Ação Popular do Rio
de Janeiro, do qual Santa Cruz pai fazia parte.
Além do atestado de óbito emitido pela Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, relatório da
Comissão Nacional da Verdade destaca que documentos da Marinha e da Aeronáutica apontam que
Fernando Santa Cruz foi preso e desapareceu enquanto estava sob custódia das Forças Armadas, em
1974.
31
Vitor Sorano e Felipe Néri. Bolsonaro e Damares trocam integrantes da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/08/01/bolsonaro-e-damares-trocam-integrantes-da-comissao-sobre-mortos-e-desaparecidos-
politicos.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 01 de agosto de 2019.
Relembre o caso
Na segunda-feira (29/07), Bolsonaro disse que "um dia" contaria para o presidente da OAB como o pai
havia morrido. "Ele não vai querer saber a verdade", disse Bolsonaro.
Felipe Santa Cruz respondeu que acionaria o Supremo para que o presidente esclarecesse a fala.
Santa Cruz afirmou, ainda, que Bolsonaro agiu como um "amigo do porão da ditadura".
O presidente da OAB também disse, em carta de repúdio divulgada pela entidade, que Bolsonaro
demonstra "traços de caráter graves em um governante: a crueldade e a falta de empatia" e que todas as
autoridades do país devem "obediência à Constituição Federal".
Mais tarde, Bolsonaro afirmou que o pai do presidente da OAB foi morto pelo "grupo terrorista" Ação
Popular do Rio de Janeiro, e não pelos militares.
O atestado de óbito de Fernando, incluído no último dia 24 no sistema da Comissão de Mortos e
Desaparecidos, diz que ele foi morto pelo Estado brasileiro.
A presidente substituída da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos classificou a
fala de Bolsonaro como "extremamente grave".
O presidente da OAB entrou com interpelação no STF para que Bolsonaro conte o que diz saber sobre
o pai dele.
O ministro do Supremo Luis Roberto Barroso, relator do caso na Corte, vai notificar Bolsonaro, que
não é obrigado a responder as perguntas. Só depois que Felipe Santa Cruz decidirá se entra com uma
ação por crime como injúria, calúnia ou difamação.
Engenheiro e economista foi escolhido há um mês para substituir Joaquim Levy à frente do banco
público. Bolsonaro participou da cerimônia de posse, no Palácio do Planalto.
O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), Gustavo Montezano,
tomou posse nesta terça-feira (16/07) em cerimônia no Palácio do Planalto com a presença do
presidente Jair Bolsonaro e ministros.
Engenheiro e economista, Montezano foi escolhido no mês passado para presidir o banco no lugar
de Joaquim Levy, que pediu demissão após Bolsonaro falar que ele estava com a "cabeça a prêmio".
Bolsonaro exigiu de Levy a saída do diretor de Mercado de Capitais do BNDES, Marcos Barbosa Pinto.
O diretor foi chefe de gabinete de Demian Fiocca na presidência do BNDES (2006-2007).
Fiocca era considerado, no governo federal, um homem de confiança de Guido Mantega, ministro da
Fazenda nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Após a declaração de Bolsonaro, o
próprio Barbosa Pinto pediu demissão – e depois Levy.
Perfil
Gustavo Montezano é graduado em engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e tem
mestrado em finanças pelo Ibmec.
O novo presidente do BNDES tem 17 anos de carreira no mercado financeiro e foi sócio do Banco
Pactual, onde atuou como diretor-executivo da área de commodities em Londres e como responsável
pela área de crédito, resseguros e "project finance".
32
Guilherme Mazui e Luiz Felipe Barbiéri. Gustavo Montezano toma posse como presidente do BNDES. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/07/16/gustavo-montezano-toma-posse-como-presidente-do-bndes.ghtml. Acesso em 16 de julho de 2019.
Aprovação ocorreu nesta quarta-feira (10/07); veja como podem ficar as novas regras para as
aposentadorias e pensões.
O texto-base da reforma da Previdência foi aprovado em primeiro turno no plenário da Câmara nesta
quarta-feira (10/07). Foram 379 votos favoráveis e 131 contrários.
O projeto terá que ser aprovado também em segundo turno e ainda poderá sofrer modificações.
Depois, se for aprovada, a reforma terá que ser apreciada também pelo Senado.
A proposta de emenda à Constituição (PEC) para mudar as regras de aposentadoria foi apresentada
pelo governo Bolsonaro no dia 20 de fevereiro.
A comissão especial da Câmara aprovou o texto com mudanças na semana passada, a partir do
parecer do relator Samuel Moreira (PSDB-SP). Foi esse o texto aprovado também no plenário, nesta
quarta. Agora, a próxima etapa é votar os destaques, propostas para alterar o texto-base.
A proposta aprovada no plenário reduz a previsão de economia para os cofres públicos com a reforma
para R$ 990 bilhões em 10 anos, segundo cálculos do secretário especial de Previdência e Trabalho,
Rogério Marinho. O projeto enviado pelo governo ao Legislativo previa, inicialmente, uma economia de
R$ 1,236 trilhão em 10 anos.
Entenda, ponto a ponto, o texto aprovado no plenário da Câmara:
33
G1. Reforma da Previdência: entenda ponto a ponto a proposta aprovada em primeiro turno. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/07/05/reforma-da-
previdencia-entenda-ponto-a-ponto-a-proposta-que-vai-ao-plenario-da-camara.ghtml. Acesso em 11 de julho de 2019.
Regras de transição
A proposta prevê 5 regras de transição para os trabalhadores da iniciativa privada que já estão no
mercado. Uma dessas regras vale também para servidores – além disso, esta categoria tem uma opção
específica. Para todas as modalidades vão vigorar por até 14 anos depois de aprovada a reforma. Pelo
texto, o segurado poderá sempre optar pela forma mais vantajosa.
Transição 3: pedágio de 50% – tempo de contribuição para quem está próximo de se aposentar
(para INSS)
Quem está a dois anos de cumprir o tempo mínimo de contribuição que vale hoje (35 anos para homens
e 30 anos para mulheres) ainda pode se aposentar sem a idade mínima, mas vai pagar um pedágio de
50% do tempo que falta. Por exemplo, quem estiver a um ano da aposentadoria deverá trabalhar mais
seis meses, totalizando um ano e meio. O valor do benefício será reduzido pelo fator previdenciário, um
cálculo que leva em conta a expectativa de sobrevida do segurado medida pelo IBGE, que vem
aumentando ano a ano.
Para servidores que ingressaram até 31 de dezembro de 2003, a integralidade da aposentadoria será
mantida para quem se aposentar aos 65 anos (homens) ou 62 (mulheres). Para quem ingressou após
2003, o critério para o cálculo do benefício é igual ao do INSS.
Aposentadoria rural
Pelo texto, a idade mínima fica mantida em 55 anos para mulheres e 60 para homens. O tempo mínimo
de contribuição também fica em 15 anos para mulheres e para homens. A proposta atinge, além de
Para os servidores públicos, irão as alíquotas efetivas irão variar de 7,5% a mais de 16,79%.
Atualmente, o funcionário público federal paga 11% sobre todo o salário, caso tenha ingressado antes de
2013. Quem entrou depois de 2013 paga 11% até o teto do INSS.
Abono salarial
O pagamento do abono salarial fica restrito aos trabalhadores com renda até R$ 1.364,43. Hoje, é
pago para quem recebe até 2 salários mínimos.
Salário-família e auxílio-reclusão
O texto define que os beneficiários do salário-família e do auxílio-reclusão devem ter renda de até R$
1.364,43.
Aposentadoria de magistrados
A proposta do governo não tratava especificamente do assunto. Mas o texto aprovado pela comissão
especial propõe retirar da Constituição a possibilidade da aplicação da pena disciplinar de aposentadoria
compulsória.
Governo publicou 37 portarias no 'Diário Oficial da União' para liberação de recursos do orçamento em
emendas parlamentares, cuja aplicação é indicada por deputados e senadores.
Votação
A votação da reforma da Previdência é considerada prioritária pelo governo para sanar as contas
públicas, a proposta de reforma da Previdência que altera as regras de aposentadoria foi aprovada na
semana passada pela comissão especial.
A expectativa é a de que a votação seja iniciada nesta terça-feira (09/07) no plenário da Câmara. Por
se tratar de uma emenda à Constituição, são necessários dois turnos de votação com o apoio de ao
menos 308 dos 513 deputados, antes de seguir para o Senado.
Em rápida entrevista nesta terça, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a Câmara vai aprovar a
reforma da Previdência com "toda a certeza" em dois turnos antes do recesso parlamentar, marcado para
começar no dia 18 de julho.
"Segundo informações de vocês mesmos [da imprensa], o Rodrigo Maia é o nosso general dentro da
Câmara, agora, para aprovar com toda a certeza antes do recesso os dois turnos dessa nova
Previdência”" disse o presidente, após uma visita ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Oposição
Uma reunião entre líderes partidários da Câmara na manhã desta terminou sem acordo sobre o passo
a passo da votação da reforma no plenário da Casa.
Parlamentares a favor da proposta queriam convencer a oposição a não apresentar o chamado "kit
obstrução" (requerimentos regimentais com o objetivo de atrasar os trabalhos).
Em troca, as sessões desta terça seriam destinadas apenas aos debates, deixando o início da votação
para quarta (09/07). Além disso, a oposição se comprometeria a apresentar somente dois requerimentos
de obstrução.
A oposição, porém, não acatou a sugestão e vai discutir uma estratégia em uma reunião a portas
fechadas.
Ao chegar à reunião, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a intenção é tentar
votar o texto principal ainda nesta terça, para deixar os destaques para quarta (10/07).
Voto evangélico
Segundo a colunista do G1 Andréia Sadi, em meio à articulação por votos pela reforma da Previdência,
parlamentares da bancada evangélica conseguiram uma sinalização nos últimos dias do governo de que
haverá mudanças na declaração de receitas e despesas de Igrejas à Receita Federal. Os evangélicos
somam 108 deputados e 10 senadores.
Igrejas são isentas de todos os tributos pela Constituição, assim como partidos e sindicatos, mas
precisam informar à Receita Federal receitas e despesas a cada três meses.
Cidades brasileiras têm transporte público parcialmente parado e protestos nesta sexta-feira34
Mobilização foi convocada contra cortes na educação e a reforma da Previdência. Por volta de 9h, ao
menos 20 estados e o DF tinham sido afetados.
Cidades brasileiras registram protestos e paralisações em serviços públicos na manhã desta sexta-
feira (14/06). Trabalhadores cruzaram os braços contra os cortes do governo na educação e a reforma
da Previdência. Por volta de 9h, ao menos 20 estados e o DF tinham sido afetados.
No início da manhã, os efeitos da paralisação eram sentidos nas grandes cidades principalmente no
transporte público e com o fechamento de vias. Somente parte das linhas de ônibus, trem ou metrô
funcionavam em capitais como São Paulo, João Pessoa, Curitiba, Maceió e Salvador. No Rio, protestos
bloquearam vias da cidade.
Resumo
- No Rio, vias foram bloqueadas por manifestantes, e a PM chegou a usar bomba de efeito moral para
dispersar protesto, mas o transporte público não parou
- Em SP, somente algumas linhas do metrô paralisaram, e houve bloqueio de vias importantes por
protestos
- Em Salvador, ônibus foram atacados por pedras
- Escolas e universidades amanheceram fechadas em locais como Goiás, São Paulo, Sergipe Distrito
Federal, Minas Gerais e Pará
- Até 8h05, 43 cidades de 14 estados tinham registrado protesto
- Até 8h15, 31 cidades haviam registrado paralisação de serviços em 15 estados e no DF
Decisão ainda precisa passar pelo plenário e pela Câmara; votação deve ocorrer ainda nesta quarta-
feira (12/06).
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira a derrubada dos
decretos do presidente Jair Bolsonaro que flexibilizaram o porte de armas, com o argumento de que
Bolsonaro extrapolou suas funções ao editá-los. Na semana passada, a CCJ já havia demonstrado que
o resultado poderia ser desfavorável ao governo. Para ter validade, a decisão ainda precisa passar pelo
plenário, o que deve ocorrer ainda nesta quarta, e pela Câmara dos Deputados.
A CCJ analisou conjuntamente sete projetos de decretos legislativos (PDLs) que pedem a revogação
dos decretos. O relator, Marcos do Val (PPS-ES), foi contrário aos projetos e defendeu sua manutenção.
Seu relatório, no entanto, foi rejeitado por 15 votos a 9. No seu lugar, foi aprovado simbolicamente um
voto em separado apresentado por Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB).
Ainda nesta quarta-feira, a CCJ incluiu na pauta, de última hora, um projeto que tipifica o crime de
abuso de autoridade. A discussão sobre o tema acontece em meio à crise provocada pela divulgação da
suposta troca de mensagens entre o ministro Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol.
Prevendo a derrota na questão relativa às armas, Marcos do Val tentou sensibilizar os senadores com
uma história pessoal: ele relatou que sua irmã sofreu ameaças de morte recentemente e que, por isso,
está pedindo a flexibilização das regras.
— É a única maneira que ela está encontrando de garantir a vida dela. A segurança pública não tem
condição de estar em todos os lugares em todos os momentos. Minha irmã nunca tocou em arma na vida
dela. Depois dessa ameaçava, ela está se preparando. Não é o que ela queria, mas é a oportunidade que
ela está tendo, por esse decreto, de proteger a vida dela. Eu peço para vocês, por favor, não tirem esse
direito dela.
Diversos senadores ressaltaram que não estavam debatendo a flexibilização ou não do porte de
armas, mas sim a maneira pela qual ela foi feita, ou seja, por meio de decreto. Espiridião Amin (PP-SC),
por exemplo, votou pela derrubada do decreto, mas defendeu que o Legislativo debata essa questão em
breve.
34
G1. Cidades brasileiras têm transporte público parcialmente parado e protestos nesta sexta-feira. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/06/14/cidades-brasileiras-tem-paralisacoes-em-servicos-publicos-nesta-sexta-feira.ghtml. Acesso em 14 de junho de 2019.
35
Amanda Almeida. Daniel Gullino. Comissão do Senado aprova projeto que derruba decreto de armas de Bolsonaro. O Globo.
https://oglobo.globo.com/brasil/comissao-do-senado-aprova-projeto-que-derruba-decreto-de-armas-de-bolsonaro-23734402. Acesso em 13 de junho de 2019.
Bolsonaro determinou que Defesa faça as 'comemorações devidas' do golpe de 64, diz porta-
voz36
Golpe que deu início a ditadura militar no Brasil completará 55 anos no próximo dia 31. Segundo Otávio
Rêgo Barros, para Bolsonaro movimento militar de 1964 não foi golpe.
O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou nesta segunda-feira (25/03)
que o presidente Jair Bolsonaro determinou ao Ministério da Defesa que faça as "comemorações devidas"
pelos 55 anos do golpe que deu início a uma ditadura militar no país.
O golpe militar que depôs o então presidente João Goulart ocorreu em 31 de março de 1964. Após o
ato, iniciou-se uma ditadura que durou 21 anos. No período, não houve eleição direta para presidente. O
Congresso Nacional chegou a ser fechado, mandatos foram cassados e houve censura à imprensa.
Na semana passada, Rêgo Barros havia dito que não haveria nenhum tipo de comemoração
relacionada à data. Nesta segunda, porém, o porta-voz mudou o discurso.
"O nosso presidente já determinou ao Ministério da Defesa que faça as comemorações devidas com
relação a 31 de março de 1964, incluindo uma ordem do dia, patrocinada pelo Ministério da Defesa, que
já foi aprovada pelo nosso presidente", afirmou Rêgo Barros durante entrevista coletiva no Palácio do
Planalto.
Questionado por jornalistas sobre o que seriam as "comemorações devidas", Rêgo Barros respondeu:
"Aquilo que os comandantes acharem dentro das suas respectivas guarnições e dentro do contexto em
que devam ser feitas". Ele afirmou que não há previsão de nenhum tipo de ato no Palácio do Planalto no
próximo dia 31.
Desde o período em que foi deputado federal, Bolsonaro sempre defendeu que o Brasil não viveu uma
ditadura entre 1964 e 1985, mas, sim, um "regime com autoridade". De acordo com o porta-voz da
Presidência, o agora presidente da República não considera que houve um golpe militar em 1964.
"O presidente não considera 31 de março de 1964 um golpe militar. Ele considera que a sociedade,
reunida e percebendo o perigo que o país estava vivenciando naquele momento, juntou-se, civis e
militares, e nós conseguimos recuperar e recolocar o nosso país em um rumo que, salvo o melhor juízo,
se isso não tivesse ocorrido, hoje nós estaríamos tendo algum tipo de governo aqui que não seria bom
para ninguém", disse.
Ao votar a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, Bolsonaro homenageou em
plenário o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido pela Justiça de São Paulo como torturador
durante o regime militar. Para Bolsonaro, Ustra é um "herói brasileiro".
Segundo a Comissão da Verdade, 434 pessoas foram mortas pelo regime ou desapareceram durante
o período – somente 33 corpos foram localizados.
Diante disso, a comissão entregou em 2014 à então presidente Dilma Rousseff um documento no
qual responsabilizou 377 pessoas pelas mortes e pelos desaparecimentos durante a ditadura.
Reforma da Previdência
Na mesma entrevista, Rêgo Barros afirmou que Bolsonaro está “disposto” e “aberto” a realizar a
interlocução com deputados e senadores para aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional.
“O presidente fará todos os esforços necessários para que a proposta da Previdência avance, sob a
batuta agora do Congresso Nacional, mas entendendo que ele é parte dessa solução”, disse.
36
Guilherme Mazui. Bolsonaro determinou que Defesa faça as 'comemorações devidas' do golpe de 64, diz porta-voz. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/03/25/bolsonaro-determinou-que-defesa-faca-as-comemoracoes-devidas-do-golpe-de-64-diz-porta-
voz.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em27 de março de 2019
Embaixada em Israel
O porta-voz foi perguntando se Bolsonaro cogita anunciar durante viagem a Israel, a partir de sábado
(30/03), a transferência da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, uma das promessas que fez
após ter sido eleito.
Rêgo Barros afirmou que Bolsonaro defende mais tempo para avaliar a questão. “Nosso presidente
vem advogando que merece um estudo um pouco mais aprofundado, que ele o fará ao longo do tempo e
no tempo necessário”, disse.
Michel Temer e Moreira Franco são presos pela Lava Jato do RJ37
Mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Procurada
pela G1, a defesa do ex-presidente não atendeu.
O ex-presidente Michel Temer foi preso em São Paulo na manhã desta quinta-feira (21/03) pela força-
tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro. Os agentes também prenderam o ex-ministro Moreira Franco no
Rio. A PF cumpre mandados contra mais seis pessoas, entre elas empresários.
Preso, Temer será levado para o Aeroporto de Guarulhos, onde vai embarcar em um voo e será levado
ao Rio de Janeiro em um avião da Polícia Federal. O ex-presidente deve fazer exame de corpo de delito
do IML em um local reservado e não deve ser levado à sede da PF de São Paulo, na Lapa.
Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio,
responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro. A prisão de Temer é preventiva.
Temer falou por telefone ao jornalista Kennedy Alencar, da CBN, no momento em que havia sido
preso. O ex-presidente afirmou que a prisão "é uma barbaridade".
Desde quarta-feira (20/03), a PF tentava rastrear e confirmar a localização de Temer, sem ter sucesso.
Por isso, a operação prevista para as primeiras horas da manhã desta quinta-feira atrasou.
O G1 ligou para a defesa de Temer, mas até a última atualização desta reportagem os advogados não
haviam atendido a ligação.
O G1 falou às 11h40 com o advogado Rafael Garcia, que defende o ex-ministro de Minas e Energia
Moreira Franco em um dos inquéritos contra ele no STF, mas ele disse que não estava autorizado a falar
e orientou a procurar o advogado Antônio Pitombo. A reportagem ligou para o escritório de Pitombo, mas
não conseguiu falar com ele.
O MDB, partido do ex-presidente, divulgou uma nota. "O MDB lamenta a postura açodada da Justiça
à revelia do andamento de um inquérito em que foi demonstrado que não há irregularidade por parte do
ex-presidente da República, Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco. O MDB espera que a Justiça
restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao contraditório e o direito de
defesa", diz o texto.
Questões
02. (Câmara de Piracicaba/SP – Jornalista – VUNESP – 2019) Em derrota para a Lava Jato, a
decisão do Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira, 14.03.19, teve um placar apertado, por 6 votos
a 5, e marcada por duras críticas a membros do Ministério Público Federal, que são contrários ao
entendimento firmado pela maioria da Corte.
(Estadão – https://bit.ly/2TBHBhH – Acesso em 01.05.19. Adaptado)
(A) os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, quando relacionados ao caixa 2 de campanha,
devem ser julgados pela Justiça Eleitoral.
(B) a perda de foro privilegiado por membros do Legislativo acusados de corrupção deverá ser julgada
em Tribunais de Primeira Instância de Brasília.
(C) os casos de corrupção para a formação de caixa 2 de campanha deixarão de ser de análise
exclusiva de Curitiba e passarão a ser descentralizados.
(D) os procuradores e subprocuradores da República devem se remeter à Justiça Eleitoral para
denunciar casos de desvios de recursos públicos.
(E) a Procuradoria Geral da República é o locus legal para julgar casos que envolvam políticos e
empresas em esquemas de caixa 2 de campanha.
05. (SAAE Linhares/ES – Oficial Administrativo – IDCAP) Com base na notícia abaixo e utilizando
seus conhecimentos sobre o assunto, analise o trecho e assinale a alternativa que completa corretamente
a lacuna:
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, anunciou (11/06/2019) que o ministro da Justiça, Sergio
Moro, vai comparecer à Comissão de Constituição e Justiça da Casa para falar sobre o vazamento de
mensagens trocadas entre ele e o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, procurador
___________.
(Fonte adaptada: https://g1.globo.com/>acesso em 11 de junho de 2019)
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
O Ministério da Cidadania é um órgão do Poder Executivo Federal resultante da união do Ministério do
Desenvolvimento Social, Ministério do Esporte e o Ministério da Cultura. Ele foi criado em 1º de janeiro
de 2019 em uma das primeira medidas oficaiais do Governo Bolsonaro.
02. Resposta: A
“O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta 5ª feira (14.mar.2019), por 6 votos a 5, que
processos de crimes comuns, como corrupção e lavagem de dinheiro, ligados a crimes eleitorais, como
caixa 2, devem ser enviados para a Justiça Eleitoral”.
(https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/03/14/supremo-decide-que-casos-de-caixa-2-ligados-a-outros-crimes-devem-ser-enviados-a-justica-eleitoral.ghtml)
03. Resposta: A
Nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto
Araújo, já haviam anunciado no Twitter que o país deixaria o pacto. Araújo o classificou como um
"instrumento inadequado para lidar com o problema (migratório)", defendendo que "imigração não deve
ser tratada como questão global, mas sim de acordo com a realidade e a soberania de cada país".
(https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/01/08/em-comunicado-a-diplomatas-governo-bolsonaro-confirma-saida-de-pacto-de-migracao-da-onu.ghtml)
04. Resposta: D
A afirmação na alternativa D corresponde exatamente ao item IV do Art 44 a respeito do Fundo
Partidário (aplicação dos recursos). Ela segue como a questão apresentou: “na criação e manutenção de
instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, sendo esta aplicação de, no
mínimo, vinte por cento do total recebido”38.
05. Resposta: E
Deltan Martinazzo Dallagnol é um jurista brasileiro. É procurador da República desde 2003 e ganhou
notoriedade por integrar e coordenar a força-tarefa da Operação Lava Jato, que investiga crimes de
corrupção na Petrobras e em outras estatais.
38
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9096compilado.htm
Com coronavírus, economia global deve ter pior desempenho desde a Grande Depressão, diz
FMI39
Para o Brasil, o FMI estima que o PIB deste ano vai encolher 5,3%. Se a nova previsão do Fundo se
confirmar, o país deve colher o pior desempenho econômico desde 1901, pelo menos.
A pandemia de coronavírus vai levar a economia mundial a registrar em 2020 o pior desempenho
desde a Grande Depressão de 1929, segundo relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional
(FMI) nesta terça-feira (14/04). O órgão passou a estimar que o Produto Interno Bruto (PIB) global deve
recuar 3% - a previsão anterior era de alta de 3,3%.
No caso do Brasil, o FMI prevê que o PIB deste ano vai encolher 5,3%. Antes, a expectativa era de
alta de 2,2%. Se a nova previsão do Fundo se confirmar, a economia brasileira também vai alcançar uma
marca bastante negativa: será o pior desempenho econômico desde 1901, pelo menos.
Por ora, as projeções do FMI para a economia brasileira estão mais pessimistas que as do mercado
financeiro local. No relatório Focus, do Banco Central, divulgado na segunda-feira, os analistas estimam
uma queda de 1,96%.
Para conter a pandemia do coronavírus, vários países estão paralisando as atividades econômicas
consideradas não essenciais e promovendo o isolamento social. A última recessão global foi observada
em 2009 diante dos efeitos da crise financeira internacional.
"É muito provável que este ano a economia global experimente a sua pior recessão desde a Grande
Depressão, superando a que foi observada uma década atrás durante a crise financeira", informou o
fundo no relatório World Economic Outlook.
39
Luiz Guilherme Gerbelli. Com coronavírus, economia global deve ter pior desempenho desde a Grande Depressão, diz FMI. G1.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/04/14/com-coronavirus-economia-global-deve-ter-pior-desempenho-desde-a-grande-depressao-diz-fmi.ghtml. Acesso
em 15 de abril de 2020.
Expectativa é de retomada
Embora o quadro para a economia seja bastante negativo neste ano, o FMI projeta uma recuperação
no próximo ano com a expectativa de que a pandemia do coronavírus seja superada. O PIB global deve
avançar 5,8%.
A melhora deve ser liderada pelas economias em desenvolvimento. No ano que vem, o Fundo estima
que o PIB dos emergentes vai aumentar 6,6%, enquanto as economias emergentes devem avançar 4,5%.
"A quarentena, o lockdown e o distanciamento social são medidas importantes para retardar a
transmissão (do coronavírus), dando ao sistema de saúde tempo para lidar com o aumento da demanda
por seus serviços e para os pesquisadores tentarem desenvolver terapias e uma vacina", pontuou o
Fundo.
"Essas medidas podem ajudar a evitar uma queda ainda mais grave e prolongada na atividade e
preparar o terreno para a recuperação econômica", acrescentou.
Para o Brasil, o avanço esperado em 2021 é de 2,9%.
“Existem razões para otimismo, apesar das circunstâncias terríveis”, disse Gita Gopinath. “As rápidas
e substanciais ações de política econômica adotadas em muitos países ajudarão a proteger pessoas e
empresas, prevenindo um prejuízo econômico ainda mais severo e criando as condições para a
recuperação.”
MP reduz encargos para patrões que contratarem jovens no primeiro emprego e pessoas acima de 55
anos
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (14/04) o texto da medida provisória do trabalho
Verde e Amarelo, que reduz encargos para patrões que contratarem jovens no primeiro emprego e
pessoas acima de 55 anos que estavam fora do mercado formal.
O texto-base foi aprovado por 322 votos a 153, com duas abstenções. Agora, os deputados vão votar
propostas de alterações ao projeto.
Agora, segue ao Senado. Caso seja mantido, vai à sanção ou a veto presidencial.
40
Danielle Brant. Thiago Resende. Deputados aprovam MP do emprego Verde e Amarelo. Folha de São Paulo.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/04/deputados-aprovam-texto-base-da-mp-do-emprego-verde-e-amarelo.shtml. Acesso em 15 de abril de 2020.
Projeto aprovado no Congresso prevê pagamento de benefício para até duas pessoas da mesma
família, por três meses. Auxílio é voltado para quem teve a renda mais afetada pelo coronavírus.
O presidente Jair Bolsonaro sancionou com vetos, nesta quarta-feira (01/04), a lei que estabelece um
auxílio de R$ 600 mensais, por três meses, a trabalhadores informais.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, anunciou a sanção em rede social. A
medida não tinha sido publicada no "Diário Oficial da União" até o início da manhã desta quinta-feira
(02/04). A publicação é necessária para oficializar o auxílio e permitir que o benefício seja concedido.
O auxílio tem o objetivo de diminuir o impacto da pandemia do coronavírus na renda dessas pessoas
– que não têm carteira assinada e, por isso, foram mais afetadas pelas medidas de isolamento social.
Pela manhã, Bolsonaro anunciou em pronunciamento que sancionaria o texto ainda nesta quarta.
Segundo ele, o auxílio deverá beneficiar 54 milhões de pessoas, com custo aproximado de R$ 98 bilhões.
O governo ainda não anunciou o calendário oficial de pagamento.
No início da noite, o presidente da República afirmou que já tinha assinado a sanção da lei, mas só
enviaria o texto à publicação junto com uma medida provisória (MP) para indicar a fonte dos R$ 98 bilhões.
A MP deve criar um crédito extraordinário nesse valor.
"Para publicar, eu preciso de uma outra medida provisória com crédito. Se não, fica um cheque sem
fundo na praça. Está certo? Daí, sim, deve terminar, deve terminar. Aí talvez traz em casa e eu assino,
publico. No caso, agora não adianta publicar em Diário [Oficial da União] extra. Eu público no Diário
ordinário de amanhã", declarou.
Enviado ao Congresso Nacional pelo governo, o projeto foi aprovado pela Câmara na semana passada
e pelo Senado na última (30/04). A proposta original previa um auxílio de R$ 200 mas os parlamentares,
com o aval do Executivo, aumentaram o valor para R$ 600.
Segundo o projeto, o auxílio será limitado a duas pessoas da mesma família. O texto aprovado ainda
definiu que a trabalhadora informal que for mãe e chefe de família terá direito a duas cotas, ou seja,
receberá R$ 1,2 mil mensais por três meses.
Vetos ao texto
O presidente Jair Bolsonaro vetou três itens do texto aprovado pelo Congresso Nacional. Segundo o
Planalto, esses vetos foram orientados pelos ministérios da Economia e da Cidadania.
Com o veto, essas condições ficam excluídas do texto que entrará em vigor. Os vetos serão analisados
pelo Congresso, que pode derrubar os trechos em definitivo ou restaurar a validade dessas regras.
Ampliação do BPC
O principal trecho vetado é o que garantia, na nova lei, a ampliação do Benefício de Prestação
Continuada (BPC) definida pelo Congresso no início de março. Essa ampliação, segundo o governo
federal, tem impacto de R$ 20 bilhões ao ano nas contas públicas.
A extensão do BPC foi definida quando o Congresso derrubou um veto de Bolsonaro ao tema. O
ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), chegou a adiar a mudança nas regras até
a definição de medidas "compensatórias" para esse custo extra.
Dias depois, Dantas mudou de ideia e suspendeu todas as decisões por 15 dias. Segundo o ministro,
a flexibilização das regras fiscais e de austeridade no contexto da pandemia do coronavírus poderia ser
aproveitada, também, para garantir a inclusão de novos beneficiários no BPC.
Enquanto não há resposta definitiva, os parlamentares voltaram a incluir o tema na lei do auxílio
emergencial. E, na análise final, Bolsonaro voltou a vetar o dispositivo. Segundo o governo, a medida fere
a Constituição e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
41
Guilherme Mazui e Nilson Klava, G1 e Globonews. Bolsonaro sanciona com vetos auxílio de R$ 600 mensais a trabalhadores informais. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/04/01/bolsonaro-sanciona-lei-que-preve-auxilio-de-r-600-mensais-a-trabalhadores-informais-diz-planalto.ghtml. Acesso em
02 de abril de 2020.
Requisitos
A lei sancionada estabelece uma série de requisitos para que o autônomo tenha direito ao auxílio,
apelidado por alguns parlamentares de "coronavoucher".
Segundo o texto aprovado no Congresso, o trabalhador precisa ter mais de 18 anos, cumprir critérios
de renda familiar e não pode receber benefícios previdenciários, seguro desemprego nem participar de
programas de transferência de renda do governo federal, com exceção do Bolsa Família.
Bolsonaro editou MP neste domingo que, entre outros pontos, permitia suspensão dos contratos de
trabalho por 4 meses. Trecho foi criticado por políticos, partidos e entidades.
O "Diário Oficial da União" publicou na noite desta segunda-feira (23/03), em edição extra, a revogação
de dispositivo de uma medida provisória que previa a suspensão dos contratos de trabalho por 4 meses.
A MP foi editada neste domingo (22/03) pelo presidente Jair Bolsonaro, mas o trecho sobre os
contratos foi alvo de críticas por parte de políticos, partidos e entidades. Bolsonaro, então, anunciou nesta
segunda a revogação do trecho.
Mais cedo, nesta segunda-feira, o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da
Economia, Bruno Bianco, afirmou que Bolsonaro decidiu revogar o trecho em razão da "má interpretação"
sobre o tema.
'Contraprestação'
De acordo com Bruno Bianco, a MP não deixou claro que haveria "contraprestação" por parte do
empregador que suspendesse o contrato do empregado por quatro meses.
Diante disso, afirmou o secretário, a próxima medida provisória a ser editada preverá a possibilidade
de o contrato ser suspenso e a contraprestação do empregador.
Segundo Bianco, a nova MP será assinada "o quanto antes". Medidas provisórias têm força de lei
assim que publicadas no "Diário Oficial da União", mas precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional
em até 120 dias para virar leis em definitivo.
42
Felipe Matoso e Guilherme Mazui. 'Diário Oficial' publica revogação de dispositivo que permitia suspender salários. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/03/23/diario-oficial-publica-revogacao-de-dispositivo-que-permitia-suspender-salarios.ghtml. Acesso em 24 de março de
2020.
Na tentativa de mostrar que a economia do país vai bem, a Secom (Secretaria de Comunicação) da
Presidência da República apresentou em suas redes sociais um recorte do PIB (Produto Interno Bruto)
que não é usado pelo IBGE.
A estratégia é questionada por especialistas. A Presidência afirma que o PIB privado cresceu 2,75%,
enquanto o PIB público recuou 2,25%.
A publicação, que cita o Ministério da Economia como fonte, afirma que no modelo adotado pelo
presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o Estado deixa de ser protagonista e dá espaço à iniciativa
privada.
Nesta semana, o IBGE divulgou o resultado do PIB do ano passado, que teve alta de 1,1%. O dado
veio menor do que o projetado inicialmente pelo mercado e pelo governo e consolidou 2019 como o
terceiro ano seguido de fraco crescimento da economia.
A publicação da Secom afirma que o resultado "fica abaixo do índice de mentiras de quem torce contra
o Brasil" e que o recuo do PIB público é "bom pro Brasil".
De acordo com a professora de Economia da USP (Universidade de São Paulo) Laura Carvalho, a
conta feita pelo governo não é reconhecida pelo IBGE e não é feita por outros órgãos estatísticos no
mundo. "Isso fere os princípios básicos do conceito de PIB, que exige que se trate a economia como um
todo", disse.
A economista afirma que a conta é ideológica e traz problemas metodológicos.
Essa separação cria distorções, segundo ela, porque, muitas vezes, bens produzidos pelo governo
são consumidos pelas famílias. Produtos de empresas também são usados pelo governo, como na
compra de medicamentos pelo SUS, por exemplo.
Outro problema, para a pesquisadora, estaria no fato de o cálculo do governo incluir investimentos de
estatais na conta do setor privado.
A professora também questiona o argumento do governo de que o crescimento privado está
substituindo o setor público.
"Não é que houve uma alocação melhor de recursos. É simplesmente que o governo está com menos
recursos e está investindo menos, gastando menos com infraestrutura. Isso não tem de ser celebrado",
afirmou.
O cálculo também foi criticado pelo economista da FGV e ex-secretário de Política Econômica Manoel
Carlos Pires. Para ele, a divisão entre PIB público e privado não faz sentido.
"Essas coisas não são separáveis nesses termos. Quando o governo usa recursos para investir, de
maneira geral, quem produz o bem de capital ou faz a construção é o setor privado, que é contratado
para produzir esse tipo de bem ou de serviço. Por essa razão, essa abordagem está errada. Não existe
PIB do governo", afirmou em artigo que analisa o estudo da SPE.
Pelo Twitter, o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, rebateu as críticas ao afirmar que
apresentações de outras gestões do ministério e também do Banco Central usavam o conceito de PIB
privado.
O diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente), Felipe Salto, afirma não ver o cálculo como
um grande problema, considerando que é "um exercício feito pelo ministério".
Para ele, entretanto, é preciso observar que os gastos obrigatórios do governo não estão em queda e
que o investimento público está muito baixo. "Nesse sentido, é preocupante", disse.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos pelo país. Ele revela o valor adicionado
à economia em um determinado período.
O dado, pela ótica da demanda, é uma composição de consumo das famílias, consumo do governo,
investimento e a diferença entre exportações e importações.
Nota técnica produzida pela SPE (Secretaria de Política Econômica) do Ministério da Economia em
novembro explica a metodologia usada para separar PIB público e privado, algo que não é feito pelo
IBGE.
O cálculo do chamado PIB público feito pela secretaria parte do consumo do governo, divulgado pelo
IBGE.
Como o dado de investimento inclui os setores público e privado, a pasta usa projeções de
pesquisadores e dados do Tesouro para estimar qual a parcela dessa conta sob responsabilidade do
governo.
43
Bernardo Caram e Ricardo Della Coletta. Governo separa 'PIB público' e 'PIB privado' para mostrar avanço econômico. GaúchaZH. Economia.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/noticia/2020/03/governo-separa-pib-publico-e-pib-privado-para-mostrar-avanco-economico-
ck7gmhc2201b101msk8u4gh0s.html. Acesso em 09 de março de 2020.
Para evitar 'década perdida', PIB tem de crescer 10% neste ano, mostra estudo44
Com o resultado do PIB de 1,1% em 2019, economia brasileira acumula crescimento médio de 0,7%
entre 2011 e 2019 e caminha para pior década em 120 anos.
A economia brasileira deve encerrar a década atual com o pior desempenho já registrado em 120 anos.
Para fugir dessa marca, o país tem de conseguir algo bastante raro na sua história: um avanço do Produto
Interno Bruto (PIB) de 10% em 2020 – a última vez que o país registrou uma expansão nessa faixa foi em
1976, quando cresceu 10,26%.
Com o resultado do PIB de 1,1% em 2019, o país acumula um crescimento médio de 0,7% ao ano
desde 2011, mostra um levantamento do economista Marcel Balassiano, pesquisador do Instituto
Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Se o Brasil conseguir crescer 2,17%
neste ano, como apontam os analistas consultados pelo relatório Focus, do Banco Central, a média do
período deve subir para 0,8%.
Até então, o pior desempenho foi colhido nos anos 1980, quando o país registrou avanço médio de
1,6%. O período foi batizado de década perdida.
"Para a década atual não ser a pior década em termos de crescimento econômico e conseguir ser
melhor (ou menos pior) do que a década de 1980, o PIB brasileiro teria que crescer, em termos reais,
10% em 2020, o que é bastante improvável, para não dizer impossível", apontou Balassiano em seu
levantamento.
O desempenho da década atual deve ser ainda mais fraco, já que os números do relatório Focus
podem ser considerados otimistas. Hoje, a expectativa é de que o PIB deste ano cresça na faixa de 1,5%
e 2%.
Em março do ano passado, o economista já havia alertado para o desempenho pífio da década atual.
Na ocasião, com os dados disponíveis, a média de crescimento esperada para o período de 2011 a 2020
era de 0,9%.
Na década, o país colecionou anos de forte recessão e lenta retomada, num período que envolveu
uma severa deterioração fiscal, crises políticas e choques internos e externos. Em 2015 e 2016, o PIB
caiu mais de 3%. Nos últimos três anos, o PIB avançou pouco mais de 1%.
Riqueza estagnada
Nesse cenário de baixo crescimento, o levantamento também aponta que a riqueza do brasileiro deve
ficar estagnada na década. No recorte histórico, o resultado só vai ser melhor do que os anos 1980,
quando o PIB per capita (indicador que mede toda a riqueza produzida por um país e a divide pela
quantidade de habitantes) caiu 0,6%.
A década de 1980 foi marcada por uma combinação perversa. No cenário internacional, houve uma
piora das condições financeiras, com alta de juros pelas principais economias. Internamente, o Brasil
44
Luiz Guilherme Gerbelli. Para evitar 'década perdida', PIB tem de crescer 10% neste ano, mostra estudo. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/03/05/para-evitar-decada-perdida-pib-tem-de-crescer-10percent-neste-ano-mostra-estudo.ghtml. Acesso em 05 de
março de 2020.
Tensão global
O avanço da epidemia do novo coronavírus pelo mundo tem provocado abalos nos mercados globais
e tem elevado as preocupações de investidores e governos sobre o impacto da propagação do vírus nas
cadeias globais de suprimentos, nos lucros das empresas e na desaceleração do crescimento da
economia global.
Embora o maior número de casos confirmados e os principais impactos ainda estejam concentrados
na China, o coronavírus já se espalhou por mais de 40 países de todos os continentes, provocando o
fechamento de fábricas, interrupção de produção, fechamento do comércio e a paralisação de atividades
também em países como Coréia do Sul, Japão e Itália.
Por conta de fluxos elevados de capitais para mercados de menor risco, o dólar segue se valorizando
frente a outras moedas, em especial moedas de países emergentes como o real.
No exterior, as principais bolsas europeias recuavam nesta sexta, caminhando para a pior semana
desde a crise de 2008. Na China, os índices acionários encerraram o pior mês desde maio do ano
passado, com os temores sobre o surto de coronavírus se tornar uma pandemia.
45
G1. Dólar opera em alta e chega a bater R$ 4,50 com temores de recessão. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/02/28/dolar.ghtml.
Acesso em 28 de fevereiro de 2020.
Informalidade cai, mas ainda atinge 40,7% da população ocupada, ou 38,3 milhões de brasileiros.
Outros 26,4 milhões seguem subutilizados.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (28/02) os primeiros
números do ano sobre o mercado de trabalho. A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,2% no
trimestre encerrado em janeiro, atingindo 11,9 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional Por
Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua).
Em relação trimestre encerrado em janeiro de 2019, quando a taxa foi de 12%, houve queda de 0,8
ponto percentual. Já em relação ao trimestre encerrado em outubro, o recuo foi de 0,4 ponto percentual.
Na comparação com o trimestre encerrado em dezembro, entretanto, quando a taxa foi de 11%, houve
alta de 0,2 ponto percentual – o primeiro avanço desde o trimestre encerrado em março do ano passado.
O IBGE, no entanto, só considera comparáveis os resultados de um mesmo trimestre e de 3 meses de
intervalo.
Tanto na comparação com o trimestre anterior, terminado em outubro, quanto com o mesmo trimestre
do ano passado, houve queda da população desocupada. Eram 12,625 milhões em janeiro e 12,367
milhões em outubro. Agora, o número de desempregados foi estimado em 11,913 milhões. No trimestre
encerrado em dezembro, o número de desempregados, no entanto, foi de 11,6 milhões.
O contingente de pessoas ocupadas (94,2 milhões) apresentou estabilidade em relação ao trimestre
anterior. Porém, comparado ao mesmo período de 1 ano atrás, houve crescimento, um adicional de 1,9
milhão de pessoas.
O país tem hoje 2 milhões a menos de desempregados do que tinha em abril de 2017, quando foi
registrado o maior nível de desocupação da história (13,6%). Entretanto, são 5,6 milhões de desocupados
a mais do que em janeiro de 2014, quando foi registrada a menor taxa de desocupação (6,4%).
Informalidade cai, mas ainda atinge 40,7% da população ocupada
A taxa de informalidade recuou de 41,2% no trimestre de agosto a outubro de 2019 para 40,7% no
trimestre encerrado em janeiro, representando um total de 38,3 milhões de trabalhadores informais.
Há 1 ano atrás, no entanto, a taxa era menor, de 40,6%.
“Esse recuo está associado à redução de aproximadamente 479 mil trabalhadores informais em
relação ao trimestre móvel anterior”, destacou a analista da PNAD Contínua, Adriana Beringuy.
No ano passado, a taxa média de desemprego no Brasil ficou em 11,9%, em um ano marcado pelo
avanço da informalidade, que atingiu o maior nível desde 2016 e foi recorde em 19 estados e no Distrito
Federal.
46
Darlan Alvarenga e Daniel Silveira. Desemprego fica em 11,2% em janeiro, e atinge 11,9 milhões, diz IBGE. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/02/28/desemprego-fica-em-112percent-em-janeiro-e-atinge-119-milhoes-diz-ibge.ghtml. Acesso em 28 de fevereiro de
2020.
Brasileiros de baixa renda levariam nove gerações para chegar à renda média, aponta estudo47
Brasil ocupa 60ª posição em ranking de países com maior mobilidade social.
Brasileiros nascidos em famílias de baixa renda levariam, em média, nove gerações para atingir a
renda média do país, segundo um relatório divulgado esta semana pelo Fórum Econômico Mundial. O
dado ilustra a baixa mobilidade social do país, isto é, a baixa probabilidade de um indivíduo melhorar de
vida financeiramente em relação aos seus pais.
"Em termos absolutos, é a habilidade de uma criança de ter uma vida melhor que a dos seus pais",
explica o documento.
Na Dinamarca, país apontado como o de maior mobilidade social no ranking, a estimativa é de que
seriam necessárias duas gerações para que uma pessoa nascida na classe mais baixa alcance a renda
média.
"Olhando para todas as economias e níveis de renda médios, as crianças nascidas em famílias menos
ricas tipicamente enfrentam maiores barreiras ao sucesso que as nascidas em famílias com mais
recursos. Além disso, as desigualdades estão crescendo mesmo em países que tiveram crescimento
rápido", alerta o estudo.
47
G1. Brasileiros de baixa renda levariam nove gerações para chegar à renda média, aponta estudo. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/22/brasileiros-de-baixa-renda-levariam-nove-geracoes-para-chegar-a-renda-media-aponta-estudo.ghtml. Acesso em
23 de janeiro de 2020.
Número de desempregados no mundo deve alcançar 190,5 milhões neste ano, diz OIT48
48
France Presse. Número de desempregados no mundo deve alcançar 190,5 milhões neste ano, diz OIT. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/20/numero-de-desempregados-no-mundo-deve-alcancar-1905-milhoes-neste-ano-diz-oit.ghtml. Acesso em 21 de
janeiro de 2020.
Desemprego no Brasil
Para o Brasil, a OIT estimou o país deve encerrar o ano com 12,9 milhões de desempregados. Se essa
previsão se confirmar, haverá uma pequena redução em relação ao observado em 2019. A organização
estima que o pais encerrou o ano passado com 13 milhões de desempregados.
Número de startups no Brasil aumentou 20 vezes nos últimos oito anos; 11 já são unicórnios49
Há dois anos, o país vê startups atingirem valor de mercado de US$ 1 bilhão, com cenário econômico
que estimula investimento no setor.
O Brasil tem 12.700 startups, segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups) — crescimento
de 27% em relação a 2018, quando eram 10 mil empresas. E 20 vezes mais do que em 2011, ano de
fundação da Abstartups, que contabilizou 600 negócios à época.
Startups são empresas de base tecnológica que têm crescimento rápido e escalável — com aumento
de ganhos sem inflar os custos.
“As startups viraram o jogo, estão muito presentes no nosso dia a dia, nos smartphones, nas
ferramentas que a gente usa para se comunicar, na forma como a gente compra e contrata. O nosso
universo contextual está tendo participação efetiva das startups”, avalia o presidente da Abstartups,
Amure Pinho.
E as brasileiras estão cada vez mais na mira dos investidores, pelas soluções inovadoras e pelo
cenário econômico, de juros baixos que estimulam investimento de risco.
Amure destaca a redução na taxa básica de juros como um dos impulsionadores dos investimentos no
setor: “Tivemos uma entrada muito forte de capital externo no Brasil. Pode-se ver com a entrada do
SoftBank (conglomerado japonês de telecomunicações) investindo em vários unicórnios. Isso aconteceu,
em grande parte, porque a gente teve uma queda da taxa de juros e essa queda faz os investidores
saírem dos bancos e investimentos mais conservadores para investimentos um pouco mais arriscados, e
as startups acabam se beneficiando disso. O resultado que a gente tem é que, a cada ano, as startups
vão ganhando muito espaço na economia brasileira, redesenhando, de certa forma, parte da economia
através da inovação”.
Um dos investimentos mais recentes do SoftBank foi na VTEX, empresa brasileira que desenvolve
plataformas de e-commerce. “Você consegue construir uma empresa bilionária só no Brasil sem pensar
no mundo todo. O Brasil tem milhões de consumidores, oportunidades do agro a hardware. A Selic
batendo 4,5%. Bancos, investidores precisam diversificar. E a gente vem de uma safra com bons
empreendedores”, destaca Alfredo Soares, vice-presidente Institucional da VTEX.
A empresa desenvolve soluções de e-commerce para 40 mil pequenas e médias empresas, e 2 mil
grandes empresas pelo mundo. Está há 20 anos no mercado e encerrou 2019 com um aporte de R$ 580
milhões do SoftBank, e dos fundos brasileiros Gávea Investimentos e Constellation Asset Management.
“O Brasil é um grande centro de digital, é um grande centro de negócios na internet, desde softwares
a microsserviços e a hardware. Marketing digital também é algo que o Brasil exporta muito também. A
gente quer fazer o Brasil ser conhecido não só pelo futebol, pelo surf agora, e pelo samba, mas também
pela tecnologia de e-commerce. A gente quer transformar o Brasil num polo de e-commerce global, onde
empresas do mundo todo venham contratar empresas do ecossistema”.
Um dos diferenciais que o país exporta para o mundo é o tradicional parcelamento. “Enquanto para a
gente o parcelamento é algo normal, em vários países são startups que permitem os lojistas a parcelarem.
A gente tem muita expertise no Brasil”, diz Alfredo.
UNICÓRNIOS
2019 foi o segundo ano em que o país teve startups alcançando valor de mercado de US$ 1
bilhão. Quando atingem esse patamar, são chamadas de “unicórnios”. Os primeiros cinco foram
registrados em 2018. No ano seguinte, outras seis empresas atingiram o posto.
Um deles é a Gympass, uma plataforma que conecta academias e empresas que querem incentivar
os funcionários a terem uma vida mais saudável. Nasceu em São Paulo, em 2012.
“Em 2015, começou nossa expansão internacional. Não tinha ninguém fazendo bem feito aquilo que a
gente fazia no Brasil. E agora em 2019, a gente atingiu a marca de unicórnio, com um investimento
49
Danuza Mattiazzi. Número de startups no Brasil aumentou 20 vezes nos últimos oito anos; 11 já são unicórnios. GloboNews.
https://g1.globo.com/globonews/noticia/2020/01/15/numero-de-startups-no-brasil-aumentou-20-vezes-nos-ultimos-oito-anos-11-ja-sao-unicornios.ghtml. Acesso em
16 de janeiro de 2020.
Além do novo valor do salário mínimo, entram em vigor regras que elevam as alíquotas do INSS e
estabelecem um teto para os juros do cheque especial.
O ano de 2020 começa com várias novidades para o bolso dos brasileiros. Além do novo valor do
salário mínimo, entram em vigor as regras que estabelecem um teto para os juros do cheque especial –
mas que também permitem que os bancos cobrem pelo limite mesmo se o cliente não usar.
Também começam a valer neste ano as novas regras para compras de brasileiros em lojas francas de
aeroportos e portos, conhecidas como free shops, além da alteração na regra para a conversão do câmbio
nos gastos no exterior com cartão de crédito.
Há ainda mudanças como as novas alíquotas de contribuição ao Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS), além do desconto do INSS sobre o seguro-desemprego e o início das contratações pelo
programa "Verde e Amarelo".
Salário Mínimo
O salário mínimo será de R$ 1.039 em 2020, conforme estabelecido em medida provisória assinada
pelo presidente Jair Bolsonaro.
O valor ficou um pouco abaixo do proposto pelo governo em abril no projeto da Lei de Diretrizes
Orçamentárias, de R$ 1.040, mas ficou acima do valor aprovado no orçamento de 2020 pelo Legislativo
– de R$ 1.031.
O novo salário mínimo não contempla ganho real, já que o valor foi apenas corrigido pela inflação
medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), segundo o Ministério da Economia.
Alíquotas do INSS
Com a aprovação da reforma da Previdência, o valor descontado do salário de cada trabalhador para
a aposentadoria vai mudar. Em resumo, quem ganha menos vai contribuir menos para o INSS, e quem
ganha mais, vai contribuir mais.
50
G1. O que muda no seu bolso em 2020. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/educacao-financeira/noticia/2019/12/31/o-que-muda-no-seu-bolso-em-
2020.ghtml. Acesso em 02 de janeiro de 2020.
Texto destina R$ 2 bilhões para o fundo eleitoral; prevê R$ 1.031 para o salário mínimo; e estima em
até R$ 124 bilhões o déficit das contas públicas.
O Congresso Nacional aprovou nesta terça-feira (17/12) o Orçamento da União para 2020. Com a
aprovação, o texto segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro.
Num primeiro momento da sessão, os parlamentares aprovaram o texto-base. Depois, passaram à
análise dos destaques. O texto-base foi aprovado logo após a Comissão Mista de Orçamento ter aprovado
a proposta.
Entre outros pontos, o Orçamento prevê R$ 2 bilhões para o fundo eleitoral no ano que vem; o salário
mínimo em R$ 1.031; e o déficit nas contas públicas podendo chegar a R$ 124 bilhões.
O Orçamento da União detalha todos os gastos a serem realizados pelo governo ao longo do ano.
Também apresenta a estimativa de quanto a União vai arrecadar. Nenhum gasto público pode ser
realizado sem previsão no Orçamento.
A execução do Orçamento terá o impacto de duas mudanças aprovadas pelo Congresso:
- a emenda constitucional que tornou as emendas parlamentares de bancada impositivas, ou seja, de
execução obrigatória. Em 2020, as emendas somarão 0,8% da receita corrente líquida (RCL);
- a emenda constitucional que permite a transferência direta dos recursos de emendas parlamentares
a estados e municípios independentemente de celebração de convênios, parcerias e outros instrumentos
formais.
Fundo eleitoral
O relator do Orçamento, deputado Domingos Neto (PSD-CE), que inicialmente havia proposto R$ 3,8
bilhões, decidiu manter a proposta do governo, prevendo R$ 2 bilhões para o fundo.
