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Universidade Lúrio

Faculdade de Engenharia
Departamento de Engenharia Geológica
Curso de Licenciatura em Engenharia Geológica

Métodos de prospeção e pesquisa


3º Ano

Tema: Programa de Prospeção e Pesquisa de Carbonatos.

Discentes:
Raquel Artur
Valden Lizai
Victória Tomo
Docente: Loite José, Lic.

Pemba, agosto de 2022


Raquel Artur

Valden Lizai

Victória Tomo

Tema: Programa de Prospeção e Pesquisa de Carbonatos.

Trabalho de Métodos de Prospeção e


Pesquisa, elaborado por fins avaliativos como
requisito parcial para a conclusão da cadeira
no curso de Licenciatura em Engenharia
Geológica lecionado na Universidade Lúrio.

Pemba, agosto de 2022


Índice
Índice de Figuras ............................................................................................................................. ii

1. Introdução ............................................................................................................................... 1

2. Áreas de ocorrência................................................................................................................. 2

3. Localização Geográfica da Área de Estudo ............................................................................ 3

3.1. Enquadramento Geológico ............................................................................................... 4

3.1.1. Pré-câmbrico ............................................................................................................. 4

3.1.2. Fanerozoico ............................................................................................................... 5

3.2. Geologia Local ................................................................................................................. 6

4. Carbonatos .............................................................................................................................. 7

4.1. Importância....................................................................................................................... 9

5. Prospeção de carbonatos ....................................................................................................... 10

5.1. Prospeção geofísica ........................................................................................................ 10

5.2. Prospeção geoquímica .................................................................................................... 10

5.3. Levantamento de campo................................................................................................. 11

5.4. Sondagem ....................................................................................................................... 11

5.5. Lavra............................................................................................................................... 11

5.6. Processamento ................................................................................................................ 12

6. Conclusão.............................................................................................................................. 15

7. Bibliografia ........................................................................................................................... 16

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Índice de Figuras
Figura 1 As grandes divisões geológicas de Moçambique (elaborado por Gerson Guerreiro, a partir
dos shapefiles do mapa geológico de Moçambique, 1:1.000.000). (Fonte: (Vasconcelos, 2014)) 2
Figura 2 Mapa de localização geográfica do distrito de Nacala. (Fonte: (NIVALE, 2021)) .......... 4
Figura 3 Mapa de geologia de Nacala (Fonte: (NIVALE, 2021)). ................................................. 7
Figura 4 Amostra de Calcario (Fonte: Cimento Itambé) ................................................................ 9
Figura 5 Processo de Calagem (Fonte: Aegero Logo) .................................................................... 9

ii
1. Introdução
Os minerais carbonatos são usados na indústria da construção para obtenção de blocos, material para
agregados, cimento, cal e até rochas ornamentais. Neste contexto, presente trabalho visa a elaboração
de um programa de prospeção e pesquisa de calcário no distrito de Nacala, província de Nampula.

Durante o programa irá se abordar desde as áreas de ocorrência dos minerais carbonatos, sendo
destacada a área de estudo (Nacala) em termos da sua geologia, características litoestatigráficas
assim como as formas que podem ser usadas tanto para prospeção e pesquisa, assim como para
extração dos minerais em questão.

Assim, para a elaboração do programa, seguiu-se a seguinte sequencia de objetivos:

1.1.Objetivos gerais:
➢ Elaborar um programa de prospeção e pesquisa de carbonatos;
1.2.Objetivos específicos:
➢ Localizar geograficamente a área de estudo (Nacala) e fazer seu enquadramento
geológico;
➢ Falar de suas características litoestatigráficas e importância económica;
➢ Identificar o tipo de processamento adequado para a extração do mineral.

