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Análise de demonstração e resultados

O que é demonstração Contábil?


A demonstração contábil é uma técnica que consiste na análise do resultado
das atividades empresariais de uma empresa (DINIZ, 2015, p.36). Essa prática
contábil se desenvolveu com a finalidade de auxiliar os gestores na análise do
patrimônio e resultados ao longo dos anos, visando ao atendimento das
necessidades das organizações de administrar seus ativos de forma que seja
eficiente do que propriamente pelo interesse estatal na sua aplicação como
ferramenta de controle fiscal. Desta forma, a maioria das demonstrações
financeiras que são exigidas pelo governo possui uma importância muito maior
como instrumentos de gestão do que como relatórios fiscais (CRUZ; ANDRICH,
2014).
Pode se afirmar que as demonstrações contábeis evidenciam a realidade de
um patrimônio que é resultado da gestão, fornecendo assim subsídios para
viabilizar sua evolução (LIMEIRA; SILVA S.; VIEIRA; SILVA S., 2005, p.26).
As demonstrações contábeis que são exigidas pela legislação brasileira (Lei nº
6.404, de 15-12-1976, capítulo XV, arts. 175 a 205), e devem ser elaboradas
ao final de cada exercício compreendem:
- O Balanço Patrimonial;
- A DRE – Demonstração do Resultado do Exercício;
- A DRA – Demonstração do Resultado Abrangente;
- A DLPA – Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados;
- A DOAR – Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos;
- A DFC – Demonstração dos fluxos de Caixa;
- A DVA – Demonstração do Valor Adicionado;
- As Notas Explicativas.
Tendo por finalidade, refletir não somente a situação do patrimônio naquele
momento, mas as mutações ocorridas nos exercícios (LIMEIRA; SILVA S.;
VIEIRA; SILVA S., 2005, p.27).

Análise de demonstração de Resultados (DRE).


A Demonstração de Resultados de Exercícios (DRE) é uma demonstração
contábil que irá apresentar o fluxo de receitas e despesas, que irão resultar em
um aumento ou uma redução do patrimônio líquido em um dado período de
apuração, que normalmente será em um ano (HOJI, 2014, p. 255).
A DRE é elaborada a partir do regime de competência, ou seja, todas as
receitas, os custos e as despesas são considerados à época de sua
ocorrência, no caso, o exercício competente, e não do seu efetivo recebimento
ou pagamento (entrada ou saída do caixa da empresa) (JÚNIOR; RIGO;
CHEROBIM, 2005, p.51).
Os principais componentes da DRE são os seguintes:
 Receitas
 Custo da Mercadoria Vendida – CMV
 Lucro Bruto
 Despesas operacionais
 Lucro ou prejuízo operacional
 Receitas financeiras
 Despesas financeiras
 Lucro líquido antes do IR e CSL
 Imposto de renda e contribuição social sobre o Lucro
 Lucro líquido após o IR e CSL
 Dividendos às ações preferenciais
 Lucro líquido disponível aos acionistas
 Lucro por ação ordinária

Apuração do Lucro Bruto


O lucro Bruto representa o lucro proveniente das vendas de mercadoria, de
produto ou de serviço, respectivamente, para atividades de revenda, produção
e prestação de serviço, antes de computar as despesas. (HOJI, 2004, p. 257).
É a diferença entre o valor das vendas efetuadas e os respectivos custos
incorridos em determinado período. É também nomeado como lucro
operacional bruto e, quando negativo, prejuízo operacional bruto ou prejuízo
bruto.
Receita bruta de vendas e serviços
Representa o valor de vendas a vista e a prazo de mercadorias e/ou produtos,
bem como de serviços prestados, e, inclui todos os impostos. Pode ser
chamada de faturamento bruto, porém, em alguns casos, pode não haver
faturamento na sua composição e sim apropriação de receitas, como no caso
da indústria de construção.
Dedução de receitas Brutas
Esse grupo de contas irá retirar da receita bruta valores que irão apurar a
Receita Líquida. Será composto pelas seguintes contas:
 Vendas Canceladas:
 Abatimentos; e
 Impostos sobre vendas e serviços.
Receita Líquida

Corresponde ao valor que será obtido pela Receita Bruta deduzida das
vendas canceladas, Abatimentos e impostos. É uma prática comum
considerar a Receita Líquida como análise de balanços (HOJI, 2004, p.
258)

Custo da Mercadoria Vendida – CMV


É o valor do custo da produção/ e ou aquisição dos produtos vendidos
e/ou dos serviços prestados. Também pode se chamado por CPV –
Custo dos Produtos Vendidos ou CSP – Custos dos Serviços Prestados.

Este grupo será composto por seguintes contas:


 Custo de Mercadoria Vendidas
 Custo dos Produtos e Serviços
 Custo dos Serviços Prestados.

E é calculado pela seguinte equação:

CMV = Estoque inicial + Compras – Estoque final

O CMV só existirá se houver vendas (No caso de empresas comerciais).