Este fundo, chamado Fundo Especial para o Financiamento de Campanhas (FEFC) foi criado em uma
reforma política, realizada em 2017.
Os parlamentares rejeitaram um destaque do partido Novo, que visava reduzir o valor do fundo para
R$ 700 milhões. Foram 242 votos pela derrubada do destaque, e 167 contrários.
51
Fernanda Vivas e Gustavo Garcia. Congresso aprova Orçamento de 2020; saiba o que está previsto. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/12/17/congresso-aprova-texto-base-orcamento-de-2020-saiba-o-que-esta-previsto.ghtml. Acesso em 18 de dezembro de
2019.
Salário mínimo
Conforme o texto-base, o valor estimado é de R$ 1.031. De acordo com o relator, o valor ainda
precisará ser estabelecido por uma nova legislação, já que a política nacional de valorização em vigor
desde 2015 não terá efeitos em 2020. O relator espera que o governo fixe o valor do mínimo por uma
medida provisória no começo de 2020.
'PEC emergencial'
O relator estimou economia de R$ 6 bilhões no Orçamento caso seja aprovada a chamada "PEC
Emergencial", que estabelece uma série de medidas para o controle do crescimento de despesas
obrigatórias (como redução da jornada de trabalho e de salários de servidores públicos) se houver
descumprimento à chamada regra de ouro.
Esse valor se refere à economia com gastos de pessoal. O relator fez uma alteração, ao longo desta
terça-feira, para deixar claro que, se a economia não se realizar, o valor das despesas com pessoal
poderá ser recomposto com o cancelamento de despesas.
Bolsa Família
O programa contará com R$ 29,5 bilhões no Orçamento.
Outros poderes
O projeto também determina os recursos previstos para outros Poderes da República – o Legislativo
e o Judiciário. Para Câmara, Senado e Supremo Tribunal Federal, o parecer manteve as propostas
originais de orçamento.
Câmara dos Deputados – R$ 6,2 bilhões.
Senado – R$ 4,5 bilhões.
Supremo Tribunal Federal – R$ 686,7 milhões
Para economistas ouvidos pela BBC News Brasil, efeitos mais imediatos no bolso do consumidor
tendem a ser no preço das viagens ao exterior, já que câmbio influencia tanto gastos em dólar quanto
preços de passagens e combustíveis.
Na noite de segunda-feira (25/11), uma declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, gerou
pessimismo no mercado financeiro. "É bom se acostumar com juros mais baixos por um bom tempo e
com o câmbio mais alto por um bom tempo", afirmou o ministro, em entrevista em Washington, capital
dos Estados Unidos.
A reação veio rápida: o real fechou o dia de ontem cotado R$ 4,239. No dia, chegou a bater R$ 4,27,
o maior valor nominal da história sobre o real.
Mas, na memória econômica do brasileiro, o sobe-e-desce da moeda tende a preocupar. A inflação vai
subir? Os juros vão aumentar? Como essa alta pode afetar os planos financeiros para o ano que vem?
Para economistas ouvidos pela BBC News Brasil, os efeitos mais imediatos no bolso do consumidor
tendem a ser no preço das viagens ao exterior — já que o câmbio influencia tanto nos gastos em dólar
quanto no preço das passagens, e no preço dos combustíveis. Mas, se a alta persistir e se transformar
em tendência permanente, os efeitos podem ser mais amplos, como, por exemplo, na inflação e nos
custos para as empresas.
Segundo os analistas, a alta recente do dólar reflete a preocupação de investidores e gestores de
recursos com as turbulências na América Latina, como os protestos no Chile e a incerteza política na
Bolívia.
"Os gestores trabalham por blocos. Para ele, real e peso argentino não têm grande diferença. [A
variação cambial] é um processo que vem acompanhado de algum nível de volatilidade e incertezas na
região", diz Rafael Cagnin, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
52
BBC. Quem ganha e quem perde com a alta do dólar: o impacto do câmbio do turismo à indústria. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/11/27/quem-ganha-e-quem-perde-com-a-alta-do-dolar-o-impacto-do-cambio-do-turismo-a-industria.ghtml. Acesso em 27
de novembro de 2019.
Seriam afetados municípios com menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da
receita total. Ministro Paulo Guedes afirmou que a decisão é política.
As mudanças no pacto federativo propostas em uma das três PECs enviadas nesta terça-feira (05/11)
pelo governo ao Congresso preveem a incorporação a municípios vizinhos das cidades com menos de 5
mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da receita total.
De acordo com o Ministério da Economia, há, atualmente, 1.254 municípios que seriam incorporados
pelos vizinhos, de acordo com as mudanças propostas.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que esse foi um tema levado ao governo por
lideranças políticas, em conversas neste primeiro ano de mandato do presidente Jair Bolsonaro.
"Seguramente não foi um economista do nosso grupo que lançou isso lá. Normalmente, é sempre uma
liderança política que chega e fala: 'Está acontecendo um negócio aqui'. E são lideranças políticas
experientes, e eles têm lá os combates deles. Nós vamos assistir isso ai", declarou.
Questionado se esse tema não pode gerar confusão, já que em 2020 haverá eleições municipais,
Guedes afirmou que a discussão é política.
Segundo ele, quem deve decidir se os municípios devem ter 5 mil, 3 mil ou 10 mil habitantes não é o
ministro da Economia.
"Não tem nada mais oportuno do que deixar o Congresso decidir isso. A gente vai, estimula, e eles
têm total decisão de falar: tira isso ou deixa isso", afirmou.
Falando de forma genérica sobre a proposta de pacto federativo, o ministro da Economia afirmou que
o Estado brasileiro está sendo "redesenhado".
"O presidente [Bolsonaro] foi eleito para mudar, e o Congresso também. Estou bastante confiante
nesse trabalho", disse.
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, avaliou que essas propostas terão um "longo
período de discussão" no Legislativo.
"O que será aprovado e o que será descartado será definido pelo Congresso Nacional. A forma correta
de se ter um bom debate político é apresentar para o Congresso Nacional", declarou.
Segundo o assessor especial do ministro, Rafaelo Abritta, a proposta prevê que, em 2023, verifique-
se quais municípios com menos de 5 mil habitantes arrecadam pelo menos 10% da sua receita total.
Nos casos dos municípios que não atingirem o "índice de sustentabilidade", não haverá eleição
municipal em 2024 e, já em 2025, serão incorporados por outros municípios.
Abritta destacou que os municípios com melhor situação financeira terão prioridade na incorporação
dos municípios e cada um poderá incorporar até três outros.
“No máximo, cada município poderá incorporar três municípios adjacentes. Deste modo, a proposta é
de que, no máximo, ocorra a fusão de quatro municípios”, afirmou Abritta.
O processo, no entanto, ainda terá de ser detalhado em lei.
Fabricação cabe à Casa da Moeda e, segundo o governo, outras empresas poderão ser habilitadas
pela Receita e disputar o serviço. MP foi assinada em ato de 300 dias do governo.
O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira (05/06) uma medida provisória (MP) que põe fim
ao monopólio da Casa da Moeda na fabricação de dinheiro (papel moeda e moeda metálica) e
passaportes.
53
Alexandro Martello e Laís Lis. Pacto federativo: proposta prevê incorporar a municípios vizinhos cidades com até 5 mil habitantes. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/11/05/pacto-federativo-proposta-preve-incorporar-a-municipios-vizinhos-cidades-com-ate-5-mil-habitantes.ghtml.
Acesso em 07 de novembro de 2019.
54
Mateus Rodrigues e Guilherme Mazui. Bolsonaro edita MP que põe fim ao monopólio na confecção de dinheiro e passaporte. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/11/05/bolsonaro-edita-mp-que-poe-fim-ao-monopolio-na-confeccao-de-dinheiro-e-passaporte.ghtml. Acesso em 06 de
novembro de 2019.
O que prevê a MP
O texto com a íntegra da MP não havia sido divulgado pela Presidência até a publicação desta
reportagem.
O governo federal já informou, contudo, que a medida provisória permitirá a habilitação de empresas
pela Receita Federal para que outras companhias possam disputar a oferta do serviço de confecção de
dinheiro e passaporte.
Segundo um texto divulgado pelo Palácio do Planalto à imprensa, a Casa da Moeda e as empresas
privadas poderão disputar, com base no menor preço, a fabricação e a impressão de:
- papel moeda;
- moeda metálica;
- cadernetas de passaporte;
- selos postais federais;
- selos fiscais federais.
De acordo com o Planalto, "para evitar a interrupção dos serviços", a Casa da Moeda seguirá habilitada
provisoriamente até dezembro de 2021 para essas impressões. Neste período, entretanto, empresas do
setor já poderão ser habilitadas e concorrer com a estatal.
A MP prevê um segundo prazo para que os selos postais e os passaportes entrem em produção
compartilhada, após dezembro de 2023.
Controle de produção
O texto da MP, segundo a assessoria da Presidência, prevê que empresas privadas poderão prestar
serviços de "integração, instalação e manutenção preventiva e corretiva de equipamentos envolvidos na
produção de cigarros".
"Há um aumento de oferta daqueles que podem fornecer o produto e, obviamente, isso vai gerar uma
redução de custos. O objetivo é dar maior competitividade, reduzir o Estado brasileiro, permitir o
empreendedorismo", declarou Jorge Oliveira.
Privatização
Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o projeto de privatização da Casa da Moeda
segue em análise no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), mas a "modelagem" ainda será
definida.
“Uma coisa é quebrar o monopólio, outra é estar no PPI. Ela segue no PPI, os estudos continuam”,
disse.
Governo prevê arrecadar até R$ 106,5 bilhões e irá dividir parte dos recursos com Petrobras, estados
e municípios. Entenda como será dividido os recursos e a importância do leilão em 8 pontos.
O megaleilão do excedente da cessão onerosa, marcado para esta quarta-feira (06/11), foi anunciado
pelo governo como o maior leilão de óleo e gás já feito no mundo em termos de potencial de exploração
de petróleo e de arrecadação.
55
Darlan Alvarenga. Karina Trevizan. Luíza Melo. Cessão onerosa: o que é e o que está em jogo no megaleilão do pré-sal. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/11/04/cessao-onerosa-o-que-e-e-o-que-esta-em-jogo-no-megaleilao-do-pre-sal.ghtml. Acesso em 04 de novembro de
2019.
Brasil cai em ranking do Banco Mundial que mede a facilidade para fazer negócios56
País passou da 109ª posição em 2018 para a 124º neste ano. Ministério da Economia avalia que
resultado não traduz as medidas implementadas pelo governo Bolsonaro.
Levantamento do Banco Mundial aponta que o Brasil caiu no ranking que mede a facilidade para fazer
negócios. O país passou da 109ª posição em 2018 para a 124º neste ano. O levantamento considera o
período entre os meses de maio dos dois anos.
O relatório anual "Doing Business" mede o impacto das leis e regulações e da burocracia no
funcionamento das empresas. Entre os itens avaliados estão o número de dias gastos na abertura de
empresas, no pagamento de impostos, na obtenção de alvarás de construção, na conexão com a rede
elétrica e no registro de uma propriedade, na obtenção de crédito e na execução de contratos e resolução
de insolvência.
O país melhorou em 3 dos 10 itens avaliados: abertura de empresas, registro de propriedades e
resolução de insolvências na Justiça.
O Banco Mundial destaca no estudo que as economias mais atrasadas nesse tipo de reforma são as
de países da América Latina e Caribe, e da África Subsaariana.
O primeiro lugar do Doing Business foi ocupado pela Nova Zelândia, seguida por Cingapura e Hong
Kong. O Brasil ficou bem atrás de países como China (31º colocado), Turquia (33º), Chile (59º) e México
(60º). Por outro lado, ficou à frente de vizinhos como Argentina (126º) e Venezuela (188º).
Avaliação
O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos
da Costa, afirmou que o resultado do ranking "Doing Business" é algo para se lamentar, mas que o
resultado não traduz as medidas implementadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
Costa afirmou que se o relatório fosse feito hoje o país já teria uma melhora significativa no ranking.
"Os formulários foram preenchidos de fevereiro a início de março e, portanto, não traduzem ainda as
medidas implementadas por esse governo", afirmou.
Segundo Costa, a equipe econômica trabalha para entrar na lista dos 50 melhores resultados já no
final do mandato do presidente Jair Bolsonaro.
"Isso não é algo impossível. É algo factível e pé no chão. A Índia avançou mais de 60 posições nos
últimos 3 anos. É algo factível, o que precisa é de determinação, foco e vontade política", disse.
Pedido de revisão
O indicador que sofreu a maior queda de 2019 para 2020 foi o de obtenção de eletricidades que caiu
58 posições. Segundo Costa, a maior redução ocorreu no custo para instalação do serviço de energia
elétrica, quando o Banco Mundial levou em consideração um caso padrão ocorrido em uma empresa de
São Paulo.
56
Laís Lis. Brasil cai em ranking do Banco Mundial que mede a facilidade para fazer negócios. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/10/24/brasil-cai-em-ranking-do-banco-mundial-que-mede-a-facilidade-para-fazer-negocios.ghtml. Acesso em 24 de
outubro de 2019.
Pagamento de impostos
O Brasil manteve a mesma pontuação do ano passado e aparece na 184ª posição no ranking de
pagamento de impostos. O Brasil continua sendo o país onde as empresas gastam mais tempo para
calcular e pagar impostos: 1.501 horas por ano em média.
Segundo o estudo, atualmente, o total da taxa tributária – valor dos impostos e das contribuições
obrigatórias – representa no Brasil 64,7% dos lucros. O melhor desempenho do estudo ficou em 26,1%
em 33 economias entre elas, Canadá, Dinamarca e Singapura.
Alvarás de construção
Já no aspecto da obtenção de alvarás para construção o Brasil piorou. Um dos motivos é o fato de
outras economias terem avançado mais. Segundo o levantamento do Banco Mundial, um grupo de dez
países realizou 20% das reformas econômicas registradas no ano em todo o mundo.
2018
A posição do país piorou com relação ao levantamento divulgado em outubro do ano passado quando
o Brasil avançou 16 posições, passando da 125º para o 109º lugar.
Segundo os dados do ano passado, Brasil facilitou o ambiente de negócios ao criar sistemas on-line
para simplificar o registro de empresas e foi o país que obteve o maior avanço no ranking entre as
economias da América Latina e Caribe.
Reforma da Previdência: na versão final aprovada no Senado, quais mudanças podem ajudar a
economia?57
"O Parlamento brasileiro aprova a maior reforma da Previdência da história", disse o presidente do
Senado, Davi Alcolumbre, antes de anunciar o resultado da votação principal, em discurso que também
registrou a presença em Plenário do ministro da Economia, Paulo Guedes.
"O Parlamento mostra maturidade política, mostra responsabilidade. O Congresso Nacional cumpre
com as suas responsabilidades. O Parlamento brasileiro entrega a maior reforma da Previdência da
história deste país para o Brasil e para os 210 milhões de brasileiros. Obrigado a todos os senadores pela
paciência", disse, segundo a Agência Senado.
Projetada inicialmente para reduzir em R$ 1 trilhão em dez anos os gastos públicos com
aposentadorias e benefícios, nas previsões anunciadas em fevereiro por Guedes, a versão aprovada na
noite de ontem deve gerar uma economia mais modesta, próxima de R$ 800 bilhões para o mesmo
período. O crescimento desenfreado dos gastos públicos é apontado por muitos especialistas como o
maior risco atual para a saúde econômica do país, que também amarga um contingente de mais de 12
milhões de desempregados e o aumento da pobreza extrema.
Como o texto muda a Constituição, a reforma não precisará da sanção do presidente para entrar em
vigor. Passa a valer assim que, depois de aprovados os destaques, for promulgada pelo Congresso, com
a assinatura de Alcolumbre.
Para economistas ouvidos pela BBC News Brasil, a principal mudança positiva da reforma para a
economia é mesmo a criação de uma idade mínima para a aposentadoria — pelas novas regras, de 65
anos para homens e 62 anos para mulheres, tanto para a iniciativa privada quanto para servidores
públicos. Deixa de existir a aposentadoria por tempo de contribuição, vista por parte dos economistas
como a maior causadora de aposentadorias precoces no país, em torno dos 55 anos. Virá da criação de
uma idade mínima para todos a maior parte da economia gerada pela reforma.
"Dos R$ 800 bilhões de economia, cerca de R$ 630 bilhões vêm da criação dessa idade mínima", diz
o especialista em contas públicas José Márcio Camargo, professor do departamento de economia da
PUC-Rio e economista-chefe da Genial Investimentos.
Outro ponto importante, na visão dos economistas, é que a aprovação sinaliza um futuro menos caótico
para as contas públicas brasileiras, reforçando sinais positivos como a criação de vagas formais pelo
57
Ligia Guimarães. Reforma da Previdência: na versão final aprovada no Senado, quais mudanças podem ajudar a economia? BBC Brasil.
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50148479. Acesso em 23 de outubro de 2019.
Menos desigualdade
Pela regra atual, podem aposentar-se os segurados do INSS que comprovarem um tempo mínimo de
contribuição, fixado em 35 anos para o homem e em 30 anos para a mulher, independentemente da idade.
"O Brasil não tem uma idade mínima para se aposentar, na média as pessoas se aposentam
precocemente, aos 55 anos de idade. O cara trabalha 35 anos, se aposenta com 55 anos e vive mais 30
anos como aposentado", diz Camargo, que explica que a idade mínima de aposentadoria não existe
apenas em poucos países, como Equador, Iraque, Síria, Argélia e Egito.
A criação de uma idade mínima é também a medida mais importante do texto para reduzir a
desigualdade social, defendem os economistas ouvidos pela BBC, já que, pela regra atual, quem se
aposentava mais cedo eram justamente os trabalhadores do setor formal e mais escolarizados, parte
menos vulnerável da sociedade.
"Quem se aposentava cedo? Quem tem nível superior, pouco risco de perder emprego e que ganha
mais — e que, se perder emprego, se recoloca mais rápido. É uma medida importante no aspecto da
justiça social", diz o economista Paulo Tafner, especialista em Previdência Social, doutor em ciência
política e pesquisador da Fipe/USP.
Outra mudança muito relevante dessa reforma, na avaliação de Tafner, é a que estabelece idade
mínima para a aposentadorias também dos servidores públicos, especialmente os que ingressaram antes
de 2003, e que atualmente têm regras mais privilegiadas e benefícios mais generosos para a
aposentadoria integral. Pelo texto aprovado nesta terça-feira, o benefício mínimo de aposentadoria para
servidores públicos será de 60% com 20 anos de contribuição, tanto para homens quanto para mulheres,
subindo 2 pontos percentuais para cada ano a mais de contribuição.
A regra, porém, valerá apenas para quem ingressou após 2003. Para aqueles que ingressaram até 31
de dezembro de 2003, a integralidade da aposentadoria (valor do último salário) será mantida para quem
se aposentar aos 65 anos (homens) ou 62 (mulheres).
Com uma tramitação marcada por disputas e discussões acaloradas sobre quem seriam os
privilegiados ou injustiçados pelas mudanças, as novas regras para aposentadorias foram alvo de críticas
até do próprio presidente Bolsonaro, que chegou a pedir aos parlamentares que os policiais tivessem
regras especiais para as aposentadorias, dizendo que foi um "erro" incluir a categoria, "aliada" do governo,
nas novas regras mais rígidas.
Enquanto isso, a reforma para os integrantes das Forças Armadas — enviada ao Parlamento em março
pelo governo de Jair Bolsonaro atrelada a uma reestruturação da carreira que aumenta a remuneração
— segue em discussão em uma comissão especial na Câmara, composta, em boa parte, por deputados
egressos de carreiras militares.
Críticos da proposta dizem que ela não reduz privilégios dos militares e reclamam do aumento de
salários em um momento de corte de gastos. A justificativa das Forças Armadas é que a categoria não
recebe reajuste há anos, tendo ficado muito atrás dos ganhos de outras carreiras federais, como juízes,
procuradores e auditores fiscais.
Se a proposta for aprovada, a remuneração bruta de um general do Exército, topo da carreira, poderá
subir 37%, de R$ 24.786,96 para R$ 33.947,24, a depender dos adicionais que conseguir incorporar, por
exemplo, como recompensa por cursos de qualificação.
Esperança em Maia
Embora o governo Bolsonaro venha enfrentando uma série de crises internas - como a ruptura com os
próprios aliados do PSL e o vaivém de declarações em torno da indicação do filho, Eduardo Bolsonaro,
para o cargo de embaixador nos EUA - a expectativa de Tafner é a de que tal agenda continue a avançar
em um movimento que ele considera inédito historicamente: com pouco apoio do Executivo e
protagonismo do Legislativo, sob a batuta de Rodrigo Maia.
"Eu tenho uma visão otimista. Eu acho que é como a música: apesar de você [do governo Bolsonaro],
o Congresso Nacional está tendo uma postura muito responsável de definir a agenda do país, o
Congresso está tomando a frente. E sempre foi um poder que não tinha nenhuma responsabilidade,
antigamente seria o contrário: o Executivo querendo aprovar a reforma e o Legislativo dizendo que não",
compara, acrescentando que o resultado da reforma poderia ter sido ainda mais satisfatório se o
presidente Bolsonaro tivesse abraçado a causa, a exemplo do que ocorreu no governo Temer, em
especial no trabalho de campanha pró-reforma do então ministro Henrique Meirelles.
"Eu acho que esse é um papel fundamental do Maia, ele tem uma agenda que ele quer levar adiante,
apesar do governo, a despeito do governo, independente do governo. A mesma coisa que vejo no
Senado, que também tem um agenda de modernização do Brasil", diz o economista.
Destaques rejeitados
Em votações no painel eletrônico, os senadores rejeitaram dois destaques apresentados por partidos
da oposição para modificar o texto da reforma, segundo informações da Agência Senado. Outros dois
não foram votados.
Por 57 votos a 20, o Plenário rejeitou o destaque apresentado pelo senador Weverton (PDT-MA) que
retiraria da reforma a revogação de regimes de transição que ainda existem frutos de reformas de
governos anteriores.
O que é deflação e por que a queda de preços pode não ser bom sinal58
Redução já era esperada pelo mercado financeiro e acontece em meio ao fraco desempenho da
economia brasileira. Nova taxa é a menor da série histórica do Banco Central.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (18/09), por
unanimidade, reduzir a Selic, taxa básica de juros da economia, de 6% ao ano para 5,5% ao ano.
O percentual, que já era esperado pelo mercado financeiro, é o menor desde o início do regime de
metas de inflação, em 1999. É também o menor da série histórica do Banco Central, que começou em
1986.
59
Elisa Clavery. Copom reduz taxa básica de juros de 6% para 5,5% ao ano. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/09/18/copom-reduz-
taxa-basica-de-juros-de-6percent-para-55percent-ao-ano.ghtml. Acesso em 19 de setembro de 2019.
Retomada gradual
Na nota explicativa para a redução, o Copom afirma que indicadores da atividade econômica
divulgados na última reunião, que aconteceu no dia 31 de julho, "sugerem retomada do processo de
recuperação da economia brasileira" e que "cenário do Copom supõe que essa retomada ocorrerá em
ritmo gradual".
O comitê afirma, porém, que em seu cenário básico para a inflação "permanecem fatores de risco em
ambas as direções". Entre os pontos elencados pelo comitê, estão o "nível de ociosidade elevado", que
poderia continuar produzindo "trajetória prospectiva abaixo do esperado".
Por outro lado, a nota fala em uma "eventual frustração" em relação às reformas e aos ajustes
necessários na economia brasileira, o que poderia "afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação
no horizonte relevante para a política monetária". Este risco, segundo o Copom, se intensifica em caso
de deterioração do cenário externo para economias emergentes.
"O Copom avalia que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem
avançado, mas enfatiza que perseverar nesse processo é essencial para a queda da taxa de juros
estrutural e para a recuperação sustentável da economia", diz a nota.
Para o comitê, os avanços na agenda de reforma "são fundamentais para consolidação do cenário
benigno para a inflação prospectiva".
Governo anuncia plano para privatizar nove empresas estatais; veja lista60
Anúncio foi feito no Palácio do Planalto após reunião do presidente Bolsonaro com o conselho do
Programa de Parcerias de Investimentos. Viabilidade do plano será analisada pelo BNDES.
O governo federal anunciou nesta quarta-feira (21/08) um plano para privatizar nove empresas
estatais.
O anúncio foi feito no Palácio do Planalto após uma reunião do presidente Jair Bolsonaro com o
conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
Segundo a secretária especial do PPI, Martha Seillier, e o secretário de Desestatização, Salim Mattar,
o plano do governo envolve as seguintes empresas:
- Telecomunicações Brasileiras S/A (Telebras);
- Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios);
- Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp);
- Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev);
- Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro);
- Empresa Gestora de Ativos (Emgea);
- Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec);
- Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp);
60
Gustavo Garcia. Mateus Rodrigues e Yvna Souza. Governo anuncia plano para privatizar nove empresas estatais; veja lista. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/21/governo-anuncia-plano-para-privatizar-nove-empresas-estatais.ghtml. Acesso em 22 de agosto de 2019.
Durante a apresentação do plano, o governo falou em também incluir creches, presídios e parques no
programa de privatizações, mas não explicou quais seriam os projetos. O G1 procurou a assessoria do
PPI e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
O governo prevê a concessão dos parques nacionais de Lençóis Maranhenses (MA) e Jericoacoara
(CE); e a renovação, em 2020, da concessão do Parque Nacional do Iguaçu (PR).
Próximos passos
A viabilidade do plano ainda depende de análise do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES).
Por decisão do Supremo Tribunal Federal, é proibida a privatização de estatais sem aprovação do
Congresso. Pela mesma decisão, o governo só pode vender as subsidiárias.
De acordo com o governo, esses estudos vão indicar se há condições de mercado para concretizar a
venda das estatais. As análises também poderão recomendar a manutenção da estatal ou a extinção da
empresa.
Segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a carteira atual do PPI conta com 18 ativos e está
estimada em R$ 1,3 trilhão. A estimativa do governo, acrescentou o ministro, é passar para R$ 2 trilhões
com o anúncio desta quarta-feira.
Entre os 18 ativos da carteira, estão a Eletrobras, a Trensurb, a CBTU e a Casa da Moeda.
Eletrobras
Mais cedo, nesta quarta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia(DEM-RJ), afirmou que
a Eletrobras deverá ser privatizada "o mais rápido possível". A privatização da estatal depende de aval
do Congresso.
Nesta terça-feira (20/08), a Câmara derrubou uma medida provisória (MP) que previa aporte de R$ 3,5
bilhões para a empresa.
A privatização da Eletrobras é um assunto que vem sendo debatido desde o governo Michel Temer.
Correios
Em entrevista nesta quarta, Bolsonaro antecipou que os Correios estariam na lista de privatizações.
"Começa com os Correios, eu não tenho de cabeça aqui. A privatização dos Correios passa também,
segundo decisão do Supremo, pela Câmara, pelo Congresso Nacional. Então, é um processo longo",
frisou o presidente.
Os Correios são vinculados ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e estão
presente em mais de 5 mil municípios.
Atualmente, a empresa é presidida por Floriano Peixoto. Em junho, ele substituiu Juarez Cunha,
contrário à privatização.
Questionado sobre o que acontecerá com os funcionários concursados dos Correios, o governo disse
que ainda não é possível dizer o que vai ocorrer, que serão feitos estudos para se encontrar o melhor
modelo.
EBC
De acordo com o ministro Onyx Lorenzoni, não houve definição na reunião desta quarta-feira sobre o
que será feito com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), responsável pela Agência Brasil e pela TV
Brasil.
Petrobras
Durante a coletiva, Onyx Lorenzoni disse que o governo ainda não tem uma definição sobre a
possibilidade de se privatizar a Petrobras.
“Nós ainda não temos uma definição do ministério, nem do governo nem da empresa no sentido de
colocá-la como um todo dentro do PPI”, afirmou o ministro da Casa Civil
Ações do BB
De acordo com o governo, um dos ativos que poderá ser vendido é um conjunto de ações do Banco
do Brasil que a União detém, o que pode gerar um faturamento de cerca de R$ 1 bilhão.
O Senado aprovou nesta quarta-feira (21/08) a medida provisória conhecida como MP da liberdade
econômica.
O texto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e seguirá para o presidente Jair Bolsonaro decidir
se sanciona, veta parcialmente ou veta a íntegra da proposta.
Durante a votação desta quarta-feira, os senadores decidiram retirar da MP o trecho aprovado pela
Câmara que permitia trabalho aos domingos e feriados. Segundo o presidente do Senado, Davi
Alcolumbre (DEM-AP), o tema será discutido posteriormente via projeto de lei.
A CLT prevê que o descanso "deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte", e a proposta
aprovada pela Câmara previa o descanso "preferencialmente aos domingos", abrindo espaço para a
concessão do benefício em outros dias da semana.
Quando o Senado muda um projeto enviado pela Câmara, a proposta é submetida a uma nova votação
pelos deputados.
No caso da MP da liberdade econômica, porém, os senadores consideraram o trecho sobre trabalho
aos domingos como "matéria estranha". Com isso, o projeto seguirá para sanção sem ter de voltar à
Câmara.
O texto altera o Código Civil, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro e modifica as regras de direito civil, administrativo, empresarial e trabalhista,
entre outros.
Registro de ponto
A proposta determina que serão obrigatórios os registros de entrada e de saída no trabalho somente
em empresas com mais de 20 funcionários. Atualmente, a anotação é obrigatória para empresas com
mais de 10 trabalhadores.
Substituição do e-Social
O Sistema de Escrituração Digital de Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, que unifica o
envio de dados sobre trabalhadores, será substituído por um sistema de informações digitais de
obrigações previdenciárias e trabalhistas.
'Abuso regulatório'
A proposta cria a figura do "abuso regulatório", infração cometida pela administração pública quando
editar norma que "afete ou possa afetar a exploração da atividade econômica". O texto estabelece as
situações que poderão ser enquadradas como "abuso regulatório" e determina que normas ou atos
administrativos estarão inválidos:
- criar reservas de mercado para favorecer um grupo econômico em prejuízo de concorrentes;
- redigir normas que impeçam a entrada de novos competidores nacionais ou estrangeiros no mercado;
- exigir especificação técnica desnecessária para o objetivo da atividade econômica;
61
Elisa Clavery. Senado aprova MP da liberdade econômica e retira trecho sobre trabalho aos domingos. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/08/21/senado-aprova-mp-da-liberdade-economica-e-retira-regras-aprovadas-pela-camara-sobre-trabalhos-ao-
domingo.ghtml. Acesso em 22 de agosto de 2019.
Negócios jurídicos
O texto também muda o trecho do Código Civil que trata dos negócios jurídicos – acordos celebrados
entre partes, com um objetivo determinado, com consequências jurídicas. A proposta inclui um dispositivo
no Código Civil que prevê que as partes de um negócio poderão pactuar regras de interpretação das
regras oficializadas no acordo, mesmo que diferentes das previstas em lei.
Registros públicos
A MP prevê que registros públicos, realizados em cartório, podem ser escriturados, publicados e
conservados em meio eletrônico. Entre os registros que podem atender às novas regras estão o registro
civil de pessoas naturais; o de constituição de pessoas jurídicas; e o registro de imóveis.
Fundos de investimento
A proposta cria uma série de regras para os fundos de investimento, definidos como "comunhão de
recursos" destinados à aplicação em ativos financeiros e bens. A proposta estabelece as regras de
registro dos fundos na Comissão de Valores Imobiliários, as informações que deverão constar nos
regulamentos dos fundos e as regras para solicitar a insolvência.
Segundo estudo, Brasil vive o mais longo aumento contínuo da concentração de renda já registrado.
A desigualdade de renda no Brasil aumentou no 2º trimestre de 2019 pelo 17º trimestre consecutivo,
o que representa o ciclo mais longo já registrado no país, segundo pesquisa da FGV Social, a partir de
dados da PNAD Contínua do IBGE.
De acordo com o estudo "Escalada da Desigualdade", do economista Marcelo Neri, trata-se de um
recorde de duração nas séries históricas brasileiras: 4 anos e 3 meses.
"Nem mesmo em 1989 que constitui o pico do nosso piso histórico de desigualdade brasileira houve
um movimento de concentração de renda por tantos períodos consecutivos".
O chamado índice Gini, que mede a concentração de renda, passou de 0,6003 no 4º trimestre de 2014
para 0,6291 no 2º trimestre de 2019.
De 2014 a 2019, a renda do trabalho da metade mais pobre da população caiu 17,1%, segundo o
estudo. Já a renda dos 1% mais rico subiu 10,11% nesse período. Já a renda da fatia da população
considerada de classe média (posicionada entre os 40% intermediários) teve queda de 4,16%.
A pesquisa mostra que a queda da renda média atingiu com mais intensidade os jovens com idade
entre 20 e 24 anos (-17,16%), analfabetos (-15,16%), moradores das regiões Norte (-13,08%) e Nordeste
(-7,55%) e pessoas de cor preta (-8,35%).
Entre as principais causas apontadas para o aumento da desigualdade estão a desaceleração
econômica e, principalmente, o desemprego.
A pesquisa calcula que entre o final de 2014 até o fim de 2017, o número de brasileiros em situação
de pobreza (renda de até R$ 233 por mês por pessoa) passou de 8,38% para 11,8% da população,
atingindo 23,3 milhões, "um grupo maior do que a população chilena".
Na véspera, o IBGE divulgou que 3,347 milhões de desempregados procuram emprego há pelo menos
2 anos. No 2º trimestre, a taxa de desemprego média no país recuou para 12%, ante 12,7% no 1º
trimestre, atingindo 12,8 milhões de brasileiros.
6 perguntas sobre o pânico global que fez as bolsas de valores despencarem temendo uma
recessão63
Mercado de títulos atingiu um patamar incomum que muitas vezes antecede uma recessão ou pelo
menos uma desaceleração significativa no crescimento econômico.
O pânico tomou conta das bolsas de valores nesta quarta-feira (14/08) em meio a temores envolvendo
a guerra comercial entre China e Estados Unidos e a saúde da economia global.
Os três principais mercados de ações americanos fecharam em queda de 3%, e analistas apontam
sinais de que os EUA podem estar em recessão.
No Brasil, a Bovespa despencou, fechando o dia em queda de 2,94%. O dólar avançou e fechou em
4,038 frente ao real brasileiro.
62
G1. Desigualdade de renda cresce há 17 trimestres consecutivos no país, aponta FGV. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/16/desigualdade-de-renda-cresce-ha-17-trimestres-consecutivos-no-pais-aponta-fgv.ghtml. Acesso em 16 de agosto
de 2019.
63
BBC. 6 perguntas sobre o pânico global que fez as bolsas de valores despencarem temendo uma recessão. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/14/6-perguntas-sobre-o-panico-global-que-fez-as-bolsas-de-valores-despencarem-temendo-uma-recessao.ghtml.
Acesso em 15 de agosto de 2019.
10% mais ricos recebem quase 50% da renda do trabalho no mundo, diz OIT64
No Brasil, essa fatia da população recebe cerca de 41% do total; desigualdade vinha caindo, mas
tendência foi interrompida pela crise. Dados são de 2017.
A concentração da renda do trabalho mostrou leve queda em 2017, segundo dados divulgados nesta
quinta-feira (04/07) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Apesar do recuo, os 10% mais
ricos continuam recebendo quase 50% de toda a renda do trabalho gerada.
64
G1. 10% mais ricos recebem quase 50% da renda do trabalho no mundo, diz OIT. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/07/04/10percent-
mais-ricos-recebem-quase-50percent-da-renda-do-trabalho-no-mundo-diz-oit.ghtml. Acesso em 04 de julho de 2019.
A OIT destaca, ainda que a renda do trabalho corresponde a 51,4% de toda a renda gerada. Os outros
48,6% se referem à renda do capital – ou seja, remuneraram os proprietários do dinheiro. "É importante
ressaltar que a participação do capital aumentou nos últimos anos", aponta a entidade.
Governo precisa de autorização do Congresso para emitir R$ 248,9 bilhões em dívidas e não
interromper Bolsa Família, Plano Safra e pagamento de aposentadorias.
Com as contas públicas desequilibradas, o governo Jair Bolsonaro pode ficar sem dinheiro já nas
próximas semanas para oferecer crédito barato aos produtores rurais e pagar despesas cruciais como
Bolsa Família e aposentadorias do INSS.
Para evitar esse problema, o Planalto precisa que o Congresso aprove em até duas semanas
autorização para emitir quase R$ 249 bilhões em dívida.
Se o Congresso não autorizar a União a fazer essa captação de recursos se endividando, o presidente
terá uma escolha difícil na ponta da caneta: cancelar as despesas e agravar a crise econômica do país
ou mantê-las e correr o risco de sofrer um processo de impeachment.
Por trás desse possível dilema está a chamada "regra de ouro" - norma constitucional que proíbe o
governo de fazer dívidas para bancar despesas correntes (gastos com administração e serviços públicos,
como salários de servidores, benefícios sociais, vacinas, material escolar, contas de luz, etc), salvo se
houver autorização expressa do Congresso.
O objetivo da restrição é evitar um descontrole da dívida pública e garantir que gerações futuras não
tenham de arcar com despesas feitas no passado.
"Pode até não aprovar (o crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões), mas aí você está diante de um
quadro que é eventualmente de colapso social e econômico", alertou o secretário de Macroavaliação
Governamental do Tribunal de Contas da União (TCU), Leonardo Albernaz, durante audiência na
Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso há duas semanas.
O relator do Projeto de Lei que trata do tema, deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), apresentará na
quarta-feira (05/06) seu texto para votação na CMO, recomendando a liberação do crédito.
A expectativa é de que o valor seja aprovado e, no mesmo dia, a matéria seja votada em sessão
conjunta do Senado e da Câmara convocada pelo presidente do Congresso, senador David Alcolumbre
(DEM-AP).
Rocha diz que o governo é o culpado pela demora na análise do pedido - o Executivo solicitou
autorização para o crédito extra em março, mas demorou a enviar informações solicitadas pela CMO.
"Estamos correndo contra o tempo", criticou.
Entenda melhor em quatro pontos as polêmicas em torno da regra de ouro.
65
BBC. Entenda a regra que pode congelar os recursos do governo Bolsonaro nas próximas semanas. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/06/04/entenda-a-regra-que-pode-congelar-os-recursos-do-governo-bolsonaro-nas-proximas-
semanas.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 05 de junho de 2019.
PIB do Brasil cai 0,2% no 1º trimestre e tem primeira retração desde 201666
Não houve revisão do resultado do 4º trimestre, afastando a chance de o país já ter entrado em uma
recessão técnica. Segundo IBGE, consumo das famílias impediu PIB ainda pior.
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 0,2% no 1º trimestre, na comparação com o último
trimestre do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (30/05) pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 1,714 trilhão.
Trata-se da primeira queda desde o 4º trimestre de 2016 (-0,6%).
Apesar de decepcionante, o resultado veio dentro do esperado pelo mercado, confirmando a leitura de
maior fraqueza da atividade econômica neste começo de ano e piora das expectativas.
Além de representar uma interrupção da trajetória de recuperação, que já vinha em ritmo lento, o PIB
negativo no 1º trimestre traz novamente o risco de volta da recessão (caracterizada, tecnicamente, por
dois trimestres seguidos de queda).
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da
economia.
66
Darlan Alvarenga. Daniel Silveira. PIB do Brasil cai 0,2% no 1º trimestre e tem primeira retração desde 2016. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/30/pib-do-brasil-cai-02percent-no-1o-trimestre-diz-ibge.ghtml. Acesso em 30 de maio de 2019.
Desse total, 3,3 milhões estão desocupados há dois anos ou mais. Taxa de desemprego entre jovens
de 18 a 24 anos sobe para 27,3%.
Dados divulgados nesta quinta-feira (16/05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) mostram que 5,2 milhões de desempregados procuram emprego há mais de 1 ano. Esse universo
representa 38,9% dos desempregados no país.
Do total de pessoas na fila do desemprego, 3,3 milhões (24,8%) estão desocupados há dois anos ou
mais, uma alta de 9,8% na comparação com o 1º trimestre de 2018.
Ainda segundo o IBGE, 6 milhões de pessoas (45,4% do total) estão procurando emprego há mais de
1 mês e menos de 1 ano, e 2,1 milhões estão na fila do desemprego há menos de 1 mês.
A taxa de desemprego média no país no 1º trimestre subiu para 12,7%, conforme já divulgado
anteriormente pelo órgão, atingindo 13,4 milhões de brasileiros. Trata-se do maior índice de desocupação
desde o trimestre terminado em maio de 2018.
"Dos 13 milhões de desempregado, 1/4 procura emprego há mais de dois anos. Isso acarreta uma
perda de qualificação, que afasta ainda mais as pessoas do mercado de trabalho, porque esse
conhecimento se torna obsoleto, e cria círculo vicioso no mercado", afirmou o coordenador de Trabalho
e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
"A desocupação é expressiva, a qualificação não avança e o que sustenta o mercado é o emprego por
conta própria e a informalidade. Isso denúncia um diagnóstico bastante grave", acrescentou.
67
Darlan Alvarenga. 5,2 milhões de desempregados procuram trabalho há mais de 1 ano, aponta IBGE. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/16/52-milhoes-de-desempregados-procuram-trabalho-ha-mais-de-1-ano-aponta-ibge.ghtml. Acesso em 16 de maio
de 2019
Pesquisa mostra que 30% das mulheres deixam trabalho por causa dos filhos; homens são 7%68
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Karina Trevisan. Pesquisa mostra que 30% das mulheres deixam trabalho por causa dos filhos; homens são 7%. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2019/05/10/pesquisa-mostra-que-30percent-das-mulheres-deixam-trabalho-por-causa-dos-filhos-
homens-sao-7percent.ghtml. Acesso em 10 de maio de 2019.
Nas entrevistas de emprego, as perguntas às candidatas sobre maternidade são frequentes entre os
recrutadores. Segundo a pesquisa da Vagas.com, quase 71% das entrevistadas disseram ter sido
perguntadas sobre filhos e planos de engravidar em seu processo seletivo mais recente.
Petrobras vai reajustar diesel com intervalo mínimo de 15 dias e anuncia cartão para
caminhoneiros69
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Taís Laporta. Petrobras vai reajustar diesel com intervalo mínimo de 15 dias e anuncia cartão para caminhoneiros.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/03/26/petrobras-decide-que-preco-do-diesel-ficara-ate-15-dias-sem-reajuste.ghtml. Acesso em 27 de março de 2019
Segundo a companhia, a paridade internacional será mantida, evitando práticas que poderiam
caracterizar monopólio, já que possui 98% da capacidade de refino do Brasil.
Em setembro do ano passado, a Petrobras anunciou a adoção de um mecanismo de proteção
financeira para aumentar os intervalos de reajustes nos preços da gasolina nas refinarias em até 15 dias.
O objetivo era dar mais flexibilidade à sua política de preços.
Programa de subsídio
O programa de subsídio ao diesel foi estabelecido em junho, após o governo fechar um acordo com
caminhoneiros para encerrar os protestos que paralisaram o país.
O preço de comercialização para a Petrobras e outros agentes que participam do programa, incluindo
alguns importadores, foi congelado naquele mês a R$ 2,0316 por litro.
Empresas como a Petrobras que aderiram ao plano precisavam praticar preços estipulados pelo
governo e eram ressarcidas em até 30 centavos por litro, dependendo do cenário de preços externos.
País aguarda uma resposta a seu pedido para tornar-se membro da organização; nesta terça, EUA
manifestaram apoio, mas exigem que país retire tratamento especial na OMC.
Há quase dois anos, o Brasil aguarda uma resposta sobre seu pedido para tornar-se membro da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o chamado “clube dos ricos”.
O país é "parceiro-chave" da organização desde 2007.
A OCDE é uma organização que visa promover a cooperação e discussão de políticas públicas e
econômicas para guiar os países que dela fazem parte.
O pedido do Brasil foi feito pelo governo do então presidente Michel Temer. Mas nada foi decidido por
falta de acordo entre os países membros – tendo os Estados Unidos como um dos maiores empecilhos.
Além do Brasil, outros cinco países também aguardam uma decisão para entrar na OCDE: Argentina,
Peru, Croácia, Bulgária e Romênia. O Brasil foi o último a solicitar o ingresso.
Inicialmente, o governo americano relutou em permitir a entrada simultânea de vários postulantes e
queria que a Argentina tivesse preferência sobre o Brasil, alegando que a análise de vários pedidos
atrapalharia o funcionamento da organização.
70
G1. Entenda o que está em jogo na relação entre o Brasil e a OCDE. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/03/19/entenda-o-que-esta-em-jogo-na-
relacao-entre-o-brasil-e-a-ocde.ghtml. Acesso em 20 de março de 2019.
Questões
04. (Metrô/SP – Agente de Segurança – FCC/2019) O presidente dos Estados Unidos afirmou em
março/2019, que irá apoiar a entrada do Brasil numa determinada instituição internacional, um pleito
brasileiro. "Eu estou apoiando o Brasil”, disse, no Salão Oval da Casa Branca, onde recebeu o presidente
brasileiro. O pleito é visto pelo Brasil como um selo de confiança internacional e tem sido defendido pelo
Ministro da Economia.
O Brasil pretende ser aceito
(A) na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
(B) no Conselho de Segurança da ONU.
(C) na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
(D) no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIRD).
(E) na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Gabarito
Comentários
01. Resposta: D
Condição de vulnerabilidade socioeconômica, política e de baixa autoestima.
O fragmento do texto apresenta a pobreza como um fenômeno multifacetado. Basicamente essas são
as dimensões analisadas: despossessão psicológica, social e política.
(http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1132:reportagens-materias&Itemid=39).
02. Resposta: A
Em processo definido em junho de 2019, a maioria dos ministros do STF concordou com a flexibilização
das regras para a comercialização de estatais.
03. Resposta: D
O economista Roberto Campos Neto tomou posse como presidente do Banco Central (BC), em reunião
privada no Palácio do Planalto no dia 28 de fevereiro de 2019. Ele assume o lugar de Ilan Goldfajn, que
estava no comando da instituição desde junho de 2016.
04. Resposta: A
A OCDE é uma organização que visa promover a cooperação e discussão de políticas públicas e
econômicas para guiar os países que dela fazem parte.
O pedido do Brasil foi feito pelo governo do então presidente Michel Temer e inicialmente, o governo
americano relutou em permitir a entrada simultânea de vários postulantes e queria que a Argentina tivesse
preferência sobre o Brasil, alegando que a análise de vários pedidos atrapalharia o funcionamento da
organização.
05. Resposta: E
De acordo com texto noticiado na Folha de SP, “A projeção do mercado financeiro para o PIB de 2019
é de 0,87%, segundo o Boletim Focus do Banco Central. O governo prevê um crescimento ligeiramente
menor, de 0,85%.”.
Sociedade
saúde
Relatos de briga de casais aumentam 431% desde o início do isolamento provocado pelo
coronavírus, diz estudo71
Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Decode Pulse analisaram 52.513 menções no Twitter, das
quais 5.583 indicavam ocorrência de violência contra mulheres.
Os relatos de terceiros sobre brigas de casais na internet aumentaram 431% desde o início do
isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus, mostra um levantamento do Fórum Brasileiro
de Segurança Pública (FSBP) em parceria com a empresa de pesquisas Decode Pulse.
No total, foram analisadas 52.315 menções no Twitter, das quais 5.583 indicavam a ocorrência de
violência doméstica contra mulheres.
Além do aumento de mensagens na rede social, o estudo verificou que:
- 25% dos relatos foram feitos às sextas-feiras;
- 53% foram publicados à noite ou na madrugada, entre 20h e 3h;
- 67% dos relatos foram de mulheres.
Segundo o Fórum, a pesquisa foi feita após vários países registrarem aumento nos casos de violência
contra as mulheres, desde que a pandemia do novo coronavírus se espalhou pelo mundo.
“A partir da análise exclusiva dos métodos tradicionais de pesquisa, às vezes é difícil obter uma
estimativa correta de casos, porque as mulheres têm medo de falar, ainda mais confinadas com seus
potenciais agressores. Por isso decidimos escutar o que seus vizinhos e parentes estavam dizendo nas
redes, e observamos a variação dos relatos”, afirma Renato Dolci, CEO da Decode Pulse.
71
G1. Relatos de briga de casais aumentam 431% desde o início do isolamento provocado pelo coronavírus, diz estudo.
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/04/20/relatos-de-briga-de-casais-aumentam-431percent-desde-o-inicio-do-isolamento-provocado-pelo-
coronavirus-diz-estudo.ghtml. Acesso em 20 de abril de 2020.
“As mulheres que estão confinadas podem estar encontrando dificuldades para fazer o registro das
ocorrências, uma vez que a principal porta de entrada para denunciar esses crimes são as delegacias de
polícia”, observa a diretora-executiva do Fórum, Samira Bueno.
“Por isso é muito importante que governos e sociedade civil organizada atuem juntos diversificando os
canais de atendimento às mulheres em situação de violência”.
Homicídios de mulheres e feminicídios crescem
O FBSP também fez levantamento sobre feminicídio e homicídios de mulheres com dados fornecidos
pelas secretarias estaduais de Segurança de São Paulo, Pará, Acre, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e
Rio Grande do Norte.
A maioria dos números apresentou crescimento na comparação entre os meses de março de 2019 e
março de 2020, indicando que a violência doméstica e familiar está em ascensão.
No Mato Grosso, os registros de feminicídio saltaram de 2 para 10, um aumento de 400%.
Em São Paulo, houve aumento de 46,2% dos feminicídios, de 13 para 19. Já as vítimas de homicídio
no estado foram de 38 para 41 mulheres, crescimento de 7,9%.
No Rio Grande do Norte, os homicídios de mulheres se mantiveram estáveis, com 7 casos em cada
mês, mas os feminicídios saltaram de 1 para 4 casos.
O Rio Grande do Sul enviou apenas os números de feminicídio, que se mantiveram estáveis em março,
com 11 casos.
No Pará, os feminicídios também se mantiveram estáveis em março, mas no primeiro trimestre o
crescimento foi de 185%, passando de 7 para 20 vítimas, entre 2019 e 2020.
Já no Acre ocorreu uma pequena redução dos homicídios de mulheres, de 3 para 2 casos, mas os
feminicídios passaram de 1 para 2.
“Os dados oficiais e a pesquisa digital indicam o aumento da violência doméstica e a dificuldade que
as mulheres têm tido em acessar os equipamentos públicos presencialmente. É fundamental que sejamos
capazes de inovar tanto nos mecanismos de denúncia, que podem ser feitos por terceiros, quanto no
atendimento e orientação a estas mulheres”, diz o estudo.
Segundo Marcos Pontes, presidente pediu a ele 'prudência'. Ministro disse que estados têm autonomia
para negociar diretamente com operadoras.
O ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Marcos Pontes, informou nesta segunda-feira
(13/04) em uma rede social que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, o governo federal decidiu adiar o
uso de dados de celulares para monitorar o deslocamento das pessoas em meio à pandemia do novo
coronavírus.
Desde que reconheceu a pandemia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda, entre outras
medidas, o isolamento social. Alguns estados, como São Paulo, têm usado esses dados de celulares para
monitorar o respeito à determinação.
Segundo Marcos Pontes, Bolsonaro pediu a ele "prudência" no monitoramento e, em razão desse
pedido, a medida será adiada até a aprovação definitiva do tema pelo governo.
"Após avaliação da equipe e com base no precedente internacional, gravei vídeo sobre a ferramenta
a ser implementada. [...] Um dia depois, sábado, o presidente me ligou e solicitou prudência com esta
iniciativa e que a ferramenta só fosse usada após análises extras pelo governo. Assim, determinei que o
vídeo e outros posts fossem retirados das redes sociais até o término das análises extras e aprovação
final do governo", publicou Marcos Pontes.
Marcos Pontes destacou que a ferramenta ainda está sob análise e que será usada "apenas se
análises garantirem a eficiência e a proteção da privacidade dos brasileiros."
Em resposta a alguns comentários feitos na postagem, o ministro afirmou que os dados pessoais não
serão analisados e que o sistema aponta aglomeração por mapa de calor.
72
Laís Lis. Após intervenção de Bolsonaro, uso de dados de celulares para monitorar isolamento é suspenso.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/04/13/governo-adia-uso-dados-de-celulares-para-monitorar-deslocamento-das-pessoas.ghtml. Acesso em 14 de abril de
2020.
73
France Presse. Bilionários são mais ricos do que 60% da população mundial, diz ONG. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/19/bilionarios-sao-mais-
ricos-do-que-60-da-populacao-mundial-diz-ong.ghtml. Acesso em 20 de janeiro de 2020.
Índice que mede desigualdade subiu depois de permanecer estável por dois anos e foi o maior desde
2012. Rendimento do grupo de 1% mais ricos cresceu 8,4%, já o dos 5% mais pobres caiu 3,2%.
Num quadro de lenta retomada econômica e elevado desemprego, o Brasil colheu mais uma notícia
negativa no ano passado: a concentração de renda voltou a piorar e o índice que mede a desigualdade
foi o maior da série histórica, iniciada em 2012. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (16/10) e têm como base a Pesquisa Mensal por Amostra
de Domicílios (Pnad) Contínua.
Os números do IBGE mostram que o rendimento médio do grupo de 1% mais ricos do país cresceu
8,4% em 2018, enquanto o dos 5% mais pobres caiu 3,2%.
No ano passado, o índice de Gini, que mede a concentração e desigualdade de renda, subiu para
0,509, depois de ficar estável nos dois anos anteriores, quando foi de 0,501. O número é o maior da série
iniciada em 2012, e leva em conta o rendimento médio dos brasileiros para todos os trabalhos.
O índice de Gini varia de zero a 1. Quanto mais próximo de zero, mais perfeita é a distribuição de
renda de um país. Quanto mais perto de 1, mais desigual é uma economia. Ao longo dos últimos anos, o
melhor resultado para o índice de Gini foi observado em 2015, quando marcou 0,494.
“Essas variações no índice de Gini têm muito a ver com as flutuações na renda dos mais ricos”, afirmou
a analista do IBGE, Adriana Beringuy.
No recorte regional, apenas o Nordeste não registrou uma piora da desigualdade no ano passado. O
índice de Gini nordestino marcou 0,520, abaixo do 0,531 apurado em 2017. Segundo o IBGE, no entanto,
a desigualdade de rendimento no Nordeste só recuou porque os brasileiros com maior rendimento da
região tiveram perdas.
