Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
PROJECTO CIENTÍFICO
Diagrama de COT Vs S2
Excelente
Muito Bom
10
Bom
S2 (mg HC/g Rocha)
Razoável
Pobre
1
Muito Bom
Excelente
Razoavel
Pobre
Bom
0,1
0 1 2 3 4 5 6 7
COT (%)
Autor:
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
PROJECTO CIENTÍFICO
Supervisor:
Co-supervisores:
DEDICATÓRIA
Aos meus avós Francisco Correia Macandja e Atália Matilde Chavana (in memoriam), Elisa
Chirrame Mazuze (in memoriam) e aos meus Pais Adriano Francisco Mazuze e Maria Francisco
Correia.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradecer a Deus pelo dom da vida, saúde e por permitir que a realização deste
trabalho fosse possível.
Um forte e especial agradecimento aos meus pais, por toda a dedicação e auxílio que me
concederam desde a minha infância até a fase adulta. Tudo isto contribuiu para o meu crescimento
sociocultural e académico.
Aos meus familiares em especial aos meus irmãos Hélio Mazuze, Isidro Mazuze, Cláudio Mazuze,
Márcia Mazuze pelo carinho e conforto que me deram em todos os momentos da vida.
Aos meus Supervisores Prof. Doutor Mussa Achimo e ao Mestre Belarmino Massingue, pelos
conhecimentos transmitidos durante a minha formação, por terem aceitado o desafio de
desenvolver este PC e pela orientação que me deram durante a realização do trabalho.
Ao Departamento de Geologia que contribuiu de forma incansável através dos seus recursos
financeiros, científicos e humanos ao longo de toda minha formação e da realização deste trabalho.
Aos meus colegas e irmãos da academia do ano de 2014, em especial a Lélio Cunica, Kelvin Alves,
Sinai Benson, Frengue Chunguane, Telódio Nuvunga, Leopoldo Jamo, Yara Charles, Alfredo,
Langa Manuel, bem como dos outros anos em especial a Sílvia Xavier, Suzana Rafael Jonasse,
Neima Ferreira, Hermínio Carlos Langa, Salva Amanda Uamusse, Norcésio Francisco, Hélder Bia,
Avelino Muianga e a todos outros, pela sua amizade e conhecimentos partilhados que contribuíram
positivamente na minha formação.
Por fim, quero agradecer a todos os que, de forma directa ou indirecta contribuíram na minha
formação académica.
MUITO OBRIGADO
DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu, Mauro Adriano Mazuze, declaro por minha honra que os resultados obtidos e apresentados
no presente Projecto Científico são da minha autoria, e que nunca tinha sido apresentado ou
submetido a uma outra instituição académica nacional ou estrangeira, e constitui fruto de minha
investigação, sendo que todas as bibliografias consultadas estão devidamente citadas e
referenciadas.
O Autor
____________________________________________________
RESUMO
O presente projecto científico é baseado essencialmente em dados de Geoquímica Orgânica com
o intuito de fornecer uma compreensão qualitativa sobre as rochas fonte atravessadas pelo furo
Nhachengue-1, localizado na Bacia de Moçambique, e bem como em dados de diagrafias de furo
(logs) com o intuito de identificar os horizontes reservatórios de ocorrência de hidrocarbonetos do
período Paleogénico ao Cretácico. O conteúdo do Carbono Orgânico Total (COT) revelou-se
baixo, que é um indicador de um potencial de geração baixo. As Formações de Argilas de Domo
Inferior e de Maputo apresentaram valores de COT relativamente maiores relativamente às outras
formações, com valores de COT (médio de 1.10% e 0.75% respectivamente). Verifica-se o
domínio do querogênio Tipo III, precursor de Gás. As formações do Paleogénico, como é o caso
da Formação do Limpopo apresentam baixos valores de reflectância de vitrinite na ordem de (%Ro
~0.97%) e temperatura de (417.2°C), projectando-se na zona de gás húmido. As formações de
Argila de Domo Inferior e de Maputo exibem altos valores de Ro, com (valores médios entre
1.97% e 2.23%), classificando-as como supermaturas, propícias para a geração de gás condensado
e seco. De um modo geral, verifica-se uma tendência de aumento de Ro e Tmax com a
profundidade, onde há uma variação do estado maturo para o supermaturo. Nota-se uma baixa
correlação entre os dados de Ro e a Tmax, presumindo-se que esses sedimentos sofreram
maturação precoce e/ou incipiente ainda na fase da diagénese.
A partir da análise de logs, foram identificadas 12 zonas de interesse, que são formações areníticas
e permeáveis. Foram usados parâmetros como o GR <75 Gapi, mud cake do log CAL e o cross-
over negativo dos logs NPHI-RHOB. Neste furo, 11 zonas foram eliminadas (zona 1 à 8 e zona 10
à 12) para análise convencional quantitativa mais detalhada por apresentar baixos valores de
resistividade profunda lida no Log MLL (< 4 Ω.m), porosidade total ΦT ˂15%, volume de argila
(Vsh) maior que 30% e saturação em água (Sw) maior que 50%. A Zona 9 se destacou por causa
dos seus altos valores de resistividade (14,83 Ω.m), baixos valores de Vsh (19,45%), altos valores
de ΦT (23,10%) e baixos valores de Sw (49,64%). Apesar da zona 9, na escala do furo enquadrar-
se dentro da Formação de Argila de Domo (do Turoniano), acredita-se tratar-se de um horizonte
calcário encaixado na Formação argilosa de Domo.
ÍNDICE GERAL
DEDICATÓRIA i
AGRADECIMENTOS ii
DECLARAÇÃO DE HONRA iii
RESUMO iv
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS v
ÍNDICE GERAL vi
ÍNDICE DE FIGURAS viii
LISTA DE TABELAS ix
1. INTRODUÇÃO 1
1.1. Localização do Furo Nhachengue-1 2
1.1.1. Clima 3
1.1.2. Hidrografia 3
1.1.3. Solos e Relevo 3
1.2. GENERALIDADES 3
1.2.1. Localização da Bacia de Moçambique 3
1.3. PRINCÍPIOS TEÓRICOS SOBRE O TEMA 5
1.3.1. CARACTERIZAÇÃO DA GEOQUÍMICA ORGÂNICA 5
1.3.1.1. Carbono orgânico total (COT) 5
1.3.1.2. Temperatura máxima (T.max.) 6
1.3.1.3. Índices de Hidrogénio (IH) e de Oxigénio (IO) 7
1.3.1.4. Reflectância da Vitrinite (Ro) 8
1.3.2. PETROFÍSICA 9
1.3.2.1. Diagrafia Caliper (CAL) 9
1.3.2.2. Diagrafia de Raios-Gama (GR) 10
1.3.2.3. Diagrafia de Potencial Espontâneo (SP) 12
1.3.2.4. Diagrafia de Resistividade (MINV, MNOR e MLL) 13
1.3.2.6. Diagrafia de Neutrão (Neutron log, NPHI) 17
3. METODOLOGIA 39
3.1. Pesquisa Bibliográfica 40
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 41
4.1. Avaliação do Potencial gerador de rochas fonte 41
4.1.1. Avaliação do conteúdo orgânico total (COT) e do potencial gerador (S2) 41
4.1.2. Avaliação dos tipos de querogênio (IO e IH) 42
4.1.3. Avaliação do grau de maturação termal da rocha fonte (Ro e Tmax) 43
4.2. INTERPRETAÇÃO DE DIAGRAFIAS DE FURO (LOGS) E IDENTIFICAÇÃO DE
ZONAS DE INTERESSE ATRAVESSADAS PELO FURO NHACHENGUE-1 45
4.3. Cálculo e análise de parâmetros Petrofísicos 46
4.4. Determinação de Net-Resevoir e Net-Pay 50
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 52
5.1. Conclusões 52
5.2. Recomendações 52
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 53
6.1. Websites 55
7. ANEXOS 56
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Mapa de Localização do Furo Nhachengue-1 (Fonte: Autor através do ArcGis 10.3) ................. 2
Figura 2: Mapa mostrando as 6 bacias de Moçambique (Fonte: adaptado de Mussa, et al. 2018) ............... 4
Figura 3:Diagrama de Van Krevelen (Fonte: adaptado de Peters & Cassa, 1994)........................................ 7
Figura 4: Comportamento do Log Caliper em diferentes formações rochosas. (Fonte: adaptado de Schön,
J., 2015)....................................................................................................................................................... 10
Figura 5: Log GR para litologias mais comuns. (Fonte: http://geoando.blogspot.co.za) ........................... 12
Figura 6: Representação esquemática do comportamento do SP: (a) Origem do SP como resultado da
interacção electroquímica de formação e lama de perfuração filtrada; (b) Exemplo de respostas de SP em
secção de Areia-argila na subsuperfície (Fonte: Schon, 2015 citado por Timane, 2017) ........................... 13
Figura 7: Log de resistividade típicos de diversas formações geológicas, onde as zonas que contem Hc’s
apresentam separação das curvas de resistividade. (Fonte: Rider, 1996) ................................................... 14
Figura 8: Respostas típicas do log de densidade global aparentem (RHOB) para as litologias mais comuns
(Fonte: Rider, 1996). ................................................................................................................................... 16
Figura 9: Respostas típicas do log de Porosidade Neutrão (NHPI) param as litologias mais comuns
(Fonte: Rider, 1996). ................................................................................................................................... 18
Figura 10: Intervalos de tempos de trânsito e velocidades de propagação de ondas acústicas em diferentes
materiais geológicos (Fonte Rider, 1996). .................................................................................................. 19
Figura 11: Princípio de derivação do índice de radiação gama. (Fonte: adaptado de Schön, 2015)........... 20
Figura 12: Abaco usado para estimar valores de Vshale corrigidos. Relação entre o índice de radiação