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2. Áreas de ocorrência

Figura 1 As grandes divisões geológicas de Moçambique (elaborado por Gerson Guerreiro, a partir dos shapefiles do mapa
geológico de Moçambique, 1:1.000.000). (Fonte: (Vasconcelos, 2014))

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(Grantham et al, 2011) Com um território com cerca de 800.000 km2 de área emersa, e uma
complexa geologia estendendo-se ao longo de praticamente todos os períodos da história
geológica, o país é rico em recursos geológicos. O extenso e intenso trabalho de cartografia
geológica entre 2002 e 2007, financiado por várias instituições nacionais e estrangeiras
proporcionou um grande avanço no conhecimento destes recursos, do que surgiram cartas
geológicas à escala 1:250.000 abrangendo todo o território, e ainda 30 cartas à escala 1:50.000 em
zonas mais promissoras sob o ponto de vista dos mesmos. Foram ainda cobertos 75% do território
com levantamento aerogeofísico regional e de alta densidade.

(Peixoto, Anjo, & Bonito, 2015) Moçambique é um país que apresenta uma elevada
geodiversidade e um grande potencial em termos de recursos geológicos. A grande geodiversidade
deste país é mencionada, por exemplo, nos trabalhos de Lehto e Gonçalves (2008) e Cumbe (2007).
Segundo este último investigador, existem vários locais geológicos em Moçambique que devem
ser conservados e apresentados às populações devido à sua importância científica, pedagógica e
turística, entre outros aspetos. Estes locais incluem, para além da diversidade litológica, uma
grande diversidade.
Os minerais carbonatos ocorrem em maior parte das províncias do país, com destaque para as
regiões costeiras.

Dentre essas áreas podemos citar Montepuez em cabo delgado, Nacala em Nampula, Zambézia,
Urrongas em Inhambane, Salamanga em Maputo (Peixoto, Anjo, & Bonito, 2015) Macomia,
Mucopo, Palma, Quionga, Mirate em Cabo delgado (Concessoes Minerais).

Dentre as diversas áreas, decidimos trabalhar com os carbonatos de Nacala, província de Nampula.

3. Localização Geográfica da Área de Estudo


(NIVALE, 2021) A área de estudo localiza-se no distrito de Nacala situado no litoral da província de
Nampula a 210 km da capital Nampula. Tem como limites, a Sul o distrito de Mossuril, a Este o oceano
Indico, a Norte o distrito de Memba e a Oeste os distritos de Erati e Monapo.

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Figura 2 Mapa de localização geográfica do distrito de Nacala. (Fonte: (NIVALE, 2021))

3.1.Enquadramento Geológico
(Vasconcelos, 2014) Dada a sua enorme extensão, as diferenças geológicas são muito grandes
entre o Norte, o centro e o sul do País. Assim, o Norte é fundamentalmente proterozoico e o Sul
inteiramente fanerozoico, com a região centro albergando terrenos arcaicos, proterozoicos e
fanerozoicos.

(NIVALE, 2021) Moçambique tem uma geologia bastante diversificada, existindo ocorrências
minerais com uma vasta potencialidade económica. Do ponto de vista geológico apresenta duas
unidades geológicas: O Pré-câmbrico e o Fanerozoico.

3.1.1. Pré-câmbrico
O Pré-Câmbrico é uma unidade constituída por rochas mais antigas formadas há mais de 600 milhões
de anos. Esta formação ocupa uma superfície de 534 mil km 2, equivalente a 2/3 do território
moçambicano, localiza-se na região centro-ocidental e norte de Moçambique. Em Moçambique as
rochas pré-câmbricas dividem-se em duas partes; Pré-câmbrico inferior ou arcaico – representado pelo

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cratão rodesiano, é constituído por rochas metamórficas de origem magmáticas e sedimentares.
Localiza-se no sistema de Manica e tem uma idade de 200 milhões de anos e é constituída pelas
formações de Macequese, Mbeza e Vengo. O Sistema Manica prolonga-se para o interior do Zimbabwe
onde forma o cinturão de ouro de Muntara e Udzi. Pré-câmbrico superior – conhecido por cinturão de
Moçambique (Mozambique Belt), são rochas que datam 500 milhões de anos e divide-se em 3
províncias geológicas: província de Moçambique, província de Niassa e província de Médio-Zambeze.
(GTK Consortium, 2006).

