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PREPARAR O
ENSINO
SECUNDÁRIO
NACIONAL
10.º e 11.º AN
OS
Jacinta Rosa
Moreira
Hélder Marti
ns
Revisão Cient
ífica
Deolinda Flor
es
Nuno Formig
o
Biologia
eG eologia
D
ÍNDICE
GEOLOGIA: 10. ° ANO .................................................................................................................................................... 3
GEOLOGIA E MÉTODOS ............................................................................................................................................. 3
Exercícios resolvidos 1 .............................................................................................................................................. 3
Exercícios propostos 1............................................................................................................................................... 4
Exercícios resolvidos 2 .............................................................................................................................................. 6
Exercícios propostos 2............................................................................................................................................... 8
PROVA-MODELO 1................................................................................................................................................... 9
ESTRUTURA E DINÂMICA DA GEOSFERA ............................................................................................................. 14
Exercícios resolvidos 3 ............................................................................................................................................ 14
Exercícios propostos 3............................................................................................................................................. 16
Exercícios resolvidos 4 ............................................................................................................................................ 18
Exercícios resolvidos 5 ............................................................................................................................................ 20
Exercícios propostos 4............................................................................................................................................. 21
PROVA-MODELO 2................................................................................................................................................. 24
BIOLOGIA 10º ................................................................................................................................................................ 28
BIODIVERSIDADE ...................................................................................................................................................... 28
Exercícios resolvidos 1 ............................................................................................................................................ 28
Exercícios propostos 1............................................................................................................................................. 30
OBTENÇÃO DE MATÉRIA ......................................................................................................................................... 31
Exercícios resolvidos 2 ............................................................................................................................................ 31
Exercícios propostos 2............................................................................................................................................. 32
Exercícios propostos 3............................................................................................................................................. 34
PROVA-MODELO 3................................................................................................................................................. 35
DISTRIBUIÇÃO DE MATÉRIA .................................................................................................................................... 39
Exercícios resolvidos 3 ............................................................................................................................................ 39
Exercícios propostos 4............................................................................................................................................. 40
Exercícios propostos 5............................................................................................................................................. 41
PROVA-MODELO 4................................................................................................................................................. 43
TRANSFORMAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE ENERGIA PELOS SERES VIVOS ............................................................ 46
Exercícios resolvidos 4 ............................................................................................................................................ 46
Exercícios proposto 6 .............................................................................................................................................. 48
Exercícios propostos 7............................................................................................................................................. 49
PROVA-MODELO 5................................................................................................................................................. 50
BIOLOGIA 11.º ANO ...................................................................................................................................................... 53
CRESCIMENTO, RENOVAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR ............................................................................. 53
Exercícios resolvidos 1 ............................................................................................................................................ 53
Exercícios resolvidos 2 ............................................................................................................................................ 56
Exercícios propostos 1............................................................................................................................................. 58
REPRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 60
Exercícios resolvidos 3 ............................................................................................................................................ 60
Exercícios propostos 2............................................................................................................................................. 62
Prova-modelo 6 ........................................................................................................................................................ 64
EVOLUÇÃO BIOLÓGICA ............................................................................................................................................ 69
Exercícios resolvidos 4 ............................................................................................................................................ 69
1
Exercícios propostos 3............................................................................................................................................. 71
SISTEMÁTICA DOS SERES VIVOS .......................................................................................................................... 73
Exercícios resolvidos 5 ............................................................................................................................................ 73
Exercícios propostos 4............................................................................................................................................. 75
PROVA-MODELO 7................................................................................................................................................. 77
GEOLOGIA 11.°ANO ..................................................................................................................................................... 83
Sedimentação e rochas sedimentares .................................................................................................................... 83
Exercícios resolvidos 1 ............................................................................................................................................ 83
Exercícios propostos 1............................................................................................................................................. 84
Magmatismo e rochas magmáticas ......................................................................................................................... 86
Exercícios resolvidos 2 ............................................................................................................................................ 86
Exercícios propostos 2............................................................................................................................................. 88
Prova-modelo 8 ........................................................................................................................................................ 90
Deformação de rochas. Metamorfismo e rochas metamórficas........................................................................... 95
Exercícios resolvidos 3 ............................................................................................................................................ 95
Exercícios propostos 3............................................................................................................................................. 97
Exercícios propostos 4............................................................................................................................................. 98
Exploração sustentada de recursos........................................................................................................................ 99
Exercícios resolvidos 4 ............................................................................................................................................ 99
Exercícios propostos 5........................................................................................................................................... 102
Exercícios propostos 6........................................................................................................................................... 103
PROVA-MODELO 9............................................................................................................................................... 103
Prova-modelo global 1 BIOLOGIA E GEOLOGIA — 10 ° E 11. ° ANOS ................................................................. 107
Prova-modelo global 2 ............................................................................................................................................ 113
RESOLUÇÕES GEOLOGIA 10º ANO ......................................................................................................................... 120
prova-modelo 1 .......................................................................................................................................................... 121
prova-modelo 2 .......................................................................................................................................................... 124
RESOLUÇÕES BIOLOGIA 10º ANO ........................................................................................................................... 126
prova-modelo 3 .......................................................................................................................................................... 128
prova-modelo 4 .......................................................................................................................................................... 131
prova-modelo 5 .......................................................................................................................................................... 134
RESOLUÇÕES BIOLOGIA 11º ANO ........................................................................................................................... 136
prova-modelo 6 .......................................................................................................................................................... 137
prova-modelo 7 .......................................................................................................................................................... 140
RESOLUÇÕES GEOLOGIA 11.º ano .......................................................................................................................... 141
prova-modelo 8 .......................................................................................................................................................... 142
prova-modelo 9 .......................................................................................................................................................... 145
Resolução prova-modelo global 1 ............................................................................................................................. 147
Resolução prova-modelo global 2 ............................................................................................................................. 149
2
GEOLOGIA: 10. ° ANO
GEOLOGIA E MÉTODOS
Exercícios resolvidos 1
Desde a descoberta, em 1996, do lago Vostok, situado na Antártida, sob uma calote de gelo com cerca de 4000 m de
espessura, os cientistas têm especulado acerca da possibilidade de aí existirem novas formas de vida.
Em 1998, foi concluída uma sondagem (perfuração) que terminou a alguns metros da água do lago, de modo a evitar
qualquer contaminação, uma vez que se trata de um ambiente primitivo que mantém as suas características ambientais
ancestrais. Tanto a sondagem como o sistema subglacial do lago Vostok estão representados na Figura 1.
Tal como uma rocha sedimentar, a calote de gelo é formada estrato a estrato, à medida que a neve é compactada em
camadas de gelo. A distinção das camadas é possível devido à variação das poeiras vulcânicas presentes na atmosfera
na altura em que o gelo se formou, permitindo que os cientistas recriem 420 000 anos de alterações de clima na
Antártida.
A sondagem revelou, ainda, a presença de microrganismos entre os sedimentos preservados em todos os níveis da
calote de gelo.
Inicialmente, os cientistas acreditavam que a água do lago resultava da fusão do gelo da calote. No entanto, dados
recentes obtidos por radar e por GPS permitiram construir mapas detalhados das camadas de gelo, cuja interpretação
sugere que as mais profundas são formadas por gelo acrecionado1 e recentemente formado, com origem na água do
lago, que vai congelando à medida que entra em contacto com a placa de gelo que se sobrepõe ao lago. Este novo
estrato apresenta características diferentes das camadas sobrejacentes.
Esta descoberta suscita um novo desafio científico - quais serão as fontes de reposição de água no lago?
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que, num sistema fechado, se verificam trocas de energia, mas não de matéria, pelo que deve excluir-
se a opção D, uma vez que a definição apresentada se encontra incorreta.
✓ Reconhecer que, num sistema aberto, se verificam trocas de matéria e de energia, pelo que deve excluir-se a opção
C, uma vez que a definição apresentada se encontra incorreta.
✓ Compreender, a partir da análise do esquema da Figura 1 e da interpretação do texto, que o gelo acrecionado à
calote provém do lago Vostok, que se especula a possibilidade de aí existirem seres vivos, bem como as fontes de
reposição da sua água (típico dos sistemas abertos), excluindo a opção B.
✓ Selecionar a opção A, uma vez que, se o lago fornece gelo à calote, cede matéria à mesma. Por outro lado, a
referência a prováveis fontes de reposição da sua água permite admitir a entrada de matéria. A hipótese de aí existirem
seres vivos possibilita considerar interações entre os subsistemas biosfera e hidrosfera. Assim, o lago Vostok é
considerado um subsistema aberto.
3
2. As afirmações seguintes dizem respeito a interações entre os subsistemas da Terra.
I. A distinção de camadas no gelo deve-se à interação hidrosferaatmosfera.
II. Os microrganismos encontrados nos sedimentos preservados no gelo integram a geosfera.
III. A preservação de poeiras vulcânicas no gelo deve-se, indiretamente, à interação geosfera/hidrosfera.
(A) I e III são verdadeiras; II é falsa.
(B) III é verdadeira; I e II são falsas.
(C) I e II são verdadeiras; III é falsa.
(D) II é verdadeira; I e III são falsas.
Proposta de resolução
I. De acordo com o texto, a distinção das camadas de gelo — hidrosfera — é devida à variação das poeiras vulcânicas
presentes na atmosfera, pelo que a afirmação é verdadeira.
II. Os microrganismos contidos nos sedimentos preservados no gelo integram a biosfera, pelo que a afirmação é falsa.
III. A preservação de poeiras vulcânicas — geosfera — no gelo — hidrosfera — deve-se, indiretamente, à interação
destes dois subsistemas, peio que a afirmação é verdadeira. Em conformidade, deve ser selecionada a opção A.
3. “A calote de gelo é formada estrato a estrato, à medida que a neve é compactada em camadas de gelo." Este
processo é equivalente, na formação das rochas sedimentares, à ______, onde se verifica a ______.
(A) sedimentogénese … cimentação
(B) sedimentogénese … meteorização
(C) diagénese … meteorização
(D) diagénese … cimentação
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a sedimentogénese corresponde ao conjunto de processos que ocorrem desde que os materiais se
formam até que se depositam, incluindo a meteorização, a erosão, o transporte e a sedimentação/deposição.
✓ Excluir a opção A, dado que a sedimentogénese não inclui o processo de cimentação, bem como excluir a opção C,
visto que a meteorização faz parte da sedimentogénese.
✓ Excluir a opção B, dado que o processo de compactação das camadas de gelo tem origem homóloga a uma etapa
da formação das rochas sedimentares que ocorre durante a diagénese e não na sedimentogénese.
✓ Selecionar a opção D, uma vez que a neve ao ser compactada se assemelha à compactação a que os sedimentos
são submetidos aquando da diagénese, devido ao peso dos materiais que se vão sobrepondo.
Etapas de resolução
A questão pode ser decomposta em duas partes centrais:
Relação entre o contacto com o gelo e o abaixamento da temperatura das águas oceânicas (hidrosfera).
Efeito dos glaciares da Antártida
✓ A água líquida, bem como o gelo, fazem parte do subsistema hidrosfera.
✓ O gelo encontra-se a uma temperatura inferior á água líquida.
✓ O contacto da água líquida com os glaciares promove a sua descida de temperatura. Tal conclusão é fundamentada
pelo texto, como prova a referência a "... com origem na água do lago, que vai congelando à medida que entra em
contacto com a placa de gelo que se sobrepõe ao lago."
Relação entre a quantidade de oxigénio dissolvido na água a baixas temperaturas (hidrosfera) e a maior concentração
de seres vivos (biosfera).
Interação entre o subsistema hidrosfera e o subsistema biosfera
✓ Os seres vivos fazem parte do subsistema biosfera.
✓ O contacto com o gelo diminui a temperatura da água líquida da Antártida, pelo que esta retém mais oxigénio
dissolvido.
✓ A maior disponibilidade em oxigénio por parte da água é favorável a uma maior concentração de seres vivos.
Exercícios propostos 1
Geralmente, a água à superfície do oceano é mais quente do que a água em profundidade, dado ser aquecida pelo
Sol. No Pacífico tropical ocidental, os ventos sopram principalmente na direção oeste, tendendo a conduzir a água à
superfície nessa mesma direção. Enquanto isso, no leste do Pacífico, ao longo da costa sul-americana, ocorre uma
ressurgência. Esta corresponde ao movimento de água mais fria oriunda do fundo oceânico em direção à superfície.
Esta água é rica em nutrientes, sendo responsável pela alimentação de populações de grandes peixes. Visto que os
4
ventos alísios "empurram" as águas superficiais para oeste, em direção à Indonésia, o nível do mar é,
aproximadamente, meio metro maior no oeste do Pacífico do que no leste. Assim, as águas mais profundas do Pacífico
ocidental são mais quentes e as águas mais rasas, a leste, perto da costa da América do Sul, são mais frias (Figura
1A).
Por razões ainda desconhecidas, o fenómeno "El Niño" surge quando os ventos alísios sopram com menor intensidade,
permitindo que a água mais quente do Pacífico ocidental se dirija para leste, o que aplana o nível do mar, e leva à
acumulação de água quente superficial, ao largo da costa da América do Sul (Figura 1B).
A água mais profunda do Leste, por ser mais quente, interfere com o processo de ressurgência, limitando a quantidade
de nutrientes à superfície.
Por outro lado, as diferentes temperaturas da água tendem a alterar o clima da região, verificando-se que as mudanças
no oceano afetam a atmosfera. As tempestades tropicais são alimentadas pela presença de ar quente e húmido sobre
os oceanos. Como as águas mais quentes do Pacífico se encontram a leste, de repente, ilhas como o Taiti (paraísos
tropicais) experimentam maciças tempestades. Assim, as chuvas que normalmente caem sobre as florestas tropicais
da Indonésia começam a cair sobre os desertos do Peru, provocando inundações na América do Sul. Por outro lado,
verificam-se incêndios florestais e seca no Pacífico ocidental.
Os recifes de coral são ecossistemas extremamente sensíveis. O aumento da temperatura do mar, causado pelo “El
Niño”, e a exposição ao Sol combinam-se para destruir as algas que protegem os corais, que, em seguida, morrem
também. A destruição dos corais pelo "El Niño" pode ser extensa, fazendo com que a recuperação dos recifes seja
demorada.
1. O oceano Pacífico pode ser considerado um sistema aberto, uma vez que é
(A) ilimitado e tem capacidade de trocar apenas energia.
(B) limitado por uma fronteira e tem capacidade de trocar apenas energia.
(C) limitado por uma fronteira e tem capacidade de trocar energia e matéria.
(D) ilimitado e tem capacidade de trocar energia e matéria.
2. Em condições normais, as águas do Pacífico ocidental são mais _____ do que as águas do Pacífico oriental e
_____ em nutrientes.
(A) quentes ... enriquecidas;
(B) quentes ... empobrecidas;
(C) frias ... empobrecidas;
(D) frias ... enriquecidas;
4. A variação do número de peixes durante o "El Niño" permite verificar interação direta entre a biosfera e a _____,
sendo ambas consideradas subsistemas
(A) hidrosfera ... abertos;
(B) hidrosfera ... fechados;
(C) atmosfera ... abertos;
(D) atmosfera ... fechados;
5. No decorrer do "El Niño" ocorrem inundações na América do Sul, pelo que os terrenos ficarão _______ a _______
deposição de sedimentos mais grosseiros.
(A) emersos ... favorecendo;
(B) imersos ... favorecendo;
(C) emersos ... impedindo;
(D) imersos ... impedindo;
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6. Os calcários recitais são rochas sedimentares associadas aos recifes de coral. A sua génese inclui a ocorrência, de
forma sequencial, dos processos de
(A) acumulação e erosão;
(B) acumulação e cristalização;
(C) compactação e erosão;
(D) compactação e cimentação;
8. "Assim, as chuvas que normalmente se precipitam sobre as florestas tropicais da Indonésia começam a cair sobre
os desertos do Peru, provocando inundações na América do Sul. Por outro lado, verificam-se incêndios florestais e
seca no Pacífico ocidental."
Explique de que forma o aumento da frequência de incêndios nas florestas tropicais da Indonésia poderá interferir com
o ritmo de erosão dos seus solos.
9. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos que culminam com
a formação de uma dada rocha magmática.
A. Formação de uma mistura de substâncias, com cristais total ou parcialmente fundidos e gases dissolvidos.
B. Consolidação de uma rocha, que apresenta minerais visíveis a olho nu.
C. Afundimento de materiais geológicos numa bacia sedimentar.
D. Aumento da temperatura acima do ponto de fusão dos materiais.
E. A velocidade de arrefecimento do magma é superior à sua velocidade de ascensão.
10. Faça corresponder a cada uma das afirmações expressas na coluna A, o respetivo conceito, referido na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Remoção de detritos por ação da água ou do vento. (1) Metamorfismo de contacto
(b) Processo que ocorre quando o agente de transporte perde capacidade (2) Sedimentação
energética. (3) Erosão
(c) Sucede na proximidade de uma intrusão magmática. (4) Metamorfismo regional
(5) Meteorização
11. Identifique a fonte energética que comanda os processos subaéreos do ciclo das rochas.
12. Estudos recentes apontam para a existência de uma relação entre a maior espessura dos revestimentos calcários
de certas espécies de foraminíferos marinhos e o aumento da concentração de dióxido carbono atmosférico.
Explique a razão pela qual os foraminíferos marinhos poderão ser utilizados para monitorizar o aumento da temperatura
média superficial.
Exercícios resolvidos 2
Rodínia é o nome dado a um supercontinente existente durante o Pré-Câmbrico, há, aproximadamente, 1000 milhões
de anos (Ma). De acordo com um dos vários modelos propostos para a reconstituição das posições paleogeográficas
dos escudos e dos terrenos tectónicos pré-câmbricos, a Rodínia ter-se-á formado por acreção e colisão de fragmentos
de placas litosféricas, essencialmente resultantes das massas continentais constituintes de um supercontinente ainda
mais antigo, a Colúmbia. A Rodínia fragmentou-se nos finais do Pré-Câmbrico, como se evidencia na Figura 1, e os
blocos continentais voltaram a juntar-se, há 300 Ma, no supercontinente Pangeia. Em contraste com o volume atual de
conhecimento sobre a Pangeia, pouco se sabe sobre a configuração exata e a história geodinâmica da Rodínia, uma
vez que a reconstrução da morfologia e das posições das placas litosféricas durante o Pré-Câmbrico é dificultada pela
ausência de correlações litológicas ao longo das margens continentais, pelo desconhecimento da forma dos
continentes nessa época, pela falta de dados paleomagnéticos e pela quase inexistência de registo fóssil. A
reconstituição paleogeográfica e tectónica da Rodínia é importante do ponto de vista científico, uma vez que o extremo
arrefecimento do clima global há cerca de 700 Ma e a rápida evolução da vida no final do Pré-Câmbrico e durante o
Câmbrico têm vindo a ser considerados como efeitos da fragmentação do supercontinente Rodínia.
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1. A fragmentação da Rodínia iniciou-se com a instalação de um rifle intracontinental, no qual ocorreram fenómenos
de
(A) distensão tectónica e de destruição de crusta.
(B) compressão tectónica e de orogénese.
(C) estiramento crustal e de magmatismo.
(D) espessamento crustal e de formação de crusta.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que numa zona de rifle ocorre ascensão de magma proveniente do manto, que ao solidificar, origina
nova crusta oceânica. Assim, deve excluir-se a opção A, porque embora contemple a ação de forças distensivas,
assume erradamente a destruição de crusta neste contexto.
✓ Reconhecer que um rifle está associado a regiões em que as placas se movimentam em sentidos opostos, pela ação
de forças distensivas. Desta forma, é possível excluir a opção B, uma vez que a mesma admite a existência de
compressão, característica da convergência de placas.
✓ Compreender que o espessamento da crusta ocorre quando se formam cadeias montanhosas (orogénese), devido
à colisão entre placas continentais. Dado que este processo se encontra associado à convergência de placas deve
excluir-se a opção D.
✓ Selecionar a opção C, pois numa zona de rifte as placas afastam-se provocando o estiramento/adelgamento e rotura
da crusta o que possibilita a ascensão de magma.
2. As correntes de convecção do interior da Terra, associadas aos movimentos das placas litosféricas, resultam do
facto de
(A) a densidade dos materiais mantélicos diminuir com o aumento da temperatura.
(B) a litosfera ser uma camada com comportamento plástico.
(C) ao nível do manto todo o material se encontrar rígido.
(D) o calor interno se distribuir uniformemente por todo o planeta.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que as placas litosféricas correspondem a porções da litosfera, rígidas, pelo que se deve excluir a opção
B.
✓ Reconhecer que a litosfera assenta numa camada do manto de comportamento plástico, a astenosfera, o que
invalida a ideia de todo o manto ser composto por materiais rígidos, permitindo a exclusão da opção C.
✓ Compreender que as correntes de convecção resultam do movimento de materiais do interior da Terra sujeitos a
diferentes temperaturas, o que implica que, internamente, o calor não esteja uniformemente distribuído, pelo que se
exclui a opção D.
✓ Selecionar a opção A, reconhecendo que quando materiais aquecidos se expandem, tal determina a diminuição da
sua densidade e a possibilidade de ascenderem. Ao contactarem com materiais mais à superfície, a temperaturas mais
baixas, arrefecem, tornando-se mais densos, pelo que acabam por afundar, estabelecendo-se assim correntes de
convecção.
7
3. Um ciclo oceânico completo implica o processo de abertura e fecho de um oceano, com a consequente formação de
uma cadeia montanhosa.
Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos associados a este ciclo.
A. Início da subducção da crusta oceânica, geralmente mais antiga e mais densa.
B. Formação de cadeias montanhosas de colisão.
C. Estiramento da crusta continental.
D. Instalação de vulcanismo em margens continentais ativas.
E. Início do alargamento de um oceano primitivo.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a abertura do oceano se inicia através de um rifle intracontinental, onde a ação de forças distensivas
desencadeia o estiramento e posterior fragmentação da crusta continental, selecionando em primeiro lugar a letra C.
✓ Compreender que ao nível do rifle intracontinental, devido à ascensão de magma proveniente do manto, começa a
formar-se nova crusta oceânica que compõe o fundo oceânico, pelo que se seleciona de seguida a letra E — CE.
✓ Reconhecer que, se num limite de placas existe divergência, noutro limite irá existir convergência, e tratando-se da
abertura de um oceano, seguida do seu fecho, a convergência envolverá a subducção de uma placa oceânica, pelo
que se seleciona de seguida a letra A — CEA.
✓ Compreender que a partir da subducção de uma placa oceânica ocorre destruição de litosfera com formação de
magma que, sendo menos denso que as rochas encaixantes, ascende pela crusta continental, pelo que se seleciona
a letra D — CEAD.
✓ Visto que o processo termina com a formação de uma cadeia montanhosa, selecionar a letra B C E A D B.
4. A abertura de bacias oceânicas está associada à génese de plataformas continentais (parte da crusta continental
que prolonga o continente sobre o mar), por vezes de grande extensão.
Explique de que modo a abertura das bacias oceânicas e o aparecimento de formas de vida possuidoras de
exosqueletos rígidos contribuíram para a relativa abundância do registo fóssil em rochas do período Câmbrico.
Etapas de resolução
A questão pode ser decomposta em duas partes centrais:
Relação entre o alargamento das bacias oceânicas e a formação de ambientes que facilitam a sedimentação, com
condições favoráveis à fossilização.
Abertura das bacias oceânicas e aparecimento de formas de vida possuidoras de exosqueletos rígidos
✓ A abertura/alargamento das bacias oceânicas implica o avanço da água do mar para zonas que anteriormente eram
continentais.
✓ A existência de meios imersos favorece a sedimentação.
✓ Condições que favoreçam a sedimentação, também favorecem a fossilização.
Relação entre o aparecimento de formas de vida com estruturas anatómicas facilitadoras da fossilização e a maior
abundância cie registo fóssil do Câmbrico.
Relativa abundância do registo fóssil em rochas do período Câmbrico
✓ Existência de seres vivos com estruturas anatómicas rígidas favorece a fossilização.
✓ Existência de grande abundância de seres vivos com estruturas anatómicas rígidas durante o Câmbrico.
✓ Elevada quantidade de fósseis do Câmbrico.
Exercícios propostos 2
O Maciço de Morais localiza-se no concelho de Macedo de Cavaleiros, aproximadamente, a 35 km a sul de Bragança
e corresponde a uma área que resultou do processo de colisão entre duas massas continentais, que deram origem a
uma cadeia montanhosa.
Para compreender a formação do Maciço de Morais é preciso recuar no tempo até à altura em que, na superfície da
Terra, existiam globalmente dois supercontinentes a Laurásia (reunindo os atuais continentes América do Norte,
Europa e Norte da Ásia) e a Gondwana (reunindo os atuais continentes África, Madagáscar, Índia, Austrália e Antártida)
separados por um braço do oceano Rheic, que terá estado na origem do Oceano Atlântico. O choque posterior dos
dois continentes fechou esse oceano e obrigou à reorganização dos continentes numa distribuição muito diferente da
atual, a qual surgiria apenas milhões de anos mais tarde.
Durante o processo colisional, devido ao encurtamento da crusta e ao elevado grau de metamorfismo, ocorreu a
sobreposição de blocos continentais e de blocos oceânicos, originando formações rochosas complexas e muito antigas.
No Maciço de Morais pode observar-se uma sequência de crusta oceânica, de que fazem parte gabros, cortados por
diques máficos (intrusões tabulares de rochas magmáticas escuras com composição rica em minerais
ferromagnesianos do Ordovícico Inferior) e diversas outras litologias associadas a alto grau de metamorfismo como
sejam gnaisses, micaxistos e quartzitos.
Durante a evolução tectónica desta região, posteriormente, verificou-se uma inversão do regime tectónico para um
regime distensivo propício à acumulação de espessas colunas sedimentares, dando origem a sequências que exibem
localmente intercalações de xistos negros com fauna de graptólitos (grupos de seres vivos marinhos coloniais) do
Silúrico Inferior.
Processos orogénicos ulteriores sucederam-se nesta região que, apesar de terem modificado marcadamente o seu
relevo, não apagaram eventos da história da Terra anteriores e contemporâneos do Paleozoico.
8
1. A bacia sedimentar associada aos estratos que evidenciam fósseis de graptólitos sofreu _____ durante a ação de
forças _____ que expuseram os xistos negros.
(A) redução ... distensivas
(B) expansão ... compressivas
(C) redução ... compressivas
(D) expansão ... distensivas
2. Assumindo que não ocorreu contaminação, se se compararem, a nível radiométrico, os gabros com os diques
máficos, é de esperar que
(A) o período de semivida do isótopo-pai seja menor nos gabros.
(B) a razão isótopo-pai/isótopo-filho seja menor nos diques.
(C) o período de semivida do isótopo-pai seja maior nos gabros.
(D) a razão isótopo-pai/isótopo filho seja maior nos diques.
3. Tendo por base o conhecimento atual acerca dos ambientes geológicos existentes à superfície da Terra, é possível
determinar
(A) as condições de encerramento do oceano Rheic, de acordo com o Princípio do Catastrofismo.
(B) o ambiente de formação dos diques máficos, de acordo com o Princípio da Identidade Paleontológica.
(C) a idade radiométrica dos estratos que contêm fósseis de Graptólitos, de acordo com o Princípio da Sobreposição.
(D) as condições de formação do maciço de Morais, de acordo com o Princípio do Atualismo Geológico.
4. Os graptólitos são considerados fósseis de idade do Paleozoico, pelo que permitem atribuir uma idade ____ aos
estratos em que se encontram, atendendo à sua _____ distribuição vertical.
(A) absoluta ... elevada
(B) relativa ... elevada
(C) absoluta ... reduzida
(D) relativa ... reduzida
6. Faça corresponder a cada uma das zonas relacionadas com a tectónica de placas, expressas na coluna A, a
respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Zona onde se registam movimentos laterais entre as placas litosféricas envolvidas. (1) Litosfera
(b) Zona rígida que inclui a crusta e a parte mais externa do manto superior. (2) Correntes de convecção
(c) Circulação de materiais associada ao seu aquecimento pelo calor interno da Terra. (3) Astenosfera
(4) Limite transformante
(5) Limite convergente
7. Explique por que razão não ocorreu subducção aquando da colisão entre os supercontinentes Laurásia e Gondwana,
sendo visível no maciço de Morais a sequência completa da crusta oceânica que terá existido entre eles.
PROVA-MODELO 1
GRUPO I
Na região de Lisboa-Mafra assinala-se a ocorrência de importante vulcanismo (Complexo de Mafra) com a intrusão de
basaltos associada a um conjunto de filões radiais.
A Figura 1 expõe a visão geral da soleira(1) da praia da Foz da Fonte, que se encontra intercalada por unidades
sedimentares do Cretácico inferior. Este é considerado o melhor afloramento rochoso da Península de Setúbal, sendo
representativo da ocorrência de episódios de vulcanismo antigo. A soleira basáltica encontra-se em excelente estado
de conservação e apresenta um conjunto de características raras e únicas no país.
A soleira corresponde a uma massa de rocha magmática, com uma espessura regular de aproximadamente 8 metros,
sendo concordante com a estratificação, no que respeita à sua disposição espacial. Embora não se conheça a sua
datação isotópica, é possível atribuir-lhe uma idade relativa, recorrendo aos sinais de metamorfismo de contacto,
resultantes da sua instalação, detetados nas rochas carbonatadas sobrejacentes.
Na Praia da Foz da Fonte, a bancada de calcário resistente que aflora no lado sul apresenta diversos tipos de fósseis
de corais e de gastrópodes, estando o local a ser alvo de uma intensa ação de meteorização e erosão, fenómenos que
têm contribuído, na atualidade, para a sedimentação de areias.
(1)
Soleira — corpo magmático tubular
Baseado em J. Kullberg, «Evolução Tectónica Mesozoica da Bacia Lusitânica», 2000
9
Figura 1 — Visão geral (A) e bloco-diagrama (B) do afloramento da praia da Foz da Fonte.
3. A soleira basáltica encontra-se disposta _____ às formações sedimentares e _____ exposição subaérea.
(A) perpendicularmente ... não sofreu
(B) paralelamente ... não sofreu
(C) paralelamente ... sofreu
(D) perpendicularmente ... sofreu
4. A presença de algum conteúdo fossilífero nas areias atuais do setor sul da Praia da Foz da Fonte prova a ______
entre subsistemas terrestres e a ocorrência de ______.
(A) independência ... sedimentogénese
(B) independência ... diagénese
(C) interdependência ... diagénese
(D) interdependência ... sedimentogénese
5. Indique a designação a atribuir aos fósseis de organismos que apresentam curta repartição vertical e vasta
distribuição geográfica.
6. Explique por que razão a orla de metamorfismo presente nas rochas carbonatadas permite atribuir uma idade
relativa à soleira basáltica da praia da Foz da Fonte.
10
GRUPO II
O petróleo, mistura de hidrocarbonetos (HC) e de não hidrocarbonetos, resulta de transformações a partir do
querogénio, a fração da matéria orgânica sedimentar que é insolúvel nos solventes orgânicos comuns.
Até aos 1000 metros de profundidade e a temperaturas na ordem dos 50 °C, a matéria orgânica incorporada nos
sedimentos sofre diagénese, dando origem, consoante os ambientes de sedimentação, a diferentes tipos de
querogénio — I, II, III ou IV —, que apresentam, sucessivamente, quantidades decrescentes de hidrogénio.
Para a determinação do potencial gerador, isto é, da quantidade de petróleo que um quero-génio é capaz de gerar, é
usada a técnica de pirólise Rock-Eval. Nesta técnica, uma pequena quantidade de rocha é submetida a temperaturas
que permitem a degradação do querogénio e a consequente geração de hidrocarbonetos.
Na margem oeste da Península Ibérica foram colhidas amostras de rocha de diferentes formações geológicas da Bacia
Lusitânica. Com o objetivo de avaliar o potencial das referidas amostras de rocha para a geração de petróleo realizou-
se a investigação que a seguir se descreve.
A Tabela 1 apresenta alguns dos resultados obtidos para três das amostras estudadas, nas quais se identificou
querogénio dos tipos I-II e III-IV.
Tabela 1
Resíduo Carbono Índice de
Idade Formação Potencial gerador
Amostra insolúvel orgânico total hidrogénio
(Ma) geológica (mg HC/g de rocha)
(%) (%) (mg HC/g COT)
Jurássico superior
1 Cabaços 14 2,8 563,9 16,0
(161-155)
Jurássico inferior
2 Pereiros 96 0,6 16,7 0,1
(199-196)
Triásico
3 Conraria 96 0,9 33,3 0,3
(228-216)
1. Colocou-se a hipótese da amostra de rocha 1, associada à formação geológica de Cabaços, poder contribuir, com
maior eficácia, para a geração de petróleo.
Explique de que modo os resultados obtidos na investigação rejeitam ou apoiam a referida hipótese.
3. A génese natural e morosa do petróleo a partir de seres vivos microscópicos (plâncton) e o seu armazenamento em
rochas sedimentares depende, essencialmente, da interação entre os subsistemas biosfera e ____ e constitui uma
evidência do princípio do
(A) geosfera catastrofismo
(B) geosfera gradualismo
(C) hidrosfera ... catastrofismo
(D) hidrosfera ... gradualismo
1. À superfície, devido a valores de pressão e de temperatura ______ aos da sua génese, determinados minerais de
um granito tendem a transformar-se. O referido fenómeno contribui para a formação de minerais típicos de ambiente
____.
(A) superiores ... metamórfico
(B) superiores ... sedimentar
(C) inferiores ... sedimentar
(D) inferiores ... metamórfico
2. Atendendo a que o tempo de semivida do par isotópico 207Pb — 235U é de 713 Ma, é possível concluir que
(A) a fração de zircão do granito do Farilhão Grande apresenta predomínio de isótopo-filho.
(B) as frações de monazite e de zircão do granito da Berlenga Grande possuem 50% de isótopo-pai e 50% de isótopo-
filho.
(C) a fração de zircão do granito da Berlenga Grande apresenta predomínio de isótopo-pai.
(D) as frações de monazite do granito do Farilhão Grande possuem 50% de isótopo-pai e 50% de isótopo-filho.
3. A datação absoluta da fração de zircão da Berlenga Grande atribui, ao granito que a contém, uma idade
(A) anterior à da consolidação do magma que originou o granito do Farilhão Grande.
(B) anterior à cristalização dos seus minerais a partir de material silicatado em fusão.
(C) posterior à da sua meteorização e erosão.
(D) anterior à ocorrência de fenómenos de recristalização no granito do Farilhão Grande.
5. Faça corresponder cada uma das descrições relativas, expressas na coluna A à respetiva designação, que consta
na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Numa sequência estratigráfica que não tenha experimentado (1) Princípio da horizontalidade inicial
deformação, um dado estrato é mais antigo do que aquele que o cobre. (2) Princípio da sobreposição
(b) Assume que as leis físicas são válidas independentemente do (3) Princípio da identidade paleontológica
tempo e do espaço. (4) Uniformitarismo
(c) Admite que estratos que possuem os mesmos fósseis têm a (5) Catastrofismo
mesma idade.
6. O par de isótopos carbono-14 e nitrogénio-14 (14C e 14N) apresenta um período de semitransformação de 5730 anos,
permitindo uma datação radiométrica efetiva no intervalo de idades entre os 100 anos e os 60 000 anos.
Refira, justificando, se o referido par isotópico poderia ter sido utilizado para datar os granitos do Farilhão Grande e da
Berlenga Grande.
GRUPO IV
Cientistas portugueses e australianos defendem, como cenário provável dentro de 300 milhões de anos, a formação
de um novo supercontinente, que denominaram de Aurica, em resultado do fecho simultâneo dos oceanos Atlântico e
Pacífico (Figura 2).
Ciclicamente, ao longo da história da Terra, a cada 500 milhões de anos, os oceanos fecham-se e os continentes
reúnem-se, dando lugar a uma única grande massa continental. Segundo os cientistas, o interior do futuro
supercontinente será formado pela Austrália e pela América, que se encontrarão ligadas, e daí o nome Aurica atribuído
('Au' de Austrália e 'rica' de América).
A hipótese apresentada baseia-se, por um lado, na evidência de que novas zonas de subducção estão a surgir no
Atlântico, e por outro lado, no facto de também o Pacífico estar rodeado de zonas de subducção, nomeadamente na
periferia do Japão, do Alasca (EUA) e da região dos Andes (América do Sul). No Atlântico, existem já duas zonas de
subducção totalmente desenvolvidas: o Arco da Escócia e o Arco das Pequenas Antilhas, encontrando-se em
12
Figura 2 - Modelo geológico temporal associado à génese do supercontinente Aurica.
1. Segundo os cientistas, a génese do supercontinente Aurica resultará do fecho simultâneo dos oceanos Atlântico e
Pacífico, associado a fenómenos de ______ tectónica e de ______ crustal.
(A) distensão ... expansão
(B) compressão ... destruição
(C) distensão ... destruição
(D) compressão ... expansão
4. Analisando a evolução tectónica representada na Figura 2 pode afirmar-se que, dentro de 150 Ma,
(A) o oceano Atlântico estará em alargamento devido à divergência de placas.
(B) o fecho gradual do oceano Pacífico resultará do movimento lateral das placas litosféricas.
(C) o fecho do mar Mediterrâneo terá resultado do estiramento da litosfera oceânica.
(D) a proximidade da Península Ibérica ao Equador implicará alterações climáticas.
5. A formação de uma única grande massa continental como resultado da reunião dos diferentes continentes foi,
primeiramente, defendida por Alfred Wegener. O encaixe quase perfeito entre as costas da América do Sul e da África
constitui-se como um argumento _____ a favor da sua teoria.
(A) paleontológico
(B) morfológico
(C) paleoclimático
(D) geológico
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6. Faça corresponder cada uma das descrições relativas a zonas relacionadas com a tectónica de placas, expressas
na coluna A à respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Zona do interior da Terra onde se processam movimentos, de material (1) Limite conservativo
rochoso de baixa rigidez, capazes de deslocar as placas litosféricas. (2) Limite convergente
(b) Zona de grande atividade sísmica associada a processos de subducção. (3) Litosfera
(c) Zona onde se verifica o deslizamento lateral de placas litosféricas. (4) Limite divergente
(5) Astenosfera
7. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica de acontecimentos que podem conduzir
à formação de uma rocha sedimentar a partir de uma rocha magmática plutónica.
A. Acumulação de sedimentos pela ação da gravidade.
B. Arrefecimento e consolidação de material magmático em profundidade.
C. Levantamento de uma intrusão granítica pela ação de movimentos tectónicos.
D. Agregação dos sedimentos pela precipitação de substâncias nos seus interstícios.
E. Diminuição progressiva do volume do depósito sedimentar.
8. Em algumas cadeias montanhosas do sudoeste do Pacífico, nomeadamente nos arguipélagos da Nova Guiné e da
Nova Caledónia, observa-se, na atualidade, a presença de fragmentos de litosfera oceânica sobre material rochoso de
natureza continental.
Explique por que razão a disposição dos fragmentos de litosfera oceânica presentes em algumas das cadeias
montanhosas do sudoeste do Pacífico sugere a ocorrência de um processo contrário à subducção.
Exercícios resolvidos 3
O conhecimento da história de um vulcão e a análise da sua atividade remanescente fornecem dados importantes que
permitem prever, com um certo grau de certeza, uma erupção. Tais dados não permitem, contudo, calcular a duração
nem a violência com que essa erupção poderá ocorrer.
A 3 de junho de 1991, o vulcão do monte Unzen, no Japão, em repouso há 200 anos, entrou em erupção. Uma explosão
lançou uma enorme nuvem ardente que causou a morte de 57 pessoas e calcinou tudo à sua passagem.
Quinze dias antes da erupção mortífera de 3 de junho, mais de mil pessoas, que viviam na encosta de Unzen, foram
retiradas, face à ameaça das correntes de lama que se formaram, permanentemente, desde que as cinzas vulcânicas,
acumuladas nas vertentes instáveis, foram mobilizadas por chuvas intensas.
Na verdade, o vulcão Unzen não entrou em atividade em junho de 1991, entrou antes, a 17 de novembro de 1990. Esta
erupção foi anunciada por uma atividade sísmica reconhecida como anormal, desde o mês de julho de 1990.
1. A atividade vulcânica que ocorreu em Unzen, em 1991, foi sustentada por um magma
(A) ácido, rico em gases, originando uma erupção efusiva.
(B) básico, pobre em sílica, capaz de originar domas.
(C) com elevadas temperaturas, formando rios de lava.
(D) rico em sílica, originando uma lava viscosa.
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Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a nuvem ardente referida no texto se forma devido à dificuldade que os materiais vulcânicos
encontram em ascender através da chaminé vulcânica pelo facto da lava apresentar elevada viscosidade, pelo que
deve excluir-se a opção A, uma vez que associa um magma ácido rico em gases a uma erupção efusiva.
✓ Reconhecer que a nuvem ardente referida no texto se forma devido à dificuldade que os materiais vulcânicos
encontram em ascender através da chaminé vulcânica pelo facto da lava apresentar elevada viscosidade, pelo que
deve excluir-se a opção B, uma vez que relaciona um magma básico, pobre em sílica com uma estrutura vulcânica não
indicada no texto e incorretamente associada a um magma básico.
✓ Reconhecer que a nuvem ardente referida no texto se forma devido à dificuldade que os materiais vulcânicos
encontram em ascender através da chaminé vulcânica pelo facto da lava apresentar elevada viscosidade, pelo que
deve excluir-se a opção C, uma vez que um magma viscoso não formará rios de lava típicos de erupções de lavas
fluidas.
✓ Selecionar a opção D, uma vez que uma lava viscosa pode ao ascender através da chaminé vulcânica originar
fragmentos de pequenas dimensões (cinzas) que juntamente com os gases que se libertam com dificuldade provocam
explosões violentas e formam nuvens a altíssimas temperaturas.
Proposta de resolução
✓ Compreender, pela análise da Figura 1, que o monte Unzen se situa num limite convergente entre a placa Euro-
asiática e a placa das Filipinas, pelo que deve excluir-se a opção C, uma vez que se refere à existência de um rifle na
região considerada e, igualmente, deve excluir-se a opção D pois associa o contexto tectónico do monte Unzen a
limites conservativos.
✓ Excluir a opção A, uma vez que, erradamente, afirma que a crusta continental, menos densa, é subductada sob a
crusta oceânica, mais densa.
✓ Selecionar a opção B, uma vez que, de acordo com os dados da Figura 1, confirmados pela informação contida no
texto, o monte Unzen localiza-se num limite convergente, onde as placas Euro-asiática e das Filipinas colidem,
desenvolvendo forças associadas a este tipo de fronteira de placas.
3. O estudo dos materiais expelidos pelo vulcão do monte Unzen constitui um método ____, que contribui para o
conhecimento do interior da Terra, tal como os dados fornecidos ____.
(A) direto ... pela geotermia
(B) direto ... pelas sondagens
(C) indireto ... pela geotermia
(D) indireto ... pelas sondagens
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que o estudo dos materiais expelidos durante uma erupção vulcânica (vulcanismo) é um método direto
de estudo do interior da Terra e, nessa medida, excluir a opção C que afirma tratar-se de um método indireto, e que
compara este método à geotermia, esse sim, um método indireto de obtenção de conhecimento acerca do interior do
planeta.
✓ Reconhecer que o vulcanismo é um método direto de estudo do interior da Terra e, nessa medida, excluir a opção
D que afirma tratar-se de um método indireto, apesar de o comparar às sondagens que possibilitam, de modo direto, o
conhecimento do interior do planeta.
✓ Excluir a opção A, uma vez que assume, erradamente, que o estudo da génese e da distribuição do calor interno da
Terra, bem como da sua dissipação permanente — a geotermia — é um método direto do conhecimento do interior da
Terra, tal como o vulcanismo.
✓ Selecionar a opção B, uma vez que reconhece que o estudo dos materiais expelidos durante uma erupção vulcânica
se constitui como um método direto do interior da Terra, bem como o estudo do material obtido através de sondagens.
4. Faça corresponder cada uma das manifestações de vulcanismo expressas na coluna A à respetiva designação que
consta da coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Emissão de gases que permanece após a erupção vulcânica. (1) Câmara magmática
(b) Água subterrânea projetada sob a forma de repuxo intermitente. (2) Géiser
(c) Estrutura resultante da acumulação de materiais expelidos pela erupção. (3) Caldeira
(d) Estrutura originada pela consolidação da lava dentro da chaminé vulcânica. (4) Bomba vulcânica
(e) Depressão vulcânica mais larga do que a cratera original. (5) Agulha vulcânica
(6) Fumarola
(7) Lava em almofada
(8) Cone vulcânico
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Proposta de resolução
(a) — 6; (b) — 2; (c) — 8; (d) — 5; (e) — 3, de acordo com as definições. Não existem associações válidas com os
restantes termos da coluna B.
5. A atividade vulcânica tem impactos nos subsistemas terrestres, alguns dos quais podem constituir benefícios para o
ser humano.
Considerando unicamente o subsistema geosfera, relacione três aspetos da atividade vulcânica com os benefícios que
desta atividade possam resultar para o ser humano.
Subsistema geostera
✓ A geosfera engloba a parte superficial, sólida, da Terra, continentes e fundos oceânicos, e o seu interior que se
encontra organizado em camadas concêntricas animadas de uma dinâmica associada a processos geológicos, tais
como o vulcanismo.
Atividade vulcânica
✓ A atividade vulcânica pode relacionar-se, por exemplo, com:
- os materiais expelidos pelo vulcão (piroclastos, lavas e gases);
- o elevado fluxo geotérmico associado a contextos vulcânicos;
- aspetos do relevo e da morfologia típico de regiões vulcânicas.
- Cada um dos aspetos referidos tem impactos em diversos setores da sociedade humana.
Benefícios do vulcanismo
✓ São setores da sociedade humana beneficiados pela atividade vulcânica, por exemplo:
- económico;
- tecnológico;
- saúde;
- lazer;
- cultura.
✓ Cada um dos aspetos referidos tem impactos em diversos setores da atividade do ser humano.
Exercícios propostos 3
Em território português, apenas o arquipélago dos Açores e, em menor grau, a ilha da Madeira estão sujeitas a
perigosidade geológica de natureza vulcânica.
