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DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
PROJECTO CIENTÍFICO
Diagrama de COT Vs S2
Excelente
Muito Bom
10
Bom
Razoável
Pobre
S2 (mg HC/g Rocha)
1
Muito Bom
Razoavel
Excelente
Pobre
Bom
0.1
0 1 2 3 4 5 6 7
COT (%)
Autor:
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
PROJECTO CIENTÍFICO
Supervisor:
Co-supervisores:
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradecer a Deus pelo dom da vida, saúde e por permitir que a realização deste
trabalho fosse possível.
Um forte e especial agradecimento aos meus pais, por toda a dedicação e auxílio que me
concederam desde a minha infância até a fase adulta. Tudo isto contribuiu para o meu crescimento
sociocultural e académico.
Aos meus familiares em especial aos meus irmãos Hélio Mazuze, Isidro Mazuze, Cláudio Mazuze,
Márcia Mazuze pelo carinho e conforto que me deram em todos os momentos da vida.
Aos meus Supervisores Prof. Doutor Mussa Achimo e ao Mestre Belarmino Massingue, pelos
conhecimentos transmitidos durante a minha formação, por terem aceitado o desafio de desenvolver
este PC e pela orientação que me deram durante a realização do trabalho.
Ao Departamento de Geologia que contribuiu de forma incansável através dos seus recursos
financeiros, científicos e humanos ao longo de toda minha formação e da realização deste trabalho.
Aos meus colegas e irmãos da academia do ano de 2014, em especial a Lélio Cunica, Kelvin Alves,
Sinai Benson, Frengue Chunguane, Telódio Nuvunga, Leopoldo Jamo, Yara Charles, Alfredo,
Langa Manuel, bem como dos outros anos em especial a Sílvia Xavier, Suzana Rafael Jonasse,
Neima Ferreira, Hermínio Carlos Langa, Salva Amanda Uamusse, Norcésio Francisco, Hélder Bia,
Avelino Muianga e a todos outros, pela sua amizade e conhecimentos partilhados que contribuíram
positivamente na minha formação.
Por fim, quero agradecer a todos os que, de forma directa ou indirecta contribuíram na minha
formação académica.
MUITO OBRIGADO
DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu, Mauro Adriano Mazuze, declaro por minha honra que os resultados obtidos e apresentados no
presente Projecto Científico são da minha autoria, e que nunca tinha sido apresentado ou submetido
a uma outra instituição académica nacional ou estrangeira, e constitui fruto de minha investigação,
sendo que todas as bibliografias consultadas estão devidamente citadas e referenciadas.
O Autor
____________________________________________________
RESUMO
O presente projecto científico é baseado essencialmente em dados de Geoquímica Orgânica com o
intuito de fornecer uma compreensão qualitativa sobre as rochas fonte atravessadas pelo furo
Nhachengue-1, localizado na Bacia de Moçambique, e bem como em dados de diagrafias de furo
(logs) com o intuito de identificar os horizontes reservatórios de ocorrência de hidrocarbonetos do
período Paleogénico ao Cretácico. O conteúdo do Carbono Orgânico Total (COT) revelou-se baixo,
que é um indicador de um potencial de geração baixo. As Formações de Argilas de Domo Inferior e
de Maputo apresentaram valores de COT relativamente maiores relativamente às outras formações,
com valores de COT (médio de 1.10% e 0.75% respectivamente). Verifica-se o domínio do
querogênio Tipo III, precursor de Gás. As formações do Paleogénico, como é o caso da Formação
do Limpopo apresentam baixos valores de reflectância de vitrinite na ordem de (%Ro ~0.97%) e
temperatura de (417.2°C), projectando-se na zona de gás húmido. As formações de Argila de Domo
Inferior e de Maputo exibem altos valores de Ro, com (valores médios entre 1.97% e 2.23%),
classificando-as como supermaturas, propícias para a geração de gás condensado e seco. De um
modo geral, verifica-se uma tendência de aumento de Ro e Tmax com a profundidade, onde há uma
variação do estado maturo para o supermaturo. Nota-se uma baixa correlação entre os dados de Ro
e a Tmax, presumindo-se que esses sedimentos sofreram maturação precoce e/ou incipiente ainda
na fase da diagénese.
A partir da análise de logs, foram identificadas 12 zonas de interesse, que são formações areníticas e
permeáveis. Foram usados parâmetros como o GR <75 Gapi, mud cake do log CAL e o cross-over
negativo dos logs NPHI-RHOB. Neste furo, 11 zonas foram eliminadas (zona 1 à 8 e zona 10 à 12)
para análise convencional quantitativa mais detalhada por apresentar baixos valores de resistividade
profunda lida no Log MLL (< 4 Ω.m), porosidade total ΦT ˂15%, volume de argila (Vsh) maior que
30% e saturação em água (Sw) maior que 50%. A Zona 9 se destacou por causa dos seus altos
valores de resistividade (14,83 Ω.m), baixos valores de Vsh (19,45%), altos valores de Φ T (23,10%)
e baixos valores de Sw (49,64%). Apesar da zona 9, na escala do furo enquadrar-se dentro da
Formação de Argila de Domo (do Turoniano), acredita-se tratar-se de um horizonte calcário
encaixado na Formação argilosa de Domo.
ÍNDICE GERAL
DEDICATÓRIA i
AGRADECIMENTOS ii
DECLARAÇÃO DE HONRA iii
RESUMO iv
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS v
ÍNDICE GERAL vi
ÍNDICE DE FIGURAS viii
LISTA DE TABELAS ix
1. INTRODUÇÃO 1
1.1. Localização do Furo Nhachengue-1 2
1.1.1. Clima 3
1.1.2. Hidrografia 3
1.1.3. Solos e Relevo 3
1.2. GENERALIDADES 3
1.2.1. Localização da Bacia de Moçambique 3
1.3. PRINCÍPIOS TEÓRICOS SOBRE O TEMA 5
1.3.1. CARACTERIZAÇÃO DA GEOQUÍMICA ORGÂNICA 5
1.3.1.1. Carbono orgânico total (COT) 5
1.3.1.2. Temperatura máxima (T.max.) 6
1.3.1.3. Índices de Hidrogénio (IH) e de Oxigénio (IO) 7
1.3.1.4. Reflectância da Vitrinite (Ro) 8
1.3.2. PETROFÍSICA 9
1.3.2.1. Diagrafia Caliper (CAL) 9
1.3.2.2. Diagrafia de Raios-Gama (GR) 10
1.3.2.3. Diagrafia de Potencial Espontâneo (SP) 12
1.3.2.4. Diagrafia de Resistividade (MINV, MNOR e MLL) 13
1.3.2.6. Diagrafia de Neutrão (Neutron log, NPHI) 17
1.3.2.7. Diagrafia Sónica ou Acústica (DT) 18
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Mapa de Localização do Furo Nhachengue-1 (Fonte: Autor através do ArcGis 10.3).................2
Figura 2: Mapa mostrando as 6 bacias de Moçambique (Fonte: adaptado de Mussa, et al. 2018)...............4
Figura 3:Diagrama de Van Krevelen (Fonte: adaptado de Peters & Cassa, 1994).......................................7
Figura 4: Comportamento do Log Caliper em diferentes formações rochosas. (Fonte: adaptado de Schön,
J., 2015).....................................................................................................................................................10
Figura 5: Log GR para litologias mais comuns. (Fonte: http://geoando.blogspot.co.za)...........................12
Figura 6: Representação esquemática do comportamento do SP: (a) Origem do SP como resultado da
interacção electroquímica de formação e lama de perfuração filtrada; (b) Exemplo de respostas de SP em
secção de Areia-argila na subsuperfície (Fonte: Schon, 2015 citado por Timane, 2017)...........................13
Figura 7: Log de resistividade típicos de diversas formações geológicas, onde as zonas que contem Hc’s
apresentam separação das curvas de resistividade. (Fonte: Rider, 1996)...................................................14
Figura 8: Respostas típicas do log de densidade global aparentem (RHOB) para as litologias mais comuns
(Fonte: Rider, 1996)..................................................................................................................................16
Figura 9: Respostas típicas do log de Porosidade Neutrão (NHPI) param as litologias mais comuns
(Fonte: Rider, 1996)..................................................................................................................................18
Figura 10: Intervalos de tempos de trânsito e velocidades de propagação de ondas acústicas em diferentes
materiais geológicos (Fonte Rider, 1996)..................................................................................................19
Figura 11: Princípio de derivação do índice de radiação gama. (Fonte: adaptado de Schön, 2015)...........20
Figura 12: Abaco usado para estimar valores de Vshale corrigidos. Relação entre o índice de radiação
