Você está na página 1de 85

UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE CIÊNCIAS
DEI DE GEOLOGIA

TRABALHO DE FIM DE CURSO DE LICENCIATURA EM GEOLOGIA

(ESPECIALIDADE DE GEOLOGIA APLICADA)

Caracterização Petrográfica e Geoquímica das


Rochas Carbonatadas da Região de Cabo-Ledo e
sua Aplicação aos Materiais de Construção

Nº_____/ (2019)

ELABORADO POR:
Delfina Felino Macedo
João Gaspar Correia

Luanda, 2019
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
FACULDADE DE CIÊNCIAS
DEI DE GEOLOGIA

TRABALHO DE FIM DE CURSO DE LICENCIATURA EM GEOLOGIA

Caracterização Petrográfica e Geoquímica das


Rochas Carbonatadas da Região de Cabo-Ledo e
sua Aplicação aos Materiais de Construção

Monografia apresentada ao
Departamento de Geologia da
Faculdade de Ciências,
Universidade Agostinho Neto, como
requisito parcial para a obtenção do
Grau de Licenciatura em Geologia
na especialidade de Geologia
Aplicada.
Luanda – Angola.

ELABORADO POR: ORIENTADO POR:


Delfina Felino Macedo N.º101447 MsC. Walter Fernando Mateia
João Gaspar Correia N.º 101470

Luanda,2019
DEDICATÓRIA

Dedico, especialmente, este trabalho à Sr.ª Lucrécia Manuel Saveia (em


memória), minha Avó.

João Gaspar Correia

É com muito amor e carinho que dedico esta monografia à minha querida
mãe Celeste Felino Bimbi e ao meu pai Domingos Macedo António (em
memória).

Delfina Felino Macedo

II
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, o nosso especial agradecimento a Deus por ter estado


sempre connosco durante essa caminhada.
Aos nossos pais António Correia e Joana Paulo Manuel Gaspar (João
Gaspar Correia), Domingos Macedo António e Celeste Felino Bimbi (Delfina
Felino Macedo) pela vida, educação, amor, força, incentivo e por terem
investido em nós durante o período de formação.
Ao nosso orientador MsC. Walter Mateia e o professor Cláudio pela
confiança, suporte, apoio, paciência e sabedoria demonstrada ao longo do
período de realização deste trabalho.
Ao Departamento de Ensino e Investigação de Geologia da Faculdade de
Ciências da Universidade Agostinho Neto, em especial ao Dr. António Olímpio
Gonçalves, chefe do Departamento. Aos docentes do Departamento, em
especial ao Dr. Pedro Claude Nsungani (Papa Claude). Aos colaboradores e
funcionários em geral do departamento e da Faculdade de Ciências que
contribuíram muito para nossa formação académica, em especial ao Kota
Manuel Agostinho pela ajuda e paciência durante a realização do trabalho de
Campo.
Aos meus mestres José Morais, Paulo Banga, Cláudio Domingos. À
Telma Teca pelo apoio moral e material ao longo desta caminhada.
Aos nossos familiares Fernanda Manuel, Domingas Gaspar, José
Mataburi, Matias Duarte, João Tiago, João Correia, Pedro Gaspar, Adelina
Garcia, Sebastião Domingos e a todos os netos das Avós Lucrécia Saveia e
Marcelina Correia obrigado por me terem dado apoios moral e financeiro
durante este período (João Gaspar Correia).
Agradeço, especialmente, à minha mãe Celeste Felino Bimbi pelo amor,
educação, apoio incondicional em todos os momentos da minha vida, aos
meus irmãos Albertina Macedo, Luísa Macedo, José Macedo, Palmira Macedo,
Isabel Macedo, Conceição Macedo, Júlia António, António Fernando, Ernesto
Domingos. Um agradecimento especial à minha madrinha Madalena Francisco
por ter apostado em mim.

III
O meu muito obrigado aos meus colegas e amigos de batalha Nelson
Direito, Nelson Morais, Alexandre Mendes e Manuel Canga.
Ao Panzo da Silva por me ter incentivado a fazer Geologia e por ter
partilhado as suas matérias e conhecimentos comigo.
À Delfina Macedo por ter acreditado em mim durante o meu pior momento
académico.
Às minhas secretárias Suzana dos Santos, Adalberta Quifica e Marlene
Zola pelo apoio incondicional que me deram.
Aos nossos Colegas Miguel Fernando, Simão Nimi, Nelson Direito,
Marlene Taty, Kiuma Cabral, Flora Dembi, Isabel dos Santos, Joana Gabriela,
Euridice Pacheco, Florinda Sachiquepa, Júlio André, João Baptista, Celso
Riquenga, Clementina Queiroz, Domingos Panzo, Walter Bengui, Francisco da
Silva, Osvaldo Manuel, Tavares Pedro, Sebastião dos Santos, Miguel Mendes,
Janoca Baltazar, Luzia Simbovale, Quésia António, Bruno Bartolomeu, Adilson
Diogo, Domingos Mateus e Agostinho Morais.
Aos nossos amigos Alfredo Quimuenha e Zanga da Conceição, Tunilsom
António, Gelson Bernardo, Amadeu Luís, Edvânio Agostinho, Reginaldo
Ramos, Celestino António, Felizardo da Conceição, Benção João, Hélder
Franco, Flávio Cateco, Domingos Coluna, Caiado Rogério, Kaphela Júnior,
Emanuel Cujingo, Edmiro da Conceição e Olga João.
A todos os nossos colegas, em especial à turma de decoração de 2018,
à turma da praça de 2018, à turma de Gabinete/Quimbangula de 2018, às
turmas do 4.º e 5.º dos Anos 2016/2017 e aos nossos colegas de trajectória.

III
RESUMO
Os carbonatos são rochas sedimentares, de origem clástica, química ou
bioquímica, compostas, principalmente, por Calcita (CaCO3), Dolomita (CaMg
(CO 3)2) e Aragonita (CaCO3), além de minerais secundários como anidrita,
gesso, siderita, quartzo, argilominerais, pirita, óxidos e sulfatos. Essas rochas
são encontradas em todos os continentes, extraídas de pedreiras em depósitos
que variam em idade, desde o Pré-Cambriano até ao Holoceno.

O presente trabalho, para obtenção do grau de licenciatura em


Geologia, opção Geologia Aplicada, tem como tema “Caracterização
Petrográfica e Geoquímica das Rochas Carbonatadas da Região de Cabo-
Ledo e suas Aplicações aos Materiais de Construção”, tendo como objectivo
estudar as características petrográficas e Geoquímica das rochas
carbonatadas da região de Cabo-Ledo e suas aplicações aos materiais de
construção. O trabalho foi desenvolvido em Luanda, município da Quissama,
comuna de Cabo-Ledo, onde foram feitas amostragens em três (3) pedreiras,
nomeadamente: Pedreira Cabo-Ledo, Pedreira Paviterra e Pedreira Genine.

As análises petrográficas permitiram classificar as rochas daquela


região, segundo Folk, em Calcirrudito, Biosparrudito, Pelbiomicrirudito,
Biospamicrite, Biosparrenito, Biomicrorudito e, segundo Dunham, em Calcário
cristalino, Packstone, Mudstone, Granstone, baseando-se, principalmente, nos
teores de óxido de cálcio (%CaO) e óxido de magnésio (%MgO). Através da
análise dos parâmetros exigidos, determinaram-se as aplicações das rochas
carbonatadas da região de Cabo-Ledo, baseando-se na tabela proposta por
Correia, J. C. G (2006). Com base nos resultados geoquímicos, foi possível
destacar aplicações para cimento Portland e comum, Brita Siderúrgica
(Metalúrgica Fe), Brita Siderúrgica Ligas FeMn/FeCr, Cal Calcítica, Cal
Calcítica (qualidade superior), Cerâmica Branca, Vidros comuns, Vidros
especiais, sendo os carbonados da Pedreira Genine os mais apropriados de
acordo a geoquímica e, com base na percentagem de óxido de Magnésio
(MgO), classificaram-se as amostras, segundo Pettijon (1975), em calcário e
calcário calcítico.

Palavras-chave: Caracterização, Carbonatos, materiais de construção.

IV
ABSTRAT
The carbonates are sedimentary rocks, of clastic, chemistry
biochemistry origin, composed mainly by Calcite (CaCO3), Dolomite (CaMg
(CO3)2) and Aragonite (CaCO3), besides secondary minerals as anidrite,
plaster, siderite, quartz, argilominerals, pirite, oxides and sulfates, those rocks
are found in all the continents, extracted of quarries in deposits that vary in age,
from the Pré-Cambrian to Holoceno.

The present work is for obtaining the degree in Geology, option: Applied
Geology has as theme: Petrographic Characterization and Geochemistry of
the carbonated Rocks of Cabo-Ledo Area and their Applications to the
Materials of Construction, tends as objetives to study the Petrographic
Characterization and Geochemistry of the Carbonated Rocks of Cable-Lêdo
area and their applications to the construction materials, the work was
developed in Luanda, municipal district of Quissama, commune of Cable-Lêdo,
where they were made sampling in three (3) quarries namely: Cabo-Ledo
Quarry, Paviterra Quarry and Genine Quarry.

The Petrographic analyses allowed to classify ace rocks of that area


according to Folk in: Calrrudito, Biosparrudito, Pelbiomicrirudito, Biospamyrite,
Biosparrenito, Biomicrorudito and second Dunham in: Crystalline limestone,
Packstone, Mudstone, Granstone, basing mainly on the tenors of oxide of
calcium (% CaO) and oxide of magnesium (% MgO), through the analysis of
the parameters demanded was determined ace applications of the carbonated
rocks of Cabo-Ledo area basing on the table proposed by Correia, J. C.
G,2006, with base in the results geochemistry was possible to detach
applications for cement Portland and common, Steel Breaks industry
(Metallurgic Fe), Siderurgical Breaks Leagues FeMn/FeCr, Calcitic Lime,
Calcitic Lime (high quality, White Ceramic, common Glasses, special Glasses,
according to the geochemistry, the carbonates of the Genine Quarry is the
most appropriate and with base in the percentage of oxide of Magnesium
(MgO), was classified ace samples according to Pettijon, 1975 in limestone and
limestone Calcitic.

Key Words: Characterization, Carbonates, construction materials.


V
ÍNDICE
DEDICATÓRIA.......................................................................................................... II

AGRADECIMENTOS ............................................................................................... III

RESUMO ................................................................................................................. IV

ABSTRAT ................................................................................................................. V

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA DE ESTUDO .................................................... 3


LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DA ZONA ..................................................................... 3
FISIOGRAFIA DO LOCAL ........................................................................................ 4
CLIMA DA ÁREA .................................................................................................... 6
GEOLOGIA REGIONAL ........................................................................................... 7
EVOLUÇÃO TECTÓNICA-SEDIMENTAR DA BACIA DO KW ANZA .................................. 7
ESTRATIGRAFIA ................................................................................................... 8
1.7.1 Cretácico inferior .............................................................................................. 8
1.7.2 Cretácico Superior ........................................................................................... 9
1.7.3 Terciário ........................................................................................................... 9
1.7.4 Quartenário ...................................................................................................... 9
GEOLOGIA LOCAL ............................................................................................... 11

2 METODOLOGIA DE TRABALHO ....................................................................... 12

MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 12


PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 12
TRABALHO DE CAMPO ......................................................................................... 12
TRABALHO DE LABORATÓRIO ...................................................................... 14
2.4.1 Analise Petrografia ......................................................................................... 14
2.4.2 Teor de carbonato de cálcio (Calcimetria) ...................................................... 15
CONCEITOS TEORICOS ........................................................................................ 16
2.5.1 Minerais e componentes das rochas carbonatadas ........................................ 16
2.5.2 Ambiente sedimentogEnÉtico ........................................................................ 17
2.5.3 Textura das rochas carbonáticas ................................................................... 18
2.5.4 Grãos carbonáticos ........................................................................................ 19
2.5.5 Matriz carbonática .......................................................................................... 20
2.5.6 Cimento carbonático ...................................................................................... 21
2.5.7 Porosidade ..................................................................................................... 22
PROCESSOS DE ALTERAÇÃO ............................................................................... 23
2.6.1 Micritização .................................................................................................... 23
2.6.2 Cimentação .................................................................................................... 24
COMPACTAÇÃO .................................................................................................. 26
NEOMORFISMO .................................................................................................. 28
DISSOLUÇÃO ..................................................................................................... 28
DOLOMITIZAÇÃO ........................................................................................ 29
CLASSIFICAÇÃO ......................................................................................... 30
USO E APLICAÇÃO DAS ROCHAS CARBONÁTIDAS .......................................... 31

3 DESCRIÇÃO DOS AFLORAMENTOS E ANÁLISE PETROGRÁFICA DAS


ROCHAS CARBONÁTICAS DAS PEDREIRAS ESTUDADAS ................................ 34

DESCRIÇÃO DOS AFLORAMENTOS DA PEDREIRA CABO LEDO ................................ 34


3.1.1 Afloramento DJ1 Frente 1 .............................................................................. 34
3.1.2 Afloramento DJ2 Frente 2 ............................................................................. 35
3.1.3 Afloramento DJ3 Frente 3 .............................................................................. 36
ANÁLISE PETROGRÁFICA DAS ROCHAS CARBONÁTICAS DA PEDREIRA DE

CABO-LEDO .............................................................................................................. 37
DESCRIÇÃO DOS AFLORAMENTOS E ANÁLISE PETROGRÁFICA DAS ROCHAS

CARBONÁTICAS DA PEDREIRA PAVITERRA ........................................................... 42


3.3.1 Afloramento FG Frente 1................................................................................ 42
3.3.2 Afloramento FG2 Frente 2 .............................................................................. 43
ANÁLISE PETROGRÁFICA DAS ROCHAS CARBONÁTICAS DA PEDREIRA

PAVITERRA ............................................................................................................... 44
DESCRIÇÃO DOS AFLORAMENTOS E ANÁLISE PETROGRÁFICA DAS ROCHAS

CARBONÁTICAS DA PEDREIRA GENINE .............................................................. 47


3.5.1 Afloramento MC1 Frente 1 ............................................................................. 47
3.5.2 Afloramento MC2 Frente 2 ............................................................................. 48
ANÁLISE PETROGRÁFICA DAS ROCHAS CARBONÁTICAS DA PEDREIRA DE

GENINE .................................................................................................................. 49

4 GEOQUÍMICA DOS CARBONATOS DE CABO LEDO ...................................... 55

A GEOQUÍMICA É UMA CIÊNCIA DERIVADA DA GEOLOGIA QUE TEM POR


OBJECTIVO ESTUDAR A QUÍMICA DO PLANETA TERRA, UTILIZANDO AS LEIS
DA QUÍMICA PARA COMPREENDER OS PROCESSOS RESPONSÁVEIS PELA
DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA DOS ELEMENTOS QUÍMICOS NA TERRA E
NOS CORPOS CELESTES, PODENDO SER DIVIDIDA EM DIVERSAS
SUBDISCIPLINAS COMO CRISTALOQUÍMICA, GEOQUÍMICA DE ALTA
TEMPERATURA, GEOQUÍMICA DE BAIXA TEMPERATURA, GEOQUÍMICA
OCEÂNICA, GEOQUÍMICA ORGÂNICA, GEOQUÍMICA DOS ISÓTOPOS,
GEOQUÍMICA AMBIENTAL E GEOQUÍMICA DE EXPLORAÇÃO MINERAL. ........ 55

CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA DAS ROCHAS CALCÁRIAS ................................ 58

5 CALCIMETRIA ................................................................................................... 59

APLICAÇÃO DOS CARBONATOS NA INDÚSTRIA ....................................................... 60

6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................................. 67

CONCLUSÕES ....................................................................................................... 68

RECOMENDAÇÕES ............................................................................................... 70

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 71

ANEXOS ................................................................................................................. 73
Listas de Figuras e Tabelas

FIGURA 2.1. - LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DA ZONA DE ESTUDO ..................................... 3


FIGURA 2.2- MAPA GEOMORFOLÓGICO DA ZONA DE ESTUDO.......................................... 5
FIGURA 2.3- (A) MAPA DE TEMPERATURA, (B) PLUVIOMETRIA DA ZONA DE ESTUDO ......... 6
FIGURA 2.4B BACIA DO CUANZA E SUA LOCALIZAÇÃO, ACOMPANHADA DA COLUNA
ESTRATIGRÁFICA ....................................................................................................... 10
FIGURA 3.1- MAPA DE AMOSTRAGEM DAS ZONAS DE ESTUDO ...................................... 13
FIGURA 3.2- ILUSTRAÇÃO DOS TRABALHOS DE CAMPO................................................. 13
FIGURA 3.3- ANÁLISES MICROSCÓPICAS COM MICROSCÓPIO PETROGRÁFICO ÓPTICO DE
LUZ TRANSMITIDA DE MARCA LEICA ............................................................................ 14
FIGURA 3.4- ANÁLISE DE CALCIMETRIA ....................................................................... 15
FIGURA 4.1- MATRIZ CARBONÁTICA DA AMOSTRA RECOLHIDA NA PEDREIRA GENINE CABO
LEDO ....................................................................................................................... 21
FIGURA 4.2- MATRIZ CARBONÁTICA DA AMOSTRA PV2 RECOLHIDA NA PEDREIRA
PAVITERRA ............................................................................................................ 22
FIGURA 4.3- DESENHO ESQUELÉTICO, ILUSTRANDO DIFERENTES TIPOS DE POROSIDADES
(SCHOLLE & ULMER-SCHOLLE, 2003 ......................................................................... 23
FIGURA 4.4- MOSTRANDO A MICRITIZAÇÃO DOS FÔSSEIS, AMOSTRA PGN1 RECOLHIDA NA
GENINI.................................................................................................................... 24
FIGURA 4.5- HÁBITO DE CRESCIMENTO DOS CRISTAIS DE CALCITA EM FUNÇÃO DA RAZÃO
MG/CA (FOLK 1974) ................................................................................................. 25
FIGURA 4.6- (A) CALCITA DO TIPO DRUSA OU MOSAICA. B - DETALHE DO LIMITE PLANO
ENTRE OS CRISTAIS E TAXAS DE CRESCIMENTO SIMILARES NO CIMENTO CALCÍTICO DO

TIPO DRUSA OU MOSAICO (TUCKER & W RIGHT 1990) .................................................. 26


FIGURA 4.7- COMPACTAÇÃO MECÂNICA DE ROCHAS CARBONATADAS ........................... 27
FIGURA 4.8- PASSAGEM DE MICRITE A MICROSPARITE EM ROCHAS CARBONATADAS ...... 28
FIGURA 4.9- DISSOLUÇÃO DO CIMENTO NOS CARBONATOS DA PEDREIRA CABO LEDO. 29
FIGURA 4.10- CLASSIFICAÇÃO DE ROCHAS CARBONATADAS SEGUNDO FOLK (1962) .... 31
FIGURA 4.11- CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A ESCALA GRANULOMÉTRICA TEXTURAL,
SEGUNDO FOLK (1962) ............................................................................................ 31
FIGURA 5.1-ILUSTRAÇÃO DO AFLORAMENTO DJ1 (CABO LEDO) FRENTE 1 ................... 34
FIGURA 5.2- AFLORAMENTO DJ2 FRENTE 2 ................................................................ 35
FIGURA 5.3- DETALHE DO AFLORAMENTO DJ2 FRENTE 2, CALCÁRIO OOLÍTICO (A),
ARGILA (B) E DOLOMITE (C) ...................................................................................... 35
FIGURA 5.4- AFLORAMENTO DJ3 FRENTE 3 (CABO-LEDO)........................................... 36
FIGURA 5.5- A AMOSTRA MACROSCÓPICA PC1 ........................................................... 38
FIGURA 5.6-AMOSTRA PC3A ..................................................................................... 39
FIGURA 5.7- AMOSTRA PC3B .................................................................................... 40
FIGURA 5.8-AMOSTRA MACROSCÓPICA PC6 ............................................................... 41
FIGURA 5.9:AFLORAMENTO FG FRENTE 1 .................................................................. 42
FIGURA 5.10- AFLORAMENTO FG1FRENTE 1 .............................................................. 42
FIGURA 5.11- AFLORAMENTO FG 2 ............................................................................ 43
FIGURA 5.12 - AMOSTRA PV1 .................................................................................... 44
FIGURA 5.13- AMOSTRA MACROSCÓPICA PV2 ............................................................ 45
FIGURA 5.14- AMOSTRA MACROSCÓPICA PV6 ............................................................ 46
FIGURA 5.15- AFLORAMENTO MC1 FRENTE 1 ............................................................. 47
FIGURA 5.16- AFLORAMENTO MC2 FRENTE 2 ............................................................. 48
FIGURA 5.17- A AMOSTRA PGN3A............................................................................. 49
FIGURA 5.18- A AMOSTRA PGN3B............................................................................. 50
FIGURA 5.19- A AMOSTRA PGN4A............................................................................. 51
FIGURA 5.20- AMOSTRA PGN4B ................................................................................ 52
FIGURA 5.21-AMOSTRA PGN5 ................................................................................... 53
FIGURA 5.22- AMOSTRA PGN1 .................................................................................. 54
FIGURA 7.1: DIAGRAMA TERNÁRIO DE FOLK ................................................................ 59
FIGURA 7.2: DIMENSÕES GRANULOMÉTRICAS DOS CALCÁRIOS PARA APLICAÇÃO COMO
CARGA µM................................................................................................................. 60

TABELA 6.1: ANÁLISE DOS ÓXIDOS ( SIO2, CAO, AL2O3, FE2O3, K2O, TIO2, MGO,
SO3) ....................................................................................................................... 56
TABELA 6.2: ANÁLISE DE ( CL, MNO, V2O5, ZRO2, BAO, P2O5 E CUO)...................... 57
TABELA 6.3: ANÁLISE DE ( CR2O3, NA2O, SRO, RB2O, CEO2 E L.O.I) ....................... 57
TABELA 6.6.4.1: CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS CARBONATADAS COM BASE NA
PERCENTAGEM DE MGO ............................................................................................ 58

TABELA 7.1:PADRÕES QUALITATIVOS PARA A UTILIZAÇÃO INDUSTRIAL DOS MINÉRIOS


CARBONATADOS (FONTE: CORREIA, J. C. G,2006) ...................................................... 61

TABELA 7.2: TABELA APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA DE CIMENTO ....................................... 62


TABELA 7.3: APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA SIDERÚRGICA E METALÚRGICA ......................... 63
TABELA 7.4: TABELA. APLICAÇÃO PARA A PRODUÇÃO DE CAL CALCÍTICA ....................... 64
TABELA 7.5: APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA DE CERÂMICA E CERÂMICA BRANCA .................. 65
TABELA 7.6: TABELA. APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA DE PRODUÇÃO DE VIDROS COMUNS E
ESPECIAIS ................................................................................................................ 66
Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

1 INTRODUÇÃO

O Presente trabalho de investigação científica foca-se no estudo das


características petrográficas e geoquímica das rochas carbonatadas da região
de Cabo-Ledo (nomeadamente as pedreiras de Cabo-Ledo, Paviterra e
Genine) e suas aplicações aos materiais de construção que são utilizados
como revestimento, pavimentos, bem como matéria-prima para a produção de
cimento, vidro, brita e cal. Neste trabalho, serão estudadas as características
das rochas carbonatadas que afloram na região de Cabo Ledo, com enfoque
nos factores das propriedades relacionadas com as características
petrográficas (mineralogia, textura, natureza da matriz, arcabouço e cimento)
e com a composição química que influe na determinação das aplicações
dessas rochas quando usadas em algumas obras de engenharia e como
matéria-prima para o fabrico dos materiais de construção.

O ensaio de geoquímica realizou-se no Laboratório Geoangola e o ensaio


de petrografia realizou-se no Laboratório de Sedimentologia da Universidade
Agostinho Neto, Faculdade de Ciências, Departamento de Geologia. O mesmo
teve a seguinte premicia:

Problema: A necessidade de se estudar as características petrográficas e


geoquímicas dos carbonatos da região de Cabo-Ledo e suas aplicações aos
materiais de construção.

Objectivo geral: Caracterizar a petrografia e a geoquímica dos carbonatos de


Cabo-Ledo, determinando assim as suas aplicações aos materiais de
construção.

Objectivos específicos:

 Identificar os carbonatos da região de Cabo Ledo.

 Identificar os constituintes dos carbonatos da região de Cabo Ledo.

 Analisar a geoquímica dos carbonatos da região de Cabo Ledo.

 Determinar a aplicação dos carbonatos da região de Cabo Ledo.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 1


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Justificativa: O desenvolvimento deste trabalho, surgiu para dar respostas as


necessidades do país que se encontra em construção, sendo que os
carbonatos constituem uma importante matéria-prima para o fabrico de
cimento, vidro, rocha ornamental e agregados para estrada, com intuito de dar
respostas a essas necessidades, foi necessário estudar essas rochas
carbonatas para ajudar a produção destes materiais cá no território nacional,
reduzindo assim a importação desta matéria-prima e dos produtos que delas
resultam.

Hipótese: Se estudarmos as rochas carbonatadas da região Cabo-Ledo com


base na petrografia e geoquímica, saberemos as suas aplicações aos
materiais de construção.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 2


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA DE ESTUDO

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DA ZONA

A área de estudo localiza-se em Angola na província de Luanda,


município da Quissama, comuna de Cabo Ledo. Os levantamentos foram feitos
nas pedreiras Cabo Ledo, Genine e Paviterra. O acesso ao Cabo Ledo é feito
por intermédio da estrada nacional N.º 100 (estrada que liga Luanda ao
Sumbe) e está a 120 Km a Sul do município de Luanda.

Para se chegar à zona de estudo, o acesso é feito por picadas até se


chegar à zona onde se fizeram os levantamentos. A área de estudo está
inserida na folha N.º 125, IGCA (1981) da carta topográfica à escala 1:100 000
(figura nº 2.1).

Figura 1.1. - Localização geográfica da zona de estudo

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 3


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

FISIOGRAFIA DO LOCAL

A geometria da parte costeira é bastante articulada. O seu traçado


obedece, em grande parte, aos alinhamentos tectónicos herdados do soco
precâmbrico. Da desembocadura do rio Kwanza até à ponta das Palmeirinhas,
nasce o principal cordão litoral da região. A linha de costa tem um traçado NW-
SE. É caracterizada por costas baixas e arenosas, na sua maior parte com uma
largura não superior a cinquenta metros e é limitada por escarpas cortadas por
materiais terciários e quaternários, com altitudes variáveis entre vinte e cem
metros sobre o nível do mar.

Da ponta das Palmeirinhas até ao Farol das Lagostas, a Norte de


Luanda, a linha de costa muda de traçado SW-NE. Este sector está,
principalmente, caracterizado por corpos arenosos e alargado em forma de
flechas e cordões litorais, onde encontram alguns lagos (Mussulo, Samba
pequena, Chicala e Ilha de Luanda) que os separam da parte mais continental.

Do Morro de Cacuaco até à baía do Bengo, embora exista uma pequena


inflação com direcção NE-NW nas mediações do referido Morro, no geral o
traçado obedece ao alinhamento SW-NE, caracterizado, igualmente, por
corpos arenosos.

O litoral, na sua parte mais continental, está limitado a NW por praias


arenosas ao pé de escarpas sempre cortadas em Formações Terciárias e
Quaternárias, com uma altura sobre o mar que oscila entre 20 e 100 metros.
As escarpas, por sua vez, estão cortadas por vales fluviais de diferente
amplitude e alturas que desembocam no mar.

A parte continental está caracterizada, essencialmente, por relevos


planos e monótonos, formando terraços; os mais importantes destes terraços
correspondem a três ordens, sendo:

De 1.ª ordem – correspondente à superfície mais alta e mais extensa da


zona de estudo, com cotas que vão dos 90 até aos 170 metros sobre o nível
do mar. Esta superfície é resultante da erosão subaérea que corta as
Formações Terciárias (Mio- Plioceno) cuja fase final de aplanamento é

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 4


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

atribuída ao pleistocénico inferior, que está coberta por depósitos sedimentares


do Quaternário (areias cinzentas e vermelhas).

De 2.ª ordem – esta superfície encontra-se em cotas compreendidas


entre os 60 e 80 m. Trata-se de um relevo policíclico, resultante da
remodelação em condições subaéreas da superfície de 1.ª ordem. Sua idade
é atribuída ao Pleistocénico médio.

De 3.ª ordem – corresponde ao terraço mais baixo, pois encontra-se


entre as cotas de 20 até 40 metros Está constituída essencialmente por
depósitos de praia, com idade correspondente ao Pleistocénico superior. Para
o eixo Mulenvos baía do Bengo, são mais representativos os terraços de
segunda e terceira ordens, como se pode observar na Figura 2.2.

Figura 1.2- Mapa geomorfológico da zona de estudo

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 5


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

CLIMA DA ÁREA

O clima é quente e húmido, sendo de destacar o surpreendente efeito


da corrente fria de Benguela, que impede a condensação de humidade que
permitiria a ocorrência de chuva. Frequentemente, o nevoeiro impede a queda
das temperaturas durante a noite, mesmo durante o mês de Junho. A
temperatura média anual é de 24,4 °C. No mês de Março, o mês mais quente
do ano, a temperatura média é de 27 °C e a temperatura média, em Julho, é
de 20,4 °C. A precipitação anual média é de 323 milímetros, mas a sua
variabilidade está entre as mais altas do mundo, com um coeficiente superior
a 40%. O curto período habitual de chuvas, nos meses de Março e Abril, é
originado pelo efeito de uma contracorrente de norte que permite a chegada
da humidade a Luanda. (Plano de desenvolvimento provincial de Luanda,
2014).

A B

Figura 1.3- (a) Mapa de temperatura, (b) Pluviometria da zona de estudo

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 6


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

GEOLOGIA REGIONAL

A bacia do Kwanza é Cretácico-Terciária que se estende por cerca de


300 Km de comprimento da ponta do Ambriz (a Norte), ao Cabo Santa Maria
(a Sul) e 140 Km de largura máxima, desde Dondo (a Este) ao Cabo-Ledo (a
Oeste). Ocupa uma área na ordem dos 2200 Km2, na sua parte terrestre. Está
situada na posição central relativamente às outras duas bacias de Angola
(Congo a Norte e do Namibe a Sul). Bacia do Kwanza, com coordenadas
geográficas entre 8º e 13º de latitude sul e entre 10º e 15º de longitude é
limitada a Norte pela bacia do Congo na região do Nzeto da província do Zaire,
a Sul pela bacia do Namibe, a Leste pelo soco cristalino e a Oeste pelo Oceano
Atlântico. Ela apresenta depósitos escalonados desde a base do Cretácico até
ao Neogénico e une espessuras máximas de 4000 m. A orla oriental apresenta-
se em monoclinal inclinado para oeste, enquanto as partes central e ocidental
são acidentadas, com dobras e falhas, afectadas pela tectónica salífera (WEC,
2001).