A atividade vulcânica na ilha da Madeira encontra-se num estado que pode ser considerado de dormência, pois o
intervalo entre erupções, na forma eruptiva mais recente, é relativamente longo, não podendo, no entanto, afirmar-se
que o vulcanismo na Madeira se encontra extinto até porque existe descrição de uma eventual erupção no mar, a
oriente da ilha, no ano de 1748.
Não se conhecem manifestações secundárias de vulcanismo na Madeira. No entanto, em obras recentes de abertura
de túneis rodoviários ou galerias de captação de água, detetaram-se emanações de CO2, de provável origem vulcânica.
Já o arquipélago dos Açores foi palco de numerosas erupções vulcânicas desde a segunda metade do século XV. As
erupções de que existem registos ocorreram em terra (erupções subaéreas) nas ilhas de S. Miguel, Terceira, S. Jorge,
Pico e Faial, e no mar existente entre elas (erupções submarinas).
Algumas erupções submarinas são pouco profundas e idênticas à dos Capelinhos, que ocorreu junto à ilha do Faial.
Estas erupções são caracterizadas pela emissão de jatos de piroclastos e nuvens de vapor, com edificação rápida de
cones que, ao emergirem, constituem ilhas, frequentemente, consideradas efémeras. Noutros casos, porém, o novo
edifício vulcânico resiste à erosão marinha e origina uma ilha que permanece por milhares de anos. Sucede também
que a erupção pode ocorrer tão perto da costa que o cone primário acaba por se ligar à ilha principal.
Se as erupções submarinas têm lugar a profundidades em torno dos 400 m, as manifestações que atingem a superfície
são muito menos evidentes, podendo passar despercebidas tal como aconteceu na Serreta em 1998.
As erupções basálticas subaéreas caracterizam-se por serem manifestações que se enquadram no estilo havaiano.
Normalmente formam-se fontes de lava ou pequenas plumas eruptivas e derrames lávicos. Em tempos históricos
ocorreram erupções com estas características que ocasionaram poucas vítimas.
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1. De acordo com dados do texto, no território português,
(A) o arquipélago dos Açores está sujeito a risco geológico de natureza vulcânica e o arquipélago da Madeira não.
(B) os arquipélagos dos Açores e da Madeira estão sujeitos a perigosidade geológica de natureza vulcânica.
(C) o arquipélago dos Açores e a ilha da Madeira estão sujeitos a perigosidade geológica de natureza vulcânica.
(D) o arquipélago da Madeira está sujeito a risco geológico de natureza vulcânica e o arquipélago dos Açores não.
2. Na ilha da Madeira não se conhecem manifestações de vulcanismo secundário de que são exemplo as
(A) emanações de CO2 libertadas do subsolo à temperatura ambiente.
(B) projeções gasosas que com as cinzas constituem as nuvens ardentes.
(C) emissões contínuas de jatos de água a temperaturas que atingem os 100 °C.
(D) regiões onde brotam águas ricas em sais a temperaturas elevadas.
Apresente uma hipótese explicativa para o não estabelecimento de uma relação direta entre o Rifte Médio-Atlântico e
a formação das ilhas do Arquipélago dos Açores.
6. A formação de algumas das ilhas do Arquipélago dos Açores pode encontrar-se associada a
(A) plumas térmicas mantélicas, formadas por material pobre em sílica.
(B) plumas térmicas mantélicas, formadas por material rico em sílica.
(C) erupções efusivas, que ocorrem ao longo da falha Açores-Gibraltar.
(D) erupções explosivas, que ocorrem ao longo da falha Açores-Gibraltar.
7. O enquadramento tectónico das ilhas do Pico e do Faial, representado na Figura 1, permite inferir que
(A) nestas ilhas continua a formar-se crusta oceânica na dependência do rifte.
(B) a sua localização sobre uma falha as torna em ilhas com risco sísmico.
(C) o posicionamento destas ilhas favorece a sua estabilidade tectónica.
(D) a sua formação deveu-se ao vulcanismo associado a processos de subducção.
17
8. A Crista Médio-Atlântica
(A) corresponde a um limite divergente onde ocorre a formação de crusta oceânica.
(B) evidencia falhas transformantes de orientação paralela ao rifte.
(C) evidencia vulcanismo subaéreo com emissão de lavas de natureza basáltica.
(D) atravessa uma placa oceânica coberta, de norte a sul, pelo oceano Atlântico.
9. Ao longo do tempo geológico, as ilhas do Corvo e de Santa Maria têm vindo a ____ respetivamente, _____.
(A) afastar-se para NO e para SE
(B) afastar-se ... para NE e para SO
(C) aproximar-se ... de NE para SO
(D) aproximar-se ... de NO para SE
10. Faça corresponder cada uma das afirmações na coluna A à respetiva designação que consta da coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Conhecimento da distribuição do fluxo térmico terrestre. (1) Vulcanismo
(b) Permitiu a reconstituição do campo magnético terrestre. (2) Gravimetria
(c) Possibilita o conhecimento de materiais líquidos e gasosos (3) Geotermia
provenientes do interior da Terra. (4) Magnetismo
(5) Sondagens
11. Identifique três processos de monitorização de vulcões situados em zonas de perigosidade sísmica.
Exercícios resolvidos 4
A Terra apresenta-se como um globo extraordinariamente ativo e estratificado, nomeadamente, no que respeita a
propriedades como a densidade, a rigidez e a composição dos materiais.
Desde a sua origem até à atualidade, o dinamismo da Terra tem sido mantido, sobretudo, graças à existência de fluxos
contínuos de energia com origem no Sol e na própria Terra. O calor interno da Terra dissipa-se lenta e continuamente,
do interior até à superfície, originando um fluxo térmico que apresenta variações na superfície terrestre, como se
evidencia na Figura 1A. O soerguimento e o afundamento da litosfera oceânica na astenosfera determinam a
profundidade dos oceanos, que tende a ser maior nos locais mais afastados das dorsais oceânicas. Este facto
relaciona-se com variações no fluxo térmico ao longo dos fundos oceânicos, que determinam alterações na densidade
dos materiais rochosos constituintes da litosfera oceânica.
A variação da temperatura, no interior da Terra, em função da profundidade, está representada na Figura 1 B.
1. Da análise dos dados da Figura 1A, pode inferir-se que o fluxo térmico é máximo nas zonas onde a litosfera é mais
(A) antiga, dado que aí ocorre descida de material mantélico.
(B) antiga, dado que aí ocorre ascensão de material mantélico.
(C) recente, dado que aí ocorre ascensão de material mantélico.
(D) recente, dado que aí ocorre descida de material mantélico.
Proposta de resolução
✓ Compreender que o calor emanado do interior da Terra (fluxo térmico) até à superfície é maior em zonas onde ocorre
a formação de crusta, ou seja, regiões do globo de formação recente, associadas à ascensão de material do interior
da Terra (manto). Nessa medida, excluir as opções A e B que afirmam tratar-se de litosfera antiga.
✓ Excluir a opção B uma vez que associa, erradamente, a existência de maior fluxo térmico às zonas onde ocorre a
formação recente de crusta e à descida de material mantélico.
✓ Selecionar a opção C, uma vez que associa, corretamente, a existência de maior fluxo térmico às zonas onde ocorre
a formação recente de crusta e à ascensão de material mantélico.
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2. O gradiente geotérmico
(A) apresenta um aumento constante no manto.
(B) é maior na litosfera do que no manto superior.
(C) atinge o valor máximo na transição do manto para o núcleo.
(D) é menor no manto superior do que no manto inferior. Proposta de resolução
✓ Reconhecer que o gradiente geotérmico é a variação da temperatura com a profundidade no interior do planeta e
que essa variação não é constante, aumentando de forma rápida até cerca dos 700 km e depois mais lentamente, pelo
que é de excluir as opções A, C e O.
✓ Selecionar a opção B, uma vez que a litosfera compreende a crusta e cerca de 100 km subjacentes, profundidades
a que o gradiente geotérmico é mais elevado que no manto que se estende até aos 2900 km.
3. Explique o modo como a variação do fluxo térmico, ao longo dos fundos oceânicos, poderá justificar a maior
profundidade atingida pelos oceanos nas zonas mais afastadas das dorsais.
Fluxo térmico
- O fluxo térmico varia à superfície do globo terrestre.
- O fluxo térmico é mais elevado nos riftes, depressão central das dorsais por onde ascende magma a elevadas
temperaturas.
- À medida que nos afastamos das dorsais encontramos rochas mais antigas e que já arrefeceram e, portanto,
apresentam o fluxo térmico mais baixo
- Nas zonas mais afastadas das dorsais, o fluxo térmico é menor, o que evidencia o arrefecimento das rochas.
- A diminuição da temperatura provoca a contração dos materiais, aumentando a sua densidade.
- Deste modo, aumenta a subsidência/o afundimento da litosfera oceânica na astenosfera, aumentando a profundidade
dos materiais.
4. A tectónica da litosfera é assegurada pela ____ rigidez da astenosfera, sendo esta também conhecida como zona
de _____.
(A) menor ... baixa velocidade sísmica
(B) maior ... baixa velocidade sísmica
(C) maior ... sombra sísmica
(D) menor ... sombra sísmica
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a astenosfera corresponde a uma zona do interior da Terra menos rígida do que a litosfera
permitindo que esta se desloque sobre a primeira, o que determina que as ondas sísmicas ao atravessarem-na
diminuam de velocidade, pelo que é de excluir a opção B, que afirma que a velocidade aumenta.
✓ Excluir a opção C por afirmar, erradamente, que a rigidez da astenosfera é maior do que a da litosfera e por a
considerar como zona de sombra.
✓ Excluir a opção D por designar a astenosfera como zona de sombra sísmica.
✓ Selecionar a opção A, por afirmar que a astenosfera corresponde a uma zona do interior da Terra menos rígida do
que a litosfera, permitindo que esta se desloque sobre a primeira, o que determina que as ondas sísmicas, ao
atravessarem-na, diminuam de velocidade.
5. Faça corresponder a cada uma das características relativas às zonas da estrutura interna da geosfera, que constam
da coluna A, o termo ou expressão que as identifica, expresso na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Zona atravessada unicamente por ondas sísmicas longitudinais. (1) Crusta continental
(b) Zona constituída essencialmente por rochas ricas em sílica e alumínio. (2) Crosta oceânica
(c) Zona delimitada pelas descontinuidades de Mohorovicic e de Gutenberg. (3) Litosfera
(d) Zona constituída essencialmente por ferro no estado sólido. (4) Astenosfera
(e) Zona formada por rochas magmáticas de natureza basáltica. (5) Mesosfera
(6) Manto
(7) Núcleo externo
(8) Núcleo interno
Proposta de resolução
(a) — 7; (b) 1; (c) — 6; (d) — 8; (e) — 2, de acordo com as características dos termos ou expressões referidas na
coluna B, não existem associações válidas com os restantes termos da coluna B.
19
Exercícios resolvidos 5
As ilhas Aleutas fazem parte do Anel de Fogo do Pacífico, constituindo um alinhamento encurvado de ilhas vulcânicas,
também denominado arco insular ou arco vulcânico. O arco insular das Aleutas ou arco Alasca-Aleutas, como é também
designado, marca a fronteira entre a Placa do Pacífico e a Placa Norte-americana. Apresenta, aproximadamente, vinte
e quatro vulcões ativos e aí ocorrem frequentemente sismos. O mapa da Figura 3 representa, de forma simplificada, o
contexto tectónico das ilhas Aleutas.
A 19 de dezembro de 2007, um sismo, com origem a cerca de 56 km de profundidade e de magnitude 7,3 graus, foi
sentido neste arquipélago, localizando-se o epicentro a 200 km a oeste de Adak (Alasca). Outros sismos foram
registados na mesma região, ao longo de 2008, com focos a diferentes profundidades e magnitudes na ordem dos 6,6
graus. Esta região, sismicamente ativa, está permanentemente monitorizada pelo Centro de Informações de Sismos
do Alasca e pelo Centro de Alertas de Tsunami no Pacífico.
1. As atividades sísmica e vulcânica verificadas na região das Ilhas Aleutas são resultado da existência de um limite
(A) convergente, evidenciado pela presença de uma dorsal oceânica.
(B) convergente, evidenciado pela presença de uma fossa oceânica.
(C) divergente, evidenciado pela presença de uma dorsal oceânica.
(D) divergente, evidenciado pela presença de uma fossa oceânica.
Proposta de resolução
✓ Compreender que, na região das Ilhas Aleutas, a Placa Pacífica (oceânica) subducta em relação à placa Norte-
americana (continental), o que origina uma depressão bordejada por um cordão de vulcões ativos, pelo que é de excluir
a opção A que associa o limite convergente a uma dorsal oceânica (estrutura típica de limites divergentes).
✓ Excluir a opção C por associar, erradamente, o contexto das Ilhas Aleutas a um limite divergente e a uma dorsal
oceânica.
✓ Excluir a opção D por associar, erradamente, o contexto das Ilhas Aleutas a um limite divergente na dependência do
qual não pode encontrar-se uma fossa associada.
✓ Selecionar a opção B, por afirmar que, na região das Ilhas Aleutas, a Placa Pacífica (oceânica) subducta a placa
Norte-americana (continental), o que origina uma depressão bordejada por um cordão de vulcões ativos.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a escala de Richter avalia a magnitude de um sismo, isto é, a energia libertada no local onde o
sismo tem origem, pelo que é de excluir a opção A, que associa a escala de Richter à magnitude, mas afirma,
erradamente, que esta avalia efeitos provocados pelos sismos nas construções.
✓ Excluir a opção B por associar, erradamente, a escala de Mercalli à medida da magnitude.
✓ Excluir a opção D por afirmar, erradamente, que a escala de Richter quantifica a energia libertada na projeção vertical
à superfície (epicentro) do local onde o sismo tem origem (hipocentro/foco).
✓ Selecionar a opção C, que menciona que a escala de Richter avalia a magnitude de um sismo, ou seja, a energia
libertada no local onde o sismo tem origem, isto é, no hipocentro.
20
3. O magma gerado numa zona de subducção, entre uma placa oceânica e uma placa continental, é menos ____ do
que o magma que ascende ao longo dos riftes oceânicos, originando erupções com carácter _____ explosivo.
(A) fluido ... mais
(B) fluido ... menos
(C) viscoso ... mais
(D) viscoso ... menos
Proposta de resolução
✓ Excluir a opção B por associar, erradamente, um magma menos fluido a uma erupção menos explosiva.
✓ Excluir a opção C, por associar, erradamente, uma zona de subducção a um magma menos viscoso do que o
encontrado num rifte.
✓ Excluir a opção D, por associar, erradamente, uma zona de subducção a um magma menos viscoso do que o
encontrado num rifte e a uma erupção menos explosiva.
✓ Reconhecer que numa zona de subdução entre uma placa continental e uma placa oceânica ocorre a fusão de
materiais de composição mais ou menos ácida (continentais e oceânicos), pelo que se vai formar um magma menos
fluido do que o que ascende nos riftes oceânicos, o que leva a erupções de carácter mais explosivo, pelo que é de
selecionar a opção A.
4. Ordene as letras de A a F, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos relacionados com
um sismo. Inicie pela letra A.
A. Acumulação lenta de tensões em profundidade.
B. Determinação da magnitude do sismo.
C. Registo de ondas S em estações sismográficas.
D. Libertação de energia pela rutura dos materiais.
E. Propagação das ondas P e S a partir do foco sísmico.
F. Registo de ondas P em estações sismográficas.
Proposta de resolução
✓ Compreender que após a acumulação de tensões e tendo sido ultrapassado o limite de elasticidade dos materiais
dá-se a rutura dos mesmos, pelo que se deve selecionar a letra D —AD.
✓ Reconhecer que a propagação de energia ocorre sob a forma das ondas P e S a partir do ponto de rutura, pelo que
se seleciona de seguida a letra E — ADE.
✓ Compreender que as ondas P que se propagam a maior velocidade são registados em primeiro lugar em estações
sismográficos, pelo que se seleciona a letra F — ADEF.
✓ Reconhecer que, posteriormente, são registadas as ondas S nas estações sismográficas, pelo que se seleciona a
letra C — ADEFC.
✓ Visto que, com base no atraso entre a chegada das ondas P e S pode ser determinada a magnitude do sismo,
selecionar a letra B — ADEFCB.
5. A atividade sísmica sentida no arquipélago das Aleutas apresenta focos com diferentes profundidades.
Explique este facto com base no contexto tectónico da região central do arco insular, representado na figura 3.
Contexto tectónico
✓ No arquipélago das Ilhas Aleutas ocorre a subducção da placa oceânica do Pacífico sob a placa continental da
América do Norte.
✓ O processo de subducção conduz à formação de uma extensão de rocha (correspondente à placa oceânica que
mergulha em profundidade) que desenvolve atrito e calor com a placa continental suprajacente.
✓ À medida que o tempo passa, vai-se acumulando energia nas diferentes formações rochosas.
Distribuição dos focas sísmicos
✓ Como o atrito se desenvolve ao longo de um plano inclinado, as possibilidades de rotura de materiais e consequente
libertação de energia (hipocentros) pode ocorrer em pontos que se encontram a profundidades muito distintas, podendo
ocorrer sismos superficiais, intermédios e profundos.
- A região central do Arco Insular corresponde a um limite de convergência de placas, ocorrendo subducção de uma
delas.
- O contacto entre as duas placas ocorre ao longo de diferentes profundidades, acumulando tensões, que geram sismos
em diferentes locais de contacto.
Exercícios propostos 4
O sismo de Tohoku, de 11 de março de 2011, que atingiu a magnitude de 9,1, ocorreu próximo da costa nordeste de
Honshu, a maior ilha do Japão, em resultado da ação de falhas atuantes na zona de subducção existente entre as
placas do Pacífico e da América do Norte. No local de ocorrência deste sismo a placa do Pacífico move-se aproxima-
damente para oeste em relação à placa da América do Norte a uma velocidade de 83 mm/ano, e começa a sua descida
para oeste abaixo do Japão na Fossa do Japão, a leste do local de ocorrência do sismo. De acordo com alguns autores,
essa região encontra-se dividida em várias microplacas que, juntas, definem os movimentos relativos entre as placas
21
maiores do Pacífico, da América do Norte e da Eurásia; estas incluem as microplacas Okhotsk e Amur que fazem parte
da América do Norte e da Eurásia, respetivamente (Figura 1).
A localização e a profundidade (cerca de 25 km) focal do terramoto de 11 de março são consistentes com o facto de
este ter tido origem na zona de subducção do limite de placas identificado, tendo-se verificado um movimento que
envolve uma área de aproximadamente 400 km de comprimento (ao longo da trajetória) por 150 km de largura (na
direção de mergulho).
Figura 1 - Contexto tectónico da região do Japão. As setas mostram a direção do movimento das placas do Pacífico e
das Filipinas em relação à Eurásia.
O sismo de 11 de março foi precedido por uma série de ocorrências sísmicas que começaram em 9 de março com um
evento de magnitude 7,4 a aproximadamente 40 km do seu epicentro e continuaram com outros três sismos com
magnitudes superiores no mesmo dia. A destruição causada pelo sismo foi devastadora e o número de vítimas
incalculável (Figura 2).
O sismo ocorrido em 2011 foi o maior sismo de que há registo desde 1900 no sul do Japão, em que nenhum dos quais
atingiu a magnitude de 8. Um predecessor de tamanho semelhante pode ter ocorrido em 13 de julho de 1869, quando
a área de Sendai foi varrida por um grande tsunami que os cientistas japoneses identificaram a partir de registos
escritos e de registos encontrados no terreno.
22
2. De acordo com a escala de Mercalli, em Fukushima, o sismo fez-se sentir com
(A) maior intensidade do que em Tóquio, onde o abalo foi sentido de forma moderada.
(B) menor intensidade do que em Tóquio, onde o abalo foi sentido de forma moderada.
(C) maior magnitude do que em Tóquio, onde o abalo foi sentido de forma moderada.
(D) menor magnitude do que em Tóquio, onde o abalo foi sentido de forma moderada.
3. O sismo de Tohoku foi originado no _____ como consequência dos materiais rochosos terem ultrapassado o seu
limite de ______.
(A) epicentro ... elasticidade
(B) epicentro ... fragilidade
(C) hipocentro ... elasticidade
(D) hipocentro ... fragilidade
4. No dia 9 de março, na costa nordeste de Honshu, ocorreram ______ que atingiram _____ magnitude do que o
sismo de Tohoku.
(A) abalos premonitórios ... menor
(B) abalos premonitórios ... maior
(C) réplicas ... menor
(D) réplicas ... maior
6. A costa nordeste de Honshu, no Japão, situada no limite entre as placas do Pacífico e da América do Norte apresenta
um elevado risco sísmico.
Explique, de acordo com os dados e com base na teoria do ressalto elástico, a ocorrência de um sismo de grande
magnitude na costa nordeste de Honshu a 11 de março de 2011.
7. O sismo de Tohoku registou a magnitude de 9,1 e intensidades com valores que variaram entre III e mais de X.
Explique por que razão um sismo pode registar vários valores de intensidade, mas somente um valor para a magnitude.
9. Faça corresponder a cada uma das afirmações que constam da coluna A, o termo ou expressão que as identifica,
expresso na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Ondas sísmicas longitudinais que se deslocam no interior da Terra. (1) Ondas L
(b) Ondas superficiais de grande amplitude. (2) Ondas P
(c) Influencia a intensidade sísmica. (3) Ondas S
(4) Distância epicentral
(5) Sismógrafo
11. Numa estação sismográfica distante do epicentro de um sismo não foi registada a chegada de ondas sísmicas P
nem de ondas S. Explique a existência de uma zona de sombra para as ondas P.
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PROVA-MODELO 2
GRUPO I
O Lago Tanganica, localizado na África meridional, faz parte do Great Rift Valley e alonga-se pela Tanzânia, Zaire,
Zâmbia e Burundi (Figura 1A). Encontra-se, aproximadamente, a 782 m acima do nível médio das águas do mar, tem
uma largura de 50 km, uma área de superfície de 32 900 m2, uma extraordinária extensão, 673 km, e uma profundidade
máxima de 1470 m. É o mais comprido e o segundo mais profundo dos lagos a nível mundial. Apresenta 18 900 km3
de volume e contém 1/6 da água doce existente na Terra. A sua origem é muito antiga, remonta ao intervalo de tempo
entre os 7 Ma e os 12 Ma, e encontra-se associada à acumulação de tensões tectónicas que promoveram o
aparecimento de inúmeras falhas, representadas esquematicamente na Figura 1B (bloco-diagrama).
1. O Lago Tanganica formou-se e tem evoluído em regime tectónico _____ ação de forças _____.
(A) interplaca ... compressivas
(B) intraplaca … distensivas
(C) intraplaca ... compressivas
(D) interplaca … distensivas
2. A mobilidade das placas litosféricas é assegurada pela _____ da astenosfera, também denominada por zona de
_____ sísmica.
(A) rigidez ... sombra
(B) rigidez ... baixa velocidade
(C) plasticidade ... sombra
(D) plasticidade ... baixa velocidade
3. Identifique o princípio do raciocínio geológico que defende que as causas responsáveis por determinados fenómenos
no passado são idênticas às que desencadeiam o mesmo tipo de fenómenos no presente.
4. O vulcanismo intenso no monte Kilimanjaro, durante o Pleistocénico, constitui-se como um método _____ para o
conhecimento do interior da Terra, tal como _____.
(A) direto ... os dados recolhidos através de sondagens profundas
(B) direto ... a análise da velocidade de propagação das ondas sísmicas
(C) indireto ... os dados recolhidos através de sondagens profundas
(D) indireto ... a análise da velocidade de propagação das ondas sísmicas
6. Entre os 7 e os 12 Ma formou-se o Lago Tanganica por ação de forças tectónicas existentes na região do atual Great
Rift Valley. Explique, tendo em conta os dados fornecidos, a interação Geosfera Hidrosfera associada à origem do
Lago Tanganica.
GRUPO II
O estudo da composição química e isotópica dos gases vulcânicos, bem como dos seus níveis de emissão, fornece
dados valiosos que permitem inferir sobre o estado da atividade de um determinado sistema vulcânico.
A maioria dos estudos geoquímicos associados à vigilância vulcânica utiliza como indicador o dióxido de carbono (CO2).
Por um lado, depois do vapor de água, este gás é maioritário nos gases vulcânicos e, por outro, a sua baixa solubilidade
no magma, a pressões moderadas, facilita a sua libertação para a atmosfera, permitindo compreender, com rigor, os
processos que se desenvolvem em profundidade.
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As variações temporais da emissão de CO2 podem dever-se a alterações no sistema vulcânico, pelo que a sua
monitorização constitui uma ferramenta importante para identificar os lugares onde existe maior probabilidade de
ocorrência de uma erupção.
mpresente estudo pretendeu descrever a evolução temporal e espacial das anomalias de fluxo do CO2, de dezembro
de 1999 a dezembro de 2006, no vulcão Cerro Negro.
mvulcão Cerro Negro, cuja última erupção ocorreu em agosto de 1999, localiza-se no noroeste da Nicarágua e integra
a cadeia vulcânica da América Central.
Os estudos de desgaseificação de CO2 incluíram sete campanhas com igual distribuição espacial, no que respeita aos
pontos de amostragem, tendo a área de estudo, aproximadamente, 0,6 km2. Em cada uma das campanhas avaliaram-
se cerca de 176 pontos de medida de fluxo de CO2 e de temperatura do solo, a 40 cm de profundidade.
Uma parte dos resultados obtidos encontra-se registada na Tabela 1. O gráfico da Figura 2 corresponde à evolução
temporal da taxa de emissão total de CO2 e do número de eventos sísmicos de origem vulcânica registados durante o
período em que decorreram os estudos.
Tabela 1
Mês/Ano Valor médio de fluxo de CO2 Valor máximo de fluxo de (g.m- Temperatura do solo (° C)
(g.m-2. d-1) 2
. d-1)
12/1999 4451 35 000 707
03/2002 619 26 500 453
03/2003 66 3000 170
01/2004 1233 18 000 130
03/2005 75 1966 384
03/2006 86 7224 319
12/2006 76 2771 255
3. Uma ____é uma emissão de gases vulcânicos ricos em enxofre e corresponde a uma manifestação de vulcanismo
______.
(A) mofeta ... eruptivo
(B) mofeta ... atenuado
(C) sulfatara ... eruptivo
(D) sulfatara ... atenuado
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4. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A e E, de modo a reconstituir a sequência de acontecimentos
relacionados com o episódio eruptivo do Cerro Negro em agosto de 1999.
A. Alívio de pressão e subida de material magmático.
B. Emissões de material piroclástico, vapor de água e outros gases.
C. Aumento de pressão na câmara magmática.
D. Aumento do declive do cone vulcânico por deposição de material expelido.
E. Fraturação das rochas encaixantes ou aumento de fendas preexistentes.
5. Nos últimos anos, o Cerro Negro tornou-se um destino turístico, promovido internacionalmente, por se tratar de um
vulcão ativo onde os visitantes podem praticar volcano boarding, ao deslizarem, numa prancha de madeira, sobre as
suas íngremes encostas.
Explique a importância da monitorização do vulcão Cerro Negro, recorrendo à emissão total de CO2 e ao número de
eventos sísmicos, para uma eventual interdição da prática de volcano boarding.
GRUPO III
O tsunami de 23 de dezembro de 2018 atingiu as praias do sul da ilha de Sumatra e do extremo oeste de Java, no
arquipélago da Indonésia, tendo causado 426 mortes e milhares de feridos, desalojados e desaparecidos.
O vulcão Anak Krakatoa (o 'filho de Krakatoa'), presente no estreito de Sunda, mostrava sinais de atividade intensa há
já algum tempo e, minutos antes das 16h00 do dia 23 de dezembro, desencadeou-se uma erupção com a duração de
13 minutos que gerou uma coluna de cinzas com centenas de metros de altura.
Em 1883, da letal erupção do vulcão Krakatoa, emanou uma coluna composta por cinzas, outros piroclastos e gases
vulcânicos que alcançou mais de 20 km de altura e deixou a região circundante em plena escuridão, tendo, igualmente,
ocorrido um tsunami, com repercussões assustadoras, na ordem dos 36 000 mortos. Na sequência do referido episódio,
Anak Krakatoa iniciou a sua vida debaixo de água e foi edificando o seu aparelho vulcânico até à altitude de,
aproximadamente, 300 metros acima do nível médio das águas do mar.
1. De acordo com os dados textuais, a erupção de 1883 foi do tipo _____, resultando da ascensão de um magma com
_____ teor em gases.
(A) efusivo ... elevado
(B) efusivo ... baixo
(C) explosivo … baixo
(D) explosivo … elevado
2. Identifique o tipo de vulcanismo que tem origem em fontes de magma localizadas no manto superior em resultado
da ascensão de plumas térmicas.
3. A análise da Figura 3A permite afirmar que Anak Krakatoa apresenta um vulcanismo de tipo _____ e material
magmático _____ em sílica.
(A) central ... rico
(B) central ... pobre
(C) fissural ... rico
(D) fissural ... pobre
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4. O gradiente geotérmico
(A) aumenta de um modo uniforme com o aumento da profundidade.
(B) corresponde à dissipação de calor interno da Terra até à superfície.
(C) diminui com o aumento da profundidade.
(D) diminui com a aproximação a dorsais oceânicas.
6. Faça corresponder cada uma das descrições relativas a materiais vulcânicos, expressas na coluna A à respetiva
designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Corrente de gases e cinzas incandescentes. (1) Lava aa
(b) Formações de lava com superfície estilhaçada e angulosa. (2) Lava encordoada
(c) Formações de lava com arrefecimento subaquático. (3) Pillow lava
(4) Nuvem ardente
(5) Doma
GRUPO IV
Às 01 h37 do dia 17 de dezembro de 2009, um sismo de magnitude 5,7, localizado a cerca de 100 km do Cabo de S.
Vicente e com uma profundidade focal de 30 km, foi sentido em todo o continente português, Espanha e em algumas
cidades de Marrocos. Não se registaram vítimas, nem danos materiais.
No final desse mesmo dia foi lançado (via email, dois blogs, Facebook e Linkedin) um inquérito online, muito simples,
com o intuito de conhecer a perceção da população em relação ao sismo. Em 11 dias conseguiu reunir-se 3156
inquéritos, provenientes das mais diversas origens.
As respostas permitiram tirar várias conclusões sobre como foi sentido o sismo, sobre o conhecimento da população
nesta matéria e sobre a perceção do risco. Das várias ilações que se podem tirar é de salientar a necessidade de um
maior envolvimento dos especialistas com o público e os média, no sentido de transmitir melhor o conhecimento acerca
deste tema. Verificou-se que as pessoas têm grande dificuldade em lidar com um risco que não está presente no seu
quotidiano, pois surgiram situações de pânico e/ou grande parte dos inquiridos não reagiu durante ou após o sismo,
ficando à espera que algo acontecesse, sem saberem muito bem qual a consequência das suas ações. Foi também
possível traçar um mapa de intensidades (por concelho) e compará-lo com outros obtidos por agências internacionais,
como a USGS ou EMSC, bem como confrontar com os dados das estações sismográficas do Instituto Superior Técnico
e do Instituto de Meteorologia que registaram o sismo.
2. O sismo de 17 de dezembro de 2009 foi provocado pela libertação _____ de energia. Horas mais tarde ocorreram
_____ de magnitude inferior.
(A) brusca ... réplicas
(B) brusca ... abalos premonitórios
(C) gradual ... réplicas
(D) gradual ... abalos premonitórios
3. O mapa de intensidades para o sismo registado, a 17 de dezembro de 2009, foi traçado tendo por base _____. A
intensidade é um parâmetro _____ de avaliação da atividade sísmica.
(A) a quantidade de energia libertada no hipocentro ... quantitativo
(B) perceções pessoais ... qualitativo
(C) perceções pessoais ... quantitativo
(D) a quantidade de energia libertada no hipocentro ... qualitativo
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4. Numa estação sismográfica relativamente afastada do epicentro, o registo de ondas P e a ausência de registo de
ondas S poderá dever-se ao facto destas últimas ondas
(A) não se propagarem em meios sólidos.
(B) terem atravessado o limite manto inferior-núcleo externo.
(C) aumentarem a sua velocidade de propagação ao longo do manto.
(D) serem absorvidas ao nível da descontinuidade de Gutenberg.
5. Faça corresponder cada uma das descrições expressas na coluna A à respetiva designação, que consta na coluna
B.
Coluna A Coluna B
(a) Sistema em que se verificam trocas de matéria e de energia com o exterior. (1) Sistema fechado
(b) Encontra-se no estado sólido e localiza-se interiormente à descontinuidade (2) Núcleo interno
de Lehmann. (3) Sistema aberto
(c) Zona rígida localizada entre a astenosfera e a endosfera. (4) Mesosfera
(5) Manto superior
7. Explique a importância do cruzamento entre os dados oriundos das estações sismográficas e a informação dos
mapas de intensidades por concelho e internacionais para o rigor da avaliação dos impactos dos sismos.
BIOLOGIA 10º
BIODIVERSIDADE
Exercícios resolvidos 1
Em 1967, foi introduzido no Lago Gatun, na zona do canal do Panamá, um peixe da espécie Cichla ocellaris, nativo do
rio Amazonas. Este peixe, conhecido na região amazónica como o tucunaré, tem características predatórias, ou seja,
não desiste de perseguir outros peixes até os capturar. É uma espécie importante para as pescas desportiva e
comercial.
Cichla ocellaris adaptou-se muito bem ao seu novo habitat, tendo proliferado em grande escala. A Figura 1 representa
a teia alimentar no Lago Gatun antes da introdução de Cichla ocellaris. Posteriormente à introdução do tucunaré no
Lago Gatun foram realizados estudos para averiguar a influência desta nova espécie no local. Os peixes adultos da
espécie Melaniris chagresi sofreram um decréscimo significativo na sua população, uma vez que constituem uma das
presas de Cichla ocellaris. Os restantes peixes do Lago Gatun sofreram, igualmente, uma redução na sua densidade
populacional, à exceção de Cichlasoma maculicauda.
28
1. Partindo dos dados fornecidos, pode afirmar-se que, após a introdução do tucunaré,
(A) o alimento disponível para Melaniris chagresi diminuiu consideravelmente.
(B) ocorreu um decréscimo significativo dos insetos terrestres.
(C) Chlidonias niger teve mais dificuldade em encontrar alimento.
(D) ocorreu um aumento significativo do fitoplâncton.
Proposta de resolução
✓ Compreender que, aquando da introdução do tucunaré (Cichia ocellaris), ocorre um decréscimo significativo na
população de Melaniris chagresi. Assim, passará a verificar-se, por parte desta espécie, um menor consumo de
zooplâncton e de insetos terrestres, o que pode contribuir para o aumento da sua disponibilidade para outras espécies.
Devem, portanto, excluir-se as opções A e B.
✓ Compreender que o menor consumo de zooplâncton por Melaniris chagresi promove o aumento da sua densidade
populacional. Assim, face ao aumento do número de efetivos do zooplâncton verifica-se um aumento do consumo do
fitoplâncton, diminuindo a sua disponibilidade, o que permite excluir a opção D.
✓ Selecionar a opção C, uma vez que Chlidonias niger recorre a exemplares de Melaniris chagresi para a sua
alimentação. Atendendo ao referido, uma diminuição do seu efetivo populacional pode colocar em causa a
sobrevivência de Chlidonias niger, dada a menor disponibilidade de alimento.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que Melaniris chagresi e Cichia ocellaris, sendo peixes, integram o mesmo reino — Animalia, excluindo-
se deste modo a opção B.
✓ Excluir a opção C, pois os seres em causa encontram-se associados ao mesmo ecossistema — Lago Gatun.
✓ Reconhecer que dois indivíduos pertencem à mesma população, desde que pertencendo à mesma espécie ocupem
a mesma área, num determinado intervalo de tempo. Embora Melaniris chagresi e Cichia ocellaris possam partilhar
território correspondem a espécies diferentes, o que permite excluir a opção D.
✓ Selecionar a opção A, pois Melaniris chagresi e Cichia ocellaris pertencem a populações diferentes que podem
ocupar a mesma área, num determinado intervalo de tempo, estabelecendo relações entre si. Assim sendo, integram
a mesma comunidade biótica ou biocenose.
3. As dáfnias, pequenos animais do zooplâncton, fazem parte da teia alimentar obtendo o seu alimento por
(A) absorção e, como tal, são seres decompositores.
(B) absorção e, como tal, são seres consumidores.
(C) ingestão e, como tal, são seres consumidores.
(D) ingestão e, como tal, são seres decompositores.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que as dáfnias, sendo animais, correspondem a seres heterotróficos por ingestão, excluindo-se as
opções A e B.
✓ Selecionar a opção C, pois as dáfnias, no que respeita à interação nos ecossistemas, são consideradas
consumidores, excluindo-se a opção D.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que o monómero dos ácidos nucleicos, em concreto do DNA, corresponde ao nucleótido, que tem na
sua composição uma pentose (a desoxirribose), um grupo fosfato e uma base nitrogenada, excluindo-se as opções A
e C.
✓ Selecionar a opção B, pois o tucunaré, sendo um ser eucarionte, apresenta o seu material genético principal
encerrado no interior de um núcleo individualizado, excluindo-se a opção D.
5. Os juvenis de Melaniris chagresi alimentam-se de uma espécie de dáfnias Ceriodaphnia comuta, que apresenta
duas variedades: A e B. Aqueles peixes consomem preferencialmente a variedade A. A variedade A reproduz-se mais
ativamente do que a variedade B, sendo mais abundante nos locais onde não há Melaniris chagresi. Nos locais onde
este predador está presente, as duas variedades de dáfnias apresentam abundâncias idênticas.
Explique de que modo a introdução do tucunaré poderá afetar a abundância da variedade B de dáfnias, relativamente
à variedade A, nas zonas onde existe Melaniris chagresi.
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Etapas de resolução
A questão pode ser decomposta em duas partes centrais:
Introdução do tucunaré
✓ Melaniris chagresi é uma das presas do tucunaré.
✓ A introdução do tucunaré conduz ao decréscimo populacional de Melaniris chagresi.
✓ "Os peixes adultos da espécie Melaniris chagresi sofreram um decréscimo significativo na sua população, uma vez
que constituem uma das presas de Cichla ocellaris".
Abundância da variedade B em relação à variedade A de dáfnias, nas zonas onde existe Melaniris chagresi
✓ O número de indivíduos da variedade A aumenta, dada a diminuição do efetivo populacional de Melaniris chagresi.
✓ A variedade A reproduz-se mais ativamente do que a variedade B, tornando-se mais abundante.
✓ As variedades competirão entre si pelos mesmos recursos, apresentando a variedade A vantagem, devido ao seu
maior número.
✓ Com a introdução cio tucunaré no lago ocorreu a diminuição de Melaniris chagresi, visto este ser o seu principal
alimento.
✓ Devido ao decréscimo de Melaniris chagresi, a variedade A de dáfnias aumentou, intensificando a competição com
a variedade S.
✓ Tendo a variedade A vantagem reprodutiva sobre a variedade 13, é de esperar que esta última sofra um decréscimo
relativo.
Exercícios propostos 1
O lagostim-vermelho-do-Louisiana (Procambarus clarkii), nativo do sul dos Estados Unidos e do nordeste do México,
é considerado uma das dez espécies exóticas que causam maiores danos ecológicos e económicos a nível mundial.
Esta espécie é omnívora e apresenta uma dieta alimentar muito diversificada, ingerindo, por exemplo, plantas
aquáticas, moluscos, insetos e até mesmo alguns peixes. Além de ser responsável por extinções regionais e globais
de certas espécies, este lagostim de água doce contribui também para a degradação dos territórios em que se
consegue instalar. Em Portugal é possível encontrá-lo na maioria das zonas húmidas, em especial ao nível dos arrozais
onde, devido à sua atividade escavadora, causa alterações na hidrologia e nos solos, conduzindo à perda de água e a
fortes implicações para as culturas de arroz.
Atua ainda como veículo transmissor do fungo Aphanomyces astaci que, sendo inofensivo para o lagostim-vermelho-
do-Louisiana, constitui ameaça para a generalidade dos lagostins europeus. Estes morrem poucas semanas após a
infeção, uma vez que não possuem defesas naturais contra o referido fungo.
Baseado em ce3c.ciencias.ulisboa.pt
1. O lagostim-vermelho-do-Louisiana, quanto à fonte de obtenção de carbono e à interação nos ecossistemas, é
considerado, respetivamente, como
(A) autotrófico e consumidor.
(B) heterotrófico e microconsumidor.
(C) heterotrófico e macroconsumidor.
(D) autotrófico e produtor.
2. O lagostim-vermelho-do-Louisiana, as plantas aquáticas e os peixes que partilham território numa determinada zona
húmida portuguesa correspondem a uma _____ e estabelecem entre si relações _____.
(A) população ... intraespecíficas;
(B) população ... interespecíficas;
(C) biocenose … intraespecíficas;
(D) biocenose … interespecíficas;
3. Quer as células do lagostim-vermelho-do-Louisiana, quer as células das plantas aquáticas de que se alimenta
possuem
(A) complexo de Golgi e ribossomas.;
(B) nucleoide e centríolos.;
(C) mitocôndrias e cloroplastos;
(D) núcleo e parede celular;
4. As células dos peixes produzem um _____ com função de reserva energética designado _____.
(A) polipéptido ... amido;
(B) polissacarídeo … glicogénio;
(C) polissacarídeo ... amido;
(D) polipéptido … glicogénio;
30
6. Nos arrozais, as plantas do arroz asseguram um fluxo unidirecional de _____ e ocupam o nível trófico _____
energético das cadeias alimentares a que pertencem.
(A) matéria ... menos;
(B) matéria ... mais;
(C) energia ... menos;
(D) energia ... mais;
7. Nas células musculares dos insetos, ao nível do _____, verifica-se a polimerização de aminoácidos através de
ligações _____.
(A) RER… peptídicas
(B) REL … glicosídicas
(C) REL … peptídicas
(D) RER … glicosídicas
8. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos relacionados com o
desequilíbrio atualmente existente em alguns arrozais portugueses devido à proliferação de espécies exóticas.
A. Decréscimo da matéria orgânica disponível para consumidores de 1.ª ordem.
B. Introdução do lagostim-vermelho-do-Louisiana nos arrozais.
C. Redução da produtividade primária da planta do arroz.
D. Diminuição da disponibilidade de matéria inorgânica para os produtores.
E. Redução da densidade populacional dos seres que ocupam o 2.° nível trófico.
9. Faça corresponder a cada uma das afirmações, que constam na coluna A, o respetivo termo ou expressão, presente
na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Produção de energia metabólica. (1) Complexo de Golgi
(b) Maturação de proteínas. (2) Mitocôndria
(c) Divisão celular em eucariontes animais. (3) Lisossoma
(4) Centríolos
(5) Vacúolo
10. A proliferação do lagostim-vermelho-do-Louisiana constitui uma séria ameaça para a generalidade dos lagostins
europeus, dado funcionar como veículo transmissor do fungo Aphanomyces astaci.
Explique de que modo, a modificação promovida por certos fungicidas, na sequência de aminoácidos de proteínas
fundamentais à sobrevivência de Aphanomyces astaci, pode contribuir para a alteração do número de indivíduos das
populações de lagostins europeus.
OBTENÇÃO DE MATÉRIA
Exercícios resolvidos 2
O crescimento das plantas depende da sua atividade fotossintética, que é fortemente influenciada por diversos fatores
abióticos. Num determinado habitat, a luz e a temperatura variam significativamente ao longo de um dia, pelo que a
fotossíntese ocorre a uma taxa abaixo do seu valor máximo durante parte do tempo.
Tendo por objetivo testar a influência de certos fatores ambientais na taxa fotossintética, foi realizado um trabalho de
investigação com plantas de sardinheira (Pelargonium sp.), em diferentes condições experimentais.
Nos doze ensaios realizados, foram utilizados lotes de plantas com o mesmo grau de desenvolvimento, submetidas a
concentrações de dióxido de carbono e a temperaturas que variaram de acordo com a Tabela I. Nestes ambientes, as
condições de humidade e de intensidade luminosa foram semelhantes e não limitantes.
31
1. A análise dos resultados obtidos permite concluir que as plantas do lote
(A) 1, submetidas a concentrações normais de CO2, apresentam a maior taxa de crescimento à temperatura de 40 °C.
(B) 2, submetidas a concentrações normais de CO2, apresentam a maior taxa de crescimento à temperatura de 30 °C.
(C) 1, submetidas a concentrações normais de CO2, apresentam a maior taxa de crescimento à temperatura de 30 °C.
(D) 2, submetidas a concentrações normais de CO2, apresentam a maior taxa de crescimento à temperatura de 40 °C.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a concentração normal de CO2 equivale à concentração atmosférica, sendo esta a condição natural
para as plantas de Pelargonium sp.
✓ Identificar o lote de plantas 1 como o submetido à concentração normal de CO2, através da análise da Tabela I.
✓ Excluir as opções B e D, uma vez que fazem referência ao lote de plantas 2, submetidos a uma atmosfera com teor
mais elevado de CO2 (concentração saturante de CO2).
- Reconhecer que no lote de plantas 1, para a temperatura de 30 °C, a velocidade de assimilação de CO2 é mais
elevada do que para a temperatura de 40 °C, através da análise do gráfico da figura 1.
- Compreender que a maior velocidade de assimilação de CO2 é um indicador da ocorrência de maior taxa
fotossintética, dado este ser fonte de carbono para a produção de compostos orgânicos, ao nível da fase química.
- Selecionar a opção C, dado que a maior produção de compostos orgânicos permitirá uma maior taxa de crescimento
por parte das plantas.
Proposta de resolução
✓ Excluir a opção A, uma vez que no texto se refere que as condições de humidade foram semelhantes e não limitantes
para os ensaios efetuados, o que permite concluir que as plantas tiveram acesso ao mesmo volume de água e que
este não afetou negativamente o seu crescimento.
✓ Excluir a opção B, dado que o texto indica que os ensaios se encontravam sob a mesma intensidade luminosa,
sendo esta não limitante, à semelhança do fator humidade.