gama (IGR e Volume das argilas (Vshale). Fonte: Asquith, G., and D. Krygowski, 2004 citado por
Francisco, 2018)........................................................................................................................................21
Figura 13: Cálculo do volume de argilosidade (Vshale) pelo método de Larinov (1969). (Fonte: Autor
através da Plataforma Schlumberger Techlog 2015.3................................................................................22
Figura 14: Representação esquemática mostrando a definição de NGT, NT, e NP (Fonte: Extraída de
Schon, 2015 citado por Langa 2020).........................................................................................................27
Figura 15: Porosidade e litologia determinada com recurso ao Crossplot NPHI/RHOB. (Fonte:
Halliburton, 1994 citado por Borba, 2014)................................................................................................30
Figura 16: Elementos e processos do sistema de petróleo. (Fonte: Magoon e Beaumont, 1999)...............31
Figura 17: Sequência litoestratigráfica generalizada da Bacia de Moçambique (ECL e ENH, 2000)........33
Figura 18: Coluna estratigráfica do Furo Nhachengue-1. (Fonte: adaptado de Aquitaine, 1970)..............36
Figura 19: Fluxograma seguido para a elaboração do projecto científico (PC)..........................................40
Figura 20: Teor de carbono orgânico (COT) vs. Potencial gerador (S2) do furo Nhachengue-1 (Fonte:
Autor, baseado na classificação de D. Atta-Peters & P. Garrey, 2014)......................................................42
Figura 21: Diagrama de Van Krevelen modificado mostrando a distribuição dos valores dos índices de
hidrogénio e de oxigénio discriminando os tipos de querogênio das formações atravessadas pelo furo
Nhachengue-1. (Fonte: Autor, baseado na classificação de Peters & Cassa, 1994)...................................43
Figura 22: Reflectância da Vitrinite (%Ro) Vs Tmax mostrando os níveis de maturação. (Fonte: Autor,
baseado na classificação de D. Atta-Peters & P. Garrey, 2014).................................................................45
Figura 23: Zona de interesse 9 mostra horizonte de Arenito principal encaixado entre calcário saturado de
água acima e alternância de stringers de argilito, calcário saturado de água e argilito abaixo. Um segundo
horizonte de arenito é indicado na parte superior do crossplot (Furo Nhachengue-1)...............................49
Figura 24: Crossplot de RHOB-NHPI mostrando a composição litológica da Zona de interesse 9...........50
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Avaliação da qualidade da Rocha fonte quanto a %COT. (Fonte: adaptado de Peters, & Cassa,
1994)...........................................................................................................................................................5
Tabela 2: Critérios utilizados param a qualificação da riqueza orgânica e do potencial gerador de uma
rocha. (Fonte: adaptado de D. Atta-Peters & P. Garrey, 2014)....................................................................6
Tabela 3: Grau da maturação da matéria orgânica. Correlação entre Temperatura (Tmax) e Reflectância
da vitrinite (Ro). (Fonte: adaptado de Peter e Cassa, 1994).........................................................................9
Tabela 4: Grau de radioactividade de algumas rochas. (Fonte: Adaptado de Craveiro, 2013)...................11
Tabela 5: Densidades encontradas nas litologias mais comuns. (Fonte: Rider, 2000 citado por Craveiro
2013).........................................................................................................................................................16
Tabela 6: Formulas para o cálculo do Vshale desenvolvidas por vários Petrofísicos. (Adaptado de
Saputra, 2008 citado por Timane, 2018)....................................................................................................21
Tabela 7: Avaliação qualitativa dos reservatórios em função da porosidade. (Fonte: Adaptado de Rider,
2002 citado por Langa, 2020)....................................................................................................................23
Tabela 8: Avaliação qualitativa dos reservatórios em função da permeabilidade. (Fonte: Adaptado de
Rider, 2002 citado por Langa, 2020).........................................................................................................24
Tabela 9: Resumo da estratigrafia da Bacia de Moçambique. (Fonte: ECL, 2000)....................................33
Tabela 10: Valores médios de COT (%) e Potencial gerador S2 (mg HC/g Rocha) das amostras do furo
Nhachengue-1. (Fonte: Autor, baseado na classificação de D. Atta-Peters, P. Garrey, 2014)...................41
Tabela 11: Valores médios de Reflectância de vitrinite %Ro (%) e Potencial gerador S2 (mg HC/g Rocha)
das amostras do furo Nhachengue-1. (Fonte: Autor, baseado na classificação de em Peter e Cassa, 1994).
.................................................................................................................................................................. 44
Tabela 12: Zonas de interesse identificadas no Furo Nhachengue-1 através de parâmetros estatísticos da
resistividade de penetração profunda (MLL).............................................................................................46
Tabela 13:Zonas de interesse identificadas no Furo Nhachengue-1 com recurso ao cutt-off da porosidade
Total (ΦT) ≥ 15%. (Fonte: Autor)..............................................................................................................47
Tabela 14: Zonas de reservatório identificadas no Furo Nhachengue-1 discriminadas com recurso ao
critério de cutt-off deVsh ≤30% e Sw≤50%. (Fonte: Autor, baseado na classificação de Crain, 2020).....47
Tabela 15: Resumo de parâmetros petrofisícos médios calculados para az zonas de interesse do Furo
Nhachengue-1............................................................................................................................................51
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1: Gráfico de dispersão de S2 Vs COT mostrando uma correlação positiva...............................57
ANEXO 2: Gráfico de dispersão de Tmax Vs Rvit mostrando uma correlação positiva...........................57
ANEXO 3: Valores médios de IO e IH.....................................................................................................58
ANEXO 4: Tabela de parâmetros de Geoquímica orgânica.......................................................................58
ANEXO 5: ANEXO 5: Correlação entre COT da formação de Argila do Domo Inferior e parâmetros
petrofísicos................................................................................................................................................62
ANEXO 6: Identificação do tipo de fluido presente nos reservatórios da Zona 9 com recurso a Vp/Vs
ratio e Poisson Ratio..................................................................................................................................63
1. INTRODUÇÃO
Na margem continental Moçambicana existem duas grandes bacias que são as bacias de
Moçambique e do Rovuma. Nestas bacias foram efectuados vários trabalhos de pesquisa de
hidrocarbonetos, incluindo furos, sísmica e logs. No presente trabalho será efectuada uma
revisão bibliográfica do furo Nhachengue-1 localizado na bacia de Moçambique.
A Bacia sedimentar de Moçambique foi formada como resultado da separação entre África e
Antárctica durante os estágios iniciais da fragmentação do Gondwana que começou no
Jurássico Médio até Jurássico Superior (Kônig e Jokat, 2010 citado por Faroc, 2017).
Os logs de furo serão usados com o intuito de mapear as zonas de interesse ao longo do furo,
determinação das litologias das formações atravessadas pelo furo e para o cálculo de
propriedades petrofísicas relevantes, como a porosidade (Φ), saturação em água (Sw),
permeabilidade (k), volume de argilas (Vshale) bem como para o cálculo do Net Reservoir
(NR) e Netpay (NP).