gama (IGR e Volume das argilas (Vshale). Fonte: Asquith, G., and D. Krygowski, 2004 citado por
Francisco, 2018).......................................................................................................................................... 21
Figura 13: Cálculo do volume de argilosidade (Vshale) pelo método de Larinov (1969). (Fonte: Autor
através da Plataforma Schlumberger Techlog 2015.3................................................................................. 22
Figura 14: Representação esquemática mostrando a definição de NGT, NT, e NP (Fonte: Extraída de
Schon, 2015 citado por Langa 2020). ......................................................................................................... 27
Figura 15: Porosidade e litologia determinada com recurso ao Crossplot NPHI/RHOB. (Fonte:
Halliburton, 1994 citado por Borba, 2014). ................................................................................................ 30
Figura 16: Elementos e processos do sistema de petróleo. (Fonte: Magoon e Beaumont, 1999). .............. 31
Figura 17: Sequência litoestratigráfica generalizada da Bacia de Moçambique (ECL e ENH, 2000) ........ 33
Figura 18: Coluna estratigráfica do Furo Nhachengue-1. (Fonte: adaptado de Aquitaine, 1970) .............. 36
Figura 19: Fluxograma seguido para a elaboração do projecto científico (PC). ......................................... 40
Figura 20: Teor de carbono orgânico (COT) vs. Potencial gerador (S2) do furo Nhachengue-1 (Fonte:
Autor, baseado na classificação de D. Atta-Peters & P. Garrey, 2014) ...................................................... 42
Figura 21: Diagrama de Van Krevelen modificado mostrando a distribuição dos valores dos índices de
hidrogénio e de oxigénio discriminando os tipos de querogênio das formações atravessadas pelo furo
Nhachengue-1. (Fonte: Autor, baseado na classificação de Peters & Cassa, 1994) ................................... 43
Figura 22: Reflectância da Vitrinite (%Ro) Vs Tmax mostrando os níveis de maturação. (Fonte: Autor,
baseado na classificação de D. Atta-Peters & P. Garrey, 2014). ................................................................ 45
Figura 23: Zona de interesse 9 mostra horizonte de Arenito principal encaixado entre calcário saturado de
água acima e alternância de stringers de argilito, calcário saturado de água e argilito abaixo. Um segundo
horizonte de arenito é indicado na parte superior do crossplot (Furo Nhachengue-1). .............................. 49
Figura 24: Crossplot de RHOB-NHPI mostrando a composição litológica da Zona de interesse 9. .......... 50
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Avaliação da qualidade da Rocha fonte quanto a %COT. (Fonte: adaptado de Peters, & Cassa,
1994) ............................................................................................................................................................. 5
Tabela 2: Critérios utilizados param a qualificação da riqueza orgânica e do potencial gerador de uma
rocha. (Fonte: adaptado de D. Atta-Peters & P. Garrey, 2014) .................................................................... 6
Tabela 3: Grau da maturação da matéria orgânica. Correlação entre Temperatura (Tmax) e Reflectância
da vitrinite (Ro). (Fonte: adaptado de Peter e Cassa, 1994).......................................................................... 9
Tabela 4: Grau de radioactividade de algumas rochas. (Fonte: Adaptado de Craveiro, 2013). .................. 11
Tabela 5: Densidades encontradas nas litologias mais comuns. (Fonte: Rider, 2000 citado por Craveiro
2013). .......................................................................................................................................................... 16
Tabela 6: Formulas para o cálculo do Vshale desenvolvidas por vários Petrofísicos. (Adaptado de Saputra,
2008 citado por Timane, 2018) ................................................................................................................... 21
Tabela 7: Avaliação qualitativa dos reservatórios em função da porosidade. (Fonte: Adaptado de Rider,
2002 citado por Langa, 2020) ..................................................................................................................... 23
Tabela 8: Avaliação qualitativa dos reservatórios em função da permeabilidade. (Fonte: Adaptado de
Rider, 2002 citado por Langa, 2020) .......................................................................................................... 24
Tabela 9: Resumo da estratigrafia da Bacia de Moçambique. (Fonte: ECL, 2000) .................................... 33
Tabela 10: Valores médios de COT (%) e Potencial gerador S2 (mg HC/g Rocha) das amostras do furo
Nhachengue-1. (Fonte: Autor, baseado na classificação de D. Atta-Peters, P. Garrey, 2014) ................... 41
Tabela 11: Valores médios de Reflectância de vitrinite %Ro (%) e Potencial gerador S2 (mg HC/g Rocha)
das amostras do furo Nhachengue-1. (Fonte: Autor, baseado na classificação de em Peter e Cassa, 1994).
.................................................................................................................................................................... 44
Tabela 12: Zonas de interesse identificadas no Furo Nhachengue-1 através de parâmetros estatísticos da
resistividade de penetração profunda (MLL). ............................................................................................. 46
Tabela 13:Zonas de interesse identificadas no Furo Nhachengue-1 com recurso ao cutt-off da porosidade
Total (ΦT) ≥ 15%. (Fonte: Autor). .............................................................................................................. 47
Tabela 14: Zonas de reservatório identificadas no Furo Nhachengue-1 discriminadas com recurso ao
critério de cutt-off deVsh ≤30% e Sw≤50%. (Fonte: Autor, baseado na classificação de Crain, 2020). .... 47
Tabela 15: Resumo de parâmetros petrofisícos médios calculados para az zonas de interesse do Furo
Nhachengue-1. ............................................................................................................................................ 51
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1: Gráfico de dispersão de S2 Vs COT mostrando uma correlação positiva ............................... 57
ANEXO 2: Gráfico de dispersão de Tmax Vs Rvit mostrando uma correlação positiva ........................... 57
ANEXO 3: Valores médios de IO e IH....................................................................................................... 58
ANEXO 4: Tabela de parâmetros de Geoquímica orgânica ....................................................................... 58
ANEXO 5: ANEXO 5: Correlação entre COT da formação de Argila do Domo Inferior e parâmetros
petrofísicos .................................................................................................................................................. 62
ANEXO 6: Identificação do tipo de fluido presente nos reservatórios da Zona 9 com recurso a Vp/Vs
ratio e Poisson Ratio. .................................................................................................................................. 63
1. INTRODUÇÃO
Na margem continental Moçambicana existem duas grandes bacias que são as bacias de
Moçambique e do Rovuma. Nestas bacias foram efectuados vários trabalhos de pesquisa de
hidrocarbonetos, incluindo furos, sísmica e logs. No presente trabalho será efectuada uma
revisão bibliográfica do furo Nhachengue-1 localizado na bacia de Moçambique.
A Bacia sedimentar de Moçambique foi formada como resultado da separação entre África e
Antárctica durante os estágios iniciais da fragmentação do Gondwana que começou no
Jurássico Médio até Jurássico Superior (Kônig e Jokat, 2010 citado por Faroc, 2017).
A bacia de Moçambique é a maior bacia sedimentar em Moçambique com cerca de 5000 metros
de profundidade e cobre uma área de aproximadamente 500.000 km2, e ocupa ambas partes
centrais e sul da planície costeira de Moçambique, estendendo-se para a plataforma continental.
É nesta bacia onde se encontra a província de Inhambane, com pacotes sedimentares de origem
costeiro, deltáico e marinho, de idades entre Cretácico e Cenozóico, é considerada uma das
mais prospectivas em hidrocarbonetos, em Moçambique. O campo de gás natural de Pande-
Temane, com reservas estimadas na ordem de 4.5 TCF, está em produção pela companhia sul
africana, a SASOL.
Os logs de furo serão usados com o intuito de mapear as zonas de interesse ao longo do furo,
determinação das litologias das formações atravessadas pelo furo e para o cálculo de
propriedades petrofísicas relevantes, como a porosidade (Φ), saturação em água (Sw),
permeabilidade (k), volume de argilas (Vshale) bem como para o cálculo do Net Reservoir (NR)
e Netpay (NP).
A aldeia de Nhachengue é atravessada pela Estrada Nacional (EN1),que liga o Norte do Distrito
de Massinga com o Distrito de Vilânculo, e a Sul com Morrumbene.
