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Língua Portuguesa para Escriturário - Bando do Brasil - 2018(

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Português

Questão 1: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Administração/2011


Assunto: Colocação pronominal
Texto

UM MORRO AO FINAL DA PÁSCOA

Como tapetes flutuantes, elas surgiram de repente, em "muita quantidade", balançando nas águas translúcidas de um mar que refletia as cores do entardecer. Os marujos
as reconheceram de imediato, antes que sumissem no horizonte: chamavam-se botelhos as grandes algas que dançavam nas ondulações formadas pelo avanço da frota
imponente. Pouco mais tarde, mas ainda antes que a escuridão se estendesse sobre a amplitude do oceano, outra espécie de planta marinha iria lamber o casco das
naves, alimentando a expectativa e desafiando os conhecimentos daqueles homens temerários o bastante para navegar por águas desconhecidas. Desta vez eram rabos-
de-asno: um emaranhado de ervas felpudas "que nascem pelos penedos do mar". Para marinheiros experimentados, sua presença era sinal claro da proximidade de terra.

Se ainda restassem dúvidas, elas acabariam no alvorecer do dia seguinte, quando os grasnados de aves marinhas romperam o silêncio dos mares e dos céus. As aves da
anunciação, que voavam barulhentas por entre mastros e velas, chamavam-se fura-buxos. Após quase um século de navegação atlântica, o surgimento dessa gaivota era
tido como indício de que, muito em breve, algum marinheiro de olhar aguçado haveria de gritar a frase mais aguardada pelos homens que se fazem ao mar: "Terra à
vista!"

Além do mais, não seriam aquelas aves as mesmas que, havia menos de três anos, ao navegar por águas destas latitudes, o grande Vasco da Gama também avistara? De
fato, em 22 de agosto de 1497, quando a armada do Gama se encontrava a cerca de 3 mil quilômetros da costa da África, em pleno oceano Atlântico, um dos tripulantes
empunhou a pena para anotar em seu Diário: "Achamos muitas aves feitas como garções – e quando veio a noite tiravam contra o su-sueste muito rijas, como aves que
iam para terra."

BUENO, Eduardo. A Viagem do Descobrimento. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998. (Coleção Terra Brasilis, v. 1). p. 7-8

Na sentença "Como tapetes flutuantes, elas surgiram de repente, [...]", o pronome elas refere-se a

a) águas
b) cores
c) algas
d) ondulações
e) naves

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Questão 2: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Análise de Sistemas - Suporte/2010


Assunto: Colocação pronominal
Além da aparência

"Só existem dois dias em que nada pode ser feito: um se chama ontem e o outro amanhã" - Dalai Lama. Início de ano é sempre a mesma coisa: "Este ano vou emagrecer",
"Este ano vou arranjar um bom trabalho", "Este ano vou achar o amor da minha vida", este ano, este ano... e por aí vai. Vale tudo (ou quase tudo): roupa branca, pular sete
ondas, comer lentilha, se consultar com cartomantes, tarólogos, astrólogos que podem até nos dar uma previsão. Contudo, mais que prever o futuro é preciso concebê-
lo! Conceber o futuro é somar novos esforços àqueles já feitos anteriormente em busca de um objetivo muito bem definido e planejado, sem esquecer que esse futuro
que concebemos deve estar sempre em congruência com nosso eu. São muitas as promessas que fazemos com o raiar de um novo ano.

A sensação que se tem é a de que ganhamos um caderno novinho em folha, com páginas em branco nas quais escreveremos uma nova história. Mas muitos esquecem
que para fazer uma vida nova é preciso não apenas de um novo ano, mas sim de um conjunto de ações que, em minha opinião, podem ser resumidas em três: visão,
autoconhecimento e autodesenvolvimento. Assim, acredito que o primeiro passo na construção de uma vida nova começa pela definição de uma visão: o que você quer
da vida? Tem gente que vive apenas fazendo o que a vida quer, usando o velho lema do Zeca Pagodinho "deixa a vida me levar". Prefiro ficar com o Jota Quest que diz: "a
gente leva da vida a vida que a gente leva".

A visão pessoal tem o poder de dar sentido às coisas, muitas vezes aparentemente insignificantes. Ela responde aos porquês. Por que quero emagrecer? Por que quero
conseguir um trabalho novo? Por que estou fazendo isso ou aquilo? Ela nos guia e nos mantém no caminho, afinal para quem não sabe aonde vai qualquer caminho
serve. O Amir Klink tem uma frase brilhante que diz: "É muito triste passar a vida inteira cumprindo as suas obrigações sem nunca ter construído algo de fato". Primeiro
passo concluído, você sabe o que quer da vida. Agora é preciso saber o que é necessário para concretizar essa visão, para transformá-la em ação.

O segundo degrau dessa escada é saber quem você é. "Conhece-te a ti mesmo", como diria Sócrates, é fundamental. Literalmente, é preciso se olhar no espelho.
Fazemos isso o tempo todo com os outros, observando seus comportamentos, suas ações e até seus aspectos físicos. Mas, quanto tempo das nossas vidas nos
dedicamos à auto-observação? Olhar para si mesmo às vezes é duro: descobrimos coisas que nem sempre nos agradam, mas só assim é possível corrigi-las.

Tendo um objetivo claro e se conhecendo fica muito mais fácil definir quais "armas" usar. É como viajar: a depender do destino você arruma sua mala. Se você for para o
Alasca e não tiver roupas de frio terá que comprar ou pedir emprestado. O passo seguinte é se desenvolver. Ou seja, eu sei pra onde quero ir, conheço minhas forças e
fraquezas, o que preciso aprimorar e/ou adquirir para chegar lá? Conhecimento, comportamento e atitudes.

Uma avaliação 360º tornará possível identificar em quais aspectos precisaremos "caprichar" mais. É necessário armar-se competências, lembrando que o sucesso de
ontem não nos garante o sucesso de amanhã. Somando essas três ações e dedicando-se a elas está feito o caminho. Daí é fazer um acordo consigo mesmo e segui-lo à
risca. Mais do que estabelecer metas, é preciso planejar, buscar novas oportunidades, ter iniciativa, adquirir as informações necessárias, dar o melhor de si,
comprometer-se com suas escolhas, cultivar sua rede de contatos, ter autoconfiança, correr riscos sempre calculados e persistir.

Algumas pessoas tentam, fazem de tudo, mas não conseguem. Para esses deixo uma frase do Bernardinho, técnico da seleção brasileira masculina de vôlei: "Podemos
até não vencer o campeonato, mas precisamos deixar a quadra com a certeza de que fizemos o melhor que pudemos". Outras ganham fôlego no início, mas acabam
desistindo. Esses são aqueles que esperam pelos próximos anos, para começar tudo novo de novo. E há ainda aqueles que vão até o final, caem, levantam a poeira e dão
volta por cima. Mas é assim que a vida segue. Mensagem final? Não. Mensagem inicial (aqui vai ela): "Pedras no caminho? Guarde todas! Um dia construirá um castelo".
Carolina Manciola Disponível em <http://www.rh.com.br/Portal/Mudanca/Artigo/6506/ alem-da-aparencia.html>. Acesso em: 01 jul 2010. (Adaptado).

Em "Conceber o futuro é somar novos esforços àqueles já feitos anteriormente...", substituindo-se o(s) complemento(s) verbal(ais) pelo(s) pronome(s) pessoal(ais)
oblíquo(s) correspondente(s), segundo o registro culto e formal da língua, está correta a passagem reescrita em

a) Concebê-lo é somar novos esforços àqueles.


b) Conceber-lhe é somar novos esforços àqueles.
c) Conceber o futuro é somar-lhes àqueles.
d) Conceber-lhe é somar-lhes novos esforços.
e) Conceber o futuro é somá-los novos esforços.

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Questão 3: CESGRANRIO - Assis Tec (INEA)/INEA/Técnico Administrativo/2008


Assunto: Colocação pronominal
Águas: abundância e escassez

12 de abril de 1961. O Major Yuri A. Gagarin dá a volta completa em torno da Terra em 1 hora e 40 minutos. “A Terra é azul!”. A mensagem remete-nos à preeminência da
água. Ela recobre ¾ da superfície do nosso planeta e constitui também ¾ do nosso organismo. Entre todos os elementos que compõem o universo, a água é talvez
aquele que melhor simboliza a essência do homem, desempenhando um papel fundamental no nosso equilíbrio.

Os oceanos, rios, lagos, geleiras, calotas polares, pântanos e alagados cobrem cerca de 354.200 km² da Terra, e ocupam um volume total de 1.386 milhões de km³.
Apenas 2,5% desse reservatório, porém, consistem de água doce, fundamental para a nossa sobrevivência, sendo o restante impróprio para o consumo. O Brasil tem 12%
da concentração mundial de água doce.

Por que tal abundância de água não nos protege da sua falta?

Haverá mesmo falta d’água na Terra? O ciclo hidrológico, que compreende o movimento da água em suas várias formas, mantém um fluxo permanente com o volume
inalterado desde o nascimento da Terra. O homem, por sua vez, tem-se apropriado dos recursos sem a preocupação de preservar os ciclos naturais, como se a existência
da água fosse uma dádiva dos céus.

A disponibilidade da água tornou-se limitada pelo comprometimento de sua qualidade. A situação é alarmante: 63% dos depósitos de lixo no país estão em rios, lagos e
restingas. Na região metropolitana de São Paulo, metade da água disponível está afetada pelos lixões que não têm qualquer tratamento sanitário. No Rio de Janeiro
diminuiu a oferta de água para fins de uso doméstico e industrial devido à poluição crescente por esgoto urbano. A Região Norte, que tem a maior reserva de água doce
do Brasil, é a que mais contamina os recursos hídricos despejando agrotóxicos, mercúrio dos garimpos e lixo bruto nos rios.

[…] [Cerca de] 80% das doenças são causadas ou disseminadas pela falta de saneamento. A água de má qualidade pode ser fatal. A cada ano as doenças provocadas por
ela causam 3 milhões de mortos no mundo, crianças na maioria, e provocam mais de 1 bilhão de enfermidades.

A população cresce. Cresce também a competição entre a demanda de água para uso doméstico e industrial e a demanda para a produção agrícola. O suprimento de
água potável em algumas regiões do Brasil depende de fontes subterrâneas. As águas subterrâneas brasileiras estão estimadas em um volume de 112 mil km³. O
aqüífero Guarani (ou Botucatu) é a maior reserva de água subterrânea brasileira com uma área de 1,2 milhões de km² e um volume de 48 mil km³. Com 70% dentro do
território brasileiro e o restante na Argentina, Paraguai e Uruguai, o aqüífero pode oferecer, em regime auto-sustentável, água suficiente para uma população de 500
milhões de habitantes.

In: Com Ciência – Revista Eletrônica de Jornalismo Científico. Disponível em: http://www.comciencia.br/reportagens/aguas/aguas02.htm - em 10 set. 2000. (Com adaptações).

A posição dos pronomes oblíquos foi alterada nos trechos abaixo.

I - A mensagem nos remete … (l. 1-2)

II - tal abundância de água não protege-nos (l. 8)

III - O homem, por sua vez, tem apropriado-se dos recursos…(l. 10)

IV - A disponibilidade da água se tornou limitada... (l. 12)

De acordo com a norma culta, são possíveis APENAS as alterações feitas em

a) I e II
b) I e III
c) I e IV
d) II e III
e) II e IV
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Questão 4: CESGRANRIO - AET (BB)/BB/2014


Assunto: Colocação pronominal
Um pouco distraído

Ando um pouco distraído, ultimamente. Alguns amigos mais velhos sorriem, complacentes, e dizem que é isso mesmo, costuma acontecer com a idade, não é distração:
é memória fraca mesmo, insuficiência de fosfato.

O diabo é que me lembro cada vez mais de coisas que deveria esquecer: dados inúteis, nomes sem significado, frases idiotas, circunstâncias ridículas, detalhes sem
importância. Em compensação, troco o nome das pessoas, confundo fisionomias, ignoro conhecidos, cumprimento desafetos. Nunca sei onde largo objetos de uso e
cada saída minha de casa representa meia hora de atraso em aflitiva procura: quede minhas chaves? meus cigarros? meu isqueiro? minha caneta?

Estou convencido de que tais objetos, embora inanimados, têm um pacto secreto com o demônio, para me atormentar: eles se escondem.

Recentemente, descobri a maneira infalível de derrotá-los. Ainda há pouco quis acender um cigarro, dei por falta do isqueiro. Em vez de procurá-lo freneticamente, como
já fiz tantas vezes, abrindo e fechando gavetas, revirando a casa feito doido, para acabar plantado no meio da sala apalpando os bolsos vazios como um tarado, levantei-
me com naturalidade sem olhar para lugar nenhum e fui olimpicamente à cozinha apanhar uma caixa de fósforos.

Ao voltar — eu sabia! — dei com o bichinho ali mesmo, na ponta da mesa, bem diante do meu nariz, a olhar-me desapontado. Tenho a certeza de que ele saiu de seu
esconderijo para me espiar.

Até agora estou vencendo: quando eles se escondem, saio de casa sem chaves e bato na porta ao voltar; compro outro maço de cigarros na esquina, uma nova caneta,
mais um par de óculos escuros; e não telefono para ninguém até que minha caderneta resolva aparecer. É uma guerra sem tréguas, mas hei de sair vitorioso. [...]

Alarmado, confidenciei a um amigo este e outros pequenos lapsos que me têm ocorrido, mas ele me consolou de pronto, contando as distrações de um tio seu, perto do
qual não passo de um mero principiante.

Trata-se de um desses que põem o guarda-chuva na cama e se dependuram no cabide, como manda a anedota. Já saiu à rua com o chapéu da esposa na cabeça. Já
cumprimentou o trocador do ônibus quando este lhe estendeu a mão para cobrar a passagem. Já deu parabéns à viúva na hora do velório do marido. Certa noite,
recebendo em sua casa uma visita de cerimônia, despertou de um rápido cochilo
e se ergueu logo, dizendo para sua mulher: “Vamos, meu bem, que já está ficando tarde.” [...]

Contou-me ainda o sobrinho do monstro que sair com um sapato diferente em cada pé, tomar ônibus errado, esquecer dinheiro em casa, são coisas que ele faz quase
todos os dias. Já lhe aconteceu tanto se esquecer de almoçar como almoçar duas vezes. Outro dia arranjou para o sobrinho um emprego num escritório de advocacia,
para que fosse praticando, enquanto estudante.

— Você sabe — me conta o sobrinho: — O que eu estudo é medicina...

Não, eu não sabia: para dizer a verdade, só agora o estava identificando. Mas não passei recibo — faz parte da minha nova estratégia, para não acabar como o tio dele:
dar o dito por não dito, não falar mais no assunto, acender um cigarro. É o que farei agora. Isto é, se achar o cigarro.

SABINO, F. Deixa o Alfredo Falar. Rio de Janeiro: Record, 1976.

Dentre os trechos retirados do texto, a alteração da colocação do pronome oblíquo está feita de acordo com a norma-padrão em:

a) “a olhar-me desapontado.” – a me olhar desapontado


b) “lapsos que me têm ocorrido” – lapsos que têm ocorrido-me
c) “Trata-se de um desses” – Se trata de um desses
d) “Contou-me ainda o sobrinho” – Me contou ainda o sobrinho
e) “Já lhe aconteceu” – Já aconteceu-lhe

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Questão 5: CESGRANRIO - Ana (FINEP)/FINEP/Análise Estratégica em Ciência, Tecnologia e Inovação/2014


Assunto: Colocação pronominal
A polêmica das biografias

A liberdade de expressão está sujeita aos


limites impostos pelas demais prerrogativas
dos cidadãos: honra, privacidade etc.

A jornalista Hildegard Angel fulminou no Twitter: “Num país em que a Justiça é caolha, não dá para liberar geral as biografias de bandeja pros grupos editoriais
argentários”.

A controvérsia em torno das biografias é a prova da desditosa barafunda institucional que atormenta o Brasil. Nos códigos das sociedades modernas, aquelas que
acolheram os princípios do Estado Democrático de Direito(a), a liberdade de expressão está sujeita aos limites impostos pelas demais prerrogativas dos cidadãos: a
privacidade, a honra, o direito de resposta a ofensas e desqualificações lançadas publicamente contra a integridade moral dos indivíduos.

Em 17 de dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos afirmava: “O desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros
que ultrajaram a consciência da Humanidade e o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo
do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum”.
Em 2008, escrevi um artigo para celebrar os 60 anos da declaração(b). Naquela ocasião, percebi claramente que os fantasmas dos traumas nascidos das experiências
totalitárias dos anos 1930 ainda assombram os homens, seus direitos e liberdades.

Segundo a declaração, são consideradas intoleráveis as interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência – atenção! –, tampouco
são toleráveis ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques. O cidadão (note o leitor, o cidadão) tem
direito à liberdade de opinião e de expressão. Esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações por
quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

É proibido proibir, assim como é garantido o direito de retrucar e processar. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, sugeriu a imposição de pesadas
penas pecuniárias aos detratores “argentários” que se valem das inaceitáveis demoras da Justiça.

No Brasil de hoje não impera a expressão livre das ideias, mas predomina o que Deleuze chamou de Poder das Potências. Já tratei aqui desse tema, mas vou insistir. Nos
tempos da sociedade de massa e do aparato de comunicação abrigado na grande mídia, as Potências estão desinteressadas em sufocar a crítica ou as ideias
desviantes. Não se ocupam mais dessa banalidade. Elas se dedicam a algo muito mais importante: fabricam os espaços da literatura, do econômico, do político(c),
espaços completamente reacionários, pré-moldados e massacrantes. “É bem pior que uma censura”, continua Deleuze, “pois a censura provoca efervescências
subterrâneas, mas as Potências querem tornar isso impossível”.

Nos espaços fabricados pelas Potências não é possível manter conversações, porque neles a norma não é a argumentação, mas o exercício da animosidade sob todos
os seus disfarces, a prática desbragada da agressividade a propósito de tudo e de todos, presentes ou ausentes, amigos ou inimigos. Não se trata de compreender o
outro, mas de vigiá-lo. “Estranho ideal policialesco, o de ser a má consciência de alguém”, diz Deleuze.

As redes sociais, onde as ideias e as opiniões deveriam trafegar livremente, se transformaram num espaço policialesco em que a crítica é substituída pela vigilância. A
vigilância exige convicções esféricas, maciças, impenetráveis, perfeitas. A vigilância deve adquirir aquela solidez própria da turba enfurecida(d), disposta ao linchamento.

A Declaração dos Direitos Humanos, na esteira do pensamento liberal e progressista dos séculos XIX e XX, imaginou que a igualdade e a diferença seriam indissociáveis
na sociedade moderna e deveriam subsistir reconciliadas, sob as leis de um Estado ético. Esse Estado permitiria ao cidadão preservar sua diferença em relação aos
outros e, ao mesmo tempo, harmonizá-la entre si, manter a integridade do todo. Mas as transformações econômicas das sociedades modernas suscitaram o bloqueio(e)
das tentativas de impor o Estado ético e reforçaram, na verdade, a fragmentação e o individualismo agressivo e “argentário”. Assim, a “ética” contemporânea não é capaz
de resistir à degradação das liberdades e sua transmutação em arma de vigilância e de assassinato de reputações.

BELLUZZO Luiz Gonzaga. A polêmica das biografias. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/revista/771/a-polemica- -das-biografias-3204.html>. Acesso em: 24 nov. 2013.

Substituindo-se o complemento verbal destacado pelo pronome oblíquo correspondente, observa-se um caso de próclise obrigatória em:

a) “aquelas que acolheram os princípios do Estado Democrático de Direito”


b) “Em 2008, escrevi um artigo para celebrar os 60 anos da declaração”
c) “fabricam os espaços da literatura, do econômico, do político”
d) “A vigilância deve adquirir aquela solidez própria da turba enfurecida”
e) “Mas as transformações econômicas das sociedades modernas suscitaram o bloqueio”

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Questão 6: CESGRANRIO - Tec (FINEP)/FINEP/Apoio Administrativo/2011


Assunto: Colocação pronominal
AULAS DE PIANO

A primeira vez que pousei meus dez dedos sobre o teclado de uma máquina de escrever (na época, claro, não havia computador), fui tomada por uma mistura de prazer e
reconhecimento. Era como se tivesse encontrado meu lugar no mundo. Isso aconteceu quando eu era adolescente – não lembro exatamente quando, nem onde – e
talvez fosse um sintoma de que eu me tornaria, muito tempo depois, escritora. Mas na hora, interpretei de outra forma: achei que aquela sensação boa vinha do fato de
eu ser uma pianista frustrada. Assim, colocando os dedos sobre as teclas da máquina, eu satisfazia, ao menos em parte, o desejo nunca alcançado de dominar outras
teclas, as musicais.

Sempre senti muitíssimo por não ter aprendido piano. Não sei o que aconteceu. Meu pai se diz ele próprio um pianista frustrado e poderia ter resolvido isso através de
mim, mas não o fez. Estudei balé clássico, moderno, sapateado, cantei em coral, fiz aula de música na escola, mas, por uma razão ou por outra, nunca me puseram para
aprender piano.

Quando cresci e estava para fazer vestibular, sem ter ideia de que carreira escolher, fiz um teste vocacional que, para minha imensa surpresa, deu arquitetura e música.
Eram de fato duas áreas de interesse para mim. Foi como se o teste vocacional tivesse desvendado meus desejos secretos. Fiquei perturbada, mas acabei dando as
costas para o resultado e fazendo jornalismo. Os anos se passaram e a frustração se solidificou.

Pois agora isso vai mudar. Ou já está mudando. Tenho a comunicar que – aos 58 anos – comecei a ter aulas de piano. [...]

Aos poucos, vou reconhecendo as teclas, ganhando intimidade com elas, percebendo as nuances dos sons, as diferenças entre as teclas brancas e pretas. Meus dedos
já se encaminham sozinhos para determinadas posições, como se tivessem sensores próprios. [...]

Dizem que, quando chegamos a uma certa idade, é bom aprendermos coisas novas para exercitar o cérebro. Não sei se isso é cientificamente comprovado, mas
aprender a tocar está sendo para mim uma delícia.

Acho que nunca vou conseguir fazer piruetas patinando, nem sapatear tão bem quanto o Fred Astaire (duas outras frustrações minhas), mas, se conseguir tocar uma
dúzia de canções ao piano, já ficarei completamente feliz.
SEIXAS, Heloisa. Aulas de Piano. Seleções do Reader’s Digest, Rio de Janeiro, p. 37-38, fev. 2011. Adaptado.

Em que sentença o pronome assinalado está empregado de acordo com a norma-padrão?

a) O professor vai convidar-lhe para o meu primeiro recital.


b) Na vida, só se pode concordar com si mesmo.
c) Nós nunca se lembramos dos endereços eletrônicos de todos os amigos.
d) Um amigo pediu para mim indicar uma boa escola de música.
e) O fato de ela aprender piano depois dos 50 anos não surpreendeu.

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Questão 7: CESGRANRIO - Tec (BR)/BR/Abastecimento Júnior/2010


Assunto: Colocação pronominal
Os antigos e a memória

Os antigos gregos consideravam a memória uma entidade sobrenatural ou divina: era a deusa Mnemosyne, mãe das Musas, que protegem as artes e a história. A deusa
Memória dava aos poetas e adivinhos o poder de voltar ao passado e de relembrá-lo para a coletividade. Tinha o poder de conferir imortalidade aos mortais, pois, quando
o artista ou o historiador registram em suas obras a fisionomia, os gestos, os atos, os feitos e as palavras de um humano, este nunca será esquecido e, por isso,
tornando-se memorável, não morrerá jamais.

Os historiadores antigos colocavam suas obras sob a proteção das Musas, escreviam para que não fossem perdidos os feitos memoráveis dos humanos e para que
servissem de exemplo às gerações futuras. Dizia Cícero: “A história é mestra da vida”.

A memória é, pois, inseparável do sentimento do tempo ou da percepção/experiência do tempo como algo que escoa ou passa.

A importância da memória não se limitava à poesia e à história, mas também aparecia com muita força e clareza na medicina dos antigos. Um aforismo, atribuído a
Hipócrates, o pai da medicina, dizia:

A vida é breve, a arte é longa, a ocasião é fugidia, a experiência é traidora e o julgamento é difícil. O médico precisa estar sempre atento não só para fazer o que convém, mas
também para conseguir a cooperação do paciente.

Qual a ajuda ou cooperação trazida pelo paciente ao médico? Sua memória. O médico antigo praticava com o paciente a anamnese, isto é, a reminiscência. Por meio de
perguntas, fazia o paciente lembrar-se de todas as circunstâncias que antecederam o momento em que ficara doente e as circunstâncias em que adoecera, pois essas
lembranças auxiliavam o médico a fazer o diagnóstico e a receitar remédios, cirurgias e dietas que correspondiam à necessidade específica da cura do paciente.

CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2008, p. 138-139.

Nas sentenças abaixo, a expressão em negrito que NÃO pode ser substituída pelo pronome após forma verbal, especificado entre parênteses, é

a) A deusa dava aos poetas o poder de voltar ao passado. (dava-lhes)


b) Ela tinha o poder de conferir imortalidade aos mortais. (conferir-lhes)
c) Os historiadores registram em suas obras a fisionomia de um humano. (registram-nas)
d) Os antigos queriam colocar suas obras sob a proteção das Musas. (colocá-las)
e) Eles aprendiam de cor as regras da eloquência. (aprendiam-nas)

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Questão 8: CESGRANRIO - Prof Jun (BR)/BR/Administração/2010


Assunto: Colocação pronominal
EM TORNO DO ESPAÇO PÚBLICO NO BRASIL

Estou no aeroporto de Salvador, na velha Bahia. São 8h25m de uma ensolarada manhã de sábado e eu aguardo o avião que vai me levar ao Rio de Janeiro e, de lá, para
minha casa em Niterói.

Viajo relativamente leve: uma pasta com um livro e um computador no qual escrevo essas notas, mais um arquivo com o texto da conferência que proferi para um grupo
de empresários americanos que excursionam aprendendo – como eles sempre fazem e nós, na nossa solene arrogância, abominamos – sobre o Brasil. Passei
rapidamente pela segurança feita de funcionários locais que riam e trocavam piadas entre si e logo cheguei a um amplo saguão com aquelas poltronas de metal que
acomodam o cidadão transformado em passageiro.

Busco um lugar, porque o relativamente leve começa a pesar nos meus ombros e logo observo algo notável: todos os assentos estão ocupados por pessoas e por suas
malas ou pacotes.

Eu me explico: o sujeito senta num lugar e usa as outras cadeiras para colocar suas malas, pacotes, sacolas e embrulhos. Assim, cada indivíduo ocupa três cadeiras, em
vez de uma, simultaneamente. Eu olho em volta e vejo que não há onde sentar! Meus companheiros de jornada e de saguão simplesmente não me veem e, acomodados
como velhos nobres ou bispos baianos da boa era escravocrata, exprimem no rosto uma atitude indiferente bem apropriada com a posse abusiva daquilo que é definido
como uma poltrona individual.

Não vejo em ninguém o menor mal-estar ou conflito entre estar só, mas ocupar três lugares, ou perceber que o espaço onde estamos, sendo de todos, teria que ser usado
com maior consciência relativamente aos outros como iguais e não como inferiores que ficam sem onde sentar porque “eu cheguei primeiro e tenho o direito a mais
cadeiras!”.

Trata-se, penso imediatamente, de uma ocupação “pessoal” e hierárquica do espaço, e não um estilo individual e cidadão de usá-lo. De tal sorte que o saguão desenhado
para todos é apropriado por alguns como a sala de visitas de suas próprias casas, tudo acontecendo sem a menor consciência de que numa democracia até o espaço e
o tempo devem ser usados democraticamente.

Bem na minha frente, num conjunto de assentos para três pessoas, duas moças dormem serenamente, ocupando o assento central com suas pernas e malas. Ao seu
lado e, sem dúvida, imitando-as, uma jovem senhora com ares de dona Carlota Joaquina está sentada na cadeira central e ocupa a cadeira do seu lado direito com uma
sacola de grife na qual guarda suas compras. Num outro conjunto de assentos mais distantes, nos outros portões de embarque, observo o mesmo padrão. Ninguém se
lembra de ocupar apenas um lugar. Todos estão sentados em dois ou três assentos de uma só vez! Pouco se lixam para uma senhora que chega com um bebê no colo,
acompanhada de sua velha mãe.

Digo para mim mesmo: eis um fato do cotidiano brasileiro que pipoca de formas diferentes em vários domínios de nossa vida social. Pois não é assim que entramos nos
restaurantes quando estamos em grupo e logo passamos a ser “donos” de tudo? E não é do mesmo modo que ocupamos praças, praias e passagens? (...)

Temos uma verdadeira alergia à impessoalidade que obriga a enxergar o outro. Pois levar a sério o impessoal significa suspender nossos interesses pessoais, dando
atenção aos outros como iguais, como deveria ocorrer neste amplo salão no qual metade dos assentos não está ocupada por pessoas, mas por pertences de
passageiros sentados a seu lado.

Finalmente observo que quem não tem onde sentar sente-se constrangido em solicitar a vaga ocupada pela mala ou embrulho de quem chegou primeiro. Trata-se de um
modo hierarquizado de construir o espaço público e, pelo visto, não vamos nos livrar dele tão cedo. Afinal, os incomodados que se mudem!

DA MATTA, Roberto. O Globo, 24. mar. 2010. (Excerto).

Em cada um dos trechos abaixo, analise o deslocamento do pronome oblíquo..

I – “...que vai me levar... – que vai levar-me

II – “Eu me explico:” – Eu explico-me

III – “Ninguém se lembra...” – Ninguém lembra-se

IV – “Pouco se lixam...” – Pouco lixam-se

V – “...sente-se constrangido...” – se sente constrangido

VI – “...que se mudem!” – que mudem-se

Conforme o registro culto e formal da língua está correto APENAS o que ocorre em

a) I, II e V.

b) I, III e VI.
c) II, IV e VI.

d) II, V e VI.
e) III, IV e V.

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Questão 9: CESGRANRIO - Tec Ban (BASA)/BASA/2013


Assunto: Colocação pronominal
É preciso mudar a mentalidade sobre a Amazônia

Trabalho no projeto Saúde e Alegria, que começou com o apoio do BNDES(a) em 1987, e hoje retomamos uma parceria com o Banco na área de saneamento, premiada
pela Cepal, em Santiago do Chile.

O tiro que eu daria seria na mudança de mentalidade. O Brasil começaria a entender a Amazônia(b) não como um ônus, mas como um bônus. Vivemos neste exato
momento duas crises. Uma econômica internacional, outra ambiental. Apesar de serem duas, a solução para a saída de ambas é uma só: pensar um novo modelo(c) de
desenvolvimento que una a questão ambiental à econômica. Sobretudo, que traga alegria, saúde, felicidade, com base não apenas no consumo desenfreado.

A questão liga a Amazônia(d) ao mundo não apenas pelo aspecto da regulação climática, mas também pela motivação na busca de uma solução para aquelas duas
crises. Temos uma oportunidade única — principalmente por ser o Brasil um país que agrega a maioria do território amazônico — de construir, a partir da Amazônia, um
modelo de desenvolvimento “2.0” capaz de oferecer respostas em um sentido inverso ao atual. Em lugar de importar um modelo de desenvolvimento do Sul, construído
em outras bases, deveríamos levar adiante algumas iniciativas que podem ser, até mesmo, replicadas em cidades como Rio de Janeiro ou São Paulo.

Esse seria o tiro ligado à mudança de mentalidade. Às vezes, pensamos na Amazônia(e) como um problema, como o escândalo do desmatamento. Raramente chegam
às regiões Sul e Sudeste ou a Brasília notícias boas da Amazônia.

O novo modelo de desenvolvimento — se fosse reduzido a alguns pilares — incluiria, obviamente, zerar o desmatamento (já há programas para isso) e combater a
pobreza, entendendo-se que a solução para o meio ambiente passa, necessariamente, pela questão social.
Se analisarmos as áreas que mais desmatam hoje no mundo, constataremos que são áreas com menor Índice de Desenvolvimento Humano [IDH]. Portanto, há uma
necessidade premente de se criar um ambiente de negócios sustentáveis, com uma economia ligada ao meio ambiente. O investidor precisa ter segurança de investir, de
gerar emprego com o mínimo de governança, para que esses negócios se perpetuem ao longo do tempo.

Destaco outros pontos, como a política de proteção e fiscalização. É preciso sair da cultura do ilegalismo e entrar no legalismo. O normal lá é o ilegal. Vamos imaginar
que sou do Rio Grande do Sul, sou um cara do bem, quero investir em produção madeireira na Amazônia. Faço tudo corretamente, plano de manejo, obtenho as licenças
necessárias, pago encargos trabalhistas, etc. Vou enfrentar uma concorrência desleal, e minha empresa fechará no vermelho. Como posso concorrer com 99% dos
empreendimentos, que são ilegais? Ou volto para o Rio Grande do Sul ou mudo de lado. Essa é a prática na Amazônia. E essa prática precisa acabar.

Além da necessidade de governança, de gestão pública, há a necessidade de políticas que atendam ao fator amazônico. Às vezes, acho que o Brasil desconhece a
Amazônia. Lido com políticos municipais, principalmente nas áreas de saúde e educação. Evidentemente, não podemos trabalhar com a mesma política de municípios
como Campinas ou Santarém, equivalente ao tamanho da Bélgica. Na Amazônia, há comunidades que ficam distantes 20 horas de barco e são responsabilidade do
gestor municipal. Imaginem um secretário de Saúde tentando cumprir a Constituição, o direito do cidadão, com o orçamento limitado, numa situação amazônica, com as
distâncias amazônicas.

Outro ponto a ser levado em consideração é o ordenamento territorial. Também destaco os aspectos social e de infraestrutura, as cadeias produtivas, o crédito, o
fomento e a construção de uma nova economia sobre REDD (do inglês Reducing Emissions from Deforestation and Degradation, que significa reduzir emissões
provenientes de desflorestamento e degradação) e o pagamento de serviços ambientais.

Em resumo, se começarmos a pensar na Amazônia como uma oportunidade, acho que conseguiremos efetivar soluções em curto espaço de tempo.

SCANNAVINO, Caetano. É preciso mudar a mentalidade sobre a Amazônia. In: BNDES.

Amazônia em debate: oportunidades, desafios e soluções. Rio de Janeiro: BNDES, 2010, p. 147-149. Adaptado.

Está substituído pelo pronome adequado, de acordo com a norma-padrão, o termo destacado na seguinte passagem do texto:

a) “que começou com o apoio do BNDES” – começou- o


b) “começaria a entender a Amazônia” – entender- lhe
c) “pensar um novo modelo” – pensar-lhe
d) “A questão liga a Amazônia” – liga-a
e) “Às vezes, pensamos na Amazônia” – pensamo- la

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Questão 10: CESGRANRIO - Esc BB/BB/"Sem Área"/2015


Assunto: Colocação pronominal
Cartilha orienta consumidor

Lançada pelo SindilojasRio e pelo CDL-Rio,


em parceria com o Procon-RJ, guia destaca os principais
pontos do Código de Defesa do Consumidor (CDC),
selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais
comuns recebidas pelas duas entidades

O Sindicato de Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro (SindilojasRio) e o Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) lançaram ontem uma cartilha para
orientar lojistas e consumidores sobre seus direitos e deveres. Com o objetivo de dar mais transparência e melhorar as relações de consumo, a cartilha tem apoio
também da Secretaria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Seprocon)/ Procon-RJ.

Batizada de Boas Vendas, Boas Compras! – Guia prático de direitos e deveres para lojistas e consumidores, a publicação destaca os principais pontos do Código de
Defesa do Consumidor (CDC), selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais comuns recebidas, tanto pelo SindilojasRio e CDL-Rio, como pelo Procon-RJ.

“A partir da conscientização de consumidores e lojistas sobre seus direitos e deveres, queremos contribuir para o crescimento sustentável das empresas, tendo como
base a ética, a qualidade dos produtos e a boa prestação de serviços ao consumidor”, explicou o presidente do SindilojasRio e do CDL-Rio, Aldo Gonçalves.

Gonçalves destacou que as duas entidades estão comprometidas em promover mudanças que propiciem o avanço das relações de consumo, além do desenvolvimento
do varejo carioca.

“O consumidor é o nosso foco. É importante informá-lo dos seus direitos”, disse o empresário, ressaltando que conhecer bem o CDC é vital não só para os lojistas, mas
também para seus fornecedores.

Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 08 abr. 2014, A-9. Adaptado.

Na frase “‘É importante informá-lo dos seus direitos’” emprega-se o verbo informar seguido do pronome oblíquo. Entretanto, o redator poderia ter optado por empregar,
em vez de lo, o pronome lhe.

A frase resultante, mantendo-se o mesmo sentido e respeitando-se a norma-padrão, seria:

a) É importante informar-lhe sobre os seus direitos.


b) É importante lhe informar a respeito dos seus direitos.
c) É importante informar-lhe dos seus direitos.
d) É importante informar-lhe os seus direitos.
e) É importante lhe informar acerca dos seus direitos.
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Questão 11: CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Motorista Granel I/2014


Assunto: Colocação pronominal
A negação do meio ambiente

O século 20 conseguiu consolidar o apartheid entre a humanidade e as dinâmicas próprias dos ecossistemas e da biosfera. Até o final do século 19, quando nasceu meu
avô, a vida na Terra, em qualquer que fosse o país, tinha estreitos laços com os produtos e serviços da natureza. O homem dependia de animais para a maior parte do
trabalho, para locomoção e mal começava a dominar máquinas capazes de produzir força ou velocidade. Na maioria das casas, o clima era regulado ao abrir e fechar as
janelas e, quando muito, acender lareiras, onde madeira era queimada para produzir calor.

Cem anos depois, a vida é completamente dominada pela tecnologia, pela mecânica, pela química e pela eletrônica, além de todas as outras ciências que tiveram um
exponencial salto desde o final do século 19. Na maior parte dos escritórios das empresas que dominam a economia global, a temperatura é mantida estável por
equipamentos de ar-condicionado, as comunicações são feitas através de telefones sem fio e satélites posicionados a milhares de quilômetros em órbita, as dores de
cabeça são tratadas com comprimidos, e as comidas vêm em embalagens com códigos de barra.

Não se trata aqui de fazer uma negação dos benefícios do progresso científico, que claramente ajudou a melhorar a qualidade de vida de bilhões de pessoas, e também
deixou à margem outros bilhões, mas de fazer uma reflexão sobre o quanto de tecnologia é realmente necessário e o que se pode e o que não se pode resolver a partir da
engenharia. As distâncias foram encurtadas e hoje é possível ir a qualquer parte do mundo em questão de horas, e isso é fantástico. No entanto, nas cidades, as
distâncias não se medem mais em quilômetros, mas sim em horas de trânsito. E isso se mostra um entrave para a qualidade de vida.

Há certo romantismo em pensar na vida em comunhão com a natureza, na qual as pessoas dedicam algum tempo para o contato com plantas, animais e ambientes
naturais. Eu pessoalmente gosto e faço caminhadas regulares em praias e trilhas. Mas não é disso que se trata quando falo na ruptura entre a engenharia humana e as
dinâmicas naturais. Há uma crença que está se generalizando de que a ciência, a engenharia e a tecnologia são capazes de resolver qualquer problema ambiental que
surja. E esse é um engano que pode ser, em muitos casos, crítico para a manutenção do atual modelo econômico e cultural das economias centrais e, principalmente,
dos países que agora consideramos “emergentes”.

Alguns exemplos de que choques entre a dinâmica natural e o engenho humano estão deixando fraturas expostas. A região metropolitana de São Paulo está enfrentando
uma das maiores crises de abastecimento de água de sua história. As nascentes e áreas de preservação que deveriam proteger a água da cidade foram desmatadas e
ocupadas, no entanto a mídia e as autoridades em geral apontam a necessidade de mais obras de infraestrutura para garantir o abastecimento, como se a produção de
água pelo ecossistema não tivesse nenhum papel a desempenhar.

No caso da energia também existe uma demanda incessante por mais eletricidade, mais combustíveis e mais consumo. Isso exige o aumento incessante da exploração
de recursos naturais e não renováveis. Pouco ou nada se fala na elaboração de programas generalizados de eficiência energética, de modo a economizar energia sem
comprometer a qualidade de vida nas cidades.

Todos esses dilemas, porém, parecem alheios ao cotidiano das grandes cidades. A desconexão vai além da simples percepção, nas cidades as pessoas se recusam a
mudar comportamentos negligentes como o descarte inadequado de resíduos ou desperdícios de água e energia. Há muito a mudar.

Pessoas, empresas, governos e organizações sociais são os principais atores de transformação, mudanças desejáveis e possíveis, mas que precisam de uma reflexão de
cada um sobre o papel do meio ambiente na vida moderna.

DAL MARCONDES, (Adalberto Marcondes). A negação do meio ambiente. Disponível em:

<http://www.cartacapital.com.br /sustentabilidade/ a-negacao-do-meio-ambiente-9277.html>. Acesso em: 02 jul. 2014. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão, ao substituir no trecho “além de todas as outras ciências que tiveram um exponencial salto” (l. 6-7) o termo destacado por um pronome,
deve-se escrever:

a) além de todas as outras ciências que tiveram-o


b) além de todas as outras ciências que o tiveram
c) além de todas as outras ciências que tiveram-no
d) além de todas as outras ciências que lhe tiveram
e) além de todas as outras ciências que tiveram-lhe

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Questão 12: CESGRANRIO - AC (IBGE)/IBGE/Geoprocessamento/2014


Assunto: Colocação pronominal
Comércio ambulante: sob as franjas do sistema

Definir uma política para a economia informal – ou mais especificamente para o comércio ambulante – significa situá-la em contextos de desigualdade, entendendo de
que maneira ela se relaciona com a economia formal e de que forma ela é funcional para a manutenção dos monopólios de poder político e econômico. Dependendo do
contexto, o poder público formula políticas considerando o caráter provisório do trabalho informal, justificando políticas de formalização com a crença de uma possível
“erradicação” da informalidade.

Desse ponto de vista, a falta de um plano municipal para o comércio ambulante nas grandes cidades é emblemática. Trata-se de um sinal que aponta que o comércio
ambulante é visto como política compensatória, reservada a alguns grupos com dificuldades de entrada no mercado de trabalho, como deficientes físicos, idosos e, em
alguns países, veteranos de guerra. Entretanto, a realidade do comércio ambulante em São Paulo mostra que essa atividade é uma alternativa consolidada para uma
parcela importante dos ocupados que não se
enquadram em nenhuma das três categorias acima. [...]

Há políticas que reconhecem a informalidade como exceção permanente do capitalismo e que acreditam que somente podem “gerenciá-la” ou “domesticá-la” se
determinada atividade não gerar conflitos e disputas entre setores da sociedade. Nessa concepção, “gerenciar” a informalidade significa tolerá-la, limitando-a
arbitrariamente a um número ínfimo de pessoas que podem trabalhar de forma legalizada, deixando um grande contingente de trabalhadores à mercê da falta de
planejamento e vulnerável à corrupção e à violência. Esse perfil de “gestão da exceção” delimita a inclusão de poucos e se omite no planejamento para muitos. No caso
de São Paulo, o número de licenças de trabalho vigentes, por exemplo, corresponde no ano de 2013 a apenas 2,5% do contingente total de trabalhadores ambulantes. Em
Nova York, apesar de toda a gestão militarizada e excludente, o percentual é de 20%.

Dentro desse raciocínio, “domesticar” a informalidade significa destinar ao comércio ambulante apenas alguns espaços na cidade, mas somente os que não confrontem
a lógica de reprodução do capital e, consequentemente, a imagem que se quer manter dos espaços em valorização imobiliária. Não só trabalhadores ambulantes, como
catadores de material reciclável, moradores de habitações precárias e população em situação de rua são obrigados a ocupar espaços distantes dos vetores de
reconfiguração urbana e dos megaeventos corporativos e midiáticos. A “demarcação” de terras onde eles podem estar, trabalhar ou circular passa a ser não uma política
afirmativa do direito à cidade, mas do deslocamento dessa população para longe das vistas do “progresso” e do “moderno”. [...]

Em resumo, a ausência de políticas de inclusão é em si uma política. Em algumas das grandes cidades brasileiras, as leis que regulam o comércio ambulante apenas
aparentemente servem para incluir, quando, na verdade, são instrumentos de exclusão dos trabalhadores das ruas.

ALCÂNTARA, A.; SAMPAIO, G.; ITIKAWA, L. Comércio ambulante: sob as franjas do sistema. Disponível em: <http://www.cartacapital. com.br/sociedade/sob-as-franjas-do-sistema-o-comercio-
ambulante-nas-grandes-cidades-325.html>. Acesso em: 26 dez. 2013. Adaptado.

Em “Há políticas que reconhecem a informalidade”, ao substituir o termo destacado por um pronome, de acordo com a norma-padrão da língua, o trecho assume a
formulação apresentada em:

a) Há políticas que a reconhecem


b) Há políticas que reconhecem-a
c) Há políticas que reconhecem-na
d) Há políticas que reconhecem ela
e) Há políticas que lhe reconhecem

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Questão 13: CESGRANRIO - Adv (EPE)/EPE/Jurídica/2014


Assunto: Colocação pronominal
Pessoa em pessoa

Existe uma ironia ao fazer-se um guia a partir de um roteiro turístico escrito por Fernando Pessoa: embora ele tenha detalhado cada ponto de Lisboa(a), cidade onde
nasceu e viveu, o maior poeta português não gostava de viajar. Se saiu, foi muito pouco, e só deixou a sua cidade natal em raras ocasiões(b). Numa delas, por motivos
familiares, viveu um período em Durban, na antiga colônia inglesa na África do Sul. Após a morte do pai, a sua mãe casou-se com o militar João Miguel Rosa, que, por sua
vez, se tornou cônsul de Portugal na cidade africana, obrigando a família a mudar-se(c). Pessoa foi para lá em 1896, com 8 anos, ali ficando até aos 17 anos.

Antes e depois desse período, a sua vida foi fincada em Lisboa [...] “Para Pessoa, Lisboa foi mais do que uma cidade, foi a pátria, condensadamente. E desde que nela
lançou âncora, em 1905, nunca mais daí saiu”, confirma Teresa Rita Lopes, uma das maiores investigadoras da obra e da vida do poeta [...].

Rotas pessoais

Pessoa era uma espécie de freelancer, um profissional autônomo que se dedicava a traduções(d) de cartas comerciais para diversas empresas e casas comerciais de
Lisboa. Isso ajuda a explicar o fato de ter sido um verdadeiro andarilho, indo de um lado para o outro, algo que acabaria por constituir a sua própria personalidade(e). Era
caminhando que pensava, que refletia.

“Para ele era uma maneira de estar sozinho de fato, bem como uma forma de ter ideias, era uma maneira de criar. Depois, nos diários que fez, dizia as ideias que tinha
tido em tal passeio. Os passeios para ele eram também momentos de criação. Andava imenso”, explica Teresa Rita Lopes.

CORREIA FILHO, J. Lisboa em Pessoa: guia turístico e literário

da capital portuguesa. Lisboa: Publicações Don Quixote, 2011, p. 21 - 22. Adaptado.

O trecho em que o pronome entre parênteses substitui a expressão destacada, de acordo com a norma-padrão, é

a) “embora ele tenha detalhado cada ponto de Lisboa”. (o tenha detalhado)


b) “só deixou a sua cidade natal em raras ocasiões” (deixou-lhe)
c) “obrigando a família a mudar-se” (obrigando- lhe)
d) “dedicava a traduções” (as dedicava)
e) “algo que acabaria por constituir a sua própria personalidade”(constituir-lhe)

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Questão 14: CESGRANRIO - Adv (PETRO)/PETROBRAS/Júnior/2015


Assunto: Colocação pronominal
A sociedade da informação e seus desafios

Dificilmente alguém discordaria de que a sociedade da informação é o principal traço característico do debate público sobre desenvolvimento, seja em nível local ou
global, neste alvorecer do século XXI. Das propostas políticas oriundas dos países industrializados e das discussões acadêmicas, a expressão “sociedade de informação”
transformou-se rapidamente em jargão nos meios de comunicação, alcançando, de forma conceitualmente imprecisa, o universo vocabular do cidadão.
A expressão “sociedade da informação” passou a ser utilizada como substituta para o conceito complexo de “sociedade pós-industrial”, como forma de transmitir o
conteúdo específico do “novo paradigma técnico-econômico”. A realidade que os conceitos das ciências sociais procuram expressar refere-se às transformações
técnicas, organizacionais e administrativas que têm como “fator-chave” não mais os insumos baratos de energia — como na sociedade industrial — mas os insumos
baratos de informação propiciados pelos avanços tecnológicos na microeletrônica e nas telecomunicações.

Nesta sociedade pós-industrial, ou “informacional”, as transformações em direção à sociedade da informação, em estágio avançado nos países industrializados,
constituem uma tendência dominante mesmo para economias menos industrializadas e definem um novo paradigma, o da tecnologia da informação, que expressa a
essência da presente transformação tecnológica em suas relações com a economia e a sociedade. Esse novo paradigma tem as seguintes características fundamentais:
a informação é sua matéria-prima (no passado, o objetivo dominante era utilizar informação para agir sobre as tecnologias); os efeitos das novas tecnologias têm alta
penetrabilidade (a informação é parte integrante de toda atividade humana, individual ou coletiva e, portanto, todas essas atividades tendem a ser afetadas diretamente
pela nova tecnologia); a tecnologia favorece processos reversíveis devido a sua flexibilidade; trajetórias de desenvolvimento tecnológico em diversas áreas do saber
tornam-se interligadas e transformam-se as categorias segundo as quais pensamos todos os processos (microeletrônica, telecomunicações, optoeletrônica, por
exemplo).

O foco sobre a tecnologia pode alimentar a visão ingênua de determinismo tecnológico segundo o qual as transformações em direção à sociedade da informação
resultam da tecnologia, seguem uma lógica técnica e, portanto, neutra e estão fora da interferência de fatores sociais e políticos. Nada mais equivocado: processos
sociais e transformação tecnológica resultam de uma interação complexa em que fatores sociais preexistentes como a criatividade, o espírito empreendedor, as
condições da pesquisa científica afetam o avanço tecnológico e suas aplicações sociais.

No campo educacional dos países em desenvolvimento, decisões sobre investimentos para a incorporação da informática e da telemática implicam também riscos e
desafios. Será essencial identificar o papel que essas novas tecnologias podem desempenhar no processo de desenvolvimento educacional e, isso posto, resolver como
utilizá-las de forma a facilitar uma efetiva aceleração do processo em direção à educação para todos, ao longo da vida, com qualidade e garantia de diversidade. As
novas tecnologias de informação e comunicação tornam-se, hoje, parte de um vasto instrumental historicamente mobilizado para a educação e a aprendizagem. Cabe a
cada sociedade decidir que composição do conjunto de tecnologias educacionais mobilizar para atingir suas metas de desenvolvimento.

A Unesco tem atuado de forma sistemática no sentido de apoiar as iniciativas dos Estados Membros na definição de políticas de integração das novas tecnologias aos
seus objetivos de desenvolvimento. No Programa Informação para Todos, as ações desse organismo internacional estão concentradas em duas áreas principais:
conteúdo para a sociedade da informação e “infoestrutura” para esta sociedade em evolução, por meio da cooperação para treinamento, apoio ao estabelecimento de
políticas de informação e promoção de conexões em rede.

No espírito da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que constitui a base dos direitos à informação na sociedade da informação, e levando em consideração os
valores e a visão delineados anteriormente, o novo Programa Informação para Todos deverá prover uma plataforma para a discussão global sobre acesso à informação,
participação de todos na sociedade da informação global e as consequências éticas, legais e societárias do uso das tecnologias de informação e comunicação. Deverá
prover também a estrutura para colaboração internacional e parcerias nessas áreas e apoiar o desenvolvimento de ferramentas comuns, métodos e estratégias para a
construção de uma sociedade de informação global e justa.

WERTHEIN, J. Ciência da Informação. Brasília, v. 29, n. 2, p. 71- 77, maio/ago. 2000. Disponível em: <http://revista.ibict.br/ciinf/index. php/ciinf/article/view/254>. Acesso em:
10 maio 2015. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o pronome destacado está colocado adequadamente em:

a) Quando todas as instituições educacionais se interessarem pela inclusão digital, a sociedade será muito beneficiada em diferentes aspectos do seu
desenvolvimento.
b) Atualmente, há uma intensa pressão social para que o indivíduo sempre mantenha-se a par das novas tecnologias lançadas em outras regiões do mundo.
c) Não pouparam-se esforços para que todos os funcionários daquela empresa tivessem acesso às mídias digitais por meio de renovação dos equipamentos.
d) Os pesquisadores das áreas sociais e tecnológicas nunca enganam-se a respeito da grande importância da presença da internet em nossa sociedade.
e) Se o preço dos equipamentos eletrônicos ficar muito elevado, poderá-se procurar pesquisar mais atentamente.

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Questão 15: CESGRANRIO - Esc BB/BB/"Sem Área"/2015


Assunto: Colocação pronominal
Moeda digital deve revolucionar a sociedade

Nas sociedades primitivas, a produção de bens era limitada e feita por famílias que trocavam seus produtos de subsistência através do escambo, organizado em locais
públicos, decorrendo daí a origem do termo “pregão” da Bolsa. Com o passar do tempo, especialmente na antiguidade, época em que os povos já dominavam a
navegação, o comércio internacional se modernizou e engendrou a criação de moedas, com o intuito de facilitar a circulação de mercadorias, que tinham como lastro
elas mesmas, geralmente alcunhadas em ouro, prata ou bronze, metais preciosos desde sempre.

A Revolução Industrial ocorrida inicialmente na Inglaterra e na Holanda, por volta de 1750, viria a criar uma quantidade de riqueza acumulada tão grande que
transformaria o próprio dinheiro em mercadoria. Nascia o mercado financeiro em Amsterdã, que depois se espalharia por toda a Europa e pelo mundo. A grande inovação
na época foi o mecanismo de compensação nos pagamentos, mais seguro e prático, no qual um banco emitia uma ordem de pagamento para outro em favor de
determinada pessoa e esta poderia sacá-la sem que uma quantidade enorme de dinheiro ou ouro tivesse de ser transportada entre continentes. Essa ordem de
pagamento, hoje reconhecida no mundo financeiro como “título cambial”, tem como instrumento mais conhecido o cheque, “neto” da letra de câmbio, amplamente usada
pela burguesia em transações financeiras na alta idade média. A teoria nos ensina que são três as suas principais características: a cartularidade, a autonomia e a
abstração.

Ora, o que isso tem a ver com bitcoins? Foi necessária essa pequena exegese para refletirmos que não importa a forma como a sociedade queira se organizar, ela é
sempre motivada por um fenômeno humano. Como nos ensina Platão, a necessidade é a mãe das invenções. Considerando o dinamismo da evolução da sociedade da
informação, inicialmente revolucionada pela invenção do códex e da imprensa nos idos de 1450, que possibilitou na Idade Média o armazenamento e a circulação de
grandes volumes de informação, e, recentemente, o fenômeno da internet, que eliminou distâncias e barreiras culturais, transformando o mundo em uma aldeia global,
seria impossível que o próprio mundo virtual não desenvolvesse sua moeda, não somente por questão financeira, mas sobretudo para afirmação de sua identidade
cultural.

Criada por um “personagem virtual”, cuja identidade no mundo real é motivo de grande especulação, a bitcoin, resumidamente, é uma moeda virtual que pode ser
utilizada na aquisição de produtos e serviços dos mais diversos no mundo virtual. Trata-se de um título cambial digital, sem emissor, sem cártula, e, portanto, sem lastro,
uma aberração no mundo financeiro, que, não obstante isso, tem valor.

No entanto, ao que tudo indica, essa questão do lastro está prestes a ser resolvida. Explico. Grandes corporações começam a acenar com a possibilidade de aceitar
bitcoins na compra de serviços. Se a indústria pesada da tecnologia realmente adotar políticas reconhecendo e incluindo bitcoins como moeda válida, estará dado o
primeiro passo para a criação de um mercado financeiro global de bitcoins. Esse assunto é de alta relevância para a sociedade como um todo e poderá abrir as portas
para novos serviços nas estruturas que se formarão não somente no mercado financeiro, em todas as suas facetas — refiro-me à Bolsa de Valores, inclusive, bem como
em novos campos do direito e na atividade estatal de regulação dessa nova moeda.

Certamente a consolidação dos bitcoins não revogaráas outras modalidades de circulação de riqueza criadas ao longo da história, posto que ainda é possível trocar
mercadorias, emitir letras de câmbio, transacionar com moedas e outros títulos. Ao longo do tempo aprendemos também que os instrumentos se renovaram e se
tornaram mais sofisticados, fato que constitui um desafio para o mundo do direito.

AVANZI, Dane. UOL TV Todo Dia. Disponível em: <http://portal.tododia.uol.com.br/_conteudo/2015/03/opiniao/65848-moeda-digital-deve-revolucionar-a-sociedade.php>. Acesso em: 09 ago. 2015.
Adaptado.

A colocação do pronome destacado atende às exigências da norma-padrão da Língua Portuguesa em:

a) Os clientes mais exigentes sempre comportaram-se bem diante das medidas favoráveis oferecidas pelos bancos.
b) Efetivando-se os pagamentos com moedas virtuais, os clientes terão confiança para utilizar esse recurso financeiro.
c) Os usuários constantes da internet não enganam-se a respeito das vantagens do comércio on-line.
d) É preciso observar que a população interessa-se pelas formas de aprendizagem condizentes com a sua cultura.
e) Os turistas tinham organizado-se para viajar quando as condições econômicas melhorassem.

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Questão 16: CESGRANRIO - Ag Cen (IBGE)/IBGE/Regional/2009


Assunto: Colocação pronominal
Abreviados

Nem faz tanto tempo assim, as pessoas diziam vosmecê. “Vosmecê concede a honra desta dança?” Com o tempo, fomos deixando a formalidade de lado e adotamos
uma forma sincopada, o popular você. “Você quer ouvir uns discos lá em casa?” Parecia que as coisas ficariam por isso mesmo, mas o mundo, definitivamente, não se
acomoda. Nesta onda de tornar tudo mais prático e funcional, as palavras começaram a perder algumas vogais pelo caminho e se transformaram em abreviaturas
esdrúxulas, e você virou vc. “Vc q tc cmg?”

Nenhuma linguagem é estática, elas acompanham as exigências da época, ganham e perdem significados, mudam de função. Gírias, palavrões, nada se mantém os
mesmos. Qual é o espanto?

Espanto, aliás, já é palavra em desuso: ninguém mais se espanta com coisa alguma. No máximo, ficamos levemente surpreendidos, que é como fiquei quando soube que
um dos canais do Telecine iria abrir um horário às terças-feiras para exibir filmes com legendas abreviadas, tal qual acontece nos chats. Uma estratégia mercadológica
para conquistar a audiência mais jovem, naturalmente, mas e se a moda pegar?

Hoje, são as legendas de um filme. Amanhã, poderá ser lançada uma revista toda escrita neste código, e depois quem sabe um livro, e de repente estará todo mundo
ganhando tempo e escrevendo apenas com consoantes – adeus, vogais, fim de linha pra vocês.

O receio de todo cronista é ficar datado, mas, em contrapartida, dizem que é importante este nosso registro do cotidiano, para que nossos descendentes saibam, um dia,
o que se passava nesta nossa cabecinha jurássica. Posso imaginar, daqui a 50 anos, meus netos gargalhando diante deste meu texto: “ctd d w”.

Coitada da vovó mesmo. Às vezes me sinto uma anciã, lamentando o quanto a vida está ficando miserável. Não se trata apenas dos miseráveis sem comida, sem teto e
sem saúde, o que já é um descalabro, mas da nossa miséria opcional. Abreviamos sentimentos, abreviamos conversas, abreviamos convivência, abreviamos o ócio,
fazemos tudo ligeiro, atropelando nosso amor-próprio, nosso discernimento, vivendo resumidamente, com flashes do que outrora se chamou arte, com uma ideia
indistinta do que outrora se chamou liberdade. Todos espiam todos, sabem da vida de todos, e não conhecem ninguém. Modernidade ou penúria?

As vogais são apenas cinco. Perdê-las é uma metáfora. Cada dia abandonamos as poucas coisas em nós que são abertas e pronunciáveis.

MEDEIROS, Martha. Revista O Globo. 20 mar. 2005.

O termo em destaque foi substituído INCORRETAMENTE pelo pronome em

a) deixando a formalidade (deixando-a).


b) adota uma forma (adota-a).
c) ouvir uns discos (ouvi-los).
d) põe o CD sobre a mesa (põe-no).
e) acompanham as exigências (acompanham-las).

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Questão 17: CESGRANRIO - Prof Jun (BR)/BR/Administração, ou em Economia, ou em Engenharia, ou em Marketing/Vendas a Rede
Automotiva/2012
Assunto: Colocação pronominal
Um circo e um antipalhaço

Em 1954, numa cidadezinha universitária dos Estados Unidos, vi “o maior circo do mundo”, que continua a ser o sucessor do velho Barnum & Bailey, velho conhecido dos
meus primeiros dias de estudante nos Estados Unidos. Vi então, com olhos de adolescente ainda um tanto menino, maravilhas que só para os meninos têm plenitude de
encanto. Em 1954, revendo “o maior circo do mundo”, confesso que, diante de certas façanhas de acrobatas e domadores, senti-me outra vez menino.

O monstro – porque é um circo-monstro, que viaja em três vastos trens – chegou de manhã a Charlottesville e partiu à noite. Ao som das últimas palmas dos
espectadores juntou-se o ruído metálico do desmonte da tenda capaz de abrigar milhares de pessoas, acomodadas em cadeiras em forma de x, quase iguais às dos
teatros e que, como por mágica, foram se fechando e formando grupos exatos, tantas cadeiras em cada grupo logo transportadas para outros vagões de um dos trens. E
com as cadeiras, foram sendo transportadas para outros vagões jaulas com tigres; e também girafas e elefantes que ainda há pouco pareciam enraizados ao solo como
se estivessem num jardim zoológico. A verdade é que quem demorasse uns minutos mais a sair veria esta mágica também de circo: a do próprio circo gigante
desaparecer sob seus olhos, sob a forma de pacotes prontos a seguirem de trem para a próxima cidade.

O gênio de organização dos anglo-americanos é qualquer coisa de assombrar um latino. Arma e desarma um circo gigante como se armasse ou desarmasse um
brinquedo de criança. E o que o faz com os circos, faz com os edifícios, as pontes, as usinas, as fábricas: uma vez planejadas, erguem-se em pouco tempo do solo e
tomam como por mágica relevos monumentais.

Talvez a maior originalidade do circo esteja no seu palhaço principal. Circo norte-americano? Pensa-se logo num palhaço para fazer rir meninos de dez anos e meninões
de quarenta com suas piruetas e suas infantilidades.

O desse circo – hoje o mais célebre dos palhaços de circo – é uma espécie de antipalhaço. Não ri nem sequer sorri. Não faz uma pirueta. Não dá um salto. Não
escorrega uma única vez. Não cai esparramado no chão como os clowns convencionais. Não tem um ás de copas nos fundos de suas vestes de palhaço.

O que faz quase do princípio ao fim das funções do circo é olhar para a multidão com uns olhos, uma expressão, uns modos tão tristes que ninguém lhe esquece a
tristeza do clown diferente de todos os outros clowns. Trata-se na verdade de uma audaciosa recriação da figura de palhaço de circo. E o curioso é que, impressionando
os adultos, impressiona também os meninos que talvez continuem os melhores juízes de circos de cavalinhos.

Audaciosa e triunfante essa recriação. Pois não há quem saia do supercirco, juntando às suas impressões das maravilhas de acrobacia, de trabalhos de domadores de
feras, de equilibristas, de bailarinas, de cantores, de cômicos, a impressão inesperada da tristeza desse antipalhaço que quase se limita a olhar para a multidão com os
olhos mais magoados deste mundo.

FREYRE, Gilberto. In: Pessoas, Coisas & Animais. São Paulo: Círculo do Livro.
Edição Especial para MPM Propaganda, 1979. p. 221-222. (Publicado originalmente em O Cruzeiro, Rio de Janeiro, seção Pessoas, coisas e animais, em 8 jul. 1956). Adaptado.

Aos trechos abaixo, retirados do texto, foram propostas alterações na colocação do pronome.

Tal alteração está de acordo com a norma-padrão em:

a) “foram se fechando”– foram fechando-se


b) “Pensa-se logo num palhaço” – Se pensa logo num palhaço
c) “ninguém lhe esquece a tristeza” – ninguém esquece-lhe a tristeza
d) “Trata-se na verdade” – Se trata na verdade
e) “que quase se limita a olhar” – que quase limita-se a olhar
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Questão 18: CESGRANRIO - Tec Jr (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Químico/2012


Assunto: Colocação pronominal
A colocação pronominal está de acordo com a norma -padrão em:

a) Quem viu-me em Lisboa percebeu minha alegria.


b) Chega-se rapidamente a Lisboa pelo mar.
c) Como pode-se chegar a Lisboa?
d) Os marinheiros tinham ensinado-me a guerrear.
e) Quando encontrarem-se em Lisboa, visitem o Castelo de São Jorge.
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Questão 19: CESGRANRIO - Tec Jr (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Químico/2011


Assunto: Colocação pronominal
A CARTA AUTOMÁTICA

Mais de cem anos depois do surgimento do telefone, o começo dos anos 90 nos oferece um meio de comunicação que, para muitos, resgata um pouco do romantismo
da carta. A Internet não usa papel colorido e perfumado, e sequer precisa de selos, mas, para muitos, fez voltar à moda o charme da comunicação por escrito. E, se o
provedor não estiver com problemas, faz isso com o imediatismo do telefone. A rede também foi uma invenção que levou algum tempo para cair no gosto do público.
Criada em 1993 para uso doméstico, há muito ela já era usada por cientistas universitários que queriam trocar informações. Mas, só após a difusão do computador
doméstico, realizada efetivamente há uns quatro ou cinco anos, que o público pôde descobrir sua utilidade.

Em The victorian internet, Tom Standage analisa o impacto da criação do telégrafo (surgido em 1837).

Uma nova tecnologia de comunicação permitia às pessoas se comunicarem quase que instantaneamente, estando à longa distância (...) Isto revolucionou o mundo dos
negócios.(...) Romances floresceram sob impacto do telégrafo. Códigos secretos foram inventados por alguns usuários e desvendados por outros. (...) O governo e as
leis tentaram controlar o novo meio e falharam. (...) Enquanto isto, pelos cabos, uma subcultura tecnológica com seus usos e vocabulário próprio se estabelecia.

Igual impacto teve a Internet. Antes do telégrafo, batizado de “a autoestrada do pensamento”, o ritmo de vida era superlento. As pessoas saíam para viajar de navio e não
se ouviam notícias delas durante anos. Os países que quisessem saber se haviam ou não ganho determinada batalha esperavam meses pelos mensageiros, enviados no
lombo dos cavalos. Neste mundo em que reinava a Rainha Vitória (1819-1901), o telégrafo provocou a maior revolução das comunicações desde o aparecimento da
imprensa. A Internet não chegou a tanto. Mas nada encurta tanto distâncias como entrar num chat com alguém que esteja na Noruega, por exemplo. Se o telégrafo era “a
autoestrada do pensamento”, talvez a rede possa ser a “superautoestrada”. Dos pensamentos e das abobrinhas. As tecnologias de conversação realmente mudam as
conversas. Apesar de ser de fundamental utilidade para o trabalho e a pesquisa, o correio feito pela rede permite um tipo de conversa diferente daquela que ocorre por
telefone. Talvez um dia, no futuro, pesquisadores analisem as razões pelas quais a rede, rápida e imediata e sem o vivo colorido identificador da voz, se presta a bate-
papos (via e-mails, chats, comunicadores instantâneos) até mais informais do que os que fazemos por telefone.

CAMARGO, Maria Sílvia. 24 dias por hora. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. p. 135-137. Adaptado.

O termo destacado na sentença é substituído corretamente pelo pronome da expressão ao lado, de acordo com a norma-padrão em:

a) “A Internet não usa papel (...)” – não o usa.


b) “(...) faz isso com o imediatismo do telefone.” – faz-lo como imediatismo do telefone.
c) “(...) permitia às pessoas (...)” – Permita-as.
d) “(...) em que reinava a Rainha Vitória (...)” – Em que reinava-a.
e) “(...) provocou a maior revolução (...)”– provocou- lhe.
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Questão 20: CESGRANRIO - Psico (UNIRIO)/UNIRIO/Clínica/2016


Assunto: Colocação pronominal
O suor e a lágrima

Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer coisa, quase 41. No dia seguinte, os jornais diriam que fora o mais quente deste verão que inaugura o século e o milênio. Cheguei
ao Santos Dumont, o vôo estava atrasado, decidi engraxar os sapatos. Pelo menos aqui no Rio, são raros esses engraxates, só existem nos aeroportos e em poucos
lugares avulsos.

Sentei-me naquela espécie de cadeira canônica, de coro de abadia pobre, que também pode parecer o trono de um rei desolado de um reino desolante.

O engraxate era gordo e estava com calor — o que me pareceu óbvio. Elogiou meus sapatos, cromo italiano, fabricante ilustre, os Rosseti. Uso-o pouco, em parte para
poupá-lo, em parte porque quando posso estou sempre de tênis.

Ofereceu-me o jornal que eu já havia lido e começou seu ofício. Meio careca, o suor encharcou-lhe a testa e a calva. Pegou aquele paninho que dá brilho final nos sapatos
e com ele enxugou o próprio suor, que era abundante.

Com o mesmo pano, executou com maestria aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira, mas a todo instante o usava para enxugar-se — caso contrário, o suor
inundaria o meu cromo italiano.

E foi assim que a testa e a calva do valente filho do povo ficaram manchadas de graxa e o meu sapato adquiriu um brilho de espelho à custa do suor alheio. Nunca tive
sapatos tão brilhantes, tão dignamente suados.

Na hora de pagar, alegando não ter nota menor, deixei-lhe um troco generoso. Ele me olhou espantado, retribuiu a gorjeta me desejando em dobro tudo o que eu viesse a
precisar nos restos dos meus dias.

Saí daquela cadeira com um baita sentimento de culpa. Que diabo, meus sapatos não estavam tão sujos assim, por míseros tostões, fizera um filho do povo suar para
ganhar seu pão. Olhei meus sapatos e tive vergonha daquele brilho humano, salgado como lágrima.

CONY, C. H. In: NESTROVSKI, A. (Org.). Figuras do Brasil – 80


autores em 80 anos de Folha. São Paulo: Publifolha. 2001. p. 319.

O pronome em destaque está adequadamente colocado, quanto à norma-padrão, em:

a) O rapaz se mostrou feliz com o troco generoso.


b) Sentirá-se feliz aquele que tiver um trabalho digno.
c) O engraxate não queixou-se do calor.
d) Nunca observou-se tanta compaixão naquele homem.
e) Se sentiu envergonhado com a cena o escritor.
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Questão 21: CESGRANRIO - Trad ILS (UNIRIO)/UNIRIO/2016


Assunto: Colocação pronominal
Texto III

Quando eu for bem velhinho — continuação 2

O tempo do carnaval era obrigatório. A despeito de todas as mudanças, ele continua sendo a pausa que dá sentido e razão ao tempo como uma majestade humana. Este
imperador sem rivais que diz que passa quando, de fato, quem passa somos nós.

Uma lenda escandinava, traduzida à luz da análise pelo sábio das línguas e costumes euro- -europeus Georges Dumézil, conta a história de um camponês que, sem
querer, libertou o diabo de um caixote que ele transportava para um padre na sua carroça. Livre e solto, o diabo — que está sempre fazendo alguma coisa — começou a
surrar o seu involuntário libertador, perguntando ansiosamente: “O que devo fazer?” O camponês mandou que ele construísse uma ponte de pedra e, em instantes, ela
ficou pronta. E logo o diabo perguntou novamente: “O que devo fazer?” O camponês mandou que o diabo juntasse todos os excrementos de cavalo do reino da
Dinamarca e, num instante, a tarefa estava cumprida. Aterrorizado porque ia apanhar novamente, o camponês teve a feliz ideia de mandar que o diabo recuperasse o
tempo. Sabendo que o tempo era precioso, o diabo saiu em sua busca, mas não conseguia alcançá-lo. Trouxe dele pedaços, mas não o tempo inteiro como ordenara o
camponês. Não tendo observado a tarefa, o diabo voltou para a caixa.

O tempo como potência impossível de ser apanhada foi brilhantemente descrito por Frei Antônio das Chagas num poema escrito nos mil seiscentos e tanto:

Deus pede estrita conta de meu tempo.


E eu vou do meu tempo dar-lhe conta.
Mas como dar, sem tempo, tanta conta
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?

Para dar minha conta feita a tempo,


O tempo me foi dado e não fiz conta,
Não quis, sobrando tempo, fazer conta.
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.
Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!

Pois aqueles que, sem conta, gastam tempo,


Quando o tempo chegar de prestar conta,
Chorarão, como eu, o não ter tempo...

Afinal, somos nós que brincamos o carnaval ou é o carnaval que brinca conosco o tempo todo?

DAMATTA, R. O Globo, Rio de Janeiro, 10 fev. 2016. Primeiro Caderno, p. 13. Adaptado.

O pronome átono destacado está colocado de acordo com a norma-padrão em:

a) Meu caro, me não engano dizendo que antigamente o tempo do carnaval era obrigatório.
b) As pessoas não davam-se conta de que o tempo do carnaval era obrigatório.
c) Quando o tempo do carnaval era obrigatório, meu pai me levava a bailes à fantasia.
d) O tempo do carnaval era obrigatório, mas não havia deixado-me muitas lembranças.
e) Os foliões divertiriam-se mais se soubessem que o tempo do carnaval era obrigatório.
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Questão 22: CESGRANRIO - Aud Jr (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/2016


Assunto: Colocação pronominal
Texto

A função da arte

Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas,
esperando.

Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e
tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.

E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: — Me ajuda a olhar!

GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM, 2002. p.12.

No que se refere à colocação pronominal, respeita-se a norma-padrão em:

a) Queria que admira-me-ssem na velhice.


b) Me seduziria poder ser jovem a vida toda.
c) A aposentadoria, esperarei-a com ansiedade.
d) Nunca senti-me tão velho como hoje.
e) Ninguém o observava com a mesma atenção que eu.
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Questão 23: CESGRANRIO - Ag PM (IBGE)/IBGE/2016


Assunto: Colocação pronominal
Texto

Feliz por nada

Geralmente, quando uma pessoa exclama “Estou tão feliz!”, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos
que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é
seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.

Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou
ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é
ser feliz por muito.

Feliz por nada, nada mesmo? Talvez passe pela total despreocupação com essa busca.

Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu
cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando “realizado”, também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque
felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é
que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.

Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam
por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.

Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser
livre. Adequação à sociedade e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?
A vida não é um questionário. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania
de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.

Ser feliz por nada talvez seja isso.

MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. Porto Alegre: L&PM, jul. 2011.

A posição do pronome se destacado atende às exigências da norma-padrão da língua portuguesa em:

a) É preciso que os estados em que há maior degradação ambiental não neguem-se a tomar as providências necessárias para enfrentar o problema.
b) Há uma grande pressão social para que as pessoas mantenham-se felizes e sintam-se realizadas permanentemente.
c) Se os órgãos responsáveis pela proteção ambiental dedicarem-se mais a sua missão, as matas brasileiras poderão sobreviver à degradação.
d) Quando os institutos de pesquisa se preocuparem em analisar o grau de felicidade da população, descobrirão que os índices são muito baixos.
e) Livros de autoajuda fazem muito sucesso atualmente porque ensinam as pessoas a nunca sentirem-se infelizes ao enfrentarem dificuldades.

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Questão 24: CESGRANRIO - Sup Pesq (IBGE)/IBGE/Tecnologia de Informação e Comunicação/2016


Assunto: Colocação pronominal
Os pobres

Todo o mundo conhece os pobres. Os despossuídos de tudo, humilhados pela vida que lhes foi roubada. As gentes tristes do mundo. As sem pão e sem beleza. As a que
falta esperança. Que vivem dentro de um horizonte tão retraído que nele não cabe um futuro que não seja a repetição da vida ruim. Para eles e seus filhos. E netos. Como
se a pobreza fosse genética e hereditária. Um fato da natureza. Ou um castigo de Deus, dos que vão passando através de gerações.

Nada de natureza, nada de Deus. Pobreza não é castigo. É imposição. Ninguém tem na pobreza qualquer alegria. Os catadores de lixo encontram nessa atividade o muito
pouco com que se sustentam e às suas famílias, quando elas também não estão enterradas na sujeira dos outros, selecionando coisas ainda aproveitáveis, sabe-se lá
para quê. É o limite do desespero. Salvar da aniquilação os rejeitos de vidas alheias, que, para quem está abaixo de todas as linhas da pobreza e da dignidade, valem a
própria vida. Urubus voam por cima dos lixões. Aquelas montanhas são seus territórios de morte. Os que catam lixo disputam a vida com os urubus.

Sei que separar o lixo é uma atividade ecológica e economicamente relevante. O inadmissível é que ela não seja feita na recolha seletiva prévia do que ainda serve para
algum fim útil e do que está destinado à putrefação dos cadáveres. Os catadores chafurdam em todas as porcarias para extrair delas uma garrafa, uma tampa de
sanitário, uma bota velha de um só pé. Resgatam do naufrágio coisas tristes como eles, os jogados fora por uma sociedade que desperdiça coisas como desperdiça
pessoas. Que joga fora o que não serve. Os pobres não servem para uma sociedade que consome acima dos limites de uma vida comum. Ou servem: alguém precisa
fazer o trabalho sujo.

Penso num poema de Manuel Bandeira. Algo, um bicho certamente, remexia nas latas de lixo. “Quando achava alguma coisa, não examinava nem cheirava: engolia com
voracidade.” E os olhos insones do poeta se estarreceram quando viu a verdade da miséria: “O bicho não era um cão, não era um gato, não era um rato. O bicho, meu
Deus, era um homem.” Esses bichos são homens. São como eu e vocês, meus companheiros de sábado. São homens.

E a fome! Meu Deus, a fome! A nós ronca o estômago quando se espaça demais o intervalo entre as refeições. A barriga dos pobres já não ronca. Seu vazio não tem o
conforto da proximidade da próxima comida. São barrigas tristes. De dor interna e de abandono. Deitados nos cantos dos edifícios, nas calçadas onde moram, estendem
mãos sem esperança. “Para comer”, dizem. E nós passamos, tomando distâncias cautelosas, pela ponta dos meios-fios. Podem ser perigosos. Estão sujos. E cheiram
mal.

Passamos ao largo. Tomamos distância. Fugimos. Deles, sim. Mas, no mais fundo das nossas consciências adormecidas, fugimos de nós. Os pobres, lixo da vida, estão
lá — e nem nos acusam! — e nos lembram do outro lixo, aquele em que jogamos coisas ainda usáveis, sem pensarmos que alguém naquela calçada podia fazer com elas
uma roupa, um abrigo para o frio. Um farrapo de esperança digna. Fugimos do beco onde algo chafurda nas latas de lixo, e come com voracidade o que encontra. E não é
um bicho, meu Deus. É um homem.

D’AMARAL, M. T. Rio de Janeiro, O Globo, 7 maio 2016. Adaptado.

