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Ana Trufo Mussa

Aspectos físicos geográficos do continente Antárctico e a exploração de Recursos


Minerais no sistema do tratado Antárctico

Licenciatura em ensino de Geografia com Habilitação em História

Universidade Púngué
Chimoio

2022
Ana Trufo Mussa

Aspectos físicos geográficos do continente Antárctico e a exploração de Recursos


Minerais no sistema do tratado Antárctico

Trabalho investigação da Disciplina de Geografia


Regional I, a ser apresentado ao Departamento de
Geociências e Ambiente, de carácter avaliativo.
Orientado sob:

Docente: Euginol Chaves

Universidade Púngué
Chimoio

2022
Índice
1 Lista de abreviaturas..................................................................................................1

2 Lista de Figuras..........................................................................................................1

3 Dedicatória.................................................................................................................2

4 Agradecimentos..........................................................................................................3

5 Declaração de honra...................................................................................................4

6 Resumo.......................................................................................................................5

7 Introdução..................................................................................................................6

8 Objectivos..................................................................................................................7

8.1 Objectivos Gerais................................................................................................7

8.2 Objectivos Específicos........................................................................................7

8.3 Metodologias......................................................................................................8

9 Continente Antárctida................................................................................................8

9.1 Divisão térmica do continente antárctico............................................................9

9.1.1 Zonas polares...............................................................................................9

10 Divisão longitudinal e latitudinal (regiões) do continente Antárctico.....................10

11 Oceano que banha o continente Antárctico..............................................................10

11.1 Oceano Glacial Antárctico............................................................10

11.2 Características do Oceano Glacial Antárctico..................................................11

12 Aspectos físicos Clima, relevo, Hidrografia, vegetação do continente antárctico...11

12.1.1 Relevo do continente antárctico................................................................11

12.1.2 Antárctida oriental de planícies (AOP).....................................................12

12.1.3 Antárctida ocidental de montanhas (AOP)................................................12

12.1.4 Clima do continente antárctico..................................................................12

12.1.5 Classificação do clima do continente antárctico segundo koppen............12

12.1.6 Alguns eventos climáticos são comuns na região.....................................13


12.1.7 Vegetação do continente antárctico...........................................................14

12.1.8 Condições de temperaturas negativas extremas........................................14

12.1.9 Hidrografia do continente antárctico.........................................................14

13 Recursos naturais do oceano antárctico...................................................................15

13.1 PERSPECTIVAS GERAIS ANTÁRTICAS....................................................15

13.2 O tratado antárctico...........................................................................................16

14 Os recursos minerais................................................................................................16

14.1 A exploração de recursos minerais na Antártica..............................................17

15 Antárctica e diamantes: reportada descoberta..........................................................18

15.1 Antárctica e diamantes......................................................................................18

15.2 Mineral é idêntico aos encontrados em outros locais.......................................18

15.3 Antárctica e diamantes formados há 120 milhões de anos...............................18

15.3.1 Mineração é proibida por enquanto...........................................................18

15.4 Tratado antárctico proíbe mineração................................................................19

16 Os efeitos da exploração e os seus impactos............................................................19

17 Considerações finais.................................................................................................20

18 Referências Bibliográficas.......................................................................................21
1

1 Lista de abreviaturas
AOP- Antárctida oriental de Planícies

AOM - Antárctida ocidental de Montanhas

UNIP- Universidade Púnguè


2

2 Lista de Figuras
Figura 1: Mapa do continente Antárctico………………………………………………9
Figura 2 Mapa Divisão térmica da terra. ………………………………………….....10
3

3 Dedicatória
Declaro que este Trabalho é feito com as orientações de Docente Euginol Chaves é o
resultado das observações feitas e todos dados recolhidos através de serviço electrónico.
4

4 Agradecimentos
Agradeço a Universidade Púnguè delegação de Manica, pela excelência, competências
na transmissão de conhecimento e na formação do novo homem. Agradecer ao docente
Euginol Chaves, pela disponibilidade para nos transmitir os seus conhecimentos
referentes a disciplina de Geografia Regional I.
5

5 Declaração de honra
Declaro que este trabalho é resultado da minha investigação pessoal feita na internet e
na orientação do docente, este conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão
devidamente mencionadas no texto, nas notas e nas referências bibliográficas finais.