✓ Excluir a opção C, porque através do gráfico se percebe que para qualquer valor de temperatura testado ocorreu
assimilação de CO2 e, consequentemente, realização de fotossíntese.
✓ Selecionar a opção D, dado que o gráfico permite verificar que o lote 2, submetido a uma concentração saturante de
CO2, apresenta velocidades de assimilação superiores para quaisquer valores de temperatura testados. Assim, é
possível concluir que Pelargonium sp. possui uma capacidade de assimilação de CO2 superior à quantidade disponível
para as plantas do lote 1.
3. Submetidas a temperaturas com valores semelhantes, as plantas dos lotes 1 e 2 apresentaram taxas de fotossíntese
diferentes.
Justifique os resultados obtidos, tendo em conta as condições em que a experiência foi realizada.
Etapas de resolução
A questão pode ser decomposta em duas partes centrais:
Resultados obtidos
✓ Para temperaturas com valores semelhantes, as plantas do lote 1 apresentam velocidades de assimilação de CO2
inferiores às plantas do lote 2.
✓ Plantas do lote 2 apresentam taxas fotossintéticas superiores às plantas do lote 1.
- Para cada valor de temperatura testado foi mais elevada a taxa de fotossíntese do lote de plantas sujeitas a uma
atmosfera saturada em CO2.
- Quando o CO2 está disponível em quantidades não limitantes, permite taxas de fotossíntese mais elevadas,
independentemente dos valores de temperatura.
Exercícios propostos 2
O aparecimento, através da evolução, de compartimentos cuja composição pode ser finamente regulada foi
seguramente essencial para o desenvolvimento dos seres vivos. Uma vez que as células procarióticas e eucarióticas
vivem em meio aquoso, a estratégia evolutiva parece ter sido a produção de membranas espontâneas (bicamadas
32
fosfolipídicas) impermeáveis a substâncias hidrossolúveis, em que se foram inserindo macromoléculas (péptidos ou
proteínas) que aceleram o movimento transmembranar de moléculas específicas (iões, aminoácidos, oses, bases
orgânicas, etc.) essenciais para a atividade metabólica da célula e que desempenham, em relação ao transporte
biológico, a mesma função que as enzimas, em relação às reações químicas das vias metabólicas.
Os gráficos I e II da Figura 1 representam a variação do fluxo em função da concentração em soluto no meio extracelular
(Ce), enquanto que nos gráficos III e IV está representada a variação da concentração em soluto do meio intracelular
(Ci) ao longo do tempo. Assuma que, em quaisquer situações, o transporte terá ocorrido do meio extracelular para o
meio intracelular.
Baseado em Carlos Azevedo, Biologia Celular e Molecular, 2005
1. As proteínas que se localizam exclusivamente na periferia da bicamada fosfolipídica são classificadas como _____
e estabelecem ligações eletrostáticas fracas com a região _____ dos lípidos.
(A) extrínsecas … hidrofóbica
(B) intrínsecas … hidrofóbica
(C) extrínsecas … hidrofílica
(D) intrínsecas … hidrofílica
2. A membrana plasmática é seletivamente permeável, sendo que as moléculas de dimensão ______ e _______
atravessam-na com relativa facilidade.
(A) elevada ... apolares
(B) reduzida ... apolares
(C) elevada ... polares
(D) reduzida ... polares
4. No gráfico II, para concentrações elevadas de soluto no meio extracelular, deteta-se estabilização do fluxo, dado
tratar-se da ilustração de um transporte
(A) mediado, em que se verifica a manutenção do gradiente de concentração ao longo do tempo.
(B) mediado, em que é possível verificar-se a saturação das proteínas envolvidas.
(C) não mediado, em que se verifica a manutenção do gradiente de concentração ao longo do tempo.
(D) não mediado, em que é possível verificar-se a saturação das proteínas envolvidas.
6. No que respeita aos transportes ilustrados pelos gráficos III e IV, caso se adicionasse um inibidor da síntese de ATP
ao meio
(A) apenas se iriam observar alterações no traçado do gráfico IV.
(B) apenas se iriam observar alterações no traçado do gráfico III.
(C) detetar-se-iam alterações em ambos os gráficos.
(D) não se detetariam alterações em ambos os gráficos.
33
7. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir uma possível sequência cronológica de eventos associados ao
processo de digestão intracelular.
A. Difusão de moléculas simples para o citoplasma.
B. Formação de um vacúolo digestivo.
C. Fusão de uma vesícula que encerra resíduos alimentares com a membrana celular.
D. Simplificação de macromoléculas pela ação de hidrolases.
E. Transferência de enzimas funcionais para vesículas, que se destacam do complexo de Golgi.
Exercícios propostos 3
A relação entre a intensidade luminosa e a taxa fotossintética é variável, atendendo à enorme diversidade de plantas
existentes. As plantas que se encontram adaptadas à sombra (plantas umbrófilas) tendem a apresentar um ponto de
compensação inferior ao de plantas que se encontram adaptadas a ambientes bem iluminados (plantas heliófilas).
O ponto de compensação corresponde ao valor de intensidade luminosa, para o qual se verifica a igualdade entre as
taxas respiratória e fotossintética. Nesse momento, todo o oxigénio produzido pela planta será consumido no processo
respiratório, ao mesmo tempo que os compostos orgânicos resultantes da fotossíntese, tais como o amido e a glicose,
serão mobilizados na respiração (Figura 2).
As plantas que vivem no interior de florestas muito densas possuem um baixo ponto de compensação e costumam
apresentar folhas com uma coloração verde mais intensa do que as de plantas heliófilas. Pensa-se que, pelo menos
em parte, tal aspeto esteja relacionado com a menor produção da enzima rubisco pelas plantas umbrófilas.
As plantas gastam uma elevada quantidade de energia e nutrientes na produção da referida enzima, que é responsável
peia fixação do CO2, e uma vez que, para as plantas umbrófilas o principal fator limitante da atividade fotossintética é
a intensidade luminosa e não a disponibilidade em rubisco, estas passam a produzir menos rubisco, aumentando a
síntese de pigmentos fotossintéticos. A diminuição do dispêndio energético associado à menor produção de rubisco
permite baixar a taxa de respiração, o que acaba por ditar o baixo ponto de compensação.
Contrariamente, quando as plantas apresentam concentrações elevadas de rubisco, o custo da atividade respiratória
é maior, pelo que estas só conseguirão alcançar taxas fotossintéticas elevadas quando presentes em locais bem
iluminados, Para plantas heliófilas, os custos da respiração não permitem que estas continuem a manter saldo
fotossintético positivo em condições de fraca luminosidade.
Figura 2 - Influência da luz e do dióxido de carbono na taxa fotossintética. (As unidades são arbitrárias - u.a.)
1. O ponto de compensação encontra-se assinalado no gráfico da Figura 2 através da letra ____ correspondendo,
aproximadamente, a _____ unidades arbitrárias.
(A) A ... 2,7;
(B) A ... 1,3;
(C) B ... 1,3;
(D) B ... 2,7;
2. Se a intensidade luminosa for inferior ao ponto de compensação verificar-se-á incorporação de CO2 e a matéria
orgânica produzida será ______ para a planta crescer.
(A) menor ... suficiente;
(B) menor ... insuficiente;
(C) maior ... insuficiente;
(D) maior ... suficiente;
34
3. Admitindo que o gráfico da Figura 2 diz respeito a uma planta umbrófila, a mesma representação, mas para uma
planta heliófila, bem iluminada, revelaria valor _____ para a taxa respiratória e um efeito ______ das intensidades
luminosas extremamente altas sobre a fotossíntese.
(A) superior ... inibitório;
(B) superior ... promotor;
(C) inferior ... inibitório;
(D) inferior … promotor;
4. As plantas que vivem no interior de florestas muito densas costumam apresentar folhas com uma coloração verde
intensa, uma vez que a radiação de comprimento de onda correspondente
(A) sofre refração.;
(B) não é refletida;
(C) não é absorvida;
(D) é absorvida;
5. O amido é um composto orgânico pertencente ao grupo dos _____ e por reações de _____ pode originar oses.
(A) prótidos ... condensação;
(B) hidratas de carbono ... hidrólise;
(C) hidratos de carbono ... condensação;
(D) prótidos ... hidrólise;
7. Nos países de clima temperado, o número de folhas das árvores tende a diminuir no outono e a atingir um mínimo
no inverno, voltando a aumentar na primavera e a atingir um máximo no verão.
Explique a sazonalidade do número de folhas da maioria das árvores de países de clima temperado, tendo por base a
variação anual da luminosidade.
PROVA-MODELO 3
GRUPO I
A mosca do Mediterrâneo (Ceratitis capitata) existe nos cinco continentes e é considerada a maior praga mundial da
fruticultura, pois ataca mais de 250 espécies de zonas tropicais, subtropicais e temperadas. Só na ilha da Madeira este
animal causa prejuízos ao nível de 50 espécies frutícolas. Para o combate de tal flagelo, foi instalada, na ilha, uma
biofábrica que produz cerca de 50 milhões de insetos por semana.
Efetuam-se largadas aéreas através de uma avioneta, que "pulveriza" a ilha com milhões de machos. Porém, e apesar
de todos os insetos libertados serem estéreis (devido à exposição prévia a radiação de cobalto), estes competem com
os machos selvagens pelo acasalamento. Os ovos resultantes destas "uniões" não são viáveis e, por isso, a partir daí
não surgem as larvas que iriam alimentar-se dos frutos e causar elevados prejuízos. Com esta tática, o programa
Madeira Med pretendeu reduzir os níveis de infestação para valores inferiores a 2% em dez espécies frutícolas (anona,
araçá, damasco, figo, goiaba, laranja, manga, nêspera, pera e pêssego).
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1. As larvas da mosca do Mediterrâneo, ao alimentarem-se de fruta, correspondem a consumidores de ____ ordem e
obtêm o alimento por _____.
(A) primeira ... absorção;
(B) segunda ... ingestão;
(C) primeira … ingestão;
(D) segunda ... absorção;
3. Em Ceratitis capitata, as partículas alimentares _____ no interior do seu tubo digestivo. De acordo com a Figura 1,
fêmeas e machos ______, macroscopicamente, diferenças morfológicas.
(A) movimentam-se num só sentido ... evidenciam;
(B) misturam-se com os resíduos ... não evidenciam;
(C) misturam-se com os resíduos ... evidenciam;
(D) movimentam-se num só sentido ... não evidenciam;
4. A entrada de oxigénio nas células corporais da mosca do Mediterrâneo é realizada através de um transporte
(A) mediado e ativo.
(B) não mediado e passivo.
(C) mediado e passivo.
(D) não mediado e ativo.
5. Indique o nome da pentose que entra na composição do DNA presente no núcleo e nas mitocôndrias das células
de Ceratitis capitata.
6. Inúmeros são os fungos que acarretam, de igual modo, elevados prejuízos ao nível da fruticultura.
Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos que possibilitam a
nutrição dos fungos.
A. Absorção de substâncias orgânicas simples.
B. Polimerização de aminoácidos ao nível do RER.
C. Exocitose de proteínas digestivas.
D. Maturação proteica no complexo de Golgi.
E. Hidrólise de macromoléculas orgânicas.
7. Explique a evolução prevista, ao longo do tempo, para o número de indivíduos adultos das populações de Ceratitis
capitata na ilha da Madeira.
GRUPO II
Tendo como finalidade o estudo da relação entre a intensidade luminosa e a produção de amido na planta de feijoeiro
(Phaseolus vulgaris), um grupo de alunos atendeu aos seguintes métodos e condições experimentais:
1 — Selecionaram-se duas plantas de feijoeiro com três semanas de desenvolvimento, tendo estas sido colocadas em
obscuridade por um período de 48 horas.
2 — Colou-se a uma das paredes de dois pequenos aquários cheios de água (aquário A e aquário B) um "acetato" com
figuras geométricas. No aquário A, as figuras geométricas eram de cor azul, cinzenta e preta e no aquário B de cor
amarela, verde e vermelha.
3 — Terminadas as 48 horas, colocou-se cada planta de feijoeiro junto de um dos aquários e, fazendo uso da menor
quantidade possível de fita adesiva, fixou-se ao "acetato" uma das folhas de cada planta (a página superior de cada
folha ficou em contacto com o “acetato”: tendo coberto as figuras geométricas).
4 — Colocou-se um candeeiro com uma lâmpada de 25 W a uma distância de 20 a 30 cm do aquário A, do lado oposto
ao do feijoeiro e um candeeiro com uma lâmpada de 75 W, nas mesmas condições, mas para o aquário B. Ligaram-se
as lâmpadas e aguardaram-se duas horas.
5 — Descolaram-se as folhas da parede dos aquários e, depois de removidas das plantas, estas foram mergulhadas
em etanol em ebulição. Cuidadosamente, com o auxílio de uma pinça, viraram-se algumas vezes as folhas até que
estas perdessem a cor verde por completo.
6 — Transferiu-se cada folha de feijoeiro para um gobelé com etanol à temperatura ambiente e esperaram-se dois
minutos. De seguida, a fim de remover o álcool, mergulharam-se e mantiveram-se as folhas em água destilada durante
cerca de 30 segundos.
7 — Transferiram-se as folhas para caixas de Petri com uma mistura de água destilada e 20 a 25 gotas de solução de
Lugol. Aguardou-se o tempo necessário para a formação na folha de zonas ou manchas de cor azul-violeta bem
visíveis.
Baseado em M. Marques, «14 atividades laboratoriais para o ensino da Biologia», 2004
36
1. As plantas de feijoeiro foram inicialmente colocadas em obscuridade para ocorrer
(A) a produção de glicose e o consequente armazenamento de amido a nível foliar;
(B) o consumo do amido previamente acumulado nas células das folhas;
(C) uma maior síntese de ATP através da fotofosforilação;
(D) um aumento da velocidade das reações químicas do Ciclo de Calvin;
6. Discuta a adequação dos métodos e condições experimentais descritos à finalidade do estudo apresentado.
Na sua resposta, refira a possibilidade de se poderem formular conclusões e indicar eventuais alterações.
GRUPO III
As variações de temperatura alteram a estrutura das membranas celulares, podendo comprometer a atividade
enzimática e as modalidades de transporte a estas associadas. O conjunto de alterações nas propriedades químicas
e físicas das membranas resulta, em última análise, em mudanças de fluidez.
A principal modificação ocorre ao nível da composição dos lípidos membranares. Quando se analisam animais
expostos a baixas temperaturas é possível observar, na maioria das vezes, um aumento da percentagem dos
fosfolípidos insaturados (possuem uma ou mais ligações duplas entre os carbonos das cadeias hidrocarbonadas dos
ácidos gordos) e uma redução na percentagem de fosfolípidos saturados (apresentam apenas ligações simples).
Abaixo de determinados valores de temperatura a fluidez das membranas decresce. Os organismos que habitam em
regiões muito frias encontram-se adaptados a tal condição e, por isso, as suas células reagem, aumentando a
quantidade de fosfolípidos insaturados, capazes de manterem a fluidez da membrana celular. Para além disso, ocorre
uma diminuição da síntese de colesterol, pois este composto diminui a fluidez membranar, ampliando os efeitos
negativos do decréscimo de temperatura. Os esquimós, a raposa do Ártico, o salmão e a sardinha são alguns dos
organismos que possuem um elevado teor de fosfolípidos membranares insaturados.
Baseado em C. Ribeiro, «A influência térmica na dinâmica das membranas celulares», 2012
1. Os ácidos gordos integram as caudas _____ dos fosfolípidos membranares e _____ diretamente com os meios intra
e extracelulares.
(A) hidrofílicas ... contactam;
(B) hidrofóbicas ... contactam;
(C) apolares ... não contactam;
(D) polares ... não contactam;
37
2. A maior concentração de fosfolípidos _____ no folheto externo da membrana torna-a menos fluida do que o folheto
interno, reforçando o caráter _____ proposto por Singer e Nicholson.
(A) saturados ... assimétrico;
(B) saturados ... simétrico;
(C) insaturados ... simétrico;
(D) insaturados ... assimétrico;
3. O movimento de vesículas oriundas do citoplasma para a periferia da célula possibilita a ______ da membrana da
vesícula à membrana celular, compensando-se, deste modo, a perda de área de superfície gerada por fenómenos de
_____.
(A) subtração ... exocitose;
(B) adição ... endocitose;
(C) subtração ... endocitose;
(D) adição ... exocitose;
4. Faça corresponder cada uma das descrições, expressas na coluna A à respetiva designação, que consta na coluna
B.
Coluna A Coluna B
(a) Proteínas membranares que asseguram a ocorrência de difusão facilitada. (1) RER
(b) Síntese e transporte de lípidos. (2) REL
(c) Passagem de substâncias lipossolúveis, através da bicamada fosfolipídica, (3) Permeases
a favor do seu gradiente de concentração. (4) Difusão simples
(5) ATPases
5. Quando exposto às temperaturas baixas, o corpo humano começa a perder calor a um ritmo superior ao que o
consegue produzir, podendo desencadear-se uma situação de hipotermia, com consequências para o organismo.
Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica de acontecimentos associados ao processo
de desnaturação proteica, aquando de uma situação temporária de hipotermia.
A. Alteração da estrutura tridimensional de uma dada proteína.
B. Decréscimo abrupto de temperatura.
C. Retorno a uma temperatura ambiental moderada.
D. Perda de função biológica da proteína de interesse.
E. Recuperação da estrutura inicial da proteína.
6. Explique o elevado teor em fosfolípidos insaturados nas membranas celulares da raposa do Ártico, tendo em conta
o seu ambiente natural.
GRUPO IV
A crescente preocupação em torno da diminuição da disponibilidade dos combustíveis fósseis, associada aos
problemas ambientais resultantes da sua exploração, produção e utilização, têm estimulado a investigação científica,
de forma a desenvolver e melhorar a síntese de biocombustíveis, a partir de recursos renováveis.
As algas apresentam um elevado potencial para a produção simultânea de biodiesel, bioetanol, hidrogénio e metano,
pelo que se tem investido fortemente em novas metodologias de extração e obtenção de produtos energéticos a partir
das mesmas.
O etanol pode ser obtido mediante a conversão do amido e da celulose que certas algas apresentam. Para além disso,
a generalidade possui paredes celulares finas, o que contribui para que sejam consideradas a fonte ideal de bioetanol
de segunda geração.
A fotossíntese consiste na conversão da energia luminosa em energia química, em que na fase química ocorre a
síntese de matéria orgânica. Porém, sob determinadas condições, alguns grupos de microalgas e cianobactérias
consomem energia bioquímica para a produção de hidrogénio molecular, que poderá ser utilizado como recurso
energético.
Baseado em R. Antunes e I. Silva, «Utilização de algas para a produção de biocombustível» 2010
1. A absorção de energia luminosa pelas algas desencadeia a _____ dos pigmentos fotossintéticos e a consequente
_____ da molécula da água.
(A) oxidação ... oxidação;
(B) oxidação ... redução;
(C) redução ... redução;
(D) redução ... oxidação;
2. As células da generalidade das algas são particularmente _____ à lise, devido à _____ de parede celular.
(A) resistentes ... presença;
(B) resistentes ... ausência;
(C) vulneráveis ... presença;
(D) vulneráveis ... ausência;
38
3. Nas cianobactérias, no decurso do processo fotossintético, a fixação do carbono
(A) orgânico ocorre no citoplasma;
(B) inorgânico ocorre no estroma cloroplastidial;
(C) inorgânico ocorre no hialoplasma;
(D) orgânico ocorre na membrana dos tilacoides;
5. Indique a designação da fase do processo fotossintético na qual se gera um fluxo de eletrões ao longo de uma cadeia
de moléculas transportadoras.
6. O hidrogénio é visto como a "energia do futuro", pois constitui um recurso renovável que não contribui para o efeito
de estufa. Explique de que modo, a produção biológica de hidrogénio, a partir de alguns grupos de microalgas e
cianobactérias pode contribuir para a minimização do aquecimento global.
DISTRIBUIÇÃO DE MATÉRIA
Exercícios resolvidos 3
Qualquer animal, capaz de atividade física intensa, tem um sistema de transporte que lhe permite deslocar rapidamente
grandes quantidades de substâncias.
As células constituintes de tecidos e órgãos necessitam de um contínuo fornecimento de nutrientes para realizarem
eficazmente o seu metabolismo. As células musculares, em especial, consomem nutrientes e geram resíduos em
grande quantidade.
Se uma dada quantidade de glicose demorasse 1 segundo a percorrer por difusão 100 µm, demoraria 100 segundos a
percorrer 1 mm e três anos a percorrer 1 m, distância comparável à que a glicose tem de percorrer desde o intestino
humano até ao cérebro. Este exemplo ilustra a reduzida eficácia do processo de difusão em organismos complexos.
No decurso da evolução animal surgiram sistemas de transporte que permitem, com eficácia, a chegada de nutrientes
e oxigénio às células, bem como a remoção de resíduos resultantes do metabolismo.
A Figura 1 representa esquematicamente os volumes médios dos fluidos corporais para um homem de 70 kg.
1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes, relativas aos sistemas de
transporte em animais.
(A) Nos mamíferos, a metade direita do coração é atravessada exclusivamente por sangue venoso e a metade
esquerda por sangue arterial.
(B) Num sistema circulatório aberto, o fluido circulante regressa das lacunas quando o coração está relaxado.
(C) Um sistema circulatório fechado e com circulação dupla e incompleta é caracterizado por um órgão propulsor com
três cavidades.
(D) Por apresentarem uma circulação dupla, os anfíbios e os mamíferos possuem diferentes níveis de oxigenação dos
tecidos.
(E) A reduzida complexidade de alguns animais aquáticos permite o fornecimento eficaz de nutrientes e gases sem a
intervenção de um sistema de transporte especializado.
(F) No grupo dos peixes, onde o sistema circulatório é aberto, circula apenas sangue venoso nas duas cavidades que
constituem o coração.
(G) Nos animais com circulação simples, o sangue chega aos tecidos com maior pressão do que nos animais com
circulação dupla.
(H) Um sistema circulatório fechado é caracterizado pelo facto do trajeto do fluido circulante ocorrer dentro de um
sistema de vasos.
39
Proposta de resolução
Afirmações verdadeiras: A, B, C, E e H; Afirmações falsas: D, F e G.
✓ Reconhecer que a afirmação D é falsa, pois os diferentes níveis de oxigenação entre os anfíbios e os mamíferos
devem-se ao facto dos anfíbios apresentarem uma circulação incompleta e os mamíferos uma circulação completa.
Como neste último tipo de circulação não ocorre mistura parcial de sangue venoso com sangue arterial, os níveis de
oxigenação revelam-se superiores.
✓ Classificar a afirmação F como falsa, dado que os peixes apresentam um sistema circulatório fechado.
✓ Reconhecer que nos animais com circulação dupla o sangue passa duas vezes no coração em cada circulação, o
que permite que o sangue arterial seja conduzido para a circulação sistémica sob elevada pressão. Nos animais com
circulação simples, o sangue passa no coração apenas uma vez em cada circulação, o que faz com seja impulsionado
sob baixa pressão dos órgãos respiratórios para as restantes partes do corpo. A afirmação G é, por isso, falsa.
Proposta de resolução
✓ Excluir a opção B, dado que nos peixes o coração é atravessado, exclusivamente, por sangue venoso. Este não se
mistura com sangue arterial.
✓ Excluir a opção C, pois nos peixes a circulação do sangue é efetuada sob baixa velocidade e pressão.
✓ Rejeitar a opção D, uma vez que o coração dos peixes tem duas cavidades.
✓ Validar a opção A. Nos peixes o sangue passa uma única vez no coração em cada circulação e daí advém a
classificação de circulação simples.
3. A sobrevivência das células, num organismo, é conseguida à custa de trocas com os fluidos extracelulares.
Explique, a partir dos dados da Figura 1, de que modo a interação entre os fluidos extracelulares permite a eficácia do
metabolismo celular.
Etapas de resolução
A questão pode ser decomposta em três partes centrais:
Dados da Figura 1
✓ O fluido intersticial (referente à linfa) aparece representado entre o plasma (referente ao sangue) e o fluido intracelular
(referente à célula), o que sugere o seu papel mediador entre o sangue e as células.
✓ A representação, na figura, dos vasos linfáticos assinala a ideia de que a linfa retorna ao sangue.
- A partir do sangue, são transferidos para o fluido intersticial os nutrientes essenciais ao metabolismo celular.
- O fluido intersticial troca com as células os nutrientes e os resíduos metabólicos.
- A renovação do fluido intersticial permite a eficácia das trocas e do metabolismo celular.
Exercícios propostos 4
O cafeeiro (Coffea sp.) é uma planta arbustiva, originária da Etiópia, da qual se colhem as sementes para a produção
do café.
As cigarras Quesada sp., Fidicina sp., Dorisiana sp., Carineta sp. e Fidicinoides sp. são consideradas como pragas-
chave das culturas de cafeeiro que, quando atacadas, evidenciam enfraquecimento progressivo, manifestado através
de pontuações brancas nas folhas e queda mais frequente das mesmas.
Os danos causados por estes insetos não são fáceis de estimar, dado que a maior parte do seu ciclo biológico ocorre
no subsolo. Na fase de ninfa, estes sugam continuamente seiva bruta a partir das raízes do cafeeiro. Posteriormente,
cavam galerias circulares e individuais para poderem abandonar o solo e acabam por se fixar em suportes, tais como
os troncos das árvores. Com a chegada da idade adulta, por intermédio de órgãos especializados localizados no
abdómen, o macho "canta" com a finalidade de atrair uma fêmea para o acasalamento e assim dar continuidade à sua
espécie.
40
O fungo Metarhizium anisoplie é o principal inimigo natural das cigarras. Quando entra em contacto com uma das suas
ninfas produz enzimas capazes de criar aberturas na sua superfície corporal, por onde este a invade. À medida que o
fungo se vai desenvolvendo, vai libertando toxinas que modificam o comportamento da ninfa, o que a impede de se
movimentar e a leva à morte.
Baseado em R. Santos, «Cigarras: um inimigo quase invisível da cafeicultura», 2019
2. As ninfas das cigarras ingerem água e ___, localizados no interior de células ___ do sistema radicular do cafeeiro.
(A) sais minerais ... vivas;
(B) sais minerais ... mortas;
(C) compostos orgânicos ... vivas;
(D) compostos orgânicos ... mortas;
4. A entrada de sacarose nos elementos condutores do floema do cafeeiro ocorre ____ gradiente de concentração do
soluto e contribui para _____ da pressão osmótica no seu interior.
(A) contra o ... o aumento;
(B) contra o ... a diminuição;
(C) a favor do ... o aumento;
(D) a favor do ... a diminuição;
7. Faça corresponder cada uma das afirmações, da coluna A à respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Substância impermeabilizadora que reveste a maioria das células epidérmicas de órgãos (1) Xilema
vegetais aéreos. (2) Floema
(b) Tecido de transporte cujos elementos condutores evidenciam placas crivosas nas paredes (3) Lenhina
transversais. (4) Cutina
(c) Polímero de glicose que entra na composição da parede das células eucarióticas vegetais. (5) Celulose
8. Os danos causados nas culturas de cafeeiro pelas ninfas subterrâneas podem agravar-se caso se verifiquem
elevadas taxas de transpiração por parte das plantas do café.
Explique em que medida a pulverização dos campos de cultivo de Coffea sp. com toxinas provenientes do fungo
Metarhizium anisoplie pode contribuir para a minimização de danos, num contexto em que se verificam elevadas taxas
de transpiração.
Exercícios propostos 5
O caranguejo-ferradura do Atlântico, como habitualmente é conhecido o artrópode Limulus polyphemus, existe na Terra
há mais de 200 milhões de anos.
Trata-se de um parente relativamente próximo dos insetos, das aranhas e dos crustáceos, que apresenta grande valor
ao nível da investigação médica.
Desde 1964 que uma substância presente no sangue do caranguejo-ferradura, a LAL (Limulus Amebocyte Lysate) tem
vindo a ser utilizada no combate contra determinadas toxinas bacterianas e algumas das suas células sanguíneas,
41
nomeadamente os amebócitos, coagulam na presença de determinados microrganismos, o que tem vindo a revelar-se
crucial na deteção, no estudo e na eliminação de inúmeros agentes patogénicos.
Este animal pertence à realeza, pois o seu sangue tem coloração azul. A hemoglobina ferrosa, comum nos mamíferos,
dá lugar, no Limulus, a uma elevada percentagem de hemoglobina cuprosa — a hemocianina. Esta proteína é um
pigmento azulado, que surge no sangue de muitos artrópodes e encontra-se implicada nas trocas gasosas de diversos
seres vivos, pois possui uma região de ligação aos gases respiratórios.
Baseado em L. Komski, «Potenciais aplicações do caranguejo-ferradura no desenvolvimento de produtos para a saúde», 2017
1. O caranguejo-ferradura do Atlântico, tal como o gafanhoto, possui sistema circulatório ____, pelo que o fluido
circulante ____ vasos.
(A) fechado ... nunca abandona os;
(B) aberto ... flui dentro e fora de;
(C) aberto ... nunca abandona os;
(D) fechado ... flui dentro e fora de;
7. A LAL é fundamental na deteção de certas infeções bacterianas. Uma dada coleta de sangue, quando em contacto
com LAL, evidenciou a presença de coágulos gelatinosos.
Refira, justificando, se a amostra de sangue recolhida denota infeção bacteriana.
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PROVA-MODELO 4
GRUPO I
Um grupo de cientistas descobriu a mais alta das árvores tropicais do mundo, a qual já se encontra sob ameaça de
extinção. Com 100,8 metros de altura, equivale a um prédio de 30 andares e foi batizada com o nome de Menara, que
significa torre em malaio.
Encontrada na floresta tropical de Sabah, na Malásia, a árvore gigante pertence à espécie Shorea faguetiana, que
domina as florestas húmidas do sudeste asiático.
Com o auxílio de imagens obtidas a partir de drones produziram-se visualizações 3D da árvore, o que permitiu estimar
que, excluindo-se as raízes, a Menara pesa cerca de 81 500 kg, mais do que o peso máximo de decolagem de um
Boeing 737-800! Apenas 5% da sua massa corresponde à copa, com 40 metros de largura, encontrando-se os
restantes 95% concentrados ao nível do tronco.
Por ter sido implacavelmente explorada durante décadas pela indústria madeirense, a espécie Shorea faguetiana
encontra-se em vias de extinção.
Baseado em V. Barbosa, «Cientistas descobrem a árvore tropical mas alta do mundo», 2019
1. A altura da Menara impõe dificuldades acrescidas ao fluxo ____ da água e dos sais minerais, que ____ o consumo
de ATP.
(A) ascendente ... requer;
(B) ascendente ... não requer;
(C) descendente ... não requer;
(D) descendente ... requer;
3. Considere as afirmações seguintes, referentes à influência de alguns fatores no crescimento das plantas.
I. Os solos de natureza argilosa, praticamente impermeáveis, não interferem com a taxa de absorção radicular.
II. A quantidade de compostos inorgânicos disponíveis na solução do solo pode constituir um fator limitaste ao
crescimento das plantas.
III. A energia metabólica disponível nos elementos condutores do floema condiciona o fluxo de seiva ao longo das suas
placas crivosas.
(A) II é verdadeira; I e III são falsas;
(B) II e III são verdadeiras; I é falsa;
(C) I e III são verdadeiras; II é falsa;
(D) I é verdadeira; II e III são falsas;
4. A subida da seiva elaborada, em Menara, é explicada pela hipótese ____, como consequência da existência de um
gradiente de concentração de ____ entre o órgão fonte e o recebedor.
(A) da adesão-coesão-tensão ... água;
(B) do fluxo de massa ... sacarose;
(C) da adesão-coesão-tensão ... sacarose;
(D) do fluxo de massa ... água;
5. Ao nível dos órgãos de reserva, Menara transforma hidratos de carbono mais simples em
(A) amido, por reações de hidrólise;
(B) celulose, por reações de condensação;
(C) celulose, pelo estabelecimento de ligações peptídicas;
(D) amido, pelo estabelecimento de ligações glicosídicas;
6. Identifique o organelo celular responsável pelo controlo da síntese de proteínas em Shorea faguetiana.
8. Numa situação experimental monitorizou-se, num exemplar de Shorea faguetiana, a translocação da seiva xilémica
e floémica. Posteriormente, uma secção do tronco de tal exemplar foi aquecida a 100 °C, tendo-se verificado a
interrupção da translocação da seiva floémica e a manutenção da translocação da seiva xilémica.
Explique por que razão o aquecimento da referida secção interferiu apenas com a translocação da seiva floémica.
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GRUPO II
Os oceanos funcionam como sumidouros do dióxido de carbono atmosférico. A absorção deste gás e o aumento da
sua concentração na água do mar conduzem a uma diminuição do pH dos oceanos, fenómeno conhecido por
acidificação oceânica.
A referida alteração tem impacte na dinâmica dos ecossistemas marinhos, colocando em risco a sobrevivência de
várias espécies, em especial daquelas que, tal como a ostra japonesa, Crassostrea gigas, são dependentes do ciclo
do carbono inorgânico do oceano, para, por exemplo, produzirem as suas conchas.
No decurso do seu desenvolvimento, a larva de Crassostrea gigas passa pela fase de velígera e distingue-se pela sua
concha larvar formada, sobretudo, por depósitos de carbonato de cálcio (CaCO3). Tais depósitos sofrem dissolução
quando em contacto com águas acidificadas.
Foi desenvolvida uma investigação para avaliar os efeitos do aumento do dióxido de carbono, resultante de atividades
humanas, nos ecossistemas marinhos, em particular na taxa de sobrevivência e na formação da concha de larvas de
ostra japonesa. No âmbito da referida investigação, foram colocadas larvas em três tanques de cultivo: um a pH 8,1
(valor médio de pH nos oceanos), um a pH 7,7 e outro a pH 7,4 (os dois últimos obtidos através da difusão de CO 2
puro). As larvas foram recolhidas de viveiros da Ria Formosa (Algarve).
Nos gráficos 1 e 2 encontram-se os resultados, verificados nos três tanques, relativos à mortalidade de velígeras e à
percentagem de velígeras anormais (com deformações na concha), respetivamente.
Gráfico 1 Gráfico 2
1. Na investigação apresentada, a taxa de mortalidade de velígeras constitui uma variável ____ e o tanque de cultivo
de controlo encontra-se a um pH de ____.
(A) dependente ... 8,1;
(B) independente ...8,1;
(C) dependente ... 7,7;
(D) independente ... 7,7;
4. Faça corresponder cada uma das descrições relativas aos níveis de organização biológica expressas na coluna A à
respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Conjunto de células idênticas da velígera responsável peia produção da concha (1) Órgão
larvar. (2) População
(b) Conjunto de ostras Crassostrea gigas que habita nos viveiros da Ria Formosa. (3) Tecido
(c) Conjunto de todos os seres vivos que vive numa determinada zona da Ria (4) Comunidade biótica
Formosa. (5) Ecossistema
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5. Explique o efeito do aumento da concentração de CO2 e das consequentes alterações na água do mar nas
deformações evidenciadas pelas conchas de velígeras.
Na resposta mencione apenas os resultados relevantes para a explicitação do seu raciocínio.
GRUPO III
O trevo-de-quatro-folhas é cada vez menos avistado em território português. Não se trata do emblemático Trifolium,
que alguns sortudos ainda conseguem encontrar em prados, mas do feto semiaquático Marsilea quadrifolia, que
habitualmente evidencia folhas com 4 folíolos e cujo último núcleo populacional remetia para a foz do rio Corgo, em
Trás-os-Montes.
Esta é uma das 122 plantas vasculares já avaliadas pela Sociedade Portuguesa de Ciência da Vegetação (Phytos) e
apesar de ainda não ter sido declarada como extinta, poderá vir a sê-lo.
Ocorre em águas paradas e pouco profundas e mais frequentemente em pequenos charcos temporários. As principais
causas para a sua regressão prendem-se com o aterro de charcas por deposição de materiais provenientes de
dragagens, com a perda da qualidade das águas, com a construção de barragens e consequente inundação de áreas
ribeirinhas e com a competição com espécies aquáticas invasoras.
O trevo-de-quatro-folhas, à semelhança de outras plantas, acumula tanino, que se trata de um composto orgânico que
lhe confere capacidade de resistência à radiação e funciona como mecanismo de defesa contra pragas e predadores,
ao atribuírem-lhe um sabor amargo que inibe a herbivoria.
1. Nas células do trevo-de-quatro-folhas a ____ de parede celular impede a sua rutura, quando colocadas num meio
fortemente hipotónico, pois é exercida uma força ____ pressão de turgescência, que limita a entrada de água.
(A) presença ... no mesmo sentido da;
(B) ausência ... contrária à;
(C) presença ... contrária à;
(D) ausência ... no mesmo sentido da;
2. A natureza bioquímica do tanino permite inferir que a sua produção é ____ da atividade fotossintética, sendo este
distribuído, no interior do trevo-de-quatro-folhas, através dos ____.
(A) independente ... elementos de vaso;
(B) dependente ... tubos crivosos;
(C) dependente ... elementos de vaso;
(D) independente ... tubos crivosos;
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6. A análise da estrutura dos folíolos da folha de Marsilea quadrifolia evidencia que os vasos xilémicos se encontram
voltados para a epiderme da página superior, imediatamente abaixo da qual se concentra um maior número de células
clorofilinas.
Explique de que forma a posição dos vasos xilémicos interfere com a taxa fotossintética foliar em Marsilea quadrifolia.
GRUPO IV
O dugongo (Dugon dugon) é um mamífero herbívoro aquático que habita as águas
costeiras da África oriental até à Austrália, incluindo as costas do mar Vermelho e dos
oceanos Índico e Pacífico. É encontrado, preferencialmente, em águas tépidas pouco
profundas e calmas.
Os adultos medem cerca de 2,4 m a 3 m de comprimento e podem pesar de 231 kg
a 499 kg. Apresentam reduzida frequência respiratória e baixa taxa metabólica,
evidenciando alguma tolerância a meios com níveis baixos de O2 e elevados de CO2
e, por isso, apesar de possuírem capacidade para realizarem mergulhos com
duração acima dos 10 minutos, usualmente, emergem ao fim de 6 minutos.
1. O dugongo apresenta um tubo digestivo ____, verificando-se a exocitose de hidrolases para ____.
(A) incompleto ... o meio extracorporal;
(B) completo ... as cavidades digestivas;
(C) completo ... o meio extracorporal;
(D) incompleto ... as cavidades digestivas;
2. No dugongo, o sangue arterial é bombeado, durante a sístole ventricular, para vasos sanguíneos que evidenciam
um lúmen com _____, designados reservatórios de _____.
(A) elevada elasticidade ... volume de sangue;
(B) diâmetro máximo ... volume de sangue;
(C) elevada elasticidade ... pressão;
(D) diâmetro máximo ... pressão;
3. Tartarugas que partilhem o mesmo ____ do dugongo apresentam uma taxa metabólica inferior à do segundo, uma
vez que ____.
(A) biótopo ... evidenciam uma circulação simples;
(B) habitat ... o sangue arterial circula a baixa pressão e velocidade;
(C) habitata hemolinfa circula lentamente nas lacunas;
(D) biótopo ... no ventrículo ocorre mistura parcial de sangue arterial e venoso;
4. Indique a designação do polímero de glicose que constitui reserva energética nas células musculares do dugongo.
5. Faça corresponder cada uma das afirmações expressas na coluna A à respetiva designação, que consta na coluna
B.
Coluna A Coluna B
(a) Elementos celulares anucleados constituídos por moléculas de hemoglobina com grande (1) Plaquetas
afinidade para o oxigénio. (2) Vénulas
(b) Vasos de reduzido calibre que permitem o intercâmbio de substâncias. (3) Capilares
(c) Vasos que resultam da ramificação das artérias e que contribuem para a diminuição da (4) Hemácias
pressão sanguínea. (5) Arteríolas
6. Explique de que modo a profundidade das águas costeiras ocupadas pelo dugongo favorece a reposição dos níveis
de oxigénio no organismo, após a realização de um mergulho prolongado.
Exercícios resolvidos 4
O colibri-de-pescoço-vermelho é uma pequena ave migratória que percorre cerca de 1000 km sobre o oceano, partindo
da zona sudeste dos Estados Unidos com destino ao México e à América Central. Esta ave manifesta, assim,
capacidades energéticas extraordinárias.
O colibri alimenta-se de néctar, rico em açúcares, e de pequenos insetos, armazenando lípidos em grande quantidade
e quase duplicando o seu peso.
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Figura 1 - Relação entre a massa corporal e a taxa metabólica basal em algumas aves.
1. O colibri transforma o alimento em reserva energética, essencialmente, na forma de ____, dando origem a ____,
quando forem, posteriormente, utilizados.
(A) triglicerídeos … monossacarídeos;
(B) triglicerídeos ... ácidos gordos;
(C) glicogénio … monossacarídeos;
(D) glicogénio ... ácidos gordos;
Proposta de resolução
✓ O documento escrito menciona que o colibri armazena lípidos em grande quantidade. Tal dado permite, pois, excluir
as opções C e D, que assinalam o glicogénio enquanto reserva energética. Este trata-se de um polissacarídeo (glícido
complexo).
✓ Excluir a opção A por referir que a transformação de lípidos origina monossacarídeos.
✓ Excluir a opção C por afirmar que a grande superfície evidenciada pela membrana interna das mitocôndrias das
células musculares do colibri aumenta a área de contacto com o oxigénio e erradamente, concluir que diminui o
consumo deste gás.
✓ Escolher a opção B. Um triglicerídeo (lípido simples) é composto por uma molécula de glicerol e três ácidos gordos,
que surgirão aquando da sua hidrólise/utilização.
2. No colibri, as mitocôndrias das células musculares, além de serem numerosas, têm uma membrana interna com
uma grande superfície, o que possibilita uma grande atividade da ____ o que acarreta ____ consumo de oxigénio.
(A) cadeia respiratória ... maior;
(B) glicólise ... menor;
(C) cadeia respiratória ... menor;
(D) glicólise ... maior;
Proposta de resolução
✓ Excluir as opções B e D. A glicólise é uma etapa, comum à fermentação e à respiração aeróbia, que ocorre no
hialoplasma. Na membrana interna da mitocôndria, nomeadamente nas cristas mitocondriais, acontece a última fase
da respiração aeróbia — a cadeia respiratória.
✓ Escolher a opção A. A grande superfície evidenciada pela membrana interna das mitocôndrias das células
musculares do colibri aumenta a área de contacto com o espaço intermembranar, aumentando a possibilidade de
interação com moléculas de O2, último acetor de eletrões da cadeia respiratória.
3. A elevada capacidade energética do colibri, que lhe permite fazer o percurso migratório, é apoiada pelos dados do
gráfico da Figura 1, uma vez que a
(A) taxa metabólica varia na razão direta da massa corporal;
(B) uma pequena massa corporal corresponde uma baixa taxa metabólica;
(C) taxa metabólica varia na razão inversa da massa corporal;
(D) uma grande massa corporal corresponde a uma elevada taxa metabólica;
Proposta de resolução
✓ Escolher a opção C. De acordo com o gráfico da Figura 1, à medida que aumenta a massa corporal diminui a taxa
metabólica basal das aves, pelo que existe proporcionalidade inversa entre as grandezas apresentadas (o que leva à
exclusão da opção A). À reduzida massa do colibri encontra-se associada uma elevada taxa metabólica, indicadora da
sua elevada capacidade energética (o que leva à exclusão das opções B e D).
4. O colibri apresenta um número elevado de glóbulos vermelhos no sangue e as suas células musculares têm uma
quantidade de mitocôndrias superior à da maioria das aves.
Justifique a capacidade migratória do colibri, tendo em conta as adaptações estruturais referidas.
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Proposta de resolução
A questão pode ser decomposta em três partes centrais:
Capacidade migratória do colibri
✓ O colibri percorre cerca de 1000 km sobre o oceano durante a sua rota migratória, o que envolve um acentuado
dispêndio energético. Assim sendo, é fundamental que este produza uma elevada quantidade de ATP para mobilizar
durante a referida trajetória.
- A quantidade de energia exigida na atividade migratória do colibri implica uma grande produção de ATP.
- O número elevado de glóbulos vermelhos permite o fornecimento de uma maior quantidade de O2 às células, por
unidade de tempo.
- Com maior disponibilidade de O2 e um número elevado de mitocôndrias é aumentada a taxa respiratória, ao nível das
células musculares.
Exercícios proposto 6
A Cuscuta pentagona é uma planta trepadeira cor de laranja, desprovida de folhas e de clorofila que, na idade adulta,
exibe flores de cor branca. Porém, para que tal aconteça, precisa de uma planta hospedeira, caso contrário não se
consegue desenvolver.
Após germinação, C. pentagona tem pouco mais de 5 dias para encontrar uma planta onde se possa fixar, de modo a
captar os nutrientes necessários à sua sobrevivência, mediante a inserção de um apêndice no tecido floémico. Para
que tal aconteça é preciso determinar onde se encontra a planta hospedeira. Através de recetores olfativos C.
pentagona deteta o odor da outra planta, cresce na sua direção e fixa-se.
A Cuscuta australis parasita a planta de soja (Glycine max). Neste par verifica-se a ativação de um mecanismo de
defesa altamente eficaz aquando do ataque por afídios Myzus persicae. A invasão pelo inseto desencadeia em C.
australis o aumento da produção de ácido jasmónico, que é direcionado para o floema da planta hospedeira. Esta
última passa a fabricar compostos voláteis que, quando exalados, atraem os inimigos naturais dos afídios e repelem a
sua ovoposição, o que salvaguarda a sobrevivência do par cuscuta-soja (Figura 1),
1. De acordo com os dados fornecidos, Cuscuta pentagona é um ser vivo ____ dependente de uma fonte de carbono
____.
(A) heterotrófico ... inorgânico;
(B) autotrófico ... inorgânico;
(C) autotrófico ... orgânico;
(D) heterotrófico ... orgânico;
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2. A abertura dos estomas das plantas ocorre em função
(A) da entrada de iões K+ por transporte ativo, nas células-guarda;
(B) do maior potencial hídrico das células-guarda em relação às células adjacentes;
(C) da saída de iões K+, por difusão, para as células adjacentes;
(D) da menor pressão osmótica das células-guarda em relação às células adjacentes;
3. Plantas de soja submetidas a uma atmosfera rarefeita em vapor de água registam ____ tensão foliar devido à
existência de um gradiente de difusão de vapor de água que _____ o fenómeno transpiratório.