Os terrenos pré-câmbricos mostram uma série de estruturas lineares regionais delimitando 3 blocos
tectónicos, consequência da colisão entre os vários blocos do Gondwana, cada um com
características próprias (Vasconcelos & Jamal, 2010): Gondwana E, Gondwana W e Gondwana S
(Westerhof et al., 2008). Os blocos E e W estão separados por um limite N-S, e estes estão
separados do bloco S respetivamente pelo Cinturão do Lúrio (LTB - Lúrio Tectonic Belt) e pela
Zona de Cisalhamento de Sanângoè (SSZ – Sanângoè Shear Zone).

O Pré-Câmbrico na região Norte de Moçambique é caracterizado por rochas de médio e alto grau e
constitui a extremidade sul do cinturão de Moçambique definido por Holmes (1951). O cinturão de
Moçambique é parte de um cinturão orogénico maior (orógeno leste africano) que ocorre ao longo da
costa leste de África, estendendo-se de Norte de Moçambique ao Sudão e Etiópia.

3.1.2. Fanerozoico
Do ponto de vista geológico, o Fanerozoico em Moçambique é constituído essencialmente por rochas
sedimentares que se formaram entre 300 e 70 milhões de anos. Essas rochas incluem também as
formações eruptivas (magmáticas) como basaltos e riólitos e se podem encontrar junto a fronteira de
Namaacha. Ocupa quase na totalidade as províncias de Inhambane, Gaza e Maputo e vai se estreitando
para o norte até ao curso do rio Rovuma ocupando 1/3 do território nacional. A cobertura Fanerozoica
em Moçambique compreende sedimentos terrestres e marinhos e rochas subvulcânicas associadas pós-
Pan-Africanas, geralmente subhorizontais. Fazem parte do Fanerozoico as formações de Karoo que se
localizam nas províncias de Cabo delgado, Niassa, Tete, Manica e Sofala.

Os terrenos fanerozoicos dividem-se em Supergrupo do Karoo (SGK) e Sistema do Rift Este-


Africano (SREA) (Vasconcelos & Jamal, 2010). A idade do SGK, dividido em Inferior
(sedimentar) e Superior (sedimentar e ígneo), varia do Carbonífero Superior ao Jurássico Inferior
(GTK Consortium, 2006; Vasconcelos & Jamal, 2010), e está representado em depressões

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tectónicas intracratónicas profundas resultantes de rifts abortados numa fase de desmembramento
do Gondwana. Segue-se a abertura do Oceano Índico como resultado da deriva continental e da
dispersão do Gondwana, em simultâneo com o desenvolvimento do SREA (Vasconcelos & Jamal,
2010), que teve o seu início no Jurássico e se continua até hoje (GTK Consortium, 2006),
resultando no desenvolvimento de duas enormes bacias sedimentares, a Bacia de Moçambique e a
Bacia do Rovuma.

Em Moçambique o Karoo tem 3 divisões: indiferenciado, inferior e superior. Supergrupo Karoo – As


rochas Karoo de Moçambique ocorrem em várias estruturas do tipo Graben de Rift/margem passiva.
Estas incluem (de norte a sul) o Graben Metangula (província de Niassa), Bacia Rovuma (província de
Cabo Delgado) e o Graben do Meio- Zambeze (província de Tete). Mais ao sul, rochas vulcânicas
básicas e ácidas dos monoclínicos de Nuanetsi-Sabi e Libombo compõem a maior parte da sequência
Karoo.

3.2.Geologia Local
(Mucuto, 2014) Na península de Nacala ocorrem rochas de idade compreendida entre o Pré-
Câmbrico e o Quaternário, havendo também ocorrências de formações recentes. Existe uma
importante lacuna estratigráfica compreendida entre o Paleozoico e parte do Mesozoico (Triásico
e grande parte do Jurássico).