O pronome oblíquo está colocado de acordo com a norma-padrão em:

a) Eles estão por toda parte, mas ninguém nota-os.


b) Vivemos em uma sociedade que pouco se importa com essa questão.
c) Encontraremo-los em muitas cidades.
d) Nos sensibilizamos, porém nada fazemos.
e) É preciso trabalhar para que resolva-se o problema.
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Questão 25: CESGRANRIO - Med do Trab (PETRO)/PETROBRAS/Júnior/2017


Assunto: Colocação pronominal
Como o aquecimento global está atrapalhando a aviação

No mês passado, dezenas de voos foram cancelados nos EUA por causa do calor. Veja porque isso se tornará cada vez mais comum.

Com a temperatura na casa dos 48 ºC — e uma sensação térmica que supera fácil os 50 ºC —, é complicado levar a vida normalmente. Sair de casa é pedir para começar
a suar e desidratar a uma velocidade digna de ambiente desértico. Seja muito bem-vindo ao verão de Phoenix, capital do Arizona, onde o ar-condicionado é seu amigo
mais inseparável.

Por lá, as temperaturas altas não impactam só as contas de luz. A onda de calor anormal que o sudoeste dos EUA enfrentou recentemente causou também outro
problema, menos usual: o cancelamento de dezenas de voos comerciais. É isso mesmo. Em julho passado, aviões foram impedidos de deixar o Sky Harbor, aeroporto
internacional da cidade, pelo simples motivo de estar quente demais.

Mesmo quem não é do ramo sabe que aeronaves foram criadas para operar sob algumas condições climáticas específicas. Por causa disso, vira e mexe mudanças de
tempo muito bruscas como nevascas e neblinas intensas as impedem de decolar — atrasando as viagens e aumentando a impaciência dos clientes.
No que diz respeito a problemas de visibilidade, não há muito o que fazer. O ponto é que o calor também pode comprometer bastante a viagem: cientistas já
demonstraram que o desempenho das aeronaves é pior em dias extremamente quentes. Isso porque o aumento da temperatura atmosférica faz a densidade do ar
diminuir, o que prejudica toda a aerodinâmica do veículo.

A sustentação que as asas do avião garantem depende da densidade do ar. Quanto menor for a densidade do ar, mais rápido um avião tem que acelerar na hora da
decolagem para compensar a perda de estabilidade.

O problema é que, para conseguir uma velocidade maior, é necessária uma pista com tamanho suficiente para a tarefa. Corre-se o risco, nos locais onde o trecho de
asfalto é curto demais, de que o avião não adquira velocidade adequada para deslanchar de vez sem problemas de sustentação. A principal forma que as torres de
controle têm para garantir que isso não aconteça é diminuir o peso da aeronave — seja retirando carga, combustível ou material humano mesmo.

Os efeitos dessa restrição de peso podem pesar no bolso das companhias aéreas e mudar operações pelo mundo todo. A conta é bem simples: menos passageiros nos
voos significa menos dinheiro para as companhias aéreas. Os primeiros a sofrer com os cortes são voos mais longos. Conectar pontos distantes do globo só vale a pena
se o roteiro for cumprido com o máximo de aproveitamento. A tendência, então, é que os voos maiores sejam remanejados para momentos menos quentes do dia. E
como nada vem sozinho, a alteração de rotas e duração dos voos, pode, eventualmente, aumentar também o consumo de combustível. O resto você já sabe. O serviço
fica mais caro, passam a existir menos opções, os aeroportos operam além da capacidade e o caos aéreo se torna maior.

Para completar o pacote, o calor poderá influenciar até mesmo no famoso “medo de avião”. Isso porque a elevação das temperaturas tornará as turbulências mais
frequentes e intensas. Uma pesquisa publicada neste ano mostrou que turbulências severas vão aumentar 149% e os chacoalhões moderados crescerão até 94% nos
próximos anos. Culpa do aumento na quantidade de ventos de alta altitude, que ganham força com o calor.

ELER, G. Como o aquecimento global está atrapalhando a aviação. 5 ago. 2017.


Disponível em: <https://super.abril.com.br/tecnologia/como-o-aquecimento-global-esta-atrapalhando-a-aviacao/>.
Acesso em: 12 ago. 2017. Adaptado.

Atendendo à norma-padrão na variedade formal da língua, o pronome oblíquo átono está corretamente colocado em:

a) Farei-lhe uma proposta de viagem irrecusável.


b) Quero que acompanhem-me nessa viagem de férias.
c) Não nos traga a refeição durante período de turbulência, por favor.
d) Em tratando-se de qualidade, aquela companhia aérea é imbatível!
e) Se aproximem do portão de embarque, senhores passageiros do voo 2189.
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Questão 26: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Administração/2011


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Texto

UM MORRO AO FINAL DA PÁSCOA

Como tapetes flutuantes, elas surgiram de repente, em "muita quantidade", balançando nas águas translúcidas de um mar que refletia as cores do entardecer. Os marujos
as reconheceram de imediato, antes que sumissem no horizonte: chamavam-se botelhos as grandes algas que dançavam nas ondulações formadas pelo avanço da frota
imponente. Pouco mais tarde, mas ainda antes que a escuridão se estendesse sobre a amplitude do oceano, outra espécie de planta marinha iria lamber o casco das
naves, alimentando a expectativa e desafiando os conhecimentos daqueles homens temerários o bastante para navegar por águas desconhecidas. Desta vez eram rabos-
de-asno: um emaranhado de ervas felpudas "que nascem pelos penedos do mar". Para marinheiros experimentados, sua presença era sinal claro da proximidade de terra.

Se ainda restassem dúvidas, elas acabariam no alvorecer do dia seguinte, quando os grasnados de aves marinhas romperam o silêncio dos mares e dos céus. As aves da
anunciação, que voavam barulhentas por entre mastros e velas, chamavam-se fura-buxos. Após quase um século de navegação atlântica, o surgimento dessa gaivota era
tido como indício de que, muito em breve, algum marinheiro de olhar aguçado haveria de gritar a frase mais aguardada pelos homens que se fazem ao mar: "Terra à
vista!"

Além do mais, não seriam aquelas aves as mesmas que, havia menos de três anos, ao navegar por águas destas latitudes, o grande Vasco da Gama também avistara? De
fato, em 22 de agosto de 1497, quando a armada do Gama se encontrava a cerca de 3 mil quilômetros da costa da África, em pleno oceano Atlântico, um dos tripulantes
empunhou a pena para anotar em seu Diário: "Achamos muitas aves feitas como garções – e quando veio a noite tiravam contra o su-sueste muito rijas, como aves que
iam para terra."

BUENO, Eduardo. A Viagem do Descobrimento. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998. (Coleção Terra Brasilis, v. 1). p. 7-8

O sinal de dois pontos (:) está sendo empregado como em "... rabos-de-asno: um emaranhado de ervas felpudas 'que nascem pelos penedos do mar' " em:

a) Os navios mais usados nas expedições marítimas eram as naus: uma evolução das caravelas que chegaram a ter 600 toneladas.
b) Ao avistar o Monte Pascoal, Cabral não ficou surpreso: desde o século IX falava-se de ilhas desconhecidas no Atlântico.
c) A armada de Cabral era composta de diversos navios: o rei queria mostrar a riqueza da corte.
d) Pedro Álvares Cabral foi muito bem remunerado pela viagem: sabe-se que ele recebeu cerca de 10 mil cruzados.
e) Um ditado da época do descobrimento do Brasil dizia: "Se queres aprender a orar, faça-te ao mar".

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Questão 27: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Engenharia/2011


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Texto

Borboletas

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as delas.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque
queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz com a outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que
você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem gosta de você.

O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/MjkwODky/ Acesso em: 09 dez. 2010.

Em "Com o tempo,", a vírgula separa um adjunto adverbial deslocado.

A justificativa do emprego da(s) vírgula(s) é a mesma da passagem transcrita acima em:

a) A vida, bem maior do ser humano, nem sempre é como idealizamos.


b) Deus, ajudai-nos para que nunca deixemos de acreditar nas pessoas.
c) A decepção, contudo, não deve ser razão única para não tentarmos novamente.
d) Por agora, o melhor é aprender a dividir esforços para atingir objetivos comuns.
e) É preciso ter fé, sabedoria e paciência para que as coisas cheguem até você.

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Questão 28: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Análise de Sistemas - Suporte/2010


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Além da aparência

"Só existem dois dias em que nada pode ser feito: um se chama ontem e o outro amanhã" - Dalai Lama. Início de ano é sempre a mesma coisa: "Este ano vou emagrecer",
"Este ano vou arranjar um bom trabalho", "Este ano vou achar o amor da minha vida", este ano, este ano... e por aí vai. Vale tudo (ou quase tudo): roupa branca, pular sete
ondas, comer lentilha, se consultar com cartomantes, tarólogos, astrólogos que podem até nos dar uma previsão. Contudo, mais que prever o futuro é preciso concebê-
lo! Conceber o futuro é somar novos esforços àqueles já feitos anteriormente em busca de um objetivo muito bem definido e planejado, sem esquecer que esse futuro
que concebemos deve estar sempre em congruência com nosso eu. São muitas as promessas que fazemos com o raiar de um novo ano.

A sensação que se tem é a de que ganhamos um caderno novinho em folha, com páginas em branco nas quais escreveremos uma nova história. Mas muitos esquecem
que para fazer uma vida nova é preciso não apenas de um novo ano, mas sim de um conjunto de ações que, em minha opinião, podem ser resumidas em três: visão,
autoconhecimento e autodesenvolvimento. Assim, acredito que o primeiro passo na construção de uma vida nova começa pela definição de uma visão: o que você quer
da vida? Tem gente que vive apenas fazendo o que a vida quer, usando o velho lema do Zeca Pagodinho "deixa a vida me levar". Prefiro ficar com o Jota Quest que diz: "a
gente leva da vida a vida que a gente leva".

A visão pessoal tem o poder de dar sentido às coisas, muitas vezes aparentemente insignificantes. Ela responde aos porquês. Por que quero emagrecer? Por que quero
conseguir um trabalho novo? Por que estou fazendo isso ou aquilo? Ela nos guia e nos mantém no caminho, afinal para quem não sabe aonde vai qualquer caminho
serve. O Amir Klink tem uma frase brilhante que diz: "É muito triste passar a vida inteira cumprindo as suas obrigações sem nunca ter construído algo de fato". Primeiro
passo concluído, você sabe o que quer da vida. Agora é preciso saber o que é necessário para concretizar essa visão, para transformá-la em ação.

O segundo degrau dessa escada é saber quem você é. "Conhece-te a ti mesmo", como diria Sócrates, é fundamental. Literalmente, é preciso se olhar no espelho.
Fazemos isso o tempo todo com os outros, observando seus comportamentos, suas ações e até seus aspectos físicos. Mas, quanto tempo das nossas vidas nos
dedicamos à auto-observação? Olhar para si mesmo às vezes é duro: descobrimos coisas que nem sempre nos agradam, mas só assim é possível corrigi-las.

Tendo um objetivo claro e se conhecendo fica muito mais fácil definir quais "armas" usar. É como viajar: a depender do destino você arruma sua mala. Se você for para o
Alasca e não tiver roupas de frio terá que comprar ou pedir emprestado. O passo seguinte é se desenvolver. Ou seja, eu sei pra onde quero ir, conheço minhas forças e
fraquezas, o que preciso aprimorar e/ou adquirir para chegar lá? Conhecimento, comportamento e atitudes.

Uma avaliação 360º tornará possível identificar em quais aspectos precisaremos "caprichar" mais. É necessário armar-se competências, lembrando que o sucesso de
ontem não nos garante o sucesso de amanhã. Somando essas três ações e dedicando-se a elas está feito o caminho. Daí é fazer um acordo consigo mesmo e segui-lo à
risca. Mais do que estabelecer metas, é preciso planejar, buscar novas oportunidades, ter iniciativa, adquirir as informações necessárias, dar o melhor de si,
comprometer-se com suas escolhas, cultivar sua rede de contatos, ter autoconfiança, correr riscos sempre calculados e persistir.

Algumas pessoas tentam, fazem de tudo, mas não conseguem. Para esses deixo uma frase do Bernardinho, técnico da seleção brasileira masculina de vôlei: "Podemos
até não vencer o campeonato, mas precisamos deixar a quadra com a certeza de que fizemos o melhor que pudemos". Outras ganham fôlego no início, mas acabam
desistindo. Esses são aqueles que esperam pelos próximos anos, para começar tudo novo de novo. E há ainda aqueles que vão até o final, caem, levantam a poeira e dão
volta por cima. Mas é assim que a vida segue. Mensagem final? Não. Mensagem inicial (aqui vai ela): "Pedras no caminho? Guarde todas! Um dia construirá um castelo".

Carolina Manciola Disponível em <http://www.rh.com.br/Portal/Mudanca/Artigo/6506/ alem-da-aparencia.html>. Acesso em: 01 jul 2010. (Adaptado).

Em "Vale tudo (ou quase tudo):", os dois pontos introduzem uma

a) enumeração.
b) explicação.
c) notícia subsidiária.
d) citação.
e) consequência.

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Questão 29: CESGRANRIO - Tec Adm (BNDES)/BNDES/2010


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Sonhos, ousadia e ação

Albert Einstein (1879-1955), físico alemão famoso por desenvolver a Teoria da Relatividade, mencionou, durante sua vida, várias frases famosas. Uma delas é: "Nunca
penso no futuro. Ele chega rápido demais". Para um gênio como Einstein que vivia muito à frente de sua época, tal frase poderia ter certo sentido. Mas também deixa
claro que sua preocupação era agir no presente, no hoje, e as consequências dessas ações seriam repercutidas no futuro.

Ainda utilizando frases do físico, mais uma vez ele quebra um paradigma quando cita: "A imaginação é mais importante do que o conhecimento". Os céticos podem
insistir em afirmar que o mais importante é adquirir conhecimento. No entanto, sem a criatividade nascida de uma boa imaginação, de nada adianta possuir
conhecimento se você não tem curiosidade em ir além.

O conhecimento é muito importante para validar a criatividade e colocá-la em prática, mas antes de qualquer ação existiu a imaginação, um sonho que aliado ao
conhecimento e habilidades pode transformar-se em algo concreto. Já a imaginação criativa, sem ações, permanece apenas como um sonho.

Ainda à frente de sua época e indiretamente colaborando para os dias atuais, Einstein mais uma vez apresenta uma citação interessante: "no meio de qualquer
dificuldade encontra-se a oportunidade". Ou seja, mesmo em meio a uma crise, podemos encontrar oportunidades. Oportunidades aos empreendedores, aos inovadores,
às pessoas e empresas que tiverem atitude e criatividade, que saiam da mesmice, que não se apeguem a fatos já conhecidos, mas busquem o novo, o desconhecido.

Como profissionais, precisamos ser flexíveis e multifuncionais. Devemos deixar de nos conformarmos em saber executar apenas uma atividade e conhecer várias outras,
nas quais com interesse e dedicação podemos ser diferenciados. Já as organizações devem encontrar, em uma nova realidade, novos usos de produtos e boas
oportunidades para os mercados que passaram a existir.

E para fechar este artigo com chave de ouro, cito outra sábia frase de Einstein: "Algo só é impossível até que alguém duvide e acabe provando o contrário". Acredite, tudo
é possível desde que seja dado o primeiro passo. Você pode realizar seus sonhos se tiver confiança e lutar por eles. Poderá encontrar novas oportunidades desde que
olhe "fora da caixa" e seja o primeiro a descobrir uma chance que ninguém está conseguindo ver.

Para se chegar a uma longa distância é preciso, antes de tudo, dar o primeiro passo. Parecia impossível o homem voar e ir à lua. Quem imaginou, 30 anos atrás, que
poderíamos acessar milhares de informações em milésimos de segundos através da Internet? Mas para estas perguntas, por mais óbvias que sejam as soluções, faço
das palavras de Einstein minha resposta: alguém que duvidou e provou o contrário.

CAMPOS, Wagner. Disponível em: <http://tbc.rosier.com.br/oktiva. net/2163/nota/158049>. Acesso em: 02 jul 2010. (adaptado)

Em que frase, dentre as apresentadas abaixo, o(s) sinal(is) de pontuação está(ão) em DESACORDO com o registro culto e formal da língua?

a) Esperava por novas oportunidades, mas, se não desse o primeiro passo, seu objetivo não seria alcançado.
b) As frases famosas do físico alemão, despertaram o interesse do conferencista, e do público presente.
c) Quem, até então, diria que suas ações fossem causar tamanho impacto?
d) Por iniciativa própria, resolveu, finalmente, descobrir alternativas que solucionassem o impasse.
e) Hoje, para se chegar ao sucesso, é preciso enxergar o que os outros não veem.

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Questão 30: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Comunicação Social/2009


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
"O evento contará com uma apresentação da cantora Margarida. Revelada em um
concurso na Bahia, o show terá ainda a participação do marido dela, o músico
Alfredinho."

O trecho acima contém um erro muito comum em textos sem revisão. Como o trecho deverá ser redigido após a revisão e a correção?

a) "O evento contará com uma apresentação da cantora Margarida. Revelação em um concurso baiano, o show terá ainda a participação do marido dela, o músico
Alfredinho."
b) "O evento contará com uma apresentação da cantora Margarida, revelada em um concurso na Bahia, o show terá ainda a participação de seu marido, o músico
Alfredinho."
c) "O evento contará com uma apresentação da cantora Margarida. Revelado por um um concurso na Bahia, o show terá ainda a participação do marido dela, o
músico Alfredinho."
d) "O evento contará com uma apresentação da cantora Margarida, revelada em um concurso na Bahia. O show terá ainda a participação do marido dela, o músico
Alfredinho."
e) "O evento contará com uma apresentação da cantora Margarida. Revelada em um concurso na Bahia, o show terá ainda a participação do músico Alfredinho,
marido da cantora."

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Questão 31: CESGRANRIO - Esc BB/BB/"Sem Área"/2010


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Considere o texto abaixo para responder à questão

O sabiá político

Do ano passado para cá, o setor canoro das árvores, aqui na ilha, sofreu importantes alterações. Aguinaldo, o sabiá titular e decano da mangueira, terminou por falecer,
como se vinha temendo.

Embora nunca se tenha aposentado, já mostrava sinais de cansaço e era cada vez mais substituído, tanto nos saraus matutinos quanto nos vespertinos, pelo sabiá-tenor
Armando Carlos, então grande promessa jovem do bel canto no Recôncavo. Morreu de velho, cercado pela admiração da coletividade, pois pouco se ouviram, em toda a
nossa longa história, timbre e afinação tão maviosos, além de um repertório de árias incriticável, bem como diversas canções românticas. (...) Armando Carlos também
morava na mangueira e, apesar de já adivinhar que o velho Aguinaldo não estaria mais entre nós neste verão, eu não esperava grandes novidades na pauta das
apresentações artísticas na mangueira. Sofri, pois, rude surpresa, quando, na sessão alvorada, pontualmente iniciada às quinze para as cinco da manhã, o canto de
Armando Carlos, em pleno vigor de sua pujante mocidade, soou meio distante.

Apurei os ouvidos, esfreguei as orelhas como se estivessem empoeiradas.


Mas não havia engano. Passei pelo portão apreensivo quanto ao que meus sentidos me mostravam, voltei o olhar para cima, vasculhei as frondes das árvores e não
precisei procurar muito. Na ponta de um galho alto, levantando a cabeça para soltar pelos ares um dó arrebatador e estufando o peito belamente ornado de tons de cobre
vibrantes, Armando Carlos principiava a função.

Dessa vez foram meus olhos incrédulos que tive de esfregar e, quando os abri novamente, a verdade era inescapável.

E a verdade era – e ainda é – que ele tinha inequivocamente se mudado para o oitizeiro de meu vizinho Ary de Maninha, festejado e premiado orador da ilha (...).

Estou acostumado à perfidez e à ingratidão humanas, mas sempre se falou bem do caráter das aves em geral e dos sabiás em particular. O sabiá costuma ser fiel à sua
árvore, como Aguinaldo foi até o fim. Estaríamos então diante de mais um exemplo do comportamento herético das novas gerações? Os sabiás de hoje em dia serão
degenerados? Eu teria dado algum motivo para agravo ou melindre? Ou, pior, haveria uma possível esposa de Armando Carlos sido mais uma vítima do mico canalha que
também mora na mangueira? Bem, talvez se tratasse de algo passageiro; podia ser que, na minha ausência, para não ficar sem plateia, Armando Carlos tivesse
temporariamente transferido sua ribalta para o oitizeiro. Mas nada disso. À medida que o tempo passava, o concerto das dez também soando distante e o mesmo para o
recital do meio-dia, a ficha acabou de cair. A mangueira agora está reduzida aos sanhaços, pessoal zoadeiro, inconstante e agitado; aos cardeais, cujo coral tenta, heroica
mas inutilmente, preencher a lacuna dos sabiás. (...)

RIBEIRO, João Ubaldo. O Globo, 14 fev. 2010. (Adaptado)

Em “Mas não havia engano.”, o sinal de pontuação que NÃO pode substituir o ponto (.) é

a) vírgula ( , )
b) ponto e vírgula ( ; )
c) dois pontos ( : )
d) travessão ( – )
e) reticências ( ... )

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Questão 32: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Administração/2013


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Texto

Dialética da mudança

Certamente porque não é fácil compreender certas questões, as pessoas tendem a aceitar algumas afirmações como verdades indiscutíveis e até mesmo a irritar-se
quando alguém insiste em discuti-las. É natural que isso aconteça, quando mais não seja porque as certezas nos dão segurança e tranquilidade(a). Pô-las em questão
equivale a tirar o chão de sob nossos pés. Não necessito dizer que, para mim, não há verdades indiscutíveis, embora acredite em determinados valores e princípios que
me parecem consistentes. De fato, é muito difícil, senão impossível, viver sem nenhuma certeza, sem valor algum.

No passado distante, quando os valores religiosos se impunham à quase totalidade das pessoas, poucos eram os que questionavam, mesmo porque, dependendo da
ocasião, pagavam com a vida seu inconformismo.

Com o desenvolvimento do pensamento objetivo e da ciência, aquelas certezas inquestionáveis passaram a segundo plano(b), dando lugar a um novo modo de lidar com
as certezas e os valores. Questioná-los, reavaliá-los, negá-los, propor mudanças às vezes radicais tornou-se frequente e inevitável(c), dando-se início a uma nova época da
sociedade humana. Introduziram-se as ideias não só de evolução como de revolução.

Naturalmente, essas mudanças não se deram do dia para a noite, nem tampouco se impuseram à maioria da sociedade(d). O que ocorreu de fato foi um processo difícil e
conflituado em que, pouco a pouco, a visão inovadora veio ganhando terreno e, mais do que isso, conquistando posições estratégicas, o que tornou possível influir na
formação de novas gerações, menos resistentes a visões questionadoras.

A certa altura desse processo, os defensores das mudanças acreditavam-se senhores de novas verdades, mais consistentes porque eram fundadas no conhecimento
objetivo das leis que governam o mundo material e social. Mas esse conhecimento era ainda precário e limitado.

Inúmeras descobertas reafirmam a tese de que a mudança é inerente à realidade tanto material quanto espiritual, e que, portanto, o conceito de imutabilidade é
destituído de fundamento.

Ocorre, porém, que essa certeza pode induzir a outros erros: o de achar que quem defende determinados valores estabelecidos está indiscutivelmente errado(e). Em
outras palavras, bastaria apresentar-se como inovador para estar certo. Será isso verdade? Os fatos demonstram que tanto pode ser como não.

Mas também pode estar errado quem defende os valores consagrados e aceitos. Só que, em muitos casos, não há alternativa senão defendê-los. E sabem por quê? Pela
simples razão de que toda sociedade é, por definição, conservadora, uma vez que, sem princípios e valores estabelecidos, seria impossível o convívio social. Uma
comunidade cujos princípios e normas mudassem a cada dia seria caótica e, por isso mesmo, inviável.

Por outro lado, como a vida muda e a mudança é inerente à existência, impedir a mudança é impossível. Daí resulta que a sociedade termina por aceitar as mudanças,
mas apenas aquelas que de algum modo atendem a suas necessidades e a fazem avançar.

GULLAR, Ferreira. Dialética da mudança. Folha de São Paulo, 6 maio 2012, p. E10.
De acordo com as regras de pontuação da Língua Portuguesa, um dos empregos da vírgula é a separação do adjunto adverbial antecipado na estrutura da oração.

O trecho que exemplifica esse tipo de uso é:

a) “É natural que isso aconteça, quando mais não seja porque as certezas nos dão segurança e tranquilidade.”
b) “Com o desenvolvimento do pensamento objetivo e da ciência, aquelas certezas inquestionáveis passaram a segundo plano,”
c) “Questioná-los, reavaliá-los, negá-los, propor mudanças às vezes radicais tornou-se frequente e inevitável.”
d) “essas mudanças não se deram do dia para a noite, nem tampouco se impuseram à maioria da sociedade.”
e) “Ocorre, porém, que essa certeza pode induzir a outros erros: o de achar que quem defende determinados valores estabelecidos está indiscutivelmente errado.

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Questão 33: CESGRANRIO - Tec Adm (BNDES)/BNDES/2013


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Ciência do esporte – sangue, suor e análises

Na luta para melhorar a performance dos atletas […], o Comitê Olímpico Brasileiro tem, há dois anos, um departamento exclusivamente voltado para a Ciência do Esporte. De
estudos sobre a fadiga à compra de materiais para atletas de ponta, a chave do êxito é uma só: o detalhamento personalizado das necessidades.

Talento é fundamental. Suor e entrega(a), nem se fala(b). Mas o caminho para o ouro olímpico nos dias atuais passa por conceitos bem mais profundos. Sem distinção
entre gênios da espécie e reles mortais, a máquina humana só atinge o máximo do potencial se suas características individuais forem minuciosamente estudadas. Num
universo olímpico em que muitas vezes um milésimo de segundo pode separar glória e fracasso, entra em campo a Ciência do Esporte. Porque grandes campeões
também são moldados através de análises laboratoriais, projetos acadêmicos e modernos programas de computador.

A importância dos estudos científicos cresceu de tal forma que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) há dois anos criou um departamento exclusivamente dedicado ao
tema. [...]

— Nós trabalhamos para potencializar as chances de resultados. O que se define como Ciência do Esporte é na verdade uma quantidade ampla de informações que são
trazidas para que técnico e atleta possam utilizá-las da melhor maneira possível. Mas o líder será sempre o treinador. Ele decide o que é melhor para o atleta — ressalta o
responsável pela gerência(c) de desenvolvimento e projetos especiais, que cuida da área de Ciência do Esporte no COB, Jorge Bichara.

A gerência também abrange a coordenação médica do comitê. Segundo Bichara, a área de Ciência do Esporte está dividida em sete setores: fisiologia(d), bioquímica,
nutrição, psicologia, meteorologia, treinamento esportivo e vídeo análise.

Reposição individualizada

Na prática, o atleta de alto rendimento pode dispor desde novos equipamentos, que o deixem em igualdade de condições de treino com seus principais concorrentes, até
dados fisiológicos que indicam o tipo de reposição ideal a ser feita após a disputa.

— No futebol feminino, já temos o perfil de desgaste(e) de cada atleta e pudemos desenvolver técnicas individuais de recuperação. Algumas precisam beber mais água,
outras precisam de isotônico — explica Sidney Cavalcante, supervisor de Ciência do Esporte do comitê. […]

As Olimpíadas não são laboratório para testes. É preciso que todas as inovações, independentemente da modalidade, estejam testadas e catalogadas com antecedência.
Bichara afirma que o trabalho da área de Ciências do Esporte nos Jogos pode ser resumida em um único conceito:

— Recuperação. Essa é a palavra-chave. […]

CUNHA, Ary; BERTOLDO, Sanny. Ciência do esporte – sangue, suor e análises. O Globo, Rio de Janeiro, 25 maio 2012.

O Globo Olimpíadas - Ciência a serviço do esporte, p. 6.

Dentre os trechos destacados, em qual deles o sinal de pontuação pode ser substituído por ponto e vírgula, sem alteração do sentido original do texto?

a) “Talento é fundamental. Suor e entrega”


b) “Suor e entrega, nem se fala”
c) “melhor para o atleta – ressalta o responsável pela gerência”
d) “dividida em sete setores: fisiologia”
e) “No futebol feminino, já temos o perfil de desgaste”

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Questão 34: CESGRANRIO - Tec Adm (BNDES)/BNDES/2013


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Ciência do esporte – sangue, suor e análises
Na luta para melhorar a performance dos atletas […], o Comitê Olímpico Brasileiro tem, há dois anos, um departamento exclusivamente voltado para a Ciência do Esporte. De
estudos sobre a fadiga à compra de materiais para atletas de ponta, a chave do êxito é uma só: o detalhamento personalizado das necessidades.

Talento é fundamental. Suor e entrega, nem se fala. Mas o caminho para o ouro olímpico nos dias atuais passa por conceitos bem mais profundos. Sem distinção entre
gênios da espécie e reles mortais, a máquina humana só atinge o máximo do potencial se suas características individuais forem minuciosamente estudadas. Num
universo olímpico em que muitas vezes um milésimo de segundo pode separar glória e fracasso, entra em campo a Ciência do Esporte. Porque grandes campeões
também são moldados através de análises laboratoriais, projetos acadêmicos e modernos programas de computador.

A importância dos estudos científicos cresceu de tal forma que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) há dois anos criou um departamento exclusivamente dedicado ao
tema. [...]

— Nós trabalhamos para potencializar as chances de resultados. O que se define como Ciência do Esporte é na verdade uma quantidade ampla de informações que são
trazidas para que técnico e atleta possam utilizá-las da melhor maneira possível. Mas o líder será sempre o treinador. Ele decide o que é melhor para o atleta — ressalta o
responsável pela gerência de desenvolvimento e projetos especiais, que cuida da área de Ciência do Esporte no COB, Jorge Bichara.

A gerência também abrange a coordenação médica do comitê. Segundo Bichara, a área de Ciência do Esporte está dividida em sete setores: fisiologia, bioquímica,
nutrição, psicologia, meteorologia, treinamento esportivo e vídeo análise.

Reposição individualizada

Na prática, o atleta de alto rendimento pode dispor desde novos equipamentos, que o deixem em igualdade de condições de treino com seus principais concorrentes, até
dados fisiológicos que indicam o tipo de reposição ideal a ser feita após a disputa.

— No futebol feminino, já temos o perfil de desgaste de cada atleta e pudemos desenvolver técnicas individuais de recuperação. Algumas precisam beber mais água,
outras precisam de isotônico — explica Sidney Cavalcante, supervisor de Ciência do Esporte do comitê. […]

As Olimpíadas não são laboratório para testes. É preciso que todas as inovações, independentemente da modalidade, estejam testadas e catalogadas com antecedência.
Bichara afirma que o trabalho da área de Ciências do Esporte nos Jogos pode ser resumida em um único conceito:

— Recuperação. Essa é a palavra-chave. […]

CUNHA, Ary; BERTOLDO, Sanny. Ciência do esporte – sangue, suor e análises. O Globo, Rio de Janeiro, 25 maio 2012.

O Globo Olimpíadas - Ciência a serviço do esporte, p. 6.

Em que período a vírgula pode ser retirada, mantendo-se o sentido e a obediência à norma-padrão?

a) Quando o técnico chegou, a equipe começou o treino.


b) Antônio, quer saber as últimas novidades dos esportes?
c) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se prepara para o evento.
d) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimoramento do desportista.
e) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda: judô, natação e canoagem.

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Questão 35: CESGRANRIO - Adv (CEF)/CEF/2012


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
A palavra

Freud costumava dizer que os escritores precederam os psicanalistas na descoberta do inconsciente. Tudo porque literatura e psicanálise têm um profundo elo em
comum: a palavra.

Já me perguntei algumas vezes como é que uma pessoa que tem dificuldade com a palavra consegue externar suas fantasias e carências durante uma terapia.
Consultas são um refinado exercício de comunicação. Se relacionamentos amorosos fracassam por falhas na comunicação, creio que a relação terapêutica também
poderá naufragar diante da impossibilidade de o paciente se fazer entender.

Estou lendo um belo livro de uma autora que, além de poeta, é psicanalista, Sandra Niskier Flanzer. E o livro se chama justamente “a pa-lavra”, assim, em minúsculas e
salientando o verbo contido no substantivo. Lavrar: revolver e sulcar a terra, prepará-la para o cultivo.

Se eu tenho um Deus, e tenho alguns, a palavra é certamente um deles. Um Deus feminino, porém não menos dominador. Ela, a palavra, foi determinante na minha
trajetória não só profissional, mas existencial. Só cheguei a algum lugar nessa vida por me expressar com clareza, algo que muitos consideram fácil, mas fácil é escrever
com afetação. A clareza exige simplicidade, foco, precisão e generosidade. A pessoa que nos ouve e que nos lê não é obrigada a ter uma bola de cristal para descobrir o
que queremos dizer. Falar e escrever sem necessidade de tradução ou legenda: eis um dom que é preciso desenvolver todos os dias por aqueles que apreciam viver num
mundo com menos obstáculo.

A palavra, que ferramenta.

É
É uma pena que haja tamanha displicência em relação ao seu uso. Poucos se dão conta de que ela é a chave que abre as portas mais emperradas, que ela facilita
negociações, encurta caminhos, cria laços, aproxima as pessoas. Tanta gente nasce e morre sem dialogar com a vida. Contam coisas, falam por falar, mas não
conversam, não usam a palavra como elemento de troca. Encantam-se pelo som da própria voz e, nessa onda narcísica, qualquer palavra lhes serve.

Mas não. Não serve qualquer uma.

A palavra exata é um pequeno diamante. Embeleza tudo: o convívio, o poema, o amor. Quando a palavra não tem serventia alguma, o silêncio mantém- se no posto
daquele que melhor fala por nós.

Em terapia – voltemos ao assunto inicial – temos que nos apresentar sem defesas, relatar impressões do passado, tornar públicas nossas aflições mais secretas, perder
o pudor diante das nossas fraquezas, ser honestos de uma forma quase violenta, tudo em busca de uma “absolvição” que nos permita viver sem arrastar tantas
correntes. Como atingir o ponto nevrálgico das nossas dores sem o bisturi certeiro da palavra? É através dela que a gente se cura.

MEDEIROS, Martha. A palavra. Revista O Globo. 18 set. 2011.

O trecho “Mas não. Não serve qualquer uma.” pode ter sua pontuação alterada, sem modificar-lhe o sentido original, em:

a) Mas não: não serve qualquer uma.


b) Mas, não; não, serve qualquer uma.
c) Mas não; não serve, qualquer uma.
d) Mas: não, não. Serve qualquer uma.
e) Mas não – não; serve qualquer uma.

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Questão 36: CESGRANRIO - Ana Amb (INEA)/INEA/Administrador/2008


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
O lado perigoso do avanço dos computadores

Em 2008, o número de computadores pessoais (PCs) em funcionamento no mundo deve atingir a astronômica cifra de 1 bilhão. Desde seu surgimento, nos anos 70, até
chegar a essa marca, passou-se um pouco mais de três décadas. Porém, para dobrar esse número, serão necessários apenas sete anos. De acordo com estimativa
divulgada pela consultoria Forrester Research, em 2015 haverá 2 bilhões de PCs espalhados pelo mundo. A princípio, esse boom no consumo de PCs pode significar o
acesso de mais pessoas à tecnologia, o que, sem dúvida, é um avanço positivo. Mas essa expansão tem alguns aspectos preocupantes. O primeiro é que a indústria de
computadores e seus periféricos é uma das que, proporcionalmente ao peso de seus produtos, mais consomem recursos naturais, tanto na forma de matéria-prima
como em termos de água e energia. Segundo a Universidade das Nações Unidas, um computador comum (de 24 quilos, em média) emprega ao menos dez vezes seu
peso em combustíveis fósseis (contribuindo para o aquecimento global) e 1.500 litros de água em seu processo de fabricação. Essa relação supera, por exemplo, a dos
automóveis, que utilizam, no máximo, duas vezes seu peso em matéria-prima e insumos. Um único chip de memória RAM consome 1,7 quilo de combustíveis fósseis e
substâncias químicas para ser produzido, o que corresponde a cerca de 400 vezes seu peso.

Alta demanda de matéria-prima

Na outra ponta, a indústria de computadores também apresenta um problema muito sério: o descarte desses equipamentos resulta na geração de 50 milhões de
toneladas de lixo todos os anos, segundo o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. É uma montanha com mais de 200 milhões de PCs completos, que tende
a saturar aterros e depósitos, complicando ainda mais a gestão de resíduos. Para agravar a situação, algumas peças de computadores contêm metais pesados, como
mercúrio, cádmio, chumbo e cromo, transformando-as em um risco à saúde pública quando descartadas de forma inadequada. [...]

Consumo consciente

Todos sabemos que, hoje em dia, é praticamente inviável prescindir dos computadores. Mas, tomando consciência dos impactos que seu uso causa, o consumidor pode
contribuir para que os reflexos positivos dessa tecnologia sejam maiores que os danos ao meio ambiente. A primeira coisa a ser avaliada pelo consumidor é se há
mesmo necessidade de comprar um novo computador. Algumas vezes, um upgrade (troca de peças específicas, mantendo a “carcaça”) basta para atender às
necessidades do momento. Outro procedimento que deve sempre ser adotado é o de tentar consertar o computador, em vez de aproveitar o primeiro problema para
trocar a máquina por outra nova. [...] Outras vezes, as pessoas trocam de equipamento apenas por comodidade ou estética. É sempre bom gastar alguns minutinhos
ponderando se é possível adiar a compra de um novo equipamento e, caso não seja, refletir sobre as reais necessidades que devem ser atendidas por esse novo
equipamento. Outra questão a ser considerada na hora de trocar de computador é o que fazer com o velho. Uma alternativa é procurar alguma empresa que faça a
reciclagem dos equipamentos. [...] Outra possibilidade é doar o computador antigo. Pode ser a algum conhecido ou a entidades que utilizam o computador como está ou
comercializam sua sucata com empresas recicladoras.

EcoSpy Brasil – Meio Ambiente, Consciência e Tecnologia. Ano 2 n.12. Nov/Dez 2007.

Qual o trecho cuja pontuação está correta?

a) Os monitores mais antigos contêm várias substâncias, como chumbo, bório e fósforo que podem provocar doenças.
b) Os monitores mais antigos contêm várias substâncias; como: chumbo, bório e fósforo, que podem provocar doenças.
c) Os monitores mais antigos contêm várias substâncias (como chumbo, bório e fósforo) que podem provocar doenças.
d) Os monitores mais antigos contêm várias substâncias, como chumbo, bório e fósforo; que podem provocar doenças.
e) Os monitores mais antigos, contêm várias substâncias – como chumbo, bório e fósforo – que podem provocar doenças.

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Questão 37: CESGRANRIO - Esc BB/BB/"Sem Área"/2013
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
100 Coisas

É febre. Livros listando as cem coisas que você deve fazer antes de morrer, os cem lugares que você deve conhecer antes de morrer, os cem pratos que você deve provar
antes de morrer. Primeiramente, me espanta o fato de todos terem a certeza absoluta de que você vai morrer. Eu prefiro encarar a morte como uma hipótese. Mas, no
caso, de acontecer, serei obrigada mesmo a cumprir todas essas metas antes? Não dá pra fechar por cinquenta em vez de cem?

Outro dia estava assistindo a um DVD promocional que também mostra, como imaginei, as cem coisas que a gente precisa porque precisa fazer antes de morrer. Me deu
uma angústia, pois, das cem, eu fiz onze até agora. Falta muito ainda. Falta dirigir uma Ferrari, fazer um safári, frequentar uma praia de nudismo, comer algo exótico (um
baiacu venenoso, por exemplo), visitar um vulcão ativo, correr uma maratona [...].

Se dependesse apenas da minha vontade, eu já teria um plano de ação esquematizado, mas quem fica com as crianças? Conseguirei cinco férias por ano? E quem
patrocina essa brincadeira?

Hoje é dia de mais um sorteio da Mega-Sena. O prêmio está acumulado em cinquenta milhões de reais. A maioria das pessoas, quando perguntadas sobre o que fariam
com a bolada, responde: pagar dívidas, comprar um apartamento, um carro, uma casa na serra, outra na praia, garantir a segurança dos filhos e guardar o resto para a
velhice.

Normal. São desejos universais. Mas fica aqui um convite para sonhar com mais criatividade. Arranje uma dessas listas de cem coisas pra fazer e procure divertir-se com
as opções [...]. Não pense tanto em comprar mas em viver.

Eu, que não apostei na Mega-Sena, por enquanto sigo com a minha lista de cem coisas a evitar antes de morrer. É divertido também, e bem mais fácil de realizar, nem
precisa de dinheiro.

MEDEIROS, Martha. Doidas e santas. Porto Alegre: L&PM, 2008, p. 122-123. Adaptado.

A seguinte frase está redigida com adequada grafia de palavras, correta acentuação e pontuação de acordo com a norma-padrão:

a) A raiz, geralmente subterrânea, não abdica de compostos nitrogenados e outras substâncias orgânicas.
b) As raízes geralmente subterrâneas, não abidicam de compostos nitrogenados e outras substâncias orgânicas.
c) As raízes, crescem abaixo da superficie da terra, mas não abidicam de compostos nitrogenados e outras substâncias orgânicas.
d) A raíz é o membro das árvores que cresce abaixo da terra, mas não abdica de compostos nitrogenados e outras substâncias orgânicas.
e) A raíz é o membro das árvores que, apesar de crescer abaixo da terra não abdica de compostos nitrogenados e outras substâncias orgânicas.

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Questão 38: CESGRANRIO - AET (BB)/BB/2014


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Um pouco distraído

Ando um pouco distraído, ultimamente. Alguns amigos mais velhos sorriem, complacentes, e dizem que é isso mesmo, costuma acontecer com a idade, não é distração:
é memória fraca mesmo, insuficiência de fosfato.

O diabo é que me lembro cada vez mais de coisas que deveria esquecer: dados inúteis, nomes sem significado, frases idiotas, circunstâncias ridículas, detalhes sem
importância. Em compensação, troco o nome das pessoas, confundo fisionomias, ignoro conhecidos, cumprimento desafetos. Nunca sei onde largo objetos de uso e
cada saída minha de casa representa meia hora de atraso em aflitiva procura: quede minhas chaves? meus cigarros? meu isqueiro? minha caneta?

Estou convencido de que tais objetos, embora inanimados, têm um pacto secreto com o demônio, para me atormentar: eles se escondem.

Recentemente, descobri a maneira infalível de derrotá-los. Ainda há pouco quis acender um cigarro, dei por falta do isqueiro. Em vez de procurá-lo freneticamente, como
já fiz tantas vezes, abrindo e fechando gavetas, revirando a casa feito doido, para acabar plantado no meio da sala apalpando os bolsos vazios como um tarado, levantei-
me com naturalidade sem olhar para lugar nenhum e fui olimpicamente à cozinha apanhar uma caixa de fósforos.

Ao voltar — eu sabia! — dei com o bichinho ali mesmo, na ponta da mesa, bem diante do meu nariz, a olhar-me desapontado. Tenho a certeza de que ele saiu de seu
esconderijo para me espiar.

Até agora estou vencendo: quando eles se escondem, saio de casa sem chaves e bato na porta ao voltar; compro outro maço de cigarros na esquina, uma nova caneta,
mais um par de óculos escuros; e não telefono para ninguém até que minha caderneta resolva aparecer. É uma guerra sem tréguas, mas hei de sair vitorioso. [...]

Alarmado, confidenciei a um amigo este e outros pequenos lapsos que me têm ocorrido, mas ele me consolou de pronto, contando as distrações de um tio seu, perto do
qual não passo de um mero principiante.

Trata-se de um desses que põem o guarda-chuva na cama e se dependuram no cabide, como manda a anedota. Já saiu à rua com o chapéu da esposa na cabeça. Já
cumprimentou o trocador do ônibus quando este lhe estendeu a mão para cobrar a passagem. Já deu parabéns à viúva na hora do velório do marido. Certa noite,
recebendo em sua casa uma visita de cerimônia, despertou de um rápido cochilo
e se ergueu logo, dizendo para sua mulher: “Vamos, meu bem, que já está ficando tarde.” [...]

Contou-me ainda o sobrinho do monstro que sair com um sapato diferente em cada pé, tomar ônibus errado, esquecer dinheiro em casa, são coisas que ele faz quase
todos os dias. Já lhe aconteceu tanto se esquecer de almoçar como almoçar duas vezes. Outro dia arranjou para o sobrinho um emprego num escritório de advocacia,
para que fosse praticando, enquanto estudante.
— Você sabe — me conta o sobrinho: — O que eu estudo é medicina...

Não, eu não sabia: para dizer a verdade, só agora o estava identificando. Mas não passei recibo — faz parte da minha nova estratégia, para não acabar como o tio dele:
dar o dito por não dito, não falar mais no assunto, acender um cigarro. É o que farei agora. Isto é, se achar o cigarro.

SABINO, F. Deixa o Alfredo Falar. Rio de Janeiro: Record, 1976.

Considere o emprego do sinal de dois-pontos no trecho do texto “e se ergueu logo, dizendo para sua mulher: ‘Vamos, meu bem, que já está ficando tarde’.”

Esse sinal é empregado com a mesma função em:

a) “não é distração: é memória fraca mesmo”.


b) “para me atormentar: eles se escondem”.
c) “Até agora estou vencendo: quando eles se escondem, saio de casa sem chaves”
d) “me conta o sobrinho: — O que eu estudo é medicina”
e) “Não, eu não sabia: para dizer a verdade, só agora o estava identificando”

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Questão 39: CESGRANRIO - ET (BB)/BB/2014


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Serviço de negro

Um garoto negro termina um serviço que lhe havia sido solicitado e, orgulhosamente, garante ter feito “serviço de branco”. Várias moças respondem a anúncio para
secretária; algumas perguntam se podem ser entrevistadas, “mesmo sendo negras”. Ser negro ou mulato e caminhar pela cidade é considerado “atitude suspeita” por
muitos policiais. Como dizia um conhecido — para meu horror e indiferença dos demais participantes da conversa: “Não tenho nada contra o negro ou nordestino, desde
que saibam seu lugar”. E esse lugar, claro, é uma posição subalterna na sociedade.

Numa sociedade competitiva como a nossa, o ato de etiquetar o outro como diferente e inferior tem por função definir-nos, por comparação, como superiores. Atribuir
características negativas aos que nos cercam significa ressaltar as nossas qualidades, reais ou imaginárias. Quando passamos da ideia à ação, isto é, quando não
apenas dizemos que o outro é inferior, mas agimos como se de fato ele o fosse, estamos discriminando as pessoas e os grupos por conta de uma característica que
atribuímos a eles. [...]

Afirmações do tipo “os portugueses são burros”, “os italianos são grossos”, “os árabes, desonestos”, “os judeus, sovinas”, “os negros, inferiores”, “os nordestinos,
atrasados”, e assim por diante, têm a função de contrapor o autor da afirmativa como a negação, o oposto das características atribuídas ao membro da minoria. Assim, o
preconceituoso, não sendo português, considera-se inteligente; não sendo italiano, acredita-se fino; não sendo árabe, julga-se honesto; não sendo judeu, se crê generoso.
É convicto de sua superioridade racial, por não ser negro, e de sua superioridade cultural, por não ser nordestino.

É importante notar que, a partir de uma generalização, o preconceito enquadra toda uma minoria. Assim, por exemplo, “todos” os negros seriam inferiores [...]. A
inferioridade passaria a ser uma característica “racial” inerente a todos os negros. [...] E o preconceito é tão forte que acaba assimilado pela própria vítima. É o caso do
garoto que garantiu ter feito “serviço de branco”. Ou do imigrante que nega sua origem. Ou, ainda, da mulher que reconhece sua “inferioridade” [...]

Seria, pois, errado falar em minorias? Não, uma vez que o conceito de minoria é ideológico, socialmente elaborado e não aritmeticamente constituído. Isto quer dizer que
o negro de que se fala não é o negro concreto, palpável, mas aquele que está na cabeça do preconceituoso. E isto tem raízes históricas profundas.

PINSKY, J. (Org.) 12 faces do preconceito. São Paulo: Contexto, 2000. p. 21-22.

No texto, o uso do travessão em “Como dizia um conhecido — para meu horror e indiferença dos demais participantes da conversa:” constitui recurso argumentativo,
uma vez que

a) auxilia na descrição feita acerca do preconceito.


b) enfatiza o ponto de vista crítico do enunciador.
c) traduz a adesão do autor à informação exposta.
d) suspende o pensamento do enunciador sobre o tema.
e) desvela a discordância dos participantes da conversa.

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Questão 40: CESGRANRIO - CTA (DECEA)/DECEA/2012


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Texto

Antigas aeromoças

A Associação das Antigas Aeromoças celebra sua convenção anual a bordo de um velho Hércules C-130 doado por uma companhia aérea. São cem, cento e vinte
senhoras, todas alegres, todas nostálgicas. O encontro, no velho aeroporto,(a) hoje desativado por questões de segurança, já é motivo de alegria e emoção: saúdam-se,
abraçam-se, trocam cumprimentos(b): “Como você está bonita, como você está conservada.”

Embarcam cantando o Hino das Antigas Aeromoças (“Entre as nuvens de fímbrias douradas/ Repousam lembranças, por nós embaladas(c)”). Quando o avião decola, não
podem conter as lágrimas nostálgicas. Mas tão logo a aeronave está nivelada a uma altura conveniente, disputam com entusiasmo os carrinhos: querem servir. “Posso
lhe oferecer um lanche, senhora?” “Algo para beber, senhora?” (d)Segue-se declamação de poesias, encenação de esquetes e por fim o momento culminante: evocando os
tempos heroicos da aviação, todas se lançarão de paraquedas(e).

Alguns não abrirão. Mas isso está previsto. A vida nas alturas não seria possível sem um mínimo de titilantes incertezas.

SCLIAR, Moacyr. Contos reunidos. São Paulo: Cia das Letras, 1995, p. 211. Adaptado.

No Texto, a(s) vírgula(s) está(ão) empregada(s) para isolar o vocativo no seguinte trecho:

a) “O encontro, no velho aeroporto,”


b) “saúdam-se, abraçam-se, trocam cumprimentos”
c) “Repousam lembranças, por nós embaladas”
d) “Algo para beber, senhora?”
e) “evocando os tempos heroicos da aviação, todas se lançarão de paraquedas”

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Questão 41: CESGRANRIO - CTA (DECEA)/DECEA/2012


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Texto

Antigas aeromoças

A Associação das Antigas Aeromoças celebra sua convenção anual a bordo de um velho Hércules C-130 doado por uma companhia aérea. São cem, cento e vinte
senhoras, todas alegres, todas nostálgicas. O encontro, no velho aeroporto, hoje desativado por questões de segurança, já é motivo de alegria e emoção: saúdam-se,
abraçam-se, trocam cumprimentos: “Como você está bonita, como você está conservada.”

Embarcam cantando o Hino das Antigas Aeromoças (“Entre as nuvens de fímbrias douradas/ Repousam lembranças, por nós embaladas”). Quando o avião decola, não
podem conter as lágrimas nostálgicas. Mas tão logo a aeronave está nivelada a uma altura conveniente, disputam com entusiasmo os carrinhos: querem servir. “Posso
lhe oferecer um lanche, senhora?” “Algo para beber, senhora?” Segue-se declamação de poesias, encenação de esquetes e por fim o momento culminante: evocando os
tempos heroicos da aviação, todas se lançarão de paraquedas.

Alguns não abrirão. Mas isso está previsto. A vida nas alturas não seria possível sem um mínimo de titilantes incertezas.

SCLIAR, Moacyr. Contos reunidos. São Paulo: Cia das Letras, 1995, p. 211. Adaptado.

O emprego das aspas em alguns trechos do Texto desempenha principalmente a função de

a) indicar discurso de pessoa diferente do narrador.


b) iniciar apresentação de textos desconhecidos do leitor.
c) destacar elementos do enredo importantes para o leitor.
d) sugerir importância das falas do cotidiano para a narrativa.
e) demonstrar crítica do narrador ao conteúdo das frases.

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Questão 42: CESGRANRIO - Ass (FINEP)/FINEP/Apoio Administrativo/2014


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
NARRAR-SE

Sou fã de psicanálise, de livros de psicanálise, de filmes sobre psicanálise e não pretendo desgrudar o olho da nova série do GNT, Sessão de Terapia, dirigida por Selton
Mello. Algum voyeurismo nisso? Total. Quem não gostaria de ter acesso ao raio-x emocional dos outros? Somos todos bem resolvidos na hora de falar sobre nós
mesmos num bar, num almoço em família, até escrevendo crônicas. Mas, em colóquio secreto e confidencial com um terapeuta, nossas fraquezas é que protagonizam a
conversa.

Por 50 minutos, despejamos nossas dúvidas, traumas, desejos, sem temer passar por egocêntricos. É a hora de abrir-se profundamente para uma pessoa que não está
ali para condenar ou absolver, e sim para estimular que você escute atentamente a si mesmo e assim consiga exorcizar seus fantasmas e viver de forma mais
desestressada. Alguns pacientes desaparecem do consultório logo após o início das sessões, pois não estão preparados para esse enfrentamento.

Outros levam anos até receber alta. E há os que nem quando recebem vão embora, tal é o prazer de se autoconhecer, um processo que não termina nunca. Desconfio que
será o meu caso. Minha psicanalista um dia terá que correr comigo e colocar um rottweiler na recepção para impedir que eu volte. Já estou bolando umas neuroses bem
cabeludas para o caso de ela tentar me dispensar.

Analisar-se é aprender a narrar a si mesmo. Parece fácil, mas muitas pessoas não conseguem falar de si, não sabem dizer o que sentem. Para mim não é tão difícil, já
que escrever ajuda muito no exercício de expor-se. Quem escreve está sempre se delatando, seja de forma direta ou camuflada. E como temos inquietações parecidas,
os leitores se identificam: “Parece que você lê meus pensamentos”. Não raro, eles levam textos de seus autores preferidos para as consultas com o analista, a fim de que
aqueles escritos ajudem a elaborar sua própria narrativa.
Meus pensamentos também são provocados por diversos outros escritores, e ainda por músicos, jornalistas, cineastas. Esse intercâmbio de palavras e sentimentos
ajuda de maneira significativa na nossa própria narração interna. Escutando o outro, lendo o outro, se emocionando com o outro, vamos escrevendo vários capítulos da
nossa própria história e tornando-nos cada vez mais íntimos do personagem principal – você sabe quem. [...]

MEDEIROS, Martha. Revista O Globo. Rio de Janeiro, 07 out. 2012. Adaptado.

No trecho do texto “Parece que você lê meus pensamentos”, as aspas ali empregadas sinalizam um enunciado que cumpre a função de

a) marcar a fala hipotética de um leitor da cronista.


b) contradizer o pensamento defendido pela autora.
c) inserir a fala de uma das personagens da crônica.
d) sustentar a visão de que o leitor é fundamental para a cronista.
e) gerar um conflito entre a pessoa que se analisa e os autores que ela lê.

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Questão 43: CESGRANRIO - Ana (FINEP)/FINEP/Administração de Materiais e Licitações/2011


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
RETRATOS DE UMA ÉPOCA

Mostra exibe cartões-postais de um tempo que não volta mais

Em tempos de redes sociais e da presença cada vez maior da internet no cotidiano, pouca gente se recorda de que nem sempre tudo foi assim tão rápido, instantâneo e
impessoal. Se os adultos esquecem logo, crianças e adolescentes nem sabem como os avós de seus avós se comunicavam. Há 15 dias, uma educadora no Recife,
Niedja Santos, indagou a um grupo de estudantes quais os meios de comunicação que eles conheciam. Nenhum citou cartões-postais.

Pois eles já foram tão importantes que eram usados para troca de mensagens de amor, de amizade, de votos de felicidades e de versos enamorados que hoje podem
parecer cafonas, mas que, entre os séculos XIX e XX, sugeriam apenas o sentimento movido a sonho e romantismo. Para se ter uma ideia de sua importância, basta
lembrar um pouco da história: nasceram na Áustria, na segunda metade do século XIX, como um novo meio de correspondência. E a invenção de um professor de
Economia chamado Emannuel Hermann fez tanto sucesso que, em apenas um ano, foram vendidos mais de dez milhões de unidades só no Império Austro-Húngaro.
Depois, espalharam-se pelo mundo e eram aguardados com ansiedade.

– A moda dos cartões-postais, trazida da Europa, sobretudo da França, no início do século passado para o Recife de antigamente, tornou-se uma mania que invadiu toda
a cidade – lembra o colecionador Liedo Maranhão, que passou meio século colecionando- os e reuniu mais de 600, 253 dos quais estão na exposição “Postaes: A
correspondência afetiva na Coleção Liedo Maranhão”, no Centro Cultural dos Correios, na capital pernambucana.

O pesquisador, residente em Pernambuco, começou a se interessar pelo assunto vendo, ainda jovem, os postais que eram trocados na sua própria família. Depois,
passou a comprá-los no Mercado São José, reduto da cultura popular do Recife, onde eram encontrados em caixas de sapato ou pendurados em cordões para chamar a
atenção dos visitantes. Boa parte da coleção vem daí. [...]

– Acho que seu impacto é justamente o de trazer para o mundo contemporâneo o glamour e o romantismo de um meio de comunicação tão usual no passado – afirma o
curador Gustavo Maia.

– O que mais chama a atenção é o sentimento romântico como conceito, que pode ser percebido na delicadeza perdida de uma forma de comunicação que hoje está em
desuso – reforça Bartira Ferraz, outra curadora da mostra. [...]

LINS, Letícia. Retratos de uma época. Revista O Globo, Rio de Janeiro, n. 353, p. 26-28, 1º maio 2011. Adaptado.

Os trechos transcritos abaixo apresentam apenas um sinal de pontuação. Em qual deles, o sinal pode ser substituído por ponto e vírgula (;), com as adaptações
necessárias, se for o caso?

a) “Há 15 dias, uma educadora no Recife” (l. 3)


b) “indagou a um grupo de estudantes quais os meios de comunicação que eles conheciam. Nenhum citou cartões-postais” (l. 3-4)
c) “Para se ter uma ideia de sua importância, basta lembrar um pouco da história” (l. 11-12)
d) “tornou-se uma mania que invadiu toda a cidade – lembra o colecionador Liedo Maranhão” (l. 16-17)
e) “reduto da cultura popular do Recife, onde eram encontrados em caixas de sapato” (. 38-39)

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Questão 44: CESGRANRIO - Ana (FINEP)/FINEP/Análise Estratégica em Ciência, Tecnologia e Inovação/2014


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
A polêmica das biografias

A liberdade de expressão está sujeita aos


limites impostos pelas demais prerrogativas
dos cidadãos: honra, privacidade etc.

A jornalista Hildegard Angel fulminou no Twitter: “Num país em que a Justiça é caolha, não dá para liberar geral as biografias de bandeja pros grupos editoriais
argentários”.
A controvérsia em torno das biografias é a prova da desditosa barafunda institucional que atormenta o Brasil. Nos códigos das sociedades modernas, aquelas que
acolheram os princípios do Estado Democrático de Direito, a liberdade de expressão está sujeita aos limites impostos pelas demais prerrogativas dos cidadãos: a
privacidade, a honra, o direito de resposta a ofensas e desqualificações lançadas publicamente contra a integridade moral dos indivíduos.

Em 17 de dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos afirmava: “O desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros
que ultrajaram a consciência da Humanidade e o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo
do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum”.

Em 2008, escrevi um artigo para celebrar os 60 anos da declaração. Naquela ocasião, percebi claramente que os fantasmas dos traumas nascidos das experiências
totalitárias dos anos 1930 ainda assombram os homens, seus direitos e liberdades.

Segundo a declaração, são consideradas intoleráveis as interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência – atenção! –, tampouco
são toleráveis ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques. O cidadão (note o leitor, o cidadão) tem
direito à liberdade de opinião e de expressão. Esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações por
quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

É proibido proibir, assim como é garantido o direito de retrucar e processar. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, sugeriu a imposição de pesadas
penas pecuniárias aos detratores “argentários” que se valem das inaceitáveis demoras da Justiça.

No Brasil de hoje não impera a expressão livre das ideias, mas predomina o que Deleuze chamou de Poder das Potências. Já tratei aqui desse tema, mas vou insistir. Nos
tempos da sociedade de massa e do aparato de comunicação abrigado na grande mídia, as Potências estão desinteressadas em sufocar a crítica ou as ideias
desviantes. Não se ocupam mais dessa banalidade. Elas se dedicam a algo muito mais importante: fabricam os espaços da literatura, do econômico, do político, espaços
completamente reacionários, pré-moldados e massacrantes. “É bem pior que uma censura”, continua Deleuze, “pois a censura provoca efervescências subterrâneas, mas
as Potências querem tornar isso impossível”.

Nos espaços fabricados pelas Potências não é possível manter conversações, porque neles a norma não é a argumentação, mas o exercício da animosidade sob todos
os seus disfarces, a prática desbragada da agressividade a propósito de tudo e de todos, presentes ou ausentes, amigos ou inimigos. Não se trata de compreender o
outro, mas de vigiá-lo. “Estranho ideal policialesco, o de ser a má consciência de alguém”, diz Deleuze.

As redes sociais, onde as ideias e as opiniões deveriam trafegar livremente, se transformaram num espaço policialesco em que a crítica é substituída pela vigilância. A
vigilância exige convicções esféricas, maciças, impenetráveis, perfeitas. A vigilância deve adquirir aquela solidez própria da turba enfurecida, disposta ao linchamento.

A Declaração dos Direitos Humanos, na esteira do pensamento liberal e progressista dos séculos XIX e XX, imaginou que a igualdade e a diferença seriam indissociáveis
na sociedade moderna e deveriam subsistir reconciliadas, sob as leis de um Estado ético. Esse Estado permitiria ao cidadão preservar sua diferença em relação aos
outros e, ao mesmo tempo, harmonizá-la entre si, manter a integridade do todo. Mas as transformações econômicas das sociedades modernas suscitaram o bloqueio
das tentativas de impor o Estado ético e reforçaram, na verdade, a fragmentação e o individualismo agressivo e “argentário”. Assim, a “ética” contemporânea não é capaz
de resistir à degradação das liberdades e sua transmutação em arma de vigilância e de assassinato de reputações.

BELLUZZO Luiz Gonzaga. A polêmica das biografias. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/revista/771/a-polemica- -das-biografias-3204.html>. Acesso em: 24 nov. 2013.

Na linha 5 do texto, o emprego dos dois-pontos tem o propósito de

a) retificar uma informação fornecida no parágrafo.


b) ratificar o ponto de vista defendido no trecho.
c) explicar as razões constantes no código jurídico referido.
d) introduzir uma avaliação a respeito do tema.
e) detalhar o conteúdo de um termo expresso anteriormente.

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Questão 45: CESGRANRIO - Tec (FINEP)/FINEP/Apoio Administrativo/2011


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
A vírgula pode ser retirada sem prejuízo para o significado e mantendo a norma-padrão na seguinte sentença:

a) Mário, vem falar comigo depois do expediente.


b) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho.
c) Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe.
d) Encomendei canetas, blocos e crachás para a reunião.
e) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso

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Questão 46: CESGRANRIO - Tec (BR)/BR/Administração e Controle Júnior/2013


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Morar só por prazer

O número de residências habitadas por uma única pessoa está aumentando velozmente no Brasil e no mundo. Morar sozinho é um luxo que tem pouco a ver com solidão
e segue uma tendência generalizada em países desenvolvidos. Cada vez mais gente batalha para conquistar o seu espaço individual.
Há quem diga que é coisa de eremita ou então puro egoísmo, típico da “era moderna”. Chega-se até a falar na “ruína da família” e no “fim do convívio em comunidade”.
Entretanto, o crescimento no número de casas habitadas por uma só pessoa, no Brasil e no mundo, não significa necessariamente isso.

O antropólogo carioca Gilberto Velho, estudioso dos fenômenos urbanos, faz questão de enfatizar que a cultura que desponta não é marcada pelo egoísmo, mas sim pelo
individualismo. Embora os dois conceitos muitas vezes se confundam no linguajar informal, e até nos dicionários, para a filosofia, o egoísmo é um julgamento de valor e
o individualismo, uma doutrina baseada no indivíduo.

De acordo com a psicanalista Junia de Vilhena, ter uma casa só para si é criar um espaço de individualidade, o que é muito saudável para o crescimento pessoal de cada
um, seja homem, seja mulher, jovem ou adulto, solteiro, casado ou viúvo. “Em muitas famílias não há espaço para o indivíduo. O sistema familiar pode abafar e sufocar.
Não dá mais para idealizar o conceito de família. Acredito que o aumento dos lares unipessoais nos propõe uma reflexão: que tipo de família queremos construir?”

Junia lembra que nem sempre uma casa com dois ou vários moradores é um espaço de troca. Ser sociável, ou não, depende do jeito de ser das pessoas. Morar sozinho
não define isso, embora possa reforçar características dos tímidos. Para os expansivos, ter um ambiente próprio de recolhimento propicia a tranquilidade que lhes
permite recarregar as energias para viver o ritmo acelerado das grandes cidades.

MESQUITA, Renata. Revista Planeta, ed. 477. São Paulo: Editora Três, junho de 2012. Adaptado.

No trecho “o que é muito saudável para o crescimento pessoal de cada um, seja homem, seja mulher, jovem ou adulto, solteiro, casado ou viúvo”, as vírgulas são
empregadas para separar elementos de uma enumeração, assim como em:

a) A liberdade de escolha do indivíduo, o divórcio, o individualismo crescente, as novas configurações familiares vêm gerando novos ideais.
b) Apesar da proximidade de parentes e dos amigos, às vezes, a falta de convivência pode se tornar um problema.
c) De acordo com os dados do IBGE, o número de pessoas morando sozinhas cresceu cerca de 30%, no Brasil, entre 2000 e 2010.
d) Durante as pesquisas, no século passado, o estudioso observou que as mulheres que viviam sós eram objeto de desconfiança.
e) Embora apreciem a autonomia, os jovens que moram sozinhos estão dispostos a se casar quando chegar o momento certo.

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Questão 47: CESGRANRIO - Tec (BR)/BR/Operação Júnior/2010


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Os antigos e a memória

Os antigos gregos consideravam a memória uma entidade sobrenatural ou divina: era a deusa Mnemosyne, mãe das Musas, que protegem as artes e a história. A deusa
Memória dava aos poetas e adivinhos o poder de voltar ao passado e de relembrá-lo para a coletividade. Tinha o poder de conferir imortalidade aos mortais, pois, quando
o artista ou o historiador registram em suas obras a fisionomia, os gestos, os atos, os feitos e as palavras de um humano, este nunca será esquecido e, por isso,
tornando-se memorável, não morrerá jamais.

Os historiadores antigos colocavam suas obras sob a proteção das Musas, escreviam para que não fossem perdidos os feitos memoráveis dos humanos e para que
servissem de exemplo às gerações futuras. Dizia Cícero: “A história é mestra da vida”.

A memória é, pois, inseparável do sentimento do tempo ou da percepção/experiência do tempo como algo que escoa ou passa.

A importância da memória não se limitava à poesia e à história, mas também aparecia com muita força e clareza na medicina dos antigos. Um aforismo, atribuído a
Hipócrates, o pai da medicina, dizia:

A vida é breve, a arte é longa, a ocasião é fugidia, a experiência é traidora e o julgamento é difícil. O médico precisa estar sempre atento não só para fazer o que convém, mas
também para conseguir a cooperação do paciente.

Qual a ajuda ou cooperação trazida pelo paciente ao médico? Sua memória. O médico antigo praticava com o paciente a anamnese, isto é, a reminiscência. Por meio de
perguntas, fazia o paciente lembrar-se de todas as circunstâncias que antecederam o momento em que ficara doente e as circunstâncias em que adoecera, pois essas
lembranças auxiliavam o médico a fazer o diagnóstico e a receitar remédios, cirurgias e dietas que correspondiam à necessidade específica da cura do paciente.

Além de imortalizar os mortais e de auxiliar a arte médica, para os antigos a memória também possuía outra função.

Os antigos gregos e romanos desenvolveram uma arte chamada eloquência ou retórica, destinada a persuadir e a criar emoções nos ouvintes por meio do uso belo e
eficaz da linguagem. No aprendizado dessa arte, consideravam a memória indispensável não só porque o bom orador (poeta, político, advogado) era aquele que falava ou
pronunciava longos discursos sem ler e sem se apoiar em anotações, como também porque o bom orador era aquele que aprendia de cor as regras fundamentais da
eloquência ou oratória.

Assim, a memória era considerada essencial tanto para o aprendizado como para o momento em que o orador fosse falar, pois falaria sem ler. Para isso, os mestres de
retórica criaram métodos de memorização ou “memória artificial”, que constituíram a “arte da memória”, isto é, técnicas de ampliação do poder natural da memória, pois
julgavam que, além da memória natural, os seres humanos são capazes de deliberadamente desenvolver uma outra memória, que amplia e auxilia a memória
espontânea.

CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2008, p. 138-139.

Nas sentenças abaixo, aquela em que os dois pontos estão usados corretamente e sem prejuízo ao texto é

a) Para isso, os mestres de retórica criaram métodos de memorização ou “memória artificial”, que constituíram a “arte da memória”: técnicas de ampliação do poder
natural da memória.
b) A deusa Memória dava aos poetas e adivinhos: o poder de voltar ao passado e de relembrá-lo para a coletividade.
c) A memória é, pois, inseparável do sentimento do tempo ou da percepção/experiência do tempo: como algo que escoa ou passa.
d) Por meio de perguntas, fazia o paciente lembrar-se de todas as circunstâncias que antecederam o momento em que ficara doente: as circunstâncias em que
adoecera.
e) Além de: imortalizar os mortais e de auxiliar a arte médica, para os antigos a memória também possuía outra função.

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Questão 48: CESGRANRIO - Prof Jun (BR)/BR/Direito/2010


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
O Homem e o Universo
Somos criaturas espirituais num cosmo que só
mostra indiferença

Algo paradoxal ocorre quando nos deparamos com nossa “pequenez” perante a Natureza.

Por um lado, vemo-nos como seres especiais, superiores, capazes de construir tantas coisas, de criar o belo, de transformar o mundo através da manipulação de matéria-
prima, da pedra bruta ao diamante, da terra inerte ao monumento cheio de significado, dos elementos químicos a plásticos, aviões, bolas e pontes. Somos artesãos, meio
como as formigas, que constroem seus formigueiros aos poucos, trazendo coisas daqui e dali, erigindo seus abrigos contra as intempéries do mundo.

Por outro lado, vemos nossas obras destruídas em segundos por cataclismas naturais, prédios que desabam, cidades submersas por rios e oceanos ou por cinzas e lava,
nossas criações arruinadas em segundos, feito os formigueiros que são achatados sob as sandálias de uma criança, causando pânico geral entre os insetos.

O paradoxo se intensifica mais quando olhamos para o céu e vemos a escuridão da noite ou o azul vago do dia, aparentemente estendendo-se ao infinito, uma casa sem
paredes ou teto, sem uma fronteira demarcada. E se pensamos que cada estrela é um sol, e que tantas delas têm sua corte de planetas, fica difícil evitar a questão da
nossa existência cósmica, se estamos aqui por algum motivo, se existem outros seres como nós – ou talvez muito diferentes(a) – mas que, por pensar, também se
inquietam com essas questões, buscando significado num cosmo que só mostra indiferença(b).

O que sabemos dos nossos vizinhos cósmicos, os outros planetas do Sistema Solar, não inspira muito calor humano. Vemos mundos belíssimos e hostis à vida,
borbulhantes ou frígidos, cobertos por pedras inertes ou por moléculas(c) que parecem traçar uma trilha interrompida, que ia a algum lugar mas, no meio do caminho,
esqueceu o seu destino. Só aqui, na Terra, a trilha seguiu em frente, criou seres de formas diversas e exuberantes, compromissos entre as exigências ambientais e a
química delicada da vida.

Se continuarmos nossa viagem para longe daqui, veremos nossa galáxia, soberana, casa de 300 bilhões de estrelas(d), número não tão diferente do total de neurônios no
cérebro humano. A pequenez é ainda maior quando pensamos que a Terra, e mesmo o Sistema Solar inteiro, não passa de um ponto insignificante nessa espiral brilhante
que se estende por 100 mil anos-luz. Porém, se o que vemos no Sistema Solar, a incrível diversidade de seus planetas e luas, é uma indicação, imagine que surpresas nos
esperam em trilhões de outros mundos, cada um grão de areia numa praia.

Ao olhar para o Universo, o homem é nada. Ao olhar para o Universo, o homem é tudo. Esse é o paradoxo da nossa existência, sermos criaturas espirituais num mundo
que não se presta a questionamentos profundos, um mundo que segue, resoluto, o seu curso, que procuramos entender com nossa ciência e, de forma distinta, com
nossa arte.

Talvez esse paradoxo não tenha uma resolução.

Talvez seja melhor que não tenha. Pois é dessa inquietação do ser que criamos significado(e), conhecimento e aprendemos a lidar com o mundo e com nós mesmos. Se
respondemos a uma pergunta, devemos estar prontos a fazer outra. Se nos perdemos na vastidão do cosmo, se sentimos o peso de sermos as únicas criaturas a
questionar o porquê das coisas, devemos também celebrar a nossa existência breve. Ao que parece, somos a consciência cósmica, somos como o Universo pensa sobre
si mesmo.

Marcelo Gleiser, Folha de São Paulo, 31 de janeiro de 2010.

Considerando os fragmentos a seguir, de acordo com o texto “O Homem e o Universo”, quanto à pontuação, tem-se que em

a) “– ou talvez muito diferentes –”, os travessões podem ser substituídos por parênteses, mas não por vírgulas.
b) “buscando significado num cosmo que só mostra indiferença”, pode-se usar vírgula antes de “que”.
c) “Vemos mundos belíssimos e hostis à vida, borbulhantes ou frígidos, cobertos por pedras inertes ou moléculas...”, o sinal de dois pontos (:) pode ser colocado
após a palavra “mundos”.
d) “veremos nossa galáxia, soberana, casa de 300 bilhões de estrelas”, podem ser retiradas as vírgulas sem alterar o sentido da sentença.
e) “seja melhor que não tenha. Pois é dessa inquietação do ser...”, o ponto pode ser substituído por uma vírgula.

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Questão 49: CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Medicina do Trabalho/2014


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
A caçada metódica aos dados do internauta
revoluciona a publicidade

Um anúncio de máquina de lavar roupas invadiu todos os sites que você visita desde que fez uma pesquisa para saber o preço dos modelos existentes? Esse é um sinal
de que você está sendo rastreado por meio dos famosos cookies, arquivos criados por um site, quando você o visita, com informações sobre sua navegação. Mas, para
se adaptar a usuários resistentes que ainda apagam cookies, alguns integrantes do setor já estão no pós-cookies. Eles apostam principalmente na tecnologia de
impressão digital, estabelecida com base nos vestígios deixados pelo navegador ou pelo próprio aparelho. É o que preocupa a Criteo, bem-sucedida companhia francesa:
ela segmenta os internautas a partir dos cookies, que, com os novos métodos de rastreamento, poderiam ser rejeitados, no futuro, pelo navegador Chrome do Google.
O Google, aliás, tornou-se um especialista de segmentação em função do contexto editorial, por meio do programa AdSense: ele envia anúncios baseando-se na temática
da página da web visitada. Ou por meio da comercialização de links patrocinados em resposta a pesquisas no programa de busca, ou ainda em função de palavras
encontradas nas contas do Gmail – por exemplo, um anúncio sobre “Férias no Marrocos”, se um e-mail em sua caixa postal menciona esse país.

A essa segmentação contextual e comportamental soma-se uma nova dimensão, fundada na interação social. Ainda menos transparente que o Google sobre o uso de
dados pessoais, o Facebook explora informações fornecidas voluntariamente por seus membros aos “amigos”. Faixa etária, cidade, interesses, profissão... A isso se
acrescentam os “amigos” geolocalizáveis dos usuários da rede social. “Nossos catálogos de endereços são totalmente varridos pelo Facebook por meio de nosso
telefone celular ou e-mail, e uma identificação biométrica padrão permite reconhecer logotipos e fotos de rostos sem que o contribuinte tenha dado permissão explícita”,
diz a associação Internet sem Fronteiras (AFP, 18/05/2012).

Em 2007, o Facebook foi obrigado a desculpar-se pelo programa Beacon, que alertava a comunidade de “amigos” sempre que um dos membros fazia uma compra on-
line. Hoje, a publicidade dá lugar à recomendação “social”. O internauta que clica em “Curti” e vira fã de uma marca compartilha automaticamente a notícia com toda a
sua rede. “A exposição a marca ‘curtida’ por um ou mais amigos quadruplica a intenção de compra dos usuários expostos a esses anúncios”, indica Matthieu de Lesseux,
presidente da DDB Paris (Challenges, 05/04/2012). O anúncio aparece no feed de notícias (linha do tempo), entre os elementos publicados pelos “amigos”. O Twitter
também insere mensagens patrocinadas nessa área reservada normalmente para as contas selecionadas pelo usuário. Um anúncio qualificado de “nativo”, já que nasce
no mesmo fluxo de informações.

A comunidade “amiga” pode saber o que o usuário está ouvindo, por meio do serviço de música on-line Deezer; o que ele lê, graças a parcerias com jornais; e o que
deseja comprar. “Pouquíssimos usuários compreendem totalmente – e muito menos controlam – a exploração dos dados utilizados para impulsionar a atividade
publicitária do Facebook”, destaca Jeff Chester, diretor do Centro para a Democracia Digital (AFP, 01/02/2012). Basta clicar no botão “Facebook Connect” para que a rede
social forneça a terceiros as informações sobre a identidade de um cliente. Os termos de uso da rede, que muda regularmente seus parâmetros de confidencialidade, são
geralmente ilegíveis. Seus data centers, aliás, os parques de servidores que armazenam esses dados, também são de propriedade da gigante californiana, escapando a
qualquer controle das autoridades estrangeiras.

Poderíamos pensar que os mastodontes da internet que vivem da publicidade não nos custam nada. Isso não é verdade, pois eles nos custam nossos dados, um valor
total estimado em 315 bilhões de euros no mundo em 2011, ou seja, 600 euros por indivíduo, de acordo com o Boston Consulting Group. Uma riqueza fornecida pelos
próprios internautas, que se tornam “quase funcionários, voluntários, das empresas”, como escrevem Nicolas Colin e Pierre Collin em um relatório sobre a tributação na
era digital. Localizados em terras de asilo europeias, subtraídas da economia real por meio de sistemas de evasão em paraísos fiscais, esses gigantes praticamente não
pagam impostos sobre as empresas, ou escapam da taxa sobre valor agregado. Para um montante de 2,5 bilhões a 3 bilhões de euros de volume de negócios na França,
as empresas Google, Apple, Facebook e Amazon pagam apenas 4 milhões de euros, “quando poderiam pagar 500 milhões de euros, se o sistema tributário lhes fosse
plenamente aplicado”, de acordo com um parecer de 14 de fevereiro de 2012 do Conselho Nacional do Digital.

Os grandes atores norte-americanos da internet desestabilizam o mercado publicitário. Enquanto suas receitas explodem, as dos meios de comunicação tradicionais não
param de cair. Entre 2007 e 2012, na França, o mercado publicitário passou de 4,8 bilhões para 3,2 bilhões de euros para a imprensa, e de 3,6 bilhões para 3,3 bilhões de
euros para a televisão. Mas as mídias tradicionais financiam a criação de obras de ficção, filmes cinematográficos, documentários, entrevistas, reportagens... Do 1,8
bilhão de euros em receitas de publicidade on-line – incluídos os links patrocinados –, só o Google captou cerca de 1,5 bilhão de euros na França.