Figura 1: Mapa de Localização do Furo Nhachengue-1 (Fonte: Autor através do ArcGis 10.3)
1.1.1. Clima
O clima do Distrito é dominado por zonas do tipo tropical seco no interior, e húmido à
medida que se caminha para a costa, com duas estações do ano: A quente e chuvosa que vai
de Outubro a Março e a fresca e seca, de Abril a Setembro. O Distrito apresenta temperaturas
médias anuais que variam entre 18-30º C, com uma precipitação média anual na época
chuvosa de 1200 mm, com maior incidência nos meses de Fevereiro e Março, em que
chegam a ocorrer inundações (PDD IV, 2017-2026).
1.1.2. Hidrografia
Segundo PDD IV (2017-2026), o Distrito de Massinga é banhado pelo Oceano Índico numa
extensão de 83 Km, e possui 13 rios, nomeadamente Mahocha, Malova, Chicamba, Rio das
pedras, Chilubziane, Tevele, Chipongo, Manhenge, Hanhane, Chiguelane, Senguele,
Chibanhane e Murie, e 11 Lagoas que são: Magumbe, Cofi, Malovecua, Paindane, Tshukuri,
Nhaphofo, Xiruku, Nhambzane, Txitsumanine, Queme e Nhansatane.
1.2. GENERALIDADES
Figura 2: Mapa mostrando as 6 bacias de Moçambique (Fonte: adaptado de Mussa, et al. 2018)
O valor de COT é afectado pelas transformações que a matéria orgânica é sujeita com o
avanço do soterramento e do grau de maturação, diminuindo progressivamente ao longo da
evolução dos processos de metagênese e catagênese (Tissot &Welte, 1984 citado por Ribeiro,
2011).
De um modo geral, o valor mínimo aceitável para que uma rocha seja classificada como uma
potencial rocha fonte geradora de hidrocarbonetos, quanto ao teor de COT (% massa) é de
0.5% para rochas siliciclastica (Argilito xistoso e siltito) e de 0.2% para rochas calcárias
(Tabela 1).
Tabela 1: Avaliação da qualidade da Rocha fonte quanto a %COT. (Fonte: adaptado de Peters, & Cassa, 1994)
Pirólise Rock-Eval
Pirólise Rock-Eval é uma reacção de decomposição que ocorre pela acção de altas
temperaturas. A técnica de pirólise consiste na simulação, em laboratório, do processo natural
de maturação da matéria orgânica. Esse processo envolve temperaturas experimentais
consideravelmente superiores àquelas normalmente registadas na superfície ou subsuperfície,
possibilitando que as reacções termoquímicas ocorram em curto espaço de tempo. O
equipamento geralmente utilizado é o Rock-Eval, nele são inseridas pequenas quantidades de
amostras de rocha em ambiente inerte (para evitar combustão da matéria orgânica), a
temperaturas de 300 °C a 600 °C por aproximadamente 25 minutos. A temperatura aumenta
gradualmente durante a análise, neste processo são liberados sucessivamente três porções de
gases, registados por um pirograma através de picos S1, S2 e S3. O pico S2 regista-se sob
temperaturas de 300 °C a 600 °C, onde ocorre a degradação do querogênio e a geração de
hidrocarbonetos. O pico S2 é expresso em mg HC/g rocha e constituem o potencial gerador
da amostra analisada (Tabela 2), (Ribeiro, 2011).
Tabela 2: Critérios utilizados param a qualificação da riqueza orgânica e do potencial gerador de uma rocha.
(Fonte: adaptado de D. Atta-Peters & P. Garrey, 2014)
Querogênio tipo I - é rico em hidrogénio e pobre em oxigénio, com potencial para geração
de óleo, proveniente principalmente de matéria orgânica algal lacustre e seus equivalentes
marinhos e da matéria orgânica enriquecida de lipídios por acção microbiana;
Querogênio tipo III – apresenta baixo teor de hidrogénio (baixa razão H/C) e alta razão O/C
maior do que nos outros tipos de querogênio, derivados essencialmente de vegetais
continentais, onde o potencial para a geração de óleo é insignificante, mas ainda pode gerar
gás.
Figura 3:Diagrama de Van Krevelen (Fonte: adaptado de Peters & Cassa, 1994)
A maturidade termal é controlada por factores tais como o tipo de rocha fonte de matéria
orgânica, conteúdo da matéria mineral, a profundidade de soterramento e a idade.
Tabela 3: Grau da maturação da matéria orgânica. Correlação entre Temperatura (Tmax) e Reflectância da
vitrinite (Ro). (Fonte: adaptado de Peter e Cassa, 1994).
1.3.2. PETROFÍSICA
Segundo Borba (2014), Petrofísica é o estudo das propriedades físicas da rocha, realizado
com medidas directas e indirectas. Tem aplicação na estimativa da capacidade de
armazenamento e da qualidade dos reservatórios. Os parâmetros Petrofísicos mais
importantes determinados a partir dos logs (diagrafias de furo) são: porosidade,
permeabilidade a saturação em fluidos (água e/ou hidrocarbonetos).
De acordo com o mesmo autor, durante a perfuração, as formações rochosas frágeis tais como
argilitos podem colapsar para o fundo do furo, tomando o diâmetro do furo superior do que o
tamanho da broca de perfuração (bit size). Quando a formação permeável é perfurada, o
líquido da lama de perfuração invade a formação adentro, deixando para trás a componente
sólida da lama de perfuração que adere as paredes desta formação, num processo de filtração,
em forma de bola de lama (mud cake). O desenvolvimento de mud cake ao longo da parede
da formação permeável perfurada, induz o Caliper a ler valores de diâmetros inferiores do
que o diâmetro da broca de perfuração (Figura 4). Em formações calcarias, o Log Caliper
pode ser usado para mapear caves nas formações perfuradas.
Figura 4: Comportamento do Log Caliper em diferentes formações rochosas. (Fonte: adaptado de Schön, J.,
2015)
Este log analisa a radioactividade natural total emitida pelos minerais que compõem as
formações. A radioactividade relaciona-se com a presença de isótopos radioactivos emissores
de raios gama que são o Potássio (K), Tório (Th) e Urânio (U). O Potássio (K 40) é encontrado
em minerais de argilas, K-feldspatos, micas e evaporitos. O Urânio (U 238) devido a sua
solubilidade encontra-se em oceanos, rios e lago, é também encontrado em minerais
primários como zircão e na matéria orgânica. O Tório (Th232) além de ser bom indicador da
presença de argilas é encontrado em minerais pesados.
As areias puramente quartzosas não são radioactivas e não emitem nenhuma radioactividade.
Pelo contrário, as argilas e areias mineralizadas emitem dozes de radioactividade
significativas e suficientemente sensíveis e detectáveis em sondas de medição GR (Tabela 4,
Figura 5).
Rocha Log GR
Recomenda-se o uso simultâneo dos Log GR e SP, nos casos em que as leituras feitas por
estes dois instrumentos se contradizem, como por exemplo, leituras altas de GR em areias
limpas podem ser erradamente interpretadas como sendo argilas pelo seu teor elevado de
minerais pesados radioactivos (Craveiro, 2013; Stevanato, 2011 citado por Timane, 2017).
Figura 6: Representação esquemática do comportamento do SP: (a) Origem do SP como resultado da interacção
electroquímica de formação e lama de perfuração filtrada; (b) Exemplo de respostas de SP em secção de Areia-
argila na subsuperfície (Fonte: Schon, 2015 citado por Timane, 2017)
Segundo Borba, (2014), a presença de óleo ou gás interfere pouco no perfil SP. Normalmente
ocorre uma atenuação da deflexão para a esquerda.
região homogénea do furo é obtida a partir da diferença de potencial entre os eléctrodos. Para
medir resistividade das formações geológicas são usados diferentes arranjos de eléctrodos
para gerar informações sobre diferentes zonas ao redor do furo. Dispositivos comutadores
permitem a conexão de diferentes conjuntos de eléctrodos, de modo que vários tipos de logs
de resistividade possam ser medidos durante uma única passagem de sonda. Para evitar o
efeito da lama de perfuração nos valores de resistividade medidos, pelo menos dois
instrumentos de medição de resistividades são usados, sendo um para medir a resistividade na
zona invadida pela lama (MINV ou resistividade rasa) e, outro, para medir a resistividade real
da formação na zona distante da zona de invasão da lama de perfuração (MLL ou
resistividade profunda).