"Enquanto no Brasil aquele 1% aumentou seus rendimentos em 8,4%, no Nordeste houve uma
redução. Como é o local com um mercado de trabalho maior que o das outras regiões, lá observamos
essa redução em todas as camadas, não apenas entre os 30% mais pobres. Todos perderam", afirma a
gerente da Pnad Contínua, Maria Lúcia Vieira.
Apesar da melhora, a região nordestina seguiu ostentando os piores números de concentração de
renda do país. Depois do Nordeste, apareceram Norte (0,517), Sudeste (0,508), Centro-Oeste (0,486) e
Sul (0,448).
74
Luiz Guilherme Gerbelli. Concentração de renda volta a crescer no Brasil em 2018, diz IBGE. G1.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/10/16/concentracao-de-renda-volta-a-crescer-no-brasil-em-2018-diz-ibge.ghtml. Acesso em 16 de outubro de 2019.
1% mais rico ganha 33,8 vezes mais que os 50% mais pobres
A análise detalhada do rendimento de todos os trabalhos ajuda a explicar a piora da desigualdade no
ano passado. Segundo o IBGE, houve queda em 2018 nos ganhos das classes que formam os 30% mais
pobres, enquanto que nas classes de cima houve alta.
Entre os 1% mais ricos do país – ou seja, aqueles que ganham em média R$ 27.744 por mês –, o
rendimento médio avançou 8,4% na comparação com 2017. Na outra ponta, os brasileiros que fazem
parte da faixa dos 5% mais pobres – com rendimento médio de R$ 158 por mês – perderam 3,2% da
renda.
Com o resultado de 2018, a renda da elite econômica do país, segundo o IBGE, corresponde a 33,8
vezes o rendimento dos 50% que integram a população de menor rendimento (R$ 820). É a maior
distância já apurada pelo instituto. Em 2017, essa relação era de 31,2 vezes.
Em 2018, o rendimento médio mensal de todos os trabalhos foi de R$ 2.234, um ligeiro crescimento
em relação ao observado em 2017 (R$ 2.107).
“A proporção de pessoas com rendimento de trabalho caiu, e isso tem relação com a perda de
empregos. Já a proporção de aposentadorias vem aumentando, o que pode estar relacionado a mais
pessoas buscando o benefício e por componentes demográficos, tanto que é mais forte no Sul e Sudeste,
onde a população está mais envelhecida”, disse a gerente da PNAD Contínua, Maria Lucia Vieira.
População cresceu 0,79% em relação a 2018. Maior alta ocorreu em Roraima, de 5%. 1 em cada 3
brasileiros mora em 48 municípios com mais de 500 mil habitantes.
A população brasileira foi estimada em 210,1 milhões de habitantes em 5.570 municípios, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa com o total de habitantes dos estados
e dos municípios se refere a 1° de julho de 2019 e foi publicada no “Diário Oficial da União” desta quarta-
feira (28/08).
O número representa um aumento de 0,79% na comparação com a população estimada do ano
passado. Em 2018, o IBGE estimou um total de 208,5 milhões pessoas.
O estado de Roraima teve o maior aumento populacional, de 5,1%. Ano passado, a população
estimada lá era de 576,5 mil habitantes, e este ano chegou a 605,7 mil — mais 29,1 mil pessoas. Segundo
o IBGE, Boa Vista também foi a capital com maior taxa de crescimento no último ano: 6,35%.
De acordo com a gerente da pesquisa, Izabel Marri, o crescimento da população de Roraima acima do
resto do país é resultado do saldo imigratório no estado. "A gente fez um cenário de aumento da imigração
internacional para este estado especificamente. É uma situação atípica, de concentração de imigrantes
muito forte", explica.
Roraima, que faz fronteira com a Venezuela, tem vivido uma onda de chegada de imigrantes
venezuelanos devido à crise econômica, política e social no país vizinho. Apesar de ter registrado o maior
aumento percentual, Roraima continua sendo o estado menos populoso, com 605,8 mil habitantes (0,3%
da população total).
São Paulo permanece na frente como a unidade da federação com mais habitantes: 45,9 milhões de
pessoas, concentrando 21,9% da população do país. Ano passado, a população paulista era de 45,5
milhões. Este ano, aumentou em mais 380,1 mil pessoas — ou 0,8%.
Segundo o IBGE, 66,5 milhões de brasileiros (31,7% ou cerca de 1 em cada 3) moram em 48
municípios com mais de 500 mil habitantes.
As estimativas populacionais são um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União para
o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios e são referência para vários indicadores
sociais, econômicos e demográficos.
Principais destaques
A população brasileira total cresceu 0,79% entre 2018 e 2019. Entre 2017 e 2018, havia crescido
0,82%;
A população de Roraima cresceu 5,1%, a maior alta entre todos os estados. Continua sendo a unidade
federativa menos populosa do país;
- São Paulo é o estado mais populoso, com 45,91 milhões de pessoas, seguido por Minas Gerais
(21,16 milhões), Rio de Janeiro (17,26 milhões) e Bahia (14,87 milhões);
- Entre os municípios, São Paulo segue como o mais populoso, com 12,25 milhões de habitantes,
seguido pelo Rio de Janeiro (6,72 milhões), Brasília (3,0 milhões) e Salvador (2,9 milhões);
- Serra da Saudade (MG) é a cidade com a menor população, 781 habitantes, seguida de Borá (SP),
com 837 pessoas, e Araguainha (MT), com 935;
- Mais da metade da população (57,4% ou 120,7 milhões de habitantes) vive em 324 cidades com mais
de 100 mil habitantes;
- 48 cidades possuem mais de 500 mil habitantes e concentram 31,7% da população (66,5 milhões);
- Boa Vista foi a capital com maior taxa de crescimento no último ano (6,35%), e, Porto Alegre, a com
o menor de aumento populacional (0,32%);
75
G1. Brasil atinge 210 milhões de habitantes, diz IBGE. G1. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/28/brasil-atinge-210-milhoes-de-habitantes-diz-
ibge.ghtml. Acesso em 28 de agosto de 2019.
De 2014 a 2018, o Ministério Público do Trabalho (MPT) registrou mais de 21 mil denúncias de trabalho
infantil. Foram ajuizadas 968 ações e firmados 5.990 termos de ajustamento de conduta, um instrumento
administrativo para impedir condutas irregulares. Para reforçar a luta contra esse tipo de trabalho, o MPT
lança nesta quarta-feira (12/06) a campanha nacional Toda Criança é Nossa Criança. Diga Não ao
Trabalho Infantil.
A campanha, que conta com um filme de animação, questiona os adultos: “você acha difícil imaginar
o quanto é ruim para uma criança ficar vendendo coisas na rua? Comece imaginando que é o seu filho.”
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 2,5 milhões de crianças e
adolescentes entre 5 e 17 anos estão trabalhando no Brasil. Dados do Observatório Digital do Trabalho
Escravo, desenvolvido pelo MPT em cooperação com a Organização Internacional do Trabalho (OIT),
mostram que entre 2003 e 2018, 938 crianças foram resgatadas de condições análogas à escravidão.
Para a coordenadora nacional da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da
Criança e do Adolescente (Coordinfância) do MPT, Patrícia Sanfelici, muitas vezes ao oferecer trabalho
para crianças e adolescentes, as pessoas acham que estão ajudando-os a sair da rua, a ter um futuro,
mas não é o que ocorre. “Na verdade, estão contribuindo para a perpetuação de um ciclo de miséria,
podendo até trazer prejuízos graves à formação física, intelectual e psicológica desse jovem ou criança”,
disse a coordenadora
O MPT reforça que só a partir dos 14 anos os jovens podem exercer atividades de formação
profissional, apenas em programas de aprendizagem, e com todas as proteções garantidas. A campanha
76
Agência Brasil. MP recebe 4,3 mil denúncias de trabalho infantil por ano. https://www.opovo.com.br/noticias/brasil/2019/06/12/mp-recebe-4-3-mil--denuncias-
de-trabalho-infantil-por-ano.html. O Povo. Acesso em 12 de junho de 2019.
As crianças nascidas a partir de 2010 formam uma nova geração para quem o mundo analógico é um
passado distante e a tecnologia é uma extensão de sua forma de conhecer o mundo.
Se você pensa que ninguém seria capaz de superar os millennials e a geração Z em conhecimentos
sobre tecnologia, está equivocado. Chegou a hora de dar boas-vindas à geração alfa, a primeira que é
100% nativa digital.
Fazer recortes geracionais não é uma ciência exata. No entanto, segundo o instituto de pesquisa
americano Pew Research Center, analisar as gerações oferece "uma forma de entender como
acontecimentos globais, econômicos e sociais interagem entre si para definir a forma como vemos o
mundo".
E está claro como a próxima geração vê o mundo: através de uma tela.
"Antes, as gerações eram definidas a partir de acontecimentos históricos ou sociais importantes. Hoje,
são delimitadas pelo uso de determinada tecnologia", explica o psicólogo Roberto Balaguer, professor da
Universidade Católica do Uruguai e autor de diversos livros sobre educação e tecnologia.
Desta forma, diz Joe Nellis, professor da escola de negócios Cranfield, no Reino Unido, a geração alfa
é formada pelas "crianças nascidas desde 2010, o ano em que a Apple lançou o iPad".
77
BBC. O que é a geração alfa, a 1ª a ser 100% digital. G1. https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2019/05/29/o-que-e-a-geracao-alfa-a-1a-a-ser-100-
digital.ghtml. Acesso em 30 de maio de 2019
Seis dos 11 ministros votam por criminalizar a homofobia, mas julgamento, que ocorre no dia seguinte
ao avanço no Senado de lei sobre mesmo tema, ainda não terminou
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) considera que a homofobia é crime,
equiparando as penas por ofensas a homossexuais e a transexuais às previstas na lei contra o racismo.
Uma das principais reivindicações de militantes LGBT no país, o tema chegou à Corte por meio de duas
ações, movidas pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transgêneros e
Intersexos (ABGLT) e o Partido Popular Socialista (PPS), em 2012 e 2013, respectivamente. O
julgamento foi iniciado em fevereiro e, embora seis dos onze ministros já tenham votado pela penalização
do crime com até três anos de prisão, a discussão foi suspensa antes de chegar ao fim, e deve ser
retomada no próximo dia 5 de junho.
Num país clivado pela polarização política e pela "guerra cultural" entre progressistas e bolsonaristas,
o debate no Supremo se transformou em mais um capítulo da disputa entre parte do Legislativo e a cúpula
do Judiciário. Expoentes da bancada conservadora no Congresso, empoderados com a chegada do
Governo ultradireitista de Bolsonaro ao Planalto, acusam a Corte de querer legislar em temas de
costumes, sem ter poder para tal, enquanto os magistrados argumentam que têm independência para
fazê-lo e que é dever do Judiciário proteger as minorias sociais. As ações em julgamento acabam tocando
diretamente no ponto: elas pedem a fixação de um prazo para que seja criada uma lei específica para os
crimes de homofobia. Ou seja: pedem que o STF inste o Parlamento a criar uma legislação e, até lá,
estabeleça uma tipificação provisória. Apesar da maioria formada sobre a criminalização da homofobia,
o STF ainda não deliberou sobre esse prazo.
A sessão desta quinta começou discutindo justamente se o Supremo deveria avançar no debate sobre
a homofobia ou esperar pelo Parlamento. O motivo é que o julgamento ocorreu justamente um dia depois
de avançar no Senado um projeto sobre o mesmo tema. Na quarta-feira, e tendo no horizonte a votação
na Corte, foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o PL 672/2019, que prevê incluir na
Lei de Racismo a discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero. Minutos antes da
retomada da discussão no Supremo, o Senado enviou ao tribunal uma petição demonstrando que o tema
já estava sendo apreciado no Congresso.
O presidente da Corte, Antonio Dias Toffoli, decidiu então colocar a questão em votação: julgar ou
esperar os congressistas? "A preservação da integridade física e moral das pessoas não deve esperar",
defendeu o ministro Luís Roberto Barroso. "Quem é atacado e discriminado tem pressa", completou. Já
Toffoli, a favor da interrupção do julgamento, defendeu inclusive que a discussão sobre homofobia já
havia causado efeito na redução da violência contra esse grupo. “Ao que tudo indica, já houve diminuição
nas agressões e na violência”, afirmou, sem citar números. A tentativa de Toffoli de não acirrar ainda mais
os ânimos com os conservadores do Congresso falhou. Por 9 a 2, o julgamento foi retomado.
Durante a sessão, o decano do STF, Celso de Mello, decidiu responder diretamente aos parlamentares
conservadores que pedem seu impeachment justamente porque ele e outros três magistrados votaram
para criminalizar a homofobia. O pedido de destituição foi feito pela deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-
DF), uma das entusiastas da mobilização pró-Governo Bolsonaro marcada para o próximo domingo e que
tem como um alvo das críticas o próprio Supremo. Mello disse que o pedido de impeachment era
78
Marina Rossi. Maioria do STF decide que homofobia é crime. El País. https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/23/politica/1558635166_112275.html. Acesso em
24 de maio de 2019.
79
Daniel Silveira. Em sete anos, aumenta em 32% a população que se declara preta no Brasil. G1. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/22/em-sete-
anos-aumenta-em-32percent-a-populacao-que-se-declara-preta-no-brasil.ghtml. Acesso em 22 de maio de 2019.
Questionada se tal tendência – de aumento das populações preta e parda e queda da branca – deve
se manter por mais tempo, a pesquisadora disse não ser possível afirmar.
“A gente não sabe se todo esse crescimento é baseado nas políticas afirmativas de cor e raça. Se for,
vai depender da continuidade dessas políticas. Cria-se uma cultura nas pessoas que foram atingidas
pelas referidas políticas e estas repassam o posicionamento delas em relação à própria cor para as
demais pessoas, mesmo que estas não sejam beneficiadas diretamente”, ponderou.
Grupo se manifestou por duas horas na Avenida Paulista. No Parque do Ibirapuera, manifestantes
realizaram 'Caminhada do Silêncio'.
Manifestantes realizam dois atos na cidade de São Paulo contra a ditadura militar neste domingo
(31/03), dia em que o golpe que instaurou a ditadura militar no Brasil completa 55 anos.
O golpe de estado de 1964 precedeu um período de ditadura militar em que não houve eleição direta
para presidente no Brasil. O Congresso Nacional chegou a ser fechado, mandatos foram cassados e
houve censura à imprensa. De acordo com a Comissão da Verdade, 434 pessoas foram mortas pelo
regime ou desapareceram – somente 33 corpos foram localizados.
Nesta tarde, manifestantes protestaram por duas horas na Avenida Paulista, na região central da
capital. No Parque do Ibirapuera, na Zona Sul, a proposta foi uma "Caminhada do Silêncio". Outras
manifestações pró e contra a ditadura militar (1964-1985) ocorrem em várias cidades do Brasil.
Os protestos ocorrem dias após o presidente Jair Bolsonaro determinar ao Ministério da Defesa que
fizesse as “comemorações devidas” pelos 55 anos do golpe. Mais tarde, Bolsonaro esclareceu que a ideia
era "rememorar" a data, não comemorar o golpe.
Na Paulista, o grupo se concentrou em frente ao Masp das 14h30 às 16h30. Os manifestantes vestiram
camisetas vermelhas e ergueram bandeiras que pediam luta e liberdade. Um boneco em referência a
Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou o DOI-CODI, foi incendiado no asfalto. Os manifestantes
dispersaram às 16h30.
De acordo com a deputada federal Carla Zambelli (PSL), seu assessor foi agredido quando passava
pela manifestação. Ela disse nas redes sociais que sua equipe vai "continuar comemorando o 31 de
março". A Polícia Militar (PM) registrou a ocorrência de uma agressão na altura da Rua Treze de Maio,
mas não confirmou se é o mesmo caso.
A manifestação no Ibirapuera, começou às 16 horas na Praça da Paz, saiu em passeata dentro do
parque às 18 horas, e terminou às 19h30 no portão 10, junto ao monumento em homenagem aos mortos
e desaparecidos na ditadura, obra projetada pelo arquiteto Ricardo Ohtake, que traz nomes de vítimas do
período.
O professor de espanhol Adilson Oliveira, de 57 anos, chegou cedo para acompanhar o ato. “Eu tinha
8 anos quando meu pai foi assassinato dentro de casa. Eu estava com minhas irmãs. Não deixar morrer
a memória é muito importante”, disse, carregando um desenho do pai.
80
G1 São Paulo. SP tem atos contra ditadura militar no dia em que golpe completa 55 anos. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/03/31/sp-tem-atos-
contra-ditadura-militar-no-dia-em-que-golpe-completa-55-anos.ghtml. Acesso em 01 de abril de 2019
Questões
01. (UFRR – Técnico de Tecnologia da Informação – UFRR – 2019) Por 8 votos a 3, o Supremo
Tribunal Federal (STF) aprovou, no dia 13 de junho de 2019, a Lei N° 7.716/89, que define os crimes
resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, e também deve ser aplicada a
quem praticar condutas discriminatórias homofóbicas e transfóbicas. Com relação a essa Lei é correto
afirmar:
(A) A Lei do racismo, aprovada pelo Congresso Nacional, no dia 13 de junho de 2019 pune
definitivamente no país a discriminação contra os negros quilombolas.
(B) A Lei do racismo servirá para punir homotransfobia - discriminação contra homossexuais e
transexuais.
(C) A ação que foi julgada e transformada na Lei N° 7.716/89 foi provocada pela associação das
empregadas domésticas do Rio de Janeiro e pelo Partido Social dos Trabalhadores Unidos (PSTU).
(D) A Lei N° 7.716/89, de dia 13 de junho de 2019, define os crimes resultantes de discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião pode ser vetada pelo executivo.
(E) O texto aprovado pelo Congresso agora vai ser votado no Senado Federal.
02. (CRECI/5ª Região – Suporte Administrativo – Quadrix – 2019) O Diário Oficial da União (DOU)
trouxe, no dia 28 de agosto de 2019, a mais nova estimativa da população brasileira feita pelo IBGE. De
acordo com os dados, o País já conta com mais de 210 milhões de habitantes. O número atualizado é de
210.147.125 de habitantes.
Internet: <https://exame.abril.com.br> (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial, assinale a alternativa correta.
(A) Os quatro municípios mais populosos do País – São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador –
concentram mais de 10% da população nacional.
(B) Em agosto de 2018, o Brasil ainda não havia superado a marca de 200 milhões de habitantes.
(C) São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, nessa ordem, são os estados mais populosos do País.
(D) Na região Centro‐Oeste, Goiás e Distrito Federal são as unidades mais populosas, tendo superado,
respectivamente, as marcas de 10 e de 3 milhões de habitantes.
(E) A nova estimativa do IBGE serve apenas para políticas públicas destinadas à educação, à saúde
e a emprego.
03. (CRQ – 5ª Região (RS) – Auxiliar Administrativo – FUNDATEC) A Declaração Universal dos
Direitos Humanos (DUDH) foi aprovada em 10 de dezembro de 1948 na Assembleia-Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU). O documento é a base de uma luta universal que visa a
igualdade e a dignidade de todas as pessoas e o combate à opressão e à discriminação. Os direitos
humanos são essenciais a todos os seres humanos e garantem as liberdades fundamentais que devem
ser aplicadas a cada cidadão do planeta. Dentre as alternativas abaixo, qual NÃO consta como um direito
proclamado no documento assinado pela maioria dos países do mundo?
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
Chegou ao fim, nesta quinta-feira (13/06), o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a
criminalização da homofobia. Por 8 votos a 3, os ministros do STF decidiram que o preconceito contra
homossexuais e transsexuais deve ser considerado um crime equivalente a racismo.
O processo teve como base duas ações – uma do Partido Popular Socialista (PPS) e outra da
Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT) – que pediam que a discriminação
contra esses grupos fosse enquadrada na lei 7.716/89, a Lei Antirracismo. Ela proíbe qualquer
discriminação contra raça, cor, etnia, religião ou procedência social. A punição para quem descumprir a
norma é de um a três anos de prisão, e a pena é inafiançável.
(https://super.abril.com.br/sociedade/5-paises-onde-a-homofobia-ja-e-crime/)
03. Resposta: E
De acordo com a Declaração Universal dos Diretos Humanos:
Artigo 13°
1.Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um
Estado.
2.Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de
regressar ao seu país.
Artigo 17°
1.Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito à propriedade.
2.Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.
Artigo 21°
1.Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção dos negócios, públicos do seu país, quer
diretamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.
Artigo 23°
1.Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e
satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2.Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.
04. Resposta: D
O Brasil trata o conceito de trabalho escravo com parâmetros próprios e seguindo as instituições
internacionais. Mas que fique claro, apesar de seguir alguns aspectos, a legislação brasileira referente ao
tema ainda é própria. Segue o link exemplificando que é usado ambos as situações
< http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-12/governo-publica-nova-portaria-sobre-trabalho-escravo>
05. Resposta: B
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (23), por 9 votos a 2, que vai manter o julgamento de
dois processos sobre a criminalização da homofobia, mesmo com a aprovação pela Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado ter aprovado ontem um projeto de lei sobre o tema.
De autoria da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais (ABLGT) e do PPS, os processos
pedem que a Corte reconheça a omissão do Congresso ao ter deixado de criminalizar a homofobia, e
estava, na pauta do plenário de hoje desde o mês passado.
Por volta das 16h30, o presidente da corte, Dias Toffoli, suspendeu a sessão para o intervalo.
(https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/05/23/supremo-decide-continuar-julgando-criminalizacao-da-homofobia-mesmo-apos-avanco-de-projeto-no-
senado.ghtml)
Educação
Em meio à pandemia de coronavírus, o governo Jair Bolsonaro faz uma investida contra as pesquisas
em ciências humanas.
O MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) e o MEC (Ministério da
Educação) reduziram mecanismos de financiamento de pesquisas na área.
Uma portaria do MCTI de terça-feira (24/03) excluiu as ciências humanas das prioridades de projetos
de pesquisa no CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) até 2023. Já a
Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), ligada ao MEC, alterou na
semana passada regras para concessão de bolsas que haviam sido publicadas em fevereiro.
As mudanças nas agências vão ao encontro da visão do governo de que o fomento à ciência tem de
dar retorno imediato.
No caso do MCTI, a portaria prevê que o CNPq promova as adequações nas linhas de financiamento
e fomento para incorporar as mudanças. Isso vai impactar bolsas de pesquisadores de humanas.
81
Paulo Saldaña. Em meio a pandemia, governo Bolsonaro investe contra pesquisa em ciências humanas. GauchaZH.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2020/03/em-meio-a-pandemia-governo-bolsonaro-investe-contra-pesquisa-em-ciencias-humanas-
ck894bfyh025801o95138jr6s.html. Acesso em 27 de março de 2020.
MPF pede suspensão dos calendários do Sisu, Fies e Prouni e revisão de todas as notas do
Enem82
Ministério Público Federal entrou nesta sexta-feira (24/01) com pedido de suspensão dos programas
de acesso ao ensino superior. Erro em notas afetou quase 6 mil estudantes.
O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta sexta-feira (24/01) à Justiça Federal que suspenda as
inscrições do primeiro semestre de 2020 dos três programas de acesso ao ensino superior – Sistema de
Seleção Unificada (Sisu), Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e Programa Universidade para Todos
(Prouni).
O MPF informa ter solicitado que a suspensão seja aplicada até que seja feita uma auditoria no
resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, sugerida por especialistas em avaliação
educacional.
O comunicado diz que "é solicitado que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep) realize nova conferência dos gabaritos de todos os candidatos que compareceram
ao Enem 2019, de forma a garantir a idoneidade, a correção do resultado do exame e a correspondência
entre o gabarito utilizado e a prova realizada pelo candidato".
Na segunda-feira (20), o presidente do Inep, Alexandre Lopes, disse que o erro nas notas do Enem
2019 já havia sido corrigido e que o problema afetou 5.974 estudantes. Eles representam 0,15% dos 3,9
milhões de inscritos que fizeram as provas em 3 e 10 de novembro. Uma falha já admitida pela gráfica
Valid fez com que essas provas fossem associadas a gabaritos trocados.
A ação do MPF – coordenada pela Procuradoria Regional dos Diretos do Cidadão (PRDC) em Minas
Gerais – pede ainda que seja apresentada resposta formal a todos os pedidos de revisão feitos pelos
estudantes, com eventual correção da nota final.
Além disso, o MPF prevê ainda multa diária no valor de R$ 10 milhões caso as medidas não sejam
cumpridas.
Questionamento judicial
Nesta quarta-feira (22/01), o MPF já tinha recomendado ao Ministério da Educação (MEC) que
as inscrições do Sisu 2020 fossem suspensas e que o cronograma da seleção unificada fosse modificado.
Questionado pelo G1 sobre as recomendações o Ministério afirmou que "já prestou esclarecimentos
ao Ministério Público Federal".
Além dessa recomendação, o MEC chegou a ser acionado diretamente na Justiça. De acordo com
levantamento feito pela Procuradoria-Geral Federal (PGF), órgão da Advocacia-Geral da União (AGU),
foram identificadas quatro ações referentes ao Enem 2019 ajuizadas desde 17 de janeiro em Goiás, no
Distrito Federal e no Maranhão.
Duas dessas ações são populares – ações ajuizadas por um conjunto de pessoas. Uma delas pede a
suspensão e a outra pede a prorrogação do prazo do Sisu, além de revisão das notas do Enem.
As outras duas são: uma ação individual que pede esclarecimentos sobre o gabarito e um mandado
de segurança pedindo nova correção e retificação da nota do Enem.
82
G1. MPF pede suspensão dos calendários do Sisu, Fies e Prouni e revisão de todas as notas do Enem. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/01/24/mpf-pede-suspensao-dos-calendarios-do-sisu-fies-e-prouni.ghtml. Acesso em 27 de janeiro de 2020.
MEC estuda descartar 2,9 milhões de livros didáticos nunca usados, diz jornal83
Material nunca foi entregue aos alunos das escolas públicas e custou cerca de R$ 20 milhões. Edições
compradas em gestões anteriores estariam desatualizadas para uso.
O Ministério da Educação (MEC) pretende descartar 2,9 milhões de livros que nunca foram entregues
aos alunos de escolas públicas. As informações foram publicadas pelo jornal “O Estado de São Paulo”
neste sábado (11/01).
Comprado em gestões anteriores do MEC, o material tem edições que teriam vencido, entre 2005 e
2019, e estariam desatualizadas para o uso. O custo de todos esses livros seria de cerca de R$ 20
milhões.
O processo para se desfazer do material começou no fim do ano passado. Na época, o Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação (FNDE) alertou para a necessidade de reduzir o estoque de livros, que
está armazenado em um depósito alugado dos Correios, em Cajamar, em São Paulo.
O FNDE não respondeu diretamente sobre o descarte. O órgão informou que publicará na semana
que vem uma norma sobre a chamada "reserva técnica" do Programa Nacional do Livro e do Material
Didático (PNLD).
Desigualdade entre alunos ricos e pobres no Brasil está entre as maiores do mundo, diz estudo84
Levantamento do Mapa da Aprendizagem, do Portal Iede, com dados do Pisa 2018 mostra que Brasil
tem a quinta maior desigualdade em matemática e a terceira maior em leitura e em ciências.
O Brasil é um dos países com maior desigualdade de aprendizagem entre os estudantes considerados
ricos e pobres, segundo os critérios da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE). Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) mostram
que, em todas as provas, o grupo de brasileiros entre os 33% dos alunos de todo o mundo com nível
socieconômico (NSE) mais alto teve nota média mais de 100 pontos acima dos 33% de alunos com nível
socioeconômico mais baixo.
83
G1. MEC estuda descartar 2,9 milhões de livros didáticos nunca usados, diz jornal. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/01/11/mec-
estuda-descartar-29-milhoes-de-livros-didaticos-ainda-nao-utilizados-diz-jornal.ghtml. Acesso em 13 de janeiro de 2020.
84
Ana Carolina Moreno e Marcelo Valadares. Desigualdade entre alunos ricos e pobres no Brasil está entre as maiores do mundo, diz estudo. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/12/19/desigualdade-entre-alunos-ricos-e-pobres-no-brasil-esta-entre-as-maiores-do-mundo-diz-estudo.ghtml. Acesso
em 19 de dezembro de 2019.
Metodologia
O nível socioeconômico (NSE) é determinado segundo diversos critérios de renda e escolaridade da
família dos estudantes. As comparações de desempenho do estudo foram feitas em três etapas:
Primeiramente, o Iede considerou o universo de participantes da prova em todo o mundo – cerca
de 600 mil estudantes de 15 anos;
Depois, esse universo foi dividido em três partes iguais, de acordo com o NSE de cada aluno. A
comparação considera o terço com NSE mais alto e o terço com o NSE mais baixos, cada um com cerca
de 200 mil estudantes. Países mais pobres, como o Brasil, ficaram com representação maior entre o
grupo dos mais pobres, e menor entre o grupo de mais ricos;
O próximo passo da análise foi separar esses dois grupos de estudantes por país. Então, eles foram
avaliados de acordo com uma série de características, como o índice de repetência e a nota média nas
provas de leitura, matemática e ciências.
Em todas elas, os estudantes da elite brasileira tiveram média de mais de 100 pontos acima dos
brasileiros classificados como o terço mais pobre entre os participantes do Pisa. Esse resultado colocou
o Brasil no "top 5" da desigualdade mundial nas três disciplinas.
O estudo avaliou ainda a desigualdade de cada região brasileira – algumas delas tiveram disparidade
maior do que os países mais desiguais. Veja abaixo a comparação em cada uma das três provas:
Matemática
Em matemática, os estudantes com nível socioeconômico baixo apresentaram média de 360,8 pontos,
enquanto os de alta renda tiveram média de 461,8. A diferença foi de 101 pontos entre elas.
O Brasil é o quinto pais do ranking com maior diferença entre alunos dos extremos dos níveis sociais.
Neste quesito, o país com mais desigualdade é Israel, com 112 pontos de diferença, seguido por Bélgica
(104 pontos), Hungria (102) e Eslováquia (102).
Quando avaliadas as regiões do Brasil, o Nordeste é a que apresenta a maior desigualdade, com 107
pontos de diferença, seguida pela região Centro-Oeste (104); Sul (103,9); Sudeste (91,6) e Norte (81,7).
Mas Ernesto Martins Faria, diretor-fundador do Portal Iede, explica que uma desigualdade menor nem
sempre é um bom sinal. Nos casos da Região Norte e de alguns países com a menor desigualdade, essa
equidade é o resultado do baixo desempenho tanto dos estudantes pobres quanto dos mais ricos (veja
no gráfico abaixo). Ela não garante, segundo Faria, que todos os alunos, independentemente de sua
renda familiar, tenham o aprendizado adequado na escola.
Do outro lado da lista, os países ou regiões com menor desigualdade foram Macau (China),
Cazaquistão, Kosovo, Albânia e Hong Kong (China).
Leitura
Em leitura, o Brasil ficou em terceiro lugar na lista de países mais desiguais entre alunos de família de
alta e baixa renda (veja abaixo). A diferença foi de 102,6 pontos, abaixo apenas de Israel (121) e Filipinas
(107). Os alunos brasileiros de alta renda, tiveram média de 492,2 pontos, enquanto os de baixa tiveram
389,6 pontos em média.
Nas regiões brasileiras, o Nordeste apresentou a maior desigualdade, com 112,2 pontos de diferença,
seguido pelo Sul, com 107,5; Centro-Oeste, com 101,2; Sudeste, com 89,9 e Norte, com 83,9 pontos de
diferença entre as médias.
Ciências
Na disciplina de ciências, o Brasil é novamente o terceiro país mais desigual, ficando atrás apenas de
Israel e Bélgica. Assim como em leitura, os alunos com altos índices socioeconômicos também tiveram
em média 102,6 pontos a mais que os com NSE baixo. Em Israel, essa diferença foi de 107,6 pontos e
na Bélgica, de 105,6.
Nas regiões brasileiras, o Centro-Oeste foi o mais desigual, com 110,5 pontos de diferença, seguido
por Nordeste (108), Sul (107,5), Sudeste (92,3) e Norte (78,2).
Repetência
O estudo do Mapa da Aprendizagem também comparou o índice de repetência, que avalia quantos
alunos nunca repetiram no ensino fundamental. O Brasil, neste quesito, ficou em 11º lugar na
desigualdade: 91% dos alunos com família de alta renda nunca repetiram de ano, contra 75% dos alunos
de baixa renda. A diferença entre os dois grupos foi de 16 pontos percentuais (p.p.).
O Marrocos foi o país com a maior diferença neste quesito, com 34,5 pontos percentuais separando
os alunos ricos e pobres.
Os demais países com desigualdade maior que o Brasil foram Espanha (31.2 p.p.), Bélgica (30,8 p.p.),
Luxemburgo (27,5 p.p.), Uruguai (25 p.p.), Argentina (23 p.p.), Portugal (21 p.p.), Líbano (20,6 p.p.),
França (18,8 p.p.) e Macau (18,6 p.p.).
País teve novamente um dos 10 piores desempenhos do mundo em matemática no Pisa 2018, a
avaliação mundial de educação.
O Brasil não conseguiu registrar avanços significativos no desempenho dos estudantes em leitura, em
matemática e em ciências no mais importante ranking mundial de educação. O resultado do Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) divulgado nesta terça-feira (03/12)
aponta ligeiro aumento da nota média, mas os estudantes brasileiros seguem entre os últimos 10
colocados na prova de matemática.
O exame, cujas provas foram aplicadas no ano passado, é realizado pela Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os resultados negativos para a educação brasileira
foram verificados mesmo com a expansão da lista dos países participantes, que passaram de 70 para 80.
Em leitura, o Brasil conseguiu manter sua posição de 2015, mas ainda está atrás de mais de 50 países
e regiões econômicas. Já em ciência, o país caiu algumas posições, para uma colocação abaixo de pelo
menos 65 participantes.
85
Ana Carolina Moreno e Elida Oliveira. Brasil cai em ranking mundial de educação em matemática e ciências; e fica estagnado em leitura. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/12/03/brasil-cai-em-ranking-mundial-de-educacao-em-matematica-e-ciencias-e-fica-estagnado-em-leitura.ghtml. Acesso
em 03 de dezembro de 2019.
Tendência de estagnação
Os resultados seguem muito abaixo da média dos países da OCDE, que foi de 487 em leitura, 489 em
matemática e 489 em ciências. Esses valores são usados como referência de educação de qualidade
pelo Brasil e demais países.
A OCDE concluiu que o Brasil mantém uma tendência de estagnação ao analisar os resultados de
sete edições do Pisa em leitura, seis em matemática e cinco em ciências. Embora as notas médias
tenham variado alguns pontos para cima e para baixo, no decorrer da última década essa variação não
foi considerada estatisticamente relevante para ser considerada uma evolução de patamar.
Professores dizem que tema é 'inesperado', mas não necessariamente difícil. Eles dizem que
estudante pode abordar tanto a produção quanto o acesso da população.
O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2019) é "Democratização do acesso
ao cinema no Brasil".
Segundo professores ouvidos pelo G1, o tema não estava entre as principais apostas e discussões
nos cursinhos ou redes sociais durante o ano, e a área de cultura há anos não aparecia no Enem. Mas a
surpresa não chega a fazer do Enem 2019 uma prova difícil para os candidatos.
Já os cineastas ouvidos pelo G1 afirmaram que a democratização do acesso ao cinema no Brasil ainda
está longe da realidade. Eles citaram argumentos que poderiam ser usados pelos candidatos, como
diversidade de temas nas telas, variedade de produtores na execução dos projetos e até o valor do
ingresso, que em geral é caro no país.
Nas redes sociais, alguns internautas elogiaram o tema, enquanto outros ficaram felizes de não
estarem entre os candidatos neste ano. Muitos perceberam que, há cinco dias, as redes sociais do
Ministério da Educação deram um "spoiler" do tema, anunciando uma parceria do ministério com a
Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) para que salas de cinema sejam adaptadas a pessoas com
deficiência.
Os estudantes tiveram acesso a textos de apoio para compor a argumentação, como:
- um trecho do artigo "O que é cinema", de Jean-Claude Bernardet;
- um trecho do texto "O filme e a representação do real", de C.F.Gutfreind;
- um infográfico do periódico "Meio e a Mensagem" sobre o percentual de brasileiros que frequentam
as salas de cinema;
- um trecho do texto "Cinema perto de você", da Ancine.
86
Ana Carolina Moreno. Elida Oliveira. Fabio Manzano. Tema da redação do Enem 2019 é 'Democratização do acesso ao cinema no Brasil'. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/enem/2019/noticia/2019/11/03/redacao-do-enem-2019-e-sobre-democratizacao-do-acesso-ao-cinema-no-brasil.ghtml. Acesso em 04
de novembro de 2019.
Argumentos de cineastas
Bruno Barreto, diretor de filmes como "Dona Flor e seus dois maridos" e "O que é isso, companheiro?",
que foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, afirma que "estamos ainda muito longe da
democratização do acesso ao cinema brasileiro".
"A arte precisa de dinheiro, mas também de mecanismos para facilitar o acesso, para democratizar,
fazer com que pessoas com baixo poder aquisitivo tenham acesso ao audiovisual. A maneira realista de
isso acontecer é nas plataformas e na televisão" – Bruno Barreto, cineasta
Para Marcelo Gomes, diretor de filmes como "Estou me guardando para quando o Carnaval chegar"
(2019) e "Cinema, Aspirina e Urubus" (2005), a democratização do cinema leva o país a construir uma
identidade.
"O cinema é o espelho da nossa cultura. Já foi dito que um país sem cinema é uma casa sem espelhos.
A gente tem que democratizar, fazer chegar a todas as camadas da população, não apenas em shoppings
com ingressos caros. Milhares e milhares de cidades do Brasil não têm cinema. É uma forma de as
pessoas acessarem mais conhecimentos, é fundamental ao país." – Marcelo Gomes, cineasta
A cineasta Laís Bodanzki afirma que a democratização do acesso ao cinema precisa incluir a
diversidade de temas abordados na tela e também ao ingresso à sala de exibição. Bodanzky é presidente
da SPCine – empresa da prefeitura de São Paulo responsável pelo fomento, estímulo e difusão do
audiovisual na cidade de São Paulo – e diretora de filmes como "Como nossos pais" (2017), "As melhores
coisas do Mundo" (2010), "Bicho de Sete Cabeças" (2000), entre outros.
"Quando falamos de democracia do cinema, falamos também sobre o que está na tela, quem tem
direito de assistir a este filme e quem tem direito de fazer" - Lais Bodanzki, cineasta.
Ensino superior a distância ofertou mais vagas que o presencial em 2018, aponta Censo da
Educação Superior87
Dados foram divulgados nesta quarta (18/09); tendência já era apontada em edições anteriores.
Metade dos alunos não chega ao diploma; 'desperdício de recursos', diz ministro.
87
Matheus Rodrigues. Ensino superior a distância ofertou mais vagas que o presencial em 2018, aponta Censo da Educação Superior. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/09/19/ensino-superior-a-distancia-ofertou-mais-vagas-que-o-presencial-em-2018-aponta-censo-da-educacao-superior-
do-mec.ghtml. Acesso em 20 de setembro de 2019.
Alta desistência
Weintraub criticou, ao apresentar os dados, o elevado grau de desistência dos jovens que entram no
ensino superior. Dados dos últimos anos apontam que, em média, só um terço dos alunos termina o curso
“na época certa”, ou seja, no número de semestres previsto. Metade dos matriculados abandona a
faculdade sem concluir o curso.
“Qualquer atividade econômica, e o ensino, mesmo público, é uma atividade econômica, tem que ter
critérios de eficiência. A gente é muito ineficiente no Brasil, sendo que há um elevado grau também de
pessoas que ficam muito mais tempo que o previsto”, declarou.
“A conclusão óbvia é que, se a gente reduzisse significativamente essa ineficiência, a gente
conseguiria dobrar o número de pessoas com ensino superior completo no Brasil utilizando os mesmos
recursos disponíveis. Antes de investir mais, temos que olhar para eficiência. Não adianta jogar mais
dinheiro em lugar onde a gente tem tanto desperdício, público ou privado.”
Assim como nas últimas apresentações à imprensa, o ministro deixou o local do anúncio sem
responder às perguntas de jornalistas. O MEC não informou como pretende atuar para reverter esse
cenário.
Sem crise
Na apresentação, Weintraub também voltou a criticar o que chamou de “terrorismo da imprensa” sobre
a crise financeira no ministério. Segundo ele, tanto a coleta de dados do Censo, quanto a realização das
provas sob tutela do Inep (incluindo Enem e Encceja) vêm sendo concluídos sem problemas.
“A primeira conclusão que eu gostaria de chamar atenção, mais importante de todas, é que a despeito
de ilações que saíram em alguns veículos sobre risco de paralisia do Inep, a gente não vê nenhum
problema na prática”, disse.
Governador fala em 'erro inaceitável' e 'apuração dos responsáveis'. Livro é destinado a alunos do 8º
ano do ensino fundamental das escolas estaduais de São Paulo.
O governador João Doria (PSDB) mandou recolher nesta terça-feira (03/09) o material escolar de
ciências para alunos do 8º ano do Ensino Fundamental da rede estadual de São Paulo. A apostila explica
os conceitos de sexo biológico, identidade de gênero e orientação sexual. Também traz orientações sobre
gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.
Alunos do 8º ano têm, em regra, 13 e 14 anos. "Fomos alertados de um erro inaceitável no material
escolar dos alunos do 8º ano da rede estadual. Solicitei ao Secretário de Educação o imediato
recolhimento do material e apuração dos responsáveis. Não concordamos e nem aceitamos apologia à
ideologia de gênero", escreveu Doria pelo Twitter.
Em nota, a Secretaria da Educação de São Paulo afirma que o termo "identidade de gênero" estaria
em desacordo com a Base Nacional Comum Curricular do MEC e com o Novo Currículo Paulista aprovado
em agosto, e que a apostila é complementar ao estudo dos alunos.
Em 2017, o Ministério da Educação tirou o termo "orientação sexual" da terceira e última versão da
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino infantil e fundamental, que passou a valer em
2019.
De acordo com o documento, o Conselho Nacional de Educação (CNE) emitiria orientações
específicas sobre orientação sexual e identidade de gênero.
Para a professora FGV Cláudia Costin e diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas
Educacionais (CEIPE), “[A base] não só não menciona, mas ela não proíbe. Ao traduzir a base em
currículos estaduais, os currículos podem ou não introduzir uma questão sobre isso, o que não impede
que professores ou até escolas abordem o tema.”
“A base estabelece aprendizagens mínimas que todos os alunos brasileiros têm que ter na educação
básica", completa.
A BNCC é considerada fundamental para reduzir desigualdades na educação no Brasil e países
desenvolvidos já organizam o ensino por meio de bases nacionais. O documento define a linhas gerais
do que os alunos das 190 mil escolas do país devem aprender a cada ano.
Ainda segundo a secretaria da Educação, "as apostilas do 'São Paulo Faz Escola' são elaboradas por
servidores da rede estadual, desde 2009, que se utilizaram das fontes abertas que dispunham, no caso,
de manual do Ministério da Saúde".
Ao falar da identidade de gênero, a apostila reproduz conteúdo do Ministério da Saúde: "A identidade
de gênero refere-se a algo que não é dado e, sim, construído por cada indivíduo a partir dos elementos
fornecidos por sua cultura: o fato de alguém se sentir masculino e/ou feminino. Isso quer dizer que não
há um elo imediato e inescapável entre os cromossomos, o órgão genital, o aparelho reprodutor, os
hormônios, enfim o corpo biológico em sua totalidade, e o sentimento que a pessoa possui de ser homem
ou mulher".
Procurado, o Ministério da Saúde afirmou que o tema é pautado pela Constituição Federal, mas que
estados e municípios têm autonomia para implementar ações desde que não conflitem com disposições
nacionais.
"No âmbito do Ministério da Saúde, as temáticas da saúde sexual, reprodutiva, planejamento familiar
e direito à reprodução, se pautam pelo disposto na Constituição Federal de 1988, e nas Leis 8.080 e
8.142 de 1990, orientados para o acesso universal e igualitário para a atenção integral à saúde.
Cabe esclarecer que estados e municípios possuem autonomia para construírem, destituírem,
implementarem ou descontinuarem localmente ações, serviços e intervenções, desde que não conflitem
com as disposições nacionais e constitucionais.
Vale ressaltar ainda que ‘gênero’ é um termo que tem reunido discussões de amplo espectro, muitas
vezes diferentes entre si, e que comumente tratam sobre identidade, manifestação da afetividade,
discriminação, saúde sexual, direitos civis, desigualdade, principalmente no tratamento entre homens e
mulheres, além de aspectos culturais, tradicionais e sociais.
Trata-se de um conjunto amplo de debates, normalmente transversais ao Estado brasileiro, não
situados especificamente em uma pasta ou setor, mas que demandam das políticas atenção para a
manutenção dos direitos sociais assegurados na Constituição Federal, principalmente, no caso da saúde,
88
G1 SP. Doria manda recolher apostila de ciência que fala sobre diversidade sexual: 'Não aceitamos apologia à ideologia de gênero'. G1 São Paulo.
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/09/03/doria-manda-recolher-livros-de-ciencia-que-fala-sobre-diversidade-sexual-nao-aceitamos-apologia-a-ideologia-
de-genero.ghtml. Acesso em 04 de setembro de 2019.
A Universidade de São Paulo (USP) agora está entre as 150 mais bem avaliadas - em 2018, aparecia
no bloco seguinte, de 151 a 200.
A Universidade de São Paulo (USP), primeira universidade brasileira a aparecer na lista de melhores
instituições do mundo no ranking de Xangai, subiu posições no quadro divulgado nesta quinta-feira
(15/08), em relação ao ano passado. A USP agora está entre as 150 mais bem avaliadas - em 2018,
aparecia no bloco seguinte, de 151 a 200.
O Ranking Mundial Acadêmico de Universidades (ARWU, na sigla em inglês), da consultoria chinesa
Shanghai Ranking Consulting, tem a particularidade de apresentar sequencialmente apenas as 100
primeiras colocadas. Depois, a partir de 101, a lista se divide em blocos de 50 ou 100, sem especificar o
lugar exato de cada uma.
Na sequência divulgada nesta quinta-feira, aparecem ainda outras cinco universidades brasileiras, que
não mudaram de colocação em relação ao ano passado. São elas: Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) e Universidade de Campinas (Unicamp),
entre a 301ª e a 400ª posição, e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS), no bloco entre o 401° e o 500° lugar.
O ranking é um dos mais respeitados do mundo, ao analisar cerca de 1 mil instituições do planeta e
selecionar as 500 melhores. Na avaliação, seis critérios são considerados: o número de professores ou
diplomados que venceram prêmios Nobel ou medalhas Fields (o Nobel da matemática), o número de
pesquisadores mais citados nas suas áreas e as publicações nas revistas científicas Science e Nature. A
classificação é criticada por excluir as ciências humanas e negligenciar os métodos de ensino, ao se
concentrar apenas em parâmetros quantitativos.
MEC lança 'Future-se', programa para aumentar verba privada no orçamento das federais90
89
RFI. USP sobe no ranking de Xangai das melhores universidades do mundo. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/08/15/usp-sobe-no-
ranking-de-xangai-das-melhores-universidades-do-mundo.ghtml. Acesso em 15 de agosto de 2019.
90
Mateus Ferreira. MEC lança 'Future-se', programa para aumentar verba privada no orçamento das federais. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/07/17/mec-lanca-future-se-para-aumentar-verba-privada-no-orcamento-das-federais.ghtml. Acesso em 17 de julho de
2019.
Antes da adesão das universidades, o MEC fará uma consulta pública sobre o Future-se nos próximos
30 dias, pela internet. A área jurídica do ministério ainda estuda quais pontos terão de ser aprovados pelo
Congresso Nacional para entrarem em vigor.
“Às vezes, a crise, ela incomoda. Às vezes não, sempre. Ela incomoda, ela faz com que a gente
repense as estruturas, a forma de trabalhar, agir, pensar. Mas se ela for bem conduzida, ela permite
oportunidades, crescimento, desenvolvimento, revoluções”, declarou Weintraub.
‘Apex da educação’
“A gente quer se transformar na Apex da educação”, disse o secretário de Educação Superior do MEC,
Arnaldo Barbosa de Lima Júnior, referindo-se à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos, que organiza feiras e eventos ao redor do mundo para promover a produção industrial e
agrícola brasileira.
“A gente está querendo exportar a indústria de conhecimento que a gente tem. A educação brasileira
pode ser um produto de exportação”, afirmou.
“Queremos sair das amarras da Lei 8.666”, disse Lima, em referência à Lei de Licitações, que define
as regras para uma contratação pública e, em geral, é vista como “trava” pelo gestor público.
Descontingenciamento
O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, interrompeu a cerimônia e,
sem microfone, fez reivindicações ao ministro.
“Precisamos debater como retomar os cortes que foram feitos, como devolver o dinheiro do
contingenciamento. Os estudantes estão dispostos a dialogar, mas queremos respostas para hoje (...) Os
estudantes estão nos procurando desesperados, porque não conseguem fazer suas pesquisas.
Precisamos de uma resposta imediata.”
35% dos brasileiros com mais de 14 anos não completaram o ensino fundamental, aponta IBGE91
Ocupação e escolaridade
Os dados ainda apontam que 48% de todos os brasileiros com idade acima de 14 anos no primeiro
trimestre de 2019 concluíram ao menos o ensino médio.
Entre a população empregada, a maior parte (60,3%) tinham concluído pelo menos o ensino médio,
20,7% tinham o nível superior e 25% apenas o nível fundamental.
Desemprego
A baixa escolaridade pode afetar as chances de emprego do brasileiro. Os dados do IBGE indicam
que 5,2 milhões de desempregados procuram trabalho há mais de 1 ano. O desemprego cresceu em 14
das 27 unidades da federação no 1º trimestre. As maiores taxas de desemprego foram observadas no
Amapá (20,2%), Bahia (18,3%) e Acre (18,0%), e a menores, em Santa Catarina (7,2%), Rio Grande do
91
Elida Oliveira. 35% dos brasileiros com mais de 14 anos não completaram o ensino fundamental, aponta IBGE. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/05/16/35percent-dos-brasileiros-com-mais-de-14-anos-nao-completaram-o-ensino-fundamental-aponta-ibge.ghtml.
Acesso em 16 de maio de 2019
MEC anunciou contingenciamento total de R$ 1,7 bilhão. Escolas e instituições de ensino superior
fazem paralisação de um dia; os 26 estados e o DF tiveram protestos pacíficos.
Cidades brasileiras começaram, na manhã desta quarta-feira (15/05), a ter manifestações contra
o bloqueio de recursos para a educação anunciado pelo MEC. Os 26 estados e o Distrito Federal
registraram atos pacíficos. Universidades e escolas também tiveram paralisações.
Entidades ligadas a movimentos estudantis, sociais e a partidos políticos e sindicatos convocaram a
população para uma greve de um dia contra as medidas na educação anunciadas pelo governo do
presidente Jair Bolsonaro.
Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam
bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.
De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas
discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz,
compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas.
O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou 3,43% do
orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.
Em 2019, as verbas discricionárias representam 13,83% do orçamento total das universidades. Os
86,17% restantes são as chamadas verbas obrigatórias, que não serão afetadas. Elas correspondem, por
exemplo, aos pagamentos de salários de professores, funcionários e das aposentadorias e pensões.
Segundo o governo federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio
poderá ser reavaliado posteriormente caso a arrecadação volte a subir. O contingenciamento, apenas
com despesas não obrigatórias, é um mecanismo para retardar ou deixar de executar parte da peça
orçamentária devido à insuficiência de receitas e já ocorreu em outros governos.
Em entrevista ao colunista Valdo Cruz na GloboNews, o ministro interino da Economia, Marcelo
Guaranys, afirmou que o contingenciamento pode ser revertido.
"Contingenciamento é um bloqueio temporário dos recursos que cada ministério tem. E, como no
primeiro bimestre nós percebemos que essas receitas estavam 2% abaixo do que era o previsto, a gente
precisou fazer um contingenciamento de várias pastas", informou o interino da Economia.
"Os protestos traduzem uma preocupação que você não realize o que você espera fazer na área de
educação. E a nossa ideia não é impedir que as coisas sejam feitas. Óbvio que todo mundo, se a gente
não tiver receitas necessárias, a gente vai precisar fazer ajustes no orçamento, nas nossas despesas.
Vamos ver onde que a gente pode cortar."
Constituição prevê que ensino básico é prioridade de estados e municípios; entenda os gastos
com educação93
Na média dos últimos 15 anos, universidades ficaram com R$ 0,18 de cada R$ 1 investido pela União,
estados e municípios. Governo Bolsonaro prevê destinar 'recursos futuros' federais do ensino superior
para a educação básica.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou na terça-feira (30/04) que os "recursos futuros"
da educação superior "vão ser direcionados para a pré-escola ou para a educação básica". Ele justificou
a mudança de foco afirmando que, durante a campanha eleitoral, essa foi a prioridade defendida por Jair
Bolsonaro (PSL).
A mudança de foco em relação às outras gestões é criticada por especialistas. Dados compilados
pelo G1 mostram que as universidades recebem a menor parcela da verba quando considerado o gasto
total dos municípios, dos estados e da União; veja a seguir os principais pontos e, mais abaixo, os gráficos:
O gasto por aluno no ensino superior é mais alto do que o do aluno do ensino básico no Brasil, mas isso
também se repete em outros países
A diferença do gasto por aluno do ensino superior x educação básica teve queda de um terço desde
2000: enquanto o valor por universitário se manteve estável, o da educação básica triplicou
92
G1. Cidades brasileiras têm atos contra bloqueios na educação. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/05/15/cidades-brasileiras-tem-atos-
contra-bloqueios-na-educacao.ghtml. Acesso em 15 de maio de 2019.
93
Ana Carolina Moreno. Constituição prevê que ensino básico é prioridade de estados e municípios; entenda os gastos com educação. G1 Educação. Acesso
em 06 de maio de 2019.
A pirâmide existe?
Levando-se em conta apenas os investimentos do governo federal, sim. Mas, considerando o total
gasto pelo Brasil em educação, que inclui estados e municípios, a afirmação não procede.