Chimoio ao 02 de Julho de 2021

_____________________________

(Ana Trufo)
6

6 Resumo
A exploração de recursos minerais vem sendo cada vez mais visada pelas grandes
potências internacionais e, em se tratando de tais recursos, a Antárctica se consagra
como um território fértil. Com base nisto, o presente trabalho tem como objectivo
analisar o Sistema do Tratado Antárctico, dando maior atenção ao Tratado da Antárctica
e ao Protocolo de Madri, que são os dois principais tratados presentes no sistema, e a
possibilidade de alteração do seu texto base, o qual proíbe a exploração de recursos
minerais. A importância económica dos recursos que neste território podem estar
presentes, como petróleo e gás natural, sem contar a vasta quantidade de água potável,
desperta a atenção dos investidores e, consequentemente, pode aumentar a pressão
internacional para que uma emenda ou modificação ocorra no texto do Sistema do
Tratado Antárctico. Toda a análise se debruça no estudo da prospecção de minérios e de
recursos minerais, para saber qual a regulamentação dada pelo direito internacional a
estes fins e os impactos ambientais provenientes desta prática exploratória. Apresenta-
se, ao final do texto, quais as desvantagens naturais de uma exploração com fins
económicos, fazendo a exposição do desastre do Golfo do México, o qual envolveu o
mesmo interesse pela exploração de petróleo, ocasionando danos ambientais
irreversíveis.

Palavras-chave: Antárctica; Recursos Minerais; Impacto Ambiental e Região


7

7 Introdução
A região onde se localiza a Antárctica fazia parte do super continente Gondwana, que
existiu por volta de 200 milhões de anos atrás e que separou-se em duas partes:
Gondwana Leste, actual porção antárctica; e Gondwana Oeste. Quanto à área do
continente, suas proporções são de 13.661.000 km², fazendo com que seja 1,6 vezes
maior que o território brasileiro. No tocante às temperaturas, a mais baixa já registada
até o momento foi de -89ºC, com ventos de 327 km/h. Em se tratando da camada de
gelo, a área continental é coberta por uma camada com cerca 2km de espessura,
alcançando, no seu nível máximo, 4,7km. Vale ressaltar que, de todo espaço antárctico,
apenas 0,4% não é coberto por gelo, o que faz com que a Antárctica possua o
equivalente a 80% da água doce do planeta.
O Sistema do Tratado Antárctico é composto por dois tratados1 principais, o Tratado da
Antárctica e o Protocolo de Madri, ambos assinados e ratificados pelo Brasil. O
primeiro versa sobre a destinação pacífica da área, voltada para o desenvolvimento de
pesquisas, ao passo que o segundo está atrelado à protecção ambiental do continente
antárctico contra a prática exploratória – seja de recursos minerais ou de recursos vivos.
Com base em suas grandes proporções, tanto no que concerne à sua dimensão como
também à estimativa de recursos minerais lá presentes – assunto a ser abordado adiante
–, o continente gelado exige atenção posto que se trata de um local no qual não se aplica
nenhuma soberania e, consequentemente, nenhum poder. Todavia, é foco de possíveis
alterações, que podem acarretar a modificação do texto dos tratados – em relação à
preservação para a pesquisa e paz internacional – para que, enfim, as grandes potências
consigam prospectar recursos da região. Desta forma, questiona-se qual a possibilidade
de uma alteração do Protocolo da Antárctica, autorizando a exploração de recursos
minerais na região e o que isso representa, potencialmente, do ponto de vista ambiental
e do desenvolvimento sustentável?
Com base no questionamento exposto, o objectivo desta pesquisa é avaliar a
possibilidade de alteração do Sistema do Tratado Antárctico tendo em vista a
exploração das riquezas minerais da região e os riscos ambientais envolvidos nessa
perspectiva.
8

8 Objectivos

8.1 Objectivos Gerais


Analisar Os aspectos físicos geográficos do continente antárctico e a exploração
de recursos minerais no sistema do tratado antárctico.

8.2 Objectivos Específicos


Localizar o continente antárctico;
Explicar as perspectivas gerais da antárctica e o tratado antárctico;
Identificar os principais recursos minerais do continente antárctico;
Descrever e caracterizar os aspectos fisicos geográficos e a forma de exploração
dos recursos minerais do continente antárctico.

8.3 Metodologias
Com propósito metodológico, recorri as pesquisas bibliográficas a uma vista de olhar
nos Livros (Módulos/Manuais) e nos serviços electrónicos (internet), seguindo da
compilação da informação recolhida fez se o que a seguir nos é apresentado.
9

9 Continente Antárctida
Segundo MOREIRA, Igor. 2004. Antárctida possui 98% de seu continente coberta por
uma camada de gelo. A Antárctida, também chamada de Antárctica, possui
aproximadamente 14,1 milhões de quilómetros quadrados de extensão, no entanto, no
período de inverno, essa área pode chegar a 26 milhões de quilómetros quadrados em
razão do congelamento da água ao redor. Esse continente possui 98% de sua área
coberta por uma camada de gelo, com espessura de 2 quilómetros e volume de 30
milhões de quilómetros cúbicos. É uma área de fundamental importância, pois nela
estão presente 70% das reservas de água doce (em geleiras) do planeta e seu
derretimento altera directamente o nível dos oceanos, causando um desequilíbrio
ambiental.