Poderá existir em empresas industriais caso elas exerçam atividades de
revendas de mercadoria.

Já o Custo dos Produtos Vendidos (CPV) representa os custos com os


insumos relativos ao estoque que foi vendido. Estão inclusos os
seguintes tipos de custos: materiais que foram aplicados no processo de
fabricação, mão de obra direta e custo indireto de fabricação. O CPV é
calculado com a seguinte equação:

CPV: EIPA + CPP – EFPA

Onde:
EIPA = Estoque inicial de Produtos acabados
CPP = Custo de produção do período
EFPA = Estoque final de produtos acabados

Já o Custo de Serviço Prestados (CSP) representa os custos incorridos


para gerar os serviços e é composto pelos custos da mão de obra
utilizada, dos materiais aplicados e outros gastos.

Despesas Operacionais
Despesas Operacionais

As Despesas Operacionais são formadas pelo somatório das despesas


gerais e administrativas, das despesas de vendas e das despesas de
depreciação.

Elas são necessárias para promover, vender e distribuir produtos,


administrar a empresa e financiar as operações. E pode ser dividida em
subgrupos como o exemplo abaixo:

Despesas Gerais

Despesas Despesas
Operacionais Administrativas

Despesas de Vendas

Despesas De
Depreciação

Lucro ou prejuízo Operacional


É o resultado das operações da atividade fim da empresa, será quanto ganhou
ou perdeu na atividade de comprar, fabricar, prestar serviço e vender. O
Cálculo é feito por meio da subtração do lucro bruto as despesas operacionais.

Despesas Financeiras
São contabilizados os custos e despesas de juros e taxas de empréstimos e
financiamentos. Somam-se aqui as despesas financeiras como desconto de
duplicatas, contratações de empréstimos e, também, com financiamentos.

Lucro Líquido antes do IR e CSL


É dado pela subtração das despesas financeiras e da soma das receitas
financeiras, se houver, do lucro operacional. O lucro Líquido antes do IR e CSL,
representa o quanto a empresa ganhou em todas as suas atividades.

Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro


É o valor dos impostos de Renda e da contribuição social sobre o lucro que
incide sobre o lucro tributável do exercício social.
Lucro Líquido após o IR e a CSL
É o valor do Lucro Líquido já subtraído o valor do imposto de renda e
Contribuição social.
Dividendos às ações preferenciais
É a parcela do Lucro líquido destinada, na forma de dividendos, às ações
preferenciais.
Lucro Líquido disponível ao Acionistas
É o lucro líquido depois do IR e da CSL, dele subtraído o montante destinado,
na forma de dividendos aos acionistas preferenciais.
Lucro por ação Ordinária
Esse valor é uma informação aos acionistas e grupos de relacionamento para
mostrar o quanto a empresa rendeu para os seus acionistas ordinários. É
calculado a partir do lucro líquido disponível aos acionistas ordinários, divido
pelo número de ações ordinárias emitidas.

Análise da DRE
Trata-se de instruir o processo decisório com informações sobre a saúde
financeira, a estrutura de captação de recursos, a rentabilidade e o
desempenho operacional da empresa (LIMEIRA; SILVA S.; VIEIRA; SILVA S.,
2005, p.78).
Há duas formas de se realizar a análise para compreender melhor a DRE que
são: Análise Horizontal e Vertical.
Análise Horizontal
A análise horizontal toma por base dois ou mais exercícios sociais para
verificar a evolução ou a involução dos seus componentes. Observando o
comportamento dos diversos itens do patrimônio e, principalmente, dos índices,
pode-se fazer uma análise tendência.
Análise Vertical
O principal ponto é mostrar a participação percentual de cada item das
demonstrações financeiras em relação a soma do seu grupo. Por meio dela, é
possível traçar uma avaliação da composição de itens e sua evolução no
tempo. Essa análise é de grande importância por possibilitar a detecção da
composição percentual das receitas e despesas, evidenciando aquelas que
mais influenciariam na formação do lucro e prejuízo.
Conclusão
A DRE é um documento com importância tanto para a área contábil quanto
gerencial, por meio dela, é possível se ter uma visão sistematizada e
estruturada dos principais indicadores financeiros do negócio.
Com o relatório gerado pela DRE é possível se ter noções reais da situação de
qualquer empresa, é por meio dele que os investidores e a equipe financeira
podem tomar decisões consideradas seguras com suporte deste documento.
Nele será possível encontrar dados de gastos, o retorno de investimento, o
faturamento, além de proporcionar uma análise financeira de uma maneira
mais profunda sobre os meios operacionais daquele negócio.
Deve servir para analisar os altos e baixos da empresa, podendo também,
fazer a verificação onde os lucros se fazem maiores, além de permitir
compreender os resultados negativos do negócio, apontando os erros e
acertos, possibilitando visualizar o desempenho dos processos para obter
lucros.

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