Os dados usados pela campanha eleitoral de Jair Bolsonaro foram retirados de uma página do
Orçamento Cidadão de 2018. O documento é uma versão simplificada do Projeto de Lei Orçamentária
Anual (Ploa). Ele não representa a realidade da lei orçamentária, porque sofre diversas alterações até
sua aprovação no Congresso.
Por exemplo, o Ploa cita o grupo "ensino superior" com 30%, mas esse percentual é acrescido de
outros itens. Os dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo Federal (Siop)
mostram os recursos do orçamento que foram, de fato, pagos pelo governo. No caso de 2018, a
subfunção "ensino superior" recebeu dois terços (66,5%) do total pago pela União em investimentos na
educação.
Bolsonaro anuncia demissão de Vélez e diz que Abraham Weintraub será o novo ministro da
Educação94
Vélez enfrentava 'guerra' no MEC provocada por desentendimentos entre assessores. No período na
pasta, ele protagonizou uma série de polêmicas.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou em uma rede social nesta segunda-feira (08/04) a demissão do
ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. Bolsonaro informou também que o novo ministro será
Abraham Weintraub.
Bolsonaro e Vélez tiveram uma reunião no Palácio do Planalto nesta segunda, pouco antes do anúncio
da demissão do agora ex-ministro.
"Comunico a todos a indicação do Professor Abraham Weintraub ao cargo de Ministro da Educação.
Abraham é doutor, professor universitário e possui ampla experiência em gestão e o conhecimento
necessário para a pasta. Aproveito para agradecer ao prof. Velez pelos serviços prestados", afirmou o
presidente.
Colombiano naturalizado brasileiro, Vélez Rodríguez tomou posse no cargo em 1º de janeiro e
enfrentava uma "guerra interna" no MEC provocada por desentendimentos entre militares e seguidores
do escritor Olavo de Carvalho.
94
G1. Bolsonaro anuncia demissão de Vélez e diz que Abraham Weintraub será o novo ministro da Educação.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/08/planalto-anuncia-demissao-de-ricardo-velez-rodriguez-do-ministerio-da-educacao.ghtml. Acesso em 08 de abril de
2019.
Além disso, desde o início da sua gestão, em janeiro, houve pelo menos 14 trocas em cargos
importantes no Ministério da Educação.
A demissão de Vélez Rodríguez é a segunda baixa no ministério do governo Jair Bolsonaro.
Há cerca de um mês, o advogado Gustavo Bebianno deixou a Secretaria-Geral após se envolver em
uma crise com o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Bolsonaro.
Novo ministro
Weintraub, o novo ministro, já trabalhava no governo Bolsonaro. Ele era secretário-executivo da Casa
Civil, segundo cargo mais importante dentro da pasta.
Weintraub atuou na equipe do governo de transição. Junto com o irmão, Arthur Weintraub, foi
responsável pela área de previdência no período. Os dois foram indicados a Bolsonaro pelo ministro da
Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Em 7 de novembro, disse que havia sido indicado para o Ministério da Educação pelo escritor Olavo
de Carvalho.
"Aceitei a indicação movido unicamente por um motivo: tornar realidade, no terreno do MEC, a proposta
de governo externada pelo candidato Jair Bolsonaro, de 'Mais Brasil, menos Brasília'", publicou à época.
Ainda no blog, Vélez chegou a escrever um texto intitulado "Um roteiro para o MEC" em que afirmava
que o Ministério da Educação tem como "tarefa essencial" recolocar os ensinos básico e fundamental "a
serviço das pessoas".
Na época em que o presidente Jair Bolsonaro estava fazendo as indicações aos ministérios, chegaram
a circular os nomes de Guilherme Schelb (procurador da República) e de Mozart Ramos (diretor do
Instituto Ayrton Senna) para o Ministério da Educação.
Pesquisadores financiados pelo CNPq podem ficar sem bolsas a partir de outubro, diz
presidente95
Além do orçamento ter ficado menor neste ano, CNPq usou verba de 2019 para pagar as bolsas de
dezembro de 2018, afirmou o presidente do conselho em entrevista ao G1.
95
Carolina Moreno. Pesquisadores financiados pelo CNPq podem ficar sem bolsas a partir de outubro, diz presidente. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/04/03/pesquisadores-financiados-pelo-cnpq-podem-ficar-sem-bolsas-a-partir-de-outubro-diz-presidente.ghtml. Acesso
em 03 de abril de 2019
Tenente-brigadeiro é o quarto nome anunciado em três meses. Antecessora, Lolene Lima foi
dispensada oficialmente na última quinta-feira (28/03).
Desocupado nos últimos dias, o cargo de secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC) foi
preenchido por Ricardo Machado Vieira. A nomeação foi publicada na edição desta sexta-feira (29/03) do
Diário Oficial da União (DOU).
Ricardo era assessor especial da presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE) desde fevereiro de 2019. Ele é militar — segundo seu currículo, é tenente-brigadeiro e já ocupou
o posto de chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (FAB).
Em três meses de gestão, é a quarta vez em que o governo anuncia um nome para o cargo de "número
dois" do MEC. Luiz Antônio Tozi permaneceu no posto até o dia 12 de março, quando foi demitido em um
ato de "reestruturação" promovido pelo ministro Vélez.
Com a saída dele, o nome de Rubens Barreto da Silva, que até então era secretário-executivo adjunto,
foi anunciado por rede social. A nomeação para o novo cargo, no entanto, não chegou a ser publicada no
Diário Oficial.
Em seguida, Lolene Lima foi colocada no posto, também sem publicação no DOU. Ela foi demitida oito
dias depois.
96
G1. Novo secretário-executivo do MEC é militar. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/03/29/novo-secretario-executivo-do-mec-e-
nomeado.ghtml. Acesso em 29 de março de 2019
Entenda o que é o método fônico, que o MEC privilegia em sua política de alfabetização97
Metodologia que ensina a associar letras a seus sons ainda é amplamente adotada no Brasil e em
outros países, mas críticos a consideram ultrapassada e defendem mistura de métodos
A Política Nacional de Alfabetização, um dos projetos que o governo Bolsonaro pretende em seus 100
primeiros dias, erradicar o analfabetismo no Brasil apostando no método fônico (ou fonético) de
alfabetização.
Nele, a alfabetização se dá através da associação entre um símbolo (a letra, ou grafema) e seu som
(o fonema). A criança aprende a reconhecer o som de cada letra para, a partir daí, ser capaz de combiná-
las de modo a formar sílabas e palavras.
O ensino se inicia pela forma e pelo som das vogais, seguidas pelas consoantes. Parte-se dos sons
mais simples para os mais complexos.
97
O Globo. Entenda o que é o método fônico, que o MEC privilegia em sua política de alfabetização. https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/entenda-que-
o-metodo-fonico-que-mec-privilegia-em-sua-politica-de-alfabetizacao-23536565?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo. Acesso
em 22 de março de 2019
Inep cria comissão para verificar se questões do Enem têm 'pertinência com a realidade social'98
Segundo a portaria, o grupo deverá fazer uma 'leitura transversal' das questões para emitir um parecer.
Resultado do trabalho não será divulgado. No ano passado, Bolsonaro criticou uma das questões do
exame e disse que tomaria conhecimento antes da prova.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) criou uma comissão
para fazer uma "leitura transversal" das questões que compõem o Banco Nacional de Itens do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem). O objetivo, segundo o Inep, é "verificar a sua pertinência com a
realidade social". O resultado do trabalho não será divulgado.
No ano passado, Bolsonaro criticou uma das questões do exame e disse que tomaria conhecimento
antes da prova.
De acordo com o documento, "a leitura transversal é uma etapa técnica de revisão de itens".
Em nota, o Inep informou que nenhum item será descartado já que o processo de elaboração das
questões é "longo e oneroso". Ainda de acordo com o Inep, as questões consideradas "dissonantes"
serão "separadas para posterior adequação, testagem e utilização, se for o caso".
O G1 entrou em contato com o Inep para saber que tipo de pergunta ou conteúdo estaria sendo
buscado na leitura transversal e a que tipo de realidade social o Inep se refere quando fala em verificar
"pertinência com a realidade social". O instituto encaminhou um posicionamento e informou que não
poderia esclarecer nada além do que constava no documento. (Leia a íntegra aqui e ao fim da
reportagem)
Comissão
Três pessoas foram destacadas para trabalhar na leitura dos itens:
- Marco Antônio Barroso Faria (secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC);
- Antonio Maurício Castanheira das Neves (diretor de estudos educacionais do Inep);
- Gilberto Callado de Oliveira (procurador de justiça de Santa Cataria, representante da sociedade
civil).
Eles terão dez dias, a partir desta quarta, para concluir a avaliação e emitir uma recomendação sobre
o uso ou não dos itens na montagem do exame. Depois, o diretor da Avaliação Básica fará outro parecer
sobre as considerações da comissão. A decisão final ficará a cargo do presidente do Inep, Marcus Vinícius
Rodrigues.
Segundo a portaria, "todas as atividades serão realizadas em Ambiente Físico Integrado Seguro (AFIS)
do Inep", que fica em Brasília, dentro da sede do Inep. Eles assinarão um termo de confidencialidade e
sigilo.
Críticas ao Enem
Em 2018, Jair Bolsonaro criticou uma questão de linguagens do Enem que falava sobre o pajubá, um
conjunto de expressões associadas aos gays e travestis e disse que iria "tomar conhecimento da prova
antes".
98
G1. Inep cria comissão para verificar se questões do Enem têm 'pertinência com a realidade social'. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/03/20/inep-cria-comissao-para-fazer-leitura-transversal-das-questoes-do-enem.ghtml. Acesso em 20 de março de 2019.
Uma vez no BNI, a questão fica à disposição para ser usada em alguma edição do Enem. Na hora da
montagem da prova, a pequena equipe de servidores do Inep que faz o trabalho de seleção das questões
precisa escolher 45 itens de cada prova objetiva seguindo um equilíbrio entre a pedagogia – já que a
prova precisa avaliar uma grande quantidade de conhecimentos – e a estatística – na medida em que o
exame também precisa ter um número similar de questões fáceis, médias e difíceis para poder selecionar
adequadamente os candidatos.
Todos os anos, uma pequena equipe de servidores do Inep monta três versões das quatro provas
objetivas: duas delas são aplicadas todos os anos, na edição regular e no Enem PPL, para pessoas
privadas de liberdade. Uma terceira fica como “reserva”, para o caso de algum imprevisto ou emergência.
Posicionamento do Inep
O Inep encaminhou um link com um texto referente ao posicionamento do instituto sobre o tema. Leia
a íntegra abaixo ou no site do Inep:
INEP nomeia comissão para análise de itens da prova do Enem 2019
Portaria do Inep publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 20 de março, define os
três nomes da comissão que vai realizar a leitura transversal dos itens do Banco Nacional de Itens (BNI)
para a montagem das provas do Enem neste ano. O objetivo é analisar as questões para verificar sua
pertinência com a realidade social, de modo a assegurar um perfil consensual do exame.
A comissão terá como membros o representante do Ministério da Educação, Marco Antônio Barroso
Faria, secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior, o representante do Inep, Antônio
Maurício Castanheira das Neves, diretor de Estudos Educacionais; e o representante da sociedade civil,
Gilberto Callado de Oliveira, procurador de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina. A portaria
estipula o prazo de dez dias para a conclusão dos trabalhos.
"Os especialistas da comissão são nomes reconhecidos e que podem contribuir para a elaboração de
uma prova com itens que contemplem, não apenas todos os aspectos técnicos formais, mas também
ecoem as expectativas da sociedade em torno de uma educação para o desenvolvimento de um novo
projeto de País", afirma Marcus Vinicius Rodrigues, presidente do Inep.
Compete à comissão ler os itens e recomendar ou não sua utilização na montagem do exame,
mediante justificativa. O diretor de Avaliação da Educação Básica, em consonância com a equipe técnica,
emitirá contra parecer para cada um dos itens não recomendados pela comissão. Em caso de pareceres
opostos, cabe ao INEP proferir decisão final, por meio do seu presidente.
A leitura transversal das questões do Enem vai ocorrer antes da montagem da prova, pois alterações
depois do instrumento montado, podem modificar o desenho psicométrico da prova e os parâmetros que
garantem o cálculo das proficiências. A Comissão, portanto, vai avaliar o acervo de itens disponíveis para
a montagem das provas do Enem.
Como a elaboração de um item é um processo longo e oneroso, nenhum será descartado. "As
questões dissonantes serão separadas para posterior adequação, testagem e utilização, se for o caso.
Todo o trabalho respeitará a Matriz de Referência do Enem, os parâmetros para garantir o cálculo das
proficiências, o equilíbrio da prova com a de edições anteriores e a segurança. Os participantes podem
Primeiro, é preciso entender o que diz nossa Constituição sobre a educação pública e analisar o
contexto de crescente militarização das escolas no Brasil.
O cancelamento (e posterior revalidação) por parte da USP da matrícula de alguns alunos oriundos de
colégios militares levantou, na última semana, o debate sobre o caráter dessas escolas e se, no fim das
contas, elas poderiam ou não ser consideradas públicas. Isso porque esses alunos ingressaram na
universidade por meio da reserva de vagas para escolas públicas no Sisu, apesar de algumas dessas
escolas militares cobrarem mensalidade e taxa de matrícula. Então, como as escolas militares podem ser
consideradas públicas se os alunos pagam para estudar?
Para tentar entender melhor o caso, é preciso revisar o que diz a Constituição sobre a educação
pública. Não podemos ignorar também que isso acontece em um contexto de crescente militarização de
escolas públicas.
99
Taís Ilhéu. Afinal, escolas militares são públicas?. Guia do Estudante. https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/afinal-escolas-militares-sao-publicas/.
Acesso em 06 de março de 2019.
Militares ou militarizadas?
Como se não bastasse a divergência de entendimentos sobre o caráter das escolas militares — e a
constitucionalidade ou não do pagamento — mais um complicador entra nessa história. Oficialmente,
consta no site do Exército que existem, no Brasil, 13 escolas sob sua responsabilidade. Não entram nessa
conta, por exemplo, as dezenas de escolas militares no estado de Goiás, estado pioneiro na militarização
escolar. Esse processo tira as instituições da gestão da administração civil da secretarias de Educação e
a gestão fica a cargo da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros ou outros órgãos oficiais de segurança. De
acordo com Virginia Maria, essas escolas recebem algumas melhorias na estrutura física e passam a
priorizar os valores e a disciplina militares.
Em Goiás, 30 escolas foram militarizadas do ano passado para cá, chegando a um total de 46. Em 14
estados do Brasil, o aumento foi de 212%, de acordo com a revista Época. A mesma reportagem mostra
que nas escolas goianas a cobrança de mensalidades é generalizada, inclusive em colégios de regiões
periféricas e com alunos carentes.
A diferença no perfil socioeconômico dos estudantes seria também, pelo menos nesse primeiro
momento, mais uma diferença entre os dois modelos. “Nas escolas que foram militarizadas, muitas vezes
a escolha para estar ali não foi do aluno ou de sua família, já que ele já estava matriculado nessa
instituição quando da transformação”, afirma a coordenadora do FEE.
Para além da discussão se seria ou não constitucional a cobrança em colégios militares, cabe apontar
aqui que essas novas escolas militarizadas sequer se enquadram na lei e na portaria que garantem a
cobrança ao Exército. Afinal, não são escolas do Exército, mas da PM, dos Bombeiros etc.
A Lei de Cotas
Desde 2012, a Lei de Cotas instituiu que as instituições federais de Ensino Superior deveriam reservar,
no mínimo, 50% das suas vagas para alunos oriundos de escolas públicas. O decreto que regulamentou
a lei instituiu ainda, a partir dessas vagas, uma reserva de acordo com a renda e também para estudantes
que se autodeclaram pretos, pardos ou indígenas.
A USP, embora seja estadual, foi uma das últimas instituições de ensino público no Brasil a aderir às
cotas — antes, havia apenas o sistema de bonificação para pessoas que se enquadravam nessas
categorias. A universidade só aceitou o sistema de cotas em 2016, quando passou a reservar um número
de vagas para ingresso pelo Sisu. Este ano, foram oferecidas 2.233 vagas.
Questões
01. (UFFS – Farmacêutico – FAFIPA) Os estudantes brasileiros de nível superior podem contar
com o financiamento das anuidades como forma de estimular a permanência e a conclusão de curso
de graduação em instituições não gratuitas. O programa do Ministér io da Educação (MEC) destinado
à concessão deste financiamento chama-se:
(A) FIES
(B) FNDE
(C) ENADE
(D) PROUNI
(E) ENEM
02. (UFRR – Técnico em Contabilidade – UFRR – 2018) A “Escola sem Partido” tem provocado
exaltados debates desde o Congresso Nacional, passando pelas casas representativas nas esferas
estaduais e municipais até nas redes sociais. Nos últimos anos, diversos projetos de lei se espalharam
país afora, sob a alegação de restringir o "processo de doutrinação política" dentro da sala de aula.
Na Câmara dos Deputados, quem foi o autor do Projeto de Lei que inclui, entre as diretrizes e base
da educação nacional, o “Programa Escola sem Partido”?
(A) Senador Cristovam Buarque
(B) Deputado Jean Wyllys
(C) Deputado Marco Feliciano
(D) Senador Romero Jucá
(E) Deputado Izalci Lucas
04. (UFRR – Técnico em Assuntos Educacionais – UFRR – 2019) De acordo com o sítio oficial do
Ministério da Educação (MEC), sua tarefa é promover o ensino de qualidade para todo o país. Sua
abrangência vai da educação em creches até o ensino superior, profissional e de pós-graduação. Um dos
elementos do sistema que o ministério administra é o FUNDEB, que tem vigência até 2020 e tem por
objetivo:
(A) aumentar em dez vezes o volume de recursos federais para a educação básica.
(B) conceder financiamento a estudantes na educação superior não gratuita.
(C) sistematizar a oferta de vagas no ensino superior federal a participantes do Enem.
(D) coletar informações e fazer estatísticas da educação básica brasileira.
(E) expandir o ingresso de jovens e adultos de baixa renda à educação técnica.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
O FIES é um programa do Governo criado em 1999 para substituir o Programa de Crédito Educativo
– PCE/CREDUC. Destina-se a financiar a graduação no Ensino Superior de estudantes que não possuem
condições de arcar com os custos de sua formação100.
02. Resposta: E
O projeto foi apresentado na Câmara no ano de 2015 pelo deputado Izalci Lucas
(http://www.escolasempartido.org/o-papel-do-governo-categoria/539-dia-historico-projeto-de-lei-que-institui-o-programa-escola-sem-partido-e-
apresentado-na-camara-dos-deputados).
03. Resposta: C
“A Base Nacional Comum Curricular define os direitos de aprendizagens de todos os alunos do
Brasil. [...] A BNCC potencializa políticas e ações que, juntas, podem reduzir desigualdades
educacionais. Para as redes, ela é referência para a construção dos currículos. Para os professores,
ela é um instrumento fundamental para a prática em sala de aula. Para os pais, traz transparência ao
que seus filhos devem aprender.'' 101.
04. Resposta: A
Segundo o portal do MEC, o “É um importante compromisso da União com a educação básica, na
medida em que aumenta em dez vezes o volume anual dos recursos federais. Além disso, materializa
a visão sistêmica da educação, pois financia todas as etapas da educação básica e reserva recursos
para os programas direcionados a jovens e adultos”.
100
https://guiadoestudante.abril.com.br/fies-prouni/o-que-e-e-como-funciona-o-fies-financiamento-estudantil/
101
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
Brasil tem 30 mortes de profissionais de enfermagem por coronavírus, e mais de 4 mil afastados
pela doença102
Linha de frente no combate ao novo coronavírus, eles já registraram mais de 4,8 mil denúncias por
falta de equipamentos de proteção individual para trabalhar.
O Brasil registra ao menos 30 mortes de profissionais de enfermagem causadas pela Covid-19, de
acordo com balanço do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Os dados retratam o impacto das
infecções do novo coronavírus entre enfermeiros, técnicos e assistentes até quarta-feira (15/04).
Outros 4 mil profissionais estão afastados pela doença, sendo 552 com diagnóstico confirmado e mais
de 3,5 mil em investigação. Ao todo, já são mais de 4,8 mil denúncias por falta de equipamentos de
proteção individual (EPIs) para trabalhar, de acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).
Os números chamam a atenção pela escalada de casos reportados por enfermeiros responsáveis ou
coordenadores das áreas de atendimento. Em 5 de abril, eram 230 casos suspeitos ou confirmados. Dez
dias depois, o número saltou para 4.089 – quase 18 vezes mais.
"Os dados refletem o avanço da pandemia e têm nos preocupado muito. O maior problema hoje na
enfermagem é a falta de equipamento de proteção individual (EPI). Há denúncias de reúso de máscara
N95 e outras que são feitas em material duvidoso. Se a pandemia avança, e não temos EPI, a tendência
é ter um maior número de profissionais contaminados e mais afastamentos", afirma Gilney Guerra,
conselheiro federal.
Contratação emergencial
O conselheiro federal de enfermagem alerta que há profissionais de grupo de risco trabalhando na
linha de frente de combate ao Covid-19. De acordo com os dados do Cofen, entre os profissionais
afastados por suspeita ou confirmação do novo coronavírus, 38% têm entre 31 e 40 anos; 23% têm entre
41 e 50 anos; 7,95% têm entre 51 e 60 anos e 1% é acima de 60.
"Entendemos que estamos em uma pandemia, mas é preciso haver uma contratação emergencial e
remanejamento desta força de trabalho. Colocar um enfermeiro diabético, hipertenso, ou com mais de 60
para atuar não é correto. Temos um registro de 9% de desemprego na área, estes profissionais precisam
ser chamados porque, quando um enfermeiro se contamina, ele precisa ser afastado por 15 dias", alerta.
A importância do trabalho dos enfermeiros foi lembrado pelo primeiro-ministro britânico Boris Johnson
neste fim de semana. Ao receber alta do hospital onde esteve internado por Covid-19, Johnson citou o
nome de vários enfermeiros e fez um agradecimento emocionado a dois, em especial, que estiveram com
ele nos momentos mais críticos da doença.
"A razão para o meu corpo voltar a ter oxigênio foi por eles estarem a todos os segundos da noite ao
meu lado, me olhando, eles estavam pensando como agir e cuidando de mim, fazendo as intervenções
que eu precisava", afirmou.
Teich foi indicado ao cargo nesta quinta-feira em substituição a Luiz Henrique Mandetta. Ele defendeu
em artigo necessidade de isolamento social horizontal contra o coronavírus.
Indicado nesta quinta-feira (16/04) pelo presidente Jair Bolsonaro para o cargo de ministro da Saúde,
em substituição a Luiz Henrique Mandetta, o oncologista Nelson Teich defende a necessidade de
isolamento social horizontal no combate ao coronavírus.
Em artigo publicado em 2 de abril em uma rede social, Teich fala na importância de medidas como o
isolamento social, a testagem em massa e o uso de projeções matemáticas no enfrentamento da
pandemia.
"Além do impacto no cuidado dos pacientes, o isolamento horizontal é uma estratégia que permite
ganhar tempo para entender melhor a doença e para implantar medidas que permitam a retomada
econômica do país".
Em pronunciamento no Palácio do Planalto na tarde desta quinta, Teich afirmou que não haverá
"definição brusca" sobre esse tema.
O presidente Jair Bolsonaro já defendeu publicamente o que chama de "isolamento vertical", menos
rigoroso por ser restrito a grupos de risco, como pessoas acima de 60 anos.
Em 24 de março, em outro artigo sobre o coronavírus, o médico destaca as dificuldades enfrentadas
pelo gestor de saúde em meio à pandemia e cita pontos que devem ser considerados nas tomadas de
decisão.
"Não me coloco aqui como alguém que defende um lado ou outro, na verdade é o oposto, não pode
existir lado. O fundamental é analisar criticamente e de forma contínua a situação e as projeções,
integrando continuadamente a nova informação na análise. A informação que chega a cada dia precisa
ser complexa, detalhada e em tempo real. É necessário rever diariamente a realidade, os cenários, as
projeções e as ações. Como comentado, projeções e posições radicais e emocionais só levam a mais
confusão e problema", diz.
Carreira
Teich foi responsável nos anos 1990 pela fundação do Centro de Oncologia Integrado (Grupo COI),
onde atuou até 2018. Segundo o perfil dele em uma rede social, trabalhava como consultor em gestão de
saúde.
De setembro do ano passado até janeiro deste ano, também de acordo com o perfil, Teich prestou
orientações à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde (SCTIE) do Ministério
da Saúde, comandada por Denizar Vianna.
103
G1. Saiba quem é Nelson Teich, novo ministro da Saúde. https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/04/16/nelson-teich-novo-ministro-da-saude-perfil.ghtml.
Acesso em 17 de abril de 2020.
Atendimento à distância poderá ser utilizado em qualquer área da saúde. Pelo projeto, médico deverá
informar ao paciente 'todas as limitações' deste tipo de consulta.
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (25/03), em sessão remota, um projeto que
autoriza o uso da telemedicina durante a pandemia de coronavírus. O texto segue para o Senado.
O projeto foi apresentado na quarta-feira (18/03) por um grupo de deputados e define telemedicina
como: "Exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de
doenças e lesões e promoção de saúde".
O texto diz que a telemedicina poderá ser usada "em quaisquer atividades na área da saúde".
Na justificativa do projeto, os parlamentares argumentam que a situação "crítica e urgente" relacionada
à pandemia leva a uma maior demanda do serviço médico.
Por isso, na opinião dos deputados, seria necessário acabar com qualquer requisito burocrático que
poderia impedir a atendimento à distância.
"O mais importante é assegurar à nossa população a continuidade do atendimento", dizem os
parlamentares no documento.
Outros pontos
Segundo o projeto, o médico deverá informar ao paciente "todas as limitações inerentes ao uso da
telemedicina, tendo em vista a impossibilidade de realização de exame físico durante a consulta".
A proposta diz também que a prestação do serviço de telemedicina seguirá padrões normativos e
éticos usuais no atendimento presencial, inclusive no pagamento pelo serviço prestado.
Pelo texto, o poder público não vai custear ou pagar pelas consultas de telemedicina quando o serviço
não for prestado ao SUS.
Argumentos
Favorável à proposta, o deputado Doutor Luiz Antonio Teixeira Júnior (PP-RJ) afirmou que a classe
médica vê na telemedicina “um grande instrumento neste momento da pandemia do coronavírus”.
“Uma classe que, junto com todos os profissionais de saúde, tem prestado um grande serviço à nação.
Os profissionais de saúde estão na ponta do atendimento, deixando as suas famílias, deixando os lares,
dedicando a vida à população brasileira”, declarou Teixeira Júnior.
Nesta terça-feira (24/03), o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, havia dito que o travamento do país
seria “péssimo” para a saúde e criticou o fechamento de consultórios.
Para o ministro, medidas como "locaute", em que há interrupção da maioria das atividades, deveriam
ser tomadas com precaução.
Portaria
Na última segunda-feira (23/03), o Ministério da Saúde publicou portaria que autoriza e regulamenta o
uso da telemedicina para atendimentos durante a pandemia do coronavírus.
Dias antes, o Conselho Federal de Medicina (CFM) já tinha encaminhado ofício à pasta informando
sua decisão de reconhecer a possibilidade do uso da telemedicina no Brasil, também de forma
excepcional, enquanto durar a crise do Covid-19.
104
Luiz Felipe Barbiéri, Elisa Clavery e Gustavo Garcia, G1 e TV Globo. Coronavírus: Câmara aprova projeto que autoriza telemedicina durante pandemia. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/03/25/coronavirus-camara-aprova-projeto-que-autoriza-telemedicina-durante-pandemia.ghtml. Acesso em 26 de março de
2020.
João Gabbardo explicou que mais de 5 mil novos médicos devem atuar na atenção básica de todo
país. Ele disse ainda que todos os médicos cubanos que estavam trabalhando no programa Mais Médicos
e estudantes de medicina serão chamados.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, afirmou em entrevista ao Jornal
GloboNews deste domingo (15/03) que o órgão vai convocar médicos cubanos que participaram do
programa Mais Médicos para ajudar a controlar a epidemia do novo coronavírus.
Também serão chamados estudantes de medicina— a partir do sexto ano de curso —, para atuar na
atenção básica de saúde.
De acordo com Gabbardo, a medida é para ajudar a repor parte da mão de obra médica que se perde
durante o trabalho, já que os médicos também sofrem com a contaminação.
“A gente perde no transcorrer da doença. Mesmo que os sintomas deles sejam leves, eles têm que ser
isolados para não ficar transmitindo a doença para os seus pacientes”, explicou.
“Esses cinco mil médicos que vão ser chamados, irão para a atenção básica de todo o país. E vamos
fazer mais do que isso: nós vamos chamar a partir de amanhã (segunda, 16), todos os médicos cubanos
que estavam trabalhando no programa inicialmente. Eles vão ser chamados. Assim como estudantes de
medicina a partir do sexto ano e um chamado para médicos aposentados. Com certeza mais de cinco mil
médicos”, afirmou.
O que é pandemia?
O termo é usado para descrever situações em que uma doença infecciosa ameaça muitas pessoas de
forma simultânea no mundo inteiro.
Um exemplo recente é o da gripe suína, em 2009, à qual é atribuída a morte de centenas de milhares
de pessoas, de acordo com a estimativa de especialistas.
105
GloboNews. Ministério da Saúde vai convocar médicos cubanos para trabalhar na pandemia do novo coronavírus. G1.
https://g1.globo.com/globonews/noticia/2020/03/15/ministerio-da-saude-vai-convocar-medicos-cubanos-para-trabalhar-na-pandemia-do-novo-
coronavirus.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=gnews&utm_content=post. Acesso em 17 de março de 2020.
106
BBC Brasil. Coronavírus: OMS declara pandemia. https://www.bbc.com/portuguese/geral-51842518. Acesso em 12 de março de 2020.
Pandemias na história
A humanidade enfrenta pandemias pelo menos desde 1580, quando um vírus do tipo influenza, que
causa gripes, surgiu na Ásia e se espalhou para a África, Europa e América do Norte.
Uma das pandemias mais graves já enfrentadas ocorreu entre 1918 e 1920. Estima-se que 50 milhões
de pessoas tenham morrido na pandemia da gripe espanhola, mais do que os 17 milhões de vítimas,
entre civis e militares, da 1ª Guerra Mundial.
O exemplo mais recente foi a disseminação global do vírus influenza H1N1, que causou a pandemia
da gripe suína, em 2009. Especialistas acreditam que ele tenha infectado milhões de pessoas e matado
centenas de milhares.
Mas uma pandemia não se caracteriza pela gravidade da doença que ela causa.
"O principal fator é o geográfico, quando todas as pessoas no mundo correm risco", diz a infectologista
Rosana Ritchmann, do Instituto Emílio Ribas.
Pandemias são mais prováveis com novos vírus. Como não temos defesas naturais contra eles ou
medicamentos e vacinas para nos proteger, eles conseguem infectar muitas pessoas e se espalhar
facilmente e de forma sustentada.
O novo coronavírus preenche todos estes requisitos, na opinião do ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, em declarações dadas antes da declaração de pandemia da OMS.
Preparamos um glossário para te ajudar a compreender a escala de cada uma dessas situações e
como organizações de saúde as classificam
Na última quarta-feira (11/03), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a Covid-19,
causada pelo novo coronavírus que surgiu em Wuhan, na China, é uma pandemia. Mas, afinal, qual a
diferença entre a nova classificação e a antiga? Para te ajudar a entender melhor essas divergências,
preparamos um pequeno glossário. Confira:
Surto
É um aumento inesperado do número de infectados por determinada doença em uma região
específica. Um exemplo são os casos de dengue: quando muitos casos ocorrem no mesmo bairro de uma
cidade, por exemplo, as autoridades tratam esse crescimento como um surto.
Epidemia
Ocorre quando o número de surtos cresce, abrangendo várias regiões de determinada cidade, por
exemplo. Se isso acontecer, considera-se que há uma epidemia no município — mas um surto em escala
estadual.
Se o caso se espalhar para outras cidades, por sua vez, considera-se que há uma epidemia em
determinado estado —, mas um surto em escala regional, e assim por diante. Um exemplo é o ebola, que
passou a ser considerado uma epidemia em 2014, após atingir diversos países na África.
Pandemia
É o pior dos cenários quando o assunto são áreas infectadas: acontece quando uma epidemia alcança
níveis mundiais, afetando várias regiões ao redor do globo terrestre. Para a OMS declarar a existência de
uma pandemia, países de todos os continentes precisam ter casos confirmados da doença.
107
Redação Galileu. Entenda a diferença entre epidemia, pandemia, endemia e surto. Revista Galileu
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2020/03/entenda-diferenca-entre-epidemia-pandemia-endemia-e-surto.html. Acesso em 13 de março de 2020.
Endemia
Não está relacionada à quantidade, mas à grande frequência de casos de uma doença em determinada
região. Um exemplo disso é a febre amarela: o Norte do Brasil é considerado uma região endêmica da
infecção.
Ministério diz que teste para coronavírus será coberto pelos planos de saúde108
Secretário-executivo da pasta diz que cobrança atualmente não é irregular. Procedimento será incluído
em lista definida pela Agência Nacional de Saúde (ANS).
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, disse nesta terça-feira (10/03)
que os planos de saúde serão obrigados a bancar os testes para o novo coronavírus (Sars-Cov-2), vírus
causador da doença batizada de Covid-19.
Atualmente, os testes podem ser cobrados pelos planos de saúde, já que o exame não está no rol de
procedimentos de cobertura obrigatória definido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
"(O teste) não faz parte da lista de procedimentos que os planos de saúde são obrigados a dar
cobertura e isso vai acontecer imediatamente. (...) Eu hoje já conversei com a ANS, deverá sair nos
próximos dias. Nós esperamos que saia até amanhã uma nova resolução incluindo o exame para
pesquisa do coronavírus na lista do rol de procedimentos de cobertura obrigatória", afirmou Gabbardo.
"No momento que isto estiver contemplado, ninguém que tenha plano de saúde poderá ser cobrado
para a realização do exame, está resolvido. Até o momento, não é irregular que haja a cobrança", explicou
Gabbardo.
Em nota, a ANS disse que foi realizada nesta tarde uma reunião com representantes de operadoras
de planos de saúde, de entidades representativas do setor e os diretores da agência reguladora.
"A Agência está detalhando os aspectos técnicos da medida, como o tipo de exame que deverá fazer
parte da cobertura obrigatória e as Diretrizes de Utilização (DUTs) que serão necessárias para adequação
aos protocolos do Ministério da Saúde e prazos necessários para que a medida seja implementada",
apontou a agência.
A agência ressaltou que o tratamento aos pacientes diagnosticados com o Covid-19 já é direito de
quem tem plano de saúde, de acordo com a segmentação de seus planos (ambulatorial ou hospitalar).
Balanço indica aumento de 40% no total de casos investigados. Após balanço do governo apontar 25
casos confirmados até 12h, Rio acrescentou mais 5 e país fechou o dia com 30 confirmados.
O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (09/03) seu mais recente balanço sobre os casos
do novo coronavírus (Sars-Cov-2). O vírus é o responsável pela epidemia da doença batizada de Covid-
19. Os números apontam:
- 930 casos suspeitos, eram 663 casos suspeitos no domingo (9), um aumento de 40%
- 25 casos confirmados até 12h, mesmo número do levantamento anterior
- 685 descartados
Depois do balanço federal, o Rio de Janeiro divulgou a confirmação de mais cinco casos, que só serão
considerados pelo Ministério da Saúde no balanço de terça. Com as novas confirmações, o Brasil passa
a ter 30 casos confirmados de Covid-19.
Pacientes internados
Entre os 25 confirmados no balanço, quatro pacientes estão hospitalizados. O ministério apontou que
três pacientes têm hipertensão, um tem diabetes e um, doença pulmonar.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, explicou que novos casos
devem ser incluídos, mas eles não foram acrescentados já no atual balanço, que traz as informações
relatadas pelas secretarias estaduais de saúde somente até as 12h desta segunda.
108
Larissa Passos. Ministério diz que teste para coronavírus será coberto pelos planos de saúde. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/10/teste-para-coronavirus-sera-incluido-na-lista-de-cobertura-obrigatoria-dos-planos-de-saude.ghtml.
Acesso em 11 de março de 2020.
109
Larissa Passos. Brasil tem 930 casos suspeitos de novo coronavírus, diz ministério. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/09/brasil-tem-930-casos-suspeitos-e-mantem-25-confirmados-de-novo-coronavirus-diz-ministerio.ghtml.
Acesso em 10 de março de 2020.
Comparação é com 2018. Considerando todas as doenças ligadas ao mosquito Aedes aegypti,
aumento é de 248%, segundo o Ministério da Saúde.
O Brasil registrou 1.544.987 casos de dengue em 2019, um aumento de 488% em relação a 2018,
segundo dados do Ministério da Saúde. Desse total, 782 pessoas morreram em todo o país.
No ano passado, o Brasil também registrou 10.708 casos de zika, com 3 mortes, e 132.205 ocorrências
de chikungunya, com 92 mortes, um aumento, respectivamente, de 52% e de 30% em relação aos casos
de 2018.
Juntando todos os casos de dengue, zika e chikungunya, houve um aumento de 248% no registro das
doenças transmitidas pelo mosquito do Aedes aegypti em 2019.
O Ministério da Saúde publicou um comunicado no dia 10 alertando a população que o "verão é o mais
propício à proliferação do mosquito Aedes aegypti, por causa das chuvas, e consequentemente é a época
de maior risco de infecção por essas doenças".
O Ministério da Saúde convoca a população brasileira a continuar, de forma permanente, com a
mobilização nacional pelo combate ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, doenças
que podem gerar outras enfermidades, como microcefalia e Guillain-Barré, o 'Aedes aegypti', publicou o
órgão.
São Paulo
O estado de São Paulo foi responsável por mais de 33% dos casos de dengue seguidos de morte no
país, com 400.184 casos registrados, seguidos por 263 óbitos. Os dados são da Secretaria da Saúde
estadual.
Em nota, a Secretaria afirmou que o aumento dos casos pode ser explicado pela circulação no país de
um novo sorotipo de dengue, mais forte que o sorotipo em circulação até 2018. Veja a nota:
A dengue é uma doença sazonal, com oscilação de casos e aumento a cada três/quatro anos, em
média. Em 2015, por exemplo, houve um recorde de infecções. Desde 2019, devido a circulação do
sorotipo 2 de dengue, mesmo os pacientes que já tiveram dengue tipo 1, por exemplo, estão suscetíveis
a infecções, o que contribui para o aumento de casos e até mesmo para a ocorrência de quadros clínicos
mais graves.
O órgão também informou que cerca de 80% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti estão em
residências e, por isso, "o enfrentamento ao Aedes é uma tarefa contínua e coletiva".
Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos sugere a ‘preservação’ como o único método ‘100%
eficaz’.
O governo do presidente Jair Bolsonaro incluiu uma nova frente nas políticas adotadas para prevenção
da gravidez precoce e sexo seguro entre adolescentes: a abstinência sexual. Os ministérios da Mulher,
Família e Direitos Humanos (MDH) e da Saúde elaboraram políticas para estimular jovens a deixarem de
fazer sexo, uma iniciativa considerada controversa e ineficaz por estudiosos do assunto.
O MDH, liderado pela ministra Damares Alves, passou a preparar eventos públicos para promover
a abstinência sexual, sob o pretexto de discutir iniciativas voltadas à prevenção da gravidez
na adolescência. Em um evento sobre gravidez precoce realizado em dezembro em um auditório
da Câmara dos Deputados, a pasta convidou apenas defensores da abstinência sexual. O público era
essencialmente religioso.
O ministério afirmou que usou como referência “estudos científicos e a normalização da espera como
alternativa para iniciação da vida sexual em idade apropriada, considerando as vantagens psicológicas,
emocionais, físicas, sociais e econômicas envolvidas, sem que isso implique em críticas aos demais
métodos de prevenção”.
Na entrada do auditório, dois cartazes criticavam o uso da camisinha como método de prevenção e
afirmavam — sem qualquer respaldo científico — que poros no preservativo permitem a passagem do
vírus HIV. Os responsáveis pelo evento negaram ter qualquer responsabilidade sobre os cartazes ou
endossar o conteúdo ali expresso. Um padre recolheu o material ao fim do evento.
110
G1. Brasil teve aumento de 488% nos casos de dengue em 2019. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/01/13/brasil-teve-
aumento-de-488percent-nos-casos-de-dengue-em-2019.ghtml. Acesso em 14 de janeiro de 2020.
111
Vinicius Sassine. Governo defende abstinência sexual contra gravidez precoce. O Globo. https://oglobo.globo.com/sociedade/governo-defende-abstinencia-
sexual-contra-gravidez-precoce-1-24169206. Acesso em 06 de janeiro de 2020.
Reação de médicos
Em março, quando Bolsonaro manifestou-se contrário à caderneta, oito profissionais de saúde do
Departamento Científico de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) assinaram uma nota
em defesa do material.
“Atender questões médicas e agravos de saúde de adolescentes é uma tarefa que impõe boa sintonia
com pessoas dessa faixa etária, desenvolver empatia de forma refinada, obter conhecimento técnico
sobre exame físico e as peculiaridades do desenvolvimento e do comportamento e se manter atualizado
com os avanços sociais”, assinalou a nota técnica. “Para o êxito de seu papel, pediatras e médicos da
família que atendem a população brasileira de adolescentes contam com a caderneta, considerada uma
ótima ferramenta”.
Para Mariana Franzoi, professora do Departamento de Enfermagem da Universidade de Brasília
(UnB), não se pode impor o modo como a sexualidade se manifesta:
— É preciso saber respeitar os adolescentes, que já têm autonomia. Trabalha-se com educação sexual
para que os adolescentes se cuidem e façam sexo seguro, quando eles quiserem — ressalta. — A postura
do governo é preocupante. Não se pode obrigar um adolescente a fazer sexo, nem a se preservar.
De acordo com a especialista, a caderneta era ilustrada com imagens equivalentes às presentes em
livros do ensino fundamental:
— Não tinha nada de pornográfico. Se for assim, será necessário recolher livros do ensino
fundamental. Adolescentes continuarão fazendo sexo, até pelas redes sociais. E essa exposição, por
exemplo, é que é preocupante.
Além disso, profissionais da saúde que atuam com o Programa Saúde na Escola, uma parceria entre
os ministérios da Saúde e da Educação, relatam um enfraquecimento do eixo do programa voltado a
infecções sexualmente transmissíveis e reprodução. As informações disponíveis on-line sobre o projeto
estão inacessíveis.
23% dos alimentos analisados pela Anvisa têm resíduos de agrotóxicos acima do limite
permitido ou proibidos para cultura112
Programa concluiu que 0,89% das amostras apresentaram potencial de risco à saúde para consumo
esporádico e nenhuma representou risco crônico.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encontrou resíduos de agrotóxicos acima do limite
permitido ou proibidos para cultura em 23% dos alimentos avaliados entre 2017 e 2018.
Os resultados fazem parte do Programa de Avaliação de Resíduos de Agrotóxicos (Para) e foram
divulgados nesta terça-feira (10/12).
Em 77% das análises foi constatada ausência de resíduos de agrotóxicos ou a presença de
ingredientes ativos dentro do limite permitido pela agência, ou seja, seguras para consumo.
112
Rafaella Vianna. 23% dos alimentos analisados pela Anvisa têm resíduos de agrotóxicos acima do limite permitido ou proibidos para cultura. G1.
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2019/12/10/23percent-dos-alimentos-analisados-pela-anvisa-tem-residuos-de-agrotoxicos-acima-do-limite-
permitido-ou-proibidos-para-cultura.ghtml. Acesso em 10 de dezembro de 2019.
Na rodada anterior do programa, divulgada em 2016, de 12.051 amostras analisadas entre 2013 e
2015, o percentual das que foram consideradas insatisfatórias foi de 19,7%. A Anvisa diz que não é
possível a comparação porque a metodologia mudou.
Desta vez, a agência avaliou 4.616 amostras de 14 tipos de legumes, cereais e frutas encontrados em
supermercados de 77 municípios em todo o Brasil — exceto no Paraná, que optou por não fazer parte do
programa a partir de 2016.
Foram pesquisados 270 agrotóxicos em abacaxi, alface, arroz, alho, batata-doce, beterraba, cenoura,
chuchu, goiaba, laranja, manga, pimentão, tomate e uva. Segundo a Anvisa, esses alimentos representam
cerca de 30% dos alimentos de origem vegetal consumidos pela população brasileira.
Avaliação de risco
A Anvisa também verificou o risco à saúde de acordo com dois critérios: agudo (para consumo
esporádico) e crônico (consumo prolongado).
Entre as amostras, 0,89% apresentaram potencial de risco agudo, ou seja, podem causar, em um
período de 24 horas, reações como dor de cabeça e náusea após o consumo de uma grande porção de
um alimento com nível elevado de resíduo de agrotóxico.
Os maiores percentuais apareceram em amostras de laranja, goiaba e uva.
Neste caso, a Anvisa fez a comparação com a rodada anterior, informando que, em 2016, esse índice
era de 1,11%.
Nenhum agrotóxico apresentou potencial de risco crônico para o consumidor, relatou a Anvisa. Foi a
primeira vez que o Para considerou esse tipo de dano. Neste caso, foram considerados os dados de mais
de 15 mil amostras de 28 alimentos, coletadas no período de 2013 a 2018.
Cannabis medicinal no Brasil: veja o que muda com as novas regras da Anvisa113
A regulamentação de produtos à base de maconha no Brasil foi aprovada pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta terça-feira (03/12). Com a decisão, produtos feitos com cannabis para
uso medicinal podem ser vendidos em farmácias, mediante prescrição médica, e ficam sujeitos à
fiscalização da agência. O cultivo da planta em território brasileiro foi rejeitado.
Como era?
O paciente com indicação médica para o uso de produtos à base de maconha precisava de autorização
para importação. As farmácias não podiam vender os medicamentos, mesmo que produzidos pela
indústria internacional.
- O paciente precisava preencher um formulário no site da Anvisa;
- Apresentar um relatório médico e uma receita médica;
- Importar o produto;
Médicos ouvidos pelo G1 informam que o processo para o tratamento de epilepsia, por exemplo,
chegava a custar R$ 1 mil por mês.
Como ficou?
Pacientes com recomendação e receita médica para o uso de produtos com THC e/ou CBD,
substâncias presentes na planta, poderão comprar os medicamentos direto nas farmácias.
O regulamento exige que as empresas fabricantes tenham:
- Certificado de Boas Práticas de Fabricação (emitido pela Anvisa);
- Autorização especial para seu funcionamento;
- Conhecimento da concentração dos principais canabinoides presentes na fórmula do produto;
- Documentação técnica da qualidade dos produtos;
- Condições operacionais para realizar análises de controle de qualidade dos produtos em território
brasileiro.
113
G1. Cannabis medicinal no Brasil: veja o que muda com as novas regras da Anvisa. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/12/03/regulamentacao-de-produtos-a-base-de-cannabis-no-brasil.ghtml. Acesso em 04 de dezembro de 2019.
Expectativa de vida do brasileiro ao nascer foi de 76,3 anos em 2018, diz IBGE114
Dado foi divulgado nesta quinta-feira (28/11). É uma alta de mais de 3 meses em comparação com a
expectativa de vida observada em 2017, que era de 76 anos.
A expectativa de vida ao nascer dos brasileiros era de 76,3 em 2018, de acordo com dados publicados
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
São 76 anos, 3 meses e 18 dias. É uma alta de 0,4% em relação ao dado do ano anterior, que se
referia a 2017.
Esse número vem crescendo desde 1940: naquele ano, a expectativa de vida ao nascer era de apenas
45,5 anos.
114
G1. Expectativa de vida do brasileiro ao nascer foi de 76,3 anos em 2018, diz IBGE. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/11/28/expectativa-de-vida-do-brasileiro-ao-nascer-foi-de-763-anos-em-2018-diz-ibge.ghtml. Acesso em 28 de novembro
de 2019.
Casos de sarampo no Brasil chegam a 2.753 desde junho, com 4 mortes, diz Ministério da
Saúde116
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (04/09) que os casos de sarampo no país
totalizam 2.753 desde junho, quando um novo surto da doença teve início. Os estados de São Paulo e
Pernambuco, juntos, registraram 4 mortes.
Foram três mortes no estado de São Paulo, sendo duas crianças e um adulto, e uma criança no estado
de Pernambuco.
Além disso, 98,37% dos casos (2.708) ocorreram no estado de São Paulo.
As informações foram divulgadas pelo secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Wanderson Kleber
de Oliveira, em Brasília.
115
Fantástico. Conquista da ciência brasileira reverte quadro de paciente com câncer agressivo. https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2019/10/13/conquista-da-
ciencia-brasileira-reverte-quadro-de-paciente-com-cancer-agressivo.ghtml. Acesso em 14 de outubro de 2019.
116
Rafaella Vianna. Casos de sarampo no Brasil chegam a 2.753 desde junho, com 4 mortes, diz Ministério da Saúde. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/09/04/casos-de-sarampo-no-brasil-chegam-a-2753-desde-junho-diz-ministerio-da-saude.ghtml. Acesso em 04 de
setembro de 2019.
Vacinas: o que são, como são feitas e por que há quem duvide delas117
A vacinação salva até 3 milhões de vidas por ano no mundo. Mas ainda é alvo de boatos que
prejudicam a imunização coletiva.
As vacinas salvaram dezenas de milhões de vidas no último século, mas mesmo assim especialistas
de saúde de diversos países têm identificado uma tendência de "hesitação em vacinar" - em outras
palavras, uma crescente recusa em aderir à imunização.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a questão tão preocupante que a listou como uma
das dez maiores ameaças à saúde global em 2019.
Abaixo, uma breve história da vacina, entre descobertas e desconfianças.
117
BBC. Vacinas: o que são, como são feitas e por que há quem duvide delas. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2019/06/22/vacinas-o-que-sao-como-sao-feitas-e-por-que-ha-quem-duvide-delas.ghtml. Acesso em 24 de junho de 2019.
Texto determina que internação depende de aval de médico e terá prazo máximo de 90 dias. Lei
também fortalece comunidades terapêuticas, mas determina que internações nessas instituições devem
ser voluntárias.
O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei aprovada pelo Congresso que autoriza a internação
involuntária (sem consentimento) de dependentes químicos sem a necessidade de autorização judicial.
A medida ainda gera divergências entre profissionais responsáveis pelo tratamento. O texto foi publicado
nesta quinta-feira (05/06) no "Diário Oficial da União".
Além de endurecer a política nacional antidrogas, a lei fortalece as comunidades terapêuticas,
instituições normalmente ligadas a organizações religiosas.
A nova lei estabelece que:
Proposto pelo deputado Osmar Terra (MDB-RS), atual ministro da Cidadania, o projeto foi aprovado
pela Câmara em 2013 e encaminhado naquele ano ao Senado, onde só foi aprovado em 15 de maio.
Voluntária x involuntária
A Lei de Drogas em vigor não trata da internação involuntária de dependentes químicos. Com a nova
lei, que vale já a partir desta quinta-feira, passa a haver uma clara distinção da internação voluntária, com
consentimento do dependente, e da involuntária.
A lei sancionada por Bolsonaro também estabelece que a internação involuntária depende de
avaliação sobre o tipo de droga consumida pelo dependente e será indicada "na hipótese comprovada da
impossibilidade de utilização de outras alternativas terapêuticas previstas na rede de atenção à saúde".
Pelo texto, a família ou o representante legal do paciente poderão solicitar a interrupção do tratamento
"a qualquer tempo". Além disso, a lei determina que tanto a internação involuntária quanto a voluntária
devem ser indicadas somente quando "os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes".
Comunidades terapêuticas
A lei inclui as Comunidades Terapêuticas Acolhedoras no Sisnad. De acordo com o texto, a
permanência dos usuários de drogas nesses estabelecimentos de tratamento poderá ocorrer apenas de
forma voluntária. Para ingressar nessas casas, o paciente terá de formalizar por escrito seu desejo de se
internar.
O texto estabelece que esses locais devem servir de “etapa transitória para a reintegração social e
econômica do usuário de drogas”. Ainda que o paciente manifeste o desejo de aderir às comunidades,
será exigido uma avaliação médica prévia do dependente.
O acolhimento dos dependentes nessas comunidades deve ser dar em "ambiente residencial, propício
à formação de vínculos, com a convivência entre os pares, atividades práticas de valor educativo e a
promoção do desenvolvimento da pessoa". Fica vedado o isolamento físico do usuário nesses locais.
O presidente, entretanto, vetou quatro itens que haviam sido aprovados pelo Congresso sobre as
comunidades terapêuticas. Os trechos barrados permitiam que:
- pessoas que não são médicas avaliassem o risco de morte de um dependente, para que o
acolhimento pudesse ser feito de imediato nessas comunidades.
- fosse dada prioridade absoluta no SUS para as pessoas que passam por atendimento em
comunidades terapêuticas.
- a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) definisse as regras de funcionamento das
comunidades terapêuticas.
- as comunidades não fossem caracterizadas como equipamentos de saúde.
118
G1. Bolsonaro sanciona lei que permite internação involuntária de dependentes químicos. https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/06/06/bolsonaro-sanciona-
lei-que-permite-internacao-involuntaria-de-dependentes-quimicos.ghtml. Acesso em 06 de junho de 2019.
Planos de pós-pagamento
Segundo a ANS, não será exigida compatibilidade de preço para os planos em pós-pagamento —
modalidade exclusiva dos planos coletivos onde a quitação dos custos é feita após a utilização do serviço
—, uma vez que o custo desse produto não é fixo.
Entenda abaixo o que muda com a nova resolução da ANS:
Planos coletivos
Como era: Pela norma em vigor até agora, apenas beneficiários de planos individuais ou familiares e
coletivos por adesão poderiam fazer a portabilidade.
Como fica: A norma amplia a portabilidade para beneficiários de planos coletivos empresariais.
Fim da 'janela'
Como era: O pedido de troca de plano devia obedecer uma carência de 120 dias (4 meses) contados
após o 1º dia do mês de aniversário do contrato.
Como fica: O beneficiário não precisa mais cumprir o tempo mínimo para mudar de plano, e poderá
fazer isso a qualquer momento.