(A) reduzida ... inibe;
(B) elevada ... promove;
(C) elevada ... inibe;
(D) reduzida ... promove;
5. As trocas gasosas entre o organismo dos afídios e o meio externo ocorrem por difusão
(A) direta através de superfícies vascularizadas;
(B) direta através de superfícies não vascularizadas;
(C) indireta através de superfícies humedecidas;
(D) indireta por hematose pulmonar;
7. Faça corresponder cada uma das afirmações, da coluna A à respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Superfície respiratória que comunica com o exterior através de espiráculos. (1) Sistema de traqueias
(b) Movimento do oxigénio de uma região de maior pressão parcial para uma região (2) Translocação xilémica
de menor pressão parcial. (3) Difusão
(c) Movimento passivo de água e de sais minerais, de áreas com elevado potencial (4) Transporte ativo
hídrico para áreas com baixo potencial hídrico. (5) Tegumento
8. Explique a vantagem para C. australis da transferência de ácido jasmónico para o floema da planta hospedeira,
aquando do ataque por afídios.
Exercícios propostos 7
O vinho é feito a partir do mosto da uva, que passa por um processo de fermentação natural, pela ação de leveduras.
Estas transformam o açúcar presente na uva em etanol e em dióxido de carbono. Com o escassear de açúcar no mosto
o número de leveduras vai diminuindo e a fermentação acaba por cessar.
O vinho espumante trata-se de um vinho enriquecido em CO2. É feito tendo por base um vinho tranquilo (sem gás), ao
qual se adicionam leveduras e açúcar (licor de tiragem). Na sequência do processo, a referida mistura passa por uma
segunda fermentação. Esta pode realizar-se segundo o método tradicional ou champenose, em que o líquido é
engarrafado e vedado. Com a garrafa lacrada, o CO2 não consegue escapar e dissolve-se no vinho, gerando, assim,
as bolhas do espumante (perlage).
1. O processo de obtenção de energia utilizado pelas leveduras e que é aproveitado para o fabrico do vinho
denomina-se fermentação
(A) láctica e ocorre integralmente no hialoplasma.
(B) alcoólica e ocorre no hialoplasma e nas mitocôndrias.
(C) láctica e conduz à oxidação parcial de glicose.
(D) alcoólica e conduz à descarboxilação do piruvato.
5. Classifique os seres vivos que, tal como as leveduras, conseguem viver em ambientes com e sem oxigénio.
PROVA-MODELO 5
GRUPO I
"O meu avô dizia que quando o bicho salta e mergulha em direção ao fundo é uma rã e que quando salta, mergulha e
volta para a borda da água é um sapo. E tinha alguma razão!
As rãs adultas vivem junto da água e são boas nadadoras. A sua pele é lisa e as patas traseiras compridas têm
membranas entre os dedos, que ao funcionarem como barbatanas, facilitam a natação.
Os sapos podem mergulhar para se esconderem, mas não são bons nadadores e não vivem na água. A sua pele
rugosa e húmida faz com que se assemelhem a grãos de terra ou de areia. Durante o dia, ficam escondidos no
aconchego da humidade, ora em buracos que escavam, ora debaixo de troncos ou até mesmo dentro de pequenas
tocas de ratinhos e musaranhos.
As relas (Hyla arborea) têm uma pele mais ou menos lisa, como as rãs, mas vivem essencialmente fora de água, como
os sapos. A sua grande inovação é possuírem patas trepadoras, proeza que conseguem graças aos discos com
ventosas autocolantes que apresentam nas pontas dos dedos. Vivem empoleiradas na vegetação aquática, sem caírem
e sem escorregarem. De fazerem inveja a quem gosta de escalar! Só mais uma coisa... rãs, sapos e relas caçam de
noite, com a ajuda de uma língua pegajosa semelhante à do camaleão e isso, acho que o meu avô não sabia..."
As rãs, os sapos e as relas são anfíbios anuros, dado que as formas adultas não apresentam cauda. As suas larvas
respiram pelas brânquias, ao passo que os adultos o fazem através dos pulmões e, parcialmente, pela pele.
Baseado em R. Gaspar, «À descoberta dos bichos», 2011
3. Nas formas larvares dos anfíbios anuros verifica-se difusão ____ de gases respiratórios através de superfícies
respiratórias _____.
(A) direta ... não capilarizadas;
(B) indireta ... capilarizadas;
(C) indireta ... não capilarizadas;
(D) direta … capilarizadas;
4. O glicogénio armazenado no fígado de Hyla arborea corresponde a um composto _____ com função _____.
(A) quaternário ... estrutural;
(B) ternário ... estrutural;
(C) quaternário ... energética;
(D) ternário ... energética;
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5. Identifique o transporte transmembranar que assegura a manutenção de um gradiente de concentração de solutos.
6. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos mecanismos envolvidos na circulação
sanguínea dos ratinhos e dos musaranhos. Inicie pelo processo associado à entrada de sangue venoso no coração.
A. O sangue flui para a aurícula esquerda.
B. Sístole ventricular.
C. A pressão parcial de oxigénio no sangue atinge um valor mínimo.
D. Hematose pulmonar.
E. O sangue move-se para a aurícula direita.
Explique de que modo o uso da atrazina, em ecossistemas onde se encontram moluscos hospedeiros de tremátodes,
poderá afetar a densidade populacional de Rena pipiens.
GRUPO II
Com o objetivo de investigar as alterações nos valores de pH sanguíneo durante o aumento do exercício físico em
futebolistas profissionais, foram analisados três parâmetros que podem condicionar essas alterações: a pressão parcial
de CO2 (PCO2), a concentração de ião bicarbonato (HCO3-) e a concentração de lactato.
No âmbito do estudo, foi realizado um teste de campo a 19 jogadores do sexo masculino, que consistiu na aplicação
de um protocolo em que há um aumento progressivo de velocidade: começou-se com uma velocidade de 11 km/h
(V11) e foi-se aumentando a velocidade, 1 km/h em cada estádio, até completar um total de cinco estádios (de V11 a
V15). A cada sujeito da amostra foi efetuada a colheita de um mesmo volume de sangue capilar antes do teste e no
final de cada estádio. Os resultados obtidos constam da Tabela I.
Tabela I
Repouso V11 V12 V13 V14 V15
pH 7,42 7,42 7,40 7,38 7,36 7,33
PCO2 (mm Hg) 38,84 38,32 36,21 34,05 31,47 29,90
HCO3- (mmol/L) 25,53 25,09 23,02 20,76 18,25 15,92
Lactato (mmol/L) 1,65 2,90 4,22 7,16 9,09 11,69
3. Nos jogadores, a energia necessária para a prática do futebol provém de reações, globalmente, ____, nas quais os
compostos orgânicos sofrem _____.
(A) anabólicas ... oxidação;
(B) catabólicas ... oxidação;
(C) catabólicas ... redução;
(D) anabólicas ... redução;
4. Considere as afirmações seguintes, relativas aos jogadores que participaram no teste de campo.
I. As superfícies respiratórias são evaginações da superfície corporal.
II. A linfa intersticial apresenta composição similar à do plasma sanguíneo.
III. As veias são os vasos onde a velocidade do sangue dos jogadores atinge valores mínimos.
(A) I é verdadeira; II e III são falsas;
(B) II e III são verdadeiras; I é falsa;
(C) I e lll são verdadeiras; II é falsa;
(D) II é verdadeira; I e III são falsas;
51
5. Faça corresponder cada uma das descrições relacionadas com o intercâmbio de gases nos animais, expressas na
coluna A à respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Superfície respiratória com glândulas produtoras de muco e intensa vascularização. (1) Difusão indireta
(b) Os gases respiratórios difundem-se para as células através da superfície (2) Tegumento
respiratória, sem intervenção de um fluido de transporte. (3) Traqueias
(c) Processo que assegura a transformação do sangue venoso em sangue arterial nos (4) Hematose pulmonar
jogadores de futebol. (5) Difusão direta
GRUPO III
O arroz-vermelho é um tipo de arroz integral de grão longo e rico em pigmentos naturais, que lhe conferem uma cor
vermelha a acastanhada. A sua riqueza em fibras e hidratos de carbono complexos distingue-o do arroz tradicional,
tornando-o num aliado para dietas de perda de peso, por promover o funcionamento do trânsito intestinal e aumentar
a sensação de saciedade.
O arroz-vermelho é predominantemente utilizado na China pela medicina tradicional, sob a forma de levedura de arroz-
vermelho.
A levedura de arroz-vermelho provém da fermentação do arroz vermelho por uma levedura específica, a Monascus
purpureus. Durante este processo de fermentação, o arroz-vermelho adquire uma variedade de compostos
denominados monacolinas, entre as quais se destaca a monocolina K.
Com efeito, existem evidências científicas que indicam que a monocolina K influencia a síntese de colesterol ao nível
do fígado, promovendo uma diminuição do colesterol total e do colesterol LDL (conhecido como "mau colesterol") e,
reduzindo, consequentemente a probabilidade de acidentes cardiovasculares. Este efeito deve-se à sua semelhança
estrutural com a lovastatina, um medicamento da família das estatinas, muito utilizado para baixar os níveis de
colesterol, através da inibição da ação da enzima HMG-CoA redutase, catalisadora da sua produção endógena. Por
este motivo, cada vez mais a levedura de arroz-vermelho tem vindo a afirmar-se como uma alternativa eficaz no controlo
das dislipidemias, sobretudo no caso de pessoas que apresentam intolerância às estatinas químicas.
Baseado em R. Lima, «Arroz-vermelho: a sua estatina natural para controlar o colesterol”, 2018
1. A nível celular, a síntese de "bom colesterol" ocorre no retículo endoplasmático ____ organito que ___ ribossomas
associados.
(A) rugoso ... possui; (C) rugoso ... não possui;
(B) liso ... não possui; (D) liso ... possui;
2. A síntese da enzima HMG-CoA redutase ocorre a partir da ____ de aminoácidos e é considerada um processo ___
(A) degradação ... exoenergético;
(B) degradação ... endoenergético;
(C) condensação ... exoenergético;
(D) condensação ... endoenergético;
3. Nas células musculares humanas, em situação de rarefação de oxigénio, pode ocorrer a fermentação __, processo
em que ____ a oxidação do ácido pirúvico.
(A) láctica … não se verifica; (C) láctica ... verifica;
(B) alcoólica ... não se verifica; (D) alcoólica ... verifica;
4. Faça corresponder cada uma das descrições, da coluna A à respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Processo catabólico de baixo rendimento energético, em que um dos produtos (1) Respiração aeróbia
finais é a molécula de CO2. (2) Fotossíntese
(b) Processo catabólico com elevado rendimento energético. (3) Fermentação alcoólica
(c) Processo catabólico de baixo rendimento energético, em que o produto final (4) Quimiossíntese
provoca a diminuição do pH do meio. (5) Fermentação láctica
52
6. A aterosclerose é uma doença em que se verifica a acumulação de colesterol nas paredes das artérias, formando-
se placas de gordura que bloqueiam a circulação sanguínea. Uma das causas para tal patologia encontra-se associada
a níveis anormalmente elevados da enzima HMG-CoA redutase no organismo. A levedura de arroz-vermelho apresenta
o composto monacolina K, capaz de inibir a HMG-CoA redutase ao nível do fígado.
Explique por que razão a levedura de arroz-vermelho poderá corresponder a uma alternativa eficaz para o controlo da
aterosclerose.
GRUPO IV
O Nemátode da Madeira do Pinheiro (NMP), Bursaphelenchus xytophilus, é um pequeno animal que mede menos de
1,5 mm de comprimento e que infeta, usualmente, árvores de pinheiro-bravo (Pinus pinaster), através do inseto vetor
Monochamus galloprovincialis.
Após a sua inserção na planta, aquando da nutrição do inseto vetor, o NMP desemboca nos canais resiníferos
associados ao xilema, bem como noutros tecidos corticais, provocando danos nas paredes celulares e,
simultaneamente, bolhas de ar nos vasos xilémicos. A combinação de tais acontecimentos pode mesmo conduzir à
morte da planta num curto intervalo de tempo.
1. A abertura estomática em Pinus pinaster resulta ____ de iões K+ para as células-guarda, o que conduz _____ da
sua pressão osmótica.
(A) do transporte ativo ... ao aumento;
(B) da difusão ... à diminuição;
(C) da difusão ... ao aumento;
(D) do transporte ativo ... à diminuição;
2. O espessamento da parede de uma célula-guarda é _____ e, por isso, _____ alterações significativas de volume
celular.
(A) uniforme ... permite;
(B) diferenciado ... não permite;
(C) uniforme ... não permite;
(D) diferenciado ... permite;
3. Os compostos orgânicos fabricados no mesófilo foliar de Pinus pinaster são transportados para os
(A) tubos crivosos, contra o gradiente de concentração do soluto;
(B) vasos lenhosos, sem dispêndio de energia metabólica;
(C) tubos crivosos, sob a forma de moléculas de glicose;
(D) vasos lenhosos, desencadeando a movimentação da água por osmose;
4. As superfícies respiratórias do inseto vetor apresentam ramificações presentes em número _____ às aberturas por
onde entra o ar e localizam-se _____ superfície corporal.
(A) inferior ... interiormente à;
(B) superior ... na periferia da;
(C) inferior ... na periferia da;
(D) superior ... interiormente à;
6. O NMP, uma vez no interior da planta, contribui para a formação de bolhas de ar nos vasos xilémicos.
Explique, tendo por base a hipótese da adesão-coesão-tensão, de que forma as bolhas de ar presentes nos vasos
xilémicos podem contribuir para o agravar do défice hídrico foliar em Pinus pinaster, num dia quente de verão.
Exercícios resolvidos 1
Investigações recentes indicam que, numa sequência de DNA, pode haver duas ou mais informações codificantes,
uma principal e outras que levam à produção de uma ou mais proteínas alternativas (proteínas fantasma 1 e 2 — Figura
1). Descobriu-se que cada mRNA pode ser lido de várias maneiras, originando proteínas diferentes que coexistem na
célula.
Em células estaminais de rato, mais de metade dos locais onde se ligam os ribossomas não correspondem aos locais
de iniciação conhecidos. Foram sequenciados todos os mRNA de neurónios de rato e, entre as 250 novas proteínas,
algumas são resultantes de sequências codificantes alternativas.
Recentemente, foi também identificado em ratos um mRNA resultante de uma região intergénica, que era identificada
como não codificante. O novo gene tem três exões e apenas é expresso em células pós-meióticas.
53
Figura 1 — Produção de proteínas fantasma.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a descodificação dos genes é feita por transcrição da molécula de DNA e identificar no texto que o
gene descoberto possui três regiões codificantes. Assim, deve excluir-se a opção B, porque afirma a existência de três
regiões não codificantes e assume que a descodificação do novo gene é feita a partir do DNA por tradução.
✓ Excluir-se a opção C, porque, embora afirme a existência de três regiões codificantes, assume que a descodificação
do novo gene é feita a partir do RNA por tradução.
✓ Excluir-se a opção D, porque afirma a existência de três regiões não codificantes e assume que a descodificação do
novo gene é feita a partir do RNA por transcrição.
✓ Selecionar a opção A, por reconhecer que a descodificação dos genes é feita por transcrição da molécula de DNA e
identificar no texto que o gene descoberto possui três regiões codificantes.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a existência numa sequência de DNA de duas ou mais informações codificantes conduz à produção
de proteínas alternativas (aumento de diversidade e não diminuição da diversidade) e que estas não resultam da etapa
da transcrição, pelo que se deve excluir a opção B.
✓ Reconhecer que a existência numa sequência de DNA de duas ou mais informações codificantes conduz à produção
de proteínas alternativas (aumento de diversidade) e que estas não resultam da etapa da transcrição, pelo que se deve
excluir a opção C.
✓ Reconhecer que ocorre aumento e não diminuição da diversidade de proteínas alternativas aquando da existência,
numa sequência de DNA, de duas ou mais informações codificantes que resultam da etapa de tradução, pelo que se
deve excluir a opção D.
✓ Selecionar a opção A, reconhecendo que a existência numa sequência de DNA de duas ou mais informações
codificantes conduz à produção de proteínas alternativas (aumento de diversidade), em resultado da etapa de tradução.
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Proposta de resolução
✓ Compreender que, na sequência de desoxirribonucleótidos cuja codificação deu origem ao mRNA representado na
figura e que originou a proteína fantasma 2, se terá de encontrar timina ao invés de uracilo, e que a orientação da
molécula do DNA terá de apresentar um sentido inverso ao da tradução do mRNA. Assim, devem excluir-se as opções
A e D, por apresentarem o nucleótido uracilo.
✓ Compreender que, na sequência de desoxirribonucleótidos cuja codificação deu origem ao mRNA representado na
figura e que originou a proteína fantasma 2, se terá de encontrar timina ao invés de uracilo e que a orientação da
molécula do DNA terá de apresentar um sentido inverso ao da tradução do mRNA. Assim, deve excluir-se a opção C,
devido à orientação da leitura do DNA ser a mesma que a do mRNA.
✓ Selecionar a opção B, compreendendo que na sequência de desoxirribonucleótidos cuja codificação deu origem ao
mRNA representado na figura e que originou a proteína fantasma 2, se terá de encontrar timina ao invés de uracilo, e
que a orientação da molécula do DNA apresenta um sentido inverso ao da tradução do mRNA.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a formação de uma proteína funcional tem início com a transcrição da sequência de nucleótidos
(codogenes) do DNA, concomitantemente, com a formação do mRNA, selecionando em primeiro lugar a letra D.
✓ Compreender que o mRNA abandona o núcleo da célula a fim de levar a mensagem para ser traduzida em organelos
que se encontram no citoplasma, pelo que se seleciona de seguida a letra B — DB.
✓ Reconhecer que, na presença do mRNA, as subunidades menor e maior dos ribossomas se unem para dar início à
tradução da mensagem contida no mRNA, pelo que se seleciona de seguida a letra C — DBC.
✓ Compreender que a tradução da mensagem contida no mRNA vai originar uma proteína (polímero constituído por
aminoácidos): letra E — DBCE.
✓ Reconhecer que a proteína recém-formada adquire funcionalidade no complexo de Golgi: letra A — DBCEA.
5. Faça corresponder a cada uma das letras que identificam afirmações relativas à síntese e maturação de proteínas
que constam da coluna A, a respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Sequência de desoxirribonucleótidos que especifica a estrutura primária da (1) RNA ribossómico
proteína de referência. (2) RNA mensageiro
(b) Local onde ocorre a síntese da proteína fantasma 1. (3) Aminoácido
(c) Monómero constituinte da proteína fantasma 2. (4) DNA
(5) Ribossoma
Proposta de resolução
✓ Compreender que uma sequência de nucleótidos constituídos por desoxirribose — DNA — determina a sequência
de aminoácidos (estrutura primária das proteínas) — (a) — 4;
✓ Reconhecer que as proteínas são sintetizadas nos ribossomas — (b) — 5;
✓ Conhecer que a unidade constituinte das proteínas são os aminoácidos — (c) — 3.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que os neurónios são células diferenciadas que, contendo potencialmente informação genética igual a
células estaminais — indiferenciadas — do mesmo indivíduo, durante o seu processo de especialização não exprimiram
alguma dessa informação. Assim, deve excluir-se a opção A, por considerar que as células estaminais são mais
especializadas do que os neurónios.
✓ Assim, deve excluir-se igualmente a opção B, por considerar que as células estaminais contêm informação genética
diferente da dos neurónios.
✓ Deve excluir-se a opção C, por considerar que as células estaminais contêm informação genética diferente da dos
neurónios e são mais especializadas que estes.
✓ Selecionar a opção D reconhecendo que os neurónios são células diferenciadas que, contendo potencialmente
informação genética igual a células estaminais — indiferenciadas — do mesmo indivíduo, durante o seu processo de
especialização, não exprimiram alguma dessa informação.
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7. Considere as seguintes afirmações, referentes às características do código genético.
I. O código genético diz-se universal, pois é comum à grande maioria de seres vivos.
II. O código genético não é ambíguo, pois o mesmo aminoácido pode ser codificado por vários codões.
III. O codão AUG codifica o aminoácido metionina e assinala o fim da tradução.
(A) III é verdadeira; I e II são falsas.;
(B) I é verdadeira; II e III são falsas.;
(C) I e III são verdadeiras; II é falsa;
(D) II e III são verdadeiras; I é falsa;
Proposta de resolução
✓ I — O código genético diz-se universal, pois na generalidade dos seres vivos os mesmos codões codificam os
mesmos aminoácidos — Afirmação verdadeira.
✓ II —A não ambiguidade do código genético prende-se com o facto de cada tripleto (codão) corresponder a um único
aminoácido. O facto de cada aminoácido ser codificado por vários codões designa-se redundância — Afirmação falsa.
✓ III — O codão AUG codifica o aminoácido metionina e assinala o local de iniciação de tradução do mRNA. - Afirmação
falsa.
✓ Selecionar a opção B.
Exercícios resolvidos 2
O estudo do ciclo celular tem implicações práticas no campo da saúde humana. O cancro, por exemplo, é uma doença
que resulta, entre outros aspetos, do facto de a célula perder o controlo da sua divisão.
As células possuem diversos mecanismos de regulação e de controlo do ciclo celular. A Figura 2 representa
esquematicamente um ciclo celular, cujos mecanismos de regulação estão relacionados com determinados genes e
com complexos proteicos citoplasmáticos, formados pela ligação de dois tipos de proteínas: as CDK e as ciclinas. Em
todas as células eucarióticas, a progressão do ciclo celular é controlada pelas sucessivas ativação e inativação de
diferentes complexos ciclina-CDK. A ativação e a inativação destes complexos estão dependentes da transcrição e da
proteólise (lise proteica), respetivamente.
1. No ciclo representado, se a quantidade de DNA na fase X for Q, então as quantidades de DNA no núcleo da célula,
na fase Z, e no núcleo de cada uma das células, no final da fase mitótica, serão respetivamente:
(A) Q e 2Q;
(B) Q/2 e Q;
(C) 2Q e Q;
(D) Q e Q/2;
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Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a letra X identifica a etapa G, da interfase em que a quantidade de DNA da célula é Q, a letra Y
identifica a etapa S da interfase na qual a quantidade de DNA da célula duplica para 20 por ocorrer a replicação do
DNA e que a letra Z identifica a fase G2 da interfase em que a quantidade de DNA da célula se mantém 2Q. No final
da fase mitótica devido à ocorrência da anáfase durante a mitose, a quantidade de DNA é, novamente, Q. Excluir a
opção A por atribuir a quantidade Q e 2Q de DNA, respetivamente, a G, e ao final da mitose.
✓ Excluir, igualmente, a opção B por atribuir a quantidade de Q/2 de DNA a G1.
✓ Excluir também a opção D por atribuir a quantidade de Q/2 de DNA ao final da mitose.
✓ Selecionar a opção C, reconhecendo que a letra X identifica a etapa G1 da interfase em que a quantidade de DNA
da célula é Q, a letra Y identifica à etapa S da interfase em que a quantidade de DNA da célula duplica para 2Q por
ocorrer a replicação do DNA, e que a letra Z identifica a fase G2 da interfase em que a quantidade de DNA da célula
se mantém 2Q. No final da fase mitótica devido à ocorrência da anáfase durante a mitose, a quantidade de DNA é,
novamente, Q.
2. Refira a fase da mitose em que se encontra cada uma das células identificadas com os números 1 e 2 na Figura 2.
Proposta de resolução
✓ Identificar a formação da placa equatorial no plano médio da célula típica da metáfase, para a célula assinalada com
o número 1.
✓ Identificar a ocorrência da migração dos cromatídios-irmãos em direção a polos opostos da célula típica da anáfase,
para a célula assinalada pelo número 2.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a letra Z identifica a etapa G2 da interfase durante a qual não ocorre a replicação do DNA e que na
replicação apenas uma das cadeias do DNA tem proveniência da biomolécula de origem, pelo que a replicação é
semiconservativa. Excluir a opção A, por afirmar que a letra Z identifica uma etapa em que ocorre replicação do DNA
e que se trata de um processo conservativo.
✓ Excluir igualmente a opção B, por afirmar que a letra Z identifica uma etapa em que ocorre replicação do DNA.
✓ Reconhecer que a letra Y identifica a etapa S da interfase durante a qual ocorre a replicação do DNA, e que na
replicação apenas uma das cadeias do DNA tem proveniência da biomolécula de origem, pelo que a replicação se diz
semiconservativa. Excluir a opção C, por afirmar que a replicação do DNA se trata de um processo conservativo.
✓ Selecionar a opção D, reconhecendo que a letra Y identifica a etapa S da interfase durante a qual ocorre a replicação
do DNA, e que na replicação apenas uma das cadeias do DNA tem proveniência na biomolécula de origem, pelo que
a replicação é semiconservativa.
4. As ciclinas são proteínas que determinam a progressão do ciclo celular. A ciclina B promove o desenvolvimento da
fase mitótica, nomeadamente a desorganização do invólucro nuclear e a condensação dos cromossomas.
Caso a proteólise da ciclina B de determinada célula não aconteça é de prever que
(A) a célula não consiga completar a mitose;
(B) se verifique uma paragem do ciclo celular no período S;
(C) não se formem complexos ciclina-CDK indutores de mitose;
(D) ocorra a reorganização do invólucro nuclear;
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a ciclina B, ao promover a desorganização do invólucro nuclear e a condensação dos cromossomas,
concorre para a realização da prófase, uma das fases da mitose, etapa do ciclo celular que ocorre, no tempo,
posteriormente à replicação do DNA — fase S, pelo que deve ser excluída a opção B.
✓ Identificar, no texto, informação relativa ao modo de controlo do ciclo celular por ativação e inativação de diferentes
complexos ciclina-CDK, reconhecendo que a ciclina B é uma das proteínas envolvidas na formação de complexos
ciclina-CDK e não uma substância que impede a formação de complexos ciclina-CDK, pelo que é de excluir a opção
C.
✓ Reconhecer que a ciclina B promove a desorganização do invólucro nuclear e não a reorganização dessa estrutura
celular, pelo que é de excluir a opção D.
✓ Selecionar a opção A, compreendendo que a ciclina B, ao promover a desorganização do invólucro nuclear e a
condensação dos cromossomas, concorre para a realização da prófase, uma das fases da mitose celular. A degradação
da ciclina B leva à inativação dos processos promotores da desorganização do invólucro nuclear e à condensação dos
cromossomas, impedindo a realização das etapas seguintes da mitose e a conclusão deste processo.
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5. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a F, de modo a reconstituir a sequência de acontecimentos
relacionados com um processo de divisão celular. Inicie pela letra A.
A. Os filamentos de cromatina condensam-se.
B. Os cromatídios de cada cromossoma separam-se.
C. Os cromossomas atingem o seu máximo encurtamento.
D. Os nucléolos reaparecem.
E. A membrana nuclear desorganiza-se.
F. Os cromossomas atingem os polos do fuso acromático.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que, após a condensação dos filamentos de cromatina, prossegue a prófase com a desorganização da
membrana nuclear: letra E — AE.
✓ Compreender que, quando os cromossomas atingem o seu máximo encurtamento, decorre a metáfase: letra C —
AEC.
✓ Reconhecer que os cromatídios-irmãos se separam no início da anáfase: letra B — AECB.
✓ Reconhecer que a anáfase chega ao fim com os cromossomas constituídos por um cromatídio a atingirem os polos
do fuso acromático: letra F — AECBF.
✓ Compreender que o reaparecimento dos nucléolos corresponde à telófase e ao final da mitose: letra D — AECBFD.
6. Explique de que modo a exposição a determinados tipos de radiação, como as UV, pode contribuir para o aumento
da possibilidade de desenvolver cancro, considerando que algumas proteínas contribuem para o controlo do ciclo
celular.
Etapas de resolução
A questão pode ser decomposta em três partes centrais:
- A exposição a determinados tipos de radiação pode provocar alteração (mutação) dos genes ou modificar a
mensagem codificada que determina a síntese de proteínas.
- A ausência dessas proteínas ou na presença de proteínas disfuncionais o controlo do ciclo celular falha.
- A falha de mecanismo de controlo no ciclo celular origina o desenvolvimento de cancro.
Exercícios propostos 1
Um estudo recente revelou que o genoma de células cancerígenas em humanos e em ratinhos apresenta menos cópias
de genes de RNA ribossomal do que células normais equivalentes. No entanto, apesar desta perda, os ratinhos
evidenciam uma maior quantidade de RNA ribossómico (rRNA), bem como maior atividade na síntese de proteínas.
O DNA ribossomal (rDNA) é uma sequência de DNA que codifica o RNA ribossómico, que por ser altamente repetitivo,
torna difícil a sua análise e fez com que o seu estudo fosse excluído dos estudos genómicos em mamíferos.
A inspiração para o estudo do rDNA em genomas de células cancerígenas proveio do trabalho já realizado com
leveduras e que mostrou uma taxa de variação elevada no que respeita ao número de cópias de genes de rDNA.
No estudo aqui descrito foi analisado quer o genoma de células cancerígenas, quer o genoma de células normais de
cento e sessenta e duas pessoas com vários tipos de cancro e o genoma de células do sangue de cento e quarenta e
três pessoas saudáveis.
Em indivíduos com vários tipos de cancro — osteossarcoma, adenocarcinoma do esófago e linfoma associado à SIDA
— descobriu-se que o número de cópias de rDNA era menor em comparação com o de células normais dos mesmos
indivíduos.
Várias questões permanecem em aberto. O menor número de cópias de rDNA terá algum significado no
desenvolvimento do cancro ou é apenas um efeito secundário? Tratar-se-á apenas de um tipo de indicador de que a
célula passou por transformação e na verdade não contribui para o cancro em si?
58
Enquanto se aguarda o avanço de estudos em mamíferos estão a ser utilizadas leveduras para investigar que
vantagens podem as células obter com a eliminação de cópias de rDNA. Até agora, parece que as leveduras com
menor número de cópias de rDNA são capazes de replicar os seus genomas mais rapidamente, o que poderia ser
igualmente uma vantagem para as células cancerígenas.
4. A síntese de uma proteína funcional em humanos, a partir da sequência de bases do DNA, implica inequivocamente
(A) a replicação semiconservativa da informação genética;
(B) a transcrição de codogenes para RNA ribossómico;
(C) o processamento do pré-RNA mensageiro no citoplasma;
(D) a tradução da sequência de exões do RNA mensageiro;
7. Faça corresponder a cada uma das afirmações relativas à constituição dos ácidos nucleicos, expressas na coluna
A, a respetiva designação que consta na coluna B. Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.
Coluna A Coluna B
(a) Unidade estrutural dos ácidos nucleicos. (1) Nucleótido
(b) Molécula constituída por cadeias polinucleotídicas ligadas por pontes de hidrogénio. (2) DNA
(c) Monossacarídeo constituído por cinco átomos de carbono. (3) RNA
(4) Ribose
(5) Base nitrogenada
8. O estudo que revelou que o genoma de células cancerígenas em humanos apresenta menos cópias de genes de
RNA ribossomal do que as células saudáveis é ainda inconclusivo quanto ao significado desta alteração, porém trata-
se de uma evidência com possibilidade de aplicação viável no rastreio do cancro.
Relacione a evidência encontrada neste estudo com a possibilidade da sua aplicação em medicina preventiva.
9. A mitose é o processo de divisão nuclear mais frequentemente encontrado nos organismos. Nos seres vivos
multicelulares, o crescimento e a regeneração de tecidos ocorrem através de mitoses. A Figura 1 representa algumas
etapas do ciclo celular.
9.3. A fase X
(A) antecede a Z e sucede a Y;
(B) sucede a Z e antecede a Y;
(C) é anterior à fase Z;
(D) é posterior à fase Y;
9.5. A colchicina é uma substância que inibe a polimerização das proteínas do fuso mitótico sem, no entanto, impedir
a condensação dos cromossomas.
Explique o interesse do uso da colchicina para o conhecimento do processo de mitose.
REPRODUÇÃO
Exercícios resolvidos 3
Em condições favoráveis, nos cogumelos, como na maioria dos fungos, todos os dias alguns esporos amadurecem e
são libertados para o ar. Há, no entanto, fungos que frutificam debaixo de terra — as trufas.
A ocorrência de mutações nas trufas, ao longo de milhões de anos, permitiu a formação de compostos aromáticos que
atraem os animais. Quando um animal come uma trufa, a maior parte da polpa é digerida, mas os esporos não.
Muitas espécies de fungos vivem associadas às raízes de plantas lenhosas, produzindo uma rede de filamentos, ou
hifas, que crescem entre as raízes das plantas, formando um órgão compartilhado de absorção conhecido como
ectomicorriza.
Na Figura 1, está representado o ciclo de vida de um cogumelo, um fungo pluricelular constituído por hifas, que, no seu
conjunto, formam um micélio.
Figura 1
60
1. O ciclo de vida representado na Figura 1 é
(A) haplonte, com meiose pós-zigótica;
(B) haplonte, com meiose pré-espórica;
(C) haplodiplonte, com meiose pós-zigótica;
(D) haplodiplonte, com meiose pré-espórica;
Proposta de resolução
✓ Identificar o número II como assinalando a meiose (meiose pós-zigótica) e reconhecer que esta ocorre imediatamente
a seguir à fecundação que leva à formação do ovo ou zigoto, identificada com o número I, pelo que o ciclo de vida é
haplonte. Assim, deve excluir-se a opção B, porque assume que a meiose conduz à formação de esporas — pré-
espórica —, o que não é compatível com um ciclo de vida haplonte.
✓ Deve, igualmente, excluir-se a opção C, pois assume a meiose como pós-zigótica, mas associa este tipo de divisão
nuclear a um ciclo de vida haplodiplonte.
✓ Deve, também, excluir-se a opção D, pois assume que a meiose é pré-espórica como corretamente associada a um
ciclo de vida haplodiplonte, que não é o representado na Figura 1.
✓ Selecionar a opção A, após identificar o número II como a meiose pós-zigótica e o ciclo de vida como haplonte.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a hifa + é uma entidade que resulta de divisão nuclear por mitose (identificada com III) pelo que a
ploidia de ambas as estruturas é igual, devendo excluir-se a opção A.
✓ Reconhecer que os esporos se formam em resultado da ocorrência de meiose, processo que induz variabilidade
genética. Não sendo os esporos geneticamente iguais, as estruturas que deles resultam por mitose, também não o
são, pelo que se deve excluir a opção B.
✓ Reconhecer que as hifas são as únicas estruturas multicelulares (haploides) deste ciclo de vida e que a única
estrutura diploide é o ovo, pelo que não existe alternância de gerações, devendo excluir-se a opção D.
✓ Selecionar a opção C, reconhecendo o processo II como sendo a meiose que, devido à ocorrência de crossing-over
e à disposição ao acaso dos cromossomas homólogos no plano equatorial, corresponde a um processo que combina
diferentes genes herdados dos progenitores.
Proposta de resolução
✓ Compreender que, no ciclo de vida da Figura 1, o processo identificado com I dá origem a uma célula diploide, o ovo
ou zigoto e não a esporas. Excluir a opção B.
✓ Compreender que, no ciclo de vida da Figura 1, o processo identificado com I é a fecundação, característica da
reprodução sexuada, e que os esporos são haploides. Excluir a opção C.
✓ Compreender que, no ciclo de vida da Figura 1, o processo identificado com I é a fecundação, característica da
reprodução sexuada, que conduz ao aumento de variabilidade genética. Excluir a opção D.
✓ Selecionar a opção A, compreendendo que o processo identificado com I é a fecundação, da qual resulta a fusão
dos gâmetas, processo que aumenta a variabilidade genética, ao reunir células de progenitores diferentes.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que, tanto em II (na anáfase II) como em III (na anáfase), ocorre separação de cromatídios de um
mesmo cromossoma. Excluir a opção A.
✓ Reconhecer que em III (mitose) não ocorre troca de material genético entre cromossomas. Excluir a opção B.
✓ Reconhecer que tanto em II (meiose) como em III (mitose), em certas etapas, os cromossomas são constituídos por
dois cromatídios. Excluir a opção D.
✓ Selecionar a opção C, reconhecendo que na metáfase I (meiose) os cromossomas homólogos dispõem-se numa
zona equidistante aos polos, no plano equatorial.
61
5. Ordene as frases identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica de
acontecimentos envolvidos no processo III.
A. Ascensão polar dos cromatídios-irmãos;
B. Formação de duas células por citocinese;
C. Replicação semiconservativa do DNA;
D. Divisão do centrómero de cada cromossoma;
E. Alinhamento dos cromossomas no plano equatorial;
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que, num ciclo celular, antes do início da mitose é necessário que ocorra a replicação semiconservativa
do DNA (fase S), selecionando em primeiro lugar a letra C.
✓ Compreender que a primeira etapa da mitose descrita é a metáfase — alinhamento dos cromossomas no plano
equatorial —, pelo que se seleciona de seguida a letra E — CE.
✓ Reconhecer que se segue a divisão do centrómero de cada cromossoma — início da anáfase selecionando-se a
letra D — CED.
✓ Compreender que durante a anáfase ocorre a ascensão polar dos cromatídios-irmãos: letra A — CEDA.
✓ Reconhecer que a seguir à mitose ocorre a citocinese, com a formação de duas células-filhas: letra B — CEDAB.
6. Faça corresponder a cada uma das descrições de processos de reprodução assexuada expressas na coluna A, a
respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) A partir de óvulos que não foram fecundados, originam-se novos (1) Bipartição
indivíduos. (2) Esporulação
(b) Um organismo unicelular origina duas células de diferente tamanho. (3) Fragmentação
(c) Formam-se células reprodutoras especializadas que originam novos seres. (4) Gemulação
(5) Partenogénese
Proposta de resolução
✓ Compreender que a estratégia de reprodução assexuada em que óvulos não fecundados originam novos indivíduos
é a partenogénese — (a) — 5;
✓ Reconhecer que a gemulação é a estratégia de reprodução assexuada em que um organismo unicelular origina duas
células de tamanho diferente — (b) — 4;
✓ Conhecer que a esporulação é a estratégia de reprodução assexuada em se formam células especializadas
(esporos) que originam novos seres — (c) — 2.
7. A reprodução sexuada caracteriza-se pela ocorrência dos processos I e II, representados na Figura 1.
Relacione a ocorrência destes dois processos no ciclo reprodutivo de qualquer espécie, com o número de
cromossomas que caracteriza essa espécie.
Etapas de resolução
A questão pode ser decomposta em duas partes centrais:
Processo I
✓ Na Figura 1, o número I representa a fecundação.
✓ Durante a fecundação, ocorre a fusão de dois núcleos de células haploides, os gâmetas.
✓ Da fusão dos gâmetas resulta a formação do ovo ou zigoto — célula diploide portadora do número de cromossomas
característico da cada espécie.
Processo II
✓ Na Figura 1, o número II representa a meiose.
✓ Durante a meiose, o núcleo da célula-mãe sofre duas divisões, sendo a primeira reducional, ou seja, o núcleo de
cada uma das duas células-filhas recebe metade do número de cromossomas da célula-mãe.
✓ Desse modo uma célula diploide vai originar células haploides.
- Na fecundação, processo representado pelo algarismo I na Figura 1, ocorre a união de duas células com duplicação
do número de cromossomas.
- Na meiose, processo representado pelo algarismo II na Figura 1, a redução para metade do número de cromossomas
compensa a duplicação ocorrida na fecundação, mantendo-se, em cada geração, o número de cromossomas que
caracteriza a espécie.
Exercícios propostos 2
Cavalinha é o nome popular dado a plantas da espécie Equisetum arvense. Tratam-se de plantas perenes sem flores,
nem sementes, com folhas verticiladas, mas de reduzido tamanho. O caule, de cor verde, oco, fotossintético assume
duas formas:
- o caule fértil, geralmente curto, surge no início da primavera. Apresenta na extremidade uma estrutura produtora de
esporos em forma de cone — estróbilo;
- o caule estéril, geralmente longo, surge depois que o caule fértil murcha.
62
A Figura 1 representa o ciclo de vida de Equisetum arvense. Para além da reprodução sexuada, a cavalinha reproduz-
se também, com grande sucesso, através de estacas dos seus rizomas.
4. A cavalinha é uma planta heterospórica com esporos diferentes que resultam de meiose,
(A) processo identificado pela letra Y na Figura 1.
(B) processo identificado pela letra X na Figura 1.
(C) identificada pela letra Z na Figura 1, por fusão de I e II.
(D) identificada pela letra Z na Figura 1, originando a estrutura III.
63
6. Faça corresponder a cada uma afirmações relacionadas com estratégias de reprodução assexuada, expressas na
coluna A, a respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) A célula progenitora replica o seu DNA e separa-se em duas células-filhas de dimensões (1) Bipartição
idênticas. (2) Esporulação
(b) Em Apis mellifera, as abelhas-rainha, fêmeas férteis, produzem óvulos capazes de se (3) Gemiparidade
desenvolverem e originarem zângãos haploides. (4) Fragmentação
(c) Na extremidade das hifas formam-se, por mitose, estruturas reprodutoras no interior de (5) Partenogénese
esporângios.
7. Identifique o processo de divisão nuclear responsável pela formação do caule fértil em Equisetum arvense.
9. Explique o sucesso da estratégia de reprodução assexuada em Equisetum arvense e apresente uma vantagem do
processo de reprodução representado na Figura 1.
Prova-modelo 6
GRUPO I
A proliferação de células resulta do ciclo celular, que consiste numa sequência de fases onde ocorre duplicação e igual
repartição do material genético. No final deste processo, uma célula-mãe dá origem a duas células-filhas.
Células pós-mitóticas podem entrar na chamada fase G0, em que permanecem sem proliferar; em alguns casos
reentram mais tarde no ciclo celular, noutros podem ficar nessa fase por tempo indeterminado, como é o caso dos
neurónios.
A progressão através do ciclo celular é regulada por complexos proteicos (CDKs), formados por dois tipos de proteínas:
as cinases (CDK) e as ciclinas, cuja concentração varia ao longo do ciclo celular. Nas várias fases do ciclo celular há
mecanismos de vigilância que asseguram o correto e ordenado desenrolar dos vários eventos e que impedem a
progressão do ciclo se tal não se verificar: os chamados pontos de controlo (checkpoints).
Os pontos de controlo são ativados durante as transições G1/S, se forem detetados danos no DNA, e durante a
transição G2/M, se houver DNA não replicado, levando à paragem do ciclo. Durante a fase M, o ponto de controlo
impede a transição para a anáfase até que o fuso esteja corretamente formado e que todos os cinetocoros localizados
na proximidade dos centrómeros estejam ligados a microtúbulos e os cromossomas devidamente alinhados.
Baseado em D. Santos (2007), «Estudo dos resíduos de fosforilação da proteína pro-apoptótica BimEL em mitose.» (http://hdl.handle.net/10451/118)
Tese de mestrado em Biologia Molecular e Genética apresentada à Universidade de Lisboa
64
1. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A e E, de modo a reconstituir a sequência de acontecimentos
relacionados com o ciclo celular representado na Figura 1. Inicie o processo pela letra A.
A. Biossíntese de RNA;
B. Replicação do material genético;
C. Cisão dos centrómeros dos cromatídios-irmãos;
D. Migração dos centrossomas para polos opostos;
E. Reorganização do invólucro nuclear;
4. O momento de controlo M envolve o complexo CDK,-ciclina B. Caso ocorra a desnaturação da cinase (CDK1) pode
(A) ser inibida a síntese de biomoléculas em G1;
(B) ocorrer a formação de uma célula com DNA danificado;
(C) ser inviabilizada a conclusão da fase mitótica;
(D) não ocorrer a replicação semiconservativa do DNA;
5. Na cinase
(A) cada monómero liga-se ao seguinte por ligações glicosídicas;
(B) vários polipéptidos são estabilizados entre si por ligações peptídicas;
(C) as unidades estruturais encontram-se unidas por ligações peptídicas;
(D) os aminoácidos da estrutura primária ligam-se por ligações glicosídicas;
8. Explique de que forma a exposição de seres vivos a agentes ambientais agressivos pode impactar o modo de
regulação do ciclo celular.
GRUPO II
O stresse proteotóxico (acumulação de toxinas que desnaturam proteínas celulares) é responsável pela degeneração
celular frequentemente associada a doenças neurodegenerativas e ao envelhecimento. No entanto, não é ainda claro
como é que o stresse proteotóxico contribui para tal degeneração.
De modo a clarificar a referida questão, foram utilizados peixes-zebra (Danio rerio) transgénicos, que expressam tRNA
mutantes em todas as células e tecidos. Estes tRNAs introduzem erradamente serina devido a alterações no seu
anticodão, contribuindo para a síntese de proteínas erróneas e, consequentemente, para a indução de stresse
proteotóxico.
Os mecanismos que garantem a proteostase (equilíbrio entre a formação, o fluxo e a eliminação de proteínas na célula)
são influenciados por diversos fatores, como os ambientais, o stresse metabólico e o próprio genoma, que podem
alterar o processo de síntese proteica, quer durante a transcrição, quer durante a tradução.
Ao nível da tradução, a formação do complexo aminoacil-tRNA, pela aminoacil-RNA sintetese (aaRS), é o primeiro
passo onde os erros podem surgir. A formação do complexo exige uma seleção precisa do aminoácido correspondente
ao tRNA que irá ser transportado. Seguem-se muitos outros passos que podem conduzir à síntese de proteínas com
conformação errada e não funcionais.
65
O peixe-zebra é um vertebrado ovíparo, tropical de água doce, com fertilização externa. É um pequeno peixe (cerca
de 5 cm), com um tempo de vida que pode atingir os 5 anos, relativa facilidade de reprodução em cativeiro, elevada
fecundidade, rápido desenvolvimento, curto período de gestação (3-5 meses), cujos métodos de manipulação genética
se encontram bem instituídos.
Neste estudo foram utilizados peixes-zebra como modelo biológico de acumulação de erros no decurso da tradução
em vertebrados.