Figura 1: Mapa de Localização do Furo Nhachengue-1 (Fonte: Autor através do ArcGis 10.3)
1.1.1. Clima
O clima do Distrito é dominado por zonas do tipo tropical seco no interior, e húmido à
medida que se caminha para a costa, com duas estações do ano: A quente e chuvosa que vai
de Outubro a Março e a fresca e seca, de Abril a Setembro. O Distrito apresenta temperaturas
médias anuais que variam entre 18-30º C, com uma precipitação média anual na época
chuvosa de 1200 mm, com maior incidência nos meses de Fevereiro e Março, em que
chegam a ocorrer inundações (PDD IV, 2017-2026).
1.1.2. Hidrografia
Segundo PDD IV (2017-2026), o Distrito de Massinga é banhado pelo Oceano Índico numa
extensão de 83 Km, e possui 13 rios, nomeadamente Mahocha, Malova, Chicamba, Rio das
pedras, Chilubziane, Tevele, Chipongo, Manhenge, Hanhane, Chiguelane, Senguele,
Chibanhane e Murie, e 11 Lagoas que são: Magumbe, Cofi, Malovecua, Paindane, Tshukuri,
Nhaphofo, Xiruku, Nhambzane, Txitsumanine, Queme e Nhansatane.
1.2. GENERALIDADES
1
Onshore - é um termo utilizado para identificar toda a produção e serviços prestados em terra na indústria
petrolífera (Fonte: https://portogente.com.br/portopedia/84523-onshore).
offshore2. Em onshore, a Bacia costeira de Moçambique ocupa a planície costeira central e sul
de Moçambique (Figura 2).
Figura 2: Mapa mostrando as 6 bacias de Moçambique (Fonte: adaptado de Mussa, et al. 2018)
2
Offshore - Palavra é de origem inglesa que, em português, significa “afastado da costa”, o que significa na
água (Fonte: https://www.significadosbr.com.br/offshore).
O valor de COT é afectado pelas transformações que a matéria orgânica é sujeita com o avanço
do soterramento e do grau de maturação, diminuindo progressivamente ao longo da evolução
dos processos de metagênese e catagênese (Tissot &Welte, 1984 citado por Ribeiro, 2011).
De um modo geral, o valor mínimo aceitável para que uma rocha seja classificada como uma
potencial rocha fonte geradora de hidrocarbonetos, quanto ao teor de COT (% massa) é de 0.5%
para rochas siliciclastica (Argilito xistoso e siltito) e de 0.2% para rochas calcárias (Tabela 1).
Tabela 1: Avaliação da qualidade da Rocha fonte quanto a %COT. (Fonte: adaptado de Peters, & Cassa, 1994)
Pirólise Rock-Eval
Pirólise Rock-Eval é uma reacção de decomposição que ocorre pela acção de altas
temperaturas. A técnica de pirólise consiste na simulação, em laboratório, do processo natural
de maturação da matéria orgânica. Esse processo envolve temperaturas experimentais
consideravelmente superiores àquelas normalmente registadas na superfície ou subsuperfície,
possibilitando que as reacções termoquímicas ocorram em curto espaço de tempo. O
equipamento geralmente utilizado é o Rock-Eval, nele são inseridas pequenas quantidades de
amostras de rocha em ambiente inerte (para evitar combustão da matéria orgânica), a
temperaturas de 300 °C a 600 °C por aproximadamente 25 minutos. A temperatura aumenta
gradualmente durante a análise, neste processo são liberados sucessivamente três porções de
gases, registados por um pirograma através de picos S1, S2 e S3. O pico S2 regista-se sob
temperaturas de 300 °C a 600 °C, onde ocorre a degradação do querogênio e a geração de
hidrocarbonetos. O pico S2 é expresso em mg HC/g rocha e constituem o potencial gerador da
amostra analisada (Tabela 2), (Ribeiro, 2011).
Tabela 2: Critérios utilizados param a qualificação da riqueza orgânica e do potencial gerador de uma rocha.
(Fonte: adaptado de D. Atta-Peters & P. Garrey, 2014)
Os três tipos básicos de querogênio podem ser identificados em diagramas discriminantes Van
Krevelen entre os dados de IH e IO (Figura 3).
Querogênio tipo I - é rico em hidrogénio e pobre em oxigénio, com potencial para geração de
óleo, proveniente principalmente de matéria orgânica algal lacustre e seus equivalentes
marinhos e da matéria orgânica enriquecida de lipídios por acção microbiana;
Querogênio tipo III – apresenta baixo teor de hidrogénio (baixa razão H/C) e alta razão O/C
maior do que nos outros tipos de querogênio, derivados essencialmente de vegetais
continentais, onde o potencial para a geração de óleo é insignificante, mas ainda pode gerar
gás.
Figura 3:Diagrama de Van Krevelen (Fonte: adaptado de Peters & Cassa, 1994)
A maturação é um processo lento e contínuo, controlado por um número de variáveis tais como:
contexto tectónico, condições de subsidência e a história térmica da bacia. Após o
soterramento, a matéria orgânica dispersa (MOD) sofre inúmeras mudanças, inicialmente
causadas pela actividade biológica (microbiana) (Tissot & Welte, 1984 citado por Jonasse,
2020) e, posteriormente, por processos termodinâmicos associados à subsidência da bacia,
nomeadamente, o aumento da temperatura e de pressão com a profundidade e, finalmente, do
tempo de duração da actuação desses processos. Deste modo, a MOD sofre diversas alterações
com o aumento da profundidade e pressão, transformando-a, progressivamente, em
querogênio, betume, petróleo e gás natural. Esta evolução térmica reflecte as alterações
progressivas na estrutura da matéria orgânica devido ao aumento da temperatura, propiciando
a sua maturação. (Tissot &Welte, 1984 citado por Jonasse, 2020).
A maturidade termal é controlada por factores tais como o tipo de rocha fonte de matéria
orgânica, conteúdo da matéria mineral, a profundidade de soterramento e a idade.
Tabela 3: Grau da maturação da matéria orgânica. Correlação entre Temperatura (Tmax) e Reflectância da vitrinite
(Ro). (Fonte: adaptado de Peter e Cassa, 1994).
1.3.2. PETROFÍSICA
Segundo Borba (2014), Petrofísica é o estudo das propriedades físicas da rocha, realizado com
medidas directas e indirectas. Tem aplicação na estimativa da capacidade de armazenamento e
da qualidade dos reservatórios. Os parâmetros Petrofísicos mais importantes determinados a
partir dos logs (diagrafias de furo) são: porosidade, permeabilidade a saturação em fluidos
(água e/ou hidrocarbonetos).
De acordo com o mesmo autor, durante a perfuração, as formações rochosas frágeis tais como
argilitos podem colapsar para o fundo do furo, tomando o diâmetro do furo superior do que o
tamanho da broca de perfuração (bit size). Quando a formação permeável é perfurada, o líquido
da lama de perfuração invade a formação adentro, deixando para trás a componente sólida da
lama de perfuração que adere as paredes desta formação, num processo de filtração, em forma
de bola de lama (mud cake). O desenvolvimento de mud cake ao longo da parede da formação
permeável perfurada, induz o Caliper a ler valores de diâmetros inferiores do que o diâmetro
da broca de perfuração (Figura 4). Em formações calcarias, o Log Caliper pode ser usado para
mapear caves nas formações perfuradas.
Figura 4: Comportamento do Log Caliper em diferentes formações rochosas. (Fonte: adaptado de Schön, J., 2015)
Este log analisa a radioactividade natural total emitida pelos minerais que compõem as
formações. A radioactividade relaciona-se com a presença de isótopos radioactivos emissores
de raios gama que são o Potássio (K), Tório (Th) e Urânio (U). O Potássio (K40) é encontrado
em minerais de argilas, K-feldspatos, micas e evaporitos. O Urânio (U238) devido a sua
solubilidade encontra-se em oceanos, rios e lago, é também encontrado em minerais primários
como zircão e na matéria orgânica. O Tório (Th232) além de ser bom indicador da presença de
argilas é encontrado em minerais pesados.
As areias puramente quartzosas não são radioactivas e não emitem nenhuma radioactividade.
Pelo contrário, as argilas e areias mineralizadas emitem dozes de radioactividade significativas
e suficientemente sensíveis e detectáveis em sondas de medição GR (Tabela 4, Figura 5).
Rocha Log GR
Recomenda-se o uso simultâneo dos Log GR e SP, nos casos em que as leituras feitas por estes
dois instrumentos se contradizem, como por exemplo, leituras altas de GR em areias limpas
podem ser erradamente interpretadas como sendo argilas pelo seu teor elevado de minerais
pesados radioactivos (Craveiro, 2013; Stevanato, 2011 citado por Timane, 2017).
Os logs de Potencial espontâneo medem a diferença de potencial eléctrico (em miliVolts) entre
um eléctrodo que se encontra no interior do furo, e um outro que se encontra na superfície
(Bassiouni, 1994 citado por Timane, 2017). O SP medido ao longo do furo provém da
electrocinética e electroquímica, esta ultima contribui mais nos valores de SP medidos
(Craveiro, 2013; Schon, 2015 citados por Michaque, 2017). O SP resulta de um processo de
troca de cargas conduzido pela diferença em salinidade entre a água de formação (Cw) e o
filtrado de lama (Cmf). O potencial electroquímico consiste em potenciais de difusão (ED) e de
membrana (EM) (Figura 6).