Imagem 1: mapa do continente antárctico

Fonte: www.googlefoto.com

As condições naturais da Antárctida dificultam a fixação do homem nesse território.


Entre os principais empecilhos estão: a altitude média é de cerca de 2 mil metros; os
ventos atingem velocidades de até 200 Km/h; é o lugar que apresenta as menores
médias de temperatura do planeta (com temperaturas inferiores a 0 °C no verão, e 80 °C
negativos no inverno).

Mesmo com todas essas condições adversas, a Antárctida é habitada por uma média de
4 mil pessoas durante o verão e 800 pessoas durante o inverno, sendo todos eles
pesquisadores de 27 países diferentes, que possuem base científica no continente.
10

9.1 Divisão térmica do continente antárctico

9.1.1 Zonas polares


As zonas polares são aquelas localizadas acima do  Círculo Polar Árctico (66º33’ N) e
abaixo do Círculo Polar Antárctico (66º33’ S) , o que caracteriza, assim, a Zona Polar
Árctica e a Zona Polar Antárctica respectivamente. Nessas áreas os raios atingem a
superfície com elevado grau de inclinação, havendo menor incidência de calor.

Trata-se das duas porções mais frias do planeta, com temperaturas muito baixas e
próximas ou abaixo de zero, onde existem áreas permanentemente congeladas. Além
disso, os  invernos podem representar longos períodos sem a incidência de luz solar,
enquanto nos verões, em pontos mais extremos, o Sol chega a brilhar 24 horas por dia.

As temperaturas nessas regiões são mais amenas do que nos pólos e nos trópicos, o que
condiciona climas como o Temperado e a existência de uma grande diversidade de
paisagens e biomas. Além disso, as zonas temperadas são caracterizadas pela melhor
distinção entre as quatro  estações do ano.

Imagem 2 : divisão ou zonas térmicas

Fonte: www.logo.com.

10 Divisão longitudinal e latitudinal (regiões) do continente Antárctico


Ela divide - se em:

Antárctida Oriental, com planícies, colinas baixas e a geleira Lambert (a maior do


mundo).
11

Antárctida   Ocidental, com arquipélagos ligados pela cobertura de gelo permanente.


As banquitas formadas por água do mar congelado se confundem com o contorno do
continente

11 Oceano que banha o continente Antárctico

11.1 Oceano Glacial Antárctico


O   Oceano Glacial Antárctico   está situado totalmente no Hemisfério Sul do   planeta
Terra. É   considerado umas das regiões mais frias do mundo. Tem como características
principais a sua elevada profundidade e a sua temperatura permanentemente fria.

As condições geográficas locais são bastante adversas, marcadas pelo clima polar, em
que predominam baixíssimas temperaturas. Esse oceano  possui grande importância na
realização de pesquisas científicas, especialmente voltadas para as questões ambientais
mundiais. Além disso, possui reservas de recursos minerais.

O referido oceano  banha a Antárctica, único continente inabitado do globo, mas que
recebe expedições científicas com muita frequência. Uma curiosidade sobre a
Antárctica é que o Brasil possui uma estação para o desenvolvimento de pesquisas
científicas nesse continente.

11.2 Características do Oceano Glacial Antárctico


O Oceano Glacial Antárctico  está localizado no extremo sul do planeta Terra. O
referido oceano possui cerca de 20 milhões de quilómetros quadrados, sendo o  
segundo menor em extensão, atrás apenas do   Oceano Glacial Árctico. As águas do
Oceano Glacial Antárctico vão desde a costa lituânia do continente   Antárctica   até a
coordenada geográfica de 60º de latitude sul. O continente Antárctica guarda, inclusive,
grandes reservas de águas doce, que, por meio do processo de degelo, misturam-se com
a água salgada oceânica.

O Oceano Glacial Antárctico  possui uma conexão directa   com os   oceanos:

 Pacífico,
 Atlântico  e
 Índico.
12

A sua profundidade média é de 4.000 metros, porém apresenta alguns pontos em que a
profundidade máxima é de cerca de 7.000 metros. A Fossa Sandwich do Sul, com cerca
de 7.235 metros de profundidade, é o ponto mais profundo do Oceano Glacial
Antárctico.