EVOLUÇÃO TECTÓNICA-SEDIMENTAR DA BACIA DO


KWANZA

A evolução tectónica e sedimentar da bacia do Kwanza resultou dos


movimentos das placas tectónicas que causaram o aparecimento das fracturas
no Gondwandaland no início do Cretácico. Estes acontecimentos levaram à
separação da Africa da Ámérica do Sul que ainda hoje não cessam de
aumentar devido ao aumento progressivo dessas placas (WEC, 1991). A
abertura do oceano Atlântico ocorreu no Jurássico tardio/Cretácico inferior,
período em que a placa Africana foi submetida a esforços distensivos que
levaram à abertura do rift, ao longo das zonas crustais, estruturalmente mais
frágeis.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 7


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

ESTRATIGRAFIA

A bacia sedimentar do Kwanza é uma bacia que compreende uma


sedimentação que vai do Cretácico ao quaternário e estende-se por cerca de
300 Km ao longo da costa ocidental de Angola, entre 8º e 13º de latitude Sul,
da ponta do Ambriz até ao contacto com o cristalino (localidade de Lucira). A
área da bacia é de cerca de 2200 Km2, tendo a sua largura máxima de 140 Km
na região que vai de Cabo ledo a Dondo.

1.7.1 Cretácico inferior

Neoconiano, a Formação Cuvo Vermelha (Inferior), composta por Grés


grosseiros e conglomerados com matriz argilosa, siltosa avermelhada,
proveniente da desagregação e fragmentação do soco.

Neoconiano- Barremiano, a Formação cuvo cinzenta (superior),


corresponde a uma sedimentação grosseira e fina, siltosa e dolomítica, com
grés finos, segundo Morais (1993).

Barremiano-Apciano, a Formação ?, constituída por halite e anidrite.


Apciano Superior, a Formação Binga constituída por calcários dolomíticos,
calcários oolíticos e dolomites.

Albiano Inferior, a Formação Tuenza, compreende níveis intercalados


constituídos por anidrites, halite e dolomite que, em função da maior
percentagem dos componentes, é na literatura denominado Tuenza salífero,
Tuenza dolomítico e Tuenza anidrítico, porém Duarte Morais (1993) não
considera essa subdivisão, uma vez que a referida literatura não eleva o
Tuenza a nível do grupo para se atribuir o nome da formação à Tuenza
Salifero,Tuenza dolomítico e Tuenza anidrítico. Assim, Duarte Morais (1993)
não subdivide a formação Tuenza como tal, mas diz ser melhor definir no seu
interior membros caracterizados por particulares litologias (sal-gema, Anidrite
e Dolomite). Albiano Médio, a Formação Catumbela, constituída por calcário
oolítico ou bioclástico mais ou menos dolomitizados. Albiano Médio (?)
Superior, a Formação Quissonde, constituída por calcários argilosos e margas
com grandes quantidades de amonites.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 8


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

1.7.2 Cretácico Superior

Cenomaniano, a Formação Cabo Ledo, constituída por argilas e


calcários margosos. Turoniano, a Formação Itombe, constituída por margas
calcárias fossilíferas, grés e intercalações detríticas. Coniaciano-Santoniano, a
Formação Nʼgolome, constituída por margas castanhas fossilíferas.
Campaniano-Maestrichtiano, a Formação Teba, constituída por calcários,
argilas e margas calcárias.

1.7.3 Terciário

Maestrichtiano-Paleocénico, a Formação Rio Dande, constituída por


margas calcárias e margas siltosas. Eocénico Inferior, a Formação Gratidão,
constituída por margas cinzentas ricas em radiolários. Eocénico Superior, a
Formação Cunga, constituída por margas brancas e acinzentadas com
concreções de calcários ricos em foraminíferos. Miocénico Inferior, a Formação
Quifangondo, constituída por margas siltosas com intercalações calcárias.
Miocénico Médio, a Formação Cacuaco, constituída por calcário bioclástico.
Miocénico Superior, a Formação Luanda, constituída por arenitos, calcários,
argilas e argilas gipsíferas.

1.7.4 Quartenário
Plio-Pleistocénico, A Formação Quelo, composta por areias vermelhas.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 9


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Figura 1.4b Bacia do Cuanza e sua localização, acompanhada com a coluna estratigráfica

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 10


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

GEOLOGIA LOCAL

Território no qual se encontra a cidade de Luanda e seus arredores,


apresenta uma disposição geológica de grande interesse dentro da
mencionada bacia sedimentar do Kwanza. Tanto a estrutura como a morfologia
desta zona concreta correspondem às características gerais já descritas, pelo
que nos concentraremos preferencialmente na unidade estratigráfica que
afloram nos arredores de Cabo Ledo.

Figura 1.5: Mapa geológico de Cabo Ledo

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 11


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

2 METODOLOGIA DE TRABALHO
MATERIAIS E MÉTODOS

Para a caracterização das rochas carbonáticas, foram descritas as


feições macroscópicas em afloramentos. Amostras colectadas foram
submetidas a análises petrográficas por microscopia ótica, ataque ao ácido
clorídrico e por difratometria de raios-X.

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Esta etapa consistiu na recolha de toda a informação bibliográfica de


aspectos inerentes ao tema, tais como mapas existentes, englobando a região
em estudo, livros, relatórios, trabalhos de fim de curso, material informático
(imagens satélites) assim como informação oral que facilitaram o
enquadramento da zona e melhor compreensão do tema.

TRABALHO DE CAMPO

Foram realizados três trabalhos de campo, sendo o primeiro na pedreira


GENINI, segundo na pedreira PAVITERRA e terceiro e último na pedreira
CABO-LEDO. O objetivo destes trabalhos foi reconhecer, em campo, as
litologias observadas nos afloramentos de rocha para melhor compreensão
das fácies deposicionais, observar feições estruturais e diagenéticas.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 12


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Figura 2.1- Mapa de amostragem das zonas de estudo

Figura 2.2- Ilustração dos trabalhos de campo

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 13


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

TRABALHO DE LABORATÓRIO

2.4.1 Analise Petrografia

No laboratório de sedimentologia do Departamento de Ensino e


Investigação de Geologia da Faculdade de Ciências, foram descritos
macroscopicamente, com auxílio de lupa Binocular (esteriomicroscópio), 13
amostras representativas dos afloramentos estudados. Selecionaram-se
pontos para confecção de lâminas petrográficas, análises de difração de raios-
x. Para análises de microscopia óptica, foram descritas 13 lâminas
petrográficas correspondentes a amostras recolhidas no campo referente às
três pedreiras. Para análises petrográficas através de luz transmitida, utilizou-
se microscópio de marca LEICA D2500.

A B

Figura 2.3- A- Análises macroscópicas com apoio da lupa Oleman e B- Análises


microscópicas com microscópio petrográfico óptico de luz transmitida de marca Leica

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 14


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

2.4.2 Teor de carbonato de cálcio (Calcimetria)


A determinação do teor de carbonato de cálcio é realizada nas amostras secas
e desagregadas com o pilão de borracha. Utilizando o calcímetro 08.35
EIJKELKAMP, efetuam-se as determinações segundo a norma que
acompanha o aparelho. No entanto, realiza-se previamente uma análise
expedita que consiste na adição de cerca de 1 ml de HCl (diluído a 10%) a
aproximadamente 1g de sedimento, observando-se existência/inexistência de
reacção. Nesta análise, à lupa binocular, avalia-se ainda a intensidade da
reacção, sendo esta determinante na quantidade de sedimento a utilizar na
calcimetria. A análise expedita da totalidade da amostra revelou existência de
reacção, pelo que se assumiu que o teor de carbonato de cálcio não é nulo.

Figura 2.4- Análise de calcimetria

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 15


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

CONCEITOS TEORICOS

Os carbonatos são rochas sedimentares, de origem clástica, química ou


bioquímica, composta principalmente por Calcita (CaCO 3), Dolomita (CaMg
(CO 3)2) e Aragonita (CaCO 3), além de minerais secundários como anidrita,
gesso, siderita, quartzo, argilominerais, pirita, óxidos e sulfatos (Arh etal. 2005).
Estas rochas são depositadas naturalmente em ambientes marinhos ou
continentais de águas claras, cálidas e rasas, também se podem formar pela
erosão ou lixiviação e posterior transporte do material carbonático de zonas de
dissolução a zonas de precipitação que leva à sedimentação destas rochas em
camadas paralelas e horizontais. (Acocella & Turrini, 2010).

2.5.1 Minerais e componentes das rochas carbonatadas

As rochas carbonatadas contêm três minerais essenciais: calcite,


aragonite e dolomite. No entanto, alguns calcários podem conter alguma
porção de anquerite ou siderite. A calcite e a dolomite são difíceis de distinguir
entre si, mas a aplicação de alzarina permite distinguir a calcite pela sua cor
rosada. Embora os calcários sejam constituídos predominantemente por
minerais carbonatados, podem apresentar um conteúdo variável em outros
minerais, nomeadamente os siliciosos (ex. calcedónia). Estes minerais podem
encontrar-se disseminados ou constituir segregações nodulares de pederneira
(silex) nos calcários e nas dolomias.

O gesso monoclínico (CaSO4.2H2O) é um mineral frequente nas rochas


sedimentares. Caracteriza-se pela sua brancura, pelas três direcções de
clivagem, pela solubilidade em ácidos e por possuir uma grande quantidade de
água; este último aspecto permite distingui-lo da anidrite. Os constituintes
menores nas rochas carbonatadas incluem a glauconite, o colófano e a pirite.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 16


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

2.5.2 Ambiente sedimentológico

Os carbonatos podem formar-se em diferentes tipos de ambientes:


marinhos, lacustres, depósitos de caliço ou calcritos, águas doces,
espeleotemas e na dependência de processos eólicos. O ambiente marinho
carbonatado de transição apresenta uma distribuição global actual restrita
quando comparada com a de outros períodos geológicos da história da Terra.

Existem diferenças fundamentais entre os depósitos carbonatados


terrígenos e os marinhos. Enquanto os terrígenos são produto da alteração
química e física das rochas preexistentes, que foram posteriormente
transportados para a bacia sedimentar, os sedimentos carbonatados marinhos
derivam de uma precipitação “in situ” no interior da própria bacia.

Características do ambiente marinho. O ambiente marinho divide-se


em duas zonas:

A) A zona bentónica, que inclui o piso ou fundo oceânico, vai desde a


linha de costa até às grandes profundidades. As formas marinhas que aí vivem,
fixando-se no substrato, deslizando sobre este, enterrando-se nos sedimentos
ou se movendo na água, são conhecidas como organismos bentónicos. Nesta
zona, distinguem-se a zona de litoral, compreendida entre as maré alta e maré
baixa (franja intermarés), a zona de sublitoral, localizada sobre a plataforma
continental e a zona batial, localizada sobre o talude continental; a zona
abissal que corresponde às planícies abissais e a hadal às fossas mais
profundas.

B) A zona pelágica representa a porção aquosa dos mares. Dentro do


ambiente pelágico, a zona nerítica é o corpo de água que vai desde a zona
costeira até aos limites da plataforma continental e a zona oceânica
corresponde às maiores profundidades das bacias oceânicas.

Os ambientes continentais estão representados pelos depósitos de


tufos, travertinos (calcários formados por evaporação em nascentes e rios) e
margas.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 17


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

O tufo é um material fino, poroso e esponjoso que se apresenta como


um depósito pouco espesso. Os carbonatos são depositados sobre as plantas
em crescimento e comummente ficam com as impressões de folhas ou caules,
numa estrutura reticulada e débil. Estes sedimentos restringem-se,
essencialmente, a depósitos quaternários. Os tufos mais densos e melhor
preservados encontram-se actualmente associados a lagos ligeiramente
hipersalinos, como o lago Piramid de Nevada e o lago Bonneville. Alguns
depósitos de tufo formam montículos ou domos ao longo de lagos antigos
pouco profundos.

O travertino é um calcário mais denso e bandado, comum nas cavernas


calcárias onde se formam as estalactites e estalagmites. Tal como os tufos,
está associado a depósitos recentes, relativamente pequenos. As águas
calcárias frias ou quentes das nascentes podem depositar calcite na sua
periferia.

2.5.3 Textura das rochas carbonáticas

Sedimentos carbonáticos modernos são compostos, principalmente, por


duas espécies de minerais: aragonita e calcita. Dois tipos de calcita são
reconhecidos, calcita baixo-magnesiana (< 4 mol% MgCO3) e calcita alto-
magnesiana (>4 mol% MgCO3). A aragonita e a calcita alto-magnesiana são
menos estáveis que a calcita baixo-magnesiana sob condições diagenéticas
normais. Todas as três formas minerais podem ser substituídas por dolomita,
então a maioria dos carbonatos no registo geológico é constituída por calcita
baixo-magnesiana e/ou dolomita (Tucker & Wright, 1990).

As rochas carbonáticas, apesar de serem mineralogicamente simples,


são altamente variadas em função do tipo de grão. Entretanto, dois
componentes principais podem ser reconhecidos: 1) aloquímicos
representados pelos grãos carbonáticos; e 2) ortoquímicos, que podem ser
matriz ou cimento.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 18


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

2.5.4 Grãos carbonáticos


Os componentes das rochas carbonatadas englobam-se em dois
grandes tipos: Aloquímicos e Ortoquímicos.

i. Aloquímico (alos = diferente do normal) é o termo utilizado para os grãos


de carbonato formados a partir do retrabalhamento de substâncias
químicas precipitadas dentro da bacia de sedimentação (fragmentos de
esqueletos, oólitos, peloides, intraclastos, etc.), em contraste com os
Ortoquímicos, matriz e cimento (matriz micrítica e cimento de calcita
espática) que são, essencialmente, precipitados químicos formados dentro
da bacia ou dentro da mesma rocha e mostram pouca ou nenhuma
evidência de ter sido submetido a transporte significativo (Folk, 1959 e
1962).

ii. Os Oólitos são partículas envelopadas, esféricas a subesféricas,


originadas por acreção físico-química com laminação em torno de um
núcleo, mostrando uma estrutura laminar ou radial, com diâmetros menores
que 2,0 mm (Adams et al., 1988).

iii. Os Oncólitos são formados pela acreção órgano–sedimentar de


cianobactérias (algas verdes e azuis), possuem envelopes descontínuos de
micrita, geralmente pouco nítidos, de forma subesférica a subelíptica,
originados em ambientes de baixa a moderada energia, seus tamanhos
variam de 0,5 mm a mais de 5,0 mm (Terra et al., 2010). Segundo Terra et
al., (2010) os Esferulitos com forma esférica ou subesférica, de contornos
lisos ou lobados, não apresentam núcleos e sua estrutura interna varia
desde estrutura radiada a vacuolada, de tamanho geralmente menor a 2
mm.

iv. Litoclastos - representam fragmentos penecontemporâneos de calcários


litificados que foram destruídos, retrabalhados e redepositados por
correntes. Quando isto ocorre dentro da bacia de deposição, são
designados por intraclastos; quando os fragmentos de calcário provêm de
fora da bacia de depósito, são designados por extraclastos. Os intraclastos
podem ser qualquer tipo de calcário (micrito, biomicrito, intraesparito, etc.)
Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 19
Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

e variam de tamanho, desde a areia de grão fino até aos grandes blocos, o
que leva à formação de conglomerados e brechas calcários consoante
foram remobilizados pelas correntes, tempestades ou devido à instabilidade
tectónica do depósito.

v. Fósseis (bioclastos)- são componentes esqueléticos importantes das


rochas carbonatadas, que actuam tanto como ligações entre crescimentos
contínuos de algas, como agentes de deposição e aprisionamento do limo
carbonatado. Os principais são: algas, foraminíferos, ostracodes, espículas
de esponjas, corais, briozoários, trilobites, equinodermes, moluscos e
braquiópodes.

vi. Os Péletes são grãos micríticos de forma esférica a subesférica sem


estrutura interna, de origem desconhecida, mostram uma marcada
uniformidade do tamanho e forma do grão, seus tamanhos variam de 0,03
mm a 0,15 mm de diâmetro; apresentam um alto conteúdo de matéria
orgânica (Folk, 1962). Considera-se que representam produtos fecais de
organismos aquáticos. Os termos pelóides, pseudopelóides ou peletóides
utilizam-se quando se têm estruturas do tipo dos grãos arredondados
micríticos ou de microesparite de origem incerta. Quando são de origem
algácea, são designados por pelóides algáceos.

