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Teste diagnóstico de Português – 9.

º ano/setembro 2022

Aluno(a)___________________________________________________nº_____turma_____

Apreciação

insuficiente

insuficiente
muito bom

suficiente

muito
bom

leitura
educação literária
gramática
escrita

Observações
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O/a professor/a
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Grupo I – Leitura

Lê o texto com atenção.

Os corais estão a morrer um pouco por todo o lado e a culpa é nossa

A grande Barreira de Coral está mais em perigo do que nunca. E as más notícias não vêm só da
Austrália: por outras partes do planeta há registo do fenómeno de branqueamento dos corais superficiais e
da sua morte.

Teresa Sofia Serafim 28 de março de 2017

Ao longo da costa da Austrália, há um tesouro natural com uma dimensão só verdadeiramente


apreciável do espaço. É um ecossistema com 3000 recifes e 900 ilhas que se estende por cerca de 2400
quilómetros da costa Leste da Austrália. Mas a sua grandiosidade começa já a ser comparável à sua
degradação. “A Grande Barreira de Coral: uma joia natural que devemos proteger” alertou o astronauta
francês Thomas Pesquet, quando, a 8 de janeiro, fotografou a bordo da Estação Espacial Internacional a
grande barreira.
Aqui na Terra, já todos sabemos que muitos recifes de corais de superfície estão em perigo, mas a
situação tem-se agravado cada vez mais. A cor que lhes dá identidade está a desvanecer-se e parece que
nada tem sido feito para travar este processo. Nas últimas semanas, três novos estudos alertaram para o
fenómeno de branqueamento e a morte de corais de baixas profundidades. Para ficarmos com a noção da
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emergência desta situação, note-se que cerca de 90% dos recifes da Grande Barreira de Coral foram afetados,
de alguma forma, pelo branqueamento de 2016.
Os corais são animais coloniais que surgiram há cerca de 400 milhões de anos. São formados por
inúmeras unidades (pólipos) que se alinham lado a lado e segregam o esqueleto de carbonato de cálcio. Ao
longo de milhares de anos, vai-se formando um recife.
O branqueamento dos corais acontece quando a água aquece mais do que seria suposto. Devido a esse
aquecimento, as algas que vivem em simbiose com os corais, e que lhes dão os tons coloridos, começam a
tirar-lhes a cor, porque começam a produzir substâncias tóxicas e deixam de fazer fotossíntese. Os corais
acabam por expulsar as algas. A cor acastanhada dessas algas desaparece e a cor esbranquiçada do esqueleto
do coral fica visível através do tecido transparente. E isto, além de os deixar esbranquiçados, pode levar os
corais à morte. Ficam sem acesso a nutrientes, que lhes são fornecidos pelas algas, que transformam a
energia solar em energia química, através da fotossíntese e acabam por morrer.

https//www.publico.pt/2017/03/28/ciência/noticia. Consultado em 08-09-2019. Texto adaptado.

1. Para cada item (1.1.e 1.2.), seleciona a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.
1.1. A degradação dos recifes de corais é um fenómeno preocupante
A. apenas na Austrália.
B. por todo o planeta.
C. na costa atlântica.
D. no Mar do Norte.

1.2. Os recifes da Grande Barreira de Coral são afetados por


A. falta de sal na água.
B. invasão de cardumes de peixes tropicais.
C. atividades de mergulho constantes.
D. fenómenos de branqueamento e de morte.

2. Explica por que razão são as algas que causam o branqueamento dos corais.
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Grupo II – Educação Literária