Figura 6: Representação esquemática do comportamento do SP: (a) Origem do SP como resultado da interacção
electroquímica de formação e lama de perfuração filtrada; (b) Exemplo de respostas de SP em secção de Areia-
argila na subsuperfície (Fonte: Schon, 2015 citado por Timane, 2017)
Segundo Borba, (2014), a presença de óleo ou gás interfere pouco no perfil SP. Normalmente
ocorre uma atenuação da deflexão para a esquerda.
homogénea do furo é obtida a partir da diferença de potencial entre os eléctrodos. Para medir
resistividade das formações geológicas são usados diferentes arranjos de eléctrodos para gerar
informações sobre diferentes zonas ao redor do furo. Dispositivos comutadores permitem a
conexão de diferentes conjuntos de eléctrodos, de modo que vários tipos de logs de
resistividade possam ser medidos durante uma única passagem de sonda. Para evitar o efeito
da lama de perfuração nos valores de resistividade medidos, pelo menos dois instrumentos de
medição de resistividades são usados, sendo um para medir a resistividade na zona invadida
pela lama (MINV ou resistividade rasa) e, outro, para medir a resistividade real da formação
na zona distante da zona de invasão da lama de perfuração (MLL ou resistividade profunda).
Figura 7: Log de resistividade típicos de diversas formações geológicas, onde as zonas que contem Hc’s
apresentam separação das curvas de resistividade. (Fonte: Rider, 1996)
Quando as camadas que o furo atravessa, apresentam uma espessura fina e com estruturas, são
requeridas ferramentas de leituras muito rasas (shallow reading) para obter melhor resolução
das camadas. Mudanças na microestrutura da formação (textura) são mais bem vistas em
ferramentas que medem a zona invadida (invaded zone). A base de dados deste PC consta os
logs de Microresistividade que são os logs MINV, MNOR e MLL. São logs utilizados
qualitativamente por sua capacidade de detectar intervalos permeáveis, com uma resolução
vertical fina. O log MINV (Micro-Inverse) é o log que mede a resistividade do “bolo de lama”
(mud cake, Rmc), com uma profundidade de investigação rasa/baixa. O log MNOR (Micro-
Normal) é o log que com uma profundidade de investigação profunda/maior que a MINV.
Consequentemente, quando MNOR> MINV é considerada separação positiva e indicativo de
zona permeável (arenitos e carbonatos). O Microlaterolog (MLL), que mede a resistividade da
zona não invadida.
Este log mede a densidade da formação, a partir da emissão de raios gama de uma fonte de
Césio-137 da ferramenta em direcção à formação. Os raios gama emitidos interagem com a
formação por um processo denominado Efeito Compton, no qual os raios gama perdem energia
quando colidem com um electrão. A quantidade de raios gama que retornam ao detector da
ferramenta é inversamente proporcional à quantidade de electrões (também chamada de
densidade electrónica) da formação, que tem relação com a densidade da mesma (bulk density).
Baixas contagens de GR pela ferramenta indicam alta densidade electrónica (eletronic bulk
density) e baixa porosidade. Como a densidade tem relação com a porosidade, a principal
utilização do perfil densidade é na determinação da porosidade. O fluido de perfuração
influencia na leitura da ferramenta. Por isso, o perfil perde confiabilidade em trechos onde o
poço se encontra arrombado. A partir do caliper e das informações da lama de perfuração, é
possível efectuar uma correcção, chamada DRHO, que é um valor de densidade somado à
densidade lida na formação. O DRHO é apresentado sob a forma de uma curva, e valores
elevados podem ser associados a trechos mais irregulares do poço (Borba, 2014). Segundo o
mesmo autor, a escala da diagrafia é normalmente linear, variando de 2,0 a 3,0 g/cm3 (Figura
8). Para cada decréscimo de 0,05 g/ g/cm3, a porosidade aumenta em 3%. Normalmente usa-
se um corte (cutoff) de 9% de porosidade, na forma de uma recta no Log.
Figura 8: Respostas típicas do log de densidade global aparentem (RHOB) para as litologias mais comuns (Fonte:
Rider, 1996).
Os valores lidos pelo log também dependem da matriz (Tabela 5), e do fluido que preenche os
poros (composição da rocha). Já que a quantidade de radiação gama dependerá da abundância
de electrões presentes, que por sua vez, é função da densidade de formação (Rider
1996;Asquith e Krygowski, 2003 citado por Francisco, 2018). Esta diagrafia, também permite
a identificação de litologias e fluidos, principalmente em conjunto com a diagrafia neutrão, o
reconhecimento de minerais acessórios e a identificação de zonas de excesso de pressões.
Tabela 5: Densidades encontradas nas litologias mais comuns. (Fonte: Rider, 2000 citado por Craveiro 2013).
Figura 9: Respostas típicas do log de Porosidade Neutrão (NHPI) param as litologias mais comuns (Fonte: Rider,
1996).
Esta diagrafia mede a velocidade de propagação de ondas elásticas da formação. O tempo que
a onda acústica leva para atravessar a rocha e função das propriedades mecânicas da formação,
do fluido contido nos poros e da sonda usada para a sua aquisição. A propagação das ondas
sonoras é muito rápida e rochas do que em fluidos, dai que os logs acústicos podem ser usados
como uma medida indirecta de porosidade. (Bassiouni, 1994 citado por Michaque, 2017). As
ondas P (compressionais) são usadas para a determinação da porosidade primária, mas também
podem ser usadas para identificação de zonas de gás devido à alta Δtc (tempo de trânsito
compressional, é dado em microssegundos por pé, μs/ft) nessas zonas. O tempo de trânsito
compressional medido em rochas geradoras de hidrocarbonetos são mais longos quando
comparados aos argilitos xistosos pobre em componentes orgânicos, por exemplo, isso se deve
à baixa densidade da matéria orgânica, normalmente entre 1,1 e 1,2 g/cm3 (Myers, 1992 citado
por Costa, 2017). Segundo o mesmo autor, pode-se identificar possíveis rochas fonte através
de uma análise do perfil sónico, pois a diminuição da velocidade de propagação das ondas
nestas rochas torna as leituras maiores no perfil.
A diagrafia sónica fornece informação sobre a litologia, porosidade, o tipo de cimento que
agrega as partículas minerais, as características e localização das fracturas (Keys, 1990 citado
por Craveiro, 2013). A identificação de litologias com as diagrafias sónicas não é muito precisa,
apenas se sabe que formações carbonatadas apresentam elevadas velocidades, as argilas baixas
velocidades e as areias velocidades médias (Figura 10), (Craveiro, 2013).
Figura 10: Intervalos de tempos de trânsito e velocidades de propagação de ondas acústicas em diferentes materiais
geológicos (Fonte Rider, 1996).
𝐺𝑅𝑙𝑖𝑑𝑜−𝐺𝑅𝑚𝑖𝑛
𝐼𝐺𝑅=𝐺𝑅𝑚𝑎𝑥−𝐺𝑅𝑚𝑖𝑛 , (eq. 1, Steiber, 1970)
Esta equação reflecte o seguinte: IGR=0 rochas limpas (0% de argilas) e IGR=1 para Argilito
puro (100% de argilas).
Figura 11: Princípio de derivação do índice de radiação gama. (Fonte: adaptado de Schön, 2015)
Segundo o mesmo autor, geralmente muitos Petrofísicos assumem que o IGR = Vshale (relação
linear), (Bassiouni, 1994 citado por Timane, 2018). Porem, estas assunpção empírica não é
adequada. A forma certa de calcular o Vshale é inserir o IGR no Ábaco (Figura 12), à partir do
qual o valor de Vshale deve ser lido.
Varias relações empíricas para a determinação do Vshale tem sido desenvolvidas em diferentes
períodos geológicos e áreas (ex: as correlações mas notáveis foram desenvolvidas por Larinov,
1969; Stieber, 1970; Clavier et al., 1984), (veja a Tabela 6). Todavia, e importante notar que o
cálculo de Vshale é uma arte que depende da experiencia dos geocientistas na determinação de
valores das linhas de argila (shale lines) e de areia (sand lines) na curva do Log - GR.
(Bassiouni, 1994 citado por Timane, 2018)
Tabela 6: Formulas para o cálculo do Vshale desenvolvidas por vários Petrofísicos. (Adaptado de Saputra, 2008
citado por Timane, 2018)
Figura 12: Abaco usado para estimar valores de Vshale corrigidos. Relação entre o índice de radiação gama (IGR
e Volume das argilas (Vshale). Fonte: Asquith, G., and D. Krygowski, 2004 citado por Francisco, 2018)
Neste trabalho, o Vshale foi calculado através da equação de Larinov (1969) para as rochas
Mesozóicas ou mais antigas, pelo facto das rochas pertencerem as idades do Mesozóico. Este
cálculo foi efectuado através da plataforma Techlog 2015.3 recorrendo ao log GR (Figura 13).
