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ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DE SANTA CRUZ

DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA


9º ANO

1º Período – Teste Sumativo


Nome: Turma: Nº:

Data: Avaliação:

Professora: Encarregado de Educação:

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. Usa a folha de
respostas, pois nada do que possas escrever no enunciado será avaliado.

GRUPO I
Lê atentamente o texto e responde de forma clara e correcta às perguntas que te são colocadas.

TEXTO A
Peixe! – disse o velho. – Peixe! Seja como for, tu vais morrer. Precisas também de me matar?
"Assim não se consegue nada?", pensou. A boca, muito seca, não o deixava falar, mas não podia
chegar à água. "Já não aguento muitas mais voltas. Sim, aguentas, disse consigo. Aguentas como nunca."
Na volta seguinte, quase o apanhou. Mas, mais uma vez, o peixe endireitou-se e nadou devagar para
longe.
"Tu estás a matar-me, peixe, pensou o velho. Mas tens todo o direito. Nunca vi uma coisa maior, ou
mais bela, ou mais serena ou mais nobre do que tu, meu irmão. Vem e mata-me. Não quero saber qual de
nós mata."
"Agora estás tu a perder a cabeça, pensou. E não deves perder a cabeça. Não a percas, e aprende a
sofrer como um homem. Ou como um peixe."
- Reanima-te, cabeça – disse numa voz que mal ouvia. – Reanima-te.
Duas vezes mais aconteceu o mesmo.
"Não sei", pensou o velho. Estivera a ponto de sentir-se morrer, de cada vez. "Não sei. Mas torno a
tentar."
Tornou a tentar, e sentiu-se esmorecer, quando voltou o peixe. O peixe endireitou-se, e afastou-se
outra vez, lentamente, com a grande cauda balouçando no ar.
"Torno a tentar", prometeu o velho a si próprio, embora nem sentisse as mãos e apenas visse
lampejos.
Tentou de novo, e foi o mesmo. "Pois é", pensou, e sentia-se desfalecer, antes de principiar; "hei-de
tornar a tentar."
Convocou toda a dor, quanto lhe restava de forças, e o seu orgulho perdido, e tudo lançou contra a
agonia do peixe, e o peixe veio rente à borda e nadou mansamente junto à borda, com o nariz quase roçando
o costado do barco, e começou a passar-lhe por baixo, longo, fundo, largo, prateado, listrado de púrpura,
interminável nas águas.
O velho largou a linha, calcou-a com o pé, levantou o arpão ao alto e fê-lo descer, com toda a força
que tinha e mais força que no momento invocou, pelo flanco do peixe adentro, mesmo por trás da grande
barbatana peitoral que alta se erguia no ar à altura do peito do homem. Sentiu o ferro entrar e debruçou-se
sobre ele e fê-lo entrar mais e carregou depois com o seu peso em cima.
Ernest Hemingway, O Velho e o Mar

Depois da leitura atenta do excerto transcrito, responde, de forma correcta e completa, ao


questionário seguinte.

1. Caracteriza o velho pescador, baseando-te no que o narrador nos diz e também nas suas próprias
atitudes.
1.1. Identifica os tipos e processos de caracterização utilizados pelo narrador, exemplificando
com elementos do texto.

2. Extrai do excerto a expressão que melhor caracteriza a vontade firme do pescador.

3. A luta é verdadeiramente dramática.


3.1. Explica em que consiste a dramaticidade.

4. Classifica o narrador quanto à presença e quanto à visão.

5. O narrador utiliza vários modos de apresentação do discurso para nos contar a luta entre o
pescador e o peixe.
5.1. Identifica-os.
5.2. Refere as marcas linguísticas de cada um deles.

TEXTO B
Lê o texto B. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado no final.