BÉNILDE, Marie. A caçada metódica aos dados do internauta revoluciona a

publicidade. Disponível em:<http://www.diplomatique. org.br/artigo.php?id=1555)>. Acesso em: 12 mar. 2014. Adaptado.

No segundo parágrafo, o emprego dos dois-pontos indica entre as partes do período uma relação de

a) tempo
b) concessão
c) explicação
d) adversidade
e) comparação

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Questão 50: CESGRANRIO - Tec Ban (BASA)/BASA/2013


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
É preciso mudar a mentalidade sobre a Amazônia

Trabalho no projeto Saúde e Alegria, que começou com o apoio do BNDES em 1987, e hoje retomamos uma parceria com o Banco na área de saneamento, premiada pela
Cepal, em Santiago do Chile.

O tiro que eu daria seria na mudança de mentalidade. O Brasil começaria a entender a Amazônia não como um ônus, mas como um bônus. Vivemos neste exato
momento duas crises. Uma econômica internacional, outra ambiental(a). Apesar de serem duas, a solução para a saída de ambas é uma só: pensar um novo modelo de
desenvolvimento que una a questão ambiental à econômica. Sobretudo, que traga alegria, saúde, felicidade, com base não apenas no consumo desenfreado.

A questão liga a Amazônia ao mundo não apenas pelo aspecto da regulação climática, mas também pela motivação na busca de uma solução para aquelas duas crises.
Temos uma oportunidade única — principalmente por ser o Brasil um país que agrega a maioria do território amazônico — de construir, a partir da Amazônia, um modelo
de desenvolvimento “2.0” capaz de oferecer respostas em um sentido inverso ao atual. Em lugar de importar um modelo de desenvolvimento do Sul, construído em
outras bases, deveríamos levar adiante algumas iniciativas que podem ser, até mesmo, replicadas em cidades como Rio de Janeiro ou São Paulo.

Esse seria o tiro ligado à mudança de mentalidade. Às vezes, pensamos na Amazônia como um problema, como o escândalo do desmatamento. Raramente chegam às
regiões Sul e Sudeste ou a Brasília notícias boas da Amazônia.

O novo modelo de desenvolvimento — se fosse reduzido a alguns pilares — incluiria, obviamente, zerar o desmatamento (já há programas para isso) e combater a
pobreza, entendendo-se que a solução para o meio ambiente passa, necessariamente, pela questão social.

Se analisarmos as áreas que mais desmatam hoje no mundo, constataremos que são áreas com menor Índice de Desenvolvimento Humano [IDH]. Portanto, há uma
necessidade premente de se criar um ambiente de negócios sustentáveis, com uma economia ligada ao meio ambiente. O investidor precisa ter segurança de investir, de
gerar emprego com o mínimo de governança, para que esses negócios se perpetuem ao longo do tempo.
Destaco outros pontos, como a política de proteção e fiscalização. É preciso sair da cultura do ilegalismo e entrar no legalismo. O normal lá é o ilegal. Vamos imaginar
que sou do Rio Grande do Sul, sou um cara do bem, quero investir em produção madeireira na Amazônia. Faço tudo corretamente, plano de manejo, obtenho as licenças
necessárias, pago encargos trabalhistas, etc. Vou enfrentar uma concorrência desleal, e minha empresa fechará no vermelho. Como posso concorrer com 99% dos
empreendimentos, que são ilegais?(b) Ou volto para o Rio Grande do Sul ou mudo de lado. Essa é a prática na Amazônia(c). E essa prática precisa acabar.

Além da necessidade de governança, de gestão pública, há a necessidade de políticas que atendam ao fator amazônico. Às vezes, acho que o Brasil desconhece a
Amazônia(d). Lido com políticos municipais, principalmente nas áreas de saúde e educação. Evidentemente, não podemos trabalhar com a mesma política de municípios
como Campinas ou Santarém, equivalente ao tamanho da Bélgica. Na Amazônia, há comunidades que ficam distantes 20 horas de barco e são responsabilidade do
gestor municipal. Imaginem um secretário de Saúde tentando cumprir a Constituição, o direito do cidadão, com o orçamento limitado, numa situação amazônica, com as
distâncias amazônicas.

Outro ponto a ser levado em consideração é o ordenamento territorial(e). Também destaco os aspectos social e de infraestrutura, as cadeias produtivas, o crédito, o
fomento e a construção de uma nova economia sobre REDD (do inglês Reducing Emissions from Deforestation and Degradation, que significa reduzir emissões
provenientes de desflorestamento e degradação) e o pagamento de serviços ambientais.

Em resumo, se começarmos a pensar na Amazônia como uma oportunidade, acho que conseguiremos efetivar soluções em curto espaço de tempo.

SCANNAVINO, Caetano. É preciso mudar a mentalidade sobre a Amazônia. In: BNDES.

Amazônia em debate: oportunidades, desafios e soluções. Rio de Janeiro: BNDES, 2010, p. 147-149. Adaptado.

A mudança de pontuação manteve o sentido original do texto, bem como observou os preceitos da norma-padrão, em:

a) Vivemos neste exato momento duas crises. Uma econômica internacional, outra ambiental.”/ Vivemos, neste exato momento, duas crises: uma econômica
internacional, outra ambiental.
b) Como posso concorrer com 99% dos empreendimentos, que são ilegais? / Como posso concorrer com 99% dos empreendimentos? Que são ilegais?
c) Essa é a prática na Amazônia. / Essa, é a prática na Amazônia.
d) Às vezes, acho que o Brasil desconhece a Amazônia.”/ Às vezes, acho, que o Brasil desconhece a Amazônia.
e) Outro ponto a ser levado em consideração é o ordenamento territorial. / Outro ponto a ser levado em consideração, é o ordenamento territorial.

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Questão 51: CESGRANRIO - Esc BB/BB/"Sem Área"/2015


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Cartilha orienta consumidor

Lançada pelo SindilojasRio e pelo CDL-Rio,


em parceria com o Procon-RJ, guia destaca os principais
pontos do Código de Defesa do Consumidor (CDC),
selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais
comuns recebidas pelas duas entidades

O Sindicato de Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro (SindilojasRio) e o Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) lançaram ontem uma cartilha para
orientar lojistas e consumidores sobre seus direitos e deveres. Com o objetivo de dar mais transparência e melhorar as relações de consumo, a cartilha tem apoio
também da Secretaria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Seprocon)/ Procon-RJ.

Batizada de Boas Vendas, Boas Compras! – Guia prático de direitos e deveres para lojistas e consumidores, a publicação destaca os principais pontos do Código de
Defesa do Consumidor (CDC), selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais comuns recebidas, tanto pelo SindilojasRio e CDL-Rio, como pelo Procon-RJ.

“A partir da conscientização de consumidores e lojistas sobre seus direitos e deveres, queremos contribuir para o crescimento sustentável das empresas, tendo como
base a ética, a qualidade dos produtos e a boa prestação de serviços ao consumidor”, explicou o presidente do SindilojasRio e do CDL-Rio, Aldo Gonçalves.

Gonçalves destacou que as duas entidades estão comprometidas em promover mudanças que propiciem o avanço das relações de consumo, além do desenvolvimento
do varejo carioca.

“O consumidor é o nosso foco. É importante informá-lo dos seus direitos”, disse o empresário, ressaltando que conhecer bem o CDC é vital não só para os lojistas, mas
também para seus fornecedores.

Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 08 abr. 2014, A-9. Adaptado.

Considere-se a hipótese de que, antes de publicado no jornal, o texto foi revisto pelo seu editor, que propôs a alteração do trecho “‘tendo como base a ética, a qualidade
dos produtos e a boa prestação de serviços ao consumidor’”, pois o texto original continha uma vírgula antes da conjunção e.

Se for considerado que ele se baseou nas regras de emprego da vírgula adequado à norma-padrão, a decisão do editor levou em conta a

a) proibição de colocar vírgula antes da conjunção e.


b) recomendação de separar por vírgula os elementos de uma enumeração.
c) interpretação de que a ênfase criada pela vírgula antes do e era desnecessária.
d) obrigatoriedade de colocar vírgula apenas nos elementos iniciais de uma enumeração.
e) suposição de que a vírgula criaria um efeito de ambiguidade no texto.

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Questão 52: CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Carga-Descarga/2014
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Texto I

Eu e ele

No vertiginoso mundo dos computadores, o meu, que devo ter há uns quatro ou cinco anos, já pode ser definido como uma carroça. Nosso convívio não tem sido muito
confortável. Ele produz um texto limpo, e é só o que lhe peço. Desde que literalmente metíamos a mão no barro e depois gravávamos nossos símbolos primitivos com
cunhas em tabletes até as laudas arrancadas da máquina de escrever para serem revisadas com esferográfica, não havia maneira de escrever que não deixasse vestígio
nos dedos. Nem o abnegado monge copiando escrituras na sua cela asséptica estava livre do tinteiro virado. Agora, não. Damos ordens ao computador, que faz o
trabalho sujo por nós. Deixamos de ser trabalhadores braçais e viramos gerentes de texto. Ficamos pós-industriais. Com os dedos limpos.

Mas com um custo. Nosso trabalho ficou menos respeitável. O que ganhamos em asseio perdemos em autoridade. A um computador não se olha de cima, como se
olhava uma máquina de escrever. Ele nos olha na cara. Tela no olho. A máquina de escrever fazia o que você queria, mesmo que fosse a tapa. Já o computador impõe
certas regras. Se erramos, ele nos avisa. Não diz “Burro!”, mas está implícito na sua correção. Ele é mais inteligente do que você. Sabe mais coisas, e está subentendido
que você jamais aproveitará metade do que ele sabe. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando estiver sendo programado por um igual. Isto é, outro
computador. A máquina de escrever podia ter recursos que você também nunca usaria (abandonei a minha sem saber para o que servia “tabulador”, por exemplo), mas
não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só aguenta os humanos por falta de coisa melhor, no momento.

Eu e o computador jamais seríamos íntimos. Nosso relacionamento é puramente profissional. Mesmo porque, acho que ele não se rebaixaria ao ponto de ser meu amigo.
E seu ar de reprovação cresce. Agora mesmo, pedi para ele enviar esta crônica para o jornal e ele perguntou: “Tem certeza?”

VERISSIMO, L. F. Eu e ele. Disponível em: <http://oglobo. globo.com/opiniao/eu-ele-12305041#ixzz307alRnzu>. Acesso em: 17 jun. 2014. Adaptado.

Na linha 12 do Texto I, os parênteses são usados para

a) delimitar uma ideia comparativa.


b) separar a fala de uma personagem.
c) apresentar um comentário do autor.
d) isolar informações bibliográficas sobre o texto.
e) introduzir uma informação contrária à frase anterior.

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Questão 53: CESGRANRIO - Conf (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/2014


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Texto I

A torcida para que o carioca se anime e vá às compras

Às 10h da última quarta-feira, um jovem vendedor do Mercadão de Madureira apontava para si a câmera do seu smartphone. Adriano Silva, de 21 anos, posava entre
bandeiras, cornetas e bandanas amontoadas nas prateleiras de uma das quase 600 lojas ao seu redor. Ao lado, um colega de trabalho se divertia com a cena. Os dois
tinham tempo de sobra, assim como os outros funcionários de um dos maiores mercados da cidade. Apesar dos 80 mil visitantes diários, nenhum artigo temático da
Copa do Mundo fora vendido naquela manhã. Faltam apenas 18 dias para o início do evento. Para quem vê os estoques lotados, porém, a impressão é de que falta muito
mais.

O encalhe de produtos temáticos é uma realidade familiar — e temida — aos comerciantes. Tanto que eles tentam desovar toda a sorte de artigos em verde e amarelo
que permaneceram no estoque da última Copa, no afã de amortecer prejuízos de 2010. Exemplo disso é a grande caixa promocional na entrada de uma das lojas,
abarrotada de camisas 10 da seleção brasileira com o nome do jogador Kaká, a R$ 5. Kaká não está no escrete brasileiro deste ano.

— Tem coisa aqui de 2006 — revela, em tom constrangido, Adriano. A expectativa é que as vendas alavanquem na primeira semana de junho. Caso contrário, o prejuízo
será grande. De acordo com o cálculo dos lojistas, eles terão de vender cerca de 70% dos produtos até o final do Mundial, para não saírem perdendo. Mas a porcentagem,
até agora, não ultrapassa a marca dos 5%.

— O que mais tem saído é corneta e bandana. Mas, em relação a 2010, as vendas estão bem piores. Pelo visto, tem muita coisa que vai ficar aí por mais quatro anos —
diz o vendedor.

A TORCIDA para que o carioca se anime e vá às compras. O Globo. Rio de Janeiro, 25 maio 2014. Caderno 1, p. 18.

Para o trecho do Texto I “A expectativa é que as vendas alavanquem na primeira semana de junho” (l. 10-11) a única reescritura que emprega, de acordo com a norma-
padrão, os sinais de pontuação é:

a) A expectativa é que, na primeira semana de junho, as vendas alavanquem.


b) A expectativa é que as vendas na primeira semana de junho, alavanquem.
c) A expectativa, é que alavanquem as vendas na primeira semana de junho.
d) A expectativa é que as vendas, na primeira semana de junho alavanquem.
e) A expectativa é: que alavanquem na primeira semana de junho, as vendas.

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Questão 54: CESGRANRIO - Conf (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/2014


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Texto II

Pichação

Os códigos usados na pichação são símbolos e siglas empregados para identificar o autor da obra. Uma pichação é essencialmente a assinatura de um grupo de
pichadores, a turma. Pode conter o nome dela, a abreviação dos apelidos dos integrantes e dados como região e data. As turmas se relacionam de maneira amistosa ou
hostil entre si, e isso também fica marcado nas paredes. Existem turmas tradicionais que surgiram na década de 90 e perduram até hoje: ou porque um de seus membros
nunca parou de pichar — sim, existem pichadores com mais de 40 anos —, ou porque ele selecionou algum sucessor para carregar o nome para a frente.

Criado na cidade de São Paulo nos anos 80, o estilo mais popular é chamado de pichação reta e é respeitado por todos os adeptos. É vandalismo, sim, com marca
registrada.

Mundo Estranho. S. Paulo: Abril, n. 147, dez. 2013, p. 46.

Nas linhas 4 e 5 do Texto II, o par de travessões pode ser substituído, mantendo o sentido original ali contido, por um par de

a) pontos
b) vírgulas
c) dois-pontos
d) parênteses
e) reticências

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Questão 55: CESGRANRIO - Ag PM (IBGE)/IBGE/2014


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Viver com menos

De quantos objetos você precisa para ter uma vida tranquila? Certamente o kit essencial inclui peças de roupas, celular, cartões de crédito, móveis(b) e eletrodomésticos
como cama, geladeira, fogão, computador, e uma casa para guardar tudo isso. Talvez você também tenha um carro e acredite que para levar uma vida plena só precisa de
mais aquela casa na praia. Se dinheiro não for um empecilho, a lista pode aumentar(d). Não é preciso ir muito longe para perceber que vivemos cercados por uma enorme
quantidade de objetos e acabamos gastando boa parte do tempo cuidando de sua manutenção.

Nosso objetivo é tornar a vida mais fácil e confortável, mas muitas vezes acabamos reféns(e) de nossos próprios objetos de desejo. Um dos lugares que ostentam as
consequências do consumo excessivo são os engarrafamentos. Diante do sonho do carro próprio, as pessoas preferem ficar presas em um engarrafamento do que andar
de transporte público.

Mas de quantas dessas coisas de fato precisamos e quantas não são apenas desperdícios de espaço, de dinheiro e de tempo?(c) Por que compramos coisas que
sabemos que não iremos usar? Para alguns estudiosos, a diferença entre o que precisamos e o que desejamos acaba se confundindo na cabeça do consumidor em meio
à enxurrada de publicidade que recebemos todos os dias. Os objetos que compramos geralmente se encaixam em três categorias: a das necessidades, a dos desejos e a
dos “necejos”, os objetos de desejo que, por imposição da publicidade, acabam se tornando uma necessidade. Tão necessários que as pessoas têm de lutar contra a
corrente do marketing.

Mas há uma tendência que se contrapõe a isso, a do minimalismo – também conhecido como “consumo mínimo” ou “simplicidade voluntária”. Por exemplo, alguns
assumem o desafio de viver um ano com apenas 100 itens, incluindo roupas, livros, aparelhos eletrônicos, lembranças de família e objetos pessoais. Outros procuram ir
ainda mais fundo, vivendo sem casa e com apenas 50 itens. Há quem pregue o desafio de ficar um ano sem comprar nada, vivendo na base de trocas e doações.

O minimalismo não trata apenas da quantidade ou do valor dos itens que se encontram em nossas casas. Minimalismo é viver com o essencial, e cada pessoa decide o
que é essencial para si.(a) Então, por definição, o minimalismo sempre será algo subjetivo e individual. Por exemplo, todo mundo que mora numa casa ou apartamento
grande em uma área mais barata da cidade poderia, pelo mesmo valor, morar em um cubículo mais bem localizado. Essa é uma revolução minimalista: ter menos tralha e
mais experiências.

VELOSO, Larissa. Viver com menos. Revista Planeta. São Paulo: Três Editorial. n. 490, ago. 2013. Seção Comportamento. Adaptado.

De acordo com as regras de pontuação da Língua Portuguesa, um dos empregos da vírgula é a separação de uma expressão ou oração adverbial antecipada.

O trecho do Texto que exemplifica esse tipo de uso é

a) “Minimalismo é viver com o essencial, e cada pessoa decide o que é essencial para si.”
b) “Certamente o kit essencial inclui peças de roupas, celular, cartões de crédito, móveis”
c) “quantas não são apenas desperdícios de espaço, de dinheiro e de tempo?”
d) “Se dinheiro não for um empecilho, a lista pode aumentar.”
e) “Nosso objetivo é tornar a vida mais fácil e confortável, mas muitas vezes acabamos reféns”
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Questão 56: CESGRANRIO - Ag PM (IBGE)/IBGE/2014


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Desinteresse de jovens por carros preocupa montadora
Um recente estudo informa que os jovens mudaram de atitude em relação à questão da mobilidade urbana. A geração entre 18 e 24 anos está-se importando mais com
os outros e com o mundo em que vive, superando antigos valores e necessidades de consumo que já não os convencem e, muito menos, os satisfazem(b).

Há poucas décadas, o carro representava, para muitas gerações, o ideal de liberdade(d). Hoje, com ruas congestionadas, doenças respiratórias, atropelamentos e falta de
espaço para as pessoas nas cidades(e), os jovens se deram conta de que isso não tem nada a ver com ser livre, e passaram a valorizar meios de transporte mais limpos e
acessíveis, como bicicleta, ônibus e trajetos a pé. Além do mais, hoje Facebook, Twitter, Orkut e mensagens de texto permitem que os adolescentes e jovens de 20 e
poucos anos se conectem sem rodas.

Para entender esse movimento, o artigo conta que uma das principais montadoras de automóvel do mundo, para reconquistar prestígio com o pessoal de 20 e poucos
anos, pretende desenvolver estratégias(c) focadas no público jovem. Porém, a situação não parece ser reversível. Em uma pesquisa realizada com 3 mil consumidores
nascidos entre 1981 e 2000 – geração chamada de ‘millennials’ – sobre suas 31 marcas preferidas, nenhuma marca de carro ficou entre as top 10, ficando bem abaixo de
empresas de internet. Além disso, 46% dos motoristas de 18 a 24 anos declararam que preferem acesso à internet a ter um carro. Assim, fica bem mais difícil acreditar
que a liberdade dependa de uma caixa metálica que desagrega e polui nossas cidades.

Esse é o desejo dos jovens que também já mudaram e, agora, estão sonhando, mas de olhos bem abertos(a), para cuidar do mundo em que vivem.

CAVALCANTI, M. Portal Mobilize Brasil. Associação Abaporu. Disponível em: <http://www.mobilize.org.br/noticias/1838/desinteresse- dos-jovens-por-carros-preocupa-montadora.html?print=s>. 9 abr.
2012. Acesso em: 27 dez. 2013. Adaptado.

No trecho do Texto “hoje Facebook, Twitter, Orkut e mensagens de texto permitem que os adolescentes e jovens de 20 e poucos anos se conectem sem rodas.”, as
vírgulas são empregadas para separar elementos de uma enumeração, assim como em:

a) “jovens que também já mudaram e, agora, estão sonhando, mas de olhos bem abertos”
b) “necessidades de consumo que já não os convencem e, muito menos, os satisfazem.”
c) “uma das principais montadoras de automóvel do mundo, para reconquistar prestígio com o pessoal de 20 e poucos anos, pretende desenvolver estratégias”
d) “Há poucas décadas, o carro representava, para muitas gerações, o ideal de liberdade.”
e) “com ruas congestionadas, doenças respiratórias, atropelamentos e falta de espaço para as pessoas nas cidades”

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Questão 57: CESGRANRIO - Sup Pesq (IBGE)/IBGE/Geral/2014


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Comércio ambulante: sob as franjas do sistema

Definir uma política para a economia informal – ou mais especificamente para o comércio ambulante – significa situá-la em contextos de desigualdade, entendendo de
que maneira ela se relaciona com a economia formal e de que forma ela é funcional para a manutenção dos monopólios de poder político e econômico. Dependendo do
contexto, o poder público formula políticas considerando o caráter provisório do trabalho informal, justificando políticas de formalização com a crença de uma possível
“erradicação” da informalidade.

Desse ponto de vista, a falta de um plano municipal para o comércio ambulante nas grandes cidades é emblemática. Trata-se de um sinal que aponta que o comércio
ambulante é visto como política compensatória, reservada a alguns grupos com dificuldades de entrada no mercado de trabalho, como deficientes físicos, idosos e, em
alguns países, veteranos de guerra. Entretanto, a realidade do comércio ambulante em São Paulo mostra que essa atividade é uma alternativa consolidada para uma
parcela importante dos ocupados que não se
enquadram em nenhuma das três categorias acima. [...]

Há políticas que reconhecem a informalidade como exceção permanente do capitalismo e que acreditam que somente podem “gerenciá-la” ou “domesticá-la” se
determinada atividade não gerar conflitos e disputas entre setores da sociedade. Nessa concepção, “gerenciar” a informalidade significa tolerá-la, limitando-a
arbitrariamente a um número ínfimo de pessoas que podem trabalhar de forma legalizada, deixando um grande contingente de trabalhadores à mercê da falta de
planejamento e vulnerável à corrupção e à violência. Esse perfil de “gestão da exceção” delimita a inclusão de poucos e se omite no planejamento para muitos. No caso
de São Paulo, o número de licenças de trabalho vigentes, por exemplo, corresponde no ano de 2013 a apenas 2,5% do contingente total de trabalhadores ambulantes. Em
Nova York, apesar de toda a gestão militarizada e excludente, o percentual é de 20%.

Dentro desse raciocínio, “domesticar” a informalidade significa destinar ao comércio ambulante apenas alguns espaços na cidade, mas somente os que não confrontem
a lógica de reprodução do capital e, consequentemente, a imagem que se quer manter dos espaços em valorização imobiliária. Não só trabalhadores ambulantes, como
catadores de material reciclável, moradores de habitações precárias e população em situação de rua são obrigados a ocupar espaços distantes dos vetores de
reconfiguração urbana e dos megaeventos corporativos e midiáticos. A “demarcação” de terras onde eles podem estar, trabalhar ou circular passa a ser não uma política
afirmativa do direito à cidade, mas do deslocamento dessa população para longe das vistas do “progresso” e do “moderno”. [...]

Em resumo, a ausência de políticas de inclusão é em si uma política. Em algumas das grandes cidades brasileiras, as leis que regulam o comércio ambulante apenas
aparentemente servem para incluir, quando, na verdade, são instrumentos de exclusão dos trabalhadores das ruas.

ALCÂNTARA, A.; SAMPAIO, G.; ITIKAWA, L. Comércio ambulante: sob as franjas do sistema. Disponível em: <http://www.cartacapital. com.br/sociedade/sob-as-franjas-do-sistema-o-comercio-
ambulante-nas-grandes-cidades-325.html>. Acesso em: 26 dez. 2013. Adaptado.

Considerando-se a argumentação crítica desenvolvida pelos autores, o emprego das aspas nas palavras progresso e moderno confere ao texto o seguinte tom:

a) apaziguador
b) formal
c) irônico
d) diplomático
e) respeitoso
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Questão 58: CESGRANRIO - Ass Adm (EPE)/EPE/Apoio Administrativo/2014


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Coração e mente de uma cidade

Toda grande cidade cultiva, entre seus prédios, ruas e muros, uma soma de aspirações e opiniões sobre a sua própria forma de se organizar. Embora muitas vezes
imperceptíveis, elas apontam tendências do que serão os grandes centros no futuro(a).

Para debater a dinâmica dos espaços urbanos, um projeto mergulhou dois anos no cotidiano das metrópoles(b) Nova York, Berlim e Mumbai. Explorou a forma como
lidam com sua arquitetura, arte, design, tecnologia, educação, sustentabilidade e disposição urbana. Dessa experiência, extraiu-se um raio X de uma cidade, uma lista de
cem tendências e pensamentos(c), cuja conclusão é de que cada vez mais a população fará a diferença no futuro. São os próprios moradores que promoverão mudanças
— e, para isso, precisam de canais mais diretos para interferirem nas decisões. Chamada de 100 trending topics, a lista traz tendências que podem soar utópicas ou
abstratas, mas há também exemplos concretos, que já começam a se impor nas ligações entre população e governos.

Nesse contexto, surge o conceito de “hackear” a cidade, transformar seu sistema por meio de ações informais dos cidadãos. O modelo seria uma contraposição às ditas
“cidades inteligentes”, em que máquinas tomariam conta de todos os ambientes. Seria sim um urbanismo de “código aberto”, ou seja, em que qualquer um pode interferir,
de forma constante, para mudar a estrutura da cidade.

Para atingir esse objetivo, cada vez mais o design passa a ser pensado como uma ferramenta que promove a inclusão. Em uma população diversificada como a do
mundo de hoje, as cidades precisam garantir que ambientes e serviços permaneçam igualmente acessíveis a todos, independentemente da idade, cultura ou condição
social.

Outra ideia é o “departamento de escuta”, instituição utópica que tornaria o ato de reclamar muito mais prático e menos penoso: o governo ouviria nossos anseios com
sinceridade e atenção. No lugar de um atendente estilo telemarketing, que, apenas com um script em mãos, muitas vezes nos frustra, estaria alguém preparado para nos
responder no ato, sem parecer seguir um protocolo.

Essas iniciativas demonstram que uma democracia pode ir muito além de um sistema eleitoral tradicional. É o que diversos grupos e associações no mundo inteiro têm
tentado colocar em prática, estendendo as decisões da cidade a uma série de outras dimensões sociais. A ideia é fazer com que todos os ambientes de nossas vidas
funcionem de forma democrática: trabalho, educação, serviços públicos e outros. A sociedade precisa escolher qual linha de metrô ela quer, qual praça precisa receber
mais atenção(d), quais investimentos devem ser prioritários. E esse processo se dá com novos fóruns locais, que estabeleçam canais de negociação com os moradores e
as associações comerciais.

Para intensificar a democracia participativa na cidade, deve-se apostar na disseminação da informação, com dados menos gerais. Os indicadores precisam contemplar
as diferentes realidades das comunidades, que poderiam ser vistas como microcidades. Também há necessidade de mais e melhores espaços e fóruns de discussão
sobre as políticas públicas. E o mundo digital trouxe novas ferramentas para medir a informação produzida pelas cidades e transformá-la em fatos, figuras e
visualizações. A quantidade de dados coletados entre os primórdios da humanidade e 2003 equivale, atualmente, ao que se coleta a cada dois dias. Mas o volume
maciço de dados por si só não torna uma cidade mais inteligente. É preciso criar mecanismos capazes de filtrar esta riqueza de informação e torná-la acessível a todos.
Com estimativas mais precisas e transparentes, há mais espaço para ações independentes(e). O desafio é integrar o fluxo de informação através de plataformas digitais
abertas em que o cidadão possa inserir, pesquisar dados e cruzar informações que o ajudem a resolver problemas do cotidiano. Investigar a inteligência social das
multidões é reconhecer suas individualidades para além de números e traduzir anseios em serviços. Assim, a webcidadania ganha força no mundo através de petições
on-line, financiamentos colaborativos ou plataformas para acompanhar gastos públicos.

TORRES, B. Jornal O Globo, Caderno Amanhã, p. 12-19. 12 nov. 2013. Adaptado.

Em “surge o conceito de ‘hackear’ a cidade, transformar seu sistema por meio de ações informais dos cidadãos.” (l.9), a vírgula tem a função de introduzir uma explicação
sobre o conceito apresentado anteriormente.

Essa mesma função ocorre em

a) “Embora muitas vezes imperceptíveis, elas apontam tendências do que serão os grandes centros no futuro.”
b) “Para debater a dinâmica dos espaços urbanos, um projeto mergulhou dois anos no cotidiano das metrópoles”
c) “extraiu-se um raio X de uma cidade, uma lista de cem tendências e pensamentos”
d) “A sociedade precisa escolher qual linha de metrô ela quer, qual praça precisa receber mais atenção”

e) “Com estimativas mais precisas e transparentes, há mais espaço para ações independentes.”

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Questão 59: CESGRANRIO - Adv (EPE)/EPE/Jurídica/2014


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Pessoa em pessoa

Existe uma ironia ao fazer-se um guia a partir de um roteiro turístico escrito por Fernando Pessoa: embora ele tenha detalhado cada ponto de Lisboa, cidade onde nasceu
e viveu, o maior poeta português não gostava de viajar(a). Se saiu, foi muito pouco, e só deixou a sua cidade natal em raras ocasiões. Numa delas, por motivos familiares,
viveu um período em Durban, na antiga colônia inglesa na África do Sul. Após a morte do pai, a sua mãe casou-se com o militar João Miguel Rosa, que, por sua vez, se
tornou cônsul de Portugal na cidade africana, obrigando a família a mudar-se(b). Pessoa foi para lá em 1896, com 8 anos, ali ficando até aos 17 anos.

Antes e depois desse período, a sua vida foi fincada em Lisboa [...] “Para Pessoa, Lisboa foi mais do que uma cidade, foi a pátria, condensadamente. E desde que nela
lançou âncora, em 1905, nunca mais daí saiu(c)”, confirma Teresa Rita Lopes, uma das maiores investigadoras da obra e da vida do poeta [...].

Rotas pessoais
Pessoa era uma espécie de freelancer, um profissional autônomo que se dedicava a traduções de cartas comerciais para diversas empresas e casas comerciais de
Lisboa. Isso ajuda a explicar o fato de ter sido um verdadeiro andarilho, indo de um lado para o outro, algo que acabaria por constituir a sua própria personalidade. Era
caminhando que pensava, que refletia(d).

“Para ele era uma maneira de estar sozinho de fato, bem como uma forma de ter ideias, era uma maneira de criar. Depois, nos diários que fez, dizia as ideias que tinha
tido em tal passeio(e). Os passeios para ele eram também momentos de criação. Andava imenso”, explica Teresa Rita Lopes.

CORREIA FILHO, J. Lisboa em Pessoa: guia turístico e literário

da capital portuguesa. Lisboa: Publicações Don Quixote, 2011, p. 21 - 22. Adaptado.

Em qual dos trechos a alteração da pontuação mantém o sentido original e respeita a norma-padrão?

a) “Existe uma ironia ao fazer-se um guia a partir de um roteiro turístico escrito por Fernando Pessoa: embora ele tenha detalhado cada ponto de Lisboa, cidade onde
nasceu e viveu, o maior poeta português não gostava de viajar” — Existe uma ironia, ao fazer-se um guia a partir de um roteiro turístico escrito por Fernando Pessoa.
Embora ele tenha detalhado cada ponto de Lisboa, cidade onde nasceu e viveu, o maior poeta português não gostava de viajar.
b) “Após a morte do pai, a sua mãe casou-se com o militar João Miguel Rosa, que, por sua vez, se tornou cônsul de Portugal na cidade africana, obrigando a família a
mudar-se” — Após a morte, do pai, a sua mãe, casou-se com o militar João Miguel Rosa, que, por sua vez, se tornou cônsul, de Portugal, na cidade africana, obrigando a
família a mudar-se.
c) “‘Para Pessoa, Lisboa foi mais do que uma cidade, foi a pátria, condensadamente. E desde que nela lançou âncora, em 1905, nunca mais daí saiu’” — Para Pessoa,
Lisboa foi mais do que uma cidade: foi a pátria, condensadamente, e, desde que nela lançou, âncora, em 1905, nunca mais, daí saiu.
d) “Isso ajuda a explicar o fato de ter sido um verdadeiro andarilho, indo de um lado para o outro, algo que acabaria por constituir a sua própria personalidade. Era
caminhando que pensava, que refletia” — Isso ajuda a explicar o fato, de ter sido um verdadeiro andarilho. Indo de um lado para o outro, algo que acabaria por constituir a
sua própria personalidade, era caminhando que pensava, que refletia.
e) “Para ele era uma maneira de estar sozinho de fato, bem como uma forma de ter ideias, era uma maneira de criar. Depois, nos diários que fez, dizia as ideias que
tinha tido em tal passeio” — Para ele, era uma maneira de estar sozinho de fato, bem como uma forma de ter ideias; era uma maneira de criar. Depois, nos diários que fez
dizia as ideias, que tinha tido em tal passeio.

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Questão 60: CESGRANRIO - Ass Adm (EPE)/EPE/Apoio Administrativo/2012


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
METRÓPOLE SUSTENTÁVEL: É POSSÍVEL?

Conversamos com sociólogos, arquitetos, economistas, urbanistas e representantes de organizações internacionais sobre o assunto. Será que estamos fadados a um
colapso ou a metrópole sustentável é um conceito viável?

Virou hábito na mídia e, provavelmente, em conversas cotidianas o uso do adjetivo ‘sustentável’.(a) Condomínios, materiais de construção, meios de transporte, edifícios...
Tudo pode ser sustentável.

Quando perguntamos a urbanistas e economistas sobre o assunto, o conceito de sustentabilidade aplicado a cidades não se configura unânime. Para alguns urbanistas,
um elemento fundamental para ser levado em conta, quando se fala de sustentabilidade urbana, é o futuro.(b) “Uma metrópole sustentável é aquela que, na próxima
geração, tenha condições iguais ou melhores que as que temos hoje”(c), define o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). Por ‘condições’ devemos entender
os aspectos fundamentais relacionados à vida urbana: habitação, alimentação, saúde, emprego, transporte, educação, água, etc. Além disso, a articulação entre os
campos ambiental e social é essencial para o conceito de sustentabilidade urbana.

A primeira condição fundamental para o estabelecimento de uma cidade sustentável é a democratização dos acessos a serviços e equipamentos públicos. Isso significa
a redução drástica de todas as formas de desigualdades – social, política, econômica e espacial.

Nesse cenário, para que infraestrutura, segurança, saúde, educação e outros serviços públicos sejam acessíveis em toda a metrópole(d), a manutenção da cidade se
torna cada vez mais cara. É imperativo democratizar o acesso aos serviços básicos de uma metrópole e diminuir as desigualdades. No entanto, como fazer isso quando
o dinheiro é limitado? “Conter a expansão urbana”, resume o arquiteto.

A rede de transportes, por exemplo, é um dos aspectos a serem observados na constituição das cidades(e). Quanto maiores as distâncias a serem percorridas, também
maior e mais complexa ela será. A priorização do automóvel faz com que a cidade se expanda horizontalmente, minando as possibilidades de ter áreas não ocupadas, e
contribui para a impermeabilização do solo, com a pavimentação contínua. A superestima do automóvel é uma das marcas do subdesenvolvimento, no qual também o
transporte coletivo é precário.

Se alguns dados da ONU oferecem um prognóstico positivo do futuro das metrópoles, os urbanistas nos lembram que o destino das cidades pode não ser tão brilhante,
se não houver uma mudança mais orgânica. Mudanças estruturais e na ordem do pensamento são fundamentais para que, se não garantida, a sustentabilidade seja ao
menos possível.

FRAGA, Isabela. Metrópole sustentável: é possível? Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, vol. 46, n. 274, setembro de 2010. p. 22-29. Adaptado.

No trecho “Conversamos com sociólogos, arquitetos, economistas, urbanistas e representantes de organizações internacionais sobre o assunto.”, as vírgulas são
empregadas para separar itens de uma enumeração, assim como em:

a) “Virou hábito na mídia e, provavelmente, em conversas cotidianas o uso do adjetivo ‘sustentável’.”


b) “Para alguns urbanistas, um elemento fundamental para ser levado em conta, quando se fala de sustentabilidade urbana, é o futuro.”
c) “Uma metrópole sustentável é aquela que, na próxima geração, tenha condições iguais ou melhores que as que temos hoje”
d) “Nesse cenário, para que infraestrutura, segurança, saúde, educação e outros serviços públicos sejam acessíveis em toda a metrópole”
e) “A rede de transportes, por exemplo, é um dos aspectos a serem observados na constituição das cidades.”

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Questão 61: CESGRANRIO - Adv (EPE)/EPE/Jurídica/2012


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
O setor elétrico e as mudanças climáticas

Nosso país tem enorme potencial hidrelétrico, o que nos permite gerar energia elétrica razoavelmente ‘limpa’ e barata. Essa fonte responde, atualmente, por cerca de 70%
da energia elétrica consumida no país. Entretanto, para que possamos usufruir dessa energia, precisamos transportá-la a longas distâncias — muitas vezes, milhares de
quilômetros — por meio de linhas de transmissão aéreas, expostas ao tempo e a seus caprichos. E esses caprichos, segundo estudos científicos, tendem a se tornar
cada vez mais frequentes em um planeta sujeito a mudanças em um ritmo jamais visto pelos humanos.

A experiência brasileira mostra isso. 50% a 70% das falhas ocorridas no passado em linhas de transmissão brasileiras estavam relacionadas às condições climáticas,
mais especificamente, às chamadas tempestades severas, caracterizadas por condições extremas de vento, raios ou precipitação. Com o aquecimento global, o
desmatamento e alguns fenômenos atmosféricos, esse número tende a aumentar nas próximas décadas(a).

Combinados ou de forma isolada, esses fenômenos são capazes de interromper o fluxo de energia ao longo das linhas e interferir, de maneira significativa, no sistema
elétrico. Se as alterações do clima podem causar problemas na transmissão de energia, na distribuição a situação não é diferente(b). 99% da distribuição de energia
elétrica no Brasil é aérea e concentra-se em grandes áreas urbanas, onde vive a maioria dos consumidores. Nessas áreas, as edificações, a substituição de vegetação por
asfalto, a poluição dos automóveis e das fábricas causam alterações atmosféricas que favorecem a ocorrência de fortes tempestades(c).

Os danos provocados por raios nas redes de distribuição podem se tornar ainda mais frequentes se levarmos em consideração o novo modelo que começa a ser adotado
no país e no mundo, baseado no uso de equipamentos digitais para monitorar a distribuição em tempo real e na possibilidade de utilizar diferentes fontes de energia.
Essa transformação se dará tanto na disponibilização quanto no consumo de energia, levando, inclusive, à economia desse recurso.

No entanto, a busca de maior comodidade para os consumidores, maior controle operacional pelas empresas, maior eficiência e maior flexibilidade da rede(d) (no sentido
de utilizar fontes alternativas de energia) tende a tornar a distribuição mais sofisticada e, ao mesmo tempo, mais vulnerável a descargas elétricas, devido à utilização de
componentes que contêm semicondutores, mais suscetíveis a danos por raios.

Finalmente, é importante salientar que as redes de energia precisarão contar com o potencial hidrelétrico ainda quase inexplorado da Amazônia no futuro. Segundo as
projeções climáticas baseadas em modelos computacionais, essa região sofrerá o maior aumento de temperatura e de tempestades. Outro aspecto relevante está na
necessidade, cada vez maior, de adequar tais redes às normas legais de proteção e conservação ambiental(e), o que poderá ampliar a chance de problemas decorrentes
de fatores climáticos.

PINTO JÚNIOR, Osmar. O setor elétrico e as mudanças climáticas. Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: ICH. n. 280, abr. 2011, p. 68-69. Adaptado.

No trecho do texto “Entretanto, para que possamos usufruir dessa energia, precisamos transportá-la a longas distâncias — muitas vezes, milhares de quilômetros — por
meio de linhas de transmissão aéreas, expostas ao tempo e a seus caprichos.” o travessão serve para delimitar uma informação intercalada no discurso (que pode ser
um adendo, um comentário, uma ponderação).

Em situação semelhante, a vírgula pode ser substituída por travessão, com essa mesma função, em:

a) “Com o aquecimento global, o desmatamento e alguns fenômenos atmosféricos, esse número tende a aumentar nas próximas décadas.”
b) “Se as alterações do clima podem causar problemas na transmissão de energia, na distribuição a situação não é diferente.”
c) “Nessas áreas, as edificações, a substituição de vegetação por asfalto, a poluição dos automóveis e das fábricas causam alterações atmosféricas que favorecem
a ocorrência de fortes tempestades.”
d) “a busca de maior comodidade para os consumidores, maior controle operacional pelas empresas, maior eficiência e maior flexibilidade da rede”
e) “Outro aspecto relevante está na necessidade, cada vez maior, de adequar tais redes às normas legais de proteção e conservação ambiental,”

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Questão 62: CESGRANRIO - Ana (IBGE)/IBGE/Administração Escolar/2013


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Contra o estigma da pobreza

O livro ‘ Vozes do Bolsa Família – Autonomia, dinheiro


e cidadania’ traz pesquisa que mergulha no universo
dos beneficiários do programa do governo

Durante os protestos de junho, alguns cartazes pediam a revogação do direito de voto dos beneficiários do programa Bolsa Família(a) (BF). Tratava-se de um eco dos
preconceitos veiculados nas redes sociais depois das eleições de 2010, segundo os quais Dilma só se elegera por causa dos votos das famílias beneficiárias, alegação
fartamente desmontada por analistas eleitorais. É provável, contudo, que o BF tenha contribuído para a perda de influência de políticos que aproveitavam a dependência
de eleitores extremamente pobres para formar clientelas com favores eventuais e personalizados, financiados com recursos públicos. O caráter universalista e regular do
BF despersonifica o benefício e o transfere do registro da caridade pessoal para o campo da institucionalidade de Estado.

A desinformação não se restringe ao campo das paixões políticas. Empresários já manifestaram a opinião de que o BF reduz a procura por empregos e dificulta a
contratação, como se desconhecessem que o valor máximo do benefício é bem inferior ao salário mínimo e que quase metade dos beneficiários é de trabalhadores por
conta própria. Alguns estudos mostram, ao contrário, que o BF tem um efeito muito positivo sobre o emprego, ao animar mercados locais de bens e serviços de baixa
renda. Também há indícios de que o programa contribuiu para a redução da migração de regiões pobres para grandes cidades, mas o deficit de capacitação dos
beneficiados não lhes permitiria disputar vagas oferecidas, por exemplo, pela indústria paulista caso forçados à migração(b).[...]

Os autores do livro Vozes do Bolsa Família... partem da hipótese de que os mitos que culpam o acaso ou os próprios pobres pela pobreza secular herdada legitimam a
indiferença dos ricos e humilham os pobres até levá-los à resignação ou, mais raramente, à violência. No Brasil, o predomínio de uma visão liberal que culpa os pobres
por sua pobreza tem raízes históricas profundas. Seus antecedentes são os estereótipos que taxaram homens livres e pobres como vagabundos depois da Abolição, e
que estigmatizavam o escravo como preguiçoso, leniente, lascivo e que, portanto, só trabalharia sob a coerção mais absoluta.

A força dos estigmas produziu várias consequências políticas. Primeiro, vetou ou limitou políticas voltadas a reformar os arranjos estruturais que reproduzem a
pobreza(c). Esses arranjos resultam da privação histórica do acesso à terra, à moradia e a oportunidades de capacitação política, econômica e educacional de grande
maioria da população brasileira. Segundo, legitimou ações que mitigavam os efeitos da pobreza através da caridade, mantida no registro do favor a quem é culpado por
seu próprio destino e, paradoxalmente, incapacitado de mudá-lo. Terceiro, emudeceu os pobres que internalizaram a imagem depreciativa e os colocou em situação de
dependência pessoal do favor, enfraquecidos como sujeitos de direitos e incapacitados de mudar sua situação. Enfim, a ausência de reparação institucional, a carência
de capacitações e a internalização da humilhação se reforçaram mutuamente para reproduzir a pobreza(d).

O BF, por sua vez, transfere o registro da pobreza (e sua atenuação) do campo da caridade pessoal para a esfera da responsabilidade institucional e do direito à cidadania
substantiva, ou seja, parte do reconhecimento institucional de uma dívida social e inicia o processo de habilitação de cidadãos. É diferente do assistencialismo
tradicional porque, primeiro, assegura regularmente o atendimento de necessidades básicas sem as quais qualquer direito à cidadania é puramente formal. Segundo,
exige a contrapartida da frequência escolar e, de fato, reduz o trabalho infantil(e), a repetência e a baixa escolaridade nas famílias beneficiadas, um arranjo central da
reprodução da pobreza e subcidadania. Terceiro, a transferência de dinheiro aumenta a responsabilidade individual e confere uma autonomia mínima antes desconhecida
pelas mães beneficiárias.[...]

Os autores defendem que a ampliação dos direitos de cidadania seria reforçada se as prefeituras não se limitassem a cadastrar as beneficiárias mas criassem canais de
interlocução e controle social do programa. Afinal, o BF não assegura nem a solução do problema da pobreza nem a formação de uma cultura de cidadania ativa, embora
seja o primeiro passo indispensável para ambas. Seu principal efeito, argumentam, não é o de superar o círculo vicioso da pobreza, mas iniciar um círculo virtuoso dos
direitos, em que a expansão de um direito dá origem a reivindicações por outros direitos, em uma luta pelo reconhecimento da legitimidade de novas expectativas. Se
estiverem certos, os filhos das famílias beneficiárias não apenas terão mais capacitações que os pais para cruzar as portas de saída do programa. Nos protestos de rua
e de campo no futuro, portarão os cartazes que os pais estiveram incapacitados de escrever.

BASTOS, P.P.Z. Contra o estigma da pobreza. Carta Capital. Disponível em:<http://www.cartacapital.com.br/economia/vozes-da-pobreza-1525.html>. Acesso em: 26 set. 2013. Adaptado.

A expressão isolada por vírgula é empregada claramente para reforçar um ponto de vista do autor do texto no seguinte exemplo:

a) “Durante os protestos de junho, alguns cartazes pediam a revogação do direito de voto dos beneficiários do programa Bolsa Família”
b) “não lhes permitiria disputar vagas oferecidas, por exemplo, pela indústria paulista caso forçados à migração”
c) “Primeiro, vetou ou limitou políticas voltadas a reformar os arranjos estruturais que reproduzem a pobreza”
d) “Enfim, a ausência de reparação institucional, a carência de capacitações e a internalização da humilhação se reforçaram mutuamente para reproduzir a pobreza”
e) “exige a contrapartida da frequência escolar e, de fato, reduz o trabalho infantil”

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Questão 63: CESGRANRIO - Adv (PETRO)/PETROBRAS/Júnior/2015


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
A sociedade da informação e seus desafios

Dificilmente alguém discordaria de que a sociedade da informação é o principal traço característico do debate público sobre desenvolvimento, seja em nível local ou
global, neste alvorecer do século XXI. Das propostas políticas oriundas dos países industrializados e das discussões acadêmicas, a expressão “sociedade de informação”
transformou-se rapidamente em jargão nos meios de comunicação, alcançando, de forma conceitualmente imprecisa, o universo vocabular do cidadão.

A expressão “sociedade da informação” passou a ser utilizada como substituta para o conceito complexo de “sociedade pós-industrial”, como forma de transmitir o
conteúdo específico do “novo paradigma técnico-econômico”. A realidade que os conceitos das ciências sociais procuram expressar refere-se às transformações
técnicas, organizacionais e administrativas que têm como “fator-chave” não mais os insumos baratos de energia — como na sociedade industrial — mas os insumos
baratos de informação propiciados pelos avanços tecnológicos na microeletrônica e nas telecomunicações.

Nesta sociedade pós-industrial, ou “informacional”, as transformações em direção à sociedade da informação, em estágio avançado nos países industrializados,
constituem uma tendência dominante mesmo para economias menos industrializadas e definem um novo paradigma, o da tecnologia da informação, que expressa a
essência da presente transformação tecnológica(a) em suas relações com a economia e a sociedade. Esse novo paradigma tem as seguintes características
fundamentais: a informação é sua matéria-prima (no passado, o objetivo dominante era utilizar informação para agir sobre as tecnologias); os efeitos das novas
tecnologias têm alta penetrabilidade (a informação é parte integrante de toda atividade humana, individual ou coletiva e, portanto, todas essas atividades tendem a ser
afetadas diretamente pela nova tecnologia); a tecnologia favorece processos reversíveis devido a sua flexibilidade; trajetórias de desenvolvimento tecnológico em
diversas áreas do saber tornam-se interligadas e transformam-se as categorias segundo as quais pensamos todos os processos (microeletrônica, telecomunicações,
optoeletrônica, por exemplo).

O foco sobre a tecnologia pode alimentar a visão ingênua de determinismo tecnológico segundo o qual as transformações em direção à sociedade da informação
resultam da tecnologia, seguem uma lógica técnica e, portanto, neutra e estão fora da interferência de fatores sociais e políticos(b). Nada mais equivocado: processos
sociais e transformação tecnológica resultam de uma interação complexa em que fatores sociais preexistentes como a criatividade, o espírito empreendedor, as
condições da pesquisa científica afetam o avanço tecnológico(c) e suas aplicações sociais.

No campo educacional dos países em desenvolvimento, decisões sobre investimentos para a incorporação da informática e da telemática implicam também riscos e
desafios. Será essencial identificar o papel que essas novas tecnologias podem desempenhar no processo de desenvolvimento educacional e, isso posto, resolver como
utilizá-las(d) de forma a facilitar uma efetiva aceleração do processo em direção à educação para todos, ao longo da vida, com qualidade e garantia de diversidade(e). As
novas tecnologias de informação e comunicação tornam-se, hoje, parte de um vasto instrumental historicamente mobilizado para a educação e a aprendizagem. Cabe a
cada sociedade decidir que composição do conjunto de tecnologias educacionais mobilizar para atingir suas metas de desenvolvimento.

A Unesco tem atuado de forma sistemática no sentido de apoiar as iniciativas dos Estados Membros na definição de políticas de integração das novas tecnologias aos
seus objetivos de desenvolvimento. No Programa Informação para Todos, as ações desse organismo internacional estão concentradas em duas áreas principais:
conteúdo para a sociedade da informação e “infoestrutura” para esta sociedade em evolução, por meio da cooperação para treinamento, apoio ao estabelecimento de
políticas de informação e promoção de conexões em rede.

No espírito da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que constitui a base dos direitos à informação na sociedade da informação, e levando em consideração os
valores e a visão delineados anteriormente, o novo Programa Informação para Todos deverá prover uma plataforma para a discussão global sobre acesso à informação,
participação de todos na sociedade da informação global e as consequências éticas, legais e societárias do uso das tecnologias de informação e comunicação. Deverá
prover também a estrutura para colaboração internacional e parcerias nessas áreas e apoiar o desenvolvimento de ferramentas comuns, métodos e estratégias para a
construção de uma sociedade de informação global e justa.

WERTHEIN, J. Ciência da Informação. Brasília, v. 29, n. 2, p. 71- 77, maio/ago. 2000. Disponível em: <http://revista.ibict.br/ciinf/index. php/ciinf/article/view/254>. Acesso em:
10 maio 2015. Adaptado.

O emprego de duas vírgulas tem, entre outras, a função de isolar expressões que detalham uma informação anterior, como em “o principal traço característico do debate
público sobre desenvolvimento, seja em nível local ou global, neste alvorecer do século XXI”.
As vírgulas foram utilizadas com a mesma função em:

a) “definem um novo paradigma, o da tecnologia da informação, que expressa a essência da presente transformação tecnológica”
b) “seguem uma lógica técnica e, portanto, neutra e estão fora da interferência de fatores sociais e políticos”
c) “fatores sociais preexistentes como a criatividade, o espírito empreendedor, as condições da pesquisa científica afetam o avanço tecnológico”
d) “identificar o papel que essas novas tecnologias podem desempenhar no processo de desenvolvimento educacional e, isso posto, resolver como utilizá-las”
e) “aceleração do processo em direção à educação para todos, ao longo da vida, com qualidade e garantia de diversidade”

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Questão 64: CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Medicina do Trabalho/2015


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador

A medicina do trabalho, enquanto especialidade médica, surge na Inglaterra, na primeira metade do século XIX, com a Revolução Industrial.

Naquele momento, o consumo da força de trabalho, resultante da submissão dos trabalhadores a um processo acelerado e desumano de produção, exigiu uma
intervenção, sob pena de tornar inviável a sobrevivência e a reprodução do próprio processo.

Quando Robert Dernham, proprietário de uma fábrica têxtil, preocupado com o fato de que seus operários não dispunham de nenhum cuidado médico a não ser aquele
propiciado por instituições filantrópicas, procurou o Dr. Robert Baker, seu médico, pedindo que indicasse qual a maneira pela qual ele, como empresário, poderia resolver
tal situação. Baker respondeu-lhe:

“Coloque no interior da sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de intermediário entre você, os seus trabalhadores e o público. Deixe-o visitar a fábrica, sala por sala,
sempre que existam pessoas trabalhando, de maneira que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se ele verificar que qualquer dos trabalhadores está
sofrendo a influência de causas que possam ser prevenidas, a ele competirá fazer tal prevenção. Dessa forma você poderá dizer: meu médico é a minha defesa, pois a
ele dei toda a minha autoridade no que diz respeito à proteção da saúde e das condições físicas dos meus operários; se algum deles vier a sofrer qualquer alteração da
saúde, o médico unicamente é que deve ser responsabilizado”.

A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica, surgindo, assim, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.

Na verdade, despontam, na resposta do fundador do primeiro serviço médico de empresa, os elementos básicos da expectativa do capital quanto às finalidades de tais
serviços:

- deveriam ser serviços dirigidos por pessoas de inteira confiança do empresário e que se dispusessem a defendê-lo;

- deveriam ser serviços centrados na figura do médico;

- a prevenção dos danos à saúde resultantes dos riscos do trabalho deveria ser tarefa eminentemente médica;

- a responsabilidade pela ocorrência dos problemas de saúde ficava transferida ao médico.

A implantação de serviços baseados nesse modelo rapidamente expandiu-se por outros países, paralelamente ao processo de industrialização e, posteriormente, aos
países periféricos, com a transnacionalização da economia. A inexistência ou fragilidade dos sistemas de assistência à saúde, quer como expressão do seguro social,
quer diretamente providos pelo Estado, via serviços de saúde pública, fez com que os serviços médicos de empresa passassem a exercer um papel vicariante,
consolidando, ao mesmo tempo, sua vocação enquanto instrumento de criar e manter a dependência do trabalhador (e frequentemente também de seus familiares), ao
lado do exercício direto do controle da força de trabalho.

MENDES, R; DIAS, E.C. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Revista Saúde Pública, S.Paulo, 25: 341-9, 1991. Disponível em: <https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/ imagem/2977.pdf>. Acesso em: 13 jul.
2015. Adaptado.

No 6º parágrafo (l.16), os dois-pontos cumprem o papel de anunciar uma


a) causa
b) distinção
c) enumeração
d) justificativa
e) exemplificação

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Questão 65: CESGRANRIO - Tec Ban (BASA)/BASA/2015


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Texto II

Sobe e desce

Ascensorista é uma das profissões que desapareceram no mundo moderno. Era certamente a mais tediosa das profissões, e não apenas porque o ascensorista estava
condenado a passar o dia ouvindo histórias pela metade, anedotas sem desenlace, brigas sem resolução, só nacos e vislumbres da vida dos passageiros.

Pode-se imaginar que muitos ascensoristas tenham tentado combater o tédio, variando a sua própria fala.

Dizendo “ascende”, em vez de “sobe”, por exemplo.

Ou “Eleva-se”.

Ou “Para cima”.

— Para o alto.

— Escalando.

Quando perguntassem “Sobe ou desce?”, responderia “A primeira alternativa”. Ou diria “Descendente”, “Ruma para baixo”. “Cai controladamente”.

E se justificaria dizendo:

— Gosto de improvisar.

Mas, como toda arte tende para o excesso, o ascensorista entediado chegaria fatalmente ao preciosismo. Quando perguntassem “Sobe?”, responderia “É o que
veremos...” Ou então, “Como a Virgem Maria”.

Ou recorreria a trocadilhos:

— Desce?

— Dei.

Nem todo mundo o compreenderia, mas alguns o instigariam.

Quando comentassem que devia ser uma chatice trabalhar em elevador, ele não responderia “tem altos e baixos”, como esperavam. Responderia, “cripticamente”, que era
melhor do que trabalhar em escada.

Ou que não se importava, embora seu sonho fosse, um dia, comandar alguma coisa que também andasse para os lados...

E quando ele perdesse o emprego porque substituíssem o elevador antigo por um moderno, daqueles com música ambiental, diria:

— Era só me pedirem. Eu também canto!

Mas, enquanto não o despedissem, continuaria inovando.

— Sobe?

— A ideia é essa.

— Desce?

— Se ainda não revogaram a lei da gravidade, sim.

— Sobe?
— Faremos o possível.

— Desce?

— Pode acreditar.

VERISSIMO, L. F. Jornal O Globo, p. 15, 28 jun. 2015.

Os seguintes trechos do Texto II tiveram sua pontuação alterada.

A alteração que NÃO respeita a norma-padrão é:

a) responderia “A primeira alternativa”. [...] (l. 10) responderia: “A primeira alternativa”.


b) quando ele perdesse o emprego porque substituíssem o elevador antigo por um moderno, daqueles com música ambiental, diria [...] (.l 23)

quando ele perdesse o emprego porque substituíssem o elevador antigo por um moderno (daqueles com música ambiental) diria

c) Pode-se imaginar que muitos ascensoristas tenham tentado combater o tédio [...] (l. 4) Pode-se imaginar, que muitos ascensoristas tenham tentado combater o
tédio
d) Era certamente a mais tediosa das profissões [...] (l. 1) Era, certamente, a mais tediosa das profissões
e) Mas, como toda arte tende para o excesso, o ascensorista entediado chegaria fatalmente ao preciosismo. [...] (l. 14) Mas, como toda arte tende para o excesso, o
ascensorista, entediado, chegaria fatalmente ao preciosismo.

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Questão 66: CESGRANRIO - Rec (IBGE)/IBGE/2006


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
A importância do censo

O censo ajuda cada um de nós a conhecer melhor os estados e, principalmente, nossos municípios. Os resultados do censo refletem a realidade brasileira, fornecendo o
retrato do Brasil num determinado período de tempo. Seus dados são utilizados em programas e projetos que contribuem para estudar o crescimento e a evolução da
população ao longo do tempo, identificar regiões que precisam de investimentos em saúde, habitação, transportes, energia, programas de assistência à velhice.

Seus efeitos podem ser vistos, também, na agropecuária. Conhecendo melhor a situação deste setor, o governo pode criar novos incentivos na produção da agricultura
familiar, por exemplo, em produtos que alimentam os brasileiros, como arroz, feijão, milho, mandioca, hortaliças, além da criação de caprinos, ovinos e gado de leite.

A sociedade também pode fazer uso destes resultados. Eles podem indicar locais propícios para instalação de fábricas, supermercados, shopping centers, escolas,
creches, cinemas, restaurantes, lojas. Além disso, podem servir de base para que os cidadãos possam reivindicar maior atenção do governo para problemas específicos,
como a expansão da rede de água e esgoto, expansão de rede telefônica, instalação de postos de saúde, etc.

Disponível em www.ibge.gov.br/censo/motivos.shtm (adaptado)

− O que o governo pode fazer com os resultados do censo

− Pode fazer o seguinte melhorar o saneamento melhorar postos de saúde e construir casas populares

Assinale a pontuação correta para o texto.

a)

b)

c)

d)

e)

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Questão 67: CESGRANRIO - TA (ANP)/ANP/2016
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Banhos de mar

Meu pai acreditava que todos os anos se devia fazer uma cura de banhos de mar. E nunca fui tão feliz quanto naquelas temporadas de banhos em Olinda, Recife.

Meu pai também acreditava que o banho de mar salutar era o tomado antes de o sol nascer. Como explicar o que eu sentia de presente prodigioso em sair de casa de
madrugada e pegar o bonde vazio que nos levaria para Olinda ainda na escuridão?

De noite eu ia dormir, mas o coração se mantinha acordado, em expectativa. E de puro alvoroço, eu acordava às quatro e pouco da madrugada e despertava o resto da
família. Nós nos vestíamos depressa e saíamos em jejum. Porque meu pai acreditava que assim devia ser: em jejum.

Saímos para uma rua toda escura, recebendo a brisa da pré-madrugada. E esperávamos o bonde. Até que lá de longe ouvíamos o seu barulho se aproximando. Eu me
sentava bem na ponta do banco, e minha felicidade começava. Atravessar a cidade escura me dava algo que jamais tive de novo. No bonde mesmo o tempo começava a
clarear, e uma luz trêmula de sol escondido nos banhava e banhava o mundo.

Eu olhava tudo: as poucas pessoas na rua, a passagem pelo campo com os bichos-de-pé: “Olhe, um porco de verdade!” gritei uma vez, e a frase de deslumbramento ficou
sendo uma das brincadeiras da minha família, que de vez em quando me dizia rindo: “Olhe, um porco de verdade.”

Eu não sei da infância alheia. Mas essa viagem diária me tornava uma criança completa de alegria. E me serviu como promessa de felicidade para o futuro. Minha
capacidade de ser feliz se revelava. Eu me agarrava, dentro de uma infância muito infeliz, a essa ilha encantada que era a viagem diária.

LISPECTOR, C. A Descoberta do Mundo. São Paulo: Rocco, 1999, p. 175. Adaptado.

Do trecho do Texto “Meu pai acreditava que todos os anos se devia fazer uma cura de banhos de mar”, a única reescritura que emprega adequadamente os sinais de
pontuação e não altera seu sentido original é:

a) Meu pai acreditava que, todos os anos, se devia fazer uma cura de banhos de mar.
b) Meu pai acreditava, que todos os anos se devia fazer uma cura de banhos de mar.
c) Meu pai acreditava que todos os anos, se devia fazer uma cura de banhos de mar.
d) Meu pai acreditava que todos os anos se devia fazer, uma cura de banhos de mar.
e) Meu pai, acreditava que todos os anos se devia fazer uma cura de banhos de mar.
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Questão 68: CESGRANRIO - TRPDACGN (ANP)/ANP/Técnico em Química/2016


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Entrevista com Frédéric Martel

Uma guerra mundial pelo conteúdo dos meios de comunicação se trava pela conquista do público dentro e fora dos países criadores. Batalhas se desenrolam pelo
domínio da notícia, do formato de programas de TV e pela exibição de filmes, vídeos, música, livros. Nesse processo, um gigante domina: os Estados Unidos, com sua
capacidade de produzir cultura de massas que agrada ao grande público em todos os continentes. Essa penetração cultural americana, que muitos críticos preferem
chamar de imperialismo, leva os filmes, a música e a televisão americana para o mundo. Sua arma é o inverso da alta cultura, da contracultura, da subcultura, de nichos
especializados. Visa o público em geral, cultura de massa, de milhões. Tornou-se a cultura internacional dominante, principal, a chamada mainstream, conforme o título
do livro escrito pelo sociólogo francês Frédéric Martel. Para escrever Mainstream, ele percorreu 30 países durante cinco anos, entrevistou mais de 1.200 pessoas em
todas as capitais do entertainment, analisou a ação dos protagonistas, a lógica dos grupos e acompanhou a circulação internacional de conteúdo.

É um imperialismo diferente daquele político e militar. É uma espécie de imperialismo cultural que é bem recebido no mundo. A esse respeito, afirma Frédéric Martel: “É o
que basicamente chamamos de soft power. Soft power significa influenciar as pessoas com coisas legais. Você é amigável, não é contundente. Você tem as forças
armadas, tem a diplomacia tradicional e grandes empresas econômicas, que formam o hard power, e tem o soft power, que influencia as pessoas através de filmes, de
livros, da internet e de valores.”

“A língua é importante. Eu acredito — e essa é a principal conclusão do meu livro — que, no mundo em que estamos entrando, que reúne globalização e digitalização, a
língua é importante. E eu acredito que a batalha, a luta, mesmo a guerra de conteúdo, será uma batalha a respeito da cultura nacional. Você pode ouvir Lady Gaga, gostar
de Avatar e ler O Código Da Vinci, mas, no final das contas, a maior parte da cultura que você consome e ama geralmente é nacional, local, regional, e não global. A cultura
global é apenas uma pequena parte do que você gosta. Então, no final das contas, os americanos são os únicos a poder prover essa cultura dominante global, mas essa
cultura dominante global continua pequena. Por quê? Porque a língua é muito importante, porque a identidade é muito importante. Quando você compra um livro de não
ficção, quer saber o que acontece aqui, no seu país, e não na Coreia do Sul, por exemplo. Na Coreia do Sul você quer ouvir K-pop, que é a música pop coreana, e ver um
drama coreano, e não ouvir uma música brasileira. Portanto, nós estamos em um mundo cada vez mais global, mas, ao mesmo tempo, a cultura ainda é e será muito
nacional. Para resumir as coisas, eu diria que todos temos duas culturas: a nossa e a americana.”

“Nós, como europeus, temos o mesmo tipo de relação que você, como brasileiro, tem com os EUA. Nós os amamos e odiamos. É uma complicada relação de amor e
ódio. Nós esperamos que eles sejam como são; nós queremos criticá-los, mas, ao mesmo tempo, nós protestamos contra eles com tênis Nike nos pés. Nós trabalhamos
para ser um pouco como eles, muito embora nós queiramos manter nossa identidade e cultura. E, a propósito, a boa notícia é que o debate no mundo hoje e no futuro
não será entre nós — brasileiros, franceses, europeus — e os americanos. Será entre todos nós. O que eu quero dizer é que hoje não há apenas dois povos: nós e os EUA.
O mundo é muito mais complicado, com países emergentes, que serão fundamentais nesse novo jogo.”

“Para resumir, afirma Martel, eu diria que os EUA continuarão sendo peça importante da guerra de conteúdo, podemos dizer, nos próximos anos e décadas. Eu não
acredito e não compro a ideia do declínio da cultura americana. Eu acho que eles são fortes e continuarão sendo fortes. Mas eles não são os únicos no jogo. Agora
temos os países emergentes, que estão emergindo não só demográfica e economicamente, como pensávamos. E eu fui um dos primeiros a mostrar que eles estão
emergindo com sua cultura, sua mídia e com a internet.”

“Nesse mundo, a internet pode ser uma peça importante. O Brasil, por exemplo, vai crescer com a internet, com certeza. Criam-se ferramentas inovadoras de
alfabetização, por exemplo, em comunidades, em favelas, em lugares onde os moradores não têm acesso a uma livraria ou biblioteca. Mas eles terão acesso à internet
em lan houses, por exemplo, e mesmo no telefone. Hoje, todo mundo tem um telefone celular barato. Mesmo na África, todos têm celulares com funções básicas. Em
cinco anos, todos terão um smartphone, pois os preços estão caindo muito. Assim, todos poderão acessar a internet pelo smartphone. Se você tem acesso à internet,
pode baixar livros, acessar a rede, pode ver filmes e daí por diante.”

“A questão não é se essa tecnologia é boa, conclui Martel. A questão é: ela não será boa ou ruim sozinha. Ela será o que você, o povo, o governo deste país e nós formos
capazes de fazer com ela, criando uma boa internet e uma maneira melhor de ter acesso ao conteúdo através da internet.”

BOCCANERA, S. Entrevista concedida pelo sociólogo Frédéric Martel, Programa Milênio, Globo News. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2013-jan-25/ideias-milenio-fredericmartel- sociologo-
jornalista-frances>. Acesso em: 10 nov. 2015. Adaptado.

A vírgula foi utilizada de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa em:

a) Nos últimos tempos, nota-se que bens de consumo como celulares e computadores, que eram artigos de luxo estão ao alcance do povo, da maioria da
população.
b) É importante que, em todos os bairros das grandes e pequenas cidades a internet seja considerada o principal meio de comunicação existente na atualidade.
c) As novas tecnologias da comunicação e da informação, já existem há algum tempo e só nos últimos anos começaram a expandir e influenciar na vida da
sociedade.
d) A internet não pode ser considerada uma ferramenta perfeita porque, se não for utilizada corretamente, acarreta consequências prejudiciais às pessoas.
e) O prestígio da internet é tão grande que, se ela desaparecesse muitas pessoas ficariam desempregadas pois empresas seriam fechadas.
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Questão 69: CESGRANRIO - Tec (BR)/BR/Suprimento e Logística Júnior/2012


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Setor de Informações

O rapazinho que seguia à minha frente na Visconde de Pirajá abordou um velho que vinha em sentido contrário:

– O senhor pode me informar onde é a Rua Gomes Carneiro?

O velho ficou calado um instante, compenetrado:

– Você vai seguindo por aqui - falou afinal, apontando com o braço: - Ali adiante, depois de passar a praça, dobra à direita. Segue mais dois quarteirões.

Chegando na Lagoa...

Não resisti e me meti no meio:

– Me desculpe, mas Gomes Carneiro é logo ali.

Mostrei a esquina, na direção oposta.

– Ah, é aquela ali? – o velho não se abalou:

– Pois eu estava certo de que era lá para os lados da Lagoa.

E foi-se embora, muito digno. O rapazinho me agradeceu e foi-se embora também, depois de resmungar:

– Se não sabe informar, por que informa?

Realmente, não há explicação para esta estranha compulsão que a gente sente de dar informação, mesmo que não saiba informar.

II

Pois ali estava eu agora na esquina das Ruas Bulhões de Carvalho e Gomes Carneiro (a tal que o rapazinho procurava), quando fui abordado pelo motorista de um carro à
espera do sinal.

– Moço, o senhor pode me mostrar onde fica a casa do sogro do doutor Adolfo?

Seu pedido de informação era tão surpreendente que não resisti e perguntei, para ganhar tempo:

– A casa do sogro do doutor Adolfo?

Ele deixou escapar um suspiro de cansaço:

– O doutor Adolfo me mandou trazer o Dodge dele de Pedro Leopoldo até a casa do sogro, aqui no Rio de Janeiro. O carro está velho, penei como o diabo para trazer até
aqui. Perdi o endereço, só sei que é em Copacabana.

O Dodge do doutor Adolfo. O doutor Adolfo de Pedro Leopoldo. Aquilo me soava um tanto familiar:

– Como é o nome do sogro do doutor Adolfo?

Ele coçou a cabeça, encafifado:

– O senhor sabe que não me lembro? Um nome esquisito...

Esse doutor Adolfo de Pedro Leopoldo mora hoje em Belo Horizonte?

– Mora sim senhor.

– Tem um irmão chamado Oswaldo?

– Tem sim senhor.

– Por acaso o nome dele é Adolfo Gusmão?

– Isso mesmo. O senhor sabe onde é que é a casa do sogro dele?

Respirei fundo, mal podendo acreditar:

– Sei. O sogro dele mora na Rua Souza Lima. É aqui pertinho. Você entra por ali, vira aquela esquina, torna a virar a primeira à esquerda...

Ele agradeceu com a maior naturalidade, como se achasse perfeitamente normal que a primeira pessoa abordada numa cidade de alguns milhões de habitantes
soubesse onde mora o sogro do doutor Adolfo, de Pedro Leopoldo. Antes que se fosse, não sei como não me ajoelhei, tomei-lhe a bênção e pedi que me informasse o
caminho da morada de Deus.

SABINO, Fernando. A volta por cima. Rio de Janeiro: Record, 1990. p. 34-39. Adaptado.

A substituição da vírgula por ponto pode ser feita, mantendo dois períodos bem-formados sintaticamente, em:

a) Ela nasceu em Salvador, capital do estado da Bahia.


b) O rapaz andava com passos rápidos, estava com pressa.
c) Pedi informação a um senhor, que parecia saber o caminho.
d) Se você não souber o caminho, procure a informação no mapa.
e) Todas as ruas, avenidas e praças de Copacabana estão sinalizadas.
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Questão 70: CESGRANRIO - Qui Pet (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/2011


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Um pouco de silêncio

Nesta trepidante cultura nossa, da agitação e do barulho, gostar de sossego é uma excentricidade.

Sob a pressão do ter de parecer, ter de participar, ter de adquirir, ter de qualquer coisa, assumimos uma infinidade de obrigações. Muitas desnecessárias, outras
impossíveis, algumas que não combinam conosco nem nos interessam.

Não há perdão nem anistia para os que ficam de fora da ciranda: os que não se submetem mas questionam, os que pagam o preço de sua relativa autonomia, os que não
se deixam escravizar, pelo menos sem alguma resistência.

O normal é ser atualizado, produtivo e bem-informado. É indispensável circular, estar enturmado. Quem não corre com a manada praticamente nem existe, se não se
cuidar botam numa jaula: um animal estranho.

Acuados pelo relógio, pelos compromissos, pela opinião alheia, disparamos sem rumo – ou em trilhas determinadas – feito hamsters que se alimentam de sua própria
agitação.

Ficar sossegado é perigoso: pode parecer doença. Recolher-se em casa, ou dentro de si mesmo, ameaça quem leva um susto cada vez que examina sua alma.

Estar sozinho é considerado humilhante, sinal de que não se arrumou ninguém – como se amizade ou amor se “arrumasse” em loja. [...]

Além do desgosto pela solidão, temos horror à quietude. Logo pensamos em depressão: quem sabe terapia e antidepressivo? Criança que não brinca ou salta nem
participa de atividades frenéticas está com algum problema.

O silêncio nos assusta por retumbar no vazio dentro de nós. Quando nada se move nem faz barulho, notamos as frestas pelas quais nos espiam coisas incômodas e mal
resolvidas, ou se enxerga outro ângulo de nós mesmos. Nos damos conta de que não somos apenas figurinhas atarantadas correndo entre casa, trabalho e bar, praia ou
campo.

Existe em nós, geralmente nem percebido e nada valorizado, algo além desse que paga contas, transa, ganha dinheiro, e come, envelhece, e um dia (mas isso é só para
os outros!) vai morrer. Quem é esse que afinal sou eu? Quais seus desejos e medos, seus projetos e sonhos?

No susto que essa ideia provoca, queremos ruído, ruídos. Chegamos em casa e ligamos a televisão antes de largar a bolsa ou pasta. Não é para assistir a um programa:
é pela distração.

Silêncio faz pensar, remexe águas paradas, trazendo à tona sabe Deus que desconcerto nosso. Com medo de ver quem – ou o que – somos, adia-se o defrontamento
com nossa alma sem máscaras.

Mas, se a gente aprende a gostar um pouco de sossego, descobre – em si e no outro – regiões nem imaginadas, questões fascinantes e não necessariamente ruins.

Nunca esqueci a experiência de quando alguém botou a mão no meu ombro de criança e disse:

— Fica quietinha, um momento só, escuta a chuva chegando.

E ela chegou: intensa e lenta, tornando tudo singularmente novo. A quietude pode ser como essa chuva: nela a gente se refaz para voltar mais inteiro ao convívio, às
tantas fases, às tarefas, aos amores.

Então, por favor, me deem isso: um pouco de silêncio bom para que eu escute o vento nas folhas, a chuva nas lajes, e tudo o que fala muito além das palavras de todos
os textos e da música de todos os sentimentos.

LUFT, Lya. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2004. p. 41. Adaptado.

No diálogo abaixo, cada fala corresponde a um número.

I — Por que ele adquiriu somente um ingresso!


II — Comprou dois: um para você outro para mim.
III — Mas ele saiu daqui dizendo: “Só comprarei o meu!”
IV — Pelo visto você acredita em tudo, o que ele diz.

Em relação ao diálogo, a pontuação está correta APENAS em

a) I
b) III
c) I e II
d) II e IV
e) III e IV
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Questão 71: CESGRANRIO - Qui Pet (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/2011


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Um pouco de silêncio

Nesta trepidante cultura nossa, da agitação e do barulho, gostar de sossego é uma excentricidade.

Sob a pressão do ter de parecer, ter de participar, ter de adquirir, ter de qualquer coisa, assumimos uma infinidade de obrigações. Muitas desnecessárias, outras
impossíveis, algumas que não combinam conosco nem nos interessam.

Não há perdão nem anistia para os que ficam de fora da ciranda: os que não se submetem mas questionam, os que pagam o preço de sua relativa autonomia, os que não
se deixam escravizar, pelo menos sem alguma resistência.

O normal é ser atualizado, produtivo e bem-informado. É indispensável circular, estar enturmado. Quem não corre com a manada praticamente nem existe, se não se
cuidar botam numa jaula: um animal estranho.
Acuados pelo relógio, pelos compromissos, pela opinião alheia, disparamos sem rumo – ou em trilhas determinadas – feito hamsters que se alimentam de sua própria
agitação.

Ficar sossegado é perigoso: pode parecer doença. Recolher-se em casa, ou dentro de si mesmo, ameaça quem leva um susto cada vez que examina sua alma.

Estar sozinho é considerado humilhante, sinal de que não se arrumou ninguém – como se amizade ou amor se “arrumasse” em loja. [...]

Além do desgosto pela solidão, temos horror à quietude. Logo pensamos em depressão: quem sabe terapia e antidepressivo? Criança que não brinca ou salta nem
participa de atividades frenéticas está com algum problema.

O silêncio nos assusta por retumbar no vazio dentro de nós. Quando nada se move nem faz barulho, notamos as frestas pelas quais nos espiam coisas incômodas e mal
resolvidas, ou se enxerga outro ângulo de nós mesmos. Nos damos conta de que não somos apenas figurinhas atarantadas correndo entre casa, trabalho e bar, praia ou
campo.

Existe em nós, geralmente nem percebido e nada valorizado, algo além desse que paga contas, transa, ganha dinheiro, e come, envelhece, e um dia (mas isso é só para
os outros!) vai morrer. Quem é esse que afinal sou eu? Quais seus desejos e medos, seus projetos e sonhos?

No susto que essa ideia provoca, queremos ruído, ruídos. Chegamos em casa e ligamos a televisão antes de largar a bolsa ou pasta. Não é para assistir a um programa:
é pela distração.

Silêncio faz pensar, remexe águas paradas, trazendo à tona sabe Deus que desconcerto nosso. Com medo de ver quem – ou o que – somos, adia-se o defrontamento
com nossa alma sem máscaras.

Mas, se a gente aprende a gostar um pouco de sossego, descobre – em si e no outro – regiões nem imaginadas, questões fascinantes e não necessariamente ruins.

Nunca esqueci a experiência de quando alguém botou a mão no meu ombro de criança e disse:

— Fica quietinha, um momento só, escuta a chuva chegando.

E ela chegou: intensa e lenta, tornando tudo singularmente novo. A quietude pode ser como essa chuva: nela a gente se refaz para voltar mais inteiro ao convívio, às
tantas fases, às tarefas, aos amores.

Então, por favor, me deem isso: um pouco de silêncio bom para que eu escute o vento nas folhas, a chuva nas lajes, e tudo o que fala muito além das palavras de todos
os textos e da música de todos os sentimentos.