Figura 13: Cálculo do volume de argilosidade (Vshale) pelo método de Larinov (1969). (Fonte: Autor através da
Plataforma Schlumberger Techlog 2015.3
O Vshale foi usado para calcular as litologias e posteriormente delimitar as zonas de interesse.
𝐷𝑡−𝐷𝑡𝑚𝑎−𝑉𝑐𝑙∗(𝐷𝑡𝑐𝑙−𝐷𝑡𝑚𝑎)
𝜙𝑇 = 𝜙𝑆𝑁 = (𝐷𝑡𝑓𝑙∗𝑆𝑥𝑜+𝐷𝑡ℎ𝑦∗(1−𝑆𝑥𝑜)−𝐷𝑡𝑚𝑎)∗𝐶𝑝 (eq. 7)
Onde:
Dt = curva sónica
Dtma = valor sónico da matriz
Dtcl = valor sónico das argilas
Dtfl = valor sónico do fluido
Dthy = velocidade sónica dos Hc's
Vcl = volume das argilas
Sxo = saturação da zona invadida
Cp = factor de compactação
Tabela 7: Avaliação qualitativa dos reservatórios em função da porosidade. (Fonte: Adaptado de Rider, 2002
citado por Langa, 2020)
0- 5 Pobre
5 -10 Moderada
15 – 20 Bom
20 – 30 Muito bom
>30 Excelente
𝜌𝑑𝑟𝐶𝑙𝑎𝑦−𝜌𝑤𝑒𝑡𝐶𝑙𝑎𝑦
𝜙𝑡𝑐𝑙𝑎𝑦 = (eq. 8)
𝜌𝑑𝑟𝑦𝐶𝑙𝑎𝑦−𝜌𝑓𝑙
Onde:
ØtClay =Porosidade total das argilas;
ρdryClay= Densidade das argilas secas;
ρwetClay= Densidade das argilas ;
ρfl= Densidade do fluido.
𝜙𝑒 = 𝜙𝑇 − 𝑉𝑐𝑙𝑎𝑦 ∗ 𝜙𝑡𝑐𝑙𝑎𝑦 (eq. 9)
𝛷4.4
Equação de Timur (1968): 𝐾 = 0.136 (eq. 10)
𝑆𝑤𝑡
𝛷2 (1−𝑆𝑊𝑇 )
Equação de Coates (1981): 𝐾 1/2 = 100 (eq. 11)
𝑆𝑤𝑡
𝛷32
Equação de Tixier (1981): 𝐾 1/2 = 250 𝑆 (eq. 12)
𝑤𝑡
Tabela 8: Avaliação qualitativa dos reservatórios em função da permeabilidade. (Fonte: Adaptado de Rider, 2002
citado por Langa, 2020)
A Saturação irredutível da água (Swi) (às vezes chamada de crítica saturação da água) define
a saturação máxima da água que uma formação com uma dada permeabilidade e porosidade
pode reter sem produzir água (NTON & ROTIMI, 2015 citado por Langa, 2020).
2 𝐹
𝑆𝑤𝑖 = √2000 (eq. 13)
Para calcular Sw de uma forma correcta o segundo efeito da condutibilidade (efeito das
argilas) deve ser eliminado. Nesse PC foi utilizada a equação de saturação do tipo Dual
Water (Equação 14) que elimina o efeito das argilas no cálculo da saturação de água.
1 𝜙𝑡 𝑚 ∗𝑆𝑤𝑇 𝑛 1 𝑆𝑤𝑏 1 1
= ∗ [𝑅𝑤 + 𝑆𝑤𝑇 (𝑆𝑤𝑇 − 𝑅𝑤)] (Eq. 14)
𝑅𝑇 𝑎
Onde:
ϕt = porosidade total;
Este parâmetro é muito importante visto houve numerosos casos em que zonas com alta
saturação de água produziram hidrocarbonetos livres de água e outras com baixa saturação
produziram muita água. Isso ocorre por causa do tamanho dos poros que controla o fluxo de
fluido e contribui para a produtividade de hidrocarbonetos.
Se os valores de BVW calculados em várias profundidades da formação forem constantes
(coerente) ou tendem a ser constante, isso significa que a zona é homogénea e com saturação
irredutível da água. “Quando a zona tem a” Swi, a água existente na zona não invadida (Sw)
não poderá se mover porque esta “presa” nos grãos por pressão capilar, sendo assim a produção
de hidrocarbonetos nesta zona estará livre da água (Morris e Biggs, 1967 citado por Asquith &
Gibson, 1982). E quanto menor for o tamanho dos grãos maior será a pressão capilar e
consequentemente o BVW irá aumentar (Langa, 2020).
Figura 14: Representação esquemática mostrando a definição de NGT, NT, e NP (Fonte: Extraída de Schon, 2015
citado por Langa 2020).
Segundo Langa (2020) a determinação de Net pay constitui um dos processos mais
fundamental, o objectivo deste processo é seleccionar intervalos de maior produtividade e
economicamente viáveis no reservatório. O volume de argila (Vsh), porosidade (Φ) e saturação
de água (Sw) são geralmente usados na distinção destes intervalos através da aplicação de cut-
offs (Tabela 1 na secção 3.4).
O NTG é obtido pela expressão abaixo:
Asquith & Krygowsky (2004) citado por Francisco (2018), recomendam o uso das seguintes
etapas para identificar zonas de interesse:
Separação das zonas argilosas das zonas não argilosas. Essas zonas foram
descriminadas através de padrões de logs de GR e SP. Para o efeito foi usado um teor
de corte (linha base para as argilas- shale base line) de GR ≤75 API para fáceis não
argilosas (arenitos e carbonatos) e GR> 75 API para fácies argilosas.
Para reservatórios clásticos, analisa-se o log de resistividade profunda, se esta ler
valores altos há maior probabilidade de a formação conter hidrocarbonetos, em seguida
parte-se para a análise da porosidade (somente no caso da apresentar valores de
porosidades extremamente baixos e altas resistividades é tight e não reservatório)
Para reservatórios carbonáticos, analisa-se a porosidade primeiro, se esta for suficiente,
analisa-se o log de resistividade; se este for alto hidrocarbonetos podem estar presentes
na formação.
1.3.4.5.Crossplots
O crossplot é uma técnica usada na interpretação convencional na área de Geologia de
Hidrocarbonetos para a determinação de litologias complexas e na estimação das porosidades
das formações (Bassiouni, 1994 citado por Francisco, 2018).
Por exemplo no crossplot NPHI/RHOB da Figura 15, as porosidades são plotadas em escalas
lineares. Pontos correspondem a uma litologia pura saturada em água definida pelas linhas
(arenito, calcário, dolomite, etc.) que podem ser graduados em unidades de porosidades, ou um
ponto singular mineral (por exemplo calcário) pode ser definido através do alinhamento dos
pontos numa das linhas. Quando a matriz da litologia é binária (exemplo calcário-arenito;
calcário-dolomito; arenito-dolomito) os pontos plotados agrupam-se entre as linhas
correspondentes (Francisco, 2018).
Figura 15: Porosidade e litologia determinada com recurso ao Crossplot NPHI/RHOB. (Fonte: Halliburton, 1994
citado por Borba, 2014).
Figura 16: Elementos e processos do sistema de petróleo. (Fonte: Magoon e Beaumont, 1999).
1.3.5.1.Rocha Fonte
Uma rocha fonte é definida como sendo uma rocha de granulação muito fina (folhelhos,
argilitos, margas) rica em matéria orgânica com capacidade de gerar e expelir quantidade
suficiente de hidrocarbonetos para formação e acumulação de petróleo, na forma de óleo ou
gás. Deve possuir no mínimo 0,5% de COT para as rochas clásticas e 0.2% para as rochas
carbonáticas.
1.3.5.2.Rocha reservatório
Segundo Faroc (2017), a rocha reservatório é a rocha com capacidades de receber, acumular e
preservar Hc na sua estrutura. As características petrofísicas essências de rocha reservatório
são boa capacidade de armazenamento ou porosidade e permeabilidade. As rochas
reservatórios mas comuns e abundantes são Arenitos e Calcários. Segundo Levorsen (2011)
citado por Faroc (2017), a porosidade de muitas rochas reservatórios varia entre 5-30%, mas e
muito comum entre 10-20%. Uma rocha reservatório com porosidade da matriz menor do que
5% é geralmente considerada não comercial, a menos que esta adquira porosidade secundaria
(por exemplo fracturas, estruturas de dissolução, etc.) A permeabilidade média da rocha
reservatório, segundo o mesmo autor, geralmente varia entre 5-1000 md.
1.3.5.3.Rocha Selante
É uma rocha sedimentar de granulação muito fina, não fracturada e impermeável, que circunda
a rocha reservatório, impedindo dessa feita o escape de hidrocarbonetos. A categoria de rocha
selante inclui Argilito, Marga e Evaporitos. (Faroc, 2017)
1.3.5.4.Overburden/Material de Soterramento
É o material de cobertura da camada alvo ou de interesse na subsuperfície.