(Mucuto, 2014) As rochas mais antigas, rochas cristalinas, condicionadas por falhas, ocorrem na
zona oeste de Baia de Nacala enquanto as rochas predominantes na região se desenvolvem para
este pertencendo a sequência sedimentar da chamada “Bacia do Rovuma” devido a pequena
inclinação para este, as rochas mais antigas ocorrem a oeste da Península e as mais recentes a este.

Estratigraficamente ocorrem na península de Nacala as seguintes formações definidas da mais


antiga para a mais recente e de oeste para este:

➢ Soco cristalino pré-câmbrico, constituído principalmente por gnaisses, migmatito e


granitoides;
➢ Formação de Cocumi é a formação sedimentar mais antiga da península e é constituída por
calcário e calcários argilosos de cor cinzenta azulada, com uma espessura total de cerca de
30 metros;

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➢ Camada de Nacala (formação de Pemba) sequência sedimentar constituída por duas
formações; camada de Natimanga e de Nacala.

Figura 3 Mapa de geologia de Nacala (Fonte: (NIVALE, 2021)).

4. Carbonatos
(Sampaio & Almeida, 2005) As principais rochas carbonatadas mais comercializadas, em todo
mundo, são calcários e dolomitos. São rochas sedimentares compostas basicamente por calcita
(CaCO3), enquanto os dolomitos são também rochas sedimentares compostas, basicamente, pelo
mineral dolomita (CaCO3.MgCO3). De longe, a calcita apresenta maior valor econômico,
comparada às demais, dolomita, mármores e greda ou giz.

(Sampaio & Almeida, 2005) A aragonite (CaCO3) possui a mesma composição química da calcita,
entretanto, difere na estrutura cristalina. Seu aproveitamento econômico acontece apenas para os

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depósitos de conchas calcárias e oólitos. Trata-se de um mineral metaestável, cuja alteração resulta
na calcita, a forma mais estável. Outros minerais carbonatados, notadamente, siderite (FeCO3),
ankerite (Ca2MgFe(CO3)4 e a magnesite (MgCO3), estão comumente associados ao calcário e ao
dolomito, contudo em menor quantidade.

(Sampaio & Almeida, 2005)A calcita (CaCO3) é o principal constituinte mineralógico dos
calcários e mármores com elevada pureza. O calcário encontrado extensivamente em todos os
continentes é extraído de pedreiras ou depósitos que variam em idade, desde o pré-cambriano até
o holoceno. As reservas de rochas carbonatadas são grandes e intermináveis, entrementes, a sua
ocorrência com elevada pureza corresponde a menos que 10% das reservas de carbonatos lavradas
em todo mundo.

(Sampaio & Almeida, 2005)O calcário é uma rocha sedimentar originada de material precipitado
por agentes químicos e orgânicos. O cálcio é um dos elementos mais comum, estimado em 3-4%
da crosta terrestre, todavia, quando constituinte dos calcários tem origem nas rochas ígneas. Por
meio das atividades de erosão e corrosão, incluindo a solução de ácidos carbônicos ou outros de
origem mineral, as rochas são desintegradas e o cálcio em solução é conduzido para o mar por
meio da drenagem das águas. Após atingir o oceano, parte do carbonato de cálcio dissolvido
precipita-se, em decorrência da sua baixa solubilidade na água marinha. A evaporação e as
variações de temperatura podem reduzir o teor de dióxido de carbono contido na água, causando
a precipitação do carbonato de cálcio em consequência das condições de saturação. O carbonato
de cálcio depositado, segundo esse procedimento, origina um calcário de alta pureza química.
Também, por processo químico de deposição, formam-se calcários como: travertino, turfa calcária,
estalactites e estalagmites, muito comum nas cavernas.

(Sampaio & Almeida, 2005) De longe, a maior parte do calcário existente hoje é de origem
orgânica. O cálcio disponível em solução, seguindo a precipitação química, é utilizado por uma
variedade de vidas marinhas tais como: corais, foraminíferos, moluscos e equinodermos, para
formar conchas de calcário que se acumulam no fundo mar.