Orientações da ANS
É possível consultar os planos compatíveis por meio do Guia ANS de Planos de Saúde, ferramenta
disponível na página da agência.
A ANS preparou também uma cartilha para orientar os consumidores sobre esclarecimentos de prazos
e critérios para realização da portabilidade.
Imperial College of London e Centro Médico Erasmus da Holanda também assinam artigo. Pesquisa é
a primeira a analisar impacto da medida na saúde infantil em um país em desenvolvimento.
As medidas restritivas ao cigarro no Brasil evitaram a morte de 15 mil crianças entre 2000 e 2016. Os
dados foram divulgados nesta sexta-feira (31/05), data escolhida pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) como "Dia Mundial sem Tabaco".
Este é o primeiro estudo que analisou o impacto na medida na saúde infantil brasileira – e também em
um país em desenvolvimento. O artigo é assinado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), e por cientistas
do Imperial College of London e do Centro Médico Erasmus da Holanda.
Os autores reforçam a necessidade de a medida ser adotada por outros países – apenas 20% da
população mundial está protegida por medidas públicas de controle ao fumo. Ainda no útero, a exposição
do bebê às substâncias do cigarro podem causar problemas de desenvolvimento, um parto prematuro ou
um nascimento com peso abaixo da média.
120
G1. Proibição de cigarro em locais públicos evitou a morte de 15 mil crianças no Brasil, diz estudo do Inca. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2019/05/31/proibicao-de-cigarro-em-locais-publicos-evitou-a-morte-de-15-mil-criancas-no-brasil-diz-estudo-do-inca.ghtml. Acesso em 31 de maio de
2019
O que muda com a lei sobre drogas que o Senado correu para aprovar?121
Diferente do que afirmavam alguns defensores da lei, projeto não pode impedir julgamento do STF
sobre prisão de consumidores de drogas.
Um Projeto de Lei que faz mudanças na política nacional de drogas foi aprovado na quarta-feira,
(15/05), pelo Senado, após os parlamentares correrem para acelerar a votação.
O projeto endurece a política nacional antidrogas, facilita internações involuntárias e fortalece as
comunidades terapêuticas – instituições de tratamento normalmente ligadas a igrejas e que recentemente
estiveram sob holofotes após denúncias de abusos e violações de direitos.
As comunidades foram incluídas no Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad) e
agora podem receber dinheiro de isenção fiscal – pessoas e empresas podem destinar até 30% do
Imposto de Renda para as instituições.
O PLC (Projeto de Lei da Câmara) 37, de 2013, já havia passado pela Câmara dos Deputados e agora
segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro.
O projeto tramitava há seis anos no Senado e no último mês os senadores manobraram para avançar
seu processo de aprovação. A motivação foi o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que poderá
descriminalizar o consumo de drogas no país - a votação está marcada para 5 de junho.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente, disse na semana passada em um vídeo
que o PLC 37, se aprovado, poderia "acabar com a discussão" no STF.
No entanto, isso não é verdade. Apesar da fala do deputado e da pressa dos senadores em passar o
projeto, o PLC 37 não impede a descriminalização das drogas nem interfere no julgamento do Supremo.
O que o STF deve analisar no dia 5 é a Lei 11.343/2006 – especificamente seu artigo 28, que torna crime
o porte de drogas para consumo próprio.
A Corte vai avaliar se a prisão de consumidores de drogas é constitucional - o questionamento foi
encaminhado pela Defensoria Pública de São Paulo.
Uma das bases do questionamento é o princípio do direito penal que determina que uma conduta, para
gerar pena de prisão, precisa lesionar um terceiro, explica Cristiano Maronna, ex-presidente do Instituto
Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim) e secretário executivo da Plataforma Brasileira de Política de
Drogas.
"Mas o consumo de drogas é uma conduta autolesiva, ou seja, que só pode fazer mal a quem pratica."
Se não interferem no julgamento do Supremo, quais as reais consequências das mudanças trazidas
pelo PLC 37, aprovado pelo Senado?
Comunidades terapêuticas
Uma das questões centrais da PLC 37 é o fortalecimento das comunidades terapêuticas. Embora
atendam a dependentes de drogas em recuperação, elas não são consideradas clínicas nem
estabelecimentos médicos, mas entidades filantrópicas.
No ano passado o Ministério Público Federal fez uma inspeção nacional em comunidades do Brasil
todo em parceria com o Conselho Federal de Psicologia e encontrou violações de direitos humanos em
todas as unidades visitadas.
Segundo o relatório da inspeção, foram encontrados até casos de trabalhos forçados – além de
instalações precárias, contenção de pessoas à força, falta de profissionais de saúde e agressões físicas.
121
BBC. O que muda com a lei sobre drogas que o Senado correu para aprovar?. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/05/16/o-
que-muda-com-a-lei-sobre-drogas-que-o-senado-correu-para-aprovar.ghtml. Acesso em 17 de maio de 2019
Alta segue tendência de dois anos e 170 países reportaram casos da doença nos primeiros meses do
ano.
Os casos de sarampo registrados no mundo tiveram alta de 300% em 2019, informou a Organização
Mundial de Saúde (OMS) nesta segunda-feira (15/04). Segundo dados dos três primeiros meses do ano,
já foram reportados 112.163 casos da doença em 170 países diferentes. Em 2018, foram 28.124 casos
no mesmo período em 163 países.
Segundo a OMS, a alta segue uma tendência dos últimos dois anos. Os surtos atuais acontecem na
República Democrática do Congo, Etiópia, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Madagascar, Mianmar,
Filipinas, Sudão, Tailândia e Ucrânia.
Nos últimos meses, altas nos números de casos também aconteceram em países com alta cobertura
de vacinação, como os Estados Unidos, Israel, Tailândia e Tunísia.
A OMS alerta que a taxa de cobertura vacinal global está abaixo da meta, em 85%, e que os números
de cobertura da segunda da dose da vacina são ainda menores: 67%.
Segundo o Ministério da Saúde, entre 10 e 18 de abril serão priorizadas as crianças e gestantes. Neste
ano, a campanha ampliou a faixa-etária do público infantil de até 5 anos para até menores de 6 anos.
A primeira fase da campanha de vacinação contra a gripe, voltada para crianças e gestantes, começa
nesta quarta-feira (10/04). O Ministério da Saúde informou que a meta é imunizar 58,6 milhões de
pessoas até o dia 31 de maio, quando encerra a campanha.
Este ano serão distribuídas 63,7 milhões de doses da vacina. Ao todo, 41,8 mil postos de vacinação
estarão funcionando no país, com o envolvimento de 196,5 mil profissionais e a utilização de 21,5 mil
veículos (terrestres, marítimos e fluviais).
As vacinas são disponibilizadas gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) dos municípios
para o público-alvo.
Neste ano, a ação ampliou a faixa-etária do público infantil de até 5 anos para até menores de 6 anos.
De acordo com o ministério, esta medida incluirá 2,8 milhões de crianças. Além disso, as gestantes e
crianças também poderão atualizar as demais vacinas previstas na Caderneta de Vacinação.
A partir do dia 22 de abril começa a segunda etapa da campanha, voltada para trabalhadores de saúde,
idosos, indígenas, professores e pessoas com doenças crônicas.
O 'Dia D', mutirão para todos os grupos de risco, será no dia 04 de maio.
122
G1. Casos de sarampo no mundo crescem 300% em 2019, diz OMS. https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/04/15/casos-de-sarampo-no-mundo-
crescem-300percent-em-2019-diz-oms.ghtml. Acesso em 15 de abril de 2019.
123
G1. Campanha de vacinação contra gripe tem meta de imunizar 58 milhões de pessoas. https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/04/10/campanha-de-
vacinacao-contra-gripe-tem-meta-de-imunizar-58-milhoes-de-pessoas.ghtml. Acesso em 10 de abril de 2019.
Meta
No ano passado, o grupo prioritário não atingiu a meta de 90% de cobertura. Segundo o Ministério da
Saúde, a meta este ano permanece 90% de cada um dos grupos prioritários e a escolha dos grupos que
receberão a vacina segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Essa definição também é baseada em estudos epidemiológicos e no comportamento das infecções
respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe.
50 mortes em 2019
Até março deste ano já foram notificados 232 casos de influenza e a morte de 50 pessoas no país.
Alguns estados tiveram que antecipar o início da campanha por causa de surtos imprevistos de gripe. No
Amazonas, por exemplo, a vacinação começou em 20 de março.
A campanha se concentra neste período do ano porque a queda das temperaturas no outono e no
inverno tende a aumentar as aglomerações de pessoas em lugares fechados e sem ventilação. São
maiores também os riscos de se pegar a doença, pois a contaminação ocorre principalmente por meio do
contato com outras pessoas doentes.
A gripe diminui a imunidade da pessoa gripada e pode levar a infecções virais ou bacterianas. Em
casos extremos, pode levar à morte.
A vacina não causa a gripe. Ela permite que o paciente fique imune aos tipos de vírus mais comuns
em circulação sem ficar doente.
Programa teve início em janeiro após saída de médicos cubanos. Municípios relatam que médicos
deixam programa para fazer residência ou porque não se adaptam.
O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira (04/04) que 1.052 profissionais desistiram do
programa Mais Médicos nos primeiros três meses do ano. O número representa 15% das vagas
preenchidas por médicos brasileiros após a saída de Cuba do programa em novembro de 2018.
Um edital foi aberto ainda em novembro para ocupar as 8.517 vagas deixadas pelos cubanos no
programa. No total, 7.120 vagas foram preenchidas por brasileiros formados no Brasil. As vagas
remanescentes foram, então, oferecidas a médicos formados no exterior, que deveriam ter se
apresentado aos seus postos de trabalho entre os dias 28 e 29 de março.
As 8.517 vagas foram distribuídas por 2.824 municípios e 34 distritos indígenas. O salário é de R$
11.800.
Segundo o Ministério da Saúde, ainda está sob análise a oferta destas vagas em um novo edital. Do
total de 1.052 desistências, 14 foram em distritos indígenas. São Paulo é o estado com o maior número
de vagas abertas (181), seguindo de Bahia (11) e Minas Gerais (104).
Faltam médicos
Diversos estados relataram a desistência de profissionais do Mais Médicos. Em Santa Catarina, oito
médicos que atuavam nas unidades básicas de saúde pediram demissão. Muitos deixam o programa
para fazer residência.
Em Uberaba, no Triângulo Mineiro, seis médicos pediram demissão pelo mesmo motivo e deixaram
de atender as Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Segundo o secretário municipal de Saúde, Iraci Neto,
o processo de contratação de novos médicos pode ser demorado.
"Esse processo demora um certo tempo, porque, primeiro, temos que esperar o programa 'Mais
Médicos' encaminhar mais profissionais; depois esses médicos têm que se apresentar com toda a
documentação e, num terceiro momento, lotarmos esses profissionais nas unidades", explicou.
124
G1. Em três meses, mais de mil profissionais desistem do Mais Médicos. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/04/04/em-tres-meses-mais-de-
mil-profissionais-desistem-do-mais-medicos.ghtml. Acesso em 04 de abril de 2019.
Questões
Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas implicações do
tema por ele abordado, julgue o item a seguir.
(A) Certo
(B) Errado
Comentários
01. Resposta: A
O esgoto encanado é tão importante para melhorar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que
um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio é reduzir pela metade o número de pessoas sem rede
de esgoto. Isso porque a ausência de tratamento de esgoto traz doenças que afetam pessoas de todas
as idades, mas as crianças são as mais prejudicadas. Estas doenças são causadas principalmente por
microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou humana, presentes em água contaminada.
(https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/conheca-as-doencas-causadas-pelo-nao-tratamento-do-esgoto).
02. Resposta: D
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibiliza o serviço de autorização para
importação excepcional de produtos à base de Canabidiol, em associação com outros canabinóides, por
pessoa física, para uso próprio, mediante prescrição de profissional legalmente habilitado, para
tratamento de saúde. Os critérios estão na RDC 17/2015. A autorização da Anvisa é requisito obrigatório
para importar esse tipo de produto125.
03. Resposta: B
O Programa Mais Médicos tem por base três eixos: provimento emergencial; educação e;
infraestrutura126.
Cultura
Olá candidato(a). No conteúdo a respeito de Cultura dentro dos tópicos de atualidades, teremos
uma ordem um pouco diferente. Antes dos textos noticiados no período estipulado pelo edital,
traremos uma pequena introdução falando a respeito da cultura brasileira e sua diversidade. Caso
tenha alguma dúvida, por favor entre em contato conosco.
A cultura no Brasil é um reflexo da formação do país já no período colonial, quando começam a surgir
as primeiras relações entre portugueses e indígenas, nos primeiros anos do contato. Ao longo de mais
de cinco séculos de transformação, ela incorpora elementos de todos aqueles que ajudaram a criar o país
ou que vieram para o Brasil em buscas de vida nova. Do churrasco ao acarajé, catolicismo a umbanda,
norte ao sul, o Brasil é um país de contrastes, definidos por seus habitantes que convergem seus
costumes, crenças e práticas em território nacional.
Mesmo admitindo a existência de diversos estudos e discussões antropológicas sobre o conceito de
cultura, podemos considerá-la a grosso modo da seguinte forma: cultura diz respeito a um conjunto de
hábitos, comportamentos, valores morais, crenças e símbolos, dentre outros aspectos mais gerais, como
forma de organização social, política e econômica que caracterizam uma sociedade.
Dessa forma, podemos pensar na seguinte questão: o que caracteriza a cultura brasileira?
Certamente, ela possui suas particularidades quando comparada ao restante do mundo,
principalmente quando nos debruçamos sobre um passado marcado pela miscigenação racial entre
índios, europeus e africanos e que sofreu ainda a influência de povos do Oriente Médio e da Ásia. Na
prática isso reflete em aspectos religiosos, musicais, gastronômicos (...) em que apesar de serem
brasileiros, sofrem fortes influências europeias, indígenas e africanas.
A diversidade cultural reflete os diferentes costumes e práticas que compõem a sociedade brasileira.
O Brasil é um país de dimensões continentais, que passou por diversos processos de ocupação,
migração, imigração e emigração, incorporando os traços de diversos povos e sociedades para compor
uma cultura única e diversificada. Além disso, por conter um extenso território, apresenta diferenças
climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões.
125
http://portal.anvisa.gov.br/importacao-de-canabidiol
126
http://www.maismedicos.gov.br/conheca-programa
A era das lives: shows à distância indicam a cara da música pop durante a quarentena127
G1 mergulha em lives e relata limites e caminhos: talentos são testados, naturalidade sobressai, 'delay'
atrasa duplas sertanejas, faltam remuneração e direitos autorais - e isso é só o início.
Com calça de pijama listrada e camiseta estampada com o personagem de animação Taz, Niall Horan,
ex-One Direction, procura no Google a letra da próxima música que vai cantar.
Chris Martin, sem o resto do Coldplay, aperta os olhos para enxergar os pedidos de fãs na tela do
Instagram e ri de si mesmo ao perceber que não lembra como tocar várias músicas.
O bastidor virou o show. Casas de músicos são os palcos possíveis no isolamento para conter o
coronavírus. As lives, transmissões ao vivo pela internet, ganham milhares de seguidores e até se juntam
em festivais.
No Brasil, Ludmilla toma cerveja, canta pagode e derruba o celular no chão. Simone e Simaria se
perdem no delay. Gloria Groove canta emocionada com a mãe. Sandy chora ao ver Júnior.
Na tentativa e erro, as transmissões apontam caminhos para a música pop em quarentena. O G1 fez
um intensivão de lives e conversou sobre os desafios de formato, de carreira e até de direitos autorais.
Chris Martin, do Coldplay, apareceu no dia 16 de março em seu estúdio caseiro, tocou músicas pedidas
por fãs e falou por meia hora. Era o início do primeiro grande "festival" deste tipo, o beneficente
#TogetherAtHome, que já teve John Legend, Niall Horan e outros.
Chris apontou um formato de "talk-show" sob demanda que é seguido por músicos pelo mundo, seja
na série dele ou em outros festivais e transmissões avulsas de artistas.
Lives de família
Em um dos festivais brasileiros, o Música em Casa, Sandy chamou Júnior para uma conversa à
distância e chorou de saudade. Os aspectos musicais e familiares têm se misturado nas lives.
Em live que atraiu 40 mil pessoas, Gloria Groove chamou para cantar a pessoa que está fazendo "feat.
de quarentena" em casa com ela: sua mãe, Gina Garcia.
Fãs choraram (via emojis de choro) com o dueto de mãe e filha em "Um mundo perfeito", da trilha de
"Aladdin". "Esse acaba sendo um momento familiar para todo mundo, de muita conexão. As pessoas se
viram nisso", diz Gloria ao G1.
Dilema sertanejo
Outro encontro familiar emocionou fãs: o das irmãs Simone e Simaria. Simone estava em Fortaleza,
com o marido, o filho e o irmão. Simaria tinha chegado a São Paulo com o marido e os filhos, após ter
dificuldade de voltar da Espanha.
Na transmissão conjunta, elas bateram o papo espontâneo de sempre. Mas na hora de cantar,
descobriram ao vivo um problemão para as duplas sertanejas nas lives: o delay (atraso) de áudio comum
nas transmissões, mesmo pequeno, torna impossível cantar junto à distância.
"A gente não imaginava que esse delay podia existir e quando começou a música percebeu isso. A
gente ficou triste, mas ao mesmo tempo, conseguiu se desdobrar, cantou cada hora uma música, e depois
se alternou nas partes", ela diz.
É um desafio para o arranjo que domina boa parte do pop brasileiro hoje: de primeira e segunda voz
sertanejas. As duplas brasileiras deram um azar técnico na era das lives - a não ser que estejam juntas
em casa.
Juntos e isolados
Por outro lado, o sexteto de pagode pop Atitude 67 deu a sorte de morar na mesma casa em São
Paulo. Eles já estão acostumados, mesmo antes do isolamento, a fazer gravações em casa. Mas na
telinha horizontal do Instagram a coisa muda.
Eles fizeram a live mais povoada até agora da série Música em Casa. É um alívio entre tantos
"momentos intimistas". Em seis cadeiras de praia no jardim da casa, o clima era bom.
Mas o som do sexteto captado por celular fica embolado. Parece difícil até de enquadrá-los. Em certo
momento, a câmera começa a rodar e para de cabeça para baixo. Mas vale a experiência.
"A intenção do projeto é não ser mega produzido. A gente foi na área do churrasquinho, ligou o celular,
todo mundo cantando, captando o violão acústico, do jeito que as músicas nascem. Foi bem natural",
explica Pedrinho.
127
G1. A era das lives: shows à distância indicam a cara da música pop durante a quarentena. G1 Pop&Art. https://g1.globo.com/pop-
arte/musica/noticia/2020/03/25/a-era-das-lives-shows-a-distancia-indicam-a-cara-da-musica-pop-durante-a-quarentena.ghtml. Acesso em 25 de março de 2020.
Futuro do negócio
Daniel diz esperar que associações de gestão de direitos combinem com as plataformas maneiras
claras de se remunerar autores e músicos nessa nova era. Mesmo assim, outros profissionais técnicos
continuam sem renda na quarentena.
Artistas independentes dos EUA, que não têm a reserva financeira de popstars, já testam alternativas.
O Sofa King Fest 2020 lista lives de bandas e cantores indies e links para quem quiser doar para eles e
suas equipes.
O próprio Daniel Campello conta que tem um projeto com a plataforma de crowdfunding Benfeitoria
para criar formatos de lives com alguma forma de remuneração e recompensa aos fãs.
Mestre do terror brasileiro dirigiu 40 produções e atuou em mais de 50 filmes. Morte do ator e diretor
foi confirmada pela filha de Mojica, a atriz Liz Marins, nesta quarta-feira (19/02).
O velório deve acontecer no Museu da Imagem e do Som (MIS) na quinta-feira (20/02), em cerimônia
aberta ao público. Mojica deixa sete filhos.
Regina Duarte anuncia que aceitou convite de Bolsonaro para assumir Secretaria de Cultura129
Atriz chegou a Brasília nesta quarta-feira (29/01). Ela assume vaga deixada por Roberto Alvim,
demitido após fazer discurso com referências nazistas.
A atriz Regina Duarte afirmou nesta quarta-feira (29), após encontro com o presidente Jair
Bolsonaro no Palácio do Planalto, que aceitou o convite para assumir a Secretaria Especial da Cultura.
Ao deixar o palácio, no fim da tarde, a atriz afirmou aos jornalistas: "Sim, tá? Só que agora vão correr
os proclamas antes do casamento", em referência a metáforas de matrimônio usadas pelo presidente.
A nomeação oficial de Regina Duarte ainda terá de ser publicada no "Diário Oficial da União". Indagada
sobre quando vai ser o "casamento", fez sinal com os braços de que não sabe.
“Trata-se de um reforço do mais alto nível para compor o time do governo federal. Turismo e Cultura
são atividades com uma forte sinergia que mostram ao mundo o que o Brasil tem de melhor, além de
terem um alto potencial de geração de emprego e renda em nosso país e é sob essa perspectiva que
trabalharemos fortemente”, afirmou o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, ao qual a secretaria é
subordinada.
A atriz desembarcou em Brasília no início desta quarta e falou brevemente com os jornalistas. Na
ocasião, disse que havia um protocolo a ser seguido e que não poderia falar mais sobre o assunto.
Disse apenas que o "noivado" foi excelente, em referência às conversas com o governo.
A Secretaria da Cultura herdou as atividades do antigo Ministério da Cultura, extinto pelo presidente.
O órgão estava sem comando desde o último dia 17, quando o ex-secretário, Roberto Alvim, foi
demitido por Bolsonaro.
Alvim caiu após a repercussão negativa de um discurso em que usou frases semelhantes às usadas
por Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do governo de Adolf Hitler, na Alemanha nazista.
Na mesma semana da demissão de Alvim, Regina teve um encontro com Bolsonaro no Rio de Janeiro
e foi convidada para assumir a pasta.
Na oportunidade, ela disse que estava "noivando" com o governo e que queria ir a Brasília conhecer
mais sobre o cargo.
129
Elisa Clavery, Guilherme Mazui e Luiz Felipe Barbiéri. Regina Duarte anuncia que aceitou convite de Bolsonaro para assumir Secretaria de Cultura. G1
Política. https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/01/29/regina-duarte-anuncia-que-aceitou-convite-de-bolsonar-para-assumir-secretaria-de-cultura.ghtml. Acesso
em 30 de janeiro de 2020.
Decisão liminar – provisória – atende a pedido feito pela Associação Centro Dom Bosco de Fé e
Cultura. Mérito da ação ainda será analisado.
A Justiça do Rio determinou nesta quarta-feira (08/01) que seja suspensa a exibição do vídeo "Especial
de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo".
A produtora Porta dos Fundos tem sido criticada nas redes sociais por vários grupos cristãos pela
maneira como retratou Jesus no programa de humor exibido na Netflix. O filme insinua que Jesus teve
uma experiência homossexual após passar 40 dias no deserto.
O desembargador Benedicto Abicair, da 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro,
acatou, em uma decisão liminar – provisória – a um pedido da associação católica Centro Dom Bosco de
Fé e Cultura que, em primeira instância e durante o Plantão Judiciário, havia sido negado.
Na liminar, o desembargador defende que o direito à liberdade de expressão, imprensa e artística não
é absoluto. E tratou a decisão como um recurso à cautela para acalmar os ânimos até que se julgue o
mérito do caso.
Afirmou também que a suspensão é mais adequada e benéfica para a sociedade brasileira, de maioria
cristã.
Em uma primeira decisão, a Justiça havia negado o pedido de liminar. A juíza Adriana Jara Moura, da
16ª Vara Cível, afirmou que o filme não viola o direito da liberdade de crença de forma a justificar a
censura pretendida.
Agora, com a decisão em segunda instância, não só a exibição do filme está suspensa, mas também
trailers, making of, propaganda e qualquer publicidade referente ao Especial de Natal do Porta dos
Fundos.
A assessoria de imprensa da Netflix informou que a empresa ainda não foi notificada e que não vai se
pronunciar. A equipe do Porta dos Fundos disse que também não foi notificada.
130
G1 Rio. Justiça do RJ determina que Especial de Natal do Porta dos Fundos seja retirado do ar. https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/01/08/justica-
do-rj-determina-que-especial-de-natal-do-porta-dos-fundos-seja-retirado-do-ar.ghtml. Acesso em 09 de janeiro de 2020.
Governo Bolsonaro suspende edital com séries de temas LGBT, após críticas do presidente132
Edital havia selecionado produções para TV pública sobre diversidade de gênero e sexualidade.
'Conseguimos abortar essa missão', comentou Bolsonaro na semana passada.
131
Jornal Nacional. Bolsonaro manda revogar resolução que retirava do MEI profissões ligadas à cultura. G1. https://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2019/12/07/bolsonaro-manda-revogar-resolucao-que-retirava-do-mei-profissoes-ligadas-a-cultura.ghtml. Acesso em 10 de dezembro de 2019.
132
G1. Governo Bolsonaro suspende edital com séries de temas LGBT, após críticas do presidente. G1 Pop $ Arte. https://g1.globo.com/pop-
arte/noticia/2019/08/21/governo-bolsonaro-suspende-edital-com-series-de-temas-lgbt-apos-criticas-do-
presidente.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 22 de agosto de 2019.
'Transversais'
"Um chama 'Transversais'. Olha o tema: 'Sonhos e realizações de cinco pessoas transgêneros que
moram no Ceará'. O filme é isso daqui, conseguimos abortar essa missão", afirmou Bolsonaro.
Diretor e roteirista da série, Émerson Maranhão contou ao G1 que a produção foi inscrita no edital na
categoria "diversidade de gênero". Ela será um documentário em cinco episódios, baseado no curta-
metragem "Aqueles dois", de 2018.
"Na prática são cinco documentários. Cada capítulo vai contar a história de uma pessoa, de diversas
origens sociais", afirmou Maranhão. "A ideia é mostrar que há diversidade dentro da diversidade".
Mesmo sem a aprovação do governo, ele diz que ainda planeja realizar a série, apesar de ainda não
saber como.
'Afronte'
"'Afronte'. 'Mostrando a realidade vivida por negros homessexuais no Distrito Federal'", leu Bolsonaro.
"Eu não entendi nada. Olha, a vida particular de quem quer que seja ninguém tem nada a ver com isso,
mas fazer um filme sobre isso, confesso que não dá para entender. Então mais um filme que foi pro saco
aí."
Um dos diretores da série, Bruno Victor, contou que a produção tem uma história parecida com a de
"Transversais". Além de ter sido inscrita na mesma categoria, também é baseada em um curta realizado
anteriormente. Neste caso, o trabalho de conclusão de curso de Victor com Marcus Azevedo.
Ao longo de cinco episódios, a série, que mistura documentário com ficção, vai contar a rotina de
pessoas LGBT no Distrito Federal. Serão histórias que podem ser baseadas em fatos, com relatos reais.
"Nós trabalhamos com um método de pesquisa juntos aos personagens, onde não trabalhamos só
com depoimentos. Às vezes pegamos essas histórias reais e ficcionamos", declarou Victor ao G1.
'Religare Queer'
"O nome eu não sei pronunciar. 'Religare Queer'. O filme é sobre uma ex-freira lésbica. Ok? E daí, são
vários episódios", disse o presidente.
"Tem a ver com religiões tradicionalmente homofóbicas ou transfóbicas. Tudo tem a ver. Sexualidade
LGBT com evangélicos, católicos, espíritas, testemunhas de Jeová, umbanda, budismo, candomblé,
judaísmo, islamismo e Santo Daime."
Levantamento do G1 com 40 museus em todas as regiões mostra disparada de 61% neste ano.
Diretores falam em reação a discussões sobre cultura após cortes, mais representatividade e ajuda de
redes sociais.
No primeiro semestre de 2019, museus de arte e história no Brasil tiveram um forte aumento de público
em relação ao mesmo período de anos anteriores. O crescimento tem surpreendido os diretores e equipes
destas instituições, que tentam entender o fenômeno.
Os recordes não são só em exposições individuais, mas da frequência em geral. Em levantamento
do G1 com 40 grandes museus em todas as regiões do Brasil, 37 cresceram. E três bateram recordes.
Na soma destes museus, o 1º semestre de 2019 registrou aumentos de 50% sobre a média do mesmo
período nos últimos quatro anos e de 61% em relação a 2018.
O G1 conversou com cinco diretores de grandes museus. Eles ainda não têm acesso a pesquisas
formais sobre este aumento, mas atribuem o movimento a cinco motivos:
- Interesse do público despertado em reação a fortes discussões sobre cultura em momento de cortes
de verbas federais e estaduais e outros debates sociais acirrados do Brasil hoje;
- Mais exposições que destacam minorias e grupos antes pouco representados;
- Além de mais representado, o público 'se representa' mais em fotos de visitas no Instagram e outras
redes, o que ajuda a divulgar as exposições;
- "Corrida" por museus após o incêndio no Museu Nacional em setembro de 2018;
- Políticas educativas e de inclusão adotadas por museus.
Veja os dados:
133
Thaís Matos. Museus em alta: 1º semestre de 2019 tem recordes de público pelo Brasil. G1 Pop & Arte. https://g1.globo.com/pop-
arte/noticia/2019/08/12/museus-em-alta-1o-semestre-de-2019-tem-recordes-de-publico-pelo-brasil.ghtml. Acesso em 12 de agosto de 2019.
O número se deve muito ao sucesso da exposição sobre Tarsila do Amaral, que superou as 402 mil
pessoas e se tornou a mais vista da história do Masp. E as outras exposições e acervo permanente,
mesmo com bem menos destaque e divulgação, também tiveram bom público.
A partir dos dados expressivos do Masp, o G1 pediu as informações de outros museus em todas as
regiões do Brasil. Os dados que o levantamento obteve com 40 instituições indicam que o movimento é
generalizado.
"Na contramão da decadência do tema, nós vemos o aumento do interesse. A sociedade traz a
valorização para o setor que não é dada pelo governo", afirmou Rafaela Lima, coordenadora de análise
da informação do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e responsável pela pesquisa anual de visitações
a museus.
As instituições incorporaram angústias sociais. No Museu de Arte da Bahia (MAB), com aumento de
120% entre 2015 e 2019, o diretor Pedro Arcanjo passou a promover debates e encontros sobre
conjuntura política, sexualidade, raça e gênero, por exemplo.
Apostila gerada especialmente para: Elvis Silva 117.004.694-01
176
"O MAB passava por uma crise cultural. Nós respondemos às questões colocadas pela sociedade
brasileira, com diálogos contemporâneos", diz Pedro.
Público no espelho
Além de discussões, os museus levaram mais diversidade às mostras e investiram em exposições de
mulheres, negros, indígenas e artistas não-europeus.
A exposição "Histórias afro-atlânticas" de 2018, com obras de artistas africanos, americanos e
caribenhos, se tornou a sexta mais visitada da história do Masp.
De acordo com Oliva, o museu recebeu doação para a reserva técnica de obras de artistas indígenas
e prepara uma exposição sobre o tema para 2021.
Também no segundo semestre de 2018, a Pinacoteca expôs a mostra "Mulheres radiciais: arte latino-
americana, 1960-1985", dando visibilidade a artistas pouco conhecidas no Brasil.
"A mostra falava sobre estratégias pessoais e coletivas de resistência, de se posicionar e superar
situações difíceis. Não é por acaso que teve tanto sucesso no momento que a gente estava - e continua
- vivendo", defendeu Volz.
No Rio de Janeiro, a realidade de comunidades remanescentes quilombolas foi exposta pelas salas
do Museu de Arte Religiosa e Tradicional em 2018 e 2019, em Cabo Frio. A exposição "Terra de
Quilombo, Retrato de uma Etnia" tinha fotografias de Ricardo Alves sobre o cotidiano, trabalho e cultura
de grupos negros, com provocações sobre racismo e exclusão.
Instagram em exposição
Obras clássicas, bonitas, curiosas ou engraçadas... Todas são disputadas por visitantes com celulares
a postos pelas salas de exibição dos museus. As selfies, para efeitos reflexivos ou de memes, são
divulgadas no Instagram.
A exposição nas redes sociais ajuda a tornar os museus mais atrativos para pessoas pouco
habituadas.
Durante sua pesquisa de mestrado sobre a relação do Masp, museu com maior número de seguidores
do Instagram, e a rede social, a pesquisadora Mariana Santana Marques constatou que grande parte do
público entrevistado havia ido ao museu após ver uma selfie.
"A partir de então, eles também compartilhavam e influenciaram outras pessoas. Isso contribui para
tornar os museus mais acessíveis", diz Marques.
Tarsila popular
O próprio recorde da exposição de Tarsila está ligado ao foco social diferente.
"Falar em Tarsila como popular tem ineditismo. A relação dela com o popular é um aspecto que vem
sendo negligenciado pela história da arte oficial no Brasil."
"Assim como as questões sociais, raciais e de classe. Ela teve uma relação intensa com o popular
brasileiro, como o carnaval em Madureira ou as religiões brasileiras", explica o curador. É o caso dos
quadros "Operários", "Segunda classe" e "O morro da favela".
De acordo com ele, o que melhor explica o sucesso da exposição em particular é a abordagem à obra.
"O público se sente atraído para rever os artistas sob novas perspectivas, com análises inéditas".
Figura controversa, considerado excêntrico por alguns, a genialidade musical do baiano permanece
indiscutível. Sua gravação de "Chega de saudade" foi o nascimento oficial do novo gênero musical
brasileiro em 1958.
O legendário cantor e compositor brasileiro João Gilberto, um dos criadores da bossa nova, morreu
neste sábado (06/07), no Rio de Janeiro, aos 88 anos, informou um dos filhos do artista.
"Meu pai faleceu. Sua luta foi nobre, ele tentou manter a dignidade à luz da perda da sua autonomia",
escreveu no Facebook João Marcelo, que vive nos Estados Unidos.
Nascido em Juazeiro, Bahia, em 10 de junho de 1931, João Gilberto partiu para o Rio na década de
50 para integrar o conjunto Garotos da Lua. Pouco mais tarde, seu nome será citado lado a lado com o
de Tom Jobim na história da bossa nova: seu compacto de 1958, com Chega de saudade e Bim bom, é
citado como nascimento oficial do gênero inovador, que combinava influências afro-brasileiras e
jazzísticas.
Além de seu estilo minimalista, discreto, de cantar, são suas harmonias e a batida de violão que
definirão a originalidade da bossa nova, influenciando gerações de cantores, compositores,
instrumentistas e arranjadores, no Brasil e no resto do mundo.
Apesar de sua genialidade como músico, João Gilberto permaneceu uma figura controversa,
considerado excêntrico e obsessivo por alguns – uma fama reforçada no fim de sua carreira pelos
concertos anunciados com grande antecipação, mas cancelados na última hora.
Há anos de saúde debilitada, o aclamado músico brasileiro morreu em seu apartamento no bairro
carioca da Gávea. Ele vivia sozinho e estava profundamente endividado, com os familiares disputando
sua curatela.
Local é o primeiro sítio misto do Brasil, reconhecido por sua cultura e natureza.
Paraty e Ilha Grande, no litoral da Costa Verde, foram reconhecidas nesta sexta-feira (05/07), como
Patrimônio Mundial. Essa é a primeira vez que o Brasil tem um sítio misto reconhecido por sua cultura e
natureza.
A decisão foi anunciada às 09h27, horário de Brasília, pelo Comitê do Patrimônio Mundial da
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), durante reunião em Baku,
no Azerbaijão. Foram avaliados 28 pedidos de sítios mundiais, sendo dois mistos, e os de Paraty e Ilha
Grande foram dois dos reconhecidos. Atualmente, são 22 bens brasileiros na lista de sítios de excepcional
valor universal.
Com cerca de 85% da cobertura vegetal nativa bem conservada, a área do sítio misto forma o segundo
maior remanescente florestal do bioma Mata Atlântica. Além da sua extensão, as diferentes fisionomias
vegetais permitem a ocorrência de uma fauna e flora incomparáveis, com diversas espécies raras e
endêmicas.
Com um importante acervo arquitetônico e ricas paisagens com belezas naturais, a cidade concorre
pela terceira vez. O centro histórico se cerca de quatro áreas de conservação ambiental que abrangem o
Parque Nacional da Serra da Bocaina, o Parque Estadual da Ilha Grande, a Reserva Biológica Estadual
da Praia do Sul e a Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, um território de quase 149 mil hectares.
Na Baía da Ilha Grande, em Angra dos Reis, são mais de 187 ilhas em um território preservado. A área
abriga um sistema de comunidades tradicionais que misturam cultura e biodiversidade.
134
DW. Morre aos 88 anos João Gilberto, um dos papas da bossa nova. DW. https://www.dw.com/pt-br/morre-aos-88-anos-jo%C3%A3o-gilberto-um-dos-papas-
da-bossa-nova/a-49501017. Acesso em 08 de julho de 2019.
135
Rodrigues, E. Sodré, I. Netto, R. Paraty e Ilha Grande recebem título de Patrimônio Mundial da Unesco. G1 Sul do Rio e Costa Verde.
https://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/noticia/2019/07/05/paraty-e-ilha-grande-recebem-titulo-de-patrimonio-mundial-da-unesco.ghtml. Acesso em 05 de julho
de 2019.
Chico Buarque vence o Prêmio Camões, a premiação literária mais importante da língua
portuguesa136
Valor máximo por projeto cairá de R$ 60 milhões para R$ 1 milhão; lote de ingressos gratuitos
aumentará e preço do 'ingresso social' será menor. Texto com mudanças ainda não foi publicado.
136
O Globo. Chico Buarque vence o Prêmio Camões, a premiação literária mais importante da língua portuguesa. O Globo, Cultura.
https://oglobo.globo.com/cultura/chico-buarque-vence-premio-camoes-premiacao-literaria-mais-importante-da-lingua-portuguesa-
23682574?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=compartilhar. Acesso em 23 de maio de 2019.
137
Mateus Rodrigues. Ministério da Cidadania anuncia reformulação na Lei Rouanet; veja o que muda. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/22/ministerio-da-cidadania-anuncia-reformulacao-na-lei-rouanet-veja-o-que-muda.ghtml. Acesso em 24 de abril de 2019
O que muda?
A principal alteração é a queda do valor máximo por projeto inscrito, dos atuais R$ 60 milhões para R$
1 milhão.
O valor máximo por empresa do setor cultural, que também era de R$ 60 milhões, passa para R$ 10
milhões. Isso significa que, por ano, uma única empresa não pode ultrapassar os R$ 10 milhões captados
no somatório de todos os seus projetos.
Essas regras não se aplicam a:
- Projetos de restauração de patrimônio tombado;
- construção de teatros e cinemas em cidades pequenas;
- planos anuais de entidades sem fins lucrativos, "como museus e orquestras".
Projetos classificados como “festas populares” terão um limite maior, de R$ 6 milhões. O vídeo
divulgado pelo ministério cita o Festival Amazonas de Ópera, o Natal Luz, o Festival Folclórico de Parintins
e feiras de livros, mas não deixa claro qual o critério para essa classificação.
"Com isso, vamos enfrentar a concentração de recursos nas mãos de poucos. Com o mesmo dinheiro,
só que melhor distribuído, vamos ter muito mais atividades culturais e artistas apoiados, dando
oportunidade para os novos talentos”, diz Osmar Terra no vídeo.
Mais mudanças
Pelas novas regras, cada projeto beneficiado pela Lei de Incentivo à Cultura terá de reservar entre
20% e 40% de ingressos gratuitos. Eles serão distribuídos por entidades e serviços de assistência social
a famílias de baixa renda, de preferência, com Cadastro Único.
A lei atual prevê 30% de ingressos gratuitos, mas apenas 10% com destinação social. Os outros 20%
são para ações promocionais e de patrocinadores.
"Nós queremos que a população mais pobre vá ao teatro, ao cinema e às mais diversas atividades
culturais. Por isso, quem usar recursos da Lei de Incentivo à Cultura vai precisar oferecer de 20% a 40%
dos ingressos de graça", diz Terra.
As regras em vigor também separam 20% dos ingressos para “preços populares”. Pelo que já foi
anunciado, o percentual será mantido, mas o preço máximo desse lote cairá de R$ 75 para R$ 50.
No vídeo, Osmar Terra afirma que os produtores serão obrigados a promover “ações educativas” nas
escolas ou na comunidade, em parceria com as prefeituras, e que haverá editais específicos para projetos
realizados integralmente fora do eixo Rio-São Paulo. Não há detalhamento dessas medidas.
Entenda a lei
Os projetos contemplados pelo sistema da Lei de Incentivo à Cultura não são financiados com recursos
públicos do governo, e sim com dinheiro privado de empresas interessadas em apoiar os projetos.
Funciona assim:
- O governo federal analisa os projetos para decidir quais poderão ser contemplados pela lei;
- ao ter seu projeto aprovado pelo ministério, o produtor cultural sai em busca de patrocínio para obter
os recursos;
- pessoas físicas ou empresas podem decidir patrocinar o projeto. Em troca, elas recebem
possibilidade de abatimento no Imposto de Renda de parte ou do total do valor aplicado no projeto.
Um incêndio que começa no topo da catedral, um teto que desmorona e um pináculo em colapso. Veja
o que já se sabe do violento incêndio que devastou na segunda-feira a emblemática Catedral de Notre-
Dame, em Paris.
Prazos conflitantes
Restaurar o edifício demandará “anos de obras”, estimou o novo presidente da Conferência Episcopal
Francesa, Eric de Moulins-Beaufort.
— Reconstruiremos a catedral ainda mais bela e quero que esteja terminada em cinco anos — disse o
presidente Emmanuel Macron nesta terça-feira.
Especialistas, porém, estimam em 10 a 15 anos o prazo para recuperar a Catedral de Notre-Dame.
Doações de empresas e de milionários franceses começaram a chegar desde segunda-feira. Na tarde
desta terça, o montante já superava os 700 milhões de euros (cerca de R$ 3,1 bilhões).
138
O Globo. Veja o que se sabe até agora sobre o incêndio na Catedral de Notre-Dame de Paris. https://oglobo.globo.com/mundo/veja-que-se-sabe-ate-agora-
sobre-incendio-na-catedral-de-notre-dame-de-paris-23604324?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=compartilhar. Acesso em 17 de abril de
2019.
No filme, Olavo de Carvalho diz: 'Ninguém pediu para eles (militares) tomarem o poder. Aí fizeram o
golpe dentro do golpe'
Lançado na noite de terça-feira (02/04), o documentário “ 1964: O Brasil entre Armas e Livros", da
produtora gaúcha Brasil Paralelo, traz entrevistas de jornalistas, escritores, filósofos e historiadores de
direita para explicar suas visões e interpretações sobre o período da ditadura militar . Todos eles afirmam
que havia um "perigo comunista", mas, ao explicar o que ocorreu durante a deposição do presidente João
Goulart, três deles dizem que o que ocorreu na época foi um “golpe”.
O documentário expõe o discurso do senador Auro de Moura Andrade, presidente do Congresso
Nacional na sessão que declarou vaga a Presidência da República, depois que João Goulart deixou
Brasília rumo a Porto Alegre. No filme, logo depois da apresentação do discurso, o jornalista e escritor
Lucas Berlanza explica o problema da ação do parlamentar:
- Só que o Auro de Moura Andrade declarou a vacância do cargo baseado em um artigo da Constituição
de 1946 que dizia que o presidente da República, ausente do país, sem comunicação oficial à sede do
governo se ausenta e aí o presidente do Congresso pode declarar que o presidente está impedido - afirma
ele.
Mais adiante, Berlanza conclui:
- Então, do ponto de vista técnico, houve um golpe parlamentar ali dentro daquela sessão parlamentar,
porque a Constituição não pregava aquilo. Foi a solução que as forças políticas encontraram para
equacionar o problema. É muito fácil a gente julgar as coisas do ponto de vista de hoje, mas,
tecnicamente, houve um golpe em 1º de abril - apontou Berlanza.
O filósofo Olavo de Carvalho, próximo ao presidente Jair Bolsonaro, também se refere ao episódio
como golpe.
- O movimento de 64 não foi militar. Ele começou como movimento civil - disse ele. - Só que no final,
eles (militares) se precipitaram. Eles nem queriam dar o golpe. Foi o (general) Mourão Filho que se
precipitou e obrigou os outros generais a entrar na coisa - disse Carvalho, em referência às tropas que
vieram de Juiz de Fora para o Rio de Janeiro.
Ao comentar o mesmo episódio da destituição, surge na tela a entrevista de Percival Puggina, também
apresentado como jornalista e escritor, que relembra que o Congresso Nacional foi avisado que Goulart
estava no Brasil.
- O chefe da Casa Civil mandou uma carta para o Congresso onde disse que o presidente estava em
Porto Alegre e que estava no exercício de suas funções. Foi lida e não foi acolhida a comunicação de que
o país ainda tinha um presidente da República em território nacional - afirmou Puggina, rindo.
O vice-presidente do Instituto de História e Tradição do Rio Grande do Sul, Luiz Ernani Giorgis, também
fala com ênfase sobre o fato de a Presidência ter sido declarada vaga enquanto Goulart estava no país.
- Olha a situação que eles criaram. Ele estava dentro do território nacional. Tava em viagem, mas
estava dentro do território nacional - diz Giorgis.
139
Juliana Dal Piva. Entrevistados em filme pró-ditadura reconhecem que houve golpe em 64. https://oglobo.globo.com/brasil/entrevistados-em-filme-pro-
ditadura-reconhecem-que-houve-golpe-em-64-23569366?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo. Acesso em 04 de abril de 2019.
Escritor e jornalista foi escolhido, por unanimidade, para a cadeira 11 da ABL. Novo 'imortal' da
entidade preenche a vaga que era do jurista e sociólogo Hélio Jaguaribe.
O escritor e jornalista Ignácio de Loyola Brandão foi eleito nesta quinta-feira (14/03), por unanimidade,
para a cadeira 11 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele preenche a vaga que era do jurista e
sociólogo Hélio Jaguaribe, que morreu em setembro do ano passado.
Loyola – que ao longo da carreira lançou mais de 40 livros, entre romances, coletâneas de contos e
de crônicas, relatos de viagens, infantis e infantojuvenis, além de obra para o teatro – recebeu todos os
31 votos possíveis.
Os demais concorrentes à vaga eram Eloi Angelos Ghio D’Aracosia, Placidino Guerrieri Brigagão, José
Roberto Guedes de Oliveira, Remilson Soares Candeia, José Itamar Abreu Costa, Marilena Barreiros
Salazar, Raquel Naveira, Felisbelo da Silva, Sérgio Caldeira de Araújo, Rodrigo Cabrera Gonzales e
Lucas Menezes.
Após a votação, o Presidente da ABL, Marco Lucchesi, fez a tradicional queima dos votos.
‘Ele (Bolsonaro) deveria mostrar ao mundo o carnaval da Mangueira’, disse o carnavalesco Leandro
Vieira, após o 2º campeonato em 4 anos; preparação foi confusa, com prisão de presidente e puxador,
mas samba já havia conquistado as ruas antes do desfile na Sapucaí
Com um enredo em que contestou a história oficial do Brasil, homenageou heróis populares e deu
destaque à vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL), assassinada em março de 2018, a Estação
Primeira de Mangueira conquistou nesta quarta-feira, 06/03, o 20.º título. O carnavalesco Leandro Vieira,
com o segundo título em quatro anos, afirmou que a conquista é “um recado” ao presidente Jair Bolsonaro.
140
G1 Rio. Ignácio de Loyola Brandão é eleito para a Academia Brasileira de Letras. G1. https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2019/03/14/abl-elege-
ignacio-de-loyola-brandao-como-novo-imortal-da-academia.ghtml. Acesso em 15 de março de 2019.
141
Grellet, F. Nunes F. Com homenagem a Marielle Franco, Mangueira vence carnaval no Rio. Estadão. https://brasil.estadao.com.br/noticias/rio-de-janeiro,com-
homenagem-a-marielle-franco-mangueira-vence-carnaval-do-rio,70002745655?utm_source=twitter:newsfeed&utm_medium=social-organic&utm_campaign=redes-
sociais:032019:e&utm_content=:::&utm_term=. Acesso em 07 de março de 2019.
Questões
Gabarito
01.C /
Comentários
01. Resposta: C
Segundo o trecho destacado, a democratização dos recursos destinados a projetos culturais mostra
dois lados: o primeiro, já implícito, a própria democratização. O segundo, todo o “trabalho” demandado
na prestação de contas. A solução em torno disso seria a coletivização do trabalho no sentido de agregar
diferentes áreas que não sejam apenas as artísticas.
Ciência e Tecnologia
Festa surpresa, chá de revelação e até casamento: isolados usam tecnologia para se
aproximar142
Em meio à pandemia do novo coronavírus, pessoas usam diferentes aplicativos para se manter
conectados aos amigos e à família, mesmo com distanciamento social.
Nos últimos dias, festas surpresa de aniversário, chás de revelação e até reuniões de brincadeiras
para crianças foram realizados com o uso de aplicativos de mensagens e vídeos.
142
Cesar Soto. Festa surpresa, chá de revelação e até casamento: isolados usam tecnologia para se aproximar. G1, https://g1.globo.com/fique-em-
casa/noticia/2020/03/24/festa-surpresa-cha-de-revelacao-e-ate-casamento-isolados-usam-tecnologia-para-se-aproximar.ghtml. Acesso em 25 de março de 2020.
Surpresa e ópera
No dia 16, o professor de Direito da Universidade Federal Fluminense Eder Fernandes foi surpreendido
por suas orientandas, que organizaram uma festa surpresa virtual para comemorar seu aniversário de 37
anos.
Atualmente morando em Espanha, onde frequenta um curso de pós-doutorado, ele estava triste pois
teve de cancelar a viagem para comemorar a data.
"Foi justamente o dia em que a ficha caiu sobre tudo o que estava acontecendo, pois foi quando
começou o estado de emergência no país. E o dia se desenrolou assim, com uma angústia forte no peito",
conta.
Ele já estava deitado na cama quando recebeu a mensagem de uma parceira de trabalho no aplicativo
de reuniões Jitsi, no qual costumam se falar.
"Achei estranho, porque ela nem me deu os parabéns", diz o professor. "Quando eu cliquei e a janela
abriu, levei um susto, porque havia várias carinhas lá. E abri um sorriso enorme ao entender que era uma
festa surpresa virtual."
Ao final do evento com sete pessoas, que envolveu o clássico "Parabéns a você", a leitura de um
poema e muita conversa, Fernandes ainda ganhou outro presente.
"Ao desligar, comecei a chorar e a vizinha começou a cantar."
Ele se refere à cantora de ópera Begoña Alberdi, que todas as noites canta na janela para a vizinhança
isolada em Barcelona.
"Dormi com uma esperança no peito, com a sensação de que serão dias ruins, muito difíceis, mas que
iremos vencer."
Revelação virtual
Cerca de 240 pessoas participaram, neste domingo (23/03), de um chá de revelação virtual do sexo
do bebê do casal Gabriella de Oliveira Domingues e Willian Domingues.
Realizada em sua casa em São Paulo, a festa de 30 minutos contou presencialmente apenas com os
dois e sua filha, Clara. Os demais convidados estavam todos acompanhando, e comentando, através de
uma transmissão no Instagram.
"Fiquei muito apreensiva, muito chateada quando tive de cancelar, mas me surpreendeu muito a live,
porque eu senti muito essa conexão com as pessoas, senti o carinho. Foi muito melhor que eu imaginava",
diz Gabriella.
A decisão da transmissão aconteceu há alguns dias, quando as orientações de isolamento começaram
a ser passadas. Ela conta que ficou triste quando percebeu que o almoço com a família, que também
estava marcado para comemorar seus 31 anos, não ia ser realizado.
Mesmo assim, afirma que ficou feliz, até porque com a transmissão conseguiu atingir o dobro de
pessoas que tinham participado da revelação de Clara, dois anos antes.
"Na primeira filha foi uma festa grande, 120 pessoas, isso porque eram os mais íntimos. Temos uma
família muito grande", diz. Dessa vez, além de amigos e família, estiveram também seguidores e
conhecidos virtuais, que comemoraram a descoberta de que o casal vai ter um menino.
Eles ainda não decidiram o nome, mas contaram com sugestões enviadas pelos convidados.
"Até esqueci o caos do mundo. Foi muito legal mesmo."
Crianças conectadas
Um grupo de pais no Rio de Janeiro também têm realizado encontros virtuais com seus filhos. Além
de entreter as crianças e manter suas conexões pessoais, as atividades servem para que eles entendam
o que os adultos tanto fazem em frente aos computadores.
O primeiro deles aconteceu na quinta-feira (19/03), e reuniu oito crianças. A empresária Jessica Viana
conta que a ideia partiu da mãe de uma das colegas de escola da filha de 4 anos, Carolina.
"Foi muito legal, mataram a saudade. No primeiro momento havia algumas com muita timidez, sem
entender muito bem. Daí as mais desinibidas já começaram a mostrar as roupas que estavam usando,
os brinquedos com que estavam brincando", diz Jessica.
Segundo ela, os encontros duram cerca de 40 minutos, e já passaram por aplicativos como Zoom e
Jitsi.
"A gente tem usado bastante essas tecnologias para suprir essa carência da socialização. Ela está
com muita saudade da escola. Isso está doendo na gente. Não poder dar uma data de quando isso acaba
é muito complicado, mas está amenizando."
Paredão e jogos
Mas essas conexões não precisam ficar limitadas apenas a ocasiões especiais ou ensinamentos. Em
Florianópolis, amigos têm se encontrado para conversar, comemorar alguma eliminação no "BBB 20" ou
jogar alguma coisa.
No dia 17, a autora do blog "Uma vida sem lixo", Cristal Muniz, e alguns amigos assistiram "juntos" —
mas cada em sua casa — à despedida de Pyong Lee do reality show.
Ironicamente, um evento que não era exatamente um hábito. Os amigos comentavam o programa
através de um grupo no Whatsapp, mas nunca tinham se reunido só pra isso.
"A gente tava falando do 'BBB', votando porque todo mundo ama o Babu, e tivemos a ideia de ligar pra
ver o programa", afirma ela. Para isso, tiveram de testar alguns aplicativos. Escolheram o Hangouts, do
Google, que permitia mais de quatro usuários ao mesmo tempo.