LUFT, Lya. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2004. p. 41. Adaptado.

A explicação correta, de acordo com a norma-padrão, para a pontuação utilizada no texto, é a de que

a) a vírgula em “É indispensável circular, estar enturmado.” indica uma relação de explicação entre os termos coordenados.
b) os dois pontos em “se não se cuidar botam numa jaula: um animal estranho.” assinalam a ideia de consequência.
c) as aspas em “(...) se ‘arrumasse’ (...)” acentuam o sentido de organização do verbo “arrumar”.
d) os dois pontos em “(...) pensamos em depressão: quem sabe terapia e antidepressivo?” indicam dúvida entre duas possibilidades distintas.
e) a vírgula antes do “e” em “transa, ganha dinheiro, e come, envelhece,” marca a diferença entre dois tipos de enumeração.
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Questão 72: CESGRANRIO - Psico (UNIRIO)/UNIRIO/Clínica/2016


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
O suor e a lágrima

Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer coisa, quase 41. No dia seguinte, os jornais diriam que fora o mais quente deste verão que inaugura o século e o milênio. Cheguei
ao Santos Dumont, o vôo estava atrasado, decidi engraxar os sapatos. Pelo menos aqui no Rio, são raros esses engraxates, só existem nos aeroportos e em poucos
lugares avulsos.

Sentei-me naquela espécie de cadeira canônica, de coro de abadia pobre, que também pode parecer o trono de um rei desolado de um reino desolante.

O engraxate era gordo e estava com calor — o que me pareceu óbvio. Elogiou meus sapatos, cromo italiano, fabricante ilustre, os Rosseti. Uso-o pouco, em parte para
poupá-lo, em parte porque quando posso estou sempre de tênis.

Ofereceu-me o jornal que eu já havia lido e começou seu ofício. Meio careca, o suor encharcou-lhe a testa e a calva. Pegou aquele paninho que dá brilho final nos sapatos
e com ele enxugou o próprio suor, que era abundante.

Com o mesmo pano, executou com maestria aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira, mas a todo instante o usava para enxugar-se — caso contrário, o suor
inundaria o meu cromo italiano.

E foi assim que a testa e a calva do valente filho do povo ficaram manchadas de graxa e o meu sapato adquiriu um brilho de espelho à custa do suor alheio. Nunca tive
sapatos tão brilhantes, tão dignamente suados.

Na hora de pagar, alegando não ter nota menor, deixei-lhe um troco generoso. Ele me olhou espantado, retribuiu a gorjeta me desejando em dobro tudo o que eu viesse a
precisar nos restos dos meus dias.

Saí daquela cadeira com um baita sentimento de culpa. Que diabo, meus sapatos não estavam tão sujos assim, por míseros tostões, fizera um filho do povo suar para
ganhar seu pão. Olhei meus sapatos e tive vergonha daquele brilho humano, salgado como lágrima.

CONY, C. H. In: NESTROVSKI, A. (Org.). Figuras do Brasil – 80


autores em 80 anos de Folha. São Paulo: Publifolha. 2001. p. 319.

Uma reescritura possível para o trecho “Com o mesmo pano, executou com maestria aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira, mas a todo instante o usava para
enxugar-se — caso contrário, o suor inundaria o meu cromo italiano.”, respeitando-se a norma-padrão e mantendo-se o sentido original, está assinalada em

a) Com o mesmo pano executou com maestria, aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira, mas a todo instante o usava para enxugar-se — caso contrário, o
suor inundaria o meu cromo italiano.
b) Com o mesmo pano, executou com maestria aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira, mas a todo instante o usava para enxugar-se (caso contrário, o
suor, inundaria o meu cromo italiano).
c) Com o mesmo pano, executou, com maestria, aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira, mas, a todo instante, o usava para enxugar-se. Caso contrário, o
suor inundaria o meu cromo italiano.
d) Com o mesmo pano, executou com maestria aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira, mas a todo instante o usava para enxugar-se — caso contrário, o
suor inundaria, o meu cromo italiano.
e) Com o mesmo pano executou com maestria aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira, mas a todo instante o usava para enxugar-se; caso contrário, o
suor inundaria o meu cromo, italiano.
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Questão 73: CESGRANRIO - Trad ILS (UNIRIO)/UNIRIO/2016


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Texto III

Quando eu for bem velhinho — continuação 2

O tempo do carnaval era obrigatório. A despeito de todas as mudanças, ele continua sendo a pausa que dá sentido e razão ao tempo como uma majestade humana. Este
imperador sem rivais que diz que passa quando, de fato, quem passa somos nós.

Uma lenda escandinava, traduzida à luz da análise pelo sábio das línguas e costumes euro- -europeus Georges Dumézil, conta a história de um camponês que, sem
querer, libertou o diabo de um caixote que ele transportava para um padre na sua carroça. Livre e solto, o diabo — que está sempre fazendo alguma coisa — começou a
surrar o seu involuntário libertador, perguntando ansiosamente: “O que devo fazer?” O camponês mandou que ele construísse uma ponte de pedra e, em instantes, ela
ficou pronta. E logo o diabo perguntou novamente: “O que devo fazer?” O camponês mandou que o diabo juntasse todos os excrementos de cavalo do reino da
Dinamarca e, num instante, a tarefa estava cumprida. Aterrorizado porque ia apanhar novamente, o camponês teve a feliz ideia de mandar que o diabo recuperasse o
tempo. Sabendo que o tempo era precioso, o diabo saiu em sua busca, mas não conseguia alcançá-lo. Trouxe dele pedaços, mas não o tempo inteiro como ordenara o
camponês. Não tendo observado a tarefa, o diabo voltou para a caixa.

O tempo como potência impossível de ser apanhada foi brilhantemente descrito por Frei Antônio das Chagas num poema escrito nos mil seiscentos e tanto:

Deus pede estrita conta de meu tempo.


E eu vou do meu tempo dar-lhe conta.
Mas como dar, sem tempo, tanta conta
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?

Para dar minha conta feita a tempo,


O tempo me foi dado e não fiz conta,
Não quis, sobrando tempo, fazer conta.
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.

Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,


Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!

Pois aqueles que, sem conta, gastam tempo,


Quando o tempo chegar de prestar conta,
Chorarão, como eu, o não ter tempo...

Afinal, somos nós que brincamos o carnaval ou é o carnaval que brinca conosco o tempo todo?

DAMATTA, R. O Globo, Rio de Janeiro, 10 fev. 2016. Primeiro Caderno, p. 13. Adaptado.

Os seguintes trechos do Texto III tiveram sua pontuação alterada.

A alteração que respeita a norma-padrão é:

a) O camponês mandou que ele construísse uma ponte de pedra e, em instantes, ela ficou pronta. O camponês mandou, que ele construísse uma ponte de pedra e, em
instantes, ela ficou pronta.
b) O camponês mandou que o diabo juntasse todos os excrementos de cavalo do reino da Dinamarca e, num instante, a tarefa estava cumprida. O camponês
mandou que o diabo juntasse todos os excrementos de cavalo do reino da Dinamarca, e num instante, a tarefa estava cumprida.
c) Aterrorizado porque ia apanhar novamente, o camponês teve a feliz ideia de mandar que o diabo recuperasse o tempo. Aterrorizado, porque ia apanhar novamente,
o camponês teve a feliz ideia de mandar que o diabo recuperasse o tempo.
d) Sabendo que o tempo era precioso, o diabo saiu em sua busca, mas não conseguia alcançá-lo. Sabendo, que o tempo era precioso o diabo saiu em sua busca mas
não conseguia alcançá-lo.
e) Trouxe dele pedaços, mas não o tempo inteiro como ordenara o camponês. Trouxe dele, pedaços, mas não o tempo inteiro, como, ordenara o camponês.
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Questão 74: CESGRANRIO - Ag PM (IBGE)/IBGE/2016


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Texto

Biodiversidade queimada

A Mata Atlântica tornou-se o ecossistema mais ameaçado do Brasil. O desmatamento tem-se ampliado excessivamente, principalmente no trecho mais ao norte dessa
floresta, em áreas costeiras dos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, onde restam apenas cerca de 10% da vegetação nativa original. O risco
é maior nessa parcela da mata porque a região apresenta uma das maiores densidades populacionais do Brasil.

O censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE.), registrou pouco mais de 12 milhões de pessoas nos 271 municípios na área de ocorrência da
Mata Atlântica ao norte do rio São Francisco. Desse total, cerca de 2 milhões foram classificados como população rural. Na região, portanto, a Mata Atlântica está
cercada de gente por todos os lados e, infelizmente, uma parcela importante dessas pessoas está em situação de pobreza. Imersas nessa combinação indesejável de
pobreza e degradação ambiental estão dezenas de espécies de aves, anfíbios, répteis e plantas, muitas já criticamente ameaçadas de extinção.

É nesse cenário que, ao longo de mais de uma década, pesquisadores têm feito estudos para entender como a perturbação extrema da paisagem altera a dinâmica vital
dos remanescentes da Mata Atlântica, causando perda de espécies, colapso da estrutura florestal e redução de serviços ambientais importantes para o bem-estar
humano.
Esses são os efeitos em grande escala, resultantes de modificações severas na estrutura da paisagem. Há, porém, outras perturbações de origem humana e de menor
escala, mas contínuas e generalizadas, que podem ser descritas como crônicas: a caça, a retirada ocasional de madeira (a maior parte da madeira nobre já desapareceu)
e a coleta de lenha, entre outros. Um desses estudos, recentemente concluído, buscou quantificar esse ‘efeito formiguinha’ e trouxe dados inéditos sobre o impacto da
retirada de lenha para consumo doméstico sobre a Mata Atlântica nordestina.

A madeira foi o primeiro combustível usado pela humanidade para cozinhar alimentos. Estima-se que, hoje, no mundo, mais de 2 bilhões de pessoas ainda precisem de
lenha e/ou carvão para uso doméstico. Como a dependência de biomassa para fins energéticos está diretamente associada à pobreza, o simples ato de acender um
fogão a gás para preparar as refeições é uma realidade distante para mais de 700 mil habitantes da região da Mata Atlântica do Nordeste, a porção de floresta mais
ameaçada do Brasil. Essas pessoas dependem ainda, para cozinhar, de lenha retirada dos remanescentes de floresta. Já que, em média, cada indivíduo queima
anualmente meia tonelada de lenha, a Mata Atlântica perde 350 mil toneladas de madeira por ano, em séria ameaça à conservação dos fragmentos florestais que ainda
resistem nessa parte do país.

Os dados da pesquisa foram coletados de 2009 a 2011, a partir de entrevistas sistematizadas com 270 chefes de família e medição do uso de lenha em cada casa.
Foram investigadas áreas rurais, assentamentos e vilas agrícolas de usinas de açúcar em Pernambuco, na Paraíba e no Rio Grande do Norte. O estudo registrou o
consumo de lenha de 67 espécies de árvores (apenas sete exóticas) e, do total da lenha utilizada, 79% vieram diretamente da Mata Atlântica.

SPECHT, M. J.; TABARELLI, M.; MELO, F. Revista Ciência Hoje, n.308. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, out. 2013. p. 18-20. Adaptado.

O uso das vírgulas atende ao que é preconizado pela norma-padrão da língua portuguesa em:

a) A retirada de madeira para uso doméstico é pontual e, portanto não deve ser comparada com os impactos, do desmatamento da Amazônia.
b) Os principais benefícios dos fogões ecológicos são: o menor consumo de lenha e a utilização, de restos de madeira de demolição.
c) É preciso reduzir o consumo de lenha para que se consiga controlar, na Mata Atlântica, o processo de desmatamento.
d) Segundo a OMS, a exposição à fumaça dos fogões a lenha, é a causa da morte prematura de quase dois milhões de pessoas no mundo.
e) Algumas atividades, provocam o desmatamento na Mata Atlântica: a caça, a abertura de trilhas, a criação de pequenas roças.

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Questão 75: CESGRANRIO - Ag PM (IBGE)/IBGE/2016


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Texto

Do fogo às lâmpadas de LED

Ao longo de nossa evolução, desenvolvemos uma forma muito eficiente de detectar a luz: nosso olho. Esse órgão nos permite enxergar formas e cores de maneira ímpar.
O que denominamos luz no cotidiano é, de fato, uma onda eletromagnética que não é muito diferente, por exemplo, das ondas de rádio ou micro-ondas, usadas em
comunicação via celular, ou dos raios X, empregados em exames médicos.

Para que pudesse enxergar seu caminho à noite, o homem buscou o desenvolvimento de fontes de iluminação artificial. Os primeiros humanos recolhiam restos de
queimadas naturais, mantendo as chamas em fogueiras. Posteriormente, descobriu-se que o fogo poderia ser produzido ao se atritarem pedras ou madeiras, dando o
primeiro passo rumo à tecnologia de iluminação artificial.

A necessidade de transporte e manutenção do fogo levou ao desenvolvimento de dispositivos de iluminação mais compactos e de maior durabilidade. Assim, há cerca
de 50 mil anos, surgiram as primeiras lâmpadas a óleo, feitas a partir de rochas e conchas, tendo, como pavio, fibras vegetais que queimavam em óleo animal ou vegetal.
Mais tarde, a eficiência desses dispositivos foi aumentada, com o uso de óleo de tecidos gordurosos de animais marinhos, como baleias e focas.

As lâmpadas a óleo não eram adequadas para que áreas maiores (ruas, praças etc.) fossem iluminadas, o que motivou o surgimento das lâmpadas a gás obtido por meio
da destilação do carvão mineral. Esse gás poderia ser transportado por tubulações ao local de consumo e inflamado para produzir luz.

O domínio da tecnologia de geração de energia elétrica e o entendimento de efeitos associados à passagem de corrente elétrica em materiais viabilizaram o
desenvolvimento de novas tecnologias de iluminação: lâmpadas incandescentes, com filamentos de bambu carbonizado, que garantem durabilidade de cerca de 1,2 mil
horas à sua lâmpada; e as lâmpadas halógenas, com maior vida útil e luz com maior intensidade e mais parecida com a luz solar.

AZEVEDO, E. R.; NUNES, L. A. O. Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje. n. 327, julho 2015, p. 38-40. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2015/327/ do-fogo-as-
lampadas-led>. Acesso em: 4 ago. 2015. Adaptado.

A vírgula foi utilizada de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa em:

a) Em termos de durabilidade e economia, a substituição das lâmpadas tradicionais pela iluminação LED representa um avanço das novas tecnologias.
b) O homem dependia antes do domínio do fogo, totalmente da luz natural para poder realizar suas tarefas do dia a dia.
c) A tecnologia compreende um conjunto de conhecimentos científicos que se aplica, à utilização de um equipamento em determinado tipo de atividade.
d) Ao contrário das ondas mecânicas as ondas eletromagnéticas, apresentam a capacidade de se propagar no vácuo.
e) A lâmpada incandescente é um dispositivo elétrico que, transforma energia elétrica em energia luminosa e energia térmica.

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Questão 76: CESGRANRIO - Ag PT (IBGE)/IBGE/2016
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Feliz por nada

Geralmente, quando uma pessoa exclama “Estou tão feliz!”, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos
que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é
seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.

Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou
ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é
ser feliz por muito.

Feliz por nada, nada mesmo? Talvez passe pela total despreocupação com essa busca.

Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu
cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando “realizado”, também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque
felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é
que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.

Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam
por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.

Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser
livre. Adequação à sociedade e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?

A vida não é um questionário. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania
de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.

Ser feliz por nada talvez seja isso.

MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. Porto Alegre: L&PM, jul. 2011.

No trecho do Texto “Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando “realizado”, também”, as aspas foram utilizadas no termo “realizado” com o
objetivo de

a) isolar uma citação.


b) marcar um estrangeirismo.
c) atribuir uma intenção pejorativa.
d) destacar o sentido figurado da palavra.
e) reproduzir a fala de um personagem.
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Questão 77: CESGRANRIO - Seg Of (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Náutica/2016


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
O velho olhando o mar

Meu carro para numa esquina da praia de Copacabana às 9h30 e vejo um velho vestido de branco numa cadeira de rodas olhando o mar a distância. Por ele passam
pernas portentosas, reluzentes cabeleiras adolescentes e os bíceps de jovens surfistas. Mas ele permanece sentado olhando o mar a distância. [...]

O carro continua parado, o sinal fechado e o estupendo calor da vida batia de frente sobre mim. Tudo em torno era uma ávida solicitação dos sentidos. Por isso,
paradoxalmente, fixei-me por um instante naquele corpo que parecia ancorado do outro lado das coisas. E sem fazer qualquer esforço comecei a imaginá- lo quando
jovem. É um exercício estranho esse de começar a remoçar um corpo na imaginação, injetar movimento e desejo nos seus músculos, acelerando nele, de novo, a avareza
de viver cada instante.

A gente tem a leviandade de achar que os velhos nasceram velhos, que estão ali apenas para assistir ao nosso crescimento. Me lembro que, menino, ao ver um velho
parente relatar fatos de sua juventude, tinha sempre a sensação de que ele estava inventando uma estória para me convencer de alguma coisa.

No entanto, aquele velho que vejo na esquina da praia de Copacabana deve ter sido jovem algum dia, em alguma outra praia, nos braços de algum amor, bebendo e
farreando irresponsavelmente e achando que o estoque da vida era ilimitado.

Teria ele algum desejo ao olhar as coxas das banhistas que passam? Olhando alguma delas teria se posto a lembrar de outros corpos que conheceu? Os que por ele
passam poderiam supor que ele fazia maravilhas na cama ou nas pistas de dança? [...]

Ele está ali, eu no meu carro, e me dou conta de que um número crescente de amigos e conhecidos tem me pronunciado a palavra “aposentadoria” ultimamente. Isso é
uma síndrome grave. Em breve estarei cercado de aposentados e forçosamente me aposentarão. Então, imagino, vou passear de short branco e boné pelo calçadão da
praia, fingindo ser um almirante aposentado, aproveitando o sol mais ameno das 9h30 até cair sentado numa cadeira e ficar olhando o mar. [...]

Meu carro, no entanto, continua parado no sinal da praia de Copacabana. O carro apenas, porque a imaginação, entre o sinal vermelho e o verde, viajou intensamente. Vou
ter de deixar ali o velho e sua acompanhante olhando o mar por mim. Vou viver a vida por ele, me iludir de que no escritório transformo o mundo com telefonemas,
projetos e papéis. Um dia talvez esteja naquela cadeira olhando o mar a distância, a vida distante.

Mas que ao olhar para dentro eu tenha muito que rever e contemplar. Nesse caso não me importarei que o moço que estiver no seu carro parado no sinal imagine coisas
sobre mim. Estarei olhando o mar, o mar interior, e terei navegantes alegrias que nenhum passante compreenderá.

SANT’ANNA, A. R. Coleção melhores crônicas –


Affonso Romano de Sant’Anna. Seleção e prefácio: Letícia Malard. São Paulo: Global, 2003.

Uma reescritura que mantém o sentido original do trecho “Por isso, paradoxalmente, fixei-me por um instante naquele corpo que parecia ancorado do outro lado das
coisas.” , considerando-se a pontuação, a clareza das ideias e a norma-padrão, é:

a) Por isso, paradoxalmente, fixei-me, por um instante, naquele corpo que parecia ancorado do outro lado das coisas.
b) Por isso, paradoxalmente, fixei-me por, um instante naquele corpo, que parecia ancorado do outro lado das coisas.
c) Por isso, paradoxalmente, fixei-me por um instante naquele corpo que parecia, ancorado, do outro lado das coisas.
d) Por isso, paradoxalmente, fixei-me por um instante naquele corpo que parecia ancorado do outro, lado das coisas.
e) Por isso, paradoxalmente, fixei-me por um instante naquele corpo que, parecia ancorado, do outro lado das coisas.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/465844
Questão 78: CESGRANRIO - Seg Of (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Náutica/2016
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
O velho olhando o mar

Meu carro para numa esquina da praia de Copacabana às 9h30 e vejo um velho vestido de branco numa cadeira de rodas olhando o mar a distância. Por ele passam
pernas portentosas, reluzentes cabeleiras adolescentes e os bíceps de jovens surfistas. Mas ele permanece sentado olhando o mar a distância. [...]

O carro continua parado, o sinal fechado e o estupendo calor da vida batia de frente sobre mim. Tudo em torno era uma ávida solicitação dos sentidos. Por isso,
paradoxalmente, fixei-me por um instante naquele corpo que parecia ancorado do outro lado das coisas. E sem fazer qualquer esforço comecei a imaginá- lo quando
jovem. É um exercício estranho esse de começar a remoçar um corpo na imaginação, injetar movimento e desejo nos seus músculos, acelerando nele, de novo, a avareza
de viver cada instante.

A gente tem a leviandade de achar que os velhos nasceram velhos, que estão ali apenas para assistir ao nosso crescimento. Me lembro que, menino, ao ver um velho
parente relatar fatos de sua juventude, tinha sempre a sensação de que ele estava inventando uma estória para me convencer de alguma coisa.

No entanto, aquele velho que vejo na esquina da praia de Copacabana deve ter sido jovem algum dia, em alguma outra praia, nos braços de algum amor, bebendo e
farreando irresponsavelmente e achando que o estoque da vida era ilimitado.

Teria ele algum desejo ao olhar as coxas das banhistas que passam? Olhando alguma delas teria se posto a lembrar de outros corpos que conheceu? Os que por ele
passam poderiam supor que ele fazia maravilhas na cama ou nas pistas de dança? [...]

Ele está ali, eu no meu carro, e me dou conta de que um número crescente de amigos e conhecidos tem me pronunciado a palavra “aposentadoria” ultimamente. Isso é
uma síndrome grave. Em breve estarei cercado de aposentados e forçosamente me aposentarão. Então, imagino, vou passear de short branco e boné pelo calçadão da
praia, fingindo ser um almirante aposentado, aproveitando o sol mais ameno das 9h30 até cair sentado numa cadeira e ficar olhando o mar. [...]

Meu carro, no entanto, continua parado no sinal da praia de Copacabana. O carro apenas, porque a imaginação, entre o sinal vermelho e o verde, viajou intensamente. Vou
ter de deixar ali o velho e sua acompanhante olhando o mar por mim. Vou viver a vida por ele, me iludir de que no escritório transformo o mundo com telefonemas,
projetos e papéis. Um dia talvez esteja naquela cadeira olhando o mar a distância, a vida distante.

Mas que ao olhar para dentro eu tenha muito que rever e contemplar. Nesse caso não me importarei que o moço que estiver no seu carro parado no sinal imagine coisas
sobre mim. Estarei olhando o mar, o mar interior, e terei navegantes alegrias que nenhum passante compreenderá.

SANT’ANNA, A. R. Coleção melhores crônicas –


Affonso Romano de Sant’Anna. Seleção e prefácio: Letícia Malard. São Paulo: Global, 2003.

No trecho “Por ele passam pernas portentosas, reluzentes cabeleiras adolescentes e os bíceps de jovens surfistas. Mas ele permanece sentado olhando o mar a
distância.”, a opção pelo ponto final antes do vocábulo “Mas”

a) aponta a posição do velho em referência ao narrador.


b) enfatiza a surpresa do narrador em relação ao que vê.
c) contrapõe a posição do velho à posição dos motoristas.
d) marca o registro de uma cena corriqueira para o enunciador.
e) assinala a importância do velho para os demais transeuntes.
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Questão 79: CESGRANRIO - Tec Adm (DETRAN AC)/DETRAN AC/2009


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
TRÂNSITO NAS GRANDES CIDADES:
O PREÇO DO TEMPO PERDIDO

Quem não passou pelo pesadelo de sair de casa para um compromisso com hora marcada e ver o cronograma estourar por causa do trânsito? Assim se perderam
viagens, reuniões de negócios, provas na escola e outras oportunidades. Resultado: prejuízo na certa. Seja ele financeiro ou mesmo moral — afinal, como fica a cara de
quem chega atrasado ao trabalho? Mas será que existe um mecanismo que leve ao cálculo das perdas provocadas por estes preciosos minutos gastos dentro de um
automóvel — ou transporte coletivo — numa avenida de uma grande cidade brasileira? Quanto custa um engarrafamento? As respostas para estas perguntas,
infelizmente, ninguém sabe ao certo.

Estudo do Denatran, em parceria com o Ipea, sobre “Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Rodovias Brasileiras” revela que — além da perda de
tempo — a retenção no trânsito provoca ainda o aumento do custo de operação de cada veículo — combustível e desgaste de peças. Os congestionamentos trazem
danos também para os governos. Cidades e estados gastam fortunas com esquemas de tráfego, engenheiros, equipamentos e guardas de trânsito.

Quando motivado por acidente, o engarrafamento fica ainda mais caro, pois envolve bombeiros, ambulâncias, médicos, hospitais, internações, medicamentos, lucros
cessantes e, eventualmente, custos fúnebres, além das perdas familiares. Nos Estados Unidos, as autoridades incluíram, no custo financeiro do engarrafamento, o
estresse emocional provocado em suas 75 maiores cidades. Conta final: U$ 70 bilhões/ano. Isso sem falar nos custos ambientais — é consenso na comunidade
científica que a queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, pelos automóveis é uma das principais causas de emissões de carbono, um dos causadores do
aquecimento global.

A maior cidade do Brasil tem também os maiores engarrafamentos. A frota da Grande São Paulo atingiu, em 2008, a marca de seis milhões de veículos. Este número só
aumenta: são vendidos cerca de 600 carros por dia — segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O consultor de tráfego
Horácio Figueira só vê uma solução: “É preciso priorizar o transporte coletivo. Caso contrário, as cidades vão parar”, alerta. Enquanto 60% da população do país utilizam o
transporte público, apenas 47% dos paulistanos seguem o mesmo exemplo. A falta de conforto e os itinerários limitados dos ônibus levaram 30% dos usuários a optar
pelas vans, realimentando os quilométricos congestionamentos da cidade.

CARNEIRO, Claudio. In: Opinião e Notícia, 20 mar. 2008. Disponível em:


http://opiniaoenoticia.com.br/vida/transito-nas-grandes-cidades-o-preco-do-tempo-perdido. Acesso em: 3 ago. 2009.

Assinale a opção que traz os sinais de pontuação que podem ser usados para substituir os travessões em “— ou transporte coletivo —”.

a) (ou transporte coletivo)


b) :ou transporte coletivo;
c) ;ou transporte coletivo;
d) ,ou transporte coletivo.
e) ,ou transporte coletivo...
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Questão 80: CESGRANRIO - Peda (DETRAN AC)/DETRAN AC/2009


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
A vida dos outros

Almoço fora todos os dias. Isso não é problema, porque meu escritório fica em local muito movimentado e com grande variedade de restaurantes. Em geral, prefiro
aqueles que oferecem comida a quilo, essa maravilhosa invenção moderna (há quem garanta ser invenção brasileira) que permite comer na medida certa, sem
desperdícios, e observar os pratos antes de fazer a escolha.

Mas gosto dos restaurantes a quilo também por outra razão: são feitos sob medida para os solitários. Neles, reinam os introvertidos, os retraídos, os tímidos. Você entra,
escolhe, pesa, se senta, come, paga e vai embora. Se não quiser, não precisa conversar com ninguém, emitir um som, pronunciar uma só palavra.

Talvez por isso, os restaurantes a quilo vivam apinhados de pessoas sozinhas. Neles, elas não têm qualquer pudor de se sentar à mesa sem ter companhia, nem nos fins
de semana, que é tempo de família, amigos, congregação. Os restaurantes a quilo são também muito frequentados por turistas, pois é um conforto para eles entrar e
comer num lugar em que não precisam tentar se entender com pessoas que só falam essa língua secreta chamada português.

O restaurante a quilo é o lugar onde a palavra é supérflua e onde deveria reinar o silêncio. Pois é – deveria. Mas o que ocorre é justamente o contrário. E por quê? Por
culpa do telefone celular.

Por alguma razão, as pessoas precisam falar ao celular quando se sentam para comer. Resolvem assuntos pendentes, pedem informações, fazem encomendas, fecham
negócios ou mesmo batem papo com o amigo ou amiga que não vêem há tempos – e tudo isso enquanto mastigam e engolem o almoço. Pobres estômagos.

E pobre de mim. Não consigo ficar indiferente ao que está sendo dito nos celulares à minha volta. Assim que a conversa se estabelece, começo a prestar atenção ao que
está sendo dito e, daqui a pouco, quase sem perceber, me vejo vivendo a vida dos outros. Sofro, brigo, peço ou dou informação, falo de trabalho, marco reuniões, fico
estressada com a mercadoria que não chegou – e tudo sem ter nada a ver com isso.

Outro dia, durante um almoço, participei de duas conversas inquietantes. A primeira foi quando uma jovem na mesa à minha esquerda atendeu um telefonema a respeito
de uma encomenda. Do outro lado do fio, alguém tinha dúvidas e queria que ela confirmasse certas coisas. Não consegui entender a que produto se referiam, mas sei
que a moça parou de comer e, segurando o celular entre a orelha e o ombro, catou na bolsa um caderninho e repetiu, aos gritos (a ligação parecia estar ruim), números de
série do artigo encomendado. Enquanto isso, a comida em seu prato esfriava. E a minha também. Como eu poderia comer sem ver aquele assunto resolvido?

Mal ela desligou e já tocava o celular de outra senhora, duas ou três mesas à minha frente. Estava encoberta e não pude ver-lhe o rosto. Mas acompanhei, acabrunhada,
sua conversa sobre a amiga internada, que acabara de ser operada. Perdi a fome de vez.

Com o advento do celular, minha vida ficou assim. Já não tenho noção dos limites (onde acaba a minha vida e começa a do outro?). Ou talvez tenham sido as pessoas
que perderam esses limites. Porque a tecnologia transformou o mundo, mas não surgiram novas regras para acompanhar as transformações. Será que algum dia uma
nova etiqueta vai entrar em vigor, estabelecendo que é falta de educação falar enquanto se almoça num restaurante (estando ou não de boca cheia)? Espero que sim.
Mas enquanto isso não acontece, vou vivendo a vida dos outros.

SEIXAS, Heloisa. Disponível em: www.selecoes.com.br.


Acesso em: set. 2008. (Adaptado).

Qual das frases a seguir está corretamente pontuada?

a) Heloísa ficou cansada, depois de ouvir, todas aquelas conversas.


b) Aquela senhora, ficou tão assustada com o telefonema, que, parece, empalideceu.
c) Ao fazer o seu prato, acabou, colocando comida, em excesso.
d) Em cada mesa, uma pessoa, sozinha, aguardava a refeição.
e) Pagou a conta, mas, deixou claro, que não ficou satisfeita.
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Questão 81: CESGRANRIO - Med do Trab (PETRO)/PETROBRAS/Júnior/2017


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Como o aquecimento global está atrapalhando a aviação

No mês passado, dezenas de voos foram cancelados nos EUA por causa do calor. Veja porque isso se tornará cada vez mais comum.

Com a temperatura na casa dos 48 ºC — e uma sensação térmica que supera fácil os 50 ºC —, é complicado levar a vida normalmente. Sair de casa é pedir para começar
a suar e desidratar a uma velocidade digna de ambiente desértico. Seja muito bem-vindo ao verão de Phoenix, capital do Arizona, onde o ar-condicionado é seu amigo
mais inseparável.

Por lá, as temperaturas altas não impactam só as contas de luz. A onda de calor anormal que o sudoeste dos EUA enfrentou recentemente causou também outro
problema, menos usual: o cancelamento de dezenas de voos comerciais. É isso mesmo. Em julho passado, aviões foram impedidos de deixar o Sky Harbor, aeroporto
internacional da cidade, pelo simples motivo de estar quente demais.

Mesmo quem não é do ramo sabe que aeronaves foram criadas para operar sob algumas condições climáticas específicas. Por causa disso, vira e mexe mudanças de
tempo muito bruscas como nevascas e neblinas intensas as impedem de decolar — atrasando as viagens e aumentando a impaciência dos clientes.

No que diz respeito a problemas de visibilidade, não há muito o que fazer. O ponto é que o calor também pode comprometer bastante a viagem: cientistas já
demonstraram que o desempenho das aeronaves é pior em dias extremamente quentes. Isso porque o aumento da temperatura atmosférica faz a densidade do ar
diminuir, o que prejudica toda a aerodinâmica do veículo.

A sustentação que as asas do avião garantem depende da densidade do ar. Quanto menor for a densidade do ar, mais rápido um avião tem que acelerar na hora da
decolagem para compensar a perda de estabilidade.

O problema é que, para conseguir uma velocidade maior, é necessária uma pista com tamanho suficiente para a tarefa. Corre-se o risco, nos locais onde o trecho de
asfalto é curto demais, de que o avião não adquira velocidade adequada para deslanchar de vez sem problemas de sustentação. A principal forma que as torres de
controle têm para garantir que isso não aconteça é diminuir o peso da aeronave — seja retirando carga, combustível ou material humano mesmo.

Os efeitos dessa restrição de peso podem pesar no bolso das companhias aéreas e mudar operações pelo mundo todo. A conta é bem simples: menos passageiros nos
voos significa menos dinheiro para as companhias aéreas. Os primeiros a sofrer com os cortes são voos mais longos. Conectar pontos distantes do globo só vale a pena
se o roteiro for cumprido com o máximo de aproveitamento. A tendência, então, é que os voos maiores sejam remanejados para momentos menos quentes do dia. E
como nada vem sozinho, a alteração de rotas e duração dos voos, pode, eventualmente, aumentar também o consumo de combustível. O resto você já sabe. O serviço
fica mais caro, passam a existir menos opções, os aeroportos operam além da capacidade e o caos aéreo se torna maior.

Para completar o pacote, o calor poderá influenciar até mesmo no famoso “medo de avião”. Isso porque a elevação das temperaturas tornará as turbulências mais
frequentes e intensas. Uma pesquisa publicada neste ano mostrou que turbulências severas vão aumentar 149% e os chacoalhões moderados crescerão até 94% nos
próximos anos. Culpa do aumento na quantidade de ventos de alta altitude, que ganham força com o calor.

ELER, G. Como o aquecimento global está atrapalhando a aviação. 5 ago. 2017.


Disponível em: <https://super.abril.com.br/tecnologia/como-o-aquecimento-global-esta-atrapalhando-a-aviacao/>.
Acesso em: 12 ago. 2017. Adaptado.

Os sinais de pontuação são elementos importantes para a organização dos textos.

No primeiro parágrafo, o emprego dos travessões indica a(o)

a) mudança de locutor no texto


b) apresentação de um exemplo
c) introdução de uma explicação
d) início de fala de personagem
e) acréscimo de um comentário do autor
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Questão 82: CESGRANRIO - Tec (PETRO)/PETROBRAS/Segurança Júnior/2017


Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Energia eólica na história da Humanidade

Energia, derivada de energeia, que em grego significa “em ação”, é a propriedade de um sistema que lhe permite existir, ou seja, realizar “trabalho” (em Física). Energia é
vida, é movimento — sem a sua presença o mundo seria inerte. Saber usar e administrar sua produção por meio de diferentes fontes de energia é fundamental.

Desde o início da vida em sociedade, as fontes de energia de que o homem precisa devem ser geradas continuamente, ou armazenadas para serem consumidas nos
momentos de necessidade. A utilização de diversas formas de energia possibilita ao homem cozinhar seu alimento, fornecer combustível aos seus sistemas de
transporte, aquecer ou refrigerar suas residências e movimentar suas indústrias.

Existem fontes de energia alternativas que, adequadamente utilizadas, podem substituir os combustíveis fósseis em alguns de seus usos, reservando-os para aquelas
situações em que a substituição ainda não é possível. A energia eólica é uma delas.

A energia eólica é a energia gerada pela força do vento, ou seja, é a força capaz de transformar a energia do vento em energia aproveitável. É captada através de
estruturas como: aerogeradores, que possibilitam a produção de eletricidade; moinhos de vento, com o objetivo de produzir energia mecânica que pode ser usada na
moagem de grãos e na fabricação de farinha; e velas, já que a força do ar em movimento é útil para impulsionar embarcações.

A mais antiga forma de utilização da energia eólica foi o transporte marítimo. Naus e caravelas movidas pelo vento possibilitaram empreender grandes viagens, por
longas distâncias, levando a importantíssimas descobertas.

Atualmente, o desenvolvimento tecnológico descobriu outras formas de uso para a força eólica. A mais conhecida e explorada está voltada para a geração de força
elétrica. Isso é possível por meio de aerogeradores, geradores elétricos associados ao eixo de cata-ventos que convertem a força cinética contida no vento em energia
elétrica. A quantidade de energia produzida vai depender de alguns fatores, entre eles a velocidade do vento no local e a capacidade do sistema montado.

A criação de usinas para captação da energia eólica possui determinadas vantagens. O impacto negativo causado pelas grandes turbinas é mínimo quando comparado
aos causados pelas grandes indústrias, mineradoras de carvão, hidrelétricas, etc. Esse baixo impacto ocorre porque usinas eólicas não promovem queima de
combustível, nem geram dejetos que poluem o ar, o solo ou a água, além de promoverem maior geração de empregos em regiões desfavorecidas. É uma fonte de energia
válida economicamente pois é mais barata.

A energia eólica é uma fonte de energia que não polui e é renovável, mas que, apesar disso, causa alguns impactos no ambiente. Isso acontece devido aos parques
eólicos ocuparem grandes extensões, com imensos aerogeradores instalados. Essas interferências no ambiente são vistas, muitas vezes, como desvantagens da energia
eólica. Assim, citam-se as seguintes desvantagens: a vasta extensão de terra ocupada pelos parques eólicos; o impacto sonoro provocado pelos ruídos emitidos pelas
turbinas em um parque eólico; o impacto visual causado pelas imensas hélices que provocam certas sombras e reflexos desagradáveis em áreas residenciais; o impacto
sobre a fauna, provocando grande mortandade de aves que batem em suas turbinas por não conseguirem visualizar as pás em movimento; e a interferência na radiação
eletromagnética, atrapalhando o funcionamento de receptores e transmissores de ondas de rádio, TV e micro-ondas.

Esse tipo de energia já é uma realidade no Brasil. Nosso país já conta com diversos parques e usinas. A tendência é que essa tecnologia de geração de energia cresça
cada vez mais, com a presença de diversos parques eólicos espalhados pelo Brasil.

Disponível em: <http://www.fontesdeenergia.com/tipos/renovaveis/energia-eolica/>.


Acesso em: 5 ago. 2017. Adaptado.

Em “Atualmente, o desenvolvimento tecnológico descobriu outras formas de uso para a força eólica.”, a vírgula é utilizada para separar uma circunstância de tempo
deslocada para o início da frase.

A mesma justificativa para o uso da vírgula pode ser encontrada em:

a) “Energia é vida, é movimento — sem a sua presença o mundo seria inerte.”


b) “Desde o início da vida em sociedade, as fontes de energia de que o homem precisa devem ser geradas continuamente”
c) “A quantidade de energia produzida vai depender de alguns fatores, entre eles a velocidade do vento no local e a capacidade do sistema montado.”
d) “Esse baixo impacto ocorre porque usinas eólicas não promovem queima de combustível, nem geram dejetos que poluem o ar”
e) “Isso acontece devido aos parques eólicos ocuparem grandes extensões, com imensos aerogeradores instalados.”
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Questão 83: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Análise de Sistemas - Suporte/2010


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Além da aparência

"Só existem dois dias em que nada pode ser feito: um se chama ontem e o outro amanhã" - Dalai Lama. Início de ano é sempre a mesma coisa: "Este ano vou emagrecer",
"Este ano vou arranjar um bom trabalho", "Este ano vou achar o amor da minha vida", este ano, este ano... e por aí vai. Vale tudo (ou quase tudo): roupa branca, pular sete
ondas, comer lentilha, se consultar com cartomantes, tarólogos, astrólogos que podem até nos dar uma previsão. Contudo, mais que prever o futuro é preciso concebê-
lo! Conceber o futuro é somar novos esforços àqueles já feitos anteriormente em busca de um objetivo muito bem definido e planejado, sem esquecer que esse futuro
que concebemos deve estar sempre em congruência com nosso eu. São muitas as promessas que fazemos com o raiar de um novo ano.

A sensação que se tem é a de que ganhamos um caderno novinho em folha, com páginas em branco nas quais escreveremos uma nova história. Mas muitos esquecem
que para fazer uma vida nova é preciso não apenas de um novo ano, mas sim de um conjunto de ações que, em minha opinião, podem ser resumidas em três: visão,
autoconhecimento e autodesenvolvimento. Assim, acredito que o primeiro passo na construção de uma vida nova começa pela definição de uma visão: o que você quer
da vida? Tem gente que vive apenas fazendo o que a vida quer, usando o velho lema do Zeca Pagodinho "deixa a vida me levar". Prefiro ficar com o Jota Quest que diz: "a
gente leva da vida a vida que a gente leva".(a)
A visão pessoal tem o poder de dar sentido às coisas,(b) muitas vezes aparentemente insignificantes. Ela responde aos porquês. Por que quero emagrecer? Por que
quero conseguir um trabalho novo? Por que estou fazendo isso ou aquilo? Ela nos guia e nos mantém no caminho, afinal para quem não sabe aonde vai qualquer
caminho serve.(c) O Amir Klink tem uma frase brilhante que diz: "É muito triste passar a vida inteira cumprindo as suas obrigações sem nunca ter construído algo de fato".
Primeiro passo concluído, você sabe o que quer da vida. Agora é preciso saber o que é necessário para concretizar essa visão, para transformá-la em ação.

O segundo degrau dessa escada é saber quem você é. "Conhece-te a ti mesmo", como diria Sócrates, é fundamental. Literalmente, é preciso se olhar no espelho.
Fazemos isso o tempo todo com os outros, observando seus comportamentos, suas ações e até seus aspectos físicos. Mas, quanto tempo das nossas vidas nos
dedicamos à auto-observação? Olhar para si mesmo às vezes é duro: descobrimos coisas que nem sempre nos agradam, mas só assim é possível corrigi-las.

Tendo um objetivo claro e se conhecendo fica muito mais fácil definir quais "armas" usar. É como viajar: a depender do destino você arruma sua mala. Se você for para o
Alasca e não tiver roupas de frio terá que comprar ou pedir emprestado. O passo seguinte é se desenvolver. Ou seja, eu sei pra onde quero ir, conheço minhas forças e
fraquezas, o que preciso aprimorar e/ou adquirir para chegar lá? Conhecimento, comportamento e atitudes.

Uma avaliação 360º tornará possível identificar em quais aspectos precisaremos "caprichar" mais. É necessário armar-se competências, lembrando que o sucesso de
ontem não nos garante o sucesso de amanhã. Somando essas três ações e dedicando-se a elas está feito o caminho. Daí é fazer um acordo consigo mesmo e segui-lo à
risca. Mais do que estabelecer metas, é preciso planejar, buscar novas oportunidades, ter iniciativa, adquirir as informações necessárias, dar o melhor de si,
comprometer-se com suas escolhas, cultivar sua rede de contatos, ter autoconfiança, correr riscos sempre calculados e persistir.

Algumas pessoas tentam, fazem de tudo, mas não conseguem. Para esses deixo uma frase do Bernardinho, técnico da seleção brasileira masculina de vôlei: "Podemos
até não vencer o campeonato, mas precisamos deixar a quadra com a certeza de que fizemos o melhor que pudemos". Outras ganham fôlego no início, mas acabam
desistindo.(d) Esses são aqueles que esperam pelos próximos anos, para começar tudo novo de novo. E há ainda aqueles que vão até o final, caem, levantam a poeira e
dão volta por cima. Mas é assim que a vida segue.(e) Mensagem final? Não. Mensagem inicial (aqui vai ela): "Pedras no caminho? Guarde todas! Um dia construirá um
castelo".

Carolina Manciola Disponível em <http://www.rh.com.br/Portal/Mudanca/Artigo/6506/ alem-da-aparencia.html>. Acesso em: 01 jul 2010. (Adaptado).

Observe o trecho a seguir.

"...que o sucesso de ontem não nos garante o sucesso de amanhã."

Das passagens transcritas abaixo, qual verbo em destaque apresenta transitividade igual à do verbo destacado acima?

a) "'a gente leva da vida a vida que a gente leva.'"


b) "A visão pessoal tem o poder de dar sentido às coisas,"
c) "afinal para quem não sabe aonde vai qualquer caminho serve."
d) "Outras ganham fôlego no início, mas acabam desistindo."
e) "Mas é assim que a vida segue."

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Questão 84: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Administração/2009


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
O PESO DA PALAVRA E DO RELACIONAMENTO

Quem diz que vai para o escritório para trabalhar e não para fazer amigos está enganado. Ou melhor, estabelecer uma rede de relacionamentos, ser flexível, se adaptar
rapidamente a uma nova situação,(a) saber se comunicar com a equipe(b) ou colegas de trabalho, ter capacidade de negociação são características extras(c) no atual
mercado, que exige mais do que diploma. Não se trata de fazer amigos, mas de aprender o que se chama de linguagem corporativa. E este be-a-bá é feito de uma mistura
de palavras claras, ditas no momento e para a pessoa certa, somado a uma dose de carisma.

Não estou falando da política "mantenha um sorriso no rosto porque o cliente tem sempre razão", mas, sim, tentando mostrar que a facilidade em se expressar ou fazer
relacionamentos tem peso tão importante quanto uma boa formação acadêmica. O que a intuição de muitos profissionais de recursos humanos já indicava foi
comprovado num estudo finalizado no primeiro semestre deste ano pela ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil), associação internacional que
estuda o estresse e suas formas de prevenção.

De acordo com a pesquisa, feita entre 230 profissionais — gerentes de três grandes empresas nacionais —, a eficiência na comunicação interpessoal funciona como um
colete salva-vidas, atenuando os efeitos negativos das pressões e demandas nos níveis físico, emocional e comportamental. Para chegar a esta conclusão foram
analisados três fatores:(d) as pressões e as demandas no trabalho, o nível de ansiedade (somática, comportamental e cognitiva) e o nível de tensão muscular e a
satisfação profissional.

Conclui-se, então, que o gerenciamento do estresse passa pelo desenvolvimento pessoal, além de programas efetivos de qualidade de vida no trabalho. Isso porque os
custos do estresse não afetam apenas a saúde do trabalhador, mas, também, o bolso do empregador. Sabe-se que nos Estados Unidos o estresse profissional tem custo
estimado em 300 bilhões de dólares ao ano e nos países membros da União Europeia este valor gira em torno de 265 bilhões de euros – números relativos ao
absenteísmo, rotatividade, lesões no trabalho e seguro saúde. Por aqui, ainda não foi feito o cálculo desta conta, mas acredita-se que temos valores similares ao
americano.

Então, que tal começar a exercitar a linguagem? Faz bem para você e para aqueles com quem se relaciona.(e)

ROSSI, Ana Maria. Disponível em: <http://www.catho.com.br> Acesso em: out. 2009. (com adaptações)

Assinale a opção em que a preposição destacada constitui caso de regência nominal.

a) "se adaptar rapidamente a uma nova situação,"


b) "saber se comunicar com a equipe..."
c) "ter capacidade de negociação são características extras..."
d) "Para chegar a esta conclusão foram analisados três fatores:"
e) "e para aqueles com quem se relaciona."
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Questão 85: CESGRANRIO - Ana Amb (INEA)/INEA/Administrador/2008
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
O lado perigoso do avanço dos computadores

Em 2008, o número de computadores pessoais (PCs) em funcionamento no mundo deve atingir a astronômica cifra de 1 bilhão. Desde seu surgimento, nos anos 70, até
chegar a essa marca, passou-se um pouco mais de três décadas. Porém, para dobrar esse número, serão necessários apenas sete anos. De acordo com estimativa
divulgada pela consultoria Forrester Research, em 2015 haverá 2 bilhões de PCs espalhados pelo mundo. A princípio, esse boom no consumo de PCs pode significar o
acesso de mais pessoas à tecnologia, o que, sem dúvida, é um avanço positivo. Mas essa expansão tem alguns aspectos preocupantes. O primeiro é que a indústria de
computadores e seus periféricos é uma das que, proporcionalmente ao peso de seus produtos, mais consomem recursos naturais, tanto na forma de matéria-prima
como em termos de água e energia. Segundo a Universidade das Nações Unidas, um computador comum (de 24 quilos, em média) emprega ao menos dez vezes seu
peso em combustíveis fósseis (contribuindo para o aquecimento global) e 1.500 litros de água em seu processo de fabricação. Essa relação supera, por exemplo, a dos
automóveis, que utilizam, no máximo, duas vezes seu peso em matéria-prima e insumos. Um único chip de memória RAM consome 1,7 quilo de combustíveis fósseis e
substâncias químicas para ser produzido, o que corresponde a cerca de 400 vezes seu peso.

Alta demanda de matéria-prima

Na outra ponta, a indústria de computadores também apresenta um problema muito sério: o descarte desses equipamentos resulta na geração de 50 milhões de
toneladas de lixo todos os anos, segundo o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. É uma montanha com mais de 200 milhões de PCs completos, que tende
a saturar aterros e depósitos, complicando ainda mais a gestão de resíduos. Para agravar a situação, algumas peças de computadores contêm metais pesados, como
mercúrio, cádmio, chumbo e cromo, transformando-as em um risco à saúde pública quando descartadas de forma inadequada. [...]

Consumo consciente

Todos sabemos que, hoje em dia, é praticamente inviável prescindir dos computadores. Mas, tomando consciência dos impactos que seu uso causa, o consumidor pode
contribuir para que os reflexos positivos dessa tecnologia sejam maiores que os danos ao meio ambiente. A primeira coisa a ser avaliada pelo consumidor é se há
mesmo necessidade de comprar um novo computador. Algumas vezes, um upgrade (troca de peças específicas, mantendo a “carcaça”) basta para atender às
necessidades do momento. Outro procedimento que deve sempre ser adotado é o de tentar consertar o computador, em vez de aproveitar o primeiro problema para
trocar a máquina por outra nova. [...] Outras vezes, as pessoas trocam de equipamento apenas por comodidade ou estética. É sempre bom gastar alguns minutinhos
ponderando se é possível adiar a compra de um novo equipamento e, caso não seja, refletir sobre as reais necessidades que devem ser atendidas por esse novo
equipamento. Outra questão a ser considerada na hora de trocar de computador é o que fazer com o velho. Uma alternativa é procurar alguma empresa que faça a
reciclagem dos equipamentos. [...] Outra possibilidade é doar o computador antigo. Pode ser a algum conhecido ou a entidades que utilizam o computador como está ou
comercializam sua sucata com empresas recicladoras.

EcoSpy Brasil – Meio Ambiente, Consciência e Tecnologia. Ano 2 n.12. Nov/Dez 2007.

Os verbos atingir, chegar, utilizar, saber e atender, que aparecem no texto, estão construídos de modo diferente no que diz respeito à transitividade.

A alteração NÃO está de acordo com a norma culta em

a) O prefeito podia atingir ao que significava aquela lei.


b) Em breve, chegará um ecologista famoso.
c) As más intenções não utilizam a ninguém.
d) Os pesquisadores sabem da importância do descarte adequado dos metais pesados.
e) As indústrias nem sempre atendem os pedidos dos consumidores.

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Questão 86: CESGRANRIO - Sup Pesq (IBGE)/IBGE/Tecnologia de Informação e Comunicação/2016


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
O Bicho

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,


Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,


Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

BANDEIRA, Manuel. Antologia poética. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

A regência nominal está adequada à norma-padrão em:

a) Os pobres são ávidos por melhores condições de vida.


b) Os catadores sentem desejo com uma vida melhor.
c) Muitos catadores têm orgulho em seu ofício.
d) Parte da população é sensível para a pobreza.
e) Vários dejetos são inúteis para com a reutilização.
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Questão 87: CESGRANRIO - Sup Pesq (IBGE)/IBGE/Tecnologia de Informação e Comunicação/2016


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
O Bicho

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,


Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,


Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

BANDEIRA, Manuel. Antologia poética. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

Observa-se obediência à norma-padrão, no que se refere à regência verbal, em:

a) A pobreza implica em muito sofrimento.


b) Os governantes devem assistir aos pobres, diminuindo seu sofrimento.
c) Todos aspiram a uma vida mais justa.
d) A população não raro esquece dos menos favorecidos.
e) É importante desejarmos ao fim da pobreza.
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Questão 88: CESGRANRIO - Sup Pesq (IBGE)/IBGE/Tecnologia de Informação e Comunicação/2016


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
O Bicho

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,


Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,


Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

BANDEIRA, Manuel. Antologia poética. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

O Bicho

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,


Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,


Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

BANDEIRA, Manuel. Antologia poética. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

Observa-se obediência à norma-padrão, no que se refere à regência verbal, em:

a) A pobreza implica em muito sofrimento.


b) Os governantes devem assistir aos pobres, diminuindo seu sofrimento.
c) Todos aspiram a uma vida mais justa.
d) A população não raro esquece dos menos favorecidos.
e) É importante desejarmos ao fim da pobreza.

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Questão 89: CESGRANRIO - Med do Trab (PETRO)/PETROBRAS/Júnior/2017


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Como o aquecimento global está atrapalhando a aviação
No mês passado, dezenas de voos foram cancelados nos EUA por causa do calor. Veja porque isso se tornará cada vez mais comum.

Com a temperatura na casa dos 48 ºC — e uma sensação térmica que supera fácil os 50 ºC —, é complicado levar a vida normalmente. Sair de casa é pedir para começar
a suar e desidratar a uma velocidade digna de ambiente desértico. Seja muito bem-vindo ao verão de Phoenix, capital do Arizona, onde o ar-condicionado é seu amigo
mais inseparável.

Por lá, as temperaturas altas não impactam só as contas de luz. A onda de calor anormal que o sudoeste dos EUA enfrentou recentemente causou também outro
problema, menos usual: o cancelamento de dezenas de voos comerciais. É isso mesmo. Em julho passado, aviões foram impedidos de deixar o Sky Harbor, aeroporto
internacional da cidade, pelo simples motivo de estar quente demais.

Mesmo quem não é do ramo sabe que aeronaves foram criadas para operar sob algumas condições climáticas específicas. Por causa disso, vira e mexe mudanças de
tempo muito bruscas como nevascas e neblinas intensas as impedem de decolar — atrasando as viagens e aumentando a impaciência dos clientes.

No que diz respeito a problemas de visibilidade, não há muito o que fazer. O ponto é que o calor também pode comprometer bastante a viagem: cientistas já
demonstraram que o desempenho das aeronaves é pior em dias extremamente quentes. Isso porque o aumento da temperatura atmosférica faz a densidade do ar
diminuir, o que prejudica toda a aerodinâmica do veículo.

A sustentação que as asas do avião garantem depende da densidade do ar. Quanto menor for a densidade do ar, mais rápido um avião tem que acelerar na hora da
decolagem para compensar a perda de estabilidade.

O problema é que, para conseguir uma velocidade maior, é necessária uma pista com tamanho suficiente para a tarefa. Corre-se o risco, nos locais onde o trecho de
asfalto é curto demais, de que o avião não adquira velocidade adequada para deslanchar de vez sem problemas de sustentação. A principal forma que as torres de
controle têm para garantir que isso não aconteça é diminuir o peso da aeronave — seja retirando carga, combustível ou material humano mesmo.

Os efeitos dessa restrição de peso podem pesar no bolso das companhias aéreas e mudar operações pelo mundo todo. A conta é bem simples: menos passageiros nos
voos significa menos dinheiro para as companhias aéreas. Os primeiros a sofrer com os cortes são voos mais longos. Conectar pontos distantes do globo só vale a pena
se o roteiro for cumprido com o máximo de aproveitamento. A tendência, então, é que os voos maiores sejam remanejados para momentos menos quentes do dia. E
como nada vem sozinho, a alteração de rotas e duração dos voos, pode, eventualmente, aumentar também o consumo de combustível. O resto você já sabe. O serviço
fica mais caro, passam a existir menos opções, os aeroportos operam além da capacidade e o caos aéreo se torna maior.

Para completar o pacote, o calor poderá influenciar até mesmo no famoso “medo de avião”. Isso porque a elevação das temperaturas tornará as turbulências mais
frequentes e intensas. Uma pesquisa publicada neste ano mostrou que turbulências severas vão aumentar 149% e os chacoalhões moderados crescerão até 94% nos
próximos anos. Culpa do aumento na quantidade de ventos de alta altitude, que ganham força com o calor.

ELER, G. Como o aquecimento global está atrapalhando a aviação. 5 ago. 2017.


Disponível em: <https://super.abril.com.br/tecnologia/como-o-aquecimento-global-esta-atrapalhando-a-aviacao/>.
Acesso em: 12 ago. 2017. Adaptado.

O seguinte período atende plenamente às exigências de regência verbal da norma-padrão da língua portuguesa:

a) Um amigo que gosto muito chegará de Lisboa hoje.


b) O meio mais seguro que dispomos para viajar é o avião.
c) A passagem cuja confirmação está pendente terá de ser trocada.
d) O guia que simpatizamos estará conosco no próximo passeio.
e) O funcionário cujo nome não me lembro recuperou minha bagagem.
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Questão 90: CESGRANRIO - Tec (PETRO)/PETROBRAS/Segurança Júnior/2017


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Energia eólica na história da Humanidade

Energia, derivada de energeia, que em grego significa “em ação”, é a propriedade de um sistema que lhe permite existir, ou seja, realizar “trabalho” (em Física). Energia é
vida, é movimento — sem a sua presença o mundo seria inerte. Saber usar e administrar sua produção por meio de diferentes fontes de energia é fundamental.

Desde o início da vida em sociedade, as fontes de energia de que o homem precisa devem ser geradas continuamente, ou armazenadas para serem consumidas nos
momentos de necessidade. A utilização de diversas formas de energia possibilita ao homem cozinhar seu alimento, fornecer combustível aos seus sistemas de
transporte, aquecer ou refrigerar suas residências e movimentar suas indústrias.

Existem fontes de energia alternativas que, adequadamente utilizadas, podem substituir os combustíveis fósseis em alguns de seus usos, reservando-os para aquelas
situações em que a substituição ainda não é possível. A energia eólica é uma delas.

A energia eólica é a energia gerada pela força do vento, ou seja, é a força capaz de transformar a energia do vento em energia aproveitável. É captada através de
estruturas como: aerogeradores, que possibilitam a produção de eletricidade; moinhos de vento, com o objetivo de produzir energia mecânica que pode ser usada na
moagem de grãos e na fabricação de farinha; e velas, já que a força do ar em movimento é útil para impulsionar embarcações.

A mais antiga forma de utilização da energia eólica foi o transporte marítimo. Naus e caravelas movidas pelo vento possibilitaram empreender grandes viagens, por
longas distâncias, levando a importantíssimas descobertas.

Atualmente, o desenvolvimento tecnológico descobriu outras formas de uso para a força eólica. A mais conhecida e explorada está voltada para a geração de força
elétrica. Isso é possível por meio de aerogeradores, geradores elétricos associados ao eixo de cata-ventos que convertem a força cinética contida no vento em energia
elétrica. A quantidade de energia produzida vai depender de alguns fatores, entre eles a velocidade do vento no local e a capacidade do sistema montado.

A criação de usinas para captação da energia eólica possui determinadas vantagens. O impacto negativo causado pelas grandes turbinas é mínimo quando comparado
aos causados pelas grandes indústrias, mineradoras de carvão, hidrelétricas, etc. Esse baixo impacto ocorre porque usinas eólicas não promovem queima de
combustível, nem geram dejetos que poluem o ar, o solo ou a água, além de promoverem maior geração de empregos em regiões desfavorecidas. É uma fonte de energia
válida economicamente pois é mais barata.

A energia eólica é uma fonte de energia que não polui e é renovável, mas que, apesar disso, causa alguns impactos no ambiente. Isso acontece devido aos parques
eólicos ocuparem grandes extensões, com imensos aerogeradores instalados. Essas interferências no ambiente são vistas, muitas vezes, como desvantagens da energia
eólica. Assim, citam-se as seguintes desvantagens: a vasta extensão de terra ocupada pelos parques eólicos; o impacto sonoro provocado pelos ruídos emitidos pelas
turbinas em um parque eólico; o impacto visual causado pelas imensas hélices que provocam certas sombras e reflexos desagradáveis em áreas residenciais; o impacto
sobre a fauna, provocando grande mortandade de aves que batem em suas turbinas por não conseguirem visualizar as pás em movimento; e a interferência na radiação
eletromagnética, atrapalhando o funcionamento de receptores e transmissores de ondas de rádio, TV e micro-ondas.

Esse tipo de energia já é uma realidade no Brasil. Nosso país já conta com diversos parques e usinas. A tendência é que essa tecnologia de geração de energia cresça
cada vez mais, com a presença de diversos parques eólicos espalhados pelo Brasil.

Disponível em: <http://www.fontesdeenergia.com/tipos/renovaveis/energia-eolica/>.


Acesso em: 5 ago. 2017. Adaptado.
No trecho “Desde o início da vida em sociedade, as fontes de energia de que o homem precisa devem ser geradas continuamente”, o uso da preposição de é obrigatório
para atender às exigências de regência verbal na norma padrão da língua portuguesa.

É obrigatório também o emprego de uma preposição antecedendo o termo que em:

a) A desvantagem que a criação de usinas para captação de energia eólica possui é o impacto sonoro provocado pelos ruídos das turbinas.
b) A força cinética que os pesquisadores se referem é produzida por geradores elétricos associados ao eixo de cata-ventos.
c) A maior vantagem que os estudiosos mencionam é o fato de as usinas eólicas não promoverem queima de combustível.
d) O mais importante papel que a energia eólica desempenhou na história da humanidade foi o transporte marítimo.
e) A mortandade de aves que os analistas relacionam às hélices das grandes turbinas é uma das desvantagens dos parques eólicos.
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Questão 91: CESGRANRIO - Tec (BACEN)/BACEN/Área 1/2009


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Clima alentador

China e EUA anunciam metas para combater o aquecimento global e revivem expectativa de acordo em Copenhague.

Copenhague, afinal, pode sair menos ruim que a encomenda. Quando já se contava com um fiasco da conferência sobre mudança do clima, que começa daqui a
uma semana na capital dinamarquesa, surgem sinais animadores de que um acordo razoável possa ser obtido. Limitado, mas melhor que acordo nenhum.

Já se sabe que não será aprovado um tratado forte, com compromissos legais dos países para redução de gases do efeito estufa. Essa era a expectativa anterior:
algo mais ambicioso que o Protocolo de Kyoto (1997), fracassado, que determinava corte médio de 5,2% nas emissões só das nações desenvolvidas. O compromisso
obtido em Copenhague será apenas "politicamente vinculante".

O novo acordo precisa ir muito além de Kyoto, se a meta for impedir que o aumento da temperatura média da atmosfera ultrapasse 2°C de aquecimento neste
século, como recomenda a maioria dos climatologistas. Isso exige dos países desenvolvidos chegar a 2020 emitindo 25% a 40% menos poluentes que em 1990, ano-
base de Kyoto.

Os países menos desenvolvidos, por seu turno, precisam desacelerar a trajetória crescente de suas emissões. Estima-se que seja necessário um corte de 15% a
30%, aplicados no caso sobre os níveis que estariam emitindo em 2020, mantido o ritmo atual. A ideia é de que a redução não prejudique seu esforço de desenvolvimento
e redução da pobreza.

Os sinais alentadores surgidos na semana partiram dos EUA e da China. Juntos, respondem por 40% das emissões mundiais.

Jornal Folha de S. Paulo, Editorial. 29 nov. 2009, p. A2. (Fragmento)

A imprensa internacional foi convidada para assistir os debates em Copenhague.

De acordo com a norma escrita padrão da língua, na frase acima há um DESVIO de

a) regência nominal.
b) regência verbal.
c) concordância nominal.
d) concordância verbal.
e) pontuação.

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Questão 92: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Administração/2011


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Texto

UM MORRO AO FINAL DA PÁSCOA

Como tapetes flutuantes, elas surgiram de repente, em "muita quantidade", balançando nas águas translúcidas de um mar que refletia as cores do entardecer. Os marujos
as reconheceram de imediato, antes que sumissem no horizonte: chamavam-se botelhos as grandes algas que dançavam nas ondulações formadas pelo avanço da frota
imponente. Pouco mais tarde, mas ainda antes que a escuridão se estendesse sobre a amplitude do oceano, outra espécie de planta marinha iria lamber o casco das
naves, alimentando a expectativa e desafiando os conhecimentos daqueles homens temerários o bastante para navegar por águas desconhecidas. Desta vez eram rabos-
de-asno: um emaranhado de ervas felpudas "que nascem pelos penedos do mar". Para marinheiros experimentados, sua presença era sinal claro da proximidade de terra.

Se ainda restassem dúvidas, elas acabariam no alvorecer do dia seguinte, quando os grasnados de aves marinhas romperam o silêncio dos mares e dos céus. As aves da
anunciação, que voavam barulhentas por entre mastros e velas, chamavam-se fura-buxos. Após quase um século de navegação atlântica, o surgimento dessa gaivota era
tido como indício de que, muito em breve, algum marinheiro de olhar aguçado haveria de gritar a frase mais aguardada pelos homens que se fazem ao mar: "Terra à
vista!"

Além do mais, não seriam aquelas aves as mesmas que, havia menos de três anos, ao navegar por águas destas latitudes, o grande Vasco da Gama também avistara? De
fato, em 22 de agosto de 1497, quando a armada do Gama se encontrava a cerca de 3 mil quilômetros da costa da África, em pleno oceano Atlântico, um dos tripulantes
empunhou a pena para anotar em seu Diário: "Achamos muitas aves feitas como garções – e quando veio a noite tiravam contra o su-sueste muito rijas, como aves que
iam para terra."

BUENO, Eduardo. A Viagem do Descobrimento. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998. (Coleção Terra Brasilis, v. 1). p. 7-8

O verbo acabar apresenta-se com a mesma regência com que aparece na linha 8 do Texto em:

a) O cantor mostrou muito talento e acabou aplaudido entusiasticamente.


b) As fortes chuvas acabaram com as plantações de grãos.
c) Eles acabaram de saber que foram aprovados no concurso.
d) Acabou por reconhecer que o adversário era superior.
e) A comemoração dos formandos acabou de madrugada.

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Questão 93: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Engenharia/2011


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Texto

Borboletas

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa(a), o risco de se decepcionar é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as delas.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos(b) porque gostamos, porque
queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida(c).

Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz com a outra pessoa(d), você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que
você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você(e), a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem gosta de você.

O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/MjkwODky/ Acesso em: 09 dez. 2010.

A frase em que o uso da preposição destacada NÃO constitui caso de regência verbal ou nominal é:

a) "Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa,"


b) "temos que nos conscientizar de que estamos juntos..."
c) "dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida."
d) "...que, para ser feliz com a outra pessoa,"
e) "Você aprende a gostar de você,"

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Questão 94: CESGRANRIO - Tec Adm (BNDES)/BNDES/2010


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Sonhos, ousadia e ação

Albert Einstein (1879-1955), físico alemão famoso por desenvolver a Teoria da Relatividade, mencionou, durante sua vida, várias frases famosas. Uma delas é: "Nunca
penso no futuro. Ele chega rápido demais". Para um gênio como Einstein que vivia muito à frente de sua época, tal frase poderia ter certo sentido. Mas também deixa
claro que sua preocupação era agir no presente, no hoje, e as consequências dessas ações seriam repercutidas no futuro.

Ainda utilizando frases do físico, mais uma vez ele quebra um paradigma quando cita: "A imaginação é mais importante do que o conhecimento". Os céticos podem
insistir em afirmar que o mais importante é adquirir conhecimento. No entanto, sem a criatividade nascida de uma boa imaginação, de nada adianta possuir
conhecimento se você não tem curiosidade em ir além.

O conhecimento é muito importante para validar a criatividade e colocá-la em prática, mas antes de qualquer ação existiu a imaginação, um sonho que aliado ao
conhecimento e habilidades pode transformar-se em algo concreto. Já a imaginação criativa, sem ações, permanece apenas como um sonho.

Ainda à frente de sua época e indiretamente colaborando para os dias atuais, Einstein mais uma vez apresenta uma citação interessante: "no meio de qualquer
dificuldade encontra-se a oportunidade". Ou seja, mesmo em meio a uma crise, podemos encontrar oportunidades. Oportunidades aos empreendedores, aos inovadores,
às pessoas e empresas que tiverem atitude e criatividade, que saiam da mesmice, que não se apeguem a fatos já conhecidos, mas busquem o novo, o desconhecido.

Como profissionais, precisamos ser flexíveis e multifuncionais. Devemos deixar de nos conformarmos em saber executar apenas uma atividade e conhecer várias outras,
nas quais com interesse e dedicação podemos ser diferenciados. Já as organizações devem encontrar, em uma nova realidade, novos usos de produtos e boas
oportunidades para os mercados que passaram a existir.

E para fechar este artigo com chave de ouro, cito outra sábia frase de Einstein: "Algo só é impossível até que alguém duvide e acabe provando o contrário". Acredite, tudo
é possível desde que seja dado o primeiro passo. Você pode realizar seus sonhos se tiver confiança e lutar por eles. Poderá encontrar novas oportunidades desde que
olhe "fora da caixa" e seja o primeiro a descobrir uma chance que ninguém está conseguindo ver.

Para se chegar a uma longa distância é preciso, antes de tudo, dar o primeiro passo. Parecia impossível o homem voar e ir à lua. Quem imaginou, 30 anos atrás, que
poderíamos acessar milhares de informações em milésimos de segundos através da Internet? Mas para estas perguntas, por mais óbvias que sejam as soluções, faço
das palavras de Einstein minha resposta: alguém que duvidou e provou o contrário.

CAMPOS, Wagner. Disponível em: <http://tbc.rosier.com.br/oktiva. net/2163/nota/158049>. Acesso em: 02 jul 2010. (adaptado)
Em relação à regência nominal ou verbal, qual a frase em que NÃO se emprega o pronome relativo precedido de preposição?

a) O físico ______ frase sempre me recordo quebrou paradigmas com sua nova forma de pensar.
b) A conferência ______ assistimos marcou o início de uma nova etapa em nossa vida.
c) Era impossível aceitar as provocações ______ foram submetidos durante o discurso.
d) As provações ________ estamos expostos são importantes para descobrirmos novas oportunidades.
e) Os obstáculos _______ transpusemos ao longo da vida profissional nos ajudaram a atingirmos o sucesso.

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Questão 95: CESGRANRIO - Esc BB/BB/"Sem Área"/2012


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
SORTE: TODO MUNDO MERECE
Afinal, existe sorte e azar?

No fundo, a diferença entre sorte e azar está no jeito como olhamos para o acaso. Um bom exemplo é o número 13. Nos EUA, a expedição da Apollo 13 foi uma das mais
desastrosas de todos os tempos, e o número levou a culpa. Pelo mundo, existem construtores que fazem prédios que nem têm o 13o andar, só para fugir do azar. Por
outro lado, muita gente acha que o 13 é, na verdade, o número da sorte. Um exemplo famoso disso foi o então auxiliar técnico do Brasil, Zagallo, que foi para a Copa do
Mundo de (19)94 (a soma dá 13) dizendo que o Mundial ia terminar com o Brasil campeão devido a uma série de coincidências envolvendo o número. No final, o Brasil foi
campeão mesmo, e a Apollo 13 retornou a salvo para o planeta Terra, apesar de problemas gravíssimos.

Até hoje não se sabe quem foi o primeiro sortudo que quis homenagear a sorte com uma palavra só para ela. Os romanos criaram o verbo sors, do qual deriva a “sorte”
de todos nós que falamos português. Sors designava vários processos do que chamamos hoje de tirar a sorte e originou, entre outras palavras, a inglesa sorcerer,
feiticeiro. O azar veio de um pouco mais longe. A palavra vem do idioma árabe e deriva do nome de um jogo de dados (no qual o criador provavelmente não era muito
bom). Na verdade, ele poderia até ser bom, já que azar e sorte são sinônimos da mesma palavra: acaso. Matematicamente, o acaso – a sorte e o azar – é a
aleatoriedade. E, pelas leis da probabilidade, no longo prazo, todos teremos as mesmas chances de nos depararmos com a sorte. Segundo essas leis, se você quer
aumentar as suas chances, só existe uma saída: aposte mais no que você quer de verdade.

Revista Conhecer. São Paulo: Duetto. n. 28, out. 2011, p. 49. Adaptado.

A frase em que a presença ou ausência da preposição está de acordo com a norma-padrão é:

a) A certeza que a sorte chegará para mim é grande.


b) Preciso de que me arranjem um emprego.
c) Convidei à Maria para vir ao escritório.
d) A necessidade que ele viesse me ajudar me fez chamá-lo.
e) Às dez horas em ponto, estarei à sua casa.

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Questão 96: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Administração/2013


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Texto

Dialética da mudança

Certamente porque não é fácil compreender certas questões, as pessoas tendem a aceitar algumas afirmações como verdades indiscutíveis(a) e até mesmo a irritar-se
quando alguém insiste em discuti-las. É natural que isso aconteça, quando mais não seja porque as certezas nos dão segurança e tranquilidade. Pô-las em questão
equivale a tirar o chão de sob nossos pés. Não necessito dizer que, para mim, não há verdades indiscutíveis, embora acredite em determinados valores e princípios que
me parecem consistentes. De fato, é muito difícil, senão impossível, viver sem nenhuma certeza, sem valor algum.

No passado distante, quando os valores religiosos se impunham à quase totalidade das pessoas, poucos eram os que questionavam, mesmo porque, dependendo da
ocasião, pagavam com a vida seu inconformismo.

Com o desenvolvimento do pensamento objetivo e da ciência, aquelas certezas inquestionáveis passaram a segundo plano, dando lugar a um novo modo de lidar com as
certezas e os valores. Questioná-los, reavaliá-los, negá-los, propor mudanças às vezes radicais tornou-se frequente e inevitável, dando-se início a uma nova época da
sociedade humana. Introduziram-se as ideias não só de evolução como de revolução(b).

Naturalmente, essas mudanças não se deram do dia para a noite, nem tampouco se impuseram à maioria da sociedade. O que ocorreu de fato foi um processo difícil e
conflituado em que, pouco a pouco, a visão inovadora veio ganhando terreno e, mais do que isso, conquistando posições estratégicas, o que tornou possível influir na
formação de novas gerações, menos resistentes a visões questionadoras.

A certa altura desse processo, os defensores das mudanças acreditavam-se senhores de novas verdades, mais consistentes porque eram fundadas no conhecimento
objetivo das leis que governam o mundo material e social. Mas esse conhecimento era ainda precário e limitado.

Inúmeras descobertas reafirmam a tese de que a mudança é inerente à realidade tanto material quanto espiritual(c), e que, portanto, o conceito de imutabilidade é
destituído de fundamento.
Ocorre, porém, que essa certeza pode induzir a outros erros: o de achar que quem defende determinados valores estabelecidos está indiscutivelmente errado. Em outras
palavras, bastaria apresentar-se como inovador para estar certo. Será isso verdade? Os fatos demonstram que tanto pode ser como não.

Mas também pode estar errado quem defende os valores consagrados e aceitos. Só que, em muitos casos, não há alternativa senão defendê-los. E sabem por quê? Pela
simples razão de que toda sociedade é, por definição, conservadora, uma vez que, sem princípios e valores estabelecidos, seria impossível o convívio social. Uma
comunidade cujos princípios e normas mudassem a cada dia seria caótica e, por isso mesmo, inviável.

Por outro lado, como a vida muda e a mudança é inerente à existência, impedir a mudança é impossível(d). Daí resulta que a sociedade termina por aceitar as
mudanças(e), mas apenas aquelas que de algum modo atendem a suas necessidades e a fazem avançar.

GULLAR, Ferreira. Dialética da mudança. Folha de São Paulo, 6 maio 2012, p. E10.

No Texto, o verbo atender exige a presença de uma preposição para introduzir o termo regido.

Essa mesma exigência ocorre na forma verbal destacada em:

a) “Certamente porque não é fácil compreender certas questões, as pessoas tendem a aceitar algumas afirmações como verdades indiscutíveis.”
b) “Introduziram-se as ideias não só de evolução como de revolução.”
c) “Inúmeras descobertas reafirmam a indiscutível tese de que a mudança é inerente à realidade tanto material quanto espiritual,”
d) “Por outro lado, como a vida muda e a mudança é inerente à existência, impedir a mudança é impossível.”
e) “Daí resulta que a sociedade termina por aceitar as mudanças, ”

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Questão 97: CESGRANRIO - AET (BB)/BB/2014


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Ando meio desligado

Ando meio desligado


Eu nem sinto meus pés no chão
Olho e não vejo nada
Eu só penso se você me quer
Eu nem vejo a hora de lhe dizer
Aquilo tudo que eu decorei
E depois o beijo que eu já sonhei
Você vai sentir, mas...
Por favor, não leve a mal
Eu só quero que você me queira
Não leve a mal

BAPTISTA, A.; LEE, R.; DIAS, S. Ando meio desligado. Intérprete: Os Mutantes. In: MUTANTES. A divina comédia ou Ando meio desligado. Rio de Janeiro: Polydor/Polyfar. p1970. 1 disco sonoro, Lado 1,
faixa 1 (3 min 2s).

No par de frases abaixo, os usos das preposições nas expressões destacadas estão de acordo com a norma- -padrão em:

a) O fumo é nocivo à saúde – O fumo é danoso com a saúde


b) Apaguei todas as lembranças do passado – Apaguei todas as memórias do passado
c) Ela é hábil para trabalhos manuais – Ela tem habilidade com trabalhos manuais
d) Suas ideias não estão compatíveis com os meus interesses – Suas ideias são incompatíveis aos meus interesses
e) Tenho loucura por conhecer a Europa – Sou louco a conhecer a Europa

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Questão 98: CESGRANRIO - Eng (PETRO)/PETROBRAS/Meio Ambiente Júnior/2014


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
O futuro transumano

Um mundo habitado por seres com habilidades sobre-humanas parece ficção científica, mas essa poderia ser a visão que nossos antepassados longínquos teriam de
nós. Vive-se mais e com melhor qualidade que eles; cruzam-se grandes distâncias em poucas horas e estabelece-se comunicação instantânea com pessoas do outro
lado do planeta, só para citar alguns exemplos que deixariam nossos tataravós boquiabertos. O que esperar então dos humanos do futuro?

Uma das tendências, segundo especialistas, é a integração da tecnologia a nossos corpos – uma espécie de hibridização. Seguindo o movimento que ocorreu ao longo
do século 20, de miniaturização dos artefatos tecnológicos, estes ficariam tão pequenos a ponto de serem incorporados a nosso organismo e conectados a nosso
sistema nervoso. Com o avanço dessa hibridização, haveria uma escala de radicalidade na adoção da tecnologia, com alguns indivíduos optando por todas as
modificações possíveis, e outros sendo mais contidos. Em um horizonte mais distante, nos questionaríamos sobre qual é o limite entre o natural e o artificial.

É provável que o leitor já tenha usado algum tipo de melhoramento das capacidades cognitivas, ou seja, das habilidades de adquirir, processar, armazenar e recuperar
informação. Se já tomou café para se manter acordado, usou o estimulante cafeína, presente na bebida, para melhorar seu estado de alerta. Isso não parece
particularmente controverso, assim como não é o emprego de técnicas mnemônicas para facilitar a memorização de uma determinada informação. Nos últimos anos,
porém, novas modalidades de melhoramento cognitivo surgiram, como o consumo de drogas que não se desenvolveram para esse objetivo.
Um dos principais problemas éticos associados a esse tipo de melhoramento é que ele ampliaria a desigualdade social, criando uma elite superinteligente, rica e
poderosa, além de polarizar a sociedade entre os mais e os menos aptos. Entretanto, segundo estudiosos, a tendência é que melhoramentos se tornem mais baratos
com o tempo, sendo acessíveis para todos. Se as pessoas puderem escolher quais melhoramentos adquirir, é pouco provável que se formem apenas dois grupos sociais
distintos, sendo mais factível que haja um contínuo de indivíduos modificados.