Figura 7: Log de resistividade típicos de diversas formações geológicas, onde as zonas que contem Hc’s
apresentam separação das curvas de resistividade. (Fonte: Rider, 1996)
Quando as camadas que o furo atravessa, apresentam uma espessura fina e com estruturas,
são requeridas ferramentas de leituras muito rasas (shallow reading) para obter melhor
resolução das camadas. Mudanças na microestrutura da formação (textura) são mais bem
vistas em ferramentas que medem a zona invadida (invaded zone). A base de dados deste PC
consta os logs de Microresistividade que são os logs MINV, MNOR e MLL. São logs
utilizados qualitativamente por sua capacidade de detectar intervalos permeáveis, com uma
resolução vertical fina. O log MINV (Micro-Inverse) é o log que mede a resistividade do
“bolo de lama” (mud cake, Rmc), com uma profundidade de investigação rasa/baixa. O log
MNOR (Micro-Normal) é o log que com uma profundidade de investigação profunda/maior
que a MINV. Consequentemente, quando MNOR> MINV é considerada separação positiva e
indicativo de zona permeável (arenitos e carbonatos). O Microlaterolog (MLL), que mede a
resistividade da zona não invadida.
Este log mede a densidade da formação, a partir da emissão de raios gama de uma fonte de
Césio-137 da ferramenta em direcção à formação. Os raios gama emitidos interagem com a
formação por um processo denominado Efeito Compton, no qual os raios gama perdem
energia quando colidem com um electrão. A quantidade de raios gama que retornam ao
detector da ferramenta é inversamente proporcional à quantidade de electrões (também
chamada de densidade electrónica) da formação, que tem relação com a densidade da mesma
(bulk density). Baixas contagens de GR pela ferramenta indicam alta densidade electrónica
(eletronic bulk density) e baixa porosidade. Como a densidade tem relação com a porosidade,
a principal utilização do perfil densidade é na determinação da porosidade. O fluido de
perfuração influencia na leitura da ferramenta. Por isso, o perfil perde confiabilidade em
trechos onde o poço se encontra arrombado. A partir do caliper e das informações da lama de
perfuração, é possível efectuar uma correcção, chamada DRHO, que é um valor de densidade
somado à densidade lida na formação. O DRHO é apresentado sob a forma de uma curva, e
valores elevados podem ser associados a trechos mais irregulares do poço (Borba, 2014).
Segundo o mesmo autor, a escala da diagrafia é normalmente linear, variando de 2,0 a 3,0
g/cm3 (Figura 8). Para cada decréscimo de 0,05 g/ g/cm3, a porosidade aumenta em 3%.
Normalmente usa-se um corte (cutoff) de 9% de porosidade, na forma de uma recta no Log.
Figura 8: Respostas típicas do log de densidade global aparentem (RHOB) para as litologias mais comuns
(Fonte: Rider, 1996).
Os valores lidos pelo log também dependem da matriz (Tabela 5), e do fluido que preenche
os poros (composição da rocha). Já que a quantidade de radiação gama dependerá da
abundância de electrões presentes, que por sua vez, é função da densidade de formação
(Rider 1996;Asquith e Krygowski, 2003 citado por Francisco, 2018). Esta diagrafia, também
permite a identificação de litologias e fluidos, principalmente em conjunto com a diagrafia
neutrão, o reconhecimento de minerais acessórios e a identificação de zonas de excesso de
pressões.
Tabela 5: Densidades encontradas nas litologias mais comuns. (Fonte: Rider, 2000 citado por Craveiro 2013).
Figura 9: Respostas típicas do log de Porosidade Neutrão (NHPI) param as litologias mais comuns (Fonte:
Rider, 1996).
Esta diagrafia mede a velocidade de propagação de ondas elásticas da formação. O tempo que
a onda acústica leva para atravessar a rocha e função das propriedades mecânicas da
formação, do fluido contido nos poros e da sonda usada para a sua aquisição. A propagação
das ondas sonoras é muito rápida e rochas do que em fluidos, dai que os logs acústicos podem
ser usados como uma medida indirecta de porosidade. (Bassiouni, 1994 citado por Michaque,
2017). As ondas P (compressionais) são usadas para a determinação da porosidade primária,
mas também podem ser usadas para identificação de zonas de gás devido à alta Δ tc (tempo de
trânsito compressional, é dado em microssegundos por pé, μs/ft) nessas zonas. O tempo de
trânsito compressional medido em rochas geradoras de hidrocarbonetos são mais longos
quando comparados aos argilitos xistosos pobre em componentes orgânicos, por exemplo,
isso se deve à baixa densidade da matéria orgânica, normalmente entre 1,1 e 1,2 g/cm3
(Myers, 1992 citado por Costa, 2017). Segundo o mesmo autor, pode-se identificar possíveis
rochas fonte através de uma análise do perfil sónico, pois a diminuição da velocidade de
propagação das ondas nestas rochas torna as leituras maiores no perfil.
A diagrafia sónica fornece informação sobre a litologia, porosidade, o tipo de cimento que
agrega as partículas minerais, as características e localização das fracturas (Keys, 1990 citado
por Craveiro, 2013). A identificação de litologias com as diagrafias sónicas não é muito
precisa, apenas se sabe que formações carbonatadas apresentam elevadas velocidades, as
argilas baixas velocidades e as areias velocidades médias (Figura 10), (Craveiro, 2013).
Figura 10: Intervalos de tempos de trânsito e velocidades de propagação de ondas acústicas em diferentes
materiais geológicos (Fonte Rider, 1996).
GR lido−GR min
𝐼𝐺𝑅= , (eq. 1, Steiber, 1970)
GRmax−GRmin
Esta equação reflecte o seguinte: IGR=0 rochas limpas (0% de argilas) e IGR=1 para Argilito
puro (100% de argilas).
Figura 11: Princípio de derivação do índice de radiação gama. (Fonte: adaptado de Schön, 2015)
Segundo o mesmo autor, geralmente muitos Petrofísicos assumem que o IGR = V shale (relação
linear), (Bassiouni, 1994 citado por Timane, 2018). Porem, estas assunpção empírica não é
adequada. A forma certa de calcular o Vshale é inserir o IGR no Ábaco (Figura 12), à partir do
qual o valor de Vshale deve ser lido.
Varias relações empíricas para a determinação do V shale tem sido desenvolvidas em diferentes
períodos geológicos e áreas (ex: as correlações mas notáveis foram desenvolvidas por
Larinov, 1969; Stieber, 1970; Clavier et al., 1984), (veja a Tabela 6). Todavia, e importante
notar que o cálculo de Vshale é uma arte que depende da experiencia dos geocientistas na
determinação de valores das linhas de argila (shale lines) e de areia (sand lines) na curva do
Log - GR. (Bassiouni, 1994 citado por Timane, 2018)
Tabela 6: Formulas para o cálculo do Vshale desenvolvidas por vários Petrofísicos. (Adaptado de Saputra, 2008
citado por Timane, 2018)
Eq Formula Autor
.
2 Vshale = IGR Relação linear (acima do limite)
2 IGR
3 Vshale=0.33 (2 −1) Larinov (1969) para todas as rochas do Terciário ou mas
jovens não consolidadas.
4 Vshale=0.083 (23.7 IGR −1) Larinov (1969) para todas as rochas do Mesozóico
litificadas.
5 IGR Steiber (1970)
Vshale=
3−2∗IGR
6 Vshale=1.7−¿ Clavier et al., (1971)
Figura 12: Abaco usado para estimar valores de Vshale corrigidos. Relação entre o índice de radiação gama
(IGR e Volume das argilas (Vshale). Fonte: Asquith, G., and D. Krygowski, 2004 citado por Francisco, 2018)
Neste trabalho, o Vshale foi calculado através da equação de Larinov (1969) para as rochas
Mesozóicas ou mais antigas, pelo facto das rochas pertencerem as idades do Mesozóico. Este
cálculo foi efectuado através da plataforma Techlog 2015.3 recorrendo ao log GR (Figura
13).