12 Aspectos físicos Clima, relevo, Hidrografia, vegetação do continente antárctico

12.1.1 Relevo do continente antárctico


Segundo Quino, F. e. SetZer, 2004 e 2005 e sua possível relação com a antárctica, in: a
Pesquisa sul-rio-Grandense na antárctica, 2006. A maior parte do continente austral está
localizada ao sul do Círculo Polar Antárctico e circundada pelo oceano Antárctico. É a
massa de terra mais meridional e compreende mais de 14 milhões de quilómetros
quadrados, tornando-se o quinto maior continente. Sua costa mede 17 968 quilómetros e
é caracterizada por formações de gelo.

No relevo antárctico encontacam-se a forma de relevo Montanhoso e planícies.

O relevo é marcado pelos montes transatlântico, prolongamento geológico dos andes.


Ela divide o continente em;

12.1.2 Antárctida oriental de planícies (AOP)


Com planícies, colinas baixas e a galeria Lasmbert a maior do mundo.

12.1.3 Antárctida ocidental de montanhas (AOP)


Com arquipélagos ligados pela cobertura de gelo permanente.

Montanhas: o seu relevo é montanhoso e recoberto por uma camada de gelo.

A parte ocidental do continente antárctico caracteriza se por ser uma área vulcânica,
coberta de gelo, destacando se o erebus e o terror.

A região oriental, cujos terrenos são antigos, apresenta relevo suave.

12.1.4 Clima do continente antárctico


A Antárctida é o continente os tipos de clima:

Frio,
Seco da Terra e
Um grande deserto.
13

A precipitação média anual fica entre 30 e 70 mm. Devido à influência das correntes
marítimas, as zonas costeiras apresentam temperaturas mais amenas, com uma média
anual de -10 °C (atingindo valores entre 10 °C no verão e -40 °C no inverno). Por outro
lado, no interior do continente, a média anual é -30 °C, com temperaturas variando entre
-30 °C no verão até abaixo de -80 °C no inverno. A menor temperatura do mundo, -93,2
°C, foi registada entre Dome Argurs e Dome Fuji no dia 10 de Agosto de 2010.

12.1.5 Classificação do clima do continente antárctico segundo koppen


Frio de montanhas - No entanto, o local mais frio da superfície terrestre, estima-se que
seja a Cordilheira A (ou Ridge A), que fica localizada nas seguintes coordenadas: 81°
30′ S, 73° 30′ L.

Estima-se que apesar dos seis meses de escuridão do inverno, a incidência da energia
solar no Pólo Sul seja semelhante à recebida anualmente no equador, mas 75% dessa
energia é reflectida pela superfície de gelo.

A Antárctida Oriental é mais fria que a Ocidental por ser mais elevada. As massas de ar
raramente penetram muito no continente, deixando seu interior frio e seco.

Tropical seco - O gelo no interior do continente dura muito tempo, apesar da falta de
precipitação para renová-lo. A queda de neve não é rara no litoral, onde já se registou a
queda de 1,22 metro em 48 horas. Também é um continente com ventos fortes,
registando-se ventos com velocidades superiores a 200 km/h na região costeira, sendo a
média nestes locais de 100 km/h. No interior, entretanto, as velocidades são tipicamente
moderadas.

A Antárctida é mais fria do que o Árctico por dois motivos:

Em primeiro lugar, grande parte do continente está a mais de três quilómetros acima do
nível do mar.

Em segundo lugar, a área do pólo Norte é coberta pelo oceano Árctico e o relativo calor
do oceano é transferido através do gelo, impedindo que as temperaturas nas regiões
árcticas alcancem os extremos típicos da superfície da terra no sul.

12.1.6 Alguns eventos climáticos são comuns na região


A aurora austral, conhecida como "luzes do sul", é um brilho observado durante a noite
perto do Pólo Sul. Outro acontecimento é o pó de diamante, neblina composta de
14

pequenos cristais de gelo. Forma-se geralmente sob céu limpo, por isso é referido como
precipitação de céu limpo. Falsos sóis, brilhos formados pela reflexão da luz solar em
cristais de gelo, conhecidos como parélio, são uma manifestação óptica atmosférica
comum.

Em 9 de Fevereiro de 2020, o continente registou uma temperatura de 20,7°C, a mais


alta de toda a história da Antárctida.

Aproximadamente 98% da Antárctica está coberta por um manto de gelo, que possui em
média dois quilómetros de espessura, sendo 4.776 metros sua espessura máxima. Essa
cobertura de gelo tem um volume estimado em 25,4 milhões de quilómetros cúbicos,
contendo 70% de toda a água doce do planeta sendo assim o continente de maior
altitude média.