Desde então, a blogueira tem usado o app para outras atividades, como jogar Stop — ou adedonha —
e Gartic, um game brasileiro de desenhos, com os amigos.
Para ela, isso tem ajudado a criar uma aproximação nessa época de isolamento. "Esse dia dos jogos
eu fui dormir e até tinha esquecido do corona e tudo mais."
Uma análise preliminar da sequência já está disponível online. Enquanto outros países levam em
média 15 dias, caso brasileiro foi sequenciado em 2 dias.
Pesquisadores do Brasil e da Universidade de Oxford sequenciaram o genoma do vírus 2019 n-CoV
do primeiro caso confirmado da doença em São Paulo. O trabalho, geralmente feito em 15 dias pelos
cientistas, foi realizado em apenas dois dias, de acordo com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de S. Paulo (Fapesp).
A primeira análise preliminar feita pelos cientistas mostra que o genoma do coronavírus diagnosticado
no Brasil difere em três pontos no código genético do vírus encontrado inicialmente em Wuhan, cidade
chinesa onde a doença surgiu. De acordo com uma das autoras do estudo, Ester Cerdeira Sabino, quanto
mais desvendarmos o RNA do vírus, mais podemos rastrear o caminho dele.
"Como o vírus do Brasil foi detectado da Itália, e vimos que é diferente do encontrado na Alemanha,
com duas mutações similares apenas, já dá para ver que mais de uma pessoa passou a transmitir a
doença na Europa", explicou Sabino.
Além disso, é possível fazer a associação das mudanças no RNA com alguma característica da
epidemia. Sabino dá o exemplo do Irã, que tem apresentado uma taxa de mortalidade maior.
"O que vamos estudar é se tem alguma influência [a mutação]. Por exemplo, no Irã está tendo um
avanço maior. É um exemplo teórico. Temos que sequenciar e pesquisar se a mutação tem alguma
influência nisso".
A análise genética do RNA de um vírus também é fundamental para o desenvolvimento de vacinas e
para a criação de testes diagnósticos. Uma análise preliminar da sequência já está disponível online para
consulta de outros pesquisadores do mundo.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Adolfo Lutz em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e com a Universidade de Oxford.
143
Carolina Dantas. Cientistas do Brasil e de Oxford sequenciam genoma do novo coronavírus detectado em SP. G1 Bem estar.
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/02/28/cientistas-do-brasil-e-de-oxford-sequenciam-genoma-do-novo-coronavirus-detectado-em-
sp.ghtml?utm_source=push&utm_medium=app&utm_campaign=pushg1. Acesso em 03 de março de 2020.
Projeto de sustentabilidade faz parte da construção, que ocupa uma área de aproximadamente 4,5 mil
m² na Ilha do Rei George. Estação Antártica Comandante Ferraz reabre para cientistas e pesquisadores,
em cerimônia oficial às 17h.
A nova estação brasileira na Antártica será inaugurada nesta terça-feira (14/01), em uma cerimônia
que tem início previsto para as 17h (horário de Brasília). O complexo de mais de 4,5 mil m² será entregue
quase oito anos após o incêndio que destruiu a base anterior. Pesquisadores brasileiros estão há mais
de três décadas no continente.
O vice-presidente Hamilton Mourão embarcou nesta segunda-feira (13/01) com destino à Antártica,
para participar da reinauguração como o principal representante do governo brasileiro. A base fica na Ilha
do Rei George.
Dividida em 3 módulos
O prédio principal da nova estação brasileira é dividido em três grandes blocos: o Leste, o Oeste e o
Técnico. Neles, se encontram a maior parte dos laboratórios, os dormitórios e os serviços básicos da
estação, divididos desta forma:
Bloco Leste: é o bloco das pesquisas, de convivência e serviços. É onde se concentram os
laboratórios. Dos 17 no total, 14 estão lá. Os outros 3 ficam em módulos separados. Além disso, é onde
ficam os refeitórios, a cozinha, a ala de saúde, a sala de secagem e as oficinas.
Bloco Oeste: é uma área privada da base, onde moram os pesquisadores, além de concentrar as
áreas de convívio. Há 32 quartos, uma biblioteca, uma academia e auditório. Nas partes mais baixas
deste bloco estão os depósitos de mantimento e reservatórios de água.
Bloco Técnico: é onde fica o controle da rede elétrica, sanitária e de automação da estação. Também
é onde está a garagem. Além disso, há uma estação de tratamento de água e esgoto, casa de máquinas,
geradores, e sistemas de aquecimento, bem como um incinerador de lixo.
Centro de pesquisas
Criado em 1982, o Proantar leva ao continente gelado pesquisadores que atuam nas áreas
de oceanografia, biologia, glaciologia, química e meteorologia. Os trabalhos são desenvolvidos em
acampamentos, navios e estações.
A nova estação ficará no mesmo local da estrutura antiga, instalada em 1984 na Península Keller,
dentro da Ilha Rei George. A primeira base abrigou pesquisadores até fevereiro 2012. Um incêndio onde
ficavam os geradores de energia do complexo destruiu quase toda a estrutura e provocou a morte de dois
militares.
Apesar do incêndio, as pesquisas brasileiras na Antártica não pararam. Na Ilha Rei George, os
trabalhos foram desenvolvidos em uma estação provisória, montada ao lado da base consumida pelo
fogo. Os "módulos emergenciais" foram usados enquanto os pesquisadores aguardavam o final da
reconstrução.
"Essa nova base vai nos dar condições de trabalho e um salto qualitativo nas pesquisas científicas",
diz Paulo Câmara, pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) que trabalha na estação.
Pesquisadores brasileiros estão há mais de três décadas desenvolvendo estudos no continente por
meio do Programa Antártico. Eles não ficam restritos à Ilha Rei George, onde foi instalada a estação. Há,
também, trabalhos sendo desenvolvidos no navio Almirante Maximiano e em acampamentos montados
em diferentes pontos da Antártica.
"São 14 milhões de km², uma das maiores reservas de gás e de água doce do mundo. 70% da água
doce do mundo está aqui", diz Câmara, que estuda a vegetação antártica.
Há, ainda, o módulo Criosfera 1, um contêiner que coleta dados e foi instalado a cerca de 2,5 mil km
de onde fica a estação.
As pesquisas realizadas em solo antártico são variadas e cobrem diferentes áreas do conhecimento.
De acordo com um dos editais mais recentes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), de 2018, as propostas de projetos aprovados vão de geologia a medicina.
Veja abaixo as áreas de estudo:
- O papel da criosfera no sistema terrestre
- Dinâmica da alta atmosfera na Antártica
- Mudanças Climáticas e o Oceano Austral
- Biocomplexidade dos ecossistemas antárticos
- Geodinâmica e história geológica da Antártica
- Química dos oceanos, geoquímica marinha e poluição marinha
- Biologia Humana e Medicina Polar
- Inovação em novas tecnologias
--
É uma lei (número 12.965/14) que regulamenta a utilização da internet, estabelecendo princípios e
garantias que tornam a rede livre e democrática no Brasil. Em vigor desde 23 de junho de 2014, ela
assegura os direitos e os deveres dos usuários e das empresas provedoras de acesso e serviços online.
Antes de virar lei, a proposta foi lançada pela Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça,
em outubro de 2009. Nessa fase, os temas abordados foram desenvolvidos com ajuda da população por
meio de audiências públicas em todo o Brasil. “Era possível opinar e comentar os artigos também pelo
blog Cultura Digital e pelos portais e-Democracia e e-Cidadania, da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal”, explica o advogado Bernardo Meyer.
Internet neutra
Lei proíbe manipulação de velocidade.
O Brasil foi um dos primeiros países a adotar o princípio da neutralidade, um dos temas mais polêmicos
do MCI. Ele garante a mesma qualidade de acesso à rede para todos, sem distinção, e proíbe provedores
de telecomunicações de restringirem conexão e velocidade, dependendo do conteúdo, origem, destino e
serviço acessado pelo internauta. Isso impede, entre outras coisas, que haja tarifas diferenciadas de
acordo com a qualidade do serviço prestado.
DIREITOS
- É obrigatória a retirada de conteúdos ofensivos de sites, blogs ou redes sociais. A determinação
acontece por ordem judicial e responde ao delito quem produziu ou divulgou o material.
- A privacidade e a proteção de dados do usuário na internet, incluindo e-mails e chats, só podem ser
violadas em investigações criminais.
- Sites só podem coletar dados com consentimento do usuário (que deve ser informado com clareza
sobre como eles serão utilizados). É proibido passar essas informações adiante.
- As mesmas normas de proteção e defesa do Código do Consumidor valem para compras e vendas
feitas na internet.
DEVERES
- É proibido violar a intimidade ou vida privada de outros usuários e divulgar ou compartilhar
mensagens, vídeos ou imagens ofensivas.
- Reforçou o veto de negócios virtuais ilícitos, como comercialização de armas de fogo, drogas,
medicamentos etc., e venda de produtos sem nota fiscal ou manual de instruções.
- Respeitar os direitos autorais. A reprodução de conteúdo (musical, literário, audiovisual etc.) sem
autorização pode ser punida.
- Em caso de investigação, empresas de telecomunicações, portais e redes sociais devem identificar
usuários acusados por infringirem o MCI. Nesses casos, o direito à privacidade e à proteção de dados é
suspenso.
Nova técnica de edição de DNA poderá curar até '89% das doenças genéticas' no futuro146
Nova tecnologia — chamada 'prime editing' — é descrita como 'editor de texto genético' capaz de
reescrever o DNA de forma precisa.
Uma nova forma de editar o código genético humano pode corrigir até 89% de erros no DNA que
causam doenças, dizem cientistas americanos.
A tecnologia, conhecida como "prime editing" ("edição de qualidade", em tradução livre), foi descrita
como uma espécie de "editor de texto genético" capaz de reescrever o DNA com precisão.
Em teste de laboratórios, a nova tecnologia foi usada para corrigir mutações que causam doenças.
Uma das mutações que a técnica conseguiu corrigir foi a da anemia falciforme.
145
Super Interessante. O que é o Marco Civil da Internet? https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-o-marco-civil-da-internet/. Acesso em 23 de
dezembro de 2019.
146
BBC. Nova técnica de edição de DNA poderá curar até '89% das doenças genéticas' no futuro. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2019/10/22/nova-tecnica-de-edicao-de-dna-podera-curar-ate-89-das-doencas-geneticas-no-futuro.ghtml. Acesso em 22 de outubro de 2019.
Orçamento repassado ao Sirius impede concluir centro de pesquisa científica em 2020, diz
diretor147
Maior complexo científico do país recebeu, até setembro, repasse de R$ 75 milhões dos R$ 255,1
milhões previstos para 2019 — 29,4% do total. Previsão agora é que conclusão de complexo seja só em
2021.
O principal projeto do governo federal de pesquisa científica, o Sirius, em Campinas, interior de São
Paulo, não ficará completamente pronto até o fim de 2020, conforme previsto inicialmente.
Com a maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no Brasil, o projeto recebeu até
setembro repasse de R$ 75 milhões dos R$ 255,1 milhões previstos para 2019 — 29,4% do total. Do
valor repassado, R$ 50 milhões foram gastos.
O Sirius é um laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, que atua como uma espécie de "raio X
superpotente" que analisa diversos tipos de materiais em escalas de átomos e moléculas. Atualmente,
há apenas um laboratório de 4ª geração de luz síncrotron operando no mundo: o MAX-IV, na Suécia.
No Brasil, essa tecnologia só está disponível em equipamentos de 2ª geração, em funcionamento há
30 anos.
Apesar de garantir o início de operação no próximo ano, o diretor do projeto, Antônio José Roque da
Silva, diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), destaca que o
orçamento dotado pelo governo federal impede a conclusão no prazo inicial. Segundo ele, a entrega de
todas as 13 linhas de pesquisa previstas no Sirius deverá ficar para 2021.
"Se das 13 [linhas de pesquisa] vamos entregar sete, oito ou nove em 2020, tudo vai depender de
como as coisas andem. À medida que os recursos forem liberados, conseguimos programar as outras
linhas", diz o diretor.
"Não tem milagre. Você atrasa o escopo total do projeto, mas o ponto importante é que foi possível
fazer uma gestão para que o Sirius comece a dar retorno. Com a entrega da primeira linha de luz, ele
começa a ser utilizado", defende Silva.
147
Fernando Evans. Orçamento repassado ao Sirius impede concluir centro de pesquisa científica em 2020, diz diretor. G1 Campinas e Região.
https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2019/09/12/orcamento-previsto-para-sirius-impede-conclusao-do-projeto-para-2020-diz-diretor.ghtml. Acesso em 12
de setembro de 2019.
Segundo cientistas, fóssil achado em caverna nos anos 70 tem 210 mil anos, época em que Europa
era ocupada por neandertais; descoberta seria evidência de migração do homem moderno da África
anterior à de nossos ancestrais.
Pesquisadores encontraram o mais antigo exemplo da nossa espécie (humanos modernos) fora da
África.
Acredita-se que um crânio escavado na Grécia seja de 210 mil anos atrás, uma época em que a Europa
era ocupada pelos neandertais.
Por isso, a descoberta representa uma evidência de que houve uma migração anterior de pessoas
partindo da África, que não teriam deixado vestígios no DNA de pessoas vivas hoje. Os resultados foram
publicados na revista "Nature".
Pesquisadores descobriram dois fósseis significativos na caverna de Apidima, na Grécia, na década
de 1970, e estavam guardados em um museu do país, até serem reexaminados, mais recentemente.
Um deles estava muito danificado e o outro, incompleto. Foram necessários tomografia
computadorizada e exames com urânio para desvendar as informações contidas ali.
O crânio mais completo parece ser um neandertal, segundo os pesquisadores. Mas o outro mostra
características de humanos modernos.
E o principal: o crânio do neandertal era mais novo.
Isso pode mudar o entendimento sobre as teorias a respeito de migração para fora da África.
"Agora, trabalhamos com o cenário de que havia um grupo moderno na Grécia 210 mil anos atrás,
mas que foi posteriormente substituída por uma população neandertal (Apidima 2) há cerca de 170 mil
anos", disse o co-autor do estudo, professor Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres.
As populações fora da África hoje traçam sua ancestralidade a uma migração que deixou o continente
africano há 60 mil anos.
À medida que esses humanos modernos se expandiram pela Eurásia (Europa e Ásia), eles
substituíram outras espécies que encontraram, como os neandertais e os denisovanos.
Mas essa não foi a primeira migração dos humanos modernos (Homo sapiens) da África.
148
BBC. Crânio encontrado na Grécia pode reescrever história do homem moderno. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2019/07/11/cranio-encontrado-na-grecia-pode-reescrever-historia-do-homem-moderno.ghtml. Acesso em 11 de julho de 2019.
Com decisão, smartphones novos da Huawei não poderão acessar vários aplicativos populares.
Empresa chinesa está sob pressão de Washington devido a supostos laços com o governo da China.
A Google anunciou a retirada da licença da Huawei para usar o sistema operacional Android do gigante
de tecnologia americano para telefones móveis – a medida obedece a uma diretriz emitida pelo presidente
dos EUA, Donald Trump, e força a empresa chinesa de telecomunicações a depender de uma versão de
código aberto do software.
Com a suspensão dos negócios, os novos smartphones da Huawei não terão mais acesso a serviços
como Gmail, Google Maps e YouTube, além de atualizações de segurança. Usuários que já possuem
aparelhos da companhia chinesa poderão seguir com o uso e a atualização de aplicativos baixados.
"Estamos cumprindo a ordem [presidencial] e analisando as implicações", limitou-se um porta-voz do
Google.
Na semana passada, Trump assinou uma ordem executiva após declarar "emergência tecnológica". A
ordem visa impedir que empresas americanas usem equipamentos de telecomunicações feitos por
"adversários estrangeiros" considerados de risco à segurança nacional.
A ordem executiva não impôs automaticamente restrições à compra e venda de equipamentos de
telecomunicações, mas deu ao secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, cinco meses para
estabelecer quais empresas deveriam estar sujeitas às novas restrições.
Os principais fabricantes de processadores, como a Intel, Qualcomm, Xilinx Inc e Broadcom,
informaram os seus funcionários que deixarão de fornecer equipamentos à Huawei até nova ordem.
A Huawei tem sofrido uma imensa pressão de Washington depois de alegações de que seus produtos
permitem que agências de inteligência chinesas usem supostos backdoors (porta dos fundos – método
de escapar de uma autenticação ou criptografia num sistema computacional) nos softwares, que poderiam
ser usadas para espionagem cibernética.
149
DW. Google suspende parte de acesso da Huawei ao Android. DW. https://www.dw.com/pt-br/google-suspende-parte-de-acesso-da-huawei-ao-android/a-
48801026. Acesso em 20 de maio de 2019.
O H. luzonensis teria vivido na caverna de Callao, na ilha de Luzón, nas Filipinas, entre 67 mil e 50 mil
anos atrás. Estudo foi publicado na revista 'Nature' nesta quarta (10/04).
Um artigo científico publicado na revista "Nature" desta quarta-feira traz evidências do que pode ser
uma grande descoberta: uma nova espécie humana, provavelmente mais baixa e com uma mistura de
traços arcaicos e modernos, que os pesquisadores deram o nome de Homo luzonensis.
O H. luzonensis teria vivido na caverna de Callao, na ilha de Luzón, nas Filipinas, entre 67 mil e 50 mil
anos atrás. Foi lá que foram encontrados treze pequenos fósseis: dentes, falanges do pé e da mão, e
fragmentos de fêmur. Dois destes fragmentos de fóssil deram a pista sobre o período de vida da espécie
através da datação radiométrica.
A nova espécie apresenta ao mesmo tempo "elementos e características muito primitivas semelhantes
aos do Australopithecus e outras, modernas, próximas aos do Homo sapiens", ressalta Florent Detroit,
paleoantropólogo do Museu do Homem e principal autor do estudo.
Características
O Homo luzonensis "era provavelmente pequeno, se julgarmos pelo tamanho de seus dentes", mas
"não é um argumento suficiente" para afirmá-lo, indica o pesquisador.
Segundo ele, a espécie não é um ancestral direto do homem moderno, mas sim uma espécie vizinha,
contemporânea do Homo sapiens, mas com várias características primitivas.
Tratam-se dos restos humanos mais antigos encontrados nas Filipinas, precedendo os primeiros Homo
sapiens datados de 30 mil a 40 mil anos encontrados na ilha de Palawan, a sudoeste do arquipélago.
Debates à vista
Sua análise morfológica revelou muitas surpresas. A primeira diz respeito aos dentes: os pré-molares
do Homo luzonensis têm semelhanças com os dos Australopithecus (hominídeos africanos desaparecidos
há 2 milhões de anos) e de outras espécies antigas do gênero Homo, como Homo habilis e Homo erectus.
Entre outros aspectos, esses dentes têm duas ou três raízes, enquanto os do Homo sapiens costumam
ter uma, às vezes duas, apontam os pesquisadores.
Em contrapartida, os molares são muito pequenos e sua morfologia muito simples se assemelha à dos
homens modernos.
"Um indivíduo com essas características combinadas não pode ser classificado em nenhuma das
espécies conhecidas hoje", observa Florent Detroit.
Os ossos do pé também são muito surpreendentes: a falange proximal tem uma curvatura muito
pronunciada e inserções muito desenvolvidas para os músculos assegurando a flexão do pé. Não se
parece com uma falange do Homo sapiens, mas com a de um Australopithecus, um hominídeo
provavelmente bipedal e arbóreo.
"Não estamos afirmando que o Homo luzonensis vivia nas árvores, porque a evolução do gênero Homo
mostra que este gênero é caracterizado por um bipedismo severo desde 2 milhões de anos", ressalta
Florent Detroit.
O "reaparecimento" de características primitivas no Homo luzonensis pode ser explicado pelo
endemismo insular, segundo ele.
Durante o período do Quaternário, a ilha de Luzon nunca esteve acessível a pé. Se hominídeos
viveram lá, tiveram que encontrar um meio de atravessar o mar.
150
France Presse. Pesquisa indica descoberta de nova espécie humana nas Filipinas. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2019/04/10/pesquisa-indica-descoberta-de-nova-especie-humana-nas-filipinas.ghtml. Acesso em 11 de abril de 2019.
Questões
01. (UFRR – Técnico de Tecnologia da Informação – UFRR – 2019) As criptomoedas são moedas
virtuais, utilizadas para a realização de pagamentos em transações comerciais. Além de serem
completamente virtuais, existem três características que as diferenciam das moedas regulares:
descentralização, anonimato e baixo custo de transação
(Fonte: Politize!).
Qual das moedas abaixo não é uma criptomoeda?
(A) peso
(B) petro
(C) bitcoin
(D) monero
(E) dogecoin
02. (Câmara de Piracicaba – Jornalista – VUNESP – 2019) Maior e mais complexa infraestrutura
científica já construída no Brasil, o Sirius, laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, em Campinas (SP),
teve a primeira etapa inaugurada nesta quarta-feira (14.11.18), em cerimônia com a presença do
presidente da República, Michel Temer.
Orçado em R$ 1,8 bilhão, o laboratório que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e
Materiais (CNPEM) está com as obras civis concluídas e, nesta quarta (14.11.18), passará pelo primeiro
teste: uma volta de elétrons em dois dos três aceleradores que compõem o equipamento.
(G1 – https://glo.bo/2TevHX3 – Acesso em 27.04.19. Adaptado)
01. Resposta: A
Peso é o nome da moeda de vários países, normalmente de colonização espanhola, como peso
mexicano, peso chileno ou peso argentino
02. Resposta: E
A base científica servirá de estudo em várias frentes, como “Na área de saúde, uma delas é o estudo
do cérebro humano, o que permitirá desenvolver tratamentos e medicamentos para doenças como
Alzheimer, Parkinson e outras doenças degenerativas. Também poderá melhorar o diagnóstico por
imagens, a eficácia de medicamentos e decifrar estruturas virais para desenvolvimento de vacinas.”151.
03. Resposta: B
O exemplo para esse caso foi o vazamento das fotos da atriz Carolina Dieckman: o Projeto de Lei que
resultou na “Lei Carolina Dieckmann” foi proposto em referência e diante de situação específica
experimentada pela atriz, em maio de 2012, que supostamente teve copiadas de seu computador pessoal,
36 (trinta e seis) fotos em situação íntima e conversas, que acabaram divulgadas na Internet sem
autorização152.
A Lei Carolina Dieckmann foi como ficou conhecida a Lei Brasileira 12.737/2012, tipificando os
chamados delitos ou crimes informáticos.
Os delitos previstos na Lei Carolina Dieckmann são:
1) Art. 154-A - Invasão de dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores,
mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados
ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades
para obter vantagem ilícita. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
2) Art. 266 - Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de
informação de utilidade pública - Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
3) Art. 298 - Falsificação de documento particular/cartão - Pena - reclusão, de um a cinco anos e multa.
151
https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2018/11/13/sirius-1a-etapa-da-maior-estrutura-cientifica-do-pais-sera-inaugurada-nesta-quarta-veja-
numeros.ghtml
152
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/disciplinas/historia-atualidades/atualidades-do-ano-de-2017
Energia
Preços do petróleo desabam e têm maior queda diária desde 1991154
Arábia Saudita cortou o valor de venda do barril e indicou o início de uma guerra de preços. Na sexta-
feira, Rússia se opôs aos amplos cortes de produção sugeridos pela Opep para estabilizar os preços da
commodity.
Os preços dos contratos do petróleo recuavam ao redor de 20% nesta segunda-feira, depois que a
Arábia Saudita cortou o valor de venda do barril e indicou o início de uma guerra de preços entre os
grandes produtores. Na abertura dos negócios no mercado asiático, ainda na noite de domingo (horário
de Brasília). O preço do petróleo do tipo Brent chegou a recuar 31%, no maior tombo desde a Guerra do
Golfo (1990 e 1991).
A decisão da Arábia Saudita vem na esteira do fracasso das negociações entre a Organização dos
Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia sobre o volume da produção da commodity.
A Rússia se opôs ao corte de produção sugeridos pela Opep para estabilizar os preços do petróleo em
meio à epidemia de coronavírus, que desacelera a economia global e afeta a demanda por energia.
Perto das 8h, o barril de Brent caía 21,85%, em Londres, a US$ 35,38 na venda, enquanto que o barril
WTI, nos EUA, perdia 22,75%, a US$ 31,89.
Segundo a Reuters, a Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, planeja aumentar a
produção acima de 10 milhões de barris por dia (bpd) em abril, após o atual acordo para restringir a
produção entre a Opep e a Rússia – conhecida como OPEP + – expirar no fim de março.
A Arábia Saudita também reduziu o preço oficial de venda do barril para abril entre US$ 6 e US$ 8
dólar o barril.
"O avanço do coronavírus trouxe pânico para o mercado de petróleo", diz o sócio fundador do Centro
Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires. "O preço do petróleo nesse patamar deve provocar um
estrago nas economias. O tamanho desse estrago vai depender de por quanto tempo os preços ficarão
nesse patamar."
153
https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2019/04/28/huawei-um-guia-simples-para-entender-por-que-a-gigante-chinesa-e-alvo-de-tanta-
polemica.ghtml
154
G1. Preços do petróleo desabam e têm maior queda diária desde 1991. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/03/08/precos-do-petroleo-
desabam-neste-domingo.ghtml. Acesso em 09 de março de 2020.
Impactos no Brasil
Na avaliação de Pires, a queda brusca dos preços do petróleo pode levar o Brasil para dois caminhos:
a Petrobras pode reduzir o preço da gasolina e do diesel, mas com o risco de inviabilizar o etanol, ou o
governo pode aumentar a incidência da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) sobre
os combustíveis para preservar a geração de receita da estatal.
Desde a greve dos caminhoneiros, a Cide está zerada para o diesel. Na gasolina, a cobrança é de 10
centavos por litro. "A grande prejudicada com essa queda no preço pode ser a Petrobras. Vamos ver
como o governo vai agir", afirmou Pires.
Neste ano, a queda do preço do petróleo tem levado a Petrobras a reduzir o preço dos combustíveis
nas refinarias. A última redução ocorreu no fim de fevereiro. Os preços do diesel foram reduzidos em 5%
e os da gasolina em 4%.
Produção de petróleo do Brasil alcança 1 bilhão de barris pela 1ª vez na história em 2019155
No ano passado, produção de petróleo avançou 7,78% e chegou a 1,018 bilhão de barris.
A produção de petróleo do Brasil avançou 7,78% no ano passado e ultrapassou a marca de 1 bilhão
de barris pela primeira vez na história, acumulando 1,018 bilhão de barris no período, informou a Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta quarta-feira (22/01).
Já a produção de gás natural do país cresceu 9,46% no ano passado, somando 44,724 bilhões de
metros cúbicos.
Segundo a agência reguladora, o pré-sal foi responsável pela produção de 633,98 milhões de barris
no consolidado de 2019, além de 25,906 bilhões de metros cúbicos de gás natural - altas de 21,56% e
23,27% na comparação anual, respectivamente.
Dezembro representou um novo recorde mensal para a produção de petróleo no país, com
bombeamento médio de 3,106 milhões de barris por dia, alta de 15,44% ante igual período de 2018 e
0,52% acima do recorde verificado exatamente no mês anterior.
Já a produção média de gás natural atingiu no mês passado o recorde de 137,8 milhões de metros
cúbicos/dia, avanço de 21,19% no ano a ano e crescimento de 0,87% em relação a novembro, disse a
ANP.
A produção no pré-sal correspondeu a 66,82% da produção nacional em dezembro, com 2,655 milhões
de barris de óleo equivalente por dia. O campo de Lula, na Bacia de Santos, foi o maior produtor no
período.
Sul e Sudeste concentram 70% dos consumidores que geram a própria energia156
Segundo a Aneel, das 166,5 mil unidades que compõem a Geração Distribuída, 117,5 mil estão nessas
regiões. Agência discute fim de incentivos para quem produz a própria energia.
As regiões Sudeste e Sul concentram 70% dos consumidores brasileiros que produzem a própria
energia, apontam dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Estão ligadas a esse sistema, chamado oficialmente de Geração Distribuída, 166.497 unidades em
todo o país. O número reúne casas, comércios, condomínios e fazendas (que normalmente produzem
energia para atender a grandes consumidores, como shoppings ou supermercados).
Desse total, 117,5 mil (70,6%) estão nos estados do Sudeste e do Sul país. As duas regiões abrigam
56,3% da população.
155
Reuters. Produção de petróleo do Brasil alcança 1 bilhão de barris pela 1ª vez na história em 2019. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/22/producao-de-petroleo-do-brasil-alcanca-1-bilhao-de-barris-pela-1a-vez-na-historia-em-2019.ghtml. Acesso em 23
de janeiro de 2020.
156
Fábio Amato. Sul e Sudeste concentram 70% dos consumidores que geram a própria energia. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/10/sul-e-sudeste-concentram-70percent-dos-consumidores-que-geram-a-propria-energia.ghtml. Acesso em 10 de
janeiro de 2020.
Aneel vota nesta terça proposta que reduz incentivo para quem quer gerar a própria energia157
Mudanças devem entrar em vigor em 2020. Segundo relator, alterações poderão elevar de 4,5 para 7
anos o prazo para recuperação do investimento em painéis solares.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vota nesta terça-feira (15/10) proposta para alteração
das regras da chamada geração distribuída, sistema pelo qual consumidores podem produzir sua própria
energia, normalmente por meio do uso de painéis solares.
Como já era esperado, o texto vai prever medidas que acabam por reduzir incentivos para a adesão a
esse sistema. O tema vem sendo tratado na agência desde o início deste ano.
A Aneel vem defendendo a mudança sob o argumento de que os custos dos incentivos para quem
gera a própria energia acabam sendo pagos depois pelos demais consumidores.
O relator da proposta é o diretor da Aneel Rodrigo Limp. Segundo ele, se as alterações forem
aprovadas, a expectativa é que o prazo médio para que um consumidor residencial recupere o
investimento na instalação de seu gerador aumentará dos atuais 4,5 anos para cerca de 7 anos.
Depois de votada pela diretoria da agência, a proposta vai passar por consulta pública e pode sofrer
alterações.
A agência espera que as mudanças comecem a valer em 2020. Entretanto, a nova regra proposta
prevê gatilhos para a retirada dos incentivos. Isso quer dizer que o aumento do prazo para recuperação
do investimento não será imediato.
Além disso, as mudanças vão atingir somente aqueles que aderirem à geração distribuída depois que
as novas regras começarem a valer.
Entretanto, para os consumidores da chamada geração remota, ou seja, que geram a própria energia
em um local distante do ponto em que consomem, a previsão é de que as mudanças serão mais rápidas
e, a perda de atratividade do investimento, maior.
157
Fábio Amato. Aneel vota nesta terça proposta que reduz incentivo para quem quer gerar a própria energia. G1.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/10/15/aneel-vota-nesta-terca-proposta-que-reduz-incentivo-para-quem-quer-gerar-a-propria-energia.ghtml. Acesso em
15 de outubro de 2019.
Expectativa é que a medida gere redução nos preços da energia elétrica, mas especialistas apontam
que sucesso do projeto depende de fatores como melhorar da infraestrutura.
O governo está discutindo medidas para mudar o mercado de gás natural no Brasil, com o objetivo de
baratear os preços. Na prática, a ideia é acabar com o monopólio da Petrobras nessa área, permitindo
assim a concorrência entre diversas empresas.
A queda de custo deve atingir principalmente os principais consumidores do gás natural – a indústria
e o setor de energia termelétrica. Mas a expectativa do governo é que essa redução seja repassada ao
consumidor final.
Veja abaixo perguntas e respostas sobre o mercado de gás e as mudanças que estão sendo
analisadas:
Quem distribui?
Em geral, a distribuição de gás natural é feita separadamente por estado, na maioria por empresas
estatais. Apenas o estado de São Paulo é abastecido por mais de uma companhia. Além da Petrobras,
que atua no ES, existem outras 26 distribuidoras no país. São elas:
Sulgás (RS), SCGÁS (SC), Compagas (PR), MSGÁS (MS), Goiasgás (GO), Rongas (RO), CEBGAS
(DF), MTGás (MT), Cigás (AM), Gás do Pará (PA), Gasap (AP), Gasmar (MA), Gaspisa (PI), Cegás (CE),
Copergás (PE), Potigas (RN), PBGÁS (PB), Bahiagás (BA), ALGÁS (AL), Sergas (SE), Gasmig (MG),
Comgas (SP) e GasBrasiliano (SP), Ceg (RJ), Ceg Rio (RJ) e Gas Natural Fenosa (SP) – as três últimas
compõem a Naturgy.
A Petrobras, por meio da Gaspetro, tem participação em 19 dessas companhias. Roraima, Tocantins
e Acre não têm distribuição de gás natural.
Quanto custa?
O preço do gás natural do Brasil é alto na comparação com outros países, de cerca de US$ 13 por
metro cúbico. Nos Estados Unidos, por exemplo, o preço é de aproximadamente US$ 3 e em países da
Europa, US$ 7.
Adiantamento no relógio foi instituído pela primeira vez pelo ex-presidente Getúlio Vargas. Segundo
Bolsonaro, fim do período vai aumentar produtividade do trabalhador.
O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quinta-feira (25/02) o decreto que revoga o horário de verão.
A assinatura ocorreu durante cerimônia no Palácio do Planalto. Segundo o presidente, a medida segue
estudos que analisaram a economia de energia no período e como o relógio biológico da população é
afetado.
158
Laís Lis. Guilherme Mazui. Bolsonaro assina decreto que acaba com o horário de verão. G1. https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/25/bolsonaro-assina-
decreto-que-acaba-com-o-horario-de-verao.ghtml. Acesso em 25 de abril de 2019
Decreto
Bolsonaro falou, ainda, sobre o fato de a decisão ter sido tomada por meio de um decreto presidencial,
sem necessidade de aprovação do Parlamento.
Ele destacou a ”dificuldade de um parlamentar aprovar uma lei”, o que considera ser “muito difícil,
quase como ganhar na Mega Sena”.
"Muitas vezes, um decreto tem um poder enorme, como este assinado aqui, agora. A todos os
senhores [parlamentares], os demais que estão nos ouvindo, o governo está aberto. Quem tiver qualquer
contribuição para dar via decreto, via novo decreto ou via alteração de decreto, nós estamos à disposição
dos senhores”, completou.
Horário de verão
No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no verão de 1931/1932, pelo então
Presidente Getúlio Vargas. Sua versão de estreia durou quase seis meses, vigorando de 3 de outubro de
1931 a 31 de março de 1932.
No verão seguinte, a medida foi novamente adotada, mas, depois, começou a ser em períodos não
consecutivos. Primeiro, entre 1949 e 1953, depois, de 1963 a 1968, voltando em 1985 até agora.
O período de vigência do horário de verão é variável, mas, em média, dura 120 dias. Em 2008, o
horário de verão passou a ter caráter permanente.
No mundo, o horário diferenciado é adotado em 70 países - atingindo cerca de um quarto da população
mundial.
O horário de verão é adotado em países como Canadá, Austrália, Groelândia, México, Nova Zelândia,
Chile, Paraguai e Uruguai. Rússia, China e Japão, por exemplo, não implementam esta medida
O crescimento vertiginoso da energia eólica no Brasil foi responsável pela quebra de um recorde
importante no mês passado. A força do vento ultrapassou em capacidade instalada a hidrelétrica de Itaipu,
alcançando a vice-liderança no ranking da matriz elétrica do país, atrás apenas da hidroeletricidade. A
informação obtida em primeira mão pelo blog leva em conta os dados apurados pela Associação Brasileira
de Energia Eólica (ABBEólica) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Em números, apesar da eólica ser uma fonte intermitente de energia (a geração oscila de acordo com
a dinâmica dos ventos) os mais de 7 mil aerogeradores espalhados pelo país em 601 parques eólicos
somaram em abril 15 GW de capacidade instalada, superando os 14 GW da Itaipu, a segunda maior
hidrelétrica do mundo, atrás apenas de Três Gargantas, na China (18 GW).
Para ilustrar a nova posição do vento na matriz elétrica do Brasil, a Associação Brasileira de Energia
Eólica produziu o gráfico abaixo onde se vê a contribuição de cada fonte de energia separada por fonte
159
André Trigueiro. Vento alcança segundo lugar na matriz elétrica do Brasil. G1. https://g1.globo.com/natureza/blog/andre-trigueiro/noticia/2019/04/11/vento-
alcanca-segundo-lugar-na-matriz-eletrica-do-brasil.ghtml. Acesso em 11 de abril de 2019.
“Se considerarmos que a energia eólica tinha cerca de 1 GW instalado em 2011, é um feito realmente
impressionante chegarmos a ocupar este lugar de destaque na matriz elétrica”, disse Elbia Gannoum,
presidente executiva da ABEEólica.
Uma caprichosa combinação de ventos regulares com um modelo inovador de contratação de projetos
por leilão (quando o governo prioriza os preços mais baixos pela maior oferta de energia) explica o
sucesso da energia eólica no Brasil.
Além disso, a exuberância dos ventos na região Nordeste (que concentra 86% de toda a energia eólica
produzida no país) turbina os investimentos no setor. O blog já ouviu de diferentes investidores
estrangeiros a mesma explicação sobre o diferencial do litoral nordestino quando o assunto é energia
eólica: “É o melhor vento do mundo!”. A diferença está no chamado fator de capacidade, que é o
percentual médio de produção efetiva obtido pela conversão do vento em energia. Enquanto no mundo o
fato de capacidade está em 25%, no Brasil esse índice chegou no ano passado a 42%. No Nordeste, em
plena safra de vento que vai de junho a novembro, o fator de capacidade chega a ultrapassar os 80%.
Isso explica a predominância dos parques eólicos na região.
Para baixar custo de energia, Paulo Guedes quer mudança radical na exploração de gás160
A promessa do ministro da Economia, Paulo Guedes, de reduzir em até 50% o custo da energia para
promover a "reindustrialização" do país tem como pressuposto uma mudança radical no modelo de
exploração do gás natural.
A Petrobras tem o monopólio na exploração e também é proprietária da rede de dutos. Nessa cadeia
também entram as distribuidoras estatuais, que levam o insumo até o consumidor final.
A discussão da mudança no modelo já está avançada. Envolve os ministérios de Minas e Energia e da
Economia, a Petrobras e entidades do setor privado. Até mesmo um projeto de lei que propõe a alteração
das regras do setor e que estava paralisado na Câmara foi desengavetado.
O modelo se completa com a expansão da produção de gás projetada para os próximos anos, com o
avanço da exploração das reservas de petróleo do pré-sal. Nos últimos 20 anos, as reservas totais de
gás do país saltaram 62%, segundo a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e
de Consumidores Livres (Abrace).
A associação calcula que uma redução dos preços do gás pode significar um acréscimo de R$ 159
bilhões ao PIB até 2025. Atualmente, o Brasil paga quase três vezes mais pelo insumo do que países
como Estados Unidos.
A reivindicação da indústria é antiga, mas o cenário agora parece mais favorável. Dois entraves que
historicamente barravam as mudanças regulatórias no setor começam a ser resolvidos.
O primeiro era a própria Petrobras, que detém o monopólio do segmento e não estava disposta a
perdê-lo. Endividada, a estatal está focada atualmente em fazer desinvestimentos e já começou, inclusive,
a negociar parte da rede de gasodutos.
O segundo eram os governos dos estados que, por meio das concessionárias estaduais, ainda
dominam a distribuição do gás canalizado. Igualmente endividados e com o "pires na mão", os
governadores estão mais dispostos a negociar com a União.
O caminho para o corte nos preços será via Congresso. A meta é recolocar em votação um projeto
antigo – o PL 6407, de 2013, batizado de Lei do Gás. O texto foi desarquivado no fim de fevereiro e deve
voltar a ser debatido na Comissão de Minas e Energia da Câmara.
Coautor do projeto original, o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) diz que quer fazer o texto
avançar:
"Nós precisamos, no meu entendimento, de uma abertura de mercado e mudança semelhante do que
ocorreu no passado com o setor da eletricidade. A geração, transmissão e distribuição de energia estava
na mão de um só. E aí o preço ficava impossível de ter concorrência. É preciso repensar a legislação de
gás no Brasil, dando maior abertura e possibilidade de concorrência. Com isso, vamos ter mais
investimento e preços menores", declarou.
160
João Borges. Lima, P. Bianca. Nathalia Toledo. Para baixar custo de energia, Paulo Guedes quer mudança radical na exploração de gás.
https://g1.globo.com/economia/blog/joao-borges/post/2019/03/15/para-baixar-custo-de-energia-paulo-guedes-quer-mudanca-radical-na-exploracao-de-gas.ghtml.
Acesso em 15 de março de 2019.
02. (CELESC – Assistente Administrativo – FEPESE) A maior parte da energia elétrica consumida
no Brasil é produzida em usinas:
(A) Eólicas
(B) Hidrelétricas
(C) Termonucleares
(D) Nucleares
(E) Solares
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
O presidente, alegou em seu anúncio motivos econômicos e de saúde para a medida. Sob sua
justificativa, a economia de energia durante o horário de verão era insignificante, considerando as 15h o
horário de pico de consumo, além do fato de que 1 hora de diferença desregulava o relógio biológico das
pessoas.
02. Resposta: B
O Brasil ainda conta como principal fonte de energia a energia hidráulica. Termoelétricas e nucleares
ocupam apenas 10% da produção nacional.
(http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/recursos_hidricos/hidreletricas_no_brasil.html)
03. Resposta: B
O dois últimos anos foram especialmente positivos para a indústria da energia eólica no Brasil. Apenas
em 2017, a infraestrutura instalada gerou a quantidade recorde de 40,46 TWh de energia, o que significou
um crescimento de 26,2% em relação ao ano anterior e foi responsável pelo abastecimento de cerca de
22 milhões de residências, o equivalente a 67 milhões de pessoas. No cálculo que considera o período
de setembro de 2017 até agosto de 2018, foram gerados 47 TWh de energia eólica – e abasteceu 25
milhões de casas161.
161
https://bluevisionbraskem.com/inovacao/energia-eolica-sera-a-segunda-maior-fonte-energetica-do-brasil-em-2019/
Com pandemia, economia da China encolhe 6,8% no 1º trimestre, primeira queda da série
histórica162
Foi a primeira queda do PIB do país desde 1992, quando dados trimestrais oficiais do PIB começaram
a ser publicados no país.
A economia da China registrou a primeira contração em quase 30 anos. O Produto Interno Bruto (PIB)
do gigante asiático desabou 6,8% no 1º trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado,
confirmando os efeitos causados pela pandemia do novo coronavírus que parou o país no início de 2020.
É a primeira queda desde ao menos 1992, quando dados trimestrais oficiais do PIB começaram a ser
publicados no país.
Em termos anuais, a última vez que a China registrou ma contração do PIB foi em 1976, no fim da
Revolução Cultural.
Na comparação com o trimestre anterior, o PIB caiu 9,8% nos três primeiros meses do ano, informou
a Agência Nacional de Estatísticas.
No último trimestre de 2019, o crescimento da segunda maior economia do mundo foi de 6% na
comparação anual.
O desempenho do PIB da China desperta interesse devido ao peso do país na economia global.
"Os dados do PIB do primeiro trimestre ainda estão amplamente dentro das expectativas, refletindo as
perdas da paralisação econômica quando toda a sociedade estava isolada", disse Lu Zhengwei,
economista-chefe do Industrial Bank.
Em um esforço para conter a propagação do vírus, que causou oficialmente mais de 3.300 mortes no
país, a China adotou medidas de contenção sem precedentes no final de janeiro que impediram a
movimentação de trabalhadores, fecharam fábricas e lojas e afetaram duramente a economia.
FMI ainda prevê alta do PIB chinês em 2020
Em 2019, a economia da China, a segunda maior do mundo, cresceu 6,1%, um resultado modesto
para um país acostumado a elevadas taxas de crescimento econômico nas últimas décadas.
Devido à incerteza associada à pandemia, a China ainda não divulgou a meta de crescimento para
2020. Nas últimas previsões, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou um crescimento de 1,2%
para o PIB chinês este ano.
"Para a próxima fase, a falta de demanda geral é a preocupação. A demanda doméstica não se
recuperou totalmente uma vez que o consumo relacionado aos agrupamentos sociais ainda está proibido
enquanto a demanda externa deve ser prejudicada enquanto a pandemia se espalha", destacou Lu
Zhengwei.
O porta-voz da agência de estatísticas, Mao Shengyong, disse em entrevista à imprensa que o
desempenho econômico da China no segundo trimestre deve ser muito melhor do que no primeiro.
Entretanto, o consumo doméstico mais fraco, que tem sido o grande motor do crescimento, continua
sendo uma preocupação já que a renda desacelera e o resto do mundo cai em recessão.
A renda per capita disponível, após ajuste pela inflação, caiu 3,9% sobre o ano anterior no primeiro
trimestre, mostraram os dados.
As vendas no varejo caíram novamente em março, para 15,8% no comparativo anual. A produção
industrial, no entanto, caiu apenas 1,1%. Nos dois meses anteriores - a única estatística disponível -, as
vendas no varejo caíram 20,5% e a produção industrial, 13,5%.
Já o investimento em ativo fixo perdeu 16,1% entre janeiro e março sobre o ano anterior.
Medidas de estímulo
Os líderes chineses já prometeram mais medidas para combater as perdas mas estão cientes das
lições aprendidas em 2008-09, quando fortes estímulos pressionaram a economia com enormes dívidas.
No mês passado, o Politburo do Partido Comunista disse que está avaliando medidas como mais
títulos especiais de governos locais e bônus especiais do Tesouro.
O banco central já afrouxou a política monetária para ajudar a liberar crédito para a economia, mas
seu afrouxamento até agora tem sido menos agressivo do que durante a crise financeira.
O governo também contará com mais estímulo fiscal para alimentar o investimento em infraestrutura
e consumo, o que pode levar o déficit orçamentário de 2020 a uma máxima recorde.
162
G1. Com pandemia, economia da China encolhe 6,8% no 1º trimestre, primeira queda da série histórica. G1.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/04/16/pib-na-china-tem-primeira-contracao-desde-1976.ghtml. Acesso em 17 de abril de 2020.
O coronavírus já provocou 34.000 mortes em todo mundo. Países passam adotar medidas mais duras
de quarentena diante do avanço da doença
As populações de Moscou e de Lagos se uniram nesta segunda-feira (30/03) às mais de três bilhões
de pessoas confinadas em suas casas para tentar conter a propagação do novo coronavírus, uma
pandemia que já deixou mais de 700.000 infectados no planeta e que o presidente americano, Donald
Trump, parou de minimizar.
A obrigatoriedade do confinamento para lutar contra a pandemia, que já provocou mais de 34.000
mortes, incluindo um bebê de menos de um ano nos Estados Unidos, é mais difícil de ser respeitada em
vários países da África e da América Latina.
“Fiquem em casa!”. Na Venezuela, a ordem repetida incessantemente na televisão estatal esbarra na
realidade do país, onde 60% dos 30 milhões habitantes enfrentam a escassez de água, segundo a ONU.
Em um bairro popular de Caracas, era possível observar até 200 pessoas reunidas na rua aguardando
para encher os baldes de água… em um hidrante.
Nos Estados Unidos, foram registrados 140.000 casos de contágio, dos mais de 700.000 declarados
no mundo. Depois de passar dias relutando em admitir a dimensão da epidemia, o presidente Trump
mudou totalmente de estratégia.
“Potencialmente 2,2 milhões de pessoas poderiam morrer de COVID-19, se não tivéssemos feito
nada”, admitiu no domingo (29/03).
De acordo com estimativas de seu conselheiro sobre a pandemia, o doutor Anthony Fauci, com quem
parece ter um entendimento melhor agora, o novo coronavírus pode provocar “entre 100.000 e 200.000”
mortes na maior potência mundial, contra quase 2.400 vítimas fatais até o momento.
“Como leprosos”
Com dois terços das vítimas fatais no mundo, a Europa continua sendo o continente mais afetado.
Em Moscou, onde aqueles que não respeitam as medidas de quarentena podem ser punidos com até
cinco anos de prisão, o prefeito Serguei Sobyanin ordenou o confinamento total.
A partir desta segunda-feira, os 12,5 milhões de moscovitas podem sair de casa apenas por uma
emergência médica, para ir ao trabalho em caso de necessidade, ao supermercado, ou à farmácia.
Espanha, segundo país com mais falecimentos pela COVID-19 depois da Itália, foram registradas 812
mortes nas últimas 24 horas, número um pouco menor depois do recorde registrado no domingo, de 838
óbitos.
Diante da situação alarmante, o governo espanhol endureceu o confinamento anunciado em 14 de
março. A partir desta segunda-feira, todas as atividades não essenciais serão suspensas por pelo menos
duas semanas.
Com quase 11.000 mortes, a Itália, país com o maior número de vítimas fatais, registra uma leve
desaceleração do avanço do vírus.
“Em todos os departamentos de emergência aconteceu uma redução da entrada de pacientes”,
declarou Giulio Gallera, secretário de Saúde da região da Lombardia, norte do país, a mais atingida do
território.
Na vizinha França (mais de 2.600 mortos), a escassez de material afeta os hospitais, e as autoridades
encomendaram um bilhão de máscaras, sobretudo da China.
Como acontece em outros países, a França começa a registrar uma crescente discriminação a respeito
dos profissionais da saúde, que se tornaram alvos de suspeitas e até de ataques de vizinhos e pacientes
que temem contrair a COVID-19.
“Estamos colocando nossas vidas em perigo para ajudar os demais e agora nos tratam como leprosos”,
lamenta Lucille, uma enfermeira que trabalha na região sudeste de Paris e que recebeu uma carta
anônima com a exigência de que passe a fazer as compras fora da cidade e pare de passear com seu
cão.
Com mais de 1.200 mortos e 20.000 casos confirmados, a epidemia também acelera no Reino Unido,
cujas autoridades advertiram no domingo que o país pode demorar seis meses, ou mais, para retomar a
vida normal após a pandemia.
Morrer de fome
Na África, as autoridades da Nigéria, país mais populoso do continente, decretaram o confinamento
total em Lagos, megalópole de 20 milhões de habitantes, assim como na capital Abuja, a partir desta
segunda-feira à noite.
Até o momento, o país registrou quase 100 casos da doença, mas o número pode disparar
rapidamente, advertiu o ministro da Informação, Lai Mohammed.
As medidas de confinamento provocam muita incompreensão e indignação na África subsaariana,
onde grande parte da população vive com menos de dois dólares ao dia e depende da economia
alternativa para sobreviver.
No Zimbábue, afetado por duas décadas de crise econômica, o confinamento de três semanas a partir
desta segunda-feira promete ser particularmente doloroso para os 16 milhões de habitantes.
“Poucas pessoas podem pagar por uma refeição diária em tempos normais, afirmou Prince Gwanza,
morador da capital. “Temo que as pessoas vão morrer de fome isoladas em casa”, desabafou.
Tribunal Constitucional Federal declara inconstitucional lei que penalizava assistência ao suicídio 'em
caráter comercial'. Médicos e pacientes terminais saúdam decisão. Igrejas criticam.
"Se eu não aguentar mais a dor, gostaria que me deixassem ir", pede Melanie S. ao médico Lukas
Radbruch, no Hospital Universitário Bonn-Venusberg, na Alemanha. A mulher de 63 anos sofre de câncer
de pulmão em estágio avançado. Para ela, o que é particularmente preocupante é, repentinamente, não
ser capaz mais de engolir e morrer sufocada.
Ela diz não querer vivenciar isso com plena consciência. Após o veredito do Tribunal Constitucional
Federal desta quarta-feira (26/02), Melanie ousou falar abertamente sobre a possibilidade de suicídio
acompanhado por um médico.
Essa assistência era, na prática, proibida pelo Parágrafo 217 do Código Penal Alemão. O Bundestag
criara a lei em dezembro de 2015 com a intenção de proibir associações ou indivíduos de "fazerem
negócios com a morte". Tais ofertas haviam vivenciado um verdadeiro boom nos anos anteriores, e os
legisladores quiseram dar uma resposta. A lei dizia: "Quem, tendo a intenção de promover o suicídio de
outrem, lhe garantir, obtiver ou intermediar essa oportunidade em caráter comercial, será punido com
pena de até três anos de prisão ou multa."
Desde então, os juristas discutiram acirradamente sobre o conceito de "caráter comercial". Afinal, o
"aconselhamento repetido" sobre a morte assistida já seria passível de punição. Mesmo uma referência
a um "jejum até a morte", por meio da abstenção de alimentos, já poderia ser punido. As consequências
dessa situação foram amplas.
Medicina paliativa
O advogado especializado em direito medicinal Wolfgang Putz foi um dos envolvidos no caso. Ele falou
sobre condições insustentáveis que precisam ser urgentemente repensadas: "A influência das duas
grandes igrejas na Alemanha sobre os tomadores de decisão ainda é muito grande na política, mesmo
que sejamos, em tese, um Estado secular."
A Igreja Evangélica e a Igreja Católica são contra qualquer forma de eutanásia ou suicídio assistido.
Representantes se declararam decepcionados com a decisão.
Putz disse considerar positivo que o Tribunal Constitucional Federal, como a mais alta autoridade legal
na Alemanha, venha novamente regular o direito à autodeterminação das pessoas, assegurada na
Constituição.
O médico Lukas Radbruch, que há muito tempo ouve as preocupações e angústias de Melanie S.,
disse que agora é importante muita sensibilidade por parte dos médicos. Ele também é presidente da
Sociedade Alemã de Medicina Paliativa, ou seja, a medicina para aliviar a dor quando a cura não é mais
possível.
Ele disse ter constatado que a questão do suicídio assistido é frequentemente um pedido de ajuda,
uma esperança "de uma saída de emergência". Radbruch aponta que quando pôde ofertar um sedativo
como alternativa, isso foi aceito de bom grado na maioria dos casos.
"Se a atual decisão do Tribunal Constitucional Federal for percebida como um novo estímulo aos
prestadores de serviço de suicídio assistido, isso significa um desenvolvimento perigoso para a nossa
sociedade", alerta.
Ele teme que muitas pessoas com doenças terminais reiterem ainda mais que não querem ser um
fardo para os outros. Para ele, não se deve criar de forma alguma uma situação de pressão para os
doentes. E as barreiras para alguém acabar com a própria vida não devem ser reduzidas sob nenhuma
circunstância.