Figura 13: Cálculo do volume de argilosidade (Vshale) pelo método de Larinov (1969). (Fonte: Autor através da
Plataforma Schlumberger Techlog 2015.3
Dt−Dtma−Vcl∗(Dtcl−Dtma )
ϕT =ϕSN = (eq. 7)
( Dtfl∗Sxo+ Dthy∗( 1−Sxo )−Dtma )∗Cp
Onde:
Dt = curva sónica
Dtma = valor sónico da matriz
Dtcl = valor sónico das argilas
Dtfl = valor sónico do fluido
Dthy = velocidade sónica dos Hc's
Vcl = volume das argilas
Sxo = saturação da zona invadida
Cp = factor de compactação
Tabela 7: Avaliação qualitativa dos reservatórios em função da porosidade. (Fonte: Adaptado de Rider, 2002
citado por Langa, 2020)
ρdrClay−ρwetClay
ϕtclay = (eq. 8)
ρdryClay− ρfl
Onde:
ØtClay =Porosidade total das argilas;
ρdryClay= Densidade das argilas secas;
ρwetClay= Densidade das argilas ;
ρfl= Densidade do fluido.
ϕe =ϕT −Vclay∗ϕtclay (eq. 9)
4.4
Φ
Equação de Timur (1968): K=0.136 (eq. 10)
S wt
1 /2 Φ2 (1−S WT )
Equação de Coates (1981): K =100 (eq. 11)
S wt
1 /2 Φ32
Equação de Tixier (1981): K =250 (eq. 12)
S wt
A permeabilidade da formação é necessária para a produção de hidrocarbonetos, se a
formação for permeável esta tem uma certa quantidade de porosidade. (Francisco, 2018).
Segundo o mesmo autor, as camadas permeáveis podem ser identificadas de uma forma
rápida usando os seguintes indicadores:
Potencial Espontâneo (SP) a difusão do potencial eléctrico é directamente indicadora
de formações permeáveis;
Invasões da lama de perfuração detectadas pelos logs de resistividade. As zonas
permeáveis são caracterizadas por apresentar uma separação das curvas de
resistividade profunda-MLL e resistividade rasa-MINV;
Presença do mudcake indicada através do log Caliper.
Tabela 8: Avaliação qualitativa dos reservatórios em função da permeabilidade. (Fonte: Adaptado de Rider,
2002 citado por Langa, 2020)
A Saturação irredutível da água (Swi) (às vezes chamada de crítica saturação da água)
define a saturação máxima da água que uma formação com uma dada permeabilidade e
porosidade pode reter sem produzir água (NTON & ROTIMI, 2015 citado por Langa, 2020).
Swi =
√
2 F
2000
(eq. 13)
Para calcular Sw de uma forma correcta o segundo efeito da condutibilidade (efeito das
argilas) deve ser eliminado. Nesse PC foi utilizada a equação de saturação do tipo Dual
Water (Equação 14) que elimina o efeito das argilas no cálculo da saturação de água.
1
RT
=
ϕt m∗SwT n
a
∗ +
[
1 Swb 1
−
1
Rw SwT SwT Rw ( )] (Eq. 14)
Onde:
ϕt = porosidade total;
Rt= resistividade verdadeira da formação;
m= Coeficiente de cimentação;
n= Coeficiente de saturação;
a= Coeficiente de tortuosidade;
Rw= Resistividade da água de formação;
Swb= Curva de saturação de água de capilaridade;
SwT= Curva de saturação total de água;
Rwb= Curva da resistividade da água de capilaridade.
Este parâmetro é muito importante visto houve numerosos casos em que zonas com alta
saturação de água produziram hidrocarbonetos livres de água e outras com baixa saturação
produziram muita água. Isso ocorre por causa do tamanho dos poros que controla o fluxo de
fluido e contribui para a produtividade de hidrocarbonetos.
Se os valores de BVW calculados em várias profundidades da formação forem constantes
(coerente) ou tendem a ser constante, isso significa que a zona é homogénea e com saturação
irredutível da água. “Quando a zona tem a” Swi, a água existente na zona não invadida (Sw)
não poderá se mover porque esta “presa” nos grãos por pressão capilar, sendo assim a
produção de hidrocarbonetos nesta zona estará livre da água (Morris e Biggs, 1967 citado por
Asquith & Gibson, 1982). E quanto menor for o tamanho dos grãos maior será a pressão
capilar e consequentemente o BVW irá aumentar (Langa, 2020).
Figura 14: Representação esquemática mostrando a definição de NGT, NT, e NP (Fonte: Extraída de Schon,
2015 citado por Langa 2020).
Segundo Langa (2020) a determinação de Net pay constitui um dos processos mais
fundamental, o objectivo deste processo é seleccionar intervalos de maior produtividade e
economicamente viáveis no reservatório. O volume de argila (Vsh), porosidade (Φ) e
saturação de água (Sw) são geralmente usados na distinção destes intervalos através da
aplicação de cut-offs (Tabela 1 na secção 3.4).
O NTG é obtido pela expressão abaixo:
Asquith & Krygowsky (2004) citado por Francisco (2018), recomendam o uso das seguintes
etapas para identificar zonas de interesse:
Separação das zonas argilosas das zonas não argilosas. Essas zonas foram
descriminadas através de padrões de logs de GR e SP. Para o efeito foi usado um teor
de corte (linha base para as argilas- shale base line) de GR ≤75 API para fáceis não
argilosas (arenitos e carbonatos) e GR> 75 API para fácies argilosas.
Para reservatórios clásticos, analisa-se o log de resistividade profunda, se esta ler
valores altos há maior probabilidade de a formação conter hidrocarbonetos, em
seguida parte-se para a análise da porosidade (somente no caso da apresentar valores
de porosidades extremamente baixos e altas resistividades é tight e não reservatório)
Para reservatórios carbonáticos, analisa-se a porosidade primeiro, se esta for
suficiente, analisa-se o log de resistividade; se este for alto hidrocarbonetos podem
estar presentes na formação.
1.3.4.5. Crossplots
O crossplot é uma técnica usada na interpretação convencional na área de Geologia de
Hidrocarbonetos para a determinação de litologias complexas e na estimação das porosidades
das formações (Bassiouni, 1994 citado por Francisco, 2018).
Por exemplo no crossplot NPHI/RHOB da Figura 15, as porosidades são plotadas em escalas
lineares. Pontos correspondem a uma litologia pura saturada em água definida pelas linhas
(arenito, calcário, dolomite, etc.) que podem ser graduados em unidades de porosidades, ou
um ponto singular mineral (por exemplo calcário) pode ser definido através do alinhamento
dos pontos numa das linhas. Quando a matriz da litologia é binária (exemplo calcário-arenito;
calcário-dolomito; arenito-dolomito) os pontos plotados agrupam-se entre as linhas
correspondentes (Francisco, 2018).
Figura 15: Porosidade e litologia determinada com recurso ao Crossplot NPHI/RHOB. (Fonte: Halliburton,
1994 citado por Borba, 2014).
Figura 16: Elementos e processos do sistema de petróleo. (Fonte: Magoon e Beaumont, 1999).
1.3.5.6. Migração
O escoamento dos fluidos petrolíferos, através de rotas diversas pela subsuperfície, até a
chegada em um local portador de espaço poroso, selado e aprisionado, apto para armazena-
los, constitui o fenómeno de migração. (Rostirolla, 1999 citado por Rocha, 2016).
Segundo Link (1996) citado por Rocha (2016), pode-se concluir que existem três diferentes
tipos de migração: Migração Primaria, Migração Secundaria e Migração Terciaria.