Em grande parte do interior do continente a precipitação média anual fica entre 30 e 70


mm; em algumas áreas de “gelo azul” a precipitação é mais baixa do que a perda de
massa pela sublimação e, assim, o balanço local é negativo. Nos vales secos o mesmo
efeito ocorre sobre uma base de rochas, conduzindo a uma paisagem esturricada.

12.1.7 Vegetação do continente antárctico


A vegetação antárctica actual é resumida aos poucos grupos de plantas. Mudanças
geológicas e flutuações climáticas ocorreram ao longo da história do planeta
posicionando o continente antárctico no pólo sul, onde o conhecemos nos dias actuais.
A maioria das plantas conseguiu sobreviver e continuou a crescer durante o movimento
continental.

Mas, com a total separação dos continentes, uma corrente marítima e atmosférica
circumpolar formou-se no em torno da Antárctica que seguida dos processos de
glaciação, sofreu profundas transformações climáticas e ambientais, tornando-se um
local muito frio, seco e inadequado para sustentar a maioria das formas de vida.

12.1.8 Condições de temperaturas negativas extremas


Solos nutricionalmente pobres, rasos e congelados (permafrost), o que restou da
vegetação na Antárctica foi uma vegetação limitada entre porte rasteiro a alguns
centímetros de altura, resumindo-se nos grupos de:

Plantas de briófitas (musgos),


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liquens,
Algas,
E apenas duas espécies nativas de angiospermas (plantas com flores).

A presença de plantas foi registada em todas as latitudes entre 60°S e 86°S da


Antárctica. Mas, tanto a abundância e o endemismo é maior nas regiões peninsulares e
marítima do continente.

12.1.9 Hidrografia do continente antárctico


Oceano Antárctico, também conhecido como Oceano Austral, é o nome dado ao
conjunto das águas que banham o Continente Antárctico.

12.1.9.1 Mar do continente antárctico


Fazem parte deste conjunto o mar de Afundem:

O mar de Bellingshausen, parte da passagem de Drake,


O mar de Ross e
O mar de Weddell.

Muitos especialistas, oceanógrafos e geógrafos, não reconhecem a existência do Oceano


Antárctico, considerando-o apenas como um prolongamento das águas dos oceanos
Pacífico, Atlântico e Índico

O oceano Antárctico é o único que circunda o globo terrestre de forma completa. Possui
uma superfície de 20.327.000 km². Seu tamanho foi calculado, tendo como base os
limites constituídos pelo “Tratado da Antárctida” (Tratado firmado por diversos países
no ano de 1956 onde estabelece a Antárctida como território internacional para fins
pacíficos e de pesquisa).

13 Recursos naturais do oceano antárctico


O recurso natural do Oceano Antárctico sabe-se da existência de grandes jazidas de
petróleo e gás natural nas proximidades do continente antárctico e de depósitos de
mangasses. O gelo que cobre a Antárctida é a maior reserva de água doce do mundo:
representando aproximadamente 81% do total.

O Oceano Antárctico possui grande biodiversidade. Sua fauna possui pinípedes


(pinguins, focas, leões-marinhos e morsas), cetáceos, cianobactérias, fitoplâncton e krill,
16

que servem de alimento para os animais maiores. A Antárctida não possui flora
terrestre, sendo a sua única composição vegetal feita por algas marinhas e outros
organismos autótrofos.

13.1 PERSPECTIVAS GERAIS ANTÁRTICAS


A Antártica, após a Segunda Guerra Mundial, tornou-se alvo das grandes potências que
haviam vencido o conflito, sendo, então, foco de estratégias que visavam à disputa pelo
território. As instalações de bases científicas que passaram a acontecer tinham, na
realidade, cunho militar e político, o que “[...] colocou em relevo a política das duas
superpotências de então, os Estados Unidos e a União Soviética” (VIEIRA, 2006, p.
53). Conforme REZEK (2007, p. 300), é possível classificar as intenções de domínio
territorial dos países a partir de teorias. A teoria dos setores, por exemplo, se aplicada ao
continente gelado, dividi-lo-ia em fatias triangulares derivadas das zonas litorâneas mais
próximas da região, como é o caso do Chile e da Austrália. Uma segunda teoria, a da
descoberta, implementada pelos europeus, defende que teria direito à região aquele que
a tivesse descoberto. Já os norte-americanos optaram pelo controle da região litorânea
antártica, ainda que não tenham feito nenhuma manifestação expressa sobre o assunto.
Convém destacar que as explorações do interior do continente, todavia, já ocorriam
desde a primeira década do Século 20, por expedições britânicas, francesas, russas e
estadunidenses, entre outras. As expedições científicas produziram feitos épicos ao
marcar a presença humana nessas partes consideradas as mais remotas e inacessíveis do
globo terrestre. Entre vários protagonistas, o norueguês Roald Amundsen alcançou pela
primeira vez o ponto onde se encontra o Polo Sul geográfico, em 14 de dezembro
de1911. Tendo em vista os conflitos que poderiam emergir devido ao interesse na região
Antártica, a Organização das Nações Unidas2 considerou necessária a elaboração de um
tratado regulamentador.