Paraísos Subaquáticos

É difícil imaginar um país europeu como destino de mergulho. A Europa é uma terra de urbes e, no bulício da
nossa vida urbana, esquecemos os ritmos da Natureza, não sabemos quando nasce e se põe o Sol, só damos pela Lua
às vezes – quando está cheia – e, se não estamos na praia, vivemos o conceito de marés como uma abstracção.
Sem o mar, contudo, Portugal não faz sentido, e há uma mão-cheia (enfim, um bocado mais que uma mão-
cheia) de gente que todos os fins-de-semana se afoita a procurar, por esse país fora, o contacto com o mítico
Atlântico, que modelou as nossas terras e as nossas gentes.
O mar em Portugal carece da temperatura amena dos destinos de mergulho mais mediáticos e não tem
"nemos" nem outras tropicalidades subaquáticas. A água não é transparente nem tem aquele azul profundo (excepto
nos Açores e na Madeira, onde os azuis são únicos). Quem tenha estudado alguma Biologia sabe, contudo, que a água
é tanto mais azul e límpida quanto mais pobre em vida. Tal como as florestas tropicais, que sob o exuberante manto
de vida escondem uma constrangedora pobreza do solo, os recifes de coral tropicais são ilhas de vida num quase-
deserto de nutrientes.
Nas águas de Portugal continental, a riqueza de nutrientes é, pelo contrário, enorme, universal e consegue
alimentar uma quantidade planetária de peixes, peixinhos e peixões; como não há bela sem senão, o omnipresente
plâncton torna a água esmeralda em vez de turquesa e mais fitogénica que fotogénica, mas com uma biodiversidade
equiparável à dos mais ricos recifes de coral. À beira de Lisboa, há uma curiosidade geológica que potencia o
interesse da equação: perto do Cabo Espichel, a plataforma continental é mínima e passa abruptamente dos 40 metros
de profundidade para os mais de mil. Esta proximidade do verdadeiro mar alto traz para perto de Sesimbra espécies
animais que, de outro modo, só se poderiam ver a muitas milhas da costa. Bichos pequenos e grandes, coloridos como
se fossem pintados, em profusão alarmante, eis algo que não se antecipa encontrar nos mares de uma capital europeia.

Vasco Pinhol, Expresso, 25 de Outubro de 2008 (texto adaptado)

VOCABULÁRIO:
urbes (l. 1): cidades; bulício (l. 2): movimentação, agitação; plâncton (l. 16): conjunto de seres microscópicos que existem nas
águas; fitogénica (l. 16): rica em algas microscópicas.

1. As afirmações apresentadas (de A a G) baseiam-se em informações do texto.


1.1 Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas informações aparecem no texto.
Começa a sequência pela letra E.

A. A Biologia ensina que a transparência da água do mar não é sinal de riqueza em vida marinha.
B. Os recifes de coral são exemplos de riqueza de vida, ao contrário das águas que os rodeiam.
C. Existe uma ligação estreita entre Portugal e o mar e são muitas as pessoas que procuram o contacto com
o Atlântico.
D. Na costa portuguesa, junto a Lisboa, vivem espécies que são típicas de mares profundos.
E. Não é comum aos países do continente europeu serem associados à prática de mergulho.
F. Em Portugal, o mar tem características diferentes das que se associam aos destinos de mergulho mais
famosos.
G. A tonalidade das águas do mar, em Portugal, deve-se à presença de plâncton.

2. Selecciona, em cada item (3.1. a 3.4.), a alternativa que permite obter a afirmação adequada ao sentido do
texto.

Escreve o número do item e a letra correspondente a cada alternativa que escolheres.

3.1. A expressão "só damos pela Lua às vezes – quando está cheia – " ilustra a ideia de que os europeus, em
especial os citadinos,
a. procuram o contacto com a Natureza.
b. vivem afastados dos ciclos da Natureza.
c. se abstraem a observar a Natureza.
d. contactam, apenas à noite, com a Natureza.

3.2. A expressão "os recifes de coral tropicais são ilhas de vida num quase-deserto de nutrientes" contém
uma…
a. sinestesia.
b. enumeração.
c. metáfora.
d. personificação.

3.3. A expressão "peixes, peixinhos e peixões" traduz a ideia de …


a. quantidade e diversidade.
b. intensidade e igualdade.
c. qualidade e desigualdade.
d. diversidade e intensidade.

3.4. A utilização do advérbio "abruptamente" revela que a passagem de uma profundidade para outra se faz
de forma…
a. gradual.
b. lenta.
c. suave.
d. súbita.