1.3.5.7. Acumulação
Uma vez em movimento, os fluidos petrolíferos são dirigidos para zonas de menor pressão,
normalmente posicionadas em situações estruturalmente mais elevadas que as rochas
próximas. As configurações geométricas de estruturas das rochas sedimentares que permitem
a focalização dos fluidos migrantes arredores para locais elevados, que não permitam o
escape futuro destes fluidos, obrigando-os a lá se acumularem, são denominados de trapas ou
armadilhas (Link, 1996 citado por Rocha, 2016).
Figura 17: Sequência litoestratigráfica generalizada da Bacia de Moçambique (ECL e ENH, 2000)
Formação das Argilas do Cretácico Sequência argilosa que grada para Arenitos
Domo Superior Superior continentais, foi depositado num ambiente
(Turoniano- de transgressão marinha.
Senomaniano)
Segundo ECL (1985), geologicamente o furo localiza-se numa área de Domo monoclínico,
que mergulha para o norte em direção a depressão de Marruphene, limitado a oeste pelo
graben de Chisenga e a este pela cadeia vulcânica de Pomene.
Legenda:
- Folhelho - Arenito Argilito, siltito
- Calcário
Margas inte. de
areias Argilas e
- Calcarenito Inconformidade
glauconíticas e cinzas escuras
Argilas
Figura 18: Coluna estratigráfica do Furo Nhachengue-1. (Fonte: adaptado de Aquitaine, 1970)
perfuradas com idades desde Jurássico superior a Plioceno, mas não são discutidas com
detalhe neste relatório. De acordo com Aquitaine (1970), todas as formações foram inundadas
por água salgada. Segundo ECL (2000), o reconhecimento dos intervalos de potências rochas
fonte de hidrocarbonetos na Bacia de Moçambique baseia-se em evidências directas
associadas aos dados de geoquímica dos furos disponíveis, bem como do arranjo tectono-
estratigráfico e de extrapolação regional. Quando os dados são projectados no diagrama de
Van Krevelen, discriminam-se no campo de querogênio tipo III, percursora de gás natural.
Evidencias
Segundo ECL (2000), as temperaturas máximas são atingidas no final do período
Cretáceo. No entanto, a subsidência que ocorreu no terciário (Paleogénico e
Neogénico) pode ter promovido mais geração de hidrocarbonetos.
O furo em estudo foi feito numa zona com uma estrutura monoclinal, e apresenta
horizontes de areia onde pode ser considerada favorável para armadilhas
estratigráficas de hidrocarbonetos.
2. OBJECTIVOS
3. METODOLOGIA
Para a elaboração de gráficos, tabelas e figuras do presente projecto científico (PC), recorreu-
se aos dados de geoquímica orgânica usando o software M.S. Excel 2010 e dados de diagrafia
de furo (log) usando o software Techlog 2015.3. Seguiu-se a seguinte metodologia
apresentado pelo fluxograma da Figura 19, abaixo:
Pesquisa
Bibliográfica
Dados de Dados de
Geoquímica diagrafias de
orgânica furo (logs)
Apresentação e discussão de
resultados da Rocha Fonte
Tabela 10: Valores médios de COT (%) e Potencial gerador S2 (mg HC/g Rocha) das amostras do furo
Nhachengue-1. (Fonte: Autor, baseado na classificação de D. Atta-Peters, P. Garrey, 2014)
Diagrama de COT Vs S2
Excelente
Oligoceno (Paleogéneo)-
Limpopo
Muito Bom
10
Campaniano-Santoniano
Bom (Cretácico Superior)-
Grudja Inferior
Razoável
Turoniano (Cretácico
S2 (mg HC/g Rocha)
Superior)-Argila do
Domo Superior
Pobre
Cenomaniano (Cretácico
1 Superior)-Areia do Domo
Cenomaniano (cretácico
superior) -Cretácico infe-
rior-Argila do Domo Infe-
rior
Pobre
Cenomaniano-Cretácico
Muito
Excel
Boml
Bom
ente
inferior-Maputo
Ra
av
zo
el
0.1
0 1 2 3 4 5 6 7
COT (%)
Figura 20: Teor de carbono orgânico (COT) vs. Potencial gerador (S2) do furo Nhachengue-1 (Fonte: Autor,
baseado na classificação de D. Atta-Peters & P. Garrey, 2014)
A Avaliação dos tipos que querogênio da matéria orgânica dispersa é feita com recurso ao
Diagrama de Van Krevellen modificado (Peters & Cassa, 1994) apresentado na Figura 21. De
acordo com este diagrama, o tipo de querogênio, os pontos discriminam-se nos campos de
domínio de querôgenio de tipos III e IV. O querogênio Tipo III é percussor de Gás e
querogênio 4 é inerte, que sugere remobilização e redeposição da matéria orgânica, derivada
essencialmente de restos de vegetais sob condições oxidantes Mussa (2014). Em
Campaniano-Santoniano
700 (Cretácico Superior)-
Grudja Inferior
Tipo II
Cenomaniano (cretácico
superior) -Cretácico in-
300 ferior-Argila do Domo
Inferior
200
Cenomaniano-Cretácico
inferior-Maputo
100
Tipo III
0
0 50 100 150 200 250 300
Índice de Oxigénio (mg HC/g Rocha)
Figura 21: Diagrama de Van Krevelen modificado mostrando a distribuição dos valores dos índices de
hidrogénio e de oxigénio discriminando os tipos de querogênio das formações atravessadas pelo furo
Nhachengue-1. (Fonte: Autor, baseado na classificação de Peters & Cassa, 1994)
baixos de ~0.97% e T.max. de 17.22°C. Valores inferiores a 0.5 %Ro, as rochas geradoras de
petróleo encontram-se ainda num estado imaturo, contudo, o principal hidrocarboneto
formado é o metano biogenético (Tissot & Welte, 1984), pois a janela de petróleo, segundo
os mesmos autores, uma rocha fonte diz-se termicamente matura quando a %Ro variar entre
0.5%Ro – 2%Ro e os valores de %Ro que definem a janela de petróleo variam de 0.5%Ro –
1.3%Ro.
As formações de Argila do Domo Inferior e de Maputo apresentam valores %Ro que variam
entre 1.97%Ro e 2.23%Ro, e altos valores de temperatura (437,74°C e 442,11°C),
projectando as rochas fonte destas formações no intervalo de maturidade termal da matéria
orgânica contida de supermatura, propício pra a geração de gás condensado e seco (Tissot &
Welte, 1984).
Tabela 11: Valores médios de Reflectância de vitrinite %Ro (%) e Potencial gerador S2 (mg HC/g Rocha) das
amostras do furo Nhachengue-1. (Fonte: Autor, baseado na classificação de em Peter e Cassa, 1994).
%Ro Tmax
Formação Período (época) Classificação Classificação
(%) (°C)
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 0,98 Maturo final 417,22 Imaturo
Cheringoma Eoceno (Paleogéneo) - - - -
Campaniano-Santoniano
Grudja Inferior 1,29 Maturo final 428,89 Imaturo
(Cretácico Superior)
Argila do Domo Maturo
Turoniano (Cretácico Superior) 1,55 Supermaturo 433,06
Superior Inicial
Areia do Domo Cenomaniano (Cretácico Superior) - - - -
Argila do Domo Cenomaniano (cretácico superior) Maturo
1,97 Supermaturo 436,40
Inferior -Cretácico inferior inicial
Maturo
Maputo Cenomaniano-Cretácico inferior 2,23 Supermaturo 438,61
Inicial
Usando critério Tmax para avaliação do potencial gerador de rochas fonte, nota-se que que as
amotras de potenciais rochas fonte das formações analisadas no furo discriminam-se no
intervalo do estagio maturo, e o tipo de querogênio presente é percurssor para a geração de
gás condensado e gás seco (Figura 22).