O Tribunal Constitucional Federal reconheceu que os objetivos da lei de 2015 eram legítimos. O
argumento de então era: o Estado deve proteger a vida, e o suicídio assistido por meio de associações
não deve se tornar a regra na sociedade alemã. Além disso, ninguém deve se sentir pressionado a morrer
para não ser um peso para seus parentes. Mesmo que tudo isso seja legítimo, não se pode tornar retirar
de uma pessoa a decisão final sobre a própria vida, determinaram os juízes na decisão desta quarta-feira.
Referendo de 2016 aprovou a saída dos britânicos do bloco, mas ela só acontece 3 anos depois.
“Brexit” é a junção das palavras em inglês “British” e “exit” e significa “saída britânica”. O termo é usado
para se referir à saída do Reino Unido da União Europeia (UE), que se concretiza nesta sexta-feira
(29/01).
O processo teve origem em grupos da direita da Inglaterra inicialmente minoritários e ganhou força ao
longo dos anos 2010. A discussão ganhou contornos mais sólidos em 2016, após a proposta ser aprovada
em referendo com 52% de votos favoráveis dos britânicos, contra 48% que rechaçaram a saída da UE.
No entanto, para quem era a favor da permanência dos britânicos no bloco, o Brexit vai:
- dificultar para cidadãos do Reino Unido viver em outros países da União Europeia;
- prejudicar negócios hoje favorecidos com regulamentação e burocracia comuns entre os países;
- reduzir lucros devido à cobrança de tarifas de exportação para os países europeus, destino de grande
parte dos produtos britânicos exportados;
- não ter qualquer garantia de que o dinheiro hoje repassado à UE será aplicado em demandas
internas, como serviços de saúde e segurança.
Acordo de 'divórcio'
Aprovado pela maioria dos eleitores britânicos em 2016, teve início o processo de fechar um acordo
com os termos do divórcio. Para isso, foi preciso que tanto parlamentares que representam o bloco
europeu quanto os legisladores do Reino Unido discutissem como ficam temas como:
- o valor a ser pago pelos britânico à UE por quebrar contrato de parceria;
- os britânicos residentes em outros países da UE e europeus que moram no Reino Unido;
- a situação da República Irlanda, país independente e membro da UE, mas situado na mesma ilha
que a Irlanda do Norte, parte integrante do Reino Unido. A polêmica gira em torno de como não criar uma
barreira física entre as duas Irlandas. Os dois países viveram anos de conflito, e um acordo de 1999 que
pôs fim à violência acabou com a “fronteira dura”, física, permitindo que cidadãos dos dois países possam
circular livremente, sem passar por controle de migração.
165
G1. Do referendo à saída efetiva, entenda as etapas que concretizaram o Brexit. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/01/31/do-referendo-a-
saida-efetiva-entenda-as-etapas-que-concretizaram-o-brexit.ghtml. Acesso em 31 de janeiro de 2020.
Governo iraniano vê aumentar as tensões domésticas e internacionais após admitir ter abatido
acidentalmente Boeing ucraniano. Embaixador britânico detido temporariamente nega participação em
protesto antigovernamental.
Crescem as tensões domésticas e internacionais contra Teerã após o governo iraniano admitir ter
derrubado acidentalmente um avião ucraniano, matando todas as 176 pessoas a bordo. Neste domingo
(12/01), o embaixador do Reino Unido em Teerã, Robert Macaire, negou ter participado de um protesto
antigovernamental. O diplomata foi detido temporariamente no dia anterior, acusado de incitar
manifestações contra o governo.
"Posso confirmar que não participei de nenhuma manifestação. Fui a um evento anunciado como uma
vigília para as vítimas da tragédia do voo PS 752", disse Macaire em uma mensagem no Twitter, referindo-
se ao Boeing abatido por engano pelo Irã.
O diplomata ficou detido por mais de uma hora, informou o Ministério do Exterior britânico, que repudiou
o ocorrido. "A prisão do nosso embaixador em Teerã sem motivo nem explicações é uma flagrante
violação da legislação internacional", afirmou em nota o ministro britânico do Exterior, Dominic Raab.
O reconhecimento da derrubada da aeronave pela Guarda Revolucionária do Irã ocorreu dias após a
tragédia, levantando questões sobre o motivo pelo qual o governo rejeitara as acusações de que o avião
havia sido alvejado logo após a decolagem do Aeroporto Internacional Iman Khomenei, em Teerã.
Também levanta questões sobre o porquê de o Irã não ter fechado o aeroporto e o espaço aéreo na
quarta-feira, quando se preparava para retaliar os EUA com um ataque de mísseis a uma base iraquiana
que abriga tropas americanas.
O general Amir Ali Hajizadeh, chefe da força aeroespacial da Guarda Revolucionária, disse no sábado
que o avião da Ukrainian International Airlines foi confundido com um míssil de cruzeiro dos EUA em um
momento em que as defesas aéreas do país estavam em alerta máximo.
166
Deutsche Welle. Teerã enfrenta protestos após reconhecer derrubada de avião. DW. https://www.dw.com/pt-br/teer%C3%A3-enfrenta-protestos-
ap%C3%B3s-reconhecer-derrubada-de-avi%C3%A3o/a-51973402. Acesso em 13 de janeiro de 2020.
Veja os 10 fatos que marcaram a tensão entre EUA e Irã no fim de semana167
Após ataque dos EUA matar 2º homem mais poderoso do Irã, Trump e iranianos trocaram ameaças,
funeral atraiu multidão, acordo nuclear foi rompido e outros líderes mundiais buscaram diálogo.
Veja abaixo os dez fatos mais importantes da escalada de tensão entre os EUA e o Irã entre a quinta-
feira (02/01) e o domingo (05/01):
167
G1. Veja os 10 fatos que marcaram a tensão entre EUA e Irã no fim de semana. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/01/06/veja-os-10-fatos-
que-marcaram-a-tensao-entre-eua-e-ira-no-fim-de-semana.ghtml. Acesso em 06 de janeiro de 2020.
4 - Petróleo sobe
O preço do petróleo atingiu na sexta o maior nível desde abril de 2019. O óleo do tipo Brent subiu
3,6%, para US$ 68,60 o barril. O Iraque, centro da tensão, é o segundo maior produtor da Organização
dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
6 - Foguetes no Iraque
No sábado, ataques com foguetes atingiram uma base militar que abriga americanos no Iraque e a
Zona Verde de Bagdá, onde ficam as embaixadas, perto da representação dos EUA. No domingo, mais
foguetes atingiram a Zona Verde. Ninguém morreu.
Estes ataques têm efeito simbólico, mas são menores do que a reação que analistas acreditam ser
possível após morte de um dos maiores líderes do Irã.
'Nem parece que estamos sofrendo impeachment', diz Trump sobre decisão da Câmara168
Mais cedo, Trump disse que sequer assistiria à votação do impeachment na Câmara. Candidato à
reeleição nas eleições de 2020, Trump viajou a Battle Creek, no Michigan, para um comício com
apoiadores.
Relatório apontou que país tem 2ª maior concentração de renda do mundo, com 1/3 de todas as
riquezas nas mãos do 1% mais rico.
O Brasil ficou na 79ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) nesta segunda-feira (09/12).
168
G1. 'Nem parece que estamos sofrendo impeachment', diz Trump sobre decisão da Câmara. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/12/18/nem-
parece-que-estamos-sofrendo-impeachment-diz-trump-apos-camara-aprovar-acusacoes.ghtml. Acesso em 19 de dezembro de 2019.
169
G1. Brasil perde uma posição em ranking do IDH. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/12/09/brasil-perde-uma-posicao-em-ranking-do-
idh.ghtml. Acesso em 09 de dezembro de 2019.
Desigualdade
O Pnud também avaliou, em 150 países, o IDH “ajustado às desigualdades”. Este índice mede a perda
do desenvolvimento humano devido à distribuição desigual dos ganhos do IDH.
Nesta avaliação, o Brasil ficou com o índice 0,574 e ocupou a 102ª posição. Na América do Sul, o país
foi o segundo que mais perdeu no IDH devido ao ajuste realizado pela desigualdade, ficando atrás apenas
do Paraguai (que foi da posição 98, com 0,724, para a posição 112, com 0,545).
No relatório, a ONU defendeu que a desigualdade de renda precisa ser combatida, mas disse também
que é preciso ter atenção à desigualdade de acesso à tecnologia e de formação, que pode ter efeito nas
próximas gerações.
O levantamento apresentou também indicadores para medir a distribuição de renda entre a população
de um país, são três: participação na renda dos 40% mais pobres, participação na renda dos 10% mais
ricos e participação na renda dos 1% mais ricos.
Com esse dado, o relatório apontou que quase um terço de todas as riquezas do Brasil estão
concentradas nas mãos dos 1% mais ricos. É a segunda maior concentração de renda do mundo, ficando
atrás apenas do Catar.
Gênero
Para avaliar as disparidades e desigualdades entre homem e mulher, o Pnud apresenta o Índice de
Desenvolvimento de Gênero, que traz os mesmos indicadores do IDH com separação por sexo em 166
países. O IDH para mulheres mostrou que as brasileiras estão em melhores condições de saúde e
educação que os homens, mas ficam abaixo quando o assunto é renda bruta.
No Brasil, as mulheres têm mais anos esperados de escolaridade (15,8 frente a 15 dos homens) e
maior média de anos de estudo (8,1 anos contra 7,6 nos homens), entretanto, a renda nacional bruta per
Trump acusa Brasil e Argentina de desvalorizarem moedas e diz que vai restaurar tarifas sobre
aço e alumínio170
Sobretaxa sobre produtos foi adotada no ano passado em meio à guerra comercial com a China, mas
Brasil e Argentina tiveram 'alívio' da cobrança em agosto.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta segunda-feira (02/12), em uma rede
social, Brasil e Argentina de desvalorizarem "maciçamente" suas moedas, e afirmou que vai reinstalar as
tarifas de importação sobre o aço e o alumínio dos dois países.
"Brasil e Argentina têm presidido uma desvalorização maciça de suas moedas. O que não é bom para
nossos agricultores", escreveu Trump em uma rede social. Portanto, com efeito imediato, restaurarei as
tarifas de todos os aços e alumínio enviados para os EUA a partir desses países".
"O Federal Reserve [banco central dos EUA] deveria agir da mesma forma, para que países, que são
muitos, não se aproveitem mais nosso dólar forte, desvalorizando ainda mais suas moedas. Isso torna
muito difícil para nossos fabricantes e agricultores exportarem seus produtos de maneira justa", disse ele.
Do início do ano até a última sexta-feira (29/11), o dólar já subiu 9,43% frente ao real, barateando as
exportações brasileiras e aumentando a competitividade dos produtos do país lá fora.
Em agosto de 2018, Trump anunciou um alívio nas cotas de importação de aço e alumínio que
excedam as cotas livres do pagamento das sobretaxas impostas pelo governo dos Estados Unidos em
março do mesmo ano. A decisão de flexibilizar a tarifa atingiu as cotas de aço da Coreia do Sul, Brasil e
Argentina e do alumínio da Argentina.
Desde então, as empresas americanas que comprarem aço do Brasil não precisavam pagar 25% a
mais sobre o preço original, caso comprovem falta de matéria-prima no mercado interno.
O dólar fechou a R$ 4,2397 na sexta-feira, em alta de 0,57%, acumulando valorização de 5,73% no
mês de novembro. No ano, tem alta de 9,43% frente ao real.
Histórico
A sobretaxa do aço foi um dos primeiros capítulos da guerra comercial de Trump. Visando a atingir
sobretudo a China, o governo americano impôs uma regra geral e, aos poucos, renegocia com cada país.
Em março do ano passado, o presidente americano impôs tarifa de 25% às importações de aço e de
10% às de alumínio alegando questões de segurança nacional. A decisão desencadeou uma série de
retaliações pelo mundo e adoção de salvaguardas por outros países e blocos.
Na ocasião, a indústria brasileira classificou a sobretaxa à importação de aço e alumínio, na ocasião,
como medida de 'injustificada e ilegal' e com potencial de provocar "dano significativo" para as
siderúrgicas instaladas no Brasil, uma vez que o Brasil é o segundo maior fornecedor de ferro e aço dos
Estados Unidos.
Quase 10 mil integrantes das Forças Armadas foram mobilizados para atuar contra os protestos.
A capital chilena viveu o terceiro dia de distúrbios no domingo (20/10) com confrontos violentos entre
manifestantes e forças de policiais. Os protestos pela suspensão do aumento nas passagens de metrô
seguiram mesmo após o presidente Sebastián Piñera anunciar no sábado (19/10) sua revogação.
Na noite de sábado (19/10), manifestantes atacaram vidraças de prédios, destruíram semáforos,
queimaram ônibus e invadiram e incendiaram um supermercado. O balanço oficial divulgado nesta
segunda-feira (21/10) aponta 11 mortes nos protestos.
Entenda em cinco pontos os distúrbios no Chile:
170
G1. Trump acusa Brasil e Argentina de desvalorizarem moedas e diz que vai restaurar tarifas sobre aço e alumínio.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/12/02/trump-acusa-brasil-e-argentina-de-desvalorizarem-moedas-e-diz-que-vai-devolver-tarifas-sobre-aco-e-
aluminio.ghtml. Acesso em 02 de dezembro de 2019.
171
G1. Entenda a onda de protestos no Chile. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/10/20/entenda-a-onda-de-protestos-no-chile.ghtml. Acesso
em 21 de outubro de 2019.
Decisão de Donald Trump de retirar militares dos EUA se tornou um sinal verde para uma ofensiva da
Turquia contra militantes curdos no nordeste da Síria. Oposição alerta que a medida pode fortalecer o
Estado Islâmico.
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar tropas norte-americanas do
nordeste da Síria abriu caminho para uma ofensiva da Turquia contra forças curdas na região. Poucas
horas depois do anúncio da medida, na segunda-feira (07/10), a televisão síria registrou imagens de
explosões atribuídas a militares turcos.
Após Trump anunciar a decisão, políticos dos Estados Unidos – inclusive aliados do presidente, como
o senador republicano Lindsey Graham – alertaram para as consequências da retirada dos militares norte-
americanos, como:
- Aumento da violência contra a população curda no norte da Síria;
- Sem apoio dos EUA, curdos poderiam buscar ajuda em rivais dos norte-americanos como o regime
de Bashar al-Assad, Rússia ou Irã;
- Possível retorno da ocupação territorial do Estado Islâmico.
"A consequência mais provável dessa decisão impulsiva é o domínio do Irã sobre a Síria", declarou
Graham no Twitter.
Todas essas consequências levantadas têm a ver com o papel da população curda no Oriente Médio.
Esse é um dos motivos pelos quais a Turquia pretende criar uma "zona livre" na fronteira com a Síria –
é lá onde se concentram as forças curdas. O governo de Recep Tayyip Erdogan alega que a milícia curda
YPG, que atua no nordeste sírio, atua de forma terrorista e está por trás de ataques em território turco
ligados ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
A Turquia já fez ofensivas no norte da Síria, especialmente na região noroeste – área onde o regime
de Bashar al-Assad não encontrava resistência de tropas opositoras lideradas pelos curdos. Em
172
Lucas Vidigal. Entenda quem são os curdos e por que eles estão na mira de uma ofensiva turca na Síria. G1 Mundo.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/10/08/entenda-quem-sao-os-curdos-e-por-que-eles-estao-na-mira-de-uma-ofensiva-turca-na-siria.ghtml. Acesso em 18 de
outubro de 2019.
Nessa segunda frente, o professor Baghdadi destaca que as forças curdas exerceram protagonismo
nas batalhas contra militantes extremistas do Estado Islâmico. Inclusive, tiveram papel central
na retomada de Raqqa, cidade síria libertada da facção terrorista em 2017.
"Se tem alguém que lutou 'olho no olho' contra o Estado Islâmico, esses foram os curdos", aponta.
Como o Estado Islâmico não teve nenhum governo no Oriente Médio dando respaldo oficial, os países
da região fizeram vista grossa para que os curdos combatessem os terroristas. Isso abriu caminho para
que os EUA financiassem os militantes do Curdistão sírio.
O afastamento entre Turquia e EUA se intensificou justamente com o apoio norte-americano aos
curdos, ainda que sob justificativa de combate ao Estado Islâmico. Isso ocorreu durante o governo
de Barack Obama, e, com a eleição de Trump, o novo presidente prometeu retirar o país de guerras "sem
sentido".
A Casa Branca considera que o Estado Islâmico foi completamente derrotado na Síria e perdeu
praticamente todo o poderio territorial que detinha em 2014 – uma das justificativas adotadas por Trump
para retirar os militares norte-americanos da região.
"Os curdos lutaram conosco, mas gastamos enorme quantia de dinheiro e equipamento para isso. Eles
lutam contra a Turquia há décadas. Eu segurei essa luta por quase três anos, mas é hora de deixar essas
guerras ridículas sem fim, muitas delas tribais, e trazer nossos soldados de volta para casa", escreveu
Trump.
Dessa forma, o presidente dos EUA pode reconquistar o apoio da Turquia em um momento em que
Erdogan se aproximou da Rússia – país que é justamente o principal rival militar da Otan na Europa.
Mesmo assim, Trump alertou que "destruirá a economia da Turquia" caso Erdogan "ultrapasse os
limites" nas ofensivas na Síria. Porém, o norte-americano não detalhou quais seriam esses limites.
Na terça-feira, 51 pessoas foram detidas e mais de 70 policiais ficaram feridos em várias cidades;
governo e a oposição da Espanha vão discutir medidas.
A Catalunha tem nesta quarta-feira (16/10) o terceiro dia de protestos contra sentença que condenou
de 9 a 13 anos de prisão os líderes do movimento fracassado de independência catalã de 2017. O governo
afirmou que 51 pessoas foram detidas nesta madrugada em várias cidades.
De acordo com o ministério do Interior, 29 pessoas foram detidas na província de Barcelona, 14 em
Tarragona e oito em Lleida.
Além disso, 54 policiais regionais e 18 policiais nacionais ficaram feridos. Alguns deles sofreram
fraturas, de acordo com o Ministério do Interior.
Na noite de terça-feira (16/10), um violento confronto entre manifestantes e policiais ocorrido no centro
de Barcelona. Cerca de 40 mil pessoas participaram de uma manifestação na cidade. À noite, policiais
tentaram dispersar a multidão e houve confronto.
Também foram registrados confrontos nas cidades de Tarragona, Lleida e Girona, onde foram
organizadas concentrações diante das respectivas sedes das delegações do governo espanhol. Nesta
manhã, grupos pró-independência caminhavam em uma estrada perto de Girona. Não havia registro de
confrontos violentos.
Na abertura do mercado, cotação do barril saltou quase 20% em Londres, a maior alta durante uma
sessão desde a guerra do Golfo em 1991.
O preço do petróleo disparou nesta segunda-feira (16/09) em Londres após os ataques do fim semana
contra instalações da petroleira Aramco, na Arábia Saudita, que cortaram pela metade a produção do
maior exportador mundial.
Às 9h30 GMT (6h30 de Brasília), o barril de Brent, referência na Europa, registrava alta de 9,52% na
comparação com sexta-feira, sendo negociado a US$ 65,97 no Intercontinental Exchange (ICE) de
Londres. Nos Estados Unidos, o barril WTI subia 8,71%, negociado a US$ 59,63.
173
G1. Catalunha tem 3º dia de protestos contra pena de prisão para independentistas. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/10/16/catalunha-tem-3o-dia-de-
protestos-contra-pena-de-prisao-para-independentistas.ghtml. Acesso em 16 de outubro de 2019.
174
G1. Preços do petróleo disparam após ataques a instalações na Arábia Saudita. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/09/16/precos-do-petroleo-
disparam-apos-ataques-a-instalacoes-na-arabia-saudita.ghtml. Acesso em 16 de setembro de 2019.
Grupo com 7 das principais economias do mundo se reúne neste fim de semana. Boris Johnson, do
Reino Unido, Emmanuel Macron, da França, e Justin Trudeau, do Canadá, também querem que cúpula
discuta queimadas.
Os incêndios na Amazônia são uma situação urgente que deve ser debatida no encontro de cúpula do
G7, afirmou nesta sexta-feira (23/08) um porta-voz da primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel.
A chanceler é a terceira líder do G7 que sinaliza que o grupo, que se reunirá neste fim de semana em
Biarritz, sudoeste francês, pretende discutir o fogo na floresta amazônica. Emmanuel Macron, da França,
e Justin Trudeau, do Canadá, já se pronunciaram na mesma linha de Merkel. Estados Unidos, Reino
Unido, Itália e Japão também compõem o grupo.
“A magnitude dos incêndios é preocupante e ameaça não só o Brasil e os outros países afetados, mas
também o mundo inteiro”, disse Steffen Seibert, representante de Merkel.
As queimadas na Amazônia aumentaram 82% de janeiro a agosto, na comparação com o mesmo
período do ano passado, e se intensificaram nas últimas semanas. Na noite de quinta-feira (22/08), o
presidente Jair Bolsonaro fez reunião de emergência com ministros para discutir que medidas devem ser
tomadas.
Resposta de Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro respondeu ao francês Macron pelas redes sociais na quinta (22/08). Ele
disse lamentar que o presidente da França "busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil" para
"ganhos políticos pessoais" e criticou o "tom sensacionalista" sobre a Amazônia.
Ele também disse que o francês se refere à Amazônia "apelando até para fotos falsas". A imagem que
Macron usou junto com seu texto na rede social é antiga. Ela foi feita pelo fotógrafo americano Loren
McIntyre, que morreu em 2003.
Representantes do bloco econômico formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai fazem reunião
de dois dias na cidade de Santa Fé, na Argentina.
176
G1. Brasil assume a presidência do Mercosul e quer dar continuidade à gestão argentina. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/07/16/brasil-
assume-a-presidencia-do-mercosul-e-quer-dar-continuidade-a-gestao-argentina.ghtml. Acesso em 18 de julho de 2019.
Acordo entre Mercosul e UE prevê prazo de adaptação para indústria brasileira e pode gerar
mais de 778 mil empregos em 10 anos, diz CNI177
Para o presidente da CNI, Robson Braga, esse acordo pode representar o 'passaporte para o Brasil
entrar na liga das grandes economias do comércio internacional'.
O acordo para a área de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia terá dispositivos para a
indústria brasileira se "adaptar à competitividade da indústria europeia", informou nesta sexta-feira (28/06)
a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
"Para os países do Mercosul, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, o acordo prevê um período de
mais de uma década de redução de tarifas para produtos mais sensíveis à competitividade da indústria
europeia. No caso europeu, a maior parte do imposto de importação será zerada tão logo o tratado entre
em vigor. O acordo cobre 90% do comércio entre os blocos", informou.
Segundo a CNI, os dois blocos formarão uma área de livre comércio que soma US$ 19 trilhões em
Produto Interno Bruto (PIB) e um mercado de 750 milhões de pessoas.
"A depender do movimento europeu de abertura de seu mercado agrícola, o acordo pode agregar US$
9,9 bilhões às exportações do Brasil para a União Europeia. Um aumento de 23,6% em dez anos, com
potencial de gerar 778,4 mil empregos", informou a entidade.
177
Alexandro Martello. Acordo entre Mercosul e UE prevê prazo de adaptação para indústria brasileira e pode gerar mais de 778 mil empregos em 10 anos, diz
CNI. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/06/28/acordo-entre-mercosul-e-ue-preve-prazo-de-adaptacao-para-industria-brasileira-e-pode-gerar-
mais-de-778-mil-empregos-em-10-anos-diz-cni.ghtml. Acesso em 01 de julho de 2019.
Governo de Hong Kong suspende polêmico projeto de lei de extradição após protestos178
Proposta que permite extradição para a China inicialmente seria votada em 20 de junho, mas a líder
do governo anunciou a 'suspensão' do processo até novo aviso. Opositores da medida mantiveram a
manifestação convocada para este domingo (16/06).
A chefe do governo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou neste sábado (15/06) a "suspensão" de
seu polêmico projeto de lei que permite extradições para a China. A proposta gerou uma grande oposição
nas ruas durante a última semana e a rejeição geral da sociedade.
Lam esclareceu em entrevista coletiva que a segunda leitura do projeto, que poderia permitir que a
China tenha acesso a "fugitivos" em Hong Kong, está "suspensa" até novo aviso, mas não estabeleceu
nenhum prazo específico para retomar o projeto.
Entenda a polêmica:
Ao contrário de outras regiões da China, Hong Kong, que até 1997 estava cedida ao Reino Unido,
funciona sob o princípio de "um país, dois sistemas", com seu próprio sistema de leis e fronteiras e maior
liberdade de expressão;
Por isso, a região virou o destino de muitos migrantes e dissidentes que deixaram a China continental
para fugir da pobreza ou da perseguição política;
O projeto de lei apresentado em fevereiro, porém, abre brecha para que pessoas acusadas de crimes
em Hong Kong possam ser extraditadas para o continente, uma medida vista com preocupação por
diversos grupos, que veem nela uma potencial ameaça para as liberdades dos moradores da ilha.
'Aceitamos as críticas'
No anúncio da suspensão do projeto neste sábado, Lam disse que sua ideia original era cobrir um
vácuo legal para "impedir que Hong Kong se tornasse um paraíso para os criminosos", um objetivo que
"não mudou".
"Nós criamos um grande conflito e muitas pessoas estão decepcionadas e tristes, eu também estou
triste e sinto muito por desencadear este conflito. Nós aceitamos as críticas com sinceridade e humildade,
e vamos melhorar. O governo escutará abertamente as opiniões sobre o projeto legislativo. Vamos nos
comunicar com a sociedade, vamos explicar mais e vamos ouvir mais", afirmou ela.
A decisão foi anunciada depois que Carrie Lam se reuniu com membros de seu conselho, na véspera
de uma nova manifestação marcada para este domingo (16/06) e depois de aliados pedirem o adiamento
do projeto.
Mais de 30% dos refugiados no Brasil têm ensino superior, aponta pesquisa da ONU179
Levantamento socioeconômico entrevistou 487 pessoas do total de 10,5 mil imigrantes no país. Estudo
mostra ainda que 92% fala português.
Refugiados que vivem no Brasil têm escolaridade acima da média brasileira, mas são mais afetados
pelo desemprego e poucos conseguem revalidar o diploma no país, de acordo com um levantamento
inédito feito pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur).
O relatório, divulgado nesta quinta-feira (30/05), entrevistou 487 imigrantes que foram forçados a deixar
seu país de origem e, agora, vivem em 14 cidades brasileiras. Juntos, esses municípios concentram 94%
dos refugiados sob proteção do governo federal. No Brasil, até o ano passado, o Ministério da Justiça
reconheceu 10,5 mil pessoas nessa condição.
Segundo o documento, 34% dos refugiados ouvidos na pesquisa concluíram o ensino superior, e 3%
já cursaram alguma pós-graduação – especialização, mestrado ou doutorado. Entre a população
brasileira acima de 25 anos, apenas 15% concluíram o mesmo nível de ensino.
"Os refugiados demonstram elevado capital linguístico e capital escolar acima da média brasileira, ou
muito acima se considerarmos apenas a população brasileira negra e parda", aponta o documento.
Apesar do número de diplomados vindos para o Brasil, os refugiados se deparam, contudo, com
dificuldades na revalidação dos diplomas. Entre os entrevistados – pessoas acima de 18 anos –, apenas
14 conseguiram aproveitamento dos anos de estudos, contra 133 que não conseguiram.
179
Marília Marques. Mais de 30% dos refugiados no Brasil têm ensino superior, aponta pesquisa da ONU. G1 Mundo.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/05/30/mais-de-30percent-dos-refugiados-no-brasil-tem-ensino-superior-aponta-pesquisa-da-onu.ghtml. Acesso em 30 de
maio de 2019.
Mercado de trabalho
Os dados mostram ainda que mais da metade (57%) dos entrevistados estavam trabalhando entre
junho de 2018 e fevereiro de 2019. Neste grupo, 22% desempenham algum tipo de atividade empresarial,
o que revela que entre esse público, "o empreendedorismo não é apenas um sonho, mas uma realidade",
diz o documento.
Dentre 462 refugiados que responderam a respeito, 315 (68%) não atuavam em suas áreas de
formação. Para a ONU, o índice elevado pode ser resultado da "falta de informações ou pelo baixíssimo
número daqueles que conseguiram revalidar seus diplomas" – apenas 14 casos.
No outro extremo, 19%, ou 95 refugiados, estavam desempregados neste período. O índice é superior
à média nacional – de 12%, em março. Além disso, ficou constatado que 25% dos imigrantes forçados
recebidos pelo Brasil estão fora do mercado de trabalho, ou seja, desocupados e não procuraram
emprego.
Para a ONU, o número é "bastante preocupante" por se tratar de uma população vulnerável. "Trata-se
de população obrigada a deixar seu país de origem em condições de grande fragilidade e que não está
conseguindo gerar renda no país de destino", destaca o documento.
Por outro lado, 26 entrevistados (5%) declararam-se "ocupados com afazeres domésticos" e 3
refugiados (0,6%) são aposentados ou pensionistas. Por fim, 42 pessoas acima de 18 anos se
identificaram como estudantes e, por isso, não estavam trabalhando nem procurando emprego.
Renda média
Para medir a qualidade de vida dos entrevistados, a Acnur também analisou a renda domiciliar mensal
dos cerca de 500 refugiados que vivem em setes estados brasileiros e no Distrito Federal.
Sobre esse quesito, 79% dos imigrantes possuem renda inferior a R$ 3 mil, sendo que 30% deles
vivem com menos de R$ 1 mil por mês. Outros 20% recebem acima de R$ 3 mil.
Quem são?
A pesquisa entrevistou 497 refugiados que vivem no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa
Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Amazonas e no Distrito Federal.
Entre esses imigrantes, a origem configura em, majoritariamente, quatro países: Síria, República
Democrática do Congo, Angola e Colômbia. Em 83% dos casos, a autorização de refúgio foi concedida a
partir de 2010. Veja perfil:
Líder do Partido Conservador deixará governo em 7 de junho; escolha do novo líder deve ocorrer até
o fim de junho. May não resistiu ao fracasso na condução do processo do Brexit.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou nesta sexta-feira (24/05) que vai deixar o cargo
em 7 de junho. A renúncia foi anunciada após a líder do Partido Conservador fracassar na condução do
Brexit, processo de saída do Reino Unido da União Europeia.
May, que vinha sofrendo uma forte pressão para deixar o cargo — inclusive dentro do seu próprio
partido —, declarou ao discursar que fez o seu melhor ao tentar implementar o Brexit. Agora, os
conservadores iniciarão um processo para escolher o novo líder do governo.
"Eu fiz tudo o que eu podia para convencer os parlamentares a apoiarem esse acordo [do Brexit].
Infelizmente, eu não fui capaz de fazer isso. Eu tentei três vezes. Então, hoje eu anuncio que estou
deixando a liderança do Partido Conservador e o governo na sexta-feira, 7 de junho. Então, um sucessor
pode ser escolhido", disse May.
A primeira-ministra britânica, que tem 62 anos e está há quase três anos no poder, afirmou que decidiu
deixar o cargo após o terceiro fracasso em aprovar no Parlamento Britânico o acordo costurado por ela
com a União Europeia sobre o Brexit.
"Sempre será motivo de profundo pesar para mim que eu não tenha sido capaz de entregar o Brexit”,
afirmou a premiê, que ficou com a voz embargada e chegou a chorar no fim do seu pronunciamento.
"Eu, em breve, vou deixar a função que foi a honra da minha vida: a segunda primeira-ministra mulher,
mas certamente não a última. Eu fiz isso sem ser obrigada, mas com uma gratidão enorme e duradoura
em ter tido a oportunidade de servir o país que eu amo.”
Agora, o favorito para ocupar o cargo que será deixado por May é o ex-ministro de Relações Exteriores
e ex-prefeito de Londres, Boris Johnson, que liderou a campanha em defesa do Brexit. Johnson já admitiu
180
G1. Theresa May anuncia renúncia ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/05/24/theresa-may-
anuncia-sua-renuncia-ao-cargo.ghtml. Acesso em 24 de maio de 2019
Do poder à renúncia
A líder conservadora assumiu o governo nas semanas posteriores ao referendo de 2016, que decidiu
pelo Brexit. O resultado tinha levado à renúncia do também conservador David Cameron, de quem May
foi ministra do Interior por seis anos.
Apesar de ser considerada cética sobre a União Europeia, ela havia defendido a permanência do Reino
Unido no bloco. No entanto, May teve pouco envolvimento na campanha do referendo e insistiu na
necessidade de limitar a imigração — pauta dos defensores do Brexit.
Um ano após assumir o gabinete de governo em Downing Street, a primeira-ministra convocou
eleições legislativas para fortalecer sua posição, mas acabou perdendo a maioria absoluta. Desde então,
aumentaram os ataques contra ela dos eurocéticos e pró-europeus de seu próprio partido.
Diversos ministros abandonaram May, descontentes com a ideia dela de negociar um relacionamento
próximo com a União Europeia. Um deles foi o próprio Boris Johnson, que deixou o comando da
diplomacia britânica em julho do ano passado. Desde então, o apoio à gestão May só diminuiu.
Eleições Europeias
O anúncio da renúncia de May ocorre um dia após o início das eleições europeias. O Reino Unido não
queria participar do pleito, em que surge como favorito o Partido do Brexit, de Nigel Farage.
Os resultados serão conhecidos somente no domingo (26/05), quando termina a votação em todos os
28 países do bloco.
O Reino Unido determinou sua saída da União Europeia para o dia 31 de outubro, após solicitar um
adiamento da data que inicialmente estava estabelecida para 29 de março deste ano.
Trump diz que não vai deixar China se tornar maior economia do mundo181
Em entrevista à rede televisiva Fox News neste domingo (19/05), ele defendeu guerra comercial contra
produtos chineses.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (19/05), em entrevista à rede
de TV Fox News, que a China pretende se tornar a maior economia do mundo, mas que isso não vai
acontecer enquanto ele estiver no poder.
Os EUA e a China estão em uma escalada de protecionismo econômico. Os americanos elevaram
tarifas de importação de 5.000 produtos chineses, e Pequim retaliou com uma taxa em cerca de 2.500
itens americanos.
Para Trump, essa é parte de uma estratégia da China para se tornar a maior economia do mundo.
"Acredito que essa seja a intenção deles. Eles são ótimas pessoas, têm uma cultura incrível. Eu gosto
muito do presidente Xi [Jinping], mas ele está do lado da China e eu estou do nosso lado", afirmou ao
apresentador Steve Hilton, na Fox News.
Trump acusou seus antecessores de serem fracos demais com a China. "Com eles, nunca tiramos 10
centavos da China. Não culpo os chineses, mas todos os nossos presidentes, e não só Obama. Eles
deixaram isso acontecer", disse o presidente norte-americano.
"Estou muito feliz, pois a China não está tão bem quanto nós [na economia]. Se Hillary Clinton tivesse
virado presidente, a China hoje seria uma economia maior do que a nossa." - Donald Trump
181
G1. Trump diz que não vai deixar China se tornar maior economia do mundo. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/05/19/trump-diz-que-nao-
vai-deixar-china-se-tornar-maior-economia-do-mundo.ghtml. Acesso em 20 de maio de 2019
Anúncio foi feito pelo ministro da Defesa nesta quinta-feira (11/04). Kamal Abdel Maaruf afirmou que
haverá eleições após o período de transição previsto para durar dois anos.
O ministro da Defesa do Sudão anunciou nesta quinta-feira que o presidente Omar al-Bashir, que
ocupava o poder há 30 anos, foi deposto e detido "em um lugar seguro". Kamal Abdel Maaruf também
afirmou que um conselho militar administrará o Sudão por um período de transição de dois anos.
Em um comunicado transmitido pela TV estatal, o ministro afirmou que haverá eleições no final do
período de transição e que o espaço aéreo do país foi fechado por 24 horas. Ele também anunciou três
meses de estado de emergência, um cessar-fogo nacional e a suspensão da constituição.
Nesta quinta, milhares de pessoas anti-governo saíram às ruas para comemorar a queda de Omar al-
Bashir. Grande parte dos manifestantes, apesar de comemorar, pediram por um governo civil e disseram
que não querem uma administração liderada por militares.
Questões
01. (UFRR – Técnico de Tecnologia da Informação – UFRR – 2019) A crise econômica e política
venezuelana criou uma nova liderança que se auto declarou o novo presidente do país, e que foi
reconhecido por mais de 30 países. Seu nome é?
(A) Ruan Francisco Guaidó
(B) Hugo Chaves
(C) Juan Guaidó
(D) Nicolás Maduro
(E) Fidel Castro
02. (UFRR – Técnico de Tecnologia da Informação – UFRR – 2019) Leia a manchete a seguir,
atentando-se para as informações mais relevantes e responda a pergunta apresentada em seguida.
União Europeia concorda em adiar brexit, mas indefinição permanece Saída estava programada
para 29 de março; May pediu prorrogação para 30 de junho; mas UE fixou 22 de maio como data-
limite.
(Folha de S. Paulo - mundo - 21/03/2019)
O brexit, processo de saída do Reino Unido da União Europeia, é um processo político decidido
pela sociedade britânica por meio de:
182
G1. Presidente do Sudão é deposto e conselho militar vai assumir comando do país. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/04/11/presidente-do-sudao-e-
deposto.ghtml. Acesso em 11 de abril de 2019.
03. (Prefeitura de Salvador/BA – Analista – FGV – 2019) Nos últimos anos, acirrou-se a guerra
comercial entre EUA e China, com a imposição mútua de tarifas e restrições.
Com relação aos possíveis impactos dessa guerra comercial sobre a economia global, assinale V para
a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) O conflito tende a afetar a economia de outros países, pois as cadeias de produção e consumo
estão interligadas.
( ) A guerra pode aumentar os custos das exportações e gerar um ciclo de diminuição do comércio
internacional.
( ) A disputa afeta o mercado financeiro, porque grandes empresas mundiais têm bases produtivas na
China.
As afirmativas são, respectivamente,
(A) F – V – F.
(B) F – V – V.
(C) V – F – F.
(D) V – V – F.
(E) V – V – V.
04. (PGE/PE – Analista Judiciário de Procuradoria – CESPE – 2019) A história do território brasileiro
é, a um só tempo, una e diversa, pois é também a soma e a síntese das histórias de suas regiões. De um
ponto de vista genético, as variáveis do espaço brasileiro são assincrônicas, mas em cada lugar elas
funcionam sincronicamente e tendem a ser assim também quanto ao todo. Daí as descontinuidades que
permitiram explicar as diversidades regionais.
Milton Santos e Maria Silveira. Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Record, 2005, p. 23 (com adaptações).
Tendo como referência o texto antecedente, julgue o item que segue, acerca dos fenômenos políticos,
econômicos e sociais atuais no Brasil.
A recente descentralização industrial brasileira é explicada e entendida por intermédio das relações
bilaterais e do fortalecimento do MERCOSUL.
(A) Certo
(B) Errado
05. (PGE/PE – Analista Judiciário de Procuradoria – CESPE – 2019) O Oriente Médio é a região de
confluência de três continentes (Europa, Ásia e África), berço das primeiras civilizações (egípcia, suméria
e babilônica) e das religiões monoteístas (cristianismo, judaísmo e islamismo). Além de rivalidades
interimperialistas no passado, com tentativas tardias de renascimento e modernização, a região foi alvo
de rivalidades também das megacorporações petrolíferas. Além disso, em pequenos Estados fracos —
de fácil controle —, essa região foi afetada pela fragmentação promovida pelos ingleses e, em menor
escala, pelos franceses. No século XXI, voltou a ser palco de disputas entre potências industrializadas do
Atlântico Norte e em acelerada industrialização da Ásia Oriental e Meridional. Esse conjunto de países
abrange o essencial do mundo árabe e muçulmano, interagindo em um único cenário histórico e
geopolítico.
Paulo Fagundes Visentini. O grande Oriente Médio. Campus, 2014, p. 4-5 (com adaptações).
Tendo como referência o assunto abordado no texto, julgue o item a seguir, dentro de um contexto
geopolítico contemporâneo.
A estabilidade da governabilidade venezuelana tem como resultado a legitimidade do poder social de
oposição.
(A) Certo
(B) Errado
06. (CRECI/5ª Região – Suporte Administrativo – QUADRIX – 2019) De acordo com a imprensa
britânica, o primeiro‐ministro britânico, Boris Johnson, pediu à rainha Elizabeth II a suspensão do
Parlamento até 14 de outubro. A medida reduziria o tempo disponível para que os parlamentares
bloqueassem a saída do Reino Unido da União Europeia, que está prevista para acontecer em 31 de
outubro.
Internet: <https://g1.globo.com> (com adaptações).
Gabarito
01. Resposta: C
Seis meses após o opositor Juan Guaidó ter se autoproclamado "presidente em exercício" da
Venezuela, seu trajeto político acumulou mais sombras do que luz, tendo perdido popularidade e a
atenção do exterior.
Segundo o analista venezuelano Basem Tajeldine, Guaidó criou um "governo virtual, apoiado por
países aliados dos EUA e aplicou uma estratégia conhecida de longa data: derrotar o governo legítimo
da Venezuela custe o que custar, por meios ilegais”.
(https://br.sputniknews.com/opiniao/2019072514274090-seis-meses-apos-sua-autoproclamacao-fim-de-guaido-se-aproxima/)
02. Resposta: E
O plebiscito foi apenas o começo de um processo. Desde então, negociações foram feitas entre o
Reino Unido e os outros países da União Europeia. As discussões se centraram nos termos desse
"divórcio", que definiriam como seria essa saída do Reino Unido, não no que ocorreria após essa
separação". A proposta apresentada por May é conhecida como "acordo de retirada". A primeira-ministra
apresentou ao Parlamento britânico planos que definiriam as regras para a saída, mas eles foram
rejeitados três vezes.
(https://www.bbc.com/portuguese/internacional-46335938)
04. Resposta: B
Descentralização industrial é o processo através do qual as industrias migram dos grandes polos
industriais para cidades menores com condições favoráveis para a produção.
(https://www.dicionarioinformal.com.br/diferenca-entre/descentraliza%C3%A7%C3%A3o%20industrial/polo%20industrial/)
05. Resposta: B
Apenas o termo “estabilidade” coloca a questão em xeque. O que ocorre na Venezuela é um processo
de instabilidade do governo.
06. Resposta: B
Boris Johnson ocupou o cargo de Primeiro Ministro após a posição ser deixada por May. O ex-ministro
das Relações Exteriores e ex-prefeito de Londres foi um dos líderes da campanha em defesa do Brexit,
posição de defende ainda.
07. Resposta: B
O Grupo dos Sete é o grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por: Alemanha,
Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, embora a União Europeia também esteja
representada.
08. Resposta: D
Apesar do começo promissor, há ainda um longo caminho que Mercosul e UE vão ter de percorrer
para implementação total do tratado. Não há prazo definido para a total conclusão do acordo. Em média,
os europeus levaram de sete meses a três anos para assinar documentos do mesmo tipo.
O acordo entre os blocos representa 25% do PIB mundial e engloba 750 milhões de pessoas183.
Olá candidato(a). No conteúdo a respeito de Meio Ambiente dentro dos tópicos de atualidades,
teremos uma ordem um pouco diferente. Antes dos textos noticiados no período estipulado, traremos
alguns conceitos e explicações que normalmente são cobrados independente de ser um conteúdo
veiculado através de meios de comunicação ou não. Envolvem definições de desenvolvimento
sustentável e créditos de carbono por exemplo. Caso tenha alguma dúvida, por favor entre em contato
conosco.
Gestão do Lixo
O lixo ainda é um dos principais desafios dos governos na área de gestão sustentável. No entanto, na
última década, o Brasil deu um salto importante no avanço para a gestão correta dos resíduos sólidos.
Para regulamentar a coleta e tratamento de resíduos urbanos, perigosos e industriais, além de
determinar o destino final correto do lixo, o Governo brasileiro criou a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (Lei n° 12.305/10), aprovada em agosto de 2010.
183
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/07/04/acordo-mercosul-e-uniao-europeia-quais-os-proximos-passos.ghtml
184
Fonte: http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20/desenvolvimento-sustentavel.html
185
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental.
Consumo racional186
É um modo de consumir capaz de garantir não só a satisfação das necessidades das gerações atuais,
como também das futuras gerações. Isso significa optar pelo consumo de bens produzidos com tecnologia
e materiais menos ofensivos ao meio ambiente, utilização racional dos bens de consumo, evitando-se o
desperdício e o excesso e ainda, após o consumo, cuidar para que os eventuais resíduos não provoquem
degradação ao meio ambiente. Principalmente: ações no sentido de rever padrões insustentáveis de
consumo e diminuir as desigualdades sociais.
Adotar a prática dos três 'erres':
Redução, que recomenda evitar o consumo de produtos desnecessários;
Reutilização, que sugere que se reaproveite diversos materiais; e
Reciclagem, que orienta reaproveitar materiais, transformando-os e lhes dando nova utilidade.
Aquecimento Global
É uma consequência das alterações climáticas ocorridas no planeta. Diversas pesquisas confirmam o
aumento da temperatura média global. Conforme cientistas do Painel Intergovernamental em Mudança
do Clima (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), o século XX foi o mais quente dos últimos
cinco, com aumento de temperatura média entre 0,3°C e 0,6°C. Esse aumento pode parecer
insignificante, mas é suficiente para modificar todo clima de uma região e afetar profundamente a
biodiversidade, desencadeando vários desastres ambientais.
As causas do aquecimento global são muito pesquisadas. Existe uma parcela da comunidade científica
que atribui esse fenômeno como um processo natural, afirmando que o planeta Terra está numa fase de
transição natural, um processo longo e dinâmico, saindo da era glacial para a interglacial, sendo o
aumento da temperatura consequência desse fenômeno.
No entanto, as principais atribuições para o aquecimento global são relacionadas às atividades
humanas, que intensificam o efeito de estufa através do aumento na queima de gases de combustíveis
fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural. A queima dessas substâncias produz gases como
o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), que retêm o calor proveniente das
radiações solares, como se funcionassem como o vidro de uma estufa de plantas, esse processo causa
o aumento da temperatura. Outros fatores que contribuem de forma significativa para as alterações
climáticas são os desmatamentos e a constante impermeabilização do solo.
Atualmente os principais emissores dos gases do efeito de estufa são respectivamente: China, Estados
Unidos, Rússia, Índia, Brasil, Japão, Alemanha, Canadá, Reino Unido e Coreia do Sul. Em busca de
alternativas para minimizar o aquecimento global, 162 países assinaram o Protocolo de Kyoto em 1997.
Conforme o documento, as nações desenvolvidas comprometem-se a reduzir sua emissão de gases que
provocam o efeito de estufa, em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990. Essa meta teve que ser
cumprida entre os anos de 2008 e 2012. Porém, vários países não fizeram nenhum esforço para que a
meta fosse atingida, o principal é os Estados Unidos.
Lixo Eletrônico
Um estudo da Organização Internacional do Trabalho, OIT, destaca que 40 milhões de toneladas de
lixo eletrônico são produzidas todos os anos. O descarte envolve vários tipos de equipamentos, como
geladeiras, máquinas de lavar roupa, televisões, celulares e computadores. Países desenvolvidos enviam
80% do seu lixo eletrônico para ser reciclado em nações em desenvolvimento, como China, Índia, Gana
186
Texto adaptado de http://www.wwf.org.br/natureza_
brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/
Textos Noticiados:
Medida assinada por Bolsonaro abre caminho para que terras públicas desmatadas até dezembro de
2018 passem para as mãos dos desmatadores; governo diz que objetivo é regularizar agricultores 'que
produzem e ocupam terras da União de forma mansa e pacífica'.
Menos de um mês após a divulgação do maior índice de desmatamento na Amazônia dos últimos dez
anos, o presidente Jair Bolsonaro assinou uma Medida Provisória que abre o caminho para que parte das
áreas públicas desmatadas ilegalmente até dezembro de 2018 passe para as mãos dos desmatadores.
Assinada em 10 de dezembro de 2019, a Medida Provisória 910 permite que terras públicas
desmatadas com até 2,5 mil hectares (o equivalente a 2,5 mil campos de futebol) se tornem propriedade
de quem as ocupou irregularmente, desde que se cumpram alguns requisitos.
Críticos apelidaram a medida de "MP da grilagem" e dizem que premia desmatadores, além de
estimular a destruição de novas áreas de floresta.
Já o governo, que chama a iniciativa de "MP da Regularização Fundiária", diz que ela busca
desburocratizar a concessão de títulos a agricultores "que produzem e ocupam terras da União de forma
mansa e pacífica".
Regularizações sucessivas
De toda a área desmatada na Amazônia entre agosto de 2018 e julho de 2019, 35% são terras públicas
não destinadas, segundo uma análise do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
A prática de desmatar áreas públicas e fraudar documentos para simular a posse dos terrenos é
conhecida como grilagem. O objetivo principal dos grileiros é vender as terras, lucrando com a valorização
ocorrida após o desmatamento, uma vez que a área se torne apta para atividades agropecuárias. A
pecuária é a atividade preferencial.
A grilagem é apontada como uma das maiores causas do desmatamento na Amazônia. A prática
alimenta o mercado ilegal de terras na região, gerando uma corrida incessante por novas áreas de
floresta.
Essas áreas são visadas por desmatadores na expectativa de que venham a ser regularizadas
futuramente — o que de fato tem acontecido.
Em 2017, o então presidente Michel Temer assinou a Medida Provisória 759, que à época também foi
apelidada de "MP da grilagem" por críticos. A iniciativa flexibilizava os critérios para a concessão de áreas
públicas na Amazônia ocupadas até 2014. Tanto a MP 910, de Bolsonaro, quanto a MP 759, de Temer,
187
João Fellet. Como a 'MP da grilagem' pode mudar o mapa de regiões da Amazônia. G1 Natureza. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2020/01/13/como-a-
mp-da-grilagem-pode-mudar-o-mapa-de-regioes-da-amazonia.ghtml. Acesso em 14 de janeiro de 2020.
Dispensa de vistoria
Entre as condições definidas pela MP 910, de Bolsonaro, para que terras públicas sejam apropriadas
por indivíduos estão:
- o reivindicante não pode ter outros imóveis rurais;
- a área deve estar inscrita no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e ser georreferenciada (identificada
por coordenadas de satélite);
- não pode haver multas ou embargos ambientais sobre a área, que tampouco pode ser objeto de
disputas registradas na Ouvidoria Agrária Nacional;
- o reivindicante deve estar realizando atividades agropecuárias no território;
- o reivindicante não pode manter trabalhadores em condições análogas às de escravos.
A MP define que, para áreas que cumpram os requisitos e tenham até 15 módulos fiscais, o título será
concedido sem a necessidade de vistoria.
Módulos fiscais são uma unidade de medida que varia por município. Nos municípios da Amazônia, os
módulos fiscais costumam ter entre 70 e 110 hectares.
Em partes da Amazônia, portanto, a MP permitirá a concessão de títulos de áreas com até 1.650
hectares (1.650 campos de futebol) sem vistoria. Antes da MP, a dispensa de vistoria valia para áreas
com até quatro módulos fiscais (no máximo 440 hectares).
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil dizem que a dispensa da vistoria pode permitir que
grandes áreas desmatadas ilegalmente sejam apossadas por indivíduos.
Isso porque a MP só proíbe a regularização de áreas que tenham sido objeto de multas ou embargos
ambientais, e nem todas as violações ambientais são conhecidas e autuadas pelo poder público.
Dizem ainda que, sem vistoria, o governo não terá como checar se a área está realmente livre de
trabalho escravo e se o reclamante de fato vive e trabalha no local.
Já o governo afirma que fará "análise dos documentos, cruzamento de dados e checagem com
ferramentas" para confirmar se as informações são verídicas. A comprovação da ocupação da área, por
exemplo, poderá ser feita com imagens de satélite. Caso a análise aponte discrepâncias, haverá vistoria.
Comunidades tradicionais
Para Juliana Batista, advogada do Instituto Socioambiental, há ainda o risco de que indivíduos se
apossem de áreas reivindicadas por comunidades tradicionais nos casos em que as demandas dos
grupos não estejam registradas na Ouvidoria Agrária Nacional.
"A partir do momento em que o governo começa a regularizar terras sem considerar outras demandas,
isso vai gerar um conflito enorme", ela afirma à BBC News Brasil.
Já o governo afirma que áreas "tradicionalmente ocupadas" por indígenas, quilombolas ou outras
comunidades tradicionais não serão passíveis de concessão — embora não diga o que ocorrerá nos
casos de áreas reclamadas pelos grupos mas ainda não demarcadas nem em processo de demarcação.
Centenas de comunidades tradicionais brasileiras ainda aguardam o início do processo de
regularização de suas terras. É o caso dos quilombolas: cerca de 2,6 mil comunidades já foram
reconhecidas como quilombolas, mas apenas 1,7 mil tiveram seus processos de titulação de terra
iniciados ou concluídos.
Perda de patrimônio
Outra crítica à MP diz respeito à perda de patrimônio público com as concessões dos títulos.
Para se apossar de áreas públicas desmatadas até 5 de maio de 2014, os reclamantes devem pagar
entre 10% a 50% da tabela de preços do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Já quem desmatou entre maio de 2014 e dezembro de 2018 deve pagar 100% do valor de tabela do
Incra — que, ainda assim, é menos da metade do valor de mercado, diz a advogada Brenda Brito, da
ONG Imazon.
Em junho de 2019, Brito publicou um artigo na revista científica "Environmental Research Letters" no
qual mediu possíveis efeitos da lei 13.465, de 2017, que também versou sobre a ocupação de terras
públicas e se baseou na MP 759, de Michel Temer.
Brito calculou quanto dinheiro o governo deixaria de arrecadar se os descontos fossem aplicados à
venda de todas as áreas públicas não destinadas que poderão ser privatizadas — áreas que, segundo a
Câmara Técnica de Destinação e Regularização de Terras Públicas Federais na Amazônia Legal, somam
19,6 milhões de hectares, o equivalente ao Estado do Paraná.
Segundo o estudo, a perda em receitas potenciais seria de até R$ 120,3 bilhões — 43 vezes o
orçamento aprovado para o Ministério do Meio Ambiente em 2019.
Brito diz que, como a MP de Bolsonaro manteve os percentuais de desconto, o cálculo segue válido.