Métodos e resultados
Os peixes-zebra foram mantidos a 28 °C, com um ciclo de 14 horas de luz/10 horas de escuridão.
Foram utilizadas 3 linhagens de peixes transgénicos desenvolvidos em laboratório:
- uma linhagem foi utilizada como controlo e continha apenas o plasmídio1 vazio (Ctrl).
- uma linhagem de peixes cujas células incorporaram apenas uma cópia extra do Ser-tRNACGA (Ser-tRNA) endógeno.
- uma linhagem de peixes cujas células incorporam o Ser-tRNA mutado no anticodão (Ser-tRNALeu).
Neste último, o anticodão CGA da Serina foi substituído pelo anticodão CAG da Leucina (Ser-tRNACAGLeu).
Para avaliar a morte celular foram utilizados 25 embriões transgénicos da terceira geração, 24 horas pós-fertilização
(hpf)2. Realizou-se a contagem das células em morte celular ao nível da região da cabeça devido à sua fácil observação
(Figura 2).
1
Molécula circular de DNA capaz de se replicar independentemente do DNA cromossómico.
2
hpf — hora(s) pós-fertilização.
No estudo dos efeitos da acumulação dos erros no decurso da tradução durante o desenvolvimento do peixe zebra, os
embriões foram examinados 5 dias pós-fertilização (dpf)3, visto que aí já se encontram completamente formados (Figura
3).
66
2. De acordo com os resultados registados nas Figuras 2 e 3,
(A) a percentagem de células em morte celular às 24 hpf foi maior na linhagem Ser-tRNA.
(B) não foi observada nenhuma malformação aos 5 dpf no grupo controlo.
(C) a percentagem de malformações aos 5 dpf nos peixes transgénicos é superior a 50 u.a.
(D) na linhagem Ser-tRNACGA, ocorreu o maior número de alterações às 24 hpf e aos 5 dpf.
7. Os erros de tradução, em casos excecionais, podem levar à formação de proteínas com nova e vantajosas
funcionalidades.
Explique de que modo a ocorrência de erros de tradução pode contribuir para uma melhor resposta imunitária dos
seres humanos durante a exposição a agentes virais.
GRUPO III
Os fungos são hoje representados por mais de 100 000 espécies, embora, a cada ano, mais de 4000 espécies novas
sejam descritas, inscrevendo-se em diversos filos dentro dos reinos Fungi e Protista.
A Figura 4 representa o ciclo de vida típico dos organismos pertencentes ao filo Zygomycota, nos quais a reprodução
sexuada ocorre por fusão dos gametângios, a partir da qual se produz um zigosporângio, que caracteriza o filo. A
reprodução assexuada pode acontecer por fragmentação do micélio, formação de clamidospórios e/ou por produção
de esporos em determinadas estruturas reprodutivas (ex.: esporângios).
67
1. A Figura 4 representa o ciclo de vida de uma espécie com reprodução
(A) sexuada por esporulação; (C) assexuada por esporulação;
(B) assexuada por gemulação; (D) sexuada por gemulação;
4. Faça corresponder cada uma das descrições relativas ao ciclo de vida representado na Figura 4, expressas na
coluna A à respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Estrutura filamentosa produtora de esporângios. (1) Esporangióforo
(b) Estrutura resultante de cariogamia. (2) Gametângio
(c) Estrutura haploide resultante de meiose. (3) Zigosporângio
(4) Estolão
(5) Esporo
5. Rhizopus é um género representativo do filo Zycomycota, apresenta um micélio cenocítico (as hifas apresentam-se
multinucleadas), haploide, formado por hifas muito ramificadas, imersas no substrato (rizoides) que se espalham por
um sistema de estolões superficiais. A reprodução sexuada envolve a conjugação de gametângios compatíveis, que
após cariogamia formam um zigósporo, que, quando maduro, apresenta parede ornamentada e resistente. A meiose
ocorre na germinação do zigósporo, originando diretamente um esporângio.
Explique a importância da formação de zigósporos e da formação, por meiose, do esporângio a partir dessa estrutura.
GRUPO IV
Na Figura 5 encontra-se representado um par de cromossomas durante uma das etapas de divisão nuclear de uma
célula.
Figura 5
2. Faça corresponder cada uma das descrições relativas ao estádio representado na Figura 5, expressas na coluna A
à respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Emparelhamento de cromossomas homólogos. (1) Pontos de quiasma
(b) Justaposição de genes ao longo de dois cromossomas. (2) Centrómero
(c) Local de ligação entre cromatídios de um mesmo cromossoma. (3) Gene
(4) DNA
(5) Sinapse
3. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica de acontecimentos que podem conduzir
à formação de quatro células vegetais a partir da divisão nuclear representada na Figura 5.
A. Os cromatídios ascendem em direção aos polos;
B. Os cromossomas atingem a máxima distância aos polos;
C. Os nucléolos e o invólucro nuclear desorganizam-se;
D. Os cromossomas unicromatídicos sofrem descondensação;
E. Os fragmoplastos alinham-se a nível central da célula;
4. Considere que as células vegetais formadas se incluem no ciclo de vida de uma planta vascular. Identifique o ciclo
de vida dessa planta e caracterize-o quanto à alternância de gerações.
68
EVOLUÇÃO BIOLÓGICA
Exercícios resolvidos 4
Nas ilhas Canárias, foi efetuado um estudo filogenético de três espécies de lagarto do género Gallotia (Gallotia galloti,
Gallotia atlantica e Gallotia stehlini) e de quatro populações da espécie Gallotia galloti (galloti Tenerife, galloti Palma,
galloti Gomera e galloti Hierro).
A Figura 1 apresenta a distribuição geográfica de cada uma das espécies estudadas. Com base em dados de genética
molecular, foi construído o diagrama representado na Figura 2. Os números indicam a quantidade de substituições de
nucleótidos no DNA mitocondrial para o gene do citocromo b (proteína da cadeia transportadora de eletrões), ao longo
das gerações, refletindo a distância genética entre os ramos. Na ilha de Tenerife, foram analisadas duas populações,
G. galloti S.Tenerife, no sul, árido, e G. galloti N.Tenerife, no norte, húmido.
Para estudar as diferenças morfológicas dos lagartos das diferentes populações, os investigadores recolheram
indivíduos de ambos os sexos de cada uma das populações das diferentes ilhas. Os répteis foram criados em cativeiro,
mantendo-se a separação entre as diferentes populações, em condições ambientais idênticas. As descendências, de
cada uma das populações, continuaram a mostrar diferenças, de acordo com as características parentais.
Figura 1
Figura 2
1. As condições de cativeiro permitiram o cruzamento aleatório entre lagartos _____ e as descendências _____
diferenças morfológicas interpopulacionais.
(A) de populações diferentes ... apresentaram
(B) de populações diferentes ... não apresentaram
(C) da mesma população ... apresentaram
(D) da mesma população ... não apresentaram
Proposta de resolução
✓ Identificar no texto a informação acerca do procedimento desenvolvido pelos investigadores para a reprodução de
lagartos em cativeiro (último parágrafo do texto) e analisar os resultados desse procedimento. Excluir a opção A por
afirmar que os cruzamentos ocorrem entre lagartos de populações diferentes.
✓ Excluir igualmente a opção B por afirmar, contrariamente ao resultado dos cruzamentos que mostram, que os
descendentes de cada população mantêm características morfológicas distintas entre si, que os descendentes não
apresentam diferenças morfológicas interpopulacionais e que os cruzamentos ocorrem entre lagartos de populações
diferentes.
✓ Excluir a opção D por afirmar, contrariamente ao resultado dos cruzamentos que mostram que os descendentes de
cada população mantêm características morfológicas distintas entre si, que os descendentes não apresentam
diferenças morfológicas interpopulacionais.
✓ Selecionar a opção C por, de acordo com os dados textuais, afirmar que os cruzamentos ocorrem entre lagartos da
mesma população e que as diferenças morfológicas dos descendentes das duas populações se mantêm.
2. Refira como se designam os órgãos que, em grupos de seres vivos distintos, apresentam o mesmo plano de
organização interna e de desenvolvimento embrionário, evidenciando a existência de um ancestral comum a todos os
seres vivos.
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Proposta de resolução
✓ Reconhecer que os órgãos que evoluem, por ação das pressões seletivas do meio distintas, em direções diferentes
são os órgãos homólogos.
3. Relativamente à espécie Gallotia stehlini, a espécie Gallotia atlantica apresenta ____ dispersão geográfica e está
filogeneticamente ____ afastada da espécie ancestral.
(A) maior ... menos;
(B) maior ... mais;
(C) menor ... menos;
(D) menor ... mais;
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que Galliotta atlantica se distribui por um território mais vasto (maior dispersão) em resultado da
observação da Figura 1; e que acumulou maior quantidade de substituições de nucleótidos no DNA mitocondrial para
o gene do citocromo b, através da análise da Figura 2. Excluir a opção A por afirmar que a Galliotta atlantica se afastou
menos da espécie ancestral.
✓ Excluir a opção C, por afirmar que a Galliotta atlantica se afastou menos da espécie ancestral e que tem menor
dispersão que Galliota stehlini.
✓ Excluir a opção D, por afirmar que a Galliotta atlantica tem menor dispersão que Galliota stehlini.
✓ Selecionar a opção B, reconhecendo que Galliotta atlantica se distribui por um território mais vasto (maior dispersão),
em resultado da observação da Figura 1; e que acumulou maior quantidade de substituições de nucleótidos no DNA
mitocondrial para o gene do citocromo b através da análise da Figura 2.
4. Segundo o diagrama da Figura 2, as populações de G. galloti que apresentam maior semelhança no DNA
mitocondrial para o gene do citocromo b são as
(A) de La Gomera e as de El Hierro; (C) do norte de Tenerife e as de La Palma;
(B) do sul de Tenente e as do norte de Tenerife; (D) de La Gomera e as do sul de Tenente;
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que as populações Galliotta galloti de La Gomera e as de El Hierro apresentam menor número de
nucleótidos no DNA mitocondrial para o gene do citocromo b diferentes que as demais populações da mesma espécie
do sul de Tenerife e as do norte de Tenerife, pelo que é de rejeitar a opção B.
✓ Reconhecer que as populações Galliotta galloti de La Gomera e as de El Hierro apresentam menor número de
nucleótidos no DNA mitocondrial para o gene do citocromo b diferentes que as demais populações da mesma espécie
do norte de Tenerife e as de La Palma, pelo que é de rejeitar a opção C.
✓ Reconhecer que as populações Galliotta galloti de La Gomera e as de El Hierro apresentam menor número de
nucleótidos no DNA mitocondrial para o gene do citocromo b diferentes das demais populações da mesma espécie La
Gomera e as do sul de Tenerife, pelo que é de rejeitar a opção D.
✓ Selecionar a opção A, reconhecendo que as populações Galliotta galloti de La Gomera e as de El Hierro apresentam
menor número de nucleótidos no DNA mitocondrial para o gene do citocromo b diferentes das demais populações de
Galliotta galloti indicadas nas restantes opções.
5. As diferenças morfológicas existentes entre as espécies G. stehlini e G. atlantica, segundo uma perspetiva
neodarwinista, terão resultado, entre outros fatores, da
(A) seleção natural exercida sobre o indivíduo;
(B) necessidade de sobreviver no ambiente;
(C) adaptação individual à alteração ambiental;
(D) ocorrência de mutações na população ancestral;
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que, numa perspetiva neodarwinista, as diferenças fenotípicas têm corno origem primária a ocorrência
de alterações súbitas ao nível do material genético — mutações — que, conferindo vantagem aos organismos que as
possuem, leva a que estes sejam alvo de seleção natural. Excluir a opção A por afirmar que a seleção natural é o
mecanismo gerador das diferenças morfológicas encontradas em lagartos.
✓ Excluir igualmente a opção B, por afirmar que a evolução é uma resposta dos organismos à alteração do meio, que
por si só leva as espécies a modificarem-se — abordagem lamarckista.
✓ Reconhecer que, numa perspetiva neodarwinista, as diferenças fenotípicas têm como origem primária a ocorrência
de alterações súbitas ao nível do material genético — mutações — que, conferindo vantagem aos organismos que as
possuem, leva a que estes sejam alvo de seleção natural e aumentem a frequência genética desse material genético,
sendo a população a unidade evolutiva. Excluir a opção C por afirmar que a evolução resulta da modificação individual
como resposta à alteração ambiental — abordagem lamarckista.
✓ Selecionar a opção D, reconhecendo que numa perspetiva neodarwinista as diferenças fenotípicas, têm como origem
primária a ocorrência de alterações súbitas ao nível do material genético — mutações — que, conferindo vantagem
aos organismos que as possuem, levam a que estes sejam alvo de seleção natural e aumentem a frequência genética
desse material genético, sendo a população a unidade evolutiva.
70
6. A expressão do gene mitocondrial para o citocromo b implica a
(A) tradução da sequência de codões do mRNA no RER;
(B) tradução da sequência de codões do mRNA nos ribossomas;
(C) transcrição do DNA para moléculas de RNA pré-mensageiro;
(D) transcrição do DNA para moléculas de desoxirribonucleótidos;
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a expressão de um gene envolve a síntese de proteínas que ocorre nos ribossomas após ter
ocorrido a cópia dos codogenes pelo mRNA, na transcrição, com a formação de codões. Excluir a opção A por afirmar
que a tradução ocorre no RER.
✓ Excluir igualmente a opção C, por afirmar que a expressão do gene tem correspondência na transcrição do DNA
para RNA pré-mensageiro, inexistente em mitocôndrias.
✓ Excluir ainda a opção D, pois a expressão do gene envolve a transcrição do DNA para moléculas de ribonucleótidos.
✓ Selecionar a opção B, reconhecendo que a expressão de um gene envolve a síntese de proteínas que ocorre nos
ribossomas, após ter ocorrido a cópia dos codogenes pelo mRNA, na transcrição, com a formação de codões.
7. Explique de que modo a formação das ilhas contribuiu para a diversificação de formas de vida na Terra.
Etapas de resolução
A questão pode ser decomposta em duas partes centrais:
Modo como o meio contribui para o aumento da diversificação das formas vivas
✓ Ao povoarem um dado local, as populações instaladas encontrar-se-ão sujeitas às pressões seletivas originadas
pelas condições singulares existentes no novo ambiente.
✓ Mecanismos como a seleção natural e a reprodução diferencial abrem espaço ao aparecimento de novas formas de
vida que contribuirão para o aumento da biodiversidade.
Exercícios propostos 3
A afirmação de correntes evolucionistas explicativas da atual biodiversidade ficou a dever-se a vários naturalistas, de
entre os quais se destacam Lamarck (1744-1829) e Darwin (1809-1882), tendo as hipóteses explicativas apresentadas
ficado a conhecer-se, respetivamente, por Lamarckismo e Darwinismo.
Lamarck defendeu a ideia de que a evolução era uma tendência para o aumento do nível de complexidade dos
organismos e, numa tentativa de explicar os mecanismos internos que promoviam esse aumento de complexidade,
enunciou a "Lei do uso e do desuso" segundo a qual as novas variações — mudanças que ocorriam nos indivíduos ao
longo de suas vidas — surgiam com uma determinada função, em resposta a uma necessidade do organismo.
Segundo Darwin, a variação entre indivíduos dentro das populações era a realidade do mundo natural. Assim, a
variação individual era preexistente e, portanto, não atendia a necessidades impostas pelo meio. Dentro desta lógica,
Darwin apresentou a especiação como um processo de transformação desta variação e, regredindo na linha do tempo,
deduziu um ancestral comum para todas as espécies. A metáfora da escada era substituída, assim, pela metáfora da
árvore (Figura 1).
5. Identifique o processo que se constitui como fonte primária de variabilidade genética numa perspetiva neodarwinista.
6. Faça corresponder a cada uma das afirmações relativas a argumentos evolucionistas, expressas na coluna A, a
respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Todas as células usam o ATP como molécula que armazena energia. (1) Argumento bioquímico
(b) Os ossos pélvicos das baleias constituem-se como restos evolutivos de (2) Argumento citológico
antepassados terrestres. (3) Argumento anatómico
(c) Todas as células provêm de outras células preexistentes. (4) Órgão análogo
(5) Órgão homólogo
7. A observação da diferença entre os seres vivos e, ao mesmo tempo, as evidências da sua evolução a partir de um
ancestral comum têm gerado a formulação de diversos modelos explicativos para a existência de seres vivos
procariontes e eucariontes. As hipóteses autogénica e endossimbiótica são as que reúnem maior aceitação na comu-
nidade científica.
Considere os seguintes factos:
- as mitocôndrias e os cloroplastos têm o seu próprio material genético, apresentando uma molécula de DNA circular,
sem histonas (semelhante ao DNA da maioria dos procariontes atuais e muito diferente do DNA nuclear);
- alguns dos genes necessários ao funcionamento das mitocôndrias e dos cloroplastos estão presentes no núcleo das
células eucarióticas.
Explique de que modo estes factos podem constituir argumentos a favor e contra o modelo endossimbiótico.
8. De acordo com o texto “Darwin apresentou a especiação como um processo de transformação desta variação e,
regredindo na linha do tempo, deduziu um ancestral comum para todas as espécies”:
Explique o processo de especiação proposto por Darwin e ilustrado na Figura 1.
Utilize os conceitos:
- variabilidade intrapopulacional e interpopulacional;
- divergência evolutiva;
- ancestral comum.
72
SISTEMÁTICA DOS SERES VIVOS
Exercícios resolvidos 5
Nas zonas mineiras abandonadas onde se encontram frequentemente depósitos de escombreiras enriquecidos em
sulfuretos, ocorrem processos de oxidação e hidrólise que levam à produção de águas extremamente ácidas e
enriquecidas em metais. Estes ambientes impedem o normal crescimento e desenvolvimento das plantas.
Dados relativos à análise de solos não contaminados indicam que, em regra, os valores de cádmio (Cd) normais variam
entre 0,01 e 1 mg kg-1. Qualquer valor acima de 1 mg kg-1 pode ser considerado tóxico para algumas plantas. Por outro
lado, valores acima de 400 mg kg-1 de zinco (Zn) e de 20 mg kg-1 de cobre (Cu) são considerados tóxicos para a maioria
das plantas.
Juncus effusus é uma planta bem adaptada a estes ambientes, acumulando e tolerando metais pesados por processos
de bioacumulação. Esta planta, de pequeno porte, apresenta tolerância a pH baixo (entre 4 e 6) e a concentrações
elevadas de metais, o que permite a sua sobrevivência em condições de toxicidade variável.
Para avaliar a sua tolerância a níveis de toxicidade elevados, investigadores recolheram amostras de Juncus effusus
em lagoas ácidas da mina do Lousal, com pH 2,9. Foram também recolhidas duas amostras de solo (solo 1, até 1 cm
de profundidade, e solo 2, parte subjacente à anterior) do local de onde se retiraram as plantas, tendo sido analisada
a sua composição química.
Após lavagem em água destilada, os caules e as raízes foram colocados, separadamente, numa estufa a 65 °C, durante
24 horas. Depois da moagem dos mesmos, guardou-se uma determinada quantidade de material, tendo o restante
sido reduzido a cinza, durante 2h30, a 550 °C, para destruição da matéria orgânica.
Os resultados das análises químicas realizadas no decurso da investigação encontram-se registados na Tabela 1. Os
valores apresentados na tabela são expressos em mg kg-1 de cinza.
Tabela 1
Amostra Cobre (Cu) Chumbo (Pb) Zinco (Zn) Ferro (Fe) Manganésio (Mn) Cádmio (Cd)
Solo 1 146 139 232 não disponível não disponível 38
Solo 2 192 173 1123 não disponível não disponível 74
Raiz 568 170 1359 66411 949 13
Caule 245 42 3641 2238 7839 127
Baseado em N. Durães et al., «Bioacumulação de metais tóxicos em Juncus effusus nas lagoas ácidas da mina do Lousal.» Resultados preliminares, 2006
Baseado no Teste Intermédio de Biologia e Geologia, 11 ano, GAVE, março de 2011
1. Segundo o darwinismo, a tolerância a concentrações elevadas de metais, em Juncus effusus, terá resultado da
(A) ocorrência de cruzamentos entre variedades de plantas que apresentavam maior tolerância;
(B) seleção natural de plantas cuja tolerância foi causada por mutações em células somáticas;
(C) seleção artificial de plantas que apresentavam genes responsáveis pela tolerância;
(D) alteração da capacidade de tolerância, por necessidade da planta aumentar a descendência;
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que, numa perspetiva darwinista, as mutações não são identificadas como fonte de variabilidade e que,
as que ocorrem em células somáticas não se transmitem à descendência, pelo que se deve excluir a opção B.
✓ Reconhecer que, numa perspetiva darwinista, os genes não são identificados como fonte de variabilidade, nem a
seleção artificial é contemplada como mecanismo natural de evolução pelo que se deve excluir a opção C.
✓ Reconhecer que, numa perspetiva darwinista, a necessidade individual dos organismos não é contemplada como
mecanismo natural de evolução, pelo que se deve excluir a opção D.
✓ Selecionar a opção A, reconhecendo que a tolerância a concentrações elevadas de metais em Juncus effusus,
explicada pelo darwinismo, teria resultado de reprodução diferencial entre plantas tolerantes a metais pesados
existentes numa população inicial com variabilidade intraespecífica quanto à tolerância a concentrações elevadas
desses metais.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que, na nomenclatura binominal, Juncus identifica o género, effusus o restritivo específico e que só no
conjunto os dois termos nomeiam a espécie. Excluir a opção A.
✓ Reconhecer que, na nomenclatura binominal, effusus identifica o restritivo específico, não nomeando qualquer taxa.
Excluir a opção B.
✓ Reconhecer que, na nomenclatura binominal, Juncus identifica o género, mas que somente associado ao restritivo
específico nomeia a espécie. Excluir a opção D.
✓ Reconhecer que, na nomenclatura binominal, Juncus identifica o género, effusus identifica o restritivo específico e
que, no conjunto, os dois termos nomeiam a espécie. Selecionar a opção C.
73
3. Nas lagoas da mina do Lousal, coexistem bactérias e Juncus effusus, que têm em comum
(A) membrana celular e mitocôndrias; (C) parede celular e ribossomas;
(B) membrana celular e núcleo; (D) parede celular e cloroplastos;
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que bactérias e Juncus effusus possuem ambas membrana celular, mas as bactérias são procariontes,
pelo que não possuem mitocôndrias. Excluir a opção A.
✓Reconhecer que bactérias e Juncus effusus possuem ambas membrana celular, mas as bactérias são procariontes,
pelo que não possuem núcleo. Excluir a opção B.
✓ Reconhecer que bactérias e Juncus effusus possuem ambas parede celular, mas as bactérias são procariontes, pelo
que não possuem cloroplastos. Excluir a opção D.
✓ Selecionar a opção C, reconhecendo que bactérias e Juncus effusus possuem ambas parede celular (embora de
constituição diferente) e ribossomas.
4. De acordo com o sistema de classificação de Whittaker modificado, as bactérias que coexistem com Juncus effusus
devem ser integradas no reino _____, pois são organismos _____.
(A) Monera ... unicelulares; (C) Monera … procariontes;
(B) Protista ... unicelulares; (D) Protista … procariontes;
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que as bactérias são incluídas no reino Monera por se tratarem de organismos procariontes. Seres
unicelulares encontram-se também nos reinos Protista e Fungi. Excluir a opção A.
✓ Reconhecer que as bactérias são incluídas no reino Monera por se tratarem de organismos procariontes. Seres
unicelulares encontram-se também nos reinos Protista e Fungi mas, os seres vivos incluídos nestes são eucariontes.
Excluir a opção B.
✓ Reconhecer que as bactérias são incluídas no reino Monera por se tratarem de organismos procariontes enquanto
os seres vivos incluídos no reino Protista são eucariontes. Excluir a opção D.
✓ Selecionar a opção C reconhecendo que as bactérias são incluídas no reino Monera por se tratarem de organismos
procariontes.
5. Considerando o sistema de classificação de Whittaker modificado, fungos e Juncus effusus são seres _____, que
ocupam posições ______ nos ecossistemas.
(A) pluricelulares ... semelhantes;
(B) pluricelulares ... distintas;
(C) eucariontes ... semelhantes;
(D) eucariontes ... distintas;
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que fungos e Juncus effusus são, quanto ao nível de organização celular, eucariontes, porém nem todos
os fungos são pluricelulares. Quanto à interação nos ecossistemas, os fungos são microconsumidores enquanto
Juncus effusus é um produtor. Excluir a opção A.
✓ Reconhecer que fungos e Juncus effusus são, quanto ao nível de organização celular, eucariontes, porém nem todos
os fungos são pluricelulares. Excluir a opção B.
✓ Reconhecer que fungos e Juncus effusus são, quanto ao nível de organização celular, eucariontes, porém, quanto
à interação nos ecossistemas, os fungos são microconsumidores enquanto Juncus effusus é um produtor. Excluir a
opção C.
✓ Selecionar a opção D, reconhecendo que fungos e Juncus effusus são, quanto ao nível de organização celular,
eucariontes e quanto à interação nos ecossistemas os fungos são microconsumidores enquanto Juncus effusus é um
produtor, tendo, por isso, posições diferentes.
Proposta de resolução
✓ Identificar na Tabela 1 a quantidade de Zn no caule — 3641 mg kg-1— e na raiz 1359 mg kg-1— pelo que é de excluir
a opção A.
✓ Identificar na Tabela 1 a quantidade de Pb na capa superficial (solo 1) — 139 mg kg-1 — e no solo 2 — 173 mg kg-1
— pelo que é de excluir a opção C.
✓ Identificar na Tabela 1 a quantidade de Cd na capa superficial (solo 1) 38 mg kg-1— e no solo 2 — 74 mg kg-1— pelo
que é de excluir a opção D.
✓ Selecionar a opção B, após identificar na Tabela 1 a quantidade de Cu no caule — 245 mg kg-1— e na raiz — 568
mg kg-1.
74
7. Juncus effusus pode ser utilizado na recuperação de solos com elevada concentração de metais e com elevada
toxicidade, provocadas pela atividade mineira. Para esse efeito, esta planta é colocada, antes do repovoamento por
outras plantas, nesses mesmos terrenos.
Justifique a utilização de Juncus effusus nas condições descritas.
Etapas de resolução
A questão pode ser decomposta em três partes centrais:
Relação entre a ação de Juncus effusus e a possibilidade de repovoamento dos solos contaminados
✓ Uma vez que Juncus effusus, por bioacumulação, consegue diminuir a toxicidade do solo, esta planta pode ser
usada, numa primeira fase, para diminuir a toxicidade de solos contaminados que, posteriormente, passarão a reunir
condições para serem repovoados por outros seres vivos.
- Juncus effusus é uma planta muito tolerante a concentrações elevadas de metais no solo.
- A capacidade de retenção de metais pesados por Juncus effusus conduz à redução da toxicidade do solo.
- A redução dos níveis de toxicidade dos solos por Juncus effusus possibilita o repovoamento dos mesmos.
Etapas de resolução
A questão pode ser decomposta em duas partes centrais:
Variabilidade intraespecífica numa população de Juncus effusus
✓ Numa população de Juncus effusus por mutações genéticas e recombinação génica (meiose e fecundação)
encontravam-se indivíduos tolerantes a níveis elevados de metais no solo.
✓ Os indivíduos tolerantes aos metais pesados sobreviveram (sobrevivência diferencial) organismos portadores de
uma característica que lhes conferia vantagem evolutiva (mais aptos) naquelas condições do meio.
Exercícios propostos 4
Os fungos são organismos que podem ser encontrados em quase todos os ambientes a colonizarem uma grande
variedade de substratos (solo, água, plantas: detritos orgânicos). O número estimado de fungos é de 2,2 a 3,8 milhões
em oposição às cerca das 120 000 espécies descritas (3% a 8% do número estimado).
Até à primeira metade do século XX, os fungos integraram o Reino Plantae, na subdivisão Thallophyta. Em 1969,
Whittaker criou o Reino Fungi estabelecendo a sua separação dos outros quatro Reinos. Woese et al. (1990), com
base na análise de sequências de rRNA, apresentaram um sistema de classificação dos organismos vivos em três
domínios: Eukarya (eucariontes); Bacteria (eubactérias) e Archaea (bactérias termófilas, metanogénicas e halófitas
extremas), estabelecendo a origem comum para os seres vivos.
Atualmente, no que diz respeito à classificação dos organismos vivos, os fungos pertencem ao Domínio Eukarya e
estão mais próximos dos animais do que das plantas. Os fungos pertencem ao Reino Fungi e estão distribuídos por 6
filos e 4 subfilos (Figura 1).
75
Figura 1 — Arvore filogenética para o Reino Fungi (adaptada da Tree of Life Web project).
Os fungos podem ser definidos, com base nas características morfológicas e fisiológicas, como organismos
eucariontes, na sua maioria com corpo filamentoso (micélio), heterotróficos com uma nutrição por absorção. Propagam-
se por esporos formados por meiose no processo de reprodução sexuada e/ou por esporos de propagação vegetativa
formados por mitose. Como resultado do seu metabolismo, os fungos podem ser prejudiciais (por exemplo, devido à
produção de micotoxinas). No entanto, muitos são benéficos para o ser humano, sendo utilizados em várias indústrias,
nomeadamente, na farmacêutica e na alimentar.
A importância económica dos fungos é muito vasta. São importantes produtores de ácidos orgânicos como o ácido
cítrico, fumárico e glutâmico e também produtores de metabolitos secundários e enzimas com diferentes aplicações
(Quadro 1), sendo que muitos dos cogumelos silvestres são comestíveis e, por isso, são colhidos no campo e
comercializados em mercados.
Baseado em Azevedo, E., Barata, M., (2018) «Diversidade no reino Fungi e aplicações à Indústria», Rev. Ciência Elem., V6(4):077
1. Penicillium chrysogenum e Penicillium griseofulvum pertencem ao filo Ascomycota do sub-reino Dikarya. Penicillium
apresenta
(A) maior afinidade com os cogumelos do que com as leveduras;
(B) maior afinidade com Basidiomycota do que com Glomeromycota;
(C) menor afinidade com Basidiomycota do que com Zygomycota;
(D) menor afinidade com as leveduras do que com Olpidium brassicae;
76
2. A maioria dos fungos pertencentes ao filo Microsporidia é unicelular e parasita intracelular de animais. Microsporidia
distinguem-se dos seus hospedeiros por
(A) serem unicelulares e eucariontes;
(B) ocuparem posições distintas nos ecossistemas;
(C) obterem matéria a partir de compostos orgânicos;
(D) realizarem digestão intracorporal;
3. Penicillium chrysogenum, Acremonium chrysogenum e Penicillium griseofulvum são fungos utilizados na indústria
farmacêutica. As afirmações seguintes dizem respeito à taxonomia das referidas espécies.
I. Penicillium chrysogenum e Acremonium chrysogenum pertencem à mesma espécie.
II. Penicillium chrysogenum e Penicillium griseofulvum pertencem a classes diferentes.
III. Penicillium chrysogenum e Penicillium griseofulvum têm maior número de taxa em comum do que Penicillium
chrysogenum e Acremonium chrysogenum.
(A) III é verdadeira; I e II são falsas;
(B) I é verdadeira; II e III são falsas.;
(C) I e III são verdadeiras; II é falsa;
(D) II e III são verdadeiras; I é falsa;
6. O sistema de classificação dos seres vivos em três domínios é um sistema de classificação ____ definido com base
em argumentos _____.
(A) horizontal ... bioquímicos;
(B) horizontal ... citológicos;
(C) vertical ... bioquímicos;
(D) vertical ... citológicos;
7. Refira a designação do taxon que corresponde ao único agrupamento natural de seres vivos.
8. Faça corresponder a cada uma das letras que identificam afirmações relativas a tipos de classificações que constam
da coluna A, à respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Privilegia inúmeros caracteres diretamente observáveis. (1) Artificial
(b) Considera a posição de um organismo em relação aos seus antepassados. (2) Horizontal
(c) Baseia-se na observação de um número reduzido de características. (3) Filogenética
(4) Prática
(5) Natural
9. Relacione o avanço científico-tecnológico na área de conhecimento dos fungos com o aumento do bem-estar da
humanidade e dos ecossistemas.
PROVA-MODELO 7
GRUPO I
Sabe-se que a célula constitui a unidade elementar do ser vivo e que os processos elementares da vida foram
extraordinariamente conservados. Os organismos dividem-se em dois grupos, os Procariotas e os Eucariotas, que
diferem na estrutura das suas células, pelo que se reveste do maior interesse o estudo da relação entre estes dois
grupos ao longo da evolução da vida.
De facto, inúmeros argumentos tais como os de natureza bioquímica e paleontológica sugerem que os eucariotas
derivam dos procariotas.
As filogenias moleculares, que atualmente estão na base da criação da “árvore universal dos seres vivos”: revelaram
uma heterogeneidade no seio dos Procariotas e, consequentemente, a existência não de dois, mas de três grupos
fundamentais de seres vivos: as Eubactérias, as Arqueobactérias e os Eucariotas (Figura 1).
77
Figura 1 — Divergência provável dos três maiores domínios do mundo vivo, as Eubactérias, as Arqueobactérias e os Eucariotas, bem como as
principais ramificações de organismos a estes associados.
Considera-se que estes três grupos derivam de um ancestral comum e as comparações de sequências de um pequeno
número de genes criaram a ideia de que os eucariotas estão mais próximos das Arqueobactérias do que as
Eubactérias.
No entanto, estudos aprofundados envolvendo um número mais elevado de genes revelaram a existência de
parentesco entre os Eucariotas e cada um dos dois grupos de bactérias.
Baseado em Durain, N. «Le Quimeras, clones e genes». Edição da Calouste Gulbenkian. Lisboa (2005)
3. Para o estabelecimento da divergência evolutiva representada na Figura 1 foi necessário o estudo de genes
constituídos por
(A) desoxirribose e uracilo;
(B) desoxirribose e timina;
(C) ribose e timina;
(D) ribose e uracilo;
Considerando o facto das Arqueobactérias, tal como os Eucariotas, possuírem genes cujas fases de leitura são
interrompidas por intrões inexistentes em eubactérias e a divergência evolutiva representada na Figura 1, explique a
origem dos Eucariotas a partir de Eubactérias e Arqueobactérias, à luz da hipótese endossimbiótica.
6. Indique, segundo a classificação de Whittaker, em que taxon são incluídas as Arqueobactérias e as Eubactérias.
78
GRUPO II
As imunoglobulinas (Ig) são proteínas globulares com potencial para gerar respostas imunitárias específicas
determinadas por porções características que apresentam (epítopo ou determinantes antigénicos). No ser humano,
conhecem-se cinco classes de imunoglobulinas as IgA, IgD, IgE, IgG e IgM, apresentando cada uma delas um epítopo
diferente, que participam no combate a agentes patogénicos que agridem o organismo.
A análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) auxilia o diagnóstico das doenças neurológicas, quer através da
determinação do índice de imunoglobulina G (igG), quer pela pesquisa de síntese intratecal (no interior das membranas
que envolvem as meninges) de imunoglobulinas. Esta análise pode efetuar-se através de dois métodos: imunofixação
de alta resolução e focagem isoelétrica.
Métodos e resultados
Estudaram-se os resultados analíticos das amostras de soro (plasma sem fibrinogénio) e LCR de 8 pacientes com
diagnóstico de doença neurológica/inflamatória do sistema nervoso central e periférico, que deram entrada no serviço
de Imunologia do Hospital de São João, no período de 2008 a 2009.
Para cada uma das amostras obtiveram-se os valores de imunoglobulinas e albumina no soro, e valores de IgG,
albumina e índice de IgG no LCR (Quadro 1).
Quadro 1 - Resultados analíticos para as 8 amostras. Os valores assinalados com uma seta representam um aumento
dos mesmos acima do limite máximo do intervalo de referência especificado.
Amostra — Soro Amostra — LCR
IgG IgA IgM Albumina IgG Albumina Índice de
Amostras
(mg/dL) (mg/dL) (mg/dL) (mg/dL) (mg/dL) (mg/dL) IgG (UA)
A 748 154 70 3700 21. 2 ↑ 103 ↑ 1↑
B 955 119 119 3150 1,16 5,8 0,7 ↑
C 754 196 81 5120 ↑ 1,58 11,9 0,9 ↑
D 780 85 111 5370 ↑ 1,64 14,2 0,8 ↑
E 1170 362 ↑ 42 4240 9,99 ↑ 46,3 ↑ 0,8 ↑
F 2950 ↑ 224 116 2010 198 ↑ 214 ↑ 0,6
G 833 195 128 5730 ↑ 2,25 17 0,9 ↑
H 1470 464 ↑ 150 4640 2,84 17 0,5
No tratamento dos resultados recorreu-se à correlação de Spearman que permite estabelecer correlações positivas
(quando a tendência dos valores dos resultados varia no mesmo sentido) e negativas (quando a tendência dos valores
dos resultados varia em sentidos contrários) e ao coeficiente de concordância de Kappa, utilizado para descrever a
concordância entre dois ou mais juízes/ensaios quando se realiza a avaliação nominal de uma mesma amostra. No
teste Kappa, quanto mais próximo de 1 for o seu valor, maior é o indicativo de que existe uma concordância entre os
ensaios realizados e quanto mais próximo de zero, maior é o indicativo de que a concordância é puramente aleatória.
O resultado do teste Kappa foi de K = - 0,200, pelo que não existe concordância entre os dois métodos laboratoriais.
Conclusões
Relativamente à relação verificada entre os valores nas análises de soro e LCR, conclui-se que existe relação entre
eles. No entanto, esta conclusão só pode ser validada perante uma avaliação clínica complementada com outros meios
de diagnóstico.
Baseado em Costa, J. et al. «Comparação de dois métodos para a avaliação da síntese intratecal de lmunoglobulinas em doenças neurológicas».
Consultado em: http://repositorio.chporto.pt (2010)
1. A síntese de IgG é iniciada pela
(A) tradução dos intrões da cadeia de mRNA;
(B) transcrição de desoxirribonucleótidos para o mRNA;
(C) remoção dos exões da cadeia de mRNA;
(D) migração do mRNA do núcleo para o citoplasma;
4. Após a etapa de finalização da tradução que ocorre nos ribossomas, as imunoglobulinas sofrem amadurecimento.
Identifique o organelo celular onde ocorre o amadurecimento das diferentes imunoglobulinas.
79
5. Os resultados mostraram uma fraca correlação positiva entre os valores de IgG no soro e no LCR e uma correlação
fraca e negativa entre valores de albumina no soro e no LCR. O resultado do teste Kappa foi de K = - 0,200, pelo que
não existe concordância entre os dois métodos laboratoriais.
Considere as afirmações seguintes relativas às conclusões do estudo.
I. A diversidade de patologias neurológicas que afetava os pacientes estudados pode explicar a correlação fraca obtida
entre valores de albumina no soro e no LCR.
II. O resultado do teste Kappa mostrou que não existe concordância entre os dois métodos laboratoriais, facto que
pode dever-se à amostra reduzida.
III. A correlação positiva entre os valores de IgG no soro e no LCR deve-se ao facto de também se efetuar a avaliação
de albumina no mesmo material biológico.
(A) II é verdadeira; II e III são falsas;
(B) II e III são verdadeiras; I é falsa;
(C) I e II são verdadeiras; III é falsa;
(D) I é verdadeira; II e III são falsas;
6. A imunidade humoral é um processo de defesa do organismo no qual intervêm plasmócitos e diferentes tipos de
imunoglobulinas. Os plasmócitos são células derivadas dos linfócitos B (certos glóbulos brancos que sofreram
diferenciação), após resposta imunitária provocada pelo contacto com determinados antigénios (agentes patogénicos).
Os plasmócitos produzem imunoglobulinas que são lançadas no plasma, participando nos mecanismos de defesa de
imunidade específica.
Relacione a dinâmica existente entre o RER e o complexo de Golgi e a importância da determinação dos valores de
imunoglobulinas no soro de um paciente como meio de diagnóstico eficaz em determinadas situações clínicas
inflamatórias.
GRUPO III
A malária é uma doença infeciosa, não contagiosa, de evolução crónica, com manifestações episódicas de caráter
agudo, causada por um protozoário do género Plasmodium sendo que as espécies que causam doença no ser humano
são: P. falciparum, P. vivax, P. ovale e P. malariae.
A transmissão ao ser humano é feita pela picada de uma fêmea infetada do mosquito Anopheles, por via congénita e
transfusional. O parasita Plasmodium está presente nas glândulas salivares, sendo injetado na circulação sanguínea
no momento em que a fêmea pica para se alimentar.
O ciclo de vida do parasita da malária envolve dois hospedeiros: o ser humano e o mosquito (Figura 2).
Durante uma refeição de sangue humano, o mosquito do género Anopheles infetado com a malária inocula os
esporozoítos no hospedeiro humano (1). Dos esporozoítos inoculados, aproximadamente 70% atingem a circulação
sanguínea e os outros 30% invadem o sistema linfático. Alguns desenvolvem formas semelhantes às exoeritrocíticas,
mas acabam por ser fagocitados pelas células dendríticas. Outros invadem o fígado (2). Aí dividem-se por esquizogonia
80
e formam uma célula gigante multinucleada, esquizonte (3), que se divide em várias células, merozoítos, que acabam
por romper (4) e lesar o hepatócito (célula do fígado). Estes merozoítos voltam a entrar em novos hepatócitos e o
processo repete-se ou invadem a corrente sanguínea e dividem-se assexuadamente no interior dos eritrócitos, até
ocorrer lise, saindo a descendência para o sangue que irá infetar mais eritrócitos (5).
Alguns merozoítos transformam-se em trofozoítos. Estes, por sua vez, evoluem para formas sexuais denominadas
gametócitos (7) ou para esquizontes (6) cumprindo um novo ciclo eritrocitário. Tais formas sexuais são aspiradas por
um novo mosquito Anopheles quando este pica a pele (8). Os gametócitos geram macro e microgâmetas. No estômago
do mosquito o microgâmeta funde-se com o macrogâmeta, gerando um zigoto (9). Este diferencia-se em oocineto (10),
uma forma móvel, que atravessa a parede do estômago e se aloja na membrana basal, diferenciando-se em oocisto
(11) e desenvolvendo-se em esporozoítos por meiose (12) que, quando o oocisto eclode, migram para as glândulas
salivares do inseto, de onde invadem um novo hospedeiro humano.
Baseado em Ferreira, A., (2013). «Pesquisa de anticorpos anti-Plasmodium spp em indivíduos com estadia em zona endémica de Malária,'
htlp://hdl.hande.net/10451/8935
1. As formas infestantes são os
(A) macrogametócitos, que se desenvolvem por reprodução sexuada;
(B) esporozoítos, que se encontram nas glândulas salivares do inseto;
(C) esporozoítos, que se encontram no estômago do mosquito;
(D) macrogametócitos, que se desenvolvem por reprodução assexuada;
6. Faça corresponder cada uma das descrições relativas a estratégias de reprodução assexuada, expressas na coluna
A à respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Um núcleo divide-se várias vezes, mantendo-se o citoplasma indiviso. (1) Gemiparidade
(b) Formação de estruturas globulosas encimando hifas. (2) Esquizogonia
(c) Formam-se duas células de tamanho semelhante. (3) Fragmentação
(4) Cissiparidade
(5) Esporulação
7. A transmissão da malária ao ser humano também pode ser feita por via congénita e transfusional.
Explique de que forma pode ser contraída a malária por via transfusional.
GRUPO IV
Mitose e meiose são processos de divisão nuclear no final dos quais se formam, respetivamente, duas e quatro células-
filhas. Na Figura 3 encontra-se representado um dos processos de divisão nuclear referidos.
81
Figura 3
4. Faça corresponder cada uma das descrições relativas a estádios da meiose, expressas na coluna A à respetiva
designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Autoduplicação do DNA. (1) Prófase I
(b) Clivagem do ponto de quiasma. (2) Fase S
(c) Dá-se a recombinação génica. (3) Fase G1
(4) Anáfase I
(5) Anáfase II
82
GEOLOGIA 11.°ANO
Sedimentação e rochas sedimentares
Exercícios resolvidos 1
As características naturais da ilha da Madeira são muito favoráveis a movimentos de detritos e a cheias repentinas,
que constituem uma ameaça à segurança de pessoas e bens: bacias hidrográficas com um tempo de resposta
relativamente curto; cursos de água com elevado declive; zonas muito montanhosas; vales encaixados e grande quan-
tidade de material sólido, facilmente mobilizável. Estas características, representadas na Figura 1, num território com
pouca disponibilidade de áreas planas, conduzem à frequente utilização urbana e industrial em terrenos com elevado
perigo de enxurradas, de deslizamentos ou de outras instabilidades de caráter geológico.
Na sequência de um evento desta natureza que ocorreu em 2010, uma equipa pluridisciplinar desenvolveu um estudo
em bacias hidrográficas de várias ribeiras, com os objetivos de avaliar e caracterizar os riscos associados a este tipo
de fenómenos e de definir linhas orientadoras de proteção das populações.
Geologicamente, a área em estudo caracteriza-se pela existência de três complexos ígneos: complexo de base, com
depósitos de piroclastos, brechas vulcânicas e escoadas lávicas, intersetado, em alguns pontos, por uma densa rede
filoniana; complexo intermédio, constituído por escoadas lávicas basálticas, com mais de 500 m de espessura, cobrindo
toda a ilha; complexo superior, formado por aparelhos vulcânicos, cones de escórias e depósitos piroclásticos.
Baseado em AAVV, «Estudo de avaliação do risco de aluviões na ilha da Madeira», 2010
Figura 1
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a região assinalada com um X corresponde ao troço anterior de um depósito sedimentar em forma
de leque (cone de dejeção) resultante de uma corrente de água, no ponto em que sai da encosta para a planície, pelo
que os sedimentos não são bem calibrados. Assim, devem excluir-se as opções A e C.
✓ Pelo mesmo motivo apresentado no ponto anterior os sedimentos são mal calibrados, porém não são arredondados.
Assim, deve excluir-se a opção D.