Campaniano-Santoniano
(Cretácico Superior)-Grudja
Tmax (°c)
420 Inferior
Matura
Matura
Maturo
Inicial
Cenomaniano-Cretácico in-
Final
Zona
tura
ferior-Maputo
390
0 0.5 1 1.5 2 2.5
Reflectância da vitrinite (%)
Figura 22: Reflectância da Vitrinite (%Ro) Vs Tmax mostrando os níveis de maturação. (Fonte: Autor, baseado
na classificação de D. Atta-Peters & P. Garrey, 2014).
parâmetros como o GR<75 Gapi, mud cake do log CALI e o cross-over negativo dos logs de
porosidade de neutrão (NPHI) e de densidade global (RHOB).
Tabela 12: Zonas de interesse identificadas no Furo Nhachengue-1 através de parâmetros estatísticos da
resistividade de penetração profunda (MLL).
inglesa): cutoff para Vsh ≤30% e 40%, ΦT ≥15% e 12% e Sw≤50% e 60%, respectivamente
(Crain, 2020), (Tabelas 13 e 14).
Tabela 13:Zonas de interesse identificadas no Furo Nhachengue-1 com recurso ao cutt-off da porosidade Total
(ΦT) ≥ 15%. (Fonte: Autor).
Usando o critério de cutt-off´s para uma pré-avaliação económica foi eliminada da análise de
detalhe a zona 12, pois tem uma porosidade Total inferior do que 15%, restando apenas as
zonas 5, 9, 11 e 12 para a interpretação convencional quantitativa (Tabela 13). Note que para
as zonas 5, 9, 10 e 11, foram estimados valores de Vsh.
Verifica-se que a zona 9 possui volume de argila (Vsh) menor que 30% bem como de Sw
inferior do que 50%, enquanto as zonas 5, 10 e 11 apresentaram valores superiores a 30%
tendo sido eliminadas para a análise detalhada (Tabela 14). Também foram estimados outros
parâmetros petrofísicos como o Net Reservoir e Net Pay (Tabela 15).
Tabela 14: Zonas de reservatório identificadas no Furo Nhachengue-1 discriminadas com recurso ao critério de
cutt-off deVsh ≤30% e Sw≤50%. (Fonte: Autor, baseado na classificação de Crain, 2020).
Profundidade
Análise da Zona 9
A natureza arenosa descrita pela Figura 23 não se confirma no crossplot entre RHOB e NPHI
apresentado na Figura 24, que mostra litologia entre calcário e dolomite. A presença de argila
também é acentuada nesta figura. A partir do ANEXO 6, verifica-se que este horizonte é
predominantemente formado por calcário com água e calcário com petróleo.
Figura 23: Zona de interesse 9 mostra horizonte de Arenito principal encaixado entre calcário saturado de água
acima e alternância de stringers de argilito, calcário saturado de água e argilito abaixo. Um segundo horizonte
de arenito é indicado na parte superior do crossplot (Furo Nhachengue-1).
O crossplot dos logs RHOB e NHPI da Figura 24, mostra que a zona 9 é composta por
litofácies de calcário e dolomite bem como as misturas binárias de arenitos-calcário e
calcário-dolomite, com maior predominância para calcário-dolomite.
É importante ressalvar que só foi possível calcular o Net Pay (zona produtora) na zona 9,
sendo que nas outras não foi possível devido aos altos valores de Vsh e Sw e baixos valores
de Porosidade Total. Na zona 9 o valor de Gross é de 16m, e de Net-to-gross de 62,5%,
sugerem que a qualidade do reservatório é boa para acumulação de hidrocarbonetos.
Contudo, os valores de BVW nesta zona apresentam uma dispersão muito elevada, com valor
de 5 (Tabela 15), indicativo de certa heterogeneidade, onde os fácies são marcados pelas
misturas de sedimentos de grãos com tamanho de partículas variadas de grosso a fino. A
porosidade efectiva calculada é de 23,8% da porosidade total (ΦT) calculada para a zona 9
(Tabela 15). A permeabilidade (K) obtida pela equação de Timur apresentou o valor de
34mD classificado como “moderada”. A saturação em água (SWT_DUAL) apresentou o valor de
43,9% registando uma diminuição com a profundidade em todo furo. A saturação em
hidrocarbonetos (Sh) na zona 9 apresentou um valor moderado de 56,1%, registando um
aumento com a profundidade em todo o furo.
Mauro Adriano Mazuze Projecto Científico Departamento de Geologia-UEM Pá gina 50
Avaliação da qualidade, maturidade térmica e do potencial gerador de 2021
hidrocarbonetos de rochas fontes e os horizontes reservatórios de
ocorrência de hidrocarbonetos atravessados pelo Furo Nhachengue-1
Tabela 15: Resumo de parâmetros petrofisícos médios calculados para az zonas de interesse do Furo
Nhachengue-1.
Z-9 (Formação
Net
de Argila de 2166 2183 16 14,93 92,6 5 18,3 23,3 23,3 29 46,3 53,7
Reservoir
Domo Superior)
Z-9 (Formação
de Argila de 2166 2183 Net Pay 16 10,51 65,2 4 17,6 23,8 23,8 34 43,9 56,1
Domo Superior)
Z-10 (Formação
Net
de Argila de 2781 2797 16 - - - - - - - - -
Reservoir
Domo Superior)
Z-11 (Formação
Net
de Argila de 2818 2824 6 - - - - - - - - -
Reservoir
Domo Superior)
Z-12 (Formação Net
4433 4440 7 - - - - - - - - -
de Maputo) Reservoir
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1. Conclusões
As formações do Cretácico (Argila do Domo Inferior e Maputo) apresentaram valores
de COT relativamente maiores em relação as Formações de Limpopo e de
Cheringoma, o que conferente uma qualidade razoável de potencial rocha fonte
gerador de hidrocarbonetos;
Verifica-se o domínio do querogênio Tipo III em todas as formações de potenciais
rochas geradoras de hidrocarbonetos, precursor de Gás;
Os diagramas de discriminação dos graus de maturidade térmica e tipos de
hidrocarbonetos gerados mostram que a as formações potenciais rochas fonte geraram
gás condensado e seco;
Zonas de Potencias reservatórios de calcários, dolomites e misturas binárias entre
estas duas litologias foram identificados e mapeados, com base em crossplots entre os
logs de RHOB e NPHI. Um carácter ligeiramente calcário foi observado para a zona
9, com ocorrência de hidrocarbonetos líquidos (petróleo);
Os valores de saturação de água (Sw) em todo o furo tende a diminuir com a
profundidade, implicando o aumento de saturação em hidrocarbonetos (Sh) com a
profundidade.
5.2. Recomendações
Para a melhoria dos resultados deste estudo, recomenda-se que se façam estudos
similares com maior número de furos para melhor perceber o sistema petrolífero
Bacia de Moçambique;
Recomenda-se que se faca um estudo mais detalhado no furo Nhachengue-1 com o
intuito de caracterizar os reservatórios determinando o tipo de argila presente bem
como determinar ambientes deposicionais;
Recomenda-se que se adquiram dados sísmicos 3D para melhor análise das potenciais
zonas reservatórios;
Recomenda-se que se faça um estudo de Geoquímica Orgânica com os furos
Funhalouro-1 e Pomene-1, com o intuito de verificar a possibilidade de os
hidrocarbonetos líquidos terem vindo de outras fontes não mencionadas neste
projecto, visto que o furo Nhachengue-1 possui baixo potencial de geração de hc´s
liquidos.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Sondage de Nhachengue-1. Artigo não publicado pela ENH, Moçambique, Lourenço
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2. Bassiouni, Z. (1994). Theory, Measurement, and Interpretation of Well log
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Tiradentes, Aracaju.
4. Costa, Cainan De Oliveira. (2017). Estimativa do teor de Carbono Orgânico total
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perfilagem geofísica. Trabalho de Graduação, Universidade Federal da Bahia,
Salvador-Bahia.
5. Crain, E. (2020). Crains Petrophysical Handbook. Disponível no online:
http://spec2000.net.