13.2 O tratado antárctico


Quanto ao Tratado da Antárctica, seu principal propósito é o de assegurar o interesse de
toda a Humanidade no sentido de que a região seja utilizada para fins pacíficos, além de
que não seja objecto de discórdia internacional (ATS, s/d). Desta forma, no território
antárctico Conforme o Tratado da Antárctica, fica proibido que em seu território se
estabeleçam bases militares, sejam destinadas a manobras estratégicas ou a testes de
armas. Somente é autorizada a instalação de bases militares: para pesquisas científicas
(art. 1º); e em obediência ao objectivo das Nações Unidas relativo à manutenção da paz
17

e da segurança (art. 1º, Carta da ONU). Todas as pesquisas feitas na Antárctica têm que
estar de acordo com as conclusões das discussões ocorridas durante o Ano Internacional
da Geofísica. Tal evento foi o primeiro dos anos internacionais celebrados pela ONU
(ONUBR).

14 Os recursos minerais
Pesquisas feitas na região Antártica apontaram que a quantidade de recursos minerais
presentes no supercontinente é elevada, caracterizando-a como território possuidor de
grandes reservas minerais (BROUGHTON, 2012, p. 3-5). Quanto às atividades de
mineração no continente, na VI Reunião Consultiva do Tratado da Antártica/Antartic
Treaty Consultative Meeting – ATCM, realizada em 1970, na cidade de Tóquio, no
Japão, a exploração de recursos minerais era discutida devido a comentários de que
alguns governos estavam recebendo verba de companhias privadas para permitir a
exploração mineral da região. Sendo assim, na reunião de 1972 houve um manifesto
proveniente das Partes Consultivas denominado Recomendação VII-6, Recursos
antárticos: efeitos da exploração mineral, documento no qual foi reconhecido o
crescente interesse dos países por explorar a região Antártica. Com a edição desta
recomendação as partes tiveram reafirmada a sua “responsabilidade especial” e
permanente para com o uso pacífico do “continente de gelo” (FERREIRA, 2009, p. 77).
O apontamento feito quanto à pacificidade da exploração mineral consagra-se no
sentido de ter a noção de que, nos tempos actuais, as práticas exploratórias,
principalmente as que objectivam encontrar recursos minerais, são demasiadamente
agressivas, por assim dizer, ao meio ambiente, podendo ocasionar impactos negativos
ao continente. De acordo com pesquisas realizadas em 1973 na região do Mar de
Ross15, pertencente ao oceano antárctico, foi encontrada uma vasta quantia de reservas
de gás natural. Neste mesmo ano, países que compunham a OPEP – Organização dos
Países Exportadores de Petróleo16 estabeleceram um choque do petróleo, o que gerou
uma elevação considerável do valor do barril de petróleo, indo de US$ 2,90 para US$
5,11, chegando em 1974 a US$ 11,60. Foi desta crise internacional que derivou o
interesse das grandes potências – EUA, Reino Unido, Japão e França – pelo acesso
indiscriminado aos recursos presentes na região do Sistema do Tratado da
Antárctica/AntarcticTreatySistem – ATS (FERREIRA, 2009, p. 77- 79).
Estimativas a partir de estudos na região da Antárctica, de acordo com dados obtidos
pelo United States Geological Survey – USGS dão conta que a área do Mar de Ross e
18

de Weddel possuem o equivalente a 45 bilhões de barris de petróleo, bem como 3,2


trilhões de m³ referentes a reservas de gás natural (FOLLEGATI, 1982, p. 103-108).
Tais resultados mostram-se cada vez mais sólidos com o passar dos anos e o surgimento
de novos dados, oriundos de outras fontes de pesquisa, vão ao encontro dos já expostos.