✓ Selecionar a opção B, reconhecendo que a região assinalada com um X corresponde ao troço anterior de um
depósito sedimentar em forma de leque (cone de dejeção) resultante de uma corrente de água, no ponto em que sai
da encosta para a planície, pelo que os sedimentos são mal calibrados e angulosos.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que uma rede filoniana não é anterior às camadas que interseta, nem é mais recente que as formações
geológicas que a cobrem e não são intersetadas por essa rede filoniana. Assim, devem excluir-se as opções A e C.
✓ Reconhecer que uma rede filoniana é posterior às camadas que interseta, mas não é mais recente do que as
formações geológicas que a cobrem e não são intersetadas por essa rede filoniana. Assim, deve excluir-se a opção D.
✓ Selecionar a opção B reconhecendo que uma rede filoniana é posterior às camadas que interseta e é mais antiga
que as formações geológicas que a cobrem e não são intersetadas por essa rede filoniana.
83
3. Faça corresponder cada uma das rochas sedimentares caracterizadas na coluna A a respetiva designação, que
consta da coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Rocha detrítica consolidada de grão grosseiro. (1) Areia
(b) Rocha detrítica não consolidada de grão médio. (2) Argila
(c) Rocha biogénica carbonatada. (3) Calcário
(d) Rocha constituída essencialmente por halite. (4) Calcário conquífero
(e) Rocha detrítica não consolidada de grão fino. (5) Carvão
(6) Conglomerado
(7) Sal-gema
(8) Travertino
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que o conglomerado é uma rocha detrítica consolidada que apresenta sedimentos com diâmetro
superior a 2 mm, portanto grão grosseiro — (a) — 6.
✓ Reconhecer que a areia é uma rocha detrítica não agregada apresentando sedimentos com diâmetro entre 1/16 mm
e 2 mm, portanto grão médio — (b) —1.
✓ Reconhecer que o calcário conquífero é uma rocha que resulta da aglomeração de restos de seres vivos por material,
normalmente, resultante de precipitação química (muitas vezes carbonatos) — (c) — 4.
✓ Reconhecer que o sal-gema resulta da evaporação de água de uma solução de cloreto de sódio com a formação de
halite — (d) — 7.
✓ Reconhecer que a argila é uma rocha detrítica não consolidada que apresenta sedimentos com diâmetro inferior a
1/256 mm, portanto grão fino — (e) — 2.
4. Relacione o elevado risco geológico na ilha da Madeira com o tempo de resposta das bacias hidrográficas e com o
declive do terreno.
Etapas de resolução
A questão pode ser estruturada em duas partes centrais:
✓ A forte pluviosidade originou um elevado volume de precipitação num curto período de tempo, fazendo com que as
bacias hidrográficas não conseguissem dar resposta ao transporte de tão grande quantidade de água.
✓ O grande volume de água (agente de transporte) ao deslocar-se por declives muito acentuados ganhou velocidade,
tendo provocado enxurradas que tiveram um efeito muito destrutivo nas zonas afetadas pela sua passagem.
- A ilha da Madeira apresenta zonas muito montanhosas, cursos de água com elevado declive, vales encaixados e
grande quantidade de material sólido facilmente mobilizável, o que condiciona a resposta de transporte de água das
bacias hidrográficas.
- O declive acentuado deste território é propício a que massas de água muito significativas extravasem o leito dos rios
e arrastem materiais soltos, transportando-os a elevada velocidade.
Exercícios propostos 1
As argilas como recurso mineral pertencem ao grupo dos minerais industriais e foram um dos primeiros produtos
naturais utilizados pelo ser humano como material de construção. A nível industrial definem-se dois grandes grupos de
argilas: as argilas especiais e as argilas comuns, dependendo da sua génese, composição, propriedades e aplicações.
O valor económico dos produtos fabricados com cada tipo de argila é consequência direta do valor económico da
própria argila. As argilas especiais são as mais valiosas por se encontrarem em depósitos de menor volume e em
número mais reduzido do que as argilas comuns.
A sub-bacia da Aguada de Cima é berço de cerca de 50 metros de espessura de rochas sedimentares argilosas e
arenosas, principal matéria-prima para a indústria cerâmica regional. Situa-se no distrito de Aveiro e é partilhada pelo
Concelho de Águeda na metade Norte e pelo Concelho de Anedia na metade Sul. Esta sub-bacia e a sua área
envolvente têm sido objeto de variados estudos sedimentológicos, estratigráficos e de natureza económica em termos
do potencial, em especial, dos corpos essencialmente argilosos.
Síntese estratigráfica
O perfil é composto por uma sequência de arenitos e argilitos tendo na sua base uma areia branca a que se sobrepõe
um nível de argila cinzenta com frequentes manchas amareladas, onde se visualiza a presença de moscovite (Amostra
01).
Seguidamente ocorre um nível lenticular de um arenito branco, fino e micáceo, sucedido por um nível de um argilito
cinzento também micáceo (Amostra 02), evoluindo para um nível com menos areia do que o anterior (Amostra 03) e
finalmente um nível de argila negra (Amostra 04). Com este nível terminam as argilas com interesse para a exploração
neste local.
84
Composição química
Os resultados da análise química encontram-se referidos na tabela 1.
Composição mineralógica
Com base nos valores da análise química da tabela 1 e utilizando o método proposto por Worrall em 1975 para uma
argila caulinítica, obteve-se a análise racional ou aproximada das quatro amostras. Os resultados encontram-se
indicados na tabela 2.
Tabela 2 - Composição mineralógica aproximada para as argilas especiais (em %)
Mica sódica Mica potássica Caulinite Quartzo Outros
04 11,7 27,1 28,4 27,8 4,9
03 13,7 20,4 15,3 45,7 4,9
02 18,2 20,7 5,9 50,2 4,9
01 13,1 25,3 8,8 45,3 7,5
Baseado em Ferreira, A. e Velho, J. (2006) «Caracterização Mineralógica e Tecnológica das Argilas Especiais da Sub-bacia de Aguada de Cima
(Anadia)». Atas do VII Congresso Nacional de Geologia, pp. 1015-1018. Estremoz.
3. De acordo com os resultados registados nas tabelas 1 e 2, a amostra 02 é a que apresenta uma
(A) maior percentagem de quartzo e uma menor percentagem de matéria orgânica;
(B) maior percentagem de aluminossilicatos e de matéria orgânica;
(C) quantidade inferior a 50% em minerais ricos em sílica e em potássio;
(D) maior quantidade de minerais silicatados de neoformação;
4. A sub-bacia de Aguada de Cima foi datada como sendo pliocénica a plio-plistocénica, ou seja, idade inferior a 5,3
Ma. Trata-se de uma formação da Era
(A) Mesozoica, durante a qual ocorreu o aparecimento das plantas com flor;
(B) Mesozoica, no final da qual ocorreu a extinção em massa dos saurópodes;
(C) Cenozoica, marcada pelo aparecimento de inúmeras ordens de mamíferos;
(D) Cenozoica, que teve o seu início marcado pelo aparecimento dos hominídeos;
85
6. Faça corresponder cada uma das afirmações da coluna A relativas à formação de rochas sedimentares à respetiva
designação, que consta da coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) As substâncias dissolvidas precipitam e preenchem os espaços, unindo os (1) Precipitação
sedimentos existentes. (2) Compactação
(b) Os poros diminuem e a água sai, diminuindo o volume da rocha. (3) Cimentação
(c) Entrada na rede cristalina dos minerais preexistentes de elementos que se (4) Recristalização
encontram dissolvidos na água que circula nos poros. (5) Sedimentação
7. A biotite é exemplo de uma mica sódica, cujo brilho pode dizer-se nacarado por ser
(A) semelhante ao brilho das pérolas, que são minerais muito comuns;
(B) semelhante ao brilho das pérolas, que são acetinadas;
(C) comparável ao brilho das pérolas produzidas por algumas espécies de ostras;
(D) comparável ao brilho da cera produzida por alguns seres vivos;
8. Numa dada série estratigráfica, um estrato não deformado é mais ____ do que o estrato acima do seu teto e mais
____ do que o estrato abaixo do seu muro.
(A) recente ... recente;
(B) recente ... antigo;
(C) antigo ... antigo;
(D) antigo ... recente;
9. Indique a designação atribuída aos fósseis que registam a atividade dos seres vivos que habitaram a Terra no
passado.
10. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência de acontecimentos
relacionados com a silicificação do tronco de uma pteridospérmica (planta extinta no final do Devónico).
A. Substituição da matéria orgânica por sílica existente no meio.
B. Remoção do material de cobertura com exposição da espécie fóssil.
C. Deposição abundante de material vegetal em bacias lagunares.
D. Rápida cobertura por sedimentos terrígenos.
E. Subsidência e formação de um ambiente redutor.
11. A exploração de minerais com interesse económico, à semelhança da exploração de minerais de argila, pode ser
feita em minas a céu aberto ou em galerias subterrâneas.
Explique em que medida a sobre-exploração de argilas em minas a céu aberto interfere com a geosfera e a biosfera
no local da exploração.
12. Os geólogos estudam as formações sedimentares e, através da aplicação dos princípios litoestratigráficos,
reconstituem a história da Terra. Explique qual a importância do Uniformitarismo, enquanto princípio geológico, na
interpretação e reconstituição do passado do planeta que habitamos.
Exercícios resolvidos 2
O Monte de Santa Helena, representado na Figura 1A, é um vulcão localizado numa cordilheira, na costa oeste dos
EUA — Cascade Range. Esta cordilheira faz parte de um arco vulcânico que constitui um segmento da zona nordeste
do anel de fogo do Pacífico.
A erupção de maio de 1980 é considerada a mais violenta na história dos EUA. Esta erupção destruiu uma parte do
cone vulcânico e projetou para a atmosfera volumes consideráveis de gases e de piroclastos.
Recentemente, para compreenderem o sistema magmático que alimenta o vulcão Monte de Santa Helena, os
investigadores colocaram uma rede de sismómetros e provocaram explosões que geraram pequenos sismos. Estes
estudos indiciam que o vulcão é alimentado por uma câmara magmática de grandes dimensões, localizada entre 4 e
13 km de profundidade, e por uma segunda câmara, ainda maior, que parece desenvolver-se entre 15 km e o limite
superior do manto, a cerca de 40 km de profundidade.
Na Figura 1B, estão esquematizadas as câmaras magmáticas e a localização de dois conjuntos de focos sísmicos a
elas associados. Os focos sísmicos representados na zona da câmara magmática superior foram registados nas
primeiras 24 horas após a erupção de 1980, e os focos sísmicos representados na zona da câmara magmática inferior
foram registados entre 1980 e 2015.
A relação entre a geometria e a profundidade das duas câmaras, por um lado, e a distribuição dos focos sísmicos, por
outro, sugerem a migração de magma da câmara magmática inferior para a câmara magmática superior.
86
Figura 1
1. O Monte de Santa Helena situa-se num contexto tectónico associado a um limite
(A) divergente, entre duas placas de igual densidade;
(B) divergente, entre duas placas de diferentes densidades;
(C) convergente, entre duas placas de diferentes densidades;
(D) convergente, entre duas placas de igual densidade;
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que o Monte Santa Helena integra um arco vulcânico, que se associa a um contexto tectónico de
convergência entre a placa Pacífica (oceânica, mais densa) e a placa Norte-americana (continental, menos densa),
levando à subducção da primeiramente nomeada sob a última. Assim, deve excluir-se a opção A, por afirmar que está
envolvido um contexto divergente e duas placas de igual densidade.
✓ Excluir a opção B, por afirmar que está envolvido um contexto divergente.
✓Excluir a opção D, por afirmar que se trata de um processo de convergência entre duas placas de igual densidade.
✓ Selecionar a opção C, reconhecendo que o Monte Santa Helena integra um arco vulcânico, que se associa a um
contexto tectónico de convergência entre a placa Pacífica (oceânica, mais densa) e a placa Norte-americana
(continental, menos densa).
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a erupção de 1980 destruiu uma parte do cone vulcânico e projetou para a atmosfera volumes
consideráveis de gases e de piroclastos, ocorrências típicas de erupções explosivas associadas a magmas muito
viscosos (ácidos). Assim, deve excluir-se a opção A, por afirmar que se tratou de uma erupção do tipo efusivo.
✓ Excluir a opção B, por afirmar que se trata de uma erupção efusiva.
✓ Excluir a opção C pois apesar de afirmar que se trata de uma erupção do tipo explosivo, a associa a um magma
pouco viscoso.
✓ Selecionar a opção D, reconhecendo que a erupção de 1980 destruiu uma parte do cone vulcânico e projetou para
a atmosfera volumes consideráveis de gases e de piroclastos, ocorrências típicas de uma erupção explosiva, associada
a um magma muito viscoso.
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Proposta de resolução
✓ As rochas encaixantes da câmara magmática mais profunda encontram-se a uma profundidade máxima de 40 km,
profundidade compatível com a camada do interior da Terra designada crusta terrestre. Afirmação verdadeira.
✓ Os sismos registados quer em 1980 quer em 2015 estiveram associados às erupções ocorridas nessas datas.
Afirmação verdadeira.
✓ Os hipocentros representados na câmara magmática superior correspondem a hipocentros de réplicas. Afirmação
falsa.
✓ Selecionar a opção A.
4. No interior de uma câmara magmática que contenha magma basáltico, cristalizarão primeiro
(A) piroxenas e moscovite.;
(B) olivinas e plagióclases cálcicas;
(C) anfíbolas e feldspato potássico;
(D) biotite e quartzo;
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a partir de um magma basáltico cristalizarão primeiro os minerais com ponto de fusão mais elevado
do ramo contínuo e do ramo descontínuo das séries de Bowen. Assim deve excluir-se a opção A, por afirmar que a
moscovite é um desses minerais.
✓ Excluir a opção C, por afirmar que o feldspato potássico é um dos primeiros minerais a cristalizarem de acordo com
as séries de Bowen, durante a diferenciação de um magma basáltico.
✓ Excluir a opção D, por afirmar que a biotite e o quartzo são dos primeiros minerais a cristalizarem de acordo com as
séries de Bowen, durante a diferenciação de um magma basáltico.
✓ Selecionar a opção B, reconhecendo as olivinas e as plagióclases cálcicas como os primeiros minerais a
cristalizarem, respetivamente, nas séries descontínua e contínua propostas por Bowen durante a diferenciação de um
magma basáltico.
5. Explique, tendo em conta as informações fornecidas, como se formam os magmas no contexto tectónico da
cordilheira Cascade.
Etapas de resolução
A questão pode ser estruturada em duas partes centrais:
✓ A cordilheira Cascade resulta da colisão de uma placa oceânica sob uma placa continental - zona de subducção -
com o afundamento/mergulho da primeira por baixo daúltima.
✓Nesse contexto tectónico pode ser libertada água durante a subducção (pode ocorrer a hidratação das rochas em
profundidade) o que vai provocar a diminuição da temperatura de fusão dos minerais (ou das rochas) conduzindo a
formação de magmas.
- De acordo com o texto, o monte de Santa Helena é um vulcão localizado numa cordilheira - Cascade Range que faz
parte de um arco vulcânico constituindo um segmento da zona nordeste do anel de fogo do Pacífico.
Um arco vulcânico é uma cadeia de montanhas localizadas perto de margens continentes e que têm origem em zonas
de subducção de placas tectónicas.
- Nas zonas de subducção, a fusão do material que origina o magma produz-se pelo aumento da temperatura causada
pela compressão da litosfera suprajacente e pelo atrito que se desenvolve entre as rochas. Nesse contexto pode
ocorrer a libertação de água que, ascendendo, diminui o ponto de fusão das rochas superiores.
Exercícios propostos 2
Localizado no noroeste do Novo México, Ship Rock é um relevo remanescente de uma erupção vulcânica que ocorreu
há cerca de 30 milhões de anos, apresentando a sua estrutura principal, aproximadamente, 600 metros de altura acima
do planalto desértico e 500 metros de diâmetro. Ship Rock, é um neck vulcânico resultante da consolidação de um
magma alcalino, ultramáfico, com um teor de óxido de magnésio superior a 3%. Esta estrutura ter-se-á formado a uma
profundidade entre os 750 e os 1000 metros, devendo-se a sua atual proeminente morfologia à erosão das camadas
suprajacentes e circundantes (Figura 1A).
Em Ship Rock podem também observar-se diques que irradiam do neck vulcânico central. Estes ter-se-ão formado na
dependência da mesma erupção vulcânica, abaixo da superfície terrestre e sido, posteriormente, expostos por erosão
diferencial (Figura 1B).
Baseado em «New Mexico Bureau of Geology & Mineral Resources» in https://geoinfo.nmt.edu/tour/ladmarks/shiprock/hom.html (consultado em agosto de 2019)
88
Figura 1 — Ship Rock no Novo México: (A) Fotografia; (B) Relação entre a estrutura atual e o antigo vulcão.
5. Os magmas basálticos tendem a atingir a superfície com maior frequência do que os riolíticos
(A) dado possuírem maior teor em sílica;
(B) por terem origem, preferencialmente, na crusta continental;
(C) em resultado da sua elevada viscosidade;
(D) porque a sua velocidade de ascensão é superior à velocidade de arrefecimento;
7. Uma alteração na composição do magma devido à fusão da rocha envolvente designa-se por
(A) mistura de magmas;
(B) diferenciação magmática;
(C) assimilação;
(D) fusão parcial;
89
9. O ramo descontínuo da série de reações de Bowen contém o mineral
(A) ortóclase;
(B) olivina;
(C) moscovite;
(D) quartzo;
12. Em amostras de mão de basalto encontram-se frequentemente fenocristais de olivina envolvidos numa massa
afanítica. Explique a formação dos fenocristais, tendo em conta o tempo de consolidação do basalto e as séries
reacionais de Bowen.
Prova-modelo 8
GRUPO I
A ortóclase e a microclina são feldspatos potássicos de fórmula química KAISi3O6, que cristalizam nos sistemas
monoclínico e triclínico, respetivamente. A ortóclase, por norma, tem uma cor avermelhada e a microclina, esverdeada.
Ambos os minerais possuem risca branca e brilho vítreo. Apresentam muito boa clivagem e dureza 6.
Os feldspatos potássicos têm génese magmática e ocorrem, frequentemente, associados a quartzo, micas e
plagióclase ou como material sem interesse económico associado à maioria dos minérios.
4. Faça corresponder cada uma das descrições relativas a propriedades dos minerais, expressas na coluna A à
respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Minerais que apresentam cores diferentes em amostras distintas. (1) Densidade
(b) Pode ser determinada de forma expedita por sopeso. (2) Fratura
(c) Separação de partes de um minera, segundo superfícies lisas e planas. (3) Alocromáticos
(4) Idiocromáticos
(5) Clivagem
90
5. O lítio (Li) é o metal alcalino mais leve da tabela periódica. Possui elevado calor específico e potencial eletroquímico
pelo que, atualmente, é utilizado na produção de células eletroquímicas secundárias para aplicações móveis,
principalmente para telefones celulares, computadores e carros elétricos, sendo, por isso, considerado um metal
estratégico. Em Portugal, o lítio encontra-se em pegmatitos — rochas ígneas de grão grosseiro —, contendo lepidolite,
mineral pertencente ao grupo das micas. O principal problema associado ao processamento de lítio em rochas
pegmatíticas é a sua baixa reatividade químico-mineralógica, que exige processos com elevado consumo energético.
Explique a importância da inovação tecnológica para a rentabilização e desenvolvimento económico dos jazigos de lítio
em Portugal enquanto país com reservas de lítio consideráveis à escala internacional.
GRUPO II
Modificações visíveis na aparência de rochas após a exposição ao fogo (como, por exemplo alterações cromáticas,
maior fragilidade da rocha, etc.) têm sido observadas e apresentadas em vários estudos, como o que se efetuou em
calcários gresossos miocénicos, utilizados para a construção da Sé de Lisboa, monumento afetado pelo incêndio que
deflagrou neste espaço em 1755, na sequência do grande terramoto.
Este calcário do miocénico de idade Burdigaliana, não sendo a fácies mais típica, pertence à formação Calcários de
Entrecampos, que aflora na região de Lisboa. É uma rocha calcária de cor amarela, compacta e homogénea, com uma
importante componente detrítica e fossilífera de pequena dimensão. A observação de amostras da formação Calcários
de Entrecampos ao microscópio ótico revelou que a fração matricial é constituída essencialmente por calcite e que os
elementos da fração detrítica são relativamente mal calibrados, sendo o quartzo o mineral mais abundante.
Materiais e Métodos
Foram preparados dois conjuntos de amostras, com vista à execução de trabalhos laboratoriais.
● Um conjunto de amostras de materiais recolhidos da quadra central do edifício onde se estava a realizar uma
campanha arqueológica, que deixou disponível inúmeros blocos pétreos, de material semelhante aos aplicados no
claustro.
● Um conjunto de amostras constituído por pequenos fragmentos de rocha recolhidos nas alas este e sul do Claustro
da Sé de Lisboa (área mais afetada pelo terramoto e subsequente incêndio de 1755). Colheram-se, então, 16 amostras
de material, mais ou menos desagregado/pulverulento, proveniente de quatro abóbadas. Nas áreas escolhidas para
amostragem foram feitas, igualmente, medições colorimétricas.
Com este material prepararam-se provetes cilíndricos (D = 4 cm, L = 2 cm) que foram submetidos, em mufla (estufa
para altas temperaturas) e em condições de ambiente oxidante, a diferentes patamares de temperatura (entre 100 °C
e 600 °C), por períodos de 24 h.
Os dois conjuntos de amostras foram submetidos a análises químicas, a microscopia ótica, a difração de raios-X (DRX),
a espetroscopia Mõssbauer do 57Fe e a caracterização colorimétrica.
Resultados:
● AMOSTRAS DA QUADRA CENTRAL DO EDIFÍCIO
O ensaio laboratorial de aquecimento a temperatura controlada confirmou a ocorrência, em termos meramente visuais,
para este tipo de rocha, de uma alteração cromática (Figuras 1, 2 e 3).
Fig. 1 — Amostras após aquecimento a 150 °C. Fig. 2 — Amostras após aquecimento a 250 °C.
Esta alteração cromática foi acompanhada por fenómenos de desintegração granular e formação de fissuras e/ou
fraturas (Figura 3) que conduziram a importantes perdas de massa, à medida que a temperatura ia aumentando.
De acordo com os ensaios de caracterização colorimétrica, o aquecimento promoveu o escurecimento e a
intensificação das componentes da cor vermelha e amarela. Esta intensificação foi observada até aos 250 °C. Para
temperaturas entre os 250 °C e os 600 °C verificou-se a tendência para a estabilização destes componentes cromáticos
da cor.
A composição mineralógica, estimada por DRX, mostra que a hematite (Fe2O3) desordenada é dominante em todas as
amostras, enquanto que a goethite (FeO(OH)) só estava presente numa amostra aquecida a 250 °C, sendo vestigial
numa outra a 300 °C, o que implica que a sua transformação térmica em hematite não foi completa a estas
temperaturas. A observação destas amostras ao microscópio petrográfico indicou claramente a intensificação da cor
dos óxidos de ferro.
91
● AMOSTRAS DO CLAUSTRO DA SÉ DE LISBOA
Os estudos realizados mostraram que a alteração cromática das amostras coligidas no monumento, observada in foco,
não é apenas superficial, mas desenvolve-se para o interior da rocha, chegando a atingir mais de 3 cm.
A ocorrência de goethite num conjunto de amostras do monumento e de hematite num outro permite indicar quais as
rochas afetadas pelo fogo.
Os registos de DRX mostraram que o grau de cristalinidade dos óxidos de ferro aumenta com a temperatura e a
observação ao microscópio petrográfico destas amostras mostrou claramente a intensificação da cor dos óxidos de
ferro.
Baseado em Dionísio A., Sequeira Braga M.A., Waerenborgh J.C., Basto M.J., Matias M.J., Aires-Barros L. (2006). «A ação do fogo em calcários aplicados no
património cultural construído. O caso da Sé de Lisboa (Portugal». https://socgeoi.org/documents/get (consultado em abril de 2419)
5. Quando observados ao microscópio ótico verificou-se que os elementos da fração detrítica dos Calcários de
Entrecampos são relativamente mal calibrados, o que indicia
(A) a existência de processos erosivos resultantes de meios com reduzido hidrodinamismo;
(B) a ocorrência simultânea de precipitação química e de deposição de sedimentos;
(C) um processo contínuo no transporte de materiais de dimensões variadas;
(D) um processo de transporte curto e o aporte de materiais diversificados;
6. A calcite pode formar-se a partir de sedimentos químicos, nomeadamente iões cálcio (Ca2+) e bicarbonato (HCO3-)
contidos na água do mar. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A e E, de modo a reconstituir a sequência
de acontecimentos relacionados com a formação de bancadas de calcário em ambientes marinhos.
A. Proliferação de fitoplâncton.
B. Forma-se hidrogenocarbonato de cálcio (Ca(HCO3)2).
C. Processos diagenéticos levam à formação de calcite.
D. Os iões cálcio (Ca2+) reagem com os iões bicarbonato (HCO3-).
E. Precipita carbonato de cálcio (CaCO3).
8. Apresente, à luz dos resultados obtidos acerca da ocorrência de goethite e de hematite e da cor observada ao
microscópio petrográfico, um cenário compatível com os dados do estudo relativamente às temperaturas e à forma
como foram afetados os materiais pétreos do Claustro da Sé de Lisboa durante o incêndio ocorrido em 1755.
GRUPO III
A resina é uma substância segregada por plantas de várias famílias como cicatrizante para proteção destas do contacto
com o meio exterior, aquando de cortes no caule. O âmbar ou resina fóssil é a substância que resulta da transformação
92
da resina em contexto geológico e a sua maturação em ambiente sedimentar envolve polimerização, passando este a
comportar-se como o vidro.
O processo de polimerização da resina impede o esmagamento das suas partículas no interior dos sedimentos,
permitindo a preservação da sua morfologia original, bem como a conservação de qualquer material que tenha sido
incluído na resina anteriormente ao seu enterramento, por exemplo, bioinclusões, pólen, insetos, etc.
No contexto de trabalhos de campo foi descoberta a ocorrência de âmbar nas arribas da Praia da Bafureira. Este
afloramento localiza-se num setor da linha de costa compreendido entre Lisboa e Cascais, a 5 km desta última
localidade. A arriba tem uma extensão aproximada de 200 m e uma altura de cerca de 8 m.
A sequência estratigráfica enquadra-se na Formação de Rodízio, anteriormente designada como "Grés Superiores
d'Almargem", do andar Aptiano Superior ao Albiano Inferior (final do Cretácico Inferior), e evidencia um ambiente
deposicional fluvial, que passa a margino-marinho no topo (Figura 4).
Os depósitos fluviais silto-argilíticos da base da sequência são os que forneceram o âmbar para este estudo.
As amostras recolhidas encontram-se muito fraturadas, pelo que se considera não patentearem características que
favoreçam o seu uso em joalharia. Contudo, os achados de âmbar são de grande valor para a reconstituição
paleoambiental da arriba da praia da Bafureira.
Baseado em Silvério, G. e Madeira, J., (2018).
«Âmbar português: o caso de estudo do Apciano da praia da Bafureira (Cascais, Portugal)», Geonovas, 31: 67-72.
5. Faça corresponder cada uma das afirmações relativas a rochas sedimentares, expressas na coluna A à respetiva
designação de rochas, que constam na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Rocha constituída por carbonato de cálcio e entre 35% a 60% de argila. (1) Marga
(b) Rocha detrítica constituída por sedimentos de dimensão menor a 1/16 mm. (2) Arenito
(c) Rocha quimiogénica que faz efervescência com o ácido clorídrico. (3) Calcário conquífero
(4) Travertino
(5) Siltito
6. Explique o último parágrafo do texto, realçando a importância dos achados de âmbar para a reconstituição
paleoambiental da arriba da praia da Bafureira.
GRUPO IV
O Granito de Guimarães é um granito biotítico de grão grosseiro, com textura porfiroide (ocorrência de cristais de
grandes dimensões e de forma bem definida no seio de uma matriz fanerítica), apresenta encraves microgranulares
máficos e félsicos e encraves metassedimentares.
Quanto à sua instalação, o Granito de Guimarães é relativamente tardio, com idade U-Pb compreendida entre 306-311
Ma. A intrusão deste granito ocorreu no final da terceira fase de deformação hercínica, D3, sendo por isso considerado
um granito tardi-hercínico.
Este granito ter-se-ia formado a elevada profundidade, sendo resultante da diferenciação magmática a partir do manto,
com fusão da crusta inferior e mistura de materiais básicos.
Figura 5 - Extraído da carta 9-B de Guimarães da Carta Geológica de Portugal (escala 1:50 000)
94
2. O granito classifica-se quanto à cor como uma rocha
(A) leucocrata, por apresentar abundância de minerais félsicos;
(B) leucocrata, por apresentar abundância de minerais como a biotite e a olivina;
(C) melanocrata, por apresentar abundância de minerais como o quartzo e a ortóclase;
(D) melanocrata, por apresentar abundância de minerais máficos;
3. Os minerais constituintes do granito, em relação aos constituintes do gabro, apresentam, tipicamente, pontos de
fusão mais
(A) elevados, pelo que tendem a cristalizar antes dos do gabro;
(B) elevados, pelo que tendem a cristalizar depois dos do gabro;
(C) baixos, pelo que tendem a cristalizar antes dos do gabro;
(D) baixos, pelo que tendem a cristalizar depois dos do gabro;
5. Identifique o último mineral a formar-se, segundo as séries reacionais de Bowen, a partir do arrefecimento de um
magma primário de natureza basáltica.
Figura 1 - Diagrama das condições de temperatura, de pressão e de profundidade que ocasionaram o metamorfismo
e condicionaram a instalação de um maciço granítico.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a transformação da andaluzite em distena se deve, preferencialmente, ao aumento de pressão e
não da temperatura. Assim, deve excluir-se a opção A.
✓ Reconhecer que a 600 °C o aumento de pressão transforma a andaluzite em silimanite e não o contrário. Assim,
deve excluir-se a opção B.
✓ Reconhecer que, pelo contrário, a andaluzite sofre recristalização em condições de pressão menos elevadas que a
distena. Assim, deve excluir-se a opção C.
✓ Selecionar a opção D, reconhecendo que o aumento de pressão de 2 kb para 4 kb, a 600 °C, transforma a andaluzite
em silimanite.
95
2. A andaluzite, a silimanite e a distena são minerais polimorfos, pois apresentam
(A) a mesma composição química e a mesma estrutura cristalina;
(B) a mesma composição química e diferente estrutura cristalina;
(C) diferente composição química e diferente estrutura cristalina;
(D) diferente composição química e a mesma estrutura cristalina;
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a andaluzite, a silimanite e a distena são minerais polimorfos pelo que apresentam a mesma
composição química, mas não a mesma estrutura cristalina. Assim, deve excluir-se a opção A.
✓ Reconhecer que a andaluzite, a silimanite e a distena são minerais polimorfos pelo que não apresentam composição
química diferente, apesar de terem estrutura cristalina diferente. Assim, deve excluir-se a opção C.
✓ Reconhecer que a andaluzite, a silimanite e a distena são minerais polimorfos, pelo que não apresentam composição
química diferente, nem a mesma estrutura cristalina. Assim, deve excluir-se a opção D.
✓ Selecionar a opção B, reconhecendo que a andaluzite, a silimanite e a distena são minerais polimorfos, pelo que
apresentam a mesma composição química e estrutura cristalina diferente.
Etapas de resolução
A questão pode ser estruturada em duas partes centrais:
Importância da presença de distena, andaluzite e silimanite
✓ Os minerais distena, andaluzite e silimanite são minerais-índice, ou seja, tratam-se de minerais que só se podem
formar em condições de variação de pressão e temperatura muito restritas, tendo as condições de pressão e de
temperatura que permitem a estabilidade destes minerais sido determinadas laboratorialmente.
- A andaluzite é um mineral comum em zonas de metamorfismo regional que se forma em condições de baixas pressões
e/ou temperaturas específicas - condições de estabilidade da andaluzite. Os minerais distena e silimanite são
polimorfos da andaluzite, cada qual ocorrendo em regimes diferentes de temperatura e/ou pressão cada um com
condições de estabilidade específica.
- Dado que possuem condições de estabilidade diferentes, a andaluzite, a distem e a silimanite não ocorrem em
simultâneo na mesma rocha. Este facto permite inferir as condições de formação da rocha metamórfica que contém
algum(ns) destes minerais.
4. Ordene as letras de A a F, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos relacionados com a
transformação de um granito até que se venha a formar outra rocha magmática.
A. Ação de movimentos tectónicos que levam à exposição do granito.
B. Acumulação de sedimentos, originando estratos.
C. Meteorização da rocha granítica.
D. Cristalização de minerais a partir de material silicatado em fusão.
E. Remoção de partículas do granito alterado.
F. Adaptação mineralógica e textural ao aumento de temperatura e pressão.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a transformação do granito tem início com a sua exposição à superfície, selecionando em primeiro
lugar a letra A.
✓ Compreender que, após o afloramento do granito, este sofre alteração — meteorização —, pelo que se seleciona
em seguida a letra C — AC.
✓ Reconhecer que a meteorização fragmenta o granito e produz detritos que vão ser removidos, selecionando-se,
então, a letra E — ACE.
✓ Compreender que os sedimentos, após serem transportados e depositados, podem originar estratos, selecionando
então a letra B — ACEB.
✓ Reconhecer que o enterramento das camadas a grandes profundidades onde se registam pressões e temperaturas
elevadas leva ao rearranjo mineralógico e textural dos minerais preexistentes, selecionando-se a letra F — ACEBF.
✓ Compreender que após fusão total dos minerais preexistentes se forma um magma a partir dos quais, por
cristalização, têm origem novos minerais, selecionando a letra D — ACEBFD.
96
Exercícios propostos 3
Na praia de Lavadores, a sul do rio Douro, aflora um maciço granítico, que se instalou ao longo da falha de desligamento
Porto-Tomar, sendo visível, por vezes, o seu contacto com gnaisses. O granito apresenta-se de grão grosseiro,
evidenciando fenocristais (cristais de grandes dimensões) de feldspato potássico e encraves (fragmentos) de rochas
quer gnáissicas, quer intrusivas máficas. Os encraves apresentam-se, por vezes, em relevo devido à erosão diferencial.
A Figura 1 representa, de forma simplificada, a relação espacial entre os corpos granitoides — graníticos e afins — e
os locais de ocorrência de caulino (um recurso geológico onde predomina a caulinite — mineral argiloso), associados
a uma zona de fraturação profunda. O depósito de caulino da Telheira, junto a Lavadores, constitui um recurso
geológico que, em tempos, forneceu matéria-prima para a indústria de cerâmicas em Portugal.
Figura 1
1. O maciço granítico de Lavadores apresenta fragmentos de rochas gnáissicas e é cortado por filões. O maciço é mais
____ do que as rochas gnáissicas e mais ____ do que os filões.
(A) recente ... recente;
(B) recente ... antigo;
(C) antigo ... antigo;
(D) antigo ... recente;
4. Na região a sul do Porto, ocorrem falhas inversas, as quais se caracterizam por uma ____ do teto relativamente ao
muro, em resultado de um campo de tensões _____.
(A) subida ... compressivas;
(B) subida ... distensivas;
(C) descida ... compressivas;
(D) descida ... distensivas;
97
6. Explique a formação da caulinite do depósito da Telheira, tendo em conta a composição mineralógica das rochas da
região, as deformações existentes e a ação da água.
Exercícios propostos 4
A designação de Pedra Património Mundial (em inglês: GHSR — Global Heritage Stone Resource) visa o
reconhecimento internacional das pedras naturais que enquanto recurso geológico alcançaram uma utilização
generalizada na cultura humana.
O processo de reconhecimento teve início no 33. Congresso Geológico Internacional, em Oslo (agosto de 2008) e em
janeiro de 2018 na Reunião do Comité Executivo da International Union of Geological Sciences (IUGS), realizada em
Potsdam, que decidiu aprovar o "Mármore de Estremoz" como GHSR.
Os Mármores de Estremoz fazem parte do "Complexo Vulcano-Sedimentar-Carbonatado de Estremoz', profusamente
referido na bibliografia da especialidade. Este complexo inclui-se no Sector de Estremoz—Barrancos da Zona de Ossa-
Morena.
A macroestrutura geológica designada por "Anticlinal de Estremoz" está situada a cerca de 180 km de Lisboa e
compreende parte dos concelhos de Sousel, Estremoz, Borba, Vila Viçosa e Alandroal (Figuras 2 — (A). Apresenta
uma forma alongada com cerca de 40 km x 8 km.
As condicionantes geológicas que presidiram à formação dos mármores originaram uma grande variedade de cores e
texturas que são comercializadas com nomes muito diversificados, sendo as variedades claras (brancos, cor-de-rosa
e cremes) as mais usuais.
Normalmente existe nos mármores um degradé, em que junto aos metavulcanitos os mármores são cor-de-rosa escuro,
que se vai desvanecendo com o aumento da distância aos mesmos. Este aspeto pode ser observado no canto inferior
esquerdo do bloco que se encontra à entrada do Museu do Mármore de Vila Viçosa (Figura 2 — B ).
Este bloco exibe também as relações de deformação heterogénea que se estabelecem entre os níveis mais e menos
carbonatados. Os níveis mais siliciosos apresentam comportamento mais frágil ao passo que os mais carbonatados
exibem deformação dúctil com padrões fluidais.
Baseado em Lopes, L e Martins, R. (2018). Callipole - Revista de Cultura n.° 25 - 2018, pp. 291 - 308.
7. Faça corresponder cada uma das afirmações relativas a rochas metamórficas, expressas na coluna A à respetiva
designação de rochas, que constam na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Rocha formada por recristalização da calcite em consequência da intrusão (1) Gnaisse
de magma. (2) Xisto argiloso
(b) Rocha que exibe bandas de composição mineralógica distinta. (3) Micaxisto
(c) Rocha com foliação incipiente, rica em minerais tabulares como as micas. (4) Ardósia
(5) Mármore
8. Identifique o tipo de magma que esteve na origem dos basaltos encontrados no CVSCE.
9. Os metavulcanitos associados aos mármores de Estremoz tiveram origem em rochas ___ resultantes de litologias,
originalmente, ____.
(A) magmáticas melanocratas; (C) sedimentares melanocratas;
(B) magmáticas leucocratas; (D) sedimentares ... leucocratas;
10. Explique a importância económica e o impacto sociocultural do reconhecimento do "Mármore de Estremoz" como
GHSR, obtido em janeiro de 2018, pela Reunião do Comité Executivo da IUGS.
Figura 1
99
Resultados das
Cobre – Cu Manganês – Ferro – Fe Zinco – Zn Arsénio – As
análises pH
(ppm) Mn (ppm) (ppm) (ppm) (ppm)
Locais de recolha
1 5,27 0,04 0,09 0,13 0,52 0,00
2 5,16 0,15 0,87 0,03 1,04 0,00
3 3,99 2,01 8,60 4,09 12,60 0,026
4 4,18 3,11 8,20 2,91 15,80 0,026
4,5-9,0 5,0 10,0 10,0 10,0
Rega -
(VLA) (VMA) (VMA) (VMA) (VMA)
6,5-8,5 0,10 0,05 0,20 - 0,05
Consumo humano
(VLA) (VMA) (VMA) (VMA) (VMA) (VMA)
Baseado em A. Gonçalves, «Impactes ambientais em áreas mineiras ativas O caso da ribeira do Bodelhão Minas da Panasqueira», Universidade
de Coimbra, 2010 e em C. Dinis da Gama et al., «Impacte ambiental das águas subterrâneas pela drenagem ácida de rochas na exploração de
minas», XII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, 2002
Baseado na Prova de Exame de Biologia e Geologia, IAVE, 2016. Época Especial
1. Identifique o tipo de metamorfismo responsável pela formação dos xistos da região da Panasqueira.
Proposta de resolução
✓ Uma vez que os xistos são rochas metamórficas que patenteiam foliação, mais concretamente xistosidade, e que
este tipo de textura resulta da existência de um campo de tensões dirigidas, infere-se que o metamorfismo responsável
pela origem dos xistos da região da Panasqueira foi um metamorfismo regional.
2. Os filões de quartzo mineralizados são mais ____ do que os xistos e resultaram de uma atividade magmática ____
(A) recentes ... intrusiva;
(B) recentes ... extrusiva;
(C) antigos ... intrusiva;
(D) antigos ... extrusiva;
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a formação dos filões de quartzo mineralizados está relacionada com fluidos hidrotermais a
temperaturas incompatíveis com regiões superficiais da litosfera. Assim, deve excluir-se a opção B.
✓ Reconhecer, atendendo ao Princípio da Interseção e à idade de cada uma das formações rochosas enunciadas no
texto, que a formação dos filões de quartzo mineralizados é posterior à formação dos xistos e que estes não podem
ser mais antigos. Assim, deve excluir-se a opção C.
✓ Reconhecer, atendendo ao Princípio da Interseção e à idade de cada uma das formações rochosas enunciadas no
texto, que a formação dos filões de quartzo mineralizados é posterior à formação dos xistos e que estes não podem
ser mais antigos. Por outro lado, reconhecer que a formação dos filões de quartzo mineralizados está relacionada com
fluidos hidrotermais a temperaturas incompatíveis com regiões superficiais da litosfera. Assim, deve excluir-se a opção
D.
✓ Selecionar a opção A, atendendo ao Princípio da Interseção e à idade de cada uma das formações rochosas
enunciadas no texto, uma vez que a formação dos filões de quartzo mineralizados é posterior à formação dos xistos e
se encontra associada a fluidos hidrotermais com temperaturas apenas compatíveis com regiões profundas da litosfera.
3. Na ribeira do Bodelhão, a presença de cobre, resultante da oxidação da ____ deve-se, essencialmente, à descarga
de água da galeria da ____.
(A) calcopirite ... Fonte do Masso;
(B) cassiterite ... Fonte do Massa;
(C) calcopirite … Salgueira;
(D) cassiterite … Salgueira;
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que a presença de cobre resulta da oxidação de calcopirite por ser o mineral que contém este elemento
químico, porém os valores apresentados na Tabela 1 para o local de recolha 2 não indiciam valores de Cu elevados
na água da ribeira. Assim, deve excluir-se a opção A.
✓ Reconhecer que a presença de cobre não resulta da oxidação da cassiterite por o mineral não conter este elemento
químico, além de que os valores apresentados na Tabela 1 para o local de recolha 2 não indiciam valores de Cu
elevados na água da ribeira. Assim, deve excluir-se a opção B.
✓ Reconhecer que a presença de cobre não resulta da oxidação da cassiterite por o mineral não conter este elemento
químico, apesar de os valores apresentados na Tabela 1 para o local de recolha 4 indiciarem valores de Cu elevados
na água da ribeira. Assim, deve excluir-se a opção D.
✓ Selecionar a opção C, reconhecendo que a presença de cobre resulta da oxidação de calcopirite por ser o mineral
que contém este elemento químico, e que os valores apresentados na Tabela 1 para o local de recolha 4 indiciam
valores de Cu elevados na água da ribeira.
100
4. Considere as seguintes afirmações, referentes à água da ribeira do Bodelhão no troço representado.
I. A montante da descarga da galeria da Fonte do Masso, a água pode ser usada para consumo humano.
II. No local de colheita 4, a água pode ser usada para a rega.
III. O valor do pH da água diminui no sentido da corrente.
(A) III é verdadeira; I e lI são falsas;
(B) I é verdadeira; II e III são falsas;
(C) II e III são verdadeiras; I é falsa;
(D) I e II são verdadeiras; III é falsa;
Proposta de resolução
✓ Analisar os dados da Tabela 1 e identificar o valor de Mn como incompatível com os valores próprios de água para
consumo humano — Afirmação falsa.
✓ Analisar os dados da Tabela 1 e identificar o valor de Zn como incompatível com os valores próprios de água para
rega — Afirmação falsa.
✓ Analisar os dados da Tabela 1 e verificar que de montante/nascente para jusante/foz o pH da água da ribeira do
Bodelhão torna-se mais ácido, passando de 5,27 para 4,18 — Afirmação verdadeira.
✓ Selecionar a opção A.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que o quartzo não pertence ao grupo dos sulfuretos. Assim, deve excluir-se a opção A.
✓ Reconhecer que a pirite não pertence ao grupo dos silicatos. Assim, deve excluir-se a opção C.
✓ Reconhecer que o quartzo pertence ao grupo dos silicatos e a pirite se integra no grupo dos sulfuretos e não o
contrário. Assim, deve excluir-se a opção D.
✓ Selecionar a opção B, reconhecendo que o quartzo pertence ao grupo dos silicatos e a pirite ao grupo dos sulfuretos.
6. Quando os xistos que existem, atualmente, na região mineira da Panasqueira se formaram, predominavam
(A) processos associados a um estiramento da crusta continental;
(B) tensões associadas a um limite convergente de placas;
(C) processos associados ao alargamento de bacias sedimentares;
(D) tensões associadas a um limite divergente de placas;
Proposta de resolução
✓ Compreender que os contextos de estiramento da crusta se encontram associados a limites divergentes
incompatíveis com a formação de xistos. Assim, deve excluir-se a opção A.
✓ Compreender que os processos de alargamento de bacias sedimentares se encontram associados a limites
divergentes incompatíveis com a formação de xistos. Assim, deve excluir-se a opção C.
✓ Compreender que as tensões associadas a limites divergentes são incompatíveis com a formação de xistos. Assim,
deve excluir-se a opção D.
✓ Selecionar a opção B, reconhecendo que a formação de xistos se encontra associada a tensões não litostáticas
típicas de contextos compressivos compatíveis com a convergência de placas.
7. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos
acontecimentos que ocorreram na região da Panasqueira.
A. Instalação do vale do rio Zêzere.
B. Formação de rochas com textura foliada.
C. Recristalização de minerais por metamorfismo de contacto.
D. Intrusão de magmas ricos em sílica.
E. Exploração de filões de quartzo mineralizados.
Proposta de resolução
✓ Reconhecer que os xistos, rochas com textura foliada, foram as primeiras a formar-se na sequência cronológica
descrita em relação à região da Panasqueira, selecionando a letra B.