(Sampaio & Almeida, 2005) Acredita-se que os calcários magnesianos ou dolomíticos foram
formados pela substituição, no próprio calcário calcítico, do cálcio pelo magnésio oriundo de águas
com elevado teor de sais de magnésio. Muito embora vários depósitos de dolomita aparentem ter

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origem na co-precipitação de ambos os carbonatos, a teoria da substituição dos metais ainda é
aceita

A similaridade entre as propriedades físicas dos minerais carbonatados resulta numa dificuldade
na identificação, ou melhor, na distinção entre eles. Em decorrência disso, são utilizados recursos
adicionais de identificação, além do uso convencional das propriedades físicas desses minerais
e/ou rochas. Desse modo, os recursos de análises químicas e de difração de raios X, microscopia
eletrônica, entre outros, são os mais utilizados.

Figura 4 Amostra de Calcario (Fonte: Cimento Itambé)

Figura 5 Processo de Calagem (Fonte: Aegero Logo)

4.1.Importância
(Sampaio & Almeida, 2005) O carbonato de cálcio está sempre presente, desempenhando um papel
invisível na maioria dos setores da indústria moderna

(Sampaio & Almeida, 2005) Talvez não haja outras rochas com uma variedade de usos tão ampla
quanto calcário e dolomito. Essas rochas são usadas na obtenção de blocos para a indústria da

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construção, material para agregados, cimento, cal e até rochas ornamentais. As rochas
carbonatadas e seus produtos são também usados como fluxantes, fundentes, matéria-prima para
as indústrias de vidro, refratários, carga, agentes para remover enxofre, fósforo e outros na
indústria siderúrgica, abrasivos, corretivos de solos, ingredientes em processos químicos, dentre
outros.

(Sampaio & Almeida, 2005) Nas atividades diárias é comum o uso de produtos contendo carbonato
de cálcio nas mais variadas aplicações, tais como materiais de construção civil, produção de
alimentos, purificação do ar, tratamento de esgotos, refinação do açúcar, pasta de dentes,
fabricação de vidros e aço, fabricação de papéis, plásticos, tintas, cerâmica, alimentação de
animais, produção de ornamentos e decorativos, na industria metalúrgica, no tratamento de água e
tantos outros.

O calcário pode ser usado para calagem, que é o preparo do solo para a atividade agrícola.

5. Prospeção de carbonatos
(Pedro, 2021) Para que uma área seja considerada promissora, é necessário que a Pesquisa Mineral
avance por 4 fases:

I. Na fase 1: identifica-se anomalias através de estudos realizados previamente e inicia-se o


processo do requerimento de área para solicitação da pesquisa mineral.
II. Na fase 2: realiza-se a checagem e avaliação de todas as anomalias. Buscando, com isso,
reduzir para os alvos com grande potencial e descartar possíveis falsas anomalias.
III. Já na fase 3: os alvos identificados são xecados por meio de sondagens. Desse modo, é
possível obter uma melhor confirmação e um novo descarte de alvos com baixo potencial.
IV. Finalmente, na fase 4: o depósito já foi severamente estudado, com levantamento do
potencial econômico e uma cubagem total. Já preparando para as operações de exploração.

5.1.Prospeção geofísica
A prospeção geofísica utiliza dados geofísicos de diversos aparelhos, Dentre eles: emissor de
partículas radioativas, mapas magnéticos e diferença de densidades superficiais. Geralmente os
levantamentos aéreos são os mais caros, enquanto que métodos mais locais são bem mais
acessíveis.

5.2.Prospeção geoquímica

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A prospeção geoquímica estuda as características químicas das rochas. Principalmente daqueles
zoneamentos que, durante a formação do minério acabam sendo formados também, e indicam a
presença do minério.

5.3.Levantamento de campo
Esse método é considerado o de melhor custo-benefício. Ele é amplamente realizado por geólogos
que coletam dados in loco (em campo). Esses dados podem ser coletados em pequenos pontos de
afloramentos, cortes de estradas e em minerações já começadas.

É baseado nos diversos tipos de amostragem.

5.4.Sondagem
É o método mais comum de prospeção, que utiliza da perfuração de rochas e retirada de amostras.