14.1 A exploração de recursos minerais na Antártica


É tema que não aparece no Tratado da Antártica, mas que tem regulamentação presente
no Protocolo ao Tratado da Antártica sobre Proteção do Meio Ambiente. No art. 7º do
Protocolo fica “proibida qualquer atividade relacionada com recursos minerais, exceto a
de pesquisa científica”. Ou seja, é expresso no documento que as explorações de
recursos minerais são vedadas. Logo, o que se denota é que para uma possível utilização
da Antártica para fins de exploração, os Estados-membros terão que alterar o
documento que versa sobre a proibição de atividades exploratórias.

15 Antárctica e diamantes: reportada descoberta


Geólogos australianos levantaram nesta terça-feira a tentadora, porém controversa,
hipótese de que a Antárctica seria rica em diamantes. Um artigo foi publicado na revista
Nature Communications. Nele, uma equipe de cientistas reportou a descoberta de
quimberlita. Esta é uma rocha vulcânica que costuma conter diamantes. Aconteceu nas
montanhas Príncipe Charles, na Antárctica oriental. Antárctica e diamantes.

15.1 Antárctica e diamantes


As amostras colectadas no Monte Meredith não revelaram a existência de diamantes. E
o estudo, que tinha como objectivo examinar a geologia da região e não suas
possibilidades mineradoras, não previa quantificar esta pedra preciosa.

15.2 Mineral é idêntico aos encontrados em outros locais


A pesquisa indicou que a marca do mineral é idêntica a de outras encontradas em locais
do mundo onde foram descobertos diamantes.

As amostras são típicas em textura, mineralogia e geoquímica às quimberlitas do Grupo


1 de localidades mais clássicas

A quimberlita, uma rocha que poucas vezes é encontrada perto da superfície da Terra,
formou-se, segundo se acredita, em grandes profundidades da crosta terrestre. Estas são
19

as condições adequadas para que se criem os diamantes: átomos de carbono


cristalizados em formas reticulares sob alta pressão e temperatura.

15.3 Antárctica e diamantes formados há 120 milhões de anos


O estudo sugeriu que a quimberlita foi empurrada para a superfície há 120 milhões de
anos. Na era em que os actuais África, Península Arábica, América do Sul, continente
indiano, Austrália e Antárctica formavam um super continente: Gondwana.
Afloramentos de quimberlita cobriam o centro de Gondwana.

15.3.1 Mineração é proibida por enquanto


Especialistas que não participaram do estudo se dividiram. Ela poderia desatar uma
febre de diamantes que devastaria o último continente intocado.

15.4 Tratado antárctico proíbe mineração


Um tratado de protecção da Antárctica, firmado em 1961 e actualizado com um
protocolo ambiental em 1991, proíbe expressamente em seu artigo 7 “qualquer
actividade relacionada com os recursos minerais”.

Este pacto de 1991 deverá ser revisto em 2048. Cinquenta anos depois de sua ratificação
ter entrado em vigor. O acordo já foi ratificado por 35 países.

Robert Larter, geofísico da British Antarctic Survey (BAS), um dos principais centros
de estudos ambientais do mundo e que representa os interesses do Reino Unido na
Antárctica, disse que “o pressuposto padrão” é que o protocolo será mantido.

Qualquer mudança demandaria um acordo da maioria das partes em uma conferência de


revisão, incluindo três quartos dos países que foram Partes Consultivas do Tratado
Antárctico quando foi adoptado o protocolo

Para Teal Riley, geólogo do BAS, a descoberta de quimberlita “não é nada


surpreendente”. A geologia local no leste da Antárctica revela crátons (pedaços de
continentes estáveis por bilhões de anos), que são indícios da presença desta rocha.

No entanto, mesmo entre as quimberlitas do Grupo 1, apenas 10% são economicamente


viáveis, razão pela qual continua sendo um grande passo extrapolar esta última
descoberta com alguma actividade de extracção de diamantes na Antárctica
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Kevin Hughes, do grupo internacional Comitê Científico de Pesquisas Antárcticas


(SCAR), foi mais cauteloso. Segundo ele, dentro de mais três décadas, não sabemos o
que pensarão as partes do tratado sobre a mineração… Ou quais tecnologias poderiam
existir que tornem economicamente viável a extracção de minerais na Antárctica. Uma
questão adicional é que os países fora do protocolo não são obrigados a cumprir com
suas disposições, inclusive a proibição de actividades relacionadas com os recursos
minerais.