✓ Compreender que após a formação de xistos se instalaram magmas ricos em sílica, pelo que se seleciona em
seguida a letra D — BD.
✓ Reconhecer que da instalação de líquidos magmáticos a elevadas temperaturas resultou a recristalização de
minerais através de metamorfismo de contacto, selecionando então a letra C — BDC.
✓ Compreender que a ação de agentes erosivos propiciou a instalação de vale do rio Zêzere, selecionando então a
letra A — BDCA.
✓ Reconhecer que a exploração de filões quartzíticos decorre na atualidade após a atuação lenta e gradual dos demais
processos geológicos enunciados, selecionando-se a letra E — BDCAE.
101
8. Relacione a existência de escombreiras na região da Panasqueira com a alteração do pH da água do rio Zêzere nas
proximidades da mina.
Etapas de resolução
A questão pode ser estruturada em três partes centrais:
✓ As escombreiras na Panasqueira são acumulações de ganga resultantes da separação do minério (minerais ricos
em sulfuretos). Estas escombreiras encontram-se expostas à ação da água da chuva.
✓ A água da chuva reage com os sulfuretos, promovendo a sua acidificação.
✓ A escorrência e/ou a infiltração de água da chuva acidificada acaba por diminuir o pH da água do rio Zêzere.
Exercícios propostos 5
Para além de essencial à vida na Terra, a água é um recurso fundamental para o desenvolvimento da humanidade,
pois é utilizada nos setores industrial, agropecuário e doméstico. Desta forma compreende-se a necessidade de
proteger os aquíferos, da contaminação e da sobre-exploração.
A Figura 1 representa os aquíferos I e II com características distintas.
Figura 1
102
6. Faça corresponder cada uma das afirmações relativas à constituição de aquíferos, expressas na coluna A à respetiva
designação, que constam na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Determina a capacidade de armazenamento de uma rocha. (1) Permeabilidade
(b) Região permeável que pode ser atravessada pela água da chuva e pode (2) Porosidade
apresentar posição lateral. (3) Zona de recarga
(c) A sua espessura aumenta durante os períodos de pluviosidade intensa. (4) Zona de saturação
(5) Zona de aeração
Exercícios propostos 6
O Couto Mineiro de Jales abarca diversos pontos de exploração aurífera, sendo o mais relevante a antiga Mina dos
Mouros, vulgarmente conhecida como Mina de Jales, localizada junto à povoação de Campo de Jales, no concelho de
Vila Pouca de Aguiar (Vila Real).
O setor de Jales é atravessado por uma importante província auro-argentífera que abrange parte do NO da Península
Ibérica. Aqui ocorrem mineralizações auríferas primárias do tipo filoniano, estudadas por vários autores, que associam
as ocorrências em Jales à zona de cisalhamento dúctil de Peneda-Borralha-Gralheira e a um alinhamento N 20° E,
subparalelo à grande falha de Penacova-Régua-Verin.
Na Mina de Jales a exploração incidiu sobre o Filão do Campo que corresponde a um conjunto de filões quartzosos
com sulfuretos e mineralização auro-argentífera de direção N25°-30°E e inclinação sub-vertical (70° 85° ONO).
Em 2001 o governo português atribuiu à EXMIN — Companhia de Indústria e Serviços Mineiros e Ambientais, SA,
empresa do grupo EDM, a concessão, em regime de exclusividade, para o exercício da atividade de recuperação
ambiental das áreas mineiras degradadas, conforme estabelecido no Decreto-Lei no 198-N2001 de 6 de julho de 2001.
Baseado em Lobarinhas, D., Diamantino, C. e Carvalho, E., (2018). Reabilitação ambientai da antiga área mineira de Jales. Recursos Geológicos de Trás-os-Montes —
passado, presente e perspetivas futuras, IPB, Bragança, pp. 269-283.
1. O ouro é um recurso
(A) mineral ornamental, com larga utilização em joalharia, que em Jales ocorre associado à prata;
(B) natural, com interesse económico quando em concentração igual ao clarke;
(C) mineral metálico, que em Jales ocorre associado à instalação de fluidos hidrotermais;
(D) natural renovável, que pode ser explorado em jazigos primários ou em jazigos secundários;
4. Explique a importância da atividade de recuperação ambiental das áreas mineiras degradadas após o encerramento
da exploração e a necessidade de controlo posterior das zonas requalificadas.
PROVA-MODELO 9
GRUPO I
Os basaltos são rochas típicas de zonas da crusta terrestre onde ocorreu ascensão magmática, tais como as dorsais
oceânicas e os pontos quentes. A Figura 1 apresenta uma fotografia de uma lâmina delgada de um basalto olivínico,
observada ao microscópio petrográfico.
103
1. A rocha representada na Figura 1 é rica em minerais
(A) félsicos, pelo que se designa rocha leucocrata; (C) máficos, pelo que se designa rocha leucocrata;
(B) félsicos, pelo que se designa rocha melanocrata; (D) máficos, pelo que se designa rocha melanocrata;
3. O basalto é uma rocha magmática que resultou da solidificação de um magma _____ proveniente de material ____,
que ascendeu através de riftes.
(A) ácido ... mantélico; (C) ácido ... crustal;
(B) alcalino ... mantélico; (D) alcalino ... crustal;
6. Faça corresponder cada uma das afirmações relativas a rochas magmáticas, expressas na coluna A à respetiva
designação de rochas, que constam na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Rocha que durante a sua formação foi sujeita a incarbonização. (1) Corneana
(b) Rocha resultante da metamorfização do calcário. (2) Mármore
(c) Rocha quimiogénica constituída por carbonato de cálcio. (3) Carvão
(4) Travertino
(5) Calcário conquífero
7. Os basaltos são rochas típicas de zonas da crusta terrestre onde ocorre ascensão magmática, tais como os pontos
quentes.
Relacione a formação de basaltos com o contexto tectónico e magmático associado à formação de pontos quentes.
GRUPO II
Uma árvore filogenética é uma representação gráfica, em forma de árvore, onde se esquematizam as relações
evolutivas entre vários grupos de organismos, tendo por base a existência de ancestrais comuns. A Figura 2 apresenta
uma possível árvore filogenética para os tetrápodes — superclasse de vertebrados terrestres, que possuem quatro
membros — e dos seus parentes vivos mais próximos, os peixes pulmonados.
Neste diagrama, as barras verdes indicam a origem de três importantes homologias.
Figura 2 - Árvore filogenética dos tetrápodes e dos seus parentes vivos mais próximos, os peixes pulmonados, baseada
em dados anatómicos e no estudo das sequências de DNA.
104
1. De acordo com a árvore filogenética apresentada na Figura 2, os
(A) crocodilos e as aves possuem em comum o ancestral 6;
(B) peixes pulmonados e os tetrápodes possuem em comum o ancestral 2;
(C) anfíbios e os amniotas possuem em comum o ancestral 2;
(D) crocodilos, os lagartos e as cobras possuem em comum o ancestral 5;
4. Considerando que as aves e os crocodilos habitaram regiões com características distintas é de supor que o
aparecimento de penas resulte de um processo de evolução ____ tendo os dois grupos de seres vivos sido
submetidos a pressões seletivas ____ ao longo do tempo.
(A) divergente ... semelhantes;
(B) divergente ... diferentes;
(C) convergente ... semelhantes;
(D) convergente ... diferentes;
6. Faça corresponder cada uma das afirmações relativas a tipos de classificações, expressas na coluna A às respetivas
designações que constam na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Privilegia a observação de características morfológicas e fisiológicas que exprimem (1) Racionais
afinidade entre os seres vivos. (2) Práticas
(b) Baseiam-se na observação de um número reduzido de características. (3) Artificiais
(c) Traduzem a posição de um ser vivo face aos seus antepassados. (4) Verticais
(5) Horizontais
7. A construção da árvore filogenética dos tetrápodes e dos seus parentes vivos mais próximos, os peixes pulmonados,
apresentada na Figura 2, baseou-se em dados anatómicos e no estudo das sequências de DNA.
Explique por que razão os argumentos anatómicos e moleculares, habitualmente, se enquadram/ajustam na explicação
do padrão evolutivo neste tipo de diagramas.
GRUPO III
A anáfase é o estádio mais curto da mitose durando, por vezes, apenas alguns minutos. A anáfase tem início com a
clivagem/cisão do cinetocoro, na proximidade do centrómero, e termina quando cada polo da célula possui uma coleção
completa e idêntica de cromossomas. A migração dos cromossomas ocorre por encurtamento dos microtúbulos do
fuso acromático/ /mitótico, a que estes se ligam no início desta etapa.
Apesar da descrição morfológica da anáfase ser bem conhecida, a interpretação desse processo não é ainda
consensual. A investigação que se descreve contribuiu para a compreensão deste estádio da mitose.
Questão-problema:
Os microtúbulos do fuso mitótico movimentam os cromossomas através do encurtamento do seu comprimento a partir
da extremidade ligada ao cinetocoro ou a partir dos polos da célula?
Procedimento:
1. Rotularam-se com um corante amarelo fluorescente específico os microtúbulos de células renais de porco numa
fase precoce de anáfase (Figura 3).
105
2. Posteriormente, marcou-se uma região dos microtúbulos localizada entre a extremidade dos polos do fuso mitótico
e o cinetocoro, usando para isso um laser, de modo a eliminar a fluorescência dessa região, mas deixando os
microtúbulos intactos (Figura 4).
3. Monitorizou-se o decurso da anáfase, registando as mudanças de comprimento dos microtúbulos em ambos os
lados da região assinalada.
Figura 3 Figura 4
Resultados
A Figura 5 representa os resultados obtidos no decurso da anáfase nas células de rim de porco.
Figura 5
1. Pode ter sido considerada como hipótese no estudo realizado, que o movimento dos cromossomas para os polos
das células
(A) é provocado pelo encurtamento dos microtúbulos na extremidade junto ao cinetocoro;
(B) resulta da alteração da composição das proteínas do cinetocoro presente na proximidade do centrómero;
(C) deve-se à clivagem do centrómero, aquando da separação dos cromatídios no início da anáfase;
(D) decorre da separação dos cromatídios, que encurtam as extremidades dos microtúbulos;
3. Refira de que modo foi possível monitorizar a mudança de comprimento dos microtúbulos inicialmente rotulados com
um corante amarelo fluorescente.
4. A mitose é um processo
(A) de divisão equacional, que permite a reprodução sexuada de seres vivos simples;
(B) que integra o ciclo celular e garante a formação de duas células-filhas de tamanho igual à célula-mãe;
(C) anterior à citocinese, concorrendo para a distribuição equitativa do citoplasma pelas células-filhas;
(D) que garante a formação de duas células-filhas com igual número de cromossomas ao da célula-mãe;
106
7. Os microtúbulos são estruturas dinâmicas, constituídos por subunidades de tubulina que são constantemente
removidas das suas extremidades, enquanto outras vão sendo adicionadas.
Relacione os resultados do estudo com as características dos microtúbulos do fuso acromático, de modo a concluir
acerca do processo de ascensão polar dos cromatídios durante a anáfase.
GRUPO IV
Um perfil geológico é a representação de uma secção da Terra, de acordo com uma determinada direção, a partir dos
dados recolhidos no terreno e sintetiza a reconstituição da sua história geológica.
A Figura 6 representa esquematicamente o perfil geológico de uma dada região. As ceratites e as numulites
correspondem a exemplares fósseis de ambiente marinho.
Figura 6
2. A falha F é ____ tendo, durante a sua formação, ocorrido a _____ do teto em relação ao muro.
(A) inversa ... descida
(B) normal ... descida
(C) inversa ... subida
(D) normal ... subida
1. Tendo em conta o episódio sísmico de 6 de abril de 2009, à medida que aumenta a distância em relação a Áquila, é
de esperar um aumento
(A) do desfasamento entre o tempo de chegada das ondas S e P;
(B) da magnitude sísmica;
(C) da amplitude das ondas sísmicas;
(D) da intensidade sísmica;
2. Os dados sísmicos contribuem para o estudo da estrutura interna da Terra por métodos _____, tal como os dados
oriundos _____.
(A) diretos ... da análise de amostras de materiais lunares;
(B) diretos ... de estudos gravimétricos;
(C) indiretos ... da análise de xenólitos;
(D) indiretos ... de estudos geomagnéticos;
3. O sismo de 6 de abril de 2009 teve uma magnitude de 6,3 graus na escala de _____ que quantifica _____.
(A) Richter ... os efeitos provocados nas construções;
(B) Richter ... a energia libertada no foco;
(C) Mercalli ... a energia libertada no epicentro;
(D) Mercalli ... os efeitos provocados na topografia;
4. O diferente grau de alteração química evidenciado pelos minerais constituintes dos granitos do norte de Portugal,
quando expostos a condições subaéreas, permite inferir que
(A) todas as estruturas cristalinas são estáveis nas novas condições ambientais;
(B) os minerais gerados em profundidade tornam-se estáveis à superfície;
(C) os diferentes minerais apresentam diferentes pontos de fusão;
(D) diferentes minerais reagem de igual modo aos agentes de meteorização química;
5. Tendo por base cálculos resultantes da análise de 30 abalos sísmicos que ocorreram nas últimas décadas (entre
1967 e 1995), alguns investigadores defendem que a rotação do núcleo interno interfere com as movimentações dos
fluidos metálicos do ____. Assim, é previsível que tal fenómeno possa influenciar diretamente o _____ terrestre.
(A) núcleo externo ... campo gravítico;
(B) manto ... campo magnético;
(C) manto ... campo gravítico;
(D) núcleo externo ... campo magnético;
7. Faça corresponder cada uma das descrições, expressas na coluna A à respetiva designação, que consta na coluna
B.
Coluna A Coluna B
(a) Grandes catástrofes justificaram alterações ocorridas à superfície da (1) Princípio de atualismo
Terra. (2) Princípio da sobreposição
(b) Assume que as leis físicas são válidas, independentemente do espaço e (3) Princípio da horizontalidade inicial
do tempo. (4) Catastrofismo
(c) A sua aplicação atribui uma idade superior aos estratos mais profundos (5) Idade radiométrica
relativamente aos superficiais.
8. As alterações comportamentais de alguns animais, como os sapos do Lago de San Ruffino, podem funcionar como
uma ferramenta auxiliar para a previsão de episódios sísmicos.
Explique as interações Geosfera Atmosfera Biosfera subjacentes à medida de minimização de risco sísmico
acima mencionada.
108
GRUPO II
Durante os diferentes meses do ano, em espécies vegetais perenes1 podem ocorrer, em função das condições
ambientais, variações nas trocas gasosas e nas relações hídricas.
A enxertia consiste na união de tecidos pertencentes a duas plantas, permitindo a formação de um exemplar constituído
por duas partes: o enxerto (parte superior, que produz os frutos da variedade da planta pretendida) e o porta-enxerto
(parte inferior, que compreende o sistema radicular de uma outra planta). As diversas combinações enxertos e porta-
enxertos podem explicar as diferenças encontradas nas respostas da laranjeira (Citrus sinensis) às condições
ambientais características de cada época do ano.
Realizou-se um estudo com o objetivo de avaliar a influência das condições ambientais existentes nos meses de
janeiro, março e julho na taxa fotossintética, na abertura estomática e na taxa de transpiração de laranjeiras do tipo
Valência, enxertadas em quatro espécies diferentes.
Resultados:
Avaliaram-se a taxa fotossintética, a abertura estomática e a taxa de transpiração nas diferentes combinações vegetais.
As medições ocorreram, nos períodos da manhã (das 9 h às 11 h) e da tarde (das 13 h às 15 h), nos meses de janeiro,
março e julho.
Na Figura 1, constam os resultados relativos aos valores médios dos diferentes parâmetros em estudo.
Nota: 1 Plantas perenes são espécies vegetais que sobrevivem por mais do que uma estação.
109
1. No estudo descrito, uma das variáveis dependentes foi
(A) a variedade utilizada como porta-enxerto;
(B) o grau de abertura dos estomas;
(C) a espécie de planta utilizada como enxerto;
(D) o volume de solo colocado nos tanques;
3. As condições ambientais registadas nos diferentes meses _______ as taxas de transpiração. No mês de _____, as
diferenças nessas taxas, entre os períodos da manhã e da tarde, são inferiores.
(A) influenciam ... julho;
(B) não influenciam ... janeiro;
(C) não influenciam ... julho;
(D) influenciam ... janeiro;
5. No processo de produção de compostos orgânicos pelas diferentes combinações enxerto e porta-enxerto, a fixação
do CO2 ocorre
(A) no cloroplasto, durante a fase dependente diretamente da luz;
(B) na mitocôndria, durante a fase não dependente diretamente da luz;
(C) no estroma, durante o Ciclo de Calvin;
(D) na membrana dos tilacoides, durante a fase fotoquímica;
6. No ciclo de vida de Citrus sinensis, o esporófito é uma entidade _____, que resulta das sucessivas divisões do
(A) diploide ... esporo;
(B) diploide … zigoto;
(C) haploide ... esporo;
(D) haploide … zigoto;
7. Os resultados obtidos no mês de janeiro sugerem que, nas plantas de laranjeira do tipo Valência, existe uma
correlação entre a taxa fotossintética e a abertura estomática.
Explique a variação da taxa fotossintética, entre os períodos da manhã e da tarde do mês de janeiro, relacionando-a
com o grau de abertura estomática evidenciado pelas plantas durante esse mesmo período do ano, independentemente
do porta-enxerto utilizado.
8. Relacione o espetro de absorção das clorofilas com a cor verde-amarelada evidenciada pelas folhas da grande
maioria das espécies vegetais.
GRUPO III
O Portinho da Arrábida posiciona-se a sudeste do relevo mais imponente da península de Setúbal — a Serra da
Arrábida — que atinge no seu ponto mais elevado 501 m de altitude (Formosinho). Este relevo alonga-se por 10 km,
aproximadamente, e apresenta uma orientação geral nordeste — sudoeste.
A Serra da Arrábida possui uma estrutura complexa, sendo formada por um anticlinal assimétrico de vergência para
sul. No flanco norte desta estrutura afloram todas as unidades compreendidas entre o Liássico (Jurássico inferior) e o
Miocénico, aumentando a inclinação das camadas à medida que se caminha para sul, diminuindo, de seguida, na zona
de charneira do anticlinal do Formosinho (Figura 2). No flanco sul podem observar-se rochas de natureza variada:
dolomitos, calcários, margas, arenitos, conglomerados, areias e argilas.
A vertente sul da Serra da Arrábida, muito abrupta, é constituída pelos Dolomitos do Convento (Jurássico inferior a
médio). O traçado desta vertente é determinado pelo grande acidente tectónico que afeta o Miocénico do Portinho da
Arrábida a leste e se prolonga para oeste pelo vale da Mata do Solitário. É esta imponente escarpa litoral que confere
à Serra da Arrábida a sua inconfundível originalidade.
Baseado em A. Cruces et. al, «A Geologia no Litoral: da Lagoa de Albufeira a Setúbal”, 2001
110
Figura 2 - Corte geológico simplificado do Anticlinal do Formosinho (Serra da Arrábida).
1. A Serra do Formosinho está inserida numa estrutura geológica com a concavidade voltada para ____, sendo o seu
núcleo formado pelas rochas mais _____.
(A) cima ... antigas;
(B) baixo ... recentes;
(C) baixo ... antigas;
(D) cima ... recentes;
5. Considere as afirmações que se seguem relativas a diferentes materiais rochosos da serra da Arrábida.
I. O aumento da temperatura das águas de circulação promove a dissolução dos calcários.
II. Areias e argilas são sedimentos porosos e permeáveis.
III. Uma formação calcária que apresente fissuras interligadas pode constituir um bom aquífero.
(A) I e II são verdadeiras; III é falsa;
(B) II é falsa; I e III são verdadeiras;
(C) III é verdadeira; I e II são falsas;
(D) I e III são falsas; II é verdadeira;
6. A aragonite e a calcite são carbonatos de cálcio que cristalizam em várias formas, pelo que são
(A) isomorfos, pois apresentam a mesma composição química e diferente estrutura cristalina;
(B) isomorfos, pois apresentam a mesma estrutura cristalina e diferente composição química;
(C) polimorfos, pois apresentam a mesma estrutura cristalina e diferente composição química;
(D) polimorfos, pois apresentam a mesma composição química e diferente estrutura cristalina;
7. O movimento relativo entre os dois blocos da falha X é, geralmente, quantificado pelo seu _____, tendo-se esta
formado em contexto _____.
(A) rejeito ... compressivo
(B) eixo ... distensivo
(C) rejeito… distensivo
(D) eixo ... compressivo
111
8. O predomínio de sedimentos ____ na constituição dos conglomerados permite supor a elevada duração do seu
transporte. Porém, a heterogeneidade do tamanho dos seus constituintes coloca reservas quanto à sua classificação
como material geológico ____ calibrado.
(A) angulosos ... bem;
(B) angulosos ... mal;
(C) rolados ... bem;
(D) rolados ... mal;
9. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica de alguns dos acontecimentos que
ocorreram na área cujo corte está representado na Figura 2.
A. As tensões ultrapassaram o limite de resistência dos materiais rochosos.
B. Deposição de material rochoso no decurso do Jurássico superior.
C. Deformação contínua das formações rochosas.
D. Formação dos Dolomitos do Convento.
E. Os movimentos tectónicos geraram um regime de deformação compressivo.
10. Explique por que razão o Formosinho corresponde ao ponto de altitude mais elevada da Serra da Arrábida,
atendendo ao diferente grau de resistência à meteorização e à erosão evidenciado pelas rochas que aí se encontram.
GRUPO IV
Os peixes pulmonados africanos Protopterus annectens são capazes de erguer o corpo do fundo dos lagos ou pântanos
e caminhar, mediante a utilização de dois membros pélvicos.
Tais características são atribuídas aos tetrápodes, que foram os primeiros seres vivos a apresentarem apêndices
locomotores adequados à vida terrestre. Para além disso, alguns rastos fossilizados, daqueles que se pensa que
tenham sido os antepassados dos atuais peixes pulmonados, revelam que estes animais alternavam os seus membros,
sugerindo que se deslocavam sobre um solo firme. Todavia, no presente, é possível constatar que animais aquáticos
com morfologias muito distintas podem, mesmo assim, evidenciar semelhanças acentuadas a nível funcional.
Desde muito cedo que estes peixes se tornaram populares, entre os paleontólogos, devido à sua peculiar história
evolutiva, fortemente moldada pela transição do ambiente aquático para o ambiente terrestre. Foi entretanto
descoberto, que dois dos seus membros servem para progredir, uma vez que se elevam para apoiar o corpo, sem o
suporte dos quadris. Aquando do seu caminhar, o peixe alterna os movimentos dos dois membros, para a frente, num
movimento semelhante ao dos tetrápodes.
O facto de apenas dois membros tão finos assegurarem a locomoção poderá dever-se à menor influência da gravidade
em ambiente aquático. Para além disso, ao encherem os pulmões de ar, aumentam a sua flutuabilidade, o que facilita
o levantamento do corpo.
Os cientistas admitem que, milhões de anos antes dos tetrápodes primitivos, os ancestrais dos peixes pulmonados
possuíam já esta forma de propulsão, o que lhes conferiu a capacidade de se deslocarem nas profundidades dos lagos
ou dos pântanos.
Baseado em A. Ganhão, «O peixe caminhante, um elo fundamental na evolução da vida», 2011
1. No presente, a existência de animais aquáticos com morfologias muito distintas e acentuadas semelhanças a nível
funcional relaciona-se com a ocorrência de processos de evolução ______, em seres que foram sujeitos na _______
pressões seletivas.
(A) divergente ... idênticas;
(B) convergente ... distintas;
(C) convergente ... idênticas;
(D) divergente ... distintas;
2. Nos peixes pulmonados, a presença de uma bexiga natatória ajustada à ventilação permite-lhes retirar o oxigénio
diretamente do ar atmosférico. Segundo uma perspetiva darwinista, a referida faculdade deveu-se à
(A) atuação da seleção natural sobre um grupo de indivíduos de uma população;
(B) necessidade de sobreviver num ambiente em que a água é fator limitante;
(C) à ocorrência de mecanismos de recombinação genética;
(D) adaptação individual em função de uma alteração ambiental;
112
5. O fluxo de iões entre o interior e o exterior das células de Protopterus annectens, através da membrana
citoplasmática,
(A) é assegurado por um transporte não mediado;
(B) depende apenas dos movimentos laterais e flip-flop dos fosfolípidos;
(C) é regulado por proteínas extrínsecas;
(D) depende da intervenção de proteínas transmembranares;
7. Faça corresponder cada uma das descrições, da coluna A à respetiva designação, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Sequência de desoxirribonucleótidos que contém informação para a síntese de (1) Nucleótido
uma dada proteína. (2) Genoma
(b) Monómero que entra na constituição dos ácidos nucleicos. (3) Gene
(c) Ligação existente entre bases nitrogenadas de cadeias desoxirribonucleotídicas (4) Pontes de hidrogénio
complementares. (5) Ligação fosfodiéster
8. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos que ocorrem durante
o processo que conduz à produção de gâmetas por Protopterus annectens.
A. Formação de tétradas cromatídicas.
B. Disjunção de cromossomas dicromatídicos.
C. Autoduplicação do DNA.
D. Díada celular.
E. Migração polar de cromatídios.
9. Atualmente, considera-se que os peixes pulmonados africanos Protopterus annectens poderão estar na origem
evolutiva dos primeiros tetrápodes terrestres.
Explique a importância biológica de Protopterus annectens para a reconstituição da colonização dos ambientes
terrestres pelos tetrápodes primitivos.
Prova-modelo global 2
GRUPO I
O Monte Agung é um estratovulcão1 localizado na ilha de Bali, na Indonésia. Trata-se do ponto mais elevado da ilha,
com 3142 metros de altitude.
A 24 de maio de 2019, ocorreu um evento eruptivo que durou cerca de 4 minutos e meio, com emissão de lava e
projeção de piroclastos até, aproximadamente, 2,5 km a 3 km de distância. Registou-se queda de cinzas em dezenas
de aldeias, não havendo registo de feridos, nem necessidade de evacuação das populações. Alguns dos voos para a
Austrália foram, no entanto, cancelados.
O Agung tem vindo a ser monitorizado desde 2017, pois o registo crescente da atividade sísmica indiciava que uma
erupção de grandes proporções viria a acontecer. Durante o mês de outubro de 2017, e apesar da contínua atividade
sísmica, o vulcão expeliu apenas água sob a forma de vapor devido ao aquecimento, por ação do magma, de água
subterrânea.
A última grande erupção do Agung ocorreu em 1963, durou mais de um ano e os fluxos piroclásticos vitimaram mais
de 1600 pessoas na ilha.
O contexto geotectónico do Monte Agung está representado na Figura 1.
113
1
Nota: Os estratovulcões são grandes edifícios vulcânicos com forma geral cónica, construídos pela intercalação de
fluxos de lava e produtos piroclásticos emitidos por uma ou mais condutas.
Baseado em S. Sennert, «Weekly Volcanic Activity Report, 27 december-2 january 2018», 2018 www.cvarg.azores.gov.pt
1. O vulcão Monte Agung está associado a um limite _____ entre duas placas litosféricas, verificando-se movimento
relativo da placa Indo-australiana, aproximadamente, de _____.
(A) convergente ... SO para NE;
(B) divergente ... SO para NE;
(C) convergente ... NE para SO;
(D) divergente ... NE para SO;
2. O Monte Agung apresenta vulcanismo do tipo _____ e integra material piroclástico associado a fases de atividade
vulcânica _____.
(A) fissural ... efusiva;
(B) fissural ... explosiva;
(C) central ... explosiva;
(D) central … efusiva;
3. O grau geotérmico
(A) aumenta com a aproximação a zonas de rifte;
(B) diminui com o decréscimo do gradiente geotérmico de uma dada zona;
(C) aumenta com a aproximação a zonas de fossa;
(D) diminui com o decréscimo do fluxo térmico de uma dada zona;
7. Explique de que forma a monitorização do vulcão Monte Agung, recorrendo a dados registados por um sismógrafo
colocado na região, permite prever novas erupções e prevenir perda de vidas humanas e de bens materiais.
8. Faça corresponder cada uma das descrições, expressas na coluna A à respetiva designação, que consta na coluna
B.
Coluna A Coluna B
(a) Escoada que resulta da erupção submarina de material magmático fluido. (1) Lava pahoehoe
(b) Escoada que resulta de uma erupção subaérea e que apresenta a superfície (2) Lava aa
encordoada. (3) Mofetas
(c) Gases vulcânicos ricos em enxofre emitidos através de fissuras existentes no (4) Pillow lava
terreno. (5) Sulfataras
GRUPO II
O fungo vassoura-de-bruxa (Crinipellis perniciosa) é o principal agente patogénico da planta cacaueiro (Theobroma
cacao) no Brasil, podendo causar perdas, de até 90%, na produção de cacau.
O controlo do referido fungo passa pela utilização de fungicidas naturais (elaborados a partir de extratos vegetais) ou
pela indução de resistência da planta do cacaueiro, através da sua pulverização com substâncias que evitam ou
atrasam a entrada do fungo nos tecidos vegetais. Geralmente, a indução de resistência ocorre pela ativação de genes
que codificam PRP's (família de proteínas, que inclui a enzima quitinase), promotoras de processos de defesa no
decurso da infeção.
114
O presente estudo visou avaliar a eficácia da pulverização foliar de Theobroma cacao com vários extratos vegetais de
plantas saudáveis e doentes, com extratos de basidiomas1 de fungos Crinipellis perniciosa com origens distintas e com
certos produtos comerciais sintéticos, para proteção da referida planta contra o fungo vassoura-de-bruxa.
1
Nota: Estrutura multicelular produtora de esporos em determinados fungos.
Cultivaram-se, in vitro, plântulas de cacaueiro (Theobroma cacao), sob condições controladas de nutrição, temperatura
e humidade relativa do ar.
PARTE A:
1 - Isolou-se o fungo patogénico (Crinipellis perniciosa) a partir de ramos secos de plantas de cacaueiro infetadas. O
fungo foi cultivado num meio de cultura adequado, até que os basidiomas se desenvolvessem e começassem a produzir
esporos.
2 - Distribuiu-se igual número de plântulas de cacaueiro, com igual grau de desenvolvimento, por diferentes grupos, os
quais foram sujeitos aos tratamentos descritos no Quadro 1.
Tratamentos Condições específicas
1 Pulverização com o produto comercial sintético ASM (acibenzolar-S-metil)
2 Pulverização com EFCSF (extrato aquoso de folhas de cafeeiro saudáveis, a frio)
3 Pulverização com ECC (extrato aquoso de casca de café, fervido)
4 Pulverização com ECCF (extrato aquoso de casca de café, a frio)
5 Pulverização com EFCS (extrato aquoso de folhas de cafeeiro saudáveis, fervido)
6 Pulverização com ECOLIFE (extrato aquoso de biomassa de citrinos)
7 Pulverização com EFID (extrato aquoso de folhas de cafeeiro infetadas com o fungo Hemileia vastatrix, fervido)
8 Pulverização com EFIDF (extrato aquoso de folhas de cafeeiro infetadas com o fungo Hemileia vastatrix, a frio)
9 Não ocorreu pulverização com qualquer produto comercial ou extrato aquoso (SP)
3 — Sete dias após a realização dos referidos tratamentos aplicou-se, à totalidade de plântulas, uma gota da suspensão
de esporos do fungo C. perniciosa, oriundo de plantas de cacaueiro, na concentração de 1 x 105 esporos viáveis m L-1
Resultados:
Ao fim de sessenta dias, foi avaliada a incidência do fungo vassoura-de-bruxa nos diferentes grupos de plântulas de
cacaueiro. Os resultados encontram-se expressos no gráfico da Figura 2.
Tratamentos:
Figura 2 — Incidência do fungo vassoura-de-bruxa, 60 dias após a aplicação dos esporos de C. perniciosa
oriundos de plantas de cacaueiro, em grupos de plântulas T. cacao sujeitos a condições específicas.
PARTE B:
1 — Isolou-se o fungo patogénico (Crinipellis perniciosa) a partir de ramos secos de plantas de lobeira infetadas
(Solanum lycocarpum). O fungo foi cultivado num meio de cultura adequado até que os basidiomas se desenvolvessem
e começassem a produzir esporos.
2 — Distribuiu-se igual número de plântulas de cacaueiro, com igual grau de desenvolvimento, por diferentes grupos,
os quais foram sujeitos aos tratamentos enunciados no Quadro 2.
115
3 — Sete dias após a realização dos referidos tratamentos, aplicou-se, à totalidade de plântulas, uma gota da
suspensão de esporos do fungo C. perniciosa, oriundo de plantas de lobeira, na concentração de 1 x 10 5 esporos
viáveis m L-1.
Resultados:
Ao fim de sessenta dias, foi avaliada a incidência do fungo vassoura-de-bruxa nos diferentes grupos de plântulas de
cacaueiro. Os resultados encontram-se expressos no gráfico da Figura 3.
Figura 3 - Incidência do fungo vassoura-de-bruxa, 60 dias após a aplicação dos esporos de C. perniciosa oriundos de
plantas de lobeira (Solanum lycocarpum), em grupos de plântulas de T cacau sujeitos a condições específicas.
3. Considere as afirmações seguintes, referentes à análise dos resultados expressos no gráfico da Figura 2.
I. Os extratos associados a folhas saudáveis de cafeeiro são mais eficientes do que os extratos associados a folhas
infetadas dessa mesma planta.
II. A pulverização com extrato de biomassa de citrinos conduziu à maior percentagem de incidência do fungo vassoura-
de-bruxa.
III. Os valores de incidência de vassoura-de-bruxa associados aos tratamentos ECC e ECCF são muito discrepantes.
(A) II é verdadeira; I e III são falsas;
(B) II e III são verdadeiras; I é falsa;
(C) I é verdadeira; II e III são falsas;
(D) I e III são verdadeiras; II é falsa;
4. Os resultados expressos nos gráficos das Figuras 2 e 3 permitem afirmar que esporos do fungo C. perniciosa
oriundos de plantas de lobeira são, globalmente, _____ resistentes do que esporos do fungo C. perniciosa oriundos de
plantas de cacaueiro. O controlo do crescimento fúngico parece ser mais eficiente quando é utilizado o tratamento __
(A) menos ... ASM;
(B) mais ... SP;
(C) mais ... ASM;
(D) menos ... SP;
5. A síntese de proteínas nos fungos C. perniciosa, organismos, _____ corresponde a um conjunto de reações,
globalmente, _____.
(A) procariontes … anabólicas;
(B) eucariontes ... anabólicas;
(C) procariontes … catabólicas;
(D) eucariontes ... catabólicas;
6. C. perniciosa
(A) absorve os restos de outros seres vivos, após digestão extracorporal;
(B) apresenta uma cavidade gastrovascular onde ocorre digestão extracelular;
(C) digere o alimento num tubo digestivo com duas aberturas independentes;
(D) evidencia digestão extracelular sucedida por digestão intracelular;
116
7. Considere os resultados expressos no gráfico da Figura 3 e as informações que se seguem:
● A enzima PRP quitinase hidrolisa a quitina (principal componente da parede celular dos fungos);
● Estudos recentes referem que exemplares de plântulas de cacaueiro submetidos a um tratamento VLA evidenciam
uma hiperexpressão do gene que codifica a enzima quitinase.
Explique por que razão o tratamento VLA pode constituir uma excelente alternativa à utilização de produtos comerciais
sintéticos (ASM) no combate ao fungo vassoura-de-bruxa, em plântulas de cacaueiro.
Na sua resposta, apresente os resultados que permitem confirmar a sua explicação.
8. Mencione três diferenças entre o fungo vassoura-de-bruxa e as plantas de lobeira, tendo em conta os critérios do
sistema de classificação de Whittaker modificado.
Na sua resposta, indique o critério que está a considerar e as respetivas características dos seres mencionados.
GRUPO III
O diapiro de Loulé situa-se na Bacia Algarvia, no sul de Portugal. Esta é constituída, principalmente, por calcários
marinhos, margas e arenitos, que se depositaram desde o Triásico até ao Holocénico e possui também um complexo
evaporítico, ao qual pertence o referido diapiro.
A deposição da massa de sal-gema do complexo evaporítico deu-se no Hetangiano e está associada a um período de
rifting, onde predominam fenómenos distensivos. A ocorrência de atividade vulcânica contemporânea confere ainda
aos depósitos um caráter vulcano-sedimentar.
Com o aumento da pressão desencadeado pelo peso dos sedimentos que se vão sobrepondo, o sal-gema tornou-se
plástico e começou, no Jurássico médio, a deslocar-se por ação dos movimentos tectónicos, ascendendo em direção
à superfície por zonas frágeis com falhas, dando origem ao diapiro. Várias intrusões de diques ultrabásicos penetraram
o diapiro no final do Cretácico. Estas injeções de material magmático, com 72 Ma, datadas através da técnica K/Ar em
grãos de biotite, estão associadas à ocorrência de um evento ígneo generalizado que originou também os maciços de
Monchique e de Sintra.
Na atualidade, o diapiro de Loulé encontra-se encaixado entre a sequência de calcários e dolomitos do Jurássico e
sobre o seu topo gerou-se uma depressão plana causada pela dissolução do sal-gema.
Baseado em P. Teixeira, «O diapiro de Loulé, estudo geofísico do sal-gema da Mina Campina de Cima», 2017
1. A evolução tectónica e geográfica da Bacia Algarvia contribuiu para a formação de sal-gema, que resultou da
precipitação de
(A) gesso, a partir de soluções ricas em hidrogenocarbonato de cálcio;
(B) calcite, a partir de soluções sulfatadas;
(C) sílica, por evaporação da água;
(D) halite, a partir de soluções ricas em cloreto de sódio;
2. Atendendo ao quimismo dos diques presentes no complexo evaporítico, é possível classificá-los, quanto à cor, como
_____, devido à escassez relativa de minerais _____ na sua composição.
(A) leucocratas … máficos; (C) leucocratas … félsicos;
(B) melanocratas … félsicos; (D) melanocratas … máficos;
3. A instalação de um maciço ígneo como o de Monchique é suscetível de provocar _____ de calcários, originando
_____.
(A) meteorização ... mármores; (C) recristalização … quartzitos;
(B) meteorização … quartzitos; (D) recristalização ... mármores;
4. A biotite apresenta __ e corresponde ao mineral da série descontínua de Bowen com o ponto de fusão mais ___.
(A) clivagem ... baixo;
(B) clivagem ... alto;
(C) fratura ... baixo;
(D) fratura ... alto;
6. Uma característica típica do modelado algarvio, rico em calcário, é a elevada incidência de fenómenos de ______,
que originam uma rede de algares e cavernas. Tal é ______ pelo contacto com águas acidificadas.
(A) precipitação ... promovido; (C) carsificação ... inibido;
(B) carsificação … promovido; (D) precipitação ... inibido;
117
7. Na depressão que se encontra no topo do diapiro do Loulé encontram-se algumas areias argilosas de cor vermelha
que devem a sua cor à meteorização
(A) física por termoclastia; (C) física por esfoliação;
(B) química por carbonatação; (D) química por oxidação;
8. No Algarve, a deteção de sedimentos de origem marinha em séries estratigráficas constituídas, essencialmente, por
depósitos continentais assinala a ocorrência, em determinado momento, de um episódio de ____ marinha, associado
ao _____ da linha de costa.
(A) transgressão … recuo; (C) regressão ... recuo;
(B) transgressão ... avanço; (D) regressão ... avanço;
9. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos
acontecimentos geológicos relacionados com a formação do complexo evaporítico da Bacia Algarvia.
A. Subsidência da camada de sal-gema por aumento da pressão litostática.
B. Instalação de corpos ígneos alcalinos no final do Cretácico.
C. Evaporação de água rica em sais devido ao aumento da temperatura ambiente.
D. Abertura de uma bacia de sedimentação.
E. Migração do sal-gema, no Jurássico médio, através de deformações descontínuas.
10. O cap-rock corresponde à parte superior de um diapiro e em Loulé é, essencialmente, composto por gesso e
anidrite. Trata-se de material litológico que envolve o topo e os bordos do diapiro, impedindo o contacto com águas
oriundas de aquíferos circundantes.
Explique em que medida a existência de cap-rock no diapiro de Loulé contribui para a possibilidade de exploração do
sal-gema na mina Campina de Cima, no Algarve.
GRUPO IV
A relação biótica existente entre a figueira (Ficus sp.) e a vespa-do-figo (Blastophaga psenes) é das mais fascinantes
da natureza.
O ciclo biológico das vespas-do-figo ocorre apenas no interior dos figos (Figura 4). Estes, ao longo de dezenas de
milhões de anos de evolução, acabaram por sofrer inúmeras alterações, devido à interação com o referido inseto, ao
ponto de hoje serem, habitualmente, considerados como fruto. Na verdade, são meros invólucros que contêm,
internamente, centenas de minúsculas flores que produzem sementes, graças à polinização efetuada pelas vespas.
Uma dada vespa-mãe entra no figo a partir de uma pequena abertura (ostíolo), existente na base do mesmo (1). De
seguida, esta deposita os ovos em determinadas flores, polinizando as restantes (2). As flores onde foram depositados
os ovos modificam-se, transformando-se em estruturas endurecidas denominadas galhas, as restantes geram
sementes. As galhas encerram as larvas de vespa durante dois a três meses (3).
As primeiras a saírem das galhas são as vespas-macho. Estes não têm asas e apresentam olhos reduzidos, pelo que
rastejam pelas flores até localizarem as galhas onde se encontram as vespas-fêmea, prontas para a eclosão. Nesse
momento, as vespas-macho introduzem o pénis nas galhas e fecundam a fêmeas, que ainda se encontram no seu
interior. Após acasalamento, o macho, fazendo uso das suas mandíbulas, abre um buraco na parede do figo, através
do qual cai para o solo, acabando por morrer (4). Posteriormente, as fêmeas emergem das galhas, recolhem grãos
de pólen (5), atravessam as aberturas construídas pelos machos e voam em direção a outro figo da mesma ou de
outras figueiras, onde depositarão os seus ovos (6).
118
1. Blastophaga psenes ______ dimorfismo sexual. Durante o seu ciclo de vida, ______ alternância de gerações.
(A) apresenta ... verifica-se;
(B) não apresenta ... verifica-se;
(C) apresenta ... não se verifica;
(D) não apresenta ... não se verifica;
2. A distribuição de nutrientes a todas as células do corpo de Blastophaga psenes é feita sob ____ velocidade, a partir
de um sistema de transporte _____.
(A) baixa ... fechado;
(B) elevada ... fechado;
(C) elevada ... aberto;
(D) baixa ... aberto;
4. A formação das mandíbulas e do pénis de uma dada vespa-macho resulta da ______ a partir de células ______
presentes, inicialmente, na forma larvar.
(A) alteração do genoma … indiferenciadas;
(B) alteração do genoma ... diferenciadas;
(C) regulação da transcrição de genes ... diferenciadas;
(D) regulação da transcrição de genes ... indiferenciadas;
5. Na figueira, ao nível do ciclo de Calvin, as moléculas necessárias para a produção de compostos orgânicos são
(A) CO2, NADPH e ATP;
(B) H2O, NADP+ e ADP;
(C) O2, NADPH e ATP;
(D) O2, NADP+ e ADP;
6. Relativamente à vespa-mãe, as novas vespas-macho, que emergem a partir das galhas, têm
(A) o dobro do número de cromossomas;
(B) o mesmo cariótipo, mas genomas distintos;
(C) as mesmas combinações genéticas;
(D) células somáticas com ploidias distintas;
7. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos
acontecimentos, relativos ao ciclo de vida de Blastophaga psenes. Inicie a ordenação pelo fenómeno que marca a
passagem da haploidia para a diploidia.
A. Deposição de ovos em flores.
B. Cariogamia.
C. Eclosão de vespas-macho.
D. Emergência de vespas-fêmea fecundadas.
E. Formação de larvas dentro de galhas.
8. Faça corresponder cada uma das descrições, expressas na coluna A à respetiva designação, que consta na coluna
B.
Coluna A Coluna B
(a) Meiose característica do ciclo de vida de Blastophaga psenes. (1) Meiose pós-zigótica
(b) Entidade multicelular diploide do ciclo de vida de Ficus sp. (2) Gametófito
(c) Tipo de reprodução associada à semente de Ficus sp. (3) Esporófito
(4) Meiose pré-gamética
(5) Reprodução sexuada
9. As vespas-fêmea que abandonam o figo inicial podem voar até outro figo de uma mesma planta ou atingir um figo
de uma outra.
Refira, justificando, qual das modalidades enunciadas confere maior vantagem evolutiva à planta Ficus sp.
FIM
119
RESOLUÇÕES GEOLOGIA 10º ANO
exercícios propostos 1
1. A opção correta é a C, pois:
- por definição, um sistema possui limites/fronteiras para com a sua vizinhança/o exterior, o que acontece com o oceano Pacífico;
- estabelece trocas de energia (entrada de energia luminosa e saída de energia calorífica) e trocas de matéria (entrada de água da
chuva e saída de vapor de água).
8. Tópicos de resposta:
- Os incêndios florestais destroem a cobertura vegetal.
- A destruição da cobertura vegetal contribui para uma maior exposição dos solos aos agentes atmosféricos, ou,
- A destruição da cobertura vegetal conduz a uma menor coesão entre as partículas do solo, ou,
- A menor coesão entre as partículas dos solos acelera a sua erosão.
11. Os processos subaéreos associados ao ciclo das rochas ocorrem à superfície, pelo que a fonte energética corresponde à energia
solar.
exercícios propostos 2
1. A opção correta é a C, pois:
- após a acumulação de espessas colunas sedimentares (em bacias de sedimentação) ocorreram processos orogénicos;
- assim, a bacia de sedimentação fechou pela ação de forças compressivas e proporcionou a exposição dos xistos negros.
6. (a) – (4): os movimentos laterais entre placas litosféricas associam-se a limites transformantes;
(b) – (1): a litosfera é composta pela crusta e pela parte superior do manto;
(c) – (2): a circulação de materiais ao nível da astenosfera prende-se com as correntes de convecção.
7. Tópicos de resposta:
- Relação entre a similaridade de valores de densidade das massas continentais e a não ocorrência de subducção.