2.5.5 Matriz carbonática

A matriz ou micrite apresenta-se em cristais do tamanho da argila (1–5


mícrones de diâmetro), afanítica e escura em amostra de mão e ligeiramente
opaca em lâmina delgada. A cor pode variar de branco a pardo escuro,
dependendo da quantidade de impurezas, principalmente de matéria orgânica.
Os cristais que têm entre 5 e 10 mícron são designados por microesparite.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 20


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Figura 2.5- Matriz carbonática da amostra recolhida na pedreira Genine Cabo Ledo

2.5.6 Cimento carbonático

Segundo Reveco (2005) e Terra et al. (2010), o cimento ou esparita é um


agregado de cristais de carbonato formado, principalmente, por aragonita,
calcita magnesiana, calcita de baixo teor de magnésio ou dolomita com
tamanhos maiores a 4 μm, que precipitam nos espaços vazios existentes entre
os grãos dos sedimentos carbonáticos. Apresenta-se sob forma de grãos ou
cristais com dimensão superior a 10 mícron e distingue-se da micrite, para além
do seu tamanho, pela transparência em amostra de mão.

A esparite preenche o espaço poroso, sob a forma de cimento


precipitado “in situ”; esta precipitação pode ocorrer num intervalo reduzido de
anos. Em algumas áreas litorais, as areias carbonatadas são cimentadas do
mesmo modo que areia de praia; a esparite resulta da recristalização dos
cristais mais finos de calcite. Embora os componentes básicos dos calcários
sejam os aloquímicos e os ortoquímicos, a maioria das rochas carbonatadas
contem impurezas clásticas tais como misturas de argila, limo e areia, que são
designadas por terrígenas. A presença destes elementos nos meios
carbonatados é indicadora de influência eólica e continental.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 21


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Figura 2.6- Matriz carbonatica da amostra PV2 recolhida na pedreira PAVITERRA

2.5.7 Porosidade

A porosidade da rocha pode ser primária ou secundária. Porosidade


primária é o espaço vazio gerado durante a deposição do sedimento.
Porosidade secundária corresponde ao espaço vazio gerado por processos
diagenéticos após a deposição dos sedimentos. Dentre as classificações de
porosidade que foram propostas, a de Choquette & Pray (1970) é a mais aceita.
A classificação combina termos que abrangem quatro categorias de
observações: o tipo básico de porosidade, modificadores (relacionados com
processos e estágio de evolução), o tempo de formação e tamanho do poro.
Tipos básicos de porosidades:

Fábrica-selectiva – interpartícula, intrapartícula, intercristalina, móldica,


fenestral, shelter e growth framework. Fábrica-selectiva ou não – brecha,
perfuração, escavação, shrinkage. Não é Fábrica-selectiva – fratura, canal, vug
e caverna.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 22


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Figura 2.7- Desenho esquelético, ilustrando diferentes tipos de porosidades (Scholle &
Ulmer-Scholle, 2003

PROCESSOS DE ALTERAÇÃO

2.6.1 Micritização

É a conversão parcial ou completa de partículas sedimentares tamanho


silte ou areia para carbonato de cálcio tamanho micrita, possivelmente devido
a perfurações microscópicas por algas, bactérias e/ou fungos. Os grãos
esqueletais sofrem perfurações, sendo que os furos são preenchidos por
sedimento fino ou cimento. Este processo ocorre, geralmente, nas bordas dos
grãos, mas se o processo é muito intenso, podem gerar grãos totalmente
micritizados (Scholle 1978, 2003, Tucker & Wright 1990).

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 23


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Figura 2.8- Mostrando a micritização dos fosseis amostra PGN1 recolhida na GENINI

2.6.2 Cimentação

A cimentação é um processo diagentético muito importante na


transformação de sedimento carbonático em rocha, ocorrendo, principalmente,
onde existe uma significativa passagem de fluidos saturados em fase
cimentante (geralmente carbonato de cálcio). A mineralogia dos cimentos
depende da química da água, particularmente da pressão de CO 2, da razão
Mg/Ca e do input de carbonato. Os cimentos precipitados em subsuperfície
são, em sua maioria, cristais de calcita límpidos, de cristalinidade grossa. São
observados cinco tipos de cimento:

i. Calcita do tipo drusa (drusy calcite ou mosaico) – é um cimento no qual


há um aumento no tamanho dos cristais em direção ao centro do poro.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 24


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Figura 2.9- Hábito de crescimento dos cristais de calcita em função da razão Mg/Ca (Folk
1974)

ii. Calcita poiquilotópica – consiste em cristais largos que englobam vários


grãos constituintes da rocha. Resultam, provavelmente, de uma razão de
nucleação muito baixa e crescimento do cristal de forma muito lenta.

iii. Calcita equante (mosaico equicristalino) – não é um cimento comum.


Esta textura ocorre em função da direcção do corte da lâmina.
Alternativamente, pode ser a textura produzida pelo neomorfismo de
cimento pré-existente.

iv. Calcita sintaxial – Os cristais de calcita crescem com a mesma orientação


do eixo óptico do núcleo, o qual pode ser fragmento bioclástico
(equinodermos, por exemplo). Os cristais podem ser bastante grandes por
vezes englobando outros grãos.

v. Calcita prismática – consiste em cristais grossos, alongados, os quais


delineiam cavidades ou ocorrem sobre cimento marinho fibroso e
bioclastos. Este cimento ocorre, provavelmente, em fase inicial de
soterramento (Choquette & James 1987).

vi. Calcita blocosa – são cristais grossos, não alongados, os quais aparecem
como cimento em cavidades. Geralmente, ocorrem como cimento tardio, na
mesodiagênese.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 25


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Figura 2.10- (A) Calcita do tipo drusa ou mosaica. B - detalhe do limite plano entre os
cristais e taxas de crescimento similares no cimento calcítico do tipo drusa ou mosaico
(Tucker & Wright 1990)

COMPACTAÇÃO

Compactação ocorre durante o soterramento, resultando em um


fechamento do empacotamento dos grãos, no seu fracturamento
(compactação mecânica) e eventual dissolução nas superfícies de contacto
(compactação química).

i. A compactação mecânica em sedimentos mais grossos resulta num


empacotamento de grãos mais apertado e na rotação de bioclástos
alongados na direcção do plano de acamamento. Com o aumento da
pressão, pode ocorrer fraturamento de grãos, cimentos, diagenéticos e
coatings de oolitos podem destacar- se dos grãos e grãos micríticos sofrem
deformação. Lamas carbonáticas sofrem mais compactação durante o
soterramento raso, quando o sedimento perde água. Dependendo do
conteúdo de argila, o efeito da compactação pode variar. Deformação de
perfurações e fraturamento de conchas podem ocorrer. A compactação
mecânica pode transformar um wackestone bioclástico em packstone
bioclástico, como resultado do maior empacotamento dos grãos.

ii. A compactação química é resultado da crescente solubilidade no contacto


entre grãos e ao longo de interfácies no sedimento sob um stress aplicado

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 26


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

(Tucker 2001, Moore 1989). A maioria da compactação química ocorre


devido ao soterramento, mas stress tectônico também dá origem a feições
de dissolução-sob-pressão. Duas texturas mais comuns resultam da
compactação química: estilolitos e filmes de dissolução.

iii. Os filmes de dissolução são ondulosos de resíduos insolúveis para os


quais faltam as distintas suturas dos estilolitos. Geralmente, eles ocorrem
entre os grãos e não cortando eles, apresentando forma anastomosada.
Eles são mais comuns em carbonatos argilosos. Em alguns casos, cristais
de dolomita formam-se ao longo de filmes de dissolução.

iv. Estilolitos são feições proeminentes em muitos carbonatos e


correspondem a uma interfácie serrilhada entre duas massas de rocha, com
uma aparência suturada em seção transversal. Em geral, a amplitude da
sutura é maior do que o diâmetro dos grãos. Eles cortam grãos, matriz e
cimento indiscriminadamente.

Figura 2.11- Compactação mecânica de rochas carbonatadas

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 27


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

NEOMORFISMO

O neomorfismo é utilizado para descrever processos que envolvem


mudança na mineralogia e/ou textura do sedimento. Ele inclui todas as
mudanças na textura de um mineral na sua transformação para um polimorfo.
Por exemplo, a substituição de conchas aragoníticas por cimentos de calcita.
Cristais gerados por neomorfismo podem ser reconhecidos por: 1) o contacto
entre os cristais é irregular ou curvo, comumente com embainhamentos; 2)
distribuição do tamanho de cristais de forma bem irregular, com a formação de
manchas com o desenvolvimento de mosaico grosso; 3) presença de grãos
esqueletais flutuando em esparita (Tucker 2001).

Figura 2.12- Passagem de micrite a microsparite em rochas carbonatadas

DISSOLUÇÃO

A dissolução ocorre como resultado da passagem de fluidos


subsaturados na fase carbonática. Este é um processo importante que ocorre
próximo à superfície, em ambientes diagenéticos meteóricos e podem resultar
na formação de um sistema cárstico. A dissolução de CaCO3 em profundidade
é, geralmente, atribuída ao desenvolvimento de fluidos de poros com altos

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 28


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

valores de pressão de CO2 formados durante a descarboxilação térmica da


matéria orgânica.

Figura 2.13- Dissolução do cimento nos carbonatos da pedreira CABO LEDO

DOLOMITIZAÇÃO

A dolomita possui sistema cristalino altamente ordenado e que requer


tempo para precipitar. Cristais de dolomita nunca foram sintetizados em
condições normais de temperatura, utilizando- se águas naturais, a não ser
com a interacção de cianobactérias. Ao longo do tempo, houve muita
discussão sobre dolomitas primárias versus dolomitas de substituição.
Atualmente, sabe-se que dolomitas primárias são muito raras e estão restritas
a ambientes evaporativos (principalmente lagunas, lagos e planícies de maré),
pois, devido a factores cinéticos, a dolomita não precipita em condições
normais de temperatura e pressão a menos que a razão Mg/Ca aumente.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 29


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

CLASSIFICAÇÃO

Três sistemas de classificação de rochas carbonáticas são actualmente


utilizados, cada um com ênfase diferente.

1) Folk (1959, 1962) divide os carbonatos com base no tamanho dos


seus grãos em calcirrudito (maioria dos grãos > 2mm), calcarenito (maioria
dos grãos entre 2 mm e 62μm) e calcilutito (a maioria dos grãos < 62μm). No
caso da ausência de grãos e a presença apenas de constituintes autigênicos,
utiliza-se o nome calciesparito. Para os correspondentes termos dolomíticos,
substitui-se o prefixo calci por dolo: dolorrudito, dolarenito, dololutito e
doloesparito.

2) Outro esquema de classificação de Folk (1959, 1962) é baseado,


principalmente, na composição dos grãos, distinguindo três componentes:
grãos, matriz (principalmente micrita) e cimento (geralmente esparita em
drusa). Uma abreviação para os grãos é utilizada como prefixo para os termos
esparito e micrito: bio – grãos esqueletais, oo – oóides, pel – pelóides, intra –
intraclastos.

3) A classificação de Dunham (1962) divide os carbonatos com base na


textura em: grainstone (rocha grão-suportada, sem matriz), packstone (rocha
grão-suportada, com matriz), wackestone (grãos flutuando na matriz) e
mudstone (micrita com poucos grãos). No presente trabalho, foi utilizada a
classificação das rochas carbonáticas com base no tamanho dos grãos, sendo
utilizados, então, os termos calcirrudito, calcarenito e calcilutito, bem como os
seus correlatos de composição dolomítica, que são dolorrudito, dolarenito e
dololutito. Esta classificação foi adoptada porque a intensa recristalização das
rochas estudadas, por vezes, não permite definir quais são os grãos
constituintes, ou se havia presença de matriz micrítica ou não.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 30


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Figura 2.14- Classificação de rochas carbonatadas segundo FOLK (1962)

Figura 2.15- Classificação segundo a escala granulometrica, textural segundo


FOLK (1962)

USO E APLICAÇÃO DAS ROCHAS CARBONÁTIDAS

As aplicações das rochas carbonatadas são várias, das quais se


destacam as seguintes: Agricultura – calcários e dolomitos são usados para a
correção do PH dos solos. A calagem, operação de adicionar calcários e
dolomitos ao solo, é muito importante por diversas razões, particularmente por:

a) Suprir o solo de Ca e Mg; b) Neutralizar a acidez do solo; c) Favorecer


a solubilidade do P2O5; d) Promover a fixação do Nitrogénio;

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 31


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

e) Promover a nitrifixação; f) Favorecer a nitrificação (será a mesma palavra?);


g) Melhorar as condições físicas do solo; h) Facilitar a conservação do solo;
Pedra decorativa para construção – São as espécies denominadas “mármores;
- Agregados para concretos, para tal uso, o calcário deve ser forte, compacto
de baixa porosidade e livre de fragmentos moles, finos, laminados e alongados.
As variedades mais silicosas são as preferidas. É generalizado o emprego em
concreto de cimento, betuminoso e asfáltico; - Vidro calcário e dolomitos são
usados como parcelas das misturas empregadas na fabricação de vidro. O
grau de pureza da rocha varia com o tipo de vidro desejado.

Estrada de Rodagem; calcários ou dolomitos são usados na construção


de estrada de rodagem como agregados de concreto, lastro compactado pelo
tráfego, “solo estabilizado”, “macadame betuminoso” e “macadame hidráulico”.

Purificação da água, a cal resultante de calcários puros é usada


intensivamente para tratamento de água, particularmente para purificação e
“amolecimento”. A especificação requer cal virgem com 85%, no mínimo, de
CaO útil, ou cal hidratada com um mínimo de 90% de Ca (OH)2 útil. Diversa,
na indústria de couros, a cal de calcário puro é usada na depilação das peles
(mínimo 85% de CaO útil). Nas refinarias de petróleo, é empregada para
neutralizar ácidos orgânicos e purificar nafta e gasolina durante o processo de
refino. Outros menores usos são aqueles das indústrias de borracha,
abrasivos, refratários silicosos, destilação de madeira, filtros, coque e gás,
gelatina, cola, cremes e queijos, etc.