16 Os efeitos da exploração e os seus impactos


Tema que merece atenção especial é a exploração de recursos minerais (com enfoque no
petróleo, que é um dos maiores causadores de dano em seu processo de extração). Com
base nisso, SILVA e ANDRADE (apud ARAÚJO et al., 2017, p. 69) estabelecem que:
Apesar de ser uma atividade de uso temporário da terra, ela requer uma alteração das
condições ambientais naturais, são fortes modificadoras da paisagem, pois degradam
extensas áreas, muitas vezes de difícil recuperação, devido a degradação da vegetação,
solos e águas. Vários fatores decorrem da exploração com fins econômicos, sendo eles
impactantes para toda fauna e flora que circundam a região. Isto é um ponto delicado,
posto que a Antártica engloba duas características que a colocam em uma posição de
alerta ambiental: a primeira delas é o fato de possuir grande quantidade de focas e
pinguins que, com a disseminação de produtos químicos, poderiam ser fortemente
abalados; em segundo lugar, a quantidade massiva de água potável presente em seus
lagos subterrâneos, que podem sofrer sérios danos com a liberação de produtos
químicos. A exposição da Environmental Law Alliance Worldwide – ELAW
complementa o pensamento dos dejetos que podem ser eliminados (2010, p. 8), de que o
ácido utilizado na perfuração do solo dissolverá metais e outras inúmeras substâncias
presentes no subsolo, formando uma solução ácida, que é rica em sulfato e metais –
chumbo, zinco, arsênio, etc. A situação não se dá por encerrada nisto, pois, dando
continuidade ao que traz o documento da ELAW, analisamos que “Apesar de
terminadas, as operações de mineração e a remoção de água das minasresultam em uma
possível acumulação de desgastes nas rochas, poços, túneis e fossos abertos e liberações
descontroladas para o ambiente19” (ELAW, 2010, p. 11, tradução nossa).
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17 Considerações finais
Tomando por base todo o exposto durante esta pesquisa, há alguns tópicos a serem
abordados e que exigem certa delicadeza. O primeiro fato é a questão da Antártica, que,
assim como visto no início deste texto, é considerada global commons, isto é, um bem
comum da humanidade; frente a isto, deve-se lembrar que qualquer dano decorrente de
uma prática exploratória com fins econômicos é consubstanciado como sendo uma lesão
ao planeta como um todo e não apenas aos signatários do Sistema do Tratado Antártico.
Quanto à questão referente à liberação do continente de gelo para a exploração de
recursos minerais é importante ressaltar que quaisquer atividades desenvolvidas a partir
disto estão sujeitas ao risco de produzirem efeitos irreversíveis, não somente para o
solo, mas também para a fauna e a flora, posto a existência de animais que dependem de
todo o ecossistema antártico e a influência deste território na temperatura global e no
nível do mar. No entanto, na Reunião das Partes Consultivas de 2011, justamente no
marco de 50 anos do Tratado da Antártica, o entendimento asseverado correu no rumo
de que as partes continuarão preservando o meio ambiente antártico, lutando contra
possibilidades exploratórias e de turismo, que podem afetar negativamente toda a fauna
e flora da região. Elucidando outra temática de extrema relevância, é necessário
abordar, por fim, a questão da alteração do Sistema do Tratado Antártica no sentido de
permitir que as práticas exploratórias se concretizem. Logo, imaginamos não ser viável
esta mudança pelo momento, principalmente pela proteção trazida pelo Protocolo de
Madri, que veda as emendas e modificações até 2048. Não apenas isto, mas,
concomitante a uma evolução do pensamento global no sentido de precaver a ocorrência
de desastres ambientais, possa garantir a continuidade do desenvolvimento sustentável
no que tange à Antártica.
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18 Referências Bibliográficas
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Borba. Manual de Direito Internacional Público. 20. ed. São Paulo: Saraiva,
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4. BONAVIDES, Paulo. Reflexos sobre nação, Estado social e soberania. Estudos
Avançados. São Paulo, vol. 22, jan./abr. 2008. Disponível em: . Acesso em: 14
set. 2019. BRASIL. Decreto nº 2.742 de 1998. Disponível em: . Acesso em: 14
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Acesso em: 14 set. 2020. _______. Ministério das Relações Exteriores.
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Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2020.
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Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2020. CEZAR, Frederico; ABRANTES,
Paulo. Princípio da precaução: considerações epistemológicas sobre o princípio
e sua relação com o processo de análise de risco. Brasília, 2003. Disponível
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Environment – overview. Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2020.
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(mestrado) – Fundação Alexandre de Gusmão. Brasília, 2009. Disponível em: .
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9. MOREIRA, Igor. Construindo o espaço mundial. São Paulo: Ática, 2004
10. SECRETARIA DEL TRATADO ANTÁRTICO – ATS. El Tratado Antártico.
Disponível em: <https://www.ats.aq/index_s.html>. Acesso em: 14 set. 2020.

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