Nota: Depois de concluir a pesquisa, um relatório final é realizado, caso comprovada a existência
do corpo mineral, e ele for economicamente viável, pode ser começada a exploração. Mas, caso
não seja comprovada, ele é apenas arquivado.

Esta viabilidade ou não do deposito é comprovada pelo teste de viabilidade que normalmente é
feito com amostras coletadas no levantamento de campo assim como pode ser feito pela analise
dos outros métodos acima indicados.

5.5.Lavra
(Sampaio & Almeida, 2005)A maior parte das minas de calcário é lavrada a céu aberto e chamadas,
em todo o mundo, de pedreiras, embora em muitas áreas, por razões técnicas, ambientais e/ou
escala de produção, utilize-se a lavra subterrânea para a produção de calcário.

(Sampaio & Almeida, 2005)As principais etapas da lavra de calcário a céu aberto incluem:

➢ Remoção do capeamento: é o elemento chave no custo da lavra a céu aberto. Para cada
operação ou situação há uma razão estéril/minério economicamente viável. A escala de
produção é responsável pela viabilidade econômica de várias minas, cujos produtos
inserem baixo valor agregado;
➢ Perfuração;
➢ Desmonte por explosivos; e
➢ Transporte até a usina de processamento.

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(Sampaio & Almeida, 2005)A seleção dos equipamentos varia com a particularidade de cada
operação, capacidade de produção, tamanho e forma do depósito, distância de transporte,
estimativa da vida útil da mina, localização em relação aos centros urbanos e fatores
socioeconómicos. Adicionalmente, outros fatores são também considerados como valores dos
produtos, condições ambientais e de segurança associadas aos jazigos.

(Sampaio & Almeida, 2005) É comum, nas grandes minerações, a terceirização das operações de
lavra e transporte do calcário. Todavia, em muitos casos, essas etapas da mineração estão no
complexo geral das operações da própria empresa, em especial, para as minas próximas aos centros
urbanos.

5.6.Processamento
(GEOLOGIA DE ENGENHARIA)O tratamento das rochas carbonatadas, em particular as
calcárias, depende do uso e especificações do produto final. A lavra seletiva, a catação manual, a
britagem em estágio unitário e o peneiramento são os métodos usuais para obtenção de produtos,
cuja utilização final não requer rígidos controles de especificações.

(GEOLOGIA DE ENGENHARIA)A obtenção de produtos, para aplicações consideradas nobres,


necessita de um circuito complexo de beneficiamento. Isto acontece quando se busca produtos
para as indústrias de: papel, plásticos, tintas, borrachas, entre outras. Nestes casos, exige-se a
prática da moagem com mínima contaminação por ferro. Assim, empregam-se moinhos tipo
Raymond e, nos casos mais críticos, utilizam-se moinhos autógeno e/ou de bolas com
revestimentos e meio moedor especiais. A contaminação por ferro responde, diretamente, pela
queda na alvura dos produtos de rochas carbonatadas, bem como pela diminuição de seu valor
agregado.

(GEOLOGIA DE ENGENHARIA)A flotação, a separação magnética, entre outros, são processos


usados para concentração de calcário e/ou remoção das impurezas quando necessária. Desse modo,
são obtidos produtos de carbonato de cálcio, por meios físicos de purificação e/ou beneficiamento,
com elevados índices de pureza para atender à necessidade do mercado a que se destina. Tais
procedimentos são usados nas etapas de concentração e não de purificação, razão pela qual há, em
alguns casos, dificuldades no processo de purificação. O emprego de métodos químicos seria a
solução, desde que a prática fosse levada a efeito em meio alcalino. Isso não é comum, pois a
maioria dos compostos de ferro é solúvel apenas em meio ácido, portanto, de difícil aplicação para

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o caso do calcário. Neste dilema, imputa-se ao especialista o uso cada vez mais racional da
criatividade e imaginação para solucionar as questões caso a caso.