Cimento hidráulico, com o aumento das impurezas aluminosas e


silicosas, o calcário após calcinado, tem sua propriedade de “extinção”
diminuída e aumentadas suas propriedades hidráulicas. Os cimentos
hidráulicos podem ser classificados nas seguintes espécies: pozolanas,
cimento aluminoso, cal hidráulica, cimento natural e cimento Portland.

a) Pozolanas, uma substância é dita pozolânica quando, embora não


necessariamente cimentosa por si mesma, possui constituintes que combinam
com a cal hidratada às temperaturas normais, na presença da humidade, para

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 32


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

formar compostos insolúveis de vapor cimentoso. É usada para misturar


cimento portland e argamassa de cal, em adição ou substituição parcial a areia.

b) Cimento aluminoso, pode ser definido como um aluminato de cálcio


resultante da fusão de uma mistura de calcário, bauxita e coque. Pode ser por
três (3) processos, sendo o mais vulgarizado por fusão em fornos eléctricos.
Para o calcário, as especificações são mais rigorosas que aquelas para
cimento Portland. O teor de magnésio deve ser insignificante.

c) Cal hidráulica é resultante da calcinação de calcários argilosos, em


temperatura próxima àquela de dissociação dos carbonatos. A composição do
calcário usado na fabricação de cal hidráulica deve cair entre os limites:
carbonatos -70 a 80%; sílica – 10a 17%; Fe2O3 + Al2O3 – igual a 3%. A
hidraulicidade de cal, isto é, a propriedade que possui de endurecer pela acção
da água, sem intervenção do ar, resulta da presença dos componentes silico-
aluminosos e cresce com a relação, denominado “índice de hidraulicidade”

d) Cimento natural, quando um calcário contém carbonatos, minerais


aluminosos e sílica na proporção exigida pela fabricação de cimento, o produto
de calcinação à temperatura de clinquerização é denominado cimento natural.
Usualmente, tem excesso de óxido de ferro e magnésio.

e) Cimento Portland, é o produto obtido pela pulverização do “clinker”


produzido pela calcinação até fusão incipiente de uma íntima e
convenientemente proporcionada mistura de materiais silico-aluminosos e
carbonato de cálcio, sem nenhuma adição, subsequente à calcinação,
exceptuando-se água e gipsita, calcinada ou não. Pelas suas aplicações, os
cimentos Portland podem ser divididos em:

1-Cimento Portland comum;

2-Cimento Portland especial (alta resistência inicial; pega rápida;


branco; alta resistência aos sulfatos; baixo calor de hidratação, com resistência
aos sulfatos e calor de hidratação moderado).

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 33


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

3 DESCRIÇÃO DOS AFLORAMENTOS E ANÁLISE


PETROGRÁFICA DAS ROCHAS CARBONÁTICAS DAS
PEDREIRAS ESTUDADAS
DESCRIÇÃO DOS AFLORAMENTOS DA PEDREIRA
CABO LEDO

3.1.1 Afloramento DJ1 Frente 1


O afloramento DJ1 tem as coordenadas Long 9° 41ʹ 59.7ʺ e Lat 13° 12ʹ
17.9ʺ, apresenta a orientação N150 e a sua espessura é aproximadamente de
12m; localiza-se na pedreira Cabo Ledo e é constituído por uma unidade
litológica: Dolomite.

N150

Figura 3.1-Ilustração do Afloramento DJ1 (Cabo Ledo) Frente 1

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 34


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

3.1.2 Afloramento DJ2 Frente 2


O afloramento DJ2 apresenta as seguintes coordenadas: Long 9° 42ʹ
00.7ʺ e Lat 13° 12ʹ 19.9ʺ, orientação N60, a sua espessura é aproximadamente
de 9m, é constituído por três unidades litológicas: calcário oolítico (a), Dolomite
(c) e argilas (b).

N60

Figura 3.2- Afloramento DJ2 Frente 2

A bC c
B C c
a
A

Figura 3.3- Detalhe do Afloramento DJ2 frente 2, Calcário Oolítico (A), Argila (B) e
Dolomite (C)

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 35


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

3.1.3 Afloramento DJ3 Frente 3


Este afloramento tem as coordenadas Long 9° 41ʹ 57.4ʺ e Lat 13° 12ʹ
21.8ʺ, a orientação N155, a sua espessura é aproximadamente de 11m,
localiza-se na pedreira de Cabo Ledo e é constituído por duas unidades
litológicas: Dolomite e Brechas Dolomiticas.

N155

Figura 3.4- Afloramento DJ3 Frente 3 (Cabo-Ledo)

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 36


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

ANÁLISE PETROGRÁFICA DAS ROCHAS


CARBONÁTICAS DA PEDREIRA DE CABO-LEDO

A partir da descrição qualitativa de 13 lâminas petrográficas, foram


identificadas estruturas, texturas, mineralogia primária e diagenética, bem
como o (s) tipo (s) de poro (s) presente (s) na rocha da predreira de Cabo Ledo.
O principal tipo litológico difinido compreende o calcirrudito, cujos
constituintes principais são os cristais de calcite e dolomite com diâmetro acima
de 2 mm.
Tendo uma textura cristalina, granoblástica e poligonal, com presença de
poros.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 37


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

TEXTURAS
TAMANHO MÉDIO: Rudito Selecção: Mal selecionada
ESQUELETO %
Dolomite 85

CIMENTO 15
MATRIZ
TIPO GENÉTICO DE POROSIDADE:
 Secundária moldica (não seria
módica?)

CARACTERÍSTICA DO CIMENTO E
RELAÇÃO ENTRE GRÃOS:
 Mosaico

DESCRIÇÃO MINUCIOSA DOS


ESTÁGIOS DIAGENÉTICO EVOLUTIVOS:
 Dissolução
 Dolomitização
 Micritização

NOME DA ROCHA SEGUNDO FOLK: CALCIRRUDITO


NOME DA ROCHA SEGUNDO DUNHAM: CALCÁRIO CRISTALINO

Figura 3.5- A amostra macroscópica PC1; é


constituída por: maioritariamente, por minerais do
grupo dos carbonatos (dolomite), óxidos de ferro e
Quartzo como acessório, de cor amarela, com
adensamento fechado dos grãos; apresenta uma
textura granular, boa selecção, poro, grãos no
tamanho de areia (0,062 a 2mm), classificada como
Dolomite.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 38


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

N.º da Lâmina: PC3A – Pedreira Cabo Ledo Analista: João Correia


ACESSÓRIOS: Micas, óxido de ferro 2%
TEXTURAS
Tamanho médio: RUDITO Selecção: Mal selecionada
ESQUELETO %
Dolomite 65
Calcite 20

CIMENTO 13
MATRIZ
TIPO GENÉTICO DE POROSIDADE:
 Secundária

CARACTERÍSTICA DO CIMENTO E
RELAÇÃO ENTRE GRÃOS:

DESCRIÇÃO MINUCIOSA DOS


ESTÁGIOS DIAGENÉTICO EVOLUTIVOS:
 Dissolução
 Dolomitização
 Micritização

Nome da rocha segundo Folk: CALCIRRUDITO


Nome da rocha segundo Dunham: CALCÁRIO CRISTALINO

Figura 3.6-Amostra PC3A, de cor castanha,


constituída, maioritariamente, por carbonato de
cálcio, óxido de Ferro e Micas como acessórios,
com adensamento fechado dos grãos; apresenta
uma textura granular, mal selecionada, poros,
grãos no tamanho de areia (0,062 a 2mm), muita
efervescência com ácido clorídrico frio, a rocha foi
classificada como calcário

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 39


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

N.º DA LÂMINA: PC3B – PEDREIRA CABO LEDO ANALISTA: JOÃO CORREIA


ACESSÓRIOS: Quartzo 2%
TEXTURAS
TAMANHO MÉDIO: RUDITIO SELECÇÃO: Mal seleccionada
ESQUELETO %
Dolomite 80

CIMENTO 23
MATRIZ
TIPO GENÉTICO DE POROSIDADE:
 SECUNDÁRIA

CARACTERÍSTICA DO CIMENTO E RELAÇÃO


ENTRE GRÃOS:
 MOSAICO

DESCRIÇÃO MINUCIOSA DOS


ESTÁGIOS DIAGENÉTICO EVOLUTIVOS:
 DISSOLUÇÃO
 DOLOMITIZAÇÃO
 DIDOLOMITIZAÇÃO

NOME DA ROCHA SEGUNDO FOLK: CALCIRRUDITO


NOME DA ROCHA SEGUNDO DUNHAM: CALCÁRIO CRISTALINO

Figura 3.7- Amostra PC3B, é constituída,


maioritariamente, por esparite, Quartzo como
acessório, cor amarela, com adensamento
fechado dos grãos fechados; apresenta textura
granular, bem selecionada, apresenta
porosidade, grãos no tamanho de areia (0,062 a
2mm), pouca efervescência com ácido clorídrico
frio, a rocha foi classificada como Dolomite.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 40


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

N.º DA LÂMINA: PC6 – PEDREIRA CABO LEDO ANALISTA: JOÃO CORREIA


ACESSÓRIOS: Quartzo, óxido de ferro 3%
TEXTURAS
TAMANHO MÉDIO: RUDITO SELECÇÃO: Bem selecionada
ESQUELETO %
Dolomite 75
Calcite 12

CIMENTO 10
MATRIZ
TIPO GENÉTICO DE POROSIDADE:
 SECUNDÁRIA

CARACTERÍSTICA DO CIMENTO E
RELAÇÃO ENTRE GRÃOS:
 MOSAICO

DESCRIÇÃO MINUCIOSA DOS


ESTÁGIOS DIAGENÉTICO EVOLUTIVOS:
 DISSOLUÇÃO
 MICRITIZAÇÃO
 DOLIMITIZAÇÃO

NOME DA ROCHA SEGUNDO FOLK: CALIRRUDITO


NOME DA ROCHA SEGUNDO DUNHAM: CALCÁRIO CRISTALINO

Figura 3.8-Amostra macroscópica PC6, é constituída,


maioritariamente, por carbonato de magnésio
(dolomite), tendo como minerais acessórios Quartzo
e Óxido de Ferro, de cor amarela, com um
adensamento fechado dos grãos; apresenta textura
maciça, grãos bem selecionados, apresenta
porosidade, grãos no tamanho de areia (0,062 a
2mm), classificada como Dolomite.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 41


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

DESCRIÇÃO DOS AFLORAMENTOS E ANÁLISE


PETROGRÁFICA DAS ROCHAS CARBONÁTICAS DA PEDREIRA
PAVITERRA

3.3.1 Afloramento FG Frente 1


O afloramento FG1 apresenta as seguintes coordenadas: Long 9° 41ʹ 3.6ʺ e Lat
13° 11ʹ 59.4ʺ, orientação N125, a sua espessura é aproximadamente de 10m, é
constituído por duas unidades litológicas: calcário, Dolomite e Argila.

N125

Figura 3.9: Afloramento FG Frente 1

Figura 3.10- Afloramento FG1Frente 1

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 42


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

3.3.2 Afloramento FG2 Frente 2


O afloramento FG2 apresenta as seguintes coordenadas: Long 9°
41ʹ 8.6ʺ e Lat 13° 12ʹ 4.9ʺ, orientação N186, a sua espessura é aproximadamente
de 12m, é constituído por duas unidades litológicas: calcário, Dolomite e Argila.

N186

Figura 3.11- Afloramento FG 2

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 43


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

ANÁLISE PETROGRÁFICA DAS ROCHAS


CARBONÁTICAS DA PEDREIRA PAVITERRA

N.º DA LÂMINA: PV1 – PEDREIRA PAVITERRA ANALISTA: DELFINA MACEDO


ACESSÓRIOS:
TEXTURAS
TAMANHO MÉDIO: RUDITO SELECÇÃO: Bem selecionada
ESQUELETO %
Dolomite 60
Calcite 25
CIMENTO 15
MATRIZ
TIPO GENÉTICO DE POROSIDADE:
 SECUNDÁRIA

CARACTERÍSTICA DO CIMENTO E
RELAÇÃO ENTRE GRÃOS:
 MOSAICO
DESCRIÇÃO MINUCIOSA DOS
ESTÁGIOS DIAGENÉTICO EVOLUTIVOS:
 DISSOLUÇÃO
 MICRITIZAÇÃO
 DOLIMITIZAÇÃO

NOME DA ROCHA SEGUNDO FOLK: CALCIRRUDITO


NOME DA ROCHA SEGUNDO DUNHAM: CALCÁRIO CRISTALINO

Figura 3.12 - amostra PV1, é constituída,


maioritariamente, por: dolomite, calcite e
Óxido de Ferro como acessório, de cor
amarela, com um adensamento fechado dos
grãos; apresenta textura granular, bem
selecionada, apresenta porosidade, grãos no
tamanho de areia (0,062 a 2mm), pouca
efervescência com ácido clorídrico frio, a
rocha foi classificada como Dolomite.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 44


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

N.º DA LÂMINA: PV2 – PEDREIRA PAVITERRA ANALISTA: DELFINA MACEDO


ACESSÓRIOS:
TEXTURAS
TAMANHO MÉDIO: RUDITO SELECÇÃO: Bem seleciona
ESQUELETO %
Dolomite 80
Calcite 5
CIMENTO 15
MATRIZ
TIPO GENÉTICO DE POROSIDADE:
 SECUNDÁRIA

CARACTERÍSTICA DO CIMENTO E RELAÇÃO


ENTRE GRÃOS:
 MOSAICO
DESCRIÇÃO MINUCIOSA DOS ESTÁGIOS
DIAGENÉTICO EVOLUTIVOS:
 DISSOLUÇÃO
 MICRITIZAÇÃO
 DOLIMITIZAÇÃO

NOME DA ROCHA SEGUNDO FOLK: CALCIRRUDITO


NOME DA ROCHA SEGUNDO DUNHAM: CALCÁRIO CRISTALINO

. Figura 3.13- Amostra macroscópica PV2, é


constituída, mineralogicamente, como cristais de
dolomite em forma de losangos, e Quartzo, Óxido
de Ferro como acessórios, de cor castanha escura;
apresenta adensamento fechado entre os grãos
constituintes da rocha, apresentando, assim, uma
textura granular, com uma porosidade secundária,
com os grãos constituintes da rocha no tamanho
de areia (0,062 a 2mm), rocha foi classificada como
Dolomite

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 45


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

N.º DA LÂMINA: PV6 – PEDREIRA PAVITERRA ANALISTA: DELFINA MACEDO


ACESSÓRIOS:
TEXTURAS
TAMANHO MÉDIO: RUDITO SELECÇÃO: Bem selecionada
ESQUELETO %
Dolomite 85
Calcite 10
CIMENTO 5
MATRIZ
TIPO GENÉTICO DE POROSIDADE:
 SECUNDÁRIA

CARACTERÍSTICA DO CIMENTO E
RELAÇÃO ENTRE GRÃOS:
 MOSAICO

DESCRIÇÃO MINUCIOSA DOS


ESTÁGIOS DIAGENÉTICO EVOLUTIVOS:
 DISSOLUÇÃO
 MICRITIZAÇÃO
 DOLIMITIZAÇÃO

NOME DA ROCHA SEGUNDO FOLK: CALCÁRIO CRISTALINO


NOME DA ROCHA SEGUNDO DUNHAM: CALCÁRIO CRISTALINO

Figura 3.14- Amostra macroscópica PV6,


constituída, mineralogicamente, como a calcite e
dolomite, e Quartzo, Óxido de Ferro como
acessórios, de cor amarela; apresenta
adensamento fechado entre os grãos, textura
granular, bem selecionada, apresenta
porosidade, grãos no tamanho de areia (0,062 a
2mm), classificada como Dolomite.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 46


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

DESCRIÇÃO DOS AFLORAMENTOS E ANÁLISE


PETROGRÁFICA DAS ROCHAS CARBONÁTICAS DA
PEDREIRA GENINE

3.5.1 Afloramento MC1 Frente 1


O afloramento MC1 apresenta as seguintes coordenadas: Lon 9° 41ʹ
9.2ʺ e Lat 13°12ʹ19.7ʺ, orientação N151, a sua espessura é aproximadamente
de 16 m, apresenta uma unidade litológica: calcário maciço.