O melhoramento físico e cognitivo dos humanos por meio de novas tecnologias é a principal bandeira do transumanismo. Esse movimento defende que a forma atual do
ser humano não representa o fim do nosso desenvolvimento, mas sim uma fase relativamente precoce. Assim como usamos métodos racionais para melhorar as
condições sociais e o mundo externo, podemos utilizar essa mesma abordagem no nosso organismo, sem necessariamente nos limitarmos a meios tradicionais, como
educação e desenvolvimento cultural.

Já os opositores dos transumanistas, chamados de bioconservadores, alertam sobre os vários problemas que tecnologias de melhoramento criarão para a sociedade,
como a já citada polarização e o aumento da desigualdade social.

Além do melhoramento físico e cognitivo da humanidade, alguns transumanistas defendem a eliminação do sofrimento, tanto físico quanto emocional. Sua intenção é
eliminar males como depressão e síndrome do estresse pós-traumático, para promover a saúde mental e a felicidade. Apesar de ser um objetivo aparentemente nobre,
esse tipo de alteração, mais do que melhoramentos físicos, parece tocar na nossa essência, naquilo que consideramos o cerne da humanidade. Uma questão central
nessa discussão é o que é ser humano.

FURTADO, F. O futuro transumano. Revista Ciência Hoje,

n. 307, v. 52, set. 2013. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje. p. 18-23. Adaptado

No trecho “podemos utilizar essa mesma abordagem no nosso organismo, sem necessariamente nos limitarmos a meios tradicionais, como educação e
desenvolvimento cultural.” (l. 22-23), o verbo limitar, no sentido de restringir, exige a presença da preposição “a”.

Essa exigência de preposição também se observa na regência da forma verbal destacada em:

a) A eliminação de doenças consideradas incuráveis representa a principal meta da tecnologia moderna.


b) A tentativa de criação de seres humanos superdotados confirma a nova perspectiva da ciência atual.
c) As pesquisas sobre o futuro da humanidade conduzem a descobertas inimagináveis há poucos anos.
d) Os desafios éticos acompanham a possibilidade de programar filhos capazes de se tornarem gênios.
e) Os novos tempos resgatam a crença de que haverá invenções importantes para prevenir as doenças.

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Questão 99: CESGRANRIO - Admin (PETRO)/PETROBRAS/Júnior/2012


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Texto I

O gigolô das palavras

Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu
considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se
descabelava diariamente com suas afrontas às leis da língua, e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha
defesa (“Culpa da revisão! Culpa da revisão!”). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem
entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.

Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da
Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não
necessariamente certo. Por exemplo: dizer “escrever claro” não é certo, mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir,
mover… Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. [...] É o esqueleto que nos traz de pé,
mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua, mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.

Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela.
Sempre fui péssimo em Português. Mas – isso eu disse – vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão dispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da
minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso
as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto
passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. [...]

Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel.

VERISSIMO, Luis Fernando. O gigolô das palavras. In: LUFT, Celso Pedro. Língua e liberdade: por uma nova concepção de língua materna e seu ensino. Porto Alegre: L&PM, 1985. p. 36. Adaptado.

Texto II

Aula de português

A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, equipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Aula de português. In: Reunião: 10 livros de poesia. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1974. p. 81.

Segundo diria o Professor Carlos Góis, mencionado no Texto II, a frase cuja regência do verbo respeita a norma-padrão é:

a) Esquecemo-nos daquelas regras gramaticais.


b) Os professores avisaram aos alunos da prova.
c) Deve-se obedecer o português padrão.
d) Assistimos uma aula brilhante.
e) Todos aspiram o término do curso.

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Questão 100: CESGRANRIO - Adv (PETRO)/PETROBRAS/Júnior/2015


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
A sociedade da informação e seus desafios

Dificilmente alguém discordaria de que a sociedade da informação é o principal traço característico do debate público sobre desenvolvimento, seja em nível local ou
global, neste alvorecer do século XXI. Das propostas políticas oriundas dos países industrializados e das discussões acadêmicas, a expressão “sociedade de informação”
transformou-se rapidamente em jargão nos meios de comunicação, alcançando, de forma conceitualmente imprecisa, o universo vocabular do cidadão.

A expressão “sociedade da informação” passou a ser utilizada como substituta para o conceito complexo de “sociedade pós-industrial”, como forma de transmitir o
conteúdo específico do “novo paradigma técnico-econômico”. A realidade que os conceitos das ciências sociais procuram expressar refere-se às transformações
técnicas, organizacionais e administrativas que têm como “fator-chave” não mais os insumos baratos de energia — como na sociedade industrial — mas os insumos
baratos de informação propiciados pelos avanços tecnológicos na microeletrônica e nas telecomunicações.

Nesta sociedade pós-industrial, ou “informacional”, as transformações em direção à sociedade da informação, em estágio avançado nos países industrializados,
constituem uma tendência dominante mesmo para economias menos industrializadas e definem um novo paradigma, o da tecnologia da informação, que expressa a
essência da presente transformação tecnológica em suas relações com a economia e a sociedade. Esse novo paradigma tem as seguintes características fundamentais:
a informação é sua matéria-prima (no passado, o objetivo dominante era utilizar informação para agir sobre as tecnologias); os efeitos das novas tecnologias têm alta
penetrabilidade (a informação é parte integrante de toda atividade humana, individual ou coletiva e, portanto, todas essas atividades tendem a ser afetadas diretamente
pela nova tecnologia); a tecnologia favorece processos reversíveis devido a sua flexibilidade; trajetórias de desenvolvimento tecnológico em diversas áreas do saber
tornam-se interligadas e transformam-se as categorias segundo as quais pensamos todos os processos (microeletrônica, telecomunicações, optoeletrônica, por
exemplo).

O foco sobre a tecnologia pode alimentar a visão ingênua de determinismo tecnológico segundo o qual as transformações em direção à sociedade da informação
resultam da tecnologia, seguem uma lógica técnica e, portanto, neutra e estão fora da interferência de fatores sociais e políticos. Nada mais equivocado: processos
sociais e transformação tecnológica resultam de uma interação complexa em que fatores sociais preexistentes como a criatividade, o espírito empreendedor, as
condições da pesquisa científica afetam o avanço tecnológico e suas aplicações sociais.

No campo educacional dos países em desenvolvimento, decisões sobre investimentos para a incorporação da informática e da telemática implicam também riscos e
desafios. Será essencial identificar o papel que essas novas tecnologias podem desempenhar no processo de desenvolvimento educacional e, isso posto, resolver como
utilizá-las de forma a facilitar uma efetiva aceleração do processo em direção à educação para todos, ao longo da vida, com qualidade e garantia de diversidade. As
novas tecnologias de informação e comunicação tornam-se, hoje, parte de um vasto instrumental historicamente mobilizado para a educação e a aprendizagem. Cabe a
cada sociedade decidir que composição do conjunto de tecnologias educacionais mobilizar para atingir suas metas de desenvolvimento.

A Unesco tem atuado de forma sistemática no sentido de apoiar as iniciativas dos Estados Membros na definição de políticas de integração das novas tecnologias aos
seus objetivos de desenvolvimento. No Programa Informação para Todos, as ações desse organismo internacional estão concentradas em duas áreas principais:
conteúdo para a sociedade da informação e “infoestrutura” para esta sociedade em evolução, por meio da cooperação para treinamento, apoio ao estabelecimento de
políticas de informação e promoção de conexões em rede.

No espírito da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que constitui a base dos direitos à informação na sociedade da informação, e levando em consideração os
valores e a visão delineados anteriormente, o novo Programa Informação para Todos deverá prover uma plataforma para a discussão global sobre acesso à informação,
participação de todos na sociedade da informação global e as consequências éticas, legais e societárias do uso das tecnologias de informação e comunicação. Deverá
prover também a estrutura para colaboração internacional e parcerias nessas áreas e apoiar o desenvolvimento de ferramentas comuns, métodos e estratégias para a
construção de uma sociedade de informação global e justa.

WERTHEIN, J. Ciência da Informação. Brasília, v. 29, n. 2, p. 71- 77, maio/ago. 2000. Disponível em: <http://revista.ibict.br/ciinf/index. php/ciinf/article/view/254>. Acesso em:
10 maio 2015. Adaptado.

Considerem-se os períodos abaixo.


I - Antigamente era usado esse conceito.

II - As ciências sociais hoje discordam desse conceito.

Unindo-se esses períodos em um só, suprimindo-se as repetições e respeitando-se a norma-padrão, tem-se o seguinte período:

a) Antigamente era usado esse conceito, ao qual as ciências sociais hoje discordam.
b) Antigamente era usado esse conceito, com o qual as ciências sociais hoje discordam.
c) Antigamente era usado esse conceito, pelo qual as ciências sociais hoje discordam.
d) Antigamente era usado esse conceito, do qual as ciências sociais hoje discordam.
e) Antigamente era usado esse conceito, para o qual as ciências sociais hoje discordam.

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Questão 101: CESGRANRIO - Tec Ban (BASA)/BASA/2015


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Texto II

Sobe e desce

Ascensorista é uma das profissões que desapareceram no mundo moderno. Era certamente a mais tediosa das profissões, e não apenas porque o ascensorista estava
condenado a passar o dia ouvindo histórias pela metade, anedotas sem desenlace, brigas sem resolução, só nacos e vislumbres da vida dos passageiros.

Pode-se imaginar que muitos ascensoristas tenham tentado combater o tédio, variando a sua própria fala.

Dizendo “ascende”, em vez de “sobe”, por exemplo.

Ou “Eleva-se”.

Ou “Para cima”.

— Para o alto.

— Escalando.

Quando perguntassem “Sobe ou desce?”, responderia “A primeira alternativa”. Ou diria “Descendente”, “Ruma para baixo”. “Cai controladamente”.

E se justificaria dizendo:

— Gosto de improvisar.

Mas, como toda arte tende para o excesso, o ascensorista entediado chegaria fatalmente ao preciosismo. Quando perguntassem “Sobe?”, responderia “É o que
veremos...” Ou então, “Como a Virgem Maria”.

Ou recorreria a trocadilhos:

— Desce?

— Dei.

Nem todo mundo o compreenderia, mas alguns o instigariam.

Quando comentassem que devia ser uma chatice trabalhar em elevador, ele não responderia “tem altos e baixos”, como esperavam. Responderia, “cripticamente”, que era
melhor do que trabalhar em escada.

Ou que não se importava, embora seu sonho fosse, um dia, comandar alguma coisa que também andasse para os lados...

E quando ele perdesse o emprego porque substituíssem o elevador antigo por um moderno, daqueles com música ambiental, diria:

— Era só me pedirem. Eu também canto!

Mas, enquanto não o despedissem, continuaria inovando.

— Sobe?

— A ideia é essa.
— Desce?

— Se ainda não revogaram a lei da gravidade, sim.

— Sobe?

— Faremos o possível.

— Desce?

— Pode acreditar.

VERISSIMO, L. F. Jornal O Globo, p. 15, 28 jun. 2015.

A combinação do pronome relativo com a preposição exigida pelo verbo em destaque está de acordo com a norma-padrão em:

a) Os elevadores modernos em que se refere o texto possuem música ambiente.


b) Os elevadores antigos com que nos lembramos ainda possuíam portas pantográficas.
c) Os termos de que se limita a maioria dos ascensoristas são ‘sobe’ e ‘desce’.
d) A profissão pela qual trata o Texto II é uma das mais tediosas.
e) O ascensorista de quem se fala no texto parece sempre bem-humorado.

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Questão 102: CESGRANRIO - Esc BB/BB/"Sem Área"/2015


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Moeda digital deve revolucionar a sociedade

Nas sociedades primitivas, a produção de bens era limitada e feita por famílias que trocavam seus produtos de subsistência através do escambo, organizado em locais
públicos, decorrendo daí a origem do termo “pregão” da Bolsa. Com o passar do tempo, especialmente na antiguidade, época em que os povos já dominavam a
navegação, o comércio internacional se modernizou e engendrou a criação de moedas, com o intuito de facilitar a circulação de mercadorias, que tinham como lastro
elas mesmas, geralmente alcunhadas em ouro, prata ou bronze, metais preciosos desde sempre.

A Revolução Industrial ocorrida inicialmente na Inglaterra e na Holanda, por volta de 1750, viria a criar uma quantidade de riqueza acumulada tão grande que
transformaria o próprio dinheiro em mercadoria. Nascia o mercado financeiro em Amsterdã, que depois se espalharia por toda a Europa e pelo mundo. A grande inovação
na época foi o mecanismo de compensação nos pagamentos, mais seguro e prático, no qual um banco emitia uma ordem de pagamento para outro em favor de
determinada pessoa e esta poderia sacá-la sem que uma quantidade enorme de dinheiro ou ouro tivesse de ser transportada entre continentes. Essa ordem de
pagamento, hoje reconhecida no mundo financeiro como “título cambial”, tem como instrumento mais conhecido o cheque, “neto” da letra de câmbio, amplamente usada
pela burguesia em transações financeiras na alta idade média. A teoria nos ensina que são três as suas principais características: a cartularidade, a autonomia e a
abstração.

Ora, o que isso tem a ver com bitcoins? Foi necessária essa pequena exegese para refletirmos que não importa a forma como a sociedade queira se organizar, ela é
sempre motivada por um fenômeno humano. Como nos ensina Platão, a necessidade é a mãe das invenções. Considerando o dinamismo da evolução da sociedade da
informação, inicialmente revolucionada pela invenção do códex e da imprensa nos idos de 1450, que possibilitou na Idade Média o armazenamento e a circulação de
grandes volumes de informação, e, recentemente, o fenômeno da internet, que eliminou distâncias e barreiras culturais, transformando o mundo em uma aldeia global,
seria impossível que o próprio mundo virtual não desenvolvesse sua moeda, não somente por questão financeira, mas sobretudo para afirmação de sua identidade
cultural.

Criada por um “personagem virtual”, cuja identidade no mundo real é motivo de grande especulação, a bitcoin, resumidamente, é uma moeda virtual que pode ser
utilizada na aquisição de produtos e serviços dos mais diversos no mundo virtual. Trata-se de um título cambial digital, sem emissor, sem cártula, e, portanto, sem lastro,
uma aberração no mundo financeiro, que, não obstante isso, tem valor.

No entanto, ao que tudo indica, essa questão do lastro está prestes a ser resolvida. Explico. Grandes corporações começam a acenar com a possibilidade de aceitar
bitcoins na compra de serviços. Se a indústria pesada da tecnologia realmente adotar políticas reconhecendo e incluindo bitcoins como moeda válida, estará dado o
primeiro passo para a criação de um mercado financeiro global de bitcoins. Esse assunto é de alta relevância para a sociedade como um todo e poderá abrir as portas
para novos serviços nas estruturas que se formarão não somente no mercado financeiro, em todas as suas facetas — refiro-me à Bolsa de Valores, inclusive, bem como
em novos campos do direito e na atividade estatal de regulação dessa nova moeda.

Certamente a consolidação dos bitcoins não revogaráas outras modalidades de circulação de riqueza criadas ao longo da história, posto que ainda é possível trocar
mercadorias, emitir letras de câmbio, transacionar com moedas e outros títulos. Ao longo do tempo aprendemos também que os instrumentos se renovaram e se
tornaram mais sofisticados, fato que constitui um desafio para o mundo do direito.

AVANZI, Dane. UOL TV Todo Dia. Disponível em: <http://portal.tododia.uol.com.br/_conteudo/2015/03/opiniao/65848-moeda-digital-deve-revolucionar-a-sociedade.php>. Acesso em: 09 ago. 2015.
Adaptado.

De acordo com as regras de regência verbal estabelecidas pela norma-padrão da Língua Portuguesa, o elemento destacado está adequadamente empregado em:

a) Os inadimplentes infringem aos regulamentos estabelecidos pelas financeiras ao deixar de cumprir os prazos dos empréstimos.
b) Os comerciantes elogiaram aos bancos às medidas tomadas a favor de seus empreendimentos.
c) Vários executivos procuram realizar cursos de especialização porque cobiçam aos estágios mais avançados da carreira.
d) Os funcionários mais graduados das grandes empresas aspiram aos melhores cargos tendo em vista o aumento de seu poder aquisitivo.
e) Algumas grandes empresas responsáveis pelas redes sociais ludibriam aos princípios estabelecidos por lei ao permitir postagens agressivas.

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Questão 103: CESGRANRIO - Ag Cen (IBGE)/IBGE/Regional/2009


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Abreviados

Nem faz tanto tempo assim, as pessoas diziam vosmecê. “Vosmecê concede a honra desta dança?” Com o tempo, fomos deixando a formalidade de lado e adotamos
uma forma sincopada, o popular você. “Você quer ouvir uns discos lá em casa?” Parecia que as coisas ficariam por isso mesmo, mas o mundo, definitivamente, não se
acomoda. Nesta onda de tornar tudo mais prático e funcional, as palavras começaram a perder algumas vogais pelo caminho e se transformaram em abreviaturas
esdrúxulas, e você virou vc. “Vc q tc cmg?”

Nenhuma linguagem é estática, elas acompanham as exigências da época, ganham e perdem significados, mudam de função. Gírias, palavrões, nada se mantém os
mesmos. Qual é o espanto?

Espanto, aliás, já é palavra em desuso: ninguém mais se espanta com coisa alguma. No máximo, ficamos levemente surpreendidos, que é como fiquei quando soube que
um dos canais do Telecine iria abrir um horário às terças-feiras para exibir filmes com legendas abreviadas, tal qual acontece nos chats. Uma estratégia mercadológica
para conquistar a audiência mais jovem, naturalmente, mas e se a moda pegar?

Hoje, são as legendas de um filme. Amanhã, poderá ser lançada uma revista toda escrita neste código, e depois quem sabe um livro, e de repente estará todo mundo
ganhando tempo e escrevendo apenas com consoantes – adeus, vogais, fim de linha pra vocês.

O receio de todo cronista é ficar datado, mas, em contrapartida, dizem que é importante este nosso registro do cotidiano, para que nossos descendentes saibam, um dia,
o que se passava nesta nossa cabecinha jurássica. Posso imaginar, daqui a 50 anos, meus netos gargalhando diante deste meu texto: “ctd d w”.

Coitada da vovó mesmo. Às vezes me sinto uma anciã, lamentando o quanto a vida está ficando miserável. Não se trata apenas dos miseráveis sem comida, sem teto e
sem saúde, o que já é um descalabro, mas da nossa miséria opcional. Abreviamos sentimentos, abreviamos conversas, abreviamos convivência, abreviamos o ócio,
fazemos tudo ligeiro, atropelando nosso amor-próprio, nosso discernimento, vivendo resumidamente, com flashes do que outrora se chamou arte, com uma ideia
indistinta do que outrora se chamou liberdade. Todos espiam todos, sabem da vida de todos, e não conhecem ninguém. Modernidade ou penúria?

As vogais são apenas cinco. Perdê-las é uma metáfora. Cada dia abandonamos as poucas coisas em nós que são abertas e pronunciáveis.

MEDEIROS, Martha. Revista O Globo. 20 mar. 2005.

De acordo com a norma culta da língua, apenas uma das opções está correta quanto à regência verbal. Assinale-a.

a) Os jovens anseiam por novidades tecnológicas.


b) Chegaram rapidamente no cinema.
c) Esqueci-me o nome do filme vencedor do festival.
d) Ela namorava com o jovem no computador.
e) Este é o filme que lhe falei.

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Questão 104: CESGRANRIO - Tec Jr (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Químico/2012


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
O fenômeno urbano: passado, presente e futuro

As cidades surgiram como parte integrante das sociedades agrícolas. Cerca de dois mil anos antes da era cristã, as cidades egípcias de Mênfis e Tebas já se constituíam
em núcleos urbanos que abrigavam milhares de habitantes. Outras surgiram nos vales fluviais da Mesopotâmia, da Índia e da China. Elas se caracterizavam por
concentrar atividades não agrícolas, sendo locais de culto e de administração. No entanto, comportavam-se apenas como complemento do mundo rural, pois não tinham
funções ligadas à produção. Isso foi válido também para as cidades gregas e romanas e mesmo para as cidades da Idade Média. Com o tempo e o surgimento do
comércio de longa distância, os núcleos urbanos passaram a ter a função de entrepostos comerciais.

A Revolução Industrial representou uma transformação radical das cidades. Com a indústria, o núcleo produtivo das sociedades concentrou-se geograficamente e
transferiu-se para o meio urbano. À nova função de produção de mercadorias juntaram-se as funções urbanas anteriores, de administração e comércio. Essas “novas”
cidades difundiram-se inicialmente pela Europa e pela América do Norte, e depois por todos os continentes. Elas passaram a abrigar uma parte crescente da força de
trabalho, originária principalmente das áreas rurais.

No século XX, as cidades transformaram-se ainda mais, como consequência do crescimento das atividades industriais e da expansão do setor de serviços. Mais do que
nunca, no raiar do século XXI, a cidade se tornou um polo irradiador de comércio, serviços e informações. Com essas funções, ela se consolidou como centro de
organização do espaço geográfico.

O mundo atual vive um acelerado processo de urbanização. Atualmente, mais da metade dos quase 7 bilhões de habitantes do planeta já reside em centros urbanos. Por
volta de 1950, apenas 30% das pessoas do mundo moravam nas cidades. No início do século XIX, as cidades não abrigavam sequer 2% da população mundial. Segundo
a ONU, em 2025 pouco mais de 60% do contingente demográfico total do mundo morará em cidades. [...]

OLIC, Nelson B. O fenômeno urbano: passado, presente e futuro. Disponível


em: <http://www.clubemundo.com.br/revistapangea/ show_news.asp?n=393&ed=4>. Acesso: 6 maio 2012. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão, a frase que contém desvio em termos de regência é:


a) Assistiram ao jogo milhares de pessoas.
b) O funcionário visou o passaporte do professor.
c) A aeromoça procedeu à chamada dos passageiros.
d) O patrão deixou de pagar o empregado na sexta-feira.
e) O estudante de Direito aspirava à carreira diplomática.
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Questão 105: CESGRANRIO - Qui Pet (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/2011


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Um pouco de silêncio

Nesta trepidante cultura nossa, da agitação e do barulho, gostar de sossego é uma excentricidade.

Sob a pressão do ter de parecer, ter de participar, ter de adquirir, ter de qualquer coisa, assumimos uma infinidade de obrigações. Muitas desnecessárias, outras
impossíveis, algumas que não combinam conosco nem nos interessam.

Não há perdão nem anistia para os que ficam de fora da ciranda: os que não se submetem mas questionam, os que pagam o preço de sua relativa autonomia, os que não
se deixam escravizar, pelo menos sem alguma resistência.

O normal é ser atualizado, produtivo e bem-informado. É indispensável circular, estar enturmado. Quem não corre com a manada praticamente nem existe, se não se
cuidar botam numa jaula: um animal estranho.

Acuados pelo relógio, pelos compromissos, pela opinião alheia, disparamos sem rumo – ou em trilhas determinadas – feito hamsters que se alimentam de sua própria
agitação.

Ficar sossegado é perigoso: pode parecer doença. Recolher-se em casa, ou dentro de si mesmo, ameaça quem leva um susto cada vez que examina sua alma.

Estar sozinho é considerado humilhante, sinal de que não se arrumou ninguém – como se amizade ou amor se “arrumasse” em loja. [...]

Além do desgosto pela solidão, temos horror à quietude. Logo pensamos em depressão: quem sabe terapia e antidepressivo? Criança que não brinca ou salta nem
participa de atividades frenéticas está com algum problema.

O silêncio nos assusta por retumbar no vazio dentro de nós. Quando nada se move nem faz barulho, notamos as frestas pelas quais nos espiam coisas incômodas e mal
resolvidas, ou se enxerga outro ângulo de nós mesmos. Nos damos conta de que não somos apenas figurinhas atarantadas correndo entre casa, trabalho e bar, praia ou
campo.

Existe em nós, geralmente nem percebido e nada valorizado, algo além desse que paga contas, transa, ganha dinheiro, e come, envelhece, e um dia (mas isso é só para
os outros!) vai morrer. Quem é esse que afinal sou eu? Quais seus desejos e medos, seus projetos e sonhos?

No susto que essa ideia provoca, queremos ruído, ruídos. Chegamos em casa e ligamos a televisão antes de largar a bolsa ou pasta. Não é para assistir a um programa:
é pela distração.

Silêncio faz pensar, remexe águas paradas, trazendo à tona sabe Deus que desconcerto nosso. Com medo de ver quem – ou o que – somos, adia-se o defrontamento
com nossa alma sem máscaras.

Mas, se a gente aprende a gostar um pouco de sossego, descobre – em si e no outro – regiões nem imaginadas, questões fascinantes e não necessariamente ruins.

Nunca esqueci a experiência de quando alguém botou a mão no meu ombro de criança e disse:

— Fica quietinha, um momento só, escuta a chuva chegando.

E ela chegou: intensa e lenta, tornando tudo singularmente novo. A quietude pode ser como essa chuva: nela a gente se refaz para voltar mais inteiro ao convívio, às
tantas fases, às tarefas, aos amores.

Então, por favor, me deem isso: um pouco de silêncio bom para que eu escute o vento nas folhas, a chuva nas lajes, e tudo o que fala muito além das palavras de todos
os textos e da música de todos os sentimentos.

LUFT, Lya. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2004. p. 41. Adaptado.

Embora no texto “Um pouco de silêncio” predomine o emprego da norma-padrão, em algumas passagens se cultiva um registro semiformal.

O fragmento transposto corretamente para a norma-padrão é:

a) “Quem não corre com a manada (...)” / Quem não corre à manada
b) “notamos as frestas (...)” / notamos às frestas
c) “Chegamos em casa (...)” / Chegamos a casa
d) “(...) assistir a um programa:” / assistir à um programa
e) “trazendo à tona (...)” / trazendo há tona
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Questão 106: CESGRANRIO - Trad ILS (UNIRIO)/UNIRIO/2016


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Texto II

Quando eu for bem velhinho — continuação 1

Era um menino quando meu coração gravou essa música. Hoje, neste carnaval que acabou de passar pela minha calçada, eu, velhinho, apenas vi o bloco passar. Algo me
diz que cada um de nós pertence a muitos blocos. Uns nos são impostos; outros, como os de carnaval, são escolhidos. Dirse- ia que os blocos impostos são opressivos e
obrigatórios — como a casa, os irmãos, a escola e até mesmo o país, a etnia e o gênero; ao passo que os escolhidos, como o bloco de carnaval figurado nesta música,
são marcados por liberdade. Há uma verdade nisso, mas há também a ilusão que o carnaval brasileiro representa muito bem. É que o escolhido e o obrigatório também
se confundem, pois muito do que é “escolhido” é determinado por um “obrigatório” vivido com mais ou menos intensidade. Há quem transforme escolha em obrigação e
quem faça o justo oposto, diz o meu lado cinzento como esta quarta-feira, outrora santificada — hoje parte de um longo e fantasioso feriado.

DAMATTA, R. O Globo, Rio de Janeiro, 10 fev. 2016. Primeiro Caderno, p. 13. Adaptado.
A combinação coerente entre o pronome relativo e a preposição em destaque está de acordo com a norma- padrão em:

a) O autor mostra a alegria a que tem direito todo folião carioca.


b) No carnaval em que o autor comentou, ele só viu o bloco passar.
c) A música do passado pelo qual o bloco ele viu na calçada não era conhecida.
d) O bloco passou pela calçada por cuja janela o autor estava gostando.
e) O carnaval acabou de passar pela janela com que o autor olhava o bloco.
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Questão 107: CESGRANRIO - Aud Jr (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/2016


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Texto

A função da arte

Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas,
esperando.

Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e
tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.

E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: — Me ajuda a olhar!

GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM, 2002. p.12.

O período em que a regência do verbo em destaque está adequada à norma-padrão é:

a) O homem aspirava o mar como quem deseja o impossível.


b) O menino se lembrou que a mãe também amava o mar.
c) O menino preferia o mar do que o rio.
d) Não duvidava que o pai conhecesse bem o mar.
e) Santiago Kovadloff queria muito bem ao filho.
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Questão 108: CESGRANRIO - Tec (BACEN)/BACEN/Área 1/2009


Assunto: Crase
Fim do Mundo

Estaria o mundo de hoje, e o Brasil junto com ele, se comprometendo com o que pode vir a ser a mais cara, obsessiva e mal informada ilusão científica da história?
A humanidade já esteve convencida de que a Terra era plana, e que era possível prever matematicamente a extinção da vida humana por falta física de comida, já que a
população cresceria sempre de forma geométrica e a produção de alimentos jamais poderia aumentar no mesmo ritmo; mais recentemente, grandes empresas, governos
e ases da ciência digital acreditaram que o "bug do milênio" iria paralisar o mundo na passagem de 1999 para 2000. Não se pode dizer que a crescente convicção de que
o planeta sofre hoje uma "ameaça sem precedentes" em toda a sua existência, como resultado direto da "mudança do clima", e particularmente do "aquecimento global",
seja exatamente a mesma coisa.

A conferência de Copenhague tende a refletir, basicamente, um conjunto de neuroses, fantasias e necessidades políticas que se ligam muito mais aos países ricos
do que à realidade brasileira; a agenda central é deles, com seus números, seus cientistas e até sua linguagem. O Brasil, em vez de reagir ao debate dos outros, faria
melhor pensando primeiro em seus interesses. Para isso, precisaria saber o que quer. Parece bem claro que o País, antes de ter um problema ecológico, tem um
problema sanitário; nossa verdadeira tragédia ambiental é o fato de que 50% da população não dispõe de rede de esgotos, ou de que dois terços dos esgotos são
lançados nos rios sem tratamento nenhum. Na Amazônia, onde há o maior volume de água doce do mundo, a maioria da população não tem água decente para beber.
Nas áreas pobres das cidades, o lixo não é coletado - acaba em rios, represas ou na rua.

A questão ecológica real, no Brasil, chama-se pobreza.

GUZZO, J. R. Revista Veja. São Paulo: Abril, edição 2138, ano 42, no 45, 11 nov. 2009, p. 218. (Fragmento)

Leia as frases abaixo

A Inglaterra aprovou uma lei pela qual o país terá de cortar em 80% ____ suas emissões de carbono. O fato de as cifras virem ____ tona antes da conferência é
outro sinal alentador. Esse cipoal de números torna complexa _____ discussão em Copenhague, mas não a inviabiliza. O Presidente Barack Obama anunciou que vai _____
Copenhague e que se compromete com um corte de 17% até 2020.

As palavras que, na sequência, preenchem as lacunas acima corretamente são

a) as - à - a - a.
b) às - à - a - a.
c) às - a - à - à.
d) as - a - a - à.
e) as - a - a - a.

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Questão 109: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Administração/2011


Assunto: Crase
Texto

Á
UM MORRO AO FINAL DA PÁSCOA

Como tapetes flutuantes, elas surgiram de repente, em "muita quantidade", balançando nas águas translúcidas de um mar que refletia as cores do entardecer. Os marujos
as reconheceram de imediato, antes que sumissem no horizonte: chamavam-se botelhos as grandes algas que dançavam nas ondulações formadas pelo avanço da frota
imponente. Pouco mais tarde, mas ainda antes que a escuridão se estendesse sobre a amplitude do oceano, outra espécie de planta marinha iria lamber o casco das
naves, alimentando a expectativa e desafiando os conhecimentos daqueles homens temerários o bastante para navegar por águas desconhecidas. Desta vez eram rabos-
de-asno: um emaranhado de ervas felpudas "que nascem pelos penedos do mar". Para marinheiros experimentados, sua presença era sinal claro da proximidade de terra.

Se ainda restassem dúvidas, elas acabariam no alvorecer do dia seguinte, quando os grasnados de aves marinhas romperam o silêncio dos mares e dos céus. As aves da
anunciação, que voavam barulhentas por entre mastros e velas, chamavam-se fura-buxos. Após quase um século de navegação atlântica, o surgimento dessa gaivota era
tido como indício de que, muito em breve, algum marinheiro de olhar aguçado haveria de gritar a frase mais aguardada pelos homens que se fazem ao mar: "Terra à
vista!"

Além do mais, não seriam aquelas aves as mesmas que, havia menos de três anos, ao navegar por águas destas latitudes, o grande Vasco da Gama também avistara? De
fato, em 22 de agosto de 1497, quando a armada do Gama se encontrava a cerca de 3 mil quilômetros da costa da África, em pleno oceano Atlântico, um dos tripulantes
empunhou a pena para anotar em seu Diário: "Achamos muitas aves feitas como garções – e quando veio a noite tiravam contra o su-sueste muito rijas, como aves que
iam para terra."

BUENO, Eduardo. A Viagem do Descobrimento. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998. (Coleção Terra Brasilis, v. 1). p. 7-8

O sinal indicativo da crase está empregado de acordo com a norma-padrão em:

a) Depois de aportar no Brasil, Cabral retomou à viagem ao Oriente.


b) O capitão e sua frota obedeceram às ordens do rei de Portugal.
c) O ponto de partida da frota ficava no rio Tejo à alguns metros do mar.
d) O capitão planejou sua rota à partir da medição de marinheiros experientes.
e) Navegantes anteriores a Cabral haviam feito menção à terras a oeste do Atlântico.

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Questão 110: CESGRANRIO - Tec Arq (BNDES)/BNDES/2011


Assunto: Crase
Dê uma chance ao ser humano

A vizinha tocou a campainha e, quando abri a porta, surpreso com a visita inesperada, ela entrou, me abraçou forte e falou devagar, olhando fundo nos meus olhos: "Você
tem sido um vizinho muito compreensivo, e eu ando muito relapsa na criação dos meus cachorros. Isso vai mudar!" Desde então, uma série de procedimentos na casa
em frente à minha acabou com um pesadelo que me atormentou por mais de um ano. Sei que todo mundo tem um caso com o cachorro do vizinho para contar, mas,
com final feliz assim, francamente, duvido. A história que agora passo a narrar do início explica em grande parte por que ainda acredito no ser humano – ô, raça!

Meus vizinhos, pelo menos assim os vejo da janela lá do cafofo, não são pessoas comuns. Falo de gente especial, um casal de artistas, ele músico, ela bailarina, dupla de
movimentos suaves e silenciosos, olhar maduro, fuso horário próprio e descompromisso amplo, geral e irrestrito com a pressa na execução das tarefas domésticas que
assumem sem ajuda de ninguém. [...] A paz mora do outro lado da rua e, confesso, morro de inveja quando me mato de trabalhar noite adentro ali adiante. Queria ser
como eles.

Quando o primeiro pastor alemão chegou ainda moleque para morar com meus adoráveis vizinhos, a casa de pedra onde eles moravam viveu dias de alegria contagiante.
O bicho era uma gracinha, foi crescendo, começou a latir, mas nada que quebrasse a harmonia do lugar. [...] Quando, logo depois do primeiro acasalamento, o segundo
pastor alemão fez crescer a família, cada paralelepípedo da minha rua pressentiu o que estava para acontecer. Ou não! De qualquer forma, eu achava que, se porventura
aquilo virasse o inferno que se anunciava, outro vizinho decerto perderia a paciência antes de mim, que, afinal, virei tiete do jeito de viver que espiava pela janela do
escritório de casa. Eu, ir lá reclamar, nunca!

Não sei se os outros vizinhos decidiram em assembleia que esperariam a todo custo por uma reação minha, mas, para encurtar a história, o fato é que um ano e tanto
depois da chegada do primeiro pastor alemão àquela casa, eu tive um ataque, enlouqueci, surtei. Imagine o mico: vinha chegando da rua com meus filhos – gêmeos de
10 anos –, chovia baldes, eu não conseguia achar as chaves e os bichos gritavam como se fôssemos assaltantes de banco. [...]

– Cala a booooocaaa! – gritei para ser ouvido em todo o bairro. Os cachorros emudeceram por 10 segundos. Fez-se um silêncio profundo na Gávea. Os garotos me
olhavam como se estivessem vendo alguém assim, inteiramente fora de si, pela primeira vez na vida. Eu mesmo não me reconhecia, mas, à primeira rosnada que se
seguiu, resolvi ir em frente, impossível recuar: "Cala a boooooocaaa! Cala a boooooocaaa!" Silêncio total. Os meninos estavam agora admirados: acho que jamais tinham
visto aqueles bichos de boca fechada.

[...] Entrei rápido com as crianças entre arrasado e aliviado. Achei na hora que devia conversar com meus filhos, que melhor ainda seria escrever com eles uma carta
educada e sincera explicando a situação aos nossos vizinhos preferidos.

Comecei pedindo desculpas pela explosão daquela noite, mas pedia licença para contar o drama que se vivia do lado de cá da rua. Havia muito tempo não entrava nem
saía de casa sem que os cães dessem alarme de minha presença na rua. Tinha vivido uma época de separações, morte de gente muito querida, além de momentos de
intensa felicidade, sempre com aqueles bichos latindo sem parar. [...] – escrevi algo assim, mais resignado que irritado, o arquivo original sumiu do computador.

Mas chegou aonde devia ou a vizinha não teria me dado aquele abraço comovido na noite em que abri a porta, surpreso com ela se anunciando no interfone, depois de
meu chilique diante de casa. [...]

Desde então – há coisa de um mês, portanto –, meus vizinhos têm feito o possível para controlar o ímpeto de seus bichos, que já não me vigiam dia e noite, arrumaram
para eles coisa decerto mais interessante a fazer no quintal. [...] Às vezes não acredito que isso esteja realmente acontecendo neste mundo cão em que vivemos. Se não
estou vendo coisas – o que também ocorre com certa frequência –, o ser humano talvez ainda tenha alguma chance de dar certo. Pense nisso!

VASQUES, Tutty. Dê uma chance ao ser humano. In: SANTOS, Joaquim Ferreira. As Cem Melhores Crônicas Brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. p. 311-313. Adaptado.

Há omissão do sinal indicativo da crase em:

a) Os vizinhos tomaram providências a respeito dos latidos.


b) O autor se refere a dupla de artistas como adoráveis.
c) Agradeci a ele pelo magnífico presente.
d) Os cães continuaram a latir sem parar.
e) Ela visita a avó todos os domingos.

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Questão 111: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Análise de Sistemas - Suporte/2010


Assunto: Crase
Além da aparência

"Só existem dois dias em que nada pode ser feito: um se chama ontem e o outro amanhã" - Dalai Lama. Início de ano é sempre a mesma coisa: "Este ano vou emagrecer",
"Este ano vou arranjar um bom trabalho", "Este ano vou achar o amor da minha vida", este ano, este ano... e por aí vai. Vale tudo (ou quase tudo): roupa branca, pular sete
ondas, comer lentilha, se consultar com cartomantes, tarólogos, astrólogos que podem até nos dar uma previsão. Contudo, mais que prever o futuro é preciso concebê-
lo! Conceber o futuro é somar novos esforços àqueles já feitos anteriormente em busca de um objetivo muito bem definido e planejado, sem esquecer que esse futuro
que concebemos deve estar sempre em congruência com nosso eu. São muitas as promessas que fazemos com o raiar de um novo ano.

A sensação que se tem é a de que ganhamos um caderno novinho em folha, com páginas em branco nas quais escreveremos uma nova história. Mas muitos esquecem
que para fazer uma vida nova é preciso não apenas de um novo ano, mas sim de um conjunto de ações que, em minha opinião, podem ser resumidas em três: visão,
autoconhecimento e autodesenvolvimento. Assim, acredito que o primeiro passo na construção de uma vida nova começa pela definição de uma visão: o que você quer
da vida? Tem gente que vive apenas fazendo o que a vida quer, usando o velho lema do Zeca Pagodinho "deixa a vida me levar". Prefiro ficar com o Jota Quest que diz: "a
gente leva da vida a vida que a gente leva".

A visão pessoal tem o poder de dar sentido às coisas, muitas vezes aparentemente insignificantes. Ela responde aos porquês. Por que quero emagrecer? Por que quero
conseguir um trabalho novo? Por que estou fazendo isso ou aquilo? Ela nos guia e nos mantém no caminho, afinal para quem não sabe aonde vai qualquer caminho
serve. O Amir Klink tem uma frase brilhante que diz: "É muito triste passar a vida inteira cumprindo as suas obrigações sem nunca ter construído algo de fato". Primeiro
passo concluído, você sabe o que quer da vida. Agora é preciso saber o que é necessário para concretizar essa visão, para transformá-la em ação.

O segundo degrau dessa escada é saber quem você é. "Conhece-te a ti mesmo", como diria Sócrates, é fundamental. Literalmente, é preciso se olhar no espelho.
Fazemos isso o tempo todo com os outros, observando seus comportamentos, suas ações e até seus aspectos físicos. Mas, quanto tempo das nossas vidas nos
dedicamos à auto-observação? Olhar para si mesmo às vezes é duro: descobrimos coisas que nem sempre nos agradam, mas só assim é possível corrigi-las.

Tendo um objetivo claro e se conhecendo fica muito mais fácil definir quais "armas" usar. É como viajar: a depender do destino você arruma sua mala. Se você for para o
Alasca e não tiver roupas de frio terá que comprar ou pedir emprestado. O passo seguinte é se desenvolver. Ou seja, eu sei pra onde quero ir, conheço minhas forças e
fraquezas, o que preciso aprimorar e/ou adquirir para chegar lá? Conhecimento, comportamento e atitudes.

Uma avaliação 360º tornará possível identificar em quais aspectos precisaremos "caprichar" mais. É necessário armar-se competências, lembrando que o sucesso de
ontem não nos garante o sucesso de amanhã. Somando essas três ações e dedicando-se a elas está feito o caminho. Daí é fazer um acordo consigo mesmo e segui-lo à
risca. Mais do que estabelecer metas, é preciso planejar, buscar novas oportunidades, ter iniciativa, adquirir as informações necessárias, dar o melhor de si,
comprometer-se com suas escolhas, cultivar sua rede de contatos, ter autoconfiança, correr riscos sempre calculados e persistir.

Algumas pessoas tentam, fazem de tudo, mas não conseguem. Para esses deixo uma frase do Bernardinho, técnico da seleção brasileira masculina de vôlei: "Podemos
até não vencer o campeonato, mas precisamos deixar a quadra com a certeza de que fizemos o melhor que pudemos". Outras ganham fôlego no início, mas acabam
desistindo. Esses são aqueles que esperam pelos próximos anos, para começar tudo novo de novo. E há ainda aqueles que vão até o final, caem, levantam a poeira e dão
volta por cima. Mas é assim que a vida segue. Mensagem final? Não. Mensagem inicial (aqui vai ela): "Pedras no caminho? Guarde todas! Um dia construirá um castelo".

Carolina Manciola Disponível em <http://www.rh.com.br/Portal/Mudanca/Artigo/6506/ alem-da-aparencia.html>. Acesso em: 01 jul 2010. (Adaptado).

Já disse ____ você que, ____ medida que o tempo passa, ____ situação se torna mais complicada e não é mais possível ficar ____ espera da solução almejada.

A sequência que preenche corretamente as lacunas do período acima é

a) à – a – a – a.
b) à – à – a – à.
c) a – à – a – à.
d) a – a – a – à.
e) a – à – à – a.

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Questão 112: CESGRANRIO - Esc BB/BB/"Sem Área"/2010


Assunto: Crase
Considere o texto abaixo para responder à questão

O sabiá político

Do ano passado para cá, o setor canoro das árvores, aqui na ilha, sofreu importantes alterações. Aguinaldo, o sabiá titular e decano da mangueira, terminou por falecer,
como se vinha temendo.

Embora nunca se tenha aposentado, já mostrava sinais de cansaço e era cada vez mais substituído, tanto nos saraus matutinos quanto nos vespertinos, pelo sabiá-tenor
Armando Carlos, então grande promessa jovem do bel canto no Recôncavo. Morreu de velho, cercado pela admiração da coletividade, pois pouco se ouviram, em toda a
nossa longa história, timbre e afinação tão maviosos, além de um repertório de árias incriticável, bem como diversas canções românticas. (...) Armando Carlos também
morava na mangueira e, apesar de já adivinhar que o velho Aguinaldo não estaria mais entre nós neste verão, eu não esperava grandes novidades na pauta das
apresentações artísticas na mangueira. Sofri, pois, rude surpresa, quando, na sessão alvorada, pontualmente iniciada às quinze para as cinco da manhã, o canto de
Armando Carlos, em pleno vigor de sua pujante mocidade, soou meio distante.

Apurei os ouvidos, esfreguei as orelhas como se estivessem empoeiradas.

Mas não havia engano. Passei pelo portão apreensivo quanto ao que meus sentidos me mostravam, voltei o olhar para cima, vasculhei as frondes das árvores e não
precisei procurar muito. Na ponta de um galho alto, levantando a cabeça para soltar pelos ares um dó arrebatador e estufando o peito belamente ornado de tons de cobre
vibrantes, Armando Carlos principiava a função.

Dessa vez foram meus olhos incrédulos que tive de esfregar e, quando os abri novamente, a verdade era inescapável.

E a verdade era – e ainda é – que ele tinha inequivocamente se mudado para o oitizeiro de meu vizinho Ary de Maninha, festejado e premiado orador da ilha (...).
Estou acostumado à perfidez e à ingratidão humanas, mas sempre se falou bem do caráter das aves em geral e dos sabiás em particular. O sabiá costuma ser fiel à sua
árvore, como Aguinaldo foi até o fim. Estaríamos então diante de mais um exemplo do comportamento herético das novas gerações? Os sabiás de hoje em dia serão
degenerados? Eu teria dado algum motivo para agravo ou melindre? Ou, pior, haveria uma possível esposa de Armando Carlos sido mais uma vítima do mico canalha que
também mora na mangueira? Bem, talvez se tratasse de algo passageiro; podia ser que, na minha ausência, para não ficar sem plateia, Armando Carlos tivesse
temporariamente transferido sua ribalta para o oitizeiro. Mas nada disso. À medida que o tempo passava, o concerto das dez também soando distante e o mesmo para o
recital do meio-dia, a ficha acabou de cair. A mangueira agora está reduzida aos sanhaços, pessoal zoadeiro, inconstante e agitado; aos cardeais, cujo coral tenta, heroica
mas inutilmente, preencher a lacuna dos sabiás. (...)

RIBEIRO, João Ubaldo. O Globo, 14 fev. 2010. (Adaptado)

O sinal indicativo da crase deve ser aplicado em qual das sentenças abaixo?

a) Ele é um cavalheiro a moda antiga.


b) Estarei na ilha a partir de amanhã.
c) O sabiá é admirado devido a seu belo canto.
d) Daqui a uma hora se iniciará o recital.
e) O pomar fica próximo a uma horta.

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Questão 113: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Administração/2013


Assunto: Crase
Texto

Dialética da mudança

Certamente porque não é fácil compreender certas questões, as pessoas tendem a aceitar algumas afirmações como verdades indiscutíveis e até mesmo a irritar-se
quando alguém insiste em discuti-las. É natural que isso aconteça, quando mais não seja porque as certezas nos dão segurança e tranquilidade. Pô-las em questão
equivale a tirar o chão de sob nossos pés.(a) Não necessito dizer que, para mim, não há verdades indiscutíveis, embora acredite em determinados valores e princípios que
me parecem consistentes. De fato, é muito difícil, senão impossível, viver sem nenhuma certeza, sem valor algum.

No passado distante, quando os valores religiosos se impunham à quase totalidade das pessoas, poucos eram os que questionavam, mesmo porque, dependendo da
ocasião, pagavam com a vida seu inconformismo.

Com o desenvolvimento do pensamento objetivo e da ciência, aquelas certezas inquestionáveis passaram a segundo plano, dando lugar a um novo modo de lidar com as
certezas e os valores.(b) Questioná-los, reavaliá-los, negá-los, propor mudanças às vezes radicais tornou-se frequente e inevitável, dando-se início a uma nova época da
sociedade humana. Introduziram-se as ideias não só de evolução como de revolução.

Naturalmente, essas mudanças não se deram do dia para a noite, nem tampouco se impuseram à maioria da sociedade. O que ocorreu de fato foi um processo difícil e
conflituado em que, pouco a pouco, a visão inovadora veio ganhando terreno e, mais do que isso, conquistando posições estratégicas, o que tornou possível influir na
formação de novas gerações, menos resistentes a visões questionadoras.(c)

A certa altura desse processo, os defensores das mudanças acreditavam-se senhores de novas verdades, mais consistentes porque eram fundadas no conhecimento
objetivo das leis que governam o mundo material e social. Mas esse conhecimento era ainda precário e limitado.

Inúmeras descobertas reafirmam a tese de que a mudança é inerente à realidade tanto material quanto espiritual, e que, portanto, o conceito de imutabilidade é
destituído de fundamento.

Ocorre, porém, que essa certeza pode induzir a outros erros: o de achar que quem defende determinados valores estabelecidos está indiscutivelmente errado.(d) Em
outras palavras, bastaria apresentar-se como inovador para estar certo. Será isso verdade? Os fatos demonstram que tanto pode ser como não.

Mas também pode estar errado quem defende os valores consagrados e aceitos. Só que, em muitos casos, não há alternativa senão defendê-los. E sabem por quê? Pela
simples razão de que toda sociedade é, por definição, conservadora, uma vez que, sem princípios e valores estabelecidos, seria impossível o convívio social. Uma
comunidade cujos princípios e normas mudassem a cada dia seria caótica e, por isso mesmo, inviável.(e)

Por outro lado, como a vida muda e a mudança é inerente à existência, impedir a mudança é impossível. Daí resulta que a sociedade termina por aceitar as mudanças,
mas apenas aquelas que de algum modo atendem a suas necessidades e a fazem avançar.

GULLAR, Ferreira. Dialética da mudança. Folha de São Paulo, 6 maio 2012, p. E10.

Segundo a norma-padrão, o sinal indicativo da crase não deve ser utilizado no seguinte trecho do Texto: “Certamente porque não é fácil compreender certas questões, as
pessoas tendem a aceitar algumas afirmações”.

A mesma justificativa para essa proibição pode ser identificada em:


a) “É natural que isso aconteça, quando mais não seja porque as certezas nos dão segurança e tranquilidade. Pô-las em questão equivale a tirar o chão de sob
nossos pés.”
b) “Com o desenvolvimento do pensamento objetivo e da ciência, aquelas certezas inquestionáveis passaram a segundo plano, dando lugar a um novo modo de lidar
com as certezas e os valores.”
c) “a visão inovadora veio ganhando terreno e, mais do que isso, conquistando posições estratégicas, o que tornou possível influir na formação de novas gerações,
menos resistentes a visões questionadoras.”
d) “Ocorre, porém, que essa certeza pode induzir a outros erros: o de achar que quem defende determinados valores estabelecidos está indiscutivelmente errado.”
e) “Uma comunidade cujos princípios e normas mudassem a cada dia seria caótica e, por isso mesmo, inviável”.

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Questão 114: CESGRANRIO - Tec Adm (BNDES)/BNDES/2013


Assunto: Crase
Ciência do esporte – sangue, suor e análises

Na luta para melhorar a performance dos atletas […], o Comitê Olímpico Brasileiro tem, há dois anos, um departamento exclusivamente voltado para a Ciência do Esporte. De
estudos sobre a fadiga à compra de materiais para atletas de ponta, a chave do êxito é uma só: o detalhamento personalizado das necessidades.

Talento é fundamental. Suor e entrega, nem se fala. Mas o caminho para o ouro olímpico nos dias atuais passa por conceitos bem mais profundos. Sem distinção entre
gênios da espécie e reles mortais, a máquina humana só atinge o máximo do potencial se suas características individuais forem minuciosamente estudadas. Num
universo olímpico em que muitas vezes um milésimo de segundo pode separar glória e fracasso, entra em campo a Ciência do Esporte. Porque grandes campeões
também são moldados através de análises laboratoriais, projetos acadêmicos e modernos programas de computador.

A importância dos estudos científicos cresceu de tal forma que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) há dois anos criou um departamento exclusivamente dedicado ao
tema. [...]

— Nós trabalhamos para potencializar as chances de resultados. O que se define como Ciência do Esporte é na verdade uma quantidade ampla de informações que são
trazidas para que técnico e atleta possam utilizá-las da melhor maneira possível. Mas o líder será sempre o treinador. Ele decide o que é melhor para o atleta — ressalta o
responsável pela gerência de desenvolvimento e projetos especiais, que cuida da área de Ciência do Esporte no COB, Jorge Bichara.

A gerência também abrange a coordenação médica do comitê. Segundo Bichara, a área de Ciência do Esporte está dividida em sete setores: fisiologia, bioquímica,
nutrição, psicologia, meteorologia, treinamento esportivo e vídeo análise.

Reposição individualizada

Na prática, o atleta de alto rendimento pode dispor desde novos equipamentos, que o deixem em igualdade de condições de treino com seus principais concorrentes, até
dados fisiológicos que indicam o tipo de reposição ideal a ser feita após a disputa.

— No futebol feminino, já temos o perfil de desgaste de cada atleta e pudemos desenvolver técnicas individuais de recuperação. Algumas precisam beber mais água,
outras precisam de isotônico — explica Sidney Cavalcante, supervisor de Ciência do Esporte do comitê. […]

As Olimpíadas não são laboratório para testes. É preciso que todas as inovações, independentemente da modalidade, estejam testadas e catalogadas com antecedência.
Bichara afirma que o trabalho da área de Ciências do Esporte nos Jogos pode ser resumida em um único conceito:

— Recuperação. Essa é a palavra-chave. […]

CUNHA, Ary; BERTOLDO, Sanny. Ciência do esporte – sangue, suor e análises. O Globo, Rio de Janeiro, 25 maio 2012.

O Globo Olimpíadas - Ciência a serviço do esporte, p. 6.

A frase em que o sinal indicativo de crase está usado de acordo com a norma-padrão é:

a) As determinações do comitê destina-se àqueles atletas indicados.


b) Ele se apoderou à bola e saiu correndo.
c) Ele ajuntou-se à um conjunto de mulheres inteligentes.
d) Este fato é comum à todo campeonato mundial.
e) Tenho todas essas contas à pagar.

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Questão 115: CESGRANRIO - TBN (CEF)/CEF/Administrativa/2012


Assunto: Crase
Games: bons para a terceira idade

Jogar games de computador pode fazer bem à saúde dos idosos. Foi o que concluiu uma pesquisa do laboratório Gains Through Gaming (Ganhos através de jogos, numa
tradução livre), na Universidade da Carolina do Norte, nos EUA.
Os cientistas do laboratório reuniram um grupo de 39 pessoas entre 60 e 77 anos e testaram funções cognitivas de todos os integrantes, como percepção espacial,
memória e capacidade de concentração. Uma parte dos idosos, então, levou para casa o RPG on-line “World of Warcraft”, um dos títulos mais populares do gênero no
mundo, produzido pela Blizzard, e com 10,3 milhões de usuários na internet. Eles jogaram o game por aproximadamente 14 horas ao longo de duas semanas (em média,
uma hora por dia). Outros idosos, escolhidos pelos pesquisadores para integrar o grupo de controle do estudo, foram para casa, mas não jogaram nenhum videogame.

Na volta, os resultados foram surpreendentes. Os idosos que mergulharam no mundo das criaturas de “Warcraft” voltaram mais bem dispostos e apresentaram nítida
melhora nas funções cognitivas, enquanto o grupo de controle não progrediu, apresentando as mesmas condições.

— Escolhemos o “World of Warcraft” porque ele é desafiante em termos cognitivos, apresentando sempre situações novas em ambientes em que é preciso interagir
socialmente — disse no site da universidade Anne McLauglin, professora de psicologia do laboratório e responsável pelo texto final do estudo. — Os resultados que
observamos foram melhores nos idosos que haviam apresentado índices baixos nos testes antes do jogo. Depois de praticar o RPG, eles voltaram com melhores índices
de concentração e percepção sensorial. No quesito memória, entretanto, o efeito do game foi nulo.

Outro pesquisador que participou da pesquisa, o professor de psicologia Jason Allaire, comentou no site que os idosos que se saíram mal no primeiro teste mostraram
os melhores resultados após o jogo.

Os dois estudiosos vêm pesquisando os efeitos dos games na terceira idade desde 2009, quando receberam uma verba de US$ 1,2 milhão da universidade para
investigar o tema. Entretanto, entre os jovens, estudos há anos procuram relacionar o vício em games ao déficit de atenção, embora ainda não haja um diagnóstico formal
sobre esse tipo de comportamento.

MACHADO, André. Games: bons para a terceira idade. O Globo, 28 fev. 2012. 1o Caderno, Seção Economia, p. 24. Adaptado.

O sinal indicativo de crase está adequadamente usado em:

a) Os pesquisadores dedicaram um estudo sobre games à um conjunto de pessoas idosas.


b) Daqui à alguns anos, os pesquisadores pretendem verificar por que os games são viciantes para os jovens.
c) Muitos dos idosos pesquisados obtiveram resultados positivos e passaram à se comportar de nova maneira.
d) A escolha de um determinado game se deveu à preocupação dos pesquisadores com as características que tal jogo apresentava.
e) Os estudos dos efeitos dos jogos eletrônicos sobre os idosos vêm sendo realizados à vários anos.

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Questão 116: CESGRANRIO - Assis Tec (INEA)/INEA/Técnico Administrativo/2008


Assunto: Crase
O vocábulo a deveria estar grafado com o acento indicativo de crase em:

a) Quem se preocupa com a água ajuda o planeta.


b) O texto se refere a possibilidade de escassez de água.
c) É centro das pesquisas dos ecologistas a preservação da água.
d) Muitos acreditam que a abundância pode levar ao desperdício.
e) Daqui a vários anos, talvez a água seja um problema.

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Questão 117: CESGRANRIO - AET (BB)/BB/2014


Assunto: Crase
Um pouco distraído

Ando um pouco distraído, ultimamente. Alguns amigos mais velhos sorriem, complacentes, e dizem que é isso mesmo, costuma acontecer com a idade, não é distração:
é memória fraca mesmo, insuficiência de fosfato.

O diabo é que me lembro cada vez mais de coisas que deveria esquecer: dados inúteis, nomes sem significado, frases idiotas, circunstâncias ridículas, detalhes sem
importância. Em compensação, troco o nome das pessoas, confundo fisionomias, ignoro conhecidos, cumprimento desafetos. Nunca sei onde largo objetos de uso e
cada saída minha de casa representa meia hora de atraso em aflitiva procura: quede minhas chaves? meus cigarros? meu isqueiro? minha caneta?

Estou convencido de que tais objetos, embora inanimados, têm um pacto secreto com o demônio, para me atormentar: eles se escondem.

Recentemente, descobri a maneira infalível de derrotá-los. Ainda há pouco quis acender um cigarro, dei por falta do isqueiro. Em vez de procurá-lo freneticamente, como
já fiz tantas vezes, abrindo e fechando gavetas, revirando a casa feito doido, para acabar plantado no meio da sala apalpando os bolsos vazios como um tarado, levantei-
me com naturalidade sem olhar para lugar nenhum e fui olimpicamente à cozinha apanhar uma caixa de fósforos.

Ao voltar — eu sabia! — dei com o bichinho ali mesmo, na ponta da mesa, bem diante do meu nariz, a olhar-me desapontado. Tenho a certeza de que ele saiu de seu
esconderijo para me espiar.

Até agora estou vencendo: quando eles se escondem, saio de casa sem chaves e bato na porta ao voltar; compro outro maço de cigarros na esquina, uma nova caneta,
mais um par de óculos escuros; e não telefono para ninguém até que minha caderneta resolva aparecer. É uma guerra sem tréguas, mas hei de sair vitorioso. [...]
Alarmado, confidenciei a um amigo este e outros pequenos lapsos que me têm ocorrido, mas ele me consolou de pronto, contando as distrações de um tio seu, perto do
qual não passo de um mero principiante.

Trata-se de um desses que põem o guarda-chuva na cama e se dependuram no cabide, como manda a anedota. Já saiu à rua com o chapéu da esposa na cabeça. Já
cumprimentou o trocador do ônibus quando este lhe estendeu a mão para cobrar a passagem. Já deu parabéns à viúva na hora do velório do marido. Certa noite,
recebendo em sua casa uma visita de cerimônia, despertou de um rápido cochilo
e se ergueu logo, dizendo para sua mulher: “Vamos, meu bem, que já está ficando tarde.” [...]

Contou-me ainda o sobrinho do monstro que sair com um sapato diferente em cada pé, tomar ônibus errado, esquecer dinheiro em casa, são coisas que ele faz quase
todos os dias. Já lhe aconteceu tanto se esquecer de almoçar como almoçar duas vezes. Outro dia arranjou para o sobrinho um emprego num escritório de advocacia,
para que fosse praticando, enquanto estudante.

— Você sabe — me conta o sobrinho: — O que eu estudo é medicina...

Não, eu não sabia: para dizer a verdade, só agora o estava identificando. Mas não passei recibo — faz parte da minha nova estratégia, para não acabar como o tio dele:
dar o dito por não dito, não falar mais no assunto, acender um cigarro. É o que farei agora. Isto é, se achar o cigarro.

SABINO, F. Deixa o Alfredo Falar. Rio de Janeiro: Record, 1976.

Os trechos à esquerda foram retirados do texto, e as expressões em destaque foram substituídas por outras no feminino.

O trecho em cuja reescritura o sinal indicativo de crase está usado de acordo com a norma-padrão é:

a) “dei com o bichinho ali mesmo” – dei com à boneca ali mesmo
b) “confidenciei a um amigo” – confidenciei à amiga
c) “põem o guarda-chuva na cama” – põem à colcha na cama
d) “Contou-me ainda o sobrinho do monstro” – Contou-me ainda à sobrinha do monstro
e) “se achar o cigarro.” – se achar à cigarrilha

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Questão 118: CESGRANRIO - Ana (FINEP)/FINEP/Administração de Materiais e Licitações/2011


Assunto: Crase
RETRATOS DE UMA ÉPOCA

Mostra exibe cartões-postais de um tempo que não volta mais

Em tempos de redes sociais e da presença cada vez maior da internet no cotidiano, pouca gente se recorda de que nem sempre tudo foi assim tão rápido, instantâneo e
impessoal. Se os adultos esquecem logo, crianças e adolescentes nem sabem como os avós de seus avós se comunicavam. Há 15 dias, uma educadora no Recife,
Niedja Santos, indagou a um grupo de estudantes quais os meios de comunicação que eles conheciam. Nenhum citou cartões-postais.

Pois eles já foram tão importantes que eram usados para troca de mensagens de amor, de amizade, de votos de felicidades e de versos enamorados que hoje podem
parecer cafonas, mas que, entre os séculos XIX e XX, sugeriam apenas o sentimento movido a sonho e romantismo. Para se ter uma ideia de sua importância, basta
lembrar um pouco da história: nasceram na Áustria, na segunda metade do século XIX, como um novo meio de correspondência. E a invenção de um professor de
Economia chamado Emannuel Hermann fez tanto sucesso que, em apenas um ano, foram vendidos mais de dez milhões de unidades só no Império Austro-Húngaro.
Depois, espalharam-se pelo mundo e eram aguardados com ansiedade.

– A moda dos cartões-postais, trazida da Europa, sobretudo da França, no início do século passado para o Recife de antigamente, tornou-se uma mania que invadiu toda
a cidade – lembra o colecionador Liedo Maranhão, que passou meio século colecionando- os e reuniu mais de 600, 253 dos quais estão na exposição “Postaes: A
correspondência afetiva na Coleção Liedo Maranhão”, no Centro Cultural dos Correios, na capital pernambucana.

O pesquisador, residente em Pernambuco, começou a se interessar pelo assunto vendo, ainda jovem, os postais que eram trocados na sua própria família. Depois,
passou a comprá-los no Mercado São José, reduto da cultura popular do Recife, onde eram encontrados em caixas de sapato ou pendurados em cordões para chamar a
atenção dos visitantes. Boa parte da coleção vem daí. [...]

– Acho que seu impacto é justamente o de trazer para o mundo contemporâneo o glamour e o romantismo de um meio de comunicação tão usual no passado – afirma o
curador Gustavo Maia.

– O que mais chama a atenção é o sentimento romântico como conceito, que pode ser percebido na delicadeza perdida de uma forma de comunicação que hoje está em
desuso – reforça Bartira Ferraz, outra curadora da mostra. [...]

LINS, Letícia. Retratos de uma época. Revista O Globo, Rio de Janeiro, n. 353, p. 26-28, 1º maio 2011. Adaptado.

O sinal indicativo da crase é necessário em:

a) Os cartões-postais traziam as novas notícias de quem estava viajando.


b) Recife abriga a mostra de antigos cartões-postais, fruto do esforço de um colecionador.
c) Reconhecer a importância de antigos hábitos, como a troca de cartões-postais, é valorizar o passado.
d) Enviar um cartão-postal aquela pessoa a quem se ama era, nos séculos XIX e XX, uma forma de amor.
e) Durante muito tempo, e em vários lugares do mundo, a moda de trocar cartões-postais permaneceu.
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Questão 119: CESGRANRIO - Tec (FINEP)/FINEP/Apoio Administrativo/2011


Assunto: Crase
Em que sentença o sinal indicativo da crase está empregado de acordo com a norma-padrão da língua?

a) O elevador entrará em manutenção à partir das oito horas.


b) Depois de aposentado, ele começou à se dedicar ao canto.
c) O menino assistiu à toda a peça sem se mexer na cadeira.
d) Ela venceu na vida à custa de muito esforço e dedicação.
e) Ele entregará a encomenda à quem estiver na portaria.

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Questão 120: CESGRANRIO - Tec (PETRO)/PETROBRAS/Exploração de Petróleo Júnior/Geodésia/2014


Assunto: Crase
Não é meu

(...)

Quando Trotsky caiu em desgraça na União Soviética, sua imagem foi literalmente apagada de fotografias dos líderes da revolução, dando início a uma transformação
também revolucionária do conceito de fotografia: além de tirar o retrato de alguém, tornou-se possível tirar alguém do retrato.

A técnica usada para eliminar o Trotsky das fotos foi quase tão grosseira — comparada com o que se faz hoje — quanto a técnica usada para eliminar o Trotsky em
pessoa (um picaretaço, a mando do Stalin).

Hoje não só se apagam como se acrescentam pessoas ou se alteram suas feições, sua idade e sua quantidade de cabelo e de roupa, em qualquer imagem gravada.

A frase “prova fotográfica” foi desmoralizada para sempre, agora que você pode provar qualquer coisa fotograficamente.

Existe até uma técnica para retocar a imagem em movimento, e atrizes preocupadas com suas rugas ou manchas não precisam mais carregar na maquiagem
convencional — sua maquiagem é feita eletronicamente, no ar.

Nossas atrizes rejuvenescem a olhos vistos a cada nova novela (...).O fotoxópi é um revisor da Natureza. Lembro quando não existia fotoxópi e recorriam à pistola, um
borrifador à pressão de tinta, para retocar as imagens.

Se a prova fotográfica não vale mais nada nestes novos tempos inconfiáveis, a assinatura muito menos.

Textos assinados pela Martha Medeiros, pelo Jabor, por mim e por outros, e até pelo Jorge Luís Borges, que nenhum de nós escreveu — a não ser que o Borges esteja
mandando matérias da sua biblioteca sideral sem que a gente saiba —, rolam na internet, e não se pode fazer nada a respeito a não ser negar a autoria — ou aceitar os
elogios, se for o caso.

Agora mesmo está circulando um texto atacando o “Big Brother Brasil”, com a minha assinatura, que não é meu. Isso tem se repetido tanto que já começo a me olhar no
espelho todas as manhãs com alguma desconfiança. Esse cara sou eu mesmo? E se eu estiver fazendo a barba e escovando os dentes de um impostor, de um eu
apócrifo? E — meu Deus — se esta crônica não for minha e sim dele?!

VERISSIMO, L. F. Não é meu. Disponível em: <http:// oglobo.globo.com/pais

/noblat/posts/2011/01/30/ nao-meu-359850.asp>. Acesso em: 1 set. 2012. Adaptado.

Considere a ocorrência de um caso de crase na seguinte passagem do texto:

“quando não existia fotoxópi e recorriam à pistola” (l. 11-12)

No exemplo acima, ocorre crase em virtude da presença da preposição a, que aparece, nessa estrutura, porque

a) é exigida pelo verbo.


b) integra locução adverbial.
c) introduz complemento nominal.
d) compõe locução prepositiva.
e) precede nome biforme.

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Questão 121: CESGRANRIO - Insp SI (PETRO)/PETROBRAS/Júnior/2012


Assunto: Crase
A frase redigida de acordo com a norma-padrão é:

a) O diretor pediu para mim fazer esse documento.


b) No almoço, vou pedir um bife a moda da casa.
c) A noite, costumo dar uma volta com o meu cachorrinho.
d) Não dirijo a palavra aquelas pessoas.
e) A prova consiste em duas páginas.

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Questão 122: CESGRANRIO - Tec (BR)/BR/Administração e Controle Júnior/2013


Assunto: Crase
Morar só por prazer

O número de residências habitadas por uma única pessoa está aumentando velozmente no Brasil e no mundo. Morar sozinho é um luxo que tem pouco a ver com solidão
e segue uma tendência generalizada em países desenvolvidos. Cada vez mais gente batalha para conquistar o seu espaço individual.

Há quem diga que é coisa de eremita ou então puro egoísmo, típico da “era moderna”. Chega-se até a falar na “ruína da família” e no “fim do convívio em comunidade”.
Entretanto, o crescimento no número de casas habitadas por uma só pessoa, no Brasil e no mundo, não significa necessariamente isso.

O antropólogo carioca Gilberto Velho, estudioso dos fenômenos urbanos, faz questão de enfatizar que a cultura que desponta não é marcada pelo egoísmo, mas sim pelo
individualismo. Embora os dois conceitos muitas vezes se confundam no linguajar informal, e até nos dicionários, para a filosofia, o egoísmo é um julgamento de valor e
o individualismo, uma doutrina baseada no indivíduo.

De acordo com a psicanalista Junia de Vilhena, ter uma casa só para si é criar um espaço de individualidade, o que é muito saudável para o crescimento pessoal de cada
um, seja homem, seja mulher, jovem ou adulto, solteiro, casado ou viúvo. “Em muitas famílias não há espaço para o indivíduo. O sistema familiar pode abafar e sufocar.
Não dá mais para idealizar o conceito de família. Acredito que o aumento dos lares unipessoais nos propõe uma reflexão: que tipo de família queremos construir?”

Junia lembra que nem sempre uma casa com dois ou vários moradores é um espaço de troca. Ser sociável, ou não, depende do jeito de ser das pessoas. Morar sozinho
não define isso, embora possa reforçar características dos tímidos. Para os expansivos, ter um ambiente próprio de recolhimento propicia a tranquilidade que lhes
permite recarregar as energias para viver o ritmo acelerado das grandes cidades.

MESQUITA, Renata. Revista Planeta, ed. 477. São Paulo: Editora Três, junho de 2012. Adaptado.

O sinal indicativo de crase é obrigatório na palavra destacada em:

a) A maior parte dos jovens está disposta a se casar ao encontrar a pessoa certa.
b) A opção por apartamentos unipessoais levou a redução do preço dos imóveis.
c) O uso intensivo de redes sociais diminui a distância física entre as pessoas.
d) Os jovens recém-formados têm expressado a vontade de morar sozinhos.
e) Hoje há um movimento mundial crescente para conquistar a eterna juventude.

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Questão 123: CESGRANRIO - Tec (BR)/BR/Administração e Controle Júnior /2009


Assunto: Crase
FUNCIONAMENTO

• Coloque o aquecedor na posição vertical numa superfície horizontal, estável e resistente ao calor. Certifique-se de que não existem produtos inflamáveis num
raio de um metro.

• (...)

• Rode o termostato no sentido dos ponteiros do relógio até a posição máxima; o indicador luminoso acende-se. Quando tiver atingido a temperatura ambiente
desejada, rode o termostato no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, para marcar este valor, até que se desligue o indicador luminoso. (...)

Nota: Depois disso, a luz do indicador luminoso ficará acesa apenas se a temperatura do ambiente for inferior ao valor estabelecido no termostato.

(Extraído do Manual de um aquecedor de ambiente)

Em qual das seguintes frases falta o sinal indicativo da crase?

a) Vou ser mais tolerante no trabalho a partir de agora.


b) Passei a prestar mais atenção nas tarefas.
c) Na reunião, alguém me interrompia a todo instante.
d) O evento vai acontecer de 2 a 4 de março.
e) Entreguei a equipe de vendas os novos formulários.
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Questão 124: CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Medicina do Trabalho/2014


Assunto: Crase
A caçada metódica aos dados do internauta
revoluciona a publicidade

Um anúncio de máquina de lavar roupas invadiu todos os sites que você visita desde que fez uma pesquisa para saber o preço dos modelos existentes? Esse é um sinal
de que você está sendo rastreado por meio dos famosos cookies, arquivos criados por um site, quando você o visita, com informações sobre sua navegação. Mas, para
se adaptar a usuários resistentes que ainda apagam cookies, alguns integrantes do setor já estão no pós-cookies. Eles apostam principalmente na tecnologia de
impressão digital, estabelecida com base nos vestígios deixados pelo navegador ou pelo próprio aparelho. É o que preocupa a Criteo, bem-sucedida companhia francesa:
ela segmenta os internautas a partir dos cookies, que, com os novos métodos de rastreamento, poderiam ser rejeitados, no futuro, pelo navegador Chrome do Google.

O Google, aliás, tornou-se um especialista de segmentação em função do contexto editorial, por meio do programa AdSense: ele envia anúncios baseando-se na temática
da página da web visitada. Ou por meio da comercialização de links patrocinados em resposta a pesquisas no programa de busca, ou ainda em função de palavras
encontradas nas contas do Gmail – por exemplo, um anúncio sobre “Férias no Marrocos”, se um e-mail em sua caixa postal menciona esse país.

A essa segmentação contextual e comportamental soma-se uma nova dimensão, fundada na interação social. Ainda menos transparente que o Google sobre o uso de
dados pessoais, o Facebook explora informações fornecidas voluntariamente por seus membros aos “amigos”. Faixa etária, cidade, interesses, profissão... A isso se
acrescentam os “amigos” geolocalizáveis dos usuários da rede social. “Nossos catálogos de endereços são totalmente varridos pelo Facebook por meio de nosso
telefone celular ou e-mail, e uma identificação biométrica padrão permite reconhecer logotipos e fotos de rostos sem que o contribuinte tenha dado permissão explícita”,
diz a associação Internet sem Fronteiras (AFP, 18/05/2012).

Em 2007, o Facebook foi obrigado a desculpar-se pelo programa Beacon, que alertava a comunidade de “amigos” sempre que um dos membros fazia uma compra on-
line. Hoje, a publicidade dá lugar à recomendação “social”. O internauta que clica em “Curti” e vira fã de uma marca compartilha automaticamente a notícia com toda a
sua rede. “A exposição a marca ‘curtida’ por um ou mais amigos quadruplica a intenção de compra dos usuários expostos a esses anúncios”, indica Matthieu de Lesseux,
presidente da DDB Paris (Challenges, 05/04/2012). O anúncio aparece no feed de notícias (linha do tempo), entre os elementos publicados pelos “amigos”. O Twitter
também insere mensagens patrocinadas nessa área reservada normalmente para as contas selecionadas pelo usuário. Um anúncio qualificado de “nativo”, já que nasce
no mesmo fluxo de informações.

A comunidade “amiga” pode saber o que o usuário está ouvindo, por meio do serviço de música on-line Deezer; o que ele lê, graças a parcerias com jornais; e o que
deseja comprar. “Pouquíssimos usuários compreendem totalmente – e muito menos controlam – a exploração dos dados utilizados para impulsionar a atividade
publicitária do Facebook”, destaca Jeff Chester, diretor do Centro para a Democracia Digital (AFP, 01/02/2012). Basta clicar no botão “Facebook Connect” para que a rede
social forneça a terceiros as informações sobre a identidade de um cliente. Os termos de uso da rede, que muda regularmente seus parâmetros de confidencialidade, são
geralmente ilegíveis. Seus data centers, aliás, os parques de servidores que armazenam esses dados, também são de propriedade da gigante californiana, escapando a
qualquer controle das autoridades estrangeiras.

Poderíamos pensar que os mastodontes da internet que vivem da publicidade não nos custam nada. Isso não é verdade, pois eles nos custam nossos dados, um valor
total estimado em 315 bilhões de euros no mundo em 2011, ou seja, 600 euros por indivíduo, de acordo com o Boston Consulting Group. Uma riqueza fornecida pelos
próprios internautas, que se tornam “quase funcionários, voluntários, das empresas”, como escrevem Nicolas Colin e Pierre Collin em um relatório sobre a tributação na
era digital. Localizados em terras de asilo europeias, subtraídas da economia real por meio de sistemas de evasão em paraísos fiscais, esses gigantes praticamente não
pagam impostos sobre as empresas, ou escapam da taxa sobre valor agregado. Para um montante de 2,5 bilhões a 3 bilhões de euros de volume de negócios na França,
as empresas Google, Apple, Facebook e Amazon pagam apenas 4 milhões de euros, “quando poderiam pagar 500 milhões de euros, se o sistema tributário lhes fosse
plenamente aplicado”, de acordo com um parecer de 14 de fevereiro de 2012 do Conselho Nacional do Digital.

Os grandes atores norte-americanos da internet desestabilizam o mercado publicitário. Enquanto suas receitas explodem, as dos meios de comunicação tradicionais não
param de cair. Entre 2007 e 2012, na França, o mercado publicitário passou de 4,8 bilhões para 3,2 bilhões de euros para a imprensa, e de 3,6 bilhões para 3,3 bilhões de
euros para a televisão. Mas as mídias tradicionais financiam a criação de obras de ficção, filmes cinematográficos, documentários, entrevistas, reportagens... Do 1,8
bilhão de euros em receitas de publicidade on-line – incluídos os links patrocinados –, só o Google captou cerca de 1,5 bilhão de euros na França.

BÉNILDE, Marie. A caçada metódica aos dados do internauta revoluciona a

publicidade. Disponível em:<http://www.diplomatique. org.br/artigo.php?id=1555)>. Acesso em: 12 mar. 2014. Adaptado.

A palavra destacada deve levar o acento grave indicativo de crase, de acordo com a norma-padrão, em:

a) Não nos referimos a usuários que apagam cookies.


b) Essa segmentação comportamental soma-se a uma nova dimensão.
c) O Facebook foi obrigado a rever suas estratégias.
d) Essa simples ação do usuário dá a empresa milhões de euros.
e) Essas corporações enriquecem graças a informações privilegiadas.

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Questão 125: CESGRANRIO - Esc BB/BB/"Sem Área"/2015


Assunto: Crase
Cartilha orienta consumidor

Lançada pelo SindilojasRio e pelo CDL-Rio,


em parceria com o Procon-RJ, guia destaca os principais
pontos do Código de Defesa do Consumidor (CDC),
selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais
comuns recebidas pelas duas entidades

O Sindicato de Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro (SindilojasRio) e o Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) lançaram ontem uma cartilha para
orientar lojistas e consumidores sobre seus direitos e deveres. Com o objetivo de dar mais transparência e melhorar as relações de consumo, a cartilha tem apoio
também da Secretaria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Seprocon)/ Procon-RJ.
Batizada de Boas Vendas, Boas Compras! – Guia prático de direitos e deveres para lojistas e consumidores, a publicação destaca os principais pontos do Código de
Defesa do Consumidor (CDC), selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais comuns recebidas, tanto pelo SindilojasRio e CDL-Rio, como pelo Procon-RJ.