- Relação entre a ação de forças compressivas e o soerguimento/levantamento/exposição de porções da crusta oceânica que
preexistia entre as massas continentais em colisão.
prova-modelo 1
Grupo I
1. A opção correta é a D, pois:
- a soleira basáltica resulta da consolidação do magma;
- o arrefecimento é feito de uma forma rápida, pelo que a formação geológica não evidenciará um elevado número de cristais de
dimensões consideráveis.
5. Fósseis de idade ou estratigráficos, pois correspondem a fósseis de seres que viveram durante um curto intervalo de tempo, tendo
ocupado vastas regiões.
6. Tópicos de resposta:
- O metamorfismo de contacto ocorre em zonas próximas da instalação de intrusões magmáticas.
- A instalação da soleira basáltica conduziu ao metamorfismo das rochas carbonatadas.
- A soleira basáltica é mais recente do que as rochas carbonatadas.
Grupo II
1. Tópicos de resposta:
- A amostra 1 apresenta maior índice de hidrogénio e maior potencial gerador.
- A partir da mesma, será mais eficaz a degradação do querogénio e a geração de hidrocarbonetos, o que permite apoiar a hipótese.
Grupo III
1. A opção correta é a C, pois:
- o granito é uma rocha magmática intrusiva/plutónica;
- após o seu afloramento, os minerais que o compõem passarão a estar sujeitos a valores de pressão e de temperatura inferiores
aos da sua génese;
- nessas condições, os minerais preexistentes tornam-se instáveis e convertem-se em novos minerais, característicos do ambiente
sedimentar.
4. Os gnaisses dos Farilhões correspondem a rochas características de metamorfismo regional de elevado grau.
5. (a) – (2): desde que se cumpra o princípio da horizontalidade inicial pode aplicar-se o princípio da sobreposição;
(b) – (4): por esse motivo dentro da corrente uniformitarista vigora o princípio do atualismo geológico;
(c) – (3): desde que os fósseis presentes nos estratos correspondam a bons fósseis de idade.
6. Tópicos de resposta:
- O par isotópico 14C – 14N não poderia ter sido utilizado para datar os granitos do Farilhão Grande e da Berlenga Grande.
- A idade atribuída pelo par isotópico 207Pb – 235U (483 e 307,4 Ma, respetivamente) não é contemplada pelo intervalo de datação
radiométrica efetiva do par isotópico 14C – 14N.
Grupo IV
1. A opção correta é a B, pois:
- o fecho simultâneo dos oceanos Atlântico e Pacífico encontra-se associado a fenómenos de compressão tectónica, que conduzem
à destruição crustal.
8. Tópicos de resposta:
- A litosfera oceânica é mais densa do que a litosfera continental;
- Aquando da ocorrência de subducção, a litosfera oceânica afunda em relação à litosfera continental;
- A posição superior dos fragmentos de litosfera oceânica sugere que esta se terá sobreposto à litosfera continental.
exercícios propostos 3
1. A opção correta é a C, pois:
- de acordo com os dados do texto, apenas o arquipélago dos Açores e a ilha da Madeira estão sujeitos a perigosidade geológica
de natureza vulcânica.
5. Tópicos de resposta:
- A análise da figura que ilustra o contexto tectónico da região mostra que as ilhas do arquipélago dos Açores têm uma distribuição
que não parece, diretamente, correlacionável com uma formação na dependência do Rifte Médio Atlântico.
- Tal confirma-se pelo facto do sector do Rifte Médio Atlântico apresentar uma orientação praticamente Norte-Sul, enquanto as ilhas
do arquipélago dos Açores definirem um alinhamento oblíquo, ONO-ESSE, que cruza o rifte.
exercícios propostos 4
6. Tópicos de resposta:
- Na figura 1, identifica-se claramente a existência de uma zona de subducção entre as placas do Pacífico e da América do Norte.
De acordo com o texto, a área envolvida na rotura dos materiais, e que provocou o sismo, é extraordinariamente longa, tendo,
portanto, acumulado tensões muito elevadas.
- No momento em que as tensões acumuladas ultrapassam o limite de elasticidade dos materiais, ocorreu a sua rotura e
movimentação, com a consequente libertação de uma quantidade muito elevada de energia (teoria do ressalto elástico).
- A energia propagou-se sob a forma de ondas sísmicas em todas as direções até atingir-se a superfície terrestre.
7. Tópicos de resposta:
- A magnitude de um sismo regista somente um valor, uma vez que quantifica a energia libertada por um sismo no foco/hipocentro.
123
- A intensidade varia com a distância epicentral, com o tipo de construções e de infraestruturas da região afetada e com os materiais
rochosos atravessados, traduzindo o grau de destruição/efeitos causados pelo sismo em cada local onde o sismo foi sentido.
9. (a) – (2): as ondas P são longitudinais, pois induzem uma vibração às partículas que é paralela à sua direção de propagação;
(b) – (1): as ondas superficiais de grande amplitude são, globalmente, denominadas de ondas L;
(c) – (4): a distância epicentral é um dos parâmetros que pode afetar a intensidade sísmica.
prova-modelo 2
Grupo I
1. A opção correta é a B, pois:
- o Lago Tanganica formou-se no interior da Placa Africana (regime intraplaca) e faz parte do Great Rift Valley (associado a forças
distensivas).
2. A opção correta é a D, pois:
- a astenosfera é composta por materiais que se encontram nos três estados físicos da matéria, pelo que evidencia plasticidade;
- a sua baixa rigidez conduz à diminuição da velocidade de propagação das ondas sísmicas, sendo, por isso, denominada de zona
de baixa velocidade sísmica.
6. Tópicos de resposta:
- As tensões tectónicas promoveram o aparecimento de falhas, que geraram depressões/zonas mais baixas (geosfera).
- As zonas mais baixas foram preenchidas por água, formando-se o Lago Tanganica (hidrosfera).
Grupo II
1. A opção correta é a A, pois:
- um problema corresponde sempre a uma interrogação e as afirmações B e D constituem tentativas de resposta/hipóteses;
- o problema estabelece uma relação entre a variável independente (atividade vulcânica) e a variável dependente (libertação de
CO2).
Grupo III
1. A opção correta é a D, pois:
- o texto refere a formação de uma coluna de cinzas com centenas de metros de altura, característica de uma erupção explosiva;
- o magma associado a erupções explosivas apresenta um elevado teor em gases.
6. (a) – (4): gases combinados com piroclastos incandescentes correspondem a uma nuvem ardente;
(b) – (1): lavas com morfologia irregular correspondem a lavas escoriáceas/aa;
(c) – (3): lavas com arrefecimento subaquático correspondem a lavas em almofada/ pillow lava.
7. Tópicos de resposta:
- Com a erupção, o vulcão Anak Krakatoa sofreu um colapso parcial do seu aparelho vulcânico/o abatimento de parte do seu cone
vulcânico.
- O colapso/abatimento associado ao período de maré alta e fortes chuvadas gerou, em alto mar, ondas de elevada amplitude.
- A diminuição da profundidade do mar, com a aproximação à costa, aumentou ainda mais a amplitude das ondas e daí a grandeza
dos seus estragos nas praias do sul da ilha de Samatra e do extremo oeste de Java.
Grupo IV
1. A opção correta é a B, pois:
- o sismo é superficial, dada a sua profundidade focal de 30 Km (abaixo dos 70 km);
- a magnitude é avaliada pela escala de Richter.
7. Tópicos de resposta:
- Os mapas de intensidades dependem dos relatos das pessoas acerca dos efeitos dos sismos.
125
- Os dados oriundos das estações sismográficas permitem verificar de que modo a magnitude do sismo influencia a intensidade nos
diferentes concelhos.
9. (a) – (2): a mitocôndria participa na produção de energia metabólica/ATP, no decurso da respiração aeróbia;
(b) – (1): ao nível do complexo de Golgi ocorrem transformações estruturais que conferem funcionalidade às proteínas (maturação);
(c) – (4): em eucariontes animais, os centríolos participam na divisão celular.
exercícios propostos 2
126
2. A opção correta é a B, pois:
- as moléculas de reduzida dimensão (micromoléculas) apolares ou lipossolúveis são aquelas que atravessam com facilidade e
diretamente a membrana plasmática.
8. Tópicos de resposta:
- O complexo LDL corresponde a uma macromolécula, tendo em conta os elementos que entram na sua constituição.
- O complexo LDL é incapaz de atravessar diretamente a membrana plasmática.
- A síntese de recetores membranares de LDL permite a sua entrada nas células por endocitose e daí este poder ser utilizado como
nutriente.
exercícios propostos 3
prova-modelo 3
Grupo I
1. A opção correta é a C, pois:
- as larvas da mosca do Mediterrâneo ao alimentarem-se de fruta, proveniente de plantas, ocupam o 2º nível trófico, pelo que são
consumidores de primeira ordem;
- tratam-se de seres heterotróficos por ingestão.
7. Tópicos de resposta:
- A competição, pelas fêmeas, entre machos estéreis e machos selvagens, durante o acasalamento, gera um menor número de
ovos viáveis.
- Assim, os ovos não darão lugar a larvas, as quais não atingirão a idade adulta.
- O número de indivíduos adultos das populações de Ceratitis capitata, na ilha da Madeira, tenderá, por isso, a diminuir.
Grupo II
1. A opção correta é a B, pois:
- em obscuridade, as plantas de feijoeiro não podem realizar a fase fotoquímica e, consequentemente, a fase química do processo
fotossintético;
- diminui a produção de glicose, assim como o seu armazenamento sob a forma de amido;
- diminui a síntese de ATP por fotofosforilação (fase fotoquímica);
- diminui a velocidade das reações químicas do ciclo de Calvin (fase química dependente da fase fotoquímica);
- haverá recurso às reservas energéticas existentes, ocorrendo o consumo do amido foliar.
128
4. A opção correta é a A, pois:
- a afirmação I é falsa, na medida em que todas as células apresentam ribossomas, não sendo esta uma característica exclusiva de
células eucarióticas;
- a afirmação II é falsa, pois as células da planta de feijoeiro possuem parede celular, que contrabalança o efeito da pressão de
turgescência, não ocorrendo um aumento significativo do volume celular;
- a afirmação III é verdadeira, pois glúcidos associados a lípidos correspondem a glicolípidos, que se encontram dispostos,
inequivocamente, no folheto externo da membrana plasmática.
5. (a) – (5): o NADPH formado na fase fotoquímica é oxidado na fase química, passando a NADP+;
(b) – (2): a molécula da água ao sofrer oxidação disponibiliza eletrões para estabilizar as moléculas de clorofila que sofreram
previamente oxidação, por ação da luz solar;
(c) – (4): para a síntese do ATP, a partir de ADP e P é necessária energia, correspondendo a fosforilação referida a uma reação
endoenergética.
6. Tópicos de resposta:
- A existência de duas variáveis (intensidade luminosa e comprimento de onda da radiação que atinge as folhas) impossibilita a
atribuição inequívoca de uma causa específica a qualquer resultado observado.
- Correção do segundo passo dos métodos e condições experimentais, eliminando a variável comprimento de onda que atinge as
folhas, mediante o recurso, por exemplo, a figuras geométricas e cor azul para ambos os dispositivos.
Grupo III
1. A opção correta é a C, pois:
- integram as caudas apolares/hidrofóbicas dos fosfolípidos dois ácidos gordos;
- as caudas dos fosfolípidos encontram-se voltadas umas para as outras, gerando um espaço denominado intramembranar e não
contactam com os meios intra e extracelulares.
4. (a) – (3): as proteínas membranares que participam na difusão facilitada correspondem às permeases;
(b) – (2): o REL não se encontra associado a ribossomas e participa na síntese e no transporte de lípidos;
(c) – (4): difusão, porque se trata de um transporte membranar a favor do gradiente de concentração do soluto; simples, porque
ocorre diretamente através da bicamada fosfolipídica.
6. Tópicos de resposta:
- As temperaturas baixas do seu ambiente natural diminuem a fluidez das membranas celulares, o que acabaria por comprometer a
funcionalidade das mesmas.
- O elevado teor em fosfolípidos insaturados nas membranas celulares da raposa-do-Ártico assegura a manutenção da sua fluidez,
o que permite que, de uma forma eficaz, estas assegurem a regulação das trocas entre o meio extracelular e o meio intracelular.
Grupo IV
129
- a atividade fotossintética depende do comprimento de onda da radiação incidente (as radiações preferencialmente absorvidas são
as mais eficientes);
- as baixas e altas temperaturas interferem com a atividade enzimática e podem, por isso, interferir com as reações inerentes ao
processo fotossintético;
- a atividade fotossintética não consome O2, pelo contrário liberta-o. A medição do O2 libertado constitui um modo de avaliação da
taxa fotossintética;
- uma menor quantidade de água no meio colocará em causa o processo fotossintético, dado esta ser um reagente que participa
diretamente na etapa fotoquímica.
5. O fluxo de eletrões ao longo de uma cadeia de moléculas transportadoras ocorre na fase fotoquímica ou fase diretamente
dependente da luz.
6. Tópicos de resposta:
- Sob determinadas condições, as microalgas e as cianobactérias podem consumir energia bioquímica para a produção de
hidrogénio molecular.
- O recurso ao hidrogénio molecular como fonte energética conduz a uma diminuição da dependência em relação aos combustíveis
fósseis.
- A consequente diminuição do efeito de estufa contribui para a minimização do aquecimento global.
exercícios propostos 4
7. (a) – (4): a cutina impermeabiliza a maioria das células da epiderme de órgãos vegetais aéreos, de modo a minimizar as perdas
de água sob a forma de vapor;
(b)– (2): as placas crivosas são perfurações existentes na parede celular dos tubos crivosos – elementos condutores do floema;
(c)– (5): a parede das células eucarióticas vegetais é, essencialmente, de natureza celulósica.
8. Tópicos de resposta:
- As toxinas do fungo Metarhizium anisoplie, ao entrarem em contacto com as ninfas, imobilizam-nas, levando-as à morte.
- Assim, diminui o número de ninfas a alimentarem-se de seiva bruta ao nível do sistema radicular.
- A ascensão de seiva bruta será mais eficiente, compensando o défice hídrico/a tensão foliar, causado(a) pelas elevadas taxas de
transpiração, minimizando-se os danos.
exercícios propostos 5
7. Tópicos de resposta:
- a presença de coágulos gelatinosos revela que os amebócitos estiveram em contacto com microrganismos;
- o contacto com LAL permite verificar tais coágulos e confirmar a infeção bacteriana.
prova-modelo 4
Grupo I
1. A opção correta é a B, pois:
- a translocação da seiva bruta (água e sais minerais) ocorre sempre no sentido ascendente e de um modo passivo (sem dispêndio
de energia), ao longo dos elementos condutores do xilema.
6. A coordenação central da síntese de proteínas é efetuada, em eucariontes, pelo núcleo, onde se encontra a informação genética
principal das suas células.
8. Tópicos de resposta:
- O aquecimento, a 100 ºC, de uma secção de um tronco de uma árvore conduz à interrupção da atividade metabólica das
células/morte das suas células.
- A translocação da seiva floémica depende da atividade metabólica de certas células do floema e, por isso, é afetada.
- A translocação da seixa xilémica não depende da atividade metabólica dos elementos condutores do xilema e, por isso, não é
afetada.
131
Grupo II
5. Tópicos de resposta:
- Nos tanques com água do mar a pH 7,4 ou 7,7 verifica-se uma maior percentagem de velígeras anormais (ou com deformações)
relativamente ao tanque controlo/com água do mar a pH 8,1.
- O aumento da concentração de CO2 leva à acidificação/diminuição do pH da água do mar.
- A dissolução dos depósitos de carbonato de cálcio conduz às deformações evidenciadas pelas conchas das velígeras.
Grupo III
1. A opção correta é a C, pois:
- as células do trevo-de-quatro-folhas são eucarióticas vegetais e, por isso, providas de parede;
- a pressão de turgescência é contrabalançada pela pressão de parede, que faz com que haja manutenção do volume celular,
aquando da entrada de água por osmose.
6. Tópicos de resposta:
- Os vasos xilémicos transportam água e sais minerais, substâncias essenciais à realização da fotossíntese.
- A proximidade entre os vasos xilémicos e as células clorofilinas garante que estas acedam aos materiais necessários e, por isso,
a posição dos vasos xilémicos interfere positivamente na taxa fotossintética.
132
Grupo IV
1. A opção correta é a B, pois:
- o dugongo é um mamífero, pelo que possui um tubo digestivo completo;
- a ação das hidrolases (enzimas) ocorre no interior do dugongo, mas ao longo de diferentes cavidades digestivas.
6. Tópicos de resposta:
- A reduzida profundidade das águas costeiras permite a chegada rápida do dugongo à superfície após a realização de um mergulho
prolongado.
- O dugongo repõe o oxigénio consumido a partir do ar atmosférico que inala aquando da emersão.
exercícios propostos 6
7. (a) – (1): os espiráculos são aberturas existentes na superfície corporal dos insetos, que asseguram a comunicação entre o ar do
exterior e o sistema de traqueias;
(b) – (3): o movimento de gases respiratórios, a favor do gradiente de concentração/pressão parcial, ocorre por difusão;
(c) – (2): trata-se do transporte da seiva bruta (água e sais minerais), efetuado pelos elementos condutores do xilema.
8. Tópicos de resposta:
- A transferência de ácido jasmónico para o floema da planta hospedeira, aquando do ataque por afídios, permite que este composto
se espalhe rapidamente por toda a planta de soja.
133
- Haverá a produção de uma grande quantidade de compostos voláteis pela planta hospedeira, diminuindo o número de afídios
(devido à maior atração de inimigos naturais e/ou à menor ovoposição).
- Aumenta a disponibilidade de matéria orgânica presente na planta de soja para a C. australis.
exercícios propostos 7
5. Seres vivos como as leveduras são considerados anaeróbios facultativos porque, embora realizem, preferencialmente, processos
anaeróbios, podem, igualmente, realizar respiração aeróbia.
6. Tópicos de resposta:
- O uso de atrazina aumenta a disponibilidade de algas perifíticas para os moluscos hospedeiros de tremátodes.
- Um aumento do número de moluscos assegura o desenvolvimento de um maior número de tremátodes.
134
- Os tremátodes, ao causarem malformações, danos renais e inchaços severos, contribuem para a diminuição da densidade
populacional de Rana pipiens.
Grupo II
1. A opção correta é a C, pois:
- a intensidade do exercício físico corresponde a uma variável independente;
- foi efetuada a colheita de um mesmo volume de sangue capilar em 19 jogadores do sexo masculino (variáveis de controlo);
- o pH sofreu alterações em função da intensidade do exercício físico, correspondendo a uma variável dependente.
6. Tópicos de resposta:
- A ocorrência de fermentação láctica conduz ao aumento da concentração de lactato e à diminuição do pH.
- A reação do H+ com o HCO3- (para manter o equilíbrio ácido-base do organismo) diminui a concentração de HCO3-.
Grupo III
6. Tópicos de resposta:
- O composto monacolina K, presente na levedura de arroz-vermelho, ao inibir a enzima HMG-CoA redutase, diminui a produção de
colesterol ao nível do fígado;
- A diminuição da quantidade de colesterol no sangue diminui a probabilidade de se formarem placas de gordura, correspondendo,
por isso, a uma alternativa eficaz para o controlo de aterosclerose.
Grupo IV
1. A opção correta é a A, pois:
- o estoma abre devido ao transporte ativo de K+, o que eleva a pressão osmótica no interior das células-guarda.
135
3. A opção correta é a A, pois:
- o transporte da seiva elaborada (água e compostos orgânicos) ocorre ao longo dos tubos crivosos (elementos condutores do
floema);
- a sacarose é o açúcar mais abundante da seiva elaborada, o que exclui a opção C;
- a entrada de sacarose nos tubos crivosos ocorre por transporte ativo.
5. O último acetor de protões e eletrões da respiração aeróbia é o oxigénio, que se converte em água.
6. Tópicos de resposta:
- Num dia quente de verão, o défice hídrico/tensão foliar tende a aumentar.
- As bolhas de ar geradas pelo NMP vão diminuir a coesão entre as moléculas de água, assim como a sua adesão aos vasos
xilémicos.
- A translocação/ascensão da seiva xilémica é interrompida e, na ausência de reposição de água, o défice hídrico/tensão foliar
agrava-se/aumenta.
8. Tópicos de resposta:
- Relação entre alterações do genoma do cancro humano e a diminuição do número de cópias de rDNA (o estudo demonstrou que
alterações no genoma do cancro humano produziram sempre perda de cópias de rDNA).
- Relação entre a monitorização do número de cópias de rDNA e a possibilidade de esta servir como um processo de diagnóstico
útil na progressão do cancro.
9.1. A opção correta é a B, pois a figura evidencia a duplicação dos centríolos e os cromossomas finos e longos ainda se encontram
envolvidos pelo invólucro nuclear.
9.2. A opção correta é a B, pois, na anafase, ocorre a separação dos cromatídios-irmãos e a sua distribuição equitativa pelos polos
da célula.
9.3. A opção correta é a B, pois X corresponde à metáfase, fase que sucede à prófase (Z) e que antecede a anafase (Y).
9.4. A opção correta é a C, pois as afirmações I e III são verdadeiras e a afirmação II é falsa uma vez que, durante a interfase,
ocorre a duplicação da quantidade de DNA, mas não do número de cromossomas.
136
exercícios propostos 2
6. (a) – (1) – A bipartição assegura a distribuição equitativa de citoplasma da mãe pelas células-filhas;
(b) – (5) – A partenogénese é um processo de reprodução assexuada capaz de gerar um indivíduo da espécie sem que ocorra
fecundação;
(c) – (2) – Por exemplo, em fungos, a esporulação gera esporos que germinando originam novos indivíduos.
7. Mitose. O caule fértil é uma estrutura multicelular diploide que resulta de divisões equacionais do ovo ou zigoto, estrutura também
diploide.
9. Tópicos de resposta:
- A estacaria é uma estratégia de reprodução assexuada o que garante que, com economia de energia, se obtenham um grande
número de organismos geneticamente idênticos ao progenitor.
- Na Figura 1 encontra-se representado um processo de reprodução sexuada, durante o qual ocorre recombinação génica, que gera
variabilidade, originando cavalinhas geneticamente diferentes e, portanto, em vantagem, caso as condições ambientais se alterem.
prova-modelo 6
Grupo I
1. A ordenação correta é A, B, D, C, E, pois:
- após a biossíntese de RNA que ocorre em G1 (A), ocorre a replicação semiconservativa do DNA (B), de seguida a célula entre na
fase de mitose, mais concretamente em profase (D), passando, posteriormente, por anafase (C), e depois em telofase (E).
8. Tópicos de resposta:
- Relação entre a natureza orgânica dos complexos proteicos que regulam o ciclo celular e o facto de serem afetados por agentes
ambientais capazes de os desnaturar.
- Relação entre a perda de funcionalidade desses complexos proteicos e a falta de vigilância dos processos que ocorrem durante
um ciclo celular.
137
- Relação entre o desenvolvimento de um ciclo celular sem mecanismos de controlo e a ocorrência de células-filhas não idênticas à
célula-mãe.
Grupo II
7. Tópicos de resposta:
- Relação entre a ocorrência de erros de tradução e a síntese de proteínas alternativas/novas com funcionalidades diferentes.
- Relação entre a diferença de funcionalidade dessas proteínas e a capacidade de defender o organismo de agentes virais
recentemente em contacto com o organismo.
- Relação entre o aumento de reação dessas proteínas a agentes virais invasores e uma melhor e mais eficiente resposta imunitária
por parte do organismo humano.
Grupo III
5. Tópicos de resposta:
- A formação de um zigósporo com uma parede resistente permite a esta estrutura resistir a condições desfavoráveis do meio
ambiente.
- A ocorrência de meiose após a formação do zigósporo promove a variabilidade genética dos esporângios e, por essa via, da
espécie de fungo o que lhe confere vantagem em caso de condições desfavoráveis do meio.
Grupo IV
1. A opção correta é a A, pois:
- Afirmação I – Na passagem de I para II, ocorre a formação de pontos de quiasma.
- Afirmação III – Na Figura 5 encontram-se representadas tétradas cromatídicas.
2. (a) – (5) – De acordo com a definição de sinapse; (b) – (1) – De acordo com a definição de pontos de quiasma; (c) – (2) – De
acordo com a definição de centrómero.
3. A ordenação correta é C, B, D, A, E: Ocorrência da profase I (C), ocorrência de anafase I (B), ocorrência de telofase I (D),
ocorrência da anafase II (A), ocorrência de citocinese (E).
4. Tópicos de resposta:
- A planta possui um ciclo de vida haplodiplonte (meiose pré-espórica).
- E apresenta alternância de gerações, ou seja, durante o ciclo devida, ocorre uma estrutura multicelular (o esporófito) que alterna
com outra estrutura multicelular haploide (o gametófito).
138
exercícios propostos 3
5. Mutações dado que são alterações que ocorrem ao acaso que podem introduzir características novas numa população.
6. (a) – (1) – O ATP é uma biomolécula; (b) – (3) – Os ossos fazem parte de um sistema anatómico dos indivíduos;
(c) – (2) – A Citologia é uma área de conhecimento que tem como objeto de estudo as células.
7. Tópicos de resposta:
- A hipótese endossimbiótica admite que os sistemas endomembranares e o núcleo encontrados nos seres vivos eucariontes
resultaram de invaginações da membrana plasmática, e que as mitocôndrias e os cloroplastos por seu lado seriam até há cerca de
2000 milhões de anos organismos autónomos.
- Este modelo explica a existência no citoplasma das células eucarióticas de organelos, como as mitocôndrias e os cloroplastos, de
DNA com características semelhantes ao que existe nos procariontes, sendo este um argumento a favor do modelo endossimbiótico.
- O facto de o funcionamento desses organelos exigir genes que estão presentes no núcleo da célula contraria o modelo
endossimbiótico por não lhes possibilitar autonomia funcional.
8. Tópicos de resposta:
- Relação entre a existência de variação individual entre os indivíduos de uma dada espécie – variabilidade intraespecífica – e a
existência de várias populações da mesma espécie registando variabilidade.
- Relação entre a variabilidade intrapopulacional e a variabilidade interpopulacional como processo de evolução divergente
conducente à formação de espécies distintas – especiação (de acordo com o pensamento darwiniano, a transformação da variação
intraespecífica dentro de uma população (variabilidade intrapopulacional), em variação entre grupos (variação interpopulacional),
resultaria ao longo de tempo numa evolução divergente até os grupos se tornarem biologicamente espécies distintas).
- Relação entre os processos descritos e a existência no passado distante de um ancestral comum.
exercícios propostos 4
8. (a) – (5) – Classificação que atende a inúmeras características dos seres vivos; (b) – (3) – Classificação que tem em conta a
existência da evolução temporal dos seres vivos; (c)– (1) – Classificação que atende a poucas particularidades dos seres vivos.
9. Tópicos de resposta:
- Relação entre o elevado número estimado de espécies fúngicas ainda por identificar e a possibilidade de que novos equipamentos
venham a possibilitar o conhecimento dessas espécies.
- Relação entre as novas espécies fúngicas descobertas e a obtenção de novos produtos tais como medicamentos, biofertilizantes
ou alimentos, a partir desses organismos, aumentando, deste modo, o sucesso da aplicação dos fungos em benefício do ser humano
e do ambiente.
139
prova-modelo 7
Grupo I
1. A opção correta é a D, pois é uma classificação que atende a características dos seres vivos e ao fator tempo.
3. A opção correta é a B, pois a ribose e timina são, respetivamente, a pentose e um nucleótido exclusivos do DNA.
5. Tópicos de resposta:
- De acordo com os dados da figura, Cianobactérias apresentam relações filogenéticas com plantas e algas verde e vermelhas
(pertencentes ao grupo Eucariota). Também as bactérias Gram (Eubactérias) apresentam relações filogenéticas com um ramo
evolutivo dos Eucariotas.
- Por outro lado, as arqueobactérias possuem um processo de leitura do código genético próxima entre si e diferente de Eubactérias,
o que também revela uma evolução partilhada;
- Se considerarmos que a simbiose é uma relação interespecífica frequente na natureza, será de aceitar que uma célula procariótica
terá capturado outras células procarióticas de menores dimensões (células hóspedes) que permaneceram no interior da célula
hospedeira, tendo estabelecido relações de simbiose tão próximas entre as células hospedeira e as células hóspedes que se
tornaram dependentes, constituindo-se um organismo singular no qual o hóspede se tornou em organelos de célula eucariótica.
Grupo II
1. A opção correta é a B, pois: - IgG é uma proteína e, portanto, a sua síntese tem início na transcrição da molécula de DNA.
4. Complexo de Golgi.
6. Tópicos de resposta:
- As imunoglobulinas são proteínas sintetizadas nos ribossomas ou mesmo no RER dos plasmócitos, de onde saem a fim de
sofrerem alterações pós-traducionais (amadurecimento).
- Como se trata de macromoléculas, o seu transporte é realizado através de vesículas do complexo de Golgi, separando-se assim
do RER e sendo exocitadas para o plasma.
- Sempre que os linfócitos contactam com um antigénio, diferenciam-se em plasmócitos e produzem um grande número de
imunoglobulinas que pode ser quantificado e indiciar a presença de um agente patogénico inflamatório.
Grupo III
6. (a) – (2) – a esquizogonia é uma forma de reprodução assexuada em que o primeiro núcleo sofre várias divisões mitóticas para
depois ocorrer a divisão citoplasmática;
(b) – (5) – a esporulação ocorre na extremidade de hifas especializadas dando origem a esporos;
(c) – (4) – cissiparidade processo de reprodução assexuada na qual, após a divisão do núcleo da célula-mãe, segue-se a distribuição
de igual quantidade de citoplasma pelas células-filhas.
140
7. Tópicos de resposta:
- A malária é uma doença provocada pelo parasita Plasmodium que está presente nas glândulas salivares de um mosquito, sendo
injetado na circulação sanguínea no momento em que a fêmea pica o ser humano para se alimentar e que, no seu ciclo de vida,
afeta também o tecido hepático.
- Se o sangue do dador se encontrar contaminado com alguma das estruturas formadas durante o ciclo de vida do parasita, o doente
que receber a transfusão de sangue poderá ser contaminado e tornar-se num novo hospedeiro.
Grupo IV
1. Meiose.
2. A opção correta é a B: Profase I (B); Anafase I (A); Profase II (E); Metafase II (D); Anafase II (C).
5. A ordenação correta é B, C, A, E, D: Fase S da interfase (B); Profase (C); Metafase (A); Metafase (E); Telofase (D).
6. Tópicos de resposta:
- Durante a meiose, mais concretamente em profase I, há a possibilidade de ocorrer troca de material genético entre cromossomas
homólogos, o que, a par da separação dos cromossomas homólogos ao acaso durante a metafase I, conduz ao aumento da
variabilidade genética na população de uma dada espécie.
- Se no habitat desta população surgirem alterações desfavoráveis, a existência de variabilidade genética face a certa(s)
característica(s) aumenta a probabilidade de alguns indivíduos apresentarem características que lhe confiram vantagem evolutiva
nas novas condições do meio, permitindo-lhe sobreviver e, por reprodução diferencial, aumentar o número de efetivos em vantagem
nessa população.
6. (a) – (3) – materiais resultantes de precipitação agregam detritos móveis tornando-os litificados;
(b) – (2) – em resultado do peso das camadas suprajacentes ocorre desidratação e diminui o espaço entre os detritos com a
concomitante diminuição de volume;
(c) – (4) – alteração da composição mineralógica dos minerais herdados.
9. Icnofósseis.
141
11. Tópicos de resposta:
- Relação entre a captação excessiva de recursos minerais e o comprometimento dos mesmos dado o seu caráter não renovável e,
por esta via, o comprometimento da geosfera/destruição mais superficial da geosfera por destruição da cobertura vegetal.
- Relação entre a exploração de recursos minerais em minas em céu aberto e a desflorestação com o comprometimento da
biosfera/destruição do coberto vegetal, destruindo a biosfera.
exercícios propostos 2
prova-modelo 8
Grupo I
1. A opção correta é a A, pois:
- o polimorfismo é um processo que dá origem à cristalização de minerais com igual composição química em diferentes sistemas
cristalográficos.
5. Tópicos de resposta:
- Referência ao facto de o lítio ter atualmente grande procura para aplicações várias, algumas emergentes, tais como em baterias
de carros elétricos, veículos, muito menos poluentes que os motores de combustão usados nos carros convencionais, e que, por
tal, vêem-se como o futuro da mobilidade, pelo que a sua produção está a aumentar promovendo a procura de recursos como o
lítio.
- Referência ao facto de, para Portugal, poder tornar-se competitivo na extração de lítio. No entanto, será necessário que novos
processos tecnológicos sejam encontrados, a fim de reduzir os gastos energéticos associados ao processamento do lítio em
pegmatitos e torná-lo mais competitivo a nível internacional.
Grupo II
1. A opção correta é a C, pois:
- o estudo procurou conhecer de que forma as altas temperaturas resultantes de incêndios afeta os calcários do Miocénico usados
na construção de edifícios.
8. Tópicos de resposta:
- Referência à ocorrência de goethite num conjunto de amostras do monumento e a de hematite num outro, o que indicia que nem
todas as pedras foram afetadas de igual modo pelo fogo. Ou seja, o incêndio afetou, com diferente severidade, as diversas alas do
Claustro da Sé de Lisboa.
- Referência ao facto de a presença de hematite, resultante da transformação térmica da goethite, indicar que os materiais pétreos
estiveram sujeitos a temperaturas que podem ter atingido, no mínimo, os 300 oC.
Grupo III
1. A opção correta é a D, pois:
- a desidratação integra a compactação, etapa da diagénese que antecede a cimentação.
5. (a) – (1) – a marga é uma variedade de calcário com entre 35% a 60% de carbonato de cálcio;
(b) – (5) – correspondência só possível com o siltito;
(c) – (4) – calcário em cuja génese não se regista a intervenção de seres vivos.
6. Tópicos de resposta:
- Referência ao facto de o âmbar se encontrar muito fraturado o que inviabiliza a sua aplicação na indústria joalheira na confeção
de peças de elevado interesse económico.
143
- Referência ao facto de o âmbar conter bioinclusões, como, por exemplo, pólens, com a sua morfologia original preservada incluídas
na resina anteriormente ao seu enterramento.
- Referência ao facto de o estudo dessas bioinclusões/resíduos sólidos contribuírem para o conhecimento da flora do território
português, emerso durante o Aptiano.
Grupo IV
1. A opção correta é a C, de acordo com descrição do texto.
3. A opção correta é a D, de acordo com a diferenciação magmática das séries reacionais de Bowen.
5. Quartzo.
6. Tópicos de resposta:
- Referência a que os minerais essenciais do granito são o quartzo e a ortóclase, ambos minerais ricos em sílica;
- Referência a que, após a cristalização completa dos minerais que constituem os dois ramos da série de Bowen, a fração magmática
resultante pode apresentar elevadas concentrações de sílica e de metais leves como o potássio e o alumínio;
- Referência à possibilidade de se formarem os minerais ortóclase e quartzo, constituídos por estes elementos químicos e com
pontos de fusão, próximos e, relativamente baixos.
exercícios propostos 3
6. Tópicos de resposta:
- Referência à composição mineralógica inicial das rochas (feldspatos);
- Relação entre a existência de fraturação (ou falhas) e a circulação de água no maciço;
- Relação entre a hidrólise (ou meteorização química pela ação da água) dos feldspatos e a formação de caulinite.
exercícios propostos 4
7. (a) – (5) – O mármore pode resultar da ação do calor sobre carbonatos de cálcio constituídos por calcite;
(b) – (1) – A textura do gnaisse resulta da orientação preferencial em bandas de minerais de litologia diferente – bandado gnáissico;
(c) – (2) – Designa-se micaxisto uma rocha rica em mica que apresente foliação incipiente.
144
8. Magma básico ou pobre em sílica já que o material de origem vulcânica apresenta cor escura.
exercícios propostos 5
6. (a) – (2) – numa rocha porosa, o volume de espaços entre os detritos determina a sua porosidade;
(b) – (3) – a zona de recarga é uma superfície que permite a passagem da água para reabastecimento da zona de saturação;
(c) – (4) – a recarga com água das chuvas abundante desloca o nível hidrostático para a superfície e aumenta a espessura da zona
de saturação.
exercícios propostos 6
4. Tópicos de resposta:
- Referência ao facto de, durante a exploração mineira, ser frequente o depósito de estéril em escombreiras, normalmente instáveis
devido à falta de coesão do material rejeitado.
- Referência à erosão superficial das escombreiras e às águas ácidas que se formam em consequência das águas pluviais que
drenam nestes materiais e tem reflexos a nível regional, nos solos e nas águas superficiais e subterrâneas.
- Referência à necessidade de monitorizar a zona requalificada, dado a elevada reatividade dos contaminantes e a possível alteração
do contexto geológico e demográfico da região.
prova-modelo 9
Grupo I
1. A opção correta é a D, pois:
- o basalto é constituído por minerais ferromagnesianos que conferem à rocha uma tonalidade escura.
7. Tópicos de resposta:
- Referência ao facto de se admitir que os pontos quentes sejam locais da superfície terrestre onde emergem correntes verticais de
material provenientes do interior da Terra – plumas térmicas.
- Referência ao facto de as plumas térmicas terem origem no manto pelo aporte de material mantélico (magma pobre em sílica) que,
por consolidação, poderá originar basaltos – rochas básicas.
- Referência a que os pontos quentes permitem explicar a existência de ilhas de origem vulcânica no interior das placas tectónicas.
8. Tópicos de resposta:
- Referência à relação existente entre a formação de cristais visíveis a olho nu e o arrefecimento lento de um magma, ou seja, num
primeiro tempo, em que o arrefecimento do magma foi lento, ter-se-ão formado os fenocristais de olivina.
- Referência à relação entre a formação de microcristais e o arrefecimento rápido do magma, ou seja, num segundo tempo, em que
as condições termodinâmicas e geológicas se alteraram, passando o magma a arrefecer rapidamente e tendo lugar a formação de
microcristais de plagióclase.
Grupo II
1. A opção correta é a C, pois:
- o ancestral 2, com quatro membros, é comum aos anfíbios e aos restantes grupos de seres vivos que possuem âmnio.
7. Tópicos de resposta:
- Referência a que cada ponto de ramificação numa árvore filogenética representa o ancestral comum de todas as espécies que
dele descendeu e que, portanto, as modificações que, na atualidade, os seres vivos apresentados nessa árvore resultam de
alterações de características que no passado possuíram.
- Referência ao facto de que as respostas anatómicas que os diferentes seres vivos representados na árvore filogenética
desenvolveram correspondem a alterações que lhes conferiram vantagens evolutivas no habitat onde se encontram, permitindo-lhes
sobreviver e evoluir.
- Referência a que as modificações anatómicas têm correspondência a outros níveis biológicos, nomeadamente, a nível molecular
(sobretudo quando a molécula em causa é o DNA, responsável pela transmissão dos caracteres hereditários), pelo que é de esperar
que diversos tipos de argumentos evidenciem e apoiem uma orientação evolutiva no mesmo sentido num dado grupo de seres vivos.
Grupo III
1. A opção correta é a A, pois:
- face à questão-problema, é uma possibilidade os cromossomas serem movimentados por encurtamento dos microtúbulos do fuso
mitótico a partir da extremidade ligada ao cinetocoro.
3. O uso de um laser para eliminar a fluorescência de uma região dos microtúbulos entre o cinetocoro e uma extremidade dos polos
do fuso mitótico.
6. A ordenação correta é: C, A, D, B, E – fase G1 (C); profase (A); anafase (D); telofase (B); citocinese (E).
146
7. Tópicos de resposta:
- Referência a que, à medida que os cromatídios se movem em direção ao polo das células, os segmentos de microtúbulos marcados
no lado do cinetocoro encurtaram, enquanto aqueles que se encontravam ao lado do fuso perto do polo da célula permaneceram
com o mesmo comprimento.
- Referência a ser possível concluir que os cromatídios se movem em direção ao polo das células, permanecendo ancorados à
extremidade dos microtúbulos ligados ao cinetocoro e que os microtúbulos vão encurtando à medida que as subunidades de tubulina
são removidas nas extremidades ligada ao cinetocoro, fazendo ascender aos polos da célula os cromatídios.
Grupo IV
1. A opção correta é a A, pois:
- 1, 2, 3, 4, 5 e 7 correspondem a rochas sedimentares, 5 corresponde a uma rocha metamórfica e 6 corresponde a uma rocha
magmática.
7. (a) – (4): a corrente catastrofista assenta na ocorrência de catástrofes naturais ao longo do tempo;
(b) – (1): o atualismo geológico ou princípio das causas atuais assume que a observação, atual, de determinados fenómenos
geológicos, permite compreender a sua ocorrência no passado;
(c) – (2): princípio da sobreposição, aplicável, com fiabilidade, quando os estratos se encontram horizontalizados.
8. Tópicos de resposta:
- Os fenómenos sísmicos enquadram-se na geosfera, resultando da acumulação de tensões, que ao ultrapassarem o limite de
resistência dos materiais, provocam a rotura e a libertação de energia.
- A libertação, a partir do solo, de ondas gravitacionais associadas ao episódio sísmico provocaram movimentações na ionosfera/na
camada eletromagnética superior da atmosfera.
- Segundo o estudo efetuado, os sapos (biosfera) detetam as alterações atmosféricas e migram para outros locais, o que pode ser
utilizado para prever um possível episódio sísmico.
Grupo II
1. A opção correta é a B, pois:
- a variedade utilizada como porta-enxerto corresponde a uma variável independente;
- a espécie de planta utilizada como enxerto e o volume de solo colocado nos tanques correspondem a variáveis controlo;
- a abertura estomática (grau de abertura dos estomas) corresponde a uma das variáveis dependentes em estudo.
147
2. A opção correta é a C, pois:
- procedeu-se a uma normal irrigação das plantas e não a diferentes regimes de irrigação;
- a realização de medições em diferentes períodos do dia corresponde a uma das variáveis independentes;
- utilizaram-se exemplares vegetais com três anos de idade e não com diferentes graus de desenvolvimento;
- a existência de vários exemplares de cada combinação enxerto e porta-enxerto aumenta a fiabilidade estatística dos resultados.
7. Tópicos de resposta:
- Qualquer que seja a espécie de porta-enxerto utilizada, do período da manhã para o período da tarde, ocorre a diminuição da taxa
fotossintética.
- Qualquer que seja a espécie de porta-enxerto utilizada, do período da manhã para o período da tarde, ocorre a diminuição da
abertura estomática.
- A menor absorção de CO2 pelas plantas de laranjeira conduz à diminuição da sua taxa fotossintética.
ou
- A menor taxa transpiratória desencadeia uma menor ascensão da seiva bruta o que, consequentemente, diminui a taxa
fotossintética das plantas de laranjeira.
8. Tópicos de resposta:
- As radiações verde e amarelo são as radiações (do espetro de luz visível) menos absorvidas pelas clorofilas.
- A reflexão das radiações verde e amarelo, pelas clorofilas, atribui às folhas a sua coloração, usual, verde-amarelada.
Grupo III
148
- a falha X atravessa as formações anteriormente mencionadas, pelo que à luz do princípio da interseção é a formação mais recente
(D-B-E-C-A).
Grupo IV
9. Tópicos de resposta:
- Os peixes pulmonados africanos apresentam características (dois membros pélvicos, que lhes permitem caminhar e mais
facilmente captar o oxigénio atmosférico) favoráveis à colonização do ambiente terrestre.
- A partir do estudo, no presente, dos peixes pulmonados africanos será mais fácil compreender a transição dos tetrápodes primitivos,
do ambiente aquático para o terrestre no passado, tendo por base as relações de parentesco/a ancestralidade comum.
7. Tópicos de resposta:
- O aumento da frequência dos sismos, na região do monte Agung, encontra-se associado à ascensão do material magmático, em
direção à superfície.
- Assim será mais fácil prever a ocorrência de uma nova erupção e retirar a população da região, evitando a perda de vidas humanas
e, eventualmente, de bens materiais.
Grupo II
1. O dispositivo controlo da parte A é o tratamento 9, em que não ocorreu a pulverização com quaisquer produtos comerciais ou
extratos vegetais (SP).
7. Tópicos de resposta:
- A percentagem de incidência de vassoura-de-bruxa nas plântulas tratadas com VLA é similar à percentagem de incidência de
vassoura-de-bruxa nas plântulas tratadas com ASM.
- A maior expressão do gene que codifica a enzima quitinase aumenta a quantidade dessa mesma enzima/a atividade dessa mesma
enzima.
- A degradação da parede das células do fungo vassoura-de-bruxa contribui para a sua eliminação/para o seu combate.
8. Tópicos de resposta:
- Nível de organização celular: as plantas de lobeira apresentam acentuado grau de diferenciação e o fungo vassoura-de-bruxa
apresenta-se menos diferenciado/especializado;
- Tipo de nutrição: as plantas de lobeira são fotoautotróficas e o fungo vassoura-de-bruxa é (quimio)heterotrófico por absorção;
- Interação nos ecossistemas: as plantas de lobeira são produtoras e o fungo vassoura-de-bruxa é microconsumidor.
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Grupo III
Grupo IV
151
7. A ordenação correta é B-D-A-E-C, pois:
- a cariogamia corresponde à fusão do núcleo dos gâmetas e, por isso, assegura a passagem da haploidia à diploidia (B);
- por ciclos celulares e diferenciação os ovos convertem-se em vespas-fêmea (D);
- as vespas-fêmea depositam os seus ovos em flores (A);
- por ciclos celulares e diferenciação os ovos convertem-se em larvas dentro de galhas (E);
- das galhas eclodem os machos (C).
8. (a) – (4): o ciclo de vida de B. psenes é diplonte, pelo que a meiose é pré-gamética;
(b) – (3): definição de esporófito;
(c) – (5): a semente encontra-se associada a fenómenos de reprodução sexuada.
9. Tópicos de resposta:
- A modalidade que consiste em atingir um figo de uma outra planta confere maior vantagem evolutiva a Ficus sp.
- Ocorrerá polinização cruzada, aumentando a variabilidade genética e, consequentemente, a variabilidade de características.
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