N 151

Figura 3.15- Afloramento MC1 Frente 1

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 47


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

3.5.2 Afloramento MC2 Frente 2


O afloramento MC2 apresenta as seguintes coordenadas: Lon
9°41ʹ10.7ʺ e Lat 13°12ʹ19.7ʺ, orientação N151, a sua espessura é
aproximadamente de 16 m, é constituído por calcário com intercalações de
argilas e laminações de gesso.

N151

Figura 3.16- Afloramento MC2 Frente 2

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 48


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

ANÁLISE PETROGRÁFICA DAS ROCHAS


CARBONÁTICAS DA PEDREIRA DE GENINE

N.º DA LÂMINA: PGN3A– PEDREIRA GENINE ANALISTA: DELFINA MACEDO


ACESSÓRIOS:
TEXTURAS
TAMANHO MÉDIO: ARENITO SELECÇÃO: BOA/MODERADA
ESQUELETO %
BIOCLASTOS 75
CIMENTO 25
MATRIZ
TIPO GENÉTICO DE POROSIDADE:
 SECUNDÁRIA

CARACTERÍSTICA DO CIMENTO E RELAÇÃO


ENTRE GRÃOS:
 MINISCO

DESCRIÇÃO MINUCIOSA DOS


ESTÁGIOS DIAGENÉTICO EVOLUTIVOS:
 Dissolução
 Micritização
 Recristalização

NOME DA ROCHA SEGUNDO FOLK: BIOSPARRUDITO


NOME DA ROCHA SEGUNDO DUNHAM: PACKSTONE

Figura 3.17- A amostra PGN3A é constituída


maioritariamente por: Esparite e Micas, Quartzo e Óxidos
de Ferro como acessórios, de cor amarela; apresenta
adensamento fechado dos grãos, textura maciça, bem
selecionada, apresenta porosidade, grãos no tamanho de
areia (0,062 a 2mm), muita efervescência com ácido
clorídrico frio, a rocha foi classificada como calcário.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 49


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

N.º da Lâmina: PGN3B – PEDREIRA GENINE Analista: DELFINA MACEDO


ACESSÓRIOS: Micas, quartzo e óxido de ferro 3%
Texturas
TAMANHO MÉDIO: RUDITO Selecção: Moderada/boa
ESQUELETO %
Peloides 60
Bioclastos 30

Cimento
Matriz 12
TIPO GENÉTICO DE POROSIDADE:
 SECUNDÁRIA

CARACTERÍSTICA DO CIMENTO E
RELAÇÃO ENTRE GRÃOS:
 Minisco

DESCRIÇÃO MINUCIOSA DOS


ESTÁGIOS DIAGENÉTICO EVOLUTIVOS:
 Neomorfismo
 Dissolução
 Compactação

Nome da rocha segundo Folk: PELBIOMICRIRUDITO


Nome da rocha segundo Dunham: PACKSTONE

Figura 3.18- A amostra PGN3B apresenta cor amarela,


paking fechado, estrutura maciça, bem selecionada;
apresenta porosidade, grãos no tamanho de areia,
ortoquímico esparite, minerais acessórios micas,
quartzo e óxido de ferro, muita efervescência com
ácido clorídrico frio, a rocha foi classificada como
calcário.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 50


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

N.º da Lâmina: PGN4A – PEDREIRA GENINE Analista: DELFINA MACEDO


ACESSÓRIOS: Quartzo 3%
Texturas
TAMANHO MÉDIO: RUDITO SELECÇÃO: Moderada
ESQUELETO %
Bioclastos 60

Cimento 30
Matriz 7
Tipo genético de porosidade:
 SECUNDÁRIA

CARACTERÍSTICA DO CIMENTO E RELAÇÃO


ENTRE GRÃOS:
 Minisco
DESCRIÇÃO MINUCIOSA DOS ESTÁGIOS
DIAGENÉTICO EVOLUTIVOS:
 Dissolução
 Compactação
 Neomorfismo

Nome da rocha segundo Folk: BIOSPAMICRITE


Nome da rocha segundo Dunham: PACKSTONE

Figura 3.19- A amostra PGN4A apresenta cor


amarela, paking fechado, estrutura maciça, bem
selecionada, não apresenta porosidade, grãos do
tamanho de areia, ortoquímico esparite, minerais
acessórios quartzo e óxido de ferro, muita
efervescência com ácido clorídrico frio a rocha foi
classificada como calcário.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 51


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

N.º DA LÂMINA: PGN4B – PEDREIRA GENINE ANALISTA: JOÃO CORREIA


ACESSÓRIOS:
TEXTURAS
TAMANHO MÉDIO: RUDITO SELECÇÃO: Mal seleccionada
Esqueleto %
Bioclastos 85

CIMENTO
MATRIZ 15
TIPO GENÉTICO DE POROSIDADE:
 SECUNDÁRIA

CARACTERÍSTICA DO CIMENTO E RELAÇÃO


ENTRE GRÃOS:
Minisco
DESCRIÇÃO MINUCIOSA DOS ESTÁGIOS
DIAGENÉTICO EVOLUTIVOS:
 DISSOLUÇÃO
 NEOMORFISMO

NOME DA ROCHA SEGUNDO FOLK: BIOMICRORUDITO


NOME DA ROCHA SEGUNDO DUNHAM: MUDSTONE

Figura 3.20- amostra PGN4B, é constituída,


maioritariamente, por: Esparite e Quartzo e Óxido de
Ferro como acessórios, de cor amarela; apresenta
adensamento fechado dos grãos, textura maciça,
bem selecionada, apresenta porosidade, grãos no
tamanho de areia (0,062 a 2mm), muita efervescência
com ácido clorídrico frio, a rocha foi classificada
como calcário.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 52


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

N.º DA LÂMINA: PGN5 – PEDREIRA GENINE ANALISTA: JOÃO CORREIA


ACESSÓRIOS:
TEXTURAS
TAMANHO MÉDIO: RUDITO SELECÇÃO: MODERADA A BOA
Esqueleto %
Biocástos 55
Peloides 30
CIMENTO 5
MATRIZ 10
TIPO GENÉTICO DE POROSIDADE:
 SECUNDÁRIA COM DISSOLUÇÃO DO
CIMENTO

CARACTERÍSTICA DO CIMENTO E
RELAÇÃO ENTRE GRÃOS:
 Minisco, mosaico

DESCRIÇÃO MINUCIOSA DOS ESTÁGIOS


DIAGENÉTICO EVOLUTIVOS:
 ESPARITIZAÇÃO
 DISSOLUÇÃO
 CIMENTAÇÃO
 NEOMORFISMO

NOME DA ROCHA SEGUNDO FOLK: BIOSPARRENITO


NOME DA ROCHA SEGUNDO DUNHAM: GRANSTONE

Figura3.21-amostra PGN5, é constituída


maioritariamente por: Esparite e Micas, Glauconite,
Óxido de Ferro, pirite como acessórios, de cor amarela;
apresenta adensamento fechado dos grãos, textura
maciça, bem selecionada, apresenta porosidade, grãos
no tamanho de areia (0,062 a 2mm), muita efervescência
com ácido clorídrico frio, a rocha foi classificada como
calcário

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 53


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

N.º DA LÂMINA: PGN1 – PEDREIRA GENINE ANALISTA: JOÃO CORREIA


ACESSÓRIOS:
TEXTURAS
TAMANHO MÉDIO: ARENITO SELECÇÃO: Mal seleccionada
Esqueleto %
Peloides 35
Peletes 28
Bioclastos 22
CIMENTO
MATRIZ 15
TIPO GENÉTICO DE POROSIDADE:
 SECUNDÁRIA

CARACTERÍSTICA DO CIMENTO E RELAÇÃO


ENTRE GRÃOS:
 MINISCO

DESCRIÇÃO MINUCIOSA DOS ESTÁGIOS


DIAGENÉTICO EVOLUTIVOS:
 Dissolução
 Neomorfismo

NOME DA ROCHA SEGUNDO FOLK: PELBIOSPARITE


NOME DA ROCHA SEGUNDO DUNHAM: GRAINSTONE

Figura 3.22- Amostra PGN1, é constituída por bioclastos e


Quartzo, Óxidos de Fero, Micas como acessórios, de cor
amarela; apresenta adensamento fechado dos grãos, textura
maciça, bem selecionada, apresenta porosidade, grãos no
tamanho de areia (0,062 a 2mm), muita efervescência com
ácido clorídrico frio, a rocha foi classificada como calcário.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 54


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

4 GEOQUÍMICA DOS CARBONATOS DE CABO LEDO

A Geoquímica é uma ciência derivada da Geologia que tem por


objectivo estudar a química do planeta Terra, utilizando as leis da química para
compreender os processos responsáveis pela distribuição e abundância dos
elementos químicos na Terra e nos corpos celestes, podendo ser dividida em
diversas subdisciplinas como Cristaloquímica, Geoquímica de Alta
Temperatura, Geoquímica de Baixa Temperatura, Geoquímica Oceânica,
Geoquímica Orgânica, Geoquímica dos Isótopos, Geoquímica Ambiental e
Geoquímica de Exploração Mineral.

A Geoquímica tem um papel importante na determinação de elementos


maiores, menores, traço e sub-traço. Elementos maiores como Na, Mg, Al, Si,
K, Ca e Fe são formadores de rocha, componentes de águas e constituintes
de organismos. Sua abundância na crosta é de aproximadamente 1%.
Elementos químicos como Ti, P, S e Mn são classificados como elementos
menores com uma abundância relativa na faixa de 1,0 e 0,01%. Os elementos
Be, B, As, Mo e U são classificados como elementos traços com uma
abundância média na ordem de 1 parte por milhão (ppm) ou mg/kg. Pt e Pd
são os elementos sub-traços expressos em teores médios na faixa de parte
por bilhão (ppb) ou μg/kg. A abundância de elementos químicos nas rochas
varia conforme composição mineralógica, disponibilidade dos elementos no
ambiente, intemperismo e características de cada mineral à exposição no
ambiente físico. Goldschmidt (1937), através de análises naturais em
meteoritos, rochas silicatadas e mineralizações sulfetadas, propõe uma
classificação geoquímica dos elementos químicos, dividindo-os em:
 Siderófilos: afinidade pelo ferro e concentrados no núcleo da Terra. São
eles os elementos Co, Ni, Mo, Au, Ge, Sn, C, P;

 Calcófilos: afinidade pelo enxofre e concentrados nos sulfetos. São eles


os elementos Cu, Ag, Zn, Cd, Hg, Ga, In, Ti;

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 55


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

 Litófilos: afinidade pela sílica e concentrados na crosta terrestre em


forma de silicatos. São eles os elementos Li, Na, K, Rb, Cs, Be, Mg, Ca,
Sr, Ba;

 Atmófilos: apresentam-se como gases na atmosfera. São eles os


elementos H, C, N, O, He, Ne, Ar.
A quantificação de elementos químicos, no ambiente, é realizada
através de amostras de materiais colectados em campo, podendo ser amostras
de rochas, solos, sedimentos de fundo de drenagem, águas superficiais e
subterrâneas, tecidos de seres vivos (animais e vegetais). As amostras podem
ser analisadas individualmente ou de forma colectiva, dependendo do objectivo
da investigação. Os elementos químicos como Al, Ti, K, Cr, Rb, Ba e Zr são
controlados pela fração terrígena. Os elementos Ca, Mg e Sr são controlados
pelos minerais carbonáticos e o Fe e Mn controlados por ambos (Graf, 1960).
As concentrações de elementos químicos, nos carbonatos, podem variar nos
estágios pós-deposicionais das rochas sedimentares, no caso calcário.
Baseado na classificação de Pettijon (1957) e Bigarella (1956), classificaram-
se os carbonatos da região estudada, tendo em conta o teor de magnésio como
Dolomítico Calcítico MgO que varia de 10.8 a 19.5% e calcário calcítico, onde
o teor de MgO varia de 0.0 a 1.1%.

Tabela 0.1: Análise dos óxidos ( SiO2, CaO, Al2O3, Fe2O3, K2O, TiO2, MgO, SO3)

S/N Amostra SiO2 CaO Al2O3 Fe2O3 K2O TiO2 MgO SO3
% % % % % % % %
1 PC-06 2.08 37.20 0.75 0.26 0.30 0.05 15.80 0.16
2 PC-3A 0.78 57.40 0.18 0.13 0.06 0.04 0.36 0.04
3 PC-3B 0.41 38.80 0.08 0.15 0.04 ˂0.01 14.80 0.17
4 PGN-01 0.20 37.90 0.07 0.12 0.02 ˂0.01 16.90 0.19
5 PGN-05 1.53 59.00 0.33 0.43 0.11 0.03 0.43 0.06
6 PGN-3B 1.55 56.90 0.42 0.41 0.14 0.04 0.44 0.05
7 PGN-4A 14.90 45.20 3.17 1.70 1.13 0.43 0.88 0.06
8 PGN-4B 5.28 50.60 1.86 1.10 0.52 0.15 0.85 0.06
9 PV-01 2.12 35.90 0.71 0.37 0.31 0.06 16.20 0.15
10 PV-06 0.96 43.40 0.27 0.25 0.08 ˂0.01 12.00 0.14

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 56


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Tabela 0.2: Análise de ( Cl, MnO, V2O5, ZrO2, BaO, P2O5 e CuO)

S/N N SAMPLE Cl MnO V2O5 ZrO2 BaO P2O5 CuO


ID % % % % % % %
1 PC-06 0.03 ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01 0.12 ˂0.01
2 PC-3A ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01
3 PC-3B 0.03 0.02 0.02 ˂0.01 ˂0.01 0.57 ˂0.01
4 PGN-01 0.03 ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01 0.13 ˂0.01
5 PGN-05 0.06 ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01 0.26 ˂0.01
6 PGN-3B 0.03 ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01 0.24 ˂0.01
7 PGN-4A ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01 0.02 ˂0.01 0.39 ˂0.01
8 PGN-4B 0.04 ˂0.01 0.02 ˂0.01 ˂0.01 0.39 ˂0.01
9 PV-01 0.03 0.02 ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01
10 PV-06 0.03 0.01 ˂0.01 ˂0.01 ˂0.01 0.21 ˂0.01

Tabela 0.3: Análise de ( Cr2O3, Na2O, SrO, Rb2O, CeO2 e L.O.I)

S/N SAMPLE Cr2O3 Na2O SrO Rb2O CeO2 L.O.I Total


ID % % % % % % %
1 PC-06 ˂0.01 ˂0.01 0.02 ˂0.01 ˂0.01 43.16 99.92
2 PC-3A ˂0.01 ˂0.01 0.02 ˂0.01 ˂0.01 40.99 100.01
3 PC-3B ˂0.01 ˂0.01 0.02 ˂0.01 ˂0.01 44.84 99.95
4 PGN-01 ˂0.01 ˂0.01 0.02 ˂0.01 ˂0.01 44.48 100.06
5 PGN-05 ˂0.01 ˂0.01 0.03 ˂0.01 ˂0.01 37.74 100.02
6 PGN-3B ˂0.01 ˂0.01 0.02 ˂0.01 ˂0.01 39.79 100.01
7 PGN-4A ˂0.01 0.32 0.03 ˂0.01 ˂0.01 31.69 99.92
8 PGN-4B ˂0.01 0.14 0.03 ˂0.01 ˂0.01 39.01 100.04
9 PV-01 ˂0.01 ˂0.01 0.02 ˂0.01 ˂0.01 43.40 99.97
10 PV-06 ˂0.01 ˂0.01 0.02 ˂0.01 ˂0.01 42.79 99.96

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 57


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA DAS ROCHAS CALCÁRIAS

A concentração de MgO no calcário é o parâmetro mais adequado para

a classificação da rocha calcária (RAMGRAB E TONIOLO, 2000). Pettijohn

(1957) e Bigarella (1956) propuseram a seguinte divisão das rochas

carbonatadas (Tabela 6.1.1).