“A partir da conscientização de consumidores e lojistas sobre seus direitos e deveres, queremos contribuir para o crescimento sustentável das empresas, tendo como
base a ética, a qualidade dos produtos e a boa prestação de serviços ao consumidor”, explicou o presidente do SindilojasRio e do CDL-Rio, Aldo Gonçalves.

Gonçalves destacou que as duas entidades estão comprometidas em promover mudanças que propiciem o avanço das relações de consumo, além do desenvolvimento
do varejo carioca.

“O consumidor é o nosso foco. É importante informá-lo dos seus direitos”, disse o empresário, ressaltando que conhecer bem o CDC é vital não só para os lojistas, mas
também para seus fornecedores.

Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 08 abr. 2014, A-9. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão, se fosse acrescentado ao trecho “disse o empresário” um complemento informando a quem ele deu a declaração, seria empregado o
acento indicativo de crase no seguinte caso:

a) a imprensa especializada
b) a todos os presentes
c) a apenas uma parte dos convidados
d) a suas duas assessoras de imprensa
e) a duas de suas secretárias

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Questão 126: CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Motorista Granel I/2014


Assunto: Crase
A negação do meio ambiente

O século 20 conseguiu consolidar o apartheid entre a humanidade e as dinâmicas próprias dos ecossistemas e da biosfera. Até o final do século 19, quando nasceu meu
avô, a vida na Terra, em qualquer que fosse o país, tinha estreitos laços com os produtos e serviços da natureza. O homem dependia de animais para a maior parte do
trabalho, para locomoção e mal começava a dominar máquinas capazes de produzir força ou velocidade. Na maioria das casas, o clima era regulado ao abrir e fechar as
janelas e, quando muito, acender lareiras, onde madeira era queimada para produzir calor.

Cem anos depois, a vida é completamente dominada pela tecnologia, pela mecânica, pela química e pela eletrônica, além de todas as outras ciências que tiveram um
exponencial salto desde o final do século 19. Na maior parte dos escritórios das empresas que dominam a economia global, a temperatura é mantida estável por
equipamentos de ar-condicionado, as comunicações são feitas através de telefones sem fio e satélites posicionados a milhares de quilômetros em órbita, as dores de
cabeça são tratadas com comprimidos, e as comidas vêm em embalagens com códigos de barra.

Não se trata aqui de fazer uma negação dos benefícios do progresso científico, que claramente ajudou a melhorar a qualidade de vida de bilhões de pessoas, e também
deixou à margem outros bilhões, mas de fazer uma reflexão sobre o quanto de tecnologia é realmente necessário e o que se pode e o que não se pode resolver a partir da
engenharia. As distâncias foram encurtadas e hoje é possível ir a qualquer parte do mundo em questão de horas, e isso é fantástico. No entanto, nas cidades, as
distâncias não se medem mais em quilômetros, mas sim em horas de trânsito. E isso se mostra um entrave para a qualidade de vida.

Há certo romantismo em pensar na vida em comunhão com a natureza, na qual as pessoas dedicam algum tempo para o contato com plantas, animais e ambientes
naturais. Eu pessoalmente gosto e faço caminhadas regulares em praias e trilhas. Mas não é disso que se trata quando falo na ruptura entre a engenharia humana e as
dinâmicas naturais. Há uma crença que está se generalizando de que a ciência, a engenharia e a tecnologia são capazes de resolver qualquer problema ambiental que
surja. E esse é um engano que pode ser, em muitos casos, crítico para a manutenção do atual modelo econômico e cultural das economias centrais e, principalmente,
dos países que agora consideramos “emergentes”.

Alguns exemplos de que choques entre a dinâmica natural e o engenho humano estão deixando fraturas expostas. A região metropolitana de São Paulo está enfrentando
uma das maiores crises de abastecimento de água de sua história. As nascentes e áreas de preservação que deveriam proteger a água da cidade foram desmatadas e
ocupadas, no entanto a mídia e as autoridades em geral apontam a necessidade de mais obras de infraestrutura para garantir o abastecimento, como se a produção de
água pelo ecossistema não tivesse nenhum papel a desempenhar.

No caso da energia também existe uma demanda incessante por mais eletricidade, mais combustíveis e mais consumo. Isso exige o aumento incessante da exploração
de recursos naturais e não renováveis. Pouco ou nada se fala na elaboração de programas generalizados de eficiência energética, de modo a economizar energia sem
comprometer a qualidade de vida nas cidades.

Todos esses dilemas, porém, parecem alheios ao cotidiano das grandes cidades. A desconexão vai além da simples percepção, nas cidades as pessoas se recusam a
mudar comportamentos negligentes como o descarte inadequado de resíduos ou desperdícios de água e energia. Há muito a mudar.

Pessoas, empresas, governos e organizações sociais são os principais atores de transformação, mudanças desejáveis e possíveis, mas que precisam de uma reflexão de
cada um sobre o papel do meio ambiente na vida moderna.

DAL MARCONDES, (Adalberto Marcondes). A negação do meio ambiente. Disponível em:

<http://www.cartacapital.com.br /sustentabilidade/ a-negacao-do-meio-ambiente-9277.html>. Acesso em: 02 jul. 2014. Adaptado.

No trecho “parecem alheios ao cotidiano das grandes cidades.” (l.29), o elemento em destaque deverá ser substituído por à, se a palavra cotidiano for substituída pela
seguinte expressão:

a) uma rotina
b) hábito algum
c) intensa rapidez
d) qualquer prática
e) políticas esperadas

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Questão 127: CESGRANRIO - Eng (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Júnior/Elétrica/2014


Assunto: Crase
Sobre Marte, os drones e vidas humanas

Na missão espacial mais ambiciosa dos últimos tempos, o robô Curiosity pousou recentemente no solo marciano, um ambiente inóspito para seres humanos. A imagem
da conquista de um planeta longínquo por uma máquina reúne dois sonhos de ficção científica — a criação de robôs e a exploração espacial. O robô que pousou em
Marte é apenas o exemplo mais recente e eloquente de uma realidade que há tempos já saiu dos livros e filmes para entrar em nosso dia a dia. Há mais de 8 milhões de
robôs aqui mesmo na Terra, em atividades tão distintas quanto aspirar o pó da sala, auxiliar médicos em cirurgias delicadas, dirigir automóveis, vigiar as fronteiras e —
em seu uso mais controverso — matar inimigos em conflitos armados.

Na verdade, sem que o percebamos, os robôs começam a tomar conta de diferentes aspectos da nossa vida. Até que ponto devemos delegar a máquinas tarefas que
consideramos essencialmente humanas ou mesmo a tomada de decisões que envolvem vidas e valores fundamentais? Qual o risco representado pelos drones, os aviões
que, comandados à distância, conseguem exterminar o inimigo com elevado grau de precisão? Que tipo de aplicação essa nova realidade tem sobre a sociedade e sobre
a visão que temos de humanidade?

Tais questões representam um dos maiores desafios que deveremos enfrentar neste século. Seria um despropósito deixar de aproveitar as conquistas da robótica para
aperfeiçoar atividades tão necessárias quanto a medicina, o policiamento ou mesmo a limpeza doméstica. Mas também seria ingênuo acreditar que máquinas ou robôs
podem um dia nos substituir em decisões complexas, que envolvem menos um cálculo racional e mais emoções ou crenças. Para o futuro, prenunciam-se perguntas
mais difíceis, mais desafiadoras — e até ameaçadoras — do que aquelas relativas ao uso de drones. Perguntas cuja resposta nenhum robô poderá dar.

GUROVITZ, Hélio. Revista Época, 13 ago. 2012, p. 8. Adaptado.

O emprego do acento grave que indica a crase é obrigatório, de acordo com a norma-padrão, no a que está destacado em:

a) Antes de construir uma hidrelétrica, é importante avaliar a ocorrência de fenômenos climáticos prejudiciais à região.
b) Aplicar a ciência já adquirida e evoluir para uma nova realidade com respeito à natureza é responsabilidade de todos.
c) As secas prolongadas dificultam a sobrevivência da população ribeirinha e repercutem no potencial energético da região.
d) Empreendeu-se a inovadora pesquisa de adaptação de novas tecnologias para a geração de energia.
e) Eventos climáticos atípicos na Amazônia não causam estragos permanentes, e a vida retorna a situação normal.

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Questão 128: CESGRANRIO - Ag PM (IBGE)/IBGE/2014


Assunto: Crase
O que é mobilidade urbana sustentável

Mobilidade é o grande desafio das cidades contemporâneas, em todas as partes do mundo. A opção pelo automóvel – que parecia ser a resposta eficiente do século 20
à necessidade de circulação – levou à paralisia do trânsito, com desperdício de tempo e combustível, além dos problemas ambientais de poluição atmosférica e de
ocupação do espaço público.

É preciso que se difundam boas práticas de transportes coletivos integrados que melhorem a qualidade dos ambientes urbanos. Mobilidade urbana sustentável, em
outras palavras. Esse conceito envolve a implantação de sistemas sobre trilhos, como metrôs, trens e bondes modernos (VLTs), ônibus “limpos”, com integração a
ciclovias, esteiras rolantes, elevadores de grande capacidade. E soluções inovadoras, como os teleféricos de Medellín (Colômbia), ou sistemas de bicicletas públicas,
como os implantados em Copenhague, Paris, Barcelona, Bogotá, Boston e várias outras cidades mundiais.

Por fim, a mobilidade urbana também demanda calçadas confortáveis, niveladas, sem buracos e obstáculos, porque um terço das viagens realizadas nas cidades
brasileiras é feita a pé ou em cadeiras de rodas. Somente a requalificação dos transportes públicos poderá reduzir o ronco dos motores e permitir que as ruas deixem de
ser “vias” de passagem e voltem a ser locais de convivência.

Disponível em:<http://www.mobilize.org.br/sobre-o-portal/mobilidade-urbana-sustentavel/>. Portal Mobilize Brasil. Associação Abaporu. Acesso em: 27 dez. 2013. Adaptado.

No trecho do Texto “A opção pelo automóvel [...] levou à paralisia do trânsito”, o sinal indicativo da crase foi utilizado obrigatoriamente, de acordo com os preceitos da
norma-padrão da Língua Portuguesa, assim como deve ser empregado em

a) A Confederação Nacional da Indústria defende a criação de um fundo de desenvolvimento para as cidades resolverem os problemas do trânsito.
b) A maior parte da população, na atualidade, está disposta a usar meios de transporte que não poluam.
c) A perda de tempo no deslocamento entre o trabalho e a casa estimulou as empresas a adotarem alternativas para os empregados.
d) A motivação principal para a redução da perda de tempo nas empresas é a questão da mobilidade urbana.
e) A opção pelo trabalho tradicional das pequenas indústrias deve-se a mentalidade dos proprietários das empresas.

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Questão 129: CESGRANRIO - AC (IBGE)/IBGE/Geoprocessamento/2014


Assunto: Crase
Comércio ambulante: sob as franjas do sistema

Definir uma política para a economia informal – ou mais especificamente para o comércio ambulante – significa situá-la em contextos de desigualdade, entendendo de
que maneira ela se relaciona com a economia formal e de que forma ela é funcional para a manutenção dos monopólios de poder político e econômico. Dependendo do
contexto, o poder público formula políticas considerando o caráter provisório do trabalho informal, justificando políticas de formalização com a crença de uma possível
“erradicação” da informalidade.

Desse ponto de vista, a falta de um plano municipal para o comércio ambulante nas grandes cidades é emblemática. Trata-se de um sinal que aponta que o comércio
ambulante é visto como política compensatória, reservada a alguns grupos com dificuldades de entrada no mercado de trabalho, como deficientes físicos, idosos e, em
alguns países, veteranos de guerra. Entretanto, a realidade do comércio ambulante em São Paulo mostra que essa atividade é uma alternativa consolidada para uma
parcela importante dos ocupados que não se
enquadram em nenhuma das três categorias acima. [...]

Há políticas que reconhecem a informalidade como exceção permanente do capitalismo e que acreditam que somente podem “gerenciá-la” ou “domesticá-la” se
determinada atividade não gerar conflitos e disputas entre setores da sociedade. Nessa concepção, “gerenciar” a informalidade significa tolerá-la, limitando-a
arbitrariamente a um número ínfimo de pessoas que podem trabalhar de forma legalizada, deixando um grande contingente de trabalhadores à mercê da falta de
planejamento e vulnerável à corrupção e à violência. Esse perfil de “gestão da exceção” delimita a inclusão de poucos e se omite no planejamento para muitos. No caso
de São Paulo, o número de licenças de trabalho vigentes, por exemplo, corresponde no ano de 2013 a apenas 2,5% do contingente total de trabalhadores ambulantes. Em
Nova York, apesar de toda a gestão militarizada e excludente, o percentual é de 20%.

Dentro desse raciocínio, “domesticar” a informalidade significa destinar ao comércio ambulante apenas alguns espaços na cidade, mas somente os que não confrontem
a lógica de reprodução do capital e, consequentemente, a imagem que se quer manter dos espaços em valorização imobiliária. Não só trabalhadores ambulantes, como
catadores de material reciclável, moradores de habitações precárias e população em situação de rua são obrigados a ocupar espaços distantes dos vetores de
reconfiguração urbana e dos megaeventos corporativos e midiáticos. A “demarcação” de terras onde eles podem estar, trabalhar ou circular passa a ser não uma política
afirmativa do direito à cidade, mas do deslocamento dessa população para longe das vistas do “progresso” e do “moderno”. [...]

Em resumo, a ausência de políticas de inclusão é em si uma política. Em algumas das grandes cidades brasileiras, as leis que regulam o comércio ambulante apenas
aparentemente servem para incluir, quando, na verdade, são instrumentos de exclusão dos trabalhadores das ruas.

ALCÂNTARA, A.; SAMPAIO, G.; ITIKAWA, L. Comércio ambulante: sob as franjas do sistema. Disponível em: <http://www.cartacapital. com.br/sociedade/sob-as-franjas-do-sistema-o-comercio-
ambulante-nas-grandes-cidades-325.html>. Acesso em: 26 dez. 2013. Adaptado.

O emprego do acento grave indicando crase NÃO está de acordo com a norma-padrão em:

a) O funcionário estava habituado a chegar sempre às nove.


b) Os trabalhadores realizam sua atividade à custa de muito esforço.
c) Ela preferia uma discussão às claras, em suas reuniões de trabalho.
d) A prefeitura ainda será chamada à cumprir suas obrigações constitucionais.
e) Enquanto assistiam às remoções, os moradores iam ficando mais indignados.

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Questão 130: CESGRANRIO - Ass Adm (EPE)/EPE/Apoio Administrativo/2014


Assunto: Crase
Coração e mente de uma cidade

Toda grande cidade cultiva, entre seus prédios, ruas e muros, uma soma de aspirações e opiniões sobre a sua própria forma de se organizar. Embora muitas vezes
imperceptíveis, elas apontam tendências do que serão os grandes centros no futuro.

Para debater a dinâmica dos espaços urbanos, um projeto mergulhou dois anos no cotidiano das metrópoles Nova York, Berlim e Mumbai. Explorou a forma como lidam
com sua arquitetura, arte, design, tecnologia, educação, sustentabilidade e disposição urbana. Dessa experiência, extraiu-se um raio X de uma cidade, uma lista de cem
tendências e pensamentos, cuja conclusão é de que cada vez mais a população fará a diferença no futuro. São os próprios moradores que promoverão mudanças — e,
para isso, precisam de canais mais diretos para interferirem nas decisões. Chamada de 100 trending topics, a lista traz tendências que podem soar utópicas ou abstratas,
mas há também exemplos concretos, que já começam a se impor nas ligações entre população e governos.

Nesse contexto, surge o conceito de “hackear” a cidade, transformar seu sistema por meio de ações informais dos cidadãos. O modelo seria uma contraposição às ditas
“cidades inteligentes”, em que máquinas tomariam conta de todos os ambientes. Seria sim um urbanismo de “código aberto”, ou seja, em que qualquer um pode interferir,
de forma constante, para mudar a estrutura da cidade.

Para atingir esse objetivo, cada vez mais o design passa a ser pensado como uma ferramenta que promove a inclusão. Em uma população diversificada como a do
mundo de hoje, as cidades precisam garantir que ambientes e serviços permaneçam igualmente acessíveis a todos, independentemente da idade, cultura ou condição
social.

Outra ideia é o “departamento de escuta”, instituição utópica que tornaria o ato de reclamar muito mais prático e menos penoso: o governo ouviria nossos anseios com
sinceridade e atenção. No lugar de um atendente estilo telemarketing, que, apenas com um script em mãos, muitas vezes nos frustra, estaria alguém preparado para nos
responder no ato, sem parecer seguir um protocolo.

Essas iniciativas demonstram que uma democracia pode ir muito além de um sistema eleitoral tradicional. É o que diversos grupos e associações no mundo inteiro têm
tentado colocar em prática, estendendo as decisões da cidade a uma série de outras dimensões sociais. A ideia é fazer com que todos os ambientes de nossas vidas
funcionem de forma democrática: trabalho, educação, serviços públicos e outros. A sociedade precisa escolher qual linha de metrô ela quer, qual praça precisa receber
mais atenção, quais investimentos devem ser prioritários. E esse processo se dá com novos fóruns locais, que estabeleçam canais de negociação com os moradores e
as associações comerciais.

Para intensificar a democracia participativa na cidade, deve-se apostar na disseminação da informação, com dados menos gerais. Os indicadores precisam contemplar
as diferentes realidades das comunidades, que poderiam ser vistas como microcidades. Também há necessidade de mais e melhores espaços e fóruns de discussão
sobre as políticas públicas. E o mundo digital trouxe novas ferramentas para medir a informação produzida pelas cidades e transformá-la em fatos, figuras e
visualizações. A quantidade de dados coletados entre os primórdios da humanidade e 2003 equivale, atualmente, ao que se coleta a cada dois dias. Mas o volume
maciço de dados por si só não torna uma cidade mais inteligente. É preciso criar mecanismos capazes de filtrar esta riqueza de informação e torná-la acessível a todos.
Com estimativas mais precisas e transparentes, há mais espaço para ações independentes. O desafio é integrar o fluxo de informação através de plataformas digitais
abertas em que o cidadão possa inserir, pesquisar dados e cruzar informações que o ajudem a resolver problemas do cotidiano. Investigar a inteligência social das
multidões é reconhecer suas individualidades para além de números e traduzir anseios em serviços. Assim, a webcidadania ganha força no mundo através de petições
on-line, financiamentos colaborativos ou plataformas para acompanhar gastos públicos.

TORRES, B. Jornal O Globo, Caderno Amanhã, p. 12-19. 12 nov. 2013. Adaptado.

No trecho “O modelo seria uma contraposição às ditas ‘cidades inteligentes’” (l.9-10), o sinal indicativo da crase deve ser empregado obrigatoriamente, de acordo com as
exigências da norma-padrão da Língua Portuguesa, assim como em:

a) A acessibilidade de locomoção a todas as pessoas que participam da vida da cidade deve ser garantida.
b) A disseminação da informação a quem dela precisar é garantia da gestão democrática de uma nação.
c) O atendimento a anseios dos cidadãos é uma das tendências principais das grandes cidades do futuro.
d) O fluxo de informação deve permitir que os cidadãos realizem pesquisas de informações relevantes a vida diária.
e) Os políticos devem ser instigados a ouvir os desejos e aspirações dos moradores para tomar suas decisões.

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Questão 131: CESGRANRIO - Adv (EPE)/EPE/Jurídica/2014


Assunto: Crase
O acento indicativo de crase está empregado de acordo com a norma-padrão em:

a) Chego na sua casa daqui à poucos minutos.


b) Fico à esperar uma visita sua aqui em Lisboa.
c) Desejo à seu grupo uma boa viagem pela Europa.
d) Do fado à canção regional, são expressivas as músicas lusitanas.
e) Estimo à todos os viajantes que tenham boas lembranças de seu turismo.

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Questão 132: CESGRANRIO - Ass Adm (EPE)/EPE/Apoio Administrativo/2012


Assunto: Crase
METRÓPOLE SUSTENTÁVEL: É POSSÍVEL?

Conversamos com sociólogos, arquitetos, economistas, urbanistas e representantes de organizações internacionais sobre o assunto. Será que estamos fadados a um
colapso ou a metrópole sustentável é um conceito viável?

Virou hábito na mídia e, provavelmente, em conversas cotidianas o uso do adjetivo ‘sustentável’. Condomínios, materiais de construção, meios de transporte, edifícios...
Tudo pode ser sustentável.

Quando perguntamos a urbanistas e economistas sobre o assunto, o conceito de sustentabilidade aplicado a cidades não se configura unânime. Para alguns urbanistas,
um elemento fundamental para ser levado em conta, quando se fala de sustentabilidade urbana, é o futuro. “Uma metrópole sustentável é aquela que, na próxima
geração, tenha condições iguais ou melhores que as que temos hoje”, define o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). Por ‘condições’ devemos entender os
aspectos fundamentais relacionados à vida urbana: habitação, alimentação, saúde, emprego, transporte, educação, água, etc. Além disso, a articulação entre os campos
ambiental e social é essencial para o conceito de sustentabilidade urbana.

A primeira condição fundamental para o estabelecimento de uma cidade sustentável é a democratização dos acessos a serviços e equipamentos públicos. Isso significa
a redução drástica de todas as formas de desigualdades – social, política, econômica e espacial.

Nesse cenário, para que infraestrutura, segurança, saúde, educação e outros serviços públicos sejam acessíveis em toda a metrópole, a manutenção da cidade se torna
cada vez mais cara. É imperativo democratizar o acesso aos serviços básicos de uma metrópole e diminuir as desigualdades. No entanto, como fazer isso quando o
dinheiro é limitado? “Conter a expansão urbana”, resume o arquiteto.

A rede de transportes, por exemplo, é um dos aspectos a serem observados na constituição das cidades. Quanto maiores as distâncias a serem percorridas, também
maior e mais complexa ela será. A priorização do automóvel faz com que a cidade se expanda horizontalmente, minando as possibilidades de ter áreas não ocupadas, e
contribui para a impermeabilização do solo, com a pavimentação contínua. A superestima do automóvel é uma das marcas do subdesenvolvimento, no qual também o
transporte coletivo é precário.

Se alguns dados da ONU oferecem um prognóstico positivo do futuro das metrópoles, os urbanistas nos lembram que o destino das cidades pode não ser tão brilhante,
se não houver uma mudança mais orgânica. Mudanças estruturais e na ordem do pensamento são fundamentais para que, se não garantida, a sustentabilidade seja ao
menos possível.

FRAGA, Isabela. Metrópole sustentável: é possível? Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, vol. 46, n. 274, setembro de 2010. p. 22-29. Adaptado.

O uso do sinal indicativo da crase é obrigatório em:

a) A metrópole exerce influência social e administrativa sobre a maioria das cidades da região.
b) Cada vez mais, os moradores têm acesso a bens de consumo como eletrodomésticos e celulares.
c) Nas grandes cidades, o crescimento populacional é sempre aliado a índices econômicos altos.
d) O governo precisa investir na saúde para corresponder a expectativa da população.
e) O planejamento familiar é necessário para não levar o mundo a uma situação insustentável.

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Questão 133: CESGRANRIO - Adv (EPE)/EPE/Jurídica/2012


Assunto: Crase
O setor elétrico e as mudanças climáticas

Nosso país tem enorme potencial hidrelétrico, o que nos permite gerar energia elétrica razoavelmente ‘limpa’ e barata. Essa fonte responde, atualmente, por cerca de 70%
da energia elétrica consumida no país. Entretanto, para que possamos usufruir dessa energia, precisamos transportá-la a longas distâncias — muitas vezes, milhares de
quilômetros — por meio de linhas de transmissão aéreas, expostas ao tempo e a seus caprichos. E esses caprichos, segundo estudos científicos, tendem a se tornar
cada vez mais frequentes em um planeta sujeito a mudanças em um ritmo jamais visto pelos humanos.

A experiência brasileira mostra isso. 50% a 70% das falhas ocorridas no passado em linhas de transmissão brasileiras estavam relacionadas às condições climáticas,
mais especificamente, às chamadas tempestades severas, caracterizadas por condições extremas de vento, raios ou precipitação. Com o aquecimento global, o
desmatamento e alguns fenômenos atmosféricos, esse número tende a aumentar nas próximas décadas.

Combinados ou de forma isolada, esses fenômenos são capazes de interromper o fluxo de energia ao longo das linhas e interferir, de maneira significativa, no sistema
elétrico. Se as alterações do clima podem causar problemas na transmissão de energia, na distribuição a situação não é diferente. 99% da distribuição de energia elétrica
no Brasil é aérea e concentra-se em grandes áreas urbanas, onde vive a maioria dos consumidores. Nessas áreas, as edificações, a substituição de vegetação por asfalto,
a poluição dos automóveis e das fábricas causam alterações atmosféricas que favorecem a ocorrência de fortes tempestades.

Os danos provocados por raios nas redes de distribuição podem se tornar ainda mais frequentes se levarmos em consideração o novo modelo que começa a ser adotado
no país e no mundo, baseado no uso de equipamentos digitais para monitorar a distribuição em tempo real e na possibilidade de utilizar diferentes fontes de energia.
Essa transformação se dará tanto na disponibilização quanto no consumo de energia, levando, inclusive, à economia desse recurso.

No entanto, a busca de maior comodidade para os consumidores, maior controle operacional pelas empresas, maior eficiência e maior flexibilidade da rede (no sentido
de utilizar fontes alternativas de energia) tende a tornar a distribuição mais sofisticada e, ao mesmo tempo, mais vulnerável a descargas elétricas, devido à utilização de
componentes que contêm semicondutores, mais suscetíveis a danos por raios.

Finalmente, é importante salientar que as redes de energia precisarão contar com o potencial hidrelétrico ainda quase inexplorado da Amazônia no futuro. Segundo as
projeções climáticas baseadas em modelos computacionais, essa região sofrerá o maior aumento de temperatura e de tempestades. Outro aspecto relevante está na
necessidade, cada vez maior, de adequar tais redes às normas legais de proteção e conservação ambiental, o que poderá ampliar a chance de problemas decorrentes de
fatores climáticos.

PINTO JÚNIOR, Osmar. O setor elétrico e as mudanças climáticas. Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: ICH. n. 280, abr. 2011, p. 68-69. Adaptado.

No trecho “50% e 70% das falhas ocorridas no passado em linhas de transmissão brasileiras estavam relacionadas às condições climáticas,” o sinal indicativo da crase
deve ser empregado obrigatoriamente.

Esse sinal também é obrigatório na palavra destacada em:

a) O Brasil sofreu as consequências da grande perda de carbono da floresta Amazônica.


b) A transformação acelerada do clima deve-se as estiagens em várias partes do mundo.
c) Alguns tipos de vegetação dificilmente resistem a uma grande mudança climática.
d) As usinas hidrelétricas, a partir de 1920, estavam associadas a regiões industriais.
e) O aumento da temperatura do planeta causará danos expressivos a seus habitantes.

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Questão 134: CESGRANRIO - Adv (PETRO)/PETROBRAS/Júnior/2015


Assunto: Crase
A sociedade da informação e seus desafios

Dificilmente alguém discordaria de que a sociedade da informação é o principal traço característico do debate público sobre desenvolvimento, seja em nível local ou
global, neste alvorecer do século XXI. Das propostas políticas oriundas dos países industrializados e das discussões acadêmicas, a expressão “sociedade de informação”
transformou-se rapidamente em jargão nos meios de comunicação, alcançando, de forma conceitualmente imprecisa, o universo vocabular do cidadão.

A expressão “sociedade da informação” passou a ser utilizada como substituta para o conceito complexo de “sociedade pós-industrial”, como forma de transmitir o
conteúdo específico do “novo paradigma técnico-econômico”. A realidade que os conceitos das ciências sociais procuram expressar refere-se às transformações
técnicas, organizacionais e administrativas que têm como “fator-chave” não mais os insumos baratos de energia — como na sociedade industrial — mas os insumos
baratos de informação propiciados pelos avanços tecnológicos na microeletrônica e nas telecomunicações.

Nesta sociedade pós-industrial, ou “informacional”, as transformações em direção à sociedade da informação, em estágio avançado nos países industrializados,
constituem uma tendência dominante mesmo para economias menos industrializadas e definem um novo paradigma, o da tecnologia da informação, que expressa a
essência da presente transformação tecnológica em suas relações com a economia e a sociedade. Esse novo paradigma tem as seguintes características fundamentais:
a informação é sua matéria-prima (no passado, o objetivo dominante era utilizar informação para agir sobre as tecnologias); os efeitos das novas tecnologias têm alta
penetrabilidade (a informação é parte integrante de toda atividade humana, individual ou coletiva e, portanto, todas essas atividades tendem a ser afetadas diretamente
pela nova tecnologia); a tecnologia favorece processos reversíveis devido a sua flexibilidade; trajetórias de desenvolvimento tecnológico em diversas áreas do saber
tornam-se interligadas e transformam-se as categorias segundo as quais pensamos todos os processos (microeletrônica, telecomunicações, optoeletrônica, por
exemplo).

O foco sobre a tecnologia pode alimentar a visão ingênua de determinismo tecnológico segundo o qual as transformações em direção à sociedade da informação
resultam da tecnologia, seguem uma lógica técnica e, portanto, neutra e estão fora da interferência de fatores sociais e políticos. Nada mais equivocado: processos
sociais e transformação tecnológica resultam de uma interação complexa em que fatores sociais preexistentes como a criatividade, o espírito empreendedor, as
condições da pesquisa científica afetam o avanço tecnológico e suas aplicações sociais.

No campo educacional dos países em desenvolvimento, decisões sobre investimentos para a incorporação da informática e da telemática implicam também riscos e
desafios. Será essencial identificar o papel que essas novas tecnologias podem desempenhar no processo de desenvolvimento educacional e, isso posto, resolver como
utilizá-las de forma a facilitar uma efetiva aceleração do processo em direção à educação para todos, ao longo da vida, com qualidade e garantia de diversidade. As
novas tecnologias de informação e comunicação tornam-se, hoje, parte de um vasto instrumental historicamente mobilizado para a educação e a aprendizagem. Cabe a
cada sociedade decidir que composição do conjunto de tecnologias educacionais mobilizar para atingir suas metas de desenvolvimento.

A Unesco tem atuado de forma sistemática no sentido de apoiar as iniciativas dos Estados Membros na definição de políticas de integração das novas tecnologias aos
seus objetivos de desenvolvimento. No Programa Informação para Todos, as ações desse organismo internacional estão concentradas em duas áreas principais:
conteúdo para a sociedade da informação e “infoestrutura” para esta sociedade em evolução, por meio da cooperação para treinamento, apoio ao estabelecimento de
políticas de informação e promoção de conexões em rede.

No espírito da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que constitui a base dos direitos à informação na sociedade da informação, e levando em consideração os
valores e a visão delineados anteriormente, o novo Programa Informação para Todos deverá prover uma plataforma para a discussão global sobre acesso à informação,
participação de todos na sociedade da informação global e as consequências éticas, legais e societárias do uso das tecnologias de informação e comunicação. Deverá
prover também a estrutura para colaboração internacional e parcerias nessas áreas e apoiar o desenvolvimento de ferramentas comuns, métodos e estratégias para a
construção de uma sociedade de informação global e justa.

WERTHEIN, J. Ciência da Informação. Brasília, v. 29, n. 2, p. 71- 77, maio/ago. 2000. Disponível em: <http://revista.ibict.br/ciinf/index. php/ciinf/article/view/254>. Acesso em:
10 maio 2015. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o sinal indicativo da crase é obrigatório na palavra destacada em:

a) Antigamente não existiam a comunicação via satélite, a internet e o telefone celular, dificultando a correspondência entre as pessoas situadas em países
diferentes.
b) Os processos informacionais e comunicativos dos seres estão relacionados, atualmente, a modernas tecnologias da informação.
c) Nos dias de hoje, a rapidez na transmissão da informação está invariavelmente associada a evolução da tecnologia, própria da sociedade pós-industrial.
d) Até o século passado, o sentido da palavra informação estava restrito a dados que eram transmitidos ao receptor com certa defasagem temporal.
e) O desenvolvimento de hardwares e softwares garante a operacionalização da comunicação e dos processos deles decorrentes em meios virtuais.

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Questão 135: CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Medicina do Trabalho/2015


Assunto: Crase
Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador

A medicina do trabalho, enquanto especialidade médica, surge na Inglaterra, na primeira metade do século XIX, com a Revolução Industrial.

Naquele momento, o consumo da força de trabalho, resultante da submissão dos trabalhadores a um processo acelerado e desumano de produção, exigiu uma
intervenção, sob pena de tornar inviável a sobrevivência e a reprodução do próprio processo.

Quando Robert Dernham, proprietário de uma fábrica têxtil, preocupado com o fato de que seus operários não dispunham de nenhum cuidado médico a não ser aquele
propiciado por instituições filantrópicas, procurou o Dr. Robert Baker, seu médico, pedindo que indicasse qual a maneira pela qual ele, como empresário, poderia resolver
tal situação. Baker respondeu-lhe:

“Coloque no interior da sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de intermediário entre você, os seus trabalhadores e o público. Deixe-o visitar a fábrica, sala por sala,
sempre que existam pessoas trabalhando, de maneira que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se ele verificar que qualquer dos trabalhadores está
sofrendo a influência de causas que possam ser prevenidas, a ele competirá fazer tal prevenção. Dessa forma você poderá dizer: meu médico é a minha defesa, pois a
ele dei toda a minha autoridade no que diz respeito à proteção da saúde e das condições físicas dos meus operários; se algum deles vier a sofrer qualquer alteração da
saúde, o médico unicamente é que deve ser responsabilizado”.

A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica, surgindo, assim, em 1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.

Na verdade, despontam, na resposta do fundador do primeiro serviço médico de empresa, os elementos básicos da expectativa do capital quanto às finalidades de tais
serviços:

- deveriam ser serviços dirigidos por pessoas de inteira confiança do empresário e que se dispusessem a defendê-lo;

- deveriam ser serviços centrados na figura do médico;

- a prevenção dos danos à saúde resultantes dos riscos do trabalho deveria ser tarefa eminentemente médica;
- a responsabilidade pela ocorrência dos problemas de saúde ficava transferida ao médico.

A implantação de serviços baseados nesse modelo rapidamente expandiu-se por outros países, paralelamente ao processo de industrialização e, posteriormente, aos
países periféricos, com a transnacionalização da economia. A inexistência ou fragilidade dos sistemas de assistência à saúde, quer como expressão do seguro social,
quer diretamente providos pelo Estado, via serviços de saúde pública, fez com que os serviços médicos de empresa passassem a exercer um papel vicariante,
consolidando, ao mesmo tempo, sua vocação enquanto instrumento de criar e manter a dependência do trabalhador (e frequentemente também de seus familiares), ao
lado do exercício direto do controle da força de trabalho.

MENDES, R; DIAS, E.C. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Revista Saúde Pública, S.Paulo, 25: 341-9, 1991. Disponível em: <https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/ imagem/2977.pdf>. Acesso em: 13 jul.
2015. Adaptado.

Observa-se o respeito à norma-padrão, no que se refere ao uso do acento indicativo de crase, na seguinte frase:

a) A medicina do trabalho é uma área criada à quase dois séculos.


b) A Revolução Industrial propiciou à criação da medicina do trabalho.
c) À muitas empresas que cuidam bem da saúde dos trabalhadores.
d) Atribui-se aos médicos à responsabilidade pela saúde do trabalhador.
e) As empresas, em geral, visam à manutenção da força de trabalho.

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Questão 136: CESGRANRIO - Tec Ban (BASA)/BASA/2015


Assunto: Crase
Texto I

Agricultura familiar

O que é agricultura familiar?

A agricultura familiar consiste em uma forma de organização social, cultural, econômica e ambiental, na qual são trabalhadas atividades agropecuárias e não
agropecuárias de base familiar, desenvolvidas em estabelecimento rural ou em áreas comunitárias próximas, gerenciadas por uma família com predominância de mão de
obra familiar e apresenta papel relevante para o desenvolvimento do País.

Por que a agricultura familiar é importante?

A agricultura familiar apresenta importante função para garantir a segurança alimentar; preserva os alimentos tradicionais, além de contribuir para uma alimentação
balanceada, para a proteção da agrobiodiversidade e para o uso sustentável dos recursos naturais.

No cenário nacional, a agricultura familiar responde por 38% do valor bruto da produção agropecuária e é responsável por mais de 70% dos alimentos que chegam à
mesa dos brasileiros.

Considerando-se o número de estabelecimentos rurais, a agricultura familiar consegue empregar três vezes mais do que a agricultura não familiar.

Disponível em: <http://www.bancoamazonia.com.

br/index.php/ agriculturaa-familiar>. Acesso em: 29 jul. 2015. Adaptado.

O emprego do sinal indicativo de crase está adequado à norma-padrão na seguinte frase:

a) Os agricultores são expostos à riscos de várias naturezas.


b) Faz-se referência à uma porcentagem de alimentos advindos da agricultura.
c) A agricultura sustentável evita danos nocivos à saúde.
d) A agricultura familiar visa à fixar o homem no campo.
e) A agricultura familiar proporciona à famílias uma cesta de produtos.

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Questão 137: CESGRANRIO - Esc BB/BB/"Sem Área"/2015


Assunto: Crase
Moeda digital deve revolucionar a sociedade

Nas sociedades primitivas, a produção de bens era limitada e feita por famílias que trocavam seus produtos de subsistência através do escambo, organizado em locais
públicos, decorrendo daí a origem do termo “pregão” da Bolsa. Com o passar do tempo, especialmente na antiguidade, época em que os povos já dominavam a
navegação, o comércio internacional se modernizou e engendrou a criação de moedas, com o intuito de facilitar a circulação de mercadorias, que tinham como lastro
elas mesmas, geralmente alcunhadas em ouro, prata ou bronze, metais preciosos desde sempre.

A Revolução Industrial ocorrida inicialmente na Inglaterra e na Holanda, por volta de 1750, viria a criar uma quantidade de riqueza acumulada tão grande que
transformaria o próprio dinheiro em mercadoria. Nascia o mercado financeiro em Amsterdã, que depois se espalharia por toda a Europa e pelo mundo. A grande inovação
na época foi o mecanismo de compensação nos pagamentos, mais seguro e prático, no qual um banco emitia uma ordem de pagamento para outro em favor de
determinada pessoa e esta poderia sacá-la sem que uma quantidade enorme de dinheiro ou ouro tivesse de ser transportada entre continentes. Essa ordem de
pagamento, hoje reconhecida no mundo financeiro como “título cambial”, tem como instrumento mais conhecido o cheque, “neto” da letra de câmbio, amplamente usada
pela burguesia em transações financeiras na alta idade média. A teoria nos ensina que são três as suas principais características: a cartularidade, a autonomia e a
abstração.

Ora, o que isso tem a ver com bitcoins? Foi necessária essa pequena exegese para refletirmos que não importa a forma como a sociedade queira se organizar, ela é
sempre motivada por um fenômeno humano. Como nos ensina Platão, a necessidade é a mãe das invenções. Considerando o dinamismo da evolução da sociedade da
informação, inicialmente revolucionada pela invenção do códex e da imprensa nos idos de 1450, que possibilitou na Idade Média o armazenamento e a circulação de
grandes volumes de informação, e, recentemente, o fenômeno da internet, que eliminou distâncias e barreiras culturais, transformando o mundo em uma aldeia global,
seria impossível que o próprio mundo virtual não desenvolvesse sua moeda, não somente por questão financeira, mas sobretudo para afirmação de sua identidade
cultural.

Criada por um “personagem virtual”, cuja identidade no mundo real é motivo de grande especulação, a bitcoin, resumidamente, é uma moeda virtual que pode ser
utilizada na aquisição de produtos e serviços dos mais diversos no mundo virtual. Trata-se de um título cambial digital, sem emissor, sem cártula, e, portanto, sem lastro,
uma aberração no mundo financeiro, que, não obstante isso, tem valor.

No entanto, ao que tudo indica, essa questão do lastro está prestes a ser resolvida. Explico. Grandes corporações começam a acenar com a possibilidade de aceitar
bitcoins na compra de serviços. Se a indústria pesada da tecnologia realmente adotar políticas reconhecendo e incluindo bitcoins como moeda válida, estará dado o
primeiro passo para a criação de um mercado financeiro global de bitcoins. Esse assunto é de alta relevância para a sociedade como um todo e poderá abrir as portas
para novos serviços nas estruturas que se formarão não somente no mercado financeiro, em todas as suas facetas — refiro-me à Bolsa de Valores, inclusive, bem como
em novos campos do direito e na atividade estatal de regulação dessa nova moeda.

Certamente a consolidação dos bitcoins não revogaráas outras modalidades de circulação de riqueza criadas ao longo da história, posto que ainda é possível trocar
mercadorias, emitir letras de câmbio, transacionar com moedas e outros títulos. Ao longo do tempo aprendemos também que os instrumentos se renovaram e se
tornaram mais sofisticados, fato que constitui um desafio para o mundo do direito.

AVANZI, Dane. UOL TV Todo Dia. Disponível em: <http://portal.tododia.uol.com.br/_conteudo/2015/03/opiniao/65848-moeda-digital-deve-revolucionar-a-sociedade.php>. Acesso em: 09 ago. 2015.
Adaptado.

O sinal indicativo da crase é obrigatório, de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa, na palavra destacada em:

a) O atendimento a necessidades de imediatismo da sociedade justifica o crescimento das formas de pagamentos digitais.
b) Os sistemas baseados em pagamentos móveis têm chamado a atenção pela sua propagação em todo o mundo.
c) A opção pelas moedas digitais está vinculada a possibilidade de diminuir as operações financeiras com a utilização do papel-moeda.
d) Algumas tendências observadas no comportamento do consumidor e nas tecnologias devem influenciar a infraestrutura dos bancos.
e) Os clientes tradicionais dos bancos já se acostumaram a utilizar suas agências para efetuar suas atividades de negócio.

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Questão 138: CESGRANRIO - Ag Cen (IBGE)/IBGE/Municipal/2010


Assunto: Crase
A AVENTURA DO COTIDIANO

Parábola da falta d’água:

Vivia faltando água naquela fábrica. O dono da fábrica tinha de se valer de um sujeito que lhe trazia uma pipa d’água regularmente, ao preço de três mil cruzeiros.

Um dia o tal sujeito o abordou:

— O patrão vai me desculpar, mas vamos ter de aumentar o preço. De hoje em diante a pipa vai custar cinco mil cruzeiros.

— Cinco mil cruzeiros por uma pipa d’água? Você está ficando doido?

— Não estou não senhor. Doido está é o manobreiro, que recebia dois e agora quer receber três.

— E posso saber que manobreiro é esse?

— Manobreiro desta zona, responsável pelo controle da água. Eu vinha pagando dois mil a ele, mas agora ele quer é três. Não sobra quase nada pra mim, que é que há? E
está ameaçando de abrir o registro se eu não pagar.

— Abrir o registro? Que conversa é essa? Me explique isso melhor.

— Se o senhor não me pagar, eu não pago a ele. Ele deixa entrar a água e lá se vai por água abaixo o nosso negocinho.

SABINO, Fernando. Obra reunida. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 740.

O acento indicativo de crase está corretamente empregado em

a) Entregava a pipa d’água à preço barato.


b) A pipa d’água supria à carência da região.
c) Vínhamos pagando dois mil cruzeiros à pipa d’água.
d) O preço era referente à necessidade da fábrica.
e) O registro não deixa à água correr.

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Questão 139: CESGRANRIO - Ag Cen (IBGE)/IBGE/Regional/2009


Assunto: Crase
Abreviados

Nem faz tanto tempo assim, as pessoas diziam vosmecê. “Vosmecê concede a honra desta dança?” Com o tempo, fomos deixando a formalidade de lado e adotamos
uma forma sincopada, o popular você. “Você quer ouvir uns discos lá em casa?” Parecia que as coisas ficariam por isso mesmo, mas o mundo, definitivamente, não se
acomoda. Nesta onda de tornar tudo mais prático e funcional, as palavras começaram a perder algumas vogais pelo caminho e se transformaram em abreviaturas
esdrúxulas, e você virou vc. “Vc q tc cmg?”

Nenhuma linguagem é estática, elas acompanham as exigências da época, ganham e perdem significados, mudam de função. Gírias, palavrões, nada se mantém os
mesmos. Qual é o espanto?

Espanto, aliás, já é palavra em desuso: ninguém mais se espanta com coisa alguma. No máximo, ficamos levemente surpreendidos, que é como fiquei quando soube que
um dos canais do Telecine iria abrir um horário às terças-feiras para exibir filmes com legendas abreviadas, tal qual acontece nos chats. Uma estratégia mercadológica
para conquistar a audiência mais jovem, naturalmente, mas e se a moda pegar?

Hoje, são as legendas de um filme. Amanhã, poderá ser lançada uma revista toda escrita neste código, e depois quem sabe um livro, e de repente estará todo mundo
ganhando tempo e escrevendo apenas com consoantes – adeus, vogais, fim de linha pra vocês.

O receio de todo cronista é ficar datado, mas, em contrapartida, dizem que é importante este nosso registro do cotidiano, para que nossos descendentes saibam, um dia,
o que se passava nesta nossa cabecinha jurássica. Posso imaginar, daqui a 50 anos, meus netos gargalhando diante deste meu texto: “ctd d w”.

Coitada da vovó mesmo. Às vezes me sinto uma anciã, lamentando o quanto a vida está ficando miserável. Não se trata apenas dos miseráveis sem comida, sem teto e
sem saúde, o que já é um descalabro, mas da nossa miséria opcional. Abreviamos sentimentos, abreviamos conversas, abreviamos convivência, abreviamos o ócio,
fazemos tudo ligeiro, atropelando nosso amor-próprio, nosso discernimento, vivendo resumidamente, com flashes do que outrora se chamou arte, com uma ideia
indistinta do que outrora se chamou liberdade. Todos espiam todos, sabem da vida de todos, e não conhecem ninguém. Modernidade ou penúria?

As vogais são apenas cinco. Perdê-las é uma metáfora. Cada dia abandonamos as poucas coisas em nós que são abertas e pronunciáveis.

MEDEIROS, Martha. Revista O Globo. 20 mar. 2005.

Em qual opção o a deve levar o acento indicativo de crase?

a) Dirigiu a você algumas palavras.


b) Referia-se a legenda do filme.
c) Foi para a praia e leu um livro.
d) Deu ciência a todos de sua decisão.
e) Estava frente a frente com o problema.

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Questão 140: CESGRANRIO - TA (ANP)/ANP/2016


Assunto: Crase
Festival reúne caravelas em barcos

Dizem que o passado não volta, mas a cada cinco anos boa parte da história marítima da Europa se reúne para navegar junto entre o Mar do Norte e o canal de
Amsterdã. Caravelas e barcos a vapor do século passado se juntam a veleiros e lanchas contemporâneas que vêm de vários países para um dos maiores encontros
náuticos gratuitos do mundo. Durante o Amsterdam Sail, entre os dias 19 e 23 de agosto, cerca de 600 embarcações celebram a arte de deslizar sobre as águas.

Desde 1975 o grande encontro aquático junta apaixonados pelo mar e curiosos às margens dos canais para ver barcos históricos e gente fazendo festa ao longo de
cinco dias – na última edição, o público estimado foi de 1,7milhão de pessoas. Há aulas de vela e de remo para adultos e crianças, além de atrações musicais. [...]

Você pode até achar que é coisa de criança, mas o jogo em que cada um leva o próprio balde e simula as tarefas a bordo de um navio é instrutivo e divertido para todas
as idades.

MORTARA, F. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 4 ago. 2015, Caderno D, p. 10. Adaptado.

Assim como nas locuções a vapor e a bordo, do Texto, também não há acento indicativo de crase no seguinte texto de uma mensagem que está contextualizada entre
parênteses:

a) Angu a baiana (cardápio de restaurante)


b) Peixe a moda da casa (cardápio de restaurante)
c) Sujeito a guincho (mensagem aos motoristas)
d) Obras a frente (mensagem aos motoristas)
e) Bem-vindo a Bahia (mensagem aos motoristas)
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Questão 141: CESGRANRIO - TRPDACGN (ANP)/ANP/Técnico em Química/2016


Assunto: Crase
Entrevista com Frédéric Martel

Uma guerra mundial pelo conteúdo dos meios de comunicação se trava pela conquista do público dentro e fora dos países criadores. Batalhas se desenrolam pelo
domínio da notícia, do formato de programas de TV e pela exibição de filmes, vídeos, música, livros. Nesse processo, um gigante domina: os Estados Unidos, com sua
capacidade de produzir cultura de massas que agrada ao grande público em todos os continentes. Essa penetração cultural americana, que muitos críticos preferem
chamar de imperialismo, leva os filmes, a música e a televisão americana para o mundo. Sua arma é o inverso da alta cultura, da contracultura, da subcultura, de nichos
especializados. Visa o público em geral, cultura de massa, de milhões. Tornou-se a cultura internacional dominante, principal, a chamada mainstream, conforme o título
do livro escrito pelo sociólogo francês Frédéric Martel. Para escrever Mainstream, ele percorreu 30 países durante cinco anos, entrevistou mais de 1.200 pessoas em
todas as capitais do entertainment, analisou a ação dos protagonistas, a lógica dos grupos e acompanhou a circulação internacional de conteúdo.

É um imperialismo diferente daquele político e militar. É uma espécie de imperialismo cultural que é bem recebido no mundo. A esse respeito, afirma Frédéric Martel: “É o
que basicamente chamamos de soft power. Soft power significa influenciar as pessoas com coisas legais. Você é amigável, não é contundente. Você tem as forças
armadas, tem a diplomacia tradicional e grandes empresas econômicas, que formam o hard power, e tem o soft power, que influencia as pessoas através de filmes, de
livros, da internet e de valores.”

“A língua é importante. Eu acredito — e essa é a principal conclusão do meu livro — que, no mundo em que estamos entrando, que reúne globalização e digitalização, a
língua é importante. E eu acredito que a batalha, a luta, mesmo a guerra de conteúdo, será uma batalha a respeito da cultura nacional. Você pode ouvir Lady Gaga, gostar
de Avatar e ler O Código Da Vinci, mas, no final das contas, a maior parte da cultura que você consome e ama geralmente é nacional, local, regional, e não global. A cultura
global é apenas uma pequena parte do que você gosta. Então, no final das contas, os americanos são os únicos a poder prover essa cultura dominante global, mas essa
cultura dominante global continua pequena. Por quê? Porque a língua é muito importante, porque a identidade é muito importante. Quando você compra um livro de não
ficção, quer saber o que acontece aqui, no seu país, e não na Coreia do Sul, por exemplo. Na Coreia do Sul você quer ouvir K-pop, que é a música pop coreana, e ver um
drama coreano, e não ouvir uma música brasileira. Portanto, nós estamos em um mundo cada vez mais global, mas, ao mesmo tempo, a cultura ainda é e será muito
nacional. Para resumir as coisas, eu diria que todos temos duas culturas: a nossa e a americana.”

“Nós, como europeus, temos o mesmo tipo de relação que você, como brasileiro, tem com os EUA. Nós os amamos e odiamos. É uma complicada relação de amor e
ódio. Nós esperamos que eles sejam como são; nós queremos criticá-los, mas, ao mesmo tempo, nós protestamos contra eles com tênis Nike nos pés. Nós trabalhamos
para ser um pouco como eles, muito embora nós queiramos manter nossa identidade e cultura. E, a propósito, a boa notícia é que o debate no mundo hoje e no futuro
não será entre nós — brasileiros, franceses, europeus — e os americanos. Será entre todos nós. O que eu quero dizer é que hoje não há apenas dois povos: nós e os EUA.
O mundo é muito mais complicado, com países emergentes, que serão fundamentais nesse novo jogo.”

“Para resumir, afirma Martel, eu diria que os EUA continuarão sendo peça importante da guerra de conteúdo, podemos dizer, nos próximos anos e décadas. Eu não
acredito e não compro a ideia do declínio da cultura americana. Eu acho que eles são fortes e continuarão sendo fortes. Mas eles não são os únicos no jogo. Agora
temos os países emergentes, que estão emergindo não só demográfica e economicamente, como pensávamos. E eu fui um dos primeiros a mostrar que eles estão
emergindo com sua cultura, sua mídia e com a internet.”

“Nesse mundo, a internet pode ser uma peça importante. O Brasil, por exemplo, vai crescer com a internet, com certeza. Criam-se ferramentas inovadoras de
alfabetização, por exemplo, em comunidades, em favelas, em lugares onde os moradores não têm acesso a uma livraria ou biblioteca. Mas eles terão acesso à internet
em lan houses, por exemplo, e mesmo no telefone. Hoje, todo mundo tem um telefone celular barato. Mesmo na África, todos têm celulares com funções básicas. Em
cinco anos, todos terão um smartphone, pois os preços estão caindo muito. Assim, todos poderão acessar a internet pelo smartphone. Se você tem acesso à internet,
pode baixar livros, acessar a rede, pode ver filmes e daí por diante.”

“A questão não é se essa tecnologia é boa, conclui Martel. A questão é: ela não será boa ou ruim sozinha. Ela será o que você, o povo, o governo deste país e nós formos
capazes de fazer com ela, criando uma boa internet e uma maneira melhor de ter acesso ao conteúdo através da internet.”

BOCCANERA, S. Entrevista concedida pelo sociólogo Frédéric Martel, Programa Milênio, Globo News. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2013-jan-25/ideias-milenio-fredericmartel- sociologo-
jornalista-frances>. Acesso em: 10 nov. 2015. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa, o emprego do sinal indicativo da crase é obrigatório no vocábulo destacado em:

a) O telefone celular exerce tal fascínio sobre a população que os aplicativos ligados a ele têm mobilizado pessoas, independentemente do nível de escolaridade.
b) O processo de desaceleração econômica mundial não causará impedimento a ascensão das novas tecnologias de comunicação e informação.
c) As pessoas mais jovens (de 16 a 25 anos) assistem a cerca de uma hora a menos de televisão por dia do que as mais velhas (acima dos 65 anos).
d) A Pesquisa Brasileira de Mídia, realizada em 2015, considerou a televisão o meio de comunicação mais utilizado pelos brasileiros.
e) Os meios de comunicação começam a criticar o excessivo uso da internet por usuários das diversas classes sociais.
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Questão 142: CESGRANRIO - Tec (BR)/BR/Suprimento e Logística Júnior/2012


Assunto: Crase
Setor de Informações

O rapazinho que seguia à minha frente na Visconde de Pirajá abordou um velho que vinha em sentido contrário:

– O senhor pode me informar onde é a Rua Gomes Carneiro?

O velho ficou calado um instante, compenetrado:

– Você vai seguindo por aqui - falou afinal, apontando com o braço: - Ali adiante, depois de passar a praça, dobra à direita. Segue mais dois quarteirões.

Chegando na Lagoa...

Não resisti e me meti no meio:

– Me desculpe, mas Gomes Carneiro é logo ali.

Mostrei a esquina, na direção oposta.

– Ah, é aquela ali? – o velho não se abalou:

– Pois eu estava certo de que era lá para os lados da Lagoa.

E foi-se embora, muito digno. O rapazinho me agradeceu e foi-se embora também, depois de resmungar:
– Se não sabe informar, por que informa?

Realmente, não há explicação para esta estranha compulsão que a gente sente de dar informação, mesmo que não saiba informar.

II

Pois ali estava eu agora na esquina das Ruas Bulhões de Carvalho e Gomes Carneiro (a tal que o rapazinho procurava, quando fui abordado pelo motorista de um carro à
espera do sinal.

– Moço, o senhor pode me mostrar onde fica a casa do sogro do doutor Adolfo?

Seu pedido de informação era tão surpreendente que não resisti e perguntei, para ganhar tempo:

– A casa do sogro do doutor Adolfo?

Ele deixou escapar um suspiro de cansaço:

– O doutor Adolfo me mandou trazer o Dodge dele de Pedro Leopoldo até a casa do sogro, aqui no Rio de Janeiro. O carro está velho, penei como o diabo para trazer até
aqui. Perdi o endereço, só sei que é em Copacabana.

O Dodge do doutor Adolfo. O doutor Adolfo de Pedro Leopoldo. Aquilo me soava um tanto familiar:

– Como é o nome do sogro do doutor Adolfo?

Ele coçou a cabeça, encafifado:

– O senhor sabe que não me lembro? Um nome esquisito...

Esse doutor Adolfo de Pedro Leopoldo mora hoje em Belo Horizonte?

– Mora sim senhor.

– Tem um irmão chamado Oswaldo?

– Tem sim senhor.

– Por acaso o nome dele é Adolfo Gusmão?

– Isso mesmo. O senhor sabe onde é que é a casa do sogro dele?

Respirei fundo, mal podendo acreditar:

– Sei. O sogro dele mora na Rua Souza Lima. É aqui pertinho. Você entra por ali, vira aquela esquina, torna a virar a primeira à esquerda...

Ele agradeceu com a maior naturalidade, como se achasse perfeitamente normal que a primeira pessoa abordada numa cidade de alguns milhões de habitantes
soubesse onde mora o sogro do doutor Adolfo, de Pedro Leopoldo. Antes que se fosse, não sei como não me ajoelhei, tomei-lhe a bênção e pedi que me informasse o
caminho da morada de Deus.

SABINO, Fernando. A volta por cima. Rio de Janeiro: Record, 1990. p. 34-39. Adaptado.

O acento grave indicativo de crase está empregado de acordo com a norma-padrão em:

a) O velho deu à informação errada.


b) O rapaz disse à todos que sabia o endereço.
c) O senhor trouxe o carro à Copacabana.
d) O açougue fica à direita da farmácia.
e) O motorista seguiu à sinalização das ruas.
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Questão 143: CESGRANRIO - Prof Jun (BR)/BR/Administração, ou em Economia, ou em Engenharia, ou em Marketing/Vendas a Rede
Automotiva/2012
Assunto: Crase
Um circo e um antipalhaço

Em 1954, numa cidadezinha universitária dos Estados Unidos, vi “o maior circo do mundo”, que continua a ser o sucessor do velho Barnum & Bailey, velho conhecido dos
meus primeiros dias de estudante nos Estados Unidos. Vi então, com olhos de adolescente ainda um tanto menino, maravilhas que só para os meninos têm plenitude de
encanto. Em 1954, revendo “o maior circo do mundo”, confesso que, diante de certas façanhas de acrobatas e domadores, senti-me outra vez menino.

O monstro – porque é um circo-monstro, que viaja em três vastos trens – chegou de manhã a Charlottesville e partiu à noite. Ao som das últimas palmas dos
espectadores juntou-se o ruído metálico do desmonte da tenda capaz de abrigar milhares de pessoas, acomodadas em cadeiras em forma de x, quase iguais às dos
teatros e que, como por mágica, foram se fechando e formando grupos exatos, tantas cadeiras em cada grupo logo transportadas para outros vagões de um dos trens. E
com as cadeiras, foram sendo transportadas para outros vagões jaulas com tigres; e também girafas e elefantes que ainda há pouco pareciam enraizados ao solo como
se estivessem num jardim zoológico. A verdade é que quem demorasse uns minutos mais a sair veria esta mágica também de circo: a do próprio circo gigante
desaparecer sob seus olhos, sob a forma de pacotes prontos a seguirem de trem para a próxima cidade.

O gênio de organização dos anglo-americanos é qualquer coisa de assombrar um latino. Arma e desarma um circo gigante como se armasse ou desarmasse um
brinquedo de criança. E o que o faz com os circos, faz com os edifícios, as pontes, as usinas, as fábricas: uma vez planejadas, erguem-se em pouco tempo do solo e
tomam como por mágica relevos monumentais.

Talvez a maior originalidade do circo esteja no seu palhaço principal. Circo norte-americano? Pensa-se logo num palhaço para fazer rir meninos de dez anos e meninões
de quarenta com suas piruetas e suas infantilidades.

O desse circo – hoje o mais célebre dos palhaços de circo – é uma espécie de antipalhaço. Não ri nem sequer sorri. Não faz uma pirueta. Não dá um salto. Não
escorrega uma única vez. Não cai esparramado no chão como os clowns convencionais. Não tem um ás de copas nos fundos de suas vestes de palhaço.

O que faz quase do princípio ao fim das funções do circo é olhar para a multidão com uns olhos, uma expressão, uns modos tão tristes que ninguém lhe esquece a
tristeza do clown diferente de todos os outros clowns. Trata-se na verdade de uma audaciosa recriação da figura de palhaço de circo. E o curioso é que, impressionando
os adultos, impressiona também os meninos que talvez continuem os melhores juízes de circos de cavalinhos.
Audaciosa e triunfante essa recriação. Pois não há quem saia do supercirco, juntando às suas impressões das maravilhas de acrobacia, de trabalhos de domadores de
feras, de equilibristas, de bailarinas, de cantores, de cômicos, a impressão inesperada da tristeza desse antipalhaço que quase se limita a olhar para a multidão com os
olhos mais magoados deste mundo.

FREYRE, Gilberto. In: Pessoas, Coisas & Animais. São Paulo: Círculo do Livro.
Edição Especial para MPM Propaganda, 1979. p. 221-222. (Publicado originalmente em O Cruzeiro, Rio de Janeiro, seção Pessoas, coisas e animais, em 8 jul. 1956). Adaptado.

A expressão em que a retirada do sinal indicativo de crase altera o sentido da sentença é

a) Chegou à noite.
b) Devolveu o livro à Maria.
c) Dei o presente à sua irmã.
d) O menino foi até à porta do circo.
e) O circo voltou à minha cidade.
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Questão 144: CESGRANRIO - Tec Jr (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Administração e Controle/2012


Assunto: Crase
Algumas das palavras destacadas na frase abaixo deveriam ser corrigidas, empregando-se o acento indicador de crase.

O artista fica a trabalhar na sua obra, a noite, indiferente aquilo que o cerca. Dias e dias a fio repete a rotina, a qual se dedica sem se cansar.

De acordo com a norma-padrão, a correção resultaria, respectivamente, nesta sequência de palavras:

a) à - à - aquilo - a - a - a
b) à - a - àquilo - à - a - a
c) a - à - aquilo - a - à - a
d) a - a - àquilo - à - à - à
e) a - à - àquilo - a - a - à
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Questão 145: CESGRANRIO - Tec Jr (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Químico/2011


Assunto: Crase
O sinal indicativo de crase é necessário em:

a) A venda de computadores chegou a reduzir o preço do equipamento.


b) Os atendentes devem vir a ter novo treinamento.
c) É possível ir as aulas sem levar o notebook.
d) Não desejo a ninguém uma vida infeliz.
e) A instrutora chegou a tempo para a prova.
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Questão 146: CESGRANRIO - Psico (UNIRIO)/UNIRIO/Clínica/2016


Assunto: Crase
O suor e a lágrima

Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer coisa, quase 41. No dia seguinte, os jornais diriam que fora o mais quente deste verão que inaugura o século e o milênio. Cheguei
ao Santos Dumont, o vôo estava atrasado, decidi engraxar os sapatos. Pelo menos aqui no Rio, são raros esses engraxates, só existem nos aeroportos e em poucos
lugares avulsos.

Sentei-me naquela espécie de cadeira canônica, de coro de abadia pobre, que também pode parecer o trono de um rei desolado de um reino desolante.

O engraxate era gordo e estava com calor — o que me pareceu óbvio. Elogiou meus sapatos, cromo italiano, fabricante ilustre, os Rosseti. Uso-o pouco, em parte para
poupá-lo, em parte porque quando posso estou sempre de tênis.

Ofereceu-me o jornal que eu já havia lido e começou seu ofício. Meio careca, o suor encharcou-lhe a testa e a calva. Pegou aquele paninho que dá brilho final nos sapatos
e com ele enxugou o próprio suor, que era abundante.

Com o mesmo pano, executou com maestria aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira, mas a todo instante o usava para enxugar-se — caso contrário, o suor
inundaria o meu cromo italiano.

E foi assim que a testa e a calva do valente filho do povo ficaram manchadas de graxa e o meu sapato adquiriu um brilho de espelho à custa do suor alheio. Nunca tive
sapatos tão brilhantes, tão dignamente suados.

Na hora de pagar, alegando não ter nota menor, deixei-lhe um troco generoso. Ele me olhou espantado, retribuiu a gorjeta me desejando em dobro tudo o que eu viesse a
precisar nos restos dos meus dias.

Saí daquela cadeira com um baita sentimento de culpa. Que diabo, meus sapatos não estavam tão sujos assim, por míseros tostões, fizera um filho do povo suar para
ganhar seu pão. Olhei meus sapatos e tive vergonha daquele brilho humano, salgado como lágrima.

CONY, C. H. In: NESTROVSKI, A. (Org.). Figuras do Brasil – 80


autores em 80 anos de Folha. São Paulo: Publifolha. 2001. p. 319.

O sinal indicativo de crase está empregado conforme a norma-padrão em:

a) O engraxate ficou frente à frente com o homem desconhecido.


b) O escritor começou à conversar com o engraxate no aeroporto.
c) Não se sabe à que proporções chegou a vergonha do escritor.
d) À medida que o rapaz engraxava, o escritor sentia mais vergonha.
e) O escritor foi exposto à emoções até então desconhecidas para ele.
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Questão 147: CESGRANRIO - Trad ILS (UNIRIO)/UNIRIO/2016


Assunto: Crase
Texto II

Quando eu for bem velhinho — continuação 1

Era um menino quando meu coração gravou essa música. Hoje, neste carnaval que acabou de passar pela minha calçada, eu, velhinho, apenas vi o bloco passar. Algo me
diz que cada um de nós pertence a muitos blocos. Uns nos são impostos; outros, como os de carnaval, são escolhidos. Dirse- ia que os blocos impostos são opressivos e
obrigatórios — como a casa, os irmãos, a escola e até mesmo o país, a etnia e o gênero; ao passo que os escolhidos, como o bloco de carnaval figurado nesta música,
são marcados por liberdade. Há uma verdade nisso, mas há também a ilusão que o carnaval brasileiro representa muito bem. É que o escolhido e o obrigatório também
se confundem, pois muito do que é “escolhido” é determinado por um “obrigatório” vivido com mais ou menos intensidade. Há quem transforme escolha em obrigação e
quem faça o justo oposto, diz o meu lado cinzento como esta quarta-feira, outrora santificada — hoje parte de um longo e fantasioso feriado.

DAMATTA, R. O Globo, Rio de Janeiro, 10 fev. 2016. Primeiro Caderno, p. 13. Adaptado.

A regência verbal de pertencer, usado no Texto II, exige a preposição a e, por isso, ele pode estar seguido de um complemento que exija o emprego do acento indicativo
de crase.

Esse acento deve ser empregado no seguinte contexto em que figura esse verbo:

a) O futuro pertence a Deus.


b) A felicidade pertence a mim.
c) As sereias pertencem a imaginação.
d) As Olimpíadas pertencem a esta cidade.
e) Estas rodovias pertencem a Curitiba.
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Questão 148: CESGRANRIO - Trad ILS (UNIRIO)/UNIRIO/2016


Assunto: Crase
Texto III

Quando eu for bem velhinho — continuação 2

O tempo do carnaval era obrigatório. A despeito de todas as mudanças, ele continua sendo a pausa que dá sentido e razão ao tempo como uma majestade humana. Este
imperador sem rivais que diz que passa quando, de fato, quem passa somos nós.

Uma lenda escandinava, traduzida à luz da análise pelo sábio das línguas e costumes euro- -europeus Georges Dumézil, conta a história de um camponês que, sem
querer, libertou o diabo de um caixote que ele transportava para um padre na sua carroça. Livre e solto, o diabo — que está sempre fazendo alguma coisa — começou a
surrar o seu involuntário libertador, perguntando ansiosamente: “O que devo fazer?” O camponês mandou que ele construísse uma ponte de pedra e, em instantes, ela
ficou pronta. E logo o diabo perguntou novamente: “O que devo fazer?” O camponês mandou que o diabo juntasse todos os excrementos de cavalo do reino da
Dinamarca e, num instante, a tarefa estava cumprida. Aterrorizado porque ia apanhar novamente, o camponês teve a feliz ideia de mandar que o diabo recuperasse o
tempo. Sabendo que o tempo era precioso, o diabo saiu em sua busca, mas não conseguia alcançá-lo. Trouxe dele pedaços, mas não o tempo inteiro como ordenara o
camponês. Não tendo observado a tarefa, o diabo voltou para a caixa.

O tempo como potência impossível de ser apanhada foi brilhantemente descrito por Frei Antônio das Chagas num poema escrito nos mil seiscentos e tanto:

Deus pede estrita conta de meu tempo.


E eu vou do meu tempo dar-lhe conta.
Mas como dar, sem tempo, tanta conta
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?

Para dar minha conta feita a tempo,


O tempo me foi dado e não fiz conta,
Não quis, sobrando tempo, fazer conta.
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.

Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,


Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!

Pois aqueles que, sem conta, gastam tempo,


Quando o tempo chegar de prestar conta,
Chorarão, como eu, o não ter tempo...

Afinal, somos nós que brincamos o carnaval ou é o carnaval que brinca conosco o tempo todo?

DAMATTA, R. O Globo, Rio de Janeiro, 10 fev. 2016. Primeiro Caderno, p. 13. Adaptado.

A palavra em destaque está acentuada de acordo com a norma-padrão em:

a) É preciso prestar contas à você.


b) Quanto à essa lenda, sabe-se que é escandinava.
c) O diabo nunca mais voltou à Dinamarca.
d) O diabo cumpriu à tarefa.
e) A divulgação dessa lenda é atribuída à Georges Dumézil.
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Questão 149: CESGRANRIO - Ag PM (IBGE)/IBGE/2016


Assunto: Crase
Texto

Do fogo às lâmpadas de LED

Ao longo de nossa evolução, desenvolvemos uma forma muito eficiente de detectar a luz: nosso olho. Esse órgão nos permite enxergar formas e cores de maneira ímpar.
O que denominamos luz no cotidiano é, de fato, uma onda eletromagnética que não é muito diferente, por exemplo, das ondas de rádio ou micro-ondas, usadas em
comunicação via celular, ou dos raios X, empregados em exames médicos.

Para que pudesse enxergar seu caminho à noite, o homem buscou o desenvolvimento de fontes de iluminação artificial. Os primeiros humanos recolhiam restos de
queimadas naturais, mantendo as chamas em fogueiras. Posteriormente, descobriu-se que o fogo poderia ser produzido ao se atritarem pedras ou madeiras, dando o
primeiro passo rumo à tecnologia de iluminação artificial.

A necessidade de transporte e manutenção do fogo levou ao desenvolvimento de dispositivos de iluminação mais compactos e de maior durabilidade. Assim, há cerca
de 50 mil anos, surgiram as primeiras lâmpadas a óleo, feitas a partir de rochas e conchas, tendo, como pavio, fibras vegetais que queimavam em óleo animal ou vegetal.
Mais tarde, a eficiência desses dispositivos foi aumentada, com o uso de óleo de tecidos gordurosos de animais marinhos, como baleias e focas.

As lâmpadas a óleo não eram adequadas para que áreas maiores (ruas, praças etc.) fossem iluminadas, o que motivou o surgimento das lâmpadas a gás obtido por meio
da destilação do carvão mineral. Esse gás poderia ser transportado por tubulações ao local de consumo e inflamado para produzir luz.

O domínio da tecnologia de geração de energia elétrica e o entendimento de efeitos associados à passagem de corrente elétrica em materiais viabilizaram o
desenvolvimento de novas tecnologias de iluminação: lâmpadas incandescentes, com filamentos de bambu carbonizado, que garantem durabilidade de cerca de 1,2 mil
horas à sua lâmpada; e as lâmpadas halógenas, com maior vida útil e luz com maior intensidade e mais parecida com a luz solar.

AZEVEDO, E. R.; NUNES, L. A. O. Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje. n. 327, julho 2015, p. 38-40. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2015/327/ do-fogo-as-
lampadas-led>. Acesso em: 4 ago. 2015. Adaptado.

O sinal indicativo da crase é obrigatório, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, na palavra destacada em:

a) A substituição de computadores por outro tipo de aparelho tem provocado a queda no número de lojas de equipamentos de informática.
b) As empresas especializadas em informática começaram a criticar o uso excessivo dos telefones celulares.
c) A transformação da iluminação artificial deve-se a dedicação de nossos antepassados para encontrar solução para enxergar durante a noite.
d) Os grandes magazines vendem aparelhos eletrônicos modernos e econômicos a preço de custo e em muitas parcelas.
e) O uso de novas tecnologias na iluminação artificial possibilita a redução do consumo de energia elétrica e um melhor desempenho.

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Questão 150: CESGRANRIO - Ag PT (IBGE)/IBGE/2016


Assunto: Crase
Biodiversidade queimada

A Mata Atlântica tornou-se o ecossistema mais ameaçado do Brasil. O desmatamento tem-se ampliado excessivamente, principalmente no trecho mais ao norte dessa
floresta, em áreas costeiras dos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, onde restam apenas cerca de 10% da vegetação nativa original. O risco
é maior nessa parcela da mata porque a região apresenta uma das maiores densidades populacionais do Brasil.

O censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou pouco mais de 12 milhões de pessoas nos 271 municípios na área de ocorrência da
Mata Atlântica ao norte do rio São Francisco. Desse total, cerca de 2 milhões foram classificados como população rural. Na região, portanto, a Mata Atlântica está
cercada de gente por todos os lados e, infelizmente, uma parcela importante dessas pessoas está em situação de pobreza. Imersas nessa combinação indesejável de
pobreza e degradação ambiental estão dezenas de espécies de aves, anfíbios, répteis e plantas, muitas já criticamente ameaçadas de extinção.

É nesse cenário que, ao longo de mais de uma década, pesquisadores têm feito estudos para entender como a perturbação extrema da paisagem altera a dinâmica vital
dos remanescentes da Mata Atlântica, causando perda de espécies, colapso da estrutura florestal e redução de serviços ambientais importantes para o bem-estar
humano.

Esses são os efeitos em grande escala, resultantes de modificações severas na estrutura da paisagem. Há, porém, outras perturbações de origem humana e de menor
escala, mas contínuas e generalizadas, que podem ser descritas como crônicas: a caça, a retirada ocasional de madeira (a maior parte da madeira nobre já desapareceu)
e a coleta de lenha, entre outros. Um desses estudos, recentemente concluído, buscou quantificar esse ‘efeito formiguinha’ e trouxe dados inéditos sobre o impacto da
retirada de lenha para consumo doméstico sobre a Mata Atlântica nordestina.

A madeira foi o primeiro combustível usado pela humanidade para cozinhar alimentos. Estima-se que, hoje, no mundo, mais de 2 bilhões de pessoas ainda precisem de
lenha e/ou carvão para uso doméstico. Como a dependência de biomassa para fins energéticos está diretamente associada à pobreza, o simples ato de acender um
fogão a gás para preparar as refeições é uma realidade distante para mais de 700 mil habitantes da região da Mata Atlântica do Nordeste, a porção de floresta mais
ameaçada do Brasil. Essas pessoas dependem ainda, para cozinhar, de lenha retirada dos remanescentes de floresta. Já que, em média, cada indivíduo queima
anualmente meia tonelada de lenha, a Mata Atlântica perde 350 mil toneladas de madeira por ano, em séria ameaça à conservação dos fragmentos florestais que ainda
resistem nessa parte do país.

Os dados da pesquisa foram coletados de 2009 a 2011, a partir de entrevistas sistematizadas com 270 chefes de família e medição do uso de lenha em cada casa.
Foram investigadas áreas rurais, assentamentos e vilas agrícolas de usinas de açúcar em Pernambuco, na Paraíba e no Rio Grande do Norte. O estudo registrou o
consumo de lenha de 67 espécies de árvores (apenas sete exóticas) e, do total da lenha utilizada, 79% vieram diretamente da Mata Atlântica.

SPECHT, M. J.; TABARELLI, M.; MELO, F. Revista Ciência Hoje, n.308. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, out. 2013. p. 18-20. Adaptado.

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o sinal indicativo da crase é obrigatório na palavra destacada em:

a) Em áreas rurais próximas a florestas, famílias de baixa renda praticam a caça e utilizam madeira para gerar energia para a alimentação.
b) As substâncias tóxicas da fumaça da lenha causam inflamações nas vias respiratórias e nos pulmões, além de reduzirem a imunidade.
c) Os fogões ecológicos são preferíveis a fogões de lenha porque são projetados para não emitir fumaça dentro das residências.
d) Os moradores das regiões mais pobres devem ser informados sobre os males que a fumaça do fogão de lenha pode trazer a crianças e velhos.
e) Alguns programas de eficiência energética têm sido implementados na região, porque podem reduzir a metade o consumo de lenha
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Questão 151: CESGRANRIO - Seg Of (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Náutica/2016


Assunto: Crase
O velho olhando o mar

Meu carro para numa esquina da praia de Copacabana às 9h30 e vejo um velho vestido de branco numa cadeira de rodas olhando o mar a distância. Por ele passam
pernas portentosas, reluzentes cabeleiras adolescentes e os bíceps de jovens surfistas. Mas ele permanece sentado olhando o mar a distância. [...]

O carro continua parado, o sinal fechado e o estupendo calor da vida batia de frente sobre mim. Tudo em torno era uma ávida solicitação dos sentidos. Por isso,
paradoxalmente, fixei-me por um instante naquele corpo que parecia ancorado do outro lado das coisas. E sem fazer qualquer esforço comecei a imaginá- lo quando
jovem. É um exercício estranho esse de começar a remoçar um corpo na imaginação, injetar movimento e desejo nos seus músculos, acelerando nele, de novo, a avareza
de viver cada instante.

A gente tem a leviandade de achar que os velhos nasceram velhos, que estão ali apenas para assistir ao nosso crescimento. Me lembro que, menino, ao ver um velho
parente relatar fatos de sua juventude, tinha sempre a sensação de que ele estava inventando uma estória para me convencer de alguma coisa.

No entanto, aquele velho que vejo na esquina da praia de Copacabana deve ter sido jovem algum dia, em alguma outra praia, nos braços de algum amor, bebendo e
farreando irresponsavelmente e achando que o estoque da vida era ilimitado.

Teria ele algum desejo ao olhar as coxas das banhistas que passam? Olhando alguma delas teria se posto a lembrar de outros corpos que conheceu? Os que por ele
passam poderiam supor que ele fazia maravilhas na cama ou nas pistas de dança? [...]

Ele está ali, eu no meu carro, e me dou conta de que um número crescente de amigos e conhecidos tem me pronunciado a palavra “aposentadoria” ultimamente. Isso é
uma síndrome grave. Em breve estarei cercado de aposentados e forçosamente me aposentarão. Então, imagino, vou passear de short branco e boné pelo calçadão da
praia, fingindo ser um almirante aposentado, aproveitando o sol mais ameno das 9h30 até cair sentado numa cadeira e ficar olhando o mar. [...]

Meu carro, no entanto, continua parado no sinal da praia de Copacabana. O carro apenas, porque a imaginação, entre o sinal vermelho e o verde, viajou intensamente. Vou
ter de deixar ali o velho e sua acompanhante olhando o mar por mim. Vou viver a vida por ele, me iludir de que no escritório transformo o mundo com telefonemas,
projetos e papéis. Um dia talvez esteja naquela cadeira olhando o mar a distância, a vida distante.