Não morri
Não tenho memória, pequena ou grande, do momento em que decidi levantar-me da toalha. Estaria
talvez a prestar atenção a qualquer outro pensamento, mas levantei-me da toalha e, de certeza, caminhei
até à água. A minha memória começa no momento em que estava com água pelos joelhos.
Ao longo da minha vida, tenho estado em muitas praias, poucas de beleza mais extravagante do que aquela.
Natureza a encontrar-se com natureza. De um lado, a natureza-água, mar com a cor certa, a temperatura
certa, horizonte lá longe, no limite; do outro lado, a natureza-terra, areia limpa, dunas, sons comparáveis ao
silêncio; por cima, a natureza-céu e, já se sabe, céu é céu, justo. Eu e o Milagre éramos as únicas pessoas em
toda a praia. As únicas pegadas na areia eram nossas.
Quando me levantei da toalha, devo ter-lhe perguntado se queria vir. Se o fiz, ele deve ter respondido que
não. Especulo porque, como disse, a minha memória começa já com água pelos joelhos. Depois, sem dar um
passo, ainda a ambientar-me, já tinha a água pela cintura. Depois, sem me mexer, chegava-me à barriga, ao
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peito, aos ombros e, de repente, não tinha pé e estava a nadar o mais depressa que podia contra a corrente
que continuava a levar-me para longe da areia.
Na minha família, faço parte da primeira geração que aprendeu a nadar. Nunca fui grande nadador. Aprendi
tardiamente num tanque de rega que me chegava à barriga quando estava cheio e que acabava após duas
braçadas. Nunca fui capaz de deitar-me de costas e boiar, ainda não sou. Invariavelmente, as pernas
começam a afundar-se e, com elas, o corpo inteiro. Por isso, naquele dia, enquanto nadava contra a corrente,
desconfiava das minhas capacidades. Sem estilo, quando me esforçava ao máximo, conseguia não me afastar
durante um instante; mas eu não era capaz de aguentar o máximo do meu esforço por muito tempo. O mar
tinha decidido que me queria.
Quando deixei de saber o que fazer, comecei a gritar. À distância, o Milagre continuava na sua pausa,
impávido, deitado na toalha. A corrente anulava-me o esforço e as ondas anulavam-me os gritos ao lançarem-
se sobre a areia. Então, chegou o momento em que aceitei o que me estava a acontecer. Pensei: que inglório1.
Eu estava a nadar com toda a força, mas esse foi um momento de grande serenidade, em que pensei: que
inglório, tanta coisa para isto, tantas preocupações, tantos sacrifícios, tantas ilusões para isto. E senti o
quanto era ridículo e vão2 aquele que eu julgava ser. Afinal, não era tudo o que imaginava. Afinal, era apenas
um sopro. E senti uma pena profunda por desaparecer o amor que sentia por aqueles que nunca mais voltaria
a ver, a minha família, de quem não me tinha despedido e a quem daria um desgosto enorme. Que triste e
inglório. Aquela ida à praia, simples e inconsciente, iria definir-me para sempre. Aquele momento podia ter
sido evitado de tantas formas mas, ali, já não podia ser evitado, era real. Eu ia morrer.
Eu ia morrer? Perante essa certeza, como nos filmes, já sem pensar, nadei o mais que pude, para lá da
exaustão, a ignorar a exaustão e o corpo. Não sei como, mas houve uma trégua na corrente, talvez o mar se
tenha comovido com o meu esforço, e consegui avançar. Cheguei à areia, como um náufrago, a cambalear e
fiquei deitado de costas durante muito tempo, até conseguir recuperar o fôlego.
Foi há doze anos. Muitas vezes, parece-me que este tempo desde então é um bónus. Se tivesse morrido
nesse dia, faltava uma grande quantidade de acontecimentos enormes na minha vida. Não vou enumerá-los.
Agora, aqui, seriam como montanhas e basta-me a sua sombra para me embargar a voz.
Conheço pessoas que morreram. Ao contrário de mim, morreram mesmo. Todos os dias passa tempo que
não é testemunhado por elas. Os seus olhares ficaram parados numa data que se afasta cada vez mais. Nós,
que conhecemos essas pessoas, que partilhámos um tempo que continha a sua presença, estamos aqui e
podemos avaliar o tamanho da sua falta. Assim, da mesma maneira, devíamos ser capazes de perceber toda
a dimensão disto: o nosso nome ainda nos pertence, temos planos banais para amanhã.
Quando cheguei à toalha, ressuscitado ou renascido, expliquei ao Milagre o que acontecera. Ele continuou a
olhar para mim com a mesma expressão e, depois de algumas frases, mudou de assunto.
José Luís Peixoto
http://visao.sapo.pt/. Consultado em 18/07/2012

Notas
1inglório - que não proporciona glória, que não é reconhecido, que não tem proveito ou utilidade.

2vão – vazio; oco.

1. Seleciona, para responderes a cada item (1.1. a 1.5.), a única opção que permite obter uma afirmação
adequada ao sentido do texto.

1.1. O autor relata um episódio

A. que se reporta a um acontecimento da sua infância.


B. que partilhou animadamente com um amigo.
C. em que lutou contra correntes marítimas.
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D. protagonizado por um nadador-salvador.

1.2. Naquela praia, a natureza parecia “encontrar-se com natureza.” Esta expressão indica que

A. o ambiente denotava a intervenção do homem.


B. a natureza se apresentava no seu estado natural.
C. a natureza compreendia o estado de espírito do autor.
D. o autor se sentia em sintonia com a natureza.

1.3. O momento mais tenso do relato foi

A. a entrada no mar, devido às correntes de água que arrastavam o autor.


B. a luta do nadador quando sentiu estar próximo da morte.
C. o regresso à toalha, uma vez que o autor sentiu um alívio enorme.
D. o alheamento do seu amigo, dado que não ouviu os gritos de socorro.

1.4. Na frase “Quando me levantei da toalha, devo ter-lhe perguntado se queria vir.”, a palavra sublinhada
refere-se
A. ao Milagre.
B. a um milagre.
C. a um desconhecido.
D. a um familiar.

1.5. A expressão “essa certeza” (parágrafo 6, linha 1) refere-se à


A. convicção de que iria morrer.
B. incerteza de estar vivo ou morto.
C. certeza de uma morte longínqua.
D. certeza de que iria sobreviver.

2. Atenta na frase: “O mar tinha decidido que me queria.”


2.1. Identifica o recurso expressivo presente na frase.
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2.2. Explica-o.
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Grupo III – Gramática

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. A minha memória começa no momento em que estava com água pelos joelhos.
1.1. Reescreve a frase transcrita, iniciando-a com “quando”, e procede às alterações necessárias.
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2. Na frase “Eu e o Milagre éramos as únicas pessoas em toda a praia.”, o constituinte sublinhado
desempenha a função sintática de

A. sujeito.
B. complemento direto.
C. predicativo do sujeito.
D. complemento oblíquo.

3. Assinala os três advérbios presentes na lista de palavras.


mas; não; outro; que; tardiamente; depois; únicas; sem.

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4. Assinala a opção relativa à palavra que não é formada por composição.


A. natureza-terra
B. estrela-do-mar
C. biblioteca
D. inconsciente

5. Considera a frase.
Se tivesse morrido nesse dia, faltava uma grande quantidade de acontecimentos enormes na minha vida.

5.1. Identifica o tempo e o modo das formas verbais presentes na frase.

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5.2. Divide e classifica as orações presentes na frase.

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Grupo IV – Escrita

Escreve um texto narrativo, de 120 a 180 palavras, no qual relates


um acontecimento inesquecível, real ou imaginário, passado no espaço
representado na fotografia.
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FIM

Bom ano letivo!


Os professores
Humberto Caldeira, Ilídio Cadime, Paulo Portelada e Teresa Noronha
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