1.3.5.5.Formação de Armadilhas
Um dos elementos essências para a formação de grandes acumulações de Hc´s é a existência
de uma armadilha. As armadilhas de Hc´s podem ser do tipo estrutural, estratigráficas e
mistas/combinadas.
1.3.5.6.Migração
O escoamento dos fluidos petrolíferos, através de rotas diversas pela subsuperfície, até a
chegada em um local portador de espaço poroso, selado e aprisionado, apto para armazena-los,
constitui o fenómeno de migração. (Rostirolla, 1999 citado por Rocha, 2016).
Segundo Link (1996) citado por Rocha (2016), pode-se concluir que existem três diferentes
tipos de migração: Migração Primaria, Migração Secundaria e Migração Terciaria.
1.3.5.7.Acumulação
Uma vez em movimento, os fluidos petrolíferos são dirigidos para zonas de menor pressão,
normalmente posicionadas em situações estruturalmente mais elevadas que as rochas
próximas. As configurações geométricas de estruturas das rochas sedimentares que permitem
a focalização dos fluidos migrantes arredores para locais elevados, que não permitam o escape
futuro destes fluidos, obrigando-os a lá se acumularem, são denominados de trapas ou
armadilhas (Link, 1996 citado por Rocha, 2016).
Figura 17: Sequência litoestratigráfica generalizada da Bacia de Moçambique (ECL e ENH, 2000)
Formação das Argilas do Cretácico Sequência argilosa que grada para Arenitos
Domo Superior Superior continentais, foi depositado num ambiente de
(Turoniano- transgressão marinha.
Senomaniano)
Segundo ECL (1985), geologicamente o furo localiza-se numa área de Domo monoclínico, que
mergulha para o norte em direção a depressão de Marruphene, limitado a oeste pelo graben de
Chisenga e a este pela cadeia vulcânica de Pomene.
Legenda:
- Folhelho - Arenito Argilito, siltito
- Calcário
Margas inte. de
areias Argilas e
- Calcarenito Inconformidade
glauconíticas e cinzas escuras
Argilas
o
Figura 18: Coluna estratigráfica do Furo Nhachengue-1. (Fonte: adaptado de Aquitaine, 1970)
perfuradas com idades desde Jurássico superior a Plioceno, mas não são discutidas com detalhe
neste relatório. De acordo com Aquitaine (1970), todas as formações foram inundadas por água
salgada. Segundo ECL (2000), o reconhecimento dos intervalos de potências rochas fonte de
hidrocarbonetos na Bacia de Moçambique baseia-se em evidências directas associadas aos
dados de geoquímica dos furos disponíveis, bem como do arranjo tectono-estratigráfico e de
extrapolação regional. Quando os dados são projectados no diagrama de Van Krevelen,
discriminam-se no campo de querogênio tipo III, percursora de gás natural.
Evidencias
Segundo ECL (2000), as temperaturas máximas são atingidas no final do período
Cretáceo. No entanto, a subsidência que ocorreu no terciário (Paleogénico e Neogénico)
pode ter promovido mais geração de hidrocarbonetos.
O furo em estudo foi feito numa zona com uma estrutura monoclinal, e apresenta
horizontes de areia onde pode ser considerada favorável para armadilhas estratigráficas
de hidrocarbonetos.
2. OBJECTIVOS
2.1.Objectivo geral
Avaliar a qualidade, maturidade térmica e o potencial gerador de hidrocarbonetos de
rochas fonte e os horizontes reservatórios de ocorrência de hidrocarbonetos
atravessados pelo furo Furo Nanchengue-1.
2.2.Objectivos específicos
Qualificar potenciais rocha fonte geradoras de hidrocarbonetos;
3. METODOLOGIA
Para a elaboração de gráficos, tabelas e figuras do presente projecto científico (PC), recorreu-
se aos dados de geoquímica orgânica usando o software M.S. Excel 2010 e dados de diagrafia
de furo (log) usando o software Techlog 2015.3. Seguiu-se a seguinte metodologia apresentado
pelo fluxograma da Figura 19, abaixo:
Pesquisa
Bibliográfica
Dados de Dados de
Geoquímica diagrafias de
orgânica furo (logs)
Apresentação e discussão de
resultados da Rocha Fonte
3.1.Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica incluiu 3 fases que consistiram na recolha, avaliação e validação de
informações do domínio público e privado, disponíveis em livros, artigos científicos, teses,
dissertações, relatórios de pesquisa, cartas geológicas e respectivas, notícias explicativas acerca
Tabela 10: Valores médios de COT (%) e Potencial gerador S2 (mg HC/g Rocha) das amostras do furo
Nhachengue-1. (Fonte: Autor, baseado na classificação de D. Atta-Peters, P. Garrey, 2014)
Diagrama de COT Vs S2
Turoniano (Cretácico
Superior)-Argila do Domo
Superior
Pobre
Cenomaniano (Cretácico
1 Superior)-Areia do Domo
Cenomaniano (cretácico
superior) -Cretácico inferior-
Muito Boml
Cenomaniano-Cretácico
Razoa
Pobre
Bom
inferior-Maputo
0,1
0 1 2 3 4 5 6 7
COT (%)
Figura 20: Teor de carbono orgânico (COT) vs. Potencial gerador (S2) do furo Nhachengue-1 (Fonte: Autor,
baseado na classificação de D. Atta-Peters & P. Garrey, 2014)
A Avaliação dos tipos que querogênio da matéria orgânica dispersa é feita com recurso ao
Diagrama de Van Krevellen modificado (Peters & Cassa, 1994) apresentado na Figura 21. De
acordo com este diagrama, o tipo de querogênio, os pontos discriminam-se nos campos de
domínio de querôgenio de tipos III e IV. O querogênio Tipo III é percussor de Gás e querogênio
4 é inerte, que sugere remobilização e redeposição da matéria orgânica, derivada
essencialmente de restos de vegetais sob condições oxidantes Mussa (2014). Em contrapartida,
800
Campaniano-Santoniano
Índice de Hidrogénio (mg HC/g Rocha)
(Cretácico Superior)-Grudja
700 Inferior
Tipo II
Turoniano (Cretácico
600
Superior)-Argila do Domo
Superior
500
Cenomaniano (Cretácico
Superior)-Areia do Domo
400
Cenomaniano (cretácico
300 superior) -Cretácico
inferior-Argila do Domo
Inferior
200 Cenomaniano-Cretácico
inferior-Maputo
100
Tipo III
0
0 50 100 150 200 250 300
Índice de Oxigénio (mg HC/g Rocha)
Figura 21: Diagrama de Van Krevelen modificado mostrando a distribuição dos valores dos índices de hidrogénio
e de oxigénio discriminando os tipos de querogênio das formações atravessadas pelo furo Nhachengue-1. (Fonte:
Autor, baseado na classificação de Peters & Cassa, 1994)
baixos de ~0.97% e T.max. de 17.22°C. Valores inferiores a 0.5 %Ro, as rochas geradoras de
petróleo encontram-se ainda num estado imaturo, contudo, o principal hidrocarboneto formado
é o metano biogenético (Tissot & Welte, 1984), pois a janela de petróleo, segundo os mesmos
autores, uma rocha fonte diz-se termicamente matura quando a %Ro variar entre 0.5%Ro –
2%Ro e os valores de %Ro que definem a janela de petróleo variam de 0.5%Ro – 1.3%Ro.
As formações de Argila do Domo Inferior e de Maputo apresentam valores %Ro que variam
entre 1.97%Ro e 2.23%Ro, e altos valores de temperatura (437,74°C e 442,11°C), projectando
as rochas fonte destas formações no intervalo de maturidade termal da matéria orgânica contida
de supermatura, propício pra a geração de gás condensado e seco (Tissot & Welte, 1984).
Tabela 11: Valores médios de Reflectância de vitrinite %Ro (%) e Potencial gerador S2 (mg HC/g Rocha) das
amostras do furo Nhachengue-1. (Fonte: Autor, baseado na classificação de em Peter e Cassa, 1994).
%Ro Tmax
Formação Período (época) Classificação Classificação
(%) (°C)
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 0,98 Maturo final 417,22 Imaturo
Cheringoma Eoceno (Paleogéneo) - - - -
Campaniano-Santoniano
Grudja Inferior 1,29 Maturo final 428,89 Imaturo
(Cretácico Superior)
Argila do Domo Maturo
Turoniano (Cretácico Superior) 1,55 Supermaturo 433,06
Superior Inicial
Areia do Domo Cenomaniano (Cretácico Superior) - - - -
Argila do Domo Cenomaniano (cretácico superior) Maturo
1,97 Supermaturo 436,40
Inferior -Cretácico inferior inicial
Maturo
Maputo Cenomaniano-Cretácico inferior 2,23 Supermaturo 438,61
Inicial
Usando critério Tmax para avaliação do potencial gerador de rochas fonte, nota-se que que as
amotras de potenciais rochas fonte das formações analisadas no furo discriminam-se no
intervalo do estagio maturo, e o tipo de querogênio presente é percurssor para a geração de gás
condensado e gás seco (Figura 22).