O clima seco, o vento e as altas temperaturas elevam os riscos de focos de incêndio na Austrália, que
podem começar com faíscas de diversas atividades humanas. Na Amazônia, as chamas são provocadas
pelo homem para limpar áreas desmatadas e ocupar terras públicas.
Os incêndios na Austrália já atingiram mais de 6,3 milhões de hectares, matando ao menos 25
pessoas e 480 milhões de animais. No Brasil, os incêndios na Amazônia chamaram a atenção em 2019,
com ápice em agosto. Mas, de acordo com especialistas, os focos registrados na Austrália são diferentes
daqueles que ocorreram na floresta amazônica.
Na Austrália, a vegetação, que é seca, fica mais suscetível às altas temperaturas da região – que
chegam a atingir marcas superiores a 40 ºC. O tempo seco, com pouca chuva, e os fortes ventos ajudam
a espalhar as chamas, que podem começar com qualquer faísca produzida por atividades humanas ou
188
Elida Oliveira. Incêndios na Austrália e na Amazônia: entenda as diferenças na devastação. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2020/01/07/incendios-na-australia-e-na-amazonia-entenda-as-diferencas-na-devastacao.ghtml. Acesso em 08 de janeiro de
2020.
"A gente está comparando um ecossistema dependente do fogo, com outro que é sensível ao fogo.
Austrália é dominada por tipos de vegetação – florestas e savanas – que necessitam do fogo para
rebrotar. Na Amazônia, o ecossistema é vulnerável ao fogo: existem trabalhos que mostram a mortalidade
de 40% das árvores após incêndios, mesmo os que não são tão intensos. O impacto na biodiversidade é
enorme", afirma Ane Alencar, diretora de ciência do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Ipam), em
entrevista ao G1.
Confira abaixo os principais pontos sobre os incêndios:
Amazônia
O auge dos incêndios na floresta Amazônica foi em agosto de 2019, quando houve o mais alto número
de ocorrências dos últimos nove anos. Foram 30.901 focos ativos na parte da floresta que cobre o Brasil,
contra 10.421 no mesmo mês de 2018, de acordo com dados do Programa Queimadas do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério da Ciência.
O instituto não divulga a dimensão de hectares atingidos.
"A Amazônia é um ecossistema que não depende do fogo", afirma Ane Alencar, do Ipam. "Os caules
e cascas das árvores são finos e não resistem às chamas. Quando você tem fogo na Amazônia, essas
árvores são muito impactadas", diz.
A intensificação da destruição da floresta e a repercussão negativa do caso levaram o governo a enviar
as Forças Armadas para a região. Em outubro, o Inpe registrou o menor número de focos de incêndio da
série histórica, com o início da temporada de chuvas em algumas regiões.
Carlos Nobre, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade Federal de São Paulo,
afirmou em setembro do ano passado que "há indícios de que o processo de savanização começou" em
mais da metade da floresta. Isso significa que a Amazônia pode deixar de ser úmida e passar a ser mais
parecida com o Cerrado.
Ele também afirma que a estação seca está ficando mais longa em 60% da Amazônia e que há uma
tendência maior na mortalidade de árvores que precisam de mais umidade. Ele lembrou que dois hectares
da Amazônia contêm mais espécies do que em toda a Europa, e que somente uma árvore amazônica
tem mais espécies de formigas do que vários países europeus.
Em setembro, o G1 ouviu especialistas para saber os impactos dos incêndios na Amazônia. Segundo
eles, os prejuízos ambientais são mais graves do que os verificados em países com outros biomas. Os
principais motivos são:
- Maior perda de biodiversidade: a floresta amazônica é o maior bioma do mundo e abriga a diversidade
mais rica do planeta, segundo o ICMBio.
- Maior emissão de carbono por hectare: por queimar mais biomassa, há maior emissão de gases que
contribuem para o efeito estufa.
- Maior dificuldade de recuperação da cobertura vegetal: o bioma amazônico é úmido e as espécies
são pouco ou nada resistentes ao fogo.
- Maior risco de afetar ciclos de chuva: a umidade produzida pela floresta produz chuvas no Brasil,
Paraguai e Argentina.
Em fim 'frustrante' da COP 25, países prometem apresentar metas mais ambiciosas sobre
emissões em 2020189
Encontro, que deveria ter sido encerrado na sexta-feira (13/12), avançou pelo fim de semana com
negociações travadas. Uma das decisões mais esperadas, a regulamentação do mercado de carbono
ficou para o ano que vem. Brasil protagonizou impasse e ministro Ricardo Salles disse que 'a COP 25
não deu em nada'.
A conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 25, terminou neste domingo
(15/12), em Madri, com os quase 200 países participantes concordando em apresentar "compromissos
mais ambiciosos" para reduzir as emissões de gases poluentes.
Mas os detalhes sobre como isso será feito serão acertados somente na próxima cúpula, realizada em
Glasgow, na Escócia, em novembro de 2020.
Uma das decisões mais esperadas, a regulamentação do mercado de carbono também ficou para o
ano que vem.
Impasses nas negociações fizeram com que o encontro, que deveria terminar na sexta-feira (13/12),
se estendesse para o fim de semana. Esta foi a COP mais longa da história.
Alguns pontos de destaque sobre o evento, que tinha como objetivo estruturar decisões já tomadas
em 2015, no Acordo de Paris:
Depois de quase dois dias de atraso, os representantes conseguiram fechar um texto no qual se
comprometem a evitar que a temperatura média do planeta suba 1,5° C neste século – em relação aos
níveis pré-industriais. Delegações prometem ampliar a mobilização global e adotar metas mais rígidas.
Porém, mesmo com o lema "Hora de Agir", a promessa dos países é apresentar só em 2020 as
propostas concretas para evitar as mudanças climáticas no planeta. O acordo foi definido por alguns
participantes como "minimalista". O secretário-geral da ONU, António Guterres, se disse "decepcionado
com os resultados".
189
G1. Em fim 'frustrante' da COP 25, países prometem apresentar metas mais ambiciosas sobre emissões em 2020. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/12/15/em-fim-frustrante-da-cop-25-paises-prometem-apresentar-metas-mais-ambiciosas-sobre-emissoes-em-
2020.ghtml. Acesso em 16 de dezembro de 2019.
Frustração
Segundo fontes da agência Reuters, os maiores poluidores do mundo não demonstraram interesse
em ampliar seus esforços e travaram as negociações. Estados Unidos, China, Índia, Arábia Saudita,
Japão, Brasil e Austrália são apontados com alguns dos países dificultaram a inclusão de metas mais
ambiciosas.
No Twitter, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que "a COP 25 não deu em nada".
"Países ricos não querem abrir seus mercados de créditos de carbono. Exigem medidas e apontam o
dedo para o resto do mundo, sem cerimônia, mas na hora de colocar a mão no bolso, eles não querem",
afirma Salles, cuja atuação na COP 25 se concentrou em pedir recursos dos países ricos para
preservação no Brasil.
"O Brasil e outros países que poderiam fornecer créditos de carbono em razão de suas boas práticas
ambientais saíram perdendo." – Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente
Cientistas dizem que a falta de metas mais ambiciosas pode levar a um aumento catastrófico das
temperaturas globais, muito acima do limite de 2º C almejado no Acordo de Paris.
Para o secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, o resultado da conferência foi uma
"frustração". Segundo ele, as principais decisões ficaram para o próximo ano.
"É uma conferência em que o tema era a ambição, os níveis atuais (de ação) não conseguiram entregar
os objetivos do Acordo de Paris. Essa COP, que era a COP da ambição, deixou toda a chamada para
ação e toda a ambição para o próximo ano", explicou Rittl em entrevista à GloboNews.
Mais cedo, a ativista Greta Thunberg lamentava o caminho das negociações em Madri e disse que a
ciência não pode ser ignorada.
"Parece que #cop25 em Madri está desmoronando agora. A ciência é clara, mas a ciência está sendo
ignorada. Aconteça o que acontecer, nunca desistiremos. Nós apenas começamos", escreveu Greta no
Twitter.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar "decepcionado com os resultados" da COP
25. Entretanto, ele afirma que "não podemos nos render" na luta contra a crise climática.
"A comunidade internacional perdeu uma oportunidade importante de mostrar uma maior ambição em
mitigação, adaptação e finanças para enfrentar a crise climática", declarou Gutérres.
Mercado de carbono
Dois temas que causaram os maiores impasses são a estruturação de um mercado de créditos de
carbono (contido no artigo 6 do Acordo de Paris) e uma nova regulamentação do Fundo de Adaptação,
ou outro instrumento parecido que permita enviar ajuda financeira aos países mais vulneráveis.
Os quase 200 países que participam da COP 25 não chegaram a um acordo para a regulação dos
mercados de carbono, um dos principais pontos do Acordo de Paris, assinado há quatro anos.
Apesar de a negociação ter promovido avanços no sistema que deve controlar o comércio dos direitos
de emissão em todo o mundo, não houve consenso sobre a regulação deste mercado, ponto visto como
chave para parte das delegações.
Os impasses que já existiam antes da cúpula persistem. Alguns países querem evitar uma possível
dupla contabilidade que ocorreria após a regulação e outros querem manter, durante a transição para a
Mercados de carbono serão foco das discussões na COP 25, dizem especialistas190
Mecanismos para reduzir emissões de CO2 podem ajudar os países a estabelecer metas mais
ambiciosas a fim de deter o aumento do aquecimento global. Mas, segundo críticos, eles também podem
minar o Acordo de Paris.
Numa área rural do Camboja, as cascas do arroz são usadas para gerar eletricidade para as
comunidades locais, normalmente dependentes dos altamente poluidores geradores a diesel. O projeto
é financiado por indivíduos e empresas do outro lado do mundo que compram os assim chamados
créditos de carbono, cada um equivalente a uma tonelada de CO2, para compensar as emissões de em
seus países de origem.
Essa é apenas uma das maneiras como o CO2 é comercializado em todo o mundo, e um dos modelos
de mercado de carbono que será discutido pelos negociadores na Conferência da Organização das
Nações Unidas (ONU) sobre as Mudanças Climáticas (COP 25), em Madri. O objetivo é chegar a um
quadro regulatório para um sistema de mercado de carbono, uma questão complexa prevista no Artigo 6º
do Acordo de Paris sobre o Clima.
Para Ann-Kathrin Schneider, diretora de políticas internacionais da ONG ambientalista Federação
Alemã para o Meio Ambiente e Conservação da Natureza (Bund, na sigla em inglês), o Artigo 6º impõe
um "grande risco ao Acordo de Paris". Ela acredita que o mercado de carbono poderia potencialmente
desviar o foco dos países do objetivo de reduzir as emissões. "Não diria que esta é uma questão técnica.
É um tema bastante político."
Quase 200 países ratificaram o histórico acordo sobre o clima que visa limitar o aquecimento global a
2ºC acima dos níveis pré-industriais até o final do século 21, sendo o nível ideal 1,5ºC.
190
Deutsche Welle. Mercados de carbono serão foco das discussões na COP 25, dizem especialistas. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/12/02/mercados-de-carbono-serao-foco-das-discussoes-na-cop-25-dizem-especialistas.ghtml. Acesso em 13 de
dezembro de 2019.
Mudança de uso do solo é responsável por 44% das emissões de gases do efeito estufa no
Brasil, aponta relatório191
No ranking mundial, Brasil está em 6º lugar entre os países mais poluentes, se excluído o bloco da
União Europeia. Os líderes são China e Estados Unidos.
O Brasil é o 6º país que mais emite gases do efeito estufa no mundo. As emissões aumentaram 0,3%
em 2018 após dois anos de quedas sucessivas. O índice foi puxado pela mudança de uso do solo,
responsável por 44% das emissões do Brasil.
Os dados são da 7ª edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG),
divulgados nesta terça-feira (05/11) pelo Observatório do Clima, uma rede de organizações com mais de
40 membros.
Isso significa que 44% das emissões de gases poluentes do país no ano passado estão ligadas ao
desmatamento (mudança de floresta para área degradada), degradação de solo, entre outros.
Segundo Tasso Azevedo, coordenador-geral do Mapbiomas, o desmatamento na Amazônia em 2018
subiu 8,5%.
O aumento foi puxado pelo Pará. "O desmatamento explodiu, principalmente nas regiões da rodovia
BR-163 e na Terra do Meio”, afirmou Anne Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental
da Amazônia (Ipam).
No comparativo nacional, entretanto, embora tenha havido aumento do desmatamento na Amazônia,
houve redução de 10,9% na taxa de desmatamento no Cerrado.
Já as atividades da agropecuária estão em segundo lugar no ranking de emissões do Brasil,
responsável por 25% da produção dos gases poluentes, ligadas à fermentação, solos agrícolas, manejo
de dejetos de animais, cultivo de arroz e queima de resíduos agrícolas.
Ranking mundial
Em relação aos países do mundo, o Brasil é a 6ª nação que mais emite gases do efeito estufa (2,9%),
se excluído os 28 países que compõem o bloco da União Europeia. Os dados mais recentes são do ano
de 2014.
O ranking é liderado pela China, responsável por 23% das emissões globais; seguida por Estados
Unidos (12,9%); Índia (6,5%); Indonésia (5,1%); e Rússia (4,2%)
Os dados são apresentados em toneladas de carbono equivalente (CO2e) e são calculados a partir
dos fatores de conversão presentes no relatório 5 do IPCC (IPCC- GWP AR5).
191
Elida Oliveira. Mudança de uso do solo é responsável por 44% das emissões de gases do efeito estufa no Brasil, aponta relatório. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/11/05/mudanca-de-uso-do-solo-e-responsavel-por-44percent-das-emissoes-de-gases-do-efeito-estufa-no-brasil-aponta-
relatorio.ghtml. Acesso em 06 de novembro de 2019.
De acordo com o comandante de Operações Navais, Leonardo Puntel, tem que se levar em conta que
o material é recolhido junto com areia.
Desde o dia 2 de setembro, foram recolhidas mais de 600 toneladas de resíduos das praias do litoral
nordestino, ao longo dos 2.250 quilômetros afetados pelo óleo. A informação foi confirmada pelo Grupo
de Acompanhamento e Avaliação (GAA), neste domingo (20/10).
Em entrevista coletiva concedida no Recife durante a tarde, o número divulgado pela Marinha era de
525 toneladas. Ao final do dia, o GAA atualizou para mais de 600 toneladas. O GAA é formado por
representantes da Marinha, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
"O cálculo é muito relativo, porque é um material que é recolhido junto com areia", afirmou o
comandante de Operações Navais da Marinha, Leonardo Puntel, durante a coletiva. A entrevista foi
concedida pela Marinha, Ibama e Governo de Pernambuco, na Capitania dos Portos, no Recife.
Desde o dia 2 de setembro até este domingo (20/10), o Ibama fez o registro de 67 animais com
manchas de óleo. "Isso não quer dizer que esses animais morreram. A gente imaginava que isso seria
pior, dada a magnitude do fato", diz o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olivaldi Azevedo.
De acordo com o comandante de Operações Navais da Marinha, almirante Leonardo Puntel, essa é a
primeira vez que um problema dessa magnitude acontece na costa brasileira, o que leva à primeira
execução do Plano de Contingência. "O acidente é totalmente inédito no Brasil. Arrisco a dizer que no
mundo ocidental, também", afirma.
Puntel afirmou também que as investigações a respeito do óleo continuam. "A certeza que temos é de
que não é originário do Brasil. Nosso óleo é fino e a densidade desse material é maior. Sabemos que [o
derramamento] teve origem no Oceano Atlântico, entre 500 e 600 quilômetros da nossa costa", afirma.
A Marinha informou que neste domingo registra a presença de óleo apenas em Sergipe, na Praia do
Atalaia, em Aracaju, e em Pernambuco, na no entorno do Porto de Suape, no Cabo de Santo Agostinho,
e na Praia do Cupe, em Ipojuca.
Segundo o Ibama, equipes monitoram o avanço das manchas, mas o trabalho é dificultado devido à
densidade do óleo e à presença de corais. "Existe uma previsão, mas não é precisa por conta da extensão
da nossa costa e dos corais, que retêm parte do material", afirma o diretor de Proteção Ambiental do
Ibama, Olivaldi Azevedo.
"Não se consegue achar as manchas com a tecnologia que se tem. Optamos por aguardar as manchas
chegarem até a praia para fazermos a retirada".
A recomendação da Secretaria de Meio Ambiente e da Defesa Civil de Pernambuco é de que o óleo
não seja manuseado sem o uso de equipamentos de segurança. "Estamos providenciando a compra de
EPIs [equipamentos de proteção individual] e também pedimos reforço ao governo federal", afirma o
secretário de Meio Ambiente, José Bertotti.
Segundo o secretário-executivo de Defesa Civil de Pernambuco, coronel Lamartine Barbosa, também
há prefeituras fazendo as reposições de EPIs para serem doados aos voluntários que se disponibilizam
a ajudar na retirada do óleo.
Divergências
Durante a entrevista coletiva, Bertotti solicitou ações coordenadas e equipamentos de contenção ao
governo federal. "Destaco a necessidade de materiais para que a gente possa fazer a coleta. Não temos
previsão do fim disso", afirmou. Ao final da entrevista, o almirante Puntel afirmou que todas as solicitações
serão atendidas pelo governo federal.
Bertotti também cobrou equipamentos como barreiras de contenção ao governo federal, mencionando
que espera aumento do apoio após a liminar concedida neste domingo pela Justiça Federal,
determinando a execução efetiva do Plano Nacional de Contingência à União e ao Ibama em
Pernambuco.
"Fizemos a conta e precisamos de três quilômetros de barreiras de contenção para cobrir todas as
entradas de estuário do litoral Sul. A gente sente ainda a necessidade de muitos equipamentos que não
estão chegando a tempo para a gente fazer ações mais efetivas", afirmou
O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olivaldi Azevedo, afirmou, no entanto, que as barreiras não
têm demonstrado eficácia para combater o problema.
192
Marina Meireles. Marinha: mais de 600 toneladas de resíduos foram retiradas de praias nordestinas afetadas por óleo. G1.
https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2019/10/20/marinha-525-toneladas-de-residuos-foram-retiradas-de-praias-nordestinas-afetadas-por-oleo.ghtml. Acesso
em 21 de outubro de 2019.
Óleo em Pernambuco
Entre a quinta (17/10) e o domingo (20/10), Pernambuco recolheu 71 toneladas de óleo das praias do
estado. Na quinta, a substância chegou a São José da Coroa Grande.
Na sexta-feira (18/10), o óleo chegou até praias de Tamandaré, como a Praia dos Carneiros, de
Sirinhaém e Barreiros. No sábado, praias de Ipojuca, vizinhas a Porto de Galinhas foram atingidas.
Neste domingo (20/10), o óleo chegou às praias de Suape, Calhetas, Itapuama, Xaréu e à Ilha de
Tatuoca, no Cabo de Santo Agostinho. Desde as 5h, voluntários e equipes se uniram para retirar o
material da água, da areia e do mangue.
20 maiores poluidores respondem por um terço de toda a emissão de CO2 no mundo, segundo
estudo; Petrobras está na lista193
Produtoras de petróleo, gás natural e carvão foram responsáveis por 480,16 bilhões de toneladas de
poluentes liberados na atmosfera desde 1965.
Um estudo do instituto de pesquisas Climate Accountability Institute, com sede nos Estados Unidos,
diz que um grupo de 20 empresas é responsável por mais de um terço das emissões de gases causadores
do efeito estufa em todo o mundo desde 1965. A estatal brasileira Petrobras aparece na lista, na 20ª
posição.
Segundo a análise, publicada inicialmente pelo jornal britânico The Guardian nesta quarta-feira (09/10),
as 20 empresas produtoras de petróleo, gás natural e carvão foram responsáveis por 480,16 bilhões de
toneladas de dióxido de carbono e metano liberados na atmosfera nesse período.
O montante representa 35% das emissões totais de combustíveis fósseis e cimento, que foram de 1,35
trilhão de toneladas.
O cálculo feito é baseado na produção anual de petróleo, gás natural e carvão relatada por cada
empresa, e leva em conta as emissões desde a extração até o uso final do combustível.
A lista tem 12 empresas estatais e oito privadas (confira a relação completa abaixo), e é encabeçada
pela estatal saudita Saudi Aramco, responsável pela emissão de 59,26 bilhões de toneladas de dióxido
de carbono equivalente, o equivalente a 4,38% do total mundial no período analisado.
Em seguida aparecem a americana Chevron, com 3,20% do total, e a russa Gazprom, com 3,19%. A
Petrobras responde por 8,68 bilhões de toneladas de carbono equivalente, o que representa 0,64% do
total.
"Nós escolhemos 1965 como ponto inicial (da análise) porque pesquisas recentes revelaram que em
meados dos anos 1960 o impacto climático dos combustíveis fósseis era conhecido por líderes industriais
e políticos", diz o autor do estudo, Richard Heede.
Responsabilidade
O estudo atualiza uma análise anterior de Heede sobre o papel das principais empresas de
combustíveis fósseis nas mudanças climáticas. O pesquisador diz que essas empresas têm
responsabilidade "moral, financeira e legal" pela crise climática e responsabilidade de ajudar a combater
o problema.
"Apesar de consumidores globais, de indivíduos a empresas, serem os emissores finais de dióxido de
carbono, nós nos concentramos nas empresas de combustíveis fósseis que, em nossa opinião,
produziram e venderam esses combustíveis a bilhões de consumidores com o conhecimento de que seu
uso conforme previsto vai piorar a crise climática", diz o autor do estudo, Richard Heede.
O pesquisador diz que as empresas que "valorizam sua licença social para operar" devem respeitar a
ciência climática, gerenciar os riscos corporativos de acordo com isso e "se comprometer em reduzir a
produção futura de combustíveis fósseis e suas emissões" em alinhamento com o Acordo de Paris.
Esse acordo tem o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-
industriais.
Heede também diz que as empresas deveriam direcionar seus investimentos para combustíveis
renováveis e de baixo carbono. "As empresas liderando essa transição irão prosperar, e as que ficarem
para trás irão perecer", afirma.
193
Alessandra Corrêa. 20 maiores poluidores respondem por um terço de toda a emissão de CO2 no mundo, segundo estudo; Petrobras está na lista. G1
Natureza. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/10/10/20-maiores-poluidores-respondem-por-um-terco-de-toda-a-emissao-de-co2-no-mundo-segundo-estudo-
petrobras-esta-na-lista.ghtml. Acesso em 10 de outubro de 2019.
Há atos marcados contra o aquecimento global em 150 países, de acordo com os organizadores. Mais
de 5 mil protestos são esperados, em uma sequência que deve terminar com uma manifestação em Nova
York, Estados Unidos.
A greve global pelo clima, marcada para esta sexta (20/09) em 150 países, deve atrair milhares de
manifestantes que exigem medidas concretas para frear as emissões de gás carbônico e combater o
aquecimento global.
As manifestações ocorrem um dia antes de começar a Cúpula pelo Clima, da Organização das Nações
Unidas, que deverá ocorrer de 21 a 23 de setembro, em Nova York.
A Greve pelo Clima tem origem no "Fridays For Future" (Sextas-feiras pelo Futuro, em inglês), que
ganhou repercussão com a adolescente sueca de 16 anos Greta Thunberg. Desde 2018, Greta falta às
aulas nas sextas-feiras para protestar pelo clima. A iniciativa rendeu a indicação ao Prêmio Nobel da Paz
e fez com que diversas outras greves se espalhassem pelo mundo. No Brasil, ao menos duas
mobilizações tiveram repercussão nacional, uma em março e outra em maio.
Estão programados mais de 5 mil eventos em todo o mundo em 150 países, em uma sequência que
deve terminar com uma manifestação em Nova York, com a presença de mais de um milhão de
estudantes, informou a agência France Presse (AFP).
O líder espiritual dos budistas tibetanos, Dalai Lama, publicou uma mensagem na sua conta oficial do
Twitter apoiando as manifestações. "Esta é provavelmente a geração mais jovem que tem sérias
preocupações com a crise climática e seus efeitos no meio ambiente. Eles estão sendo muito realistas
sobre o futuro. Eles veem que precisamos ouvir os cientistas. Nós devemos encorajá-los.", afirmou.
Os primeiros eventos da greve aconteceram nas ilhas Vanuatu, Salomão e Kiribati, territórios
ameaçados pela elevação do nível do mar devido ao aquecimento climático.
Na Austrália, crianças e jovens da região do Pacífico se reuniram nas ruas para se manifestar. De
acordo com a rede CNN, os organizadores disseram ter atraído mais de 300 mil pessoas em mais de 100
cidades. Melbourne teve o maior protesto, com 100 mil pessoas, segundo os organizadores citados pela
CNN. Em Sidney foram 80 mil e em Brisbane, 30 mil. Não há informações sobre números divulgados
pelas autoridades destes locais.
194
G1. Manifestantes protestam em greve global pelo clima nesta sexta. G1 Natureza. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/09/20/manifestantes-
protestam-em-greve-global-pelo-clima-nesta-sexta.ghtml. Acesso em 20 de setembro de 2019.
Decreto foi editado nesta quarta-feira e publicado no 'Diário Oficial da União'. Medida foi anunciada em
meio à crise ambiental envolvendo as queimadas na Amazônia.
O governo federal decidiu proibir as queimadas em todo o país durante o período da seca.
Um decreto sobre a proibição foi editado nesta quarta-feira (28/08) e publicado na edição desta quinta-
feira (29/08) do “Diário Oficial da União”.
O decreto suspende a permissão do emprego do fogo por um período de 60 dias com o objetivo de
proteção ao meio ambiente.
O Código Florestal permite as queimadas somente em casos específicos e desde que autorizadas por
órgão ambiental. No caso dos povos indígenas, a prática é permitida na agricultura de subsistência.
De acordo com o texto, a suspensão não será aplicada em casos de controle fitossanitário autorizado
por órgão ambiental, em práticas de prevenção e combate a incêndios e na agricultura de subsistência
de indígenas.
A medida foi anunciada em meio à crise ambiental e diplomática provocada pela escalada do número
de queimadas e do desmatamento na Amazônia.
Na semana passada o presidente Jair Bolsonaro editou decreto autorizando o uso das Forças
Armadas no apoio aos estados da Amazônia Legal no combate ao fogo.
195
Feliz Ortiz. Governo decide proibir queimadas em todo o Brasil no período da seca. G1 Política. https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/08/28/governo-
decide-proibir-queimadas-em-todo-o-brasil-no-periodo-da-seca.ghtml. Acesso em 29 de agosto de 2019.
196
Carolina Dantas. Queimadas aumentam 82% em relação ao mesmo período de 2018. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/19/queimadas-aumentam-82percent-em-relacao-ao-mesmo-periodo-de-2018.ghtml. Acesso em 21 de agosto de 2019.
197
Patrícia Figueiredo. Fim do Fundo Amazônia pode afetar fiscalização do Ibama contra o desmatamento. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/16/fim-do-fundo-amazonia-pode-afetar-fiscalizacao-do-ibama-contra-o-desmatamento.ghtml. Acesso em 16 de agosto
de 2019.
Área da Amazônia com alerta de desmatamento sobe 278% em julho, comparada ao mesmo mês
de 2018198
Em julho de 2018, houve alerta em 596,6 km² na Amazônia. Em julho de 2019, este número foi de
2.254,9 km², de acordo com dados do Deter, do Inpe. Jair Bolsonaro disse nesta terça (06/08) que o novo
diretor do Inpe vai apresentar os dados para a presidência antes de divulgá-los.
As áreas com alerta de desmatamento na Amazônia Legal, que inclui 9 estados, tiveram um aumento
de 278% em julho, em comparação ao mesmo mês de 2018. Os dados são do Deter, do Instituto de
Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia.
Em junho, Jair Bolsonaro questionou a veracidade dos dados e foi rebatido pelo então diretor do Inpe,
que acabou exonerado. Nesta terça (06/08), ele afirmou em Brasília que receberá com antecedência
dados "alarmantes" de desmatamento, antes que sejam divulgados. Os números estão públicos e
disponíveis na plataforma Terra Brasilis desde 2017.
198
G1. Área da Amazônia com alerta de desmatamento sobe 278% em julho, comparada ao mesmo mês de 2018. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/07/area-com-alertas-de-desmatamento-na-amazonia-sobem-278percent-em-julho-comparado-ao-mesmo-mes-de-
2018.ghtml. Acesso em 07 de agosto de 2019.
Em julho de 2018, houve alerta em 596,6 km² na Amazônia. Em julho de 2019, este número foi de
2.254,9 km² – quase quatro vezes mais. No mês anterior, a área com alerta de desmatamento foi de 931,6
km².
Os dados de julho de 2019 são os mais altos desde 2015, se considerados todos os meses de
monitoramento disponíveis para análise.
Antes, o recorde de área com alerta havia sido em agosto de 2016, com 1.025 km².
De acordo com um levantamento feito pelo Observatório do Clima no mesmo sistema, o desmatamento
na Amazônia cresceu 49,5% na série histórica 2018/2019, se comparado ao mesmo período de
2017/2018. Foram 6.833 km² com alerta de desmatamento, contra 4.532 km² no período anterior.
O coordenador técnico do Observatório do Clima e coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo,
publicou uma imagem nesta terça (06/08) que mostra a degradação ambiental.
Número de agrotóxicos que Anvisa considera "extremamente tóxicos" cai de 34% para 2%199
Novo marco regulatório é "forma de enganar a sociedade", segundo pesquisador; mudança também
impacta rótulo dos produtos.
A nova classificação de agrotóxicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada
esta semana no Diário Oficial da União, provocou uma redução drástica do número de produtos
considerados "extremamente tóxicos" no Brasil. Nos últimos estudos divulgados antes da mudança no
método de sistematização, 800 agrotóxicos, em média, pertenciam a essa categoria, em um universo de
cerca de 2300 – aproximadamente 34,7%. A nova tabela, divulgada pela Agência nesta quinta (01/08),
classifica apenas 43 como "extremamente tóxicos", o que equivale a 2,2% dos 1924 produtos analisados.
A sistematização dos produtos, até então regulada por uma legislação de 1989 que previa a existência
de quatro categorias segundo o nível de perigo oferecido pelos venenos, passou a ter cinco divisões, com
novos critérios.
As novas normas também permitem que produtos antes considerados “altamente tóxicos”, que
provocam irritação severa na pele, passem para a categoria de toxicidade moderada, enquanto os “pouco
tóxicos” – com risco de irritação leve na pele e nos olhos, por exemplo – fiquem liberados de classificação.
Com isso, eles não apresentarão advertências no rótulo para o consumidor.
Especialista no tema, o engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo, membro da Campanha
Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, criticou as novas regras em entrevista ao Brasil de Fato.
Ele considera que a metodologia que a Anvisa passa a adotar impõe riscos à saúde humana.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em média, 193 mil mortes registradas ao ano no
planeta podem ter relação com o uso de agrotóxicos e outros produtos químicos.
199
Brasil de Fato. Número de agrotóxicos que Anvisa considera "extremamente tóxicos" cai de 34% para 2%. Redação Brasil de Fato.
https://www.brasildefato.com.br/2019/08/02/numero-de-agrotoxicos-que-anvisa-considera-extremamente-toxicos-cai-de-34-para-2/. Acesso em 02 de agosto de
2019.
Destruição em áreas protegidas da bacia – que abriga 26 povos indígenas e serve como corredor
ecológico para espécies amazônicas – cresceu 44,7% em maio e junho em comparação com mesmo
período de 2018; para zoólogo, preservação da região é crucial para que a ciência entenda como florestas
brasileiras se tornaram tão biodiversas.
O desmatamento em unidades de conservação na bacia do rio Xingu, nos estados do Pará e Mato
Grosso, cresceu 44,7% em maio e junho de 2019 em comparação com o mesmo período do ano anterior,
reforçando a tendência de alta no desflorestamento da Amazônia e ampliando as pressões sobre um dos
principais corredores ecológicos do bioma.
Os dados são do Sirad X, boletim publicado a cada dois meses pela Rede Xingu+, que agrega 24
organizações ambientalistas e indígenas. Além de compilar imagens de satélite, o sistema usa radares
que permitem detectar o desmatamento mesmo em períodos chuvosos do ano.
O boletim diz que, entre janeiro e junho deste ano, a região perdeu 68.973 hectares de floresta – área
equivalente à cidade de Salvador. A bacia do Xingu abriga 26 povos indígenas e centenas de
comunidades ribeirinhas, que dependem do bom funcionamento dos ecossistemas locais para sobreviver.
A região tem tamanho comparável ao do Rio Grande do Sul.
Como mais da metade da bacia é composta por áreas protegidas, ela também serve como uma espécie
de escudo da Amazônia em sua porção oriental, dificultando o avanço do agronegócio pela floresta. E ela
é uma das últimas áreas do bioma amazônico em contato com o Cerrado, o que lhe confere papel central
em estudos sobre biodiversidade.
Quando se compara o desmatamento de maio e junho no Xingu com o do bimestre anterior, o aumento
foi de 81% para toda a bacia e de 405% para unidades de conservação.
Sobrecarga da Terra 2019: Planeta atinge esgotamento de recursos naturais mais cedo em toda a
série histórica201
Índice é medido desde 1970. A partir desta segunda (29/07), humanidade entrará 'no vermelho' no uso
de recursos naturais, ou seja, usará mais do que a Terra consegue repor.
O Planeta Terra atinge nesta segunda-feira (29/07) o ponto máximo de uso de recursos naturais que
poderiam ser renovados sem ônus ao meio ambiente. Em 2019, a humanidade atingiu a data limite três
dias antes que em 2018 – e mais cedo do que em toda a série histórica, medida desde 1970.
Isso significa que, a partir de agora, todos os recursos usados para a sobrevivência (água, mineração,
extração de petróleo, consumo de animais, plantio de alimentos com esgotamento do solo, entre outros
pontos) entrarão em uma espécie de "crédito negativo" para a humanidade.
Para manter o mesmo padrão de consumo atual, seria necessário 1,75 planeta Terra.
201201
G1. Sobrecarga da Terra 2019: Planeta atinge esgotamento de recursos naturais mais cedo em toda a série histórica. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/07/29/sobrecarga-da-terra-2019-planeta-atinge-esgotamento-de-recursos-naturais-mais-cedo-em-toda-a-serie-
historica.ghtml. Acesso em 29 de julho de 2019.
Pesquisa estima que 17% dos animais marinhos podem desaparecer até 2100202
Segundo o consórcio FishMIP, se as emissões de gases estufa seguirem o ritmo atual, diferentes
espécies de peixes, invertebrados e mamíferos serão extintas.
Cerca de 17% dos animais marinhos (peixes, invertebrados, mamíferos) poderão desaparecer até
2100, se as emissões de CO2 seguirem o ritmo atual - adverte uma avaliação internacional inédita
publicada na terça-feira (11/06) na revista americana PNAS.
A perda, que já começou, considera apenas os efeitos do clima, sem incluir outros fatores como a
pesca predatória e a poluição, e teria grande impacto na biodiversidade e na segurança alimentar.
Agrupados no consórcio "FishMIP" (Fisheries and Marine Ecosystem Model Intercomparison Project),
35 pesquisadores de quatro continentes fizeram uma avaliação global dos efeitos do aquecimento global
nos recursos pesqueiros.
Se as emissões de gases causadores do efeito estufa mantiverem sua trajetória atual, a biomassa
global de animais será reduzida em 17% até 2100, em relação à média dos anos 1990-99, apontam os
cientistas.
Se o mundo conseguir manter o aquecimento abaixo de 2°C, a queda pode ser limitar a 5%, acrescenta
o estudo.
"Seja qual for a hipótese das emissões, a biomassa global dos animais marinhos vai cair, devido ao
aumento da temperatura e ao retrocesso da produção primária", diz a pesquisa.
Para cada grau de aquecimento acumulado, o oceano perderá cerca de 5% adicional de biomassa
animal.
202
France Presse. Pesquisa estima que 17% dos animais marinhos podem desaparecer até 2100. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/06/13/pesquisa-estima-que-17percent-dos-animais-marinhos-podem-desaparecer-ate-2100.ghtml. Acesso em 13 de
junho de 2019.
203
G1. Um milhão de espécies de plantas e animais estão ameaçadas de extinção, aponta ONU. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/05/06/um-milhao-de-especies-de-plantas-e-animais-estao-ameacadas-de-extincao-segundo-relatorio-da-onu.ghtml.
Acesso em 06 de maio de 2019
Desde 1900, a média de espécies nativas na maioria dos principais habitats terrestres caiu em pelo
menos 20%. Mais de 40% das espécies de anfíbios, quase 33% dos corais e mais de um terço de todos
os mamíferos marinhos estão ameaçados. Pelo menos 680 espécies de vertebrados foram levadas à
extinção desde o século 16.
“Ecossistemas, espécies, populações selvagens, variedades locais e raças de plantas e animais
domesticados estão diminuindo, deteriorando-se ou desaparecendo. A rede essencial e interconectada
da vida na Terra está ficando menor e cada vez mais desgastada ”, disse o Prof. Settele.
“Esta perda é um resultado direto da atividade humana e constitui uma ameaça direta ao bem-estar
humano em todas as regiões do mundo ”, disse o Prof. Settele, um dos participantes o estudo.
O relatório diz ainda que desde 1980 as emissões de gás carbônico dobraram, levando a um aumento
das temperaturas do mundo em pelo menos 0,7 ºC.
Ainda de acordo com os cientistas, a perda de biodiversidade não é apenas uma questão ambiental,
mas também uma questão de desenvolvimento, econômica, de segurança, social e moral.
Segundo o relatório, as atuais tendências negativas impedirão em 80% o progresso das metas dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, relacionadas a pobreza, fome, saúde, água, cidades, clima,
oceanos e terra.
Três quartos do ambiente terrestre e cerca de 66% do ambiente marinho foram significativamente
alterados por ações humanas. Em média, essas tendências foram menos severas ou evitadas em áreas
mantidas ou gerenciadas por povos indígenas e comunidades locais.
Além disso, um terço das áreas terrestres e 75% do uso de água limpa é para plantação e criação de
animais para alimentação. O valor da produção agrícola aumentou cerca de 300% desde 1970, a
derrubada de madeira aumentou 45% e aproximadamente 60 bilhões de toneladas de recursos
renováveis e não renováveis são extraídos globalmente a cada ano.
Ainda dá tempo
Apesar das notícias não serem boas, o relatório aponta caminhos para uma mudança. Governos
devem trabalhar em conjunto para a implementação de leis e produção mais sustentável.
Segundo o relatório, é possível melhorar a sustentabilidade na agricultura, planejando áreas de
plantação para que elas forneçam alimentos e ao mesmo tempo apoiem as espécies nativas. Outras
sugestões incluem a reforma de cadeias de suprimento e a redução do desperdício de alimentos.
Além disso, para preservar a vida marinha, o relatório sugere cotas de pesca efetivas, demarcação de
áreas protegidas e redução da poluição que vai da terra para o mar.
Iniciativa busca reflexão sobre o impacto do gasto energético sobre as mudanças climáticas.
A Torre Eiffel parisiense, a Acrópole de Atenas, o Kremlin em Moscou e a Ópera de Sydney apagaram
suas luzes durante uma hora neste sábado, na chamada Hora do Planeta, para aumentar a
conscientização sobre as mudanças climáticas e seu impacto na biodiversidade. Para a 13ª edição da
Hora do Planeta, organizada pela ONG WWF, milhões de pessoas em 180 países vão apagar suas luzes
para refletir o impacto do gasto energético sobre as mudanças climáticas e seu papel fundamental na
natureza. "Somos a primeira geração a ter consciência que estamos destruindo o mundo. E podemos ser
os últimos capazes de fazer algo a respeito", diz a chamada da WWF. "Nós temos as soluções, só
precisamos que nossas vozes sejam ouvidas".
O presidente da WWF-Austrália, Dermot O'Gorman, disse à AFP que "a Hora do Planeta continua a
ser o maior movimento de base no mundo para que as pessoas adotem medidas contra as mudanças
climáticas". "Trata-se de incitar os indivíduos a realizar ações pessoais e, desta forma, se unir a centenas
de milhões de pessoas em todo o mundo para demonstrar que não precisamos apenas de ações urgentes
em relação às mudanças climáticas, mas também devemos proteger nosso planeta", acrescentou.
Dezenas de empresas em todo o mundo se comprometeram a aderir a essa iniciativa de desligar as
luzes por uma hora. Inúmeros monumentos e edifícios emblemáticos vão permanecer às escuras entre
20h30 e 21h30min, como a Torre de Xangai, o Porto Victoria de Hong Kong, a Torre Burj Khalifa de Dubai,
as pirâmides do Egito, a basílica de São Pedro de Roma, o Big Ben de Londres, o Corcovado do Rio de
Janeiro e a sede da ONU em Nova Iorque.
No ano passado, quase 7 mil cidades em 187 países apagaram as luzes de seus edifícios
emblemáticos, segundo WWF. Este ano, o apelo ocorre após a divulgação de relatórios globais com
advertências urgentes sobre o estado do habitat natural e das espécies na Terra. De acordo com o último
relatório "Planeta Vivo" publicado pela WWF em 2018, entre 1970 e 2014, o número de espécimes de
vertebrados - peixes, aves, mamíferos, anfíbios e répteis -, caiu 60% em todo o mundo.
Um declínio que atingiu 89% nos trópicos, na América do Sul e Central. Enquanto esta ação, realizada
em várias cidades ao redor do mundo, é um gesto simbólico, a Hora do Planeta liderou campanhas bem-
sucedidas na última década para proibir, por exemplo, os plásticos nas Ilhas Galápagos e plantar 17
milhões de árvores no Cazaquistão.
Relatório da ONU aponta que poluição do ar mata entre 6 e 7 milhões de pessoas por ano. Falta de
acesso à água potável é responsável por 1,4 milhão de mortes nesse mesmo período.
Um quarto das mortes prematuras e das doenças que proliferam atualmente no mundo estão
relacionadas à poluição e a outros danos ao meio ambiente provocados pelo homem. O alerta é feito pela
ONU em um relatório sobre o estado do planeta, divulgado nesta quarta-feira (13/03) em Nairóbi, capital
do Quênia.
O relatório, chamado de GEO (Global Environement Outlook), é resultado do trabalho de 250 cientistas
de 70 países, durante seis anos. O documento utiliza uma base de dados gigantesca para calcular o
impacto da poluição sobre centenas de doenças, além de listar uma série de emergências sanitárias no
mundo.
Segundo o GEO, a poluição atmosférica, os produtos químicos que contaminam a água potável e a
destruição acelerada dos ecossistemas vitais para bilhões de pessoas estão provocando uma espécie de
epidemia mundial.
As condições ambientais "medíocres" são responsáveis por cerca de 25% das mortes prematuras e
doenças no planeta. A poluição do ar mata entre 6 e 7 milhões de pessoas por ano. Já a falta de acesso
à água potável mata 1,4 milhão de pessoas a cada ano devido a doenças que poderiam ser evitadas,
como diarreias.
O relatório também indica que produtos químicos despejados no mar provocam efeitos negativos na
saúde de várias gerações. Além disso, 3,2 bilhões de pessoas vivem em terras destruídas pela agricultura
intensiva ou pelo desmatamento.
204
AFP. Mundo apaga suas luzes pela Hora do Planeta. Correio do Povo. https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/mundo/mundo-apaga-suas-luzes-
pela-hora-do-planeta-1.329913. Acesso em 01 de abril de 2019
205
RFI. Poluição é responsável por 1 a cada 4 mortes prematuras no mundo. G1 Natureza. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/03/13/poluicao-e-
responsavel-por-1-a-cada-4-mortes-prematuras-no-mundo.ghtml. Acesso em 13 de março de 2019.
Aquecimento global: década pode ser a mais quente da história, diz agência britânica206
O mundo está no meio do que pode ser a década mais quente já registrada, de acordo com um estudo
do Met Office — o serviço meteorológico do governo britânico.
O serviço, cujos registros remontam a 1850, projeta que as temperaturas nos próximos cinco anos
estarão até 1°C mais altas do que aquelas observadas no período pré-revolução industrial.
Há também uma pequena chance de que um destes anos registre temperaturas até 1,5°C maiores.
Este patamar é visto como um limite crítico para o aquecimento global.
Se os dados realmente corresponderem às projeções do Met Office, o período de 2014 até 2023 será
a década mais quente nos 150 anos de dados da agência.
206
BBC. Aquecimento Global: década pode ser a mais quente da história, diz agência britânica. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/02/07/aquecimento-global-decada-pode-ser-a-mais-quente-da-historia-diz-agencia-britanica.ghtml. Acesso em 07 de
fevereiro de 2019.
Brumadinho: O que se sabe sobre o rompimento de barragem que matou ao menos 60 pessoas
em MG207
Até a noite de domingo, 60 corpos foram resgatados da região atingida pelo rompimento
da barragem da Vale na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, município na zona metropolitana de
Belo Horizonte.
Entre as 60 mortes confirmadas até o momento, 19 corpos foram identificados, de acordo com a Defesa
Civil de Minas Gerais. Pelo menos 292 pessoas continuam desaparecidas.
Desde sexta, 192 pessoas foram localizadas e resgatadas pelos bombeiros.
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BBC. Brumadinho: O que se sabe sobre o rompimento de barragem que matou ao menos 60 pessoas em MG. BBC Brasil.
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47002609. Acesso em 28 de janeiro de 2019.
Ajuda externa
Ainda neste domingo, chega a Minas Gerais uma equipe de 136 soldados do Exército israelense,
especializada em operações de resgate em situações extremas, para auxiliar na busca por sobreviventes.
A informação, antecipada no sábado pelo presidente Jair Bolsonaro, foi confirmada pelo governo de
Minas Gerais.
Na segunda-feira, a equipe fará um reconhecimento da área e iniciará em seguida os trabalhos. Além
de especialistas em salvamento, a equipe israelense conta com cães farejadores e 16 toneladas de
equipamentos, incluindo radares terrestres.
Resposta do governo
Na manhã deste sábado, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida pelo rompimento da
barragem.
Bolsonaro não chegou a pousar na região e, portanto, não deu declarações no local. Ele já está de
volta a Brasília. Pelo Twitter, o presidente disse que é "difícil ficar diante de todo esse cenário e não se
emocionar" e acrescentou que o governo fará o que estiver ao seu alcance para atender as vítimas,
minimizar danos, apurar os fatos e prevenir novas tragédias, citando o desastre de Mariana, há três anos.
Horas depois, na noite de sábado, o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional),
general Augusto Heleno, disse que o governo pretende realizar vistorias em todas as barragens do país
que "ofereçam maior risco". Heleno falou à imprensa depois de participar de uma reunião do gabinete de
crise criado por Bolsonaro para monitorar as consequências da tragédia.
"É importante e urgente que aquelas barragens, no Brasil inteiro, que ofereçam maior risco sejam
submetidas a uma nova vistoria, para que nós possamos nos antecipar, na medida do possível, a novos
desastres", declarou.
O ministro também afirmou que há a intenção de mudar o protocolo de licenciamento de barragens.
Ainda de acordo com o general, o governo deve oferecer ajuda financeira para as vítimas do desastre,
como adiatamentos de benefícios, mas ele disse que os valores ainda não estão definidos.
A ajuda, acrescentou o ministro, também deve vir de Israel, que enviará um avião com equipes e
equipamentos para reforçar as buscas.
A barragem
No cadastro nacional da Agência Nacional de Mineração, a barragem do Córrego do Feijão é
classificada como uma estrutura de pequeno porte com baixo risco e alto dano potencial.
A lei 12.334/10 explica que o risco é calculado "em função das características técnicas, do estado de
conservação do empreendimento e do atendimento ao Plano de Segurança da Barragem". Já o dano
potencial se refere ao "potencial de perdas de vidas humanas e dos impactos econômicos, sociais e
ambientais decorrentes da ruptura da barragem".
Em nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável informa que o
empreendimento e a barragem em Brumadinho estão devidamente licenciados.
Em dezembro de 2018, a Vale obteve licença para o reaproveitamento dos rejeitos dispostos na
barragem e encerramento de atividades.
"A barragem não recebia rejeitos desde 2014 e tinha estabilidade garantida pelo auditor, conforme
laudo elaborado em agosto de 2018. As causas e responsabilidades pelo ocorrido serão apuradas pelo
governo de Minas."
Em nota, a Vale afirmou que a barragem foi construída em 1976, pela Ferteco Mineração (adquirida
pela mineradora em 2001). Segundo a empresa, os rejeitos dispostos ocupavam um volume de 11,7
milhões de metros cúbicos.
A Vale disse ainda que a barragem possuía Declarações de Condição de Estabilidade emitidas pela
empresa TUV SUD do Brasil em junho e setembro de 2018.
"A barragem possuía Fator de Segurança de acordo com as boas práticas mundiais e acima da
referência da Norma Brasileira. Ambas as declarações de estabilidade mencionadas atestam a segurança
física e hidráulica da barragem."
Segundo a companhia, a barragem passava por inspeções de campo quinzenais. "Todas estas
inspeções não detectaram nenhuma alteração no estado de conservação da estrutura."
Além do Instituto de Física Atmosférica, ligado à Academia de Ciências da China, a pesquisa envolveu
especialistas do Ministério de Recursos Naturais e da Universidade Hohai, também no país asiático, e do
Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica e da Universidade St. Thomas, nos Estados Unidos.
O aquecimento visto nos oceanos em 2018 resultou em um aumento médio de 1,4 mm no nível do mar
ao redor do globo em comparação à média de nível registrada em 2017. Os padrões associados ao nível
do mar atual devem continuar no futuro, segundo a pesquisa.
O aumento de calor no oceano também eleva as temperaturas e a umidade do ar — o que, por sua
vez, intensifica as tempestades e as chuvas fortes. Em 2018, foram registradas várias tempestades
tropicais no mundo, como os furacões Florence e Michael e os tufões Jebi, Maria, Mangkhut e Trami.
Entre outras consequências listadas pelos cientistas como decorrentes do aquecimento dos oceanos,
estão a diminuição no nível de oxigênio presente neles, o branqueamento e a morte de corais e o
derretimento de geleiras. Há também efeitos indiretos, como a intensidade de secas, ondas de calor, e
risco de incêndios.
“O aquecimento global é consequência do aprisionamento de gases de efeito estufa — que mantêm a
radiação do calor dentro do sistema terrestre. Devido à longevidade do dióxido de carbono e outros gases
desse tipo, mitigar as mudanças e os riscos de consequências socioeconômicas causadas pelo
aquecimento global e dos oceanos depende de adotar medidas para reduzir imediatamente as emissões
de gases estufa”, concluem os pesquisadores.
Ministro do Meio Ambiente afirma que pacto pode trazer recursos e que Bolsonaro concordou com a
posição.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que o Brasil continuará no Acordo de Paris e
que o presidente Jair Bolsonaro concordou com a posição. Ele argumentou que há pontos importantes
no acordo, que podem trazer recursos para o país, e que o problema está na internalização de princípios
para a legislação nacional. O acordo estabelece metas de para redução da emissão de gases que causam
o efeito estufa.
Questões
01. (Prefeitura de Aracaú/CE – Auxiliar Administrativo – CETREDE – 2019) Este termo surgiu a
partir de estudos das Organizações das nações unidas sobre as mudanças climáticas, também conhecida
como Comissão de Brundtland e foi firmado na Agenda 21, na Conferência “Rio 92”. Sendo descrito como
conceito sistêmico que se traduz num modelo de desenvolvimento global que incorpora os aspectos de
um sistema de consumo em massa no qual a preocupação com a natureza, via de extração da matéria-
prima é máxima, com isso sendo capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a
capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. Esse é o conceito de:
(A) Créditos de Carbono.
(B) Desenvolvimento sustentável.
(C) Selos verdes.
(D) Certificação Ambiental.
(E) Capitalismo verde.
02. (Metrô/SP – Agente de Segurança – FCC/2019) Analise:
Os representantes de mais de 150 países que se reuniram na Conferência das Partes da Convenção
do Clima das Nações Unidas (COP24), na Polônia, definiram executar uma série de regras que permitem
a implementação do Acordo de Paris. A decisão foi unânime.
(Adaptado de: Agência Brasil. Disponível em: https://bit.ly/2ExWSIv)
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Cleide Carvalho. Salles diz que Brasil permanece no Acordo de Paris. https://oglobo.globo.com/brasil/salles-diz-que-brasil-permanece-no-acordo-de-paris-
23371858. Acesso em 15 de janeiro de 2019.
03. (Metrô/SP – Agente de Segurança – FCC/2019) A série com dados oficiais de desmatamento da
Amazônia dos últimos três anos, compilados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra
que os alertas preliminares de áreas com sinais de devastação na floresta vêm sendo confirmados ano a
ano.
(Adaptado de: https://glo.bo/2Z5KAAY)
A respeito do desmatamento da Amazônia considere as seguintes afirmações.
I. Vários estudos já mostram que uma das causas do aumento do desmatamento é a redução da
fiscalização.
II. Em vários locais da região observam-se queimadas ilegais para abertura de pastagens para o gado
ou áreas agrícolas (principalmente para a cultura de soja).
III. Embora expressivas, as áreas amazônicas desmatadas têm menor extensão do que as áreas em
desmatamento no cerrado e na caatinga.
Está correto o que consta APENAS em
(A) II e III
(B) I e III
(C) II
(D) I e II
(E) III
Gabarito
01. Resposta: B
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras
gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
02. Resposta: B
Ficou estabelecido que até o final do ano de 2024 um relatório deve ser entregue em que são
apresentadas as medidas tomadas (aprovada nessa reunião) por todas as nações para a redução das
emissões dos gases do efeito estufa.
03. Resposta: D
A terceira afirmação traz o cerrado e a caatinga como áreas de maior desmatamento em relação às
amazônicas. A afirmação está incorrera pela inclusão da caatinga. Além disso, as duas primeiras
afirmações mostram o entendimento de especialistas que afirmam que a falta de fiscalização e punição
está levando ao crescimento do desmatamento na região amazônica.
04. Resposta: B
O manejo florestal sustentável, é um modelo que permite a exploração racional com técnicas de
mínimo impacto ambiental sobre os elementos da natureza. Uma floresta manejada continuará
oferecendo suas riquezas para as gerações futuras, pois a madeira e seus outros produtos são recursos
renováveis.
05. Resposta: E
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras
gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e
propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
(http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/