Mas que ao olhar para dentro eu tenha muito que rever e contemplar. Nesse caso não me importarei que o moço que estiver no seu carro parado no sinal imagine coisas
sobre mim. Estarei olhando o mar, o mar interior, e terei navegantes alegrias que nenhum passante compreenderá.

SANT’ANNA, A. R. Coleção melhores crônicas –


Affonso Romano de Sant’Anna. Seleção e prefácio: Letícia Malard. São Paulo: Global, 2003.

O acento grave está utilizado de acordo com a norma-padrão na seguinte frase:

a) O sol estava à pino no calçadão.


b) O homem estava à passeio na praia.
c) A cena à qual o motorista assistiu o impressionou.
d) À imagem do mar era como ele havia pensado.
e) O velho via à praia com um olhar perdido.
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Questão 152: CESGRANRIO - Peda (DETRAN AC)/DETRAN AC/2009


Assunto: Crase
A vida dos outros

Almoço fora todos os dias. Isso não é problema, porque meu escritório fica em local muito movimentado e com grande variedade de restaurantes. Em geral, prefiro
aqueles que oferecem comida a quilo, essa maravilhosa invenção moderna (há quem garanta ser invenção brasileira) que permite comer na medida certa, sem
desperdícios, e observar os pratos antes de fazer a escolha.

Mas gosto dos restaurantes a quilo também por outra razão: são feitos sob medida para os solitários. Neles, reinam os introvertidos, os retraídos, os tímidos. Você entra,
escolhe, pesa, se senta, come, paga e vai embora. Se não quiser, não precisa conversar com ninguém, emitir um som, pronunciar uma só palavra.

Talvez por isso, os restaurantes a quilo vivam apinhados de pessoas sozinhas. Neles, elas não têm qualquer pudor de se sentar à mesa sem ter companhia, nem nos fins
de semana, que é tempo de família, amigos, congregação. Os restaurantes a quilo são também muito frequentados por turistas, pois é um conforto para eles entrar e
comer num lugar em que não precisam tentar se entender com pessoas que só falam essa língua secreta chamada português.

O restaurante a quilo é o lugar onde a palavra é supérflua e onde deveria reinar o silêncio. Pois é – deveria. Mas o que ocorre é justamente o contrário. E por quê? Por
culpa do telefone celular.

Por alguma razão, as pessoas precisam falar ao celular quando se sentam para comer. Resolvem assuntos pendentes, pedem informações, fazem encomendas, fecham
negócios ou mesmo batem papo com o amigo ou amiga que não vêem há tempos – e tudo isso enquanto mastigam e engolem o almoço. Pobres estômagos.

E pobre de mim. Não consigo ficar indiferente ao que está sendo dito nos celulares à minha volta. Assim que a conversa se estabelece, começo a prestar atenção ao que
está sendo dito e, daqui a pouco, quase sem perceber, me vejo vivendo a vida dos outros. Sofro, brigo, peço ou dou informação, falo de trabalho, marco reuniões, fico
estressada com a mercadoria que não chegou – e tudo sem ter nada a ver com isso.

Outro dia, durante um almoço, participei de duas conversas inquietantes. A primeira foi quando uma jovem na mesa à minha esquerda atendeu um telefonema a respeito
de uma encomenda. Do outro lado do fio, alguém tinha dúvidas e queria que ela confirmasse certas coisas. Não consegui entender a que produto se referiam, mas sei
que a moça parou de comer e, segurando o celular entre a orelha e o ombro, catou na bolsa um caderninho e repetiu, aos gritos (a ligação parecia estar ruim), números de
série do artigo encomendado. Enquanto isso, a comida em seu prato esfriava. E a minha também. Como eu poderia comer sem ver aquele assunto resolvido?

Mal ela desligou e já tocava o celular de outra senhora, duas ou três mesas à minha frente. Estava encoberta e não pude ver-lhe o rosto. Mas acompanhei, acabrunhada,
sua conversa sobre a amiga internada, que acabara de ser operada. Perdi a fome de vez.

Com o advento do celular, minha vida ficou assim. Já não tenho noção dos limites (onde acaba a minha vida e começa a do outro?). Ou talvez tenham sido as pessoas
que perderam esses limites. Porque a tecnologia transformou o mundo, mas não surgiram novas regras para acompanhar as transformações. Será que algum dia uma
nova etiqueta vai entrar em vigor, estabelecendo que é falta de educação falar enquanto se almoça num restaurante (estando ou não de boca cheia)? Espero que sim.
Mas enquanto isso não acontece, vou vivendo a vida dos outros.

SEIXAS, Heloisa. Disponível em: www.selecoes.com.br.


Acesso em: set. 2008. (Adaptado).

Analise as frases a seguir, quanto ao uso do acento indicativo de crase.

I – Heloísa não sabe se a comida está à altura dos convidados.

II – Os telefones começaram a tocar à partir daquele momento.

III – Ao sair à rua, percebeu que esquecera o celular.

IV – A moça teria de informar se o pagamento seria feito à vista ou à prazo.

O acento indicativo de crase está empregado de forma totalmente correta APENAS nas frases

a) II, III e IV.


b) II e IV.
c) I, II e III.
d) I e IV.
e) I e III.
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Questão 153: CESGRANRIO - Med do Trab (PETRO)/PETROBRAS/Júnior/2017


Assunto: Crase
Como o aquecimento global está atrapalhando a aviação

No mês passado, dezenas de voos foram cancelados nos EUA por causa do calor. Veja porque isso se tornará cada vez mais comum.

Com a temperatura na casa dos 48 ºC — e uma sensação térmica que supera fácil os 50 ºC —, é complicado levar a vida normalmente. Sair de casa é pedir para começar
a suar e desidratar a uma velocidade digna de ambiente desértico. Seja muito bem-vindo ao verão de Phoenix, capital do Arizona, onde o ar-condicionado é seu amigo
mais inseparável.

Por lá, as temperaturas altas não impactam só as contas de luz. A onda de calor anormal que o sudoeste dos EUA enfrentou recentemente causou também outro
problema, menos usual: o cancelamento de dezenas de voos comerciais. É isso mesmo. Em julho passado, aviões foram impedidos de deixar o Sky Harbor, aeroporto
internacional da cidade, pelo simples motivo de estar quente demais.

Mesmo quem não é do ramo sabe que aeronaves foram criadas para operar sob algumas condições climáticas específicas. Por causa disso, vira e mexe mudanças de
tempo muito bruscas como nevascas e neblinas intensas as impedem de decolar — atrasando as viagens e aumentando a impaciência dos clientes.

No que diz respeito a problemas de visibilidade, não há muito o que fazer. O ponto é que o calor também pode comprometer bastante a viagem: cientistas já
demonstraram que o desempenho das aeronaves é pior em dias extremamente quentes. Isso porque o aumento da temperatura atmosférica faz a densidade do ar
diminuir, o que prejudica toda a aerodinâmica do veículo.

A sustentação que as asas do avião garantem depende da densidade do ar. Quanto menor for a densidade do ar, mais rápido um avião tem que acelerar na hora da
decolagem para compensar a perda de estabilidade.

O problema é que, para conseguir uma velocidade maior, é necessária uma pista com tamanho suficiente para a tarefa. Corre-se o risco, nos locais onde o trecho de
asfalto é curto demais, de que o avião não adquira velocidade adequada para deslanchar de vez sem problemas de sustentação. A principal forma que as torres de
controle têm para garantir que isso não aconteça é diminuir o peso da aeronave — seja retirando carga, combustível ou material humano mesmo.

Os efeitos dessa restrição de peso podem pesar no bolso das companhias aéreas e mudar operações pelo mundo todo. A conta é bem simples: menos passageiros nos
voos significa menos dinheiro para as companhias aéreas. Os primeiros a sofrer com os cortes são voos mais longos. Conectar pontos distantes do globo só vale a pena
se o roteiro for cumprido com o máximo de aproveitamento. A tendência, então, é que os voos maiores sejam remanejados para momentos menos quentes do dia. E
como nada vem sozinho, a alteração de rotas e duração dos voos, pode, eventualmente, aumentar também o consumo de combustível. O resto você já sabe. O serviço
fica mais caro, passam a existir menos opções, os aeroportos operam além da capacidade e o caos aéreo se torna maior.

Para completar o pacote, o calor poderá influenciar até mesmo no famoso “medo de avião”. Isso porque a elevação das temperaturas tornará as turbulências mais
frequentes e intensas. Uma pesquisa publicada neste ano mostrou que turbulências severas vão aumentar 149% e os chacoalhões moderados crescerão até 94% nos
próximos anos. Culpa do aumento na quantidade de ventos de alta altitude, que ganham força com o calor.

ELER, G. Como o aquecimento global está atrapalhando a aviação. 5 ago. 2017.


Disponível em: <https://super.abril.com.br/tecnologia/como-o-aquecimento-global-esta-atrapalhando-a-aviacao/>.
Acesso em: 12 ago. 2017. Adaptado.

Sabendo-se que o acento grave marca a crase e que esta é o fenômeno de fusão de duas vogais idênticas, o acento grave está empregado de acordo com a norma-
padrão em:

a) A viagem foi à convite da empresa.


b) O comandante fez alusão à aviação.
c) O governador de SP veio à Brasília.
d) A família chegou à comprar as passagens.
e) A elevação da temperatura provoca à turbulência.
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Questão 154: CESGRANRIO - Tec (PETRO)/PETROBRAS/Segurança Júnior/2017


Assunto: Crase
Energia eólica na história da Humanidade

Energia, derivada de energeia, que em grego significa “em ação”, é a propriedade de um sistema que lhe permite existir, ou seja, realizar “trabalho” (em Física). Energia é
vida, é movimento — sem a sua presença o mundo seria inerte. Saber usar e administrar sua produção por meio de diferentes fontes de energia é fundamental.

Desde o início da vida em sociedade, as fontes de energia de que o homem precisa devem ser geradas continuamente, ou armazenadas para serem consumidas nos
momentos de necessidade. A utilização de diversas formas de energia possibilita ao homem cozinhar seu alimento, fornecer combustível aos seus sistemas de
transporte, aquecer ou refrigerar suas residências e movimentar suas indústrias.

Existem fontes de energia alternativas que, adequadamente utilizadas, podem substituir os combustíveis fósseis em alguns de seus usos, reservando-os para aquelas
situações em que a substituição ainda não é possível. A energia eólica é uma delas.

A energia eólica é a energia gerada pela força do vento, ou seja, é a força capaz de transformar a energia do vento em energia aproveitável. É captada através de
estruturas como: aerogeradores, que possibilitam a produção de eletricidade; moinhos de vento, com o objetivo de produzir energia mecânica que pode ser usada na
moagem de grãos e na fabricação de farinha; e velas, já que a força do ar em movimento é útil para impulsionar embarcações.

A mais antiga forma de utilização da energia eólica foi o transporte marítimo. Naus e caravelas movidas pelo vento possibilitaram empreender grandes viagens, por
longas distâncias, levando a importantíssimas descobertas.

Atualmente, o desenvolvimento tecnológico descobriu outras formas de uso para a força eólica. A mais conhecida e explorada está voltada para a geração de força
elétrica. Isso é possível por meio de aerogeradores, geradores elétricos associados ao eixo de cata-ventos que convertem a força cinética contida no vento em energia
elétrica. A quantidade de energia produzida vai depender de alguns fatores, entre eles a velocidade do vento no local e a capacidade do sistema montado.

A criação de usinas para captação da energia eólica possui determinadas vantagens. O impacto negativo causado pelas grandes turbinas é mínimo quando comparado
aos causados pelas grandes indústrias, mineradoras de carvão, hidrelétricas, etc. Esse baixo impacto ocorre porque usinas eólicas não promovem queima de
combustível, nem geram dejetos que poluem o ar, o solo ou a água, além de promoverem maior geração de empregos em regiões desfavorecidas. É uma fonte de energia
válida economicamente pois é mais barata.

A energia eólica é uma fonte de energia que não polui e é renovável, mas que, apesar disso, causa alguns impactos no ambiente. Isso acontece devido aos parques
eólicos ocuparem grandes extensões, com imensos aerogeradores instalados. Essas interferências no ambiente são vistas, muitas vezes, como desvantagens da energia
eólica. Assim, citam-se as seguintes desvantagens: a vasta extensão de terra ocupada pelos parques eólicos; o impacto sonoro provocado pelos ruídos emitidos pelas
turbinas em um parque eólico; o impacto visual causado pelas imensas hélices que provocam certas sombras e reflexos desagradáveis em áreas residenciais; o impacto
sobre a fauna, provocando grande mortandade de aves que batem em suas turbinas por não conseguirem visualizar as pás em movimento; e a interferência na radiação
eletromagnética, atrapalhando o funcionamento de receptores e transmissores de ondas de rádio, TV e micro-ondas.

Esse tipo de energia já é uma realidade no Brasil. Nosso país já conta com diversos parques e usinas. A tendência é que essa tecnologia de geração de energia cresça
cada vez mais, com a presença de diversos parques eólicos espalhados pelo Brasil.

Disponível em: <http://www.fontesdeenergia.com/tipos/renovaveis/energia-eolica/>.


Acesso em: 5 ago. 2017. Adaptado.

O acento grave indicador da crase está corretamente empregado, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, em:

a) As lâmpadas de LED são sustentáveis e duráveis, à ponto de economizar no consumo e oferecer segurança e estabilidade na iluminação.
b) Entre os exemplos de fontes alternativas de energia, destaca-se a energia solar, gerada à partir dos raios solares.
c) O desperdício de água aumenta à cada dia, e pode gerar uma série de problemas, que afetarão toda a população.
d) Os primeiros europeus que vieram à América trouxeram consigo a tecnologia existente no Velho Continente.
e) Por volta do ano 1000, os moinhos de vento eram usados para bombear à água do mar.
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Questão 155: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Administração/2011


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Texto

A REDESCOBERTA DO BRASIL

Na segunda metade do século XVI, quando o rei D. Manoel, o capitão-mor Pedro Álvares Cabral e o escrivão Pero Vaz de Caminha já estavam mortos havia mais de duas
décadas, começaria a surgir em Lisboa a tese de que o Brasil fora descoberto por acaso. Tal teoria foi obra dos cronistas e historiadores oficiais da corte. [...]

Embora narrassem fatos ocorridos havia apenas meio século e tivessem acesso aos arquivos oficiais, os cronistas reais descreveram o descobrimento do Brasil com
base na chamada Relação do Piloto Anônimo. A questão intrigante é que em nenhum momento o "piloto anônimo" faz menção à tempestade que, segundo os cronistas
reais, teria feito Cabral "desviar- se" de sua rota. Embora a carta de Caminha não tenha servido de fonte para os textos redigidos pelos cronistas oficiais do reino, esse
documento também não se refere a tormenta alguma. Pelo contrário: mesmo quando narra o desaparecimento da nau de Vasco de Ataíde, ocorrido duas semanas
depois da partida de Lisboa, Caminha afirma categoricamente que esse navio sumiu "sem que houvesse tempo forte ou contrário para poder ser".

Na verdade, a leitura atenta da carta de Caminha e da Relação do Piloto Anônimo parece revelar que tudo na viagem de Cabral decorreu na mais absoluta normalidade e
que a abertura de seu rumo para oeste foi proposital. De fato, é difícil supor que a frota pudesse ter-se desviado "por acaso" de sua rota quando se sabe – a partir das
medições astronômicas feitas por Mestre João – que os pilotos de Cabral julgavam estar ainda mais a oeste do que de fato estavam. [...]

Reescrevendo a História

Mais de 300 anos seriam necessários até que alguns dos episódios que cercavam o descobrimento do Brasil pudessem começar a ser, eles próprios, redescobertos. O
primeiro passo foi o ressurgimento da carta escrita por Pero Vaz de Caminha – que por quase três séculos estivera perdida em arquivos empoeirados. [...] O documento
foi publicado pela primeira vez em 1817, pelo padre Aires do Casal, no livro Corografia Brazílica. Ainda assim, a versão lançada por Aires do Casal era deficiente e
incompleta [...]. A "redescoberta" do Brasil teria que aguardar mais algumas décadas.

Não por coincidência, ela se iniciou no auge do Segundo Reinado. Foi nesse período cheio de glórias que o país, enriquecido pelo café, voltou os olhos para a própria
história. Por determinação de D. Pedro II, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (fundado em 1838) foi incumbido de desvendar os mistérios que cercavam o
descobrimento do Brasil. [...]

Ainda assim, a teoria da intencionalidade [...] e a tese da descoberta casual [...] não puderam, e talvez jamais possam, ser definitivamente comprovadas. Por mais
profundas e detalhadas que sejam as análises feitas sobre os três únicos documentos originais relativos à viagem (as cartas de Pero Vaz de Caminha, do Mestre João e
do "piloto anônimo"), elas não são suficientes para provar se o descobrimento de Cabral obedeceu a um plano preestabelecido ou se foi meramente casual.

BUENO, Eduardo. A Viagem do Descobrimento. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998. (Coleção Terra Brasilis, v. 1). p. 127-130. Adaptado.

A sentença em que o verbo está corretamente flexionado de acordo com a norma-padrão, sem provocar contradição de significado, é:

a) O acaso ou a intencionalidade foi a causa da descoberta do Brasil.


b) Haviam 60% de possibilidades de o Brasil ter sido descoberto por acaso.
c) Eu e vocês acreditam na descoberta casual do nosso país.
d) Não gastava a corte tempo com as preocupações que ocupava os historiadores.
e) Devem haver mais evidências para a tese de descoberta casual do Brasil.

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Questão 156: CESGRANRIO - Tec Arq (BNDES)/BNDES/2011


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Dê uma chance ao ser humano

A vizinha tocou a campainha e, quando abri a porta, surpreso com a visita inesperada, ela entrou, me abraçou forte e falou devagar, olhando fundo nos meus olhos: "Você
tem sido um vizinho muito compreensivo, e eu ando muito relapsa na criação dos meus cachorros. Isso vai mudar!" Desde então, uma série de procedimentos na casa
em frente à minha acabou com um pesadelo que me atormentou por mais de um ano. Sei que todo mundo tem um caso com o cachorro do vizinho para contar, mas,
com final feliz assim, francamente, duvido. A história que agora passo a narrar do início explica em grande parte por que ainda acredito no ser humano – ô, raça!

Meus vizinhos, pelo menos assim os vejo da janela lá do cafofo, não são pessoas comuns. Falo de gente especial, um casal de artistas, ele músico, ela bailarina, dupla de
movimentos suaves e silenciosos, olhar maduro, fuso horário próprio e descompromisso amplo, geral e irrestrito com a pressa na execução das tarefas domésticas que
assumem sem ajuda de ninguém. [...] A paz mora do outro lado da rua e, confesso, morro de inveja quando me mato de trabalhar noite adentro ali adiante. Queria ser
como eles.

Quando o primeiro pastor alemão chegou ainda moleque para morar com meus adoráveis vizinhos, a casa de pedra onde eles moravam viveu dias de alegria contagiante.
O bicho era uma gracinha, foi crescendo, começou a latir, mas nada que quebrasse a harmonia do lugar. [...] Quando, logo depois do primeiro acasalamento, o segundo
pastor alemão fez crescer a família, cada paralelepípedo da minha rua pressentiu o que estava para acontecer. Ou não! De qualquer forma, eu achava que, se porventura
aquilo virasse o inferno que se anunciava, outro vizinho decerto perderia a paciência antes de mim, que, afinal, virei tiete do jeito de viver que espiava pela janela do
escritório de casa. Eu, ir lá reclamar, nunca!

Não sei se os outros vizinhos decidiram em assembleia que esperariam a todo custo por uma reação minha, mas, para encurtar a história, o fato é que um ano e tanto
depois da chegada do primeiro pastor alemão àquela casa, eu tive um ataque, enlouqueci, surtei. Imagine o mico: vinha chegando da rua com meus filhos – gêmeos de
10 anos –, chovia baldes, eu não conseguia achar as chaves e os bichos gritavam como se fôssemos assaltantes de banco. [...]

– Cala a booooocaaa! – gritei para ser ouvido em todo o bairro. Os cachorros emudeceram por 10 segundos. Fez-se um silêncio profundo na Gávea. Os garotos me
olhavam como se estivessem vendo alguém assim, inteiramente fora de si, pela primeira vez na vida. Eu mesmo não me reconhecia, mas, à primeira rosnada que se
seguiu, resolvi ir em frente, impossível recuar: "Cala a boooooocaaa! Cala a boooooocaaa!" Silêncio total. Os meninos estavam agora admirados: acho que jamais tinham
visto aqueles bichos de boca fechada.

[...] Entrei rápido com as crianças entre arrasado e aliviado. Achei na hora que devia conversar com meus filhos, que melhor ainda seria escrever com eles uma carta
educada e sincera explicando a situação aos nossos vizinhos preferidos.

Comecei pedindo desculpas pela explosão daquela noite, mas pedia licença para contar o drama que se vivia do lado de cá da rua. Havia muito tempo não entrava nem
saía de casa sem que os cães dessem alarme de minha presença na rua. Tinha vivido uma época de separações, morte de gente muito querida, além de momentos de
intensa felicidade, sempre com aqueles bichos latindo sem parar. [...] – escrevi algo assim, mais resignado que irritado, o arquivo original sumiu do computador.

Mas chegou aonde devia ou a vizinha não teria me dado aquele abraço comovido na noite em que abri a porta, surpreso com ela se anunciando no interfone, depois de
meu chilique diante de casa. [...]

Desde então – há coisa de um mês, portanto –, meus vizinhos têm feito o possível para controlar o ímpeto de seus bichos, que já não me vigiam dia e noite, arrumaram
para eles coisa decerto mais interessante a fazer no quintal. [...] Às vezes não acredito que isso esteja realmente acontecendo neste mundo cão em que vivemos. Se não
estou vendo coisas – o que também ocorre com certa frequência –, o ser humano talvez ainda tenha alguma chance de dar certo. Pense nisso!

VASQUES, Tutty. Dê uma chance ao ser humano. In: SANTOS, Joaquim Ferreira. As Cem Melhores Crônicas Brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. p. 311-313. Adaptado.

Observe o período abaixo.

Você tem sido um vizinho muito compreensivo, e eu ando meio relapso na criação de meu bicho de estimação.

Substituindo-se as palavras em destaque por seus correspondentes plurais, mantendo-se a norma-padrão de concordância, chega-se ao seguinte período:

a) Vocês têm sido vizinhos muito compreensivos, e nós andamos meios relapsos nas criações de nossos bichos de estimações.
b) Vocês têm sido um vizinho muito compreensivo, e nós andamos meio relapso na criação de meus bichos de estimação.
c) Vocês têm sido vizinhos muito compreensivos, e nós andamos meio relapsos na criação de nossos bichos de estimação.
d) Vocês tem sido um vizinho muito compreensivos, e nós andamos meios relapsos na criação de nossos bichos de estimação.
e) Vocês tem sido vizinhos muito compreensivos, e nós andamos meio relapso nas criações de meus bichos de estimação.

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Questão 157: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Engenharia/2011


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Texto

Vista cansada

Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro
escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway
tenha acabado como acabou.

Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não
vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O
campo visual da nossa rotina é como um vazio.

Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um
profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe
passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar
estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver.
Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.

Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há
pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no
coração o monstro da indiferença.

RESENDE, Otto Lara. Disponível em: http://www.releituras.com/olresende_vista.asp Acesso em: 21 dez. 2010. (Adaptado)

Transpondo o período "Há pai que nunca viu o próprio filho." para o plural e substituindo haver por outro verbo ou locução verbal de sentido equivalente, o período que
NÃO apresenta ERRO quanto à concordância verbal é:

a) Existem pais que nunca viram os próprios filhos.


b) Devem haver pais que nunca viram os próprios filhos.
c) Deve existir pais que nunca viram os próprios filhos.
d) Hão de haver pais que nunca viram os próprios filhos.
e) Há de existir pais que nunca viram os próprios filhos.

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Questão 158: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Análise de Sistemas - Suporte/2010


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Além da aparência

"Só existem dois dias em que nada pode ser feito: um se chama ontem e o outro amanhã" - Dalai Lama. Início de ano é sempre a mesma coisa: "Este ano vou emagrecer",
"Este ano vou arranjar um bom trabalho", "Este ano vou achar o amor da minha vida", este ano, este ano... e por aí vai. Vale tudo (ou quase tudo): roupa branca, pular sete
ondas, comer lentilha, se consultar com cartomantes, tarólogos, astrólogos que podem até nos dar uma previsão. Contudo, mais que prever o futuro é preciso concebê-
lo! Conceber o futuro é somar novos esforços àqueles já feitos anteriormente em busca de um objetivo muito bem definido e planejado, sem esquecer que esse futuro
que concebemos deve estar sempre em congruência com nosso eu. São muitas as promessas que fazemos com o raiar de um novo ano.

A sensação que se tem é a de que ganhamos um caderno novinho em folha, com páginas em branco nas quais escreveremos uma nova história. Mas muitos esquecem
que para fazer uma vida nova é preciso não apenas de um novo ano, mas sim de um conjunto de ações que, em minha opinião, podem ser resumidas em três: visão,
autoconhecimento e autodesenvolvimento. Assim, acredito que o primeiro passo na construção de uma vida nova começa pela definição de uma visão: o que você quer
da vida? Tem gente que vive apenas fazendo o que a vida quer, usando o velho lema do Zeca Pagodinho "deixa a vida me levar". Prefiro ficar com o Jota Quest que diz: "a
gente leva da vida a vida que a gente leva".

A visão pessoal tem o poder de dar sentido às coisas, muitas vezes aparentemente insignificantes. Ela responde aos porquês. Por que quero emagrecer? Por que quero
conseguir um trabalho novo? Por que estou fazendo isso ou aquilo? Ela nos guia e nos mantém no caminho, afinal para quem não sabe aonde vai qualquer caminho
serve. O Amir Klink tem uma frase brilhante que diz: "É muito triste passar a vida inteira cumprindo as suas obrigações sem nunca ter construído algo de fato". Primeiro
passo concluído, você sabe o que quer da vida. Agora é preciso saber o que é necessário para concretizar essa visão, para transformá-la em ação.

O segundo degrau dessa escada é saber quem você é. "Conhece-te a ti mesmo", como diria Sócrates, é fundamental. Literalmente, é preciso se olhar no espelho.
Fazemos isso o tempo todo com os outros, observando seus comportamentos, suas ações e até seus aspectos físicos. Mas, quanto tempo das nossas vidas nos
dedicamos à auto-observação? Olhar para si mesmo às vezes é duro: descobrimos coisas que nem sempre nos agradam, mas só assim é possível corrigi-las.

Tendo um objetivo claro e se conhecendo fica muito mais fácil definir quais "armas" usar. É como viajar: a depender do destino você arruma sua mala. Se você for para o
Alasca e não tiver roupas de frio terá que comprar ou pedir emprestado. O passo seguinte é se desenvolver. Ou seja, eu sei pra onde quero ir, conheço minhas forças e
fraquezas, o que preciso aprimorar e/ou adquirir para chegar lá? Conhecimento, comportamento e atitudes.

Uma avaliação 360º tornará possível identificar em quais aspectos precisaremos "caprichar" mais. É necessário armar-se competências, lembrando que o sucesso de
ontem não nos garante o sucesso de amanhã. Somando essas três ações e dedicando-se a elas está feito o caminho. Daí é fazer um acordo consigo mesmo e segui-lo à
risca. Mais do que estabelecer metas, é preciso planejar, buscar novas oportunidades, ter iniciativa, adquirir as informações necessárias, dar o melhor de si,
comprometer-se com suas escolhas, cultivar sua rede de contatos, ter autoconfiança, correr riscos sempre calculados e persistir.

Algumas pessoas tentam, fazem de tudo, mas não conseguem. Para esses deixo uma frase do Bernardinho, técnico da seleção brasileira masculina de vôlei: "Podemos
até não vencer o campeonato, mas precisamos deixar a quadra com a certeza de que fizemos o melhor que pudemos". Outras ganham fôlego no início, mas acabam
desistindo. Esses são aqueles que esperam pelos próximos anos, para começar tudo novo de novo. E há ainda aqueles que vão até o final, caem, levantam a poeira e dão
volta por cima. Mas é assim que a vida segue. Mensagem final? Não. Mensagem inicial (aqui vai ela): "Pedras no caminho? Guarde todas! Um dia construirá um castelo".

Carolina Manciola Disponível em <http://www.rh.com.br/Portal/Mudanca/Artigo/6506/ alem-da-aparencia.html>. Acesso em: 01 jul 2010. (Adaptado).

Substituindo-se o verbo destacado em "Só existem dois dias..." por uma locução verbal, ficará em DESACORDO com as regras de concordância verbal, segundo o registro
culto e formal da língua, a expressa em

a) podem existir.
b) hão de existir.
c) há de haver.
d) deve haver.
e) deve existir.

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Questão 159: CESGRANRIO - Tec Adm (BNDES)/BNDES/2010


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Sonhos, ousadia e ação
Albert Einstein (1879-1955), físico alemão famoso por desenvolver a Teoria da Relatividade, mencionou, durante sua vida, várias frases famosas. Uma delas é: "Nunca
penso no futuro. Ele chega rápido demais". Para um gênio como Einstein que vivia muito à frente de sua época, tal frase poderia ter certo sentido. Mas também deixa
claro que sua preocupação era agir no presente, no hoje, e as consequências dessas ações seriam repercutidas no futuro.

Ainda utilizando frases do físico, mais uma vez ele quebra um paradigma quando cita: "A imaginação é mais importante do que o conhecimento". Os céticos podem
insistir em afirmar que o mais importante é adquirir conhecimento. No entanto, sem a criatividade nascida de uma boa imaginação, de nada adianta possuir
conhecimento se você não tem curiosidade em ir além.

O conhecimento é muito importante para validar a criatividade e colocá-la em prática, mas antes de qualquer ação existiu a imaginação, um sonho que aliado ao
conhecimento e habilidades pode transformar-se em algo concreto. Já a imaginação criativa, sem ações, permanece apenas como um sonho.

Ainda à frente de sua época e indiretamente colaborando para os dias atuais, Einstein mais uma vez apresenta uma citação interessante: "no meio de qualquer
dificuldade encontra-se a oportunidade". Ou seja, mesmo em meio a uma crise, podemos encontrar oportunidades. Oportunidades aos empreendedores, aos inovadores,
às pessoas e empresas que tiverem atitude e criatividade, que saiam da mesmice, que não se apeguem a fatos já conhecidos, mas busquem o novo, o desconhecido.

Como profissionais, precisamos ser flexíveis e multifuncionais. Devemos deixar de nos conformarmos em saber executar apenas uma atividade e conhecer várias outras,
nas quais com interesse e dedicação podemos ser diferenciados. Já as organizações devem encontrar, em uma nova realidade, novos usos de produtos e boas
oportunidades para os mercados que passaram a existir.

E para fechar este artigo com chave de ouro, cito outra sábia frase de Einstein: "Algo só é impossível até que alguém duvide e acabe provando o contrário". Acredite, tudo
é possível desde que seja dado o primeiro passo. Você pode realizar seus sonhos se tiver confiança e lutar por eles. Poderá encontrar novas oportunidades desde que
olhe "fora da caixa" e seja o primeiro a descobrir uma chance que ninguém está conseguindo ver.

Para se chegar a uma longa distância é preciso, antes de tudo, dar o primeiro passo. Parecia impossível o homem voar e ir à lua. Quem imaginou, 30 anos atrás, que
poderíamos acessar milhares de informações em milésimos de segundos através da Internet? Mas para estas perguntas, por mais óbvias que sejam as soluções, faço
das palavras de Einstein minha resposta: alguém que duvidou e provou o contrário.

CAMPOS, Wagner. Disponível em: <http://tbc.rosier.com.br/oktiva. net/2163/nota/158049>. Acesso em: 02 jul 2010. (adaptado)

Há uma transgressão ao registro culto e formal da língua, quanto à concordância verbal e nominal em qual das frases abaixo?

a) Faz anos que procuramos descobrir a razão de tamanha preocupação com o futuro.
b) É preciso que se busque o novo haja vista o mercado que passou a existir.
c) Em meio a uma crise, ela mesma conseguiu reunir esforços para superar esse momento.
d) Os céticos discordam, mas pode haver sonhos passíveis de realização se lutarmos por eles.
e) Não se tratam de respostas para questionamentos de difíceis soluções.

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Questão 160: CESGRANRIO - Tec Arq (BNDES)/BNDES/2009


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
A era do tô me achando

"Bacanas teus óculos", falei. Leves, classudos, num tom esportivamente escuro, cada lente com uma sombra que subia de baixo para cima, tornavam misterioso o olhar
do amigo, um jovem editor. Comentei que nunca o tinha visto de óculos. Ele devolveu: "Pois é, mas eu estava com a vista cada vez mais cansada, até que fui ao oculista e
ele me disse que precisava usar. Dois graus de miopia. Excesso de leitura. Fazer o quê...", compungiu-se, o olhar vago, empurrando o par de lentes nariz acima com um
charme intelectualmente sofrido. Mês depois, encontrei uma amiga cujo pai é oftalmologista. Entre anedota e outra, ela me contou que um curioso cliente do pai havia
pedido um modelo de óculos sem grau. É, era ele mesmo – o editor.

Vivemos tempos curiosos. A cada segundo, e através de todos os meios possíveis, somos expostos aos corpos mais perfeitos, às biografias mais irretocáveis, à pose
generalizada de famosos e anônimos. Vaidade pura. Mas um momento: você já experimentou sair por aí todo mulambento, comparecer despenteado a uma entrevista de
emprego, esconder de parentes e amigos aquele êxito nos estudos? Impossível, não? Porque, hoje, não ter vaidade – não ter o hábito de apregoar aos quatro cantos,
reais e virtuais, o quanto você pode ser atraente, sensacional e único – parece ser um dos maiores pecados da nossa era, esse tempo em que todo mundo parece estar
"se achando".

Por isso, os óculos de araque do meu amigo. No meio altamente intelectualizado em que ele vive, circulando entre Festas Literárias de Paraty e debates seguidos de
sessões de autógrafo nas livrarias mais chiques do eixo Rio-São Paulo, ostentar uma armação bacanuda é o equivalente, em termos culturais, às pernas muito bem
torneadas – horas de academia – da mocinha da novela das 8. Ou seja: tudo é vaidade.

BRESSANE, Ronaldo. Revista vida simples. out. 2009.

Ela ____________ me contou que havia comprado uns óculos mais modernos.

É ______________ a entrada nas Festas Literárias de Paraty, sem a apresentação do convite.

Ela andava ____________ mulambenta pelas ruas da cidade.

Tendo em vista a concordância nominal, as frases acima devem ser completadas, segundo o registro culto e formal da língua, com as palavras

a) mesma – proibido – meio.


b) mesma – proibido – meia.
c) mesma – proibida – meio.
d) mesmo – proibida – meia.
e) mesmo – proibido – meio.

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Questão 161: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Administração/2013


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Texto
Dialética da mudança

Certamente porque não é fácil compreender certas questões, as pessoas tendem a aceitar algumas afirmações como verdades indiscutíveis e até mesmo a irritar-se
quando alguém insiste em discuti-las. É natural que isso aconteça, quando mais não seja porque as certezas nos dão segurança e tranquilidade. Pô-las em questão
equivale a tirar o chão de sob nossos pés. Não necessito dizer que, para mim, não há verdades indiscutíveis, embora acredite em determinados valores e princípios que
me parecem consistentes. De fato, é muito difícil, senão impossível, viver sem nenhuma certeza, sem valor algum.

No passado distante, quando os valores religiosos se impunham à quase totalidade das pessoas, poucos eram os que questionavam, mesmo porque, dependendo da
ocasião, pagavam com a vida seu inconformismo.

Com o desenvolvimento do pensamento objetivo e da ciência, aquelas certezas inquestionáveis passaram a segundo plano, dando lugar a um novo modo de lidar com as
certezas e os valores. Questioná-los, reavaliá-los, negá-los, propor mudanças às vezes radicais tornou-se frequente e inevitável, dando-se início a uma nova época da
sociedade humana. Introduziram-se as ideias não só de evolução como de revolução.

Naturalmente, essas mudanças não se deram do dia para a noite, nem tampouco se impuseram à maioria da sociedade. O que ocorreu de fato foi um processo difícil e
conflituado em que, pouco a pouco, a visão inovadora veio ganhando terreno e, mais do que isso, conquistando posições estratégicas, o que tornou possível influir na
formação de novas gerações, menos resistentes a visões questionadoras.

A certa altura desse processo, os defensores das mudanças acreditavam-se senhores de novas verdades, mais consistentes porque eram fundadas no conhecimento
objetivo das leis que governam o mundo material e social. Mas esse conhecimento era ainda precário e limitado.

Inúmeras descobertas reafirmam a tese de que a mudança é inerente à realidade tanto material quanto espiritual, e que, portanto, o conceito de imutabilidade é
destituído de fundamento.

Ocorre, porém, que essa certeza pode induzir a outros erros: o de achar que quem defende determinados valores estabelecidos está indiscutivelmente errado. Em outras
palavras, bastaria apresentar-se como inovador para estar certo. Será isso verdade? Os fatos demonstram que tanto pode ser como não.

Mas também pode estar errado quem defende os valores consagrados e aceitos. Só que, em muitos casos, não há alternativa senão defendê-los. E sabem por quê? Pela
simples razão de que toda sociedade é, por definição, conservadora, uma vez que, sem princípios e valores estabelecidos, seria impossível o convívio social. Uma
comunidade cujos princípios e normas mudassem a cada dia seria caótica e, por isso mesmo, inviável.

Por outro lado, como a vida muda e a mudança é inerente à existência, impedir a mudança é impossível. Daí resulta que a sociedade termina por aceitar as mudanças,
mas apenas aquelas que de algum modo atendem a suas necessidades e a fazem avançar.

GULLAR, Ferreira. Dialética da mudança. Folha de São Paulo, 6 maio 2012, p. E10.

De acordo com a norma-padrão, o verbo haver não pode assumir a forma de plural quando é usado como verbo impessoal.

A forma verbal destacada NÃO é impessoal em:

a) Em muitos casos, não há alternativa senão defender uma visão conservadora da sociedade.
b) Embora muitas pessoas insistam em não aceitar a mudança, para mim não há verdade indiscutível.
c) Houve época em que os valores religiosos se impunham à quase totalidade das pessoas.
d) Não haverá convívio social equilibrado e produtivo sem princípios e valores estabelecidos.
e) Uma comunidade que não respeitasse certos princípios e normas haveria de fracassar.

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Questão 162: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Administração/2013


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Texto

Dialética da mudança

Certamente porque não é fácil compreender certas questões, as pessoas tendem a aceitar algumas afirmações como verdades indiscutíveis e até mesmo a irritar-se
quando alguém insiste em discuti-las. É natural que isso aconteça, quando mais não seja porque as certezas nos dão segurança e tranquilidade. Pô-las em questão
equivale a tirar o chão de sob nossos pés. Não necessito dizer que, para mim, não há verdades indiscutíveis, embora acredite em determinados valores e princípios que
me parecem consistentes. De fato, é muito difícil, senão impossível, viver sem nenhuma certeza, sem valor algum.

No passado distante, quando os valores religiosos se impunham à quase totalidade das pessoas, poucos eram os que questionavam, mesmo porque, dependendo da
ocasião, pagavam com a vida seu inconformismo.
Com o desenvolvimento do pensamento objetivo e da ciência, aquelas certezas inquestionáveis passaram a segundo plano, dando lugar a um novo modo de lidar com as
certezas e os valores. Questioná-los, reavaliá-los, negá-los, propor mudanças às vezes radicais tornou-se frequente e inevitável, dando-se início a uma nova época da
sociedade humana. Introduziram-se as ideias não só de evolução como de revolução.

Naturalmente, essas mudanças não se deram do dia para a noite, nem tampouco se impuseram à maioria da sociedade. O que ocorreu de fato foi um processo difícil e
conflituado em que, pouco a pouco, a visão inovadora veio ganhando terreno e, mais do que isso, conquistando posições estratégicas, o que tornou possível influir na
formação de novas gerações, menos resistentes a visões questionadoras.

A certa altura desse processo, os defensores das mudanças acreditavam-se senhores de novas verdades, mais consistentes porque eram fundadas no conhecimento
objetivo das leis que governam o mundo material e social. Mas esse conhecimento era ainda precário e limitado.

Inúmeras descobertas reafirmam a tese de que a mudança é inerente à realidade tanto material quanto espiritual, e que, portanto, o conceito de imutabilidade é
destituído de fundamento.

Ocorre, porém, que essa certeza pode induzir a outros erros: o de achar que quem defende determinados valores estabelecidos está indiscutivelmente errado. Em outras
palavras, bastaria apresentar-se como inovador para estar certo. Será isso verdade? Os fatos demonstram que tanto pode ser como não.

Mas também pode estar errado quem defende os valores consagrados e aceitos. Só que, em muitos casos, não há alternativa senão defendê-los. E sabem por quê? Pela
simples razão de que toda sociedade é, por definição, conservadora, uma vez que, sem princípios e valores estabelecidos, seria impossível o convívio social. Uma
comunidade cujos princípios e normas mudassem a cada dia seria caótica e, por isso mesmo, inviável.

Por outro lado, como a vida muda e a mudança é inerente à existência, impedir a mudança é impossível. Daí resulta que a sociedade termina por aceitar as mudanças,
mas apenas aquelas que de algum modo atendem a suas necessidades e a fazem avançar.

GULLAR, Ferreira. Dialética da mudança. Folha de São Paulo, 6 maio 2012, p. E10.

No trecho do Texto “Introduziram-se as ideias não só de evolução como de revolução.”, o verbo concorda em número com o substantivo que o segue.

O verbo deverá ser flexionado no plural, caso o substantivo destacado que o segue esteja no plural, EXCETO em:

a) Ao se implantar o uso do computador nas salas de aula, corresponde-se à expectativa dos alunos de estarem antenados com os novos tempos.
b) Com o advento dos novos tempos, reafirma-se a tese relacionada à necessidade de mudança.
c) Defende-se a visão conservadora do mundo com o argumento de que a sociedade não aceita mudanças.
d) Em outras épocas, valorizava-se a pessoa que não questionava os valores religiosos impostos à população.
e) No passado, questionava-se a mudança de valores e crenças para não incentivar o caos social.

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Questão 163: CESGRANRIO - PB (BNDES)/BNDES/Administração/2013


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Texto

Cidade: desejo e rejeição

A cidade da modernidade se configurou a partir da Revolução Industrial e se tornou complexa pelo tamanho territorial e demográfico, antes jamais alcançado, e pelas
exigências de infraestrutura e de serviços públicos. No início do século XX, se generalizou a ideia da cidade como instância pública. Até então, esta seria uma construção
que resultava de interesses específicos, de setores ou estratos sociais.

A mudança do milênio vê, contraditoriamente, a expansão de modelos urbanísticos e a ocupação territorial que se opõem à “condição urbana” – de certo modo fazendo
retornar a cidade à instância privada. Tal ambiguidade estabelece um patamar para o debate sobre os rumos da cidade.

O sistema urbano brasileiro estava em processo de consolidação como instância pública, quando, a partir dos anos 1960, sofre inflexão importante. Razões externas ao
urbanismo influenciam no redesenho de nossas cidades.

A opção pelo transporte urbano no modo rodoviário, em detrimento do transporte sobre trilhos, então estruturador das principais cidades, é uma delas.

Outros elementos adentram o cenário brasileiro nas últimas décadas e dispõem a cidade como instância privada: os condomínios fechados e os shopping centers.
Ambos associados ao automóvel, exaltam a segmentação de funções urbanas. A multiplicidade e a variedade, valores do urbano, ali não são consideradas. O importante
para os promotores imobiliários e para os que aderem a tais propostas é a sensação de que o modelo é algo à parte do conjunto. Há uma explícita “rejeição à cidade”.

Além disso, com o crescimento demográfico e a expansão do sistema urbano, as áreas informais adquirem relevo e, em alguns casos, passam a compor a maior parte
das cidades. Isto é, enquanto por um século e meio se concebe e se desenvolve a ideia da cidade como instância pública, uma parte maiúscula dessa mesma cidade é
construída em esforço individual como instância privada.
MAGALHÃES, Sérgio Ferraz. Cidade: desejo e rejeição. Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: ICH. n. 290, mar. 2012, p. 75.

No Texto, o adjetivo consideradas concorda com os substantivos multiplicidade e variedade em gênero e número.

A concordância nominal NÃO está de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa em:

a) A falta de infraestrutura e o tamanho das cidades são culpados pelo fracasso.


b) Cidades e regiões rurais parecem ser afetadas por problemas de tipos diferentes.
c) Os grandes centros mundiais e as cidades brasileiras estão destinadas ao caos urbano.
d) Os shopping centers e os condomínios residenciais são fechados ao público externo.
e) Transportes públicos de qualidade e organização do espaço são necessários à urbanização.

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Questão 164: CESGRANRIO - Tec Adm (BNDES)/BNDES/2013


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Ciência do esporte – sangue, suor e análises

Na luta para melhorar a performance dos atletas […], o Comitê Olímpico Brasileiro tem, há dois anos, um departamento exclusivamente voltado para a Ciência do Esporte. De
estudos sobre a fadiga à compra de materiais para atletas de ponta, a chave do êxito é uma só: o detalhamento personalizado das necessidades.

Talento é fundamental. Suor e entrega, nem se fala. Mas o caminho para o ouro olímpico nos dias atuais passa por conceitos bem mais profundos. Sem distinção entre
gênios da espécie e reles mortais, a máquina humana só atinge o máximo do potencial se suas características individuais forem minuciosamente estudadas. Num
universo olímpico em que muitas vezes um milésimo de segundo pode separar glória e fracasso, entra em campo a Ciência do Esporte. Porque grandes campeões
também são moldados através de análises laboratoriais, projetos acadêmicos e modernos programas de computador.

A importância dos estudos científicos cresceu de tal forma que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) há dois anos criou um departamento exclusivamente dedicado ao
tema. [...]

— Nós trabalhamos para potencializar as chances de resultados. O que se define como Ciência do Esporte é na verdade uma quantidade ampla de informações que são
trazidas para que técnico e atleta possam utilizá-las da melhor maneira possível. Mas o líder será sempre o treinador. Ele decide o que é melhor para o atleta — ressalta o
responsável pela gerência de desenvolvimento e projetos especiais, que cuida da área de Ciência do Esporte no COB, Jorge Bichara.

A gerência também abrange a coordenação médica do comitê. Segundo Bichara, a área de Ciência do Esporte está dividida em sete setores: fisiologia, bioquímica,
nutrição, psicologia, meteorologia, treinamento esportivo e vídeo análise.

Reposição individualizada

Na prática, o atleta de alto rendimento pode dispor desde novos equipamentos, que o deixem em igualdade de condições de treino com seus principais concorrentes, até
dados fisiológicos que indicam o tipo de reposição ideal a ser feita após a disputa.

— No futebol feminino, já temos o perfil de desgaste de cada atleta e pudemos desenvolver técnicas individuais de recuperação. Algumas precisam beber mais água,
outras precisam de isotônico — explica Sidney Cavalcante, supervisor de Ciência do Esporte do comitê. […]

As Olimpíadas não são laboratório para testes. É preciso que todas as inovações, independentemente da modalidade, estejam testadas e catalogadas com antecedência.
Bichara afirma que o trabalho da área de Ciências do Esporte nos Jogos pode ser resumida em um único conceito:

— Recuperação. Essa é a palavra-chave. […]

CUNHA, Ary; BERTOLDO, Sanny. Ciência do esporte – sangue, suor e análises. O Globo, Rio de Janeiro, 25 maio 2012.

O Globo Olimpíadas - Ciência a serviço do esporte, p. 6.

A frase em que o verbo concorda com o sujeito, de acordo com a norma-padrão, é

a) A desobediência às normas do comitê e a lesão do atleta levará ao seu afastamento.


b) Cada um dos atletas das Olimpíadas terá tratamento individualizado.
c) Mais de um médico poderão impedir o atleta de participar de determinada prova.
d) O comitê técnico sem a equipe de saúde deverão avaliar os atletas periodicamente.
e) A potencialidade do atleta e o arsenal de recurso científico garantirá altas performances.

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Questão 165: CESGRANRIO - Tec Adm (BNDES)/BNDES/2013


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Ciência do esporte – sangue, suor e análises

Na luta para melhorar a performance dos atletas […], o Comitê Olímpico Brasileiro tem, há dois anos, um departamento exclusivamente voltado para a Ciência do Esporte. De
estudos sobre a fadiga à compra de materiais para atletas de ponta, a chave do êxito é uma só: o detalhamento personalizado das necessidades.

Talento é fundamental. Suor e entrega, nem se fala. Mas o caminho para o ouro olímpico nos dias atuais passa por conceitos bem mais profundos. Sem distinção entre
gênios da espécie e reles mortais, a máquina humana só atinge o máximo do potencial se suas características individuais forem minuciosamente estudadas. Num
universo olímpico em que muitas vezes um milésimo de segundo pode separar glória e fracasso, entra em campo a Ciência do Esporte. Porque grandes campeões
também são moldados através de análises laboratoriais, projetos acadêmicos e modernos programas de computador.

A importância dos estudos científicos cresceu de tal forma que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) há dois anos criou um departamento exclusivamente dedicado ao
tema. [...]

— Nós trabalhamos para potencializar as chances de resultados. O que se define como Ciência do Esporte é na verdade uma quantidade ampla de informações que são
trazidas para que técnico e atleta possam utilizá-las da melhor maneira possível. Mas o líder será sempre o treinador. Ele decide o que é melhor para o atleta — ressalta o
responsável pela gerência de desenvolvimento e projetos especiais, que cuida da área de Ciência do Esporte no COB, Jorge Bichara.

A gerência também abrange a coordenação médica do comitê. Segundo Bichara, a área de Ciência do Esporte está dividida em sete setores: fisiologia, bioquímica,
nutrição, psicologia, meteorologia, treinamento esportivo e vídeo análise.

Reposição individualizada

Na prática, o atleta de alto rendimento pode dispor desde novos equipamentos, que o deixem em igualdade de condições de treino com seus principais concorrentes, até
dados fisiológicos que indicam o tipo de reposição ideal a ser feita após a disputa.

— No futebol feminino, já temos o perfil de desgaste de cada atleta e pudemos desenvolver técnicas individuais de recuperação. Algumas precisam beber mais água,
outras precisam de isotônico — explica Sidney Cavalcante, supervisor de Ciência do Esporte do comitê. […]

As Olimpíadas não são laboratório para testes. É preciso que todas as inovações, independentemente da modalidade, estejam testadas e catalogadas com antecedência.
Bichara afirma que o trabalho da área de Ciências do Esporte nos Jogos pode ser resumida em um único conceito:

— Recuperação. Essa é a palavra-chave. […]

CUNHA, Ary; BERTOLDO, Sanny. Ciência do esporte – sangue, suor e análises. O Globo, Rio de Janeiro, 25 maio 2012.

O Globo Olimpíadas - Ciência a serviço do esporte, p. 6.

Ao passar para o plural a palavra atleta de “Na prática, o atleta de alto rendimento pode dispor desde novos equipamentos”, o trecho ficará de acordo com a norma-
padrão em:

a) Nas práticas, o atleta de alto rendimento pode dispor desde novos equipamentos...
b) Na prática, os atletas de altos rendimentos pode disporem desde novos equipamentos...
c) Na prática, os atletas de alto rendimento podem dispor desde novos equipamentos...
d) Na prática, os atletas de alto rendimentos podem disporem desde novos equipamentos...
e) Na prática, os atletas de alto rendimento podem disporem desde novos equipamentos...

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Questão 166: CESGRANRIO - Tec Adm (BNDES)/BNDES/2013


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Ciência do esporte – sangue, suor e análises

Na luta para melhorar a performance dos atletas […], o Comitê Olímpico Brasileiro tem, há dois anos, um departamento exclusivamente voltado para a Ciência do Esporte. De
estudos sobre a fadiga à compra de materiais para atletas de ponta, a chave do êxito é uma só: o detalhamento personalizado das necessidades.

Talento é fundamental. Suor e entrega, nem se fala. Mas o caminho para o ouro olímpico nos dias atuais passa por conceitos bem mais profundos. Sem distinção entre
gênios da espécie e reles mortais, a máquina humana só atinge o máximo do potencial se suas características individuais forem minuciosamente estudadas. Num
universo olímpico em que muitas vezes um milésimo de segundo pode separar glória e fracasso, entra em campo a Ciência do Esporte. Porque grandes campeões
também são moldados através de análises laboratoriais, projetos acadêmicos e modernos programas de computador.

A importância dos estudos científicos cresceu de tal forma que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) há dois anos criou um departamento exclusivamente dedicado ao
tema. [...]

— Nós trabalhamos para potencializar as chances de resultados. O que se define como Ciência do Esporte é na verdade uma quantidade ampla de informações que são
trazidas para que técnico e atleta possam utilizá-las da melhor maneira possível. Mas o líder será sempre o treinador. Ele decide o que é melhor para o atleta — ressalta o
responsável pela gerência de desenvolvimento e projetos especiais, que cuida da área de Ciência do Esporte no COB, Jorge Bichara.
A gerência também abrange a coordenação médica do comitê. Segundo Bichara, a área de Ciência do Esporte está dividida em sete setores: fisiologia, bioquímica,
nutrição, psicologia, meteorologia, treinamento esportivo e vídeo análise.

Reposição individualizada

Na prática, o atleta de alto rendimento pode dispor desde novos equipamentos, que o deixem em igualdade de condições de treino com seus principais concorrentes, até
dados fisiológicos que indicam o tipo de reposição ideal a ser feita após a disputa.

— No futebol feminino, já temos o perfil de desgaste de cada atleta e pudemos desenvolver técnicas individuais de recuperação. Algumas precisam beber mais água,
outras precisam de isotônico — explica Sidney Cavalcante, supervisor de Ciência do Esporte do comitê. […]

As Olimpíadas não são laboratório para testes. É preciso que todas as inovações, independentemente da modalidade, estejam testadas e catalogadas com antecedência.
Bichara afirma que o trabalho da área de Ciências do Esporte nos Jogos pode ser resumida em um único conceito:

— Recuperação. Essa é a palavra-chave. […]

CUNHA, Ary; BERTOLDO, Sanny. Ciência do esporte – sangue, suor e análises. O Globo, Rio de Janeiro, 25 maio 2012.

O Globo Olimpíadas - Ciência a serviço do esporte, p. 6.

Em qual frase a concordância se faz de acordo com a norma-padrão?

a) Para um bom desempenho, são necessárias dedicação, talento e entusiasmo.


b) Na competição, um e outro nadador brasileiro chegaram ao pódio.
c) No futebol assistimos a jogadas as mais belas possível.
d) O treinador entregou as fichas de inscrição anexo aos documentos.
e) Dado as tecnologias disponíveis, hoje ficou mais fácil conhecer um atleta.

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Questão 167: CESGRANRIO - TBN (CEF)/CEF/Administrativa/2012


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Games: bons para a terceira idade

Jogar games de computador pode fazer bem à saúde(a) dos idosos. Foi o que concluiu uma pesquisa do laboratório Gains Through Gaming (Ganhos através de jogos,
numa tradução livre), na Universidade da Carolina do Norte, nos EUA.

Os cientistas do laboratório reuniram um grupo de 39 pessoas entre 60 e 77 anos e testaram funções cognitivas de todos os integrantes, como percepção espacial,
memória e capacidade de concentração. Uma parte dos idosos, então, levou para casa o RPG on-line “World of Warcraft”, um dos títulos mais populares do gênero no
mundo, produzido pela Blizzard(b), e com 10,3 milhões de usuários na internet. Eles jogaram o game por aproximadamente 14 horas ao longo de duas semanas (em
média, uma hora por dia). Outros idosos, escolhidos pelos pesquisadores para integrar o grupo(c) de controle do estudo, foram para casa, mas não jogaram nenhum
videogame.

Na volta, os resultados foram surpreendentes. Os idosos que mergulharam no mundo das criaturas de “Warcraft” voltaram mais bem dispostos e apresentaram nítida
melhora nas funções cognitivas, enquanto o grupo de controle não progrediu(d), apresentando as mesmas condições.

— Escolhemos o “World of Warcraft” porque ele é desafiante em termos cognitivos, apresentando sempre situações novas em ambientes em que é preciso interagir
socialmente(e) — disse no site da universidade Anne McLauglin, professora de psicologia do laboratório e responsável pelo texto final do estudo. — Os resultados que
observamos foram melhores nos idosos que haviam apresentado índices baixos nos testes antes do jogo. Depois de praticar o RPG, eles voltaram com melhores índices
de concentração e percepção sensorial. No quesito memória, entretanto, o efeito do game foi nulo.

Outro pesquisador que participou da pesquisa, o professor de psicologia Jason Allaire, comentou no site que os idosos que se saíram mal no primeiro teste mostraram
os melhores resultados após o jogo.

Os dois estudiosos vêm pesquisando os efeitos dos games na terceira idade desde 2009, quando receberam uma verba de US$ 1,2 milhão da universidade para
investigar o tema. Entretanto, entre os jovens, estudos há anos procuram relacionar o vício em games ao déficit de atenção, embora ainda não haja um diagnóstico formal
sobre esse tipo de comportamento.

MACHADO, André. Games: bons para a terceira idade. O Globo, 28 fev. 2012. 1o Caderno, Seção Economia, p. 24. Adaptado.

A língua portuguesa conhece situações de dupla possibilidade de concordância. A modificação possível do termo destacado, mantendo-se a concordância, de acordo
com a norma-padrão, encontra-se em:
a) Jogar games de computador pode fazer bem à saúde — podem
b) um dos títulos mais populares do gênero no mundo, produzido pela Blizzard — produzidos
c) escolhidos pelos pesquisadores para integrar o grupo — integrarem
d) o grupo de controle não progrediu — progrediram
e) é preciso interagir socialmente — interagirem

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Questão 168: CESGRANRIO - Assis Tec (INEA)/INEA/Técnico Administrativo/2008


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Em qual das frases abaixo a concordância verbal está realizada de acordo com a norma culta?

a) 1.386 milhões de km2 é ocupado pelo volume da água no planeta.


b) Apresenta boa qualidade para consumo 2,5% das águas do planeta.
c) Haverá rios e cachoeiras suficientes para o fornecimento de água doce.
d) A água e o ar compõe os elementos fundamentais para a vida.
e) A preocupação com o meio ambiente e novas medidas previne a destruição.

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Questão 169: CESGRANRIO - Ana Amb (INEA)/INEA/Administrador/2008


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
O lado perigoso do avanço dos computadores

Em 2008, o número de computadores pessoais (PCs) em funcionamento no mundo deve atingir a astronômica cifra de 1 bilhão. Desde seu surgimento, nos anos 70, até
chegar a essa marca, passou-se um pouco mais de três décadas. Porém, para dobrar esse número, serão necessários apenas sete anos. De acordo com estimativa
divulgada pela consultoria Forrester Research, em 2015 haverá 2 bilhões de PCs espalhados pelo mundo. A princípio, esse boom no consumo de PCs pode significar o
acesso de mais pessoas à tecnologia, o que, sem dúvida, é um avanço positivo. Mas essa expansão tem alguns aspectos preocupantes. O primeiro é que a indústria de
computadores e seus periféricos é uma das que, proporcionalmente ao peso de seus produtos, mais consomem recursos naturais, tanto na forma de matéria-prima
como em termos de água e energia. Segundo a Universidade das Nações Unidas, um computador comum (de 24 quilos, em média) emprega ao menos dez vezes seu
peso em combustíveis fósseis (contribuindo para o aquecimento global) e 1.500 litros de água em seu processo de fabricação. Essa relação supera, por exemplo, a dos
automóveis, que utilizam, no máximo, duas vezes seu peso em matéria-prima e insumos. Um único chip de memória RAM consome 1,7 quilo de combustíveis fósseis e
substâncias químicas para ser produzido, o que corresponde a cerca de 400 vezes seu peso.

Alta demanda de matéria-prima

Na outra ponta, a indústria de computadores também apresenta um problema muito sério: o descarte desses equipamentos resulta na geração de 50 milhões de
toneladas de lixo todos os anos, segundo o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. É uma montanha com mais de 200 milhões de PCs completos, que tende
a saturar aterros e depósitos, complicando ainda mais a gestão de resíduos. Para agravar a situação, algumas peças de computadores contêm metais pesados, como
mercúrio, cádmio, chumbo e cromo, transformando-as em um risco à saúde pública quando descartadas de forma inadequada. [...]

Consumo consciente

Todos sabemos que, hoje em dia, é praticamente inviável prescindir dos computadores. Mas, tomando consciência dos impactos que seu uso causa, o consumidor pode
contribuir para que os reflexos positivos dessa tecnologia sejam maiores que os danos ao meio ambiente. A primeira coisa a ser avaliada pelo consumidor é se há
mesmo necessidade de comprar um novo computador. Algumas vezes, um upgrade (troca de peças específicas, mantendo a “carcaça”) basta para atender às
necessidades do momento. Outro procedimento que deve sempre ser adotado é o de tentar consertar o computador, em vez de aproveitar o primeiro problema para
trocar a máquina por outra nova. [...] Outras vezes, as pessoas trocam de equipamento apenas por comodidade ou estética. É sempre bom gastar alguns minutinhos
ponderando se é possível adiar a compra de um novo equipamento e, caso não seja, refletir sobre as reais necessidades que devem ser atendidas por esse novo
equipamento. Outra questão a ser considerada na hora de trocar de computador é o que fazer com o velho. Uma alternativa é procurar alguma empresa que faça a
reciclagem dos equipamentos. [...] Outra possibilidade é doar o computador antigo. Pode ser a algum conhecido ou a entidades que utilizam o computador como está ou
comercializam sua sucata com empresas recicladoras.

EcoSpy Brasil – Meio Ambiente, Consciência e Tecnologia. Ano 2 n.12. Nov/Dez 2007.

A concordância do verbo destacado está certa em

a) Uma e outra soluções lhe desagradam.


b) Nem uma, nem outra falaram a verdade.
c) Os computadores, os chips, as placas – tudo são preocupação.
d) Mais de um artigo faz alusão à necessidade de preservar o meio.
e) Deu dez horas que eles saíram para comprar um novo computador.

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Questão 170: CESGRANRIO - Esc BB/BB/"Sem Área"/2013


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
100 Coisas
É febre. Livros listando as cem coisas que você deve fazer antes de morrer, os cem lugares que você deve conhecer antes de morrer, os cem pratos que você deve provar
antes de morrer. Primeiramente, me espanta o fato de todos terem a certeza absoluta de que você vai morrer. Eu prefiro encarar a morte como uma hipótese. Mas, no
caso, de acontecer, serei obrigada mesmo a cumprir todas essas metas antes? Não dá pra fechar por cinquenta em vez de cem?

Outro dia estava assistindo a um DVD promocional que também mostra, como imaginei, as cem coisas que a gente precisa porque precisa fazer antes de morrer. Me deu
uma angústia, pois, das cem, eu fiz onze até agora. Falta muito ainda. Falta dirigir uma Ferrari, fazer um safári, frequentar uma praia de nudismo, comer algo exótico (um
baiacu venenoso, por exemplo), visitar um vulcão ativo, correr uma maratona [...].

Se dependesse apenas da minha vontade, eu já teria um plano de ação esquematizado, mas quem fica com as crianças? Conseguirei cinco férias por ano? E quem
patrocina essa brincadeira?

Hoje é dia de mais um sorteio da Mega-Sena. O prêmio está acumulado em cinquenta milhões de reais. A maioria das pessoas, quando perguntadas sobre o que fariam
com a bolada, responde: pagar dívidas, comprar um apartamento, um carro, uma casa na serra, outra na praia, garantir a segurança dos filhos e guardar o resto para a
velhice.

Normal. São desejos universais. Mas fica aqui um convite para sonhar com mais criatividade. Arranje uma dessas listas de cem coisas pra fazer e procure divertir-se com
as opções [...]. Não pense tanto em comprar mas em viver.

Eu, que não apostei na Mega-Sena, por enquanto sigo com a minha lista de cem coisas a evitar antes de morrer. É divertido também, e bem mais fácil de realizar, nem
precisa de dinheiro.

MEDEIROS, Martha. Doidas e santas. Porto Alegre: L&PM, 2008, p. 122-123. Adaptado.

O emprego do verbo obter está adequado à norma-padrão apenas em:

a) Com as apostas, obtém-se recursos para diversas pesquisas científicas.


b) Quando o pessoal obtiverem êxito, o grupo que faz aposta coletiva vai viajar pelo mundo.
c) Caso obtenham êxito na Mega-Sena, os apostadores farão as cem coisas possíveis antes de morrer.
d) A procura das pessoas pelo enriquecimento rápido obtêm bons recursos financeiros para o país.
e) Se obterem recursos, certamente as pessoas farão mais de cem coisas antes de morrer.

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Questão 171: CESGRANRIO - AET (BB)/BB/2014


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Um pouco distraído

Ando um pouco distraído, ultimamente. Alguns amigos mais velhos sorriem, complacentes, e dizem que é isso mesmo, costuma acontecer com a idade, não é distração:
é memória fraca mesmo, insuficiência de fosfato.

O diabo é que me lembro cada vez mais de coisas que deveria esquecer: dados inúteis, nomes sem significado, frases idiotas, circunstâncias ridículas, detalhes sem
importância. Em compensação, troco o nome das pessoas, confundo fisionomias, ignoro conhecidos, cumprimento desafetos. Nunca sei onde largo objetos de uso e
cada saída minha de casa representa meia hora de atraso em aflitiva procura: quede minhas chaves? meus cigarros? meu isqueiro? minha caneta?

Estou convencido de que tais objetos, embora inanimados, têm um pacto secreto com o demônio, para me atormentar: eles se escondem.

Recentemente, descobri a maneira infalível de derrotá-los. Ainda há pouco quis acender um cigarro, dei por falta do isqueiro. Em vez de procurá-lo freneticamente, como
já fiz tantas vezes, abrindo e fechando gavetas, revirando a casa feito doido, para acabar plantado no meio da sala apalpando os bolsos vazios como um tarado, levantei-
me com naturalidade sem olhar para lugar nenhum e fui olimpicamente à cozinha apanhar uma caixa de fósforos.

Ao voltar — eu sabia! — dei com o bichinho ali mesmo, na ponta da mesa, bem diante do meu nariz, a olhar-me desapontado. Tenho a certeza de que ele saiu de seu
esconderijo para me espiar.

Até agora estou vencendo: quando eles se escondem, saio de casa sem chaves e bato na porta ao voltar; compro outro maço de cigarros na esquina, uma nova caneta,
mais um par de óculos escuros; e não telefono para ninguém até que minha caderneta resolva aparecer. É uma guerra sem tréguas, mas hei de sair vitorioso. [...]

Alarmado, confidenciei a um amigo este e outros pequenos lapsos que me têm ocorrido, mas ele me consolou de pronto, contando as distrações de um tio seu, perto do
qual não passo de um mero principiante.

Trata-se de um desses que põem o guarda-chuva na cama e se dependuram no cabide, como manda a anedota. Já saiu à rua com o chapéu da esposa na cabeça. Já
cumprimentou o trocador do ônibus quando este lhe estendeu a mão para cobrar a passagem. Já deu parabéns à viúva na hora do velório do marido. Certa noite,
recebendo em sua casa uma visita de cerimônia, despertou de um rápido cochilo
e se ergueu logo, dizendo para sua mulher: “Vamos, meu bem, que já está ficando tarde.” [...]

Contou-me ainda o sobrinho do monstro que sair com um sapato diferente em cada pé, tomar ônibus errado, esquecer dinheiro em casa, são coisas que ele faz quase
todos os dias. Já lhe aconteceu tanto se esquecer de almoçar como almoçar duas vezes. Outro dia arranjou para o sobrinho um emprego num escritório de advocacia,
para que fosse praticando, enquanto estudante.

— Você sabe — me conta o sobrinho: — O que eu estudo é medicina...

Não, eu não sabia: para dizer a verdade, só agora o estava identificando. Mas não passei recibo — faz parte da minha nova estratégia, para não acabar como o tio dele:
dar o dito por não dito, não falar mais no assunto, acender um cigarro. É o que farei agora. Isto é, se achar o cigarro.
SABINO, F. Deixa o Alfredo Falar. Rio de Janeiro: Record, 1976.

Que frase está de acordo com a norma-padrão, no que concerne à concordância?

a) O amigo lhe contou que aconteceu muitos fatos engraçados com o tio.
b) Cada um dos objetos do narrador cismam de atormentá-lo.
c) Já deu dez horas no relógio e ainda não encontrei minhas chaves.
d) Fazia quatro meses que o amigo não encontrava o tio distraído.
e) Chegaram para uma visita inesperada o amigo, o tio e eu.

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Questão 172: CESGRANRIO - AET (BB)/BB/2014


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Ando meio desligado

Ando meio desligado


Eu nem sinto meus pés no chão
Olho e não vejo nada
Eu só penso se você me quer
Eu nem vejo a hora de lhe dizer
Aquilo tudo que eu decorei
E depois o beijo que eu já sonhei
Você vai sentir, mas...
Por favor, não leve a mal
Eu só quero que você me queira
Não leve a mal

BAPTISTA, A.; LEE, R.; DIAS, S. Ando meio desligado. Intérprete: Os Mutantes. In: MUTANTES. A divina comédia ou Ando meio desligado. Rio de Janeiro: Polydor/Polyfar. p1970. 1 disco sonoro, Lado 1,
faixa 1 (3 min 2s).

De acordo com a norma-padrão, a concordância entre os dois pares de vocábulos está adequada em:

a) pouco distraída – meio desligadas


b) poucos distraídos – meios desligados
c) poucos distraídos – meia desligada
d) pouco distraído – meias desligadas
e) pouca distraída – meia desligadas

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Questão 173: CESGRANRIO - ET (BB)/BB/2014


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
TINGA, DO CRUZEIRO, É ALVO DE RACISMO NA LIBERTADORES

Jogador entrou no segundo tempo da derrota para o Real Garcilaso, do Peru. A cada vez que tocava na bola, gritos da torcida local imitavam o som de macacos

O Cruzeiro estreou com derrota na Libertadores. Atuando em Huancayo, no Peru, o atual campeão brasileiro perdeu para o Real Garcilaso por 2 a 1 na noite desta quarta-
feira, em uma partida considerada difícil pelos jogadores celestes. Os atletas apontaram a altitude, o gramado ruim e as péssimas condições do estádio como fatores
que os prejudicaram. Mas nenhum dos adversários dentro ou fora do gramado chateou mais os cruzeirenses do que uma demonstração de racismo por parte da torcida
peruana, que teve como alvo o meio-campista Tinga.

O jogador entrou na segunda etapa e, a cada vez que recebia a bola e a dominava, uma sonora vaia formada por gritos que imitavam o som de macacos vinha das
arquibancadas, cessando em seguida, assim que outro jogador pegava na bola. “A gente fica muito chateado, a gente tenta competir, mas fica chateado de acontecer
isso em 2014, próximo da gente. Infelizmente aconteceu. Já joguei alguns anos da minha vida na Alemanha e nunca aconteceu isso lá. Aqui, em um país tão próximo, tão
cheio de mistura, acontece (isso)”, lamentou o jogador em entrevista após a partida.

Hostilizado, Tinga foi além. O meio-campista declarou que preferia não ter conquistado nenhum título em sua carreira se pudesse viver sem o preconceito. “Eu queria, se
pudesse, não ganhar nada e ganhar esse título contra o preconceito. Trocava todos os meus títulos pela igualdade em todas as áreas”.

O episódio despertou a solidariedade até do presidente do arquirrival Atlético-MG. “Racismo na Libertadores? Me tiraram o prazer da derrota do Cruzeiro. Lamentável!”,
postou o dirigente Alexandre Kalil no Twitter.

Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/esporte/tinga-do-cruzeiro-e-alvo-de-racismo-na-libertadores>. Acesso em: 25 fev. 2014.

Na oração “gritos da torcida local imitavam o som de macacos” (subtítulo), observa-se o respeito à norma--padrão no que toca à concordância entre o sujeito e seu verbo
correspondente.

Em qual dos casos abaixo houve, também, respeito à norma-padrão quanto à concordância verbal?

a) A maioria dos torcedores zombou do jogador.


b) Houveram muitos gritos imitando o som de macacos.
c) Ainda existe atitudes racistas no país.
d) Deve ser respeitada as diferenças entre as pessoas.
e) Uniu-se em atitude racista os torcedores.

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Questão 174: CESGRANRIO - Ana (FINEP)/FINEP/Administração de Materiais e Licitações/2011


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
RETRATOS DE UMA ÉPOCA

Mostra exibe cartões-postais de um tempo que não volta mais

Em tempos de redes sociais e da presença cada vez maior da internet no cotidiano, pouca gente se recorda de que nem sempre tudo foi assim tão rápido, instantâneo e
impessoal. Se os adultos esquecem logo, crianças e adolescentes nem sabem como os avós de seus avós se comunicavam. Há 15 dias, uma educadora no Recife,
Niedja Santos, indagou a um grupo de estudantes quais os meios de comunicação que eles conheciam. Nenhum citou cartões-postais.

Pois eles já foram tão importantes que eram usados para troca de mensagens de amor, de amizade, de votos de felicidades e de versos enamorados que hoje podem
parecer cafonas, mas que, entre os séculos XIX e XX, sugeriam apenas o sentimento movido a sonho e romantismo. Para se ter uma ideia de sua importância, basta
lembrar um pouco da história: nasceram na Áustria, na segunda metade do século XIX, como um novo meio de correspondência. E a invenção de um professor de
Economia chamado Emannuel Hermann fez tanto sucesso que, em apenas um ano, foram vendidos mais de dez milhões de unidades só no Império Austro-Húngaro.
Depois, espalharam-se pelo mundo e eram aguardados com ansiedade.

– A moda dos cartões-postais, trazida da Europa, sobretudo da França, no início do século passado para o Recife de antigamente, tornou-se uma mania que invadiu toda
a cidade – lembra o colecionador Liedo Maranhão, que passou meio século colecionando- os e reuniu mais de 600, 253 dos quais estão na exposição “Postaes: A
correspondência afetiva na Coleção Liedo Maranhão”, no Centro Cultural dos Correios, na capital pernambucana.

O pesquisador, residente em Pernambuco, começou a se interessar pelo assunto vendo, ainda jovem, os postais que eram trocados na sua própria família. Depois,
passou a comprá-los no Mercado São José, reduto da cultura popular do Recife, onde eram encontrados em caixas de sapato ou pendurados em cordões para chamar a
atenção dos visitantes. Boa parte da coleção vem daí. [...]

– Acho que seu impacto é justamente o de trazer para o mundo contemporâneo o glamour e o romantismo de um meio de comunicação tão usual no passado – afirma o
curador Gustavo Maia.

– O que mais chama a atenção é o sentimento romântico como conceito, que pode ser percebido na delicadeza perdida de uma forma de comunicação que hoje está em
desuso – reforça Bartira Ferraz, outra curadora da mostra. [...]

LINS, Letícia. Retratos de uma época. Revista O Globo, Rio de Janeiro, n. 353, p. 26-28, 1º maio 2011. Adaptado.

A concordância verbal está de acordo com a norma-padrão em:

a) Cada um dos curadores foram responsáveis por um tema.


b) Muitos cartões vem decorados com guirlandas de flores.
c) A maior parte dos cartões expostos encantou os visitantes.
d) Está acontecendo diversos eventos sobre meios de comunicação na cidade.
e) Haviam poucos estudantes interessados em meios de comunicação do passado.

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Questão 175: CESGRANRIO - Tec (FINEP)/FINEP/Apoio Administrativo/2011


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
UM NOVO COMEÇO

Em 40 anos de carreira musical, o engenheiro químico (pode?) Ivan Lins produziu maravilhas como Madalena, O Amor É Meu País e Abre Alas. Como acontece com todos
os poetas e compositores, ele tocou cada pessoa de modo diferente. Em meu caso, foi a música Começar de Novo, que Ivan compôs em parceria com Vitor Martins em
1979.

Foi naquele ano que fiz uma das muitas mudanças em minha vida, indo morar em Florianópolis (SC), para onde eu já viajava semanalmente para dar aulas em um curso
pré-vestibular do qual era sócio. Como aquela sede exigia mais atenção, mudei minha residência oficial para a ilha. Lembro-me bem de estar atravessando a ponte
Hercílio Luz, que ainda funcionava (foi interditada em 1982), quando do rádio do carro começou a sair a voz rouca da Simone dizendo: “Começar de novo e contar
comigo/ Vai valer a pena ter amanhecido/ Ter me rebelado, ter me debatido/ Ter me machucado, ter sobrevivido...”.

Foi um momento mágico, pois, apesar de bastante jovem, eu já vinha de uma experiência de vida cheia de mudanças e recomeços. [...]

A impermanência é uma das marcas de nosso tempo. Tudo muda rápido, e quem aceita essa realidade e consegue exercitar sua capacidade de adaptação já sai com
vantagens. De certa forma, quando acordamos na manhã de cada dia, começamos de novo nossa vida. Às vezes começamos pouca coisa de novo, e damos
continuidade ao que já fazíamos, mantendo a rotina e construindo estabilidade. Mas, às vezes, acordamos de manhã e estamos em um novo lugar, ou iniciamos em um
novo emprego, ou viramos a cabeça e vemos uma nova pessoa no travesseiro ao lado. Sempre começamos de novo, o que varia é a intensidade.

Naquele ano eu estava começando de novo muita coisa. Tinha me formado em medicina, mas não havia chegado a exercer, pois, na ocasião, eu já era dono de uma
escola que crescia. Mas, como começar de novo é comigo mesmo, 15 anos depois resolvi dar-me o direito de experimentar a profissão de médico, e lá fui eu voltar a
estudar, aplicando tempo e recursos aos livros de medicina, alguns para recordar, outros para entender a evolução dos anos. Apesar de ser médico, foi mais um começar
de novo. [...]

MUSSAK, Eugênio. Um novo começo. Vida Simples, São Paulo: Abril, p. 39, maio 2011. Adaptado.

O plural, de acordo com a norma-padrão, do trecho “Foi um momento mágico, pois, apesar de bastante jovem, eu já vinha de uma experiência de vida cheia de mudanças
e recomeços.” é

a) Foi momentos mágicos, pois, apesar de bastante jovens, nós já vínhamos de uma experiência de vida cheia de mudanças e recomeços.
b) Foi um momento mágico, pois, apesar de bastante jovem, eu já vinha de uma experiência de vidas cheias de mudanças e recomeços.
c) Foi um momento mágico, pois, apesar de bastante jovem, eu já vinha de experiências de vidas cheia de mudanças e recomeços.
d) Foram momentos mágicos, pois, apesar de bastante jovens, nós já vínhamos de experiências de vida cheias de mudanças e recomeços.
e) Foram dois momentos mágicos, pois, apesar de bastante jovem, eu já vinha de uma experiência de vida cheia de mudanças e recomeços.

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Questão 176: CESGRANRIO - Tec (FINEP)/FINEP/Apoio Administrativo/2011


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Em que sentença a concordância segue os parâmetros da norma-padrão?

a) Paguei a dívida e fiquei quites com minhas obrigações.


b) A secretária disse que ela mesmo ia escrever a ata.
c) Junto com o contrato, segue anexo a procuração.
d) A vizinha adotou uma atitude pouca amistosa.
e) Após a queda, a criança ficou meio chorosa.

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Questão 177: CESGRANRIO - Tec (PETRO)/PETROBRAS/Exploração de Petróleo Júnior/Geodésia/2014


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Não é meu

(...)