Oligoceno (Paleogéneo)-
Imaturo Moderado (Gás Biogénico e
430 Limpopo
Petróleo Imaturo)
Campaniano-Santoniano
Tmax (°c)
(Cretácico Superior)-Grudja
420 Inferior
Turoniano (Cretácico
Superior)-Argila do Domo
410 Superior
Cenomaniano (cretácico
Maturo Inicial
Supermatura
Matura Final
Zona Matura
Cenomaniano-Cretácico
inferior-Maputo
390
0 0,5 1 1,5 2 2,5
Reflectância da vitrinite (%)
Figura 22: Reflectância da Vitrinite (%Ro) Vs Tmax mostrando os níveis de maturação. (Fonte: Autor, baseado
na classificação de D. Atta-Peters & P. Garrey, 2014).
Tabela 12: Zonas de interesse identificadas no Furo Nhachengue-1 através de parâmetros estatísticos da
resistividade de penetração profunda (MLL).
Tabela 13:Zonas de interesse identificadas no Furo Nhachengue-1 com recurso ao cutt-off da porosidade Total
(ΦT) ≥ 15%. (Fonte: Autor).
Usando o critério de cutt-off´s para uma pré-avaliação económica foi eliminada da análise de
detalhe a zona 12, pois tem uma porosidade Total inferior do que 15%, restando apenas as
zonas 5, 9, 11 e 12 para a interpretação convencional quantitativa (Tabela 13). Note que para
as zonas 5, 9, 10 e 11, foram estimados valores de Vsh.
Verifica-se que a zona 9 possui volume de argila (Vsh) menor que 30% bem como de Sw
inferior do que 50%, enquanto as zonas 5, 10 e 11 apresentaram valores superiores a 30% tendo
sido eliminadas para a análise detalhada (Tabela 14). Também foram estimados outros
parâmetros petrofísicos como o Net Reservoir e Net Pay (Tabela 15).
Tabela 14: Zonas de reservatório identificadas no Furo Nhachengue-1 discriminadas com recurso ao critério de
cutt-off deVsh ≤30% e Sw≤50%. (Fonte: Autor, baseado na classificação de Crain, 2020).
Profundidade
Análise da Zona 9
A zona 9, a uma profundidade de 7107,48ft (2166m) – 7160,43ft (2183m), com uma espessura
global de 16m (gross thickness), segundo o relatório do furo da figura 18, geologicamente
enquadra-se na Formação de Argila do Domo Superior (do Turoniano). Contudo, os dados do
furo aqui analisados mostram valores baixos, registados no log Gr da Figura 25, aqui
interpretado como arenito. A partir crossplot entre os logs de RHOB e NPHI, verifica-se um
ligeiro carácter arenoso desta zona. Adicionalmente, o crossplot entre os RHOB e NPHI
também registam horizontes de calcário saturado de água, os dois logs registam valores
similares, acima e abaixo do horizonte de arenito principal, neste último alternado com
stringers de argila e arenito (Figura 24). Um horizonte de argilito também é indicado pela cor
verde abaixo do horizonte principal de arenito (vide Figura 23). Destes dados pode se notar
que apesar desta zona, na escala do furo enquadrar-se dentro da Formação de Argila de Domo,
acredita-se tratar-se de um horizonte arenoso (lente arenosa) encaixado na Formação argilosa
de Domo. Note que os valores de resistividade de penetração profunda MLL, são relativamente
altos, denotado, mais uma vez, que este horizonte, eventualmente foi preenchido por
hidrocarbonetos.
A natureza arenosa descrita pela Figura 23 não se confirma no crossplot entre RHOB e NPHI
apresentado na Figura 24, que mostra litologia entre calcário e dolomite. A presença de argila
também é acentuada nesta figura. A partir do ANEXO 6, verifica-se que este horizonte é
predominantemente formado por calcário com água e calcário com petróleo.
Figura 23: Zona de interesse 9 mostra horizonte de Arenito principal encaixado entre calcário saturado de água
acima e alternância de stringers de argilito, calcário saturado de água e argilito abaixo. Um segundo horizonte de
arenito é indicado na parte superior do crossplot (Furo Nhachengue-1).
O crossplot dos logs RHOB e NHPI da Figura 24, mostra que a zona 9 é composta por litofácies
de calcário e dolomite bem como as misturas binárias de arenitos-calcário e calcário-dolomite,
com maior predominância para calcário-dolomite.
É importante ressalvar que só foi possível calcular o Net Pay (zona produtora) na zona 9, sendo
que nas outras não foi possível devido aos altos valores de Vsh e Sw e baixos valores de
Porosidade Total. Na zona 9 o valor de Gross é de 16m, e de Net-to-gross de 62,5%, sugerem
que a qualidade do reservatório é boa para acumulação de hidrocarbonetos. Contudo, os valores
de BVW nesta zona apresentam uma dispersão muito elevada, com valor de 5 (Tabela 15),
indicativo de certa heterogeneidade, onde os fácies são marcados pelas misturas de sedimentos
de grãos com tamanho de partículas variadas de grosso a fino. A porosidade efectiva calculada
é de 23,8% da porosidade total (ΦT) calculada para a zona 9 (Tabela 15). A permeabilidade
(K) obtida pela equação de Timur apresentou o valor de 34mD classificado como “moderada”.
A saturação em água (SWT_DUAL) apresentou o valor de 43,9% registando uma diminuição com
a profundidade em todo furo. A saturação em hidrocarbonetos (Sh) na zona 9 apresentou um
valor moderado de 56,1%, registando um aumento com a profundidade em todo o furo.
Tabela 15: Resumo de parâmetros petrofisícos médios calculados para az zonas de interesse do Furo Nhachengue-
1.
Z-9 (Formação
Net
de Argila de 2166 2183 16 14,93 92,6 5 18,3 23,3 23,3 29 46,3 53,7
Reservoir
Domo Superior)
Z-9 (Formação
de Argila de 2166 2183 Net Pay 16 10,51 65,2 4 17,6 23,8 23,8 34 43,9 56,1
Domo Superior)
Z-10 (Formação
Net
de Argila de 2781 2797 16 - - - - - - - - -
Reservoir
Domo Superior)
Z-11 (Formação
Net
de Argila de 2818 2824 6 - - - - - - - - -
Reservoir
Domo Superior)
Z-12 (Formação Net
4433 4440 7 - - - - - - - - -
de Maputo) Reservoir
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1.Conclusões
As formações do Cretácico (Argila do Domo Inferior e Maputo) apresentaram valores
de COT relativamente maiores em relação as Formações de Limpopo e de Cheringoma,
o que conferente uma qualidade razoável de potencial rocha fonte gerador de
hidrocarbonetos;
Verifica-se o domínio do querogênio Tipo III em todas as formações de potenciais
rochas geradoras de hidrocarbonetos, precursor de Gás;
Os diagramas de discriminação dos graus de maturidade térmica e tipos de
hidrocarbonetos gerados mostram que a as formações potenciais rochas fonte geraram
gás condensado e seco;
Zonas de Potencias reservatórios de calcários, dolomites e misturas binárias entre estas
duas litologias foram identificados e mapeados, com base em crossplots entre os logs
de RHOB e NPHI. Um carácter ligeiramente calcário foi observado para a zona 9, com
ocorrência de hidrocarbonetos líquidos (petróleo);
Os valores de saturação de água (Sw) em todo o furo tende a diminuir com a
profundidade, implicando o aumento de saturação em hidrocarbonetos (Sh) com a
profundidade.
5.2.Recomendações
Para a melhoria dos resultados deste estudo, recomenda-se que se façam estudos
similares com maior número de furos para melhor perceber o sistema petrolífero Bacia
de Moçambique;
Recomenda-se que se faca um estudo mais detalhado no furo Nhachengue-1 com o
intuito de caracterizar os reservatórios determinando o tipo de argila presente bem como
determinar ambientes deposicionais;
Recomenda-se que se adquiram dados sísmicos 3D para melhor análise das potenciais
zonas reservatórios;
Recomenda-se que se faça um estudo de Geoquímica Orgânica com os furos
Funhalouro-1 e Pomene-1, com o intuito de verificar a possibilidade de os
hidrocarbonetos líquidos terem vindo de outras fontes não mencionadas neste projecto,
visto que o furo Nhachengue-1 possui baixo potencial de geração de hc´s liquidos.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Aquitaine Moçambique, Companhia de Petróleos. (1970). Rapport de Fin de Sondage
de Nhachengue-1. Artigo não publicado pela ENH, Moçambique, Lourenço Marques.
2. Bassiouni, Z. (1994). Theory, Measurement, and Interpretation of Well log
analysis. 1ͣ ed. Texas, EUA: SPE Textbook Series Vol. 4. ISBN 1555630561.