6. Craveiro, K. D.E. Santo. (2013) Análise de diagrafias em poços na bacia de Rio
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7. D. Atta-Peters, P. Garrey. (2014). Source Rock Evaluation and Hydrocarbon
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9. ECL e ENH. (2000). The petroleum Geology and Hydrocarbon Prospectivity of
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Mondlane, Maputo.
11. Francisco, Norcésio Epifânio. (2018). Identificação de Fácies Sedimentares e
Avaliação das Secções de Hidrocarbonetos do Cretácico Superior e Inferior,
usando Well Logging Analysis, Onshore, Bacia de Moçambique. Projecto
científico, Universidade Eduardo Mondlane, Maputo.
Mauro Adriano Mazuze Projecto Científico Departamento de Geologia-UEM Pá gina 53
Avaliação da qualidade, maturidade térmica e do potencial gerador de 2021
hidrocarbonetos de rochas fontes e os horizontes reservatórios de
ocorrência de hidrocarbonetos atravessados pelo Furo Nhachengue-1
6.1. Websites
a) http://geoando.blogspot.co.za
b) http://glossary.oilfield.slb.com
c) https://portogente.com.br/portopedia/84523-onshore
d) https://www.significadosbr.com.br/offshore
7. ANEXOS
Oligoceno (Paleogéneo)
4
Campaniano-Santoniano
S2 (mg HC/g Rocha)
(Cretácico Superior)
3
Turoniano (Cretácico Superior)
1 Cenomaniano-Cretácico in-
ferior
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
COT (% )
440
Oligoceno (Paleogéneo)
430
Campaniano-Santoniano
(Cretácico Superior)
Turoniano (Cretácico
TMax (°c)
420 Superior)
Cenomaniano (cretácico
superior) -Cretácico in-
ferior
410 Cenomaniano-Cretácico
inferior
400
390
0 0.5 1 1.5 2 2.5
Reflectância da vitrinite (%)
IO IH
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 144,44 44,44
Cheringoma Eoceno (Paleogéneo) 0,00 0,00
Grudja Inferior Campaniano-Santoniano (Cretácico Superior) 180,00 68,89
Argila do Domo Turoniano (Cretácico Superior) 54,44 35,14
Superior
Areia do Domo Cenomaniano (Cretácico Superior) 24,44 22,22
Argila do Domo Cenomaniano (cretácico superior) -Cretácico 42,89 30,77
Inferior inferior
Maputo Cenomaniano-Cretácico inferior 52,00 34,37
Aglomerado Jurássica inferior - -
Vulcânico
Formação Período (época) Profundidade COT S2 (mg Tmax Rvit(% HI (mg OI (mg
(m) (%) HC/g (°C) ) HC/g HC/g
Rocha) Rocha) Rocha)
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 136,2 0,1
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 202,1 0,0
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 242,6 0,1
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 297,9 0,0
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 340,4 0,0
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 468,1 0,1
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 617,0 0,1
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 668,1 0,3 0,1 417,2 1,0 44,4 148,9
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 766,0 0,3
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 829,8 0,3
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 861,7 0,3
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 893,6 0,3
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 925,5 0,3
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 972,3 0,2
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 1.006,4 0,3
Cheringoma Eoceno (Paleogéneo) 1.063,8 0,3
Cheringoma Eoceno (Paleogéneo) 1.138,3 0,3
Cheringoma Eoceno (Paleogéneo) 1.223,4 0,3 0,1 416,7 1,2 55,6 291,1
Grudja Inferior Campaniano-Santoniano 1.287,2 0,3 0,1 416,7 1,4 53,3 266,7
(Cretácico Superior)
Grudja Inferior Campaniano-Santoniano 1.387,2 0,3 0,1 427,8 1,4 57,8 115,6
(Cretácico Superior)
Grudja Inferior Campaniano-Santoniano 1.410,6 0,3
(Cretácico Superior)
Grudja Inferior Campaniano-Santoniano 1.500,0 0,3
(Cretácico Superior)
Grudja Inferior Campaniano-Santoniano 1.542,6 0,4
(Cretácico Superior)
Xisto do Domo Turoniano (Cretácico 2.776,6 0,6 0,1 428,9 35,6 84,4
Superior Superior)
Xisto do Domo Turoniano (Cretácico 2.797,9 0,6 0,1 433,3 22,2 26,7
Superior Superior)
Xisto do Domo Turoniano (Cretácico 2.829,8 1,2 0,1 438,3 22,2 26,7
Superior Superior)
Xisto do Domo Turoniano (Cretácico 2.861,7 1,1 0,2 438,9 22,2 28,9
Superior Superior)
Areia do Domo Cenomaniano (Cretácico 2.883,0 0,3
Superior)
Areia do Domo Cenomaniano (Cretácico 2.925,5 0,3 0,1 430,6 22,2 24,4
Superior)
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 2.957,4 0,3 0,1 435,6 22,2 22,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 2.989,4 0,9 0,2 432,8 22,2 22,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.021,3 1,0 0,2 433,3 22,2 24,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.048,9 1,1 0,2 433,3 22,2 33,3
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.076,6 1,4 0,2 436,1 22,2 22,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.106,4 1,1 0,2 433,3 22,2 24,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.144,7 1,1 0,2 433,3 28,9 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.170,2 1,4 0,3 440,6 44,4 42,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.202,1 1,1 0,2 437,8 33,3 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.225,5 0,5
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.261,7 1,1 0,2 437,8 33,3 46,7
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.291,5 1,1 0,2 435,0 22,2 42,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.346,8 1,1 0,3 436,1 44,4 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.414,9 1,1 0,2 437,2 31,1 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.442,6 1,1 0,2 433,3 22,2 62,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.478,7 1,1 0,2 435,6 24,4 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.500,0 1,1 0,2 430,0 26,7 31,1
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.534,0 0,9 0,2 438,9 37,8 66,7
Inferior superior) - Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.561,7 1,3 0,3 438,9 42,2 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.602,1 1,1 0,2 444,4 37,8 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.634,0 1,2 0,3 448,3 42,2 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.676,6 1,2 0,2 439,4 40,0 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.710,6 1,1 0,2 450,1 40,0 48,9
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.736,2 1,1 0,2 442,8 44,4 37,8
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.787,2 1,1 0,2 449,4 24,4 48,9
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.808,5 1,1 0,2 444,4 37,8 42,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.840,4 1,0 0,2 444,4 37,8 62,2
Inferior o superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.880,9 1,1 0,3 436,7 44,4 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.936,2 1,1 0,2 438,9 35,6 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 4.017,0 1,1 0,2 440,6 24,4 42,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 4.063,8 1,1 0,2 445,6 40,0 40,0
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 4.097,9 1,1 0,2 438,9 40,0 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 4.144,7 1,1 0,2 440,0 28,9 33,3
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 4.180,9 1,1 0,2 443,9 22,2 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 4.212,8 1,1 0,2 434,4 22,2 42,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Maputo Cenomaniano-Cretácico 4.251,1 0,9 0,2 444,4 22,2 66,7
inferior
Maputo Cenomaniano-Cretácico 4.287,2 0,9 0,2 437,2 22,2 44,4
inferior
Maputo Cenomaniano-Cretácico 4.319,1 0,8 0,1 439,4 22,2 66,7
inferior
Maputo Cenomaniano-Cretácico 4.351,1 0,8 0,1 440,6 11,1 55,6
inferior
Maputo Cenomaniano-Cretácico 4.383,0 0,8 0,1 442,8 35,6 44,4
inferior
Maputo Cenomaniano-Cretácico 4.406,4 0,8 0,1 435,0 33,3 51,1
inferior
Maputo Cenomaniano-Cretácico 4.436,2 0,9 0,5 439,4 44,4 60,0
inferior
ANEXO 5: ANEXO 5: Correlação entre COT da formação de Argila do Domo Inferior e parâmetros petrofísicos
ANEXO 6: Identificação do tipo de fluido presente nos reservatórios da Zona 9 com recurso a Vp/Vs ratio e Poisson Ratio.