Quando Trotsky caiu em desgraça na União Soviética, sua imagem foi literalmente apagada de fotografias dos líderes da revolução, dando início a uma transformação
também revolucionária do conceito de fotografia: além de tirar o retrato de alguém, tornou-se possível tirar alguém do retrato.

A técnica usada para eliminar o Trotsky das fotos foi quase tão grosseira — comparada com o que se faz hoje — quanto a técnica usada para eliminar o Trotsky em
pessoa (um picaretaço, a mando do Stalin).

Hoje não só se apagam como se acrescentam pessoas ou se alteram suas feições, sua idade e sua quantidade de cabelo e de roupa, em qualquer imagem gravada.

A frase “prova fotográfica” foi desmoralizada para sempre, agora que você pode provar qualquer coisa fotograficamente.

Existe até uma técnica para retocar a imagem em movimento, e atrizes preocupadas com suas rugas ou manchas não precisam mais carregar na maquiagem
convencional — sua maquiagem é feita eletronicamente, no ar.

Nossas atrizes rejuvenescem a olhos vistos a cada nova novela (...).O fotoxópi é um revisor da Natureza. Lembro quando não existia fotoxópi e recorriam à pistola, um
borrifador à pressão de tinta, para retocar as imagens.

Se a prova fotográfica não vale mais nada nestes novos tempos inconfiáveis, a assinatura muito menos.

Textos assinados pela Martha Medeiros, pelo Jabor, por mim e por outros, e até pelo Jorge Luís Borges, que nenhum de nós escreveu — a não ser que o Borges esteja
mandando matérias da sua biblioteca sideral sem que a gente saiba —, rolam na internet, e não se pode fazer nada a respeito a não ser negar a autoria — ou aceitar os
elogios, se for o caso.

Agora mesmo está circulando um texto atacando o “Big Brother Brasil”, com a minha assinatura, que não é meu. Isso tem se repetido tanto que já começo a me olhar no
espelho todas as manhãs com alguma desconfiança. Esse cara sou eu mesmo? E se eu estiver fazendo a barba e escovando os dentes de um impostor, de um eu
apócrifo? E — meu Deus — se esta crônica não for minha e sim dele?!

VERISSIMO, L. F. Não é meu. Disponível em: <http:// oglobo.globo.com/pais

/noblat/posts/2011/01/30/ nao-meu-359850.asp>. Acesso em: 1 set. 2012. Adaptado.

O exemplo do texto em que o verbo NÃO concorda com o termo destacado é:

a) “Quando Trotsky caiu em desgraça na União Soviética” (l. 1)


b) “Nossas atrizes rejuvenescem a olhos vistos a cada nova novela” (l.11)
c) “não existia fotoxópi” (l. 11-12)
d) “Textos assinados pela Martha Medeiros, pelo Jabor, por mim e por outros (...) rolam na internet” (l. 14-15)
e) Esse cara sou eu mesmo? (l. 17)

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Questão 178: CESGRANRIO - Eng (PETRO)/PETROBRAS/Meio Ambiente Júnior/2014


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
O futuro transumano

Um mundo habitado por seres com habilidades sobre-humanas parece ficção científica, mas essa poderia ser a visão que nossos antepassados longínquos teriam de
nós. Vive-se mais e com melhor qualidade que eles; cruzam-se grandes distâncias em poucas horas e estabelece-se comunicação instantânea com pessoas do outro
lado do planeta, só para citar alguns exemplos que deixariam nossos tataravós boquiabertos. O que esperar então dos humanos do futuro?

Uma das tendências, segundo especialistas, é a integração da tecnologia a nossos corpos – uma espécie de hibridização. Seguindo o movimento que ocorreu ao longo
do século 20, de miniaturização dos artefatos tecnológicos, estes ficariam tão pequenos a ponto de serem incorporados a nosso organismo e conectados a nosso
sistema nervoso. Com o avanço dessa hibridização, haveria uma escala de radicalidade na adoção da tecnologia, com alguns indivíduos optando por todas as
modificações possíveis, e outros sendo mais contidos. Em um horizonte mais distante, nos questionaríamos sobre qual é o limite entre o natural e o artificial.

É provável que o leitor já tenha usado algum tipo de melhoramento das capacidades cognitivas, ou seja, das habilidades de adquirir, processar, armazenar e recuperar
informação. Se já tomou café para se manter acordado, usou o estimulante cafeína, presente na bebida, para melhorar seu estado de alerta. Isso não parece
particularmente controverso, assim como não é o emprego de técnicas mnemônicas para facilitar a memorização de uma determinada informação. Nos últimos anos,
porém, novas modalidades de melhoramento cognitivo surgiram, como o consumo de drogas que não se desenvolveram para esse objetivo.

Um dos principais problemas éticos associados a esse tipo de melhoramento é que ele ampliaria a desigualdade social, criando uma elite superinteligente, rica e
poderosa, além de polarizar a sociedade entre os mais e os menos aptos. Entretanto, segundo estudiosos, a tendência é que melhoramentos se tornem mais baratos
com o tempo, sendo acessíveis para todos. Se as pessoas puderem escolher quais melhoramentos adquirir, é pouco provável que se formem apenas dois grupos sociais
distintos, sendo mais factível que haja um contínuo de indivíduos modificados.

O melhoramento físico e cognitivo dos humanos por meio de novas tecnologias é a principal bandeira do transumanismo. Esse movimento defende que a forma atual do
ser humano não representa o fim do nosso desenvolvimento, mas sim uma fase relativamente precoce. Assim como usamos métodos racionais para melhorar as
condições sociais e o mundo externo, podemos utilizar essa mesma abordagem no nosso organismo, sem necessariamente nos limitarmos a meios tradicionais, como
educação e desenvolvimento cultural.

Já os opositores dos transumanistas, chamados de bioconservadores, alertam sobre os vários problemas que tecnologias de melhoramento criarão para a sociedade,
como a já citada polarização e o aumento da desigualdade social.

Além do melhoramento físico e cognitivo da humanidade, alguns transumanistas defendem a eliminação do sofrimento, tanto físico quanto emocional. Sua intenção é
eliminar males como depressão e síndrome do estresse pós-traumático, para promover a saúde mental e a felicidade. Apesar de ser um objetivo aparentemente nobre,
esse tipo de alteração, mais do que melhoramentos físicos, parece tocar na nossa essência, naquilo que consideramos o cerne da humanidade. Uma questão central
nessa discussão é o que é ser humano.

FURTADO, F. O futuro transumano. Revista Ciência Hoje,

n. 307, v. 52, set. 2013. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje. p. 18-23. Adaptado

No trecho “cruzam-se grandes distâncias em poucas horas” (l.2), o verbo cruzar foi utilizado no plural para atender às exigências da norma-padrão da Língua Portuguesa.

Esse mesmo procedimento deve ser adotado se a expressão destacada for empregada no plural em:

a) Com o avanço da tecnologia, assiste-se a um período intenso de transformação dos hábitos e aperfeiçoamento dos sistemas de comunicação.
b) De acordo com a legislação aprovada ontem, desiste- se da pesquisa farmacológica realizada no país no caso de competição com outros países.
c) O uso intenso das redes sociais revela que, em todas as faixas etárias, almeja-se por comunicação permanente com novos amigos virtuais.
d) Para evitar a desigualdade social, precisa-se de ampla oportunidade de emprego para todos os cidadãos que atingem a maioridade etária.
e) Segundo a concepção transumanista, estabelece-se, por meio da tecnologia, novo patamar para o desenvolvimento cognitivo da humanidade.

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Questão 179: CESGRANRIO - Eng (PETRO)/PETROBRAS/Meio Ambiente Júnior/2014


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
O futuro transumano

Um mundo habitado por seres com habilidades sobre-humanas parece ficção científica, mas essa poderia ser a visão que nossos antepassados longínquos teriam de
nós. Vive-se mais e com melhor qualidade que eles; cruzam-se grandes distâncias em poucas horas e estabelece-se comunicação instantânea com pessoas do outro
lado do planeta, só para citar alguns exemplos que deixariam nossos tataravós boquiabertos. O que esperar então dos humanos do futuro?

Uma das tendências, segundo especialistas, é a integração da tecnologia a nossos corpos – uma espécie de hibridização. Seguindo o movimento que ocorreu ao longo
do século 20, de miniaturização dos artefatos tecnológicos, estes ficariam tão pequenos a ponto de serem incorporados a nosso organismo e conectados a nosso
sistema nervoso. Com o avanço dessa hibridização, haveria uma escala de radicalidade na adoção da tecnologia, com alguns indivíduos optando por todas as
modificações possíveis, e outros sendo mais contidos. Em um horizonte mais distante, nos questionaríamos sobre qual é o limite entre o natural e o artificial.

É provável que o leitor já tenha usado algum tipo de melhoramento das capacidades cognitivas, ou seja, das habilidades de adquirir, processar, armazenar e recuperar
informação. Se já tomou café para se manter acordado, usou o estimulante cafeína, presente na bebida, para melhorar seu estado de alerta. Isso não parece
particularmente controverso, assim como não é o emprego de técnicas mnemônicas para facilitar a memorização de uma determinada informação. Nos últimos anos,
porém, novas modalidades de melhoramento cognitivo surgiram, como o consumo de drogas que não se desenvolveram para esse objetivo.
Um dos principais problemas éticos associados a esse tipo de melhoramento é que ele ampliaria a desigualdade social, criando uma elite superinteligente, rica e
poderosa, além de polarizar a sociedade entre os mais e os menos aptos. Entretanto, segundo estudiosos, a tendência é que melhoramentos se tornem mais baratos
com o tempo, sendo acessíveis para todos. Se as pessoas puderem escolher quais melhoramentos adquirir, é pouco provável que se formem apenas dois grupos sociais
distintos, sendo mais factível que haja um contínuo de indivíduos modificados.

O melhoramento físico e cognitivo dos humanos por meio de novas tecnologias é a principal bandeira do transumanismo. Esse movimento defende que a forma atual do
ser humano não representa o fim do nosso desenvolvimento, mas sim uma fase relativamente precoce. Assim como usamos métodos racionais para melhorar as
condições sociais e o mundo externo, podemos utilizar essa mesma abordagem no nosso organismo, sem necessariamente nos limitarmos a meios tradicionais, como
educação e desenvolvimento cultural.

Já os opositores dos transumanistas, chamados de bioconservadores, alertam sobre os vários problemas que tecnologias de melhoramento criarão para a sociedade,
como a já citada polarização e o aumento da desigualdade social.

Além do melhoramento físico e cognitivo da humanidade, alguns transumanistas defendem a eliminação do sofrimento, tanto físico quanto emocional. Sua intenção é
eliminar males como depressão e síndrome do estresse pós-traumático, para promover a saúde mental e a felicidade. Apesar de ser um objetivo aparentemente nobre,
esse tipo de alteração, mais do que melhoramentos físicos, parece tocar na nossa essência, naquilo que consideramos o cerne da humanidade. Uma questão central
nessa discussão é o que é ser humano.

FURTADO, F. O futuro transumano. Revista Ciência Hoje,

n. 307, v. 52, set. 2013. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje. p. 18-23. Adaptado

A concordância verbal está de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa em:

a) A escolha das pessoas sobre os melhoramentos a serem implementados resultarão em uma linha contínua de indivíduos modificados pela tecnologia.
b) Alguns dos problemas que a nova tecnologia acarreta para a sociedade é o aumento da desigualdade social e a polarização entre os mais e os menos aptos.
c) Os jornais noticiaram que decorre das características do solo da mata atlântica os episódios de deslizamento que ocorreram na região serrana.
d) O emprego de técnicas mnemônicas praticadas por grande número de pessoas ajuda a memorização de certas informações importantes no dia a dia.
e) Um exemplo de progresso nos dias atuais que deixariam nossos tataravós boquiabertos é a comunicação instantânea com o outro lado do mundo.

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Questão 180: CESGRANRIO - Eng (PETRO)/PETROBRAS/Meio Ambiente Júnior/2014


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
O futuro transumano

Um mundo habitado por seres com habilidades sobre-humanas parece ficção científica, mas essa poderia ser a visão que nossos antepassados longínquos teriam de
nós. Vive-se mais e com melhor qualidade que eles; cruzam-se grandes distâncias em poucas horas e estabelece-se comunicação instantânea com pessoas do outro
lado do planeta, só para citar alguns exemplos que deixariam nossos tataravós boquiabertos. O que esperar então dos humanos do futuro?

Uma das tendências, segundo especialistas, é a integração da tecnologia a nossos corpos – uma espécie de hibridização. Seguindo o movimento que ocorreu ao longo
do século 20, de miniaturização dos artefatos tecnológicos, estes ficariam tão pequenos a ponto de serem incorporados a nosso organismo e conectados a nosso
sistema nervoso. Com o avanço dessa hibridização, haveria uma escala de radicalidade na adoção da tecnologia, com alguns indivíduos optando por todas as
modificações possíveis, e outros sendo mais contidos. Em um horizonte mais distante, nos questionaríamos sobre qual é o limite entre o natural e o artificial.

É provável que o leitor já tenha usado algum tipo de melhoramento das capacidades cognitivas, ou seja, das habilidades de adquirir, processar, armazenar e recuperar
informação. Se já tomou café para se manter acordado, usou o estimulante cafeína, presente na bebida, para melhorar seu estado de alerta. Isso não parece
particularmente controverso, assim como não é o emprego de técnicas mnemônicas para facilitar a memorização de uma determinada informação. Nos últimos anos,
porém, novas modalidades de melhoramento cognitivo surgiram, como o consumo de drogas que não se desenvolveram para esse objetivo.

Um dos principais problemas éticos associados a esse tipo de melhoramento é que ele ampliaria a desigualdade social, criando uma elite superinteligente, rica e
poderosa, além de polarizar a sociedade entre os mais e os menos aptos. Entretanto, segundo estudiosos, a tendência é que melhoramentos se tornem mais baratos
com o tempo, sendo acessíveis para todos. Se as pessoas puderem escolher quais melhoramentos adquirir, é pouco provável que se formem apenas dois grupos sociais
distintos, sendo mais factível que haja um contínuo de indivíduos modificados.

O melhoramento físico e cognitivo dos humanos por meio de novas tecnologias é a principal bandeira do transumanismo. Esse movimento defende que a forma atual do
ser humano não representa o fim do nosso desenvolvimento, mas sim uma fase relativamente precoce. Assim como usamos métodos racionais para melhorar as
condições sociais e o mundo externo, podemos utilizar essa mesma abordagem no nosso organismo, sem necessariamente nos limitarmos a meios tradicionais, como
educação e desenvolvimento cultural.

Já os opositores dos transumanistas, chamados de bioconservadores, alertam sobre os vários problemas que tecnologias de melhoramento criarão para a sociedade,
como a já citada polarização e o aumento da desigualdade social.

Além do melhoramento físico e cognitivo da humanidade, alguns transumanistas defendem a eliminação do sofrimento, tanto físico quanto emocional. Sua intenção é
eliminar males como depressão e síndrome do estresse pós-traumático, para promover a saúde mental e a felicidade. Apesar de ser um objetivo aparentemente nobre,
esse tipo de alteração, mais do que melhoramentos físicos, parece tocar na nossa essência, naquilo que consideramos o cerne da humanidade. Uma questão central
nessa discussão é o que é ser humano.

FURTADO, F. O futuro transumano. Revista Ciência Hoje,

n. 307, v. 52, set. 2013. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje. p. 18-23. Adaptado

O verbo auxiliar destacado está utilizado de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa em:

a) A comissão encarregada de analisar a reciclagem de materiais concluiu que têm havido boas soluções para os resíduos hospitalares.
b) As conclusões dos peritos comprovaram que já deviam fazer cinco horas que o acidente acontecera e o socorro ainda não chegara.
c) As experiências recentes tentam descobrir se pode existir outras formas de vida além dessa que conhecemos no nosso planeta.
d) Os oceanógrafos afirmam que deve haver espécies raras de esponjas no litoral do Nordeste que nunca chegaremos a conhecer.
e) Os representantes das grandes potências acreditam que podem haver pactos para impedir a explosão da terceira guerra mundial.

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Questão 181: CESGRANRIO - Admin (PETRO)/PETROBRAS/Júnior/2012


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Texto I

O gigolô das palavras

Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu
considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se
descabelava diariamente com suas afrontas às leis da língua, e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha
defesa (“Culpa da revisão! Culpa da revisão!”). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem
entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.

Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da
Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não
necessariamente certo. Por exemplo: dizer “escrever claro” não é certo, mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir,
mover… Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. [...] É o esqueleto que nos traz de pé,
mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua, mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.

Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela.
Sempre fui péssimo em Português. Mas – isso eu disse – vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão dispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da
minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso
as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto
passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. [...]

Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel.

VERISSIMO, Luis Fernando. O gigolô das palavras. In: LUFT, Celso Pedro. Língua e liberdade: por uma nova concepção de língua materna e seu ensino. Porto Alegre: L&PM, 1985. p. 36. Adaptado.

Texto II

Aula de português

A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, equipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Aula de português. In: Reunião: 10 livros de poesia. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1974. p. 81.

De acordo com a norma-padrão, a frase que não precisa ser corrigida pelo Professor Carlos Góis, mencionado pelo Texto II, é:

a) Houveram muitos acertos naquela prova.


b) Existia poucos alunos com dúvidas na sala.
c) Ocorreram poucas dúvidas sobre a matéria.
d) Devem haver muitos aprovados este ano.
e) Vão fazer dois anos que estudei a matéria.

Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/220594

Questão 182: CESGRANRIO - Admin (PETRO)/PETROBRAS/Júnior/2012


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Texto I

O gigolô das palavras


Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu
considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se
descabelava diariamente com suas afrontas às leis da língua, e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha
defesa (“Culpa da revisão! Culpa da revisão!”). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem
entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.

Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da
Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não
necessariamente certo. Por exemplo: dizer “escrever claro” não é certo, mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir,
mover… Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. [...] É o esqueleto que nos traz de pé,
mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua, mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.

Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela.
Sempre fui péssimo em Português. Mas – isso eu disse – vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão dispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da
minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso
as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto
passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. [...]

Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel.

VERISSIMO, Luis Fernando. O gigolô das palavras. In: LUFT, Celso Pedro. Língua e liberdade: por uma nova concepção de língua materna e seu ensino. Porto Alegre: L&PM, 1985. p. 36. Adaptado.

Texto II

Aula de português

A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, equipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Aula de português. In: Reunião: 10 livros de poesia. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1974. p. 81.

No poema, o verso “O português são dois” está de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.

A frase em que também se respeita a norma-padrão, com relação à concordância, é:

a) Na reunião, houveram muitos imprevistos.


b) Estranhou-se as mudanças na empresa.
c) Devem fazer cinco meses que não o vejo.
d) Precisam-se de vendedores nesta loja.
e) Pensou-se muito nas sugestões dos funcionários.

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Questão 183: CESGRANRIO - Insp SI (PETRO)/PETROBRAS/Júnior/2012


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
A concordância está de acordo com a norma-padrão em:

a) Vai acontecer muitas inovações no século XXI.


b) Existe cientistas que investigam produtos para 2050.
c) A maioria dos brasileiros acredita que o mundo vai melhorar.
d) O passeio aos planetas e às estações espaciais vão ser normais no futuro.
e) Daqui a alguns anos, provavelmente haverão lojas com robôs vendedores.

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Questão 184: CESGRANRIO - Tec (BR)/BR/Administração e Controle Júnior /2009


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
OPS...DESCULPE, FOI ENGANO!

Célia Leão

Já faz alguns anos que descobri que tenho uma xará que, assim como eu, também tem outros sobrenomes entre o Célia e o Leão. Minha xará é uma parlamentar do
estado de São Paulo que trabalha, e trabalha muito, mas, de vez em quando, acaba por receber em sua caixa de e-mails dúvidas de etiqueta que deveriam ser
endereçadas a mim - confusões que ocorrem por causa do nome. E, em todas as ocasiões que isso acontece, ela sempre encaminha o e-mail para a minha caixa postal e
envia também uma simpática resposta ao remetente, avisando-o sobre o engano e contando-lhe também sobre as providências já tomadas. Isso me encanta e, por sorte,
já fui apresentada a ela e pude agradecer-lhe pessoalmente por todo o bom humor com o qual encara a situação.

Por causa disso, passei a prestar mais atenção nas atitudes das pessoas quando os enganos acontecem. Umas, muito mal-humoradas, se esquecem de que fazem parte
do time da empresa e que enganos de ramais acontecem: simplesmente comunicam a quem está do outro lado da linha que o ramal em questão não é o da pessoa com
a qual você quer falar e desligam. Quanta falta de (...) espírito de equipe. Assim, esteja ciente de que enganos de fato acontecem. E que errar é humano e mais comum do
que se pensa. Seja compreensivo e, se tiver à mão a lista com os ramais da empresa, avise à pessoa qual é o número do ramal procurado. Seu interlocutor vai passar a
enxergar a sua empresa de um jeito diferente e cheio de admiração.

Se você receber um e-mail endereçado a outra pessoa, não deixe o remetente sem resposta. Encontre um tempinho para avisá-lo sobre o engano cometido. Ninguém
pode avaliar quão urgente e importante é aquele assunto. Vivemos tempos atribulados, mas nada justifica que nos embruteçamos. Devemos evitar o risco de um dia
termos de negociar com uma pessoa com a qual fomos indelicados. Pense nisto na próxima vez que atender a uma ligação que não é para você.

(Célia Leão é consultora de etiqueta empresarial)


In: Você S/A / Edição 130 – Disponível em: http://vocesa.abril.com.br/ desenvolva-sua-carreira/materia/ops-desculpe-foi-engano-484102.shtml

_________________ muitas confusões por causa da semelhança de nomes.

Qual a forma verbal que completa o trecho acima, mantendo a concordância conforme a norma culta e formal da língua?

a) Ocorreu

b) Houve
c) Apareceu

d) Verifica-se
e) Existe

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Questão 185: CESGRANRIO - Tec (BR)/BR/Abastecimento Júnior/2010


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Os antigos e a memória

Os antigos gregos consideravam a memória uma entidade sobrenatural ou divina: era a deusa Mnemosyne, mãe das Musas, que protegem as artes e a história. A deusa
Memória dava aos poetas e adivinhos o poder de voltar ao passado e de relembrá-lo para a coletividade. Tinha o poder de conferir imortalidade aos mortais, pois, quando
o artista ou o historiador registram em suas obras a fisionomia, os gestos, os atos, os feitos e as palavras de um humano, este nunca será esquecido e, por isso,
tornando-se memorável, não morrerá jamais.

Os historiadores antigos colocavam suas obras sob a proteção das Musas, escreviam para que não fossem perdidos os feitos memoráveis dos humanos e para que
servissem de exemplo às gerações futuras. Dizia Cícero: “A história é mestra da vida”.

A memória é, pois, inseparável do sentimento do tempo ou da percepção/experiência do tempo como algo que escoa ou passa.

A importância da memória não se limitava à poesia e à história, mas também aparecia com muita força e clareza na medicina dos antigos. Um aforismo, atribuído a
Hipócrates, o pai da medicina, dizia:

A vida é breve, a arte é longa, a ocasião é fugidia, a experiência é traidora e o julgamento é difícil. O médico precisa estar sempre atento não só para fazer o que convém, mas
também para conseguir a cooperação do paciente.

Qual a ajuda ou cooperação trazida pelo paciente ao médico? Sua memória. O médico antigo praticava com o paciente a anamnese, isto é, a reminiscência. Por meio de
perguntas, fazia o paciente lembrar-se de todas as circunstâncias que antecederam o momento em que ficara doente e as circunstâncias em que adoecera, pois essas
lembranças auxiliavam o médico a fazer o diagnóstico e a receitar remédios, cirurgias e dietas que correspondiam à necessidade específica da cura do paciente.

CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2008, p. 138-139.

Que sentença apresenta ERRO de concordância, de acordo com a norma padrão?

a) Mais de uma função é atribuída à memória.


b) Uma pequena parte dos antigos se dedicava à retórica.
c) Quantos de nós conhecemos as regras fundamentais da oratória?
d) Haviam relatos de pacientes que auxiliam o (diagnóstico do) médico.
e) Decorar um discurso e dominar a oratória eram condições importantes para o bom orador.
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Questão 186: CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Medicina do Trabalho/2014


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
A caçada metódica aos dados do internauta
revoluciona a publicidade

Um anúncio de máquina de lavar roupas invadiu todos os sites que você visita desde que fez uma pesquisa para saber o preço dos modelos existentes? Esse é um sinal
de que você está sendo rastreado por meio dos famosos cookies, arquivos criados por um site, quando você o visita, com informações sobre sua navegação. Mas, para
se adaptar a usuários resistentes que ainda apagam cookies, alguns integrantes do setor já estão no pós-cookies. Eles apostam principalmente na tecnologia de
impressão digital, estabelecida com base nos vestígios deixados pelo navegador ou pelo próprio aparelho. É o que preocupa a Criteo, bem-sucedida companhia francesa:
ela segmenta os internautas a partir dos cookies, que, com os novos métodos de rastreamento, poderiam ser rejeitados, no futuro, pelo navegador Chrome do Google.

O Google, aliás, tornou-se um especialista de segmentação em função do contexto editorial, por meio do programa AdSense: ele envia anúncios baseando-se na temática
da página da web visitada. Ou por meio da comercialização de links patrocinados em resposta a pesquisas no programa de busca, ou ainda em função de palavras
encontradas nas contas do Gmail – por exemplo, um anúncio sobre “Férias no Marrocos”, se um e-mail em sua caixa postal menciona esse país.

A essa segmentação contextual e comportamental soma-se uma nova dimensão, fundada na interação social. Ainda menos transparente que o Google sobre o uso de
dados pessoais, o Facebook explora informações fornecidas voluntariamente por seus membros aos “amigos”. Faixa etária, cidade, interesses, profissão... A isso se
acrescentam os “amigos” geolocalizáveis dos usuários da rede social. “Nossos catálogos de endereços são totalmente varridos pelo Facebook por meio de nosso
telefone celular ou e-mail, e uma identificação biométrica padrão permite reconhecer logotipos e fotos de rostos sem que o contribuinte tenha dado permissão explícita”,
diz a associação Internet sem Fronteiras (AFP, 18/05/2012).

Em 2007, o Facebook foi obrigado a desculpar-se pelo programa Beacon, que alertava a comunidade de “amigos” sempre que um dos membros fazia uma compra on-
line. Hoje, a publicidade dá lugar à recomendação “social”. O internauta que clica em “Curti” e vira fã de uma marca compartilha automaticamente a notícia com toda a
sua rede. “A exposição a marca ‘curtida’ por um ou mais amigos quadruplica a intenção de compra dos usuários expostos a esses anúncios”, indica Matthieu de Lesseux,
presidente da DDB Paris (Challenges, 05/04/2012). O anúncio aparece no feed de notícias (linha do tempo), entre os elementos publicados pelos “amigos”. O Twitter
também insere mensagens patrocinadas nessa área reservada normalmente para as contas selecionadas pelo usuário. Um anúncio qualificado de “nativo”, já que nasce
no mesmo fluxo de informações.

A comunidade “amiga” pode saber o que o usuário está ouvindo, por meio do serviço de música on-line Deezer; o que ele lê, graças a parcerias com jornais; e o que
deseja comprar. “Pouquíssimos usuários compreendem totalmente – e muito menos controlam – a exploração dos dados utilizados para impulsionar a atividade
publicitária do Facebook”, destaca Jeff Chester, diretor do Centro para a Democracia Digital (AFP, 01/02/2012). Basta clicar no botão “Facebook Connect” para que a rede
social forneça a terceiros as informações sobre a identidade de um cliente. Os termos de uso da rede, que muda regularmente seus parâmetros de confidencialidade, são
geralmente ilegíveis. Seus data centers, aliás, os parques de servidores que armazenam esses dados, também são de propriedade da gigante californiana, escapando a
qualquer controle das autoridades estrangeiras.

Poderíamos pensar que os mastodontes da internet que vivem da publicidade não nos custam nada. Isso não é verdade, pois eles nos custam nossos dados, um valor
total estimado em 315 bilhões de euros no mundo em 2011, ou seja, 600 euros por indivíduo, de acordo com o Boston Consulting Group. Uma riqueza fornecida pelos
próprios internautas, que se tornam “quase funcionários, voluntários, das empresas”, como escrevem Nicolas Colin e Pierre Collin em um relatório sobre a tributação na
era digital. Localizados em terras de asilo europeias, subtraídas da economia real por meio de sistemas de evasão em paraísos fiscais, esses gigantes praticamente não
pagam impostos sobre as empresas, ou escapam da taxa sobre valor agregado. Para um montante de 2,5 bilhões a 3 bilhões de euros de volume de negócios na França,
as empresas Google, Apple, Facebook e Amazon pagam apenas 4 milhões de euros, “quando poderiam pagar 500 milhões de euros, se o sistema tributário lhes fosse
plenamente aplicado”, de acordo com um parecer de 14 de fevereiro de 2012 do Conselho Nacional do Digital.

Os grandes atores norte-americanos da internet desestabilizam o mercado publicitário. Enquanto suas receitas explodem, as dos meios de comunicação tradicionais não
param de cair. Entre 2007 e 2012, na França, o mercado publicitário passou de 4,8 bilhões para 3,2 bilhões de euros para a imprensa, e de 3,6 bilhões para 3,3 bilhões de
euros para a televisão. Mas as mídias tradicionais financiam a criação de obras de ficção, filmes cinematográficos, documentários, entrevistas, reportagens... Do 1,8
bilhão de euros em receitas de publicidade on-line – incluídos os links patrocinados –, só o Google captou cerca de 1,5 bilhão de euros na França.

BÉNILDE, Marie. A caçada metódica aos dados do internauta revoluciona a

publicidade. Disponível em:<http://www.diplomatique. org.br/artigo.php?id=1555)>. Acesso em: 12 mar. 2014. Adaptado.

A concordância está de acordo com a norma-padrão em:

a) A essa segmentação contextual e comportamental somam- se novas dimensões, fundadas na interação social.
b) A essas segmentações contextual e comportamental somam-se uma nova dimensão, fundada na interação social.
c) A essas segmentações contextuais e comportamentais somam-se uma nova dimensão, fundada na interação social.
d) A essa segmentação contextual e comportamental soma- se novas dimensões, fundadas na interação social.
e) A essas segmentações contextual e comportamental soma- se novas dimensões, fundadas na interação social

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Questão 187: CESGRANRIO - Esc BB/BB/"Sem Área"/2015


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Cartilha orienta consumidor

Lançada pelo SindilojasRio e pelo CDL-Rio,


em parceria com o Procon-RJ, guia destaca os principais
pontos do Código de Defesa do Consumidor (CDC),
selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais
comuns recebidas pelas duas entidades

O Sindicato de Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro (SindilojasRio) e o Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) lançaram ontem uma cartilha para
orientar lojistas e consumidores sobre seus direitos e deveres. Com o objetivo de dar mais transparência e melhorar as relações de consumo, a cartilha tem apoio
também da Secretaria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Seprocon)/ Procon-RJ.
Batizada de Boas Vendas, Boas Compras! – Guia prático de direitos e deveres para lojistas e consumidores, a publicação destaca os principais pontos do Código de
Defesa do Consumidor (CDC), selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais comuns recebidas, tanto pelo SindilojasRio e CDL-Rio, como pelo Procon-RJ.

“A partir da conscientização de consumidores e lojistas sobre seus direitos e deveres, queremos contribuir para o crescimento sustentável das empresas, tendo como
base a ética, a qualidade dos produtos e a boa prestação de serviços ao consumidor”, explicou o presidente do SindilojasRio e do CDL-Rio, Aldo Gonçalves.

Gonçalves destacou que as duas entidades estão comprometidas em promover mudanças que propiciem o avanço das relações de consumo, além do desenvolvimento
do varejo carioca.

“O consumidor é o nosso foco. É importante informá-lo dos seus direitos”, disse o empresário, ressaltando que conhecer bem o CDC é vital não só para os lojistas, mas
também para seus fornecedores.

Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 08 abr. 2014, A-9. Adaptado.

Após ler o texto, que é uma reportagem, um funcionário do jornal decidiu enviá-lo por e-mail a um colega, mas, além do texto completo, ele resolveu também anexar uma
imagem com a capa do jornal. A mensagem enviada tinha, porém, uma concordância que desrespeitava a norma-padrão.

Essa concordância equivocada está exemplificada em:

a) Mando-lhe dois arquivos alusivos à matéria mencionada em epígrafe.


b) Segue os dois arquivos que mencionei sobre a cartilha do consumidor.
c) Envio dois arquivos atachados referentes aos itens que mencionei acima.
d) Veja nos anexos os dois arquivos sobre a matéria mencionada.
e) Anexo nesta mensagem dois arquivos relacionados com a reportagem.

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Questão 188: CESGRANRIO - Aju (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Motorista Granel I/2014


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
A negação do meio ambiente

O século 20 conseguiu consolidar o apartheid entre a humanidade e as dinâmicas próprias dos ecossistemas e da biosfera. Até o final do século 19, quando nasceu meu
avô, a vida na Terra, em qualquer que fosse o país, tinha estreitos laços com os produtos e serviços da natureza. O homem dependia de animais para a maior parte do
trabalho, para locomoção e mal começava a dominar máquinas capazes de produzir força ou velocidade. Na maioria das casas, o clima era regulado ao abrir e fechar as
janelas e, quando muito, acender lareiras, onde madeira era queimada para produzir calor.

Cem anos depois, a vida é completamente dominada pela tecnologia, pela mecânica, pela química e pela eletrônica, além de todas as outras ciências que tiveram um
exponencial salto desde o final do século 19. Na maior parte dos escritórios das empresas que dominam a economia global, a temperatura é mantida estável por
equipamentos de ar-condicionado, as comunicações são feitas através de telefones sem fio e satélites posicionados a milhares de quilômetros em órbita, as dores de
cabeça são tratadas com comprimidos, e as comidas vêm em embalagens com códigos de barra.

Não se trata aqui de fazer uma negação dos benefícios do progresso científico, que claramente ajudou a melhorar a qualidade de vida de bilhões de pessoas, e também
deixou à margem outros bilhões, mas de fazer uma reflexão sobre o quanto de tecnologia é realmente necessário e o que se pode e o que não se pode resolver a partir da
engenharia. As distâncias foram encurtadas e hoje é possível ir a qualquer parte do mundo em questão de horas, e isso é fantástico. No entanto, nas cidades, as
distâncias não se medem mais em quilômetros, mas sim em horas de trânsito. E isso se mostra um entrave para a qualidade de vida.

Há certo romantismo em pensar na vida em comunhão com a natureza, na qual as pessoas dedicam algum tempo para o contato com plantas, animais e ambientes
naturais. Eu pessoalmente gosto e faço caminhadas regulares em praias e trilhas. Mas não é disso que se trata quando falo na ruptura entre a engenharia humana e as
dinâmicas naturais. Há uma crença que está se generalizando de que a ciência, a engenharia e a tecnologia são capazes de resolver qualquer problema ambiental que
surja. E esse é um engano que pode ser, em muitos casos, crítico para a manutenção do atual modelo econômico e cultural das economias centrais e, principalmente,
dos países que agora consideramos “emergentes”.

Alguns exemplos de que choques entre a dinâmica natural e o engenho humano estão deixando fraturas expostas. A região metropolitana de São Paulo está enfrentando
uma das maiores crises de abastecimento de água de sua história. As nascentes e áreas de preservação que deveriam proteger a água da cidade foram desmatadas e
ocupadas, no entanto a mídia e as autoridades em geral apontam a necessidade de mais obras de infraestrutura para garantir o abastecimento, como se a produção de
água pelo ecossistema não tivesse nenhum papel a desempenhar.

No caso da energia também existe uma demanda incessante por mais eletricidade, mais combustíveis e mais consumo. Isso exige o aumento incessante da exploração
de recursos naturais e não renováveis. Pouco ou nada se fala na elaboração de programas generalizados de eficiência energética, de modo a economizar energia sem
comprometer a qualidade de vida nas cidades.

Todos esses dilemas, porém, parecem alheios ao cotidiano das grandes cidades. A desconexão vai além da simples percepção, nas cidades as pessoas se recusam a
mudar comportamentos negligentes como o descarte inadequado de resíduos ou desperdícios de água e energia. Há muito a mudar.

Pessoas, empresas, governos e organizações sociais são os principais atores de transformação, mudanças desejáveis e possíveis, mas que precisam de uma reflexão de
cada um sobre o papel do meio ambiente na vida moderna.

DAL MARCONDES, (Adalberto Marcondes). A negação do meio ambiente. Disponível em:

<http://www.cartacapital.com.br /sustentabilidade/ a-negacao-do-meio-ambiente-9277.html>. Acesso em: 02 jul. 2014. Adaptado.

No último parágrafo do texto, a palavra que faz parte do termo com o qual o verbo precisam (l. 34) concorda é
a) pessoas
b) empresas
c) governos
d) atores
e) mudanças

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Questão 189: CESGRANRIO - Eng (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Júnior/Elétrica/2014


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Sobre Marte, os drones e vidas humanas

Na missão espacial mais ambiciosa dos últimos tempos, o robô Curiosity pousou recentemente no solo marciano, um ambiente inóspito para seres humanos. A imagem
da conquista de um planeta longínquo por uma máquina reúne dois sonhos de ficção científica — a criação de robôs e a exploração espacial. O robô que pousou em
Marte é apenas o exemplo mais recente e eloquente de uma realidade que há tempos já saiu dos livros e filmes para entrar em nosso dia a dia. Há mais de 8 milhões de
robôs aqui mesmo na Terra, em atividades tão distintas quanto aspirar o pó da sala, auxiliar médicos em cirurgias delicadas, dirigir automóveis, vigiar as fronteiras e —
em seu uso mais controverso — matar inimigos em conflitos armados.

Na verdade, sem que o percebamos, os robôs começam a tomar conta de diferentes aspectos da nossa vida. Até que ponto devemos delegar a máquinas tarefas que
consideramos essencialmente humanas ou mesmo a tomada de decisões que envolvem vidas e valores fundamentais? Qual o risco representado pelos drones, os aviões
que, comandados à distância, conseguem exterminar o inimigo com elevado grau de precisão? Que tipo de aplicação essa nova realidade tem sobre a sociedade e sobre
a visão que temos de humanidade?

Tais questões representam um dos maiores desafios que deveremos enfrentar neste século. Seria um despropósito deixar de aproveitar as conquistas da robótica para
aperfeiçoar atividades tão necessárias quanto a medicina, o policiamento ou mesmo a limpeza doméstica. Mas também seria ingênuo acreditar que máquinas ou robôs
podem um dia nos substituir em decisões complexas, que envolvem menos um cálculo racional e mais emoções ou crenças. Para o futuro, prenunciam-se perguntas
mais difíceis, mais desafiadoras — e até ameaçadoras — do que aquelas relativas ao uso de drones. Perguntas cuja resposta nenhum robô poderá dar.

GUROVITZ, Hélio. Revista Época, 13 ago. 2012, p. 8. Adaptado.

A frase em que a flexão do verbo auxiliar destacado obedece aos princípios da norma-padrão é

a) Alguns estudiosos consideram que podem haver robôs tão inteligentes quanto o homem.
b) Devem existir formas de garantir a exploração de outras tarefas destinadas aos robôs.
c) No futuro, devem haver outras formas de investimentos para garantir a evolução da robótica.
d) Pode existir obstáculos que os robôs sejam capazes de superar, como a locomoção e o diálogo.
e) Pode surgir novas tecnologias para aperfeiçoar a conquista espacial.

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Questão 190: CESGRANRIO - Eng (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Júnior/Elétrica/2014


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Sobre Marte, os drones e vidas humanas

Na missão espacial mais ambiciosa dos últimos tempos, o robô Curiosity pousou recentemente no solo marciano, um ambiente inóspito para seres humanos. A imagem
da conquista de um planeta longínquo por uma máquina reúne dois sonhos de ficção científica — a criação de robôs e a exploração espacial. O robô que pousou em
Marte é apenas o exemplo mais recente e eloquente de uma realidade que há tempos já saiu dos livros e filmes para entrar em nosso dia a dia. Há mais de 8 milhões de
robôs aqui mesmo na Terra, em atividades tão distintas quanto aspirar o pó da sala, auxiliar médicos em cirurgias delicadas, dirigir automóveis, vigiar as fronteiras e —
em seu uso mais controverso — matar inimigos em conflitos armados.

Na verdade, sem que o percebamos, os robôs começam a tomar conta de diferentes aspectos da nossa vida. Até que ponto devemos delegar a máquinas tarefas que
consideramos essencialmente humanas ou mesmo a tomada de decisões que envolvem vidas e valores fundamentais? Qual o risco representado pelos drones, os aviões
que, comandados à distância, conseguem exterminar o inimigo com elevado grau de precisão? Que tipo de aplicação essa nova realidade tem sobre a sociedade e sobre
a visão que temos de humanidade?

Tais questões representam um dos maiores desafios que deveremos enfrentar neste século. Seria um despropósito deixar de aproveitar as conquistas da robótica para
aperfeiçoar atividades tão necessárias quanto a medicina, o policiamento ou mesmo a limpeza doméstica. Mas também seria ingênuo acreditar que máquinas ou robôs
podem um dia nos substituir em decisões complexas, que envolvem menos um cálculo racional e mais emoções ou crenças. Para o futuro, prenunciam-se perguntas
mais difíceis, mais desafiadoras — e até ameaçadoras — do que aquelas relativas ao uso de drones. Perguntas cuja resposta nenhum robô poderá dar.

GUROVITZ, Hélio. Revista Época, 13 ago. 2012, p. 8. Adaptado.

A concordância verbal está de acordo com a norma-padrão EXCETO em:

a) As análises revelam que o valor das correlações entre a vazão dos rios e anomalias de temperatura do mar são pequenos.
b) Cerca de 20% das cavernas catalogadas em diversas regiões do Brasil situam-se nos geossistemas ferruginosos.
c) Medidas têm sido tomadas para avaliar a influência das mudanças do clima que comprometem a geração de energia.
d) Mudança anormal de variações que afetam a matriz energética nacional constitui motivo de preocupação.
e) Os problemas que associam a energia nuclear à possibilidade de acidentes e ao risco da confecção de bombas atômicas podem ser resolvidos.

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Questão 191: CESGRANRIO - Ag PM (IBGE)/IBGE/2014
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
O que é mobilidade urbana sustentável

Mobilidade é o grande desafio das cidades contemporâneas, em todas as partes do mundo. A opção pelo automóvel – que parecia ser a resposta eficiente do século 20
à necessidade de circulação – levou à paralisia do trânsito, com desperdício de tempo e combustível, além dos problemas ambientais de poluição atmosférica e de
ocupação do espaço público.

É preciso que se difundam boas práticas de transportes coletivos integrados que melhorem a qualidade dos ambientes urbanos. Mobilidade urbana sustentável, em
outras palavras. Esse conceito envolve a implantação de sistemas sobre trilhos, como metrôs, trens e bondes modernos (VLTs), ônibus “limpos”, com integração a
ciclovias, esteiras rolantes, elevadores de grande capacidade. E soluções inovadoras, como os teleféricos de Medellín (Colômbia), ou sistemas de bicicletas públicas,
como os implantados em Copenhague, Paris, Barcelona, Bogotá, Boston e várias outras cidades mundiais.

Por fim, a mobilidade urbana também demanda calçadas confortáveis, niveladas, sem buracos e obstáculos, porque um terço das viagens realizadas nas cidades
brasileiras é feita a pé ou em cadeiras de rodas. Somente a requalificação dos transportes públicos poderá reduzir o ronco dos motores e permitir que as ruas deixem de
ser “vias” de passagem e voltem a ser locais de convivência.

Disponível em:<http://www.mobilize.org.br/sobre-o-portal/mobilidade-urbana-sustentavel/>. Portal Mobilize Brasil. Associação Abaporu. Acesso em: 27 dez. 2013. Adaptado.

No trecho do Texto “É preciso que se difundam boas práticas de transportes coletivos integrados”, o verbo difundir deve ser utilizado no plural, de acordo com os
preceitos da norma-padrão.

Esse mesmo procedimento é obrigatório nas formas verbais destacadas, EXCETO em:

a) Nos últimos anos, votaram-se leis para reduzir a poluição provocada pelo excesso de veículos, como a circulação com alternância de placas.
b) A esperança é que, por meio da educação ambiental, se superem necessidades de consumo prejudiciais aos seres vivos.
c) Nas cidades que pretendem garantir a mobilidade urbana, demandam-se calçadas confortáveis, niveladas, sem buracos e obstáculos.
d) É essencial que se reduzam os roncos dos motores e a poluição atmosférica que prejudicam a vida nos grandes centros urbanos.
e) A única solução é que se dirijam aos jovens uma estratégia publicitária que reverta a tendência de substituir o carro pela bicicleta.

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Questão 192: CESGRANRIO - AC (IBGE)/IBGE/Geoprocessamento/2014


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Comércio ambulante: sob as franjas do sistema

Definir uma política para a economia informal – ou mais especificamente para o comércio ambulante – significa situá-la em contextos de desigualdade, entendendo de
que maneira ela se relaciona com a economia formal e de que forma ela é funcional para a manutenção dos monopólios de poder político e econômico. Dependendo do
contexto, o poder público formula políticas considerando o caráter provisório do trabalho informal, justificando políticas de formalização com a crença de uma possível
“erradicação” da informalidade.

Desse ponto de vista, a falta de um plano municipal para o comércio ambulante nas grandes cidades é emblemática. Trata-se de um sinal que aponta que o comércio
ambulante é visto como política compensatória, reservada a alguns grupos com dificuldades de entrada no mercado de trabalho, como deficientes físicos, idosos e, em
alguns países, veteranos de guerra. Entretanto, a realidade do comércio ambulante em São Paulo mostra que essa atividade é uma alternativa consolidada para uma
parcela importante dos ocupados que não se
enquadram em nenhuma das três categorias acima. [...]

Há políticas que reconhecem a informalidade como exceção permanente do capitalismo e que acreditam que somente podem “gerenciá-la” ou “domesticá-la” se
determinada atividade não gerar conflitos e disputas entre setores da sociedade. Nessa concepção, “gerenciar” a informalidade significa tolerá-la, limitando-a
arbitrariamente a um número ínfimo de pessoas que podem trabalhar de forma legalizada, deixando um grande contingente de trabalhadores à mercê da falta de
planejamento e vulnerável à corrupção e à violência. Esse perfil de “gestão da exceção” delimita a inclusão de poucos e se omite no planejamento para muitos. No caso
de São Paulo, o número de licenças de trabalho vigentes, por exemplo, corresponde no ano de 2013 a apenas 2,5% do contingente total de trabalhadores ambulantes. Em
Nova York, apesar de toda a gestão militarizada e excludente, o percentual é de 20%.

Dentro desse raciocínio, “domesticar” a informalidade significa destinar ao comércio ambulante apenas alguns espaços na cidade, mas somente os que não confrontem
a lógica de reprodução do capital e, consequentemente, a imagem que se quer manter dos espaços em valorização imobiliária. Não só trabalhadores ambulantes, como
catadores de material reciclável, moradores de habitações precárias e população em situação de rua são obrigados a ocupar espaços distantes dos vetores de
reconfiguração urbana e dos megaeventos corporativos e midiáticos. A “demarcação” de terras onde eles podem estar, trabalhar ou circular passa a ser não uma política
afirmativa do direito à cidade, mas do deslocamento dessa população para longe das vistas do “progresso” e do “moderno”. [...]

Em resumo, a ausência de políticas de inclusão é em si uma política. Em algumas das grandes cidades brasileiras, as leis que regulam o comércio ambulante apenas
aparentemente servem para incluir, quando, na verdade, são instrumentos de exclusão dos trabalhadores das ruas.

ALCÂNTARA, A.; SAMPAIO, G.; ITIKAWA, L. Comércio ambulante: sob as franjas do sistema. Disponível em: <http://www.cartacapital. com.br/sociedade/sob-as-franjas-do-sistema-o-comercio-
ambulante-nas-grandes-cidades-325.html>. Acesso em: 26 dez. 2013. Adaptado.

A concordância verbal está de acordo com a norma-padrão em:

a) Tratam-se de problemas nunca resolvidos.


b) Nunca se assistem a ações afirmativas nesses casos.
c) Em poucas cidades, apresentam-se soluções adequadas para o comércio ambulante.
d) A situação dos moradores de habitações precárias são as piores.
e) Antes haviam políticas que buscavam solucionar o problema do comércio ambulante.

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Questão 193: CESGRANRIO - Adv (EPE)/EPE/Jurídica/2014


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
O verbo em destaque está flexionado de acordo com a norma-padrão em:

a) Como haviam muitos interessados na viagem, foi feito um sorteio.


b) Muitos turistas parecem não respeitar os limites de horário impostos pelas agências.
c) Existem pessoas que parecem estarem sempre à procura de roteiros de viagens.
d) Convêm os turistas estarem conscientes das leis de cada localidade conhecida.
e) Para os turistas, parecem não existirem lugares difíceis de conhecer.

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Questão 194: CESGRANRIO - Ass Adm (EPE)/EPE/Apoio Administrativo/2012


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
METRÓPOLE SUSTENTÁVEL: É POSSÍVEL?

Conversamos com sociólogos, arquitetos, economistas, urbanistas e representantes de organizações internacionais sobre o assunto. Será que estamos fadados a um
colapso ou a metrópole sustentável é um conceito viável?

Virou hábito na mídia e, provavelmente, em conversas cotidianas o uso do adjetivo ‘sustentável’. Condomínios, materiais de construção, meios de transporte, edifícios...
Tudo pode ser sustentável.

Quando perguntamos a urbanistas e economistas sobre o assunto, o conceito de sustentabilidade aplicado a cidades não se configura unânime. Para alguns urbanistas,
um elemento fundamental para ser levado em conta, quando se fala de sustentabilidade urbana, é o futuro. “Uma metrópole sustentável é aquela que, na próxima
geração, tenha condições iguais ou melhores que as que temos hoje”, define o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). Por ‘condições’ devemos entender os
aspectos fundamentais relacionados à vida urbana: habitação, alimentação, saúde, emprego, transporte, educação, água, etc. Além disso, a articulação entre os campos
ambiental e social é essencial para o conceito de sustentabilidade urbana.

A primeira condição fundamental para o estabelecimento de uma cidade sustentável é a democratização dos acessos a serviços e equipamentos públicos. Isso significa
a redução drástica de todas as formas de desigualdades – social, política, econômica e espacial.

Nesse cenário, para que infraestrutura, segurança, saúde, educação e outros serviços públicos sejam acessíveis em toda a metrópole, a manutenção da cidade se torna
cada vez mais cara. É imperativo democratizar o acesso aos serviços básicos de uma metrópole e diminuir as desigualdades. No entanto, como fazer isso quando o
dinheiro é limitado? “Conter a expansão urbana”, resume o arquiteto.

A rede de transportes, por exemplo, é um dos aspectos a serem observados na constituição das cidades. Quanto maiores as distâncias a serem percorridas, também
maior e mais complexa ela será. A priorização do automóvel faz com que a cidade se expanda horizontalmente, minando as possibilidades de ter áreas não ocupadas, e
contribui para a impermeabilização do solo, com a pavimentação contínua. A superestima do automóvel é uma das marcas do subdesenvolvimento, no qual também o
transporte coletivo é precário.

Se alguns dados da ONU oferecem um prognóstico positivo do futuro das metrópoles, os urbanistas nos lembram que o destino das cidades pode não ser tão brilhante,
se não houver uma mudança mais orgânica. Mudanças estruturais e na ordem do pensamento são fundamentais para que, se não garantida, a sustentabilidade seja ao
menos possível.

FRAGA, Isabela. Metrópole sustentável: é possível? Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, vol. 46, n. 274, setembro de 2010. p. 22-29. Adaptado.

A concordância verbal está usada de acordo com a norma- padrão, EXCETO em:

a) 80% da população brasileira mora nas regiões urbanas, expondo-se à poluição atmosférica e sonora.
b) A maioria das cidades brasileiras de grande porte possui uma rede de transportes que abrange todo o perímetro urbano.
c) Cada cidade brasileira receberão verbas especiais para promover programas voltados à sustentabilidade.
d) Mais de um país latino-americano apresentou altos índices de desigualdade social.
e) Nem os ambientalistas nem os arquitetos conseguem definir o melhor modelo de metrópole sustentável.
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Questão 195: CESGRANRIO - Adv (EPE)/EPE/Jurídica/2012


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
O setor elétrico e as mudanças climáticas

Nosso país tem enorme potencial hidrelétrico, o que nos permite gerar energia elétrica razoavelmente ‘limpa’ e barata. Essa fonte responde, atualmente, por cerca de 70%
da energia elétrica consumida no país. Entretanto, para que possamos usufruir dessa energia, precisamos transportá-la a longas distâncias — muitas vezes, milhares de
quilômetros — por meio de linhas de transmissão aéreas, expostas ao tempo e a seus caprichos. E esses caprichos, segundo estudos científicos, tendem a se tornar
cada vez mais frequentes em um planeta sujeito a mudanças em um ritmo jamais visto pelos humanos.
A experiência brasileira mostra isso. 50% a 70% das falhas ocorridas no passado em linhas de transmissão brasileiras estavam relacionadas às condições climáticas,
mais especificamente, às chamadas tempestades severas, caracterizadas por condições extremas de vento, raios ou precipitação. Com o aquecimento global, o
desmatamento e alguns fenômenos atmosféricos, esse número tende a aumentar nas próximas décadas.

Combinados ou de forma isolada, esses fenômenos são capazes de interromper o fluxo de energia ao longo das linhas e interferir, de maneira significativa, no sistema
elétrico. Se as alterações do clima podem causar problemas na transmissão de energia, na distribuição a situação não é diferente. 99% da distribuição de energia elétrica
no Brasil é aérea e concentra-se em grandes áreas urbanas, onde vive a maioria dos consumidores. Nessas áreas, as edificações, a substituição de vegetação por asfalto,
a poluição dos automóveis e das fábricas causam alterações atmosféricas que favorecem a ocorrência de fortes tempestades.

Os danos provocados por raios nas redes de distribuição podem se tornar ainda mais frequentes se levarmos em consideração o novo modelo que começa a ser adotado
no país e no mundo, baseado no uso de equipamentos digitais para monitorar a distribuição em tempo real e na possibilidade de utilizar diferentes fontes de energia.
Essa transformação se dará tanto na disponibilização quanto no consumo de energia, levando, inclusive, à economia desse recurso.

No entanto, a busca de maior comodidade para os consumidores, maior controle operacional pelas empresas, maior eficiência e maior flexibilidade da rede (no sentido
de utilizar fontes alternativas de energia) tende a tornar a distribuição mais sofisticada e, ao mesmo tempo, mais vulnerável a descargas elétricas, devido à utilização de
componentes que contêm semicondutores, mais suscetíveis a danos por raios.

Finalmente, é importante salientar que as redes de energia precisarão contar com o potencial hidrelétrico ainda quase inexplorado da Amazônia no futuro. Segundo as
projeções climáticas baseadas em modelos computacionais, essa região sofrerá o maior aumento de temperatura e de tempestades. Outro aspecto relevante está na
necessidade, cada vez maior, de adequar tais redes às normas legais de proteção e conservação ambiental, o que poderá ampliar a chance de problemas decorrentes de
fatores climáticos.

PINTO JÚNIOR, Osmar. O setor elétrico e as mudanças climáticas. Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: ICH. n. 280, abr. 2011, p. 68-69. Adaptado.

A concordância verbal está de acordo com a norma padrão, EXCETO em:

a) 50% dos danos à rede de distribuição elétrica no Brasil têm sido provocados por raios e chuvas intensas.
b) A maioria das tempestades severas causa prejuízos incomensuráveis às redes de transmissão de energia.
c) Muitos dos problemas de queda de energia no ano de 011 foram gerados por temporais nas regiões urbanas.
d) Está comprovado que a maior parte da energia elétrica consumida no país tem origem em fontes hidrelétricas.
e) Cerca de 20 estados brasileiros precisa modernizar suas redes de distribuição para garantir mais eficiência.

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Questão 196: CESGRANRIO - Ana (IBGE)/IBGE/Administração Escolar/2013


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Contra o estigma da pobreza

O livro ‘ Vozes do Bolsa Família – Autonomia, dinheiro


e cidadania’ traz pesquisa que mergulha no universo
dos beneficiários do programa do governo

Durante os protestos de junho, alguns cartazes pediam a revogação do direito de voto dos beneficiários do programa Bolsa Família (BF). Tratava-se de um eco dos
preconceitos veiculados nas redes sociais depois das eleições de 2010, segundo os quais Dilma só se elegera por causa dos votos das famílias beneficiárias, alegação
fartamente desmontada por analistas eleitorais. É provável, contudo, que o BF tenha contribuído para a perda de influência(a) de políticos que aproveitavam a
dependência de eleitores extremamente pobres para formar clientelas com favores eventuais e personalizados, financiados com recursos públicos. O caráter
universalista e regular do BF despersonifica o benefício e o transfere do registro da caridade pessoal para o campo da institucionalidade de Estado.

A desinformação não se restringe ao campo das paixões políticas. Empresários já manifestaram a opinião de que o BF reduz a procura por empregos e dificulta a
contratação, como se desconhecessem que o valor máximo do benefício é bem inferior ao salário mínimo e que quase metade dos beneficiários é de trabalhadores por
conta própria. Alguns estudos mostram, ao contrário, que o BF tem um efeito muito positivo sobre o emprego, ao animar mercados locais de bens e serviços de baixa
renda. Também há indícios(b) de que o programa contribuiu para a redução da migração de regiões pobres para grandes cidades, mas o deficit de capacitação dos
beneficiados não lhes permitiria disputar vagas oferecidas, por exemplo, pela indústria paulista caso forçados à migração.[...]

Os autores do livro Vozes do Bolsa Família... partem da hipótese de que os mitos que culpam o acaso ou os próprios pobres pela pobreza secular herdada legitimam a
indiferença dos ricos e humilham os pobres até levá-los à resignação ou, mais raramente, à violência. No Brasil, o predomínio de uma visão liberal que culpa os pobres
por sua pobreza tem raízes históricas profundas. Seus antecedentes são os estereótipos que taxaram homens livres e pobres como vagabundos depois da Abolição, e
que estigmatizavam o escravo como preguiçoso, leniente, lascivo e que, portanto, só trabalharia sob a coerção mais absoluta.

A força dos estigmas produziu várias consequências políticas. Primeiro, vetou ou limitou políticas voltadas a reformar os arranjos estruturais(c) que reproduzem a
pobreza. Esses arranjos resultam da privação histórica do acesso à terra, à moradia e a oportunidades de capacitação política, econômica e educacional de grande
maioria da população brasileira. Segundo, legitimou ações que mitigavam os efeitos da pobreza através da caridade, mantida no registro do favor a quem é culpado por
seu próprio destino e, paradoxalmente, incapacitado de mudá-lo. Terceiro, emudeceu os pobres que internalizaram a imagem depreciativa e os colocou em situação de
dependência pessoal do favor, enfraquecidos como sujeitos de direitos e incapacitados de mudar sua situação. Enfim, a ausência de reparação institucional, a carência
de capacitações e a internalização da humilhação se reforçaram mutuamente para reproduzir a pobreza.

O BF, por sua vez, transfere o registro da pobreza (e sua atenuação) do campo da caridade pessoal para a esfera da responsabilidade institucional e do direito à cidadania
substantiva, ou seja, parte do reconhecimento institucional de uma dívida social e inicia o processo de habilitação de cidadãos. É diferente do assistencialismo
tradicional porque, primeiro, assegura regularmente o atendimento de necessidades básicas sem as quais qualquer direito à cidadania é puramente formal. Segundo,
exige a contrapartida da frequência escolar e, de fato, reduz o trabalho infantil, a repetência e a baixa escolaridade nas famílias beneficiadas, um arranjo central da
reprodução da pobreza e subcidadania. Terceiro, a transferência de dinheiro aumenta a responsabilidade individual(d) e confere uma autonomia mínima antes
desconhecida pelas mães beneficiárias.[...]

Os autores defendem que a ampliação dos direitos de cidadania seria reforçada se as prefeituras não se limitassem a cadastrar as beneficiárias mas criassem canais de
interlocução e controle social do programa. Afinal, o BF não assegura nem a solução do problema da pobreza nem a formação de uma cultura de cidadania ativa, embora
seja o primeiro passo indispensável para ambas. Seu principal efeito, argumentam, não é o de superar o círculo vicioso da pobreza, mas iniciar um círculo virtuoso dos
direitos, em que a expansão de um direito dá origem a reivindicações por outros direitos, em uma luta pelo reconhecimento da legitimidade de novas expectativas. Se
estiverem certos, os filhos das famílias beneficiárias não apenas terão mais capacitações que os pais para cruzar as portas de saída do programa. Nos protestos de rua
e de campo no futuro, portarão os cartazes que os pais estiveram incapacitados de escrever(e).

BASTOS, P.P.Z. Contra o estigma da pobreza. Carta Capital. Disponível em:<http://www.cartacapital.com.br/economia/vozes-da-pobreza-1525.html>. Acesso em: 26 set. 2013. Adaptado.

O mecanismo da concordância verbal contribui para a coesão e para o entendimento dos textos, porque garante que os termos a que se referem os verbos possam ser
facilmente resgatados pelo leitor, mesmo quando enunciados em períodos diferentes.

O exemplo do texto em que a concordância permite identificar o sujeito de um verbo, presente em outro período, é:

a) “É provável, contudo, que o BF tenha contribuído para a perda de influência”


b) “Também há indícios”
c) “Primeiro, vetou ou limitou políticas voltadas a reformar os arranjos estruturais”
d) “a transferência de dinheiro aumenta a responsabilidade individual”
e) “os cartazes que os pais estiveram incapacitados de escrever”

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Questão 197: CESGRANRIO - Adv (PETRO)/PETROBRAS/Júnior/2015


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
A sociedade da informação e seus desafios

Dificilmente alguém discordaria de que a sociedade da informação é o principal traço característico do debate público sobre desenvolvimento, seja em nível local ou
global, neste alvorecer do século XXI. Das propostas políticas oriundas dos países industrializados e das discussões acadêmicas, a expressão “sociedade de informação”
transformou-se rapidamente em jargão nos meios de comunicação, alcançando, de forma conceitualmente imprecisa, o universo vocabular do cidadão.

A expressão “sociedade da informação” passou a ser utilizada como substituta para o conceito complexo de “sociedade pós-industrial”, como forma de transmitir o
conteúdo específico do “novo paradigma técnico-econômico”. A realidade que os conceitos das ciências sociais procuram expressar refere-se às transformações
técnicas, organizacionais e administrativas que têm como “fator-chave” não mais os insumos baratos de energia — como na sociedade industrial — mas os insumos
baratos de informação propiciados pelos avanços tecnológicos na microeletrônica e nas telecomunicações.

Nesta sociedade pós-industrial, ou “informacional”, as transformações em direção à sociedade da informação, em estágio avançado nos países industrializados,
constituem uma tendência dominante mesmo para economias menos industrializadas e definem um novo paradigma, o da tecnologia da informação, que expressa a
essência da presente transformação tecnológica em suas relações com a economia e a sociedade. Esse novo paradigma tem as seguintes características fundamentais:
a informação é sua matéria-prima (no passado, o objetivo dominante era utilizar informação para agir sobre as tecnologias); os efeitos das novas tecnologias têm alta
penetrabilidade (a informação é parte integrante de toda atividade humana, individual ou coletiva e, portanto, todas essas atividades tendem a ser afetadas diretamente
pela nova tecnologia); a tecnologia favorece processos reversíveis devido a sua flexibilidade; trajetórias de desenvolvimento tecnológico em diversas áreas do saber
tornam-se interligadas e transformam-se as categorias segundo as quais pensamos todos os processos (microeletrônica, telecomunicações, optoeletrônica, por
exemplo).

O foco sobre a tecnologia pode alimentar a visão ingênua de determinismo tecnológico segundo o qual as transformações em direção à sociedade da informação
resultam da tecnologia, seguem uma lógica técnica e, portanto, neutra e estão fora da interferência de fatores sociais e políticos. Nada mais equivocado: processos
sociais e transformação tecnológica resultam de uma interação complexa em que fatores sociais preexistentes como a criatividade, o espírito empreendedor, as
condições da pesquisa científica afetam o avanço tecnológico e suas aplicações sociais.

No campo educacional dos países em desenvolvimento, decisões sobre investimentos para a incorporação da informática e da telemática implicam também riscos e
desafios. Será essencial identificar o papel que essas novas tecnologias podem desempenhar no processo de desenvolvimento educacional e, isso posto, resolver como
utilizá-las de forma a facilitar uma efetiva aceleração do processo em direção à educação para todos, ao longo da vida, com qualidade e garantia de diversidade. As
novas tecnologias de informação e comunicação tornam-se, hoje, parte de um vasto instrumental historicamente mobilizado para a educação e a aprendizagem. Cabe a
cada sociedade decidir que composição do conjunto de tecnologias educacionais mobilizar para atingir suas metas de desenvolvimento.

A Unesco tem atuado de forma sistemática no sentido de apoiar as iniciativas dos Estados Membros na definição de políticas de integração das novas tecnologias aos
seus objetivos de desenvolvimento. No Programa Informação para Todos, as ações desse organismo internacional estão concentradas em duas áreas principais:
conteúdo para a sociedade da informação e “infoestrutura” para esta sociedade em evolução, por meio da cooperação para treinamento, apoio ao estabelecimento de
políticas de informação e promoção de conexões em rede.

No espírito da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que constitui a base dos direitos à informação na sociedade da informação, e levando em consideração os
valores e a visão delineados anteriormente, o novo Programa Informação para Todos deverá prover uma plataforma para a discussão global sobre acesso à informação,
participação de todos na sociedade da informação global e as consequências éticas, legais e societárias do uso das tecnologias de informação e comunicação. Deverá
prover também a estrutura para colaboração internacional e parcerias nessas áreas e apoiar o desenvolvimento de ferramentas comuns, métodos e estratégias para a
construção de uma sociedade de informação global e justa.

WERTHEIN, J. Ciência da Informação. Brasília, v. 29, n. 2, p. 71- 77, maio/ago. 2000. Disponível em: <http://revista.ibict.br/ciinf/index. php/ciinf/article/view/254>. Acesso em:
10 maio 2015. Adaptado.

A concordância verbal dos termos destacados obedece às exigências da norma-padrão da Língua Portuguesa em:
a) As ações dos dirigentes políticos para que a tecnologia afete positivamente a população parece crescer cada vez mais nas sociedades modernas do século XXI.
b) Em algumas instituições, concentram-se cérebros responsáveis por estabelecer os novos parâmetros da sociedade da informação, essencial ao debate público
sobre desenvolvimento.
c) Têm gerado consequências indiscutíveis no processo educacional o desenvolvimento tecnológico dos países que investem em pesquisas avançadas na área de
informática.
d) Buscam-se, nos países industrializados, espírito empreendedor para que os avanços na produção e na transmissão de informação beneficiem uma grande parcela
da população mundial.
e) É essencial que se considere essas características da sociedade de informação como um novo paradigma técnico-econômico relacionado às transformações
técnicas e organizacionais.

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Questão 198: CESGRANRIO - Tec Ban (BASA)/BASA/2015


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Texto I

Agricultura familiar

O que é agricultura familiar?

A agricultura familiar consiste em uma forma de organização social, cultural, econômica e ambiental, na qual são trabalhadas atividades agropecuárias e não
agropecuárias de base familiar, desenvolvidas em estabelecimento rural ou em áreas comunitárias próximas, gerenciadas por uma família com predominância de mão de
obra familiar e apresenta papel relevante para o desenvolvimento do País.

Por que a agricultura familiar é importante?

A agricultura familiar apresenta importante função para garantir a segurança alimentar; preserva os alimentos tradicionais, além de contribuir para uma alimentação
balanceada, para a proteção da agrobiodiversidade e para o uso sustentável dos recursos naturais.

No cenário nacional, a agricultura familiar responde por 38% do valor bruto da produção agropecuária e é responsável por mais de 70% dos alimentos que chegam à
mesa dos brasileiros.

Considerando-se o número de estabelecimentos rurais, a agricultura familiar consegue empregar três vezes mais do que a agricultura não familiar.

Disponível em: <http://www.bancoamazonia.com.

br/index.php/ agriculturaa-familiar>. Acesso em: 29 jul. 2015. Adaptado.

A concordância do verbo em destaque está adequada à norma-padrão em:

a) A agricultura de famílias cria estratégias capazes de melhorar a realidade dos produtores.


b) O agricultor, assessorado pelos órgãos responsáveis, são mais bem atendidos.
c) A predominância de mão de obra familiar apresentam um papel relevante para o desenvolvimento do país.
d) Os empreendimentos rurais desenvolvidos em estabelecimento rural compreende papel relevante para o desenvolvimento do país.
e) A geração de empregos e de rendas promovem a permanência do homem no campo.

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Questão 199: CESGRANRIO - Esc BB/BB/"Sem Área"/2015


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Moeda digital deve revolucionar a sociedade

Nas sociedades primitivas, a produção de bens era limitada e feita por famílias que trocavam seus produtos de subsistência através do escambo, organizado em locais
públicos, decorrendo daí a origem do termo “pregão” da Bolsa. Com o passar do tempo, especialmente na antiguidade, época em que os povos já dominavam a
navegação, o comércio internacional se modernizou e engendrou a criação de moedas, com o intuito de facilitar a circulação de mercadorias, que tinham como lastro
elas mesmas, geralmente alcunhadas em ouro, prata ou bronze, metais preciosos desde sempre.

A Revolução Industrial ocorrida inicialmente na Inglaterra e na Holanda, por volta de 1750, viria a criar uma quantidade de riqueza acumulada tão grande que
transformaria o próprio dinheiro em mercadoria. Nascia o mercado financeiro em Amsterdã, que depois se espalharia por toda a Europa e pelo mundo. A grande inovação
na época foi o mecanismo de compensação nos pagamentos, mais seguro e prático, no qual um banco emitia uma ordem de pagamento para outro em favor de
determinada pessoa e esta poderia sacá-la sem que uma quantidade enorme de dinheiro ou ouro tivesse de ser transportada entre continentes. Essa ordem de
pagamento, hoje reconhecida no mundo financeiro como “título cambial”, tem como instrumento mais conhecido o cheque, “neto” da letra de câmbio, amplamente usada
pela burguesia em transações financeiras na alta idade média. A teoria nos ensina que são três as suas principais características: a cartularidade, a autonomia e a
abstração.

Ora, o que isso tem a ver com bitcoins? Foi necessária essa pequena exegese para refletirmos que não importa a forma como a sociedade queira se organizar, ela é
sempre motivada por um fenômeno humano. Como nos ensina Platão, a necessidade é a mãe das invenções. Considerando o dinamismo da evolução da sociedade da
informação, inicialmente revolucionada pela invenção do códex e da imprensa nos idos de 1450, que possibilitou na Idade Média o armazenamento e a circulação de
grandes volumes de informação, e, recentemente, o fenômeno da internet, que eliminou distâncias e barreiras culturais, transformando o mundo em uma aldeia global,
seria impossível que o próprio mundo virtual não desenvolvesse sua moeda, não somente por questão financeira, mas sobretudo para afirmação de sua identidade
cultural.
Criada por um “personagem virtual”, cuja identidade no mundo real é motivo de grande especulação, a bitcoin, resumidamente, é uma moeda virtual que pode ser
utilizada na aquisição de produtos e serviços dos mais diversos no mundo virtual. Trata-se de um título cambial digital, sem emissor, sem cártula, e, portanto, sem lastro,
uma aberração no mundo financeiro, que, não obstante isso, tem valor.

No entanto, ao que tudo indica, essa questão do lastro está prestes a ser resolvida. Explico. Grandes corporações começam a acenar com a possibilidade de aceitar
bitcoins na compra de serviços. Se a indústria pesada da tecnologia realmente adotar políticas reconhecendo e incluindo bitcoins como moeda válida, estará dado o
primeiro passo para a criação de um mercado financeiro global de bitcoins. Esse assunto é de alta relevância para a sociedade como um todo e poderá abrir as portas
para novos serviços nas estruturas que se formarão não somente no mercado financeiro, em todas as suas facetas — refiro-me à Bolsa de Valores, inclusive, bem como
em novos campos do direito e na atividade estatal de regulação dessa nova moeda.

Certamente a consolidação dos bitcoins não revogaráas outras modalidades de circulação de riqueza criadas ao longo da história, posto que ainda é possível trocar
mercadorias, emitir letras de câmbio, transacionar com moedas e outros títulos. Ao longo do tempo aprendemos também que os instrumentos se renovaram e se
tornaram mais sofisticados, fato que constitui um desafio para o mundo do direito.

AVANZI, Dane. UOL TV Todo Dia. Disponível em: <http://portal.tododia.uol.com.br/_conteudo/2015/03/opiniao/65848-moeda-digital-deve-revolucionar-a-sociedade.php>. Acesso em: 09 ago. 2015.
Adaptado.

A palavra destacada apresenta a concordância nominal de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa em:

a) Várias agências bancárias estão implementando a biometria, nos caixas eletrônicos, baseados nas características físicas dos clientes.
b) O avanço dos serviços bancários e sucesso das moedas virtuais, ocorridas nos últimos anos, oferecem aos usuários conectados experiências prazerosas.
c) O aumento do uso dos cartões fornecido por vários bancos representa um dos elementos mais importantes e característicos na área financeira do século XX.
d) A construção estratégica de curto e médio prazos, compatível com os padrões de competitividade do mercado bancário, tornou os mecanismos de prevenção
mais eficientes.
e) As tecnologias de mobilidade e a competência dos funcionários são característicos da rede bancária na atualidade.

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Questão 200: CESGRANRIO - Esc BB/BB/"Sem Área"/2015


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Moeda digital deve revolucionar a sociedade

Nas sociedades primitivas, a produção de bens era limitada e feita por famílias que trocavam seus produtos de subsistência através do escambo, organizado em locais
públicos, decorrendo daí a origem do termo “pregão” da Bolsa. Com o passar do tempo, especialmente na antiguidade, época em que os povos já dominavam a
navegação, o comércio internacional se modernizou e engendrou a criação de moedas, com o intuito de facilitar a circulação de mercadorias, que tinham como lastro
elas mesmas, geralmente alcunhadas em ouro, prata ou bronze, metais preciosos desde sempre.

A Revolução Industrial ocorrida inicialmente na Inglaterra e na Holanda, por volta de 1750, viria a criar uma quantidade de riqueza acumulada tão grande que
transformaria o próprio dinheiro em mercadoria. Nascia o mercado financeiro em Amsterdã, que depois se espalharia por toda a Europa e pelo mundo. A grande inovação
na época foi o mecanismo de compensação nos pagamentos, mais seguro e prático, no qual um banco emitia uma ordem de pagamento para outro em favor de
determinada pessoa e esta poderia sacá-la sem que uma quantidade enorme de dinheiro ou ouro tivesse de ser transportada entre continentes. Essa ordem de
pagamento, hoje reconhecida no mundo financeiro como “título cambial”, tem como instrumento mais conhecido o cheque, “neto” da letra de câmbio, amplamente usada
pela burguesia em transações financeiras na alta idade média. A teoria nos ensina que são três as suas principais características: a cartularidade, a autonomia e a
abstração.

Ora, o que isso tem a ver com bitcoins? Foi necessária essa pequena exegese para refletirmos que não importa a forma como a sociedade queira se organizar, ela é
sempre motivada por um fenômeno humano. Como nos ensina Platão, a necessidade é a mãe das invenções. Considerando o dinamismo da evolução da sociedade da
informação, inicialmente revolucionada pela invenção do códex e da imprensa nos idos de 1450, que possibilitou na Idade Média o armazenamento e a circulação de
grandes volumes de informação, e, recentemente, o fenômeno da internet, que eliminou distâncias e barreiras culturais, transformando o mundo em uma aldeia global,
seria impossível que o próprio mundo virtual não desenvolvesse sua moeda, não somente por questão financeira, mas sobretudo para afirmação de sua identidade
cultural.

Criada por um “personagem virtual”, cuja identidade no mundo real é motivo de grande especulação, a bitcoin, resumidamente, é uma moeda virtual que pode ser
utilizada na aquisição de produtos e serviços dos mais diversos no mundo virtual. Trata-se de um título cambial digital, sem emissor, sem cártula, e, portanto, sem lastro,
uma aberração no mundo financeiro, que, não obstante isso, tem valor.

No entanto, ao que tudo indica, essa questão do lastro está prestes a ser resolvida. Explico. Grandes corporações começam a acenar com a possibilidade de aceitar
bitcoins na compra de serviços. Se a indústria pesada da tecnologia realmente adotar políticas reconhecendo e incluindo bitcoins como moeda válida, estará dado o
primeiro passo para a criação de um mercado financeiro global de bitcoins. Esse assunto é de alta relevância para a sociedade como um todo e poderá abrir as portas
para novos serviços nas estruturas que se formarão não somente no mercado financeiro, em todas as suas facetas — refiro-me à Bolsa de Valores, inclusive, bem como
em novos campos do direito e na atividade estatal de regulação dessa nova moeda.

Certamente a consolidação dos bitcoins não revogaráas outras modalidades de circulação de riqueza criadas ao longo da história, posto que ainda é possível trocar
mercadorias, emitir letras de câmbio, transacionar com moedas e outros títulos. Ao longo do tempo aprendemos também que os instrumentos se renovaram e se
tornaram mais sofisticados, fato que constitui um desafio para o mundo do direito.

AVANZI, Dane. UOL TV Todo Dia. Disponível em: <http://portal.tododia.uol.com.br/_conteudo/2015/03/opiniao/65848-moeda-digital-deve-revolucionar-a-sociedade.php>. Acesso em: 09 ago. 2015.
Adaptado.

A concordância do verbo destacado obedece ao que determina a norma-padrão da Língua Portuguesa em:
a) O financiamento de imóveis populares a baixo custo caracterizam a missão social dos bancos estatais.
b) Necessitam-se de muitas iniciativas para ampliar a informatização do acesso bancário de modo a aumentar sua eficiência.
c) A criação de moedas digitais que tem ocorrido na internet devem provocar relevantes mudanças sociais.
d) A política de desenvolvimento social das comunidades carentes podem promover melhorias na vida de sua população.
e) Na última década, criaram-se muitas oportunidades de negociação para consumidores endividados.

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Gabarito
1) C 2) A 3) C 4) A 5) A 6) E 7) C
8) A 9) D 10) D 11) B 12) A 13) A 14) A
15) B 16) E 17) A 18) B 19) A 20) A 21) C
22) E 23) D 24) B 25) C 26) A 27) D 28) A
29) B 30) D 31) A 32) B 33) A 34) D 35) A
36) C 37) A 38) D 39) B 40) D 41) A 42) A
43) B 44) E 45) B 46) A 47) A 48) E 49) C
50) A 51) C 52) C 53) A 54) D 55) D 56) E
57) C 58) C 59) A 60) D 61) E 62) E 63) A
64) C 65) C 66) C 67) A 68) D 69) B 70) B
71) A 72) C 73) C 74) C 75) A 76) D 77) A
78) B 79) A 80) D 81) E 82) B 83) B 84) C
85) E 86) A 87) C 88) C 89) C 90) B 91) B
92) E 93) D 94) E 95) B 96) A 97) B 98) C
99) A 100) D 101) E 102) D 103) A 104) D 105) C
106) A 107) E 108) A 109) B 110) B 111) C 112) A
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