3. Borba, Cláudio. (2014). Avaliação de Formações: Notas de Aula. Universidade
Tiradentes, Aracaju.
4. Costa, Cainan De Oliveira. (2017). Estimativa do teor de Carbono Orgânico total
das rochas geradoras de petróleo em poços da bacia de Recôncavo por meio de
perfilagem geofísica. Trabalho de Graduação, Universidade Federal da Bahia,
Salvador-Bahia.
5. Crain, E. (2020). Crains Petrophysical Handbook. Disponível no online:
http://spec2000.net.
6. Craveiro, K. D.E. Santo. (2013) Análise de diagrafias em poços na bacia de Rio
Grande do Norte. Tese de Mestrado, Instituto Superior Técnico Lisboa.
7. D. Atta-Peters, P. Garrey. (2014). Source Rock Evaluation and Hydrocarbon
Potential in the Tano Basin, South Western Ghana, West Africa. International
Journal of Oil, Gas and Coal Engineering, Vol. 2, No.5, pp. 66-77.
8. ECL e ENH. (1985). The petroleum Geology and Hydrocarbon Prospectivity of
Mozambique. Artigo não publicado pela ENH, Volume 2, Maputo.
9. ECL e ENH. (2000). The petroleum Geology and Hydrocarbon Prospectivity of
Mozambique. Artigo não publicado pela ENH, Volume 1, Maputo.
10. Faroc, Deolinda J. M.. (2017). Prospectividade da Área Offshore do Graben de
Chidenguele, com Base na Sísmica 2D. Projecto Científico, Universidade Eduardo
Mondlane, Maputo.
11. Francisco, Norcésio Epifânio. (2018). Identificação de Fácies Sedimentares e
Avaliação das Secções de Hidrocarbonetos do Cretácico Superior e Inferior,
usando Well Logging Analysis, Onshore, Bacia de Moçambique. Projecto
científico, Universidade Eduardo Mondlane, Maputo.
12. Governo do Distrito de Massinga. (2017). Plano do Desenvolvimento do Distrito de
Massinga (PDD IV) 2017-2026, Moçambique, Inhambane.
13. Jonasse, Suzana Rafael. (2020). Avaliação do Carbono Orgânico Total (COT) de
Formações do Jurássico Superior-Cretácico Inferior e o Potencial de Geração de
Hidrocarbonetos, Bacia Do Rovuma. Projecto científico, Universidade Eduardo
Mondlane, Maputo.
22. Salman, I. & Abdula. (1995). Development of the Mozambique and Rovuma
sedimentary basins, offshore Mozambique. Vol. 96 (1-2).
23. Schön, J. (2015). Basic Well Logging and Formation Evaluation. 1st edition
24. Silva, Raphael, R. (2016). Caracterização Petrofísica de Reservatório Carbonático
Albiano a partir de Perfis de Poço e Medições de Laboratório. Dissertação de
Mestrado, Universidade Estadual do Norte Fluminense, Macaé – RJ.
25. Timane, Dércio Michaque. (2018). Aplicação de atributos Sísmicos para a
Identificação de Novos Reservatórios e Analise Petrofísicas de Potenciais
Reservatórios Atravessados pelo Furo Mulungo-1, da Bacia de Moçambique,
Inhassouro-Vilânculos. Projecto Científico, Universidade Eduardo Mondlane,
Maputo.
26. Tissot, B.P., Welte, D.H. (1984). Petroleum Formation and Occurrence (Second
revised edition). Springer-Verlag, Berlin.
6.1.Websites
a) http://geoando.blogspot.co.za
b) http://glossary.oilfield.slb.com
c) https://portogente.com.br/portopedia/84523-onshore
d) https://www.significadosbr.com.br/offshore
7. ANEXOS
4
Campaniano-Santoniano
S2 (mg HC/g Rocha)
(Cretácico Superior)
3
Turoniano (Cretácico
Superior)
2
Cenomaniano (cretácico
superior) -Cretácico inferior
1
Cenomaniano-Cretácico
inferior
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
COT (% )
Oligoceno (Paleogéneo)
440
Campaniano-Santoniano
430 (Cretácico Superior)
TMax (°c)
Turoniano (Cretácico
420 Superior)
Cenomaniano (cretácico
410 superior) -Cretácico
inferior
Cenomaniano-Cretácico
400 inferior
390
0 1 2
Reflectância da vitrinite (%)
Formação Período (época) Profundidade COT S2 (mg Tmax Rvit(%) HI (mg OI (mg
(m) (%) HC/g (°C) HC/g HC/g
Rocha) Rocha) Rocha)
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 136,2 0,1
Limpopo Oligoceno (Paleogéneo) 668,1 0,3 0,1 417,2 1,0 44,4 148,9
Cheringoma Eoceno (Paleogéneo) 1.223,4 0,3 0,1 416,7 1,2 55,6 291,1
Grudja Inferior Campaniano-Santoniano 1.287,2 0,3 0,1 416,7 1,4 53,3 266,7
(Cretácico Superior)
Grudja Inferior Campaniano-Santoniano 1.387,2 0,3 0,1 427,8 1,4 57,8 115,6
(Cretácico Superior)
Xisto do Domo Turoniano (Cretácico 2.706,4 0,6 0,1 430,6 24,4 42,2
Superior Superior)
Xisto do Domo Turoniano (Cretácico 2.712,8 0,6 0,1 433,3 26,7 42,2
Superior Superior)
Xisto do Domo Turoniano (Cretácico 2.742,6 0,3
Superior Superior)
Xisto do Domo Turoniano (Cretácico 2.776,6 0,6 0,1 428,9 35,6 84,4
Superior Superior)
Xisto do Domo Turoniano (Cretácico 2.797,9 0,6 0,1 433,3 22,2 26,7
Superior Superior)
Xisto do Domo Turoniano (Cretácico 2.829,8 1,2 0,1 438,3 22,2 26,7
Superior Superior)
Xisto do Domo Turoniano (Cretácico 2.861,7 1,1 0,2 438,9 22,2 28,9
Superior Superior)
Areia do Domo Cenomaniano (Cretácico 2.883,0 0,3
Superior)
Areia do Domo Cenomaniano (Cretácico 2.925,5 0,3 0,1 430,6 22,2 24,4
Superior)
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 2.957,4 0,3 0,1 435,6 22,2 22,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 2.989,4 0,9 0,2 432,8 22,2 22,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.021,3 1,0 0,2 433,3 22,2 24,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.048,9 1,1 0,2 433,3 22,2 33,3
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.076,6 1,4 0,2 436,1 22,2 22,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.106,4 1,1 0,2 433,3 22,2 24,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.144,7 1,1 0,2 433,3 28,9 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.170,2 1,4 0,3 440,6 44,4 42,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.202,1 1,1 0,2 437,8 33,3 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.225,5 0,5
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.261,7 1,1 0,2 437,8 33,3 46,7
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.291,5 1,1 0,2 435,0 22,2 42,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.346,8 1,1 0,3 436,1 44,4 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.414,9 1,1 0,2 437,2 31,1 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.442,6 1,1 0,2 433,3 22,2 62,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.478,7 1,1 0,2 435,6 24,4 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.500,0 1,1 0,2 430,0 26,7 31,1
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.534,0 0,9 0,2 438,9 37,8 66,7
Inferior superior) - Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.561,7 1,3 0,3 438,9 42,2 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.602,1 1,1 0,2 444,4 37,8 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.634,0 1,2 0,3 448,3 42,2 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.676,6 1,2 0,2 439,4 40,0 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.710,6 1,1 0,2 450,1 40,0 48,9
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.736,2 1,1 0,2 442,8 44,4 37,8
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.787,2 1,1 0,2 449,4 24,4 48,9
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.808,5 1,1 0,2 444,4 37,8 42,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.840,4 1,0 0,2 444,4 37,8 62,2
Inferior o superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.880,9 1,1 0,3 436,7 44,4 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 3.936,2 1,1 0,2 438,9 35,6 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 4.017,0 1,1 0,2 440,6 24,4 42,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 4.063,8 1,1 0,2 445,6 40,0 40,0
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 4.097,9 1,1 0,2 438,9 40,0 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 4.144,7 1,1 0,2 440,0 28,9 33,3
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 4.180,9 1,1 0,2 443,9 22,2 44,4
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Xisto do Domo Cenomaniano (cretácico 4.212,8 1,1 0,2 434,4 22,2 42,2
Inferior superior) -Cretácico
inferior
Maputo Cenomaniano-Cretácico 4.251,1 0,9 0,2 444,4 22,2 66,7
inferior
Maputo Cenomaniano-Cretácico 4.287,2 0,9 0,2 437,2 22,2 44,4
inferior
Maputo Cenomaniano-Cretácico 4.319,1 0,8 0,1 439,4 22,2 66,7
inferior
ANEXO 5: ANEXO 5: Correlação entre COT da formação de Argila do Domo Inferior e parâmetros petrofísicos
ANEXO 6: Identificação do tipo de fluido presente nos reservatórios da Zona 9 com recurso a Vp/Vs ratio e Poisson Ratio.