Tabela 6.0.4.1: Classificação das rochas carbonatadas com base na percentagem de


MgO

Denominação dos calcários Pettijohn-% MgO Bigarella-%MgO

Calcário calcítico 0.0 a 1.1 0.0 a 1.1

Calcário magnesiano 1.1 a 2.1 1.1 a 4.3

Calcário Dolomítico 2.1 a 10.8 4.3 a 10.5

Dolomítico calcítico 10.8 a 19.5 10.5 a 19.1

Dolomito 19.5 a 21.7 19.1 a 22.0

Fonte: Pettijohn (1957) e Bigarella (1956)

Tabela 6.1.2: Comparação dos dados geoquímicos com base nas tabelas de Pettijohn e
Bigarella

S/N Amostra MgO % Classificação baseanda nas tabelas de Pettijohn e Bigarella


1 PC-06 15.80 Dolomítico Calcítico
2 PC-3A 0.36 Calcário Calcítico
3 PC-3B 14.80 Dolomítico Calcítico
4 PGN-01 16.90 Dolomítico Calcítico
5 PGN-05 0.43 Calcário Calcítico
6 PGN-3B 0.44 Calcário Calcítico
7 PGN-4A 0.88 Calcário Calcítico
8 PGN-4B 0.85 Calcário Calcítico
9 PV-01 16.20 Calcário Calcítico
10 PV-06 12.00 Calcário Calcítico

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 58


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

5 CALCIMETRIA

Os resultados da análise de calcimetria, lançados no diagrama ternário de Folk,


permitiram-nos identificar os campos em que as amostras caíram. De acordo
os dados (% de Carbonato, Argila e de Areia), as amostras encontram-se nos
campos PGN1 (Sc+a- ) que corresponde ao Grés calcário pouco argiloso,
PGN3A (Cm) corresponde ao Calcário margoso, PGN3B (CS-) corresponde ao
Calcário pouco gresoso, PGN4A (MS) corresponde à Marga gresosa, PGN4B
(Cs+a-) corresponde ao Calcário gresoso pouco argiloso e PGN5 (Sc-a-)
corresponde a Grés pouco calcário pouco argiloso.

Figura 5.1: Diagrama ternário de Folk

Tabela 5.2: % das análises de calcimetria

Referência Campo % de % % de Nome


da amostra Carbonato de Argila Areia

PGN1 Sc+a- 27.1 15.9 56.6 Grés calcário pouco argiloso


PGN3A Cm 60.8 35 4.2 Calcário margoso
PGN3B CS- 71.8 5.9 22.3 Calcário pouco gresoso
PGN4A MS 47.1 36.6 16.3 Marga gresosa
PGN4B Cs+a- 51 12.9 36.1 Calcário gresoso pouco argiloso
PGN5 Sc-a- 24.1 12 63.9 Grés pouco calcário pouco argiloso

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 59


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

APLICAÇÃO DOS CARBONATOS NA INDÚSTRIA

O calcário apresenta uma simplicidade mineralógica que corresponde


a um leque extremamente vasto de aplicações, umas baseadas em
propriedades físicas, outras em propriedades químicas. O carbonato de cálcio
encontra-se em quase todos os mercados em franco crescimento, sendo
comercializado numa gama vasta de granulometrias. Na actualidade,
provavelmente, o calcário é a rocha industrial mais versátil e mais importante.

Há que referir, entretanto, que a granulometria exerce uma grande


influência sobre as aplicações dos calcários conforme mostra a tabela n.º 7.1.
Quando as partículas forem mais finas, geralmente inferiores a 10mm, os
calcários podem ser utilizados como carga em numerosos produtos, onde a
qualidade é uma exigência fundamental.

Figura 5.2: Dimensões granulométricas dos calcários para aplicação como carga µm

Tipos granulométricos Média Limite superior Aplicações

Bulk

Grosseiro 22-40 420 Cimento, massa asfáltica.

Médio 12-22 100 Borracha, vedante

Fino

Fino 3-10 44 Papel, tintas, plásticos, borrachas.

Ultrafino 0.7-2 10 Papel, tintas, plásticos.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 60


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Tabela 5.1:Padrões qualitativos para a utilização industrial dos minérios carbonatados (fonte: Correia, J. C. G,2006)

Produto Teor Máximo (%) Teor Mínimo (%)

MgO SiO2 Al2O3 Fe2O3 P2O5 SO3 K2O+Na2 CaO P.F. Observações
O

Cimento Portland 4.5 13.0 - 7.0 0.37 1.7 0.45 42.0 ND Padrões muito variáveis

Cimento Branco 4.5 13.0 ND 0.001 0.37 ND 0.45 42.0 ND

Brita Siderúrgica (Metalúrgica Fe) 2.5 6.0 - 2.5 0.01-1.5 1.25 0.03 5.0 43.0 Variação conforme o processo
siderúrgico

Brita Siderúrgica Ligas FeMn/FeCr 1.0 2.5-5.0 - 3.0 2.2 ND 0.12 5.0 43.0 Variação conforme o processo
siderúrgico

Cal Calcítica 1.4 1.0-2.0 1.0 0.5 ND ND ND 53.0 42.0 Padrão Standard (USA)

Cal Calcítica (qualidade superior) 1.4 1.0 0.5 0.15 ND ND ND 54.0 43.0 Padrão médio para utilizações nobres

Carbureto de Cálcio 1.2 1.2 1.0 0.5 0.04-0.23 0.25-0.50 ND 54.0 43.0 Al2O3+ Fe2O3S1.0%

CaCO3 ppt médio (pcc) 2.4 1.3 ND 0.05 ND ND ND 50.0 ND 99.5%˂250 mesh

CaCO3 ppt superior (pcc) 2.0 1.0 ND 0.02 ND ND ND 53.0 ND 100%˂325 mesh

Cerâmica Branca 1.5 2.0 ND 0.3 ND 0.1 ND 53.0 42.0 ASTM (USA)

Cerâmica Branca 4.0 5.0 ND 0.3 ND ND ND 45.0 35.0 IASA (Recife- PE)

Refino de açúcar 1.7 1.7 0 5.0 ND ND ND 48.0- ND Padrões muito variáveis


50.0

Indústria de papel 1.5 ND 1.0 7.0 ND ND ND 51.8 ND USBS (USA)

Vidros comuns 1.5 5.0 2.8 0.5 0 6.0 ND 51.0 40.0 CaO+MgO; USBS (USA)

Vidros especiais 0.8 1.5-2.0 0.25 0.02 ND ND ND 53.0 42.0 Sta. Marina-SP

Vidros comuns 3.0 3.0-6.0 2.0 0.5 ND ND ND 50.0 36.0 CIV (Recife-PE)

Vidros especiais 1.0 2.2 1.7 0.02 0 6.0 ND 53.0 42.0 USBS (USA)

Barrilha 1.3 3.0 1.0 5.0 ND ND ND 52.0 42.0 ALCANORTE (RN)

Indústria têxtil 1.7- 1.4 1.0 4.0 ND ND ND 52.0 42.0 Sob a forma de cal; Se RI˂2.5%
3.0

Ração animal 1.5 ND ND ND ND ND ND 50.0 41.0 80%˂325 mesh

Nota: ND=resultados não definidos

Padrões não analisados Padrões aceitáveis Padrões não aceitáveis

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 61


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Tabela 5.2: Aplicação na indústria de cimento

Produto Teor Máximo (%) Teor Mínimo (%)

MgO SiO2 Al2O3 Fe2O3 P2O5 SO3 K2O+Na2O CaO

Cimento Portland 4.5 13.0 - 7.0 0.37 1.7 0.45 42.0

Cimento Branco 4.5 13.0 ND 0.001 0.37 ND 0.45 42.0

Amostra PC6 15.8 2.08 0.75 0.26 0.12 0.16 0.30 37.20

Amostra PC3A 0.36 0.78 0.18 0.13 ˂0.01 0.04 0.06 57.40

Amostra PC3B 14.80 0.41 0.08 0.15 0.57 0.17 0.04 38.80

Amostra PV1 16.20 2.12 0.71 0.37 ˂0.01 0.15 0.31 35.90

Amostra PV6 12.00 0.96 0.27 0.25 0.21 0.14 0.08 43.40

Amostra PGN1 16.90 0.20 0.07 0.12 0.13 0.19 0.02 37.90

Amostra PGN5 0.43 1.53 0.33 0.43 0.26 0.06 0.11 59.00

Amostra PGN3B 0.44 1.55 0.42 0.41 0.24 0.05 0.14 56.90

Amostra PGN4A 0.88 14.9 3.17 1.70 0.24 0.06 1.13 45.20
0

Amostra PGN4B 0.85 5.28 1.86 1.10 0.39 0.06 0.52 50.60

Para se conhecer a aplicação dos carbonatos na indústria de cimento,


os resultados obtidos da análise geoquímica foram comparados com as
normas internacionais do Brasil e USA. Certificou-se que as amostras PC3A,
PGN5, PGN3B, PGN4A e PGN4B são aceitáveis, pois estão dentro dos limites
padrões estabelecidos e as amostras PC6, PC3B, PV1, PV6, PGN1 estão fora
dos limites porque apresentam teores elevados de MgO e baixos de CaO.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 62


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Tabela 5.3: Aplicação na indústria siderúrgica e metalúrgica

Produto Teor Máximo (%) Teor Mínimo


(%)

MgO SiO2 Al2O3 Fe2O3 P2O5 SO3 K2O+Na2O CaO

Brita Siderúrgica 2.5 6.0 __ 2.5 0.01-1.5 1.25 0.03 5.0


(Metalúrgica Fe)

Brita Siderúrgica 1.0 2.5-5.0 __ 3.0 2.2 ND 0.12 5.0


Ligas FeMn/FeCr

Amostra PC6 15.8 2.08 0.75 0.26 0.12 0.16 0.30 37.20

Amostra PC3A 0.36 0.78 0.18 0.13 ˂0.01 0.04 0.06 57.40

Amostra PC 3B 14.80 0.41 0.08 0.15 0.57 0.17 0.04 38.80

Amostra PV1 16.20 2.12 0.71 0.37 ˂0.01 0.15 0.31 35.90

Amostra PV6 12.00 0.96 0.27 0.25 0.21 0.14 0.08 43.40

Amostra PGN1 16.90 0.20 0.07 0.12 0.13 0.19 0.02 37.90

Amostra PGN5 0.43 1.53 0.33 0.43 0.26 0.06 0.11 59.00

Amostra PGN3B 0.44 1.55 0.42 0.41 0.24 0.05 0.14 56.90

Amostra PGN4A 0.88 14.90 3.17 1.70 0.24 0.06 1.13 45.20

Amostra PGN4B 0.85 5.28 1.86 1.10 0.39 0.06 0.52 50.60

Os teores dos resultados geoquímicos das amostras PC3A, PGN5,


PGN3B, PGN4A e PGN4B estão dentro dos limites estabelecidos para
aplicação nas indústrias de Brita Siderúrgica (Metalúrgica Fe) e Brita
Siderúrgica Ligas FeMn/FeCr, ao passo que as amostras PC6, PC3B, PV1,
PV6 e PGN1 não estão dentro dos limites estabelecidos porque apresentam
teores elevados de MgO.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 63


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Tabela 5.4: Tabela. Aplicação para a produção de cal calcítica

Produto Teor Máximo (%) Teor


Mínimo (%)

MgO SiO2 Al2O3 Fe2O3 P2O5 SO3 K2O+Na2O CaO

Cal Calcítica 1.4 1.0-2.0 1.0 0.5 ND ND ND 53.0

Cal Calcítica (qualidade 1.4 1.0 0.5 0.15 ND ND ND 54.0


superior)

Amostra PC6 15.8 2.08 0.75 0.26 0.12 0.16 0.30 0.30

Amostra PC3A 0.36 0.78 0.18 0.13 ˂0.01 0.04 0.06 0.06

Amostra PC 3B 14.80 0.41 0.08 0.15 0.57 0.17 0.04 0.04

Amostra PV1 16.20 2.12 0.71 0.37 ˂0.01 0.15 0.31 35.90

Amostra PV6 12.00 0.96 0.27 0.25 0.21 0.14 0.08 43.40

Amostra PGN1 16.90 0.20 0.07 0.12 0.13 0.19 0.02 37.90

Amostra PGN5 0.43 1.53 0.33 0.43 0.26 0.06 0.11 59.00

Amostra PGN3B 0.44 1.55 0.42 0.41 0.24 0.05 0.14 56.90

Amostra PGN4A 0.88 14.90 3.17 1.70 0.24 0.06 1.13 45.20

Amostra PGN4B 0.85 5.28 1.86 1.10 0.39 0.06 0.52 50.60

O carbonato é a principal matéria-prima para a produção de cal calcítica.

os resultados obtidos das amostras PGN5 e PGN3B estão dentro dos limites

padrões e as outras amostras estão fora dos padrões, pois possuem teores

elevados de MgO e teores baixos de CaO.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 64


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Tabela 5.5: Aplicação na indústria de cerâmica e cerâmica branca

Produto Teor Máximo (%) Teor Mínimo


(%)

MgO SiO2 Al2O3 Fe2O3 P2O5 SO3 K2O+Na2O CaO

Cerâmica Branca 1.5 2.0 ND 0.3 ND 0.1 ND 53.0

Cerâmica Branca 4.0 5.0 ND 0.3 ND ND ND 45.0

Amostra PC6 15.8 2.08 0.75 0.26 0.12 0.16 0.30 37.20

AmostraPC3A 0.36 0.78 0.18 0.13 ˂0.01 0.04 0.06 57.40

Amostra PC3B 14.80 0.41 0.08 0.15 0.57 0.17 0.04 38.80

Amostra PV1 16.20 2.12 0.71 0.37 ˂0.01 0.15 0.31 35.90

Amostra PV6 12.00 0.96 0.27 0.25 0.21 0.14 0.08 43.40

Amostra PGN1 16.90 0.20 0.07 0.12 0.13 0.19 0.02 37.90

Amostra PGN5 0.43 1.53 0.33 0.43 0.26 0.06 0.11 59.00

Amostra PGN3B 0.44 1.55 0.42 0.41 0.24 0.05 0.14 56.90

Amostra PGN4A 0.88 14.90 3.17 1.70 0.24 0.06 1.13 45.20

Amostra PGN4B 0.85 5.28 1.86 1.10 0.39 0.06 0.52 50.60

Na indústria de cerâmica branca, o Brasil e o USA apresentam padrões

diferentes, mas, para ambos, o calcário deve conter teores máximos de 0.3%

de Fe2O3. Comparando os resultados dos teores obtidos com os teores

estabelecidos pelas normas Brasileira e dos USA, as amostras PC3A, PGN5,

PGN3B, PGN4A e PGN4B são recomendadas por apresentarem teores dentro

dos limites estabelecidos e as amostras PC6, PC3B, PV1, PV6 E PGN1 estão

fora dos limites estabelecidos por possuírem teores elevados de MgO e baixos

teores de CaO.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 65


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Tabela 5.6: Tabela. Aplicação na indústria de produção de vidros comuns e especiais