TEXTO C

Lê o seguinte excerto d' O Principezinho e responde, de forma completa e bem estruturada, ao item
apresentado.

[…]
- Ah? Ainda aí estás? Quinhentos milhões de.. Olha que já nem sei… Tenho tanto que fazer! Eu, eu
sou um homem sério, não perco o meu tempo com ninharias! Dois e cinco, sete… (…)
- Vivo neste planeta há cinquenta e quatro anos e ainda só fui incomodado três vezes. A primeira vez
foi há vinte e dois anos: era um besouro caído sabe Deus de onde. Fazia tanto barulho que me enganei
quatro vezes numa soma. A segunda vez foi há onze anos: era um ataque de reumatismo. Tenho falta de
exercício. Não me sobra tempo para andar por aí a vadiar. É que eu, eu sou um homem sério. A terceira
vez… é esta! Mas, ia eu dizendo, quinhentos milhões…"

Antoine de Saint-Exupery, O Principezinho, tradução de Joana Morais Varela, Editora Caravela

1. Redige um texto expositivo, com um mínimo de 70 palavras e um máximo de 100 palavras, tendo em
conta os seguintes itens:
 identificação e caracterização da personagem referida no excerto d'O Principezinho
(qualidades e defeitos que lhe são associados);
 referência à moral que se pode inferir a partir das suas atitudes e falas;
 nomeação de três outras personagens que desempenham a mesma função na obra, dando
razões para o uso abundante de personagens com o mesmo perfil.

GRUPO II

1. Lê, atentamente, a seguinte frase:

O Mário e os irmãos devolveram ontem os livros requisitados à biblioteca.

Assinala com um X o quadrado que corresponde à forma passiva da frase que leste:
□ Os livros requisitados à biblioteca tinham-nos ontem devolvido o Mário e os irmãos.
□ Ontem, foram devolvidos pelo Mário e pelos irmãos os livros requisitados à biblioteca.
□ Quem devolveu ontem os livros requisitados à biblioteca foram o Mário e os irmãos.
□ A biblioteca devolveu ao Mário e aos irmãos os livros que eles tinham requisitado ontem.

2. Escreve uma palavra que corresponda a cada alínea, respeitando a classe de palavras identificada em cada
coluna. Preenche cada linha de modo que, na horizontal, figurem só palavras da mesma família.

Nome Verbo Adjectivo


a) b) Ambiental
c) globalizar d)
e) f) Sustentável
Pesca g) h)

3. Lê, atentamente, o seguinte verbete de dicionário relativo à palavra extraterrestre.

Extraterrestre adj. que é de fora da Terra ou do seu ambiente.

Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora, 2008 (adaptado)

Tendo em conta a informação do verbete de dicionário, assinala com um X, na coluna respectiva, as


afirmações verdadeiras (V) e as afirmações falsas (F).
Afirmações V F
a. A palavra extraterrestre pode ocorrer em contexto com a categoria gramatical de nome.
b. Extraterrestre é um adjectivo biforme.
c. Extraterrestre é uma palavra derivada por prefixação e sufixação.
d. Este adjectivo não pertence à família da palavra "terra".

GRUPO III

Antes de começares a escrever, toma atenção às instruções que se seguem:


- Escreve um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras;
- A um texto com extensão inferior a 60 palavras é atribuída a classificação de zero pontos;
- Procura organizar as ideias de forma coerente e exprimi-las correctamente;
- Se fizeres rascunho, não te esqueças de copiar o texto para a folha do teste, pois só vai ser avaliado o que
estiver escrito nesta folha.
- Revê o texto com cuidado e corrige-o, se necessário.

O marlin azul, posto em evidência em O Velho e Mar, é um dos


maiores peixes ósseos do mundo marinho, podendo atingir 4,5 m de comprimento e pesar até 500 kg.
Este peixe é muito apreciado e perseguido pelos praticantes de pesca desportiva, devido à sua beleza,
raridade, força e resistência quando capturado. Infelizmente, é cada vez mais raro.
Escreve um texto correcto e bem estruturado, em que expresses a tua opinião acerca da
responsabilidade de cada cidadão na preservação de inúmeras espécies em vias de extinção, apelando a
uma alteração de comportamentos.

BOM TRABALHO!

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