Tabela 1 Estudo geológico e geotécnico na elaboração do projeto (Fonte: GEOLOGIA DE ENGENHARIA)

Fases do Projeto Estudos Geológicos e Geotécnicos


Programa de Base Informação sobre necessidades
Estudos dos documentos existentes:
➢ Topográficos;
➢ Geológicos;
➢ Geotécnicos;
Estudo prévio ➢ Sismológicos.
(viabilidade) Interpretação de fotografias
Reconhecimento geológico de superfície
Prospeção Expedita
Relatório:
(Programa de Prospeção Preliminar)
Reconhecimento geológico de superfície
Prospeção Geofísica:
➢ Resistividade elétrica
➢ Sísmica
Prospeção Mecânica:
➢ Poços
➢ Valas
➢ Sondagens
Anteprojeto ➢ Galerias
Ensaios no interior de furos
➢ Permeabilidade
➢ Deformabilidade
➢ Sísmicos
Ensaios de laboratório
Relatório:
(Zoneamento geotécnico)
(Programa de Prospeção complementar)
Prospeção Mecânica
Ensaios Dinâmicos in situ
Ensaios Hidráulicos em grande volume
Projeto
Ensaios de injetabilidade de caldas
Ensaios de laboratório complementares
Relatório

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Cartografia de superfícies
Adaptação do projeto as situações reais
Definição de trabalhos complementares
Construção
➢ Contenção
➢ Tratamento dos maciços
Ensaios de controlo do tratamento
Interpretação dos comportamentos
➢ Assentamentos
Observação
➢ Outros deslocamentos
➢ Percolações

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6. Conclusão
No âmbito da elaboração do programa de prospeção e pesquisa, pôde se obter informações
pertinentes sobre o processo todo envolvido na pesquisa e exploração dos carbonatos, em especial
o calcário, pois, este é o mais comum neste grupo. Tendo podido se obter informações sobre os
processos de formação, a origem, a composição e importância dos mesmos no nosso quotidiano.

De lembrar que para prospeção de carbonatos os métodos não se diferem dos outros grupos
minerais, sendo feito por métodos geofísicos diversos, geoquímicos, sondagens, levantamento de
campo e outros métodos diversificados.

Cumpriu-se com todos objetivos planejados com base em métodos de pesquisa de dados do tipo
pesquisas bibliográficas e documentais, pesquisas online e conhecimentos prévios dos autores do
programa.

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7. Bibliografia
(s.d.). Concessoes Minerais. CABO DELGADO.

Consortium, G. (s.d.). Notícia explicativa da Carta Geológica 1 : 250 000. Direção Nacional de
Geologia (2006 ed., Vol. 4).

GEOLOGIA DE ENGENHARIA. (s.d.).

Gratham, G., Marques, J., Wilson, M., Manhiça, V., & Hartzer, F. (2011). Explanation of the
Geological Map of Mozambique,1:1 000 000. Republica de Moçambique, Ministério dos
Recursos Minerais, Direção Nacional de Geologia. Mineral Resources Management
Capacity Building Project financed by tthr Nordic Development Fund under the Word
Bank Credit .

Mecuto, H. (2014). A viabilidade tecnica de aplicacao do calcario de Nacala, Mocambique, na


producao do cimento. Porto: Universidade de Aveiro.

NIVALE, C. C. (2021). PROSPECÇÃO GEOFISICA DE CARBONATOS. Pemba: UNILÚRIO.

Pedro, J. (16 de Setembro de 2021). O que é prospeção mineral? HPConsultoria. Obtido em 14 de


Agosto de 2022, de https://hpconsultoria.com.br/o-que-e-prospeccao-
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Peixoto, E., Anjo, A., & Bonito, J. (Dezembro de 2015). Recursos geológicos em Moçambique e
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Educación, 6. doi:10.17979/reipe.2015.0.13.239

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Vasconcelos, L. (2014). Breve apresentação sobre os recursos geológicos de Moçambique.


Comunicações Geológicas, pp. 869-874. Obtido de
http://www.lneg.pt/iedt/unidades/16/paginas/26/30/185

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