Teor Máximo (%) Teor Mínimo


(%)
Produto
MgO SiO2 Al2O3 Fe2O3 P2O5 SO3 K2O+Na2O CaO

Vidros comuns 1.5 5.0 2.8 0.5 0 6.0 ND 51.0

Vidros especiais 0.8 1.5-2.0 0.25 0.02 ND ND ND 53.0

Vidros comuns 3.0 3.0-6.0 2.0 0.5 ND ND ND 50.0

Vidros especiais 1.0 2.2 1.7 0.02 0 6.0 ND 53.0

Amostra PC6 15.8 2.08 0.75 0.26 0.12 0.16 0.30 37.20

AmostraPC3A 0.36 0.78 0.18 0.13 ˂0.01 0.04 0.06 57.40

Amostra PC3B 14.80 0.41 0.08 0.15 0.57 0.17 0.04 38.80

Amostra PV1 16.20 2.12 0.71 0.37 ˂0.01 0.15 0.31 35.90

Amostra PV6 12.00 0.96 0.27 0.25 0.21 0.14 0.08 43.40

Amostra PGN1 16.90 0.20 0.07 0.12 0.13 0.19 0.02 37.90

Amostra PGN5 0.43 1.53 0.33 0.43 0.26 0.06 0.11 59.00

Amostra PGN3B 0.44 1.55 0.42 0.41 0.24 0.05 0.14 56.90

Amostra PGN4A 0.88 14.90 3.17 1.70 0.24 0.06 1.13 45.20

Amostra PGN4B 0.85 5.28 1.86 1.10 0.39 0.06 0.52 50.60

Os resultados das amostras PC3A, PGN5, PGN3B e PGN4B estão


dentro dos limites estabelecidos pelas normas do Brasil e USA e as amostras
PC6, PC3B, PV1, PV6, PGN1 e PGN4A não são recomendáveis por possuírem
teores elevados de MgO e teores baixos de CaO.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 66


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Petrograficamente, as rochas carbonatadas da região de Cabo Ledo


são constituídos por: Dolomite, Calcite, Bioclastos, Peloides, Peletes e estão
lidados por cimento ou matriz, quanto a porosidade, Elas apresentam
porosidade secundária fruto da dissolução das rochas carbonatadas pelas
águas meteóricas, estas águas também são responsáveis pelos processos de
Dolomitização que é o processo de substituição do ião cálcio pelo ião magnésio
e o processo de Didolomitização, que é o inverso da dolomitização, estás
rochas apresentam também micritização, recristalização, neomorfismo e
compactação.

Para um trabalho aplicado á indústria, a composição química da rocha


é mais importante que a mineralógica e ainda devem ser especificados os
teores de: CaCO3 (ou CaO), MgCO3 (ou MgO), a quantidade máxima de
impurezas que pode ser tolerada deve-se levar em conta. Desta forma tivemos
que ter mais em conta a química das rochas carbonatos da região estudada e
classificamo-las com base no teor de magnésio como Dolomítico Calcítico
MgO varia de 10.8 a 19.5% e calcário calcítico, onde o teor de MgO varia de
0.0 a 1.1% de acordo com ás classificações propostas por Pettijon (1957) e
Bigarella (1956), e os dados geoquímicos remetem-nos também a inferir que
ás águas meteóricas ou levaram consigo grandes quantidades de magnésio
pois foi por esta razão que em algumas amostras tivemos grandes % de
magnésio o que está na base da formação das Dolomites daquela área, desta
forma a presença de grandes quantidades de Magnésio é uma grande
preocupação para o fabrico de cimento Portland, pois quando o Óxido de
Magnésio reagir com a água formará o Hidróxido de Magnésio, e uma das
propriedades deste composto é a sua expansão o que poderá provocar
fissuras nas obras e engenharia, para amostras que apresentam elevados
teores de Óxido de Magnésio devemos misturar afim de termos um subproduto
com teores adequado de Óxido de Magnésio, desta forma poderemos
aproveitar esse subproduto para aplicarmos no fabrico de cimento.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 67


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

CONCLUSÕES

De acordo com os resultados obtidos através das análises petrográfica e


geoquímica, chegamos às seguintes conclusões:

No que tange à petrografia, as rochas carbonatadas das pedreiras CABO


LEDO e PAVITERRA apresentam os fácies calcirrudito, segundo Folk, e
calcário cristalino, segundo Dunham, com excepção da amostra PV6 da
pedreira PAVITERRA que apresenta fácies calcário cristalino segundo os dois
autores.

A pedreira GENINI apresenta os fácies biosparrudito (PGN3A),


pelbiomicrirudito (PGN3B), Biospamicrite, (PGN4A), biomicrorudito, (PGN4B),
biosparrenito, (PGN5), pelbiosparite, (PGN1). Segundo Folk e Dunham,
apresenta os fácies packstone (PGN3A; PGN3B e PGN4A), mudstone
(PGN4B) e grainstone (PGN5 e PGN1).

De acordo os dados geoquímicos, as amostras PC3A, PGN5, PGN3B, PGN4A,


PGN4B, PV1, PV6 foram classificadas como Calcário Calcítico e as amostras
PC6, PC3B e PGN1 foram classificadas como Dolomítico Calcítico, segundo
Pettijohn e Bigarella.

Os resultados petrograficos, mostraram que os carbonatos da pedreira Cabo


Ledo tem aplicação ao fabrico de cimento.

Os resultados das análises geoquímicas mostraram que as amostras PC3A,


PGN3B,PGN4A,PGN4B e PGN5 servem para a aplicação nas indústrias de
cimento, as amostras PC3A, PGN5, PGN3B, PGN4A e PGN4B têm aplicações
nas indústrias de Brita Siderúrgica (Metalúrgica Fe) e Brita Siderúrgica Ligas
FeMn/FeCr. As amostras PGN3B e PGN5 têm aplicação na indústria de cal
calcítica, as amostras PC3A, PGN3B, PGN4A, PGN4B e PGN5 têm aplicações
nas indústrias de cerâmica e cerâmica branca e as amostras PC3A,
PGN3B,PGN4B e PGN5 têm aplicações nas indústrias de vidros comuns e
especiais.
Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 68
Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

Os carbonatos com teores elevados de MgO (acima de 4.5%) e teores baixos


de CaO (abaixo de 42.0%) não foram recomendados para a aplicação nas
indústrias, pois estão fora dos limites estabelecidos pelas normas do Brasil e
USA. Essas amostras carecem de correcção para serem aplicadas nas
indústrias, no caso das amostras PV1 e PV6 que apresentam teores elevados
de óxidos de magnésio (MgO).

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 69


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

RECOMENDAÇÕES

Em trabalhos futuros, os autores recomendam que sejam feitas análises de


microssonda eletrónica aos carbonatos da região de Cabo-Ledo para que
possam ser utilizados em outras aplicações tecnológicas.
Que sejam feitas análises petrográficas com microscópio eletrónico de
varredura para melhor determinação da mineralogia.
Que sejam feitas análises geoquímicas em outros laboratórios a fim de se fazer
um estudo comparativo dos carbonatos.
Que sejam feitas sondagem vertical afim de se fazer análises geoquímicas,
para conhecer a variação dos óxidos de cálcio e de magnésio na vertical bem
como para modelar a os carbonatos da área em estudo.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 70


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BECERRA, J. E. B 2009; Avaliação da susceptibilidade aos processos de


deterioração dos calcários ornamentais da formação la tampa usados na
construção civil de medellín-colómbia.

BONDO, H. F. de F, 2014 - litostratigrafia e modelo sedimentar da bacia do


kwanza (nw de angola).

DUNHAM R. J. (1962) - Classification of carbonate rocks according to


depositional texture. In: Classification of carbonate rocks (Ed. By W. E. Ham)

EMBRY A.F. & KLOVAN S.E. (1971)- A Late Devonian reef tract on
northeastern banck Inland. N. W. T. Bull. Canad. Petrol. Geol., 19, 730-781.

FOLK, R. L. (1968) – Spectral subdivision of limestone types, in W. E. Ham,


ed., Classification of carbonate rocks: AAPG Memoir 1, p. 62 – 84.

FOLK, R.L. (1959) - Practical petrographic classification of limestones:


American Association of Petroleum Geologists Bulletin, v. 43, p. 1-38.

FOLK, R.L. (1962) - Spectral subdivision of limestone types, in Ham, W.E., ed.,
Classification of Carbonate Rocks-A Symposium: American Association of
Petroleum Geologists Memoir 1, p. 62-84.

GALOPIM C. (2006) – Petrologia sedimentar, ed. Ancora, Lisboa, pag. 135


GEOLUANDA. (2000) - International Conference Guide Book Luanda –
Benguela-Dombe Grande. Mem. Am. Ass. Petrol. Geol. 1, 108-121.

MORAIS M.L,; NOGUEIRA M. A. & RIZZINI A. (1990) – Rilievo giologico e


Strutturale dell’ area di CaboLedo, con dettagli sedimentologici sulle formazioni
Quissonde e Cabo Ledo; Bacino del rio Kwanza, Angola. Atti, Tci. Sci. Terra,
vol. 33110---123. Pavia

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 71


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

PETER A. Scholle., (1978) - Carbonate Rock Constituents, Textures,


Cements, and Porosities, Second Printing, published by the American
Association of Petroleum Geologists, Tulsa- Oklahoma, U.S.A., ISBN: 0-89181-
303-9.

SGARBI, G. N. C. et al. Petrografia Macroscópica de rochas Ígneas,


Sedimentares e Metamórficas. Ufmg, 2012.

SUGUIO Kenetiro. (2003) - Geologia Sedimentar, Editora Edgard Blucher


LTDA; 1ª edição, pag. 184-194.

TUCKER, M. E., & WRIGHT, V. P., (1990) - Carbonate Sedimentology. Oxford,


Blackwell Scientific Publications, pag.482.

VELHO, J.L. (2005): Mineralogia Industrial-Princípios e Aplicações. Lidel-


edições técnicas, Ida Portugal.

VERRIER G. (1953a) – Étude de la région côtiera entre Luanda et Ambriz. Rel


ined. Missão de pesquisas di Petrolio, Petrofina, Luanda.

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 72


Caracterização petrográfica e geoquímica das rochas carbonatadas da 2019
região de Cabo Ledo e sua aplicação aos materiais de construção

ANEXOS
Fichas das análises de calcimetria

Amostra nº: PGN1 Pesos (g) Percentagens Amostra nº: PGN3A Pesos (g) Percentagens Amostra nº: PGN3B Pesos (g) Percentagens
Amostra + Tara1 44.2653 Amostra + Tara1 44.1898 Amostra + Tara1 44.0984
Tara1 33.9832 Tara1 33.9832 Tara1 33.9832
Amostra (1) 10.4333 Amostra (1) 10.2066 Amostra (1) 10.1152
Ataque pelo HCl Ataque pelo HCl Ataque pelo HCl
Resíduo + tara2 9.1239 Resíduo + tara2 11.7655 Resíduo + tara2 4.4101
Tara2 1.5589 Tara2 1.5589 Tara2 1.5589
Resíduo (2) 7.5650 Resíduo (2) 4.0021 Resíduo (2) 2.8512
Carbonato (1-2) 2.8683 27.5 Carbonato (1-2) 6.2045 60.8 Carbonato (1-2) 7.264 71.8
Ataque pela H2O2 Ataque pela H2O2 Ataque pela H2O2
Resíduo + tara Resíduo + tara Resíduo + tara
Tara Tara Tara
Resíduo (3) Resíduo (3) Resíduo (3)
Matéria orgânica (2-3) Matéria orgânica (2-3) Matéria orgânica (2-3)
Lavagem sobre crivo de 37µ Lavagem sobre crivo de 37µ Lavagem sobre crivo de 37µ
Areia + tara2 7.4678 Areia + tara2 1.9851 Areia + tara2 3.8121
Tara2 1.5589 Tara2 1.5589 Tara2 1.5589
Areia (4) 5.9089 56.6 Areia (4) 0.4262 4.2 Areia (4) 2.2532 22.3
Argila + tara2 3.215 Argila + tara2 5.1348 Argila + tara2 2.1479
Tara2 1.5589 Tara2 1.5589 Tara2 1.5589
Argila (5) 1.6561 15.9 Argila (5) 3.5759 35 Argila (5) 0.589 5.9
Confirmação Confirmação Confirmação
Areia + Argila (6) 7.565 Areia + Argila (6) 4.0021 Areia + Argila (6) 2.8422
Perdas (3-6) Perdas (3-6) Perdas (3-6)
Amostra nº: PGN4A Pesos (g) Percentagens Amostra nº: PGN4B Pesos (g) Percentagens Amostra nº: PGN5 Pesos (g) Percentagens
Amostra + Tara1 44.2397 Amostra + Tara1 44.7212 Amostra + Tara1 44.3629
Tara1 33.9832 Tara1 33.9832 Tara1 33.9832
Amostra (1) 10.2565 Amostra (1) 10.7380 Amostra (1) 10.3797
Ataque pelo HCl Ataque pelo HCl Ataque pelo HCl
Resíduo + tara2 6.8206 Resíduo + tara2 6.8206 Resíduo + tara2 9.4414
Tara2 1.5589 Tara2 1.5589 Tara2 1.5589
Resíduo (2) 5.4300 Resíduo (2) 5.2617 Resíduo (2) 7.8825
Carbonato (1-2) 4.8265 47.1 Carbonato (1-2) 5.4763 51 Carbonato (1-2) 2.4972 24.1
Ataque pela H2O2 Ataque pela H2O2 Ataque pela H2O2
Resíduo + tara Resíduo + tara Resíduo + tara
Tara Tara Tara
Resíduo (3) Resíduo (3) Resíduo (3)
Matéria orgânica (2-3) Matéria orgânica (2-3) Matéria orgânica (2-3)
Lavagem sobre crivo de 37µ Lavagem sobre crivo de 37µ Lavagem sobre crivo de 37µ
Areia + tara2 3.2374 Areia + tara2 5.4372 Areia + tara2 8.1924
Tara2 1.5589 Tara2 1.5589 Tara2 1.5589
Areia (4) 1.6785 16.3 Areia (4) 3.8783 36.1 Areia (4) 6.6335 63.9
Argila + tara2 5.3104 Argila + tara2 2.9423 Argila + tara2 2.8079
Tara2 1.5589 Tara2 1.5589 Tara2 1.5589
Argila (5) 3.7515 36.6 Argila (5) 1.3834 12.9 Argila (5) 1.249 12
Confirmação Confirmação Confirmação
Areia + Argila (6) 5.43 Areia + Argila (6) 5.2617 Areia + Argila (6) 7.8825
Perdas (3-6) Perdas (3-6) Perdas (3-6)

Delfina Felino Macedo e João Gaspar Correia Página 73

Você também pode gostar